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Supremo Tribunal Federal

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Coordenadas: 15º48'11" S, 47º51'40" O

Supremo Tribunal Federal (STF)

Praça dos Três Poderes, Brasília, DF


Brasil

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O Supremo Tribunal Federal (STF) é a mais alta instância do poder judiciário


brasileiro [1], e acumula tanto competências típicas de uma suprema corte, ou seja, um
tribunal de última instância, como de um tribunal constitucional, que seria aquele que julga
questões de constitucionalidade independentemente de litígios concretos. Sua função
institucional fundamental é de servir como guardião da Constituição Federal de 1988,
apreciando casos que envolvam lesão ou ameaça a esta última.[2][3] De suas decisões não
cabe recurso a nenhum outro tribunal.
Criado após a proclamação da República, o STF exerce uma longa série de competências,
entre as quais a mais conhecida e relevante é o controle concentrado de
constitucionalidade através das ações diretas de inconstitucionalidade.[2] Todas as
reuniões administrativas e judiciais do Supremo Tribunal são transmitidas ao vivo pela
televisão desde 2002. O Tribunal também está aberto para o público assistir aos
julgamentos.
Os onze juízes do tribunal são chamados de Ministros, apesar de o cargo não ter nenhuma
semelhança com os ministros dos órgãos do governo. Eles são nomeados pelo Presidente
da República, devendo ser aprovados pelo Senado Federal. A idade para aposentadoria
compulsória é de 75 anos.[4]
Em maio de 2009, a revista britânica The Economist classificou o STF como "o tribunal
mais sobrecarregado do mundo, graças a uma infinidade de direitos e privilégios
entrincheirados na Constituição nacional de 1988 (...) até recentemente, as decisões do
tribunal não eram vinculadas aos tribunais inferiores. O resultado foi um tribunal que está
sobrecarregado ao ponto de um motim. O Supremo Tribunal Federal recebeu 100 781
casos no ano passado [2008]."[5]

Índice

 1História
o 1.1Supremo Tribunal de Justiça
o 1.2Supremo Tribunal Federal
 1.2.1Ditadura militar
 1.2.2Redemocratização
 2Atribuições
 3Regimento interno
 4Membros
o 4.1Composição atual
 4.1.1Indicações
o 4.2Turmas
o 4.3Presidentes
o 4.4Nomeações presidenciais
 5Museu institucional
 6Ver também
 7Notas e referências
o 7.1Notas
o 7.2Referências
 8Ligações externas

História
Originou-se na transferência da família real e da nobreza portuguesa para o Brasil,
em 1808, por ocasião da invasão do reino de Portugal pelas tropas francesas comandadas
por Napoleão Bonaparte. O Príncipe-regente Dom João Maria de Bragança (futuro Rei
Dom João VI), transfere a capital de Lisboa para o Rio de Janeiro, então capital do Estado
do Brasil (1530-1815), uma colônia do império português. Com tal transferência, todos os
órgãos do Estado português são transferidos para o Rio de Janeiro, inclusive a Casa da
Suplicação, nome pelo qual era chamado o Supremo Tribunal de Justiça de Portugal.
Transformando, então, a Relação do Rio de Janeiro na Casa da Suplicação do Reino de
Portugal e, portanto, também do Império Ultramarino Português.[3]
Supremo Tribunal de Justiça
Em 1822, após a proclamação da independência do Brasil em relação a Portugal, por Dom
Pedro de Alcântara de Bragança (futuro imperador Dom Pedro I do Brasil), filho do Rei
Dom João VI, foi outorgada a primeira constituição brasileira, em 1824, cujo artigo 163
dizia:
“Na Capital do Império, além da Relação, que deve existir, assim como nas demais
Províncias, haverá também um Tribunal com a denominação de Supremo Tribunal de
Justiça, composto de Juízes letrados, tirados das Relações por suas antiguidades; e serão
condecorados com o título de Conselho. Na primeira organização poderão ser
empregados neste Tribunal os Ministros daqueles que se houverem de abolir.” (art. 163[6])
A determinação constitucional dizia que essa corte deveria ser chamada de "Supremo
Tribunal de Justiça"[3] e foi regulamentada pela Carta de Lei Imperial[7] de 18 de setembro
de 1828[8] e instalado no dia 9 de janeiro de 1829 funcionando na Casa da Câmara do
Senado e posteriormente no Palácio da Relação, na rua do Lavradio.[9]
Supremo Tribunal Federal
Com a Proclamação da República do Brasil, a denominação "Supremo Tribunal Federal"
foi adotada na Constituição Provisória publicada com o Decreto nº 510, de 22 de
junho de 1890.[3]
No prédio localizado na Avenida Rio Branco, nº 241 (Rio de Janeiro), onde funcionou
a sede do tribunal de 1909 a 1960,[10] foram levados a julgamento casos que tinham
especial relevância nacional, como a extradição da companheira de Luís Carlos
Prestes, Olga Benário, em pleno regime Vargas e ainda o mandado de
segurança impetrado pelo presidenteCafé Filho, que, adoentado, fora hospitalizado e teve
que ausentar-se do cargo, mas que, em razão de uma conspiração arquitetada
pelo presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, no exercício da presidência, ordenou
que tanques do exército cercassem o hospital onde estava o presidente, impedindo sua
saída e evitando assim o retorno ao exercício do cargo após a recuperação. No antigo
prédio passaram prestigiados juristas, tais como Nélson Hungria, Orozimbo
Nonato, Hahnemann Guimarães e Aliomar Baleeiro.[3]
Escultura "A Justiça", de Alfredo Ceschiatti, em frente ao edifício do Supremo Tribunal Federal, em
Brasília, Brasil.

Com a mudança da capital federal para Brasília, o Supremo Tribunal Federal passou a
ocupar o atual edifício-sede, localizado na praça dos Três Poderes, realizando sua
primeira sessão em 21 de abril de 1960. A concepção do edifício-sede é
do arquiteto Oscar Niemeyer, ocupando também os edifícios anexos I e II.
Ditadura militar
Na ditadura militar, em 1965, o número de assentos foi aumentado de onze para
dezesseis[11], buscando diluir o poder dos ministros indicados por João Goulart e Juscelino
Kubitschek.[12] Em 1969, fazendo uso do Ato Institucional número cinco (AI-5) foram
compulsoriamente aposentados os ministros Hermes Lima, Evandro Lins e Silva e Victor
Nunes Leal.[3][12] Em solidariedade aos colegas afastados, o ministro Antônio Gonçalves de
Oliveira renunciou ao cargo.[13] Nesse mesmo ano, o ministro Lafayette de
Andrada solicitou sua aposentadoria em protesto às medidas de exceção do governo
militar.[14] Com a saída destes cinco ministros, Médici retornou o Tribunal ao tamanho
original. [12] Ali continuaram Adauto Lúcio Cardoso e Aliomar Baleeiro, ferozes adversários
do que poderia ser a ditadura de João Goulart.[12] Meses depois foi nomeado ministro Bilac
Pinto, deputado que havia introduzido no vocabulário civil o conceito de guerra
revolucionária.[12]
Redemocratização
Em 1998, ao se referir sobre o caso Olga Benário Prestes,[15] o então presidente do
Supremo, Celso de Mello, declarou que a extradição fora um erro: "O STF cometeu erros,
este foi um deles, porque permitiu a entrega de uma pessoa a um regime totalitário como o
nazista, uma mulher que estava grávida."[15]
Em 2003, com a aposentadoria do ministro Moreira Alves, que fora indicado pelo
presidente Ernesto Geisel [16], o tribunal passou a ter uma composição inteiramente
formada por ministros indicados por presidentes do período democrático.

Panorama da sede do Supremo Tribunal Federal em Brasília


Atribuições
Por representar um tribunal de jurisdição nacional e por ser composto por apenas onze
ministros, só devem ser apreciadas aquelas ações em que o interesse da nação esteja em
jogo. Sua competência está descrita no art. 102 da atual constituição federal brasileira,
formulada em 1988.[2]
As ações hábeis à realização da verificação da Constitucionalidade das leis e normas em
face da Constituição Federal são:

 Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI);


 Ação declaratória de constitucionalidade (ADC);
 Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF).
Em sede recursal, a Constitucionalidade poderá ser apreciada pela via do Recurso
Extraordinário (RE), interposto em face de provimento jurisdicional que represente afronta
à Constituição, mas que, para poder chegar ao Tribunal, passa por um rigoroso filtro,
primeiramente realizado pelos Presidentes dos Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais
Federais, para que, após verificada a admissibilidade do recurso, possa lhe ser dado
seguimento, com o envio dos autos à Suprema Corte. Caso os referidos presidentes de
tribunais neguem seguimento ao RE, há a possibilidade de se interpor Agravo de
Instrumento ao Supremo Tribunal Federal.[2]
Compete ao STF processar e julgar, originariamente, nas infrações penais comuns, seus
próprios ministros, o presidente da República, o vice-presidente, os membros
do Congresso Nacional e o procurador-geral da República; e nas infrações penais comuns
e nos crimes de responsabilidade os ministros de Estado, os comandantes de Exército,
Marinha e Aeronáutica (ressalvado o disposto no art. 52, I), os membros dos Tribunais
Superiores e os do Tribunal de Contas da União, e os chefes de missão diplomática de
caráter permanente (Constituição Federal, art. 102).[2] A estas garantias constitucionais
aos cargos citados dá-se o nome de Foro Especial por Prerrogativa de Função ou,
popularmente de "Foro Privilegiado" [17].

Regimento interno

Pórtico com a parte preambular do Regimento Interno da corte. É no regimento que estão as regras
do reger os trâmites dos ritos processuais jurídicos e a administração interna da corte jurídica maior
do Brasil.
Ver artigo principal: Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal
O Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal do Brasil (RISTF) é o documento oficial
que rege, com égide na Constituição, os trâmites e o funcionamento administrativo da
corte maior do poder judiciário do Brasil.[18]

Membros
Ver também: Lista de ministros do Supremo Tribunal Federal
Os membros da corte, referidos como ministros do Supremo Tribunal Federal, são
escolhidos pelo presidente da República entre os cidadãos com mais de 35 e menos de
65 anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada. Depois de aprovada a escolha pela
maioria absoluta do Senado Federal, os indicados são nomeados ministros pelo presidente
da República.[19] O cargo é privativo de brasileiros natos[20] e não tem mandato fixo: o limite
máximo é a aposentadoria compulsória, quando o ministro atinge os setenta e cinco anos
de idade.[4]
A remuneração (no valor bruto de 33 763 reais desde 2015)[21] é a mais alta do poder
público, e serve de parâmetro para estabelecer a remuneração (menor) de altos
funcionários públicos — fenômeno conhecido como escalonamento de subsídios, vez que
os demais funcionários públicos têm sua remuneração atrelada a percentuais do subsídio
de referidos ministros.
Em caso de crimes comuns (infrações penais comuns), os ministros são julgados pelos
próprios colegas do tribunal.[22] Compete ao Senado Federal do Brasil processá-los e julgá-
los em crimes de responsabilidade, quando o crime está correlacionado ao exercício da
sua função.[23] Até hoje não há, entretanto, casos em que o Senado brasileiro tenha
processado um ministro do STF por crimes de responsabilidade.
Dentre os onze ministros, três são eleitos por seus pares para compor também o Tribunal
Superior Eleitoral (TSE).[24] Os ministros do STF, ainda, indicam seis advogados de notável
saber jurídico e idoneidade moral para que o presidente da República nomeie dois como
ministros do TSE.[25]
O presidente e o vice-presidente do STF são eleitos por seus pares, em votação secreta,
para um mandato de dois anos. A reeleição para um mandato consecutivo não é
permitida.[26] O presidente do Supremo Tribunal Federal ocupa também o cargo de
presidente do Conselho Nacional de Justiça.[27] Por tradição, os membros do tribunal
sempre elegem como presidente o ministro mais antigo que ainda não tenha exercido a
presidência, e como vice-presidente o ministro que deverá ser o presidente no mandato
seguinte.
O presidente do STF é o quarto na linha de sucessão da Presidência da República, sendo
precedido pelo vice-presidente da República, pelo presidente da Câmara dos Deputados e
pelo presidente do Senado Federal.[28] Os presidentes do STF que já atuaram na
presidência da República como substitutos constitucionais foram José Linhares, Moreira
Alves, Octavio Gallotti, Marco Aurélio,[29] Ricardo Lewandowski,[30] Cármen Lúcia[31] e Dias
Toffoli.[32]

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