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INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
NÚCLEO DE ESTUDOS HIDROGEOLÓGICOS
E DO MEIO AMBIENTE
UFBA
Salvador – Bahia
“A água cai, canta, corre,
rega, escorrega,
nada, navega,
refresca, frutifica,
vive, floresce,
fecunda, banha, inunda,
alegra, alimenta,
água, sua,
vai, vem, vagueia,
dá-se, desce,
endurece,
dissolve, se esconde,
desaparece.
Objetivos
Propiciar ao aluno pós-graduando conhecimentos gerais na área dos Recursos Hídricos
Subterrâneos voltados ao entendimento dos mecanismos de poluição dos mananciais por
atividades antrópicas.
Desenvolver a habilidade de observação, manuseio e interpretação de dados específicos da
área, técnicas atuais e trabalhos em equipe.
Metodologia
Exposições com recursos audiovisuais, trabalhos em equipe e debates.
Conteúdo Programático
i
ÍNDICE
ii
1. NOÇÕES BÁSICAS DE HIDROGEOLOGIA
Quase toda água subterrânea existente na Terra tem sua origem no Ciclo Hidrológico, ou seja,
das águas precipitadas sobre a superfície dos continentes, parte delas se infiltram, indo compor as
chamadas reservas subterrâneas, que por sua vez, circulam continuamente retomando a
superfície, e desta, novamente à atmosfera (Figura 1). Este ciclo se passa em 3 domínios
distintos: Atmosfera, Superfície Terrestre e Subsuperfície, segundo a equação básica:
Pt = (E+T) + R + I,
em que:
Pt – precipitação total.
E – evaporação.
T – transpiração.
(E+T) – evapotranspiração.
R – escoamento superficial.
I – infiltração.
M E T E R E O L O G IA
NUVEM
P
T
P
E
E
E
R R
HIDROLOGIA
I
I
OCEANO
Figura 1
1
Uma pequena fração das águas admite-se como originadas continuamente a partir de reações
químicas, de origem magmática ou mesmo cósmica, são as chamadas águas novas ou juvenis,
de volume desprezível no contexto do ciclo Hidrológico. Outra pequena fração das águas pode
temporariamente se posicionar fora do Ciclo Hidrológico, aprisionadas em reservatórios
subterrâneos fechados. São as chamadas águas conatas ou fósseis.
Distribuição das águas no Globo Terrestre - Estima-se que o volume total das águas existentes no
Globo Terrestre situa-se em tomo de 1,5 x 109 km3, deste, apenas 3%, aproximadamente, 1,5 x
107 km3, representariam as águas doces (Figura 2). A evaporação total anual é estimada em
400.000 km3, que por sua vez é igual às precipitações no mesmo período, o que daria
proporcionalmente, 100.000 km3/ano, sobre a superfície dos continentes.
Figura 2
2
1.2. Zona Saturada e Não Saturada
A água ao se infiltrar no solo passa verticalmente por duas zonas distintas, Zona de Aeração e
Zona Saturada, conforme mostra a Figura 3.
Fig. 03
Figura 3
Zona de Aeração - nesta zona os espaços porosos estão parcialmente ocupados por água. Esta
zona varia grandemente em espessura e profundidade e é normalmente subdividida em 3 faixas
distintas:
a) Faixa do solo;
b) Faixa intermediária;
c) Franja capilar.
Estas faixas variam em espessura e seus limites não são muito bem definidos, havendo também
uma transição gradual de uma faixa para outra. A umidade retida na Zona de Aeração é mantida
basicamente por forças de atração elétrica e por forças de capilaridade. As águas mantidas por
forças de atração elétrica são denominadas de águas de Retenção e são de 2 tipos: água
Higroscópica e água Pelicular.
Água Higroscópica – são águas fixadas nos grãos por fenômenos de adsorsão e só podem
ser liberadas sob a forma de vapor. Não podem ser utilizadas pelas plantas;
Água Pelicular - são águas que envolvem os grãos sólidos e as águas higroscópicas. São
mantidas por tensão superficial. Podem ser removidas por centrifugação.
3
Do ponto de vista hidrogeológico, esses tipos de água não apresentam maior interesse, pois não
se movem por ação gravitacional, não podem ser extraídas por bombeamento.
Na faixa dos solos a umidade mantida é de particular interesse para a agricultura, pois, fornece a
água reclamada para o desenvolvimento das plantas. Sua profundidade varia com o tipo de solo.
Vv
P x 100
Vt
P – porosidade
Vv – volume de vazios
Vt – volume total da amostra.
Com referência às rochas pode-se estabelecer 3 classes de porosidade distintas (Figura 4).
Figura 4
A porosidade intergranular ou intersticial é típica das rochas sedimentares. Neste caso, o volume
de vazios depende da granulometria da rocha: tamanho dos grãos, grau de seleção, arranjo,
presença de finos e cimento, compactação, etc.
4
Em determinadas situações uma formação qualquer pode apresentar mais de uma classe de
porosidade. Ex.: um arenito muito compactado alem da porosidade intergranular característica,
pode se apresentar com uma porosidade secundária por fraturas.
A porosidade quanto sua origem pode ser primária ou secundária. Ela é primária, quando tem sua
origem concomitante com a formação da rocha. Ex., as rochas sedimentares: arenitos, siltitos, etc.
Ela é secundária, quando sua origem ocorre após a formação do corpo rochoso.
Independente das classes, a porosidade pode ainda ser considerada de dois tipos: Total e Efetiva.
Porosidade Total – é definida em termos percentuais como a relação entre o volume de vazios
existente na rocha e o volume total desta.
Vv
P x 100 (I)
Vt
Vvi
Pe x 100 (II)
Vt
Pe – porosidade efetiva.
Vvi – volume de vazios capaz de ser ocupado por água gravitacional.
Vt – volume total da rocha ou amostra.
Estes conceitos nos levam a associar dois outros conceitos essencialmente importantes nos
estudos e avaliação das águas subterrâneas: Vazão específica e Retenção específica.
Vag
Sy x 100 (III) b
Vt
Sy – vazão específica.
Vag – volume de água gravitacional.
Vt – volume total da rocha ou amostra.
Retenção Específica – volume de água retido na rocha, ou amostra, após a liberação da água
gravitacional.
Vr
Rs x 100 (IV)
Vt
Rs – retenção específica.
5
Vr – volume de água retido.
Vt – volume total da rocha ou amostra.
Pe = Sy.
A permeabilidade diz respeito a maior ou menor facilidade que tem um fluido de circular através
de um meio poroso. Os fatores físicos intervenientes na permeabilidade são os mesmos da
porosidade, já citados. Entretanto, existe uma relação inversa entre o valor da porosidade e o
valor da permeabilidade das rochas, ou seja, quanto menor a granulometria da rocha maior será
sua porosidade e menor a permeabilidade.
quanto mais fina a granulometria, maior será a porosidade, maior a retenção específica e
consequentemente menor será a permeabilidade;
quanto mais grosseira for a granulometria, menor será a porosidade total, menor a retenção
específica e consequentemente maior será a permeabilidade.
50 %
40 % Porosidade
30 % Porosidade
Eficaz
20 %
Retenção específica
10 %
0 %
6
Deve-se ressaltar, entretanto, que esta relação não decorre especificamente do tamanho dos
grãos e sim do conjunto de fatores físicos condicionantes, que em conjunto influenciam a
porosidade total, e que, variam com a granulometria. Desta forma, matematicamente pode-se
demonstrar que volumes iguais de grãos, cada volume com granulometria diferente, apresenta a
mesma relação de vazios (porosidade total), desde que apresentam grau de seleção máximo e o
mesmo tipo de arranjo.
As argilas, por serem as rochas de menor granulometria, (> 0,05 ), são as rochas de maior
porosidade, podendo atingir até 55%, entretanto sua permeabilidade (> 10-7 cm/s), é considerada
na prática, como impermeável.
1.4. Os Aqüíferos
Os aqüíferos são reservatórios subterrâneos naturais cujo meio poroso tem a capacidade de
armazenar e transmitir água. Neste caso, denomina-se de Aquiclude a rocha ou meio poroso, com
capacidade apenas de armazenar, sem transmitir água. Ex. : as argilas.
Sandstone
Land surface
Water table
Springs
Springs
A
Shale B
Springs
Figura 6
7
Os aqüíferos não são reservatórios estanques, suas águas circulam continuamente e recebem
recarga através das precipitações pluviométricas sobre suas áreas de recarga, conforme ilustrado
na Figura 7. Além das águas provenientes diretamente das precipitações pluviométricas, um
aqüífero pode também receber recarga através das transferências entre aqüíferos ou mesmo
através de recarga artificial.
De acordo com as pressões hidrostáticas a que estão submetidos, os aqüíferos podem ser
classificados em dois grandes grupos:
b) Aqüíferos Confinados - Neste caso, a superfície hidrostática virtual, situa-se sempre acima do
topo da camada saturada. A pressão hidrostática do topo da camada saturada será sempre
maior do que a pressão atmosférica, decorrente do confinamento a que está submetido o
aqüífero por uma camada impermeável ou mesmo semi-permeável. Em suas áreas de
recarga esses aqüíferos se comportam sempre como livres (Figura 8).
8
Figura 8. Representação esquemática dos diferentes tipos de aqüíferos, de acordo com o sistema de
pressão de suas águas e com a natureza das camadas que os delimitam no topo e na base
(modificado de Bear & Verruijt, 1987).
Fonte: Feitosa (1997).
9
Os aqüíferos confinados são também denominados de aqüíferos Artesianos, em referência a
"Artois", região da França onde foram perfurados os primeiros poços surgentes.
Uma mesma formação geológica pode apresentar mais de uma camada aqüífera, com diferentes
níveis de confinamento. Neste caso, podemos denominar o conjunto de sistema aqüífero.
Do ponto de vista litológico, os aqüíferos podem ser classificados como Sedimentares, Fissurais e
Cársticos.
Os Fissurais são associados às rochas duras, de porosidade formada por fraturas (meio fissural).
São de baixa capacidade de armazenamento pelo baixo índice de porosidade e limitada
profundidade. As fendas abertas tendem a se fecharem rapidamente tornando-se regeladas com a
profundidade. Rochas típicas de Embasamento cristalino como granitos, gnaisses e migmatitos,
em geral possuem porosidade média em tomo de 1 a 3%. Metassedimentos como quartzitos e
metarcósios podem chegar localmente até 10%.
Os Cársticos são associados às rochas solúveis como os calcários e dolomitos. Têm porosidade
formada por espaços vazios produzidos pela dissolução do corpo rochoso pela ação da água. São
canais de dissolução, cavernas e fendas associadas. A porosidade neste tipo de rocha pode
atingir a casa dos 15%. Desta forma, a capacidade de armazenamento nesse tipo litológico é
superior ao do meio estritamente fissural. Temos também neste caso, limitações de profundidade.
Os processos de carstificação ou dissolução da rocha decrescem gradativamente com a
profundidade.
O movimento das águas através dos meios porosos foi inicialmente estudado por Henry Darcy
(1856), com a criação da chamada lei de Darcy, demonstrada utilizando um cilindro contendo
areia selecionada, conforme esquema abaixo, ficando demonstrado que a vazão de escoamento é
diretamente proporcional à seção A do meio poroso e inversamente proporcional a distancia ou
comprimento L do meio.
10
Q = K A H/L
Q/A = K H/L
V = K H/L
V = Ki
Q – descarga em m3/s
A – seção transversal em m2
H – altura de carga em m
L – comprimento da coluna de areia
K – coeficiente de proporcionalidade, no caso
= 0,0003 m/s
H/L – gradiente hidráulico.
O meio poroso criado por Darcy tinha uma porosidade P = 38% e K = 0,0003 m/s.
Q – descarga em m3/a
A lei de Darcy, conforme vimos, foi demonstrada em condições especiais, a sua aplicabilidade nos
meios naturais, entretanto preconiza condições ideais, como:
Ki = Cd2 ou K = ki /
K tem a dimensão física de uma velocidade, L2t-1, enquanto o ki de uma área, L2.
A lei de Darcy considera como área A, uma seção do meio poroso transversal ao sentido do fluxo.
Na realidade a água circula unicamente através dos espaços vazios representados pela
porosidade do meio, ou seja, Am.
11
Segundo Darcy,
V = Ki ou V=Q/A.
Vr = Q/Am ou Vr = Ki/m
Vr = V/m
m – porosidade total
Vr – velocidade real
Como em verdade a água circula somente através da porosidade efetiva (água gravitacional),
teremos:
Ve = Q/Ame = Ki/me
Ve = V/me
me – porosidade efetiva
Ve – velocidade real efetiva
As velocidades do fluxo subterrâneo são naturalmente bastante baixas, regime laminar, gradientes
hidráulicos também baixos. Exceto em determinadas situações em aqüíferos cársticos ou mesmo
fissurais e nas proximidades de obras de captação como poços tubulares em operação.
O gradiente hidráulico é definido como a perda de carga por unidade de comprimento, representa
pendente da superfície hidrostática, conforme ilustrado abaixo:
A
Sup .
Hid
ros
tát
ica
H
H1
C B
H2
L
~ sen
i = H 1 - H 2 / L = tg = (ângulo muito pequeno)
12
A Superfície Hidrostática
Se o aqüífero é livre a superfície hidrostática sempre coincide com o topo da zona saturada. Nos
aqüíferos confinados esta superfície se posiciona de maneira virtual sempre acima do topo da
zona saturada, até mesmo acima da superfície do terreno. A forma desta superfície assume
contornos irregulares de acordo com o movimento das águas subterrâneas, que também são
influenciados por vários outros fatores, como:
Denomina-se isopiezas as isolinhas representativas dos níveis hidrostáticos. São linhas de igual
altura piezométrica. As linhas de fluxo indicam a direção do fluxo subterrâneo, são sempre
perpendiculares às equipotenciais ou isopiezas (Figura 9).
Com referência a relação de troca entre os corpos de águas superficiais e subterrâneos temos
fundamentalmente 3 situações básicas: O aqüífero alimenta o manancial superficial.; O aqüífero
recebe .recarga do manancial superficial; Não ha relação de troca. Com base nestes casos várias
situações intermediárias poderão ocorrer .O terceiro caso, a não relação de troca, ocorre
unicamente em situações especiais em que o manancial superficial se situa sobre rochas
impermeáveis. Algumas situações de troca são mostradas nas ilustrações que se seguem (Figura
10a, b, c, d).
13
Nível hidrostático
Transpiração
Fonte
Rio alimentado
por água
subterrânea
20 15 10
20
10
i = 20 - 10 = tg
L
Figura 9
14
Nível
Rio
Nível
Rio
IMPERMEÁVEL
IMPERMEÁVEL
15
1.6. Parâmetros Hidrogeológicos – K, T, S.
Este coeficiente tanto depende das propriedades do meio poroso como das características físicas
do fluído, especialmente da viscosidade () e do peso específico ().
K = f(, s, m, t).
– granulometria;
s – superfície dos grãos;
m – porosidade;
t - temperatura
Em Hidrogeologia leva-se em conta que a água, especialmente a água doce, e são próximos
de 1, nas condições normais variam muito pouco, assim sendo:
K ki
As unidades mais usuais para K, é o cm/s (CGS) e o m/s (MKS). Neste caso, os valores da
condutividade das rochas sedimentares variam de 102 a 10-9 cm/s, conforme tabela abaixo:
Valores de K em cm/s
102 101 100 10-1 10-2 10-3 10-4 10-5 10-6 10-7 10-8 10-9
Pedregulhos e Areias puras Areia muito fina
Cascalhos Areias + cascalhos Siltes Argilas
sem fino sem finos Areias argilosas
Muito boa Boa Pobre Impermeável
Transmissividade -T .
Por definição, Theis (1935), a transmissividade do aqüífero, seria a quantidade de água que escoa
através de uma faixa vertical de largura unitária e altura igual a espessura da camada saturada,
sob um gradiente unitário.
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Superfície do terreno
Nh
Q = K i L b,
Ao produto Kb, convencionou-se chamar de transmissividade. Tem uma dimensão física L2T-1, e é
expressa em cm2/s ou em m2/s.
Coeficiente de Armazenamento – S.
O coeficiente de armazenamento S é por definição, o volume de água que pode ser drenado ou
introduzido em um prisma vertical, de seção unitária e altura igual à espessura da camada
saturada, quando se faz variar a carga hidráulica de uma unidade (Figura 12).
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Unit cross - sectional area
Unit decline of
potentiometric Potentiometric
surface surface
Unit cross - sectional area
Unit decline of
water table Water table
Confinig Stratum
Aquifer Aquifer
Impermeable Impermeable
(a) (b)
Trata-se de um número sem dimensão, pois resulta da relação entre dois volumes, (água e
rocha). Nos aqüíferos sedimentares assume os seguintes valores:
Convém notar, que o mecanismo de liberação de água nos aqüíferos confinados é bem
diferenciado dos aqüíferos livres. Nos aqüíferos livres a água ao ser liberada, passa a deixar
vazios no meio poroso. Já nos aqüíferos confinados, por estarem sob pressão maior do que a
atmosférica, ao se liberar uma certa quantidade de água se produz apenas um alívio de pressão,
permanecendo o meio poroso com os poros totalmente saturados. A água neste caso é liberada
em decorrência da expansão da mesma produzida pelo alívio de pressão e pela compressão
litostática sobre o arcabouço do meio poroso produzindo redução nos vazios.
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1.7. Poços Tubulares
Inúmeras são as obras e estruturas destinadas à captação das águas subterrâneas: galerias,
drenos radiais, trincheiras, poços escavados, ponteiras, poços tubulares, etc. De todas a mais
importante e mais difundida é sem dúvida o poço tubular profundo. Trataremos neste capítulo, a
nível informativo, as características técnicas de um poço tubular, as tecnologias atualmente
disponíveis para sua execução e o comportamento hidráulico dos aqüíferos nas vizinhanças de
um ou mais poços em operação.
Um poço tubular é uma obra de engenharia que requer tecnologia, pessoal e equipamentos
especializados. Um poço tubular, a depender de suas características construtivas e profundidades
alcançadas, pode envolver somas consideráveis de recursos financeiros.
Método à Percussão;
Método Rotativo;
Método Pneumático.
As rochas, sob o ponto de vista da captação de águas subterrâneas, podem ser divididas em 2
grandes grupos:
Rochas cristalinas, duras – que apresentam porosidade por fraturas ou dissolução. Ex.:
granitos, gnaisses, quartzitos, calcários, etc.
Rochas sedimentares – que apresentam porosidade intergranular. Ex.: arenitos, siltitos
folhelhos, etc.
A técnica de construção de poços tubulares passa necessariamente por duas fases distintas:
Projeto do Poço
A elaboração de um bom projeto de poço envolve o conhecimento prévio de uma série de fatores
relacionados com as características hidrogeológicas do aqüífero e a própria demanda do projeto a
ser abastecido. O perfil apresentado na Figura 13 se refere a um poço tubular perfurado em rocha
sedimentar. Neste, podemos visualizar os principais elementos construtivos: diâmetros de
perfuração, câmara de bombeamento, filtros, pré-filtro, proteção sanitária, etc.
19
Figura 13. Perfil de um poço tubular em rocha sedimentar.
20
Hidráulica de Poços.
Ao se concluir um poço, o nível das águas subterrâneas no seu interior, (nível estático), se
estabiliza no mesmo nível das águas no aqüífero. Ao se dar início ao bombeamento, o nível
estático, (NE), decai gradativamente tendendo a uma estabilização em um nível inferior chamado
de nível dinâmico, (ND). Na circunvizinhança do poço bombeado, cria-se uma zona de
descompressão em forma de um cone invertido, chamada de cone de depressão. O formato do
cone de depressão varia de poço para poço, dependendo de vários fatores, como: características
do aqüífero, (livre ou confinado, permeabilidade, espessura, Transmissividade), vazão explorada,
tempo de bombeamento, etc.
Nas Figuras 14a e b, são mostrados esquematicamente os perfis dos cones de depressão de
poços bombeando aqüífero livre e confinado, respectivamente. Nestes, podemos observar os
seguintes elementos:
a) Nível estático (NE) e nível dinâmico (ND) – Denomina-se nível estático, o nível de equilíbrio da
água no interior do poço, com o aqüífero em repouso, ou seja, antes do bombeamento. O nível
dinâmico seria o nível da água no interior do poço, em um tempo qualquer, durante um
bombeamento.
Nos aqüíferos livres, tanto os níveis estáticos como os níveis dinâmicos se posicionam abaixo
da superfície do terreno. Nos aqüíferos confinados surgentes, o nível estático se posiciona
sempre acima da superfície do terreno.
d) Raio de influência (R) - Distância horizontal que vai do centro do poço ao limite de
interferência do cone de depressão.
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Superfície do tereno
R NE Nível freático
Cone de depressão
ND
Fluxo
Raio de influência
Nível hidrostático
S Superfície do terreno
ND
Camada impermeável
Fluxo
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Figura 15. Interferência entre dois poços bombeados ao mesmo tempo com
vazões Q1 = Q2. Fonte: Freeze & Cherry.
A potencialidade hídrica de uma determinada região pode ser avaliada basicamente de duas
maneiras:
1. Com base nas descargas médias de longo período dos rios ou rede de drenagem;
2. Com base na pIuviometria – quantidade de chuva precipitada em um determinado período.
Uma maneira de se avaliar o efeito da distribuição do potencial hídrico entre regiões distintas é
através do conceito de Disponibilidade Social, ou seja: Potencial de água (superficial, subterrâneo
e de reuso), dividido pela população, dado em m3/hab. /ano.
Tem sido verificado que uma disponibilidade social entre 1.000 e 2.000 m3/hab. /ano tem se
mostrado suficiente para usufruto de um desenvolvimento sustentável (agricultura 70%, indústria
20% e doméstico 10%).
Em 90% do território nacional temos precipitações entre 1.000 e 3.000 mm/ano, que produz uma
descarga média nos nossos rios de 5.610 km3/ano, o que representa aproximadamente:
Deste potencial aproximadamente 80% se situa na Região Amazônica, onde se concentra apenas
5% de nossa população.
23
O problema da escassez de água resulta na maioria das vezes da má distribuição das reservas,
precipitações, agravado por eventos críticos como (secas, inundações e a má gestão), que podem
imprimir efeitos dramáticos sobre a economia, saúde e segurança de uma determinada região.
O Nordeste Brasileiro é certamente a região mais pobre em recursos hídricos do país, o estado de
Pernambuco tem a menor disponibilidade social, 1.320 m3/hab./ano.
O estado da Bahia com uma confortável disponibilidade social de 3.028 m3/hab. /ano, sofre com
os problemas resultantes da má distribuição espacial das precipitações, fenômenos das secas
periódicas e em especial os problemas de planejamento e gestão (incluem-se aí as reservas em
águas subterrâneas).
1.8.1. Conceituação
a) Reservas
b) Potencialidade – Po(L3T-1).
Entende-se como potencialidade de um determinado aqüífero, o volume hídrico que pode ser
utilizado anualmente, representado pelas reservas reguladoras, mais, eventualmente, uma parcela
das reservas permanentes, passíveis de serem explotadas, durante um determinado espaço de
tempo.
c) Disponibilidades – D(L3T-1).
Entende-se como disponibilidade a quantidade de água que pode ser extraída anualmente de um
aqüífero sem que se produza efeitos indesejáveis de qualquer ordem. Representa uma parcela da
Potencialidade, D < Po. Divide-se em virtual e efetiva.
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Os efeitos indesejáveis podem ser de ordem econômica, de caráter hidrogeológico ou de conflito
de usos.
a) Reserva permanente
Rp = A x b x ,
em que:
Rp - reserva permanente;
A – área de ocorrência;
b – espessura saturada;
– porosidade efetiva.
Rp = (A x h x S) + (A x b x )
em que:
h – carga potenciométrica do aqüífero confinado;
S – coeficiente de armazenamento.
Aqüíferos fissurais - neste tipo de aqüífero por existir grande dificuldade de avaliação, em
virtude da grande variação na profundidade da zona saturação, da heterogeneidade na
distribuição das fraturas no corpo rochoso e muitas vezes o baixo nível de conhecimento,
Duarte (1998), propôs uma formulação empírica:
Rp = 10 (A x P x I),
em que
A – área de ocorrência do aqüífero;
P – precipitação média;
I – taxa de infiltração – estimada para o Nordeste entre 0,15 a 1%.
25
Aqüíferos Cársticos
Rp = A x b x
em que:
A – área de ocorrência do aqüífero;
b – espessura saturada.
– porosidade efetiva média do aqüífero.
b) Reserva Reguladora
VEN = Rr = K x b x I x i.
em que:
K – condutividade hidráulica;
b – espessura saturada;
l – largura da frente de escoamento;
i – gradiente hidráulico.
Rr = A x s x
em que:
A – área de recarga;
s – variação de nível hidrostático anual;
– porosidade efetiva.
Rr = A x P x I.
em que:
P - precipitação média;
I – taxa de infiltração.
Rr = A x P x I.
em que:
A – área de ocorrência;
P – precipitação média;
I – taxa de infiltração média.
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c) Potencialidade.
d) Disponibilidade
Obs.: a disponibilidade será sempre uma parcela da Po, fixada após estudos específicos de
ordem econômica, hidrogeológica ou de conflito de uso.
Aqüífero fissural.
e) Disponibilidade Efetiva
Instalada – Dei.
Dei = n x Qm x 8.760
em que:
n – número de poços e outras captações existentes.
Qm – vazão média ou vazão ótima.
Obs.: na falta de avaliação da vazão ótima ou vazão máxima das obras de captação, utiliza-se
as vazões constantes das fichas de ensaio executados na época em que foi perfurado o
poço ou executada a obra de captação.
Atual – Dea.
Dea = Qma
em que:
Qma – vazão média de exploração atual.
27
Tabela 1.1. Reservas e disponibilidades de água subterrânea no estado da Bahia.
Domínios Rr Po = Dv De
Rp (m3)
Aqüíferos m3/ano m3/ano/km2 m3/ano m3/ano/km2 m3/ano % Po
Sedimentar
23,952 x 1011 21,088 x 109 143,066 x 103 26,906 x 109 182,537 x 103 368,724 x 106 1,37
( 1,474 x 105 km2)
Fissural
13,479 x 109 13,690 x 108 5,410 x 103 15,825 x 108 6,261 x 103 174,880 x 106 11,05
( 3,025 x 105 km2)
Cárstico
13,998 x 1010 23,960 x 108 31,610 x 103 27,550 x 108 36,360 x 103 25,280 x 107 9,17
( 0,757 x 105 km2)
28
2. POLUIÇÃO ANTRÓPICA DOS AQÜÍFEROS
Entende-se normalmente por poluição, toda alteração na qualidade física ou química natural de
um manancial ou corpo de água. A palavra poluição deriva do Latim polluere, que significa
manchar ou sujar. A palavra contaminação provém também do Latim contaminare, que significa
misturar, infectar. Considera-se contaminada toda água que contiver alterações como a presença
de organismos patogênicos, substâncias tóxicas ou propriedades outras nocivas à saúde humana
ou ao meio ambiente. Ex.: bactérias, vírus, metais pesados, resíduos radioativos, etc. Nestas
condições, toda água contaminada é também poluída, mas nem toda água poluída é
contaminada.
Em contraposição ao efeito negativo de ser o vetor de transporte dos poluentes, a água por ser
considerada o “solvente universal” desempenha o papel natural de dissolver, diluir, carrear e
facilitar as reações químicas no meio ambiente, possibilitando a gradual regeneração de áreas
contaminadas.
Os componentes maiores, sempre presentes nas águas subterrâneas, são os seguintes: Ca2+,
Mg2+, Na+, K+ e Cl_, SO42-, CO32-, HCO3- e NO32-. Na Tabela 2.1 é mostrado os constituintes
maiores, menores e traços das águas subterrâneas segundo Davis & De Wiest, 1966 – in: Freeze
& Cherry, 1979.
A qualidade química das águas subterrâneas é tão importante quanto o aspecto quantitativo. O
mecanismo de aporte e concentração de sais é na maioria das vezes, bastante complexo e se faz
basicamente por duas vias:
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Assim, a cada período chuvoso, os sais concentrados em superfície se infiltram indo
incorporar às águas subterrâneas. Este processo é influenciado pelas condições climáticas
locais como a temperatura, o índice pluviométrico, coadjuvado pelas características físicas
do meio poroso como a permeabilidade na superfície do terreno, as condições da
drenagem subterrânea, entre outros. O maior índice de salinização, consequentemente,
ocorre nas regiões de clima de maior aridez, com elevada evaporação. É evidente que os
sais concentrados por esta via refletem a composição da principal fonte de origem, a água
do mar.
Como os ions dominantes na água do mar são os cloretos e o sódio, justifica-se a grande
concentração de cloretos de sódio nas águas subterrâneas do nosso semi-árido. Através
de análises das águas de chuvas, tem-se comprovado que elementos tipicamente de
origem marinha como (Na, Mg e Cl), decaem nas águas de chuvas à medida que se afasta
do litoral, aparecendo outros de origem tipicamente continentais como (K, Ca, SO 4). Na
Tabela 2.2, é mostrado a composição Química de água de chuva no Nordeste.
ii) Por fatores geológicos – composição mineralógica – cada tipo de rocha reage de
maneira diferenciada à ação intempérica da água sobre seus minerais, resultando na
liberação de ions dissolvidos na água subterrânea. Desta forma, rochas ricas em minerais
mais solúveis se decompõem mais facilmente, liberando seus elementos na água. Estas
reações se fazem preferencialmente através de determinados ácidos como: ácido
carbônico, ácido nítrico, ácidos orgânicos, etc. Assim, a presença do CO2 na água,
desempenha papel importante nesse processo.
30
Tabela 2.1
Classification of dissolved inorganic constituents in groundwater
31
2.2. As Fontes de Contaminação
As fontes de contaminação dos aqüíferos, quanto as origens dos poluentes podem ser
classificadas em seis grandes grupos:
a) Ambientais
b) Domésticas
c) Industriais
d) Atividades Agrícolas
e) Atividades Mineradoras
f) Atividades Petrolíferas (exploratória, industrial e distribuidora).
Como fontes de origem ambiental podemos citar a intrusão de água salgada nos aqüíferos
costeiros. Em decorrência da ação do homem com a construção de captações ao longo do litoral é
provocado o desequilíbrio natural fazendo com que a interface de água salgada avance para o
interior do aqüífero. Outra possibilidade de poluição deste gênero é provocada pelo contato ou
interação entre camadas aqüíferas por poços construídos de maneira inadequada, ou por
fenômenos de descompressão produzidos por intenso bombeamento (Figura 2.1).
Figura 2.1
Quanto a distribuição espacial, as fontes podem ser classificadas em pontuais e difusas. São
exemplos de fontes difusas os grandes projetos de irrigação, chuvas ácidas, etc.
32
Figura 2.2. Fontes contínuas e descontínuas ou intermitentes.
Fonte: Freeze e Cherry (1979).
1. Orgânicos
Químicos 2. Inorgânicos
Físicos 3. Biológicos
Biológicos 4. Radioativos
5. Termais
Grupos Índices
DBO, DQO, TOC, TOD, STD, TS, SS, pH, Cor, Odor, Turbidez, BTEX, TPH.
Orgânicos
STD = TS – SS.
Dureza, STD, TS, SS, pH, Cloretos, CE, Cor, Turbidez, SAR, NH4, NO2, NO3, N, PO4, SO4,
Inorgânicos
ABS, LAS.
Biológicos Coliformes totais, Coliformes fecais, DO.
Físicos Temperatura, Curries, , , .
33
Figura 2.3. Vários tipos de fontes de contaminação.
34
A Agência Ambiental Americana, (EPA), estabeleceu em 1981, a Relação dos Poluentes
Prioritários, conforme apresentado a seguir.
Ao lado dos Índices e Indicadores, existem os Padrões para os mais variados tipos de utilização
da água (abastecimento humano, animal, industrial, agrícola, etc.). Os limites estabelecidos para
uma mesma substância ou contaminante nos Padrões nem sempre coincidem a depender do
País ou Organismo. Alguns padrões são mais rigorosos que outros, até mesmo dentro do mesmo
País. Em anexo: Resolução CONAMA – 003 (1984), norma Canadense (1995).
a) Processos Físicos
1. Advecção ou Convecção
Responsável pela migração dos poluentes decorrente do fluxo subterrâneo (obedecendo a lei de
Darcy).
Vr = Ki/m ou Ve = Ki/me.
K – condutividade hidráulica.
me – porosidade efetiva.
i – gradiente hidráulico.
Ve – velocidade real efetiva.
2. Dispersão
Difusão Molecular
Fo = - Do dc/dx.
Em que,
Fo - fluxo de massa.
Do – coeficiente de difusão.
C – concentração de soluto.
dc – gradiente de soluto.
dc/dx – gradiente de concentração na direção x.
35
Relação dos poluentes prioritários definidos pela EPA (1981).
36
Dispersão Mecânica
b) Processos Químicos
Adsorção – Desorção
Reações de Precipitação-Dissolução
Seus efeitos são mais relevantes quando se trata de contaminação por metais pesados e
metais de transição;
Dependem do pH, temperatura, concentração do poluente e de outras substâncias presentes.
Na Tabela 2.3 é mostrado os vários fenômenos que controlam a migração de poluente através
dos meios porosos.
Nas Figuras 2.4 a 2.7 é mostrado o efeito da densidade na propagação dos poluentes através
dos meios porosos.
c) Processos Biológicos
37
Tabela 2.3. Migração de poluentes através de meios porosos.
O movimento de poluentes não depende apenas do fluxo do fluído no qual estas substâncias
estão dissolvidas;
38
Figura 2.4. Efeitos de densidade na migração de soluções contaminantes em campo de
fluxo uniforme.
a) levemente mais denso que água subterrânea;
b, c) contaminantes mais densos que a água.
Fonte: Freeze and Cherry (1979).
39
GAS
CHEMCORP
GASOLINE
ESTORAGO
TANK
GASOLINE
GROUND WATER
IN PERMEABLE
SANDSTONE
als
chemic r
Toxic than wate
d en ser
DNAPI
Residual
Silt lens
Dssolved
Contam loonis Ground-Water
Flow
Residual
Saturation
DNAPL Pool
SAND
AQUIFER
CLAY
40
Tanque
Tanque
Tanque
Legenda
41
2.4. Conceitos de Vulnerabilidade e Risco
O conceito de vulnerabilidade começou a ser utilizado a partir dos anos 70, para indicar a
suscetibilidade relativa dos aqüíferos frente a contaminação antrópica. Seria a aptidão de um
determinado aqüífero frente a ação de um contaminante qualquer.
RISK COMPONENTS
42
VULNERABILIDADE DO AQUÍFERO
Inacessibilidade hidráulica
Capacidade de atenuação
IX O
CARGA CONTAMINANTE
O
BA UIT
M
Concentração, mobilidade, persistência
IXO
B A
Carga hidráulica
O
AD
ER
OD
M
O
AD
EV
EL
O
EM
TR
EX
RISCOS DE CONTAMINAÇÃO DE
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
Figura 2.9. Esquema conceitual do risco de contaminação de água subterrânea (modificado de Foster,
1987).
Fonte: Foster e Hirata (1993).
43
Este método de avaliação foi concebido para grandes bacias norte-americanas e se baseia em
índices de natureza complexa e que envolve um grande número de variáveis. Reside aí sua
grande dificuldade de aplicação. Existem outros métodos mais simples. Através da construção de
mapas de zoneamento qualitativo da vulnerabilidade, classificando-a em categorias, ou mesmo,
através de índices da vulnerabilidade estabelecidos a partir da resolução da equação de
transporte de massa em uma direção. Qualitativamente pode-se estabelecer que um aqüífero livre
de nível hidrostático raso é mais vulnerável do que um de nível mais profundo; que um aqüífero
confinado é muito menos vulnerável que um aqüífero livre; que um aqüífero aluvionar é muito
vulnerável; que um aqüífero cárstico é extremamente vulnerável; etc.
Desta forma, um plano de monitoramento pode ser estritamente preventivo, quando inserido no
contexto de um programa maior de gestão de recursos hídricos de uma determinada área. Pode
também fazer parte de planos de recuperação ou acompanhamento de áreas já contaminadas,
em fase de estudos, de recuperação ou simplesmente de acompanhamento. Sua escala de
abrangência espacial ou temporal varia de pequena, média ou grande. Ex.: um plano de
monitoramento da qualidade das águas do Estado da Bahia, um plano de monitoramento de uma
Bacia, de uma formação aqüífera, ou simplesmente de uma área mais restrita: um pólo industrial,
um posto de gasolina, etc.
A escala espacial ou temporal, bem como, a estrutura da rede de monitoramento deve atender
aos objetivos a que o mesmo se destina.
44
Redução do consumo de água e agroquímicos nas atividades agropecuárias;
Uso de defensivos menos danosos ao meio ambiente ou plantas mais resistentes;
Proteção das áreas mais sensíveis.
Substituição de práticas agrícolas inadequadas.
Wa ste so urc e
N
DUM O
PING
A B C D
ta ble
War ter
Wa te ta ble
River Sannd
Sa d
aquif
aq err
uife
Le ac ha t plum e
bed
le be
Shale
Sha c kk
droroc
Figura 2.10. Efeito do comprimento dos filtros sobre a amostragem de qualidade das águas. O piezômetro
A intersecta a água contaminada, porém, a concentração nas amostras será menor que a real,
devido à diluição. A concentração medida em B é representativa da situação real. C e D
aportam informação sobre a situação do nível piezométrico, porém não cortam a pluma
contaminante (Fetter, 1993).
45
A zona não saturada possui comportamento bastante diferenciado da zona saturada, nessa, além
de amostras de solo coleta-se também a água ou umidade contida neste solo ou mesmo
componentes gasosos. Para tanto utilizam-se dispositivos especiais como os coletores de
amostras de solo, lisímetros para coleta de soluções, coletores por sucção, etc.
Uma vez bem estudado o meio geológico e hidrogeológico com parâmetros como estratigrafia,
constituição litológica, porosidade, permeabilidade, velocidades e direções de fluxo, gradientes
hidráulicos, zonas de recarga e descarga, relações hidráulicas superfície e subsuperfície, têm-se
as bases para um bom programa de monitoramento ou mesmo de remediação. Os Fluxogramas
2.1 e 2.2 a seguir mostram as etapas e procedimentos de monitoramento de uma área qualquer e
para avaliação de um sítio contaminado.
Obs.: O controle de uma pluma significa retardar o seu movimento ou simplesmente isolá-Ia do
meio, (Captura da Pluma). Normalmente através dos seguintes procedimentos:
a) por controle hidrodinâmico (barreira hidráulica, inversão de fluxo, etc.) Figuras 2.11 e 2.12;
b) por contenção física (barreira impermeável) Figuras 2.13.
46
MONITORAMENTO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
COLETA SEMESTRAL
DIREÇÃO E VAZÃO DO AQUÍFERO - ANUAL
DETERMINAR ACRÉSCIMOS ESTATÍSTICAMENTE
SIGNIFICATIVOS NAS CONCENTRAÇÕES DE POLUENTES
ACRESCIMOS ACRÉSCIMOS
ESTATISTICAMENTE ESTATISTICAMENTE
SIGNIFICATIVOS NÃO SIGNIFICATIVOS
Fluxograma 2.1
47
FLUXOGRAMA COM AS ETAPAS PARA AVALIAÇÃO DE UM SÍTIO CONTAMINADO
Identify Site
Define Objectives
select methods
implement methods
interpret data
Reporting
Remediate?
No Yes
terminate?
No Yes
Another Continue
Method?
48
Trece Wells
1500.
One Well Q/BU= 1000m
1000. 800
1000.
Q/BU= 2000m 1600 600
Y 1200
500. 400
800 500.
400 200
Meters
Regional flow
Meters
0 X Regional flow
0.
X
-500.
-500.
-1000.
-500. 0. 500. 1000. 1500. -1000.
2000. 2500.
Meters
-1500.
-500. 0. 500. 1000. 1500. 2000. 2500. 3000.
Meters
Two Wells
1500.
Q/BU= 2000m
1600 Four Wells
1000. 1200 1500.
Regional flow
0 500. 200
X
Meters
Regional flow
-500. 0.
X
-1000. -500.
-1500. -1000.
-500. 0. 500. 1000. 1500. 2000. 2500. 3000.
Meters
-1500.
-500. 0. 500. 1000. 1500. 2000. 2500. 3000.
Meters
Figura 2.11. Curvas tipos para 1-4 poços para determinar a zona de captura.
Leaking
tank
Stagnatio Original water table
point
Capture zone
49
pluma contaminante mediante barreiras impermeáveis que alcançam o leito
Figura 2.13. Planta e perfil de um depósito de lixo antes e depois da total contenção de sua
Cutoff
wall
A A A’
A
100 95 90 85 80
Ground Water elevation
Ground-water flow path
A
A
50
Water
table Clay
c over
100
rochoso impermeável.
95
A’ A
90
85 Water
80 table
Cutoff wall
Ground-Water
Key into
Flow direc tion
bedroc k
Confining layer Confining layer
Procedimentos:
Uma vez capturada ou controlada a pluma, a água contaminada bombeada deve passar por
processos de tratamento em superfície para que possa ser devolvida ao meio ambiente.
As técnicas utilizadas neste caso são várias: Separação por ar (Air Stripping), Absorção por
carbono, Resinas absorventes ou trocadoras, Osmose reversa, Tratamento químico, Tratamento
biológico etc.
O processo de absorção por Carbono ou por Resinas Absorventes ‚ eficaz para várias substâncias
contaminantes voláteis e não voláteis, entre outras, metais traços, orgânicos mais densos e outros
inorgânicos.
1. Biorremediação – Pode combinar com a técnica da ventilação do solo, (Soil Vent) e outras
técnicas - Oxigena e ajuda a liberar os voláteis;
2. Biorremediação Acelerada – consiste em se adicionar no solo contaminado nutrientes para
os microorganismos. São utilizados: peróxido de hidrogênio H202, fosfatos, amônia, nitrato,
cálcio, magnésio, potássio e alguns metais. A dosagem depende da população de
microorganismos. É considerada uma técnica cara;
3. Vitrificação – Processo de tratamento em situ – consiste em transformar a mistura solo com
resíduos tóxicos em vidro, através de eletrodos de alta temperatura, se produz a fusão e
posterior solidificação da mistura, transformando-a em um produto similar à obsidiana (vidro
vulcânico);
4. Traslado Físico – consiste na escavação do solo contaminado e seu traslado para
localizações mais adequadas ou para tratamento. É um procedimento normalmente caro,
sobretudo quando envolve grandes volumes.
51
Oil watr separator
or
product storage Skimmer
pump and
controls
Skimmer
Product layer
Impermeable
layer
Oil- water
FLOATWG
FREE PRODUCT separator
Flosting
studge
C D pum p
E
A
Produc t flow
B Ground-water flow
Figura 2.16. Escavação para a recuperação de produtos flutuantes sobre uma superfície piezométrica
superficial. A: bomba para captar o produto. B: bomba para rebaixa o nível C: separador
água-produto. D: tanque para o produto. E: condução da água contaminada para tratamento.
À direita a recuperação se realiza com uma bomba flutuante.
52
2.8. Remediação da Zona não Saturada
Na zona não saturada na maioria das vezes se instala as fontes primárias e secundárias de
contaminação das águas subterrâneas. Sem a eliminação destas fontes o tratamento das águas
subterrâneas torna-se ineficaz.
As técnicas utilizadas são as já abordadas como a ventilação e extração de vapor para produtos
voláteis, a biorremediação e outras. As técnicas mostradas esquematicamente a seguir são
utilizadas tanto para os solos contaminados quanto para as águas.
53
TECNOLOGIAS DE REMEDIAÇÃO SOLO – ÁGUA SUBTERRÂNEA
Aeróbica
Biorremediação
Anaeróbica
Extrator de Vapor
do Solo
Aeróbica
Biorremediação
Anaeróbica
“Secure Landfill”
2. Ex Situ
“Land Farming”
Incineração
Vitrificação
Com Ácidos
Biológico
Lavagem de Solo
“Soil Washing”
Surfactantes
“Leachate tratment”
Químico
54
3. BIBLIOGRAFIA
55
ANEXOS
56
Anexo I
57
Anexo II
58
Anexo III
59
Anexo IV
60
Anexo V
61
Anexo VI
62