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Seminário Presbiteriano Fundamentalista do Brasil

Disciplina: Pneumotologia

Todo o ministério de Jesus Cristo foi caracterizado por uma


total dependência, não da Sua própria Divindade, mas do poder e a
habilidade do Espírito Santo. Em todas as áreas de Sua vida e
Ministério o Espírito estava presente. A promessa no Antigo
Testamento já apontava para o papel desse Espírito de Deus em Sua
vida e ministério, ao declarar:

“Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo.


Repousará sobre ele o Espírito de YHWH, o Espírito de sabedoria e de
entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de
conhecimento e de temor de YHWH” (Isaías 11:1,2).

O qual foi concebido por obra do Espírito Santo – (ministério da


encarnação).

Creio no Espírito Santo.

O terceiro artigo, o "creio" é repetido: “Creio no Espírito Santo”.

O terceiro artigo afirma-se a fé no Espírito Santo. Em cada


artigo, à pessoa divina confessada é conectada a algumas obras que
ela faz. Então, corretamente compreendido, o terceiro artigo nos
convida a afirmar a fé no Espírito Santo como uma das pessoas da
Deidade única.

E crer que ele é poderoso para constituir a igreja, perdoar


pecados, ressuscitar a carne e nos inserir na vida eterna.
Quando lemos no Credo "creio no Espírito'', este documento
está confessando a plena igualdade do Espírito com o Filho e o Pai. O
Credo coloca o Filho e o Pai no mesmo nível de igualdade.
Novamente, temos de tomar cuidado com toda a tentativa de
numerar as pessoas da Trindade. Isso é muito comum. Devemos
resistir à tentação de dizer que a primeira pessoa da Trindade é o Pai,
a segunda pessoa da Trindade é o Filho e a terceira é o Espírito Santo.

O que o Credo lembra no início do terceiro artigo, dizendo


"creio no Espírito Santo', é que o Espírito Santo é um, junto com o Pai
e com o Filho. Há plena igualdade entre as pessoas divinas: elas
compartilham os atributos divinos; compartilham o nome de Deus;
fazem as obras de Deus; e recebem adoração e louvor. O Espírito
Santo é o primeiro no despertar da nossa fé e na vida nova que
consiste em conhecer o Pai e o Filho (Jo 17.3).

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O Espírito de intercessão (Rm 8.26,27) Se havia um texto bíblico a
que os puritanos davam proeminência na elucidação de sua doutrina
da oração, era Romanos 8.26,27. O destaque que essa passagem dá à
incapacidade de os crentes orarem como devem e ao gemido
intercessor do Espírito são ímpares nas Escrituras.

O que surpreende é que os puritanos tinham dificuldade com a ideia


de o Espírito de fato "gemer" e orar pelos crentes.

Segundo Owen, supor que o Espírito de fato ora pelos crentes torna
desnecessária a obra intercessora de Cristo.
Owen crê que isso também indicaria que o Espírito não é plenamente
Deus, pois "toda oração [...] é um ato de um ser inferior e dirigido
àquele ao qual se faz a oração".

O que, então, a passagem necessariamente precisa indicar faz


paralelo com o pensamento por trás de Zacarias 12.10: o Espírito é o
criador de toda oração genuína.

Em um sermão intitulado "Faith in prayer" [Fé na oração], David


Clarkson (1622-1686), que foi assistente de John Owen por vários
anos, apresenta nesses mesmos moldes uma análise detalhada dessa
passagem. Ele fala pela tradição puritana quando afirma:

É função [do Espírito] interceder por nós, orar por nós, isto é, fazer
nossas orações. Ele, por assim dizer, escreve nossas petições no
coração, e nós as fazemos; ele dita um bom assunto, e nós o
apresentamos. Aquela oração que (cremos) será aceita, é obra do
Espírito Santo; é sua voz, sua atividade, sua operação e, desse modo,
sua oração. Portanto, quando oramos, atribui-se a oração a ele, e
nossos gemidos são atribuídos a ele, e nosso desígnio e intenção na
oração são atribuídos a seu propósito (Rm 8.26,27).

Não se deve interpretar que o fato de o Espírito estar por trás de toda
oração autêntica signifique que, quando ora, o cristão é meramente
passivo nas mãos estimuladoras do Espírito ou que ele ou ela não
devam fazer nada até que o Espírito aja.
William Gurnall (1616-1679), afirma que o Espírito Santo "não sopra
em nós como alguém que sopra numa tromba ou num trompete, que
não passa de um instrumento passivo".

Gurnall é da opinião de que no ato da oração existe "uma ação


concomitante tanto do Espírito de Deus quanto da alma ou espírito
do cristão".
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Owen apresenta o seguinte argumento — frequentemente
apresentado pelos ortodoxos — sobre se o Espírito Santo é ele
próprio Deus eterno e incriado ou apenas um poder criado.

Não é possível entristecer um "poder" ou mentir para ele.

O apóstolo Pedro pergunta a Ananias por que " [mentiu] ao Espírito


Santo" (At 5.3) e, no versículo seguinte, Pedro diz que Ananias não "
[mentiu] aos homens, mas a Deus", o que prova tanto a divindade
quanto a pessoalidade do Espírito Santo.

Ao comentar sobre esses versículos, Owen trata da pessoalidade do


Espírito: "É impossível mentir senão a alguém que seja capaz de
ouvir e receber testemunho [...] Aquele para quem se mente precisa
ser capaz de julgar e decidir a respeito, o que ninguém consegue se
não tiver as qualidades pessoais de vontade e compreensão ".

Além disso, Owen apresenta os seguintes argumentos para provar a


divindade e a pessoalidade distinta do Espírito Santo:
• O Espírito está no mesmo nível e ordem de precedência do Pai e do
Filho (Mt 28.19; 1Co 12.3-6).

• Ele tem "nomes que são apropriados apenas a uma pessoa divina"
(At 5.3,4,9).

• "Ele possui características de uma pessoa": vontade e entendimento


(1Co 12.11; 2.10). • "Ele é o autor voluntário de ações divinas",
inclusive a Criação (Gn 1.2), fala por meio de profetas (2Pe 2.21),
vivifica, santifica, consola e instrui.

• "Dá-se a ele a mesma consideração de fé, adoração e obediência que


se dá às outras pessoas do Pai e do Filho" (Mt 12.31,32; At 5.3,4,9;
13.2,4).17

Neste último item, Owen assinala que se presta adoração não apenas
ao Pai e ao Filho, mas também ao Espírito Santo.

À semelhança de Owen, Cheynell emprega palavras fortes contra


aqueles que negam que as Escrituras atribuem adoração ao Espírito.

De acordo com Cheynell, além dos socinianos, também teólogos


arminianos e jesuítas afirmam que não se deve prestar adoração ao
Espírito Santo. Esses "hereges blasfemos [...] atiram a linguagem do
inferno contra o Espírito da graça", quando lhe negam a adoração
devida à sua pessoa. Um importante argumento dos puritanos de que
se deve prestar adoração ao Espírito Santo baseia-se na instituição
que Cristo faz do batismo em Mateus 28.19, em que seus ministros
recebem ordem para fazer discípulos de todas as nações, "batizando-
os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo".

Owen comenta que "toda nossa obediência e profissão de fé [...]


precisam ser dirigidas por esse compromisso inicial". Como
consequência, por causa da unidade da divindade "o que quer que se
atribua às outras pessoas, que diz respeito a elas mesmas ou a nosso
dever para com elas, é igualmente atribuído ao Espírito Santo".

2° Aqueles que são batizados no nome do Deus triúno são, portanto,


"sagradamente iniciados e consagrados [...] para o serviço e a
adoração do Pai, do Filho e do Espírito Santo".

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