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GUIA DE ESTUDO

FORMAÇÃO E APRENDIZAGEM
Curso de Ciências da Educação
(4ºSemestre)

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância


FICHA TÉCNICA

Maputo, Novembro de 2011


© Série de Guias de Estudo para o Curso de Ciências da Educação (Ensino a Distância).
Todos os direitos reservados à Universidade Politécnica
Título: Guia de Estudo de Formação e Aprendizagem
Edição: 1ª
Organização e Edição
Escola Superior Aberta (ESA)
Elaboração
Benedito M. Sapane
Revisão

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d) Tecnicidade e Profissionalidade
Veja caro cursista que para ser formador não é suficiente conhecer a profissão: a lógica de
formação não é como a de produção. Não é igualmente suficientepossuir a teoria uma vez que
não existe formação que por um conjunto feliz de conjunção de teoremas e de problemas. Em
fim um saber sociologico ou psicológico sobre a situação de formação não é por si só operatório:
um saber da prática não equivale nunca puramente e simplesmente a uma prática deste saber. A
profissão de formador se é que deve existir se definirá como a intervenção na prática da
formação de uma cultura profissional saida da integração/passagem de um conjunto de saberes
em uso (A profissão, a experiência, incluindo a experiência de formação) de um conjuntode
saberes formalizados (teorias, conceitos) a utilização ora como objectos de ensino e ora como
instrumentos reguladores da formação dentro de referencias de análise ou de dispositivos.
É importante que o caro formando perceba que do lado da escola a tentativa actual de
reatamento com a grande tradição formadora de ensino se apresenta como a procura de uma nova
identidade profissional dos professores. O ensino deve aparecer como uma profissão específica.
Segundo Philippe Meirieu, é preciso imaginar novos cenários para nova formação. Na procura de
identidade do professor não pode mais defenir-se do lado do saber «cientista»: ele não é expert;
nem do lado relacional: ele não é clínico: nem do lado psicopedagógico: ele não é psicólogo de
aprendizagem. Cenários para nova profissão: o ensino é uma profissão especial, induzível a
nenhuma outra em particular. A questão é, a prática pedagógica deve ser vigiada, animada a
teorias de referência, por saberes transversais. Tanto é verdade que todas as ciências humanas
são daqui convocadas para formar “Victória”. Para ensinar matemática a victória, não é mais
suficiente conhecer a Victória, é porém preciso conhecer a matemática e conhecer a Victória; é
preciso conhecer as teorias de referência (as eclaragens epistemológicas, psicológicas,
psicossológicas para compreender o que se passa entre a Victória, o professor (mestre), a
instituição e a matemática, nesta ou naquela situação de aprendizagem.

Características da Formação: o que é Formação?


Amigo formando, como pode ver e concluir, a formação é caracterizada por:

a) Trípla lógica: A didáctica, Psicológica e de adaptação sociocultural;

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b) Uma lógica dominante e por um problema fundamental a resolver: relação do sujeito ao
saber, relação do sujeito a sociedade, relação do sujeito as profissões;

c) Uma quadupla problemática: problemática da mudança qualitativa, da centração sobre


formando e sobre a situação de formação, da articulação do saber aos problemas, do
dispositivo e dos saberes transversais.

Porque é importante formar os professores

Caro cursista já agora fica a saber que a formação de professores, na opinião de Solveig
Fernagu – Oudet é importante para ultrapassar o formando para além de simples saber
académico, mas também para ter em conta as realidade do terreno. Dizemos ultrapassar,
primeiro, no sentido de ir mais longe que.o formador desde modo não somente aquele que
permite transitar da margem dos novices para o dos iniciados, mas é de sobre querer que ele
permite aos formados de ir para além da margem dos iniciados para atingir a costa dos expert.
Mas como pode isso? Poderá conseguir isso tomando em conta as realidades do terreno. O
formador aparece então como o organizador de umaviagem exploratória. A exploração do
conteúdo do terreno, desconfiando receitas, procurando descrever e não prescrever, se errequece
daquilo que somos. Em resumo, o praticador é reflexivo é explorador do seu terreno de exercício,
capaz de ultrapassar os saberes académicos que ele possui. Esta atitude reflexiva conduz o
sujeito a dois apelos. De uma parte, aprender a lêr e, de outra parte, se falar para aprender a lêr
afim de se ultrapassar os saberes académicos.
O «aprender a lêr» é múltiplo sobre o plano de seus domínios de aplicação - aprender a lêr
os eventos, aprender a lêr o que se passa no «eu» e é coligial na sua manobra – aprender a lêr
com os colegas.
O «saber falar para melhor aprender a lêr» conduz a frontar uma dupla dificuldade.
Primeiro, a referente ao desvandamento “Eu” na sua dimensãopsicológica; e, segundo, a
dificuldade de apropiação de saberes científicos dasciências humanas e sociais susceptíveis para
o autor educar a intuição, de capitalizar a experiência, de sugerir práticas alternativas, em
despeito do facto de que «a vida não está nos livros».
Por outro lado a situação educacional a nível internacional, revelou a partir do século XIX,
sobre tudo uma vontade do nome dos governos de permitir a todos os jovens acederem a uma

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cultura comum e geral: falamos da democratização do ensino, o que resultou no aumento dos
efectivos escolares e cada vez mais heterogênios, devido ao direito de acesso à escola por parte
por parte de todas as classes sociais.
Esta constatação leva, portanto, a escola se interrogar sobre as medidas a ter em conta para
fazer face a delicada situação resultante da democratização do ensino. Permite a cada um de
aceder à cultura deverá passar pela aquisição de novas competências. Os professoes devem
saber «o que eles ensinam» e devem saber «como fazer». Mais precisamente, suas competências
devem se estender do domínio disciplinar de conteúdos que eles devem a ensinar e ao domínio
pedagógico no sentido lato (que va do conhecimento de si – mesmo ao dos alunos, passando pela
aprendizagem dos métodos e dos pocedimentos de ensino). Um professor de matemática não
pode mais ser somente matemático, «ele deve se alguém que reflete sobre sua maneira de ensinar
as matemáticas em turmas heterogéneas, e isso é com certeza o que se passa com as outras
disciplinas…».
Assim o professor não pode mais se contentar de desenvolver programas. Seu desejo de
transmitir não é condição suficiente para provocar/desencadear o desejo de aprender. Dar s
vontade e o gosto de aprender não passam mais por uma simles exposição do saber. Isso vale
dizer que o professor deve desenvolvver novos «saber faze» que permitem à totalidade de seus
alunos de ter a «chance» de aceder ao conhecimento. Ensinar nos dias de hoje exige cada vez
profissionalidade e passa pela organização de uma prática raciocinada, garante de suceso de
grande número de alunos.
Esta conquista de nova profissionalidade obriga ao professor a se colocar muitas questões
sobre os efeitos da prática. Ela coloca o professor face à uma multiplicidade de questões, as quais
ele deve tentar dar respostas, se é éque ele quer sucesso na sua missão de mediador do saber.
Estas questões são essenciais para organizar, isto é, tornar racional sua prática. Elas lhe
permitem identificar os obstáculos no momento da trnasmissão dos conhecimentos, mas também
de avaliar o que corre bem, com objectivo de formular as suas escolhas pedagógicas.
Estas questões, bem dito, fazem parte do quotidiano de todo professor que procura a eficacidade
do seu ensino. Como nos diz Antoine Prost, é controlando a maneira pela qual os alunos
constroem o seu saber que é possível de organizar as etapas deste processo, de controlar os
resultados e de retificar o seu curso.com certeza para os professores não é sempre fácil de
analisar de modo fidedigno o que se vai passar, tanto que avolução das situações de

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aprendizagem é as vezes imprevisível e é preciso as vezes se lanççar sem saber de que maneira
elas vão evoluir.
Quer dizer, é de alguma maneira cada, a cada vez uma aventura, porque se trata de
elaborar suas próprias estratégias de trabalho ao mesmo tempo que os alunos constroem e se
apropiam de suas estratégias mas estas questões ajudam o profesor a tomar decisões, aquelas que
ele julga – as melhor. Porque a habilidade do professor não tem muito a ver com a gestão do
“habitual”,do “previsível”, do “sem surpresa”. Ela é bem mais para além do domínio do próprio
evento, lá onde surgem o “não programável” e o “mprevisível”. A habilidade do professor tem a
ver com um conjunto de microdicisões que ele é levado a tomar ao curso das interações da turma
e graças as quais ele constroi suas estratégias.
Portanto, graças as questões que o professor se coloca durante a sua prática, ele estará a
elaborar pouco a pouco seu saber fazer, sua aptidão de conseguir que os alunos aprendam. E ele
melhorará por consequência sua prática. É este de profissionalização da função de ensinar que
queremos chamar atenção especial para que não seja ignorada. Isto significa um reconhecimento
do facto de que a atividade docente se aprende e que as competências profissionais específicas
podem se construir em formação.
Os professores devem tornar – se especialistas da aprendizagem e este desafio é sem
dúvida aquele que pode fundar a profissionalidade do professor. Então, se sua formação lhe
parece inapropriada ao que ele vive na turma, a solução não residiria no desenvolvimento de uma
atitude reflexiva que lhe permite pouco a pouco de elaborar soluções justas e apropriadas e
adquirir assim uma certa autonomia para que ele possa se libertar pouco a pouco das exigências
que ele tem em relação a sua formação profissional?
Quer seja na perspectiva do domínio dos afectos e das emoções que baralham a relação
pedagógica, a relação educativa ou seja no domínio de ferramentas didático pedagógicas, a
formação deve permitir compreender o que se passa cada vez mais que uma decisão é tomada
durante a situação de ensino. Por isso o professor deve adquirir certos reflexos que lhe permitirão
de analisar o que ele faz, como ele faz e porque ele faz, enquanto estiver para fazer. Ele deve
aprender a marchar vendo se a marchar.
Ele deve aprender a ler tudo que se passa durante a situação de ensino, quer isso seja na
dimensão afectiva ou não, afim de desenvolver a investigação clínica da sua acção. A formação
lhe ajudará a desenvolver esta atitude clínica, e lhe ajudará a fazer os seus primeiros passos em

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direcção a uma reflexiva, antes que ele não possa voar pelas suas próprias asas, sabendo com
certeza que ele não terá nunca de parar de aprender.
Insistimos por isso, que depois que o sistema escolar não é selectivo, o afluxo de alunos
não ou pouco motivados exige dos professores de se adaptar a esta nova realidade e multiplicar
suas competências. De facto, para Michel Develay, tornar –se professor não é mais somente
adquirir saberes académicos, mas é também ter o domínio de saberes profissionais, o domínio de
técnicas. A isso se junta a opinião de Philippe Meirieu segundo a qual a questão é de construir
uma formação profissional onde a cada instante as preocupações disciplinares e as preocupações
pedagógicas se interpretam. É preciso, portanto, não esquecer que se existe uma pedagogia, é
porque não é suficienteser chinês para saber ensinar chinês; este remarque vale para todas as
ciências e técnicas, pois sabe se da existência de autênticos sábios que não sabem ensinar
ciência; eles podem expor, mas fazer a exposição da matéria não é ensinar.
Para ter sucesso na sua atividade, o professor precisa ir além dos seus saberes académicos,
o que requer uma formação específica. E tal nos diz Gaston Mialart « a formação pedagógica não
se opões a formação académica. Bem ao contrário, não é com ignorantes que podemos fazer
qualquer que seja uma formação pedagógica de bons professores. Mas se a formação académica
é necessária, ela não é suficiente»
A prática parece ser o que melhor favoreceria o desenvolvimento do saber fazer; terreno de
predilecção do saber ensinar, onde se exerce a capacidade de julgar e de avaliar as situações
pedagógicas. Aristóteles dizia que é forjando que nos tornamos forjador. A este respeito, Antoine
prost remarca que «na caserna, não explicamos somente em estilo claro o que é uma espingarda,
mas cada um é chamado a desmontar e remontar o fusil pronunciando as mesmas palavras do
mestre; e aquele que não terá feito ou refeito, diz e rediz mais de vinte vezes, não saberá o que é
uma espingarda; ele terá somente uma recordação de ter ouvido um discurso de alguém que
sabia», razão pela qual se diz frequentemente que «não aprendemos a escrever e pensar
escutando um outro homem que fala bem e que pensa bem. É ensaiar, fazer, refazer, até que a
profissão ente», o que corresponde ao provérbio Alemão «Ubungmarht Meister» que é o mesmo
que dizer « O exercício faz o mestre».

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