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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 2


DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
DISCIPLINA: ECONOMIA BRASILEIRA 2
DOCENTE: FERNANDA ESPIRIDIÃO
DISCENTE: POLIANA MENDES CAVALHEIRO

RESUMO DO ARTIGO “GOVERNO GEISEL: TRANSIÇÃO POLÍTICO-ECONÔMICA? UM ENSAIO DE


REVISÃO”

O Governo Geisel é um período importante com uma grande relevância político-


econômica brasileira para ser retomado, sendo importante sistematizar características
fundamentais do mesmo.

O regime militar brasileiro apresentou mudanças na sua política econômicas


consideráveis de um período para o outro, como se pode observar com um programa de
estabilização ortodoxo realizado por Castello Branco em contrapartida a opção heterodoxa por
Costa e Silva. No qual conseguiu-se o “milagre econômico” com o ministro Delfim Netto tendo
em vista as condições favoráveis brasileiras dando margem para que ele ocorresse, na qual a
administração do Médici divulgava projeções oficiais em que o Brasil continuaria “caminhar em
terceira” por muito tempo.

Nos últimos anos de Médici houve aumentos econômicos significativos, PIB crescendo
a 14%, superávit orçamentário de 37,4%, expansão da base monetária de 46,8% entre outros
indicadores, porém em 1973 se perdeu o controle da situação, levando a um endividamento
externo alto, desaceleração do crédito, tensões inflacionárias, o que levou a Delfim usar práticas
de governos populistas para atuar na economia. Foi esse cenário então que o início do Governo
de Geisel se encontrava.

A linha de ação que se configurou foi uma primeira etapa de estabilização, seguida por
uma política contracionista nas áreas monetárias e fiscal. O que culminou a volta à disciplina. O
crescimento nominal dos gastos de governo de 38,7% implicou num modesto crescimento em
termos reais, fazendo com que a política fiscal buscasse reverter a escalada financeira.

Com a derrota nas eleições legislativas de novembro de 1974, fez com que Geisel
priorizasse o lançamento do II PND em 1975. A fase expansionista até 1976, deu lugar a uma
fase contracionista em 1976 e 1977, o que claramente afetou as taxas de crescimento do
produto industrial, com 5,8% em 1975, 12,4% em 1976 e caindo para 3,9% em 1977.

O II PND foi o norte da política econômica na primeira metade do governo de Geisel,


desenhando o crescimento do PIB de 10% a.a até 1979, nenhum outro plano teve tanta coragem
de se expor e prever ambições tão grandes. Enquanto que o cenário internacional apontava seus
primeiros sinais de crise, no fim de 1974 nos EUA e Alemanha Ocidental. O que fez com que o
otimismo do II PND estivesse acima da média o do esperado, analisando a conjuntura
internacional.

O II PND possuía uma coleção de metas de investimentos, distribuídas pelos bens


intermediários, bens de capital, intra-estrutura de energia e transporte. Dessa forma o II PND
reproduziu o espírito do plano de metas de Kubitschek. Com isso as metas de investimento
teriam um ganho nítido de participação do produto. O que se pode argumentar que o governo
Geisel deu seguimento ao Brasil Grande Potência gestado anteriormente, conferindo-lhe um
grau de consistência que até então não havia revelado.
Houve um fortalecimento do BNDE com foco crucial no financiamento,
remanejamento de mecanismos de incentivo ao setor privado, continuado esforço de marketing
junto a potenciais sócios internacionais e etc. Dessa forma a taxa de investimento atinge altos
níveis entre 1974 e 1976.

Com a crise internacional entre 1975 e 1976, as premissas originais do II PND se choca.
Algumas consequências desestabilizadoras foram: perda de dinamismo nas exportações, grau
de endividamento externo, reservas internacionais em queda, fluxos de IED ficaram aquém do
necessário para conseguir se materializar as metas ambiciosas de investimento. Dessa forma, as
metas que não se concretizaram conforme o planejado vitimou o projeto maior de grandeza
nacional.

O empresariado que apostou no II PND ficou numa situação incômoda de carregar uma
capacidade produtiva ampliada que se tornou excedente num ambiente de incerteza crescente,
levando a ingratidão do setor empresarial. A inflação sofre alta, atingindo 46% em 1976, o que
vinha de encontro ao perfil do ministro Simonsen. Além disso o financiamento externo se
desorganizou.

Foi-se necessária uma nova orientação política econômica, na qual se materializou em


liberação das taxas de juros, levando a uma diminuição da inflação em 1977 com 38,8%, mas
sem uma tendência, já que em 1978 apresenta uma inflação de 40,8%.

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