mesmo tempo, mais importantes no que se refere à riqueza das informações geradas para a avaliação do desempenho empresarial.
A análise de uma empresa e desenvolvida por
meio de comparações, sejam elas efetuadas por índices passados ou mediante indicadores setoriais e de empresas concorrentes. A análise comparativa produz melhores resultados quando desenvolvida com valores relacionáveis ou afins: Sejam eles obtidos de uma mesma demonstração financeira como, por exemplo, relacionar lucro com investimento, custos com vendas, capital de giro com ativo total etc.; E também pela evolução dos diversos montantes patrimoniais e de resultados ao longo do tempo. Por exemplo: crescimento das vendas e dos lucros, evolução do patrimônio líquido etc.; A análise da evolução permite que sejam identificadas, inclusive determinadas tendências futuras do comportamento econômico-financeiro da empresa. Essa análise permite que se avalie a evolução dos vários itens de cada demonstração financeira em intervalos sequenciais de tempo. Por exemplo: as evoluções das vendas e dos lucros brutos de uma empresa, verificadas nos últimos três anos, são facilmente avaliadas e interpretadas mediante o estudo da análise horizontal aplicada às demonstrações de resultados referentes aos períodos considerados. É importante que os valores da análise horizontal estejam convertidos em moeda de mesma capacidade de compra, de forma que sejam apuradas as evoluções reais (descontada a inflação). EXEMPLO: Considere a evolução das receitas de vendas e dos lucros brutos de uma empresa, conforme apurados em suas demonstrações financeiras, publicadas no encerramento dos exercícios de X5, X6 e X7. Pede-se analisar o crescimento horizontal. 31/12/X5 31/12/X6 31/12/X7 ($ MIL) ($ MIL) ($ MIL) Receita de vendas 8.105 9.894 12.310 Lucro Bruto 2.510 2.990 3.980
OBSERVAÇÃO: O crescimento horizontal desses valores é obtido por meio de
números-índices, ou seja, relacionando-se cada resultado obtido em determinada data com o verificado em data anterior, definida como data-base, e multiplicando-se esse quociente por 100. É importante salientar, que na prática podem ser encontradas determinadas situações de evolução horizontal que demandam cuidados adicionais para o cálculo dos números-índices e análise dos resultados.
A primeira situação crítica se refere a uma redução
(decréscimo) dos valores financeiros em avaliação.
Esta variação negativa encontrada é mensurada pela
diferença entre o número-índice encontrado e a base 100. EXEMPLO: Apresenta-se a seguir a evolução horizontal das dívidas mantidas por uma empresa atuante no país, referentes aos exercícios sequenciais de X5, X6 e X7.
31/12/X5 31/12/X6 31/12/X7
($ MIL) ($ MIL) ($ MIL) DÍVIDAS 30.010 28.220 29.300 Outra situação especial ocorre quando nos defrontamos com valores negativos.
Como o valor de base é positivo, não existem maiores
problemas para o cálculo do número-índice, mas sua interpretação pode gerar alguns inconvenientes, principalmente dentro de uma análise rápida dos números-índices, pois o valor encontrado será também negativo. EXEMPLO: Suponhamos que o lucro líquido de uma empresa em determinada data-base, tenha alcançado de $ 4,0 milhões, e que se verificou um prejuízo de $ 1,2 milhão ao final do exercício seguinte.
1,2milhão / 4,0milhões 100
30,0
ISTO INDICA UMA TAXA DE CRESCIMENTO
HORIZONTAL DE - 30,00% Ocorre quando a base for negativa e o valor posterior também for negativo. Neste caso o número-índice torna-se evidentemente positivo.
Estas variações de sinais, apesar de pelas regras da
matemática serem corretas, podem gerar confusões na análise horizontal. EXEMPLO: Apresenta-se a seguir a evolução horizontal do resultado líquido em X5, X6 e X7.
31/12/X5 31/12/X6 31/12/X7
($ MIL) ($ MIL) ($ MIL) Resultado Líquido - $30 $60 - $90 Em contextos com inflação, é importante que o analista desenvolva seus estudos dos principais itens patrimoniais e de resultados, baseado em suas evoluções reais, ou seja, valores depurados da inflação. É necessário, neste caso, colocar todos os valores que estão sendo analisados em moeda representativa do poder de compra de determinada data. INDEXAÇÃO, CORREÇÃO OU INFLACIONAMENTO: quando a data escolhida for a final (data do último relatório financeiro, por exemplo) DESINDEXAÇÃO OU DEFLACIONAMENTO: quando a data escolhida for a inicial (data do primeiro relatório financeiro, por exemplo) EXEMPLO: Considere o balanço resumido da Cia. FinCorp, conforme publicado pela empresa, e a evolução nominal calculada de seus vários elementos patrimoniais. 31/12/X5 AH BASE 31/12/X6 AH BASE 31/12/X7 AH BASE ($ 000) (Nº IND.) ($ 000) (Nº IND.) ($ 000) (Nº IND.) At. Circ. 3.909,00 100,00 4.200,00 107,44 4.210,00 107,70 Real. a LP 567,00 100,00 678,00 119,58 995,00 175,49 At. Perm. 2675,00 100,00 3.300,00 123,36 4.210,00 157,38 At/Passivo 7.151,00 100,00 8.178,00 114,36 9.415,00 131,66 Pas. Circ. 2.980,00 100,00 3.189,00 107,01 4.100,00 137,58 Exig. A LP 1.390,00 100,00 1.569,00 112,88 1.765,00 126,98 Pat. 2.781,00 100,00 3.420,00 122,98 3.550,00 127,65 Líquido CONTINUAÇÃO DO EXEMPLO:
Sabendo que o s índices gerais de preços da economia
para os anos X5, X6 e X7 foram de 59,1; 78,9 e 92,2, respectivamente, calcule a correção de todos os valores para moeda de uma única data (mesmo poder de compra), sendo definida a data de 31/12/X7; e demonstre a evolução dos balanços patrimoniais da empresa. Verifica-se, assim, que em contextos inflacionários a análise horizontal em termos reais é de primordial importância pra que os analistas obtenham conclusões mais realistas.
Em verdade, o desempenho efetivo de qualquer valor é
definido por seu crescimento acima da taxa de inflação (variação real), considerando-se, até o nível de variação do valor da moeda, uma evolução aparente. A Análise Vertical também é um processo comparativo. É desenvolvida por meio de comparações relativas entre valores afins ou relacionáveis identificados numa mesma demonstração financeira. Permite, mais efetivamente, que se conheçam todas as alterações ocorridas na estrutura dos relatórios analisados, complementando-se, com isso, as conclusões obtidos pela análise horizontal descrita anteriormente. Por trabalhar com valores relativos, ou seja, considerar percentualmente as proporções existentes entre as diversas contas, a Análise Vertical pode dispensar a indexação de valores. Na hipótese de os valores estarem expressos em moeda da data de levantamento das demonstrações, a análise vertical produz as mesmas interpretações, quer se trabalhe em bases nominais, quer em bases reais. EXEMPLO: Tomando-se como base os valores totais dos ativos e passivos verificados ao final dos exercícios sociais de X5, X6 e X7 da Cia FinCorp, conforme balanços ilustrados no exemplo anterior, calcule as principais alterações patrimoniais, descritas pela análise vertical e faça sua análise.