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PARTE II
TÉCNICAS BÁSICAS
Artur Barata
Manual de Técnicas Básicas de EFT – Parte II
Artur J. C. R. Barata
E-mail: artbarata@viagemaocentrodamente.com
Website
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Mente/678588858839887
Maia, 2013
PARTE II
TÉCNICAS BÁSICAS
LEMBRANDO…
A AFIRMAÇÃO DA DESCOBERTA
Todas as emoções negativas são provocadas por uma interrupção / alteração no sistema
energético do corpo.
Esse processo CAUSADOR DAS EMOÇÕES NEGATIVAS pode ser melhor compreendido
através da representação gráfica seguinte:
Recorrendo à EFT, através de batidas com os dedos das mãos em alguns pontos terminais
dos meridianos transportadores de energia existentes à superfície da pele, ao mesmo
tempo que a mente se vai sintonizando no problema (emoção, assunto físico ou outro)
que incomoda, é possível redireccionar as correntes de energia no sentido correcto
resolvendo a interrupção.
A RECEITA BÁSICA
Esta afirmação deriva do facto do nosso inconsciente não saber lidar com
generalidades para resolver os problemas.
Daqui se deduz que quanto mais concreto e específico for o problema ou assunto
sobre o qual vamos fazer o tapping melhor e mais rapidamente será solucionado.
É por isso que alguns autores também chamam a esta fase “Clarificação” e
aconselham a que se faça uma descrição do evento ou situação tão específica
quanto possível do tipo “no momento em que… ou quando [este problema]
aconteceu… ”, atribuindo-lhe, depois, um determinado grau de intensidade na
escala de “0 a 10”.
Por outras palavras, devemos escolher o assunto que mais nos perturba.
Todos temos um desses assuntos que predomina no nosso espaço mental e
emocional. Se se perguntar, “O que é que o(a) perturba mais neste instante
preciso?”, que resposta me poderia dar? Esse é o seu AMP.
Por exemplo, “O meu chefe põe-me louco(a)!” ou, “Estou furioso com minha
mulher (marido)!”, ou, “Ela (ele) mentiu-me!”, etc..
o Estou deprimido;
o Não estou satisfeito com a minha relação;
o Não gosto do meu emprego;
o Não consigo acabar nada a tempo;
Exemplos:
A. Estou deprimido:
A semana passada vi a minha ex e lá andámos às turras por causa das
condições do divórcio. Estou com receio de perder a custódia do filho e de ter
de pagar uma pensão altíssima.
Muitas vezes é difícil identificar a emoção negativa. Nem sabemos bem o que
temos e muito menos conseguimos dar-lhe um nome.
Sendo assim, a melhor maneira de abordar a questão é “saber” que sentimos o
que sentimos e dar-lhe um nome: “este problema”, apenas para haver uma
referência concreta.
Mais tarde, “este problema” poderá ser (e deverá ser) correctamente identificado
ou será substituído por um “aspecto” diferente.
Essa é a razão porque uma dor ou um problema emocional deverá ser entendido
não como “O que é que está errado comigo?”, mas como “O que é que o meu
corpo me está a tentar dizer?”
LEMBRE-SE !
Isso acontece porque é assim - associando coisas - que a mente inconsciente grava
em memória aquilo que é por nós considerado importante.
Se alguma vez ficar bloqueado(a) a tentar descobrir uma palavra ou frase que
identifique com clareza e precisão o que está a sentir, foque toda a sua atenção
nessa sensação, sentimento ou emoção.
Com isso em mente é sobre esse conjunto que vai aplicar o resto dos
procedimentos da Receita Básica.
Chamo a atenção para este passo da Receita Básica porque muitos não lhe dão a
importância devida.
Devido a isso, poderá também haver tendência a não considerar a EFT como a
origem do alívio dos sintomas do seu problema. Gary Craig chama a esse
fenómeno o Efeito Apex.
Sendo assim, se não tiver a certeza do valor do seu problema “adivinhe-o”. É tão
simples como isso e não é tão importante assim ser absolutamente rigoroso na
classificação da intensidade. Faça como se soubesse.
3. PREPARAÇÃO OU SET-UP
Porque que se deve fazer a Preparação (Set-Up)? Porque é necessário que o nosso
sistema de energia esteja correctamente orientado antes de tentarmos remover
os bloqueios existentes. A Preparação é, assim, o meio destinado a corrigir a
Inversão Psicológica.
Todas as pessoas têm em algum grau aquilo a que podemos chamar de Inversão
Psicológica (IP), também conhecida como autossabotagem, o “reversal” dos
falantes de língua inglesa.
Ou ainda, não têm persistência, desistem com facilidade ou têm muitas recaídas.
Falar de IGP é sensivelmente o mesmo que falar de IP. Pelo menos em termos
práticos os efeitos são os mesmos, ou seja, quer a Inversão Geral de Polaridade
quer a Inversão Psicológica produzem o mesmo efeito (interferência no sistema de
energia).
A Inversão Psicológica também pode ser provocada por doenças como a depressão
ou hábitos como o fumar, comer em excesso e consumo de drogas e mesmo pela
sensibilidade a determinados tipos de alimentos.
É importante fazer notar que a maioria das pessoas não está ciente deste espírito
de auto sabotagem ou de que a sua energia corre em sentido contrário porque
sofreu uma inversão de percurso.
Resumindo, para fazer face a esta situação é necessário que a IGP/IP seja corrigida,
quer pensemos que isso seja ou não necessário e mesmo que não esteja presente.
Normalmente, não sabemos se está ou não.
Estes são os Pontos da EFT que devem ser “batidos” ou massajados durante esta
fase.
Ainda que eu tenha este problema [em lugar da palavra “problema” vai colocar a
situação que deseja tratar] gosto de mim e aceito-me total, completa e
profundamente.
Pode colocar-se a questão de saber em qual dos pontos EFT, o Ponto Karate ou um
ou ambos os Pontos Doridos se devem fazer as “batidas” nesta fase da Preparação.
Gary Craig diz que após anos de experimentação, lhe parece que massajar os
Pontos Doridos traz um pouco mais de eficiência ao processo e recomenda que
seja feito dessa maneira. Contudo, a grande maioria dos praticantes utiliza
somente o Ponto Karate, talvez por ser mais cómodo.
Segundo Dawson Church, PhD (in “The EFT Manual”, 2º Edition, 2010/2011),
poderá considerar-se este passo da EFT (o relembrar um incidente específico do
passado) como uma exposição em termos psicológicos.
Com o assunto a tratar assim exposto, faz-se, de seguida, uma afirmação de auto-
aceitação que é responsável pela introdução da possibilidade de mudança
cognitiva.
Sobre estas afirmações devo acrescentar que não importa se acredita nelas ou
não. Diga-as apenas.
Pode dize-las com ênfase e sentimento, mas se o fizer de um modo rotineiro o
processo funciona na mesma.
Por exemplo, é preferível, em vez de “Mesmo que eu tenha esta dor…”, dizer,
“Mesmo que eu tenha esta dor de cabeça…”.
Melhor ainda, deve dizer-se “Mesmo que eu tenha esta dor no lado direito da
minha cabeça…” ou
ainda melhor, “Mesmo que eu tenha esta dor no lado direito da minha cabeça
perto dos olhos…gosto de mim e aceito-me total, completa e profundamente”.
Para terminar, a frase completa será assim: “Mesmo que eu tenha esta dor que
parece um capacete no lado direito da minha cabeça, perto dos olhos…gosto de
mim e aceito-me total, completa e profundamente.”
Nota:
Algumas pessoas poderão ter problemas em dizer a frase “…gosto de mim e aceito-
me total, completa e profundamente” e isso poderá ser devido a profundos
sentimentos de baixa auto-estima.
Se for uma dessas pessoas, poderá substituir essa afirmação por outra mais
simples: “Estou bem. Vou estar bem” ou,
“Sinto-me assim mas vou sentir-me melhor daqui a pouco. Tudo está a melhorar”
ou alguma semelhante que esteja de acordo com a sua perspectiva da situação.
4. A SEQUÊNCIA
É importante dizer que existe uma “versão longa” e uma “versão curta” da
Sequência da EFT. A que é aqui apresentada constitui uma “versão longa”, porque
a versão “curta” cobre apenas 8 pontos de acupunctura .
Deve preferencialmente procurar “bater” com firmeza e convicção mas não com
tanta força que se magoe.
Se utilizarmos a frase exemplo anterior poderemos dizer “Esta dor” ou, melhor
ainda, porque mais específica) “Esta dor de cabeça” desde o Ponto “1” ao Ponto
“10”.
Esta pequena frase recebe o nome de Frase lembrete (ou Frase remanescente).
Devem fazer-se as “batidas” utilizando os dedos indicador e o médio da mão
dominante mas também pode utilizar a mão não dominante se o desejar.
No seu modo mais simples essa sequência de pontos é percorrida uma única vez
dando-se várias batidas em cada um dos pontos da sequência.
Na versão que aqui apresento, no fim desta sequência (que termina no TC -Topo
da Cabeça), com os olhos fechados, inspira-se profundamente e ao expirar
lentamente “abraçando” e massajando suavemente o pulso com o indicador e o
polegar diz-se a palavra paz.
Ao fazer a Sequência, a Frase Lembrete deverá ficar assim ao longo dos pontos de
acupunctura: “Este resto de dor ou Alguma dor”.
Outros exemplos:
Devemos repetir quer a Fase da Preparação (no fim de uma rodada) quer a
Sequência até que o nível de intensidade do problema ou assunto vá diminuindo e
chegue ao valor “0”.
Quando o nível de intensidade do problema atingir um valor de intensidade “1”,
devemos utilizar o Procedimento Gama 9.
IMPORTANTE
Volto a repetir, entre duas sequências ou rodadas completas deverá ser feita
sempre a Avaliação da Intensidade do Problema ou Assunto.
Como foi dito, essa avaliação é sumamente importante porque é através dela que
saberemos se estamos a progredir ou continuamos no mesmo nível inicial de
Intensidade do Problema ou Assunto.
Caso não haja variação na intensidade do assunto que se está a tratar, ao fim de
digamos, três ou quatro rodadas e respectiva Preparação, alguma coisa está a
impedir a resolução do problema.
Quando isso acontece, temos de suspeitar que o bloqueio poderá ser devido à
existência de um SBS (Síndrome dos Benefícios Secundários) ou outro factor
limitante.
6. O PROCEDIMENTO GAMA 9
1. Olhos fechados;
2. Olhos abertos;
3. Olhos abertos olhando para “algo” em baixo, à esquerda, enquanto se
mantém a cabeça direita;
4. Olhos abertos olhando para “algo” em baixo, à direita, enquanto se mantém a
cabeça direita ;
5. Rolar os olhos num grande círculo no sentido dos ponteiros do relógio;
6. Rolar os olhos num grande círculo no sentido contrário ao dos ponteiros do
relógio;
7. Cantarolar durante 2 segundos uma canção (normalmente utiliza-se o
parabéns a você);
8. Contar de 1 a 5;
9. Cantarolar de novo uma canção durante 2 segundos (utiliza-se outra porção
do parabéns a você).
Parece que a utilidade deste Procedimento Gama 9 tem a ver com facto de que
num evento traumático, os olhos de uma pessoa se alargam (provavelmente para
captar o maior número de informações possível), as pupilas estreitam-se (para
melhor concentração na situação perigosa), o cérebro congela e o tempo
expande-se.
Pensa-se que uma das razões pela qual o sono é perturbado após um evento
traumático se deve às substâncias químicas libertadas durante os sonhos
perturbadores e isso assusta, levando à interrupção do processamento natural dos
acontecimentos.
Significa dizer, então, que ao utilizarmos este protocolo (Gama 9) estamos a ajudar
o cérebro a processar o evento traumático.
O criador desta técnica foi o Dr. Roger Callahan, que defende a ideia de que o
cérebro precisa de tratar os problemas individualmente.
7. TESTE
Se voltar a sentir algum tipo de emoção à volta do assunto então ainda não está no
zero (o), tendo “sobrado” qualquer coisa que é conveniente eliminar.
Nessa altura terá que fazer de novo a Preparação e executar mais uma ou mais
Sequências e /ou mais um Procedimento Gama 9 até atingir o zero.
Depois deste último Procedimento Gama 9, deverá realizar novo Teste.
Para finalizar, depois de se atingir o zero (0), poderá realizar-se uma outra
sequência de “batidas”, mas desta vez na positiva.
Na sequência do que tem sido dito é lógico pensar que de longe, a maneira mais rápida
para se resolver um problema complexo ou clarificar sintomas que resistem ao
tratamento é descobrir a questão central do problema, ou seja, a raiz ou âmago do
problema.
Em algumas situações, a raiz ou origem do problema poderá ser óbvia. Por exemplo:
“Desde que me separei não paro de engordar”; “desde que o meu negócio faliu que a dor
que tenho nas costas não para de aumentar”.
Contudo, a maior parte das vezes, a raiz do problema (a causa original) está oculta. Por
alguma razão a mente subconsciente resolveu afastar da memória do dia a dia as
ocorrências dolorosas exactamente por isso mesmo, porque são muito dolorosas.
Porque é que tenho dificuldade em falar em público? Porque é que sou tão tímido(a)?
Porque é que os meus relacionamentos falham constantemente? Porque é que os meus
negócios nunca dão certo? Porque é que me sinto sempre tão triste? Porque é que ando
sempre insatisfeito? Porque é que tenho tanto medo de andar de elevador?... Etc., etc.,
poderão ser alguns dos muitos problemas cujo âmago está oculto no subconsciente.
Por exemplo, o Jorge (nome fictício) tem muita dificuldade de falar em público porque no
seu quarto ano do básico, a professora o ridicularizou em frente à turma.
Este acontecimento da infância é, de facto, a raiz do problema que tem de ser conhecida e
resolvida com a EFT.
Enquanto isso não acontecer, servirá sempre como fonte auto-sabotadora de qualquer
tentativa de resolução da dificuldade de falar em público do Jorge, por mais esforços
conscientes que este faça no sentido de os debelar.
OS ASPECTOS DO PROBLEMA
Para essas pessoas esse é o problema e é para os resolver que desejam fazer a EFT.
Apesar da percepção das pessoas sobre os seus problemas, as situações atrás presentadas
ou similares são apenas sintomas dos verdadeiros problemas. O verdadeiro problema são
situações anteriores não resolvidas (a maior parte das vezes na infância).
É claro que uma afirmação de Preparação tão generalista dificilmente poderá produzir
bons resultados, embora por vezes isso possa acontecer.
Resultado: em regra obtém-se algum alívio, mas a emoção stressante persiste e continua
a minar o bem-estar do praticante.
Por outro lado, é importante dizer que uma abordagem tão vaga e generalista como esta
pode criar um ambiente propício ao desvio da atenção do(a) paciente.
Este tipo de abordagem promove a imprecisão fazendo com que o problema a ser tratado
“volte”. O que “volta”, como é óbvio, é o problema ainda não resolvido (as “pernas da
mesa”.)
Por vezes, determinado problema pode trazer um outro associado. Uma fobia a cães, por
exemplo, poderá não se centrar somente no medo do cão em si, a que poderemos chamar
problema global.
É que por baixo desse problema global poderão existir outros aspectos: a fobia será mais
forte quando o cão ladra, ou quando corre , ou quando mostra os dentes, ou em relação a
cães com determinado tipo de pelo, ou em determinadas situações concretas, etc..
Muitas vezes, ao tratar com a EFT um aspecto e conseguir que ele chegue à intensidade
“0”, poderá surgir um outro menor relacionado com o primeiro e responsável pelo não
desaparecimento do problema.
Daí ser necessário identificar e tratar cada aspecto do problema para que haja libertação
emocional total.
A percepção da mudança do aspecto que está a ser tratado é muito importante, para que
se perceba o progresso que está a ser conseguido (ou não).
O praticante ou terapeuta que não consiga perceber esta mudança, tenderá a achar que o
trabalho não está a funcionar, quando na verdade está e muito bem.
Deve ter bem presente que enquanto os diferentes aspectos de um problema não forem
resolvidos e levados até zero (0) pela utilização da Receita Básica poderá não notar alívio
por aí além.
De qualquer maneira, haverá nesse caso, sempre aquela sensação de que alguma coisa
não está resolvida.
A título de exemplo, se uma situação que o(a) incomoda for acompanhada de dor de
cabeça, dor de estômago e dor de dentes, não se sentirá curado(a) enquanto tudo não
desaparecer.
Esta situação poderá ser comparada ao descascar de uma cebola: livra-se de uma camada
e surge de imediato uma outra por baixo.
Caso o evento ainda seja o mesmo, é ainda a mesma cena que me incomoda, ou é outra
diferente?
Nota: Neste caso modifique também a Frase de Preparação bem como a Frase lembrete.
Outra pergunta muito importante. Após cada Sequência , se ainda estiver a sentir algo
negativo, pergunte-se sempre: Quando penso neste assunto, qual é o motivo porque me
sinto assim? O que há atrás disto?
Ângela Vieira afirma que quando fazemos estas questões poderemos aceder à
informação guardada em memória, muitas vezes a um nível inconsciente.
Faça uma lista dos motivos que vierem à tona (por mais disparatados que lhe pareçam) e
anote-os. Poderão constituir aspectos que devem ser tratados.
Procure estar atento(a). Após cada Sequência poderá acontecer que os motivos mudem,
aos poucos ou rapidamente.
Poderá perfeitamente acontecer que depois de algum tempo não se estejam a conseguir
progressos na resolução do problema.
Pode ter uma IP (Inversão Psicológica) ou uma IGP (Inversão Geral de Polaridade).
Esta IP ou IGP pode estar associada a uma SBS (Síndrome dos Benefícios
Secundários)
Ter uma SBS pode significar que o inconsciente percebe que é mais fácil manter a situação
actual do que mudar (porque essa situação é conhecida, porque é confortável, mesmo
que seja má, porque traz algum tipo de benefício enquanto durar, etc.).
A inversão por SBS ocorre geralmente em pessoas com doenças crónicas ou similares, ou
que tenham sofrido um trauma, tenham vícios e hábitos antigos, crenças limitantes, etc..
Para estas pessoas, perder a sua condição limitante é como perder a identidade.
Reparar uma SBS é fácil! Basta simplesmente fazer o “tapping” no Ponto Karate enquanto
se vão dizendo frases de inversão do procedimento como, por exemplo, as que se
seguem:
Mesmo que eu não queira realmente ver-me livre deste problema (fobia, raiva, dor
crónica, hábito, vício, etc.), gosto de mim e aceito-me total, completa e
profundamente.
Mesmo que eu não saiba realmente como agir no futuro se me livrar deste
problema (excesso de peso, fumar, etc.), gosto de mim e aceito-me total, completa
e profundamente.
Mesmo que eu não queira perdoar à minha mãe…
Ainda que o meu superior seja um parvo e eu não lhe queira perdoar o ter-me dado
uma tão má classificação…
Embora eu esteja cheio(a) de medo porque penso que nunca irei melhorar desta
doença e ainda por cima posso ficar inutilizado(a) para sempre…
Por razões que neste momento desconheço sinto que não quero realmente livrar-
me deste problema…
Repare que ao formular a Frase da Preparação do modo acima referido está a reconhecer
ter um problema psicológico que está a boicotar (autossabotar) a sua evolução, mesmo
desconhecendo as razões profundas porque o faz, já que se trata de um processo
inconsciente.
A solução? Não passa por combater o problema utilizando a força de vontade, mas
preparando-o (ao inconsciente) para aceitar uma alteração a esses procedimentos
elaborando uma frase que reconheça a existência do problema, ou seja, fazendo a
Preparação (Set-Up).
Poderá haver outras razões pelas quais não se conseguem obter resultados:
por não se fazerem as afirmações de um modo suficientemente específico;
devido a desidratação;
por sensibilidade a alguma coisa;
por haver necessidade de se descobrir a origem/raiz do problema ou situação.
Trabalhar o(s) pensamento(s) que tenha(m) vindo à tona poderá alterar o assunto ou
problema que se tenha estado a trabalhar e isso implica reformular quer a Frase de
Preparação quer a Frase lembrete.
CONCLUSÃO
Como se pode verificar, a EFT/TLE é nos seus princípios e funcionamento uma técnica
muito simples e é nessa simplicidade que reside talvez, a sua maior eficácia.
Para além de simples, é gratuita, não causa dependência, e pode ser utilizada em qualquer
lugar e em qualquer momento.
A chave do seu sucesso reside tanto numa aprendizagem correcta dos seus princípios
funcionais aqui expostos como numa prática que se deseja muito frequente.
Quantas vezes deve ser utilizada? Há limites para a sua utilização? A resposta é: não há
limites, diários ou de outro tipo qualquer. O seu desejo de parar e o cansaço são o seu
limite.
Que assuntos ou problemas poderão ser tratados com a EFT? A resposta, aparentemente
pretensiosa, parece, até agora, uma só: todos! Experimente.
Para além da prática, devo dizer que há um outro conceito fundamental da EFT (que já foi
referido) e que deve ser considerado, podendo determinar o sucesso ou insucesso da sua
aplicação: é ele a persistência.
Muitas vezes, não nos apetece fazer o “trabalho de casa”, e essa atitude é muito mais
frequente do que se possa imaginar.
Também isso é uma SBS, uma forma de autosabotagem. O seu inconsciente quer protege-
lo(a) da mudança porque é esse o seu papel (manter a homeostasia, o equilíbrio, o status
quo), ainda que a situação vivida no presente seja péssima.
Por conseguinte, persistir significa não desistir até, como diz Robert Smith (o autor da
FasterEFT, uma das variantes da EFT), morrer ou obter resultados.
Lembre-se: as suas limitações são as limitações que poderá impor à técnica. Não existem
outras.
Experimente tratar o seu “problema” com a EFT, pratique e seja persistente seguindo as
orientações deste Manual. Poderá ficar surpreendido(a) com os resultados!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Craig, Gary, The EFT Manual, 2º Edition, Energy Psychology Press, Santa Rosa, 2010/2011.
Kappas, Susie, Advanced EFT, Emotional Freedom Tecnique - Part 2, American Hypnosis
Association, 2009.