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Aplicação do Índice de Solvência de Kanitz: Um estudo a empresa

SICOOB Norte do Paraná


Dalila Cadari Oliveira Martinez (dalila5martinez@gmail.com)

Resumo:
A previsão de insolvência é um fator relevante na disponibilização de crédito em uma
instituição financeira e em empresas de todos os seguimentos, por isso ela tem sido um assunto
frequentemente abordado. Com a finalidade de corroborar esse estudo, o presente trabalho
trouxe como objetivo indicar a situação de solvência da Cooperativa de Crédito Sicoob Norte do
Paraná nos anos 2014, 2015, 2016 e 2017; utilizando-se do método Kanitz para avaliação. O
termômetro de Kanitz é uma ferramenta auxiliadora para figurar com êxito a condição
financeira da instituição e possíveis tomada de decisão. Verificou-se a solvência da cooperativa
nos anos analisados, e considerou-se o método aplicado como fonte confiável e segura;
representante da realidade segundo demonstrações contábeis, e comparação aos índices de
Elizabetsky e Altman.

Palavra-chave: Insolvência, termômetro de Kanitz, cooperativas de crédito.

Application of the Kanitz Solvency Index: A study the company


SICOOB North of Paraná

Abstract:
Key-words:

1. Introdução
O desenvolvimento das ciências contábeis sempre esteve envolvido com a evolução da
humanidade. E essa evolução tem mostrado a importância desta ciência, não apenas na
apuração dos tributos e demonstrações contábeis, mas também em auxiliar empresas a
manterem-se precisas no mundo dos negócios, afinal este é o interesse primordial das
empresas. Elas buscam habilmente saber onde estão e o necessário para chegar onde
desejam.
Frente a uma competitividade e o número cada vez maior de multinacionais, torna-se de
extrema importância entender que a contabilidade é fundamental para o crescimento e o
destaque em qualquer empreendimento (LIMA, 2001). Percebe-se então, o valor da
contabilidade em gerar informações para apresentação de tendências, que poderão
mostrar se a empresa encontra-se em solvência ou insolvência (KANITZ, 1978).
A insolvência é um mal em que certo momento algumas corporações experimentam,
devido não preparar-se com antecedência para os riscos futuros, e não zelarem por uma
saúde financeira de sua organização (KANITZ, 1978). Consequentemente, as
instituições que conseguem prever seu cenário financeiro de forma adequada, ganham
proveito para tomada de decisões e nos desafios econômicos.
Precisa-se ter o cuidado necessário em um negócio, pois as situações de insolvências
podem ser traumáticas, e difíceis de serem estabilizadas. Nesse contexto, o uso dos
modelos de previsão de insolvências foi desenvolvido com o propósito de verificar a
situação de solvência das empresas. Os modelos de previsão de insolvência não têm a
capacidade de afirmarem se a empresa vai falir ou se tornar inadimplente, mas servem
como indicativo do que poderá acontecer caso a empresa continue no mesmo rumo
(KANITZ, 1978).
Uma análise de qualidade trás direcionamentos a organização, e quanto mais
conhecimento a empresa puder obter do nível que se encontra a administração de seus
negócios, a probabilidade de chegar a seus objetivos e lucratividade também serão
maiores. Um dos modelos de previsão de insolvência foi o desenvolvido pelo professor
Sthepen Charles Kanitz, o qual foi utilizado neste trabalho, e que poderá servir de
direção para uma análise de aptidão para a empresa. A partir desse contexto, foi definida
a seguinte questão de pesquisa: Qual o índice de solvência da instituição Sicoob Norte
do Paraná nos anos de 2014, 2015, 2016 e 2017, segundo o método de Kanitz?
Para responder a essa questão o objetivo geral desta pesquisa será analisar a situação
econômico-financeira da cooperativa financeira Sicoob Norte do Paraná nos anos 2014,
2015, 2016 e 2017 por auxílio do modelo de Kanitz e comparar o resultado do método
utilizado, com a real situação da instituição, determinando o risco de insolvência da
organização nestes anos, através do Fator de Insolvência (FI), por intermédio de um
termômetro ao qual pode indicar três situações: solvência, penumbra ou insolvência
(KANITZ, 1978).
O presente estudo tem como justificativa o modelo de insolvência de Kanitz, sendo um
vantajoso instrumento para auxiliar os profissionais contábeis a ajudarem seus clientes a
visualizar melhor sua situação financeira e possível tomada de decisão de uma forma
prática (KANITZ, 1978). É uma ferramenta muito útil para os vindouros contadores que
servirá de contribuição para pesquisas de trabalho, estudos de caso, debates acadêmicos.
Pois ela não traz apenas o estado de solvência da empresa, mas também debates sobre
características que levam isso a acontecer.

2. Referencial Teórico
Abordaremos para este referencial alguns contextos pertinentes para absorção mais
satisfatória do conteúdo trabalhado. As demonstrações contábeis, que são base deste
estudo e os métodos aplicados de Kanitz, Elizabetsky e Altman; que auxiliarão para a
realização do mesmo.
2.1. Demonstrações Contábeis
2.1.1. A Importância das Demonstrações Contábeis
A principal finalidade das demonstrações contábeis é mostrar a condição econômica,
financeira e patrimonial das empresas, permitindo uma visão habilidosa dos negócios
para seus administradores (SILVA, 2016). As demonstrações contábeis são fontes vitais
para tomada de decisão em um negócio, é também possível por meio dela estruturar os
orçamentos, monitorar os gastos, acompanhar o avanço patrimonial de uma empresa
(SILVA, 2016).
Iudícibus (2007) define o estudo das demonstrações contábeis como, a arte de saber
retirar relações úteis entre conjuntos de contas dos relatórios contábeis tradicionais e de
suas áreas, com intenção a fornecer a alta administração, informações preciosas à
tomada de decisão. Nota-se então que os fatos contábeis são materiais de informações
importantes, que permitem uma vantagem à empresa que se utiliza dessas
demonstrações (SILVA, 2016).
As demonstrações contábeis são meios de acesso importantíssimos para visualizar
dados úteis e de informações significativas, além da capacidade de identificar a situação
financeira de uma empresa (SILVA, 2005). Silva e Souza (2011), reconhecem as
demonstrações, inclusive como relatos contabilísticos e como geradores de informações
para análise, cabendo de base, inclusive para qualificar prováveis investimentos.
As demonstrações são aplicadas pela gestão da empresa para apresentar contas e levar
informações a respeito do enfoque econômico financeiro aos sócios, credores, e a outros
envolvidos. Elas exibem informações úteis que apontam suas operações ao longo de um
estabelecido período de tempo, e quando examinadas simplificam os itens fortes e
fracos extraídos da realização da atividade da empresa querem estas sendo operacional
ou não operacional (SILVA E SOUZA, 2011).
Do mesmo modo, as demonstrações têm como intuito propiciar conhecimento aos
utilizadores; ponderar a capacidade da empresa de gerar dinheiro e correspondente;
comunicar sobre o patrimônio financeiro controlado pela organização, estrutura
econômica, liquidez e insolvência (MARTINS, 2011).
2.1.2. Especificidades das Demonstrações Contábeis
De acordo com a Lei nº 6404/76, as Demonstrações Contábeis necessárias de
elaboração e publicação no final de cada exercício, pelas sociedades por ações, são
Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração de
Lucros e Prejuízos Acumulados ou Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido,
Demonstração dos Fluxos de Caixa, Demonstração do Valor Adicionado e Notas
Explicativas; as quais serão abordadas a diante. Serão apresentadas apenas algumas
demonstrações, ou seja, há outras além dessas, porém veremos as que são mais notáveis
e de relevância no momento para um claro entendimento.
Balanço Patrimonial: Sérgio Iudícibus (2010), diz que o Balanço Patrimonial é uma das
demonstrações contábeis mais relevantes, por meio desta podemos identificar a
condição financeira e patrimonial de uma organização em certo momento, dentro de
algumas normas. Nessa demonstração estão visivelmente apresentados o Ativo, o
Passivo e o Patrimônio Líquido da instituição. Sabemos que, pela própria definição,
Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresa. É por esse
motivo que o balanço costuma ser nominado de Balanço Patrimonial.
O Ativo entende, de maneira muito simplificada, os bens e os direitos expressos em
moedas, caixa, bancos, (são recursos financeiros disponibilizados de imediato),
veículos, imóveis, mercadorias, contas a receber de clientes; são bens e direitos que as
empresas costumam geralmente possuir. O Passivo entende, de forma básica as
obrigações que a entidade possui a pagar, isto quer dizer o que ela deve a terceiros,
como por exemplo: fornecedores, financiamentos, contas a pagar, impostos a pagar, e
assim por diante; são obrigações que geralmente as empresas costumam possuir
(IUDÍCIBUS, 2010).
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE): A Demonstração de Resultado serve
de mediação na apuração do Lucro ou Prejuízo do período, sua elaboração é feita
simultaneamente com o Balanço Patrimonial. Com essas duas demonstrações, é
possível fazer análises, conclusões, verificar variações, com práticas adequadas de
Análise e Interpretação de Balanços fornecidos pela Contabilidade. Nessa demonstração
também é possível visualizar detalhadamente contas de Despesa, Receita e o Lucro ou
Prejuízo Líquido (IUDÍCIBUS, 2010).
O lucro apurado por intermédio dessa demonstração pode ser tido razoavelmente como
preciso, pois a empresa apenas pode ter certeza realmente do seu lucro após desfeito de
todos seus bens, desapropriado dos seus ativos, e efetuado o pagamento de todas suas
obrigações. Em geral as empresas vivem por um tempo indeterminado, por isso não é
possível prever seu lucro exato, e devido à necessidade de verificar suas operações
consecutivamente, a Demonstração de Resultado do Exercício deve ser levada em
consideração e elaborada periodicamente (IUDÍCIBUS, 2010).
Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados (DPLA): Apresenta-nos essa
Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados às distribuições de lucros aos sócios,
saldos ainda não registrados, as retenções de lucros, os ajustes de exercícios anteriores,
a qual é de grande relevância aos interessados na empresa (IUDÍCIBUS, 2010). De
acordo com a legislação do Imposto de Renda Art. 274 do RIR/99, são obrigatórias à
apresentação da DPLA as sociedades limitadas e outros tipos de entidades.
Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido (DMPL): A apresentação da
Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido é facultativa, e quando realizada
desobriga a apresentação da Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados. É
obrigatória para as companhias abertas, instituições financeiras, seguradoras e algumas
outras empresas. A Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido pretende informar
basicamente as movimentações realizadas nas contas participantes do Patrimônio
Líquido, com suporte do saldo inicial do exercício anterior até o saldo final do exercício
atual, abrangendo as contas do Patrimônio Líquido, por exemplo, Capital Social,
Reservas de Lucro, Reservas de Avaliação, Reservas de Capital, Ações em Tesouraria,
por isso ela é considerada mais importante que a demonstração anterior, pois a DMPL
envolve além das contas do Lucro e Prejuízos Acumulados (IUDÍCIBUS, 2010).
Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC): Não é obrigatória para sociedades anônimas
com patrimônio líquido inferior a dois milhões de reais. A demonstração do resultado
permite uma visão esplêndida do desenvolvimento da empresa, porém, devido ao
regime de competência, não propicia as movimentações do caixa no período, pois os
resultados são operados em períodos bem menores, e em cada desses períodos existe
uma diferença entre o resultado e o fluxo de caixa (IUDÍCIBUS, 2010).
Além de que, há movimentações no caixa notáveis, que não correspondem a receitas e
despesas, como pagamento de dívidas, investimentos em outras instituições,
distribuição de sócios, venda de ativos usados, entre outros. Em vista disso, a
Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) costuma ser apresentada por três grandes
subdivisões, o fluxo de caixa das atividades operacionais, o fluxo de caixa das
atividades de investimentos, e o fluxo de caixa das atividades de financiamento
(IUDÍCIBUS, 2010).
Demonstração do Valor Adicionado (DVA): A Demonstração do Valor Adicionado
representa um dos elementos componentes do Balanço Social e tem por finalidade
evidenciar a riqueza criada pela entidade e sua distribuição com os acionistas, governo,
funcionários, remuneração do capital de terceiros, durante determinado período. A
Demonstração do Valor Adicionado obrigatoriamente é apresentada pelas sociedades
anônimas de capital aberto, sendo facultada sua elaboração e apresentação para as
demais entidades (SILVA, 2013).
Conforme a Lei nº 6404/76 as Notas Explicativas são demonstrações complementadas a
outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis fundamentais para esclarecimento
da condição patrimonial e dos resultados do exercício. Poderão estar relacionadas a
qualquer outra das Demonstrações Financeiras, como a Demonstração de Lucros e
Prejuízos Acumulados, ou Fluxo de Caixa.

2.2. Relevância na Análise das Demonstrações Contábeis


A contabilidade usufrui das ferramentas da análise das demonstrações contábeis para
apontar as variações do patrimônio e presumíveis falhas que possam estar acontecendo
na instituição, (SILVA, 2004). Um dos fundamentais propósitos da análise financeira,
segundo Silva (2004), é o suprimento de subsídios para a tomada racional e consciente
de decisão de concessão de recursos e de investimentos fundada em informações de
qualidade.
Um dos procedimentos de prognóstico financeiro é por intermédio dos indicadores
financeiros, que proporcionam uma colocação da organização em comparação à
fluididade (liquidez), endividamento, lucratividade e solvabilidade (SILVA, 2014). É
possível notar a importância das avaliações e interpretações das demonstrações providas
pela contabilidade, sendo um instrumento de extrema preciosidade para o bom
funcionamento de uma empresa (SEBASTIÃO, 2014).
O prognóstico das demonstrações contábeis não é somente um mero cálculo de índices,
ela implica a verificação de ativos, passivos e de receitas e despesas (SEBASTIÃO,
2014). Silva (2005) inclui ainda que as demonstrações contábeis proporcionam aspectos
que possibilitam analisar a saúde financeira de certa empresa. Lembrando que deve ser
feita uma análise alicerçada em materiais contábeis puros e fidedignos limitando com
isso o nível de incertezas.
Segundo Padoveze (2007), o objetivo geral da análise é conseguir elementos para o
processo de exame da conservação financeira e operacional da empresa explorada. O
desenvolvimento da análise possibilita que informações relevantes sobre o desempenho
da organização sejam enxergadas de maneira mais clara, e posteriormente modificadas
em dados úteis que possibilitem identificar problemas de determinada empresa
(SEBASTIÃO, 2014).
Marion (2005) sugere pontos a serem adotados para a efetivação da análise. A primeira
é apurar se tem alcance a todas as demonstrações contábeis que serão exploradas.
Depois se deve verificar se essas referências são confiáveis, seguras e de qualidades, as
quais devem evidenciar precisamente o cenário da empresa, e depois ordenar as
demonstrações, se preciso, de modo que fiquem apropriadas para a análise. A etapa
seguinte é escolher um grupo de índices ou indicadores que melhor se adeque ao perfil
de análise.
2.2.1. Os Indicadores de Solvência
2.2.1.1. O Termômetro de Kanitz
O termômetro de Kanitz é um instrumento utilizado para prever e indicar a possível
falência de uma organização. Esse termômetro é fruto dos estudos do Professor Stephen
Charles Kanitz. Suas atividades foram as primeiras a serem conhecidas no Brasil, no
âmbito de antever a situação de uma empresa através de suas demonstrações contábeis.
Em seu primeiro estudo (1974), foram usadas cinco análises de balanços para
elaboração da sua fórmula matemática, que trataremos a diante.
Em um de seus livros ele afirma que os primeiros sinais de uma insolvência acontecem
antes mesmo que ela se concretize (KANITZ, 1978). Segundo o autor Kanitz (1978) a
falência passa por fases de começo, meio e fim, ou seja, a cada instante a empresa
atravessa por diferentes momentos, que podem mostrar a realidade em que se encontra
através de uma análise bem realizada das demonstrações contábeis. Kanitz (1978)
orienta que o fator de insolvência indica uma próxima futura falência, caso a empresa
não tome as devidas providências para mudar sua rota.
O Professor Kanitz (1978), definiu que a análise do índice possibilita: 1) Destacar
empresas em provável condição de insolvência; 2) Classificar empresas em proporção
de solvência/insolvência com intuito de selecionar clientes primados; e 3) Definir
previsões para devedores duvidosos. Nesses trabalhos, Kanitz (1978) evidenciou infeliz
fato, de que médias e pequenas empresas transparecem mais ao risco de falência. Kanitz
afirma que é necessário verificar, depois de detectado índice nefasto no balanço de uma
empresa, se tais índices agravaram ou progrediram em relação ao ano antecedente.
O estudioso Kanitz (1978) destaca três pontos, onde o primeiro mostra que os
endividamentos feitos por empresas com características difíceis só auxiliam para
postergar o esperado: a insolvência. De coisa alguma vale recorrer a fontes de capitais,
se não há uma elaboração para se aplicar esses recursos, não haverá efeitos positivos na
empresa.
Poueri (2012), conclui também que a tardança dessa situação pode gerar implicações
mais substanciais a sociedade (sentido amplo), considerando-se a disponibilidade de
mais fundos para uma corporação que não conseguirá com que eles revertam à
economia; pior para aqueles que estão envolvidos, como fornecedores diretos que não
tem muita opção a não ser disponibilizar mais recursos a fim de esperançosamente esses
bens possam voltar, com intuito da empresa reverter seu quadro.
O segundo ponto que Kanitz (1978), destaca é a “imponência” das demonstrações,
especialmente nos índices de liquidez, que faz com que se recuse sua aplicação como
determinante de boa ou má condição financeira, em um estudo autêntico e
compreensível do indicador. O terceiro ponto destaca o uso da Demonstração de
Origens e Aplicações de Recursos, na avaliação do nível financeiro de uma empresa.
Essa demonstração é tida como ferramenta importante no estudo da condição da
empresa, ela é explorada por Kanitz (1978), ao verificar a Demonstração de Origens e
Aplicações de Recursos, em uma empresa exemplo, que confirma a veracidade das
análises através dos índices convencionais. O estudo final das demonstrações da
empresa exemplo apresentou o processo de insolvabilidade, o qual, segundo Kanitz em
1973 levou-a a pedir a concordata.
Numa outra confrontação (Kanitz 1978), exibem-se os índices médios calculados para
dois conjuntos de empresas: um constituído por 15 instituições que se arruinaram em
menos de um ano depois da publicação de suas demonstrações contábeis, e outro por 15
instituições que seguiam operando regularmente. Nessa confrontação fica evidente, que
os convencionais índices de liquidez (Seca, Corrente e Geral) não são consideráveis
para a análise da condição da empresa, visto que as médias dos grupos são
suficientemente próximas, mas quando aplicadas em soma com outros, podem “provar
uma habilidade apontada por índices mais confiáveis”; que neste caso foram o Lucro
Líquido sobre o Patrimônio Líquido e o Capital de Terceiros sobre o Patrimônio
Líquido.
Em seu último estudo Kanitz (1978), cria-se o Fator de Insolvência, no qual foram
utilizadas as técnicas de análise discriminante e de regressão múltipla. O fator apontado
é apresentado pela seguinte equação:
Fator de Insolvência = X1 + X2 + X3 – X4 – X5.
X1= LL/PL* 0,05
X2= AC+ARLP/PC+PELP * 1,65
X3= AC – ESTOQUE – DA (DESPESAS ANTECIPADAS) /PC * 3,55
X4= AC/PC *1,06
X5= PC+PELP/PL * 0,33
FI de 0 a 7 = Zona de Solvência
FI de 0 a – 3 = Zona de Penumbra
FI de – 3 a – 7 = Zona de Insolvência

Figura 1 = Termômetro de Insolvência de Kanitz

Fonte: Kanitz

Para Poueri (2012) esse instrumento é útil na decisão de crédito, não simplesmente
como indicador de solvência das organizações, como relata KANITZ (1978). Em casos
em que os meios para créditos estão mais exíguos, auxiliaria na decisão a quem
conceder recursos. Escolher-se-ia por empresas com menor risco, ou seja, com maior
zona de solvência. Segundo Kanitz (1978), também é possível incluir mais índices na
composição do Fator de Insolvência, assim como variáveis diferenciadas dos índices.
Poueri (2012), indica que o Fator de Insolvência trouxe benefícios aos bancos que o
validaram. Kanitz (1978), também relata em um de seus trabalhos que o número de
pedidos de empréstimos negados caiu de 25% para 2%, porque o Fato de Insolvência
permitiu um grau de segurança maior na concessão de crédito; e em comparação as
empresas que faliam depois da aceitação do crédito modificaram-se de 1% para 0,04%.
Mais a frente em um de seus livros Professor Kanitz (1978), mostra e aborda os temas
da pesquisa; que se tornaram as suposições que seriam, ou não confirmado pela sua
pesquisa, dos quais alguns trataremos aqui. É possível prognosticar a falência de um
negócio? Quais são os melhores indicadores de prognóstico? Referindo-se a primeira
questão deve ser sim segundo Kanitz (1978), senão estaria colocando à prova a
realização de análises de balanços. A adversidade é que nem sempre os balanços são
precisos, colocando em incerteza e receio os analistas de crédito.
Devido a essa “falha” no prognóstico da situação financeira Kanitz (1978), exibe quatro
disformidades: 1) o crédito é atribuído devido às garantias concedidas e não pela
condição de pagamento de empresa. 2) isso acaba favorecendo as multinacionais e
grandes empresas, por terem essas possibilidade maiores de ofertarem garantias e avais.
3) a inabilidade de verificar a dificuldade financeira de um cliente, acarreta com que o
sistema financeiro não apresente suporte necessário a essas empresas. 4) A carência de
se dar bens pessoais e patrimônios de diretores como garantia, atinge o preceito da
responsabilidade limitada.
Quanto aos melhores indicadores Kanitz (1978) destaca o uso de todos os índices que
encontrou e obteve na literatura propícia ao tema. O desfecho que chegou é a de ser
capaz, com a aplicação de alguns desses índices, atingir um “índice de risco de crédito”.
Os balanços das empresas brasileiras são confiáveis? Principalmente das empresas
prestes a falir? Kanitz (1978) apresentou-se de frente com quatro críticas expostas de
especialistas: 1) as demonstrações de pequenas e médias empresas são inadequadamente
preparadas; 2) a não existência do conhecimento referente aos princípios contábeis e
chegada de distorções, pela adesão da legislação fiscal, para efeitos de apuração
principalmente do lucro líquido e das demonstrações contábeis; 3) a adulteração de
documentos, de modo deliberado e premeditado por meio da administração,
especialmente nas demonstrações de empresas iminentes a falirem. 4) “Adornamento”
dos balanços, com a intenção de melhorar os índices que serão objeto de estudos.
Inclusive diante dessas fortes críticas, Kanitz (1978) testou as demonstrações das
empresas, especificamente como foram constituídas, buscando comprovar que não
existia efeito sobre a capacidade de previsão. Desse modo, Kanitz (1978) findou em sua
pesquisa que as demonstrações sendo fidedignas ou não, a capacidade de previsão se
estabelece existente através do emprego do conceito de colocação referente aos índices,
que será tratada.
Outra questão a ser levantada por Kanitz (1978) é se o posicionamento da empresa é um
indicador significativo de insolvência. O autor defende que a posição da empresa com
relação a outras empresas é mais importante do que os índices em si. Kanitz (1978),
afirma que mesmo que a empresa tenha suas demonstrações adulteradas, sua colocação
não é modificada em relação à outra empresa. Esse conteúdo gerou desenvolvimento
dos índices, porque além de avaliar cada um deles, avaliou-se também sua alternância
de um período a outro, já que essa é uma medida de colocação relativa.

2.2.1.2. Indicador de Altman


Edward I. Altman, professor de finanças na New York University Stern
SchoolofBussiness, em parceria com os professores Tara K. N. Baidya e Luiz Manoel
Ribeiro Dias desenvolveu em 1979, o artigo “Previsão de problemas financeiros em
empresas”. Com a finalidade de explorar a prática das falências das empresas do Brasil
da época, e esmiuçar, atestar e examinar um modelo quantitativo para classificar e
resolver problemas financeiros das entidades (Altman et al, 1979).
Empregando-se os métodos da Análise Discriminante e de Regressão Múltipla, os
autores desenvolveram o modelo de previsão de insolvência por meio de uma amostra
fragmentada em duas categorias, o das empresas com problemas sérios (PS), e o
controle das empresas sem problemas (NP) (ALTMAN ET AL, 1979). A amostra PS é
tida como apoio problemas como solicitações formais de falências e de concordata;
intervenção do credor para reorganização da gestão, os casos que a entidade encerrou
atividades, sem aplicação dos meios lícitos. No que se refere à amostra NP procuraram
os autores Altman, Baidya & Dias (1979), escolher duas empresas de cada setor
equivalente aos da amostra PS.
Seus estudos levaram ao desenvolvimento de duas equações discriminantes, com quatro
variáveis. A primeira com modelo Z¹, não incluía a variável x1, por esta não contribuir
com o poder explicativo do modelo e pelo sinal seu coeficiente ser contrário à lógica e a
instituição (ALTMAN ET AL, 1979). Quanto ao modelo Z², a variável x2 não foi
incluída devido à complexidade de quantificar lucros retidos, com base apenas em
balanços presentes, e a mudança inserida nas variáveis x3 e x4, as quais se apresentaram
semelhantes em seus resultados. As equações que representam os modelos são:
Fator = 1,84 – 0,51X1 + 6,32X3 + 0,71X4 + 0,53X5
X1- Ativo Circulante-Passivo Circulante/ Ativo Total
X3 – Reservas e Lucros Suspensos/Ativo Total
X4 – Patrimônio Liquido/Exigível Total
X5 – Vendas/Ativo Total
O critério aderido por ALTMAN foi:
 Z>0 empresas solventes
 Z<0 empresas insolventes

2.2.1.3. Indicador de Elizabetsky


Roberto Elizabetsky, em 1976, desenvolveu um trabalho de conclusão de curso na
faculdade com o título: “Um modelo matemático para decisões de crédito no banco
comercial”. No início de seu estudo expõe o crédito como perspectiva por parte do
concessor, de que o devedor retorne o bem concedido no período acertado e incluído de
um provento por ter desfrutado do bem durante aquele período concordado.
Na assertividade de prover crédito ou não, procuram-se informações do pretérito do
cliente. Segundo Elizabetsky (1976), esses informes devem ser analisados sob os
aspectos cliente versus mercado, e devedor versus credor. Observa-se a pluralidade de
enfoques desses aspectos, como situação econômica e financeira, aspectos de risco e
rentabilidade, que dificultam a observação e apontam a intangibilidade na decisão de
concessão de crédito.
Para Elizabetsky (1976), alguns elementos centrais são considerados na hora de decisão:
qualificação dos dirigentes e diretores da empresa; reciprocidade obtida do cliente (risco
versus rentabilidade); condição econômica e financeira (análise das demonstrações
contábeis); garantias fornecidas, referências cadastrais, histórico de pagamento;
destinação dos recursos; procedência do crédito (risco); e proveito do banco em termos
de numerário.
Caso a avaliação dos elementos citados for boa, as chances a aprovação de crédito são
maiores, no entanto, se houver diferenças quanto ao desfecho final, procura-se avaliar
através das demonstrações contábeis, mais objetivamente o nível operacional do
possível devedor, condições de pagamento, o que é sujeito a indagações. Para o autor, a
crítica humana não pode ser excluída do procedimento de tomada de decisão, porém o
método de análise de concessão de crédito é capaz de ser benéfico pela utilização de
exemplos matemáticos que viabilizam uma adequada quantificação dos fatos
apresentados, (ELIZABETSKY, 1976).
Na opinião de Elizabetsky (1976), podem ser atingidos pelos modelos matemáticos
diversos propósitos, como supervisão dos créditos concedidos para aperfeiçoamento da
habilidade de decisão, redução de tempo e custos de análise, domínio das carteiras de
crédito, favorável utilidade do tempo, flexibilidade as mudanças na economia,
intensificação de favoráveis clientes e formalização do procedimento de análise na
concessão de crédito.
Fator = 1,93X1 – 0,20X2 + 1,02X3 – 1,33X4 + 1,12X5
X1 = Lucro Liquido/Vendas
X2 = Disponível/Imobilizado Total
X3 = Contas a Receber/Ativo Total
X4 = Estoque/Ativo Total
X5 = Passivo Circulante/Ativo Total
A classificação atribuída por Elisabetsky foi:
 Z< 0,5 empresa insolvente  Z > 0,5 empresa solvente.

3. Metodologia
A abordagem da pesquisa objetivou analisar as evidências de solvência através do
comportamento dos índices econômico-financeiros do Sicoob Norte do Paraná. Para
isso, foram coletadas informações contidas nas demonstrações encerradas em 31 de
dezembro do ano 2014, 2015, 2016 e 2017.
Quanto à caracterização da pesquisa, ela pode ser definida como descritiva. De acordo
com Silva & Menezes (2000), “a pesquisa descritiva visa descrever as características de
determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis”.
Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação
sistemática. Segundo Vergara (2000), a pesquisa descritiva exibe as propriedades de
determinada população ou fenômeno, compõe correlações entre variáveis e define sua
natureza. A pesquisa descritiva não se limita a explicar fenômenos que descreve, no
entanto serve de base para explicá-lo.
A pesquisa será realizada de forma quantitativa, onde os resultados do estudo podem ser
quantificados a partir de números, estatísticas, recorrendo-se a linguagem matemática
para descrever as causas de um problema. A pesquisa quantitativa se centraliza na
objetividade. Conforme Gil (2008, p. 17), “este método se fundamenta na aplicação da
teoria estatística da probabilidade e constitui importante auxílio para a investigação em
ciências sociais”.
Por intermédio do índice de solvência de Kanitz (1978), Altman e Elizabetsky;
utilizando-se de coleta de dados secundários, através de análise das demonstrações
contábeis da instituição Sicoob Norte do Paraná dos anos 2014, 2015, 2016 e 2017, será
identificado o índice de solvência, penumbra ou insolvência da empresa objeto deste
estudo.
4. Análise dos Resultados

O objetivo deste trabalho foi de analisar a capacidade de previsão de falência do método


Kaniz tendo como objeto de estudo a empresa Sicoob Norte do Paraná dos anos 2014,
2015, 2016 e 2017.

Tabela 1 = Índice de Kanitz calculado

Método de Kanitz Fator de Insolvência 2014 2015 2016 2017


X1= LL/PL x 0,05 6,06 7,03 5,39 3,89
X2= AC + ARLP/PC + PELP x
Acima de 0 = 1,65 1,78 1,78 1,77 1,78
SolvênciaEntre (-) 3,0 X3= AC - ESTOQUES -
e 0 = Penumbra DA/PC x 3,55 3,24 3,1 2,6 2,94
Menor (-) 3,0 =
X4= AC/PC x 1,06 0,97 0,83 0,78 0,88
Insolvência
X5= PC + PELP/PL x 0,33 2,51 2,47 2,41 2,47
Termômetro ► 7,6 8,61 6,57 5,26
Fonte: elaborado pelo aluno
Ao analisar o índice de Kanitz seguindo a metodologia proposta pelo autor, foi possível
identificar que no ano de 2014 o seu termômetro apresentado é de 7,6; o que significa
uma empresa solvente. Observando suas demonstrações podemos verificar que houve
um aumento em sua receita de intermediação financeira, ocorre que com aumento de
receita imagina-se também um aumento de custos e despesas, mas não foi o que ocorreu
neste ano de 2014.
Além do aumento de receita, deu-se uma constância nos valores (custos e despesas) em
relação ao ano de 2013, acarretando consequentemente receitas a
instituição.Examinando também mais a fundo em suas notas explicativas, constata-se
um aumento considerado em receitas operacionais no que diz respeito à recuperação de
encargos e despesas; e aos ingressos de depósitos intercooperativos, alavancando mais
de 100% em relação ao ano anterior.

No ano de 2015 o termômetro apresentado é de 8,61; podemos perceber um crescimento


considerável na instituição como um todo, não apenas no lucro líquido como explícito,
mas olhando de modo geral nota-se a expansão,onde podemos citar as operações de
crédito concedidas e no incremento ao capital social de R$ 12.659.000,00 (o que
demonstra aumento do número de associados).
Já para o ano de 2016 foi percebido outras ocorrências, onde as operações de crédito
cresceram, mas não proporcionalmente aos crescimentos dos anos anteriores, e as
provisões para créditos de liquidação duvidosa subiram, afetando em um lucro líquido
ordinário, e refletindo na análise do índice de Kanitz, que foi de 6,57 para este ano.
Ao analisar o ano de 2017 foi identificado um índice de 5,26, ainda sim solvente, porém
percebe-se a regressão dos números, ocorrendo o oposto ao ano de 2014 e 2015,
existindo aumento das despesas pessoais, despesas administrativas e despesas
operacionais, o que deveria ou esperava-se ser menor devido um lucro inferior. Também
foi verificado uma redução do capital em R$1.273.000,00.

Figura 2 = Gráfico da Evolução do índice de Kanitz

Termômetro
10
8 8.61
7.6
6 6.57
5.26
4 Termômetro
2
0
2014 2015 2016 2017

Fonte: Elaborado pelo aluno

É possível verificar do gráfico apresentado na Figura 2, que o termômetro durante o


período estudado apresenta uma “curvatura”.Em 2015 uma evolução, e nos anos
seguintes foi decrescendo, em 2016 atingindo 6,57; índice menor do que em 2014
chegando a 2017 em 5,26.
Como apresentado na revisão teórica os métodos Elizabetsky e Altman, procuramos
realizar os mesmos cálculos para verificar se os resultados identificados com o método
Kanitz demonstram segurança em nossa análise.

Tabela 2 = Resultado obtido através dos demais índices


Índices
Kanitz Altman Elizabetsky
2014 7,60 2,12 0,47
2015 8,61 2,18 0,55
2016 6,57 2,22 0,73
2017 5,26 2,14 0,60

Do mesmo modo, ao elaborar a análise da empresa Sicoob Norte do Paraná é possível


verificar que os índices de Altman e Elizabetsky também afirmam o resultado de
solvência da mesma. Com exceção ao ano de 2014 no índice de Elizabetsky, onde a
empresa apresenta insolvência, próximo dos 0,5 onde o autor classifica como ponto
crítico. Isso se dá devido ao tipo diferenciado de cálculo onde o disponível e
imobilizado não incrementam ao valor final e sim deduzem do mesmo.
Inclusive em 2014, foi o ano em que a empresa obteve o valor mais expressivo de
disponível e imobilizado na análise do termômetro de Elizabetsky, o qual apresentou
diante do índice uma situação negativa à instituição. Podemos perceber então diante
desta análise, à vista queda maneira como esses dados foram abordados pelo autor do
método que a empresa não se encontra em insolvência e que, além disso, diante dos
outros índices a empresa é tida como solvente.
Gráfico 3 = Cálculo de Regressão Linear e Identificação do fator R
10
9
8 y = -0.906x + 9.275
R² = 0.6658 Kanitz
7
6 Altman

5 Elizabetsky
4 y = 0.01x + 2.14 Linear (Kanitz)
3 R² = 0.0847
Linear (Altman)
2 Linear (Elizabetsky)
y = 0.057x + 0.445
1
R² = 0.4554
0
0 1 2 3 4 5

Baseando-se na análise do Gráfico de Regressão é possível perceber que o cálculo


determinado através do método de Kanitz afirma que 66,5% dos dados são explicados.
Tendo juntamente como alicerce as demonstrações contábeis para coleta de dados deste
trabalho, verifica-se que o método de Kanitz colidi com a realidade em que a instituição
figura-se. Nota-se então a eficiência do método, mostrando que através de seu
instrumento é viável para avaliação de estado de solvência de uma determinada
empresa, proporcionado uma segurança em seu resultado.
No método de Altman os dados são de 8,4% e no método de Elizabetsky são 45,5%.
Conforme indica no gráfico é visível como ambos são lineares, o que comprova os
cálculos realizados ao pilar deles. Eles se diferem, porém não de uma forma alarmante
que coloque a empresa em uma situação muito diferente durante os quatro anos, sendo
mínimas suas alterações.

5. Conclusão
Tal como o objetivo geral deste trabalho foi analisar a situação econômico-financeira da
empresa Sicoob Norte do Paraná nos anos de 2014, 2015, 2016 e 2017 por meio do
Termômetro de Kanitz; após diagnósticos realizados evidencia-se a solvência da
própria, e a autenticidade do método aplicado como recurso relevante para esse fim. Do
mesmo modo, obtivemos como base para comprovação da eficiência do método Kanitz
a aplicação dos índices de insolvência de Elizabesky e Altman para revalidação dos
resultados obtidos.
Nos índices de Elizabetsky e Altman pudemos verificar a solvência da cooperativa,
porém de uma forma linear, não demonstrando as reais alterações que houve durante os
anos. Podemos perceber que esses métodos abordados são eficazes, mas no contexto de
demonstrar se a empresa é solvente ou insolvente; não representando a evolução ou
decrescente da condição que ela se encontra, o que não é significativo para tomada de
decisão.
A realidade é que as empresas querem saber onde/como estão suas necessidades e
oportunidades, onde/como se encontram perante a sociedade, se estão no caminho certo,
e o mais importante como lucrar. O método de Kanitz vem em auxílio a essa grande
demanda que busca o aprofundamento em conhecimento e entendimento de
determinada instituição; e que a partir disso possa conseguir obter um planejamento
estratégico para alcance de seu sucesso.
O estudo foi valoroso, em razão de que a empresa objeto deste estudo, não apenas foi
intitulada em estado de solvência, penumbra ou insolvência, mas conjuntamente, e quiçá
os mais significativos foram às questões que levaram a tal determinação. Além disso,
identifica-se que o método de Kanitz já auxiliou em muitas tomadas de decisão, e ainda
hoje continua desde grande a pequenos portes de empresas.
A limitação encontrada foi não ter obtido antes desse estudo nenhum contato direto no
âmbito de demonstrações contábeis com uma instituição financeira. Alguns conceitos e
nomenclaturas são diferentes das empresas de comércio ou indústria, como por
exemplo, tratando-se de uma cooperativa a Demonstração de Resultado do Exercício é
“substituída” pela Demonstração de Sobras e Perdas.
Diante dos diagnósticos surge uma curiosa possibilidade de pesquisa, na qual consisti
em aplicar o método de Kanitz nas empresas onde houve a concessão de crédito por
parte do Sicoob Norte do Paraná no ano de 2015. Foi o ano em que a cooperativa
realizou mais empréstimos, e nos anos posteriores ocorreram quedas do índice. Percebe-
se uma insegurança na concessão desses recursos em algumas empresas, seria
interessante descobrir quais são essas empresas que propiciaram a inadimplência e quais
os erros cometidos ou os riscos que a instituição corria, o qual talvez não
foram“sondados” com a devida cautela. Fica inclusive o interesse em conhecer quais os
critérios utilizados pela cooperativa para concessão de créditos.

Referências:
ALTMAN, Edward I. Financial ratios, discriminant analysis and the prediction of corporate
bankruptcy. The journal of finance, v. 23, n. 4, p. 589-609, 1968.
DA SILVA, Michele Prata; DA MOTA COUTO, Carlos Henrique; CARDOSO, Antônio Augusto Brion.
02) Análise das Demonstrações Contábeis como Ferramenta de Suporte à Gestão Financeira. Revista
Brasileira de Gestão e Engenharia| RBGE| ISSN 2237-1664, n. 13, p. 23-45, 2016.
ELIZABETSKY, Roberto. Um modelo matemático para decisão de crédito no banco comercial. São
Paulo: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 190p, 1976.
RAMOS, Marília Patta. Métodos quantitativos e pesquisa em ciências sociais: lógica e utilidade do uso da
quantificação nas explicações dos fenômenos sociais. Mediações: revista de ciências sociais. Londrina,
PR. Vol. 18, n. 1 (jan./jun. 2013), p. 55-65, 2013.
MÁRIO, Poueri do Carmo. Contribuição ao estudo da solvência empresarial: uma análise de
modelos de previsão-estudo exploratório aplicado em empresas mineiras. 2002. Tese de Doutorado.
Universidade de São Paulo.
KANITZ, Stephen Charles. Como prever falências. São Paulo: McGraw do Brasil, 1978.
ROBERTO, Caroline Rufatto Prof Orientador Paulo et al. CONTRIBUIÇÕES DA ANÁLISE DAS
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA TOMADA DE DECISÕES EM UMA EMPRESA DE
CONSTRUÇÃO CIVIL. Revista e-ESTUDANTE-Electronic Accounting and Management-ISSN
1984-7378, v. 3, n. 3, 2011.
Disponível em: http://www.crcpr.org.br/new/content/download/2011_demonstracoesContabeis.pdf .
Acesso em: 06/06/2018 às 22:45.
SILVA, Valter Roberto da; SOUZA, Marcelo Erédia de; SILVA, Esliane Carecho B. Demonstração do
Valor Adicionado: a importância de conhecer a entidade e seu valor de contribuição na sociedade. Pensar
Contábil, v. 7, n. 27, 2013.
HORNGREN, Charles T. et al. Introduction to Management Accounting: Chapters 1-17. Prentice
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DE IUDÍCIBUS, Sergio; MARION, José Carlos; DE FARIA, Ana Cristina. Introdução à teoria da
contabilidade: para o nível de graduação. Atlas, 2009.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo, v. 5, n. 61, p. 16-17, 2002.
VERGARA, Sylvia Constant; PECI, Alketa. Escolhas metodológicas em estudos
organizacionais. Organizações & Sociedade, v. 10, n. 27, p. 13-26, 2003.
MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. Atlas, 2005.
MARTINS, Fran; SANTOS, Joaquim Antônio de Vizeu Penalva. Títulos de crédito. Forense, 1990.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade gerencial. IESDE BRASIL SA, 2010.

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