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COLETÂNEA DE

LEGISLAÇÃO DOS
RECURSOS NATURAIS NO
BRASIL

VOLUME 1

MINÉRIOS
2017
| Águas Minerais | Amianto/Asbestos: Extração, Industrialização e Transporte | ANA -
Agência Nacional de Águas | Barragens | Chumbo | Cianeto | Cloro: e sua produção |
Cobre | Código de Minas ou da Mineração | Código da Águas Minerais | Comercialização
e controle na Mineração | Compensação Ambiental | Estanho e seus produtores |
Diamante | Dispositivos dos minérios na Constituição Federal | Estatuto do Garimpeiro
| Faixa Fronteira | Ferro | Fibras Naturais e Artificiais | Fossiferos | Hidro Energia |
Kimberley e os Diamantes | Licenciamento Ambiental | Meio Ambiente | Minas | Ouro
| Recursos Hídricos | Recursos Minerais | Mercúrio | Mineração | Minérios | Níquel |
Pagamento da Compensação | Pesquisa e Tecnologia Mineral | Plano de Ação de
Emergência de Barragem de Mineração (PAEBM) | Política Nacional de Segurança de
Barragens | Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens | Zinco |

ALEXANDRE SOARES DE ALMEIDA (ORGANIZAÇÃO)


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

ALEXANDRE SOARES DE ALMEIDA (ORG.)

COLETÂNEA DE
LEGISLAÇÃO DOS RECURSOS
NATURAIS NO BRASIL

VOLUME 1

MINÉRIOS
2017
| Águas Minerais | Amianto/Asbestos: Extração, Industrialização e Transporte | ANA -
Agência Nacional de Águas | Barragens | Chumbo | Cianeto | Cloro: e sua produção |
Cobre | Código de Minas ou da Mineração | Código da Águas Minerais | Comercialização
e controle na Mineração | Compensação Ambiental | Estanho e seus produtores | Diamante
| Dispositivos dos minérios na Constituição Federal | Estatuto do Garimpeiro | Faixa
Fronteira | Ferro | Fibras Naturais e Artificiais | Fossiferos | Hidro Energia | Kimberley e
os Diamantes | Licenciamento Ambiental | Meio Ambiente | Minas | Ouro | Recursos
Hídricos | Recursos Minerais | Mercúrio | Mineração | Minérios | Níquel | Pagamento da
Compensação | Pesquisa e Tecnologia Mineral | Plano de Ação de Emergência de Barragem
de Mineração (PAEBM) | Política Nacional de Segurança de Barragens | Sistema Nacional
de Informações sobre Segurança de Barragens | Zinco |

ATUALIZADO EM 14/DEZEMBRO/2016
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MONTES CLAROS/MG
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Alexandre Soares de Almeida (Org.)

SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................... 07

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 - Dispositivos


Constitucionais Pertinentes aos Minérios............................................................................................ 08

DECRETO-LEI Nº 227, DE 28 DE FEVEREIRO DE 1967 - Código de Minas. Dá nova


redação ao Decreto-lei nº 1.985, de 29 de janeiro de 1940................................................................. 22

DECRETO Nº 62.934, DE 2 DE JULHO DE 1968 - Aprova o Regulamento do Código de


Mineração.................................................................................................................................................... 52

DECRETO-LEI Nº 4.146, DE 4 DE MARÇO DE 1942 - Dispõe sobre a proteção dos


depósitos fossilíferos................................................................................................................................ 89

DECRETO-LEI Nº 7.841 DE 8 DE AGOSTO DE 1945 - Código de Águas Minerais........ 90

LEI Nº 6.567, DE 24 DE SETEMBRO DE 1978 - Dispõe sobre regime especial para


exploração e o aproveitamento das substâncias minerais que especifica e dá outras 103
providências...............................................................................................................................................

LEI Nº 6.634, DE 2 DE MAIO DE 1979 - Dispõe sobre a Faixa de Fronteira, altera o Decreto-
lei nº 1.135, de 3 de dezembro de 1970, e dá outras providências...................................................... 107

DECRETO Nº 85.064, DE 26 DE AGOSTO DE 1980 - Regulamenta a Lei nº 6.634, de 2 de


maio de 1979, que dispõe sobre a Faixa de Fronteira [dispositivos pertinentes aos minérios]... 111

DECRETO-LEI Nº 1.865, DE 26 DE FEVEREIRO DE 1981 - Dispõe sobre a ocupação


provisória de imóveis para pesquisa e lavra de substâncias minerais que contenham elementos 117
nucleares.......................................................................................................................................................

RESOLUÇÃO Nº 007 DE 16 DE SETEMBRO DE 1987 - Determina aos fabricantes de


produtos que contenham amianto (asbestos) que coloquem a advertência que menciona ......... 120

DECRETO-LEI Nº 2.435, DE 19 DE MAIO DE 1988 - Dispõe sobre a dispensa de controles


prévios na exportação............................................................................................................................... 122

LEI Nº 7.677, DE 21 DE OUTUBRO DE 1988 - Dispõe sobre a criação, pelo Poder Executivo,
de entidade destinada a promover o desenvolvimento da tecnologia mineral e dá outras 123
providências...................................................................................................................................................
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Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

DECRETO Nº 97.507, DE 13 DE FEVEREIRO DE 1989 - Dispõe sobre licenciamento de


atividade mineral, o uso do mercúrio metálico e do cianeto em áreas de extração de ouro, 125
e dá outras providências.............................................................................................................................

DECRETO Nº 97.632, DE 10 DE ABRIL DE 1989 - Dispõe sobre a regulamentação do


Artigo 2°, inciso VIII, da Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981, e dá outras providências........ 127

DECRETO Nº 97.634, DE 10 DE ABRIL DE 1989 - Dispõe sobre o controle da produção e


da comercialização de substância que comporta risco para a vida, a qualidade de vida e o meio 128
ambiente, e dá outras providências............................................................................................................

LEI Nº 7.805, DE 18 DE JULHO DE 1989 - Altera o Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro


de 1967, cria o regime de permissão de lavra garimpeira, extingue o regime de matrícula, e dá 130
outras providências......................................................................................................................................
LEI Nº 7.886, DE 20 DE NOVEMBRO DE 1989 - Conversão da Medida Provisória nº 92,
de 1989. Regulamenta o art. 43 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e dá
outras providências...................................................................................................................................... 135

DECRETO Nº 98.812, DE 9 DE JANEIRO DE 1990 - Regulamenta a Lei nº 7.805, de 18


de julho de 1989, e dá outras providências.............................................................................................. 140

DECRETO Nº 1, DE 11 DE JANEIRO DE 1991 - Regulamenta o pagamento da


compensação financeira instituída pela Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989, e dá outras 148
providências..................................................................................................................................................

LEI Nº 8.901, DE 30 DE JUNHO DE 1994 - Regulamenta o disposto no § 2º do art. 176 da


Constituição Federal e altera dispositivos do Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967 - 156
Código de Mineração, adaptando-o às normas constitucionais vigentes.....................................

LEI Nº 9.055, DE 1 DE JUNHO DE 1995 - Disciplina a extração, industrialização,


utilização, comercialização e transporte do asbesto/amianto e dos produtos que o
contenham, bem como das fibras naturais e artificiais, de qualquer origem, utilizadas para o
mesmo fim e dá outras providências......................................................................................................... 158

DECRETO LEGISLATIVO Nº 64, DE 1997 - Aprova o texto do Acordo Constitutivo da


Associação dos Países Produtores de Estanho, celebrado em 29 de março de 1983, em 162
Londres..........................................................................................................................................................

DECRETO Nº 2.350, DE 15 DE OUTUBRO DE 1997 - Regulamenta a Lei nº 9.055, de 1º 163


de junho de 1995, e dá outras providências..............................................................................................

LEI Nº 9.832, DE 14 DE SETEMBRO DE 1999 - Proíbe o uso industrial de embalagens


metálicas soldadas com liga de chumbo e estanho para acondicionamento de gêneros 167
alimentícios, exceto para produtos secos ou desidratados............................................................

DECRETO LEGISLATIVO Nº 182, DE 1999 - Aprova o texto do Acordo de Sede celebrado


entre o Governo da República Federativa do Brasil e a Associação dos Países Produtores de 168
Estanho, em Brasília, em 27 de maio de 1999.......................................................................................
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Alexandre Soares de Almeida (Org.)

DECRETO Nº 3.358 DE 2 DE FEVEREIRO DE 2000 - Regulamenta o disposto na Lei nº


9.827, de 27 de agosto de 1999, que "acrescenta parágrafo único ao art. 2º do Decreto-Lei nº 227,
de 28 de fevereiro de 1967, com a redação dada pela Lei nº 9.314, de 14 de novembro de
1996".............................................................................................................................................................. 169

LEI Nº 9.976, DE 3 DE JULHO DE 2000 - Dispõe sobre a produção de cloro e dá outras


providências.................................................................................................................................................. 173

LEI Nº 9.993, DE 24 DE JULHO DE 2000 - Destina recursos da compensação financeira


pela utilização de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e pela 177
exploração de recursos minerais para o setor de ciência e tecnologia......................................

DECRETO LEGISLATIVO Nº 207, DE 2002 - Susta os efeitos da Nota Conjur-Minfra nº


24/92, aprovada pelo Senhor Presidente da República, segundo despacho publicado em 24 de
março de 1992, na Exposição de Motivos nº 19/92, do Ministro de Estado da Infra-
Estrutura........................................................................................................................................................ 181

PORTARIA CONJUNTA DNPM/SRF Nº 397, DE 13 DE OUTUBRO DE 2003 - Institui o


Sistema de Certificação do Processo de Kimberley no território nacional........................................
182

DECRETO LEGISLATIVO Nº 30, DE 2006 - Aprova o texto dos Termos de Referência e


Regras de Procedimento do Grupo Internacional de Estudos do Níquel - GIEN.......................... 185

DECRETO LEGISLATIVO Nº 282, DE 2007 - Aprova o texto dos Termos de Referência e


Regras de Procedimento do Grupo Internacional de Estudos do Chumbo e Zinco - GIECZ... 186

LEI Nº 11.685, DE 2 DE JUNHO DE 2008 - Institui o Estatuto do Garimpeiro e dá outras


providências.................................................................................................................................................. 187

DECRETO LEGISLATIVO Nº 650, DE 2009 - Aprova o texto dos Termos de Referência e


Regras de Procedimento do Grupo Internacional de Estudos sobre o Cobre - GIEC................... 192

DECRETO Nº 6.848, DE 14 DE MAIO DE 2009 - Altera e acrescenta dispositivos ao Decreto


nº 4.340, de 22 de agosto de 2002, para regulamentar a compensação ambiental........................ 193

PORTARIA Nº 441, DE 11 DE DEZEMBRO 2009 - Dispõe sobre os trabalhos de


movimentação de terras e de desmonte de materiais in natura necessários à abertura de
vias de transporte, obras gerais de terraplenagem e de edificações de que trata o § 1º do
art. 3º do Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967.................................................................... 200

LEI Nº 12.334, DE 20 DE SETEMBRO DE 2010 - Estabelece a Política Nacional de


Segurança de Barragens destinadas à acumulação de água para quaisquer usos, à disposição
final ou temporária de rejeitos e à acumulação de resíduos industriais, cria o Sistema Nacional
de Informações sobre Segurança de Barragens e altera a redação do art. 35 da Lei nº 9.433, 207
de 8 de janeiro de 1997, e do art. 4º da Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000........................................

RESOLUÇÃO DO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE CONSELHO NACIONAL DE


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RECURSOS HÍDRICOS, Nº 143, DE 10 DE JULHO DE 2012 - Estabelece critérios gerais de


classificação de barragens por categoria de risco, dano potencial associado e pelo volume
Volume 1: Legislação MINÉRIOS
Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

do reservatório, em atendimento ao art. 7º da Lei nº 12.334, de 20 de setembro de 217


2010...............................................................................................................................................................

RESOLUÇÃO DO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE CONSELHO NACIONAL DE


RECURSOS HÍDRICOS Nº 144, DE 10 DE JULHO DE 2012 - Estabelece diretrizes para
implementação da Política Nacional de Segurança de Barragens, aplicação de seus
instrumentos e atuação do Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de
Barragens, em atendimento ao art. 20 da Lei nº 12.334, de 20 de setembro de 2010, que alterou 222
o art. 35 da Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997.................................................................................

PORTARIA DO MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA Nº 416, DE 3 DE SETEMBRO


DE 2012 - Cria o Cadastro Nacional de Barragens de Mineração e dispõe sobre o Plano
de Segurança, Revisão Periódica de Segurança e Inspeções Regulares e Especiais de
Segurança das Barragens de Mineração conforme a Lei nº 12.334, de 20 de setembro de
2010, que dispõe sobre a Política Nacional de Segurança de Barragens..................................... 228

PORTARIA DO MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA, Nº 526, DE 9 DE DEZEMBRO


DE 2013 - Estabelece a periodicidade de atualização e revisão, a qualificação do responsável
técnico, o conteúdo mínimo e o nível de detalhamento do Plano de Ação de Emergência
das Barragens de Mineração (PAEBM), conforme art. 8º, 11 e 12 da Lei nº 12.334, de 20 de
setembro de 2010, que estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), 253
e art. 8º da Portaria nº 416, de 3 de setembro de 2012...........................................................................

PORTARIA DO MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA Nº 14, DE 15 DE JANEIRO DE


2016 - Estabelece prazo para apresentação de comprovante de entrega das cópias físicas do Plano
de Ação de Emergência de Barragem de Mineração (PAEBM) para as Prefeituras e Defesas
Civis municipais e estaduais, conforme exigido pelo art. 7º da Portaria nº 526, de 2013, e dá outras 263
providências...................................................................................................................................................
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Alexandre Soares de Almeida (Org.)

APRESENTAÇÃO

A presente obra intitulada “Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil” reúne o principal e o
necessário do corpo de leis referente aos recursos naturais vigente no Brasil; e se constitui em relevante
contribuição para pesquisadores, profissionais e público em geral interessado no abrangente assunto.

Tal obra será lançada e publicada digitalmente (em formato .pdf - livro eletrônico) - por questões
ambiental e econômica. Sendo organizada em quatro volumes, intitulados nos seguintes temas
(nomenclaturas de recursos naturais):
Volume 1: Minérios | Volume 2: Florestas | Volume 3: Águas | Volume 4: Terras

Foram pesquisadas e separadas as principais legislações referente aos recursos naturais no Brasil, tendo
por uma de suas finalidades, e na medida do possível, tentar sanar o escasso mercado de obras do
direito sobre os temas nessa modalidade e formato. Dispondo no decorrer do livro o modo prático
de pesquisa e leitura sobre a legislação dos referentes aos recursos naturais.

Neste volume reunimos e iremos expor especificamente a legislação pertinente aos minérios (vigente
no ordenamento jurídico brasileiro).

Observa-se que em cada legislação (constituição, lei federal, decreto-lei, decreto, portaria presidencial,
portaria ministerial, portaria conjunta, portaria interministerial, decreto presidencial, decreto
legislativo) apresentadas no sumário, possui grifos em negrito e sublinhado indicando nos temas e
assuntos principais e relevantes de cada.

A metodologia pretendida seria principalmente voltada para pesquisadores, estudantes, professores,


ambientalistas, ecologistas, operadores do direito e público em geral.

Esta coletânea pretende e deverá constituir-se em referência principalmente para os operadores e


operadoras do Direito Minerário e adjacentes. Contribuirá, também, para que os diversos atores sociais
interfiram, de maneira mais qualificada, tanto no processo de elaboração de novas normas jurídicas
bem como de aplicação das já existentes.

* Para fazer pesquisa tecle “Ctrl + F” e digite a palavra ou o termo que deseja encontrar

Boa consulta e bons estudos!


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Alexandre Soares de Almeida


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Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA


DO BRASIL DE 1988

Dispositivos Constitucionais Pertinentes aos Minérios

Título I

Dos Princípios Fundamentais

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

................................................................................................................................................................................

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

................................................................................................................................................................................

Título II

Dos Direitos e Garantias Fundamentais

Capítulo I

Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

................................................................................................................................................................................

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações


profissionais que a lei estabelecer;

................................................................................................................................................................................

XXII - é garantido o direito de propriedade;


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XXIII - a propriedade atenderá a sua função social


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................................................................................................................................................................................

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Art. 20. São bens da União:

I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;

II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares,
das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;

III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de
um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele
provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;

IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas
oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas
áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005)

V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;

VI - o mar territorial;

VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;

VIII - os potenciais de energia hidráulica;

IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;

XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a
órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás
natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no
respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou
compensação financeira por essa exploração.

§ 2º A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres,
designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua
ocupação e utilização serão reguladas em lei.

Art. 21. Compete à União:

I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;

II - declarar a guerra e celebrar a paz;

III - assegurar a defesa nacional;


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IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo
território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
Volume 1: Legislação MINÉRIOS
Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;

VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;

VII - emitir moeda;

VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira,


especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;

IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento


econômico e social;

X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;

XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de


telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um
órgão regulador e outros aspectos institucionais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de
15/08/95:)

XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:

a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 8, de 15/08/95:)

b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em


articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;

c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;

d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou


que transponham os limites de Estado ou Território;

e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;

f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;

XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios
e a Defensoria Pública dos Territórios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012)
(Produção de efeito)

XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito
Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços
públicos, por meio de fundo próprio; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito


nacional;

XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e
televisão;
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XVII - conceder anistia;


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XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as
secas e as inundações;

XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga
de direitos de seu uso; (Regulamento)

XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e


transportes urbanos;

XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;

XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal
sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de
minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:

a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante
aprovação do Congresso Nacional;

b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a


pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de
2006)

c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos


de meia-vida igual ou inferior a duas horas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)

d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 49, de 2006)

XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;

XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma


associativa.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do
trabalho;

II - desapropriação;

III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;

IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;

V - serviço postal;
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VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;


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VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;


Volume 1: Legislação MINÉRIOS
Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

VIII - comércio exterior e interestadual;

IX - diretrizes da política nacional de transportes;

X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;

XI - trânsito e transporte;

XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;

XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;

XIV - populações indígenas;

XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;

XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões;

XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da


Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito)

XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;

XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;

XX - sistemas de consórcios e sorteios;

XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização
das polícias militares e corpos de bombeiros militares;

XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;

XXIII - seguridade social;

XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;

XXV - registros públicos;

XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;

XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações


públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista,
nos termos do art. 173, § 1°, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;

XXIX - propaganda comercial.

Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas
das matérias relacionadas neste artigo.
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Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio
público;

II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;

III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;

IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor


histórico, artístico ou cultural;

V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à


inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;

VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;

VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;

IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de


saneamento básico;

X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social


dos setores desfavorecidos;

XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos


hídricos e minerais em seus territórios;

XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.

Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar
em âmbito nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;

II - orçamento;

III - juntas comerciais;

IV - custas dos serviços forenses;

V - produção e consumo;
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VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
proteção do meio ambiente e controle da poluição;
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VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;

VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico;

IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação;


(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;

XI - procedimentos em matéria processual;

XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;

XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;

XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;

XV - proteção à infância e à juventude;

XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.

§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas


gerais.

§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar
dos Estados.

§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena,
para atender a suas peculiaridades.

§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe
for contrário.

................................................................................................................................................................................

Título VII

Da Ordem Econômica e Financeira

Capítulo I

Dos Princípios Gerais da Atividade Econômica

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem
por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os
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seguintes princípios:
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I - soberania nacional;

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II - propriedade privada;

III - função social da propriedade;

IV - livre concorrência;

V - defesa do consumidor;

VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto


ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

VII - redução das desigualdades regionais e sociais;

VIII - busca do pleno emprego;

IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e
que tenham sua sede e administração no País. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 6, de
1995)

Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica,


independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.

Art. 171. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995)

Art. 172. A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os investimentos de capital estrangeiro,
incentivará os reinvestimentos e regulará a remessa de lucros.

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou
a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de


suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de
prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da


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administração pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)


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IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de


acionistas minoritários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.(Incluído pela


Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais
não extensivos às do setor privado.

§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade.

§ 4º - lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da
concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.

§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá
a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados
contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular.

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma
da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor
público e indicativo para o setor privado.

§ 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado,


o qual incorporará e compatibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimento.

§ 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo.

§ 3º O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em cooperativas, levando em conta a


proteção do meio ambiente e a promoção econômico-social dos garimpeiros.

§ 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão prioridade na autorização ou concessão


para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde estejam atuando,
e naquelas fixadas de acordo com o art. 21, XXV, na forma da lei.

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

Parágrafo único. A lei disporá sobre:

I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de


seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da
concessão ou permissão;

II - os direitos dos usuários;

III - política tarifária;


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IV - a obrigação de manter serviço adequado.


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Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica
constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem
à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra.

§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o


"caput" deste artigo somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no
interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e
administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições específicas quando essas
atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indígenas. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 6, de 1995)

§ 2º - É assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra, na forma e no valor


que dispuser a lei.

§ 3º A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, e as autorizações e concessões


previstas neste artigo não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prévia
anuência do poder concedente.

§ 4º Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do potencial de energia renovável


de capacidade reduzida.

Art. 177. Constituem monopólio da União:

I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;

II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;

III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas
nos incisos anteriores;

IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo


produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados
e gás natural de qualquer origem;

V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de


minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção,
comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b
e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 49, de 2006)

§ 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a realização das atividades previstas
nos incisos I a IV deste artigo observadas as condições estabelecidas em lei. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 9, de 1995)

§ 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)
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I - a garantia do fornecimento dos derivados de petróleo em todo o território nacional; (Incluído pela
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Emenda Constitucional nº 9, de 1995)

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II - as condições de contratação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)

III - a estrutura e atribuições do órgão regulador do monopólio da União; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 9, de 1995)

§ 3º A lei disporá sobre o transporte e a utilização de materiais radioativos no território nacional.


(Renumerado de § 2º para 3º pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)

§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de


importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool
combustível deverá atender aos seguintes requisitos: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de
2001)

I - a alíquota da contribuição poderá ser: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

a) diferenciada por produto ou uso; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III,
b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

II - os recursos arrecadados serão destinados: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus


derivados e derivados de petróleo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás;


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes. (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 33, de 2001)

Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto
à ordenação do transporte internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido o
princípio da reciprocidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 7, de 1995)

Parágrafo único. Na ordenação do transporte aquático, a lei estabelecerá as condições em que o


transporte de mercadorias na cabotagem e a navegação interior poderão ser feitos por embarcações
estrangeiras. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 7, de 1995)

Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às


empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a
incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e
creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.
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Art. 180. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão e incentivarão o


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turismo como fator de desenvolvimento social e econômico.

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Art. 181. O atendimento de requisição de documento ou informação de natureza comercial, feita por
autoridade administrativa ou judiciária estrangeira, a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada
no País dependerá de autorização do Poder competente.

................................................................................................................................................................................

Titulo VIII
Da Ordem Social
................................................................................................................................................................................

Capítulo VI

Do Meio Ambiente

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies
e ecossistemas; (Regulamento)

II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades


dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; (Regulamento) (Regulamento)

III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
(Regulamento)

IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de


significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade; (Regulamento)

V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que


comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; (Regulamento)

VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a


preservação do meio ambiente;

VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função
ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. (Regulamento)
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§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de
acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
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§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas


físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os
danos causados.

§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e


a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições
que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.

§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias,
necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.

§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem
o que não poderão ser instaladas.

................................................................................................................................................................................

Capítulo VIII

Dos Índios

Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e
os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las,
proteger e fazer respeitar todos os seus bens.

§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente,
as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais
necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos,
costumes e tradições.

§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-
lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.

§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra


das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso
Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da
lavra, na forma da lei.

§ 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas,
imprescritíveis.

§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad referendum" do Congresso
Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da
soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o
retorno imediato logo que cesse o risco.
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§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação,
o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do
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solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse público da União, segundo o

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que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações
contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé.

§ 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, § 3º e § 4º.

................................................................................................................................................................................

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DECRETO-LEI Nº 227, DE 28 DE FEVEREIRO


DE 1967

Dá nova redação ao Decreto-lei nº 1.985, de 29 de


janeiro de 1940. (Código de Minas)

O Presidente da República no uso da atribuição que lhe confere o artigo 9º, § 2º, do Ato Institucional
nº 4, de 7 de dezembro de 1966 e (Redação dada pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

CONSIDERANDO, que da experiência de vinte e sete anos de aplicação do atual Código de Minas
foram colhidos ensinamentos qual impende aproveitar; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 318, de
1967)

CONSIDERANDO que a notória evolução da ciência e da tecnologia, nos anos após a 2ª Guerra
Mundial, introduziram alterações profundas na utilização das substâncias minerais; (Redação dada pelo
Decreto-lei nº 318, de 1967)

CONSIDERANDO que cumpre atualizar as disposições legais salvaguarda dos superiores interêsses
nacionais, que evoluem com o tempo; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

CONSIDERANDO que ao Estado incumbe adaptar as normas que regulam atividades especializadas
à evolução da técnica, a fim de proteger a capacidade competitiva do País nos mercados internacionais;
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

CONSIDERANDO que, na colimação dêsses objetivos, é oportuno adaptar o direito de mineração à


conjuntura; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

CONSIDERANDO, mais, quanto consta da Exposição de Motivos número 6-67-GB, de 20 de


fevereiro de 1967, dos Senhores Ministros das Minas e Energia, Fazenda e Planejamento e
Coordenação Econômica, (Redação dada pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

DECRETA:

CÓDIGO DE MINERAÇÃO

CAPÍTULO I

Das Disposições Preliminares


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Art. 1º. Compete à União administrar os recursos minerais, a indústria de produção mineral e a
distribuição, o comércio e o consumo de produtos minerais.

Art. 2º. Os regimes de aproveitamento das substâncias minerais, para efeito deste Código, são:
(Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

I - regime de concessão, quando depender de portaria de concessão do Ministro de Estado de Minas


e Energia; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

II - regime de autorização, quando depender de expedição de alvará de autorização do Diretor-Geral


do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

III - regime de licenciamento, quando depender de licença expedida em obediência a regulamentos


administrativos locais e de registro da licença no Departamento Nacional de Produção Mineral -
DNPM; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

IV - regime de permissão de lavra garimpeira, quando depender de portaria de permissão do Diretor-


Geral do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de
1996)

V - regime de monopolização, quando, em virtude de lei especial, depender de execução direta ou


indireta do Governo Federal. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos órgãos da administração direta e autárquica
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, sendo-lhes permitida a extração de
substâncias minerais de emprego imediato na construção civil, definidas em Portaria do Ministério de
Minas e Energia, para uso exclusivo em obras públicas por eles executadas diretamente, respeitados
os direitos minerários em vigor nas áreas onde devam ser executadas as obras e vedada a
comercialização. (Redação dada pela Lei nº 9.827, de 1999)

Art 3º. Êste Código regula:

I - os direitos sobre as massas indivídualizadas de substâncias minerais ou fósseis, encontradas na


superfície ou no interior da terra formando os recursos minerais do País;

II - o regime de seu aproveitamento, e

III - a fiscalização pelo Govêrno Federal, da pesquisa, da lavra e de outros aspectos da industria
mineral.

§ 1º. Não estão sujeitos aos preceitos deste Código os trabalhos de movimentação de terras e de
desmonte de materiais in natura, que se fizerem necessários à abertura de vias de transporte, obras
gerais de terraplenagem e de edificações, desde que não haja comercialização das terras e dos materiais
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resultantes dos referidos trabalhos e ficando o seu aproveitamento restrito à utilização na própria obra.
(Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
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§ 2º. Compete ao Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM a execução deste Código e
dos diplomas legais complementares. (Renumerado do Parágrafo único para § 2º pela Lei nº 9.314, de
1996)

Art. 4º. Considera-se jazida toda massa individualizada de substância mineral ou fóssil, aflorando à
superficie ou existente no interior da terra, e que tenha valor econômico; e mina, a jazida em lavra,
ainda que suspensa.

Art 5º. (Revogado pela Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 6º. Classificam-se as minas, segundo a forma representativa do direito de lavra, em duas categorias:
(Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

I - mina manifestada, a em lavra, ainda que transitoriamente suspensa a 16 de julho de 1934 e que
tenha sido manifestada na conformidade do art. 10 do Decreto nº 24.642, de 10 de julho de 1934, e
da Lei nº 94, de 10 de dezembro de 1935; (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

II - mina concedida, quando o direito de lavra é outorgado pelo Ministro de Estado de Minas e
Energia. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

Parágrafo único. Consideram-se partes integrantes da mina:

a) edifícios, construções, máquinas, aparelhos e instrumentos destinados à mineração e ao


beneficiamento do produto da lavra, desde que este seja realizado na área de concessão da mina:

b) servidões indispensáveis ao exercício da lavra;

c) animais e veículos empregados no serviço;

d) materiais necessários aos trabalhos da lavra, quando dentro da área concedida; e,

e) provisões necessárias aos trabalhos da lavra, para um período de 120 (cento e vinte) dias.

Art. 7º. O aproveitamento das jazidas depende de alvará de autorização de pesquisa, do Diretor-Geral
do DNPM, e de concessão de lavra, outorgada pelo Ministro de Estado de Minas e Energia. (Redação
dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

Parágrafo único. Independe de concessão do Governo Federal o aproveitamento de minas


manifestadas e registradas, as quais, no entanto, são sujeitas às condições que este Código estabelece
para a lavra, tributação e fiscalização das minas concedidas. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
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Art 8º. (Revogado pela Lei nº 6.567, de 1978)


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Art. 9º. Far-se-á pelo regime de matrícula o aproveitamento definido e caracterizado como
garimpagem, faiscação ou cata.

Art. 10. Reger-se-ão por Leis especiais:

I - as jazidas de substâncias minerais que constituem monopólio estatal;

II - as substâncias minerais ou fósseis de interesse arqueológico;

III - os espécimes minerais ou fósseis, destinados a Museus, Estabelecimentos de Ensino e outros fins
científicos;

IV - as águas minerais em fase de lavra; e

V - as jazidas de águas subterrâneas.

Art. 11. Serão respeitados na aplicação dos regimes de Autorização, Licenciamento e Concessão:
(Redação dada pela Lei nº 6.403, de 1976)

a) o direito de prioridade à obtenção da autorização de pesquisa ou de registro de licença, atribuído ao


interessado cujo requerimento tenha por objeto área considerada livre, para a finalidade pretendida, à
data da protocolização do pedido no Departamento Nacional da Produção Mineral (D.N.P.M),
atendidos os demais requisitos cabíveis, estabelecidos neste Código; e (Redação dada pela Lei nº 6.403,
de 1976)

b) o direito à participação do proprietário do solo nos resultados da lavra. (Redação dada pela Lei nº
8.901, de 1994)

§ 1º A participação de que trata a alínea b do caput deste artigo será de cinqüenta por cento do valor
total devido aos Estados, Distrito Federal, Municípios e órgãos da administração direta da União, a
título de compensação financeira pela exploração de recursos minerais, conforme previsto no caput
do art. 6º da Lei nº 7.990, de 29/12/89 e no art. 2º da Lei nº 8.001, de 13/03/90. (Incluído pela Lei
nº 8.901, de 1994)

§ 2º O pagamento da participação do proprietário do solo nos resultados da lavra de recursos minerais


será efetuado mensalmente, até o último dia útil do mês subseqüente ao do fato gerador, devidamente
corrigido pela taxa de juros de referência, ou outro parâmetro que venha a sustituí-la. (Incluído pela
Lei nº 8.901, de 1994)

§ 3º O não cumprimento do prazo estabelecido no parágrafo anterior implicará correção do débito


pela variação diária da taxa de juros de referência, ou outro parâmetro que venha a substituí-la, juros
de mora de um por cento ao mês e multa de dez por cento aplicada sobre o montante apurado.
(Incluído pela Lei nº 8.901, de 1994)
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Art. 12. O direito de participação de que trata o artigo anterior não poderá ser objeto de transferência
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ou caução separadamente do imóvel a que corresponder, mas o proprietário deste poderá:

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I - transferir ou caucionar o direito ao recebimento de determinadas prestações futuras;

II - renunciar ao direito.

Parágrafo único Os atos enumerados neste artigo somente valerão contra terceiros a partir da sua
inscrição no Registro de Imóveis.

Art. 13. As pessoas naturais ou jurídicas que exerçam atividades de pesquisa, lavra, beneficiamento,
distribuição, consumo ou industrialização de reservas minerais, são obrigadas a facilitar aos agentes
do Departamento Nacional da Produção Mineral a inspeção de instalações, equipamentos e trabalhos,
bem como a fornecer-lhes informações sobre:

I - volume da produção e características qualitativas dos produtos;

II - condições técnicas e econômicas da execução dos serviços ou da exploração das atividades


mencionadas no "caput" deste artigo;

III - mercados e preços de venda;

IV - quantidade e condições técnicas e econômicas do consumo de produtos minerais.

CAPÍTULO II

Da Pesquisa Mineral

Art. 14. Entende-se por pesquisa mineral a execução dos trabalhos necessários à definição da jazida,
sua avaliação e a determinação da exeqüibilidade do seu aproveitamento econômico.

§ 1º A pesquisa mineral compreende, entre outros, os seguintes trabalhos de campo e de laboratório:


levantamentos geológicos pormenorizados da área a pesquisar, em escala conveniente, estudos dos
afloramentos e suas correlações, levantamentos geofísicos e geoquímicos; aberturas de escavações
visitáveis e execução de sondagens no corpo mineral; amostragens sistemáticas; análises físicas e
químicas das amostras e dos testemunhos de sondagens; e ensaios de beneficiamento dos minérios ou
das substâncias minerais úteis, para obtenção de concentrados de acordo com as especificações do
mercado ou aproveitamento industrial.

§ 2º A definição da jazida resultará da coordenação, correlação e interpretação dos dados colhidos nos
trabalhos executados, e conduzirá a uma medida das reservas e dos teores.

§ 3º A exeqüibilidade do aproveitamento econômico resultará da análise preliminar dos custos da


produção, dos fretes e do mercado.
26

Art. 15. A autorização de pesquisa será outorgada pelo DNPM a brasileiros, pessoa natural, firma
individual ou empresas legalmente habilitadas, mediante requerimento do interessado. (Redação dada
Página

pela Lei nº 9.314, de 1996)

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Alexandre Soares de Almeida (Org.)
Parágrafo único. Os trabalhos necessários à pesquisa serão executados sob a responsabilidade
profissional de engenheiro de minas, ou de geólogo, habilitado ao exercício da profissão. (Redação
dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 16. A autorização de pesquisa será pleiteada em requerimento dirigido ao Diretor-Geral do


DNPM, entregue mediante recibo no protocolo do DNPM, onde será mecanicamente numerado e
registrado, devendo ser apresentado em duas vias e conter os seguintes elementos de instrução:
(Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

I - nome, indicação da nacionalidade, do estado civil, da profissão, do domicílio e do número de


inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda, do requerente, pessoa natural. Em
se tratando de pessoa jurídica, razão social, número do registro de seus atos constitutivos no Órgão
de Registro de Comércio competente, endereço e número de inscrição no Cadastro Geral dos
Contribuintes do Ministério da Fazenda; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

II - prova de recolhimento dos respectivos emolumentos; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

III - designação das substâncias a pesquisar; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

IV - indicação da extensão superficial da área objetivada, em hectares, e do Município e Estado em


que se situa; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

V - memorial descritivo da área pretendida, nos termos a serem definidos em portaria do Diretor-
Geral do DNPM; (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

VI - planta de situação, cuja configuração e elementos de informação serão estabelecidos em portaria


do Diretor-Geral do DNPM; (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

VII - plano dos trabalhos de pesquisa, acompanhado do orçamento e cronograma previstos para sua
execução. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

§ 1º. O requerente e o profissional responsável poderão ser interpelados pelo DNPM para justificarem
o plano de pesquisa e o orçamento correspondente referidos no inciso VII deste artigo, bem como a
disponibilidade de recursos.(Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

§ 2º. Os trabalhos descritos no plano de pesquisa servirão de base para a avaliação judicial da renda
pela ocupação do solo e da indenização devida ao proprietário ou posseiro do solo, não guardando
nenhuma relação com o valor do orçamento apresentado pelo interessado no referido plano de
pesquisa. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

§ 3º. Os documentos a que se referem os incisos V, VI e VII deste artigo deverão ser elaborados sob
a responsabilidade técnica de profissional legalmente habilitado. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
27

Art. 17. Será indeferido de plano pelo Diretor-Geral do DNPM o requerimento desacompanhado de
qualquer dos elementos de instrução referidos nos incisos I a VII do artigo anterior. (Redação dada
Página

pela Lei nº 9.314, de 1996)

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

§ 1º. Será de sessenta dias, a contar da data da publicação da respectiva intimação no Diário Oficial da
União, o prazo para cumprimento de exigências formuladas pelo DNPM sobre dados complementares
ou elementos necessários à melhor instrução do processo. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

§ 2º. Esgotado o prazo de que trata o parágrafo anterior, sem que haja o requerente cumprido a
exigência, o requerimento será indeferido pelo Diretor-Geral do DNPM. (Redação dada pela Lei nº
9.314, de 1996)

Art. 18. A área objetivada em requerimento de autorização e pesquisa ou de registro de licença será
considerada livre, desde que não se enquadre em quaisquer das seguintes hipóteses: (Redação dada
pela Lei nº 6.403, de 1976)

I - se a área estiver vinculada a autorização de pesquisa, registro de licença, concessão da lavra,


manifesto de mina ou permissão de reconhecimento geológico; (Redação dada pela Lei nº 6.403, de
1976)

II - se a área for objeto de pedido anterior de autorização de pesquisa, salvo se este estiver sujeito a
indeferimento, aos seguintes casos: (Redação dada pela Lei nº 6.403, de 1976)

a) por enquadramento na situação prevista no caput do artigo anterior, e no § 1º deste artigo; e


(Incluído pela Lei nº 6.403, de 1976)

b) por ocorrência, na data da protocolização do pedido, de impedimento à obtenção do título


pleiteado, decorrente das restrições impostas no parágrafo único do Art. 23 e no Art. 26 deste Código;
(Incluído pela Lei nº 6.403, de 1976)

III - se a área for objeto de requerimento anterior de registro de licença, ou estiver vinculada a licença,
cujo registro venha a ser requerido dentro do prazo de 30 (trinta) dias de sua expedição; (Incluído pela
Lei nº 6.403, de 1976)

IV - se a área estiver vinculada a requerimento de renovação de autorização de pesquisa,


tempestivamente apresentado, e pendente de decisão; (Incluído pela Lei nº 6.403, de 1976)

V - se a área estiver vinculada a autorização de pesquisa, com relatório dos respectivos trabalhos
tempestivamente apresentado, e pendente de decisão; (Incluído pela Lei nº 6.403, de 1976)

VI - se a área estiver vinculada a autorização de pesquisa, com relatório dos respectivos trabalhos
aprovado, e na vigência do direito de requerer a concessão da lavra, atribuído nos termos do Art. 31
deste Código. (Incluído pela Lei nº 6.403, de 1976)

§ 1º Não estando livre a área pretendida, o requerimento será indeferido por despacho do Diretor-
Geral do Departamento Nacional da Produção Mineral (D.N.P.M.), assegurada ao interessado a
restituição de uma das vias das peças apresentadas em duplicata, bem como dos documentos públicos,
integrantes da respectiva instrução. (Renumerado do Parágrafo único para § 1º com nova redação dada
28

pela Lei nº 6.403, de 1976)


Página

§ 2º Ocorrendo interferência parcial da área objetivada no requerimento, como área onerada nas
circunstâncias referidas nos itens I a VI deste artigo, e desde que a realização da pesquisa, ou a
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execução do aproveitamento mineral por licenciamento, na parte remanescente, seja considerada
técnica e economicamente viável, a juízo do Departamento Nacional da Produção Mineral - D.N.P.M.
- será facultada ao requerente a modificação do pedido para retificação da área originalmente definida,
procedendo-se, neste caso, de conformidade com o disposto nos §§ 1º e 2º do artigo anterior. (Incluído
pela Lei nº 6.403, de 1976)

Art. 19. Do despacho que indeferir o pedido de autorização de pesquisa ou de sua renovação, caberá
pedido de reconsideração, no prazo de 60 (sessenta) dias, contados da publicação do despacho no
Diário Oficial da União. (Redação dada pela Lei nº 6.403, de 1976)

§ 1º Do despacho que indeferir o pedido de reconsideração, caberá recurso ao Ministério das Minas e
Energia, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da publicação do despacho no Diário Oficial da União.
(Incluído pela Lei nº 6.403, de 1976)

§ 2º A interposição do pedido de reconsideração sustará a tramitação de requerimento de autorização


de pesquisa que, objetivando área abrangida pelo requerimento concernente ao despacho recorrido,
haja sido protocolizado após o indeferimento em causa, até que seja decidido o pedido de
reconsideração ou o eventual recurso. (Incluído pela Lei nº 6.403, de 1976)

§ 3º Provido o pedido de reconsideração ou o recurso, caberá o indeferimento do requerimento de


autorização de pesquisa superveniente, de que trata o parágrafo anterior. (Incluído pela Lei nº 6.403,
de 1976)

Art. 20. A autorização de pesquisa importa nos seguintes pagamentos: (Redação dada pela Lei nº 9.314,
de 1996)

I - pelo interessado, quando do requerimento de autorização de pesquisa, de emolumentos em quantia


equivalente a duzentas e setenta vezes a expressão monetária UFIR, instituída pelo art. 1º da Lei nº
8.383, de 30 de dezembro de 1991; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

II - pelo titular de autorização de pesquisa, até a entrega do relatório final dos trabalhos ao DNPM,
de taxa anual, por hectare, admitida a fixação em valores progressivos em função da substância mineral
objetivada, extensão e localização da área e de outras condições, respeitado o valor máximo de duas
vezes a expressão monetária UFIR, instituída pelo art. 1º da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991.
(Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

§ 1º. O Ministro de Estado de Minas e Energia, relativamente à taxa de que trata o inciso II do caput
deste artigo, estabelecerá, mediante portaria, os valores, os prazos de recolhimento e demais critérios
e condições de pagamento. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

§ 2º. Os emolumentos e a taxa referidos, respectivamente, nos incisos I e II do caput deste artigo,
serão recolhidos ao Banco do Brasil S.A. e destinados ao DNPM, nos termos do inciso III do caput
do art. 5º da Lei nº 8.876, de 2 de maio de 1994. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
29

§ 3º. O não pagamento dos emolumentos e da taxa de que tratam, respectivamente, os incisos I e II
do caput deste artigo, ensejará, nas condições que vierem a ser estabelecidas em portaria do Ministro
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de Estado de Minas e Energia, a aplicação das seguintes sanções: (Redação dada pela Lei nº 9.314, de
1996)

I - tratando-se de emolumentos, indeferimento de plano e conseqüente arquivamento do


requerimento de autorização de pesquisa; (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

II - tratando-se de taxa: (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

a) multa, no valor máximo previsto no art. 64; (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

b) nulidade ex officio do alvará de autorização de pesquisa, após imposição de multa. (Incluído pela
Lei nº 9.314, de 1996)

Art 21. (Revogado pela Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 22. A autorização de pesquisa será conferida nas seguintes condições, além das demais constantes
deste Código: (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

I - o título poderá ser objeto de cessão ou transferência, desde que o cessionário satisfaça os requisitos
legais exigidos. Os atos de cessão e transferência só terão validade depois de devidamente averbados
no DNPM; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

II - é admitida a renúncia à autorização, sem prejuízo do cumprimento, pelo titular, das obrigações
decorrentes deste Código, observado o disposto no inciso V deste artigo, parte final, tornando-se
operante o efeito da extinção do título autorizativo na data da protocolização do instrumento de
renúncia, com a desoneração da área, na forma do art. 26 deste Código; (Redação dada pela Lei nº
9.314, de 1996)

III - o prazo de validade da autorização não será inferior a um ano, nem superior a três anos, a critério
do DNPM, consideradas as características especiais da situação da área e da pesquisa mineral
objetivada, admitida a sua prorrogação, sob as seguintes condições: (Redação dada pela Lei nº 9.314,
de 1996)

a) a prorrogação poderá ser concedida, tendo por base a avaliação do desenvolvimento dos trabalhos,
conforme critérios estabelecidos em portaria do Diretor-Geral do DNPM; (Incluído pela Lei nº 9.314,
de 1996)

b) a prorrogação deverá ser requerida até sessenta dias antes de expirar-se o prazo da autorização
vigente, devendo o competente requerimento ser instruído com um relatório dos trabalhos efetuados
e justificativa do prosseguimento da pesquisa; (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

c) a prorrogação independe da expedição de novo alvará, contando-se o respectivo prazo a partir da


data da publicação, no Diário Oficial da União, do despacho que a deferir; (Incluído pela Lei nº 9.314,
de 1996)
30

IV - o titular da autorização responde, com exclusividade, pelos danos causados a terceiros, direta ou
indiretamente decorrentes dos trabalhos de pesquisa; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
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V - o titular da autorização fica obrigado a realizar os respectivos trabalhos de pesquisa, devendo


submeter à aprovação do DNPM, dentro do prazo de vigência do alvará, ou de sua renovação,
relatório circunstanciado dos trabalhos, contendo os estudos geológicos e tecnológicos quantificativos
da jazida e demonstrativos da exeqüibilidade técnico-econômica da lavra, elaborado sob a
responsabilidade técnica de profissional legalmente habilitado. Excepcionalmente, poderá ser
dispensada a apresentação do relatório, na hipótese de renúncia à autorização de que trata o inciso II
deste artigo, conforme critérios fixados em portaria do Diretor-Geral do DNPM, caso em que não se
aplicará o disposto no § 1º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

§ 1º. A não apresentação do relatório referido no inciso V deste artigo sujeita o titular à sanção de
multa, calculada à razão de uma UFIR por hectare da área outorgada para pesquisa. (Redação dada
pela Lei nº 9.314, de 1996)

§ 2º. É admitida, em caráter excepcional, a extração de substâncias minerais em área titulada, antes da
outorga da concessão de lavra, mediante prévia autorização do DNPM, observada a legislação
ambiental pertinente. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 23. Os estudos referidos no inciso V do art. 22 concluirão pela: (Redação dada pela Lei nº 9.314,
de 1996)

I - exeqüibilidade técnico-econômica da lavra; (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

II - inexistência de jazida; (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

III - inexeqüibilidade técnico-econômica da lavra em face da presença de fatores conjunturais


adversos, tais como: (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

a) inexistência de tecnologia adequada ao aproveitamento econômico da substância mineral; (Incluído


pela Lei nº 9.314, de 1996)

b) inexistência de mercado interno ou externo para a substância mineral. (Incluído pela Lei nº 9.314,
de 1996)

Art. 24. A retificação de alvará de pesquisa, a ser efetivada mediante despacho publicado no Diário
Oficial da União, não acarreta modificação no prazo original, salvo se, a juízo do DNPM, houver
alteração significativa no polígono delimitador da área. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

Parágrafo único. Na hipótese de que trata a parte final do caput deste artigo, será expedido alvará
retificador, contando-se o prazo de validade da autorização a partir da data da publicação, no Diário
Oficial da União, do novo título. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
31

Art. 25. As autorizações de pesquisa ficam adstritas às áreas máximas que forem fixadas em portaria
do Diretor-Geral do DNPM. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
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Art. 26. A área desonerada por publicação de despacho no Diário Oficial da União ficará disponível
pelo prazo de sessenta dias, para fins de pesquisa ou lavra, conforme dispuser portaria do Ministro de
Estado de Minas e Energia. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

§ 1º. Salvo quando dispuser diversamente o despacho respectivo, a área desonerada na forma deste
artigo ficará disponível para pesquisa. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

§ 2º. O Diretor-Geral do DNPM poderá estabelecer critérios e condições específicos a serem


atendidos pelos interessados no processo de habilitação às áreas disponíveis nos termos deste artigo.
(Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

§ 3º. Decorrido o prazo fixado neste artigo, sem que tenha havido pretendentes, a área estará livre
para fins de aplicação do direito de prioridade de que trata a alínea a do art. 11. (Redação dada pela
Lei nº 9.314, de 1996)

§ 4º. As vistorias realizadas pelo DNPM, no exercício da fiscalização dos trabalhos de pesquisa e lavra
de que trata este Código, serão custeadas pelos respectivos interessados, na forma do que dispuser
portaria do Diretor-Geral da referida autarquia. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 27. O titular de autorização de pesquisa poderá realizar os trabalhos respectivos, e também as
obras e serviços auxiliares necessários, em terrenos de domínio público ou particular, abrangidos pelas
áreas a pesquisar, desde que pague aos respectivos proprietários ou posseiros uma renda pela ocupação
dos terrenos e uma indenização pelos danos e prejuízos que possam ser causados pelos trabalhos de
pesquisa, observadas as seguintes regras:

I - A renda não poderá exceder ao montante do rendimento líquido máximo da propriedade na


extensão da área a ser realmente ocupada;

II - A indenização por danos causados não poderá exceder o valor venal da propriedade na extensão
da área efetivamente ocupada pelos trabalhos de pesquisa, salvo no caso previsto no inciso seguinte;

III - Quando os danos forem de molde a inutilizar para fins agrícolas e pastoris toda a propriedade
em que estiver encravada a área necessária aos trabalhos de pesquisa, a indenização correspondente a
tais danos poderá atingir o valor venal máximo de toda a propriedade;

IV - Os valores venais a que se referem os incisos II e III serão obtidos por comparação com valores
venais de propriedade da mesma espécie, na mesma região;

V - No caso de terrenos públicos, é dispensado o pagamento da renda, ficando o titular da pesquisa


sujeito apenas ao pagamento relativo a danos e prejuízos;

VI - Se o titular do Alvará de Pesquisa, até a data da transcrição do título de autorização, não juntar
ao respectivo processo prova de acordo com os proprietários ou posseiros do solo acerca da renda e
indenização de que trata este artigo, o Diretor-Geral do D. N. P. M., dentro de 3 (três) dias dessa data,
32

enviará ao Juiz de Direito da Comarca onde estiver situada a jazida, cópia do referido título;
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VII - Dentro de 15 (quinze) dias, a partir da data do recebimento dessa comunicação, o Juiz mandará
proceder à avaliação da renda e dos danos e prejuízos a que se refere este artigo, na forma prescrita
no Código de Processo Civil;

VIII - O Promotor de Justiça da Comarca será citado para os termos da ação, como representante da
União;

IX - A avaliação será julgada pelo Juiz no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da data do
despacho a que se refere o inciso VII, não tendo efeito suspensivo os recursos que forem
apresentados;

X - As despesas judiciais com o processo de avaliação serão pagas pelo titular da autorização de
pesquisa;

XI - Julgada a avaliação, o Juiz, dentro de 8 (oito) dias, intimará o titular a depositar quantia
correspondente ao valor da renda de 2 (dois) anos e a caução para pagamento da indenização;

XII - Feitos esses depósitos, o Juiz, dentro de 8 (oito) dias, intimará os proprietários ou posseiros do
solo a permitirem os trabalhos de pesquisa, e comunicará seu despacho ao Diretor-Geral do D. N. P.
M. e, mediante requerimento do titular da pesquisa, às autoridades policiais locais, para garantirem a
execução dos trabalhos;

XIII - Se o prazo da pesquisa for prorrogado, o Diretor-Geral do D. N. P. M. o comunicará ao Juiz,


no prazo e condições indicadas no inciso VI deste artigo;

XIV - Dentro de 8 (oito) dias do recebimento da comunicação a que se refere o inciso anterior, o Juiz
intimará o titular da pesquisa a depositar nova quantia correspondente ao valor da renda relativa ao
prazo de prorrogação

XV - Feito esse depósito, o Juiz intimará os proprietários ou posseiros do solo, dentro de 8 (oito) dias,
a permitirem a continuação dos trabalhos de pesquisa no prazo da prorrogação, e comunicará seu
despacho ao Diretor-Geral do D. N. P. M. e às autoridades locais;

XVI - Concluídos os trabalhos de pesquisa, o titular da respectiva autorização e o Diretor-Geral do


D. N. P. M. Comunicarão o fato ao Juiz, a fim de ser encerrada a ação judicial referente ao pagamento
das indenizações e da renda.

Art. 28. Antes de encerrada a ação prevista no artigo anterior, as partes que se julgarem lesadas poderão
requerer ao Juiz que se lhes faça justiça.

Art. 29. O titular da autorização de pesquisa é obrigado, sob pena de sanções:

I - A iniciar os trabalhos de pesquisa:

a) dentro de 60 (sessenta) dias da publicação do Alvará de Pesquisa no Diário Oficial da União, se o


33

titular for o proprietário do sol ou tiver ajustado com este o valor e a forma de pagamento das
indenizações a que se refere o Artigo 27 deste Código; ou,
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Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

b) dentro de 60 (sessenta) dias do ingresso judicial na área de pesquisa, quando a avaliação da


indenização pela ocupação e danos causados processar-se em juízo.

II - A não interromper os trabalhos, sem justificativa, depois de iniciados, por mais de 3, (três) meses
consecutivos, ou por 120 dias acumulados e não consecutivos. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 318,
de 1967)

Parágrafo único. O início ou reinício, bem como as interrupções de trabalho, deverão ser prontamente
comunicados ao D. N. P. M., bem como a ocorrência de outra substância mineral útl, não constante
do Alvará de Autorização.

Art. 30. Realizada a pesquisa e apresentado o relatório exigido nos termos do inciso V do art. 22, o
DNPM verificará sua exatidão e, à vista de parecer conclusivo, proferirá despacho de: (Redação dada
pela Lei nº 9.314, de 1996)

I - aprovação do relatório, quando ficar demonstrada a existência de jazida; (Redação dada pela Lei nº
9.314, de 1996)

II - não aprovação do relatório, quando ficar constatada insuficiência dos trabalhos de pesquisa ou
deficiência técnica na sua elaboração; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

III - arquivamento do relatório, quando ficar demonstrada a inexistência de jazida, passando a área a
ser livre para futuro requerimento, inclusive com acesso do interessado ao relatório que concluiu pela
referida inexistência de jazida; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

IV - sobrestamento da decisão sobre o relatório, quando ficar caracterizada a impossibilidade


temporária da exeqüibilidade técnico-econômica da lavra, conforme previsto no inciso III do art. 23.
(Incluído dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

§ 1° Na hipótese prevista no inciso IV deste artigo, o DNPM fixará prazo para o interessado apresentar
novo estudo da exeqüibilidade técnico-econômica da lavra, sob pena de arquivamento do relatório.
(Incluído dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

§ 2° Se, no novo estudo apresentado, não ficar demonstrada a exeqüibilidade técnico-econômica da


lavra, o DNPM poderá conceder ao interessado, sucessivamente, novos prazos, ou colocar a área em
disponibilidade, na forma do art. 32, se entender que terceiro poderá viabilizar a eventual lavra.
(Incluído dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

§ 3° Comprovada a exeqüibilidade técnico-econômica da lavra, o DNPM proferirá, ex officio ou


mediante provocação do interessado, despacho de aprovação do relatório. (Incluído dada pela Lei nº
9.314, de 1996)

Art. 31. O titular, uma vez aprovado o Relatório, terá 1 (hum) ano para requerer a concessão de lavra,
e, dentro deste prazo, poderá negociar seu direito a essa concessão, na forma deste Código.
34

Parágrafo único. O DNPM poderá prorrogar o prazo referido no caput, por igual período, mediante
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solicitação justificada do titular, manifestada antes de findar-se o prazo inicial ou a prorrogação em


curso. (Incluído dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
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Art. 32. Findo o prazo do artigo anterior, sem que o titular, ou seu sucessor, haja requerido concessão
de lavra, caducará seu direito, caendo ao Diretor-Geral do Departamento Nacional da Produção
Mineral - D. N. P. M. - mediante Edital publicado no Diário Oficial da União, declarar a
disponibilidade da jazida pesquisada, para fins de requerimento da concessão de lavra. (Redação dada
pela Lei nº 6.403, de 1976)

§ 1º O Edital estabelecerá os requisitos especiais a serem atendidos pelos requerentes da concessão de


lavra, consoante as peculiaridades de cada caso. (Incluído pela Lei nº 6.403, de 1976)

§ 2º Para determinação da prioridade à outorga da concessão de lavra, serão, conjuntamente,


apreciados os requerimentos protocolizados dentro do prazo que for convenientemente fixado no
Edital, definindo-se, dentre estes, como prioritário, o pretendente que a juízo do Departamento
Nacional da Produção Mineral - D. N. P. M. - melhor atender aos interesses específicos do setor
minerário. (Incluído pela Lei nº 6.403, de 1976)

Art. 33. Para um conjunto de autorizações de pesquisa da mesma subst6ancia mineral em áreas
contíguas, ou próximas, o titular ou titulares das autorizações, poderão, a critério do D.N.P.M.,
apresentar um plano único de pesquisa e também um só Relatório dos trabalhos executados,
abrangendo todo o conjunto.

Art. 34. Sempre que o Governo cooperar com o titular da autorização nos trabalhos de pesquisa, será
reembolsado das despesas, de acordo com as condições estipuladas no ajuste de cooperação técnica
celebrado entre o D. N. P. M. e o titular.

Art. 35. A importância correspondente às despesas reembolsadas a que se refere o artigo anterior será
recolhida ao Banco do Brasil S/A, pelo titular, à conta do "Fundo Nacional de Mineração - Parte
Disponível.

CAPÍTULO III

Da Lavra

Art. 36. Entende-se por lavra o conjunto de operações coordenadas objetivando o aproveitamento
industrial da jazida, desde a extração das substâncias minerais úteis que contiver, até o beneficiamento
das mesmas.

Art. 37. Na outorga da lavra, serão observadas as seguintes condições:


35

I - a jazida deverá estar pesquisada, com o Relatório aprovado pelo D.N.P.M.;


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II - a área de lavra será a adequada à condução técnico-econômica dos trabalhos de extração e


beneficiamento, respeitados os limites da área de pesquisa.

Parágrafo único. Não haverá restrições quanto ao número de concessões outorgadas a uma mesma
empresa. Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 38. O requerimento de autorização de lavra será dirigido ao Ministro das Minas e Energia, pelo
titular da autorização de pesquisa, ou seu sucessor, e deverá ser instruído com os seguintes elementos
de informação e prova:

I - certidão de registro, no Departamento Nacional de Registro do Comércio, da entidade constituída;


(Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

II - designação das substâncias minerais a lavrar, com indicação do Alvará de Pesquisa outorgado, e
de aprovação do respectivo Relatório;

III - denominação e descrição da localização do campo pretendido para a lavra, relacionando-o, com
precisão e clareza, aos vales dos rios ou córregos, constantes de mapas ou plantas de notória
autenticidade e precisão, e estradas de ferro e rodovias, ou , ainda, a marcos naturais ou acidentes
topográficos de inconfundível determinação; suas confrontações com autorização de pesquisa e
concessões de lavra vizinhas, se as houver, e indicação do Distrito, Município, Comarca e Estado, e,
ainda, nome e residência dos proprietários do solo ou posseiros;

IV - definição gráfica da área pretendida, delimitada por figura geométrica formada, obrigatoriamente,
por segmentos de retas com orientação Norte-Sul e Leste-Oeste verdadeiros, com 2 (dois) de seus
vértices, ou excepcionalmente 1 (um), amarrados a ponto fixo e inconfundível do terreno, sendo os
vetores de amarração definidos por seus comprimentos e rumos verdadeiros, e configuradas, ainda,
as propriedades territoriais por ela interessadas, com os nomes dos respectivos superficiários, além de
planta de situação;

V - servidões de que deverá gozar a mina;

VI - plano de aproveitamento econômico da jazida, com descrição das instalações de beneficiamento;

VII - prova de disponibilidade de fundos ou da existência de compromissos de financiamento,


necessários para execução do plano de paroveitamento econômico e operação da mina.

Parágrafo único. Quando tiver por objeto área situada na faixa de fronteira, a concessão de lavra fica
ainda sujeita aos critérios e condições estabelecidas em lei. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 39. O plano de aproveitamento econômico da jazida será apresentado em duas vias e constará de:

I - Memorial explicativo;

II - Projetos ou anteprojetos referentes;


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a) ao método de mineração a ser adotado, fazendo referência à escala de produção prevista


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inicialmente e à sua projeção;

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b) à iluminação, ventilação, transporte, sinalização e segurança do trabalho, quando se tratar de lavra
subterrânea;

c) ao transporte na superfície e ao beneficiamento e aglomeração do minério;

d) às instalações de energia, de abastecimento de água e condicionamento de ar;

e) à higiene da mina e dos respectivos trabalhos;

f) às moradias e suas condições de habitabilidade para todos os que residem no local da mineração;

g) às instalações de captação e proteção das fontes, addução, distribuição e utilização da água, para as
jazidas da Classe VIII.

Art.40. O dimensionamento das instalações e equipamentos previstos no plano de aproveitamento


econômico da jazida, deverá ser condizente com a produção justificada no Memorial Explicativo, e
apresentar previsão das ampliações futuras.

Art. 41. O requerimento será numerado e registrado cronologicamente, no D.N.P.M., por processo
mecânico, sendo juntado ao processo que autorizou a respectiva pesquisa.

§ 1º Ao interessado será fornecido recibo com as indicações do protocolo e menção dos documentos
apresentados.

§ 2º Quando necessário cumprimento de exigência para menor instrução do processo, terá o


requerente o prazo de 60 (sessenta) dias para satisfazê-las.

§ 3° Poderá esse prazo ser prorrogado, até igual período, a juízo do Diretor-Geral do D.N.P.M., desde
que requerido dentro do prazo concedido para cumprimento das exigências. (Redação dada pela Lei
nº 9.314, de 1996)

§ 4° Se o requerente deixar de atender, no prazo próprio, as exigências formuladas para melhor


instrução do processo, o pedido será indeferido, devendo o D.N.P.M. declarar a disponibilidade da
área, para fins de requerimento de concessão de lavra, na forma do art. 32. (Incluído dada pela Lei nº
9.314, de 1996)

Art. 42. A autorização será recusada, se a lavra for considerada prejudicial ao bem público ou
comprometer interesses que superem a utilidade da exploração industrial, a juízo do Governo. Neste
último caso, o pesquisador terá direito de receber do Governo a indenização das despesas feitas com
os trabalhos de pesquisa, uma vez que haja sido aprovado o Relatório.

Art. 43. A concessão de lavra terá por título uma portaria assinada pelo Ministro de Estado de Minas
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e Energia. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)


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Art. 44. O titular da concessão de lavra requererá ao DNPM a Posse da Jazida, dentro de noventa dias
a contar da data da publicação da respectiva portaria no Diário Oficial da União. (Redação dada pela
Lei nº 9.314, de 1996)

Parágrafo único. O titular pagará uma taxa de emolumentos correspondente a quinhentas UFIR.
(Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 45. A imissão de Posse processar-se-á do modo sequinte:

I - serão intimados, por meio de ofício ou telegrama, os concessionários das minas limítrofes se as
houver. Com 8 (oito) dias de antecedência, para que, por si ou seus representantes possam presenciar
o ato, e, em especial, assistir à demarcação; e,

II - no dia e hora determinados, serão fixados, definitivamente, os marcos dos limites da jazida que o
concessionário terá para esse fim preparado, colocados precisamente nos pontos indicados no
Decreto de Concessão, dando-se, em seguida, ao concessionário, a Posse da jazida.

§ 1º Do qe ocorrer, o representantedo D.N.P.M lavrará termo, que assinará com o titular da lavra,
testemunhas e concessionários das minas limítrofes, presentes ao ato.

§ 2º Os marcos deverão ser conservados bem visíveis e só poderão ser mudados com autorização
expressa do D.N.P.M.

Art. 46 Caberá recurso ao Ministro das Minas e Energia contra a Imissão de Posse, dentro d 15
(quinze) dias, contados da data do ato de imissão.

Parágrafo único. O recurso, se provido, anulará a Imissão de Posse.

Art. 47. Ficará obrigado o titular da concessão, além das condições gerais que constam deste Código,
ainda, às seguintes, sob pena de sanções previstas no Capítulo V:

I - iniciar os trabalhos previstos no plano de lavra, dentro do prazo de 6 (seis) meses, contados da data
da publicação do Decreto de Concessão no Diário Oficial da União, salvo motivo de força maior, a
juízo do D.N.P.M.;

II - Lavrar a jazida de acordo com o plano de lavra aprovado pelo D.N.P.M., e cuja segunda via,
devidamente autenticada, deverá ser mantida no local da mina;

III - Extrair somente as substâncias minerais indicadas no Decreto de Concessão;

IV - Comunicar imediatamente ao D.N.P.M. o descobrimento de qualquer outra substância mineral


não incluída no Decreto de Concessão;

V - Executar os trabalhos de mineração com observância das normas regulamentares;


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VI - Confiar, obrigatoriamente, a direção dos trabalhos de lavra a técnico legalmente habilitado ao


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exercício da profissão;

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VII - Não dificultar ou impossibilitar, por lavra ambiciosa, o aproveitamento ulterior da jazida;

VIII - Responder pelos danos e prejuízos a terceiros, que resultarem, direta ou indiretamente, da lavra;

IX - Promover a segurança e a salubridade das habitações existentes no local;

X - Evitar o extravio das águas e drenar as que possam ocasionar danos e prejuízos aos vizinhos;

XI - Evitar poluição do Art., ou da água, que possa resultar dos trabalhos de mineração;

XII - Proteger e conservar as Fontes, bem como utilizar as águas segundo os preceitos técnicos quando
se tratar de lavra de jazida da Classe VIII;

XIII - Tomar as providências indicadas pela Fiscalização dos órgãos Federais;

XIV - Não suspender os trabalhos de lavra, sem prévia comunicação ao D.N.P.M.;

XV - Mnater a mina em bom estado, no caso de suspensão tamporária dos trabalhos de lavra, de
modo a permitir a retomada das operações;

XVI - Apresentar ao Departamento Nacional da Produçào Mineral - D.N.P.M. - até o dia 15 (quinze)
de março de cada ano, relatório das atividades realizadas no ano anterior. (Redação dada pela Lei nº
6.403, de 1976)

Parágrafo único. Para o aproveitamento, pelo concessionário de lavra, de substâncias referidas no item
IV, deste artigo, será necessário aditamento ao seu título de lavra.

Art. 48 - Considera-se ambiciosa, a lavra conduzida sem observância do plano preestabelecido, ou


efetuada de modo a impossibilitar o ulterior aproveitameto econômico da jazida.

Art. 49. Os trabalhos de lavra, uma vez iniciados, não poderão sr interrompidos por mais de 6 (seis)
meses consecutivos, salvo motivo comprovado de força maior.

Art. 50 O Relatório Anual das atividades realizadas no ano anterior deverá conter, entre outros, dados
sobre os seguintes tópicos:

I - Método de lavra, transporte e distribuição no mercado consumidor, das substâncias minerais


extraídas;

II - Modificações verificadas nas reservas, características das substâncias minerais produzidas,


inclusive o teor mínimo economicamente compensador e a relação observada entre a substância útil
e o estéril;

III - Quadro mensal, em que figurem, pelo menos, os elementos de: produção, estoque, preço médio
de venda, destino do produto bruto e do beneficiado, recolhimento do Imposto Único e o pagamento
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do Dízimo do proprietário;
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IV - Número de trabalhadores da mina e do beneficiamento;


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V - Investimentos feitos na mina e nos trabalhos de pesquisa;

VI - Balanço anual da Empresa.

Art. 51. Quando o melhor conhecimento da jazida obtido durante os trabalhos de lavra justificar
mudanças no plano de aproveitamento econômico, ou as condições do mercado exigirem
modificações na escala de produção, deverá o concessionário propor as necessárias alterações ao
D.N.P.M., para exame e eventual aprovação do novo plano.

Art. 52. A lavra, praticada em desacordo com o plano aprovado pelo D.N.P.M., sujeita o
concessionário a sanções que podem ir gradativamente da advertência à caducidade.

Art. 53. A critério do D.N.P.M., várias concessões de lavra de um mesmo titular e da mesma substância
mineral, em áreas de um mesmo jazimento ou zona mineralizada, poderão ser reunidas em uma só
unidade de mineração, sob a denominação de Grupamento Mineiro.

Parágrafo único. O concessionário de um Grupamento Mineiro, a juízo do D.N.P.M., poderá


concentrar as atividades da lavra em uma ou algumas das concessões agrupadas contanto que a
intensidade da lavra seja compatível com a importância da reserva total das jazidas agrupadas.

Art. 54. Em zona que tenha sido declarada Reserva Nacional de determinada substância mineral, o
Governo poderá autorizar a pesquisa ou lavra de outra substância mineral, sempre que os trabalhos
relativos à autorização solicitada forem compatíveis e independentes dos referentes à substância da
Reserva e mediante condições especiais, de conformidade com os interesses da União e da economia
nacional.

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se também a áreas específicas que estiverem
sendo objeto de pesquisa ou de lavra sob regime de monopólio.

Art. 55. Subsistirá a Concessão, quanto aos direitos, obrigações, limitações e efeitos dela decorrentes,
quando o concessionário a alienar ou gravar, na forma da lei.

§ 1º. Os atos de alienação ou oneração só terão validade depois de averbados no DNPM. (Redação
dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

§ 2º - A concessão de lavra somente é transmissível a quem for capaz de exercê-la de acordo com as
disposições deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.085, de 1982)

§ 3º - As dívidas e gravames constituídos sobre a concessão resolvem-se com extinção desta, ressalvada
a ação pessoal contra o devedor. (Incluído pela Lei nº 7.085, de 1982)
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§ 4º - Os credores não têm ação alguma contra o novo titular da concessão extinta, salvo se esta, por
qualquer motivo, voltar ao domínio do primitivo concessionário devedor. (Incluído pela Lei nº 7.085,
de 1982)

Art. 56. A concessão de lavra poderá ser desmembrada em duas ou mais concessões distintas, a juízo
do Departamento Nacional da Produção Mineral - DNPM, se o fracionamento não comprometer o
racional aproveitamento da jazida e desde que evidenciadas a viabilidade técnica, a economicidade do
aproveitamento autônomo das unidades mineiras resultantes e o incremento da produção da jazida.
(Redação dada pela Lei nº 7.085, de 1982)

Parágrafo único. O desmembramento será pleiteado pelo concessionário, conjuntamente com os


pretendentes às novas concessões, se for o cso, em requerimento dirigido ao Ministro das Minas e
Energia, entregue mediante recibo no Protocolo do DNPM, onde será mecanicamente numerado e
registrado, devendo conter, além de memorial justificativo, os elementos de instrução referidos no
artigo 38 deste Código, relativamente a cada uma das concessões propostas. (Redação dada pela Lei
nº 7.085, de 1982)

Art. 57. No curso de qualquer medida judicial não poderá haver embargo ou seqüestro que resulte em
interrupção dos trabalhos de lavra.

Art. 58. Poderá o titular da portaria de concessão de lavra, mediante requerimento justificado ao
Ministro de Estado de Minas e Energia, obter a suspensão temporária da lavra, ou comunicar a
renúncia ao seu título. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

§ 1º Em ambos os casos, o requerimento será acompanhados de um relatório dos trabalhos efetuados


e do estado da mina, e suas possibilidades futuras.

§ 2º Somente após verificação "in loco" por um de seus técnicos, emitirá o D.N.P.M. parecer
conclusivo para decisão do Ministro das Minas e Energia.

§ 3º Não aceitas as razões da suspensão dos trabalhos, ou efetivada a renúncia, caberá ao D.N.P.M.
sugerir ao Ministro das Minas e Energia medidas que se fizerem necessárias à continuação dos
trabalhos e a aplicação de sanções, se for o caso.

CAPÍTULO IV

Das Servidões

Art. 59. Ficam sujeitas a servidões de solo e subsolo, para os fins de pesquisa ou lavra, não só a
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propriedade onde se localiza a jazida, como as limítrofes. (Renumerado do Art. 60 para Art. 59 pelo
Decreto-lei nº 318, de 1967)
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Parágrafo único. Instituem-se Servidões para:

a) construção de oficinas, instalações, obras acessórias e moradias;

b) abertura de vias de transporte e linhas de comunicações;

c) captação e adução de água necessária aos serviços de mineração e ao pessoal;

d) transmissão de energia elétrica;

e) escoamento das águas da mina e do engenho de beneficiamento;

f) abertura de passagem de pessoal e material, de conduto de ventilação e de energia elétrica;

g) utilização das aguadas sem prejuízo das atividades pre-existentes; e,

h) bota-fora do material desmontado e dos refugos do engenho.

Art. 60 Instituem-se as Servidões mediante indenização prévia do valor do terreno ocupado e dos
prejuízos resultantes dessa ocupação. (Renumerado do Art. 61 para Art. 60 pelo Decreto-lei nº 318,
de 1967)

§ 1º Não havendo acordo entre as partes, o pagemento será feito mediante depósito judicial da
importância fixada para indenização, através de vistoria ou perícia com arbitramento, inclusive da
renda pela ocupação, seguindo-se o competente mandado de imissão de posse na área, se necessário.

§ 2º O cálculo da indenização e dos danos a serem pagos pelo titular da autorização de pesquisas ou
concessão de lavra, ao proprietário do solo ou ao dono das benfeitorias, obedecerá às prescrições
contidas no Artigo 27 deste Código, e seguirá o rito estabelecido em Decreto do Governo Federal.

Art. 61. Se, por qualquer motivo independente da vontade do indenizado, a indenização tardar em lhe
ser entregue, sofrerá,a mesma, a necessária correção monetária, cabendo ao titular da autorização de
pesquisa ou concessão de lavra, a obrigação de completar a quantia arbitrada. (Renumerado do Art.
62 para Art. 61 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

Art. 62. Não poderão ser iniciados os trabalhos de pesquisa ou lavra, antes de paga a importância à
indenização e de fixada arenda pela ocupação do terreno. (Renumerado do Art. 63 para Art. 62 pelo
Decreto-lei nº 318, de 1967)

CAPÍTULO V

Das Sanções e das Nulidades


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Art. 63. O não cumprimento das obrigações decorrentes das autorizações de pesquisa, das permissões
de lavra garimpeira, das concessões de lavra e do licenciamento implica, dependendo da infração, em:
(Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

I - advertência; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

II - multa; e (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

III - caducidade do título. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

§ 1º. As penalidades de advertência, multa e de caducidade de autorização de pesquisa serão de


competência do DNPM. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

§ 2º. A caducidade da concessão de lavra será objeto de portaria do Ministro de Estado de Minas e
Energia. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 64. A multa inicial variará de 100 (cem) a 1.000 (um mil) UFIR, segundo a gravidade das infrações.
(Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

§ 1º Em caso de reincidência, a multa será cobrada em dôbro;

§ 2º O regulamento dêste Código definirá o critério de imposição de multas, segundo a gravidade das
infrações.

§ 3º O valor das multas será recolhido ao Banco do Brasil S. A., em guia própria, à conta do Fundo
Nacional de Mineração - Parte Disponível.

Art. 65. Será declarada a caducidade da autorização de pesquisa, ou da concessão de lavra, desde que
verificada quaisquer das seguintes infrações: (Renumerado do Art. 66 para Art. 65 pelo Decreto-lei nº
318, de 1967)

a) caracterização formal do abandono da jazida ou mina;

b) não cumprimento dos prazos de início ou reinício dos trabalhos de pesquisa ou lavra, apesar de
advertência e multa;

c) prática deliberada dos trabalhos de pesquisa em desacôrdo com as condições constantes do título
de autorização, apesar de advertência ou multa;

d) prosseguimento de lavra ambiciosa ou de extração de substância não compreendida no Decreto de


Lavra, apesar de advertência e multa; e,

e) não atendimento de repetidas observações da fiscalização, caracterizado pela terceira reincidência,


no intervalo de 1 (hum) ano, de infrações com multas.

§ 1º Extinta a concessão de lavra, caberá ao Diretor-Geral do Departamento Nacional da Produção


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Mineral - D.N.P.M. - mediante Edital publicado no Diário Oficial da União, declarar a disponibilidade
da respectiva área, para fins de requerimento de autorização de pesquisa ou de concessão de lavra.
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(Incluído pela Lei nº 6.403, de 1976)

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§ 2º O Edital estabelecerá os requisitos especiais a serem atendidos pelo requerente, consoante as


peculariedades de cada caso. (Incluído pela Lei nº 6.403, de 1976)

§ 3º Para determinação da prioridade à outorga da autorização de pesquisa, ou da concessão de lavra,


conforme o caso, serão, conjuntamente, apreciados os requerimentos protocolizados, dentro do prazo
que for conveniente fixado no Edital, definindo-se, dentre estes, como prioritário, o pretendente que,
a juízo do Departamento Nacional da Produção Mineral - D.N.P.M. - melhor atender aos interesses
específicos do setor minerário. (Incluído pela Lei nº 6.403, de 1976)

Art. 66. São anuláveis os Alvarás de Pesquisa ou Decretos de Lavra quando outorgados com
infringência de dispositivos dêste Código. (Renumerado do Art. 67 para Art. 66 pelo Decreto-lei nº
318, de 1967)

§ 1º A anulação será promovia "ex-officio" nos casos de:

a) imprecisão intencional da definição das áreas de pesquisa ou lavra; e,

b) inobservância do disposto no item I do Art. 22.

§ 2º Nos demais casos, e sempre que possível, o D.N.P.M. procurara sanar a deficiência por via de
atos de retificação.

§ 3º A nulidade poderá ser pleiteada judicialmente em ação proposta por qualquer interessado, no
prazo de 1 (hum) ano, a contar da publicação do Decreto de Lavra no Diário Oficial da União.

Art. 67. Verificada a causa de nulidade ou caducidade da autorização ou da concessão, salvo os casos
de abandono, o titular não perde a propriedade dos bens que possam ser retirados sem prejudicar o
conjunto da mina. (Renumerado do Art. 68 para Art. 67 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

Art. 68. O Processo Administrativo pela declaração de nulidade ou de caducidade, será instaurado
"ex-officio" ou mediante denúncia comprovada. (Renumerado do Art. 69 para Art. 68 pelo Decreto-
lei nº 318, de 1967)

§ 1º O Diretor-Geral do D.N.P.M. promoverá a intimação do titular, mediante ofício e por edital,


quando se encontrar em lugar incerto e ignorado, para apresentação de defesa, dentro de 60 (sessenta)
dias contra os motivos arguidos na denuncia ou que deram margem à instauração do processo
administrativo.

§ 2º Findo o prazo, com a juntada da defesa ou informação sôbre a sua não apresentação pelo
notificado, o processo será submetido à decisão do Ministro das Minas e Energia.

§ 3º Do despacho ministerial declaratório de nulidade ou caducidade da autorização de pesquisa,


caberá:
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a) pedido de reconsideração, no prazo de 15 (quinze) dias; ou


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b) recurso voluntário ao Presidente da República, no prazo de 30 (trintas) dias, desde que o titular da
autorização não tenha solicitado reconsideração do despacho, no prazo previsto na alínea anterior.

§ 4º O pedido de reconsideração não atendido, será encaminhado em gráu de recurso, "ex-officio", ao


presidente da República, no prazo de 30 (trinta) dias, a contar de seu recebimento, dando-se ciência
antecipada ao interessado, que poderá aduzir novos elementos de defesa, inclusive prova documental,
as quais, se apresentadas no prazo legal, serão recebidas em caráter de recurso.

§ 5º O titular de autorização declarada Nula ou Caduca, que se valer da faculdade conferida pela alínea
a do § 3º, dêste artigo, não poderá interpor recurso ao Presidente da República enquanto aguarda
solução Ministerial para o seu pedida de reconsideração.

§ 6º Sómente será admitido 1 (hum) pedido de reconsideração e 1 (hum) recurso.

§ 7º Esgotada a instância administrativa, a execução das medidas determinadas em decisões superiores


não será prejudicada por recursos extemporâneos pedidos de revisão e outros expedientes
protelatórios.

Art. 69. O processo administrativo para aplicação das sanções de anulação ou caducidade da concessão
de lavra, obedecerá ao disposto no § 1º do artigo anterior. (Renumerado do Art. 70 para Art. 69 pelo
Decreto-lei nº 318, de 1967)

§ 1º Concluídas tôdas as diligências necessárias à regular instrução do processo, inclusive juntada de


defesa ou informação de não haver a mesma sido apresentada, cópia do expediente de notificação e
prova da sua entrega à parte interessada, o Diretor-Geral do D.N.P.M. encaminhará os autos ao
Ministro das Minas e Energia.

§ 2º Examinadas as peças dos autos, especialmente as razões de defesa oferecidas pela Emprêsa, o
Ministro encaminhará o processo com relatório e parecer conclusivo, ao Presidente da República.

§ 3º Da decisão da autoridade superior, poderá a interessada solicitar reconsideração, no prazo


improrrogável de 10 (dez) dias, a contar da sua publicação no Diário Oficial da União, desde que seja
instruído com elementos novos que justifiquem reexame da matéria.

CAPÍTULO VI

Da Garimpagem, Faiscação e Cata

Art. 70. Considera-se: (Renumerado do Art. 71 para Art. 70 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

I - garimpagem, o trabalho individual de quem utilize instrumentos rudimentares, aparelhos manuais


ou máquinas simples e portáveis, na extração de pedras preciosas, semi-preciosas e minerais metálicos
ou não metálicos, valiosos, em depósitos de eluvião ou aluvião, nos álveos de cursos d’água ou nas
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margens reservadas, bem como nos depósitos secundários ou chapadas (grupiaras), vertentes e altos
de morros; depósitos esses genericamente denominados garimpos.
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II - faiscação, o trabalho individual de quem utilize instrumentos rudimentares, aparelhos manuais ou


máquinas simples e portáteis, na extração de metais nobres nativos em depósitos de eluvião ou aluvião,
fluviais ou marinhos, depósitos esses genericamente denominados faisqueiras; e,

III - cata, o trabalho individual de quem faça, por processos equiparáveis aos de garimpagem e
faiscação, na parte decomposta dos afloramentos dos filões e veeiros, a extração de substâncias
minerais úteis, sem o emprego de explosivos, e as apure por processos rudimentares.

Art. 71. Ao trabalhador que extrai substâncias minerais úteis, por processo rudimentar e individual de
mineração, garimpagem, faiscação ou cata, denomina-se genericamente, garimpeiro. (Renumerado do
Art. 72 para Art. 71 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

Art. 72. Caracteriza-se a garimpagem, a faiscação e a cata: (Renumerado do Art. 73 para Art. 72 pelo
Decreto-lei nº 318, de 1967)

I - pela forma rudimentar de mineração;

II - pela natureza dos depósitos trabalhados; e,

III - pelo caráter individual do trabalho, sempre por conta própria.

Art. 73. Dependem de permissão do Governo Federal, a garimpagem, a faiscação ou a cata, não
cabendo outro ônus ao garimpeiro, senão o pagamento da menor taxa remuneratória cobrada pelas
Coletorias Federais a todo aquele que pretender executar esses trabalhos. (Renumerado do Art. 74
para Art. 73 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967) (Vide Lei nº 7.805, de 1989)

§ 1º Essa permissão constará de matrícula do garimpeiro, renovada anualmente nas Coletorias Federais
dos Municípios onde forem realiados esses trabalhos, e será válida somente para a região jurisdicionada
pela respectiva exatoria que a concedeu.

§ 2º A matrícula, que é pessoal, será feita a requerimento verbal do interessado e registrada em livro
próprio da Coletoria Federal, mediante a apresentação do comprovante de quitação do imposto
sindical e o pagamento da mesma taxa remuneratória cobrada pela Coletoria. (Redação dada pelo
Decreto-lei nº 318, de 1967)

§ 3º Ao garimpeiro matriculado será fornecido um Certificado de Matrícula, do qual constará seu


retrato, nome, nacionalidade, endereço, e será o documento oficial para o exercício da atividade dentro
da zona nele especificada.

§ 4º Será apreendido o material de garimpagem, faiscação ou cata quando o garimpeiro não possuir o
necessário Certificado de Matrícula, sendo o produto vendido em hasta pública e recolhido ao Banco
do Brasil S/A, à conta do "Fundo Nacional de Mineração - Parte Disponível".
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Art. 74. Dependem de consentimento prévio do proprietário do solo as permissões para garimpagem,
faiscação ou cta, em terras ou águas de domínio privado. (Renumerado do Art. 75 para Art. 74 pelo
Decreto-lei nº 318, de 1967)

Parágrafo único. A contribuição do garimpeiro ajustada com o proprietário do solo para fazer
garimpagem, faiscação, ou cata não poderá exceder adízimo do valor do imposto único que for
arrecadado pela Coletoria Federal da Jurisdição local, referente à substância encontrada.

Art. 75. É vedada a realização de trabalhos de garimpagem, faiscação ou cata, em área objeto de
autorização de pesquisa ou concessão de lavra. (Redação dada pela Lei nº 6.403, de 1976)

Art. 76. Atendendo aos interesses do setor minerário, poderão, a qualquer tempo, ser delimitadas
determinadas áreas nas quais o aproveitamento de substâncias minerais farse-á exclusivamente por
trabalhos de garimpagem, faiscação ou cata, consoante for estabelecido em Portaria do Ministro das
Minas e Energia, mediante proposta do Diretor-Geral do Departamento Nacional da Produçào
Mineral. (Redação dada pela Lei nº 6.403, de 1976)

Art. 77. O imposto único referente às substâncias minerais oriundas de atividades de garimpagem,
faiscação ou cata, será pago pelos compradores ou beneficiadores autorizados por Decreto do
Governo Federal, de acordo com os dispositivos da lei específica. (Renumerado do Art. 78 para Art.
77 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

Art. 78. Por motivo de ordem pública, ou em se verificando malbaratamento de determinada riqueza
mineral, poderá o Ministro das Minas e Energia, por proposta do Diretor-Geral do D.N.P.M.,
determinar o fechamento de certas áreas às atividades de garimpagem, faiscação ou cata, ou excluir
destas a extração de determinados minerais. (Renumerado do Art. 79 para Art. 78 pelo Decreto-lei nº
318, de 1967)

CAPÍTULO VII

Da Empresa de Mineração

(Suprimido pela Lei nº 9.314, de 14.11.1996)

Art. 79. (Revogado pela Lei nº 9.314, de 1996)


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Art. 80 (Revogado pela Lei nº 9.314, de 1996)


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Volume 1: Legislação MINÉRIOS


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CAPÍTULO VII

Das disposições Finais

(Renumerado do Capítulo VIII para Capítulo VII, com nova redação pela Lei nº 9.314, de 14.11.1996)

Art. 81. As empresas que pleitearem autorização para pesquisa ou lavra, ou que forem titulares de
direitos minerários de pesquisa ou lavra, ficam obrigadas a arquivar no DNPM, mediante protocolo,
os estatutos ou contratos sociais e acordos de acionistas em vigor, bem como as futuras alterações
contratuais ou estatutárias, dispondo neste caso do prazo máximo de trinta dias após registro no
Departamento Nacional de Registro de Comércio. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

Parágrafo único. O não cumprimento do prazo estabelecido neste artigo ensejará as seguintes sanções:
(Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

I - advertência; (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

II - multa, a qual será aplicada em dobro no caso de não atendimento das exigências objeto deste
artigo, no prazo de trinta dias da imposição da multa inicial, e assim sucessivamente, a cada trinta dias
subseqüentes. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 82. (Revogado pela Lei nº 9.314, de 1996)

CAPÍTULO VIII

Das Disposições Finais

(Renumerado para Capítulo VII pela Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 83. Aplica-se à propriedade mineral o direito comum, salvo as restrições impostas neste Código.
(Renumerado do Art. 84 para Art. 83 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

Art. 84. A Jazida é bem imóvel, distinto do solo onde se encontra, não abrangendo a propriedade
dêste o minério ou a substância mineral útil que a constitui. (Renumerado do Art. 85 para Art. 84 pelo
Decreto-lei nº 318, de 1967)

Art. 85. O limite subterrâneo da jazida ou mina é o plano vertical coincidente com o perímetro
definidor da área titulada, admitida, em caráter excepcional, a fixação de limites em profundidade por
superfície horizontal. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
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§ 1º. A iniciativa de propor a fixação de limites no plano horizontal da concessão poderá ser do titular
dos direitos minerários preexistentes ou do DNPM, ex officio, cabendo sempre ao titular a
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apresentação do plano dos trabalhos de pesquisa, no prazo de noventa dias, contado da data de
publicação da intimação no Diário Oficial da União, para fins de prioridade na obtenção do novo
título. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

§ 2º. Em caso de inobservância pelo titular de direitos minerários preexistentes no prazo a que se
refere o parágrafo anterior, o DNPM poderá colocar em disponibilidade o título representativo do
direito minerário decorrente do desmembramento. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

§ 3º. Em caráter excepcional, ex officio ou por requerimento de parte interessada, poderá o DNPM,
no interesse do setor mineral, efetuar a limitação de jazida por superfície horizontal, inclusive em áreas
já tituladas. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

§ 4º. O DNPM estabelecerá, em portaria, as condições mediante as quais os depósitos especificados


no caput poderão ser aproveitados, bem como os procedimentos inerentes à outorga da respectiva
titulação, respeitados os direitos preexistentes e as demais condições estabelecidas neste artigo.
(Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 86. Os titulares de concessões e minas próximas ou vizinhas, abertas situadas sôbre o mesmo
jazimento ou zona mineralizada, poderão obter permissão para a formação de um Consórcio de
Mineração, mediante Decreto do Govêrno Federal, objetivando incrementar a produtividade da
extração ou a sua capacidade. (Renumerado do Art. 87 para Art. 86 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

§ 1º Do requerimento pedindo a constituição do Consórcio de Mineração, deverá constar:

I - Memorial justificativo dos benefícios resultantes da formação do Consórcio, com indicação dos
recursos econômicos e financeiros de que disporá a nova entidade;

II - Minuta dos Estatutos do Consórcio, plano de trabalhos a realizar, enumeração das providências e
favôres que esperam merecer do Poder Público.

§ 2º A nova entidade, Consórcio de Mineração, ficará sujeita a condições fixadas em Caderno de


Encargos, anexado ao ato institutivo da concessão e que será elaborado por Comissão especìficamente
nomeada.

Art. 87. Não se impedirá por ação judicial de quem quer que seja, o prosseguimento da pesquisa ou
lavra. (Renumerado do Art. 88 para Art. 87 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

Parágrafo único. Após a decretação do litígio, será procedida a necessária vistoria " ad perpetuam rei
memoriam " a fim de evitar-se solução de continuidade dos trabalhos.

Art. 88. Ficam sujeitas à fiscalização direta do D.N.P.M. tôdas as atividades concernentes à mineração,
comércio e à industrialização de matérias-primas minerais, nos limites estabelecidos em Lei.
(Renumerado do Art. 89 para Art. 88 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)
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Parágrafo único. Exercer-se-á fiscalização para o cumprimento integral das disposições legais,
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regulamentares ou contratuais.

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Art. 89. (Revogado pelo Decreto-lei nº 1.038, de 1969)

Art. 90. Quando se verificar em jazida em lavra a concorrência de minerais radioativos ou apropriados
ao aproveitamento dos misteres da produção de energia nuclear, a concessão, só será mantida caso o
valor econômico da substância mineral, objeto do decreto de lavra, seja superior ao dos minerais
nucleares que contiver. (Renumerado do Art. 91 para Art. 90 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

§ 1º (Revogado pelo Decreto-lei nº 330, de 1967)

§ 2º Quando a inesperada ocorrência de minerais radioativos e nucleares associados suscetíveis de


aproveitamento econômico predominar sôbre a substância mineral constante do título de lavra, a mina
poderá ser desapropriada.

§ 3º Os titulares de autorizações de pesquisa, ou de concessões de lavra, são obrigados a comunicar,


ao Ministério das Minas e Energia, qualquer descoberta que tenham feito de minerais radioativos ou
nucleares associados à substância mineral mencionada respectivo título, sob pena de sanções.

§§ 4º e 5º (Revogados pelo Decreto-lei nº 330, de 1967)

Art. 91. A Emprêsa de Mineração que, comprovadamente, dispuzer do recurso dos métodos de
prospecção aérea, poderá pleitear permissão para realizar Reconhecimento Geológico por êstes
métodos, visando obter informações preliminares regionais necessárias à formulação de requerimento
de autorização de pesquisa, na forma do que dispuzer o Regulamento dêste Código. (Renumerado do
Art. 92 para Art. 91 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

§ 1º As regiões assim permissionadas não se subordinam aos previstas no Art. 25 dêste Código.

§ 2º A permissão será dada por autorização expressa do Diretor-Geral do D.N.P.M., com prévio
assentimento do Conselho de Segurança Nacional.

§ 3º A permissão do Reconhecimento Geológico será outorga pelo prazo máximo e improrrogável de


90 (noventa) dias, a contar da data da publicação no Diário Oficial .

§ 4º A permissão do Reconhecimento Geológico terá caráter precário, e atribui à Emprêsa tão sòmente
o direito de prioridade para obter a autorização de pesquisa dentro da região permissionada, desde
que requerida no prazo estipulado no parágrafo anterior, obedecidos os limites de áreas previstas no
Art. 25.

§ 5º A Emprêsa de Mineração fica obrigada a apresentar ao D.N.P.M. os resultados do


Reconhecimento procedido, sob pena de sanções.

Art. 92. O DNPM manterá registros próprios dos títulos minerários. (Redação dada pela Lei nº 9.314,
50

de 1996)
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Art. 93. Serão publicados no Diário Oficial da União os alvarás de pesquisa, as portarias de lavra e os
demais atos administrativos deles decorrentes. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

Parágrafo Único - A publicação de editais em jornais particulares, é também feita à custa dos
requerentes e por êles próprios promovidos, devendo ser enviado prontamente um exemplar ao
D.N.P.M. para anexação ao respectivo processo.

Art. 94. Será sempre ouvido o D.N.P.M. quando o Govêrno Federal tratar de qualquer assunto
referente à matéria-prima mineral ou ao seu produto. (Renumerado do Art. 95 para Art. 94 pelo
Decreto-lei nº 318, de 1967)

Art. 95. Continuam em vigor as autorizações de pesquisa e concessões de lavra outorgadas na vigência
da legislação anterior, ficando, no entanto, sua execução sujeita a observância dêste Código.
(Renumerado do Art. 96 para Art. 95 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

Art. 96. A lavra de jazida ser organizada e conduzida na forma da Constituição. (Incluído pelo Decreto-
lei nº 318, de 1967)

Art. 97. O Govêrno Federal expedirá os Regulamentos necessários à execução dêste Código, inclusive
fixando os prazos de tramitação dos processos.

Art. 98. Esta Lei entrará em vigor no dia 15 de março de 1967, revogadas as disposições em contrário.

Brasília, 28 de fevereiro de 1967; 146º da Independência e 79º da República.

H. CASTELLO BRANCO

Octavio Bulhões

Mauro Thibau

Edmar de Souza
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DECRETO Nº 62.934, DE 2 DE JULHO DE 1968

Aprova o Regulamento do Código de Mineração

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o art. 83, item II, da
Constituição e tendo em vista o disposto no art. 97 do Decreto-lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967,
alterado pelo Decreto-lei nº 318, de 14 de março de 1967 e pelo Decreto-lei nº 330, de 13 de setembro
de 1967,

DECRETA:

Art. 1º Fica aprovado o Regulamento do Código de Mineração, que com este deixa, assinado pelo
Ministro das Minas e Energia.

Art. 2º Êste decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Brasília, 2 de julho de 1968; 147º da Independência e 80º da República.

A. COSTA E SILVA

José Costa Cavalcanti

REGULAMENTO DO CÓDIGO DE MINERAÇÃO

CAPÍTULO I

Das Disposições Preliminares

Art. 1º Êste Regulamento dispõe sôbre:

I - os direitos relativos às massas individualizadas de substâncias minerais ou fósseis, encontradas na


superfície ou no interior da terra, formando os recursos minerais do país;
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II - o regime de sua exploração e aproveitamento;

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III - a fiscalização, pelo Govêrno Federal, da pesquisa, da lavra e de outros aspectos da indústria
mineral.

Art. 2º É da competência da União administrar os recursos minerais, a indústria de produção mineral


e a distribuição, o comércio e o consumo de produtos minerais.

Art. 3º A jazida é bem imóvel, distinto do solo onde se encontra, não abrangendo a propriedade dêste
o minério ou a substância mineral útil que a constitui.

Art. 4º O limite subterrâneo da jazida ou mina será sempre a superfície vertical que passar pelo
perímetro da área autorizada ou concedida.

Art. 5º Aplica-se à propriedade mineral o direito comum, salvo as restrições impostas no Código de
Mineração e neste Regulamento.

CAPÍTULO II

Da conceituação e classificação das jazidas e das minas.

Art. 6º Considera-se jazida tôda massa individualizada de substância mineral ou fóssil de valor
econômico, aflorando à superfície ou existente no interior da terra; considera-se mina a jazida em
lavra, ainda que suspensa.

Art. 7º Classificam-se as jazidas, para efeito dêste Regulamento, em 8 (oito) classes:

Classe I - jazidas de substâncias minerais metalíferas;

Classe II - jazidas de substâncias minerais de emprêgo imediato na construção civil;

Classe III - jazidas de fertilizantes;

Classe IV - jazidas de combustíveis fósseis sólidos;

Classe V - jazidas de rochas betuminosas e pirobetuminosas;

Classe VI - jazidas de gemas e pedras ornamentais;

Classe VII - jazidas de minerais industriais, não incluídas nas classes precedentes;
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Classe VIII - jazidas de águas minerais.

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§ 1º A classificação dêste artigo não abrange as jazidas de águas subterrâneas, de petróleo, gases
naturais e outros hidrocarbonetos fluídos, gases raros e de substâncias minerais de uso na energia
nuclear.

§ 2º Tratando-se de substância mineral de destinação múltipla, sua classificação resultará da aplicação


predominante, que terá em vista a quantidade ou o seu valor econômico.

Art. 8º As substâncias minerais, relacionados em cada classe, têm a seguinte especificação: (Vide
Decreto nº 72.245, de 1973) (Vide Decreto nº 75.325, de 1975) (Vide Decreto nº 95.002, de 1987)

Classe I - minérios de: alumínio, antimônio, arsênico, berilio, bismuto, cádmio, cério, césio, cobalto,
cromo, chumbo, cobre, escândio, estanho, ferro, germânio, gálio, háfnio, ítrio, irídio, índio, lítio,
manganês, magnésio, mercúrio, molibdênio, nióbio, níquel, ouro, ósmio, prata, platina, paládio, rádio,
rênio, ródio, rubídio, rutênio, selênio, tálio, tântalo, telúrio, titânio, tungstênio, vanádio, xenotíndo,
zinco, zircônio.

Classe II - ardósias, areias, cascalhos, gnaisses, granitos, quartzitos e sáibros, quando utilizados "in
natura" para o preparo de agregados, pedra de talhe ou argamassa, e não se destinem, como matéria-
prima, à indústria de transformação.

Classe III - fosfatos, guano, sais de potássio e salitre.

Classe IV - carvão, linhito, turfa e sapropelitos.

Classe V - rochas betuminosas e pirobetuminosas.

Classe VI - gemas e pedras ornamentais.

Classe VII - substâncias minerais industriais, não incluídas nas classes precedentes: anfibólios, areias
de fundição, argilas, argilas refratárias, andalusita, agalmatolitos, asbestos, ardósias, anidrita, antofilita,
bentonitas, barita, boratos, calcários, calcários coralíneos, calcita, caulim, celestita, cianita, conchas
calcárias, córidon, crisotila, diatomitos, dolomitos, diamantes industriais, dumortierita, enxôfre,
estroncianita, esteatitos, feldspatos, filitos, fluorita, gipso, grafita, granada, hidrargilita, sais de iôdo,
leucita, leucofilito, magnesita, mármore, micas, ocres, pinguita, pirita pirofilita, quartzo, quarzitos,
silimanita, sais de bromo, salgema, saponito, silex, talco, tremolita, tripolito, vermiculita, wollastonita.

Classe VIII - águas minerais.

Art. 9º Classificam-se as minas, segundo a forma representativa do direito de lavra, em duas categorias:

I - Mina Manifestada, a em lavra, ainda, que transitòriamente suspensa a 16 de julho de 1934 e que
tenha sido manifestada na conformidade do art. 10 do Decreto nº 24.642, de 10 de julho de 1934 e da
Lei nº 94, de 10 de setembro de 1935;

II - Mina Concedida, a objeto de concessão de lavra.


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Art. 10. Consideram-se partes integrantes da mina:


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a) os edifícios, construções, máquinas, aparelhos e instrumentos destinados à mineração e ao
beneficiamento do produto da lavra, desde que êste seja realizado nas áreas de concessão ou de
servidão da mina;

b) as servidões indispensáveis ao exercício da lavra;

c) os animais e veículos empregados no serviço;

d) os materiais necessários aos trabalhos de lavra dentro da área concedida;

e) as provisões necessárias aos trabalhos de lavra, para um período de 120 (cento e vinte) dias.

CAPÍTULO III

Do regime de exploração e aproveitamento das substâncias minerais

Art. 11. Os regimes de exploração e aproveitamento das substâncias minerais são os seguintes:

I - Regime de Autorização;

II - Regime de Concessão;

III - Regime de Licenciamento;

IV - Regime de Matrícula;

V - Regime de Monopólio.

Parágrafo único. A Autorização depende de alvará do Ministro das Minas e Energia; a Concessão, de
decreto do Govêrno Federal; o Licenciamento, de licença expedida em obediência a regulamentos
administrativos locais, de inscrição do contribuinte no órgão próprio do Ministério da Fazenda e de
registro da licença, acompanhada da planta da respectiva área, no Departamento Nacional da
Produção Mineral (D.N.P.M.); a Matrícula, de registro do garimpeiro na Exatoria Federal onde se
localize a jazida; o Monopólio, quando instituído em lei especial.

Art. 12. A autorização de pesquisa ou a concessão de lavra serão conferida, exclusivamente, a brasileiro
ou a sociedade organizada no País, autorizada a funcionar como emprêsa de mineração.

Parágrafo único. Independe de concessão o aproveitamento da minas manifestadas e registradas, as


quais, no entanto, ficam sujeitas às condições estabelecidas neste Regulamento, relativamente à lavra,
à tributação e à fiscalização das minas concedidas.

Art. 13. É facultado ao proprietário do solo ou a quem dêle tiver autorização, o aproveitamento pelo
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Regime de Licenciamento das jazidas enquadradas na Classe II, desde que os materiais sejam utilizados
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"in natura", no preparo de agregados, pedras de talhe ou argamassas, e não se destinem, como
matérias-primas, à indústria de transformação.
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§ 1º O licenciamento fica sujeito à inscrição do contribuinte no órgão próprio do Ministério da


Fazenda, para efeito do pagamento do impôsto único sôbre minerais, e a registro da licença,
acompanhada da planta da respectiva área, no D.N.P.M.

§ 2º Após o licenciamento, o interessado poderá optar pelos Regimes de Autorização e de concessão,


que serão obrigatórios se ficar positivada, no curso dos trabalhos, a ocorrência comercial de substância
mineral não enquadrável na Classe II.

§ 3º Não estão sujeitos aos preceitos dêste Regulamento os trabalhos de movimentação de terras e de
desmonte de materiais "in natura", necessários à abertura de vias de transporte, obras gerais de
terraplanagem e de edificações.

Art. 14. Far-se-á pelo Regime de Matrícula o aproveitamento definido e caracterizado como
garimpagem, faiscação ou cata.

Art. 15. Reger-se-ão por Leis especiais:

I - as jazidas de substâncias minerais objeto de monopólio estatal;

II - as substâncias minerais ou fósseis de interêsse arqueológico;

III - os espécimes minerais ou fósseis, destinados a museus, estabelecimentos de ensino e outros fins
científicos;

IV - as jazidas de águas subterrâneas.

Parágrafo único. As águas minerais em fase de lavra reger-se-ão pelas disposições do Código de
Mineração e dêste Regulamento, ressalvadas as prescrições do Código de Águas Minerais.

CAPÍTULO IV

Do direito de prioridade

Art. 16. Constitui direito de propriedade a precedência de entrada no D.N.P.M. do requerimento de


autorização de pesquisa em área considerada livre, ou de concessão de lavra de jazida declarada em
disponibilidade, designando-se por "prioritário" o respectivo requerente.

Art. 17. O requerimento de autorização de pesquisa ou de concessão de lavra será indeferido e


arquivado, por despacho do Diretor-Geral do DNPM:

I - Se a área for objeto de pedido anterior de autorização de pesquisa ou de concessão de lavra de


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jazida em disponibilidade;
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II - Se a área estiver subordinada ao direito de requerer a lavra, assegurado ao titular de autorização
de pesquisa, ou sucessor, em decorrência de aprovação de relatório de pesquisa;

III - Se a área estiver sujeita à autorização de pesquisa, concessão de lavra, manifesto de mina ou
Reconhecimento Geológico.

§ 1º Ocorrendo interferência apenas parcial da área requerida com qualquer das referidas nos ítens I,
II e III dêste artigo e desde que a pesquisa, na área remanescente se justificar, técnica e
econômicamente, a critério do DNPM, o requerente será, prèviamente consultado se lhe interessa
reajustar seu pedido.

§ 2º Indeferido o requerimento, nenhum direito terá adquirido o requerente com a protocolização do


pedido.

CAPÍTULO V

Da Autorização de Pesquisa

Art. 18. Entende-se por pesquisa mineral a execução dos trabalhos necessários à definição da jazida,
sua avaliação e determinação da exeqüibilidade de seu aproveitamento econômico.

§ 1º A pesquisa mineral compreende, entre outros, os seguintes trabalhos de campo e de laboratório:


levantamentos geológicos pormenorizados da área a pesquisar, em escala conveniente; estudos dos
afloramentos e suas correlações, levantamentos geofísicos e geoquímicos; abertura de escavações
visitáveis e execução de sondagens no corpo mineral; amostragens sistemáticas; análises físicas e
químicas das amostras e dos testemunhos de sondagens; e ensaios de beneficiamento dos minérios ou
das substâncias minerais úteis, para obtenção de concentrados de acôrdo com as especificações do
mercado ou aproveitamento industrial.

§ 2º A definição da jazida resultará da coordenação, correlação e interpretação dos dados colhidos nos
trabalhos executados, e conduzirá a uma medida das reservas e dos teores dos minerais encontrados.

§ 3º A exeqüibilidade do aproveitamento econômico resultará da análise preliminar dos custos da


produção, dos fretes e do mercado.

Art. 19. Os trabalhos de pesquisa serão executados sob a responsabilidade de engenheiro de minas ou
de geólogo, habilitado a exercer a profissão.

Art. 20. O pedido de autorização de pesquisa será formulado em requerimento, em duas vias, dirigido
ao Ministro das Minas e Energia, entregue mediante recibo no Protocolo do DNPM onde será
mecânica e cronològicamente numerado e registrado, devendo conter em duplicata, os seguintes
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elementos de informação e prova:


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I - Tratando-se de pessoa física, prova de nacionalidade brasileira, estado civil, profissão e domicílio
do requerente; tratando de pessoa jurídica, indicação do título de autorização para funcionar como
Emprêsa de Mineração e de seu registro no órgão de Registro do Comércio de sua sede;

II - Designação das substâncias a pesquisar, a área em hectares, denominação e descrição da


localização da área pretendida em relação aos principais acidentes topográficos da região, nome dos
proprietários ou posseiros das terras abrangidas pelo perímetro delimitador da área, Distrito,
Município, Comarca e Estado;

III - Planta, figurando os principais elementos de reconhecimento, tais como ferrovias, rodovias,
pontes, túneis, marcos quilométricos, rios, córregos, lagos, vilas, divisas das propriedades atingidas e
das confrontantes, bem assim a definição gráfica da área em escala adequada, por figura geométrica,
obrigatòriamente formada por segmentos de retas com orientação Norte-Sul e Leste-Oeste
verdadeiros, com 2 (dois) de seus vértices, ou excepcionalmente 1 (um), amarrado a ponto fixo e
inconfundível do terreno sendo os vetores de amarração definidos por seus comprimentos e rumos
verdadeiros;

IV - Planta de situação da área;

V - Plano dos trabalhos de pesquisa, convenientemente locados em esbôço geológico, com orçamento
previsto para sua execução, de responsabilidade de técnico legalmente habilitado;

VI - Indicação de fonte de recursos ou da disponibilidade de fundos para o custeio dos trabalhos de


pesquisa, comprovada mediante atestado fornecido por estabelecimento de crédito, no qual se declare
possuir o requerente "recursos suficientes para o investimento previsto no plano de pesquisa", ou
apresentação de contrato de financiamento com entidade de crédito ou de investimento, sendo
facultado ao DNPM solicitar ao Banco Central do Brasil confirmação do atestado fornecido pelo
estabelecimento de crédito;

VII - Prova de assentimento da Comissão Especial da Faixa de Fronteiras, se a área de pesquisa se


situar dentro de sua jurisdição.

§ 1º Tratando-se de autorização requerida em terreno de terceiros, o plano de pesquisa deverá incluir,


obrigatòriamente, o cronograma de sua realização.

§ 2º O requerente e o técnico poderão ser interpelados pelo DNPM para justificar o plano de pesquisa
e respectivo orçamento, bem como a garantia do suprimento de recursos necessários ao custeio dos
trabalhos.

§ 3º - Será formulada exigência, para retificação da área objetivada no requerimento quando exceder
em até 3% (três por cento) o limite máximo da Classe a que pertence a substância mineral pleiteada
para pesquisa. (Incluído pelo Decreto nº 88.814, de 1983)

§ 4º - Será formulada exigência, para adequação da área objetivada em requerimento, quando for
inferior em até 3% (três por cento) o limite fixado no § 4º do artigo 29 deste Regulamento. (Incluído
pelo Decreto nº 88.814, de 1983)

§ 5º - Se a área objetivada estiver em desacordo com os limites fixados nos §§ 3º e 4º, o requerimento
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de autorização de pesquisa será indeferido, e não será considerado para efeito de oneração da área.
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(Incluído pelo Decreto nº 88.814, de 1983)

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§ 6º - O pedido de autorização de pesquisa não poderá pleitear mais de uma área, sob pena de
indeferimento, e não será considerado para efeito de oneração de quaisquer das áreas. (Incluído pelo
Decreto nº 88.814, de 1983)

Art. 21. O requerimento desacompanhado dos elementos de informação e prova mencionados nos
itens I, II, III e IV do artigo anterior, será indeferido de plano pelo Diretor-Geral do DNPM.

§ 1º O requerente terá o prazo de 60 (sessenta) dias, contado da data da protocolização do pedido no


DNPM para apresentar os documentos referidos nos itens V e VI do artigo anterior.

§ 2º Será de 60 (sessenta) dias, a contar da data da publicação no Diário Oficial da União, o prazo para
cumprimento de exigências formuladas pelo DNPM sôbre dados complementares ou elementos
necessários à melhor instrução do processo.

§ 3º Esgotado o prazo do § 1º, ou o do § 2º sem o cumprimento da exigência, o requerimento será


indeferido pelo Diretor-Geral do DNPM e, em seguida, arquivado, cabendo ao interessado o direito
à devolução de uma das vias das peças apresentadas em duplicata e dos documentos públicos.

Art. 22. Encontrando-se livre a área e satisfeitas as exigências dêste Regulamento o DNPM expedirá
ofício ao requerente convidando-o a efetuar no prazo de 30 (trinta) dias, contados de sua publicação
no Diário Oficial da União, o pagamento da taxa de publicação e dos emolumentos relativos à outorga
do Alvará de Pesquisa.

§ 1º Os emolumentos correspondem à quantia equivalente a 3 (três) salários-mínimos-mensal de maior


valor do País e serão recolhidos ao Banco do Brasil S.A., à conta do "Fundo Nacional de Mineração -
Parte Disponível", instituído pela Lei número 4.425, de 8 de outubro de 1964. (Extinto pela Lei nº
8.522, de 1992)

§ 2º Se no prazo previsto o requerente deixar de efetuar o pagamento da taxa de publicação e dos


emolumentos, de que trata êste artigo, o pedido de autorização de pesquisa será indeferido e o
processo arquivado, mediante despacho do Diretor-Geral do DNPM.

Art. 23. A autorização terá como título uma via autêntica do Alvará de Pesquisa, publicado no Diário
Oficial da União e transcrito no livro próprio do DNPM.

Art. 24. O Alvará de Autorização de pesquisa deverá conter indicação das propriedades
compreendidas na respectiva área, definida esta pela sua localização, limitação e extensão superficial
em hectares.
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Art. 25. A autorização de pesquisa será outorgada nas seguintes condições:


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I - O título será pessoal e sòmente transmissível no caso de herdeiros necessários ou cônjuge


sobrevivente, bem como no de sucessão comercial, desde que o sucessor satisfaça os requisitos dos
números I e VI, do artigo 20;

II - A autorização valerá por 2 (dois) anos, contados da publicação, no Diário Oficial da União, do
Alvará de Pesquisa, podendo ser renovada por mais 1 (um) ano, mediante requerimento do
interessado, protocolizado até 60 (sessenta) dias antes de expirar-se o prazo da autorização, observadas
as seguintes condições:

a) apresentação de relatório dos trabalhos realizados e dos resultados obtidos;

b) justificativa do prosseguimento da pesquisa;

c) pagamento dos emolumentos do nôvo Alvará e da taxa de publicação;

III - Os trabalhos de pesquisa só poderão ser executados na área definida no Alvará;

IV - A pesquisa em leitos de rios navegáveis e flutuáveis, nos lagos e na plataforma submarina, sòmente
será autorizada sem prejuízo ou com ressalva dos interêsses da navegação ou flutuação, ficando sujeita
às exigências impostas pelas autoridades competentes;

V - A pesquisa na faixa de domínio das estradas de ferro, das rodovias, dos mananciais de água potável,
das vias ou logradouros públicos, das fortificações - estas entendidas como áreas de domínio militar -
dependerá ainda, de assentimento das autoridades sob cuja jurisdição as mesmas estiverem;

VI - Serão respeitados os direitos de terceiros, ressarcindo o titular da autorização os danos e prejuízos


que ocasionar, não respondendo o Govêrno pelas limitações que daqueles direitos possam advir;

VII - As substâncias minerais extraídas só poderão ser removidas da área para análise e ensaios
industriais, cabendo ao DNPM, a seu critério, autorizar a alienação de quantidades comerciais, sob as
condições que especificar;

VIII - Ao concluir os trabalhos, no prazo de vigência da autorização e sem prejuízo das informações
pedidas pelo DNPM, o titular da pesquisa apresentará Relatório dos trabalhos realizados, elaborado
por profissional legalmente habilitado.

Parágrafo único. O DNPM dará baixa na transcrição do título de autorização de pesquisa, ficando
livre a área, nos seguintes casos:

I - Se, findo o prazo de vigência da autorização e desde que não tenha sido requerida sua renovação,
deixar o titular de apresentar o Relatório referido no item VIII dêste artigo e no art. 26 dêste
Regulamento;

II - Se, findo o prazo de vigência da remoção da autorização, deixar o titular de apresentar o Relatório
de que trata o item anterior;

III - Se, embora apresentado no prazo previsto, não forem satisfeitas as exigências do DNPM: para
complementação do Relatório de que tratam os itens anteriores.
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Art. 26. O relatório referido no item VIII do artigo anterior será circunstanciado e deverá conter dados
informativos sôbre a reserva mineral, a qualidade do minério ou substância mineral útil, a
exeqüibilidade de lavra, e, especificamente, sôbre:

a) situação, vias de acesso e de comunicação;

b) planta de levantamento geológico da área pesquisada, em escala adequada, com locação dos
trabalhos de pesquisa;

c) descrição detalhada dos afloramentos naturais da jazida e daqueles criados pelos trabalhos de
pesquisa, ilustrada com cortes geológico-estruturais e perfís de sondagens;

d) qualidade do minério ou substância mineral útil e definição do corpo mineral;

e) gênese da jazida, sua classificação e comparação com outras da mesma natureza;

f) relatório dos ensaios de beneficiamento;

g) demonstração da exeqübilidade econômica da lavra;

h) tabulação das espessuras, áreas, volumes e teores necessários ao cálculo das reservas medida,
indicada e inferida.

Parágrafo único. Considera-se:

I - Reserva medida: a tonelagem de minério computada pelas dimensões reveladas em afloramentos,


trincheiras, galerias, trabalhos subterrâneos e sondagens, e na qual o teor é determinado pelos
resultados de amostragem pormenorizada, devendo os pontos de inspeção, amostragem e medida
estar tão proximamente espacejados e o caráter geológicos tão bem definido que as dimensões, a
forma e o teor da substância mineral possam ser perfeitamente estabelecidos. A tonelagem e o teor
computados devem ser rigorosamente determinados dentro dos limites estabelecidos, os quais não
devem apresentar variação superior ou inferior a 20% (vinte por cento) da quantidade verdadeira;

II - Reserva indicada: a tonelagem e o teor do minério computados parcialmente de medidas e


amostras específicas, ou de dados da produção e parcialmente por extrapolação até distância razoável
com base em evidências geológicas;

III - Reserva inferida: estimativa feita com base no conhecimento dos caracteres geológicos do
depósito mineral, havendo pouco ou nenhum trabalho de pesquisa.

Art. 27. Independente do resultado da pesquisa o titular da autorização é obrigado a apresentar, no


prazo de sua vigência relatório dos trabalhos realizados, sendo-lhe vedada a autorização de novas
pesquisas até que satisfaça a exigência.

Art. 28. Em caso de retificação do Alvará de Pesquisa o prazo para a efetivação dos trabalhos contar-
se-á da data da publicação do nôvo Alvará.
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Art. 29. As autorizações de pesquisa ficam adstritas às seguintes áreas máximas: (Redação dada pelo
Decreto nº 64.590, de 1969)

Classes III, IV e V - 2.000 hectares

Classes I e VII - 1.000 hectares

Classes VI - 500 hectares

Classes II e VIII - 50 hectares.

§ 1º A critério do Ministério das Minas e Energia, os pedidos de autorização de pesquisa formulados


por emprêsa de mineração para a execução de trabalhos em regiões ínvias e de difícil acesso, e em
regiões interiorizadas, em se tratando de jazidas minerais que exijam investimentos de vulto e apurada
técnica, relativos a substâncias minerais incluídas em uma das Classes I, III, IV, V e ainda a enxofre e
salgema da Classe VII, poderão consignar áreas atingindo até o limite máximo de 10.000 (dez mil)
hectares. (Redação dada pelo Decreto nº 64.590, de 1969)

§ 2º O disposto no parágrafo anterior sòmente se aplica à emprêsa de mineração que, sem prejuízo
das demais exigências dêste Regulamento, satisfizer as seguintes condições: (Redação dada pelo
Decreto nº 64.590, de 1969)

a) firmar têrmo de compromisso com o Ministério das Minas e Energia, através do DNPM de que os
recursos de que trata o artigo 16, inciso IV do Código de Mineração ou o contrato de financiamento
referido no Artigo 20, inciso VI dêste Regulamento se destinam especificamente à realização dos
trabalhos previstos nos planos de pesquisa; (Incluída pelo Decreto nº 64.590, de 1969)

b) comprovar que tem capacidade técnico-administrativa e que poderá dispor de equipamentos


adequados à realização dos trabalhos de pesquisa, ou que terceiros eventualmente incumbidos da
execução dêsses trabalhos, sob a responsabilidade da emprêsa requerente, satisfazem a tais requisitos.
(Incluída pelo Decreto nº 64.590, de 1969)

§ 3º A fixação da área até o limite máximo estabelecido no § 1º dêste artigo, será proposta pelo DNPM
ao Ministro das Minas e Energia, no mesmo processo regularmente examinado e informado, para a
outorga da autorização de pesquisa. (Incluído pelo Decreto nº 64.590, de 1969)

§ 4º - Em regiões ínvias e de difícil acesso, e em regiões interiorizadas, a área mínima de cada pedido
de autorização de pesquisa, excetuadas as jazidas das Classes II, VI e VIII, será de 1.000 (mil) hectares.
(Redação dada pelo Decreto nº 88.814, de 1983)

§ 5º É considerada como ínvio e de difícil acesso a Amazônia Legal, definida no Artigo 2º da Lei nº
5.173, de 27 de outubro de 1966, excetuadas as áreas urbanas e suburbanas das cidades sedes de
município. (Incluído pelo Decreto nº 64.590, de 1969)

§ 6º As demais regiões ínvias e de difícil acesso, e as interiorizadas, serão definidas e especificadas em


portaria do Ministro das Minas e Energia por proposta do DNPM. (Incluído pelo Decreto nº 64.590,
de 1969)
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§ 7º Sempre que o Ministro das Minas e Energia, de acôrdo com o parágrafo anterior expedir portaria
definindo e especificando regiões ínvias e de difícil acesso, e as interiorizadas, os requerentes de
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autorização de pesquisa cujas áreas se situam em tais regiões deverão enquadrar os seus pedidos nos

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prazos e condições que forem determinados nas referidas portarias, sob pena de serem os mesmos
indeferidos e arquivados. (Incluído pelo Decreto nº 64.590, de 1969)

Art. 30. À mesma pessoa natural ou jurídica não serão concedidos mais de 5 (cinco) títulos de
autorização de pesquisa de jazidas da mesma Classe.

Art. 31. O titular da autorização de pesquisa é obrigado, sob pena de sanções previstas no Capítulo
XVI dêste Regulamento:

I - A iniciar os trabalhos de pesquisa:

a) dentro de 60 (sessenta) dias da publicação do Alvará de Pesquisa no Diário Oficial da União, se fôr
o proprietário do solo;

b) no prazo referido na letra "a", quando terceiro e se tiver ajustado com o proprietário do solo ou o
posseiro, o valor e a forma de pagamento das indenizações referidas no art. 37 dêste Regulamento;

c) dentro de 60 (sessenta) dias do ingresso judicial na área de pesquisa, quando a avaliação da


indenização pela ocupação e danos processar-se em juízo;

II - A não interromper, sem justificativa, os trabalhos de pesquisa por mais de 3 (três) meses
consecutivos ou por 120 (cento e vinte) dias não consecutivos.

Parágrafo único. O início ou reinício, as interrupções de trabalho, bem como a ocorrência de outra
substância mineral útil não constante do Alvará de autorização, deverão ser prontamente comunicados
ao D.N.P.M.

Art. 32. Realizada a pesquisa e apresentado o Relatório referido no inciso VIII do art. 25 e no art. 26
dêste Regulamento, o D.N.P.M. mandará verificar "in loco" a sua exatidão e em face do parecer
conclusivo da Divisão de Fomento da Produção Mineral, proferirá despacho:

a) de aprovação do Relatório, quando ficar demonstrada a existência de jazida aproveitável técnica e


econômicamente;

b) de não aprovação do Relatório, quando ficar constatada insuficiência dos trabalhos de pesquisa ou
deficiência técnica na sua elaboração, que impossibilitem a avaliação da jazida;

c) de arquivamento do Relatório, quando ficar provada a inexistência de jazida aproveitável técnica e


econômicamente.

Parágrafo único. A aprovação ou o arquivamento do Relatório importará na declaração oficial de que


a área está convenientemente pesquisada.
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Art. 33. O titular da autorização de pesquisa, uma vez aprovado o Relatório, terá 1 (hum) ano para
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requerer a concessão de lavra e, dentro dêste prazo, poderá negociar o respectivo direito.

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Art. 34. Findo o prazo do artigo anterior, sem que o titular, ou sucessor por título legítimo, haja
requerido a concessão da lavra, caducará seu direito, podendo o Govêrno outorgá-la a terceiro que a
requerer, satisfeitas as demais exigências previstas neste Regulamento.

Parágrafo único. Caberá ao Diretor-Geral do D.N.P.M. arbitrar a indenização a ser paga ao titular ou
ao seu sucessor, por quem vier a obter a concessão de lavra.

Art. 35. O titular ou titulares de autorizações de pesquisa da mesma substância mineral, em áreas
contíguas ou próximas, poderão, a critério do D.N.P.M., apresentar um plano único de pesquisa e
também um só relatório dos trabalhos excetuados abrangendo todo o conjunto e especificado para
cada área os dados referidos na letra "h" e parágrafo único do art. 26 dêste Regulamento.

Parágrafo único. O disposto neste artigo poderá, a critério do D.N.P.M., estender-se ao requerente
individual de autorizações de pesquisa da mesma substância mineral, em áreas contíguas ou próximas.

Art. 36. Sempre que o Govêrno cooperar nos trabalhos de pesquisa, será reembolsado das despesas,
de acôrdo com as condições estipuladas no ajuste de cooperação técnica celebrado entre o D.N.P.M.
e o titular da autorização.

Parágrafo único. A importância correspondente às despesas reembolsadas será recolhida ao Banco do


Brasil S.A. pelo titular à conta do "Fundo Nacional de Mineração - Parte Disponível".

CAPÍTULO VI

Do Pagamento da Renda e das Indenizações

Art. 37. O titular de autorização de pesquisa poderá realizar os trabalhos respectivos e as obras e
serviços auxiliares necessários, em terrenos de domínio público ou particular, abrangidos pelas áreas
a pesquisar, desde que pague ao proprietário do solo ou posseiro uma renda pela ocupação dos
terrenos e uma indenização pelos danos e prejuízos causados pelos trabalhos realizados, observadas
as seguintes condições:

I - A renda não poderá exceder ao montante do rendimento líquido máximo da propriedade, referido
à extensão da área a ser realmente ocupada;

II - A indenização pelos danos causados não poderá exceder o valor venal da propriedade na extensão
da área efetivamente ocupada pelos trabalhos de pesquisa, salvo no caso previsto no inciso seguinte;

III - Quando os danos forem de molde a inutilizar para fins agrícolas e pastorís, tôda a propriedade
em que estiver encravada a área necessária aos trabalhos de pesquisa, a indenização correspondente
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poderá atingir o valor venal máximo de tôda a propriedade;


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IV - Os valôres venais referidos nos incisos II e III serão obtidos por comparação com valôres venais
de propriedades da mesma espécie, localizadas na mesma região;

V - No caso de terrenos públicos é dispensado o pagamento da renda, ficando o titular da pesquisa


sujeito apenas ao pagamento relativo a danos e prejuízos.

Art. 38. Se até a data da transcrição do título de autorização, o titular da pesquisa deixar de juntar ao
processo prova de acôrdo celebrado com o proprietário do solo ou posseiro sôbre a renda e
indenização referidas no artigo anterior o Diretor-Geral do D.N.P.M. enviará, dentro de 3 (três) dias,
ao Juiz de Direito da Comarca da situação da jazida, cópias do título de autorização e do plano de
pesquisa.

§ 1º Dentro de 15 (quinze) dias da data do recebimento da comunicação, o Juiz, "ex-offício", mandará


proceder à avaliação da renda e dos danos e prejuízos na forma prescrita aos arts. 957 e 958 do Código
de Processo Civil.

§ 2º Serão intimados para acompanhar a avaliação o Promotor de Justiça da Comarca, como


representante da União, e as partes interessadas.

§ 3º O plano de pesquisa, com orçamento aprovado pelo D.N.P.M., deverá ser indicado no laudo de
avaliação e considerado como elemento atendível na apuração da indenização.

§ 4º Apresentado o laudo de avaliação, o Juiz, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da data
do despacho referido no § 1º, fixará o valor da renda e dos danos, não cabendo de sua decisão recurso
com efeito suspensivo.

§ 5º Julgada a avaliação, o titular da autorização de pesquisa será intimado a depositar, no prazo de 8


(oito) dias, quantia correspondente ao valor da renda de 2 (dois) anos e à caução para pagamento da
indenização.

§ 6º Efetivado o depósito, o Juiz, dentro de 8 (oito) dias e mediante requerimento do titular, mandará
intimar o proprietário do solo ou posseiro a permitir os trabalhos de pesquisa, dando conhecimento
do "despacho" ao diretor-Geral do D.N.P.M., e, se fôr o caso, às autoridades policiais locais, para que
garantam a execução dos trabalhos.

§ 7º Se o prazo da pesquisa fôr prorrogado o Diretor-Geral do D.N.P.M. o comunicará ao Juiz, no


prazo e condições indicadas no "caput" dêste artigo.

§ 8º Dentro de 8 (oito) dias do recebimento da comunicação referida no parágrafo anterior, o Juiz


intimará o titular da pesquisa a depositar nova quantia correspondente ao valor da renda relativa ao
prazo de prorrogação.

§ 9º Efetivado o depósito, o Juiz dentro de 8 (oito) dias e mediante requerimento do titular, mandará
intimar o proprietário do solo ou posseiro a permitir a continuação dos trabalhos de pesquisa no prazo
da prorrogação, comunicará seu despacho ao Diretor-Geral do D.N.P.M. e, se fôr o caso, às
autoridades policiais locais, para que garantam a continuação dos trabalhos.
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§ 10 Concluídos os trabalhos de pesquisa, o titular da autorização e o Diretor-Geral do D.N.P.M.


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comunicarão o fato ao Juiz a fim de ser encerrado o processo judicial.

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§ 11. As despesas judiciais com o processo de avaliação serão pagas pelo titular da autorização de
pesquisa.

CAPÍTULO VII

Do Reconhecimento Geológico

Art. 39. O Reconhecimento Geológico, pelos métodos de prospecção aérea, visa a obter informações
preliminares regionais úteis à formulação de requerimento de autorização de pesquisa.

Art. 40. Entende-se por Reconhecimento Geológico, pelos métodos de prospecção aérea:

I - A tomada de fotografias aéreas, novas, em escala adequada ao objetivo visado;

II - A utilização de equipamento geofísico, ou de sensores remotos, adequados aos diversos métodos


de prospecção aérea;

III - A interpretação foto-geológica e geofísica, para identificação de indícios de mineralização na área


permissionada.

Parágrafo único. A interpretação a que se refere o item III só poderá ser feita por profissionais técnica
e legalmente habilitados.

Art. 41 A permissão do Reconhecimento Geológico poderá ser concedida para área onde já existam
pedidos de pesquisa, autorizações de pesquisa ou concessão de lavra, respeitados os direitos dos
respectivos titulares.

Art. 42. A permissão será concedida, em caráter precário, pelo Diretor-Geral do D.N.P.M. com prévio
assentimento do Conselho de Segurança Nacional, a vista de parecer do Estado-Maior das Fôrças
Armadas (EMFA), à sociedade ou firma individual autorizada a funcionar como emprêsa de
mineração, sob as seguintes condições:

I - O Reconhecimento Geológico será realizado em tôda a extensão da área permissionada, a qualifica


adstrita ao limite máximo de doze mil quilômetros quadrados;

II - O prazo máximo e improrrogável de validade da permissão será de 90 (noventa) dias, contados


na data da publicação da autorização no Diário Oficial da União;

III - Assistirá ao seu titular apenas o direito de prioridades para pleitear autorização de pesquisa na
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área permissionada, desde que requerida no prazo estipulado no inciso anterior, obedecidos os limites
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de áreas previstos no art. 29 e o disposto no art. 30 dêste Regulamento;

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IV - Obrigatoriedade de apresentar ao D.N.P.M. no prazo mencionado no inciso II, ainda que não
exercido o direito de prioridade de que trata o inciso III, relatório dos resultados do Reconhecimento
Geológico, contendo cópia dos elementos utilizados na preparação e execução das diversas fases dos
trabalhos, tais como, cobertura fotográfica, mosaicos, foto-interpretação, esboços geológicos; para
uso do Govêrno e conhecimento do público.

Parágrafo único. Descumprida a obrigação de que trata o inciso IV dêste artigo será vedado ao titular
da permissão efetuar Reconhecimento Geológico em outras áreas ainda que autorizado; neste caso a
permissão será declarada sem efeito pelo Diretor-Geral do D.N.P.M.

Art. 43. O pedido de permissão para realizar Reconhecimento Geológico será formulado em
requerimento dirigido ao Diretor-Geral do D.N.P.M., entregue mediante recibo no Protocolo dêsse
Departamento, onde será mecânicamente numerado e registrado, devendo conter em duas vias, os
seguintes elementos de informação e prova:

I - Qualificação da firma individual ou sociedade, com a indicação do título de autorização para


funcionar como emprêsa de mineração e de seu registro no órgão de Registro do Comércio de sua
sede;

II - Prova de que o requerente ou terceiro que se encarregar da execução dos serviços, está inscrito no
EMFA, para fins de aero-levantamento, bem como dispõe de capacidade técnica e equipamentos
adequados à realização do Reconhecimento;

III - Mapa em escala adequada da área pretendida para o Reconhecimento Geológico, definida por
medianos e paralelos;

IV - Plano de vôo da área a ser sobrevoada em tôda a sua extensão, contendo, entre outras,
informações sôbre a altura e espaçamento das linhas de vôo;

V - Memorial técnico descrevendo e justificando os equipamentos de vôo e as características dos


instrumentos fotogramétricos e geofísicos a serem utilizados.

§ 1º Ultimada a instrução, o Diretor-Geral do DNPM encaminhará ao EMFA a segunda via do


requerimento e dos documentos apresentados pela interessada.

§ 2º Emitido o parecer pelo EMFA, o processo será por êle encaminhado à Secretaria Geral do
Conselho de Segurança Nacional (SG/CSN).

§ 3º Apreciado pela SG/CSN, o processo será remetido ao Diretor-Geral do D.N.P.M. para as


providências cabíveis.

§ 4º Caberá ao EMFA a fiscalização das atividades relativas ao Reconhecimento Geológico.

§ 5º O requerimento desacompanhado dos elementos de prova e informação mencionados neste


artigo será indeferido, de plano, pelo Diretor-Geral do D.N.P.M.
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Art. 44. O ato de permissão do Reconhecimento Geológico será transcrito no livro próprio do
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D.N.P.M.

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CAPÍTULO VIII

Da Concessão de Lavra

Art. 45. Entende-se por lavra o conjunto de operações coordenadas objetivando o aproveitamento
industrial da jazida, a começar da extração das substâncias minerais úteis que contiver até o seu
beneficiamento.

Art. 46. Na outorga da lavra serão observadas as seguintes condições:

I - A jazida deverá estar pesquisada;

II - A área de lavra será adequada à condução técnico-econômica dos trabalhos de extração e


beneficiamento, respeitados os limites da área de pesquisa.

Parágrafo único. Considera-se satisfeita a condição referida no inciso I:

a) a jazida pesquisada pelo D.N.P.M. e considerada como aproveitável técnica e econômicamente;

b) a jazida que tenha relatório de pesquisa, apresentado pelo seu titular, aprovado pelo D.N.P.M.;

c) na fase de lavra, a jazida declarada em disponibilidade e cujo relatório de pesquisa, em reexame, seja
considerado satisfatório pelo D.N.P.M.

Art. 47. Sòmente as firmas individuais ou as sociedades, autorizadas a funcionar como emprêsa de
mineração, poderão habilitar-se à concessão de lavra, que não ficará sujeita a restrições quanto ao
número de concessões outorgadas à mesma pessoa jurídica.

Art. 48. O requerimento de concessão de lavra será dirigido ao Ministro das Minas e Energia, pelo
titular da autorização de pesquisa ou seu sucessor, devendo ser instruído com os seguintes elementos
de informação e prova:

I - Indicação do registro do título de autorização para funcionar como emprêsa de mineração no órgão
de Registro do Comércio de sua sede;

II - Designação das substâncias minerais a lavrar, com indicação do Alvará de Pesquisa e da aprovação
do respectivo Relatório;

III - Denominação e descrição da localização do campo pretendido para a lavra, relacionando-o, com
precisão e clareza, aos vales dos rios ou córregos, constantes de mapas ou plantas de notória
autenticidade e precisão, às estradas de ferro e rodovias, a marcos naturais ou acidentes topográficos
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de inconfundível determinação; confrontações com áreas objeto de autorização de pesquisa e


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concessão de lavra; indicação do Distrito, Município, Comarca e Estado, nome e residência do
proprietário do solo ou posseiro;

IV - Definição gráfica da área pretendida, delimitada por figura geométrica formada, obrigatòriamente,
por segmentos de retas com orientação Norte-Sul e Leste-Oeste verdadeiros, com 2 (dois) de seus
vértices, ou excepcionalmente 1 (um); amarrado a ponto fixo e inconfundível do terreno, sendo os
vetores de amarração definidos por seus comprimentos e rumos verdadeiros, configuradas, ainda, as
propriedades territoriais por ela interessadas, com os nomes dos superficiários;

V - Planta de situação;

VI - Servidões de que deverá gozar a mina;

VII - Plano de aproveitamento econômico da jazida, com descrição das instalações de beneficiamento,
firmado por profissional legalmente habilitado;

VIII - Prova de disponibilidade de fundos ou da existência de compromissos de financiamento,


necessários à execução do plano de aproveitamento econômico e operação da mina;

IX - Prova de assentimento da "Comissão Especial da Faixa de Fronteiras", quando a lavra se situar


dentro da área de sua jurisdição.

Art. 49. O plano de aproveitamento econômico da jazida será apresentado em duas vias e constará de:

I - Memorial explicativo;

II - Projetos ou anteprojetos referentes:

a) ao método de mineração a ser adotado, bem como referência à escala de produção prevista
inicialmente e à sua projeção;

b) à iluminação, ventilação, transporte, sinalização e segurança do trabalho, quando se tratar de lavra


subterrânea;

c) ao transporte na superfície e ao beneficiamento e aglomeração do minério;

d) às instalações de energia, de abastecimento de água e condicionamento de ar;

e) à higiene da mina e dos respectivos trabalhos;

f) às moradias e suas condições de habitalidade, para todos os que residem no local da mineração;

g) às instalações de captação e proteção das fontes, adução, distribuição e utilização de água, para as
jazidas da Classe VIII.

III - Cronograma com indicação das datas previstas para o início e conclusão de cada um dos projetos
ou anteprojetos de que trata o item anterior, bem como da data de início do trabalho de lavra. (Incluído
pelo Decreto nº 66.404, de 1970)
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Art. 50. O dimensionamento das instalações e equipamentos previstos no plano de aproveitamento


econômico da jazida deverá ser condizente com a produção justificada no Memorial Explicativo e
apresentar previsão das ampliações futuras.

Art. 51. O requerimento, numerado e registrado, mecânica e cronologicamente, no D.N.P.M., será


juntado ao processo de pesquisa, fornecendo-se ao interessado, recibo com as indicações do protocolo
e menção dos documentos apresentados.

Parágrafo único. No caso de formulação de exigências para melhor instrução do processo, terá o
requerente o prazo de 60 (sessenta) dias para satisfazê-las, admitida sua prorrogação por igual período,
a juízo do Diretor-Geral do D.N.P.M.

Art. 52. A concessão será recusada se a lavra fôr considerada prejudicial ao bem público ou
comprometer interêsses que superem a utilidade da exploração industrial, a juízo do Govêrno. Neste
último caso e desde que haja sido aprovado o Relatório, o pesquisador terá direito de receber do
Govêrno a indenização das despesas feitas com os trabalhos de pesquisa.

Art. 53. A concessão de lavra terá como título um Decreto do Poder Executivo, publicado no Diário
Oficial da União e transcrito em livro próprio do D.N.P.M.

Art. 54. Além das obrigações gerais constantes dêste Regulamento, o titular da concessão de lavra
ficará sujeito às exigências abaixo discriminadas, sob pena de sanções previstas no Capítulo XVI dêste
Regulamento:

I - Iniciar os trabalhos previstos no plano de aproveitamento econômico da jazida, dentro do prazo


de 6 (seis) meses, contados da data da publicação do decreto de Concessão no Diário Oficial da União,
salvo motivo de fôrça maior, a juízo do D.N.P.M.

II - Lavrar a jazida de acôrdo com o plano de aproveitamento econômico aprovado pelo D.N.P.M.,
cuja segunda via, devidamente autenticada, deverá ser mantida no local da mina;

III - Extrair somente as substâncias minerais indicadas no decreto de concessão;

IV - Comunicar imediatamente ao D.N.P.M. o descobrimento de qualquer outra substância mineral


não incluída no decreto de concessão;

V - Executar os trabalhos de mineração com observância das normas regulamentares;

VI - Confiar a direção dos trabalhos de lavra a técnico legalmente habilitado ao exercício da profissão;

VII - Não dificultar ou impossibilitar, por lavra ambiciosa, o ulterior aproveitamento econômico da
jazida;
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VIII - Responder pelos danos e prejuízos causados a terceiros, resultantes, direta ou indiretamente, da
lavra;
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IX - Promover a segurança e a salubridade das habitações existentes no local;

X - Evitar o extravio das águas e drenar as que possam ocasionar danos e prejuízos aso vizinhos;

XI - Evitar poluição do ar, ou da água, resultantes dos trabalhos de mineração;

XII - Proteger e conservar as fontes de água, bem como utilizá-las segundo os preceitos técnicos,
quando se ratar de lavra de jazida da Classe VIII;

XIII - Tomar as providências indicadas pela fiscalização dos órgãos federais;

XIV - Não suspender os trabalhos de lavra, sem prévia comunicação ao D.N.P.M.

XV - Manter a mina em bom estado, no caso de suspensão temporária dos trabalhos de lavra, de
modo a permitir a retomada das operações;

XVI - Apresentar ao D.N.P.M., nos primeiros 6 (seis) meses de cada ano, Relatório das atividades do
ano anterior.

Art. 55. O aproveitamento, pelo concessionário de lavra, de substância referidas no item IV do artigo
anterior, dependerá de aditamento ao seu título de lavra.

Art. 56. Os trabalhos de lavra, uma vez iniciados, não poderão ser interrompidos por mais de 6 (seis)
meses consecutivos, salvo motivo comprovado de fôrça maior.

Art. 57. O Relatório Anual das atividades realizadas no ano anterior deverá conter, dentre outros,
dados sôbre:

I - Método de lavra, transporte e distribuição, no mercado consumidor, das substâncias minerais


extraídas;

II - Modificações verificadas nas reservas, características das substâncias minerais produzidas, teor
mínimo economicamente compensador e relação observada, entre a substância útil e a estéril;

III - Quadro mensal, em que figurem, além de outros, os elementos de produção, estoque, preço
médio de venda, destino do produto bruto e do beneficiado, recolhimento do impôsto único e
pagamento ou depósito judicial do dízimo devido ao proprietário do solo;

IV - Número de trabalhadores da mina e do beneficiamento;

V - Investimentos feitos na mina e em novos trabalhos de pesquisa;

VI - Balanço anual da Emprêsa.


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Art. 58. Quando o melhor conhecimento da jazida, obtido durante os trabalhos de lavra, justificar
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mudança no plano de aproveitamento econômico, ou as condições do mercado exigirem modificações

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na escala de produção, deverá o concessionário propor as necessárias alterações ao D.N.P.M., para


exame e eventual aprovação.

Art. 59. Subsistirá a Concessão, quanto aos direitos, obrigações, limitações e efeitos dela decorrentes,
quando o concessionário à alienar ou gravar, na forma da lei.

§ 1º Os atos de alienação ou oneração só terão validade depois de averbados à margem da transcrição


do respectivo título de concessão, no livro de "Registro dos Decretos de Lavra".

§ 2º A concessão de lavra é indivisível, e somente transmissível a quem fôr capaz de exercê-la de


acôrdo com as disposições dêste Regulamento.

Art. 60. As dívidas e encargos que recaírem sôbre a concessão resolvem-se com a extinção desta,
ressalvada a responsabilidade pessoal do devedor.

Art. 61. No curso de qualquer medida judicial não poderá haver embargo, arresto ou seqüestro que
resulte em interrupção dos trabalhos de lavra.

Art. 62. Para a suspensão temporária da lavra, a emprêsa concessionária, após comunicação ao DNPM,
será obrigada a pleiteá-la ao Ministro das Minas e Energia, em requerimento justificativo da medida,
instruído com relatório dos trabalhos efetuados, do estudo da mina e de suas possibilidades futuras.

§ 1º Após verificação "in loco", o D.N.P.M. emitirá parecer conclusivo para apreciação e decisão final
do Ministro das Minas e Energia.

§ 2º Recusadas as razão da suspensão temporária dos trabalhos, caberá ao D.N.P.M. sugerir ao


Ministro das Minas e Energia as medidas que se fizerem necessárias ao seu prosseguimento e a
aplicação de sanções, se fôr o caso.

§ 3º. O titular do Decreto de Concessão de Lavra, em caso de renúncia do seu título, deverá comunicá-
la ao Ministro das Minas e Energia.

Art. 63. Considera-se ambiciosa a lavra conduzida sem observância do plano preestabelecido ou
efetuada de modo a dificultar ou impossibilitar o ulterior aproveitamento econômico de jazida.

Art. 64. A lavra praticada nas condições referidas no artigo anterior, ou com infração das disposições
dêste Regulamento, sujeita o concessionário a sanções, que podem ir da advertência à caducidade.
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Art. 65. Caberá ao Diretor-Geral do D.N.P.M., por edital publicado no Diário Oficial da União,
declarar a disponibilidade da jazida:

I - Cuja concessão de lavra tenha sido revogada, anulada ou declarada caduca e desde que, a critério
do D.N.P.M., a jazida seja considerada inesgotada e econômicamente aproveitável;

II - Cujos trabalhos de lavra de mina manisfestada, a critério do D.N.P.M., tenham sido abandonados
ou suspensos definitivamente e desde que a jazida seja considerada inesgotada e econômicamente
aproveitável;

III - Quando, embora com relatório de pesquisa aprovado, tenha o titular da autorização ou sucessor
decaído do diretor de requerer a lavra.

§ 1º Declarada em disponibilidade, a lavra da jazida poderá ser requerida por terceiro interessado,
desde que satisfaça as exigência dêste Regulamento.

§ 2º Ao titular da concessão de lavra ou do manifesto de mina, cuja jazida seja declarada em


disponibilidade, não caberá direito à indenização.

§ 3º A declaração de disponibilidade será averbada à margem da transcrição do respectivo título da


concessão ou do manifesto.

CAPÍTULO IX

Da imissão de posse da jazida

Art. 66. O titular da concessão de lavra deverá requerer ao D.N.P.M. a posse da jazida, dentro de 90
(noventa) dias a contar da publicação do respectivo Decreto do Diário Oficial da União.

§ 1º Dada entrada do requerimento, será expedida guia para o pagamento de emolumentos


correspondente a 5 (cinco) salários-mínimos mensal, de maior valor do País, a ser recolhido ao Banco
do Brasil S.A., à conta do "Fundo Nacional de Mineração - Parte Disponível".

§ 2º Feita a prova do recolhimento, caberá ao D.N.P.M. fixar a data da imissão de posse da jazida, que
será comunicada por ofício ao interessado e por publicação de edital no Diário Oficial da União.

§ 3º O interessado fica obrigado a preparar o terreno e tudo quanto fôr necessário para que o ato de
imissão de posse se realize na data fixada, cabendo-lhe confeccionar os marcos, preferencialmente,
em concreto armado, que deverão conter na sua extremidade superior a sigla "D.N.P.M.".

Art. 67. A imissão de posse processar-se-á pela seguinte forma:

I - Serão intimados por meio de ofício ou telegrama os concessionários das minas limítrofes, se as
houver, 8 (oito) dias de antecedência, para, por si ou seus representantes, presenciar o ato e, em
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especial, assistir à demarcação;


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II - No dia e hora determinados, serão fixados os marcos dos limites da jazida, que o concessionário
terá para êsse fim preparado, e colocados nos pontos indicados no decreto de concessão, imitindo-se,
em seguida, o concessionário na posse da jazida.

§ 1º Ao representante do DNPM caberá lavrar têrmo das ocorrências, que assinará com o titular de
lavra, testemunhas dos concessionários das minas limítrofes, presentes ao ato.

§ 2º Os marcos deverão ser conservados bem visíveis e só poderão ser arrancados ou mudados com
autorização expressa do D.N.P.M., sob as penas da lei.

Art. 68. Da imissão de posse, caberá recurso ao Ministro das Minas e Energia, dentro de 15 (quinze)
dias, contados da data de sua efetivação, sendo que o seu provimento importará na anulação da
imissão.

CAPÍTULO X

Do grupamento mineiro

Art. 69. Entende-se por Grupamento Mineiro a reunião, em uma só unidade de mineração, de várias
concessões de lavra da mesma substância mineral, outorgadas a um só titular, em área de um mesmo
jazimento ou zona mineralizada.

Art. 70. A constituição do Grupamento Mineiro ficará a critério do D.N.P.M., e será autorizada pelo
seu Diretor-Geral em requerimento instruído, em duplicata, com os seguintes elementos de
informação e prova:

I - Qualificação do interessado;

II - Planta onde figurem as áreas de lavra a serem agrupadas, com indicação dos decretos de concessão;

III - Plano integrado de aproveitamento econômico das jazidas que, dentre outros, deverá conter os
seguintes elementos:

a) memorial explicativo;

b) método de mineração a ser adotado, com referência à escala de produção prevista e à sua projeção.

Art. 71. O ato de autorização de que trata o artigo anterior será transcrito em livro próprio do DNPM
e anotado nos processos referentes às concessões de lavra agrupadas.

Parágrafo único. A lavra das jazidas agrupadas só poderá ter início após a transcrição do ato de
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autorização.
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Art. 72. A alienação ou transferência de concessão ou concessões de lavra agrupadas só terá validade
após sua averbação no livro próprio mencionado no artigo anterior e no de transcrição do título na
concessão alienada ou transferida.

Art. 73. O relatório anual das atividades do grupamento mineiro deverá referir-se à lavra no seu
conjunto.

Art. 74. O titular do Grupamento Mineiro poderá, a juízo do D.N.P.M. e desde que por êste
autorizado, concentrar suas atividades em uma ou algumas das concessões, contando que a intensidade
da lavra seja compatível com a importância da reserva total das jazidas agrupadas.

Art. 75. As atividades do grupamento mineiro, com relação à lavra no seu conjunto, ficarão sujeitas às
obrigações e penalidades estabelecidas neste Regulamento para as concessões em geral.

CAPÍTULO XI

Do consórcio de mineração

Art. 76. Entende-se por Consórcio de Mineração a entidade constituída de titulares de concessões de
lavra próxima ou vizinhas, abertas ou situadas sôbre o mesmo jazimento ou zona mineralizada, com
o objetivo de incrementar a produtividade da extração.

Art. 77. A constituição do Consórcio de Mineração será autorizada por Decreto do Presidente da
República.

§ 1º O Consórcio de Mineração ficará sujeito ao cumprimento das condições fixadas em Caderno de


Encargos, a ser elaborado por Comissão designada pelo Ministro das Minas e Energia e anexado ao
decreto de autorização.

§ 2º O decreto de autorização será transcrito no livro próprio do DNPM e anotado nos processos
referentes às concessões de lavra dos titulares que constituírem o Consórcio.

§ 3º Os atos constitutivos e o decreto de autorização serão registrados no órgão de Registro do


Comércio da sede do Consórcio.

Art. 78. O requerimento de constituição do Consorcio de Mineração será dirigido ao Ministro das
Minas e Energia, entregue mediante recibo no Protocolo do D.N.P.M., onde será mecânicamente
numerado e registrado, devendo conter, em duplicata, os seguintes elementos:
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I - Qualificação dos interessados, com indicação dos decretos de concessão de lavra;


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II - Memorial justificativo dos benefícios resultantes de sua constituição, com a indicação dos recursos
econômicose financeirosde que disporá a nova entidade;

III - Minuta dos Estatutos do Consórcio ;

IV - Plano de trabalhos e realizar e, se fôr o caso, enumeração das providências e favores a serem
pleiteados do poder público.

§ 1º O requerimento desacompanhado dos elementos mencionados nos incisos dêste artigo será
indeferido, de plano, pelo Diretor-Geral do D.N.P.M.

§ 2º Ultimada a instrução no D.N.P.M., o processo será encaminhado ao Ministro das Minas e Energia
para apreciação e posterior designação da Comissão com as atribuições de elaborar o Caderno de
Encargos referido no § 1º do artigo anterior.

Art. 79. O relatório anual das atividades do Consórcio de Mineração deverá referir-se à lavra no seu
conjunto.

Art. 80. As infrações ou inadimplemento das obrigações e condições a que ficará sujeito o Consórcio
de Mineração, implicará na revogação do ato autorizador de sua constituição e das respectivas
concessões.

§ 1º O processo administrativo de revogação será instaurado no D.N.P.M., "ex officio" ou mediante


denúncia comprovada.

§ 2º O Consórcio será intimado, mediante edital publicado no Diário Oficial da União, a apresentar
defesa, dentro de 60 (sessenta) dias.

§ 3º Findo o prazo, com a juntada da defesa ou informação de sua não apresentação, o processo será
submetido à apreciação do Ministro das Minas e Energia, devidamente instruído pelo D.N.P.M.

§ 4º O Ministro das Minas e Energia se julgar insubsistentes os motivos da instauração do processo


administrativo determinará seu arquivamento, caso contrário, o encaminhará, com relatório e parecer
conclusivo, ao Presidente da República.

CAPÍTULO XII

Das Servidões

Art. 81. A propriedade onde se localiza a jazida, bem como as limítrofes ou vizinhas, para efeitos de
pesquisa e lavra, ficam sujeitas a servidões de solo e subsolo, que serão constituídas para os seguintes
fins:
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a) construção de oficinas, instalações, inclusive as de engenho de beneficiamento obras acesssórias e


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moradias;

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b) abertura de vias de transporte e linhas de comunicação;

c) captação e adução de água necessária aos serviços de mineração e ao pessoal;

d) transmissão de energia elétrica ;

e) escoamento das águas da mina e do engenho de beneficiamento;

f) abertura de passagem de pessoal e material, de conduto de ventilação e de energia elétrica;

g) utilização das aguadas sem prejuízo das atividades preexistentes;

h) bota-fora do material desmontado e dos refugos do engenho.

Art. 82. Constituem-se as servidões mediante indenização prévia do valor do terreno ocupado e dos
prejuízos resultantes dessa ocupação.

§ 1º Não havendo acôrdo entre as partes, o pagamento será feito mediante depósito judicial da
importância fixada para indenização, através de vistoria ou perícia com arbitramento inclusive da renda
pela ocupação, seguindo-se o competente mandato de imissão de posse na área, se necessário.

§ 2º O valor da indenização e dos danos, a serem pagos pelo titular da autorização de pesquisa ou
concessão de lavra ao proprietário do solo ou das benfeitorias, obedecerá no que fôr aplicável, às
prescrições contidas nos artigos 37 e 38 dêste Regulamento.

Art. 83. A indenização, não paga na oportunidade própria ficará sujeita à correção monetária, mediante
aplicação dos índices fixados pela autoridade competente.

Art. 84. No caso de constituição de servidão, os trabalhos de pesquisa ou lavra não poderão ser
indicados antes de paga ou depositada a importância relativa à indenização e de fixada a renda pela
ocupação do terreno serviente.

Art. 85. O D.N.P.M. poderá promover vistoria "n loco", para constatar a real necessidade ou
conveniência econômica do estabelecimento da servidão, indispensável aos trabalhos da pesquisa ou
lavra.

CAPÍTULO XIII

Da participação nos resultados da lavra


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Art. 86. É assegurado ao proprietário do solo, onde se situe a jazida o direito de participação nos
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resultados da lavra, a qual corresponderá ao dízimo do impôsto único sôbre minerais.

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Art. 87. O disposto no artigo anterior sòmente se aplica às concessões de lavra outorgadas após 14 de
março de 1967.

Art. 88 A participação nos resultados da lavra será paga pelo concessionário ao proprietário do solo,
trimestralmente, em quantias correspondentes ao dízimo do total do impôsto único devido e recolhido
durante o trimestre considerado à exatoria federal ou a estabelecimento de crédito do lugar de situação
da jazida.

Parágrafo único. A exatoria federal ou o estabelecimento de crédito encarregado do recolhimento,


fornecerá ao proprietário do solo, mediante requerimento, certidão ou extrato de conta contendo o
valor total do impôsto único recolhido durante o trimestre considerado, bem como a quantidade de
minério a que o impôsto se referir, com indicação do respectivo decreto de concessão de lavra.

Art. 89 As quantias correspondentes à participação referida no artigo anterior serão depositadas,


trimestralmente, pelo concessionário da lavra, no Juízo da Comarca de situação da jazida quando:

I - Houver dúvida sôbre a títularidade da propriedade de solo;

II - O proprietário do solo se encontrar em lugar incerto e não sabido;

III - O proprietário do solo recusar o recebimento.

Parágrafo único. O levantamento dos depósitos far-se-á mediante alvará judicial.

Art. 90. O direito de participação nos resultados da lavra não poderá ser objeto de transferência ou
caução separadamente do imóvel; entretanto, é facultado ao proprietário do solo, após a concessão da
lavra:

I - Transferir ou caucionar o direito ao recebimento do determinadas prestações;.

II - Renunciar ao direito de participação.

Parágrafo único - Os atos enumerados neste artigo somente valerão contra terceiros a partir de sua
inscrição no Registro de Imóveis.

Art. 91. As disposições dêste capítulo não se aplicam à lavra de jazidas e minas cuja exploração
constituir objeto de monopólio estatal, as quais não estão sujeitas a participação nos resultados da
lavra.
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CAPÍTULO XIV
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Da ocorrência de minerais nucleares


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Art. 92. Os titulares de autorização da pesquisa ou de concessão de lavra são obrigados a comunicar
à Comissão Nacional de Energia Nuclear (C.N.E.N.) e ao D.N.P.M. qualquer descoberta de minerais
nucleares, sob pena de caducidade da autorização ou concessão.

Art. 93. Quando se verificar, em jazida em lavras a ocorrência de minerais nucleares, a concessão
somente será mantida se o valor da substância mineral, objeto do decreto, fôr superior ao valor
econômico ou estratégico dos minerais nucleares que contiver.

Parágrafo único - Se a ocorrência de minerais nucleares predominar, a juízo do Govêrno ouvidos a


C.N.E.N. e o D.N.P.M., sôbre a substância mineral constante do título da lavra, a concessão será
revogada, mediante justa indenização do investimento efetuado pelo concessionário.

CAPÍTULO XV

Da Emprêsa de Mineração

Art. 94. Entende-se por Emprêsa de Mineração, a firma individual ou sociedade organizada na
conformidade da lei brasileira e domiciliada no país, qualquer que seja a sua forma jurídica, com o
objetivo principal de realizar exploração e aproveitamento de jazidas minerais no território nacional.

§ 1º A firma individual só poderá ser constituída por brasileiro.

§ 2º Da sociedade poderão participar como sócios ou acionistas pessoas físicas ou jurídicas, nacionais
ou estrangeiras, nominalmente representadas no instrumento de sua constituição.

Art. 95. A firma individual ou sociedade, uma vez constituída e registrada no órgão de Registro do
Comércio de sua sede, depende de autorização outorgada por Alvará do Ministro das Minas e Energia
para funcionar como emprêsa de mineração.

§ 1º O requerimento dará entrada no D.N.P.M. e será instruído com os seguintes documentos:

I - Prova de registro no órgão de Registro do Comércio de sua sede;

II - Tratando-se de firma limitada ou de sociedade anônima, além da prova referida no inciso I,


fotocópia autenticada ou segunda via do contrato social, ou fôlha do Diário Oficial da União ou do
Órgão Oficial do Estado, contendo os atos de constituição.

§ 2º A sociedade, da qual participem pessoas jurídicas estrangeiras, deverá ainda instruir o


requerimento com os seguintes documentos, relativos a essas pessoas, devidamente legalizados e
traduzidos:
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a) escritura ou instrumento de constituição;


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b) estatutos, se exigidos, no país de origem;

c) certificado de estarem legalmente constituídas na forma das leis do país de origem.

Art. 96. O título de autorização para funcionar como emprêsa de minoração será uma via autêntica
do respectivo Alvará, publicado no Diário Oficial da União, transcrito no livro próprio do D.N.P.M.
e registrado em original ou certidão, no órgão de Registro do Comércio de sua sede.

Parágrafo único. Registrado o título, a interessada o comprovará ao D.N.P.M., mediante certidão que
será anexada ao processo de autorização.

Art. 97. As alterações que importarem em modificações no registro da emprêsa de mineração no órgão
de Registro do Comércio serão submetidas, previamente, à aprovação do Ministro das Minas e Energia
e, depois de aprovadas, registradas naquele órgão.

Parágrafo único. Será expedido novo Alvará em caso de alteração da forma jurídica, da razão social
ou da denominação da emprêsa de mineração.

Art. 98. As emprêsas de mineração que realizarem alterações no seu registro, sem prévia aprovação
do Ministro das Minas e Energia, ficam sujeitas ao cancelamento do título de autorização, além da
perda dos demais direitos outorgados e sem prejuízo da aplicação da multa.

CAPÍTULO XVI

Das Sanções e das nulidades

Art. 99. O inadimplemento das obrigações decorrentes das autorizações de pesquisa ou das concessões
de lavra, tendo em vista a gravidade da infração, implicará nas seguintes sanções:

I - Advertência;

II - Multa;

III - Caducidade.

§ 1º A aplicação das penalidades de advertência e multa serão da competência do D.N.P.M.; a de


caducidade de autorização de pesquisa, do Ministro das Minas e Energia e a de caducidade da
concessão de lavra, do Presidente da República.

§ 2º - A aplicação da penalidade de advertência deve ser precedida de processo administrativo,


assegurando-se ao notificado o direito de ampla defesa. (Incluído pelo Decreto nº 88.814, de 1983)
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Art. 100. Aos infratores de disposições dêste Regulamento serão aplicadas multas, obedecidos os
seguintes critérios:

I - Inadimplemento das obrigações impostas no item III do artigo 25, nos itens I e II e parágrafo único
do artigo 31, bem como no artigo 56 deste Regulamento: multa em quantia correspondente a 5 (cinco)
vezes o maior valor de referência estabelecido de acordo com o disposto no artigo 2º, parágrafo único
da Lei nº 6.205, de 29 de abril de1975. (Redação dada pelo Decreto nº 88.814, de 1983)

II - Inadimplemento das obrigações impostas no art. 66, e nos itens I, V, VI e VIII a XVI do art. 54
dêste Regulamento: multa de 10 (dez) salários - mínimos - mensal de maior valor do País;

III - Inadimplemento das obrigações impostas nos itens I, III e IV do art. 54 dêste Regulamento:
multa de 20 (vinte) salário - mínimos - mensal de maior valor do País;

IV - Infringência ao disposto no artigo 97 deste Regulamento, quando anteriormente haja sido


advertida a empresa por infração da mesma espécie: multa em quantia correspondente em até 25 (vinte
e cinco) vezes o maior valor de referência estabelecido de acordo com a disposto no artigo 2º,
parágrafo único da Lei nº 6.205, de 29 de abril de 1975. (Redação dada pelo Decreto nº 88.814, de
1983)

V - Prática de lavra ambiciosa (art. 63 e item VII do art. 54 dêste Regulamento): multa de 50
(cinquenta) salários - mínimos - mensal de maior valor do País.

Parágrafo único. Em caso de reincidência, específica ou genérica, a multa será cobrada em dôbro.

Art. 101. As infrações de que trata o artigo anterior serão apuradas mediante processo administrativo,
instaurado por auto de infração lavrado por funcionário qualificado.

§ 1º O auto deverá relatar com clareza a infração, mencionando o nome do infrator, o respectivo título
de autorização de pesquisa, de concessão de lavra ou de autorização para funcionar como emprêsa de
mineração e tudo mais que possa esclarecer o processo.

§ 2º Do auto de infração, que será publicado no Diário Oficial da União remeter-se-á cópia ao autuado,
que terá o prazo de 30 (trinta) dias, contados da publicação, para apresentar defesa.

§ 3º Findo o prazo, com a juntada da defesa ou informação de não haver sido apresentada, o processo
será submetido à apreciação e decisão do Diretor-Geral do D.N.P.M.

§ 4º O despacho de imposição de multa será publicado no Diário Oficial da União e comunicado, em


ofício ao infrator.

§ 5º O valor da multa mediante, guia fornecida pelo D.N.P.M., será recolhido ao Banco do Brasil S.A.,
à conta do "Fundo Nacional de Mineração - Parte Disponível", no prazo de 30 (trinta) dias, contados
da data da publicação do despacho referido no parágrafo anterior.

§ 6º Do despacho de imposição da multa, caberá recurso ao Ministro das Minas e Energia, no prazo
de 30 (trinta) dias, contados de sua publicação, desde que, no primeiro decênio do aludido prazo, o
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seu valor seja depositado, para garantia de instância e mediante guia especial fornecida pelo DNPM,
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no Banco do Brasil S.A., à conta do "Fundo Nacional de Mineração - Parte Disponível".

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§ 7º O recurso dará entrada no Protocolo do DNPM e, depois de instruído, será remetido, com parecer
conclusivo do Diretor-Geral ao Ministro das Minas e Energia.

§ 8º A multa não recolhida no prazo fixado será cobrada judicialmente, em ação executiva.

Art. 102. A caducidade da autorização de pesquisa ou da concessão de lavra será declarada desde que
verificada qualquer das seguintes infrações:

I - Quando o infrator, apesar de advertência ou multa:

a) prosseguir no descumprimento dos prazos de início ou reinício dos trabalhos de pesquisa ou de


lavra;

b) prosseguir na prática deliberada dos trabalhos de pesquisa em desacôrdo com as condições


constantes do título de autorização;

II - Quando o infrator, embora multado por mais de duas vêzes no intervalo de um ano, prosseguir
no descumprimento das determinações da fiscalização;

III - Prática de lavra ambiciosa ou de extração de substância não compreendida no decreto de lavra,
independentemente de advertência ou multa;

IV - Caracterização comprovada de abandono ou suspensão definitiva dos trabalhos de pesquisa ou


de lavra.

Art. 103. São anuláveis as autorizações de pesquisas ou as concessões de lavra outorgadas com
infringência de dispositivos do Código de Mineração ou dêste Regulamento.

§ 1º A anulação será promovida ex-officio nos casos de:

a) imprecisão intencional da definição das áreas de pesquisa ou lavra;

b) inobservância do disposto no item I do art. 25 dêste Regulamento.

§ 2º Nos demais casos e sempre que possível, o D.N.P.M., procurará sanar a deficiência por via de
atos de retificação.

§ 3º A nulidade poderá ser pleiteada judicialmente em ação proposta por qualquer interessado, no
prazo de 1 (hum) ano, a contar da publicação do alvará de pesquisa ou do decreto de lavra no Diário
Oficial da União.

Art. 104. Em casos de caducidade ou de nulidade da autorização ou concessão, salvo as hipóteses de


abandono, o titular não perderá a propriedade dos bens que, a juízo do DNPM, possam ser retirados
sem prejudicar o conjunto da mina.
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Art. 105. O processo administrativo de declaração de caducidade ou de nulidade da autorização de
pesquisa será instaurado ex-officio ou mediante denúncia comprovada.

§ 1º O titular da autorização será intimado, mediante ofício que lhe será enviado e publicado no Diário
Oficial da União, ou por edital, quando se encontrar em lugar incerto e não sabido, a apresentar, no
prazo de 60 (sessenta) dias, contados da publicação, defesa contra os motivos argüidos na denúncia
ou que tenham dado margem à instauração do processo.

§ 2º Findo o prazo, com a juntada da defesa ou informação de não haver sido apresentada o processo
será submetido à apreciação e decisão do Ministro das Minas e Energia.

§ 3º Do despacho ministerial declaratório de caducidade ou de nulidade caberá pedido de


reconsideração, no prazo de 15 (quinze) dias, contados da publicação do referido despacho.

§ 4º O pedido de reconsideração não atendido, será encaminhado em grau de recurso ex-officio ao


Presidente da República, no prazo de 30 (trinta) dias, a contar de seu recebimento, dando-se ciência
antecipada ao interessado que poderá aduzir novos elementos de defesa.

Art. 106. O processo administrativo de caducidade ou de anulação da concessão de lavra, instaurado


ex-officio ou mediante denúncia comprovada, obedecerá ao disposto no § 1º do artigo anterior.

§ 1º Concluída a instrução, com a juntada de defesa ou informação de não haver sido apresentada, o
Diretor-Geral do D.N.P.M., encaminhará o processo ao Ministro das Minas e Energia.

§ 2º Examinadas as peças do processo, especialmente as razões de defesa, o Ministro o encaminhará,


com relatório e parecer conclusivo, à Presidência da República.

CAPÍTULO XVII

Da garimpagem, faiscação e cata

Art. 107. Para os efeitos dêste Regulamento, considera-se:

I - Garimpagem, o trabalho individual através de instrumentos rudimentares de aparelhos manuais ou


de máquinas simples e portáteis, na extração de pedras preciosas, semi-preciosas e minerais metálicos
ou não metálicos, valiosos, em depósitos de eluvião ou aluvião, nos álveos de cursos d"água ou nas
margens reservadas bem como nos depósitos secundários ou chapadas (grupiaras), vertentes e altos
de morros, depósitos êsses genericamente denominados garimpos;

II - Faiscação, o trabalho individual através de instrumentos rudimentares, de aparelhos manuais ou


de máquinas simples e portáteis, na extração de metais nobres nativos em depósitos de eluvião ou
aluvião, fluviais ou marinhos, depósitos êsses genericamente denominados faisqueiras;

III - Cata, o trabalho individual por processos equiparáveis aos de garimpagem e faiscação na parte
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decomposta dos afloramentos dos filões veeiros, de extração de substâncias minerais úteis, sem o
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emprêgo de explosivos, e de apuração por processos rudimentares.

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

Art. 108. Ao trabalhador que extraia substâncias minerais úteis, por processo rudimentar e individual
de mineração, garimpagem, faiscação ou cata, denominar-se-á, genèricamente, garimpeiro.

Art. 109. A garimpagem, a faiscação e a cata caracterizam-se:

I - Pela forma rudimentar de mineração;

II - Pela natureza dos depósitos trabalhados;

III - Pelo caráter individual do trabalho, sempre por conta própria.

Art. 110. A garimpagem, a faiscação ou a cata, dependem de permissão do Govêrno Federal, não
cabendo outro ônus ao garimpeiro senão o pagamento da menor taxa remuneratória cobrada pelas
exatorias federais ao que pretender executar êsses trabalhos.

§ 1º A permissão constará da matrícula do garimpeiro, renovada anualmente nas exatorias federais dos
municípios onde forem realizados êsses trabalhos e será válida sòmente para a região jurisdicionada
pela respectiva exatoria que a concedeu.

§ 2º A matrícula, que é pessoal será feita a requerimento verbal do interessado e registrada em livro
próprio da Exatoria Federal, mediante apresentação do comprovante de quitação do impôsto sindical
e o pagamento da taxa remuneratória cobrada pela Exatoria.

§ 3º Ao garimpeiro matriculado será fornecido Certificado de Matrícula, do qual constará seu retrato,
nome, nacionalidade e enderêço, e que valerá como documento oficial para o exercício da atividade
na zona nêle especificada.

§ 4º Será apreendido o material de garimpagem, faiscação ou cata, quando o garimpeiro não possuir o
necessário Certificado de Matrícula, sendo o produto vendido em hasta pública e recolhido ao Banco
do Brasil S.A., à conta do "Fundo Nacional de Mineração - Parte Disponível."

Art. 111. As permissões para garimpagem, faiscação ou cata, em terras ou águas de domínio privado,
dependem de consentimento prévio do proprietário do solo.

Parágrafo único. A contribuição do garimpeiro ajustada com o proprietário do solo para fazer
garimpagem, faiscação ou cata, não poderá exceder o dízimo do valor do impôsto único que fôr
arrecadado pela Exatoria Federal ou estabelecimento de crédito da jurisdição local, referente à
substância encontrada.

Art. 112. A autorização de pesquisa, obtida por outrem, não interrompe o trabalho do garimpeiro
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matriculado e localizado na respectiva área, salvo quando comprovados os efetivos transtornos que
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estiverem causando aos trabalhos de pesquisa.

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Parágrafo único. Concedida a lavra, cessarão os trabalhos de garimpagem, faiscação ou cata.

Art. 113. Por motivo de ordem pública, ou de malbaratamento de determinada riqueza mineral, poderá
o Ministro das Minas e Energia, por proposta do Diretor-Geral do D.N.P.M., determinar o
fechamento de certas áreas às atividades de garimpagem, faiscação ou cata, ou excluir destas a extração
de determinados minerais.

CAPÍTULO XVIII

Da competência do Departamento Nacional da Produção Mineral

Art. 114. Compete ao D.N.P.M. a execução dêste Regulamento, bem como a fiscalização das
atividades concernentes à mineração, ao comércio e à industrialização das matérias, primas minerais.

§ 1º A execução e fiscalização referidas neste artigo não abrangem as jazidas da Classe V, as quais se
incluem na competência do Conselho Nacional do Petróleo (C.N.P.), na forma da legislação específica.

§ 2º Visando à perfeita coordenação entre todos os Órgãos que executam e (ou) fiscalizam a política
de mineração, em território nacional, caberá à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) ao
Conselho Nacional de Petróleo (CNP) e à Petróleo Brasileiro Sociedade Anônima (PETROBRÁS),
manter o Departamento Nacional de Produção Mineral (D.N.P.M.), informado a respeito das áreas
em que desenvolvam suas atividades, do mesmo modo, caberá ao D.N.P.M. solicitar parecer a cada
um daquêles Órgãos quanto a possíveis interferências em áreas de interesse para suas atividades
específicas.

Art. 115. As pessoas, naturais ou jurídicas, que exerçam atividades de pesquisa, lavra, beneficiamento
distribuição, consumo ou industrialização de reservas minerais, são obrigadas a facilitar aos agentes
do D.N.P.M. a inspeção de instalações equipamentos e trabalhos, bem como fornecer-lhes
informações sôbre:

I - Volume da produção e características qualitativas dos produtos;

II - Condições técnicas e econômicas da execução dos serviços ou da exploração das atividades


mencionadas no "caput" dêste artigo;

III - Mercados e preços de venda;

IV - Quantidade e condições técnicas e econômicas do consumo de produtos minerais.

Art. 116. Caberá ao D.N.P.M. dirimir dúvidas sôbre a classificação e especificação das jazidas,
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admitido recurso ao Ministro das Minas e Energia.


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Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

Art. 117. Será obrigatória a audiência prévia do D.N.P.M. sempre que o Governo Federal tratar de
qualquer assunto referente à matéria-prima mineral ou ao seu produto.

Art. 118. Caberá ao D.N.P.M. fixar em ato interno, e de conhecimento público, os prazos de
tramitação dos processos, tendo em vista o interêsse e a conveniência de seu rápido andamento e final
conclusão.

CAPÍTULO XIX

Dos livros e registros

Art. 119. Haverá no D.N.P.M. os seguintes livros e registros:

Livro A - "Registro das Jazidas e Minas Conhecidas", de inscrição das jazidas e minas manifestadas de
acôrdo com o art. 10 do Decreto número 24.642, de 10 de julho de 1934, e a Lei número 94, de 10 de
setembro de 1935;

Livro B - "Registro dos Alvarás de Pesquisa", de transcrição dos respectivos títulos de autorização;

Livro C - "Registro dos Decretos de Lavra", de transcrição dos respectivos títulos de concessão;

Livro D - "Registro das Emprêsas de Mineração", de transcrição dos respectivos títulos de autorização
para funcionar;

Livro E - "Registro dos Grupamentos Mineiros", de transcrição dos respectivos atos de autorização;

Livro F - "Registro dos Consórcios de Mineração", de transcrição das autorizações respectivas;

Livro G - "Registro dos Reconhecimentos Geológicos", de transcrição das permissões respectivas;

Livro H - "Registro dos Licenciamentos", de transcrição das respectivas licenças.

CAPÍTULO XX

Das disposições finais e transitórias

Art. 120. Em zona declarada Reserva Nacional de determinada substância mineral ou em áreas
específicas objeto de pesquisa ou lavra sob regime de monopólio, o Govêrno poderá, mediante
condições especiais condizentes com os interêsses da União e da economia nacional, outorgar
autorização de pesquisa, ou concessão de lavra de outra substância mineral, quando os trabalhos
relativos à autorização ou concessão forem compatíveis e independentes dos relativos à substância da
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Reserva ou do monopólio.
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§ 1º Tratando-se de Reserva Nacional a pesquisa ou lavra de outra substância mineral sòmente será
autorizada ou concedida nas condições especiais estabelecidas pelo Ministro das Minas e Energia,
ouvidos, previamente, os órgãos governamentais interessados.

§ 2º Tratando-se de monopólio, a pesquisa ou lavra de outra substância mineral sòmente será


autorizada ou concedida com prévia audiência do órgão executor do monopólio, e nas condições
especiais estabelecidas pelo Ministro das Minas e Energia.

§ 3º Verificada, a qualquer tempo, a incompatibilidade ou a dependência dos trabalhos, a autorização


de pesquisa ou concessão de lavra será revogada.

§ 4º O direito de prioridade de que trata o Capítulo IV dêste Regulamentos, não se aplica às hipóteses
previstas neste artigo, cabendo ao Govêrno outorgar a autorização ou a concessão tendo em vista os
interêsses da União e da economia nacional.

Art. 121. A autorização de pesquisa, requerida por terceiro em área sujeita a licenciamento, sòmente
será outorgada se ficar comprovada a não exploração da jazida licenciada ou o aproveitamento das
substâncias minerais em desacôrdo com a utilização e destinação referidas no art. 13 dêste
Regulamento, ou, ainda, a falta de pagamento durante seis meses consecutivos, do impôsto único
sôbre minerais.

Art. 122. A propositura de qualquer ação ou medida judicial não poderá impedir o prosseguimento
dos trabalhos da pesquisa ou lavra.

Parágrafo único. Instaurada a instância judicial, será processada a necessária vistoria "ad perpetuam
rei memoriam", a fim de evitar-se solução de continuidade dos trabalhos em realização.

Art. 123. Correrá por conta dos requerentes a publicação no Diário Oficial da União dos decretos de
lavra e de autorização de Consórcio de Mineração, dos alvarás, bem como das autorizações e
permissões outorgadas pelo D.N.P.M.

Parágrafo único. A publicação de editais em jornais particulares, promovida pelos interessados correrá
por sua conta, devendo ser enviado o respectivo exemplar ao D.N.P.M., para anexação ao processo.

Art. 124. O comércio no mercado interno ou externo, de pedras preciosas, de metais nobres e de
outros minerais a serem especificados, fica sujeito a registro especial, nos têrmos de regulamento a ser
baixado pelo Govêrno Federal.

Parágrafo único. O comércio referido neste artigo ficará sob a jurisdição dos seguintes Ministérios:

a) Minas e Energia por intermédio do Departamento Nacional da Produção Mineral;


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b) Fazenda, por intermédio da Diretoria das Rendas Internas;


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c) Indústria e do Comércio, por intermédio do Departamento Nacional do Comércio.


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Art. 125. As atividades da produção, comércio, distribuição, consumo e exportação de substâncias


minerais ou fósseis, originárias do País, inclusive águas minerais, bem como as de garimpagem,
faiscação e cata e as subordinadas a regime de licenciamento, estão sujeitas à incidência do impôsto
único sôbre os minerais do País, estabelecida em lei específica.

Art. 126. Os atuais titulares de licenciamento terão o prazo de 1 (hum) ano contado da vigência dêste
Regulamento, para requerer o registro de suas licenças do D.N.P.M., (parágrafo único do art. 11 e §
1º do art. 13).

Brasília, 2 de julho de 1968.

JOSÉ COSTA CAVALCANTI


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DECRETO-LEI Nº 4.146, DE 4 DE MARÇO DE


1942

Dispõe sobre a proteção dos depósitos fossilíferos

O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o art. 180 da Constituição,

DECRETA:

Art. 1º Os depósitos fossilíferos são propriedade da Nação, e, como tais, a extração de espécimes
fosseis depende de autorização prévia e fiscalização do Departamento Nacional da Produção Mineral,
do Ministério da Agricultura.

Parágrafo único. Independem dessa autorização e fiscalização as explorações de depósitos fossilíferos


feitas por museus nacionais e estaduais, e estabelecimentos oficiais congêneres, devendo, nesse caso,
haver prévia comunicação ao Departamento Nacional da Produção Mineral.

Art. 2º Revogam-se as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 4 de março de 1942, 121º da Independência e 54º da República.

GETULIO VARGAS.

Apolonio Salles. 89
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DECRETO-LEI Nº 7.841 DE 8 DE AGOSTO DE


1945

Código de Águas Minerais

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o artigo 180 da


Constituição,

DECRETA:

CÓDIGO DE ÁGUAS MINERAIS

CAPITULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Águas minerais são aquelas provenientes de fontes naturais ou de fontes artificialmente
captadas que possuam composição química ou propriedades físicas ou físico-químicas distintas das
águas comuns, com características que lhes confiram uma ação medicamentosa.

§ 1º A presente lei estabelece nos Capítulos VII e VIII os característicos de composição e propriedades
para classificação como água mineral pela imediata atribuição de ação medicamentosa.

§ 2º Poderão ser, também, classificadas como minerais, águas que, mesmo sem atingir os limites da
classsificação estabelecida nos Capítulos VII e VIII possuam inconteste e comprovada ação
medicamentosa.

§ 3º A ação medicamentosa referida no parágrafo anterior das águas que não atinjam os limites da
classificação estabelecida nos Capítulos VII e VIII, deverá ser comprovada no local, mediante
observações repetidas, estatísticas completas, documentos de ordem clínica e de laboratório, a cargo
de médicos crenologistas, sujeitas as observações à fiscalização e aprovação da Comissão Permanente
de Crenologia definida no art. 2º desta lei.

Art. 2º Para colaborar no fiel cumprimento desta lei, fica criada a Comissão Permanente de Crenologia,
diretamente subordinada ao Ministro da Agricultura.
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§ 1º A Comissão Permanente de Crenologia terá a Presidência do Diretor Geral do Departamento


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Nacional da Produção Mineral e se comporá de quatro especialistas no assunto, de livre escolha do

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Presidente da República; um dos membros será escolhido entre o pessoal do órgão técnico
especializado do D.N.P.M.

§ 2º O regimento da Comissão Permanente de Crenologia, as atribuições e direitos de seus membros


serão fixados posteriormente por portaria do Ministro da Agricultura e leis subseqüentes.

Art. 3º Serão denominadas "águas potáveis de mesa" as águas de composição normal provenientes de
fontes naturais ou de fontes artificialmente captadas que preencham tão sòmente as condições de
potabilidade para a região.

Parágrafo único. O Ministro da Agricultura, em portaria, estabelecerá os limites de potabilidade, de


acôrdo com os dados fornecidos pelo D. N. P. M.

Art. 4º O aproveitamento comercial das fontes de águas minerais ou de mesa, quer situadas em
terrenos de domínio público, quer do domínio particular, far-se-á pelo regime de autorizações
sucessivas de pesquisa e lavra instituído pelo Código de Minas, observadas as disposições especiais da
presente lei.

Parágrafo único. O aproveitamento comercial das águas de mesa é reservado aos proprietários do
solo.

CAPÍTULO II

DA AUTORIZAÇÃO DE PESQUISA

Art. 5º A pesquisa de água mineral, termal, gasosa, de mesa ou destinada a fins balneários, será regulada
pelo disposto no Capítulo II do Código de Minas, ressalvadas as disposições especiais desta lei.

Art. 6º Por pesquisa de uma fonte de água mineral, termal, gasosa, potável de mesa ou destinada a fins
balneários, entendem-se todos os trabalhos necessários ao conhecimento do valor econômico da fonte
e de seu valor terapêutico, quando existente, abrangendo, no mínimo:

I. O estudo geológico da emergência, compreendendo uma área cuja extensão seja suficiente para
esclarecer as relações existentes entre as fontes e os acidentes geológicos locais, permitindo formar-se
juízo sôbre as condições de emergência no sentido de ser fixado criteriosamente o plano racional de
captação.

II. O estudo analítico das águas e dos seus gases espontâneos, quando existentes, do ponto de vista
de suas características químicas, físico-químicas e bacteriológicas.
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Parágrafo único. O estudo das águas constará no mínimo dos seguintes dados:
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I. Pressão osmótica e grau crioscópico, condutividade elétrica, concentração iônica e hidrogênio, teor
em radônio e torônio da água e dos seus gases espontâneos; temperatura e vasão.

II. Análise química compelta da água e dos gases dissolvidos, assim como sua classificação de acôrdo
com as normais adotadas na presente lei.

III. Análise bacteriológica, compreendendo "tests" de suspeição, confirmatório e completo para o


grupo coli-aerogêneo, assim como contagem global em 24 horas a 37º C e em 48 horas a 20º C,
executado êste exame de acôrdo com técnica a ser adotada oficialmente; será desde logo considerada
poluída e imprópria para o consumo tôda a Água que apresentar o grupo coli-aerogêneo presente em
dez mil.

IV. Análise e vasão dos gases espontâneos.

Art. 7º As análises químicas e determinações dos demais dados a que se refere o artigo precedente
serão repetidas em analises completas ou de elementos característicos no mínimo, duas vêzes num
ano, ou tantas vêzes quantas o D.N.P.M. julgar conveniente, até ficar comprovado possuir a água da
fonte uma composição química regularmente definida, antes de se poder considerar, satisfatòriamente
terminada a pesquisa autorizada.

CAPITULO III

DA AUTORIZAÇÃO DE LAVRA

Art. 8º A lavra de uma fonte de água mineral, termal, gasosa, potável de mesa ou destinada a fins
balneários será, regulada pelo disposto no Capítulo III do Código de Minas, ressalvadas as disposições
especiais da presente lei.

Art. 9º Por lavra de uma fonte de água mineral, termal, gasosa, potável de mesa ou destinada a fins
balneários, entendem-se todos os trabalhos e atividades de captação, condução, distribuição e
aproveitamento das águas.

Art. 10. A lavra de uma fonte de água mineral, termal, gasosa, potável de mesa ou destinada a fins
balneários, será, solicitada ao Ministro da Agricultura em requerimento, no qual, além da observação
dos dispositivos do Capítulo III do Código de Minas, figure :

I. Certificado de análise química física, físico, química e bacteriológica da água, firmado pelo órgão
técnico do D.N.P.M. e certidão da aprovação do seu relatório de pesquisa.

II. No caso das águas minerais que não atingirem os limites constantes dos Capítulos VII e VIII da
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presente lei, além dos dados mencionados na alínea anterior, relação dos trabalhos submetidos à
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aprovação da Comissão Permanente de Crenologia sôbre as propriedades terapêuticas da água

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proveniente da fonte, bem como certidão do parecer favorável desta Comissão para sua classificação
como mineral.

III. Uma planta em duas vias indicando a situação exata das fontes e o esbôço geológico dos arredores,
com os necessários cortes geológicos, esclarecendo as condições de emergência das fontes.

IV. Plantas e desenhos complementares, em duas vias, com memória justificativa dos planos e
processos adotados para captação e proteção das fontes, condução e distribuição das águas, além de
dados sôbre vasão e temperatura das fontes.

V. Plantas e desenhos complementares, em duas vias, relativas ao projeto de instalação para utilização
das águas, em tôdas as suas modalidades, incluindo reservatório, maquinaria, aparelhamento balneário
e hidroterático, etc.

Art. 11. O D.N.P.M. ao processar um pedido de autorização de lavra de fonte, poderá, ouvir, quando
julgar conveniente, a Comissão permanente de Crenologia.

Art. 12. As fontes de água mineral, termal ou gasosa, em exploração regular, poderá ser assinalado,
por decreto, um perímetro de proteção, sujeito a modificações posteriores se novas circunstâncias o
exigirem.

Art. 13. Nenhuma sondagem ou qualquer outro trabalho subterrâneo poderá ser praticado no
perimetro de proteção de uma fonte, sem autorização prévia do D.N.P.M.

§ 1º No caso de fossas, cisterna, pequenas galerias para extração de material e outros fins, fundações
de casas e outros trabalhos a céu aberto o decreto que fixar o perímetro de proteção, imporá, aos
proprietários obrigação de obterem, com uma antecedência de 90 dias, uma autorização do D.N.P.M.
para tal fim.

§ 2º Os trabalhos empreendidos no Perímetro de proteção de uma fonte poderão ser interditados pelo
D.N.P.M. mediante solicitação do concessionário, quando forem julgadas procedentes as alegações.

Art. 14. O D.N.P.M., a pedido de concessionário e após exame pericial realizado por técnicos que
designar, poderá determinar a suspensão de sondagens ou trabalhos subterrâneos executados fora do
perímetro de proteção, desde que sejam êles julgados suscetíveis de prejudicar uma fonte.

Art. 15. Quando a ocupação de um terreno compreendido num perímetro de proteção privar o
proprietário de seu uso por período superior a um mês, ou quando, depois dos trabalhos executados,
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o terreno se tornar impróprio para o uso ao qual era destinado anteriormente, poderá o seu
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Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

proprietário exigir do concessionário da fonte, pelo terreno ocupado ou desnaturado, uma indenização
que será regulada nas formas previstas em lei.

Parágrafo único. As indenizações devidas pelo concessionário da fonte não poderão exceder o
montante dos prejuízos materiais que sofrer o proprietário do terreno, assim como o preço dos
trabalhos inutilizados, acrescido da importância necessária para o restabelecimento das condições
primitivas, acrescentada uma parcela correspondente aos lucros cessantes.

Art. 16. A destruição ou a execução dos trabalhos em terrenos de outrem para proteção da fonte só
poderá ter início depois da prestação de uma caução, cujo montante será fixado pela autoridade
competente, mediante arbitramento ou acôrdo entre as partes; essa quantia servirá, de garantia para o
pagamento das indenizações devidas.

Art. 17. Em caso de oposição do órgão técnico competente do D.N. P, M., o concessionário só poderá
realizar trabalhos nas fontes, após introduzir em seus projetos as alterações julgadas necessárias.

Parágrafo único. Na falta de decisão do D.N.P.M. por período superior a três meses, o concessionário
poderá executar os trabalhos projetados independente de autorização, depois de comunicação àquele
Departamento.

Art. 18. Quando o aproveitamento de uma fonte estiver sendo feito de modo a comprometê-la, ou
estiver em desacôrdo com as condições técnicas e higiênicas estabelecidas na presente lei, poderá ela
ser interditada, até que sejam resabelecidas condições satisfatórias de exploração.

CAPÍTULO IV

DAS ESTÂNCIAS QUE EXPLORAM ÁGUAS MINERAIS E DAS ORGANIZAÇÕES QUE


EXPLORAM ÁGUAS POTÁVEIS DE MESA

Art. 19. A instalação ou funcionamento de uma estância hidromineral, por parte de um titular de lavra
de fonte, exige a satisfação dos seguintes requisitos mínimos, a critério do órgão competente do
D.N.P.M.

I. Montagem de instalações crenoterápicas convenientes, de acôrdo com a natureza das águas.

II. Construção ou existência de hotéis ou sanatórios com instalações higiênicas convenientes, providas
de serviço culinário apto a atender às indicações dietéticas.

III. Contrato de médico especialistas encarregado da orientação do tratamento e facilidades gerais de


tratamento e assistência médico-farmacêutica.
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IV. Existência de laboratório para realização de exames bacteriológicos periódicos para verificação da
pureza das águas em exploração ou contrato de tais serviços com organização idônea, a juízo do
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D.N.P.M.V. Existência de um pôsto meteorológico destinado à obtenção das condições climáticas
locais.

VI. Organização das fichas sanitárias dos funcionários das estâncias e dos hotéis, renovadas pelo
menos cada seis meses.

VII. No caso de a água ser entregue engarrafada ao consumo, além dos requisitos especiais
determinados para cada caso pelo órgão competente do D.N.P.M., será, no mínimo exigida, na
instalação de engarrafamento, a existência de uma máquina engarrafadora automática ou semi-
automática e de uma máquina ou dispositivo destinado à lavagem do vasilhame durante o tempo
necessário, com uma solução de soda cáustica a 10º Baumé aquecida a 60º C ou um outro processo
ou dispositivo aprovado pelo D.N.P.M., que assegure esterilização do vasilhame.

Art. 20. Às emprêsas que exploram água potável de mesa ou engarrafam águas minerais, serão
aplicadas as exigências das alíneas IV, VI e VII do artigo precedente.

Art. 21. As emprêsas que aproveitam as águas minerais para preparo de sais medicinais estarão sujeitas
a tôdas as exigências gerais desta lei e mais às prescrições específicas que a Comissão permanente de
Crenologia determinar para cada caso.

Art. 22. As estâncias serão classificadas pela Comissão Permanente de Crenologia em três grupos,
segundo a qualidade de suas instalações.

CAPÍTULO V

DA FISCALIZAÇÃO DAS ESTÂNCIAS QUE EXPLORAM ÁGUA MINERAL E DAS

ORGANIZAÇÕES QUE EXPLORAM ÁGUAS POTÁVEIS DE MESA OU DESTINADAS A


FINS BALNEÁRIOS

Art. 23. A fiscalização da exploração, em todos os seus aspectos, de águas minerais, termais, gasosas
e potáveis de mesa, engarrafadas ou destinadas a fins balneários, será exercida pelo D.N.P.M., através
do seu órgão técnico especializado.

Art. 24. As autoridades sanitárias e administrativas federais, estaduais e municipais, deverão auxiliar e
assistir o D.N.P.M. em tudo que fôr necessário ao fiel cumprimento desta lei.

Parágrafo único. O D.N.P.M. comunicará às autoridades estaduais e municipais, qualquer decisão que
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fôr tomada relativamente ao funcionamento de uma fonte situada em sua jurisdição.


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Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

CAPÍTULO VI

DO COMÉRCIO DA ÁGUA MINERAL, TERMAL, GASOSA, DE MESA OU DESTINADA A


FINS BALNEÁRIOS

Art. 25. Só será permitida a exploração comercial de água (mineral, termal, gasosa, potável de mesa ou
destinada a fins balneários) quando préviamente analisada no D.N.P.M. e após expedição do decreto
de autorização de lavra.

Art. 26. Não poderão ser exploradas comercialmente, para quaisquer fins, as fontes sujeitas à influência
de águas superficiais e por conseguinte suscetíveis de poluição.

Art. 27. Em cada fonte em exploração regular, além da determinação mensal da descarga e de certas
propriedades físicas e físico-químicas, será exigida a realização de análises químicas periódicas, parciais
ou completas, e, no mínimo, uma análise completa de três em três anos, para verificação de sua
composição.

Parágrafo único. Em relação às qualidades higiênicas das fontes serão exigidos, no mínimo, quatro
exames bacteriológicos por ano, um a cada trimestre, podendo, entretanto, a repartição fiscalizadora
exigir as análises bacteriológicas que julgar necessárias para garantir a pureza da água da fonte e da
água engarrafada ou embalada em plástico. (Redação dada pela Lei nº 6.726, de 1979)

Art. 28. Uma vez classificada a água pelo D.N.P.M., será proibido o emprêgo no comércio ou na
publicidade da água, de qualquer designação suscetível de causar confusão ao con(ilegível), quanto à
fonte ou procedência, sob pena de interdição.

Art. 29. Fica criado o rótulo padrão sujeito à aprovação do D.N.P.M., devendo as águas engarrafadas
indicar no mesmo:

I. Nome da fonte.

II. Natureza da água.

III. Localidade.

IV. Data e número da concessão,

V. Nome do concessionário.

VI. Constantes físico-químicas, composiqão analítica e classificação, segundo o D.N.P.M.


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VII. Volume do conteúdo.


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VIII. Carimbo com ano e mês de engarrafamento.


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§ 1º As águas minerais carbogasosas naturais, quando engarrafadas, deverão declarar no rótulo, em
local visível, "água mineral carbogasosa natural".

§ 2º Ê obrigatória a notificação da adição de gás carbônico às águas engarrafadas, quando êste não
provenha da fonte; essas águas estão sujeitas às següintes especificações, sem prejuizo das outras
exigências constantes desta lei :

I. As águas minerais deverão declarar no rótulo, em local visivel, "Agua Mineral gaseificada
artificialmente".

II. As águas potáveis de mesa deverão declarar no rótulo, em local visível, "Agua potável de mesa
gaseificada artificialmente".

§ 3º Nenhuma designação relativa ás características ou propriedades terapêuticas das fontes poderá


constar dos rótulos, a menos que seja autorizada pela Comissão Permanente de Crenologia.

Art. 30. Os recipientes destinados ao engarrafamento da água para o consumo deverão ser de vidro
transparente, de paredes internas lisas, fundo plano e ângulos internos arredondados, e com fêcho
inviolável, resistente a choques, aprovados pelo D.N.P.M.

Art. 31. Constituirá motivo para interdição, apreensão do estoque e multa, além de qualquer infração
aos dispositivos da presente lei:

I. Expor à venda, ao consumo ou à utilização, água, cuja exploração não tenha sido legalmente
autorizada por decreto de lavra.

II. Utilizar rótulo com dizeres diversos dos aprovados pelo D.N.P.M.

III. Expor à venda água originária de outra fonte.

IV. Expor à venda ou utilizar água em condições higiênicas impróprias para o consumo.

§ 1º Para efeito da interdição, apreensão e multa de que trata o presente artigo, o órgão técnico
competente do D.N.P.M. poderá, a seu critério, tomar as seguintes medidas, além de outras previstas
na presente lei:

I. Apreensão e inutilização do estoque da água engarrafada.

II. Inabilitação do concessionário para adquirir selos de consumo enquanto durar a interdição.

III. Apreensão de guias e selos de consumo, em poder do interessado no momento da interdição que
serão conservados em custódia até a regularização da situação, para abertura da fonte ou interdição
definitiva.

§ 2º A multa a que se refere êste artigo será de Cr$ 5.000,00 a 20.000,00, sendo o infrator intimado a
recolher aos cofres públicos a importância respectiva, que será elevada ao dôbro no caso de
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reincidência, sem prejuízo do cumprimento das demais exigências dêste artigo.


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Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

Art. 32. As disposições da presente lei aplicam-se igualmente ás águas nacionais utilizadas dentro do
país e às que devam ser exportadas.

Art. 33. As águas minerais de procedência estrangeira só poderão ser expostas ao consumo, após
cumprimento, no que lhes fôr aplicável a juízo do D.N.P.M., das disposições sôbre comércio das águas
minerais nacionais estabelecidas na presente lei.

Art. 34. As soluções salinas artificiais, quando vendidas em garrafas ou outros vasilhames, deverão
trazer sôbre o rótulo em lugar bem visível, a denominação "solução salina artificial".

CAPÍTULO VII

DA CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA DAS ÁGUAS MINERAIS

Art. 35. As águas minerais serão classificadas, quanto á composição química em:

I. Oligominerais, quando, apesar de não atingirem os limites estabelecidos neste artigo, forem
classificadas como minerais pelo disposto nos §§ 2º e 3º do art. 1º da presente lei.

II. Radíferas, quando contiverem substâncias radioativas dissolvidas que lhes atribuam radioatividade
permanente.

III. Alcalino-bicarbonatadas, as que contiverem, por litro, uma quantidade de compostos alcalinos
equivalente, no mínimo, a 0,200 g de bicarbonato de sódio.

IV. Alcalino-terrosas as que contiverem, por litro, ums quantidade de compostos alcalino-terrosos
equivalente no mínimo a 0,120 g do carbonato de cálcio, distinguindo-se:

a) alcalino-terrosas cálcicas, as que contiverem, por litro, no mínimo 0,048 g de cationte Ca, sob a
forma do bicarbonato de cálcio;

b) alcalino-terrosas magnesianas, as que contiverem, por litro, no mínimo, 0,30 g de cationte Mg, sob
a forma de bicarbonato de magnésio.

V. Sulfatadas, as que contiverem, por litro, no mínimo 0,100 g do. anionte SO, combinado aos
cationtes Na, K e Mg.

VI. Sulfurosas, as que contiverem, por litro, no mínimo 0,001 g do anionte S.

VII. Nitratadas, as que contiverem, por litro, no minimo 0,100 g do anionte NO, de origem mineral.

VII. Cloretadas, as que contiverem, por litro, no mínimo 0,500 g do ClNa (cloreto de sódio).
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IX. Ferruginosas, as que contiverem, por litro, no mínimo 0,500 g do cationte Fe.
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X. Radioativas, as que contiverem radônio em dissolução, obedecendo aos seguintes limites :

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a) fracamente radioativas, as que apresentarem, no mínimo, um teor em radônio compreendido entre
cinco e dez unidades Mache, por litro, a 20º C e 760 mm de Hg de pressão;

b) radioativas, as que apresentarem um teor em radônio compreendido entre dez e 50 unidades Mache
por 1itro, a 20º C e 760 mm de Hg de pressão;

c) fortemente radioativas, as que possuirem um teor em radônio superior a 50 unidades Mache, por
litro, a 20º C e 760 mm de Hg de pressão.

XI. Toriativas, as que possuírem um teor em torônio em dissolução, equivalente em unidades


eletrostáticas, a duas unidades Mache por litro, no mínimo.

XII. Carbogasosas, as que contiverem, por litro, 200 ml de gás carbônico livre dissolvido, a 20º C e
760 mm de Hg de pressão.

§ 1º As águas minerais deverão ser classificadas pelo D.N.P.M. de acôrdo com o elemento
predominante, podendo ter classificação mista as que acusarem na sua composição mais de um
elemento digno de nota, bem como as que contiverem iontes ou substâncias raras dignas de notas
(águas iodadas, arseniadas, litinadas etc.).

§ 2º As águas das classes VII (nitratadas) e VII (cloretadas) só serão consideradas minerais quando
possuírem uma ação medicamentosa definida, comprovada conforme o § 3º do art. 1º da presente lei.

CAPÍTULO VIII

DA CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES DE ÁGUA MINERAL

Art. 36. As fontes de água mineral serão classificadas, além do critério químico, pelo seguinte:

1º) Quanto aos gases:

I. Fontes radioativas:

a) fracamente radioativas, as que apresentarem, no mínimo, uma vazão gasosa de um litro por minuto
(l.p.m.) com um teor em radônio compreendido entre cinco e dez unidades Mache, por litro de gás
espontâneo, a 20º C e 760 mm de Hg de pressão;

b) radioativas, as que apresentarem no mínimo, uma vazão gasosa de 1 l.p.m., com um teor
compreendido entre dez e 50 unidades Mache, por litro de gás espontâneo, a 20º C e 760 mm de Hg
de pressão;

c) fortemente radioativas, as que apresentarem, no mínimo, uma vazão gasosa de 1 l.p.m., com teor
em radônio superior a 50 unidades Mache, por litro de gás espontâneo, a 20º C e 760 mm de Hg de
pressão.

II. Fontes toriativas as que apresentarem, no mínimo, uma vazão gasosa de 1 1.p.m., com um teor em
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torônio na emergência equivalente em unidades eletrostáticas a duas unidades Mache por litro.
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III. Fontes sulfurosas as que possuírem na emergência desprendimento definido de gás sulfidrico.

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2º) Quanto à temperatura:

I. Fontes frias, quando sua temperatura fôr inferior a 25º C.

II. Fontes hipotermais, quando sua temperatura estiver compreendida entre 25 e 33º C.

III. Fontes m(ilegível)armais, quando sua temperatura estiver compreendida entre 33 e 36º C.

IV. Fontes isotermais, quando sua temperatura estiver compreendida entre 36 e 38º C.

V. Fontes hipertermais, quando sua temperatura fôr superior a 38º C.

CAPÍTULO IX

DA TRIBUTAÇÃO

Art. 37. (Revogado pela Lei nº 4.425, de 1964)

CAPÍTULO X

DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 38. Logo após a promulgação da presente lei, tôdas as empresas que exploram água mineral,
termal, gasosa, potável de mesa ou destinada a fins balneários, deverão realizar novos estudos de suas
fontes, os quais deverão estar terminados no prazo máximo de dois anos.

Parágrafo único. Êstes estudos serão realizados segundo os dispositivos da presente lei, pelo órgão
técnico competente do D.N.P.M., de acôrdo com as normas estabelecidas pelo regimento em vigor.

Art. 39. Tôdas as emprêsas que exploram água mineral, termal, gasosa, de mesa ou destinada a fins
balneários deverão, dentro do prazo de um ano de vigência desta lei, estar rigidamente enquadradas
nos seus dispositivos e nos do Código de Minas.

Art. 40. O D.N.P.M. deverá proceder, de acôrdo com os dispositivos desta lei, à classificação de tôdas
as fontes em exploração, no prazo máximo de dois anos, prorrogável a juízo do Ministro da
Agricultura.

Parágrafo único. Será mantida a classificação de mineral para as águas em exploração regular diante
do Código de Minas e cujos característicos químicos e físico-químicos satisfaçam aos limites de
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composição estabelecidos na legislação anterior.


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Art. 41. O Governo expedirá oportunamente uma lei concedendo favores às estâncias hidrominerais.

Parágrafo único. Dentro de seis meses, a partir da publicação desta lei, o D.N.P.M. apresentará ao
Govêrno um anteprojeto regulando o assunto e as normas para classificação das estâncias segundo a
qualidade de suas instalações.

Art. 42. Até que a Comissão Permanente de Crenologia organize um regulamento geral para
exploração das estâncias, nenhuma pessoa poderá fazer uso continuado das fontes hidrominerais,
ainda mesmo a títuto de repouso ou de turismo, sem a devida autorização médica.

Art. 43. Fica proibido o uso endovenoso de água mineral, em natureza, enquanto não ficar provada,
em cada caso, a sua inocuidade para os pacientes, a juízo da Comissão Permanente de Crenologia.

Art. 44. Ao órgão técnico especializado do D.N.P.M. competirá:

I. Além das atribuições já fixadas em lei, manter os laboratórios e gabinetes técnicos e científicos
necessários ao estudo das águas minerais sob seu aspecto químico, físico, físico-químico, farmaco-
dinâmico e dos demais elementos terapêuticos para orientação científica das suas aplicações clínicas.

II. Fixar, mediante ampla colaboração com os interessados, os métodos de análises químicas e
bacteriológicas, tendo em vista a uniformização dos resultados.

III. Promover articulação com os órgãos técnicos e administrativos competentes, no sentido de


estabelecer intima colaboração com os Estados e Municípios, para a coordenação de esforços na
organização e execução dos planos de aparelhamento e defesa das estâncias e na fiscalização do
comércio de águas.

IV. Propor padrões regionais de probalidade.

Art. 45. À requisição do concessionário, ou desde que seja julgada de interêsse público, o D.N.P.M.
poderá prestar assistência técnica aos trabalhos previstos nos capítulos II e III desta lei, mediante
indenização pelas despesas, relativas à assistência prestada ou pagamento de uma importância
acordada prèviamente.

Art. 46. Dentro de seis meses a partir da data de sua constituição, a Comissão Permanente de
Crenologia, proporã, ao Govêrno a regulamentação da presente lei.

Parágrafo único. Os assuntos tratados no art. 29 e seus parágrafos e no art. 30 poderão ser objeto de
modificação pela regulamentação a ser expedida oportunamente.
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Art. 47. Fica incluída na classe XI de que trata o art. 3º do Código de Minas, a categoria de águas de
mesa.

Art. 48. Esta lei consolida todos os dispositivos legais sôbre águas minerais e águas potáveis de mesa.

Art. 49. Esta lei entra em vigor na data da publica

Art. 50. Ficam revogadas as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 8 de agôsto de 1945, 124º da Independência e 57º da República.

GETULIO VARGAS

Apolonio Sales
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LEI Nº 6.567, DE 24 DE SETEMBRO DE 1978

Dispõe sobre regime especial para exploração e


o aproveitamento das substâncias minerais que
especifica e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º. Poderão ser aproveitados pelo regime de licenciamento, ou de autorização e concessão, na
forma da lei: (Redação dada pela Lei nº 8.982, de 1995)

I - areias, cascalhos e saibros para utilização imediata na construção civil, no preparo de agregados e
argamassas, desde que não sejam submetidos a processo industrial de beneficiamento, nem se
destinem como matéria-prima à indústria de transformação; (Incluído pela Lei nº 8.982, de 1995)

II - rochas e outras substâncias minerais, quando aparelhadas para paralelepípedos, guias, sarjetas,
moirões e afins; (Incluído pela Lei nº 8.982, de 1995)

III - argilas usadas no fabrico de cerâmica vermelha; (Incluído pela Lei nº 8.982, de 1995)

IV - rochas, quando britadas para uso imediato na construção civil e os calcários empregados como
corretivo de solo na agricultura. (Incluído pela Lei nº 8.982, de 1995)

Parágrafo único. O aproveitamento das substâncias minerais referidas neste artigo fica adstrito à área
máxima de cinqüenta hectares. (Incluído pela Lei nº 8.982, de 1995)

Art. 2º. O aproveitamento mineral por licenciamento é facultado exclusivamente ao proprietário do


solo ou a quem dele tiver expressa autorização, salvo se a jazida situar-se em imóveis pertencentes a
pessoa jurídica de direito público, bem como na hipótese prevista no § 1º do art. 10.

Art. 3º. O licenciamento depende da obtenção, pelo interessado, de licença específica, expedida pela
autoridade administrativa local, no município de situação da jazida, e da efetivação do competente
registro no Departamento Nacional da Produção Mineral (D.N.P.M.), do Ministério das Minas e
Energia, mediante requerimento cujo processamento será disciplinado em portaria do Diretor-Geral
desse órgão, a ser expedida no prazo de 60 (sessenta) dias da publicação desta Lei.

Parágrafo único - Tratando-se de aproveitamento de jazida situada em imóvel pertencente a pessoa


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jurídica de direito público, o licenciamento ficará sujeito ao prévio assentimento desta e, se for o caso,
à audiência da autoridade federal sob cuja jurisdição se achar o imóvel, na forma da legislação
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específica.

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Art. 4º. O requerimento de registro de licença sujeita o interessado ao pagamento de emolumentos


em quantia correspondente a 12 (doze) vezes o valor atualizado da Obrigação Reajustável do Tesouro
Nacional (ORTN), a qual deverá ser antecipadamente recolhida ao Banco do Brasil S.A., à conta do
Fundo Nacional de Mineração-Parte Disponível, Instituído pela Lei nº 4.425, de 08 de outubro de
1964.

Art. 5º. Da instrução do requerimento de registro da licença deverá constar, dentre outros elementos,
a comprovação da nacionalidade brasileira do interessado, pessoa natural, ou registro da sociedade no
órgão de registro de comércio de sua sede, se se tratar de pessoa jurídica, bem assim da inscrição do
requerente no órgão próprio do Ministério da Fazenda, como contribuinte do imposto único sobre
minerais, e memorial descritivo da área objetivada na licença.

Parágrafo único - O licenciamento fica adstrito à área máxima de 50 (cinqüenta) hectares.

Art. 6º. Será autorizado pelo Diretor-Geral do D.N.P.M. e efetuado em livro próprio o registro da
licença, do qual se formalizará extrato a ser publicado no Diário Oficial da União, valendo como título
do licenciamento.

Parágrafo único - Incumbe à autoridade municipal exercer vigilância para assegurar que o
aproveitamento da substância mineral só se efetive depois de apresentado ao órgão local competente
o título de licenciamento de que trata este artigo.

Art. 7º. O licenciado é obrigado a comunicar, imediatamente, ao D.N.P.M. a ocorrência de qualquer


substância mineral útil não compreendida no licenciamento.

§ 1º - Se julgada necessária a realização de trabalhos de pesquisa, em razão das novas substâncias


ocorrentes na área, o D.N.P.M. expedirá ofício ao titular, concedendo-lhe o prazo de 60 (sessenta)
dias, contado da publicação da respectiva intimação no Diário Oficial da União, para requerer a
competente autorização, na forma do art. 16 do Código de Mineração.

§ 2º - O plano de pesquisa pertinente deverá abranger as novas substâncias minerais ocorrentes, bem
como as constantes do título de licenciamento, com a finalidade de determinar-se o potencial
econômico da área.

§ 3º - Decorrido o prazo fixado no § 1º, sem que haja o licenciado formulado requerimento de
autorização de pesquisa, será determinado a cancelamento do registro da licença, por ato do Diretor-
Geral do D.N.P.M., publicado no Diário Oficial da União.

§ 4º - O aproveitamento de substância mineral, de que trata o art. 1º, não constante do título de
licenciamento, dependerá da obtenção, pelo interessado, de nova licença e da efetivação de sua
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averbação à margem do competente registro no D.N.P.M.


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Art. 8º. A critério do D.N.P.M., poderá ser exigida a apresentação de plano de aproveitamento
econômico da jazida, observado o disposto no art. 39 do Código de Mineração.

Parágrafo único - Na hipótese prevista neste artigo, aplicar-se-á ao titular do licenciamento o disposto
no art. 47 do Código de Mineração.

Art. 9º. O titular do licenciamento é obrigado a apresentar ao D.N.P.M., até 31 de março de cada ano,
relatório simplificado das atividades desenvolvidas no ano anterior, consoante for estabelecido em
portaria do Diretor-Geral desse órgão.

Art. 10. Será ainda determinado o cancelamento do registro de licença, por ato do Diretor-Geral do
D.N.P.M., publicado no Diário Oficial da União, nos casos de:

I - insuficiente produção da jazida, considerada em relação às necessidades do mercado consumidor;

II - suspensão, sem motivo justificado, dos trabalhos de extração, por prazo superior a 6 (seis) meses;

III - aproveitamento de substâncias minerais não abrangidas pelo licenciamento, após advertência.

§ 1º - Publicado o ato determinativo do cancelamento do registro de licença, a habilitação ao


aproveitamento da jazida, sob o regime de licenciamento, estará facultada a qualquer interessado,
independentemente de autorização do proprietário do solo, observados os demais requisitos previstos
nesta Lei.

§ 2º É vedado ao proprietário do solo, titular do licenciamento cujo registro haja sido cancelado,
habilitar-se ao aproveitamento da jazida na forma do parágrafo anterior.

Art. 11. O titular do licenciamento obtido nas circunstâncias de que trata o § 1º do artigo anterior é
obrigado a pagar ao proprietário do solo renda pela ocupação do terreno e indenização pelos danos
ocasionados ao imóvel, em decorrência do aproveitamento da jazida, observado, no que couber, o
disposto no art. 27 do Código de Mineração.

Art. 12. (Revogado pela Lei nº 8.982, de 1995)

Art. 13. Os requerimentos de autorização de pesquisa de substâncias minerais integrantes da Classe II


e de argilas empregadas no fabrico de cerâmica vermelha, pendentes de decisão, serão arquivados por
despacho do Diretor-Geral do D.N.P.M., assegurada aos respectivos interessados a restituição dos
emolumentos que hajam sido pagos.
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Art. 14. Nos processos referentes a requerimentos de registro de licença, pendentes de decisão, os
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interessados deverão recolher, no prazo de 60 (sessenta) dias a partir da entrada em vigor desta Lei,

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os emolumentos pertinentes, nos termos do art. 4º, e apresentar ao D.N.P.M., dentro do mesmo
prazo, o respectivo comprovante, sob pena do indeferimento do pedido.

Art. 15. O item II do art. 22 (VETADO) do Decreto-lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967, alterado
pelo Decreto-lei nº 318, de 14 de março de 1967 e pela lei nº 6.403, de 15 de dezembro de 1976,
passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 22. ..........................................................

Item II - A autorização valerá por 3 (três) anos podendo ser renovada por mais
tempo, a critério do D.N.P.M. e considerando a região da pesquisa e tipo do
minério pesquisado, mediante requerimento do interessado, protocolizado até
60 (sessenta) dias antes de expirar-se o prazo de autorização, observadas as
seguintes condições:

a) do requerimento de renovação deverá constar relatório dos trabalhos


realizados, com os resultados obtidos, assim como, justificativa do
prosseguimento da pesquisa;

b) o titular pagará emolumentos de outorga do novo alvará.

Art. 26. (VETADO)."

Art. 16. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 17. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente o art. 8º do Decreto-lei nº 227, de 28


de fevereiro de 1967, alterado pela Lei nº 6.403, de 15 de dezembro de 1976.

Brasília, em 24 de setembro de 1978; 157º da Independência e 90º da República.

ERNESTO GEISEL

Shigeaki Ueki
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LEI Nº 6.634, DE 2 DE MAIO DE 1979

Dispõe sobre a Faixa de Fronteira, altera o Decreto-


lei nº 1.135, de 3 de dezembro de 1970, e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º. É considerada área indispensável à Segurança Nacional a faixa interna de 150 Km (cento e
cinqüenta quilômetros) de largura, paralela à linha divisória terrestre do território nacional, que será
designada como Faixa de Fronteira.

Art. 2º. Salvo com o assentimento prévio do Conselho de Segurança Nacional, será vedada, na Faixa
de Fronteira, a prática dos atos referentes a:

I - alienação e concessão de terras públicas, abertura de vias de transporte e instalação de meios de


comunicação destinados à exploração de serviços de radiodifusão de sons ou radiodifusão de sons e
imagens;

II - Construção de pontes, estradas internacionais e campos de pouso;

III - estabelecimento ou exploração de indústrias que interessem à Segurança Nacional, assim


relacionadas em decreto do Poder Executivo.

IV - instalação de empresas que se dedicarem às seguintes atividades:

a) pesquisa, lavra, exploração e aproveitamento de recursos minerais, salvo aqueles de imediata


aplicação na construção civil, assim classificados no Código de Mineração;

b) colonização e loteamento rurais;

V - transações com imóvel rural, que impliquem a obtenção, por estrangeiro, do domínio, da posse
ou de qualquer direito real sobre o imóvel;

VI - participação, a qualquer título, de estrangeiro, pessoa natural ou jurídica, em pessoa jurídica que
seja titular de direito real sobre imóvel rural;

§ 1º. - O assentimento prévio, a modificação ou a cassação das concessões ou autorizações serão


formalizados em ato da Secretaria-Geral do Conselho de Segurança Nacional, em cada caso.
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§ 2º. - Se o ato da Secretaria-Geral do Conselho de Segurança Nacional for denegatório ou implicar


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modificação ou cassação de atos anteriores, da decisão caberá recurso ao Presidente da República.

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§ 3º. - Os pedidos de assentimento prévio serão instruídos com o parecer do órgão federal controlador
da atividade, observada a legislação pertinente em cada caso.

§ 4º Excetua-se do disposto no inciso V, a hipótese de constituição de direito real de garantia em favor


de instituição financeira, bem como a de recebimento de imóvel em liquidação de empréstimo de que
trata o inciso II do art. 35 da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964. (Incluído pela Lei nº 13.097,
de 2015)

Art. 3º. Na faixa de Fronteira, as empresas que se dedicarem às indústrias ou atividades previstas nos
itens III e IV do artigo 2º deverão, obrigatoriamente, satisfazer às seguintes condições:

I - pelo menos 51% (cinqüenta e um por cento) do capital pertencer a brasileiros;

II - pelo menos 2/3 (dois terços) de trabalhadores serem brasileiros; e

III - caber a administração ou gerência a maioria de brasileiros, assegurados a estes os poderes


predominantes.

Parágrafo único - No caso de pessoa física ou empresa individual, só a brasileiro será permitido o
estabelecimento ou exploração das indústrias ou das atividades referidas neste artigo.

Art. 4º. As autoridades, entidades e serventuários públicos exigirão prova do assentimento prévio do
Conselho de Segurança Nacional para prática de qualquer ato regulado por esta lei.

Parágrafo único - Os tabeliães e Oficiais do Registro de Imóveis, bem como os servidores das Juntas
Comerciais, quando não derem fiel cumprimento ao disposto neste artigo, estarão sujeitos à multa de
até 10% (dez por cento) sobre o valor do negócio irregularmente realizado, independentemente das
sanções civis e penais cabíveis.

Art. 5º. As Juntas Comerciais não poderão arquivar ou registrar contrato social, estatuto ou ato
constitutivo de sociedade, bem como suas eventuais alterações, quando contrariarem o disposto nesta
Lei.

Art. 6º. Os atos previstos no artigo 2º., quando praticados sem o prévio assentimento do Conselho de
Segurança Nacional, serão nulos de pleno direito e sujeitarão os responsáveis à multa de até 20% (vinte
por cento) do valor declarado do negócio irregularmente realizado.

Art. 7º. Competirá à Secretaria-Geral do Conselho de Segurança Nacional solicitar, dos órgãos
competentes, a instauração de inquérito destinado a apurar as infrações às disposições desta Lei.
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Art. 8º. A alienação e a concessão de terras públicas, na faixa de Fronteira, não poderão exceder de
3000 ha (três mil hectares), sendo consideradas como uma só unidade as alienações e concessões feitas
a pessoas jurídicas que tenham administradores, ou detentores da maioria do capital comuns.

§ 1º. O Presidente da República, ouvido o Conselho de Segurança Nacional e mediante prévia


autorização do Senado Federal, poderá autorizar a alienação e a concessão de terras públicas acima do
limite estabelecido neste artigo, desde que haja manifesto interesse para a economia regional.

§ 2º. A alienação e a concessão de terrenos urbanos reger-se-ão por legislação específica.

Art. 9º. Toda vez que existir interesse para a Segurança Nacional, a união poderá concorrer com o
custo, ou parte deste, para a construção de obras públicas a cargo dos Municípios total ou parcialmente
abrangidos pela Faixa de Fronteira.

§ 1º. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de 31.8.2001)

§ 2º. Os recursos serão repassados diretamente às Prefeituras Municipais, mediante a apresentação de


projetos específicos.

Art. 10. Anualmente, o Desembargador - Corregedor da Justiça Estadual, ou magistrado por ele
indicado, realizará correção nos livros dos Tabeliães e Oficiais do Registro de Imóveis, nas comarcas
dos respectivos Estados que possuírem municípios abrangidos pelo Faixa de Fronteira, para verificar
o cumprimento desta Lei, determinando, de imediato, as providências que forem necessárias.

Parágrafo único - Nos Territórios Federais, a correção prevista neste artigo será realizada pelo
Desembargador - Corregedor da Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.

Art. 11. O § 3º do artigo 6º do Decreto-lei nº 1.135, de 3 de dezembro de 1970, passa a vigorar com
a seguinte redação:

"Art. 6º -......................................................................................

...................................................................................................

§ 3º. Caberá recurso ao Presidente da República dos atos de que trata o parágrafo
anterior, quando forem denegatórios ou implicarem a modificação ou cassação de
atos já praticados."
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Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

Art. 12. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas a Lei nº 2.597, de 12 de
setembro de 1955, e demais disposições em contrário.

Brasília, 2 de maio de 1979; 158º da Independência e 91º da República.

JOÃO B. DE FIGUEIREDO

Petrônio Portela

Danilo Venturini
110
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Alexandre Soares de Almeida (Org.)

DECRETO Nº 85.064, DE 26 DE AGOSTO DE 1980

Regulamenta a Lei nº 6.634, de 2 de maio de 1979,


que dispõe sobre a Faixa de Fronteira

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 81, item III, da
Constituição,

DECRETA:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º - Este regulamento estabelece procedimentos a serem seguidos para a prática de atos que
necessitem de assentimento prévio do Conselho de Segurança Nacional (CSN), na Faixa de Fronteira,
considerada área indispensável à segurança nacional e definida pela Lei nº 6.634, de 2 de maio de 1979,
como a faixa interna de cento e cinqüenta (150) quilômetros de largura, paralela à linha divisória
terrestre do território nacional.

Art. 2º - O assentimento prévio será formalizado, em cada caso, em ato da Secretaria-Geral do


Conselho de Segurança Nacional (SG/CSN), publicado no, Diário Oficial da União e comunicado ao
órgão federal interessado.

Parágrafo único - A modificação ou a cassação das concessões ou autorizações já efetuadas também


serão formalizadas, em cada caso, através de ato da SG/CSN, publicado no Diário Oficial da União.

Art. 3º - Somente serão examinados pela SG/CSN os pedidos de assentimento prévio instruídos na
.forma deste regulamento.

Parágrafo único - Os pedidos serão apresentados aos órgãos federais indicados neste regulamento aos
quais incumbirá:

I - exigir do interessado a documentação prevista neste regulamento relativa ao objeto do pedido;


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II - emitir parecer conclusivo sobre o pedido, à luz da legislação específica;

III - encaminhar o pedido à SG/CSN; e


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Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

IV - adotar, após a decisão da SG/CSN, todas as providências cabíveis, inclusive as relativas à entrega,
ao requerente, da documentação expedida por aquela Secretaria-Geral.

Art. 4º - Das decisões denegatórias ou que implicarem modificação ou cassação de autorizações já


concedidas, caberá recurso ao Presidente da República, no prazo de cento e vinte (120) dias, contados
da sua publicação no Diário Oficial da União.

§ 1º - O recurso não terá efeito suspensivo salvo se o Presidente da República expressamente o


determinar.

§ 2º - O recurso será apresentado à SG/CSN que a submeterá, nos sessenta (60) dias seguintes ao seu
recebimento, ao Presidente da República.

CAPÍTULO II

DA ALIENAÇÃO E CONCESSÃO DE TERRAS PÚBLICAS

Art. 5º - Para a alienação e a concessão de terras públicas na Faixa de Fronteira, o processo terá início
no instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).

Art. 6º - As empresas que desejarem adquirir terras públicas na Faixa de Fronteira deverão instruir
seus pedidos com a cópia do estatuto ao contrato social e respectivas alterações além de outros
documentos exigidos pela legislação agrária específica.

Art. 7º - Os processos para a alienação ou concessão de terras públicas na Faixa de Fronteira serão
remetidos pelo INCRA à SG/CSN, com o respectivo parecer, sendo restituídos aquela autarquia após
apreciados.

.............................................................................................................

CAPÍTULO IV

DAS ATIVIDADES DE MINERAÇÃO

Art. 14 - Para a execução das atividades de pesquisa, lavra, exploração e aproveitamento de recursos
minerais, salvo aqueles de imediata aplicação na construção civil, na Faixa de Fronteira, serão
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obedecidas as prescrições gerais da legislação específica de mineração e o processo terá início no


Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).
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Art. 15 - Entende-se por empresa de mineração, para os efeitos deste regulamento, a firma ou
sociedade constituída e domiciliada no País, qualquer que seja a sua forma jurídica e entre cujos
objetivos esteja o de realizar a pesquisa, lavra, exploração e aproveitamento dos recursos minerais no
território nacional.

§ 1º - Os componentes da firma ou sociedade a que se refere o presente artigo podem ser pessoas
físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, mas nominalmente, representadas no ato, constitutivo
da empresa.

§ 2º - No caso de pessoa física ou empresa individual, só a brasileiro será permitido o estabelecimento


ou exploração das atividades previstas neste capítulo.

§ 3º - É vedada a delegação de poderes direção ou gerência a estrangeiro, ainda que por procuração
outorgada pela sociedade ou empresa individual.

Art. 16 - O assentimento prévio do CSN, para a execução das atividades de pesquisa, lavra, exploração
e aproveitamento de recursos minerais, será necessário:

I - para as empresas que se estabelecerem na Faixa de Fronteira; e

II - para as empresas que irão operar dentro da Faixa de Fronteira.

Art. 17 - Nas hipóteses do artigo anterior, as empresas deverão fazer constar expressamente de seus
estatutos ou contratos sociais que:

I - pelo menos 51% (cinqüenta e um por cento) do capital pertencerá sempre a brasileiros;

II - o quadro de pessoal será sempre constituído de, pelo menos, 2/3 (dois terços) de trabalhadores
brasileiros; e

III - a administração ou gerência caberá sempre a maioria de brasileiros, assegurados a estes poderes
predominantes.

Parágrafo único - As empresas constituídas sob a forma de sociedade anônima deverão, ainda, fazer
constar em seu estatuto social que as ações representativas do capital social revestirão sempre a forma
nominativa.

Art. 18. - As empresas individuais deverão fazer constar em suas declarações de firmas que:

I - o quadro de pessoal será sempre constítuído de, pelo menos, 2/3 (dois terços) de trabalhadores
brasileiros; e

II - a administração ou a gerência caberá sempre a brasileiros.


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Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

Art. 19. - As sociedades enquadradas no art. 16 deverão instruir seus pedidos com os seguintes
documentos, além dos exigidos pela legislação específica de mineração:

I - cópia dos atos constitutivos (se ainda em formação) ou cópia do estatuto, contrato social e
respectivas alterações (se empresa já constituída), em que constem as cláusulas mencionadas no art.
17;

II - prova de nacionalidade de todos os administradores ou sócios-cotístas (cópia da Certidão de


Nascimento para os solteiros; cópia da Certidão de Casamento para os casados; cópia da Certidão de
Casamento, com respectiva averbação, para os desquitados ou separados judicialmente ou divorciados
e cópia da Certidão de Casamento e de Óbito do cônjuge, para os viúvos);

III - prova de estarem em dia com as suas obrigações referentes ao Serviço Militar de todos os
administradores ou sócios-cotístas; e

IV - prova de estarem em dia com as suas obrigações relacionadas com a Justiça Eleitoral de todos os
administradores ou sócios-cotistas.

Parágrafo único - As empresas constituídas sob a forma de sociedade anônima deverão, ainda,
apresentar relação nominal, contendo a nacionalidade e número de ações de todos os acionistas.

Art. 20 - As pessoas físicas ou empresas individuais deverão instruir seus pedidos com os seguintes
documentos, além dos exigidos pela legislação específica de mineração:

I - cópia da declaração de firma, em que constem as cláusula mencionadas no art. 18, quando empresa,
individual;

II - cópia da Certidão de Nascimento ou de Casamento, conforme o caso;

III - prova de estarem em dia com as suas obrigações referentes ao Serviço Militar; e

IV - prova de estarem em dia com as suas obrigações relacionadas com a Justiça Eleitoral.

Art. 21 - O procedimento para a obtenção do assentimento prévio do CSN, pelas empresas de


mineração, será o seguinte:

I - para empresas em formação ou para aqueIas que desejarem, pela primeira vez, executar as atividades
na Faixa de Fronteira - requerimento instruído com os documentos exigidos pela legislação específica
de mineração e os mencionados nos artigos 19 ou 20, conforme o caso, dirigido ao DNPM que, após
emitir parecer, encaminhará o respectivo processo à SG/CSN, para apreciação e posterior restituição
àquele Departamento; e

II - para empresas que já possuem o assentimento prévio para executar as atividades na Faixa de
Fronteira e que desejem efetuar alteração em seu instrumento social, para posterior registro, referente
114

a alteração do objeto social; mudança do nome comercial ou endereço da sede; eleição ou substituição
de diretores na administração ou gerência; alteração nas atribuições e competências de
administradores; modificação na participação do capital social; aumento de capital social nos casos de
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emissão e/ou subscrição pública ou particular de ações; mudança na forma das ações; entrada ou

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retirada de novos acionistas; transformação, incorporação, fusão e cisão; retirada e/ou admissão de
sócios-cotistas; ou reforma total dos estatutos ou contrato social - requerimento instruído com os
documentos exigidos pela legislação específica de mineração a proposta de alteração estatutária ou
contratual e as cópias dos documentos pessoais mencionados no art. 19 dos novos administradores
ou sócios-cotistas, quando for o caso, dirigido ao DNPM, seguindo-se o processamento descrito no
Item I.

Parágrafo único - Caberá ao DNPM o encaminhamento dos atos constitutivos, instrumentos sociais
e respectivas alterações estatutárias e contratuais à empresa requerente, para posterior registro nas
Juntas Comerciais dos Estados e Territórios Federais.

.............................................................................................................

CAPÍTULO IX

DA INSCRIÇÃO NOS ÓRGÃOS DO REGISTRO DO COMÉRCIO

Art. 42 - As Juntas Comerciais dos Estados e dos Territórios Federais exigirão prova do assentimento
prévio de CSN nos seguintes casos:

I - execução dos serviços de radiodifusão, de que trata o Capítulo III:

a) para inscrição dos atos constitutivos, estatutos ou contratos sociais das empresas que desejarem,
pela primeira vez, executar o serviço na Faixa de Fronteira; e

b) para inscrição das alterações nos instrumentos sociais, listadas no Item II do art. 12; e

II - execução das atividades de mineração, de que trata o Capítulo IV e de colonização e loteamentos


rurais, de que trata o Capítulo V:

a).para inscrição dos atos constitutivos, declarações de firma, estatutos ou contratos sociais das
empresas que desejarem, pela primeira vez, executar as atividades na Faixa de Fronteira; e

b) para inscrição das alterações nos instrumentos sociais, listadas no item II do art. 21.

Art. 43 - A abertura de filiais, agências, sucursais, postos ou quaisquer outros estabelecimentos com
poder de representação ou mandato da matriz, na Faixa de Fronteira, relacionados com a prática de
atos que necessitam do assentimento prévio, implicará o cumprimento das prescrições deste
regulamento.
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Art. 44 - Será dispensado ato formal da SG/CSN, nos casos de dissolução, liquidação ou extinção das
empresas que obtiveram o assentimento prévio para exercerem atividades na Faixa de Fronteira, na
forma deste regulamento, cabendo ao Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC)
comunicar tais ocorrências àquela Secretaria-Geral, para fins de controle.

................................................................................................................................

Brasília, 26 de agosto de 1980; 159º da Independência e 92º da República.

JOÃO FIGUEIREDO

Danilo Venturini
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Alexandre Soares de Almeida (Org.)

DECRETO-LEI Nº 1.865, DE 26 DE FEVEREIRO


DE 1981

Dispõe sobre a ocupação provisória de imóveis para


pesquisa e lavra de substâncias minerais que
contenham elementos nucleares.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 55, item I, da
Constituição,

DECRETA:

Art. 1º - A Empresas Nucleares Brasileiras S.A. NUCLEBRÁS e suas Subsidiárias indenizarão, na


forma prevista neste Decreto-lei, os proprietários ou possuidores de áreas nas quais realizarem,
diretamente ou através de terceiros, trabalhos de prospecção, pesquisa e lavra de substâncias minerais
que contenham elementos nucleares.

Art. 2º - A indenização a que se refere o artigo 1º consistirá no ressarcimento dos danos causados e
no pagamento de renda mensal pela ocupação da área.

§ 1º - A renda mensal pela ocupação será de valor equivalente ao lucro líquido que estiver obtendo o
proprietário ou possuidor pela utilização do imóvel, na extensão da área efetivamente ocupada.

§ 2º - Se ao imóvel não estiver sendo dada utilização econômica, a renda mensal equivalerá a 1º (um
por cento ) do seu valor cadastral para fins de lançamento de imposto.

§ 3º - No caso de terrenos públicos é dispensado o pagamento da renda, sendo devido somente o


ressarcimento pelos danos comprovadamente causados.

Art. 3º - Na ausência de acordo com o proprietário ou possuidor, a empresa requererá ao Juiz da


Comarca da situação do imóvel seja-lhe autorizado o ingresso imediato no mesmo, procedendo-se à
avaliação da indenização devida nos termos deste Decreto-lei.

§ 1º - Instruído o pedido com planta da área e certidão do registro imobiliário, o Juiz, no prazo de 48
(quarenta e oito) horas, mandará intimar o proprietário ou possuidor para permitir o início das
atividades de prospecção, pesquisa ou lavra, requisitando, se necessário, força policial para garantí-las.
117

§ 2º - No mesmo despacho, o Juiz determinará o depósito, a título de caução, do valor oferecido para
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efeito de acordo e ordenará a citação do proprietário ou possuidor para instauração da lide.

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§ 3º - Durante a execução dos trabalhos é facultado ao Juiz autorizar o levantamento de até 50%
(cinquenta por cento) do valor depositado. O saldo será levantado no final dos mesmos trabalhos,
observada a proporção dos danos ou prejuízos efetivamente causados.

Art. 4º - A resposta, que será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, só poderá versar sobre vício
do processo judicial ou sobre o valor da indenização; qualquer outra questão deverá ser decidida em
ação direta.

§ 1º - Apresentada ou não a resposta, o Juiz, sem prejuízo da realização dos trabalhos determinará
prova pericial, na forma do disposto no Código de Processo Civil.

§ 2º - Fixado por sentença o valor das indenizações, a empresa, quando for o caso, complementará o
depósito a que se refere o parágrafo 2º do artigo 3º, no prazo que lhe for determinado.

Art. 5º - A renda, fixada por acordo ou por sentença, será reajustada anualmente, a partir do 13º
(décimo terceiro) mês de sua vigência, proporcionalmente à variação do valor das Obrigações
Reajustáveis do Tesouro Nacional ou índice que legalmente o substituir.

Art. 6º - A empresa poderá, a qualquer tempo, cessar total ou parcialmente os trabalhos de prospecção,
pesquisa ou lavra, promovendo a devolução da área correspondente mediante termo de recebimento
e quitação.

Art. 7º - A propriedade onde se localiza a ocorrência mineral, bem como as limítrofes e vizinhas, ficam
sujeitas à servidão do solo e do subsolo, instituída mediante pagamento de indenização por danos e
de renda pela ocupação do terreno, apuradas na forma deste Decreto-lei.

Art. 8º - Os recursos interpostos das decisões previstas neste Decreto-lei, serão recebidos somente no
efeito devolutivo e a propositura de qualquer ação ou medida judicial não impedirá o prosseguimento
das atividades de prospecção, pesquisa e lavra.

Art. 9º - Independentemente do disposto neste Decreto-lei, fica assegurado à Empresas Nucleares


Brasileiras S/A - NUCLEBRÁS e às suas Subsidiárias, o direito de promover desapropriação de áreas
de seu interesse, nos termos da legislação vigente.

Art. 10 - Aplicar-se-ão subsidiariamente ao procedimento estabelecido neste Decreto-lei os preceitos


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do Código de Processo Civil.


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Art. 11 - O presente Decreto-lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições
em contrário.

Brasília, 26 de fevereiro de 1981; 160º da Independência e 93º da República.

JOÃO FIGUEIREDO

Cesar Cals Filho

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Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

RESOLUÇÃO Nº 007 DE 16 DE SETEMBRO DE


1987

Determina aos fabricantes de produtos que


contenham amianto (asbestos) que coloquem a
advertência que menciona

Publicada no D.O.U, de 22/10/87, Seção I, Pág. 17.499

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no use das atribuições que lhe
confere o Artigo 48 do Decreto 88.351, de 1º de junho de 1983, para o efetivo exercício das
responsabilidades que lhe são atribuídas pelo § 1º do Artigo 18 do mesmo Decreto.

Considerando a importância do assunto e a necessidade de iniciar-se o processo de regulamentação


do use do amianto (asbestos), RESOLVE:

Art. 1º - Os fabricantes de produtos que contenham amianto (asbestos) devem imprimir em cada peça
dos mesmos, os seguintes dizeres, em caracteres bem visíveis.

“Cuidado! este produto contém fibras de amianto. Evite a geração de poeira. Respirar poeira de
Amianto pode prejudicar gravemente sua saúde. O Perigo é maior para os fumantes.”

§ 1º - Quando pelas pequenas dimensões ou outras características do produto não for possível
imprimir nos mesmos os dizeres acima, o fabricante deverá colocar essa advertência em etiqueta
individual ou impressa na embalagem de cada peça ou conjunto de peças, comunicando ao órgão
ambiental competente que avaliará a oportunidade de solicitar alguma mudança.

§ 2º - Os produtos destinados à exportação deverão ter esta comunicação redigida na língua oficial do
país, ou nos dizeres exigidos pelo país importador.

Art. 2º - Os fabricantes de produtos que contenham amianto (asbestos) em sua composição, devem
também comunicar aos consumidores intermediários e finais os cuidados atinentes à utilização destes
produtos com segurança, através de folhetos ou cartazes em cores padronizadas: vermelho, preto e
branco.
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Art. 3º - O não cumprimento do disposto nesta Resolução, acarretará aos infratores multa de 10 a
1.000 ONTs, aplicável em dobro nas reincidências, na forma do Artigo 14 e alíneas, da Lei 6.938 e do
Decreto 88.351, Artigo 37 e alíneas, complementado pelo Decreto nº 89.532/84.

Art. 4º - Os fabricantes terão um prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a partir da data de publicação
desta Resolução, para implementar o estabelecido no Artigo 2º.

Parágrafo Único - Para a impressão dos dizeres estabelecidos no Artigo 1º, os fabricantes terão o
prazo de 90 (noventa) dias.

Art. 5º - As penalidades aqui previstas serão aplicadas pelos órgãos ambientais dos Estados, Distrito
Federa, Territórios e, supletivamente, pela SEMA e Municípios.

Art. 6º - A SEMA apresentará à Câmara Técnica de Poluição Industrial em até cento e oitenta dias, a
partir da data de publicação desta Resolução, estudos visando a:

1- fixação de normas e procedimentos para mineração, transporte, industrialização,


comercialização e manuseio do amianto (asbestos) no que se refere a proteção ambiental e
ocupacional.
2- formulação de um Programa Nacional de utilização de amianto e eventuais substitutos.

Art. 7º - Fica proibida, a partir de um ano da publicação desta Resolução, a comercialização de


produtos contendo amianto (asbestos) sem observância das disposições contidas no Artigo 1º e 2º.

Parágrafo Único - O não cumprimento do disposto no caput deste artigo acarretará aos infratores as
penalidades previstas nesta Resolução.

Art. 8º - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogada as disposições em
contrário.

Deni Lineu Schwartz

(Alterada pelo art. 1º da Resolução 009/88)


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DECRETO-LEI Nº 2.435, DE 19 DE MAIO DE 1988

Dispõe sobre a dispensa de controles prévios na


exportação.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 55, item II, da
Constituição,

DECRETA:

Art.1º - A mercadoria destinada à exportação fica dispensada de qualquer controle prévio à emissão
de Guia de Exportação ou documento de efeito equivalente por parte de outro órgão governamental
que não a Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil S/A. - CACEX.

Parágrafo único. A dispensa de que trata este artigo não se aplica aos controles exercidos pelos órgãos
fiscalizadores dos seguintes grupos de mercadorias:

a) que possam causar dependência física ou psíquica - entorpecentes;

b) que sejam consideradas de segurança nacional - material de emprego militar;

c) que contenham elementos radiativos;

d) que contribuam para a formação do patrimônio histórico e cultural do País, nos termos do Decreto-
Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937;

e) que sejam regidas por acordos, tratados e convenções internacionais.

Art.2º - Este Decreto-Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art.3º - Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 19 de maio de 1988; 167º da Independência e 100º da República.


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JOSÉ SARNEY

Mailson Ferreira da Nóbrega


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LEI Nº 7.677, DE 21 DE OUTUBRO DE 1988

Dispõe sobre a criação, pelo Poder Executivo, de


entidade destinada a promover o desenvolvimento
da tecnologia mineral e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS no exercício da PRESIDÊNCIA DA


REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Fica autorizado o Poder Executivo, por intermédio do Ministério da Ciência e Tecnologia, a
criar pessoa jurídica, na forma de Instituto associado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico - CNPq, intitulado Centro de Tecnologia Mineral - CETEM, de que poderão
participar órgãos e entidades da administração direta e indireta federal, estadual e municipal, e
empresas e organismos privados, destinado a promover o desenvolvimento da tecnologia mineral e
sua assimilação pela indústria nacional, mediante o exercício, dentre outras, das seguintes atividades:

a) realização de pesquisas, estudos e projetos de tratamento, beneficiamento e industrialização de bens


minerais;

b) planejamento e montagem de instalações-piloto e laboratórios para atuação nas áreas relacionadas


com a tecnologia mineral;

c) prestação de serviços e de assistência técnica às atividades de mineração de entidades públicas e


privadas;

d) estímulo ao desenvolvimento e capacitação de recursos humanos qualificados para o setor;

e) colaboração com o Ministério da Ciência e Tecnologia na formulação e execução da política


nacional de tecnologia mineral.

Art. 2º O patrimônio do CETEM será constituído:

a) pelos bens e instalações atualmente utilizados pelo Departamento Nacional da Produção Mineral -
DNPM, do Ministério das Minas e Energia, e pela Companhia de Pesquisas e Recursos Minerais -
CPRM em atividades relacionadas com a tecnologia mineral, que o Poder Executivo fica autorizado a
transferir-lhe e cujo arrolamento e avaliação ficarão a cargo da Comissão de que trata o art. 5º desta
Lei;

b) pelos bens que lhe forem doados e os que vier a adquirir.


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Art. 3º Constituirão receita do CETEM:


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a) recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia;

b) contribuições de seus participantes;

c) recursos provenientes da prestação de serviços;

d) receitas de aplicação do patrimônio;

e) doações, subvenções, legados e rendas de qualquer natureza.

Art. 4º O CETEM não terá objetivo de lucro e aplicará seus recursos integralmente na realização das
finalidades fixadas nesta Lei.

Art. 5º O Ministério de Estado de Ciência e Tecnologia designará Comissão constituída de


representante do seu Ministério, que a presidirá, e dos Ministérios da Fazenda e das Minas e Energia
e das Secretarias de Planejamento e Coordenação e da Administração Pública da Presidência da
República, para estudo e definição da natureza jurídica, estrutura e organização do CETEM e
propositura dos atos necessários à sua constituição, inclusive quanto à movimentação de pessoal no
exercício de atividades atribuídas ao CETEM por esta Lei.

Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação e será regulamentada no prazo de 30 (trinta)
dias.

Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 21 de outubro de 1988; 167º da Independência e 100º da República.

ULYSSES GUIMARÃES

Aureliano Chaves

Luciano Galvão Coutinho


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DECRETO Nº 97.507, DE 13 DE FEVEREIRO DE


1989

Dispõe sobre licenciamento de atividade mineral, o


uso do mercúrio metálico e do cianeto em áreas de
extração de ouro, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando das atribuições que lhe confere o art. 84. inciso IV, da
Constituição,

DECRETA:

Art. 1° As atividades, individual ou coletiva, que realizam extração mineral em depósitos de colúvio,
elúvio ou aluvião, nos álveos (placeres) de cursos d'água ou nas margens reservadas, bem como nos
depósitos secundários, chapadas, vertentes e altos dos morros utilizando equipamentos do tipo dragas,
moinhos, balsas, pares de bombas (chupadeiras), bicas ("cobra fumando") e quaisquer outros
equipamentos que apresentem afinidades, deverão ser licenciados pelo órgão ambiental competente.

Parágrafo único. Será fixado, pelo órgão ambiental competente, prazo para o requerimento de licença
das atividades em operação.

Art. 2° É vedado o uso de mercúrio na atividade de extração de ouro, exceto em atividade licenciada
pelo órgão ambiental competente.

1° Ficam igualmente vedadas as atividades descritas no artigo 1° deste Decreto, em mananciais de


abastecimento público e seus tributários e em outras áreas ecologicamente sensíveis, a critério do
órgão ambiental competente.

2º É proibido o emprego do processo de cianetação nas atividades descritas no artigo 1°, resguardado
o licenciamento do órgão ambiental competente.

Art. 3° A criação de reservas garimpeiras deverá ser condicionada a um prévio licenciamento junto ao
órgão ambiental competente.
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Art. 4° O não cumprimento do disposto neste Decreto sujeitará o infrator à imediata interdição da
atividade, além das penalidades previstas na legislação vigente.
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Art. 5° Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 6° Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 13 de fevereiro de 1989; 168° da Independência e 101° da República.

JOSÉ SARNEY

João Alves Filho


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Alexandre Soares de Almeida (Org.)

DECRETO Nº 97.632, DE 10 DE ABRIL DE 1989

Dispõe sobre a regulamentação do Artigo 2°, inciso


VIII, da Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981, e dá
outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 84, inciso IV,
da Constituição, DECRETA:

Art. 1°. Os empreendimentos que se destinam à exploração de recursos minerais deverão, quando da
apresentação do Estudo de Impacto Ambiental - EIA e do Relatório do Impacto Ambiental - RIMA,
submeter à aprovação do órgão ambiental competente, plano de recuperação de área degradada.

Parágrafo único. Para os empreendimentos já existentes, deverá ser apresentado ao órgão ambiental
competente, no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, a partir da data de publicação deste
Decreto, um plano de recuperação da área degradada.

Art. 2°. Para efeito deste Decreto são considerados como degradação os processos resultantes dos
danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas de suas propriedades, tais
como, a qualidade ou capacidade produtiva dos recursos ambientais.

Art. 3°. A recuperação deverá ter por objetivo o retorno do sítio degradado a uma forma de utilização,
de acordo com um plano preestabelecido para o uso do solo, visando a obtenção de uma estabilidade
do meio ambiente.

Art. 4°. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 5°. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 10 de abril de 1989; 168° da Independência e 101° da República.

JOSÉ SARNEY
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João Alves Filho

Rubens Bayma Deny


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Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

DECRETO Nº 97.634, DE 10 DE ABRIL DE 1989

Dispõe sobre o controle da produção e da


comercialização de substância que comporta risco
para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente, e
dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 84, inciso IV, e
o inciso V do parágrafo único do artigo 225, da Constituição,

DECRETA:

Art. 1°. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, cadastrará os
importadores, produtores e comerciantes de mercúrio metálico.

Parágrafo único. O cadastramento será feito através de requerimento dos interessados, e é condição
necessária para o exercício de suas atividades.

Art. 2°. Para efeito deste Decreto entende-se por:

Importador: o adquirente do exterior da substância mercúrio metálico;

Produtor: o que se dedica à obtenção do mercúrio metálico nas especificações técnicas para sua
utilização;

Comerciante: o que se dedica à venda e revenda do mercúrio metálico.

Art. 3°. Os importadores de mercúrio metálico deverão, previamente ao pedido de importação,


notificar o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis sobre cada
partida a ser importada.

Art. 4°. As guias de importação a serem expedidas pela Carteira do Comércio Exterior do Banco do
Brasil - CACEX, somente serão liberadas após comprovação do cadastramento do importador junto
ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.
128
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Art. 5°. Em operações de comercialização da substância mercúrio metálico, no atacado ou no varejo,
será enviado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis o
respectivo "Documento de Operações com Mercúrio Metálico".

Art. 6°. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis instruirá quanto
às condições de cadastramento, do formulário de notificação e sobre o documento de operação com
mercúrio metálico.

Art. 7°. O não cumprimento do disposto neste Decreto sujeitará o infrator às penalidades previstas
na legislação vigente.

Art. 8°. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 9°. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 10 de abril de 1989; 168° da Independência e 101° da República.

JOSÉ SARNEY

João Alves Filho

Rubens Bayma Denys

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Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

LEI Nº 7.805, DE 18 DE JULHO DE 1989

Altera o Decreto-Lei nº 227, de 28 de


fevereiro de 1967, cria o regime de permissão
de lavra garimpeira, extingue o regime de
matrícula, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a


seguinte Lei:

Art. 1º. Fica instituído o regime de permissão de lavra garimpeira.

Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, o regime de permissão de lavra garimpeira é o
aproveitamento imediato de jazimento mineral que, por sua natureza, dimensão, localização e
utilização econômica, possa ser lavrado, independentemente de prévios trabalhos de pesquisa,
segundo critérios fixados pelo Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM.

Art. 2º. A permissão de lavra garimpeira em área urbana depende de assentimento da autoridade
administrativa local, no Município de situação do jazimento mineral.

Art. 3º. A outorga da permissão de lavra garimpeira depende de prévio licenciamento ambiental
concedido pelo órgão ambiental competente.

Art. 4º. A permissão de lavra garimpeira será outorgada pelo Diretor-Geral do Departamento Nacional
de Produção Mineral - DNPM, que regulará, mediante portaria, o respectivo procedimento para
habilitação.

Art. 5º. A permissão de lavra garimpeira será outorgada a brasileiro, a cooperativa de garimpeiros,
autorizada a funcionar como empresa de mineração, sob as seguintes condições:

I - a permissão vigorará por até 5 (cinco) anos, podendo, a critério do Departamento Nacional de
Produção Mineral - DNPM, ser sucessivamente renovada;

II - o título é pessoal e, mediante anuência do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM,


transmissível a quem satisfizer os requisitos desta Lei. Quando outorgado a cooperativa de
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garimpeiros, a transferência dependerá ainda de autorização expressa da Assembléia Geral;


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III - a área permissionada não poderá exceder 50 (cinqüenta) hectares, salvo quando outorgada a
cooperativa de garimpeiros.

Art. 6º. Se julgar necessária a realização de trabalhos de pesquisa, o Departamento Nacional de


Produção Mineral - DNPM, de ofício ou por solicitação do permissionário, intima-lo-á a apresentar
projetos de pesquisa, no prazo de 90 (noventa) dias, contado da data da publicação de intimação do
Diário Oficial da União.

Parágrafo único. Em caso de inobservância, pelo interessado, do prazo a que se refere o caput deste
artigo, o Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM cancelará a permissão ou reduzir-
lhe-á a área.

Art. 7º. A critério do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, será admitida a
permissão de lavra garimpeira em área de manifesto de mina ou de concessão de lavra, com
autorização do titular, quando houver viabilidade técnica e econômica no aproveitamento por ambos
os regimes.

§ 1º Havendo recusa por parte do titular da concessão ou do manifesto, o Departamento Nacional de


Produção Mineral - DNPM conceder-lhe-á o prazo de 90 (noventa) dias para que apresente projeto
de pesquisa para efeito de futuro aditamento de nova substância ao título original, se for o caso.

§ 2º Decorrido o prazo de que trata o parágrafo anterior sem que o titular haja apresentado o projeto
de pesquisa, o Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM poderá conceder a permissão
de lavra garimpeira.

Art. 8º. A critério do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, será admitida a
concessão de lavra em área objeto de permissão de lavra garimpeira, com autorização do titular,
quando houver viabilidade técnica e econômica no aproveitamento por ambos os regimes.

Art. 9º. São deveres do permissionário de lavra garimpeira:

I - iniciar os trabalhos de extração no prazo de 90 (noventa) dias, contado da data da publicação do


título no Diário Oficial da União, salvo motivo justificado;

II - extrair somente as substâncias minerais indicadas no título;

III - comunicar imediatamente ao Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM a ocorrência


de qualquer outra substância mineral não incluída no título, sobre a qual, nos casos de substâncias e
jazimentos garimpáveis, o titular terá direito a aditamento ao título permissionado;
131

IV - executar os trabalhos de mineração com observância das normas técnicas e regulamentares,


baixadas pelo Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM e pelo órgão ambiental
competente;
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Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

V - evitar o extravio das águas servidas, drenar e tratar as que possam ocasionar danos a terceiros;

VI - diligenciar no sentido de compatibilizar os trabalhos de lavra com a proteção do meio ambiente;

VII - adotar as providências exigidas pelo Poder Público;

VIII - não suspender os trabalhos de extração por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo
motivo justificado;

IX - apresentar ao Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, até o dia 15 de março de


cada ano, informações quantitativas da produção e comercialização, relativas ao ano anterior; e

X - responder pelos danos causados a terceiros, resultantes, direta ou indiretamente, dos trabalhos de
lavra.

§ 1º O não-cumprimento das obrigações referidas no caput deste artigo sujeita o infrator às sanções
de advertência e multa, previstas nos incisos I e II do art. 63 do Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro
de 1967, e de cancelamento da permissão.

§ 2º A multa inicial variará de 10 (dez) a 200 (duzentas) vezes o Maior Valor de Referência - MVR,
estabelecido de acordo com o disposto no art. 2º da Lei nº 6.205, de 29 de abril de 1975, devendo as
hipóteses e os respectivos valores ser definidos em portaria do Diretor-Geral do Departamento
Nacional de Produção Mineral - DNPM.

§ 3º A permissão de lavra garimpeira será cancelada, a juízo do Departamento Nacional de Produção


Mineral - DNPM, na hipótese de que trata o parágrafo único do art. 6º desta Lei.

§ 4º O disposto no § 1º deste artigo não exclui a aplicação das sanções estabelecidas na legislação
ambiental.

Art. 10. Considera-se garimpagem a atividade de aproveitamento de substâncias minerais garimpáveis,


executadas no interior de áreas estabelecidas para este fim, exercida por brasileiro, cooperativa de
garimpeiros, autorizada a funcionar como empresa de mineração, sob o regime de permissão de lavra
garimpeira.

§ 1º São considerados minerais garimpáveis o ouro, o diamante, a cassiterita, a columbita, a tantalita e


wolframita, nas formas aluvionar, eluvionar e coluvial; a sheelita, as demais gemas, o rutilo, o quartzo,
o berilo, a muscovita, o espodumênio, a lepidolita, o feldspato, a mica e outros, em tipos de ocorrência
que vierem a ser indicados, a critério do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM.

§ 2º O local em que ocorre a extração de minerais garimpáveis, na forma deste artigo, será
genericamente denominado garimpo.

Art. 11. O Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM estabelecerá as áreas de


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garimpagem, levando em consideração a ocorrência de bem mineral garimpável, o interesse do setor


mineral e as razões de ordem social e ambiental.
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Art. 12. Nas áreas estabelecidas para garimpagem, os trabalhos deverão ser realizados
preferencialmente em forma associativa, com prioridade para as cooperativas de garimpeiros.

Art. 13. A criação de áreas de garimpagem fica condicionada à prévia licença do órgão ambiental
competente.

Art. 14. Fica assegurada às cooperativas de garimpeiros prioridade para obtenção de autorização ou
concessão para pesquisa e lavra nas áreas onde estejam atuando, desde que a ocupação tenha ocorrido
nos seguintes casos:

I - em áreas consideradas livres, nos termos do Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967;

II - em áreas requeridas com prioridade, até a entrada em vigor desta Lei,

III - em áreas onde sejam titulares de permissão de lavra garimpeira.

§ 1º A cooperativa comprovará, quando necessário, o exercício anterior da garimpagem na área.

§ 2º O Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM promoverá a delimitação da área e


proporá sua regulamentação na forma desta Lei.

Art. 15. Cabe ao Poder Público favorecer a organização da atividade garimpeira em cooperativas,
devendo promover o controle, a segurança, a higiene, a proteção ao meio ambiente na área explorada
e a prática de melhores processos de extração e tratamento.

Art. 16. A concessão de lavras depende de prévio licenciamento do órgão ambiental competente.

Art. 17. A realização de trabalhos de pesquisa e lavra em áreas de conservação dependerá de prévia
autorização do órgão ambiental que as administre.

Art. 18. Os trabalhos de pesquisa ou lavra que causarem danos ao meio ambiente são passíveis de
suspensão temporária ou definitiva, de acordo com parecer do órgão ambiental competente.

Art. 19. O titular de autorização de pesquisa, de permissão de lavra garimpeira, de concessão de lavra,
de licenciamento ou de manifesto de mina responde pelos danos causados ao meio ambiente.
133

Art. 20. O beneficiamento de minérios em lagos, rios e quaisquer correntes de água só poderá ser
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realizado de acordo com a solução técnica aprovada pelos órgãos competentes.

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

Art. 21. A realização de trabalhos de extração de substâncias minerais, sem a competente permissão,
concessão ou licença, constitui crime, sujeito a penas de reclusão de 3 (três) meses a 3 (três) anos e
multa.

Parágrafo único. Sem prejuízo da ação penal cabível, nos termos deste artigo, a extração mineral
realizada sem a competente permissão, concessão ou licença acarretará a apreensão do produto
mineral, das máquinas, veículos e equipamentos utilizados, os quais, após transitada em julgado a
sentença que condenar o infrator, serão vendidos em hasta pública e o produto da venda recolhido à
conta do Fundo Nacional de Mineração, instituído pela Lei nº 4.425, de 8 de outubro de 1964.

Art. 22. Fica extinto o regime de matrícula de que tratam o inciso III, do art. 2º, e o art. 73 do Decreto-
Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967.

Parágrafo único. Os certificados de matrícula em vigor terão validade por mais 6 (seis) meses, contados
da data de publicação desta Lei.

Art. 23. A permissão de lavra garimpeira de que trata esta Lei:

a) não se aplica a terras indígenas;

b) quando na faixa de fronteira, além do disposto nesta Lei, fica ainda sujeita aos critérios e condições
que venham a ser estabelecidos, nos termos do inciso III, do § 1º, do art. 91, da Constituição Federal.

Art. 24. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 120 (cento e vinte) dias, contados da
data de sua publicação.

Art. 25. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 26. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 18 de julho de 1989; 168º da Independência e 101º da República.

JOSÉ SARNEY

Vicente Cavalcante Fialho


134

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Rubens Bayma Denys


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LEI Nº 7.886, DE 20 DE NOVEMBRO DE 1989

Regulamenta o art. 43 do Ato das Disposições


Constitucionais Transitórias e dá outras
providências. (Conversão da Medida Provisória nº
92, de 1989)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a


seguinte Lei:

Art. 1º Tornar-se-ão sem efeito, no dia 5 de outubro de 1989, e, sem exceção, na forma do art. 43 do
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, as autorizações de pesquisa, as concessões de lavra,
os manifestos de minas, as licenças e demais títulos atributivos de direitos minerários, caso os
respectivos trabalhos de pesquisa ou de lavra não hajam sido comprovadamente iniciados nos prazos
legais ou estejam inativos.

Art. 2º Os titulares de direitos minerários deverão comprovar, até 30 de novembro de 1989, junto ao
Departamento Nacional da Produção Mineral - DNPM, que os trabalhos de pesquisa ou de lavra, de
que trata o artigo anterior, foram iniciados nos prazos legais e não se encontravam inativos na data
referida no art. 1º.

Art. 3º Consideram-se inativos, para os fins desta Lei, os trabalhos de pesquisa ou lavra:

a) que tenham sido interrompidos, suspensos ou abandonados em desacordo com os prazos e


preceitos legais;

b) que configurem lavra simbólica.

Parágrafo único. Entende-se por lavra simbólica a lavra realizada em flagrante desacordo com o plano
de aproveitamento econômico previamente aprovado e de forma incompatível com as finalidades e
condições da respectiva concessão, cuja prática possa impedir ou restringir, de alguma forma, o
aproveitamento da jazida, segundo o seu efetivo potencial econômico.

Art. 4º A comprovação de que trata o art. 2º desta Lei deverá ser efetuada, mediante protocolização
junto ao DNPM, dos seguintes elementos, conforme o caso:
135

a) relatório dos trabalhos de pesquisa realizados até 5 de outubro de 1989, acompanhado do programa
e do cronograma físico-financeiro dos trabalhos a realizar e de documentos idôneos demonstrativos
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das ocorrências;

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

b) relatório dos trabalhos de lavra realizados até 5 de outubro de 1989, acompanhado do programa e
cronograma físico-financeiro dos trabalhos a realizar, bem como dos três últimos relatórios anuais de
lavra, a que se refere o artigo 57, do Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967, com cópia dos
documentos demonstrativos.

Art. 5º O DNPM cancelará, ex officio, os atos vigentes na data da publicação desta Lei, que autorizem
o adiantamento ou a suspensão dos trabalhos de pesquisa ou lavra, se constatar a inexistência de
condições ou circunstâncias que justifiquem a manutenção de tais autorizações, assegurada defesa ao
interessado.

Art. 6º O DNPM fará publicar, no Diário Oficial da União, até 120 (cento e vinte) dias após a data da
publicação desta Lei, relação completa dos títulos minerários tornados sem efeito com base nesta Lei,
declarando a libertação ou a disponibilidade das respectivas áreas e assegurando defesa aos
interessados, nos termos da legislação minerária pertinente.

Parágrafo único. No prazo de até 2 (dois) anos, o DNPM, mediante edital publicado no Diário Oficial
da União, colocará em disponibilidade para pesquisa ou lavra as áreas cujos títulos foram tornados
sem efeito, por força desta Lei, fixando prazo compatível para recebimento de propostas dos
interessados.

Art. 7° O DNPM levará em conta, para os efeitos do artigo, a eventual existência da garimpagem,
respeitando, na outorga de novos títulos minerários, a prioridade das cooperativas de garimpeiros para
pesquisar e lavrar jazidas de minerais garimpáveis nas áreas onde estejam atuando e o estabelecimento
de área para o exercício da atividade de garimpagem.

Parágrafo único. Em áreas ocupadas por garimpeiro que, por ignorância ou falta de recursos, não
manifestou ao DNPM o exercício de atividades, comprovada a circunstância pelo interessado, fica
aberta, por 90 (noventa) dias da data da publicação desta Lei, a permissão para regularizar a exploração
existente.

Art. 8° Os arts. 20 e 26, do Decreto-Lei n° 227, de 28 de fevereiro de 1967, passam a vigorar com a
seguinte redação:

"Art. 20. A outorga da autorização de pesquisa importa nos seguintes pagamentos,


em quantias fixadas relativamente ao maior valor de referência (MVR) estabelecido
de acordo com o disposto no art. 2°, parágrafo único, da Lei n° 6205, de 29 de abril
de 1975:
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I - pelo interessado, quando do requerimento da autorização de pesquisa, de


emolumentos no valor de 10 (dez) MVR;
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II - pelo titular da autorização de pesquisa, quando o somatório de áreas por ele
detidas ultrapassar 1000 (um mil) hectares e até a entrega do correspondente
relatório de pesquisa ao DNPM, de taxa anual para a área excedente, fixada por
hectare, no valor máximo de 10% (dez por cento) do MVR, cujos critérios, valores
específicos e condições de pagamento serão estabelecidos em portaria do Ministro
das Minas e Energia.

§ 1° O requerente terá direito à restituição da importância relativa aos emolumentos


do inciso I, se o pedido foi indeferido com fundamento no § 1° do art. 18 deste
Código, ou por falta de assentimento de entidade ou órgão público, exigível para a
outorga da autorização.

§ 2° Encontrando-se livre a área objetivada, e satisfeitas as exigências deste Código,


o DNPM expedirá ofício ao requerente, convidando-o a efetuar, no prazo de trinta
dias, contados de sua publicação no Diário Oficial da União, o pagamento das
despesas inerentes à publicação do alvará de pesquisa, devendo apresentar ao
mencionado órgão, no mesmo prazo, o respectivo comprovante.

§ 3° Se o requerente deixar de atender, no prazo próprio, ao disposto no parágrafo


anterior, o pedido será indeferido e o processo arquivado, por despacho do Diretor-
Geral do DNPM.

§ 4° O não pagamento, no prazo determinado em lei, da taxa referida no inciso II,


bem como da taxa adicional prevista no art. 26, § 6°, inciso III, deste Código,
ensejará a nulidade ex officio do respectivo alvará pelo Diretor-Geral do DNPM.

§ 5° Os emolumentos e taxas referidos nos incisos I e II do caput deste artigo, na


alínea b, inciso II do art. 22 e no inciso III, do § 6°, do art. 26, serão recolhidos ao
Banco do Brasil S.A., à conta do Fundo Nacional de Mineração - Parte Disponível,
instituído pela Lei n° 4425, de 8 de outubro de 1964."

"Art. 26. Fica estabelecido que o DNPM deverá manter atualizado em seus registros
o somatório da extensão das áreas objeto de requerimentos de pesquisa, formulados
por uma mesma pessoa física ou jurídica.

§ 1° Em se tratando de pessoas físicas, considerar-se-ão formulados por uma


mesma pessoa os requerimentos protocolizados em nome do cônjuge casado em
regime de comunhão de bens.

§ 2° As restrições do parágrafo anterior se aplicam ao titular da firma individual.

§ 3° Tratando-se de pessoa jurídica, considerar-se-ão formulados por uma mesma


pessoa os requerimentos protocolizados em nome dos sócios controladores da
empresa ou de sociedades coligadas, subsidiárias, controladoras ou controladas, na
forma da Lei n° 6404, de 16 de dezembro de 1976.
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Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

§ 4° Para efeito do somatório de que trata o caput deste artigo, será incluída a
extensão das áreas objeto de autorização de pesquisa em vigor, outorgadas ao
requerente, pessoa física ou jurídica, observado o disposto nos §§ 1°, 2° e 3°.

§ 5° Serão juridicamente nulos os direitos outorgados com inobservância do


disposto no caput e nos §§ 1° a 4° deste artigo.

§ 6° Ao fim de 18 (dezoito) meses de validade do alvará de autorização de pesquisa,


o seu titular, quando detiver um somatório de áreas objeto de autorização de
pesquisa superior a 50.000 (cinqüenta mil) hectares, deverá, sob pena de declaração
de caducidade, na forma do disposto no art. 68:

I - comunicar ao DNPM a desistência de pelo menos 50% (cinqüenta por cento)


do total originalmente titulado, da área em causa, para o terceiro ano da vigência do
alvará;

II - se for o caso, pleitear ao DNPM, através de justificativa técnica, a manutenção


para o terceiro ano de vigência do alvará, da totalidade ou fração superior a 50%
(cinqüenta por cento), da área originalmente titulada, a qual só será concedida após
vistoria no local, se caracterizados trabalhos efetivamente realizados dentro do
cronograma de pesquisa, indícios de mineralizações ou anomalias geoquímicas ou
geofísicas de relevante significação que justifique a permanência da área adicional
pleiteada.

III - pagar taxa anual adicional àquela prevista no inciso II do art. 20, fixada por
hectare, no valor de 50% (cinqüenta por cento) da taxa original, no terceiro ano de
vigência do alvará de autorização de pesquisa, caso o DNPM decida pela
manutenção total ou parcial da área titulada.

§ 7° Quando a área se tornar livre por publicação no Diário Oficial da União, o


efeito liberativo para aplicação do regime de prioridade dar-se-á no 30° dia após a
referida publicação.

§ 8° As despesas pertinentes às vistorias de campo realizadas pelo DNPM no


exercício da fiscalização que lhe incumbe no termos deste Código, serão
reembolsadas pelos respectivos titulares, pessoas físicas ou jurídicas, na
conformidade do que dispuser portaria do Diretor-Geral do referido Órgão."

Art. 9° A aplicação do disposto nesta Lei não gera direito a indenização contra a União, a qualquer
título ou fundamento.

Art. 10. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, devendo o Poder Executivo regulamentá-
la no prazo de 60 (sessenta) dias.
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Art. 11. Revogam-se as disposições em contrário.

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DECRETO Nº 98.812, DE 9 DE JANEIRO DE 1990

Regulamenta a Lei nº 7.805, de 18 de julho de 1989,


e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe conferem o art. 84, inciso IV,
da Constituição e o art. 24 da Lei nº 7.805, de 18 de julho de 1989,

DECRETA:

Art. 1º. O Regime de Permissão de Lavra Garimpeira, instituído pelo art. 1º da Lei nº 7.805, de 18 de
julho de 1989, aplica-se ao aproveitamento imediato de jazimento mineral que, por sua natureza,
dimensão, localização e utilização econômica, possa ser lavrado, independentemente de prévios
trabalhos de pesquisa, segundo critérios fixados pelo Departamento Nacional de Produção Mineral
DNPM.

Art. 2º. A Permissão de Lavra Garimpeira depende de prévio licenciamento concedido pelo órgão
ambiental competente.

Parágrafo único. Para os fins deste artigo, são competentes:

a) o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no caso de
Permissão de Lavra Garimpeira que cause impacto ambiental de âmbito nacional;

b) o órgão definido na legislação estadual, nos demais casos.

Art. 3º. Quando em área urbana, a Permissão de Lavra Garimpeira dependerá, ainda, de assentimento
da autoridade administrativa do Município de situação do jazimento mineral.

Art. 4º. A Permissão de Lavra Garimpeira será outorgada, com observância do disposto no Capítulo
VI do Regulamento do Código de Mineração, cabendo ao proprietário do solo, na forma que a lei
estabelecer, a participação nos resultados da lavra.
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Art. 5º. Considera-se garimpagem a atividade de aproveitamento de substâncias minerais garimpáveis,


executada em áreas estabelecidas para este fim, sob o regime de Permissão de Lavra Garimpeira.
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§ 1º São considerados minerais garimpáveis:

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Alexandre Soares de Almeida (Org.)
I - o ouro, o diamante, a cassiterita, a columbita, a tantalita e wolframita, exclusivamente nas formas
aluvionar, eluvionar e coluvial; e

II - a scheelita, o rutilo, o quartzo, o berilo, a muscovita, o espodumênio, a lepidolita, as demais gemas,


o feldspato, a mica e outros, em tipos de ocorrência que vierem a ser indicados pelo DNPM.

§ 2º O local em que ocorrer a extração de minerais garimpáveis, no forma deste artigo, será
genericamente denominado garimpo.

Art. 6º. A Permissão de Lavra Garimpeira será outorgada pelo Diretor-Geral do DNPM, de acordo
com os procedimentos de habilitação estabelecidos em portaria.

Art. 7º. A Permissão de Lavra Garimpeira será outorgada a brasileiro ou a cooperativa de garimpeiros
autorizada a funcionar como empresa de mineração, sob as seguintes condições:

I - a permissão vigorará pelo prazo de até cinco anos, sucessivamente renovável a critério do DNPM;

II - o título é pessoal e, mediante anuência do DNPM, transmissível a quem satisfaça os requisitos


legais. Quando outorgado a cooperativa de garimpeiros, a transferência dependerá, ainda, de
autorização expressa da respectiva assembléia geral; e

III - a área da permissão não excederá cinqüenta hectares, salvo, excepcionalmente, quando outorgada
a cooperativa de garimpeiros, a critério do DNPM.

Parágrafo único. Aplicam-se ao Regime de Permissão de Lavra Garimpeira, no que couber, as


disposições dos Capítulos XI e XV do Regulamento do Código de Mineração.

Art. 8º. Julgada necessária, pelo DNPM, a realização de trabalhos de pesquisa, o permissionário será
intimado a apresentar projeto de pesquisa, no prazo de noventa dias, contados da publicação do
extrato do ofício de notificação no Diário Oficial da União.

§ 1º Em caso de inobservância do disposto no caput deste artigo, o DNPM cancelará a permissão ou


reduzirá a área.

§ 2º Atendido o disposto no caput deste artigo, o DNPM expedirá o competente Alvará de Pesquisa,
podendo, a requerimento do interessado, a área ser ampliada para o limite da classe da respectiva
substância, desde que a mesma esteja livre.

Art. 9º. 0 DNPM poderá admitir a Permissão de Lavra Garimpeira em área de manifesto de mina ou
de concessão de lavra, com autorização do titular, quando houver viabilidade técnica e econômica no
aproveitamento por ambos os regimes.
141

§ 1º Havendo recusa por parte do titular da concessão ou do manifesto, o DNPM conceder-lhe-á o


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prazo de noventa dias, contados da publicação do extrato do ofício de notificação no Diário Oficial

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da União, para apresentar projeto de pesquisa para efeito de futuro aditamento de nova substância ao
título original, se for o caso.

§ 2º Decorrido o prazo de que trata o parágrafo anterior, sem que o titular haja apresentado projeto
de pesquisas, o DNPM poderá conceder a Permissão de Lavra Garimpeira.

Art. 10. A critério do DNPM, será admitida a concessão de lavra em área objeto de Permissão de
Lavra Garimpeira, com autorização do titular, quando houver viabilidade técnica e econômica no
aproveitamento por ambos os regimes.

Art. 11. São deveres do permissionário de lavra garimpeira:

I - iniciar os trabalhos de extração no prazo de noventa dias, contados da data da publicação do título
no Diário Oficial da União, salvo motivo justificado;

II - extrair somente as substâncias minerais indicadas no título;

III - comunicar imediatamente ao DNPM a ocorrência de qualquer outra substância mineral não
incluída no título, sobre a qual, nos casos de substâncias e jazimentos garimpáveis o titular terá direito
de aditamento ao título da permissão;

IV - executar os trabalhos de mineração com observância das normas técnicas e regulamentares


baixadas pelo DNPM e pelo órgão ambiental competente;

V - evitar o extravio das águas servidas, drenar e tratar as que posam ocasionar danos a terceiros;

VI - diligenciar no sentido de compatibilizar os trabalhos de lavra com a proteção do meio ambiente;

VII - adotar as providências exigidas pelo poder público;

VIII - não suspender os trabalhos de extração por prazo superior a cento e vinte dias, salvo motivo
justificado;

IX - apresentar ao DNPM, até o dia 15 de março de cada ano, informações quantitativas da produção
e da comercialização relativas ao ano anterior; e

X - responder pelos danos causados a terceiros, resultantes, direta e indiretamente, dos trabalhos de
lavra.

§ 1º O não cumprimento das obrigações constantes deste artigo sujeita o infrator às sanções de
advertência ou multa, previstas nos incisos I e II do art. 63, do Decreto-Lei n° 227, de 28 de fevereiro
de 1967, e de cancelamento da permissão.

§ 2º A multa inicial variará de dez a duzentas vezes o Maior Valor de Referência (MVR) estabelecido
de acordo com o disposto no art. 2° da Lei n° 6.205, de 29 de abril de 1975, devendo as hipóteses e
142

os respectivos valores serem definidos em portaria do Diretor-Geral do DNPM.


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§ 3º Na apuração das infrações de que trata este artigo aplicar-se-ão, no que couber, as disposições do
art. 101 do Regulamento do Código de Mineração, aprovado pelo Decreto n° 62.934, de 2 de julho
de 1968.

§ 4º O disposto no § 1° deste artigo não exclui a aplicação das sanções estabelecidas na legislação
ambiental.

Art. 12. O DNPM estabelecerá, mediante portaria, as áreas de garimpagem, levando em consideração
a ocorrência do bem mineral garimpável, o interesse do setor mineral e as razões de ordem social e
ambiental.

§ 1º A criação ou ampliação de áreas de garimpagem fica condicionada à prévia licença do Ibama, à


vista de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (Rima), de
acordo com a legislação especifica.

§ 2º Ao determinar a execução do Estudo de Impacto Ambiental, o Ibama fixará as diretrizes


adicionais que, pelas peculiaridades do projeto e caracteristicas ambientais da área, forem julgadas
necessárias, inclusive os prazos para conclusão e análise dos estudos.

Art. 13. Observadas as peculiaridades de determinadas áreas de garimpagem, o DNPM poderá


constituir comissão, em âmbito federal, estadual ou municipal, com participação de representantes
dos permissionários de lavra garimpeira, para exercer o controle e a orientação técnica das atividades
de mineração, dentro da área.

Art. 14. A área de garimpagem poderá ser desconstituída por portaria do Diretor-Geral do DNPM
quando:

I - comprometer a segurança ou a saúde dos garimpeiros ou terceiros;

II - estiver causando dano ao meio ambiente;

III - ficar evidenciado malbaratamento da riqueza mineral; e

IV - comprometer a ordem publica.

Art. 15. A área de garimpagem poderá ser reduzida sempre que o número de garimpeiros não justificar
o bloqueio da área originalmente reservada para essa atividade,

Art. 16. O titular de Permissão de Lavra Garimpeira, de Autorização de Pesquisa, de Concessão de


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Lavra, de Licença Registrada ou de Manifesto de Mina responde pelos danos ao meio ambiente.
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Art. 17. A Permissão de Lavra Garimpeira de que trata este decreto:

I - não se aplica a terras indígenas; e

II - quando na faixa de fronteira, além do disposto neste Decreto, fica ainda sujeita aos critérios e
condições que venham a ser estabelecidos, nos termos do inciso III do § 1° do art. 91 da Constituição
Federal.

Art. 18. O aproveitamento de bens minerais, pelo regime de concessão de lavra ou pelo regime de
licenciamento, depende de licenciamento do órgão ambiental competente (art. 2º, parágrafo único).

Art. 19. A realização de trabalho de pesquisa e lavra em áreas de conservação dependerá de prévia
autorização do órgão ambiental que as administre.

Art. 20. Os trabalhos de pesquisa ou lavra que causarem danos ao meio ambiente são passíveis de
suspensão pelo órgão ambiental competente, conforme disposto na legislação específica.

Parágrafo único. A suspensão de trabalhos de lavra será comunicada previamente, ao DNPM, que
adotará as providências necessárias no sentido de que o titular mantenha a área e as instalações em
bom estado, de modo a permitir a retomada das operações.

Art. 21. O beneficiamento de minérios em lagos, rios e quaisquer correntes de água somente poderá
ser realizado de acordo com solução técnica aprovada pelo DNPM e pelo órgão ambiental
competente.

Art. 22. A realização de trabalhos de extração de substâncias minerais sem a competente concessão,
permissão ou licença, constitui crime, sujeito a pena de reclusão de três meses a três anos e multa.

§ 1° Constatada, ex officio ou por denúncia, a situação prevista neste artigo, o DNPM comunicará o
fato ao Departamento de Polícia Federal (DPF), para a instauração do competente inquérito e demais
providências cabíveis.

§ 2° Sem prejuízo da ação penal e da multa cabível, a extração mineral realizada sem a competente
concessão, permissão ou licença acarretará a apreensão do produto mineral, das máquinas, veículos e
equipamentos utilizados, os quais, após transitada em julgado a sentença que condenar o infrator,
serão vendidos em hasta pública e o produto da venda recolhido à conta do Fundo Nacional de
Mineração, instituído pela Lei n° 4.425, de 8 de outubro de 1964.
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Art. 23. Nas áreas estabelecidas para garimparem os trabalhos deverão ser realizados
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preferencialmente em forma associativa, com prioridade para as cooperativas de garimpeiros.

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§ 1° 0 DNPM, no prazo de sessenta dias, após o recebimento do requerimento de Permissão de Lavra
Garimpeira, verificando que a área se encontra livre, publicará no Diário Oficial o respectivo memorial
descritivo e abrirá prazo de sessenta dias para eventual contestação por parte de cooperativa de
garimpeiros, que esteja extraindo minerais garimpáveis na área, para fins de exercício do direito de
prioridade.

§ 2° A contestação deverá ser protocolizada no DNPM e conter elementos de prova de atuação na


área.

§ 3° Decorrido, sem contestação, o prazo referido no § 1° deste artigo, o DNPM dará seguimento ao
processo de outorga do título de permissão de lavra garimpeira.

§ 4° Caso haja contestação, o DNPM procederá vistoria na área requerida, no prazo de sessenta dias
para identificação e colheita de provas.

§ 5° Constatada a atuação de cooperativa de garimpeiros na área requerida, o DNPM concederá à


interessada o prazo de sessenta dias para exercer, o direito de prioridade.

§ 6° A não apresentação pela cooperativa de garimpeiros do requerimento de permissão de lavra


garimpeira, no prazo estabelecido no parágrafo anterior, configura, para todos os efeitos legais,
renúncia ao direito de prioridade, devendo o DNPM dar prosseguimento ao processo do
requerimento considerado prioritário.

Art. 24. Fica assegurada às cooperativas de garimpeiros prioridade para obtenção de autorização de
pesquisa ou concessão de lavra nas áreas onde estejam atuando, desde que a ocupação tenha ocorrido:

I - em áreas livres, nos termos do Decreto-Lei n° 227, de 28 de fevereiro de l967;

II - em áreas requeridas com prioridade, anteriormente à vigência da Lei n° 7.805, de 18 de julho de


1989;

III - em áreas onde sejam titulares de Permissão de Lavra Garimpeira .

§ 1° A cooperativa de garimpeiros terá o prazo de cento e oitenta dias, a partir da publicação deste
Decreto, para exercer o direito de prioridade de que tratam os incisos I e II deste artigo, mediante
protocolização do competente requerimento.

§ 2° A cooperativa, quando necessário, fará prova do exercício anterior da garimpagem na área, pelos
seus associados e, se for o caso, da implantação de infra-estrutura existente na área.

§ 3° A cooperativa de garimpeiros, que se enquadre no disposto no artigo anterior, poderá optar pelo
título de Permissão de Lavra Garimpeira, cabendo ao DNPM decidir sobre a pretensão.

Art. 25. Observado o disposto nos arts. 23 e 24, aplica-se, para atribuição da prioridade na obtenção
145

da Permissão de Lavra Garimpeira, a alínea a do art. 11 do Decreto-Lei n° 227, de 28 de fevereiro de


1967.
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Art. 26. A cooperativa de garimpeiros titular de Permissão de Lavra Garimpeira fica obrigada a:

I - promover a organização das atividades de extração e o cumprimento das normas referentes a


segurança do trabalho e à proteção do meio ambiente;

II - não admitir em seu quadro social pessoas associadas a outra cooperativa com o mesmo objetivo;

III - fazer constar, em seu estatuto, que entre seus objetivos figura a atividade garimpeira;

IV - fornecer a seus associados certificados relativos a suas atividades na área da permissão;

V - apresentar anualmente ao DNPM lista nominal dos associados com as alterações ocorridas no
período;

VI - não permitir que pessoas estranhas ao quadro social exerçam a atividade de garimpagem na área
titulada; e

VII - estabelecer no estatuto que a atuação da cooperativa se restringirá a objeto da permissão.

Art. 27. Haverá, no DNPM, além dos livros previstos no art. 119 do Regulamento do Código de
Mineração, o Livro I, de Registro das Permissões de Lavra Garimperia, para transcrições das
respectivas permissões.

Art. 28. 0 Diretor-Geral do DNPM deverá publicar:

I - no prazo de trinta dias, portaria regulando procedimentos para habilitação à Permissão de Lavra
Garimpeira (art. 6°);

II - no prazo de cento e vinte dias, portaria estabelecendo procedimentos e critérios a serem


observados nos projetos de pesquisa (art. 8°); e

III - no prazo de cento e vinte dias, portaria contendo instruções para aplicação ao disposto no art.
10.

Art. 29. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 30. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 9 de janeiro de 1990; 169° da Independência e 102° da República.


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JOSÉ SARNEY

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Alexandre Soares de Almeida (Org.)
J. Saulo Ramos

Vicente Cavalcante Fialho

João Alves Filho

Rubens Bayma Denys

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DECRETO Nº 1, DE 11 DE JANEIRO DE 1991

Regulamenta o pagamento da compensação


financeira instituída pela Lei nº 7.990, de 28 de
dezembro de 1989, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da
Constituição, e tendo em vista o disposto nas Leis nºs 7.990, de 28 de dezembro de 1989, e 8.001, de
13 de março de 1990, bem assim nas Leis nºs 2.004, de 3 de outubro de 1953, 7.453, de 27 de dezembro
de 1985, e 7.525, de 22 de julho de 1986, e suas alterações,

DECRETA:

CAPÍTULO I

Disposição Preliminar

Art. 1º O cálculo e a distribuição mensal da compensação financeira decorrente do aproveitamento


de recursos hídricos, para fins de geração de energia elétrica e dos recursos minerais, por quaisquer
dos regimes previstos em lei, bem assim dos royalties devidos pela Itaipu Binacional ao Governo
Brasileiro, estabelecidos pelo Tratado de Itaipu, seus anexos e documentos interpretativos
subseqüentes, de que tratam as Leis nºs 7.990, de 1989, e 8.001, de 1990, reger-se-ão pelo disposto
neste decreto.

CAPÍTULO II

Da Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos

Artigos. 2º a 12. (Revogados pelo Decreto nº3.739, de 2001)

CAPITULO III

Da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais


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Alexandre Soares de Almeida (Org.)
Art. 13. A compensação financeira devida pelos detentores de direitos minerários a qualquer título,
em decorrência da exploração de recursos minerais para fins de aproveitamento econômico, será de
até 3% (três por cento) sobre o valor do faturamento líquido resultante da venda do produto mineral,
obtido após a última etapa do processo de beneficiamento adotado e antes de sua transformação
industrial.

§ 1º O percentual da compensação, de acordo com as classes de substâncias minerais, será de:

I - minério de alumínio, manganês, sal-gema e potássio: 3% (três por cento);

II - ferro, fertilizante, carvão e demais substâncias minerais: 2% (dois por cento), ressalvado o disposto
no inciso IV deste artigo;

III - pedras preciosas, pedras coradas lapidáveis, carbonados e metais nobres: 0,2% (dois décimos por
cento);

IV - ouro: 1% (um por cento), quando extraído por empresas mineradoras, isentos os garimpeiros.

§ 2º A distribuição da compensação financeira de que trata este artigo será feita da seguinte forma:

I - 23% (vinte e três por cento) para os Estados e o Distrito Federal;

II - 65% (sessenta e cinco por cento) para os Municípios;

III - 12% (doze por cento) para o Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), que
destinará 2% (dois por cento) à proteção ambiental nas regiões mineradoras, por intermédio do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), ou de outro
órgão federal competente, que o substituir.

§ 3º O valor resultante da aplicação do percentual da compensação financeira será considerado, em


função da classe e substâcia mineral, na estrutura de custos, sempre que os preços forem administrados
pelo Governo.

§ 4º No caso das substâcias minerais extraídas sob o regime de permissão da lavra garimpeira, o valor
da compensação será pago pelo primeiro adquirente.

Art. 14. Para efeito do disposto no artigo anterior, considera-se:

I - atividade de exploração de recursos minerais, a retirada de substâncias minerais da jazida, mina,


salina ou outro depósito mineral para fins de aproveitamento econômico;

II - faturamento líquido, o total das receitas de vendas excluídos os tributos incidentes sobre a
comercialização do produto mineral, as despesas de transporte e as de seguro;

III - processo de beneficiamento, aquele realizado por fragmentação, pulverização, classificação,


concentração, separação magnética, flotação, homogeneização, aglomeração ou aglutinação,
briquetagem, nodulação, sinterização, pelotização, ativação, coqueificação, calcinação, desaguamento,
149

inclusive secagem, desidratação, filtragem, levigação, bem como qualquer outro processo de
beneficiamento, ainda que exija adição ou retirada de outras substâncias, desde que não resulte na
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descaracterização mineralógica das substâncias minerais processadas ou que não impliquem na sua
inclusão no campo de incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

§ 1º No caso de substância mineral consumida, transformada ou utilizada pelo próprio titular dos
direitos minerários ou remetida a outro estabelecimento do mesmo titular, será considerado
faturamento líquido o valor de consumo na ocorrência do fato gerador definido no art. 15 deste
decreto.

§ 2º As despesas de transporte compreendem as pagas ou incorridas pelo titular do direito minerário


com a substância mineral.

Art. 15. Constitui fato gerador da compensação financeira devida pela exploração de recursos minerais
a saída por venda do produto mineral das áreas da jazida, mina, salina ou de outros depósitos minerais
de onde provêm, ou o de quaisquer estabelecimentos, sempre após a última etapa do processo de
beneficiamento adotado e antes de sua transformação industrial.

Parágrafo único. Equipara-se à saída por venda o consumo ou a utilização da substância mineral em
processo de industrialização realizado dentro das áreas da jazida, mina, salina ou outros depósitos
minerais, suas áreas limítrofes ou ainda em qualquer estabelecimento.

Art. 16. A compensação financeira pela exploração de substâncias minerais será lançada mensalmente
pelo devedor.

Parágrafo único. O lançamento será efetuado em documento próprio, que conterá a descrição da
operação que lhe deu origem, o produto a que se referir o respectivo cálculo, em parcelas destacadas,
e a descriminação dos tributos incidentes, das despesas de transporte e de seguro, de forma a tornar
possível suas corretas identificações.

CAPÍTULO IV

Da Compensação pela Exploração

do Petróleo, do Xisto Betuminoso e do Gás Natural

Art. 17. A compensação financeira devida pela Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobrás) e suas subsidiárias
aos Estados, Distrito Federal e Municípios, correspondente a 5% (cinco por cento) sobre o valor do
óleo bruto, do xisto betuminoso e do gás natural extraídos de seus respectivos territórios, onde se
fixar a lavra do petróleo ou se localizarem instalações marítimas ou terrestres de embarque ou
desembarque de óleo bruto ou de gás natural, operados pela Petrobrás, será paga nos seguintes
percentuais:
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I - 3,5% (três e meio por cento) aos Estados produtores;


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II - 1,0% (um por cento) aos Municípios produtores;

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Alexandre Soares de Almeida (Org.)
III - 0,5% (cinco décimos por cento) aos Municípios onde se localizarem instalações marítimas ou
terrestres de embarque ou desembarque de óleo bruto ou gás natural.

Parágrafo único. Os Estados, Territórios e Municípios centrais, em cujos lagos, rios, ilhas fluviais e
lacustres se fizer a exploração do petróleo, xisto betuminoso ou gás natural, farão jus à compensação
financeira prevista neste artigo.

Art. 18. É também devida a compensação financeira aos Estados, Distrito Federal e Municípios
confrontantes quando o óleo, o xisto betuminoso e o gás natural forem extraídos da plataforma
continental, nos mesmos 5% (cinco por cento) fixados no artigo anterior, sendo:

I - 1,5% (um e meio por cento} aos Estados e Distrito Federal;

II - 0,5% (meio por cento) aos Municípios onde se localizarem instalações marítimas ou terrestres de
embarque ou desembarque de óleo bruto ou gás natural operadas pela Petrobrás;

III - 1,5% (um e meio por cento) aos Municípios confrontantes e suas respectivas áreas
geoeconômicas;

IV - 1,0% (um por cento) ao Ministério da Marinha, para atender aos encargos de fiscalização e
proteção das atividades econômicas das referidas áreas;

V - 0,5% (meio por cento) para constituir um Fundo Especial, a ser distribuído entre todos os Estados
e Municípios.

1º O percentual de 1,5% (um e meio por cento) previsto no inciso III do caput deste artigo, atribuído
aos Municípios confrontantes e suas respectivas áreas geoeconômicas, será partilhado da seguinte
forma:

I - 60% (sessenta por cento) ao Município confrontante juntamente com os demais Municípios que
integram a zona de produção principal, rateados, entre todos, na razão direta da população de cada
um, assegurando-se ao Município que concentrar as instalações industriais para processamento,
tratamento, armazenamento e escoamento de petróleo e gás natural, 1/3 (um terço) da cota deste
inciso;

II - 10% (dez por cento) aos Municípios integrantes de produção secundária, rateado, entre eles, na
razão direta da população dos distritos cortados por dutos;

III - 30% (trinta por cento) aos Municípios limítrofes à zona de produção principal, rateado, entre
eles, na razão direta da população de cada um, excluídos os Municípios integrantes da zona de
produção secundária.

2º O percentual de 0,5% (meio por cento) previsto no inciso V do caput deste artigo, atribuído ao
Fundo Especial administrado pelo Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento (Lei nº 7.525, de
22 de julho de 1986, art. 6º), será distribuído de acordo com os critérios estabelecidos para o rateio
dos recursos dos Fundos de Participação dos Estados e Municípios, obedecida a seguinte proporção:
151

I - 20% (vinte por cento) para os Estados;


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II - 80% (oitenta por cento) para os Municípios.

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3º No caso de 2 (dois) Municípios confrontantes serem contíguos e situados em um mesmo Estado,


será definida para o conjunto por eles formado uma única área geoeconômica, ficando os percentuais
fixados nos incisos I, II e III do § 1º deste artigo referidos ao total das compensações financeiras que
couberem aos Municípios confrontantes em conjunto, inclusive a parcela mínima mencionada no
inciso I do mesmo parágrafo, que corresponderá a montante equivalente ao terço dividido pelo
número de Municípios confrontantes.

Art. 19. A compensação financeira aos Municípios onde se localizarem instalações marítimas ou
terrestres de embarque ou desembarque de óleo bruto ou gás natural será devida na forma do disposto
no art 27, inciso III e § 4º da Lei nº 2.004, de 3 de outubro de 1953, na redação dada pelo art. 7º da
Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989.

§ 1º Para os efeitos deste artigo, consideram-se como instalações marítimas ou terrestres de embarque
ou desembarque de óleo bruto ou gás natural as monoboias e suas bases de apoio operacional
marítimo, os quadros de boias múltiplas e suas bases de apoio operacional marítimo, os píeres de
atracação, os cais acostáveis e as estações terrestres coletoras de campos produtores e de transferência
de óleo bruto ou gás natural, obedecidos os critérios estabelecidos pela Agência Nacional do Petróleo,
Gás Natural e Biocombustíveis - ANP. (Incluído pelo Decreto nº 8.876, de 2016)

§ 2º Serão consideradas como bases de apoio operacional marítimo para as monoboias, ou para os
quadros de boias as instalações que sejam utilizadas como apoio aos pontos de atracação de navios
com o objetivo de embarcar ou desembarcar petróleo e que concentrem itens como barcos de apoio,
equipes de prevenção de acidentes e danos ambientais, mangotes, dutos, conexões, máquinas e outras
instalações necessárias para a operação da monoboia ou do quadro de boias. (Incluído pelo Decreto
nº 8.876, de 2016)

Art. 20. No cálculo da compensação financeira incidente sobre o valor do óleo de poço ou de xisto
betuminoso e do gás natural extraído da plataforma continental, consideram-se como confrontantes
com poços produtores os Estados e Municípios contíguos à área marítima delimitada pelas linhas de
projeção dos respectivos limites territoriais até a linha de limite da plataforma continental, onde
estiverem situados os poços.

1º A área geoeconômica de um Município confrontante será definida a partir de critérios referentes às


atividades de produção de uma dada área de produção petrolífera marítima e aos impactos destas
atividades sobre as áreas vizinhas.

2º Os Municípios que integram tal área geoeconômica serão divididos em 3 (três) zonas, distinguindo-
se 1 (uma) zona de produção principal, 1 (uma) zona de produção secundária e 1 (uma) zona limítrofe
à zona de produção principal, considerando-se como:

I - zona de produção principal de uma dada área de produção petrolífera marítima o Município
confrontante e os Municípios onde estiverem localizadas 3 (três) ou mais instalações dos seguintes
152

tipos:

a) instalações industriais para processamento, tratamento, armazenamento e escoamento de petróleo


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e gás natural, excluindo os dutos;

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b) instalações relacionadas às atividades de apoio à exploração, produção e ao escoamento do petróleo
e gás natural, tais como: portos, aeroportos, oficinas de manutenção e fabricação, almoxarifados,
armazéns e escritórios.

II - zona de produção secundária os Municípios atravessados por oleodutos ou gasodutos, incluindo


as respectivas estações de compressão e bombeio, ligados diretamente ao escoamento da produção,
até o final do trecho que serve exclusivamente ao escoamento da produção de uma dada área de
produção petrolífera marítima, ficando excluída, para fins de definição da área geoeconômica, os
ramais de distribuição secundários, feitos com outras finalidades;

III - zona limítrofe à de produção principal os Municípios contíguos aos Municípios que a integram,
bem como os Municípios que sofram as conseqüências sociais ou econômicas da produção ou
exploração do petróleo ou do gás natural.

3º Ficam excluídos da área geoeconômica de um Município confrontante, Municípios onde estejam


localizadas instalações dos tipos especificados na letra a do parágrafo anterior, mais que não sirvam,
em termos de produção petrolífera, exclusivamente a uma dada área de produção petrolífera marítima.

Art. 21. A compensação devida aos Municípios confrontantes e suas respectivas áreas geoeconômicas
será calculada segundo o valor da produção associada à Unidade da Federação de que fazem parte.

1º A compensação devida a Municípios que pertençam à mesma Unidade da Federação será rateada
entre os que integram a zona de produção principal, a zona de produção secundária e a zona limítrofe,
de acordo, respectivamente, com os percentuais fixados nos incisos I a III do § 1º do art. 18 deste
decreto, respeitado o disposto no art. 9º do Decreto nº 93.189, de 29 de agosto de 1986.

2º No cálculo das compensações atribuir-se-á a cada Município um coeficiente individual de


participação, determinado com base na respectiva população ou na dos seus distritos, conforme tabela
constante do anexo deste decreto.

3º A compensação devida a cada Município será obtida multiplicando-se a parcela atribuída à sua
correspondente zona pelo quociente formado entre seu coeficiente individual de participação e a soma
dos coeficientes individuais de participação dos Municípios que integram a mesma zona.

4º Não se procederá ao destaque a que se refere o art. 18, § 1º, inciso I, in fine , deste decreto:

a) caso inexista, entre os que integram a zona de produção principal, Município que concentre
instalações industriais para processamento, tratamento, armazenamento e escoamento de petróleo ou
gás natural, provenientes exclusivamente da plataforma continental;

b) na hipótese de a indenização decorrente do destaque ser inferior à que o Município obteria em


virtude da atribuição do coeficiente individual de participação, nos termos dos §§ 2º e 3º deste artigo.

5º O Departamento Nacional de Combustíveis (DNC) fará publicar os coeficientes individuais de


participação dos Municípios, a partir das relações elaboradas pela Fundação Instituto Brasileiro de
153

Geografia e Estatística (IBGE), nos termos do art. 7º do Decreto nº 93.189, de 29 de agosto de 1986,
e daquelas elaboradas pela Petrobrás, referentes aos Municípios onde se localizarem instalações de
embarque ou desembarque de óleo bruto ou gás natural, operados pela mesma.
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Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

Art. 22. O DNC fixará os valores do óleo de poço ou petróleo bruto, do óleo de xisto betuminoso e
do gás natural, de produção nacional, observados os seguintes critérios:

I - O valor do petróleo bruto será o da paridade na boca do poço produtor, definido como a diferença
entre o custo CIF do petróleo importado, expresso em moeda nacional e utilizado como base para
fixação dos preços dos derivados produzidos no País, e o custo médio de transferencia entre os poços
produtores e os pontos de embarque;

II - O valor do óleo de xisto betuminoso extraído das bacias sedimentares terrestres será igual ao
fixado para o petróleo bruto, nos termos do inciso anterior;

III - O valor do gás natural, referido à pressão absoluta de 1.033 Kg/cm² e temperatura de 20ºC, será
igual à média ponderada dos preços de venda fixados pelo DNC para os diferentes usos do produto,
dela deduzidos o custo médio de transferência entre os poços produtores e os respectivos pontos de
entrega.

1.º No caso de variação do custo CIF do petróleo importado no mesmo mês do ano calendário, far-
se-á ponderação pelo número de dias em que vigorou cada custo CIF.

2.º A compensação incidente sobre o gás natural será calculada sobre os volumes extraídos e utilizados,
excluídos os inaproveitados, que escapam no processo de produção de petróleo, e os reinjetados nas
jazidas.

3º Os custos de produção previstos neste artigo serão fixados pelo DNC, de conformidade com os
valores apurados pela Petrobrás, no primeiro ou no segundo mês anterior ao da produção.

4.º Na apuração dos valores a que se refere o parágrafo anterior a Petrobrás indicará, separadamente,
os custos correspondentes à produção das bacias sedimentares terrestres e da plataforma continental.

Art. 23. Os Estados transferirão aos Municípios 25% (vinte e cinco por cento) das parcelas das
compensações financeiras que lhes são atribuídas pelos arts. 17 e 18 deste decreto, mediante
observância dos mesmos critérios de atribuição de recursos estabelecidos em decorrência do disposto
no art. 158, inciso IV e respectivo parágrafo único da Constituição, e dos mesmos prazos fixados para
entrega desses recursos, contados a partir do recebimento da compensação.

Art. 24. Os Estados e os Municípios deverão aplicar os recursos previstos neste Capítulo,
exclusivamente em energia, pavimentação de rodovias, abastecimento e tratamento de água, irrigação,
proteção ao meio ambiente e em saneamento básico.

Art. 25. O cálculo da compensação financeira de que trata este Capítulo, a ser paga aos Estados e
154

Municípios confrontantes e aos Municípios pertencentes às respectivas áreas geoeconômicas, bem


como o cálculo das cotas do Fundo Especial referido no art. 18, inciso V e § 2º deste decreto, serão
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efetivados pelo Departamento Nacional de Combustíveis (DNC) e remetidos ao Tribunal de Contas

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Alexandre Soares de Almeida (Org.)
da União, ao qual competirá também fiscalizar a sua aplicação na forma das instruções por ele
expedidas. (Vide Resolução nº 44, de 2010).

CAPITULO V

Disposições Gerais

Art. 26. O pagamento das compensações financeiras previstas neste decreto, inclusive dos royalties
devidos por Itaipu Binacional ao Brasil, será efetuado mensalmente, diretamente aos beneficiários,
mediante depósito em contas específicas de titularidade dos mesmos no Banco do Brasil S.A., até o
último dia útil do segundo mês subseqüente ao do fato gerador.

Parágrafo único. É vedado, aos beneficiários das compensações financeiras de que trata este decreto,
a aplicação das mesmas em pagamento de dívidas e no quadro permanente de pessoal.

Art. 27. O DNAEE, o DNPM e o DNC, no âmbito das respectivas atribuições, poderão expedir
instruções complementares a este decreto.

Art. 28. Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 29. Fica revogado o Decreto nº 94.240, de 21 de abril de 1987, e demais disposições em contrário.

Brasília, 11 de janeiro de 1991; 170º da Independência e 103º da República.

FERNANDO COLLOR

Zélia M. Cardoso de Mello

Ozires Silva
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Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

LEI Nº 8.901, DE 30 DE JUNHO DE 1994

Regulamenta o disposto no § 2º do art. 176 da


Constituição Federal e altera dispositivos do
Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967 -
Código de Mineração, adaptando-o às normas
constitucionais vigentes.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1º O art. 11 do Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967, passa a vigorar com a seguinte
redação:

"Art. 11 ........................................................................................

b) o direito à participação do proprietário do solo nos resultados da lavra.

§ 1º A participação de que trata a alínea b do caput deste artigo será de cinqüenta


por cento do valor total devido aos Estados, Distrito Federal, Municípios e órgãos
da administração direta da União, a título de compensação financeira pela
exploração de recursos minerais, conforme previsto no caput do art. 6º da Lei nº
7.990, de 29 de dezembro de 1989 e no art. 2º da Lei nº 8.001, de 13 de março de
1990.

§ 2º O pagamento da participação do proprietário do solo nos resultados da lavra


de recursos minerais será efetuado mensalmente, até o último dia útil do mês
subseqüente ao do fato gerador, devidamente corrigido pela taxa de juros de
referência, ou outro parâmetro que venha a substituí-la.

§ 3º O não cumprimento do prazo estabelecido no parágrafo anterior implicará


correção do débito pela variação diária da taxa de juros de referência, ou outro
arâmetro que venha a substituí-la, juros de mora de um por cento ao mês e multa
de dez por cento aplicada sobre o montante apurado."

Art. 2º O art. 79 do Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967, passa vigorar com a seguinte
redação:

"Art. 79. Entende-se por Empresa de Mineração, para os efeitos deste Código, a
156

firma ou sociedade constituída sob as leis brasileiras que tenha sua sede e
administração no País, qualquer que seja a sua forma jurídica, com o objetivo
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Alexandre Soares de Almeida (Org.)
principal de realizar exploração e aproveitamento de jazidas minerais no território
nacional.

........................................................................

§ 2º O controle efetivo da firma ou sociedade a que se refere este artigo deverá estar
em caráter permanente sob a titularidade direta de pessoas físicas domiciliadas e
residentes no País ou de entidades de direito público interno, entendendo-se por
controle efetivo da empresa a titularidade da maioria de seu capital votante e o
exercício, de fato ou de direito, do poder decisório para gerir suas atividades.

§ 3º A firma individual só poderá ser constituída por brasileiros."

Art. 3º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 30 de junho de 1994; 173º da Independência e 106º da República.

ITAMAR FRANCO

Alexis Stepanenko

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Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

LEI Nº 9.055, DE 1 DE JUNHO DE 1995

Disciplina a extração, industrialização, utilização,


comercialização e transporte do asbesto/amianto e
dos produtos que o contenham, bem como das
fibras naturais e artificiais, de qualquer origem,
utilizadas para o mesmo fim e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º É vedada em todo o território nacional:

I - a extração, produção, industrialização, utilização e comercialização da actinolita, amosita (asbesto


marrom), antofilita, crocidolita (amianto azul) e da tremolita, variedades minerais pertencentes ao
grupo dos anfibólios, bem como dos produtos que contenham estas substâncias minerais;

II - a pulverização (spray) de todos os tipos de fibras, tanto de asbesto/amianto da variedade crisotila


como daquelas naturais e artificiais referidas no art. 2º desta Lei;

III - a venda a granel de fibras em pó, tanto de asbesto/amianto da variedade crisotila como daquelas
naturais e artificiais referidas no art. 2º desta Lei.

Art. 2º O asbesto/amianto da variedade crisotila (asbesto branco), do grupo dos minerais das
serpentinas, e as demais fibras, naturais e artificiais de qualquer origem, utilizadas para o mesmo fim,
serão extraídas, industrializadas, utilizadas e comercializadas em consonância com as disposições desta
Lei.

Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, consideram-se fibras naturais e artificiais as
comprovadamente nocivas à saúde humana.

Art. 3º Ficam mantidas as atuais normas relativas ao asbesto/amianto da variedade crisotila e às fibras
naturais e artificiais referidas no artigo anterior, contidas na legislação de segurança, higiene e medicina
do trabalho, nos acordos internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil e nos acordos
assinados entre os sindicatos de trabalhadores e os seus empregadores, atualizadas sempre que
necessário.
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§ 1º (VETADO)
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§ 2º As normas de segurança, higiene e medicina do trabalho serão fiscalizadas pelas áreas competentes
do Poder Executivo e pelas comissões de fábrica referidas no parágrafo anterior.

§ 3º As empresas que ainda não assinaram com os sindicatos de trabalhadores os acordos referidos no
caput deste artigo deverão fazê-lo no prazo de 12 (doze) meses, contados a partir da publicação desta
Lei, e a inobservância desta determinação acarretará, automaticamente, o cancelamento do seu alvará
de funcionamento.

Art. 4º Os órgãos competentes de controle de segurança, higiene e medicina do trabalho


desenvolverão programas sistemáticos de fiscalização, monitoramento e controle dos riscos de
exposição ao asbesto/amianto da variedade crisotila e às fibras naturais e artificiais referidas no art. 2º
desta Lei, diretamente ou através de convênios com instituições públicas ou privadas credenciadas
para tal fim pelo Poder Executivo.

Art. 5º As empresas que manipularem ou utilizarem materiais contendo asbesto/amianto da variedade


crisotila ou as fibras naturais e artificiais referidas no art. 2º desta Lei enviarão, anualmente, ao Sistema
Único de Saúde e aos sindicatos representativos dos trabalhadores uma listagem dos seus empregados,
com indicação de setor, função, cargo, data de nascimento, de admissão e de avaliação médica
periódica, acompanhada do diagnóstico resultante.

Parágrafo único. Todos os trabalhadores das empresas que lidam com o asbesto/amianto da variedade
crisotila e com as fibras naturais e artificiais referidas no art. 2º desta Lei serão registrados e
acompanhados por serviços do Sistema Único de Saúde, devidamente qualificados para esse fim, sem
prejuízo das ações de promoção, proteção e recuperação da saúde interna, de responsabilidade das
empresas.

Art. 6º O Poder Executivo determinará aos produtores de asbesto/amianto da variedade crisotila,


bem como das fibras naturais e artificiais referidas no art. 2º desta Lei, que não forneçam estes
materiais às empresas que estejam descumprindo qualquer disposição deste diploma legal.

Parágrafo único. Acontecendo o previsto no caput deste artigo, o Governo Federal não autorizará a
importação da substância mineral ou das fibras referidas no art. 2º desta Lei.

Art. 7º Em todos os locais de trabalho onde os trabalhadores estejam expostos ao asbesto/amianto


da variedade crisotila ou das fibras naturais ou artificiais referidas no art. 2º desta Lei deverão ser
observados os limites de tolerância fixados na legislação pertinente e, na sua ausência, serão fixados
com base nos critérios de controle de exposição recomendados por organismos nacionais ou
internacionais, reconhecidos cientificamente.
159

§ 1º Outros critérios de controle da exposição dos trabalhadores que não aqueles definidos pela
legislação de Segurança e Medicina do Trabalho deverão ser adotados nos acordos assinados entre os
sindicatos dos trabalhadores e os empregadores, previstos no art. 3º desta Lei.
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Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

§ 2º Os limites fixados deverão ser revisados anualmente, procurando-se reduzir a exposição ao nível
mais baixo que seja razoavelmente exeqüível.

Art. 8º O Poder Executivo estabelecerá normas de segurança e sistemas de acompanhamento


específicos para os setores de fricção e têxtil que utilizam asbesto/amianto da variedade crisotila ou
as fibras naturais ou artificiais referidas no art. 2º desta Lei, para fabricação dos seus produtos,
extensivas aos locais onde eles são comercializados ou submetidos a serviços de manutenção ou
reparo.

Art. 9º Os institutos, fundações e universidades públicas ou privadas e os órgãos do Sistema Único de


Saúde promoverão pesquisas científicas e tecnológicas no sentido da utilização, sem riscos à saúde
humana, do asbesto/amianto da variedade crisotila, bem como das fibras naturais e artificiais referidas
no art. 2º desta Lei.

Parágrafo único. As pesquisas referidas no caput deste artigo contarão com linha especial de
financiamento dos órgãos governamentais responsáveis pelo fomento à pesquisa científica e
tecnológica.

Art. 10. O transporte do asbesto/amianto e das fibras naturais e artificiais referidas no art. 2º desta
Lei é considerado de alto risco e, no caso de acidente, a área deverá ser isolada, com todo o material
sendo reembalado dentro de normas de segurança, sob a responsabilidade da empresa transportadora.

Art. 11. Todas as infrações desta Lei serão encaminhadas pelos órgãos fiscalizadores, após a devida
comprovação, no prazo máximo de setenta e duas horas, ao Ministério Público Federal, através de
comunicação circunstanciada, para as devidas providências.

Parágrafo único. Qualquer pessoa é apta para fazer aos órgãos competentes as denúncias de que trata
este artigo.

Art. 12. (VETADO)

Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 14. Revogam-se as disposição em contrário.


160

Brasília, 1º de junho de 1995; 174º da Independência e 107º da República.


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FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Paulo Paiva

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Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

DECRETO LEGISLATIVO Nº 64, DE 1997

Aprova o texto do Acordo Constitutivo da


Associação dos Países Produtores de Estanho,
celebrado em 29 de março de 1983, em Londres.

Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, e eu, Antônio Carlos Magalhães, Presidente do Senado
Federal, nos termos do art. 48, item 28 do Regimento Interno, promulgo o seguinte

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Art. 1º - É aprovado o texto de Acordo Constitutivo da Associação dos Países Produtores de Estanho,
celebrado em 29 de março de 1983, em Londres.

Parágrafo único - São sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quaisquer atos que possam resultar
em revisão do referido Acordo, bem como quaisquer ajustes complementares que, nos termos do art.
49, I, da Constituição Federal, acarretem encargos ou compromissos gravosos no patrimônio nacional.

Art. 2º - Este Decreto Legislativo entra em vigor na data de sua publicação.

Senado Federal, em 4 de novembro de 1997.

Senador ANTONIO CARLOS MAGALHÃES

PRESIDENTE NO SENADO FEDERAL


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DECRETO Nº 2.350, DE 15 DE OUTUBRO DE


1997

Regulamenta a Lei nº 9.055, de 1º de junho de 1995,


e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da
Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 9.055, de 1º de junho de 1995,

DECRETA:

Art. 1º A extração, a industrialização, a utilização, a comercialização e o transporte de


asbesto/amianto, no território nacional, ficam limitados à variedade crisotila.

Art. 2º A importação de asbesto/amianto, da variedade crisotila, em qualquer de suas formas, somente


poderá ser realizada após autorização do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM do
Ministério de Minas e Energia e atendidas às seguintes exigências:

I - cadastramento junto ao DNPM das empresas importadoras de asbesto/amianto da variedade


crisotila, em qualquer de suas formas, condicionado à apresentação, pela empresa importadora, de
licença ambiental e registro no cadastro de usuário do Ministério do Trabalho;

II - apresentação, até 30 de novembro de cada ano, ao DNPM de previsão de importação, para o ano
seguinte, de asbesto/amianto da variedade crisotila;

III - cumprimento das condições estabelecidas pela legislação federal, estadual e municipal de controle
ambiental, de saúde e segurança no trabalho e de saúde pública, pertinentes a armazenagem,
manipulação, utilização e processamento do asbesto/amianto, bem como de eventuais resíduos
gerados nessa operação, inclusive quanto a sua disposição final.

Art. 3º O cadastramento da empresa importadora de asbesto/amianto no órgão competente referido


no inciso I do artigo anterior é válido por doze meses, ao término dos quais, inexistindo a renovação,
será cancelado.
163

Art. 4º O DNPM e a Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho


encaminharão, semestralmente, à Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, do
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Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

Comércio e do Turismo relação atualizada das empresas cadastradas e aptas a realizarem importação
de asbesto/amianto.

Art. 5º Todos os produtos que contenham asbesto/amianto da variedade crisotila, importado ou de


produção nacional, somente poderão ser comercializados se apresentarem marca de conformidade do
Sistema Brasileiro de Certificação.

Parágrafo único. As normas e os procedimentos para aplicação desse controle serão elaborados e
regulamentados até 31 de dezembro de 1998.

Art. 6º As fibras naturais e artificiais que já estejam sendo comercializadas ou que venham a ser
fabricadas deverão ter a comprovação do nível de agravo à saúde humana avaliada e certificada pelo
Ministério da Saúde, conforme critérios a serem por ele estabelecidos, no prazo de noventa dias.

Art. 7º As empresas de extração e industrialização de asbesto/amianto depositarão nas Delegacias


Regionais do Trabalho, no prazo de noventa dias a contar da data de publicação deste Decreto, cópias
autenticadas dos acordos firmados entre empregados e empregadores, nos quais deverão constar
cláusulas referentes a segurança e saúde no trabalho.

Art. 8º As empresas que iniciarem o processo de extração e industrialização de asbesto/amianto, após


a publicação deste Decreto, terão prazo de doze meses, a contar da data de expedição do alvará de
funcionamento, para depositar nas Delegacias Regionais do Trabalho o acordo firmado entre
empregados e empregadores referido na Lei nº 9.055, de 1º de junho de 1995.

Art. 9º As empresas que não assinarem e depositarem o acordo com os sindicatos de trabalhadores,
nos prazos fixados nos arts. 7º e 8º, terão o seu alvará de funcionamento automaticamente cancelado.

Art. 10. O monitoramento e controle dos riscos de exposição ao asbesto/amianto da variedade


crisotila e às fibras naturais e artificiais, nos termos do art. 4º da Lei nº 9.055, de 1995, poderão ser
executados por intermédio de instituições públicas ou privadas, credenciadas pelo Ministério do
Trabalho.

Parágrafo único. O credenciamento de instituições públicas ou privadas especializadas no


monitoramento e controle dos riscos de exposição dos trabalhadores ao asbesto/amianto far-se-á
conforme critérios estabelecidos pelos Ministérios do Trabalho, de Minas e Energia e da Saúde.
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Art. 11. Os registros da medição de poeira de asbesto/amianto deverão ser conservados nas empresas
pelo prazo mínimo de trinta anos, e o acesso a eles é franqueado aos trabalhadores, aos representantes
e às autoridades competentes.

Art. 12. As empresas de extração e industrialização do asbesto/amianto encaminharão, anualmente, à


Secretaria de Saúde do Estado ou do Município, a listagem de seus empregados, de acordo com os
critérios a serem estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Art. 13. Os Ministérios do Trabalho e da Saúde determinarão aos produtores de asbesto/amianto da


variedade crisotila, bem como das fibras naturais e artificiais referidas no art. 2º da Lei nº 9.055, de
1995, a paralisação do fornecimento de materiais às empresas que descumprirem obrigação
estabelecida naquela Lei, dando ciência, ao mesmo tempo, ao Ministério da Indústria, do Comércio e
do Turismo para as providências necessárias.

Art. 14. Fica criada a Comissão Nacional Permanente do Amianto - CNPA, vinculada ao Ministério
do Trabalho, de caráter consultivo, com o objetivo de propor medidas relacionadas ao
asbesto/amianto da variedade crisotila, e das demais fibras naturais e artificiais, visando à segurança
do trabalhador.

Parágrafo único. A CNPA elaborará seu regimento interno, a ser aprovado pelo Ministro de Estado
do Trabalho, disciplinando o seu funcionamento.

Art. 15. Integram a CNPA:

I - dois representantes do Ministério do Trabalho, um dos quais a presidirá;

II - dois representantes do Ministério da Saúde;

III - dois representantes do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo;

IV - um representante do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal;

V - um representante do Ministério de Minas e Energia;

VI - quatro representantes de entidades de classe representativas de empregados e quatro de


empregadores.

§ 1º Os membros da CNPA serão designados pelo Ministro de Estado do Trabalho, após indicação
pelos titulares dos órgãos e das entidades nela representados.

§ 2º A CNPA poderá se valer de instituições públicas e privadas de pesquisa sobre os efeitos do uso
165

do amianto, da variedade crisotila, na saúde humana.

§ 3º A participação na CNPA será considerada serviço público relevante, não ensejando qualquer
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remuneração.

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

Art. 16. O Ministério do Trabalho estabelecerá, no prazo de 180 dias a partir da publicação deste
Decreto, critérios para a elaboração e implementação de normas de segurança e sistemas de
acompanhamento para os setores têxtil e de fricção.

Art. 17. Caberá aos Ministérios do Trabalho, da Saúde, da Ciência e Tecnologia e da Educação e do
Desporto, mediante ações integradas, promover e fomentar o desenvolvimento de estudos e pesquisas
relacionados ao asbesto/amianto e à saúde do trabalhador.

Art. 18. A destinação de resíduos contendo asbesto/amianto ou fibras naturais e artificiais referidas
no art. 2º da Lei nº 9.055, de 1995, decorrentes do processo de extração ou industrialização, obedecerá
ao disposto em regulamentação específica.

Art. 19. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 15 de outubro de 1997; 176º da Independência e 109º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Paulo Renato Souza

Paulo Paiva

Reinhold Stephanes

Carlos César de Albuquerque

Francisco Dornelles

Raimundo Brito

José Israel Vargas

Gustavo Krause
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LEI Nº 9.832, DE 14 DE SETEMBRO DE 1999

Proíbe o uso industrial de embalagens metálicas


soldadas com liga de chumbo e estanho para
acondicionamento de gêneros alimentícios, exceto
para produtos secos ou desidratados.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º É proibido em todo o território nacional, a partir de dois anos da entrada em vigor desta Lei,
o uso industrial de embalagens metálicas soldadas com liga de chumbo e estanho para
acondicionamento de gêneros alimentícios, exceto para produtos secos ou desidratados.

Art. 2º O não cumprimento do disposto no art. 1o implicará a aplicação das penalidades


administrativas, civis e penais previstas em lei, inclusive aquelas de que trata o art. 56 da Lei nº 8.078,
de 11 de setembro de 1990.

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 14 de setembro de 1999; 178o da Independência e 111o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Marcus Vinivius Pratini de Moraes

José Serra

Alcides Lopes Tápias


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DECRETO LEGISLATIVO Nº 182, DE 1999

Aprova o texto do Acordo de Sede celebrado entre


o Governo da República Federativa do Brasil e a
Associação dos Países Produtores de Estanho, em
Brasília, em 27 de maio de 1999.

Faço saber que o CONGRESSO NACIONAL aprovou, e eu, ANTONIO CARLOS MAGALHÃES,
PRESIDENTE do SENADO FEDERAL, nos termos do art. 48, item 28, do Regimento Interno,
promulgo o seguinte.

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Art. 1º É aprovado o texto do Acordo de Sede celebrado entre o Governo da República Federativa
do Brasil e a Associação dos Países Produtores de Estanho, em Brasília, em 27 de maio de 1999.

Parágrafo único. São sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quaisquer atos que possam resultar
em revisão do referido Acordo, bem como quaisquer ajustes complementares que, nos termos do art.
49, I, da Constituição Federal, acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional.

Art. 2º Este Decreto Legislativo entra em vigor na data de sua publicação.

SENADO FEDERAL, em 14 de dezembro de 1999.

Senador ANTÔNIO CARLOS MAGALHÃES

PRESIDENTE
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DECRETO Nº 3.358 DE 2 DE FEVEREIRO DE


2000

Regulamenta o disposto na Lei nº 9.827, de 27 de


agosto de 1999, que "acrescenta parágrafo único ao
art. 2º do Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de
1967, com a redação dada pela Lei nº 9.314, de 14 de
novembro de 1996".

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da
Constituição, e em cumprimento ao disposto no art. 2o da Lei no 9.827, de 27 de agosto de 1999,

DECRETA:

Art. 1º. Este Decreto regulamenta a Lei no 9.827, de 27 de agosto de 1999, dispondo sobre a extração
de substâncias minerais de emprego imediato na construção civil, definidas em portaria do Ministro
de Estado de Minas e Energia, por órgãos da administração direta e autárquica da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, para uso exclusivo em obras públicas por eles executadas
diretamente, respeitados os direitos minerários em vigor nas áreas onde devam ser executadas as obras
e vedada a comercialização.

Condições da Extração

Art. 2º. A extração de substâncias minerais de emprego imediato na construção civil, definidas em
portaria do Ministro de Estado de Minas e Energia, por órgãos da administração direta e autárquica
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, para uso exclusivo em obras públicas
por eles executadas diretamente, depende de registro no Departamento Nacional de Produção Mineral
- DNPM, autarquia vinculada ao Ministério de Minas e Energia, na forma do disposto neste Decreto.

Art. 3º. O registro de extração será efetuado exclusivamente para substâncias minerais de emprego
imediato na construção civil, definidas em portaria do Ministro de Estado de Minas e Energia, em área
considerada livre nos termos do art. 18 do Decreto-Lei no 227, de 28 de fevereiro de 1967 (Código
de Mineração).
169

§ 1º Será admitido, em caráter excepcional, o registro de extração em área onerada, desde que o titular
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do direito minerário preexistente autorize expressamente a extração.

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


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§ 2º A extração de que trata este Decreto fica adstrita à área máxima de cinco hectares.

Requerimento de Registro de Extração

Art. 4º O registro de extração será pleiteado em requerimento dirigido ao Diretor-Geral do DNPM,


entregue, mediante recibo, no protocolo da unidade regional da autarquia em cuja circunscrição se
localize a área pretendida, onde será mecânica e cronologicamente numerado e registrado, devendo
conter os seguintes elementos de instrução:

I - qualificação do requerente, órgão da administração direta ou autárquica da União, dos Estados, do


Distrito Federal ou dos Municípios;

II - indicação da substância mineral a ser extraída;

III - memorial contendo:

a) informações sobre a necessidade da utilização da substância mineral indicada em obra pública


devidamente especificada a ser executada diretamente pelo requerente;

b) dados sobre a localização e a extensão, em hectares, da área objetivada;

c) indicação dos prazos previstos para o início e para a conclusão da obra;

IV - planta de situação e memorial descritivo da área;

V - licença de operação, expedida pelo órgão ambiental competente.

§ 1º Os elementos de instrução exigidos no inciso IV deste artigo deverão ser elaborados por
profissional legalmente habilitado e estar acompanhados da respectiva anotação de responsabilidade
técnica.

§ 2º A critério do DNPM, poderão ser formuladas exigências sobre dados considerados necessários à
melhor instrução do processo, inclusive apresentação de projeto de extração elaborado por técnico
legalmente habilitado.

§ 3º Não atendidas as exigências no prazo de trinta dias, contado a partir da publicação do seu extrato
no Diário Oficial, o requerimento será indeferido pelo Diretor-Geral do DNPM.

§ 4º Na hipótese de que trata o parágrafo anterior, a área ficará disponível, nos termos do art. 26 do
Código de Mineração.

§ 5º Quando objetivar área onerada, o requerimento deverá ser instruído ainda com a autorização do
titular do direito minerário preexistente, sob pena de indeferimento.
170

Art. 5º O requerimento de registro de extração em área considerada livre onera a área, para fins de
interposição de novos requerimentos de direitos minerários e registro de extração.
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Prazo do Registro

Art. 6º O registro de extração terá prazo determinado, a juízo do DNPM, considerando as


necessidades da obra devidamente especificada a ser executada e a extensão da área objetivada no
requerimento, admitida uma única prorrogação.

Expedição da Declaração de Registro

Art. 7º Atendidos os requisitos previstos nos arts. 3o e 4o, o Diretor-Geral do DNPM expedirá
declaração de registro da extração pretendida, com base nos dados informados no requerimento, dela
formalizando-se extrato a ser publicado no Diário Oficial.

Vedações

Art. 8º São vedadas aos órgãos da administração direta e autárquica da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios:

I - a cessão ou a transferência do registro de extração, bem como do respectivo requerimento;

II - a contratação de terceiros para a execução das atividades de extração de que trata este Decreto.

Aditamento de nova Substância Mineral

Art. 9º É admitido, a requerimento do interessado, o aditamento ao registro de extração de nova


substância mineral de emprego imediato na construção civil, definida em portaria do Ministro de
Estado de Minas e Energia, observadas as condições do registro original.

Cancelamento do Registro

Art. 10. O registro de extração será cancelado:

I - quando for constatada a comercialização das substâncias minerais extraídas;


171

II - quando as substâncias minerais extraídas não estiverem sendo utilizadas em obras públicas
executadas diretamente pelo interessado;
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Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

III - quando não forem iniciados, sem motivo justificado, os trabalhos de extração no prazo de um
ano, a contar da publicação do registro;

IV - na hipótese de suspensão, sem motivo justificado, dos trabalhos de extração por prazo superior
a um ano,

V - quando for constatada a extração de substância mineral não constante do registro;

VI - quando for constatada a execução das atividades de extração por terceiros;

VII - quando expirado o prazo de validade, sem que tenha havido prorrogação.

Art. 11. Cancelado o registro nas hipóteses previstas no artigo anterior, a área objeto de registro de
extração ficará disponível, nos termos do art. 26 do Código de Mineração.

Direito de Prioridade

Art. 12. Será respeitado, na aplicação do disposto neste Decreto, o direito de prioridade à obtenção
do registro de extração atribuído ao interessado, cujo requerimento tenha por objeto área considerada
livre para a finalidade pretendida, à data da protocolização do requerimento no DNPM.

Art. 13. O Diretor-Geral do DNPM poderá expedir atos complementares, se necessários, à aplicação
deste Decreto.

Art. 14. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 2 de fevereiro de 2000; 179o da Independência e 112o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Rodolpho Tourinho Neto


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LEI Nº 9.976, DE 3 DE JULHO DE 2000

Dispõe sobre a produção de cloro e dá outras


providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º A produção de cloro pelo processo de eletrólise em todo o território nacional sujeita-se às
normas estabelecidas nesta Lei.

Art. 2º Ficam mantidas as tecnologias atualmente em uso no País para a produção de cloro pelo
processo de eletrólise, desde que observadas as seguintes práticas pelas indústrias produtoras:

I - cumprimento da legislação de segurança, saúde no trabalho e meio ambiente vigente;

II - análise de riscos com base em regulamentos e normas legais vigentes;

III - plano interno de proteção à comunidade interna e externa em situações de emergência;

IV - plano de proteção ambiental que inclua o registro das emissões;

V - controle gerencial do mercúrio nas empresas que utilizem tecnologia a mercúrio, com
obrigatoriedade de:

a. sistema de reciclagem e/ou tratamento de todos os efluentes, emissões e resíduos mercuriais;

b. paredes, pisos e demais instalações construídas de forma a minimizar perdas de mercúrio;

c. operações de manuseio, recuperação, manutenção e armazenagem de mercúrio que evitem a


contaminação dos locais de trabalho e do meio ambiente;

d. avaliações ambientais conforme normas específicas para este agente;

VI - programa de prevenção da exposição ao mercúrio que inclua:

a. avaliação de risco para a saúde do trabalhador;

b. adoção de medidas de controle de engenharia, operações administrativas e equipamentos de


proteção individual – EPIs;
173

c. monitoramento da exposição e gerenciamento do risco;

d. ação de vigilância à saúde dos trabalhadores próprios e de terceiros;


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Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

e. procedimentos operacionais, de manutenção e de atividades de apoio;

VII - sistema gerencial de controle do amianto, nas indústrias que utilizem essa tecnologia, com
obrigatoriedade de: a. utilização de amianto somente do tipo crisotila;

b. ambiente fechado com filtração de ar para o manuseio do amianto seco;

c. locais controlados nas operações de preparação e remoção de diafragmas de amianto;

d. segregação de resíduos do amianto, tratamentos e destinações adequadas, com registro interno de


todas as etapas;

e. vestiários adequados para o acesso às áreas do amianto por pessoas designadas;

f. vigilância da saúde na prevenção de exposição ocupacional ao amianto com procedimentos bem


definidos de toda ação de controle; e

g. disponibilidade de equipamento de proteção individual e uniformes específicos para operações nesta


área;

VIII - afastamento temporário do trabalhador do local de risco, sempre que os limites biológicos legais
forem ultrapassados, até que medidas de controle sejam adotadas e o indicador biológico normalizado;

IX - discussão dos riscos para a saúde e para o meio ambiente em decorrência do uso do mercúrio e
do amianto, no âmbito das Comissões Internas de Prevenções de Acidentes – CIPAs, da qual será
dado conhecimento aos empregados e demais trabalhadores envolvidos;

X - plano de automonitoramento de efluentes gerados, especificando:

a. forma e metodologia do monitoramento;

b. estratégia de amostragem;

c. registro e disponibilização dos resultados médios de monitoramento.

Art. 3º Fica vedada a instalação de novas fábricas para produção de cloro pelo processo de eletrólise
com tecnologia a mercúrio e diafragma de amianto.

Art. 4º A modificação substancial das fábricas atualmente existentes que utilizam processos a mercúrio
ou diafragma de amianto será precedida de registro mediante comunicação formal aos órgãos públicos
competentes, sem prejuízo das exigências legais pertinentes.

§ 1º Para efeito desta Lei, são consideradas modificações substanciais aquelas alterações de processo,
instalações, equipamentos e área envolvida diretamente no processo de eletrólise que:

I - aumentem a capacidade nominal de produção da fábrica;


174

II - modifiquem a área utilizada;


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III - alterem o tipo de célula;

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IV - aumentem o número de células existentes;

V - possam resultar em impactos ambientais em função de:

a. mudança de matérias-primas e insumos;

b. aumento de geração de poluentes nas águas, ar e resíduos sólidos;

c. alterações nas formas e quantidades de energias utilizadas; e

d. aumento no consumo de água;

VI - possam resultar em alterações nos riscos à saúde e segurança dos trabalhadores e das instalações.

§ 2º Ficam vedadas ampliações desses processos que configurem construções de novas salas de células
ou circuitos completos adicionais aos já existentes.

Art. 5º A utilização de novas tecnologias de produção de cloro dependerá de autorizações e avaliações


de riscos previstas em lei.

Art. 6º As indústrias de cloro pelo processo de eletrólise deverão manter nos estabelecimentos, em
local de fácil acesso, para fins de fiscalização, as informações sobre o automonitoramento e demais
itens do art. 2o desta Lei.

Art. 7º As informações sobre indicadores gerais de qualidade do controle do mercúrio e do amianto


deverão ser padronizados e estar disponíveis aos empregados próprios e de contratados e ao sindicato
da categoria profissional predominante no estabelecimento.

Art. 8º Na hipótese de infração das determinações desta Lei, os órgãos de fiscalização competentes,
sem prejuízo de outras cominações legais, aplicarão uma ou mais das seguintes medidas:

I - advertência;

II - multa;

III - suspensão temporária da atividade industrial; e

IV - suspensão definitiva da atividade industrial.

Art. 9º O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de cento e oitenta dias de sua publicação.
175
Página

Art. 10. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

Brasília, 3 de julho de 2000; 179o da Independência e 112o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

José Gregori

Francisco Dornelles

José Serra

Alcides Lopes Tápias

José Sarney Filho


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LEI Nº 9.993, DE 24 DE JULHO DE 2000

Destina recursos da compensação financeira pela


utilização de recursos hídricos para fins de geração
de energia elétrica e pela exploração de recursos
minerais para o setor de ciência e tecnologia.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Esta Lei altera a redação da Lei no 8.001, de 13 de março de 1990, com o objetivo de destinar
ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico recursos oriundos da compensação
financeira pela utilização de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e pela exploração
de recursos minerais.

Art. 2º O art. 1º da Lei no 8.001, de 13 de março de 1990, com a alteração do art. 54 da Lei no 9.433,
de 8 de janeiro de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 1º ...........................................................................

......................................................................................"

"III - três por cento ao Ministério do Meio Ambiente;" (NR)

"IV - três por cento ao Ministério de Minas e Energia;" (NR)

"V - quatro por cento ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e


Tecnológico – FNDCT, criado pelo Decreto-Lei no 719, de 31 de julho de 1969, e
restabelecido pela Lei no 8.172, de 18 de janeiro de 1991." (NR)
177

"...................................................................................."
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Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

"§ 6º No mínimo trinta por cento dos recursos a que se refere o inciso V do caput
serão destinados a projetos desenvolvidos por instituições de pesquisa sediadas nas
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, incluindo as respectivas áreas das
Superintendências Regionais." (AC)*

Art. 3º Os recursos destinados ao FNDCT serão alocados em categoria de programação específica e


reservados para o financiamento de programas e projetos de pesquisa científica e desenvolvimento
tecnológico do setor de recursos hídricos, devendo ser administrados conforme o disposto no
regulamento.

Parágrafo único. Para fins do disposto no § 5o do art. 165 da Constituição Federal, o Poder Executivo
incluirá os recursos de que trata o art. 1o na proposta de lei orçamentária anual.

Art. 4º Será constituído, no âmbito do Ministério da Ciência e Tecnologia, que lhe prestará apoio
técnico, administrativo e financeiro, Comitê Gestor com a finalidade de definir as diretrizes gerais e
plano anual de investimentos, acompanhar a implementação das ações e proceder à avaliação anual
dos resultados alcançados, o qual deverá ser composto pelos seguintes membros:

I - um representante do Ministério da Ciência e Tecnologia, que o presidirá;

II - um representante do Ministério do Meio Ambiente;

III - um representante do Ministério de Minas e Energia;

IV - um representante da agência federal reguladora de recursos hídricos;

V - um representante da Financiadora de Estudos e Projetos - Finep;

VI - um representante do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq;

VII - um representante da comunidade científica;

VIII - um representante do setor produtivo.

Art. 5º O art. 8º da Lei no 7.990, de 28 de dezembro de 1989, com a redação dada pelo art. 3o da Lei
no 8.001, de 13 de março de 1990, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:

"Art. 8º ......................................................................."

"Parágrafo único. A compensação financeira não recolhida no prazo fixado no


caput deste artigo será cobrada com os seguintes acréscimos:" (AC)
178

"I - juros de mora, contados do mês seguinte ao do vencimento, à razão de um por


cento ao mês ou fração de mês;" (AC)
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"II – multa de dez por cento, aplicável sobre o montante final apurado." (AC)
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Art. 6º O § 2º do art. 2o da Lei no 8.001, de 13 de março de 1990, passa a vigorar


com a seguinte redação:

"Art. 2º .........................................................................

...................................................................................."

"§ 2º A distribuição da compensação financeira referida no caput deste artigo será


feita da seguinte forma:" (NR)

"I - ..............................................................................."

"II - ..............................................................................."

"II-A. 2% (dois por cento) para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico


e Tecnológico - FNDCT, instituído pelo Decreto-Lei no 719, de 31 de julho de
1969, e restabelecido pela Lei no 8.172, de 18 de janeiro de 1991, destinado ao
desenvolvimento científico e tecnológico do setor mineral;" (AC)

"III - 10% (dez por cento) para o Ministério de Minas e Energia, a serem
integralmente repassados ao Departamento Nacional de Produção Mineral -
DNPM, que destinará 2% (dois por cento) desta cota-parte à proteção mineral em
regiões mineradoras, por intermédio do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama." (NR)

Art. 7º Para fins do disposto no § 5º do art. 165 da Constituição Federal, o Poder Executivo incluirá
na proposta de lei orçamentária anual os recursos destinados ao FNDCT previstos nesta Lei.

Art. 8º Será constituído, no âmbito do Ministério da Ciência e Tecnologia, que lhe prestará apoio
técnico, administrativo e financeiro, Comitê Gestor com a finalidade de definir diretrizes gerais e plano
anual de investimento, acompanhar a implementação das ações e avaliar anualmente os resultados
alcançados, o qual será composto pelos seguintes membros:

I - um representante do Ministério da Ciência e Tecnologia, que o presidirá;

II - um representante do Ministério de Minas e Energia;

III - um representante do órgão federal regulador dos recursos minerais;

IV - um representante da Financiadora de Estudos e Projetos – Finep;


179

V - um representante do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq;


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VI - um representante da comunidade científica;


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Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

VII - um representante do setor produtivo.

Art. 9º Os membros dos Comitês Gestores referidos nos incisos VII e VIII do art. 4o e nos incisos
VI e VII do art. 8o desta Lei terão mandato de dois anos, admitida uma recondução, devendo a
primeira investidura ocorrer no prazo de até noventa dias a partir da publicação desta Lei.

Parágrafo único. A participação nos Comitês Gestores não será remunerada.

Art. 10. Não se aplica a este Fundo o disposto na Lei no 9.530, de 10 de dezembro de 1997.

Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 24 de julho de 2000; 179o da Independência e 112o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Rodolpho Tourinho Neto

Ronaldo Mota Sardenberg

José Sarney Filho


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DECRETO LEGISLATIVO Nº 207, DE 2002

Susta os efeitos da Nota Conjur-Minfra nº 24/92,


aprovada pelo Senhor Presidente da República,
segundo despacho publicado em 24 de março de
1992, na Exposição de Motivos nº 19/92, do
Ministro de Estado da Infra-Estrutura.

O CONGRESSO NACIONAL DECRETA:

Art. 1º. São sustados os efeitos da Nota Conjur-Minfra nº 24, de 11 de fevereiro de 1992, aprovada
pelo Senhor Presidente da República, segundo despacho publicado no Diário Oficial da União de 24
de março de 1992, na Exposição de Motivos nº 19, de 21 de fevereiro de 1992, do Ministro de Estado
da Infra-Estrutura.

Art. 2º. Este Decreto Legislativo entra em vigor na data de sua publicação.

Senado Federal, em 10 de setembro de 2002

SENADOR EDISON LOBÃO

Primeiro Vice-Presidente no exercício da Presidência

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PORTARIA CONJUNTA DNPM/SRF Nº 397, DE


13 DE OUTUBRO DE 2003

Institui o Sistema de Certificação do Processo de


Kimberley no território nacional.

O DIRETOR-GERAL DO DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL –


DNPM, no uso de suas atribuições e tendo em vista o disposto na Lei nº 10.743, de 9 de outubro de
2003, publicada no Diário Oficial da União de 10 de outubro de 2003, que instituiu o Sistema de
Certificação do Processo de Kimberley no território nacional e, em especial, no seu art. 5º, resolvem:

Art. 1º. A exportação e a importação de diamantes brutos somente poderá ser efetivada após a prévia
anuência do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, mediante:

I - emissão do Certificado do Processo de Kimberley, na hipótese de exportação; ou

II - manifestação favorável no Sistema Integrado de Comércio Exterior - Siscomex, previamente ao


registro da correspondente Declaração de Importação - DI, na hipótese de importação.

§ 1º. Para a manifestação prevista no inciso II deste artigo o importador deverá:

I - declarar ao DNPM:

a) o número de sua inscrição nos cadastros de contribuintes do Ministério da Fazenda (CPF ou CNPJ);

b) o seu endereço completo;

c) a descrição da mercadoria importada e o respectivo peso (em quilate);

d) o valor dos lotes (em dólares dos Estados Unidos da América, em base FOB);

e) o código da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) correspondente ao tipo de diamante


importado; e

f) a origem dos diamantes.

II - apresentar ao DNPM cópia do Certificado emitido por outro país participante do Processo de
Kimberley.

§ 2º. A solicitação de anuência prévia e do Certificado do Processo de Kimberley para exportação e


importação de diamantes brutos será indeferida quando instruída em desacordo com o disposto nesta
Portaria e na Portaria que será editada pelo DNPM.
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Art. 2º. A anuência prévia será solicitada:

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Alexandre Soares de Almeida (Org.)
I - por meio de requerimento dirigido ao Diretor-Geral do DNPM, acompanhado do pagamento de
emolumentos e dos demais elementos de instrução estabelecidos em Portaria do DNPM, no caso de
exportação; ou

II - mediante a utilização do módulo de licenciamento não-automático do Siscomex, no caso de


importação.

Art. 3º A declaração para despacho aduaneiro de exportação ou de importação dos diamantes brutos
de que trata o art.2o será instruída com o Certificado do Processo de Kimberley atestando o país de
origem, além dos documentos estabelecidos nas normas específicas.

Art. 4º. Os lotes de diamantes brutos a serem exportados, que se destinem a análises, testes e fins
científicos, bem como a exposição em feiras, congressos e eventos similares, sem destinação comercial,
também deverão estar acompanhados do Certificado do Processo de Kimberley, cujo conteúdo
indicará:

I - a finalidade da exportação; e,

II - o período de permanência no exterior, quando se tratar de material que deva retornar ao País.

Art. 5º. O Certificado do Processo de Kimberley emitido pela Secretaria da Receita Federal nos termos
do § 2o do art. 6o da Lei nº 10.743, de 2003, será renumerado e conterá os mesmos termos do
certificado original emitido pelo DNPM.

Parágrafo único. Para a emissão do Certificado a que se refere o caput deste artigo, não serão cobrados
novos emolumentos.

Art. 6º. A juízo do DNPM, e, em caráter excepcional, poderá ser exigido laudo técnico para a
confirmação da autenticidade das informações prestadas pelo exportador, nos termos estabelecidos
em Portaria do DNPM.

Art. 7º. Os estoques de diamantes brutos extraídos até 31 de dezembro de 2002, deverão ser
formalmente informados ao DNPM, no prazo de 90 dias, contado da vigência desta Portaria, mediante
comunicação escrita, dirigida ao diretor do DNPM, instruída com documentos contábeis
comprobatórios de suporte das declarações fiscais entregues à Secretaria da Receita Federal.

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo é condição para a emissão do Certificado de
Processo de Kimberley com vistas a amparar operações de exportação de diamantes brutos extraídos
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anteriormente a 1o de janeiro de 2003.


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Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

Art. 8º. Ficam aprovados, na forma do Anexo I, os modelos dos Certificados do Processo de
Kimberley para exportação de diamantes brutos.

Art. 9º. O monitoramento e o controle estatístico do comércio internacional de diamantes no País


será executado com base nos dados e rotinas eletrônicas do Sistema Integrado de Comércio Exterior
-Siscomex e do Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior - Alice.

Art. 10. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

MIGUEL ANTONIO CEDRAZ NERY

Diretor-Geral do DNPM

JORGE ANTONIO DEHER RACHID

Secretário da Receita Federal


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DECRETO LEGISLATIVO Nº 30, DE 2006

Aprova o texto dos Termos de Referência e Regras


de Procedimento do Grupo Internacional de
Estudos do Níquel - GIEN.

Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, e eu, Renan Calheiros, Presidente do Senado Federal,
nos termos do art. 48, inciso XXVIII, do Regimento Interno, promulgo o seguinte

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º Fica aprovado o texto dos Termos de Referência e Regras de Procedimento do Grupo
Internacional de Estudos do Níquel - GIEN.

Parágrafo único. Ficam sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quaisquer atos que possam
resultar em revisão dos referidos Termos, bem como quaisquer ajustes complementares que, nos
termos do inciso I do art. 49 da Constituição Federal, acarretem encargos ou compromissos gravosos
ao patrimônio nacional.

Art. 2º Este Decreto Legislativo entra em vigor na data de sua publicação.

Senado Federal, em 21 de fevereiro de 2006.

SENADOR RENAN CALHEIROS

Presidente do Senado Federal 185


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DECRETO LEGISLATIVO Nº 282, DE 2007

Aprova o texto dos Termos de Referência e Regras


de Procedimento do Grupo Internacional de
Estudos do Chumbo e Zinco - GIECZ.

Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, e eu, Tião Viana, Presidente do Senado Federal
Interino, nos termos do art. 48, inciso XXVIII, do Regimento Interno, promulgo o seguinte

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º Fica aprovado o texto dos Termos de Referência e Regras de Procedimento do Grupo
Internacional de Estudos do Chumbo e Zinco - GIECZ.

Parágrafo único. Ficam sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quaisquer atos que possam
resultar em revisão dos referidos Termos, bem como quaisquer ajustes complementares que, nos
termos do inciso I do art. 49 da Constituição Federal, acarretem encargos ou compromissos gravosos
ao patrimônio nacional.

Art. 2º Este Decreto Legislativo entra em vigor na data de sua publicação.

Senado Federal, em 23 de outubro de 2007.

SENADOR TIÃO VIANA

Presidente do Senado Federal

Interino
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LEI Nº 11.685, DE 2 DE JUNHO DE 2008

Institui o Estatuto do Garimpeiro e dá outras


providências.

O VICE–PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de PRESIDENTE DA


REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Capítulo I

Disposições preliminares

Art. 1º Fica instituído o Estatuto do Garimpeiro, destinado a disciplinar os direitos e deveres


assegurados aos garimpeiros.

Art. 2º Para os fins previstos nesta Lei entende-se por:

I - garimpeiro: toda pessoa física de nacionalidade brasileira que, individualmente ou em forma


associativa, atue diretamente no processo da extração de substâncias minerais garimpáveis;

II - garimpo: a localidade onde é desenvolvida a atividade de extração de substâncias minerais


garimpáveis, com aproveitamento imediato do jazimento mineral, que, por sua natureza, dimensão,
localização e utilização econômica, possam ser lavradas, independentemente de prévios trabalhos de
pesquisa, segundo critérios técnicos do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM; e

III - minerais garimpáveis: ouro, diamante, cassiterita, columbita, tantalita, wolframita, nas formas
aluvionar, eluvional e coluvial, scheelita, demais gemas, rutilo, quartzo, berilo, muscovita,
espodumênio, lepidolita, feldspato, mica e outros, em tipos de ocorrência que vierem a ser indicados,
a critério do DNPM.

Art. 3º O exercício da atividade de garimpagem só poderá ocorrer após a outorga do competente título
minerário, expedido nos termos do Decreto-Lei no 227, de 28 de fevereiro de 1967, e da Lei no 7.805,
de 18 de julho de 1989, sendo o referido título indispensável para a lavra e a primeira comercialização
dos minerais garimpáveis extraídos.
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Capítulo II
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Das modalidades de trabalho

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

Art. 4º Os garimpeiros realizarão as atividades de extração de substâncias minerais garimpáveis sob as


seguintes modalidades de trabalho:

I - autônomo;

II - em regime de economia familiar;

III - individual, com formação de relação de emprego;

IV - mediante Contrato de Parceria, por Instrumento Particular registrado em cartório; e

V - em Cooperativa ou outra forma de associativismo.

Capítulo III

Dos direitos e deveres do garimpeiro

Seção I

Dos Direitos

Art. 5º As cooperativas de garimpeiros terão prioridade na obtenção da permissão de lavra garimpeira


nas áreas nas quais estejam atuando, desde que a ocupação tenha ocorrido nos seguintes casos:

I - em áreas consideradas livres, nos termos do Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967;

II - em áreas requeridas com prioridade, até a data de 20 de julho de 1989; e

III - em áreas onde sejam titulares de permissão de lavra garimpeira.

Parágrafo único. É facultado ao garimpeiro associar-se a mais de uma cooperativa que tenha atuação
em áreas distintas.

Art. 6º As jazidas cujo título minerário esteja em processo de baixa no DNPM e que,
comprovadamente, contenham, nos seus rejeitos, minerais garimpáveis que possam ser objeto de
exploração garimpeira poderão ser tornadas disponíveis, por meio de edital, às cooperativas de
garimpeiros, mediante a manifestação de interesse destas, conforme dispuser portaria do Diretor-
Geral do DNPM.
188

Art. 7º As jazidas vinculadas a títulos minerários declarados caducos em conformidade com o art. 65
do Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967, relativos a substâncias minerais garimpáveis que
Página

possam ser objeto de atividade garimpeira, poderão ser tornadas disponíveis, por meio de edital, às

jusagrarista@gmail.com
Alexandre Soares de Almeida (Org.)
cooperativas de garimpeiros, mediante a manifestação de interesse destas, conforme dispuser portaria
do Diretor-Geral do DNPM.

Art. 8º A critério do DNPM, será admitido o aproveitamento de substâncias minerais garimpáveis por
cooperativas de garimpeiros em áreas de manifesto de mina e em áreas oneradas por alvarás de
pesquisa e portarias de lavra, com autorização do titular, quando houver exeqüibilidade da lavra por
ambos os regimes.

Art. 9º Fica assegurado ao garimpeiro, em qualquer das modalidades de trabalho, o direito de


comercialização da sua produção diretamente com o consumidor final, desde que se comprove a
titularidade da área de origem do minério extraído.

Art. 10. A atividade de garimpagem será objeto de elaboração de políticas públicas pelo Ministério de
Minas e Energia destinadas a promover o seu desenvolvimento sustentável.

Art. 11. Fica assegurado o registro do exercício da atividade de garimpagem nas carteiras expedidas
pelas cooperativas de garimpeiros.

Seção II

Dos Deveres do Garimpeiro

Art. 12. O garimpeiro, a cooperativa de garimpeiros e a pessoa que tenha celebrado Contrato de
Parceria com garimpeiros, em qualquer modalidade de trabalho, ficam obrigados a:

I - recuperar as áreas degradadas por suas atividades;

II - atender ao disposto no Código de Mineração no que lhe couber; e

III - cumprir a legislação vigente em relação à segurança e à saúde no trabalho.

Art. 13. É proibido o trabalho do menor de 18 (dezoito) anos na atividade de garimpagem.

Capítulo IV
189

Das entidades de garimpeiros


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Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

Art. 14. É livre a filiação do garimpeiro a associações, confederações, sindicatos, cooperativas ou


outras formas associativas, devidamente registradas, conforme legislação específica.

Art. 15. As cooperativas, legalmente constituídas, titulares de direitos minerários deverão informar ao
DNPM, anualmente, a relação dos garimpeiros cooperados, exclusivamente para fins de registro.

§ 1º A apresentação intempestiva ou que contenha informações inverídicas implicará multa de R$


2.000,00 (dois mil reais), a ser aplicada pelo DNPM.

§ 2º No caso de reincidência, a multa será aplicada em dobro, podendo, no caso de não pagamento
ou nova ocorrência, ensejar a caducidade do título.

Capítulo V

Disposições finais

Art. 16. O garimpeiro que tenha Contrato de Parceria com o titular de direito minerário deverá
comprovar a regularidade de sua atividade na área titulada mediante apresentação de cópias
autenticadas do contrato e do respectivo título minerário.

Parágrafo único. O contrato referido no caput deste artigo não será objeto de averbação no DNPM.

Art. 17. Fica o titular de direito minerário obrigado a enviar, anualmente, ao DNPM a relação dos
garimpeiros que atuam em sua área, sob a modalidade de Contrato de Parceria, com as respectivas
cópias desses contratos.

§ 1º A apresentação intempestiva ou que contenha informações inverídicas implicará multa de R$


1.000,00 (mil reais), a ser aplicada pelo DNPM.

§ 2º No caso de reincidência, a multa será aplicada em dobro, podendo, no caso de não pagamento
ou nova ocorrência, ensejar a caducidade do título.

Art. 18. É instituído o Dia Nacional do Garimpeiro a ser comemorado em 21 de julho.

Art. 19. Fica intitulado Patrono dos Garimpeiros o Bandeirante Fernão Dias Paes Leme.
190

Art. 20. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.


Página

jusagrarista@gmail.com
Alexandre Soares de Almeida (Org.)
Brasília, 2 de junho de 2008; 187º da Independência e 120º da República.

JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA

Carlos Lupi

Edison Lobão

191
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DECRETO LEGISLATIVO Nº 650, DE 2009

Aprova o texto dos Termos de Referência e Regras


de Procedimento do Grupo Internacional de
Estudos sobre o Cobre - GIEC.

Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, e eu, José Sarney, Presidente do Senado Federal, nos
termos do parágrafo único do art. 52 do Regimento Comum e do inciso XXVIII do art. 48 do
Regimento Interno do Senado Federal, promulgo o seguinte

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º Fica aprovado o texto dos Termos de Referência e Regras de Procedimento do Grupo
Internacional de Estudos sobre o Cobre - GIEC.

Parágrafo único. Ficam sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quaisquer atos que possam
resultar em revisão dos referidos Termos e Regras, bem como quaisquer ajustes complementares que,
nos termos do inciso I do art. 49 da Constituição Federal, acarretem encargos ou compromissos
gravosos ao patrimônio nacional.

Art. 2º Este Decreto Legislativo entra em vigor na data de sua publicação.

Senado Federal, em 25 de setembro de 2009.

SENADOR JOSÉ SARNEY

Presidente do Senado Federal


192
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Alexandre Soares de Almeida (Org.)

DECRETO Nº 6.848, DE 14 DE MAIO DE 2009

Altera e acrescenta dispositivos ao Decreto nº 4.340,


de 22 de agosto de 2002, para regulamentar a
compensação ambiental.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da
Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 36 da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000,

DECRETA:

Art. 1º Os arts. 31 e 32 do Decreto no 4.340, de 22 de agosto de 2002, passam a vigorar com a seguinte
redação:

“Art. 31. Para os fins de fixação da compensação ambiental de que trata o art. 36
da Lei no 9.985, de 2000, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis - IBAMA estabelecerá o grau de impacto a partir de estudo
prévio de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, ocasião em que
considerará, exclusivamente, os impactos ambientais negativos sobre o meio
ambiente.

§ 1º O impacto causado será levado em conta apenas uma vez no cálculo.

§ 2º O cálculo deverá conter os indicadores do impacto gerado pelo


empreendimento e das características do ambiente a ser impactado.

§ 3º Não serão incluídos no cálculo da compensação ambiental os investimentos


referentes aos planos, projetos e programas exigidos no procedimento de
licenciamento ambiental para mitigação de impactos, bem como os encargos e
custos incidentes sobre o financiamento do empreendimento, inclusive os relativos
às garantias, e os custos com apólices e prêmios de seguros pessoais e reais.

§ 4º A compensação ambiental poderá incidir sobre cada trecho, naqueles


empreendimentos em que for emitida a licença de instalação por trecho.” (NR)

“Art. 32. Será instituída câmara de compensação ambiental no âmbito do Ministério


193

do Meio Ambiente, com a finalidade de:

I - estabelecer prioridades e diretrizes para aplicação da compensação ambiental;


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Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

II - avaliar e auditar, periodicamente, a metodologia e os procedimentos de cálculo


da compensação ambiental, de acordo com estudos ambientais realizados e
percentuais definidos;

III - propor diretrizes necessárias para agilizar a regularização fundiária das unidades
de conservação; e

IV - estabelecer diretrizes para elaboração e implantação dos planos de manejo das


unidades de conservação.” (NR)

Art. 2º. O Decreto no 4.340, de 2002, passa a vigorar acrescido dos seguintes artigos:

“Art. 31-A. O Valor da Compensação Ambiental - CA será calculado pelo produto


do Grau de Impacto - GI com o Valor de Referência - VR, de acordo com a fórmula
a seguir:

CA = VR x GI, onde:

CA = Valor da Compensação Ambiental;

VR = somatório dos investimentos necessários para implantação do


empreendimento, não incluídos os investimentos referentes aos planos, projetos e
programas exigidos no procedimento de licenciamento ambiental para mitigação de
impactos causados pelo empreendimento, bem como os encargos e custos
incidentes sobre o financiamento do empreendimento, inclusive os relativos às
garantias, e os custos com apólices e prêmios de seguros pessoais e reais; e

GI = Grau de Impacto nos ecossistemas, podendo atingir valores de 0 a 0,5%.

§ 1º O GI referido neste artigo será obtido conforme o disposto no Anexo deste


Decreto.

§ 2º O EIA/RIMA deverá conter as informações necessárias ao cálculo do GI.

§ 3º As informações necessárias ao calculo do VR deverão ser apresentadas pelo


empreendedor ao órgão licenciador antes da emissão da licença de instalação.

§ 4º Nos casos em que a compensação ambiental incidir sobre cada trecho do


empreendimento, o VR será calculado com base nos investimentos que causam
impactos ambientais, relativos ao trecho.” (NR)

“Art. 31-B. Caberá ao IBAMA realizar o cálculo da compensação ambiental de


acordo com as informações a que se refere o art. 31-A.
194

§ 1º Da decisão do cálculo da compensação ambiental caberá recurso no prazo de


Página

dez dias, conforme regulamentação a ser definida pelo órgão licenciador.

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Alexandre Soares de Almeida (Org.)
§ 2º O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a
reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.

§ 3º O órgão licenciador deverá julgar o recurso no prazo de até trinta dias, salvo
prorrogação por igual período expressamente motivada.

§ 4º Fixado em caráter final o valor da compensação, o IBAMA definirá sua


destinação, ouvido o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade -
Instituto Chico Mendes e observado o § 2º do art. 36 da Lei no 9.985, de 2000.”
(NR)

Art. 3º Nos processos de licenciamento ambiental já iniciados na data de publicação deste Decreto,
em que haja necessidade de complementação de informações para fins de aplicação do disposto no
Anexo do Decreto nº 4.340, de 2002, as providências para cálculo da compensação ambiental deverão
ser adotadas sem prejuízo da emissão das licenças ambientais e suas eventuais renovações.

Art. 4º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 14 de maio de 2009; 188o da Independência e 121º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Carlos Minc

ANEXO

METODOLOGIA DE CÁLCULO DO GRAU DE IMPACTO AMBIENTAL

1.Grau de Impacto (GI)

O Grau de Impacto é dado pela seguinte fórmula:

GI = ISB + CAP + IUC, onde:

ISB = Impacto sobre a Biodiversidade;


195

CAP = Comprometimento de Área Prioritária; e


Página

IUC = Influência em Unidades de Conservação.

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1.1. - ISB: Impacto sobre a Biodiversidade:

ISB = IM x IB (IA+IT), onde:

140

IM = Índice Magnitude;

IB = Índice Biodiversidade;

IA = Índice Abrangência; e

IT = Índice Temporalidade.

O ISB terá seu valor variando entre 0 e 0,25%.

O ISB tem como objetivo contabilizar os impactos do empreendimento diretamente sobre a


biodiversidade na sua área de influência direta e indireta. Os impactos diretos sobre a biodiversidade
que não se propagarem para além da área de influência direta e indireta não serão contabilizados para
as áreas prioritárias.

1.2 - CAP: Comprometimento de Área Prioritária:

CAP = IM x ICAP x IT, onde:

70

IM = Índice Magnitude;

ICAP = Índice Comprometimento de Área Prioritária; e

IT = Índice Temporalidade.

O CAP terá seu valor variando entre 0 e 0,25%.

O CAP tem por objetivo contabilizar efeitos do empreendimento sobre a área prioritária em que se
insere. Isto é observado fazendo a relação entre a significância dos impactos frente às áreas prioritárias
afetadas. Empreendimentos que tenham impactos insignificantes para a biodiversidade local podem,
no entanto, ter suas intervenções mudando a dinâmica de processos ecológicos, afetando ou
comprometendo as áreas prioritárias.

1.3 - IUC: Influência em Unidade de Conservação:

O IUC varia de 0 a 0,15%, avaliando a influência do empreendimento sobre as unidades de


conservação ou suas zonas de amortecimento, sendo que os valores podem ser considerados
cumulativamente até o valor máximo de 0,15%. Este IUC será diferente de 0 quando for constatada
196

a incidência de impactos em unidades de conservação ou suas zonas de amortecimento, de acordo


com os valores abaixo:
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Alexandre Soares de Almeida (Org.)
G1:parque (nacional, estadual e municipal), reserva biológica, estação ecológica, refúgio de vida
silvestre e monumento natural = 0,15%;

G2:florestas (nacionais e estaduais) e reserva de fauna = 0,10%;

G3:reserva extrativista e reserva de desenvolvimento sustentável = 0,10%;

G4:área de proteção ambiental, área de relevante interesse ecológico e reservas particulares do


patrimônio natural = 0,10%; e

G5:zonas de amortecimento de unidades de conservação = 0,05%.

2. Índices:

2.1 - Índice Magnitude (IM):

O IM varia de 0 a 3, avaliando a existência e a relevância dos impactos ambientais concomitantemente


significativos negativos sobre os diversos aspectos ambientais associados ao empreendimento,
analisados de forma integrada.

Valor Atributo
0 ausência de impacto ambiental significativo negativo
pequena magnitude do impacto ambiental negativo em relação ao
1
comprometimento dos recursos ambientais
média magnitude do impacto ambiental negativo em relação ao
2
comprometimento dos recursos ambientais
3 alta magnitude do impacto ambiental negativo

2.2 - Índice Biodiversidade (IB):

O IB varia de 0 a 3, avaliando o estado da biodiversidade previamente à implantação do


empreendimento.

Valor Atributo
0 Biodiversidade se encontra muito comprometida
1 Biodiversidade se encontra medianamente comprometida
2 Biodiversidade se encontra pouco comprometida
área de trânsito ou reprodução de espécies consideradas endêmicas ou
3
ameaçadas de extinção
197

2.3 - Índice Abrangência (IA):


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O IA varia de 1 a 4, avaliando a extensão espacial de impactos negativos sobre os recursos ambientais.


Em casos de empreendimentos lineares, o IA será avaliado em cada microbacia separadamente, ainda
que o trecho submetido ao processo de licenciamento ultrapasse os limites de cada microbacia.

Nota: para empreendimentos lineares deverão ser considerados compartimentos homogêneos da


paisagem para que os impactos sejam mensurados adequadamente em termos de abrangência, não
devendo ser considerados de forma cumulativa. O resultado final da abrangência será considerado de
forma proporcional ao tamanho deste compartimento em relação ao total de compartimentos.

Atributos para
Atributos para empreendimentos marítimos Atributos para
empreendimentos ou localizados empreendimentos
Valor
terrestres, fluviais e concomitantemente nas faixas marítimos (profundidade
lacustres terrestre e marítima da Zona em relação à lâmina d’água)
Costeira
impactos limitados à área impactos limitados a um raio profundidade maior ou
1
de uma microbacia de 5km igual a 200 metros
impactos que impactos limitados a um raio profundidade inferior a
ultrapassem a área de de 10km 200 e superior a 100
2 uma microbacia metros
limitados à área de uma
bacia de 3a ordem
impactos que impactos limitados a um raio profundidade igual ou
ultrapassem a área de de 50km inferior a 100 e superior a
3 uma bacia de 3a ordem e 50 metros
limitados à área de uma
bacia de 1aordem
impactos que impactos que ultrapassem o profundidade inferior ou
4 ultrapassem a área de raio de 50km igual a 50 metros
uma bacia de 1a ordem

2.4 - Índice Temporalidade (IT):

O IT varia de 1 a 4 e se refere à resiliência do ambiente ou bioma em que se insere o


empreendimento. Avalia a persistência dos impactos negativos do empreendimento.

Valor Atributo
1 imediata: até 5 anos após a instalação do empreendimento;
2 curta: superior a 5 e até 15 anos após a instalação do empreendimento;
3 média: superior a 15 e até 30 anos após a instalação do empreendimento;
4 longa: superior a 30 anos após a instalação do empreendimento.
198
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2.5 - Índice Comprometimento de Áreas Prioritárias (ICAP):

O ICAP varia de 0 a 3, avaliando o comprometimento sobre a integridade de fração significativa


da área prioritária impactada pela implantação do empreendimento, conforme mapeamento oficial de
áreas prioritárias aprovado mediante ato do Ministro de Estado do Meio Ambiente.

Nota: para empreendimentos lineares deverão ser considerados compartimentos homogêneos


da paisagem para que os impactos sejam mensurados adequadamente em termos de
comprometimento de área prioritária, não devendo ser considerados de forma cumulativa. O resultado
final do ICAP será considerado de forma proporcional ao tamanho deste compartimento em relação
ao total de compartimentos. Impactos em Unidades de Conservação serão computados
exclusivamente no IUC.

Valor Atributo
inexistência de impactos sobre áreas prioritárias ou impactos em áreas
0
prioritárias totalmente sobrepostas a unidades de conservação.
1 impactos que afetem áreas de importância biológica alta
2 impactos que afetem áreas de importância biológica muito alta
impactos que afetem áreas de importância biológica extremamente alta ou
3
classificadas como insuficientemente conhecidas

199
Página

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Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

PORTARIA Nº 441, DE 11 DE DEZEMBRO 2009

Dispõe sobre os trabalhos de movimentação de


terras e de desmonte de materiais in natura
necessários à abertura de vias de transporte, obras
gerais de terraplenagem e de edificações de que trata
o § 1º do art. 3º do Decreto-Lei nº 227, de 28 de
fevereiro de 1967.

Revogada pela Portaria DNPM nº 155, de 12 de maio 2016

Publicada no DOU DE 17/12/2009

O DIRETOR-GERAL DO DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL -


DNPM, no uso das atribuições que lhe confere o art. 17, XI, do Regimento Interno do DNPM,
aprovado pela Portaria MME nº 385, de 13 de agosto de 2003, e em conformidade com o art. 3º, §§
1º e 2º, do Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967, Código de Mineração, e o art. 3º da Lei nº
8.876, de 02 de maio de 1994; e Considerando que, para a abertura de vias de transporte, obras gerais
de terraplenagem e de edificações, se faz necessária a execução de trabalhos de movimentação de terra
e de desmonte de materiais in natura;

Considerando que nas hipóteses acima referidas, por não objetivarem a comercialização dos materiais
envolvidos, esses trabalhos não são considerados atividade de lavra;

Considerando que, por essas razões, o § 1º do art. 3º do Código de Mineração afasta a aplicação de
seus preceitos a esses trabalhos, desde que efetivamente necessários à abertura de vias de transporte,
obras gerais de terraplenagem e de edificações, sendo vedada a comercialização dos materiais in natura
e terras resultantes dos referidos trabalhos;

Considerando que o dispositivo legal mencionado acima permite a utilização dos materiais in natura e
das terras resultantes desses trabalhos, desde que restrita à própria obra;

Considerando que compete ao DNPM assegurar, controlar e fiscalizar o exercício das atividades de
mineração em todo o território nacional, expedir os demais atos referentes à execução da legislação
minerária, bem como estimular o uso racional e eficiente dos recursos minerais;

Considerando a necessidade de se normatizar e uniformizar, em âmbito nacional, o tratamento a ser


dado aos reiterados pedidos formulados ao DNPM de reconhecimento da incidência do § 1º do art.
3º do Código de Mineração em casos específicos, inclusive envolvendo obras contempladas no
Programa de Aceleração do Crescimento - PAC, do Governo Federal;e
200

Considerando, por fim, que o Parecer PROGE nº 426/2009-FMM-LBTL-MP-SDM, aprovado pelo


Diretor- Geral do DNPM, reflete a interpretação jurídica atribuída por esta Autarquia ao § 1º do art.
Página

3º do Código de Mineração;

jusagrarista@gmail.com
Alexandre Soares de Almeida (Org.)

RESOLVE:

Objeto

Art.1º Esta portaria dispõe sobre os trabalhos de movimentação de terras e de desmonte de materiais
in natura, necessários à abertura de vias de transporte, obras gerais de terraplenagem e de edificações,
de que trata o § 1º do art. 3º do Código de Mineração e institui a Declaração de Dispensa de Título
Minerário.

Definições

Art. 2º. Consideram-se, para efeito desta Portaria:

I - movimentação de terras: operação de remoção de solo ou de material inconsolidado ou


intemperizado, de sua posição natural;

II - desmonte de material in natura: operação de remoção, do seu estado natural, de material rochoso
de emprego imediato na construção civil;

III – obra: atividades de execução de aberturas de vias de transporte, trabalho de terraplenagem e de

edificações que possam implicar trabalhos de movimentação de terras ou de desmonte de material in


natura;

IV - faixa de domínio: limites da seção do projeto de engenharia que definem o corpo da obra e a área
de sua influência direta;

V - área de interesse: local de execução dos trabalhos de movimentação de terra ou de desmonte de


material in natura, identificado no projeto ou selecionado no decorrer de sua execução e

VI – Declaração de Dispensa de Título Minerário: certidão emitida pelo DNPM que reconhece o
disposto no § 1º do art. 3º do Código de Mineração para caracterização de caso específico.

Requisitos

Art. 3º. A execução dos trabalhos de movimentação de terras ou de desmonte de materiais in natura
que se enquadrem no § 1º do art. 3º do Código de Mineração independe da outorga de título minerário
ou de qualquer outra manifestação prévia do DNPM.
201

Parágrafo único. Opcionalmente, o responsável pela obra poderá requerer ao Chefe do Distrito do
Página

DNPM com circunscrição sobre a área de interesse a Declaração de Dispensa de Título Minerário a
ser emitida nos termos desta Portaria.
Volume 1: Legislação MINÉRIOS
Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

Art. 4º. O enquadramento dos casos específicos no § 1º do art. 3º do Código de Mineração depende
da observância dos seguintes requisitos: para a obra; e

I – real necessidade dos trabalhos de movimentação de terras ou de desmonte de materiais in natura

II – vedação de comercialização das terras e dos materiais in natura resultantes dos referidos trabalhos.

§ 1º Para fins do inciso I deste artigo, entende-se por real necessidade aquela resultante de fatores que
condicionam a própria viabilidade da execução das obras à realização dos trabalhos de movimentação
de terras ou de desmonte de materiais in natura, ainda que excepcionalmente fora da faixa de domínio.

§ 2º Os fatores referidos no § 1º deste artigo podem ser naturais ou físicos, como o relevo do local,
mas também de outras naturezas, desde que igualmente impeditivos à execução das obras, como, por
exemplo, comprovada ausência, insuficiência ou prática de preço abusivo do material na localidade,
ou, no caso de obras públicas contratadas pela União e suas autarquias e as executadas com recursos
federais, a redução dos custos de execução da obra considerando o custo de produção pelo próprio
requerente em relação ao valor comercial do bem mineral objetivado, a critério do DNPM. (Redação
alterada pela Portaria Geral DNPM Nº 142 de 14/04/2015).

Art. 5º Quando couber, a presença dos requisitos relacionados no art. 4º desta Portaria deverá ser
verificada pelo DNPM sob a perspectiva do atendimento ao interesse público, mediante ponderação
de valores no caso concreto.

Art. 6º. Os trabalhos de movimentação de terra e desmonte de material in natura que não atendam
aos requisitos do art. 4º desta portaria serão considerados pelo DNPM como lavra ilegal, podendo
ensejar a responsabilização civil, penal e administrativa do infrator, conforme dispuser a legislação
aplicável.

Declaração de Dispensa de Título Minerário

Art. 7º. A Declaração de Dispensa de Título Minerário somente poderá ser pleiteada pelo responsável
ou executor da obra, mediante requerimento dirigido ao Chefe do Distrito do DNPM em cuja
circunscrição está localizada a área de interesse.

Parágrafo único. No requerimento da Declaração de Dispensa de Título Minerário o requerente


deverá:

I - justificar e, se for ocaso, comprovar o seu interesse no requerimento para obtenção da declaração;
202

II - apresentar plantas das áreas de interesse georreferenciadas no datum oficial do País, em meio
Página

digital, formato shapefile, juntamente com seus respectivos memoriais descritivos;

jusagrarista@gmail.com
Alexandre Soares de Almeida (Org.)
III - indicar a origem do material e descrever as vias de acesso pelas quais o material será transportado,
quando for o caso;

IV - demonstrar o atendimento aos requisitos relacionados no art. 4º desta Portaria;

V - apresentar a necessária licença ambiental da obra, emitida pelo órgão ambiental competente;

VI - apresentar documento que comprove a aprovação, quando exigida pela legislação aplicável, do

projeto da obra pelo órgão de governo competente; excedente; e

VII - informar a destinação a ser dado ao material ou à terra resultante dos trabalhos, inclusive o

VIII - indicar o órgão ou entidade contratante, quando se tratar de obra contratada pela

Administração Pública Direta ou Indireta.

IX - quando se tratar de obras públicas contratadas pela União e suas autarquias e as executadas com
recursos federais o requerente deverá, ainda:

a) - Apresentar declaração do órgão ou entidade federal de que a impossibilidade do aproveitamento

da substância mineral objetivada na forma do § 1º do art. 3º do Código de Mineração, com vistas

à redução dos custos da obra, inviabilizará a sua execução e de que essa redução foi considerada no
orçamento da obra ou no repasse dos recursos federais; e

b) - Indicar a quantidade da substância mineral objetivada para execução da obra, comprovar os preços
praticados no mercado e demonstrar o custo de produção da substância mineral objetivada pelo
próprio requerente.

(Redação acrescentada pela Portaria Geral DNPM Nº 142 de 14/04/2015)

Art. 8º. A Declaração de Dispensa de Título Minerário será emitida pelo Chefe de Distrito, na forma
do Anexo I desta Portaria, após manifestação da área técnica do DNPM e, se for o caso, da
Procuradoria Distrital.

Parágrafo único. O prazo de validade da Declaração de Dispensa de Título Minerário será limitado ao
prazo da licença ambiental ou documento equivalente, admitida a sua prorrogação devidamente
justificada, não podendo exceder a efetiva conclusão da obra.

Art. 9º. A utilização indevida da Declaração de Dispensa de Título Minerário poderá acarretar

responsabilização civil, penal e administrativa do infrator, conforme dispuser a legislação aplicável.


203

Aproveitamento restrito
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Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

Art.10. O aproveitamento das terras e materiais resultantes dos trabalhos de que trata o § 1.º do art.
3.º do Código de Mineração restringe-se à obra indicada na declaração referida no artigo 8.º desta
portaria.

Parágrafo único. São permitidas operações de beneficiamento aplicáveis a materiais de emprego


imediato na construção civil, desde que limitadas àquelas necessárias para sua adequação às
especificações técnicas exigidas pela obra.

Materiais ou terras excedentes

Art.11. O responsável pela obra ou executor deverá depositar as terras ou os materiais in natura que
não tenham sido utilizados (art. 10 desta Portaria) em local definido previamente no projeto da obra
e em conformidade com a licença ambiental expedida pelo órgão competente.

Recuperação ambiental

Art.12. Compete ao responsável pela obra ou executor promover a recuperação ambiental da área de

interesse e, se for o caso, da área utilizada para a deposição a que se refere o art. 11 desta Portaria, nos
termos da legislação ambiental em vigor.

CFEM

Art.13. Não haverá incidência de Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais -
CFEM pela utilização das terras e materiais in natura resultantes dos trabalhos de que trata o §1º do
art. 3º do Código de Mineração.

Obra contratada pela Administração Pública

Art. 14 Em se tratando de obra contratada pela Administração Pública, o Chefe do Distrito, ao emitir
a Declaração de Dispensa de Título Minerário, deverá comunicar o fato à entidade contratante para
subsidiar, se for o caso, a adoção de medidas necessárias à manutenção do equilíbrio econômico-
financeiro inicialmente pactuado.
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Página

Vigência

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Art.15. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

MIGUEL ANTONIO CEDRAZ NERY

ANEXO I

DECLARAÇÃO DE DISPENSA DE TÍTULO MINERÁRIO

Responsável/Executor: | CNPJ: | Processo DNPM Nº: | Validade da Declaração: |

Licença Ambiental Nº: | Órgão: | Validade da Licença: | Município: | UF: |

Substância Mineral: | Quantidade de Material a ser retirado: | Quantidade de Material Excedente:

Nos termos da Portaria DNPM nº 441/2009, declaro, a pedido da parte interessada, que os trabalhos
de desmonte de material in natura e movimentação de terra para a execução da obra ________, nas
áreas de interesse descritas abaixo, enquadram-se no § 1° do art. 3° do Código de Mineração,
dispensando, portanto, outorga de título minerário.

Brasília, / /

_________________________________________

Chefe do Distrito do DNPM


205
Página

MEMORIAL DESCRITIVO DA ÁREA

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

CONDICIONANTES:

1 - A eficácia desta Declaração de Dispensa de Título Minerário está condicionada à não


comercialização das terras e dos materiais in natura resultantes dos trabalhos referidos acima, sob pena
de configuração de lavra ilegal.

2 - Esta Declaração de Dispensa de Título Minerário somente tem validade se acompanhada da


respectiva licença ambiental e enquanto não concluída a obra.

IMPORTANTE: A utilização indevida desta Declaração de Dispensa de Título Minerário poderá


acarretar responsabilização civil, penal ou administrativa do infrator, conforme dispuser a legislação
aplicável.
206
Página

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Alexandre Soares de Almeida (Org.)

LEI Nº 12.334, DE 20 DE SETEMBRO DE 2010

Estabelece a Política Nacional de Segurança de


Barragens destinadas à acumulação de água para
quaisquer usos, à disposição final ou temporária de
rejeitos e à acumulação de resíduos industriais, cria
o Sistema Nacional de Informações sobre
Segurança de Barragens e altera a redação do art.
35 da Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, e do
art. 4º da Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a


seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º. Esta Lei estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB) e cria o Sistema
Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB).

Parágrafo único. Esta Lei aplica-se a barragens destinadas à acumulação de água para quaisquer usos,
à disposição final ou temporária de rejeitos e à acumulação de resíduos industriais que apresentem
pelo menos uma das seguintes características:

I - altura do maciço, contada do ponto mais baixo da fundação à crista, maior ou igual a 15m (quinze
metros);

II - capacidade total do reservatório maior ou igual a 3.000.000m³ (três milhões de metros cúbicos);

III - reservatório que contenha resíduos perigosos conforme normas técnicas aplicáveis;

IV - categoria de dano potencial associado, médio ou alto, em termos econômicos, sociais, ambientais
ou de perda de vidas humanas, conforme definido no art. 6o.

Art. 2º. Para os efeitos desta Lei, são estabelecidas as seguintes definições:
207

I - barragem: qualquer estrutura em um curso permanente ou temporário de água para fins de


contenção ou acumulação de substâncias líquidas ou de misturas de líquidos e sólidos, compreendendo
Página

o barramento e as estruturas associadas;

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

II - reservatório: acumulação não natural de água, de substâncias líquidas ou de mistura de líquidos e


sólidos;

III - segurança de barragem: condição que vise a manter a sua integridade estrutural e operacional e a
preservação da vida, da saúde, da propriedade e do meio ambiente;

IV - empreendedor: agente privado ou governamental com direito real sobre as terras onde se
localizam a barragem e o reservatório ou que explore a barragem para benefício próprio ou da
coletividade;

V - órgão fiscalizador: autoridade do poder público responsável pelas ações de fiscalização da


segurança da barragem de sua competência;

VI - gestão de risco: ações de caráter normativo, bem como aplicação de medidas para prevenção,
controle e mitigação de riscos;

VII - dano potencial associado à barragem: dano que pode ocorrer devido a rompimento, vazamento,
infiltração no solo ou mau funcionamento de uma barragem.

CAPÍTULO II

DOS OBJETIVOS

Art. 3º São objetivos da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB):

I - garantir a observância de padrões de segurança de barragens de maneira a reduzir a possibilidade


de acidente e suas consequências;

II - regulamentar as ações de segurança a serem adotadas nas fases de planejamento, projeto,


construção, primeiro enchimento e primeiro vertimento, operação, desativação e de usos futuros de
barragens em todo o território nacional;

III - promover o monitoramento e o acompanhamento das ações de segurança empregadas pelos


responsáveis por barragens;

IV - criar condições para que se amplie o universo de controle de barragens pelo poder público, com
base na fiscalização, orientação e correção das ações de segurança;

V - coligir informações que subsidiem o gerenciamento da segurança de barragens pelos governos;

VI - estabelecer conformidades de natureza técnica que permitam a avaliação da adequação aos


parâmetros estabelecidos pelo poder público;

VII - fomentar a cultura de segurança de barragens e gestão de riscos.


208

CAPÍTULO III
Página

DOS FUNDAMENTOS E DA FISCALIZAÇÃO


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Art. 4º. São fundamentos da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB):

I - a segurança de uma barragem deve ser considerada nas suas fases de planejamento, projeto,
construção, primeiro enchimento e primeiro vertimento, operação, desativação e de usos futuros;

II - a população deve ser informada e estimulada a participar, direta ou indiretamente, das ações
preventivas e emergenciais;

III - o empreendedor é o responsável legal pela segurança da barragem, cabendo-lhe o


desenvolvimento de ações para garanti-la;

IV - a promoção de mecanismos de participação e controle social;

V - a segurança de uma barragem influi diretamente na sua sustentabilidade e no alcance de seus


potenciais efeitos sociais e ambientais.

Art. 5º. A fiscalização da segurança de barragens caberá, sem prejuízo das ações fiscalizatórias dos
órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama):

I - à entidade que outorgou o direito de uso dos recursos hídricos, observado o domínio do corpo
hídrico, quando o objeto for de acumulação de água, exceto para fins de aproveitamento hidrelétrico;

II - à entidade que concedeu ou autorizou o uso do potencial hidráulico, quando se tratar de uso
preponderante para fins de geração hidrelétrica;

III - à entidade outorgante de direitos minerários para fins de disposição final ou temporária de
rejeitos;

IV - à entidade que forneceu a licença ambiental de instalação e operação para fins de disposição de
resíduos industriais.

CAPÍTULO IV

DOS INSTRUMENTOS

Art. 6º São instrumentos da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB):

I - o sistema de classificação de barragens por categoria de risco e por dano potencial associado;

II - o Plano de Segurança de Barragem;

III - o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB);


209

IV - o Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente (Sinima);


Página

V - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental;

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

VI - o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos


Ambientais;

VII - o Relatório de Segurança de Barragens.

Seção I

Da Classificação

Art. 7º. As barragens serão classificadas pelos agentes fiscalizadores, por categoria de risco, por dano
potencial associado e pelo seu volume, com base em critérios gerais estabelecidos pelo Conselho
Nacional de Recursos Hídricos (CNRH).

§ 1º. A classificação por categoria de risco em alto, médio ou baixo será feita em função das
características técnicas, do estado de conservação do empreendimento e do atendimento ao Plano de
Segurança da Barragem.

§ 2º. A classificação por categoria de dano potencial associado à barragem em alto, médio ou baixo
será feita em função do potencial de perdas de vidas humanas e dos impactos econômicos, sociais e
ambientais decorrentes da ruptura da barragem.

Seção II

Do Plano de Segurança da Barragem

Art. 8º O Plano de Segurança da Barragem deve compreender, no mínimo, as seguintes informações:

I - identificação do empreendedor;

II - dados técnicos referentes à implantação do empreendimento, inclusive, no caso de


empreendimentos construídos após a promulgação desta Lei, do projeto como construído, bem como
aqueles necessários para a operação e manutenção da barragem;

III - estrutura organizacional e qualificação técnica dos profissionais da equipe de segurança da


barragem;

IV - manuais de procedimentos dos roteiros de inspeções de segurança e de monitoramento e


relatórios de segurança da barragem;

V - regra operacional dos dispositivos de descarga da barragem;

VI - indicação da área do entorno das instalações e seus respectivos acessos, a serem resguardados de
210

quaisquer usos ou ocupações permanentes, exceto aqueles indispensáveis à manutenção e à operação


da barragem;
Página

VII - Plano de Ação de Emergência (PAE), quando exigido;


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VIII - relatórios das inspeções de segurança;

IX - revisões periódicas de segurança.

§ 1º. A periodicidade de atualização, a qualificação do responsável técnico, o conteúdo mínimo e o


nível de detalhamento dos planos de segurança deverão ser estabelecidos pelo órgão fiscalizador.

§ 2º As exigências indicadas nas inspeções periódicas de segurança da barragem deverão ser


contempladas nas atualizações do Plano de Segurança.

Art. 9º. As inspeções de segurança regular e especial terão a sua periodicidade, a qualificação da equipe
responsável, o conteúdo mínimo e o nível de detalhamento definidos pelo órgão fiscalizador em
função da categoria de risco e do dano potencial associado à barragem.

§ 1º. A inspeção de segurança regular será efetuada pela própria equipe de segurança da barragem,
devendo o relatório resultante estar disponível ao órgão fiscalizador e à sociedade civil.

§ 2º. A inspeção de segurança especial será elaborada, conforme orientação do órgão fiscalizador, por
equipe multidisciplinar de especialistas, em função da categoria de risco e do dano potencial associado
à barragem, nas fases de construção, operação e desativação, devendo considerar as alterações das
condições a montante e a jusante da barragem.

§ 3º. Os relatórios resultantes das inspeções de segurança devem indicar as ações a serem adotadas
pelo empreendedor para a manutenção da segurança da barragem.

Art. 10. Deverá ser realizada Revisão Periódica de Segurança de Barragem com o objetivo de verificar
o estado geral de segurança da barragem, considerando o atual estado da arte para os critérios de
projeto, a atualização dos dados hidrológicos e as alterações das condições a montante e a jusante da
barragem.

§ 1º. A periodicidade, a qualificação técnica da equipe responsável, o conteúdo mínimo e o nível de


detalhamento da revisão periódica de segurança serão estabelecidos pelo órgão fiscalizador em função
da categoria de risco e do dano potencial associado à barragem.

§ 2º. A Revisão Periódica de Segurança de Barragem deve indicar as ações a serem adotadas pelo
empreendedor para a manutenção da segurança da barragem, compreendendo, para tanto:

I - o exame de toda a documentação da barragem, em particular dos relatórios de inspeção;

II - o exame dos procedimentos de manutenção e operação adotados pelo empreendedor;

III - a análise comparativa do desempenho da barragem em relação às revisões efetuadas


anteriormente.
211

Art. 11. O órgão fiscalizador poderá determinar a elaboração de PAE em função da categoria de risco
Página

e do dano potencial associado à barragem, devendo exigi-lo sempre para a barragem classificada como
de dano potencial associado alto.
Volume 1: Legislação MINÉRIOS
Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

Art. 12. O PAE estabelecerá as ações a serem executadas pelo empreendedor da barragem em caso de
situação de emergência, bem como identificará os agentes a serem notificados dessa ocorrência,
devendo contemplar, pelo menos:

I - identificação e análise das possíveis situações de emergência;

II - procedimentos para identificação e notificação de mau funcionamento ou de condições potenciais


de ruptura da barragem;

III - procedimentos preventivos e corretivos a serem adotados em situações de emergência, com


indicação do responsável pela ação;

IV - estratégia e meio de divulgação e alerta para as comunidades potencialmente afetadas em situação


de emergência.

Parágrafo único. O PAE deve estar disponível no empreendimento e nas prefeituras envolvidas, bem
como ser encaminhado às autoridades competentes e aos organismos de defesa civil.

Seção III

Do Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB)

Art. 13. É instituído o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB), para
registro informatizado das condições de segurança de barragens em todo o território nacional.

Parágrafo único. O SNISB compreenderá um sistema de coleta, tratamento, armazenamento e


recuperação de suas informações, devendo contemplar barragens em construção, em operação e
desativadas.

Art. 14. São princípios básicos para o funcionamento do SNISB:

I - descentralização da obtenção e produção de dados e informações;

II - coordenação unificada do sistema;

III - acesso a dados e informações garantido a toda a sociedade.

Seção IV

Da Educação e da Comunicação
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Página

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Art. 15. A PNSB deverá estabelecer programa de educação e de comunicação sobre segurança de
barragem, com o objetivo de conscientizar a sociedade da importância da segurança de barragens, o
qual contemplará as seguintes medidas:

I - apoio e promoção de ações descentralizadas para conscientização e desenvolvimento de


conhecimento sobre segurança de barragens;

II - elaboração de material didático;

III - manutenção de sistema de divulgação sobre a segurança das barragens sob sua jurisdição;

IV - promoção de parcerias com instituições de ensino, pesquisa e associações técnicas relacionadas à


engenharia de barragens e áreas afins;

V - disponibilização anual do Relatório de Segurança de Barragens.

CAPÍTULO V

DAS COMPETÊNCIAS

Art. 16. O órgão fiscalizador, no âmbito de suas atribuições legais, é obrigado a:

I- manter cadastro das barragens sob sua jurisdição, com identificação dos empreendedores, para fins
de incorporação ao SNISB;

II - exigir do empreendedor a anotação de responsabilidade técnica, por profissional habilitado pelo


Sistema Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) / Conselho Regional de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea), dos estudos, planos, projetos, construção, fiscalização e
demais relatórios citados nesta Lei;

III - exigir do empreendedor o cumprimento das recomendações contidas nos relatórios de inspeção
e revisão periódica de segurança;

IV - articular-se com outros órgãos envolvidos com a implantação e a operação de barragens no


âmbito da bacia hidrográfica;

V - exigir do empreendedor o cadastramento e a atualização das informações relativas à barragem no


SNISB.

§ 1º. O órgão fiscalizador deverá informar imediatamente à Agência Nacional de Águas (ANA) e ao
Sistema Nacional de Defesa Civil (Sindec) qualquer não conformidade que implique risco imediato à
segurança ou qualquer acidente ocorrido nas barragens sob sua jurisdição.

§ 2º. O órgão fiscalizador deverá implantar o cadastro das barragens a que alude o inciso I no prazo
máximo de 2 (dois) anos, a partir da data de publicação desta Lei.
213
Página

Art. 17. O empreendedor da barragem obriga-se a:

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

I - prover os recursos necessários à garantia da segurança da barragem;

II - providenciar, para novos empreendimentos, a elaboração do projeto final como construído;

III - organizar e manter em bom estado de conservação as informações e a documentação referentes


ao projeto, à construção, à operação, à manutenção, à segurança e, quando couber, à desativação da
barragem;

IV - informar ao respectivo órgão fiscalizador qualquer alteração que possa acarretar redução da
capacidade de descarga da barragem ou que possa comprometer a sua segurança;

V - manter serviço especializado em segurança de barragem, conforme estabelecido no Plano de


Segurança da Barragem;

VI - permitir o acesso irrestrito do órgão fiscalizador e dos órgãos integrantes do Sindec ao local da
barragem e à sua documentação de segurança;

VII - providenciar a elaboração e a atualização do Plano de Segurança da Barragem, observadas as


recomendações das inspeções e as revisões periódicas de segurança;

VIII - realizar as inspeções de segurança previstas no art. 9o desta Lei;

IX - elaborar as revisões periódicas de segurança;

X - elaborar o PAE, quando exigido;

XI - manter registros dos níveis dos reservatórios, com a respectiva correspondência em volume
armazenado, bem como das características químicas e físicas do fluido armazenado, conforme
estabelecido pelo órgão fiscalizador;

XII - manter registros dos níveis de contaminação do solo e do lençol freático na área de influência
do reservatório, conforme estabelecido pelo órgão fiscalizador;

XIII - cadastrar e manter atualizadas as informações relativas à barragem no SNISB.

Parágrafo único. Para reservatórios de aproveitamento hidrelétrico, a alteração de que trata o inciso
IV também deverá ser informada ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

CAPÍTULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 18. A barragem que não atender aos requisitos de segurança nos termos da legislação pertinente
deverá ser recuperada ou desativada pelo seu empreendedor, que deverá comunicar ao órgão
fiscalizador as providências adotadas.
214

§ 1º. A recuperação ou a desativação da barragem deverá ser objeto de projeto específico.


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§ 2º. Na eventualidade de omissão ou inação do empreendedor, o órgão fiscalizador poderá tomar
medidas com vistas à minimização de riscos e de danos potenciais associados à segurança da barragem,
devendo os custos dessa ação ser ressarcidos pelo empreendedor.

Art. 19. Os empreendedores de barragens enquadradas no parágrafo único do art. 1o terão prazo de
2 (dois) anos, contado a partir da publicação desta Lei, para submeter à aprovação dos órgãos
fiscalizadores o relatório especificando as ações e o cronograma para a implantação do Plano de
Segurança da Barragem.

Parágrafo único. Após o recebimento do relatório de que trata o caput, os órgãos fiscalizadores terão
prazo de até 1 (um) ano para se pronunciarem.

Art. 20. O art. 35 da Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997, passa a vigorar acrescido dos seguintes
incisos XI, XII e XIII:

“Art. 35. .......................................................................

.............................................................................................

XI - zelar pela implementação da Política Nacional de Segurança de Barragens


(PNSB);

XII - estabelecer diretrizes para implementação da PNSB, aplicação de seus


instrumentos e atuação do Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de
Barragens (SNISB);

XIII - apreciar o Relatório de Segurança de Barragens, fazendo, se necessário,


recomendações para melhoria da segurança das obras, bem como encaminhá-lo ao
Congresso Nacional.” (NR)

Art. 21. O caput do art. 4o da Lei no 9.984, de 17 de julho de 2000, passa a vigorar
acrescido dos seguintes incisos XX, XXI e XXII:

“Art. 4º .........................................................................

.............................................................................................

XX - organizar, implantar e gerir o Sistema Nacional de Informações sobre


215

Segurança de Barragens (SNISB);


Página

XXI - promover a articulação entre os órgãos fiscalizadores de barragens;

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

XXII - coordenar a elaboração do Relatório de Segurança de Barragens e


encaminhá-lo, anualmente, ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH),
de forma consolidada.

...................................................................................” (NR)

Art. 22. O descumprimento dos dispositivos desta Lei sujeita os infratores às


penalidades estabelecidas na legislação pertinente.

Art. 23. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 20 de setembro de 2010; 189o da Independência e 122o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Mauro Barbosa da Silva

Márcio Pereira Zimmermann

José Machado

João Reis Santana Filho


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RESOLUÇÃO DO MINISTÉRIO DO MEIO


AMBIENTE CONSELHO NACIONAL DE
RECURSOS HÍDRICOS, Nº 143, DE 10 DE JULHO
DE 2012

Estabelece critérios gerais de classificação de


barragens por categoria de risco, dano potencial
associado e pelo volume do reservatório, em
atendimento ao art. 7º da Lei nº 12.334, de 20 de
setembro de 2010.

O CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOSCNRH, no uso das competências que


lhe são conferidas pelas Leis n os 9.433, de 8 de janeiro de 1997, 9.984, de 17 de julho de 2000, e
12.334, de 20 setembro de 2010, pelo Decreto nº 4.613, de 11 de março de 2003, e tendo em vista o
disposto em seu Regimento Interno, anexo à Portaria nº 377, de 19 de setembro de 2003, e

Considerando a Década Brasileira da Água, instituída pelo Decreto de 22 de março de 2005, cujos
objetivos são promover e intensificar a formulação e implementação de políticas, programas e projetos
relativos ao gerenciamento e uso sustentável da água, em todos os níveis, assim como assegurar a
ampla participação e cooperação das comunidades voltadas ao alcance dos objetivos contemplados na
Política Nacional de Recursos Hídricos ou estabelecidos em convenções, acordos e resoluções a que
o Brasil tenha aderido;

Considerando que compete ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos zelar pela implementação da
Política Nacional de Segurança de Barragens, conforme inciso XI, do art. 35 da Lei nº 9.433, de 1997;

Considerando que o sistema de classificação de barragens por categoria de risco e dano potencial
associado é um instrumento da Política Nacional de Segurança de Barragens;

Considerando que a Lei nº 12.334, de 2010, em seu art. 7º, atribuiu ao Conselho Nacional de Recursos
Hídricos a competência de estabelecer critérios gerais de classificação das barragens por categoria de
risco, dano potencial associado e volume;
217

Considerando os resultados da consulta pública prevista da Resolução CNRH nº 124, de 29 de junho


Página

de 2011, que colheu contribuições e subsídios para o aprimoramento desta resolução, resolve:

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

CAPÍTULO I

DO OBJETIVO E DAS DEFINIÇÕES

Art. 1º - Estabelecer critérios gerais de classificação de barragens por categoria de risco, dano potencial
associado e pelo volume do reservatório, em atendimento ao art. 7º da Lei nº 12.334, de 2010.

Art. 2º - Para efeito desta Resolução consideram-se:

I - barragem: qualquer estrutura em um curso permanente ou temporário de água para fins de


contenção ou acumulação de substâncias líquidas ou de misturas de líquidos e sólidos, compreendendo
o barramento e as estruturas associadas;

II - reservatório: acumulação não natural de água, de substâncias líquidas ou de mistura de líquidos e


sólidos;

III - órgão fiscalizador: autoridade do poder público responsável pelas ações de fiscalização da
segurança da barragem de sua competência, observada as disposições do art. 5º da Lei nº 12.334, de
2010;

IV - empreendedor: agente privado ou governamental com direito real sobre as terras onde se
localizam a barragem e o reservatório ou que explore a barragem para benefício próprio ou da
coletividade, sendo também o responsável legal pela segurança da barragem, cabendo-lhe o
desenvolvimento de ações para garantí-la;

V - dano potencial associado: dano que pode ocorrer devido a rompimento, vazamento, infiltração no
solo ou mau funcionamento de uma barragem, independentemente da sua probabilidade de
ocorrência, podendo ser graduado de acordo com as perdas de vidas humanas e impactos sociais,
econômicos e ambientais; e

VI - área afetada: área a jusante ou a montante, potencialmente comprometida por eventual ruptura
da barragem, cuja metodologia de definição de seus limites deverá ser determinada pelo órgão
fiscalizador.

Art. 3º - As barragens serão classificadas pelos órgãos fiscalizadores, por categoria de risco, por dano
potencial associado e pelo seu volume, com base em critérios gerais estabelecidos nesta Resolução.

§ 1º - Os procedimentos e prazos para o cumprimento do disposto no caput serão definidos pelos


órgãos fiscalizadores.

§ 2º - O empreendedor poderá solicitar revisão da classificação efetuada pelo respectivo órgão


218

fiscalizador, devendo, para tanto, apresentar estudo que comprove essa necessidade.
Página

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Seção I

Da Classificação Quanto à Categoria De Risco

Art. 4º - Quanto à categoria de risco, as barragens serão classificadas de acordo com aspectos da
própria barragem que possam influenciar na possibilidade de ocorrência de acidente, levando-se em
conta os seguintes critérios gerais:

I - características técnicas:

a) altura do barramento;

b) comprimento do coroamento da barragem;

c) tipo de barragem quanto ao material de construção;

d) tipo de fundação da barragem;

e) idade da barragem;

f) tempo de recorrência da vazão de projeto do vertedouro;

II - estado de conservação da barragem:

a) confiabilidade das estruturas extravasoras;

b) confiabilidade das estruturas de captação;

c) eclusa;

d) percolação;

e) deformações e recalques;

f) deterioração dos taludes.

III - Plano de Segurança da Barragem:

a) existência de documentação de projeto;

b) estrutura organizacional e qualificação dos profissionais da equipe técnica de segurança da


barragem;

c) procedimentos de inspeções de segurança e de monitoramento;

d) regra operacional dos dispositivos de descarga da barragem; e

e) relatórios de inspeção de segurança com análise e interpretação.

§ 1º - O órgão fiscalizador poderá adotar critérios complementares tecnicamente justificados.


219

§ 2º - Caberá ao órgão fiscalizador em, no máximo, a cada 5 (cinco) anos reavaliar, se assim considerar
Página

necessário, a classificação a que se refere o caput deste artigo.

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

§ 3º - Caso o empreendedor da barragem não apresente informações sobre determinado critério


especificado nos incisos e alíneas previstos neste artigo, ou em critérios complementares, o órgão
fiscalizador aplicará a pontuação máxima para o referido critério.

Seção II

Da Classificação Quanto ao Dano Potencial Associado

Art. 5º - Os critérios gerais a serem utilizados para classificação quanto ao dano potencial associado
na área afetada são:

I - existência de população a jusante com potencial de perda de vidas humanas;

II - existência de unidades habitacionais ou equipamentos urbanos ou comunitários;

III - existência de infraestrutura ou serviços;

IV - existência de equipamentos de serviços públicos essenciais;

V - existência de áreas protegidas definidas em legislação;

VI - natureza dos rejeitos ou resíduos armazenados; e

VII - volume.

§ 1º - À época da classificação levar-se-á em consideração o uso e ocupação atual do solo.

§ 2º - Caberá ao órgão fiscalizador em, no máximo, a cada 5 (cinco) anos reavaliar, se assim considerar
necessário, a classificação a que se refere o caput deste artigo.

§ 3º - O órgão fiscalizador poderá adotar critérios complementares tecnicamente justificados.

§ 4º - Caso o empreendedor da barragem não apresente informações sobre determinado critério


especificado nos incisos previstos neste artigo ou em critérios complementares, o órgão fiscalizador
aplicará a pontuação máxima para o referido critério.

Seção III

Da Classificação Quanto ao Volume

Art. 6º - Para a classificação de barragens para disposição de rejeito mineral e/ou resíduo industrial,
quanto ao volume do reservatório, considerar-se-á:
220

I - muito pequeno: reservatório com volume total inferior ou igual a 500 mil metros cúbicos;
Página

II - pequena: reservatório com volume total superior a 500 mil metros cúbicos e inferior ou igual a 5
milhões de metros cúbicos;

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III - média: reservatório com volume total superiora5milhões de metros cúbicos e inferior ou igual a
25 milhões de metros cúbicos;

IV - grande: reservatório com volume total superior a 25 milhões e inferior ou igual a 50 milhões de
metros cúbicos; e

V - muito grande: reservatório com volume total superior a 50 milhões de metros cúbicos.

Art. 7º - Para a classificação de barragens para acumulação de água, quanto ao volume de seu
reservatório, considerar-se-á:

I - pequena: reservatório com volume inferior ou igual a 5 milhões de metros cúbicos;

II - média: reservatório com volume superior a 5 milhões de metros cúbicos e inferior ou igual a 75
milhões de metros cúbicos;

III - grande: reservatório com volume superior a 75 milhões de metros cúbicos e inferior ou igual a
200 milhões de metros cúbicos; e

IV - muito grande: reservatório com volume superior a 200 milhões de metros cúbicos.

Art. 8º - Para a classificação das barragens por categoria de risco, dano potencial associado e pelo seu
volume, os órgãos fiscalizadores deverão considerar os quadros constantes dos Anexos I e II desta
Resolução.

Art. 9º - A fiscalização da segurança de barragens caberá, sem prejuízo das ações fiscalizatórias dos
órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente-SISNAMA, às entidades
previstas no art. 5º da Lei nº 12.334, de 2010.

Art. 10 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

DOU de 04/09/2012 (nº 172, Seção 1, pág. 149)

IZABELLA TEIXEIRA - Presidente do Conselho

PEDRO WILSON GUIMARÃES - Secretário Executivo

Ver ANEXO I - Matriz de Classificação de Barragens para Disposição de Resíduos e Rejeito:


221

https://sistemas.dnpm.gov.br/publicacao/mostra_imagem.asp?IDBancoArquivoArquivo=7232

Ver ANEXO II: Matriz de Classificação de Barragens de Acumulação de Água:


Página

https://sistemas.dnpm.gov.br/publicacao/mostra_imagem.asp?IDBancoArquivoArquivo=7233

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

RESOLUÇÃO DO MINISTÉRIO DO MEIO


AMBIENTE CONSELHO NACIONAL DE
RECURSOS HÍDRICOS Nº 144, DE 10 DE JULHO
DE 2012

Estabelece diretrizes para implementação da Política


Nacional de Segurança de Barragens, aplicação de
seus instrumentos e atuação do Sistema Nacional de
Informações sobre Segurança de Barragens, em
atendimento ao art. 20 da Lei nº 12.334, de 20 de
setembro de 2010, que alterou o art. 35 da Lei nº
9.433, de 8 de janeiro de 1997.

O CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS, no uso das competências que lhe são
conferidas pelas Leis nºs 9.433, de 8 de janeiro de 1997, 9.984, de 17 de julho de 2000, e 12.334, de 20
de setembro de 2010, pelo Decreto nº 4.613, de 11 de março de 2003, e tendo em vista o disposto em
seu Regimento Interno, anexo à Portaria nº 377, de 19 de setembro de 2003, e

considerando a Década Brasileira da Água, instituída pelo Decreto de 22 de março de 2005, cujos
objetivos são promover e intensificar a formulação e implementação de políticas, programas e projetos
relativos ao gerenciamento e uso sustentável da água, em todos os níveis, assim como assegurar a
ampla participação e cooperação das comunidades voltadas ao alcance dos objetivos contemplados na
Política Nacional de Recursos Hídricos ou estabelecidos em convenções, acordos e resoluções a que
o Brasil tenha aderido;

considerando que compete ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos zelar pela implementação da
Política Nacional de Segurança de Barragens - PNSB, conforme o disposto no inciso XI do art. 35 da
Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997;

considerando que compete ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos estabelecer diretrizes para
implementação da PNSB, aplicação de seus instrumentos e atuação do Sistema Nacional de
Informações sobre Segurança de Barragens - SNISB, conforme inciso XII do art. 35 da Lei nº 9.433,
de 1997, resolve:
222

CAPITULO I
Página

DO OBJETIVO
jusagrarista@gmail.com
Alexandre Soares de Almeida (Org.)

Art. 1º - Estabelecer as diretrizes para implementação da Política Nacional de Segurança de Barragens,


aplicação de seus instrumentos e atuação do Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de
Barragens em atendimento ao art. 20 da Lei nº 12.334, de 20 de setembro de 2010, que alterou o art.
35 da Lei nº 9.433, de 1997.

Art. 2º - Para efeito desta Resolução considera-se:

I - acidente - comprometimento da integridade estrutural com liberação incontrolável do conteúdo de


um reservatório ocasionado pelo colapso parcial ou total da barragem ou estrutura anexa; e

II - incidente - qualquer ocorrência que afete o comportamento da barragem ou estrutura anexa que,
se não for controlada, pode causar um acidente.

CAPÍTULO II

DAS DIRETRIZES GERAIS DA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE


SEGURANÇA DE BARRAGENS

Art. 3º - Constituem diretrizes gerais para implementação da Política Nacional de Segurança de


Barragens:

I - a integração da Política Nacional de Segurança de Barragens às respectivas políticas setoriais;

II - a integração da gestão da segurança das barragens à segurança do empreendimento, em todas as


suas fases;

III - a adequação da gestão da segurança das barragens às diversidades físicas, econômicas, sociais e
ambientais das diversas regiões do país, às características técnicas dos empreendimentos e ao dano
potencial das barragens; e

IV - a divulgação das informações relacionadas à segurança de barragens associadas a promoção de


ações para esclarecimento da população.

CAPÍTULO III

DO PLANO DE SEGURANÇA DA BARRAGEM

Art. 4º - O Plano de Segurança da Barragem deverá ser elaborado pelo empreendedor, e compreender,
223

no mínimo, os seguintes itens:


Página

I - identificação do empreendedor;

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

II - dados técnicos referentes à implantação do empreendimento, inclusive, no caso de


empreendimentos construídos após a promulgação da Lei nº 12.334, de 2010, do projeto como
construído, bem como aqueles necessários para a operação e manutenção da barragem;

III - estrutura organizacional e qualificação técnica dos profissionais da equipe de segurança da


barragem;

IV - manuais de procedimentos dos roteiros de inspeções de segurança e de monitoramento e


relatórios de segurança da barragem;

V - regra operacional dos dispositivos de descarga da barragem;

VI - indicação da área do entorno das instalações e seus respectivos acessos, a serem resguardados de
quaisquer usos ou ocupações permanentes, exceto aqueles indispensáveis à manutenção e à operação
da barragem;

VII - Plano de Ação de Emergência-PAE, quando exigido;

VIII - relatórios das inspeções de segurança; e

IX - revisões periódicas de segurança.

Parágrafo único - A periodicidade de atualização, o conteúdo mínimo e o nível de detalhamento dos


Planos de Segurança deverão ser estabelecidos pelo órgão fiscalizador, em função da categoria de
risco, do dano potencial associado e do seu volume.

Art. 5º - O Plano de Segurança de Barragem deverá ser atualizado em decorrência das inspeções
regulares e especiais e das revisões periódicas de segurança da barragem, incorporando suas exigências
e recomendações.

Art. 6º - Os órgãos fiscalizadores poderão estabelecer prazos para elaboração da primeira edição do
Plano de Segurança das barragens existentes, em função da categoria de risco, do dano potencial e do
volume.

CAPÍTULO IV

DO RELATÓRIO DE SEGURANÇA DE BARRAGENS

Art. 7º - O Relatório de Segurança de Barragens deverá conter, no mínimo, informações atualizadas


sobre:

I - os cadastros de barragens mantidos pelos órgãos fiscalizadores;


224

II - a implementação da Política Nacional de Segurança de Barragens;


Página

III - a relação das barragens que apresentem categoria de risco alto;


jusagrarista@gmail.com
Alexandre Soares de Almeida (Org.)
IV - as principais ações para melhoria da segurança de barragem implementadas pelos
empreendedores;

V - a descrição dos principais acidentes e incidentes durante o período de competência do relatório,


bem como análise por parte dos empreendedores e o respectivo órgão fiscalizador sobre as causas,
consequências e medidas adotadas;

VI - a relação dos órgãos fiscalizadores que remeteram informações para a Agência Nacional de
Águas-ANA com a síntese das informações enviadas; e

VII - os recursos dos orçamentos fiscais da União e dos Estados previstos e aplicados durante o
período de competência do relatório em ações para a segurança de barragens.

Art. 8º - A ANA é responsável pela coordenação da elaboração do Relatório de Segurança de


Barragens e os órgãos fiscalizadores responsáveis pelas informações a serem enviadas.

Art. 9º - O Relatório de Segurança de Barragens deverá compreender o período entre 1º de outubro


do ano anterior e 30 de setembro do ano de referência do relatório.

Art. 10 - A ANA, até 30 de junho de cada ano, poderá estabelecer o conteúdo das contribuições e
formulários padronizados para recebimento das informações que comporão o Relatório de Segurança
de Barragens, devendo ser disponibilizados em seu sitio eletrônico.

Parágrafo único - Caso a ANA não estabeleça o disposto no caput será mantido o conteúdo mínimo
e os formulários adotados no exercício do ano anterior.

Art. 11 - Os empreendedores terão prazo até 31 de outubro de cada ano para enviar aos órgãos
fiscalizadores as informações necessárias para elaboração do Relatório de Segurança de Barragens.

Art. 12 - Os órgãos fiscalizadores terão prazo até 31 de janeiro de cada ano para enviar à ANA as
informações necessárias para a elaboração do Relatório de Segurança de Barragens.

Parágrafo único - A ANA deverá informar no Relatório de Segurança de Barragens os órgãos


fiscalizadores que não enviaram as informações.

Art. 13 - A ANA deverá encaminhar o Relatório de Segurança de Barragens ao CNRH até 31 de maio,
de forma consolidada.
225
Página

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

Art. 14 - Fica instituído o Grupo de Trabalho no âmbito da Câmara Técnica de Assuntos Legais e
Institucionais - CTIL com o objetivo de analisar o relatório elaborado pela ANA e propor as
recomendações para a melhoria da segurança de barragens.

Parágrafo único - O GT será constituído por dois membros de cada segmento representado na CTIL.

Art. 15 - Cabe ao CNRH, anualmente, apreciar o Relatório de Segurança de Barragens, fazendo, se


necessário, recomendações para melhoria da segurança das obras, bem como encaminhá-lo ao
Congresso Nacional até 20 de setembro de cada ano.

CAPÍTULO V

DO SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SEGURANÇA DE BARRAGENS -


SNISB

Art. 16 - O sistema nacional de informações sobre segurança de barragens-SNISB tem o objetivo de


coletar, armazenar, tratar, gerir e disponibilizar para a sociedade as informações relacionadas à
segurança de barragens em todo o território nacional.

Art. 17 - São responsáveis diretos pelas informações do SNISB:

I - ANA, como gestora e fiscalizadora;

II - órgãos fiscalizadores, conforme definido no art. 5º da Lei nº 12.334, de 2010;

III - empreendedores.

Art. 18 - Compete à ANA, como gestora do SNISB:

I - desenvolver plataforma informatizada para sistema de coleta, tratamento, armazenamento e


recuperação de informações, devendo contemplar barragens em construção, em operação e
desativadas;

II - estabelecer mecanismos e coordenar a troca de informações com os demais orgãos fiscalizadores;

III - definir as informações que deverão compor o SNISB em articulação com os demais órgãos
fiscalizadores; e

IV - disponibilizar o acesso a dados e informações para a sociedade por meio da Rede Mundial de
Computadores.
226

Art. 19 - Compete aos órgãos fiscalizadores:


Página

I - manter cadastro atualizado das barragens sob sua jurisdição;

jusagrarista@gmail.com
Alexandre Soares de Almeida (Org.)
II - disponibilizar permanentemente o cadastro e demais informações sobre as barragens sob sua
jurisdição e em formato que permita sua integração ao SNISB, em prazo a ser definido pela ANA em
articulação com os órgãos fiscalizadores;

III - manter atualizada no SNISB a classificação das barragens sob sua jurisdição por categoria de
risco, por dano potencial associado e pelo seu volume;

Art. 20 - Compete aos empreendedores:

I - manter atualizadas as informações cadastrais relativas às suas barragens junto ao respectivo órgão
fiscalizador;

II - articular-se com o órgão fiscalizador, com intuito de permitir um adequado fluxo de informações.

Art. 21 - O SNISB deverá buscar a integração e a troca de informações, no que couber, com:

I - o Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente-Sinima;

II - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental;

III - o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos


Ambientais;

IV - O Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos-SNIRH;

V - demais sistemas relacionados com segurança de barragens.

Art. 22 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

DOU de 04/09/2012 (nº 172, Seção 1, pág. 152)

IZABELLA TEIXEIRA - Presidente do Conselho

PEDRO WILSON GUIMARÃES - Secretário-Executivo


227
Página

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

PORTARIA DO MINISTÉRIO DE MINAS E


ENERGIA Nº 416, DE 3 DE SETEMBRO DE 2012

Cria o Cadastro Nacional de Barragens de


Mineração e dispõe sobre o Plano de Segurança,
Revisão Periódica de Segurança e Inspeções
Regulares e Especiais de Segurança das Barragens de
Mineração conforme a Lei nº 12.334, de 20 de
setembro de 2010, que dispõe sobre a Política
Nacional de Segurança de Barragens.

O DIRETOR-GERAL DO DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL -


DNPM, no uso da competência que lhe confere os incisos VIII e IX do art. 17 da Estrutura
Regimental do DNPM, aprovada pelo Decreto nº 7.092, de 2 de fevereiro de 2010; tendo em vista o
disposto no § 2º do art. 22, no inciso XVI do art. 47, no art. 50 e no art. 97, todos do Decreto-Lei nº
227, de 28 de fevereiro de 1967; no art. 3º da Lei nº 8.876, de 2 de maio de 1994; nos arts. 8º e 9º da
Lei nº 6.567, de 24 de setembro de 1978; e no inciso IX do art. 9º da Lei nº 7.805, de 18 de julho de
1989, e

considerando que compete ao DNPM, no âmbito de suas atribuições, fiscalizar as atividades de


pesquisa e lavra para o aproveitamento mineral e as estruturas decorrentes destas atividades em face
dos títulos minerários concedidos pelo Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM e
Ministério de Minas e Energia - MME;

considerando que a Lei nº 12.334, de 20 de setembro de 2010, estabeleceu a Política Nacional de


Segurança de Barragens destinadas à acumulação de água para quaisquer usos, à disposição final ou
temporária de rejeitos e à acumulação de resíduos industriais e criou o Sistema Nacional de
Informações sobre Segurança de Barragens- SNISB;

considerando que a Lei nº 12.334, de 2010, estabeleceu que o órgão fiscalizador deverá implantar, e
manter atualizado, cadastro das barragens sob sua jurisdição com identificação dos empreendedores
para fins de incorporação ao Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens - SNISB,
no prazo máximo de 2 (dois) anos a partir da data de sua publicação;

considerando que a Lei nº 12.334, de 2010, estabeleceu que os empreendedores de barragens deverão
submeter à aprovação dos órgãos fiscalizadores relatório especificando as ações e o cronograma para
implantação do Plano de Segurança da Barragem, do qual é parte integrante a Revisão Periódica de
Segurança da Barragem, até 20 de setembro de 2013;

considerando que conforme a Lei nº 12.334, de 2010, compete ao órgão fiscalizador estabelecer a
periodicidade de atualização, a qualificação técnica, o conteúdo mínimo e o nível de detalhamento do
228

plano de segurança da barragem, da revisão periódica de segurança da barragem e das inspeções de


segurança regulares e especiais;
Página

jusagrarista@gmail.com
Alexandre Soares de Almeida (Org.)
considerando que nos termos da Lei nº 12.334, de 2010, compete ao DNPM a fiscalização do Plano
de Segurança da Barragem e da Revisão Periódica de Segurança da Barragem; e

considerando o resultado da Consulta Pública nº 02/2012 que colheu subsídios para o aprimoramento
desta Portaria, resolve:

Art. 1º - Esta Portaria define a sistemática de cadastramento das barragens fiscalizadas pelo DNPM,
a periodicidade e o conteúdo mínimo das respectivas informações e a periodicidade de atualização, a
qualificação do responsável e equipe técnica, o conteúdo mínimo e o nível de detalhamento do Plano
de Segurança da Barragem, da Revisão Periódica de Segurança da Barragem e das Inspeções de
Segurança Regulares e Especiais das Barragens de Mineração.

Parágrafo único - À exceção do Capítulo I que se aplica a toda e qualquer barragem de mineração, os
demais dispositivos desta Portaria aplicam-se a barragens destinadas à acumulação de água para
quaisquer usos, à disposição final ou temporária de rejeitos e à acumulação de resíduos industriais que
apresentem pelo menos uma das seguintes características:

I - altura do maciço, contada do ponto mais baixo da fundação à crista, maior ou igual a 15 m (quinze
metros);

II - capacidade total do reservatório maior ou igual a 3.000.000 m3 (três milhões de metros cúbicos);

III - reservatório que contenha resíduos perigosos conforme normas técnicas aplicáveis; e

IV - categoria de dano potencial associado, médio ou alto.

Art. 2º - Para efeito desta Portaria consideram-se:

I - barragens de mineração: barragens, barramentos, diques, reservatórios, localizados no interior da


área concedida ou área de servidão, utilizados para fins de contenção, acumulação ou decantação de
rejeito de mineração, descarga de sedimentos provenientes de atividades em mineração, com ou sem
captação de água associada, compreendendo a estrutura do barramento e suas estruturas associadas;

II - empreendedor: agente privado ou governamental que implante ou explore a barragem para


benefício próprio ou da coletividade;

III - órgão fiscalizador: autoridade do poder público responsável pelas ações de fiscalização da
segurança da barragem de sua competência;

IV - dano potencial associado: dano que pode ocorrer devido a rompimento, vazamento, infiltração
no solo ou mau funcionamento de uma barragem, conforme definição do Conselho Nacional de
Recursos Hídricos - CNRH;

V - risco: probabilidade da ocorrência de um acidente, conforme definição do CNRH;


229

VI - Matriz de Categoria de Risco e Dano Potencial Associado: Matriz que consta do Anexo I desta
Portaria, que relaciona classificação de Categoria Risco e Dano Potencial Associado, com objetivo de
Página

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

estabelecer a abrangência do Plano de Segurança da Barragem e periodicidade da Revisão Periódica


de Segurança da Barragem;

VII - anomalia: qualquer deficiência, irregularidade, anormalidade ou deformação que possa vir a afetar
a segurança da barragem, tanto a curto como a longo prazo;

VIII - Plano de Segurança de Barragem: instrumento da Política Nacional de Segurança de Barragens


previsto na art. 6º, II, da Lei 12.334, de 20 de setembro de 2010; e

IX - equipe de segurança da barragem: conjunto de profissionais responsáveis pelas ações de segurança


da barragem/reservatório, podendo ser composta por profissionais do próprio empreendedor ou
contratada especificamente para este fim.

CAPÍTULO I

DO CADASTRO DAS BARRAGENS DE MINERAÇÃO

Seção I

Da Sistemática de Cadastramento das Barragens

Art. 3º - As barragens de mineração serão cadastradas diretamente no sistema do Relatório Anual de


Lavra - RAL, disponível no sítio do DNPM na internet, juntamente com a declaração dos demais
dados do empreendimento.

Parágrafo único - O empreendedor ficará obrigado a declarar todas as barragens de mineração em


construção, em operação e desativadas sob sua responsabilidade.

Seção II

Da Periodicidade de Cadastramento das Barragens

Art. 4º - O cadastramento das barragens deverá ser efetuado anualmente, por meio da apresentação
do RAL, no prazo fixado para entrega do RAL do respectivo ano-base pela Portaria DNPM nº 12, de
13 de janeiro de 2011, que estabelece os procedimentos para sua entrega e processamento.

§ 1º - O DNPM poderá, a qualquer momento e com a devida justificativa, solicitar ao empreendedor


que retifique seu cadastramento no referido sistema.

§ 2º - A atualização dos dados já cadastrados também será efetuada por meio da apresentação do RAL
230

no prazo fixado pela Portaria DNPM nº 12, de 2011, ou mediante sua retificação.
Página

jusagrarista@gmail.com
Alexandre Soares de Almeida (Org.)
Seção III

Do Conteúdo Mínimo do Cadastro das Barragens

Art. 5º - O conteúdo mínimo a ser informado pelo titular quando do cadastro das barragens será
aquele solicitado no RAL no local concernente ao cadastramento de barragens.

Paragrafo único - A declaração das informações será efetuada preenchendo, em sua totalidade, as
informações solicitadas.

CAPÍTULO II

DO PLANO DE SEGURANÇA DE BARRAGENS

Seção I

Do Quadro de Classificação Quanto ao Risco e Dano Potencial Associado

Art. 6º - As barragens de mineração serão classificadas de acordo com o quadro de classificação quanto
ao Risco e ao Dano Potencial Associado, nas classes A, B, C, D e E, constante no Anexo I.

§ 1º - A classificação das barragens de mineração de acordo com o quadro de classificação quanto ao


Risco e ao Dano Potencial Associado será efetuada em consonância com o declarado pelo
empreendedor no RAL.

§ 2º - A atualização da classificação das barragens de mineração de acordo com o quadro de


classificação quanto ao Risco e ao Dano Potencial Associado será efetuada pelo DNPM a cada 5
(cinco) anos, ou em menor período a seu critério.

§ 3º - A classificação das barragens de mineração poderá ser atualizada, a qualquer tempo, em


decorrência da alteração de suas características, características do rejeito depositado ou da ocupação
do vale a jusante que requeiram a revisão da categoria de Risco ou do Dano Potencial Associado à
barragem ou por quaisquer outros motivos a critério do DNPM.

Seção II

Da Estrutura e do Conteúdo Mínimo do Plano de Segurança da Barragem


231

Art. 7º - O Plano de Segurança da Barragem é instrumento da Política Nacional de Segurança de


Barragens, de implementação obrigatória pelo empreendedor, cujo objetivo é auxiliá-lo na gestão da
Página

segurança da barragem.

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

Art. 8º - O Plano de Segurança da Barragem deverá ser composto ordinariamente por 4 (quatro)
volumes, respectivamente:

I - volume I- Informações Gerais;

II - volume II - Planos e Procedimentos;

III - volume III - Registros e Controles; e

IV - volume IV - Revisão Periódica de Segurança de Barragem.

§ 1º - Quando se tratar de barragens com Dano Potencial Associado Alto, nos termos do Anexo I, ou
em qualquer caso, a critério do DNPM, o Plano de Segurança da Barragem deverá, ainda, ser
composto pelo volume V, referente ao Plano de Ação de Emergência.

§ 2º - A extensão e o detalhamento de cada volume do Plano de Segurança da Barragem deverão ser


proporcionais à complexidade da barragem e suficientes para garantir as condições adequadas de
segurança.

§ 3º - O conteúdo mínimo de cada volume será detalhado no Anexo II.

§ 4º - Todas as barragens de mineração construídas a partir da data de publicação desta Portaria


deverão conter projeto "como construído" - as built.

Seção III

Da Elaboração e Atualização do Plano de Segurança da Barragem

Art. 9º - O Plano de Segurança da Barragem deverá ser elaborado por responsável técnico com registro
no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - Crea, com atribuições profissionais
para projeto, construção, operação ou manutenção de barragens, compatíveis com as definidas pelo
Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - Confea.

Art. 10 - O Plano de Segurança da Barragem deverá ser elaborado até o início da operação da
barragem, a partir de quando deverá estar disponível para utilização pela Equipe de Segurança de
Barragem e para os órgãos fiscalizadores.

Parágrafo único - O Plano de Segurança da Barragem deverá estar disponível no próprio local da
barragem e, na inexistência de escritório no local, na planta de beneficiamento, no escritório da mina,
na regional ou sede do Empreendedor, o que for mais próximo da barragem.
232
Página

jusagrarista@gmail.com
Alexandre Soares de Almeida (Org.)
Art. 11 - À medida que ocorrerem as atividades de operação, monitoramento, manutenção, bem como
as inspeções regulares e especiais, os respectivos registros deverão ser inseridos no Volume III do
Plano de Segurança da Barragem.

Art. 12 - O Plano de Segurança da Barragem deverá ser atualizado em decorrência das Inspeções
Regulares e Especiais e das Revisões Periódicas de Segurança da Barragem, incorporando suas
exigências e recomendações.

Parágrafo único - Todas as atualizações a que se refere o caput deverão ser anotadas e assinadas em
folha de controle de alterações, que deverá fazer parte dos volumes respectivos.

Seção IV

Da Revisão Periódica de Segurança da Barragem

Subseção I

Da Estrutura e do Conteúdo Mínimo

Art. 13 - A Revisão Periódica de Segurança de Barragem, parte integrante do Plano de Segurança da


Barragem, tem por objetivo verificar o estado geral de segurança da barragem, considerando o atual
estado da arte para os critérios de projeto, a atualização dos dados hidrológicos e as alterações das
condições a montante e a jusante da barragem.

Art. 14 - A Revisão Periódica de Segurança de Barragem deverá indicar as ações a serem adotadas pelo
empreendedor para a manutenção da segurança, compreendendo, para tanto:

I - o exame de toda a documentação da barragem, em particular dos relatórios de inspeção;

II - o exame dos procedimentos de manutenção e operação adotados pelo empreendedor; e

III - a análise comparativa do desempenho da barragem em relação às revisões efetuadas


anteriormente.

Parágrafo único - O conteúdo mínimo da Revisão Periódica de Segurança de Barragem será detalhado
no Anexo II.

Art. 15 - O produto final da Revisão Periódica de Segurança de Barragem será um relatório que
233

corresponde ao Volume IV - Revisão Periódica de Segurança de Barragem do Plano de Segurança da


Barragem, e deverá indicar a necessidade, quando cabível, de:
Página

I - elaboração ou alteração dos planos de operação, manutenção, instrumentação, testes ou inspeções;


Volume 1: Legislação MINÉRIOS
Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

II - dispositivos complementares de vertimento, quando houver;

III - implantação, incremento ou melhoria nos dispositivos e frequências de instrumentação e


monitoramento;

IV - obras ou reformas para garantia da estabilidade estrutural da barragem; e

V - outros aspectos relevantes indicados pelo responsável técnico pelo documento.

Parágrafo único - O Resumo Executivo da Revisão Periódica de Segurança da Barragem deverá ser
enviado ao DNPM em até 60 (sessenta) dias após a elaboração do relatório a que se refere o caput,
juntamente com declaração de ciência do representante legal do empreendedor quanto ao conteúdo
do documento, por meio do sítio do DNPM na internet.

Subseção II

Da Periodicidade da Revisão Periódica de Segurança de Barragem

Art. 16 - A periodicidade máxima da Revisão Periódica de Segurança de Barragem será definida em


função da classificação quanto ao Risco e ao Dano Potencial Associado, constante do Anexo I, sendo:

I - classe A: a cada 5 (cinco) anos;

II - classe B: a cada 5 (cinco) anos;

III - classe C: a cada 7 (sete) anos;

IV - classe D: a cada 10 (dez) anos; e

V - classe E: a cada 10 (dez) anos.

§ 1º - Sempre que ocorrerem modificações estruturais, como alteamentos, ou modificações na


classificação dos rejeitos depositados na barragem de mineração, o empreendedor ficará obrigado a
executar nova Revisão Periódica de Segurança de Barragem.

§ 2º - Na hipótese do § 1º o empreendedor deverá enviar ao DNPM o Resumo Executivo da Revisão


Periódica de Segurança da Barragem em até 60 (sessenta) dias após a elaboração do relatório
correspondente ao Volume IV- Tomo 2 - Revisão Periódica de Segurança de Barragem do Plano de
Segurança da Barragem, juntamente com declaração de ciência do representante legal do
empreendedor quanto ao conteúdo do documento, por meio do sítio eletrônico do DNPM.

Subseção III

Da Qualificação da Equipe Técnica Responsável pela Revisão Periódica de Segurança de Barragem


234
Página

jusagrarista@gmail.com
Alexandre Soares de Almeida (Org.)
Art. 17 - A Revisão Periódica de Segurança de Barragem deverá ser realizada por equipe
multidisciplinar com competência nas diversas disciplinas que envolvam a segurança da barragem em
estudo.

§ 1º - A equipe a que se refere o caput poderá integrar o quadro de pessoal do empreendedor ou


pertencer a empresa externa, contratada para este fim.

§ 2º - O responsável técnico pela Revisão Periódica de Segurança da Barragem deverá ter registro no
Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - Crea, com atribuições profissionais para
projeto, construção, operação ou manutenção de barragens de terra ou de concreto, compatíveis com
as definidas pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - Confea.

CAPÍTULO III

DAS INSPEÇÕES REGULARES E ESPECIAIS DE BARRAGEM

Seção I

Das Inspeções Regulares

Periodicidade

Art. 18 - O empreendedor deverá realizar, quinzenalmente, ou em menor período, a seu critério,


Inspeções de Segurança Regular de rotina na barragem sob sua responsabilidade.

Art. 19 - Anualmente, até o dia 20 de setembro, ressalvado o disposto no art. 36, o empreendedor
deverá realizar Inspeção Anual de Segurança Regular de Barragem, elaborar Relatório de Inspeção
Regular da Barragem, preencher o Extrato da inspeção de Segurança Regular da Barragem e emitir a
Declaração de Estabilidade da Barragem, nos termos desta Portaria.

Art. 20 - Quando, durante as vistorias de rotina, for constatada na barragem de mineração anomalia
que resulte na pontuação máxima de 10 (dez) pontos, em qualquer coluna do quadro de Estado de
Conservação referente à Categoria de Risco da Barragem, conforme Anexo IV, o empreendedor
deverá realizar Inspeções de Segurança Especiais observado o disposto no art. 26 e seguintes.

Ficha de Inspeção Regular


235
Página

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

Art. 21 - A Ficha de Inspeção Regular terá seu modelo definido pelo empreendedor e deverá abranger
todos os componentes e estruturas associadas à barragem, observados os parâmetros relacionados no
art. 22.

Parágrafo único - A Ficha de Inspeção Regular deverá ser anexada ao Plano de Segurança no Volume
III - Registros e Controles.

Relatório de Inspeção de Segurança Regular

Art. 22 - O Relatório de Inspeção de Segurança Regular de Barragem deverá conter, no mínimo:

I - identificação do representante legal do empreendedor;

II - identificação do responsável técnico pela segurança da barragem;

III - avaliação e classificação, quanto ao estado de conservação referente à categoria de risco da


barragem, das anomalias encontradas e registradas, identificando possível mau funcionamento e
indícios de deterioração ou defeito de construção;

IV - relatório fotográfico contendo, pelo menos, as anomalias com pontuações 6 ou 10 na tabela de


Estado de Conservação referente a Categoria de Risco da Barragem, conforme Anexo IV;

V - reclassificação, quando necessário, quanto ao estado de conservação referente a Categoria de Risco


da Barragem de cada anomalia identificada na Ficha de Inspeção Regular;

VI - comparação com os resultados da Inspeção de Segurança Regular anterior, a exceção da primeira


Inspeção de Segurança Regular do empreendimento;

VII - avaliação do resultado da inspeção e revisão dos registros de instrumentação disponíveis,


indicando a necessidade de manutenção, reparos ou de inspeções regulares e especiais, recomendando
os serviços necessários;

VIII - ciente do empreendedor ou de seu representante legal; e

IX - Declaração de Condição de Estabilidade da Barragem, conforme Anexo IV-A.

Parágrafo único - O Relatório de Inspeção Regular deverá ser acompanhado da respectiva anotação
de responsabilidade técnica do profissional que o elaborou.

Art. 23 - O Relatório de Inspeção Regular deverá ser anexado ao Plano de Segurança da Barragem em
até 60 (sessenta) dias após a data da inspeção.
236

Extrato da Inspeção de Segurança Regular de Barragem


Página

jusagrarista@gmail.com
Alexandre Soares de Almeida (Org.)
Art. 24 - O Extrato de Inspeção de Segurança Regular de Barragem constitui o resumo das
informações relevantes das inspeções de segurança regulares realizadas no ano e deverá ser preenchido
diretamente no sítio eletrônico do DNPM na internet, observado o prazo previsto no art. 19.

Parágrafo único - Quando constatada anomalia que resulte na pontuação máxima de 10 (dez) pontos,
em qualquer coluna do quadro de Estado de Conservação referente à Categoria de Risco da Barragem,
conforme Anexo IV, o Extrato de Inspeção de Segurança Regular de Barragem deverá ser preenchido
em até 1 (um) dia após a realização da vistoria.

Declaração de Condição de Estabilidade da Barragem.

Art. 25 - O empreendedor deverá encaminhar ao DNPM por meio do sítio desta autarquia na internet,
no prazo estabelecido no art. 19, juntamente com o Extrato de Inspeção de Segurança Regular de
Barragem, Declaração de Condição de Estabilidade da Barragem na forma do Anexo IV-A,
individualmente por barragem.

§ 1º - Cópia da declaração de que trata o caput deverá ser disponibilizada no próprio local da barragem
ou, na inexistência de escritório local, na planta de beneficiamento ou no escritório da lavra, o que for
mais próximo da barragem.

§ 2º - A Declaração de Condição de Estabilidade da Barragem deverá conter cópia do Crea assim


como da anotação de responsabilidade técnica do responsável pela sua elaboração.

Seção II

Das Inspeções Especiais

Art. 26 - Sempre que detectadas anomalias na barragem de mineração deverão ser realizadas Inspeções
de Segurança Especiais na forma desta Portaria.

Periodicidade

Art. 27 - O empreendedor deverá realizar, semanalmente, ou em menor prazo a seu critério, Inspeções
de Segurança Especiais de rotina até que a anomalia detectada na Inspeção de Segurança Regular de
Barragem tenha sido classificada como extinta ou controlada.

Parágrafo único - As inspeções de que trata este artigo deverão ser registradas nas Fichas de Inspeção
237

Especial de que trata o art. 30.


Página

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

Art. 28 - Quinzenalmente, o empreendedor deverá elaborar um Relatório de Inspeção Especial e


preencher Extrato da Inspeção de Segurança Especial de Barragem, nos termos desta Portaria.

Art. 29 - A extinção ou o controle da anomalia que resultou na pontuação máxima de 10 (dez) pontos,
em qualquer coluna do quadro de Estado de Conservação referente à Categoria de Risco da Barragem,
deverá ser atestada por meio de uma inspeção final de segurança especial, observado o disposto no §
1º do art. 31.

Ficha de Inspeção Especial

Art. 30 - A Ficha de Inspeção de Segurança Especial de Barragem terá seu modelo definido pelo
empreendedor e deverá abranger os componentes e estruturas associadas à barragem que tenham
motivado a Inspeção Especial de Segurança de Barragem e, no mínimo, os tópicos existentes no
modelo proposto no Anexo V.

Parágrafo único - A Ficha de Inspeção de Segurança Especial deverá ser anexada ao Plano de
Segurança no Volume III - Registros e Controles.

Relatório de Inspeção de Segurança Especial de Barragem

Art. 31 - O Relatório de Inspeção de Segurança Especial de Barragem deverá conter, no mínimo:

I - identificação do representante legal da empresa, assim como da empresa externa contratada pelo
empreendedor, quando for o caso;

II - identificação do responsável técnico para a mitigação das anomalias que resultaram na pontuação
máxima de 10 (dez) pontos, em qualquer coluna do quadro de Estado de Conservação referente à
Categoria de Risco da Barragem constatadas na Inspeção Regular de Segurança de Barragem pela
própria empresa ou pela empresa externa contratada, quando for o caso;

III - avaliação das anomalias que resultaram na pontuação máxima de 10 (dez) pontos, em qualquer
coluna do quadro de Estado de Conservação referente à Categoria de Risco da Barragem encontradas
e registradas, individualmente, identificando possível mau funcionamento e indícios de deterioração
ou defeito de construção;

IV - relatório fotográfico contendo as anomalias que resultaram na pontuação máxima de 10 (dez)


pontos, em qualquer coluna do quadro de Estado de Conservação referente à Categoria de Risco da
Barragem identificadas;
238

V - reclassificação, quando necessário, quanto à pontuação do Estado de Conservação referente à


Categoria de Risco da Barragem de cada anomalia identificada na Ficha de Inspeção Especial;
Página

VI - comparação com os resultados da Inspeção de Segurança Especial anterior, quando houver;


jusagrarista@gmail.com
Alexandre Soares de Almeida (Org.)
VII - ações adotadas para a eliminação das anomalias que resultaram na pontuação máxima de 10 (dez)
pontos, em qualquer coluna do quadro de Estado de Conservação referente à Categoria de Risco da
Barragem constatadas;

VIII - avaliação do resultado de inspeção e revisão dos registros de instrumentação disponíveis,


indicando a necessidade de manutenção, reparos ou de novas inspeções especiais, recomendando os
serviços necessários;

IX - classificação, quando da primeira Inspeção Especial, e reclassificação, quando da segunda ou


posterior Inspeção Especial, da pontuação do Estado de Conservação referente à Categoria de Risco
da Barragem, de acordo com Anexo IV;

X - classificação do resultado das ações adotadas nas anomalias que resultaram na pontuação máxima
de 10 (dez) pontos, em qualquer coluna do quadro de Estado de Conservação referente à Categoria
de Risco da Barragem, de acordo com definições a seguir:

a) extinto: quando a anomalia que resultou na pontuação máxima de 10 (dez) pontos, em qualquer
coluna do quadro de Estado de Conservação referente à Categoria de Risco da Barragem, for
completamente extinta, não gerando mais risco que comprometa a segurança da barragem;

b) controlado: quando a anomalia que resultou na pontuação máxima de 10 (dez) pontos, em qualquer
coluna do quadro de Estado de Conservação referente à Categoria de Risco da Barragem não for
totalmente extinta, mas as ações adotadas eliminaram o risco de comprometimento da segurança da
barragem, todavia devem ser controladas, monitoradas ou reparadas ao longo do tempo;

c) não extinto: quando a anomalia que resultou na pontuação máxima de 10 (dez) pontos, em qualquer
coluna do quadro de Estado de Conservação referente à Categoria de Risco da Barragem, não foi
controlada tampouco extinta, necessitando de novas intervenções a fim de eliminar a anomalia assim
como novas Inspeções Especiais de Segurança da Barragem.

XI - ciente do empreendedor ou de seu representante legal.

§ 1º - A Inspeção Final de Segurança Especial de Barragem que ateste a extinção ou o controle da


anomalia que resultou na pontuação máxima de 10 (dez) pontos, em qualquer coluna do quadro de
Estado de Conservação referente à Categoria de Risco da Barragem, deverá conter relatório conclusivo
assinado pelo responsável técnico, atestando a liberação da barragem para sua operação, cuja cópia
deverá integrar o Relatório de Inspeção Especial.

§ 2º - A extinção ou o controle da anomalia de que trata o § 1º deverá ser informado ao DNPM por
meio do sítio do DNPM na internet, na página de Inspeções Especiais de Segurança de Barragens,
por meio do Extrato de Inspeção de Segurança Especial de Barragem.

§ 3º - O Relatório de Inspeção Especial deverá ser acompanhado da respectiva anotação de


responsabilidade técnica do profissional que o elaborou.

§ 4º - A classificação do resultado das ações adotadas em face da anomalia que resultou na pontuação
máxima de 10 (dez) pontos, em qualquer coluna do quadro de Estado de Conservação referente à
239

Categoria de Risco da Barragem, deverá ser feita para cada anomalia encontrada.
Página

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

Art. 32 - O Relatório de Inspeção Especial deverá ser anexado ao Plano de Segurança da Barragem
em até 30 (trinta) dias após a data da Inspeção de Segurança Especial.

Extrato de Inspeção de Segurança Especial de Barragem

Art. 33 - O Extrato de Inspeção de Segurança Especial de Barragem deverá ser preenchido


diretamente no sítio eletrônico do DNPM na internet, quinzenalmente.

Seção III

Da Qualificação da Equipe Responsável

Art. 34 - As Inspeções de Segurança Regular e Especial de Barragem deverão ser efetuadas pela Equipe
de Segurança da Barragem ou por empresa externa contratada pelo empreendedor, composta por
profissionais treinados e capacitados.

Parágrafo único - Os Relatórios de Inspeção de Segurança Regular e Especial de Barragem, os


respectivos extratos e a Declaração de Condição de Estabilidade da Barragem deverão ser elaborados
por equipe ou profissional com registro no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia - Crea, cujas atribuições profissionais para projeto, construção, operação ou manutenção
de barragens de terra ou de concreto sejam compatíveis com as definidas pelo Conselho Federal de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia - Confea.

CAPÍTULO IV

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Sanção

Art. 35 - O não cumprimento das obrigações previstas nesta Portaria e a apresentação de informações
inverídicas ao DNPM, sem prejuízo de outras sanções legalmente previstas, conforme o caso,
sujeitarão o infrator às penalidades estabelecidas no art. 100, II, c/c art. 54, V e XVI do Decreto nº
62.934, de 2 de julho de 1968, e art. 9º, caput, IV, VI e VII, e §§ 1º e 2º da Lei nº 7.805/89.
240

Barragens Implantadas até 20 de Setembro de 2012


Página

jusagrarista@gmail.com
Alexandre Soares de Almeida (Org.)
Art. 36 - Os empreendedores que possuem barragens de mineração já implantadas ou cuja implantação
será concluída até 20 de setembro de 2012 deverão:

I - até 20 de setembro de 2012, se não declararam RAL ano-base 2011 ou se o declararam sem
preencher as informações sobre as barragens sob sua responsabilidade, encaminhar ao DNPM, na
forma da Portaria DNPM nº 12, de 2011, RAL ano-base 2011 ou RAL retificador, com os dados
referentes ao cadastramento de que trata o Capítulo I desta Portaria;

II - até 20 de setembro de 2012, apresentar ao DNPM o Relatório de Implantação do Plano de


Segurança da Barragem, na forma do art. 37;

III - até 60 (sessenta) dias contados da publicação desta Portaria, realizar a primeira inspeção de rotina
e preencher a respectiva Ficha de Inspeção Regular;

IV - até o dia 20 de setembro de 2013, realizar a primeira Inspeção Anual de Segurança Regular das
Barragens de Mineração;

V - entre 20 de setembro de 2012 e 21 de setembro de 2013, disponibilizar, no próprio local da


barragem e, na inexistência de escritório no local, na planta de beneficiamento, no escritório da mina,
na regional ou sede do empreendedor, o que for mais próximo da barragem, Plano de Segurança de
Barragem contendo, no mínimo:

a) recibo de envio/entrega de declaração da barragem no RAL e a tela de cadastro da barragem no


RAL do ano-base vigente impressa; e

b) registros que compõem o Volume III do Plano de Segurança das Barragens.

VI - até o dia 31 de março de 2013, enviar ao DNPM Declaração de Condição de Estabilidade da


Barragem, conforme Anexo IV-B, por meio do sítio do DNPM na internet, e disponibilizar cópia
desta declaração no próprio local da barragem ou, na inexistência de escritório local, na planta de
beneficiamento, ou no escritório da lavra, o que for mais próximo da barragem; e

VII - realizar a primeira Revisão Periódica de Segurança das Barragens nos prazos estabelecidos no
art. 16.

§ 1º - A primeira Revisão Periódica de Segurança das Barragens de que trata o inciso VII deverá ser
imediatamente incorporada ao Plano de Segurança de Barragem.

§ 2º - O DNPM poderá, a qualquer momento, solicitar que a primeira Revisão Periódica de Segurança
das Barragens que trata o caput seja elaborada em período diverso do estabelecido no art. 16.

Art. 37 - O Relatório de Implantação do Plano de Segurança da Barragem de que trata o inciso II do


art. 36 deverá ser enviado ao DNPM, através de download e preenchimento do formulário de
cronograma, conforme Anexo III, diretamente no sítio do DNPM na internet a partir da data de
publicação desta Portaria.
241

§ 1º - O Relatório de Implantação do Plano de Segurança da Barragem deverá conter:

I - cronograma de implantação do Plano de Segurança da Barragem, respeitando os prazos para


Página

realização da Revisão Periódica de Segurança de Barragem; e

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

II - recibo de envio/entrega de declaração da barragem no Relatório Anual de Lavra - RAL, tendo em


vista que todos os empreendedores com barragens de disposição transitória ou final de rejeitos devem
declarar suas barragens no referido relatório.

§ 2º - O cronograma de que trata o inciso I do § 1º deverá ter como data inicial 21 de setembro de
2012 e data final, até, conforme disposto abaixo, não sendo impeditivo o término e envio antes desta
data final:

I - 20 de setembro de 2013, para barragens classe A e B; e

II - 20 de setembro de 2014, para barragens classe C, D e E.

§ 3º - Durante a avaliação do Relatório de Implantação do Plano de Segurança da Barragem o DNPM


poderá requerer ao empreendedor alteração do cronograma de implantação do Plano de Segurança de
Barragem, assim como a alteração da periodicidade mínima da Revisão Periódica, em função da
Categoria de Risco e do Dano Potencial Associado.

Vigência

Art. 38 - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

DOU de 05/09/2012 (nº 173, Seção 1, pág. 77)

SÉRGIO AUGUSTO DÂMASO DE SOUSA

ANEXO I

CLASSIFICAÇÃO DE CATEGORIA DE RISCO E DANO POTENCIAL ASSOCIADO:

Dano potencial associado

Categoria de risco Alto Médio Baixo


Alto A B C

Médio B C D
242

Baixo C D E
Página

jusagrarista@gmail.com
Alexandre Soares de Almeida (Org.)

ANEXO II

ESTRUTURA E CONTEÚDO MÍNIMO DO PLANO DE SEGURANÇA DA BARRAGEM

Volumes Conteudo mínimo Observações


Volume I -
1. Identificação do Empreendedor
Tomo I
2. Caracterização do empreendimento;

3. Características técnicas do Projeto e da Construção;


Informações
4. Indicação da área do entorno das instalações e seus
Gerais e
respectivos acessos a serem resguardados de
Declaração de
quaisquer usos ou ocupações permanentes;
Classificação da
Barragem quanto 5. Estrutura organizacional, contatos dos
ao Risco e Dano responsáveis e qualificação técnica dos profissionais
Potencial da equipe de segurança da barragem.
Associado
6. Quando for o caso, indicação da entidade
responsável pela regra operacional do reservatório.

7. Declaração da classificação da barragem quanto à


categoria de risco e dano potencial associado;

1. Projetos (básico e/ou executivo), caso existam;


Volume I -
2. Projeto como construído (As built), caso exista;
Tomo 2
3. Manuais dos Equipamentos, caso existam;
Documentação
4. Licenças ambientais, outorgas e demais
técnica do
requerimentos legais.
Empreendimento

i. Para barragens
1. Plano de operação, incluindo, mas não se limitando, Classe D e E,
à somente o item 1
será obrigatório
a) regra operacional dos dispositivos de vertimento, para o Volume II.
caso existam;

b) procedimentos para atendimento às regras


operacionais definidas pelo Empreendedor ou por
entidade responsável, quando for o caso.
Volume II ii. A frequência
2. Planejamento das manutenções; mínima de
Planos e
inspeções de
Procedimentos 3. Plano de monitoramento e instrumentação; segurança
243

4. Planejamento das inspeções de segurança da regulares de


barragem; e barragens é
definida em
Página

regulamento

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

5. Cronograma de testes de equipamentos hidráulicos, específico emitido


elétricos e mecânicos, caso existam. pelo DNPM e
deverá estar
contemplada no
Plano de
Segurança da
Barragem.

O conteúdo
mínimo e o nível
1. Registros de Operação;
de detalhamento
2. Registros da Manutenção; dos relatórios de
inspeções de
3. Registros de Operação; segurança
regulares de
Volume III 4. Registros da Manutenção; barragens são
Registros e 5. Registros de Monitoramento e Instrumentação; definidos em
Controles regulamento
específico emitido
6. Fichas e relatórios de Inspeções de Segurança de pelo DNPM e
Barragens; e deverão estar
contemplados no
7. Registros dos testes de equipamentos hidráulicos,
Plano de
elétricos e mecânicos, caso existam.
Segurança da
Barragem

1. Resultado de inspeção detalhada e adequada do 2. A reavaliação


local da barragem e de suas estruturas associadas; do projeto
existente deve
2. Reavaliação do projeto existente, de acordo com os englobar, dentre
critérios de projeto aplicáveis à época da revisão. os elementos
dispostos abaixo,
3. Reavaliação da categoria de risco e dano potencial aqueles que
associado; possam ter
sofrido alteração
4. Atualização das séries e estudos hidrológicos e desde a revisão
confrontação desses estudos com a capacidade dos periódica anterior,
dispositivos de vertimento existentes. em virtude de
alterações de
5. Reavaliação dos procedimentos de operação,
critérios de
manutenção, testes, instrumentação e
projeto, de
monitoramento;
atualização de
6. Reavaliação do Plano de Ação de Emergência- séries
PAE, quando for o caso; hidrológicas, do
resultado da
7. Revisão dos relatórios das revisões periódicas de inspeção
Volume IV segurança de barragem de anteriores; detalhada ou da
ocorrência de
244

Tomo I 8. Relatório Final do estudo. eventos extremos:

Registros de
Página

construção, para

jusagrarista@gmail.com
Alexandre Soares de Almeida (Org.)

determinar se a
barragem foi
construída em
conformidade
com as hipóteses
de projeto e
verificar a
adequabilidade da
sua estrutura e
Revisão Periódica dos materiais de
de Segurança da fundação.
Barragem
i. Avaliação da
estabilidade e
adequação
estrutural,
resistência à
percolação e
erosão de todas as
partes dos
barramentos,
incluindo-se suas
fundações, bem
como quaisquer
barreiras naturais
sob condições de
carregamentos,
normais e
extremos;

Avaliação da
capacidade de
todos os canais e
condutos
hidráulicos para
descarregar
seguramente as
vazões de projeto
e a adequação
desses condutos
hidráulicos para
suportar a vazão
afluente de
projeto e de
esvaziamento do
reservatório, caso
necessário, em
condições
emergenciais;
245

Verificação do
projeto de todas
Página

as comportas,

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

válvulas,
dispositivos de
acionamento e
controle de fluxo,
incluindo-se os
controles de
fornecimento de
energia ou de
fluidos
hidráulicos para
assegurar a
operação segura e
confiável;

Avaliação do
comportamento
da barragem
frente a eventos
extremos (sismos
e cheias),
considerando os
eventos ocorridos
a partir da
construção da
barragem;

ii. Verificação da
adequação das
instalações para
enfrentar
fenômenos
especiais que
afetem a
segurança, por
exemplo,
entulhos ou
erosão, que
podem ter sido
insuficientemente
avaliados na fase
de projeto.

Volume IV 1. Identificação da barragem e empreendedor;

2. Identificação do autor do trabalho;

3. Período de realização do trabalho;

Tomo 2 4. Listagem dos estudos realizados;


246

Resumo 5. Conclusões;
Executivo
Página

6. Recomendações;

jusagrarista@gmail.com
Alexandre Soares de Almeida (Org.)

7. Plano de ação de melhoria e cronograma de


implantação das ações indicadas no trabalho.

O conteúdo
mínimo e o nível
Volume V de detalhamento
Plano de Ação de do Plano de Ação
Emergência - de Emergência
PAE serão tratados em
regulamento
específico.

ANEXO III

CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE SEGURANÇA DA BARRAGEM

Nome da Barragem:

Empreendedor:

CNPJ:

UF:

Município:

Data do Início
CRONOGRAMA Data do Final
(21 de setembro de 2012)

Volume IV - Revisão
Periódica

Demais volumes do
Plano

ANEXO IV
247

QUADRO DE CLASSIFICAÇÃO QUANTO À CATEGORIA DE RISCO - ESTADO DE


CONSERVAÇÃO
Página

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

Estado de Conservação – EC
Confiabilidade das
Deformações e Deterioração dos
Estruturas Percolação
Recalques Taludes/Paramentos
Extravasoras

Estruturas civis bem Não existem


mantidas e em Percolação deformações e
Não existe
operação totalmente recalques com
deterioração de
normal/barragem controlada pelo potencial de
taludes e paramentos
sem necessidade de sistema de comprometimento da
(0)
estruturas drenagem (0) segurança da estrutura
extravasoras (0) (0)

Umidade ou
Estruturas com surgência nas áreas Falhas na proteção
Existência de trincas e
problemas de jusante, dos taludes e
abatimentos com
identificados e paramentos, paramentos, presença
medidas corretivas em
medidas corretivas taludes e de vegetação
implantação (2)
em implantação (3) ombreiras estáveis arbustiva (2)
e monitorados (3)

Umidade ou
surgência nas áreas Erosões superficiais,
Estruturas com
de jusante, Existência de trincas e ferragem exposta,
problemas
paramentos, abatimentos sem presença de
identificados e sem
taludes ou implantação das vegetação arbórea,
implantação das
ombreiras sem medidas corretivas sem implantação das
medidas corretivas
implantação das necessárias (6) medidas corretivas
necessárias (6)
medidas corretivas necessárias. (6)
necessárias (6)

Surgência nas
áreas de jusante Depressões
Estruturas com com carreamento Existência de trincas, acentuadas nos
problemas de material ou com abatimentos ou taludes,
identificados, com vazão crescente ou escorregamentos, com escorregamentos,
redução de infiltração do potencial de sulcos profundos de
capacidade vertente material contido, comprometimento da erosão,com potencial
e sem medidas com potencial de segurança da estrutura de comprometimento
corretivas (10) comprometimento (10) da segurança da
da segurança da estrutura. (10)
estrutura (10)
248
Página

jusagrarista@gmail.com
Alexandre Soares de Almeida (Org.)
ANEXO IV-A

Declaração de Condição de Estabilidade

Empreendedor:

Barragem:

Classificação da barragem:

Município/UF:

Data da última inspeção:

Declaro para fins de acompanhamento e comprovação junto ao DNPM, que realizei Inspeção de
Segurança Regular de Barragem na estrutura acima especificada conforme Relatório de Inspeção de
Segurança Regular de Barragem, elaborado em .............(dia) /.............(mês) /...........(ano), e atesto a
estabilidade da mesma em consonância com a Lei nº 12.334, de 20 de setembro de 2010, e Portarias
DNPM vigentes.

A mencionada estrutura encontra-se (informar de forma sucinta e clara acondição de estabilidade da


estrutura).

Local e data.

--------------------------------------------------------------

Nome completo e assinatura do Responsável pela Inspeção Regular da Barragem

Formação profissional
249
Página

Nº do registro no Conselho de Classe

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

ANEXO IV-B

Declaração de Condição de Estabilidade para barragens construídas até 20 de setembro de 2012

Empreendedor:

Barragem:

Classificação da barragem:

Município/UF:

Data da Inspeção:

Declaro para fins de acompanhamento e comprovação junto ao DNPM, que realizei vistoria técnica
na estrutura acima especificada conforme Relatório de Vistoria Técnica de Barragem elaborado em
.............(dia) /.............(mês) /...........(ano) e atesto a estabilidade da mesma em consonância com a Lei
nº 12.334, de 20 de setembro de 2010, e Portarias DNPM vigentes.

A mencionada estrutura encontra-se (informar de forma sucinta e clara acondição de estabilidade da


estrutura).

Local e data.

--------------------------------------------------------------
250
Página

Nome completo e assinatura do Responsável pela Inspeção Regular da Barragem

jusagrarista@gmail.com
Alexandre Soares de Almeida (Org.)

Formação profissional

Nº do registro no Conselho de Classe

ANEXO V

MODELO DE FICHA DE INSPEÇÃO ESPECIAL DE BARRAGEM

DADOS GERAIS DA BARRAGEM

1. Nome da Barragem:

2. Coordenadas: °'" S °'" O Datum:


3. Município/Estado:

4. Data da Vistoria: / / Vistoria Nº: /

5. Bacia: Curso d'água barrado:

6. Empreendedor:

DADOS TÉCNICOS DA BARRAGEM

Tipo da Barragem ( ) Concreto ( ) Terra

ANOMALIAS IDENTIFICADAS - SITUAÇÃO PRETÉRITA (ÚLTIMA INSPEÇÃO)

Coluna(s) do quadro de
Identificação Situação Estado de Conservação Pontuação Observações
com anomalia

( ) Confiabilidade das
Estruturas

( ) Extravasoras;

( ) Percolação;
251

( ) Deformações e
Recalques;
Página

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Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

( ) Deterioração dos
Taludes/Paramentos.

ANOMALIAS IDENTIFICADAS - AÇÕES EXECUTADAS

Identificação da Ações
Classificação do resultado das ações tomadas
Anomalia Executadas

( ) Extinto;

( ) Controlado;

( ) Não extinto.

ANOMALIAS IDENTIFICADAS - SITUAÇÃO ATUAL (APÓS AÇÕES EXECUTADAS)

Situação Coluna(s) do quadro


Identificação de Estado de Conservação Pontuação Observações
com anomalia

Confiabilidade das
Estruturas Extravasoras;

Percolação;

Deformações e
Recalques;

Deterioração dos
Taludes/Paramentos.

Identificação do Avaliador:

Nome:

Cargo:

CREA nº: ART nº:

Assinatura:
252
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Alexandre Soares de Almeida (Org.)

PORTARIA DO MINISTÉRIO DE MINAS E


ENERGIA, Nº 526, DE 9 DE DEZEMBRO DE 2013

Estabelece a periodicidade de atualização e revisão,


a qualificação do responsável técnico, o conteúdo
mínimo e o nível de detalhamento do Plano de Ação
de Emergência das Barragens de Mineração
(PAEBM), conforme art. 8º, 11 e 12 da Lei nº
12.334, de 20 de setembro de 2010, que estabelece a
Política Nacional de Segurança de Barragens
(PNSB), e art. 8º da Portaria nº 416, de 3 de
setembro de 2012.

O DIRETOR-GERAL DO DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL -


DNPM, no uso da competência que lhe confere os incisos VIII e IX do art. 17 da Estrutura
Regimental do DNPM, aprovada pelo Decreto nº 7.092, de 2 de fevereiro de 2010; tendo em vista o
disposto no § 2º do art. 3º, nos incisos V e XIII do art. 47, no art. 50 e no art. 97, todos do Decreto-
Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967; no art. 3º,VII, da Lei nº 8.876, de 2 de maio de 1994; no art.
8º da Lei nº 6.567, de 24 de setembro de 1978; e nos incisos IV, VI, e VIII do art. 9º da Lei nº 7.805,
de 18 de julho de 1989, e

Considerando que a Lei nº 12.334, de 20 de setembro de 2010, estabeleceu a Política Nacional de


Segurança de Barragens (PNSB) destinadas à acumulação de água para quaisquer usos, à disposição
final ou temporária de rejeitos e à acumulação de resíduos industriais e criou o Sistema Nacional de
Informações sobre Segurança de Barragens- SNISB;

Considerando que o Plano de Segurança da Barragem é um instrumento da PNSB e que cabe ao


empreendedor elaborá-lo e implementálo, incluindo, quando exigido pelo órgão fiscalizador, Plano de
Ação de Emergência, nos termos dos arts. 8º, 11 e 12 da Lei nº 12.334, de 2010;

Considerando que compete ao DNPM, no âmbito de suas atribuições, fiscalizar as atividades de


pesquisa e lavra para o aproveitamento mineral e as estruturas decorrentes destas atividades, incluindo
Barragens de Mineração, em face dos títulos minerários concedidos pelo Departamento Nacional de
Produção Mineral - DNPM e Ministério de Minas e Energia - MME;
253

Considerando que a Portaria nº 416, de 3 de setembro de 2012, que cria o Cadastro Nacional de
Página

Barragens de Mineração e dispõe sobre o Plano de Segurança, Revisão Periódica de Segurança e

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

Inspeções Regulares e Especiais de Segurança das Barragens de Mineração, estabelece, no § 1º do art.


8º,que o Plano de Segurança de Barragem deverá incluir o Volume V, referente ao Plano de Ação de
Emergência, quando se tratar de barragens com Dano Potencial Associado Alto, ou, em qualquer
caso, a critério do DNPM;

Considerando que o Anexo II da Portaria nº 416, de 2012, estabelece que o conteúdo mínimo e o
nível de detalhamento do Plano de Ação de Emergência serão tratados em regulamento específico;

Considerando o resultado da Consulta Pública nº 02/2013 que colheu subsídios para o aprimoramento
desta Portaria, resolve:

Seção I

Das Disposições Preliminares

Art. 1º - Esta Portaria define a periodicidade de atualização, a qualificação do responsável técnico, o


conteúdo mínimo e o nível de detalhamento do Plano de Ação de Emergência das Barragens de
Mineração (PAEBM).

Parágrafo único - Esta Portaria se aplica às Barragens de Mineração inseridas na PNSB que apresentem
Dano Potencial Associado Alto ou a qualquer Barragem de Mineração quando solicitado formalmente
pelo DNPM, conforme § 1º do art. 8º da Portaria nº 416, de 3 de setembro de 2012.

Art. 2º - Para efeito desta Portaria consideram-se:

I - barragens de mineração: barragens, barramentos, diques, reservatórios, cavas exauridas com


barramentos construídos, associados às atividades desenvolvidas com base em direito minerário,
utilizados para fins de contenção, acumulação ou decantação de rejeito de mineração ou descarga de
sedimentos provenientes de atividades em mineração, com ou sem captação de água associada,
compreendendo a estrutura do barramento e suas estruturas associadas;

II - situações de emergência: situações decorrentes de eventos adversos que afetem a segurança da


barragem e possam causar danos à sua integridade estrutural e operacional, à preservação da vida, da
saúde, da propriedade e do meio ambiente;

III - coordenador do PAEBM: agente, designado pelo empreendedor, responsável por coordenar as
ações descritas no PAEBM, devendo estar disponível para atuar prontamente nas situações de
emergência da barragem;
254

IV - dano potencial associado: dano que pode ocorrer devido a rompimento, vazamento, infiltração
no solo ou mau funcionamento de uma barragem, independentemente da sua probabilidade de
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ocorrência, podendo ser graduado de acordo com as perdas de vidas humanas e impactos sociais,
econômicos e ambientais;

V - declaração de encerramento da emergência: declaração emitida pelo empreendedor para as


autoridades públicas competentes declarando o fim da situação de emergência;

VI - empreendedor: agente privado ou governamental que explore a barragem para benefício próprio
ou da coletividade ou, na condição de barragem inativa, que a tenha implantado ou possua o direito
real sobre os imóveis onde se localiza a barragem, sendo também o responsável legal pela segurança
da barragem, cabendo-lhe o desenvolvimento de ações para garanti-la;

VII - equipe de segurança da barragem: conjunto de profissionais responsáveis pelas ações de


segurança da barragem, podendo ser composta por profissionais do próprio empreendedor ou
contratada especificamente para este fim;

VIII - classificação por categoria de risco e dano potencial associado: classificação que consta da
Resolução CNRH nº 143, de 10 de julho de 2012, e seu Anexo I;

IX - nível de emergência: convenção utilizada nesta Portaria para graduar as situações de emergência
em potencial para a barragem que possam comprometer a segurança da barragem;

X - plano de Segurança de Barragem: instrumento da Política Nacional de Segurança de Barragens


previsto na art. 6º, II, da Lei nº 12.334, de 20 de setembro de 2010;

XI - zona de autossalvamento: região a jusante da barragem que se considera não haver tempo
suficiente para uma intervenção das autoridades competentes em caso de acidente;

XII - estudo de cenários: estudo realizado capaz de caracterizar adequadamente os possíveis cenários
que ocorrerão em virtude de uma eventual ruptura da Barragem onde os métodos para tal estudo
devem ser explicitados no PAEBM, sendo de responsabilidade do empreendedor; e

XIII - mapa de cenários: produto do estudo de cenários, compreendendo a delimitação geográfica


georreferenciada das áreas potencialmente afetadas por uma eventual ruptura da Barragem e seus
possíveis cenários associados.

Parágrafo único - Para efeito desta Portaria, a Defesa Civil Nacional é representada pelo Centro
Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD), ou pelo órgão que vier a lhe suceder.

Seção II

Do Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração - PAEBM

Subseção I

Da Definição, Obrigatoriedade e Elaboração do Paebm


255

Art. 3º - O PAEBM é um documento técnico e de fácil entendimento, a ser elaborado pelo


Página

empreendedor, no qual estão identificadas as situações de emergência que possam pôr em risco a
integridade da barragem e onde são estabelecidas as ações imediatas necessárias nesses casos e
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definidos os agentes a serem notificados de tais ocorrências, com o objetivo de evitar ou minimizar
danos com perdas de vida, às propriedades e às comunidades a jusante.

Art. 4º - O PAEBM deverá ser elaborado para todas as Barragens de Mineração classificadas pelo
DNPM com dano potencial associado alto de acordo com Anexo I da Resolução do Conselho
Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) nº 143, de 10 de julho de 2012, e em observância ao art. 11º
da Lei 12.334, de 2010, até o início da operação da barragem ou a qualquer Barragem de Mineração
quando solicitado formalmente pelo DNPM.

Parágrafo único - O PAEBM constará no volume V, do Plano de Segurança da Barragem, conforme


§ 1º do art. 8º da Portaria nº 416, de 2012.

Art. 5º - Nos termos do artigo 12 da Lei 12.334, de 2010, o PAEBM deverá contemplar, pelo menos:

I - identificação e análise das possíveis situações de emergência;

II - procedimentos para identificação e notificação de mau funcionamento ou de condições potenciais


de ruptura da barragem;

III - procedimentos preventivos e corretivos a serem adotados em situações de emergência, com


indicação do responsável pela ação; e

IV - estratégia e meio de divulgação e alerta para as comunidades potencialmente afetadas em situação


de emergência e para as autoridades competentes.

Art. 6º - O conteúdo mínimo do PAEBM, explicitado detalhadamente no Anexo I desta Portaria,


compreenderá:

I - informações gerais da barragem;

II - procedimentos preventivos e corretivos a serem adotados em situações de emergência;

III - detecção, avaliação e classificação da situações de emergência;

IV - fluxograma e procedimentos de notificação com os telefones, quando for o caso, dos envolvidos
associados;

V - responsabilidades gerais no PAEBM;

VI - análise do estudo de cenários compreendendo os possíveis impactos a jusante resultantes de uma


hipotética ruptura de barragem, com seu associado mapa de cenários georreferenciado; e

VII - anexos e apêndices.


256

§ 1º - O documento físico do PAEBM deverá ter capa vermelha e o nome da Barragem de Mineração
em destaque, visando fácil localização no momento de sinistro.
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Alexandre Soares de Almeida (Org.)
§ 2º - O documento físico do PAEBM deverá estar inserido no Plano de Segurança da Barragem de
Mineração assim como deve estar, também, em local de fácil acesso no próprio local da barragem e,
na inexistência de escritório local, na planta de beneficiamento, no escritório da mina, na regional ou
sede do empreendedor, o que for mais próximo da barragem.

Art. 7º - Devem ser entregues cópias físicas do PAEBM para as Prefeituras e Defesas Civis municipais
e estaduais afetadas, além de cópia digital para o CENAD através do sítio eletrônico do referido
Centro.

§ 1º - Os documentos e informações a serem disponibilizados devem estar em linguagem de fácil


entendimento, de modo a subsidiar a tomada de ação nas situações de emergência.

§ 2º - Quando solicitados, os empreendedores deverão fornecer às autoridades citadas no caput deste


artigo informações complementares que esclareçam o conteúdo do PAEBM.

§ 3º - O PAEBM deve conter em seus anexos relação das autoridades públicas que receberão a cópia
do Plano.

§ 4º - Após a entrega do PAEBM às autoridades citadas no caput deste artigo, os respectivos


protocolos de recebimento deverão ser arquivados como Anexos e Apêndices do PAEBM.

Subseção II

Da Disponibilidade, Atualização e Revisão do PAEBM

Art. 8º - O PAEBM deverá estar disponível:

I - no próprio local da barragem e, na inexistência de escritório local, na regional, na planta de


beneficiamento, no escritório da mina, na regional ou sede do empreendedor, o que for mais próximo
da barragem;

II - nas prefeituras dos municípios abrangidos pelo PAEBM; e

III - nos organismos de Defesa Civil dos municípios abrangidos pelo PAEBM.

Art. 9º - O PAEBM deverá ser atualizado, sob responsabilidade do empreendedor, sempre que houver
alguma mudança nos meios e recursos disponíveis para serem utilizados em situação de emergência,
bem como deverá o empreendedornotificar as entidades identificadas no art. 8º desta Portaria sobre
a mudança do coordenador do PAEBM.

Parágrafo único - Todas as atualizações a que se refere o caput deverão ser anotadas e assinadas em
257

folha de controle de alterações.


Página

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


Coletânea de Legislação dos Recursos Naturais no Brasil - Volume 1 - MINÉRIOS

Art. 10 - O PAEBM deverá ser revisado por ocasião da realização de cada Revisão Periódica de
Segurança de Barragem, conforme art. 16 da Portaria DNPM nº 416, de 3 de setembro de 2012, por
equipe técnica descrita no artigo 17 da referida Portaria.

Parágrafo único - A revisão do PAEBM, a que se refere este artigo, implica reavaliação das ocupações
a jusante e dos possíveis impactos a elas associados, assim como atualização do estudo de cenários e
seu mapa homônimo.

Seção III

Das Responsabilidades e Qualificações

Art. 11 - Cabe ao empreendedor da Barragem de Mineração:

I - providenciar a elaboração do PAEBM, incluindo estudo de cenários e o mapa de cenários;

II - disponibilizar informações, de ordem técnica, necessárias para que a Defesa Civil promova
treinamentos e simulações de situações de emergência, em conjunto com as prefeituras e demais
instituições indicadas pelo governo municipal, devendo manter registros destas atividades no Volume
V do PSB, além de estar disponível para eventual atuação em conjunto com os órgãos citados, quando
solicitado formalmente;

III - promover treinamentos internos acerca do PAEBM, envolvendo a equipe de segurança da


barragem e os demais empregados do empreendimento, devendo manter registros destas atividades
no Volume V do PSB;

IV - designar formalmente um coordenador e seu substituto para coordenar as ações descritas no


PAEBM;

V - possuir equipe de segurança da barragem capaz de detectar, avaliar e classificar as situações de


emergência em potencial, de acordo com os níveis de emergência, descritos no artigo 11 desta Portaria;

VI - declarar situação de emergência e executar as ações descritas no PAEBM;

VII - executar as ações previstas no fluxograma de notificação;

VIII - alertar a população potencialmente afetada na zona de auto salvamento;

IX - notificar a Defesa Civil estadual, municipal e nacional, a Prefeitura e o DNPM em caso de situação
de emergência;

X - emitir declaração de encerramento da emergência; e

XI - providenciar a elaboração do relatório de fechamento de eventos de emergência, conforme art.


19, com a ciência do responsável legal da barragem, das Prefeituras e das Defesas Civis nacional e dos
258

estados e municípios afetados.

§ 1º - O estudo e o mapa de cenários a que se referem o inciso I deverão ser incorporados ao PAEBM
Página

explicitando o método adotado para sua elaboração.

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§ 2º - A designação a que se refere o inciso IV não exime o empreendedor da responsabilidade legal
pela segurança da barragem.

Art. 12 - São atribuições do coordenador:

I - ter pleno conhecimento do conteúdo do PAEBM, nomeadamente do fluxo de notificações;

II - assegurar a divulgação do PAEBM e o seu conhecimento por parte de todos os participantes;

III - orientar, acompanhar e dar suporte no desenvolvimento dos procedimentos operacionais do


PAEBM;

IV - avaliar, em conjunto com a equipe técnica de segurança de barragem, a gravidade da situação de


emergência identificada;

V - acompanhar o andamento das ações realizadas, frente à situação de emergência e verificar se os


procedimentos necessários foram seguidos;

VI - executar as notificações previstas no fluxograma de notificações; e

VII - elaborar, junto com a equipe de segurança da barragem, a Declaração de Encerramento da


Emergência.

Art. 13 - O responsável técnico pela elaboração do PAEBM deverá ter registro no Conselho Regional
de Engenharia e Agronomia - CREA, com atribuições profissionais para projeto ou construção ou
operação ou manutenção de barragens compatíveis com as definidas pelo Conselho Federal de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia - Confea.

Art. 14 - O coordenador do PAEBM deve ser profissional, designado pelo empreendedor da


barragem, com autonomia e autoridade para mobilização de equipamentos, materiais e mão de obra a
serem utilizados nas ações corretivas e/ou emergenciais, devendo estar treinado e capacitado para o
desempenho da função.

Seção IV

Das Situações de Emergência

Art. 15 - Considera-se iniciada uma Situação de Emergência quando:

I - iniciar-se uma Inspeção Especial de Segurança da Barragem de Mineração, conforme Seção II do


259

Capítulo III da Portaria DNPM nº 416, de 2012, ou seja, quando for constatada, a qualquer momento,
anomalia que resulte na pontuação máxima de 10 (dez) pontos em qualquer coluna do quadro de
Página

Volume 1: Legislação MINÉRIOS


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Estado de Conservação referente a Categoria de Risco da Barragem de Mineração, de acordo com o


Anexo I da Resolução CNRH nº 143, de 2012, e anexo IV da Portaria DNPM nº 416, de 2012; e

II - qualquer outra situação com potencial comprometimento de segurança da estrutura.

Art. 16 - O coordenador do PAEBM, ao ter conhecimento de uma situação expressa no art. 15, deve
avaliá-la e classificá-la, junto com a equipe de segurança de barragens, de acordo com os Níveis de
Emergência, conforme expresso:

I - Nível 1 - Foi detectada anomalia que resulte na pontuação máxima de 10 (dez) pontos em qualquer
coluna do quadro de Estado de Conservação referente à Categoria de Risco da Barragem de
Mineração, de acordo com o Anexo I da Resolução CNRH nº 143, de 2012 e Anexo IV da Portaria
DNPM nº 416, de 2012, e para qualquer outra situação com potencial comprometimento de segurança
da estrutura;

II - Nível 2 - Quando o resultado das ações adotadas na anomalia referida no inciso I for classificado
como "não extinto", de acordo com a definição do inciso X do art. 31 da Portaria DNPM nº 416, de
2012; ou

III - Nível 3 - A ruptura é iminente ou está ocorrendo.

§ 1º - Após a classificação quanto aos Níveis de Emergência, o coordenador do PAEBM deve declarar
Situação de Emergência e executar as ações descritas no PAEBM.

§ 2º - Declarada a Situação de Emergência, o coordenador do PAEBM deverá comunicar e estar à


disposição da Defesa Civil municipal, estadual e nacional através de número de telefone constante do
PAEBM para essa finalidade, nos termos do art. 6º, V.

Art. 17 - Quando a emergência for de nível 3, estando, ao menos, em situação de iminência de ruptura,
sem prejuízo das demais ações previstas no PAEBM e das ações das autoridades públicas competentes,
fica o empreendedor obrigado e responsável por alertar ou avisar a população potencialmente afetada
na zona de auto salvamento, conforme os sistemas de alerta e de avisos constantes no PAEBM, de
forma rápida e eficaz.

Art. 18 - O planejamento das atividades previstas no artigo 17 deve constar no PAEBM e ser objeto
de orientação da Defesa Civil nacional, estadual e municipal em observância a Lei nº 12.608, de 10 de
abril de 2012, que instituiu a Política Nacional de Defesa Civil - PNPDEC.

Art. 19 - Uma vez terminada a situação de emergência nível 3, o coordenador do PAEBM ou seu
substituto, em conjunto com a equipe de segurança da barragem, devem elaborar o relatório de
260

encerramento de evento de emergência, anexá-lo ao Volume V do Plano de Segurança de Barragem,


além de protocolizá-lo na Superintendência do DNPM, em até 60 dias, contendo, no mínimo:
Página

I - descrição detalhada do evento e possíveis causas;

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II - relatório fotográfico;

III - descrição das ações realizadas durante o evento, inclusive cópia das declarações emitidas e registro
dos contatos efetuados, conforme o caso;

IV - em caso de ruptura, a identificação das áreas afetadas;

V - consequências do evento, inclusive danos materiais, à vida e à propriedade;

VI - proposições de melhorias para revisão do PAEBM;

VII - conclusões do evento; e

VIII - ciência do responsável legal pelo empreendimento.

Seção V

Das Disposições Finais e Transitórias

Art. 20 - Em se tratando de Barragens de Mineração em operação anterior à publicação desta portaria,


classificadas pelo DNPM com dano potencial associado alto de acordo com Anexo I da Resolução
CNRH nº 143, de 2012, o PAEBM deverá ser elaborado em até:

I - 6 (seis) meses contados da data de publicação desta Portaria, para as Barragens de Mineração
classificadas como Categoria de Risco Alto de acordo com Anexo I da Resolução CNRH nº 143, de
2012;

II - 12 (doze) meses contados da data de publicação desta Portaria para as barragens classificadas
como Categoria de Risco Médio de acordo com Anexo I da Resolução CNRH nº 143, 2012; e

III - 18 (dezoito) meses contados da data de publicação desta Portaria para as barragens classificadas
como Categoria de Risco Baixo de acordo com Anexo I da Resolução CNRH nº 143, de 2012.

Art. 21 - Quando exigido formalmente pelo DNPM, o prazo para a elaboração do PAEBM, para
qualquer outra Barragem de Mineração classificada pelo DNPM como Dano Potencial Associado
Médio ou Baixo, será de 12 (doze) meses, contados da data de recebimento da exigência.

Art. 22 - O não cumprimento das obrigações previstas nesta Portaria e a apresentação de informações
inverídicas ao DNPM, sem prejuízo de outras sanções legalmente previstas, conforme o caso,
sujeitarão o infrator às penalidades estabelecidas no art. 100, II, c/c art. 54, V e XVI do Decreto nº
62.934, de 2 de julho de 1968, e art. 9º, caput, IV, VI e VII, e § § 1º e 2º da Lei nº 7.805/89.
261

Art. 23 - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.


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DOU de 11/12/2013 (nº 240, Seção 1, pág. 126)

SÉRGIO AUGUSTO DÂMASO DE SOUSA

(ver ANEXO I no seguinte link: http://www.dnpm.gov.br/acesso-a-


informacao/legislacao/portarias-do-diretor-geral-do-dnpm/portarias-do-diretor-geral/portaria-no-
526-em-09-12-2013-do-diretor-geral-do-dnpm )
262
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PORTARIA DO MINISTÉRIO DE MINAS E


ENERGIA, Nº 14, DE 15 DE JANEIRO DE 2016

Estabelece prazo para apresentação de comprovante


de entrega das cópias físicas do Plano de Ação de
Emergência de Barragem de Mineração (PAEBM)
para as Prefeituras e Defesas Civis municipais e
estaduais, conforme exigido pelo art. 7º da Portaria
nº 526, de 2013, e dá outras providências.

O DIRETOR-GERAL INTERINO DO DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO


MINERAL-DNPM, no uso das atribuições que lhe confere o art. 17 da Estrutura Regimental do
DNPM, aprovada pelo Decreto nº 7.092, de 2 de fevereiro de 2010, e no art. 93 do Regimento Interno
do DNPM, aprovado pela Portaria do Ministro de Minas e Energia nº 247, de 8 de abril de 2011, e
considerando ser obrigação do titular da lavra tomar as providências indicadas pela fiscalização,
conforme inciso XIII do art. 47 do Decreto-lei nº 227, 28 de fevereiro de 1967 (Código de Mineração),
resolve:

Art. 1º Os empreendedores que operam barragens de mineração inseridas na Política Nacional de


Segurança de Barragens, conforme definidas no parágrafo único do art. 1º da Lei 12.334, de 20 de
setembro de 2010, deverão, em 15 (quinze) dias, contados da entrada em vigor desta Portaria,
apresentar ao DNPM comprovante de entrega das cópias físicas do Plano de Ação de Emergência de
Barragem de Mineração (PAEBM) para as Prefeituras e Defesas Civis municipais e estaduais,
conforme exigido pelo art. 7º da Portaria nº 526, de 2013.

Art. 2º Em caso de inobservância do art. 1º desta Portaria ou se não tiver sido apresentada ao DNPM
a Declaração de Condição de Estabilidade da Barragem, conforme exigido pelos arts. 19 e 25 da
Portaria nº 416, de 2012, o DNPM determinará, a seu critério, como medida preventiva, a interdição
provisória das atividades de acumulação de água ou de disposição final ou temporária de rejeitos de
mineração, sem prejuízo da imposição das sanções administrativas cabíveis.

Parágrafo único. O DNPM promoverá a desinterdição mediante o atendimento integral do art. 1º


desta Portaria ou a apresentação ao DNPM da Declaração de Condição de Estabilidade da Barragem,
conforme o caso.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.


263

DOU de 18/01/2016
Página

TELTON ELBER CORRÊA

Volume 1: Legislação MINÉRIOS

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