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INOVACOES EM METOLOGIAS DE FERTILIZACAO

DE CAFE

Bernardo van Raij


Instituto Agronômico
Campinas, SP - Brasil

RAMACAFÉ 2001
Objetivo

• Discutir a adubação do café em uma nova


abordagem, para identificar pontos que podem
ser melhorados frente à nova realidade da
cafeicultura.
O que é importante para o maior lucro?

Buscar oportunidades de retorno – o aumento de


produção é mais importante na economia do
que o eventual menor gasto com fertilizantes.
A “lei dos incrementos decrescentes” é a base
para estimar doses ótimas de adubos
Economia da resposta a nitrogênio –
médias anuais de 4 anos
N Café, Incrementos de Custo do N Valor do Lucro –
kg/ha kg/ha – R$ café – R$ R$
N Produção
0 1429 0 0 0 0 0
100 1794 +100 +365 200 1.095 895
200 2064 +100 + 270 200 810 610
300 2238 +100 +174 200 522 322
400 2317 +100 +79 200 237 37
500 2301 +100 -16 200 -48 -248
Soma 500 872 1.000 2.616 1.616
Café adensado – Catuai amarelo
Média de 4 anos, em Mococa – 1,5 x 1 m
Como perder dinheiro

N, kg/ha Produção,
sacas/ha

100 37,1
200 43,9
300 48,7
400 41,1
Como fazer para melhorar a economia da
adubação?
• Identificar deficiências a serem corrigidas – análise
de solo e folhas
• Aumentar a produtividade
• Evitar a degradação do solo – erosão e acidificação
do perfil. Manter solo cobereto.
• Diagnosticar problemas específicos, como “barreira
química” ou má aplicação de insumos.
Sistema AP Romero

Manejo da Brachiaria
Nutrientes removidos para 1 t/ha de café
beneficiado
• N – 32 kg
• P2O5 – 13 kg
• K2O – 58 kg
• S – 3 kg
Critérios para adubação do cafeeiro – análise
de solo e N em folhas

Utiliza-se a análise de solo, tanto para plantio e


formação, como para produção.
Na fase de produção, usa-se o N nas folhas como
critério para a adubação nitrogenada.
Na produção, considera-se, também, a
produtividade esperada.
Dúvidas sobre a adubação de café

• 1 – Adubar com uso de critérios de


diagnose estabelecidos pela pesquisa
agronômica ou adubar “por fórmula” –
20-5-20 por exemplo?
• 2 – Os critérios para adubação estão
atualizados? Servem para qualquer
espaçamento? E para café irrigado?
A amostra de solo bem tirada deve ser
analisada por métodos adequados
Programa
interlaboratorial
de proficiência
para melhorar
constantemente a
qualidade dos
resultados
Critérios para adubação do cafeeiro -
análise e recomendações

• O sistema pode ser


personalizado para
o técnico,
laboratório, empresa
ou consultor.
• Sistema IAC de
análise de solo – 114
laboratórios
Acidez e calagem – relembrando
3.3. Cálculo da necessidade de
calagem – fórmula usada

CTC (V2 – V1)


NC = ————————
10 PRNT
NC = quantidade de calcário, t/ha
V2 = meta de calagem
V1 = sSaturação por bases atual do solo
PRNT = poder neutralizante do calcário, em
equivalente CaCO3
Respostas das
culturas à
6
calagem
Experimento calcário x gesso para café em
São Sebastião do Paraíso (MG) (Guimarães, 1988)
Produção em sacas/ha
LVA 0- 40cm

Gesso, Calcário. kg/ha Média com


kg/ha 0 750LVA 40-1.500
80cm 3.000 gesso
O 20,6 28,2 25,7 30,7 26,3
1.290 36,3 35,9 39,8 43,0 39,0
2.580 39,0 37,8 43,0 40,0 39,9
Média com 32,3 34,0 36,2 37,9
calcário
Obrigado pela atenção!
.

Procurando as raízes
Gessagem para café
Aplicar calcário se, na amostra de 20-40 cm:
Ca < 4 mmolc / dm3
Saturação de Al > 30%

NG = argila (em g/kg) x 6 (em kg/ha de gesso)

Observação: Não substituir parte do calcário por gesso. A


diagnose do calcário é para 0-20 cm. Para gesso, 20-40 cm.
São duas amostras diferentes, uma não tendo nada a ver
com a outra.
Fósforo
Os métodos de análise de solo devem ser
calibrados com experimentos de campo
Esta é a curva de calibração de P resina para algodão. Cada
ponto representa um experimento diferente.

120
110
100
Relative yield, %

90
80 RY = 1.039 - 2.025 X-1
70 r = -0.85**

60
50
0 50 100 150
-3
Resin-P, mg dm
Questão: qual método você escolheria para
plantar arroz?

P absorved by rice, m g/pot


80

• Correlações de P no 60
P- Mehlich

solo, por dois 40

métodos, e o P 20

absorvido por plantas 0


0 5 10 15 20

de arroz inundado. Soil P, m g dm -3

• Trabalho realizado na

P absorved by rice, m g/pot


80
P- resin

UFLA (Grande et al.). 60

40
y = 3,63x - 43,7
20 R2 = 0,97*

0
10 20 30 40
-3
Soil- P, m g dm
Fósforo – O método da resina tem adequada
sustentação teórica

• Extração de
P P
fósforo com
resina de troca Soil solution
P
de íons. P
P

• O método simula Soil Plant

a extração de P
pelas raízes das
plantas. P P

Soil solution

Soil Resin
O método da resina, usado em 80 laboratórios de
10 estados brasileiros, apresenta alta correlação
com P absorvido por plantas
• Comparação de métodos para P, em 70
trabalhos da literatura mundial (Silva & Raij,
1999)
Methods Coefficent of determination for soil-P
for P and P absorved by different crops
acid soils Neutral or alcaline soils
Resina 84 83
Mehlich 1 56 39
Bray I 53 25
Olsen 47 52
A análise de solo serve para transferir
informações da pesquisa para o produtor

• Diretrizes para calagem e


adubação de mais de 160
culturas - Boletim 100
• Software que permite a
interpretação e a emissão
de recomendações de
adubação
Nitrogênio
Plantas perenes (manga,
• A análise de solo é pouco café, citros) – N foliar
usada para N.
120

• Para culturas anuais 100


considerar o histórico 80
sobre manejo prévio e
culturas anteriores. 60

40

• A meta de produtividade é 20

o fator mais importante. 0


0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
Quaggio et al.)
O que fazer com os resultados
Adubação mineral de produção – nitrogênio

Teor de N nas folhas, g/kg


Produtividade < 26 26-30 >30
esperada de café
beneficiado - kg/ha N, kg/ha
<600 150 100 50
600-1200 180 120 70
1200-1800 210 140 90
1800-2400 240 160 110
2400-3600 300 200 140
3600-4800 360 250 170
>4800 450 300 200
Desdobramento da adubação mineral de
produção de nitrogênio
Produtividade Teor de N nas folhas, g/kg
esperada <26 26-30 >30
(kg/ha) Fruto Planta Fruto Planta Fruto Planta

N, kg/ha

600 19 131 19 81 19 31

1.200 38 142 38 82 38 32

1.800 58 152 58 82 58 32

2.400 77 163 77 87 77 33

3.600 115 185 115 85 115 25

4.800 154 206 154 96 154 16


Adubação mineral de produção de
fósforo – desdobrando em fruto e planta
Produtivida P resina no solo, mg/dm3
esperada 0-5 6-12 13-30 >30
(kg/ha) Fruto Planta Fruto Planta Fruto Planta Fruto Planta
P2O5, kg/ha
600 8 32 8 12 8 12 8 -8
1200 16 34 16 14 16 4 16 -16
1800 23 37 23 17 23 3 23 -23
2400 31 39 31 19 31 1 31 -31
3600 47 33 47 13 47 7 47 -27
4800 62 30 62 8 62 12 62 -32
Adubação mineral de produção de
potássio – desdobrando fruto e planta
Produtivida K trocável, mmolc/dm3
esperada 0-0.7 0,8-1,5 1,6-3,0 >3,0
(kg/ha) Fruto Planta Fruto Planta Fruto Planta Fruto Planta
K2O , kg/ha
600 35 115 35 65 35 15 35 -15
1200 70 110 70 50 70 0 70 -40
1800 104 106 104 36 104 -14 104 -64
2400 139 101 139 21 139 -29 139 -89
3600 209 91 209 -0 209 -69 209 -129
4800 360 82 360 -28 360 -108 360 -178
Boro, zinco, cobre e manganês no plantio

B no solo B Zn no solo Zn
mg/dm3 g/m mg/dm3 g/m
0-0,20 1 0-0,5 2
0,21-0,60 0,5 0,6-1,2 1
>0,60 0 > 1,2 0

Cu no solo Cu Mn no solo Mn
mg/dm3 g/m Mg/dm3 g/m
0-0,2 1 0-1,5 2
>0,2 0 >1,5 0

Métodos: B – água quente; Zn, Cu, Mn - DTPA


Adubação mineral de plantio – parcelamento
da adubação

Parcelar a adubação em 3 a 4 vezes.


Na fertirrigação o parcelamento da adubação é
bem maior.
Pode-se pensar em não irrigar no período mais
intenso de chuvas.
ORGANISACAO DE INFORMACOES

• Reunir um grupo de pessoas de café –


Grupo Paulista de Adubacao de Café.
• Verificar os laboratórios de analise de solo
e folhas
• Organizar as recomendacoes de
adubacao e calagem com base na análise
de solos e folhas.
CONCLUSOES
• As recomenda-
• A analise de solo é
uma ferramenta • coes de calagem e
indispensavel para adubacao necessitam
garantir a ser organizadas
producao de café e localmente, usando o
o maior lucro melhor conhecimento
possível disponivel
Muito obrigado!

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