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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ – UFPA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – ICSA


FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS – FACECON

MARIA DE NAZARÉ CAETANA MARQUES

VIABILIDADE ECONÔMICA DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO


INTEGRADOS NO NORDESTE E SUDESTE DO PARÁ

Belém - PA
2018
MARIA DE NAZARÉ CAETANA MARQUES

VIABILIDADE ECONÔMICA DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO


INTEGRADOS NO NORDESTE E SUDESTE DO PARÁ

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Universidade Federal do
Pará, como requisito parcial para a
obtenção do Grau de Bacharel em
Ciências Econômicas, sob a orientação da
Profa. Dra. Rosana Quaresma Maneschy.

Belém – PA
2018
MARIA DE NAZARÉ CAETANA MARQUES

VIABILIDADE ECONÔMICA DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO


INTEGRADOS NO NORDESTE E SUDESTE DO PARÁ

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Universidade Federal do
Pará, como requisito parcial para a
obtenção do Grau de Bacharel em
Ciências Econômicas, sob a orientação da
Profa. Dra. Rosana Quaresma Maneschy.

BANCA EXAMINADORA:

_________________________________________________
Profª. Drª Rosana Quaresma Maneschy- NUMA-UFPA

_________________________________________________
Profª. Drª. Gisalda Carvalho Filgueiras –ICSA/ UFPA

_________________________________________________
Profª. Drª. Elessandra Laura Nogueira Lopes – UFPA/Cametá

_________________________________________________
Profº. Drº. Gilson da Silva Costa – ICSA/UFPA

Belém – PA
2018
“A tarefa não é tanto ver
aquilo que ninguém viu,mas
pensar o que ninguém ainda
pensou sobre aquilo que todo
mundo vê.”
(Arthur Schopenhauer)
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pоrtеrmе dado saúde е força para superar às


dificuldades.
Agradeço a professora Rosana Maneschy pela orientação, apoio е confiança.
Agradeço a professora Gisalda Carvalho Filgueiras, pelo direcionamento na Teoria
econômica utilizada nessa pesquisa.
Agradeço aos meus familiares, pelo amor, incentivo е apoio incondicional.
Agradeço a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA); a Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA); a Universidade Federal do Pará
(UFPA); e ao Núcleo de Meio Ambiente (NUMA) e ao grupo de pesquisa Tauã, que
possibilitaram meios para a geração concretização desse trabalho.
Agradeço a todos que direta ou indiretamente fizeram parte dа minha formação, о
mеu muito obrigado.
RESUMO
Sistemas de produção integrados (SPIs) são amplamente utilizados por
agricultores familiares no Bioma Amazônia. O objetivo desse trabalho foi modelar
SPIs(ex: Consórcios Agrícolas, Sistemas Agroflorestais - SAFs e Sistemas
Agrossilvipastoris) no nordeste e no sudeste paraense a fim de subsidiar com informações
a geração de políticas públicas de crédito adequadas a esses sistemas praticados pela
agricultura familiar. Foram selecionadas duas experiências exitosas de SAF’s, a primeira
da região nordeste paraense , na qual tem por origem o projeto “Transição produtiva e
serviços ambientais”, acompanhado pela Embrapa Amazônia Oriental, e na região
Sudeste paraense o modelo selecionado é oriundo do banco de dados das pesquisas
realizadas no Projeto de Assentamento (P.A.) Belo Horizonte, localizado, no km 34 da
BR-153 no município de São Domingos do Araguai. Em ambos os sistemas, para a
realização da análise financeira, foramcomparados a sistemas agrícolas e sistemas
florestais, com diferentes taxas de juros, a saber: 2,5% a.a; 8.5% a.a. e 12,75% a.a. para
as análises de acordo com as linhas, PRONAF-Floresta, Programa Nacional de Apoio ao
Médio Produtor Rural – PRONAMP e com o Plano Agrícola e Pecuário 2016/2017 para
agricultura empresarial, respectivamente. Os indicadores financeiros utilizados foram:
Valor presente líquido, Taxa interna de retorno, Relação benefício custo, Valor anual
equivalente e Payback. De acordo com o panorama da viabilidade econômica, o SPI se
mostrou eficiente em todas as simulações, porem devido a taxa de juros do PRONAF
floresta ser menor (2,5 % a.a) o retorno econômico foi maior do que nas simulações com
as demais taxas.

PALAVRAS-CHAVE:Sistemas de produção integrados;agricultura familiar; análise


financeira.
ABSTRACT
Integrated production systems (SPIS) are widely used by family farmers in the
Amazon biome. The objective of this work was to model SPIs (e.g. agricultural
consortiums, systems agroforestry-SAFs and Agrossilvipastoris systems) in the northeast
and southeast Pará in order to subsidize with information the generation of public credit
policies appropriate to these systems Practiced by family farming. Two successful
experiences of SAF's have been selected, the first of the northeast Pará region, in which
the project "Productive transition and environmental services", accompanied by Embrapa
Oriental Amazon, and in the southeast region of Pará the selected model originates
Database of surveys conducted on the Settlement project (P.A.) Belo Horizonte, located,
in the KM 34 of BR-153 in the municipality of São Domingos do Alaguai. In both
systems, for the realization of the financial analysis, were compared to agricultural
systems and forest systems, with varying interest rates, namely: 2.5% A. A; 8.5% A.A.
and 12.75% p.a. for analyses according to the lines, PRONAF-forest, national programme
of support for the medium Rural producer – PRONAMP and the Agricultural and
livestock Plan 2016/2017 for business agriculture, respectively. The financial indicators
used were: net present value, internal rate of return, cost benefit ratio, equivalent annual
value and Payback. According to the panorama of economic viability, SPI proved
effective in all simulations, but due to the interest rate of the PRONAF forest being
smaller (2.5% a) the economic return was greater than in the simulations with the other
fees.

Key-Words: integrated production systems; family farming; Financial Analysis


LISTA DE GRÁFICOS
Imagem 1 - Demonstrativa do fluxo de caixa (DFC)- Sistema Agroflorestal
Imagem 2 - Demonstrativa do fluxo de caixa (DFC)- Sistema Agricola
Imagem 3 - Demonstrativa do fluxo de caixa (DFC)- Sistema Florestal
Imagem 4- Demanda de mão-de-obra do SAF simulado.
Imagem 5 - Demanda de mão-de-obra do Sistema Agricola simulado.
Imagem 6 - Demanda de mão-de-obra do Sistema Florestal simulado.
Imagem 7 .Demonstrativo do fluxo de caixa (DFC)- Sistema Agroflorestal
Imagem 8 - Demonstrativa do fluxo de caixa (DFC)- Sistema Agricola
Imagem 9 - Demonstrativa do fluxo de caixa (DFC)- Sistema Florestal
Imagem 10 - Demanda de mão-de-obra do SAF simulado.
Imagem 11 - Demanda de mão-de-obra do Sistema Agricola simulado.
Imagem 12- Demanda de mão-de-obra do Sistema Florestal simulado.

LISTA DE MAPAS.
MAPA 1- Mapa de localização de Tomé-Açu, Pará
MAPA 2- Mapa de localização de São Domingos do Araguaia - PA.

LISTA DE TABELAS.
Tabela 1 - Valor presente líquido (VPL), Taxa interna de retorno (TIR), Relação
benefício custo (R b/c ), Valor anual equivalente (VAE) e Payback nos modelos simulados.
Tabela 2 - Valor presente líquido (VPL), Taxa interna de retorno (TIR), Relação
benefício custo (R b/c ), Valor anual equivalente (VAE) e Payback nos modelos simulados.

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Parâmetros utilizados na simulação dos modelos.


Quadro 2-Modelo Agroflorestal propostos para a análise financeira.
Quadro 3 – Tempo de permanência do Sistema Agroflorestal – SAF.
Quadro 4 - Referenciais técnicos das espécies utilizadas nos modelos propostos na
simulação econômica.
Quadro 5- Modelo Agrícola proposto para a análise financeira.
Quadro 6 – Tempo de permanência dos componentes Agrícolas.
Quadro 7 - Referenciais técnicos das espécies utilizadas nos modelos propostos na
simulação econômica.
Quadro 8. Modelo Florestal proposto para a análise financeira.
Quadro 9 – Tempo de permanência dos componentes Florestais.
Quadro 10 - Referenciais técnicos das espécies utilizadas nos modelos propostos na
simulação econômica.
Quadro 11 - Parâmetros utilizados na simulação dos modelos.
Quadro 12 - Modelo Agroflorestal propostos para a análise financeira.
Quadro 13 - Referenciais técnicos das espécies utilizadas nos modelos propostos na
simulação econômica.
Quadro 14 – Tempo de permanência do Sistema Agroflorestal – SAF.
Quadro 15 - Referenciais técnicos das espécies utilizadas nos modelos propostos na
simulação econômica.
Quadro 16 – Tempo de permanência dos componentes Agrícolas.
Quadro 17 - Referenciais técnicos das espécies utilizadas nos modelos propostos na
simulação econômica.
Quadro 18 – Tempo de permanência dos componentes Florestais
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO. ................................................................................................................. 12
1.2.HIPÓTESE BÁSICA DO PROBLEMA; ........................................................................... 14
1.2. OBJETIVOS: ..................................................................................................................... 17
1.2.1. Objetivo geral: ................................................................................................................ 17
1.3. REFERENCIAL TEORICO: ............................................................................................. 17
1.3.1. Modelo de El Serafy. ...................................................................................................... 17
1.4.REVISÃO BIBLIOGÁFICA. ............................................................................................. 19
1.4.1. Diversificação produtiva da agricultura familiar. ........................................................... 19
1.4.2. Sistemas de produção integrados como estratégia de diversificação produtiva. ............ 20
1.4.3. Classificação de sistemas de produção integrados. ........................................................ 21
1.4.4.Viabilidade Econômica de Sistemas de Produção Integrados. ........................................ 23
1.4.5. Políticas públicas no tocante a sistemas de produção integrados e tendências
globais. ...................................................................................................................................... 25
2. ANÁLISE FINANCEIRA DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO VEGETALDE
AGRICULTORES FAMILIARES NO NORDESTE DO PARÁ. ..................................... 27
2.1. INTRODUÇÃO. ................................................................................................................ 27
2.2. MATERIAL E MÉTODOS:.............................................................................................. 27
2.2.1 Caracterização da área de estudo: .................................................................................... 28
2.2.2 Análise Financeira: .......................................................................................................... 29
2.3. MODELOS DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO UTILIZADOS NA SIMULAÇÃO
FINANCEIRA. ......................................................................................................................... 34
2.3.1. Caracterização do Sistema Agroflorestal. ...................................................................... 34
2.3.2. Caracterização do Sistema Agrícola. .............................................................................. 35
2.3.3. Caracterização do Sistema Florestal. .............................................................................. 36
2.4. RESULTADOSE DISCUSSÃO ....................................................................................... 37
2.4.1. Fluxo de Caixa:............................................................................................................... 39
2.4.2. Mão-de-obra. .................................................................................................................. 41
3. ANÁLISE FINANCEIRA DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO VEGETAL PARA
AGRICULTORES FAMILIARES NO SUDESTE DO PARÁ. ......................................... 44
3.1 INTRODUÇÃO. ................................................................................................................. 44
3.2. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................. 45
3.2.1 Caracterização da área de estudo: .................................................................................... 45
3.2.2 Análise Financeira: .......................................................................................................... 46
3.3. MODELOS DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO UTILIZADOS NA SIMULAÇÃO
FINANCEIRA. ......................................................................................................................... 48
3.3.1. Caracterização do Sistema Agroflorestal. ...................................................................... 48
3.3.2.Caracterização do Sistema Agrícola. ............................................................................... 50
3.3.3.Caracterização do Sistema Florestal. ............................................................................... 51
3.4. RESULTADOS E DISCURSÕES. ................................................................................... 52
3.4.1. Fluxo de Caixa:............................................................................................................... 54
3.4.2. Mão-de-obra. .................................................................................................................. 56
4. CONCLUSÃO..................................................................................................................... 59
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ............................................................................ 60
12

1. INTRODUÇÃO.

A agricultura familiar possui grande representatividade no cenário econômico


brasileiro, devido ao fato de que cerca de 85% dos estabelecimentos agropecuários são
formados por propriedades familiares IBGE (2006, apud CARMO et al., 2016), há a
necessidade de encontrar meios para reduzir o risco de perdas financeiras para o esse tipo
de agricultor, e uma alternativa é a utilização de Sistemas de Produção Integrados- SPI’s,
mais especificamente, de Sistemas Agroflorestais- SAFs. Pois de acordo com
OLIVEIRA, (2013) “Os SAFs apresentam vantagens em relação ao sistema de cultivo
tradicional, e a associação entre espécies consorciadas garantem menor risco de perdas
econômicas por reflexo das demandas do mercado para o pequeno produtor”. A
diversidade de culturas envolvidas nesse tipo de sistema, permite que haja a garantia de
alternativas de produção diferenciadas, expandindo assim mercado consumidor do
agricultor.

Na região de tome- Açu no nordeste do Pará, há uma tradição, desde a década de


40, de práticas agrícolas, principalmente voltados para a produção de pimenta- do- reino,
mas devido à disseminação do Fusariumspp, uma espécie de praga, na década de 70 , a
produção de pimenta-do-reino passou por uma crise, o que proporcionou o surgimento da
plantação de cacau na região, e o inicio da implantação dos SAFs. Por ser uma região
com pratica agrícola intensiva, e com histórico de SAFs, o projeto Transição Produtiva e
Serviços Ambientais – Fase I, fonte de dados dessa dissertação, foi implantada no
município de tome- Açu, o que justifica parte do desenvolvimento desse trabalho em
torno dessa região.

Já a região sudeste do Pará, foi selecionada por esta pesquisa, pois é uma região
que desde a década de 60 se destaca pela instalação de grandes projetos agrícolas, com o
foco na pecuária bovina de corte, sendo que a expansão da criação de bovinos foi o
principal motivo impulsionador da substituição da floresta pela pastagem. De acordo com
Oliveira e Almeida (2008) este modelo imprimiu um forte ritmo de exploração dos
recursos naturais, visto que além de ter favorecido a pecuária extensiva, favoreceu
também a exploração madeireira, o que provocou significativa alteração na paisagem
regional: onde a floresta era dominante, a pastagem passou a ser predominante.

Devido esta desta realidade social e histórica da região de Marabá, o Projeto de


Assentamento Belo Horizonte I (PABH I), fonte de dados desta dissertação, veio com o
13

intuito de buscar diversificação das espécies forrageiras e a arborização dos pastos, além
da recuperação de pastagens degradadas, sendo que a implantação de SAFs é o meio
utilizado pelo projeto para alcançar todos esses objetivos.

Além das duas regiões que serão trabalhadas, A Amazônia destaca-se por possuir
inúmeras iniciativas com utilização de sistemas de produção integrados (SIP’s) com a
utilização de preparo de área sem uso de fogo, mas apesar dos benefícios ecológicos que
os SIPs apresentam, são poucas informações existentes que possam subsidiar políticas
públicas para esses sistemas, e é como destaca Hurtienne, (2005) “o redirecionamento das
políticas públicas voltadas para os sistemas de uso da terra na Amazônia é uma tarefa
fundamental para qualquer projeto de desenvolvimento sustentável na
região”,principalmente na questão dos desenhos e da valoração dos mesmos.
Configuram-se assim como problema de pesquisa as lacunas de informações,
instrumentos e metodologias para apoiar políticas públicas de incentivo a esses sistemas
adaptados à agricultura familiar (ex: Consórcios Agrícolas, SAF’s e Sistemas
Agrossilvipastoris).

Mostrar a atratividade e facilidade de adesão dos SPIs, através de financiamentos


com taxas de juros mais baixas e diferenciadas, incentiva a disposição e atratividade dos
produtores para aderir aos SPIs.

Neste trabalho serão utilizados os bancos de dados dos projetos de pesquisa


“Transição Produtiva e Serviços Ambientais – Fase I” (Embrapa) e “Transição Produtiva
e Serviços Ambientais – Fase I” (UFPA/NUMA/FAPESPA), no nordeste e sudeste do
Pará, respectivamente. No capítulo 2 será analisado um Sistema Agroflorestal
tipicamente da região nordeste do Paráe no capítulo 3 será analisado um Sistema
Agroflorestal tipicamente da região Sudeste Paraense.
14

1.2.HIPÓTESE BÁSICA DO PROBLEMA;

Para entendemos melhor a agricultura familiar, é importante entendemos a


definição de propriedade familiar, segundo Gonçalves e Souza (2005) apud Tinoco
(2006) essa definição consta na legislação brasileira, mais precisamente no artigo 4º do
Estatuto da Terra, estabelecido pela Lei nº 4.5043 de 30 de novembro de 1964.

De acordo está lei propriedade familiar “é o imóvel que, direta e pessoalmente


explorado pelo agricultor e sua família, lhes absorva toda a força de trabalho, garantindo-
lhes a subsistência e o progresso social e econômico, com área máxima fixada para cada
região e tipo de exploração, e eventualmente trabalhado com a ajuda de terceiros” e de
acordo com a lei nº 8629, de 25 de fevereiro de 1993, é considerada uma propriedade
pequena os imóveis rurais com até 4 módulos fiscais e, como média propriedade, aqueles
entre 4 e 15 módulos fiscais.

Ainda de acordo com Tinoco (2006) para o programa de Fortalecimento da


Agricultura Familiar– PRONAF um produtor rural só pode ser considerado compatível
para receber linhas de créditos rurais se obtiver as seguintes características: que sua
residência seja na propriedade ou em local próximo a ela; que no Máximo esse produtor
possua 4 (quatro) módulos fiscais de terra,quantificados conforme a legislação em vigor,
com exceção quando se tratar de pecuarista familiar, que nesse caso o Máximo será de
6(seis) módulos; 80% da renda bruta familiar tenha como fonte a exploração
agropecuária ou não agropecuária da propriedade, tendo esse proprietário direito de
contratar até 2(dois) funcionários permanentes e de receber eventualmente ajuda de
terceiros.

A partir dessas definições, podemos destacar que para a maioria dos autores a
agricultura familiar é caracterizada principalmente pela dimensão da propriedade, pela
renda que a atividade agrícola exercida gera para a família, e por essa família ser ao
mesmo tempo proprietária dos meios de produção e assumi o trabalho na propriedade
(TINOCO, 2006). Com posse do conhecimento, podemos definir o perfil da agricultura
familiar brasileira, de acordo com o ultimo levantamento do Instituto de ciências agrárias
– INCRA existi no Brasil aproximadamente 4.139.369 estabelecimentos familiares,
ocupando uma área de 107,8 milhões de ha, sendo responsáveis por R$ 18,1 bilhões do
VBP (Valor Bruto da Produção) nacional total, recebendo apenas R$ 937 milhões de
financiamento rural, em percentual esse valor representa 85,2% do total de
15

estabelecimentos, com uma área ocupada 30,5% do total nacional e são responsáveis por
37,9% do Valor Bruto da Produção nacional Brasileira, recebendo apenas 25,3% do
financiamento destinado a agricultura. O relatório “Perspectivas da Agricultura e do
Desenvolvimento Rural nas Américas 2014: uma visão para a América Latina e Caribe”
afirma que no Brasil a agricultura familiar representa para o setor agrícola 77% dos
empregos.

Segundo Buainaim e Romeiro (2000) apud Tinoco (2006), a agricultura familiar em


uma perspectiva geral, desenvolve complexos sistemas de produção resultando na
combinação de varias culturas, criações animais e transformações primárias, tanto para o
consumo da família como para o mercado. Baseados em amplo estudo sobre sistemas de
produção familiares no Brasil, afirmam que os produtores familiares apresentam
frequentemente as seguintes características:

 São agricultores que buscam a diversificação, ou seja, produzir diferenciados


tipos de produtos, pois quanto maior a diversificação menor o risco corrido pelo
produtor, essa é uma característica encontrada na grande maioria das propriedades
familiares.
 Existe uma estratégia de investimentos progressivos, a acumulação de capital e o
aumento da produtividade são feitas de forma gradativa e em pequenos volumes,
Há a combinação de subsistemas intensivos e extensivos.

Os agricultores familiares têm uma grande capacidade de adaptação a


transformações de ambientes e a mudanças em busca de novos mercados, tornando
assim o agricultor familiar, principalmente no Brasil, cada vez mais pluralista em
relação as suas atividades.

Tendo conhecimento do comportamento da agricultura familiar no Brasil podemos


discutir um pouco sobre agricultura familiar dentro da região Amazônica, o primeiro
ponto a ser ressaltado é em relação à diversificação da agricultura familiar por região, ou
seja, em cada região do Brasil é possível identificar diferentes características é como
Lamarch (1993, p.18) apud Noda (2006) ressalta: a agricultura faz apelo a grupos sociais
limitados que tem em comum associar estreitamente família e produção, mas que se
diferenciam uns dos outros por sua capacidade de se apropriar dos meios de produção e
desenvolvê-los.
16

Portanto podemos identificar na região amazônica características que a diferencia de


outras regiões, de acordo com Noda (2006):

Uma das principais características da agricultura familiar na Amazônia é o


processo produtivo, basicamente direcionado ao atendimento das necessidades
da manutenção e reprodução biológica e social do produtor rural. Ela é
praticada em ambientes pouco modificados, que não sofreram, ainda, os
impactos negativos do avanço da agropecuária estritamente voltada aos
mercados ou das ações de projetos de desenvolvimento de grande porte
voltados à exploração de recursos naturais. Sua produção é diversificada que,
além de permitir uma oferta constante, ampla e variada de alimentos para o
autoconsumo, proporciona maior estabilidade ao sistema produtivo, pois o
suprimento das necessidades básicas em alimentos da família independe da
comercialização, as crises do mercado podem afetar o núcleo produtivo, mas
não inviabilizam sua sobrevivência. (NODA, 2006).

A agricultura familiar na Amazônia revela suas características de forma mais


especifica que outras regiões do Brasil, construindo seu próprio meio para extrair tanto os
recursos naturais quanto a maior parte da produção de alimentos. As áreas de antigas
colonizações e de fronteiras são onde há maior incidência de agricultores familiares,
gerando assim culturas transitórias e constantes, contendo também a exploração extrativa,
que consequentemente gera mudanças da base produtiva em suas propriedades com a
integração ao mercado (GALVÃO et al., 2005 apud SANTOS; MITJA, 2011).Outro fator
importante na agriculta familiar da Amazônia é a produção de alimentos nos projetos de
assentamentos da região.

No geral agricultor familiar amazônico se destaca por fazer uso dos recursos naturais
para a produção do auto-sustento familiar; por ainda praticar técnicas passadas de geração
a geração e de gerar produtos priorizando sua sobrevivência e não a comercialização.

Para Rabello et al. (2008) a Amazônia desde o início da década de 70, tem sua
história de colonização voltada para o fomento de investimentos em infraestrutura básica
que apoiava à agricultura direcionada à incorporação de novas áreas ao processo
produtivo sem nenhum controle ambiental, principalmente relacionados os programas de
colonização, o que fomentou na região a pratica da monocultura extensiva e de grandes
projetos pecuários, esse tipo de atividade fez com que o desmatamento ocorresse de
forma intensiva.

Nesse sentido, a busca por alternativas que incentive o desenvolvimento produtivo


sustentável é o objetivo em escala mundial, nacional e regional, e os Sistemas de
Produção Integrados -SPIs são alternativas promissoras de incentivo a esse tipo de
desenvolvimento, já que tais sistemas buscam integrar os objetivos de produção agrícola
17

e de desenvolvimento sustentável para os produtores rurais, propiciando maiores


benefícios ambientais do que os sistemas de cultivo menos diversificados.

Contudo os SPIs têm sido uma alternativa bem-sucedida no ponto de vista ecológico
e produtivo, principalmente na região sudeste e nordeste do Pará, área de estudo dessa
pesquisa, na reabilitação de áreas degradadas pela agricultura convencional. Mas são
mais viáveis economicamente quando comparado aos sistemas tradicionais de uso da
terra? e isso tem limitado o acesso as linhas de crédito existentes?

Dessa forma, ter a coerência de saber optar por modelos viáveis de Sistemas de
Produção Integrados – SPI’s é um dos fatores mais importantes para a implantação.
Definir claramente os custos de todas as fases, a quantidade demandada de mão de obra e
o rendimento do sistema, possibilita a comparação destes indicadores com os de outros
sistemas de produção, para que assim haja uma decisão coerente com relação à
implantação e para que seja possível visualizar as oportunidades de aperfeiçoamento e
ajustes em sua idealização Arco-Verde; Amaro (2014).

1.2.OBJETIVOS:
1.2.1. Objetivo geral:

Modelar e propor sistemas de produção integrados (SPIs) no nordeste e no sudeste


paraense a fim de subsidiar com informações a geração de políticas públicas adequadas a
esses sistemas praticados pela agricultura familiar.

1.2.2. Objetivos Específicos:

Modelar e analisar SPI’s no nordeste e sudeste do Pará e compará-los a sistemas


agrícolas e florestais, com diferentes taxas de juros.

1.3. REFERENCIAL TEORICO:


1.3.1. Modelo de El Serafy.
Quando se trata de economia, é importante ter bem claro a posição dos recursos
naturais dentro das contas nacionais. Eles são normalmente classificados, de acordo com
May. (2010), como recursos não produzidos, sendo eles tangíveis ou intangíveis, isso
devido os recursos naturais não surgirem através de atividades produtivas, a variação
desses recursos não afeta a renda que convencionalmente é calculada pela economia,
sendo assim a degradação ambiental não são inclusos no processo das contas nacionais,
18

tal como Produto Interno Bruto- PIB, de um País. O PIB só calcula os ganhos que esses
recursos produzem para um País e não avalia como a redução desses recursos afetam
diretamente a economia de tal, ou seja, não é levado em conta o processo de exaustão dos
recursos naturais.

Mas a incorporação dos recursos naturais nas contas nacionais é outro problema a
ser enfrentado, haja vista que, perante a economia normalmente esses recursos, por mais
diversos que sejam, são divididos em duas grandes categorias: recursos exauríveis e
recursos de fluxo. (MAY, 2010)

Ainda segundo May, (2010), os recursos exauríveis são aqueles recursos que há
uma possibilidade de escassez futura, cuja exploração humana, desses recursos, levem a
uma redução de disponibilidade futura, ou a sua extinção, como é o caso dos recursos
minerais e florestais.Já os recursos de fluxo, são aqueles cujo há possibilidade de
restauração pela ação natural ou humana, o uso desses recursos não reduz seus estoques,
em curto prazo, mas pode haver outras formas de degradação, como a
contaminação.Exemplo desse tipo de recuso é a água.

Classificar os recursos naturais é importante, pois permite que haja uma inclusão e
correção adequada das contas nacionais, e para que isso ocorra é necessária a distinção
dos recursos de fluxo dos recursos exauríveis, no caso dessa pesquisa como estamos
trabalhando com uso de terra e a degradação ambiental, iremos avaliar os recursos
exauríveis, de acordo com o modelo de sustentabilidade de El Serafy.

De acordo com esse modelo, o esgotamento do recurso, considerado uma perda de


ativo natural, pode ser compensadose parte do rendimento obtido com a extração se
destinar à aquisição de outros ativos, tais como bens de capital novos que aumentem o
estoque de capital fixo da economia; assim, oinvestimento na economia compensa a
perda de ativos naturais. Em vez de tentar manter intacto o estoque de recursos naturais, o
que esta abordagem propõe é manter constante o valor total de ativos produzidos e não
produzidos, mesmo após a exaustão das reservas. (MAY, 2010)

Através desse modelo é possível calcular o valor existentes nos recursos


exauríveis. Para Young et al. (2000), a receita que deve ser reinvestida para garantir a
constância do estoque de capital, chamada custo de uso, deve ser descontada do produto.

Como o custo de uso pode variar entre zero (quando as reservas são superiores ao
nível corrente de extração) e o rent (quando a extração resulta no imediato esgotamento
19

das reservas), o ajuste deve ser feito no sentido de diminuir ou manter o mesmo nível do
produto convencional, mas nunca excedê-lo ou tornar-se negativo. Neste sentido, no
modelo de El Serafy, os níveis de extração e rent permanecem constantes ao longo do
tempo.

De acordo com El Serafy (2002), a fórmula para o cálculo da renda sustentável


tem como requisitos poucas variáveis: a primeira é uma estimativa do tamanho das
reservas em unidades físicas, a segunda a extração do ano corrente, também contada em
unidades físicas, e por fim, uma taxa de juro, indicado pelo mercado, o que apontaria para
a renda que pode ser obtida pelo agente de extração se ele investiu parte da receita em
outros ativos, a fim de gerar renda futura. A partir da primeira e segunda variável, a
expectativa de vida das reservas pode ser estimada, indicando assim a durabilidade (ou
sustentabilidade) do recurso se as práticas atuais são contínuas (ou seja, se a taxa atual de
extração não for alterada).

1.4.REVISÃO BIBLIOGÁFICA.
1.4.1. Diversificação produtiva da agricultura familiar.

Dentro do cenário da economia nacional a agricultura e a monocultura são atores


de grande importância, porém com o avanço da tecnologia e com processo de
industrialização e o surgimento de questões ambientais, fez com que esse tipo de
atividade tivesse que buscar novas formas de produção.

Dessa forma, para que agricultura e a monocultura possam encontrar meios de se


manter em um mercado que se torna a cada dia mais excludente e competitivo, há a
necessidade de buscar novas formas de trabalho, e a diversificação agrícola é uma dessas
formas, pois reduzirá os riscos que se têm quando há apenas uma atividade como fonte de
renda central é como destaca (DIVERSIFICAÇÃO..., s.d). Encarada como um ato
coletivo enquadrador de um processo de revitalização social, econômica e ambiental, a
diversificação constitui uma das opções estratégicas na política do desenvolvimento rural,
em particular dos territórios rurais mais afetados pelo declínio de determinadas atividades
agrícolas.

De acordo com IDRHa 2004 há duas maneiras de compreendemos o conceito de


diversificação, ele pode ser entendido tanto quando aplicado na execução da atividade
20

agrícola exercida pelo agricultor ou sempre que relacionado a uma comunidade rural que
tem como base subsistência esse tipo de atividade.

No primeiro caso, o conceito de diversificação, associado à multifuncionalidade,


significa o exercício, simultâneo ou sucessivo, por uma mesma pessoa, de várias
atividades que relevam da atividade agrícola e não agrícola, no sentido de tornar mais
competitivas as explorações agrícolas, por meio de alternativas que se complementem.
No segundo caso, trata-se de preservar e de potenciar as características, os valores e
tradições, o patrimônio e os recursos endógenos de cada território, propiciando o seu
desenvolvimento sustentado e conferindo-lhe atratividade (IDRHa, 2004).

A diversificação das atividades é uma estratégia freqüentemente adotada pelos


agricultores brasileiros. O esforço da diversificação destina-se não só a ampliar o leque d
e produtos comercializáveis, mas igualmente a garantir o auto-consumo (VALANDRO et
al., 2011, apud WANDERLEY, 1996 p. 4)

1.4.2. Sistemas de produção integrados como estratégia de diversificação


produtiva.

Os Sistemas de Produção Integrados-SPIs, de acordo com Balbino et al. (2011)


são sistemas de produção que integram atividades pecuárias, agrícolas e florestais em
uma determinada área produtiva comum, que consocia em cultivo, em sucessão ou
rotacionado, com efeitos sinérgicos entre as estruturas agroecossistêmicas.

São sistemas que apresentam vantagens frente aos sistemas de monocultivo, pois
através de tais há melhor aproveitamento do espaço, a diminuição de erosão, a produção
se torna sustentável o que estímulo à economia de produção com base participativa
(MEDRADO, 2000). Ajuda, ainda, recuperar a degradação de áreas alteradas,
possibilitando novamente sua integração ao sistema produtivo, o que contribui para
redução da abertura de novas áreas para cultivo, representando assim, um meio para que
os recursos naturais sejam utilizados de forma sustentável (MONTAGNINI, 1992).

De acordo com Arco-Verde e Amaro (2014), os SPIs possibilitam diversas formas


de interações biológicas que provem benefícios quando bem utilizados, exemplo disso é
visto com as árvores, pois possibilitam não só a extração de madeira, mas proporcionam
aos sistemas de produção o sustento dos nutrientes no solo e a ampliação da diversidade
21

de espécies. A manutenção de nutrientes proporcionada pelos componentes arbóreos que


produz adubo verde para o solo, por sua vez, contribui para manter a produtividade
(MEDRADO, 2000). Exemplo de SPIs que são os sistemas agroflorestais (SAFs), esse
tipo de sistema segundo Montagnini, (1992), otimiza os efeitos benéficos das interações
que ocorrem entre os componentes arbóreos, os cultivos agrícolas e a criação de animais,
diversificando produtos, reduzindo a necessidade de insumos externos e diminuindo os
impactos ambientais negativos da agricultura convencional.

Dessa forma a, podemos dizer que o emprego de SPIs, traz uma alternativa à
agricultura tradicional, proporcionando em uma mesma área a produção alimentar e
serviços ambientais, motivando a geração de trabalho e renda por um tempo maior, além
de permitir o melhor aproveitamento da mão de obra familiar em suas distintas fases de
permanência (GAMA, 2003), que se refere ao uso de SAFs.

1.4.3. Classificação de sistemas de produção integrados.

Os SPIs estão divididos em quatro tipos de sistemas: os chamados Sistemas


Agropastoris ou integração Lavoura-Pecuária, que são sistemas que integram: lavoura e
pecuária, em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área, em um mesmo ano agrícola
ou por múltiplos anos (LEITE et al., 2010). É Importante destacar que os SPIs
apresentados possuem semelhança com a classificação de sistemas agroflorestais:
silviagrícola, silvipastoril e agrossilvipastoril, mas os SPIs são uma estratégia
queapresenta classificação mais abrangente, incluindo a integração lavoura-pecuária.

Os sistemas de integração envolvem a produção de grãos, fibras, madeira, energia,


leite ou carne na mesma área, em plantios em rotação, consorciação e/ou sucessão. O
sistema funciona basicamente com o plantio, durante o verão, de culturas agrícolas anuais
(arroz, feijão, milho, soja ou sorgo) e de árvores, associado a espécies forrageiras
(braquiária ou panicum). Há várias possibilidades de combinação entre os componentes
agrícola, pecuário e florestal, considerando espaço e tempo disponível, resultando em
diferentes sistemas integrados, como lavoura-pecuária-floresta (ILPF), lavoura-pecuária
(ILP), silvipastoril (SSP) ou agroflorestais (SAF). (EMBRAPA, 2007).

Sistema Agrossilvipastoril ou integração Lavoura-Pecuária-Floresta integram os


componentes: lavoura, pecuária e floresta, em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma
área. O componente lavoura pode ser utilizado na fase inicial de implantação do
componente florestal ou em ciclos durante o desenvolvimento do sistema. Sistema
22

Silvipastoril ou integração Pecuária-Floresta integram os componentes: pecuária e


floresta em consórcio. E Sistemas Silviagrícolas ou integração Lavoura-Floresta que são
sistemas que integram os componentes:floresta e lavoura, pela consorciação de espécies
arbóreas com cultivos agrícolas (anuais ou perenes) (LEITE et al., 2010).

A ILPF é definida como uma estratégia de produção sustentável que integra


atividades agrícolas, pecuárias e florestais, realizadas na mesma área. A implantação
desses sistemas ocorre com base nos princípios da rotação de culturas e do consórcio
entre culturas de grãos, forrageiras e/ou espécies arbóreas, para produzir, na mesma área,
grãos, carne ou leite e produtos madeireiros e não madeireiros ao longo do ano.

Portanto, enquanto estratégia, a ILPF pode ser adotada por meio de diferentes
sistemas de integração, como por exemplo a integração lavoura-pecuária (ILP) ou sistema
agropastoril; a integração pecuária-floresta (IPF) ou sistema silvipastoril; a integração
lavoura-floresta (ILF) ou sistema silviagrícola; e a integração (CORDEIRO et al., 2015).

Ter a coerência de saber optar por modelos viáveis de SPIs é um dos fatores mais
importantes para a implantação. Definir claramente os custos de todas as fases, a
quantidade demandada de mão de obra e o rendimento do sistema, possibilita a
comparação destes indicadores com os de outros sistemas de produção, para que assim
haja uma decisão coerente com relação à implantação e para que seja possível visualizar
as oportunidades de aperfeiçoamento e ajustes em sua idealização Arco-Verde; Amaro
(2014).

Considerar os fatores econômicos e financeiros juntamente com os fatores


biofísicos, contextualizando-os na dinâmica do sistema de produção, representa um
marco conceitual lógico no qual clima, solo, tecnologia, mercado e outros elementos,
interagem, definindo a continuidade do processo produtivo. (ARCO-VERDE; AMARO,
2014)

A análise financeira verifica os benefícios e custos em função dos preços de


mercado. É o que define suas relações com os distintos indicadores, possibilitando refletir
sobre a possível viabilidade de um empreendimento ou projeto.

A análise financeira objetiva estudar os gastos e vantagens em função dos preços


de mercado e estabelece as relações com os diferentes indicadores, possibilitando refletir
sobre a possível viabilidade de um projeto (SANTOS et al., 2002; MENDES, 2003).
Sendo assim, ao executar uma análise financeira, quem está investindo recebe a
23

informação sobre quanto é necessário investir e quando investir, assim como quando e
quanto será a possível receita do investimento, podendo avaliar o período que as
atividades produtivas serão realizadas e o fluxo de caixa real no período da observação do
projeto. (ARCO-VERDE; AMARO, 2014).

Os principais critérios a serem considerados para a elaboração da análise


financeira são: o estabelecimento dos critérios de decisão de acordo com as
possibilidades do produtor e a realidade local. Ao avaliar a análise financeira, o produtor
identifica os diferentes custos das atividades, assim como o tempo de retorno do
investimento, permitindo, caso necessário, alterar (incluir ou excluir) espécies e produtos,
formas de preparo de área, tipos de insumos ou equipamentos que seriam usados
(BAQUERO, 1986).

Segundo é a definição da rentabilidade financeira do projeto, já que ao comparar


os resultados da análise financeira com outros investimentos o produtor tem opções para
escolher qual a atividade mais rentável (CASTILLO, 2000).

Terceiro é a avaliação das opções disponíveis de manejo (pacote tecnológico) para


o projeto, sendo possível planejar a contratação de mão de obra e/ou aluguel de
maquinas, indicando a época do ano e o número de trabalhadores necessários para
realizar as atividades demandadas, como: preparo de solo, plantio, desbastes, podas,
coroamentos, etc. (SANTOS et al., 2002)

E quarto é a identificação e definição das possíveis políticas de incentivo e linhas


de crédito destinadas para a adoção de práticas específicas de produção, considerando-se
que a análise financeira apresenta dados às instituições financiadoras para abertura de
linhas de crédito (ARCO-VERDE; AMARO, 2014 apud NAIR, 1993).

1.4.4.Viabilidade Econômica de Sistemas de Produção Integrados.

Ter a coerência de saber optar por modelos viáveis de SPIs é um dos fatores mais
importantes para a implantação. Definir claramente os custos de todas as fases, a
quantidade demandada de mão de obra e o rendimento do sistema, possibilita a
comparação destes indicadores com os de outros sistemas de produção, para que assim
haja uma decisão coerente com relação à implantação e para que seja possível visualizar
as oportunidades de aperfeiçoamento e ajustes em sua idealização Arco-Verde; Amaro
(2014).
24

O produtor é beneficiado pelo uso mais eficiente dos seus recursos, como terra,
mão de obra e insumos. Beneficia-se também com a melhoria da qualidade do solo e da
água, a possibilidade de redução de uso de agrotóxicos, a melhoria do ambiente produtivo
de uma forma geral, além da redução da vulnerabilidade aos riscos climáticos. Os
principais benefícios econômicos para os produtores são: aumento da renda com a
diversificação das atividades, redução dos riscos de mercado, redução de custos no médio
e longo prazo, melhoria na qualidade de vida do produtor e de sua família, entre outros.
(EMBRAPA, 2007).

Considerar os fatores econômicos e financeiros juntamente com os fatores


biofísicos, contextualizando-os na dinâmica do sistema de produção, representa um
marco conceitual lógico no qual clima, solo, tecnologia, mercado e outros elementos,
interagem, definindo a continuidade do processo produtivo. (ARCO-VERDE; AMARO,
2014)

A análise financeira verifica os benefícios e custos em função dos preços de


mercado. É o que define suas relações com os distintos indicadores, possibilitando refletir
sobre a possível viabilidade de um empreendimento ou projeto.

A análise financeira objetiva estudar os gastos e vantagens em função dos preços


de mercado e estabelece as relações com os diferentes indicadores, possibilitando refletir
sobre a possível viabilidade de um projeto (SANTOS et al., 2002; MENDES, 2003).
Sendo assim, ao executar uma análise financeira, quem está investindo recebe a
informação sobre quanto é necessário investir e quando investir, assim como quando e
quanto será a possível receita do investimento, podendo avaliar o período que as
atividades produtivas serão realizadas e o fluxo de caixa real no período da observação do
projeto. (ARCO-VERDE; AMARO, 2014).

Os principais critérios a serem considerados para a elaboração da análise


financeira são: o estabelecimento dos critérios de decisão de acordo com as
possibilidades do produtor e a realidade local. Ao avaliar a análise financeira, o produtor
identifica os diferentes custos das atividades, assim como o tempo de retorno do
investimento, permitindo, caso necessário, alterar (incluir ou excluir) espécies e produtos,
formas de preparo de área, tipos de insumos ou equipamentos que seriam usados
(BAQUERO, 1986).
25

Segundo é a definição da rentabilidade financeira do projeto, já que ao comparar


os resultados da análise financeira com outros investimentos o produtor tem opções para
escolher qual a atividade mais rentável (CASTILLO, 2000).

Terceiro é a avaliação das opções disponíveis de manejo (pacote tecnológico) para


o projeto, sendo possível planejar a contratação de mão de obra e/ou aluguel de
maquinas, indicando a época do ano e o número de trabalhadores necessários para
realizar as atividades demandadas, como: preparo de solo, plantio, desbastes, podas,
coroamentos, etc. (SANTOS et al., 2002)

E quarto é a identificação e definição das possíveis políticas de incentivo e linhas


de crédito destinadas para a adoção de práticas específicas de produção, considerando-se
que a análise financeira apresenta dados às instituições financiadoras para abertura de
linhas de crédito (ARCO-VERDE; AMARO, 2014 apud NAIR, 1993).

1.4.5. Políticas públicas no tocante a sistemas de produção integrados e


tendências globais.
Segundo o Plano Plurianual (PPA) 2012-2015: Nas próximas décadas, a
agropecuária nacional tem pela frente importantes desafios: mitigar sua contribuição às
mudanças climáticas e se adaptar aos novos cenários climáticos, promovendo a expansão
sustentável da atividade, garantindo a segurança alimentar e energética dos brasileiros e
contribuindo para a oferta mundial de alimentos e de energia.

O PPA visa a defesa e promoção Internacional dos produtos brasileiros; a


Sustentabilidade na Agropecuária, por meio da promoção da agricultura orgânica e de
outros sistemas de produção com a agregação de valores ambientais, sociais e
econômicos à atividade rural; a Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, com o Plano
ABC, que foca na adaptação do setor às mudanças climáticas e na redução das emissões
de gases de efeito estufa; a Agregação de Valor à Agropecuária, promoção do
associativismo e cooperativismo e melhoria da infraestrutura produtiva que viabilize a
redução de custos e perdas; a Agroenergia, com iniciativas para a produção de biomassa
como fonte energética e vetor de desenvolvimento rural; e a Política de Modernização da
Gestão Institucional, com reforço da gestão estratégica na execução e revisão das
políticas setoriais e no provimento de serviços de qualidade à sociedade.

O código Florestal (Lei 12.651/2012) tem como um dos principais objetivos


proteger a vegetação nativa em áreas privadas, constituindo áreas de preservação
26

permanente e reservas legais, é um importante instrumento ecológico, social e econômico


para o Brasil (OBSERVATÓRIO DO CÓDIGO FLORESTAL, 2015), influenciando
diretamente na produção no campo, principalmente com a Implantação do Cadastro
Ambiental Rural e dos Programas de Regularização Ambiental, incentivando assim a
implantação de SPI’, emespecial os ILPF.

Dando espaço para outra política publica de extrema importância para os SPI’s, a
Lei nº 12.805/2013 que rege a política nacional de, objetivando melhorar a qualidade e
produção, através de sistemas sustentáveis de exploração que integram atividades
agrícolas, pecuárias e florestais. A Lei busca assegurar a recuperação de áreas
degradadas e a redução dos desmatamentos por meio dos sistemas de ILPF. A política
almeja expandir as linhas de crédito para produtores rurais que implantarem os sistemas
ILPF e dar apoio técnico para que possam desenvolver as técnicas de preservação
(MAPA, 2013)
27

2. ANÁLISE FINANCEIRA DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO


VEGETALDE AGRICULTORES FAMILIARES NO NORDESTE DO
PARÁ.

2.1. INTRODUÇÃO.
A agricultura é uma das mais importantes fontes de geração de trabalho e renda
para a população do município de Tomé-Açu, dado principalmente, a sua significativa
participação no valor bruto da produção (62% do setor agropecuário). É importante
destacar que outras atividades econômicas também têm desempenho positivo, a exemplo
da extração e beneficiamento de madeira. Entretanto, a atividade agrícola situa-se como
base de sustentação sócio-economia do município.
Outra característica importante do município é a diversificação da propriedade, o
que torna Tome- Açú como um verdadeiro laboratório aos estudiosos na temática dos
sistemas agroflorestais e, consequentemente, na interação biológica entre plantas da
mesma e/ou espécies diferentes.
Em Tomé-Açu, concentra-se a colônia mais antiga de japoneses no estado do
Pará. A primeira atividade dos imigrantes japoneses foi a horticultura seguida pelo
plantio de pimenta-do-reino (Piper nigrun L). Entretanto, a fusariose, doença causada
pelo fungo Fusariumsolani, provocou redução expressiva dos pimentais do município.
Buscando alternativas para minimizar as perdas econômicas provocadas pela fusariose,
os produtores optaram por diversificar sua produção introduzindo os sistemas
agroflorestais.
Os sistemas agroflorestais mais exitosos encontrados na Amazônia estão
localizados no município de Tomé- Açu (REGO, 2015). O município de Tomé-Açú, de
acordo com boletim agropecuário do Estado do PA 2015, é o oitavo município paraense
com maior de produção agrícola, o que representa 2,83% da produção total do Estado,
onde há destaque para ocupação de culturas perenes como: pimenta-do-reino, cacau,
dendê, cupuaçu, manga, castanha-do-brasil, acerola, essências florestais, pastagens entre
outras. (FAPESPA,2015)

2.2. MATERIAL E MÉTODOS:

A base de informações para esse estudo foi a partir do trabalho de Rego (2015)
desenvolvido no âmbito do projeto Transição Produtiva e Serviços Ambientais - FASE I,
28

implantado pela EMBRAPA Cerrados, com o objetivo gerar e validar instrumentos e


metodologias para apoiar políticas públicas de incentivo econômico a processos de
transição produtiva de Sistemas Produtivos Integrados (SPIs) com capacidade de geração
de renda e prestação de serviços ambientais em escala de paisagem rural. (EMBRAPA
CERRADOS, 2014)

Atreves de instrumentos de pesquisa dessa iniciativa foram selecionados dois


sistemas agroflorestais sequenciais, denominados SAF1 e SAF2. Sendo o SAF1,
orgânico, composto por 2500 pés de pimenta do reino, 45 pés de açaí plantados, 220 pés
de cupuaçu, 610 pés de paricá com espaçamento e 15 pés de andiroba. O SAF2,
manejado da forma convencional, composto por 2500 pés de pimenta do reino, 400 pés
de açaí, 625 pés cacau e mogno. Os SAFs avaliados objetivam a produção de arroz para
consumo, comercialização da pimenta do reino, dos frutos in naturade cupuaçu, açaí e
andiroba e da madeira de paricá e andiroba no SAF1, comercialização da pimenta-do-
reino, da amêndoa seca de cacau, dos frutos in natura de açaí e da madeira de mogno no
SAF2. A partir desse levantamento foram verificadas quais espécies mais se destacavam
nos modelos analisados para a modelagem do SIP proposto e analisado neste estudo.

2.2.1 Caracterização da área de estudo:

O município de Tomé-Açu pertence à Mesorregião Nordeste Paraense e à


Microrregião Tomé-Açu (mapa 1), possui uma população de aproximadamente 60.456
mil habitantes, de acordo com dados do IBGE (2015), sua economia tem forte base nas
práticas agropecuárias, possuindo um PIB de aproximadamente R$ 343.622,141 mil.

MAPA 1. Mapa de localização de Tomé-Açu, Pará:


29

Fonte: Adaptado IBGE (2018).

2.2.2 Análise Financeira:

As análises seguiram a metodologia proposta por Arco-Verde e Amaro (2011)


utilizando-se a “Planilha para análise financeira AMAZONSAF” desenvolvida pelos
autores.

Serão analisados os seguintes indicadores financeiros: Valor Presente Líquido


(VPL), Relação Benefício-Custo (B/C), Taxa Interna de Retorno (TIR), Valor Anual
Equivalente (VAE) e o payback. Para análise de rentabilidade serão considerados os
fluxos de caixa de entrada (receitas ou benefícios) e saída (custos), que ocorrerão em um
horizonte definido de tempo de no máximo20 anos.

Entre as opções mais consistentes para análise da viabilidade econômica dos


sistemas de produção o Valor Presente Líquido (VPL) apresenta-se como elemento mais
robusto. (SANGUINO, 2007). O VPL é definido como a soma algébrica dos saldos
dofluxo de caixa descontados à taxa de desconto anual, que representa o custo de
oportunidade, sendo o resultado superior à zero, o projeto é considerado viável
economicamente (SANTANA, 2005).

n −j n −j
a VPL = j=0 R J (1 + i) − j=0 R J (1 + i)
30

Onde: Rj = receitas no final do ano ou do período de tempo j considerado;

Cj = custos no final do ano ou do período de tempo j considerado;

n = duração do projeto em anos ou em número de períodos de tempo;

i = taxa anual de juros, expressa em porcentagem.

Relação Benefício Custo (B/C): divide os benefícios atualizados pelos custos


atualizados indicando quanto os benefícios superam ou não os custos totais (ARCO-
VERDE, 2008). ELA é dada pelo valor atual do fluxo de benefícios do projeto dividido
pelo fluxo de custo do projeto (SANTANA, 2005). Consiste em determinar a relação
entre o valor presente dos benefícios e o valor presente dos custos para dada taxa de
desconto. (REGO, 2015)

n −j
t=0 R j (1 + i)
Rb c = n −j
t=0 Cj (1 + i)

Onde: Rj = receitas no final do ano ou do período de tempo j considerado;

Cj = custos no final do ano ou do período de tempo j considerado;

n = duração do projeto em anos ou em número de períodos de tempo;

i = taxa anual de juros, expressa na forma unitária.

Taxa Interna de Retorno (TIR): é a taxa de desconto que iguala o valor presente
dos ingressos ao valor presente dos custos, ou seja, iguala o VPL a zero. Também pode
ser entendida como a taxa percentual do retorno do capital investido. De acordo com
Diogo et. al. (2017) a viabilidade do projeto também pode ser avaliada pela taxa interna
de retorno (TIR), A TIR é uma demonstração da rentabilidade do projeto.

n
Rt − Ct
0=
1 + i∗ t
t=0
31

Onde: i* = Taxa interna de retorno;

Bt = receita total ao final do ano ou período de tempo;

Ct = custo total ao final do ano ou período de tempo;

n = duração do projeto em anos ou em número de períodos de tempo;

j = duração do período do projeto, em anos ou período de tempo.

O Valor Anual Equivalente, o VAE é a parcela periódica e constante, necessária


ao pagamento de uma quantia igual ao VPL, da opção de investimento em análise ao
longo de sua vida útil (REZENDE E OLIVEIRA, 2001). Ou seja, o VAE transforma o
VPL em fluxo de receitas ou despesas contínuo e periódico, durante toda a vida útil do
projeto. Quanto maior for o VAE calculado, maior a viabilidade do projeto. O VAEpode
obtido através da seguinte equação:

VPL. i
VAE =
1 − (1 + i)−n

Onde:

VPL = valor presente líquido;

i = taxa de desconto (juros);

n = duração do projeto, em anos, ou em número de períodos de tempo.

O período de payback é o tempo necessário para retornar o capital investido, ou


seja, é o tempo decorrido entre o investimento inicial e o momento no qual o lucro
líquido acumulado se iguala a esse valor. Algebricamente o período de payback, ou
período de recuperação (PR), pode ser descrito como: (ARCO-VERDE; AMARO, 2014)

𝑇
PR=T, quando 𝑗 =0 𝑅𝑗 − Cj = I

Onde:

Rj= receitas no período j;

Cj= custos no período j;

j = período de ocorrência de Rj e Cj;

T = tempo para o fluxo de caixa igualar os investimentos;

I = investimento inicial.
32

Utilizou-se as taxas de 2,5% a.a. 8,5% a.a. e 12,75% a.a. para todas as análises de
acordo com as linhas, Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar –
PRONAF Floresta, Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural – PRONAMP,
e com o Plano Agrícola e Pecuário 2016/2017 para agricultura empresarial,
respectivamente.

Os preços de insumos e venda de produtos que foram utilizados na análise


financeira (Quradro1).

Quadro 1 - Parâmetros utilizados na simulação dos modelos.

Parâmetros Especificação Unidade Valor


Hora
Gerais Hora Trator (com tratorista) Diária R$140,00
Pimenta-do-Reino Kg R$28,00
Mogno m3 R$250,00
Preço de Venda dos Cacau Kg R$7,00
Produtos Açaí Kg R$2,43
Arroz Kg R$0,80
Mandioca Kg R$0,25
Mudas unid R$3,50
NPK 08-20-20 kg R$3,10
Arad kg R$1,32
Farinha de osso t R$1.090,00
Torna de mamona t R$1.110,00
Insumos: Plantio de
Herbicida (glifosato) l R$25,60
Pimenta-do-Reino
Inseticida (decis 25CE) l R$84,20
Estacas de madeira unid R$8,00
Óleo mineral l R$16,60
FTE BR 12 kg R$60,00
Cloreto de potássio kg R$2,20
Adubo Orgânico kg R$0,40
Insumos: Plantio de
NPK 10-26-26 kg R$0,74
Mogno
Mudas unidade R$4,00
33

Superfosfato kg R$2,00
Herbicida l R$20,00
Formicida l R$9,15
Inseticida l R$47,00
FTE kg R$0,40
Mudas Unidade R$4,50
calcário kg R$0,20
N kg R$3,94
Insumos: Plantio de
P kg R$3,91
Cacau
K kg R$2,34
Herbicida l R$19,42
Inseticida l R$47,00
Mudas unid R$1,50
NPK 08-20-20 kg R$3,10
Arad kg R$1,32
Insumos: Plantio de Açaí Cloreto de Potássio kg R$2,20
Irrigação (poço, tubulação,
equipamentos) unid R$10.000,00
Manutenção da irrigação unid R$2.500,00
Insumos: Plantio de Sementes kg R$2,50
Arroz NPK 10-28-20 kg R$2,45
Manivas (20 cm) m3 R$20,00
nitrogênio kg R$3,94
Fosforo kg R$3,91
Insumos: Plantio de
Cloreto de Potássio kg R$2,34
Mandioca
Formicida l R$0,44
Herbicida l R$17,00
Inseticida l R$19,42

Fonte: Adaptado de Rego (2015).


34

2.3. MODELOS DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO UTILIZADOS NA


SIMULAÇÃO FINANCEIRA.
2.3.1. Caracterizaçãodo Sistema Agroflorestal.
Para a simulação do sistema trabalhado nesta pesquisa foi utilizado as seguintes
espécies frutíferas: Açai (Euterpe oleracea) e cacau (Theobromacacao L). As seguintes
agrícolas: milho (Zeamays L.); Mandioca (Manihotesculent) e Pimenta do Reino(Piper
Nigrum). E por fim a seguinte espécie madeireira: mogno (Switeniamacrophylla L).

Quadro 2. Modelo Agroflorestal propostos para a análise financeira.

Modelo Componentes

SAF Arroz/Mandioca (Cultura anual)

Mogno (Plantioflorestal)

Cacau e Açaí(Perene)

Pimenta – do- reino(Semi-perene)

Arroz/Mandioca x Mogno x Cacau x Açaí x Pimenta do reino

Fonte: Autor Próprio

Foram selecionadas as seguintes espécies para o sistema analisado, 2500 pés de


pimenta do reino com espaçamento de 2 x 2 m, 1111 pés de cacau com espaçamento de 3
x 3 m, 100 pés de Mogno com espaçamento de 10 x 10 m, 125000 pés de arroz com
espaçamento 0,4x0,2 plantados nas linhas do Mogno, e 400 pés de açaí com espaçamento
de 5 x 5 m. Na literatura pertinente buscaram-se informações quanto a tratos culturais
necessários, períodos de desbastes das espécies arbóreas e estimativa de produção.

No primeiro ano, realizou-se o preparo das áreas, além da plantação no arroz, que
foi plantado e colhido no primeiro ano do sistema, a mandioca será plantada no primeiro
e no terceiro ano do sistema e a pimenta do reino é inserida no primeiro ano e permanece
até o sétimo ano do sistema, já o cacau e o açaí são inseridos no quarto ano e
permanecerão até o final dos 15 anos do sistema e o mogno será inserido no primeiro ano
e terá seu ultimo desbaste, no decimo ano do sistema.

Quadro 3 – Tempo de permanência do Sistema Agroflorestal – SAF.

Componentes do SAF Anos


35

1 2 3 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Arroz x
Mandioca x x
Pimenta- do- Reino x x x x x x x x x
Açai x x x x x x x x x x x x
Cacau x x x x x x x x x x x x
Mogno x x x x x x x x x x x x
Fonte: Autor Próprio

O SAF tem o objetivo ser implantado em lugares onde a vegetação dominante é


floresta primária, pois são lugares que já passaram por derrubada, em média há 15 anos
para formação de pastagem com braquiarão (Brachiariabrizanthacv. MaranduHochst. ex
A. Rich), havendo pastagem por 10 anos e deixado em repouso por um período em média
de cinco anos.

Quadro 4 - Referenciais técnicos das espécies utilizadas nos modelos propostos na


simulação econômica.

DENSIDADE DE
ESPÉCIES REFERÊNCIA
PLANTIO/RECOMENDAÇÃO

10.000 plantas/ha (espaçamento de 1,0 x Castro (2014) apud


Mandioca 1,0m). Plantio, capina, manutenção e Mattos e Cardoso
colheita. (2003)

125000 plantas/ha (espaçamento 0,4x0,2


Arroz Rego (2015)
m)

Pimenta do Reino 2500 plantas/ha (espaçamento 2x 2 m) Rego (2015)

Açaí 400 plantas/ha (espaçamento 5x 5 m) Rego (2015)

Castro (2014) apud


Cacau 1.111plantas/ha (espaçamento 3x 3 m) Silva Neto et al.
(2001)

Mogno 100 plantas/ha (espaçamento 10 x 10m) Rego (2015)

Fonte: Autor Próprio

2.3.2. Caracterizaçãodo Sistema Agrícola.


Para a simulação do sistema trabalhado nesta pesquisa foi utilizado às
seguintes espécies agrícolas: Arroz (Oryza sativa.) e Mandioca (Manihotesculent).
36

Quadro 5. Modelo Agrícola proposto para a análise financeira.

Modelo Componentes

SISTEMA AGRÍCOLA Mandioca (Cultura anual)

Arroz (Cultura anual)

Arroz x mandioca

Fonte: Autor Próprio

Para a plantação agrícola a ação tem o intuito de ser implantada em uma área de
1ha. As mudas das espécies implantadas serão plantadas em fileiras com plantio do arroz
com espaçamento de, 0,4m x0,2m, no qual será plantado no primeiro ano do projeto, e a
Mandioca com espaçamento de 1m x 1m será plantada no primeiro e no terceiro ano do
projeto, como mostra o quadro 5.

Quadro 6 – Tempo de permanência dos componentes Agrícolas.

Anos
Componentes do Modelo Agrícola
1 2 3
Arroz x
Mandioca x x
Fonte: Autor Próprio

Quadro 7 - Referenciais técnicos das espécies utilizadas nos modelos propostos na


simulação econômica.

DENSIDADE DE
ESPÉCIES REFERÊNCIA
PLANTIO/RECOMENDAÇÃO

10.000 plantas/ha (espaçamento de 1,0 x Castro (2014) apud


Mandioca 1,0m). Plantio, capina, manutenção e Mattos e Cardoso
colheita. (2003)

125000 plantas/ha (espaçamento 0,4x0,2


Arroz Rego (2015)
m)

Fonte: Autor Próprio

2.3.3. Caracterizaçãodo Sistema Florestal.

Para a simulação do Sistema Florestal trabalhado nesta pesquisa foi utilizado à


seguinte espécie: mogno (Switeniamacrophylla L.)
37

Quadro 8. Modelo Florestal proposto para a análise financeira.

Modelo Componentes

SISTEMA FLORESTAL Mogno (Plantio florestal)

Fonte: Autor Próprio

A ação para o sistema florestal tem o intuito de ser implantada em uma área de
1ha. As mudas das espécies implantadas serão plantadas em fileiras aleatoriamente, em
um período de 10 anos, com corte aos 7 anos e aos 10 anos.

Quadro 9 – Tempo de permanência dos componentes florestais.

Anos
Componentes do Sistema Florestal
1 2 3 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Mogno x x x x x x x x x x x x
Fonte: Autor Próprio

Quadro 10 - Referenciais técnicos das espécies utilizadas nos modelos propostos na


simulação econômica.

DENSIDADE DE
ESPÉCIES REFERÊNCIA
PLANTIO/RECOMENDAÇÃO

Mogno 100 plantas/ha (espaçamento 10 x 10m) Rego (2015)

Fonte: Autor Próprio

2.4. RESULTADOSE DISCUSSÃO

O custo total para se implantar o SAF foi de R$ 239.459,88enquanto para


implantação do sistema agrícola R$ 6.245,25para o plantio florestal foi deR$ 4580,04. O
SAF apresentou VPL positivo e TIR superior à todas as taxas descontos 2,5%; 8,50% e
12,75%. De acordo com o panorama da viabilidade econômica o SAF, se mostrou mais
eficiente do que as simulações em monocultura e plantio florestal (Tabela 1).

Todos os modelos analisados apresentaram VPL positivo e de acordo com o


panorama da viabilidade econômica todos os modelos propostos foram viáveis
economicamente (Tabela 1).
38

Tabela 1 - Valor presente líquido (VPL), Taxa interna de retorno (TIR), Relação
benefício custo (R b/c ), Valor anual equivalente (VAE) ePayback nos modelos simulados.

Modelo Período de Taxa de VPL TIR R b/c VAE Payback


simulação juros (R$) (%) (R$) (R$) (Anos)
(anos) (%aa)
SAF 15 2,5 670.671,861 101,13% 4,2 43.021,67 3
Cultura 03 2,5 4.373,06 73,80% 1,7 499,66 1
Agrícola
Cultura 10 2,5 28.441,71 45,06% 8,3 3.249,71 8
Florestal
SAF 15 8,5 462.609,34 101,13% 3,8 48.884,38 3
Cultura 03 8,5 3.714,78 172,07% 1,7 566,16 1
Agrícola
Cultura 10 8,5 16.254,83 45,06% 6,3 2.477,36 8
Florestal
SAF 15 12,75 362.346,41 101,45% 3,6 50.808,12 3
Cultura 03 12,75 3.325,14 172,07% 1,7 606,68 1
Agrícola
Cultura 10 12,75 11.009,17 45,06% 5,2 2.008,64 8
Florestal
Fonte: Autor Próprio

Após o resultado exposto na tabela 1, concluímos que os sistemas de produção


analisados apresentaram Valor Presente Líquido (VPL) positivo tanto para a taxa de juros
de 2,5 a.a, 8,5 a.a e 12,75. Por esse critério, tem-se a certeza da viabilidade econômica
nos três modelos, pois ao final dos seus respectivos período de simulação conseguem
gerar receitas líquidas atualizadas.

Vale ressaltar que SAF apresentou VPL maior que o Sistema Agrícola e o Sistema
Florestal, em todas as simulações, o que confirma a vantagem econômica na utilização
desse tipo de sistema.

De acordo com Cosenza e Neto et. al. (2017), “a viabilidade do projeto também
pode ser avaliada pela taxa interna de retorno (TIR), que seria a taxa anual que retorna o
capital investido”. Nos casos das simulações apresentadas, as TIR’s são vantajosas para o
produtor, o que mostra a rentabilidade positiva dos sistemas, independente da taxa de
juros aplicada. Mas vale ressaltar que o SAF por sua diversificação produtiva apresenta
maior segurança econômica para o produtor.
39

O resultado para a Razão Benefício Custo (RB/C), apresentou resultado


satisfatório em todos dos sistemas independentes da taxa de juros aplicados. Isso significa
que para cada R$ 1,00 investidohaveráretorno financeiro.

O valor anual equivalente (VAE), o que representa a renda anual proporcionada


pelo sistema, são coeficientes financeiros positivos em todos os sistemas.

O payback é igual a 3,0, 1,00 e 8,00 indicando que a partir do primeiro e oitavo
ano após sua implantação os Sistemas já começam a apresentar receitas maiores do que
despesas,

É importante ressaltar que o SAF ainda é a melhor opção, pois é como destaca
Balbino et al. (2011) os sistemas agroflorestais são capazes de integrar o cultivo agrícola,
pecuário e florestal, essa associação é capaz de produzir efeitos sinérgicos que adequam
os componentes ambiental e econômico, já que conseguem aumentar a rentabilidade da
propriedade e minimizar o impacto ambiental, já que reduziriam a influência da atividade
pecuária. Assim os SAFs são uma atividade sustentável do ponto de vista econômico e
ambiental.

2.4.1. Fluxo de Caixa:


De acordo com RUBBO (2008), O demonstrativo do fluxo de caixa (DFC) é um
meio de fundamental importância na gestão, que quantifica a entrada e saída de capital do
caixa em um determinado período. Tem por principal objetivo a garantiada liquidação de
suas obrigações, obedecendo aos prazos de pagamento, assegurando que não haja
necessidade de recorrer a capital de terceiros.
O fluxo de caixa apresenta informações vitais para o cálculo dos
indicadores financeiros selecionados (além de outros), e apresentados
na análise financeira dessa pesquisa e representa o comportamento
financeiro do sistema ao longo do tempo, permitindo identificar
claramente sua tendência, seu ponto de equilíbrio o período para
recuperação do investimento, entre outros, (ARCO-VERDE E
AMARO, 2014).

Por esse motivo segue a baixo o demonstrativo de fluxo de caixa dos sistemas
trabalhados nesse capitulo:

Imagem 1 .Demonstrativo do fluxo de caixa (DFC)- Sistema Agroflorestal


40

Entradas Aj 5.381,60 16.519,09 40.025,53 86.628,71 115.248,83 102.216,26 91.548,47 8.582,74 2.765,26 10.511,69 3.765,16 5.642,25 5.004,21 4.438,32 3.936,43
Entradas 6.067,75 21.000,00 57.370,25 140.000,00 210.000,00 210.000,00 212.064,00 22.416,00 8.143,00 34.901,00 14.095,00 23.815,00 23.815,00 23.815,00 23.815,00

Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Saídas 720,79 53.992,16 8.714,24 15.458,97 29.909,28 30.178,50 31.230,30 31.730,97 4.276,00 4.409,33 4.609,33 4.312,67 4.979,33 4.979,33 4.979,33 4.979,33
Saídas Aj 720,79 47.886,62 6.854,83 10.785,27 18.507,16 16.562,08 15.201,16 13.698,32 1.637,21 1.497,35 1.388,27 1.152,03 1.179,70 1.046,30 927,98 823,04

Fl Cx -720,79 -47.924,41 12.285,76 41.911,28 110.090,72 179.821,50 178.769,70 180.333,03 18.140,00 3.733,67 30.291,67 9.782,33 18.835,67 18.835,67 18.835,67 18.835,67

Fonte: Autor Próprio

Imagem 2. Demonstrativo do fluxo de caixa (DFC)- Sistema Agrícola:

Entradas Aj 5.592,40 0,00 3.812,96 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Entradas 6.067,75 0,00 4.870,25 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Saídas 720,79 4.645,98 0,00 878,48 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Saídas Aj 720,79 4.282,01 0,00 687,77 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Fl Cx -720,79 1.421,77 0,00 3.991,77 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Fonte: Autor Própri

Imagem 3. Demonstrativo do fluxo de caixa (DFC) - Sistema Florestal.


41

Entradas Aj 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 6796,20 0,00 6851,98
Entradas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 17750,00 0,00 22750,00

Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Saídas 720,79 631,03 14,40 14,40 430,00 430,00 430,00 430,00 430,00 430,00 430,00
S aídas Aj 720,79 559,67 11,33 10,05 266,07 235,99 209,30 185,63 164,64 146,02 129,51

Fl Cx -720,79 -631,03 -14,40 -14,40 -430,00 -430,00 -430,00 -430,00 17320,00 -430,00 22320,00
Fonte: Autor Próprio

Tendo em vista a demonstração dos Fluxos de caixas dos três sistemas, é notável
que o Sistema Agroflorestal- SAF possui maior vantagem em comparação ao Sistema
Florestal e ao Sistema Agrícola.Haja vista, a quantidade maior de entrada de recurso e a
disponibilidade de capital anualmente, logo sendo este osistema bem mais atrativo e com
maiores vantagem para o agricultor.

2.4.2. Mão-de-obra.
O custo mão de obra constitui o fator de grande relevância na composição dos
custos do sistema de produção analisado.
Segundo o (ARCO-VERDE E AMARO, 2014)
Os coeficientes técnicos para os SAFs estão baseados na quantidade de
mão de obra necessária para desenvolver as atividades necessárias à
implantação, manutenção e colheita no sistema e nas quantidades de
insumos demandadas por cada cultura utilizada. (ARCO-VERDE E
AMARO, 2014).

De acordo com ARCO-VERDE E AMARO (2014), “através da demanda total de


mão de obra do sistema, é possível identificar quando a disponibilidade de pessoal será
mais necessária, auxiliando no planejamento da implantação”.

Sendo assim, levando em consideração a importância da demanda total de mão de


obra, o SAF analisado no decorrer desse capítulo, apresentou distribuição de mão de obra
ao longo dos 15 anos da simulação (Imagem 4). O custo da mão-de-obra no SAF é
distribuído em função das demandas periódicas realização de coroamento e limpeza da
área, sobretudo para diminuição da competição entre espécies invasoras e a espécie
florestal, bem como o corte e transporte da madeira ao final do ciclo.
42

Imagem4 - Demanda de mão-de-obra do SAF simulado.

Fonte: Autor Próprio

Já o Sistema Agrícola analisado apresentou distribuição de mão de obra ao longo


dos 4 anos da simulação (Imagem 5). Pois assim como noSAF o custo da mão-de-obra no
SAF é distribuído em função das demandas periódicas realização de coroamento e
limpeza da área, além da demanda com cuidados contra pragas.

Imagem5- Demanda de mão-de-obra do Sistema Agrícola simulado.

Fonte: Autor Próprio

Enquanto o Sistema Florestal analisado apresentou distribuição de mão de obra ao


longo dos 15 anos, mas com uma maior demanda no 10º ano da simulação (Imagem 6),
isso devido principalmente a chegada do período de corte, ao transporte da madeira ao e
ao final do ciclo do Mogno.
43

Imagem 6 - Demanda de mão-de-obra do Sistema Florestal simulado.

Fonte: Autor Próprio


44

3. ANÁLISE FINANCEIRA DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO VEGETAL


PARA AGRICULTORES FAMILIARES NO SUDESTE DO PARÁ.
3.1 INTRODUÇÃO.
Segundo Santos e Mitja (2011) o Sudeste do Pará foi em 2003 uns dos 40
territórios rurais do Brasil que recebeu incentivos com a política de desenvolvimento
territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Com o objetivo de incentivar o
desenvolvimento de regiões com pouco dinamismo econômico, principalmente as do
meio rural, foi criado em 2008 pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário o programa
“Territórios da Cidadania”, assegurando o acesso à cidadania, de acordo com Santos e
Mitja (2011) atualmente há 120 territórios em todo o Brasil, o Território do Sudeste do
Pará, agora chamado “Território da Cidadania Sudeste Paraense” ampliando sua área de
atuação para atender 14.647 agricultores familiares.

Esse tipo de incentivo social junto com a diversidade na produção vem


contribuindo para o destaque da região na área da agricultura. É uma região que tem
como uma das bases principais as culturas de subsistência e a fruticultura, atividades
estas comumente exercidas pela agricultura familiar neste território.

Segundo Santos e Mitja (2011) a complexidade na dinâmica de comercialização dos


produtos de origem da agricultura familiar no sudeste do Pará é uma das características
da atividade na região, pois o destaque para vários atores, que possuem diferentes papeis,
constituindo assim uma espécie de cadeia de relações.

A Agricultura Familiar no sudeste paraense encontra-se no topo da cadeia de


comercialização e através dela há a geração de outras fontes de emprego e renda como,
por exemplo, a existência de uma pessoa que compra os produtos agrícolas das famílias e
vende aos revendedores com preços mais altos, essa é designada de atravessador, há
também as cooperativas de pequenos produtores que adquirem os produtos direto das
famílias com um preço melhor; há o chamado Revendedor conhecido também
comerciante ou feirante e por fim o Consumidor. De acordo com PTDRS (2006) apud
SANTOS e MITJA (2011):

Em geral, o agricultor familiar, ao garantir o alimento para sua própria


subsistência, dispõe para a venda o excedente de sua produção, mas, como não possui
uma estrutura de armazenamento capaz de conservar seus produtos, precisa vender na
primeira oportunidade para não perder a produção. Esses produtos comercializados têm
grande importância no abastecimento do mercado local, em particular nas feiras livres
45

existentes no território, oferecendo uma grande variedade de produtos aos consumidores


URBANOS. (PTDRS, 2006 APUD SANTOS E MITJA 2011,p 01).

3.2. MATERIAIS E MÉTODOS.

A base de informações para esse estudo foi a pesquisa, realizada de julho de 2008
a dezembro de 2009 no âmbito do projeto “Sistemas silvipastoris e agrossilvipastoris
como alternativa para a sustentabilidade da pecuária na agricultura familiar da região de
Marabá – PA” desenvolvido pela Universidade Federal do Pará – Campus de Marabá, no
Projeto de Assentamento (P. A.) Belo Horizonte I, localizado no km 30 da BR-153, no
município de São Domingos do Araguaia, na microrregião de Marabá-PA. Na ocasião do
levantamento viviam aproximadamente 40 famílias no assentamento. E das seis Unidades
de Produção Familiar (UPF) selecionadas para serem avaliados no projeto, selecionamos
as espécies que mais se adaptaram e realizamos esse estudo.

3.2.1 Caracterização da área de estudo:

De acordo com o Sistema de Informações Territoriais o Sudeste Paraense – PA é


uma região composta por 14 municípios: Brejo Grande do Araguaia, Canaã dos Carajás,
Curionópolis, Itupiranga, Marabá, Nova Ipixuna, Palestina do Pará, Parauapebas, Piçarra,
São Domingos do Araguaia, São Geraldo do Araguaia, São João do Araguaia, Bom Jesus
do Tocantins e Eldorado dos Carajás e possui aproximadamente 14.647 agricultores
familiares.

MAPA 2. Mapa de localização de São Domingos do Araguaia - PA.


46

Fonte: Adaptado IBGE (2018).

3.2.2 Análise Financeira:

As análises , assim como no capitulo dois , seguiram a metodologia proposta por


Arco-Verde e Amaro (2014) utilizando-se a “Planilha para análise financeira
AMAZONSAF” desenvolvida pelos autores.

Serão analisados os seguintes indicadores financeiros (vide capitulo 2): Valor


Presente Líquido (VPL), Relação Benefício-Custo (B/C), Taxa Interna de Retorno (TIR),
Valor Anual Equivalente (VAE) e o payback. Para análise de rentabilidade serão
considerados os fluxos de caixa de entrada (receitas ou benefícios) e saída (custos), que
ocorrerão em um horizonte definido de tempo de no máximo 20 anos.

Utilizou-se as taxas de 2,5% a.a. 8,5% a.a. e 12,75% a.a. para todasas análises de
acordo com as linhas, Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar –
PRONAF Floresta, Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural – PRONAMP,
e com o Plano Agrícola e Pecuário 2016/2017 para agricultura empresarial,
respectivamente

Os preços de insumos e venda de produtos que foram utilizados na análise


financeira (Quradro1).

Quadro 11 - Parâmetros utilizados na simulação dos modelos.


47

Parâmetros Especificação Unidade Valor em R$


Gerais Hora Trator (com tratorista) Hora Diária 140,00
Mandioca Kg 0,25
Milho Kg 0,50
Cacau Kg 3,00
Preço de Venda dos
Banana Kg 0,80
Produtos
Goiaba Kg 0,80
Mogno m³ 250,00
Teca m³ 250,00
Manivas (20 cm) m3 20,00
nitrogênio Kg 3,94
Insumos: Fosforo Kg 3,91
Mandioca Cloreto de Potássio Kg 2,34
Formicida L 0,44
Herbicida L 17,00
Sementes Kg 11,52
NPK 10-26-26 Kg 0,74
Calcário Kg 0,2
Insumos: Milho Cloreto de Potássio Kg 0,64
Super fosfato simples Kg 0,44
Herbicida L 17,00
Inseticida L 47,91
Adubo Orgânico Kg 0,40
NPK 10-26-26 Kg 0,74
Mudas Unidade 4,00
Insumos: Plantio
Superfosfato Kg 2,00
de Teca
Herbicida L 20,00
Formicida L 9,15
Inseticida L 47,00
FTE Kg 0,40
Insumos: Plantio Adubo Orgânico Kg 0,40
de Mogno NPK 10-26-26 Kg 0,74
48

Mudas Unidade 4,00


Superfosfato Kg 2,00
Herbicida L 20,00
Formicida L 9,15
Inseticida l 47,00
FTE kg 0,40
Mudas Unidade 1,00
NPK 10-26-26 kg 0,74
Insumos: Plantio Sulfato de amônio kg 0,46
deGoiaba Cloreto de Potássio kg 0,64
Super fosfato simples kg 0,44
herbicida l 19,42

Mudas Unidade 1,50


FTE BR 12 Kg 1,79
Nitrogênio Kg 3,94
Fósforo Kg 3,91
Insumos: Plantio Potássio kg 2,34
de Banana Adubo orgânico KG 0,40
Inseticida L 47,91
Lurdinha L 29,53
Facão 1 14,75
Foice Bifurcada 1 27,63
Calcário L 2

Fonte: Adaptado de Rego (2015).

3.3. MODELOS DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO UTILIZADOS NA


SIMULAÇÃO FINANCEIRA.
3.3.1. Caracterização do Sistema Agroflorestal.

A viabilidade econômica do SAF em análise foi realizada com base no banco de


dados das pesquisas realizadas no Projeto de Assentamento (P.A.) Belo Horizonte,
49

localizado, no km 34 da BR-153 no município de São Domingos do Araguaia, município


este que acordo IDESP (2011) faz parte do “Programa Municípios Verdes”, no grupo de
municípios (consolidados), tendo como característica uma cobertura florestal abrange
30% do território, buscando dessa forma, desenvolver sua economia em conjunto com a
recuperação florestal.

Para a simulação do sistema trabalhado nesta pesquisa foi utilizado as seguintes


espécies frutíferas: banana (Musa sp); goiaba (Psidiumguayaba L.); cacau
(Theobromacacao L). As seguintes agrícolas: milho (Zeamays L.); Mandioca
(Manihotesculenta L.). E por fim as seguintes madeireiras: mogno (Switeniamacrophylla
L.); teca (Tectonagrandis L. F).

Quadro 12 - Modelo Agroflorestal propostos para a análise financeira.

Modelo Componentes

SAF Arroz/Mandioca (Cultura anual)

Teca e Mogno (Plantioflorestal)

Cacau e Goiaba (Perene)

Banana (Semi-perene)

Arroz/Mandioca x Mogno x Teca x Cacau x Goiaba x Banana

Fonte: Autor Próprio

Foram selecionadas as seguintes espécies para o sistema analisado, 620 pés de


Banana com espaçamento de 4 x 4 m, 1111 pés de cacau com espaçamento de 3 x 3 m,
100 pés de Mogno com espaçamento de 10 x 10 m e 1666 pés de Teca com espaçamento
3 x 2, 10.000 pés de Milho e 10.000 pés de Mandioca com espaçamento 1 x 1 , 238 pés
de Goiaba com espaçamento de 7 x 6 m. Na literatura pertinente buscaram-se
informações quanto a tratos culturais necessários, períodos de desbastes das espécies
arbóreas e estimativa de produção.

Quadro 13 - Referenciais técnicos das espécies utilizadas nos modelos propostos na


simulação econômica.

DENSIDADE DE
ESPÉCIES REFERÊNCIA
PLANTIO/RECOMENDAÇÃO
50

10.000 plantas/ha (espaçamento de 1,0 x


Mandioca 1,0m). Plantio, capina, manutenção e Alves e Silva (2003)
colheita.

Castro (2014) apud


Milho 10.000 plantas/ha (espaçamento 1x1m) Mattos e Cardoso
(2003);

- Castro (2014) apud


Goiaba 238 plantas/ha (espaçamento 7x 6 m)
Araujo et al. (2008)

Castro (2014)
Banana 625 plantas/ha (espaçamento 4 X 4m) apudHomma et al.
(2001)

Castro (2014) apud


Cacau 1.111plantas/ha (espaçamento 3x 3 m) Silva Neto et al.
(2001)

Castro (2014) apud


Mogno 100 plantas/ha (espaçamento 10 x 10m)
Gomes (2010).

Maneschyet al.
Teca 1666 plantas/ha (espaçamento 3 x 2 m)
(2009)

Fonte: Autor Próprio

Quadro 14 – Tempo de permanência do Sistema Agroflorestal – SAF.

Componentes do Anos
SAF 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2
1 2 3 2 3 4 5 6 7 8 9
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0
Milho x x
Mandioca x x
Banana x x x x x
Goiaba x x x x x x x x x x x x x x x x x
Cacau x x x x x x x x x
Mogno x x x x x x x x x x x x
Teca x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Fonte: Autor Próprio

3.3.2.Caracterização do Sistema Agrícola.


Para a simulação da viabilidade financeira dos consórcios agrícola foram
considerados os coeficientes técnicos e indicadores econômicos já descritos em materiais
e métodos.
51

Em relação às espécies trabalhadas na simulação, foi utilizado às seguintes


espécies agrícolas: milho (Zeamays L.); Mandioca (Manihotesculenta L.).

Quadro 15 - Referenciais técnicos das espécies utilizadas nos modelos propostos na


simulação econômica.

DENSIDADE DE
ESPÉCIES REFERÊNCIA
PLANTIO/RECOMENDAÇÃO

10.000 plantas/ha (espaçamento de 1,0 x


Mandioca 1,0m). Plantio, capina, manutenção e Alves e Silva (2003)
colheita.

Castro (2014) apud


Milho 10.000 plantas/ha (espaçamento 1x1 m)
Mattos e Cardoso (2003);

Fonte: Autor Próprio

Quadro 16 – Tempo de permanência dos componentes Agrícolas.

Anos
Componentes do Modelo Agrícola
1 2 3
Milho x x
Mandioca x x
Fonte: Autor Próprio

3.3.3.Caracterização do Sistema Florestal.

Para a simulação do sistema florestal trabalhado nesta pesquisa foi utilizado às


seguintes espécies: mogno (Switeniamacrophylla L.); teca (Tectonagrandis L. F).

A teca utilizou-se desbastes aos 8 (50%) e 13 anos (34%), com corte final previsto
para 20 anos (16% restante) (MANESCHY et al., 2009). Para o mogno foi utilizado um
desbaste aos 8 anos de idade (20%) e corte final aos 15 anos após o plantio (80%
restante) (GOMES, 2010).

Para a simulação da viabilidade financeira dos consórcios agrícola foram


considerados os coeficientes técnicos e indicadores econômicos já descritos em materiais
e métodos

Quadro 17 - Referenciais técnicos das espécies utilizadas nos modelos propostos na


simulação econômica.
52

DENSIDADE DE
ESPÉCIES REFERÊNCIA
PLANTIO/RECOMENDAÇÃO

Castro (2014) apud


Mogno 100 plantas/ha (espaçamento 10 x 10m)
Gomes (2010).

Teca 1666 plantas/ha (espaçamento 3 x 2 m) Maneschyet al. (2009)

Fonte: Autor Próprio

Quadro 18 – Tempo de permanência dos componentes florestais.

Componentes Anos
do Sistema 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2
Florestal 1 2 3 2 3 4 5 6 7 8 9
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0
Mogno x x x x x x x x x x x x
Teca x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Fonte: Autor Próprio

3.4. RESULTADOS E DISCURSÕES.

O custo total para se implantar o SAF foi de R$ 86.925,81enquanto para


implantação do sistema agrícola R$ 10.525,12 e para o plantio florestal foi de R$
33.847,92. O SAF apresentou VPL positivo e TIR superior às taxas desconto 2,5%;
8,50% e 12,75%. De acordo com o panorama da viabilidade econômica o SAF, se
mostrou mais eficiente do que as simulações em cultura agrícola e cultura florestal
(Tabela 2).

Tabela 2 - Valor presente líquido (VPL), Taxa interna de retorno (TIR), Relação
benefício custo (R b/c ), Valor anual equivalente (VAE) e Payback nos modelos simulados.

Modelo Período Taxa VPL TIR R b/c VAE Payback


de de (R$) (%) (R$) (R$) (Anos)
simulação juros
(anos) (%aa)

SAF 20 2,5 96.595,52 26,34% 2,3 6.196,33 8

Cultura 04 2,5 -1.416,78 0% 0,9 -161,88 31


Agrícola

Cultura 20 2,5 58.592,03 16,70% 3,1 3.758,51 9


Florestal
53

SAF 15 8,5 41.208,07 26,34% 1,7 4.354,50 8

Cultura 04 8,5 -1.491,08 0% 0,8 -227,25 31


Agrícola

Cultura 20 8,5 18.867,49 16,70% 2,0 1.993,75 9


Florestal

SAF 20 12,75 22.361,86 26,34% 1,4 3.135,57 8

Cultura 04 12,75 -1.532,71 0% 0,8 -279,65 31


Agrícola

Cultura 20 12,75 6.372,95 16,70% 1,4 893,61 9


Florestal

Fonte: Autor Próprio

Após o resultado exposto na tabela 1, concluímos que o Sistema Florestal e o SAF


analisados apresentaram Valor Presente Líquido (VPL) positivo tanto para a taxa de juros
de 2,5 a.a, 8,5 a.a e 12,75, somente o sistema agrícola apresentou VPL negativo, a partir
desse coeficiente financeiro, tem-se a certeza da viabilidade econômica do SAFe do no
Sistema Florestal, pois ao final dos seus respectivos período de simulação conseguem
gerar receitas líquidas atualizadas.

Vale ressaltar que SAF apresentou VPL maior que o Sistema Agrícola e o Sistema
Florestal, em todas as simulações, o que confirma a vantagem econômica na utilização
desse tipo de sistema.

De acordo com Cosenza e Neto et. al. (2017), “a viabilidade do projeto também
pode ser avaliada pela taxa interna de retorno (TIR), que seria a taxa anual que retorna o
capital investido”. Nos casos das simulações apresentadas, houve um retorno somente no
SAF , e no Sistema Florestal, com destaque da taxa mais atrativa para o SAF,
independente da taxa de juros aplicada. O Sistema Agrícolanão alcançou TIR satisfatória
em nenhuma das simulações.

A relação b/c, independente da taxa de juros aplicada, demonstrou que o SAF e o


Sistemaflorestal analisados apresentaram as receitas maiores que os custos descontados,
pois a cada R$1,00 investido existe o retorno de tais valores líquidos (SANTANA, 2005),
porém a cultura agrícola no arranjo trabalhado representou prejuízo ao agricultor.
54

O valor anual equivalente (VAE) é igualsatisfatório nas simulações com o SAF e


o Sistema florestal, o que representa a renda anual proporcionada pelo sistema, ressalta
que é considerada a remuneração da mão de obra, mesmo sendo de origem familiar.

O payback é igual a 8,0, 31,00 e 9,00 indicando que a partir do oitavo ano após
sua implantação os Sistemas já começam a apresentar receitas maiores do que despesas,

O SAF apresentou maior viabilidade que a Sistema Agrícola e o Sistema Florestal,


haja vista que a foi superior em todos os coeficientes financeiros, o que mostra que a
viabilidade econômica do SAF.Além de que no SAF a diversificação do sistema oferece
maior segurança financeira para o agricultor, pois é como destaca Balbino et al. (2011) os
sistemas agroflorestais são capazes de integrar o cultivo agrícola, pecuário e florestal,
essa associação é capaz de produzir efeitos sinérgicos que adequam os componentes
ambiental e econômico, já que conseguem aumentar a rentabilidade da propriedade e
minimizar o impacto ambiental, já que reduziriam a influência da atividade pecuária.
Assim os SAFs são uma atividade sustentável do ponto de vista econômico e ambiental.

O custo da mão de obra foi o de maior parcela nas despesas com a


implantação/manutenção do SAF, pois segundo Castro (2014) os agricultores usam
poucos insumos durante o ciclo do projeto. Já o plantio florestal obteve um custo de mão
de obra menor por possuir diversidade inferior ao do SAF, ou seja, o número de espécies
implantadas foi menor, diminuindo assim a necessidade de mão de obra.

Verificou-se que mesmo que o SAF apresentando um custo maior para sua
implantação temos que levar em consideração que sua receita foi superior a cultura
agrícola e do plantio florestal, além de que a diversidade do SAF, como já foi
mencionada a cima, é bem maior, garantindo uma fonte de renda segura com retorno
financeiro rápido e distribuído ao longo do tempo para a família.

3.4.1. Fluxo de Caixa:


Por motivos já descritos no capitulo dois, segue a baixo o demonstrativo de fluxo
de caixa dos sistemas trabalhados nesse capitulo três:

Imagem 7 .Demonstrativo do fluxo de caixa (DFC)- Sistema Agroflorestal


55

Entradas Aj 5.314,39 8.005,90 10.909,79 3.346,94 4.105,86 5.459,55 5.879,10 41.142,71 1.014,04 18.761,57 965,18 941,64 35.376,14 896,27 874,41 0,00 0,00 0,00 0,00 30.513,55
Entradas 5.447,25 8.411,20 11.748,65 3.694,40 4.645,40 6.331,40 6.988,40 50.128,40 1.266,40 24.016,40 1.266,40 1.266,40 48.766,40 1.266,40 1.266,40 0,00 0,00 0,00 0,00 50.000,00

Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Saídas 720,79 19.321,51 5.019,98 5.634,11 4.791,16 12.213,38 13.079,18 13.079,18 1.692,33 1.583,60 3.113,60 1.261,10 1.261,10 1.443,14 1.261,10 1.261,10 0,00 0,00 0,00 0,00 189,42
Saídas Aj 720,79 18.850,25 4.778,09 5.231,83 4.340,56 10.794,85 11.278,14 11.003,06 1.388,98 1.268,04 2.432,34 961,14 937,70 1.046,88 892,52 870,75 0,00 0,00 0,00 0,00 115,60

Fl Cx -720,79 -13.874,26 3.391,22 6.114,54 -1.096,76 -7.567,98 -6.747,78 -6.090,78 48.436,07 -317,20 20.902,80 5,30 5,30 47.323,26 5,30 5,30 0,00 0,00 0,00 0,00 49.810,58

Fonte: Autor Próprio

Imagem 8. Demonstrativo do fluxo de caixa (DFC)- Sistema Agrícola:

Entradas Aj 4.043,90 538,05 2.722,66 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Entradas 4.559,50 684,00 3.902,50 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Saídas 1.731,28 4.469,79 1.404,57 2.919,48 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Saídas Aj 1.731,28 3.964,34 1.104,87 2.036,84 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Fl Cx -1.731,28 89,71 -720,57 983,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Fonte: Autor Próprio

Imagem 9. Demonstrativo do fluxo de caixa (DFC) - Sistema Floresta


56

Entradas Aj 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 13.104,31 0,00 0,00 0,00 0,00 10.096,85 0,00 8.776,08 0,00 0,00 0,00 6.517,94
Entradas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 27.307,50 0,00 0,00 0,00 0,00 31.637,50 0,00 32.372,50 0,00 0,00 0,00 33.320,00

Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Saídas 1.611,28 8.210,94 2.521,00 1.184,00 1.184,00 544,00 544,00 544,00 544,00 3.723,82 0,00 0,00 0,00 0,00 4.302,70 0,00 4.402,66 0,00 0,00 0,00 4.531,52
Saídas Aj 1.611,28 7.567,69 2.141,48 926,96 854,34 361,78 333,44 307,32 283,24 1.786,99 0,00 0,00 0,00 0,00 1.373,17 0,00 1.193,55 0,00 0,00 0,00 886,44

Fl Cx -1.611,28 -8.210,94 -2.521,00 -1.184,00 -1.184,00 -544,00 -544,00 -544,00 -544,00 23.583,68 0,00 0,00 0,00 0,00 27.334,80 0,00 27.969,84 0,00 0,00 0,00 28.788,48

Fonte: Autor Próprio

Tendo em vista a demonstração dos Fluxos de caixas dos três sistemas, é notável
que o Sistema Agroflorestal- SAF possui maior vantagem em comparação ao Sistema
Florestal e ao Sistema Agrícola. Haja vista, a quantidade maior de entrada de recurso e a
disponibilidade de capital anualmente, logo sendo este o sistema bem mais atrativo e com
maiores vantagens para o agricultor.

3.4.2. Mão-de-obra.
Com sua devida relevância, já apresentada no capitulo dois, segue a baixa a
distribuição de mão-de-obra dos sistemas analisados nesse capitulo três.

O SAF analisado apresentou distribuição de mão de obra ao longo dos 20 anos da


simulação (Imagem 10). O custo da mão-de-obra no SAF é distribuído em função das
demandas periódicas realização de coroamento e limpeza da área, sobretudo para
diminuição da competição entre espécies invasoras e a espécie florestal, bem como o
corte e transporte da madeira ao final do ciclo.

Imagem 10 - Demanda de mão-de-obra do SAF simulado


57

Fonte: Autor Próprio

Já o Sistema Agrícola analisado apresentou distribuição de mão de obra ao longo


dos 7 anos da simulação (Imagem 11). Pois assim como no SAF o custo da mão-de-obra
no SAF é distribuído em função das demandas periódicas realização de coroamento e
limpeza da área, além da demanda com cuidados contra pragas.

Imagem 11 - Demanda de mão-de-obra do Sistema Agrícola simulado.

Fonte: Autor Próprio

Enquanto o Sistema Florestal analisado apresentou distribuição de mão de obra ao


longo dos 20 anos, mas com uma maior demanda no 10º ano da simulação (Imagem 12),
isso devido principalmente a chegada do período de corte, ao transporte da madeira ao e
ao final do ciclo do Mogno.
58

Imagem 12- Demanda de mão-de-obra do Sistema Florestal simulado.

Fonte: Autor Próprio


59

4. CONCLUSÃO.

Nas análises econômicas realizadas nessa pesquisa com os dois modelos de


SAF’s, foi possível provar que há viabilidade econômica, dentro do horizonte de tempo
previsto, levando em conta as taxas de desconto de 2,5 a. a, 8,5 a.a e 12,75 a. a. Foram
examinados os custos e benefícios em função dos preços de mercado, determinando sua
relação com os indicadores econômicos, possibilitando verificar a viabilidade dos dois
projetos.

Em relação à comparação econômica feita nesta pesquisa com sistemas florestais


e agrícolas, tanto na região sudeste quando na região do nordeste paraense, foi verificado
que o ganho econômico produzido na implantação de um SAF é verídico mesmo
utilizando diferentes taxas de juros, que há de fato a elevação da renda do produtor, que
comprova, que os SPI,s são instrumentos econômicos elegíveis.

Um dos principais benefícios gerados pelos SAFs, do ponto de vista dos


agricultores familiares, é a produção de alimentos voltados para própria família, além da
elevação da renda e uma expressiva diversificação na produção, porém há certos cuidados
a serem tomados na implantação dos sistemas, um deles é a forma como as espécies são
arranjadas, pois é através desse arranjo que depende a rentabilidade do sistema.

Outro fator importante a ser destacado é a questão da escolha das espécies


utilizadas para a implantação do SAF. Pois no caso em questão é notável que o SAF na
região Nordeste foi bem mais rentável economicamente do que o implantado na região
Sudeste , isso se dar ao fato do arranjo de espécies do primeiro SAF apresentado, ser mais
adequado, o que leva a conclusão da importância do cuidado que tem que haver ao
implantar os modelos, buscando sempre trabalhar com espécies de acordo com a região
de estudo, utilizando a tecnologia adequada e visando a demando do mercado local.

Dessa forma todos os objetivos dessa pesquisa foram todos alcançados, pois com
as informações geradas, fica mais viável para o agricultor, investir em sistemas
Agroflorestais, possibilitando a produção de alimentos através meios com baixa emissão
de carbono, que contribui não só para redução do desmatamento, mas também para o
aumento da geração de renda do agricultor, e possibilita subsidiar com informações a
geração de políticas públicas adequadas a esses sistemas.
60

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