You are on page 1of 164

25 Isaías 1–39

Profeta da corte real de Judá

Esboço
• Esboço
• Pano de fundo do livro de Isaías
Isaías, o homem
Os tempos de Isaías
Autoria e data
Objetivos
Temas do livro de Isaías
• Mensagem do livro de Isaías Depois de ler este capítulo,
você deve ser capaz de:
Palavras de abertura para Judá (1.1-31)
• Delinear o conteúdo dos capítulos
O julgamento de Deus é revelado
1—39 de Isaías.
(2.1—5.30)
• Explicar os temas dos capítulos 1—39
O chamado de Isaías (6.1-13)
de Isaías.
O sinal de Emanuel (7.1-17)
• Relacionar as principais características
A iminente invasão assíria (7.18—8.22) do reino de Deus.
Descrição da era messiânica (9.1-7) • Apresentar os elementos do chamado
Julgamento contra Israel e Assíria de Isaías.
(9.8—10.34) • Discutir as possíveis interpretações do
Mais descrições sobre a era messiânica sinal que Isaías ofereceu a Acaz.
(11.1—12.6) • Demonstrar o cumprimento da profecia
Profecias contra as nações (13.1—23.18) de Isaías sobre a era messiânica.
O “pequeno apocalipse” (24.1—27.13) • Mostrar como as profecias de Isaías
Profecias dos ais (28.1—33.24) ilustram que Deus é Senhor de tudo.
Resumo escatológico final (34.1—35.10)
Interlúdio histórico: pontos altos e baixos
do reinado de Ezequias (36.1—39.8)

353
Descobrindo os Profetas

Isaías é um dos profetas mais famosos do E. Damasco e Israel (17.1-14)


Antigo Testamento. Mesmo as pessoas que F. Etiópia e Egito (18.1—20.6)
conhecem pouco sobre a Bíblia reconhecem G. Babilônia, Dumá e Arábia
o seu nome. Mais de um intérprete já chamou (21.1-17)
o livro de Isaías de “Evangelho do Antigo Tes- H. Jerusalém (22.1-25)
tamento” por causa da ênfase dada pelo pro- I. Tiro (23.1-18)
feta na graça e no amor de Deus. Ao estudar-
mos Isaías, veremos o amor de Deus demons- XI. O “pequeno apocalipse”
trado de maneira dramática. (24.1—27.13)
A. A destruição da terra (24.1-23)
B. A vitória de Deus sobre seus
inimigos (25.1-12)
Esboço C. O cântico de livramento de Judá
(26.1-21)
I. Palavras de abertura para Judá D. A iminente salvação de Israel
(1.1-31) (27.1-13)
II. O julgamento de Deus é revelado XII. Profecias dos ais (28.1—33.24)
(2.1—5.30) A. Ai de Efraim (28.1-29)
A. A bênção por vir (2.1-4) B. Ai de Ariel (29.1-24)
B. Os discursos sobre o julgamento C. Ai das alianças estrangeiras
(2.5—4.6) (30.1—31.9)
C. Parábola da vinha (5.1-7) D. Angústia e esperança (32.1-20)
D. Os seis ais contra a nação E. Ai da Assíria (33.1-24)
(5.8-30)
XIII. Resumo escatológico
III. O chamado de Isaías (6.1-13) (34.1—35.10)
A. A visão (6.1-8) A. A vingança de Deus contra
B. A profecia (6.9-13) as nações (34.1-17)
IV. O sinal de Emanuel (7.1-17) B. A salvação dos redimidos
A. O contexto histórico (7.1-9) (35.1-10)
B. O sinal oferecido, recusado XIV. Interlúdio histórico: pontos altos
e dado (7.10-17) e baixos do reinado de Ezequias
C. Possíveis interpretações (36.1—39.8)
A. A ameaça de Senaqueribe e
V. A iminente invasão assíria
o livramento de Deus
(7.18—8.22)
(36.1—37.38)
VI. Descrição da era messiânica B. A doenças e a cura de Ezequias
(9.1-7) (38.1-22)
C. Ezequias recebe a visita de
VII. Julgamento contra Israel Merodaque-Baladã (39.1-8)
(9.8—10.4)

VIII. Julgamento contra a Assíria


(10.5-34) Pano de fundo do livro
IX. Mais descrições sobre a era
de Isaías
messiânica (11.1—12.6)
Isaías, o homem
X. Profecias contra as nações O nome de Isaías significa “O Senhor sal-
(13.1—23.18) vou”, e está relacionado ao nome “Josué” e
A. Babilônia (13.1—14.23) “Jesus” na forma hebraica. Isaías 1.1 afirma
B. Assíria (14.24-27) que Isaías era filho de Amoz. Infelizmente
C. Filístia (14.28-32) não sabemos nada sobre Amoz, a não ser que
D. Moabe (15.1—16.14) ele era o pai de Isaías!
354
Isaías 1—39

A guarita de um
vigia nos
campos
próximos a
Siquém. Isaías
disse que o
povo de Israel
havia se
rebelado e que
Jerusalém seria
deixada sem
defesas como
uma guarita
para um vigia
em uma vinha
(1.8).

Isaías tinha dois filhos — Shear-Jashub (7.3), Quando Isaías iniciou seu ministério, a
remanescente
cujo nome significa “o remanescente volve- Assíria começava a demonstrar suas forças sob
rᔠe Maher-shala-hash-baz (8.3) que quer a liderança de TIGLATE-PILESER III (745—
dizer “rápido despojo presa segura”. Ao dar 727 a.C.). Reinos menores como Judá certa-
esses nomes aos seus filhos, Isaías estava mos- mente devem ter visto o perigo em potencial
trando sua fé no plano de Deus para o futuro no horizonte. Ainda assim, Deus havia pro-
de Israel. O nome “Shear-Jashub” referia-se à metido ao seu povo que o protegeria de qual-
forma como Deus preservaria o resto do povo quer coisa e de qualquer um desde que eles
que permanecesse fiel. O nome “Maher- permanecessem firmes em sua fé. O Senhor
shala-hash-baz” anunciava o rápido julgamen- mandou o profeta Isaías para encorajá-los a
to de Deus contra os inimigos de Judá. seguirem esse caminho.
Isaías serviu como profeta na corte real de
Judá. Portanto, ele profetizava principalmen- Autoria e data
te para Judá, apesar de ter palavras dirigidas a O próprio livro dá o nome de Isaías como
Israel e outras nações. O livro de Isaías relata sendo o profeta por trás de sua mensagem (1.1;
os muitos contatos que ele teve com os reis de 2.1; 7.3; 20.2; 37.2,21; 38.1,4; 39.3). Podemos
Judá, especialmente Acaz e Ezequias. Acaz supor que Isaías registrou suas palavras ou as
deu pouca importância às palavras de Isaías confiou a outros — talvez seus discípulos.
(7.3-13), mas Ezequias punha grande fé no Muitos estudiosos evangélicos datam o livro
profeta (37.2-7,21-35; 31.1-8; 39.3-8). Ao es- de Isaías no começo do século 7º a.C.
tudarmos as palavras de Isaías veremos que Outros estudiosos (inclusive alguns evan-
elas também têm muito a nos ensinar. gélicos) acreditam que o profeta Isaías foi res-
ponsável pelo material apenas de Isaías 1—
Os tempos de Isaías 39. Eles citam certas diferenças entre os capí-
A maior parte dos estudiosos situa o mi- tulos 1—39 e os capítulos 40—66 que suge-
nistério de Isaías em torno de 740 a 690 a.C. rem que uma outra pessoa escreveu a segun-
Quando Isaías respondeu ao chamado de da parte do livro. Trataremos dessa questão
Deus, restavam menos de vinte anos para em nossa discussão sobre Isaías 40—66.
que o reino do norte, Israel, caísse para a
Assíria. Enquanto isso, o reino de Judá ao sul Temas do livro de Isaías
enfrentava um importante teste. Judá iria
aprender com o exemplo trágico de Israel ou Os remanescentes
iria seguir o mesmo caminho perverso de seu Isaías descreve um grupo de remanescen-
vizinho do norte? tes que Deus havia preservado (1.9). Aliás,
355
Descobrindo os Profetas

ele deu um nome relacionado a esse fato a trevas espirituais (9.1,2). Ciro pode ter rece-
um de seus filhos “o remanescente volverᔠbido o título de “messias” (45.1), mas ele
(Shear-Jashub, 7.3). O exílio poderia vir, mas nunca cumpriria o propósito de Deus como
Deus um dia guiaria esse remanescente de Jesus, o Filho de Deus faria. O Messias viria
volta para casa (10.20,21). Essas pessoas tinham um dia para reinar em glória, mas primeiro
um relacionamento profundo de fé com o ele iria mostrar-se digno por meio do sofri-
Senhor que as distinguia dos outros israelitas. mento (53.10-12).
Muitos eram descendentes dos doze filhos de
Jacó, mas esses remanescentes eram fiéis à
aliança que Deus havia estabelecido com Jacó
e outros patriarcas.
Mensagem do
A soberania de Deus livro de Isaías
A visão que Isaías tinha da soberania de
Palavras de abertura
Deus moldou o seu ministério de forma dra-
para Judá (1.1-31)
mática. Ele sabia que Deus controlava as na-
ções e, portanto, ele profetizava com intrepi- As palavras de abertura de Isaías para Judá
dez que Deus iria tratar daquelas nações (ca- introduzem muitas idéias que o profeta irá
pítulos 13—23). Deus tinha o direito de go- desenvolver ao longo do livro. O capítulo 1,
vernar sobre sua criação da forma como fazia. portanto, coloca a fundação para os outros
Isaías 40—66 desenvolve ainda mais a idéia sessenta e cinco capítulos.
de que Deus já havia provado sua soberania, Deus trouxe um julgamento severo sobre o
primeiro ao enviar seu povo para o exílio e seu povo (vs. 2-15). Eles agiram como crian-
depois ao livrá-lo do cativeiro. ças rebeldes! O julgamento inicial de Deus
havia surtido pouco efeito, aliás, o seu com-
Servo portamento o lembrava de Sodoma e Gomor-
O tema do servo aparece em várias partes ra (v. 10). Seus sacrifícios eram feitos por mo-
de Isaías e o servo tem diversas identidades. tivos impuros e suas mãos realizavam atos de
A palavra “servo” pode denotar um indivíduo injustiça social. O Senhor não honraria mais
israelita (22.20), a nação de Israel (41.8), o as suas orações (v. 15).
grupo remanescente (49.3) ou o Messias Isaías chamou o povo ao arrependimento,
(52.13). O servo trabalha diligentemente para perdão e bênçãos (vs. 16-20). Deus poderia e
cumprir os propósitos de Deus apesar dos inú- iria limpar o seu povo de todo o pecado. Mas a
meros desafios e dificuldades. maldade estava por toda a sociedade, come-
çando pela liderança e indo até suas bases
O Santo de Israel (vs. 21-23). De maneira muito clara, Isaías
Isaías usou a expressão “O Santo de Israel” colocou a escolha diante de Judá: Deus iria
trinta e nove vezes para descrever o Senhor; o redimir aqueles que se arrependessem, mas
termo aparece apenas outras sete vezes no os que persistissem em sua rebelião morreriam
resto do Antigo Testamento. Isaías esteve dian- (vs. 27-31).
te da santidade de Deus quando o Senhor o
chamou para o ministério profético (6.1-8), e O julgamento de Deus é
nunca se esqueceu dessa experiência. O povo revelado (2.1—5.30)
tinha abandonado o Santo de Israel que os
havia corrigido (1.4). Mas o Santo de Israel
A bênção por vir (2.1-4)
podia atacar qualquer nação inimiga que O futuro reino de Deus inclui três elemen-
desafiasse o seu povo (37.23)! Ele iria agir em tos — o povo de Deus, o templo de Deus e a
santidade para julgar o pecado onde quer que paz de Deus. O povo de Deus iria abranger
ele o encontrasse. povos de todas as nações. Eles viriam de toda
a parte para Jerusalém, o lugar do templo e o
Messias centro do propósito de Deus. A instrução que
Isaías descreve o Messias, o ungido de o povo receberia da Palavra de Deus resulta-
Deus que viria para redimir o seu povo. Seu ria em paz eterna em todo lugar. A maior par-
reino glorioso traria bênçãos a toda a terra te dos intérpretes acredita que Jesus Cristo irá
(1.1-16) e luz a todos aqueles que viviam em cumprir essa profecia quando voltar.
356
Isaías 1—39

to o povo estivesse procurando em vão por


A moral distorcida outros líderes para substitui-los.
Em seguida, Isaías declarou o julgamento
de nossos dias de Deus contra as mulheres de Judá que se
exibiam cheias de orgulho com adornos ela-
borados (3.16—4.1). Deus prometeu tirar de-
Isaías proferiu um ai sobre aqueles que substituís-
sem o bem pelo mal. Muitos em nossa sociedade têm las a dignidade na qual elas tão firmemente
feito exatamente a mesma coisa ao dar nomes mais confiavam. As palavras de Isaías prenuncia-
atraentes para práticas que a Bíblia declara serem per- ram o discurso de Paulo quando ele lembrou
versas. Observe os seguintes exemplos; as descrições as mulheres de que retidão e boas obras eram
mais precisas estão entre parênteses: muito mais importantes que adornos externos
(1Tm 2.9,10).
Caso (fornicação, adultério, sexo ilícito) Isaías encerrou essa seção com uma palavra
Estilo de vida alternativo (homossexualidade) sobre o renovo de Deus (4.2-6). Esse renovo,
Aborto (assassinato de um bebê não nascido) que seria parte da linhagem de Davi, serviria
Tornar-se homem ou tornar-se mulher (perder a como instrumento de Deus para trazer o seu
virgindade) reino. Veremos esse conceito novamente em
Sexualmente ativo (promíscuo, sexualmente imoral)
Isaías 11, bem como em Jeremias e Zacarias.
Pró-escolha (pró-aborto)
Entretenimento para adultos (pornografia, lugar Parábola da vinha (5.1-7)
de strip-tease)
Isaías retratou o povo de Deus como uma
Vídeos adultos (vídeos pornográficos)
vinha. Deus havia cuidado dessa vinha dili-
Filosofia new-age (velhas mentiras das filosofias
gentemente, mas ela só produzia uvas bravas!
orientais)
Deus chamou Judá para servir de testemu-
Muitos também tentam humilhar os cristãos en- nho — ele havia feito tudo o que devia para
quanto justificam seu próprio comportamento pecami- cuidar de sua vinha. O problema estava neles
noso ao dar nomes pouco atraentes para as práticas e na falta de vontade do povo de responder
que a Bíblia considera retas. Mais uma vez, a expressão ao seu cuidado.
mais precisa está entre parênteses.
Os seis ais contra a nação (5.8-30)
Covarde (medroso; usado normalmente para desafiar Isaías pronunciou seis profecias dos ais
alguém que não quer fazer como o resto do grupo) contra diversos segmentos da população de
Antiquado (alguém que pratica os padrões tradicio- Judá. Uma profecia do ai é um discurso de
nais de moralidade)
julgamento que tipicamente começa com a
Puritano (alguém que pratica os padrões tradicionais
palavra “ai”.
de moralidade sexual)
Primeiro, Isaías denunciou os opressores
Rígido, inflexível, intolerante (mantém-se firme em
suas opiniões, especialmente nas questões morais)
que egoisticamente aumentavam suas pro-
priedades às custas de outros (vs. 8-10). Deus
os julgaria reduzindo suas colheitas e tornan-
do o acréscimo de terras inútil.
Em segundo lugar, Isaías condenou os bê-
profecias Os discursos sobre o julgamento bados que viviam apenas para fartar-se de
dos ais (2.5—4.6) bebidas fortes e festejar (vs. 11-17). Eles fica-
Isaías apresentou três discursos sobre o jul- vam até altas horas da noite em festas, in-
gamento. Primeiro ele chamou o povo a reco- conscientes da ruína espiritual que os cerca-
nhecer os caminhos de Deus (2.5-21). Falsas va. O povo de Deus iria sofrer no exílio por
religiões, riquezas e orgulho haviam corrom- causa de sua falta de conhecimento.
pido a nação. Isaías advertiu o povo sobre o Em terceiro lugar, Isaías repreendeu aque-
dia de prestação de contas que estava prestes les que testaram a Deus (vs. 18,19). Eles su-
a chegar. punham que Deus não estava fazendo nada
Depois, Isaías anunciou o julgamento de porque eles não conseguiam discernir o seu
Deus contra os líderes de Judá (2.22—3.15). propósito. Enquanto isso, persistiam na sua
Ele iria cortar fora os líderes que tivessem usa- iniqüidade.
do de sua posição para obter benefícios deso- Em quarto lugar, Isaías reprovou os de mo-
nestos. O resultado seria a anarquia enquan- ral distorcida, que chamavam o bem de mal e
357
Descobrindo os Profetas

o mal de bem (v. 20). Eles assim procediam iriam lidar com a iminente expansão dos
sinal
para justificar o seu pecado, para que pudes- assírios em direção a oeste sob o comando de
sem continuar pecando sem sentir culpa. Tiglate-Pileser III.
Em quinto lugar, Isaías pronunciou um ai Os personagens principais incluem Rezim,
contra os que exaltavam a si mesmos (v. 21). rei da Síria, Peca, rei de Israel e Acaz, rei de
Eles criam ser sábios, mas os outros tinham Judá. Rezim e Peca desejavam unir forças com
uma opinião bem diferentes sobre eles! Deus Acaz para impedir os assírios de avançarem,
certamente iria humilhá-los. mas quando Acaz recusou juntar-se à alian-
Em sexto lugar, Isaías proferiu uma admo- ça, Rezim e Peca marcharam contra ele
estação contra os oportunistas imorais (vs. (7.1,2). Isaías encorajou Acaz a confiar no
22,23). Essas pessoas reuniam-se e tiravam os Senhor (7.4-9), pois Deus iria proteger a li-
direitos dos indefesos. Eles aceitavam subor- nhagem de Davi se os descendentes de Davi
no e rejeitavam os padrões de Deus. colocassem sua confiança no Senhor.
Nesses seis grupos, ninguém importava-se
O sinal oferecido, recusado e dado
com o seu comportamento, mas Deus tinha
(7.10-17)
visto todas essas coisas. Em sua ira ele iria le-
vantar uma outra nação para consumi-los e Isaías ofereceu a Acaz um sinal de Deus
levá-los embora. para fortalecer sua fé. Acaz mascarou sua fal-
ta de fé com falsa piedade (7.10-12), pois ele
O chamado de Isaías (6.1-13) já havia decidido confiar na Assíria (2Rs
16.7,8). Isaías o condenou por sua falta de fé e
A visão (6.1-8) disse-lhe que o próprio Deus lhe daria um si-
A referência que Isaías faz à morte do rei nal. Uma virgem iria conceber e dar à luz um
Uzias situa o seu chamado profético aproxi- filho e chamá-lo de Emanuel, que significa
madamente no ano de 739 a.C. Isaías rece- “Deus conosco” (7.14). Antes que a criança
beu uma visão poderosa de Deus. Mais que pudesse escolher entre o bem e o mal, os reis
tudo, ele viu duas coisas: a majestade plena da Síria e de Israel já não existiriam.
de Deus e sua própria pecaminosidade.
O toque do serafim sobre a boca de Isaías Possíveis interpretações
representou simbolicamente a purificação que Ao tratarmos dessa profecia, precisamos de-
Deus estava lhe concedendo de todo o peca- terminar a relação entre Isaías 7.14 e Mateus
do. Isaías agora estava puro diante do seu san- 1.23, que diz que o nascimento de Jesus de
to Deus. Assim, quando Deus o chamou, ele uma virgem cumpriu a profecia de Isaías.
respondeu prontamente (v. 8) — “Eis-me aqui, Abaixo estão duas interpretações mais fre-
envia-me a mim”. qüentes que os estudiosos têm oferecido:
A profecia (6.9-13) • O sinal que Isaías ofereceu foi o nascimen-
A mensagem inicial que Deus transmitiu to de Cristo de uma virgem. O profeta com-
por meio de Isaías proclamava a falta de com- preendeu o que estava prometendo e a pro-
preensão do povo. Eles iriam persistir em seu fecia se cumpriu. Quando Jesus já podia
pecado, sem ser capazes de ver, ouvir ou en- distinguir o certo do errado, os reis da Síria
tender o propósito de Deus para eles. A pro- e de Israel não existiam mais. Isaías capítulo
clamação dessa palavra de Deus só faria com 8 registra um incidente não relacionado.1
que o povo se endurecesse contra ele. Ainda Muitos cristãos ao longo dos séculos têm
assim, Deus prometeu levantar um remanes- compreendido a profecia dessa forma. Al-
cente depois de seu julgamento. Seus propó- guns, porém, sugerem que o longo período
sitos para o seu povo iriam continuar. de tempo entre as palavras de Isaías e o nas-
cimento de Jesus enfraquecem o significa-
O sinal de Emanuel (7.1-17) do desse sinal.2
• As profecias de Emanuel e Maher-shalal-
O contexto histórico (7.1-9) hash-baz descrevem o mesmo nascimento.
Os anos de 735 a 732 a.C. testemunharam A mulher, esposa de Isaías (a “profetiza”,
aquilo que os historiadores chamam de Guer- 8.3), era uma virgem até então, mas Isaías
ra Sírio-Efraimita. A questão central era como casou-se com ela e ela concebeu da manei-
países pequenos como a Síria, Israel e Judá ra usual. O sinal no tempo de Isaías foi ela
358
Damasco

Isaías 1—39

Campanhas da Guerra Tiro


Siro-Efraimita

ISRAEL
EO
ÂN
RR
ITE

Samaria

Rio Jordão
ED
RM
MA

AMOM

Rabá-ben-Amom

Asdode
Ecrom Jerusalém
TIA

Ascalom
ÍS
FIL

Gaza
JUDÁ MOABE

Arade
Berseba

Palestinos
Rezim, rei de Arã (Síria)
Peca, filho de Remalias,
rei de Israel
Edomitas
Sela

Escala
EDOM
0 10 20 mi

0 10 20 km 359
Descobrindo os Profetas

ter dado à criança o nome de “Deus é co- espíritas. No mundo de hoje, muitos procuram
vassalo
nosco” quando todos os acontecimentos substitutos para a Palavra de Deus, mas é so-
indicavam que Deus estava longe de seu mente na Bíblia que encontramos as respostas
povo. O nascimento de Jesus, portanto, para as perguntas mais profundas da vida.
cumpriu as palavras de Isaías em um nível
ainda mais elevado. O texto registra em re- Descrição da era messiânica
lação a José e Maria que: “não a conheceu, (9.1-7)
enquanto ela não deu à luz um filho” (Mt Isaías deu aos seus ouvintes a possibilidade
1.24,25).3 Mas alguns estudiosos têm difi- de vislumbrar como seria a era messiânica.
culdades com essa interpretação, pois os fi- Essas palavras proféticas também têm o seu
lhos têm nomes diferentes e existem dife- cumprimento em Jesus Cristo.
rentes critérios para quando os reis iriam Isaías descreveu como os territórios das tri-
deixar de existir.4 bos do norte de Zebulom e Naftali, que antes
Ambas as interpretações tentam fazer jus- haviam sido lugares de densas trevas espiri-
tiça ao texto de Isaías e ambas mantêm a di- tuais, veriam grande luz. Jesus deu a essas re-
vindade de Jesus. O nascimento a partir de giões grande luz espiritual, pois foi lá que ele
uma virgem continua sendo o ponto principal exerceu boa parte do seu ministério na terra
dessa origem sobrenatural e divina em qual- (Mt 4.15,16).
quer um dos casos.5 Isaías também descreveu os poderosos no-
mes do Messias — “Maravilhoso, Conselhei-
A iminente invasão assíria ro, “Deus Forte”, “Pai da Eternidade” e “Prín-
(7.18—8.22) cipe da Paz”. Tais nomes só podem descrever
Acaz escolheu confiar na Assíria. Ele man- alguém muito mais que humano! O profeta
dou um grande presente para Tiglate-Pileser falou ainda do ministério do Messias. Ele iria
e pediu sua ajuda (2Rs 16.7,8). O rei assírio assumir o trono de seu pai, Davi, e reinar com
respondeu prontamente, movendo-se para o retidão para sempre. Observe como Isaías jun-
oeste, conquistando Damasco em 732 a.C. e tou a primeira e a segunda vinda de Jesus em
matando Rezim (2Rs 16.9). Ele também pas- dois versículos adjacentes. O versículo 6 des-
sou sobre Israel e permitiu que Oséias, que creve a primeira vinda de Jesus enquanto o
havia matado Peca, continuasse a governar versículo 7 descreve a segunda vinda. Os pro-
como vassalo (2Rs 15.29,30). O povo de Deus fetas algumas vezes escreviam dessa forma
pagou um preço incrivelmente alto por Acaz quando falavam dos planos de Deus para um
não confiar em Deus. futuro distante.6
Isaías advertiu o povo sobre o grande poder
Assírio (7.18-25). A terra passaria por devasta- Julgamento contra Israel e
ção e as áreas férteis tornar-se-iam desoladas, Assíria (9.8—10.34)
próprias apenas para os espinhos e abrolhos. Israel endureceu-se diante do julgamento
A Guerra Sírio-Efraimita foi o contexto para de Deus (9.8—10.4). O povo ignorou a disci-
a profecia do capítulo 8.1-4. Nessa profecia, plina de Deus e continuou em seus caminhos
Isaías teve um filho chamado Maher-shalal- maus. A expressão “não se aparta a sua ira e a
hash-baz. Isaías previu o nascimento da crian- mão dele continua estendida” (9.12,17,21;
ça na presença de testemunhas. Ele afirmou 10.4) revela que Deus repetidamente casti-
que antes que a criança pudesse dizer “Ma- gou o seu povo sem ver qualquer sinal de ar-
mãe! Papai!” a Síria e Israel não seriam mais rependimento. O que mais irava o Senhor era
uma ameaça para Judá (já discutimos acima a liderança inepta e o orgulho de Israel.
a possível ligação dessa profecia com o capítu- A Assíria também recebeu seu julgamen-
lo 7.14). to (10.5-34). Deus usou a Assíria como instru-
Isaías continuou descrevendo o julgamen- mento de correção contra o seu povo iníqüo
to que estava prestes a cair sobre Judá (8.5- (10.5). Mas os assírios jamais se deram conta
22). O povo havia rejeitado a contínua e gen- do papel que tiveram nesse propósito maior.
til proteção de Deus e, em vez disso, se volta- Em vez disso, tornaram-se orgulhosos e arro-
do para o rei da Assíria, que encheria suas gantes. O Senhor prometeu julgar a Assíria e
terras de fúria. Sua falta de luz espiritual os conduzir um grupo de fiéis remanescentes do
levou a negar a lei e confiar em médiuns e povo de Deus de volta a Israel (10.12,13).
360
Isaías 1—39

Um judeu
ortodoxo com
uma trombeta
feita de chifre
de carneiro
(shofar), no
muro oriental
de Jerusalém.
Isaías disse que
uma trombeta
iria chamar o
povo do exílio
(capítulo 27).

Mais descrições sobre a era bondade e a salvação de Deus. Aqueles que


profecias
contra as messiânica (11.1—12.6) colocam sua fé no Senhor Jesus Cristo podem
nações Isaías descreveu um renovo (4.2) que viria esperar por esse dia com grande ansiedade!
da linhagem de Jessé, pai de Davi. O Espírito do
Senhor daria a ele o poder de liderar as nações. Profecias contra as nações
Ele traria paz a todo o povo. Até mesmo as (13.1—23.18)
bestas selvagens voltariam a ter harmonia! O As “profecias contra as nações” de Isaí-
povo de Deus cantaria de júbilo e celebraria a as descrevem os planos de Deus para as outras
361
Descobrindo os Profetas

nações do mundo antigo. Essas profecias ilus- quando o Senhor cumpriu essa profecia. Tan-
tram uma importante verdade da qual deve- to o rei assírio Sargão II (721-705 a.C.) quanto
mos nos lembrar: Deus é Senhor sobre todas SENAQUERIBE (704—681 a.C.) declararam-
as nações e todos os povos. se vitoriosos sobre Moabe.7
Babilônia (13.1—14.23) Damasco e Israel (17.1-14)
A Babilônia era a primeira na lista das na- Isaías provavelmente descreveu Israel e Da-
ções que Deus iria julgar. Esse fato é, de certa masco juntas, pois suas palavras são do tempo
forma, surpreendente pois era a Assíria, e não da coalisão Sírio-Efraimita (735—734 a.C.).
a Babilônia que dominava o mundo no tem- Ele advertiu que Deus arrasaria Damasco e
po de Isaías. Mas Isaías pôde enxergar o que assim fez o Senhor, por meio de Tiglate-Pileser
estava por vir, pois a Babilônia viria a dominar III, em 732 a.C. Ele também prometeu julgar
o mundo e ele anunciou sua condenação. Israel, mas ele cuidaria de um remanescente
Deus com freqüência usa pessoas como ins- que o seguiria (vs. 6-8).
trumentos para alcançar os seus propósitos. Ele
usaria os medos para julgar a Babilônia
Etiópia e Egito (18.1—20.6)
(13.17). De fato, muitos medos faziam parte O Senhor também prometeu humilhar a,
das forças que o rei Ciro da Pérsia liderou CUSH, Etiópia e o Egito. Os etíopes um dia
contra a Babilônia em 539 a.C. Isaías compa- ainda trariam presentes para Sião (18.7). Além
rou a destruição da Babilônia com a destrui- disso, Deus também iria julgar o Egito e os
ção de Sodoma e Gomorra (13.19,20). seus ídolos. Séculos antes, o Egito havia escra-
Isaías descreveu o cântico que o povo de vizado o povo de Deus, mas agora ele iria virar
Deus iria entoar no dia da derrota da Babilô- o jogo e os egípcios é que seriam escravizados.
nia (14.3-21). O governante da Babilônia ha- Ele iria secar o Nilo, a fonte de água do Egito
via proclamado ser um deus (14.13,14), mas o e, assim, devastaria o país (19.5-8). Isaías che-
Senhor o humilharia. Alguns intérpretes da gou a andar nu e descalço durante três dias
Bíblia vêem no trecho do capítulo 14.12-15 como sinal da destruição que estava por vir
uma descrição secundária da queda de Sata- sobre a Etiópia e o Egito (20.1-6).
nás, apesar do texto identificar especificamen- Mas Isaías também anunciou novas emo-
te apenas o rei (14.4). Deus destruiria o orgu- cionantes para o Egito. Um dia, o Egito iria
lho e a arrogância da Babilônia. jurar sua fidelidade ao Senhor! O Senhor tra-
ria cura para o Egito e até mesmo a paz entre
Assíria (14.24-27) eles e os assírios. Naquele dia, Egito, Assíria
Não tardaria para que Deus usasse a Assí- e Israel iriam tornar-se uma bênção unida
ria para humilhar o reino do norte de Israel para todo o mundo. Ao olharmos para o
(2Rs 17.1-6). Mas mesmos os poderosos assírios mundo de hoje, tais palavras parecem im-
não poderiam frustar os planos de Deus. Os possíveis, mas devemos nos lembrar de que
propósitos divinos seriam mais fortes que eles. nada está fora do alcance de nosso Deus
Todo-poderoso.
Filístia (14.28-32)
Os filisteus regozijaram-se quando o rei Babilônia, Dumá e Arábia (21.1-17)
Acaz morreu, supostamente porque isto os li- Isaías anunciou ainda mais julgamento so-
bertava da dominação de Judá. Mas Isaías bre a Babilônia (vs. 1-10). Elão e a Média se
assegurou os filisteus que Deus continuaria a uniriam para derrubar a Babilônia. Isaías tam-
proteger o seu povo. bém inclui uma breve palavra sobre DUMÁ e
a ARÁBIA. O julgamento cairia sobre eles em
Moabe (15.1—16.14)
um ano.
Os moabitas, vizinhos de Judá a sudeste,
eram descendentes de Ló, o sobrinho de Jerusalém (22.1-25)
Abraão (Gn 19.37). Isaías descreveu como o Isaías, então, declarou o dia do julgamen-
julgamento de Deus iria afetar todas as prin- to de Jerusalém. O povo havia vivido ali em
cipais cidades de Moabe (15.1-9). Ele adver- segurança durante muitos anos e acreditava
tiu que em três anos Deus iria reduzir signifi- que, independente que eles fizessem, Deus
cativamente a posição de Moabe (16.14). In- os protegeria para sempre. O dia do julgamento
felizmente, não sabemos dizer com precisão iria destruir essas crenças (vs. 1-14).
362
Isaías 1—39

As Nações em Isaías
13–23

M
ÉD
IA

ASSÍR
IA
IA)
(SÍR

Rio
ARÃ

IP RE Tig
CH re
EO

EL
N

Ri ÃO

o BABIL
Damasco ÔNIA
ER

Sidom Eu
IT

fr
ED

Tiro at
es
M
R
A

ISRAEL
M

EFRAIM
Jerusalém AMOM
MOABE
CUXE
IA
ST

EDOM

FI

SEIR

Escala
EG
ITO

ARÁBIA 0 100 200 mi


MAR
VERMELHO
0 100 200 300 km

Isaías apresentou dois futuros líderes — gulho da cidade e dar suas posses a outros. No
Pequeno
Sebna (vs. 15-19) e Eliaquim (vs. 20-25). Sebna final, Tiro se submeteria aos propósitos sobe-
Apocalipse
usaria o seu governo para ganho desonesto; ranos de Deus.
Deus o arrasaria. Mas Eliaquim serviria o povo
literatura como um pai. Infelizmente, Eliaquim foi um O “Pequeno Apocalipse”
apocalíptica dos poucos exemplos de boa liderança em sua (24.1—27.13)
geração. Muitos intérpretes deram a Isaías 24—27 o
nome de “Pequeno Apocalipse”, pois esses
Tiro (23.1-18) três capítulos têm um texto que é equivalen-
Tiro, uma cidade portuária da Fenícia, te a uma miniatura do livro de Apocalipse
usava sua localização estratégica para acu- (ver a discussão sobre “literatura apocalípti-
mular riquezas. Mas Tiro logo iria passar pela ca” no capítulo 31). Eles são a grande conclu-
tragédia da falência. Deus iria destruir o or- são das profecias de Isaías nos capítulos 13—
363
Descobrindo os Profetas

23. Na seção anterior, o profeta mostrou como sião em que Deus destruirá o mal de uma
Deus era Senhor sobre os diferentes reinos. E, vez por todas.8
ao governar essas nações e povos, ele contro- Deus queria que o seu julgamento levasse
lava o mundo todo. Isaías 24—27 anuncia o o povo a voltar-se para ele. Ele estava ansioso
julgamento final de Deus sobre o mundo e a para cuidar ternamente dos seus (vs. 2-6)
salvação de seu povo. quando percebessem seu desamparo e pedis-
sem perdão (v. 9). Ele prometeu reuni-los to-
A destruição da terra (24.1-23) dos um dia (vs. 12,13).
Isaías usou de uma linguagem forte para
anunciar a destruição da terra (vs. 1-6). O Profecias dos ais
Senhor não seria parcial em seu julgamento. (28.1—33.24)
A posição social não importaria. Isaías 28—33 contém cinco profecias dos
Mas em meio ao caos violento que traria o ais. Essas profecias falavam do fim de vários
fim da História, o povo de Deus louvava ao povos e nações. Isaías 34,35 dá um clímax
Senhor de qualquer forma. Eles lhe davam para os capítulos 28—33, assim como os ca-
glórias, pois o tempo da salvação se aproxima- pítulos 24—27 (o “Pequeno Apocalipse”) são
va (vs. 14-16). Seu povo o veria em todo o seu o clímax para os capítulos 13—23 (“Profeci-
esplendor (v. 23). as contra as nações”).
A vitória de Deus sobre os seus Ai de Efraim (28.1-29)
inimigos (25.1-12) Isaías denunciou o orgulho e a arrogância
O povo de Deus cantava para ele — ele de Efraim. O povo pensava ter encontrado
havia dado a vitória! Isaías prenunciou um uma forma de enganar a morte e escapar do
grande banquete que o Senhor iria preparar julgamento de Deus (v. 15). Em vez disso, sua
(vs. 6-9). Ele aboliria a morte para sempre e liderança imatura tornou-os incapazes de
estabeleceria uma comunhão pessoal e ínti- compreender os ensinamentos de Deus (vs.
ma com aqueles que ele ama. Nos dias de 9-13). Eles não se davam conta da situação
hoje, Deus oferece a todos nós um relaciona- desesperadora na qual se encontravam!
mento pessoal com ele mediante a fé em Je- Deus prometeu trazer justiça e retidão so-
sus cristo (Rm 3.21,22). Aqueles que confiam bre aquela terra (vs. 16-22). Sua “pedra an-
nele têm a promessa de que um dia o verão gular aprovada” seria a parte-chave dos novos
face a face (1Jo 3.1-3). alicerces de Sião. O Novo Testamento reve-
lou que Jesus Cristo é essa pedra angular (Rm
O canto de livramento de Judá
9.33). Jesus é o alicerce da Igreja, a estrutura
(26.1-21)
que ele está construindo com os cristãos que
O povo de Deus iria entoar um outro são as “pedras vivas” (1Pe 2.6).
cântico celebrando o livramento de Deus. O
Senhor havia dado a vitória e era digno de Ai de Ariel (29.1-24)
confiança (vs. 6-9). Enquanto Isaías medita- O termo “Ariel” refere-se a Jerusalém (v.
va sobre esse grande dia ele fez uma oração 1). Muitos estudiosos sugerem que ele signifi-
ao Senhor (vs. 11-18). O povo de Deus estava ca “Lareira de Deus”, uma descrição que se
indefeso diante de seus inimigos. Eles tinham encaixaria no contexto.9 O povo de Jerusa-
alguma esperança? Deus respondeu com um lém pensava ser o centro da adoração do úni-
alto e claro sim! Ele prometeu livrá-los de seus co verdadeiro Deus. Mas Deus não se agra-
inimigos a seu tempo perfeito. dava deles. Isaías proclamou o julgamento
contra a cidade e o seu povo. Deus prometeu
A salvação iminente de Israel arrasá-los até o pó (v. 4).
(27.1-13) Isaías descreveu o entorpecimento que
Os intérpretes da Bíblia debatem-se com havia tomado conta do povo (vs. 9-16). Eles
a identidade de Leviatã (v. 1). Alguns ten- falavam como se conhecessem o Senhor, mas
taram relacionar Leviatã a uma determina- haviam fechado os seus corações para segui-
da divindade cananita. Mas tais tentativas lo. Imaginavam que ninguém soubesse sobre
apresentam alguns problemas. Provavelmen- o seu pecado, mas Deus tudo via. Ainda as-
te, devemos entender que Isaías está usando sim, o Senhor prometeu restauração (vs. 17-
a imagem de Leviatã para descrever a oca- 24). O povo ainda iria voltar para ele.
364
Isaías 1—39

Angústia e esperança (32.1-20)


O relato de Isaías anunciou esperança mesmo em meio
a todos os ais e angústias. O Senhor um dia
Senaqueribe sobre iria levantar um rei justo cuja vinda iria reno-
sua batalha com var a sociedade! Outros líderes seguiriam o
Ezequias seu exemplo e trariam bênçãos sobre toda a
terra. Isaías também prometeu outras maravi-
lhas — os cegos veriam, os surdos ouviriam e
os gagos falariam claramente (vs. 3,4)! O Es-
Quanto a Ezequias, o judeu, ele não se submeteu ao pírito de Deus faria esse dia chegar, um dia
meu jugo. Sitiei 46 de suas cidades fortificadas, fortes
eterno de paz e segurança. Os cristãos espe-
com muralhas e incontáveis vilarejos em suas vizinhan-
ram pelo dia em que Cristo voltar e essas pro-
ças e as conquistei usando rampas e baterias de toras e
messas se cumprirem. A Bíblia chama pessoas
assim trouxe para perto dos muros o ataque dos solda-
dos usando minas, fendas e galerias subterrâneas...
de toda a parte a prepararem-se para esse dia
Quanto ao próprio Ezequias, eu o fiz prisioneiro em Je- entregando a vida a ele.
rusalém, como um pássaro em uma gaiola. Eu o cer- Ai da Assíria (33.1-4)
quei de armadilhas para arrasar com qualquer um que
Isaías pronunciou a destruição vindoura da
passasse dos portões da cidade. Quanto às cidades
menores, eu as pilhei, tomei-as de seu país e entre-
Assíria. Os assírios acreditavam governar o
guei-as para Mitinti, rei de Asdode, Padi, rei de Ecrom e mundo, mas eles apenas serviam de instru-
Sillibel, rei de Gaza... O próprio Ezequias, impressiona- mentos para Deus. Depois que tivessem cum-
do com o poder do meu senhorio, mais tarde enviou a prido o propósito de Deus para eles, o Senhor
Nínive, minha capital, 30 talentos de ouro, 800 talen- os faria cair (vs. 1,2).
tos de prata, pedras preciosas, antimônio, cortes de pe- De que forma o povo de Deus poderia pre-
dras vermelhas, sofás incrustados com marfim... toda parar-se para aquele dia? Voltando-se para ele!
sorte de tesouros valiosos, suas próprias filhas, Quem poderia escapar da ira santa de Deus?
concubinas, músicos (homens e mulheres). A fim de Só aqueles cuja vida refletisse sua fidelidade
entregar o tributo e em demonstração de obediência a ele (vs. 14-16). Eles veriam uma nova Jeru-
ele mandou o seu mensageiro pessoal como escravo. salém em todo o seu esplendor e, mais que
tudo, eles veriam o seu Deus em todo o seu
—ANET, 288
esplendor. O Novo Testamento também fala
de um dia em que os crentes irão vê-lo face a
face (1Jo 3.2,3).

Resumo escatológico (34.1—35.10)


O clímax dos pronunciamentos de Isaías
Ai contra as alianças estrangeiras sobre a vinda do julgamento e do reino de
(30.1—31.9) Deus encontra-se nos capítulos 34 e 35. O
capítulo 34 descreve a vingança final de Deus
Isaías condenou a tentativa de Judá de
contra as nações. O capítulo 35 anuncia a ale-
formar alianças com estrangeiros (30.1-5; gria que haverá para aqueles que o conhecem.
31.1-3). Tratados com potências estrangei-
ras eram garantia de desastre. De que forma A vingança de Deus contra as nações
outros reinos poderiam oferecer mais segu- (34.1-17)
rança que o Senhor Deus?10 Além do mais, O profeta descreveu Deus como um pode-
tratados internacionais muitas vezes impli- roso Guerreiro que executou a vingança so-
cavam reconhecimento formal das divinda- bre seus inimigos. Mas o julgamento foi além
des da outra nação. Nenhum rei que fosse das nações da terra. Até mesmo os céus senti-
dedicado ao Senhor poderia participar de tal ram o seu impacto (v. 4). O Senhor separou
cerimônia. Edom dando-lhe atenção especial, talvez por
Isaías proclamou a loucura de se confiar sua persistente inimizade contra o povo de
no Egito. O Egito tinha adquirido a reputação Deus (ver Obadias). Ele arruinaria Edom para
de prometer ajuda aliada e então falhar em sempre. Todos os inimigos de Deus teriam a
oferecê-la (36.6). Deus prometeu julgar o mesma sina. Deus havia decretado e assim
Egito e aqueles que nele confiassem. seria (vs. 16,17)
365
Descobrindo os Profetas

Sumário

1. Isaías foi o profeta que serviu na cor- Messias, descreviam o Messias me-
te real de Judá, mas ele também fa- diante diferentes nomes, falavam do
lou para Israel e para outras nações. ministério do Messias e descreviam a
primeira e a segunda vinda do Messias.
2. Os principais temas dos capítulos
1—39 incluem o remanescente, a 6. Nas “Profecias contra as nações” de
soberania de Deus, o Santo de Israel Isaías, o julgamento de Deus foi decla-
e o Messias. rado sobre a Babilônia, Assíria, Filístia,
Moabe, Damasco, Israel, Etiópia,
3. O chamado profético de Isaías veio
Edom, Arábia, Jerusalém e Tiro.
em 739 a.C., quando ele teve uma vi-
são na qual vislumbrou a majestade 7. Os capítulos 24—27 são chamados
de Deus bem como a sua própria pe- por muitos estudiosos de “Pequeno
caminosidade. Apocalipse”.
4. Isaías ofereceu a Acaz um sinal de 8. As profecias dos ais nos capítulos
Deus, mas Acaz não aceitou, pois ele 28—33 incluem ais contra alianças
confiava mais no poder da Assíria que estrangeiras.
em Deus.
9. Ezequias demonstrou sua tolice ao
5. As profecias de Isaías sobre a era mostrar à delegação da Babilônia to-
messiânica falavam de como as tribos dos os tesouros de sua nação.
do norte seriam influenciadas pelo

A salvação dos redimidos


Pessoas/ (35.1-10)
lugares-chave O deserto normalmente tornava-se ainda
mais seco durante os meses de verão e não
Tiglate-Pileser II florescia mesmo em outras épocas do ano.
Senaqueribe Mas o dia que Isaías proclamou seria um dia
Termos-chave Merodaque-Baladã II
Etiópia
em que o deserto ficaria verdejante como
Carmelo e Sarom, duas das áreas mais ricas
Remanescente Edom de Israel. O Senhor daria essa maravilhosa
Profecias dos ais Arábia bênção.
Profecias contra as nações Tiro A sociedade também experimentaria o flo-
Pequeno Apocalipse Babilônia rescimento. Deus iria preparar o seu povo de
Literatura apocalíptica Assíria
três maneiras para receber suas bênçãos. Pri-
Síria
meiro, curaria todas as enfermidades (vs. 4-
Israel
6). Depois, faria jorrar água em abundância
Judá
Moabe nas regiões secas (v. 7). E, por fim, prepararia
Egito um caminho para a santidade, um caminho
pelo qual o seu povo poderia voltar a adorá-lo
(vs. 8-10). Eles viriam em segurança e com
grande regozijo.

366
Isaías 1—39

Interlúdio histórico: pontos messa, enviando seu anjo para dizimar o exér-
altos e baixos do reinado de cito assírio.
Ezequias (36.1—39.8) Do ponto de vista humano, a batalha ter-
Quatro capítulos ligam a primeira parte do minou e Senaqueribe voltou para casa com
livro de Isaías (capítulos 1—39) à segunda aquilo que já havia tomado de Ezequias. Mas
parte (capítulos 40—66). Estudiosos observa- do ponto de vista teológico, Deus havia salvo
ram que os acontecimentos dos capítulos 38,39 Jerusalém de forma dramática, poupando-a
precedem cronologicamente os acontecimen- da destruição e livrando seu povo do exílio!
tos dos capítulos 36,37. Mas Isaías não estava Ele havia defendido a cidade por amor a Davi
fazendo um relato cronológico. Os capítulos (37.35).
36,37 tratam da Assíria e servem como um É interessante observar que arqueólogos en-
encerramento da primeira parte do livro, du- contraram os registros reais de Senaqueribe
rante a qual a Assíria apareceu como a força quando escavaram Nínive. Os registros des-
dominante do mundo antigo. Os capítulos crevem com orgulho o cerco de Jerusalém, mas
38,39 concentram-se na Babilônia, cujo im- não mencionam nenhuma conquista.
pério é o pano de fundo para Isaías 40—60.11 A doença e a cura de Ezequias
A ameaça de Senaqueribe e o (38.1-22)
livramento de Deus (36.1—37.38) Por volta de 711 a.C.,13 Ezequias foi aco-
Senaqueribe (704—681 a.C.), rei da Assí- metido de uma doença fatal. Quando Isaías o
ria, atacou Ezequias (727—698 a.C.), rei de advertiu que ele não iria se recuperar, Eze-
Judá, quando Ezequias recusou-se a pagar tri- quias chorou amargamente e pediu a miseri-
butos (2Rs 18.7). Estudiosos ainda discutem córdia de Deus. O Senhor respondeu, conce-
se Senaqueribe invadiu Judá em 701 a.C. ou dendo ao rei mais quinze anos de vida. Ele deu
714 a.C., pois não sabemos exatamente quan- até mesmo um sinal para fortalecer a fé do rei
do Ezequias reinou.12 Depois de Senaqueribe — a sombra na escadaria do rei retrocedeu!
ter derrotado as cidades fortificadas de Judá, Três anos depois, o rei teve um filho —
Ezequias ofereceu entregar-se e pagar qual- Manassés — que acabou sucedendo-o no tro-
quer penalidade que Senaqueribe impusesse no (2Rs 21.11). O nascimento de Manassés
(2Rs 18.13-16). Mas Senaqueribe decidiu que foi uma bênção, mas também teve suas impli-
continuaria avançando até tomar Jerusalém. cações. Por um lado, o rei tinha um herdeiro.
Cheios de desprezo, os representantes de Por outro lado, Manassés (698—642 a.C.) tor-
Senaqueribe escarneciam do povo de Judá e nou-se um dos reis mais perversos de Judá e
ordenavam que se entregassem (Is 36.4-20; acabou desfazendo todas as reformas que seu
37.8-13). Mas Ezequias buscou o Senhor que pai havia estabelecido. Sua maldade levou a
mandou Isaías com uma mensagem de livra- um declínio espiritual do qual Judá nunca se
mento (37.14-29). E Deus cumpriu sua pro- recuperou (Jr 15.4).

Questões para estudo

1. O que sabemos sobre Isaías a partir dos Por que ele falou de cada uma indivi-
detalhes contidos em seu livro? Que te- dualmente?
mas são mais importantes para ele?
4. Identifique os principais detalhes dos
2. Se você tivesse apenas Isaías 1—12, o capítulos 36—39. Qual a função des-
que poderia aprender sobre o Messias? ses capítulos no livro de Isaías?
3. Contra quais nações Isaías pronunciou
julgamento nos capítulos 13—23?

367
Descobrindo os Profetas

Leituras complementares

Machen, J. Gresham. The Virgin Birth of Christ. 2ª ed. completa, com muitas notas de rodapé e docu-
Nova York: Harper, 1932. Um tratamento clássico à mentação.
questão do nascimento virginal e suas implicações Webb, Barry G. The Message of Isaiah: On Eagle’s
para a fé cristã. Wings. Downers Grove: InterVarsity, 1996. Uma ex-
Motyer, J. Alec. The Prophecy of Isaiah: An Introduc- posição curta, porém rica em aplicações.
tion and Commentary. Downers Grove: InterVarsity, Wolf, Herbert M. Interpreting Isaiah: The Suffering and
1993. Um comentário completo para o estudante Glory of the Messiah. Grand Rapids: Zondervan,
avançado. 1985. Um livro texto em nível universitário que com-
Oswalt, John N. The Book of Isaiah: Chapters 1-39. bina estudo com leitura fácil.
New International Commentary on the Old Testa- Youngblood, Ronald F. The Book of Isaiah: An
ment. Grand Rapids: Eerdmans, 1986. Um co- Introductory Commentary. 2ª ed. Grand Rapids:
mentário para o aluno que deseja uma pesquisa Baker, 1993. Uma exposição mais curta.

Ezequias recebe a visita de aliado contra a Assíria. De qualquer ma-


Merodaque-Baladã (39.1-8) neira, Ezequias orgulhosamente mostrou à
Merodaque-Baladã II reinou sobre Babilô- delegação todo o esplendor e as riquezas do
nia de 721—710 a.C. e depois, brevemente seu reino.
durante 703 a.C. Ele aproveitou a oportuni- Mais tarde, Isaías confrontou Ezequias so-
dade oferecida pelo declínio dos assírios. bre a sua tolice em mostrar tudo à Babilônia.
Quando os assírios fortaleceram-se eles o tira- Ele assegurou que a Babilônia se lembraria
ram do poder.14 dos tesouros que havia visto e que, um dia,
Merodaque-Baladã II enviou uma dele- eles voltariam para tomá-los. Em 587 a.C. as
gação até Ezequias para parabenizá-lo pela palavras de Isaías se cumpriram. Nabucodono-
sua recuperação. É provável que ele tam- sor II (605—562 a.C.), rei da Babilônia, derro-
bém tivesse esperanças de conseguir um tou Jerusalém e levou o povo para o exílio.

368
26 Isaías 40–66
Grandes dias estão por vir!

Esboço
• Esboço
• Quem escreveu Isaías 40-66?
Ponto de vista de múltiplos autores
Ponto de vista de um único autor
• As passagens sobre o servo em Objetivos
Isaías 40—66
Depois de ler este capítulo,
• A mensagem de Isaías continua
você deve ser capaz de:
Consolai, consolai o meu povo (40.1-31)
• Descrever o conteúdo e os principais
A redenção por vir (41.1-29) temas de Isaías 40—66.
O papel do servo do Senhor (42.1-25) • Avaliar o ponto de vista da autoria
A redenção de Israel da Babilônia múltipla do livro de Isaías.
(43.1—45.25) • Comparar as três interpretações das
Julgamento contra a Babilônia (46.1—47.15) passagens sobre o Servo Sofredor nos
A libertação e exaltação de Israel capítulos 52 e 53.
(48.1—52.12) • Resumir o que Isaías profetizou sobre o
O Servo Sofredor (52.13—53.12) retorno de Israel do exílio na Babilônia.
Celebração do retorno (54.1—59.21)
O clímax da restauração de Deus
(60.1—66.24)

369
Descobrindo os Profetas

Você conhece pessoas que falam de ma- A. O renascimento de Jerusalém


Deutero-
Isaías neira negativa a maior parte do tempo? Elas (54.1-17)
adotam uma visão pessimista da vida e su- B. Chamado à confiança em
põem que as situações vão se desenrolar da Deus (55.1-13)
pior forma possível. Conheço pessoas assim e C. Estrangeiros juntam-se à família
acho difícil ficar perto delas por muito tempo. de Deus (56.1-8)
Se fico, logo eu estou deprimido! D. Resumo dos pecados de Israel
Isaías pronunciou muitas palavras fortes (56.9—57.21)
para Judá. Ele chamou o povo a confessar seu E. Chamado à verdadeira retidão
pecado, humilhar-se diante de Deus e voltar (58.1-14)
para o Senhor. A maioria provavelmente não F. O pecado de Israel e o livra-
queria ouvir essas palavras, mas eles precisa- mento de Deus (59.1-21)
vam ouvi-las.
Mas nem todas as palavras de Isaías fo- XXIII. O clímax da restauração
ram negativas. Isaías profetizou o julgamen- de Deus (60.1—66.24)
to de Deus contra o seu povo, mas também A. A glorificação de Sião
proclamou o dia em que Deus iria restaurar (60.1-22)
o seu povo e voltar a abençoá-lo. Isaías 40— B. Mais restauração do Senhor
66 concentra-se especialmente nesses dias (61.1-11)
de bênção. C. As bodas de Sião com Deus
(62.1-12)
D. Julgamento das nações (63.1-6)
E. Oração pela intervenção de
Esboço Deus (63.7—64.12)
F. Bênçãos para os servos do
XV. Consolai, consolai o meu povo Senhor (65.1-25)
(40.1-31) G. A conclusão final (66.1-24)
XVI. A redenção por vir (41.1-29)

XVII. O papel do servo do Senhor Quem escreveu


(42.1-25)
Isaías 40—66?
XVIII. A redenção de Israel da
Babilônia (43.1—45.25) Ao longo dos séculos, a maior parte dos
judeus e cristãos acreditaram que o profeta
XIX. Julgamento contra a Babilônia Isaías escreveu todo o livro que tem o seu
(46.1—47.15) nome. Entretanto, alguns estudiosos da Bíblia
sugerem que outros autores — talvez discípu-
XX. A libertação de Israel e
los de Isaías — escreveram os capítulos 40—
exaltação (48.1—52.12)
66. Nos últimos anos, muitos evangélicos vêm
A. A obstinação de Israel e a graça
adotando esse ponto de vista. As evidências
ainda mais obstinada de Deus
para o ponto de vista de autores múltiplos e de
(48.1-22)
um único autor encontram-se a seguir:
B. O servo do Senhor (49.1-7)
C. A volta de Israel (49.8-26) Ponto de vista de
D. Deus e o seu servo (50.1-11) múltiplos autores
E. Encorajamento aos justos
O ponto de vista de autores múltiplos tem
(51.1-16)
tomado diversas formas ao longo dos anos.1 Ba-
F. Boas novas para Jerusalém
sicamente, essa visão sugere que o profeta Isa-
(51.17—52.12)
ías, de um modo geral, escreveu o material dos
XXI. O servo sofredor capítulos 1—39 e que um outro autor ou outros
(52.13—53.12) autores escreveram os capítulos 40—66. Os pro-
ponentes dessa teoria referem-se ao autor dos
XXII. Celebração do retorno capítulos 40—66 como “Deutero-Isaías” que
(54.1—59.21) simplesmente quer dizer “segundo Isaías”.2
370
Isaías 40—66

Um relevo Outros estudiosos sugerem uma outra di- concentram-se na Babilônia. Os capítulos 1—
assírio mostra visão dentro dos capítulos 40—66. Eles acre- 39 tratam, basicamente, da geração de Isaías,
oficiais pesando
ditam que Deutero-Isaías escreveu Isaías 40— enquanto os capítulos 40—66 têm uma visão
tributos em
uma balança. 55 enquanto uma outra pessoa ou escola de do futuro. O julgamento de Deus constitui o
discípulos (Trito-Isaías, o “terceiro Isaías”) es- tema principal dos capítulos 1—39, mas a re-
creveu Isaías 56—66. Alguns argumentam que denção e a salvação é que estão em evidência
essa seção foi composta por vários autores, tal- nos capítulos 40—66. Tais diferenças tão claras
Trito-Isaías vez por uma escola de discípulos de Isaías.3 sugerem o envolvimento de mais de um autor.
Aqueles que acreditam que mais de uma
pessoa escreveu o livro de Isaías normalmente
Diferença de vocabulário e estilo
argumentam dentro de quatro linhas: perío- entre 1—39 e 40—66
do de tempo, diferenças de assuntos entre os Esse ponto é uma seqüência natural do
capítulos 1—39 e os capítulos 40—66, dife- anterior, tendo em vista que diferentes assun-
rente vocabulário entre 1—39 e 40—66 e a tos requerem vocabulário diferente. Mas os
menção do nome do rei Ciro. defensores da autoria múltipla também
enfatizam como o diferente estilo poético dos
Período de tempo dentro do livro capítulos 40—66 sugere que eles vieram de
Alguns dos que sustentam o ponto de vista um outro autor e não de Isaías. Eles citam a
de autoria múltipla sugerem que o período de poesia como estando entre as melhores de todo
tempo do livro descarta a possibilidade de um o Antigo Testamento, o que contrasta com o
único autor. Eles não vêem de que maneira estilo poético dos capítulos 1—39.
Isaías poderia saber sobre as circunstâncias dos
capítulos 40—66. Isaías profetizou de 740 a 690 A menção direta do nome do rei Ciro
a.C., mas muito que está escrito em Isaías 40— Isaías 44.28 e 45.1 mencionam o rei Ciro, o
66 descreve o período de retorno do exílio na primeiro rei do Império Persa, pelo nome. Os
Babilônia que começou por volta de 538 a.C. defensores da teoria de autoria múltipla citam
esses versículos como exemplo de informações
Diferenças de assuntos entre os específicas que só alguém vivendo naquela
capítulos 1—39 e 40—66 época saberia. Tendo em vista que o ministério
Os proponentes da autoria múltipla desta- de Isaías encerrou-se muito antes do tempo de
cam a diferença de assuntos nas duas partes do Ciro, eles argumentam que alguma outra pes-
livro de Isaías. Os capítulos 1—39 concentram- soa deve ter escrito as referências a Ciro bem
se na Assíria, enquanto os capítulos 40—66 como o resto do material adjacente.
371
Descobrindo os Profetas

Ponto de vista de um nham sido escritos pelo mesmo autor. Os es-


único autor critores bíblicos com certeza tinham esses
Apesar das evidências apresentadas aci- mesmos dons e habilidades!
ma, muitos estudiosos da Bíblia continuam a A menção direta do nome do rei Ciro
sustentar a visão de que Isaías escreveu todo
Os defensores da autoria única respondem
o livro que leva o seu nome.4 Alguns de seus
de duas formas a essa questão. Primeiro, al-
argumentos vão contra as suposições dos pro-
guns sugerem que devemos supor que Deus
ponentes da autoria múltipla enquanto ou-
revelou o nome a Isaías. Parece haver um outro
tros apresentam razões afirmativas para que
exemplo bíblico desse tipo de profecia (1Rs
consideremos esse ponto de vista.
13.2). Outros sugerem que Isaías a princípio
O período de tempo do livro fez a profecia sem mencionar o nome de Ciro
e que, mais tarde, um escriba escreveu o nome
A Bíblia diz que Deus conhece o futuro e
quando o cumprimento da profecia tornou-
que algumas vezes ele o revela para os seus
se claro. Qualquer uma dessas explicações eli-
servos, os profetas (Am 3.7; Ap 1.1,2,19). Se
mina a necessidade de um outro autor para os
Deus informou Isaías sobre o futuro, então
capítulos 40—66.
Isaías pode ter descrito acontecimentos sem
tê-los presenciado pessoalmente. Assim, a vi- Evidências textuais para a
são de autoria única explica esse período de autoria única
tempo de acordo com as diretrizes que a Bí-
Os manuscritos do Antigo Testamento não
blia estabelece para si mesma sobre as profe-
são tão abundantes quanto os manuscritos do
cias de previsão.
Novo Testamento. Ainda assim, não há evi-
Diferenças de assuntos entre os dência textual que sugira que Isaías 1—39 e
capítulos 1—39 e 40—66 Isaías 40—66 existiram como documentos se-
parados. O texto de Isaías do Qumran, parte
Os defensores da autoria única argumen-
dos papiros do Mar Morto e as primeiras cópias
tam que um autor pode escrever sobre vários
conhecidas de Isaías não têm nenhuma que-
assuntos, como fazem muitos autores hoje em bra entre os capítulos 39 e 40. Aqueles que
dia. A diferença de assuntos não é uma base defendem a teoria da autoria múltipla o fa-
adequada para se analisar o trabalho como zem contra as evidências textuais.
sendo produto de mais de um autor.
Ao mesmo tempo, muitos temas comuns Evidências do Novo Testamento
aparecem em ambas as partes de Isaías (9.6,7; Evidências do Novo Testamento também
11.1-16; 42.1-4; 52.13—53.12). O mesmo sugerem que o livro de Isaías foi todo escrito
acontece com termos como servo, remanes- pelo profeta. Os escritores do Novo Testa-
cente, nações, Santo de Israel. Esses temas mento atribuem ambas as partes de Isaías ao
comuns não provam necessariamente a visão profeta (Mt 3.3; At 28.25; Rm 9.27,29;
de autoria única, mas também mostram que 10.16,20). Esse fato sugere que eles entendi-
as duas partes do livro não são tão radical- am o trabalho todo como sendo de autoria
mente diferentes como propõem os defenso- exclusivamente dele.
res da autoria múltipla.
Sumário da questão de autoria
Diferenças de vocabulário e estilo
Evidências cumulativas sugerem que a te-
entre 1—39 e 40—66 oria da autoria única tem mais pontos a seu
Mais uma vez, os proponentes do ponto de favor. O período de tempo do livro, as ques-
vista da autoria única afirmam que um autor tões de assunto, o vocabulário e o estilo não
tem a capacidade de usar vocabulário e estilo apresentam dificuldades se aceitarmos que
diferentes de acordo com os tópicos e propósi- Deus revelava o futuro aos profetas e se con-
tos. Um aluno de faculdade, por exemplo, siderarmos que um autor é capaz de escre-
pode escrever um trabalho de pesquisas de ver em mais de um estilo. Evidências textu-
acordo com especificações detalhadas e de- ais e o testemunho do Novo Testamento apói-
pois escrever uma carta para sua família. Cada am a visão da autoria única. Os estudiosos
documento terá um estilo e um vocabulário da Bíblia continuarão a analisar e debater
singular, mesmo que os dois claramente te- essa questão.
372
Isaías 40—66

quais o tema do servo recebe atenção espe-


cial (42.1-9; 49.1-7; 50.4-11; 52.13—53.12).
A identidade do servo no livro de Isaías
continua um tanto flutuante: em determina-
dos momentos o servo é Israel, o remanescen-
te, o Messias e talvez até mesmo o próprio Isa-
ías. Mas em cada passagem, especialmente
nos cânticos do servo, vemos um foco único.
O servo é um instrumento de Deus, alguém
que se entrega completamente aos propósitos
divinos. Ele executa o trabalho do Senhor
porque coloca-se totalmente em suas mãos.
Você está disposto a uma entrega completa
como essa? Pense em como o Senhor pode
usar você!

A mensagem de
Isaías continua
Consolai, consolai o meu
povo (40.1-31)
Os versículos 1-31 servem de prólogo para
os capítulos 40—66, lançando a fundação para
o restante do livro. Isaías anunciou a glória
vindoura de Deus, contrastando-a com a de-
bilidade do povo. Mas o profeta encorajou aos
desanimados — eles podiam contar com a
promessa de Deus! O Senhor os consolaria e
cuidaria deles como um pastor cuida de suas
ovelhas.
O resto da capítulo 40 responde a pergun-
ta “Deus pode mesmo fazer tudo o que ele
diz?” O Senhor marcou os céus com suas mãos
e os estendeu como uma cortina. Levantou
governantes e os reduziu a pó. Ele até mesmo
chamou as estrelas pelo nome! À luz de sua
majestade, como o povo de Deus pôde pensar
que ele havia se esquecido deles? Ele certa-
mente iria cumprir os seus propósitos para eles
Parte do papiro
e renovar suas forças dia após dia. As palavras
de Isaías, o mais
longo e antigo
As passagens sobre o de Isaías também nos oferecem conforto e se-
de todos os
papiros do Mar
servo em Isaías 40—66 gurança quando enfrentamos desafios difíceis.

Morto em
O tema do servo aparece em vários lugares O livramento por vir (41.1-29)
Qumran. No
papiro, não há em Isaías e o servo recebe diversas identida- Isaías 41 introduz um tema dividido em
nenhuma divi- des. A palavra “servo” pode ser relativa a um três partes e que está presente ao longo dos
são entre os ca- indivíduo israelita (22.20), a nação de Israel capítulos 40—66. Em primeiro lugar, o povo
pítulos 39 e 40. (41.8), ao remanescente (49.3) e até mesmo de Deus foi feito cativo por causa de seus pe-
ao Messias (52.13). O servo trabalha diligen- cados. Em segundo lugar, o cativeiro prova
temente para cumprir os propósitos de Deus que Deus é Deus, pois só ele pôde prever que
mesmo diante de inúmeros desafios e dificul- isso aconteceria. Em terceiro lugar, ele agora
dades. Isaías 40—66 tem quatro passagens nas vai restaurá-los e redimi-los.
373
Descobrindo os Profetas

O profeta falou da oposição de Deus aos para a aceitação da verdade do evangelho


festival
falsos deuses. O Senhor havia chamado um (1Co 2.14; 2Co 4.4).
Akitu
governante (Ciro) para cumprir os seus pro- Isaías declarou que Deus reinava como
pósitos. Mas os ídolos não tinham o poder de soberano absoluto sobre a criação (44.24—
realizar tal obra. Deus desafiou os ídolos dire- 45.25). O Senhor controlava o poderoso rei
tamente. Tinham eles predito o futuro? Aliás, Ciro, chegando a referir-se a ele como seu
tinham eles dito qualquer coisa que fosse? pastor e ungido (44.28; 45.1)! Um dia, todo o
Não! Todos estavam mudos e impotentes dian- joelho se dobrará para o Deus Todo-poderoso
te dele. Isaías disse a Israel que não temesse, (45.23).
pois Israel era o servo escolhido de Deus.
Julgamento contra a Babilônia
O papel do servo do Senhor (46.1—47.15)
(42.1-25) Isaías predisse a queda da Babilônia dian-
A primeira passagem apresentou um servo te da Pérsia. Ele descreveu uma “competi-
que foi escolhido por Deus para um propósito ção” entre Deus e os deuses da Babilônia (46.1-
especial. O Espírito de Deus estava sobre ele 13). Todos os anos, os babilônios celebravam
enquanto ele cumpria o plano de Deus. O um festival (o festival de Akitu) no qual
servo trouxe o reino de Deus de maneira silen- desfilavam pela Babilônia com grandes está-
ciosa e inesperada. Ele não chamou a atenção tuas de seus deuses. Mas dessa vez, os deuses
para si, mas alcançou resultados poderosos. da Babilônia se acovardaram, envergonhados.
Mateus 12.18-21 cita Isaías 42.1-4 e aplica Eles não podiam salvar a Babilônia, mas Deus
as palavras do Antigo Testamento a Jesus Cris- assegurou o seu povo que ele os salvaria. Ele
to. Jesus cumpriu mansamente os propósitos os protegeria e os guiaria até a glória.
do Senhor e trouxe o reino espiritual de Deus. A Babilônia também teve que ouvir as pa-
Ele realizou obras poderosas como a cura de lavras de Deus (47.1-15). O Senhor iria expor
diversos tipos de enfermidade, mas ele o fez a vergonha da Babilônia, destroná-la do do-
de maneira humilde e pediu ao povo que des- mínio mundial e trazer sobre ela terrível jul-
se glória a Deus e não a ele. gamento. A Babilônia havia tomado para si
O exemplo de Cristo contrasta de forma palavras que só se aplicavam a Deus — “Eu
gritante com o papel de Israel como servo cego, só, e além de mim não há outra” (47.8; ver
surdo e infiel de Deus (Is 42.18-25). Israel re- também 45.5,6). Deus ensinaria aos babilô-
jeitou os caminhos de Deus, ignorou os profe- nios o significado da humildade.
tas do Senhor e, no final, pagou o alto preço
do exílio. A libertação de Israel e
exaltação (48.1—52.12)
A redenção de Israel da
Babilônia (43.1—45.25) A obstinação de Israel e a
Isaías descreve o poder de Deus e as suas graça ainda mais obstinada
bênçãos (43.1—44.8). Deus era Salvador e de Deus (48.1-22)
Redentor. Deus era o líder de seu povo e iria Isaías contrasta a obstinação de Israel com
guiá-los para casa depois do exílio. Ele iria a graça ainda mais obstinada de Deus (48.1-
demonstrar sua graça. Israel, ao contrário, ha- 22). O povo de Deus havia recebido sua gra-
via mostrado uma atitude de rebelião desde o ça e a desperdiçado, deleitando-se no seu pró-
começo de seu relacionamento com Deus. prio pecado e rebelião. Eles não tinham ne-
Deus proclamou sua superioridade aos nhuma desculpa diante de um Deus justo e
ídolos (44.9-23). Ele descreveu como os tra- santo. Mas ainda assim Deus escolheu amá-
balhadores haviam passado dias preparando los, da mesma forma como ele escolhe nos
cuidadosamente os materiais que depois se amar de qualquer maneira. Ele prometeu que
tornaram objetos de adoração. Como o povo iria redimi-los, restaurá-los à sua terra e ensiná-
podia curvar-se diante de uma imagem que los a amar e servir novamente.
eles mesmos haviam confeccionado? Não
fazia sentido assim como muitas das falsas O servo do Senhor (49.1-7)
religiões que têm surgido nos dias de hoje O servo apresentado em Isaías 49.1-7 rece-
também não fazem. A Bíblia nos diz que a beu o chamado de Deus quando ainda esta-
cegueira espiritual é um poderoso obstáculo va no ventre de sua mãe. Ele teve um minis-
374
Isaías 40—66

tério frustrante e preocupou-se que talvez o Encorajamento aos justos (51.1-16)


seu trabalho tivesse sido em vão. Certamente Deus encorajou os justos a olharem para o
Deus estava com ele. Mas como? Deus res- passado, presente e futuro. Eles deveriam
pondeu dando-lhe uma missão ainda maior. olhar para o passado a fim de lembrarem-se
Ele não apenas seria o servo de Deus para de suas raízes espirituais. Eles deveriam olhar
Israel, mas também para todas as nações, para para o futuro para apreciar grandes obras que
que a salvação de Deus pudesse chegar até os Deus ainda estava por fazer. E eles deveriam
confins da terra. olhar para o presente para ver sua salvação e
Isaías 49.3 identifica esse servo como sen-
livramento.
do Israel, mas Israel não pode ter uma missão
para si mesma (49.5). Devemos, provavelmen- Boas novas para Jerusalém
te, entender que Isaías estava se referindo ao (51.17—52.12)
remanescente, os justos fiéis dentro da comu-
Isaías anunciou novas emocionantes para
nidade de Israel. Essa interpretação parece
Jerusalém. Ele retratou a cidade como um
esclarecer as palavras do apóstolo Paulo (At
bêbado embriagado com o vinho do julgamen-
13.47). Paulo citou Isaías e disse aos seus ou-
to de Deus. Mas ela seria liberta das cadeias
vintes na Ásia Menor que aqueles que pro-
do pecado para que pudesse servir a Deus.
clamavam fielmente o evangelho cumpriam
Ela se regozijaria em saber que o seu Deus
o que Deus havia ordenado mediante Isaías.
reinava sobre tudo.
A volta de Israel (49.8-26)
O Servo Sofredor (52.13—53.12)
Deus prometeu restabelecer sua aliança
com seu povo. Ele iria dar-lhes de comer, lhes Isaías 52.13—53.12 constitui a mais famo-
daria abrigo, cuidaria deles e traria gozo aos sa passagem sobre o servo. Isaías descreve um
seus corações novamente. Mas Sião debatia- servo a quem Deus exaltou, diante do qual
se com algumas dúvidas sérias: Poderia Deus reis da terra se calaram (52.13-15). Ainda as-
amá-los de novo? Deus os assegurou que sim. sim, ele foi rejeitado pelo povo e sofreu pro-
Todas as mães de Israel abandonariam seus funda tristeza (53.1-3). Ele sofreu pelo povo
filhos antes que Deus abandonasse seu povo de Deus que na verdade merecia o castigo
(49.14-16)! Deus fez um voto de estabelecer que ele recebeu. E tudo isso se passou pelas
uma nova geração daqueles que o amavam, mãos de Deus (53.4-6).
uma geração que transbordaria as fronteiras O servo aceitou sua situação sem protestar,
de Israel! em silenciosa resignação. Apesar de sua ino-
cência, ele morreu em favor do povo de Deus
Deus e o seu servo (50.1-11) (53.7-9). Mas o Deus que o esmagou também
Deus assegurou Israel de que ele possuía o iria recompensá-lo. O servo alcançou a vitória
poder para salvá-los. Eles não haviam escapa- por meio de uma vida de sofrimento, pois
do de seu controle soberano; ele havia puni- aquele sofrimento cumpriu o plano de Deus.
do o povo pelos seus pecados! Os versículos 4- Estudiosos da Bíblia normalmente ofere-
11 descrevem um servo obediente humilha- cem três possíveis interpretações para esse ser-
do por causa de Deus. Mas como em outras vo. Em primeiro lugar, alguns identificam o
passagens sobre o servo, este recebeu a graça servo como sendo o profeta Isaías (ou um ou-
de Deus que o fortaleceu para o cumprimen- tro profeta, caso aceitem a teoria de múltipla
to de sua tarefa. Como resultado, ele mante- autoria). Mas em nenhum outro lugar na Bí-
ve-se resoluto em seu propósito. Ninguém po- blia aparece o conceito de um profeta que
deria derrotá-lo pois Deus estava do seu lado! tenha sofrido pelo pecado de uma nação e a
Os comentaristas diferem na opinião sobre resignação silenciosa não parece estar de acor-
quem cumpriu as palavras de Isaías. Alguns do com um profeta.
sugerem que Isaías profetizou sobre Jesus Cris- Em segundo lugar, alguns estudiosos suge-
to, tendo em vista que suas palavras podem rem que o servo representa Israel. Nesse pon-
aplicar-se ao sofrimento de Jesus (50.6, ver Mt to de vista, as nações expressam sua surpresa
26.67,68; 27.26). Outros propõem que Isaías pelo fato de Israel ter sofrido em seu lugar.
falou de seu próprio sofrimento. É interessan- Outros intérpretes modificaram essa posição
te observar que essa passagem não é citada argumentando que o servo representa o re-
em nenhuma parte do Novo Testamento. manescente fiel de Israel que sofreu pelos
375
Descobrindo os Profetas

pecados de toda a nação. A Bíblia afirma cla- humanidade pecadora. Leia novamente. Peça
ramente que Israel e Judá pagaram pelos seus a Deus que grave as imagens em seu coração.
próprios pecados (2Rs 17.7-23; Is 42.23-25). Você começa a compreender o amor de Deus
Talvez o remanescente tenha sofrido injusta- por você?
mente por causa do pecado dos ímpios, mas
ele não sofreu no lugar desses ímpios. Celebração do retorno
Em terceiro lugar, alguns intérpretes argu- (54.1—59.21)
mentam que o servo representa Jesus Cristo. O retorno de Judá do exílio foi certamen-
Eles sugerem que as evidências do Novo Tes- te algo a ser celebrado. Ao examinarmos esse
tamento tornam possível apenas a interpreta- trecho de Isaías 40—66, vemos as palavras
ção messiânica. Jesus cresceu como um ho- do profeta realçando vários aspectos dessa
mem comum em Israel e depois começou a celebração.
proclamar o reino de Deus. Muitos o despre-
zaram, rejeitaram e finalmente o mataram. O renascimento de Jerusalém
Em sua morte, Jesus sofreu pelo pecado de (54.1-17)
outros. Ele passou pela crucificação entre dois O renascimento de Jerusalém apresenta-
ladrões e foi enterrado no túmulo de um ofi- ria dois aspectos — terra fértil e povo numero-
cial. E Deus planejou tudo isso para dar vida so. Nas terras desérticas brotaria a vegetação.
eterna a todos os que respondessem com fé à O deserto se tornaria verdejante. E a popula-
sua oferta de perdão e salvação. ção se multiplicaria para além das fronteiras.
Isaías 52.13—53.12 retrata de maneira bela As pessoas teriam que se esforçar para arran-
a profundidade do sacrifício de Cristo pela jar espaço para todos. Deus deixaria para trás

Jesus e Isaías 52.13—53.12

Isaías 52.13—53.12 (muitas vezes chamado simplesmente de Isaías 53) constitui uma das
profecias mais marcantes do Antigo Testamento em relação a Jesus Cristo. O quadro abaixo
resume as palavras de Isaías e como Jesus as cumpriu.

Versículo A descrição do servo Cumprimento em Cristo

52.13 Erguido, levantado, exaltado Deus o exaltou e o exaltará completa-


mente na segunda vinda (Fp 2.9-11)

52.14 Aparência desfigurada Foi espancado no seu julgamento


(Mt 26.67)

52.15 Causou admiração às nações A aspersão do seu sangue traz perdão

53.3 Desprezado e rejeitado Muitos o rejeitaram, especialmente os


líderes (Jo 11.47-50)

53.4-6 Sofreu por nosso pecado; Morreu por nossos pecados de acordo
ferido por Deus com o plano de Deus (1Co 15.3)

53.7 Quieto diante de seus opressores Ficou em silêncio diante dos acusado-
res em seu julgamento (Mc 14.60,61)

53.8 Morto pelos pecados do povo Morreu por nossos pecados


(2Co 5.14,15)

53.9 Teve uma sepultura entre os Foi crucificado entre dois ladrões e
perversos e ricos e não fez o mal sepultado no túmulo de um rico
oficial (Mc 15.27,28; 43-46)

53.10 Foi a vontade de Deus esmagá-lo; Deus preparou como oferta pelo
ele verá sua posteridade pecado (Rm 5.9)

53.12 Recebeu grande recompensa pois Recebeu grande recompensa por ter
deu sua vida por outros dado sua vida (Fp 2.9-11; Hb 1.3,4)

376
Isaías 40—66

A movimentada
entrada do
portão de
Damasco na
antiga cidade de
Jerusalém. Isaías
descreve os
portões de
Jerusalém.
Muitos
intérpretes
afirmam que
essa descrição
refere-se a um
tempo futuro,
pois o retorno
de Judá do exílio
nunca exibiu
tanto esplendor.

a vergonha do seu povo. Ele os havia corrigido Deus. Ele os chamou ao arrependimento en-
eunucos
na ira contra o seu pecado, mas agora plane- quanto ainda havia tempo, e pediu que con-
java reuni-los com sua compaixão. fiassem nos caminhos de Deus. Se aceitassem
Torá Isaías também descreveu os portões de Je- a palavra de Deus, ela alcançaria os seus pro-
rusalém. Muitos intérpretes argumentam que pósitos na vida do povo e lhes traria grande
esse retrato tão belo refere-se a um tempo fu- alegria.
turo, pois o retorno de Judá do exílio nunca
teve todo esse esplendor.
Estrangeiros juntam-se à família de
Deus (56.1-8)
Chamado à confiança em Deus Estrangeiros e eunucos preocupavam-se
(55.1-13) por achar que não receberiam uma parte das
Isaías chamou o povo a confiar em Deus bênçãos de Deus que ainda estavam por vir.
tendo em vista as suas bênçãos abundantes. De fato, certas passagens do Torá pareciam
Eles deveriam parar de gastar o seu dinheiro dar preferência para os nativos israelitas (Dt
em coisas que não trazem satisfação duradou- 23.3,4). Mas Deus prometeu ricas bênçãos a
ra e investir suas vidas no relacionamento com ambos os grupos. Ele daria aos eunucos um
377
Descobrindo os Profetas

nome melhor que aquele de filhos e filhas. E salvação! Ele prometeu trazer o seu Espírito e
ele também acolheria os estrangeiros em sua reavivar o seu povo. Aqueles que temiam o
família. A fidelidade a Deus contava mais seu nome receberiam bênçãos, mas os seus
que a linhagem de sangue. inimigos sofreriam um julgamento rápido.
Essa passagem previu o anúncio de Paulo Paulo aplicou Isaías 59.20,21 à segunda vinda
de que crentes de todas as nações iriam tor- de Cristo, quando o Senhor restaurará a justi-
nar-se membros da família de Jesus Cristo (Gl ça e a santidade para sempre (Rm 11.26,27).
3.28,29). Talvez o eunuco etíope tenha sido um
prenúncio do cumprimento dessa profecia. O clímax da restauração de Deus
(60.1—66.24)
Resumo dos pecados de Israel
Nos capítulos restantes, as palavras do pro-
(56.9—57.21) feta tornam-se mais emocionantes. Ele olhou
Isaías resumiu os pecados passados de Is- adiante, para o dia em que o clímax da histó-
rael. Cegueira espiritual, injustiça e idolatria ria redentora de Deus traria a vitória final para
haviam caracterizado a vida do povo. Mas ain- o seu povo e a sua própria glória.
da outra vez, o profeta lhes deu esperança.
Não havia pecado que não pudesse ser purifi- A glorificação de Sião (60.1-22)
cado pela graça de Deus. Mas aqueles que Isaías chamou a Sião redimida a levantar-
persistissem em sua iniqüidade jamais experi- se e preparar-se para servir como instrumento
mentariam dessa graça. da bênção de Deus. Nações envoltas em tre-
vas espirituais veriam a imensa luz espiritual e
Chamado à verdadeira retidão iriam buscá-la em grande número, trazendo
(58.1-14) com elas suas riquezas. O Senhor proveria se-
O povo se perguntava se Deus não havia gurança eterna para o seu povo e eles jamais
notado os seus jejuns. Deus respondeu que precisariam fechar os seus portões. Sua des-
eles haviam jejuado por motivos impuros. Eles crição das nações unindo-se em adoração ao
haviam forçado seus empregados a continuar verdadeiro Deus prenuncia Apocalipse 7.9-
trabalhando excessivamente e ainda achavam 14, em que povos de todas as nações e tribos
que o mero jejum iria ganhar a aprovação de irão reunir-se ao redor do trono do Senhor e
Deus. Mas o Senhor desejava um jejum que adorá-lo.
tocasse no coração do povo e não apenas no
Ainda mais restauração do Senhor
estômago. Ele queria que eles se humilhas-
sem perante ele e mostrassem seu arrependi- (62.1-12)
mento por meio de atos de bondade e graça Os versículos 1-3 apresentam um outro re-
para com o próximo. Então ele responderia ao trato de servo a quem Deus havia ungido e
seu jejum. sobre o qual estava o Espírito de Deus. O ser-
Isaías também chamou o povo a honrar o vo tinha o ministério de anunciar as boas novas
sábado. Eles tratavam esse dia como qualquer e o consolo aos oprimidos. Ele proclamava que
outro, mas Deus os chamou a deixar de lado o o tempo de favor do Senhor estava próximo.
trabalho, descansar e meditar sobre ele. Mes- Lucas 4.16-30 registra o cumprimento des-
mo nos dias de hoje, Deus pede que separe- sas palavras em Jesus. Quando ele estava na
mos um dia da nossa rotina normal para honrá- sinagoga em Nazaré, Jesus tomou um rolo do
lo e adorá-lo. livro de Isaías e leu as palavras que hoje cha-
mamos de Isaías 61.1-3. Então, ele anunciou:
O pecado de Israel e o livramento de “Hoje se cumpriu a escritura que acabais de
Deus (59.1-21) ouvir” (Lc 4.21). Muitos ficaram confusos so-
Isaías descreveu a situação de Israel. O Se- bre o que Jesus havia dito e outros ficaram
nhor era mais que capaz de salvá-los, mas seus bastante irados com ele. Mas de fato, as pala-
pecados os haviam separado de Deus. Eles con- vras haviam se cumprido. O dia da visitação
taminaram suas mãos com sangue e mentiram de Deus havia chegado ao mundo que vivia
enquanto seus pés iam rapidamente pelo ca- cativo em pecado e Jesus tinha vindo para
minho da iniqüidade. Como resultado, a justi- proclamar liberdade desse poder (Jo 10.10).
ça e a retidão haviam deixado aquela terra. Isaías também prometeu que o povo de
Deus respondeu a essa descrição da con- Deus veria restauradas as suas ruínas antigas
dição desesperada do povo. Ele iria trazer a (61.4-11). Mais uma vez, os estrangeiros par-
378
Isaías 40—66

Os cristãos de nossos dias devem jejuar?

Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento volve um coração humilde que resulta em um
mencionam o jejum. As pessoas algumas vezes se viver de santidade (Is 58.5-7).
abstêm da comida para buscar o favor de Deus • Jejuar não garante que Deus vai responder
(2Sm 12.21), prantear os mortos (1Sm 31.13) ou nossas orações da forma como desejamos. O
marcar um dia trágico (Zc 7.5). Elas podem jejuar jejum nos ajuda, sim, a nos concentrarmos
individualmente (1Rs 21.17) ou em grupos (Jn mais completamente nele.
3.5). Jesus falou sobre o jejum (Mt 6.16-18) e a • O jejum não faz que ninguém amadureça es-
igreja primitiva o praticava (At 13.3). piritualmente. Não devemos fazer do jejum
O cristão de hoje deve jejuar? Se deve, quan- um teste de maturidade espiritual ou menos-
do e como? Eis algumas sugestões de diretrizes: prezar aqueles que decidem não jejuar.
• Os cristãos que jejuam devem fazê-lo com pri-
• As Escrituras não ordenam que o cristão jejue. vacidade e não para impressionar os outros
Entretanto, os cristãos podem decidir fazê-lo a (Mt 6.16-18).
fim de concentrarem-se completamente em
Deus por meio da oração e adoração.
• Jejuar é mais que ficar sem comer. O jejum en-

ticipariam do processo de restauração. Isaías significa “Minha Delícia” e Beulah quer dizer
descreveu a bênção especial para Israel entre “Desposada”. Esses nomes podem não pare-
as outras nações. Louvores e justiça brotariam cer muito bonitos para nós, mas o significado
perante todas as nações. deles certamente o é. O Senhor alegrou-se no
seu povo como o noivo alegra-se na sua noiva.
As bodas de Sião com Deus Que retrato maravilhoso do amor de Deus!
(62.1-12)
Julgamento das nações
Isaías previu um grande casamento entre
o Senhor Deus e Sião, sua noiva. Sua profecia (63.1-6)
oferece um bonito quadro do amor de Deus Antes da salvação final, viria o julgamento
por seu povo, prenunciando as bodas de Deus de Deus. Ele iria tratar do pecado onde quer
com a Igreja (Ap 19.7-9). que o encontrasse. Sua vinda de Edom pode
Nos dias de hoje, a noiva normalmente indicar que Edom era um problema especial
adota o nome de seu marido. A mudança de para o povo de Deus naquele tempo. O povo
nome marca o começo de um novo relacio- ouviria a profecia de Isaías e saberia que Deus
namento especial. Deus também tem nomes iria lidar com todos os seus inimigos.
escolhidos para a sua noiva (Is 62.4). Hephzibah Oração pela intervenção de Deus
(63.7—64.21)
A oração de Isaías pela intervenção de
Eunucos
Deus enfatizou a total e absoluta dependên-
Torá
Premilenismo cia no Senhor por parte do povo. Quando ora-
mos, confessamos a necessidade de que Deus
estenda sua mão sobre nossa vida e toque-a
de alguma forma. O profeta estava ciente de
Termos-chave que o povo de Deus havia falhado em relação
ao Senhor de muitas maneiras. Ainda assim,
Deutero-Isaías sabia que a esperança de perdão estava ao
Trito-Isaías
seu alcance se eles se arrependessem. Ele im-
Festival Akitu
plorou que Deus os restaurasse. Você ora com
freqüência pelo povo de Deus?
379
Descobrindo os Profetas

Sumário

1. Os proponentes da teoria de que Isaí- 4. O servo sofredor já foi interpretado


as foi escrito por mais de um autor como sendo Isaías, Israel ou Jesus.
oferecem como evidência o período
5. A celebração do retorno de Judá em
de tempo coberto pelo material em
Isaías menciona o renascimento de
Isaías, a diferença de assuntos e voca-
Jerusalém, a necessidade do povo de
bulário entre 1—39 e 40—66 e a
confiar em Deus, os pecados de Israel,
menção do rei Ciro pelo nome.
o chamado para a verdadeira retidão
2. Os proponentes do ponto de vista da e como Deus vai livrar Israel.
autoria única citam as tradições judai-
6. Isaías, assim como outros profetas,
cas e cristãs, a possibilidade da profe-
previu que um dia estrangeiros fariam
cia de previsão e o uso de Isaías no
parte do povo de Deus.
Novo Testamento.
7. Isaías apresentou o clímax da restau-
3. Os temas encontrados em Isaías 40-
ração de Deus ao afirmar que incluiria
66 são: o povo de Deus no cativeiro
a glorificação de Sião, as bodas de
por causa de seus pecados, o cativeiro
Sião com Deus e o julgamento das
como demonstração de que Deus é
nações. A apresentação de Isaías in-
Deus, como Deus vai restaurar e
clui uma oração pela intervenção divi-
redimir o seu povo.
na, uma bênção para os servos de
Deus e a conclusão de que a restaura-
ção seria completa.

Bênçãos para os servos de Deus seu pecado, ele daria a eles o castigo mereci-
(65.1-25) do. Mas Deus iria criar novos céus e nova ter-
Isaías 65 descreve mais bênçãos que o ser- ra para os que fossem fiéis (vs. 17-25). Ale-
vo do Senhor iria receber no reino vindouro gria, vida longa e segurança prevaleceriam
de Deus. Muitos ofenderam o Senhor com nesse novo mundo.

Questões para estudo

1. Quais são os argumentos oferecidos por 3. De que maneira Isaías 40—66 desenvol-
alguns intérpretes em favor do ponto de ve o tema do servo do Senhor? Quais são
vista da múltipla autoria do livro de Isaías? as características que melhor descrevem
Que evidências são usadas por outros esse servo?
para defender a visão da autoria única? 4. As palavras de Isaías referentes a gentios
2. De que forma os conceitos dos capítulos entrando para a família de Deus sugerem
40 e 42 são a fundação para o resto do que Deus tinha a intenção de que Israel
livro? Quais são as idéias-chave desses levasse a luz espiritual para eles. Quais res-
capítulos? ponsabilidades você tem pessoalmente no
plano de Deus para alcançar o mundo?

380
Isaías 40—66

Leituras complementares

Oswalt, John N. The Book of Isaiah: Chapters 1-39. Webb, Barry G. The Message of Isaiah: On Eagle’s
New International Commentary on the Old Testa- Wings. Downers Grove: InterVarsity, 1996. Uma ex-
ment. Grand Rapids: Eerdmans, 1986. Um comentá- posição curta, porém rica em aplicações.
rio completo para o estudante avançado. Wolf, Herbert M. Interpreting Isaiah: The Suffering and
_____. The Book of Isaiah: Chapters 40-66. New Inter- Glory of the Messiah. Grand Rapids: Zondervan,
national Commentary on the Old Testament. Grand 1985. Um livro texto em nível universitário que com-
Rapids: Eerdmans, 1998. Um bom e completo co- bina com estudo leitura fácil.
mentário evangélico para o estudante avançado. Youngblood, Ronald F. The Book of Isaiah: An
Motyer, J. Alec. The Prophecy of Isaiah: An Introduc- Introductory Commentary. 2ª ed. Grand Rapids:
tion and Commentary. Downers Grove: InterVarsity, Baker, 1993. Uma exposição mais curta.
1993. Para o estudante avançado.

Alguns intérpretes sugerem que essa pas- renascimento de Jerusalém que estava por vir.
premile-
sagem refere-se ao reino de Cristo aqui na Em um instante o Senhor traria a salvação!
nismo
terra depois que ele voltar (premilenismo). Mais uma vez, a restauração incluiria pessoas
Outros acreditam que devemos entender essa de todas as nações que se sujeitassem a Deus.
passagem como uma referência à vida eterna A idéia de gentios tornando-se parte do povo
no céu. Independente da forma como inter- de Deus provavelmente pareceu estranha
pretamos esses versículos, podemos ver que para muitos judeus, mas Deus cumpriu a sua
Deus tem planejado um futuro maravilhoso palavra com o evangelho de Cristo que che-
para os seus filhos (1Co 2.9). gou até os gentios (Ef 2.11-18).
O livro de Isaías termina com um aviso
A conclusão final (66.1-24) muito sério. Deus tem preparada uma con-
O capítulo 66 amarra todas as profecias de clusão maravilhosa para a História, mas só
Isaías em uma grandiosa conclusão. O profe- aqueles que pertencem a Cristo pela fé pode-
ta começou descrevendo Deus como um so- rão gozá-la. O resto sofrerá a ira de Deus. A
berano em busca de servos (vs. 1,2). Mesmo advertência de Isaías nos faz lembrar que o
tendo criado o universo, ele estendeu sua mão Santo de Israel nos chama a viver em santida-
amorosamente àqueles que se humilharam de. Tal estilo de vida só vem mediante a obra
diante dele. Isaías descreveu o maravilhoso do Senhor em nossa vida.

381
27 Jeremias 1–20
Em conflito com o chamado
de Deus

Esboço
• Esboço
• Pano de fundo de Jeremias
• A mensagem de Jeremias
Deus chama Jeremias para servi-lo (1.1-19)
Jeremias descreve o triste estado de Judá Objetivos
(2.1—10.25)
Jeremias em conflito com o povo e com Deus Depois de ler este capítulo,
(11.1—20.18) você deve ser capaz de:
• Delinear o conteúdo de Jeremias 1—20.
• Discutir o pano de fundo de Jeremias.
• Resumir os detalhes do chamado de Jeremias
para o ministério.
• Descrever o estado em que Jeremias encon-
trou Jerusalém.
• Comparar os ídolos com Deus da mesma
forma como Jeremias os comparou.

383
Descobrindo os Profetas

Você já enfrentou lutas em sua vida cristã?


Se isso não aconteceu até agora, você certa- Pano de fundo
mente ainda vai passar por dificuldades nessa
área em algum momento. Talvez você não vá de Jeremias
entender porque Deus permitiu que você
Jeremias 1.1 chama Jeremias de “filho de
passasse por determinada situação difícil. Ou,
Hilquias, um dos sacerdotes que estavam em
talvez você sirva ao Senhor fielmente por
Anatote, na terra de Benjamim”. É provável
muitos anos, mas ainda assim sofra por causa
que o pai de Jeremias não fosse aquele Hil-
de pessoas que não querem lhe dar ouvidos.
quias que encontrou o Livro da Lei no templo
Em determinados momentos, talvez você se
(2Rs 22.8), pois o sumo sacerdote quase cer-
ressinta com Deus por ele ter lhe dado tal
tamente morava em Jerusalém.
tarefa. Você pode até questionar se foi mesmo
Jeremias vivia em Anatote,1 há cinco qui-
chamado por Deus.
lômetros de Jerusalém. Anatote era uma das
A vida do profeta Jeremias ilustra o alto
quarenta e oito cidades que Josué havia dado
preço que se pode pagar para servir ao Se-
aos levitas (Js 21.18). Alguns estudiosos suge-
nhor. Ao estudar sua vida e mensagem, tente
rem que Jeremias pode ter sido um descen-
descobrir o que levou o profeta de Judá a con-
dente de Abiatar, da linhagem de Eli (1Rs
tinuar com o trabalho de Deus a qualquer
2.26,27). O profeta vivia perto de Jerusalém e
custo. Essa análise pode ajudar você a enca-
podia chegar lá em uma hora de caminhada.
rar qualquer desafio que o Senhor venha a
Tanto quanto sabemos, Jeremias nunca
lhe mandar.
serviu como sacerdote. Os sacerdotes come-
çavam seu serviço aos trinta anos de idade
(Nm 4.3), mas Jeremias ainda era um rapaz
Esboço quando Deus o chamou para profetizar (Jr
1.6). Aliás, alguns sugerem a possibilidade de
I. Deus chama Jeremias para que ele era apenas um adolescente! Mas a
servi-lo (1.1-19) juventude de Jeremias não foi empecilho para
os propósitos de Deus. O Senhor deu a Jere-
II. Jeremias descreve o
mias as forças para servi-lo. Deus também or-
triste estado de Judá
denou que Jeremias não se casasse nem tives-
(2.1—10.25)
se filhos, pois o futuro de Judá reservava ape-
A. Um casamento à beira do
nas sofrimento (16.1-4).
fracasso (2.1—3.5)
B. Uma história de duas irmãs Ao tomar uma posição ao lado do Senhor,
(3.6—4.4) Jeremias sofreu oposição incrível. Ele foi es-
C. Problemas vindos do norte pancado e humilhado em público (20.1-6) e
(4.5—6.30) lutou contra muitos falsos profetas (6.13,14;
D. Adoração pública sem valor 28.1-17; 29.8,9). O rei Jeoaquim desprezou
(7.1—8.3) suas palavras e chegou a tentar matá-lo (36.21-
E. Traição, problemas e lágrimas 23,26). Zedequias, o último rei de Judá, bus-
(8.4—10.25) cou muitas vezes o conselho de Jeremias, mas
recusou-se a obedecer (37.17; 38.14-23). De-
III. Jeremias em conflito com pois da queda de Jerusalém, um grupo de ju-
o povo e com Deus deus levou Jeremias para o Egito contra a sua
(11.1—20.18) vontade (43.4-7).
A. Lidando com conspirações Por vezes, Jeremias perguntou-se porque o
(11.1—12.17) Senhor permitia que ele sofresse tanto. Os la-
B. Três sinais de julgamento mentos do profeta para Deus revelam quão
(13.1-27) profundamente Jeremias lutou com a tarefa
C. O estado desesperador de Judá que Deus havia lhe dado (15.10,15-18; 20.7-
(14.1—17.27) 10,14-18). Eles também mostram um homem
D. Uma lição da casa do oleiro com um relacionamento de intimidade com
(18.1—19.15) Deus, um homem que sabia que podia confi-
E. A perseguição leva ao desespero ar a Deus os seus mais profundos pensamen-
(20.1-18) tos e sentimentos. Apesar de toda a oposição,
384
Jeremias 1—20

Jeremias respondeu fielmente ao seu chama- proclamado a mensagem de Deus, as pala-


do profético. Com as forças recebidas de Deus vras proféticas ainda nos falam nos dias de
ele pôde completar a tarefa que o Senhor hoje.
havia lhe dado. O Senhor chamou Jeremias de forma cla-
Jeremias profetizou durante os últimos qua- ra e direta — “Antes que eu te formasse no
renta anos de Judá (627—587 a.C.). No rei- ventre materno, eu te conheci, e, antes que
nado de Josias (640—609 a.C.), Judá passou saísses da madre, te consagrei, e te constituí
por uma certa renovação religiosa. Mas o rei- profeta às nações” (v. 5). Os verbos dão ênfa-
no sofreu uma rápida decomposição espiritual se à forma soberana como Deus preparou Je-
logo depois da morte de Josias. Muitas pessoas remias para o serviço profético. Primeiro, Deus
continuavam a confiar em rituais religiosos conhecia Jeremias antes de sua concepção.
vazios e acreditavam que Deus iria abençoá- Segundo, Deus consagrou Jeremias antes de
las independente de como elas vivessem. seu nascimento. Terceiro, Deus constituiu Je-
Deus enviou Jeremias para advertir seu povo remias um profeta. Deus havia planejado o
a se arrepender, mas infelizmente, a maioria ministério de Jeremias muito tempo antes do
não lhe deu ouvidos. profeta nascer!
Em 626 a.C. — por volta da mesma época A maior parte dos estudiosos da Bíblia acre-
em que Deus chamou Jeremias — NABOPO- dita que Jeremias tinha apenas quinze ou
LASAR estabeleceu-se como rei da Babilônia. dezesseis anos quando recebeu o chamado
Durante seu reinado e o reinado de seu filho de Deus. Logo, ele ficou atônito por Deus
Nabucodonosor, a Babilônia tornou-se a po- escolhê-lo e protestou que era jovem demais
tência dominante sobre o antigo Oriente Pró- para esse trabalho. Mas Deus prometeu estar
ximo. Deus usaria a Babilônia para julgar Judá. com ele e protegê-lo. Ele iria capacitar Jere-
O livro de Jeremias oferece-nos um relato mias para cumprir essa grande tarefa. Como
da mensagem e ministério de Jeremias. Ele cristãos nos dias de hoje, é possível que tam-
descreve os últimos dias de Judá e mostra por- bém nos sintamos assustados diante do cha-
que Deus acabou julgando seu povo da forma mado de Deus, mas ele provê as forças para
como o fez. Ele apresenta de maneira poderosa fazermos aquilo que ele pede.
a mensagem de Jeremias para que gerações O Senhor confirmou o chamado de Jere-
posteriores pudessem evitar o mesmo pecado. mias de três maneiras (vs. 9-19). Primeiro, o
Baruque, filho de Nerias, trabalhou com Senhor tocou a boca de Jeremias, colocando
Jeremias, servindo algumas vezes como seu ali simbolicamente as palavras divinas. Em
escriba (Jr 36.4-21). Muitos estudiosos acredi- segundo lugar, Deus mostrou a Jeremias o
tam que Baruque ajudou a coletar as profe- galho de uma amendoeira. O primeiro flores-
cias de Jeremias transformando-as no que hoje cimento da amendoeira anunciava o começo
chamamos de livro de Jeremias.2 Talvez ou- da primavera. O sinal também foi um jogo de
tros também tenham ajudado a coletar as pa- palavras. A amendoeira (v*q@D em hebraico)
lavras de Jeremias. indicava que Deus estava observando (v)q@D
O livro de Jeremias tem muito a nos ensi- em hebraico) o cumprimento de sua palavra.
nar. Suas palavras proclamam fielmente a Assim, a segunda promessa de Deus assegura-
mensagem de Deus e sua vida ilustra o com- va Jeremias que de Deus cumpriria o seu pro-
prometimento profundo que Deus espera e pósito. Em terceiro lugar, Deus mostrou a Je-
merece de cada um de nós. remias uma panela de água fervente, simboli-
zando o desastre que Deus derramaria sobre
a terra. Mais uma vez, Deus confirmou que
iria proteger e defender o profeta.
A mensagem de
Jeremias descreve o triste
Jeremias estado de Judá (2.1—10.25)
Deus chama Jeremias para Um casamento fracassado
servi-lo (1.1-19) (2.1—3.5)
Jeremias 1.1-3 nos lembra que Deus cha- Jeremias chamou o povo de Jerusalém a
mou o profeta em um determinado tempo e lembrar-se do dia dos antigos, quando Deus
lugar. Entretanto, pelo fato de Jeremias ter os havia abençoado. Quão longe eles haviam
385
Descobrindo os Profetas

se desviado daquela devoção inicial a ele! Seus sastre. O pecado do povo havia corrompido o
ancestrais logo esqueceram-se do Senhor e seu coração. A sua rebelião traria o julgamen-
seguiram a outros deuses. Os líderes de Israel to de Deus.
— sacerdotes, profetas e governantes — par- À medida que Jeremias foi descrevendo o
ticiparam da rebelião espiritual e ignoraram a julgamento de Judá, ele sentiu a angústia de
graça de Deus. Deus (4.19-22). O profeta amava seu povo e
A geração de Jeremias havia seguido o seu país e não queria ver a calamidade. Ainda
péssimo exemplo deixado por seus ancestrais. assim, ele admitia que seu povo não tinha ne-
Eles haviam feito dois grandes males (2.13). nhum entendimento espiritual. Ele estreme-
Primeiro, haviam afastado-se de Deus, a fon- ceu ao ponderar sobre a grande ira de Deus.
te de tudo o que eles tinham, “sua fonte de Deus desafiou Jeremias a encontrar uma
água viva”. Em segundo lugar, eles haviam única pessoa justa em Jerusalém (5.1). O povo
substituído seu relacionamento com Deus pela professava sua fé em Deus, mas não vivia de
adoração a ídolos. Jeremias comparou seus acordo com os seus caminhos. Tanto líderes
ídolos a cisternas quebradas que não segura- quanto pessoas comuns transgrediam suas leis
vam a água. O Senhor havia libertado o seu e adoravam ídolos. O coração obstinado da-
povo para servi-lo, mas eles insistiam em ado- quele povo os havia convencido de que Deus
rar os deuses de outras nações. jamais iria julgá-los. Deus advertiu o seu povo
Jeremias também comparou a idolatria do que ele traria uma nação estrangeira para jul-
povo à prostituição. Judá era a esposa infiel de gar o seu pecado (5.18,19). Eles haviam ado-
Deus, que se desonrava com outros amantes. rado os deuses de outras nações e, logo, eles
Ela afastou-se do Senhor — seu verdadeiro serviriam esses deuses em terra estrangeira!
marido — para seguir Baal. Ela possuía tantos Jeremias expressou sua frustração — nin-
deuses quanto cidades (2.28)! guém queria dar ouvidos às suas advertências
O povo queria ter a liberdade de pecar e (6.9-15)! A corrupção estava por toda a parte
ainda gozar as bênçãos de Deus. Eles ignora- na sociedade. Os líderes garantiam ao povo
vam a disciplina do Senhor e continuavam a que tudo estava bem, mas isso não era verda-
buscar outros deuses. Deus segurou a chuva e de. O povo se recusava a seguir os manda-
lançou outras nações contra Judá, mas eles mentos de Deus ou ouvir os profetas do Se-
persistiram em sua rebelião. O povo rejeitava nhor. Judá estava em uma encruzilhada espi-
a Lei de Deus e oprimia os pobres e inocentes. ritual. Eles escolheriam o caminho da vida ou
da morte?
Uma história de duas irmãs
(3.6—4.4) Adoração pública sem valor
Jeremias comparou Israel e Judá a duas ir- (7.1—8.3)
mãs. Israel tinha agido de maneira perversa e Os estudiosos da Bíblia acreditam, de um
por isso o Senhor a havia enviado para o exí- modo geral, que Jeremias pregou essa mensa-
lio. Mas Judá, a irmã de Israel, não tinha apren- gem em 609 a.C. por causa de sua ligação
dido nada com isso, mostrando ser ainda mais próxima com 26.1-24.3 Diante dos portões do
infiel que sua desafortunada irmã! templo, Jeremias viu muitas pessoas passando.
Apesar dessas palavras severas, Deus pro- Elas acreditavam que suas palavras vazias iri-
meteu bênçãos se o povo se arrependesse. Ele am salvá-los — “Templo do Senhor, templo
ordenou que eles abandonassem os seus ído- do Senhor, templo do Senhor é este!” (7.4).
los e se comprometessem totalmente com ele. Em 2 Samuel 7, Deus havia feito uma alian-
O arrependimento teria que vir do mais pro- ça com Davi e prometido estabelecer o trono
fundo do seu coração. Nos dias de hoje, Deus de Davi para sempre. Davi compreendeu que
ainda espera comprometimento sincero com Deus ainda exigia fidelidade dele e de seus
seus filhos. Arrependimento e fé parciais não filhos (1Rs 2.3,4), mas as gerações que vieram
têm lugar no serviço do Senhor. depois não levaram isso em consideração. O
povo supunha que os descendentes de Davi
Problemas vindos do norte iriam governar para sempre e que as bênçãos
(4.5—6.30) de Deus estariam sobre Jerusalém e o templo,
Jeremias intensificou suas palavras de jul- não importando a forma como Judá vivesse.
gamento. Os líderes de Judá entrariam em Eles enfatizavam demais a aliança com Davi
pânico e não seriam capazes de impedir o de- e negligenciavam por completo as exigências
386
Jeremias 1—20

As ruínas de
Siló. Jeremias
desafiou o povo
a pensar no que
havia
acontecido em
Siló, a cidade
que um dia
tinha sido a sede
do tabernáculo.

da aliança mosaica. Deus devia abençoá-los, te ou trabalham para sua igreja. Mas Jeremias
não devia? Afinal de contas, estavam em Je- adverte que, sem fé, até as atividades mais
rusalém, adorando no templo! importantes da igreja são rituais vazios. Deve-
Jeremias confrontou essas falsas esperan- mos colocar toda a nossa confiança no Se-
ças do povo. Como podiam roubar, matar, co- nhor e nunca em pessoas ou coisas.
meter adultério, fazer falsos juramentos e pra-
ticar a idolatria e depois ir ao templo do Se- Traição, problemas e lágrimas
nhor, dizer algumas “palavras mágicas” e es- (8.4—10.25)
perar receber suas bênçãos? Eles não podiam! O Senhor se espantava com a perversida-
Palavras vazias não iriam salvar Jerusalém! de de Judá. Os animais observavam as leis
Jeremias desafiou o povo a mostrar sua fé por que Deus havia lhes dado, mas não o povo de
meio da obediência aos mandamentos de Deus. Em vez disso, agiam como se nunca
Deus. Quando Deus visse a mudança no co- tivessem nem ouvido falar das leis de Deus!
ração do povo, então ele voltaria a abençoar Os profetas e sacerdotes buscavam o seu pró-
aquela nação. prio benefício enquanto diziam ao povo que a
Jeremias desafiou o povo a considerar o paz e a prosperidade iriam durar para sempre.
destino de Siló, a cidade onde, um dia, tinha Jeremias compartilhava da agonia do Se-
ficado o tabernáculo. O Senhor trouxe julga- nhor pela falta de entendimento do povo. O
mento sobre Siló por causa de sua iniqüidade que mais o Senhor poderia fazer? O que seria
(7.12), e poderia fazer o mesmo com Jerusa- preciso para curar Sião? Será que ninguém
lém. Deus não precisava ter sua casa de ado- percebia o motivo para toda a calamidade de
ração em uma determinada cidade. Judá? Mais uma vez, o profeta proclamou a
Deus instruiu Jeremias a parar de orar pelo verdade — o povo havia transgredido a Lei
povo. Sua perversidade havia se tornado im- de Deus e, portanto, estava passando por ad-
pensável — eles estavam sacrificando os seus versidades na forma de secas e grandes fo-
filhos aos deuses! O Senhor prometeu man- mes. Se eles não se voltassem para Deus, ele
dar um julgamento tão terrível quanto os seus iria espalhá-los entre as nações. Jeremias cha-
pecados. Ele iria transformar seus santuários mou Judá a apegar-se à sabedoria de Deus,
pagãos em lugares de matança e dar suas car- pois só então a nação teria motivos para se
cassas para as feras do campo. orgulhar.
Muitas pessoas hoje em dia confiam em Jeremias fez fortes comparações entre os
seus rituais para sentir segurança. Elas acham ídolos de Judá e o Senhor Deus. Os ídolos
que Deus vai aceitá-las porque são batizadas, eram obras das mãos do povo. Trabalhadores
freqüentam uma igreja, dão ofertas fielmen- haviam derrubado árvores e entalhado nelas
387
Descobrindo os Profetas

as devidas formas. Eles apoiavam os ídolos de vez por todas! Mas o Senhor assegurou Jere-
modo que se mantivessem de pé. Artesãos mias de que iria cuidar daquela situação. Os
haviam decorado os ídolos com prata, ouro e inimigos do profeta não prevaleceriam.
pedras preciosas. Mas os ídolos não tinham Jeremias também meditou sobre a justiça
poder para fazer nada. Contrastando com eles, de Deus — por que os ímpios prosperam? Eles
o Senhor Deus governava como Rei das na- não honraram a Deus de forma alguma e ain-
ções. Ele havia criado o mundo e o sustenta- da assim têm uma vida cheia de regalias. Je-
do com sua sabedoria e poder. Um dia, os ído- remias pediu a Deus que punisse os ímpios
los iriam se desintegrar, mas Deus reinaria severamente, mas Deus o alertou para que
para sempre. ele não ficasse cansado ou desencorajado, pois
Jeremias pranteou o triste estado espiritual seu ministério estava apenas começando!
de Judá (10.17-25). Ninguém poderia curar
Três sinais de julgamento
as feridas de Judá. Um inimigo logo tornaria a
nação em uma terra desolada.
(13.1-27)
Deus muitas vezes ordenou que seus pro-
Jeremias em conflito com o fetas realizassem certos atos simbólicos que
povo e com Deus (11.1—20.18) tinham uma aplicação espiritual para o povo.
Jeremias 11—20 contém o que muitos in- Ele instruiu Jeremias a comprar um cinto de
térpretes chamam de “confissões de Jeremias”. linho e escondê-lo no meio de algumas pe-
Muitas das orações pessoais e queixas do pro- dras do rio. O hebraico pode estar referindo-
feta para Deus estão nestes capítulos (11.18- se ao Eufrates, há centenas de quilômetros de
20; 12.1-6; 15.10-21; 17.14-18; 18.18-23; 20.7- distância ou ao FARÁ, um lugar a poucos qui-
18). Jeremias muitas vezes lutava com o povo lômetros de Anatote (Js 18.23).4 Depois de
que não queria ouvir suas palavras e por isso algum tempo, Deus ordenou que Jeremias
ele era escarnecido e perseguido, mas algu- fosse buscar o cinto. Quando o profeta o en-
controu, o cinto estava arruinado por ter fica-
mas vezes, Jeremias também entrava em con-
do enterrado.
flito com Deus. Será que o Senhor não via a
O Senhor disse que seu povo era como
sua dor? Por que Jeremias tinha que sofrer
aquele cinto. Ele havia ficado perto deles,
tanto para alcançar tão poucos resultados po-
mas eles haviam se distanciado dele e segui-
sitivos? Jeremias 11—20 destaca muitos dos
do a outros deuses. Eles haviam exposto suas
conflitos de Jeremias enquanto ele procurava
vidas às influências pagãs e essas influências
entender qual era o seu lugar nos propósitos
tinham feito com que eles perdessem seu
de Deus.
valor espiritual.
Lidando com conspirações Nos dias de hoje, muitas pessoas professam
(11.1—12.17) conhecer a Cristo, mas suas vidas refletem
idéias ou práticas que são contrárias ao Cristi-
Deus havia confirmado sua aliança com anismo. Se permitirmos que tais atitudes e
Israel quando ele conduziu o povo para fora comportamentos entrem em nossas vidas, nos-
do Egito, através do deserto e até a terra que sa fé cristã irá sofrer. O Senhor nos chama a
ele havia prometido aos seus ancestrais. Mas o submeter nossa vida toda a ele e dar atenção
povo de Deus freqüentemente se rebelava às coisas que o agradam (Fp 4.8; Cl 3.1-3).
contra a sua autoridade. O Senhor já havia Jeremias, então, ordenou que o povo en-
suportado diversas gerações de desobediên- chesse seus jarros de vinho. Assim como o vi-
cia. Ele advertiu que não iria tolerar muito nho pode levar à embriaguez, assim o Senhor
mais, porém Judá deu continuidade aos pe- estava colocando uma embriaguez espiritual
cados das gerações anteriores. Mais uma vez, sobre Judá. Deus não teria compaixão de seu
Deus instruiu Jeremias para que não orasse povo quando eles sofressem as conseqüências
pelo povo. Ele os perdoaria apenas se eles ver- do pecado.
dadeiramente se arrependessem. Jeremias implorou para que o povo ouvisse
Jeremias então ficou sabendo que seus ini- o aviso de Deus. Todos seriam humilhados —
migos estavam conspirando contra ele (11.18- até mesmo os governantes. Mas o pecado ha-
23). O povo de Anatote, sua cidade natal, via endurecido o coração do povo. Eles não
havia ordenado que ele não mais profetizas- queriam e não iriam mudar sua condição pe-
se. Agora, estavam tentando calá-lo de uma caminosa.
388
Jeremias 1—20

que Moisés ou Elias se colocassem diante dele


em oração (15.1)! O Senhor falou das úni-
cas escolhas que restavam para o povo — a
morte, a espada, a fome ou o cativeiro. O rei
Manassés (697—642 a.C.), filho do rei Eze-
quias a havia enchido Judá de idolatria e
injustiça social. As influências perversas que
ele estabeleceu perduraram ao longo do rei-
nado de seus sucessores. O Senhor declarou
que havia chegado a hora de tratar dos pe-
cados de Judá.
Jeremias lamentou sua situação — todos o
maldiziam por pregar a Palavra de Deus (15.10).
Ele também pediu a Deus que se lembrasse
dos seus serviços fiéis (15.15-18). O profeta
seguiu os mandamentos de Deus e fielmente
compartilhou a mensagem que Deus havia
lhe dado. Agora, sem rodeios ou meias-pala-
vras, ele estava questionando o caráter de
Deus. Será que o Senhor havia se esquecido
dele? Jeremias não havia compreendido o quão
difícil pode ser servir ao Senhor!
O Senhor reassegurou o seu servo em con-
flito ao repetir as palavras que havia usado no
chamado de Jeremias (15.19-21; ver 1.17-19).
Ele iria fortalecer Jeremias para que pudesse
continuar profetizando e os inimigos de Jere-
mias não prevaleceriam. Deus também lem-
brou Jeremias de manter um exemplo de reti-
dão. O profeta não deveria rebaixar-se ao ní-
vel espiritual do povo, mas sim lutar para que
o povo se elevasse.
A pressão daqueles que nos cercam mui-
Um oleiro do O estado desesperador de Judá tas vezes é uma tentação para que cedamos
Oriente. O
Senhor enviou
(14.1—17.27) em alguns de nossos princípios cristãos. Quan-
Jeremias à casa O Senhor mandou uma seca para que o do encaramos tais desafios, devemos nos lem-
do oleiro e lhe povo se voltasse para ele. O chão rachou e a brar de que Deus nos chamou para a santida-
deu uma men-
água tornou-se tão escassa que os animais de (1Pe 1.15). Não devemos ousar rebaixar os
sagem para pre-
gar ali (18.1-12). abandonavam seus filhotes. Jeremias orou pelo nossos padrões, mas sim, mostrar aos outros os
povo, mas Deus ordenou que ele não fizesse elevados padrões de Deus por meio de nossas
isso. O Senhor precisava tratar o povo com palavras e exemplos.
severidade para que compreendessem o quan- Deus instruiu Jeremias para que não se
to ele levava todo aquele pecado a sério. Jere- casasse e nem constituísse família (16.1-9).
mias chegou a pensar se Deus havia rejeitado Ele também o instruiu a não prantear pelos
Judá para sempre (14.17-22). mortos, pois eles haviam morrido como forma
Os falsos profetas constituíam uma grande de punição por seus pecados. O Senhor man-
parte do problema de Judá (14.13-16). Eles es- daria os sobreviventes de Israel para o exílio.
palhavam para todos que o Senhor traria paz Ele prometeu reuni-los algum dia, mas antes
duradoura, portanto ninguém precisava temer teria que vir a punição.
a fome ou a guerra. Deus prometeu castigar Enquanto isso, o pecado de Judá continua-
esses falsos profetas. Eles morreriam pela fome va (17.1-18). O povo confiava em si mesmo
ou pela espada — os mesmos julgamentos que em vez de Deus. Jeremias os advertiu dizen-
eles haviam dito ao povo que nunca viriam! do que só Deus poderia dar sentido e propósi-
Deus disse a Jeremias que era inútil inter- to para suas vidas. A cura tinha que vir do
ceder pelo povo. Ele não perdoaria Judá nem Deus que eles haviam abandonado.
389
Descobrindo os Profetas

O pluralismo e o cristão

Judá fazia fronteira com diversos outros rei- Devemos tentar ganhar outros para Cristo e
nos, e cada um tinha suas próprias idéias religi- ajudá-los a crescer em sua fé. Também devemos
osas. Judá logo adotou muitas das práticas des- procurar promover os princípios cristãos de justi-
ses reinos e começou a adorar os seus deuses. ça social para que, tanto quanto possível, nossa
Judá tornou-se uma sociedade pluralista, com sociedade reflita uma perspectiva cristã.
pontos de vista religiosos conflitantes conviven- Em segundo lugar, os cristãos devem evitar a
do lado a lado. transigência espiritual em relação à outras cren-
O mundo de hoje tem muitas semelhanças ças. Devemos respeitar o direito de outros de
com a antiga Judá. Existem muitas crenças não- acreditar no que desejarem, mas não devemos
cristãs e alguns desses grupos nos encorajam a nos atrever a “diluir” a nossa fé cristã.
participar de suas atividades. Qual deve ser nossa Israel começou a aceitar a idolatria e logo o
reação diante de tal pluralismo? povo também a estava praticando. Os crentes de-
Em primeiro lugar, os cristãos devem buscar vem lutar para causar um impacto para Cristo no
ter um impacto na sociedade para Jesus Cristo. mundo e, ao mesmo tempo, evitar comprometer
Jesus disse que devemos ser luz para o mundo e a verdade do evangelho.
brilhar levando adiante a verdade (Mt 5.14-16).

O Senhor chamou o seu povo a honrar o Uma lição da casa do oleiro


sábado com descanso e adoração e prome- (18.1—19.15)
teu-lhes bênçãos se eles assim fizessem (17.19- O Senhor enviou Jeremias à casa de um
27). Os descendentes de Davi iriam governar oleiro e lhe deu uma mensagem para pregar
para sempre e a adoração no templo iria pros- ali (18.1-12). Enquanto o oleiro trabalhava,
perar. Hoje, Deus nos deu um dia a cada se- podia facilmente moldar novamente o barro
mana para separarmos para o descanso e ado- que apresentasse algum defeito. Simplesmen-
ração. A forma como você passa esse dia hon- te formava um monte de barro e começava
ra ao Senhor? de novo de acordo com os seus propósitos.

Sumário

1. Jeremias de Anatote era filho de um 4. Por ter se afastado de Deus, o povo


sacerdote, Hilquias. Ele era bastante de Judá estava passando por grande
jovem quando começou o serviço de adversidade e estava prestes a ser es-
profeta, o qual exerceu durante qua- palhado entre nações estrangeiras.
renta anos em Judá.
5. Quando a situação de Judá tornou-se
2. O povo de Judá havia caído em seu desesperadora, Deus não mostrou
estado pecaminoso porque havia se simpatia por eles e disse a Jeremias
afastado de Deus e colocado a adora- que não orasse pelo povo, pois seria
ção a ídolos no lugar de seu relacio- inútil.
namento com o Senhor.
6. Jeremias sofreu pessoalmente ao ten-
3. Deus espera que seu povo o sirva com tar fazer aquilo que Deus havia orde-
fidelidade. nado em meio à pressão do povo.

390
Jeremias 1—20

Questões para estudo

1. O que o livro de Jeremias revela sobre 3. Você acha que Jeremias tinha o direito
o próprio profeta? Mesmo quando de reclamar tanto para Deus? De que
Jeremias sofreu oposição ele conti- maneira você acha que Deus usou as
nuou dentro da vontade de Deus reclamações na vida do profeta?
para sua vida? Deus algumas vezes
4. Que lições Jeremias tirou da casa do
ainda chama pessoas nos dias de hoje
oleiro?
para sofrer por sua causa?
5. Jeremias reclamava, mas também
2. De que forma o povo defendeu suas
confiava. Quando você abre o seu
atitudes durante os últimos dias de
coração para Deus, você irá confiar
Judá? Por que foi tão difícil para Jere-
nele da mesma forma quando ele
mias convencê-los de seu pecado?
responder?

prometesse bênçãos sobre uma nação e ela se


voltasse contra ele, ele também poderia can-
Pessoas/ celar a bênção. O povo jamais deveria supor
lugares-chave que Deus o abençoaria apesar de suas vidas
pecaminosas. Por outro lado, eles receberiam
Nabopolasar o perdão de Deus se verdadeiramente se ar-
Fará
rependessem.
Vale Hinom
O povo rejeitou Jeremias pois eles rejeita-
ram a Deus. Jeremias sabia que seus inimigos
planejavam lhe fazer mal. Ele pediu a Deus
que o protegesse e os julgasse de acordo com
o seu pecado. Algumas vezes as pessoas tam-
O trabalho do oleiro ilustrava um valioso bém nos mandam embora quando comparti-
princípio espiritual. Assim como o oleiro mol- lhamos com elas a mensagem de Deus. De-
dava o barro, Deus moldava as nações de acor- vemos nos lembrar que elas estão rejeitando a
do com seus propósitos soberanos. Se Deus Deus mais do que a nós (Mt 5.11,12). Jesus
decretasse o seu julgamento sobre uma nação mandou que amássemos nossos inimigos e
ímpia, mas essa nação se arrependesse, Deus orássemos por eles (Mt 5.43-47), deixando o
poderia cancelar esse julgamento. Mas se Deus julgamento nas mãos de Deus.

Leituras complementares

Brueggmann, Walter. To Pluck Up, To Tear Down: A Commentary. Downers Grove: InterVarsity, 1973.
Commentary on the Book of Jeremiah 1-25. Inter- Um comentário em nível universitário médio.
national Theological Commentary. Grand Rapids/ Thompson, J. A. The Book of Jeremiah. New Internatio-
Edimburgo: Eerdmans/Handsel, 1988. Uma exposi- nal Commentary on the Old Testament. Grand Ra-
ção e aplicação teologicamente rica. pids: Eerdmans, 1980. Para o estudante mais sério.
Harrison, R. K. Jeremiah and Lamentations: An Intro-
duction and Commentary. Tyndale Old Testament

391
Descobrindo os Profetas

Jeremias tomou um jarro de barro da casa Tais experiências levaram Jeremias a um


do oleiro e o levou para o vale de Hinom, ao profundo conflito pessoal (vs. 7-13). Se ele
sul de Jerusalém (19.1,2). Ele advertiu Judá falava as palavras de Deus, o povo o perse-
de que a calamidade era iminente, pois o povo guia. Se ele ficava em silêncio, as palavras de
havia abandonado o Senhor e passado a ado- Deus eram como fogo que consumia os seus
rar deuses. Eles derramavam sangue de ino- ossos e que ele simplesmente não podia apa-
centes e até mesmo sacrificavam seus filhos gar. Ele precisava pregar a qualquer custo.
para Baal! Algumas vezes, o sofrimento de Jeremias
Jeremias descreveu as terríveis coisas que o levou ao desespero (vs. 14-18). Por que o
aconteceriam quando os exércitos invasores Senhor fazia com que ele passasse por tanta
tomassem Jerusalém. O povo não teria mais coisa? Cada dia trazia mais problemas e tris-
comida e precisaria recorrer ao canibalismo. tezas. Jeremias amaldiçoou o dia em que
Corpos espalhados por toda a parte iriam tor- nasceu e desejou ter morrido ainda no ven-
nar-se alimento para os animais selvagens. No tre de sua mãe.
final da sua mensagem, Jeremias quebrou o Talvez em algum ponto da sua vida você já
jarro, simbolizando a total e irreversível des- tenha se sentido tão desencorajado quanto
truição de Jerusalém. O vale Hinom iria trans- Jeremias. Talvez você esteja se sentindo desse
formar-se no vale da matança para todos aque- jeito agora. A vida de Jeremias demonstra que
les que colocassem sua confiança em ídolos. a fé bíblica não oferece garantias de uma vida
fácil. O Senhor pode nos chamar a servi-lo de
A perseguição leva ao desespero maneiras que nos levam aos limites, de forma
(20.1-18) que os conflitos da vida parecem nos sufocar
Pasur, o sacerdote, ficou irado com as pala- e onde Deus parece ignorar as nossas orações.
vras de Jeremias contra Judá e Jerusalém. Ele Mas Jeremias prosseguiu e é isso que nós tam-
mandou que o profeta fosse açoitado e preso bém devemos fazer. Ele não entendia os ca-
em um tronco público até o dia seguinte. Mas minhos de Deus, mas sabia que, de alguma
depois que Jeremias foi solto, ele pronunciou forma, podia continuar confiando no Senhor
um julgamento contra Pasur. Deus daria ao em todas as situações. O Senhor não prome-
sacerdote um novo nome — Magor-Missabib, teu nos dar as razões para tudo o que tivermos
que quer dizer “Terror-Por-Todos-Os-Lados”! que enfrentar, mas prometeu capacitar-nos
Pasur, bem como sua família e amigos, iria para aquilo que nos chamar a fazer e dar-nos
passar pelo horror do cerco de Israel. A cida- as forças necessárias para completar nossa ta-
de cairia e Pasur morreria no exílio. refa (Fp 1.6).

392
28 Jeremias 21–52
e Lamentações
Lidando com o desastre

Esboço
• Esboço
• A mensagem de Jeremias
continua (21.1—52.34)
Jeremias desafia governantes e profetas
(21.1—29.32)
O Livro do Consolo (30.1—33.26)
Objetivos
O fracasso da liderança de Jerusalém Depois de ler este capítulo,
(34.1—39.18) você deve ser capaz de:
Jerusalém depois da queda (40.1—45.5) • Delinear os capítulos 21—52 de Jeremias.
Profecias sobre as nações (46.1—51.64) • Descrever como Jeremia desafiou os
A queda de Jerusalém é revista (52.1-34) governantes e profetas.
• Lamentações: • Explicar por que Jeremias 30—33 é muitas
Um pranto de agonia vezes chamado de “Livro do Consolo”.
Esboço • Comparar a aliança de Deus com Moisés
com a nova aliança com seu povo.
Pano de fundo de Lamentações
• Fazer uma lista dos incidentes de desobe-
A mensagem de Lamentações diência que levaram à queda de Jerusalém.
• Dar o nome das nações sobre as quais
Jeremias profetizou nos capítulos 46—51.
• Delinear o livro de Lamentações.
• Dar exemplos de como acrósticos são
usados em Lamentações.
• Descrever os resultados da destruição de
Jerusalém.

393
Descobrindo os Profetas

No capítulo anterior, vimos como Jeremias E. Jerusalém paga um trágico preço


enfrentou muitos desafios difíceis. Ele lutou (39.1-18)
contra inimigos que não queriam ouvir a men-
sagem de Deus e sofreu com freqüência por VII. Jerusalém depois da queda
estar obedecendo o chamado de Deus. Jere- (40.1—45.5)
mias também esteve em conflito com Deus, A. Problemas internos
imaginando porque Deus havia lhe dado uma (40.1—41.18)
tarefa tão frustrante. B. Problemas no Egito
Os conflitos de Jeremias continuaram à (42.1—43.13)
medida que o pecado de Judá trouxe cada C. O povo não aprende com a
vez para mais perto de si o julgamento de História (44.1—45.5)
Deus. O povo resistia firmemente à verdade VIII. Profecias sobre as nações
que Jeremias proclamava e, no final, acabou (46.1—51.64)
pagando o preço terrível de seus pecados. Je- A. Egito (46.1-28)
remias também pranteou a queda de Jerusa- B. Filístia (47.1-7)
lém, pois ele havia advertido o povo durante C. Moabe (48.1-47)
quarenta anos sem resultados. D. Amom (49.1-6)
E. Edom (49.7-22)
F. Damasco (49.23-27)
Esboço G. Quedar e Hazor (49.28-33)
H. Elão (49.34-39)
IV. Jeremias desafia governantes e I. Babilônia (50.1—51.64)
profetas (21.1—29.32)
A. Jeremias repreende os governan- IX. A queda de Jerusalém é revista
tes e governos (21.1—23.8) (52.1-34)
B. Jeremias repreende os profetas e
seus ouvintes (23.9-40)
C. Jeremias descreve a ira de Deus A mensagem de
(24.1—25.38)
D. Jeremias confronta o povo Jeremias continua
(26.1-24)
E. Jeremias usa um jugo
(21.1—52.34)
(27.1—28.17)
Jeremias desafia governantes e
F. Jeremias escreve para os exilados
profetas (21.1—29.32)
(29.1-32)
Jeremias repreende os governantes e
V. O Livro do Consolo (30.1—33.26)
governos (21.1—23.8)
A. Israel volta para a terra e para
Deus (30.1—31.40) Quando o rei Nabucodonosor da Babilô-
B. A compra simbólica de terra de nia atacou Jerusalém, Zedequias, o último rei
Jeremias (32.1-44) de Judá, mandou mensageiros para pedir
C. As grandes obras futuras de orientação para Jeremias (21.1,2). Jeremias
Deus (33.1-26) respondeu que o próprio Deus estava lutando
contra Judá! Aqueles que se entregassem aos
VI. O fracasso das lideranças de babilônios viveriam, mas qualquer um que fi-
Jerusalém (34.1—39.18) casse em Jerusalém morreria (21.8,9).
A. A liderança não mantém sua Deus prometeu poupar a cidade se o rei e
palavra (34.1-22) seus líderes verdadeiramente se arrependes-
B. A liderança não aprendeu a sem, mas se eles persistissem em sua increduli-
obedecer (35.1-19) dade, Deus iria destruir Jerusalém (22.2-5). A
C. A liderança recusa-se a respeitar cidade iria tornar-se um assustador exemplo
a Palavra de Deus (36.1-32) para todos que pensassem em ir contra Deus.
D. A liderança recusa-se a dar Jeremias disse ao povo que pranteasse por
ouvidos ao profeta de Deus Salum (Jeoacaz), o filho do rei Josias (22.10-
(37.1—38.28) 12). Salum reinou durante apenas três meses
394
Jeremias 21—52 e Lamentações

antes que o Faraó Neco o depusesse e levasse pecado onde quer que o encontrasse! Beber
cativo para o Egito (2Rs 23.31-34). O profeta do cálice de Deus simbolizava receber a ira
então denunciou a Jeoaquim, o sucessor de de Deus (Ob 16; Mt 26.39,42). As nações
Salum e outro filho de Josias (22.13-23). Josias receberiam o castigo completo por sua per-
havia servido ao Senhor fielmente, mas Jeoa- versidade.
quim não tinha seguido o exemplo justo de Oito anos depois dessa profecia — em 597
seu pai! Jeremias declarou que Jeoaquim te- a.C. — Nabucodonosor levou o rei Jeoaquim
ria uma morte desgraçada e receberia o en- e muitos outros oficiais judeus para as prisões
terro de um jumento (22.19). da Babilônia. Ele também colocou Zedequias,
Jeconias, o filho de Jeoaquim, em breve um outro filho de Josias, no trono e deu a
sofreria por causa da perversidade do seu pai Judá mais uma chance de se submeter ao
(22.24-30). Nabucodonosor o levou para a Ba- governo da Babilônia. O Senhor usou essa
bilônia, onde ele passou trinta e sete anos na ocasião para dar a Jeremias uma outra men-
prisão (2Rs 24.10-15; 25.27-30). sagem profética.
Os outros líderes de Judá só se preocupa- Deus mostrou a Jeremias dois cestos de fi-
vam consigo mesmos, mas Deus prometeu que gos — um bom e outro ruim. Os figos bons
um dia levantaria um líder que iria estabelecer representavam os exilados na Babilônia, os
justiça na terra (23.5,6). Jesus Cristo começou quais Deus iria proteger, abençoar e, um dia,
a estabelecer esse reinado em sua primeira vin- restaurar. Mas os figos ruins simbolizavam
da e irá completar a obra quando voltar. Zedequias e aqueles que haviam permaneci-
do em Jerusalém. Esse grupo de infiéis morre-
Jeremias repreende os profetas e ria pela espada, fome ou doença.
seus ouvintes (23.9-40)
Jeremias lutou com freqüência contra fal- Jeremias confronta o povo (26.1-24)
sos profetas. Esses homens garantiam ao povo Enquanto Jeremias estava do lado de fora
que Deus iria abençoar Judá para sempre, mas do templo, ele desafiava os que por ali passa-
suas palavras não vinham do Senhor. Alguns vam a mudar seus caminhos. Como Deus po-
chegavam a falar em nome de Baal e encora- deria declarar de maneira mais clara a sua
javam os perversos a continuar pecando (vs. preocupação? Deus havia destruído Siló, a
13,14). Mesmo nos dias de hoje, muitos tole- antiga cidade do tabernáculo, como forma
ram todo o tipo de perversidade em vez de de julgamento pela perversidade de Israel. Je-
mudar o seu estilo de vida. remias advertiu que Jerusalém logo teria o
Os sacerdotes também agiam corrupta- mesmo destino.
mente e desgraçavam o templo. Eles afirma- As palavras ásperas de Jeremias deixaram
vam falar em nome do Senhor, mas na reali- os ouvintes irados e muitos gritaram pedindo
dade proferiam mentiras. Jeremias implorou sua morte. Como ele se atrevia a falar contra
para que o povo não desse ouvidos aos falsos Jerusalém e o templo? Mas Jeremias mante-
sacerdotes e profetas que pervertiam a pala- ve-se firme, avisando o povo que, se eles o
vra de Deus. O Senhor iria punir aqueles que matassem, teriam sangue inocente em suas
se atrevessem a falar falsamente em seu nome! mãos.
Outros defenderam Jeremias. Ele estava
Jeremias descreve a ira de Deus
apenas proclamando a mensagem de Deus
(24.1—25.38) — exatamente como era esperado de um pro-
Em 605 a.C., Nabucodonosor tornou-se rei feta! Lembraram-se de Miquéias, o profeta
da Babilônia. No mesmo ano, Jeremias mais que havia proferido palavras fortes contra Je-
uma vez advertiu o povo sobre os problemas rusalém um século antes, mas ninguém o ha-
que estavam por vir (25.1-14). O Senhor ha- via castigado. Aliás, suas palavras tinham leva-
via preparado o seu instrumento — Nabuco- do o rei Ezequias e o povo ao arrependimento.
donosor! Os judeus passariam por setenta anos Se Miquéias não havia cometido nenhum cri-
de exílio e, só então, eles poderiam esperar por me, como o povo podia acusar Jeremias?
livramento. Deus revelou pela primeira vez
quanto tempo o povo teria que sofrer no exílio Jeremias usa um jugo (27.1—28.17)
por causa de seu pecado. No começo do reinado de Zedequias, Deus
Deus também não havia se esquecido das instruiu Jeremias para que usasse um jugo para
outras nações (25.15-38). Ele iria tratar do simbolizar a futura sujeição de Judá à Babilô-
395
Descobrindo os Profetas

nia. Deus colocaria todas as nações sob o jugo Israel volta para a terra e para Deus
de Nabucodonosor; qualquer nação que re- (30.1—31.40)
sistisse, pereceria.
Deus prometeu restaurar o seu povo do ca-
Jeremias continuou a confrontar os falsos
tiveiro. Ele mandou que Jeremias escrevesse
profetas, que insistiam que nenhum desastre
a profecia como forma de testemunho. Ou-
viria. Ele implorou ao rei e seus oficiais que
tros profetas também escreveram palavras de
não dessem ouvidos a eles. A sujeição à Babi-
Deus para que as futuras gerações pudessem
lônia iria salvar vidas, mas se o povo resistisse,
ver a sua fidelidade (Hb 2.2,3).
Nabucodonosor destruiria Jerusalém.
O povo de Deus ainda teria dias terríveis
Hananias era um desses falsos profetas. Em
pela frente. Se não fosse pela intervenção di-
594 a.C. ele declarou que Deus logo livraria
vina, eles jamais se recuperariam do seu peca-
as nações do jugo da Babilônia (28.1-4). Jeoa-
do. Os deuses estrangeiros nos quais eles ti-
quim e todos os exilados voltariam em dois
nham confiado haviam se mostrado sem va-
anos. De maneira dramática, Hananias to-
lor. Tratados com outras nações também não
mou o jugo que Jeremias estava usando e o
trouxeram nada além de problemas.
quebrou, simbolizando como Deus iria que-
Ainda assim, Deus amava o seu povo e
brar o poder da Babilônia.
Mas Hananias falava apenas daquilo que prometeu salvá-los. Ele iria saquear as nações
ele esperava que acontecesse, e não a verda- que os saqueassem e levantaria seu povo a
de de Deus. Ele convenceu muitas pessoas a novos patamares de bênçãos. Ele também pro-
confiarem em uma mentira, uma mentira meteu restaurar a linhagem de Davi (30.9),
muito séria e pela qual ele pagaria com sua uma promessa que espera pelo seu cumpri-
vida. Dois meses depois, esse falso profeta es- mento final em Jesus Cristo (Lc 1.32,33). Deus
tava morto. julgou a Assíria, Babilônia e outras nações que
oprimiram o seu povo, mas a Bíblia adverte
Jeremias escreve para os exilados sobre o dia em que Deus irá julgar os seus
(29.1-32) inimigos para sempre (Ap 20.11-15).
Pouco depois do exílio de Jeoaquim, Jere- Deus estava decidido a honrar sua aliança
mias mandou uma carta para os judeus na com o povo (31.3). Ele transformaria o seu
Babilônia. Falsos profetas estavam, de fato, pranto em alegria e celebração. Quando en-
assegurando o povo de que o exílio logo esta- frentamos situações difíceis — fases que nos
ria terminado! Mas Jeremias pediu ao povo levam ao desespero e à tristeza — precisamos
que construísse casas, plantasse jardins, crias- nos lembrar de que Deus conhece a nossa
se famílias e orasse pelo bem da Babilônia, dor. Devemos levar nossas preocupações a ele
pois eles não voltariam tão logo. Ele reafirmou em oração, pois ele prometeu trabalhar na vida
o prazo que Deus havia lhe revelado (25.12) de seus filhos de acordo com os seus grandes
— setenta anos! propósitos (Rm 8.28; Fp 2.13).
Jeremias citou o nome de vários falsos pro- A nação sentiu a agonia do exílio — ela
fetas que estavam levando o povo pelo cami- havia perdido seus filhos para o conquistador
nho do erro enquanto falavam em nome de inimigo (31.15) Mas o amor obstinado de Deus
Deus. A sentença de morte que o Senhor por seu povo iria triunfar sobre a tragédia! Deus
colocou sobre eles acabaria provando que havia escolhido Jeremias para proclamar pa-
eram falsos profetas. lavras de julgamento e bênção (1.10), mas até
então, o profeta havia falado principalmente
O Livro do Consolo (30.1—33.26) de julgamento.
Estudiosos da Bíblia referem-se a Jeremias Jeremias também relatou que Deus estava
30—33 como o “Livro do Consolo” ou o “Li- fazendo uma nova aliança com seu povo
vro da Consolação”.1 As profecias de Jeremias (31.31-34). Depois que Deus conduziu o seu
muitas vezes continham palavras fortes con- povo para fora do Egito até o Sinai, ele confir-
tra o povo de Deus que vivia em pecado; pa- mou a aliança com eles, prometendo abençoá-
recia que Deus havia desistido de Judá. Mas los e guiá-los enquanto vivessem em fiel obe-
o Livro do Consolo proclamava uma mensa- diência a ele. Mas nos séculos seguintes, Is-
gem emocionante — Deus não havia aban- rael quebrou a aliança muitas vezes apesar da
donado o seu povo. Um glorioso futuro viria fidelidade de Deus. Jeremias prometeu que
após o seu julgamento. essa nova aliança seria diferente.
396
Jeremias 21—52 e Lamentações

Um pequeno
campo próximo
a Jerusalém.
Durante o cerco
de Jerusalém, o
Senhor instruiu
Jeremias a
comprar um
campo que
Hananel, primo
do profeta,
estava
vendendo.

Moisés escreveu a antiga aliança em papi- A compra simbólica de terra de


ros e placas de pedra (Dt 4.13; 29.20). Quan- Jeremias (32.1-44)
do o povo lia o que estava escrito ali, sabia o Durante o cerco de Nabucodonosor em
que Deus esperava. Mas na nova aliança, torno de Jerusalém, Jeremias recebeu um pe-
Deus colocaria a lei no coração do povo de dido estranho. Hananel, um primo do profe-
uma forma que ele jamais havia feito antes. ta, estava vendendo um campo e o Senhor
O Espírito de Deus iria guiar suas vidas de instruiu Jeremias a comprar aquela terra.
dentro deles, de maneira nova e profunda. Jeremias obedeceu, mas se perguntou o que
Jeremias não estava dizendo que, sob essa o Senhor tinha em mente! Durante quarenta
nova aliança, ensinamentos seriam desneces- anos, Jeremias havia proclamado a queda de
sários (31.34), pois o povo de Deus ainda pre- Jerusalém para os babilônios. Por que, então,
cisaria crescer espiritualmente. Mas cada um Deus estava ordenando que ele comprasse a
poderia conhecer o Senhor pessoalmente e terra de Hananel? Era um desperdício de di-
ter acesso direto a ele. Além disso, Deus per- nheiro, pois logo a Babilônia seria dona de
doaria o pecado do povo — o pecado que tudo em Judá. Será que o Senhor havia mu-
formava uma barreira entre ele e o povo. O dado de idéia em relação à calamidade?
Senhor garantiu sua promessa fazendo refe- O Senhor assegurou o seu porta-voz con-
rência à natureza (31.35-37). O sol, a lua e as fuso que tudo estava de acordo com o seu
estrelas iriam mudar o seu curso antes que ele plano. Deus, de fato, desafiou Jeremias a ou-
falhasse em sua promessa! vir sua própria oração (vs. 17,27). O povo ha-
O Novo Testamento declara que Cristo é via suscitado a ira de Deus e ele iria julgá-los
o mediador da nova aliança (Hb 8.7-13), uma por sua perversidade. Ainda assim, o Senhor
aliança que ele estabeleceu mediante seu pró- queria que a compra da terra por Jeremias
prio sangue (Lc 22.20). Por intermédio da sua fosse um sinal de esperança. Um dia, a terra
morte na cruz, Cristo pagou pelos pecados de de Judá voltaria a ter valor. O povo de Deus
uma vez por todas (Hb 9.12) e seu sacrifício retornaria e tomaria posse dela.
traz o perdão de Deus a todos que colocam
nele a sua fé (Rm 3.21-24). O Espírito Santo As grandes obras futuras de Deus
ajuda os cristãos a viverem de acordo com a (33.1-26)
vontade de Deus e, por meio de Cristo, temos Deus havia acabado de dar a Jeremias uma
acesso direto a Deus, o Pai (Rm 5.1,2; 8.3,4). ordem que ele não tinha entendido (32.7).
Nos dias de hoje, muitas pessoas pensam que Então ele prometeu mostrar ao povo coisas
o Cristianismo é uma lista de regras ou um maravilhosas que eles não entenderiam
conjunto de ensinamentos, mas o cerne da (33.2,3). O julgamento viria primeiro, é claro,
nossa fé é o relacionamento pessoal com Jesus mas vozes de alegria e celebração um dia ain-
Cristo (Jo 14.6). da iriam ecoar pela terra novamente. Jere-
397
Descobrindo os Profetas

mias reforçou a profecia repetindo as palavras A liderança recusa-se a respeitar a


que ele já havia dito anteriormente (33.15,16; palavra de Deus (36.1-32)
ver 23.5,6). Deus daria um rei ao seu povo —
Deus instruiu Jeremias para que preparas-
o Renovo da linhagem de Davi. Além disso, o
se um rolo contendo todas as palavras proféti-
Senhor prometeu abençoar o sacerdócio. Reis
cas que o profeta havia recebido. Jeremias
e sacerdotes corruptos tinham muita respon-
ditou as palavras para Baruque, o seu escriba,
sabilidade na depravação de Judá, mas um
dia, os dois ofícios serviriam ao fielmente ao que cuidadosamente as copiou.
Senhor (33.17,18). O Novo Testamento de- Baruque leu o rolo para muitos dos oficiais
clara que Jesus Cristo irá cumprir esses dois de Judá, que insistiram para que Jeoaquim
aspectos da profecia. Hoje, ele intercede pe- ouvisse aquelas palavras. Mas o rei mostrou o
los crentes como nosso Sumo Sacerdote (Hb seu completo desprezo pelas palavras de Deus
7.24-28) e um dia ele irá se assentar no trono ao cortar o rolo em pedaços e lançá-los ao
de Davi (Lc 1.32,33) quando voltar como Rei fogo. Jeoaquim também ordenou a prisão de
dos reis (Ap 19.11-16). Jeremias e Baruque, mas os dois haviam se
escondido antes que os oficiais levassem o rolo
O fracasso das liderança de para o rei.
Jerusalém (34.1—39.18) O gesto desafiador de Jeoaquim não apa-
O povo de Deus sofreu com o mau exem- gou a verdade das palavras de Deus. O rei
plo de seus líderes. Essa tendência continuou havia desonrado a Deus e também iria morrer
durante os últimos e desesperados anos de com desonra (ver também 22.18,19). Jeremias
Jerusalém, quando os governantes levaram a preparou um outro rolo como testemunho
nação à ruína. daquela geração para as gerações futuras.

A liderança não mantém sua palavra A liderança recusa-se a dar ouvidos


(34.1-22) ao profeta de Deus (37.1—38.28)
Quando o cerco de Nabucodonosor come- Quando o exército do Egito entrou na ter-
çou, Zedequias se viu diante de circunstâncias ra para conter o avanço da Babilônia, os babi-
desesperadoras e tentou, sem muita sincerida- lônios levantaram temporariamente o cerco a
de, ganhar o favor de Deus. O rei proclamou a Jerusalém. Zedequias mandou mensageiros
libertação de todos os escravos hebreus de acor- até Jeremias, pedindo oração pela cidade, mas
do com a Lei Mosaica (Êx 21.2), mas o povo Jeremias assegurou o rei que nenhuma mise-
não demorou para reverter o decreto do rei e ricórdia estava por vir. O exército egípcio iria
tomar de volta todos os seus escravos. voltar para casa e Nabucodonosor retornaria
Jeremias proclamou o desprazer de Deus. a Jerusalém!
O Senhor iria “libertar” o seu povo para a es- Quando Jeremias tentou ir até as terras de
pada, pestilência e fome. Se eles não vives- Benjamim para resolver negócios, ele foi acu-
sem na aliança em fiel obediência, eles iriam sado de deserção e foi preso. Zedequias o con-
sofrer os castigos da aliança. vocou e pediu uma mensagem do Senhor.
Jeremias respondeu que o Senhor havia fala-
A liderança não aprendeu a do — Zedequias em breve enfrentaria o cati-
obedecer (35.1-19) veiro na Babilônia. O profeta também quei-
Durante os dias de Jeoaquim, Jeremias apre- xou-se para o rei — por que o rei o havia colo-
sentou ao povo uma lição prática. Ele trouxe cado na prisão? Muitos falsos profetas haviam
os recabitas — um dos clãs de Judá — para a anunciado que a Babilônia nunca viria con-
área do templo e ordenou que bebessem vi- tra Jerusalém. Agora só restava o único ver-
nho. Mas os recabitas recusaram, pois seu an- dadeiro profeta. O resto havia se espalhado.
cestral Jonadabe havia instruído que eles se Os diálogos entre Jeremias e Zedequias
abstivessem de vinho e tivessem um estilo de mostram a falta de coragem do rei. Zedequias
vida nômade para sempre. parecia crer nas palavras do profeta, mas não
Jeremias suplicou ao povo de Judá que as seguia. Ele encontrou-se em segredo com
aprendesse com o exemplo dos recabitas. Es- Jeremias e pediu seu conselho, mas Jeremias
ses homens obedeciam fielmente ao seu pai apenas expressou a sua frustração — de qual-
humano; por que o povo de Deus não podia quer forma, o rei não iria lhe dar ouvidos. O
obedecer o seu pai celeste? profeta insistiu que a única esperança para
398
Jeremias 21—52 e Lamentações

Parte de um
relevo assírio. As
forças assírias
avançam em
Laquis.

Zedequias era entregar-se, mas o rei temia Nabucodonosor permitiu que os pobres da
represálias de seus próprios cidadãos. Conse- terra ficassem lá, tendo em vista que os pobres
qüentemente, Zedequias não fez nada e Je- ofereciam pouca ameaça de revolta. Jeremias
remias continuou prisioneiro do rei até a que- recebeu sua liberdade e escolheu ficar em
da de Jerusalém. Judá entre os pobres. Imaginem como o profe-
Quando compartilhamos nossa fé, também ta se sentiu quando viu suas palavras proféti-
vamos encontrar aqueles que, como Zede- cas tornarem-se realidade. Ele havia adverti-
quias, estão dispostos a ouvir, mas hesitam em do o povo de Deus durante quarenta anos;
pôr as palavras em prática. Outros, como Jeoa- agora era tarde demais.
quim, podem ser ostensivamente contrários a
nós. Em tais situações, não podemos mudar a Jerusalém depois da queda
verdade, mas apenas permanecer pacientes. (40.1—45.5)
Em vez de discutir e argumentar, devemos Problemas internos (40.1—41.18)
orar ao Senhor para que ele conduza essas Nabucodonosor apontou Gedalias, filho de
pessoas ao arrependimento. um oficial judeu (26.24; 40.5) para governar
Jerusalém paga um trágico preço Judá. Gedalias suplicou ao povo para que fi-
(39.1-18) casse na terra e servisse fielmente à Babilônia.
Oficiais de Judá advertiram Gedalias de
A terrível hora sobre a qual Jeremias havia que inimigos estavam ameaçando sua vida,
profetizado tinha finalmente chegado. Os ba- mas Gedalias não acreditou nos avisos. Não
bilônios conseguiram passar pelos muros de demorou para que ele pagasse com sua vida.
Jerusalém e capturaram a cidade. Zedequias Ismael, um filho da casa real, o matou e ele e
e seus oficiais tentaram fugir, mas as forças da seus homens fugiram para Amom, levando
Babilônia os capturaram e levaram o rei de com eles muitos cativos. As forças de Judá
Judá para encarar o seu conquistador. resgataram os cativos, mas Ismael escapou.
Nabucodonosor não teve piedade e pren-
deu o rei, conduzindo-o em correntes até a Problemas no Egito (42.1—43.13)
Babilônia. A última coisa que Zedequias viu Ao ver que estava diante de problemas sérios
foi a morte de seus filhos. Nebuzaradã, o capi- com a Babilônia, o povo buscou o conselho de
tão da guarda, supervisionou a destruição de Jeremias. Eles chegaram a prometer que fari-
Israel. Tudo aquilo em que o povo de Deus am tudo o que o Senhor ordenasse. Mas quan-
havia confiado transformava-se em ruínas do Jeremias lhes disse que Deus queria que
chamuscadas. eles ficassem na terra, eles rejeitaram o seu
399
Descobrindo os Profetas

conselho! Apesar dos avisos de Jeremias de acabaria com as esperanças daqueles que con-
que Deus iria julgá-los por sua desobediência, fiavam no Faraó e nos deuses do Egito. As
um grupo grande fugiu para o Egito, levando Crônicas da Babilônia, um antigo registro his-
Jeremias e Baruque com eles. Mesmo no Egi- tórico, relatam que Nabucodonosor invadiu
to, Jeremias continuou a profetizar. Deus usa- o Egito em 601 a.C.2 Ambos os lados sofreram
ria a Babilônia para julgar o Egito também e, muitas perdas.
quando ele o fizesse, os judeus que estives-
sem vivendo no Egito iriam passar pelos horro- Filístia (47.1-7)
res da conquista novamente. Os filisteus também sentiram a ira de Deus.
As palavras de Jeremias sobre Gaza podem
O povo não aprende com a História referir-se à investida de Neco sobre Judá em
(44.1—45.5) 609 a.C. quando ele matou Josias (2Rs
Jeremias desafiou o povo a aprender com o 23.29,30), à sua investida de 601 a.C. a cami-
passado. Durante gerações, Deus havia su- nho de se encontrar com Nabucodonosor ou,
portado sua idolatria e rebelião e, finalmente, talvez, a um ataque posterior comandado por
tinha os enviado para o exílio. Jeremias adver- Hofra (588—568 a.C.) aproximadamente na
tiu seus ouvintes de que a idolatria do Egito mesma época da queda de Jerusalém (Jr 37.5).3
traria as mesmas conseqüências amargas. Talvez Deus tenha usado tanto forças da Ba-
Nabucodonosor iria visitar o Egito assim como bilônia quanto do Egito para julgar a Filístia.
havia feito com Judá!
Mas os ouvintes de Jeremias interpretaram
Moabe (48.1-47)
as evidências históricas de maneira diferente. Os moabitas eram descendentes de Ló,
Eles acreditavam que o fato de terem dado sobrinho de Abraão (Gn 19.36,37) e viviam a
ouvidos a Jeremias é que havia lhes causado leste do Mar Morto. O orgulho era o cerne dos
problemas e prometeram continuar fazendo problemas de Moabe, talvez porque o país ti-
sacrifícios para os seus ídolos do Egito. Mesmo vesse encarado pouca hostilidade por parte
nos dias de hoje, muitas pessoas negam a ver- das grandes potências (48.7,11,29,30). Nabu-
dade de Deus e continuam em sua rebelião. codonosor conquistou Moabe e sua vizinha
Amom algum tempo depois da queda de Je-
Profecias sobre as nações rusalém. Josefo, o historiador judeu, sugere o
(46.1—51.64) ano de 582 a.C.4
Como muitos outros profetas, Jeremias fa- A lista detalhada que Jeremias faz das ci-
lou de profecias sobre outras nações. O poder dades de Moabe dá a entender que o julga-
de Deus não se limitava às fronteiras de Judá. mento seria extenso. Até mesmo Quemos,
Ele controlava todas as nações e também iria principal deus dos moabitas, foi para o exílio
julgá-las pelo seu pecado. com aqueles que o adoravam. Ainda assim, o
Senhor ofereceu alguma esperança para a
Egito (46.1-28) restauração de Moabe (48.47), talvez durante
Em 605 a.C., quando o exército babilônio a era messiânica.
avançava para o oeste, o Egito foi para o nor-
te, para dentro da Síria, em tentativa de parar Amom (49.1-6)
o invasor. Em Carquemis, as forças de Nabu- Os amonitas também eram descendentes
codonosor alcançaram uma vitória decisiva e de Ló (Gn 19.36,38) e viviam a leste do Jor-
estabeleceram-se como potência dominante dão. Lutavam com freqüência contra o povo
do mundo antigo. Jeremias usou a ocasião para de Deus e tratavam-no com crueldade (1Sm
anunciar o julgamento do Egito. O Egito so- 11.1,2; 2Sm 10.1-4; Am 1.13). Deus anun-
breviveria, mas somente depois de sentir a ira ciou que também arrasaria com seu orgulho,
de Deus. apesar de Jeremias ter indicado alguma espe-
Deus prometeu usar Nabucodonosor para rança de restauração.
atacar o Egito. Durante séculos, a localização
do Egito havia lhe oferecido uma certa segu- Edom (49.7-22)
rança natural. Os exércitos da Mesopotâmia Os edomitas eram descendentes de Esaú, o
tinham que atravessar longas distâncias e lu- irmão de Jacó (Gn 36.1) e tornaram-se gran-
tar muitas batalhas antes de chegar lá. Mas des inimigos (Am 1.11,12; Ob 10-14). Usando
dessa vez, o Egito não escaparia. O Senhor palavras como as do profeta Obadias, (ver Jr
400
Jeremias 21—52 e Lamentações

A esfinge, no
Cairo. Como
outros profetas,
Jeremias
profetizou
sobre outras
nações,
incluindo o
Egito.

49.9, 14-16 e Ob 1.1-5),5 Jeremias denunciou o Babilônia (50.1—51.64)


orgulho de Edom e prometeu completa des- Jeremias deixou por último o julgamento
truição, comparável à de Sodoma e Gomorra. da Babilônia. Uma nação do norte iria arrui-
Edom provavelmente caiu para os babilô- nar por completo esse reino rebelde. Bel (ou
nios pouco tempo depois de Judá (Jr 25.9,21; Marduque), o principal deus da Babilônia, iria
Ml 1.3). O território oeste de Edom tornou-se mostrar-se totalmente sem poder. Deus que-
província da Eduméia durante o tempo dos ria que todo o mundo visse quem realmente
romanos e os edomitas logo perderam sua iden- controlava as nações!
tidade nacional. Deus advertiu o seu povo para que fugisse
Damasco (49.23-27) da Babilônia. Dias terríveis estavam por vir e a
cidade seria saqueada. A Babilônia regozi-
Damasco e as cidades-estado araméias ao
jou-se pois havia conquistado o mundo, mas o
seu redor haviam sido conquistadas pelos
Senhor iria mostrar quão efêmera é a nature-
assírios no final do século 8º. Nabucodonosor
za do poder da humanidade. Ele chamou as
também os subjugou por volta de 605 a.C.6
nações para atacarem a Babilônia e arrecadar
Dias de alegria e celebração tornaram-se dias
sua parte dos espólios.
de pânico, morte e destruição.
Jeremias descreveu o Senhor como sendo
Quedar e Hazor (49.28-33) o “Santo de Israel” (50.29) e “Senhor dos Exér-
Jeremias também mencionou essas duas tri- citos” (50.34), ressaltando o supremo poder
bos árabes do leste do Jordão.7 Talvez seus ata- de Deus. O Senhor desprezava a arrogância
ques ao território de Judá tornassem necessá- humana e humilhava aqueles que se acha-
ria uma profecia especial para elas. Deus pro- vam sábios e poderosos. Líderes políticos, guer-
meteu destrui-las e então animais selvagens reiros e sacerdotes iriam desaparecer da face
iriam tomar conta de suas terras. da terra. Jeremias comparou a destruição da
Babilônia à destruição de Sodoma e Gomorra
Elão (49.34-39) (50.40). Apenas animais selvagens iriam vi-
Elão ficava a leste da Babilônia e raramen- ver perto de suas ruínas.
te aparecia nos acontecimentos bíblicos, ape- A Babilônia se achava grandiosa, mas es-
sar de ter sido, por vezes, uma força significa- tava apenas cumprindo os propósitos de Deus.
tiva na Mesopotâmia. Ainda assim, Elão não O Senhor havia usado a Babilônia para jul-
estava fora do controle de Deus. A ira feroz gar o seu povo e outras nações, mas agora,
do Senhor iria devorar a nação, apesar de ele era a hora da Babilônia enfrentar o julga-
também ter prometido restaurá-la um dia. mento de Deus (ver 6.22,23 e 50.41,42). Eles
401
Descobrindo os Profetas

Jeremias 39, mas dá um pouco mais de deta-


Lamentos do antigo lhes sobre o resultado da destruição de Jeru-
salém. Apesar disso, o livro se encerra em um
Oriente Próximo tom de esperança. Quando Evil-Merodaque,
o sucessor de Nabucodonosor subiu ao poder,
Outros povos antigos também compuseram lamen- ele libertou o rei Jeoaquim da prisão (2Rs 25.27-
tos para prantear desastres. Um exemplo é a 30), e Jeoaquim passou a sentar-se à mesa fre-
Lamentação sobre a Destruição de Ur, escrita durante o qüentemente com o rei. Os registros em escri-
começo do segundo milênio. ta cuneiforme da Babilônia confirmam a ra-
ção que havia sido estabelecida para Jeoa-
Para Anu, a água de meu olho eu verti; para Enlil, eu quim.8 Algum dia, Deus vai trazer todo o seu
pessoalmente dirigi minhas súplicas. “Não permita que
povo de volta para casa.
minha cidade seja destruída”, eu verdadeiramente dis-
O livro de Jeremias é um grande monu-
se a ele; “Não permita que Ur seja destruída”, verdadei-
ramente disse a ele... Mas verdadeiramente, a destrui-
mento à obra de Deus por meio da vida fiel de
ção de Ur eles dirigiram; que seu povo fosse morto e um homem. O profeta Jeremias enfrentou
seu destino verdadeiramente decretado... com bravura circunstâncias terríveis e
Enlil trouxe Gibil para ajudá-lo. Uma grande tempesta- horrorizantes, apesar de ter visto poucos resul-
de dos céus ele chamou e o povo gemeu. A grande tados em relação a qualquer coisa que ele
tempestade rosna do alto e o povo geme. A grande tivesse dito ou feito. Ele sabia que, de alguma
tempestade que aniquilará a terra ruge dos lugares forma, estava sendo usado por Deus e sua vida
baixos e o povo geme. O vento mau, como uma torren- demonstrou a fé que Deus quer que seus fi-
te que flui, não pode ser impedido. (ANET, 458) lhos tenham.
O Senhor também nos chama a nos sub-
De um modo geral, os lamentos do mundo antigo metermos aos seus propósitos, mesmo quando
são paralelos a Lamentações no sentido de que o povo não os compreendemos completamente ou
pranteia a destruição de suas cidades e dá crédito a um quando eles podem trazer grande sofrimento.
deus ou grupo de deuses por essa destruição. Entre- Em tais ocasiões, podemos nos apegar às suas
tanto, o tom moral de Lamentações torna esse livro sin- promessas — Deus tem um grande futuro re-
gular. O escritor descreve Deus como sendo aquele que servado para o seu povo (Jr 29.11).
trouxe o julgamento por causa da violação da aliança
por parte do povo, e ele chama a nação ao arrependi-
mento. Os outros lamentos antigos nunca apresenta-
vam esse tipo de tema. Lamentações: um
pranto de agonia
beberiam do cálice da ira de Deus e o Se- O livro de Lamentações não é fácil de ser
nhor tinha um grande cálice para eles. Jere- lido. Nele ouvimos o trágico pranto de um
mias mencionou os medos (51.11) que, jun- povo passando pelos horrores da guerra, hu-
tamente aos persas, em breve trariam o fim milhação e exílio. Em nível espiritual, o au-
do domínio da Babilônia. tor considera o relacionamento de Deus com
Jeremias comissionou Seraías, um oficial o seu povo exilado. Ele chega a se perguntar
judeu, para levar essas palavras proféticas até em voz alta se Deus finalmente abandonou
a Babilônia e lê-las quando chegasse lá. Ao seu povo.
jogar o rolo no Eufrates, estava retratado o
destino final da Babilônia — ela iria afundar Esboço
e nunca mais emergir. Em 539 a.C. Deus usou
Ciro, da Pérsia, para dar fim à dominação I. O lamento de Jerusalém (1.1-22)
mundial da Babilônia. Nenhuma nação po-
deria alterar os propósitos finais de Deus. II. O Deus irado de Jerusalém
(2.1-22)
A queda de Jerusalém é revista
(52.1-34) III. O lamento de Judá (3.1-66)
Jeremias encerrou o seu livro com uma re- IV. A completa ruína de Judá (4.1-22)
capitulação dos horrores da queda de Jerusa-
lém. O capítulo é um paralelo bem próximo a V. A súplica de Judá (5.1-22)
402
Jeremias 21—52 e Lamentações

Sumário

1. Jeremias desafiou os governantes e 6. A compra de uma propriedade por


falsos profetas ao repreender os líde- Jeremias indicava a futura restauração
res e seus governos e os profetas e da terra.
seus ouvintes, descrevendo a ira de
7. Um dia, Jesus irá cumprir a promessa
Deus, confrontando o povo com seu
de Jeremias ao governar como um
comportamento, usando um jugo e
bom rei e um sacerdote fiel.
escrevendo para os judeus exilados na
Babilônia. 8. Os judeus no Egito culparam Jeremias
pelo cativeiro em vez de assumirem que
2. Deus prometeu poupar Jerusalém se
a situação havia sido causada pelo seu
o rei e os seus líderes verdadeiramen-
pecado e contínua adoração a ídolos.
te se arrependessem.
9. Entre as nações contra as quais Jere-
3. O jugo que Deus instruiu Jeremias a
mias profetizou estavam: Egito,
usar simbolizava a sujeição de Judá a
Filístia, Moabe, Amom, Edom, Damas-
Nabucodonosor.
co, Quedar, Hazor, Elão e Babilônia.
4. Apesar do pecado do povo, Deus não
10. O autor do livro de Lamentações usou
havia se esquecido deles.
acrósticos como recurso literário.
5. Deus prometeu que iria fazer uma
11. O autor de Lamentações encontra-se
nova aliança com o seu povo.
profundamente entristecido por causa
da completa devastação de Jerusalém.

Pano de fundo de Lamentações com beth, a segunda letra e assim por diante
acrósticos
Estudiosos diferem em suas opiniões sobre ao longo de todo o capítulo. Os capítulos 1, 2
o autor de Lamentações.9 O título “Lamen- e 4 seguem esse padrão. O capítulo 3 tem ses-
tações de Jeremias” aparece em muitas Bí- senta e seis versos — vinte e dois grupos de
blias, refletindo as antigas tradições judaicas três. Nesse capítulos, cada letra dá início a
e cristãs. Além disso, sabemos que Jeremias três versos. Apesar de ter vinte e dois versícu-
escreveu outros lamentos (2Cr 35.25) e que los, o capítulo 5 não é um acróstico.
ele testemunhou a queda de Jerusalém. Os Quem quer que tenha escrito Lamenta-
livros de Lamentações e Jeremias também ções, provavelmente escreveu a obra pouco
contêm muitos temas semelhantes e o con- depois de 587 a.C. O livro reflete a tristeza de
junto desses fatos aponta para Jeremias como alguém que ainda estava angustiado com as
o autor. cenas nítidas da queda de Jerusalém.
Alguns estudiosos, porém, sugerem que A mensagem de
Jeremias não escreveu o livro. Eles acredi- Lamentações
tam que os estilos literários de Lamentações
e Jeremias são diferentes demais. Além dis- O lamento de Jerusalém (1.1-22)
so, o livro não especifica que Jeremias é seu Três contrastes descrevem a tristeza de Je-
autor. rusalém. Primeiro, a cidade que um dia este-
O livro de Lamentações contém uma série ve cheia de pessoas agora está deserta. Se-
de acrósticos ou poemas alfabéticos. O alfa- gundo, a comunidade que antes havia goza-
beto hebraico tem vinte e duas letras, e cada do sua grandeza agora sentia a dor de uma
letra começa um novo verso. Lamentações viúva. Terceiro, a princesa das cidades havia
1.1 começa com aleph, a primeira letra do al- tornado-se uma escrava. Jerusalém chorava
fabeto hebraico. Lamentações 1.2 começa amargamente, mas ninguém a consolava.
403
Descobrindo os Profetas

Questões para estudo

1. Descreva o relacionamento do rei De que forma a profecia de Jeremias


Zedequias com Jeremias. Você acha sobre a nova aliança cumpriu-se em
que Zedequias acreditava em Jere- Jesus Cristo?
mias? Justifique.
5. Na sua opinião, por que o povo recu-
2. Identifique os cinco últimos reis de sou-se a dar ouvidos a Jeremias mes-
Judá e faça uma breve avaliação do mo depois da queda?
reinado de cada um.
6. Quando foi escrito o livro de Lamen-
3. Por que os falsos profetas eram um pro- tações? Tendo em vista que Deus ha-
blema tão sério para o povo de Deus? via julgado o seu povo tão severa-
mente, o povo ainda via qualquer es-
4. Descreva o papel do Livro de Consolo
perança no futuro?
(capítulos 30-33) no livro de Jeremias.

Deus finalmente tratou da impureza da fícios. O Senhor trouxe julgamento sobre os


cidade e ela clamava para que outros vissem sacerdotes e profetas que levaram o povo por
sua dor. Deus havia colocado uma armadilha caminhos errados. Os festivais religiosos ces-
para o seu povo e julgado os seus líderes per- saram e o povo de toda parte pranteou.
versos. Os vizinhos de Sião não lhe ofereciam O autor chorou ao ver o sofrimento de
consolo; em vez disso, alegravam-se com sua Jerusalém. Crianças morriam de fome nos
queda! Mas apesar de sua provação, Jerusa- braços de suas mães enquanto inimigos es-
lém não culpava Deus. Ao contrário, ela pe- carneciam da queda da cidade. Os mortos
dia que Deus visse sua tristeza e punisse aque- tornavam-se comida para os vivos por causa
les que se escarneciam dela. da falta de alimentos! A queda de Jerusa-
lém significava que Deus havia cumprido o
O Deus irado de Jerusalém (2.1-22) que prometera, pois o povo não tinha dado
Deus não teve misericórdia de seu povo, atenção às suas contínuas advertências. O
destruindo tudo aquilo em que Judá havia profeta desafiou o povo a orar pedindo a com-
confiado — fortes e palácios, templos e sacri- paixão de Deus.

Leituras complementares

Brueggmann, Walter. To Build, To Plant: A Commentary Huey, F. B., Jr. Jeremiah, Lamentations. New American
on Jeremiah 26-52. International Theological Com- Commentary 16. Nashville: Broadman, 1993. Um
mentary. Grand Rapids/Edimburgo: Eerdmans/ bom comentário rico em exegese e exposição bíblica.
Handsel, 1991. Uma exposição e aplicação teologica- Kaiser, Walter C., Jr. A Biblical Approach to Personal
mente rica. Suffering. Chicago: Moody, 1982. Uma exposição
Harrison, R. K. Jeremiah and Lamentations: An Intro- curta com muitos pensamentos devocionais.
duction and Commentary. Tyndale Old Testament Thompson, J. A. The Book of Jeremiah. New Interna-
Commentary. Downers Grove: InterVarsity, 1973. tional Commentary on the Old Testament. Grand
Um comentário em nível médio universitário. Rapids: Eerdmans, 1980. Para o estudante mais
interessado.

404
Jeremias 21—52 e Lamentações

O lamento de Judá (3.1-66) mesmo os ricos perderam tudo em uma cida-


O autor compartilhou da agonia do povo. de que pensou que duraria para sempre.
Deus não havia aberto um caminho para o Jerusalém havia tolerado a injustiça social
alívio e não ouvia as preces de seu povo. O por tempo demais. Até mesmo os sacerdotes e
povo havia tornado-se alvo de escárnio do profetas, buscando seu próprio benefício, mal-
mundo enquanto o feroz julgamento de Deus tratavam o justo. O povo esperava que seu rei
caía sobre eles. fosse salvá-lo, mas ele não podia. Judá conso-
Ao mesmo tempo, a única esperança de lava-se em saber que um dia Deus iria julgar
salvação e restauração do povo estava no Deus os seus inimigos também.
que os havia julgado tão ferozmente. Sua dis-
A súplica de Judá (5.1-22)
ciplina os fortaleceria e não duraria para sem-
pre. Sua fidelidade era grande. Todos preci- O povo implorou a Deus para que tivesse
savam confessar seus pecados e voltar para o compaixão dele. Estrangeiros controlavam sua
Senhor. O autor também pediu ao Senhor que terra e eles tinham que trabalhar duro só para
lidasse com os inimigos de Judá. Eles também conseguir o mínimo para sobreviver. Muitos
receberam o castigo por seus pecados. haviam morrido na batalha ou perecido de
fome. Os sobreviventes sofriam com o abuso
A completa ruína de Judá físico e emocional. Monte Sião, o lugar escolhi-
(4.1-22) do por Deus para o templo, estava em ruínas.
O cerco de Jerusalém trouxe muitos dos O povo pediu a Deus que os restaurasse como
horrores da guerra. Por toda parte, as pessoas ele havia feito no passado, mas por trás de seus
morriam lentamente de fome e depois trans- pedidos pairava uma dúvida amedrontadora.
formavam-se em comida para os outros! Até Teria Deus os abandonado para sempre?

405
Ezequiel 1—24

29 Ezequiel 1–24
Dias difíceis estão por vir!

Esboço
• Esboço
• Pano de fundo de Ezequiel
• A mensagem de Ezequiel
Profecias e acontecimentos relacionados ao
chamado de Ezequiel (1.1—5.17)
Objetivos
O dia do Senhor (6.1—7.27)
A glória de Deus se vai (8.1—11.25) Depois de ler este capítulo,
você deve ser capaz de:
Julgamento contra Jerusalém (12.1—24.27)
• Delinear o conteúdo básico
de Ezequiel 1—24.
• Aplicar os acontecimentos da vocação de
Ezequiel a sua vida.
• Descrever os quatro atos simbólicos de
Ezequiel que mostraram o quanto Deus
leva o pecado a sério.
• Relacionar os atos pecaminosos que
Deus mostrou a Ezequiel.
• Descrever os acontecimentos que
precederam a queda de Jerusalém.

407
Descobrindo os Profetas

Um touro alado O livro de Jeremias retrata o incrível desâ-


com cabeça nimo que Jeremias enfrentou com freqüên-
humana na
cia ao servir a Deus. Ele proclamou a mensa-
entrada do
palácio de Calá, gem de Deus para Judá durante quarenta
em Nínive. anos, mas obteve pouco ou nenhum resulta-
do. Ainda assim, prosseguiu diligentemente
para cumprir a tarefa que Deus havia lhe dado.
O profeta Ezequiel também passou por dias
difíceis e, como Jeremias, ele sabia que o pior
ainda estava por vir. Ao falar para os judeus que
já se encontrava no exílio na Babilônia, Eze-
quiel os advertiu do julgamento iminente de
Deus e pediu que eles se arrependessem. Mas
tragicamente, o povo não percebeu a profundi-
dade da sua própria depravação. Logo, os seus
companheiros judeus que ainda moravam em
Jerusalém e Judá iriam juntar-se a eles no exílio.

Esboço
I. Profecias e acontecimentos
relacionados ao chamado de
Ezequiel (1.1—5.17)
A. Contexto (1.1-3)
B. A glória de Deus aparece (1.4-28)
C. A vocação de Ezequiel (2.1—3.27)
D. Quatro atos simbólicos (4.1—5.17)

II. O Dia do Senhor (6.1—7.27)


A. Profecia para as montanhas de E. A retidão é inadequada para
Israel (6.1-14) salvar os perversos (14.12-23)
B. O fim (7.1-27) F. Três analogias (15.1—17.24)
G. Declaração da responsabilidade
III. A glória de Deus se vai (8.1—11.25) individual (18.1-32)
A. Contexto (8.1-6) H. Lamento pelos líderes (19.1-14)
B. A idolatria liderada pelos anciãos I. Lições da História (20.1-44)
(8.7-13) J. Julgamento contra Judá
C. Adoração a Tamuz (8.14,15) (20.45—21.32)
D. Adoração ao sol (8.16-18) K. Três profecias (22.1-31)
E. Convocação dos executores L. Oolá e Oolibá (23.1-49)
(9.1-11) M. A panela enferrujada (24.1-14)
F. A glória prepara-se para partir N. Morre a esposa de Ezequiel
(10.1-22) (24.15-27)
G. Repreensão aos anciãos (11.1-21)
H. A glória se vai (11.22-25)

IV. Julgamento contra Jerusalém


Pano de fundo de
(12.1—24.27) Ezequiel
A. Ezequiel prepara-se para o exílio
(12.1-20) O nome de Ezequiel significa “Deus tem
B. Revelação cumprida (12.21-28) fortalecido”. Sabemos pouco sobre ele além
C. Falsos profetas são denunciados do livro que leva o seu nome. Sabemos que
(13.1-23) ele foi profeta na Babilônia (Ez 1.3; 2.5; 33.33)
D. A idolatria é denunciada (14.1-11) e poderia ter se tornado sacerdote no templo
408
Ezequiel 1—24

se não tivesse sido levado ao exílio pelos babi- se como as criaturas. Muitos comentaristas já
lônios. Ele foi para o cativeiro em 597 a.C. tentaram explicar o que Ezequiel viu. Não
como parte do grupo deportado com Jeoaquim. sabemos exatamente o que as rodas represen-
(Essa foi a segunda deportação de judeus para tavam, mas uma coisa é certa — elas real-
a Babilônia. A primeira ocorreu em 605 a.C.; mente impressionaram Ezequiel!
ver Dn 1.1.) Ele era casado e sua esposa fazia Enquanto Ezequiel observa as criaturas e ro-
parte de um sinal para o povo (Ez 24.15-27). das movendo-se, ele ouviu uma voz. Ao som da
Ele ministrava principalmente aos judeus na voz, as criaturas baixaram suas asas, como que
Babilônia, mas também se correspondia com em um gesto de submissão. Então Ezequiel viu
aqueles em Jerusalém. um trono e nele um ser radiante. O profeta caiu
No tempo da deportação de Ezequiel, a com o rosto em terra quando percebeu que es-
Babilônia estava fortalecida sob o governo de tava na presença da glória de Deus.
Nabucodonosor. Por demorar a acreditar nas
profecias sobre o julgamento, Jerusalém só teve A vocação de Ezequiel (2.1—3.27)
mais dez anos antes da invasão final de Nabu- Deus chamou Ezequiel para o seu ministé-
codonosor que levaria à destruição da cidade. rio profético (2.1-10). Ele prometeu mandar
Ezequiel advertiu os judeus de Jerusalém que, Ezequiel a uma casa obstinada e rebelde. Ali-
se eles não se arrependessem, logo estariam jun- ás, os termos “obstinado e rebelde” aparecem
to a seus irmãos e irmãs na Babilônia. várias vezes nesses versículos. Deus disse ao
Muitos intérpretes discutem a unidade do jovem profeta que o ministério seria difícil e
livro de Ezequiel. O fluxo contínuo do livro, seu que o povo não iria querer ouvi-lo. Quando
estilo completamente autobiográfico e outros fa- servimos ao Senhor, também podemos nos ver
tores sugerem que o texto de Ezequiel veio todo diante de grandes desafios e pessoas que não
de um só autor.1 As profecias do livro vão até 571 querem ouvir. Nossa tarefa, como a de Eze-
a.C. (29.17). Supondo que os escritos tenham quiel, é de nos mantermos fiéis e deixar que
vindo de Ezequiel, podemos presumir que ele Deus cuide dos resultados.
completou o livro por volta de 550 a.C. Na última parte da vocação inicial do pro-
feta — provavelmente a parte em que Eze-
quiel teve a visão — Deus ordenou que ele
Mensagem de Ezequiel comesse um rolo (3.1-15). O rolo continha
uma lista dos pecados do povo — eram tantos
Profecias e acontecimentos que Deus precisou usar os dois lados para
relacionados ao chamado de relacioná-los. Ezequiel provavelmente pensou
Ezequiel (1.1—5.17) que o rolo teria um sabor amargo, mas ao
comê-lo descobriu que era doce. Talvez essa
Contexto (1.1-3) experiência tivesse ensinado a Ezequiel que
Ezequiel teve sua primeira visão em 592 as palavras de Deus seriam doces para ele,
a.C. à beira do rio Quebar, um grande canal quer trouxessem bênçãos ou julgamento.
de irrigação que corria a sudoeste da Babilô- Ezequiel foi então visitar os exilados em TEL-
nia.2 A maioria dos intérpretes considera que A BIBE, um assentamento ao longo do rio
a expressão “no trigésimo ano” se refere à vida Quebar, próximo à Babilônia. O nome “Tel-
de Ezequiel. De acordo com a Lei de Moisés, Abibe” significa “monte de ruínas”, aparente-
Ezequiel normalmente teria entrado para o mente referindo-se à cidade abandonada onde
sacerdócio com essa idade. os Babilônios assentaram a comunidade exila-
da de Judá.3 A visita de Ezequiel aos exilados
A glória de Deus aparece (1.4-28) durou sete dias, os quais, ao que parece, ele
Ezequiel viu quatro seres cheios de esplen- passou apenas olhando e observando-os. Sua
dor. O profeta os descreveu como se tivessem presença causou consternação no meio do povo
uma certa semelhança com criaturas que ele — o que exatamente ele estava fazendo lá?
conhecia, mas eles também possuíam carac- Deus chamou Ezequiel para servir como
terísticas diferentes de qualquer coisa que ele seu mensageiro (3.16-21). Ele colocou sobre o
já tivesse visto. Essas criaturas moviam-se sob profeta a responsabilidade de relatar com pre-
a orientação do Espírito Santo. cisão as suas mensagens para o povo. Ele não o
Ezequiel também viu quatro rodas no céu. responsabilizou pela reação do povo. Deus
As rodas também eram brilhantes e moviam- também nos dá a responsabilidade de usar fi-
409
Descobrindo os Profetas

elmente as oportunidades de ministério que Ainda assim, a questão de Ezequiel perma-


Dia
ele nos oferece. A maneira como as pessoas necia a mesma. O povo teria pequenas rações
do Senhor
vão responder a isso não está em nossas mãos. nos seus dias de cativeiro. Os babilônios iriam
Deus disse a Ezequiel que ele enfrentaria cercar a cidade e cortar o suprimento de comida.
problemas (3.22-27). O povo o amarraria com Em quarto lugar, Deus ordenou que o pro-
cordas para impedi-lo de proclamar o julga- feta dividisse o cabelo em três partes (5.1-17).
mento de Deus. O Senhor também prometeu Ele deveria queimar um terço com fogo, cortar
restringir ou silenciar Ezequiel em determina- um terço em pequenos pedaços com uma es-
das ocasiões, para que o povo não ouvisse sua pada e jogar a terceira porção ao vento para
mensagem. que fosse levada embora. Ele também deveria
pegar alguns fios e costurá-los às suas vestes.
Quatro atos simbólicos (4.1—5.17) A divisão do cabelo representava os dife-
Ezequiel realizou quatro atos simbólicos para rentes destinos que o povo teria. Alguns iriam
mostrar ao povo como Deus levava a sério o seu morrer no fogo, quando os babilônios incen-
pecado. O povo estava caminhando cada vez diassem a cidade. Outros iriam morrer pela
mais rapidamente para o dia do julgamento. espada, enquanto ainda outros seriam exila-
Em primeiro lugar, Deus mandou Ezequiel dos em terras distantes. Mas Deus protegeria
pegar um tijolo e nele escrever “Jerusalém” e alguns remanescentes e os manteria perto de
então fazer um cerco ao seu redor (4.1-3). si. Os seus propósitos para o povo continua-
Quando o povo perguntou o que ele estava riam por esse remanescente.
fazendo, ele respondeu: “Estou pondo um cer- Esses atos, naturalmente, parecem estranhos
co em volta de Jerusalém”. Aquilo que pare- para nós, e aqueles que os presenciaram no tem-
cia uma brincadeira de criança, na verdade, po de Ezequiel devem ter pensado a mesma
continha um significado muito mais profun- coisa! Mas aqueles tempos desesperados exigi-
do. Por meio dos exércitos de Nabucodono- am medidas desesperadas. Deus usou os atos
sor, Deus estava prestes a colocar um cerco ao proféticos de Ezequiel para avisar o povo de quão
redor de Jerusalém uma última e terrível vez. pouco tempo restava para eles se arrependerem.
Em segundo lugar, Deus ordenou a Ezequiel
que se deitasse do seu lado esquerdo por trezen- O Dia do Senhor (6.1—7.27)
tos e noventa dias para carregar a iniqüidade de O conceito de Dia do Senhor ocorre com
Israel (4.4-8). Ele também deveria deitar-se do freqüência entre os profetas do Antigo Testamen-
seu lado direito durante quarenta dias para car- to. Ele inclui três elementos: o julgamento de Deus
regar a iniqüidade de Judá. Os estudiosos dis- contra o pecado, a limpeza e purificação do povo
cordam entre si sobre o significado dessas instru- de Deus e a salvação do povo de Deus.
ções de Deus. Alguns acreditam que Deus es-
Profecia para as montanhas de Israel
tava descrevendo a duração da iniqüidade de
Israel e Judá. Outros argumentam que Deus (6.1-14)
estava instruindo Ezequiel sobre o futuro tempo Ezequiel profetizou para as montanhas de
de julgamento do povo.4 O ato simbólico de Eze- Israel. As montanhas eram testemunhas silenci-
quiel ilustrou a extensão do pecado no qual o osas de tudo o que havia acontecido em Israel
povo de Deus havia se afundado. Apenas um desde que o povo havia entrado naquela região
profundo arrependimento poderia salvá-los de e conquistado a terra prometida. Deus prome-
se afogarem em seu próprio mal. teu que as montanhas veriam seus altares idóla-
Em terceiro lugar, Deus disse a Ezequiel que tras e lugares altos esmagados.
cozinhasse seu pão, dividindo-o em pequenas Em segundo lugar, Deus anunciou que as
porções e usasse esterco humano como com- cidades seriam destruídas por completo. Fome,
bustível (4.9-17). Ezequiel respondeu horrori- espada e cerco, tudo isso viria contra a cidade
zado — ele nunca havia comido nada impuro! para destrui-la. Ezequiel prometeu que, quan-
Deus disse a Ezequiel que poderia usar esterco do isso acontecesse, “então eles saberiam”. Essa
de vaca em vez de esterco humano como com- frase — “eles saberão” — repete-se várias vezes
bustível. Isto pode parecer um consolo muito em Ezequiel e apresenta um tom de ironia. Deus
pequeno, mas muitas pessoas no mundo usam avisou o seu povo do terrível julgamento e disse
esterco de gado como combustível. Uma vez que, quando acontecesse, então eles saberiam.
que o esterco está seco, ele não tem odor e Quando a calamidade finalmente chegasse
oferece uma queima limpa. e o povo percebesse que Deus estava falando
410
Ezequiel 1—24

sério, seria tarde demais. Ainda assim, as ad- prantear sua morte.5 Tamuz voltava à vida na
Tamuz
vertências de Ezequiel davam ao povo a opor- primavera, quando as plantações se rejuvenes-
tunidade de se arrepender. ciam e os botões de flores apareciam nas árvo-
Istar res. Mais uma vez, Deus advertiu Ezequiel que
O fim (7.1-27)
ainda haveria pecados maiores pela frente.
Ezequiel descreveu as condições horríveis
que acompanhariam a queda de Jerusalém. Adoração ao sol (8.16-18)
Todas as mãos estariam enfraquecidas e a ver- Em seguida, Ezequiel viu o povo curvando-
gonha cobriria o rosto de todos. Eles jogariam às se para o sol entre o pórtico do templo e o altar
ruas o ouro e a prata que tanto prezavam, pois dos holocaustos. O povo escolheu um lugar san-
nada disso os salvaria dos babilônios. Mais uma to para adorar, mas desonravam a Deus ao esco-
vez, Deus prometeu — “Então eles saberão”. lher o seu templo como local de adoração a ou-
tros deuses! Deus prometeu limpar a terra de tal
A glória de Deus se vai (8.1—11.25) idolatria. Ele não iria mais tolerar essas ofensas
Contexto (8.1-6) impertinentes ao seu caráter de santidade. O
seu povo deveria adorar somente a ele.
Ezequiel 8—11 apresenta uma das mais
trágicas visões do livro de Ezequiel. Era 591 Convocação dos executores (9.1-11)
a.C., quatorze meses depois da primeira visão A visão de Ezequiel continuou com Deus
de Ezequiel. Ele recebeu essa outra visão convocando seis executores e um escriba para
quando estava sentado em uma casa na Ba- realizar o julgamento de Jerusalém. Ele orde-
bilônia junto a alguns anciãos de Judá. nou que as pessoas que verdadeiramente ti-
O Espírito de Deus deu a Ezequiel uma vi- vessem se arrependido e que estivessem ago-
são de Jerusalém. A primeira coisa que o profe- nizando por causa da terrível situação espiri-
ta viu foi um ídolo de ciúmes colocado na área tual de Jerusalém fossem marcadas. Ele sabia
do pátio do templo. Este provavelmente repre- quem o seguia e ele iria protegê-las.
sentava Astarote, a esposa do deus pagão Baal. Em segundo lugar, Deus ordenou que os exe-
Ezequiel, um homem de linhagem sacerdotal, cutores não tivessem misericórdia do restante.
sem dúvida se revoltava com a presença de Eles começaram a matar a todos enquanto o
qualquer ídolo em qualquer lugar, quanto mais Senhor gritava “enchei de mortos os átrios!” (9.7).
na área do templo! Mas Deus lhe disse que Ezequiel ficou horrorizado com essa parte da
ainda haveria coisas piores em sua visão. visão — seria o povo de Deus tão corrupto e
A idolatria liderada pelos anciãos merecedor desse julgamento? Deus lhe assegu-
(8.7-13) rou que sim. O Senhor via o seu pecado em toda
a sua feiura e prometeu julgar completamente.
Deus levou Ezequiel da entrada do pátio
para a câmara secreta, perto do santo dos san- A glória apronta-se para partir (10.1-22)
tos na área do templo. Ali, setenta anciãos A glória do Senhor encheu o pátio do tem-
praticavam a idolatria, bem no templo! Eles plo. Ela subiu aos céus sobre a área do templo,
pensavam que Deus não estava vendo o seu acompanhada de um querubim e das rodas
pecado, mas ele podia ver tudo. que Ezequiel tinha visto da outra vez. A presen-
Enquanto Deus fazia um “tour” da cidade ça de Deus preparava-se para deixar Jerusalém.
de Jerusalém com Ezequiel, o profeta prova- Alguém se importava que ele estava partindo?
velmente não podia acreditar em quão horrí- Aparentemente poucos se importavam.
vel tudo havia se tornado. Mesmo assim, a
cada passo, Deus lhe falava de abominações Repreensão aos anciãos (11.1-21)
terríveis que ainda estavam por vir. Ezequiel repreendeu os anciãos que se sen-
tavam próximo ao portão leste da casa do Se-
Adoração a Tamuz (8.14,15) nhor por causa de sua atitude fatalista. Eles
O Senhor levou Ezequiel para o portão do acreditavam que nada que fizessem iria mu-
templo, no pátio externo, onde Ezequiel viu dar alguma coisa para Deus a essa altura. Mas
mulheres chorando por Tamuz. Tamuz era um Ezequiel mostrou uma pequena ponta de es-
deus mesopotâmio da agricultura, marido da perança. Talvez fosse tarde demais para sal-
deusa Istar. Seus seguidores acreditavam que, var a cidade ou até mesmo a nação, mas indi-
a cada ano, no tempo da colheita, Tamuz mor- víduos ainda poderiam voltar-se para o Se-
ria e essas mulheres juntavam-se a Istar para nhor. Eles possivelmente sofreriam o exílio, mas
411
Descobrindo os Profetas

escapariam com vida e talvez se tornariam tempo como sepulcros caiados — bonitos do lado
parte dos poucos e fiéis remanescentes pelos de fora e cheios de corrupção e ossos de mortos
quais Deus renovaria os seus propósitos. do lado de dentro (Mt 23.27,28). Essa descrição
também serve para os dias de Ezequiel. Aqueles
A glória se vai (11.22-25) que prometeram livramento seriam os primeiros
A visão teve um final triste. Os querubins a sentir o terrível julgamento de Deus.
ergueram suas asas com as rodas ao seu lado e
a glória de Deus pairou sobre eles. A glória de A idolatria é denunciada (14.1-11)
Deus saiu do meio da cidade e posicionou-se O primeiro mandamento ordenava que o
sobre o Monte das Oliveiras, a leste da cida- povo não tivesse nenhum outro deus que ri-
de, o mesmo monte sobre o qual Jesus descre- valizasse com o Senhor (Êx 20.3). Ele queria
veria o fim dos tempos (Mt 24.3). Deus parou sua lealdade absoluta, mas os ídolos estavam
para lançar um último e doloroso olhar sobre a por toda a parte. Falsos profetas toleravam e
cidade rebelde. E então, em um instante, a até encorajavam o povo a adorar diversos deu-
glória desapareceu. Deus havia aberto o ca- ses. Ezequiel disse que tanto os profetas quan-
minho para que começasse o julgamento. to os idólatras eram culpados. Muitas pessoas
hoje em dia continuam não querendo ter um
Julgamento contra Jerusalém compromisso total de seguir a Deus.
(12.1—24.27)
A retidão é inadequada para salvar
Ezequiel prepara-se para o exílio os perversos (14.12-23)
(12.1-20) Ezequiel descreveu o grau de perversida-
Deus disse a Ezequiel que arrumasse os de do povo. Mesmo se Noé, Daniel e Jó vives-
seus pertences como se estivesse preparando- sem entre esse povo e orassem por ele, prova-
se para o exílio. O profeta obedeceu e come- velmente só os três sobreviveriam por sua reti-
çou a cavar perto do muro da cidade. Quan- dão! A graça de Deus havia preservado um
do o povo perguntou o que ele estava fazen- remanescente, mas poucos seguiam o Senhor
do, ele respondeu: “Estou me preparando para com sinceridade.
ir para o exílio”. Seu ato simbólico representa- O profeta Daniel era um contemporâneo
va aquilo que logo aconteceria com Jerusa- de Ezequiel. No tempo dessa profecia, ele pro-
lém. Algumas pessoas, como Ezequiel, já vivi- vavelmente não tinha mais que trinta anos
am no exílio. Outras logo se juntariam a elas. de idade. As Escrituras nos encorajam a viver
fielmente como exemplos para Cristo indepen-
Revelação cumprida (12.21-28)
dente de quão jovens sejamos (1Tm 4.12).
O povo compreendeu mal a paciência de
Deus para com eles. Eles acreditavam que as Três analogias (15.1—17.24)
visões proféticas estavam falhando, pois não Nos capítulos 15—17 Ezequiel usou três
viam essas previsões tornando-se realidade. analogias para descrever o povo de Deus. Na
Mas Deus os assegurou que não haveria mais primeira ele o descreveu como uma videira
espera. Ele cumpriria seus propósitos em bre- (15.1-8). Na segunda ele o comparou a uma
ve, a seu tempo perfeito. esposa infiel (16.1-63). E na terceira ele disse
que se pareciam com águias (17.1-24).
Falsos profetas são denunciados
Ezequiel descreveu a videira que é quei-
(13.1-23) mada. Alguém até poderia apoiar-se em uma
Os falsos profetas do tempo de Ezequiel videira, mas nunca em uma videira queima-
continuavam a seguir o seu próprio espírito. da! Da mesma forma, o povo estava pondo
Ao que parece, eles esperavam que Deus fos- sua confiança em Jerusalém, mas Jerusalém
se apenas repreendê-los brandamente e deixá- não lhes serviria de apoio. O povo achava que
los voltar para casa. Mas não era isto que esta- sua amada cidade os sustentaria para sempre,
va para acontecer. pois a bênção de Deus estava sobre eles. Em
O Senhor prometeu remover toda a cal. Uma vez disso, Jerusalém havia sido queimada pela
parede podre coberta com uma camada de tin- decadência espiritual.
ta ou cal pode até parecer bonita, mas ela não Em seguida Ezequiel comparou o povo de
serve de sustentação para alguém que se apóie Deus a uma esposa infiel. Deus a tomou desde a
nela! Jesus descreveu os líderes religiosos de seu infância (desde os tempos de Abraão) e a criou.
412
Ezequiel 1—24

Os judeus
choram depois
da queda de
Jerusalém; de
um relevo em
um menorah
(castiçal) na
cidade moderna
de Jerusalém.

Ele assim o fez de acordo com sua graça. Nada O primeiro representava os cativos do grupo
sobre o povo de Deus o tornava digno da aten- de Jeoaquim, que já estavam no exílio. O se-
ção e do favor de Deus. Quando Israel atingiu a gundo vinhedo representava Zedequias, o rei
maturidade, Deus a tomou como noiva. covarde que ouvia o que Jeremias lhe falava,
Mas Israel desprezou o amor de Deus e mas não tinha coragem de obedecer os seus
tornou-se uma prostituta para todas as nações. conselhos (Jr 38.17-23).
Ela adotou os costumes pagãos e práticas de Ezequiel contou a seguinte história. A pri-
adoração dos povos ao seu redor. Muitas des- meira águia escolheu um vinhedo e o trans-
sas nações possuíam rituais religiosos que in- plantou. Nabucodonosor, a primeira águia, le-
cluíam a promiscuidade sexual, portanto a lin- vou cativos para a Babilônia membros daquele
guagem de Ezequiel foi bastante apropriada. primeiro grupo em que Ezequiel se encontrava.
Suas palavras eram extremamente explícitas, Zedequias, o segundo vinhedo, ficou para trás,
tendo em vista que estavam sendo proferidas em Jerusalém. Mas esse vinhedo voltou-se ra-
em um contexto social e cultural muito mais pidamente para o Egito, a segunda águia, pe-
conservador que nos dias de hoje! Porém, mais dindo ajuda quando ela apareceu e ignorando
uma vez Ezequiel estava usando uma lingua- o poder que a Babilônia já havia mostrado.
gem desesperada para tempos desesperados. A profecia parece vir dos últimos dias de
Suas palavras provavelmente chocaram mui- Jerusalém. Zedequias rebelou-se contando
tas pessoas, mas ele estava determinado a vol- com o apoio do Egito que nunca chegou. Na-
tar sua atenção para a depravação em que se bucodonosor marchou para dentro de Jerusa-
encontravam. lém, conquistou a cidade, cegou Zedequias e
Ezequiel disse aos seus ouvintes que eles levou o povo para o cativeiro.
haviam tornado-se piores que Sodoma e Sa-
maria. Que coisa mais horrível o povo de Deus
Declaração da responsabilidade
ter ficado dessa maneira! Apenas o arrepen- individual (18.1-32)
dimento profundo e o toque da graça de Deus Em meio a toda a calamidade do exílio,
poderiam salvá-los da destruição. No capítulo muitas pessoas começaram a murmurar. Aquela
17, Ezequiel descreveu duas águias. A pri- situação não era culpa delas! Eles citavam o
meira águia era a Babilônia e a segunda águia provérbio que dizia que estavam sofrendo por
o Egito. Ele também falou de dois vinhedos. causa do pecado de seus antepassados e não
413
Descobrindo os Profetas

em função dos seus próprios pecados. Mesmo gui-los. Ezequiel se recusou a conceder-lhes
nos dias de hoje, muitos tentam justificar os uma audiência. O Senhor não daria a eles
seus pecados colocando a culpa nos seus pais, mais nenhuma revelação até que estivessem
nas suas origens ou em outros fatores. prontos para recebê-la.
Mas Ezequiel declarou que a responsabili- Ezequiel lembrou os anciãos da triste his-
dade era individual. Deus iria punir o povo tória espiritual do povo. Israel mal havia dei-
pelos seus próprios pecados e não pelos pecados xado o Egito quando o povo começou a recla-
de outros. O Senhor também afirmou que ele mar. Apesar de todos os milagres que eles ti-
não tinha nenhum prazer na morte do perver- nham visto, faltava-lhes fé e confiança de que
so (18.23,32). Seu caráter reto e santo exigia Deus iria suprir suas necessidades. Durante
que ele castigasse o pecado, mas ele não sentiu quase mil anos eles mantiveram essa atitude
nenhuma alegria ao ter que julgar o seu povo. de rebeldia e aprenderam muito pouco sobre
Ele preferia que eles se voltassem para ele o relacionamento com Deus. Deus, na sua
arrependidos e vivessem. Hoje, Deus ainda pre- graça, havia segurado o seu julgamento, mas
fere que todos voltem-se para ele em vez de agora, não podia mais adiá-lo.
persistirem na sua iniqüidade (2Pe 3.9).
Julgamento contra Judá (20.45—21.32)
Lamento pelos líderes (19.1-14) O povo disse que Ezequiel falava somente
Ezequiel comparou Judá a uma leoa com em parábolas. Eles achavam que suas mensa-
dois filhotes. O primeiro filhote era Jeoacaz e gens eram apenas histórias criadas para
o segundo filhote, Jeoaquim. Jeoacaz era o enfatizar a tragédia daquela experiência pela
filho mais velho de Josias e foi o último rei qual eles estavam passando. Mas a mensa-
bom de Judá. Seu reinado durou apenas três gem de Ezequiel refletia mais que palavras.
meses depois da morte de seu pai. O Faraó Ela descrevia com precisão as condições em
Neco o capturou e o levou para o Egito onde que o povo se encontrava — eles estavam
ele morreu (2Rs 23.31-34). Nabucodonosor correndo de encontro ao julgamento. Infeliz-
capturou Jeoaquim, o segundo filhote e o le- mente, as advertências do profeta não eram
vou para a Babilônia. ouvidas. O povo gostava de escutá-lo pregar,
Ezequiel lamentou porque Judá não tinha mas não levava suas palavras a sério.
mais um governante — ou pelo menos não um
governante de verdade. Zedequias não tinha a
Três profecias (22.1-31)
coragem e a convicção necessárias para liderar Para chamar a atenção do povo, Ezequiel
o povo e, logo, a nação cairia no esquecimento. proferiu três profecias. Primeiro, ele declarou
que Israel havia tornado-se uma escória san-
Lições da História (20.1-44) guinária e impura. O termo “sanguinário” pode
O povo de Deus havia aprendido alguma referir-se tanto a assassinato quanto a injusti-
coisa com a História? Na verdade, não. Em ça. Ezequiel não estava descrevendo a pena
591 a.C., os anciãos buscaram o conselho do capital, mas sim as injustiças sociais espalha-
Senhor. Mas Ezequiel sentiu um problema em das por toda a terra. À medida que se afasta-
sua sinceridade. Eles gostavam de ouvir seus va gradualmente do Senhor, o povo estava
conselhos, mas não tinham a intenção de se- cada vez mais propenso à idolatria. Além de
Deus e de suas leis, eles adotaram outros pa-
drões — de injustiça e imoralidade.
Termos-chave Em segundo lugar, Ezequiel descreveu Is-
rael como a nação da escória. O termo “escó-
Dia do Senhor ria” é relativo às impurezas que ficam sobre o
Tamuz metal derretido e que são jogadas fora. O pro-
Istar cesso de aquecer o metal separa as impurezas
do metal puro. As impurezas são mais leves
Lugares-chave que o metal e por isso elas sobem. O refinador
Rio Quebar removia a escória de cima do metal e a des-
Tel-Abibe cartava, pois não tinha nenhum valor.
Ezequiel disse que o povo de Deus havia
transformado-se em escória por causa do seu
pecado. Ao refinar o povo, Deus encontrou
414
Ezequiel 1—24

sujeira demais em suas vidas. Ele iria removê- Oolá e Oolibá (23.1-49)
la por meio do fogo e do julgamento. Deus
Ezequiel descreveu duas irmãs — Oolá e
ainda quer retirar a sujeira de nossas vidas nos
Oolibá. Apesar de sabermos o que os seus no-
dias de hoje para que possamos servi-lo plena-
mes significam literalmente (“Sua tenda” e
mente (Rm 13.14).
“minha tenda está nela”, respectivamente),
Em terceiro lugar, Ezequiel retratou o povo
estudiosos propõem diferentes pontos de vista
de Deus como sendo uma nação de impure-
sobre o significado exato que esses nomes ti-
za. Ele condenou tanto profetas quanto sa-
nham.6 Oolá representava Samaria, a capital
cerdotes por levarem o povo pelos maus cami-
do norte e Oolibá simbolizava Jerusalém, a
nhos. O pecado do povo ficava cada vez pior.
Mas Deus não conseguiu achar ninguém no capital do sul. As duas irmãs eram terrivel-
meio da liderança que pudesse falar em nome mente perversas, mas Deus as tomou para si e
de Israel e implorar pelo perdão de Deus. casou-se com elas de qualquer forma.
Quando estava falando desse problema, Oolá cometeu um grande mal então Deus
Ezequiel usou a ilustração de se tapar uma a entregou nas mãos dos assírios em 722 a.C.
brecha no muro da cidade. Quando o inimi- Mas sua irmã Oolibá — que viu esse julga-
go está diante de uma cidade murada, preci- mento — não aprendeu absolutamente nada.
sa encontrar uma forma de penetrar aqueles Ou seja, Judá viu o que havia acontecido a
muros. Se um exército consegue fazê-lo, aque- Israel por causa de seu pecado mas ainda as-
les que estão defendendo a cidade devem sim continuou a praticar a iniqüidade. Por isso
parar de avançar para que a cidade não seja ela seria julgada com mais severidade.
tomada. Os homens corajosos devem respon-
A panela enferrujada (24.1-14)
der ao chamado para fechar essas brechas.
Mas Deus não achou ninguém — profeta, Em 588 a.C., começou o cerco babilônio
sacerdote ou príncipe — que defendesse Je- ao redor de Jerusalém. Em julho de 587 a.C.,
rusalém do seu julgamento. a cidade finalmente foi tomado pelas forças

Sumário

1. O livro de Ezequiel foi escrito em es- 4. O povo de Deus pecou grandemente


tilo autobiográfico. contra ele; liderados por anciãos,
eles praticaram idolatria nas partes
2. Deus ordenou que Ezequiel realizas-
mais sagradas do templo, eles adora-
se quatro atos simbólicos para mos-
ram um deus pagão da agricultura e
trar quão sérios eram os pecados do
também o sol.
povo: brincar com um tijolo, deitar-se
do seu lado direito e depois esquerdo 5. Em preparação para o julgamento,
durante um determinado período de Ezequiel denunciou os falsos profetas e
tempo, cozinhar o pão em pequenas a idolatria do povo.
porções usando esterco humano
6. Ezequiel descreveu o povo de Deus
como combustível e repartir o seu
com analogias nas quais ele o compa-
cabelo em três partes, fazendo algo
rou com um vinhedo, uma esposa infi-
diferente com cada parte.
el e duas águias.
3. O conceito do Dia do Senhor inclui o
7. Em seu lamento por Judá, Ezequiel
julgamento de Deus contra o peca-
usou filhotes de uma leoa como
do, a limpeza e purificação do povo
analogia para representar Jeoacaz
de Deus e a salvação do povo de
e Jeoaquim.
Deus.

415
Descobrindo os Profetas

Questões para estudo

1.Qual foi o contexto histórico do ministé- 4.Descreva a visão de Ezequiel dos capítu-
rio profético de Ezequiel? los 8—11. Qual era o significado da
glória de Deus deixando Jerusalém?
2.O que sabemos sobre o profeta e seu li-
vro? 5.De que forma você caracterizaria a ati-
tude geral de Ezequiel em relação aos
3.Faça uma lista dos diversos atos simbóli-
seus ouvintes? Qual parece ter sido o
cos realizados para o povo por Eze-
ponto de vista das pessoas que fica-
quiel. Em geral, como você acha que
ram para trás em Jerusalém depois da
o povo reagiu a esses atos?
segunda deportação?

Leituras complementares

Block, Daniel I. The Book of Ezekiel: Chapters 1-24. Uma exegese e exposição completa do texto de Eze-
New International Commentary on the Old Testa- quiel.
ment. Grand Rapids: Eerdmans, 1997. Um comentá- Cragie, Peter C. Ezekiel. Daily Study Bible. Filadélfia:
rio detalhado para o estudante universitário avança- Westminster, 1983. Para o leitor em geral.
do ou para o estudante de pós-graduação. Rico em
Taylor, John B. Ezekiel: An Introduction and Commen-
exegese e notas de rodapé.
tary. Tyndale Old Testament Commentary. Downers
Cooper, Lamar Eugene, Sr. Ezekiel. New American Com- Grove: InterVarsity, 1969. Um bom comentário em
mentary 17. Nashville: Broadman & Holman, 1994. nível universitário.

de Nabucodonosor. No dia em que começou A aparente falta de reação de Ezequiel


o cerco, Deus ordenou que Ezequiel desse em relação à morte de sua mulher natural-
uma profecia. mente chamou a atenção do povo e eles lhe
O profeta comparou Jerusalém a uma pa- perguntaram porque ele não estava prante-
nela enferrujada. Você já tentou cozinhar al- ando. Ezequiel respondeu que Deus tinha a
guma coisa em uma panela enferrujada? É intenção de fazer a mesma coisa com Jerusa-
impossível, pois a ferrugem solta-se da panela lém muito em breve. A destruição da cidade
e mistura-se com a comida. Assim também, o iria significar a morte de muitas pessoas queri-
pecado misturou-se ao povo e contaminou das. Os sobreviventes sofreriam tantos horro-
toda Jerusalém. Da mesma forma que um res que não seriam nem capazes de chorar ou
cozinheiro jogaria fora a comida estragada, prantear. Tragicamente, eles acabariam des-
Deus iria lançar esse povo no cativeiro. cobrindo que o profeta Ezequiel estava certo
desde o começo.
Morre a esposa de Ezequiel (24.15-27) Mas Deus ainda não havia completado os
O Senhor havia advertido o profeta da seus propósitos para o povo. Ele planejava
morte de sua esposa e instruído sobre como restaurá-lo e abençoá-lo novamente! No pró-
ele deveria reagir. Ezequiel deveria pranteá- ximo capítulo, veremos como Deus descre-
la interiormente, mas não dar nenhuma de- veu o julgamento de seus inimigos e a salva-
monstração externa de pranto ou lamentação. ção final daqueles que ele amava.
416
30 Ezequiel 25–48
Deus está planejando
um futuro emocionante!

Esboço
• A mensagem de Ezequiel continua
(25.1—48.35)
Profecias contra as nações (25.1—32.32)
A restauração de Israel (33.1—39.29)
O novo templo de Israel (40.1—48.35)
Objetivos
Depois de ler este capítulo,
você deve ser capaz de:
• Citar o nome das nações às quais Ezequiel
dirigiu suas profecias nos capítulos 25—32.
• Identificar o tema em comum das adver-
tências que Ezequiel pronunciou para as
sete nações nos capítulos 25—29.
• Relacionar os detalhes que Deus revelou a
Ezequiel sobre o novo templo.
• Apresentar os cinco principais pontos de
vista na interpretação de Ezequiel 40—48.

417
Descobrindo os Profetas

Você conhece pessoas que têm sempre uma roso exército de Nabucodonosor iria esmagar
atitude negativa? Não importa a circunstân- esses dois reinos assim como havia feito com
cia, elas sempre vêem o pior em tudo. Esse os outros.
tipo de gente deixa qualquer um de mau Ezequiel separou Edom e lhe deu atenção
humor e estraga o seu dia. especial, pois os edomitas haviam desempe-
Talvez você tenha sentido como se estives- nhado um papel significativo na destruição
se conversando com uma dessas pessoas ao ler de Jerusalém (Ob 10-14). Eles interceptaram
Ezequiel 1—24. A mensagem de Ezequiel os judeus que tentaram fugir e os entregaram
concentrou-se na insatisfação de Deus com a aos babilônios, vendendo-os como escravos.
situação espiritual de seu povo. O profeta ten- Deus prometeu acabar com Edom e suas ci-
tou muitas táticas diferentes, mas todas elas dades. Quando ele o fizesse, eles saberiam que
tinham o propósito de mostrar que Deus iria ele era o Senhor.
julgar o pecado do seu povo.
Nos capítulos 25—48, o tom das mensa-
Filístia (25.15-17)
gens de Ezequiel começa a mudar. O profeta Os filisteus, antigos inimigos do povo de
descreve como Deus vai julgar aqueles que Deus, também estavam prestes a cair. Eles se
se opuseram ao seu povo, quer eles vivessem alegraram com a queda de Judá, mas Deus
em meio ao povo ou em outras nações. Ele iria julgá-los. Eles também sentiriam a sua ira.
também olha mais adiante, para um dia glori- Tiro (26.1—28.19)
oso em que Deus irá derrotar o pecado de
uma vez por todas, restaurar o seu povo e ha- Ezequiel profetizou sobre Tiro em 587 a.C.,
bitar com eles para sempre. O ministério de por volta da época da queda de Jerusalém.
Ezequiel continha muitos desafios difíceis, mas Tiro, uma cidade portuária fenícia, também
ainda assim ele encerra o livro de forma posi- estaria, em breve, sob a ira do Senhor.
tiva — Deus estava planejando um futuro Tiro regozijou-se com a queda de Jerusa-
emocionante! lém, pois teria lucros com sua ruína. Afinal, a
queda de Jerusalém significava um concor-
rente a menos no mundo do comércio! Mas
Ezequiel prometeu que Tiro seria espólio para
A mensagem de as nações e passaria por total desolação e de-
Ezequiel continua vastação.
Com freqüência, Tiro havia conseguido
(25.1—48.35) comprar a paz com os inimigos que a ameaça-
vam. Os reis que queriam atacar a cidade
Profecias contra as nações saíam carregados de riquezas e Tiro prometia
(25.1—32.32) mandar mais todos os anos.
Já vimos como Isaías e Jeremias profetiza- Ezequiel mencionou a situação entre Tiro
ram contra as nações (Is 13—23; Jr 46—51). e a Babilônia. A Babilônia recebia muito di-
Era a vez de Ezequiel retratar o destino final nheiro de Tiro e em troca, não podia destruir
desses reinos. Deus mostra sua soberania so- a cidade. Alexandre, o Grande, finalmente
bre todos eles. acabou arrasando Tiro em 332 a.C. A desola-
ção total que Ezequiel havia profetizado aca-
Amom (25.1-7) bou vindo. Todas as nações iriam lamentar,
Ezequiel declarou que a Babilônia iria con- pois a queda de Tiro também significava pro-
quistar Amom. Os amonitas se alegraram com blemas financeiros para muitos comerciantes
a queda de Jerusalém, mas Deus iria julgá-los estrangeiros.
também. Quando ele o fizesse, eles saberiam O povo de Tiro também lamentou por seu
que ele era Deus. líder. Note o orgulho do seu líder no capítulo
28.2 — ele afirmou ser um deus! Ele possuía
Moabe e Edom (25.8-14) muitas riquezas e sabedoria, mas Deus tam-
Moabe e Edom acreditavam que Judá era bém o arrasaria.
igual a todas as outras nações. Apenas por Alguns intérpretes bíblicos observaram os
causa de alguma virada do destino é que o paralelos entre Isaías 14 e Ezequiel 28. Isaías
povo de Deus havia ganho proeminência na- 14 descreve a estrela da manhã, o filho do
quelas terras. Ezequiel advertiu que o pode- alvorecer, cujo orgulho Deus iria humilhar.
418
Ezequiel 25—48

Um pastor cuida
de seu rebanho
nos montes da
Judéia. Os
pastores de
Israel não
cuidaram do seu
rebanho — o
povo de Deus
— por isso Deus
prometeu que
ele mesmo seria
o seu pastor
(capítulo 34).

Esse governante orgulhoso, assim como o go- apoio egípcio.2 Mas quando as grandes potên-
Sheol
vernante de Ezequiel 28, também havia pro- cias vinham contra esses pequenos reinos, o
ferido palavras arrogantes e cheias de pompa, Egito não fazia nada para ajudar e seus vizi-
elevando-se ao nível de Deus. nhos infelizes sofriam as terríveis conseqüên-
Assim como Isaías 14, Ezequiel 28 é uma cias. Deus prometeu que, quando o Dia do
das passagens que muitos evangélicos acredi- Senhor chegasse para o Egito, eles saberiam
tam fazer referência a Satanás, pois a lingua- quem era Deus.
gem vai bem além daquilo que seria esperado Ezequiel começou essas profecias em 587
de um governante humano. Porém, o versí- a.C., um pouco antes da queda de Jerusalém.
culo 12 refere-se especificamente ao rei de O profeta usou a Assíria como um exemplo
Tiro como sendo o objeto das palavras de Eze- de orgulho que levou a uma grande queda.
quiel. Também, devemos considerar que o Deus havia tornado os assírios poderosos, mas
Novo Testamento não cita esses versículos a Assíria louvou a si mesma em vez de dar a
quando faz referência a Satanás. Provavel- ele o devido crédito.
mente, a linguagem rebuscada de Ezequiel Ezequiel prometeu que Deus iria tratar o
referia-se às grandes bênçãos materiais que Egito da mesma forma como havia tratado a
Deus havia dado ao governante de Tiro. Assíria apenas vinte e cinco anos antes. Nínive
Outros intérpretes entendem que as palavras havia caído em 621 a.C.; o Egito logo cairia
de Ezequiel têm um cumprimento secundá- também. Seu orgulho é que o levaria à queda.
rio em Satanás.1 Em 585 a.C., Ezequiel entoou um lamento
pelo Faraó, o rei do Egito. Ele comparou o
Sidom (28.20-26) Faraó a um feroz monstro marinho presos às
Sidom era uma outra importante cidade correntes do cativeiro. Deus usaria a Babilô-
da Fenícia. Deus disse que traria glória sobre nia para domar esse monstro. A queda do
si ao julgar Sidom. Nem Sidom e nem Tiro Egito traria grande temor por causa da posi-
seriam mais um estorvo para Israel. ção elevada que possuía naquele tempo.
Quando outros reinos vissem a derrota do
Egito (29.1—32.32) Egito, eles estariam olhando para o seu pró-
Ezequiel encerrou suas profecias contra as prio futuro.
nações com quatro capítulos contra o Egito. Em uma linguagem amedrontadora, Eze-
Naquele tempo, o Egito era um dos piores ini- quiel descreveu Deus levando o Egito para
migos de Judá, principalmente por causa da- Sheol. Lá o Egito encontrou um comitê de
quilo que ele deixou de fazer. Era típico o boas-vindas — Assíria, Elão e Edom. Essas
Egito encorajar reinos menores da Palestina a nações também haviam confiado em seu pró-
revoltarem-se contando com a promessa de prio poder e esplendor, mas Deus havia posto
419
Descobrindo os Profetas

um fim em seu domínio. Ezequiel advertiu os Era 587 a.C. e Jerusalém havia caído para
egípcios dizendo que eles iriam tornar-se como os babilônios. Durante o cerco de Jerusalém,
todas as outras nações que haviam desafiado Deus não havia dado palavras proféticas a
o poder de Deus. Ezequiel, mas logo depois ele abriu a boca do
As palavras do profeta são um aviso muito profeta para levar uma mensagem ao povo.
sério para qualquer nação que seja tentada Os exilados protestavam dizendo que a si-
pelo orgulho. Um dia, todos nós vamos enca- tuação toda era injusta. “Era nossa terra”, eles
rar a morte. Como podemos nos preparar? Os diziam, “não foi justo eles a tomarem de nós”.
escritores do Novo Testamento dizem que A resposta de Deus mostrou que a terra per-
devemos estar em paz com Deus por meio de tencia a ele e não ao povo. Eles haviam igno-
Jesus Cristo. Se fizermos isso, o poder da mor- rado os seus mandamentos e mostrado-se inep-
te sobre nossas vidas será quebrado. E nosso tos para possuírem a terra e, portanto, Deus os
país, irá aprender essa lição? E nós? havia enviado para o exílio.
Mas mesmo durante esses tempos de de-
A restauração de Israel sespero, o povo recusou-se a dar ouvidos a
(33.1—39.29) Ezequiel. Eles escutavam as palavras, mas não
Até essa altura do livro de Ezequiel, vimos permitiam que elas alcançassem o seu cora-
muitas coisas desanimadoras. Ezequiel reali- ção. “Que pregador maravilhoso”, eles prova-
zou atos simbólicos pelos quais advertiu o povo velmente diziam um para o outro. Mas ao vol-
de Deus sobre o julgamento que estava por tarem para casa depois de suas mensagens,
vir. Nos capítulos 33—39, ele começou a des- eles o faziam sem demonstrar qualquer mu-
crever as maravilhosas bênçãos que Deus es- dança de vida.
tava guardando para o seu povo fiel. Hoje em dia, muitas vezes as pessoas gos-
tam de ouvir um bom sermão. Escutam o pre-
O chamado ao arrependimento
gador que sabe transmitir uma mensagem de
(33.1-33) qualidade e gostam das suas habilidades em
No capítulo 33, Deus apontou o profeta oratória. Mas elas não aplicam as verdades
como atalaia da cidade (ver também 3.17). que ouvem em sua vida. Os ouvintes de Eze-
Um atalaia ficava vigiando, procurando si- quiel faziam a mesma coisa. Deus os advertiu
nais do inimigo e avisava o povo sobre qual- que, um dia, iriam compreender que Ezequiel
quer ameaça ou ataque. Ezequiel era respon- era, de fato, um profeta de Deus. Mas quan-
sável por avisar o povo sobre seu pecado antes do finalmente percebessem, Jerusalém já es-
que Deus os julgasse. Ele serviu de atalaia taria em ruínas e eles, no cativeiro babilônio.
espiritual para o povo de Deus.
O povo ficou desencorajado ao ouvir todas O rebanho de Deus (34.1-31)
essas profecias melancólicas. (Talvez você tam- Ezequiel comparou os líderes de Israel a
bém sinta-se assim ao ler Ezequiel!) Ezequiel pastores que cuidavam do seu rebanho (o
apresentou a mensagem de Deus usando de povo). Ele os advertiu que deveriam alimen-
uma variedade de técnicas e métodos criati- tar o rebanho e não a si mesmos. Deveriam
vos. Mas a essência era sempre a mesma — usar sua posição de autoridade para servir o
Deus iria julgar o povo pelo seu pecado se eles povo, mas em vez disso, usavam o seu poder
não se arrependessem. Muitos do povo de para obter ganhos desonestos ou simplesmen-
Deus acharam que a situação já não tinha mais te satisfazer suas próprias necessidades. Mes-
jeito. Àquela altura, nada poderia salvá-los! mo nos dias de hoje, muitos líderes cristãos
Ezequiel garantiu que a situação não era não conseguem compreender completamen-
desesperadora. Deus ainda estava oferecen- te que liderar significa servir.
do a esperança do arrependimento e julgaria Ezequiel disse a eles que eram responsá-
o povo de acordo com os seus próprios cami- veis por Deus estar dispersando o seu reba-
nhos. Mesmo quando a nação estivesse a ca- nho. Por quê? Pois aqueles pastores só cuida-
minho do exílio, pessoas ainda podiam voltar- vam de si mesmos. Eles só se preocupavam
se para Deus e, pela fé, ter um relacionamen- com as ovelhas à medida que elas traziam
to correto com ele. E mesmo nos últimos dias bênçãos para eles. A igreja de hoje precisa
de Jerusalém, se toda a nação se arrependes- desesperadamente de líderes que se preocu-
se, quem sabe quanta misericórdia Deus não pem do fundo do coração com o povo que
poderia mostrar? Deus lhes deu para liderar.
420
Ezequiel 25—48

Qual é a solução apresentada por Eze- ro, os ossos secos recebiam carne sobre eles.
Gogue
quiel? O próprio Deus cuidaria deles! Deus Depois, eles ganhavam vida!
prometeu ajuntar o seu povo e cuidar deles Os ossos secos simbolizavam a morte da es-
Magogue pessoalmente e até mesmo restabelecer o rei- perança do povo. Ele estava seco, sem espe-
nado de Davi sobre eles. Muitos intérpretes ranças e sem poder! Mas o Espírito de Deus
Grande entendem que essa passagem refere-se ao sopraria vida para dentro deles novamente.
tribulação reino messiânico.3 Quando Jesus Cristo vol- Ele podia fazer com que se reunissem em uma
tar, vai estabelecer o seu povo e cuidar dele nação sob sua liderança. Deus deu ao povo
pessoalmente. um segundo sinal. Ele mandou que Ezequiel
pegasse dois gravetos e escrevesse “Judᔠem
Julgamento sobre Edom um deles e “José” no outro. Os dois gravetos
(35.1-15) representavam Judá e Israel, respectivamen-
Mencionamos anteriormente nesse capí- te. Assim como os dois gravetos ficaram pre-
tulo como Edom estava ao lado da Babilônia sos como se fossem um na mão de Ezequiel,
contra o povo de Deus quando Nabucodono- Deus iria juntar a nação quebrada e fazer dela
sor conquistou Judá e Jerusalém. Talvez por uma só novamente.
isso Ezequiel separou Edom para lhe dar mais
atenção nesse ponto do livro. Deus iria humi- Gogue e Magogue: o triunfo final
lhar os edomitas por causa de sua hostilidade (38.1—39.20)
e arrogância. Quando o fizesse, eles saberiam Nos capítulos 38—39 Ezequiel olhou adian-
que ele era o Senhor. te, para um futuro distante para ver algumas
das coisas que Deus iria fazer algum dia. Até
Bênçãos para Israel esse ponto Ezequiel havia concentrado-se nos
(36.1—37.28) acontecimentos de sua própria geração. As
Deus prometeu restaurar Israel e restabe- palavras que ele falou em seguida têm signifi-
lecê-la como seu povo novamente. Essa res- cado para nós nos dias de hoje, pois desafiam
tauração incluía dois aspectos — restauração seus ouvintes a viver fielmente à luz do gran-
física e espiritual. de reino que Deus estabelecerá um dia.
Primeiro, Deus prometeu trazer o povo de Os estudiosos da Bíblia discordam sobre o
volta para a terra prometida e renová-lo. Ele significado de Gogue e Magogue.4 O termo
pediria à natureza que voltasse a viver e ela parece descrever o inimigo final do povo de
responderia em sua plenitude. O Senhor faria Deus. Apocalipse 20.8 também os menciona
a vegetação brotar e dar frutos novamente em um contexto igualmente difícil. Podemos
como havia feito nos dias da bênção de Deus. dizer que, seja lá quem eles forem, o poder de
Em segundo lugar, Deus prometeu desper- Deus irá sobrepujá-los. Enquanto estiverem
tar o povo espiritualmente. Deus havia julga- reunindo-se contra o povo de Deus, o Senhor
do o seu povo para proteger o seu caráter de trará a vitória final.
santidade. Precisava castigar todo o pecado A descrição que Ezequiel faz dessa bata-
onde quer que o encontrasse! A paciência de lha é paralela ao livro de Apocalipse. Deus
Deus era temperada por sua justiça e o dia da chamando os pássaros para comer os corpos
justiça tinha chegado. Deus estava agindo em (39.17) se parece com o chamado que acom-
favor de si mesmo e, quando ele trouxe o jul- panhará a volta de Cristo (Ap 19.17). Assim,
gamento, eles finalmente compreenderam muitos intérpretes bíblicos ligam Ezequiel
que Deus era Juiz. 38,39 ao tempo da Grande Tribulação, o pe-
Como parte da recriação espiritual, Israel ríodo final da História antes da volta do Se-
receberia um coração de carne. Deus não iria nhor, que traz vitória e estabelece o seu rei-
devolvê-los à terra para que voltasse à idola- no.5 Gogue e Magogue são derrotados e Deus
tria e rebelião novamente. Ele iria restaurá-los garante a vitória absoluta.
para servi-lo fielmente. Mas eles só poderiam O triunfo de Deus é o triunfo de Israel. O
fazer isso se um poder transformador tocasse povo de Deus vence porque Deus vence. Mais
seu coração. O Novo Testamento chama essa importante ainda, há um transbordar espiri-
experiência de “nascer de novo” (Jo 3.3,5). tual. Multidões voltam-se para o Senhor ao
Deus confirmou suas palavras ao dar a Eze- perceber que somente ele é Deus. Naquele
quiel a famosa visão dos ossos secos. A visão dia, o Senhor será o seu Deus e eles serão o
descrevia dois estágios da ressurreição. Primei- seu povo.
421
Descobrindo os Profetas

O novo templo de Israel vezes, os sacerdotes comiam na área do tem-


(40.1—48.35) plo, pois alguém trazia um sacrifício e parte
Há muito tempo os evangélicos discutem o deste pertencia a eles. Os sacerdotes pode-
significado e interpretação de Ezequiel 40— riam vestir as suas estolas sacerdotais nesses
48. De fato, esses capítulos apresentam um dos cômodos e colocar suas roupas comuns antes
maiores desafios para os intérpretes do Antigo de saírem.
Testamento. O profeta está falando de aconte- Talvez essas descrições tenham empolga-
cimentos que se cumpriram após o exílio ou de do Ezequiel, pois não tinha sido possível que
acontecimentos que ainda estão por vir? E se ele fosse sacerdote. Nabucodonosor o havia
os acontecimentos são futuros, Ezequiel está se levado para o cativeiro antes que ele pudesse
referindo a Israel, à Igreja ou a ambas? Vamos servir. Talvez Ezequiel tivesse esperança de
observar os detalhes básicos desses capítulos e poder servir no novo templo do Senhor.
então procurar tirar algumas conclusões gerais. O área do templo (42.15-20)
Contexto (40.1-4) Ezequiel descreveu uma área enorme ao
No ano 572 a.C., Ezequiel já havia servido redor do templo equivalente a quinhentas
a Deus como profeta durante aproximada- canas (1.500 metros) de cada lado. Tal área
mente vinte anos. Deus o levou para Israel, era muito maior que o monte sobre o qual
para o alto de uma montanha cujo nome não estava o templo nos tempos de Jesus, que pro-
é mencionado. De lá, Ezequiel pôde ver os vavelmente contava com apenas 500 metros
planos de Deus sendo revelados a ele através de cada lado. Estava claro que Deus tinha
de uma visão. grandes planos para o seu templo!
O Senhor o instruiu a escrever tudo o que A volta da glória do Senhor
visse. Boa parte da visão dizia respeito ao novo
(43.1-12)
templo que Deus estava planejando. É possível
que achemos essas descrições e detalhes um Em Ezequiel 11, a glória de Deus havia
tanto estranhos, mas como sacerdote, Ezequiel deixado o templo. Ela havia pairado sobre o
deve ter se fascinado com cada item que Deus templo, movido-se até o Monte das Oliveiras
ia revelando. Ao ler Ezequiel 40—48, procure e então desaparecido. Mas Ezequiel 43 mos-
imaginar o profeta ansiosamente tomando no- trou a glória de Deus voltando a Jerusalém.
tas de tudo o que Deus estava descrevendo. Os detalhes também devem nos fazer lem-
brar de Ezequiel 1, em que o profeta inicial-
As câmaras (40.5-47) mente viu criaturas angelicais, rodas brilhan-
Ezequiel descreveu as câmaras internas e tes e a glória de Deus. Deus prometeu deixar
externas do templo. Não havia nada de novo sua glória ali para sempre.
nisso. Ele também viu câmaras especiais para
O altar (43.13-27)
os que trabalhavam no templo. Os sacerdotes
podiam usá-las para trocar suas vestimentas, Ezequiel descreveu as medidas do altar dos
fazer uma refeição e muito mais. holocaustos. Esse altar ficava no átrio do tem-
plo. Nele, os sacerdotes ofereciam os sacrifíci-
O templo e as estruturas associadas a os trazidos pelo povo. O profeta cuidadosa-
ele (40.48—41.26) mente detalhou o tamanho e o formato do
Ezequiel retratou o total resplendor que altar. Ele então descreveu da mesma forma os
iria caracterizar a casa de Deus. Mais uma sacrifícios que os sacerdotes iriam oferecer
vez, podemos ter dificuldade em acompanhar naquele dia. E, o mais emocionante de tudo
tantos detalhes, mas o sacerdote de Deus de- era que Deus voltaria a aceitar todos esses
leitava-se imensamente ao receber todas es- sacrifícios, pois ele aceitava o seu povo nova-
sas informações. Jerusalém havia perdido o mente.
seu templo em 587 a.C. mas, um dia, Deus
Os ministros e suas funções
iria restaurá-lo.
(44.1—45.8)
Câmaras para os sacerdotes Ezequiel descreveu uma porta selada no
(42.1-14) lado leste da cidade. Ninguém poderia entrar
Mais uma vez, Ezequiel dá destaque para por ela “porque o Senhor, Deus de Israel, en-
essas câmaras para os sacerdotes. Algumas trou por ela” (44.2). É interessante observar
422
Ezequiel 25—48

Depósitos de sal
no Mar Morto,
Israel. O lago é
tão salgado que
nenhum peixe
pode sobreviver.
Na visão de
Ezequiel, a água
fluía do templo
para Jerusalém e
até ao Mar
Morto,
tornado-o doce
e cheio de vida.

que, na entrada triunfal de Jesus em Jerusa- Ezequiel disse que o príncipe irá suprir as
lém, ele provavelmente passou pelo portão les- ofertas nacionais. Alguns evangélicos enten-
te. Nos dias de hoje, o portão leste de Jerusa- dem essas palavras do profeta como sendo uma
lém, localizado em algum lugar próximo onde referência a Jesus Cristo. Infelizmente, é im-
seria o portão leste de Ezequiel, está fechado possível dizer com certeza, tendo em vista que
e selado, pois um rei muçulmano ouviu falar o Novo Testamento não cita essa passagem.
da profecia de Ezequiel e quis garantir (tarde
demais) que nenhum Messias passaria por O rio (47.1-12)
aquele portão. É um comentário interessante A descrição que Ezequiel faz do rio é bas-
para a profecia de Ezequiel. tante parecida com Apocalipse 22. A maior
O profeta anunciou que a santidade de parte dos evangélicos acredita que Apocalipse
Deus estaria por toda a cidade. Ezequiel ti- 22 descreve o céu e esse fato levanta questões
nha em seu coração um grande zelo pela san- sobre a interpretação de Ezequiel 40—48. Eze-
tidade, pois Deus havia chamado os sacerdo- quiel descreveu um templo restaurado aqui na
tes para mediarem sua santidade ao povo. terra durante o curso da História ou algo que
Deus trabalhava por meio deles para mostrar vai ocorrer no céu, depois que Cristo voltar?
sua santidade ao povo. E, ao estar em um rela- O rio flui do templo e oferece cura para
cionamento correto com ele pela fé, sua vida todas as nações (47.12). A mesma coisa acon-
começaria a refletir esse caráter de santidade. tece em Apocalipse 22.2. Deus está preocu-
Um povo santo vive como o seu Deus, e Deus pado em curar o seu povo para sempre.
usava os sacerdotes para tornar isso possível.
Os limites das tribos (47.13—48.29)
Regras sobre as ofertas Os limites das tribos parecem semelhantes
(45.9—46.24) àqueles do reinado de Davi e Salomão. O
Os profetas haviam condenado o povo com povo de Deus iria incluir os israelitas, mas tam-
freqüência por causa do uso desonesto de pesos bém aqueles que se juntassem ao povo de
e medidas (Os 12.7; Am 8.5). No dia que Deus pela fé. Tais palavras proféticas são um
Ezequiel descreveu, todos iriam usar medidas belo prenúncio da afirmação no Novo Testa-
honestas. Talvez sacerdotes como Ezequiel mento de que todas as nações farão parte do
entristeciam-se sinceramente por causa da corpo de Cristo, a Igreja (Ef 2.11-22).
forma como o povo abusava do sistema Ezequiel relacionou a divisão de lotes en-
sacrificial e eram desonestos uns com os ou- tre as tribos. Os sacerdotes e levitas ficariam
tros. Isso não aconteceria mais quando o Se- ao redor do santuário, o que era de se esperar
nhor fizesse a restauração. tendo em vista as suas obrigações contínuas
423
Descobrindo os Profetas

a face, em comunhão íntima com o seu povo


Lugares-chave para sempre. Para os cristãos, a promessa da
presença eterna de Deus é o que há de mais
Amom precioso. Ele prometeu ao crentes que nunca
Moabe iria desertá-los nessa vida, mas ele também
Edom promete que um dia haverá o amanhecer de
Filístia uma nova era na qual eles irão gozar de co-
Termos-chave Tiro munhão pessoal com ele para sempre.
Sidom
Seol
Egito Possíveis interpretações de
Gogue
Magogue Ezequiel 40—48
Grande tribulação Os evangélicos já sugeriram diversas inter-
Milênio pretações para Ezequiel 40—48.6 Um ponto
de vista propõe que a profecia de Ezequiel já
foi cumprida com o retorno e a reconstrução
ali. O príncipe, que também desempenharia de Jerusalém sob Zorobabel, Esdras e Neemias.
milênio
um papel importante no culto do povo, teria Por causa da falta de fé do povo em manter-se
territórios dos lados leste e oeste. firme na promessa de Deus, o templo nunca
alcançou as dimensões descritas por Ezequiel.
As portas de Jerusalém (48.30-35) Um segundo ponto de vista argumenta que
Jerusalém tinha doze portas. Uma para devemos entender as palavras de Ezequiel da
cada tribo. As portas tinham o nome das tri- maneira mais literal possível, mas compreen-
bos escritos sobre elas, um fato que também é dê-las como sendo uma descrição do futuro
encontrado no livro de Apocalipse quando é reino de Deus.7 Aqueles que defendem essa
feita a descrição de Jerusalém (21.12). posição normalmente acreditam que Cristo
Ezequiel encerra o seu livro afirmando que irá cumprir essa profecia durante um reinado
uma vez isso tudo dito e feito, o nome da ci- de mil anos sobre a terra, o chamado milênio.
dade será “O Senhor Está Ali”. A presença O Senhor voltaria no final do período da gran-
pessoal do Senhor no meio do seu povo é o de tribulação e estabeleceria o seu governo
objetivo de toda a história da redenção. Ele tendo Jerusalém como a capital. Durante esse
estará ali — pessoalmente, visivelmente, face tempo, os sacerdotes ofereceriam sacrifícios

Sumário

1. Nos capítulos 25—32, Ezequiel conti- 5. Deus guiou Ezequiel para uma mon-
nua sua mensagem ao fazer profecias tanha alta. Lá, ele mostrou uma visão
contra as nações de Amom, Moabe, que revelava a descrição de um novo
Edom, Filístia, Tiro, Sidom e Egito. templo e Deus o instruiu a escrever
tudo o que visse.
2. Em Ezequiel 33—39, o profeta des-
creve as bênçãos da restauração. 6. Cada uma das doze portas de Jerusa-
lém era designada para uma das doze
3. Mesmo nos piores dias, o povo re-
tribos.
cusou-se a ouvir o profeta Ezequiel
e aplicar as mensagens à sua pró- 7. Intérpretes da Bíblia têm diversas in-
pria situação. terpretações possíveis para Ezequiel
40—48.
4. A restauração que Deus faria de Israel
seria tanto física quanto espiritual.

424
Ezequiel 25—48

Questões para estudo

1. Quais eram as implicações de Ezequiel cia sutil para os cristãos de hoje en-
profetizar contra outras nações (capí- contrada em Ezequiel 33.30-33?
tulos 25—37)? De que forma Deus
4. No livro de Ezequiel, Deus prometeu
ainda mostra o seu poder sobre todas
que iria julgar o mal e restaurar o seu
as nações?
povo. Que diferença essa promessa
2. Descreva a função do atalaia no livro deve fazer na vida do povo de Deus
de Ezequiel. Em que sentido o cristão nos dias de hoje?
dos dias de hoje têm esse papel?
5. Descreva as várias formas como os
3. Avalie a seguinte afirmação: “Os ou- cristãos têm interpretado Ezequiel
vintes de Ezequiel escutavam o que 40—48. Você tem preferência por
ele estava dizendo para eles, mas não algum desses pontos de vista? Se
o ouviam de fato”. Qual é a advertên- sim, por quê?

Leituras complementares

Cooper, Lamar Eugene, Sr. Ezekiel. New American Com- Taylor, John B. Ezekiel: An Introduction and Commen-
mentary 17. Nashville: Broadman & Holman, 1994. tary. Tyndale Old Testament Commentary. Downers
Forte em exegese e exposição. Grove: InterVarsity, 1969. Um bom comentário em
Cragie, Peter C. Ezekiel. Daily Study Bible. Filadélfia: nível universitário.
Westminster, 1983. Para o leitor em geral.

como forma de relembrar o sacrifício de Cris- põe que as palavras de Ezequiel foram parci-
to pelos pecados do mundo. De acordo com almente cumpridas no período do segundo
essa visão, então o reino de Cristo teria carac- templo. O resto se cumpriria por completo na
terísticas judaicas. era da igreja ou no reinado do milênio.
Um terceiro ponto de vista entende que Um quinto ponto de vista sugere que de-
esses capítulos referem-se de maneira proféti- vemos entender a linguagem de Ezequiel
ca à Igreja. Os proponentes dessa visão po- como sendo um exemplo de literatura simbó-
dem encarar os acontecimentos descritos por lica e apocalíptica.9 Ezequiel expressou algu-
Ezequiel como sendo profecias que estão se mas importantes verdades espirituais sobre
cumprindo nos dias de hoje de forma espiri- Deus e o seu reino em termos palpáveis que
tual. Outros acreditam que elas se referem à seus leitores poderiam compreender.
vida no reino celestial de Deus. Eles citam as Ao longo dos capítulos 40—48, ele retra-
palavras de Jesus sobre o seu cumprimento da tou o plano perfeito de Deus para o seu povo,
Lei e dos Profetas (Mt 5.17,18) e sugerem que a presença eterna de Deus com o seu povo e
a Igreja tomou o lugar de Israel nos planos de as bênçãos e responsabilidades da vida no rei-
redenção de Deus (Gl 3.28,29). no vindouro de Deus.
Um quarto ponto de vista é uma combina- Seja qual for a visão de Ezequiel 40—48
ção da primeira e da terceira visão.8 Ele pro- que decidirmos adotar, ela deve criar expec-
425
Descobrindo os Profetas

tativa dentro de nós. Deus está planejando seus olhos. Os cristãos devem reconhecer que
um futuro emocionante! Ele irá restaurar o o Senhor tem a liberdade de cumprir as pala-
seu povo e juntá-lo perto de si. Ele será o Deus vras de Ezequiel da forma como ele achar
deles e eles serão o seu povo. Ele irá mostrar melhor. Qualquer que seja o seu plano, certa-
sua glória e seu cuidado para com eles eterna- mente será indescritível!
mente. E ele enxugará todas as lágrimas de

426
31 Daniel
O reino de Deus—
Agora e para sempre

Esboço
• O livro de Daniel como literatura
apocalíptica
A singularidade da literatura apocalíptica
Características da literatura apocalíptica
Objetivos
O apocalíptico “bíblico”
• Conteúdo do livro de Daniel Depois de ler este capítulo,
você deve ser capaz de:
Conteúdo
• Descrever a distinção do livro de Daniel
Visão geral comparado-o com o resto do Antigo
• Os temas teológicos de Daniel Testamento.
A soberania de Deus • Fazer o esboço do livro de Daniel.
O orgulho da humanidade • Mostrar como Daniel e seus três amigos
A vitória final dos santos de Deus foram fiéis a Deus.
• Problemas de interpretação • Descrever as visões de Daniel.
Material bilingüe • Identificar os três temas predominantes
do livro de Daniel.
Identificação dos quatro reinos
• Dizer como Daniel aborda as nações de
Visão das “setenta semanas”
forma diferente dos outros profetas do
Questões históricas Antigo Testamento.
Data de composição • Explicar por que há problemas de
interpretação do livro de Daniel.
• Responder às acusações de que o livro
de Daniel é repleto de erros.
• Avaliar as duas diferentes posições sobre
a data do livro de Daniel.

427
Descobrindo os Profetas

Daniel é um dos livros mais controversos e vros afirmam que seus autores são venerados
Cânon
debatidos da Bíblia. Ainda assim, sua mensa- heróis da fé israelita (tais como Enoque,
gem é clara e indiscutível. Enquanto estudio- Abraão, Isaías ou Esdras) que viveram sécu-
literatura sos da Bíblia ainda lidam com questões como los antes dos livros terem sido escritos.
apocalíptica datas e precisão histórica, o livro de Daniel pede Esses escritos apocalípticos também com-
continuamente por fé entre aqueles que são partilham de um conteúdo semelhante. Eles
apocalípticos do povo de Deus de qualquer geração. O livro preocupam-se com o futuro e, com freqüên-
intertesta- relata episódios e visões de Daniel, um crente cia, revelam um julgamento escatológico. Eles
mentais tentando permanecer fiel enquanto vivia em normalmente dividem a História em períodos
uma terra estrangeira e hostil à sua fé. distintos de tempo (como, por exemplo, qua-
pseudônimo tro reinos e setenta semanas dos anos). O ápi-
ce da História é o julgamento final que re-
compensa os bons e castiga os maus em uma
escatológico O livro de Daniel vida além da morte.
como literatura Essa literatura é sensível à distinção entre
vaticinium ex o mundo espiritual e o mundo físico. Algu-
eventu apocalíptica mas vezes, anjos ou demônios representam o
mundo sobrenatural. Outras vezes, o recipi-
Um dos motivos para debate é a distinção ente da visão é levado para o outro mundo
período de Daniel quando comparado com os outros
intertesta- para uma jornada celestial. Assim, a literatu-
livros do Antigo Testamento. O Cânon cris- ra apocalíptica envolve tanto o temporal (tem-
mental
tão incluiu Daniel entre os profetas, mas o po escatológico) quanto o espacial (verdade
Cânon hebraico o coloca entre obras chama- celestial).
apocalípticos das de “Os Escritos” (ver discussão no capítu- Muitos desses escritos usam uma técnica
bíblicos lo 1). De fato, uma leitura rápida revela que na qual um acontecimento bastante conhe-
Daniel é diferente dos outros profetas do cido do passado é relatado de forma a pare-
Antigo Testamento tanto em conteúdo quan- cer-se com uma previsão para o futuro. O au-
to em estilo. O que é diferente e por quê? tor toma a posição de um profeta predizendo
e fala do acontecimento como se ainda esti-
A singularidade da literatura vesse por vir. Se os leitores acreditassem em
apocalíptica tal profecia (conhecida como vaticinium ex
Daniel é singular porque contém material eventu, “previsão depois do fato”) como sen-
que os estudiosos modernos chamam de lite- do verdadeira, dariam mais crédito ao livro.
ratura apocalíptica. Esse tipo de literatura é Alguns estudiosos acreditam que o livro de
definido pelo livro de Apocalipse, no Novo Daniel lançou mão dessa técnica (ver abaixo).
Testamento, que é o documento mais antigo
com o título de “apocalipse” ou “revelação”. O apocalíptico “bíblico”
O termo refere-se a um conjunto de docu- O Antigo Testamento contém algumas pas-
mentos contendo uma singular forma de esti- sagens que mostram certas características como
lo e comunicação e tendo em comum o mes- as descritas acima e que normalmente são de
mo conteúdo básico.1 A literatura apocalípti- natureza apocalíptica (Jl 3; Is 24-27 e partes de
ca era amplamente divulgada no Judaísmo Ezequiel e Zacarias). Apesar dessas passagens
nos tempos de Cristo e teve uma influência e do livro de Daniel mostrarem características
profunda no Cristianismo primitivo. claramente apocalípticas, eles também possu-
em diferenças significativas em relação ao li-
Características da literatura vros apocalípticos escritos mais tarde, no perío-
apocalíptica do intertestamental. Devemos, provavelmen-
Os livros apocalípticos intertestamentais te, ver esses trechos, bem como o livro de Apo-
têm diversas características em comum. Eles calipse no Novo Testamento, como sendo cons-
sempre contêm algum tipo de visão. A revela- tituintes de uma outra categoria literária cha-
ção inicial normalmente é simbólica e miste- mada de “apocalípticos bíblicos”. Essa sub-
riosa e requer a interpretação por parte de um categoria começa com materiais históricos e,
intermediário celestial. O nome do autor, de forma gradual, move-se para um material
quando é dado, de um modo geral é um pseu- de características mais apocalípticas (especial-
dônimo ou nome literário. Muitos desses li- mente em Zacarias e Apocalipse).
428
Daniel

Um relevo Daniel tem muito em comum com outras tade relatam os acontecimentos da vida de
assírio mostra passagens apocalípticas do Antigo Testamen- Daniel e seu ministério nas cortes estrangei-
um leão sendo
to. Mesmo assim, quando comparamos o livro ras da Babilônia e Pérsia. As visões da segun-
solto de sua
jaula. Os reis de Daniel com os outros profetas do Antigo da metade são relatos pessoais de Daniel de
assírios tinham Testamento de um modo geral, vemos que uma época posterior de sua vida.3
leões para caçar. esse livro é completamente único. Outras pas-
Daniel foi sagens vêem o futuro da perspectiva de Israel Esboço
sentenciado a e das promessas da aliança de Deus com o seu
ser colocado em I. A preparação de Daniel e seus
uma cova de
povo. Mas o ponto de vista de Daniel é dife-
amigos (1.1-21)
leões. rente. Ele considera os impérios mundiais se-
culares à luz dos propósitos finais de Deus e II. O sonho de Nabucodonosor
descreve o reino vindouro de Deus.2 Quando e a interpretação de Daniel
descreve o futuro, Daniel usa um panorama (2.1-49)
universal.
O propósito do livro de Daniel também é III. A fornalha de fogo (3.1-10)
singular. Esse livro não chama os leitores a ar-
rependerem-se e buscarem uma nova vida, IV. O sonho de Nabucodonosor e a
como é o caso de muitos dos outros profetas. interpretação de Daniel (4.1-37)
O livro de Daniel chama o povo a ser fiel e
V. A escritura na parede (5.1-31)
obediente durante os tempos de dificuldade.
Esse propósito faz parte de sua natureza como VI. A cova dos leões (6.1-28)
literatura apocalíptica.
VII. Visão das quatro bestas (7.1-28)

VIII. Visão dos reinos (8.1-27)


Conteúdo do
IX. A oração de Daniel e a visão das
livro de Daniel setenta semanas (9.1-27)
O livro de Daniel pode ser conveniente- X. Mensagem de encorajamento
mente dividido em duas partes: as histórias (10.1—11.45)
narrativas dos capítulos 1—6 e as visões dos
capítulos 7—12. As histórias da primeira me- XI. Problemas e vitória (12.1-13)
429
Descobrindo os Profetas

Visão geral O orgulho também é o tema central do


quiasmo
capítulo 5. Belsazar é o exemplo perfeito do
Daniel 1—6 governante cheio de arrogância que se acha
Os capítulos de abertura contêm três das invencível. Mas Deus rapidamente transfor-
mais famosas histórias da Bíblia. A fornalha mou sua rebelião pomposa em terror desespe-
de fogo de Nabucodonosor (capítulo 3), a es- rado (v. 6). No capítulo 6, Daniel é vítima de
critura na parede na festa de Belsazar (capí- ódio, ciúmes e engano. Mas Deus honrou sua
tulo 5) e a cova dos leões de Dario (capítulo 6). firmeza espiritual mesmo em meio aos leões
Mas todas as histórias dos capítulos 1—6 têm na cova.4
em comum um único tema: Daniel e seus Cada capítulo da seção histórica abre com
amigos conseguem testemunhar sua fé peran- um problema específico que vai ser solucio-
te um mundo hostil. Apesar das circunstânci- nado ao longo da narrativa. Com freqüência,
as serem muitas vezes desagradáveis, esses jo- os problemas ameaçam a fé ou a vida de Da-
vens buscaram constantemente a retidão dian- niel e seus amigos. Mas o problema é sempre
te de imensas adversidades. Durante esse pro- resolvido mediante a fidelidade de um servo
cesso, eles aprenderam que Deus é fiel. de Deus que se vê diante de circunstâncias
O capítulo 1 apresenta o jovem Daniel (pro- difíceis. Nos capítulos 1, 3 e 6, a fidelidade
vavelmente um adolescente) e seus três ami- religiosa de Daniel e seus amigos é atacada
gos. Nabucodonosor, o rei babilônio conquis- de forma direta. Em cada caso, a lealdade a
tador, os captura e os leva para o exílio, para Deus e a fé em seu caráter santo trazem o
servirem na corte real. Os babilônios levam livramento. Nos capítulos 2, 4 e 5, reis babilô-
Daniel para um outro lugar onde procuram nios recebem mensagens misteriosas de Deus
treiná-lo em sua cultura pagã. Eles tiraram- e não são capazes de compreendê-las (dois
lhe sua família, seu lar, sua cidade natal — são sonhos e a outra é uma escrita esotérica).
Jerusalém — e qualquer outra coisa que po- Nos três casos, o problema é resolvido porque
deria lhe dar alguma segurança na vida. Mas Deus concede a Daniel a interpretação do
Daniel estava decidido a obedecer a vontade comunicado divino.
de Deus para sua vida, até naquilo que co- Os capítulos 1—6 combinam com o capí-
mia. Ele recusou-se a desistir de sua fé em tulo 7 e estão organizados em torno de uma
Deus (1.8). Daniel provou ser fiel, antes de estrutura concêntrica conhecida como quias-
mais nada, nas pequenas coisas e, no final, mo: os capítulos 2 e 7 são correspondentes,
Deus o honrou por sua obediência e o prepa- assim como os capítulos 3 e 6 correspondem
rou para uma longa vida ao seu serviço entre si e os capítulos 4 e 5 apresentam corres-
(1.9,17). pondência. Assim, temos o seguinte padrão:
No capítulo 2, Nabucodonosor viu uma
estátua bizarra em um sonho. Daniel foi ca- 2 Uma visão de quatro reinos e seu final
paz de evitar um desastre ao discernir tanto o (Nabucodonosor).
sonho quanto sua interpretação. Assim, Deus 3 Fidelidade e salvação miraculosa
demonstrou que estava no controle dos rei- (os três amigos).
nos da terra (quatro deles representados na 4 Experiência de julgamento e
visão) e que havia dado a Daniel um dom previsão (Nabucodonosor).
especial de discernimento (2.19). 5 Experiência de julgamento e
Nabucodonosor tentou levar todo o Impé- previsão (Belsazar).
rio Babilônio a adorar um ídolo de ouro com 6 Fidelidade e salvação miraculosa
três metros de altura (capítulo 3). A resistên- (Daniel).
cia de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego em 7 Uma visão de quatro reinos e seu final
adorar à imagem fez com que fossem parar (Daniel).5
em uma fornalha de fogo. Mas Deus os salvou
e sua fé persistente serve de inspiração para Essa organização transforma o capítulo 7
todas as gerações de crentes. O sonho de Na- em um capítulo de transição entre as duas
bucodonosor (capítulo 4) era um mistério para metades do livro. Os quiasmos normalmente
todos os sábios da Babilônia, exceto para Da- enfatizam o ponto central como sendo o pen-
niel. De forma miraculosa, Daniel pôde ad- samento principal de uma unidade. Isto signi-
vertir Nabucodonosor que o orgulho inevita- ficaria que os capítulos 1—7 estão preocupa-
velmente acabaria sendo sua ruína. dos com a punição de governantes orgulhosos
430
Daniel

clui a passagem discutida com freqüência so-


Cidadania bre os “setenta setes” ou “setenta semanas de
anos” (vs. 24-27). A visão de conclusão con-
cristã tém a mais clara referência à ressurreição en-
contrada no Antigo Testamento (12.1-3).
Os capítulos 7 e 8 estão intimamente rela-
cionados, apesar de terem sido escritos em lín-
Os cristãos que vivem no mundo de hoje têm tanto
a responsabilidade de serem fiéis a Deus quanto a
guas diferentes (ver discussão sobre a questão
responsabilidade de serem cidadãos produtivos na bilingüe). A visão de Daniel no capítulo 7
sociedade. Daniel, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego prevê quatro reinos representados na forma
são bons exemplos de como é possível conseguir esse de animais que são cada vez mais terríveis em
equilíbrio. aparência e conduta. Do último animal saiu
A maior prioridade para todo cristão é viver dentro um chifre insolente, que proferia palavras de
da vontade de Deus. As leis sociais criam uma estrutu- rebelião, desafiava a autoridade de Deus e
ra prática que transmite as idéias de uma sociedade perseguia o povo de Deus. Enquanto Daniel
sobre o que é mutuamente benéfico para todos os observava, apareceram em sua visão o “An-
cidadãos. Os cristãos devem estar comprometidos em cião de dias” e “aquele que é como Filho do
valorizar e obedecer esse consenso moral. Mas além Homem”, que juntos estabeleceram o quinto
disso, o cristão tem uma voz de maior autoridade a e último reino, um reino eterno dos Santos
qual deve obedecer. do Altíssimo. A visão do capítulo 8 prevê
Os cristãos podem e devem contribuir para a socie- duas criaturas em mais detalhes. Novamente
dade. Daniel e seus amigos tornaram-se altos oficiais um império humano é responsável por infligir
do governo e serviram da melhor maneira que lhes foi sofrimento sobre o povo de Deus.
possível. Mas se a sociedade exigia alianças ou ações No capítulo 9, Daniel estava estudando o
que interferiam com o seu serviço a Deus e seu com- livro de Jeremias e orando para o exílio termi-
prometimento de viver dentro da vontade dele, eles nar. Sua oração pelo perdão e restauração de
silenciosamente desobedeciam essas leis humanas.
Judá resultou em uma outra visão na qual o
Assim, os cristãos recebem ordens superiores. O
anjo Gabriel relatava a misteriosa revelação
mundo precisa de cristãos que expressem suas opi-
das setenta semanas. Os capítulos 10—12 re-
niões e tomem uma posição em relação a aspectos da
sociedade. Jesus chama sua igreja para ser o sal do latam a visão dramática que Daniel teve na
mundo, o que envolve trabalhar como um agente qual ele viu uma tentativa de destruir o Ju-
purificante e que dá sabor (Mt 5.13). Como luz do daísmo no segundo século a.C. pelo gover-
mundo, os cristãos devem refletir e proclamar a salva- nante grego ANTÍOCO IV EPIFÂNIO. Esse
ção que Cristo morreu para oferecer (Mt 5.14-16). rei é a epítome do governante humano cheio
de pompa. Apesar de não conseguir aniquilar
o povo de Deus, ele é capaz de lhes causar
sofrimento sem precedentes. No final, as for-
por Deus, pois este é o ponto central nos capí- ças sobrenaturais do céu intervêm para asse-
Ancião de
tulos 4 e 5. Portanto, a seção histórica, de um gurar a vitória do reino de Deus. No capítulo
dias
modo geral, forma uma teologia da História 12, Daniel ficou sabendo que os justos não
na qual Deus livra aqueles que o represen- serão informados do dia da vitória final de
Filho do tam fielmente no mundo e humilha os orgu- Deus. O povo de Deus deve aprender a viver
Homem lhosos que não tomam conhecimento dele. pela fé e na segurança da vitória sem precisar
saber dos detalhes específicos.
setenta Daniel 7—12
setes Apesar das visões nos capítulos 7—12 se-
rem, geralmente, menos conhecidas que as
histórias da primeira metade, ainda assim elas Os temas teológicos
Santos do
Altíssimo contêm passagens individuais que são bastan- de Daniel
te conhecidas por seu conteúdo teológico. A
visão do capítulo 7 mostra Deus como “o An- Há muitos temas teológicos secundários no
cião de dias”; uma outra figura é chamada livro de Daniel que são auxílios para o estudo,
de “Filho do Homem”, uma designação que como o papel da oração em Daniel (2.18; 9.3,
Jesus usou para si mesmo (Mt 16.27; 24.30; 20-23) ou a compreensão de Daniel da men-
26.44; Mc 8.38; 13.26, etc.). O capítulo 9 in- sagem profética do Antigo Testamento de um
431
Descobrindo os Profetas

modo geral (4.27). Mas há três temas predo- tam como os servos de Deus (Daniel e seus
minantes no livro: a soberania de Deus, o or- amigos) foram capazes de superar as mais po-
gulho autodestrutivo da humanidade e a vi- derosas forças humanas na terra, enquanto
tória final do reino de Deus. procuravam manter-se fiéis a Deus. A primei-
ra visão (capítulo 7) retrata três bestas assus-
A soberania de Deus tadoras e um monstro grotesco que ameaça
Outros profetas do Antigo Testamento sa- exterminar o povo de Deus. Mas o Ancião de
biam que Iavé, o Deus de Israel, era soberano Dias prevalece e estabelece um reino eterno
sobre o mundo todo, incluindo as outras na- para os seus santos. Mesmo na perseguição e
ções (por exemplo, Am 1,2). Mas Daniel ilus- na morte, o Senhor soberano irá oferecer res-
trou esse fato de maneiras novas e claras. surreição (12.1-3). Nas histórias, Deus era so-
Daniel demonstrou o senhorio de Deus sobre berano sobre todos os seus inimigos passados.
todo o mundo e não apenas sobre Jerusalém e As visões revelam como essa soberania vai
os israelitas. Essa verdade tinha a intenção de desenrolar-se ao longo da história humana.
ser uma fonte de grande consolo para os israe- A ênfase na soberania de Deus leva natu-
litas exilados que estavam vivendo em um ralmente aos outros dois temas predominan-
contexto estrangeiro. tes no livro. O orgulho humano e a rebelião
Esse tema que permeia todo o livro torna- são autodestrutivos, pois não reconhecem o
se evidente desde o capítulo 1. O primeiro soberano Senhor do universo; o povo de Deus
versículo afirma que Nabucodonosor foi até será vitorioso no final, pois com ele não há
Jerusalém e a sitiou. O leitor pode supor que o possibilidade de fracasso.
rei da Babilônia fez isso com sua própria e in-
crível força e de acordo com sua própria inspi- O orgulho da humanidade
ração. Mas o versículo seguinte deixa claro Uma segunda ênfase do livro de Daniel é
que Nabucodonosor estava agindo de acordo o orgulho e a arrogância da humanidade e
com a vontade de Iavé: “O Senhor lhe entre- como Deus condena totalmente o egoísmo.
gou nas mãos a Jeoaquim...” (1.2 — o hebrai- Nas histórias dos capítulos 1—6, o orgulho re-
co n*T^n, “entregar/dar” é a palavra-chave belde é a questão por trás dos problemas intro-
desse capítulo). duzidos a cada capítulo. Nas visões dos capí-
Depois que Daniel decidiu resistir às pres- tulos 7—12, a arrogância obstinada dos futu-
sões culturais para ceder em sua fé, Deus lhe ros líderes mundiais é a inimiga de Deus e de
“entregou/deu” (n*T^n) favor perante o chefe seu povo. No final, em todos os casos Deus
dos eunucos de Nabucodonosor. Mais tarde, agiu, ou irá agir de maneira a transformar o
Deus “entregou/deu” (n*T^n) aos quatro ju- orgulho e a arrogância do ser humano em
deus conhecimento e discernimento que ex- vergonha e desgraça.
cediam os de outros e a Daniel, um dom Nabucodonosor (capítulo 4) e Belsazar
para compreender visões e sonhos (1.17). As- (capítulo 5) são exemplos específicos do orgu-
sim, esse capítulo enfatiza a soberania de Deus lho humano (esses capítulos constituem a por-
sobre os assuntos de Estado (Babilônia e Is- ção central dos capítulos 1—6, ver acima).
rael, 1.2), bem como sobre indivíduos (Daniel Em ambos os casos, seu orgulho os reduziu a
e seus três companheiros, 1.17). um estado patético de completo desamparo e
No que diz respeito especificamente às na- ridículo. Depois que Deus agiu, mal podia-se
ções, Daniel acrescentou uma nova perspecti- reconhecer esses homens como reis da gran-
va profética. A maior parte dos outros profetas de e poderosa Babilônia (4.33; 5.6,20).
tem profecias contra as nações inimigas de Is- O orgulho dos impérios mundiais é o tema
rael (Is 13—23; Jr 46—51, etc.). Mas Daniel central dos capítulos 7—12. Os capítulos 7 e 8
vê os principais impérios em uma ordem mostram uma sucessão de líderes mundiais
seqüencial de quatro, seguidos por um quinto orgulhosos até chegar a um clímax de orgu-
e eterno reino. Em vez de pregar sermões con- lho imperial com o pequeno chifre com uma
tra os vizinhos mais próximos de Israel, Daniel grande boca (7.8). Mas um novo reino celes-
têm visões de futuros impérios que se opõem a tial liderado pelo Ancião de Dias e o Filho do
Deus e oprimem o seu povo em toda a parte. Homem substituirá esses reinos humanos chei-
Tanto as histórias quanto as visões mostram os de orgulho. Nos capítulos 10—12, as forças
uma luta entre governantes sucessivos do sobrenaturais do céu irão mobilizar-se para
mundo e o reino de Deus. As histórias rela- esmagar o último governante anticristo do
432
Daniel

mundo, que ergueu-se arrogantemente sobre supremo nos céus e na terra e aqueles que se
todos os deuses (11.36-45). aliarem a ele irão compartilhar do seu triunfo.
O livro de Daniel é especialmente rele- Não importa quão severa é a perseguição, os
vante para todas as gerações de cristãos, pois inimigos de Deus não podem acabar com sua
ele confronta o orgulho como sendo o proble- comunidade de crentes. A natureza apoca-
ma crucial. O pecado e a rebelião estão sem- líptica singular de Daniel nos ensina que sem-
pre enraizados no orgulho e no egocentrismo. pre foi assim (capítulos 1—6) e sempre será
Assim, a salvação deve envolver confissão, (capítulos 7—12). Mesmo na morte, o povo
rejeição da auto-suficiência orgulhosa, depen- de Deus é vitorioso (12.1-3).
dência de Deus (Mc 8.34), e todos esses com- O que prevalece nesse livro é a idéia dos
Uma réplica do portamentos são magnificamente demonstra- quatro grandes reinos que serão seguidos por
portão de Istar, dos por Daniel, seus três companheiros e, mais um quinto reino (capítulos 2 e 7). Tradicio-
antiga Babilônia.
A primeira
tarde, o serão pelos Santos do Altíssimo. nalmente, os intérpretes consideram que es-
metade do livro ses reinos se referem à Babilônia, M EDO-
de Daniel relata
A vitória final dos santos PÉRSIA, GRÉCIA e ROMA, respectivamente.
acontecimentos de Deus Mas a identidade exata desses reinos é am-
da vida e Daniel também fez muitas revelações so- plamente discutida até mesmo entre os evan-
ministério de
bre o reino de Deus. A mensagem fundamen- gélicos.6 Apesar de haver dúvidas quanto aos
Daniel nas
cortes da tal de Daniel é de que, mediante qualquer detalhes exatos, a mensagem é clara e irrefu-
Babilônia e da circunstância, é possível viver uma vida de fé tável. Todos os reinos da terra são efêmeros,
Pérsia. e vitória com a ajuda de Deus. Deus reina não importando o quão impressionantes eles
possam parecer no momento. No final, o Fi-
lho do homem irá trazer o reino eterno do
Ancião de dias (7.14).
Apesar da promessa ser garantida, o resto
do livro descreve uma espera pela chegada
do reino eterno de Deus. Durante esse perío-
do, o povo sofrerá duras provações e persegui-
ções nas mãos dos líderes mundiais orgulho-
sos e incrédulos. As setenta semanas dos anos
(9.24-27) e a promessa de ressurreição (12.1-
3) pressupõem que os santos de Deus terão
que suportar as provações durante um perío-
do de tempo limitado. Mas aqueles que pas-
sarem por isso fielmente e esperarem o tempo
de Deus irão participar de sua vitória final.
Daniel é a fonte primária da escatologia do
Antigo Testamento. Junto ao livro de Apoca-
lipse no Novo Testamento, ele oferece muitos
dos dados que temos para as interpretações do
fim dos tempos. Mesmo que os cristãos discor-
dem entre si em relação a questões como a
volta de Cristo e os detalhes do seu reinado, a
questão mais importante é se a igreja nos dias
de hoje está vivendo de forma digna das suas
bênçãos e aceitação quando ele vier outra vez.
Em outras palavras, os detalhes da escato-
logia não são tão cruciais quanto a ética
escatológica: ter um comportamento imita-
dor de Cristo agora e neste mundo e viver
antecipando a sua volta. Daniel ensina que o
povo de Deus pode e deve ter uma vida santa
e reta mesmo sofrendo as injustiças dessa vida.
Somos encorajados a fazê-lo, pois um dia Deus
nos trará a vitória final.
433
Descobrindo os Profetas

a.C. (comentaremos mais sobre isto adiante).


Macabeus
Problemas de Essa posição nega a possibilidade de profecias
de previsão que sejam detalhadas e precisas.
abominação interpretação Agora, entretanto, alguns evangélicos acei-
de desolação tam a possibilidade de que o quarto império
Material bilingüe tenha sido a Grécia, mesmo mantendo o sé-
É interessante observar que, além de culo seis como a época em que o livro foi es-
Esdras,7 Daniel é o único livro bilingüe na Bí- crito.11 O ponto de vista tradicional, que iden-
blia. O livro contém tanto hebraico quanto tifica o quarto reino como sendo Roma, ainda
aramaico, uma língua da mesma família do tem muito que conta a seu favor.
hebraico e que, aos poucos, foi substituindo-o
como língua nativa dos exilados judeus. O Visão das “setenta semanas”
aspecto mais surpreendente do uso dessas duas A visão que Daniel teve das “setenta se-
línguas é que a mudança de uma para a outra manas” ou setenta períodos de tempo tam-
não acontece na divisão de unidades do livro. bém é difícil de ser interpretada (9.24-27).
Em vez dos capítulos 1—6 serem em uma lín- Muitos intérpretes de hoje supõem que ela é
gua e os capítulos 7—12 serem em outra, o uma profecia ex eventu, ou seja, que foi escrita
livro é em hebraico de 1.1—2.4a, em aramai- depois que os acontecimentos supostamente
co de 2.4b—7.28 e em hebraico novamente previstos já haviam ocorrido no século 2º a.C.
nos capítulos 8—12. A interrupção do sistema sacrificial e a “abo-
Estudiosos sugerem muitas explicações cri- minação de desolação” normalmente são da-
ativas para Daniel ter usado as duas línguas.8 tados de 167 a 166 a.C.12 De acordo com esse
A idéia mais aceita diz que o livro todo foi ponto de vista, a passagem não é uma verda-
originalmente composto em aramaico. O co- deira profecia de previsão, mas sim um olhar
meço (1.1—2.4a) e o fim (8—12) foram tra- retrospectivo sobre acontecimentos que já
duzidos para o hebraico para assegurar a acei- haviam ocorrido.
tação do livro no Cânon.9 Todas as tentativas Mas muitos estudiosos evangélicos argu-
de se explicar a natureza bilingüe do livro de mentam que esses versículos são, de fato, pro-
Daniel são altamente especulativas. Talvez o fecia de previsão futurista e que essas profe-
autor tivesse usado o aramaico de propósito cias serão perfeita e completamente cumpri-
como um recurso literário para colocar as his- das em Jesus Cristo, apesar de não haver mui-
tórias que se passaram na Babilônia e na Pérsia to acordo em qual seria a interpretação espe-
em uma perspectiva diferente das visões dos cífica. Daniel viu os detalhes da vinda de
capítulos 8—12.10 Cristo de maneira vaga, como se estivesse
olhando para várias cadeias de montanhas.
Identificação dos quatro reinos As montanhas mais distantes só são visíveis
Há muitas questões de difícil interpreta- pelo seu contorno e é impossível para o obser-
ção no livro de Daniel. Mencionamos anteri- vador determinar a sua distância exata por
ormente, por exemplo, que muitos estudiosos causa das outras montanhas e vales que estão
discordam sobre quais são os quatro reinos dos na frente. Não há dúvidas de que os judeus
capítulos 2 e 7. Muitos restringem o debate a do século 2º sentiram que essa profecia havia
uma discussão entre evangélicos e não-evan- se cumprido nos seus dias. E é possível que isto
gélicos. A posição dos evangélicos seria supor tenha ocorrido parcialmente, tendo em vista
que os quatro reinos de Daniel 2 e 7 são Babi- que eles estavam em uma cadeia de monta-
lônia, Medo-Persa, Grécia e Roma. Dessa for- nhas intermediária. “Mas guiado pelo Espírito
ma, o reino dos céus estaria identificado cla- Santo, [Daniel] estava na verdade apontan-
ramente com a vinda de Cristo e o nascimen- do para a vinda de Jesus Cristo, mais de um
to do Cristianismo durante o período romano. século e meio mais tarde”.13
Por outro lado, o ponto de vista não-evan-
gélico, que normalmente data o livro de Da- Questões históricas
niel como sendo do segundo século, supõe O livro de Daniel, portanto, contém certas
que os impérios são Babilônia, Média, Pérsia e passagens que são controversas e apresentam
Grécia. Assim, o reino dos céus sucedendo o mais de um sentido possível. Mas além disso,
período grego seria o estado judeu estabeleci- alguns estudiosos modernos afirmam que o
do pelos Macabeus durante o segundo século livro é cheio de imprecisões históricas. Nor-
434
Daniel

malmente, eles argumentam que o autor iden- nosor como sendo seu pai, enquanto sabemos
tificou incorretamente figuras históricas e con- que Belsazar era filho de Nabonido, que pos-
fundiu certas datas dentro do livro. A seguir sivelmente não tinha nenhuma relação de
vamos discutir alguns desses problemas. parentesco com Nabucodonosor. Mas é de
conhecimento geral que os termos “pai” e “fi-
A loucura de Nabucodonosor lho” no hebraico e no aramaico são mais am-
Muitos estudiosos encaram com ceticismo plos que em nossa própria língua e podem ser
a loucura de Nabucodonosor (4.32,33). Al- usados para designar o ancestral real ou sim-
guns chegam a afirmar que “não há sombra plesmente aquele que precedeu alguém no
de dúvida” que o autor confundiu Nabuco- trono. Além disso, é possível que Nabonido
donosor com uma tradição sobre o pai de fosse, na verdade, genro de Nabucodonosor.20
Belsazar, NABONIDO (mencionado nos papi-
ros do Mar Morto).14 Mas evidências docu- Dario, o Medo
mentais dos últimos anos dentre os quarenta Outro comentário histórico em Daniel que
e três de reinado de Nabucodonosor são pou- os estudiosos supõem ser impreciso é a refe-
cas e as antigas referências mencionam ape- rência a DARIO, O MEDO, em 5.31. Fontes
nas uma doença grave antes de sua morte.15 cuneiformes da Babilônia comprovam que a
cidade da Babilônia caiu em outubro de 539
O “rei” Belsazar a.C., para o mais conhecido e famoso Ciro, o
O rei Belsazar tem um papel importante persa. Muitos acreditam que Dario, o medo, é
no livro de Daniel e três capítulos são datados absolutamente não-histórico.
como sendo do período do seu reinado (5, 7 e Em vez de supormos erros por parte do au-
8). Porém, tanto quanto sabemos, ele nunca tor antigo, há várias indicações que o mal-
assumiu o título de “rei” (apenas “filho do rei”) entendido é de nossa parte devido à falta de
nos registros da Babilônia.16 De fato, seu nome informações detalhadas. Um estudioso suge-
era tão pouco conhecido pelos historiadores riu que Dario, o medo, possa ser identificado
antes de ser decifrada a literatura cuneifor- com Gubaru um certo governador de uma
me na metade do século 19 que alguns consi- província da Babilônia.21 Ou Dario, o medo
deravam-no puramente uma invenção do au- pode ter sido um outro indivíduo também co-
tor de Daniel.17 Alguns estudiosos que anali- nhecido como Gubaru, que serviu não como
sam o livro de Daniel supõem que o autor governador de província, mas foi um dos con-
confundiu-se ou estava mal-informado sobre quistadores da Babilônia.22
a história da Neobabilônia, tendo em vista que Uma explicação completamente diferen-
o livro com freqüência refere-se a Belsazar te é de que o nome “Dario, o medo” é o nome
como “rei” e “filho” de Nabucodonosor. de trono dado a Ciro, o persa, e que ambos
Entretanto, sabemos que Belsazar foi esta- são, de fato, o mesmo indivíduo.23 Há evidên-
belecido como co-regente ao lado de Nabo- cias lingüísticas para a idéia de que Daniel
nido, seu pai, durante dez anos e exerceu 6.28 deve ser traduzido como: “Daniel, pois,
autoridade real nesse período.18 O autor de prosperou no reinado de Dario, ou seja, no
Daniel relatou uma situação em que Belsazar reinado de Ciro, o persa”. A palavra aramaica
era o rei em exercício, e não o co-regente ofi- para “e” (traduzida aqui como “ou seja”) al-
cial do Estado.19 A palavra aramaica para “rei” gumas vezes serve para esclarecer aquilo que
é mais ampla que seu significado em nossa a precede e, nesse caso, explica que os dois
língua. Era apropriado que o autor de Daniel nomes pertencem à mesma pessoa.24
se referisse a Belsazar como rei, tendo em vis- Independente de qual dessas explicações
ta que Nabonido aparentemente estava fora parece mais atraente, não devemos partir do
do cenário político naquela época. Na verda- pressuposto de que o livro de Daniel contém
de, o autor estava bem informado sobre a his- erros históricos. Antes da descoberta de do-
tória da Neobabilônia, pois ele sabia que Bel- cumentos babilônios relevantes, muitos estu-
sazar era apenas o segundo no reino e podia diosos supunham que Belsazar era completa-
oferecer fazer de Daniel o terceiro no reino mente fictício. Mas agora fica claro que o autor
(5.7,16,29). estava mais próximo da precisão histórica que
Muitos também supõem que o autor se con- se pensava antigamente. Apesar de ainda
fundiu em relação ao pai de Belsazar. O capí- haver diversas dificuldades históricas no li-
tulo 5 menciona com freqüência Nabucodo- vro, o autor de Daniel não estava confuso
435
Descobrindo os Profetas

quanto aos acontecimentos históricos como A segunda opção afirma que o livro em
vaticinium ex
eventu sugerem os estudiosos modernos. Devemos seu atual formato vem do século 2º a.C. Mui-
dar crédito ao autor e supor que qualquer tos estudiosos acreditam que a parte em ara-
inconsistência seja resultante da nossa pró- maico (2.4b-7.28) foi composta em alguma
pria falta de dados disponíveis. Cabe àqueles época do século 3º a.C. e depois incorporada
que querem desacreditar as Escrituras apre- na disposição atual durante a crise dos
sentar as provas. macabeus. Quanto Antíoco IV Epifânio ame-
açou destruir o Judaísmo em alguma época
Data da composição de 160 a.C., um autor vivendo na Judéia es-
Todas essas questões difíceis estão de uma creveu uma introdução em hebraico e as vi-
forma ou de outra ligadas ao problema mais sões dos capítulos 8—12 para fechar o livro. O
controverso: quando o livro foi escrito? Há, autor queria encorajar os judeus a continua-
basicamente, duas opções: ou ele vem do fi- rem sendo fiéis durante a crise e confiar no
nal do século 6º a.C. ou ele foi escrito durante livramento de Deus.
o 2º século a.C.25 A primeira opção enfatiza O segundo ponto de vista supõe que Da-
as diferenças entre Daniel e o resto da litera- niel tem muito em comum com o resto da
tura apocalíptica. A segunda opção ressalta literatura apocalíptica. Supõe também que o
as semelhanças. autor usou um pseudônimo, escrevendo com
Nossa primeira opção é aceitar que Daniel o nome de um Daniel mitológico, que era
é uma composição do final do século 6º a.C., vagamente conhecido em um outro lugar.26
e nesse caso ela deve ser uma profecia de pre- Nessa visão as profecias do livro são feitas de-
visão autêntica e não apenas uma profecia pois que os acontecimentos já ocorreram. O
depois do acontecimento (vaticinium ex autor as apresentou na forma futurista para
eventu, ver acima). Nesse caso, não é neces- encorajar os leitores a permanecerem fiéis a
sário presumir que o livro foi escrito sob um Deus.27 Esse ponto de vista parte do pressu-
pseudônimo como outros livros apocalípticos. posto de que o livro é um ataque à política
Portanto, os relatos em primeira pessoa das vi- antijudaísmo de Antíoco.
sões nos capítulos 7—12 são referentes ao Da- Uma das grandes dificuldades com essa se-
niel histórico. Essa visão parte do pressuposto gunda opção é o fato de ela supor que obras
de que o livro é aquilo que diz ser: um livro com pseudônimos foram aceitas no Cânon.
sobre o exilado Daniel, suas experiências nas Não temos nenhuma evidência conclusiva de
cortes da Babilônia e Pérsia e suas visões. que qualquer livro escrito por um autor com
um nome fictício foi aceito no Cânon.28 Mas se
esse fosse o caso, a comunidade cristã teria aceito
um documento desse tipo como parte das Es-
Termos-chave crituras durante um período bastante curto de
Cânon tempo (supostamente dois ou três séculos).
Literatura apocalíptica Além disso, obras com pseudônimos normal-
Apocalíptico intertestamental mente usavam nomes de heróis venerados no
Pseudônimo passado: Enoque, Abraão, Moisés, Esdras, e
Pessoas/ Escatológico assim por diante. Mas Daniel é praticamente
lugares-chave Período Vaticinium ex eventu
intertestamental
desconhecido fora do livro de Daniel.
Além do mais, a data do 2º século falha
Antíoco IV Epifânio Apocalíptico bíblico em explicar a grande influência que o livro
Nabonido Quiasmo teve na comunidade de QUMRAN como fica
Dario, o medo Ancião de dias claro nos papiros do Mar Morto. O grande
Belsazar Filho do homem número de fragmentos e cópias de Daniel
Medo-Persa Setenta e setes entre os papiros demonstra a popularidade do
Grécia Santos do Altíssimo livro em Qumran. Não teria havido tempo
Roma Macabeus suficiente para o livro de Daniel (composto
Qumran Abominação de desolação
recentemente) ter exercido uma influência
tão profunda na comunidade de Qumran.29
Concluindo, devemos considerar Daniel
como sendo uma obra “apocalíptica bíblica”,
uma subcategoria da literatura apocalíptica.
436
Daniel

Sumário

1. O livro de Daniel é classificado como uma 6. Daniel é a fonte primária para a escatolo-
obra de literatura apocalíptica e, em vá- gia do Antigo Testamento.
rios sentidos, é singular. 7. Há problemas de interpretação com o li-
2. As características da literatura apocalíptica vro de Daniel tendo em vista que ele foi
intertestamental são: presença de uma escrito em duas línguas diferentes e tam-
visão e necessidade de interpretação por bém porque a interpretação de cada um
meio de um mediador celestial, autor usa dos quatro reinos é difícil, bem como a
um pseudônimo, tem conteúdo similar visão das “setenta semanas”.
no sentido de que divide a História em 8. Estudiosos evangélicos e não-evangélicos
períodos e a História termina com um jul- discordam sobre a identidade dos quatro
gamento final, envolve aspectos tempo- reinos.
rais e espaciais e com freqüência usa um
evento ocorrido no passado e o escreve 9. Muitos estudiosos modernos usam a lou-
na forma de uma previsão para o futuro. cura de Nabucodonosor e os fatos sobre
Belsazar e Dario, o medo, como argu-
3. A literatura apocalíptica do Antigo Testa- mentos para concluir que o livro de Da-
mento não tem todas as características da niel é cheio de erros.
literatura apocalíptica intertestamental.
10. Os dois pontos de vista para a data de Da-
4. Há duas partes em Daniel: a história nar- niel apontam, um para o século 2º a.C. e
rativa (capítulos 1—6) e as visões (capítu- outro para o final do século 6º a.C.
los 7—12).
11. Um dos maiores problemas na teoria de
5. Os temas predominantes do livro de Da- que Daniel foi escrito no século 2º é que
niel são a soberania de Deus, o orgulho ela supõe que uma obra escrita com
autodestrutivo da humanidade e a vitória pseudônimo foi aceita no Cânon.
final do reino de Deus.

Questões para estudo

1. Defina a literatura apocalíptica. 5. Explique a estrutura quiástica dos sete pri-


2. De que forma Daniel é singular em rela- meiros capítulos de Daniel. Qual é o pen-
ção aos outros livros do Antigo Testa- samento central desse quiasmo?
mento? 6. Quais são algumas das visões mais conhe-
3. Qual é o principal chamado que o livro cidas que podemos encontrar nos capítu-
de Daniel coloca para os seus leitores? los 7—12?
4. De que maneira os temas de fidelidade e 7. Discuta alguns dos principais temas teoló-
lealdade a Deus e o livramento de Deus gicos do livro de Daniel.
são trabalhados no livro de Daniel? 8. Discuta os problemas de interpretação de
Daniel.

437
Descobrindo os Profetas

Leituras complementares

Baldwin, Joyce G. Daniel: An Introduction and Com- Russel, D. S. Daniel, An Active Volcano: Reflections on
mentary. Tyndale Old Testament Commentary. the Book of Daniel. Louisville: Westminster/John
Downers Grove: InterVarsity, 1978. Uma exposição Knox, 1989. Observação teológica de ajuda com
excelente, porém breve. muitas aplicações contemporâneas.
Collins, John J. Daniel: A Commentary on the Book of Wenham, Gordon J. “Daniel: The Basic Issues”, Theme-
Daniel. Hermenia. Minneapolis: Fortress, 1993. A lios 2, nº 2 (1977): 49-52.
melhor e mais completa apresentação dos estudos Wiseman, Donald J., org. Notes on Some Problems in
mais tradicionais. the Book of Daniel. Londres: Tyndale, 1965. Uma
Goldingay, John E. Daniel. Word Biblical Commentary 30. avaliação acadêmica das questões difíceis do livro de
Dallas: Word, 1989. Informativo e completo, porém Daniel a partir de um ponto de vista evangélico.
limitado em sua utilidade por causa do dogmatismo Young, E. J. The Prophecy of Daniel. Grand Rapids:
sobre a data mais recente de composição. Eerdmans, 1949.

Ela é apocalíptica em sua natureza (espe- Os capítulos 7—12 devem ter sua origem em
cialmente os capítulos 7—12), apesar de di- Daniel, pois as histórias dos capítulos 1—6
ferir significativamente da literatura apoca- são historicamente confiáveis. São convin-
líptica intertestamental. A forma apocalípti- centes as evidências de que o livro contém
ca bíblica foi, assim, a predecessora desse tipo previsões verdadeiras e não retrospectivas e
de literatura judaica em períodos mais re- a data do século 6º não deve ser descartada
centes, bem como no Cristianismo primitivo. precipitadamente.30

438
32 Oséias, Joel e Amós
Um chamado para o arrependimento
e uma promessa de bênção

Esboço
• Oséias: Compartilhando o sofri-
mento de Deus
Esboço
O homem
Seus tempos
Objetivos
Principais temas do livro
Conteúdo do livro Depois de ler este capítulo,
você deve ser capaz de:
Oséias e o Novo Testamento
• Delinear o conteúdo básico de Oséias.
• Joel: O dia do Senhor
• Descrever o período de tempo do ministé-
Esboço
rio de Oséias.
Pano de fundo de Joel
• Relacionar os temas de Oséias.
A mensagem de Joel
• Delinear o conteúdo básico de Joel.
• Amós: Um pastor pela justiça social • Delinear o conteúdo básico de Amós.
Esboço • Identificar as oito nações contra as quais
Pano de fundo de Amós Amós profetizou.
A mensagem de Amós • Relacionar as cinco visões de julgamento
sobre as quais Amós profetizou.

439
Descobrindo os Profetas

Existe um poema famoso que diz: O homem


Astarote
A grande coragem e convicção de Oséias
Pela falta de um prego, perdeu-se a
deram forma ao seu ministério profético. Sua
ferradura,
esposa Gômer cometeu adultério contra ele e
Pela falta de uma ferradura, perdeu-se
Oséias sofreu a agonia do ciúme, traição, hu-
um cavalo,
milhação e vergonha. Ainda que aqueles ao
Pela falta de um cavalo, perdeu-se o
seu redor estivessem rindo, Oséias profetiza-
cavaleiro,
va. Ele disse a Israel que ela, a esposa de Deus,
Pela falta de um cavaleiro, perdeu-se
era como Gômer. Assim como Deus queria
a batalha,
que marido e mulher tivessem um compro-
Pela falta de uma batalha, perdeu-se
metimento um para com o outro, da mesma
a guerra,
forma ele esperava total comprometimento por
Pela falta de uma guerra, perdeu-se o
parte de sua noiva, Israel. Como Oséias vivia
reino,
no meio dos seus ouvintes, eles viam a sua dor
E tudo pela falta de um prego de ferradura!
e recebiam a sua mensagem por meio de suas
O que esse poema quer mostrar, obviamen- palavras e de sua vida.
te, é como algumas vezes itens pequenos e Sabemos muito pouco sobre as origens de
insignificantes têm um impacto enorme sobre Oséias. O seu nome significa “O Senhor Sal-
acontecimentos presentes e futuros. va” e está relacionado com os nomes “Josué”
Os profetas dos doze últimos livros do An- e “Isaías”. Seu pai, Beeri, aparece apenas em
tigo Testamento receberam o nome de Profe- Oséias 1.1. Nenhum outro livro do Antigo
tas Menores. A maioria desses livros tem ape- Testamento menciona esse profeta e as refe-
nas alguns capítulos e, à primeira vista, eles rências que o Novo Testamento faz às pala-
podem parecer uma parte pequena e um tan- vras de Oséias não nos dão nenhuma infor-
to insignificante da palavra de Deus. Mas os mação sobre o profeta em si.
Profetas Menores têm um poder espiritual Sabemos que Oséias viveu e profetizou no
todo seu. Cada um é pequeno em tamanho, reino do norte. Apesar de esporadicamente
mas forte em seu impacto. ele ter uma palavra para Judá,1 Oséias con-
Ao estudar os profetas menores, procure centrou-se em Israel. Ele desafiou o povo de
compreender qual foi a contribuição singular Deus a reconhecer seus caminhos de pecado
de cada profeta para a revelação bíblica. Os e se arrepender.
três primeiros que iremos estudar são Oséias,
Joel e Amós. Seus tempos
Oséias começou seu ministério durante um
período de prosperidade. No norte, Jeroboão
Oséias: compartilhando II (792—753 a.C.) tomou de volta a fronteira
de Israel de HAMATE na Síria até o Mar Mor-
o sofrimento de Deus to (2Rs 14.25). Em Judá,1 Uzias (792—739
a.C.) estendeu seu domínio até a Filístia ao
Esboço longo da costa, recebeu tributos dos amonitas,
fortificou Jerusalém e reuniu um exército for-
I. A família de Oséias/a família de te (2Cr 26.6-15). Os territórios de Israel e Judá
Deus (1.1—3.5) expandiram-se às dimensões que tinham no
tempo de Davi.
II. Deus leva Israel a julgamento Com a prosperidade econômica, entretan-
(4.1—5.15) to, vieram os problemas espirituais. O povo já
havia adotado muitas das práticas religiosas
III. O convite de Oséias é corrompi-
daqueles ao seu redor. Eles não adoravam mais
do pela realidade (6.1—11.11)
somente a Deus, mas também a vários outros
IV. Os argumentos finais de Deus deuses. Eles adoravam o deus Baal, deus cana-
contra Israel (11.12—13.16) nita da agricultura e fertilidade e sua consorte
Astarote. Eles construíram altares para esses
V. A possibilidade de restauração deuses e adotaram os ritos sexuais de fertilida-
(14.1-9) de que acompanhavam esses cultos. A prosti-
440
Oséias, Joel e Amós

tuição sagrada tornou-se parte da religião de Oséias desafiou o povo de Israel a conhe-
Israel. Gradualmente, o povo convenceu-se de cer a Deus. O povo vivia uma vida que se
que Baal, e não o Senhor Deus, é que havia opunha completamente a Deus pois não o
oferecido a eles uma vida repleta de bênçãos. conhecia (4.1-3). Rejeitavam sua Lei e seus
A maior parte dos estudiosos situa o início profetas. Deus lamentou: “O meu povo está
do ministério de Oséias no final do reinado de sendo destruído porque lhe falta o conheci-
Jeroboão. Nessa época, a Assíria era uma po- mento” (4.6). Oséias pediu a Israel que se es-
tência em ascensão e iria estabelecer-se como forçasse para conhecer plenamente o Senhor
império mundial sob TIGLATE-PILESER III. pois, só então, poderia viver como ele espera-
Muitos em Israel viam essa nação como uma va (6.3).
possível aliada, mas Oséias os advertiu sobre
confiar na Assíria (5.13; 7.11). A História iria
O amor frustrado de Deus
provar de maneira trágica que as preocupações Quando Oséias experimentou a infideli-
de Oséias tinham fundamento. Como o profeta dade de Gômer, aprendeu mais sobre a dor e
não descreve especificamente a queda de Sa- a frustração que Deus estava sentindo por
maria, muitos intérpretes situam a data em que causa de Israel. A frustração de Deus apare-
o livro foi escrito pouco antes de 722 a.C. ce sempre de novo nas palavras de Oséias.
Deus amava o seu povo profundamente e ver
Principais temas do livro o seu adultério verdadeiramente o entriste-
cia. Ele sabia que teria que julgar o seu peca-
Adultério espiritual do e ainda assim, como poderia mandar o seu
Deus criou o casamento para o bem da povo — sua própria noiva — para o exílio?
humanidade. Ele ordenou que um homem e O amor de Deus prevaleceria no final.
uma mulher se comprometessem a amar um Mesmo que Israel o tivesse magoado, Deus
ao outro para o resto da vida. O adultério vio- expressou o seu amor especial pela nação no
lava a relação do casamento e desonrava essa capítulo de encerramento de Oséias. Se ela
instituição básica que Deus havia estabeleci- se arrependesse e confiasse nele, Deus a per-
do para o bem-estar da humanidade. doaria e a sararia. Faria dela aquilo que ele
Oséias declarou que, espiritualmente, Deus havia planejado desde o princípio — sua pró-
e Israel eram marido e mulher. Israel havia se pria e bela noiva.
esquecido dos seus laços de matrimônio com
o Senhor e juntado-se com Baal e outros aman- Conteúdo do livro
tes. Ela havia escarnecido daquele amor divi-
A família de Oséias/a família de Deus
no que havia feito dela um povo. Ela havia
tomado os presentes de Deus e usado-os para (1.1—3.5)
adorar ídolos (2.8). Israel estava praticando Deus ordenou que Oséias se casasse com
nada menos que adultério espiritual. Gômer, uma mulher que provou ser infiel ao
A infidelidade de Gômer retratou em ní- profeta. Estudiosos já debateram a natureza
vel humano o adultério que Israel estava co- dessa ordem. O Senhor mandou que Oséias
metendo. Gômer desonrou a si mesma e ma- se casasse com uma mulher que já era sexual-
goou o seu marido; Israel desonrou a si mes- mente imoral ou Gômer tornou-se infiel de-
mo e entristeceu a Deus. pois de seu casamento com Oséias?
A linguagem explícita de Oséias (por exem- Alguns estudiosos encontram dificuldade
plo, 2.2,3,10) mostrava quão fundo Israel ha- em aceitar a idéia de que Deus mandaria um
via caído quando Deus chamou sua noiva de profeta seu casar-se com uma prostituta. Eles
volta para si. argumentam que Gômer tornou-se infiel de-
pois de Oséias ter se casado com ela e que
Conhecimento de Deus esse ponto de vista se encaixa melhor com a
A vida cristã é um relacionamento com o analogia de Deus e Israel (2.15). Nessa inter-
Senhor vivo. Deus chama as pessoas para pretação de texto, a expressão “esposa adúlte-
conhecê-lo e crescer nesse conhecimento. A ra” refere-se ao que Gômer se tornou depois
oração freqüente, o estudo da Bíblia e o en- de seu casamento com Oséias.
contro com outros crentes são algumas for- Outros estudiosos concentraram-se na ex-
mas que Deus usa para nos ajudar a conhecê- pressão hebraica traduzida como “esposa adúl-
lo melhor. tera” (NVI). As palavras significam literalmen-
441
Descobrindo os Profetas

te “mulher/esposa de prostituições”. A pala- participavam do pecado sexual, ambos eram


vra hebraica em questão é z#nWnîm (“prosti- culpados diante dele. Muitos israelitas nutri-
tuições”) aparece duas vezes no capítulo 1.2 e am a esperança de que a Assíria os salvaria de
um total de doze vezes no Antigo Testamen- seus problemas, mas Oséias advertiu que a
to.2 Nas outras dez vezes em que aparece, Assíria não iria impedir o julgamento de Deus.
refere-se à prostituição passada ou presente.
Essa evidência sugere que Gômer já era uma
O convite de Oséias é corrompido
prostituta antes de Oséias se casar com ela. pela realidade (6.1—11.1)
Em qualquer um dos casos, a ação de Deus Oséias convidou Israel a voltar para o Se-
certamente parece extrema para nós, mas as- nhor, conhecê-lo mais intimamente, mas o
sim também eram os tempos que eles estavam povo de um modo geral ignorou o convite do
vivendo. Deus estava determinado a se fazer profeta. Israel havia transgredido a aliança;
entender para Israel, mesmo que tivesse que sua traição estava por toda a parte. Ela pensa-
chamar um de seus profetas para comparti- va que Deus não podia vê-la, mas Deus via
lhar sua própria experiência.3 tudo. Os líderes não consultavam o Senhor e
Os três filhos de Oséias receberam nomes essa falha trouxe trágicas conseqüências.
simbólicos que advertiam sobre a vinda do A prostituição de Israel incluía tanto as-
julgamento de Deus. O nome Jezreel era uma pectos religiosos quanto políticos. Ela cometia
alusão ao lugar onde a Assíria conquistaria prostituição religiosa quando abandonava as
uma vitória decisiva sobre Israel. Lo-ruhamah, leis de Deus e adorava a ídolos, adotando al-
“Desfavorecida”, indicava que Deus não iria gumas das formas de culto de seus vizinhos.
mais favorecer Israel. Lo-ammi, “Não-Meu- Cometia prostituição política quando apela-
Povo” mostrava a iminente separação entre va para outras nações para pedir ajuda em vez
Deus e Israel. de pedir para Deus. Ela voltou-se para a Assí-
Ainda assim, um raio de esperança brilha- ria e depois para o Egito, mas Deus disse que
va através da escuridão do julgamento de sua única esperança estava no Senhor.
Deus. Ele iria restaurar Israel para si, tirando Oséias comparou Israel com quatro coisas
dela os caminhos imorais e fazendo-a santa nos capítulos 9.10—11.11. Primeiro, Israel era
(1.10,11; 2.6-23). Oséias ilustrou essa verda- como um cacho de uvas que haviam se estra-
de ao comprar Gômer de volta depois que ela gado no deserto; Deus disse que ela não daria
o havia abandonado e, de alguma forma, tor- mais frutos. Depois, Israel era como uma vide
nado-se propriedade de um outro homem (3.1- que crescia de acordo com o seu próprio pla-
5).4 Ele havia trazido sua esposa de volta para no, escolhendo os seus próprios caminhos em
casa e, um dia, Deus faria o mesmo por Israel. vez do caminho de Deus. Em terceiro lugar,
Israel era uma bezerra domada que gostava
Deus leva Israel a julgamento de trilhar os grãos, pois podia comer enquanto
(4.1—5.15) trilhava.6 Deus disse que colocaria um jugo
A linguagem usada em Oséias 4.1, espe- sobre Israel para que fosse trabalhar em cam-
cialmente a palavra hebraica rîB (“conten- pos onde cresciam a retidão e a bondade. Por
da”), sugere que Deus iria fazer uma acusa- fim, Israel era como um menino pequeno.
ção legal contra Israel. Quando Israel não ti- Deus o amara e tirara do Egito; havia cuida-
nha cumprido a sua parte da aliança, Deus do dele, ensinado a andar e a resposta ingrata
havia continuado a cumprir a sua. Ele tinha de Israel era voltar-se para Baal.
direito a entrar em contenda contra ela. Is-
rael era culpada diante de Deus.
Os argumentos finais de Deus contra
Oséias declarou que o povo não conhecia Israel (11.12—13.16)
a Deus. Essa falta de conhecimento havia le- Oséias tentou ensinar uma lição de Histó-
vado ao pecado, que por sua vez traria julga- ria ao povo. Seu ancestral Jacó havia lutado
mento. Os sacerdotes usavam o seu ofício para com o irmão no ventre de Rebeca e depois,
terem lucros desonestos. Mostravam o peca- quando homem adulto, havia lutado com
do das pessoas para que elas lhes trouxessem Deus. Tinha buscado o favor de Deus e havia
mais sacrifícios.5 Enquanto alguns no tempo prevalecido. Mais tarde, Deus mandou mui-
de Oséias aparentemente culpavam as mu- tos profetas para o seu povo. Esses homens re-
lheres pelo adultério, Deus disse que, tendo ceberam inúmeras visões e profecias, todas
em vista que tanto homens quanto mulheres elas chamando o povo de volta para o seu
442
Oséias, Joel e Amós

Parte do vale de Deus que tanto os amava. As mensagens dos gelho, afirmou em 2.15 que Deus havia cum-
Jezreel, perto profetas, entretanto, não foram ouvidas. Is- prido a profecia de Oséias 11.1 outra vez —
do Monte
rael não seguiu o exemplo de Jacó e não deu “Do Egito chamei o meu Filho”. Quando os
Tabor. O vale
contém as atenção às palavras dos profetas. inimigos de Jesus o desafiaram porque ele as-
ruínas de Deus advertiu Israel que seu julgamento sociava-se com pecadores, Jesus mandou que
Megido, da qual seria rápido. Ele iria tirar o seu rei, no qual ela aprendessem o significado de Oséias 6.6 —
é derivado o confiava plenamente. Deus iria mostrar que “Pois misericórdia quero e não sacrifício” (Mt
nome
o rei era fraco diante da ira e do poder divino. 9.13). Por fim, o apóstolo Paulo citou Oséias
“Armagedom”
(Jl 2). Samaria, a capital do norte, iria cair — e seria 1.10,11 e 2.23 em Romanos 9.25,26. Paulo
terrível! explicou que Deus estava criando para si um
povo que iria incluir judeus e gentios. Gen-
A possibilidade de restauração tios que jamais haviam ouvido falar do Se-
(14.1-9) nhor se tornariam seus filhos mediante a fé
Apesar da acusação rigorosa dos pecados em Jesus Cristo.
de Israel que Oséias havia proferido, ele tam-
bém mostrou à nação que havia esperança
para ela e seus cidadãos. Ele chamou-os ao
arrependimento e ao reconhecimento de que
Joel: o Dia do Senhor
somente Deus poderia suprir suas necessida-
des. Em troca, Deus prometeu cura e bênçãos. Esboço
Oséias usou termos da agricultura para des- I. A praga de gafanhotos (1.1-20)
crever a futura restauração de Israel. Israel
iria florescer como a vide e como o lírio, criar II. O Dia do Senhor (2.1-17)
raízes como as árvores do Líbano e tornar-se
tudo aquilo que Deus queria que ela fosse. III. A resposta do Senhor
(2.18—3.21)
Oséias e o Novo Testamento
O Novo Testamento cita Oséias diversas Pano de fundo de Joel
vezes. Quando José e Maria trouxeram o me- Nos tempos de Joel, uma praga de gafa-
nino Jesus do Egito, Mateus, o escritor do evan- nhotos como o povo jamais havia visto desceu
443
Descobrindo os Profetas

sobre a terra. Joel descreveu essa praga como ranças de que o Senhor teria compaixão de-
sendo o “Dia do Senhor” (1.15; 2.1,11,31) e les e os restauraria.
chamou a nação ao arrependimento. Ele tam-
A resposta do Senhor (2.18—3.21)
bém advertiu que um dia ainda mais terrível
de julgamento estava por vir, um dia para o A resposta do Senhor para o seu povo foi
qual o povo precisava se preparar. composta de quatro partes. Primeiro, a terra
Sabemos muito pouco sobre as origens de seria restaurada. O Senhor teria compaixão
Joel além de que ele era filho de Petuel. O de seu povo e renovaria a natureza para que
nome “Joel” aparece em outras partes da Bí- as plantações crescessem em abundância. O
blia, mas não temos nenhuma evidência que Senhor iria remover os opressores e mostrar
ligue o profeta a qualquer outra pessoa com o sua glória e o povo de Deus se alegraria nele.
mesmo nome. Seu nome significa “O Senhor Em segundo lugar, o povo passaria por um
é Deus”. Estudiosos discordam sobre o perío- despertar espiritual. Joel declarou que um dia
do de ministério de Joel e sugerem datas que o Senhor iria derramar o seu Espírito sobre
vão de 900 a.C. a 400 a.C. Nós propomos uma pessoas de todas as camadas da sociedade —
data que fica entre 500 a 450 a.C. por três homens e mulheres, jovens e velhos, escravos
motivos. Em primeiro lugar, o capítulo 3.1-3 e pessoas livres. Acontecimentos cataclísmicos
parece fazer referência ao exílio na Babilônia. acompanhariam esse derramamento e aque-
Em segundo lugar, Joel menciona sacerdotes le que chamasse pelo nome do Senhor rece-
e anciãos (1.13,14), mas não fala de nenhum beria a salvação (2.28-32). No dia de Pente-
rei, o que pode sugerir que Judá não tinha um costes, o apóstolo Pedro anunciou que o Se-
rei naquele determinado período. Tendo em nhor havia cumprido as palavras de Joel. O
vista que o profeta chamou toda a nação ao Espírito Santo havia sido derramado e estava
arrependimento, seria estranho se ele deixas- habitando em todos os crentes, capacitando-
se de lado a casa real. Em terceiro lugar, Joel os para que se tornassem como Jesus Cristo,
não menciona qualquer oposição por parte seu Senhor (At 2.14-21).
dos cultos pagãos, o que reflete as condições Em terceiro lugar, Deus iria julgar as na-
do período pós-exílio.7 ções que não se arrependessem. Ele iria ajun-
tar todos os que tivessem pecado contra ele e
A mensagem de Joel seu povo e iria pagá-los de acordo com sua
iniqüidade. Naquele dia, o mundo todo co-
A praga de gafanhotos (1.1-20) nheceria a soberania de Deus!
Joel retratou a praga de gafanhotos como Em quarto lugar, Judá receberia uma bên-
sendo de uma severidade incomum. Gera- ção especial bem como proeminência. Joel
ções anteriores não haviam testemunhado algo usou linguagem figurativa para descrever os
tão terrível e as últimas gerações certamente benefícios agrícolas, políticos, sociais e espiri-
se lembrariam. Joel comparou os gafanhotos tuais que estariam por vir. A natureza iria flo-
com um poderoso exército que destruía a ter- rescer quando Deus removesse os inimigos de
ra, deixando-a nua. Todas as partes da socie- Judá e o povo iria viver em harmonia, pois o
dade sentiram os efeitos da praga. Joel cha- seu Deus estaria habitando no meio deles.
mou o povo a humilhar-se e suplicar ao Se-
nhor, pois somente ele poderia salvá-los.
O Dia do Senhor (2.1-17) Amós: um pastor pela
Joel viu na praga de gafanhotos um sinal justiça social
daquilo que ainda estava por vir. Um dia de
escuridão e tristeza estava chegando e só Esboço
aqueles que tivessem o coração limpo diante
de Deus poderiam suportar esse dia. O profe- I. Endereçamento e introdução
ta desafiou o povo a voltar para Deus de todo (1.1,2)
o seu coração e não somente com sinais exter- II. Israel não é melhor que as outras
nos de arrependimento (vs. 12,13). Esse cha- nações (1.3—2.16)
mado ao arrependimento profundo é um pon-
to crítico no livro. Somente por meio do arre- III. Várias profecias contra Israel
pendimento e da fé o povo poderia ter espe- (3.1—6.14)
444
Oséias, Joel e Amós

IV. Cinco visões de julgamento tulo 1.1 não ajuda a precisar o início da profe-
(7.1—9.10) cia de Amós, pois não sabemos ao certo quan-
do esse desastre ocorreu.11 Uma referência
V. Promessas de restauração e tão precisa, entretanto, pode indicar que o
bênção (9.11-15) ministério do profeta foi relativamente curto.
Pano de fundo de Amós A mensagem de Amós
Amós trabalhava entre os pastores de
Tecoa, uma pequena cidade em Judá, apro-
Israel não é melhor que as outras
ximadamente quinze quilômetros ao sul de nações (1.3—2.16)
Jerusalém (1.1). A palavra hebraica traduzida Amós começou falando contra oito nações
como “pastor” (n)q@D) não é o termo comum que Deus havia separado para seu julgamen-
usado para o “pastor de ovelhas”. Ele só apare- to. Cada um dos oito discursos de julgamento
ce outra vez em 2 Reis 3.4 em que se refere a contém um anúncio do julgamento de Deus,
Mesa, rei de Moabe. Por causa desse fato, al- a razão para o julgamento e a natureza do
guns estudiosos sugerem que Amós era um julgamento. A maior parte dos pecados que
pastor abastado. Porém, esse argumento é ba- Amós menciona aparece somente aqui e não
seado em apenas duas ocorrências da palavra sabemos exatamente quando cada nação co-
n)q@D. Além do mais, o próprio Amós parece meteu seu crime.
enfatizar suas origens humildes (7.14). Amós Expressões numéricas tais como “Por três
também trabalhava cuidando de sicômoros. pecados... mesmo por quatro” ocorrem em
Certos tipos de sicômoros da Palestina produ- outras partes do Antigo Testamento (Jó 5.19-
ziam figos. O produtor de figo ajuda a fruta a 27; 33.14; Sl 62.11,12; Pv 6.16-19; 30.15b,
amadurecer fazendo nela uma pequena per- 16,18-20,21-23,29-31; Mq 5.5). Ao recorrer a
furação antes da colheita.8 essas expressões, Amós estava indicando que
Amós cresceu em Judá, mas Deus o en- Deus não usaria mais de sua graça para com
viou para profetizar em Israel. Certamente essas nações. Havia chegado o tempo de pa-
muitos israelitas olhavam para Amós com des- garem pelos seus pecados.
confiança (7.10-13). Ainda assim, Amós rea- Amós iniciou sua profecia com Damasco e
lizou fielmente o seu ministério profético. Ele a Filístia, dois reinos contra os quais Israel ha-
chamou Israel a se arrepender do seu pecado via sempre lutado. Damasco havia brutalizado
e estabelecer a justiça como lei daquela terra. os habitantes de Gileade, enquanto os filis-
Deus queria que seu povo o amasse e refletis- teus haviam deportado cativos israelitas para
se esse amor em relação ao próximo. Edom a fim de vendê-los como escravos. En-
Como Oséias, Amós profetizou durante o tão, Amós pregou contra Tiro, um reino que
reinado de Jeroboão II (793—753 a.C.) e Uzias gozou de boas relações com Israel durante os
(Azarias) de Judá (792—739 a.C.).9 A pros- reinados de Davi e Salomão (2Sm 5.11; 1Rs
peridade econômica e a estabilidade política 5.1-12). Tiro, uma cidade mercantil, havia
levaram à degeneração espiritual de Israel. vendido israelitas como escravos para Edom.
Essa degeneração espiritual tomava a forma Depois de proferir o julgamento contra Da-
de injustiça social. Os ricos exploravam os po- masco, Filístia e Tiro, Amós profetizou contra
bres; os poderosos dominavam os fracos. A Edom, Amom e Moabe, três parentes de san-
moralidade significava pouco ou nada. gue de Israel (Gn 19.36-38; 36.1). Edom, o
O livro de Amós não menciona a Assíria parente mais próximo, havia continuamente
especificamente. Essa omissão pode indicar feito guerra contra Israel e não havia mostra-
que a Assíria ainda não era uma grande po- do nenhuma compaixão por seus irmãos. Moa-
tência no antigo Oriente Próximo. Também, be havia profanado os ossos do rei de Edom,
tanto Jeroboão quanto Uzias governaram enquanto Amom havia assassinado fetos de
como co-regentes durante parte de seus rei- Gileade ao arrancá-los da barriga de suas mães.
nados. O fato de Amós só mencionar Jero- Amós voltou-se então para Judá, seu pró-
boão ou Uzias pode indicar que ele profetizou prio povo. Ao contrário dos crimes de outras
durante o tempo em que esses reis governa- nações, o crime de Judá era de natureza espi-
vam sozinhos. Se esse for o caso, podemos si- ritual. Judá havia abandonado a lei mosaica
tuar as profecias de Amós entre 767 a.C. e para seguir falsos deuses. Cada geração afun-
753 a.C.10 A referência ao terremoto no capí- dava mais em pecado. Amós anunciou que
445
Descobrindo os Profetas

Deus também iria tratar de Judá. Quando


Justiça social nos Amós chegou no reino do norte, muitos israe-
litas provavelmente o olharam com desconfi-
dias de hoje ança. Por que — eles se perguntavam — esse
profeta do sul tinha vindo até o norte para
pregar? Mas quando Amós começou a pro-
Para Amós, um relacionamento correto com Deus clamar sua mensagem, o povo descobriu que
exigia justiça social. E quanto aos dias de hoje? Ques- gostava daquilo que ele falava. Ele estava
tões como alimentar os pobres, dar abrigo aos que não
condenando todos os seus inimigos!
têm casa, trabalhar em favor da cidadania e lutar contra
Então, subitamente, a mensagem de Amós
o aborto fazem parte do evangelho? Os cristãos devem
tomou uma outra direção: Deus agora iria
se preocupar com a justiça social?
A mensagem do evangelho está centrada em Jesus julgar Israel! Amós falou de Israel de maneira
Cristo e em sua morte, sepultamento e ressurreição. muito mais extensa, pois ela havia cometido
Mediante o arrependimento e a fé, podemos receber tantos pecados! Os poderosos oprimiam os fra-
sua oferta de salvação. O Espírito Santo começa, então, cos, preocupando-se apenas com o benefício
a trabalhar em nós para nos fazer mais parecidos com próprio. O pecado sexual era abundante. O
Jesus (Rm 8.29). povo gozava do fruto da sua perversidade em
A Bíblia ensina claramente que a justiça social é um templos pagãos. Deus havia redimido Israel
produto natural do evangelho. Considere os exemplos do Egito e trazido o povo para Canaã, e ainda
abaixo: assim Israel não demonstrava nenhuma grati-
dão. O povo silenciava os profetas de Deus e
• A Lei de Moisés insiste no tratamento justo dos escarnecia dos nazireus que haviam se dedi-
estrangeiros, viúvas e órfãos (Êx 22.21-24). cado ao serviço de Deus (Nm 6.1-21). Israel
• Os profetas falam da preocupação de Deus com a havia entristecido a Deus com os seus peca-
justiça social e exigem um tratamento compassivo dos e agora iria suportar o julgamento.
e justo para os menos favorecidos (Is 58.6,7; Am
2.6,7). Várias profecias contra Israel
• Jesus mostrou preocupação com aqueles que a (3.1—6.14)
sociedade rejeitava (Mc 7.24-30; Lc 17.11-19;
Amós lembrou o povo de Israel que a elei-
Jn 4.7-26).
ção de Deus trazia consigo responsabilidades.
• A igreja primitiva mandou contribuições para aliviar
De fato, Deus havia escolhido Israel e trazido
a fome em Jerusalém (At 11.27-30).
• Tiago, o irmão do Senhor, nos encorajou a colocar o povo do Egito. Ele os havia abençoado mais
nossa fé em ação e ajudar àqueles que estão ne- que a qualquer outra nação. A eleição de
cessitados (Tg 2.14-26). Deus era um grande privilégio, mas também
tornava Israel ainda mais responsável pelos
À medida que o Espírito Santo nos faz mais pareci- seus pecados. A palavra de Deus disse-lhe que
dos com Jesus, devemos aprender a compartilhar as ela estava errada, mas ela se recusou a ouvir.
preocupações de Deus. Os cristãos de hoje devem tra- Amós usou muitos métodos para comuni-
balhar para trazer justiça à sociedade. car suas profecias. Ele fez, por exemplo, uma
série de perguntas retóricas para seus ouvin-
tes com respostas óbvias do tipo “sim” ou “não”
(3.3-6a). Ao fazê-lo, ele preparou seus ouvin-
tes para a última pergunta (3.6b) “Sucederá
Pessoas/ algum mal à cidade, sem que o Senhor o te-
lugares-chave nha feito?” Essa última pergunta surpreendeu
os ouvintes de Amós com sua verdade cho-
Tiglate-Pileser III cante — Deus havia trazido calamidade para
Uzias que o povo se voltasse para ele.
Termos-chave Jeroboão II Amós também desafiou Israel ao compa-
Gômer rar suas ações com as de outras nações. Se os
Astarote Jezreel filisteus e os egípcios, dois antigos inimigos de
Eleição Lo-ruhamam Israel, viessem para Samaria e vissem a iniqüi-
Lo-ammi dade daquela cidade eles ficariam boquia-
bertos (3.9-15). Os egípcios e os filisteus vi-
viam de acordo com padrões morais mais
446
Oséias, Joel e Amós

De modo sarcástico, Amós desafiou o povo


Os oito reinos a continuar com os seus sacrifícios (4.4,5). Eles
sabiam tão bem todos os rituais! Eles traziam
de Amós 1–2 Damasco
todo o tipo de sacrifícios, mas suas vidas esta-
vam cheias de pecado. Deus havia mandado
fome, seca e pragas para chamar sua atenção,
mas o povo não havia se arrependido (4.6-
Tiro 11). Amós advertiu Israel que logo ela encon-
traria o seu Deus — no julgamento.
O profeta, então, lançou um outro ataque
sobre a nação — ele cantou no seu funeral
(5.1-3)! A palavra traduzida como “lamenta-
ção” em 5.1 refere-se a um cântico pelo qual
o povo pranteava os mortos.12 Ao fazer tal
declaração, Amós esperava chocar o povo para
que pudesse encarar a realidade. Se Israel
persistisse em seu pecado, ela morreria.
Amós chamou o povo a se apegar a valores
L verdadeiros (5.4-17), mas ninguém ouviu.
AE
Samaria ISR Haveria vida no buscar ao Senhor, mas o povo
preferia seus próprios caminhos. Eles procura-
Rio Jordão

vam orientação espiritual nos falsos locais de


culto que Jeroboão havia estabelecido.13 Eles
rejeitavam as autoridades e maltratavam os
Betel pobres. Muitos pediam a vinda do Dia do Se-
OM nhor, quando ele iria julgar os seus inimigos.
Jerusalém AM
Entretanto, Amós advertiu o povo que o jul-
gamento cairia sobre eles. Deus abominava e
rejeitava seus rituais religiosos, pois eles não
Á fluíam de vidas de fé. O que Deus realmente
Gaza JUD
queria era justiça e retidão na terra (5.18-24).
E Muitos haviam tornado-se complacentes
AB
MO ou até mesmo arrogantes. Eles confiavam em
Samaria para livrá-los em vez de chorarem
pela ruína espiritual de Israel. Amós disse que
essas seriam as primeiras pessoas a ir para o
Escala exílio (6.1-14).
0 10 20 mi OM Cinco visões de julgamento (7.1—9.10)
ED
0 10 20 30 km Amós teve visões proféticas que o ajuda-
ram a compreender o que Deus iria fazer em
Israel. As três primeiras visões — gafanhotos,
fogo e prumo — formam uma unidade (7.1-
elevados que os israelitas e eles não tinham a 9). Quando Deus mostrou a Amós a terrível
eleição
palavra de Deus para orientá-los! Portanto, praga de gafanhotos, Amós suplicou para que
Deus iria trazer um inimigo contra Israel que Deus não a enviasse ou ela destruiria Israel.
iria tirar as forças de Israel e saquear seus bens. Deus cedeu. Então, o Senhor mostrou a Amós
As mulheres ricas e mimadas de Samaria um fogo tão quente que consumia até o Mar
foram o próximo alvo do profeta (4.1-3). Essas Mediterrâneo! Mais uma vez, Amós interce-
mulheres oprimiam os pobres, preocupando- deu pelo povo e, mais uma vez, Deus cedeu.
se apenas em satisfazer os seus próprios dese- Finalmente, Deus mostrou a Amós um prumo
jos. Amós as comparou às vacas bem-alimen- para testar a construção de uma parede. Ele sim-
tadas de Basã, uma região de solo rico e bom bolizava o padrão de retidão de Deus. Ao tes-
gado (Sl 22.12; Is 2.13; Ez 39.18; Zc 11.2). O tar Israel, Deus viu que ela estava fora de pru-
inimigo iria juntá-las e levá-las embora. mo. Ele teria que destrui-la e começar de novo.
447
Descobrindo os Profetas

Sumário

1. O profeta Oséias tinha grande cora- quanto trilhava e um filho que


gem e profetizava apesar da humilha- engatinha.
ção que sofria por causa do adultério
5. É provável que o profeta Joel tenha pro-
de sua esposa Gômer.
fetizado por volta de 500 a 450 a.C.
2. O livro de Oséias foi escrito pouco an-
6. Amós trabalhava no meio de pastores
tes de 722 a.C.
em Tecoa e também ganhava a vida
3. Os principais temas de Oséias são: cuidado de sicômoros.
adultério espiritual, conhecimento de
7. Amós falou contra outras nações, mas
Deus e o amor frustrado de Deus.
especialmente contra Israel.
4. Oséias comparou Israel a: um cacho de
8. Amós usou vários métodos de oratória
uvas verdes que haviam se estragado
para transmitir suas profecias.
no deserto, uma vide que crescia de
acordo com os seus próprios planos, 9. Deus mostrou a Amós visões que o
uma bezerra treinada que gostava de ajudaram a compreender o que o Se-
trilhar os grãos, pois podia comer en- nhor faria para Israel.

Questões para estudo

1. De que forma o casamento e o pano gem? Até que ponto sua mensagem
de fundo familiar de Oséias molda- se aplica à geração dele e até que
ram o ministério profético dele? De ponto teve aplicação no futuro?
que forma as suas origens afetam sua
4. Descreva as origens e o chamado de
percepção da vida?
Amós.
2. Oséias descreveu o adultério espiritual
5. Quais são alguns exemplos de injusti-
do povo. Por que a idolatria e a pros-
ças sociais contra as quais Amós pro-
tituição ocorriam juntas em Israel?
fetizou? De que forma nossa fé em
3. Qual o grande acontecimento nos Deus está relacionada com nossas
dias de Joel que moldou sua mensa- ações em relação a outras pessoas?

Muitos em Israel não gostaram da prega- sucesso. Amós respondeu afirmando o seu
ção do profeta. Eles reagiram à palavra de chamado profético. Deus o havia chamado
Deus rejeitando o seu mensageiro. Amazias, para profetizar e o havia equipado para com-
sacerdote de Betel, chegou a acusar Amós de pletar a tarefa (7.10-17).
traição e ordenou que ele voltasse para Judá A quarta visão que Deus mostrou a Amós
onde suas mensagens contra Israel fariam mais foi um cesto de frutas de verão, que significa-
448
Oséias, Joel e Amós

Leituras complementares

Allen, Leslie C. The Books of Joel, Obadiah, Jonah and Downers Grove/Leicester: InterVarsity, 1989. Bom
Micah. New International Commentary on the Old para alunos em nível universitário.
Testament. Grand Rapids: Eerdmans, 1976. Um co- McComiskey, Thomas E., org. The Minor Prophets: An
mentário mais avançado para o estudante sério. Exegetical and Expository Commentary. 3 vols.
Hubbard, David A. Hosea: An Introduction and Com- Grand Rapids: Baker, 1992-1998. Para o estudante
mentary. Tyndale Old Testament Commentary. sério em busca de estudos avançados. Rico em análi-
se textual e exposição.

vam que Israel estava madura para o julgamen- Promessas de restauração e bênção
to (8.1-3). Muitos no tempo de Amós mal po- (9.11-15)
diam esperar para o sábado acabar a fim de que
pudessem reabrir suas lojas e voltar a trapacear Amós encerrou o seu livro com uma men-
o povo com pesos e medidas desonestos (8.4- sagem de esperança. Apesar de todo o peca-
14). Amós advertiu o povo que Deus não se do de Israel, Deus ainda a amava. Um dia,
esqueceria daquilo que eles estavam fazendo. ele iria criar um mundo no qual a linhagem
A quinta e última visão (9.1-6) apontou de Davi voltaria à proeminência. Amós tam-
para a absoluta certeza do julgamento de bém falou de outras nações que iriam levar o
Deus. Ninguém iria escapar das mãos do Se- nome de Deus e gozar das bênçãos de Deus
nhor soberano. Ironicamente, aqueles que junto a Israel. Na vinda de Jesus Cristo e na
corressem para o Senhor (com arrependimen- fundação da sua Igreja vemos, pelo menos
to e fé) seriam justamente os que encontra- em parte, o cumprimento da profecia de
riam perdão e livramento. Amós (Lc 1.32,33; At 15.13-18).

449
33 Obadias, Jonas, Miquéias,
Naum, Habacuque
e Sofonias
O plano de Deus para as nações

Esboço
• Obadias: Edom cairá!
Esboço
A mensagem de Obadias
• Jonas: Fugindo de Deus
Esboço Objetivos
Pano de fundo de Jonas
Depois de ler este capítulo,
A mensagem de Jonas
você deve ser capaz de:
• Miquéias: Um zelote a favor da vida
• Delinear o conteúdo básico do livro de
coerente com a aliança
Obadias.
Esboço
• Delinear o conteúdo básico do livro de
Pano de fundo de Miquéias
Jonas.
A mensagem de Miquéias
• Comparar as opiniões sobre as datas de
• Naum: Nínive cairá! Jonas.
Esboço • Contrastar a compaixão de Deus com a
Pano de fundo de Naum atitude de Jonas em relação a Nínive.
A mensagem de Naum • Delinear o conteúdo básico do livro de
Miquéias.
• Habacuque: Senhor, o que está
acontecendo? • Identificar os temas da mensagem de
Miquéias.
Esboço
• Delinear o conteúdo básico do livro de
Pano de fundo de Habacuque Naum.
A mensagem de Habacuque • Explicar as causas da queda de Nínive.
• Sofonias: Deus irá julgar toda a terra! • Delinear o conteúdo básico do livro Habacu-
Esboço que.
Pano de fundo de Sofonias • Delinear o conteúdo básico do livro de
A mensagem de Sofonias Sofonias.

451
Descobrindo os Profetas

Jafa — Yafo — Israel e Judá tinham muitos vizinhos. Os A mensagem de Obadias


Tel Aviv filisteus e os palestinos viviam ao longo da cos-
moderna.
ta do Mediterrâneo. Amom e Moabe esta- Cabeçalho (1a)
Quando Deus
disse a Jonas vam a leste do Jordão. Edom controlava a re- O livro de Obadias não nos conta nada
para ir até gião ao sul do Mar Morto. A Síria governava sobre o profeta Obadias, nem mesmo o nome
Nínive, em vez as terras ao norte de Israel até o rio Eufrates. de seu pai. Muitas pessoas do Antigo Testa-
disso ele foi para Depois da Síria, na Mesopotâmia, ficava a mento têm o nome “Obadias”, mas não pode-
o porto e Jope, mos identificar nenhuma delas ao profeta
Assíria e a Babilônia.
hoje o porto de
Os profetas afirmavam que Deus era o com certeza.
Jafa, para tomar
um navio que Senhor de todas as nações. Ele iria respon- Estudiosos discordam sobre a data do mi-
fosse no sentido sabilizar essas nações por seus atos. Neste nistério de Obadias. Alguns argumentam que
contrário. capítulo, vamos estudar vários profetas que Obadias profetizou por volta de 850 a.C. 1 en-
falaram dos planos de Deus para outras na- quanto outros defendem uma data logo de-
ções. Um desses profetas foi pessoalmente pois de 587 a.C., quando Jerusalém caiu diante
comunicar sua mensagem ao público es- da Babilônia. Essa última data parece ser pre-
trangeiro! ferível tendo em vista os versículos 11-14, nos
quais Obadias descreve o desastre que sobre-
veio a Jerusalém. Uma linguagem tão forte
sugere que Obadias estava referindo-se à con-
Obadias: quista por Nabucodonosor.2
Edom cairá! Os edomitas, descendentes de Esaú (Gn
36.1), haviam tratado os judeus com cruelda-
Esboço de, especialmente quando Jerusalém caiu
diante da Babilônia. Obadias advertiu Edom
I. Cabeçalho (1a) que o seu julgamento não tardaria.
A mensagem do Senhor contra
II. A mensagem do Senhor
Edom (1b-14)
contra Edom (1b-14)
A mensagem que o Senhor deu para Oba-
III. O Dia do Senhor (15-21) dias concentrava-se em três questões: a arro-
452
Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque e Sofonias

gância de Edom (1b-4), a humilhação imi- III. Jonas prega para Nínive (3.1-10)
aramaísmos
nente de Edom (5-9) e a violência de Edom
contra Judá (10-14). Selá, a capital de Edom, IV. Jonas murmura sobre Nínive
alegoria ficava sobre uma pedra bem alta, o que torna- (4.1-11)
va fácil defendê-la. Assim, a cidade desen-
Pano de fundo de Jonas
volveu uma confiança arrogante que é ex-
pressada no versículo 3 — “Quem me deitará Jonas 1.1 só nos diz que ele era filho de
por terra?” Amitai. O segundo livro de Reis 14.25 revela
Obadias advertiu os edomitas que o Se- que Jonas vivia em GATE-HEFER, uma cida-
nhor daria a eles a mais completa humilha- de no território tribal de Zebulom (Js 19.13).
ção. Ladrões e assaltantes só levavam aquilo Ele profetizou durante o reinado de Jeroboão
que eles podiam usar, mas Deus não deixaria II, rei de Israel (793—753 a.C.) que deu certa
nada em Edom. estabilidade política. Espiritualmente, porém,
Edom havia cometido terrível violência o reino estava sofrendo.
contra seu irmão Jacó (Judá). Quando Jeru- Se Jonas registrou a sua própria história,
salém foi tomada, os edomitas capturaram os então seu livro é do 8º século a.C. Alguns
judeus fugitivos e os mataram ou então os estudiosos estabeleceram uma data vários sé-
entregaram para os babilônios. Eles se alegra- culos mais recente para o livro por causa de
ram com a derrota de Jerusalém. Judá não se supostas imprecisões e aramaísmos. Porém,
esqueceria tão cedo da perversidade de Edom nenhum desses argumentos é conclusivo e
(Sl 137.7). uma data pré-exílio parece ser mais provável.3
Outros estudiosos sugerem que o livro é uma
O Dia do Senhor (15-21) parábola ou alegoria e não deve ser entendi-
Obadias profetizou que o Dia do Senhor do literalmente. Mas o livro em si não dá ne-
traria consigo tanto julgamento quanto salva- nhuma indicação de que era essa a intenção
ção. Edom e outras nações iriam beber do cá- do autor. Além do mais, Jesus afirmou que
lice da ira de Deus por causa de seus pecados, Jonas pregou para Nínive (Mt 12.41).
mas Deus iria restaurar o seu povo a uma po-
sição de proeminência. Eles iriam possuir a A mensagem de Jonas
terra e viver em paz para sempre. Jonas quer as coisas do seu jeito
(1.1-16)
A ordem de Deus para Jonas foi clara —
Jonas: fugindo de Deus “Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e
clama contra ela, porque a sua malícia subiu
Hoje em dia, as pessoas tentam fugir de
até mim” (1.2). Jonas, porém, decidiu que uma
Deus de muitas maneiras. Alguns tentam
viagem para leste, para Nínive, não fazia ne-
evitar Deus e as suas palavras em geral para
nhum sentido (4.2) e tentou fugir para oeste
que não se sintam culpadas pela maneira como
pegando um navio para Társis.
vivem. Outros evitam Deus enchendo a vida
O profeta rebelde subestimou a determi-
com a busca pelo poder e sucesso. Algumas
nação de Deus em mandá-lo para Nínive. O
vezes, até mesmo cristãos fogem de Deus se
Senhor fez cair uma grande tempestade so-
ele os chama para fazer algo que não querem.
bre o mar, aterrorizando os marinheiros. En-
Jonas fugiu do Senhor porque ele não que-
quanto isso, Jonas, a pessoa responsável por
ria fazer a vontade de Deus. Ele se conven-
aquele perigo, dormia sono pesado na parte
ceu de que sabia o que era melhor, mas no
de baixo do navio!
final, o profeta de Deus percebeu que ainda
Depois que o capitão o despertou, Jonas jun-
tinha muito o que aprender.
tou-se aos outros que estavam tentando deter-
minar por que aquela tempestade estava cain-
Esboço
do sobre eles. Quando Jonas explicou que ele
I. Jonas quer as coisas do seu jeito estava fugindo de Deus, eles ficaram mais ate-
(1.1-16) morizados ainda e tentaram desesperadamen-
te controlar o navio. Finalmente, eles aceita-
II. Jonas decide aceitar o jeito de ram a solução de Jonas e o lançaram para fora
Deus (1.17—2.10) do barco. A tempestade cessou imediatamente.
453
Descobrindo os Profetas

terminaria, mas Deus interferiu. A salvação


E quanto aos que tinha vindo! O peixe vomitou Jonas na praia
e, então, o profeta estava pronto para os pro-
nunca ouviram? pósitos do seu Senhor.
Jonas prega para Nínive (3.1-10)
Jonas obedeceu a segunda ordem de Deus
A Bíblia enfatiza que só é possível experimentar a e começou uma jornada de quase oitocentos
salvação de Deus mediante Jesus Cristo (Jo 14.6). O jul-
quilômetros. Quando chegou em Nínive, ele
gamento eterno é o que espera por aqueles que rejei-
passou a pregar a mensagem que Deus havia
tarem a Cristo (Jo 3.36). Mas e quanto àquelas pessoas
lhe dado — “Ainda quarenta dia, e Nínive
que nunca ouviram falar do evangelho? Elas não têm
esperança? Deus ainda assim vai julgá-las?
será subvertida” (v. 4). Jonas precisou de três
Alguns sugerem que aqueles que nunca ouviram dias para percorrer a cidade toda.
falar do evangelho podem receber a salvação se res- Jonas provavelmente ficou muito surpreso
ponderem à luz espiritual de Deus que está presente quando o povo creu na mensagem de Deus!
na natureza. Mas a Bíblia não dá nenhuma indicação Eles humilharam-se com jejuns e panos de
clara de qualquer outro caminho para a salvação. Preci- saco. Até mesmo o rei de Nínive participou e
samos ter em mente três pontos: ordenou todos os cidadãos a fazerem o mes-
mo.4 Apesar de Jonas não ter transmitido ne-
1.A salvação por obras é impossível. Se pudéssemos nhuma esperança de livramento, é possível
conquistar a nossa salvação, então Cristo não precisava que o povo de Nínive tivesse decidido que não
ter morrido (Gl 2.21). havia nada a perder. Talvez Deus os poupasse
2.Deus revelou seu poder e o seu ser por intermédio da
se eles se arrependessem sinceramente. Quan-
beleza e da ordem da criação. Porém, as pessoas repri- do Deus viu o seu arrependimento, se arre-
mem essa verdade e escolhem pecar (Rm 1.18-23). pendeu e decidiu não mais destruir Nínive.
Deus também colocou a sua lei moral (consciência) Jonas murmura sobre Nínive (4.1-11)
dentro de todos nós, mas as pessoas não seguem à lei
perfeitamente (Rm 2.14,15). Conseqüentemente, mes- Enquanto isso, Jonas estava esperando ver
mo as pessoas sem a palavra escrita de Deus perecem a destruição de Nínive; ele ficou muito con-
(Rm 2.11,12). Somente o Espírito Santo pode trazer trariado quando Deus poupou a cidade. Ele
nova vida (1Co 12.3). sentiu que havia perdido o seu tempo vindo
de tão longe até Nínive e pediu que Deus lhe
3.As Escrituras afirmam com freqüência que Cristo é o tirasse a vida.
único caminho até Deus e a salvação (Jo 14.6; At 4.12).
A planta que Deus providenciou para dar
sombra a Jonas ofereceu uma importante li-
Perceber que as pessoas sem Cristo irão encarar o ção prática. Jonas ficou zangado a ponto de
julgamento de Deus deve servir de força motivadora querer a morte e tudo por causa de uma sim-
para que compartilhemos o evangelho com mais ur- ples planta, mas ele não se importava com as
gência. milhares de pessoas em Nínive. Em um con-
traste gritante, a compaixão de Deus alcan-
çou Nínive, por causa do arrependimento.
Deus continua a aceitar aqueles que admi-
Jonas decide aceitar o jeito de Deus tem sua situação de desamparo, arrependem-
(1.17—2.10) se do pecado e confiam nele.
Ao cair na água, Jonas pensou que iria se
afogar. Porém, a graça de Deus prevaleceu e um
grande peixe engoliu Jonas. Especulações sobre Miquéias: um zelote a
que tipo de peixe era não são relevantes — o
peixe foi o toque miraculoso da graça de Deus. favor da vida coerente
Por meio desse peixe, Deus preservou seu profe-
ta para a tarefa que estava diante dele.
com a aliança
Jonas orou ao Senhor de dentro da barriga Esboço
do peixe. O profeta descreveu sua situação
desesperadora e anunciou o livramento do I. A primeira seqüência de julga-
Senhor. Jonas havia pensado que sua vida mento e salvação (1.1—5.15)
454
Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque e Sofonias

A. O julgamento de Deus sobre a um ensopado (3.1-3). Os falsos profetas tam-


apostasia e o pecado social em bém faziam uso abusivo de seu ofício ao dei-
Samaria e Judá (1.1—3.12) xar que o dinheiro influenciasse suas pala-
B. A palavra de salvação de Deus vras. Eles proferiam bênçãos para aqueles que
para o seu povo (4.1—5.15) lhes pagavam bem, mas condenavam os que
não podiam pagar nada.
II. A segunda seqüência de julga- Jerusalém também vivia em falsa seguran-
mento e salvação (6.1—7.20) ça — “Não está o Senhor no meio de nós?
A. Deus acusa o seu povo (6.1-16) Nenhum mal nos sobrevirᔠ(3.11). Afinal,
B. O lamento de Miquéias termina Deus não havia prometido a Davi que Jerusa-
com esperança (7.1-20) lém permaneceria para sempre? E não era um
descendente de Davi que estava ocupando o
Pano de fundo de Miquéias trono? Como alguma coisa poderia dar erra-
A mensagem de Miquéias concentra-se nos do? Miquéias os advertiu que tal fé se mostra-
temas da injustiça social, verdadeira adora- ria baseada em alicerces muito fracos quando
ção e falsa segurança. O profeta vivia em o Senhor tratasse do pecado de Israel.
MORESETE, uma cidade também identificada A mensagem de Miquéias também con-
como Moresete-Gate, aproximadamente qua- tinha palavras de encorajamento sobre o fu-
renta quilômetros a sudoeste de Jerusalém. turo do povo de Deus (4.1—5.15). Miquéias
Ele profetizou sobre a perversidade de Sama- falou do reino final de Deus, quando Jerusa-
ria e Jerusalém. Ele menciona apenas reis de lém serviria de canal de bênção para o mun-
Judá em 1.1 e isso pode indicar que ele diri- do. O mundo iria experimentar a paz sob o
giu-se principalmente ao reino do sul. Os reis governo de Deus e o povo andaria com ele
relacionados por Miquéias — Jotão, Acaz e (4.1-8). Além disso, o grande Rei iria nascer
Ezequias — nos ajudam a situar o seu minis- em Belém, uma cidade não muito importan-
tério por volta de 740 a 700 a.C.5 te. Deus havia planejado a vinda desse rei
desde os tempos antigos (5.2). Miquéias pro-
A mensagem de Miquéias clamou essas profecias a fim de motivar seus
ouvintes a viver uma vida de retidão em sua
A primeira seqüência de julgamento
própria geração (4.9-13).
e salvação (1.1—5.15) Jesus Cristo cumpriu a palavra que Deus
Miquéias chamou toda a terra para ver o falou por meio de Miquéias (Mt 2.4-6; Lc 2.1-
julgamento de Deus que estava para cair so- 7). Jesus trouxe a salvação espiritual durante
bre seu povo. O profeta falou separadamente sua primeira vinda e um dia ele voltará para
de Samaria e Jerusalém, pois essas eram as reinar sobre todos como Rei dos reis.
capitais de Israel e Judá. A idéia de julga-
mento produziu verdadeiro conflito na vida A segunda seqüência de julgamento
de Miquéias (1.8-16), um conflito presente e salvação (6.1—7.20)
em outros profetas. Por um lado, o ofício pro- Miquéias chamou Israel à corte de justiça
fético de Miquéias o unia aos propósitos de (6.1-5) da mesma forma que Oséias havia
Deus e ele precisava anunciar o julgamento. feito (Os 4.1—5.15). O Senhor chamou as
Por outro lado, Miquéias amava o seu povo e a montanhas e os montes para serem testemu-
idéia de vê-los em exílio o levou a lamentar nhas, pois eles haviam estado presentes du-
pessoalmente. A igreja de Cristo ainda precisa rante toda a história de Israel. Eles seriam
de líderes que falem a verdade de Deus, mas excelentes testemunhas. Deus perguntou ao
que, ao mesmo tempo, amem o povo de Deus. seu povo: “...que te tenho feito? E com que
A injustiça social enfurecia Miquéias. Os te enfadei?” (6.3). O erro estava, claramen-
ímpios ficavam acordados à noite, pois não te, do lado de Israel.
conseguiam dormir até que tivessem calcula- Miquéias também aconselhou o povo so-
do o quando iriam roubar de seus vizinhos! bre qual seria a resposta apropriada diante da
Os líderes da sociedade demonstravam ser acusação de Deus. Supostamente, um ouvin-
péssimos exemplos. Os líderes políticos des- te perguntou ao profeta o que ele deveria fa-
truíam as poucas esperanças que os pobres ain- zer para que Deus o aceitasse (6.6,7). Miquéi-
da tinham. Miquéias afirmou que os gover- as respondeu que Deus já havia dito o que ele
nantes cozinhavam os pobres como se fossem queria — uma vida que demonstrasse justi-
455
Descobrindo os Profetas

ça, misericórdia e um caminhar ao lado de nossos pecados nas profundezas do mar (7.19).
Deus. O Senhor desejava fidelidade que re- Podemos confiar que ele vai trabalhar em to-
sultasse em um viver de santidade. E é isso das as coisas para o bem da vida de seus filhos
que Deus ainda quer de seus filhos nos dias (Rm 8.28).
de hoje.
Infelizmente, ao olhar para a geração de
Miquéias, Deus declarou ver poucas vidas
assim. Em vez disso, ele via a prática de negó-
Naum:
cios desonestos, violência e engano (6.11,12). Nínive cairá!
O povo seguia os caminhos de Onri e Acabe,
dois reis perversos do passado de Israel (6.16). Esboço
Deus advertiu o seu povo: ele não permitiria
que esse pecado continuasse! I. O zelo e o poder de Deus
Miquéias terminou o seu livro com um la- (1.1—2.2)
mento pessoal (7.1-20). Ao procurar por toda
a nação, ele não conseguiu achar pessoas re- II. O cerco e a destruição de Nínive
tas. A injustiça era abundante e as pessoas (2.3-13)
buscavam apenas o seu próprio lucro. A lide-
III. A causa e a certeza da queda de
rança dava um mau exemplo ao aceitar su-
bornos. Miquéias lamentou que até mesmo Nínive (3.1-19)
dentro da família, a instituição fundamental Pano de fundo de Naum
da sociedade, não se podia achar segurança
— “Os inimigos do homem são os da sua pró- Sabemos muito pouco sobre o profeta Naum
pria casa” (7.6). fora do livro que leva o seu nome. Naum 1.1 o
Ainda assim, Miquéias encontrou esperan- chama de “elcosita”, mas estudiosos não têm
ça em meio à tragédia. Ele ainda poderia ter a um consenso sobre a localização de Elcós.6 Al-
salvação pessoal e talvez outros também. Ele guns sugerem que Elcós era na Galiléia, ao
estava disposto a suportar a perseguição dos norte, enquanto outros sugeriram Judá como
inimigos de Deus, pois sabia que, um dia, Deus sua localização. Ainda outros apresentam a
iria lhe fazer justiça. O julgamento certamente idéia de que Elcós era próximo a Nínive, cida-
viria sobre aqueles que se opunham ao Senhor. de contra a qual Naum profetizou.
Miquéias encerrou seu lamento (e o livro) Podemos situar a data de Naum, pois ele
da mesma forma como muitos salmistas en- faz alusão a acontecimentos cujas datas são
cerraram os seus lamentos — com uma ora- conhecidas. Naum menciona a queda de
ção (7.14-20). Ele orou para que Deus fosse o TEBAS (3.8), um fato que ocorreu em 663
pastor do seu povo como ele havia sido quan- a.C. O profeta também fala da queda de Ní-
do o trouxera para a terra prometida. Ele pe- nive, que ocorreu em 612, como ainda sendo
diu que o Senhor mais uma vez mostrasse o algo no futuro. Conseqüentemente, podemos
seu poder miraculoso, pois isso inspiraria o seu situar o ministério profético de Naum entre
povo e aterrorizaria seus inimigos. Miquéias 663 a.C. e 612 a.C. O livro de Naum, assim
também admitiu a completa singularidade de como o livro de Obadias, lida prioritariamen-
Deus. Não havia outro Deus compassivo o te com um reino estrangeiro. Durante o final
suficiente para perdoar o pecado de seu povo do século 7º a.C., surgiu uma luta pelo poder
para sempre. Miquéias afirmou que, em dias no Oriente Próximo quando a Assíria come-
vindouros, Deus mais uma vez mostraria a sua çou a entrar em declínio. Em 626, NABOPO-
fidelidade em todas as coisas. Ele confirmaria LASAR fundou uma dinastia caldéia indepen-
o seu relacionamento eterno com o seu povo dente na Babilônia e logo, com a ajuda dos
por causa da promessa que havia feito aos pa- medos, destruiu o império assírio. Não demo-
triarcas de Israel mil anos antes. rou para que Nabucodonosor levasse a Babi-
Podemos enfrentar circunstâncias difíceis lônia a alturas que não eram alcançadas des-
nos dias de hoje e sofrer pela nossa fé em Cris- de os dias de Hamurabi (1792—1750 a.C.).
to. O mal pode nos cercar e, então, nos per- Ao olhar para esse mundo, Naum viu a mão
guntamos por que Deus permite que ele con- de Deus movendo-se mais uma vez contra a
tinue. Nesses momentos, nossa esperança pre- Assíria. O profeta anunciou que Nínive, a
cisa estar sobre Deus que pode lançar fora os capital da Assíria, logo cairia para sempre.
456
Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque e Sofonias

A mensagem de Naum bre Nínive e a compaixão para com Judá. Pri-


meiro (1.9-13) Naum advertiu Nínive de que
O zelo e o poder de Deus (1.1—2.2) seus planos iriam ser frustrados. Nínive havia
Naum começou descrevendo o temível po- tramado o mal contra o Senhor, ignorando
der de Deus (1.2-8). Ele era um Deus vinga- seus caminhos e agora iria pagar o preço. Judá,
dor que não iria tolerar o pecado para sempre. entretanto, receberia a liberdade do jugo de
O Senhor também era o Soberano Todo-po- opressão de Nínive e das correntes da escravi-
deroso. A criação tremia diante dele e nin- dão. Em segundo lugar (1.14,15), Naum anun-
guém podia suportar sua ira. Ao mesmo tem- ciou que Deus iria riscar fora o nome de Níni-
po, Deus era o Salvador daqueles que confia- ve e preparar sua sepultura. Ele iria destruir os
vam nele. Ele era uma fortaleza em meio aos ídolos e templos da cidade. Judá se alegraria
Essa placa inclui problemas e conhecia os seus. Essas verdades quando lhe fosse anunciada a queda de Ní-
as Crônicas
sobre o caráter de Deus são a fundação para o nive. Em terceiro lugar (2.1,2), Naum adver-
babilônicas
descrevendo a resto do livro de Naum. tiu Nínive que estava prestes a ser atacada!
queda da Naum 1.9—2.2 contém três ciclos nos quais Enquanto Nínive passava pelos seus últimos
Babilônia. Naum alterna entre descrever a vingança so- dias, o Senhor iria restaurar o esplendor do
seu povo.
O cerco e a destruição de Nínive
(2.3-13)
Naum continuou a sua descrição vívida de
como seria a queda de Nínive. Seus inimigos
iriam derrotar seu exército e saquear a cidade.
Naum descreveu a ironia da situação: o exér-
cito de Nínive parecia forte, mas a anarquia e
o pânico tomariam conta de todos. As carru-
agens iriam disparar pelas ruas sem poder aju-
dar. E, é claro, Deus estava por trás de tudo
isso, pois ele havia determinado que era che-
gado o dia do julgamento de Nínive.
A derrota de Nínive criaria uma fuga fre-
nética da cidade. As pessoas iriam deixar para
trás todas as suas coisas e correr para salvar a
vida; prata e ouro não seriam mais importan-
tes! O saque de Nínive revela de maneira
clara como os bens materiais só trazem prazer
temporário. Jesus estava certo quando disse:
“... a vida de um homem não consiste na abun-
dância dos bens que ele possui” (Lc 12.15).
Precisamos construir a vida baseados no nosso
relacionamento com Deus e nunca em coisas
materiais.
A causa e a certeza da queda de
Nínive (3.1-19)
Nínive era uma cidade perversa, uma ci-
dade sanguinária. As políticas cruéis dos assírios
faziam com que outras nações os temessem.
Os sinais da opressão eram evidentes em sua
própria capital. Naum descreveu Nínive como
uma prostituta e mestra de feitiçarias (vs. 4,5).
Era em Nínive que ficava o templo de Istar, a
deusa representada como uma meretriz, por-
tanto, a imoralidade sexual era comum. Níni-
ve havia saqueado muitas nações e tinha um
457
Descobrindo os Profetas

desejo insaciável por poder. Muitos na socie- provável que o ministério de Habacuque te-
Babilônia
dade assíria também praticavam magia e adi- nha começado antes de 605, mas continua-
vinhação. Porém, qualquer coisa na qual Ní- do até um pouco antes da queda de Jerusa-
nive confiasse iria falhar, pois Deus iria lém em 587.
envergonhá-la diante das nações e amontoar
desgraças sobre ela. A mensagem de Habacuque
Naum instruiu Nínive a preparar-se para a
Habacuque em conflito com os
sua ruína final (vs. 8-19). Tebas, o orgulho do
propósitos de Deus (1.1—2.20)
Egito, havia caído e agora o mesmo acontece-
ria com Nínive. Não haveria por onde esca- Habacuque começa o seu conflito teológi-
par, só destruição inevitável. O resto do mun- co com um clamor de confusão (1.2): “Até
do, que havia sofrido sob o jugo de opressão quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me
da Assíria, receberia as notícias da queda de escutarás?” Habacuque sabia que Deus ama-
Nínive com estrondoso aplauso. va a justiça e detestava a injustiça, então, por
que Deus permitia que a injustiça continuas-
se em Judá? Habacuque levou suas preocu-
Habacuque: Senhor, o pações direto para o Deus soberano. Deus nos
convida para que também levemos a ele nos-
que está acontecendo? sos conflitos e preocupações
Deus respondeu (1.5) que tinha grandes
Você alguma vez já sentiu que o modo de planos que iriam deixar Habacuque boquia-
agir de Deus não fazia nenhum sentido? Se berto — ele estava levantando o exército da
você já se sentiu assim, então não está sozi- Babilônia. Deus iria usar essa nação poderosa
nho. O profeta Habacuque lutou com essa para julgar Judá.
mesma questão. Ele não podia entender por- Habacuque ficou totalmente confuso
que Deus ia trabalhar de determinada ma- (1.12—2.1). Como Deus podia usar um povo
neira. Ao lermos Habacuque, veremos que o perverso como os babilônios para julgar Judá?
profeta aprendeu uma importante lição: tal- Certamente Judá merecia o julgamento de
vez nem sempre ele entenderia os caminhos Deus, mas é claro que não nas mãos dos babi-
de Deus, mas ele podia sempre confiar no lônios! De que maneira Deus poderia usar
Senhor, independente das circunstâncias. uma nação ainda mais perversa que Judá
como seu instrumento de julgamento contra
Esboço o seu povo?
I. Habacuque em conflito com os Mas é claro que Deus tinha uma resposta
propósitos de Deus (1.1—2.20) (2.2-5). Ele disse a Habacuque para escrever
A. O primeiro conflito de Habacu- a visão, pois o julgamento aconteceria muito
que (1.1-11) em breve, exatamente como Deus havia dito.
B. O segundo conflito de Habacu- Havia duas reações possíveis diante de tal
que (1.12—2.20) calamidade. Uma era continuar arrogante e
orgulhoso como os babilônios. A outra era vi-
II. Habacuque submete-se aos ver pela fé, sabendo que Deus ainda estava
propósitos de Deus (3.1-19) no controle.
Habacuque 2.4 — “O justo viverá pela sua
Pano de fundo de Habacuque fé” — aparece três vezes no Novo Testamen-
O nome de Habacuque aparece apenas to (Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38). Pela fé em
em seu livro (1.1). Fora isso, não sabemos muito Jesus Cristo recebemos a retidão de Deus. O
mais sobre ele. Espírito Santo nos capacita para que vivamos
Habacuque viveu durante os últimos dias pela fé e com justiça. Essa afirmação de Ha-
de Judá. A maior parte dos estudiosos situa o bacuque é o cerne da teologia cristã. Deus
seu ministério antes de 605 a.C., quando a nos chamou para sermos salvos pela fé e para
Babilônia, sob o governo de Nabucodono- vivermos por ela.
sor, tornou-se uma potência mundial (1.5).7 Habacuque começou então uma série de
As palavras de Habacuque contra a Babilô- ais contra os babilônios (2.6-20). Os babilônios
nia (2.5-20) deixam implícito que ela já ha- tinham ido longe demais e logo pagariam por
via transformado-se em uma nação forte. É isso. Eles haviam lucrado às custas dos outros,
458
Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque e Sofonias

O Rolo do
Templo, dos
Papiros do Mar
Morto.
Arqueólogos
descobriram
este e muitos
outros rolos no
antigo povoado
de Qumran
perto do Mar
Morto. Textos
como esse nos
ajudam a
compreender
melhor como os
escribas da
antigüidade
passavam
adiante cópias
das Escrituras
ao longo dos
séculos.

fundando o seu império por meio da violência


e do derramamento de sangue. Eles haviam Sofonias: Deus irá julgar
forçado outras nações a beber do cálice da ira
de Deus, mas o cálice logo chegaria até eles. toda a terra!
Eles haviam seguido ídolos inúteis que desa-
pareciam rapidamente diante do esplendor e Esboço
da glória do Senhor. No tempo certo, Deus
I. Julgamento contra Judá
iria derrubar a Babilônia também.
(1.1—2.3)
Habacuque submete-se aos
II. Julgamento contra as nações
propósitos de Deus (3.1-19)
(2.4-15)
Habacuque expressou sua submissão aos
caminhos de Deus em uma oração sob a for- III. Julgamento contra Judá e as
ma de canto (v. 19). Ele temia as declarações nações (3.1-8)
do Senhor e pediu que Deus se lembrasse de
sua misericórdia quando começasse o julga- IV. Restauração de Israel e das
mento (v. 2). Habacuque descreveu a majes- nações (3.9-20)
tade e o poder do Senhor (vs. 3-15). Deus era
soberano sobre toda a terra. Ele havia julgado Pano de fundo de Sofonias
as nações, mas também havia trazido salva- Sofonias traça a sua genealogia a quatro
ção para o seu povo. gerações anteriores. Estudiosos da Bíblia já
Por saber da absoluta fidelidade de Deus discutiram se o “Ezequias” que aparece na
no passado, Habacuque submetia-se aos pro- genealogia é o rei Ezequias de Judá (716-686
pósitos presentes do Senhor (3.16-19). O medo a.C.).8 Aqueles que duvidam que exista uma
do profeta mexia com o mais profundo de seu ligação afirmam que nenhuma outra genea-
ser, pois tudo o que ele podia fazer era esperar logia na Bíblia indica o parentesco desses cin-
pelo julgamento de Judá. Ainda assim, Haba- co nomes. Além disso, se Sofonias estava re-
cuque estava determinado a confiar no Se- ferindo-se a Ezequias, rei de Judá, ele precisa-
nhor, apesar de todas as circunstâncias. Não ria ter acrescentado as palavras “rei de Judá”.
importava quão desesperadora fosse sua situa- Por outro lado, aqueles que são a favor de que
ção, ele colocaria a sua esperança em Deus. existe uma ligação com o rei Ezequias suge-
Deus também quer esse tipo de fé que diz rem que Sofonias achou que escrever “rei de
“não importa o que aconteça” com seus filhos Judᔠera desnecessário, pois todos sabiam
nos dias de hoje. quem era Ezequias.
459
Descobrindo os Profetas

A mensagem de Sofonias
Pessoas/ Julgamento contra Judá
lugares-chave (1.1—2.3)
Nabopolasar Depois de uma declaração referente ao jul-
Gate-hefer gamento geral de Deus sobre a criação, Sofo-
nias concentrou-se em Judá. Muitos adora-
Termos-chave Moresete
Tebas vam Baal, Milcom e o exército do céu (1.4,5),
Aramaísmos Edom enquanto outros adotavam uma visão estag-
Alegoria Nínive nada de Deus — “O Senhor não faz bem,
Belém nem faz mal” (1.12). O Dia do Senhor traria o
castigo para todos os cantos rebeldes de Jeru-
salém. Sofonias advertiu Judá para preparar-
se para aquele dia. Aqueles que se humilhas-
sem diante do Senhor poderiam escapar do
Sofonias situa o seu ministério no reino de desastre que estava por vir (2.1-3).
Josias (640—609 a.C.). No décimo oitavo ano
do reinado de Josias o Livro da Lei foi desco- Julgamento contra as nações
berto no templo e essa descoberta levou a um (2.4-15)
período de reavivamento espiritual em Judá Assim como outros profetas, Sofonias afir-
(2Rs 22.3—23.7). Tendo em vista esse fato, mou a soberania de Deus sobre todas as na-
muitos propõem que Sofonias profetizou no ções e não somente Israel e Judá. Os países
início do reinado de Josias, antes que ocorres- vizinhos como a Filístia, Moabe e Amom pa-
se o reavivamento.9 Já que Sofonias 2.13 men- gariam o preço pela sua iniqüidade (vs. 4-11).
ciona a queda de Nínive como um aconteci- Um dia, eles iriam cair e os fiéis a Deus iria
mento futuro, ao que parece o seu ministério tomar deles todas as suas posses. As nações
terminou antes de 612 a.C. mais distantes também não escapariam. Os

Sumário

1. A mensagem que Deus deu ao profe- disse que o rei de Deus nasceria em
ta Obadias concentrava-se no julga- Belém.
mento de Edom por causa de sua vio- 6. Naum inclui três ciclos que descrevem
lência contra Judá. vingança sobre Nínive e compaixão
2. Jonas queria fazer as coisas do seu jeito para com Judá.
em vez de fazê-las do jeito de Deus e 7. O livro de Habacuque nos conta tudo
por isso foi engolido pelo grande peixe. o que se sabe sobre o profeta Haba-
3. Jonas ficou irado com Deus porque o cuque.
Senhor não destruiu Nínive depois 8. Habacuque questionou o que Deus
que o profeta havia feito uma viagem estava fazendo, mas estava determi-
de tão longe para aquela cidade. nado a ter fé independente do que
4. A profecia de Miquéias estava viesse acontecer.
centrada nos temas da injustiça social, 9. Sofonias profetizou julgamento contra
verdadeira adoração e falsa segurança. Judá e as nações, mas também previu
5. Miquéias ofereceu palavras de enco- bênçãos futuras para as nações.
rajamento para o povo de Deus e

460
Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque e Sofonias

Questões para estudo

1. Qual é o principal tema de Obadias? 5. Faça um resumo do diálogo entre Ha-


O que Edom havia feito que poderia bacuque e Deus em cinqüenta pala-
ser considerado tão terrível? vras ou menos. Qual era a principal
2. Faça um resumo da história de Jonas. reclamação de Habacuque? Como ele
Identifique a importante lição espiri- reagiu (a princípio e depois mais tar-
tual que Jonas aprendeu. de) à resposta de Deus?

3. Descreva as origens de Miquéias. De 6. De que maneira o apóstolo Paulo


que forma essa mensagem é paralela à usou Habacuque 2.4 em sua carta aos
do profeta Amós? O que Miquéias ti- Romanos?
nha a dizer sobre a vinda do Messias? 7. Identifique as principais questões rela-
4. Identifique o contexto histórico de Naum. cionadas às origens de Sofonias. De
Qual é o principal tema do seu livro? que forma o profeta afirmou a sobe-
rania de Deus sobre as nações?

Leituras complementares

Allen, Leslie C. The Books of Joel, Obadiah, Jonah and McComiskey, Thomas E., ed. The Minor Prophets: An
Micah. New International Commentary on the Old Exegetical and Expository Commentary. 3 vols.
Testament. Grand Rapids: Eerdmans, 1976. Um co- Grand Rapids: Baker, 1992-1998. Para o aluno sério
mentário mais avançado para o aluno sério. em busca de estudos avançados. Rico em análise tex-
Baker, David W., T. Desmond Alexander e Bruce K. tual e exposição.
Waltke. Obadiah, Jonah, Micah. Tyndale Old Testa- Robertson, O. Palmer. The Books of Nahum, Habakkuk,
ment Commentary. Downers Grove/Leicester: Inter- and Zephaniah. New International Commentary on
Varsity, 1988. Bom texto em nível universitário. the Old Testament. Grand Rapids: Eerdmans, 1990.
Baker, David W. Nahum. Habakkuk, Zephaniah: An Intro- Para o aluno sério. Contém amplas notas de rodapé
duction and Commentary. Tyndale Old Testament para estudos complementares.
Commentary. Downers Grove/Leicester: InterVarsity,
1988. Boa leitura básica para nível universitário.

ETÍOPES (cuxitas) morreriam pela espada (v. Sofonias prometeu que o Senhor traria justi-
12) e a Assíria, inimiga de longa data de Israel ça verdadeira sobre todas as nações no dia da
e Judá, receberia a devida recompensa por sua ira (v. 8).
sua arrogância (vs. 13-15).
Restauração de Israel e das nações
Julgamento contra Judá e as nações (3.9-20)
(3.1-8) Sofonias encerrou o seu livro com uma
Jerusalém não escaparia da correção de mensagem de esperança. O dia do julga-
Deus. A liderança corrupta estava presente mento de Deus também traria a cura e res-
em todos os níveis — realeza, juízes, profetas tauração de Deus. O Senhor iria purificar
e sacerdotes. Esses líderes não confiavam no os lábios do seu povo para que eles pudes-
Senhor e nem davam ouvidos à sua palavra. sem servi-lo com fidelidade. Ele removeria
461
os orgulhosos e exaltaria os humildes e da- O profeta permitiu que o povo pudesse es-
ria ao seu povo segurança em sua terra. Tais piar o que o futuro traria a fim de motivá-los a
bênçãos normalmente fariam com que o viver uma vida agradável a Deus. Nós tam-
povo se regozijasse sobre o Senhor, mas So- bém devemos entregar nossa vida ao Senhor
fonias afirmou que Deus se regozijaria so- diariamente, em atitude de gratidão por tudo
bre eles! o que ele fez, tem feito e irá fazer por nós.
Epílogo
Uma palavra final

“vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus tra-se no futuro. A vinda do Messias e o reino
Heilsgeschi-
enviou seu Filho...” de Deus são acontecimentos que ainda estão
chte
Gálatas 4.4 por vir.
O Cristianismo, por outro lado, deixou cla-
Chegamos, agora, ao final do assunto. Ou
ro desde seu início que o Novo Testamento
será que não? O Antigo Testamento não tem
cumpre e complementa o Antigo. As genea-
uma resolução ou conclusão claramente de-
logias de Jesus apresentadas pelos escritores
finida. Em vez disso, o Antigo Testamento
dos evangelhos (Mt 1.1-16; Lc 3.23-28) afir-
termina com uma expectativa, a espera de
mam explicitamente que o Messias havia che-
uma revelação mais completa que traria o
gado e que ele era a culminação das profecias
novo reino e seu Messias. As muitas e varia-
do Antigo Testamento. Ao longo do Novo
das profecias do Antigo Testamento sobre a Testamento, os escritores enfatizam repetida-
vinda do Filho de Davi e sua nova era apon- mente essa ligação íntima entre os aconteci-
tavam para um tempo futuro. Ainda assim, mentos dos seus dias e o Antigo Testamento
não se pode dizer de qualquer pessoa do An- por meio de citações como: “Ora, tudo isto
tigo Testamento que ela foi esse Messias e aconteceu para que se cumprisse o que fora
certamente não houve nenhum período na dito pelo Senhor por intermédio do profeta”
história de Israel que trouxesse consigo uma (Mt 1.22; ver também Lc 24.4-47). E a igreja
era messiânica. primitiva reconhecia claramente e afirmava
Nesse sentido, cada leitor do Antigo Tes- a importância do Antigo Testamento para a
tamento é confrontado com uma importante fé cristã.2 A organização do Antigo Testamento
questão: “Tendo em vista que o Antigo Tes- no Cânon cristão (ver capítulo 1) proposita-
tamento afirma que Deus revelou-se na anti- damente amarra o Antigo Testamento ao
ga Israel e que irá se revelar ainda mais no Novo. Ao concluir com os profetas, a coleção
futuro, o que dizer dessas afirmações teológi- do Antigo Testamento se encerra com uma
cas?” Ou, em outras palavras, “De que forma previsão final do dia em que aquele maior
as afirmações feitas no Antigo Testamento que Davi iria vir (Ml 3.1).
foram resolvidas ao longo da História?” O Mas isso levanta uma das questões mais
Antigo Testamento apresenta claramente complicadas sobre a leitura da Bíblia: de que
uma história de redenção e promessa, uma maneira o Antigo e o Novo Testamentos es-
“história da salvação” (Heilsgeschichte). Mas tão relacionados entre si? Alguns podem di-
como um estudioso observou, é uma história zer que o Antigo Testamento não tem rela-
de salvação que nunca chega de fato à salva- ção com a cultura moderna; aliás, muitos cris-
ção. E essa história não está totalmente com- tãos o deixam de fora de suas leituras bíblicas,
pleta pois nunca chegou ao um ponto final.1 quer intencionalmente ou por negligência.
Na história da religião, existem apenas duas Mas assim como os cristãos primitivos, deve-
respostas possíveis para essa questão — uma mos afirmar que o Antigo Testamento é a
apresentada pelo Judaísmo e a outra ofereci- Palavra de Deus para os nossos tempos. A
da pelo Cristianismo. O Judaísmo crê que as questão não é se devemos ler ambos os Testa-
verdades declaradas no Antigo Testamento mentos, mas sim como devemos lê-los juntos.
foram preservadas nas tradições farisaicas do Exatamente de que maneira eles se relacio-
Mishna (aproximadamente 200 d.C.) e, final- nam entre si? Devemos definir esse relacio-
mente, no Talmud (um comentário sobre o namento como algo que vai além da ligação
Mishna escrito na Palestina e Babilônia). Sob promessa-cumprimento, tendo em vista que
esse ponto de vista, o ápice das esperanças e uma boa parte do Antigo Testamento trata
expectativas do Antigo Testamento encon- de outras coisas além dessa promessa. Da
475
Epílogo

mento de que cumpre historicamente as ex-


pectativas futuras do Antigo Testamento.
Em terceiro lugar, o Antigo Testamento é o
centro teológico do Novo. Os autores do Novo
Testamento começam afirmando as verdades
teológicas do Antigo e eles partem do pressu-
posto de que seus leitores conhecem e aceitam
Termo-chave essas verdades. Aliás, a maior parte das gran-
Heilsgeschichte des verdades doutrinárias da igreja é definida
em primeiro lugar, não no Novo Testamento,
mas no Antigo. Além disso, muitas dessas ver-
dades nem chegam a ser definidas no Novo
mesma forma, ambos são mais do que a sim- Testamento, pois são tidas como sendo de co-
ples seqüência cronológica que os termos “an- nhecimento comum. Assim, por exemplo, o sig-
tigo” e “novo” podem sugerir. Não se trata de nificado da criação, as conseqüências do pe-
um sistema velho e antiquado de aliança que cado do homem, o papel central da aliança na
tornou-se obsoleto com um modelo mais mo- redenção e a doutrina da expiação são clara-
derno. Na verdade, o relacionamento é mais mente definidas no Antigo Testamento e, por-
de caráter integrativo e recíproco. Há uma tanto, pressupostas pelos autores do Novo (res-
co-dependência entre o Antigo e o Novo Tes- pectivamente Gn 1—2, Gn 3, Gn 12, 15 e em
tamento. Lê-los isoladamente implica uma várias outras partes do Pentateuco, Is 53). E
compreensão incorreta de ambos. esta é apenas uma lista parcial. Em vários sen-
A relação íntima entre os Testamentos tem tidos, o Novo Testamento contém pouca coi-
pelo menos três aspectos. Em primeiro lugar, o sa que seja realmente nova; na verdade des-
Antigo Testamento é, literariamente, o pano creve mais o clímax do cumprimento de te-
de fundo do Novo Testamento. Pode-se ilus- mas teológicos e mensagens do Antigo Testa-
trar esse fato mediante a grande quantidade mento. Dessa forma, e em outras, o Antigo
de citações ou alusões ao Antigo Testamento Testamento é claramente a matriz literária,
presentes no Novo. Um estudioso contou 295 histórica e teológica do Novo Testamento.
diferentes referências explícitas do Antigo Assim, voltamos para a questão intimamen-
Testamento que ocupam em torno de 352 te pessoal que o Antigo Testamento coloca
versículos do Novo.3 Mas a relação literária é para cada leitor: “Tendo em vista que Deus
mais do que só uma questão de citações. As afirma ter se revelado no Antigo Testamento
técnicas de retórica e, até certo ponto, a lin- e promete se revelar ainda mais no futuro, o
guagem e o estilo dos autores do Novo Testa- que entender dessas afirmações teológicas?”
mento são moldados pelo Antigo Testamento. O Novo Testamento e dois mil anos de histó-
Em segundo lugar, o Antigo Testamento é ria da igreja afirmam em uníssono: Jesus Cris-
a base histórica para o Novo. Não é exagero to é o cumprimento da revelação. Juntas, as
afirmar que o Novo Testamento seria incom- verdades declaradas no Antigo e no Novo
preensível se não fosse pelas informações his- Testamentos nos dão oportunidade de consi-
tóricas contidas no Antigo. Como poderiam derarmos uma reformulação da questão. Tal-
os leitores do Novo Testamento entender a vez não devêssemos perguntar o que eu devo
afirmação de que Jesus de Nazaré é o Mes- fazer com as afirmações da Bíblia, mas sim o
sias, sem saberem alguma coisa sobre a histó- que elas devem fazer comigo? A Bíblia ofere-
ria nacional de Israel e a dinastia de Davi? ce verdade e convida todos nós a confessar,
Essa interdependência histórica poderia ser receber e crer. Ao fazermos assim, esses escritos
ilustrada de inúmeras formas. Porém, talvez a tornam-se um meio da graça pelo qual o Espíri-
mais óbvia seja a afirmação do Novo Testa- to de Deus pode fazer-nos novas criaturas.

476
realizados festivais religiosos anuais e

Glossário
oferecia um importante fator de unifi-
cação para esses grupos que, fora isso,
eram bastante diferentes entre si. Em
1930, Martin Noth sugeriu que o sis-
tema de doze tribos de Israel era socio-
Abominação de desolação — Termo acordos tinham obrigações de compro- logicamente análogo ao modelo grego.
usado para uma ação ou imagem idóla- metimento para ambos os lados. Este é
tra. Alguns afirmam que se refere às um conceito teológico bastante rico na Antiga Idade do Bronze — Termo usa-
quatro passagens do livro de Daniel que Bíblia, tendo em vista que Deus sub- do por arqueólogos e historiadores do
relatam a profanação sacrílega cometi- mete-se a um relacionamento de alian- antigo Oriente Próximo para referirem-
da por Antíocos IV Epifânio, rei pagão ça com os seres humanos no qual ele se ao terceiro milênio a.C., também
da Síria, que sacrificou um porco no também aceita ter obrigações. chamado, na Palestina, de Idade
altar sagrado diante do templo de Jeru- Cananita (por volta de 3300—2000
salém em 168 a.C. Quando usado por Amilenismo — Ver milênio. a.C.). Essa foi a era de grandes desen-
Jesus (Mt 24.15; Mc 13.4) e por Pau- volvimentos por todo o antigo Orien-
Amonita — Língua de Amom, da mes- te Próximo. Na Síria-Palestina, a anti-
lo, entretanto, o termo possivelmente ma família que o hebraico e o aramaico.
refere-se àquele sacrilégio futuro rela- ga idade do bronze testemunhou o sú-
cionado com o Anticristo e a segunda Amorita — Língua da mesma família bito florescimento da população e ur-
vinda de Cristo. que o hebraico e aramaico. Por ser a banização. Essa foi uma transição rápi-
língua ancestral do aramaico, ela ajuda da de uma vida em vilas sem muros
Acádio — Língua usada pelos assírios a esclarecer a compreensão de certos para a fortificação de diversos locais.
e babilônios, que era da mesma família aspectos do hebraico da Bíblia. Os No Egito e na Mesopotâmia, a antiga
de línguas que o hebraico semítico e o amoritas dominaram a história da Me- idade do bronze marcou a ascensão e
aramaico. Os acádios eram um grupo sopotâmia durante o segundo milênio queda dos primeiros grandes impérios
semita que subiu ao poder durante o a.C. e acabaram estabelecendo um im- da humanidade: o Antigo Império no
último quarto do terceiro milênio a.C. portante centro de poder ao sul, na Ba- Egito e os Impérios Sumério-Acádios
e ocupou a parte sul da Mesopotâmia bilônia, no Eufrates e ao norte, em na Mesopotâmia.
com os sumérios.
Assur e Nínive ao longo do Tigre. Antropomórfico — Que tem qualida-
Acróstico — Um poema alfabético no des humanas (nesse contexto, o termo
Anais reais — Registros oficiais man-
qual a primeira letra de cada linha é a está relacionado especificamente com
tidos nos arquivos reais nos reinos do
letra seguinte do alfabeto hebraico. As- a terminologia bíblica usada na apre-
antigo Oriente Próximo que provavel-
sim, há vinte e duas linhas ou versos, sentação ou descrição de Deus).
mente davam uma lista das atividades
uma linha ou verso para cada uma das
políticas de cada rei (por exemplo, 1Rs Apocalíptico intertestamental — Li-
vinte e duas letras do alfabeto. Em al-
11.41; 14.19; 15.31). teratura escrita no período intertesta-
guns exemplos, mais de uma linha co-
meça com a mesma letra (ver Sl 119 e Ancião de Dias — Título dado a Deus mental e caracterizada por algum tipo
Lm 3). em Daniel 7. Daniel previu quatro rei- de visão, a revelação inicial de algo que
nos representados por animais que eram normalmente é simbólico e misterioso
Aforismo — Uma declaração breve e requer a interpretação de um media-
crescentemente terríveis em aparência
que agrupa verdades religiosas de um dor celeste. O nome do autor, quando
e conduta. Enquanto Daniel observa-
modo geral. Aforismos podem ser en- aparece, é quase sempre um pseudôni-
va, ele viu o Ancião de Dias e aquele
contrados na maior parte dos livros mo e muitos desses livros afirmam que
como “Filho do homem” (um título que
sagrados das religiões antigas. Apesar seus autores são heróis da fé israelita
Jesus usou para si mesmo em Mt 16.27;
dos aforismos aparecerem na Bíblia, eles que viveram séculos antes das obras
24.30; 26.64; Mc 8.38; 13.26, etc.), e
aparecem contrastando com a narrati- serem escritas (Enoque, Abraão, Isaías,
estabelecerem juntos um quinto e eter-
va histórica de Israel. Esdras). Tais escritos também têm um
no reino, um reino dos santos do
Altíssimo. conteúdo em comum. Preocupados
Alegoria — Uma história que contém
com o futuro e com a freqüência reve-
um significado oculto ou simbólico.
Anfictionia — Associação de doze lando um julgamento escatológico, es-
Aliança — Termo hebraico (berit) que membros reunida em torno de um tem- ses livros normalmente dividem a His-
descreve um relacionamento de união plo religioso central em Delfos, na tória em períodos distintos de tempo,
entre dois parceiros humanos ou entre Grécia, por volta de 600 a.C. Os doze e esta culmina com um julgamento fi-
Deus e os seres humanos. O conceito membros tinham o compromisso de nal que recompensa os bons e castiga
tem uma origem legal e descreve um coexistir pacificamente entre si e unir os maus no pós-vida. Essa literatura é
acordo entre duas pessoas, quando tal forças contra agressões estrangeiras. O sensível à distinção entre o mundo es-
acordo não existia por natureza. Esses santuário central era um local onde eram piritual e o mundo físico, tendo em vista
477
Glossário

que anjos ou demônios algumas vezes tado, incluindo as listas de reis, livros tas e armas. O período calcolítico vêm
representam o mundo sobrenatural ou dos anais ou crônicas que supostamen- imediatamente antes do neolítico,
então aquele que está tendo a visão é te listavam as atividades políticas de quando surgiram as primeiras culturas
transportado por meio de uma jornada cada rei, inscrições reais, épicos histó- sedentárias no início da História da
celestial. Muitos desses escritos utili- ricos e dados biográficos. humanidade.
zam uma técnica que talvez tenha sido
usada por Daniel em que um aconteci- Astarote — Deusa cananita do mar e Cânon — Palavra grega (kanon) que
mento conhecido do passado é proje- consorte de Baal, deus da agricultura e significa regra. Nos estudos da Bíblia, o
tado para o futuro como que em uma fertilidade. Os israelitas começaram a termo conota uma coleção de livros
previsão. Apesar do livro de Daniel e adorar essas duas divindades, constru- aceitos como regra de fé e prática e,
outras passagens proféticas do Antigo indo santuários para elas e adotando os portanto, providos de autoridade. Para
Testamento terem muitas característi- ritos sexuais de fertilidade que acom- uma discussão sobre esse termo, ver
cas apocalípticas, eles apresentam uma panhavam sua adoração, incluindo a capítulo 1.
grande diferença em relação aos livros prostituição sagrada.
Cartas de Amarna — Quase quatro-
do período intertestamental e, portan- Baal — O mais importante deus do centas cartas do século 14 a.C. encon-
to, são classificados em uma subcate- panteão cananita, seu nome significa tradas em El Amarna, no Egito, entre
goria chamada de literatura bíblica apo- “mestre”. Baal era o deus da fertilidade Mênfis e Tebas. A maior parte das car-
calíptica. e era adorado extensivamente na parte tas está em acádio e foi escrita por reis
Apócrifo — Termo relacionado espe- ocidental da Ásia, da Babilônia até o ou governantes que eram vassalos na
cificamente aos livros adicionais que Egito. Síria-Palestina para Amenotepe IV
estão fora do Cânon tradicional de ses- (Akenaton) e seu pai Amenotepe III.
Baalismo cananita — Religião
senta e seis livros. Eles foram incluídos cananita de adoração a Baal, com a qual Casamento de levirato — Lei do An-
na Bíblia católica; em geral, o termo a fé hebraica experimentou conflitos tigo Testamento que garante filhos para
significa “oculto”, “escondido” e refere- ideológicos significativos durante o rei- o membro falecido de uma família (Dt
se a qualquer escritura extracanônica. nado de Acabe, pois a apostasia reli- 25.5,6). Quando um homem israelita
giosa de Acabe o levou a confundir morria sem ter deixado filhos do sexo
Árabe — Língua da mesma família do
Baal, o deus cananita da fertilidade, com masculino, seu parente mais próximo
hebraico e aramaico.
Iavé e, assim, profanar a aliança entre deveria casar-se com a viúva e dar con-
Aramaico — Língua semita bastante Iavé e Israel. tinuidade à família mediante o filho pri-
parecida com o hebraico em seu voca- mogênito do novo casamento, que de-
Baal-Zebube — Divindade que era
bulário e morfologia básica, na qual veria levar o nome e a herança do pri-
uma forma de Baal adorada pelos filis-
foram escritas algumas partes do Anti- meiro marido.
teus em Ecrom. Acazias, que foi culpa-
go Testamento (Gn 31.47b; Ed 4.8—
do de continuar tanto a religião cana- Cidades-estado — Estados soberanos
6.18; 7.12-26; Jr 10.11b; Dn 2.4b— nita da fertilidade quanto a adoração que consistiam em uma cidade autô-
7.28). O termo “aramaico” é originá- idólatra do bezerro de Jeroboão I, te- noma e suas dependências. Exemplos
rio do nome pré-helenístico da Síria — meu que um ferimento que ele havia do Antigo Testamento incluem as ci-
Arã. Apesar dos arameus nunca terem recebido seria fatal (2Rs 1) e, por isso, dades-estado cananitas de Tiro e Sidom.
formado um império poderoso, sua lín- mandou mensageiros para a Filístia a
gua teve impacto sobre todo o Oriente fim de perguntar a Baal-Zebube sobre Código de santidade — Nome dado a
Próximo, em parte porque usava um sua saúde — o que resultou na Levítico 17—27, uma porção da Lei
sistema de escrita alfabético ao contrá- intercepção do mensageiro por Deus e dedicada ao viver correto fora do ta-
rio do mais trabalhoso sistema cunei- na advertência de Elias. bernáculo.
forme. O aramaico acabou transforman-
do-se na língua comum do Judaísmo Beemote — Em Jó 40, provavelmente Creatio ex Nihilo — Frase em latim
pós-bíblico, como podemos observar refere-se ao hipopótamo como um sím- que significa “criação a partir do nada”.
no Mishnah, Midrash e Talmud. bolo de força, resistência e natureza apa- A igreja primitiva confrontou certas
rentemente indestrutível que Deus usou heresias que ensinavam que Deus ha-
Aramaísmos — Palavras ou expres- para contrastar o seu grande poder com via criado o mundo como matéria
sões no texto hebraico do Antigo Tes- a ignorância do ser humano. preexistente não criada e que ele usou
tamento que sugeriam que a linguagem como matéria-prima. Mas as evidên-
havia sido influenciada pelo aramaico. Calcolítico — Termo usado por ar- cias bíblicas levaram à convicção de
queólogos e historiadores para a últi- que Deus havia criado o universo a
Arquivos — Lugares onde registros pú- ma das idades da pedra no Oriente partir do nada (Sl 33.6,9; Hb 11.3).
blicos ou outros documentos históri- Médio, por volta de 4200 a 3300 a.C.
cos eram mantidos e preservados. No Durante o período calcolítico, a pe- Crescente fértil — Área de solo fértil
antigo Oriente Próximo, os arquivos dra foi substituída pelo cobre como que junta as três sub-regiões geográfi-
continham os registros oficiais do Es- material predominante em ferramen- cas do Oriente Próximo (Mesopotâ-
478
Glossário

mia, Síria-Palestina e Egito). A maior do Cânon. Essa visão oferece uma cor- Crônicas — Anais que, no antigo
parte do terreno do mundo antigo era reção útil às tendências detalhistas de Oriente Próximo, relacionavam as ati-
irregular e imprópria para a vida hu- seus predecessores críticos. vidades políticas de cada rei; eram re-
mana; até mesmo as terras férteis eram gistros oficias de Estado mantidos nos
cercadas de cadeias de montanhas qua- Crítica da redação — Visão crítica do arquivos reais.
se intransponíveis ao norte e vastos de- estudo do Pentateuco originária da hi-
sertos ao sul. As terras planas da Cres- pótese documentária de Wellhausen e Cuneiforme — Sistema de escrita in-
cente e uma abundância de água fizeram que procura explicar cientificamente de ventado pelos sumérios por volta de
dessa área o berço da civilização. que forma as quatro fontes separadas 3100 a.C. Formatos semelhantes à cu-
(JEPD) foram editadas em conjunto; nhas eram inscritos em placas de argila
Crítica da fonte — Visão crítica do esse ponto de vista não encontrou molhada, em pedra ou metal para re-
estudo bíblico chamada com freqüên- muito consenso entre os estudiosos. presentar palavras.
cia de Hipótese Documentária, que
busca a resposta para a questão: “Quem Crítica da tradição — Ramificação da Decálogo — Nome grego dado aos Dez
escreveu o Pentateuco?” e afirma que o crítica da forma, desenvolvida na pri- Mandamentos (Êx 20; Dt 5).
Pentateuco foi compilado a partir de meira metade do século 20 e que se
dedicou à tradição oral, ou seja, à his- Dia do Senhor — Conceito que ocor-
quatro fontes separadas; seu protago- re com freqüência tanto nos escritos
nista de maior destaque foi Julius tória oral, pré-literária de vários tipos
literários. Essa visão foi bastante di- dos profetas quanto no Novo Testa-
Wellhausen e suas reconstruções eram mento. Inclui três elementos: o julga-
dominadas pelo supernaturalismo e fundida por Martin Noth, que acredi-
tava que a escrita veio bem tarde no mento de Deus contra o pecado, a lim-
pelo pensamento filosófico-evolutivos, peza e purificação do povo de Deus e a
negando praticamente qualquer vera- desenvolvimento das fontes literárias
do Antigo Testamento e que os tipos salvação do povo de Deus.
cidade histórica dentro do Pentateuco
e não dando espaço para a intervenção literários refletem uma longa tradição Diálogos — Obras literárias em forma
divina na História e nem para a singu- de transmissão oral, de forma que as de conversação entre duas ou mais pes-
lar revelação de Deus. fontes do Pentateuco desenvolveram- soas. Diálogos foram encontrados com
se ao longo de muitos séculos antes que freqüência na literatura de sabedoria
Crítica da forma — Uma visão bastan- fossem escritas. A crítica da tradição é discursiva da antiga Mesopotâmia, ou
te difundida do estudo crítico do Pen- mais subjetiva que as outras visões e seja, em documentos produzidos por
tateuco, iniciado por Hermann Gunkel não leva em consideração evidências sábios do Oriente Próximo contendo
aproximadamente na virada do século de outras partes do antigo Oriente Pró-
longos discursos ou argumentos tratan-
passado, tendo surgido pouco depois ximo, que podem servir como dados
do dos problemas mais difíceis da vida.
que Wellhausen desenvolveu a teoria de controle para os estudiosos do An-
das fontes. Ela analisa os vários tipos tigo Testamento, independente do mé- Distichs — Unidades formadas por
ou gêneros literários encontrados na todo que estejam utilizando. Tais estu- provérbios individuais compostas em
Bíblia, isolando-os em unidades meno- dos extrabíblicos sugerem, por exem- grande parte por uma coleção de dita-
res. Ao enfatizar o “contexto de vida” plo, que a tradição literária do antigo dos proverbiais em versos poéticos de
dessas unidades menores, a crítica da Oriente Próximo era freqüentemente duas linhas cada (duplos), normalmen-
forma procura descobrir o “cerne his- registrada de forma escrita logo depois te formando frases completas (por
tórico” de cada gênero literário. De acor- da ocorrência dos acontecimentos re- exemplo, Pv 10.1—22.16); o parale-
do com Gunkel e outros, essas unidades latados e não séculos mais tarde. lismo é quase sempre antitético.
menores podem, mais tarde, ser junta-
das nas quatro fontes do Pentateuco. Crítica literária — Visão crítica para o Deutero-Isaías — Termo que significa
estudo do Antigo Testamento que se simplesmente o “segundo Isaías”, é usa-
Crítica do Cânon — Visão crítica do desenvolveu durante a segunda meta- do pelos estudiosos que defendem uma
Antigo Testamento desenvolvida na se- de do século 20 e, como teorias prede- visão de múltipla autoria do livro de
gunda metade do século 20 e que pro- cessoras, trata de amplas questões lite- Isaías para referirem-se ao autor dos
curou estudar a forma como o Antigo rárias, apesar de seus proponentes se- capítulos 40—66 (ver também Visão
Testamento foi recebido e expor sua rem contrários às críticas, da forma e da múltipla autoria).
mensagem teológica. Apesar de não do Cânon para o Pentateuco. A crítica
rejeitar totalmente o que foi encontra- literária enfatiza mais fortemente uma Doxologia — Versículos de encerra-
do nas visões documentárias, os estu- análise centrada no texto ou no leitor, mento do último salmo de cada uma
diosos usando a crítica do Cânon bus- ao contrário da visão tradicional de es- das cinco coleções ou divisões do livro
cam estudar a forma final da Bíblia, ten- tudiosos anteriores que é centrada no de Salmos (1—41; 42—72; 73—89;
do em vista que é ela que tem autori- autor. Aqueles que adotam esse ponto 90—106; 107—150) que “amarram”
dade para a comunidade religiosa; eles de vista já produziram resultados diver- aquela parte do livro com palavras de
estão menos preocupados em saber sos, mas a crítica literária mais recente louvor ao Senhor. O grande salmo de
como o texto chegou a essa forma do parece bastante promissora por suas louvor, Salmo 150, encerra de maneira
que em encontrar a mensagem interna novas visões da interpretação bíblica. apropriada a coleção como um todo.
479
Glossário

Eleição — A escolha incondicional de Épico de Atrahasis — Documento me- Escatologia — Termo usado para a área
Deus para que o povo de Israel fosse o sopotâmio que tem paralelos diretos da teologia que lida com a doutrina do
seu povo, conforme ele estabeleceu em com o relato bíblico da criação. Esse final das coisas. A escatologia preocu-
sua aliança com Abraão, ao tirar o povo épico é a mais antiga história dos pri- pa-se, portanto, com questões como
do Egito e abençoar Israel mais que a mórdios encontrada no antigo Oriente morte, julgamento, céu, inferno, res-
todas as outras nações como forma de Próximo de forma quase completa (iní- surreição, segunda vinda de Jesus e as-
testemunho para o mundo. O profeta cio do segundo milênio), apresentando sim por diante.
Amós, nos capítulos 3.1—6.14, lem- uma seqüência histórica, e esta é seme-
brou Israel que essa eleição trazia con- lhante à de Gênesis tanto na história Escatológico — Relacionado à esca-
sigo certas responsabilidades — que da criação quanto da quase extinção tologia.
esse grande privilégio também tornava no dilúvio. O épico de Atrahasis con-
Extáticos — Pessoas que residiam na
Israel ainda mais responsável por seus firma que a história básica apresentada
antiga cidade de Mari e ao seu redor.
pecados e que ela sofreria o julgamento em Gênesis 1—11 era bem conhecida
por todo o antigo Oriente. Os estudiosos encontraram diversos pa-
por ter violado os estatutos de Deus. ralelos entre essas pessoas e os profetas
Emissários — Profetas que levavam Épico de Gilgamés — História da Me- bíblicos. Esses indivíduos transmitiam
adiante a verdade de Deus sobre sua sopotâmia escrita sob forma poética em mensagens que haviam recebido por
própria geração; os profetas mostravam doze placas e que tem significado para- meio de sonhos, visões ou transes; cada
os males de seus dias e chamavam o lelo à história de Noé. Gilgamés, pro- um servia um determinado deus ou
povo ao arrependimento, advertindo- vavelmente uma figura histórica que deusa. Em suas declarações, eles por
os que a aliança trazia muitos privilégi- foi o rei Uruk por volta de 2600 a.C., vezes advertiam reis sobre rebeliões,
os, mas também responsabilidades que rebelou-se contra a morte depois de davam conselhos sobre expedições,
incluíam justiça, retidão e santidade. ter perdido seu amigo. Gilgamés en- prometiam vitória sobre o inimigo ou
contra-se com Utnapishtim (o “Noé encorajavam a servir determinada di-
Encarnação — Doutrina cristã que afir- da Babilônia”) que relata como ele al- vindade mais fielmente.
ma que Deus tomou a forma de ho- cançou a imortalidade quando prenun-
mem em Jesus Cristo. Mediante um ciou o plano divino de inundar o mun- Eunucos — Normalmente, eram ho-
ato de graça, o Filho de Deus assumiu do. Utnapishtim havia sobrevivido ao mens castrados, especialmente aqueles
um corpo humano e uma natureza hu- dilúvio em um grande barco de junco, que antes eram empregados como ser-
mana. A doutrina ensina que Jesus é o juntamente a sua família e pares de to- viçais em haréns, ou oficiais de Estado.
Filho eterno de Deus e o Messias aqui dos os animais. Infelizmente, porém, O termo aplica-se a homens do Egito
na terra, uma pessoa com duas nature- aquele era um acontecimento que não (Gn 40.2), Assíria (2Rs 20.18), Babi-
zas, que é plenamente humana e plena- voltaria a se repetir, o que dava a lônia (Daniel), Pérsia (Ester) e Israel.
mente divina. A revelação no Antigo Gilgamés poucas esperanças de encon-
Evangelicalismo — Posição teológica
Testamento aponta para essa doutrina trar a imortalidade. Depois de falhar
que afirma a autoridade da inspiração e
cristã, pois Deus sempre revelou-se por em três testes pelos quais ele poderia
infalibilidade da revelação de Deus
meio de forma encarnacional, ou seja, ter recebido a imortalidade, derrota-
como guia para a fé e prática. De modo
real no tempo e no espaço. do, Gilgamés entrega-se ao fato de que
mais específico, é um movimento do
a morte é inevitável e consola-se com
Enuma Elish — Título acádio que sig- Cristianismo moderno, que transcen-
aquilo que conseguiu alcançar. Não há
nifica “Quando no alto”. Enuma Elish de os limites denominacionais e que
como indicar qualquer relação entre o
é o relato mesopotâmio mais completo enfatiza a conformidade com as doutri-
relato bíblico do dilúvio de Noé e o
da criação e possui muitas similarida- nas básicas da fé cristã bem como o
Épico de Gilgamés. Uma outra passa-
des interessantes com o registro bíbli- auxílio missionário de compaixão e
gem dessa obra é paralela a Eclesiastes
co. A história descreve um conflito urgência.
9.7-9, quando as palavras depreciati-
cósmico entre as principais divindades. vas de Siduri fazem Gilgamés lembrar- Expiação — Resultado de um sacrifí-
O jovem e ousado Marduk mata a se de que todos nós devemos enfrentar cio determinado por Deus com a in-
monstruosa Tiamat, deusa mãe que per- a morte e que devemos aprender a apro- tenção de livrar o pecador do castigo
sonifica os primórdios dos oceanos. veitar essa vida tão breve da melhor
Usando a carcassa dividida de Tiamat, por aquele pecado.
maneira possível.
Marduk cria o céu e a terra; e do sangue Faraó — Rei-deus dos antigos egípci-
de seu conspirador auxiliar, ele e seu pai Épicos históricos — Registros oficiais os, que davam a ele o crédito pelas chei-
criam a humanidade para fazer todo o e documentos preservados e encontra- as anuais do Nilo.
trabalho pesado do universo, liberando dos em arquivos reais ou de templos de
as divindades de todas essas tarefas bra- nações no antigo Oriente Próximo e Fenda — Grande fissura na superfície
çais. Como forma de expressar gratidão que, aparentemente, foram usados da terra. A fenda do Jordão, que se
a Marduk por salvá-los da perversa como referência pelo autor dos livros estende do norte do mar da Galiléia ao
Tiamat, os deuses constroem para ele a de Reis em seus escritos dos arquivos longo do vale do Jordão e do Mar Mor-
grande cidade e capital — Babilônia. da antiga Israel e Judá. to até o Mar Vermelho, é uma impor-
480
Glossário

tante característica topográfica da Síria- conclusão do relato sobre a vida e o Habiru. Porém, o seu uso mais tarde
Palestina. reinado de Salomão. não tem um significado étnico e abriga
um sentido bem mais amplo.
Fenício — Língua da família do he- Gêneros — Termo usado pelos estudi-
braico e aramaico, usada pelos fenícios, osos da Bíblia para fazer referência às Heilsgeschichte — Palavra alemã com-
um povo próspero que habitava o ter- formas ou aos tipos literários (termo posta (das palavras para “salvação” e
ritório no leste da costa do Mediterrâ- original do francês “forma, sorte, tipo”). “história”) por diversos equivalentes em
neo. No tempo do Antigo Testamen- Os críticos da forma agrupam textos nossa língua: história redentora, histó-
to, esse território era chamado pelos de acordo com um mesmo gênero se ria da salvação, história sagrada e ou-
hebreus de Canaã. eles têm características semelhantes. tros termos semelhantes. Denota um
princípio teológico que interpreta a
Festival Akitu — Festival anual cele- Gerações — Recurso estrutural literá- Bíblia como uma descrição dos atos
brado pelos babilônios durante o qual rio do livro de Gênesis que se refere salvíficos de Deus na História. Os acon-
desfilavam estátuas de seus deuses pela aos descendentes ou à história (Gn 2.4). tecimentos da história da salvação são
Babilônia. Isaías predisse a queda da Também é usado para introduzir uma revelações divinas sobrenaturais no
Babilônia para a Pérsia, descrevendo o genealogia ou história pessoal (como, tempo e no espaço e foram registrados
conflito entre Deus e os deuses da Babi- por exemplo, Adão, Gn 5.1; Noé, Gn nas Escrituras para promover a fé.
lônia (46.1-13); nessa ocasião, os ído- 6.9, etc.). A expressão aparece onze
los cobertos de vergonha, incapazes de vezes em Gênesis — em cada ocorrên- Herem — Relacionado às “guerras san-
salvar a Babilônia. A nação arrogante, cia ela provavelmente introduz uma tas” de Israel na conquista de Canaã, o
que havia usado para descrever a si mes- nova unidade literária do livro. No ca- termo herem refere-se ao espólio de guer-
ma termos referentes somente a Deus pítulo 2, pelo fato do termo não ser ra, incluindo pessoas, animais ou bens
— “Eu só, e além de mim não há outra” seguido por um nome de pessoa, ele materiais — todos pertenciam ao Se-
(45.5,6; 47.8) — seria envergonhada e parece servir de ligação, introduzindo nhor para que ele fizesse com eles como
humilhada por Deus, destronada de seu 2.4b-25 e resumindo 1.1—2.3. lhe aprouvesse.
domínio mundial e condenada a um ter-
Gogue — Um dos inimigos finais do Hermenêutica — Ciência de interpre-
rível julgamento.
povo de Deus, Gogue é o governante tação da Bíblia. A hermenêutica inclui
Fiat — Termo do latim que significa de Magogue e príncipe de Meshech e a aplicação de princípios tradicionais
“faça-se” (haja) e que se refere ao mé- Tubal. Gogue e Magogue representam que extraem do texto bíblico a mensa-
todo de criação de Deus por meio de simbolicamente as nações sem deus de gem pretendida.
ordens em Gênesis 1. Nos seis dias su- todo o mundo que virão dos confins da
cessivos de criação, Deus criou por in- terra para lutar contra o povo de Deus. Hexatêuco — Nome que significa “seis
termédio de ordens divinas ou coman- rolos”, dado para os seis primeiros li-
Golpe — Um jogo inesperado de po- vros da Bíblia — Gênesis, Êxodo, Le-
dos “Haja luz”, “Haja firmamento no der, como no caso em que Absalão ten-
meio das águas” e assim por diante. vítico, Números, Deuteronômio e
tou tomar o reino de seu pai, Davi, Josué — como uma unidade literária.
Filho do Homem — Em Ezequiel 2.1- lutando para conseguir o apoio popu- Alguns estudiosos argumentam que essa
3 e em cinqüenta e sete outras vezes lar e declarar-se rei em um momento unidade foi editada como uma única
em sua profecia, uma clara designação estratégico (2Sm 5.3).
obra.
do filho de Adão; no Salmo 8.4, uma Grande tribulação — Período históri-
frase aplica-se tanto ao homem mortal Hieróglifo, hieroglífico — Termo que
co de muitos perigos e tormentas antes
quanto a Jesus Cristo em sua forma en- identifica o primeiro sistema de escrita
do Senhor voltar trazendo vitória e es-
carnada, em sua identificação em for- no Egito (do grego hieros, “sagrado” e
tabelecendo o seu reino.
ma de homem com toda a humanidade glyphe, “entalhe”). Era pictográfico e
e, de maneira semelhante, sugere a fi- Hebreus — Termos usado pela Bíblia baseava-se na representação de obje-
gura messiânica em Daniel 7.13. No para descrever Abraão e seus descen- tos comuns e símbolos geométricos.
Novo Testamento, Jesus usa o termo dentes mediante Isaque e Jacó. Não se
Hino — Salmo ou cântico de louvor
com freqüência para referir-se a si mes- sabe a origem do termo. Uma possibi-
no qual o escrito louvava a Deus, dan-
mo, fazendo uso, conforme acreditam lidade é de que os hebreus do Antigo
Testamento possam ser identificados, do-lhe graças por quem ele era e o que
alguns estudiosos, do termo encontra- havia feito (por exemplo, Salmos 8,
do em Ezequiel para enfatizar seu ca- pelo menos em parte, com o povo Ha-
biru que aparece em textos da média e 136, 150). Tais hinos faziam parte do
ráter humano e sua dependência em louvor individual ou congregacional.
Deus como Pai. nova idade do bronze do antigo Orien-
te Próximo. É provável que esta fosse Hipótese documentária — Ver crítica
Fórmula do reinado — Fórmula usada uma designação para tribos semíticas da fonte.
em 1 Reis 11.41-43 como recurso de seminômades. Em algumas das referên-
estruturação nas considerações sobre cias antigas, pode ser que o uso do ter- História da salvação — Ver Heils-
cada governante do reino dividido na mo hebreu significasse alguém da tribo geschichte.
481
Glossário

História Deuteronômica — Nome (1200—930 a.C.), idade do ferro II Inscrição Mesa — Inscrição que
dado à unidade do Antigo Testamento (930—539 a.C.) e idade do ferro III testifica a expansão das fronteiras de
composta por Deuteronômio, Josué, (539—332 a.C.). Esse foi o período da Israel a leste até o território moabita
Juízes, 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis. Uma monarquia em Israel, do exílio e da res- feita por Onri de Israel (885—874 a.C.;
teoria predominante argumenta que tauração. 1Rs 16.21-28); ele criou um reino tão
um autor anônimo (chamado de “Deu- impressionante que documentos
teronomista” e abreviado por Dtr) Idade mesolítica — Termo usado por assírios cem anos mais tarde ainda se
combinou diversas fontes em um úni- arqueólogos e historiadores para a mé- referiam a Israel, o reino do norte, como
co e longo documento detalhando a dia idade da pedra, por volta de 14000 a “casa de Onri”. Nesse parágrafo cur-
história teológica de Israel. Depois da a 8000 a.C. A idade mesolítica foi tes- to, Mesa, o rei de Moabe, durante a
queda de Jerusalém em 586 a.C., Dtr temunha das primeiras culturas que vi- metade do século 9º a.C., menciona a
procurou interpretar a tragédia bem veram em cavernas. É possível que a extraordinária ascensão ao poder de
como explicar a queda do reino do mudança para a vida ao ar livre tenha Onri e a aquisição da Samaria como
norte, Israel, em 722 a.C. Ele buscou sido causada por alterações climáticas. nova capital, bem como sua perversi-
responder a pergunta “O que deu erra- Idade neolítica — Termo usado por dade sem precedentes. A mudança de
do?”. Para uma discussão sobre esse arqueólogos e historiadores para a nova capital que Onri fez para a Samaria pode
assunto, ver capítulo 10. idade da pedra no Oriente Médio, por ter sido uma tentativa de coagir seus
volta de 8000 a 4200 a.C. A idade súditos a adorar outras divindades além
História primeva — Pré-história ou as de Iavé; tal apostasia religiosa era uma
fases mais antigas da atividade humana neolítica testemunhou mudanças radi-
cais na cultura humana, lançando as preocupação maior para o autor de 1
que ocorreram antes da História poder Reis do que foram os grandes feitos
ser registrada. É um termo técnico usa- bases para a civilização, mudanças sig-
nificativas o suficiente para os historia- políticos de Onri.
do para referir-se a Gênesis 1.1-11.
dores falarem de uma Revolução Inspiração verbal plenária — Teoria
Iaveísmo — A adoração autêntica de Neolítica. Durante esse período, os sobre a inspiração bíblica que afirma
Israel a Iavé, o único e verdadeiro Deus, caçadores nômades do início da idade que o Espírito Santo interagiu com os
em obediência fiel às estipulações e aos da pedra começaram uma transição para autores para produzir a Bíblia. “Plená-
requisitos da aliança dados por Deus a vida em comunidades assentadas. ria” significa “cheia” ou “completa” e
na aliança mosaica. Surgiram vilas com economia baseada indica que a inspiração de Deus esten-
na agricultura, o que foi possível por de-se por todas as Escrituras, de Gênesis
Iaveísmo mosaico — Adoração a Iavé, meio da domesticação de animais e do
o único e verdadeiro Deus que fez sua a Apocalipse, e Deus guiou os autores
cultivo de plantas. Mais para o final do tanto nos detalhes históricos quanto
aliança com Israel. O Iaveísmo mosai- período, os habitantes das vilas
co é marcado pela obediência rígida à nas questões de doutrina. “Verbal” re-
neolíticas também começaram a pro- fere-se às palavras das Escrituras — que
Lei dada a Moisés no Monte Sinai. duzir objetos em cerâmica.
Durante os anos da monarquia dividi- a inspiração de Deus estende-se até
da, Onri de Israel e seu filho Acabe Idade paleolítica — Termo usado por sobre as palavras que foram escolhidas
misturaram o Iaveísmo mosaico com o arqueólogos e historiadores para a an- pelos autores. Apesar dos escritores
baalismo cananita a fim de obter maior tiga idade da pedra (antes de 14000 terem liberdade de escolher suas pró-
controle político, tendo em vista que o a.C.). Artefatos de lugares paleolíticos prias palavras e expressar sua persona-
reino do norte sofria de instabilidade são ferramentas primitivas de pedra fei- lidade singular e seu estilo enquanto
política. tas por humanos. Durante esse perío- escreviam, o Espírito Santo guiou o
do, as pessoas viviam em locais a céu processo para que as palavras escolhi-
Idade do bronze — Ver Antiga Idade aberto e nos terraços de leitos de rios das transmitissem com precisão o sig-
do Bronze, Média Idade do Bronze e antigos. A cultura paleolítica veio an- nificado que Deus desejava. Assim, esse
Nova Idade do Bronze. tes da cultura das cavernas. ponto de vista sobre a inspiração afir-
ma que Deus inspirou a Bíblia toda,
Idade do ferro — Termo usado por Idílico — Descrição curta de uma cena mantendo a característica de cada au-
arqueólogos e historiadores do antigo ou acontecimento simples ou agradá- tor e ao mesmo tempo garantindo que
Oriente Próximo para definir o perío- vel, especialmente no campo ou relati- o produto final refletisse fielmente sua
do no qual o ferro substituiu o bronze vo à vida rústica, como é o caso do mensagem. A inspiração verbal plená-
como metal usado para ferramentas e livro de Rute. ria é a que parece lidar melhor com as
armas (por volta de 1200—332 a.C.). evidências bíblicas — reconhecendo o
Esse período foi marcado pela ascen- Imago Dei — Expressão do latim para elemento humano nas Escrituras enquan-
são dos primeiros impérios verdadeira- a “imagem de Deus” referindo-se par- to, ao mesmo tempo, afirmando que o
mente mundiais, todos a partir da Me- ticularmente ao clímax da criação de Espírito Santo é o Autor final da Bíblia.
sopotâmia: Assíria, Babilônia e Pérsia. Deus quando ele fez a humanidade à
A idade do ferro é muitas vezes dividi- sua “imagem” e “semelhança” (Gn Istar — “Deusa do amor e heroína de
da em três períodos: idade do ferro I 1.26,27). guerra” da Mesopotâmia, representa-
482
Glossário

da como uma meretriz. Parte do pan- primeiro milênio a.C. o aramaico tor- lecionados também fazem parte da co-
teão da Babilônia, Istar era esposa de nou-se a língua internacional. leção (Sl 1, 37, 49, 73, etc.), e livro de
Tamuz, um deus da agricultura na Me- Cântico dos Cânticos também tem se-
sopotâmia, cujos seguidores acredita- Lista das nações — Uma “lista” em melhanças com a literatura de sabedo-
vam que todo ano, na época da colhei- Gênesis 10.1-32 que classifica as na- ria em sua forma literária e função di-
ta, Tamuz morria (Ez 8.14,15). ções do mundo conhecido sob os três dática. Apesar de todas essas obras fa-
filhos de Noé: Sem, Cam e Jafé. Os zerem parte da seção de livros “poéti-
JEPD — Muitos estudiosos acreditam descendentes de Jafé habitaram em gran- cos” do Cânon, elas estão relacionadas
que foi a fonte literária usada para com- de parte as ilhas mediterrâneas e Ásia com a literatura de sabedoria, sendo
pilar o Pentateuco bem como o livro de Menor e eram os mais distantes de Is- que as idéias de sabedoria vão além dos
Josué, formando, assim, o hexatêuco. rael, enquanto a maior parte dos des- Livros Poéticos da Bíblia. Vários pro-
cendentes de Cam eram povos com os fetas usaram ditados de sabedoria e
Lei casuística — Uma classe de leis de quais Israel tinha relacionamentos hos-
casos que contrasta com as leis parábolas em seus sermões, assim como
tis. Os descendentes de Sem foram dei- Jesus em muitos de seus ensinamentos.
apodíticas ou de proibição absoluta. xados por último por causa de sua im-
Tais leis começam com uma indicação A literatura de sabedoria do Antigo
portância na linhagem por meio da qual Testamento faz parte de um cenário
de condicional (prótase — “Se...”) na Deus iria tratar do pecado na humani-
qual o caso é descrito e segue-se a pe- internacional, pois ao que parece, as
dade — oferecendo um brilho de espe- outras nações todas tinham professo-
nalidade (apodose — “então...”). Por rança mediante a família de Terá, pai
exemplo, “Se um ladrão for achado ar- res de sabedoria que refletiam as tradi-
de Abraão. ções de sabedoria nacionais e particu-
rombando uma casa e, sendo ferido,
morrer, [então] quem o feriu não será Literatura apocalíptica — Conjunto lares de seu povo, tendo em vista que
culpado do sangue” (Êx 22.2). de documentos simbólicos e que con- arqueólogos encontraram exemplos de
tém revelações, apresentando forma e literatura de sabedoria de todas as par-
Levante — Costa leste do mar Medi- estilo de comunicação singulares e ten- tes do antigo Oriente Próximo. En-
terrâneo, que indica o fim, a oeste, da do em comum o seu conteúdo básico. quanto o termo “sabedoria” na litera-
Síria-Palestina. O Levante estende-se A literatura apocalíptica era amplamente tura israelita quer dizer o temor de
ao longo de mais de setecentos quilô- difundida no Judaísmo no tempo de Deus, em outras culturas refere-se a
metros e tornou-se a encruzilhada de Cristo e teve influência profunda no habilidades na prática de magia e não
todo o comércio e viagem do mundo Cristianismo primitivo. O livro de Apo- tem conteúdo moral. O conteúdo des-
antigo. calipse no Novo Testamento é o docu- ses documentos convida, entretanto, a
mento mais antigo que toma para si o comparações com Jó, Eclesiastes e o
Leviat㠗 Em Jó 40, provavelmente
título de “apocalipse” ou “revelação”. livro de Provérbios que contém mais
refere-se ao crocodilo como uma ilus-
paralelos com a literatura do antigo
tração de força, resistência e natureza
Literatura apocalíptica bíblica — Oriente Próximo que qualquer outro
aparentemente indestrutível que Deus
Uma subcategoria da literatura apoca- livro da Bíblia. Assim, a literatura de
usa para contrastar o seu grande poder
líptica (como, por exemplo, o livro de sabedoria oferece um exemplo de co-
com a fraqueza e a ignorância do ser
Daniel), que começa com material his- municação de fé entre as culturas, à
humano.
tórico e vai gradualmente passando para medida que os israelitas interagiam com
Levitas — Descendentes de Levi, um um tipo de material mais apocalíptico a literatura e a visão de mundo de seus
dos doze filhos de Jacó (Gn 29.34) em (especialmente em Zacarias e Apoca- vizinhos e sentiam-se livres para incor-
função dos quais o livro de Levítico lipse). Mesmo que o Antigo Testamento porar material de outras culturas uma
recebeu esse nome. Arão e sua família tenha algumas passagens que são, de vez eliminados os elementos politeístas.
foram escolhidos dessa tribo para ser- um modo geral, apocalípticas em sua Algumas vezes, os israelitas adaptavam
vir como sacerdotes e oferecer sacrifí- natureza (Jl 3; Is 24—27; partes de Eze- esse material fazendo pouca ou nenhu-
cios, e Deus indicou o restante dos le- quiel e Zacarias), essas passagens e o ma alteração, como é o caso de Pro-
vitas para servirem no tabernáculo, aju- livro de Daniel mostram diferenças sig- vérbios e os escritos de sabedoria do
dando os sacerdotes nos cultos e no nificativas em relação a livros apoca- Egito. Outras vezes, os autores usavam
santuário (Nm 3.5-10). Partes do livro lípticos escritos mais tarde, no período literatura pagã fazendo modificações
de Levítico tinham a finalidade de ser- intertestamental e, por isso, são classi- teológicas.
vir como manual de instruções para o ficadas — juntamente ao livro de Apo-
sacerdócio do Antigo Testamento. calipse no Novo Testamento — como Livro da Lei — Durante o reinado do
literatura apocalíptica bíblica. jovem rei Josias, esse termo provavel-
Língua Franca — Qualquer idioma usa- mente referia-se a uma parte ou a todo
do por pessoas de diferentes grupos de Literatura de sabedoria — Designa- o livro de Deuteronômio que havia sido
línguas como meio de comunicação ou ção que estudiosos modernos usam para guardado no templo durante a consa-
para o comércio. Durante a nova idade três livros que compartilham entre si gração de Salomão (1Rs 8.1-4; Dt.
do bronze, o dialeto babilônio chamado características de “sabedoria”: Jó, Pro- 31.26). Essa cópia no templo ficou es-
de acádio foi a língua usada. Durante o vérbios e Eclesiastes; alguns salmos se- quecida durante os reinados de Ma-
483
Glossário

nassés e Amom e a descoberta do Li- Método gramático-histórico — Mé- gumentos que lidavam com os proble-
vro da Lei pelo sumo sacerdote de Josias todo de interpretação bíblica que bus- mas mais complexos da vida.
no templo do Senhor (2Rs 22.8-10) ca encontrar o significado mais simples
afetou profundamente o jovem rei. de uma passagem da Bíblica aplicando Mito, Mitologia — O significado mo-
Mais do que depressa, ele acabou com as regras gerais de gramática e sintaxe, derno do termo é algo que não é verda-
o culto pagão em todo o país e restabe- buscando determinar o que o texto diz deiro, que é imaginário. Mas ao fazer
leceu a aliança de Israel com o Senhor, gramaticalmente e qual é o significado referência ao antigo Oriente Próximo,
reinstituindo a festa da Páscoa que ha- histórico. Ele procura descobrir a inten- os estudiosos usam o termo em um sen-
via sido negligenciada desde o tempo ção original do autor por meio do uso tido mais clássico, apesar de não haver
dos juízes. cuidadoso de contexto, gênero, lingua- consenso em sua definição. O mito é o
gem e relação com o resto da Bíblia. instrumento literário pelo qual os po-
Macabeus — Família asmonéia que li- vos antigos ordenavam o seu mundo.
derou a luta dos judeus pela liberdade Messias — Literalmente significa “o Os mitos explicavam como o mundo
religiosa e independência política con- ungido”. O termo podia referir-se a pro- havia começado e ofereciam normas
tra o império selêucida em 168 a 160 fetas, sacerdotes ou reis, mas, de ma- para o comportamento humano. Como
a.C. Depois de sua vitória, o sacerdote neira mais específica, refere-se a Jesus formas de expressão de convicções teo-
Matatias e seus três filhos governaram Cristo, o ungido de Deus que cumpriu lógicas, esses mitos antigos aconteciam
como monarcas em Jerusalém (“a Di- o propósito redentor de Deus e um dia fora do tempo e do espaço e estavam
nastia Asmonéia”) durante aproxima- voltará para estabelecer o seu reino. ligados à natureza da religião. A antiga
damente um século. Um dos filhos, Israel, entretanto, dava à mitologia um
Judas, foi chamado de macabeu, “o Métrica — Padrão de tonicidade em caráter histórico ao referir-se a um tem-
martelo” de onde é derivado o nome linhas ou versos rítmicos. A poesia he- po que era não diferente daquele do mun-
“macabeus”. braica baseia-se fortemente na métrica do em si, mas que se referia à história de
e alguns comentaristas sugerem que os Israel. O Deus israelita, Iavé, era o Cria-
Magogue — “Nação” governada por escritores antigos usavam uma varie- dor e aquele que havia estabelecido as
Gogue, uma das inimigas finais do povo dade de estilos e padrões métricos para normas para o comportamento humano
de Deus e provavelmente localizada transmitir estados de espírito ou idéias. por meio de sua revelação à nação. A
entre a Capadócia e a Média. Gogue História, e não o mito, tornava-se um
com Magogue representam simbolica- Milênio — De acordo com alguns evan-
instrumento para expressar a teologia.
mente as nações do mundo sem Deus gélicos, é literalmente o período de mil
que virão dos confins da terra para lu- anos do reinado de Cristo na terra jun- Monoteísmo — Posição teológica e fi-
tar contra Israel em uma batalha final, tamente a seus santos, logo depois da losófica de que há somente um Deus.
mas que sofrerão derrota devastadora segunda vinda (ver Premilenismo). Tal ponto de vista não era uma crença
por meio da intervenção de Deus nas Outros entendem esse termo como sen- aceita por outros povos antigos, que
montanhas de Canaã. Esse conflito é do referente ao reinado espiritual de eram politeístas e henoteístas.
relatado em Ezequiel 38 e 39 e resumi- Cristo no coração dos crentes no tem-
do em Apocalipse 20.7-9. po presente (amilenismo). Monoteísta — Relacionado à crença
bíblica de que há um só Deus.
Massora — Palavra hebraica que sig- Mishnah — Registro das conversações
nifica “ligação” ou “corda”. No estudo entre os rabis enquanto estes discutiam Narrativa histórica — Conteúdo pre-
do Antigo Testamento, refere-se ao sis- a interpretação correta e as atitudes es- dominante de 1 e 2 Reis, que é, discu-
tema de pontos de vogais e acentos usa- peradas dos judeus no que diz respeito tivelmente, a mais antiga historiografia
dos para esclarecer o texto hebraico. à lei mosaica. É, por assim dizer, um autêntica da literatura mundial pois,
comentário explicando o Torá de Moi- pela primeira vez na História, uma na-
Média Idade do Bronze — Termo usa- sés, muitas vezes produzindo instruções ção produziu uma narrativa contínua
do por arqueólogos e historiadores para legais. O Mishnah aceitava a autoria organizando documentos em uma apre-
o período das incursões amoritas pelo mosaica do Pentateuco. Ele é um ante- sentação ordenada e com um único
antigo Oriente Médio, iniciando uma cedente do Talmude. propósito geral. O autor de Reis amar-
nova era (aproximadamente 2000 a rou as narrativas históricas todas jun-
1550 a.C.). Depois de um período ini- Monólogo — Uma palestra ou discur- tas com grandes convicções religiosas,
cial de declínio na Síria-Palestina, a so longo feito por uma só pessoa ou apresentando o passado de Israel sob
cultura amorita trouxe a volta do esti- qualquer composição como poema ou um ponto de vista profético e teológi-
lo de vida sedentário e o desenvolvi- drama em que uma única pessoa ou co — relacionando cuidadosa e siste-
mento de novos centros urbanos. Du- ator fala. Monólogos eram encontra- maticamente os reis de Israel, com o
rante esse período, os novos reinados dos com freqüência na literatura objetivo de fazer uma crítica sobre a
amoritas na Babilônia tiveram um pa- discursiva de sabedoria da Mesopotâ- fidelidade de cada um deles para com a
pel importante na história do antigo mia, ou seja, em documentos produzi- aliança de Deus, traçando as conseqü-
Oriente Próximo. Esse foi também o dos por sábios do antigo Oriente Pró- ências do pecado em oposição aos be-
período patriarcal em Israel. ximo contendo longos discursos ou ar- nefícios da obediência.
484
Glossário

Narrativas patriarcais — Narrativas Novo Reino — Termo referente ao Egi- Paralelismo sintético — Característi-
de Gênesis 12—50, refletindo uma uni- to durante o tempo de Moisés e do ca literária comum da poesia hebraica
dade do livro e oferecendo relatos dos Êxodo. na qual a segunda linha normalmente
patriarcas (Abraão, Isaque e Jacó) que completa o pensamento que a primeira
são de escopo mais restrito e também Ofício de profecia — Ofício que co- linha deixou em aberto; as duas linhas
singulares no mundo antigo. Esses re- meçou a surgir baseado no ministério possuem uma relação entre si, apesar
latos dizem respeito aos membros de de Elias e Eliseu, pelo qual o profeta dessa relação não ser claramente defi-
uma única família e sua jornada de fé, tornou-se o instrumento de Deus para nida como no paralelismo sinônimo ou
ao contrário do foco da seção anterior advertir o rei e a nação sobre seu peca- no antitético. Alguns intérpretes suge-
que se preocupava em contar a história do e sua tragédia iminente. rem que esse termo é apenas uma cate-
da criação do mundo. As narrativas Papiros do Mar Morto — Depois que goria em que são colocados todos os
encaixam-se bem na média idade do um jovem pastor de ovelhas descobriu versos que não se encaixam nas outras
bronze (2000—1550 a.C.). acidentalmente os primeiros dentre vá- duas formas de paralelismo (ver Sl 1.3;
rios papiros em uma caverna de Qumran 2.6; Ec 11.1).
Neo-ortodoxia — Filosofia nascida no
começo do século 20, em parte como em 1947, arqueólogos exploraram ou- Patriarcas — Três indivíduos que se
uma reação ao liberalismo que desva- tras cavernas vizinhas e acharam mais encontram na origem da fé: Abraão,
lorizava a autoridade divina; recebeu o papiros. Eles são de 100 a 200 a.C. Isaque e Jacó.
apoio significativo de Karl Barth e Emil aproximadamente e contêm pelo me-
Brunner. A neo-ortodoxia defende que nos partes de todos os livros do Antigo Pentateuco — Termo usado para os
Deus é completamente transcendente, Testamento, exceto Ester. Eles também cinco primeiros livros da Bíblia, do gre-
ou seja, diferente de nós e muito além são uma fonte valiosa de informações go pentateuchos, que significa uma obra
da nossa compreensão; só podemos vir sobre a comunidade essênia em com cinco livros. O Pentateuco tam-
a saber alguma coisa sobre ele se ele se Qumran. Mais importante de tudo, bém é conhecido pela palavra hebraica
revelar, como ele fez por meio de Jesus porém, é que eles confirmam a confia- Torá, que freqüentemente é traduzida
Cristo. A neo-ortodoxia também afir- bilidade do texto massorético. como “lei”, mas que, na verdade, tem a
ma que a Bíblia é simplesmente uma conotação de “ensinar” ou “instruir”.
Paralelismo — Característica da poe-
testemunha da palavra de Deus, ou que sia hebraica na qual pelo menos duas Pentateuco Samaritano — Texto do
ela contém a palavra de Deus, à medi- linhas paralelas de versos complemen- Antigo Testamento que contém ape-
da que as pessoas dos tempos bíblicos tam-se entre si de alguma forma e, tipi- nas de Gênesis a Deuteronômio, ori-
tinham experiências com Deus e regis- camente, mostram um paralelismo de ginário dos samaritanos que surgiram
travam essas experiências da melhor idéias em vez de rima ou som. Tais do casamento misto entre judeus e es-
maneira que podiam. Sendo criaturas paralelismos podem ser sinônimos, trangeiros no território do reino do
finitas, porém, seus relatos algumas antitéticos ou sintéticos. norte depois da sua queda para a
vezes continham erros. Ainda assim, Assíria em 722 a.C. O manuscrito mais
suas descrições são de grande valor para Paralelismo antitético — Uma carac- antigo desse texto é de aproximada-
nos ajudar a entender melhor a Deus e, terística literária da poesia hebraica co- mente 1100 d.C., apesar de muitos
à medida que outras pessoas têm novas mum e facilmente reconhecível na qual estudiosos acreditarem que ele é base-
experiências com Deus, seus relatos duas linhas demonstram forte contras- ado em um texto de 100 a 200 a.C.
mais uma vez tornam-se a palavra de te entre si (por exemplo, Salmo 1.6 Enquanto os judeus viam os samarita-
Deus. Apesar da neo-ortodoxia ter alta “Pois o Senhor conhece o caminho dos nos com desprezo como mestiços com-
consideração por Deus, ela não oferece justos, mas o caminho dos ímpios pe- prometidos que negaram sua fé ao ca-
uma explicação adequada das evidên- recerá”). O livro de Provérbios tam- sarem-se com estrangeiros, os samari-
cias bíblicas. bém usa o paralelismo com freqüência. tanos pensavam ter preservado uma
forma mais antiga e pura de fé, levan-
Nova Idade do Bronze — Termo usa- Paralelismo sinônimo — Característi-
do a inevitáveis diferenças teológicas.
do por arqueólogos e historiadores para ca literária comum da poesia hebraica
Pelo fato do Pentateuco Samaritano
o período de relações internacionais e que envolve a repetição do mesmo
ser um tanto tendencioso por refletir
comunicação no antigo Oriente Próxi- pensamento ou pensamento similar; as
essas diferenças, o texto é uma teste-
mo, por volta de 1550 a 1200 a.C. O duas partes refletem basicamente a
munha bastante antiga de como os sa-
final da nova idade do bronze é marca- mesma idéia, como acontece no Salmo
maritanos interpretavam o Pentateu-
do pelo poderoso Novo Império no 19.1 “Os céus proclamam a glória de co, mas não é confiável para determi-
Egito, que exerceu considerável in- Deus, e o firmamento anuncia as obras nar o caráter original do texto.
fluência sobre as áreas costeiras da das suas mãos”, ou Provérbios 9.10
Síria-Palestina. Esse foi o período du- “O temor do Senhor é o princípio da “Pequeno apocalipse” — Nome dado
rante o qual ocorreu o êxodo do Egi- sabedoria, e o conhecimento do San- por muitos intérpretes a Isaías 24—27
to, a caminhada pelo deserto e a con- to é prudência” (ver também Pv 16.18; pelo fato de esses capítulos parecerem-
quista de Canaã. 28; 18.6,7). se com uma miniatura do livro de Apo-
485
Glossário

calipse, servindo como uma grande Prenunciadores — Profetas para os 27), Filístia (14.28-32), Moabe (15.1—
conclusão para as profecias de Isaías quais Deus revelava o futuro — algu- 16.14), Damasco e Israel (17.1-14),
nos capítulos 13—23 e anunciando o mas vezes o futuro próximo e algumas Etiópia e Egito (18.1—20.6), Babilô-
julgamento final de Deus sobre o mun- vezes o futuro distante — e que então nia, Edom e Arábia (21.1-17), Jerusa-
do e a salvação final de seu povo (ver pregavam para sua própria geração; os lém (22.1-25) e Tiro (23.1-18).
Literatura apocalíptica). profetas falavam de julgamento e res-
tauração, de más notícias e boas novas, Profecias dos ais — Discursos de jul-
Período cassita — Período da história principalmente com a finalidade de gamento que começam tipicamente
da Mesopotâmia que vai do século 14 motivar o povo de Deus a ter uma vida com a palavra “ai”, que é uma excla-
ao século 12 a.C., durante o qual en- de fidelidade no presente. mação de tristeza, aflição ou lamento.
contramos exemplos de literatura Isaías pronunciou seis profecias dos ais
mesopotâmia de diálogo, como o tex- Profecia — Palavra que o profeta re- contra vários segmentos da população
to Ludlul bel nemequi (“Louvarei o cebeu de Deus e anunciou para o povo, de Judá em 5.8-30: (1) denunciando os
Senhor da sabedoria”), um longo mo- podendo concentrar-se em uma varie- opressores que de forma egoísta aumen-
nólogo no qual um nobre da Babilônia dade de tópicos. tavam suas propriedades às custas dos
conta como ele deparou-se com toda outros, (2) condenando os beberrões
sorte de desastre antes que o deus Profecia clássica — Profecia normal- que vivam em função da bebida e de
Marduk finalmente o restaurasse à sua mente dirigida para todo o povo, que o festas, (3) repreendendo aqueles que
posição. Os cassitas eram um povo “dos informa da ira de Deus contra seu pe- testavam a Deus, (4) falando contra
montes do leste” que aos poucos to- cado, adverte-o sobre o julgamento aqueles de moral distorcida que cha-
maram conta da Babilônia e governa- vindouro, chama ao arrependimento e mavam o bem de mal e o mal de bem
ram por algum tempo. proclama a salvação de Deus para aque- para justificar seus pecados, (5) pro-
les que se voltarem para ele. Tais profe- nunciando um ai contra os que exalta-
Período babilônio — Começo do se- cias foram escritas entre 800 a 450 a.C. vam a si mesmos e acreditavam serem
gundo milênio a.C. (2000—1595 aproximadamente, por aqueles que ser- sábios e (6) admoestando os oportu-
a.C.), durante o qual os babilônios co- viam de mensageiros especiais de Deus nistas imorais. Em sua ira, Deus iria
meçaram a compilar aquilo que hoje para o seu povo mediante o poder re- julgar o pecado deles e chamar uma
chamamos de textos de presságio. cebido do Espírito Santo. Os livros do outra nação para consumi-los e levá-
Antigo Testamento que vão de Isaías a los embora.
Período intertestamental — Período Malaquias são bons exemplos de pro-
da história entre o encerramento do fecia clássica. Profecias Mari — Uma das categorias
Antigo Testamento (por volta de 400 básicas de evidências referentes à exis-
a.C.) e o nascimento de Cristo. Profecias acádias — Textos acádios tência de profecias em outras civiliza-
do primeiro milênio a.C. que simples- ções do mundo bíblico e sua relação
Politeísmo — Crença em muitos deu-
mente fazem uma lista dos diversos com os profetas da Bíblia. Apesar de
ses. O politeísmo está com freqüência
acontecimentos políticos de um deter- haver semelhanças entre as profecias
ligado às religiões antigas de fertilidade
minado período histórico; sua inten- Mari e as profecias bíblicas, diferenças
e da natureza.
ção é um tanto vaga. Ao que parece, os gritantes surgem quando é feita uma lei-
Povos do mar — Povos estrangeiros autores escreviam esses textos de modo tura mais detalhada dos textos fazendo
que chegaram no antigo Oriente Pró- que se parecessem com profecias, ape- uma distinção bem definida entre os pro-
ximo por volta de 1200 a.C. Suposta- sar de alguns estudiosos sugerirem que fetas bíblicos e os extáticos da cidade de
mente, eles eram fugitivos da Grécia os textos estão relacionados mais de Mari. Os profetas do Antigo Testamen-
que, depois da guerra de Tróia dirigi- perto com a literatura apocalíptica ou to afirmavam que a aliança de Deus com
ram-se para a costa do Mediterrâneo, com exemplos de profecia escrita de- o seu povo tinha implicações no viver
desequilibrando as grandes potências pois do acontecimento. Essas profecias diário. Um relacionamento correto com
daquela época, ou seja, o Egito e os diferem significativamente das profe- Deus deveria resultar em um tratamento
hititas. Um desses povos do mar eram cias clássicas da Bíblia. justo e ético de outras pessoas, certas
os filisteus que se assentaram na costa ações e crenças eram verdadeiras e cor-
Profecias contra as nações — Comu-
sudoeste da Síria-Palestina e tiveram retas porque Deus as havia ordenado.
nicação divina ou revelação dada por
um papel importante nos tempos do Além do mais, os profetas falavam para
Deus ao profeta Isaías que descrevia os
Antigo Testamento. toda a sociedade, não só para a casa
planos de Deus para tratar das outras
real (ver também Extáticos).
Premilenismo — Posição evangélica nações do mundo antigo e não somen-
que afirma que Jesus voltará à terra para te Israel. Sua profecia de julgamento Profetas anteriores — Termo usado no
literalmente estabelecer um reino aqui, começou com a Babilônia (13.1— Cânon hebraico para designar Josué,
governando com seus santos durante 14.23) que, depois de governar o mun- Juízes, Samuel e Reis; tal designação é
mil anos. Depois desse período, virá o do, iria ser destruída pelos medos. Em apropriada por causa da forma como
julgamento dos descrentes e o estabe- seguida, Isaías falou do futuro julga- esses livros estão relacionados ao iní-
lecimento do céu. mento de Deus sobre a Assíria (14.24- cio da história da profecia e apresen-
486
Glossário

tam a história nacional à luz de interes- Quiasmo — Termo baseado na letra po da Saul, que morreu por causa de
ses teológicos e proféticos. grega X (chi), denota uma seqüência sua infidelidade ao Senhor. Para o cro-
invertida ou cruzada de palavras, frases nista, Davi cumpriu o papel de salva-
Profetas clássicos — Ver Profecia clás- ou conceitos paralelos em uma senten- dor. Assim, ele descreve como Davi
sica. ça ou unidade literária mais ampla. O tornou-se rei, suas investidas militares
Profetas não-literários — Profetas a quiasmo é comum na poesia hebraica: e seus preparativos para a construção
quem Deus chamou para profetizar, mas do templo. Tendo em vista que para o
A Compadece-te de mim, ó Deus, autor o templo é elemento central do
que nunca escreveram suas mensagens, B segundo a tua benignidade;
deixando para outros a tarefa de regis- plano de salvação de Deus, esse plane-
B’ e segundo a multidão das tuas jamento elaborado do templo revelou
trar suas palavras e atos: sabemos so- misericórdias,
bre o ministério desses profetas somen- o verdadeiro caráter de Davi como lí-
A’ apaga as minhas transgressões. der da fé para Israel.
te por intermédio de relatos sobre eles (Sl 51.1)
nos Livros Históricos do Antigo Tes- Retribuição — Doutrina que afirma
tamento. Os profetas não-literários de Racionalista — Indivíduo que aceita que a bondade resulta em prosperida-
um modo geral tinham a tendência de a razão como sendo a autoridade máxi- de e a perversidade leva ao sofrimento.
concentrar-se no rei e em sua corte, ma sobre a opinião, crença ou condu- Escritos sob forma de diálogo na Meso-
aconselhando o rei sobre diversos as- ta, afirmando que a razão humana, sem potâmia, aceitavam a doutrina da retri-
suntos e algumas vezes advertindo-o o auxílio de revelação divina, é ade- buição apresentada em Jó e Eclesiastes.
sobre as conseqüências de seu pecado. quada como guia único para toda a
Exemplos desse tipo de profeta incluem verdade religiosa alcançável. Zofar, um Rima — Característica literária da po-
Elias e Eliseu (2Rs 1.1—13.21), profe- dos amigos de Jó, considerava-se um esia hebraica que descreve a concor-
tas cujos nomes não são citados e que racionalista, arrazoando que o castigo dância nos sons finais das linhas, versos
aparecem nos tempos de Saul (1Sm que Jó estava recebendo era mais que ou palavras poéticas. A poesia hebrai-
10.10-12; 19.20,21) e mais tarde no esperado e concluindo que Jó deveria ca apoia-se muito mais na métrica que
reino dividido (1Rs 13), Aías (1Rs lançar para longe sua iniqüidade e per- na rima, apesar da rima ocorrer algu-
11.29-39), Micaías (1Rs 22.7-28, um versidade (11.14). mas vezes.
homem chamado apenas de “homem de
Deus” que proferiu palavras de julga- Reconciliar, reconciliação — Ver tam- Sábios — Homens de renome por sua
mento a Jeroboão I (1Rs 13.1-10) e uma bém Expiação — termo bíblico que sabedoria que, no antigo Oriente Pró-
mulher chamada Hulda (2Rs 22.14-20). descreve a remoção do pecado ou pro- ximo, escreviam documentos conten-
fanação. O hebraico kipper normalmen- do longos discursos ou argumentos que
Prólogo — Prefácio ou parte introdu- te denota “expiar oferecendo um subs- tratavam dos problemas mais difíceis
tória de um discurso, poema ou roman- tituto”. Quer o termo se referisse a um da vida.
ce. Em Jó, o prólogo em prosa ajuda a ato de expiação voltado para Deus
criar a estrutura literária para os dis- (propiciação) ou para a ofensa cometi- Salmos de lamento — Salmos ou
cursos poéticos. da (expiação), ele ilustra a teologia bí- cânticos contendo tipicamente três ele-
blica da reconciliação. mentos que podem ou não aparecer na
Promessa — A palavra de Deus a seguinte ordem: (1) o lamento por cau-
Abraão em Gênesis 12, em que Deus Remanescente — Literalmente, “um sa de uma situação, (2) afirmação da
promete a ele tanto terras quanto des- resto”. Termo técnico que se refere a confiança do salmista de que Deus, de
cendentes — fazer da família de Abraão um grupo do povo de Deus que per- alguma forma, irá ajudá-lo a passar por
uma grande nação que seria uma bên- manece fiel ao Senhor e pelo qual o suas provações e (3) algum tipo de lou-
ção para a humanidade. Senhor determina que irá continuar os
vor por Deus ter ouvido sua oração e
seus propósitos redentores.
Provérbio — Ditado sucinto e persua- porque, a seu tempo, irá intervir (por
sivo referindo-se a vários tópicos rela- Renovo — Descrição profética encon- exemplo, Salmos 3, 4 e 6).
cionados a Deus, a seu mundo e à vida. trada em Isaías 4.2 sobre o Messias que
Salmos de sabedoria — Salmos ou
Os provérbios são declarações de ver- estava por vir como um renovo da li-
cânticos que relatam observações ge-
dades gerais e não promessas inquebrá- nhagem de Jessé, o pai de Davi, e que
rais sobre a vida, dentre as quais o au-
veis ou mandamentos que se aplicam a receberia o poder do Espírito do Se-
tor tipicamente faz pouco esforço para
todas as situações. nhor para liderar as nações e trazer paz,
defender as verdades que estão sendo
bondade e salvação de Deus àqueles
Pseudônimo — Termo usado para des- que colocassem nele a sua fé. expostas; em vez disso, ele as apresenta
crever o costume de atribuir um escrito como descrições evidentes da forma
a alguém com um outro nome diferente Restauração — Tema de 1 Crônicas, como Deus pretende que a vida seja,
daquele do autor. Na literatura apoca- no qual o autor olha para a futura espe- normalmente descrevendo o nosso re-
líptica intertestamental, esses “nomes rança de salvação e equilibra sua repe- lacionamento com Deus em uma ou
artísticos” eram usados para dar o crédi- tida ênfase na situação de exílio de Is- mais de suas facetas (por exemplo, Sal-
to dos escritos a algum antigo herói da fé. rael usando como ilustração o arquéti- mos 1, 14, 73).
487
Glossário

Salmos imprecatórios — Salmos ou Shalom — Palavra hebraica que signi- prova de autenticidade. Isaías, por
cânticos que pedem o julgamento de fica “paz”. Mais do que a ausência de exemplo, ofereceu a Acaz um sinal de
Deus sobre os inimigos do salmista (por conflito, ela refere-se a uma vida em Deus para fortalecer a fé do rei. Acaz,
exemplo, Salmos 35, 69, 137); eles que está presente a plenitude e o bem- porém, mascarou sua falta de fé com
podem ser de natureza individual ou estar. A paz shalom é retratada de ma- falsa piedade (Is 7.10-12), e já estava
congregacional. Apesar desses salmos neira perfeita no Jardim do Éden antes pensando em confiar na Assíria em vez
provocarem muitas discussões teológi- da queda; lá, a humanidade estava em de Deus (2Rs 16.7,8). Isaías condenou
cas por causa de seu conteúdo repleto paz com Deus e com a criação que os Acaz por sua falta de fé, declarando que
de ira, devemos entender que, nesses cercava — tendo acesso direto à pre- o próprio Deus iria providenciar um si-
versículos, os salmistas nos ajudam a sença de Deus e gozando do seu favor, nal, ou seja, que uma virgem iria conce-
ver o lado humano das Escrituras; ao eram capazes também de gozar a pleni- ber um filho e dar-lhe o nome de
clamarem em meio à sua ira, frustração tude rica e perfeita da criação. Emanuel que quer dizer “Deus conosco”
e dor, eles percebiam sua própria fra- (Is 7.14); antes que a criança pudesse
queza — tendo em vista que eram in- Shema — Nome da importante passa- escolher entre o bem o mal, os reis da
capazes de mudar as circunstâncias ter- gem de Deuteronômio 6.4-9, que é a Síria e de Israel não mais existiriam.
ríveis. Os salmistas também deixavam expressão clássica do conceito israelita
o julgamento nas mãos de Deus, pe- de monoteísmo e que, mais tarde, tor- Sincretismo — Tentativa de unir ou
dindo que Deus julgasse, mas reconhe- nou-se uma oração central do Judaís- reconciliar duas crenças ou práticas. Os
cendo também que só Deus sabia o que mo. O nome em si é a primeira palavra proponentes de uma religião algumas
era absolutamente correto. em hebraico do imperativo “Ouve, Is- vezes adaptam-se ou identificam suas
rael, o Senhor, nosso Deus, é o único divindades ou credos com aqueles de
Salmos messiânicos — Salmos ou Senhor”. uma outra religião a fim de ganhar fiéis.
cânticos que descrevem o Messias, o
Sheol — Palavra hebraica usada com Sitz im Leben — Expressão em ale-
ungido de Deus.
mais freqüência para se fazer referência mão (que significa “situação de vida”)
Salmos reais — Salmos ou cânticos so- ao lugar onde acreditava-se que os mor- que denota o cenário histórico e social
bre o rei de Israel, normalmente des- tos habitavam, um lugar de escuridão no qual um gênero literário tomou for-
crevendo-o como o representante es- (Jó 10.21,22; Sl 143.3), silêncio (Sl ma pela primeira vez.
pecial de Deus para governar Israel. Os 94.17; 115.17), cujos habitantes eram
incapazes de louvar a Deus (Sl 6.5; Soberania — Ensinamento bíblico de
Salmos 2, 45 e 110 são bons exemplos
88.10-12) e nada sabiam (Jó 14.21; Ec que Deus está no controle absoluto de
de salmos reais.
9.5), e que eram meras sombras do que toda a criação e não está subordinado a
Santos do Altíssimo — Indivíduos da haviam sido um dia. Sheol estava ao nada. O Pentateuco inicia-se enfatizan-
visão registrada em Daniel 7 que com- alcance de Deus, como fica entendido do a soberania de Deus por meio do
põem o quinto e último reino eterno pelo Salmo 139.8 e por Jó 26.6. Há relato da criação que parte do pressu-
estabelecido pelo Ancião de Dias e dúvidas sobre a verdadeira localização posto da existência eterna de Deus, que
por aquele que é como o “Filho do de Sheol e o quão intimamente ele está criou todo o universo sem a ajuda de
Homem”. ligado com a sepultura do ponto de ninguém, sem usar matéria preexistente
vista literal; também há desacordo se e sem esforço, unicamente pelo poder
Septuaginta — Tradução do Antigo os crentes do Antigo Testamento iam de sua palavra falada. Assim como
Testamento para o grego de aproxima- primeiro para esse lugar de sombras ou Gênesis estabelece tão fortemente des-
damente 300 a 200 a.C. e que vem da diretamente para o céu. Ezequiel, em de o início a soberania de Deus sobre
cidade egípcia de Alexandria. Seu nome uma linguagem profética assustadora, sua criação, as histórias subseqüentes
e abreviação (LXX) vem do fato de o descreve Deus levando o Egito para do dilúvio (Gn 6-9) e da Torre de Babel
trabalho de tradução ter sido realizado Sheol, onde o Egito encontra o “comi- (Gn 11) reforçam ainda mais esse con-
por um grupo de setenta e dois estu- tê de boas-vindas” formado pela ceito bem como o relacionamento de
diosos. A Septuaginta é um importan- Assíria, Elam e Edom — nações que, Deus com indivíduos como Abraão,
te testemunho antigo do texto do An- de maneira semelhante, haviam confi- Isaque e Jacó demonstram o domínio
tigo Testamento. ado em seu próprio poder e esplendor supremo dele. Em contraste gritante
até que Deus deu um fim ao seu domí- com os deuses do antigo Oriente Pró-
Setenta setes — Refere-se à passagem
nio; Ezequiel advertiu o Egito que eles ximo, cuja jurisdição tinha limites geo-
profética e escatológica de Daniel 9.24- gráficos definidos, o escopo do domí-
iriam tornar-se como todas as outras
27 sobre as “setenta semanas de anos”, nio de Deus é universal.
nações que haviam desafiado a autori-
ou setenta períodos de tempo; essas se-
dade de Deus (29.1—32.32).
tenta semanas de anos eqüivalem a qua- Talmude — Coleção de leis judaicas
trocentos e noventa anos, apesar dos Sinal — Algo que dá evidência de um rabínicas, leis de decisão e comentários
intérpretes discordarem em relação às acontecimento passado, presente ou fu- sobre as leis de Moisés; refere-se aos
datas e acontecimentos relativos a esse turo, que serve de advertência para coi- primeiros cinco livros da Bíblia como
período. sas que ainda estão por vir ou como “os Livros de Moisés”.
488
Glossário

Tamuz — Deus da agricultura da Me- 18; 28), chamado de Moisés (Êx 3), to do Antigo Testamento, usando um
sopotâmia, marido da deusa Istar, cujos aliança no Sinai (Êx 19) e outras. complexo sistema de marcações cha-
seguidores acreditavam que todos os mado de massora. As cópias mais anti-
anos, no tempo da colheita, Tamuz Teologia da retribuição — Obediên- gas desse texto são de pouco antes de
morria; as mulheres que Ezequiel viu cia aos mandamentos de Deus traz bên- 1000 d.C., apesar de alguns estudiosos
chorando no templo de Jerusalém em çãos enquanto a desobediência provo- acreditarem que essas cópias refletem
sua visão (Ez 8.14,15) estavam prante- ca o fracasso. Essa é a tônica dos livros textos do ano 100 d.C. O texto masso-
ando Tamuz junto a Istar. Tamuz volta- de Reis, que se baseiam na aliança do térico é o texto hebraico mais confiável
va à vida na primavera, quando as plan- Sinai, especialmente da forma como ela que temos à nossa disposição.
tações se reavivavam e as árvores co- é expressa em Deuteronômio, em que
meçavam a florescer. o discurso final de Moisés (Dt 28) faz Textos de presságio — Coleção de tex-
uma lista das bênçãos e castigos da tos que começou a ser compilada du-
Targuns — Coleção de escritos aramai- aliança. Para o autor de Reis, a história rante o período da antiga babilônia
cos baseados no texto do Antigo Testa- é a fundação sobre a qual a teologia é (2000—1595 a.C.). Provavelmente
mento e que são do começo da era cris- provada e ele avalia cada rei tomando considerados científicos na sua época,
tã, apesar de algumas partes terem sido por base a lealdade desse monarca Iavé esses textos refletiam a crença desses
escritas antes. Surgiram durante uma adorado em Jerusalém e ilustrando os povos antigos de que o mundo era uma
época em que muitas pessoas entendi- dois caminhos entre os quais o homem complexa teia de relações de causa e
am o aramaico melhor que o hebraico e precisa escolher — a busca interna e efeito muitas vezes com uma intenção
ofereciam uma interpretação comum ao externa de Deus ou a desobediência e a sobrenatural por trás dos acontecimen-
texto hebraico. Em algumas partes, os falta de devoção que no final leva à tos. Assim, os textos de presságio pre-
Targuns refletem uma tradução relati- autodestruição. servavam um registro escrito de certos
vamente literal do hebraico, enquanto, acontecimentos e suas conseqüências
em outras partes, são adicionados co- Teologia deuteronômica — Doutrina e, se certos acontecimentos voltavam
mentários e histórias para esclarecer o de retribuição que a Bíblia usa com fre- a ocorrer, isso significava que os deuses
significado do texto; portanto, de um qüência para explicar que a fidelidade iriam repetir o seu modo de agir. Se,
modo geral, eles não servem como tes- à aliança resultará em bênçãos futuras por exemplo, um certo pássaro apare-
temunha confiável do Antigo Testamen- enquanto a desobediência resultará em cia durante um certo mês, isso poderia
to, apesar de nos ajudarem a entender as castigos. Esta é a teologia por trás dos indicar a vinda de uma grande fome;
antigas interpretações judaicas. Livros Históricos e é comum dizer-se ou, se um animal sacrificado tivesse
que ela é característica da história deu- uma mancha vermelha no fígado, isso
Templo — Falando de um modo geral, teronômica. poderia indicar uma vitória militar para
um lugar dedicado ao culto ou à adora- o rei. Esses textos têm pouco em co-
ção de uma divindade ou várias divin- Teoria do ditado — Teoria que sugere
mum com a profecia bíblica, faltando a
dades; no Antigo Testamento, refere- que Deus simplesmente ditou a Bíblia
eles qualquer base moral. Enquanto os
se qualquer uma de três construções para escribas humanos, escolhendo cer-
deuses simplesmente revelavam sua
sucessivas ou a grupos de construções tos indivíduos para registrarem suas pa-
vontade por meio de acontecimentos
em Jerusalém que eram dedicadas à lavras e dando-lhes as palavras exatas
inter-relacionados, os profetas basea-
adoração de Iavé. que ele queria usar. Essa teoria explica
vam-se em Deus, na sua palavra e na
algumas das evidências bíblicas, mas
Teodicidade — Tentativa de conciliar sua aliança com o povo.
não todas.
a justiça e a santidade de Deus à luz da Torá — Palavra hebraica que significa
existência do mal no mundo. Se Deus Tetratêuco — Nome (que significa
literalmente “ensinamento” ou “instru-
é Todo-poderoso e também amoroso, “quatro rolos”) dado aos quatro pri-
ção”, apesar de algumas vezes ser
como a Bíblia afirma em várias partes, meiros livros da Bíblia — Gênesis,
traduzida como “lei”. O termo refere-
então de que forma o mal pode conti- Êxodo, Levítico e Números — como
se aos primeiros cinco livros da Bíblia
nuar a existir no mundo? Como os sendo uma unidade literária. Alguns es-
— Gênesis, Êxodo, Levítico, Núme-
ímpios podem prosperar se Deus é jus- tudiosos discutem se essa unidade foi
ros e Deuteronômio.
to? Por que pessoas boas sofrem e como editada como uma única obra que con-
Deus pode permitir que isso aconteça? sistia das fontes JEP. De acordo com Transcendente — Além da compreen-
O livro de Jó é uma resposta a essas esse ponto de vista, Deuteronômio foi são, do entendimento e da explicação.
questões. acrescentado bem mais tarde. Teólogos usam esse termo para descre-
ver o fato de que Deus está totalmente
Teofania — Termo grego usado para a Texto massorético — Cópia hebraica além de qualquer coisa em nossa expe-
manifestação de Deus. Essas aparições do Antigo Testamento que foi passada riência humana.
súbitas e inesperadas de Deus ocorrem para nós por meio dos massoretas —
de forma perceptível (audíveis ou visí- um dos grupos mais importantes e pre- Transmissão — Comunicação fiel das
veis) em pontos decisivos da história cisos de escribas que, entre 500 a 1000 Escrituras à medida que foi passada adi-
de Israel: promessas patriarcais (Gn 17; d.C., trabalharam para preservar o tex- ante e entregue de uma geração para
489
Glossário

outra. No mundo antigo, era responsa- Vassalo — Parte subordinada em um Visão da múltipla autoria — Ponto de
bilidade absoluta dos escribas que la- tratado de suserania. O vassalo jurava vista referente à autoria do livro de Isaías
boriosamente copiavam os textos bí- lealdade e pagamento regular de tri- que afirma que o profeta escreveu o
blicos, crendo que estavam copiando butos ao seu senhor que, em troca, material encontrado nos capítulos 1—
as palavras do próprio Deus e, portan- prometia proteger o vassalo de seus 39, enquanto outro autor ou autores
to, tomando grande cuidado para pre- inimigos. (“Deutero-Isaías” ou “segundo Isaías”),
servar as cópias que haviam recebido. talvez os discípulos de Isaías, escreve-
Vaticinium ex eventu — Frase em la- ram a outra metade do livro. Essa vi-
Tratado de suserania — Tratado polí- tim que significa “profecia a partir do são também pode incluir uma terceira
tico do antigo Oriente Próximo entre fato” ou “profecia de um resultado”. divisão dentro dos capítulos 40—66,
duas partes de níveis desiguais, o Refere-se à técnica literária usada nos alegando que Deutero-Isaías escreveu
suserano (ou senhor) e o vassalo (ou escritos da literatura apocalíptica in- os capítulos 40—55, uma terceira pes-
nação súdita). A forma literária da tertestamental, em que um aconteci- soa ou escola de discípulos (“Trito-Isa-
aliança no Sinai em Êxodo 20—24 e mento conhecido do passado é proje- ías” ou “terceiro Isaías”) teriam escrito
em Deuteronômio tem grande seme- tado em forma de previsão, usando lin- os capítulos 56—66 algum tempo mais
lhança com esses tratados, especialmen- guagem futurista. O autor fala de acon- tarde; alguns argumentam que essa ter-
te com os tratados de suserania hititas tecimentos que já passaram como se ceira seção veio de muitos autores, tal-
dos arquivos reais de Bogbazköy, na ainda não tivessem ocorrido. Ele toma vez um grupo de discípulos de Isaías.
Turquia. Esses tratados hititas são, em a posição de profeta de previsões e fala Os proponentes desse ponto de vista
sua maioria, da nova idade do bronze e do acontecimento como se ainda esti- geralmente argumentam dentro de três
parecem confirmar a data tradicional vesse no futuro. linhas: o período de tempo coberto
dos textos bíblicos, ainda que alguns
Via Maris — Termo em latim que sig- pelo livro; a diferença de assuntos, vo-
questionem essa evidência.
nifica “o caminho do mar”, que vem cabulário e estilo entre as duas divi-
Tributo — Uma soma determinada ou de Isaías 9.1 e refere-se à estrada in- sões e a menção do nome de Ciro em
alguma outra coisa de valor paga por ternacional que passava ao longo do 44.28 e 45.1.
um soberano ou estado a outro como Levante costeiro. Essa estrada foi usa- Vulgata — Tradução da Bíblia para o
forma de reconhecimento da submis- da durante os tempos bíblicos e loca- latim feita por Jerônimo por volta de
são ou do preço da paz, segurança e lizava-se próximo a algumas das cida- 400 d.C. A tradução inclui os apócrifos,
proteção. Davi aceitou tais tributos de des mais importantes da antigüidade. a estimada coleção de livros judaicos
muitas cidades-estado da Síria que Is- A Vulgata traduziu a frase de Isaías que não se encontra no Antigo Testa-
rael venceu sob o seu comando. como Via Maris, termo que mais tarde mento e não é aceita pelos judeus ou
foi usado para designar todo um com- cristãos protestantes.
Trito-Isaías — Significa simplesmente
plexo de estradas do Egito, pela Síria-
o “terceiro-Isaías”. Esse termo é usado
Palestina e até a Mesopotâmia. No Zigurate — Uma torre com degraus
por aqueles estudiosos que acreditam
em uma autoria múltipla do livro de sul da planície costeira, a Via Maris construída com três a sete estágios que
Isaías para referirem-se ao autor dos vai em direção ao norte e divide-se era característica dos complexos de
capítulos 56—66. (Ver também Visão em duas ramificações, a oeste que con- templo da antiga Mesopotâmia. Pró-
de múltipla autoria.) tinua ao longo da costa e a leste que ximo à base da torre ficava o templo
passa pelo vale de Jezreel para Megido pagão propriamente dito. Conceito
Ugarítico — Linguagem da mesma fa- e de lá para Hazor e Damasco até a possivelmente ligado à idéia de que os
mília do hebraico e aramaico e lingua- Mesopotâmia; as várias ramificações deuses viviam nas montanhas, sendo o
gem do Ugarite — um importante cen- dessa grande estrada internacional zigurate, portanto, um substituto. A
tro de comércio próximo à costa do convergem todas em Megido, na en- Torre de Babel, em Gênesis 11 era um
Mediterrâneo. Os escribas de Ugarite trada do vale de Jezreel — uma locali- zigurate que representava o orgulho e a
criaram uma escrita alfabética de trinta zação estratégica para o comércio e a rebeldia arrogante da cidade da Babi-
sinais cuneiformes. viagem no mundo antigo. lônia e da humanidade em geral.

490
(Baltimore: Penguin, 1980), 19-33; H.

Notas W. F. Saggs, The Greatness That Was


Babylon: A Sketch of the Anciet
Civilization of the Tigris-Euphrates
Valley (Nova York: Hawthorn, 1962),
27; e Wolfram von Soden, The An-
Capítulo 1: O que é o Antigo Testa- polis/Assen, Neadetherlands: Fortress/ cient Orient: An Introduction to the Stu-
mento e por que estudá-lo? Van Gorcum, 1992). dy of the Ancient Near East, trad.
1. R.K. Harrison, Introduction to the 9. Würthwein, Texts of the Old Tes- Donald G. Schley (Grand Rapids:
tament, 12-41, oferece uma discussão Eerdmans, 1994), 6-11.
Old Testament (Grand Rapids: Eerd-
detalhada do texto massorético. 3. Sobre a geografia do Egito em
mans, 1969), 260-261; William H.
10. Brotzman, Textual Criticism, 64- geral, ver John A. Wilson, The Culture
Green, General Introduction to the Old
96; Würthwein, Text of the Old Testa- of Ancient Egypt (Chicago: University
Testament: The Canon (Grand Rapids:
ment, 42-44. of Chicago Press, 1951), 8-17; William
Baker, 1980 [1898]), 9-10.
11. Brotzman, Textual Criticism, 87- C. Hayers, Most Ancient Egypt, Org.
2. Para uma perspectiva um pouco
96, oferece um bom sumário dos papi- Keith C. Seele (Chicago: University of
diferente sobre Jâmnia, ver Harrison,
ros e seu significado. Para um relato Chicago Press, 1964), 1-41; e Hermann
Introduction, 277-278; Roger, T.
mais completo, ver Frank Moore Cross, Kees, Ancient Egypt: A Cultural Topo-
Beckwith, The Old Testament Canon
The Ancient Library of Qumran, 3ª ed. graphy, org. T. G. H. James, trad. Ians
of the New Testament Church (Grand
(Minneapolis: Fortress, 1995). F. D. Morrow (Chicago: University of
Rapids: Eerdmans, 1985), 276-277.
12. Para uma discussão completa Chicago Press, 1961), 47-95.
3. Karl Barth, Evangelical Theology:
sobre a Septuaginta, ver Sidney Jellicoe, 4. Donald B. Redford, Egypt Cana-
An Introduction, trad. Grover Foley
The Septuagint and Modern Study an, and Israel in Ancient Times (Prin-
(Grand Rapids: Eerdmans, 1979
(Winoma Lake, Ind.: Eisenbrauns, 1978 ceton, N.J.: Princeton University Press,
[1963]): Emil Brunner, Revelation and
[1968]); ver também Würthhwein, Text 1992), 3-28.
Reason: The Christian Doctrine of Faith
of the Old Testament, 49-74; Brotzman, 5. Herodotus 2.5.
and Knowledge (Filadélfia: Westminster,
Textual Criticism, 72-79; e Tov, Textu- 6. Wilson, Culture of Ancient Egypt,
1946).
al Criticism, 134-148. 8-17; e William W. Hallo e William
4. Dewey, M. Beegle, The Inspiration 13. Brotzman, Textual Criticism, 69- Kelly Simpson, The Ancient Near East:
of Scripture (Filadélfia, Westminster, 72, oferece um bom sumário dos A History, org. John Morton Blum
1963); Daniel P. Fuller, “Benjamin B. Targuns; ver também Würthwein, Text (Nova York: Harcourt Brace
Warfield’s View of Faith and History: A of the Old Testament, 75-79; e Tov, Tex- Jovanovich, 1971), 188.
Critique in the Light of the New Testa- tual Criticism, 134-148. Para uma dis- 7. Kees, Ancient Egypt, 9-10. Este
ment”, Bulletin of the Evangelical Theo- cussão completa, ver Alexander livro ajuda a explicar quão devastado-
logical Society 11 (1968): 75-83. Sperber, ed., The Bible in Aramaic, 4 ras foram as pragas descritas no livro
5. Para uma discussão clássica sobre vols. (Leiden: E. J. Brill, 1959-1973). de Êxodo para os egípcios.
a inspiração verbal plenária, ver R. Laird 14. Esses princípios são tirados de 8. Wilson, Culture of Ancient Egypt,
Harris, Inspiration and Canonicity if the uma comparação de vários trabalhos 15.
Bible: An Historical and Exegetical Stu- básicos sobre hermenêutica. Ver J. 9. Aharoni, Land of the Bible, 21.
dy (Grand Rapids: Zondervan, 1957). Robertson McQuilkin, Understanding 10. Para mais detalhes sobre essa
6. A. R. Millard, “In Praise of An- and Applying the Bible, Ed. rev. (Chi- seção, ver Aharoni, Land of the Bible,
cient Scribes”, Biblical Archeologist 45 cago: Moody, 1992); Gordon Fee e 21-42; e Denis Baly, The Geography of
(1982): 143-153. Douglas Stuart, How to read the Bible the Bible: A Study in Historical Geo-
7. Ellis R. Brotzman, Old Testament for All its Worth, ver. Org. (Grand Ra- graphy (Nova York: Harper & Row,
Textual Criticism: A Practical Introduc- pids: Zondervan, 1993); A. Berkeley 1957), 125-127.
tion (Grand Rapids: Baker, 1994), 49- Mickelsens, Interpreting the Bible 11. Baly, Geography, 194.
53, oferece um bom sumário sobre os (Grand Rapids: Eerdmans, 1963). 12. Aharoni, Land of the Bible, 31.
Masoretas e sua contribuição para a 13. Baly, Geography, 109-114;
preservação dos textos do Antigo Tes- Capítulo 2: Onde e quando ocorre- Aharoni, Land of the Bible, 43-63.
tamento. ram os acontecimentos do Antigo Tes- 14. Para mais informações sobre a
8. Ernst Würthwein, The Text of the tamento? história de Israel, ver John Bright, A
Old Testament: An Introduction to the 1. Yohanan Aharoni, The Land of History of Old Testament Israel, 3ª ed.
Bible Hebraica, trad. Errol F. Rhodes the Bible: A Historical Geography, trad. (Filadélfia: Westminster, 1981); e
(Grand Rapids: Eerdmans, 1979) dá Anson F. Rainey, 2. org. (Londres: Eugene H. Merrill, Kingdom of Priests:
um bom sumário dos manuscritos an- Burns & Oates, 1979), 3-6. A History of Old Testament Israel
tigos referentes ao Antigo Testamento. 2. Para mais informações sobre (Grand Rapids: Baker, 1987).
Ver também Emanuel Tov, Textual geografia da Mesopotâmia em geral, ver 15. Roux, Ancient Iraq, 140-153; e
Criticism of the Hebrew Bible (Minnea- Georges Roux, Ancient Iraq, 2ª ed. Wlater Bodine, “Sumerians”, in People
491
Notas

of the Old Testament World, ed, Alfred Moisés de maneira menos direta: Êx também John H. Walton, Ancient Is-
J. Hoerth, Gerald L. Mattingly e Edwin 25.16, 21,22; Dt 28.58; 29.20, 21, 27, raelita Literature in Its Cultural Context:
M. Yamauchi (Grand Rapids: Baker, 29; 30.10, 11. Além disso, estudiosos A Survey of Parallels between Biblical
1994), 27-36. procuraram fora do Pentateuco para en- and Ancient Near Eastern Texts (Grand
16. Wilson, Culture of Ancient contrar evidências de autoria: Js 8.32; Rapids: Zondervan, 1989), 19-42.
Egypt, 69-103; e James K. Hoffmeier, 1Rs 2.3; 2Rs 14.6; 21.8; Ed 6.18; Ne 3. Allen P. Ross, Creation and Bles-
“Egyptians”, in Peoples of the Old Tes- 13.1; Dn 9.11-13; Ml 4.4; Mt 19.8; sing: A Guide to Study and Exposition of
tament World, org. Alfred J. Hoerth, Mc 12.26; Jo 5.46,47; 7.19; At 3.22; the Book of Genesis (Grand Rapids:
Gerald L. Mattingly, e Edwin M. Rm 10.5 etc. Baker, 1988), 718-723.
Yamauchi (Grand Rapids: Baker, 1994), 2. Sanhedrin, 21b-22a; e ver tam- 4. Para detalhes de lingüística e mais
255-264. bém Baba Bathra 14b. discussões ver Bill T. Arnold, New Inter-
17. Bright, History, 83-87. Alguns 3. Aboth 1.1 e Antiquities 4.8.48, national Dictionary of Old Testament
preferem uma data um pouco mais an- respectivamente. Theology and Exegesis, org. Willem ª
tiga; ver Merrill, Kingdom of Priests, 4. Para uma pesquisa sobre as dúvi- Van Gemeren, 5 vols. (Grand Rapids:
78-79. das mais antigas de judeus e cristãos Zondervan, 1997), 3: 1025-1026.
18. Roux, Ancient Iraq 184-207; e sobre a autoria mosaica, ver R. K. Har- 5. Wenham, Genesis 6-7; e Ross,
Bill Tl. Arnold, “Babylonians”, in rison, Introduction to the Old Testament Creation and Blessing, 104.
Peoples of the Old Testament World, org. (Grand Rapids: Eerdmans, 1969), 497- 6. Gerald Bray, “The Significance
Aalfred Hoerth, Gerald L. Mattingly, 498. of God’s Image in Man”, Tyndale
e Edwin M. Yamauchi (Grand Rapids: 5. Seu livro mais importante foi Die Bulletin 42, nº 2 (1191): 224-225.
Baker, 1994), 47-50. Composition des Hexateuchs. 7. A frase normalmente traduzida
19. Keith N. Schoville, “Canaanites 6. Kenneth A. Kitche, Ancient como “sem forma e vazia” expressa uma
and Amorites”, in Peoples of the Old Orient and the Old Testament (Downers mesma idéia por meio de duas palavras
Testament World, org. Alfred Hoerth, Grove: InterVarsity, 1966), 15-34. (tohu wabohu). Mas qual é a idéia úni-
Gerald L. Mattingly, e Edwin M. 7. James A. Sanders. Canon and ca pretendida aqui? Diz-se com freqüên-
Yamauchi (Grand Rapids: Baker, 1994), Community: A Guide to Canonical cia que a frase denota um universo ca-
162-167. Criticism (Filadélfia: Fortress, 1984). ótico em seu estado de criação. Mas
20. Não se sabe ao certo o período 8. Tremper Longman III, Literary estudos lingüísticos comparativos re-
exato de tempo entre a genealogia de Approaches to Biblical Interpretation centes revelam que a expressão descre-
Gn 11.27-32 e o chamado de Abraão (Grand Rapids: Zondervan, 1987). ve uma terra “limpa” ou “vazia”, um
em 12.1-3. Ver Victor P. Hamilton 9. Carl E. Armending, The Old Tes- lugar desabitado que agora está para
The Book of Genesis, Chapters 1-17 tament and Criticism (Grand Rapids: ser populado e habitado pela humani-
(NICOT; Grand Rapids: Eerdmans, Eerdmans, 1983). dade. Ver David Toshio Tsumura, The
1990), 366-368, e Alle P. Ross, Creation 10. Para essa avaliação veja Eugene Earth and the Waters in Genesis 1 and
and Blessing (Grand Rapids: Baker, Carpenter, “Pentateuch”, in Internatio- 2: A Linguistic Investigation, Journal
1988), 258. nal Standard Bible Encyclopedia, org. for the Study of the Old Testament —
21. Hoffmeir, “Egyptians”, 273. Geoffrey W. Bromiley, 4 vol. (Grand Supplement Series 83 (Sheffielldld:
22. Harry A. Hoffner Jr., “Hittites”, Rapids: Eerdmans, 1979-1988), 3: 752- JSOT, 1989), 17-43.
in Peoples of the Old Testament World, 753. 8. Victor P. Hamilton, The Book of
org. Aalfred Hoerth, Gerald L. Mat- Genesis: Chapters 1-17, New Interna-
tingly, e Edwin M. Yamauchi (Grand Capítulo 4: Gênesis 1-11 — O prelú-
tional Commentary on the Old Testa-
Rapids: Baker, 1994), 130. dio de Israel
ment (Grand Rapids: Eerdmans, 1990),
23. Hoffmeir, “Egyptians”, 287-288. 1. W. G. Lambert e A. R. Millard, 2-11; e David W. Baker, “Diversity and
24. David M. Howard Jr., “Philisti- Atrahasis The Babylonian Story of the Unity in the Literary Structure of Ge-
nes”, in Peoples of the Old Testament Flood (Oxford: Clarendon, 1969); Isaac nesis”, in Essays on the Patriarchal
World, org. Aalfred Hoerth, Gerald L. M. Kikawada e Arthur Quinn, Before Narratives, org. A. R. Millard e Donald
Mattingly, e Edwin M. Yamauchi Abraham Was: The Unity of Genesis 1- J. Wiseman (Winona Lake, Ind.:
(Grand Rapids: Baker, 1994), 233-236. 11 (Nashville: Abingdon, 1985), 41- Eisenbrauns, 1983), 208.
25. Edwin P. Yamauchi, “Persians”, 48. Esse enredo básico também está 9. F. B. Huey Jr., E. H. Walton, “Are
in Peoples of the Old Testament World, presente na versão suméria (Thorkild the ‘Sons of God’ in Genesis 6 Angels?”
org. Aalfred Hoerth, Gerald L. Mat- Jacobsen, “The Eridu Genesis”, Journal in The Genesis Debate, org. Ronald
tingly, e Edwin M. Yamauchi (Grand of Biblical Literature 100 [1981]: 513- Youngblood (Nashville: Thomas Nel-
Rapids: Baker, 1994), 107-124. 529). son, 1986), 184-209. Alguns (tais como
2. Para uma excelente pesquisa so- Huey) argumentam que a passagem re-
Capítulo 3: Introdução ao Pentateu- bre os paralelos, ver Gordon J. Wen- fere-se literalmente a anjos coabitando
co — O nascimento do povo de Deus ham, Genesis 1-15, Word Biblical Com- com seres humanos.
1. Além dessas referências explíci- mentary 1 (Waco, Tex: Word, 1987), 10. Victor P. Hamilton, “Genesis”,
tas, há outras que ligam o Pentateuco a xlvi-l e o restante do comentário. Ver in Evangelical Commentary on the
492
Notas

Bible”, org. Walter A. Elwell (Grand e Gordon J. Wenham, 2. org. (Grand 7. Porém, um significado geográfico
Rapids: Baker, 1989), 18-19. Rapids/Carlisle, England: Baker/ mais amplo é possível para o nome he-
11. Bill T. Arnold, “Babylonians”, Paternoster, 1994), 55-65. braico yam sup (“Mar de Juncos”) como
in People of the Old Testament World, 7. Selman, “Comparative Cus- em 1Rs 9.26 em que se refere ao Golfo
org. Alfred J. Hoerth, Gerald L. Mat- toms”, 119, 137 e ver comentário na de Ácaba. Ver Kenneth A. Kitchen,
tingly e Edwin M. Yamauchi (Grand tarja. Apesar dos paralelos não serem “Red Sea” in The Illustrated Bible Dic-
Rapids: Baker, 1994), 43-45. exatos, eles são claros o suficiente para tionary, org. N. Hillyer, 3 vols. (Whea-
12. Derek Kidner, Genesis: An Intro- oferecer um pano de fundo para um ton, III./Leicester: Tyndale; InterVar-
duction and Commentary, Tyndale Old costume que, de outra maneira, não sity, 1980), 3: 1324.
Testament Commentary (Downers ficaria claro para o leitor ocidental. 8. Barry Beitzel, The Moody Atlas of
Grove: InterVarsity, 1967), 110. (John H. Walton, Ancient Israelite Li- Bible Lands (Chicago: Moody, 1985),
terature in Its Cultural Context: A 90-91.
Capítulo 5: Gênesis 12-50 — Os pa- Survey of Parallels between Biblical and
triarcas: ancestrais da fé israelita Ancient Near Eastern Texts [Grand Capítulo 7: Levítico — Instruções
Rapids: Zondervan, 1989]), 54-55. para se viver em santidade
1. Ver, por exemplo, P. Kyle Mc-
Carter Jr., “The Patriarchal Age: 8. Gary A. Rendsburg, The Redac- 1. Helmer Ringgren, Religions of the
Abraham, Isaac, and Jacob”, in Ancient tion of Genesis (Winona Lake: Ancient Near East, trad. John Sturdy
Israel: A Short History from Abraham to Eisenbrauns, 1986), 46-47. (Filadélfia: Westminster, 1973), 161.
the Roman Destruction of the Temple, org. 9. Gn 25.36, apesar do significado 2. Ibid., 82; e A. Leo Oppenheim,
Hersehl Shanks (Englewood Cliffs, N.J./ exato do seu nome ainda ser incerto. Ancient Mesopotamia: Portrait of a Dead
Washington, D.C.: Prentice Hall/Biblical 10. David J. A. Clines descreve o Civilization (Chicago: University of
Archeology Society, 1988), 20-29. tema do Pentateuco como o cumpri- Chicago Press, 1964), 192.
2. A. R. Millard, “Methods of mento parcial das promessas aos patri- 3. R. K. Harrison, Introduction to
Studying the Patriarchal Narratives as arcas. (The Theme of the Pentateuch, the Old Testament (Grand Rapids: Eerd-
Ancient Texts”, in Essay on the Patriar- Journal for the Study of the Old Testa- mans, 1969), 601.
chal Narratives, org. A. R. Millard e ment — Supplement Series 10 4. Victor P. Hamilton, Handbook on
Donald J. Wiseman (Winona Lake, Ind.: [Sheffielld: JSOT, 1978]). the Pentateuch: Genesis, Exodus, Levi-
Eisenbrauns, 1983), 35-51. Ver também 11. Thomas E. McComiskey, The ticus, Numbers, Deuteronomy (Grand
um outro artigo nesse excelente volu- Covenents of Promise: A Theology of Rapids: Baker, 1982), 246.
me sobre as narrativas patriarcais. the Old Testament Covenants (Grand 5. Gordon J. Wenham, The Book of
3. Sugere-se algumas vezes que po- Rapids: Baker, 1985), 10. Leviticus, New International Commen-
deria também ser uma outra Ur, situa- tary on the Old Testament (Grand
da perto de Haran, a tradicional terra Capítulo 6: Êxodo — A fuga mira- Rapids: Eerdmans, 1979), 161.
natal da família de patriarcas. Barry J. culosa 6. John E. Hartley, Leviticus, Word
Beitzel, The Moody Atlas of Bible Lands 1. “Exodus” vem da tradução grega Biblical Commentary 4 (Dallas: Word,
(Chicago: Moody, 1985), 80. de 19.1, que quer dizer “partida”. 1992), 247-260.
4. O discurso de Estevão em Atos 2. James K. Hoffmeier, “Egypt, 7. John Bright, The Authority of the
7.2-4 contraria essa seqüência crono- Plagues in” in Anchor Bible Dictionary, Old Testament (Nashville: Abingdon,
lógica. Para possíveis soluções, ver org. David Noel Freedman, 6 vols. (Nova 1967), 53-55, 148-149.
Victor P. Hamilton, The Book of Gene- York: Doubleday, 1992), 2: 374-378. 8. Christopher J. H. Wright, God’s
sis, Chapters 1-17 (NICOT; Grand 3. R. Alan Cole, Exodus: An Intro- People in God’s Land: Family, Land and
Rapids: Eerdmans, 1990), 366-368 e duction and Commentary, Tyndale Old Property in the Old Testament (Grand
Allen P. Ross, Creation and Blessing Testament Commentary (Downers Rapids/Exeter, Inglaterra: Eerdmans/
(Grand Rapids: Baker, 1988), 258. Grove: InterVarsity, 1973), 122. Paternoster, 1990), 260-265.
5. Martin J. Selman, “Comparative 4. John J. Bimson, Redating the Exodus 9. Hartley, Leviticus, LXVIII-LXIX.
Customs and the Patriarchal Age”, in and Conquest, Journal for the Study of
Essays on the Patriarchal Narratives, org. the Old Testament — Supplement Series Capítulo 8: Números — O fracasso
A. R. Millard e Donald J. Wiseman 5 (Sheffielldd: JSOT, 1981). no deserto
(Winona Lake, Ind.: Eisenbrauns 5. Kenneth A. Kitche, “Exodus, 1. Brevard, S. Childs, Introduction
1983), 114, 136. The”, in Anchor Bible Dictionary, org. to the Old Testament as Scripture (Fila-
6. Apesar de Gênesis 15 talvez não David Noel Freedman, 6 vols. (Nova délfia, Fortress, 1979), 199.
conter um elemento substitutivo. Ver York: Doubleday, 1992), 2: 703. 2. R. K. Harrison, Introduction to
Richard S. Hess, “The Slaughter of the 6. Para detalhes sobre os diversos the Old Testament (Grand Rapids: Eerd-
Animals in Genesis 15: Genesis 15.8- lagos na região leste do Delta, ver John mans, 1969), 618-622.
21 and Its Ancient Near Easter Con- R. Huddlestun, “Red Sea” in Anchor 3. Ibid., 621-22.
text” in He Swore an Oath: Biblical Bible Dictionary, org. David Noel 4. Para mais informações sobre es-
Themes from Genesis 12-50, org. Ri- Freedman, 6 vols. (Nova York: Dou- tes e outros problemas com os núme-
chard S. Hess, Philip E. Satterthwaite bleday, 1992), 5: 639. ros, ver Timothy R. Ashley, The Book
493
Notas

of Numbers, New International Com- Testament Commentary (Downers 4. O Talmude atribui a autoria de
mentary on the Old Testament (Grand Grove/Leicester: InterVarsity, 1974), Juízes e Samuel a Samuel (Baba Bathra
Rapids: Eerdmans, 1993), 60-61. 14-21. 14b).
5. John Bright, A History of Israel, 9. George E. Mendenhall, “Sa- 5. Brevard, S. Childs, Introduction to
3ª ed. (Filadélfia: Westminster, 1981), muel’s Broken Rib: Deuteronomy 32” the Old Testament as Scripture, (Filadél-
134. in No Famine in the Land: Studies in fia: Fortress, 1979), 230-231.
6. John W. Wenham, “Large Num- Honor of John L. McKenzie, org. James 6. Martin Noth, The Deuteronomis-
bers in the Old Testament”, Tyndale W. Flanagan e Anita Weisbrod Robin- tic History, 2ª ed., Journal for the Study
Bulletin 18 (1967): 30-32. Por outro son (Misoula, Mont: Scholars, 1975), of the Old Testament — Supplement
lado, talvez devamos ver o uso dos 64-65. Series 15 (Sheffielldd: JSOT, 1991).
números no Antigo Testamento como 10. Cecil Frances Alexander, “The Para um sumário conveniente ver
uma hipérbole, sobre a qual ver David Burial of Moses” in Poems with Power David M. Howard Jr., An Introduction
M. Fouts “A Defense of the Hyperbolic to Strengthen the Soul, org. James to the Old Testament Historical Books
Interpretation of Large Numbers in Mudge (Abingdon, 1907), 36. (Chicago: Moody, 1993), 179-182.
the Old Testament” JETS 40 (1997): 11. Para essa discussão, ver George 7. Frank Moore Cross, Canaanite
377-387. E. Mendehall, Law and Covenant in Myth and Hebrew Epic: Essays in the
7. Gordon J, Wenham, Number: An Israel and the Ancient Near East (Pit- History of the Religion of Israel (Cam-
Introduction and Commentary, Tyndale tsburgh: Biblical Coloquium, 1955), bridge, Mass.: Harvard University
Old Testament Commentary (Downers 32-34. Press, 1973), 274-289.
Grove/Leicester: InterVarsity, 1981), 12. Êx 20-25 e Js 24. Para uma dis- 8. Duane L. Christensen, “Deute-
126-127). cussão e introdução à extensa biblio- ronomy in Modern Research: Approa-
8. Wenham, Numbers, 150. grafia sobre esse tópico ver John H. ches and Issues”, in A Song of Power
9. Ibid., 164. Walton, Ancient Israelite Literature in and the Power of Song: Essays on the
Its Cultural Context: A Survey of Paral- Book of Deuteronomy, org. Duane L.
Capítulo 9: Deuteronômio — A res- lels between Biblical and Ancient Near Christensen para Biblical and Theo-
tauração da aliança Eastern Texts (Grand Rapids: Zonder- logical Study 3 (Winona Lake, Ind.:
1. A Septuaginta traduziu incorre- van, 1989), 94-109. Eisenbrauns, 1993), 16.
tamente a frase “cópia desta lei” em Dt 13. Ou seja, os nove primeiros li- 9. Childs, Introduction, 231-233.
17.18 como to deuteronómin touto, “esta vros do Cânon hebraico, omitindo Rute 10. Talmude, Baba Bathra 15a.
segunda lei”. e contando Samuel e Reis como um 11. Sara Japhet, I and II Chronicles:
2. Duane L. Christensen, Deutero- livro cada (Gênesis, Êxodo, Levítico, A Commentary, Old Testament Library
nomy 1-11, Word Biblical Commenta- Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, (Louisville: Westminster/John Knox,
ry 6A (Dallas: Word, 1991), XLI. 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis). David Noel 1993), 3-5; H. G. Williamson, 1 and 2
3. Victor P. Hamilton, Handbook on Freedman, The Unity of the Hebrew Chronicles. New Century Bible Com-
the Pentateuch: Genesis, Exodus, Levi- Bible (Ann Arbor: University of Mi- mentary (Grand Rapids/Londres: Eerd-
ticus, Numbers, Deuteronomy (Grand chigan Press, 1991), 15. mans/Marshall, Morgan & Scott,
Rapids: Baker, 1982), 406-408. 1982), 5-11.
4. Essas palavras aparecem em uma Capítulo 10: Introdução aos Livros 12. Talmude, Baba Bathra 14b.
forma ou outra em 5.29; 6.2, 5, 13, 24; Históricos — A história de Israel como 13. Talmude, Baba Bathra 15a; Jo-
7.9; 8.6; 10.12, 20; 11.1, 13, 22. nação sephus, Antiquities, 6.6.1.
5. No contexto da aliança, o amor 1. Talmude, Baba Bathra 14b e 15a.
sempre estava ligado ao comprometimen- 2. Gordon J. Wenham, “History and Capítulo 11: Josué — Conquista e
to à obediência, William L. Moran, “The the Old Testament”, in History, divisão
Ancient Near Easter Background of the Criticism and Faith: Four Exploratory 1. Marten H. Woudstra, The Book
Love of God in Deuteronomy”, Catholic Studies, org. Colin Brown (Downer of Josué, New International Commen-
Biblical Quarterly 25 (1963): 77-87. Grove/Leicester: InterVarsity, 1976), tary on the Old Testament (Grand
6. Stephen A. Kaufman, “The 13-75; V. Philips Long, The Art of Rapids: Eerdmans, 1981), 5-13, apre-
Structure of the Deuteronomic Law”, Biblical History (Grand Rapids: Zon- senta um sumário completo das ques-
Maarav 1, nº 2 (1978-79): 147. dervan, 1994), 88-119. tões de autoria e data.
7. Para esse desenvolvimento da ob- 3. Elmer A. Martens, “The Oscilla- 2. William F. Albright, “Archeology
servação de Kaufman, ver John H. ting Fortunes of ‘History’ within the and the Date of the Hebrew Conquest
Walton, “Deuteronomy: An Exposition Old Testament Theology”, in Faith, of Palestine”, Bulletin of the American
of the Spirit of the Law”, Grace Theo- Tradition, and History: Old Testament Schools of Oriental Research 58 (1935):
logical Journal 8, nº 2 (1987): 213-225. Historyography in Its Near Eastern Con- 10-18; Keneth A. Kitchen, Ancient
8. Para as várias maneiras em que text, org. A. R. Millard, James K. Orient and Old Testament (Downers
Dt 27-34 pode ser delineado, ver J. A. Hoffmeier, and Davis W. Baker Grove: InterVarsity, 1966), 57-75.
Thompson, Deuteronomy: An Intro- (Winona Lake, Ind.: Eisenbrauns, 3. Ver exemplo em Eugene H.
duction and Commentary, Tyndale Old 1994), 313-340. Merrill, Kingdom of Priests: A History
494
Notas

of Old Testament Israel (Grand Rapids: mans, 1978), 3: 1; Ralph W. Klein, 1 Capítulo 15: 1 Reis — A glória de
Baker, 1987), 64-65. Samuel, Word Biblical Commentary 10 Salomão e o princípio do fim
4. As palavras de Calebe para Josué (Waco, Tex.: Word, 1983), XXV; su-
1. Talmude, Baba Bathra, 15a.
(Js 14.7, 10) indicam um período de gere algumas explicações sobre os li-
2. John H. Walton, Ancient Israelite
quarenta e cinco anos entre Moisés ter vros serem divididos como são.
Literature in Its Cultural Context: A
mandado espias para Canaã (Nm 13— 3. 1Co 6.33,34 determina a ligação
Survey of Parallels between Biblical and
14) e a situação atual de Calebe. Israel levítica.
Ancient Near Eastern Texts (Grand
passou quarenta anos no deserto, mais 4. Eugene H. Merrill, Kingdom of
Rapids: Zondervan, 1989), 119; e
um ou dois desses anos foi no Monte Priests: A History of Old Testament Is-
Simon J. DeVries, 1 Kings, Word
Sinai, recebendo a Lei de Deus (Nm rael (Grand Rapids: Baker, 1987), 181.
Biblical Commentary 12 (Waco. Tex.:
10.11,12). 5. Dt 17.14-20 previu o dia em que
Word, 1985), XXIX-XXXIII.
um rei iria governar Israel; ver Merrill,
Capítulo 12: Juízes e Rute — A crise 3. Mordechai Cogan e Hayim
Kingdom and Priests, 189-190.
moral de Israel Tadmor, II Kings: A New Translation
6. Leon J. Wood, Israel’s United
with Introduction and Commentary,
1. R. K. Harrison, Introduction to Monarchy (Grand Rapids: Baker,
Anchor Bible 11 (Garden City, N.Y.:
the Old Testament (Grand Rapids: Eerd- 1979), 167; Joyce G. Baldwin, 1 and 2
Doubleday, 1988), 3.
mans, 1969), 680-681. Samuel: An Introduction and Commen-
4. Ver Donald J. Wiseman, 1 and 2
2. Brevard S. Childs, Introduction to tary, Tyndale Old Testament Commen-
Kings: An Introduction and Commenta-
the Old Testament as Scripture (Filadél- tary (Downers Grove/Leicester: Inter-
Varsity, 1988), 159-160; Bem F. ry, Tyndale Old Testament Commen-
fia: Fortress, 1979), 258-259. tary (Downers Grove/Leicester: Inter-
3. Artur E. Cundall e Leon Morris, Philbeck Jr., “1 — 2 Samuel”, in Broad-
man Bible Commentary, org. Clifton Varsity, 1993), 40-43.
Judges and Ruth, An Introduction and 5. A. R. Millard, “Israelite and Ara-
Commentary, Tyndale Old Testament Broadman, 1970, 3: 81-82.
7. Evidências arqueológicas mos- mean History in the Light of Inscrip-
Commentary (Downers Grove: Inter- tions”, Tyndale Bulletin, 41, nº 2
Varsity, 1968), 30. tram que Bete-Sã era uma cidade im-
portante muito antes dos tempos Bí- (1990): 261-275.
4. Para mais informações sobre esse 6. Eugene H. Merrill, Kingdom of
blicos; ver “Beth-Shean” em Holman
problema ver Cundall e Morris, Judges Priests: A History of Old Testament Is-
Bible Dictionary, org. Trent C., Butler
and Ruth, 30-33. rael (Grand Rapids: Baker, 1987), 294.
(Nashville: Holman, 1991), 174-175.
5. Martin Noth, The History of Is- 7. “Homem de Deus” é o sinônimo
rael, trad. Stanley Gidman, 2ª ed. (Nova Capítulo 14: 2 Samuel — O reinado predileto desse autor para “profeta”.
York: Harper & Row, 1960), 85-97; e de Davi Ele ressalta a autoridade divina do pro-
ver David M. Howard Jr., An Intro- feta, cujas palavras sabia-se que eram
duction to the Old Testament Historical 1. Para uma boa cronologia sugerida
verdade. Esse autor usou o termo com
do reinado de Davi ver Eugene H.
Books (Chicago: Moody, 1993), 108- freqüência para Elias e Eliseu (Wise-
Merril, Kingdom of Priests: A History of
109. man, Kins, 142-143).
Old Testament Israel (Grand Rapids:
6. Recentemente, estudiosos têm 8. Herbert Donner, “The Separate
Baker, 1987), 243-248.
questionado se era realmente um caso States of Israel and Judah”, in Israelite
2. Bill T. Arnold, “The Amalekite’s
de casamento de levirato. Nossa com- and Judean History, org. John H. Hayes
Report of Saul’s Death: Political Intri-
preensão legal dessa passagem está lon- e J. Maxwell Miller (Filadélfia: West-
gue or Incompatible Sources?”, Journal
ge de ser completa. Para discussão dos minster, 1977), 401-405.
of the Evangelical Theological Society
problemas ver Robert L. Hubbard Jr., 9. John Gray, I & II Kings: A Com-
32 (1989): 289-298.
The Book of Ruth, New International mentary, 2ª ed. Old Testament Library
3. Merril, Kingdom of Priests, 237.
Commentary on the Old Testament 4. Leon J. Wood, Israel’s United (Filadélfia: Westminster, 1970), 395-
(Grand Rapids: Eerdmans, 1988), 48-62. Monarchy (Grand Rapids: Baker, 396.
1979), 229-230, discute a provável
Capítulo 13: 1 Samuel — Deus con- Capítulo 16: 2 Reis — O fim de Is-
estratégia de Davi naquela situação; ver
cede um rei rael como nação
também Merril, Kingdom of Priests, 234.
1. Para uma boa discussão sobre 5. Muitos acreditam que Quileabe 1. Donald J. Wiseman, 1 and 2 Kings:
essas pessoas ver David M. Howard (2Sm 3.3), o segundo filho de Davi, An Introduction and Commentary,
Jr., “The Philistines”, in People of the morreu ainda jovem, pois não ouvi- Tyndale Old Testament Commentary
Old Testament World, org. Alfred J. mos mais falar dele no desenrolar da (Downers Grove/Leicester: InterVar-
Hoerth, Gerald Mattingly e Edwin M. narrativa. sity, 1993), 193-194.
Yamauchi (Grand Rapids: Baker, 1994), 6. Merril, Kingdom of Priests, 253 2. R. K. Harrison, Introduction to
231-220. sugere que esse acontecimento ocor- the Old Testament (Grand Rapids: Eerd-
2. Carl Frederich Keil e Franz reu por volta da metade da década 990 mans, 1969), 727-728.
Delitzsch, Commentary on the Old Tes- a.C. 3. James B. Pritchard, ed., Ancient
tament, 10 vols. (Grand Rapids: Eerd- 7. Ibid., 254. Near Easter Texts Relating to the Old
495
Notas

Testament, 3ª ed. (Princeton, N.J.: Prin- 9. Esse versículo é um tipo de “es- 9. Sara Japhet, “The Supposed
ceton University Press, 1969), 281. critura” para o resto da história de Is- Common Authorship of Chronicles and
4. Sargon dizia com orgulho que rael (Raymond B. Dillard, 2 Chroni- Ezra-Nehemiah Investigated Anew”,
havia acabado com tudo e deportado a cles, Word Biblical Commentary 15 Vetus Testamentum18 (1968): 330-371;
população (Pritchard, 284). (Waco, Tex.: Word, 1987), 77-78. e Williamson, Ezra, Nehemiah, XXXIII-
5. Para mais informações, ver Wise- 10. Gerhard von Rad, Old Testa- XXXVI. Entretanto, essa posição não
man, Kings, 18-26; e David M. Howard ment Theology, trad. D. M. G. Stalker, é amplamente aceita. Org. Clines, Ezra,
Jr., An Introduction to the Old Testa- 2 vols (Nova York: Harper & Row, Nehemiah, Esther, 9-10; e Freedman,
ment Historical Books (Chicago: Moody, 1962-1965), 1: 349; ver também Ezra and Nehemiah, 1-4.
1993), 197-203. Dillard, 2 Chronicles; Williamson, 1 10. Williamson, Ezra, Nehemiah,
6. Brevard S. Childs, Introduction to and 2 Chronicles, 31-33. XXXV.
the Old Testament as Scripture (Filadél- 11. Howard, Introduction, 256-260. 11. Para um sumário dos argumen-
fia: Fortress, 1979), 291-292. 12. Williamson, 1 and 2 Chronicles, tos, ver Eugene H. Merrill, Kingdom of
7. Gerhard von Rad, Old Testament 132-134. Priests: A History of Old Testament Is-
Theology, trad. D. M. G. Stalker, 2 vols. 13. Ibid., 26-27. rael (Grand Rapids: Baker, 1987), 503-
(Nova York: Harper & Row, 1962- 14. Roddy Braun, 1 Chronicles, 506; e David M. Howards Jr., An Intro-
1965), 1: 340-343. Word Biblical Commentary 14 (Waco, duction to the Old Testament Historical
Tex.: Word, 1986), XXIX-XXXXI; e Books (Chicago: Moody, 1993), 281-283.
Capítulo 17: 1 e 2 Crônicas — Uma Howard, Introduction, 261-263. 12. H.G.M. Williamson, Ezra and
retrospectiva Nehemiah. Old Testament Guides
1. Talmude. Baba Bathra,15a. Capítulo 18: Esdras, Neemias e Ester (Sheffielldd: JSOT, 1987), 81.
2. Para um sumário e uma revisão — Tempo de reconstruir
Capítulo 19: Introdução aos Livros
desse ponto de vista tradicional, ver J. 1. David J. A. Clines, Ezra,
Poéticos — A literatura do povo de
Barton Payne, “1, 2 Chronicles”, in Nehemiah, Esther, New Century Bible
Deus
Expositor’s Bible Commentary, org. Frank Commentary (Grand Rapids/Londres:
E. Gaebelein, 12 vols (Grand Rapids: Eerdmans/Marshall, Morgan & Scott, 1. David L. Peterson e Kent Harold
Zondervan, 1979-1992), 4: 304-306. 1984), VII. Richards, Interpreting Hebrew Poetry,
3. David Noel Freedman, “The 2. Bryan E. Byer, “Zerubbabel”, in Guides to Biblical Scholarship
Chronicler’s Purpose”, Catholic Biblical Anchor Bible Dictionary, org. David (Minneapolis: Fortress, 1992), 2-6; R.
Quarterly 23 (1961): 436-442; Sara Noel Freedman, 6 vols. (Nova York: K. Harrison, “Hebrew Poetry”, in Zon-
Japhet, “The Supposed Common Doubleday, 1992), 6: 1085; e H. G. dervan Pictorial Encyclopedia of te Bible,
Authorship of Chronicles and Ezra- M. Williamson, Ezra, Nehemiah, Word org. Merrill C. Tenney, 5 vols. (Grand
Nhemiah Investigated Anew”, Vetus Biblical Commentary 16 (Waco, Tex.: Rapids: Zondervan, 1976), 3: 76-87.
Testamentum 18 (1968): 330-371 e I Word, 1985), 17, 32-33. 2. Para um sumário conciso da ques-
& II Chronicles, Old Testament Library 3. Williamson, Ezra, Nehemiah, tão, ver Harrison, “Hebrew Poetry”,
(Louisville: Westminster/John Knox, 49-50. 80-81.
1993), 3-5; Frank Moore Cross, “A 4. Um recurso literário conhecido 3. Robert Alter, The Art of Biblical
Reconstruction of the Judean Restora- como “continuação repetitiva” que Poetry (Nova York: Basic, 1985), 3-26;
tion”, Journal of Biblical Literature 94 volta para o fluxo de narrativa que foi Robert Lowth, Lectures on the Sacred
(1974): 4-18; H. G. M. Williamson, quebrado por uma inserção ou digres- Poetry of the Hebrews, trad. G. Gregory
Israel in the Books of Chronicles (Nova são, nesse caso, 4: 623. Williamson, (Boston/Nova York: Crocker &
York/Cambridge: Cambridge Univer- Ezra, Nehemiah, 57; e F. Charles Fen- Brewster/J. Leavitt, 1829 [1787]).
sity Press, 1977), 5-70 e 1 and 2 Chro- sham, The Books of Ezra and Nehemiah. 4. C. Hassel Bullock, An Introduction
nicles, New Century Bible Commen- New International Commentary on the to the Old Testament Poetic Books, Ed.
tary (Grand Rapids/Londres: Eerd- Old Testament (Grand Rapids: Eerd- rev. (Chicago: Moody, 1988), 45-46.
mans/Marshall, Morgan & Scott, mans, 1982), 69-70. 5. Robert L. Alden, Psalms: Songs
1982), 5-11. 5. Clines, Ezra, Nehemiah, Esther, of Devotion (Chicago: Moody, 1974), 24.
4. Raymond B. Dillard e Tremper 116-118. 6. Para uma boa pesquisa sobre os
Longman III, An Introduction to the Old 6. Williamson, Ezra, Nehemiah, 172; estudos ugaríticos, ver Peter C. Craigie,
Testament (Grand Rapids: Zondervan, e Joseph Blenkinsopp, Ezra-Nehemiah: Ugarit and the Old Testament (Grand
1994), 171-172. A Commentary, Old Testament Library Rapids: Eerdmans, 1983).
5. David M. Howard Jr., An Intro- (Filadélfia: Westminster, 1988), 204-
duction to the Old Testament Historical 207. Capítulo 20: Jó — Um homem à pro-
Books (Chicago: Moody, 1993), 234. 7. Fensham, Ezra and Nehemiah, cura de justiça
6. Williamson, 1 and 2 Chronicles, 171-172. 1. Para uma bibliografia e discussão
23. 8. Mark A. Throntveit, Ezra- extensa, ver John H. Walton, Ancient
7. Ibid., 92-95. Nehemiah, Interpretation (Louisville: Israelite Literature in Its Cultural Con-
8. Ibid., 225-226. Westminster/John Knox, 1992), 92. text: A Survey of Parallels between
496
Notas

Biblical and Ancient Near Eastern Texts 35; outros pontos de vista incluem um gênero neutro como no inglês “it”).
(Grand Rapids: Zondervan, 1989), Hans-Joachim Kraus, Psalms 1—59: A Substantivos para conceitos abstratos
169-197. Commentary, trad. Hilton C. Oswald tais como retidão, amor e lei são femi-
2. Ibid., 178. (Minneapolis: Augsburg, 1988), 438- ninos. Sabedoria é um substantivo fe-
3. W. G. Lambert, Babylonian 439; e Artur Weiser, The Psalms: A minino (hokma), portanto é personifi-
Wisdom Literature (Oxford: Clarendon, Commentary, trad. Herbert Hartwell, cada aqui como uma mulher.
1960), 1. Old Testament Library (Filadélfia: 7. Para classificação por tópicos, ver
4. Walton, Israelite Literature, 183- Westminster, 1962), 97-98. R. B. Y. Scott, Proverbs, Ecclesiastes:
185. 2. Kidner, Psalms, 4—7; John Introduction, Translation, and Notes,
5. Lambert, Babylonian Wisdom Li- Durham, “Psalms”, in Broadman Bible Anchor Bible 18 (Garden City, N.Y.:
terature, 21-91. Commentary, org. Clifton J. Allen, 11 Doubleday, 1965), 130-131.
6. Para uma discussão sobre os pa- vols. (Nashville: Broadman, 1970), 4: 8. Robert L. Alden, Proverbs, A
ralelos, ver Walton, Israelite Literatu- 153-154; Carl Friederich Keil e Franz Commentary on an Ancient Book of
re, 175-197. Delizsch, Commentary on the Old Tes- Timeless Advice (Grand Rapids: Baker,
7. John E. Goldingay e Christopher tament, 10 vols. (Grand Rapids: Eerd- 1983), 10, e Garrett, Proverbs, 46-48.
J. H. Wright, “‘Yahweh Our God mans, 1978), 5: 14-19. 9. Kidner, Proverbs, 23, 149-150.
Yahweh is One’: The Oneness of God 3. Kidner, Psalms, 36-43; Kraus, 10. J. Ruffle, “The Teaching of Ame-
in the Old Testament”, in One God, Psalms, 21—32. nemope and Its Connection with the
One Lord: Christianity in a World of 4. Herman Gunkel, The Psalms: A Book of Proverbs”, Tyndale Bulletin 28
Religious Pluralism, org. Andrew D. Form-Critical Introduction, trad. (1977): 33-34.
Clark e Bruce W. Winter, 2ª ed. (Grand Thomas M. Horner (Filadélfia: 11. Garret, Proverbs, 46.
Rapids; Carlisle, England: Baker/ Fortress, 1967). 12. Kenneth A. Kitchen, “Proverbs
Paternoster, 1992), 44-45. 5. Para uma rápida visão geral, ver and Wisdom Books of the Ancient
8. Glendon, E. Bryce, A Legacy of Gene M. Tucker, Form Criticism of the Near East: The Factual History of a
Wisdom: The Egyptiam Contribution to Old Testament, Guides to Biblical Literary Form”, Tyndale Bulletin 28
the Wisdom of Israel (Lewisburg, Pa; Scholarship (Filadélfia: Fortress, 1971). (1977): 69-114; e Garret, Proverbs, 39-
Londres: Bucknell University Press/ A série de comentários Forms of the 46, 52.
Associated University Presses, 1979). Old Testament Literature (Grand Ra- 13. Gerhard von Rad, Wisdom in
9. Francis I. Andersen, Job: An Intro- pids: Eerdmans) usa esse método no Israel, trad. James D. Martin (Valley
duction and Commentary, Tyndale Old Antigo Testamento. Forge, Pa.: Trinity Press International,
Testament Commentary (Downers 1993 [1972]), 61-64.
Grove/Leicester: InterVarsity, 1976), 94. Capítulo 22: Provérbios — Conselhos
10. John E. Hartley, The Book of sobre como viver no mundo de Deus Capítulo 23: Eclesiastes e Cântico
Job, New International Commentary on 1. Gordon Fee e Douglas Stuart, dos Cânticos — A fé israelita na vida
the Old Testament (Grand Rapids: How to Read the Bible for All Its Worth, diária
Eerdmans, 1988), 85. ed. rev. (Grand Rapids: Zondervan, 1. R. K. Harrison, Introduction to
11. R. K. Harrison, Introduction to 1993), 218. the Old Testament (Grand Rapids: Eerd-
the Old Testament (Grand Rapids: Eerd- 2. Há cinco verbos em hebraico na mans, 1969), 1072; R. B. Y. Scott, Pro-
mans, 1969), 1027. forma infinitiva traduzidos com fre- verbs, Ecclesiastes: Introduction, Trans-
12. Hartle, Job, 15-20. qüência usando-se “para” nas traduções lation and Notes, Anchor Bible 18 (Gar-
13. Andersen, Job, 67. mais antigas. Por exemplo, “para en- den City, N.Y.: Doubleday, 1965), 196.
14. Matittiahu Tsevat, “The tender as palavras de inteligência; para 2. Duane A. Garret, Proverbs, Ec-
Meaning of the Book of Job”, in The obter o ensino do bom proceder...”. clesiastes, Song of Songs. New Ameri-
Meaning of the Book of Job and Other 3. Derek Kidner, The Proverbs: An can Commentary 14 (Nashville: Broad-
Biblical Studies: Essays on the Literatu- Introduction and Commentary, Tyndale man, 1993), 282-283.
re and Religion of the Hebrew Bible Old Testament Commentary (Downers 3. Ibid., 344.
(Nova York/Dallas: Ktav/Institute for Grove/Leivester: InterVarsity, 1964), 59. 4. Já foi sugerido que o livro era
Jewish Studies, 1980), 36-27. 4. É possível isolar até quinze dis- originalmente em aramaico e depois foi
15. Andersen, Job, 71. cursos separados em 1.8-9.18; C. traduzido, ou que foi escrito sob forte
Hassel Bullock, An Introduction to the influência lingüística fenícia-cananita
Capítulo 21: Salmos — O livro de Old Testament Poetic Books, ed. rev. (Ibid., 254-255, 258-261; e Scott, Pro-
cânticos da antiga Israel (Chicago: Moody, 1988), 165-71. verbs, Ecclesiastes, 192).
1. Aqueles que acreditam que o ter- 5. Duane A. Garrett, Proverbs, Ec- 5. Daniel C. Fredericks, Qohelet’s
mo refere-se ao rei Coré de Nm 16,17 clesiastes, Song of Songs, New Ameri- Language: Re-evaluating Its Nature and
incluem Derek Kidner, Psalms 1—72: can Commentary 14 (Nashville: Broad- Date (Lewiston, N.Y.: Mellen, 1988),
An Introduction and Commentary, man, 1993), 88. ver especialmente 266-278.
Tyndale Old Testament Commentary 6. O hebraico tem apenas dois gê- 6. Garrett acredita que o livro mos-
(Downers Grove: InterVarsity, 1973), neros, masculino e feminino (não há tra um desenvolvimento gradual de
497
Notas

Salomão distanciando-se de seu papel 4. James B. Pritchard, ed., Ancient 3. Wolf, Interpreting Isaiah, 90-92;
como monarca e assumindo o papel de Near Eastern Texts Relating to the Old Ronald F. Youngblood, The Book of
mestre. O título “Qohelet” permite que Testament, 3ª ed. (Princeton, N.J.: Prin- Isaiah: An Introductory Commentary, 2.
ele fale não como o monarca absoluto, ceton University Press, 1969), 608. org. (Grand Rapids: Baker, 1993), 47-
mas como um professor que “já foi” rei 5. Para uma comparação mais com- 49: Oswalt, Isaiah, 209-213.
(Garrett, Proverbs, 264). pleta de materiais bíblicos e do antigo 4. Martin e Martin, Isaiah, 56.
7. Ibid., 374-376; e Othmar Keel, Oriente Próximo, ver John H. Walton, 5. J. Gresham Machen, The Virgin
The Song of Songs: A Continental Com- Ancient Israelite Literature in Its Cul- Birth of Christ, 2. org. (Nova York: Har-
mentary, trad. Frederick J. Gaiser tural Context: A Survey of Parallels per, 1932), oferece um ponto de vista
(Minneapolis: Fortress, 1994), 15-17. between Biblical and Ancient Near clássico do nascimento de Cristo e suas
8. Ver Garrett, Proverbs, 352-366 Eastern Texts (Grand Rapids: Zonder- implicações.
para um sumário dos diferentes pontos van, 1989), 201-216. 6. J. Robertson McQuilkin, Unders-
de vista. 6. Os assírios eram semitas, assim tanding and Applying the Bible, ed. rev.
9. Ibid., 376; e William H. Shea, como os hebreus; Gn 10.10-12 coloca (Chicago: Moody, 1992), 267-270.
“The Classic Structure of the Song of os assírios na genealogia de Abraão. 7. James B. Pritchard, ed., Ancient
Songs”, Zeischrift für die alttestamentli- 7. Para uma boa discussão sobre os Near Eastern Texts Relating to the Old
che Wissenschaft 92 (1980): 378-396. assírios, ver William C. Gwaltnwy Jr., Testament, 3ª ed. (Princeton, N.J.: Prin-
10. Keel, Song of Songs, 17. “Assyrians”, in People of the Old Testa- ceton University Press, 1969), 287.
11. Ibid., 19. ment World, org. Alfred J. Hoerth, 8. Oswalt, Isaiah, 490-491, oferece
12. Esse pronome não é incomum Gerald L. Mattingly e Edwin M. uma discussão breve, porém completa
nos cânticos de amor egípcios; ver Yamauchi (Grand Rapids: Baker, 1994), sobre a questão. Ver também Ap 12.9
Papyrus Chester Beatty I, grupo A, nº 77-106: e William W. Hallo, “From e 20.2, onde Satanás é descrito como
32: “Ele não sabe o meu desejo de Qarqar to Carchemish: Assyria and Is- uma serpente e um dragão.
abraçá-lo... Ó irmão, eu fui separada rael in the Light of New Discoveries”, 9. Oswalt, Isaiah, 526.
para ti pelo Ser Dourado, venha até Biblical Archeologist 23 (1060): 34-61. 10. Dennis J. McCarthy, Treaty and
aqui para que eu possa ver tua beleza!” 8. Para mais leituras sobre os babi- Covenant: A Study in Form in the An-
(Michael V. Fox, The Song of Songs lônios, ver Joan Oates, Babylon, ed. rev. cient Oriental Documents and in the Old
and the Ancient Egyptian Love Songs (Londres: Thames & Hudson, 1986); Testament, 2ª ed. (Rome: Biblical Ins-
[Madison, University of Wisconsin e Bill T. Arnold, “Babylonians”, in titute Press, 1978), oferece um estudo
Press, 1985], 52-53). Peoples of the Old Testament World org. de toda a questão de alianças no mun-
13. Tom Gledhill, The Message of the Alfred J. Hoerth, Gerald L. Mattingly do antigo,
Song of Songs: The Lyrics of Love, The e Edwin M. Yamauchi (Grand Rapids: 11. Wolf, Interpreting Isaiah, 171;
Bible Speaks Today (Downers Grove/ Baker, 1994), 43-75. John H. Walton, “New Observations
Leivester: InterVarsity, 1994), 91-92. 9. Para uma discussão sobre os on the Date of Isaiah”, Journal of the
14. Ibid., 23. persas, ver Edwin M. Yamuchi, “Per- Evangelical Theology Society 28 (1985):
15. C. Hassell Bullock, An Intro- sian” in Peoples of the Old Testament 129-132.
duction to the Old Testament Poetic Books World org. Alfred J. Hoerth, Gerald L. 12. Oswalt, Isaiah, 631, dá um bre-
rev. org. (Chicago: Moody, 1988), 207; Mattingly e Edwin M. Yamauchi ve sumário da questão; ver também
e Raymond B. Dillard e Tremper (Grand Rapids: Baker, 1994), 107-124; Edwin R. Theiel, The Mysterious Num-
Longman III, An Introduction to the Old ou a obra mais completa de Yamauchi bers of the Hebrew Kings: A Recons-
Testament (Grand Rapids: Zondervan, Persia and the Bible (Grand Rapids: truction of the Chronology of the King-
1994), 264-265. Baker, 1990). doms of Israel and Judah, ed. rev. (Grand
Rapids: Eerdmans, 1965), 119-123,
Capítulo 24: Os profetas — Vozes dos Capítulo 25: Isaías 1-39 — Profeta 132-136, 182-191.
servos de Deus da corte real de Judá 13. Oswalt, Isaiah, 674. O assunto
1. Para uma discussão detalhada 1. Alfred Martin e John A. Martin, é relacionado com a discussão dos ca-
sobre o papel de Moisés, Samuel e Elias Isaiah: The Glory of the Messiah (Chi- pítulos 36-39.
no desenvolvimento do ofício proféti- cago: Moody, 1983), 56-57; Franz 14. “Merodach-baladan”, in Zon-
co, ver Willem A. VanGemeren, Inter- Delitzsch, Commentary on the Old Tes- dervan Pictorial Encyclopedia of the
preting the Prophetic Word (Grand tament, 10 vols. (Grand Rapids: Eerd- Bible, org. Merrill C. Tenney, 5 vols.
Rapids: Zondervan, 1990), 27-40. mans, 1978), 7: 226-228. (Grand Rapids: Zondervan, 1976), 4:
2. Ver exemplo em 1Sm 9.9; Am 2. John N. Oswalt, The Book of Isaiah: 191-192.
7.12, 14. Chapters 1-39, New International Com-
3. Os estudiosos medievais judeus mentary on the Old Testament (Grand Capítulo 26: Isaías 40-66 — Gran-
Rashi e David Kimchi sugeriram isso Rapids: Eerdmans, 1986), 208; Herbert des dias estão por vir!
em seus comentários hebraicos sobre M. Wolf, Interpreting Isaiah: The Suffe- 1. John N. Oswalt, The Book of Isaiah:
Isaías, mas a tradição não tem nada que ring and Glory of the Messiah (Grand Chapters 1—39, New International Com-
apoie. Rapids: Zondervan, 1985), 91-92. mentary on the Old Testament (Grand
498
Notas

Rapids: Eerdmans, 1986), 17-28, ofe- 3. Thompson, Jeremiah, 696-697. Quin, Old Testament Library (Filadél-
rece um sumário detalhado da questão. 4. Josephus, Antiquities 10.9.7. fia: Westminster, 1970), 475-479.
2. S. R. Driver, Introduction to the 5. Estudiosos discordam sobre qual 4. Eichrodt, Ezekiel, 522,523; Tay-
Literature of the Old Testament, 9. org. profeta emprestou de quem. Alguns até lor, Ezekiel, 244; Feinberg, Ezekiel, 219-
(Edimburgo: T. & T. Clark, 1913), 238- sugerem que Jeremias e Obadias usa- 221; Walter Zimmerli, Ezekiel 1: A
240, oferece um sumário das questões ram uma fonte profética em comum. Commentary on the Book of the Prophet
críticas relativas a Isaías 40—66. 6. Thompson, Jeremiah, 723-724. Ezekiel, Chapters 25-48, trad. James
3. Claus Westermann, Isaiah 40— 7. Não devemos confundir esta D. Martin. Hermeneia (Filadélfia:
66, trad. D. M. G. Stalker (Londres: Hazor com a Hazor do norte da Gali- Fortress, 1983), 304-305.
SCM, 1969), 296. léia; Thompson, Jeremiah, 726-727. 5. Taylor, Ezekiel, 242-243.
4. Oswalt, Isaiah, 25—28; Herbert 8. James B. Pritchard, ed., Ancient 6. C. Hassell Bullock, An Introduc-
M. Wolf, Interpreting Isaiah: The Suffe- Near Eastern Texts Relating to the Old tion to the Old Testament Prophetic Books
ring and Glory of the Messiah (Grand Testament, 3ª ed. (Princeton, N.J.: Prin- (Chicago: Moody, 1986), 248,249;
Rapids: Zondervan, 1985), 31-36. ceton University Press, 1969), 308. Taylor, Ezekiel, 251-254.
9. Ver Bullock, Prophetic Books, 7. Feinberg, Ezekiel, 223-239.
Capítulo 27: Jeremias 1—20 — Em 270-271 e Harrison, Jeremiah and La- 8. Willem A. Van Gemeren, Inter-
conflito com o chamado de Deus mentations, 197-198 para um sumário preting the Prophetic Word (Grand
1. J. A. Thompson, The Book of dessas questões-chave. Rapids: Zondervan, 1990), 334-338.
Jeremiah, New International Commen- 9. Taylor, Ezekiel, 253-254.
Capítulo 29: Ezequiel 1—24 — Dias
tary on the Old Testament (Grand
difíceis estão por vir! Capítulo 31: Daniel — O reino de
Rapids: Eerdmans, 1980), 51,52.
1. John B. Taylor, Ezekiel: An Intro- Deus — Agora e para sempre
2. Thompson, 43; R. K. Harrison,
Jeremiah and Lamentations: An Intro- duction and Commentary, Tyndale Old 1. Para mais do que se segue aqui,
duction and Commentary, Tyndale Old Testament Commentary (Downers ver John J. Collins, Daniel: With an
Testament Commentary (Downers Grove: InterVarsity, 1969), 14-16. Introduction to Apocalyptic Literature,
Grove: InterVarsity, 1973), 31,32. 2. Walter Eichrodt, Ezekiel: A Com- Forms of the Old Testament Literature
3. Harrison, Jeremiah and Lamenta- mentary, trad. Cosslet Quin, Old Tes- 20 (Grand Rapids: Eerdmans, 1984),
tions, 85; Walter Brueggemann, To tament Library (Filadélfia, Westminster, 1-24. Não há uma lista definitiva para
Pluck Up, To tear Down: A Commenta- 1970), 52. os chamados escritos apocalípticos. D.
ry on the Book of Jeremiah 1—25, Inter- 3. Walter Zimmerli, Ezekiel 1: A S. Russell listou dezessete livros que se
national Theological Commentary Commentary on the Book of the Prophet encaixam nessa categoria e que vão
(Grand Rapids/Edimburgo: Eerdmans/ Ezekiel, Chapters 1—24, trad. Ronald desde a metade do 2º século a.C. até o
Handsel, 1988), 74. E. Clements, Hermenia (Filadélfia: 2º século d.C., além de muitos outros
4. Harrison, Jeremiah and Lamenta- Fortress, 1979), 139. textos dos papiros do Mar Morto (The
tions, 99; Thompson, Jeremiah, 364; 4. Eichrodt, Ezekiel, 84,85; Taylor, Method and Message of Jewish Apoca-
Brueggemann, To Pluck Up, 121. Ezekiel, 78—81; Charles L. Feinberg, The lyptic [Filadélfia: Westminster, 1964],
Prophecy of Ezekiel: The Glory of the 37,38).
Capítulo 28: Jeremias 21-52 e Lamen- Lord (Chicago: Moody, 1969), 33,34. 2. Joyce G. Baldwin, Daniel: An
tações — Lidando com o desastre 5. Feinberg, Ezekiel, 51,52; Taylor, Introduction and Commentary, Tyndale
1. J. A. Thompson, The Book of Ezekiel, 99. Old Testament Commentary (Downers
Jeremiah, New International Commen- 6. Taylor, Ezekiel, 171; Eichrodt, Grove: InterVarsity, 1978), 53-59.
tary on the Old Testament (Grand Ra- Ezekiel, 321,322; Zimmerli, Ezekiel, 3. As datas aproximadas das visões
pids: Eerdmans, 1980), 551; Walter 483,484. são as seguintes: capítulo 7 em 553 a.C.;
Brueggemann, To Build, To Plant: A capítulo 8 em 551 a.C.; capítulo 9 em
Capítulo 30: Ezequiel 25—48 — 539 a.C. e capítulos 10-12 em 536 a.C.
Commentary on Jeremiah 26-52, Inter-
Deus está planejando um futuro Essas datas se sobrepõem com os acon-
national Theological Commentary
emocionante! tecimentos dos capítulos 1—6, portan-
(Grand Rapids/Edinburgh: Eerdmans/
Hansel, 1991), 39; R. K. Harrison, 1. Charles L. Feinberg, The Prophe- to o livro tem uma organização literária
Jeremiah and Lamentations: An Intro- cy of Ezekiel: The Glory of the Lord (narrativas e visões) e não-cronológica.
duction and Commentary, Tyndale Old (Chicago: Moody, 1969), 161-164. 4. Bill T. Arnold, “Wordplay and
Testament Commentary (Downers 2. John B. Taylor, Ezekiel: An Intro- Narrative Techniques in Daniel 5 and
Grove: InterVarsity, 1973), 133; e duction and Commentary, Tyndale Old 6” in Journal of Biblical Literature 112
Hassell Bullock, An Introduction to the Testament Commentary (Downers (1993): 479-485.
Old Testament Prophetic Books (Chica- Grove: InterVarsity, 1969), 199; Fein- 5. John E. Goldingay, Daniel, Word
go: Moody, 1986), 213 limitam a de- berg, Ezekiel, 168-169. Biblical Commentary 30 (Dallas: Word,
signação aos capítulos 30-31. 3. Feinberg, Ezekiel, 197; Taylor, 1989), 158 e Baldwin, Daniel, 59,60.
2. Harrison, Jeremiah and Lamenta- Ezekiel, 220,221; Walter Eichrodt, 6. Ernst C. Lucas, “The Origins of
tions, 170. Ezekiel: A Commentary, trad. Cosslet Daniel’s Four Empires Scheme Re-
499
Notas

Examined”, Tyndale Bulletin 40, nº 2 William H. Shea, “Darius the Mede: 3.1-5 era uma outra mulher, tendo em
(1989): 185-202, especialmente 192- An Update”, Andrews University Semi- vista que o texto não especifica o seu
194; Robert M. Gurney, “The Four nary Studies 20 (1982): 229-248. nome. Porém, se Oséias se casasse com
Kingdoms of Daniel 2 and 7”, Theme- 23. Donald J. Wiseman, “Some uma outra mulher isso estragaria a ana-
lios 2, nº 2 (1977): 39-45; e John H. Historical Problems in the Book of logia; Deus não ia se casar com outra
Walton, “Daniel’s Four Kingdoms”, Daniel”, in Notes on Some Problems in nação, mas sim, restaurar Israel.
Journal of Evangelical Theological So- the Book of Daniel, Org. Donald J. 5. De acordo com a Lei de Moisés,
ciety 29 (1986): 25-36. Wiseman, et al. (Londres: Tyndale, o sacerdote recebia uma porção da
7. O aramaico é encontrado em Gn 1965), 12-16. maior parte dos sacrifícios para si (Lv
31:47 (apenas duas palavras), Ed 4.8- 24. David W. Baker, “Further 6.14-7.38). Ao que parece, os sacer-
6.18; 7.12-26, Jr 10.11 e Dn 2.4b-7.28. Examples of Waw Explicativum”, Vetus dotes estavam mais preocupados com
8. Daniel C. Snell, “Why Is There Testamentum 30 (1980): 134. o próprio estômago que com a situa-
Aramaic in the Bible?” Journal for the Stu- 25. Para um breve sumário ver ção espiritual das pessoas!
dy of the Old Testament 18 (1980): 32-51. Gordon J. Wenham, “Daniel: the Basic 6. A Lei de Moisés dizia para não
9. H. L. Ginsberg, “The Composi- Issues”, Themolios 2, nº 2 (1977): 49-52. atar a boca do boi quando ele estava
tion of the Book of Daniel”, Vetus 26. Ez 14.14, 20 e na mitologia da trilhando; dessa forma o animal pode-
Testamentum 4 (1954): 246-275. antiga cidade de Ugarite. ria compartilhar a colheita (Dt 25.4).
10. Bill T. Arnold, “The Use of 27. Especialmente aquelas profecias 7. Para uma discussão completa des-
Aramaic in the Hebrew Bible: Another tratando de reinos (capítulos 2, 7 e 8). se assunto, ver Leslie C. Allen, The
Look at Bilingualism in Ezra and Da- As profecias das setenta semanas (9.24- Books of Joel, Obadiah, Jonah and Micah,
niel”, Journal of Northwest Semitic 27) e o rei que se exalta acima de Deus New International Commentary on the
Languages 22, nº 2 (1996): 1-16. (11.36-45) são tidos como referências Old Testament (Grand Rapids: Eerd-
11. Lucas, “Four Empires Scheme”, apenas a Antioco, sem outro cumpri- mans, 1976), 19-25.
194; Gurney, “Four Kingdoms”, 39. mento. 8. Para uma interessante discussão
12. Collins, Daniel, 92. 28. Joyce G. Baldwin argumenta desse procedimento e mais detalhes
13. Robert J. M. Gurney, “The que “não há provas claras de uso de sobre os sicômoros, ver W. E. Shewell-
Seventy Weeks of Daniel 9: 24-27”, pseudônimos no Antigo Testamento e Cooper, Plants, Flowers and Herbs of
Evangelical Quarterly 53 (1981): 36. há diversas evidências contra essa hi- the Bible (New Canaan, Conn.: Keats,
14. Collins, Daniel, 65. pótese” (“Is There Pseudonimity in the 1977), 156,157.
15. Baldwin, Daniel, 108-9. Old Testament?” Themelios 4, nº 1 9. Ver o pano de fundo de Oséias
16. Paul-Alain Beaulieu, The Reign [1978]: 12). para mais informações.
of Nabonidus, King of Babylon, (New 29. R. K. Harrison, Introduction to 10. Edwin R. Thiele, The Myste-
Haven, Conn.: Yale University Press, the Old Testament (Grand Rapids: Eerd- rious Numbers of the Hebrew Kings, 3.
1989), 186-188. mans, 1969), 1127. org. (Grand Rapids: Zondervan, 1983),
17. Raymong, P. Dougherty, Nabo- 30. Há vozes dissidentes nos meios 107, 111, 119-120.
nidus and Beshazzar: A Study of the evangélicos. Goldingay aceita o livro 11. Hans Walter Wolff, Joel and
Closing Events on the Neo-Babylonian como sendo recente e usando pseudô- Amos: A Commentary on the Books of
Empire, (New Haven, Conn.: Yale Uni- nimo (Daniel). the Prophets Joel and Amos, org. S. Dean
versity Press, 1929), 13. McBride Jr., trad. Waldemar Janzen, S.
18. É possível que Belsazar tivesse Capítulo 32: Oséias, Joel e Amós —
Dean McBride Jr., e Charles ª,
sido o verdadeiro poder por trás do Um chamado para o arrependimento
Muenchow, Hermenia (Filadélfia:
trono enquanto Nabonidas era rei e uma promessa de bênção
Fortress, 1977), 124, faz uso de evi-
(Beaulieu Nabonidus, 90-98). 1. Judá aparece sete vezes em Oséias dências arqueológicas de Hazor para
19. E. J. Young, The Prophecy of (4.15; 5.5, 10; 6.4, 11; 10.11; 12.3). sugerir a data de 760 a.C. Esse terre-
Daniel (Grand Rapids: Eerdmans, 2. As outras referências são: Gn moto deve ter sido bastante grave; Zc
1949), 115-118. 38.24; 2Rs 9.22; Ez 23.11, 29; Os 2.2, 14.5 também o menciona.
20. A. R. Millard, “Daniel 1—6 and 4; 4.12; 5.4; Na 3.4 (2 vezes). 12. Essa expressão hebraica “La-
History”, Evangelical Quarterly 49 3. E. J. Young, Introduction to the mentar-se” também aparece em Jere-
(1977): 71,72. Old Testament (Grand Rapids: Eerd- mias e Ezequiel (Jr 7.29; 9.10; Ez 19.1;
21. John C. Whitcomb, Darius the mans, 1949), 245-246 sugere que o 26.17; 27.2, 32; 28.12; 32.2).
Mede: A Study in Historical Identifica- casamento e o nascimento de filhos fo- 13. Jeroboão I (931—909 a.C.) es-
tion (Grand Rapids: Eerdmans, 1959). ram apenas simbólicos e nunca aconte- tabeleceu os locais de adoração em Dã
Para mais detalhes na discussão que se ceram de fato, mas o texto não dá ne- e Betel (1Rs 12.25-29), e o povo con-
segue, ver Edwin M. Yamauchi, Persia nhuma indicação de que devemos com- tinuava usando esses lugares no tempo
and the Bible (Grand Rapids: Baker, preender dessa maneira. de Amós. Alguns israelitas também iam
1990), 58,59. 4. Não se sabe como Gômer perdeu até Berseba, em Judá, aparentemente
22. Esse ponto de vista é uma ligei- sua liberdade. Alguns estudiosos suge- por causa de sua ligação com Isaque
ra modificação da teoria “Gubaru”; rem que a mulher que Oséias comprou (Gn 26.23-35; Am 7.9, 16).
500
Notas

Capítulo 33: Obadias, Jonas, Miquéi- 5. Edwin R. Thiele, The Mysterious 3. Kenneth L. Barker, “Zechariah”,
as, Naum, Habacuque e Sofonias — Numbers of the Hebrew Kings, 3ª ed. in Expositor’s Bible Commentary, org.
O plano de Deus para as nações (Grand Rapids: Zondervan, 1983), 217. Frank E. Gabelein, 12 vols. (Grand
1. Jeffrey J. Niehaus, “Obadiah”, in 6. Bullock, Prophetic Books, 216 e Rapids: Zondervan, 1979-1992), 7:
The Minor Prophets: An Exegetical and Tremper Longman III, “Nahum”, in 596-597, resume as questões relevan-
Expository Commentary, org. Thomas The Minor Prophets: An Exegetical and tes assim como C. Hassell Bullock, An
E. McComiskey, 3 vols (Grand Rapids: Expository Commentary, org. Thomas Introduction to the Old Testament Pro-
Baker, 1992-1998), 2: 496-502; Carl E. McComiskey, 3 vols. (Grand Ra- phetic Books (Chicago: Moody, 1986),
Friedrich Keil e Franz Delitzsch, Com- pids: Baker, 1992), 2: 765-766, ofere- 314-317.
mentary on the Old Testament, 10 vols cem bons sumários dessa questão. 4. Baldwin, Haggai, Zecharaiah,
(Grand Rapids: Eerdmans, 1978), 10: 7. Armerding, “Obadiah”, 493; Malachi, 211-212; Alden, “Haggai”,
339-349. Bullock, Prophetic Books, 181-183; J. J. 702-703; Walter C. Kaiser Jr., Malachi:
2. Robert B. Chisholm, Interpreting M. Roberts, Nahum, Habakkuk and God’s Unchanging Love (Grand Ra-
the Minor Prophets (Grand Rapids: Zephaniah, Old Testament Library pids: Baker, 1984), 13-15.
Zondervan, 1990), 109-110; C. Hassell (Louisville: Westminster/John Knox, 5. Baldwin, Haggai, Zecharaiah,
Bullock, An Introduction to the Old 1991), 82-84. Malachi, 213; Bullock, Prophetic Books,
Testament Prophetic Books (Chicago: 8. Keil e Delitzsch, Commentary, 338-339. Kaiser, Malachi, 17, e Robert
Moody, 1986); Carl E. Armerding, 117; Chisholm, Interpreting, 201. B. Chisholm, Interpreting the Minor
“Obadiah”, in Expositor’s Bible Com- 9. Chisholm, Interpreting, 201; Prophets (Grand Rapids: Zondervan,
mentary, org. Frank E. Gaebelein, 12 Bullock, Prophetic Books, 168-169. 1990), 278, situam a data de Mala-
vols. (Grand Rapids: Zondervan, 1979- quias em 433 a.C e 450 a.C., respecti-
Capítulo 34: Ageu, Zacarias e vamente.
1992), 7: 337.
Malaquias — Reconstruindo um
3. Para uma excelente discussão das
Povo Epílogo
evidências para situar a data do livro
de Jonas, ver John H. Walton in Bryan 1. Joyce G. Baldwin, Haggai, 1. John Bright, A History of Israel,
E. Beyer e John H. Walton, Obadiah Zechariah, Malachi: An Introduction and 3. org. (Filadélfia: Westminster, 1981),
and Jonah, Bible Study Commentary Commentary, Tyndale Old Testament 460.
(Grand Rapids: Zondervan, 1988), 65- Commentary (Downers Grove: Inter- 2. Desde o segundo século d.C. há
72. Walton aponta corretamente que Varsity, 1972), 29; Robert L. Alden, vozes dissidentes, mas elas foram siste-
se os estudiosos pudessem provar que “Haggai”, in Expositor’s Bible Commen- maticamente silenciadas pela igreja. Ver
Jonas foi escrito séculos mais tarde, isso tary, org. Frank E. Gabelein, 12 vols. Walter C. Kaiser Jr., Toward Rediscove-
não eliminaria a precisão do livro. (Grand Rapids: Zondervan, 1979- ring the Old Testament (Grand Rapids:
4. O título “rei de Nínive” é um 1992), 7: 572. Zondervan, 1987), 19-22.
tanto estranho aqui, tento em vista 2. Poderíamos traduzir 2.9 como “A 3. Roger Nicole, “Old Testament
que Nínive não era a capital da Assí- glória de sua casa futura” ou “A futura Quotations in the New Testament”, in
ria naquela época. Talvez o título seja glória de sua casa”. Entretanto, a se- Bernard L. Ramm et al., Hermeneutics
uma referência ao governante local de gunda interpretação parece encaixar- (Grand Rapids: Baker, 1971), 41,42.
Nínive. se melhor no contexto.

501
210, 211, 212

Índice por assunto Amarna [Ver El Amarna]


Amendoeira em Jeremias, 385
Amom/amonitas, 144, 200, 213, 216, 269,
399, 400, 418, 440, 452 [Ver também
Línguas, amonita]
Abominação de desolação, 434, 436 Cerimônia da, 106-107 Profecias sobre, 400, 418, 445, 460
Aborto, 185, 357 Com Abraão, 47, 65, 94-96, 97, 98, 99, 100, Amor
Acade/Reino acádio. Ver também língua 105, 107, 112, 113, 114-115, 148, 168, De Deus, 68, 81, 270, 379, 294, 354, 413,
acádia, 38, 45, 46, 268, 345 170, 226, 272, 340 441, 470
Profecias, 344, 345, 346, 349 Com Davi, 94, 97, 100, 210, 211, 214-216, Na aliança, 113, 146, 150-151, 152, 160
Acampamento israelita, 107, 129, 130, 131, 218, 219-220, 226, 246, 252, 255, 257, Sexual/romântico, 288, 322, 326, 329, 331,
136, 137 258, 358, 367, 386, 449, 455, 464, 465 333, 335
Acco, cidade de, 40, 57 Como tema de Êxodo, 111, 112-113 Por Deus/pelo próximo, 123, 146, 158, 188,
Aquis, 204 Depois de Josué, 182 212, 225, 346, 445
Acrósticos, 281, 285-286, 320-321, 393, 403 Esperança na, 420-21 Amoritas, 38, 45, 46, 47, 135, 144, 149 [Ver
Adar, mês de, 273, 275, 276 Fidelidade de Deus a, 170, 226-227, 386, também Línguas, amorita]
Adoração, 65 475-76 Anatote, 342, 384, 388
A Deus, 69, 272, 273, 316, 342, 378, 469 Fidelidade do povo de Deus a, 244, 247, Anatólia, 48
Aliança, 122, 124 248, 356, 386 “Ancião de dias”, 431, 432, 433
Apropriada, 119, 126 História da, 160 Anciãos, repreensão de Ezequiel aos, 411, 414
Calendário de, 137-138 Identidade, 268 Aneus, 94
Chamado a, 390 Integração da, 475 Anfictionia, 186, 187
Correta, 59, 120, 122, 258, 261 Juramento, 143 Anjos, 428
Cultos de, 69 Lei da, 66, 142 Antiga Idade da Pedra [Ver Paleolítico]
Em Salmos, 304, 305, 307-311 Mediador, 397 Antiga Idade do bronze. [Ver Idade do Bronze]
Falsa, 120, 364, 384, 386 Memória da, 145 Antigo Império [Ver Egito, Antigo Império]
Jejum para, 379 Messias e a, 98 Antigo Testamento, relação com o Novo, 475,
Necessidade de, 68 Mosaica/no Sinai, 65-66, 100, 106-107, 476
Pública, 304, 384-386 108, 112, 119, 122, 142, 145, 148, 149, Antropomorfismo, 69
Regulamentos/Instruções, 134, 137-138, 151, 177, 222, 246, 298, 347, 387, 396 “Ao Mestre de Canto”, 307
146 Natureza da, 56 Apatia espiritual, 464
Sacrifícios, 118 Nova, 375, 396-397 Aplicação das Escrituras, 30, 31, 32, 33, 106,
Samaritanos, 340 Obrigações, 261, 347, 386, 446 122, 123
Templo, 69, 119, 256, 257, 258, 259-261, Povo da, 98, 100-101, 112-113, 143-147, Apostasia
266, 387, 390 211, 224, 246-248, 252, 259, 260, 264, No deserto, 136, 137
Verdadeira, 270, 347, 455, 460, 469 331, 445, 446 Nacional, 52, 158, 159, 222, 231, 240, 242,
De ídolos, 340-342, 374, 386, 387, 390 Processo legal, 147 243, 244, 340, 384, 385-386, 394, 454
Adultério Profetas e a, 344-345 De Jeroboão, 222, 228
Conjugal, 123, 318, 357, 440 Princípios de vida, 143,145 De Onri, 230
Espiritual, 440, 441-442, 448 Promessas da, 98, 99-100, 142, 143, 170, De Saul, 256
Afeca, 198 256, 364, 396, 397, 419, 429 De Salomão, 224, 227, 253
África, 36, 38 Renovação da, 161, 240, 265, 270, 274 De Judá, 52, 53, 240, 241, 244, 340-342,
Agricultura, 42, 46, 443 Salvação, 100 343, 347, 348, 354, 355, 356, 357-358,
Água viva, 386 Versão antiga da, 148-151 384, 385-388, 389, 390, 391, 408, 410,
Águias, em Ezequiel, 412, 413, 415 União com Deus por meio da, 119, 248, 415, 455, 471
Ai, 169, 172, 173, 178 266-268, 386 Ácaba, Golfo de, 43, 57, 109-110, 254
Aijalom, vale de, 212 Alianças, militares, 354, 358, 360, 364-365, Arábia/árabes, 44, 110, 269, 320, 362, 401 [Ver
Akitu, festival de, 374, 379 419, 441 também Línguas, árabe]
Alegoria, 331, 334, 453, 460 Altar, 106, 118, 146, 177, 226 Arábia Saudita, 109
Alexandria, 28 Holocausto, 107, 120, 124, 411, 422 Arade, 130
Aliança, 68, 72, 98, 99, 100, 172, 177. [Ver Incenso, 107, 226 Aram/arameus, 44, 46, 50, 94
também Eleição, Terra prometida] Alta Galiléia, 42 Aramaico [Ver Línguas, aramaico]
Bênçãos e castigos da, 146-57, 162, 222, 247, Alto Egito, 39 Arauna, 218, 220
248, 258, 264, 270, 298, 386, 398, 470 Amaleque/amalequitas, 168, 134, 200, 205, Arca da aliança, 104, 107, 146, 172, 183, 195,
502
Índice por assunto

196, 197, 198-199, 206, 210, 214, 219, De Isaías, 355, 370-372, 380 Bebedeira, 320, 357
226 De Jó, 289, 293, 298 Beemote, 297, 298
Argumentos filosóficos, 290-292 De Josué, 169 Belém, 42, 57, 187, 188, 197, 201, 305, 320,
Armagedom [Ver Vale de Jezreel] De Lamentações, 403-405 455, 460
Armênia, 349, 351 De Provérbios, 321 Bênção/castigo
Arnon, 42, 57 De Salmos, 304-306 Da aliança, 162 [Ver Aliança]
Arqueologia, 25, 44, 46, 91, 108, 109, 110, 169- De Samuel, 196, 210 Por Davi, 214-216
170, 224, 269, 286, 290, 315, 348, 367, De Zacarias, 465-466 Por Moisés, 142, 146-47, 148, 222
459 Do Pentateuco, 68-75 Tratado de suserania, 150, 152
Arquivos, 95, 223, 224, 233, 234 Dos Livros Históricos, 157, 161, 164, 165 Benjamim, 129, 186, 200, 212-214, 218, 219,
Babilônios, 400, 402, 435, 457 Dos Profetas, 346-347 228, 266, 384, 398
Hititas, 149, 150, 223 Autoridade profética, 340, 342, 344 Bestas de Daniel, 429, 432
Arrepender/arrependimento, 257, 297, 298, Aviso sobre o julgamento, 341, 343, 346, 347- Bestialidade, 123
379 48, 354, 356, 357, 362, 364, 365, 374, Betel, 42, 57, 91, 93, 99, 172, 173, 228, 448, 467
Chamado ao, 124, 220, 257, 268, 341, 344, 379, 388, 391, 392, 396, 397, 400, 401, Bete-Peor, 148
348, 356, 377- 379, 385, 388, 394, 408, 408-411, 414, 415, 422, 442-445, 447, Bete-Sã, 206, 211
411, 414, 420, 439, 440, 443-445, 446, 452-456 Bete-Semes, 199, 205, 206
449, 468, 473 Baal, 231, 238, 241, 285, 286, 287, 341, 386, Beulah, 379
Chamado às nações ao, 54, 184, 200, 391, 392, 395, 411, 440, 441, 442, 460 Bezerra, Israel como uma, 442, 448
402, 454, 466 De Peor, 52, 137, 231 Bezerro de ouro, 104,136, 238
Em Daniel, 429 Zebube, 238, 247 Bode expiatório, 122, 124
Verdadeiro/falso, 201, 217, 346, 444, 454, Baal-perazim, 212, 218 Bíblia,
468 Baale-Judá. Ver Quiriate-Jearim Autenticidade da, 69-70
Árvores, 284, 308, 307, 443 Babel, 66, 79, 85, 86 Inspiração da, 24-26, 28, 123, 310
Asdode/asdoditas, 199, 206, 269, 365 Babilônia/babilônio, 84, 38, 44, 54, 169, 196, Interpretação da, 28-33
Astarde, 286, 287, 440, 441 245, 274, 310, 340, 348, 350-352, 367, Primeiro comentário da, 253
Ásia, 36, 39, 48 432-434, 452 Transmissão da, 24, 25, 26-28, 30
Ásia Menor, 48, 85, 348, 375 Antigo Império, 45, 46, 47, 48, 345, 350, Bíblico (a)
Assassinato de Gedalias, 399, 467 350, 433 Apocalíptico, 428, 436, 438
Assíria; assírios, 28, 38, 46, 94, 158, 159, 224, Caldeus da, 55, 93 Crítica elevada, 69-72, 91, 161-164
230, 242, 244, 245, 246, 255, 266, 340, Cidade da, 45, 78, 86, 345, 401, 435 Teologia, 298
348, 351, 366, 367, 401, 415, 419, 445, Crônicas da, 457 Blasfêmia, 216
452 [Ver também Línguas, assírio] Destruição de Jerusalém pela, 53, 55-56, Boi que fere mortalmente, 106
Arte/cultura, 159, 163, 243, 246, 255, 264, 161, 211, 244, 246, 255, 368, 394, 399, Budismo, 66
284, 315, 343, 349, 371, 399, 429 410, 411, 415, 416, 452 Cades-Barnéia, 128, 129, 130, 134, 135, 136,
Ascensão/declínio, 46, 53, 54-55, 196, 224, Exílio na, 224, 244, 245, 252, 257, 268, 304- 137, 143, 144
243, 245, 246, 348-350, 354, 355, 358, 305, 310, 311, 351, 368, 371, 395-396, Cairo, 401
360, 362, 365, 367, 395, 396, 419, 456- 398, 408-409, 420, 429, 430, 431, 435, Caldeus, 47, 55, 67, 93, 350, 351
457, 458, 460, 461, 467 444 Calendário de culto, 119, 122, 127, 137
Império, 44, 52, 53, 54-55, 224, 246, 255, Novo Império, 46, 55, 244, 246, 349, 350, Câmaras do templo, 422
340, 358, 362, 365, 367, 368, 441, 442, 351, 367, 385, 395, 399-400, 456 Caminhada pelo deserto, 46, 48, 66, 104, 106-
456-458 Período, 344 108, 109, 110, 128-138, 142, 144, 151,
Reis, 54, 240, 241, 242-243, 244, 348, 355, Profecias sobre a, 354, 362, 374, 394, 395, 169, 172, 340, 388, 414
362, 441 400-402, 403, 410-411, 413, 414, 418, Caminho do Mar [Ver Via Maris]
Assur, 38, 57 458-459, 466-467 Canaã/cananita, 47
Atos simbólicos dos profetas, 241, 388, 395, Queda da, 46, 58, 224, 258, 265, 274, 351, Baalismo, 57,118, 137, 176, 182, 184, 187,
397, 398, 408, 410, 412, 415, 416, 420, 400-402, 433-435, 458, 464 231, 238, 240, 241, 285, 348-349, 51,
442 Reis da, 350-351 364, 440
Autoria Teodicidade, 292 Conquista de, 50, 130, 132, 134, 135, 168,
De Cântico dos Cânticos, 333 Volta de Israel da, 56-58, 59, 159, 252, 257, 169, 170-171, 182, 183
De Crônicas, 252, 259, 270 267, 351, 371, 374, 375-377 Geografia de, 142, 144
De Daniel, 434, 435, 436, 437 Bacia de bronze, 104, 107, 226 Povos de, 47, 184, 290, 299
De Eclesiastes, 329, 330 Baía de Haifa, 40, 57 Religião em, 52, 240
De Esdras-Neemias, 270-271 Basã, 42, 57, 135, 144, 447 Cânon, 22-28, 72, 151, 160, 164, 252, 253-254,
De Ester, 272 Basílica de Santa Catarina, 49, 110, 113 428, 434, 436, 437, 475
503
Índice por assunto

Cânticos Cinto de linho, 388 Crítica à tradição, 69-72


De Israel, 286, 288, 304-312 Circuncisão, 91, 96, 172 Crítica bíblica, 69-74
“De Moisés”, 142, 143, 148 Código de Hamurabi, 47, 95, 350 Crocodilo, 297
Capadócia, 349, 351 Comentário das Escrituras, primeiro, 158, 253 Crônicas reais hititas, 224
Carmelo, Monte, 231, 341, 349 Comida impura, 121, 416 Cronologia bíblica [Ver Datas]
Carquemis, 400 Compaixão de Deus, 217, 454 Crucificação [Ver Morte de Cristo]
Carvalho de Mamre, 97 Compreensão do plano de Deus, 458 Cruzar
Casa do oleiro, 384, 389, 390-392 Concubinas, 95 O Jordão, 142, 168,172
Casas dos caldeus, 350-351 Confissão O Mar Vermelho, 104, 108-109, 129-130
Cáspio, Mar, 36, 57 De pecado, 216, 219, 265, 307-308, 311, Cuidado providencial, 121,131, 142, 274, 283
Cartas de Amarna, 48, 57 320, 433 Culpa [Ver Pecado]
Carruagens, 467 Nacional, 270 Cuneiforme, 38, 44, 46, 56, 57, 286, 402, 435
Casamento, 84, 227, 230, 268, 317, 318, 320- Confucionismo, 66 Cush, 354, 362, 366, 460, 461
321, 322, 330, 333, 334, 335, 379 [Ver Conquista de Canaã, 46, 48, 64, 108, 109, 130, Dã,
também Divórcio] 132, 134, 144, 135, 137, 158, 163, 168- Tribo de, 184, 185
Aliança, 471 176, 178, 182, 183, 245 Damasco, 43, 44, 48, 50, 93, 99, 213, 218, 227,
Com Deus, 378-379, 384, 385-386, 412, Conquistas 231, 232, 234
415, 440, 441 De Davi, 212-214, 218 Portão de, 377
Costumes, 189-191 De Onri, 230, 232 Profecias sobre, 354, 360, 362, 366, 394, 401,
De Ester, 272 Consagração 403, 445
De levirato, 190-191 De Josué, 146, 147 Queda de, 348-349, 360, 362
De Oséias de Gômer, 440, 441-442 Dos sacerdotes, 140, 119 Datas,
Misto, 226, 230, 265, 268, 269, 470, 471 Do templo, 225, 245, 255, 265 Ageu, 464
Cassita(s), 46, 48, 57 Conseqüências do pecado, 64-66, 84, 119, 143, Amós, 445
Período, 292, 298 145, 169, 173, 184, 200, 211, 212, 216- Bíblicas, 46-58, 73, 108-110, 128, 163, 169
Castigo capital [Ver Castigos sob a lei] 217, 219, 220, 222, 227, 228, 242, 254, Crônicas, 252
Castigos [Ver Bênçãos e castigos] 389-392, 394, 410-413 Daniel, 436
Catástrife, 85 Consolação [Ver Livro da Consolação] Esdras-Neemias, 271
Censo, 65, 128, 129, 130, 131, 137, 218, 219 Constelações, 297 Jó, 298
Cercos, 54, 243, 244, 245, 247, 367, 392, 397, Contexto das Escrituras, 29-30, 31 Joel, 444
398, 405, 410, 415-416, 420, 457, 468, Contexto histórico [Ver Contexto das Escri- Jonas, 453
Cerimônia de tratado, 94, 104, 106, 107, 122, turas] Juízes, 186
142, 143, 146, 161, 187, 240 Contexto remoto [Ver Contexto das Escritu- Obadias, 452
Céu, descrição de Ezequiel do, 423 ras] Oséias, 440-441
Chamado de Deus, 466 Conversão, 96, 98 Profetas, 348
Para Abrão, 67, 68, 90, 91, 92-93 Coração transformado, 421, 444 Salmos, coleção de, 304
Para a adoração, 390 Cosmogonia, 78, 84 Samuel, 196
Para Amós, 342 Cova dos leões, 429, 430 Zacarias, 465, 466
Para a pureza, 65, 317, 318, 378, 414 Creatio ex nihilo, 66, 72, 80 [Ver também Cria- Debir, 169
Para a renovação/arrependimento, 341, ção; Fiat, criação por; Soberania de Decálogo [Ver Dez mandamentos]
343, 348 , 370, 376, 377, 388, 394, 408, Deus] Declaração da verdade, 253, 258
413, 440, 443, 444, 445, 449, 466, 473 Crescente fértil, 36-40, 47, 56, 57 Delfos, 186, 187
Para a santidade, 68, 119, 124, 125, 347, Criação, 67, 79-82, 297, 454 Delta, 38-39, 47, 109
389, 465 [ Ver Santidade] Dias da, 80 Derramamento do Espírito, 444, 468
Para Eliseu, 239 Relatos antigos sobre, 78, 79, 86 Deserto, 36-44, 107-110, 366
Para Ezequiel, 408, 409-10 Criação de ovelhas, 42, 448 Desobediência a Deus [VerObediência, a Deus;
Para Isaías, 354, 355, 358 Criacionismo, 82 rebeldia]
Para Samuel, 196 Criança Despedida
Para seu serviço, 341-342, 343, 344, 374 Comportamento das, 314, 317, 321 De Josué, 178
“Chamado”, profeta como aquele que é, 341 Sacrifício de, 96, 387, 390, 392 De Moisés, 66, 142, 143-48
Cidades de refúgio, 143, 168, 176 “Criança”/“filho”, tratamento como, 443, 448 Destino eterno, 147
Cidades-estado, 44, 45, 47, 109, 213, 240, 247, Crítica à forma, 70, 72 Deus [Ver também Julgamento de Deus; Iavé]
401 Crítica às fontes, 69-72 Atos poderosos de, 64, 66, 68, 106, 111-112,
Cilindro de Ciro, 258, 268 Crítica ao Cânon, 72 114, 115, 122, 130, 354, 364, 367, 373
Címbalos, 307 Crítica à redação [Ver Crítica à fonte] Bênção de, 214, 216
504
Índice por assunto

Caráter de, 68 256-260, 266,268, 390, 472 Profecias sobre, 354, 362, 394, 400, 403, 413,
Chamado de, 65, 341-344, 348, 394, 408, Aliança e a, 94, 97, 100, 211, 214-216, 219- 419, 424, 443, 467
413, 440, 443, 449, 466, 473 220, 226, 246, 252, 255, 257, 258-259, Região do, 37, 38-39, 43, 49, 56, 198
Compaixão de, 68, 456 358, 367, 386, 455 Relações com o reino de Israel, 227, 243,
Fidelidade de, 143, 144, 152, 170, 226-227, Messias na, 211, 310, 357, 360-361, 398, 394-395, 399, 414
405 467, 475, 476 Sabedoria do, 290, 291, 297, 299, 315, 316,
Glória de, 107, 114, 134, 226, 408, 409, 411- Restauração da, 396, 398, 420, 421, 449, 319
412, 422 464, 465 El-Amarna, 48, 57
Graça de, 64, 65, 66, 67, 68, 91, 98, 112, Tentativa de destruir a, 240 Eleição, 99-100, 441, 446 [Ver também salva-
138, 160, 173, 184, 212, 217, 257, 318, Diálogos de sabedoria, 290-293 ção; Soberania de Deus]
354, 370, 374-375, 386, 412, 413, 414, Dilúvio, 66, 78, 79, 81, 84, 85, 86, 90 Elim, 104
445, 454 Dinastia (s) Elohim como um nome para Deus, 69, 71
Imutabilidade de, 158 Egípcias, 39, 47, 48, 53 Encarnação, 36, 68
Ira de, 418, 457, 549 Sumérias, 45 En-Dor, 205-206
Justiça de, 295, 296, 297, 298, 470, 471-472 Discursos Endurecimento do coração, 358, 360, 388
Natureza ética de, 119, 124-26 De julgamento, 357, 445 Enuma Elish, 78-79, 81, 84
Nomes de, 69 No livro de Jó, 293-298 Épico de Atrahasis, 78, 81, 84
Onipotência de, 297, 299 Distich, 318, 320 Épico de Gilgamés, 81, 84-85, 86, 329, 334
Pastoreio de, 456, 468-469 Divórcio, 470, 471, 472 Epílogo de Jó, 293, 298
Plano de, 26, 3084, 99, 134, 148, 197, 200, Dízimo, 119, 470, 473 Escatologia, 347, 354, 365, 379, 428-429, 432,
201, 211, 256, 355, 360, 361, 362, 374, Doenças [Ver Julgamento de Deus, por pragas] 433-434, 436
375, 376, 422, 452, 465, 466, 470 Domingo de Palmas, 422 Escravidão
Presençade,107,112,113-15,128,131,134, Domo da Rocha, 225 De Jerusalém, 403
226, 259, 260, 411-12, 453 Doxologia, 306, 307, 310 Leis acerca da, 93, 94-95, 296, 398
Proteção de, 430 Ebenézer, 198 No Egito, 47, 48, 64, 65, 105, 107, 112
Provisão de, 385, 429, 453-54, 455 Ea, 79 Por dívida, 106, 269, 398
Revelação de, 22, 24, 26, 31, 134, 143, 198, Ebla, 46 Escribas, 24, 26, 27, 38, 58, 266, 267, 319, 372,
454, 475, 476 Ecrom, 202, 238, 365 459
Santidade de, 122, 125, 128, 423 Éden, 67, 81, 82, 335, 347 Egípcios, 105
Senhorio de, 375, 421, 470 Edom/edomitas, 57, 130, 146, 218, 310, 366, Assistentes de profetas, 347, 385, 398
Soberania de, 66, 68, 72, 82, 106, 111, 158, 470 Escritos, 22, 23, 24, 25, 26, 28, 30, 428
159, 164, 187, 192, 226, 258, 294-298, Oposição à Israel, 135, 144, 200, 213, 227, Escrituras [Ver Bíblia; Bíblico]
356, 385, 388, 389, 391, 432, 437, 444, 379 Esperança
446, 449, 457, 458, 467 Profecias sobre, 365, 394, 400, 401, 403, 418, Em Crônicas, 253, 255
Transcendência de, 24, 30, 69 419, 421, 424, 445, 452-453 Em Deus, 296, 301, 326, 327
Unidade de 145,-46 Região de, 42, 298 Messiânica, 309, 319, 468
Deuses [Ver também Asherah; Baal; deuses da Educação israelita, 317, 321, 322 Na aliança, 420-421
Mesopotâmia; politeísmo] Eduméia/edumeus, 401 Para o futuro, 374, 397, 405, 424-425, 428,
Da fertilidade, 411, 415, 440 Efraim, 42, 57, 97, 129, 176, 178, 186, 198, 228, 449, 458-59, 461, 462
Do sol, 411, 415 354, 364 Espias em Canaã, 132, 139, 168-169, 171, 173,
Deutero-Isaías, 370-71, 379 Egeu, mar, 48, 56 176, 177
Deuteronomista Egito/egípcio, 44, 45, 50, 55, 91, 92, 366, 446, Espiritismo, 134, 205, 206
História, 152-153, 161, 162, 163, 164, 165, 458 Espírito Santo
182, 190, 222, 246, 258 Antigo Império, 39, 44, 45, 46 Capacitando os crentes, 444, 458, 464, 466
Teoria do editor, 161-164 Escribas do, 105 Na inspiração, 24-50, 123-124, 310, 312,
Dez mandamentos, 64, 68, 106, 112, 122-123, Êxodo do, 66, 67, 68, 104-110, 111-112, 434
146, 152, 153 113-114, 128, 132-134, 137, 142, 169, Na profecia, 22
Dia (s) 172, 184, 388, 396, 442 Na mudança de corações, 397, 446
Da criação, 80 Israel no, 47, 48, 64, 65, 98, 105, 107, 112, Derramamento do, 444
De expiação, 467 305, 340, 341 Esposa de Ezequiel, 409, 416
De festas, 119, 120, 122, 172, 245, 270, 272, Literatura do, 290, 291, 292, 299, 316, 319, Estáticos, 345, 349, 350
274, 275 [Ver também pelo nome] 321 Estilo autobiográfico de Ezequiel, 415
Do Senhor, 347-348, 352, 408, 410, 414, Médio Império, 39, 46, 47 Estipulações dos tratados de suserania, 149, 150,
415, 439, 443, 444, 447, 452-53, 460 Moderno, 132 152
Dinastia de Davi, 49-56, 158, 162, 185, 219, Novo Império, 39, 46, 47, 48, 352, 365 Estrada do rei, 43-44, 56
505
Índice por assunto

Estradas Ver Viagens Salvação pela, 364 Gerizim, Monte, 146, 153, 161, 176
Estrangeiros, livro dirigido aos, 456 Fenícia/fenícios, 27, 30, 40, 48, 363, 418-419, Gesur, 217
Estrutura 468, 471 [Ver também Línguas] Gezer, 169, 212, 218, 223
De Juízes, 163 Ferramentas, 44, 46 Gibeão, 178, 218, 225, 226, 234
De Josué, 163 Fiat, criação por, 66 Giom, Fonte de, 214, 218
De Reis, 163 Fidelidade Gilboa, Monte, 203, 205, 210, 211, 218
De Samuel, 163 À aliança, 146, 186, 222, 226-228, 233, Gileade, 42, 57, 200, 332, 445
Evangelicalismo, 24, 30, 72-73 248, 348 Gilgal, 172, 173, 176, 178, 200, 201, 240
Estupro, 91, 184, 210, 217, 219, 378 A Deus, 199, 264, 362, 365, 378, 437, Glória
Etiópia [Ver Cush] Conjugal, 317, 318, 441, 442 De Deus, 107, 114, 134, 226, 373, 408, 409,
Eunucos, 377, 379 De Deus, 93, 143, 152, 170, 177-178, 203, 411-12, 422, 459
Europa, 36, 39 206, 226, 298, 307, 396, 405, 456, 459, De Sião, 378
Evangelho Modelos de, 429 Golfo Pérsico, 37, 57, 350
“do Antigo Testamento”, 354 No casamento, 331 Gomorra, 91, 356, 362, 401
aqueles que não ouviram o, 454 Para com Deus, 193, 201, 222 Gósen, 47
Evolução, 82 Fogo, 107, 131, 134, 281, 318, 392, 398, 410, Graça de Deus, [Ver também Deus]
Ex eventu, 434, 436, 346, 349 415, 429, 430, 447 Em Isaías, 354, 375, 378
Exílio Estranho, 121 Em Juízes, 184
Arquétipo de, 257, 258 Flauta, 307 Em Salmos, 308
Como julgamento, 389, 400 Filho No Pentateuco, 64, 65, 66, 67, 68, 91, 104,
Egípcio, 305, 340, 341, 442 De Davi, 211, 216, 219, 258, 475 113, 112
Libertação do, 265, 266 “Do Homem”, 431, 432, 436 Para suspender o julgamento, 217, 413, 414
Na Babilônia, 56-58, 159, 224, 244, 245, “Da alvorada”, profecia, 481-419 Obstinada, 370, 374
247, 257, 310, 351, 371, 396, 408-409, Filhos de Coré, 304-305 Grande sinagoga, 165
429, 430, 431, 435 Filho de Jacó/Israel, 47, 50, 89, 97-98, 107, 122, Granizo, 173
Perspectiva do, 224, 246-47, 253, 254-255, 132, 145, 184, 340, 356 Gratidão a Deus, 214, 216, 220, 462, 469
408, 409, 412, 430 Filistia/filisteu 40, 446 Grécia/grego, 49, 54, 56, 160, 186-187, 352, 431,
Profecias do, 361 Costa da, 40-42, 109, 452 434, 436, 465, 466 [Ver também Lín-
Salmos e o, 304, 305 Israel e a, 196, 197, 198, 199, 200, 202-206, guas]
Salvação por meio do, 430 210-212, 213, 218, 244, 340, 440, 452 Grifo, 273
Êxodo, 132-134, 142 Origens, 46, 49-50, Guerra
Acontecimentos do, 104-110, 129 Profecias sobre, 354, 362, 366, 400, 403, 418, Armamento, 50
Data, 39, 46, 48, 108, 109, 169 424, 445, 460, 468 Civil, 177, 184, 212, 228
Exílio no Egito, 98, 305, 340, 341, 442 Religião da, 238 Como julgamento, 184, 349
Historicidade do, 108, 112, 129-30 Filosofia da literatura de sabedoria, 291, 298 Santa, 169
Rota do, 108-10, 112, 133, 172 Fome, 319, 344, 389, 404, 405, 446 Trombetas de, 131
Significado teológico do, 65-66, 111-115 Julgamento por meio da, 218, 387, 395, Guerra civil
Expiação, 120, 122, 123, 124, 128, 424, 425, 398, 410, 447 Na monarquia dividida, 223, 241, 228
467, 476 Fórmula do reino em Reis, 222-223, 228, 230, No início da monarquia, 212
Dia da, 119, 121, 122, 124, 467 233, 234 Guerra santa, 169, 170, 178, 200
De Arão, 128 Futilidade da vida, 295, 326 Guerra Sírio-efraimita, 358-59, 360
Sacrifício de, 120, 121, 122, 123, 124 Gade, 129, 171, 177-178, 219 Hagiografia Ver Escritos
Ezion-gebér, 254 Gafanhotos, 132, 352, 443, 444, 447 Hamate, 440
Falso profeta, 342, 394, 395-96, 398, 403-04, Galiléia, 40, 42, 57, 239, 456 Hamurabi, 47, 48, 57, 345, 350, 456
408, 412, 415, 455 Gate, 202, 204 código de, [Ver Código de Hamurabi]
Falso testemunho, 123 Gate-Hefer, 453, 460 Harã, 47, 57, 93, 96, 97, 99
Faraó, 38, 39, 48, 57, 104,105,106,108,109, Gaza, 109, 365, 400 Harpa, 307
227, 246, 247, 414, 419 Geba, 212, 218, 228 Hatti, 196
Fé Genealogia (s), 81, 84, 96, 92, 104, 255, 256, Hazerote, 131, 132, 136
De Abraão, 32, 65, 66, 90, 91, 92-97, 428, 252, 258, 260, 266, 270, 459, Hazor, 169, 174, 223, 253, 401, 403
436 Messiânica, 173, 358, 475 Hebraico Ver Línguas
De Raabe, 32, 172 Mosaica, 104 Heilsgeschichte Ver História da salvação
Historicidade bíblica e a, 160 Gênero bíblico, 30, 31, 70, 72 Herança, 47, 128, 148, 159, 171, 176, 253, 308,
Parcial, 386 Gentis, bênçãos para os, 377, 380-81 344
Perspectiva de Crônicas, 158-59 Geologia, 85 Herem Ver Guerra santa
506
Índice por assunto

Hermenêutica. Ver Bíblia, interpretação da. 414, 440, 442, 470 [Ver também Reino unido de, 158, 197, 199-206, 210,
Hermom, Monte, 42, 295 Asherah; Baal, Bezerros de ouro de Je- 211-220, 222-228, 254-260
Hesbom, 144 roboão; Henoteísmo; Deuses da Meso- Terra de, 36, 40-42, 175, 215, 229, 456
Hexatêuco, 161, 162, 164 potâmia] Israel, reino do norte, 224, 234, 247, 255, 257,
Hieróglifos, 38, 44, 57 De Israel/Judá, 184, 340, 400, 460, 471 358, 366, 440, 441-43, 446-49
Hinos, 108, 285, 296, 304, 307, 310, 311, 314, De Nínive, 457 Apostasia de, 52, 158, 222, 228, 230-31,
332 Impotência da, 374 240, 243, 340-341, 343, 347, 415, 440-
Hinom, Vale, 391, 392 Igreja como templo, 465, 467 441
Hipopótamo, 297 ImagemdojardimemCânticodosCânticos,332 Divisão de Judá, 53, 158, 223, 228-233, 238,
Hipótese documentária, 69-72 Imago dei, 80, 84 243, 340
História, Imoralidade [Ver homossexualidade; honesti- Queda para a Assíria, 54, 161-162, 243-
Conclusão da, 381 dade; imoralidade sexual; pecado] 244, 255, 360, 362
Deus na, 159, 248, 249 Impostos, 269 Israel Stela, 108
Israel, de, 70, 71, 73, 75, 134-135, 146-148, Impureza Ver Leis de pureza Investida central de Josué, 172
158, 161-163, 177, 178, 182, 183, 184, Imutabilidade de Deus, 82, 146 Jaboque, 42, 57
197, 239, 246-247, 254, 257, 340, 455, Incenso, altar de, 107, 226 Jabes-Gileade, 200, 205, 206, 212
475 Incesto, 123 Jafa Ver Jope
Primordial, 78, 84, 86, 90 Injustiça, sofrer 433 Jâmnia/Iavé, Conselho de, 23, 30
Visão bíblica da, 66-67, 159-161, 433-434 Inscrição Messa, 230, 232, 234 Jardim do Éden Ver Éden
Historicidade das escrituras, 160 Inscrições, 108, 109, 224 Jebel Musa, 110. 113
Histórico/a (s) Inspiração das Escrituras, 24, 26 Jebel Serbal, 110
Épicos, 224-225 Inspiração Verbal Plenária [Ver Teoria da ins- Jebel Sin Bisher, 110
Fundação do Antigo Testamento, 476 piração verbal plenária] Jebusitas, 169, 210, 214, 220
Livros, 23, 24, 147, 151-152, 158-159, 161- Instrução JEDP, teorias [Ver Hipótese documentária]
165, 182, 187, 256, 264, 346 De Amenemope, 291-292, 318, 319 Jejum, 378, 379, 467-468
Narrativa, 222, 234 De Ptahhotep, 291 Jericó, 135, 136, 137, 142, 168, 169, 170, 171-
Prólogo, tratado de suserania, 149-150, 152 Em Provérbios, 316 173
Hitita, Império/hititas, 46, 48, 49, 50, 149-150, Instrumentos musicais, 283, 304, 306, 307 Jerusalém, 42, 57, 162, 216, 218, 259, 445 [Ver
151, 152, 163, 216 Intercessão de Cristo, 398, 467 também Jebusitas; Sião]
Holocausto, 107, 118, 120, 124, 220, 411, 422 Interpretação Capital nacional, 210, 213-14, 245, 256,
Homens fortes de Davi, 218-219 De sonhos, 429, 430 398, 440, 455
Homossexualidade, 123, 357 Das Escrituras, 28-32, 72 Moderna, 314, 327, 361, 377, 397
Honestidade, 196, 334, 423 Introdução a Esdras, 270, 271 Nova, 423
Honra de Deus, 202, 470, 471 Investida norte de Josué, 174 Pós-reinado, 58, 252, 255, 266-269, 270,
Humildade perante Deus, 297-298 Investida sul de Josué, 173 413, 422, 424, 466
Hula, Vale, 42, 57 Irã, 37, 57 Profecias sobre, 354, 362-363, 364, 375, 376-
Iaveísmo, 52, 57, 228, 231, 234, 268 Iraque, 37, 67 377, 380-381, 391, 392, 395, 409, 410,
Idade Calcolítica, 44, 46, 57 Irmãs, história das duas, 386 468, 469
Idade do Bronze Irrigação, 38, 409 Queda de, 53, 55-56, 158, 161, 210, 244,
Antiga, 44-45, 46, 57 Israel [Ver também Abraão; Egito; Isaque; Is- 351, 368, 394, 399, 400, 402-405, 410,
Média, 45-47, 57, 91 rael, reino do norte; Jacó; Judá/reino do 411, 412, 432, 452-453, 458, 467-468
Nova, 46, 47-49, 50, 57 sul; Moisés; Sinai, Monte] Templo, 52, 257, 265-266
Idade de cobre e pedra Ver Idade Calcolítica Antes dos reis, 168, 170, 172-177, 182-193, Jezreel, Vale de, 40, 43, 50, 57, 118, 182, 223,
Idade do Ferro, 44, 50, 53, 56, 57 198-199 246, 247, 442, 443, 446
I, 46, 50-52 Figurativa, 380 Jope/Jafa/Yafo, 452
II, 46, 52, 53, 57 Linha do tempo para, 46-59, 73, 108-110 Jordão,
III, 46, 56 Moderna, 132, 423 Fenda do, 40, 42, 57
Idade Mesolítica, 44, 46, 57 Nação de, 48, 52, 340, 372, 414, 421, 449 Rio, 40, 42, 66, 137, 142, 148, 168, 169, 171,
Idade Neolítica, 35, 38, 44, 46, 57 No deserto, 48, 66, 106-108, 110, 128-138, 172, 176, 218, 239, 401, 452
Idade Persa Ver Idade do Ferro III 144, 414 Vale do, 40, 42, 57, 135, 136
Idade Paleolítica, 44, 46, 57 Pós-exílio, 253, 255, 264, 265, 266, 267, Jubileu, 119
Identidade de Dario, 435 268, 351, 352, 374-375, 402, 408, 420, Judá
Idília, 187, 190 421, 464-465, 466, 470 Apostasia de, [Ver Apostasia]
Idolatria, 123, 161, 199, 227, 228, 238, 268, Povo escolhido de, 96, 99-100, 112-113, Divisão de Israel, 52, 53, 54, 158, 223, 228-
296, 377, 386-387, 389, 403, 411, 412, 143-147, 211, 224, 252, 255, 446 234, 238-244, 340
507
Índice por assunto

Filho de Israel, 92 Salmos de, 307, 310, 311-12 Crítica, 72


Província de, 204, 255, 265, 266 Lâmpada Ver Menorá Pano de fundo bíblico, 292, 476
Queda para a Babilônia, 55-56, 158, 162, Lagos Amargos, 109 Literatura apocalíptica, 346, 349, 363, 366,
224, 246, 257, 351, 362, 398-400, 402- Lei 425, 428-429, 426-436
405, 409, 410, 419, 421, 452-453, 458- “Do rei/profeta”, 162 Literatura de sabedoria, 23, 159, 290-301, 330,
459 Antiga, 122-124 333
Reino do sul, 52, 54, 210, 234, 256, 257, Casuística, 106, 122 De Salomão, 290, 292, 314-23, 330
259, 342, 349, 355, 358, 364-365, 366, Cerimonial, 122, 123 Egípcia, 290, 291, 297, 316, 319
414, 440, 444, 446 Civil, 123, 146 Em Jó, 290, 292
Tribo de, 42, 176, 183, 204, 205-206, 211- Da aliança, 145, 341, 386, 387, 446, 473 Em Salmos, 290, 308, 310
212, 224, 255, 356, 398 Da Mesopotâmia, 106 Literatura dramática, 188, 293, 299, 332
Judaísmo moderno, 475 Da pureza, 119, 121-122, 123, 128, 134, Livramento
Judéia Ver Judá, província de 464-465 Do julgamento, 449
Judéia, costa da, 196, 198 Desafio a obedecer a, 177 Do remanescente, 375
Judeus, montes, 42, 419 Importância da, 276 Dos assírios, 244
Jugo, em Jeremias, 394, 395-396, 403 Jó e a, 298 Em Êxodo, 112-113
Juízes, 50, 52, 340 Leitura pública da, 270 Por Deus, 364, 367, 373, 378
Papel de liderança, 182, 183 Livros da, 23, 24, 48, 64-71, 161, 176, 245, Por juízes, 182, 184
Período dos, 158 247, 267, 384, 460 Livro
Julgamento de Deus [Ver também Deus; Justi- Mestre da, 266-67 Da aliança/das Leis de Moisés Ver Lei/Pen-
ça; Profecias contra as nações; Pragas] Moral, 122, 123 tateuco
Advertências proféticas sobre, 341, 343, Natural, 113 Da Consolação, 396
346, 347-348, 354, 410-411, 413, 414, Propósito da, 68, 113, 122-23 Dos anais dos Reis de Israel/Judá, 223
415 Lei cúltica Ver Lei cerimonial Livros Proféticos, 22
Chamado por, 310 Leis de pureza, 119, 121-122, 128, 134, 410, Anteriores, 23, 160
Em Isaías, 357 415, 465 Criatividade nos, 343
Escatológico, 347, 364, 428, 459-461 Leoa em Ezequiel, 414, 415 Na Bíblia hebraica, 23, 24
Executores do, 411 Levante, 40, 42, 47, 57 Loucura, 316, 317, 323
No deserto, 134, 169 Levi/levitas, 48, 65, 119, 124, 125, 128, 130, Loucura de Nabucodonosor, 435
Pela fome, 447 146, 147, 176-77, 178, 198, 214, 270, Louvor, 200, 219, 304
Pelo fogo, 447 384, 423, 471, 473 Em Salmos, 307, 309, 311
Por cerco, 390-392, 398, 403-404, 405, 410, Leviatã, 297, 298, 364 No sofrimento, 311
457 Líbano, 37, 57, 333, 443 Ludlul beml nemmeqi, 292
Por desastres naturais, 134, 389, 447 Montanhas do, 40 Macabeus, 18, 434, 436
Por doenças, 199, 219 Líbia, 39, 57 Macpela, 62, 95
Por gafanhotos, 443, 444, 447 Linha do tempo bíblica Ver Datas Mal/Mau
Sobre as nações, 354, 362, 364, 370, 374, Língua franca, 48, 57 “espírito” em Saul, 201-02
379, 401, 418-420, 432, 445, 447, 452- Línguas Ao redor, 456
453, 454, 457, 460, 461, 467 Acádio, 27, 30, 48, 78, 286, 345 Da Assíria, 457
Sobre Israel/Judá, 54, 183, 184, 243, 364, Amonita, 27, 30 Pastor, 468
385-386, 395, 410, 411, 412, 414, 458- Amorita, 27, 30 Problema do, 83, 294, 298-301
459, 460, 461 Árabe, 27, 30 Manre, 97
Sobre os reis, 202, 430 Aramaico, 27, 28, 29, 30, 31, 315, 329, 434, Maná, 131, 172
Sobre os soldados de Acazias, 238 435-436 Manassés, 171, 176, 177, 178, 186
Sobre Saul, 202, 256 Aramaismos, 453, 460 Manto de Elias, 239
Jumenta de Balaão, 136 Assírio, 27 Manuscritos, 26, 27, 29
Juntar grãos, 189 Fenício, 27, 30 Mar da Galiléia Ver Kinerete
Justiça, 295-299, 328, 472 Grego, 28, 31, 37, 326, 348 Mar de Juncos, 108-09, 112, 115, 482 Ver tam-
Justiça social, 269, 320, 356, 378-379, 389, 405, Hebraico, 23-24, 27, 28, 29, 31, 79, 285, bém Mar Vermelho
414, 444-447, 455, 458, 460 287, 320, 329, 341, 344, 388, 403, 434 Mar Morto, 40, 42, 57, 212, 400, 423, 440, 452
Kinerete, 42, 57 Em Daniel, 434, 437 Mar Negro, 36, 57
Laquis, 169, 244, 246, 338, 399 Moabita, 27, 30, 232 Mar Vermelho, 36, 40, 57, 64, 108-109, 129
Lamento Ugarítico, 27, 30, 286, 287 Masada, 212
Do Oriente Próximo, 402 Linguagem figurativa, 30-31 Maskil, 307
Profético, 343, 402-405, 408, 414, 456 Literário (a) Masoreta, 26-28, 31, 481
508
Índice por assunto

Medeba, 232 De Eliseu, 240 Narrativas em primeira pessoa, 270-271


Media Ver Medo-Pérsia Milênio, 424, 425, 469 Natureza caída da humanidade, 68, 79, 82, 84
Média Idade do Bronze Ver Idade do Bronze Mishna, 69, 72, 475 Nazaré, 378
Mediador da aliança, 397 Miskal, 306 Nazireu, voto, 131
Medidas honestas, 320, 423 Mito, 66, 72, 159, 164 Nebo, Monte, 148, 153
Médio Império. Ver Egito Mispa, 42, 57, 200, 205, 228 Neguebe, Deserto do, 40, 42, 43, 57, 93, 97, 99,
Mediterrâneo (a) “Moisés e os profetas”, 69 204
Costa, 49, 109, 286, 452 Moabe/moabitas, 27, 30, 57, 218, 445 [Ver tam- Nínive, 38, 57, 365, 367
Ilhas do, 85 bém Línguas] Profecias sobre, 453-454, 456-458, 460
Mar, 36, 38, 39, 40, 42, 447 Geografia de, 42, 452 Queda de, 245, 349, 350, 419, 459, 460
Medo-Pérsia, 348, 402, 434, 435, 436 Israel e, 186, 213, 230, 232 Nobe, 205
Império, 46, 54, 56, 59, 159, 255, 269, 272- Na caminhada do Êxodo, 48, 128, 130, Nome, mudança de, 96, 97-98
73, 350, 351-52, 371, 429, 433, 434, 135-137, 142, 143, 144, 146, 148, 149, Noiva, Israel como, 413, 440, 441
436, 464 151 Nova Jerusalém, 423
Libertação do exílio, 224, 257, 264-66, 268 Profecias sobre, 239-240, 354, 362, 366, 394, Novo Império [Ver Egito, Novo Império]
Guerras da, 160, 349, 362, 402 400, 403, 418, 424, 445, 460 Novo Testamento, relação com o Antigo, 475,
Megido Ver Vale de Jezreel Religião de, 136, 137 476
Memoriais, 172 Rute e, 187, 188, 189, 193 Núbia, 48, 57
Pedras, 146, 172, 177 Monarquia Ver Reino Números usados na Bíblia, 108, 129, 130, 320
Mênfis, 39 Monólogos na literatura de sabedoria, 290-91, Nuvem da presença divina, 107, 130, 131
Menorá, 413, 467 298 Nuzi, 95, 99
Mensagem de Ezequiel, 409, 410, 418, 420 Monoteísmo, 70, 72, 82, 84, 145, 150, 152, 153, Obediência
Mensageiro, o profeta como, 341, 344 228, 234, 272, 274, 294, 295 A Deus, 106, 112, 144, 145, 146-147, 222,
Menzaleh, 108 Montanhas, profecia para as, 410 225, 249, 329
“Meretrício”, 441, 442 Montanhas Antilíbano, 40 Ao governo, 431
Meribá, 142, 145, 148 Montanhas Cáucaso, 36, 57 Obelisco Negro, 241
Mesopotâmia, 44, 46, 47-48, 57, 78 Monte das Oliveiras, 412, 422 Obras, salvação por, 454
Cultura da, 45, 53, 56, 78, 93, 118, 290, 291, Monte de Moisés Ver, Jebel Musa Obrigações da aliança, 261, 347, 386, 387
292, 299, 316, 411 Monte Pisgá, 135 Ofertas Ver Sacrifícios
Deuses da, 408, 411 Moralidade distorcida, 357 Oferta de cereais, 120, 123
Literatura da, 291, 292, 299 Moré, 93, 97, 99 Oferta de culpa, 120, 122, 123, 124
Região geográfica da, 37-40, 43, 66, 86, 246, Moresete-Gate, 455, 460 Óleo no ritual sacerdotal, 104, 119, 348
345, 348, 350, 351, 400, 401, 452 Moriá, 97 Oliveiras, 466
Viagem/comércio na, 43, 44, 198 Morte Onipotência, 297, 298
Messias/Cristo, 98, 309-310, 348, 356, 373, 468- De Cristo, 375-376, 446, 468 Opressão dos pobres Ver Injustiça social
469, 475, 476 De Elias, 239 Oração, 297, 379, 397
Em Isaías, 375-376 De Josué, 169, 183 De Ezequias, 367
Julgamento do, 473 De Moisés, 142, 148, 168, 170 De intercessão, 386-387, 388
Vinda do, 100, 423, 434, 465, 473 De Saul, 205-206, 210, 211-212 De queixa, 387-88
Messiânico (a) Do servo sofredor, 375 Em Daniel, 431
Era, 354, 360, 466, 475 Escolha de, 386 Pelos perdidos, 398-399
Esperança, 255, 258, 309, 348, 356, 358, Universalidade da, 328, 329 Por intervenção, 379
364, 449, 465, 475, 476 Mulheres em Provérbios, 317, 320-321 Por julgamento, 310
Linhagem, 173, 211, 361 Muro Oriental, 314, 328, 361 Organização
Nomes, 360 Muros, reconstrução em Jerusalém, 46, 59, 265, De Deuteronômio, 142, 143
Ofício, 216, 472, 475-476 266, 269-270, 274, 352 De Esdras-Neemias, 265
Reinado, 468, 469 Música, 284, 304 Dos Salmos, 306
Reino, 421 Instrumentos de, 283, 306, 307, 361 De Samuel, 210
Salmos, 307, 309-311 Nação de escória, 414 Orgulho, 432-33
Método histórico-gramatical, 29-31 Nações Ver também Profecias contra as nações Origens de Jó, 298
Métrica poética, 282, 286 Cura para as, 423 Ossos secos, visão dos, 421
Micenas, 49 Evangelho para as, 449 Ouro
Midiã, 105, 110 Julgamento sobre as, 460, 461 Bezerro de, 136
Milagres Lista das, 84, 85 Bezerros de... de Jeroboão, 238
De confirmação, 344 Naftali, 360 Portão de... de Jerusalém, 469
509
Índice por assunto

“Pai”/“mãe” na literatura de sabedoria, 291 Pentateuco, 23, 24, 28, 47, 63-75, 78, 158, 260, Primogênito, 47, 97, 104, 239
Palestina Ver Síria-Palestina 267, 322, 340, 476 [Ver também Penta- Princípios para os pais, 314, 317
Palmira, 252 teuco samaritano] Profecia (s)
Panela em Jeremias, 385 Autoria do, 68-75 Contra as nações, 354, 360, 363, 394, 400,
Panela enferrujada, 415 Ênfase do, 66-69 402, 418-420, 432, 445, 447, 448, 452-
Pão, 119 Estrutura do, 73 453, 460
Papiros do Mar Morto, 27, 28, 29, 30, 31, 272, Pentateuco samaritano, 28, 29 De Ezequiel, 18-20, 414-416
372-73, 435, 436, 459 Pentecostes, dia de, 444 Profecia clássica/profetas, 341, 348-349, 350
Pará, 388, 391 “Pequeno Apocalipse”, 353, 354, 363-364 Profecia da estrela da manhã, 418-19
Parã, Deserto de, 131, 132, 134, 136 Perdão Profecia de previsão, 342, 344, 371, 373, 380,
Parábolas, 290, 344 Do pecado, 216, 217, 220, 301, 376, 377, 397, 428
Paralelismo antitético, 282-83, 286, 318 379, 397 Profecias dos ais, 354, 357-358, 364-365, 366
Paralelismo literário, 85 Nacional 147, 431 Profecias sobre
Paralelismo na poesia hebraica, 282, 287, 318 Peregrinação, 309 A Babilônia, 354, 362, 367, 394, 401-02,
Paralelismo sinônimo, 282-83, 286 Período intertestamental, 428 403, 411, 458
Paralelismo sintético,282, 283-84, 286 Período neobabilônio Ver Babilônia, novo Damasco, 354, 360, 362, 366, 394, 401, 403,
Paralelos, literários/culturais, 91, 292, 316, 331, império 445
345 Período pós-exílio, 69-70, 158, 252, 253, 254, Edom, 394, 400, 403, 418, 419, 424, 445,
Páscoa, 106, 130, 172 255, 256, 264, 266, 329 452-53
Pastor, Deus como, 456 Perseguição Egito, 354, 362, 394, 400, 403, 413, 419,
Pátio do tabernáculo, 104 Do povo de Deus, 272-275, 429-431, 433 424, 443, 467
Patriarcas, 44-46, 48, 90-100, 143-148 Dos profetas, 388-392, 410 Jerusalém, 354, 362-363, 366, 375-377,
Aliança com, 356 Pérsia Ver Medo-Pérsia 380-381, 391, 395, 409, 468, 469
Genealogia dos, 255 Perversos, 395, 308, 455-456 Nova Jerusalém, 423, 424
Teologia da retribuição e os, 163 Planalto Central de Benjamim, 212 Sobre o Messias 354, 358, 360, 366, 374,
Paz/shalom, 347 Plano de Deus, 26, 30, 84, 99, 134, 148, 197, 375-76, 380, 381, 396, 423, 443, 455,
Em Isaías, 356 200, 201, 211, 256, 355, 360, 361, 362, 465, 468-469
No reino messiânico, 361, 468 374, 375, 376, 422, 452, 465, 466, 470 Profetas
Ofertas de, 120 Pluralidade Ver Casamento misto; Relativismo Anteriores, 160, 164
Pecado Ver também Retribuição, Teologia da Poesia Atos simbólicos feitos por, 388, 397, 398,
Condenação profética do, 231, 232 Livros de, 24 415
Confissão do, 216, 219-220, 270, 307-308 Hebraica, 282, 284 Cristo entre, 344
Conseqüências do, 64-65, 147, 216-17, 219, Ugarítica, 284, 286-287 Elias entre, 231-34, 238-39
220, 254, 295-296, 391, 394, 413 Politeísmo, 80, 146, 287, 292, 319 Eliseu entre, 239-40, 241
De Acã, 162, 173, 182 Portão/portões/porta/portas Falsos, 342, 389, 395-396, 398, 403, 404,
De Davi, 162, 211-212, 216-217, 219, 220, De Jerusalém, 265, 377, 469 405, 408, 412, 455
253, 308 Da Nova Jerusalém, 422, 423 Jeremias entre, 385-391, 394, 400-403
Desculpas para, 358, 414 Portão de Ishtar, Babilônia, 433 Juízes entre, 158, 161, 196
Destruição final do, 472, 473 Portão leste de Jerusalém, 422 Julgamento pelos, 391
Escravidão ao, 138 Povo de Deus, 347, 356, 364, 373, 378-379, 455, Milagres feitos por, 240, 243-244
Expiação do, 124, 466, 467 464, 466, 468 Moisés entre os, 148, 242
Libertação do, 375 Povo escolhido, 99, 182, 259, 260, 378-379, Não-literários, 346
Nacional, 270, 378, 388-389, 409 446, 466 Nas culturas pagãs, 344, 350
Oferta por 120, 124 Povos do mar, 46, 49-50, 57 [Ver também Ofício de, 231, 233, 234, 240, 266, 341-342,
Original, 82-84, 86 Filistia/filisteus] 343, 344, 350, 409-420, 455
Perdão do, 122, 456 Pragas do Egito, 48, 66, 67, 68, 104, 105-06, Perseguição contra, 388, 389
Purificação do, 347, 358 112 [Ver também julgamento de Deus] Pós-exílio, 159
Sacrifício pelo, 120-121, 122, 123, 124 Preâmbulo de tratado de suserania, 149, 150, Samuel entre, 198, 242
Sexual, 137, 138, 184, 196, 216, 318, 322- 152 Tradição dos, 242
23 Premilenialismo, 379 “Videntes”, 341, 342, 350
Sob juízes, 184 Prenunciar Ver profecia de previsão Vigias, 420
Tentação, 318 Presença de Deus, 107, 134, 171, 226, 259,260, Profetas anteriores Ver Profetas
Tristeza pelo, 307-08 411-412 Profetas Maiores, 23, 24
Peixe, Jonas e o, 454, 460 Em Êxodo, 107, 108, 113-115 Profetas Menores, 23, 24
Pelesete Ver Palestina Em Números, 128, 130, 131 Profetas não-literários, 346, 350
510
Índice por assunto

Prólogo de Jó, 293, 294, 298 De Saul, 200-201, 202, 205, 206 Do templo, 241, 422, 423
Propósito de, De Zedequias, 413 De Sião, 378-380
Cântico dos Cânticos, 286, 288 Recabe/recabitas, 212, 398 Ressurreição, 100, 111, 161, 310, 421, 431, 433,
Crônicas, 252, 253, 254-55 Redenção/livramento Ver também Salvação 446, 472, 473
Eclesiastes, 286, 288, 327 Da Babilônia, 370, 374 Retidão, 68
Esdras, 266 Do Egito, 112 Retorno do exílio na Babilônia, 56-58, 159,
Jó, 286, 288, 301 Refains, Vale dos, 212-218 252, 253-255, 258, 264-270, 271, 370,
Provérbios, 286, 288, 313-322 Reformas, 222, 270 371, 376-377, 396, 424, 464, 466, 467,
Reis, 240 Sob Ezequias, 222, 240, 241, 244 468
Salmos, 286, 288 Sob Josias, 240, 244, 246, 351, 384-85, 459 Retribuição, Teologia de, 147, 162, 163, 222,
Propósito de Deus, 388, 429, 452-54, 455 Regência de Belsazar, 432, 433, 435 226, 246, 247, 258, 291, 292, 295, 296,
Proteção de Deus, 430 Registros antigos, 223-224, 244, 400, 402, 435, 298-99, 309, 322
Provérbios, 313 459 Revelação de Deus, 22, 24, 26, 36, 67, 68, 106,
Provérbios de Salomão, 316-321 Regras sobre carne, 121 134
Proteger o muro, 415 Rei (s), 184-185, 435, 467 A Israel, 268, 475, 476
Pseudônimos, livros bíblicos com, 428, 436 Lista de, 223, 230, 233 Direta, 198
Pureza, chamado a, 65, 317, 318, 322, 378, 412- Salmos para o, 307, 308 Na criação, 454
13 Reino/reinado Ver também Reino dividido; rei- Rib, 442
Purificação dos pecados, 347-48 no unido Rima poética, 282, 286
Purim, 272, 273, 275 Começo do, 196-206, 210, 256-257, 258- Rio em Ezequiel, 423
Qarqarm 348 260, 340 Rio Eufrates, 37, 38, 39, 47, 52, 245, 345, 350,
Quebar, Rio, 409 De Davi, 46, 52, 158, 185, 209, 210-220, 388, 402
Queda Ver também Lamento sobre Jerusalém 254, 255, 256, 258-259, 423, 440, 445 Rio Nilo/Delta, 38, 39, 56, 106, 109, 362
Da Babilônia, 418, 457, 464 De Deus, 59, 259, 284, 348, 356, 357, 365, Rio Orontes, 40
De Judá/Jerusalém, 53, 55-56, 158, 162, 374, 380, 424-425, 429, 431, 432, 433, Rio Tigre, 37, 38, 53, 57, 350
224, 238, 244, 246, 247, 254-55, 351, 455, 464, 465-466, 468, 469, 475 Rolos
360, 362, 368, 375, 394, 398-400, 402- De Salomão, 224-228, 253, 259, 327 Dos pecados, 409
405, 408-412, 415, 416, 418-419, 421, Sacerdotal, 114 Voadores, 466
452-453, 458-459, 467 Reino dividido, 46, 52-55, 56, 158, 222, 223, Rolo de Isaías, Qumran, 372-73
De Nínive, 456, 457, 460 224, 227, 228-238, 245-249, 257, 340, Roma, 23, 54, 401, 433, 434, 436, 468
De Samaria, 54, 161-162, 243-244, 254- 346 Romântico
255, 349, 360, 362, 375, 415, 441, 442 Durante o reinado de Davi, 212, 217, 218, Amor, 286, 288
Quedar, 394, 401, 403 225 Formas literários de estilo, 272, 331
Queixa contra Deus, 387-88, 389 Reino sacerdotal, 114 Rota do Êxodo, 108, 109, 110, 111
Quenitas, 110 Reino unido de Israel, 52, 158, 196, 197, 199- Sabá, nação de, 226
Querubim, 411, 412 200, 210, 211-220, 222, 224-228, 254- Sábado, 104, 449
Quiasmo, 142-143, 284-285, 430 257, 258-260 “Descanso”, 139, 390
Quiriate-Jearim/Baalá-Judá, 198, 199, 214, Reinos, visão de Daniel dos, 429, 430, 431, 432, Ano Sabático, 119
219 433, 434 Sabedoria discursiva da Mesopotâmia, 291,
Qumran, 27, 28, 30, 372-73, 436-38, 459 Relativismo, 185, 268, 357 292, 316
Racionalismo, 295, 298 Relativismo moral Ver Relativismo Sabedoria instrutiva egípcia, 291, 292, 297,
Ramá, 199, 205, 228 Remanescente, 316, 318, 319
Rapto, 106 Fiel, 355, 356, 360, 373, 375, 410, 412, 468, Sacerdócio, 119 Ver também Sacerdócio de
Ras Safsaf, 110 469, 470, 473 Arão; Sacerdócio levítico; Sumo sacer-
Ras Shamra Ver Ugarit Teologia do, 355, 356, 365, 370, 376 dote
Real/reais Renovação da aliança, 144, 265, 270, 341, 351 De Cristo, 122, 124, 125, 135, 310, 398
Salmos, 307, 308-309 Renovo messiânico, 357, 361, 397, 398, 467 Na hipótese documentária, 69, 71
Responsabilidades, 320 Resgatador, 189, 190, 191 Samaritano, 340
Rebelião contra Deus, 138, 142, 238, 355, 356, Restauração Sacerdócio de Arão, 58, 104, 119, 120, 122, 134,
385, 386 Apelos para a, 307 145, 265-266, 269, 384, 423, 466, 467,
Final, 432 Arquétipo de, 256-257 470
No deserto 131-135, 137, 388 Aliança de, 403 Degradado, 196, 198, 395, 398, 404, 405,
Em Israel/Judá, 147-48, 400 De Israel, 370, 373, 374, 396, 416, 421, 423, 422, 442
De Jeroboão, 222 424-425, 442, 460, 461 Segundo templo, 266, 464-465
Do remanescente, 449 Templo, 408-409, 422
511
Índice por assunto

Sacerdócio levítico, 65, 69, 119, 147, 176-177, “Segunda lei”, 66 Problema do, 291-92
265, 423, 470-471, 473 Sela, 453 Servo sofredor, 356, 370, 375-376
Censo do, 130 Selá, 307 Sol, adoração do, 408, 411, 415
No reinado de Davi, 214 Sem/semita, 79, 85, 86 Sonhos, 345, 429, 430 Ver também Visões
No segundo templo, 265, 270 Septuaginta, 28, 29, 108, 119, 128, 142, 326 Suez, Canal de Ver Suez, Golfo de
Sacrifício, 117-125, 424, 443, 472 Serpente de bronze, 130, 135 Suez, Golfo de, 39, 57, 109
Amaldiçoado, 470-71 Serpentes de julgamento, 135 Sumer/sumérios, 38, 44, 45, 46
Animal, 118, 120, 122, 124, 470, Servo Ver também Servo sofredor Sumo sacerdote, 58, 122, 145, 198, 266, 466,
De ação de graças, 120 Em Isaías, 356, 372-376, 378 467
Da aliança, 106-07 Líderes, 148 Cristo como, 310, 398
De crianças, 96, 387, 392 Papel do, 374-375 Sunamita, 240
Em Levítico, 122, 123, 124-125 Setenta semanas de Daniel, 428, 431, 433-434 Susã, 272, 273, 275
Falha em realizar, 404 Sexual Tabernáculo, 104, 113, 114, 119, 121, 128, 131,
Falso, 356, 447 Expressão, 84, 331, 333, 335 147
Propósito do, 118 Imoralidade, 123, 137, 138, 184, 196, 216, Construção do, 104, 119
Sacerdotes e, 65, 200 217, 317, 318, 322, 357, 441, 442, 457 Em Silo, 196, 387
Tabernáculo, 104 Pureza, 122, 317, 318, 322, 413 No tempo dos juízes, 187, 190
Tipos de, 119, 120-121 Shalom, 67, 347 Presença de Deus no, 134
Sabedoria personificada, 296, 316, 317, 318 Saron, Planície de, 40, 57 Propósito do, 107-08
Salmos de Davi, 30, 304-12 Siquém, 42, 57, 146, 149, 176, 187 Tabernáculos, Festa dos, 270
Salmos de penitência, 304, 307-308, 310, 311 Shema, 145 Tabor, Monte, 182, 443
Salmos imprecatórios, 304, 307, 310-311 Sheol, 419, 424 Tábuas da lei, 104
Salvação Shiggaion, 307 Talmud, 69, 72, 475
Do remanescente, 364-366, 375 Sião, 284, 362, 364, 375, 378, 379, 387 Targuns, 28, 29, 30
Em Crônicas, 158-59 Monte, 309, 405 Tarsis, 453
Em Êxodo, 65-66, 112, 115 Sicômoros, 342, 445 Tebas, 48, 57, 458, 460
História da, 67-68, 91, 160, 211, 276, 465, Sidom, 230, 232, 240, 419, 424 Tel Abibe, 409
475, 476 Siló, 42, 57, 183, 187, 196, 198, 205, 387, 395 Tel Aviv, 452 Ver também Jope
Oferta de, 376, 446 Simeão,183 Tema de preparação
Palavra de, 25, 26, 455 Sinai Em Números, 130
Para a nação, 142, 405 Monte, 65, 66, 104, 106, 107, 108, 109, 110, Templo, 52, 257, 265-66, 356
Para o povo de Deus, 68, 457, 459 112-13, 118, 119, 130, 136, 137, 143, Adoração no, 119, 386
Pelo Messias, 211, 378, 380-81, 454 144, 145, 168, 177, 340, 341, 347 Construção do, 226, 253
Plano final de Deus de, 364, 374, 376, 378 Península do, 48, 49, 109, 110, 128, 130, Destruição do, 56
Por Deus, 275, 276, 296, 361, 366, 374-375 396 Espiritual, 422-424, 464, 467
Samaria/samaritano, 28, 29, 52, 54, 201, 230, Aliança no Ver Aliança Mosaica, no Sinai Falha do, 404-405
232, 243, 266, 349, 413, 415, 441, 443, Sinal, 366, 367 Glória de Deus no, 411
446, 447, 455 [Ver também Israel, reino Sincretismo, 268, 274, 340, 390 “Novo”, 422, 24
do norte] Síria, 37, 57, 93, 94, 198, 200, 213, 218, 224, Primeiro, 211, 214, 218, 219, 225, 226, 227,
Sangue, importância do, 119, 121, 124 240, 241, 242, 249, 252, 348, 349, 350, 255, 256, 259-261
Santidade, 68 351, 358, 366, 400, 440, 452, 468 Profecia contra, 395
Chamado para a, 68, 119, 124-125, 347, Síria-Palestina, 37, 39, 40, 42, 43, 44, 46, 47, Reconstrução do, 159, 241, 255, 265, 266,
381, 389, 423, 465 48, 49, 52, 53, 56, 98, 242, 332, 340, 269, 351, 422, 464-466
Código de, 119, 120, 122 349 Rolo, do 459
De Deus, 125-135, 423 Moderna, 93, 286 Saqueado por Jeoás, 241
Em Levítico, 125-126 Sirbonis, Lago, 108 Segundo, 46, 265, 266, 424
Restauração da, 380 Sitz im Leben, 70, 72 Tesouros do, 265
Santo Soberania de Deus, 68, 72, 82, 105-106, 111, Temor do Senhor, 146, 292, 316, 322, 326, 327,
Dos Santos, 122 148, 158, 159, 164, 187, 192, 258, 294- 329
“O... de Israel”, 356, 401 298, 356, 374, 375, 385, 418, 432, 437, Tenda da congregação, 104
“Santos do Altíssimo”, 431, 433, 436 444, 449, 457, 458, 459, 467 Teocracia, 206
Satisfação, busca por, 326 Sodoma, 91, 356, 362, 401, 413 Teodicidade, 83, 292, 294, 298
SecaresultantedojulgamentodeDeus,231,388, Sofrimento, 294-299 Teofania, 110, 113, 225, 226, 227, 234
447 De Jeremias, 391-392 Teologia deuteronômica Ver Retribuição, teo-
Sefelá/“Montes Baixos”, 40, 57 Pela fé, 456 logia de
512
Índice por assunto

Teologia neo-ortodoxa, 24. 30, 31 Autoridade do, 247 Vale do Elate, 43, 57, 254
Teoria da inspiração limitada, 25 Bênçãos para os gentios, 377 Vaticinium ex eventu, 346, 428, 436
Teoria da inspiração verbal plenária, 25-26, Obediência ao, 347 Vento, correr atrás do, 328
30, 31 Ver também Bíblia; Inspiração Transcendência de Deus, 24, 30, 69, 72 Vestes sacerdotais, 104
das Escrituras Transjordânia, 135, 174, 178 Viagem, 56
Teoria do ditado, 24, 30, 31 Terras altas da, 40, 42, 43, 57 Rodovias, 42-44
Terra Planalto da, 43 Mar, 254
Compra por Jeremias, 394, 397 Transmissão de texto, 26-28, 30 Via Maris, 42-43, 44, 48, 56, 57
Divisão de, 137, 423 Tratado de suserania, 149-150, 153, 163 Vida, 317, 334
Propriedade de Deus, 420 Tribos de Israel, 52 Futilidade da, 295, 326
Terra prometida, 65-66, 100, 108, 113, 114, 115, Divisão de terras entre as, 170, 175, 176- Em Salmos, 305
123, 128, 144 177, 178 “Vidente”, profeta como, 340, 349
Conquista da, 48, 64, 72, 130, 131, 134, 136, Espirituais, 423 Vinhedo de Israel, 357, 412, 413, 415, 442, 443
137, 158, 168-172, 176, 177, 178, 182, Tribulação, grande, 421, 424 Vinho, símbolo em Jeremias, 388
183, 340 Tributo de vassalos, 213, 218, 240, 242, 243, Violência, 378
Entrada na, 138, 142 245 Virgem, Sinal de uma, 358-60
Falha em entrar, 132, 137 Tribos de José, 421 Visões, 266, 345 Ver também, Sonhos
Vida na, 151 Tristeza Apocalípticas, 428
Terremoto, 134, 445 Pelo pecado, 307-308 De Amós, 447-49
“Testamento de Moisés”, 143 Jejum por, 379 De Daniel, 428, 429, 430, 431, 432
Testemunha Trito-Isaías, 371, 379 434, 489De Ezequiel, 409, 411, 4
Às nações, 455 Tróia, 49 1, 422
De Deus, 390 Trombeta Ver Shofar Noturnas, 465, 466
Escrituras, 24, 372 Trombeta de chifre de carneiro Ver Shofar Viúvas, 187, 446
Tetratêuco, 162, 163, 164 Túnel de Ezequias, 257 Volta de Cristo, 433
Textos Ugarit/Ras Shamra, 285, 286 Vulcões, 110
Acádios, 345 Ugarítico Ver Línguas Vulgata, 42, 326, 334
De presságio, 344-45, 349 Unção Yarmuk, 42, 57
Mari, 344, 345, 348, 349, 350 Óleo de, 104 Yafo Ver Jope
Textos de presságio, 344, 346, 349, 350 Chamado de Deus, 348 Zagros, Montanhas, 36, 37, 48, 57
Texto massorético, 28, 29, 30 Unidade de Deus, 145-46 Zebulom, 360, 453
Timnate-Sera, 176 Ur, 47, 66, 83, 93, 97, 99, 402 Zerede, 42, 57
Tiro, 213, 214, 226, 240, 354, 363, 366, 418- Povo de, 54 Ziclague, 196, 204, 205, 210, 211
19, 424, 445 Uruk, 84 Zigurate, 83, 84, 86
Títulos de Salmos, 306 Uvas estragadas, Israel como, 442, 448 Zim, Deserto de, 134, 136
Topografia do antigo Oriente Próximo, 36-44 “Vacas de Basã”, 447
Torá, 23, 27, 30, 64, 72, 112, 267, 379 Vassalo, 360

513
37.1-36 92 12.29-51 104

Índice por 37.1-50.26 92, 98


38.1-30 92
39.1-23 92
12.37 108, 129
12.37-18.27 104
13.1-16 104

passagens bíblicas 39.2 113


40.1-41.57 92
42.1-38 92
13.17 109
13.17-14.31 104
13.18 109
43.1-34 92 13.21,22 107
Gênesis 6.5 84 17.17 96 44.1-34 92 14-15 112
1 66, 79, 80, 81, 86, 87 6.9 81 18.1-33 91 45.1-28 92 14.30,31 106
6.9-9.29 84 19.1-38 91 46.1-50.14 92 15.1-21 104
1-2 66, 79, 82, 84, 476
7.4 85 19.36,37 400 48.3,4 100 15.2 112
1-11 64, 77, 78, 79, 87, 90
7.19 85 19.36,38 400, 445 48.21,22 176 15.22-19.2 104
1.1 79, 87
7.21,23 85 19.37 362 50.15-21 92 15.22-27 104
1.1-3 79
9.1-29 79 19-40 65 50.20 98 16 131
1.1-2.3 79, 81
9.3,4 121 20 83 50.22-26 92 16.1-36 104
1.2 79, 80
10 84 20.1-18 91 50.24 100 16.13-35 172
1.3-5 80
10.1-32 79, 85, 87 21.1-34 91 50.24,25 178 17.1-16 104
1.3-31 80
10.21-32 86 21.5 96 50.25 98 17.9-14 168
1.3 79, 80
11 66, 85 22 96, 97 17.14 68
1.5,9,10 67 Êxodo 18.1-27 104
11.1-9 79 22.1-24 91
1.9-10 67,80 19 66, 100, 106
11.9 86 22.2 96 1 105
1.11 81 19-40 65, 104, 112, 113
11.10-32 79, 85, 86 22.3 96, 97 1-18 112, 113
1.24, 26 81 19.1,2 104, 130
11.27-32 92 22.14 114 1.1-7 104
1.26 80 19.3-24.18 104
12 90, 93, 96, 97, 148, 23.1-20 91 1.1-12.36 104
1.27 335 1.1-15.21 104 19.3-25 104
476 23.17,18 100
1.28 81 12-25 92 1.8 47 19.4,5 112
24.1-67 91
1.29,30 121 12-50 65, 89, 90, 91, 98 1.8-22 104 19.5 106
24.3-8 148
2 81, 86, 87, 91 12.1-25.18 91 25.1-18 91 1.10 105 19.6 119
2.7 81 12.1 92, 96 25.19-34 91 1.11 108, 109 19.16-25 106
2.17 81, 83 12.1-3 90 25.19-36.43 91, 97 1.11-15a 105 19.18 110
2.24 25, 84, 335 12.1-4 96 25.24-26 97 2 105 20-23 68, 112, 142
2.4-25 79,81 12.1-9 91 26.1-35 91 2.1-10 104 20-24 149
2.25 334 12.2,3 97, 99, 100 26.2-5 100 2.11-25 104 20.1-17 106
3 64, 67, 82, 86, 87, 476 12.4 97 26.3 113 2.15b-22 105 20.1-23.33 104
3-11 82, 86, 87, 99, 228 12.7 168, 170 26.23-35 490 2.23-25 105 20.3 342, 412
3.1,4,5 83 12.10-20 91 27.1-46 91 2.24 105 21-23 106, 112, 122
3.1-24 79 13 93 27.41-43 97 2.24,25 112 21.2 398
3.7 82, 84 13.1-18 91 27.47-29.14 91 3-4 105 21.2-11 106
3.8-10 82 14 93 28 97 3.1 110 21.15 106
3.19 329 14.1-24 91 28.10-22 97 3.1-4.17 104 21.16 106
3.23 83 15 93, 94, 95, 96, 100, 28.13-15 97, 100 3.13 114 21.23-25 106
4 84 107, 148, 476 28.15 113 3.14 114 21.28-36 106
4-11 83 15.1 93 28.18-22 97 4.13 105 22.21-24 446
4.1-26 79 15.1-21 91 29.15-30.24 91 4.18-31 104 23.1-3 106
4.7 84 15.2 93 29.34 119 5.1-23 104 24 177
5 84, 256 15.6 94, 96 30.25-31.55 91 6 48 24.1-18 104
5.1 81 15.7-21 112 31.47 489 6.1-13 104 24.3-8 106, 112
5.1-32 79 15.18 226 31.47b 27 6.3 114 24.4,7 68
5.22-24 239 16 95 32 98 6.14-30 104 24.6 107
6 84 16.1-15 91 32.1-33.20 91 7.1-13 104 24.7 106
6-9 66 17 92, 96, 100, 148 34.1-31 91 7.14-10.29 104 24.7,8 107
6.1-8 84 17.1 96, 101, 112 35.1-29 92 11.1-10 104 24.13 168
6.1-8.22 79 17.1-5 96 36.1 400, 445, 452 12 106 24.17 110
6.5-8 84 17.1-27 91 36.1-43 92 12.1-27 104 25-31 107
514
Índice por passagens bíblicas

25.1-9 104 5.14-6.7 120 21.1-22.33 119 10.35 131 25.1-9 138
25.1-31.18 104 6.8-7.38 119 23.1-44 119 11 131 25.9 137
25.8 107 7.38,39 120 23.22 189 11-14 137 26 128, 137
25.10-22 104 8-10 119, 121 23.26-32 122 11.1 131 26.51 129
25.23-30 104 8.1-10.20 119 24.1-23 119 12 131, 132 27 137
25.31-40 104 8.1-36 119 25.1-55 119 12.8 341 27.12-23 137, 138
26.1-37 104 8.13 124 26.1-46 119 13 132 27-36 137
27.1-8 104 9.1-24 119 26.46 122 13.16 132 28-36 137, 138
27.9-19 104 10.1 121 27.1-34 119 13-14 132, 176 31.16 137
27.20,21 104 10.1-3 130 13.1-20.21 130 32.28-32 171
28.1-43 104 10.1-20 119 Números 13.2 132 33.2 68
29.1-46 104 10.3 121 2 130 13.25-33 132 35.9-15 176
30.1-10 104 10.16 27 4 130 13.26 134 36.13 142
30.11-16 104 11 121 7-9 130 13.28,29 168
30.17-21 104 11-15 121 1-6 131 13.33 132 Deuteronômio
30.22-38 104 11-16 119 11.33 131 14.1-10 169 6.8,12,15 273
31.1-11 104 11.1-15.33 119 12.16 132 14.2 134, 138 1-3 143
31.12-18 104 11.1-16.34 119 14 134 14.4 134 7.6,7,17 129
32 114, 136 11.42 27 23-24 136 14.6-8 132 4-11 143
32-34 107 11.44 68 13-18 168 14.10 134 12-26 143
32.1-33.23 104 11.44-45 125 1 131 14.39-45 134 27-30 143
32.1-33.6 104 12 121 1-4 128, 130 15 134, 138 31-34 143
33.7-23 104 13-14 121 1.1-10.10 128, 130. 138 15-20 134 1.6-21 143
33.11 168, 341 15 121 1.1-54 130 16-17 304 1.1 143
34.1-35 104 16 467 1.2 131 16.1 134 1-3 143
34.27 68 16.1-34 119 1.46 129 16.31-43 134 2.5,9,19 144
35-39 107 16.2,3 122 2.1-4.49 130 16.44-50 134 2.24,31 145
35.1-40.38 104 16.8-10 122 3-6 131 17 134 3.3 145
40 107 16.14,15 122 3 130 17.1-13 128 6-11 146
40.17 119 16.16 121 3.4 130 18,19 134, 138 5 146
40.34 107, 114, 226 16.20-22 122 3.5-10 119 20 142, 145, 148 29-30 146
16.22 122 4.3 384 20.1 134 27 146
Levítico 16.30 122 5 130 20.2-12 134 12,15,17 148
1 120 17.1-16 119 5.1-8.26 130 20.10-11 134 24.3-8 149
1-7 69, 119, 121 17.1-26.46 119 6 131 20.12 134 24-26 150
1.1,2 119 17.11 121, 123, 124 6.1-21 198, 446 20.14-21.35 135 21-26 153
1.1-6.7 119 17.13,14 121 6.22-27 131 20.17 43, 135 9 162
1.1-7.38 119 17-27 119, 122 7 131 20.22-29 130 31.3,7,8,14,23 170
1.2 119 18 123 7-10 131 20.22-36.13 128, 130, 18.15 355
1.4 124 18-26 122 7.1 131 135, 138 2.4-7.28
1.9 120 18.1-20.27 119 8 131 21.1-4 130 1.1-4.43 142, 153, 162
1.13 120 18.3 123 9 130, 131 21.4-9 135 1.1-5 143, 150
1.17 120 18.3-5 123 9.1-10.10 130 21.5 138 1.2 143
2 120 18.6-18 123 9.1,15 131 21.5-9 130 1.3 143
2.2 120 18.20 123 9.15 131 21.9 135 1.5 143
2.9 120 18.22 123 10.1-10 131 21.10-20 130 1.6-3.29 150
3 120 18.23 123 10.5,6 131 21.21-35 130 1.6-4.43 143, 153
3.2 124 18.24,25 123, 170 10.9 131 21.22 43, 135 1.6,7 144
3.8 124 18.24-30 169 10 118, 131 22-24 128, 135, 138 1.6-8 143
3.13 124 18.25 123 10.1-10 118 22.1-36.13 130 1.26-46 144
4.1 69 18.28 123 10.11 119, 128, 130, 131 22.22-30 136 2.1-3.22 144
4.1-5.13 120 19.2 122, 125, 126 10.11,12 131 22.33 136 2.2-3.29 143
4.4,15,24,29,33 124 19.9 189 10.11-12.16 130 24.2 136 2.5,9,19 144
4.20,26,31,35 120 20.7 125 10.11-20.21 128, 130, 25 137, 138 2.24,31 145
5.6,10 120 20.26 125 131, 138 25.1-3 137 2.24-3.17 144
515
Índice por passagens bíblicas

2.33 145 27.12 146 3-4 172 24.28-33 168, 178 1.20,21 192
3.2 145 28 69, 147, 150, 162, 222, 3.1-5.15 172 24.29-31 169 2.1 188
3.23-29 145 298 3.7 170 24.31 178 2.1-23 188
4 145 28.1-68 143 4.9 169 2.2,3 189
4-26 150 29.31 177 5 172 Juízes 2.4-7 189
4.1-40 143 29.1 142 5.9 169 10 182 2.18-23 189
4.13 397 29.1-30.14 143, 147, 153 5.10-12 130 6 186 2.20 189
4.35-40 142 29.20 397 6-9 167, 168, 172 1.1-2.5 183, 185 3.1-18 188
4.41-43 143 30.15-20 143, 147 7 162, 182 1.8 210 3.10 190
4.44 145 30.19 150, 152 7.1-8.35 173 1.19 183 3.10-13 189
4.44-26.19 142, 143, 145, 31 147, 153 7.26 169 2.1-5 184 3.12,13 190
153 31.1-30 143 8.18 241 2.2,3 184 4 188, 190
4.44-49 143, 145 31.3 147, 170 8.30-35 146, 161, 177 2.6-15 184 4.3 191
5-11 145, 146 31.7,8 170 9 218 2.6-3.6 183, 184 4.6 191
5.26,28 69, 145, 146, 153 31.9 75 9.1-27 173 2.6-16.31 183, 184, 186 4.13 192
5.1-3 145 31.9-13 147, 150 10 168, 173 2.13,14 184 4.17 192
5.1-11.32 143 31.9,19,22,24 68 11.1-15 168, 174 2.16 182 4.18-22 188
5.2,3 145 31.14 170 11.16-12.24 168, 174 2.16-23 184
6.4 145 31.14-23 147 11.18-20 169 2.19 184 1 Samuel
6.4-9 321 31.19 147 11.20 176 3.1-6 184 15.24,25 201
6.5 95, 96, 146, 484 31.19-22 150 11.21 170 3.5,6 268 2-3 201
6.6,7 291 31.23 147, 170 13 168, 176 3.7-11 184 17.26,36,46,47 202
7.4 227 31.26 245 13-21 67, 168 3.6-16.31 183, 184 1-15 196
7.6 129 31.24-29 147 13-24 170 3.12-30 184 1.1-3.21 196, 198
7.7 129 32 142, 148, 162 13.1-13 183 3.31 184 1.10,11 198
7.17 139 32.1 150 13.6 170 4.1-5.31 184 1.19,20 198
10.4 106 32.1-32.47 147 14-19 168, 176 6.1-8.28 184 2;12-17 196
12 147 32.1-34.12 143, 147 14.6-15 176 10.1,2 184 2.22-25 196
12-26 145, 146, 147, 152, 32.1-47 143, 147 14.8 176 10.3-5 184 2.27-36 198
153 32.47 26 15-19 176 10.6-12.7 184 3.10 198
12.1-26.19 143 32.48-33.29 143 15.63 169, 176 11.26 108, 109 3.20 198
12.13,14 177 32.48-52 148 16-17 176 12.8-10 184 4.1 198
13.1-5 342 33 142, 150 16.10 169, 176, 183 12.11,12 184 4.1-7.17 196, 198
13.1-14.21 147 33.1-29 148 17.12,13 176, 183 12.13-15 184 4.10,11 199
14.22-16.17 147 34 142, 150 17.16-18 183 13.1-15.20 184 5.3,4 199
16.18-18.22 147 34.1-12 143, 148 18.1 196 17-18 183, 184 5.6 199
17.14-20 162 34.4 148 18.1-6 198 17-21 183, 184, 186 5.8-12 199
17.17 227 34.8 170 18.2-4 183 17.1-21.25 183 6.4,5 199
18.9-22 162 34.10 148, 242 18.23 388 17.6 182, 184, 186 6.12-16 199
18.15 341 19.13 453 18.1 182, 184 6.19-21 199
18.15-19 148 Josué 20-21 168, 176 19-21 183, 184 7.1,2 214
18.21,22 342 22 168 20.1-9 176 19.1 182, 184 7.7-14 199
19.1-24.7 147 11.15 174 21 176 21.25 182, 184, 186, 196 8-12 196, 199
21.17 239 6 170 21.18 384 8.4,5 199
23.3,4 377 8,24 156 21.43-45 170, 177 Rute 8.6,7 197
24.8 75 14 177 22-24 167, 168, 177 1 188, 191 8.7 200
24.8-16 147 22 177 23 162 1.5 192 8.10-22 200
24.17-26.15 147 16-18 183 23.1-6 177 22 188 8.19b,20 50
25.5,6 191 1-5 168, 170, 173 23.1-24.27 168, 177 4.1-17 188 10.1 200
27-28 146, 247 1-12 167, 168, 170 23.12,13 471 23 189, 190 10.10 342
27.1-26 143 1.5 170 24 149 1.1-5 188 10.10-12 346
27.1-31.30 142, 143, 146, 1.6,7,9 170 24.1-28 177 1.6-22 188 10.17-26 200
153 1.8 64 24.11 214 1.11 188 11 200, 206
27.4 146 1.16-18 177 24.15 177 1.16-17 188 11.1,2 400
27.5,6 161 2.1-24 171 24.26 169 1.19 188 11.14,15 200
516
Índice por passagens bíblicas

12 162 28-31 196, 204 22 219 9.3 226 17-19 231


12.1-5 341 29 204, 205 22.1-23.7 218 9.4,5 226 17.1 231, 341
12.3-5 200 30 205 23.8-39 218 9.16 169 18 341
12.8-18 200 31 212 24 218, 219 9.26 483 18.1 231
12.17,18 197 31.2 203 24.1 219 10.10,13 226 18.19 231
12.20-25 200 31.11,13 212 10.23 226 18.21 231
13-15 196, 200 31.13 379 1 Reis 11 223, 224, 227, 228 18.36-38 231
13.8-14 197, 200, 341 9.26,27 40 11.1-43 224 19 162
13.14 52, 200, 203 2 Samuel 10 222, 226 11.2 227 19.2 231
13.19-22 50 5,8,10 210, 212 11.14 227 11.3 227 19.3,4 231
14.19-23 200 13 210 17.17 227 11.4 52 19.5-8 231
15.24,25 201 1-10 210 16.21-28 228 11.9-13 227, 253 19.9-18 231
14.24-46 200 7.10,11 216 21.20 234 11.14-22 227 19.11,12 231
14.47 200 24.24 220 3-4 256 11.23-25 227 19.19-21 239
15 200 1 210, 211, 212 3-11 225 11.26-40 228 20.1-43 232
15.1-3 169 1-4 210, 211 5 226 11.29-30 346 20.42,43 232
15.1-31 197 1.14 348 1 220 11.41 223 21 231, 232
15.10-31 341 1.18 210 1-2 224, 225 11.41-43 228 21.3 191, 232
15.15 201 2-4 210, 212 1-11 224, 256 12 228 21.4 232
15.20,21 201 3.2 217 1.1-2.46 224 12-14 228 21.17-24 234
15.23 201 3.3 217 1.1-11.43 224 12-22 228 21.21 240
16 196, 201, 304 5-6 210, 213 1.5-2.24 253 12.1 238 21.25 234
16-31 196, 201 5-24 210, 212 2.3 482 12.1-16.28 224, 228 21.27 379
16.1 197 5.3 218 2.3,4 386 12.1-22.53 224 22 234
16.1-13 197, 201, 210 5.4 210 2.4 216 12.25-33 228 22.2-4 234
16.7 203 5.5-9 210 2.26,27 384 13 346 22.7-28 346
16.14-23 197, 201 5.6-10 169 3 225 13.1 228 22.8 234
16.18 202 5.11 445 3-10 224 13.1-10 346 22.39,40 230
17 196, 202 5.17-25 212 3.1 169, 227 13.2 372 22.52 238
17.1-18.5 197 6.1-19 210 3.1-10.29 224 13.4-10 228
17.34-37 203 6.6-8 214 3.3 225 14.1-18 228 2 Reis
17.47 203 7 100, 210, 211, 214, 258, 3.5 225 14.9 228 22 71
18-27 196, 203 308, 386 3.12,13 225 14.10,11 228 21.11 367
18.1 203 7.12,13 216 3.13 226 14.15,16 247 18.1-25.30 238
18.6-9 203 7.13 216, 217 3.14 225 14.19 223 1-7 238
19.9-11 203 7.14 216 3.16-28 225 14.21-16.28 228 2 239
19.20,21 346 7.14,15 216 3.28 226 14.22-24 228 11 240
19.23,24 342 8.1 213 4 226 14.29 223 13 241
20.24-34 203 9 218 4.1-6 226 15.1 223 14 241
20.32,33 203 10 213 4.7-19 226 15.2 223 16 242
21.1-9 203 10.1-4 400 4.20-28 226 15.3 223 17 243
22.7-19 203 11 211, 253 4.21 226 15.7 223, 228 20 244
23.7,8, 203 11-12 210-216 4.25 52, 226 15.8 223 19.15 244
23.29-23 203 12.7 216 4.29-34 226, 290, 321 15.16-33 223 20.2 244
24.1,2 203 12.21 379 4.32 305 15.17-22 228 21.8-18 244
24.3-6 204 13-14 210, 217 5.1-12 445 15.18 232 22.14-20 346
24.6 348 13-20 210, 217 5.1-8.66 226 15.31 223 1 231, 238
24.16-22 204 13.4 217 6-7 226 15.33,34 222 1-17 238
25 161, 204 15-19 210, 217 6.1 108, 109 16.21-28 230 1.1-9.37 238
26.1,2 203 16.23 218 8 226 16.25,26 222 1.1-13.21 346
26.6-16 204 19.41,43 218 8.10-11 226 16.29-18.29 228 1.1-17.41 238
26.21 204 20 210, 217 8.1-4 245 16.29-22.53 224, 230 1.3 238
27.1-3 204 21-24 210, 218 8.23,24 226 16.29-33 222 2-8 239
27.6 196 21.1-14 218 8.25,26 226 16.29-34 230 2.1-18 239
28 204 21.15-22 218, 219 9.2 226 16.31-33 231 2.8 239
517
Índice por passagens bíblicas

2.9 239 17.1-6 243, 362 24.20-25.7 169 26.6-15 440 7.6,9 267
2.13,14 239 17.5,6 243 25.1-21 246 28 256 7.7,8 271
2.19-22 239 17.6,7 169 25.8 467 29-31 257, 319 7.10 265, 267, 276
2.23-25 239 17.7-23 243, 376 25.22-26 246 29-32 244 7.11-26 265
3.1-27 240 17.13-23 238 25.27-30 163, 224, 238, 29-36 256 7.12-26
3.4 445 17.15 243 246, 395, 402 32 257 7.27,28 265
4.1-7 240 17.15,16 243 33.1-20 244 7.28 271
4.8-37 240 17.18,20,23 243 1 Crônicas 35.25 403 8.1-14 265
4.38-44 240 17.22,23 247 15.17 304 36.22,23 58, 224, 252, 8.15-20 265
5.1-27 240 17.23 249 1-9 255, 256 254, 257, 258 8.21-32 267
6.1-7 240 17.24 266 1.1-2.2 255 8.21-36 265
6.8-23 240 17.24-41 243 2.3-4.23 255 Esdras 9.1-4 268
6.24-7.20 240 17.29 243 4.24-8.40 255 4.24 266 9.1-15 265
8.1-6 240 17.41 228, 238 8 256 5,6 266 9.5-15 268
8.7-15 240 18-20 244 9 255 2.2 464 9.6 268
8.18 240 18-25 224, 238, 243 10 255 3.2 464 9.14 268
8.26,27 240 18.1-20.21 238 10.1-11.3 256 9-10 471 10.1-4 268
9-10 240, 241 18.13-16 367 10.13,14 256, 257 1-6 58, 265, 271 10.1-17 265
9-17 228 18.13-19.37 244 10-20 256 1.1 276 10.1-44 265
9.1-10.28 240 18.4 257 10-29 255, 256 1.1-2.70 265 10.12-44 269
9.1-13 240 18.4-6 244 10-36 256, 257 1.1-4 58, 265 10.18-44 265
9.22 490 18.7 244, 367 11-12 255 1.2,3 257
9.22-26 234 18.8 244 13-22 255 1.2-4 258, 265, 266 Neemias
9.27 240 19.15-19 244 15-16 304 1.5-11 265 7 269
9.30-37 234 19.20-34 244 15.4,5 304 1.8 265 12.27 270
10.1-17.41 238 19.35 245 17 257, 258 2 270 1.1-11 265
10.32,33 240 19.35-37 244 17.7-14 255 2.1-70 265 1.1-3 265
11.1-20 240 20.1-11 244 17.13 258 2.2 265 1.1-11 265
11.4-21 240 20.12-19 244 21-29 256 3.1-6 265, 266 1.1-3 252, 265
12.2 241 21.1 367 21.1 219 3.1-6.22 265 1.4-11 265
12.3-5 241 21.1-18 238, 244 22.1-5 253 3.7-13 265 2.1-10 265
13-17 241 21.8 482 22.8,9 214 3.7-6.22 266 3.1-7.3 265
13.14-19 240 21.9 245 23.1-29.20 255 3.10,11 266 3.1-32 265
13.14-20 241 21.10-16 238 28.9 258 3.11 276 4.1-23 265
13.19 249 21.11-15 245, 247 29.21-30 255 3.12,13 266 5.1-19 265
13.20,21 240 21.19-26 238, 244 4 266, 276 6.1-14 265
13.25 249 22.1-23.30 238, 245 2 Crônicas 4.1-5 265, 266 6.15-19 165
14.3 241 22.3-23.7 460 1 255 4.6-23 266 7.1-73 265
14.23-29 241 22.8 384 1-9 255, 256 4.6-24 265 8.1-9 265
14.25 440, 453 22.8-10 245 2-7 255 4.8-6.18 27 8.1-10.39 265
14.25,28 241 22.14-20 346 3.1 220 4.23,24 265, 269 8.10-18 265
14.6 64 22.19 245 7.14 257 5.1,2 265 9.1-37 265
14.8-14 241 23.22 245 8-9 256 5.3-17 265 9.38-10.39 265
15 247 23.26 257 10-13 256 6-7 276 11.1-36 265
15.1-7 242 23.29,30 246, 400 10-36 256, 260 6.1-22 265 11.1-12.26 265
15.8-31 242 23.31-25.21 246 13.8 259 6.14,15 255 12.1-26 265, 270
15.19,20 242 23.31-34 295, 414 14.1-21.3 256 6.14-18 266 12.27-47 265, 270
15.29 242 23.31-35 238, 246 20.15-23 169 6.17 270 13.1-31 265
15.29,30 360 23.36-24.7 238, 246 20.19 304 7-8 267 1-6 269
15.32-38 242 24.2 249 21.4-22.12 256 7-10 58, 266, 271 1-7 270
16.3 242 24.2-4 245, 247 21.7 214 7-13 265 1-13 58
16.7 243 24.8-17 238, 246 22.3-5 240 7.1-5 266 1.1 164
16.7,8 358, 360 24.10-15 395 23-27 256 7.1-8.36 265 1.3 269
16.8 243 24.18-25.21 246 24.17-25 241 7.1-10 265 1.11 269
16.9 360 24.18-25.26 238 26.1-23 242 7.6 266, 267 2.8 269
518
Índice por passagens bíblicas

2.10, 19 269 5.9 273 8.3 295 31.35 296 15 306


2.17,18 269 5.14 274 8.3-7 295 32-37 296 15.1 282
11 270 6.1 274 8.20 295 32.1-5 293 16 309, 310
12-13 271 6.1-14 272 9.2 295 32.1-37.24 293 19.1 282
13 270 6.7-9 274, 275 9.10 295 32.2 296 19.7-10 113
13.1 482 6.11 274, 275 9.22 295 32.3 296 22 309, 310
13.23-29 471 7.1-10 272 9.25-31 295 32.6-33.33 293 22.12 446, 447
3 269 7.3-6 274, 275 10.18-22 295 33.13 297 22.14-18 310
4 270 7.9,10 275 11.3 296 33.14 445 23 305
4.1-6.19 269 8.1,2 275 11.4 296 33.19 297 24.1 283
4.2,3 270 8.1-17 272 11.6b 296 33.26-30 297 33.6,9 80
4.7 269 8.3-17 275 11.7 292 33.37 297 35 310
4.7,8 270 8.8 273 11.14 296 34.1-37 293 37 290
4.9 269 9.1-10.3 272 11.17 296 35.1-16 293 38 308
4.15 269 9.1-19 275 12.3 296 35.13-16 297 42-72 306, 311
4.16 269 9.16-19 275 12.7-10 296 36.1-37.24 293 44 305
5 269 9.20-28 275 13.2 296 36.2 297 45 309, 310
5.14-19 269 9.22 275 13.13-19 296 36.10-12 297 45.1 309
6 270 10.1-3 276 13.24-27 296 38.1 297 45.3-5 309
6.15 270 14.13 296 38.1-39.30 293 45.6 309
7-13 265, 270 Jó 15.1-21.34 293 38.1-42.6 293, 297, 300 45.7-9 309
7.4 270 3 294 15.2-4 292, 296 38.3 297 49 290
7.5 270 6.7 295 15.5,6 292 38.4 297 50 304
8-10 270 25 296 15.7 295 38.8 297 51 304, 308
8.1 276 40.4-5 297 15.7,8 296 38.31 297 57 304
8.1-12 270 1-2 293, 294 15.17-35 296 40.1,2 297 62.11,12 445
8.6 270 1.1-2.13 293 16.3,4 296 40.1-42.6 293 69 310
8.13-18 270 1.1-5 293 16.19 296 40.15-41.34 298 71.22 306
9 270 1.6-12 293 18.3 292 40.3-5 297 72 305
9.3 270 1.9-11 294 19.25-27 296 40.6 297 72.1 321
9.38-10.39 270 1.13-19 293 20.19 296 40.9 297 73 290, 308
1.20-22 293 20.29 296 42.2 298 73-83 304
Ester 1.22 294 21.2,3 292 42.3 298 73-89 306, 311
1 272 2.1-5 293 21.7-16 292 42.5,6 298 85 305
1-2 272 2.4,5 294 21.23-26 296 42.7-17 293, 298 89.3 214
1.2-22 272 2.6-8 293 21.34 296 42.12 298 90 305
1.3 272 2.8 294 22-26 295 90-106 306, 31
1.19 273 2.9 294 22.1-27.33 293 Salmos 107-150 306, 311
2.1-4 272 2.9,10 293 22.4-7 296 8.1a 285 110 309, 310
2.1-18 272 2.10b 294 22.23 296 8.1b 285 110.1 309
2.7 273 2.11 294 23.4 296 8.2 285 110.5 309
2.10 273 2.11-13 293 23.10-12 296 6 312 119 285, 320
2.17 272 3-31 294 27.1-6 296 1 290, 308 119.9-16 285
2.19-23 272 3.1-26 293 28 296 1-41 306, 311 127 305
2.20 273 3.1-27.23 293 28-31 296 1.1 31 127.1 321
2.21-23 273 3.1-42.6 283 28.1-28 293 1.1,2 185 136 305, 307
3 273 4-27 295 28.20-28 296 1.3 284 137 310
3.1-15 272 4.1-14.22 293 28.28 326 1.6 283 137.7 453
3.7,13 273 4.17 295 29 296 2 309 150 306, 307
4-10 273 5.17 295 29.1-25 293 2.6 284
4.1-17 272 5.18-27 295 29.1-31.40 293 2.7 309 Provérbios
4.11 273 5.19-27 445 30 296 3 304, 305, 306, 311 16.18-28 282
4.14 273 6.24,30 295 30.1-31 293 4 306, 312 18.6,7 282
4.16 273 7.16-21 295 31 296 8 284, 285, 307 2.7-24.34 316
5.1-14 272 8.2 295 31.1-40 293 14 308 7 318
519
Índice por passagens bíblicas

1-9 321 10.2 283 1.16-17 327, 330 11.1-6 326, 329 370, 371, 372, 379
1.1 330 10.4 283 1.17 317 11.7-12.8 326 1.1 354, 355
1.1-7 316 10.7 283 2.1-3 327 12 328 1.1-31 354, 356
1.2-6 316 11.1 320 2.4-11 327 12.1 329 1.4 356
1.4 316 12.4 317 2.11 327 12.1-8 328, 329 1.9 356
1.5 316 13.24 315 2.12-16 327 12.5 329 1.10 356
1.7 292, 316, 317, 322, 16.1 315 2.17 327 12.7 329 1.15 356
326 16.24 315 2.24,25 327, 328 12.8 326, 329 1.16-20 356
1.8 291, 317 19.29 283 2.26 327 12.9-14 326, 329 1.2 150
1.8,9 317 20.20 315 3.1-15 326, 327 12.13 329 1.2-15 356
1.8-19 316 22-24 292 3.2 327 12.13,14 326 1.21-23 356
1.8-9.18 316, 317, 318, 22-28 321 3.9 327 1.27-31 356
319, 322, 487 22.6 314 3.12 327 Cântico dos 2.1 345
1.10-19 317 22.17-21 318 3.13 328 Cânticos 2.1-4 354, 356
1.20-33 316, 317 22.17-23.11 319 3.14 328 4.6 332 2.1-5.30 354, 356
1.28-32 317 22.17-23.14 318 3.16-22 326 1.1 321, 333 2.5-21 357
1.33 317 22.17-24.34 316, 318 3.19,20 328 1.1-2.7 331 2.5-4.6 354, 356
2.1-5 291 22.20 318 3.22 328 1.2 333 2.13 447
2.1-22 317 22.24,25 315 4.1-3 326 2.8-3.5 331 2.22-3.15 357
2.1-4.27 316 23.1-3 291 4.2,3 328 3.6-5.1 331 3.16-4.1 357
2.4 317 23.22-25 321 4.4 328 4.1-5 332 4.2-6 357
2.6 317 24.27 315 4.4-12 326 4.1-7 331 5.1-7 354-357
3.1-35 317 25-29 321 4.6 328 4.2 331 5.8-10 357
3.5,6 317 25.1 319, 321 4.7 328 4.9-11 333 5.8-30 354, 357
3.7 314 25.1-29.27 316, 319, 322 4.13-16 326 5.2-8.4 332 5.11-17 357
4.1-27 317 25.2,3 319 4.16 328 5.9-16 331 5.18,19 357
4.3,4 317 25.6-8 319 5.1-7 326, 328 7.1-5 331 5.20 358
4.18,19 317 25.13 291 5.1-12.8 326, 328 8.5-14 332 5.21 358
4.23,24 315 30 319 5.8,9 326 5.22,23 358
5.1-14 318 30.1-9 320 5.8-17 328 Isaías 6.1-8 354, 356, 358
5.1-23 316 30.1-33 316, 320, 322 5.10-6.9 326 1.8 355 6.1-13 354, 358
5.3-5 318 30.15b,16 445 5.18 328 31.1-8 355 6.9-13 354, 358
5.15-23 318 30.18-20 445 6.3-6 328 1.1-16 356 7 243
5.7-14 318 30.21-23 445 6.10-12 326 1 356 7.1,2 358
6.1-19 316 30.29-31 445 7.1 328 11 357 7.1-9 354, 358
6.16-19 445 31 319, 321 7.1-14 326 6.8 358 7.1-14 346
6.20-35 318 31.1-9 316, 320 7.5-14 328 8 358 7.1-17 354, 358
6.20-7.27 316 31.10-31 285, 316, 317, 7.15 328 9.8-10.34 360 7.3 355, 356
6.23-29 291 320, 322 7.15-24 326 27 361 7.3-9 342
6.27 318 31.23 320 7.25-8.1 326 4.2 361 7.3-13 355
7.1-5 318 31.28-31 321 8.2-8 326, 328 26.6-9 364 7.4-9 358
7.1-27 318 8.9-17 326 28-33 364 7.10-12 358
7.6-27 318 Eclesiastes 8.9-9.10 328 34-35 364 7.10-17 354, 358
7.8,9 318 7.5 328 8.15 328 29.4 364 7.14 358, 360
7.22 318 1.1 326 9.1-6 326 30.1-5 365 7.18-25 360
7.24-27 318 1.1-11 326, 327 9.2 328 31.1-5 365 7.18-8.22 354, 360
8.1-21 318 1.2 326, 327 9.7-9 329 33.1-4 365 8.1-4 360
8.1-36 316, 318 1.2-11 326 9.7-10 326, 328 28-33 366 8.3 355, 358
8.22-31 318 1.3-11 327 9.11 329 40-60 367 8.5-22 360
8.35,36 318 1.5,6 327 9.11-12.8 328 39-40 372, 373 8.16 347
9.1-18 316 1.9-10 327 9.11-18 326 45.23 374 9.1 42
9.10 282, 322 1.12-2.26 326 9.13-18 329 40.42 380 9.1,2 356
10-22 321 1.12-4.16 326, 327 10 329 53 476 9.1-7 354, 360
10.1 317, 318, 321, 330 1.13-18 327 10.1-20 326 1-12 367 9.6,7 360, 372
10.1-22.16 316, 318, 321 1.14 327 11.1 284, 329 1-39 353, 355, 366, 367, 9.8-10.4 354, 360
520
Índice por passagens bíblicas

9.12 360 27.1-13 354, 364 40.1-11 373 56-66 371 10.17-25 388
9.17 360 27.2-6 364 40.1-31 370373 56.1-8 370, 377 11-20 388
9.21 360 27.9 364 41.1-29 370, 373 56.9-57.21 370, 378 11.1-12.17 384, 388
10.4 360 27.12,13 364 41.8 356, 373 58.1-14 370, 378 11.1-20.18 384, 388
10.5 360 28.1-29 354, 364 42.1-4 372, 374 58.5-7 379 11.18-20 388
10.5-34 354, 360 28.1-33.24 354, 364 42.1-9 373 58.6,7 446 11.18-23 388
10.12,23 360 28.9-13 364 42.1-25 370, 374 59.1-21 370, 378 12.1-6 388
10.26 372 28.15 364 42.18-25 374 59.20-21 378 13.1-27 384, 388
10.20 372 28.16-22 364 42.23-25 376 60.1-22 370, 378 14.1-17.27 384, 389
10.20,21 356 29.1 364 43.1-44.8 374 60.1-66.24 370, 378 14.13-16 388, 389
11.1-16 356, 372 29.1-24 354, 364 43.1-45.25 370, 374 61.1-3 378 14.17-22 388, 389
11.1-12.6 354, 360 29.9-16 364 44.9-23 374 61.1-11 370 15.1 389
13-23 356, 363, 365, 367, 29.17-24 364 44.24-45.25 374 61.4-11 378 15.4 367
418, 432 30.1-31.9 354, 365 44.28 371, 374 62.1-12 370, 378, 379 15.10 384, 389
13.1-14.23 354, 362 32.1-20 354, 365 45.1 356, 371, 374 62.4 379 15.10-21 388
13.1-23.18 354, 361 32.3,4 365 45.5,6 374 63.1-6 370, 379 15.15-18 384, 389
13.17 362 33.1,2 365 46.1-13 374 63.7-64.12 370, 379 15.19-21 389
13.19,20 362 33.1-24 354, 365 47.1-47.15 370, 374 65.1-25 370, 380 16.1-4 384
14 418, 419 33.14-16 365 47.1-15 374 65.17-25 380 16.1-9 389
14.3-21 362 34.1-17 354, 365 47.8 374 66.1,2 381 17.1-18 389
14.4 362 34.1-35.10 354, 365 48.1-22 370, 374 66.1-24 370, 379 17.14-18 388
14.12-15 362 34.4 365 48.1-52.12 370, 374 66.20 378 17.19-27 390
14.13,14 362 34.16,17 365 49.1-7 370, 373, 374 18.1-12 389, 390
14.24-27 354, 362 35.1-10 354, 366 49.3 356, 373, 375 Jeremias 18.1-19.15 384, 390
14.28-32 354, 362 35.4-6 366 49.5 375 30-33 396 18.18-23 388
15.1-9 362 35.7 366 49.6 374 22.18-19 398 19.1,2 392
15.1-16.14 354, 362 35.8-10 366 49.8-26 370, 375 1-20 383 20.1-6 384
16.14 362 36-37 367 49.14-16 375 1.1 342, 384 20.1-18 384, 392
17.1-14 354, 362 36-39 244, 367 50.1-11 370, 375 1.1-3 385 20.7-10 384
17.6-8 362 36.1-37.38 354, 367 50.4-11 373, 375 1.1-19 384, 385 20.7-13 392
18.1-20.6 354, 362 36.1-39.8 354, 367 50.6 375 1.4.5 343 20.7-18 388
18.7 362 36.4-20 367 51.1-16 370, 375 1.5 385 20.14-18 384, 392
19.5-8 362 36.6 55, 365 51.17-52.12 370, 375 1.6 384 21-52 393
20.1-6 362 37.2 355 52.13 356, 372, 373, 375, 1.9-19 385 21.1,2 394
20.2 355 37.2-7 355 376 1.10 396 21.1-23.8 394
21.1-10 362 37.6,7 342 52.13-15 370, 372, 373, 1.17-19 389 21.1-29.32 394
21.1-17 354, 362 37.8-13 367 375, 376 2.1-3.5 384, 385 21.1-52.34 394
21.1-14 362 37.14-29 367 52.13-53.12 370, 372, 2.1-10.25 384, 385 21.8,9 394
22.1-25 354, 362 37.21 355 373, 375, 376 2.13 386 22.2-5 394
22.15-19 363 37.21-35 342, 355 52.14 376 2.28 386 22.10-12 394
22.20 356, 373 37.23 356 52.15 376 3.6-4.4 384, 386 22.13-23 395
22.20-25 363 37.35 367 53.1-3 375 4.5-6.30 384, 386 22.19 395
23.1-18 354, 363 38-39 366, 367 53.3 376 4.19-22 386 22.24-30 395
24-27 363, 364, 366, 428 38.1 355 53.4-6 375, 376 5.1 386 23.5,6 395, 398
24.1-6 364 38.1-8 342, 355 53.7 376 5.18,19 386 23.9-40 394, 395
24.1-23 354, 364 38.1-22 354, 367 53.7-9 375 6.9-15 386 23.13,14 395
24.1-27.13 354, 363 38.4 355 53.8 376 6.13 466 24.1-25.38 394, 395
24.14-16 364 39.1 350 53.9 376 6.13,14 384 25.1-14 395
24.23 364 39.1-8 354, 368 53.10 376 6.22,23 401 25.9 401
25.1-12 354, 364 39.3 355 53.10-12 356 7.1-15 346 25.12 396
25.6-9 364 39.3-8 342, 355 53.12 376 7.1-8.3 384, 386 25.15-38 395
26.1-6 364 40-55 371 54.1-17 370, 376 7.4 386 25.21 401
26.1-21 354, 364 40-66 355, 356, 367, 369, 54.1-59.21 370, 376 7.12 387 26.1-24 386, 394, 395
26.11-18 364 370, 371, 372, 55.1-13 370, 377 8.4-10.25 384, 387 26.2 24
27.1 364 373, 379, 380 55.12 376 10.11 27 26.24 399
521
Índice por passagens bíblicas

27.1-28.17 394, 395 48.7 400 4.1-5.17 408, 410 33.1-33 420 5.6 430, 432
28.1-4 396 48.11 400 4.4-8 410 33.1-39.29 420 5.7 435
28.1-17 384 48.29,30 400 4.9-17 410 33.30-33 425 5.16 435
28.1-32 394, 396 48.47 400 5.1-17 410 33.33 408 5.20 435
29.8,9 384 49.1-6 394, 400 6.1-7.27 408, 410 34.1-31 420 5.29 435
29.11 402 49.7-22 394, 400 6.1-14 408, 410 35.1-15 421 5.31 435
30.1-31.40 394, 396 49.9 401 7.1-27 408, 411 36.1-37.28 421 6 430
30.1-33.26 394, 396 49.14-16 401 8.1-6 408, 411 38.1-39.20 421 6.1-28 429
30.9 396 49.23-27 394, 401 8.1-11.25 408, 411 39.17 421 6.8 273
31.3 396 49.28-33 394, 401 8.7-13 408, 411 39.18 447 6.12 273
31.15 396 49.34-39 394, 401 8.14,15 408, 411 40-48 422, 423, 424, 425 6.15 273
31.31-34 396 50.1-51.64 394, 401 8.16-18 408, 411 40.1-4 422 6.28 435
31.34 397 50.29 401 9.1-11 408, 411 40.1-48.35 422 7 430, 431, 432, 433, 434,
31.35-37 397 50.34 401 9.7 411 40.5-47 422 436, 437, 438,
32.1-44 394, 397 50.40 401 10.1-22 408, 411 40.48-41.26 422 7-12 429, 431, 432, 434,
32.7 397 50.41,42 401 11 422 42.1-14 422 435, 465
32.17 397 51.11 402 11.1-21 408, 411 42.15-20 422 7.1-28 429
32.27 397 52.1-34 394, 402 11.22-25 408, 412 43.1-12 422 7.8 434
33.1-26 394, 397 12.1-20 408, 412 43.13-27 422 7.14 433
33.2,3 397 Lamentações 12.1-24.27 408, 412 44.1-45.8 422 8 431, 432, 435
33.15,16 398 1,2,4 403 12.21-28 408, 412 44.2 422 8-12 434, 436
33.17,18 398 5 403 13.1-23 408, 412 45.9-46.24 423 8.1-27 429
34.1-22 394, 398 1.1 403 14.1-11 408, 412 47.1-12 423 9.1-27 429
34.1-39.18 394, 398 1.1-22 402, 403 14.12-23 408 47.12 423 9.3 431
34.18 94 1.2 403 15.1-8 412 47.13-48.29 423 9.11-13 482
35.1-19 394, 398 2.1-22 402, 404 15.1-17.24 408, 412 48.30-35 424 9.20-23 431
36.1-32 394, 398 3 320, 403 16.1-63 412 9.24-27 431, 433, 434
36.2 347 3.1-66 402, 405 17 413 Daniel 10-12 431, 432
36.4-6 347 4.1-22 402, 405 17.1-24 412 1.1 409 10.1-11.45 429, 433, 439,
36.4-21 385 5.1-22 402, 405 18.1-32 408, 413 1-7 430 490
36.21-23 384 18.23 414 9 431 11.36-45 433
36.26 384 Ezequiel 18.32 414 5.6-20 432 12.1-3 431, 432, 433
37.1-38.28 394, 398 8-11 411 19.1 490 1 430, 432 12.1-13 429
37.5 400 14.12-23 412 19.1-14 408, 414 1-6 429, 430, 432, 433, 12.4 347
37.17 384 15-17 412 20.1-44 408, 414 434, 437, 438, 465
37.17-20 346 34 419 20.45-21.32 408, 414 1.1-2.4a 434 Oséias
38.14-23 384 3.17 420 22.1-31 408, 414 1.1-21 429 12.4 98
38.17-23 413 38-39 421 23.1-49 408, 415 1.2 432 1.1 440
39 402 43 422 24.1-14 408, 415 1.8 430 1.1-3.5 440, 441
39.1 468 25-37 425 24.15-27 408, 409, 416 1.9 430, 432 1.2 442
39.1-18 394, 399 1 422 25-32 424 1.17 430, 432 1.10,11 442, 443
39.2 467 1-24 407, 418 25-48 417, 418 2 430, 433, 434 2.2,3 441
40.1-41.18 394, 399 1.1-3 408, 409, 464 25.1-7 418 2.1-49 429 2.6-23 442
40.1-45.5 394, 399 1.1-5.17 408, 409 25.1-32.32 418 2.4b-7.28 434, 436 2.8 441
40.5 399 1.3 408 25.1-48.35 418 2.18 431 2.10 441
40.7-41.9 246 1.4-28 408, 409 25.8-14 418 2.19 430 2.15 441, 443
41.2 467 2.1-10 409 25.15-17 418 3 430 2.23 443
42.1-43.13 394, 399 2.1-3.27 408, 409 26.1-28.19 418 3.1-10 429 3.1-5 442
43.4-7 384 2.5 408, 409 28 418, 419 4 430, 431, 432 4.1 442
44.1-45.5 394, 400 2.64,65 464 28.2 418 4.1-37 429 4.1-3 441
46-51 418, 432 3.1-15 409 28.12 419 4.27 432 4.1-5.15 440, 442, 455
46.1-28 394, 400 3.16-21 409 28.20-26 419 4.32,33 435 4.6 441
46.1-51.64 394, 400 3.22-27 410 29.1-32.32 419 4.33 432 4.12 490
47.1-7 394, 400 4.1-3 410 29.17 409 5 430, 431, 432, 435 4.15 490
48.1-47 394, 400 4.1-5 464 33-39 420, 424 5.1-31 429 5.4 490
522
Índice por passagens bíblicas

5.5 490 7.10-13 445 7.1-20 455, 456 2.1-9 464 2.16 471
5.10 490 7.10-17 448 7.6 456 2.3 464 2.17-3.6 470, 472
5.13 441 7.14 342, 445 7.14-20 456 2.10-19 464, 465 3.1 472, 475
6.11 490 7.14,15 343 7.19 456 2.14 465 3.7-12 470, 473
6.1-11.1 442 8.1-3 449 2.20-23 464, 465 3.13-4.3 470, 473
6.1-11.11 440 8.4-14 449 Naum 2.23 266 4.4-6 470, 473
6.3 441 8.5 423 1.1 456
6.4 490 9.1-6 449 1.1-2.2 456, 457 Zacarias Mateus
6.6 443 9.11-15 445 1.2-8 457 1-8 465, 472 26.44 431
7.11 441 1.9-13 457 1.1 465, 466 1.1 216
9.10-11.11 442 Obadias 1.9-2.2 457 1.1-6 465, 466 1.1,12 465
10.11 490 1 452 1.14,15 457 1.7-17 466 1.1-16 246, 475
11.1 443 1.1-4 453 2.1,2 457 1.7-6.8 465, 466 1.1-17 256
11.12-13.16 440, 442 1.1-5 400 2.3-13 456, 457 1.18-21 466 1.5 173, 192
12.3 490 1.3 453 3.1-19 456, 457 2.1-13 466 1.6 217
12.7 423, 442 1.5-9 452, 453 3.4,5 457 3.1-10 466 1.22 475
14.1-9 440, 443 1.10-14 400, 418, 453 3.8 456 3.10 226 1.23 358
1.16 395 3.8-19 458 4.1-14 466 1.24,25 360
Joel 4.6 466
1.11-14 452 2.4-6 455
2 443 Habacuque 4.6-21 269
1.15-21 452, 453 2.15 443
1.1-20 443, 444 1.1 458 4.14 266 3.3 372
1.13,14 444 Jonas 1.1-11 458 4.1-21 469 4.15,16 360
1.15 444 1.1-2.20 458 5.1-4 466 5 122
4.7-26 446
2.1 444 1.12-2.1 458 5.5-11 467 5.11,12 391
1.1 453
2.1-17 443, 444 1.12-2.20 458 6.1-8 467 5.13 431
1.1-16 453
2.11 444 1.2 458 6.9-15 465, 466, 467
1.2 453 5.14-16 390, 431
2.12,13 444 1.5 458 7.1-8.23 465, 467
1.17-2.10 453, 454 5.17-19 344
2.18-3.21 442, 443, 444 2.2,3 396 7.5 379
3.1-10 453, 454 5.17,18 425
2.28-32 444 2.2-5 458 8.19 467
3.3 454 5.43-47 391
2.31 444 2.4 458. 461 9-14 466, 472
3.4 346, 454 5.48 125
3 428 2.6-20 458 9.1-8 468
3.5 379 6.16-18 379
3.1-3 444 3.1-19 458, 459 9.1-14.21 465, 468
4.1-11 453, 454 6.33 470
3.2 459 9.9-17 468
Amós 4.2 453 9.13 443
3.3-15 459 9.13 465
11.13,14 473
5.1 447 3.16-19 459 10.2-11.17 468
Miquéias 12.7 344
1-2 432, 447 3.19 459 11.2 446
1.1 455 12.18-21 374
1.1 444, 445 11.8 468
1.1-3.12 455 Sofonias 12.41 25, 453
1.1,2 444 11.16 468
1.1-5.15 454, 455 12-14 468 15.1-7 344
1.3-2.16 444, 445 1.1-2.3 460
1.8-16 455 12.1-9 468 16.18 467
1.11,12 400 1.4,5 460
3.1-3 455 12.10-13.6 468 16.21-23 344
1.13 400 1.12 460
3.11 455, 466 12.16 465 16.27 431
2.6,7 446 2.1-3 460
4.1-5.15 455 13.7-9 469 17.10-13 473
3.1-6.14 444, 446 2.4-11 460
4.1-8 455 13.7 469 19.3-9 471
3.3-6 446 2.4-15 459, 460
4.9-13 455 14.1-21 469 19.8 482
3.7 372 2.12 461
3.9-15 446 5.2 445 14.5 490 21.1-5 344
2.13 460
4.1-3 447 5.5 455 14.6-21 469 21.1-11 468
2.13-15 461
4.4,5 447 6.1-5 455 3.1-8 459, 461 22.35-37 146
4.6-11 447 6.1-7.20 455 3.8 461 Malaquias 22.35-40 152
5.1-3 447 6.1-16 455 3.9-20 459, 461 1.1 469, 470 22.36-40 123
5.4-17 447 6.3 455 1.2-5 469, 470 22.41-46 310
5.18-24 447 6.6,7 455 Ageu 1.3 401 23.16-28 344
6.1-14 447 6.6-8 346 1.6-2.9 470 23.27,28 412
1.1 464, 466
7.1-9 447 6.11,12 456 24.3 412
1.1-15 464 2.10-16 470, 471
7.1-9.10 444, 447 6.16 456 1.4 464 24.30 431
2.14 471
523
Índice por passagens bíblicas

26.28 107 3.36 454 13.13,14 217 2 Tessaloni- 3.9 413


26.31 469 4.7-26 446 13.14 415 censes
26.31,32 344 4.9,19,20 244 16.22 347 1 João
3.10 315
26.39 395 5.30 344 1.19 217
26.42 395 9.1-3 147 1 Coríntios 1 Timóteo 2.1,2 124
26.56 469 9.2,3 301 2.9 381 2.9,10 357 3.1-3 364
26.64 431 10.10 378 2.14 374 4.12 412 3.2,3 365
26.67 376 11.47-50 376 3.16 465, 467
26.67,68 375 14.6 397, 454 6.19,20 465 2 Timóteo Apocalipse
27.26 375 14.15 101, 152, 186 10 138 1-3 465
2.24-26 399
27.46 310 19.37 468 10.1-13 138 1.1,2 372
3.16 24, 123, 158
10.6,11 138 3.16,17 24 1.7 468
Marcos Atos 10.8 138 1.19 372
7.24-30 446 2.14-21 444 10.9 138 Hebreus 2.1,8 24
8.34 433 2.24-34 310 10.10 138 2.14 137
2.2,3 396
8.38 431 4.12 454 10.12 138 4-22 465
1.1,2 344
9.36,37 344 7.2-4 483 10.13 220 7.9-14 378
1.3,4 376
11.15-17 344 7.22 48, 105 12.3 454 12.9 82, 488
1.8 310
12.26 482 11.27-30 446 15.3 376 19.7-9 379
2.1-4 68
13.3-27 344 13.3 379 15.12-19 161 19.11-16 398, 467
3.7-4.13 139
13.26 431 13.33 309 19.16 216
2 Coríntios 3.12 139
14.60,61 376 13.47 375 19.17 421
4.2 139
15.27,28 376 15.13-18 449 1.20 170 20.8 421
4.9 139
15.43-46 376 28.25 372 4.4 374 20.11-15 396
4.11 139
5.14,15 376 21.12 424
Lucas Romanos 5.6 310
21.22 465
Gálatas 7.24-28 398, 467
1.32,33 211, 396, 398, 10.16,20 352 22 423
8.1-9.15 114
449, 465, 467 1.17 458 1.6 24 22.2 423
8.7-13 397
2.1-7 455 1.18-23 454 2.21 454 9.11,12 122
3.23-28 475 2.11,12 454 3.1 24 9.12 397
3.23-38 256 2.14,15 454 3.1-6 32 9.26 124, 125
4.16-30 378 3.21,22 364 3.11 458 9.28 473
4.21 378 3.21-24 397 3.28,29 378, 425 10.38 458
4.25 231 3.21-31 94 4.4 475 11.3 80
7.27 472 3.28 32 6.7 298 11.19 96
9.31 111 4 94 13.8 177
12.15 457 4.11 94 Efésios
13.4,5 147 4.19-21 94 2.8,9 32 Tiago
15.3-16.31 344 5.1,2 397 2.11-18 381 2.14-26 446
17.11-19 446 5.9 376 2.11,22 423 2.24 31
22.20 100, 397 5.12-19 82
23.34 344 5.12-21 25 Filipenses 1 Pedro
23.54-62 344 6.17,18 467 1.3,4,8 24 1.15 389
24.27,44 69 8.3,4 397, 473 1.6 392 1.15,16 125
24.4-47 475 8.28 301, 396, 456 1.21-24 239 2.6 364
8.29 446 2.13 220, 396, 466 2.9 376
João 9.11 99 2.9-11 376 3.12 298
1.14 114 9.25,26 443 4.8 388 3.18 124
3.3 421 9.27-29 372 4.13 466 5.12 347
3.5 421 9.33 364
3.14,15 135 11.25-27 468 Colossenses 2 Pedro
3.16 68 11.26,27 378 3.1-3 388 1.20,21 24

524
265, 271, 274

Índice por nomes Coré


Antagonistas de Moisés, 134, 135
Salmista, 304, 305, 311
Cristo. Ver Jesus Cristo
Cross, Frank Moore, 162, 164
Abdom, 184 Anu, 402 Dagom, 199
Abede-Nego, 430, 431 Aoliabe, 104 Daniel, 269, 350, 351, 412, 428-435, 436, 437,
Abel, 79 Arão, 97, 104, 105, 119, 122, 128, 130, 131, 438
Abias, 223, 228, 230, 256, 259 132, 134, 136, 145, 177, 178, 266, 304 Dario
Abiatar, 384 Ariel, Jerusalém como, 354, 364 Dario I, o Medo, 349, 351, 352, 430, 435,
Abigail, 204 Arinna, 149 436, 437, 464, 471
Abimeleque, 91, 183 Artaxerxes III, 352
Abirão, 134 I, 269, 271, 349 Datã, 134
Abisai, 204 II, 271 Davi, 49, 52, 228, 233, 242, 247, 260, 304, 342,
Abiú, 121,130 Asa, 223, 228, 230, 256, 257 440
Abner, 212, 218, 219 Asafe, 304, 308, 311 Ascensão de, 40, 196, 197, 201-206, 210,
Abraão/Abrão, 45, 47, 64, 86, 91, 92, 105, 135, Ashlakka, 94 211, 232, 254, 256
177, 178, 272, 362, 400, 412 Asurnirari V, 94 Aliança com, 94, 97, 100, 211, 214, 226,
Aliançacom,98,100,104,107,112,113,114- Assuero/Xerxes I, 272-275, 276, 277, 349, 352 252, 255, 257, 258, 309, 358, 367, 386,
115, 148, 168, 170, 226, 258, 272, 340 Assurbanipal, 54, 57 455
Chamado de, 67, 68, 90, 91, 99-100 Astruc, Jean, 71, 72 Conquistas de, 169, 210-214, 340
Fé, 32, 65, 66, 90, 91, 92-97, 428, 436 Atalia, 230, 240, 256 Linhagem/Dinastia de, 49-56, 162, 185,
Absalão, 223 Aton, 48 192, 225, 240, 246, 256, 257, 258-259,
Absalão, filho de Davi, 210, 217-18, 219, 225, Azarias. Ver Uzias 260, 266, 268, 326, 330, 357, 358, 360,
304, 305, 312 Azazel, 122 361, 396-398, 449, 464, 465, 467, 472,
Acã, 162, 173, 182 Baaná, 212 475-476
Acabe, 52, 222, 230-35, 238, 239, 240, 242, 268, Baasa, 223, 228, 230 Pecado de, 211, 216-217, 253, 308
340, 341, 346, 348, 456 Balaão, 128, 136, 137 Reinado de, 46, 52, 56, 158, 185, 197, 200-
Acaz, 222, 230, 242, 243, 244, 256, 355, 358, Balaque, 135, 136 206, 215, 217, 218-220, 241, 254, 255,
360, 362, 366, 455 Balá, 109 256, 258, 272, 421, 423, 440, 445
Acazias, 230, 238, 239, 240, 256 Baraque, 182 Salmos de, 30, 304, 305, 306, 307-312
Adão, 25, 64, 67, 80, 81, 82, 83, 84, 256 Barth, Karl, 24 De Wetter, W. M. L., 71, 72
Adonias, 225, 253 Baruque, 347, 385, 398-400 Diná, 91
Ageu, 58, 255, 259, 265-66, 350, 351-52, 464- Belsazar, 430, 432, 435, 436, 437 Driver, S. R., 71, 72
65, 466, 470, 471, 472 Bate-Seba, 210, 211, 216, 217, 218, 219, 253, Duppi-Tessub, 149
Agur, 316, 320, 321, 322 304, 308 Ebal, 153, 161, 176
Ahiqar, 315 Beeri, 440 El, 285
Aías, 228, 346 Ben-Hadade II, 228, 232, 348 Elcana, 198
Aitofel, 218 Bezalel, 104 Elcós, 456
Akenaton. Ver Amenotep IV Bildade, 294-296, 300 Eleazar, 177, 178
Alexandre, o Grande, 56-57, 349, 352, 418 Boaz, 187-192 Eli, 196, 198, 199, 201, 384
Allis, Oswald, 70, 72 Brunner, Emil, 24 Eliaquim, 363
Amazias, 230, 241, 448 Caim, 79, 84 Elias, 162, 231-234, 237-239, 240, 242, 247,
Amenemope, 291, 292, 319, 320, 321 Calebe, 132, 168, 169, 176, 177 341, 346, 389, 473
Amenotep Cam, 85 Eliezer de Damasco, 93, 96
II, 48 Cambises, 268, 349, 352 Elifaz, 294-96
IV/Akenaton, 48, 57 Quemos, 232, 400 Elimeleque, 188
Amnom, 210, 217, 218, 219, 225 Childs, Brevard, 128, 136 Eliseu, 231, 237, 239-241, 247, 248, 346
Amom, 230, 238, 244, 245 Ciro, 57, 58, 234, 257, 268, 356, 371-374, 380 Eliú, 296-297
Amós, 54, 342, 349, 350, 440, 444-449 Derrota da Babilônia para, 46, 56-58, 265, Elom, 184
Amoz, 354 274, 351, 362, 402, 435, 464 Emanuel, 354, 358
Ana, 198 Reconstrução do templo, 265, 266, 351-353 Enlil, 402
Antíoco IV Epifânio, 431, 436 Restauração de Israel, 56-58, 224, 254, 258, Enoque, 239, 428, 436

525
Índice por nomes

Esar-haddon, 54, 57 239, 240, 243, 248, 260, 268, 272, 298, 340
Esaú, 47, 91, 92, 97, 98, 99, 340, 400, 452, 470 316, 317, 319, 322,331, 432 Jesus Cristo, 309-310, 354, 395, 423-424, 434,
Esdras, 56, 58, 94, 158, 159, 164, 274, 276, 351, Ibsã, 184 458, 473
428, 436, 470, 471 Idamaras, 94 Aliança e, 94, 107
Escritos de, 71, 161, 164, 252, 263, 270-171 Ido, 465 Importância de, 111, 124, 125, 301, 356,
Inlá, 234 397, 420, 454, 458, 473
Restauração do templo, 46, 264-268, 424 Isaías, 31, 54, 243, 354-355, 428, 440 Encarnação de, 36, 358, 467
Ester, 158, 159, 164, 169, 264, 269, 272-275, Assírios e, 54, 349, 350 Linhagem de, 173, 211, 217, 358
276, 277, 352 Autoria de, 370-373 Ofício messiânico de, 216, 348, 471-472,
Eúde, 184, 186 Mensagem de, 244, 354-366, 370, 373-381 475-476
Eva, 64, 67, 79, 80, 81, 82, 83, 84 Missão de, 242 Profetas e, 344, 358, 360, 361, 366, 374, 375-
Evil-Merodaque, 402 Isaque/Israel, 47, 66, 96. Ver também Israel 376, 380, 396, 403, 423, 443, 453, 455,
Ewald, H., 71 Descendentes de, 47, 97, 98, 99, 100, 148, 465, 468-469
Ezequias, 245, 257, 316, 319-320, 321, 322, 340 Sacrifício de, 301, 467, 468, 470
366, 395 Patriarca, 45, 90, 91, 95 Jeú, 222, 230, 240, 241, 348
Reformas de, 222, 244, 257 Is-bosete, 210, 212, 218, 219 Jezebel, 230-231, 232, 241
Reinado de, 54, 230, 238, 242, 244, 245, Ishtar, 149, 411, 414, 433, 457 Jezreel, 442
349, 353, 354, 355, 365, 367-368, 455, Ismael Jó, 282, 286, 288, 290, 292, 293-299, 301,316,
459 Filho de Abraão, 91, 95, 96 319, 321, 412
Túnel de, 257 Assassino de Gedalias, 399 Joabe, 212, 213, 216, 217, 218, 219
Ezequiel, 56, 244, 350, 351, 408-25 Israel. Ver Abraaão; Isaque; Jacó; Moisés Joacaz/Jeoacaz, 230, 394, 414, 415
Finéias, 177, 196, 198-199 Izezi, 291 João Batista, 472-473
Gedalias, 246, 399, 467 Jabim, 174 Joaquim/Jeconias, 230, 238, 246, 351, 395
Gibil, 402 Jacó/Israel, 340, 356, 400, 442, 443 Joás/Jeoás, 230, 238, 240, 241, 244, 246, 249,
Gideão, 184, 186 Como Israel, 45, 47, 50, 66, 90, 91, 92, 95, 256
Gilgamés, 81, 84, 85, 86, 329, 334 97, 98, 99, 100, 113, 114,119, 148, 186 Joel, 350, 352, 440, 443-444, 448
Gilimninu, 95 Descendentes de, 470 Joiada, 240, 241
Gogue/Magogue, 421, 424 Figurativo, 453 Jonadabe, 398
Golias, 196, 197, 202-3, 206 Jafé, 85 Jonas, 25, 349, 452, 453-454, 460
Gômer, 440-42, 448 Jair, 184 Jônatas, 200, 203, 205, 211, 212, 218
Graf, K. H., 71, 72 Jaque, 320 Jorão, 230, 234, 239, 240
Gunkerl, Hermann, 70, 72, 307, 310 Jeconias. Ver Joaquim/Jeconias Josafá, 230, 234, 254, 256, 257, 346
Habacuque, 55, 246, 350, 351, 458-59, 460, Jefté, 108, 109, 184 José, 47, 66, 91-92, 98, 176
461 Jeoaquim, 55, 56, 230, 238, 246, 265, 351, 384, Josefo, 69, 72, 164, 165, 400
Hadade, 227 395, 396, 398, 402, 409, 413, 414, 415, Josias, 230, 238, 240, 257, 351, 385, 394, 395,
Hagar, 91, 95 432 400, 414
Hamã, 272-277 Jeorão, 230, 256 Reformas sob, 69, 70, 71, 162, 222, 244, 245-
Hamurabi, 47, 48, 57, 95, 99, 345, 350, 456 Jeremias, 55, 56, 58, 342, 347, 350, 351, 357, 246, 346
Hananel, 397 384-385, 403, 408, 413 Josué. Ver Jesua
Hananias, 396 Escritos de, 160, 222, 347, 401-402 Jotão, 230, 242, 256, 455
Hattushili III, 48 Mensagem de, 55, 246, 386-91, 394-402 Kaufman, Stephen A., 146, 153
Hazael, 240 Jeroboão Labão, 91, 97
Hengstenberg, E. W. , 70, 71, 72 I, 52, 162, 222, 223, 227, 230, 231, 238, 247, Lemuel, 316, 320, 321
Heródoto, 159-60, 164 340, 346, 447 Levi, 48, 119, 124, 65
Hilquias, 384, 390 II, 53, 222, 230, 241, 242, 348, 440, 441, Lia, 91, 97
Hirão, 213, 214, 226 445, 446, 453 Ló, 91, 96, 362, 400
Hofni, 196, 198, 199 Jeroboão, 228 Lo-ammi, 442, 446
Hofra, 400 Jessé, 192, 201, 361 Lo-ruhamah, 442, 446
Horma, 134 Jesua/Josué, 354, 440. Ver também Jesus Cristo Maaca, 217, 223
Hupfeld, V., 71 Na conquista de Canaã, 48, 50, 132, 136, Magogue. Ver Gogue
Husai, 218 158, 168-78, 182, 183, 196, 340, 384 Magor-Missabib, 392
Iavé, 48,69, 71, 106, 107, 112, 113, 114, 119, Sacerdote, 58, 266, 464, 465, 466, 467, 471 Maher-shala-hash-baz, 355, 358, 360
121, 143, 145, 146, 150, 158, 160, 184, Sucessor de Moisés, 48, 73, 137, 142, 146, Malaquias, 350, 352, 464, 469-473
189, 192, 193, 197, 228, 230, 231, 232, 147, 149, 161, 162, 170, 185, 198, 214, Manassés

526
Índice por nomes

Filho de José, 97 Noé, 79, 81, 84, 85, 86, 412 201, 202, 203-206, 210-114, 216, 218,
Rei, 54, 162, 222, 230, 238, 244-45, 247, Noemi, 187-92 219, 242, 254-158, 304, 340, 342, 346
257, 351, 367, 389 Noth, Martin, 72, 162, 163, 186 Seba, 210, 211, 216, 217, 218, 219
Marduque, 78-79, 268, 292, 401 Obadias, 350, 351, 356, 365, 400, 452-453, 460 Sebna, 363
Mefibosete, 218 Obede, 192 Sem, 85, 86
Menaém, 230, 242 Onri, 222, 228, 230, 231-232, 240, 247, 456 Senaqueribe, 54, 57, 244, 245, 247, 315, 349,
Merneptah, 108 Oolá/Oolibá, 408, 415 354, 365-367
Merodaque-Baladã II, 349, 350, 354, 366, 368 Orr, James, 70, 71, 72 Seom, 144
Mesaque, 430, 431 Oséias, 54, 98, 349, 350, 440-443, 445, 448 Seraías, 402
Messa, 230, 231, 232, 445 Oséias, filho de Elá, 230, 243, 349, 360 Sesbazar, 265
Mica, 183, 184 Otoniel, 184 Sete, 84, 90
Miquéias, 349, 350, 395, 454-456, 460 Padi, 365 Salmaneser
Miriã, 132 Pasur, 392 III, 240, 241, 348
Mitinti, 365 Paulo, 22, 24, 25, 32, 94, 123, 138, 315, 357, V, 54, 57, 243, 247, 349
Moisés 375, 378, 443 Salmaneser, 244
Aliança com, 47, 94, 106-07, 114, 161, 248, Peca, 230, 242, 358, 360 Samshi-Addu, 348, 349
397 Pecaías, 230, 242 Shear-Jashub, 355, 356
Chamado de 65, 68, 105, 174 Pedro, 96, 125, 310, 444 Shennima, 95
Discursos de, 66, 142, 143-48, 226, 247, 305 Penina, 198 Sillibel, 365
E a lei, 226, 247, 270, 341, 349 Petuel, 444 Sísera, 182
Livros de, 64, 68-75, 150, 270 Potifar, 92 Sofonias, 349-351, 459-461
Morte de, 128, 143, 148, 168, 169, 170 Ptahhotep, 291, 298 Spinoza, Benedict, 71
Vida de, 39, 46, 48, 68, 105, 110, 112, 132, Pul. Ver Tiglate-Pileser III Talmai, 17
134, 148, 341 Qoeleth, 326, 329 Tamar, 92, 210, 217, 218, 219
Mordecai, 159, 164, 166, 272-77 Raabe, 32, 171-72, 173 Tamuz, 411, 414
Mursilis, 149 Ramsés II, 48, 57, 108, 109 Terá, 47, 86, 93
Naamã, 240 Raquel, 91, 97 Tiamate, 78-79
Nabal, 204 Rebeca, 47, 91, 442 Tiglate-Pileser III/Pul, 54, 55, 57, 242-243, 247,
Nabonido, 268, 435, 436 Rezim, 227, 242, 358, 360 348-349, 355, 358, 360, 362, 366, 441
Nabopolasar, 57, 349, 350-351, 385, 391, 456, Roboão, 228, 230, 244, 256, 257 Timsah, 109
460 Rúben, 171, 177, 178 Tola, 184
Nabote, 232, 234 Rute, 158, 161, 163, 164, 165, 182,187-193 Tutmose III, 48, 57
Nabu, 268 Sadraque, 430-431 Ulda, 34
Nabucodonosor II, 57, 246, 349, 402, 403 Salomão, 46, 50, 51, 52, 56, 73, 108, 109, 158, Utnapishtim, 84
Cativeiro sob, 244, 368, 395, 399, 402, 413, 164, 169, 211, 217, 222-228, 230, 233, Uzias/Azarias, 54, 222, 230, 242, 342, 358, 440,
414, 422 238, 245, 252, 253, 255-260, 266, 268, 445
Destruição de Jerusalém, 158, 211, 394, 290, 299, 305, 311, 316, 318, 319, 321, Vasti, 272, 277
396, 397, 398, 409, 416, 418, 452 327, 330, 332-333, 340, 346, 423, 445 Vater, J. S., 71, 72
Império babilônio sob, 46, 55, 351, 385, 400, Salum, 230, 242, 394, 395 Wellhausen, Julius, 69-70, 71, 72
401, 430, 432, 435, 437, 456 Sambalá, 269 Xerxes. Ver Assuero
Nadabe, 121, 130, 230 Sangar, 184 Yamm, 285
Nahar, 285 Sansão, 184 Young, E. J., 70, 72
Natã, 214, 216, 217, 242, 304, 308 Samuel, 52, 73, 152, 158, 160, 161, 162, 163, Zacarias, 58, 230, 242, 255, 259, 265-266, 350-
Naum, 349, 350, 351, 456-457, 458, 460 164, 165, 182, 183, 196, 197, 198-205, 352, 357, 428, 464, 465-469, 472
Nebamun, 297 206, 210, 211-220, 242, 253, 254, 258, Zedequias, 55, 230, 238, 246, 351, 384, 394,
Nebuzaradã, 399 259, 304, 341, 342, 386 395, 398-399, 413, 414
Neco II, 246, 247, 395, 400, 414 Consagrando reis, 199-201 Zimri, 230
Neemias, 46, 56, 58, 59, 158, 159, 161, 164, Sarai/Sara, 47, 91, 94-95, 96 Zimri-Lim, 345, 349
259, 264, 265, 269-271,272, 274, 276, Sargon II, 349, 362 Zofar, 294, 295, 296
351, 424, 465, 470, 476 Satanás, 219, 293-294, 419, 466 Zorobabel, 56, 58, 266-267, 270, 271, 424, 464-
Nerias, 385 Saul,46,52,158,161,162,186,196-197,199,200, 467, 471

527

You might also like