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MACKENZIE I 2007 1
CONTEMPORÂNEO
L'oggetto non si identifica con la sola finalità strumentale. Ogni oggetto è frutto di
viene prefigurato, è in gestazione, conosce una nascita, poi entra in una o molte vite
in tal modo l'oggetto cerca di comunicare è un racconto che ne riveste l'ampio destino
conferendo un'identità quasi letteraria alle silenziose forme e materie del design.
Alessandro Mendini 1 .
Os objetos comunicam valores específicos que se tornam parte de nossa cultura. No mundo
alternativas para inovar a cultura material e, com isso, aprimora a cultura local e harmoniza
a cultura comportamental.
Mediante a esse mundo voltado para evoluções é perceptível mudanças, em áreas como do
psicológicos são cada vez mais atuantes na área do design, também; os produtos precisam
Θ
Doutora FAUUSP; Profa Pesquisadora FAU, Curso de Desenho Industrial, Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Coordenadora do curso de DI-UPM. Líder do grupo de Pesquisa Design, Teoria e Projeto no CNPQ
Θ
Mestre FAUUSP; Profa Pesquisadora FAU, Curso de Desenho Industrial, Universidade Presbiteriana Mackenzie; Profa.
Faculdade de Artes Plásticas, Curso de Design Industrial, Fundação Armando Álvares Penteado, FAAP; Doutoranda
EPM/UNIFESP
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entre os usuários, além de ser um eficaz diferencial de soluções dos seus antagonistas.
emocional” 2 .
Nossa cultura material é determinada pelas ações e escolhas que fazemos; o design
concepção formal dos objetos - o fun design e o fuzzy design, estes são procedimentos do
tempos de globalização.
grandes temas: globalização, desenvolvimento sustentável e meio ambiente. Para Liszt Vieira
ambiental e cultural. O autor ressalta que a abertura econômica, a integração dos mercados
anteriores surgiram nos anos 60, com a derrubada da lógica ocidental, Formal ou Clássica,
desenvolvida pelo filósofo grego Aristóteles, que trata por valores de "verdades" das
borroso, está contida nas idéias up-to-date, não só na ciência, matemática como nos modos
de vida e da cultura em geral. O mundo deixou de ser passivo para tornar-se ativo.
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funcionalismo, quando o produto era considerado bom, se sua forma seguisse sua função,
design com outras abordagens surgiu após os anos de funcionalismo; este período ficou
conhecido por sedução das formas e todos concordavam com os preceitos de “menos é
chato”. O produto emblemático destes anos foi a poltrona “Sacco” – assento universal, que
Foto 1 Foto 2
Piano Gatti, Sacco Design da Zanotta, 1968 Ettore Sottsass, estante Carlton, Memphis, 1981
do estilo Memphis, que rompeu com o design funcionalista. Uma das principais atividades
objetividade, seu principal representante foi Ettore Sottsass, que introduziu o design
alternativo e propôs novos conceitos no universo dos móveis domésticos, estante Carlton de
revolucionou conceitos quanto ao uso de uma única cor e um só material, trouxe cores aos
só uma razão que fosse a funcionalidade, mas o do prazer ao tato, à visão. Estes
uma nova maneira de sentir e de pensar. Como estilo, a corrente pós-moderna resultou
sempre em polêmicas, mas como escola de pensamentos, de idéias foi aceita e discutida por
economia, o termo globalização foi criado para se referir à extensão dos desenvolvimentos
intensa globalização.
neutralidade presentes desde o edifício até ao móvel, da carta ao design gráfico, portanto
apresenta forma simplificada sem elementos simbólicos. Neste período estávamos a serviço
descentralizada.
Foto 3: Philippe Starck, mouse, 2006. Objeto com design global com formas simples para todos os cantos do
mundo.
Atualmente vivemos, ainda, com a intensa ação da globalização, mas com o surgimento de
mutações. A fábrica global se articula com o capital, tecnologia e cultura, além de se proferir
com as mídias, com os processos de produção, com a indústria cultural e com as redes de
lógica hipomoderna não tem inimigos e, tudo é mais rápido, tudo se torna hiper:
da modernidade.
é a resposta aos estímulos externos, cada pessoa se relaciona de forma díspar; muitas vezes
pois podem apresentar a junção do inanimado com o animado, que podem exprimir a
exigente e competitivo, pois oferecem produtos diferentes, lojas que estão em mutação
constante. As idéias extrapolam o previsível, as lojas não vendem apenas roupas, misturam
moda, design, arte e gastronomia; pode vender várias marcas de um mesmo produto,
oferecer segmentos diferentes, flores, eletrônicos, cds, restaurantes e até mesmo vestidos
de festa. A loja em mutação foi encontrada em muitas cidades da Europa, dos Estados
Unidos e do Brasil; em São Paulo a pioneira foi o Clube Chocolate, mas Studio SP e o
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Contraponto são espaços que interagem entre galerias com gravações ao vivo sob
interferências dos Djs, une teatro de arena com restaurante, ao mesmo que são bares são
Estes espaços são reflexos do mundo mutante, que proporciona relação aos receptores,
espectadores e usuários; assim como as lojas muitos objetos apresentam esta capacidade de
Adidas e Puma funcionam como laboratórios de testes; o cliente interage o tempo todo e
entra na loja com os seus cinco sentidos a flor da pele, muitas apresentam cheiro de cloro
soluções para agregar qualidade de vida, proporcionando uma vida longe dos antigos
modelos de exposição. Elas vêm aplicando a relação mutável com o público, a qual é comum
soluções, inclusive na área da mercadológica, onde a relação com o consumidor pode abrir
fuzzy. Outra tendência do mercado é a customização, essa referência tornou-se comum com
o uso da internet, pois o usuário cria seu conteúdo, faz a sua página e cria redes. A NIKE de
Nova York proporciona aos usuários a escolha de fazer o seu próprio tênis diferenciando-o
causaram a incerteza das idéias; o universo é um sistema distante do equilíbrio com suas
instabilidades e bifurcações, como ressalta Ilya Prigogine, é o fim das certezas, então é
possibilitam o surgimento como resultado o outro pensamento, o outro novo, outro artefato
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ligadas a emocionalidade e podem ser vistas hoje no mundo da arte, da história, da cultura e
Figura 4: Philippe Starck, Mister Meumeu, porta queijo com ralador, Alessi.
Os objetos que apresentam estas características anunciam o “novo brilho das coisas”, o que
cultural.
Como atividade produtora de formas, o design passa a lidar também com o “senso”, o mais
importante é que este sentido não deve ser tratado somente em relação ao objeto, mas
produto é explicitada pelas atribuições do objeto que exerce o papel de interface. Estes
confirmam a idéia que o design se encarrega das ligações entre usuário e objeto; produto e
O objeto industrial projetado se transforma em algo lúdico, colorido e engraçado; sua forma
passa, dessa maneira, a ter mais importância e visibilidade. A qualidade do objeto não
depende somente da perfeição estrutural de uso “primário”, mas também de sua satisfação,
do sentido que passa através da forma e vai à direção da plena realização das características
sensoriais da fruição. O design hoje tem forma, cada vez mais amigável ao homem, assim
sendo, não transmita apenas a sensação de instrumento técnico, e sim uma relação muito
O fun design teve expressividade nas últimas décadas do século XX; com objetos
diferenciados fez frente há seu tempo; alguns se tornaram “Cult” 8 por todo o mundo e
ao sistema doméstico, uma infinita gama de produtos que se comunicam diretamente com o
Hoje se confirma a idéia de que o design se encarregou de outras ligações entre usuário e
usuário e objeto, de permitir a participação e a interação entre eles, não mais de forma
passiva.
O filósofo e teórico de design Aldo Colonetti, diretor do Instituto Europeu de Design, um dos
design aposta firme em móveis de personalidades múltiplas, com características fuzzy, que
simplesmente, como verdadeiras ou falsas, como branco ou preto, usando respostas com
sim ou não; a visão de mundo é em tons cinzentos, e a ciência trabalha com fatos e fatores
acinzentados.
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Figura 5 e 6: Pufe-cadeira, Saloni di Milão, 2007. O usuário pode utilizá-lo de várias maneiras, inclusive de forma
É freqüente a presença do objeto que se modifica à vontade, livre da forma física e apresenta
a versatilidade nos objetos modulares, nas últimas Mostras de Design é possível perceber a
deve ser prático e dinâmico e esses móveis podem ser alterados conforme a vontade do
como premissas criativas, que podem estar presente, no projeto, em seu mecanismo, na
que pode balançar ou permanecer fixo de acordo com o gosto do usuário esteve neste Saloni
di Milão, 2007.
Tanto os conceitos de fun como o fuzzy eram ferramentas que estiveram presentes em
racionalidade. Mas hoje se percebem a presença do fun e do fuzzy como premissas adotadas
no processo criativo, não só para simplesmente divergir do funcionalismo, mas por permitir
psicológicos e cognitivos que envolvem o ser humano e o mundo artificial. O objeto Obo
Cupê é modular, mas de uma forma diferente, pode formas vários objetos, mas de forma
diferente, inclinado dando a impressão que está caindo, este dialogar com a criatividade e
com a forma.
design enriquece com a experimentação e a reflexão, assim como com a mutação dos
artística, técnica, filosófica, cultural e social ou, ainda o somatório de todos esses fatores.
diante da relativa facilidade tecnológica com que se opera esta reprodução, ele pode ser
regulado pelo mercado, pelas condições materiais, comportamentais e econômicas. Ele está
com o contexto por uma interface sensível e ativa, uma linguagem efêmera como o mundo
fuzzy design e a diversão do fun design, pois o diferente é mais visível que o similar, hoje se
Figuras 13 e 14: Stefano Giovannoni, Panda da Fiat, 2005. Carro que pelo uso das cores faz analogia com o nome
do animal, Panda, no uso do branco e preto, proporciona ao usuário outros usos, pois possui equipamentos que
agrada o usuário, como wireless no interior do carro e com espaço para recados localizados no quebra-sol.
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emocional e mutante, pois além de se aproximar mais dos usuários, proporciona outras
REFERÊNCIAS
ALESSI, Alberto. Alessi - The Design Factory.Great Britain: Academy Editions,1994. Lançado
em Milão, no ano de 1981, o estúdio italiano de Memphis, fundado por Bárbara Radice,
Michelle de Lucchi, Mateo Thun, Ettore Sotssas, entre outros.
FIELL, Peter & Charlotte. Design do Século XXI. Lisboa: Taschen, 2003, p.23.
MARTINS, Nara Sílvia M. A reinvenção do Art Déco no design gráfico nos anos 90. 2001. Tese
(Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo,
Universidade de São Paulo, São Paulo, São Paulo, 2001.
BURDEK, Bernhard E. História, teoria e pratica do design. São Paulo: Edgard Blüsher, 2006
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