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http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=670&pv=sim
Poesia Trovadoresca
Por volta do ano 2500 a.C., um conjunto de povos pré-históricos (indo-
europeus) iniciou as migrações e espalhou-se pela Europa e parte da
Ásia.
O indo-europeu foi-se modificando (em contacto com as línguas dos
povos indígenas) e deu origem a vários idiomas entre os quais se
destacam:
O germânico;
O céltico;
O helénico;
O eslavo;
O báltico;
E o itálico …
Itálico Este era o idioma do grupo que invadiu a Itália e
estabeleceu-se numa zona chamada Lácio.
OUTRAS INVASÕES
• BÁRBAROS
• Árabe
• Germânico
Algarve;
bradar;
açúcar;
barriga;
oxalá;
raça;
zero.
roubar.
Dialetos dos povos que habitavam a Peninsula Ibérica antes da chegada dos
romanos constituem o Substrato da nossa língua. Celtas, iberos, fenícios,
cartagineses…
Substrato
• À medida que o centro de decisão política passa para Lisboa e o Castelhano, por seu turno, se começa
a impor na Galiza como língua culta, particularmente no domínio da escrita, o Português e o Galego
vão-se afastando, constituindo duas entidades linguísticas distintas.
No séc. XIII, o rei D. Dinis determina que a língua portuguesa será usada na redação de documentos
de caráter oficial, em detrimento do Latim. Não se lhes poderá propriamente reconhecer um teor
literário, o que está, porém, longe de significar que não existissem já nessa época bastantes exemplos
de expressão literária em Portugal.
• Nesta época, a cultura é essencialmente transmitida por via oral e os santuários, onde
se juntavam peregrinos, são um foco de irradiação dessa cultura.
. Realidade social:
vielas tortuosas, vendas de rua, animação, colorido;
casas desconfortáveis, promiscuidade, total falta de higiene;
miséria física e moral;
injustiça social e dureza do quotidiano;
cidadania, civismo e patriotismo estavam esquecidos;
a lealdade ao senhor feudal imperava.
Lirismo galaico-português
Escola trovadoresca (Poesia trovadoresca galego-portuguesa)
• Apesar de terem natureza diversa, não deixam de apresentar algumas semelhanças fruto da
co-existência no tempo.
Poesia trovadoresca
a tese arábica, que considera a cultura arábica como sua velha raiz;
a tese folclórica, que a julga criada pelo próprio povo;
a tese médio-latinista, segundo a qual essa poesia teria origem na literatura
latina produzida durante a Idade Média;
e, por fim, a tese litúrgica, que a considera fruto da poesia litúrgico-cristã
elaborada na mesma época.
O «Cancioneiro da Ajuda» ou do «Real Colégio dos Nobres», também conhecido como o «Livro de Cantigas do
Conde de Barcelos», é anónimo e o mais antigo, provavelmente compilado na Corte portuguesa em fins do
século XII. Contém 310 composições, quase todas de amor, anteriores a D. Dinis. É extremamente valioso pela
grafia e pela decoração, o que demonstra o carácter cantado, instrumentado e mesmo coreográfico de parte
das cantigas.
O Cancioneiro da Vaticana encontra-se na Biblioteca do Vaticano. Tem 1205 composições, de todos os tipos, e
é um apócrifo ou cópia, realizada em Itália no século XVI sobre o original que data provavelmente do século XIV.
Foi descoberto no século XIX.
O Cancioneiro da Biblioteca Nacional (antigo Colocci-Brancutti) tem 1647 composições, de todos os tipos;
engloba trovadores dos reinados de D. Afonso III e de D. Dinis. É o mais completo, contendo fragmentos de um
Tratado de Poética.
Surgiram também os textos em prosa de cronistas como Rui de Pina, Fernão Lopes e Gomes Eanes de Zurara e
as novelas de cavalaria, como a demanda do Santo Graal
Poesia trovadoresca
Poesia trovadoresca
Composição lírica Composições satíricas
Cantigas de amigo Cantigas de amor Cantigas de Serventês
escárnio e maldizer
Cantigas de Amigo
Cantigas de amigo
Autóctones e populares
Escritas e cantadas por homens, exprimiam, na primeira pessoa, os sentimentos duma jovem apaixonada
cujo amado (amigo) se encontrava ausente em parte incerta
A figura feminina que as cantigas de amigo desenha é, pois, a da jovem que se inicia no universo do amor.
Confidência espontânea, expressão ingénua e viva dos sentimentos
coloca em cena uma donzela em situações da vida popular, rural ou num ambiente doméstico
Ela é uma mulher do povo. Muitas vezes tal cantiga também revelava a tristeza da mulher, pela ida de seu
amado à guerra ( combate aos mouros – reconquista cristã)
continuação
A rapariga toma como confidente a mãe, a natureza e as amigas
Testemunha as condições de vida da época em que a mãe possui autoridade e exerce vigilância
sobre a filha
A filha pede licença para ir falar com o namorado, confidencia a sua paixão, a raiva (sanha)
provocada pela traição do namorado; confessa a fidelidade amorosa.
A filha relata os conselhos da mãe, a ajuda dada nos encontros.
Dirigem-se também às amigas: partilham alegria com o regresso do amado; a certeza de ser amada;
a dor da distância; os presentes recebidos (“dons de amor/dõos”); pede companhia para ir a um
encontro
• Bailia ou bailada – inspiração folclórica/ destinada à dança/ tema vago/ uso da paralelística e
leixa-prem/ alegria da menina com as amigas/ jogo de rimas assonantes.
• Alva, alba ou alvorada – influência provençal/ separação dos amantes, ao romper do dia/
temas da alvorada/ animização da natureza / paralelística pura.
https://www.youtube.com/watch?v=KI8H0lyOsww
Apóstrofe com recurso a uma
Primeira parte: interjeição – a donzela dirige-se à
natureza, neste caso aos pinheiros.
Reforça a relação entre sujeito de
A donzela dirige-se à enunciação e recetor.
"Ai flores, ai flores do verde pino,
Natureza, sua confidente,
se sabedes novas do meu amigo! e revela a sua ansiedade,
No refrão faz-se uso de uma loução
interjetiva – a jovens apela a Deus,
ai Deus, e u é? saudade e indecisão em manifestando a sua ansiedade, as
relação ao amado. suas dúvida e ainda o apelo de
proteção e ajuda divina.
Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado! Ela pede novidades aos A referência às “flores” e ao “verde
pinheiros, o que pino” e “verde ramo” são por um
ai Deus, e u é? lado a referência concreta à
pressupõe o afastamento Natureza que é sua confidente, mas
do mesmo. são por outro símbolo da juventude,
impreparação e inocência da
rapariga e ainda símbolo de
primavera, tempo do amor.
Elabora um texto expositivo (entre 100 e 120 palavras), onde desenvolvas os seguintes
tópicos e ilustrando sempre com excertos da cantiga:
- considerada como variedade da cantiga de amigo, embora alguns autores entendam que é
um subgénero das cantigas de amor, na medida em que geralmente é o cavaleiro que se
dirige a uma pastora que encontra no caminho, manifestando-lhe o seu amor.
A classe gramatical:
- rima rica: as palavras que rimam pertencem a classes morfológicas diferentes (divinos /destinos).
- rima pobre: as palavras que rimam pertencem à mesma classe gramatical (liberdade /piedade).
A sílaba tónica:
- rima grave (ou feminina): o verso termina em palavra grave ( argentado / vago).
- rima aguda (ou masculina): o verso termina em palavra aguda (cingir / subir).
RIMA
Pode-se classificar a rima tendo em conta:
A classe gramatical:
- rima rica: as palavras que rimam pertencem a classes morfológicas diferentes (divinos /destinos).
- MÉTRICA
rima pobre: as palavras que rimam pertencem à mesma classe gramatical (liberdade /piedade).
Os versos podem ter um número variado de sílabas; os mais frequentes são os de cinco, sete, dez e
A doze
sílabasílabas.
tónica:
- Cinco
rima grave
sílabas(ou feminina):menor
- redondilha o verso termina em palavra grave ( argentado / vago).
- Seis
rimasílabas
aguda -(ou masculina):
heroico o verso termina em palavra aguda (cingir / subir).
( quebrado)
Sete sílabas - redondilha maior
AsNove
vogais e as consoantes
sílabas após a sílaba tónica:
- eneassílabo
- Dez
rimasílabas
consoante: rimam consoantes e vogais ( domina / inclina)
- decassílabo
- doze
rima sílabas
toante -(ou assoante): rimam apenas as vogais ( amigo / pinho).
Alexandrino
CODEX MANESSE – 1310/1340
The Codex Manesse is the most famous mediaeval manuscript produced in
German, and also the most widely known, thanks to innumerable reproductions.
It is also a significant textual document, since it is the most extensive collection
and most important source of the courtly lyric poetry known according to its
content and form of presentation
Oralidade - apreciação crítica, partindo de:
Amor cortês, sentimento convencional e platónico, culto da mulher, louvor, fidelidade, abnegação
O apaixonado ama desinteressadamente: timidez o amor em si é o objetivo
Retrato idealizado da dona - A mulher- modelo de beleza e virtude; perfeição física é reflexo da perfeição
moral (Petrarca)
A “senhor” é um modelo de beleza e virtude que excede todas as mulheres na sua “prez” e “bem-falar”
O nosso saudosismo e temperamento apaixonado ajuda na construção da “coita de amor”, paixão infeliz,
amor não correspondido, que se torna obsessão, repetida em to de queixa ou de súplica
Variantes temáticas:
saudosismo, desespero provocado pelo afastamento da dona, despedida da amada, comprazimento na
paixão infeliz, queixa pela indiferença da dona e aspiração a “morrer de amar
Cantiga de Mestria:
é o tipo mais difícil de cantiga de amor. Não apresenta refrão, nem estribilho, nem
repetições (diz respeito à forma).
Cantiga de Lais:
Origem céltica, com referências a heróis bretões.
Cantiga de desacordo:
Cantiga de mestria, expressa-se a desordem aparente, o desvairamento do apaixonado
infeliz.
Cantiga de Pastorela:
trata do amor entre pastores (plebeus) ou por uma pastora (plebeia).