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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - UNINOVE

DIRETORIA DE CIÊNCIAS EXATAS


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A VIABILIZAÇÃO DE UMA ESTRUTURA DE


AÇO E DE CONCRETO ARMADO DE UM EDIFÍCIO

SÃO PAULO
2017
ALEX RENAN PEREIRA DE LIMA – RA 913120694
CLAUDINEI APARECIDO DE SOUSA – RA 913106104
DIEGO CÉSAR ALBINO DE PIERI – RA 913104968
ÉRIC IAN DE LAMORTE – RA 913110587
FILIPE DE SOUZA ROMÃO – RA 913122104

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A VIABILIZAÇÃO DE UMA ESTRUTURA DE


AÇO E DE CONCRETO ARMADO DE UM EDIFÍCIO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Programa de Graduação
em Engenharia Civil da Diretoria de
Ciências Exatas da Universidade Nove
de Julho, como requisito parcial para a
obtenção do grau de Engenheiro Civil.

Prof. Andre Denis Luis, Me. - Orientador

SÃO PAULO
2017
AGRADECIMENTOS

Nossos agradecimentos ao nosso orientador e professor Andre Denis Luis,


pela orientação e conhecimentos transmitidos, ao professor Tiago J. dos
Santos, por nos dar conhecimentos práticos sobre o uso do aço na
engenharia civil e por ter nos motivado a escolher o tema do nosso TCC, e
aos nossos familiares pelo apoio durante a realização do curso de
graduação.
RESUMO

O aço sempre contribuiu muito na construção civil, mas no Brasil, foi sempre mais
utilizado como assistente, usado principalmente para resistir aos esforços de tração,
ficando escondido dentro do concreto. Cada vez mais, o aço tem deixado o papel de
assistente para desempenhar o papel de protagonista, modificando o cenário
brasileiro dando as construções vantagens estéticas e técnicas. O uso das
estruturas de aço só não é maior por uma questão cultural e falta de tradição de
usuários e investidores. Uma confusão cultural ao comparar a estrutura de aço com
a estrutura de concreto armado é contrapor somente o preço do material deixando
de se analisar o ganho global. O objetivo desse trabalho é apresentar os
dimensionamentos de um prédio em estrutura de aço e em concreto armado no
mesmo edifício, com a intenção de comparar: tempo de execução, peso, consumo e
preço. Esses parâmetros impactam no ganho global da obra e serão coletados
através de relatórios dos dimensionamentos no programa Cypecad e pesquisas.
Realizamos também buscas sobre as vantagens e desvantagens de ambos
materiais para termos uma conclusão mais extensa sobre este tema. O trabalho
trata-se de um assunto muito significativo e atual na construção civil. Queremos
chamar atenção dos profissionais da área e nos aprofundar nesse assunto.

Palavras-chave: Estrutura de aço. Concreto armado. Comparação.


ABSTRACT

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Key-words: xxxxx. xxxxxxx. xxxxxxxx.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Construção em Aço....................................................................................15


Figura 2 - Estrutura em Aço de um Edifício................................................................16
Figura 3 - Viaduto Santa Efigênia - SP......................................................................17
Figura 4 - Garagem América.......................................................................................18
Figura 5 - Escritório Central da CSN Volta Redonda - RJ..........................................19
Figura 6 - Ponte Juscelino Kubitschek-Brasília..........................................................20
Figura 7 - Ipel Fábrica de Pincéis e Embalagens - São Paulo...................................21
Figura 8 - Hospital Sarah de Brasília..........................................................................21
Figura 9 - Exemplo do processo de obtenção de Perfis Laminados..........................27
Figura 10 – Cantoneira de abas iguais.......................................................................27
Figura 11 – Cantoneiras de abas desiguais................................................................28
Figura 12 – Perfil I e H................................................................................................29
Figura 13 – Perfil T......................................................................................................30
Figura 14 – Perfil U, ou canal......................................................................................31
Figura 15 – Perfil Z......................................................................................................32
Figura 16 – Perfil Soldado...........................................................................................33
Figura 17 – Perfil Conformados a Frio........................................................................34
Figura 18 – Parafuso...................................................................................................35
Figura 19 – Solda Filete..............................................................................................35
Figura 20 – Entalhe.....................................................................................................36
Figura 21 – Conexão Soldada Rígida da Viga na Aba do Pilar..................................36
Figura 22 – Conexão Parafusada Rígida da Viga na Alma do Pilar...........................37
Figura 23 – Conexão Parafusada Flexíveis da Viga na Alma do Pilar.......................37
Figura 24 – Conexões Parafusadas Flexíveis pelas Almas das Vigas.......................38
Figura 25 – Concreto Armado.....................................................................................39
Figura 26 – Aderência por Atrito entre a Barra do Aço e o Concreto.........................39
Figura 27 – Aderência Mecânica entre a Barra do Aço e o Concreto........................40
Figura 28 – Vigas e Pilares de Concreto Armado.......................................................41
Figura 29 – Laje Mista Aço/Concreto..........................................................................41
Figura 30 – Planta baixa do pavimento térreo............................................................49
Figura 31 Planta baixa dos pavimentos tipo...............................................................49
Figura 32 – Verificação xxx.........................................................................................53
Figura 33 - Verificação xxx..........................................................................................54
Figura 34 Substituição xxx..........................................................................................55
Figura 35 - Alteração xxx.............................................................................................56
LISTA DE TABELAS

Página

.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


A.C. - Antes de Cristo
CBCA - Centro Brasileiro Da Construção Em Aço
CSN - Companhia Siderúrgica Nacional
CST - Companhia Siderúrgica de Tubarão
IBS - Instituto Brasileiro de Siderurgia
NBR – Norma Brasileira Regulamentadora
USG - United States Geological Survey
LISTA DE SIMBOLOS

ASTM-A36 - Aço de média resistência fy = 250 MPa


ASTM A572/GR50 - Aço de alta resistência fy = 350 MPa
bf - Largura da mesa
CS - Coluna soldada
CSV - Coluna viga soldada
C°-1 - Coeficiente de Dilatação Linear
d - Altura externa do perfil
d' - Altura livre da alma
ec = Espessura do cordão de solda
fy - Tensão de escoamento do aço
kN/m³ - Kilo Newton divido por Metro cúbico
m - Metro
mm - Milímetros
m² - Metros quadrados
MPa - Megapascal
Mt - Milhões de toneladas
tf - Espessura da mesa
tf/m³ - Tonelada divido por Metro cúbico
tw - Espessura da alma
VS - Viga soldada
h - Altura interna
 conc. Coeficiente de Dilatação Térmica do Concreto
 aço - Coeficiente de Dilatação Térmica do Aço
γconc - Peso específico do Concreto Armado
SUMÁRIO
Página

1 INTRODUÇÃO..............................................................................................11
1.1 OBJETIVOS.................................................................................................12
1.1.1 Geral............................................................................................................12
1.1.2 Específico....................................................................................................12
1.2 JUSTIFICATIVA...........................................................................................13
2 REVISÃO DA LITERATURA.......................................................................15
2.1 AÇO..............................................................................................................15
2.1.1 O uso da estrutura de aço nas construções brasileiras........................16
2.1.2 Vantagens....................................................................................................22
2.1.3 Desvantagens.............................................................................................24
2.1.4 Propriedades do Aço.................................................................................25
2.1.5 Tipos de Aço Estrutural.............................................................................26
2.1.6 Tipos de Perfis Metálicos..........................................................................26
2.1.6.1 Perfis Laminados.....................................................................................26
2.1.6.2 Perfis Soldados........................................................................................32
2.1.6.3 Perfis Conformados a Frio.......................................................................34
2.1.7 Tipos de Conexões Metálicas...................................................................34
2.1.7.1 Conexões parafusadas............................................................................34
2.1.7.2 Conexões Soldadas.................................................................................35
2.1.7.3 Conexões Flexíveis e Rígidas.................................................................36
2.2 CONCRETO ARMADO................................................................................39
2.2.1 Vantagens....................................................................................................42
2.2.2 Desvantagens.............................................................................................43
3 SISTEMAS ESTRUTURAIS METÁLICOS..................................................44
3.1 PILARES......................................................................................................44
3.2 FLAMBAGEM..............................................................................................44
3.3 VIGAS..........................................................................................................45
4 CARGAS SOLICITANTES EM EDIFÍCIOS.................................................47
4.1 CARGAS PERMANENTES.........................................................................47
4.2 CARGAS ACIDENTAIS...............................................................................47
4.3 CARGAS DEVIDAS AO VENTO.................................................................47
5 METODOLOGIA..........................................................................................48
5.1 MÉTODOS EMPREGADOS........................................................................48
5.1.1 Software para dimensionamento das Estruturas...................................50
5.1.2 Definição das estruturas...........................................................................50
5.1.3 Abordagem dos custos.............................................................................51
5.1.4 Procedimentos para coleta de dados......................................................51
5.1.5 Procedimentos de pesquisa.....................................................................51
5.2 PRÉ - DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA METÁLICA.....................52
5.2.1 Verificação de Conformidade na Estrutura Metálica..............................53
5.2.2 Propostas técnicas para solução dos problemas apontados...............54
5.3 DIMENSIONAMENTO DA EDIFICAÇÃO EM ESTRUTURA METÁLICA. .56
5.3.1 Quantitativo de materiais..........................................................................57
5.4 DIMENSIONAMENTO DO CONCRETO ARMADO....................................57
6 ANÁLISE DOS RESULTADOS...................................................................58
6.1 ORÇAMENTO DA ESTRUTURA METÁLICA.............................................58
6.1.1 TOTAL DE BARRAS (Cobertura, Subsolo, Térreo,Superior).................58
6.1.2 Orçamento...................................................................................................58
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................62
11

1 INTRODUÇÃO

As provas mais asseguradas sobre as primeiras utilizações do ferro


apontam que por volta de 6 mil anos antes de Cristo (A.C.), em sociedades do Egito,
Babilônia e Índia o ferro era utilizado para fins militares ou como enfeite nas
construções. Em 1779 foi feita a primeira obra de grande importância construída em
ferro fundido, a ponte de Coalbrookdale sobre o Rio Severn, Inglaterra. Essa ponte
em arco possui um vão de 42 metros e está até hoje preservada. A fase dos
grandiosos edifícios metálicos se inicia em 1851, através do Palácio de Cristal, em
Londres, Inglaterra, BELLEI, PINHO e PINHO (2008).
Em 1856, o aço se tornou acessível, de forma competitiva, quando Henry
Bessemer criou um forno que deixou a produção de aço em escala comercial. A
partir de 1900 iniciou-se o refinamento das teorias das estruturas, foi criada a solda
elétrica, ampliou-se a resistência dos aços, tanto a resistência mecânica quanto à
corrosão, e se tornou mais comum à construção com estrutura de aço em: pontes,
edifícios, torres, ZENDRON (2017).
O emprego de Estruturas de Aço no Brasil, em edificações, começou na
segunda metade do século XIX, com a utilização do ferro fundido, e ampliou-se com
o uso do aço, especialmente em construções de usos comerciais e de serviços,
BANDEIRA (2008).
Historicamente verifica-se que o principal fator que atrapalhou o
desenvolvimento do aço na construção foi a demora na criação das siderúrgicas em
território nacional. Isso gerou uma grande dificuldade no fornecimento de perfis
estruturais, que tinham de ser importados, e fez com que o aço se tornasse inviável
tanto técnica como economicamente para a grande maioria das aplicações na
Construção Civil, CASTRO (1999).
Recentemente, o uso de Estrutura de Aço está sendo gradativamente
mais usado, principalmente por tornar a obra mais rápida. Entretanto, o uso do
concreto armado é prevalente no Brasil, porque a mão de obra brasileira, em maior
parte, é hábil somente para os sistemas construtivos tradicionais que possuem
métodos construtivos mais simples e divulgados do que a estrutura de aço. Outro
motivo é o custo do concreto armado que é mais barato em relação ao custo da
estrutura de aço. No entanto, é um erro comparar apenas o custo da estrutura que é
12

somente um dos parâmetros do orçamento total da obra. Deve-se analisar o ganho


global que se obtém utilizando diferentes estruturas, ROSSATTO (2015).
A partir da correlação dessas referências, nota-se que apesar das
estruturas metálicas serem muito antigas e importantes, ainda há falta de
conhecimento sobre o tema no Brasil, e sobre como se decidir qual método usar.

1.1 OBJETIVOS

Este trabalho pretende demonstrar os dimensionamentos de um edifício


comercial com cinco pavimentos, localizado na Federação Paulista de Futebol – SP,
projetado em estrutura aço e em concreto armado, a fim de se comparar custo total,
tempo de execução e recursos utilizados para a viabilidade de ambas as
construções. A comparação tem o objetivo conhecer os benefícios da estrutura de
aço e a estrutura de concreto armado, dada às circunstâncias.

1.1.1 Geral

Desenvolver o dimensionamento através do software Cypecad, em


conformidade com as normas técnicas, de um edifício comercial com concreto
armado e em seguida com estrutura de aço. Comparar tempo, custos, consumos e
pesos das estruturas. Revisar e adquirir novos conhecimentos sobre estruturas de
aço e concreto armado. Avaliar as vantagens e desvantagens de ambos sistemas
construtivos.

1.1.2 Específico

Comparar a estrutura de aço com a estrutura de concreto armado no


mesmo edifício, confrontando: tempo de execução, peso, consumo e preço.
13

1.2 JUSTIFICATIVA

O Brasil é um dos maiores produtores de minério de ferro no mundo. No


ano de 2016, os três maiores foram a Austrália com 825 Mt (milhões de toneladas),
Brasil com 391 Mt e China com 353 Mt., USG - United States Geological Survey
(2017).
O setor da Construção Civil é um dos principais setores consumidores de
produtos siderúrgicos no Brasil. O setor consumiu em 2013 cerca de 36,7 % da
produção. Ficando acima dos setores: Automotivo (22,2%), Bens de Capital (20,6%)
e Utilidades Domésticas (6,4%), CBCA - Centro Brasileiro Da Construção Em Aço
(2015).
Apesar do grande consumo de aço na construção civil, há poucas
construções sendo feitas com estrutura de aço. Catia Mac Cord Simões Coelho,
secretária de Mercado e Economia do IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia), aposta
que isso vai mudar, uma vez que inovações tecnológicas nas siderúrgicas estão
proporcionando para as estruturas de aço condições, prazos e custos almejados
pelos construtores e clientes, D'AVILA (2003).
A tradição do uso do concreto armado no Brasil teve o início no século
XX, com o uso intensivo da mão de obra, majoritariamente a de baixa qualificação.
Com o início em 2003, o ritmo de crescimento da construção civil começou a
acelerar. Esse desenvolvimento gerou também um mercado consumidor que passou
a exigir obras cada vez mais rápidas e com maior qualidade. O aumento do custo de
mão de obra tornou essencial a racionalização de processos e a procura por maior
produtividade requerendo melhor qualificação da mão de obra. O bom desempenho
das edificações tornou-se uma obrigação, como também o cuidado com a
sustentabilidade dos materiais e da obra, o que é uma solicitação cada vez mais
relevante para os clientes e para a sociedade. Essas novas necessidades do
mercado são atendidas pelos sistemas construtivos de aço. A utilização do aço em
obras atuais, como estádios para a Copa do Mundo de Futebol em 2014, aeroportos,
edifícios corporativos, hotéis e até edifícios do Minha Casa Minha Vida, comprovam
a grande colaboração que a construção em aço proporciona, CBCA (2015).
14

Com base na ligação dessas informações, conclui-se que, este estudo de


caso se justifica pela importância de promover uma forma de construção alternativa,
reciclável, com bom desempenho, com prazos de execução reduzidos, e também
aproveitar de forma mais lucrativa a grande produção de minério de ferro no Brasil.
Pode se trazer com isso, um alto retorno econômico para o seguimento de
construção civil.
15

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 AÇO
O aço é uma liga metálica composta principalmente por: ferro e
pequenas quantidade de carbono (entre 0,008% e 2,11%). O que diferencia o ferro
fundido do aço, é o seu teor de carbono, o ferro fundido tem porcentagens de
carbono maiores que 2,11 %. O carbono e outros elementos químicos funcionam,
prevenindo o deslocamento dos átomos de ferro. Como o ferro fundido tem maior
porcentagem de carbono, ele é menos maleável que o aço. A ductibilidade do aço
permite que ele seja facilmente deformável por forja, laminação e extrusão,
CHIAVERINI (1986).
Por ser um material industrializado, obtido sob rígido controle de
qualidade, as características da liga metálica são certas e confiáveis. Com isso, os
coeficientes de segurança utilizados no cálculo estrutural podem ser mais baixos. O
aço ainda apresenta a interessante característica de ter, aproximadamente, a
mesma resistência à tração e à compressão, BANDEIRA (2008).
O aço é um material composto utilizado em praticamente todos os setores
construtivos, porém vem se destacando em construções industriais e comerciais,
devido a praticidade e facilidade de seu manuseio, evitando perdas, garantindo
qualidade e eficiência na montagem, BELLEI (2010).

Figura 1 - Construção em Aço

Fonte: https://br.pinterest.com/pin/544161567450280928/
16

Figura 2 - Estrutura em Aço de um Edifício

Fonte: http://blogdaengenharia.com/utilizacao-do-aco-na-construcao-civil/

2.1.1 O uso da estrutura de aço nas construções brasileiras

Portugal não possuía uma tradição na metalurgia, por isso os primeiros


instrumentos de ferro fabricados no Brasil foram feitos pelos escravos, que
trouxeram o conhecimento do continente africano. A transferência da corte
portuguesa para o Brasil intensificou o comércio com a Inglaterra, através de
diversos tratados assinados por Portugal. Isso também contribuiu para que a
concorrência com os produtos ingleses impedisse o desenvolvimento da metalurgia
no país. O Brasil passou, então, a receber objetos “modernos”, fruto de uma
tecnologia de ponta para a época, sem passar por um processo de industrialização.
Desta forma, a arquitetura metálica no país se inicia através da importação de
estruturas, principalmente em ferro fundido, de países europeus. Essa arquitetura
marcou uma época e muitos exemplares ainda podem ser vistos em algumas
cidades brasileiras: o Teatro José de Alencar, em Fortaleza, o Mercado Municipal de
Manaus, o Palácio de Cristal em Petrópolis etc., BANDEIRA (2008).
17

As primeiras construções metálicas montadas no Brasil foram feitas por


encomenda, fabricadas na Inglaterra, França e Bélgica. Às vezes eram apenas
elementos decorativos para serem colocados na fachada, outras vezes, era um
pacote completo pré-fabricado e montado no local definitivo. Por exemplo o Viaduto
Santa Efigênia, inaugurado em 1993 no centro de São Paulo, foi fabricado na
Bélgica, CBCA (2008).
As características estruturais do Viaduto Santa Efigênia nos chamam a
atenção, em especial, por determinadas peculiaridades. O viaduto é formado por um
tabuleiro superior com 255 metros (m) de extensão, apoiado sobre cinco tramos,
sendo três centrais com 53,50 m cada e mais dois vãos com 30,00 m de vão nas
extremidades. Os três vãos centrais, por sua vez, são formados por arcos com
flecha de 7,50 m, o que equivale a uma relação flecha/vão de 7 a 8, valores esses,
até hoje utilizados em dimensionamento de estruturas em arco, NETO (2008).

Figura 3 - Viaduto Santa Efigênia - SP

Fonte: https://existearquiteturanoceu.blogspot.com.br/2015/05/viaduto-santa-efigenia.html

Em 1954, foi construído o primeiro edifício em aço gerado no Brasil, a


Garagem América, edifício de estacionamento, com 16 andares, em São Paulo. A
topografia do terreno era irregular, decida com desnível de 18 m. Tinha uma largura
justa de 13 metros, em um lado do terreno ficava um edifício de escritórios com 14
andares e do outro lado, casas velhas. A pequena largura do estacionamento
impossibilitava o uso de pilares de concreto armado que chegariam em dimensões
tão grandes, que diminuiriam o número de vagas e dificultariam a entrada e saída de
18

veículos. Outro fator que impossibilitava o uso de concreto armado era a fundação,
que exigia uma escavação de 18 m abaixo da rua Riachuelo, para depois fazer as
sapatas. O movimento de terra colocaria em risco o prédio ao lado, com risco de
desmoronamento, a construção de muro de arrimo e escoramentos era altamente
inviável devido ao preço. Esses desafios foram superados com o uso de aço
estrutural no prédio , ANDRADE (2017).

Figura 4 - Garagem América

Fonte: http://engenhariacivilunidavi.blogspot.com.br/2015/04/primeiro-edificio-em-estrutura-
metalica.html

Um aspecto importante que deve ser evidenciado no uso da estrutura


metálica é libertar os vãos do esforço de suportar as cargas. Os vãos puderam não
19

só crescer, mas também ser vedados com outros materiais, como o vidro
industrializado, permitindo a entrada da luz, e alterando substancialmente os
espaços arquitetônicos construídos. Um exemplo disto é o Escritório Central da CSN
- Companhia Siderúrgica Nacional, Volta Redonda - RJ , BORSATO (2009).

Figura 5 - Escritório Central da CSN Volta Redonda - RJ

Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1673876

Ao longo dos anos, muitas fábricas de estruturas metálicas foram


fundadas. De acordo com a CBCA (2008), na década de 1960 entram em operação
a Usiminas e a Cosipa, produtoras de aços planos. Em 2000, a Açominas, fabricante
de perfis laminados, também inicia suas operações. A Gerdau é a atual controladora
da Gerdau Açominas, e a CST - Companhia Siderúrgica de Tubarão, que até o final
do século XX era a maior exportadora de aço semiacabado, inaugura seu laminador
e também começa a abastecer o mercado de chapas de aço.
Com a ampliação e a modernização das nossas usinas, processou-se um
efeito multiplicador que permitiu alcançar elevados índices de produtividade e de
qualidade e o Brasil passa da tradicional condição de importador para a de
exportador de aço. Segundo DIAS (1993), o parque siderúrgico nacional iniciou a
década de 90 contando com 43 empresas estatais e privadas. A instalação dessas
unidades produtoras se concentrou principalmente no Estado de Minas Gerais e no
eixo Rio - São Paulo, devido à proximidade de regiões ricas em matérias-primas
20

empregadas na fabricação do aço, ou de locais com grande potencial de consumo.


Hoje, o parque produtor de aço brasileiro, um dos mais modernos do mundo, é
constituído de 25 usinas, sendo 11 integradas (produção a partir de minério de ferro)
e 14 semi-integradas (produção a partir da reciclagem de sucata). A divulgação e o
uso das estruturas metálicas são recentes no Brasil.
Nos anos 90 e até os dias atuais, os arquitetos brasileiros passaram a
conhecer melhor o material, e, com a consultoria de profissionais especializados,
apoiados pela tecnologia desenvolvida, começaram a criar com a estrutura metálica,
desde a concepção inicial do projeto. A estrutura de aço obtém formas que, apesar
de terem sido utilizadas nas construções antigas de ferro, eram imagináveis para o
tipo de material industrializado na época atual. O surgimento de uma nova
arquitetura em aço brasileira também fica evidente na qualidade das obras, que,
muitas vezes, pode ser comprovada em concursos realizados por entidades da área,
que premiam cada vez mais obras com esse tipo de estrutura, BANDEIRA (2008).

Figura 6 - Ponte Juscelino Kubitschek-Brasília

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ponte_Juscelino_Kubitschek

Figura 7 - Ipel Fábrica de Pincéis e Embalagens - São Paulo


21

Fonte: http://wwwo.metalica.com.br/ipel-fabrica-de-pinceis-e-embalagens

Figura 8 - Hospital Sarah de Brasília

Fonte: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/drops/15.087/5361
22

2.1.2 Vantagens

Segundo SOUZA (2017), as vantagens do aço são:


 Menor prazo de execução: A fabricação da estrutura em paralelo com a
execução das fundações, a possibilidade de se trabalhar em diversas
frentes de serviços simultaneamente, a diminuição de formas e
escoramentos e o fato da montagem da estrutura não ser afetada pela
ocorrência de chuvas, pode levar a uma redução de até 40% no tempo de
execução quando comparado com os processos convencionais. O tempo
de fabricação médio das peças é de 30 dias e o da montagem, de uma
semana a 15 dias. Exemplo: Uma casa de 300 metros quadrados (m²)
leva cerca de uma semana para ser montada. Uma de concreto, em torno
de três meses.
 Racionalização de mão de obra: O sistema industrializado requer menos
operários.
 Racionalização de material: O rígido controle de qualidade do sistema
industrial permite usar coeficientes de segurança menores em cálculos de
dimensionamento, racionando o material sem comprometer a segurança.
 Obra limpa e organizada: Sem depósitos de cimento, areia, madeira e
ferragens, o entulho é menor.
 Flexibilidade: Devido a possibilidade de incorporar novos elementos
metálicos, a estrutura em aço mostra-se especialmente indicada nos
casos onde há necessidade de adaptações, ampliações, reformas e
mudança de ocupação de edifícios. Além disso, torna mais fácil a
passagem de utilidades como água, ar condicionado, eletricidade, esgoto,
telefonia, informática, etc.
 Maior área útil e distância entre vãos de pilares: Os pilares e as vigas de
aço são mais resistentes que os de concreto. O aço resiste mais que o
concreto ao esforço de compressão e principalmente ao esforço de
tração. Desse modo, a estrutura de aço pode ter uma área menor e
maiores distâncias entre vãos de pilares que a estrutura de concreto
armado com resistência equivalente. Esse ganho de área útil é facilmente
23

notado no aumento de vagas de estacionamentos em edifícios com


estrutura de aço.
 Mais eficiência: As vigas e pilares de aço, ao contrário das vigas e pilares
de concreto armado, possuem maior facilidade de terem formatos mais
eficientes devido ao processo de fabricação.
 Compatibilidade com outros materiais: O sistema construtivo em aço é
perfeitamente compatível com qualquer tipo de material de fechamento,
tanto vertical como horizontal, admitindo desde os mais convencionais
(tijolos e blocos, lajes moldadas in loco) até componentes pré-fabricados
(lajes e painéis de concreto, painéis "drywall", e outros).
 Liberdade no projeto de arquitetura: A tecnologia do aço confere aos
arquitetos total liberdade criadora, permitindo a elaboração de projetos
arrojados e de expressão arquitetônica marcante.
 Precisão construtiva: Enquanto nas estruturas de concreto a precisão é
medida em centímetros, numa estrutura em aço a unidade empregada é o
milímetro. Isso garante uma estrutura perfeitamente aprumada e nivelada,
facilitando atividades como o assentamento de esquadrias, instalação de
elevadores, bem como redução no custo dos materiais de revestimento.
 Garantia de qualidade - A fabricação de uma estrutura metálica ocorre
dentro de uma indústria e conta com mão de obra altamente qualificada, o
que dá ao cliente a garantia de uma obra com qualidade superior devido
ao rígido controle existente durante todo o processo industrial. Esse rígido
controle também permite usar coeficientes de segurança menores em
cálculos de dimensionamento desperdiçando menos material.
 Reciclável: O aço é 100% reciclável e as estruturas podem ser
desmontadas e reaproveitadas com menor geração de rejeitos.
 Preservação do meio ambiente: A estrutura em aço é menos agressiva ao
meio ambiente pois além de reduzir o consumo de madeira na obra,
diminui a emissão de material particulado e poluição sonora geradas
pelas serras e outros equipamentos destinados a trabalhar a madeira.
 Alívio de cargas nas fundações: Por serem mais leves, as estruturas em
aço podem reduzir em até 30% o custo das fundações.
24

 Diminuição do tempo de retorno do investimento: Em função da maior


velocidade de execução da obra, haverá um ganho adicional pela
ocupação antecipada do imóvel e pela rapidez no retorno do capital
investido.

2.1.3 Desvantagens

Segundo SOUZA (2017), as desvantagens do aço são:


 Custo da estrutura de aço é mais caro que a estrutura de concreto
armado.
 Exigem maior precisão e não aceitam com facilidade ajustes ou
improvisos
 Requer medidas de proteção contra incêndio.
 A rapidez na execução pode significar maior velocidade no desembolso.
 Processo construtivo pouco conhecido.
 As estruturas aparentes exigem manutenção periódica da pintura.
 Podem apresentar maiores deformações e movimentações, que, caso
não sejam tratadas adequadamente, podem gerar danos em outros
componentes.
De acordo com a REDAÇÃO DO FÓRUM DA CONSTRUÇÃO (2017), as
desvantagens do aço são:
 Necessidade de tratamento superficial das peças estruturais contra
oxidação devido ao contato com o ar, sendo que esse ponto tem sido
minorado através da utilização de perfis de alta resistência à corrosão
atmosférica, cuja capacidade está na ordem de quatro vezes superior aos
perfis de aço carbono convencionais.
 Necessidade de mão de obra e equipamentos especializados para a
fabricação e montagem.
 Limitação, em algumas ocasiões, na disponibilidade de perfis estruturais,
sendo sempre aconselhável antes do início de projetos estruturais,
verificar junto ao mercado fornecedor, os perfis que possam estar em falta
nesse mercado.
25

2.1.4 Propriedades do Aço

Segundo BANDEIRA (2008), as propriedades do aço são:


 Elasticidade: É a capacidade de retornar à forma original após o efeito de
carregamento e descarregamento (tensões de tração ou compressão). O
aço deve sempre trabalhar em sua fase elástica, onde a sua deformação
é proporcional ao esforço aplicado. Sobre o contraventamento da
estrutura de aço e sua interferência na arquitetura.
 Plasticidade: É uma deformação definitiva provocada pelo efeito de
tensões iguais ou superiores ao limite de escoamento do aço. Deve-se
impedir que a tensão correspondente ao limite de escoamento seja
atingida nas seções transversais das barras, como forma de limitar a sua
deformação;
 Ductilidade: É a capacidade de se deformar plasticamente sem se romper.
As vigas de aço sofrem grandes deformações antes de se romperem, o
que constitui um aviso da presença de tensões elevadas, diferentemente
do ferro fundido, que não se deforma antes da ruptura. Quanto mais dúctil
o aço maior é a redução de área ou o alongamento antes da ruptura;
 Tenacidade: É a capacidade de absorver energia quando submetidos a
um impacto. Um material dúctil com a mesma resistência de um material
não dúctil vai necessitar de uma maior quantidade de energia para ser
rompido, sendo, portanto, um material mais tenaz.

2.1.5 Tipos de Aço Estrutural


26

Conforme DIAS (2006), os aços estruturais são classificados de acordo


com sua liga, e são:
 Aço carbono: Quando há uma liga metálica formada por ferro e aço com
teor abaixo de 3 %, e sendo esses os principais componentes do material,
o aço se classifica como aço carbono. Os aços carbono mais usuais são:
ASTM-A36 (aço de média resistência com tensão de escoamento (fy) =
250 megapascal (MPa) e o ASTM A572/GR50 (aço de alta resistência fy
= 350 MPa).
 Aço de baixa liga sem tratamento térmico: São aços com adição
intencional de pequenos teores (inferior a 2%) de outros elementos de liga
como, por exemplo, Manganês, Silício, Níquel, Cromo, Cobre, Molibdênio
e Vanádio, visando obtenção de propriedades diferenciadas.
 Aço de baixa liga com tratamento térmico: Assim como o Aço de baixa liga
sem tratamento térmico, recebe elementos de liga com teor inferior a 2%,
mas recebem um tratamento térmico especial após a laminação para
adquirir alta resistência mecânica (fy = 300MPa).

2.1.6 Tipos de Perfis Metálicos

Os perfis que são mais utilizados na construção civil são aqueles de


seção transversal em I, H, U, Z e também as cantoneiras em L. Os perfis oferecidos
pelas indústrias siderúrgicas são adquiridos diretamente por laminação (perfis
laminados) ou através de operações de Conformação a Frio (perfis formados a frio)
ou soldagem (perfis soldados), DIAS (2006).

2.1.6.1 Perfis Laminados

Os perfis Laminados são peças únicas, produzidos por meio de


deformação a quente, tendo como características principais a uniformidade
estrutural por não possuir soldas ou emendas, o que representa um baixo nível de
tensões residuais localizadas, DIAS (2006).
27

O material proveniente do lingotamento contínuo, passa por laminadores


com cilindros conformadores que vão esboçando os perfis por meio de uma
sucessão de passes, PALMA (2017).

Figura 9 - Exemplo do processo de obtenção de Perfis Laminados

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgkcIAH/estruturas-metalicas

Figura 10 – Cantoneira de abas iguais

Fonte: http://www.engineeringtoolbox.com/steel-angles-d_1322.html

Sendo:
h - Aba
s - Espessura da aba
28

Figura 11 – Cantoneiras de abas desiguais

Fonte: http://www.engineeringtoolbox.com/steel-angles-unequal-legs-d
_1325.htm

Sendo:
h - Aba maior
w - Aba menor
s - Espessura da aba

Figura 12 – Perfil I e H
29

Fonte: http://www.deltaacos.com.br/produtos/perfil-laminados/perfil-h-laminada-astm-a572

Sendo:
d - Altura externa do perfil
d' - Altura livre da alma
h - Altura interna
bf - Largura da mesa
tf - Espessura da mesa
tw - Espessura da alma
R - Raio da concordância

Figura 13 – Perfil T
30

Fonte: http://www.archiexpo.com/pt/prod/montanstahl/product-94744-998535.html0

Sendo:
bf - Largura da aba
tf - Espessura da aba
tw - Largura da alma
d - Altura externa do perfil
y - Distância da linha neutra
k - Espessura da mesa + Raio da concordância

Figura 14 – Perfil U, ou canal


31

Fonte: http://www.efunda.com/math/areas/RolledSteelChannels.cfm

Sendo:
d - Altura do perfil
bf - Largura da aba
tf - Espessura da mesa
Cx - Distância da linha neutra
tw - Largura da alma

Figura 15 – Perfil Z
32

Fonte: https://portuguese.alibaba.com/product-detail

Sendo:
h - Altura do perfil
a - Aba maior
b - Aba menor
t - Espessura da alma

2.1.6.2 Perfis Soldados

Os perfis soldados permitem abranger uma vasta gama de tamanhos e


atendem às necessidades estruturais com economia. São obtidos por solda elétrica
ou por caldeamento (eletrofusão). O perfil é feito inicialmente em chapas planas, ou
seja, com o "perfil desmontado", e a solda é feita pelo fabricante ou empresa
terceirizada, já que requer equipamentos específicos e um controle da qualidade. A
vantagem desse tipo de perfil é a maior flexibilidade, pois alturas dos perfis podem
ser as mais variadas, fator que influencia no projeto arquitetônico, DIAS (2006).

Figura 16 – Perfil Soldado


33

Fonte: http://perfilsoldado.com.br/perfis-soldados-vigas-soldadas-catalogo-tabelas-serie-vs-cvs-cs-
vsm-ps-i-h-t-caixao/

Sendo:
d = Altura do perfil
bf = Largura da mesa
tw = Espessura da alma
tf = Espessura da mesa
ec = Espessura do cordão de solda

Os perfis soldados são padronizados pela ABNT (NBR5884/2005) através


das séries:
 Série VS - Viga soldada: usada em vigas, onde 1,5 < d/bf <= 4
 Série CSV - Coluna viga soldada: usada em pilares e vigas,
onde 1 < d/bf <= 1,5
 Série CS - Coluna soldada: usada em pilares, onde d/bf = 1

2.1.6.3 Perfis Conformados a Frio


34

De acordo com a norma NBR 14762/2001, são perfis obtidos pelos


processos de dobramento a frio de chapas de aço. São dobradas as chapas com
espessuras a partir de 0,4 milímetros (mm), tendo como limite estabelecido por
norma 8mm, Palma (2017)..

Figura 17 – Perfil Conformados a Frio

Fonte: DIAS, 2006

2.1.7 Tipos de Conexões Metálicas

As siderúrgicas padronizam chapas e perfis laminados. Para as peças


estruturais atenderem as dimensões do projeto, elas necessitam de conexões,
feitas por soldagem ou parafusos, DIAS (2006).

2.1.7.1 Conexões parafusadas

Os parafusos são formados pela cabeça, pelo fuste e pela rosca. São
identificados pelo diâmetro nominal, mas a resistência à tração é função do diâmetro
efetivo. As conexões parafusadas são classificadas pela forma de transmissão dos
esforços aos parafusos, como ligação à tração, à força cortante e aos esforços
combinados de ambas, DIAS (2006).

Figura 18 – Parafuso
35

Fonte: DIAS, 2006

2.1.7.2 Conexões Soldadas

A soldagem é a técnica empregada na união de dois ou mais


componentes de uma peça estrutural conservando as propriedades físicas, químicas
e a continuidade do material. As vantagens da conexão soldada são: maior rigidez
da ligação, redução de custos na fabricação por eliminar furações e melhor
acabamento final. Mas há dificuldade para desmontagem e principalmente para
controlar o controle de qualidade da soldagem. Os tipos de soldagem mais comuns
são: entalhe, onde o metal de solda é colocado entre os elementos a serem
conectados, e filete, onde o metal de solda é colocado externamente aos elementos,
DIAS (2006).

Figura 19 – Solda Filete

Fonte: DIAS, 2006

Figura 20 – Entalhe
36

Fonte: DIAS, 2006

2.1.7.3 Conexões Flexíveis e Rígidas

As ligações rígidas são aquelas onde, teoricamente, não ocorre a rotação


relativa das peças conectadas, ao contrário das ligações flexíveis que permitem
essa rotação, DIAS (2006).

Figura 21 – Conexão Soldada Rígida da Viga na Aba do Pilar

Fonte: DIAS, 2006

Figura 22 – Conexão Parafusada Rígida da Viga na Alma do Pilar


37

Fonte: DIAS, 2006

Figura 23 – Conexão Parafusada Flexíveis da Viga na Alma do Pilar

Fonte: DIAS, 2006

Figura 24 – Conexões Parafusadas Flexíveis pelas Almas das Vigas


38

Fonte: DIAS, 2006

2.2 CONCRETO ARMADO


39

Podemos dizer que o concreto é um composto de agregados miúdos,


agregados graúdos, água e cimento, porém para que o material tenha função
estrutural é necessário que ele esteja armado com aço, por isso denominamos o
concreto estrutural de concreto armado, CARVALHO (2005).

Figura 25 – Concreto Armado

Fonte: https://www.yellowpages.com/nationwide/mip/proven-concrete- 532368086?


lid=1001637364455

Figura 26 – Aderência por Atrito entre a Barra do Aço e o Concreto

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAVEIAI/estudo-aderencia-aco- concreto-


pilares-mistos-preenchidos?part=2

Figura 27 – Aderência Mecânica entre a Barra do Aço e o Concreto

Barras Lisas
Barras lisas Barras Nervuradas
40

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAVEIAI/estudo-aderencia
-aco-concreto-pilares-mistos-preenchidos?part=2

A combinação aço e concreto é perfeita pelo fato de os dois possuírem


coeficientes de dilatação térmica bem próximos. Sendo o coeficiente de dilatação
térmica do concreto (conc.)1,0 x 10-5 C°-1 e o coeficiente de dilatação térmica do
aço (aço) 1,2 x 10-5 C°-1. Além disso, o concreto oferece proteção ao aço, contra
substancias corrosivas e altas temperaturas. Outro fator importante nessa
combinação é a aderência entre os materiais, sem ela os materiais trabalham de
forma individual e por isso mantém suas características próprias, o aço tem bom
desempenho a tração enquanto que o concreto trabalha melhor a compressão.
Através da aderência é possível garantir que os materiais trabalhem de forma
solidária, ou seja, as barras de aço começam a deformar quando o concreto é
solicitado, SANTOS (2007).

Figura 28 – Vigas e Pilares de Concreto Armado


41

Fonte: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/drops/15.087/5361

Figura 29 – Laje Mista Aço/Concreto

Fonte: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/drops/15.087/5361

2.2.1 Vantagens
42

A intenção deste trabalho não é negar as qualidades do Concreto


Armado, se ele conquistou o seu lugar, é porque ele também possui suas vantagens.
Inclusive nas edificações com estrutura aço, podem ter muitos elementos em
concreto armado como: fundações, lajes, escadas e reservatórios.

Segundo BASTOS (2006), as vantagens do concreto armado são:


 Economia: especialmente no Brasil, os seus componentes são facilmente
encontrados e relativamente a baixo custo;
 Conservação: em geral, o concreto apresenta boa durabilidade, desde
que tenha a dosagem correta e seja bem misturado, lançado e adensado.
É também muito importante que os cobrimentos mínimos das armaduras
sejam rigorosamente obedecidos;
 Segurança contra o fogo: desde que a armadura seja protegida por um
cobrimento mínimo;
 Resistência a choques e vibrações: os problemas de fadiga são menores.
Segundo SANTOS (2007), as vantagens concreto armado são:
 Sua boa trabalhabilidade, que permite moldá-lo de varias formas
adequando sempre ao projeto arquitetônico, ou a necessidade do
projetista;
 Pode ser utilizada no sistema de pré moldados que além de facilitar sua
execução também possibilita maior rapidez de montagem;
 Sua utilização também é possível em estruturas monolíticas, pois permite
aderência entre concreto velho e concreto novo, facilitando a transmissão
de esforços.

2.2.2 Desvantagens

Segundo BASTOS (2006), as desvantagens do concreto armado são:


43

 Peso próprio elevado, relativamente à resistência: peso específico do


concreto (γconc) = 25 kN/m³ = 2,5 tf/m³;
 Reformas e adaptações são de difícil execução;
 Fissuração (existe, ocorre e deve ser controlada);
 Transmite calor e som.
Segundo Escolaengenharia (2017) as desvantagens do concreto armado
são:
 Por ser muitas vezes produzido in loco, a resistência final do concreto
pode ser afetada devido a erros durante os processos de mistura e cura;
 O concreto armado utiliza-se de formas de madeira ou metálicas,
encarecendo o projeto;
 Uma estrutura de concreto armado gera muitos resíduos e lixos de
construção;
 Para uma construção de um edifício de vários andares, a seção dos
pilares para uma estrutura em concreto armado é maior do que a seção
dos pilares em uma estrutura metálica.
 Tempo de execução maior do que outros sistemas de construção, devido
ao tempo de cura (pode ser reduzido com uso de aditivos).
 A demolição de uma estrutura em concreto armado é de difícil execução,
podendo ser inviáveis devido ao custo.

3 SISTEMAS ESTRUTURAIS METÁLICOS


44

Segundo Libânio M. Pinheiro (2007), estrutura é a parte resistente da


construção e tem as funções de resistir às ações (peso próprio dos elementos
estruturais, pesos de revestimentos e de paredes divisórias, ações permanentes,
ações variáveis decorrentes do tipo de utilização da edificação e ações específicas,
como por exemplo, o peso de equipamentos), e as transmitir para o solo, a seguir,
será definida a função e algumas características dos principais elementos
estruturais: pilares e vigas.

3.1 PILARES

Conforme definição na apostilha FUNDAMENTOS DO CONCRETO E


PROJETO DE EDIFÍCIOS de Libânio M. Pinheiro (2007), os pilares são barras
verticais que recebem as ações das vigas ou das lajes e dos andares superiores as
transmitem para os elementos inferiores ou para a fundação. Quando constituídos
de aço, são usualmente construídos em seção de perfis “I”, “H”, de alma cheia,
tubulares, barras chatas ou redondas, sendo - laminados ou soldados.
Por serem formados por peças esbeltas e estando sujeitos basicamente a
esforços axiais de compressão, muitas das vezes pode ocorrer nos pilares o
fenômeno de flambagem.

3.2 FLAMBAGEM

Considerada uma instabilidade elástica, a flambagem ocorre quando uma


peça perde sua estabilidade sem que o seu material já tenha atingido a tensão de
escoamento. Este colapso ocorre sempre na direção do eixo de menor momento de
inércia.

Os tipos mais comuns de flambagem são:


45

 Por flexão: esta associada à característica que as peças esbeltas


possuem de se deslocar transversalmente à linha de ação da força solicitada,
comum em pilares de concreto e metálico submetidos a uma força de
compressão axial.
 Por torção: ocorre em pilares metálicos com seção transversal
cruciforme quando as quatro chapas flambam na mesma direção. Na
flambagem por flexotorção, ocorrem ambos os deslocamentos, por torção e por
flexão, em seções esbeltas metálicas L e U.

Além dos pilares, pode ocorrer flambagem lateral nas vigas metálicas de
seção I e não continuamente travadas. Com uma carga transversal distribuída ou
concentrada a viga flete causando compressão na mesa superior e tração na
inferior, mas como a alma é esbelta nas vigas ela tende a flambar por flexão, porém,
a mesa inferior impede o movimento livre da mesa superior resultando na torção da
seção junto com a flexão lateral.

3.3 VIGAS

Conforme definição na apostilha FUNDAMENTOS DO CONCRETO E


PROJETO DE EDIFÍCIOS de Libânio M. Pinheiro (2007), vigas são barras
horizontais que delimitam as lajes, suportam paredes e recebem ações das lajes ou
de outras vigas e as transmitem para os apoios. As vigas metálicas podem ser de
alma cheia, alveolares, em forma de treliças e Vierendeel.

 Vigas de alma cheia: são formadas por duas mesas interligadas por uma
alma, adequadas para resistir a flexão, compressão e tração. Os perfis mais
utilizados são I laminados, I soldados e U estruturais formados a frio.
 Vigas alveolares: são obtidas a partir dos perfis I por recorte longitudinal
das almas na forma de ameias com posterior deslocamento e soldagem. Elas
terão maior altura que o perfil original, mas consideravelmente mais leves.

 Vigas em forma de treliças: são constituídas por barras coplanares


articuladas entre si por ligação direta ou indireta e submetidas a cargas nodais.
A ligação indireta é feita por chapas Gousset, permitindo o giro nos nós
fazendo com que as barras resistam ao esforço normal e cortante. A ligação
46

direta é efetuada por soldagem, então essas treliças são, na verdade, pórticos
com conexões rígidas cujas barras resistem a esforços de flexão, mas são
chamadas assim devido a sua forma.
 Vigas Vierendeel: são vigas compostas de barras em formas de quadro
unidas por ligações rígidas e resistem a forças normais, cortantes e fletoras.
São usadas para solucionar a necessidade de grandes vãos livres, o que
resulta em uma altura de viga igual a distancia entre os pavimentos da
estrutura.

4 CARGAS SOLICITANTES EM EDIFÍCIOS

Devem ser consideradas todas as ações solicitadas na estrutura para o


cálculo da resistência da mesma, que deve superar esse conjunto de ações através
da combinação mais desfavorável.
47

4.1 CARGAS PERMANENTES

Devem ser consideradas todas as ações solicitadas na estrutura para o


cálculo da resistência da mesma, que deve superar esse conjunto de ações através
da combinação mais desfavorável.

4.2 CARGAS ACIDENTAIS

São as sobrecargas variáveis na estrutura como o peso das pessoas,


móveis, objetos estocados. A NBR 6120 possui valores mínimos de cargas
acidentais de acordo com o tipo de edificação, como é mostrado no Anexo X.

4.3 CARGAS DEVIDAS AO VENTO

O vento não é um problema em construções baixas e pesadas com


paredes grossas, porém em estruturas esbeltas passa a ser uma das ações mais
importantes a determinar no projeto de estruturas. As considerações para
determinação das forças devidas ao vento são regidas e calculadas de acordo com
a NBR 6123/1988 “Forças devidas ao vento em edificações”.

5 METODOLOGIA

5.1 MÉTODOS EMPREGADOS


48

Este trabalho será baseado no dimensionamento de uma edificação


comercial em estrutura metálica e em concreto armado, realizando um estudo
comparativo direcionado aos custos destas estruturas. Ambas estruturas serão
dimensionadas através do software de cálculo CypeCAD, com base nas normas
técnicas NBR 8800:2008 – Projeto de Estruturas de Aço e de Estruturas Mistas de
Aço e Concreto de edifício, NBR 6118:2014 - Projeto de estruturas de concreto -
Procedimento, NBR 6120:1980 - Cargas para o cálculo de estruturas de edificações,
NBR 6123:1988- Forças devido ao vento em edificações e a NBR 8681:2003 - Ações
e segurança nas estruturas – Procedimento.
A edificação comercial a ser dimensionada é um edifício de cinco
pavimentos localizado na Rua Federação Paulista de Futebol, 777 – Barra
Funda/SP. Trata-se de uma edificação que já existe, porém o dimensionamento
deste trabalho não corresponde ao já existente, e sim a um novo dimensionamento
para fins de estudo acadêmico.
Nas Figuras x, x, x, x, x, pode-se ver as plantas baixas dos pavimentos
térreo, tipos, cobertura e vista isométrica.

Figura 30 – Planta baixa do pavimento térreo


49

Figura 31 Planta baixa dos pavimentos tipo

Figura x – Planta baixa da cobertura


50

Figura x – Pórticos, vista isométrica

5.1.1 Software para dimensionamento das Estruturas

O software de dimensionamento de ambas as estruturas foi o CypeCAD


XXXX, da empresa XXX, obedecendo as normas brasileiras vigentes para os
cálculos como a NBR 8800:2008, NBR 6118:2014, NBR 6120:1980, NBR 6123:1988
e a NBR 8681:2003.
O programa realiza o dimensionamento de toda a estrutura baseado no
lançamento dos elementos estruturais (vigas, pilares, lajes, etc.) pelo projetista que
executa esse lançamento através do projeto arquitetônico importado para o
programa. Após o lançamento da estrutura, o programa executa diversas
verificações, onde, para fins deste projeto, foi levado em consideração somente as
verificações de flambagem local da mesa, flambagem local da alma e resistencia de
cálculo ao momento fletor. Também é gerado o detalhamento de cada elemento da
estrutura, resumo de materiais e memoriais de cálculo. A Figura x abaixo mostra a
interface do programa.

5.1.2 Definição das estruturas

Para o dimensionamento da estrutura de concreto armado iremos adotar


pilares retangulares e lajes maciças, com exceção da laje da casa de maquinas que
será de vigotas pré-fabricadas. A estrutura de aço terá suas vigas e pilares em perfil
I utilizando os aços: ASTM A36 e A570. As lajes serão também em concreto maciço
e vigota pré-moldada na laje da casa de máquinas. Ambas as estruturas terão
fechamento com alvenaria de blocos de concreto.
51

5.1.3 Abordagem dos custos

Será feito um comparativo entre as estruturas de forma e verificar os


seguintes custos: Custo relativos aos materiais para execução da obra, os custos
levarão em conta a localidade, ou seja, buscaremos preços de fornecedores
próximos ao local escolhido para a execução de obra, já que os custos indiretos de
transporte impactam indiretamente no custo do material. Custos relativos a
execução da obra: gasto com mão de obra, gasto com equipamento, e tempo de
execução. Será analisado tanto custo em relação ao tempo quanto o custo total da
obra. Será verificado o custo indireto que o peso das duas estruturas têm na
escolha da fundação mais economicamente viável.

5.1.4 Procedimentos para coleta de dados

Os valores dos materiais e mão de obra serão coletados em pesquisa


feita com empresas do ramo para que os valores sejam os mais corretos possíveis,
nos valores que não forem possíveis de se encontrar diretamente com fornecedor do
serviço, será utilizado índice de composição de custos e preços SINAPI e SIURB
para descrevê-los.

5.1.5 Procedimentos de pesquisa

Todos os termos, que fugirem ao escopo do tema deste trabalho, mas que
são necessários para que se tenha maior compreensão do tema, serão indicadas
nas referências bibliográficas.
52

5.2 PRÉ - DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA METÁLICA

O pré-dimensionamento da estrutura de aço foi realizado através do


software CypeCAD XXXX da empresa YYYYY, através de licença estudantil. Antes
do lançamento da estrutura, foram definidas as seguintes considerações:
 Classe de agressividade ambiental - classe II (moderada);
 Resistência do concreto - 30 MPa;
 Tipo de perfil inicial - para vigas e pilares, optou-se pelo perfil laminado I-
203x38 Padrão Americano da CSN(Companhia Siderúrgica Nacional)
composto por aço ASTM A-36, com as seguintes características:
 Massa nominal: 38 kg/m;
 Área: 48,3 cm²;
 Altura: H=203,2 mm;
 Largura: b=108,3 mm;
 Espessura média: em=10,79 mm;
 Espessura da Alma: ea=13,5 mm;
 H/(b* em)=1,74 cm-1;
 Inércia em relação ao eixo x: Ix= 2860 cm4;
 Raio de giração em relação ao eixo y: 2,00 cm;
 Raio de giração da seção T: rt=2,52cm;
 Módulo de resistência elástico em relação ao eixo x: Wx=282 cm³;
 Tipos de conexões - as conexões serão flexíveis parafusadas através de
cantoneiras;
 Tipo de laje: xxxxxxxxxxxxxx
 Tipos de esforços - cargas de parede nas vigas, carga acidental e de
revestimento nas lajes, além das cargas de ventos;

Na figura X a seguir, tem-se a configuração inicial do software com a


determinação e configuração dos materiais, módulo de resistência do concreto, tipo
de perfil inicial, tipos de conexões, tipo de laje, outros...

5.2.1 Verificação de Conformidade na Estrutura Metálica

Após lançamento de toda a estrutura juntamente com as considerações


gerais do pré-dimensionamento, foi extraído relatório de verificações e o software
indicou que os pilares X, X, X, X, X, X, X, X, e as vigas X, X, X, X, X, X, não
satisfaziam as exigências da NBR XXXX para o estado limite de serviço.
53

Nas figuras xxxx ficam evidentes os apontamentos realizados pelo


software:

Figura 32 – Verificação xxx

Figura 33 - Verificação xxx


54

5.2.2 Propostas técnicas para solução dos problemas apontados

Afim de atender o objetivo principal deste trabalho, mantendo o custo


beneficio da estrutura além de sua viabilidade construtiva, foram adotados as
seguintes propostas para os problemas apontados:
55

Figura 34 Substituição xxx


56

Figura 35 - Alteração xxx

Nota: relatório de inconformidades e soluções das vigas e pilares restantes estão no


anexo xxxxxx.

5.3 DIMENSIONAMENTO DA EDIFICAÇÃO EM ESTRUTURA METÁLICA

Com as alterações realizadas, afim de atender a legislação, as plantas


estruturais sofreram algumas alterações, como substituição do tipo de perfil metálico
e consequentemente em suas especificação, outros... Nas imagens X,X, X podemos
perceber as modificações que as plantas sofreram.
57

Figura x – Planta baixa do pavimento térreo


Figura x - Planta baixa dos pavimentos tipo
Figura x – Planta baixa da cobertura
Figura x – Pórticos, vista isométrica
Figura x – Relatório de conformidade

5.3.1 Quantitativo de materiais

Assim sendo, toda a estrutura encontra-se dimensionada e os seus


respectivos perfis estão relacionados no Quadro X abaixo. (Pavimentos, Perfil
Metálico)
Quadro X – Relação total de perfis metálicos para vigas e pilares

5.4 DIMENSIONAMENTO DO CONCRETO ARMADO

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
58

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS

6.1 ORÇAMENTO DA ESTRUTURA METÁLICA

O Quadro X relaciona as vigas com seus comprimentos para facilitar o


entendimento do orçamento. (Pavimentos, Vigas, Comprimento(m))

6.1.1 TOTAL DE BARRAS (Cobertura, Subsolo, Térreo,Superior)

Quadro X - Comprimentos de vigas e pilares

Com a relação dos perfis metálicos das vigas e pilares, a estrutura foi orçada
através do valor do quilo do perfil laminado I, obtido na tabela xxxx, cujo valor é 3,61
R$/kg de acordo com os orçamentos passados pelas empresas X, Y e Z (anexo x).
Então, foi calculado o custo de cada viga e pilar em relação ao seu comprimento,
através da multiplicação da massa nominal (kg/m) pelo comprimento de projeto da
barra e pelo preço do quilo (3,61). O Quadro X discrimina a quantidade de barras de
cada perfil com os custos, assim como o custo total da estrutura metálica. {Perfil
Comprimento(m) Massa Nominal (kg/m) Custo(R$/unid) Quantidade Custo Total(R$)}

Quadro X – Custo das barras

Nota: As ligações entre os perfis, como parafusos e cantoneiras não foram


considerados no orçamento.

6.1.2 Orçamento

Foi gerado, através do software, um quantitativo de materiais afim de se obter


um orçamento da estrutura, neste quantitativo está sendo considerado apenas o
resumo de perfis dos pilares e das vigas, com isso, será possível comparar, de
forma mais adequada, com a estrutura de concreto armado que também
apresentará orçamento apenas dos materiais das vigas e pilares.
O Quadro X apresenta a quantidade de perfis metálicos e suas
especificações, além de seus custos discriminados. Os preços dos perfis de aço
foram obtidos com base na cidade de São Paulo (SP).
59

Quadro X – Discriminação do custo dos perfis metálicos

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo, tendo como base uma edificação comercial, verificou-


se, através do dimensionamento em estrutura metálica e dimensionamento em
60

estrutura de concreto armado e, de acordo com os cálculos de custos realizados e


descritos nos itens X1 e X2, demonstrou em termos financeiros, que a utilização de
estrutura YYYY apresentou custo mais elevado, cerca de XX% a mais em relação à
estrutura de ZZZZ, representando uma economia de R$TTTT (TTTT reais), caso
fosse projetada em Z/Y, valores estes calculados com base nos orçamentos das
empresas X, Y e Z (anexo x) que levaram em consideração a média de mercado na
cidade de São Paulo/SP, vigentes até Dezembro de 2017.
Sabe-se que a edificação escolhida para este trabalho já existe em
estrutura de concreto armado e este sistema foi escolhido devido à agilidade de
execução necessitada na época, pois, além do custo de materiais a ser considerado
na escolha do sistema construtivo, foi considerado o capital de giro que poderia
estar sendo faturado na diferença de tempo de execução entre a estrutura metálica
e a de outro sistema.
Quanto à determinação da estrutura que apresenta melhor custo-
benefício, verificou-se a necessidade de novos estudos que envolvam fatores
variáveis, como o tempo de execução de obra, retorno do capital investido, custo de
materiais, custo da execução (mão de obra, equipamentos), custo de fundações,
limitações arquitetônicas e finalidade da edificação.
Frente à diferença significativa de valores entre os orçamentos das
estruturas do caso estudado, considerações de projeto como a configuração das
vigas, a escolha do tipo de seção transversal ou o tipo da vinculação da laje com as
vigas podem ter influenciado o custo da estrutura metálica.
Portanto, a economia de uma obra com estrutura metálica depende de
diferentes fatores em comparação a uma obra em concreto armado, e por isso
devem ser muito bem analisadas para que haja um melhor custo benefício na
escolha do sistema construtivo. Como exemplo, estruturas metálicas geram cargas
menores para a fundação, menor tempo de construção, menor consumo de
revestimento, maior área útil e maior velocidade de giro do capital investido. Em
contrapartida, sistemas de concreto armado exigem uma mão de obra menos
especializada, o que é mais barato e acessível, sendo o concreto um material,
economicamente, mais viável que o aço, mas, como possuem baixa resistência e
rigidez do material, necessitam de grandes seções transversais para resistir aos
esforços atuantes, dando origem a conjuntos robustos, fator limitante ao projeto
arquitetônico.
61

Sugestiona-se, para estudos futuros, uma análise mais ampla


considerando a comparação entre o tempo de execução da estrutura metálica e de
concreto armado, a fim de obter mais um parâmetro para avaliar o custo-benefício
entre estas estruturas.
Outra sugestão seria uma comparação entre a NBR 8800/1986 e a NBR
8800/2008 para avaliar as mudanças ocorridas nesta norma de dimensionamento de
estruturas metálicas.
62

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