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ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

-EMERJ-

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO PARA A


CARREIRA DA MAGISTRATURA

TÉCNICA DE SENTENÇA – AULA INAUGURAL – CPI A e CPI B

SESSÃO II: Dia 21.2.2018 – 13h às 15h

Prof. Dr. Guilherme Grandmasson Ferreira Chaves

CASO CONCRETO:

TÍCIO E CAIO foram denunciados pela prática do crime previsto no


artigo 157, §2º, incisos I e II, do Código Penal. Narra a denúncia que no dia 06
de agosto de 2014, por volta das 14h:30min na Rua Martins Duarte, em frente
a Escola Municipal, localizada no bairro Jardim das Acácias, em Seropédica, os
denunciados, em comunhão de ações e desígnios entre si, de forma livre e
consciente, mediante grave ameaça exercida com o emprego de armas de
fogo, subtraíram, para si ou para outrem, o automóvel Fiat Siena, de
propriedade da vítima Claudia.
Segundo a denúncia, no dia do ocorrido, a vítima caminhava pela
rua citada na companhia de uma amiga de trabalho (Lucia) e, quando se dirigia
ao seu carro, um Fiat Siena, de cor verde, placa KXP 5497, que estava
estacionado em frente, foi surpreendida pelos denunciados que a renderam,
um deles de arma em punho, e anunciaram o assalto, subtraindo o carro e
empreendendo fuga em direção a Campo Grande. Além do veículo, foi
subtraído um aparelho de telefone celular, documentos e um cartão de crédito,
bens esses que se encontravam na bolsa da vítima.
Logo após a prática do crime, a vítima se dirigiu a delegacia de
polícia de Seropédica a fim de noticiar o ocorrido. Ao prestar depoimento, a
vítima reconheceu os denunciados por meio fotográfico. Na mesma
oportunidade, também foi colhido o depoimento da amiga da vítima.
Oferecida a denúncia, o Ministério Público requereu a decretação da
prisão preventiva dos denunciados, o que restou deferido pelo magistrado.
Folha de Antecedentes Criminais dos denunciados, as quais atestam
a existência de 02 anotações, sendo uma com trânsito em julgado.
Ouvidas em Juízo, as testemunhas ratificaram os fatos narrados na
denúncia, bem como reconheceram ambos os denunciados como sendo os
autores do crime.
Passando ao interrogatório dos acusados, os denunciados
confessaram a prática do crime, apenas negando o emprego de arma de fogo.
Finda a instrução, em alegações finais, o Ministério Público pugnou
pela procedência da pretensão punitiva estatal, para condenar ambos os
denunciados nos exatos termos da denúncia.
Por sua vez, em suas alegações finais, a defesa pugnou pela
absolvição dos acusados face da precariedade probatória. Alegou ainda a
impossibilidade do reconhecimento da causa de aumento de pena consistente
no emprego de arma de fogo, uma vez que não houve a apreensão da arma,
com a consequente realização de prova pericial. Subsidiariamente, em caso de
condenação, pugnou pelo reconhecimento da confissão espontânea, pela
compensação da agravante da reincidência com a atenuante da confissão,
bem como pela aplicação da pena no mínimo legal.
Autos conclusos para sentença.

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