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ATUALIDADES PARA ABIN

PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES
Aula 11 – ASPECTOS SOCIOCULTURAIS BRASILEIROS
Olá, amigos, tudo bem?

Essa nossa aula tem o objetivo de abordar alguns temas
atuais fortes para fechar nosso curso no que diz respeito as
Atualidades.
Bem, como vocês mesmo puderam ver o titulo de nossa
aula hoje é bastante amplo, pois falar de aspectos da cultura e
sociedade brasileira significa falar de mil assuntos que poderiam
ganhar um curso inteirinho cada um, né? Mas, não se preocupem,
apresentarei aqui uma seleção de temas que acho fortes e
importantes de serem acompanhados até que saia o edital da ABIN.
Apesar disso, essa acaba sendo uma de nossas aulas mais
complicadas de montar, pois tivemos uma desagradável surpresa no
concurso do Senado Federal que tratou essa parte da matéria como
um verdadeiro show do milhão, cobrando nomes de personagens de
livros, nomes dos premiados no Nobel e outras “amenidades” que não
medem absolutamente conhecimento algum.
Mas a noticia boa é que o CESPE sempre seguiu outra
tendência e costuma trazer questões mais inteligentes quando se
trata de Atualidades e se utiliza muito pouco dos assuntos que
costumamos ver nessa última aula. Ainda assim, precisamos ter uma
visão completa dos conhecimentos solicitados no edital para não
correr o risco de sermos pegos de surpresa, não é mesmo?
Enfim, chega de blá-blá-blá e vamos à aula!!! ☺
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1 – Cultura e Sociedade
Bem, amigos, como historiadora, juro a vocês que eu

escreveria, de bom grado, umas 50 páginas só falando sobre cultura
seus inúmeros conceitos e divagações. Todavia, o objetivo do
concurso não é testar nenhum conhecimento antropológico de vocês
sobre o que é cultura e sim perceber o que vocês têm de
conhecimento sobre a sociedade em geral em termos de literatura,
musicalidade, ou seja, manifestações artísticas em geral.
Como inúmeros aspectos sociais podem ser enquadrados
nisso, achei melhor trazer variadas questões que, ao longo dos anos,
foram cobradas para que vocês percebam tanto a variabilidade
quanto a recorrência de determinados temas.
Todavia, alguns temas têm estado muito recorrentes na
mídia atual e acho que merecem nossa atenção de forma um pouco
mais detida: a presença da mulher no cenário internacional e
como a índia trata suas mulheres; racismo e a Lei de cotas; o
PEC das domésticas, a renúncia do Papa Bento XVI e a eleição
do novo papa.
1.1 – A importante presença da mulher no mundo

contemporâneo
Este tema está constantemente nos meios de comunicação,
devido à presença de mulheres em altos cargos no cenário político
internacional.
Pois bem, o ano de 2011 e 2012 foi um ano em que
ouvimos falar muito das mulheres. Foi um ano marcado pela
importância cada vez maior de mulheres que se destacaram no
cenário internacional, tendo maior destaque algumas em particular:
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Dilma Rousseff assumiu a presidência do Brasil; Christine Lagarde

tornou-se diretora do FMI, Angela Merkel, pela segunda vez como
chanceler da Alemanha, Cristina Kirchner, também reeleita
presidente na Argentina e, por fim, Hillary Clinton como secretária
de Estado dos EUA no governo de Barack Obama. Acredito que a
maioria de vocês, vez ou outra, se deparou com o nome de alguma
delas nos jornais e revistas, não é mesmo?
Não há dúvida que essas e outras figuras femininas
despertaram o interesse e a crítica de muitos, mas ao mesmo tempo,
evidenciaram mais uma quebra de paradigmas do mundo
contemporâneo: as mulheres estão cada vez mais assumindo
postos de destaque em todo mundo. E isso não aconteceu
somente no mundo político, também em muitas empresas, as
mulheres têm assumido postos estratégicos e de grande importância
gerencial. Entretanto, essa subida feminina a grandes postos (no
mundo do trabalho) ainda não veio acompanhada da real valorização
de seu potencial. “O que isso quer dizer?” Quer dizer que,
infelizmente, em muitos casos os salários pagos às mulheres ainda é
abaixo do salário pago a homens quando na mesma posição.
Essa realidade nos mostra como as transformações ainda
encontram resistência e como a sociedade, somente aos poucos, vai
aceitando as rápidas mudanças que vemos acontecer diariamente e
que têm assumido ritmos cada vez mais velozes, neste nosso mundo
globalizado, concordam comigo?
Então, pessoal, queria falar agora rapidamente sobre as
mulheres elencadas acima, para que vocês possam analisar o quão
importante é o papel que elas desempenham na sociedade de hoje e
o quanto isso pode vir a interferir no papel da mulher daqui para
frente! Explico melhor: cada vez mais o destaque dado às mulheres
no cenário político internacional interfere na figura da mulher comum
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em nossa sociedade. A coisa é mais ou menos assim: se uma mulher

tem competência para gerir o governo de um país, ou um organismo
internacional da importância do FMI, então fica mais evidente que a
capacidade geral das mulheres deve ser valorizada. E assim, as
mulheres vão assumindo postos cada vez mais importantes nas
empresas e na própria vivência social. Desculpem-me os machistas
de plantão, mas a verdade é que nossa sociedade tem deixado
(felizmente!) devagarzinho de ser o espaço dos homens. Enfim,
vamos a uma análise rápida sobre cada uma das figuras acima
citadas!!!
Dilma Rousseff, formada em economia é a atual
presidenta do Brasil. Mas, sua participação na política começou antes,
ainda no governo do ex-presidente Lula, no qual assumiu a chefia do
Ministério de Minas e Energia, e posteriormente, a da Casa Civil.
No ano de 2010, Dilma foi escolhida pelo PT (partido ao qual
é filiada) para se candidatar à Presidência da República na eleição
presidencial. Concorreu em segundo turno contra o candidato José
Serra, saindo vitoriosa. O resultado destas eleições tornou Dilma a
primeira mulher a ser eleita para o posto de chefe de Estado e de
Governo, em toda a história brasileira.
Só para acalmar os curiosos, farei agora uma breve
biografia de Dilma. Nascida em família de classe média alta,
aproximou-se dos ideais socialistas durante a juventude, logo após o
Golpe Militar de 1964. Adentrou, então, na militância, participando de
organizações que defendiam a luta armada contra o regime militar.
Por causa de sua atuação nesses grupos clandestinos, passou quase
três anos presa entre 1970 e 1972, primeiramente na Operação
Bandeirante (Oban), onde passou por sessões de tortura, e,
posteriormente, no Departamento de Ordem Política e Social (DOPS).
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Depois de libertada foi morar no Rio Grande do Sul, com seu

companheiro, Carlos Araújo, onde ajudou na fundação do Partido
Democrático Trabalhista (PDT) e participou ativamente de diversas
campanhas eleitorais. Ainda no sul do país, exerceu o cargo de
secretária municipal da Fazenda de Porto Alegre de 1985 a 1988, no
governo Alceu Collares. Depois, de 1991 a 1993 foi presidente da
Fundação de Economia e Estatística e, posteriormente, foi secretária
estadual de Minas e Energia, de 1999 a 2002, tanto no governo de
Alceu Collares como no de Olívio Dutra. Foi somente em 2001 que
Dilma se filiou ao PT.
No ano de 2002, integrou a equipe que formulou o plano de
governo de Lula para a área energética. Um pouco depois, mas ainda
em 2002, foi escolhida para ocupar o Ministério de Minas e Energia,
já no governo de Lula e permaneceu no cargo até 2005, quando foi
nomeada ministra-chefe da Casa Civil, em substituição a José Dirceu
(que renunciou ao cargo após o chamado escândalo do mensalão,
estão lembrados?).
A revista Época incluiu Dilma, em 2009, entre os 100
brasileiros mais influentes do ano. E, no ano seguinte, a revista
Forbes classificou-a como a 16ª pessoa mais poderosa do mundo.
Sua ascensão não parou por aí, em 2011 já estava incluída na lista
das 100 personalidades mais influentes do planeta pela revista Time,
como a terceira mulher mais poderosa do planeta e 22ª pessoa mais
poderosa do mundo pela Forbes. E para completar, Dilma recebeu,
ainda, o Woodrow Wilson Award, prêmio dedicado a líderes de
governos empenhados em melhorar a qualidade de vida de seu país e
ao redor do mundo.
Por fim, destaco ainda que Dilma Rousseff foi a primeira
mulher a abrir a Assembleia-Geral da ONU em 2011, realizada em
Nova Iorque.
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Passemos agora para a francesa, Christine Lagarde. Ela é

a primeira mulher a ocupar o cargo de Diretora-Gerente do FMI, que
nada mais é do que o cargo mais alto deste organismo multilateral.
Antes disso, Lagarde foi Ministra das Finanças, Indústria e
Emprego no governo do primeiro-ministro François Fillon, entre os
anos de 2007 e 2011. Mas, antes de ocupar a pasta das Finanças, ela
já havia sido Ministra da Agricultura e Pescas (entre maio-junho de
2007) e Ministra do Comércio Exterior (entre os anos de 2005 e
2007) ainda no governo de Dominique de Villepin.
Christine Lagarde apresentou, em 25 de maio de 2011, sua
candidatura à direção do FMI, exatamente na sequência do
afastamento de Dominique Strauss-Kahn (envolvido em escândalos
pessoais). No dia 28 de junho de 2011, ela foi eleita e tornou-se a
primeira mulher no comando do Fundo.
Na sequência de nossas “grandes” mulheres, vamos falar de
Angela Merkel, atual Chanceler alemã e líder, desde 2000, do
partido União Democrata-Cristã (CDU). Esta também foi outra que
apareceu na revista Forbes, mas, sendo considerada como a mulher
mais poderosa do mundo em 2009.
Angela Merkel é filha de um pastor luterano e acompanhou
seu pai para a Alemanha Oriental, quando ele foi cuidar da paróquia
da pequena cidade de Templin, cidade em que Angela cresceu.
Formada em Química pela Universidade de Leipzig, trabalhou nessa
área em um instituto científico na parte oriental de Berlim. A
permanência de Merkel na Alemanha Oriental estendeu-se até a
queda do Muro de Berlim, em 1989.
Sua participação política começou no governo de Helmut
Kohl, primeiro como ministra da Mulher e da Juventude e depois
como Ministra do Meio Ambiente. No final de 1990 a CDU e Helmut
Kohl foram atingidos por uma série de escândalos de corrupção. Foi
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nesse momento que Angela apareceu como única figura capaz de

assumir a liderança do partido.
Merkel é partidária de reformas na economia, que incluem a
flexibilização dos contratos de trabalho, mas assume uma posição
mais centrista em questões sociais mais polêmicas, como o aborto e
a homossexualidade. No cenário internacional, ela se destaca por
opor-se à entrada da Turquia na União Europeia, defendendo uma
parceria privilegiada entre a UE e aquele país.
A primeira vez que ascendeu ao comando do governo
alemão, Angela Merkel enfrentou o chanceler Gerhard Schröder nas
eleições federais em 2005. A CDU obteve mais votos que o SPD de
Schröder, mas não conseguiu uma maioria para formar um governo.
Foi feita, então, uma grande coligação entre a CDU e o SPD e Angela
Merkel assumiu o cargo de Chanceler – tornando-se, assim, a
primeira mulher a presidir o governo na história alemã.
Posteriormente, em 2009, foi a vez de Merkel enfrentar o
candidato do SPD, Frank-Walter Steinmeier. Mas, dessa vez, seu
partido conquistou a maioria dos votos, dando início ao segundo
governo de Angela.
Chegamos agora a nossa vizinha argentina, Cristina
Kirchner, presidente desse país desde 2007. Foi casada com Néstor
Carlos Kirchner, presidente da Argentina de 2003 a 2007, que faleceu
em 2010.
Cristina, confirmada como candidata do Partido Já Ganhou
(Frente para a Vitória, situação), despontou com grande popularidade
para concorrer às eleições presidenciais de outubro de 2007. Sua
popularidade era tanta que foi eleita em primeiro turno, obtendo 45%
dos votos válidos.
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Novamente, em 2011, Kirchner foi reeleita para mais quatro

anos de mandato. Ela teve, inclusive, o apoio da presidenta brasileira,
Dilma Rousseff.
Entretanto, parte da imprensa argentina acusa a gestão de
Cristina Kirchner de tentar intimidar opositores e direcionar a
publicidade oficial do governo para veículos de comunicação aliados,
em detrimento dos demais. Cristina reage às críticas acusando a
mídia de "golpista", evitando entrevistas coletivas a jornalistas. As
maiores críticas que enfrenta são relacionadas com sua suposta
tentativa de controlar as informações dentro da Argentina.
Para finalizar, vamos falar de Hillary Clinton. Ela é a atual
Secretária de Estado dos Estados Unidos, servindo na administração
do presidente Barack Obama. Antes disso, foi Senadora de Nova
Iorque entre 2001 e 2009 e, como esposa do ex-presidente norte-
americano Bill Clinton, foi também primeira-dama dos Estados
Unidos, de 1993 a 2001.
Em 1977, Hillary co-fundou o Arkansas Advocates for
Children and Families e no ano seguinte, tornou-se a primeira
presidente mulher do Legal Services Corporation. Já em 1979 foi
duas vezes listada como uma das cem mais influentes advogadas na
América.
No período em que foi primeira-dama dos Estados Unidos,
Hillary Clinton enfrentou alguns escândalos do governo de seu
marido, por exemplo, o escândalo Lewinsky, em 1998 (os mais
velhinhos lembram bem do escândalo envolvendo a estagiária da
Casa Branca e o presidente Bill Clinton, acusado de manter relações
sexuais com ela!).
Em 2000 foi eleita senadora por Nova Iorque, passando a
ser a primeira primeira-dama estadunidense a concorrer a um cargo
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público. Como Secretária de Estado de Obama, Clinton é a primeira

ex-primeira-dama a servir em um gabinete presidencial.
Esses foram apenas alguns poucos exemplos de mulheres
que têm tido destaque na mídia internacional. Como já disse acima,
elas levantam críticas, mas também admiração. E são o grande
exemplo de como o posicionamento social das mulheres está
mudando, o lugar da mulher não é mais em casa e isso é um grande
avanço!
O fato, pessoal, é que as mudanças estão aí e precisamos
estar atentos ao seu desenrolar, afinal, isso também pode ser tema
de prova, não é mesmo?
Vamos dar uma olhadinha em como esses temas podem ser
cobrados na prova
1 -(Questão Inédita/ Virgínia Guimarães- 2012) Apesar da
significativa visibilidade dada a mulheres como Ângela Merkel
e Christine Lagarde em todo cenário internacional, a Rainha
Elizabeth ainda é considerada a mulher mais influente da
Europa – sobretudo após a repercussão mundial do casamento
do príncipe Willian.
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A questão está errada. A chanceler alemã Angela Merkel
recebeu, em setembro de 2012, o título mundial de mulher mais
poderosa pelo segundo ano consecutivo. Segundo a revista Forbes,
Merkel se destaca entre as outras 99 da lista de 100 mulheres
influentes como a grande protagonista no drama econômico da zona
do euro, que continua a ameaçar os mercados globais.
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2 – (Inédita – 2013) O prêmio Nobel da paz de 2011 foi

concedido somente a Ellem Johnson, primeira mulher a ser
eleita presidente na África em 2005.
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Um pouco de atenção nesta questão galera! Realmente o
prêmio Nobel de 2011 foi concedido a Ellem Johnson que foi a
primeira mulher a ser eleita presidente na África em 2005. O erro
está em afirmar que o prêmio foi concedido somente a ela. Na
verdade, em 2011, o prêmio Nobel foi concedido a três mulheres,
portanto, faltou citar Tawakkul Karman, jornalista e mãe de três
filhos, nascida em Taiz, cidade no Sul do Iêmen, um dos berços da
resistência ao governo de Ali Abdullah Saleh. Atualmente, ainda lidera
o grupo de defesa de direitos humanos: Jornalistas Mulheres sem
Correntes. Lutando desde 2006 pelos direitos humanos e das
mulheres, ela é uma das lideranças dos protestos inspirados nos
levantes populares que derrubaram ditadores na Tunísia e no Egito,
no início de 2011, na chamada Primavera Árabe.
E finalmente, Leymah Gbowee que está entre as premiadas
por mobilizar as mulheres "para além das linhas divisórias étnicas e
religiosas para colocar fim à longa guerra na Libéria e para assegurar
a participação das mulheres nas eleições". Foi a fundadora de um
movimento pacífico que ajudou a terminar a segunda guerra civil do
país africano, em 2003. Lançou em 2002, uma iniciativa que levou as
liberianas de todas as confissões religiosas a negar sexo aos homens
até que houvesse o desarmamento de combatentes que, depois do
acordo de paz para encerrar o conflito interno, ainda estupravam
mulheres e crianças de todas as idades, e para garantir a participação
das mulheres nas eleições, o que obrigou Charles Taylor, ex-chefe de
guerra convertido em presidente, a associá-las às negociações de
paz. Portanto, essa assertiva está errada.
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1.2 Como a Índia trata suas mulheres
Amigos, após vermos a importância de algumas mulheres

no cenário mundial, vamos ver agora como as algumas mulheres são
tratadas “mundo afora”. Vamos nos ater especificamente na Índia.
Alguns podem estar se perguntando por que na Índia? Bom, só vou
citar alguns números alarmantes! Vejam só: mais de dois milhões de
indianas morrem a cada ano: cerca de 10% ao nascer, 25% na
infância, 18% em idade reprodutiva e 45% já adultas. Cerca de 100
mil mulheres são mortas por queimaduras, vítimas de violência
relacionada ao pagamento de dotes matrimoniais. Outro dado
estarrecedor: em 2011 foram registrados 24 mil casos de estupro –
17% só na capital, Nova Déli, isto sem contar os que não foram
denunciados e ou registrados pelos órgãos responsáveis.
Bom, por que esse tema?
É bem recente ainda (dezembro de 2012) o caso de estupro
e morte da estudante de 23 anos que foi violada por seis homens em
um ônibus em Nova Déli. Fato lamentável, porém trouxe à tona a
difícil realidade da Índia e causou protestos em vários outros países.
Durante minhas pesquisas, dei uma olhada na cultura do
país em questão, percorri a realidade daquelas mulheres, e a
pergunta que não quer calar é essa: Por que a Índia trata tão mal as
suas mulheres? Vamos ver se entendemos, ou se há o que entender!
A Índia segue um regime parlamentar, sendo a maior
democracia do mundo. A constituição garante a liberdade, igualdade
e justiça a todos.
Para os analistas, mais que de uma constituição, é preciso
uma mudança estrutural nas atitudes da sociedade para que as
mulheres sejam mais aceitas e tenham mais segurança na Índia. O
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preconceito de gênero é reflexo de uma sociedade de tradição

patriarcal, que é ainda mais forte no norte do país.
A comoção causada pela morte da estudante em Nova Déli
está levando a Índia a fazer um exame de consciência sobre a forma
como a mulher é tratada no país. E, nesse processo, um dos
problemas mais chocantes a vir à tona diz respeito aos casos de
sequestro, tráfico e escravidão de meninas no país. Todos os anos,
dezenas de milhares de meninas indianas desaparecem de suas
casas. Elas são sequestradas e vendidas para trabalhar como
prostitutas, escravas domésticas, sendo humilhadas, espancadas e
estupradas frequentemente. Cada vez mais são usadas, para se casar
no norte do país, onde a diferença entre a população masculina e
feminina é grande em função de outro grave problema: o aborto de
fetos do sexo feminino, que levou de 25 a 50 milhões de mulheres a
“sumirem” das estatísticas demográficas indianas, segundo o Fundo
das Nações Unidas para a Infância, o UNICEF.
Por isso, na Índia, os testes genéticos para seleção do sexo
tornaram-se um negócio lucrativo economicamente, especialmente
nas regiões do norte do país. Dados apontam que aproximadamente
95,5 % de fetos identificados como sendo do sexo feminino eram
abortados, comparado com uma percentagem mínima de prática de
aborto quando se tratava de fetos do sexo masculino.
Os casamentos são precedidos por um pagamento ou dote
da família da noiva para a família do noivo. Se o pagamento do dote
não for cumprido, a violência é eminente. Na Índia, uma média de 5
mulheres por dia são queimadas com ácido na cara pelo marido – e
muitos casos não são conhecidos, por isso a média poderá ser
superior. Sem contar que, o casamento precoce, especialmente sem
o consentimento da rapariga, é outra forma de violação dos direitos
humanos. O casamento precoce acompanhado por múltiplas
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gravidezes pode afetam a saúde da mulher para toda a vida. Com

certeza, as mulheres tem um baixo estatuto de poder, pois são
consideradas como inferiores nas suas capacidades, ao contrário dos
homens que se determinam como superiores.
“Pasmem”, pois, mesmo neste momento de comoção, um
popular líder espiritual indiano chamou a atenção ao afirmar que o
violento estupro coletivo da estudante poderia ter sido evitado e
rogou que os agressores fossem perdoados. O guru Asharam,
conhecido por seus seguidores como "Bapu" ou pai, disse a seus
devotos que não culpem apenas os agressores pelo crime ocorrido no
ônibus em Nova Déli. Para o guru, "esta tragédia não teria acontecido
se ela tivesse evocado o nome de Deus e caído sobre os pés de seus
agressores. O erro não foi cometido apenas de um lado", declarou o
líder espiritual em vídeo publicado na internet. Tais palavras foram
repudiadas pela população indiana que clama pela execução dos seis
suspeitos, ou mesmo para a pena de morte obrigatória em casos de
violência sexual.
Porém, para a Anistia Internacional, a pena de morte em
todas as circunstâncias, é a forma mais cruel e desumana de punição
e uma violação do direito humano fundamental – o direito à vida.
Mas, na prática, as mulheres indianas não têm nenhum direito, tanto
que um estudo mostrou que mais mulheres morrem na Índia por
ferimentos do que por complicações no parto.
Para se ter ideia, uma menina de 16 anos ateou fogo ao
próprio corpo depois de ter sido estuprada em Haryana, um estado
onde se detecta níveis alarmantes de violência sexual. Trata-se de
um problema nacional que afeta mulheres de todas as classes e
castas e que requer soluções nacionais.
O Escritório Nacional de Registro de Crimes revelou em um
relatório em 2011 que a cada 20 minutos uma mulher é estuprada na
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Índia, mas que em apenas um de cada quatro casos o estuprador é

condenado, devido à "imensa corrupção" de policiais.
Desta forma o que se pode perceber, é que a única forma
de eliminar esses tipos de violência, é alterando a estrutura social
que criou e perpetua a desigualdade entre homens e mulheres, pois
este crime é o resultado de uma dominação masculina, quer na
sociedade em geral, quer no âmbito doméstico.
Vejamos como isso pode ser cobrado em prova!
3 - (Inédita – 2013) Na índia, a líder do partido do governo, a

presidente da Câmara de Deputados, três importantes
ministras e muitos ícones dos esportes e dos negócios são
mulheres. Mas, a fundação Thomson Reuters, qualificou a
Índia como o pior lugar para se nascer mulher em todo o
mundo. Isso se explica por causa: Assinale a resposta
INCORRETA.
a) Cerca de 100 mil mulheres são mortas por queimaduras, vítimas
de violência relacionada ao pagamento de dotes matrimoniais.
b) Em 2011 foram registrados 24 mil casos de estupro – 17% só na
capital, Nova Déli.
c) Na Índia existe o preconceito de gênero.
d) A cada 20 minutos uma mulher é estuprada na Índia, mas em
apenas um de cada quatro casos o estuprador é condenado, devido à
"imensa corrupção" de policiais.
e) As condições climáticas dificultam a fase de gravidez das
mulheres.
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Bom, amigos, com uma boa leitura da aula acima e ficou

moleza de responder, não é mesmo? A letra E é a única incorreta,
tendo em vista que os dados descritos foram fornecidos por
instituições como:Anistia Internacional, Escritório Nacional de
Registro de Crimes etc.
4- (Inédita/2013) “Mas é difícil para os indianos ver sete

garotas e não pensar na sombra de sete dotes, sete
oportunidades para a honra de a família ser manchada, sete
fardos.”
O trecho acima é do livro Casamento Arranjado, da
jornalista indiana Sushi Das. Sobre a situação da mulher na Índia, é
correto afirmar:
a) No país não são raros os casos de aborto de fetos femininos, assim

como os de assassinato de meninas recém-nascidas. A prática levou
a um assombroso desequilíbrio numérico entre gêneros no país.
b) Crimes de gênero são comuns na Índia, mas o número vem
caindo, principalmente devido à agilidade com que as autoridades
lidam com os casos que assombram o país.
c) Nos casos das agressões, segundo os registros policiais, em 94%
dos casos os agressores não conheciam as vítimas.
d) O patriarcado é o regime social da Índia, mesmo assim, os direitos
das mulheres é assunto recorrente entre os homens no país, que
defendem que as mulheres devem reclamá-los.
e) À medida que mais mulheres expressam seu descontentamento, a
violência tende a diminuir dentro da sociedade indiana.
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Devido à significativa violência contra a mulher e às

péssimas condições sociais impostas a elas, aos abortos de fetos
femininos, assim como aos assassinatos de meninas recém-nascidas,
houve um desequilíbrio numérico entre os gêneros, na Índia.
Portanto, a letra A está correta.
“Garotas. Elas são uma dependência econômica (...). A criação

delas é cara. Elas podem arruinar a reputação da família com o
poder da indiscrição. Elas precisam de um dote quando você
as casa, e o que você recebe de volta? Nada além de
preocupação e miséria.”
5- O trecho acima diz respeito à situação de preconceito de
gênero em qual país oriental?
a) Japão
b) Índia
c) China
d) Irã
e) Coréia do Norte
COMENTÁRIOS
Na Índia a mulher recebe o papel social de fardo da família
reproduzindo e legitimando, cada vez mais a frequente violência
contra elas. Portanto, a letra B está correta.
Bom, vamos pegar o gancho feminino aqui para tratar
de um assunto recente que tem gerado muita discussão no
ambito social envolvendo as milhares de mulhres que ocupam
essa posição na sociedade: a de domesticas.
1 – A PEC das domésticas
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Bem, meus amigos, esse tema tem causado bastante

discussão entre empregados, empregadores e sociedade em geral.
Vamos entender o que é a “PEC das domésticas” e porque
tem havido tanta polêmica, né mesmo?
A Emenda Constitucional n.º 72/2013, conhecida como “PEC
das domésticas”, foi publicada no Diário Oficial da União em
03/04/2013, portanto, encontra-se em perfeita vigência, trazendo
inúmeras alterações significativas na relação de trabalho dos
empregados domésticos.
Mas, vamos por partes! Quem é considerado empregado
doméstico?
A lei nº 5.859, de 1972, define o trabalhador doméstico
como aquele que presta serviços de natureza contínua e de finalidade
não lucrativa à pessoa ou à família no âmbito residencial, como por
exemplo: cozinheiros, jardineiros, motoristas, cuidadores de idosos,
babá etc. Sendo que o trabalho dos pedreiros autônomos não é
caracterizado como serviço doméstico, portanto, não se enquadra na
nova lei.
Olha, galera, achei melhor colocar uma tabela para facilitar
nossa conversa e podermos atentar às partes que estão gerando
mais polêmicas e até desemprego. Atentem que as emendas que
ainda precisam de regulamentação estão marcadas de vermelho e
com asteriscos. O que isso quer dizer, professora? Quer dizer que o
Senado aprovou uma emenda à constituição e que alguns itens
precisam ser aperfeiçoados, porque implicam em ônus ao
empregador, receita para o governo, como recolher esses tributos,
qual o percentual, e assim por diante. Resumindo: Como vai
funcionar na prática.
O ministro do Trabalho, Manoel Dias, disse à comissão do
órgão criada para discutir a regulamentação da PEC das Domésticas,
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que vai cumprir o prazo de três meses para definir como parte das
novas regras irão entrar em vigor.
Meus amigos, pelo visto a preocupação dos senadores vai
de encontro aos anseios dos empregadores, pois o recolhimento de
alguns dos impostos, da forma que existe para as empresas, iria
dificultar, visto que estes não são contadores. Um dos senadores
apresentou a proposta de um sistema simplificado de recolhimento
dos encargos do emprego doméstico, usando como exemplo o atual
Supersimples, regime simplificado de tributação que permite às micro
e pequenas empresas recolherem diversos tributos num só boleto,
com valor reduzido.
Dessa forma, seria um documento único para o
recolhimento mensal de contribuição para a Seguridade Social e para
o Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS). Também reduz o
percentual que o empregador terá que pagar em FGTS para as
domésticas, que passaria de 8% para 4%, taxa incidente sobre o
valor do salário registrado na carteira de trabalho.
Já a contribuição para a Seguridade Social será, pela
proposta, de 8%, sendo 5% pago pelo empregador e 3% retido e
recolhido do salário do empregado doméstico segurado. O projeto
também exclui o pagamento de 40% do FGTS para empregado
demitido sem justa causa.
Para o advogado e professor da Universidade Católica de
Brasília, Moacir Pereira Calderon, essa redução fere o princípio
constitucional de isonomia criando um diferencial, o que pode levar
com que outras categorias profissionais sintam-se no direito de
também reivindicar essa compensação.
Mas, o governo argumenta que a redução e a simplificação
de encargos são necessárias já que “a relação de trabalho entre
empregador e domésticas é diferente da relação entre empresa e
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trabalhador”. A grande preocupação é a de evitar uma demissão em

massa dos empregados domésticos. Evitar que o empregador demita
sob o argumento de não poder arcar com os custos. Vamos ao nosso
quadro explicativo, e em seguida vamos alguns dos questionamentos
mais recorrentes.
Novos direitos garantidos com o PEC das

domésticas
Jornada de trabalho de 8h diárias e 44h semanais
Adicional noturno – **
Indenização de 40% do saldo do FGTS em caso de
despedida sem justa causa**
Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário
**
Recolhimento do FGTS (Fundo de Garantia por tempo de
serviço) **
Proteção ao salário, sendo crime retenção dolosa de
pagamento
Hora extra
Salário família**
Higiene, saúde e segurança no trabalho
Auxílio creche e pré-escola para filhos e dependentes até 5
anos de idade **
Recolhimento dos acordos e convenções coletivas
Seguro contra acidentes de trabalho**
Proibição de discriminação de salário, de função e de critério
de admissão
Proibição de discriminação em relação à pessoa com
deficiência
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a
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Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a

menores de 16 anos
Direitos que já existiam
Salário mínimo, inclusive para quem recebe remuneração
variável
Recolhimento ao INSS (Previdência Social)
Repouso remunerado - 1 dia de descanso na semana
Férias
13ª salário
Licença gestante
Aviso-prévio
Aposentadoria
Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/multimidia/podcasts/1253253-eliane-cantanhede-lei-
das-domesticas-corrige-erros-herdados-da-escravatura.shtml
Bem, amigos, pensei em fazeer aqui um “bate-bola” pra

ficar ainda mais claro e pegarmos nos detalhe, mas é claro que esse
assunto vocês verão bemmmm mais aprofundado quando for estudar
direito, né? Mas, nunca é demais pensar/estudar um assunto forte
como esse que pode cair tanto em Atualidades como Constitucional.
Enfim, vamos abordar o tema de uma forma mais leve pra que vocês
estejam preparados para cobranças que possam surgir lá e cá.
1 - Como fica o caso da doméstica que dorme no emprego? O

período em que ela está dormindo conta como adicional
noturno?
Não. O que conta é o trabalho efetivo, se ela está dormindo
quer dizer que não está trabalhando, não é mesmo? Cabe ao
empregador manter o controle dessa jornada.
20
a
CURSO ONLINE
2 - É possível fazer um contrato de meio período, trabalhando

menos que as 44 horas semanais? Por exemplo, apenas quatro
horas por dia?
Nestes casos, a legislação prevê uma modalidade de

contrato que é por hora (nem diarista, nem mensalista) e, se fosse
esse o caso, seria possível. Não é permitido, porém, alterar um
contrato vigente para essa modalidade, pois a legislação não permite
redução de salário. Alguns advogados recomendam que, neste
momento, em função dos debates em torno da nova lei dos
domésticos para mensalistas, os empregadores evitem fazer novos
contratos por hora para não correrem risco de processo trabalhista
posterior.
3 - É legal, nesse caso, pagar meio salário mínimo recolhendo

todos os encargos trabalhistas sobre esse valor?
Sim. A lei dá o parâmetro máximo, de 8 horas diárias e 44 horas

semanais, mas pode-se fazer um contrato de menos horas, com
salário proporcional. Mas o salário para cálculo não pode ser inferior
ao mínimo estipulado por região (no caso da capital paulista, vale o
valor do Estado de São Paulo, de R$ 755).
4 - Como se estabelecerá o salário de uma diarista?
A nova lei se aplica apenas aos trabalhadores com vínculo

empregatício, que existe quando a frequência do trabalho é superior
a dois dias por semana. Portanto, as diaristas não estão
enquadradas.
5 - A doméstica assume também novas regras?
21
a
CURSO ONLINE
Claro que sim. Ela tem que cumprir sua carga horária de 44
horas semanais. Nada daquela velha história de terminar o serviço
(em alguns casos, correndo) para sair mais cedo.
6 - Quem fiscalizará se as horas extras e outros estão sendo

efetivamente pagos?
A questão da fiscalização é inerente ao empregador. O

artigo 3º da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) diz que o
empregador admite, assalaria e assume riscos da atividade
econômica. É o empregador que tem que fiscalizar.
8 - Qual a punição para quem não cumprir a nova lei?
A punição é a mesma relativa aos demais empregados. O

empregador pode se sujeitar a ações trabalhistas e o juiz do trabalho
pode determinar que o Ministério do Trabalho proceda a fiscalização
para autuá-lo. O valor da multa dependerá da infração dos direitos, o
que também depende de regulamentação.
9 - Como devo detalhar a jornada em contrato?
É recomendável que o empregador elabore o contrato especificando:
• Horário de entrada do trabalhador;

• Horário para início de refeição/descanso;
• Horário para retorno da refeição/descanso;
• Horário de saída;
• Horário de horas extras (no máximo de duas horas
além das 8 horas diárias de trabalho)
22
a
CURSO ONLINE
10- O horário de almoço está incluído nas 8 horas diárias e 44

horas semanais previstas na jornada de trabalho?
Não. A jornada estabelece apenas as horas de trabalho. O

período de almoço não é incluído e deve ser contado à parte.
Exemplo: um doméstico que entra no trabalho às 8h e tem uma hora
de almoço precisa sair às 17h, pois ficou uma hora sem trabalhar
para almoçar. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE), o período destinado ao descanso para repouso e alimentação
não poderá ser inferior a uma hora ou superior a duas horas, salvo
acordo escrito entre empregado e empregador.
Bem, pessoal, é isso, acho que depois desse bate-bola fica
bem claro pra nós todos compreendermos essa questão que atinge
muitos de nós, que antes de sermos concurseiros somos cidadãos! ;-)
O fato é que A PEC nasceu com o intuito de quebrar as
“algemas” de muitas domesticas que viviam em estado quase que de
“escarvidão, mas, apesar disso, vem sendo a justificativa de muitos
patroes para demissão de suas domésticas.
Veja como esse assunto pode ser cobrado em prova
(Questão inedita/virginiaguimaraes/2013) A PEC 37,

aprovada pelo Senado, estende aos empregados domésticos
todos os direitos dos demais trabalhadores regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
A assertiva esta errada. Pessoal, é preciso tomarmos muito cuidado
com questões que vem definindo numeros como essa que se
aproveita do “auê” que vem sendo feito em torno da PEC 37 para
confundir o concurseiro. A PEC conhecida como a PEC das domesticas
é a emenda constitucional 72 e é claro que não precisamos guardar
esse numero, mas veja que essa questão mistura um fato atualissimo
23
a
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e que já estava rondando na midia antes para ver se o concurseiro

está atento as regulamentações políticas do país. A PEC das
Domesticas realmente estende aos empregados domésticos todos os
direitos dos demais trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis
do Trabalho, garantido o direito a ter recolhido o Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço (FGTS) e a receber indenização em caso de
demissão sem justa causa. Mas essa não é a PEC 37,
A proposta de emenda constitucional 37 – PEC 37 - que atribuiria,
exclusivamente, às polícias Civil e Federal, a competência para a
apuração criminal o que mudaria a correlação de forças do Ministério
Público em investigações criminais. Essa proposta foi derrubada, mas,
como dizem lá no interior, “ainda tem muita agua pra passar embaixo
dessa ponte” portanto, vamos companhando os jornais e
compreender o desenrolar dos fatos!
Bom, falando em estrutura social, passemos a mais um

tema que tem sido alvo de discussões há décadas.
1.3 – Racismo
O racismo é a tendência do pensamento (ou o modo de

pensar), em que se dá grande importância à noção da existência
de raças humanas distintas e superiores umas às outras. Em geral,
está relacionado com características físicas hereditárias, ligando-as a
determinados traços de caráter e inteligência ou manifestações
culturais.
Por outro lado, é importante saber que o racismo não é
uma teoria científica, mas sim, um conjunto de opiniões pré-
concebidas que valorizam as diferenças biológicas entre os seres
24
a
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humanos. Atribuindo, assim, superioridade a alguns de acordo com a

matriz racial.
Vocês devem lembrar que a crença da existência de raças
superiores e inferiores foi utilizada muitas vezes para justificar a
escravidão. Ou também o domínio de determinados povos por outros
e, além disso, os genocídios que ocorreram durante toda a história da
humanidade. Sempre sob a alegação de que os “outros” são
inferiores.
Nos Estados Unidos da América, por exemplo, o racismo
chegou, e ainda chega, a extremos contra os negros, índios, asiáticos
e latino-americanos. Até 1965, existiam leis, como as chamadas leis
de Jim Crow, que negavam aos cidadãos não brancos toda uma
série de direitos, outras que proibiam o casamento inter-racial, até
segregando as raças em transporte e banheiros públicos.
Além disso, muitos negros foram linchados e queimados
vivos sem julgamento, sem que os autores destes assassinatos
fossem punidos. Para “defender” a “supremacia branca” foram
criados grupos que caçavam negros. Paralelamente, desenvolveram-
se grupos de “supremacia negra”, como o Black Power e os Novos
Panteras Negras.
Outro muito conhecido caso de racismo é o nazismo alemão.
Em 1899, o inglês Houston Stewart Chamberlain publicou na
Alemanha a obra “De Grundlagen des neunzehnten Jahrhunderts” (Os
fundamentos do século XIX). Foi esta obra que trouxe o mito da raça
ariana e identificou-a com o povo alemão.
Esta e outras obras foram aproveitadas pelo programa
político do nazismo visando à unificação dos alemães utilizando a
identificação dos traços raciais específicos do povo e incentivando a
segregação social. Como a raça alemã era bastante miscigenada, isto
é, não havia uma normalidade de traços fisionômicos, criou-se,
25
a
CURSO ONLINE
então, as raças inimigas, fazendo desta forma surgir um sentimento

de hostilidade e aversão dirigido a pessoas e coisas estrangeiras.
Desta forma, os nazistas usaram da xenofobia associada ao racismo,
atribuindo a indivíduos e grupos sociais atos de discriminação para
amalgamar o povo alemão contra o que era diferente.
A história mundial está recheada de casos de racismo, não é
mesmo, pessoal? Estou repassando aqui apenas os mais importantes
para que vocês os relembrem, ok?
Outra demonstração racista vergonhosa para o ser humano
ocorreu em pleno século XX. Desde 1948, na África do Sul, quando
o apartheid manteve a população africana sob o domínio de o
governo de pessoas brancas de origem europeia. Este regime político
racista acabou quando, por pressão mundial e interna, foram
convocadas as primeiras eleições para um governo multirracial de
transição, em abril de 1994, sendo eleito o ativista Nelson Mandela.
No caso do Brasil, o racismo tem sido um grande problema
desde a era colonial e escravocrata e, infelizmente, ainda tem seus
resquícios até hoje. Por exemplo, em uma pesquisa publicada em
2011, foi indicado que 63,7% dos brasileiros consideram que
a raça interfere na qualidade de vida dos cidadãos, destacando que a
maioria de negros tem condições de vida inferior à dos brancos.
Assim, o termo apartheid social tem sido utilizado para
descrever diversos aspectos da desigualdade econômica entre outros
países e também aqui no Brasil, traçando um paralelo com a
separação de brancos e negros na sociedade.
O resultado da pesquisa citada não é exatamente uma
surpresa em um país onde o salário de um homem branco é, em
média, 46% superior em relação ao de um homem negro, o que
também pode ser explicado pela diferença de educação entre esses
dois grupos.
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a
CURSO ONLINE
Por exemplo, daqueles que ganham menos de um salário

mínimo, 63% são negros e 34% são brancos. Além disso, dos
brasileiros mais ricos, 11% são negros e 85% são brancos. Sem falar
no preconceito que teima em permanecer em nossa sociedade,
mesmo que escondido e velado. Infelizmente, nossa sociedade ainda
é racista e homofóbica.
Para finalizar, gostaria de falar rapidamente sobre o
sistema de cotas, comumente chamado de cotas raciais. Essa é
uma medida governamental que cria uma reserva de vagas em
instituições públicas ou privadas para classes sociais mais
desfavorecidas. É considerada uma forma de ação afirmativa, mas
carrega inúmeras críticas quanto às suas características e aplicação
no meio social. Bem, acho que muitos já devem ter ouvido falar
disso, mas poucos compreendem a fundo o seu propósito e porque
em 2012 tudo ficou mais “explosivo” quando se tratou desse assunto.
Lembro-me que em 2011 fui a uma roda de debates numa Faculdade
de Recife, onde o tema era apenas esse e confesso que, naquele
momento, percebi que eu também ignorava uma série de
complexidades que envolvem essa história de cotas; hoje, lei!
Então vamos começar do comecinho para que possamos
compreender tintim por tintim ;-)
Em primeiro lugar, precisamos compreender que esse
sistema de cotas não foi inventado aqui e que estamos apenas
utilizando um modelo norte-americano muito empregado na década
de 60 - justamente para amenizar o impacto da desigualdade social e
econômica entre negros e brancos. Hoje, eles não se utilizam mais
desse artifício, pois a reserva de vagas passou a ser considerada
ilegal naquele país, onde, hoje em dia, se utilizam ações afirmativas
para selecionar alunos negros e hispânicos com potencial.
27
a
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No Brasil, as cotas raciais ganharam visibilidade no início do

século XXI quando universidades e órgãos públicos começaram a
adotar tal medida em vestibulares e concursos. A Universidade de
Brasília (UnB) foi a primeira instituição de ensino no Brasil a adotar o
sistema de cotas raciais, em 2004.
De lá para cá, o número de universidades que possuem este
tipo de prática aumentou significativamente e hoje já representa a
maioria das universidades federais. O objetivo das cotas aqui é
exatamente o mesmo dos EUA, porém aqui ela não beneficia apenas
os negros, mas também pardos e índios.
Com o avançar da discussão sobre a capacidade de inclusão
das cotas, elas se expandiram também para alunos vindos de escolas
públicas e deficientes físicos, dando origem a uma cota social e não
apenas racial, como era antes.
É claro que muitas ações foram impetradas contra esse
sistema de cotas sob o argumento de que elas eram
inconstitucionais, mas no inicio de 2012, o STF decidiu sobre a
constitucionalidade do sistema de cotas e por isso, somente no
segundo semestre de 2012, a presidente Dilma sancionou a
Lei de Cotas (Lei nº 12.711/2012).
A nova lei institui reserva de 50% das vagas das instituições
federais de educação, e agora, em 2013, já irá contar,
obrigatoriamente, com 12,5% das vagas totais e aumentar
progressivamente nos próximos quatro anos até atingir os 50 %
legais.
Segundo o site do governo federal, metade das vagas de
qualquer instituição federal será destinada aos ex-alunos da rede
pública e deverão ser preenchidas por negros, pardos e indígenas, em
proporção à composição da população do estado em que a instituição
se situa, cabendo ao aluno informar a que grupo racial pertence.
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a
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Além disso, metade do total de cotas, ou seja, 25 % das

vagas totais deverão ser preenchidas com estudantes vindos de
famílias com renda igual ou inferior a 1,5 salários-mínimos per capita.
Enfim, pessoal, o fato é que já faz tempo que o ensino
superior era um retrato das desigualdades sociais e raciais do Brasil e
o modo como a sociedade e o governo devem tratar a questão, seja
como sistema de cotas raciais ou outra proposta, ainda não é um
consenso no país.
Apesar de ser uma questão de 2011, pode-se utilizá-la,
tendo em vista que essa retrospectiva ajudará a entender como a
literatura vem tratando questões referentes ao racismo.
6 - (FCC / Escriturário-Banco do Brasil / 2011) O escritor (...)

era racista? Eis uma polêmica que vai e volta na vida cultural
brasileira e recentemente foi reativada pelo Conselho Federal
de Educação. No ano de 2010, o organismo emitiu um parecer
classificando o livro, de 1933, como racista. Na análise, eram
citados trechos da obra em que a personagem (...), que é
negra, era tratada de forma ofensiva. O Conselho Federal de
Educação endossou, na verdade, uma corrente acadêmica que
já há algum tempo vê sinais de racismo no tratamento
dispensado à personagem ao longo da obra infantil do
escritor. Embora o Ministério da Educação tenha vetado o
parecer, alguns estados, como Mato Grosso e Paraíba,
chegaram a tirar o livro do currículo escolar. (Adaptada)
(http://bravonline.abril.com.br/conteudo/literatura/-racismo-629711.shtml)
O escritor alvo da polêmica é

(A) José Lins do Rego.
(B) José de Alencar.
(C) Monteiro Lobato.
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(D) Machado de Assis.

(E) Graciliano Ramos.
COMENTÁRIOS
A letra correta é a C, Monteiro Lobato. Como indicado
no enunciado da questão, este autor já foi motivo de grandes
discussões sobre a existência de racismo em suas obras,
principalmente no que diz respeito ao tratamento dado à figura do
negro.
O debate acadêmico sobre o assunto já rendeu e rende
muitas discussões. Mas, desde outubro de 2010, a polêmica voltou,
quando o CNE (Conselho Nacional de Educação) publicou parecer,
aprovado por unanimidade, que recomendava que “Caçadas de
Pedrinho” fosse distribuídos às escolas públicas com nota explicativa
sobre a presença de estereótipos raciais na obra. E a discussão não
acaba aí.
Alguns profissionais da educação recomendam que a obra
de Lobato seja usada para exemplificar as heranças da escravidão no
Brasil. Outros optam por abandonar o uso destes livros nas escolas.
Outros, ainda, defendem que as obras são de ficção e devem ser
tratadas como tal. Enfim, o assunto faz parte de um debate muito
maior e que requer a atenção de todos “concurseiros”: a questão das
minorias, as leis de inclusão, o racismo, as heranças históricas da
sociedade brasileira etc.
Mas o fato, pessoal, é que a polêmica sobre racismo nas
obras do autor Monteiro Lobato ainda não foi encerrada e continuou
correndo por todo o mês de setembro de 2012 sem alcançar nenhum
consenso nas audiências de conciliação realizadas até o início de
outubro 2012 no STF (Supremo Tribunal Federal).
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a
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7 - (QUADRIX / Analista de Processamento - Dataprev / 2011)

"Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
De luares, de neves, de neblinas!
Ó Formas vagas, fluídas, cristalinas...
Incensos dos turíbulos das aras... "
(Antífona)
Há 150 anos nascia o autor desses famosos versos. Filho de
negros alforriados, o poeta catarinense é considerado um dos
precursores do estilo simbolista na literatura brasileira. Uma
das marcas centrais de sua poesia é a obsessão pela cor
branca. Entre suas principais obras estão Missal e Broqueis
(da qual foi retirado o excerto do poema acima), publicadas
ambas em 1893. O poeta em questão é de:
(A) Castro Alves.
(B) Cruz e Sousa.
(C) Olavo Bilac.
(D) Gonçalves de Magalhães.
(E) Cesário Verde.
COMENTÁRIOS
A alternativa correta é a letra B: Cruz e Sousa. João da
Cruz e Sousa nasceu em Desterro, atual Florianópolis. Era filho de
escravos alforriados pelo Marechal Guilherme Xavier de Sousa e foi
acolhido pelo mesmo Marechal e sua esposa como o filho que não
tiveram. Teve boa educação, estudando na melhor escola secundária
da região. Mas, após a morte dos “protetores” deixou os estudos para
trabalhar.
Por ser negro, sofreu muitas perseguições e mudou-se para
o Rio de Janeiro em 1890, passando a ter contato com a poesia
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a
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simbolista francesa, publicou a obra, Missal e Broquéis, em 1893.

Mesmo com o reconhecimento de sua obra, Cruz e Sousa não
conseguiu boa colocação na sociedade carioca, conseguindo emprego
na Estrada de Ferro Central.
Casou-se com Gavita, negra, com quem teve quatro filhos
(dois morreram). Sua esposa foi internada em hospitais psiquiátricos.
Posteriormente, o poeta contraiu tuberculose e foi tratar-se em Sítio,
cidade do interior mineiro, onde faleceu aos 36 anos de idade.
A obra do poeta é marcada pela musicalidade, pelo
individualismo, pelo sensualismo, algumas vezes pelo desespero ou
apaziguamento, no entanto, segundo analistas literários, tem forte
marca e obsessão pela cor branca e tudo o que pode remeter a ela:
transparência, translucidez, nebulosidade e brilho. Por ser negro,
recebeu as alcunhas: Cisne Negro e Dante Negro.
Bem, amigos, como já falei e vocês também já devem ter
observado, os temas dessa aula são temas bastante diversos, não é
mesmo?
2 – A Renúncia do Papa Bento XVI

Agora vamos abordar outro tema que foi muito falado nos
meios de comunicação do mundo e que causou espanto, indagações e
especulações no mundo inteiro. A Renúncia do Papa Bento XVI. Quais
teriam sido os verdadeiros motivos que levaram o Papa Bento XVI a
renunciar? Fiéis, especialistas, cada um tem uma resposta, uma
versão. Uma guerra de possibilidades, suspeitas e versões sobre o
verdadeiro motivo da renúncia do Papa Bento XVI.
Especulações à parte, vamos tentar entender os
acontecimentos! O anúncio da renúncia do Papa Bento XVI no dia
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11/02/13 causou surpresa, mas não pode ser considerado um

movimento tão inesperado.
O fato é que Bento XVI teve um mandato marcado por
tensões com outros líderes religiosos.
Em janeiro de 2011, horas depois de um atentado a bomba
matar 21 pessoas que deixavam uma igreja egípcia após missa, o
papa Bento XVI prega que o fundamentalismo pretende impor a
religião a todos pela força, animando os cristãos a permanecer firmes
diante da intolerância e da violência, e ainda condenou a ampliação
da campanha contra os cristãos no Oriente Médio.
Paralelo a isso, aconteceu dentro da própria igreja católica
uma série de denúncias de novos casos de pedofilia envolvendo
clérigos, surgindo aí a demanda por uma Igreja Católica mais aberta.
E deu para perceber que o pontífice vivia sob constante
pressão se tornando mais evidente em delicados escândalos, como o
do mordomo que foi mandado para a prisão por revelar documentos
que deixavam claro o jogo de poder nos corredores do Vaticano. Tal
escândalo ficou conhecido como “Vatileaks”.
Que caso foi esse? Em janeiro de 2012, foram reveladas
duas cartas do arcebispo Carlo Maria Viganò endereçadas ao papa. As
cartas tinham queixas sobre a corrupção no alto escalão do Vaticano.
A acusação dava a entender que Tarcísio Bertone, se não era um dos
corrompidos, teria pelo menos fechado os olhos para diversos fatos
graves. Viganò foi vice-governador do Vaticano entre 2009 e 2011 e
tentou acabar com a corrupção, o nepotismo e com os contratos com
preços inflacionados.
Porém, quando levou os fatos ao conhecimento de Bento
XVI, foi afastado e transferido para um posto nos Estados Unidos.
Posteriormente, após investigações, de acordo com a revista do
grupo Mondadori, propriedade da família Berlusconi, foi apresentado
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CURSO ONLINE
ao papa, um amplo relatório com documentação, entrevistas e

interrogatórios, que revelaram uma grande "resistência na Cúria à
mudança e muitos obstáculos às ações pedidas pelo papa para
promover a transparência".
Houve ainda o escândalo do Banco do Vaticano (instituição
financeira privada sediada na cidade do Vaticano), em que se viu que
o Papa tinha muita dificuldade de impor as regras mínimas da União
Europeia contra a lavagem de dinheiro.
O Banco do Vaticano foi fundado em 1942, com o objetivo
de administrar os bens destinados a obras religiosas e de caridade,
sendo que a instituição aceita depósitos apenas de altos
representantes e entidades da Igreja. É dirigido por um presidente,
que presta contas a um grupo de cinco cardeais que, por sua vez,
reporta ao Vaticano. Há um ano, a revista Forbes chamava-lhe “o
banco mais secreto do mundo”, já que quase nada se sabe sobre as
operações e transações de rotina da instituição.
Há anos que a Santa Sé trabalha para atingir os padrões
europeus em nível da luta contra a lavagem de dinheiro e
financiamento de terrorismo, tentando limpar a sua imagem de
"paraíso fiscal" e juntar-se à chamada "lista branca" dos Estados que
reprimem a fraude fiscal. O Banco do Vaticano é comandado por um
presidente e por um diretor geral que se reportam diretamente ao
Papa. Em caso de vacância do cargo, como o que pode ocorrer em
caso de morte ou renúncia do pontífice, eles respondem apenas ao
camerlengo, que atualmente com a renúncia do papa, será o cardeal
Tarcísio Bertone.
Para o teólogo Rafael Rodrigues da Silva, tudo isso criou um
conjunto de fatores políticos sérios que o desgastaram ainda mais
devido a sua idade. Quando assumiu o cargo, em 19 de abril de
2005, ele já estava com 77 anos. Teria sido um problema de saúde?
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Somente no dia 12/02/13, o Vaticano revelou que o Papa

usa um marca-passo, um aparelho para controlar o ritmo do coração.
Interessante é que ninguém fora do círculo do Papa sabia que ele
dependia do aparelho há 10 anos. O porta-voz do Vaticano, padre
Federico Lombardi, garantiu que isso não tem qualquer relação com a
decisão de Bento XVI em deixar a liderança da Igreja Católica. Bento
XVI se tornará o primeiro Papa a renunciar nos últimos 600 anos, o
último foi Gregório XII, que deixou o cargo em 1415.
Fontes próximas ao Vaticano, afirmam que a exaustão não
tem a ver apenas com a sua saúde, mas também com a disputa de
poder que marcou seus últimos meses no trono. A renúncia teria sido
uma reação extrema ao que muitos classificam de governo paralelo,
que teria se formado à sua sombra e sob comando do cardeal Tarcisio
Bertone.
Acontece que, enquanto não é realizado o conclave para
escolher o novo papa (deverá acontecer antes da Páscoa), o cardeal
Tarcísio Bertone, de 78 anos, terá seu poder ampliado assumindo o
posto de camerlengo e deverá administrar o Vaticano, com o auxílio
de três cardeais, sendo que um deles é o decano e deverá organizar a
eleição do novo papa.
No 15/02/13, o papa Bento XVI indicou um novo presidente
para o Banco do Vaticano, que estava há nove meses sem um
dirigente. O novo presidente do banco, é o advogado alemão Ernst
Von Freyberg, que, em meio a tantos acontecimentos, tem como
missão restaurar a imagem da instituição. Ernst Von Fryberg é muito
católico e membro da tradicional Ordem dos Cavaleiros de Malta e
especialista em finanças.
É mais um momento crucial para a Igreja Católica: novo
Papa, novos caminhos, novas ideias, novas diretrizes. Para os
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críticos, a igreja precisa se modernizar, abrir mão da oposição às

mudanças. Para os conservadores, a igreja é o que é.
Acredita-se que o conclave acontecerá sem que haja um
candidato forte, embora todos os olhares estejam voltados a cardeais
de igrejas dinâmicas e jovens, como a africana e a latino-americana e
são muitos os que acreditam que o futuro papa não será italiano,
devido ao empecilho causado pelo escândalo "Vatileaks".
A ELEIÇÃO DO PAPA
Em fevereiro a imprensa anunciava que os 115 cardeais
eleitores iniciariam, no Vaticano, o conclave para a escolha do
sucessor do papa Bento XVI, que renunciou em 28 de fevereiro de
2013. Também foi anunciado pela imprensa italiana os grandes
favoritos: o arcebispo de Milão, Ângelo Scola, de 71 anos, o arcebispo
de São Paulo, Odilo Scherer, de 63 anos, o canadense Marc Ouellet,
de 68 anos, e o arcebispo de Boston, Sean O'Malley, também com 68
anos. Para ser eleito Papa, um cardeal necessita de dois terços dos
votos dos seus colegas.
A expectativa dos vaticanistas é a de um conclave de curta
duração. A partir do dia 13/02/13 houve quatro votações por dia,
duas no período da manhã e duas à tarde.
O comunicado se dá através da cor da fumaça. Depois de
cada escrutínio, os boletins são queimados, e em caso de indefinição,
um produto químico é adicionado e uma fumaça negra é emitida.
Caso a eleição seja bem-sucedida, a fumaça é branca, e os sinos da
Igreja de São Pedro indicam que o Papa foi eleito.
As votações decorreram até que um nome obtivesse a

maioria de dois terços. O voto, é e foi secreto e as abstenções
proibidas, após três dias de votação, há uma pausa de um dia para
36
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oração e reflexão, que é seguida de sete novos dias de votação e

uma nova pausa.
Como funciona essa votação, professora, e se ninguém

obtiver a maioria de dois terços? A Igreja ficará sem um papa? Claro
que não, meus amigos! Acontece que, após 34 votações, caso ainda
não haja um novo Papa, a disputa fica entre os dois candidatos mais
votados. Nesse caso, ambos não participam da votação final.
Mas vamos ver como ocorreram as eleições para a escolha

do novo papa?
A eleição aconteceu mais rápido do que o esperado,

13/03/13, a fumaça branca saiu da chaminé da Capela Sistina,
sinalizando que os cardeais elegeram um novo papa para suceder
Bento XVI e assumir o comando da Igreja Católica, e isso em apenas
cinco rodadas. Rápido mesmo, concordam?
Entretanto, a grande surpresa após a renúncia do papa

Bento XVI foi a eleição do argentino Jorge Mario Bergoglio (arcebispo
de Buenos Aires), primeiro pontífice não europeu em quase 1,3 mil
anos e que não era um dos apontados como favorito. Para muitos foi
uma surpresa boa, porque a eleição do primeiro papa latino
americano abre a esperança de que o comando da Igreja Católica se
aproxime mais da realidade da região e que este se preocupe mais
com a violência, com a pobreza, com a marginalidade da América
Latina.
O nome papal escolhido pelo cardeal Bergoglio é Francisco I.
O que agradou a todos, visto que São Francisco de Assis é um santo
de muita humildade e de dedicação aos pobres e aos necessitados. O
Papa começou seu mandato enfatizando a humildade: "Pedimos a
Jesus ressuscitado, que transforma a morte em vida, para
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transformar o ódio em amor, a vingança em perdão, a guerra em

paz." Mencionou regiões problemáticas do mundo: "Paz para o
Oriente Médio, e particularmente entre israelenses e palestinos, que
lutam para encontrar o caminho do acordo e possam ter a vontade e
a coragem de retomar negociações para encontrar o fim de um
conflito que já dura há muito tempo ." Em relação à África, o Papa
referiu-se ao Mali , à Nigéria - "onde os ataques lamentavelmente
continuam” , acrescentando: "Paz na Ásia, acima de tudo na
Península Coreana : que os desacordos sejam superados e cresça um
renovado espírito da reconciliação."
Tá bom, professora, mas quem é Mário Bergoglio? Bom,
meus amigos, vamos dar uma olhada em sua vida religiosa e sua
atuação dentro das comunidades e para tirarmos nossas conclusões,
né mesmo!
Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, capital da
Argentina, em 17/12/36, filho de um casal de italianos, Mario e
Regina Bergoglio. Foi ordenado sacerdote em 1969, nomeado bispo
titular de Auca e auxiliar de Buenos Aires pelo papa João Paulo II em
1992. No mesmo ano, ele foi confirmado como bispo titular da capital
argentina.
Na Argentina, Bergoglio é conhecido pelo conservadorismo e
pela batalha contra o kirchnerismo, e também costuma apoiar
programas sociais e desafiar publicamente políticas de livre mercado.
É considerado um ortodoxo conservador em assuntos relacionados à
sexualidade, se opondo firmemente contra o aborto, o casamento
entre pessoas do mesmo sexo e o uso de métodos contraceptivos.
Em 2010, entrou em controvérsia pública com a presidente
Cristina Kirchener ao afirmar que a adoção feita por casais gays
provoca discriminação contra as crianças.
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Ixi! Será que o papa Francisco I, vai ser o continuísmo de

Bento XVI? Vamos ver como andam as “coisas” por lá!
Alguns dos cléricos próximos a Francisco I testemunham a
favor de sua humildade e renúncia. Na noite em que foi eleito, o novo
Papa, ligou para o Núncio Apostólico em Buenos Aires solicitando que
os fiéis argentinos não fossem à inauguração de seu pontificado.
Sugeriu que o dinheiro das viagens fosse canalizado aos pobres, não
que este dispensasse a presença dos argentinos, mas queria
demonstrar sua solidariedade aos menos favorecidos. Outra
característica do novo papa é a simplicidade. Mesmo após eleito, no
refeitório foi assentar-se com os outros cléricos, além de não ter
aderido aos aparatos de seguranças e viaturas, seguiu de ônibus com
os cardeais e, em seguida, recusou o calçado vermelho e a capa
vermelha destinada aos papas, assim como recusou a cruz de ouro e
pedras preciosas.
Porém, ao que tudo indica, o Conservadorismo de Bento XVI
e João Paulo II deve ser mantido por Francisco I, pois este
recomendou que a congregação continuasse na linha perseguida por
Bento XVI , para agir com determinação nos casos de abusos sexuais
praticados pela Igreja. Sabemos que Bento XVI também prometeu
livrar a Igreja da "sujeira" do abuso clerical, mas críticos o acusam de
ter acobertado casos de assédio no passado e ter falhado em
proteger crianças de padres pedófilos. Vítimas de abusos sexuais
exigiram uma forte resposta do novo papa sobre a crise.
Em relação aos escândalos passados, em 10/04/2013, o
vaticano sinalizou sobre a necessidade de ampliar a transparência e
livrar-se da reputação de finanças obscuras após um ano no qual,
documentos alegando corrupção no trato de seus negócios, foram
vazados pelo mordomo de Bento XVI. Grande parte das críticas da
falta de transparência financeira do Vaticano tem se concentrado no
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Instituto para as Obras Religiosas (IOR), o Banco do Vaticano, que

tem estado no centro de escândalos repetidos ao longo dos anos.
Tudo certo, professora! Mas, e a agenda de Bento XVI, o

Papa Francisco I vai conseguir cumprir? Claroooo! Principalmente a
38ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que é o maior encontro de
jovens católicos do mundo, e foi criado pelo Beato João Paulo II em
1984. A JMJ Rio 2013 reunirá mais de dois milhões de jovens. Mas o
que é mesmo a JMJ? Vamos falar só um pouquinho sobre esse
evento?
A XXVIII Jornada Mundial da Juventude acontecerá de

23 a 28 de julho de 2013 na cidade do Rio de Janeiro.
Durante a visita do Papa Bento XVI ao Brasil no dia 10 de
maio de 2007, no encontro com os jovens no Estádio do Pacaembu, a
Igreja Católica Brasileira através de Dom Eduardo Pinheiro (na época
o bispo responsável pelo Setor Juventude da CNBB), apresentava a
disposição em sediar uma Jornada Mundial da Juventude.
Aos 21 de agosto de 2011, Bento XVI anunciou que a cidade
do Rio de Janeiro será a sede da 38ª Jornada Mundial da Juventude.
No dia 24 de agosto de 2011 o Papa Bento XVI escolheu o
tema para a Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro. O tema
é um versículo do Evangelho de Mateus: Ide, pois, fazer discípulos
entre todas as nações! (Mt 28, 19)
Com dois anos de antecedência da Jornada Mundial da
Juventude 2013, o Brasil recebeu a Cruz dos Jovens e o Ícone de
Nossa Senhora, símbolos das jornadas, no dia 18 de setembro de
2011 em um grande evento, intitulado de Bote Fé na capital de São
Paulo, iniciando a peregrinação da cruz e do ícone pelas dioceses
brasileiras e por outros países, como: Argentina, Uruguai, Paraguai e
Chile. E já está confirmado que essa será a primeira visita
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internacional do Papa Francisco, sucessor de Bento XVI, após a sua

eleição em 13 de março de 2013.
Bom meus amigos, o novo pontífice tem se mostrado
caloroso, afetuoso, descontraído e com muita garra para enfrentar os
desafios de administrar uma igreja controversa, com seus conflitos e
dualidades, mas, acima de tudo, de evangelizar!
Mas como isso pode ser cobrado em prova?
08 - (INÉDITA/2013) O papa Bento XVI, no dia 18/02/2013,

quarta-feira de cinzas, usou o Evangelho segundo Mateus para
criticar o que define como "hipocrisia religiosa",
"individualismos" e "vaidades" no interior da Igreja. o
impacto de tais palavras causou indagações e suspeitas,
dentre elas podemos destacar que os escândalos ocorrido
dentro da Santa Sé e o isolamento político o teriam levando a
decisão extrema de renunciar. VERDADEIRA OU FALSA?
COMENTÁRIOS
Basta ler as palavras que ele disse na homilia de quarta-
feira para entender o que está ocorrendo. Nada pode ser mais claro.
Sempre houve uma disputa de poder, mas ficou mais intenso no
período de Bento XVI. Após vários escândalos, e a certeza da
"resistência na Cúria à mudança e muitos obstáculos às ações
pedidas pelo papa para promover a transparência", o levaram ao
isolamento político e a sua renúncia. Portanto, essa assertiva é
verdadeira.
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09 – (INÉDITA/2013) A história da igreja nunca foi palco de

uma renúncia papal tão envolta em diferenças de fé, de poder
e autoridade. VERDADEIRA OU FALSA a assertiva?
COMENTÁRIOS
Bom, meus amigos, a história nos apresenta exatamente o
oposto da afirmativa. Todas as renúncias papais ocorridas sempre
estiveram atreladas a diferenças de fé e autoridade. Segundo um
especialista espanhol, 22 papas renunciaram ou foram obrigados a
renunciar antes de Bento XVI. Vamos nos ater a última renuncia
ocorrida.
A última renúncia de um chefe da Igreja Católica ocorreu há
598 anos, em 1415. Trata-se do papa Gregório XII, que se destituiu
do ministério durante o Concílio de Constança, época extremamente
conturbada e confusa do cisma, quando três papas dividiam o poder
na cristandade. Vamos entender um pouco sobre esse cisma?
Entre os séculos I e XI, todos os cristãos estavam reunidos
em uma mesma Igreja, chamada de católica. E até o século IV,
enquanto Roma ainda era a capital do Império, seu bispo exercia
maior influência sobre as decisões da Igreja, acreditando que sua
autoridade vinha de São Pedro, que é considerado o primeiro papa.
Com o tempo, os bispos do Império Bizantino começaram a contestar
a supremacia do bispo de Roma.
Por causa desse conflito, o patriarca de Constantinopla
acabou rompendo com o papa. Essa divisão, conhecida como Grande
Cisma ou Cisma do Oriente, ocorreu em 1054. Com ela, surgiram
duas instituições religiosas totalmente independentes uma da outra:
A Igreja Cristã Ortodoxa, com sede em Constantinopla (atual
Istambul), e a Igreja Católica Apostólica Romana, com sede em
Roma.
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Após acesa discussão, que incluiu interferência e ameaças

dos poderes seculares, o Concílio recomendou a abdicação dos três
papas e a eleição de um único novo papa de consenso geral.
Em 1415, o Papa Gregório XII anunciou a saída do cargo
para encerrar uma disputa com um candidato rival à Santa Sé.
Portanto, essa assertiva é falsa.
Manifestações populares no Brasil

Bem, amigos, falar dessas manifestações requer um enorme
cuidado, pois nada é tão simples como muitos veículos de
comunicação tentaram fazer parecer. Hoje podemos dizer que o
estopim de tudo isso foi o aumento em R$0,20 das passagens de
ônibus pelos governos de São Paulo e do Rio de Janeiro, no entanto a
população tomou as ruas para protestar tanto contra este aumento
quanto contra a qualidade dos transportes e serviços públicos
caóticos do país.
Apesar de alguns “manifestantes” se comportarem como
vândalos a maior parte do movimento era pacífico e iniciou uma
verdadeira cruzada de insatisfação popular contra vários problemas
sociais latentes na sociedade brasileira. O fato é que as
manifestações ocorridas no mês de junho, literalmente tomaram as
ruas das principais capitais e repercutiu na comunidade internacional,
que inclusive passou a apoiar os protestos no Brasil.
Assim, o apoio popular cresceu descontroladamente e, além
desses, outros motivos foram emergindo como os gastos com uma
Copa do Mundo, a péssima qualidade das escolas e hospitais públicos
e a forma de se fazer política em nosso país. Em meio a toda essa
manifestação alguns projetos se destacaram dentre as reclamações
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populares como a Proposta de Emenda Constitucional 37 - PEC37 - e

o projeto que ficou conhecido como “cura gay”.
Já que tocamos nesse assunto, vamos abordar um outro
que se relaciona com o homossexualismo e que também tem vários
âmbitos sociais polêmicos: a união homoafetiva.
(Questão inédita/Virginia Guimarães/2013) O mês de junho

foi marcado por manifestações populares que lembravam os
“cara-pintada” da era Collor já que foram compostas pelo
mesmo público jovem imbuídos do mesmo objetivo de
mudanças políticos-sociais.
Bem, amigos, talvez essa questão deixasse muitos de
vocês em dúvida, mas o fato é que existem diferenças significativas
entre esses dois movimentos populares. Em primeiro lugar, as
manifestações atuais vem clamando por uma mudança política de
forma ampla e não direcionada a atual presidente, Dilma Roussef,
como ocorreu na época dos “cara-pintada”.
Naquele momento, ou seja, há 20 anos, os estudantes do
antigo segundo grau (hoje ensino médio) e universitários saíram
pelas ruas de todo o País vestidos de preto, com as caras pintadas de
verde e amarelo, gritando "Fora, Collor". Eles acreditavam que iam
derrubar o primeiro presidente eleito no grito e comemoraram
quando a Câmara dos Deputados aprovou o processo de
impeachment de Fernando Collor de Mello. Ou seja, o clamor popular
estava completamente direcionado a retirada do presidente do poder,
diferente das manifestações atuais, que englobam pessoas de todas
as idades que possuem o mesmo sentimento de insatisfação com a
forma como o país vem sendo governado num geral, independente de
uma figura política única. Portanto a questão está errada.
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União Homoafetiva
Bem, amigos, este é um dos assuntos muito polêmicos
desde 2011 quando o STF reconheceu a união estável entre pessoas
do mesmo sexo. Desde então já se imaginava que seria questão de
tempo até o casamento ser legalmente consentido. Mas vocês podem
estar se perguntando que diferença faz? O que o novo entendimento
do STF sobre uniões homoafetivas modifica na vida desses casais?
Afinal, eles já podem se casar?
Sim e não. Depende do conceito que daremos a casamento,
pois como diziam lá no interior de Minas: “juntado com fé casado
é...” (rsrsrs) e depende do estado em questão.
Esse ditado popular acaba se materializando com a união
estável que é um contrato, no qual os parceiros possuem
praticamente os mesmo direitos de outro casal casado.
Mas o que diferencia o casamento da união estável?
Bem, a diferença fica muito mais forte quando pensamos no
fim do relacionamento do que no seu durante.
Explico: enquanto os casais estiverem juntos não há
diferenças significativas entre os direitos e deveres, mas em caso de
separação ou morte do cônjuge o casamento confere um direito
inquestionável, quase que imediato ao parceiro e a união estável,
não. No segundo caso é mais burocrático, é preciso provar que a
união estável existia para se ter direito aos “benefícios” garantidos ao
fim de uma relação.
No início do mês de maio de 2011 o Superior Tribunal
Federal equiparou os direitos e deveres de casais heterossexuais e
homossexuais, sendo que este último grupo passou, a partir de
então, a desfrutar de novos direitos civis.
A decisão do STF faz com que a união homoafetiva fosse
reconhecida como uma entidade familiar, e o que isso quer dizer?
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Quer dizer que ela passou a ser regida pelas mesmas regras que se
aplicavam à união estável dos casais heterossexuais, conforme
previsto no Código Civil.
Assim, os parceiros em união estável homoafetiva, também
podem declarar regime de comunhão parcial de bens, os
companheiros ganham direito a pedir pensão em caso de separação
judicial e o INSS concede pensão por morte do companheiro.Além
disso, uma série de outros direitos é reconhecida, como ser declarado
dependente no imposto de renda, no plano de saúde e facilitação
para adoção de crianças.
Enfim, amigos, sei que esse é um assunto muito polêmico e
que gera mil incômodos em determinados grupos. Alguns chamam de
“fim dos tempos, obra do demônio, barbaridade”; outros dizem que é
um “avanço social, o progresso, a evolução”. Particularmente não me
importa o nome que dão ao que é esta mudança social, mas o fato é
que ela está acontecendo.
Valores sociais estão sendo questionados e revistos e isso
pode ser apenas a pontinha de uma série de transformações sociais
que estavam latentes e parecem ter encontrado um momento
propício para florescerem.
Um exemplo forte dessas modificações se tornou
nacionalmente conhecido nos primeiros dias do mês de março de
2012, quando, pela primeira vez no país, um casal homoafetivo
pernambucano conseguiu na Justiça uma sentença favorável ao
registro de um filho, concebido a partir de inseminação artificial, com
dupla paternidade.
O fato é que o homossexualismo tem ganhado relevante
destaque no mundo jurídico e político (como vimos durante as
manifestações populares) pelo fato de se configurar opção evidente
em considerável parte da população mundial.
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Exemplo disso foi a aprovação pela Comissão de Direitos

Humanos e Legislação Participativa (CDH) do projeto de lei da
senadora Marta Suplicy (PT-SP) que introduz no Código Civil a união
estável entre casais homossexuais e a possibilidade da conversão
dessa união em casamento civil, além do arquivamento do projeto
conhecido como a “cura Gay”
É claro, pessoal, que essas modificações jurídicas não
interferem nos critérios adotados pelas igrejas para o casamento
religioso, mas evita que a autorização de realizar o casamento entre
pessoas do mesmo sexo seja uma discricionariedade dos juízes
estaduais.
Desde maio de 2013 o Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
aprovou nesta por maioria de votos (14 a 1), uma resolução que
obriga os cartórios de todo o país a celebrar o casamento civil e
converter a união estável homoafetiva em casamento.
Essa decisão ainda poderá ser questionada no Supremo

Tribunal Federal (STF), mas o fato é que os cartórios não poderão
mais rejeitar o pedido, como acontecia atualmente em alguns casos.
(Questão Inédita/ Virgínia Guimarães- 2013) Apesar do STF

ter equiparado os direitos e deveres de casais heterossexuais
e homossexuais, o casamento civil entre pessoas do mesmo
sexo, ainda é legalmente proibido no Brasil.
Comentários
A questão está errada. O primeiro casamento civil
homoafetivo foi realizado em 2012 no Estado do Espírito Santo entre
duas mulheres. Mesmo sem ter, na época, a decisão do CNJ o
cartório acatou a decisão do juiz local.
Para concretizar a união estável, o casal homossexual
precisava seguir os trâmites em cartório e era necessário que
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pedissem a conversão da união estável em casamento – o que ficava

a critério de cada cartório, que podia ou não conceder.
Agora, a conversão passa a ser obrigatória e efetivada por
meio de ato administrativo, dentro do próprio cartório, já que embora
seja um órgão extrajudicial, ele é subordinado ao TJ do estado.
O casamento civil de homossexuais também está em
discussão no Congresso Nacional, mas até o momento nada foi
resolvido efetivamente.
Assim, enquanto a decisão do CNJ não for questionada e
derrubada pelo no STF não há mais necessidade de decisão judicial
nem de “boa vontade” do cartório A ou B, uma vez que TODOS estão
obrigados a efetivar a união.
Bom, como falei anteriormente um dos estopins das

manifestações populares foi o transporte público brasileiro e na
contramão de toda essa falta de qualidade temos um dos maiores
exemplos do mundo: o metrô de Londres.
150 anos do metrô de Londres

Vamos iniciar nossa conversa falando sobre um grande
marco histórico e artístico inglês. Estaremos vendo um pouco sobre o
metrô de Londres que completou em 09 de janeiro de 2013, 150
anos. Interessante, que eu fui conhecendo a importância desse metrô
durante o estudo para a preparação dessa aula. Estão vendo como o
mundo é grande e cheio de coisas a descobrir? Então, “bora” para
mais uma viagem! rsrs
O metrô de Londres é o maior e mais antigo metrô do mundo.
Conhecido pelos ingleses por The Tube, devido ao formato dos túneis,
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é um grande marco e mantém sua imponência mesmo após tantos

anos.
O primeiro metrô a fazer história
O primeiro metrô do mundo foi criado por pura necessidade.

No começo do século 19, as ruas da capital britânica estavam
completamente entupidas de carroças, carruagens e ônibus de dois
andares puxados a cavalos. O criador do trem subterrâneo em
Londres, Charles Pearson, disse certa vez que a única solução para os
constantes engarrafamentos era transferir o transporte coletivo para
cima de viadutos ou para debaixo da terra.
A administração pública decidiu-se pela segunda opção. O
trem passaria por um túnel cavado entre os fundamentos de uma
fileira de prédios. Sob o comando de seu criador estavam 3.500
operários que começaram a arrancar casebres e barracos, deixando
sem teto 12 mil pessoas, justamente da camada mais pobre da
população. O sistema de dutos só se tornou possível graças à grossa
camada de argila, que permitia escavações durante certo período de
tempo sem que o túnel desabasse.
Outro desafio era a forma de tração. Como ainda não havia
sido inventada a energia elétrica, os trens subterrâneos de Londres
começaram sendo movidos a vapor, em 09 de janeiro de 1893.
Os gases eram recolhidos num vagão especial e só liberados
fora do túnel. O sistema, entretanto, não era ideal, conforme noticiou
o jornal Observer de 12 de janeiro de 1863:
"Apesar da excelente ventilação, os funcionários já
começaram a sentir os efeitos negativos. Dois homens intoxicaram-
se com o ar contaminado e tiveram que ser hospitalizados. (...)
Infelizmente, é preciso reconhecer que o sistema de ventilação ainda
não está apurado o suficiente.
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Por esse motivo, o primeiro traçado do metrô de Londres

não era totalmente subterrâneo. Em alguns locais, os trilhos estavam
abaixo do nível do solo, mas a céu aberto. Só a partir de 1890, com o
advento da eletricidade, o traçado passou a ser todo debaixo da
terra, pois não havia mais problemas de ventilação.
A sua importância histórica é tão grande que pelas piores
razões, o metrô de Londres acabou por servir de abrigo face aos
bombardeamentos da Segunda Guerra Mundial. Foram ainda
construídos túneis abaixo do nível das linhas metropolitanas para
proteção da população, apesar de, no início, o governo não ter
promovido essa solução, esta veio a revelar-se uma forma célere e
eficaz de fugir à tragédia. Recursos básicos de sobrevivência foram
disponibilizados para quem necessitasse (WC’s, camas e comida),
fosse população local ou personalidades políticas do país.
Ao longo de século e meio tornou-se popular, não só entre
os londrinos como entre os turistas, que reconhecem com facilidade o
seu símbolo: um círculo vermelho com uma faixa azul. Nas lojas de
recordações não faltam ímans, t-shirts,( camiseta, blusa de algodão,
de mangas curtas e de formato em "T"é dado esse nome por causa
do formato em "T"), canecas e outros produtos com o símbolo do
metro de Londres e o clássico aviso "Mind the Gap" (Cuidado com o
vão). Na realidade a expressão Mind the Gap, é apenas uma parte
do aviso, o aviso total é: Please, mind the gap between the train and
the platform! (Por favor, tenha atenção ao vão entre o comboio e a
plataforma).
O metrô de Londres e a cultura

Pode dizer-se que o reconhecimento dado ao metrô de
Londres contribuiu para a recriação de uma cultura do povo. Tornou-
se, principalmente, num marco artístico, pelo traçado clássico do seu
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mapa (o diagrama inovador do metro de Londres foi caracterizado

por alguns como verdadeira arte urbana), pela estrutura dos edifícios,
mas também pelos "posters" publicitários. O redesenho modernista e
“art déco” já no século XX, que afetou muitas estações de forma
profunda, a presença de esculturas “avant-garde” de artistas como
Eric Gill e Henry Moore, os azulejos eduardinos nas estações não
primitivas da linha de Piccadilly ou de Bakerloo (apesar da
necessidade de manutenção que alguns azulejos tiveram), são alguns
dos pontos de maior destaque. A importância histórica e arquitetônica
das estações viria a ser reconhecida e classificada, oficialmente, pela
“English Heritage”, um conselho protetor e promotor da cultura
inglesa.
O Tube, como é chamado, foi cenário de filmes e de séries
de televisão, inspirou músicas de bandas como os “The Jam” ou os
“Amateur Transplants”, literatura (por exemplo em “V for Vendetta”)
e até jogos, como “Mornington Crescent”.
Além da sua grandiosidade e pioneirismo, uma das grandes
marcas do metrô de Londres é a quantidade de fatos curiosos que
cruzam suas estações e veículos diariamente. Nestes 150 anos de
desenvolvimento, muita coisa bizarra e incrível aconteceu nesses
trens. Além de tudo isso, os corredores das estações ficam rodeados
de artistas de ruas fazendo performances, ora empolgantes, ora
irritantes, que movimentam ainda mais o lugar. É incrível a mistura
que ocorre no metrô de Londres. Sendo quase que um ponto turístico
e de convivência, ocorrendo até festas em suas estações.
Comemoração dos 150 anos
Importante salientar que a primeira viagem do metrô de

Londres aconteceu no dia 9 de janeiro de 1863, entre as estações
Paddington e Farringdon do então chamado Metropolitan Railway
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Para comemorar a data histórica, a concessionária que

administra o metrô e o Museu dos Transportes de Londres fizeram
uma parceria para criar vários eventos comemorativos ao longo do
ano. O início foi com 2 trens 1863!.a vapor especiais que recriaram o
trajeto inaugural de
Vejamos algumas curiosidades sobre esse meio de transporte

britânico.
• O metrô londrino transporta atualmente 1.107.000 de passageiros

por ano em 270 estações.
• A velocidade média de um trem do metrô é de 33 quilômetros por
hora.
• A cada dia, mais de mil pessoas esquecem algo no metrô. Todos
os objetos são enviados para um escritório no subsolo da Baker
Street, que emprega 40 funcionários em período integral. O local
armazena em média 200 mil objetos perdidos. Dentre os itens
mais estranhos que já estiveram ali se incluem espadas de
samurai, dentaduras, três morcegos mortos e uma lancha de 14
pés. Após três meses, os itens não reclamados são vendidos em
leilão ou doados.
• A estação desativada de Aldwych é exibida com frequência nas
telas de cinema. Já serviu de locação para cenas de Superman IV:
em Busca da Paz, Desejo e Reparação e V de Vingança.
• A profundidade subterrânea máxima do metrô fica em Holly Bush
Hill, Hampstead, onde as linhas da galeria estão 68,8 metros
abaixo do solo.
• A escada rolante mais longa fica na estação Angel, com 60 metros
e inclinação vertical de 27,5 metros.
• Baker Street é a estação com mais plataformas - um total de 10.
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• A estação de metrô mais movimentada de Londres é Waterloo,

onde embarcam 57.000 pessoas durante as três horas de pico do
período da manhã. Em termos de passageiros por ano, a estação
mais movimentada também é Waterloo, com 82 milhões.
• Durante 2011 e 2012, o metrô de Londres transportou uma
quantidade recorde de passageiros em 1.17 bilhões de viagens
realizadas.
Bom galera, se de início a rede era formada por 6 km de trilhos,
atualmente os trilhos cobrem cerca de 400km, com 268 estações.
Cresceu bastante né mesmo? Mas ainda estão previstos novas
expansões e revitalização de linhas antigas até 2025, o que vai
reafirmar seu status de maior do mundo.
E que venham mais 150 anos de muita mistura e curiosidades nos
túneis e estações do metrô de Londres!
DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO DE ANENCÉFALO
Este tem sido um assunto bastante polêmico e cuja votação

ocorreu em abril de 2012 pelo STF, contando 8 votos a favor e 2
contras.
Trata-se da “Descriminalização do aborto de fetos
anencefálicos”. Vamos entender o que é isso. De acordo com o
Conselho Federal de Medicina, anencefalia é a ausência total ou
parcial do cérebro, um feto anencefálico, é, portanto, um natimorto
cerebral; os bebês sobrevivem por minutos ou poucas horas. Em
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mais de 50% dos casos o coração do feto para de bater ainda na

gestação.
Este assunto é foi polêmico, que sensibilizou a sociedade
envolvendo grupos religiosos que se mostraram contra a
descriminalização. Durante a semana de votação, católicos,
evangélicos e espíritas fizeram vigília em frente ao prédio do STF,
pedindo que os ministros rejeitassem a descriminalização do aborto
argumentando que nestes casos esta decisão deveria ser legislada
pelo Congresso.
Para o STF esse tipo de gravidez é de alto risco para a
gestante, o que afasta a tese de aborto, nessa situação. "O
anencéfalo jamais se tornará uma pessoa”. Na discussão sobre o
tema, houve controvérsias contando inclusive com o voto contra e a
defesa de alguns ministros que comparou a interrupção da gravidez
nesses casos com a "morte de crianças fracas na idade média".
Esse assunto transitou por questões éticas e religiosas e não
apenas legais, houve ministro que começou o seu voto dizendo que
rezou pela manhã e pediu que Deus o ajudasse no seu voto, outro
falou da separação de Igreja e Estado, ressaltando que o Estado deve
ser neutro, não examinando o caso por orientações morais e
religiosas.
Por fim, o STF decidiu que gestantes de fetos anencefálicos
poderão interromper a gravidez com assistência médica.
Entretanto, alguns críticos do aborto de bebês nessa
situação citam um caso de 2008, em Patrocínio Paulista, interior de
São Paulo. Marcela de Jesus Ferreira tinha ausência parcial do
cérebro e sobreviveu um ano e oito meses, justamente pela ausência
não ser total e porque sua mãe, Cacilda Galante Ferrari, se recusou a
interromper a gravidez.
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No Brasil, até a decisão do STF, não era permitida a

interrupção da gravidez em casos de anencefálicos. A lei, de 1940,
prevê o abortamento em casos de estupro e quando a vida da
gestante está em risco.
Para tal interrupção da gravidez, o diagnóstico de
anencefalia deve ser feito com 100% de certeza; em condição
irreversível e letal em 100% dos casos; pois a gestação de um feto
anencefálico é de maior risco para a mulher. A interrupção da
gestação, nesse caso, não deve ser tratada como aborto, mas como
antecipação terapêutica do parto, visto não se confundir a anencefalia
com deficiência. A anencefalia é uma condição de inviabilidade de
vida extrauterina.
O advogado Luís Roberto Barroso, professor titular de
Direito Constitucional da Universidade Estadual do Rio de Janeiro
(UERJ), foi quem formulou e apresentou a ação no STF. Em sua
estratégia de argumentação, se apoiando em três teses:
Primeiro a de que a interrupção da gestação em caso de
feto anencefálico não constitui aborto, mas sim de “fato atípico”,
segundo o jargão jurídico, pois não há no Direito brasileiro, uma
definição do momento em que tem início a vida, porém existe uma
definição do momento da morte: é quando o cérebro para de
funcionar. A lei de transplantes de órgãos considera a morte como a
morte cerebral, encefálica. Desta forma o feto anencefálico não chega
nem a ter um início de vida cerebral, já que o cérebro não se formou.
O segundo ponto da defesa é que o código penal prevê duas
situações em que o aborto não será criminalizado: quando a gravidez
interrompida é resultado de estupro ou quando a gestação gera grave
risco para a vida da mãe. “Nesses dois casos, o feto tem
potencialidade de vida, porém o legislador, ponderando a
potencialidade de vida do feto com a vida da mãe, ou com a violência
55
a
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física e moral sofrida pela mulher, permite a interrupção da gravidez.

No caso da anencefalia, essa potencialidade de vida não existe.
Portanto, a interrupção da gestação é menos drástica, é menos
gravosa do que nos dois casos já previstos no código penal”, afirma o
advogado.
Segundo ele, o código penal só não prevê expressamente a
anencefalia como uma das exceções para a criminalização do aborto
porque, quando foi elaborado, em 1940, não havia possibilidade de
se fazer o diagnóstico.
Por fim, a última base para sustentar a defesa do aborto em
caso de anencefalia é a da dignidade da pessoa. Barroso diz que um
dos componentes da idéia do princípio da dignidade da pessoa
humana é o direito à integridade física e psicológica. Obrigar uma
mulher a levar a gestação de um bebê anencefálico adiante
significaria ferir esses direitos.
“Nós consideramos que essa imposição de um
prolongamento do sofrimento inútil dessa mulher viola a dignidade da
pessoa humana. Nós sustentamos que esse é um momento de
tragédia pessoal na vida da mulher. Algumas mulheres querem levar
a gestação a termo, outras não querem. Cada um tem o direito de se
comportar de acordo com seu sentimento e sua convicção. O Estado
não tem o direito de tomar essa decisão pela mulher”, conclui.
Observamos aqui, pessoal, que a tese agora é que fique a
cargo da mulher tomar a decisão de continuar ou não com a gestação
de um feto anencefálico, ao médico cabe informar do que se trata:
um caso gravíssimo, sem perspectiva de vida útil e sem tratamento.
A partir daí, a mulher decide o que quer fazer
Em suma, o que vimos é que o STF julgou não considerar a
antecipação terapêutica do parto em caso de anencefalia como
aborto, que é crime, pois põe fim à expectativa de vida do feto. Se o
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a
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feto anencéfalo não tem expectativa de vida, não há vida a ser

protegida. E se não há expectativa de vida a ser protegida, não há
aborto.
Bom, vamos ver como isso poderá ser cobrado em provas!
(Questão Inédita/ Virgínia Guimarães- 2013) A

descriminalização do aborto de anencéfalo, votada pelo STF
em abril de 2012, segundo seu relator Marco Aurélio Mello,
não fere o princípio fundamental de direito a vida, pois:
(A) está apoiada pela Constituição Federal.
(B) constitui caso de eugenia.
(C) a antecipação terapêutica do parto não pode ser considerada
aborto, que suprime a vida em potencial.
(D) não há conflito social a este respeito, já que toda a sociedade
entende ser direito da mulher a decisão de manter ou não a gestação
de feto anencefálico.
COMENTÁRIO
A letra C é a alternativa correta, já que especifica que não
estamos falando em mudança no código penal no sentido de não
mais considerar o aborto como crime, mas sim em não considerar a
antecipação terapêutica do parto como aborto.
(Questão Inédita/ Virgínia Guimarães- 2013) A mulher com

gravidez de feto anencéfalo, tem direito a interrupção da
gestação. Sobre a afirmação identifique V para verdadeiro e F
para falso:
( ) esse direito é garantido assim como a interrupção da gravidez em
caso de estupro e da gravidez que apresenta risco de morte a mãe.
57
a
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( ) o aborto de feto anencéfalo é permitido no Brasil desde 2004,

quando o diagnóstico de tal malformação foi exato em 100% dos
casos.
( ) essa afirmativa esta prevista no Código Penal.
( ) de acordo com a Constituição Federal, o início da vida está
claramente definido, assim como seu fim, e o diagnóstico de
anencefalia é feito antes da consideração do inicio da vida fetal.
Comentários:
Amigos! Vejamos:
Na letra A, a legislação diz que: código penal prevê duas situações
em que o aborto não será criminalizado: quando a gravidez
interrompida é resultado de estupro ou quando a gestação gera grave
risco para a vida da mãe.Portanto está correta.
A letra B está incorreta em afirmar que desde 2004 é permitido o
aborto de anencéfalo, no Brasil, até a decisão do STF, não era
permitida a interrupção da gravidez em casos de anencefálicos .
A letra C está incorreta, pois o código penal não prevê
expressamente a anencefalia como uma das exceções para a
criminalização do aborto porque, quando foi elaborado, em 1940, não
havia possibilidade de se fazer o diagnóstico.
A letra D está incorreta visto que a constituição não faz menção de
início e ou término de vida.
Bem, amigos, com essa aula encerramos nosso curso que

abordou os mais variados temas e da forma mais diversificada
possível, não é mesmo? Espero ter contribuído para o aprendizado de
58
a
CURSO ONLINE
vocês mas, qualquer dúvida que venha a surgir, não hesitem em usar
nosso fórum, ok?
Um forte abraço e boa sorte a todos, estarei aqui na torcida
pelo sucesso de cada um de vocês! ;-)
59
a
CURSO ONLINE
LISTA DAS QUESTÕES
1 - (Questão Inédita/ Virgínia Guimarães- 2012) Apesar da

significativa visibilidade dada a mulheres como Ângela Merkel
e Christine Lagarde em todo cenário internacional, a Rainha
Elizabeth ainda é considerada a mulher mais influente da
Europa – sobretudo após a repercussão mundial do casamento
do príncipe Willian.
2 – (Inédita – 2013) O prêmio Nobel da paz de 2011 foi

concedido somente a Ellem Johnson, primeira mulher a ser
eleita presidente na África em 2005.
3 - (Inédita – 2013) Na índia, a líder do partido do governo, a

presidente da Câmara de Deputados, três importantes
ministras e muitos ícones dos esportes e dos negócios são
mulheres. Mas, à fundação Thomson Reuters, qualificou a
Índia como o pior lugar para se nascer mulher em todo o
mundo. Isso se explica por causa: Assinale a resposta
INCORRETA.
a) Cerca de 100 mil mulheres são mortas por queimaduras,

vítimas de violência relacionada ao pagamento de dotes
matrimoniais.
b) Em 2011 foram registrados 24 mil casos de estupro – 17% só
na capital, Nova Déli.
c) Na Índia existe o preconceito de gênero.
60
a
CURSO ONLINE
d) A cada 20 minutos uma mulher é estuprada na Índia, mas

que em apenas um de cada quatro casos o estuprador é
condenado, devido à "imensa corrupção" de policiais.
e) As condições climáticas dificultam a fase de gravidez das
mulheres.
“Mas é difícil para os indianos ver sete garotas e não pensar

na sombra de sete dotes, sete oportunidades para a honra da
família ser manchada, sete fardos.”
4- (Inédita/2013) O trecho acima é do livro Casamento

Arranjado, da jornalista indiana Sushi Das. Sobre a situação
da mulher na Índia, é correto afirmar:
“Garotas. Elas são uma dependência econômica (...). A criação

delas é cara. Elas podem arruinar a reputação da família com o
poder da indiscrição. Elas precisam de um dote quando você
as casa, e o que você recebe de volta? Nada além de
preocupação e miséria”.
5- O trecho acima diz respeito à situação de preconceito de

gênero em qual país oriental?
a) Japão
b) Índia
c) China
d) Irã
e) Coréia do Norte
6-(FCC / Escriturário-Banco do Brasil / 2011) O escritor

(...) era racista? Eis uma polêmica que vai e volta na vida
61
a
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cultural brasileira e recentemente foi reativada pelo

Conselho Federal de Educação. No ano de 2010, o
organismo emitiu um parecer classificando o livro, de
1933, como racista. Na análise, eram citados trechos da
obra em que a personagem (...), que é negra, era tratada
de forma ofensiva. O Conselho Federal de Educação
endossou, na verdade, uma corrente acadêmica que já há
algum tempo vê sinais de racismo no tratamento
dispensado à personagem ao longo da obra infantil do
escritor. Embora o Ministério da Educação tenha vetado o
parecer, alguns estados, como Mato Grosso e Paraíba,
chegaram a tirar o livro do currículo escolar. (Adaptada)
3 (http://bravonline.abril.com.br/conteudo/literatura/-racismo-
629711.shtml)
O escritor alvo da polêmica é
4 (A) José Lins do Rego.
5 (B) José de Alencar.
6 (C) Monteiro Lobato.
7 (D) Machado de Assis.
8 (E) Graciliano Ramos.
7- (QUADRIX / Analista de Processamento - Dataprev /
2011)
4 "Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
5 De luares, de neves, de neblinas!
6 Ó Formas vagas, fluídas, cristalinas...
7 Incensos dos turíbulos das aras... "
8 (Antífona)
- Há 150 anos nascia o autor desses famosos versos. Filho de
negros alforriados, o poeta catarinense é considerado um dos
precursores do estilo simbolista na literatura brasileira. Uma
62
a
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das marcas centrais de sua poesia é a obsessão pela cor

branca. Entre suas principais obras estão Missal e Broqueis
(da qual foi retirado o excerto do poema acima), publicadas
ambas em 1893. O poeta em questão é de:
(A) Castro Alves.
(B) Cruz e Sousa.
(C) Olavo Bilac.
(D) Gonçalves de Magalhães.
(E) Cesário Verde.
08 - (INÉDITA/2013) O papa Bento XVI, na última quarta-

feira, usou o Evangelho segundo Mateus para criticar o que
define como "hipocrisia religiosa", "individualismos" e
"vaidades" no interior da Igreja. O impacto de tais palavras
causou indagações e suspeitas, dentre elas podemos destacar
que os escândalos ocorridos dentro da Santa Sé e o
isolamento político o teriam levando a decisão extrema de
renunciar. VERDADEIRA OU FALSA?
09 – (INÉDITA/2013) A história da igreja nunca foi palco de

uma renúncia papal tão envolta em diferenças de fé, de poder
e autoridade. VERDADEIRA OU FALSA a assertiva?
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a
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GABARITO
1 ERRADO
2 ERRADO
3 ERRADO
4 LETRA A
5 LETRA B
6 LETRA C
7 LETRA B
8 ERRADO
9 ERRADO
64
a
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Fontes: Acesso em 11/04/2013 e 15/04/2013

http://www.rioguiaoficial.com.br/node/11660
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jornada_Mundial_da_Juventude_de_201
3
http://www.dw.de/cardeais-iniciam-elei%C3%A7%C3%A3o-do-novo-
papa/a-16664382
http://br.reuters.com/article/topNews/idBRSPE92C04J20130313
http://atarde.uol.com.br/brasil/materias/1490350-para-dom-simao-
eleicao-de-novo-papa-foi-surpresa-boa
http://www.jb.com.br/rio/noticias/2013/03/14/eleicao-de-novo-papa-
trara-mudancas-a-jmj-diz-comite-organizador/
http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-
noticias/2013/03/13/novo-papa-escolhe-o-nome-francisco-1.htm
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2013-04-10/vaticano-vai-
ampliar-transparencia-financeira.html
Acessos em 15/04/2013
http://www.agenciadoradio.com.br/noticia.php?codigo_noticia=PRAN
130569 A
http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/pec-das-
domesticas/noticia/2013/04/comissao-do-congresso-quer-criar-
supersimples-da-domestica.html
65
a
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http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/04/psdb-propoe-projeto-
que-cria-o-microempregador-domestico.html
http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/pec-das-
domesticas/noticia/2013/04/veja-10-principais-duvidas-dos-patroes-
sobre-pec-das-domesticas.html
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ATUALIDADES PARA ABIN

Aula 11 – ASPECTOS SOCIOCULTURAIS BRASILEIROS

Olá, amigos, tudo bem?

Bem, amigos, como historiadora, juro a vocês que eu

1.1 – A importante presença da mulher no mundo

Dilma Rousseff assumiu a presidência do Brasil; Christine Lagarde

em nossa sociedade. A coisa é mais ou menos assim: se uma mulher

Depois de libertada foi morar no Rio Grande do Sul, com seu

Passemos agora para a francesa, Christine Lagarde. Ela é

nesse momento que Angela apareceu como única figura capaz de

Novamente, em 2011, Kirchner foi reeleita para mais quatro

público. Como Secretária de Estado de Obama, Clinton é a primeira

2 – (Inédita – 2013) O prêmio Nobel da paz de 2011 foi

1.2 Como a Índia trata suas mulheres

Amigos, após vermos a importância de algumas mulheres

preconceito de gênero é reflexo de uma sociedade de tradição

gravidezes pode afetam a saúde da mulher para toda a vida. Com

Índia, mas que em apenas um de cada quatro casos o estuprador é

Vejamos como isso pode ser cobrado em prova!

3 - (Inédita – 2013) Na índia, a líder do partido do governo, a

Bom, amigos, com uma boa leitura da aula acima e ficou

4- (Inédita/2013) “Mas é difícil para os indianos ver sete

a) No país não são raros os casos de aborto de fetos femininos, assim

Devido à significativa violência contra a mulher e às

“Garotas. Elas são uma dependência econômica (...). A criação

1 – A PEC das domésticas

Bem, meus amigos, esse tema tem causado bastante

trabalhador”. A grande preocupação é a de evitar uma demissão em

Novos direitos garantidos com o PEC das

Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a

Bem, amigos, pensei em fazeer aqui um “bate-bola” pra

1 - Como fica o caso da doméstica que dorme no emprego? O

2 - É possível fazer um contrato de meio período, trabalhando

Nestes casos, a legislação prevê uma modalidade de

3 - É legal, nesse caso, pagar meio salário mínimo recolhendo

Sim. A lei dá o parâmetro máximo, de 8 horas diárias e 44 horas

4 - Como se estabelecerá o salário de uma diarista?

A nova lei se aplica apenas aos trabalhadores com vínculo

5 - A doméstica assume também novas regras?

6 - Quem fiscalizará se as horas extras e outros estão sendo

A questão da fiscalização é inerente ao empregador. O

8 - Qual a punição para quem não cumprir a nova lei?

A punição é a mesma relativa aos demais empregados. O

9 - Como devo detalhar a jornada em contrato?

É recomendável que o empregador elabore o contrato especificando:

• Horário de entrada do trabalhador;

10- O horário de almoço está incluído nas 8 horas diárias e 44

Não. A jornada estabelece apenas as horas de trabalho. O

(Questão inedita/virginiaguimaraes/2013) A PEC 37,

e que já estava rondando na midia antes para ver se o concurseiro

Bom, falando em estrutura social, passemos a mais um

O racismo é a tendência do pensamento (ou o modo de

humanos. Atribuindo, assim, superioridade a alguns de acordo com a

então, as raças inimigas, fazendo desta forma surgir um sentimento

Por exemplo, daqueles que ganham menos de um salário

No Brasil, as cotas raciais ganharam visibilidade no início do

Além disso, metade do total de cotas, ou seja, 25 % das

6 - (FCC / Escriturário-Banco do Brasil / 2011) O escritor (...)

O escritor alvo da polêmica é

(D) Machado de Assis.

7 - (QUADRIX / Analista de Processamento - Dataprev / 2011)

simbolista francesa, publicou a obra, Missal e Broquéis, em 1893.