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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T.

MANUAL DE FORMAÇÃO

DE HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO

ÍNDICE

CONTEÚDOS Pág.
MÓDULO 1 – INTRODUÇÃO. FUNDAMENTOS METODOLÓGICOS. 5
METODOLOGIA DE ESTUDO DA H.S.T.

1.1 – INTRODUÇÃO 7
1.2 – FUNDAMENTOS METODOLÓGICOS 9
1.2.1 – Conceito de Trabalho 9
1.2.2 – Desenvolvimento Metodológico do Curso 9
1.3 – METODOLOGIA DE ESTUDO DA H.S.T. 11

MÓDULO 2 – DESCRIÇÃO DO TRABALHO. DESCRIÇÃO DAS CONDIÇÕES 13


DE TRABALHO

2.1 – DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE TRABALHO 15


2.1.1 – A tarefa 17
2.1.2 – As entradas 17
2.1.3 – As saídas 17
2.1.4 – O Homem 17
2.1.5 – Os meios de trabalho 19
2.1.6 – O processo de trabalho 19
2.1.7 – As influências do meio ambiente 21
2.2 – DESCRIÇÃO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO 23

MÓDULO 3 – ANÁLISE DE REQUISITOS DE TRABALHO. NOÇÕES 27


BÁSICAS DE ERGONOMIA

3.1 – ANÁLISE DE REQUISITOS DE TRABALHO 29


3.1.1 – Requisitos ligados aos conhecimentos 29
3.1.2 – Requisitos ligados à habilidade 29
3.1.3 – Requisitos ligados à responsabilidade 31
3.1.4 – Requisitos ligados ao esforço muscular 31
3.1.5 – requisitos ligados ao esforço mental 31
3.1.6 – requisitos ligados às influências do meio ambiente 31
3.2 – NOÇÕES BÁSICAS DE ERGONOMIA 33
3.2.1 – Critérios de avaliação do trabalho 35
3.2.2. – Princípio Carga-Esforço 35

MÓDULO 4 – IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS DE TRABALHO 39

4.1 – CONCEITO DE RISCO DE TRABALHO 41


4.2 – CATEGORIAS DE RISCOS DE TRABALHO 41
4.2.1 – Micro-clima de trabalho 41
4.2.2 – Contaminantes do meio ambiente 43
4.2.3 – Sobrecarga muscular 43
4.2.4 – Sobrecarga psíquica 45
4.2.5 – Factores de insegurança 45
ÍNDICE ( continuação )

CGTP-IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO


MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 2

MÓDULO 5 – AVALIAÇÃO DOS RISCOS DE TRABALHO


49
5.1 – CONCEITO E OBJECTIVO DA AVALIAÇÃO DOS RISCOS
5.2 – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE RISCOS DE TRABALHO 51
5.2.1 – Natureza e perigosidade dos riscos de trabalho 51
5.2.2 – Localização dos riscos de trabalho 51
5.2.3 – Trabalhadores afectados pelo risco 53
5.2.4 – tempo de exposição ao risco 53
5.2.5 – Intensidade do risco 55
55
MÓDULO 6 – ACÇÕES DE PREVENÇÃO
57
6.1 – CONCEITO DE ACÇÕES DE PREVENÇÃO
6.1.1 – Eliminação dos riscos de trabalho 59
6.1.2 – Limitação dos riscos de trabalho 59
6.1.3 – Limitação das consequências dos riscos de trabalho 61
6.2 – TIPOS DE ACÇÕES DE PREVENÇÃO 61
6.2.1 – Acções de prevenção directas 63
6.2.2 – Acções de prevenção indirectas 63
6.2.3 – Acções de prevenção informativas 63
6.3 – CRITÉRIOS PARA A DEFINIÇÃO DAS ACÇÕES DE PREVENÇÃO 65
6.3.1 – Critérios de prioridade 65
6.3.2 – Critérios de eficácia 65
6.3.3 – Critérios de operacionalidade 67
6.3.4 – Critérios de economia 67
67
MÓDULO 7 – IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DAS ACÇÕES DE
PREVENÇÃO 69

7.1 – IMPLEMENTAÇÃO DAS ACÇÕES DE PREVENÇÃO


7.1.1 – Caracterização e definição de objectivos das acções de prevenção 71
7.1.2 – Regras e âmbito de aplicação 71
7.1.3 – Desenvolvimento temporal do Plano de Prevenção 73
7.2 – AVALIAÇÃO DAS ACÇÕES DE PREVENÇÃO 73
75

MÓDULO 8 – APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE ESTUDO DA H.S.T. A 5


CASOS 79

8.1 – CASO “ CONSTRUÇÃO CIVIL “ 81


8.2 – CASO “ METALOMECÂNICA “ 85
8.3 – CASO “ CONFECÇÃO “ 89
8.4 – CASO “ RESTAURAÇÃO “ 93
8.5 – CASO “ TRANSPORTES “ 97

Março/99

CGTP-IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO


MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 3

NOTA INTRODUTÓRIA
O presente manual, realizado no âmbito do Projecto INOVAR – FORMAR do Programa Leonardo
da Vinci, constitui o produto de formação nº 4 da responsabilidade da CGTP-IN previsto no
referido projecto.

No âmbito daquele projecto, este manual assume-se como o suporte principal dos conteúdos do
curso de Formação a Distância para Representantes e Candidatos a Representantes dos
Trabalhadores para a SHST ( Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho ) nas Empresas.

Este curso, juntamente com mais 5 previstos no INOVAR – FORMAR, completa o programa
formativo dirigido a Quadros Sindicais Europeus, os quais, globalmente, permitirão a aquisição de
competências chave

O presente manual constitui a 1ª versão das UNIDADES DE FORMAÇÃO EM HIGIENE E


SEGURANÇA NO TRABALHO, as quais comportam os conteúdos temáticos e a metodologia do
estudo da H.S.T., componentes do curso de formação em S.H.S.T. para representantes e
candidatos a representantes dos trabalhadores para a segurança, higiene e saúde nas empresas,
no âmbito do decreto Lei nº 441 / 91.

Esta 1ª versão do manual servirá, entretanto, de base ao estudo da H.S.T. do curso de


Aperfeiçoamento Técnico e Pedagógico de Formadores de S.H.S.T., destinado à formação de
Formadores / Coordenadores que farão a supervisão dos cursos de formação acima citados.

Este curso de aperfeiçoamento, em virtude de se dirigir a um público alvo conhecedor das


matérias que habitualmente comportam esta disciplina, permitirá a correcção estrutural e
metodológica deste manual, possibilitando a eventual introdução de matérias e de conteúdos que
se julgarem pertinentes para os cursos de representantes e candidatos a representantes dos
trabalhadores para a S.H.S.T. nas empresas.

Com a criação deste manual pretende-se construir um referencial didáctico e, simultaneamente


pedagógico, que seja o suporte por excelência dos cursos a disseminar pelo País no âmbito do
PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM S.H.S.T., que a CGTP pretende implementar com o objectivo
global de contribuir para a diminuição, sistemática e permanente, dos acidentes e das doenças
que afectam os trabalhadores e a comunidade, em resultado da actividade laboral, em Portugal.

Patrocinado pelo I.D.I.C.T., este Programa desenvolver-se-á através de 3 projectos:

PROJECTO 1
Criação de 5 manuais: o presente manual; um manual de formação metodológica de formadores;
um manual de formação tecnológica de formadores; um manual de saúde ocupacional e um
repositório legislativo sobre a legislação relativa à S.H.S.T. ;

PROJECTO 2
Projecto de aperfeiçoamento técnico e pedagógico de formadores de S.H.S.T., já referido no
2º parágrafo;

PROJECTO 3
Projecto de formação em S.H.S.T. para representantes e candidatos a representantes dos
trabalhadores para a S.H.S.T. nas empresas. Este projecto, objectivo final do Programa, será
posto em prática através de 2 vertentes distintas:

ƒ VERTENTE 1 - destinada à formação de representantes e candidatos a representantes dos


trabalhadores e, em simultâneo, de formadores em S.H.S.T. e realizada essencialmente a
distância;

ƒ VERTENTE 2 - exclusivamente presencial, dará, apenas, a formação dirigida a


representantes e candidatos a representantes dos trabalhadores em S.H.S.T. nas empresas.

CGTP-IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO


MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 4

Em síntese, pretende-se que esta 1ª versão do manual de UNIDADES DE FORMAÇÃO EM H.S.T.


seja analisada e criticada em profundidade por todos os participantes no curso do Projecto 2, com
vista à sua utilização nos cursos do Projecto 3.

Como tal, espera a equipa da CGTP responsável pelo Programa de Formação em S.H.S.T., um
grande empenhamento de todos para a sua melhoria, quer ao nível dos conteúdos quer da
metodologia, factor relevante para o sucesso do Projecto 3 e, em virtude disso, de todo o
Programa.

FORMA DE UTILIZAÇÃO DO MANUAL

Esta 1ª versão do manual apresenta algumas particularidades que convirá serem previamente
explicadas.

1. No início de cada um dos 8 módulos que compõem este manual, é apresentado o plano de
módulo, do qual constam os conteúdos a abordar, os objectivos terminais, ou operacionais, a
atingir pelos participantes, os números das páginas em que as várias matérias constam no
manual.
No espaço destinado ao tempo de formação, deverão os participantes registar o nº de horas
de estudo, tão aproximado quanto possível, que dedicaram ao conjunto das matérias contidas
em cada módulo.
Para além de ser um elemento estruturante das matérias a aprender, o plano de módulo
permitirá aos participantes irem fazendo a sua auto-avaliação, isto é, comparar o nível de
aprendizagem previsto com o nível de aprendizagem individual obtido.

2. O desenvolvimento do manual faz-se apenas nas páginas do lado esquerdo. Estas


apresentam 2 colunas: a da esquerda, larga, com a exposição das matérias; a da direita,
estreita, com indicações sintéticas das matérias da coluna da esquerda, de forma a permitir
uma rápida procura dos conteúdos.
A página da direita é apresentada em branco e destina-se às anotações que o participante
julgar úteis sobre as matérias da página esquerda, bem como à realização de exercícios de
aplicação sobre as mesmas.
Sempre que acontecer ser insuficiente este espaço, deverão os participantes agrafar uma
folha em branco à anterior.

3. A realização dos casos de aplicação previstos no módulo 8 é totalmente aberta, embora se


trate de trabalho a realizar individualmente, naturalmente com o apoio, a distância, do tutor.

4. Como se pretende, no final da formação, melhorar substancialmente esta versão do manual,


os contributos nesse sentido deverão ser explicitados, via internet, para a conferência do
módulo 2 – HIGIENE E SEGURANÇA.
Desta forma poderão ser por todos apreciados e criticados de forma a serem incluídos no
manual, sempre na perspectiva de que não se trata de um manual destinado à formação de
especialista de H.S.T., mas destinado a representantes e candidatos a representantes dos
trabalhadores para a segurança, higiene e saúde nas empresas.

5. Deverão os participantes prestar uma especial atenção às matérias apresentadas em fundo


cinzento, pois elas contemplam os conceitos e as definições chave em que assentam todos os
desenvolvimentos temáticos, logo constituem elementos fundamentais para a aprendizagem a
realizar.

CGTP-IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO


MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 5

CGTP PLANO DE FORMAÇÃO EM H.S.T.

REPRESENTANTES E CANDIDATOS A REPRESENTANTES DOS TRABALHADORES PARA A SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE, NO ÂMBITO DO DECRETO
LEI Nº 441/91

UNIDADES DE FORMAÇÃO EM H.S.T.


MÓDULO 1 – Introdução. Fundamentos metodológicos. Metodologia de estudo da H.S.T..
ESTRUTURA OBJECTIVOS AUTO - AVALIAÇÃO CONTEÚDOS

ƒ INTEGRAÇÃO DOS FORMANDOS. No final o participante deverá: A PA NA Páginas 7 a 11 do


Manual
1.1 - INTRODUÇÃO.

1.2 - FUNDAMENTOS METODOLÓGICOS. 9 Enunciar o objectivo geral do curso;

1.2.1 – Conceito de Trabalho. 9 Distinguir o conceito de Trabalho a utilizar no curso,


1.2.2 - Desenvolvimento metodológico do relativamente a outros conceitos;
curso.

1.3 – METODOLOGIA DE ESTUDO DA 9 Enumerar as duas vertentes que compõem o curso e a


H.S.T. composição de cada uma delas;

9 Descrever os 6 passos da metodologia de estudo da H.S.T..

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


5
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 6

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


6
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 7

MÓDULO 1
INTRODUÇÃO. FUNDAMENTOS METODOLÓGICOS.
METODOLOGIA DE ESTUDO DA H.S.T.

1.1 – INTRODUÇÃO

O presente manual pretende ser um guia metodológico e prático dos


formadores e formandos dos módulos de Higiene e Segurança no Objectivo do manual
Trabalho dos cursos a desenvolver no âmbito do Programa de Formação
em Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho.

Este programa, patrocinado pelo I.D.I.C.T., tem como objectivo primeiro Enquadramento
formar os representantes e candidatos a representantes dos trabalhadores didáctico do manual
para a segurança, higiene e saúde no trabalho, em conformidade com o no Programa de
disposto no Decreto-Lei nº 441 / 91. Formação em
S.H.S.T.

Os cursos a realizar serão de 2 tipos:

♦ Cursos de formação a distância, através da utilização dos meios


telemáticos da CGTP. Estes cursos comportam, todavia, algumas
sessões presenciais pré-programadas;

♦ Cursos de formação exclusivamente presencial.

Os primeiros, para além dos conteúdos específicos ligados à S.H.S.T.,


habilitam os formandos com o curso de formação pedagógica de
formadores, susceptível de certificação pelo I.E.F.P..
Desta forma, os formandos que frequentarem com aproveitamento este
curso, ficarão, por sua vez, habilitados a ministrarem cursos do segundo
tipo ( presenciais ), garantindo o efeito multiplicativo deste programa junto
de um número que se pretende significativo de trabalhadores portugueses.

Naturalmente que a formação em questão será, por congruência com as


disposições do D.L nº 441 / 91, necessariamente do tipo transversal.
A transversalidade da
De facto, um representante dos trabalhadores para a S.H.S.T. deverá formação como
estar capacitado para intervir ao nível de qualquer sector da empresa e resposta ao
não só no que melhor conhece ou onde trabalha habitualmente. consignado no D.L.nº
441 / 91
Por esta razão, não será de estranhar que, por força da estratégia
metodológica seguida, as matérias que compõem este manual fujam ao
que é habitual encontrar-se nos manuais mais difundidos sobre H.S.T.,
normalmente virados para os aspectos mais gerais da prevenção e sem
grandes preocupações no que toca à racionalização da prevenção
enquanto atitude sistemática e cientificamente sustentada por parte do
trabalhador.

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


7
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 8

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


8
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 9

1.2 – FUNDAMENTOS METODOLÓGICOS

1.2.1 – CONCEITO DE TRABALHO

Porque se trata de higiene e segurança no trabalho, deverá ser este o


primeiro conceito a ser definido. O Trabalho é definido de várias
maneiras, conforme diferentes perspectivas de abordagem:

♦ Para a física ( mecânica ) o trabalho é o resultado de uma força em


movimento. Conceitos de
TRABALHO
♦ A ergonomia define Trabalho como a transformação de energia e o
processamento de informação necessários para a concretização de
uma tarefa pelo Homem.
♦ No âmbito da economia, o Trabalho é um factor de produção para
fabricação de bens ou para a prestação de serviços.
♦ Na perspectiva do Trabalhador, o Trabalho consiste na actividade para
o cumprimento de uma tarefa.

O conceito de Trabalho que melhor permite uma abordagem exaustiva de


todos os seus componentes é o do Estudo do Trabalho:

♦ É o cumprimento de tarefas dentro de um Sistema pela acção Conceito de


conjunta do Homem com os Meios de Produção sobre o Objecto TRABALHO, na
de Trabalho. perspectiva do Estudo
do Trabalho
As definições de Sistema de Trabalho, de Meios de Produção e de
Objecto de Trabalho serão desenvolvidas no ponto 2.1 - DESCRIÇÃO DO
TRABALHO.

1.2.2 – DESENVOLVIMENTO METODOLÓGICO DO CURSO

O presente manual desenvolve-se em 2 vertentes:


Partes da metodologia
1. Metodologia de estudo da HST, dividida em:
♦ Descrição do Trabalho;
♦ Análise de Requisitos de Trabalho. Ergonomia;
♦ Identificação dos Riscos de Trabalho;
♦ Avaliação dos Riscos de Trabalho;
♦ Acções de prevenção;
♦ Implementação e avaliação das acções de prevenção.

2. Aplicação da metodologia a 5 casos dos sectores seguintes:


♦ Construção civil; Casos de aplicação da
metodologia
♦ Metalomecânica;

♦ Confecção;

♦ Restauração;

♦ Transportes

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 10

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 11

1.3 – METODOLOGIA DE ESTUDO DA H.S.T.

Pretende-se, com o estudo desta disciplina, fornecer um conjunto de


conhecimentos que possibilitem aos trabalhadores a aplicação de medidas
concretas capazes de, através da eliminação ou da limitação dos riscos de Objectivo da H.S.T.
trabalho, prevenirem os acidentes ou as doenças que resultem da
actividade laboral.

Sendo assim, a grande preocupação desta metodologia é que ela


possibilite uma abordagem muito concreta das questões ligadas à
prevenção, em contraposição à maioria das abordagens até agora feitas e
que mais não são de que um conjunto de princípios gerais desligados da
realidade específica de cada trabalhador.

A aplicação de uma metodologia única no estudo da H.S.T. apresenta,


entre outras, duas vantagens relevantes:
Porquê uma única
♦ uniformidade no estudo das matérias que comportam esta disciplina, metodologia ?
criando formas de abordagem e códigos de linguagem comuns aos
trabalhadores, independentemente do sector de actividade em que
operam e do posto de trabalho que ocupam;

♦ criação de um único referencial de métodos e de conteúdos que, por


essa razão, são mais facilmente melhoráveis face às inovações que
permanentemente são introduzidas no mundo do trabalho.

Os 6 passos, ou etapas, da metodologia são os seguintes:

Os passos da
metodologia
1 – DESCRIÇÃO DO TRABALHO

2–ANÁLISE DE REQUISITOS DE TRABALHO.


ERGONOMIA.

3 – IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS DE TRABALHO

4 – AVALIAÇÃO DOS RISCOS DE TRABALHO

5 – ACÇÕES DE PREVENÇÃO

6 – IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DAS ACÇÕES DE


PREVENÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 12

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 13

CGTP PLANO DE FORMAÇÃO EM H.S.T.

REPRESENTANTES E CANDIDATOS A REPRESENTANTES DOS TRABALHADORES PARA A SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE, NO ÂMBITO DO DECRETO
LEI Nº 441/91
UNIDADES DE FORMAÇÃO EM H.S.T.
MÓDULO 2 – Descrição do Sistema de Trabalho e das condições de trabalho.
ESTRUTURA OBJECTIVOS AUTO - AVALIAÇÃO CONTEÚDOS

2.1 – DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE No final o participante deverá: A PA NA Páginas 15 a 21


TRABALHO. do Manual
9 Definir “ Sistema de Trabalho “, enumerando os seus 7
2.1.1 – A Tarefa. componentes;

2.1.2 – As Entradas. 9 Definir “ Tarefa “ , dando exemplos variados;

2.1.3 – As Saídas. 9 Definir “ Entradas “ , dando exemplos variados;

2.1.4 – O Homem. 9 Definir “ Saídas “ , dando exemplos variados;

2.1.5 – Os Meios de Trabalho. 9 Definir “ Homem “ , dando exemplos variados;

2.1.6 – O Processo de Trabalho. 9 Definir “ Meios de Trabalho “, Meios de Produção e Meios de


Auxiliares de Produção, dando exemplos variados de cada
2.1.7 – As Influências do Meio Ambiente. um ;

9 Definir “ Processo de Trabalho “ , dando exemplos e


descrevendo as suas fases;

9 Definir “ Influências do Meio Ambiente “ , as Físicas e as


Psico-Sociais, dando exemplos variados de cada;

____________________________________________________
2.2 – DESCRIÇÃO DAS CONDIÇÕES DE
TRABALHO. Páginas 23 a 25
9 Definir “ Condições de Trabalho “ aplicando o conceito a do Manual
vários exemplos

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 14

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 15

MÓDULO 2
DESCRIÇÃO DO TRABALHO. DESCRIÇÃO DAS
CONDIÇÕES DE TRABALHO

2.1 – DESCRIÇÃO DO TRABALHO

Descrever o trabalho consiste na identificação e caracterização dos 7 Conceito de DESCRIÇÃO


elementos que compõem o SISTEMA DE TRABALHO ( ST ) e das TRABALHO
influências a que o sistema está sujeito.

2.1.1 – SISTEMA DE TRABALHO ( ST )

Define-se SISTEMA DE TRABALHO ( S.T. ) como um conjunto de Definição de Sistema


elementos em que o Homem e meios de trabalho actuam, através de um de Trabalho ( S.T. )
processo, sobre as entradas, originando saídas, sob influências do meio –
ambiente, para a execução de uma determinada tarefa.

Na figura seguinte está esquematicamente representado o Sistema de


Trabalho com os seus 7 componentes:

TAREFA: objectivo do ST ENTRADAS

PROCESSO
MEIOS
DE
HOMEM
TRABALHO

INFLUÊNCIAS DO
MEIO AMBIENTE
SAÍDAS

Fig.1 – SISTEMA DE TRABALHO

A habituação a esta representação gráfica do S.T. é um bom auxiliar para


a memorização dos 7 elementos do sistema, pelo que se aconselha a sua
utilização frequente nas descrições de trabalho utilizadas como casos
práticos de aplicação.

Este ST, aqui representado em esquema, corresponde ao chamado


trabalho individual.
Quando no ST existem mais que um Homem com o processo de trabalho
em comum ( total ou parcialmente ) diz-se que estamos em presença de
trabalho em grupo ou em equipa.
Sempre que um Homem opera, simultaneamente, com vários meios de
trabalho, o ST corresponde ao designado trabalho múltiplo.

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 16

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 17

Os conceitos relativos a cada um dos 7 elementos do ST são os


seguintes:

2.1.1.1 – A TAREFA

¾ Tarefa: é uma solicitação dirigida ao Homem para a execução de Conceito de TAREFA


funções, a fim de se atingirem determinados objectivos.

A tarefa é designada pelo verbo no infinito seguido do substantivo de


forma a representarem claramente o objectivo do ST.
Ex: rebarbar peças; transportar contentores; lavrar terra; embalar
garrafas.

2.1.1.2 – AS ENTRADAS

¾ Entradas: são os objectos, produtos, informações, energia ou


Conceito de
pessoas que serão modificadas ou usadas quanto à sua condição,
ENTRADA
forma ou posição.

Frequentemente designadas por “ inputs “, as entradas podem ser, por


exemplo, matérias primas, produtos semi-acabados, desenhos, ordens de
serviço, electricidade, ar comprimido, gás, mas também pessoas, como
clientes, doentes, etc.

As entradas principais do ST são designadas por OBJECTOS DE


TRABALHO.

O termo “ objecto “ não deve ser aqui entendido como coisa, mas sim na
acepção de objectivo, pois tanto pode ser uma coisa ( peça a tornear )
como pessoa ( cliente por atender ).

Uma regra geral a fixar é a de que todas as entradas de um ST dão


sempre origem a saídas.

2.1.1.3 – AS SAÍDAS

¾ Saídas: são os objectos, produtos, informações ou pessoas que Conceito de SAÍDA


durante a realização da tarefa foram modificados ou usados.

Também designadas por “ outputs “, as saídas são os resultados da tarefa.


Ex: placa furada, conjunto montado, gases de escape, desperdícios,
clientes atendidos, ordem de serviço preenchida.

2.1.1.4 – O HOMEM

¾ Homem: elemento principal do ST, é quem dirige e actua em conjunto Conceito de HOMEM
com os meios de produção sobre as entradas para a concretização da
tarefa.

Em ST’s individuais há um único Homem, mas em ST’s em grupo existirão


dois ou mais.

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 18

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 19

2.1.1.5 – OS MEIOS DE TRABALHO

¾ Meios de trabalho: são aparelhos, máquinas ou equipamentos que Conceito de MEIOS


actuam, dirigidos pelo Homem e em conjunto com ele, sobre as DE TRABALHO
entradas para a concretização da tarefa.

Os meios de trabalho são o conjunto dos meios de produção e dos meios


auxiliares de produção ( vulgo ferramentas ).

Vejamos, através de um exemplo, o que significa cada um deles:

Num ST de trabalho em que se realiza a tarefa “ Tornear eixos “, o meio


Diferença entre meio
de produção é o torno mecânico. A chave que o operador utiliza para fixar
de produção e meio
ou desapertar a peça do torno é um meio auxiliar de produção, tal como a
craveira que utiliza para verificar medidas. auxiliar de produção.

Entretanto, se a tarefa em causa fosse “ Digitar dados em computador “,


neste caso, o PC seria o meio de produção, pelo papel indispensável que
assume para a realização dessa tarefa. A cadeira, a mesa e a
esferográfica seriam meios auxiliares.

Para efeitos do estudo da HST, todos eles são meios de trabalho.

2.1.1.6 – O PROCESSO DE TRABALHO

¾ Processo de trabalho: consiste na interacção entre o Homem e os Definição de PROCESSO


meios de trabalho com vista à concretização de uma tarefa. TRABALHO
Descrever o processo de trabalho é a pormenorização detalhada e
cronológica de todas as operações contidas na interacção ou acção
conjunta entre o Homem e os meios de trabalho.

Vejamos um exemplo de descrição do processo de trabalho no ST


seguinte: Exemplo de descrição
de um processo de
♦ Tarefa: fazer 2 furos Ø 15 em 50 chapas, conforme desenho A 35 / 12. Trabalho de um ST

♦ Entradas: 50 chapas AL 300x 200x20


Desenho A 35 / 12
Ordem de serviço por preencher ( OS )
Energia eléctrica
Líquido de arrefecimento da furadoura

♦ Homem: Jorge Costa, operário 35.OM

♦ Meios de trabalho: furadoura Remix, mod. DD74


Broca Ø 15
Craveira
Escova de limpeza
Carrinho de transporte de chapas
¾ Processo: Levantar OS e desenho na secção de planeamento
Requisitar chapas no armazém
Requisitar broca, craveira e escova na ferramentaria

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 20

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


20
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 21

Verificar nível do líquido de arrefecimento da furadoura


Colocar broca na furadoura
Fixar 1ª chapa na mesa da furadoura
Apontar o 1º furo conforme desenho
Ligar a furadoura
Efectuar o 1º furo
Apontar 2º furo
Retirar chapa furada e colocá-la no carrinho
Fixar 2ª chapa na furadoura
………
Desmontar broca
Levar carrinho c/ chapas para a secção de montagem e
duplicado da OS preenchida
Entregar desenho e OS preenchida na s. de
planeamento
Entregar Broca, craveira e escova na ferramentaria

( a manutenção da máquina é feita por pessoal da secção


de manutenção, devendo o operador requisitar esses
serviços quando o nível do líquido de arrefecimento
atinge o ponto crítico ou se ocorrem deficiências no
funcionamento da furadoura. Periodicamente o operador
controla o diâmetro e a posição dos furos com a craveira.
O operador utilizará a escova de limpeza, quando
necessário, para retirar as aparas da mesa da furadoura)

♦ Saídas:
50 chapas furadas
Desenho A 35 / 12
OS preenchida
Aparas de alumínio
Líquido de arrefecimento usado

♦ Influências do meio ambiente:


-Físicas: ausência de ar condicionado; iluminação artificial de luz
branca ( 500 Lux ); ruído elevado resultante da furadoura e da
proximidade de outras máquinas ( valor médio 60 dB (A) );
trabalho sempre na posição de pé.
-Psico-sociais: nível salarial correspondente ao contracto colectivo;
realização frequente de horas extraordinárias; bom ambiente
social na empresa.
( as influências do meio ambiente serão abordadas de seguida )

2.1.1.7 – AS INFLUÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE Conceito de


INFLUÊNCIAS DO
MEIO AMBIENTE
¾ Influências do meio ambiente: são todos os factores de ordem física,
psicológica, organizacional e social que condicionam o desempenho
de tarefas pelo Homem num determinado ST.

As influências do meio ambiente dividem-se em 2 tipos:

- Físicas: temperatura, ruído, iluminação, humidade, poeiras, radiações,


velocidade do ar, posições corporais, etc.

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 22

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 23

- Psico-sociais: remuneração, ambiente de trabalho, relação com


chefias, horário, etc.

Na descrição do ST deverão ser referidas todas as influências do meio


ambiente, independentemente de serem boas ou más e, sempre que
possível, caracterizadas qualitativa e quantitativamente.

2.2 – DESCRIÇÃO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO

Define-se Condições de Trabalho como a totalidade das Conceito de


características dos 7 elementos do Sistema de Trabalho, assim como CONDIÇÕES DE
todas as influências técnicas, económicas, organizacionais e TRABALHO
ambientais às quais o sistema está sujeito.

A Descrição do Trabalho completa-se com a identificação e caracterização


de todas as influências que atingem o Sistema de Trabalho que se está a
analisar.

Naturalmente que quando se está a fazer a descrição do ST faz-se,


simultaneamente, a caracterização dos seus 7 elementos, tal como foi
feito no exemplo indicado em 2.1.1.6 .
Para que a Descrição do Trabalho fique completa dever-se-ão referir todas
as influências que, embora exteriores ao sistema em causa, interferem
com ele e, de certa forma, o condicionam quer positiva quer
negativamente.

Vejamos o exemplo seguinte e utilizemo-lo como síntese da DESCRIÇÃO Exemplo de aplicação:


DO TRABALHO:
• Descrição do ST
• Condições de
Zita Matos ( ZM ), 25 anos de idade, trabalha na MODEX - Confecções, trabalho
Lda.

ZM foi admitida há 3 anos para a função de costureira.

Possui a escolaridade mínima e, até à data de admissão, nunca havia


estado empregada.

ZM mora a 6 km do local de trabalho. Desloca-se em autocarro,


demorando o trajecto aproximadamente 15 minutos, em qualquer dos
sentidos.

Ao ingressar na MODEX iniciou um curso de formação de costureira com


a duração de quatro semanas, após o que foi colocada na linha de
costura.

Esta linha compõe-se de doze postos de trabalho dispostos ao longo de


um tapete transportador, através do qual a encarregada de linha faz
chegar, a cada posto, um caixa de transporte contendo atados de
componentes de camisas a costurar e a respectiva Ordem de Serviço
(OS).

Além desta linha há mais três: uma do lado oposto ao de ZM junto do


mesmo tapete transportador e outras duas junto de um segundo tapete,
paralelo ao primeiro, e a uma distância aproximada de 7 metros.

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 24

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 25

Nesta linha a temperatura é mantida nos 21º C. O ruído ambiente situa-se


entre os 45 e os 60 dB ( A ). A iluminação artificial é de 600 Lux nos
vários postos de trabalho. No ar são detectáveis pequenas fibras em
suspensão provenientes da secção de corte.

A máquina com que ZM trabalha é da marca TOP modelo Fast, tal como
as restantes: eléctrica, accionada por pedal e com uma alavanca de
abaixamento - levantamento da cabeça da agulha movida com o joelho
direito. O corte da linha é realizado manualmente com utilização de
tesoura.

As ( OS ) são iguais por períodos relativamente longos ( 3 a 4 meses ) e


são, invariavelmente, 3 ou 4 por dia, consoante há ou não horas
extraordinárias a fazer.

O dia de trabalho tem início às 8 horas. ZM faz uma pausa de 10 minutos


durante a manhã e outra igual após o almoço. A interrupção do trabalho
para almoço ocorre entre as 12 e as 13 horas. O dia normal de trabalho
termina às 17 horas e 20 minutos.

A tarefa de ZM nos últimos 2 meses tem sido costurar mangas de camisa.

Após sentar-se na sua máquina, ZM verifica se esta foi alimentada com


linha, alcança a caixa com as mangas a costurar e com a OS, tira-a do
tapete e coloca-a ao lado da máquina. Lê a OS – costurar 50 mangas -,
desata os atados e retira a 1ª manga a costurar.

Com o auxílio de gabaritos posiciona a manga para ser costurada, toca


com o joelho na alavanca da agulha e fá-la baixar. Acciona o pedal e vai
controlando, com ambas as mãos, a realização da costura longitudinal.
Terminada esta, retira o pé do pedal e com o joelho toca na alavanca da
agulha e fá-la levantar. Pega na tesoura e corta a linha. Procede às outras
costuras da mesma forma.

Terminada a 1ª manga deposita-a ao lado da máquina e inicia a 2ª.

Terminada a OS, faz um atado das mangas costuradas, preenche a OS e


coloca-a juntamente com o atado na caixa de transporte. Pega nesta e
coloca-a sobre o tapete e faz sinal à encarregada que terminou. A
encarregada recolhe caixa e envia outra com novos atados e nova OS.

O nível salarial de ZM corresponde ao salário mínimo nacional. A


remuneração é completada com prémios de eficiência.

Partindo da situação descrita indique, na folha ao lado, os seguintes


pontos:

1. A descrição do Sistema de Trabalho ( tarefa, entradas, Homem, meios


de trabalho, processo, saídas e influências do meio ambiente.

2. As condições de trabalho ( todas as características que foram


indicadas para cada um dos 7 elementos do ST ).

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 26

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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CGTP PLANO DE FORMAÇÃO EM H.S.T.


REPRESENTANTES E CANDIDATOS A REPRESENTANTES DOS TRABALHADORES PARA A SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE, NO ÂMBITO DO DECRETO
LEI Nº 441/91
UNIDADES DE FORMAÇÃO EM H.S.T.
MÓDULO 3 – Análise de requisitos de trabalho. Noções básicas de Ergonomia.
ESTRUTURA OBJECTIVOS AUTO-AVALIAÇÃO CONTEÚDOS
No final o participante deverá:
3.1 – ANÁLISE DE REQUISITOS DE A PA NA Páginas 27 a 31
TRABALHO. 9 Definir “ Requisitos de Trabalho “ e enumerar os 6 tipos de do Manual
requisitos estudados;
3.1.1 – Requisitos ligados aos conhecimentos.
9 Definir , dando exemplos, “ Requisitos ligados aos
3.1.2 – Requisitos ligados à habilidade. conhecimentos “ ;

3.1.3 – Requisitos ligados à responsabilidade. 9 Definir , dando exemplos, “ Requisitos ligados à habilidade “ ;

3.1.4–Requisitos ligados ao esforço muscular. 9 Definir , dando exemplos, “ Requisitos ligados à


responsabilidade “ ;
3.1.5 – Requisitos ligados ao esforço mental.
9 Definir , dando exemplos, “ Requisitos ligados ao esforço
3.1.6 – Requisitos ligados às influências do muscular “ ;
meio ambiente.
9 Distinguir, através de exemplos, os 3 tipos de esforços
musculares estudados;

9 Definir , dando exemplos, “ Requisitos ligados ao esforço


mental “ ;

9 Definir , dando exemplos, “ Requisitos ligados às influências


do meio ambiente “ ;
____________________________________________________
3.2 – NOÇÕES BÁSICAS DE ERGONOMIA. 9 Definir “ Ergonomia “ , indicar os seus 2 grandes objectivos e Páginas 33 a 37
dar exemplos deles ; do Manual
3.2.1 – Critérios de avaliação do trabalho. 9 Enumerar os 4 critérios de avaliação do trabalho, explicá-los
e dar exemplos de cada um;
3.2.2 – Princípio carga – esforço. 9 Definir “ Carga “ e “ Esforço “, dando exemplos;
9 Enunciar o Princípio carga – esforço.

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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 28

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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28
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 29

MÓDULO 3

ANÁLISE DE REQUISITOS DE TRABALHO. NOÇÕES


BÁSICAS DE ERGONOMIA

3.1 – ANÁLISE DE REQUISITOS DE TRABALHO

Designam-se por REQUISITOS DE TRABALHO o conjunto das exigências Definição de


que se colocam ao Homem no Sistema de Trabalho REQUISITOS DE
TRABALHO

No contexto da HST, a análise de requisitos consiste na determinação e, Conceito de ANÁLISE


sempre que possível, na quantificação das exigências que são colocadas REQUISITOS
ao Homem no Sistema de Trabalho.

Trata-se, afinal, de um método analítico que incide sobre todos os


elementos do ST, exeptuando o Homem, para que se possam determinar
quais as características básicas que este deve possuir para que possa
integrar o sistema em causa, de forma a executar a tarefa respectiva.

Os requisitos podem agrupar-se em tipos da seguinte forma:


Tipos de requisitos
Conhecimentos, englobando os saberes e a experiência.

Habilidade, contendo a habilidade manual e a agilidade corporal.

Responsabilidade.

Esforço muscular.

Esforço mental.

Ligados às influências do meio-ambiente.

Requisitos ligados
3.1.1 – REQUISITOS LIGADOS AOS CONHECIMENTOS
conhecimentos

Estes requisitos agrupam a capacidade intelectual resultante da formação


e da experiência, assim como a capacidade de raciocínio, necessárias ao
cumprimento de determinada tarefa.

Ex: conhecimentos para a leitura de desenho técnico; para a montagem de


certa máquina; para a poda de videiras, etc.

3.1.2 – REQUISITOS LIGADOS À HABILIDADE


Requisitos ligados
habilidade
Compreendem a habilidade manual e a agilidade corporal relevantes para
o cumprimento de determinada tarefa.

Ex: habilidade manual para medir com craveira; agilidade corporal para
montagem de estrutura metálica, etc.

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 30

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 31

3.1.3. – REQUISITOS LIGADOS À RESPONSABILIDADE


Requisitos ligados
responsabilidade

Estes requisitos prendem-se com a atitude de seriedade e de


confiabilidade necessárias ao correcto cumprimento da tarefa, levando em
consideração a sua segurança e a de terceiros.

Podem identificar-se 3 tipos de requisitos ligados à responsabilidade:

♦ Em relação ao próprio trabalho. Ex: responsabilidade pela montagem


de andaime.

♦ Em relação ao trabalho de terceiros. Ex: responsabilidade pelo


trabalho de uma equipa de montadores.

♦ Em relação à segurança de terceiros. Ex: responsabilidade pela


segurança dos operários de uma linha de produção, operando uma
ponte rolante.

3.1.4 – REQUISITOS LIGADOS AO ESFORÇO MUSCULAR


Requisitos ligados
esforço muscular
Decorrem da adequação das capacidades musculares que o trabalhador
deverá possuir para o cumprimento de determinada tarefa.

Os esforços musculares podem classificar-se em 3 tipos:

ƒ Esforço muscular estático em que um grupo de músculos está sujeito


a uma contracção prolongada e continuada. Ex: furar com berbequim
acima da linha dos ombros.

ƒ Esforço muscular dinâmico em que se sucedem contracções e


distenções musculares de forma regular. Ex: aparafusar chapas.

ƒ Esforço muscular unilateral em que actuam um número limitado de


músculos de forma dinâmica, mas com elevada frequência de
contracções. Ex: digitar dados em computador.

3.1.5 – REQUISITOS LIGADOS AO ESFORÇO MENTAL


Requisitos ligados
Diz-se que há um esforço mental sempre que o trabalhador está sujeito a esforço mental
uma carga relacionada com a observação ou o controlo de processos de
trabalho, ou ainda com a realização de uma actividade mental em sentido
restrito.

Como exemplo de 1º caso pode referir-se a supervisão de máquinas


automáticas e como exemplo do 2º a interpretação de desenhos técnicos.

3.1.6 – REQUISITOS LIGADOS ÀS INFLUÊNCIAS DO MEIO-AMBIENTE Requisitos ligados às


influências do meio-
Estes requisitos estão ligados às influências ambientais que podem ambiente
condicionar, ou mesmo impedir, a execução de determinada tarefa.

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 32

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 33

Como exemplos, referem-se:

- Temperatura;
- Humidade;
- Ruído;
- Vibrações;
- Luminosidade;
- Poeiras;
- Radiações;
- Altitude;
- Velocidade do ar; etc

3.2 – NOÇÕES BÁSICAS DE ERGONOMIA

Para que seja possível a determinação de requisitos de trabalho, é


indispensável possuírem-se conhecimentos fundamentais, ou básicos, de
ERGONOMIA.

Entende-se por ERGONOMIA a disciplina que utilizando conhecimentos


Conceito e objectivos
de Anatomia, Fisiologia, Psicologia e Sociologia, fornece métodos para a
da ERGONOMIA
determinação dos limites que podem ser atingidos na realização do
trabalho humano, com o objectivo de adaptar o trabalho ao Homem e o
Homem ao trabalho.

A adaptação do trabalho ao Homem relaciona-se com a conformação de Adaptação do trabalho


todas as condições de trabalho, logo com a melhoria permanente e ao Homem
metódica de todas as características dos elementos do Sistema de
Trabalho e dos postos de trabalho.

Como exemplos podem referir-se:

• Adequação dos meios de produção

• Espaço de trabalho

• Esforço muscular aplicado

• Nível de intensidade e tipo de luz utilizada no local de trabalho

• Nível de intensidade sonora e de vibrações mecânicas

• Condições climáticas

• Organização do trabalho ( tempos de trabalho, horários, definição de


pausas, etc )

A adaptação do Homem ao trabalho tem a ver com o grau de formação Adaptação do Homem
e treinamento ministrado aos trabalhadores, a sua adequação ao posto de ao trabalho
trabalho em função de capacidades, aptidões e familiarização para
determinadas tarefas, sexo, idade, etc.

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


33
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 34

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


34
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 35

3.2.1 – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO TRABALHO

A Ergonomia avalia o trabalho humano segundo 4 critérios: Critérios de avaliação


do trabalho, na
perspectiva da
¾ EXEQUIBILIDADE – Trata-se de uma avaliação a curto-prazo que Ergonomia
abrange dados que limitam, de forma imediata, máximos e mínimos de
certas condições de trabalho. Ex: espaço mínimo para trabalhar,
máxima pressão com o pé, etc.

¾ SUPORTABILIDADE – Avalia parâmetros de médio e longo-prazos


relacionados com as condições de trabalho, analisadas na perspectiva
da Fisiologia e da Medicina do Trabalho. Ex: limite de duração do
trabalho muscular, tempo de exposição a fontes de radiação de calor,
etc.

¾ ADMISSIBILIDADE – Neste caso o trabalho é avaliado numa


perspectiva sociológica e cultural. Ex: não é admissível um trabalho
que leve o trabalhador a ir contra os seus princípios religiosos,
culturais ou éticos.

¾ SATISFAÇÃO – Este critério avalia o grau de satisfação que o


trabalhador obtém no cumprimento das tarefas que realiza e todas as
condicionantes de ordem psicológica que lhes estão associadas,
partindo do pressuposto básico de que o trabalho deve dar satisfação
a quem o realiza.

3.2.2 – PRINCÍPIO CARGA-ESFORÇO

Designa-se por carga no trabalho o conjunto de todas as influências Definição de CARGA


negativas que incidem sobre o Homem no local de trabalho.

Ex: actividade muscular, actividade de atenção e de concentração,


temperatura e humidade excessiva, problemas salariais, mau ambiente
social na empresa, etc.

Entende-se por esforço a resposta do Homem a qualquer carga que Definição de ESFORÇO
sobre ele incide.

Ex: esforço muscular, esforço de atenção e de concentração.

Diz-se que ocorre sobrecarga, muscular ou psíquica, para o trabalhador, Noção de sobrecarga
sempre que o esforço que este tem que desenvolver está acima das suas
capacidades.

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 36

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 37

O esquema seguinte mostra o percurso causa – efeito que atinge o


Homem quando trabalha:

CARGA ESFORÇO FADIGA DESCANSO

A fadiga é o resultado do esforço e deverá ser eliminada através do


descanso adequado, sem o que o Homem não poderá suportar novas
cargas.

O que se designa por PRINCÍPIO CARGA – ESFORÇO é uma regra que


Definição do PRINCÍPIO
postula que a mesma carga incidindo em trabalhadores diferentes
CARGA-ESFORÇO
provoca esforços diferentes, porque são diferentes as suas
capacidades.

Tome-se, como exemplo, a carga de um peso de 30 Kg durante,


aproximadamente, 10 segundos . Para determinado trabalhador está
perfeitamente dentro das suas capacidades em termos de esforço
muscular, mas para um outro poderá ser um esforço exagerado, mesmo
ao ponto de não o conseguir levantar.

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 38

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 39

CGTP PLANO DE FORMAÇÃO EM H.S.T.


REPRESENTANTES E CANDIDATOS A REPRESENTANTES DOS TRABALHADORES PARA A SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE, NO ÂMBITO DO DECRETO
LEI Nº 441/91
UNIDADES DE FORMAÇÃO EM H.S.T.
MÓDULO 4 – Identificação de riscos de trabalho
ESTRUTURA OBJECTIVOS CONTEÚDOS Nº HORAS

No final o participante deverá: Página 41 do Manual


4.1 – CONCEITO DE RISCO DE TRABALHO.
9 Definir “ Riscos de Trabalho “ ;

9 Definir “ Identificação de riscos de trabalho “ ;

4.2 – CATEGORIAS DE RISCOS DE 9 Enumerar as 5 categorias de riscos de trabalho ;


TRABALHO Páginas 41 a 47 do
9 Dar exemplos de riscos ligados ao micro – clima de trabalho ; Manual
4.2.1 – Micro – clima de trabalho.
9 Dar exemplos de riscos ligados a contaminantes físicos do
ambiente ;
4.2.2 – Contaminantes do ambiente: físicos,
químicos e biológicos . 9 Dar exemplos ligados a contaminantes químicos do ambiente;

9 Dar exemplos ligados a contaminantes biológicos do


4.2.3 – Sobrecarga muscular. ambiente;

9 Dar exemplos de cada um dos 3 tipos de situações em que


4.2.4– Sobrecarga psíquica. pode ocorrer a sobrecarga muscular ;

9 Dar exemplos de cada um dos 4 tipos de situações em que


4.2.5 – Factores de insegurança. pode ocorrer a sobrecarga psíquica;

9 Dar exemplos de cada um dos 5 tipos de factores de


insegurança estudados.

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


39
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 40

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


40
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 41

MÓDULO 4

IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS DE TRABALHO

4.1 – CONCEITO DE RISCO DE TRABALHO

Consideram-se RISCOS DE TRABALHO todas as situações, reais ou Definição de RISCOS


potenciais, susceptíveis de a curto, médio ou longo prazo, causarem DE TRABALHO
lesões aos trabalhadores ou à comunidade, em resultado do trabalho.

Identificar riscos de trabalho consiste no despiste e na Conceito de


caracterização de todos os riscos ligados a cada um dos 7 elementos IDENTIFICAÇÃO DE
de um determinado Sistema de Trabalho. RISCOS

Trata-se, portanto, de um processo exaustivo de encontrar, ao nível da


tarefa, das entradas, do Homem, dos meios de trabalho, do processo de
trabalho, das saídas, das influências do meio-ambiente e respectivas
características ( as condições de trabalho ), todas as situações
consideradas riscos, em conformidade com a definição já feita.

4.2 – CATEGORIAS DE RISCOS DE TRABALHO

Feito o despiste dos riscos dentro do Sistema de Trabalho, segue-se a sua As 5 CATEGORIAS
caracterização. Os riscos podem agrupar-se em 5 categorias: DE RISCOS

¾ Ligados ao MICRO-CLIMA DE TRABALHO

¾ Ligados aos CONTAMINANTES DO AMBIENTE

¾ Ligados à SOBRECARGA MUSCULAR

¾ Ligados à SOBRECARGA PSÍQUICA

¾ Ligados a FACTORES DE INSEGURANÇA

4.2.1 – MICRO-CLIMA DE TRABALHO Micro-clima de


trabalho

Aqui são abordados os riscos ligados a:

• Temperatura efectiva, que comporta:

- Temperatura do ar

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


41
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 42

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


42
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 43

- Humidade relativa do ar

- Velocidade do ar

( quando no posto de trabalho existem fontes de radiação de calor, a


temperatura efectiva é corrigida com a temperatura de radiação )

• Iluminação, que deverá ter em conta os seguintes factores:

- Tipo de luz

- Intensidade luminosa

- Uniformidade da iluminação

- Direcção da luz e efeito de sombra

- Distribuição e aproveitamento da luz

- Limites de ofuscamento

- Cor da luz

Contaminantes do
4.2.2 – CONTAMINANTES DO AMBIENTE
ambiente

Distinguem-se 3 tipos de contaminantes:

• Contaminantes físicos que contemplam o ruído, as vibrações


mecânicas e as radiações de todos os tipos. Em todos estes factores
de risco dever-se-ão considerar a sua intensidade e a duração de
exposição.

• Contaminantes químicos como as poeiras, os gases e todas as


substâncias químicas de risco.

• Contaminantes biológicos como fungos, bactérias e vírus detectáveis


no solo, na água e em suspensão no ar.

4.2.3 – SOBRECARGA MUSCULAR Sobrecarga muscular

A sobrecarga muscular pode surgir em três casos que se podem sobrepor:

• Posturas incorrectas com destaque para as seguintes:

- Excesso de trabalho em pé

- Falta de espaço para movimentação do corpo

- Exiguidade de espaço para os joelhos e pés, quando se executam


tarefas sentado ou em pé

- Altura ou distância excessivas do trabalhador em relação ao plano


de trabalho

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


43
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 44

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


44
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 45

- Cadeiras e apoios para os pés incorrectos

- Falta de apoio para os braços em tarefas de precisão

• Movimentação de pesos excessivos que obrigam a um esforço


muscular susceptível de provocar lesões ao trabalhador.

• Movimentos forçados resultantes de forças mal aplicadas, intensidade


exagerada e de duração excessiva.

4.2.4 – SOBRECARGA PSÍQUICA


Sobrecarga psíquica
As situações de sobrecarga psíquica ocorrem nos seguintes casos:

• Falta de formação e de treino. O trabalhador que não conhece


suficientemente o processo de trabalho ou que não está familiarizado
com ele é levado, por exigência de terceiros, a uma atitude de
voluntarismo como forma de compensar a sua falta de capacidades,
criando situações de risco para si e para outros trabalhadores.

• Ritmos de trabalho excessivos, que não contemplam as necessárias


pausas para descanso e, desta forma, conduzem o trabalhador a
situações de esgotamento, potenciadoras de situações de risco.

• Trabalho monótono e repetitivo, que provoca inibições ao nível da


atenção e concentração, criando condições propícias para o acidente.

• Outros casos como:

- Desmotivação para a tarefa;

- Excesso de supervisão e de controlo;

- Não reconhecimento do trabalho individual;

- Baixo salário

Ocasionam a sobrecarga psíquica do trabalhador, criando condições de


risco, logo, aumentando significativamente as probabilidades de acidente.

4.2.5 – FACTORES DE INSEGURANÇA


Factores de
insegurança

Nesta categoria de riscos incluem-se todos as restantes situações,


sistematizadas da seguinte forma:

• Ausência de medidas profilácticas de saúde como: exames médicos


regulares, rastreios específicos, vacinação e outros procedimentos
preventivos ligados às doenças profissionais.
Ex: rastreio de doenças pulmonares em indústrias extractivas.

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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 46

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


46
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 47

• Ausência de meios de protecção colectivos destinados à prevenção de


riscos ligados a todos os trabalhadores, ou a sectores determinados,
da empresa.
Ex: sistema de detecção de incêndios.

• Ausência de meios de protecção individual específicos, adequados e


tecnicamente aprovados, aquando da realização de determinadas
tarefas. Estes meios devem ser entendidos como entradas
obrigatórias dos vários sistemas de trabalho.
Ex: capacete para trabalhadores da construção civil; máscara de
soldador.

• Utilização de meios de trabalho inseguros, compreendendo meios de


produção e meios auxiliares de produção, não normalizados ou não
indicados para a tarefa em causa, assim como outros que, embora
respeitando as normas técnicas, a sua simples utilização cria riscos de
trabalho.

• Realização de tarefas em condições difíceis, como trabalhar em


grandes alturas ou em locais herméticos são, só por si, situações de
risco acrescido.

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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 48

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 49

CGTP PLANO DE FORMAÇÃO EM H.S.T.

REPRESENTANTES E CANDIDATOS A REPRESENTANTES DOS TRABALHADORES PARA A SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE, NO ÂMBITO DO DECRETO
LEI Nº 441/91

UNIDADES DE FORMAÇÃO EM H.S.T.


MÓDULO 5 – Avaliação de riscos de trabalho
ESTRUTURA OBJECTIVOS CONTEÚDOS Nº HORAS
No final o participante deverá:
Página 51 do Manual
5.1 – CONCEITO E OBJECTIVO DA 9 Definir o conceito de “ Avaliação de riscos de trabalho “ ;
AVALIAÇÃO .
9 Enunciar o objectivo da avaliação de riscos do trabalho ;

5.2 – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE


RISCOS DE TRABALHO Páginas 51 a 55 do
9 Descrever, dando exemplos, o que se entende por natureza e Manual
5.2.1 – Natureza e perigosidade dos riscos de perigosidade dos riscos de trabalho ;
trabalho.

9 Descrever, dando exemplos, o que se entende por


5.2.2 – Localização dos riscos de trabalho . “Localização dos riscos de trabalho “ ;

9 Descrever, dando exemplos, o que se entende por


5.2.3 – Trabalhadores afectados pelo risco. “Trabalhadores afectados pelo risco de trabalho “ ;

9 Descrever, dando exemplos, o que se entende por “Tempo de


5.2.4– Tempo de exposição ao risco. exposição ao risco de trabalho “ ;

9 Descrever, dando exemplos, o que se entende por


5.2.5 – Intensidade do risco. “Intensidade do risco de trabalho “ ;

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


49
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 50

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


50
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 51

MÓDULO 5

AVALIAÇÃO DE RISCOS DE TRABALHO

5.1 – CONCEITO E OBJECTIVO DA AVALIAÇÃO

A avaliação de riscos do trabalho consiste na análise da importância Conceito de


dos riscos identificados, no contexto específico do Sistema de AVALIAÇÃO DE
Trabalho em que foram detectados. RISCOS DE
TRABALHO
Os riscos de trabalho deverão ser avaliados com o objectivo principal de
se tomarem decisões quanto às prioridades das acções de prevenção a
desencadear.

5.2 – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS RISCOS DE


Critérios de avaliação
TRABALHO

A avaliação dos riscos de trabalho deve ser efectuada tendo em vista 5


critérios:

Î NATUREZA E PERIGOSIDADE

Î LOCALIZAÇÃO

Î TRABALHADORES AFECTADOS

Î TEMPO DE EXPOSIÇÃO

Î INTENSIDADE

5.2.1 – NATUREZA E PERIGOSIDADE DOS RISCOS DE TRABALHO Natureza e


perigosidade do risco

Trata-se de caracterizar os riscos quanto à qualidade ou essência,


ligando-os ao grau de perigo que representam para os trabalhadores ou
para a comunidade.

Segue-se um exemplo:

Num determinado Sistema de Trabalho foi identificado um risco ligado a


uma das entradas. O Homem do sistema deverá retirar, duma
transportadora, uma peça de 60 Kg que está a uma altura de 0,3 m do
solo, passando-a para uma bancada com uma altura de 1 m e que se
encontra a uma distância de 2 m.

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51
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 52

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


52
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 53

Este risco identifica-se como do tipo SOBRECARGA MUSCULAR ( peso


excessivo e postura incorrecta )

Como se avalia o risco em questão, no que respeita à sua natureza ?

Esta sobrecarga muscular pode provocar rupturas musculares ao


Homem, ao nível dos vários músculos que são chamados a actuar
( das mãos, dos braços, das pernas, dorsais, abdominais, etc. ).

E quanto à sua perigosidade ?

Neste caso pode-se, independentemente de eventuais escalas de


referência, ( p.e.: de 1 a 5; de 1 a 10; de 1 a 20; de 1 a 100; etc ), definir
qualitativamente o seu grau de perigosidade como muito perigoso, ao
ponto de provocar lesões irreversíveis ( p.e.: hérnia discal ).

Localização do risco
5.2.2 – LOCALIZAÇÃO DOS RISCOS DE TRABALHO

Localizar o risco de trabalho consiste na determinação da amplitude, em


termos de espaço físico, do risco em causa.

No exemplo anterior, o risco de sobrecarga muscular circunscrevia-se a


um posto de trabalho, mas podem identificar-se riscos que cobrem a
quase totalidade do ambiente de trabalho.

Vejamos o exemplo seguinte:

Uma grua de construção de um prédio, ao movimentar cargas diversas,


ocasiona vários riscos do tipo FACTORES DE INSEGURANÇA ( impacto,
esmagamento, etc ) que abrangem todo o espaço coberto pelo seu braço.

5.2.3 – TRABALHADORES AFECTADOS Trabalhadores


afectados

Neste critério de avaliação dos riscos haverá que determinar, com


exactidão quais os trabalhadores e o seu número, assim como o de outras
pessoas, que estão sujeitos a cada risco identificado.

Aproveitando os dois exemplos já referidos, no primeiro caso ( 5.2.1 )


tínhamos um único trabalhador, mas no segundo ( 5.2.2 ) são afectados
todos os trabalhadores e outros que operam ou se movimentam no espaço
em que se localiza o risco.

Vejamos, todavia, outro exemplo:

Na tarefa de pulverizar uma vinha com pesticidas, um dos vários riscos


identificados foi um do tipo CONTAMINANTES QUÌMICOS DO
AMBIENTE.

Os trabalhadores afectados por este risco são, não só os que operam com
os pulverizadores, mas todos os que, durante esta operação, estão a
trabalhar noutras tarefas num raio de dispersão variável ( função do vento,
temperatura e características específicas dos pesticidas aplicados ), assim
CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST
53
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 54

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


54
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 55

como outras pessoas que, não estando a trabalhar, se encontram


abrangidas por esse raio.

5.2.4 – TEMPO DE EXPOSIÇÃO


Tempo de exposição

Este critério de avaliação deve determinar o tempo durante o qual o


trabalhador, ou trabalhadores, estão expostos a cada risco identificado.

No exemplo indicado em 5.2.1, o tempo de exposição era o tempo que o


trabalhador gastava na passagem, em esforço muscular estático, da peça
da transportadora até à bancada, multiplicado pelo nº de vezes que realiza
esse esforço em cada jornada de trabalho.

No exemplo apontado em 5.2.2, o tempo de exposição dos trabalhadores


ao risco identificado é composto pelo somatório dos tempos de operação
da grua ao longo da jornada de trabalho.

Já no exemplo referido em 5.2.3 haverá que levar em atenção outros


factores que se ligam à permanência, maior ou menor, das partículas de
pesticida em suspensão no ar. Neste caso, pode afirmar-se que o risco
ainda persiste para além do termo da tarefa, podendo permanecer por
várias horas, ou mesmo dias, após a sua conclusão.

Num ponto extremo temos os riscos de contaminação física do ambiente


por produtos radioactivos, cuja duração pode ultrapassar séculos ou
mesmo milénios.

5.2.5 – INTENSIDADE
Intensidade do risco
O último dos 5 critérios de avaliação dos riscos de trabalho consiste na
determinação, cálculo ou medição, do nível de intensidade com que cada
risco ocorre.

Voltamos a olhar para os exemplos já apresentados:

♦ No ponto 5.2.1 a intensidade do risco corresponde ao peso ( 60 Kg )


da peça a suportar;

♦ Em 5.2.2, a intensidade dos riscos de impacto ou de esmagamento


pela movimentação de cargas pela grua corresponde à capacidade
disponível da grua em termos de peso das cargas movimentáveis;

♦ No ponto 5.2.3, a intensidade corresponde à densidade mais elevada


que o pesticida pode apresentar em suspensão no ar, isto é, logo após
a aplicação;

♦ No caso extremo indicado em 5.2.4., a intensidade da contaminação


radioactiva do ambiente é determinada por equipamentos apropriados
que calculam a quantidade de emissão de partículas radioactivas por
unidade de tempo.

Vejamos outros exemplos:

A intensidade do ruído em determinado local é medida com aparelhos


designados por sonómetros, a intensidade da luz por luxímetros, a
temperatura por termómetros, a humidade por higrómetros, etc.

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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 56

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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56
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CGTP PLANO DE FORMAÇÃO EM H.S.T.


REPRESENTANTES E CANDIDATOS A REPRESENTANTES DOS TRABALHADORES PARA A SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE, NO ÂMBITO DO DECRETO
LEI Nº 441/91
UNIDADES DE FORMAÇÃO EM H.S.T.
MÓDULO 6 – Acções de prevenção.
ESTRUTURA OBJECTIVOS CONTEÚDOS Nº HORAS

6.1 – CONCEITO DE ACÇÕES DE No final o participante deverá: Página 59 a 61 do


PREVENÇÃO . Manual
9 Definir “ Acções de Prevenção “ ;
6.1.1 – Eliminação dos riscos de trabalho. 9 Enunciar, dando exemplos, o que se entende por “Eliminação
dos riscos de trabalho “ ;
6.1.2 – Limitação dos riscos de trabalho . 9 Enunciar, dando exemplos, o que se entende por “Limitação
dos riscos de trabalho “ ;
6.1.3 – Limitação das consequências dos 9 Enunciar, dando exemplos, o que se entende por “Limitação
riscos de trabalho. das consequências dos riscos de trabalho “ ;

6.2 – TIPOS DE ACÇÕES DE PREVENÇÃO. 9 Definir, dando exemplos, o que são acções de prevenção Páginas 61 a 63 do
directas ; Manual
6.2.1 – Acções de prevenção directas.
9 Definir, dando exemplos, o que são acções de prevenção
6.2.2 – Acções de prevenção indirectas. indirectas ;

6.2.3 – Acções de prevenção informativas.


9 Definir, dando exemplos, o que são acções de prevenção
informativas ;
___________________________________________________
6.3 – CRITÉRIOS PARA DEFINIÇÃO DAS 9 Enunciar os 4 critérios para definição das acções de
ACÇÕES DE PREVENÇÃO prevenção ; Páginas 65 a 67 do
Manual
6.3.1 – Critérios de prioridade. 9 Dar exemplos de aplicação de critérios de prioridade ;
6.3.2 – Critérios de eficácia. 9 Dar exemplos de aplicação de critérios de eficácia ;
6.3.3 – Critérios de operacionalidade. 9 Dar exemplos de aplicação de critérios de operacionalidade ;
6.3.4 – Critérios de economia. 9 Dar exemplos de aplicação de critérios de economia ;

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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 58

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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58
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 59

MÓDULO 6

ACÇÕES DE PREVENÇÃO

6.1 – CONCEITO DE ACÇÕES DE PREVENÇÃO

Acções de prevenção são todas as medidas destinadas a evitar os Conceito de ACÇÕES


acidentes de trabalho e as doenças profissionais. DE PREVENÇÃO

Definir as acções de prevenção consiste na tomada de decisões


quanto às medidas a adoptar para: Objectivos da Acções
de Prevenção

) ELIMINAR OS RISCOS

) LIMITAR OS RISCOS

) LIMITAR AS SUAS CONSEQUÊNCIAS

6.1.1 – ELIMINAÇÃO DOS RISCOS DE TRABALHO


Eliminação de riscos

Diz-se que se elimina determinado risco de trabalho, quando as acções de


prevenção adoptadas reduzem a zero a probabilidade de ocorrência de
acidente ou de doença que esse risco poderia ocasionar.

Como exemplo, voltemos ao exemplo indicado em 5.2.1:

Se o transporte da peça de 60 Kg, em vez de ser feito por esforço


muscular do trabalhador, for feito através de meios mecânicos ( guindaste,
ponte rolante, tapete rolante, etc ), o risco de SOBRECARGA
MUSCULAR, que foi identificado, é eliminado.

O mesmo aconteceria se, no exemplo apontado em 5.2.3, fosse alterado o


processo de produção para um processo do tipo “ agricultura biológica “.
Aqui não se recorre à utilização de pesticidas, pelo que este risco de
CONTAMINANTE QUÍMICO DO AMBIENTE nunca ocorreria.

No primeiro caso o risco foi eliminado pela alteração dos meios de


trabalho e no segundo pela alteração do processo de trabalho. Em ambos
os casos os Sistemas de Trabalho foram substituídos por outros, porque
se alterou um dos seus 7 elementos.

Deve, entretanto, ter-se em conta que nunca poderá acontecer que uma
medida de prevenção, para eliminar um determinado risco, faça surgir
outro, ou outros riscos, de perigosidade idêntica ou superior.

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 60

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 61

Tome-se, como exemplo, o uso de protectores auriculares contra o ruído:

Se o nível de isolamento sonoro, pelo uso de certos protectores, for de


100% ou perto deste valor, considera-se eliminado o risco do tipo
CONTAMINANTE FÍSICO DO AMBIENTE, mas, ao mesmo tempo,
surgem vários riscos do tipo FACTORES DE INSEGURANÇA como, por
exemplo, a não audição de avisos sonoros dos meios de movimentação
(empilhadores, pontes rolantes, etc ) ou das sirenes de alerta de fogo.

6.1.2 – LIMITAÇÃO DOS RISCOS DE TRABALHO


Limitação de riscos
Sempre que não é possível eliminar determinado risco de trabalho, dever-
se-á limitá-lo.

Limitar um risco de trabalho significa reduzir a probabilidade da ocorrência


de acidentes ou de doenças profissionais a ele ligadas.

Quando numa fábrica são colocados exaustores para a extracção de


gases poluentes está a limitar o risco do tipo CONTAMINANTE QUÌMICO
DO AMBIENTE relativo aos gases produzidos.

Voltando ao exemplo da grua apontado em 5.2.2:

Se for instalado um aviso sonoro que actua sempre que o braço da grua
se movimenta, está-se a limitar o risco do tipo FACTOR DE
INSEGURANÇA a ela ligado.

6.1.3 – LIMITAÇÃO DAS CONSEQUÊNCIAS DOS RISCOS DE


Limitação das
TRABALHO
consequências dos
riscos

Quando se limitam riscos de trabalho, estes continuam a existir, embora


com menor probabilidade de ocasionarem acidentes ou doenças.

Por este facto, é fundamental que também se limitem as suas


consequências, isto é, se atenuem, tanto quanto possível, as lesões que
eventualmente surjam em resultado dos acidentes ou doenças.

Quando um operário da construção civil coloca o seu capacete de


protecção, não está a limitar o risco do tipo FACTOR DE INSEGURANÇA,
porque a sua probabilidade de ocorrer não diminuiu. Está, isso sim, a
limitar as suas consequências no caso de um provável impacto.

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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 62

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 63

6.2 – TIPOS DE ACÇÕES ( ou medidas ) DE PREVENÇÃO

As acções, ou medidas, de prevenção podem agrupar-se em 3 tipos


distintos: Tipos de acções de
prevenção
1. DIRECTAS

2. INDIRECTAS

3. INFORMATIVAS

6.2.1 – ACÇÕES DE PREVENÇÃO DIRECTAS

Designam-se por acções de prevenção directas as medidas construtivo-


estruturais destinadas a prevenir os riscos de trabalho, tomadas logo na Acções de prevenção
fase de projecto, isto é, antes do início da laboração. directas

Como exemplos destas medidas, podem referir-se:

Sistemas de detecção de incêndios; Definição de percursos especiais


de evacuação ( portas, corredores e escadas ); Volumetria adequada
do local de trabalho; Revestimentos do chão e paredes; etc.

6.2.2 – ACÇÕES DE PREVENÇÃO INDIRECTAS

Trata-se da aplicação de equipamentos, de sistemas ou de medidas de


protecção que eliminem os riscos de trabalho, os limitem ou limitem as Acções de prevenção
suas consequências. indirectas

Existem, basicamente, 2 tipos de acções indirectas:

1. De protecção individualizada ( óculos, máscaras, tampões


auriculares, capacetes, vestuário, calçado, luvas, etc)

2. De protecção não individualizada

Estas últimas podem agrupar-se em 3 sub-tipos:

Î Protecção por fixação ao local, em que o trabalhador não pode


estar na área de risco ( ex: as alavancas de accionamento de uma
prensa estão afastadas do local de prensagem )

Î Protecção por interposição ou cobertura, de forma a não seja


possível que as partes do corpo em risco possam ser lesadas,
especialmente as mãos e pés ( ex: bainhas de serras de corte )

Î Protecção por reacção de aproximação, em que através de


sensores a área de risco fica inacessível pelo trabalhador quando
a aproximação é demasiada ( ex: interruptores automáticos que
desligam as máquinas quando é realizada alguma operação não
prevista e que acarreta riscos )

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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 64

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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6.2.3 – ACÇÕES DE PREVENÇÃO INFORMATIVAS

São dirigidas aos trabalhadores e a terceiros, com o objectivo de que Acções de prevenção
tomem as atitudes e comportamentos adequados face aos riscos a que informativas
estão expostos.

Estas acções de prevenção são de 2 tipos:

♦ Informativas propriamente ditas ( cartazes com mensagens, figuras


ou códigos avisadores de perigo; folhetos ou brochuras com
recomendações de segurança; avisos sonoros ou visuais sobre
perigos; etc )

♦ Formativas ( cursos de formação profissional ligados à H.S.T.;


debates, palestras, conferências, etc, sobre prevenção )

6.3 – CRITÉRIOS PARA DEFINIÇÃO DAS ACÇÕES DE


PREVENÇÃO

Identificados e avaliados os riscos ligados a todos os sistemas de trabalho


da empresa, dever-se-ão planear as medidas que previnam a ocorrência
de acidentes de trabalho ou de doenças profissionais.

Este planeamento deverá ser feito levando em conta os critérios


seguintes:
Critérios para a
definição das acções
1. PRIORIDADE

2. EFICÁCIA

3. OPERACIONALIDADE

4. ECONOMIA

Critérios de prioridade
6.3.1 – CRITÉRIOS DE PRIORIDADE

As medidas ou acções de prevenção a implementar, em primeiro lugar,


são as que contribuem para a segurança colectiva como, por exemplo, o
sistema de detecção e combate a incêndios; exaustores de fumos e
poeiras; medidas profilácticas de saúde; etc.

No que respeita à prioridade a respeitar na prevenção individual, devem


ser primeiramente postas em prática as medidas que previnam os riscos

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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 66

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 67

susceptíveis de provocarem os acidentes ou doenças mais gravosas,


começando, naturalmente, pelos que põem em causa a vida dos
trabalhadores.

6.3.2 – CRITÉRIOS DE EFICÁCIA


Critérios de eficácia
O segundo critério a levar em conta tem a ver com capacidade da medida
escolhida em eliminar ou, se tal não for possível, em limitar o riscos ou as
suas consequências em caso de acidente.

Sendo assim, uma medida de prevenção é tanto mais eficaz quanto mais
remota for a probabilidade de ocorrência de acidente ou de doença ligada
a determinado risco.

A eficácia de uma medida não deverá, todavia, ser vista no imediato, mas
também no médio e longo prazos.

6.3.3 – CRITÉRIOS DE OPERACIONALIDADE Critérios de


operacionalidade

Qualquer medida de prevenção não deverá revestir dificuldades no que


respeita à sua compreensão ou acatamento por parte dos trabalhadores
envolvidos. Sempre que tal circunstância for perceptível, dever-se-ão
aplicar medidas informativas ou formativas, de forma a minorar a
complexidade da medida tomada.

Imagine-se que a empresa adquiriu novos meios de produção aos quais


estão ligados riscos do tipo FACTORES DE INSEGURANÇA ( p.e.:uma
prensa de 200 ton.). Os trabalhadores que com eles vão operar deverão
receber, para além da formação técnica indispensável, uma formação
sobre os novos riscos a que irão ficar expostos e a forma correcta como os
encarar, em termos de prevenção.

Em síntese, as medidas de prevenção adoptadas têm que ser claras e os


trabalhadores têm que saber pô-las em prática facilmente.

6.3.4 – CRITÉRIOS DE ECONOMIA Critérios de economia

Trata-se do último critério a observar na aplicação de medidas de


prevenção. A aplicação destas deverá, naturalmente, levar em conta as
eventuais limitações financeiras da empresa e, sendo assim, os recursos a
afectar aos investimentos serão função da sua capacidade de
investimento. Além disso, nem sempre as soluções mais caras são as
melhores.

As medidas de prevenção deverão ser entendidas como um investimento,


embora com características especiais, e nunca como custos de exploração
da empresa.

O facto de uma empresa, num determinado momento, não ter


possibilidades financeiras para a aplicação de acções ou medidas que se
julguem mais convenientes, não constitui motivo para que nada se faça no
sentido da prevenção. Pelo contrário, haverá que resolver o problema
envolvendo os especialistas da empresa e os trabalhadores para a
ultrapassagem desse estrangulamento.

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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 68

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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CGTP PLANO DE FORMAÇÃO EM H.S.T.

REPRESENTANTES E CANDIDATOS A REPRESENTANTES DOS TRABALHADORES PARA A SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE, NO ÃMBITO DO DECRETO
LEI Nº 441/91

UNIDADES DE FORMAÇÃO EM H.S.T.


MÓDULO 7 – Implementação e avaliação das acções de prevenção.
ESTRUTURA OBJECTIVOS CONTEÚDOS Nº HORAS
No final o participante deverá:
Páginas 69 a 77 do
7.1 – IMPLEMENTAÇÃO DAS ACÇÕES DE 9 Enunciar as 3 referências a considerar na implementação das Manual
PREVENÇÃO. acções de prevenção;

7.1.1 – Caracterização e definição de 9 Descrever, dando exemplos, a caracterização e a definição


objectivos das acções de de objectivos das acções de prevenção a implementar ;
prevenção.

9 Enunciar, dando exemplos, as 2 perspectivas a ter em conta


7.1.2 – Regras e âmbito de aplicação. na definição das regras e do âmbito de aplicação das acções
de prevenção;

9 Descrever, dando exemplos, os 3 tipos de medidas que


7.1.3 – Desenvolvimento temporal do Plano devem constar do Plano de Prevenção ;
de Prevenção.

__________________________________________________
9 Descrever, dando exemplos, como avaliar um Plano de
7.2 – AVALIAÇÃO DAS ACÇÕES DE Prevenção;
PREVENÇÃO.
9 Conhecer a caracterização dos registos de ocorrências
ligadas à segurança, higiene e saúde na empresa.

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 70

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 71

MÓDULO 7

IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DAS ACÇÕES DE


PREVENÇÃO

Implementação das
7.1 – IMPLEMENTAÇÃO DAS ACÇÕES DE PREVENÇÃO acções de prevenção

Identificados e avaliados os riscos de trabalho, a partir do Sistema de


Trabalho, e definidas com critério as acções, ou medidas, de prevenção a
aplicar, haverá que pô-las em prática para que se atinjam os objectivos
pretendidos: prevenir os acidentes de trabalho e as doenças
profissionais.

Mas a implementação das acções de prevenção não poderá ser feita de


qualquer maneira. Esta implementação não poderá fazer-se de uma forma Plano de Prevenção
desorganizada, antes deverá subordinar-se a um PLANO DE
PREVENÇÃO no qual constam todas as acções a desenvolver na
empresa para a prevenção, sempre referenciadas em termos de:

♦ CARACTERIZAÇÃO E DEFINIÇÃO DE OBJECTIVOS

♦ REGRAS E ÂMBITO DE APLICAÇÃO

♦ DESENVOLVIMENTO TEMPORAL

7.1.1 – CARACTERIZAÇÃO E DEFINIÇÃO DE OBJECTIVOS DAS


ACÇÕES DE PREVENÇÃO Objectivos das acções
de prevenção: sua
Caracterizar e definir objectivos para uma acção de prevenção consiste caracterização e
em: definição

ƒ Identificar a acção ( p.e.: colocação de um dispositivo sonoro de


aviso de movimentação da grua indicada em 5.2.2 ).

ƒ Indicar qual o tipo de acção a implementar, quais os riscos que se


pretendem prevenir e os objectivos a atingir. ( no caso da grua,
trata-se de uma acção indirecta para limitar os riscos de impacto ).

No Plano de Prevenção, para cada uma das acções planeadas,


deverá indicar-se quais os trabalhadores e sectores da empresa a
abranger com as medidas de prevenção.

Ficará, desta forma, expressa a ligação entre o universo dos


trabalhadores abrangidos pelas medidas e os sectores de actividade
respectivos.

( p.e.: numa empresa de metalo-mecânica, uma das medidas


planeadas foi a aquisição de calçado de biqueira de aço para os
operários, visando a limitação dos riscos de impacto sobre os pés.

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 72

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 73

Em função do tipo de processos de trabalho existentes na empresa,


deverá indicar-se quais os trabalhadores que deverão utilizar este
meio de protecção individual e quais as secções em que a sua
utilização permanente é obrigatória )

ƒ Especificar tecnicamente a medida a aplicar ( no caso da grua,


haveria que se especificar qual o tipo de som, ou sons, a produzir e a
sua intensidade ).

7.1.2 – REGRAS E ÂMBITO DE APLICAÇÃO


Regras e âmbito de
Sempre que uma medida de prevenção é planeada, dever-se-ão explicitar aplicação das acções
quais as normas a seguir para a sua aplicação. As normas a criar devem de prevenção
ser organizadas sempre em duas perspectivas:

♦ Na perspectiva técnica, ligada aos aspectos de funcionamento das


soluções propostas; ( p.e.:o aviso sonoro da grua só deve funcionar
quando esta se movimenta )

♦ Na perspectiva preventiva, ligada às atitudes e comportamentos que


os trabalhadores que estão sujeitos aos riscos que se pretendem
prevenir devem assumir após a aplicação da medida. ( p.e: sempre
que é ouvido o aviso sonoro da grua, os trabalhadores deverão tomar
precauções em relação a esse aviso )

7.1.3 – DESENVOLVIMENTO TEMPORAL DO PLANO DE PREVENÇÃO


Desenvolvimento
temporal do Plano de
O plano de prevenção deverá referir qual a sua duração global, bem como
Prevenção
os prazos de implementação das medidas de prevenção nele
consignadas.

Isto equivale a dizer que qualquer medida de prevenção que conste do


plano deverá inserir-se num dos seguintes 3 tipos:

Î Medidas novas para prevenirem riscos já antigos.

Î Medidas novas para prevenirem riscos novos.

Î Medidas já tomadas e que devem ser melhoradas.

Nunca se deverá considerar uma acção ou medida de prevenção como


definitivamente conseguida face a determinado risco. Se este não foi
eliminado, deve sempre pensar-se que é possível fazer melhor em termos
de prevenção.

Qualquer plano de prevenção não deverá ter um período de vigência


superior a 1 ano, independentemente de poder conter acções ou medidas
de prevenção cujo tempo de concretização é duração inferior ou superior
aquele período.

Por outro lado, sempre que as condições objectivas o determinem, como,


por exemplo, alterações de Sistemas de Trabalho que originem novos
riscos, deverá o plano de prevenção ser revisto no que toca às novas
condições de trabalho.

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 74

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 75

7.2 – AVALIAÇÃO DAS ACÇÕES DE PREVENÇÃO

O PLANO DE PREVENÇÃO, todas as acções nele contidas e os


objectivos previstos deverão ser periodicamente avaliados com vista à
melhoria permanente das medidas de prevenção planeadas e, dessa
forma, diminuir-se sistematicamente, de forma organizada, os riscos de
trabalho.

Avaliar as acções de prevenção consiste, assim, na análise comparativa


entre as medidas e os objectivos previstos e os resultados efectivamente
obtidos, em termos da diminuição dos acidentes de trabalho e das
doenças profissionais, resultantes dos riscos que se planeou prevenir.

Para que tal comparação se possa fazer, torna-se indispensável o registo,


em protocolo próprio, de todas as ocorrências verificadas na empresa,
durante o período em questão, e que se prendem com a segurança,
higiene e saúde dos trabalhadores e da comunidade.

De notar que se tratam de ocorrências e não apenas de acidentes ou


doenças. Na verdade, nem todas as situações que ocorrem na empresa
dão lugar a lesões. Isso não invalida que se faça o seu registo, pois, na
maior parte dos casos, o acidente só não se verifica por mero acaso.

A ocorrência a registar deve ficar caracterizada pelos elementos


seguintes: Registo de
• Dia e hora ocorrências
• Local
• Descrição
• Origem
• Consequências

Vejamos, na prática, como a avaliação das acções de prevenção poderá


ser realizada e tomemos, novamente o caso da grua indicado em 5.2.2: Exemplo de
ocorrência
No Plano de Prevenção ( anual ) elaborado, estava prevista a instalação,
no prazo de 1 mês, do aviso sonoro que deverá actuar sempre que o
braço da grua ou o seu sistema vertical se movimentam. As
características do aviso foram definidas ( timbre e intensidade sonoras ) e
foi prevista uma informação escrita aos trabalhadores sobre a nova
medida a ser tomada.

Ao fim do 1º mês de funcionamento tinha-se registado a seguinte


ocorrência:

• No dia 22 de Maio pelas 10.30 h, na obra 117, junto do alçado lateral


direito do prédio, verificou-se um impacto lateral ligeiro de um balde de
massa contra um trabalhador. Este afirmou que não se desviou,
porque não ouviu o aviso sonoro, pois a grua estava do lado oposto do
prédio e o vento soprava em sentido contrário. O operador da grua
afirmou que o trabalhador atingido estava numa zona de visão morta,
encoberta por um silo de cimento.
O trabalhador foi radiografado, não tendo sido detectada qualquer
fractura. Foi-lhe diagnosticado um hematoma no antebraço direito que
o obrigou a uma paragem por 1 semana.

Que avaliação fazer da medida implementada ?

É evidente que a solução encontrada não tem eficácia suficiente, pois um


trabalhador, pelo menos, não ouviu o aviso sonoro.

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 76

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 77

Haverá, logicamente, que melhorar a medida posta em prática, de forma a


garantir que todos os trabalhadores da obra possam ouvir, claramente, o
aviso sonoro de movimentação da grua.

Caberá ao técnico de higiene e segurança, eventualmente alertado pelo


representante dos trabalhadores para a S.H.S.T., encontrar a solução
correcta.

Encontrada a solução ( p. ex: instalação de 2 altifalantes suplementares


em pontos extremos da obra ), esta é inscrita no Plano de Prevenção e
será ela que, de futuro, será avaliada quanto à sua eficácia e já não a
solução anterior.

Deste caso podemos inferir o objectivo principal do Plano de Prevenção:

A melhoria permanente e sistemática de todas as condições de


trabalho.

Deve registar-se, como mensagem de síntese, que não existe


trabalho seguro.
As acções de prevenção destinam-se a tornar o trabalho menos
inseguro.

A prevenção é um processo, nunca terminado, de melhoria das condições


de trabalho, só possível pela aplicação de medidas progressivamente mais Conceito de
eficazes no sentido de eliminar os riscos de trabalho, de limitá-los ou de prevenção
limitar as suas consequências.

Para que qualquer melhoria possa ocorrer, tem que ser construído um
referencial de análise, sem o qual não é possível a constatação da eficácia
das novas soluções implementadas.

Esse referencial de análise é o PLANO DE PREVENÇÃO da empresa,


para a segurança e saúde dos trabalhadores e da comunidade.

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 78

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 79

CGTP PLANO DE FORMAÇÃO EM H.S.T.


REPRESENTANTES E CANDIDATOS A REPRESENTANTES DOS TRABALHADORES PARA A SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE, NO ÂMBITO DO DECRETO
LEI Nº 441/91
UNIDADES DE FORMAÇÃO EM H.S.T.
MÓDULO 8 – Aplicação da metodologia de estudo da H.S.T. a 5 casos.
ESTRUTURA OBJECTIVOS CONTEÚDOS Nº HORAS
Através do método activo, o participante aplicará a
metodologia estudada a cada um dos 5 casos para:

8.1 – CASO CONSTRUÇÃO CIVIL.


9 Descrever o Sistema de Trabalho e as Condições de Páginas 81 a 83 do
Trabalho; Manual

9 Identificar os Riscos de Trabalho; Páginas 85 a 87 do


8.2 – CASO METALOMECÂNICA. Manual

9 Avaliar os Riscos de Trabalho;

8.3 – CASO CONFECÇÃO. Páginas 89 a 91 do


Manual
9 Determinar as Acções, ou medidas, de Prevenção a aplicar
aos riscos identificados e avaliados;

8.4 – CASO RESTAURAÇÃO. Páginas 93 a 95 do


Manual
9 Definir formas de implementação e de avaliação das acções
escolhidas.

8.5 – CASO TRANSPORTES.


Páginas 97 a 99 do
Manual

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


79
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 80

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 81

8.1
CONSTRUÇÃO CIVIL - OPERADOR DE MARTELO PNEUMÁTICO

João Santos ( JS ), 28 anos de idade, é operário da COMPOBRA, Lda.

Foi admitido há 2 anos na empresa como servente de pedreiro. Após 1 ano nesta função, passou
a operar com martelos pneumáticos em fundações de obras da empresa.

Possui a escolaridade mínima obrigatória.

A obra onde trabalha actualmente situa-se a 180 Km da sua residência, pelo que dorme,
juntamente com 5 camaradas, num contentor adaptado a dormitório com uma pequena casa de
banho.

Às sextas-feiras, terminado o trabalho, uma viatura da empresa transporta-o, juntamente com


outros camaradas, até à localidade onde habita. Desta forma, faz o percurso inverso na
madrugada de 2ª feira, pelas 4 horas da madrugada.

Na obra trabalham, actualmente, 14 pessoas.

O salário de JS é de 115.000$. Tem os subsídio de deslocação e ajudas de custo que são devidas
por acordo colectivo de trabalho.

O horário de trabalho é das 08.00 às 17.30 horas. A interrupção para almoço é das 12.00 às 13.30
horas.

Quando opera com o martelo pneumático, JS usa protectores auriculares e capacete fornecidos
pela empresa.

As movimentações na obra são realizadas por uma grua e por uma retro-escavadora.

Além de operar com o martelo pneumático, JS deverá verificar os níveis de combustível e de óleo
do compressor e, sempre que necessário, introduzi-los. Deverá indicar a pressão exigida no rotor
do compressor.

CASO:

Dia 21 de Janeiro de 1999.

Temperatura 7ºC.

A OS que verbalmente recebeu do encarregado da obra indica que deverá continuar a partir uma
formação rochosa situada num local definido.

JS completou o depósito de combustível do compressor a partir de um bidão colocado perto


daquele, verificou o nível do óleo e da pressão.

JS colocou o protector auricular, ligou o martelo RMM-03 ao compressor FRT-54 e accionou este,
após o que apontou o martelo e iniciou a tarefa.

Durante a execução do trabalho não estão previstas pausas para descanso. Quando se sente
cansado, JS vai verificar o compressor ou faz pequenas pausas de 1 a 2 minutos.

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 82

Sempre que a retro-escavadora actua perto de si, JS desactiva o martelo e, com o recurso a uma
pá, concentra os pedaços de pedra a serem arrastados por aquela máquina. Efectua esta
operação cerca de 8 vezes ao dia.

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


82
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 83

A grua não dispõe de qualquer aviso de movimentação.

A refeição do almoço é aquecida numa fogueira, em local situado na periferia da obra, onde os
restantes operários também se dirigem para o efeito.

Baseando-se nos elementos fornecidos para esta OS, efectue o seguinte:

• Descreva o Sistema de Trabalho e as Condições de Trabalho .

• Identifique os riscos de trabalho

• Avalie os riscos de trabalho

• Defina as acções de prevenção a implementar

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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 84

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


84
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 85

8.2
METALOMECÂNICA - FRESADOR DE MECÂNICA DE PRECISÃO

Gil Gomes ( GG ), 48 anos de idade, trabalha na EXACTA, Metalomecânica de Precisão, Lda.

Foi admitido em Fevereiro de 1980 para o lugar de fresador mecânico.

Possui o curso Geral de Mecânica realizado na Escola Industrial de Loures.

GG mora a 15 km do local de trabalho. Desloca-se em autocarro, demorando o trajecto


aproximadamente 30 minutos, em qualquer dos sentidos.

Antes da EXACTA, trabalhou como aprendiz de torneiro mecânico e depois como torneiro
mecânico numa oficina de metalomecânica ligeira ( 1968 - 1980 ).

Após o ingresso na EXACTA, ao fim de quatro semanas de formação, iniciou o desempenho das
suas funções.
A EXACTA emprega 38 trabalhadores em 5 sectores: produção, armazém, administrativo,
planeamento e comercial.

As fresadoras com que tem trabalhado são do tipo UNIVERSAL, modelo Speed9 ( eléctricas, de
eixo vertical e controlo manual )

Actualmente frequenta num centro protocolar, em horário pós-laboral, um curso de formação


profissional que o irá habilitar a trabalhar com fresadoras com controlo numérico
computadorizado ( CNC ).

As ordens de serviço ( OS ) são de periodicidade muito variável, função da quantidade de peças


a fresar e da complexidade da fresagem a realizar.

O horário de trabalho é das 8 às 17.30, com interrupção para o almoço entre as 12 e as 13.30 .
No início de cada dia de trabalho, GG retoma tarefas de uma OS ainda não concluída ou levanta
uma nova OS com os desenhos correspondentes.

Em qualquer dos casos dirige-se ao posto de ferramentas e requisita as fresas e outras


ferramentas necessárias (p.e.: craveira, chaves de aperto, pincel de limpeza, etc ).

De seguida vai ao armazém e levanta as peças a fresar.

Monta a fresa na fresadora. Na mesa desta coloca a 1ª peça a fresar e acerta a sua posição de
forma a que possa referenciá-la com as coordenadas e cotas do desenho. Atesta o depósito do
líquido de arrefecimento e liga a máquina.

Inicia a fresagem controlando cada uma das fases através do recurso à craveira. Periodicamente
limpa a mesa da fresadora onde se acumularam aparas e limalha metálicas.

Terminada a operação, retira a peça fresada e coloca-a numa mesa para ser acabada por outro
trabalhador e coloca nova peça a ser fresada na mesa da fresadora, repetindo as operações.

No final do dia de trabalho ( 8 horas ) ou no final da OS, GG limpa o posto de trabalho, devolve
as ferramentas requisitadas, as peças não fresadas e, no caso de terminar a OS, esta, assinada
por si, juntamente com os desenhos correspondentes.

A manutenção mecânica das fresadoras em que trabalha é por si, periodicamente, realizada.

A manutenção eléctrica está a cargo de outros trabalhadores.

Todas as tarefas de GG são realizadas em pé.

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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 86

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 87

No total, existem no sector de produção da EXACTA: 3 fresadoras manuais; 2


fresadoras CNC; 1 torno manual; 2 tornos CNC revólver com alimentação automática ; 2
máquinas de electro-erosão; 1 mandriladora; 1 guilhotina eléctrica; 1 quinadora; 1
furadora; 1 prensa de 30 ton; 1 esmeriladora; equipamento de soldadura e de pintura; 1
guindaste aéreo; máquinas ferramentas diversas (rebarbadoras, serras de corte,
lixadoras,etc).

O nível de ruído, no seu posto de trabalho, varia de 20 a 50 db (A). Quando a guilhotina


actua, dá-se um ruído instantâneo de intensidade 100 db (A) no local onde se situa o seu
posto. As rebarbadoras chegam a provocar um ruído de intensidade superior a 80 db (A)
durante mais de 1 minuto e a sua utilização é frequente.

O seu nível salarial corresponde ao código S18: 215.000$/mês

Os equipamentos CNC são os únicos que se situam em locais com ar condicionado.


Fora destes locais a temperatura varia entre os 10 e os 20oC no inverno e entre os 20 e
os 35oC no verão.

A iluminação artificial tem um nível de intensidade adequado, embora mal dirigida em


muitos locais, nomeadamente no posto de trabalho de GG, onde se registam situações
de sombra, pois este posto não tem iluminação específica.

Trabalham neste sector 18 trabalhadores: 16 operários especializados e 2 aprendizes.

CASO:
Dia 21 de Julho de 1998

A OS que GG recebeu do sector de planeamento foi a nº 186/98, correspondente à


fresagem de 50 peças iguais em aço, componentes de um molde, segundo o desenho
M17.38.

A peça por fresar tem um peso de 2,5 Kg e apresenta arestas vivas.

Como se trata de peças cuja fresagem é complexa e demorada ( 38 min./peça ) e como


a encomenda está atrasada, GG irá fazer horas extraordinárias durante 3 dias
consecutivos, largando às 20.30.

Baseando-se nos elementos fornecidos para esta OS, efectue o seguinte:

• Descreva o Sistema de Trabalho e as Condições de Trabalho .

• Identifique os riscos de trabalho

• Avalie os riscos de trabalho

• Defina as acções de prevenção a implementar

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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 88

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


88
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 89

8.3
confecção - COSTURAR CAMISAS EM FÁBRICA DE
CONFECÇÕES
Zita Matos ( ZM ), 25 anos de idade, trabalha na MODEX - Confecções, Lda.

ZM foi admitida em Maio de 1995 para costureira.

Possui a escolaridade mínima e, até à data de admissão, nunca havia estado empregada.

ZM mora a 6 km do local de trabalho. Desloca-se em autocarro, demorando o trajecto


aproximadamente 15 minutos, em qualquer dos sentidos.

Ao ingressar na MODEX iniciou um curso de formação de costureira com a duração de quatro


semanas, após o que foi colocada na linha de costura.

Esta linha compõe-se de doze postos de trabalho dispostos ao longo de um tapete transportador,
através do qual a encarregada de linha faz chegar, a cada posto, um caixa contendo atados de
componentes de camisas a costurar e a respectiva Ordem de Serviço (OS).

Além desta linha há mais três: uma do lado oposto ao de ZM junto do mesmo tapete transportador
e outras duas junto de um segundo tapete, paralelo ao primeiro, e a uma distância aproximada de
7 metros.

A máquina com que ZM trabalha é da marca TOP modelo Fast, tal como as restantes: eléctrica,
accionada por pedal e com uma alavanca de abaixamento - levantamento da cabeça da agulha
movida com o joelho direito. O corte da linha é realizado manualmente com utilização de tesoura.

As ( OS ) são iguais por períodos relativamente longos ( 3 a 4 meses ) e são, invariavelmente, 3


ou 4 por dia, consoante há ou não horas extraordinárias a fazer.

O dia de trabalho tem início às 8 horas. ZM faz uma pausa de 10 minutos durante a manhã e outra
igual após o almoço. A interrupção do trabalho para almoço ocorre entre as 12 e as 13 horas. O
dia normal de trabalho termina às 17 horas e 20 minutos.

A tarefa de ZM nos últimos 2 meses tem sido costurar mangas de camisa.

Após sentar-se na sua máquina, ZM verifica se esta foi alimentada com linha, alcança a caixa com
as mangas a costurar e com a OS, tira-a do tapete e coloca-a ao lado da máquina. Lê a OS,
desata os atados e retira a 1ª manga a costurar.

Com o auxílio de gabaritos posiciona a manga para ser costurada, toca com o joelho na alavanca
da agulha e fá-la baixar. Acciona o pedal e vai controlando, com ambas as mãos, a realização da
costura longitudinal. Terminada esta, retira o pé do pedal e com o joelho toca na alavanca da
agulha e fá-la levantar. Pega na tesoura e corta a linha. Procede às outras costuras da mesma
forma.

Terminada a 1ª manga deposita-a ao lado da máquina e inicia a 2ª.

Terminada a OS, faz um atado das mangas costuradas, preenche a OS e coloca-a juntamente
com o atado na caixa de transporte. Pega nesta, coloca-a sobre o tapete e faz sinal à encarregada
que terminou. A encarregada recolhe caixa e envia outra com novos atados e nova OS.

Nas 4 linhas de produção trabalham 64 operárias em máquinas de costura, 4 controladoras de


qualidade e 4 encarregadas de linha.

A temperatura ambiente é controlada, situando-se entre os 21 e os 23oC.

A iluminação é artificial, bem distribuída e de intensidade adequada.

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 90

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 91

Não existem exaustores de ar pelo que são observáveis, a olho nu, partículas de fibras
em suspensão no ar.

O salário de ZM é de 65.000$/mês, acrescido de prémios de produtividade.

CASO:

Dia 19 de Novembro de 1998

A 1ª OS que ZM recebe indica 50 mangas de camisa para costurar do mesmo modelo


que já vem fazendo há duas semanas. As 2ª, 3ª e 4ª são idênticas. Fará uma 5ª OS em
horas extraordinárias, facto que já vem acontecendo todos os dias desde há um mês,
razão pela qual tem terminado o dia de trabalho pelas 19.30 aproximadamente.

Baseando-se nos elementos fornecidos para esta OS, efectue o seguinte:

• Descreva o Sistema de Trabalho e as Condições de Trabalho .

• Identifique os riscos de trabalho

• Avalie os riscos de trabalho

• Defina as acções de prevenção a implementar

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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 92

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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92
MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 93

8.4
RESTAURAÇÃO - PREPARAÇÃO DE ALIMENTOS EM REFEITÓRIO

Luísa Silva ( LS ) tem 30 anos e trabalha na ALIMENT há 4.

A ALIMENT é uma firma de restauração que explora cerca de 25 refeitórios de empresas situadas
na região do grande Porto.

A empresa, no refeitório da qual LS trabalha actualmente, situa-se na Maia e emprega 650


trabalhadores, dos Qua 8is 590 são operários que trabalham em 2 turnos.

Ao almoço são preparadas, em média, 350 refeições e ao jantar 250.

No refeitório trabalham 14 pessoas que garantem a preparação, confecção, empratamento e


lavagem das refeições de almoço e jantar.

LS trabalha na secção de preparação, na qual são preparados os legumes, a carne e o peixe a


confeccionar, destinados ao almoço e ao jantar.

O seu horário de trabalho é das 8 às 17 horas ( a interrupção para almoço é das 12 às 13 horas )

A preparação das carnes comporta, habitualmente, as seguintes operações:


1. Recepção da ordem de serviço ( OS ) dada pela gerente. Desta constam o tipo de
carnes, as quantidades a preparar e o tipo de preparação a fazer em função das
ementas;
2. Apresentação da OS à despenseira para o levantamento das carnes nas câmaras de
refrigeração;
3. Carregamento das carnes nas câmaras para um pequeno carro de transporte;
4. Descarga das carnes para uma bancada da secção de preparação;
5. Corte das carnes segundo a OS, utilizando facas e cutelos;
6. Colocação das carnes cortadas em contentores e transporte destes, no carro já
mencionado, até às câmaras frigoríficas, para serem confeccionadas para o jantar desse
dia e para o almoço do dia seguinte;
7. Colocação dos desperdícios num contentor que, diariamente, é transportado até ao
contentor de lixo principal.

A preparação do peixe, quase sempre congelado, é idêntica. Neste caso haverá que o carregar na
câmara de congelados, após o que é cortado em postas numa serra eléctrica, escamado, aparado
das barbatanas e colocado em água para descongelar. A água é depois escorrida e o peixe
colocado em contentor para a câmara de refrigeração.

LS fez preparação de legumes durante os 2 primeiros anos, mas agora só o faz quando ocorre
falta da funcionária destacada para o efeito.

O refeitório não dispõe de ar condicionado, existindo apenas o exaustor central da confecção e


dois exaustores de janela. A temperatura oscila entre os 12 e os 23 º C no inverno e entre os 18 e
os 37 º C no verão. A humidade do ar atinge, em plena confecção, valores entre os 90 e os 95 %.

Todas as operações de preparação são realizadas com luvas de borracha.

A empresa não adquiriu qualquer vestuário de protecção para entrada nas câmaras frigoríficas.

CASO:

27 de Julho de 1998

temperatura às 8 h : 20ºC humidade relativa do ar: 70%


temperatura às 12h : 33ºC humidade relativa do ar: 90%
temperatura às 17h: 35ºC humidade relativa do ar: 80%

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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MANUAL DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 94

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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UNIDADES DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 95

A OS que LS recebeu nesse dia indicava a preparação de 30Kg de carne para guisar e 10Kg de
peixe em posta para fritar, para o jantar deste dia, bem como 55Kg de costeletas de porco para
grelhar e 20Kg de peixe inteiro para assar no forno, para o almoço do dia seguinte.

Para a preparação da carne para guisar utiliza uma faca de corte, mas para as costeletas, porque
se apresentam em lombada, utiliza, além da mesma faca, um cutelo.

O peixe em posta apresenta-se em espécimes sem cabeça e as postas são cortadas na serra
eléctrica, após o que são escamadas com escova de pêlos de aço e aparadas com tesoura
própria.

O peixe para assar destina-se a ser servido 1 por prato. É apenas escamado e aparado.

Baseando-se nos elementos fornecidos para esta OS, efectue o seguinte:

• Descreva o Sistema de Trabalho e as Condições de Trabalho .

• Identifique os riscos de trabalho

• Avalie os riscos de trabalho

• Defina as acções de prevenção a implementar

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UNIDADES DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 96

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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8.5
TRANSPORTES - CONDUÇÃO DE AUTO-BETONEIRA

João Mendes ( JM ), 38 anos de idade, trabalha na CIMAL, Betão e Pré-esforçados, Lda., cuja
central de produção se situa em Oeiras.

Foi admitido em Fevereiro de 1992 para o lugar de condutor de auto-betoneira, actividade que
nunca tinha desempenhado antes.

Possui a escolaridade obrigatória e tirou a carta de pesados aos 23 anos.

Antes da CIMAL, trabalhou como condutor de pesados numa empresa de celulose ( 1983 - 1992
).
Na CIMAL, ao fim de duas semanas de formação, iniciou o desempenho das suas funções. Neste
momento está-lhe atribuída a auto-betoneira nº28 ( marca VOLVO, modelo DM258; capacidade de
8 m3 ; ano de fabrico: 1996 ).

Para além deste tipo de auto-betoneira, a CIMAL tem outro tipo com 12 m3 de capacidade, para
cuja condução JM está habilitado, embora só efectue tarefas com este tipo de viatura, em média,
duas vezes por ano.

JM é casado, tem dois filhos e mora a 20 Km da CIMAL, para onde se desloca de comboio até 5
km, e depois de autocarro.

O trajecto total tem a duração média de hora e meia no sentido casa-emprego e duas horas no
sentido inverso. Começa a trabalhar às 8 e termina às 18 horas, sendo o intervalo para almoço
das 12 às 14 horas.

As ordens de serviço ( OS ) são diárias e JM levanta-as na secção de operações.

Após a leitura da OS do dia, JM vai ao parque onde está a viatura atribuída e, após a requisição
desta, dirige-a para a zona de carga. Posiciona a viatura sob a bomba pré-indicada (de entre 5
existentes ) e aguarda na cabina que o enchimento termine.

Dirige a auto-betoneira para a obra em questão. Ao chegar lá, dirige-se ao encarregado que lhe irá
indicar o local onde deverá ser realizada a descarga. Aí, posiciona a viatura e acciona os
comandos de descarga, controlando permanentemente esta operação.

Terminada esta, e se estiverem previstas na OS mais descargas, regressa à CIMAL e repete estas
operações.

Se não ocorrerem mais descargas, ao chegar à CIMAL, dirige a viatura para o sector de lavagem
e procede à lavagem do balde para a remoção de restos de betão. Se houver necessidade,
procede a uma rápida lavagem ao exterior da viatura, se não fá-lo-á no final da semana de
trabalho.

Após a lavagem, JM dirige a viatura para o parque e faz a entrega da OS, assinada por si, na
secção de operações.

Periodicamente, de uma forma planeada, faz a manutenção de parte do equipamento da auto-


betoneira e conduz a viatura até à oficina do representante para as revisões previstas.

As avarias são reparadas por mecânicos da secção auto da CIMAL.

O horário de trabalho de JM é de 40 horas semanais

O seu nível salarial corresponde ao escalão T.12 da CIMAL: 129 000$.

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UNIDADES DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 98

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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UNIDADES DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 99

CASO:

Dia 7 de Janeiro de 1999

A ordem de serviço diária recebida por JM consiste no carregamento, transporte e descarga de


betão, utilizando a viatura distribuída.

O estaleiro de descarga situa-se em Xabregas ( cerca de 20 Km da CIMAL ), pelo que terá que
percorrer algumas artérias de Lisboa. Estão previstos 3 transportes de betão nesta ordem de
serviços.

A obra em questão é a construção de um prédio de 8 andares. Nela trabalham, neste momento,


28 operários. A obra é assistida por uma grua.

O dia de hoje apresenta-se chuvoso e a temperatura prevista deverá oscilar entre os 7 e os 13º C..

Baseando-se nos elementos fornecidos para esta OS, efectue o seguinte:

• Descreva o Sistema de Trabalho e as Condições de Trabalho .

• Identifique os riscos de trabalho

• Avalie os riscos de trabalho

• Defina as acções de prevenção a implementar

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UNIDADES DE FORMAÇÃO EM H.S.T. 100

NOTAS E EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

CGTP – IN PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM SHST


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