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Como montar uma associação de moradores

Passo a passo, estatuto, obrigatoriedade da contribuição, registro, legislação

1) Formatação da associação
Nesse estágio, os interessados devem seguir os seguintes passos, sempre se apoiando em um
advogado que auxiliará nas questões legais, para formular seu estatuto

Definir a limitação geográfica da associação (se todo o o loteamento, se três quadras do seu bairro,
etc.), quais os objetivos da associação - como limpeza, segurança - , prazo (a mesma pode ser
dissolvida em um certo período de tempo), onde será sua sede
Quadro social: definir quem serão os associados, se haverá tipos diferentes, como quem é
proprietário e/ou cessionário, inquilino do local, quem pode se candidatar a cargos na associação
Direitos e deveres dos associados: quem vai ter direito de votar em assembleias, quem vai poder
ser votado. Condições de admissão e de desligamento da associação.
Organização da entidade: como serão feitas as assembleias? Haverá diretorias executivas?
Conselhos? Nessa parte elenca-se como será a parte organizacional da associação, com cargos,
mandatos e atribuições de cada função
Patrimônio e taxa de contribuição da entidade: aqui deve-se prever como a taxa será cobrada, de
doações e patrocínios que a associação pode vir a receber. Também é importante estipular como
será a cobrança e encargos dos que estiverem inadimplentes
Previsão de gastos: Importante deixar claro quais se imaginam que serão os gastos da entidade,
suas receitas e despesas, se haverá fundos de reserva
Administração transitória: Em algumas associações, nos primeiros anos, opta-se por uma
administração com menos pessoas, já que o quadro de associados é menor. Ao final desse período,
estipulado pelos associados, elegem-se todos os cargos de diretoria, conselho, etc.
Dissolução da sociedade: deve explicar como a associação pode terminar. Há casos de
associações com um objetivo a ser concretizado, e que se dissolvem após tê-lo alcançado. Também
deve constar o que deve ser feito com os bems da associação. O indicado é que os mesmos não
sejam divididos entre os associados. "Essa prática não é recomendada. O ideal é encontrar uma
entidade com interesses similares e doar", sugere Mariangela Machado, do Secovi.
Disposições gerais: Vale inserir aqui itens que talvez não tenham sido contemplados anteriormente.
Aqui pode-se registrar que a associação se guiará por um regulamento interno, para regrar o uso
de áreas comuns, caso existam. Mas esse documento deve ser separado, para evitar que seja
necessário quórum específico para alterá-lo
2) Constituição da associação
Com a minuta do estatuto em mãos, deve-se marcar uma assembleia geral de constituição. Já no
edital deve constar essa informação. Devem receber a convocação todos os proprietários com
imóveis na região geográfica citada no item 1 acima;
Nessa assembleia deve-se se concentrar em três pontos:

Aprovar o interesse pela criação da entidade


Aprovar o estatuto
Eleger os dirigentes
Redigir ata
3) Registro público
Para ser reconhecida pela sociedade como uma associação, a mesma deve levar sua ata
assemblear para ser registrada no cartório civil de pessoas jurídica.

Com a ata registrada, é possível ir à Receita Federal e pedir o CNPJ. Com isso, a associação está
pronta para contratar funcionários e fornecedores, comprar equipamentos, etc.

Saiba mais sobre instituição e regularização de condomínios


Obrigatoriedade da contribuição
A obrigação de se pagar mensalidade ou taxas para associações de moradores - que optam por
fechar ruas ou vilas para garantir normalmente limpeza ou segurança - é discutida na Justiça há
décadas. A 1.ª turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu em setembro de 2011 que
moradores de vilas em ruas fechadas não podem ser obrigados a pagar taxa de condomínio. A
cobrança desses valores, segundo a corte, seria inconstitucional. O entendimento abre o
precedente para que mais de mil casos do tipo já julgados - número computado somente na Justiça
paulista - sejam revertidos em favor dos moradores. Foi a primeira vez que o STF se
manifestou sobre o tema. Tribunais estaduais de São Paulo e do Rio entendiam exatamente o
contrário e obrigavam os moradores a pagar os valores cobrados. A justificativa é de que a
pessoa usufrui os serviços prestados pela associação. Dessa forma, não contribuir configuraria
enriquecimento ilícito.

Mas apesar desta recente decisão do STF, segundo especialistas e advogados consultados, a
questão ainda é contoversa e ainda não tem decisão uniforme entre o Supremo Tribunal Federal e
Superior Tribunal de Justiça.

Entenda melhor a questão: Rateio de despesas de moradores ainda é controverso


Legislação vigente
A legislação que trata de associações é, como regra geral, o Código Civil vigente, artigos 53 a 61.
Subsidiariamente, poderá conter em seus estatutos, regras previstas tanto no Código Civil vigente,
referente a condomínios edilícios (art. 1331 a 1358), como os constantes da Lei 4591/64 que trata
de condomínios e incorporações.

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