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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

DEPARTAMENTO DE LETRAS VERNÁCULAS - CURSO DE LETRAS


LETURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS ACADÊMICOS; SEMESTRE 2017.2
PROFESSOR: Maria das Dores Nogueira Mendes (dasdoresnm@yahoo.com.br)
ALUNO(A):______________________________________________________________

FICCHAMENTO ESQUEMÁTICO 01

Texto: MAINGUENEAU, D. Uma prática discursiva.In: Novas tendências em Análise do


Discurso. Tradução de Freda Indursky. Campinas: Ed. da Unicamp/Pontes, 1997.

OBJETIVOS

Maingueneau (2007) procura fazer uma ampliação do conceito formação discursiva, de


Focault, o qual se resume, grosso modo, a uma regra controladora da dispersão dos lugares
institucionais passíveis de serem ocupados por um sujeito de enunciação, integrando-o ao
conceito de prática discursiva, noção que articula a formação discursiva, parte linguageira
do discurso, e o funcionamento dos grupos que a gerem, os quais são, por sua vez,
denominados de comunidades discursivas.

1. DESLOCAMENTOS NA ARTICULAÇÃO ENTRE DISCURSO E CONDIÇÕES DE


PRODUÇÃO
1.1. Deslocamento da noção de ‘condições de produção’ somente como o ‘contexto
social’ que envolve o texto, que se revela insuficiente, para ‘um constituinte necessário à
sua estrutura semântica’;
1.2. Deslocamento da noção de comunidade discursiva como uma classe que serve apenas
de suporte à formação discursiva para a idéia de um grupo específico sociologicamente
caracterizável pressuposto pressuposto pelo próprio espaço de enunciação;
1.3. Defesa pela imbricação entre o funcionamento do grupo e o de seu discurso sem
desconsiderar o resto da sociedade da qual fazem parte;
1.4. Deslocamento da noção de prática discursiva em Foucault, que a concebe como um
dispositivo que regula no interior de uma formação discursiva a possibilidade de lugares
que o sujeito pode ocupar na enunciação, para designá-la como esta reversibilidade
essencial entre as faces social e textual do discurso.

2. AS DUAS VERTENTES DO DISCURSO CIENTÍFICO


2.1. Pioneirismo na análise da comunidade suposta pelo discurso científico cuja produção
concede aquela uma notoriedade;
2.2. Destaque para o funcionamento das instituições discursivas;
2.3. Relação íntima entre a produção discursiva e os grupos que a tornam possível;
2.4. Coincidência entre o público de seus produtores e o público de seus consumidores;
2.5. Defesa por uma análise da discursividade de tal discurso.
3. PROCESSO SIMULTÂNEO DE ORGANIZAÇÃO DAS DUAS VERTENTES DA
PRÁTICA DISCURSIVA.
3.1. Constituição simultânea do discurso e das comunidades que lhe dão suporte;
3.2. Deslocamento da ideologia como “visão de mundo” para a concepção de um modo
de organização, legível sobre as duas vertentes da prática discursiva;
3.3. Destaque para a relevância da consideração das comunidades discursivas que
representam uma condição essencial da constituição e do funcionamento de qualquer
discurso.

4. 1º EXEMPLO DA TROCA ENTRE DISCURSO E COMUNIDADE – A ESCOLA DA


REPÚBLICA
4.1. Destaque par o fato de esse discurso se voltar constantemente para o mundo em
discurso, ou seja, a própria escola republicana;
4.2. Construção do enunciador na cena enunciativa como algo que ultrapassa o autor
empírico, ou seja, a França, a Pátria, a República;
4.3. Abrangência do temo escola que “remete a um só tempo a uma instituição, a
práticas, a lugares” (p.63);
4.4. Imbricação entre conteúdo e instituição, na medida em que “a comunidade
discursiva e a formação discursiva conduzem uma a outra indefinidamente” (p.64).

5. 2º EXEMPLO DA TROCA ENTRE DISCURSO E COMUNIDADE – O


HUMANISMO DEVOTO
5.1. Possibilidade de utilizar “as mesmas categorias semânticas para analisar a formação
discursiva e a comunidade discursiva que é seu correlato”. (p.65);
5.2. Desenvolvimento do discurso humanista devoto em torno de uma noção de ordem;
5.3. Categorização da ordem como caracterizadora do “espaço institucional sobre o qual
se este discurso humanista devoto (p.66);

6. ENLAÇAMENTOS
6.1. Processos pelos quais o texto de uma formação discursiva reflete a sua própria
enunciação;
6.2. Impossibilidade de pensar a relação entre o textual e o institucional em termos de
interior e exterior, de meio e de fim (p. 70);

AVALIAÇÃO

Maingueneau questiona a articulação entre os conceitos de condições de produção e de


formação discursiva no âmbito da Análise do Discurso Francesa, preferindo falar de prática
discursiva, expressão que integra a formação discursiva e a noção de comunidade
discursiva. Para exemplificar tal proposta, ele toma como exemplo os discurso da Escola da
República e do Humanismo Devoto, os quais realmente evidenciam tal enlaçamento entre a
sua parte textual e a sua parte institucional.

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