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PERDA DE CARGA EM ACESSÓRIOS HIDRÁULICOS

Ana P. Capelezzo, Anderson Sutil1,Crivian Pelisser1, Laura C. Mohr1,


Stefane V. Besegatto1 Josiane M. M. de Mello2
1
Graduando de Engenharia Química 2 Docente ACEA /UNOCHAPECÓ
Universidade Comunitária da Região de Chapecó

Resumo

No escoamento de um fluido ao longo do interior de um tubo, sempre ocorrem perdas de energia.


Essa perda de carga esta associada ao atrito do fluido com as paredes do tubo. As perdas de carga
geradas por atrito de acessórios e curvas são obtidas em termos do comprimento equivalente de um
tubo retilíneo que, somado ao comprimento da tubulação reta, fornece o comprimento total
equivalente da tubulação. De encontro ao exposto, o presente trabalho tem por objetivo determinar a
perda de carga em tubulações e em diversos acessórios hidráulicos, o comprimento equivalente e o
fator de atrito. Para tal, fez-se necessário medir a variação de pressão referente a cada acessório.
Também calibrou-se a placa de orifício para o ramo A, onde obteve-se a seguinte equação para a
vazão: Q = 0,0008 ∗ √Δh , logo C=0,0008. Ainda para o ramo A calculou-se o fator de atrito
teórico e experimental, onde os erros variaram de 50,5503% a 63,2491%. Para o ramo B calculou-
se o comprimento equivalente de cada acessório; quando comparado ao teórico o acessório que
apresentou maior erro foi a redução ¾”- ½” cujo erro foi de 1178,98%. Os desvios do experimento
podem ser justificados por erros experimentais como leitura manométrica e vazão.

1. Introdução velocidade do fluido. Essa rugosidade


provocará a separação da camada limite e a
Para mover fluidos entre os formação de turbilhões, que por sua vez,
equipamentos de uma indústria de processo provoca a dissipação de energia e perdas
químicos empregam-se tubos e dispositivos extras por atrito (FOUST et al, 1982).
para movimentá-los, além de válvulas e uma Logo, a perda de carga para um
grande variedade de acessórios. Todos esses escoamento completamente desenvolvido em
componentes das redes de tubulações tubos de área constante depende tão somente
industriais devem ser muito bem escolhidos, dos detalhes do escoamento através do
localizados e calculados a fim de que os conduto. A perda de carga é independente da
requisitos do processo sejam atendidos orientação do tubo. Ou seja, a perda de carga
satisfatoriamente (GOMIDE, 1993). total é considerada como a soma das perdas
Quando um fluido se desloca no distribuídas, devido escoamento
interior de uma tubulação ocorre atrito deste completamente desenvolvido em tubos de
com as paredes internas desta tubulação, seção constante e as perdas localizadas,
ocorre também turbulência que faz com que a devido a entradas, acessórios, mudanças de
pressão que existe no interior da tubulação vá área e outras (FOX; McDONALD, 2001).
diminuindo gradativamente à medida com que Da mesma forma, a presença de
o fluido se desloque, esta diminuição da acessórios e de curvas na direção do
pressão é conhecida como perda de carga escoamento também provoca a separação da
(ΔP) (GERNER, s/d). camada limite, o que resulta num atrito
A perda de carga representa a energia devido á forma. Na realidade, o atrito
mecânica convertida em energia térmica por encontrado num acessório pode ser uma parte
efeitos do atrito. O atrito do fluido é uma significativa da queda total de pressão. As
função da rugosidade do tubo e também das perdas por atrito nos acessórios, nas
dimensões do tubo, das propriedades e da expansões e nas contrações são obtidas, com
f Fator de Fanning¹ ΔP Variação na pressão (Pa)
D Diâmetro do tubo (m) ΔH Altura manométrica (m)
ρ Densidade do fluido (Kg/m3) g Aceleração da gravidade (m/s2)
Re Número de Reynolds¹ μ Viscosidade (N.s/m²)
Vmed Velocidade média (m/s) Leq Comprimento Equivalente (m)
β Constante¹ L Comprimento (m)
ub Velocidade (m/s) Q Vazão (m3/s)
Di Diâmetro interno (m) g Aceleração da gravidade (m/s2)
hL Perda de carga (m) A Área de escoamento (m2)
K Coeficiente¹ t Tempo (s)
V Volume (m3)
C Coeficiente do orifício¹
*Adimensional
h = ∆P⁄ρg, a perda de carga do tubo é
maior facilidade, em termos do comprimento obtida pela manipulação da Equação 1 através
equivalente de um tubo retilíneo (FOUST et da divisão de ΔPL por ρg resultando na
al, 1982). Equação 3:
Esse comprimento equivalente é
adicionado ao comprimento da tubulação reta L V²méd
hL = ∆P⁄ρg = f D (3)
e dá o comprimento total equivalente da 2g
tubulação. A vantagem desse tratamento está
que em não só os tubos, mas também os A perda de carga h𝐿 representa a altura
acessórios são expressos num comprimento adicional à qual o fluido precisa ser elevado
equivalente total de um tubo que tem a por uma bomba para superar as perdas por
mesma rugosidade relativa (FOUST et al, atrito no tubo. A Equação 3 é válida para
1982). Desta forma, para calcular o escoamento laminar e turbulento nos tubos
comprimento equivalente, faz-se uso da circulares e não circulares (ÇENGEL;
seguinte Equação: CIMBALA, 2007).
Segundo Fox; McDonald (2001), para
∆PD o escoamento laminar o fator de atrito é uma
Leq = 2ub²fρ (1)
função do número de Reynolds, onde é
independente da rugosidade. Quando o
Na análise dos sistemas de tubos, as regime é laminar (Re<2100), o fator de atrito
perdas de pressão normalmente são expressas pode ser determinado pela Equação 4 de
em termos da altura equivalente da coluna de Hagen-Poiseuille, onde expressa a
fluido, chamada de perda de carga (h𝐿 ). Desta dependência apenas das propriedades do
forma, primeiramente deve-se mensurar o fluido, diâmetro do tubo e da velocidade do
número de Reynolds, a fim de conhecer o escoamento.
regime do escoamento, seguindo a Equação 2
(ÇENGEL; CIMBALA, 2007): 64
f = Re (4)
ubρD
Re = (2)
μ Para o regime turbulento
(3000<Re<3000000) além do número de
Por conseguinte, avaliando a estática Reynolds, a estimativa do valor f depende da
dos fluidos, observa-se que ΔP = ρgh e que, rugosidade relativa das paredes do tubo (ε/D),
portanto, uma diferença de pressão de 𝛥P𝐿 em que ε é a rugosidade absoluta do tubo.
corresponde a uma altura de fluido
0,5
f = 0,00560 + (5)
Re0,32
2
Para o fator de atrito de Fanning quantificando as perdas existentes. Ao final,
experimental, para tubos circulares retos, desenvolveu-se um software capaz de calcular
utiliza-se a seguinte Equação: as perdas em qualquer tubulação, a partir de
desenhos de projeto.
2 Di ∆P Outro exemplo prático de aplicação da
f= (6)
ub2 ρ L determinação de perda de carga é em sistemas
de irrigação, uma vez que têm influência
O coeficiente de perda de carga f é um direta no dimensionamento hidráulico,
parâmetro adimensional que depende principalmente no que se referem às reduções
basicamente do regime de escoamento. concêntricas, acessórios utilizados nas linhas
A medição das vazões dos fluidos de distribuição e comprimento da mesma
constitui uma importante aplicação do (CAVALCANTI; BARRETO, 2009).
balanço de energia. No seu aspecto básico, a A finalidade deste trabalho é
maior parte dos medidores de vazão são determinar a equação para a vazão de água,
projetados de modo a evidenciar uma queda através da calibração da placa de orifício, e
de pressão que pode ser medida e relacionada ainda, determinar o fator de atrito de Fanning
à vazão. Esta queda de pressão pode ser em tubo de PVC para calcular as perdas de
proporcionada por modificações da energia carga dos acessórios hidráulicos, e obter o
cinética, ou pelo atrito pelicular, ou pelo comprimento equivalente destes em um tubo
arraste. Um dos instrumentos medidores mais retilíneo, e assim comparar com resultados
simples é o manômetro de tudo em U teóricos.
(FOUST et al, 1982).
Uma alternativa é a utilização da placa
de orifício que consiste normalmente, em uma 2. Procedimento Experimental
chapa plana, com um orifício central, que
pode ser interposta entre flanges de tubo. A Primeiramente, determinou-se a perda
placa é inserida perpendicularmente à direção de carga em diferentes acessórios hidráulicos.
do escoamento e o fluido passa pelo orifício. Para tal, isolou-se o ramo A e abriu-se o ramo
Embora simples, a placa de orifício tem uma B, de acordo com Figura 1. Abriu-se também
grande desvantagem, pois uma grande fração a válvula gaveta, dotada do manômetro
da perda de pressão no orifício fica diferencial para registrar a sua perda de carga
irrecuperável. A velocidade do fluido em situação aberta.
aumenta na abertura do orifício sem que se
perca muita energia, mas quando o fluido sai Figura 1. Aparato Experimental
da abertura e fica mais lento, boa parte da
energia cinética é perdida. A perda
permanente de pressão é uma função da razão
entre o diâmetro do orifício e o diâmetro do
tubo (FOUST et al, 1982).
Quando se usa uma placa de orifício
para medir a vazão de um fluido
compressível, a queda de pressão no orifício
pode constituir uma parcela significativa da
pressão total do sistema (FOUST et al, 1982).
Determinar a perda de carga em
acessórios hidráulicos é de suma importância
para o dimensionamento de redes de 1: Ramo B
distribuição de agua. Visando isso, Arruda 2: Ramo A
(2005), modelou computacionalmente o 3: Bomba Centrífuga
comportamento de uma tubulação, 4: Manômetros
3
Para efetuar os cálculos posteriores,
Através da válvula da saída da bomba, foi realizada a medida do diâmetro das
foi possível regular as vazões de trabalho. As diferentes tubulações, através de uma amostra
vazões foram medidas na saída da tubulação, dos tubos envolvidos no sistema, sendo os
com auxílio de uma proveta e um cronômetro, valores determinados na Tabela 1:
determinando-se o volume obtido durante
certo período de tempo. Utilizaram-se três Tabela 1: Diâmetros dos tubos do sistema
vazões diferentes, sendo uma mínima, e outra
máxima, limitadas pelas alturas dos Tubo Diâmetro interno (m)
manômetros (sendo que é necessária uma 1'' 0,02715
vazão mínima para que a mudança de altura 3/4'' 0,0213
do fluído seja percebida e uma máxima, que 1/2'' 0,0161
não arraste o fluído manométrico para fora do
manômetro) e uma intermediária.
Para cada vazão, anotou-se a variação
3. Resultado e Discussão
na altura do manômetro de cada acessório,
para posterior cálculo de perda de carga nos
3.1 Calibração da placa de orifício
mesmos, ressaltando que, para cada acessório,
utilizou-se um fluído manométrico diferente,
Conforme exposto no item 2, calibrou-
de acordo com a perda de carga esperada.
se a placa de orifício, através da Equação 7
Para perdas de carga elevadas,
abaixo (obtenção da mesma encontra-se no
utilizou-se mercúrio (pois possui maior
anexo):
densidade, logo, menos sensível à perdas de
carga elevadas); para perdas de carga mais
brandas, utilizou-se tetracloreto de carbono Q = C ∗ √Δh (7)
(menos denso, mais sensível à perdas de carga
pequenas). Como a Equação 7 é do tipo “y=ax” é
Fechou-se a válvula gaveta pela possível obter a constante C plotando um
metade, com o intuito de determinar a perda gráfico de Q vs √Δh, sendo C o coeficiente
de carga nesta situação, procedendo da angular; consequentemente, tem-se uma
mesma forma que descrito anteriormente para equação para medir a vazão na placa de
três vazões diferentes (mínima, máxima e orifício, conforme Figura 2.
intermediária).
Posteriormente, isolou-se o ramo B, Figura 2. Q vs √Δh
deixando o ramo A aberto. Controlou-se a
vazão novamente pela válvula da bomba,
aumentando-se a mesma gradativamente,
medindo-as de forma análoga ao escrito
anteriormente e, para cada medida, verificou-
se a variação da altura da coluna do mercúrio
– com o intuído de calibrar o medidor de
vazão (placa de orifício).
Também acompanhou-se a variação
da altura da coluna do tetracloreto de carbono
no manômetro com a alteração das vazões,
para que fosse possível a determinação do De acordo com a regressão linear
fator de atrito (Fanning) relativo à distância exposta na Figura 2, verificou-se que a
entre os pontos de tomada de pressão estática constante C vale 0,0008; têm-se então a
na seção reta do tubo ¾’’.
4
equação para a placa de orifício, sendo esta Os desvios obtidos podem ser
(Equação 8): explicados por erros de leitura de parâmetros
(vazão, altura manométrica).
Q = 0,0008 ∗ √Δh (8) Com os valores de Fanning
experimentais plotou-se um gráfico de
Fazendo-se uso da variação da queda Fanning vs Reynolds, obtendo-se, através da
de pressão ao longo do comprimento do tubo, regressão linear uma equação que determine
observada pela variação da altura fanning utilizando Re. O gráfico encontrado
manométrica do tubo em U e calculada pela está ilustrado na Figura 4.
equação da estática, determinou-se, através da
Equação 6, Fanning experimental, sendo o Figura 4. Fanning experimental vs Re para obtenção da
equação para determinar Fanning
Fanning teórico determinado pela Equação 5.
Assim, foi possível realizar um comparativo
entre estes parâmetros, conforme exposto na
Figura 3.

Figura 3. f vs Re (experimental e teórico)

Conforme determinado na regressão


linear exposto na figura 4, a equação para
determinar Fanning é (Equação 9)

f = −0,006 ln(Re) + 0,0657 (9)


Observando-se a figura 3, verificou-se
que o Fanning teórico apresentou valores
mais altos para todos os valores de Reynolds, 3.2 Cálculos do comprimento equivalente
porém, a curva obtida experimentalmente dos acessórios do sistema
apresentou o mesmo comportamento que a
apresentada pelo Fanning teórico. Para a determinação da perda de carga
A Tabela 2 quantifica os desvios de nos acessórios hidráulicos do sistema,
Fanning: utilizou-se três cenários diferentes: vazão
máxima, mínima e intermediária.
Tabela 2. Desvios de fanning Primeiramente, determinou-se a área
de escoamento para os diferentes tubos
Fanning exp. Fanning teórico Erro Fanning (%) envolvidos no processo: 1”, ¾” e ½”, para
0,0194 0,0393 50,5503 posterior cálculo da velocidade de
0,0146 0,0326 55,1781 escoamento nos três cenários mencionados.
0,0127 0,0294 56,6676 Segue abaixo (Tabela 3) valores
0,0136 0,0281 51,6619 determinados.
0,0102 0,0259 60,5147
0,0088 0,0240 63,2491

5
Tabela 3. Valores determinados para cálculos valores de Leq entre os três cenários (vazão
posteriores alta, baixa e intermediária) para posterior
cálculo de desvios.
Área de
D (in)

Vmínima Vmáxima Vintermediária Tabela 4. Leq obtido experimentalmente para cada


escoamento equipamento
(m/s) (m/s) (m/s)
(m)

Acessório Vazão Leq (m) Leqmedio


5,79E-04 0,3124 0,6134 0,3995
1 Mínima 0,77599
Válvula Gaveta Máxima 1,070639 0,93
3,56E-04 0,5075 0,9966 0,6491 Aberta¾”
¾ Intermediaria 0,94011
Mínima 0,775994
2,04E-04 0,8883 1,7444 1,1361 Joelho¾” Máxima 1,189599 0,9686
½
Intermediaria 0,94011

Com as velocidades de cada vazão Mínima 0,51733


para cada cano respectivo, determinou-se o Curva longa¾” Máxima 0,951679 0,7780
numero de Reynolds (através da Equação 2). Intermediaria 0,864901
Seguiu-se determinando Fanning para cada Mínima -
vazão, utilizando a equação obtida através da Joelho 1'' ** Máxima - -
regressão linear, descrita no item 3.1 Intermediaria -
(Equação 9). É válido utilizar a mesma Mínima 0,825912
relação de Fanning, pois os tubos do Ramo A
Joelho ½” Máxima 1,728686 1,2456
e B são de baixa rugosidade relativa, não
Intermediaria 1,182115
havendo diferença significativa entre a
tubulação dos mesmos. Mínima 0,545414
Curva longa Máxima 0,950777
Seguiu-se o tratamento de dados 0,7273
½”
determinando-se a variação de pressão através Intermediaria 0,685627
da equação da estática utilizando-se a altura Mínima 0,022068
manométrica lida no manômetro de cada Expansão ½” - Máxima 0,091855
1''
0,0562
acessório hidráulico e a densidade do fluído Intermediaria 0,054739
respectivo (mercúrio ou tetracloreto de Mínima 1,651816
carbono). Redução¾”- Máxima 2,748598 2,3022
Para o cálculo do comprimento ½”
Intermediaria 2,506072
equivalente (Leq) experimental de cada
Mínima 0,978045
acessório e para cada cenário, fez-se uso da
Equação 1. Curva longa 1'' Máxima 0,939472 0,9946
Para fins de comparação, determinou- Intermediaria 1,066402
se também o Leq teórico. Para tal, Mínima 0,441353
primeiramente, foi obtido o valor de Leq/D Redução 1'' - Máxima 0,344456 0,4314
½”
através de consulta em FOUST et al, (1982) e Intermediaria 0,508293
também através de informações de coeficiente Mínima 0,670079
característico (K) fornecidos por MELLO Máxima 1,253298
Tê½” 0,9327
(2013). Com estes valores, consultou-se Intermediaria 0,874765
FOUST et al, (1982) para determinar Leq
Mínima 0,978505
teórico. Válvula Gaveta
Segue abaixo valores de Leqteórico Máxima 1,056914 1,08
meio Aberta¾”
para cada equipamento (Tabela 4). É valido Intermediaria 1,205751
ressaltar que foi utilizado uma média dos ** Impossível realizar a leitura, necessária a troca do
fluido manométrico.
6
Através da análise da Tabela 4, pode- Expansão½” - 1'' 0,0562 0,18* 68,77
se verificar que o equipamento que Redução ¾” - ½” 2,3022 0,18* 1178,98
apresentou maior comprimento equivalente Curva longa 1'' 0,9946 0,55 80,84
foi a Redução (¾” - ½”), sendo este na ordem Redução 1'' - ½” 0,4314 0,33* 30,72
de 2,3022m. A elevada perda de carga em Tê½” 0,9327 0,94 0,78
uma redução se explica, pelo fato do fluído Valvula Gaveta 1,0804 3,96 72,73
meia Aberta¾”
ser forçado a passar por um diâmetro menor,
*Nestes casos, utilizou-se o valores de k (e não de
logo, o atrito das moléculas com as paredes é Leq/D) fornecidos por MELLO (2013). Utilizou-se a
elevado, gerando perdas e consequente figura 5 do anexo: "Comprimentos equivalentes L e
elevado Leq. L/D e coeficiente de resistência K" para o cálculo do
O menor comprimento equivalente é Leq em todos os casos.
oferecido pela Expansão ½”– 1”, sendo este ** Impossível realizar a leitura, necessária a troca do
fluido manométrico.
na ordem de 0,0562m, e se justifica pois, na
passagem do fluido de um diâmetro menor Avaliando a Tabela 5, verificou-se que
para um maior, as moléculas possuem maior os erros obtidos foram expressivos em alguns
espaço para escoar, sendo a perda de carga casos, variando de 0,78% (Tê½”) até
associada a este acessório pequena. 1178,98% (Redução ¾” - ½”). Logo,
Ainda, é possível assegurar que, para conforme discutido anteriormente, para o
vazões elevadas, o Leq é maior. Tal fato é experimento, o maior Leq foi obtido para a
coerente, pois com o aumento da vazão há um válvula de redução, porém, este acessório foi
aumento da velocidade e consequentemente o que mais apresentou erros, logo, é
elevados números de Reynolds, quanto mais incoerente afirmar que a maior perda de carga
turbulento, maior é o atrito do fluido com as se dá na Redução ¾” - ½”.
paredes, o que eleva as perdas de carga e Conforme a teoria, a maior perda de
consequentemente o Leq. Para os casos que carga (e consequente maior Leq) é
esta afirmação não foi verdadeira, houve erro proporcionada pela válvula gaveta meia
de procedimento (avaliação da altura aberta, que apresentou, para o presente
manométrica ou determinação da vazão). experimento, erro de 72,73% no Leq. O menor
Verificou-se durante o experimento comprimento equivalente experimental é
que, para o joelho 1”, a variação da altura verificado pela Expansão ½”– 1” coincidindo
manométrica não foi percebida na alteração com o teórico, porém, apresentando um erro
das vazões. Logo, faz-se necessário a troca do de 68,77%.
fluido manométrico utilizado (mercúrio) por Os erros obtidos no experimento são
outro de menor densidade. atribuídos à metodologia operacional –
Segue abaixo valores de Leq medição incoerente da vazão, erro na
experimentais e desvios do experimental em determinação da altura manométrica, ar na
relação à estes (Tabela 5). tubulação dentre outros.
Tabela 5. Leq teórico e desvios

Leq Leq 4. Conclusão


Erro
Acessório médio teórico
(%)
(m) (m) No escoamento de um fluido ao longo
Valvula Gaveta 0,93 0,27 244,04 do interior de um tubo, sempre ocorrem
Aberta ¾” perdas de energia. As perdas de carga geradas
Joelho ¾” 0,9686 0,61 58,78
por atrito de acessórios e curvas são obtidas
Curva longa ¾” 0,7780 0,4572 70,16
em termos do comprimento equivalente de
Joelho 1'' ** 4,5190 0,85 431,64
Joelho ½” 1,2456 0,45 176,79
um tubo.
Curva longa½”' 0,7273 0,3048 138,61
Cada acessório possui uma perda de
carga peculiar, e este fator é relevante no
7
projeto da tubulação para que se tenha a ÇENGEL, Yunus ; CIMBALA, John M.
menor perda de carga possível e Mecânica dos fluidos: fundamentos e
consequentemente menores custos. aplicações. São Paulo: McGraw-Hill, 2007.
Primeiramente, determinou-se a
equação da placa de orifício presente no ramo FOUST, Alan Shivers et al. Princípios das
A, sendo a mesma: Q = 0,0008 ∗ √Δh , logo operações unitárias. 2. ed. Rio de Janeiro,
a constante C é igual a 0,0008. 1982.
O fator Fanning foi determinado
teórica e experimentalmente, onde os valores FOX, Robert W. McDONALD, Alan T.
experimentais variaram de 0,0088 a 0,0194. Introdução á mecânica dos fluidos. 5ºEd.
Já os valores teóricos se mantiveram entre LTC, Rio de Janeiro, 2001.
0,0240 e 0,03931. Os erros se mantiveram
entre 50,5503% e 63,2491%. Estes podem ser GOMIDE, Reynaldo. Operações
justificados por erros experimentais de leitura unitárias. São Paulo: Ed. do Autor, 1980.
manométrica e vazão.
Para o cálculo do comprimento GERNER, Valter Rubens. Perda de Carga e
equivalente, foram utilizadas vazões mínimas, Comprimento Equivalente. SENAI – São
intermediárias e máximas. Os valores de Paulo, s/d. Acesso em 12 de junho de 2013.
comprimento equivalente foram obtidos de Disponível em:
forma experimental e teórica e posteriormente <http://www.sp.senai.br/portal/refrigeracao/c
comparados. onteudo/perda%20de%20carga%20-
O acessório que apresentou o menor valterv.1.pdf> .
Leq experimental foi Expansão ½” - 1''
(0,0562m) e um erro de 68,77%. Já o
acessório que apresentou o maior Leq PERRY, L,; SAWYER, Clair N.;
experimental foi Redução¾”- ½” (2,3022m) e MCCARTY, PARKIN, Gene F. Chemistry
um erro de 1178,98%. O acessório que for environmental engineering and
apresentou o menor erro foi Tê½” com science. 5. ed. Boston: McGraw-Hill Higher
0,78%. Não podemos afirmar que o acessório education, 1998
com maior Leq foi a redução ¾”- ½”, pois os
erros foram muito elevados e portanto é
inconclusivo.

5. Referências

ARRUDA, Mariana Franco. Modelo


unidimensional de tubulações com
interface gráfica. INPE – São Paulo, 2005.

CAVALCANTI, Renato A.; CRUZ, O.C.;


BARRETO A.C. Determinação da perda de
carga em tubo de PVC e comparação nas
equações empíricas. II Seminário Iniciação
Científica – IFTM, Campus Uberaba, MG.
2009.

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