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A inteligência humana ainda é considerada um mistério, porque ela não pode ser observada diretamente
no registro paleontológico, como um osso, ou dentes, por exemplo. A evidência reunida por cientistas
sobre a inteligência vem indiretamente a partir da observação do aumento do tamanho da capacidade
craniana, de artefatos produzidos como resultado da inteligência humana, tais como a fabricação de
ferramentas, a caça cooperativa e a guerra, o uso do fogo e o cozimento de alimentos, a arte, o
enterramento dos mortos e poucas outras coisas mais.
Esse passo evolucionário foi espetacular porque deu origem ao círculo cada vez mais rápido de feedback
positivo entre a evolução cultural (trazida pela linguagem) e o desenvolvimento posterior do cérebro ao
aumentar enormemente o sucesso reproduzido e às chances de sobrevivência do organismo assim
armados com um cérebro capaz de alta flexibilidade, adaptabilidade e capacidade de aprendizagem.
Em um período de um a dois milhões de anos (praticamente um piscar de olhos em termos de tempo
geológico), este poderoso impulso de evolução neural levou ao que somos hoje e ao que o homem será
nos próximos 100 mil anos.
Há hipóteses atualmente sobre a existência de uma "massa crítica" de neurônios como um pré-requisito
para a "explosão" evolucionária da inteligência. Em outras palavras, abaixo de um certo número de
neurônios (ou tamanho do cérebro), a inteligência é altamente limitada e não leva à invenção, imaginação,
comunicação
sociosimbólica e outras coisas que não existem em cérebros não humanos.
Um número grande de fatores evolucionários convergentes determinou um rápido aumento no cérebro e
na sua complexidade em hominídeos e levaram à primeira espécie verdadeiramente Homo. A massa
crítica foi atingida e após isso, foi apenas uma questão de evolução quantitativa, desenvolvendo-se:
- O mundo interno: cognição;
- O mundo externo: percepção e ação;
- A integração dos ambientes internos e externos através da experiência.
Conclusão: o intelecto humano, a memória, a afetividade, o aprendizado, os sentimentos, as intuições,
motivações religiosas, o estado de espírito e o mundo das emoções podem estar associados a eventos
neurológicos observáveis, como parte de funções cerebrais normais no desenvolvimento da inteligência
humana.