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Uso de Métodos Numéricos na Solução da Camada Limite de Blasius por


Análise de Similaridade

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1 author:

Danilo dos Santos Oliveira


University of Brasília
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Uso de Métodos Numéricos na Solução da Camada Limite
de Blasius por Análise de Similaridade
Abstract. The Blasius problem is the result of applying the equations Prandtl
boundary layer in a two-dimensional flow over a flat plate. However the study
of viscous has been largely developed experimentally and more recently, through
numerical solutions. This study proposes the development of Blasius equation
by the similarity analysis of a variable η and applied numerical methods of
Runge-Kuttta (R-K) and Newton-Raphson (N-R) for its solution. Has as a result
the profile distributions of velocities in the boundary layer as a function of eta
and calculate the thickness of the boundary layer as a function of the similarity
variable. I conclude that the NR algorithm implemented resulted in the condi-
tion that was missing in the RK algorithm resulting in the convergence of the
numerical results with the results developed by Howarth employing expansion
in series.

Resumo. O problema de Blasius é o resultado da aplicação das equações


de Prandtl da camada limite em um escoamento bidimensional ao longo de
uma placa plana. Contudo o estudo de escoamentos viscosos tem sido, em
grande parte, desenvolvido experimentalmente e, mais recentemente, através de
soluções numéricas. Este estudo propõe o desenvolvimento da equação de Bla-
sius por análise de similaridade de uma variável η e a aplicação dos métodos
numéricos de Runge-Kuttta (R-K) e Newton-Raphson (N-R) para a sua solução.
Como resultado são apresentados os perfil de distribuições de velocidades da
camada limite como função de η e cálculo a espessura da camada limite como
função da variável de similaridade. Conclui-se que o algoritmo de N-R im-
plementado resultou na condição que faltava no algoritmo de R-K, o método
numérico convergiu para o resultado desenvolvido por Howarth empregando
expansão em séries.

1. Introdução
Até o final do século passado o tratamento teórico do escoamento de fluidos viscosos,
salvo quando aplicado a alguns poucos casos particulares, esbarrava na dificuldade de
recursos matemático que possibilitassem a resolução das equações completas de Navier-
Stokes.
Não existem, até o momento, soluções analı́ticas de caráter geral para a integração
dessas equações. Por esta razão, são normalmente estudados casos limites para viscosi-
dade muito pequena e viscosidade muito elevada. O caso de viscosidade moderada não
pode ser interpolado entre esses limites. Por esta razão, o estudo de escoamentos viscosos
tem sido, em grande parte, desenvolvido experimentalmente e, mais recentemente, através
de soluções numéricas, [Azevedo 2010].
Isto fez com que o desenvolvimento de soluções teóricas aplicáveis ao escoamento
de fluidos mais importantes sob o ponto de vista prático, como os de ar e água, cuja
viscosidade é muito pequena comparada às forças de inércia, ficasse estagnado por muito
tempo. Em 1904, Ludwig Prandtl propôs a solução para estes casos de maior importância
prática.
Embasado em considerações teóricas e em diversas experiências simples. Prandtl
provou que o escoamento sobre um corpo sólido pode ser dividido em duas regiões dis-
tintas, uma camada muito delgada formada junto à superfı́cie, onde o atrito exerce funda-
mental influência, e a região restante, externa a esta camada, onde o atrito é desprezı́vel.
Esta fina região que confina os efeitos viscosos dos escoamentos de altos números de
Reynolds foi por ele denominada de camada limite (Figura 1), [Henn 2006].

Figura 1. Crescimento da camada limite sobre uma placa plana, [White 2011]

Apesar de muito fina, a camada limite, é responsável pelo controle de muitos pro-
cessos de interesse na engenharia, como a força de arrasto exercida sobre corpos imersos
em escoamentos de fluidos viscosos e a transferência de calor e massa. A camada limite
ainda se aplica na resolução de diversos problemas teóricos, como o desenvolvimento dos
perfis de velocidades no interior de dutos, e práticas como a dispersão de poluentes na
atmosfera, [Fox 2012], [White 2011].
O termo teoria da camada limite, conforme concebido por Prandtl, se aplica não só
a regiões próximas a paredes, mas também a fronteiras entre duas porções de escoamento
movendo-se com diferentes velocidades, finas estreitas entre corpos aerodinâmicos e jatos
planos de fluido descarregado em grandes reservatórios. Também estas regiões são carac-
terizadas por abruptos gradientes de velocidade normal ao escoamento principal, o que re-
vela a importância dos efeitos viscosos, e mesmo quando turbulentas continuam podendo
ser tratadas pela teoria da camada limite, cujo conceito necessita de poucas modificações
para incluir as caracterı́sticas turbulentas, [Brandão 1991].
Blasius foi quem, pela primeira vez, resolveu analiticamente o problema da placa
plana sem gradiente de pressão. Esta solução consistiu na representação da função de
corrente ψ por uma série similar em x1 com coeficientes dependentes de x2 . Para resolver
seu sistema de equações, Blasius utilizou uma técnica de análise de similaridade auxiliado
pela aplicação do conceito de função de corrente, transformando a equação original, de
variáveis primitivas em uma função de uma única variável de similaridade η, [White 2011]
e [Macintyre 1983].
Aplicando as condições de não deslizamento, impermeabilidade e corrente livre
presente na (Figura 1), temos as condições de contorno do problema de Blasius.
η = 0 ⇒ f (η) = f 0 (η) = 0

η → ∞ = f 0 (n) = 1

O objetivo do presente trabalho é desenvolver a equação de Blasius por análise


de similaridade de uma variável η e aplicar os métodos numéricos de Runge-Kuttta e
Newton-Raphson para a sua solução.

2. Formulação Matemática
Para orientações nas direções x e y será adotado os ı́ndices 1 e 2 , respectivamente.
Para a camada limite hidrodinâmica laminar de escoamentos planos incom-
pressı́veis com propriedades constantes em regime permanente, Prandtl utilizou as
equações da conservação da quantidade de movimento em coordenadas cartesianas, Eq.
1 e a equação da continuidade, Eq. 2.
∂u1 ∂u1 ∂ 2 u1
u1 + u2 =ν (1)
∂x1 ∂x2 ∂x2 2
∂u1 ∂u2
+ =0 (2)
∂x1 ∂x2
Para o escoamento laminar sobre uma placa plana, as equações de camada-limite
em especı́fico as equações de Prandtl (Equação da continuidade e equação da quantidade
de movimento ao longo da parede) podem ser resolvidas exatamente para u e ν, conside-
rando que a velocidade U seja constante (Figura 1).
O termo de velocidade na direção x1 é definido por u1 = u∞ f 0 (η).
Para resolver as equações de Prandtl, Blasius utilizou uma técnica de análise de
similaridade auxiliado pela aplicação do conceito de função de corrente, transformando a
equação original, de variáveis primitivas em uma função de uma única variável de simi-
laridade η, definida na Eq. 3. r
u∞
η = x2 (3)
νx1
A derivada η em relação a x1 e x2 é apresentada na Eq. 4
r
∂η η ∂η u∞
=− ; = (4)
∂x1 2x1 ∂x2 νx1

A adimensionalizando da função de corrente ψ(x1 , x2 ) está presente na Eq. 5.



ψ = u∞ xνf (η) (5)
∂ψ
Da definição de função de corrente, temos que u2 = − ∂x 1
. Derivando a função
∂f 0
de corrente e considerando f (η) = f e ∂η = f , temos o valor do termo de velocidade na
direção x2 é dado pela Eq. 6.
√ r
∂( u∞ xνf ) 1 0 νu∞
u2 = − = (ηf − f ) (6)
∂x1 2 x1
Aplicando os valores de u1 e u2 , cada termo das equações de Prandtl, Eq. 1 e Eq.
2 da camada limite fica na forma presente nas Eq. 7, 8, 9, 10 e 11.
∂u1 u∞ η 00
=− f (7)
∂x1 2x1
∂u2 1u∞ 0
= f (8)
∂x2 2νx1
 ∂u 
1 u2 η
u1 = − ∞ f 0 f 00 (9)
∂x1 2x1
 ∂u  u2
1
u2 = ∞ (ηf 0 − f )f 00 (10)
∂x2 2x1
 ∂ 2u  u2∞ 000
1
ν = − f (11)
∂x22 x1
Aplicando cada termo das equações de Prandtl da camada limite e inserindo esses
termos calculados na equação de Navier-Stokes (equações da conservação da quantidade
de movimento), Eq. 1, obtemos a equação de Blásius Eq. 12:
2f 000 (η) + f (η)f 00 (η) = 0 (12)

3. Metodologia Numérica
3.1. Aplicação do método de Runge-Kutta para solução de equações diferenciais
Para se aplicar o método de Runge-Kutta, é necessário transformar a equação de Blasius,
de ordem 3, por um sistema de equações diferenciais de primeira ordem [Castilho 2011],
[Franco 2007].
Substituindo (f (η) = f ) e definindo f 00 = ν e f 0 = w, temos que (ν 0 = 21 f ν),
logo a Eq. 12 pode ser substituı́da pelas equações 13, 14 e 15:
dν 1
= F (η, f, w, ν) = − f ν (13)
dη 2
dw
= G(η, f, w, ν) = −ν (14)

dv
= H(η, f, w, ν) = w (15)

Conforme resultados disponı́veis em [Franco 2007], o método de Runge-Kutta de
quarta ordem é dado por:
yn+1 − yn = h/6[k1 + 2(k2 + k3 ) + k4 ], onde
k1 = f (xn , yn ),
k2 = f (xn + 21 h, yn + 21 hk1 ),
k3 = f (xn + 12 h, yn + 21 hk2 ),
k4 = f (f (xn + h, yn + hk3 ))

Considerando F (η, f, w, v) = F ; G(η, f, w, v) = G e H(η, f, w, v) = H, As


expressões que constituirão o método de Runge-Kutta serão:
Para k1
k1 [0] = H(η, f, w, v);
k1 [1] = G(η, f, w, v);
k1 [2] = F (η, f, w, v);
Para k2
k2 [0] = H(f + (k1 [0] ∗ (h/2)), w + (k1 [1] ∗ (h/2)), v + (k1 [2] ∗ (h/2)));
k2 [1] = G(f + (k1 [0] ∗ (h/2)), w + (k1 [1] ∗ (h/2)), v + (k1 [2] ∗ (h/2)));
k2 [2] = F (f + (k1 [0] ∗ (h/2)), w + (k1 [1] ∗ (h/2)), v + (k1 [2] ∗ (h/2)));
Para k3
k3 [0] = H(f + (k2 [0] ∗ (h/2)), w + (k2 [1] ∗ (h/2)), v + (k2 [2] ∗ (h/2)));
k3 [1] = G(f + (k2 [0] ∗ (h/2)), w + (k2 [1] ∗ (h/2)), v + (k2 [2] ∗ (h/2)));
k3 [2] = F (f + (k2 [0] ∗ (h/2)), w + (k2 [1] ∗ (h/2)), v + (k2 [2] ∗ (h/2)));
Para k4
k4 [0] = H(f + (k3 [0] ∗ (h/2)), w + (k3 [1] ∗ (h/2)), v + (k3 [2] ∗ (h/2)));
k4 [1] = G(f + (k3 [0] ∗ (h/2)), w + (k3 [1] ∗ (h/2)), v + (k3 [2] ∗ (h/2)));
k4 [2] = F (f + (k3 [0] ∗ (h/2)), w + (k3 [1] ∗ (h/2)), v + (k3 [2] ∗ (h/2)));
Para yn+1
f = f + h ∗ (1/6) ∗ (k1 [i] + 2 ∗ k2 [i] + 2 ∗ k3 [i] + k4 [i]);
w = w + h ∗ (1/6) ∗ (k1 [i] + 2 ∗ k2 [i] + 2 ∗ k3 [i] + k4 [i]);
v = v + h ∗ (1/6) ∗ (k1 [i] + 2 ∗ k2 [i] + 2 ∗ k3 [i] + k4 [i]);

3.2. Resolução da equação de Blasius - Aplicação do método de Newton-Raphson


para aquisição da condição de contorno que falta para o método de
Runge-Kutta
A Equação de Blasius, Eq. 12, é uma equação diferencial (ordinária não linear) de
terceira ordem, sua solução requer a especificação de três condições de contorno. Uma
vez que uma delas é dada para η = ∞, faz-se necessário o emprego de um esquema
de correção do chute inicial para obtenção da solução, ou melhor, para que a condição
f 0 (∞) → 1 seja satisfeita. O valor da derivada da curva em η = 0 → f 00 (0) deve ser
suficientemente preciso para que o método de solução (Runge-Kutta 4a ordem) realmente
convirja f 0 (∞) → 1, caso contrário, a convergência, se dará, para um outro valor que não
um [Brandão 1991].
O valor para qual converge f 00 (∞) em função do chute inicial f 00 (0) é obtido pelo
emprego do método de Runge-Kutta de 4a ordem.
Para aplicação do método de Newton-Raphson, conforme exposto em
[Brandão 1991], segue-se uma determinada sequência ilustrada na (Figura 2)

a) Chuta-se um valor inicial f100 (0), obtendo-se, através do Runge-Kutta, o valor para o
qual tende f 0 (∞), no caso f10 (∞);
0 (∞)
b) Obtém-se a derivada dfdf 00 (0)
numericamente através de diferenciação central, a partir
0 0
dos valores de f1+ε (∞) e f1−ε (∞), correspondente aos pontos 1 + ε e 1 − ε da
vizinhanças do ponto 1 previamente obtidos pela mesma rotina de Runge-Kutta.
Figura 2. Aplicação da técnica de Newton-Rapshon para obtenção da condição
inicial f 00 (0), fonte [Brandão 1991]

Assim:
0 0
df 0 (∞) f1+ε (∞) + f1−ε (∞)
00
= + O(ε2 )
df (0) 2ε

Onde o valor de ε deve ser previamente determinado em função da precisão re-


querida para a derivada. No caso, como curvatura da função é suave, não há
necessidade de um valor muito pequeno para este incremento.
c) Estendendo-se um secante até o seu entroncamento com a reta fε0 (∞ = 1), obtém-se
o próximo valor quem que realimentará o Runge-Kutta (f200 (0)) resultando num
valor mais próximo a 1. A obtenção deste valor é viabilizada pelo emprego da
relação trigonométrica

df 0 (∞) f10 (∞) − 1


=
df 00 (0) 1 f100 (0) − f200 (0)

Logo

f10 (∞) − 1
f200 (0) = f100 (0) + (16)
df 0 (∞)
df 00 (0)
1

d) Chega-se a convergência pela comparação da diferença [f200 − f100 (0)] com uma padrão
previamente estabelecido. Caso não ocorra a convergência, procede-se aos passos
b, c e d até que o processo convirja.

Foi implementado um algoritmo de Newton-Raphson da solução, variando o f 00 (0)


entre zero e um e verificou-se que o resultado de f 0 (∞) → L quando o valor de η > 10.
Sendo que, primeiramente, foi realizado este teste, pois numericamente não é viável fazer
a simulação com passos mais refinados para interações muitos grandes.
4. Resultados e Discussões
Com auxı́lio o software MAPLE o algoritmo foi implementado utilizando o valor máximo
de η = 12, 433, conforme exposto na (Figura 3), valores acima desse valor gera uma
demanda de processamento desnecessário.

Figura 3. algoritmo de Newton-Rapshon para obtenção da condição inicial f 00 (0)

Uma vez convergindo o algoritmo de Newton-Raphson, aplica-se o valor resul-


00
tante f (0) como condição de contorno que faltava para, finalmente, se obter a solução
exata através do Runge-Kutta. Esta implementação do algoritmo de Newton-Raphson
resultou em um valor de f 00 (0) = 0.332057336270336845.
Em [Schlichting 1979] é apresentado a solução da camada limite de Blasius
desenvolvido por Howarth empregando expansão em séries, no Apêndice A é reali-
zado a comparação entre os valores obtidos por Howarth e o resultados oriundos da
implementação do método numérico proposto. Vale salientar que os valores constantes
no Apêndice A foram obtidos para um incremento ∆η = 0, 2, pois foi esse o incremento
apresentado [Schlichting 1979] e mesmo com este incremento o algoritmo proposto con-
vergiu.
A camada limite é definida como o lugar geométrico dos pontos em que a velo-
cidade paralela à placa atinge 99% da velocidade externa, mas nos dados presentes no
Apêndice A usando um incremento ∆η = 0, 2 temos que η = 4, 8 → f 00 (n) = 0, 98779
e η = 5, 0 → f 00 (n) = 0, 99154, logo a melhor estimativa para que se obtenha o valor
de 0, 99% ocorre com incrementos menores. Devido ao exposto foi implementado um
incremento ∆η = 0, 01, conforme presente na tabela 01.
Com a convergência dos resultados pode-se determinar as distribuições de velo-
cidade u1 /u∞ e u2 /(u∞ Re−0,5 ), na camada limite como função de η para 0 ≤ η ≤ 10,
Tabela 1. Valores de η para espessura da camada limite.
η f (η) f 0 (η) f 00 (η)
4, 880000 3, 164411 0, 989435 0, 019301
4, 890000 3, 174306 0, 989626 0, 018998
4, 900000 3, 184204 0, 989815 0, 018698
4, 910000 3, 194103 0, 990000 0, 018403
4, 920000 3, 204004 0, 990183 0, 018110
4, 930000 3, 213906 0, 990362 0, 017822
4, 940000 3, 223811 0, 990539 0, 017538

conforme apresentado na Figura 4.


Para facilitar a legenda foi aplicado os seguintes rótulos K(η) = u1 /u∞ e Y (η) =
u2 /(u∞ Re−0,5 ), logo
u1
K(η) = = f0 (17)
u∞
u2 1 0
Y (η) −0,5 = (ηf − f ) (18)
u∞ 2

Figura 4. Distribuição de velocidades na camada limite como função de η

A definição formal da espessura da camada limite δ é o lugar geométrico dos


pontos em que a velocidade u paralela à placa atinge 99% da velocidade externa U ,
[Brandão 1991], [Fox 2012], [White 2011].
Sendo: ( q
u∞
η = x2 νx1
u∞ x1
Rex = ν

Então r
x2 u∞ x1 x2 p
η= = Rex (19)
x1 ν x1

Das condições de contorno temos que η → ∞ = f 0 = 1, então como δ = x2 , logo


η( uu1 =0,99)x
δ= √∞
(20)
Rex

Implementado o resultado do algoritmo de Runge-Kutta, presente na Tabela 1,


quando a velocidade atinge uu∞1 = 0, 99 obtemos que a espessura da camada limite de
Blasius, Eq. 21, obtida via simulação numérica, é convergente conforme valores apre-
sentados por diversos autores entre eles: [Bird et al. 2002], [Henn 2006], [Fox 2012] e
[White 2011].
4, 91x
δ=√ (21)
Rex

5. Conclusão
O presente trabalho possibilitou a compreensão das variáveis envolvidas no desenvolvi-
mento da equação de Blasius por análise de similaridade de uma variável η, aplicado os
métodos numéricos de Runge-Kutta e Newton-Raphson para a sua solução.
Aplicando os dados simulados nas definições da camada limite o resultado con-
verge para o resultado mais aceito atualmente.
Considera-se como bom o rendimento geral dos trabalhos realizados, pois, após
análise numérica, o algoritmo de Newton-Raphson implementado resultou na condição
que faltava no algoritmo de Runge-Kutta. O resultado numérico convergiu para o resul-
tado desenvolvido por Howarth empregando expansão em séries.
Enfim, foi averiguado que as explorações dos recursos matemáticos computacio-
nais são de fato muito importantes para cálculos analı́ticos, sendo usados como estrutura
rápida e útil na simulação de sistemas fı́sicos na engenharia.

Referências
Azevedo, L. F. (2010). Mecânica dos Fluidos. Rio de Janeiro.
Bird, R. B., Stewart, W. E., and Lightfoot, E. N. (2002). Transport Phenomena. John
Wiley & Sons, Inc., New York, NY, USA, 2th edition.
Brandão, F. S. (1991). Algoritmos em diferenças finitas para solução da camada limite hi-
drodinâmica laminar com variáveis primitivas. Dissertação de mestrado, Universidade
Estadual de Campinas – Unicamp.
Castilho, J. E. (2011). Cálculo Numérico. Universidade Federal de Uberlândia, 3th edi-
tion.
Fox, R. W. (2012). Introdução à Mecânica dos Fluidos. LTC, Rio de Janeiro, 7th edition.
Franco, N. M. (2007). Cálculo Numérico. Prentice-Hall, 1th edition.
Henn, É. A. L. (2006). Máquinas de Fluido. Universidade Federal de Santa Maria, Rio
Grande do Sul, 2th edition.
Macintyre, A. (1983). Maquinas motrizes hidraulicas. Guanabara Dois, Rio de Janeiro.
Schlichting, H. (1979). Boundary-Layer Theory. MCGRAW-HILL, United States, 7th
edition.
White, F. M. (2011). Mecânica dos Fluidos. McGRAW-HILL BRASIL, Rio Grande do
Sul, 6th edition.
APÊNDICE A – Comparação da solução da camada limite de Blasius por
séries e pelos métodos numéricos de Runge-Kutta e Newton-Raphson
Tabela 2. Comparação entre soluções do problema de Blasius.
Método de Hawarth – séries Método Proposto R-H e N-R
η f (η) f 0 (η) f 00 (η) η f (η) f 0 (η) f 00 (η)
0,0 0,00000 0,00000 0,33206 0,0 0 0,00000 0,33206
0,2 0,00664 0,06641 0,33199 0,2 0,00664 0,06641 0,33198
0,4 0,02656 0,13277 0,33147 0,4 0,02656 0,13276 0,33147
0,6 0,05974 0,19894 0,33008 0,6 0,05974 0,19894 0,33008
0,8 0,10611 0,26471 0,32739 0,8 0,10611 0,26471 0,32739
1,0 0,16557 0,32979 0,32302 1,0 0,16557 0,32978 0,32301
1,2 0,23795 0,39378 0,31659 1,2 0,23795 0,39378 0,31659
1,4 0,32298 0,45627 0,30787 1,4 0,32298 0,45626 0,30787
1,6 0,42032 0,51676 0,29667 1,6 0,42032 0,51676 0,29666
1,8 0,52952 0,57477 0,28293 1,8 0,52952 0,57476 0,28293
2,0 0,65003 0,62977 0,26675 2,0 0,65003 0,62977 0,26675
2,2 0,78120 0,68132 0,24835 2,2 0,78119 0,68131 0,24835
2,4 0,92230 0,72899 0,22809 2,4 0,92229 0,72898 0,22809
2,6 1,07252 0,77246 0,20646 2,6 1,07251 0,77245 0,20645
2,8 1,23099 0,81152 0,18401 2,8 1,23098 0,81151 0,18401
3,0 1,39682 0,84605 0,16136 3,0 1,39681 0,84604 0,16136
3,2 1,56911 0,87609 0,13913 3,2 1,5691 0,87608 0,13913
3,4 1,74696 0,90177 0,11788 3,4 1,74695 0,90176 0,11788
3,6 1,92954 0,92333 0,09809 3,6 1,92953 0,92333 0,09809
3,8 2,11605 0,94112 0,08013 3,8 2,11603 0,94112 0,08013
4,0 2,30576 0,95552 0,06424 4,0 2,30575 0,95552 0,06424
4,2 2,49806 0,96696 0,05052 4,2 2,49804 0,96696 0,05052
4,4 2,69238 0,97587 0,03897 4,4 2,69236 0,97587 0,03897
4,6 2,88826 0,98260 0,02948 4,6 2,88825 0,98268 0,02949
4,8 3,08534 0,98779 0,02187 4,8 3,08532 0,98779 0,02187
5,0 3,28329 0,99155 0,01591 5,0 3,28327 0,99154 0,01591
5,2 3,48189 0,99425 0,01134 5,2 3,48187 0,99424 0,01134
5,4 3,68094 0,99616 0,00793 5,4 3,68092 0,99615 0,00793
5,6 3,88031 0,99748 0,00543 5,6 3,88029 0,99748 0,00543
5,8 4,07990 0,99838 0,00365 5,8 4,07988 0,99837 0,00365
6,0 4,27964 0,99898 0,00240 6,0 4,27962 0,99897 0,00240
6,2 4,47948 0,99937 0,00155 6,2 4,47946 0,99936 0,00155
6,4 4,67938 0,99961 0,00098 6,4 4,67936 0,99961 0,00098
6,6 4,87931 0,99977 0,00061 6,6 4,8793 0,99977 0,00061
6,8 5,07928 0,99987 0,00037 6,8 5,07926 0,99986 0,00037
7,0 5,27926 0,99992 0,00022 7,0 5,27924 0,99992 0,00022
7,2 5,47925 0,99996 0,00013 7,2 5,47923 0,99996 0,00013
7,4 5,67924 0,99998 0,00007 7,4 5,67922 0,99998 0,00007
7,6 5,87924 0,99999 0,00004 7,6 5,87922 0,99999 0,00004
7,8 6,07923 1,00000 0,00002 7,8 6,07921 0,99999 0,00002
8,0 6,27923 1,00000 0,00001 8,0 6,27921 1,00000 0,00001
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