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1. Introdução, 3
2. Nomenclatura, 4
3. Hipóteses simplificadoras e suas limitações, 4
4. Teoria das pequenas deflexões, 7
5. Relações entre momentos fletores e curvaturas, 8
6. Relações entre momentos torçores e curvaturas, 10
7. Equação de equilíbrio, desprezando o efeito de cargas paralelas ao plano, 14
8. Solução do problema de flexão de placas, 15
9. Placas simplesmente apoiadas, 16
10. Soluções em forma de Gráficos, 19
11. Placa longa, 22
12. Comportamento elasto-plástico, 24
13. Equação das placas para pequenas deflexões, incluindo-se ..., 31
14. Flambagem de placas, 36
14.1 Flambagem de placas no regime elástico, 36
14.2 Efeito de uma curvatura, 44
14.3 - Flambagem por cisalhamento, 45
14.4 - Momento fletor no plano da placa, 46
14.5 - Carregamentos combinados, 47
15. Comportamento de placas após a flambagem, 49
16. Bibliografia consultada e referências bibliográficas, 50
2
INTRODUÇÃO À TEORIA DE PLACAS
1. Introdução
Ao contrário das vigas nas quais a flexão ocorre apenas ao longo do comprimento, a
flexão de placas geralmente ocorre ao longo de duas direções. Para equacionarmos o
3
problema da flexão de placas, partimos da teoria geral da elasticidade, introduzindo
hipóteses simplificadoras, baseadas na observação pura e simples, a fim de facilitar
manuseio matemático do problema.
2. Nomenclatura
a O b
x
y t
2. O plano de meia espessura não se deforma pela flexão. Note-se que é a flexão que,
supostamente, não deforma o plano médio. Este poderá deformar-se, em realidade, pela
própria flexão e, ainda, pelas causas a seguir:
a) forças externas aplicadas ao plano médio da placa, em seu contorno, como
exemplifica a figura 3a2.
4
b) reação de apoios que se opõem à mutua aproximação dos contornos (figura 3b).
R R
∂ 2w
1 ∂n 2 ∂ 2w
=− ≅ − (3.1)
rn 3
⎡ ⎛ ∂w ⎞ 2 ⎤ 2 ∂n 2
⎢1 + ⎜ ⎟ ⎥
⎣⎢ ⎝ ∂n ⎠ ⎦⎥
εx ≅
1
(σ x − νσ y )
E
5
εy ≅
1
(σ y − νσ x )
E
−ν
εz ≅ (σ x + σ y )
E
τ xy
γ xy =
G
(3.2)
γ xz ≅ 0
γ yz ≅ 0
As duas últimas das equações (3.2) equivalem a dizer que seções perpendiculares ao
plano médio assim permanecem, aproximadamente, após a flexão3.
A primeira hipótese deixa de ser válida, para estruturas de navios, nos casos seguintes:
A terceira hipótese pode ser considerada válida para pequenas deflexões, sendo
porém usada mesmo para grandes deflexões.
3Portanto, se admitirmos a hipótese 4, uma linha perpendicular ao plano médio, como Oz, assim continuará
após a deformação.
4Tensões remanescentes dos processos de fabricação, principalmente a soldagem.
5Alguns autores sugerem w
max/t = 0.75.
6
4. Teoria das pequenas deflexões
dnx
nx nx+ dx
dx dx
dy
dy dx
dnx
nx+ dx
dx
y x
dn y
ny + dy dn x y
dy n x y+ dx
dn y x dx
n y x+ dy
dy
z
6Essas forças, denominadas de forças (que geram tensões) de membrana, estão representadas na figura 4,
como sendo nx, ny, e nxy.
7
p dx dy
dmy
m y+ dy dmx y
dy mx y+ dx
dx
y
x
dq x
q x+ dx
dmy x dq y dx
my x+ dy q y+ dy
dy dy
z
dmx
mx + dx
dx
dy dx
t/2 a mx
y z d x
my b
c
dz
σ
y
σ
x
8
Focalizemos a lâmina abcd. Utilizemos:
Podemos escrever7
z z
εx = ; εy = (5.1)
rx ry
onde z é uma coordenada perpendicular ao plano médio deformado, medida a partir dele, e
no mesmo sentido de Oz.
σx =
E
(ε x + νε y )
1 −ν 2
(5.2)
σy =
E
(ε y + νε x )
1 −ν 2
Ez ⎛1 ⎞
σx = ⎜ +ν 1 ⎟
1 −ν 2 ⎜r r y ⎟⎠
⎝ x
(5.3)
Ez ⎛⎜ 1 1 ⎞⎟
σy = + ν
1 − ν 2 ⎜⎝ r y rx ⎟⎠
m x dy = ∫− t zσ x dydz
2
(5.4)
t
m y dx = ∫− t zσ y dxdz
2
9
1 ∂ 2w 1 ∂ 2w
=− 2 ; =− 2
rx ∂x ry ∂y
Et 3 ⎛∂ 2w ∂ 2w⎞
mx = − ⎜⎜ 2 + ν ⎟
(
12 1 − ν 2 ) ⎝ ∂ x ∂ y 2 ⎟
⎠
(5.5)
Et 3
⎛∂ w 2
∂ w⎞2
my = − ⎜⎜ 2 + ν ⎟
(
12 1 − ν 2 ) ⎝ ∂ y ∂ x 2 ⎟
⎠
Et 3
D=
( )
(5.6)
12 1 − ν 2
resulta:
⎛∂ 2w ∂ 2w⎞
⎜
m x = −D⎜ 2 + ν ⎟
2 ⎟
⎝ ∂ x ∂ y ⎠
(5.7)
⎛∂ 2w ∂ 2w⎞
m y = −D⎜⎜ 2 + ν ⎟
⎝ ∂y ∂x 2 ⎟⎠
10
dy dx
σ
xy
t/2 a
y z d x
b
c
dz
σ
yx
m yx m xy
∂v
v+ dx − v
∂x ∂v
= (6.1)
dx ∂x
∂v ∂u
γ xy = +
∂x ∂y
(6.2)
τ xy = Gγ xy
mxy dy = − ∫− t zτ xy dydz
2
(6.3)
t
m yx dx = + ∫− t zτ yx dxdz
2
11
É necessário expressar u e v em função de w. Consideremos a figura 6.2.
u = u0 + u'( z ) (6.4)
v = v0 + v '( z ) (6.5)
Então
(γ )
647 4
xy 0
8
∂v ∂u ∂v0 ∂u0 ∂ ∂
γ xy = + = + + u'( z ) + v '( z )
∂x ∂y ∂x ∂y ∂y ∂x
Logo:
∂ ∂
( γ xy ) 0 = 0 ∴ γ xy = u'( z ) + v '( z ) (6.6)
∂y ∂x
∂w
u'( z ) = − z (6.7)
∂x
e, analogamente
∂w
v '( z ) = − z (6.8)
∂y
12
u
a dx b
v
v + (d v /d x) d x
a'
dy
b'
c d
c'
d'
u + (d u /d y) d y
pequenas deflexões
θ ~ sin θ ~ tan θ
t
x
z
w u=-z(dw/dx)
sin θ
tan θ = d w / d x
13
Substituindo as duas últimas equações na equação (6.6) obtém-se:
∂2 w
γ xy = −2 z (6.9)
∂x ∂y
∂2 w
mxy = − myx = D(1- ν) (6.10)
∂x ∂y
∂qx ∂q y
+ +p=0 (7.1)
∂x ∂y
∂mxy ∂my
− + qy = 0 (7.2)
∂x ∂y
∂myx ∂mx
+ − qx = 0 (7.3)
∂y ∂x
Substituindo as equações (7.3) e (7.2) em (7.1) obtém-se:
14
∂2mx ∂2mxy ∂2my
−2 + = −p (7.4)
∂x2 ∂x∂y ∂y2
∂4 w ∂4 w ∂4 w p
+ 2 + = (7.5)
∂x4 ∂ x 2∂ y 2 ∂ y 4 D
ou
p
∇4 w = (7.6)
D
6mx
σx =
max
t2
6my
σy = (8.1)
max
t2
6mxy
τ xy =
max
t2
15
O problema em pauta foi resolvido para várias condições de contorno e de
carregamento. Um estudo completo das soluções da equação (7.6), com seus
desenvolvimentos, pode ser encontrado na referência [3], Theory of Plates and Shells.
Vamos tratar aqui dos casos comumente encontrados em estruturas navais e oceânicas,
placas retangulares com os contornos ou simplesmente apoiados ou engastados sob pressão
lateral uniforme.
∞ ∞
m πx nπy
p = ∑ ∑ Pmn sin sin (9.1)
m=1 n =1 b a
onde o coeficiente Pmn pode ser obtido, por análise de Fourier, para qualquer tipo de
carregamento. Por exemplo, para o caso de pressão uniforme p0 pode-se demonstrar que o
coeficiente Pmn é dado por
16 p0
Pmn = (9.2)
π 2mn
∞ ∞
m πx nπy
w = ∑ ∑ Wmn sin sin (9.3)
m=1 n =1 b a
Para achar o valor do coeficiente Wmn em (9.3), esta, juntamente com (9.1) e (9.2),
é substituida em (7.6). Após alguma manipulação obtém-se :
16 p 0
W mn = (9.4)
2 2
⎛ m 2
n ⎞
π 6 Dmn⎜⎜ 2 + 2 ⎟⎟
⎝b a ⎠
Encontrado w(x,y) obtemos os momentos fletores e destes as tensões de flexão
utilizando as equações (8.1) e (8.2)
16
∂2 w ∞ ∞
π 2m2 m πx nπy
∂x 2
= − ∑ ∑
m=1 n =1
Wmn
b 2
sin
b
sin
a
(9.5)
∂w2 ∞ ∞
πn mπ x
2 2
nπ y
= − ∑ ∑ Wmn 2 sin sin
∂y 2
m=1 n =1 a b a
⎛ ∂ 2w ∂ 2w ⎞ ∞ ∞ 2⎛m
2
n2 ⎞ mπx nπy
⎜
m x = −D⎜ +ν ⎟
2 ⎟
= ∑ ∑ W mn π ⎜⎜ 2 + ν 2 ⎟⎟ sin sin (9.6)
⎝∂ x ∂ y ⎠ m =1 n =1
2
⎝b a ⎠ b a
A curvatura, e portanto o momento fletor, será sempre maior ao longo do lado curto
da placa. Por convenção, o símbolo b é sempre utilizada para a dimensão deste lado,
fazendo com que a razão de aspecto a/b seja sempre maior que a unidade.
⎧ 2 ⎫
⎪ 2 b ⎪
m + νn 2
2
16 p 0 b 2 ⎪ a ⎪
⎨ 2 ⎬
(9.7)
π 4
⎪ ⎛ 2 2 b
2
⎞ ⎪
mn
⎪ ⎜ ⎜ m + n ⎟⎟ ⎪
⎩ ⎝ a2 ⎠ ⎭
16 p 0 b 2 ⎧⎪ m 2 + 0.01875n 2 ⎫⎪
⎨ 2 ⎬
(9.8)
(
π 4 ⎪⎩ mn m 2 + 0.0625n 2 ) ⎪⎭
17
1 5 5 25 1 25.01875 3140.6445 0.00796
3 1 3 1 9 1.16875 7.3242 0.15957
3 3 9 9 9 9.16875 822.9726 0.01114
3 5 15 25 9 25.16875 9801.6210 0.00257
5 1 5 1 25 1.46875 32.8320 0.04473
5 3 15 9 25 9.46875 1673.5260 0.00566
5 5 25 25 25 25.46875 17 639.1600 0.00014
16 p0
mx = b 2 (0. 90240 − 0. 03660 + 0. 00796−...)
π 4
= 0.125 p0b2
qb2
M max =
8
M max qb2
mmax = = = 0.125 pb2
a a8
que, aproximadamente, é o mesmo valor obtido para a placa com razão de aspecto 4.
A solução para placas com os lados engastados é um pouco mais elaborada e pode
ser vista com mais detalhe na referência [3]. Para uso em engenharia a solução em forma de
gráfico é mais conveniente e, visualmente, garante maior sensibilidade. Os gráficos
18
mostrados nas figuras 10.1 e 10.2 fornecem a solução, em termos de tensões e deflexões,
para os dois casos mais utilizados em engenharia naval e oceânica.
1.0
0.8
k
2
k
1
0.6
k
0.4
Lados apoiados
4
ω = 5 k1 p b / ( 384 D )
Lados engastados
0.2 4
ω = k2 p b / ( 384 D )
3
Et
D= 2
0.0 12 ( 1 - µ )
a/b
19
(a/b) oo
0.7
0.75
0.6
0.5 0.50
b
0.4 a
0.3
0.225
0.2
PRESSÃO p
0.1 2
TENSÃO σ=kp(b/t)
a/b
20
Exemplo
b b b
Calculemos qual a pressão que
pressão causaria o inicio do escoamento de
uma unidade de chapeamento de aço, E
painel estrutural = 210.000 MPa, σe = 250 MPa e
coeficiente de Poisson ν=0.3, lados
x
engastados, com dimensões
#12.5
rotação nula nos apoios
2500x800x12.5 mm. Utilizando o
gráfico da figura 10.2, com razão de
2500 aspecto 2500/800 = 3.1, na direcão do
lado curto, no centro do lado longo,
obtemos kx =0.5. Neste ponto, como
em todos os outros pertencentes a esta
800 unidade de chapeamento aresta, não existe deformação na
direção longa, ou seja εy = 0 e,
y
consequentemente, σy = νσx. Dentro
da teoria de placas, a terceira tensão
principal, σz é nula, resultando, pelo
critério devido a von Mises,
σ e2 =
1
2
[ ]
(σ x − σ y )2 + (σ x − σ z )2 + (σ z − σ y )2 ,
escoamento quando:
σ e = σ 2x + σ 2y − σ x σ y
Substituindo as definições de σx e σy
b
σ e = k x pe ( ) 2 1 − ν + ν2
t
e a pressão procurada
σe
pe =
b
( ) 2 k x 1 − ν + ν2
t
21
Em termos teóricos uma placa longa é aquela em que a razão entre o comprimento a
e a largura b é "infinita". As relações a seguir são derivadas mantendo esta hipótese.
Estudando-se porém, placas com razão de aspecto finito, verifica-se que, dependendo do
tipo de carregamento e das condições de apoio, a solução deduzida para placa longa é
aplicável, com pequena percentagem de erro, à placa com razão de aspecto superior a um
determinado valor limite. A tabela 2 apresenta alguns resultados.
ry → ∞ (11.1)
∂w
→0 (11.2)
∂y
∂2 w
→0 (11.3)
∂x∂y
∂2 w
→0 (11.4)
∂y 2
d2w
mx = − D (11.5)
dx2
my = νmx (11.6)
σ y = νσ x (11.7)
γ xy = 0 ⇒ τ xy = 0 (11.8)
22
d 4w p E t 3 d 4w
= ∴ =p (11.9)
dx 4 D 1- ν2 12 dx 4
6mxmax
σx = ; (11.10)
max
t2
σy max
= νσ xmax (11.11)
E
E' = (11.12)
1 − ν2
seção transversal
q
t
a
2
M = q b / 12
max
23
O deslocamento no meio do vão para a viga é δ = (qb4)/(384EI). Fazendo as devidas
substituições, calculamos para a placa longa:
qb 4 pb 4
w= at 3
=
384 1−Eν2 12 384 D
Observando o gráfico da figura 10.1, verificamos que, para placas engastadas o máximo
deslocamento é dado por
pb4
wmax = k2
384D
Quando o material de uma placa possui elevada ductilidade, como em aços navais,
frequentemente ela pode suportar cargas muito mais elevadas do que aquela que produz
inicio de escoamento, antes de romper-se. É conveniente, então, dispender algum tempo em
um breve estudo do comportamento elasto-plástico das placas.
σ
σe escoamento
carregamento
descarregamento
24
σ xe seção
+
zonas escoadas
σ1 σ2 σ xe σ xe σ xe σ xe
+ + + + + +
- - - - - -
(i) (ii) (iii) (iv) (v) (vi)
t2
mp = σ xe (12.1)
4
No caso VI toda a seção está plastificada. Qualquer carga adicional não poderá ser
resistida por flexão, já que o momento atingiu seu limite máximo. Logo, daí para diante, a
seção pode ser representada por uma articulação submetida a um momento constante mp.
A tensão de membrana ou tensão média,
1
A ∫A
σm = σ ⋅ dA = 0 (12.2)
é nula.
Note-se que a tensão média, ou tensão de membrana, pode ser composta pela adição
de três termos:
25
• tensões devidas à aplicação direta de forças paralelas ao plano médio (forças
ativas);
• tensões devidas ao aparecimento das forças reativas dos vínculos, impedindo os
lados de se aproximarem;
• tensões devidas à deformação do plano médio pela própria flexão.
σ1 σ2 σ xe σ xe σ xe σ xe
+ + + + +
+
- - -
(i) (ii) (iii) (iv) (v) (vi)
m < mp
(12.3)
σm ≠ 0
26
p
A B
C
b/2 b/2
2 2
m = p b /12 m = p b /24
A C
ma ( t 2 ) p b 2
σx = t3
= ( ) ;
12 2 t
(12.4)
σ y = νσ x
A terceira tensão principal é nula e portanto, utilizando o critério de von Mises, o valor de
σx para o qual ocorre inicio de escoamento nas "fibras" externas da placa é
σe
σ xe = (12.5)
1 − ν + ν2
pe b 2 2σ e t 2
σe = ( ) 1 − ν + ν2 ∴ pe = ( ) (12.6)
2 t 1 − ν + ν2 b
27
mp mp
mp
mp
b/2
b2
∑m a = 0 ∴ pc
8
= 2 mp (12.8)
σe t2
16
16mp 1 − ν + ν2 4 = 4σ e t
pc = = ( )2 (12.9)
1− ν + ν b
2 2
b b 2
Portanto
pc = 2 pe (12.10)
A partir daí não mais pode haver equilíbrio diante de cargas adicionais. Portanto pc
é a pressão de colapso para a placa longa, de lados engastados mas que podem se
aproximar.
Examinemos, a seguir, o que ocorreria com a mesma placa longa caso seus lados,
também engastados, não pudessem se aproximar. Verifica-se, então a seqüência mostrada
na figura 12.7. As áreas escurecidas denotam a ocorrência de plastificação, em tração ou
compressão.
28
p
Observe-se que agora, quando ocorre
plastificação total em A e em C, embora os
momentos agentes sejam nulos, existe a força
A C B
de membrana nc que, multiplicada por wm,
produzirá um momento adicional capaz de
inicio do escoamento equilibrar uma pressão maior que pc, valor que
p1
levava ao colapso quando os lados podiam se
aproximar. Além disso, como vimos
A B inicialmente, a força de membrana pode
p2
crescer até o limite σxe t, anulando neste
instante o momento fletor. Nesta situação
A B teremos:
p3 b/2
A B p
p4
wm
A
A B C
nc
Figura 12.7
Figura 12.8
pb2
( σ xe t ) wm = (12.11)
8
8(σ xe t ) wm
p= (12.12)
b2
29
Concluindo, se no projeto
inicio do escoamento região escoada
de uma placa caracterizarmos
como falha12 o inicio de
escoamento no ponto de máxima
solicitação, após a referida falha a
placa resistirá a adição de uma
apreciável quantidade de carga
inicio do escoamento antes de sofrer a ruptura
própriamente dita. É claro que os
(i) (ii) estágios mais avançados de
plastificação somente serão
possíveis se houver a
indispensável dose de dutilidade
do material. A figura 12.9
esquematiza o processo de
escoamento de uma placa até o
estágio em que nesta só atuam
tensões de membrana. A pressão
lateral que levou a placa atingir
região escoada
este estágio, dependendo da
dutilidade do material, é inúmeras
(iii) (iv) vezes superior àquela que iniciou
o escoamento no ponto de máxima
Figura 12.9
solicitação. No projeto de
estruturas navais, a maioria das
unidades de chapeamento do casco são projetadas prevendo-se o comportamento elástico
apenas. Somente em anteparas de subdivisão permite-se a deformação plástica permanente,
naturalmente com pressões inferiores àquela que transformaria a placa em uma membrana
plástica, estágio IV na figura 12.9.
30
13. Equação das placas para pequenas deflexões, incluindo-se o efeito de
cargas paralelas ao plano médio
31
direções de Ox e Oy, e incluindo, na direção Oz, o efeito de nx , ny , nxy e nyx.
Considerando a figura 13.2 e lembrando que estamos utilizando a hipótese de pequenas
deflexões (senθ ≅ tanθ ≅ θ ; cosθ ≅ 1), podemos escrever:
∂nx ∂nyx
∑F x =0→
∂x
+
∂y
=0
(13.1)
∂n ∂n
∑ Fy = 0 → ∂xxy + ∂yy = 0
n x t
x
n n
xy x
n
yx
n
y y
z
dx
x
n
x
w ~ tan θ = dw/dx
θ =
θ
θ + (dθ /dx)dx
z n + (d n /dx)dx
x x
32
completando as 6 equações de equilíbrio. A última equação ΣMz = 0 nos dá, porém,
apenas nxy = nyx.
∂ w ∂ nx ∂ w ∂ 2w
− nx dy + ( nx + dx)( + dx)dy (13.2)
∂ x
{ ∂ x 1 ∂4x42 ∂ 4x4
2
3
sen θ ∂ θ
sen (θ + dx )
∂ x
∂2 w ∂n ∂w
nx dxdy + x dxdy (13.3)
∂x 2
∂x ∂x
∂2 w ∂n y ∂w
n y 2 dxdy + dxdy (13.4)
∂y ∂y ∂y
∂2 w ∂n ∂w
nxy dxdy + xy dxdy 13.5)
∂x∂y ∂x ∂y
Obtém-se expressão análoga a (13.5) para a projeção de nyx na direção de Oz. A projeção,
sobre Oz, das forcas de cisalhamento é
∂2 w ∂n ∂w ∂n ∂w
2nxy dxdy + xy dxdy + yx dxdy (13.6)
∂x∂y ∂x ∂y ∂y ∂x
∂2mx ∂2mxy ∂2 my ∂2 w ∂2 w ∂2 w
−2 + = − ( p + nx 2 + ny 2 + 2nxy ) (13.7)
∂x2 ∂x∂y ∂y2 ∂x ∂y ∂x∂y
33
1 ∂2 w ∂2 w ∂2 w
∇4 w = ( p + nx 2 + ny 2 + 2nxy ) (13.8)
D ∂x ∂y ∂x∂y
a2 8 b2
• lados engastados: k = 4 + + 4
b2 3 a2
a2 b2
• lados apoiados: k = 2 + 2 + 2
b a
3a 2 4b2
• lados B engastados, lados A apoiados: k = + 2 +
4b2 a2
2 2
16a 8 b
• lados B apoiados, A engastados: k = + +
3b2 3 a 2
34
i
80
a
σm σm
70 A
B B b ii
y A
60
A - engastados
B - apoiados
50
k
40
todos os lados
engastados
30
20
iii
todos os lados
apoiados
iv
10
B - engastados
A - apoiados
0 1 2 3 4
a/b
wmax = φ w f −1
⎡ σm ⎤
σ x max = φσ x f φ = ⎢1 − 2 ⎥
⎣ (kπ D) /(b t ) ⎦
2
σ y max = φσ yf + σm
14f representa valores obtidos através da teoria das pequenas deflexões (Gráficos 10.1 e 10.2)
35
14. Flambagem de placas
36
antes de flambar painel estrutural
após flambar
reforçadores
σy
y
Figura 14.1 - Flambagem das unidades de chapeamento de um painel
37
que os momentos nos contornos da placa assumam valores desprezíveis, garantindo o
simples apoio como condição de contorno para a unidade de chapeamento.
Vê-se que (14.1) satisfaz às condições de contorno para quaisquer valores de Wmn,
pois resulta:
∂2 w
w=0 e =0 , para x = 0 e x = b
∂x 2
(14.2)
∂2 w
w=0 e =0 , para y = 0 e y = a
∂y 2
1 ∂2 w ∂2 w ∂2 w
∇4 w = ( p + nx 2 + ny 2 + 2nxy ) (13.8)
D ∂x ∂y ∂x∂y
∂2 w
D∇ w − ny 2 = 0
4
(14.3)
∂y
⎡ 2
π 2n2 ⎤ mπx nπy
4⎛ m n2 ⎞
∞ ∞ 2
∑∑ ⎢Dπ ⎜ 2 + 2 ⎟ + n y
m =1 n =1 ⎢
⎜ ⎟ 2
⎥Wmn sin
⎥
sin =0 (14.4)
⎣ ⎝ b a ⎠ a ⎦
b a
A equação (14.4) é satisfeita quando Wmn = 0, caso em que a placa continua plana.
Logo Wmn = 0 não caracteriza instabilidade. As demais soluções para (14.4) ocorrem
quando se tem
2
⎛ m2 n2 ⎞ π 2n2
Dπ ⎜⎜ 2 + 2
4
⎟⎟ + n y =0 (14.5)
⎝b a ⎠ a2
38
que nos dá
2
Dπ 2 ⎛ nb m 2 a ⎞
ny = - 2 ⎜⎜ + ⎟ (14.6)
b ⎝ a nb ⎟⎠
Seja
2
⎛ nb a ⎞
⎜ + ⎟ =k (14.7)
⎝ a nb ⎠ minimo
Então
Dπ 2
ny = -k (14.8)
b2
O sinal negativo em (14.8) denota que a força ny deve ser de compressão. Já que a
flambagem somente ocorre na presença de tensões de compressão, vamos, por convenção,
adotar, em se tratando de flambagem, as tensões de compressão como positivas e negativas
as de tração. Designemos por nycr e σcr os módulos da carga e da tensão crítica de
compressão. Logo
Dπ 2
σ crit = k (14.9)
b2t
39
Figura 14.3 - Coeficiente k na flambagem de placas
40
10 a
σ σ
A1
B B b
A2
9 y
π 2D
σ cr = k
b2t
8 lados
B - apoiados engastados
A - engastados
7 6.98
6
B - engastados
A - apoiados
5 lados
apoiados
k
4.00
4
3
B - apoiados
A - engastado
1
A - livre
2
1.28
1 A B - apoiados
1
A - livre
2
0.43
B - apoiados
A - livres
41
Poderemos escrever, a partir de (14.9), para lados simplesmente apoiados,
Dπ 2 ⎛ nb a ⎞
2
σ cr = ⎜ + ⎟ (14.10)
b 2 t ⎝ a nb ⎠
(a\b )< 1
a
b
Vemos, porém, qua para a/b→0, o valor de n a ser usado na expressão acima é 1.
Assim:
2
Dπ 2 Dπ 2 ⎛ a2 ⎞
2
⎛b a⎞
σ cr = 2 ⎜ + ⎟ = 2 ⎜⎜1 + 2 ⎟⎟ (14.11)
b t ⎝a b⎠ a t ⎝ b ⎠
Dπ 2
σ cr = (14.12)
a 2t
Esta mesma relação poderia ser obtida adotando-se o conceito de placa longa.
Nestas condições, a placa se comporta como uma viga fletindo em sua direção curta e, em
termos de cálculo, utilizamos as equações de vigas substituindo-se o módulo de
elasticidade E do material por E' definido na equação 11.12. A carga de flambagem de
Euler de uma viga bi-apoiada e de comprimento L é:
π 2 EI
Pcrit =
L2
42
P Substituindo-se E por E' e dividindo-se ambos os lados da
equação pela área da seção transversal da viga (placa = bt)
obtém-se:
seção E bt 3
π2 ( )( )
1 − ν2 12 = π D
2
transversal Pcrit
com inércia I L σ crit = =
A bta 2 a 2t
reforçado longitudinalmente
reforçado transversalmente
( σ cr ) longitudinal
=k (14.13)
(σ cr ) transversal
43
14.2 Efeito de uma curvatura
σ
No bojo de um navio, em lugar de placa
plana temos uma casca aproximadamente
β cilíndrica. A própria geometria indeformada
de um convés não é a de um plano 16, mas a
L de uma superfície de pequena curvatura.
r Considerações semelhantes aplicam-se a
outras partes de navios que não possuem
corpo paralelo médio, ou que o tem muito
β
curto. Convém então obter a expressão para
a tensão crítica nesses casos.
σ
Et
σ cr = (14.14)
r 3(1 − ν2 )
π 2 Et 2
σ cr = (14.15)
3(1 − ν 2 )( βr ) 2
π 2Et 2
σ cr = (14.15)
3(1 − ν2 )b2
Após transformá-la em uma superfície cilíndrica, de raio r e ângulo β,sua tensão
crítica para a ser:
16para facilitar o escoamento de liquidos existe um tosamento, isto é, a elevação do convés na linha de centro
é ligeiramente superior a elevação junto aos costados.
44
Et
σ ⊗cr = (14.16)
r 3(1 − ν2 )
σ ⊗cr r 3(1 − ν2 ) b b bb
= = 0.526 (14.17)
σ cr π 2
t r t r
No bojo, por exemplo, poderemos adotar como valores típicos b/r = π/4 e b/t=60,
resultando
σ ⊗cr
≅ 25 (14.18)
σ cr
σ =τ
τ
45
1 ∂2 w ∂2 w ∂2 w
∇4 w = ( p + nx 2 + ny 2 + 2nxy ) (13.8)
D ∂x ∂y ∂x∂y
∂2 w
D∇4 w − 2nxy =0 (14.19)
∂x∂y
πx πx 2π x 2π x
w( x, y) = q1sin sin + q2 sin sin (14.20)
a b a b
e a tensão crítica,
π 2D
τ crit = kcis (14.22)
b2t
46
π 2D
( σb ) crit = kb (14.23)
b2t
para a / b ≤ 2
3 : k b = 15. 87 + 1.87 ( b / a ) 2 + 8. 6 ( a / b ) 2
(14.24)
para a / b > 2
3 : k b = 23. 9
• lados engastados
para a / b > 1
2 : k b = 25 (14.26)
Uma das vantagens deste tipo de fórmula é que elas podem ser obtidas tanto de
resultados analíticos como de resultados experimentais.
• Compressão uniaxial e flexão no plano
σ σb σb σ
a
b
47
Flambagem ocorre quando σ e σb satisfazem a relação
2
⎛ σ ⎞ ⎛ σb ⎞
⎜⎜ ⎟⎟ + ⎜⎜ ⎟⎟ = 1 (14.28)
⎝ σ crit ⎠ ⎝ (σ b ) crit ⎠
onde são σcrit e (σb)crit valores críticos para estes dois tipos de carregamento agindo
separadamente, obtidos pelo uso das equações (14.9) e (14.28).
σ τ σ
a
b
τ
Por conveniência vamos adotar o simbolo R para denotar a razão entre a tensão
atuante e a tensão crítica de flambagem, relação de resistência. Nestas condições, as
relação de resistência são:
R + Rcis
2
=1 (a / b ≥ 1)
⎛ 1 + 0.6(a / b) ⎞ (14.29)
⎜ ⎟ R + Rcis =1 (a / b < 1)
2
⎝ 1.6 ⎠
Estas fórmulas podem ser usadas para tensões σ negativas, isto é de tração, como
também de compressão.
τ b
τ
48
Para este caso, definindo a razão de resistência para as tensões de flexão como
sendo
σb
Rb =
(σb ) crit
onde (σb)crit é calculado pela equção (14.23), a relação de interação dos carregamentos
combinados é
Rb2 + Rcis
2
=1 (a / b > 21 ) (14.30)
τ b
τ
A flambagem ocorre se
R + Rb2 + Rcis
2
=1 (a / b > 21 ) (14.31)
Vimos nos ítems precedentes, que a forma flambada de uma placa retangular
corresponde a meia onda senoidal na direção perpendicular à das cargas que levam a
flambagem. Isto permite que o plano médio, uma vez flambado, se distenda. A distensão é
maior nas regiões de maior deflexão. A carga de compressão que tais regiões suportavam é
portanto aliviada, transferindo-se para as regiões de menor deflexão. Ocorre, em resumo,
uma redistribuição de tensões, ilustrada na figura 14.11. A distensão do plano médio, a que
aludimos, pode ser desprezada até a flambagem, o que nos permite obter a carga crítica
usando a hipótese da indeformabilidade do plano médio tal como fizemos.
49
Figura 14.11 - Comportamento da placa após a flambagem
17Portando o coeficiente de segurança para os perfis deve ser,preferencialmente, superior ao que se adotar
para as unidades de chapeamento.
50
16. Bibliografia consultada e referências bibliográficas
[1] Freitas, E. S., Análise Estrutural do Navio, vol. 1, Capitulo 4, Notas de aula dos cursos
de Estrutura do Navio, DEN - EPUSP - 1980.
[2] Freitas, E. S., Curvas, Tabelas e Notas para Projetos, Área de Estruturas Navais, DEN -
EPUSP - 1980.
[3] Timoshenko, S. P., Theory of Plates and Shells, McGraw-Hill, 1959.
[4] Hughes, O. F., Ship Structural Design A Rationally-Based, Computer-Aided
Optimization Aproach, John Wiley & Sons, New York,1983.
[5] Muckle, W., Strength of Ships' Structures, Edward Arnold (Publishers) Ltd. 1967.
[6] Timoshenko, S. P, Gere, S., Theory of Elastic Stability, McGraw-Hill, 1961.
[7] Bazant, Z. P., Cedolin, L. Statility of Structures, The Oxford Engineering Science
Series, 1991.
51