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SÉRIE DIDÁTICA

VENTILÂ
'lagens aéreas lnteligenda Artificial
s - seqüendals e paralelos Inteligência Artificial: ferramentas e teorias
311mentos Introdução à Engenharia
congênitas Introdução à Engenharia: conceitos, ferramentas e
discurso do Eslado à prática do comportamentos
Introdução à Física Nuclear e de Partículas
ia prático para desenhos em 20 Bementares
ia prático para desenhos em 20 Introdução à Matemática
!Senhando em 20

INDUSTRl~L
Introdução à Química Inorgânica Experimental
1 prático para desenhos em 20 Introdução à Teoria dos Grafos
i prático para desenhos em 30 Introdução à Topologia Geral
1de coletividades Introdução ao Laboratório de Física
Latim para o português - gramática, língua e literatura
Le Français Parlé, pratique de la prononclation du Français
Macroescultura dental
a e de íorça em circuitos elétricos Manual básico de Desenho Técnico
1ear com Derive MapleV
precisa saber Matemática - 100 exercícios de grupos
nlação, comunicação e Matemática Rnanceira através da HP-12C
dos espaciais Matrizes e sistemas de equações lineares
ectos fundamenÍais para Microbiologia- manual de aulas práticas
Monitoramento global integrado de propriedades rurais
11 Universal - CDU Natação: ensine a nadar
tnaria estrutural Noções básicas de Geometria Descritiva
O papel da escola na construção de uma socieclacle
cânico democrática
físico de bacias hidrográficas Óleos e gorduras vegetais - processamento e análise
? fotogrametria e sua utilização prática Principias de combustão aplicada
cálculo de campos Promenades - textes et exercises pour la classe de nançais
ira Engenharia: estática e Propriedades químicas e teolO!ógicas do amido de
mandioca e do polvilho ai.edo
l enfoque voltado à Informática Química Básica - teoria e experimentos
colos com LDTQSllSO Redação
s Ciências Sociais Redação oficial
iências Agrárias e Biológicas :... Redes de Petri
:perimentação Taguchi e a melhoria da qualidade: uma releitura aitica
!l Teaching ln a dever way - tarefas comunicativas para
! Il professores de Ungua Inglesa do i • grau
ials Temologia de grupo e organização da manufatura
iografla Teoria fundamental do motor de inclu<;ão
mias hidráulicos Topografia contemporânea - Planimetria
Transmissão de energia elétrica
Latim Unidades de informação: conceitos e competência H3
Unrversldade Federal dos Vales do
mas dinâmicos lineares
o Português do Brasil
Ventilação industrial BSv Jequi~nhonha e Mucuri
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commended Practice, o qual é uma referência internacional da área. A primeira


edição deste manual é datada de 1951 e tem sido atualizada. praticamente, a cada
dois anos. A freqüência de sua utilização como fonte de informações práticas fez
com que ganhasse a reputação de ser "A Bíblia" dos profissionais da área.
Com relação às publicações em língua portuguesa, o número é extremamente
reduzido. destacando-se os li vros: Engenharia de l'entilação Industrial dos autores
A. L. S. Mesquita. F. A. Guimarães e N. Nefussi. cuja primeira edição é datada
de 1977, e ventilação Industrial e Controle da Poluição. de Archibald Joseph
:J\Iacintyre. cuja primeira edição é datada de 1990.
Capítulo 1
Assim. as motivações principais para a elaboração deste trabalho foram:

1- A necessidade de um tex to sem redundâncias do conteúdo visto em outras


disc ~plinas básicas: que agili zasse sem grande prejuízo de uma fundamentação
teórica adequada a apresentação cio conteúdo programático da d isciplina de
Generalidades
Ventilação Industrial. pertinente ao currículo do Curso de Engenharia :'.\Iecânica
da Universidade Federal de Santa Catarina.

2- A escassez de publicações em língua nacional sobre o assunto. A ventilação é um ramo do conhecimento tecnológico com aplicações em. pra-
ticamente. todas as atividades humanas. Ela se aplica tanto nos processos produ-
3- Acreditamos ainda que esta obra poderá atender aos Engenheiros que dese-
ti vos industriais coroo também nos processos de controle ambiental. No que tange
jam se iniciar nesta á rea tão impo rtante da Hig iene Ocupacional. bem como
ao controle de ambientes ocupados pelo homem, a ventilação se aplica às questões
constituir-se em uma opção de consulta aos Engenheiros e Técnicos que já
de conforto e de segurança. Por outro lado, não se pode deixar de mencionar a sua
atuam na área.
aplicação na agricult ura. na zootecnia, ou seja. em todas as atividades nas quais
Gostaríamos de externar nossos agradeceimentos à Equi pe de Revisores da seja necessário um certo controle da qualidade do ar.
Editora da UFSC. pela dedicação no trabalho de re,·isão da 2ª Edição deste Livro. Apesar da abrangência de em prego da ventilação. este livro dará uma ênfase
maior à ventilação de processos industriais, sendo, portanto, adequado como mate-
rial de referência para os cursos de Engenharia Mecânica, que freqüentemente têm,
em seu currículo. a disciplina Ventilação Industrial. Isto não significa, entretanto,
que o conteúdo apresentado não possa ser utilizado por estudantes e profissionais
Os autores de outras á reas. Este capítulo tem por objetivo definir a ventilação industrial.
apresentar suas aplicações. bem como as diferentes maneiras de promovê-la.

1.1 Conceit os fundamentais

Ventilar é trocar o ar de um recinto fechado. Esta troca. quando ocorre por


meios naturais. é denominada uentilação natural Por outro lado. quando é indu-
zida por equ ipamentos mecânicos, é denominada uentilação mecânica.
O objetivo fundameutal da ventilação é controlar a pureza cio ar. visando à
segmança e ao bem-estar Císico cios trabalhadores.
A ucmtilaçiio industrial trata das aplicações da ventilação no setor industrial.
22 Ve ntilação Industrial
Genera lidades 23

Ar contaminado
JAr conta-
i minado

~r.= Ar
Ar menos f: !? /
J '.:Ji1f == minado
conta-
Ar menos -= P
e:::::>~::::: ~ ,----J°'..._ ?-: ,,;:- b
~!%
'--Vi
Ar rnc~n~~
o~s-=:........~~~~~~~_J
conta- =<
minado
= '---!/
conta-
minado
?
~~ F::::::::~
con lam.inado (a) Local (b) Geral
(exaustora) (diluidora)

Figura 1.1: Objetirn da ventilação industrial


Figura 1.2: Ventilação local e ventilação geral

A ventilação local exaustora (vi~) é realizada por meio de um equi pamento cap-
tor de ar junto à fonte poluidora. E um tipo de ventilação indicada para situações
1.2 Aplicações da ventilação industrial em que as fontes de poluição seja m perfeita mente identificadas e localizadas no
interior do ambiente.
A maior parte das indústrias necessita de um sistema de ventilação para manter A uentilação geral. diluidora (vgd) proporciona a ventilação de um ambiente,
ou melhor ar o ambiente de trabalho. O seu emprego pode ser dividido em três de um modo global. E indicada para situações em que a fonte de poluição do ar
áreas pri.Ílcipais: não está confinada em pontos perfeitamente identificáveis.

• controle de contaminantes em níveis aceitáveis: 1.4 Medidas de controle


Não ex.istem regras preestabelecidas para a indicação das medidas ou dos
• controle da temperatura e umidade para conforto; métodos que devem ser utilizados para se co ntrolar os riscos sanitá rios indus-
triais; as condições específicas de cada indústria determinam o tipo de proteção a
ser empregado.
• prevenção ao f ogo e a explosões. O controle de um contami nante raramente é efetuado através de uma única
medida: ele usualmente envolve a utilização de uma combinação de métodos e
medidas.
Apresentamos. a seguir. em ordem de preferência.. as opções mais importa ntes:
A ventilação industrial não visa apenas a atender a condições favo ráveis para
aqueles que trabalham no interior das fábricas ou nos seus limites. Objetiva,
ta mbém, impedir que o lançamento de conta mina ntes na atmosfera. através de 1) substit uição de materia is nocivos por o utros menos nocirns ou inócuos:
cha minés o u outros recursos, venha polui r o ar. ameaçando a saúde e a vida da
população das vizinhanças e até mesmo de locais relativa mente a fastados. 2) modificação de processos e métodos de trabalho;

3) encla us ura mento o u isola mento de operações que produzem considerá\"el po-
luição;

1.3 Tipos de ventilação industrial 4) ventilação local exaustora:

5) ventilação geral diluidora:


A ventilação pode ser classificada em dois grandes grupos: ventilação local
exaustora (vle) e ventilação gera l diluidora (vgd). conforme mostra a Figura 1.2. 6) equipa mentos individuais de proteção.
24 Ventilação Indus trial G e ne ralida d es 25

1.5 Observações importantes ou ainda, de uma ÍQrma a proximada, pode-se escrever:

O principal parâmetro de um projeto de ,·entilação industria l é a vazão de ar. 6.p 6.P


- =-- {1.5)
Ela determina. praticamente, todas as dimensões da insta lação de ,·entilação. p ,...p
Quando se quer ventilar um a mbiente, torna-se necessário retirar a mesma
massa de ar que se pretende introduzir nesse recinto: porLanlo. é imprescindível finalmente substituindo-se os dados na Eq. (1.5) resuJta: 1

que sejam previstas aberturas de entrada e aberturas de saída com dimensões e


posições adequadas. 6.p = ..i.ooo = o. 028 (2.8%)
p 1, J X 101.300
Na ve ntilação industrial, via de regra. o escoamento do ar pode ser considerado
incompressível. OBSERVAÇÃO: Este exercício mostrn. para as cond ições s upostas. que a massa
No cálculo da perda de carga no escoamento de ar conta minado, quando a específica do ar varia muito pouco (2, 8%); variação perfei tamente tolerável para
relação entre a massa de contaminante e a massa de ar é pequena. a presença as aplicações de engenharia. sendo portanto razoável a hipótese de escoamento
do contaminante pode ser ignorada. Como na ventilação ind ustrial essa relação é incompressível.
normalmente menor do que 1% é prática usual adotar-se esta hipótese.
1

1.6 Exemplos
Exemp lo 1.6.2
Exemplo 1.6.1
1Iostrar que. em ambientes ventilados. os contamina ntes não são sujeitos a
Mostrar que em ,·entilação industrial o escoamento do ar pode ser considerado, apreciáveis movimentos, para cima ou para baixo. de,,,;do a sua própria densidade.
sem erro a predável, um escoamento incompressível.
Solução: So lução:

DADOS: Vamos considerar como dado uma condição extrema de funcionamento. DADOS: Para esta demonstração, vamos considerar o solvente tetracloroetileno
ou seja, variação máxima de pressão do ar em escoamento de -LOí, 75 mmH2 0 ou 1
(02Gl4 ), cuja densidade relativa ao ar é de 5, 7 e presente no ambiente com uma
seja. 4.000 Pa.. Além disso será aceita a hipótese de que esta variação de pressão concentração de 10.000 ppm
seja isoentrópica.
drc2C•• = 5, i
d,.or = l
P = Patm = 101. 3 kPa. 10.000ppm = 1%
DETERl\rDrA..R: a densidade relativa da mistura contaminante/ar.
DETER.\IITI\AR: a variação relativa da massa específica.
RESOLUÇÃO: RESOLUÇ'.:i..O:
Equação básica: Equação básica:
( L.l)
da Eq. {1.1) acima. obtém-se
drmtstura = L1
(dr componente X fração) i \1.6)

P = cte · p" (1.2)


diferenciando, resul ta: OBSERVAÇ.Ã..O: Supondo-se um ar bem misturado com o contaminante. a densi-
1 dade importante no movimento é a densidade relativa da mistura. Como a mesma
dP = cte · k · p"- dp (1.3)
resultou muito próxima da unidade, fica evidente o enunciado proposto.
dividindo-se a Eq. (1.3) pela Eq. (1.2). obtém-se:
dP dp
- =K.·- ( 1.-1)
p p
26
Ventilação Industrial G e neralidades 27

Exemplo 1.6.3 3
Puapor d'ó.gua =
--=--=
..J61. 52_.l_T::-:O:-:;-::-::-
X 29 . 15
= O. 0230 kg/ m 3
l\[ostrar que a umidade presente no ar (vapor d.água) altera muito pouco a sua Parúmido = Parsecotlb mistura + P l!aporda água
massa específica.
Paru. nu'do = (1· 1-168 + O1 0230) = 1. 1698 kg/ m 3
Solução:
(Par seco - Parúmido) _ 1.183 - l. l 698 =O. 0118 (1.18%)
Par.seco - 1.1838
DADOS: Para ilustra r. vamos considerar ar saturado a 25 º C e pressão atmos férica
normal.
OBSERVAÇAO: O cálculo aci rna mostra que a variação da massa específica do
T= Tar = 25 ºC ar considerando-se a presença do vapor d.água, é desprezível.
'
Ps = P80 t(25 º C') = 3. I70Pa

P = P atm = 101.300 Pa
DETERMIN AR: a relação (Par seco - Par úmido)/Parseco
RESOLUÇÃO:
Equação básica:
p
p=-
R:r
l ) Determinação da massa específica do ar seco:

Patm
Par seco= R ar T

Assim resul ta:


101.300 3
Parseco = X .
287 298 15
= l.1838 kg/ m

2) Determinação da massa específica do ar úmido:

A massa específica do ar úmido será a soma da massa específica do ar seco,


presente na mistura, com a massa específica do vapor d.água contido na mesma.
Quando a umidade está presente. cada componente e.xerce uma pressão parcial.
cuja soma é igual à pressão atmosférica. Então as massas específicas. do ar seco
e do vapor dºágua, deverão ser calculadas com as respecti vas pressões parciais
desses componentes. Assim resulta:

P parc1a/ do ar seco da mistura


Parsecodam1 s tura = Rar T

98.130
Par seco da mistura = _ ? r = l. l-160 kg/m3
2 r x _9 . 0
Ppa reia / do vapor d' águll
P uapord'água = R · T
agua
Capítulo 2
"' .
Revisão sucinta de mecan1ca
dos fluidos

Es te capítulo tem por objetirn a apresentação de a lgumas correlações utilizadas


para a obtenção das propriedades relativas ao ar. bem como uma breve revisão de
alguns conceitos de mecânica dos fluidos. aplicados a escoamentos de ar. Grande
parte da teoria que dá sustentação à. disciplina de ventilação indus trial tem sua
origem na mecânica dos flujdos, e vários termos. c.lefi n.ições e equações são oriundos
das atividades de pesqwsa e da prática dessa rusciplina.

2.1 Proprie dades do ar


A seguir são apresentadas as correlações e as equações, para o cálculo das pro-
priedades do ar. mais ut ilizadas na prática e.la engenharia de ventilação industrial.

2.1.1 Viscosidade cinemática do ar


Considerando que na \·entilação industrial os ní\·eis de pressão dos escoamentos
de ar se situam mui to próximos da pressão atmosférica, ou seja. bem abaixo da
pressão crítica. a dependência da viscosidade com as variações de pressão pode
ser desprezada. fi canc.lo em função somente da ternperaLu rn. A li teratma apre-
senta norm almf' nle a viscosidadP cinemática como uma propriedade de1ivada da
viscosidade absoluta. Tendo-se em \·ista a djsponibilidade de urna correlação 'lU"
apresenta resul tados satisfatórios para a viscosidade cinemática. na faixa de in-
teresse das a plicações da ventilação industrial. neste te."i:lo fazemos uma im·ersão.
apresentando a seguir esta correlação:

V = ( 13 + (). 1 T) X 10-6 i2.l)


30 R evisão s ucinta de mecânica dos fluidos 31
Ve ntilação Industrial

onde 2.2 Escoamento do ar


v = coeficiente de viscosidade cinemática, m 2 / s O escoamento do ar pode ser confinado ou não .confinado. O primeiro refere-
T =tempera tura do ar , ºC se ao escoamento do ar em d utos e o segundo refere-se ao escoamento do ar em
grandes espaços. tais como salas. galpões e escoamentos externos às edificações.
2.1.2 Volume esp ecífico e massa específica do ar O escoamento pode ai nda ser caracterizado por apresentar um comportamento
bem-ordenado. mm;mentando-se em lâminas paralelas. sendo chamado por este
O volume, V, oc upado por uma massa. m . de ar pode ser estimado pela equação motivo de escoamento laminar. o u um compor tamento desordenado. resultante de
dos gases per feitos:
flutuações ra ndÔmicas e macroscópicas de velocidade, sendo denominado, neste
V = m· R ar ·T
(2.2) caso. escoamento turbulento.
p
Esta classificação é caracterizada pelo parâ metro adimens ional denominado
~iddindo-se a equação 2.2 pela massa, m . obtém-se o volume específico, u. O
número de Reynolds. lRe. defüúdo por:
inverso do volume específico é a massa específica. expressa por:
p V-L
p = -- !Re = -- (2.5)
Rar T (2.3) 1.1

onde onde:
p = massa específica. kg/ m3 V = velocidade méd ia d o escoamento e
P = pressão absoluta do ar, Pa L = uma d imensão característica da geometria do escoamento.
R ar = constante do ar = 287 k·g·J n
L'

T = temperatura absoluta do ar, J( Para os casos de escoamentos no in terior de du tos. a dimensão característica
para o cálculo do número de Reynolds é o diâmetro interno do duto. P ara es-
coamentos no interior de dutos. se lRe for menor que 2.300. o escoamento será
2.1.3 Viscosidade absoluta laminar, e se !Re fo r maior que 4.000, o escoamento será turbulento. Quando o
O_:_oeficie~te d~ viscosidade absoluta pode ser obtido a partir da equação de valor de lRe estiver compreendido entre estes dois limites. o escoamento é caracte-
defim çao da n scos1dade cinemá tica. ut ilizando-se os valores estimados com a cor- rizado por ser bastant~ instá vel, podendo se comportar como laminar ou tornar-se
relação Eq. (2.1): repentinamente turbulento.
µ =V p (2.J) Para os casos de escoamentos externos. ou seja . escoamentos não confinados.
a dimensão característ ica para o cálculo do número de Reynolds é, na maioria
onde µ é o coeficiente de viscosidade absolu ta . expresso no sis tema internacional
(SI) de unidades por kg/ (m · s). das vezes, uma dimensão do corpo imerso no escoamento. Os valores que delimi-
tam as faixas de escoamento lami nar , de transição e turbulento. são fortemente
dependentes da geometria do corpo.
2.1.4 Cond iç!lo-padrão do ar Os escoamentos em ventilação industrial são, em sua maioria . t urbulentos.
C:omo o desempenho dos equipamentos utilizados na ventilação industria l é
funç~o- do est~do termodinâ mico do ar . é prática us ual apresentá-lo para uma
con~çao-padrao, definida pelos parâ metros pressão e temperatura especificados
2.3 Equação da continuidade
abruxo:
Na ventilação industria l. a quantidade mássica ou volumétrica de ar a ser movi-
mentada é freqüentemente cond uzida atra,·és de um sistema de dutos e aberturas.
• temperatura: 20 ºC e cujas dimensões são obtidas com o a uxilio da equação da conservação da massa.
Por este princípio. o fitLxo de massa que escoa ao longo de um s istema de dutos
• pressão atmosféri ca: 101. 3 kPa (ní,·el do mar ). sem ramais (Figura 2.l (a)) é constante e pode ser representado ma tematicamente
Como conseqüência, as equações 2. 1 e 2.3 fornecem: por:

• \'iscosidade cinemá tica: 1. 5 x 10-5 m 2/ s e J Vi


.-!
p dA = m= constante (2.6)

• massa específica: l. 2 kg/ m 3. Esta equação ta mbém é conhecida por equação da conlinuidade, sendo:
32 Ve ntilação Industrial R evis ão s ucint a d e mecânica dos fluidos 33

Vi= m0Julu da velocidade a,x.i~! n:i. po:;ição ··;·• n11 111a secão transversal 2 .4 Conceito de pressão em um fluido
do escoamento. m / s; -
A = á..rea da seção onde ocorre a \·elocidade \ :. m 2 : Um corpo pode estar sujeito a três tipos de esforço: tração, compressão e ciza-
lha.mento. Os flu idos não são capazes de resistir a um esforço de tração; portanto,
rh = ftu.-xo de massakg/ s.
eles podem estar s ujeitos a apenas dois tipos de esforços, compressão e cizalha-
Se p é cons tante. usando-se a definição de velocidade média, mento. Os esforços de cizaillamento são os responsáveis pela taxa de deformação
no fluido, fazendo com que as camadas neste deslizem uma sobre as outras. en-
\. 11
· = 1
. "1 _.i
~
VidA (2. 7)
quanto que os esfor ços de compressão são responsáveis pelo aumento ou diminuição
do volume ocupado pelo fluido, permitindo caracterizá-lo como compressível ou in-
compressível.
a Eq. (2.6) se reduz a: O esforço de compressão por unidade de área em um fluido é uma grandeza
rii = p \/ :! = constante (2.8) denominada pressão. e sua magnitude é expressa por N /m2 , lb/ in2 ou psi. 1"o
sistema internacional de unidades, a pressão é ª"-pressa em Pascal (Pa) e é igual
Esta equação pode ainda ser modificada para se obter a vazão volumétrica., Q, a 1 N/m 2 .
dada em m 3 / s. Apesar de o conceito de pressão envolver o cociente entre d uas grandezas estri-
rii tamente vetoriais, devido à propriedade denominada traço do tensor, matematica-
Q = V A = -p = constante (?-· 9) mente a pressão é um invariante com o sistema de coordenadas na qual é expressa.
Isto compatibiliza o conceito de pressão termodinâ mica, q ue é uma evidência ex-
ou ainda considerando-se duas posições ao longo do escoamento: perimental, com a sua repr ese ntação matemática de fo rça por área unitária.

(2.10)
2.5 Tipos de pressão do escoamento
Num sistema com ramais, como aq uele apresentado na Figura 2. l(b), a soma Quando um fluido está em movimento, está associada a este a força de inércia.
das vazões que chegam a um nó (ponto de junção) é igual à soma das vazões que Esta força, dividida pôr uma área unitária normal à direção do escoamento, repre-
saem deste nó. senta também uma pressão. Quando este escoamento é desacelerado por algum
(2.11) motivo, aparece um esforço adicional. permitindo-se detecta r três tipos de pressão
no escoamento. descritos a seguir:

• Pressão estática. (Pe): é uma função do estado termodinâmico do escoamento


de ar e é exercida igualmente em todas as direções. Por isso. em algtms
textos. também pode ser caracterizada como pressão termodinàmica.

• Pressão de velocidade, (P,.): é associada com a energia cinética do escoa-


V2A2= 02 V3A3= 0 3 mento de ar. Em razão da inércia do fluido, é muitas vezes denominada,
t ~_..,.-----'-.
também, pressão dinâmica e é exercida apenas na direção do escoamento e
1
_ _ _ _ __j__ - - ~ expressa em Pa. por:
.....__ _..__ 1 ( )
(2.12)
/ '.,.: , _ . L . . __ _ ___:.,I

"/. /
• Pressão total. (Pc): é a soma algébrica das pressões estática e de velocidade.
/ /
Ela resulta da desaceleração do flui do até o repouso e é por este motivo
também denominada pressão de estagnação.

Figura 2.1: Eq uação da cont.inuidade apUcada a du tos (2.13)


34 Ventilação Industria l Revisã o sucinta de mecânica dos fluidos 35

Na ventilação industrial, Pt e Pe são normalmente mecLidas em relação à pressão 2. 7 Avaliação das perdas no escoamento
atmosférica (pressão efetiva). A Figura 2.2 ilustra como estas pressões são deter-
minadas na prática. mediante o emprego de ma nômetros Nos escoamentos encontrados na ,·entilação indU:.--trial, a parcela referida como
PERDAS 1 _ 2 na equação de Bernoulli modificada é oriunda , principalmente. da
·, resistênda viscosa e de mudanças de direção do escoamento, com descolamento
l ~d da camada limite. Tais perdas trazem como resultado uma diminuição no nível
- -- de pressão total. Quando esta é e.xpr essa em termos de altura equi valente de
1 fluido. esta diminuição de pressão representa uma diminuição da a ltura de carga

~~~ do escoamento. Em função disso: é comum se utilizar a expressão perda de carga


para a diminuição da pressão correspondente às perdas.

Figura 2.2: Tipos de pressão 2.7.1 Perda de carga em dutos de seção circular
A queda de pressão associada com a perda de energia devido ao atrito é cal-
2.6 Equação de Bernoulli modificada culada com o au.'lil.io da equação de Darcy-\Veisbacb. a qual é aplicada tanto para
os escoamentos laminares como também para o escoamentos turbulentos:
Aplicando-se a equação da energia referenciada a. lllna determinada linha de
corrente e introduzindo-se as simpli.ficações inerentes a um volume de controle L V2
D..P = j · - · - ·P (2. 1T)
caracterizado pelo escoamento em um duto sem ramificações. obtemos a equação D 2
de Bernoulli modificada, e).-pressa por:
onde:
6.P = perda de carga (queda de pressão tota l). Pa;
f = coefü:iente de atrito;
(2.14) D = diâmetro interno qo duto. m ;
V = velocidade média do escoamento, m/ s;
L = comprimento retilíneo de du to, m;
onde p = massa específica do ar , kg/m 3 .
Pe1 , Pe, =pressões estáticas efetivas nas seções 1 e 2. P a;
~o escoamento laminar. para dutos circula res, o coeficiente de atrito tem de-
Patm 1 , Patm 2 = Pressões atmosféricas nas seções 1 e 2. Pa:
terminação analítica e depende excl usivamente do número de Reynolds:
z1, z2 = cotas nas seções 1 e 2 em relação a um nível de referência . m :
g =aceleração da gravidade. m/s2: f = 6-1 (2. 18)
PERD.-ts._, = perdas nos dutos e nos acessórios entre as seções 1 e 2, Pa. 'Re
No escoamento turbulento. o coeficiente de atri to tem determinação e).-peri-
Como o escoamento no interior do duto é de ar e supo ndo que o mesmo esteja mental e depende do número de Rey nolds e da rugosidade relativa da superfície
à mesma temperatura do ar externo, resulta: interna das paredes do duto. podendo ser avaliado com a correlação citada em
Assy (19TI) e desenvolvida por Wood:

f =a+ b · !Re-c (2.19)


Assim, a Eq. (2.1-1) fica reduzida a
onde:
Pe,l + P v.l = P e,2 + P v.2 +PERDAS1-2 (2. 15) a= O. 53 · ( l) + O, 09-l. · ( f5)º·225 :
e. fina lmente. b = 88 . ( ÍJ)16·44 ;
e = 1• 62 · (L)º· 134 ·
6.P = Pt,l - Pt ,2 =PERD.-\ S i- ~ (2. 16) D '
E = rugosidade das paredes do duto. m.
36 Ve ntilação Industrial Revisão sucinta de m ecânica dos fluidos 37

Em tempos passados e até bem recen tes. era procedimento usual a deter- 2. 7.3 Perda de carga nos acessórios
minação da perda de carga mediante o uso de gráficos. ábacos e tabelas. Porém Sempre que um escoamento muda de direção, _passa através de ex"Pansões ou
hoje, com o advento das calculadoras programáveis e do computador pessoal, as contrações de seção, ou seja. sempre que houver descolamento da camada li-
correlações detêm a preferência, uma vez que fornecem resultados bem mais preci- mite. ocorrer ão perdas de energia e. couseqüentemente. diminuição nas colunas
sos e ainda podem ser iuseridas em algoritmos numéricos, para cálculos de vazões de pressão do escoamento. produzindo assim as chamadas perdas de carga nos
e perdas de carga em s istemas ramificados complexos.
acessórios. E ssas perdas podem ser calculadas a partir da energia cinética do esco-
amento, a jusante ou a montante do acessório. multiplicando-a por um coeficiente
2. 7.2 Diâmetros equivalentes obtido ex"Perimentalmente. Assim,

A determinação da perda de carga em duto de seção não circular é realizad a


v2
ó.P = fC. - ·p (2.22)
usando-se o conceito de diâ metro equivalente, Deq· Este conceito se baseia na 2
determinação do diâmetro de um d uto circular que a presente uma força média onde fC é o coeficiente de p erda de carga do acessório. Igualando a perda de
resistente ao escoamento. igual à que apresenta o duto de seção qualquer. Assim. carga de um acessório com aq uela apres•· ntada por um trecho reto de du to. d e
o duto circular com diâmetro equivalente a uma seção retangular, por exemplo. com primento Leq· obtém-se:
tem a mesma perda de carga. por unidade d e comprimento, do duto retangular
Figura 2.3. v2 L \/2
fC·-·p=f·......!:!l.. · - · p {2.23)
2 D 2
Podemos. assim, determinar qual é o comprimento equivalente de duto reto que
apresenta a mesma perda de carga do acessório:

fC
Leq = - ·D (2.2-!)
f
O comprimento ~sim definido toma o nome de comp1·imento equivalente do
acessório.
As tabelas a seguir. compiladas e adaptadas a partir do livro de MESQUITA.
Figura 2.3: Diâmetro equivalente GUThfARÃES e NEFUSSI (1977) e da publicação do L 'Aspiration... {1918}, for-
necem informações com respeito aos coeficientes de perda de carga e comprimentos
equivalentes par a diver sos acessórios.
Duas possibilidades se a presentam:

• Diâmetro equivalente para uma mesma velocidade do escoamento. Neste


caso o diâmet ro equivalente é conhecido ta mbém como diâ metro hidrá ulico.

2·a· b
Deq= - - - {2.20)
a+b

• Diâ metro equi valente para uma mesma vazão do escoamento. Apesar de
po uco difundido nos textos de mecânica dos fluidos. é largamente utilizado
no âmbito d a ventilação industrial e ar condicionado.

0.6
Deq = [l. 3 ·(a· b)] (a+ b)º·2 (2.21)
38
Ventilação Industrial R evisão s uc inta de mecânica dos fl uidos 39

Tabela 2.1: Perda de carga em reduções graduais

,.----,_..
, =------' Ângulo
Tabela 2.-l: Valores do coeficiente de perda par3: entrada de ramal secundário
_ .. ( G) ® 1
2d (min.)
1 ----~
~- t~;_,~i-
Angulo em graus ;:::;. 1).p
= P 2-P. 1
5 0,05
10 0,06 '!--.- --
15 0.08
20 Angulos em graus fator (X:.)
0.10
25 10 0.06
0.11
30 15 0.09
0.13
45 20 0,12
0.20
60 25 0,15
0.30
30 0.18
35 0.21
Tabela 2.2: Perda de carga em expansões graduais
-10 0.25
1 -l5 0.28
JJ~ I.~) 50 0.32
-~- 60 0,-l-l
90 1.00
Angulo em graus X:.= l!>.P
P .. I-P .2
3 ,5 0,22
5,0 0,28
10,5 0,4-l Tabela 2.5: Perda de carga em curvas
15,0 0,58
20,0 0,72
25.0 0,87
30.0 1,00
Mais de 30,0 1.00

Tab.e la 2.3: Coeficientes de perda para chapéus L/ d 0.25 0.5 1 2 3 -l


- d/3
l ~ r/ d fator (K.) r/ d f atar (K.)
~-d/3
I~ -
2.75
2,50
0.25
0.2 ..)
O.O* 1.50
0.5 1.36
1.32
1.21
1.15
1.05
1.()4
0.95
0.92
0.8-l
0,86
0.79
h ~..:' 2.25 0.26 1,0 0.45 0.28 0.21 0.21 0.20 0.19
h/d fator (K.) 2.00 0,27 1.5 0.28 0,13 0,13 0.13 0. 12 0.12
1,00 0,10 1.75 0.32 2.0 0,2-l 0,15 0, 11 0.11 0,10 0.10
0,75 0.18 1.50 0.39 3.0 0.2-1 0,15 0. 11 0.11 0.10 0.10
1.25 0.55 *Cotovelo
0.70 0.22 .
Correção para anuulos diferentes de 90°
0,65 0.30 o

0.60 0.41 120° X 1. 22

0.55 0,56 60º X 0.67


-15º X Ü, 50
0.50 0,73
0.45 1.00 30º X 0.33
40 V e n t ilação Industdal
R evisão s u cinta d e m ecânica dos fluidos 4l

Tabela 2.6: Coeficientes de perda para cones de equilibrio


Tabela 2.8: Çomprimento equi valente em metros de duto reto
,.... l .. ~ 2d(min.)
- d/3

- '
!
d2 íi --:75º ]d1 (/ -
1 .-,~,~·! '
I'{t r.._
- ~ 1l d '1 'l~c.,,
·.
-
l'l , L d.

dl / d2 fator (X:)
Não recomendado
0,50 9.00
0.55 5,60 Diâ metro Cotovelo de 90° Ângulo de entrada Número de diâmetros
0,60 3,00 em Raio de curvatura
0,65 1,80 (mm) l ,5d 2,0d 2.5d 30° -!5º 1.0h 0.75 h 0.5h
0,70 1,20 75 1,4 0,9 0.7 0.5 0,9 0,3 0.5 2,0
0,75 0,65 100 2,0 1,3 1,1 0.8 1.3 0,5 0,8 3,-l
0,80 0.3-l 125 2,6 1,7 1,-1 1,1 1,7 0.6 1,1 J,-l
0.85 0.15 150 3.2 2,2 1.8 IA 2.2 0.8 1,4 5.5
175 3,9 2.6 2.2 1.7 2.6 0,9 1.7 6,6
200 4.6 3.1 2.5 2.0 3.1 1.1 2,0 7.8
Tabela 2.7: Coeficientes de perda para registros 250 6,0 4,0 3.3 2,6 -LO 1.4 2.6 10,0
300 7,-l 5.0 -1,1 3.2 5.0 1,8 3,2 13,0
350 8,9 6,0 5,0 3.8 6.0 2.1 3,8 15.0
400 10,0 7.0 5,8 4,5 7,0 ? • 4,5 18,0
450 12,0 8,1 6.7 5.2 8,1
-·"
2,8 5,2 21,0
500 14.0 ~ .2 7,6 5.9 9.2 3.2 5,9 23,0
600 17.0 11.0 9.5 7.3 11.0 -l.O 7,3 29,0
SifS2 fator (K) 700 21,0 14.0 11,0 8,8 14.0 8.8 8.8 35.0
0,2 45.0 800 24,0 16,0 13.0 10.0 16,0 5.7 10.0 -bl.O
0,3 18,0 900 28,0 19,0 15.0
0,-! 8,0 1000 32.0 21.0 18.0
0,5 4,0 1200 39,0 26.0 22.0
0.6 2,0 1400 -17.0 32.0 26,0
0,7 1,0 1600 55.0 37.0 31.0
0.8 0,4 1800 6.J..O 43.0 36.0
0,9 0.1 2000 72,0 -19.0 40.0
Ventilação Industrial R evisão s ucinta d e m ecânica dos fluidos 43

2.9 Tipos de press~o


Tabela 2.9: Perda de carga em equipamentos de controle
Perda de carga (pol.H2 0) • Pressão estática (P.,) : decresce ao longo de 1.im duto de seção constante e
Equipamento cresce nos aumentos de seção (recuperação de pressão).
Faixa encontrada Faixa comum
Câmara gravitacional 0.2 - 1.5 0.2 - 0.8 • Pressão de velocidade (Pu): mantém-se constante em dutos de seção trans-
Ciclone comum 0.5 - 2.5 LO - 2,0 versal constante.
Ciclone de alta eficiência 2,0 - 6.0 -1.0 - 5.0
Multi ciclone 2.0 - 6.0 4,0 - 5.0 • Pressão total (Pt): decresce sempre ao longo do sistema de dutos. podendo
Câmaras de impactação LO - -LO 1.5 - 2,5 au mentar somente quando hou ver suprimento de energia ao escoamento
Preci pi tadores eletrostáticos 0.2 - LO 0.2 - 0.8 (através do ventilador).
Filtros de tecido (filtros de manga) 3.0 - 6.0 -1.0 - 5.0
Filtros compactados 0.2 - 1.0 0.2 - 1.0 A planilha apresentada a seguir é uma sugestão para a organização dos dados e
Torres de borrifo 0.2 - 2.0 0.5 - 1.0 cálculos efet uados na determinação das perdas de carga e levantamento dos perfis
Torres de enchimento 2.0 - 10.0 2,0 - 8.0 ele pressão de um escoamento em dutos.
Torres de prato 1.0 - 8,0 2,0 - 6,0
Lavadores auto-induzidos 0.2 - 8,0 2. 5 - 6,0
Lavadores ventúri 10.0 - 60.0 10.0 - -10,0
Lavadores de disco 10.0 - 60.0 10.0 - 40,0
LavadOPes de impactação 1.5 - 8,0 -LO - 6.0
Leitos de adsorção 2.0 - 10.0 3.0 - 6.0
Incineradores d e chama direta 0.2 - 1.0 0.2 - 0.5
Incineradores catalíticos 1.0 - -1.0 1,0 - -1,0
Precipitadores sônicos 6,0 - 12,0 -
Precipitadores térmicos 0,1 - 1,0 0,2 - 0,5
Lavadores ciclônicos 2.0 - 6,0 2.5 - 6,0
Lavadores tipo jet 1,0 - 6,0 1.0 - 3.0

2.8 Ventiladores
Na rnntilação industrial. o fornecimento de energia necessári a para manter o
escoamento do ar. freqüentemente é feito através de um uentilador.
A seguir são apresentados alguns parâmetros rela tivos ao funcionamento dos
venti ladores. assunto este que será visto com mais detalhes no capítulo 9.

• Vazão do ventilador (Q): volume de ar que passa pela saída do ventilador.


por ut1idade d e tempo.
• Pressão total do ventilador (PTV) : diferença entre a pressão total do ar na
saída e na entrada do ventilador.
• Pressão estática do ventilador (PEV): diferença entre a PTV e a pressão de
velocidade na saida do ventilador.

OBSERVAÇÃO: ..\ soma d e todas as perdas de carga de um sistema de dutos


em série deve ser igual à pressão total do ventilador (P'T'V).
R evisão s ucinta d e m ecânica d os f luidos 45
Ventilação Industrial

2.10 Exemplos
instala ção: obs.: pressão:
calc ulado por: temperatura : E xemplo 2.10.1
fl.: de densidade:
Considerando-se que os dutos utilizados em ventilação industri al ra ramente têm
Q D A V Pv L 6P/ L IC 6P P, P~
Ponto diâ metros menores do q ue 10 cm e as velocidades de escoamento são normalmente
m->/s m m:t m/s Pa m P a/m Pa Pa Pa superiores a 5 m / s. determinar o regime de escoamento predominante no interior
destes du tos.
Solução:

DADOS: Vamos supor para o escoamento urna temperat u1·a de 50ºC.

d,.C:':I C l.1 = Ó, 7
d,.or =1
10.000 ppm = 1%
R ar= 9- -( kgJ I '
P = Patm = 101. 3 kPa
T = 50ºC' = 323 /(
D = 10 cm = O. 1 m
\," = 5m/ s
D ETER~ITNA.R: o número d e Reynolds, Re. para este escoamento.
RESOLUÇÃO:
Equações básicas:

1/ ==- ( 13 +o. 1 . T) X 10-6 (2.1)


p
p=-- (2.3)
Rar T
~L=V·p
(2 ..t)
\!·D (2.5)
~ e =-­
v

a) Determinação da massa específica do ar


p 101.300 3
p= Rar T = 2 7 · 323 = l. OO kg/ m

b) Determinação da \'iscosidade cinemática do ar


Figura 2...t: Planilha de cálculo para ventilação ind ustria l 6 2
v S: (13 + 0. l · T) X 10- G = (13 + 0.1 · 50) X 10- 6 = 1 X 10- m / s
46 Ve nt ilação Industrial R e v is ão s u c inta d e m ecânica d os fluidos 47

c) Determinação do número de Reynolds do escoamento R ESOLUÇAO:


\ '· D 5 - 0. l Equações básicas:
!Re = - - =
V
B X 1O- 6
1
= 27778 ~ 2. 778 X lQ4
Q = \". .-1 (2.9)
OBSERVAÇAO: Podemos observar que. mesmo para uma condição bem desfa- L 1·2
vorá vel. o número de Reynolds resultou superior a ,l. 000. caracterizando. portanto. ~P = f . D . 2 ·p {2.17)
escoamento totalmente t urbulento.
f = a + b · Re- c (2.19)
i-2
~p = K.· - ·p (2.22)
Exemp lo 2.10.2 2

A figura a seguir representa um sistema de d utos de exaustão, de seção circular


o nde:
com diâmetro de 30 cm. O comprimento total de du to reto é 22 m . A seção de
entrada é fla ngeada e a descarga é li vre pa ra a atmosfera. A cm va apresenta a = O. 53 · ( ~ ) + O. 004 · { ~ )0•225 :
uma relação r / d igual a 2. sendo os dutos fabri cados a partir de chapas de aço
gah ·anizadas. Considera ndo que este sistema deverá movim entar uma vazão de b= 8 -(~)0A-1:
D
O. 6 m3 / s e supondo ar na condição-padrão de pressáo e ternperatw·a, determinar
a pressáo total do ventilador necessário. D
=)
e = 1, 62 · ( 0 •13 4 .

a ) Determinação da velocidade média do escoamento


8
7 \"= Q = ~ = -l ·0. 6 = .-l9m/ s
2
2 A. " · D2 " · O. 3
3 4 1
) 6 b) Caracterização do regime de escoamento.
1• .Q 49 . o. 3 = 169 . 00 = l. 69
u ;n
"\.e
= i: . D = .
1, O~ X i o- 5
X 105
V
5
.00 como !Re > -l.000. o regime é turbulento

F_igura 2.5: Sistema de du tos de exaustão c) Determ inação do coeficiente de atrito. f


5
15 X 10- _ lQ - 4
Solução: - -- - =;J X
D 0. 3
DADOS: P ara a condição-padrão do ar temos: a= 0. 53 · (5 X 10-1) + 0. 09-l · (5 X LQ- 1)º·
225
= 1. 126 X 10- 2
p = l. 2 kg/ m 3
V = l, 5 X 10-5 m 2 / S b = 8 · (5 X 10--l) O. l-1 =3. 105
L = 22m
D = 30 cm = 0.3m
- 1._
c- 6" ·:J
(- X io-4 )º· 134 - o. s ::J-
;] = 2 f = 1. 726 X 10-~ + 3. 105 · (1. 6!) X 105 )-0.
585
= 1. 997 X 10-2
::: = 15 x 10-5 m (chapa de aço galvanizada)
Q= 0. 6 m 3 / s d) Delerm inação da perda de carga nos Lrechos retos do d uto
DETER.1\ UNAR: a pressão lotai do ventilador. que se ident ifi ca com a perda de ')") .192
carga tota l do sistema de dutos. ~ Plmchc.» retas)= 1. 997 X 10-
2
· ~,~l · T ·1. 2 = 63. 34 Pa
48 Ventilação l

e) Determinação da perda de carga nos acessórios do duto


v2
6 P(acess6rios) = (JCl.2 + JC5.6 + JC;-,s) · 2 ·Par

2
8, 49 )
6P(acess6riosJ = ( O, 49 +O, 27 + 1, O) · ( - - · 1, 2 = -r6 . 12. j.
2 Capítulo 3
f) Determinação da pressão total do ventilador

PTV = õ.P(trecbos retos) + õ.P(acessóriosj = 139, 46 Pa

OBSERVAÇÃO: O cálculo da perda de carga mostra a participação s


Contaminantes do ar
dos acessórios ern um sistema de dutos (representando neste caso maia
perda de carga total).

3.1 Introdução
Considerando que os constituintes normais da atmosfera são:

• oxigênio,

• nitrogênio,

• dióxido de carbono,

• vapor d"água.

• traços de gases inertes.

• matéria sólida microscópica.

sob o ponto de vista da ventilação industrial, qualquer outra substância no ar pode


ser cha mada de conta.mü1ante. Além destes, podemos considerar como contami-
nante qualquer componente normal cuja concentração ultrapasse certos limites.
Os contamin a ntes podem ter origem:

• em processos de manufatura (solda, corte, fundição etc.);

• nos tratamentos superficia is (limpeza com solventes. pintura, jateamento.


polimento etc.);

• no transporte e transferência ele ma.teria.is pa.rticu.lados (correias transporta-


doras. enchimento de recipientes etc.).
50 Ventilação Industrial Contaminant es do ar 51

3. 2 C lassificação d os cont aminant es • TLV - TWA (TLV - time weighted auerage): coITesponde a concentrações
ponderadas pelo tempo. para uma jornada ele trabalho de 8 h diár ia e uma
Visando à. sjstematização do estudo dos contamina ntes do ar, torna-se ne- sema nal de 40 h. às quais os trabalhadores podem ser e:-..l)ostos repetida-
cessário adotar um a classificação para estes. Para a rnmilação industrial. é apre- mente. sem efeito adverso.
sentada. a seguir. uma classificação que é baseada no estado físico dos contami-
nantes dispersos no ar.
• TLV - STEL (TLV - short term e:i.:posm-e limit): é a concentração à qual os
• Gases: são s ubstâncias no estado gasoso. em uma condição termodinâmica trabalhadores podem ser expostos por um tempo máximo de 15 min. Deve
afastada do ponto de condensação (CO . C02. S02 etc.). haver pelo menos 60min entre duas exposições sucessivas e não podem ser
repetidas ma is de quatro exposições ao dia.
• Vapores: são s ubstâncias no estado gasoso. em uma cond ição termodinâmica
próxima do ponto de condensação (solventes diversos).
• Particulados: são sistemas dispersos, cuj as fases disper sas consistem de Os efeitos de diferentes contamina ntes devem ser considerados como a ditivos, isto
partículas sólidas ou liquidas. Qua ndo as pai·tículas possuem diâmetros me- é, para que o limite de tolerância da mistura não seja ultrapassado. a desigualdade
nores do que 100 µm, os particu1ados recebem a desig nação especial de ae- a seguir dever ser sat isfeita.
rossol. Para se distinguirem os diversos tipos de aerossóis. são utilizados
diversos termos. conforme segue:
~ + c2 + ...+ Cn < l
c11 c12 C/n -

1. Fumos: são partículas sólidas. com diâmetros infeiiores a 1 µm. R esul tam
onde
da condensação de vapores de metais que sw·gem nos processos de fusão,
solda e corte de metais. Cn = concentrações das " n"substâncias presentes no
ambiente e
2. Poeir as: são partículas sólidas resultantes da desintegração mecânica de
c11, C/2 , ..• C/n = conceptrações li mites das " n"substâ ncias
substâncias, com diâmetros compreendidos entre 1 e 100 µm.
presentes no ambiente.
3. Fumaças: são aerossóis resultantes da combustão incompleta de materiais
orgânicos.
-l. Névoas: são aerossóis constituídos por partículas liquidas. Resul tam da 3.4 Movim en t o d e partículas no ar
condensação de vapores ou da dispersão mecânica de líquidos.
A coleta de partículas sólidas ou líquidas em um equipamento de controle de
5. Organismos vivos: os mais comuns são o pólen das flores (5 a 100 µm), os poluição do ar está intima mente ligada com a \·elocidade da partícula no interior do
esporos de fungos (1 a 10 µm) e as bactérias (0.2 a 5 µm). fitLxo gasoso. Com o int uito de se entender o mecanismo de captura da partícula.
torna-se necessário relembrar os conceitos básicos que governam o comportamento
de urna partícuJa inserida no escoamento de fluido. Para que a partícula possa ser
3 .3 Limites d e t olerância capturada. é necessário que esta esteja sujeita a esforços externos de magnitude
Na prática da venci.Lação industrial não existe a pretensão de se alcançar uma suficiente para sepa rá-la do escoamento gasoso.
purificação total do ar. ruas a de se atingir um grau de purnza. com base na
concentração do contaminante no ar. que não ofereça riscos à saúde do trabalhador.
A norma regulamentadora da Consolidação das Leis Thabalhistas. NR-15. es- 3.4.1 R esistên cia ao escoamen t o
tabelece. em seu Anexo nº 11, os limites de concentração tolerados para agentes
Os três tipos de esforços externos mais significativos a que estão sujeitas as
químicos e. no Anexo uº 12. os Limi tes de tolerância para poeiras minerais.
par tículas no interior de um escoamento são: a força gravitaciona l, a fo rça de
A ACGIH.. American Conference of Governmental Industrial Hygienists (1995)
emptL-xo e a força de a rrasto. Estas três forças têm papel preponderante no me-
publica. peiiodicamente, os chamados valores limites de tolerância ( tlireshold limit
canismo de captura. uma vez que elas determina m a velocidade terminal atingida
values - TLV). Existem dois critérios para os valores de TLV:
pela partícula.
52 Ventilação Industria l Conta minantes d o ar 53

1000
100
CR 10
ar
II Ul
3
2 10
Re

Figura 3. l: Força de arrasto sobre uma partícula


Figura 3.2: Coeficiente de arraslo para ar/ esfera

A força de arrasto. ilustrada na Figura 3.1. que se opõe ao movimento de uma Para íRe < 105 , a correlação a seguir cobre, com razoável precisão, as três regiões
partícula no ar é resultante do deslocamento do ar imediatamente à frente da apresentadas anteriormente, sendo indicada a sua utilização em problemas que
partícula. fazendo com que quantidade de movimento da partícula seja transferida abrangem as t rês faixas de !Re.
para o flLLido adjacente. Sua mag nitude é expressa por:
2-1 .J.
CR=;n+ 1m:+0,4 (3.5)
:ae v !Re
(3.1) >Jo estabelecimento das cor relações acima. foi admitido que o ar comporta-se
como um meio contínuo. Porém. à medida que as partículas se tornam milito
pequenas (menores que 3 µm). o movimento das partículas é afetado pelas colisões
onde:
resultantes do movimento aleatório das moléculas de ar. Assim, os resultados
FR = força de a rraste, N; obtidos para o coeficiente de arrasto de,·em ser corrigidos, dividilldo-o pelo fator
CR = coeficiente de resis tência ou de arraste; de correção de Cunniµgham. C1 determinado por:
il = área projetada da partícul a ao plano normal à djreção do escoamento. m 2 ;
p = massa específica do ar. kg/m 3 :
v· = velocidade relativa ar/ partícula, m /s. onde:
dp = diâmetro da partícula. µm;
Para uma partícula esférica. a variação do coeficiente de arrasto, CR, com o A-n = número de Knudsen
número de Reynolds. lRe. baseado ao diâmetro da partícula, foi verificada ex-
perimentalmente e apresenta um comportamento como mostrado na Figura 3.2. sendo o número de Knudesen determinado por:
Pode-se notar a partir desta que. quando o número de Reynolds cresce até em tomo
de 1.000. o coeficiente de arrasto decresce de modo contínuo e, para lne > 10 3 . a I<n = Àar
curva deste coeficiente se torna praticamente horizontal. Pode-se perceber ainda dp
que o arrasto sofre w11a q ueda brusca para =Re ~ 105 . caracterizando o fenõmeno sendo o caminho line médio. ,\ar· das moléculas do a r calculado por:
conhecido por crise do arrosto. Este comportamento permüe estabelecer, segundo
Ogawa (1985). as seguintes correlações para o coeficiente de arrasto: >. __µ__ / "
ar - O. -199 V8 · Par · P
2-1. Outra correlação sugerida por Lapple (1951) que pode também ser utilizada
Região I (laminar) lRe < 2 C'R = - (3.2) para determjnar o fator de correção de Cunningham é a segtLinte:
!Re
13
Região II 2 < !Re < 500 --+ C'R= - - (3.3) CJ = l + (6, 21 X ~-.t · Tar)
ffe
Região III 500 < lRe < l05 CR ~ O...L-l (3.-1)
54 Ventilação l Contamin a ntes do ar 55

onde: Assim. a atuação dessas duas fo rças em conjunto com a forç11 de arrasto.
µ = viscosidade a bsoluta do ar. Pa.s:
Par = pressão absoluta do ar. Pa:
1U a r = massa molecular do ar. kg/ kmol:
F R = C'R · "~ · ~·Par· \ ' 2 (3.7)
Tar = temperatura absoluta do ar. K . permite se estabelecer a seguinte condição de equilíbrio na direção Yertical:
Portanto. para partículas menores que 3 µm e regime la minar. o coe
arrast.o deve ser calculado por: FR + FE - Fc =O (3. )

l" ma ~-ez atingida esta condição de equilíbrio. a velocidade da partícula se torna


constante. recebendo a denominação velocidade terminal de queda. Substituindo-
se as expressões para as forças a tuantes na equação de balanço acima , r esulta:
Fórmula de Stokes
'.'! dp g (Pp - Par)
Pa ra panículas esféricas de diâmetro dp , em regime laminar, apli Vi= (3.9)
3 C'R Par
Eq. (3. 1). chega-se à conhecida fórmula de Stokes:
Em regime laminar. substituindo-se o coeficiente de arrasto na equação anterior.
resulta:

3.4.2 Velocidade terminal (3.10)


As outras duas forças que atuam sobre uma partícula esférica. det ~o caso de o vetor velocida de não estar alinhado com a direção vertical, a Eq.
a magnitude de sua velocidade terminal de queda no ar, são a força pe. (3. ) não representa mais uma condição de eq uilfürio, como mostrado no diagrama
força de Autuação ou empuxo, FE - de forças da Figura 3.-1.

ar Direção

da partícula

Figura 3.-1: Aceleração dn partícula


Figura 3.3: Forças que atuam sobre uma pa rtícula
:'-iesLe caso a partícula está se acelerando e a magnitude da aceleração é fornecida
pela segunda lei de ):ewton:
A força peso é expressa por:

1 3
dv PR +.FE +f'c l3. 11)
Fc = 6
- · -;r ·d · Pp · g
p dt - 11Lp

onde Pp é a massa específica da partícula .

O empuxo é calculado por:

1
FE = G · To • dp3 ·Par · 9
Contaminantes do ar 57
V e ntilação Industrial

b) Cálculo da velocidade terminal para a partícula de 150 µm.


3.5 Exemplos Novamente fazendo-se a hipótese de que a ,-elocidade terminal será atingida no
regime laminar. então CR = 2-l/ !Re. Substituindo-se Cn na Eq. (3.9) . obtém-se a
Exemplo 3.5.1 Eq. (3.10). ou seja:
2
Determine a velocidade terminal para partículas com diâmetros de 50 µm e . (150 X 10-6 ) X 9. 81 X (2.000 - l. 2) j
\ t = . 18 X 1, 5 X 10-5 X 1. 2
= 1. 36 m s
l50 µm. e massa es pecifica de 2.000 kg / m 3 . As partículas caem no ar a 20 ºC e
)ressão atmosférica de 101. 3 kPa. Verificação do número de Reynolds:
3olução:
1, 36 x_ 150 x ~o-
6
lRe = v't · dp = = 13 . 6
Var 1, o x io-:i
)A.DOS: Os parâmetros físicos estabelecidos acima para o ar correspondem àqueles
ia co ndição padrão. O regime é de transição. Como a hipótese inicial não foi confirmada, o cálculo deve
Jar = 1, 2 kg/ m 3 ser refeito. Fazendo-se d esta vez Cn = 13/ ffe e substituindo-se na Eq. (3.9).
.lar= 1. 5 X 10- 5 m2 /s resulta:
lp = 50µm e 150µm
2
Jp = 2.000 kg/ m
2
3
\..t = 3 ~. d'f, · 9 2 . (pp - Por)
7 = 9,81 m/s 1.521 µar Par
)ETERMINAR: a velocidade terminal. Yt- 2
V, _ 3 16 (150 X lQ- 6 ) 3 X (9 . 81) (2.000 - 1. 2)2
:IBSOLUÇÃO: t- 1.521. l.5x10-sx l. 2 x 1.2 =0, 5 m/s
3quações básicas:
24 Verificação do número de Reynolds:
Região 1 (laminar) lRe < 2 ((3.2))
CR !Re
13 in~ = vt. dp = o. 86 x 150 x ~0- 5 = .
8 6
Região II 2 <lRe < 500 CR= ffe ((3.3)) Var 1. 5 X 10- "

Região ill l:Re > 500 CR ~ 0, 4-1 ((3.4)) O regi me é de trru1sição. Como a hipótese inicial foi confirmada. a ,-elocidade
termi nal é igual a O, 6 m/ s.
±dp 9 (Pp - Par ) ((3.9)) OBSERVAÇÃO: Este exemplo enfatiza o caráter iterativo da solução. visto que no
3 CRPar regi me uniforme. o coeficiente de resistência. Cn, é função da velocidade terminal.
que é justamente a incógnita a ser deter minada.
l.) Cálculo da velocidade terminal para a partícula de 50 µm.

f?azendo-se a hipótese de que a velocidade terminal será atingid a no regime laminar.


mtão CR = 2-l/':Re. Substit uindo-se CR na Eq. (3.9). obtém-se a Eq. (3. 10). ou
Exemplo 3.5.2
;eja:
2
. - (50 X lQ-6) X 9. 8 1 X (2.000 - 1, 2) =O. 15 m/ S
Vt - 18X1,5 X 10- 5 X 1,2 Apresente num gráfico os valores da velocidade em fu nção da distância per-
corrida por uma partícula de 500 µm de diâmetro, em queda vertical no campo
Verificação do número de Reynolds: gravitacional da Terra. Supor ar na condição-padrão de pressão e temperatura e
_ Vi . dp _ 0. 15 X 50 X 10-
5
= O. 50 massa específica da partícula ig ual a 1.000 kg/ m 3 .
':Re - Var
- 1 v"' x 10-5
1

) regime é laminar. Como a hipótese inicial foi confirmada, a velocidade terminal


> igual a O. 15 m/ s.
Ve ntilação Industrial Contaminantes do ar 59
58
2
16 (500 x 10- 6 ) 3 · (9. 81) ( l.000 - l , 2) 2
Solução: vt= 152 1 1. 5 x 10-5 · 1, 2 1. 2 = 1. Om/ 5

DADOS: P ara a condjçào padrão do ar temos:


Verificação do número de Reynolds:
Por = 1, 2 k g/m3
5 2
llar= 1.5 X 10- m /s
dp = 500µm n \ i · dp l. 80 · 500 X 10-6
3 '.lt.e = - - = = 60 0.J.
Pp = 1.000 kg/m lla r 1. 5 X lQ-5 '
2
g = 9,81 m/s
DETERMC\AR: a velocidade atingida em função do espaço percorrido. O regime é de transição. Como a velocidade inicial foi confumada. a velocidade
terminal é jg ual a 1. 80 m/ s.
RESOLUÇÃO:
Equações básicas:
Aplicando-se a segunda lei de Kewton na fase de aceleração da partícula . resulta: b) Geração da ta bela distância percorrida versus velocidade.
F =m·a Substit uindo-se a Eq. (3.7) na Eq. (3. 12). bem como adotando-se para Cn a
dV
e:-..-µ ressão
P eso - FR(V) = m · dt
e'R = -
2-1
Re
-l
+ --
ffe -1-0.-l
((3.5))
Por outro lado. a cinemática da partícula nos permite escreYer:

d.S = F · dt utilizada no cálculo de F n. após as simplificações e substit ujções dos pa râmetros


dados do problema. ~esulta para S:
resul tando:
P eso- F R(V) = m ·V· d.S
dV
S= {
\""
6. D·h> ·
- - v. d\,-
Fina lmente podemos obter a expressão para o espaço percorrido pela partícula em
Jo 6-l. 206 - (8. 482 · V+ 8. 162 . p .s + -l. 712. \ ·2)
função da velocidade atingida, v~: e."\:pressão que permite a geração da Tabela 3.1 e o gráfico apresentado na Figura

s-
-
r
}0
ir·
m\'
Peso - FR(V)
d\t" (3. 12)
3.5.

onde m é a massa da partícula. FR é a força ele arra.::.-to e é dada por: Tabela 3.1: Velocidade atingida. versus espaço percorrid o
\ .. (m/ s) S(m)
ii d~ 1 \ ·2 ((3.7)}
Fn = C.n · - - · - · Por · o o
-l 2
0.2 0,0021
A solução da Eq. (3.12) no intervalo de O até 1 í. vru nos permi tir q11e seja gerada O..J 0.0087
uma tabela de S em função de V. 0.6 0.020cl
0.8 0.0384
a) Determinação da velocidade terminal, 1Í.·
1.0 0.0&!2
Fazendo-se a hi pótese de que a velocidade terminal será. atingida no regime de
1.2 0.1006
transição. então Cn = 13/ ./f[ê, que. substitwndo-se oa Eq. (3.9). resul ta:
1.4 0.152.j
1,6 o.22a1
d 3 2 )2
.= ~.~.(pp-Par l.8 0.3551
1
t
V
1521 µ or fiar
Ventilação Industrial
o

~2,0

n:J
:21,5
Ol
e
~1 ,0
<lJ
~o.s :
"O
Capítulo 4
u
.2 º·ºo!-0- - -0-,- ---:-0-=-2--"o""".3----;:o.4
~ · Êspac;o percorrido

Figura 3.5: Velocidade atingida uersus espaço percorrido


Ventilação geral diluidora
JBSERVAÇÃO: Este exemplo mostra que, o:ies~o _Pª~ª partícul~ rle grande
(VGD)
:liâmetro, a velocidade terminal é atingida apos distancias percorridas bastante
: urtas.

4 .1 Introdução
A ventilação geral diluidora atua de maneira a minimizar a concentração do
contaminante por meio de sua diluição. Neste processo, o ar do espaço de tra-
balho é substituído por ar exterior, de uma maneira global e contínua. Devemos
distinguir dois casos: ·

• Infiltração: movimento do ar não controlado através de aberturas e frestas


existentes.

• Ventilação: deslocamento controlado ou intencional de ar através de abertu-


ras específicas e dispositivos para ventilação.

A movimentação do ar, seja por infiltração ou seja por ventilação, poderá ocorrer:

• P or diferencial de pressão provocada pela ação do vento ou por diferença de


densidade entre o ar externo e interno .. este caso a ventilação é deno mina da
ventilação natural.

• Por diferença de pressão provocada pela ação de um ventilador (insuflando


ou succionando). Neste caso a vent ilação é denominada ventilação f orçada
ou mecânica.

A ventilação geral diluidora permi te, dentro de certos limites. o controle da


temperatura. da umidade e da velocidade do ar.
62 Ve ntilação Industrial Ventilação geral diluidora (VGD)
63

4 .2 Componentes de uma instalação VGD 10% da velocidade de face a


30 diâmetros da boca de saída
Os componentes de uma instalação de \·ent ilação geral diluidora dependem das do jato
especi ficidades do projeto a que se destina. A F igura -!.l mostra, esquematica-
mente, os componentes de uma inst a lação, a qual pode ser considerada a mais
1 m/s
completa. Tal instalação seria constittúda pelos seguintes compo nentes:
/
a- tomada de a r externo:
10 m/s
b - filtro; 30 d 1
c - ventilador de ins uí:lamento: d

d - dtttos;

e - bocas de insuflamento;
-
10 m/s \
10% da velocidade de face a
1 diâmetro da boca de sucção
f- bocas de exaustão;

o" - ventilador de exaustão;


Figura -t.2: Efeito direcional do j ato

Ar conta-
minado 4.4 Tipos de ventilação geral diluidora
d
A venti lação geral diluidora por meios mecânicos pode ser feita por ins ufla-
mento, por exaustão. o u ainda por um sistema misto, de acordo com a Figura
e 4.3.

:\a ventilação por insuflamento. um \·entilaclor sopra o ar novo para dentro do


Figura -i.l: Componentes de uma ins talação de ventilação geral diluidora
recinto ventilado. A pressão do ar no interior do a mbiente, P6 , torna-se maior do
que a pressão do a r da vizinha nça. Pe. tornando o ambiente pressurizado. Este
diferencial de pressão. (P,, - Pe) . é responsável pela saída do ar para a vizinhança,
pelas aberturas específicas e frestas existentes.
4.3 Efeito dire cional do jato de ar
Neste tipo de ventilação, pode-se tira r panido do efeito direciona l do jato,
O efeito direcional do j ato de a r é importante. pois podemos observar pela podendo a dentá-lo para finalidades específicas como. por exemplo. no sentido de
F igura ·l.2, a qual apresenta um insullamento e uma sucção com dutos de mesmo se obter um alto grau de movimentação junto aos ocupantes do recinto. objetivando
diâmetro, q ue, na distância de 30 diâ metros a partir da boca de saída, têm-se uma melhoria no conforto. ou então um a lto grau de mistura. red uzindo localmente
velocidades da ordem de 103 da velocidade de saída do jato. Já na aspiração. ª.concentração do contaminante no ambiente. Este tipo de ventilação permj te
observa-se q ue a ,·elocidade atinge 10% da velocidade de sucção, na distância de amda o controle da qualidade do ar, quer seja pela localização adequada da tomada
apenas l diâmetro da boca de entrada. de ar novo, quer seja pelo tratamento do ar captado (filtrando-o).
Ventilação Industrial
Ventilação geral diluidora (VGD ) 65

(a) !ns uflamento


As principais vantagens e desrnntagens dos sistemas VGD estão resumidas na
Tabela 4.1 abaixo: ·

(b) Exaustão Tabela -U: Comparação


E lemento Insuflamento Exaustão
P ressão ambiente + -
Pureza do ar novo com controle sem controle
Fugas Efeito direcional do ar existente não e..xistente
Ps > Pc - Q i > Qe
P,. =Pc - Qi = Qc

Ps < Pc - Qi < Oe
Infiltração
4.5 Fator d e mistura
Figura -l.3: Tipos de ventilação geral diluidora
Os mecanismos que governam a dispersão de material contaminante no ar são
bastante comple..xos. As equações que fornecem as estimativas de concentração em
Na ventila5ão por exaustão, um vent ilador succiona o ar contaminado para fora um determinado a mbiente de trabalho consideram que a mistura entre o conta-
lo recinto ventilado. A pressão d o ar no interior do ambiente, P&, torna-se menor minante e o ar limpo se dá de maneira completa e instantânea. através de uma
lo que a pressão do ar da vizinhança, Pe, tornando o ambiente despressurizado, concentração média. Cm· Isto é uma hipótese simplificativa para se poder tratar o
•U com pressão negativa. Este d ifere ncial de pressão. (Pe - P&), é responsável pela problema de uma maneira global, ou seja, para se poder utilizar um tratamento
ntrada do ar novo da vizinhança pelas aberturas específicas. matemático atraYés de uma fo rmulação integral. Com a finalidade de contornar as
Neste tipo de ventilação é muito difícil controlar a pureza do ar novo, em dificuldades advindas" de um tratamento matemático diferencial. a engenharia de
unção do número de abert uras e, principalm ente, das frestas existentes. Em vent ilação industrial lança mão do conceito de fator de mistura. cp, que é definido
ontrapartida, permite faci lmente o controle da pureza do ar a ser lançado no por:
.mbiente externo.
Um terceiro tipo de montagem possível é aquela obtida pela combinação dos
(ois tipos anteriores, ou seja. um sistema misto de ven.tilação. Neste tipo de
·antilação, dependendo da razão entre as vazões de insuflamento ou exaustão de e
.r. podemos ter o a mbiente interno sob pressão positiva ou negativa. C < CJ
A seleção cio tipo de ventilação a ser adotada pelo projetista depende de
números fatores: todavia. há casos em q ue um ou outro tipo se impõe.
Por e..xemplo. a ventilação de sanitários e cozinhas deverá manter os ambientes Fonte
m pressão negativa. evitando q ue os contaminantes e odores gerados se espalhem
•ara os ambientes vizinhos.
No caso da ventilação de um recinto que não deva ser contaminado pelo ar da Figura 4..J.: Fator de mistura
izinhança. o ti po de ventilação a ser adotado é aquele que mantenha o ambiente
ob pressão positiva. de modo que a troca de ar seja sempre do recinto ventilado
onde:
•ara a vizinhança. Se por algu ma razão torna-se necessária a canalização do ar
ovo e de exaustão, o sistema misto apresenta a flexibilidade de poder atender a CJ =concentração de contam inante j unto à fonLe;
s ta situação. mantendo os ambientes em pressão positiva ou negativa, conforme
e = concentração de contaminante afastado da fonte;
necessidade.
C.n = concentração alcançada com dil uição uniforme.
Ventilação Industrial Ventilação geral diluidora (VGD) 67

.6 Equação da diluição Separando-se e rearranjando-se os termos, obtém-se:

A eq uação da diluição é estabelecida desenvolvendo-se um balanço de massa (-l.3)


.ra o contamina nte para um intervalo de tempo "' d t''. considerando-se como
1lume de cont role o próprio ambiente. As hipóteses simplificativas utilizadas em onde:
a dedução são as seguintes:
V = volume do ambiente. m 3 :
G = geração de contaminante. kg/ h:
• Afastado da fonte, o ar no interior do ambiente está perfeitamente rnisLu rado Q = vazão de ar novo (ventilação), m 3 / h;
no espaço e no final de cada inten ·alo de tempo. Qr = vazão de ar no equipamento de controle de polui ção (ECP), m 3 / h:
• A ta.'<a de geração de contaminante é constante. "lc = eficiência de coleta do ECP (O a 1):
e = concent ração de contaminante afastado da fo nte, kg/ m 3 ;
• O contaminante é introduzido no ambiente através do ar de ventilação e do Ce = concentração de contaminante no ar no\·o, kg/ m :
3

processo de geração. Cm = concentração que seria alcançada com d iluição uniforme, kg/ m 3 :
y = fator de mistura:
• O contaminante é removido do ambiente atra\·és do processo de exaustão e
t = tempo. h.
de 1un equi pamento que retém o contaminante com uma dada eficiência.
Esta é uma equação diferencial linear de primei.ra ordem. não homogênea da forma:
Na forma semântica o balanço de massa para o volume de controle correspon-
dy
·nte ao ambiente de trabalho é: -dt + P (t) · y = Q (t) (-l...!)

Cont.] Cont. retido] cuja solução é dada por:


[gerado
Variação]
[de Cont.
[ no ECP

y =e
-JP(t)dt [! Q(t) ·e
jP(t)dt l
dt + cte ·e
-f P(t)dt

onde
Q Q
e
e a constante de integração cte é obtida pela condição inicial quando se faz t = O,
a qual será designada por c 0 • Desta forma. obtém-se:

Figura .J.5: Equação da di luição

as. na forma matemática. o mesmo balanço se apresenta como:

Q · Ce · dt + G · dt - 'lc · Qr ·e· dt - Q ·e· dt = V· dcm (-l. l)


(Q · Ce -G)
(-l.5)
mdo-se em mente que <p = e~ , a Eq. \-l. l ) resulta: (T/c · Qr + Q)
. V
Q. Ce. dt + G. dt - 'lc . Qr. e. dt - Q . ('. dt =-:.de (-l.2)
T"
i8 Ve ntila ção Ind ustria l Ve ntilação ger al d iluid or a (VGD ) 69

Apesar de esta equação estar restrita à hipótese simplificativa de concentração 4.7.1 Penet r ação d e calor p e la cob ertura
.niforme, resultados mais próxjmos da realidade poderão ser obtidos. dividindo-se
A quantidade total de calor sensível a ser removida deve levar em conta a
ambiente em múltiplas células. para as qua is serão aplicadas a Eq. (4.5) , com
penetração de calor pela cobertura de acordo com o modelo da Fig ura 4.7. Esta
s devidas adaptações de parâmetros e condições de contorno.
quantidade é obtida a partir de equação per tinente à transmissão de calor. a qual
é apresentada a seguir:
b.7 VGD p ara remoção d e calor sensível
A ventilação geral diluidora também pode ser utilizada para ventilar salas de
·ansformadores, salas de caldeiras e outros ambientes com grande desprendimento
e calor. Neste caso, o balanço de energia é efetuado para se determi nar a vazão
e ar a ser insuflada, Qe . para a remoção de calor sensível apenas. E m regime T.
1
ermanente, baseando-se na Figura -l.6, obtém-se:

QT = rh · Cp · ó.T {-l.6)
Figura -l.7: Penetração de calor pela cobert ura

l j
(4-.10)
m m
onde:
q = calor ganho pela cobert ura , lV;
U = coeficiente global de transmissão de calor, r·F/(m2 K ),
F igura 4-.6: VGD para remoção de calor sensível sendo U dado por:

1
U= - - - - - - - (-l. 11)
lS 1 n C· 1
tir = <ie + <i1 (4.7) - + E ..l.+-
he j= l kj h,
rh = (p · Q)e = (p · Q) .. (-l.8)
onde:
bstituindo-se a Eq. (-l.7.) e a Eq. (-l.8) na Eq. (-l.6). obtém-se: e, = espessura da j-ésim a camada da parede. m:
kJ = cond utibilidade térmica da j-ésima camada da parede. W/(m K ):
Qe = - -- -
QT (·l.9)
he = coeficiente combinado de troca de calor superficial do lado externo. usual-
Pe · Cp · ó.T mente~ 25 [lr/( m2 K)]:
:le:
h, =coeficiente combinado de troca de calor superficial do lado interno. usualmente
~ 6 (Tr/(m 2 K )];
= carga térmica total. W ; Teq = temperatura equivalente (SOL - AR) . J<.
= geração interna de calor (pessoas. motores, equi pamentos. iluminação etc.).
Temper atura equivalente (sol - ar). Teq
=calor trocado com o exter ior: ganho (+). perda(- ). W:
= massa específica do ar, kg / m 3 ; A radiação solar direta pode ser combinada. com a radi ação solar difusa. bem
=calor específico do ar. J/( kg ·ºC): como com o fl uxo de calor por convecção na face externa de uma parede, para
= temperatura do ar externo, ºG; resultar numa temperatura externa equi valente. (Teq)· usada no cálculo da pene-
' = aumento de temperatura do ar, ºC. tração ele calor pela cobert ura.
70
Ventilação Industrial Ventilação geral diluidora (VGD) 71

Radiação 4 .8 VGD para remoção d e umida d e


solar
lo+ ld Os desprendimentos de vapor cl'água que ocorrem em muitas indústrias. q uer
seja por \'azamentos ou por especiJicidades do processo em si. podem resultar em

q/ A e=> ô/A
1úveis in tole~á\·eis de umidade do ar. Com a ventilação geral diluidora . pode-se
atenuar este problema . movimentando-se uma vazão adequada de ar. de maneira
a arrastar este \-apor gerado no ambiente. Em regime permanente, a vazão de ar a
/ Tp
l___,._.,-.., ser insuflada será determinada por um balanço de ' massa de vapor. que de acordo
Teq
com a F igura -1.9 resulta:
(a) Modelo físico (b) Modelo equivalente
(-U6)

Figura -!.8: Temperatura sol - ar


1

Fazendo-se um balanço de calor para a Figura 4..8 (a). tem-se: m rh


We
_i = O'.D · I o + O'.d · Í d - h,,(Tp - T ,,) (-1.12)
A
onde:
l o = radiação solar direta. W/ m 2 ; Figura -1.9: VGD para remoção de umidade
Id = radiação solar difusa, 1'll/m 2 ;
Te = temperat ura do ar externo, ºC;
Tp = temperatura s uperficial externa ela parede. ºC: mas tendo-se em mente a Eq. (-1.8). podemos s ubstit uir m na Eq. (4.16) para se
Teq = temperatura equivalente (Sol - Ar). ºC : . _ _ o bter a vazão de ar desejada . Q,,:
h,, =valor médio do coeficiente combinado de transnussao de calor por convecçao
e radiação. W/(m 2 ºC) : e,. (-1.17)
ªD = a bsortividade para a radiação direta da parede externa: Q,, = Pe ·D. 11·
ad = absortividade para a radiação difusa da parede externa.
onde:
Admitindo-se q ue as absortividades para as radiações direta e difusa sejam
iguais e representadas por a e chamando-se a soma das parcelas da radiaçã~ solar
G,. = geração de \<tpor. kg/ s:
direta com a radiação solar difusa de radiação total, ltatt da Eq. (-1.12). obtem-se:
= umidade absoluta do ar externo. kgH~ofkgaruca:
li -.,
~11 · =aumento de umidade absoluta do ar. kgH~o fkgarseco·

(-1.13)
4 .9 VGD para aplicações gerais
Por outro lado, fazendo-se um balanço par a a Figura -!.8 (b), tem-se:
Para locais com pé direito normal e onde ocorre a aglomeração de pessoas. tais
como cinemas. reatros. ginásios de esportes etc .. bem como aqueles com geração
de contaminantes que oferecem pouco risco para a saúd e dos ocupantes. a vazão
ele ar externo necess.:-\ria. Q~. pode ser calculada por 11111 dos critérios abaixo:
Combinando-se a Eq. (·1.13) e a Eq. (4.1-!). resul ta:
• Com base no número de troca:; de ar por hora. que por ser um método
_ Ct · ltot T. (-l.15) empírico e pouco rigoroso. de,·e ser utilizado com reservas. A ya.zão de ar
T.eq - h,, + e
externo é obtida por:
Ventilação geral dil uidora (VGD) 73
72 Ventilação Industrial

Tabela -l2: Ração de ar por pessoa


Qe =N -V (4.18) Qp em (m..,/h)/ P essoa Concentração
Local
Recomendável Mínimo de fumantes
onde: Bancos 17 13 ocasional
N =número de trocas de ar por hora: Barbearias 25 17 considerável
V= volume do ambiente, m3 . Salões de baile 17 13 ocasional
• Com base na ração de ar por pessoa, para remover odores e fumaça. A vazão Bares 68 42 -
de ar externo é obtida por:
Cassinos - grill - roam -15 35 -
Escritórios públicos 25 17 alguns
Escritórios privados -12 25 nenhum
Qe = Qp · (nº de pessoas) (-1.19) Escritórios privados 51 42 considerável
Estúdios 35 25 nenhum
Lojas 17 13 ocasional
onde: Salas de hotéis 51 -12 grande
Qp =ração de ar por pessoa em [(m3 /h) /pessoa]. Residências 35 17 alguns
Valores de N e de Q p podem ser encontrados na li teratura específica ou nas Restaurantes 25 20 considerável
Salas de diretores 85 50 mui to Grande
tabelas apresentadas a seguir.
Na Tabela 4.3, compilada a partir de Daly (1985). pode-se observar que. para Teatros - cinemas 13 8 nenhum
as situações ·e m que se deseja remover a penas os contaminantes emitidos pelos Teatros - cinemas 25 17 a lguns
ocupantes do recinto. até oito trocas de ar por hora são suficientes. O limite Auditórios 13 8 nenhum
:;uperior da faixa é recomendado para a remoção de calor e vapor d"água em zonas Auditórios 25 17 alguns
temperadas. Em climas quentes sugere-se o dobro dos valores indicados na Tabela Salas de a ulas 50 40 nenhum
4.3. Em ambientes com grande aglomeração de pessoas fumantes. deve-se utilizar Salas de reuniões · 85 50 muito grande
:> dobro dos valores sugeridos. Por pessoa (não fumando) 13 8 -
Por pessoa (fumando) 68 ..J.2 -
Fonte: NB-10 (1978)
74 Ventilação Industrial Ventilação ger a l dil uid o r a (VGD ) 75

Tabela -l.3: Trocas de ar por hora. (:'\) 4. 10 E x emplos


Sicuação Trocas de a r por hora - i'\ E xemplo 4.10.1
AucLi tórios e salas ele rew1iões -l-6
Padarias 20-30
Bancos 2--1
Determine a variação da concentração da fumaça de cigarro numa sala de
reu.n.iões com 100 m 3 . Na sala. a lgumas pessoas fumam conforme mostrado no
Salões ele banquete 6-10
gráfico a seguir. Assumir que a fumaça é gerada numa ta.\'.a de 1.000 µg/min.
Salões ele bilhar 6-8
para cada cigarro. Um sistema de ventilação fornece 15 m 3 / min de ar novo. A
Casas de caldeiras 20-30
concentração inic ial de fumaça no ar ambiente é de 20µg /m 3 . Sup or que o ar da
Lanchonetes 10-12
sala esteja a uma temperatura de 20 ºC e a wna p ressão atmosférica de 101. 3 kPa.
Cantinas 4-6
Igrejas 0.5-1
Cinemas e teat;-os 10- 15
Salões de clubes 8-10
Salões de da nça 6-8 Cll 15
"O (/)
Salões de tingimento de tecidos 20-30
Salas de máquinas 20-30
e -e i o
Cll

a> ro -'
Oficinas 6-10 E E
·:::> :::> s..:
Fundições 20-30 z.... r
1
Salas de íornos 30-60 0~~2r
0~-4-0~-6-0~~
80.----,10~0~~120
Garagens 6-8
Hospitais, geral 4-6 Tempo (rnin )
Cozin has 10-20
La boratórios ..J.-6 ~igura 4.10: Número de fumantes versus tempo
Lavatórios 10-15
Lavanderias 20-30
Solução:
Escritórios ..J.-6
SaJões de pint ura 30-60
DADOS: Os parâmetros físicos estabelecidos acima para o a r correspondem àqueles
Câmaras escuras (fotografia) 10-15 da cond ição-pad rão.
Casas de carnes 6-10
Restaurantes 6-10
Par = 1. 2 kg/m 3
Var x 10- 5 m 2/ s
= l. 5
SaJas de aula 2-3
g = 9,81 m/s 2
Residências 1-2
V= 100m3
Piscinas internas 20-30 Q = 15m3 /min
Cabines de passageiros (navios) 10-:20 é' = 1.000 µg / m in por fumante
Compart ime ntos de a limentos (navios) 10-30 é = n° de fumantes x G'
fonte: ::"J 8- IO ( 197 ) C0 = 20µg/ m 3
Qr =0
Ce= 0
i,; = 1
76 Ve n t ilação Industrial V e n t ilação g e L"al diluido l.'a (VGD) 77

DETER\IINAR: a variação de concentração. c, ao longo do tempo. Xa equação acima. Eq. (-1.22). o tempo 1 é o tempo decorrido neste intervalo,
ou seja. 20 min. A concentração final <lo intervalo ele (clO a 60 min) será obtida
RESOLUÇÃO:
fazendo-se t = 20 min na Eq. (-l.22). resulla ndo:
Equação básica:
e= -19. 67 µg /m 3
_ (7Jc·Qr + Q) .tp . t
c=c0 · e V + e) Variação ela concenlração no 1ntermlo (60 a 1:20 min).
:\esre intermlo e,, é igual ao valor da concentração fi nal do inlerrnlo (-10 a 60 min).
ou seja. igual a -19.67 µg /m 3 e G = 5 x l.OOOµg / min = 5.000µg / min. Assim,
(Q·ce + G) neste intervalo a concentração em função do tempo será dada por:
(-1.5)
(T/c · Qr + Q )
c = -10. 67 . e-(:3/ 20). t + 11- e-(3/ 20). tJ x l.~00 (-l.23)

~a equação acima. Eq. (-1.23). o tempo t é o tempo decorrido neste intervalo.


para o presente problema, a equação acima se reduz a:
ou seja. 60 min. A conceulração finaJ deste inten-afo será obtida fazendo-se t =
60 min na Eq. ( l.23). resultando:
e (-1.20) e= 333. 30 µg / m 3
Q
Concentraçao ver>us tempo
1000 .------,.--==--.--- -- - - - -- , - - - . - - - -
a) Variação da concentração no intervalo (O a 40 min).
Neste .intervalo c0 é igual a 20µg / m 3 e G = 15 x l.OOOµg/ min = 15.000µg/ m in.
Assim , neste intervalo a concentração em função do tempo será dada por: 1 !
----1 --j -+------
e= 20 . e- (15/ 100) · t + [l - e - (15/ 100) . ti x 15~~00

e= 20. e-(3/ 20) . t + [1- e-(3/ 20). t] x 1.000 (4.21)


\
1 \ •

A concentração final no intervalo de (O a 40 mi n ) será obtida fazendo-se t = -10 min


na Eq. (4.21), resultando: \ /
~
l 1
1

e = 997. 57 µg/ m 3 / 1

b) Varil\ção da concentração no intervalo (40 a 60min) . 1 l 1


Neste intervalo Co é igual ao ,·alor da concentração final do interva lo (O a -10 min), OL...---------------~--'------
0 10 30 40 50 60 70 80 90 100 : 10 120
ou seja , igual a 997, 57 µg/ m 3 e ;<:)
Temoo [mm l

6 =O x 1.000 µg / min =O µg / m in Figura 1.11: C'oncPnrração de fuml\ça rersll.'> tempo


Assim. neste intervalo a concentração em função do tempo será dada por:
OBSERVAÇ'.:i..O: '.\este exercício fica patenre o caráter exponenl'ial <las taxas de
c:rescimento ou diminuição da concentração com o tempo. resultante da Eq. { 1.5) .
e= 997. 57 · e- (3/ 20) · t (-l.22)
aplicada a cada imermlo de ternpo.
78 Ventila ção Industrial Vent ila çã o ge1·al di luidora (VGD) 79

Exemplo -1.10.2 sala, ficando a concentr ação inicia l definida pela massa específica do N H3. na
temperatura e pressão atmosférica dadas. Assim a .concemrnção inicia l será:
Um resen ·atório contendo 1.000 k g de N H 3 rompe no interior de uma casa de ·' 11 , 1.000
eo --p •" llJ -- 1n
- ti- 3 - - - - =O. 6713 kg/ m 3
máquinas. que tem um volume de 500 m 3 . A sala de máquinas está equipada com 1.-1 9. 51
um sistema de ventilação que promm·e 5 trocas de ar por hora. Determinar o tempo b) O lempo para q ue a concentração diminua d~ c0 para e é obtido da Eq. (-1.2-1).
que se deve aguardar após o colapso do reservatório. para se iniciar o trabalho de
explicitando-se l.
ma nu tenção. Admitir que a temperatura e a pressão atmosférica reinantes sejam
6
respecti,·amente 30 ºC e 101. 3 k P a . \•
t = -- · ln ( -C ) = - -500
-- · ln ( 17 X
_10- )
= 2. 12 h
Q C0 2.<J00 0.61 13
Solução:
t = (2 h 7 m in)
D.-\DOS: Segundo a ACGIH \'VORLD\i\IDE (2000). o valor li mite de tolerância
(TLV). baseado na média ponderada no tempo (TWA) para a amônia (XH 3 ) é
de 25ppm (17 mg/ m 3 ). a q ual deve ser portanto a concentração final. a part ir da O BSER\ºAÇ'ÃO: Este exemplo exigiu a consulta à tabela de níveis de concentração
q ual se pode fazer a ma nutenção. da ACGIR. bem como a utilização da eq uação d a. diluição para se determinar o
tempo de decaimento da concentração. o u seja . na forma inversa do E xemplo
R v11, = -19 k:K (-1..10. l ).
P atm = 101, 30 k P a =
101, 30 X 103 P a
Tar = 30 ºC = (30 + 273) ]( = 303 !\
</ = 500 m 3 Exe mplo -1.10.3
Q = 500 X 5 = 2.50Qm3 jh
:: = 25ppm ( 1T mg/m3 = 17 x 10-6kg/m3) O ar interior de uma sala. contendo dois grupos moto-geradores de 1.000 Hl '
G = Okg/ h cada. não deve exceder em 10 "C a temperatura ambiente ext erna, que no verão
a tinge, em média. 32 bC. O rendimento dos geradores é de 02 3. enquanto o dos
DETER.MINAR: o tempo que se deve aguarda r pa ra inicia r o trabalho de manu-
motores se situa em torno dos 30 %. O calor dissipado pelos motores corresponde
tenção.
a 2o/c da energia consumida. :'-iecessita.-se determi11ar a. ,·entilação necessária a
RESOLCÇA O : ser promo,·ida na sala. com o intuito de eliminar o calor sensível gerado pelo
Equações básicas: equi pam ento no seu interior. A pressão a.1mosférica do local é de 101. 3 k P a.
Para o presente problema. a equação da dil uição. Eq. (-l.5), se s implifica pa ra: Solução:

(-1.2-!) DA DOS: Para as condições do ar tanto interno como externo. temos:


li·.,= l.OOOk W
(4.25)
l]ger = 02 3
'lmoc = 30'1
Jnde na Eq. (-1.25) foi ad mi tido neste problema que a amônia se comporte como P atm = LOl. 3 J.: P a
um gás perfeito.
:i) Verificação do volume ocupado pela massa de amônia contida no reservatório R ar -') -.]
- - 1 kg [\'
;:>ara as condições de pressão atmosférica lOl. 30 k P a e tempera tu ra de 30 ºC.
• tra,·és da Eq. (-!.25). k.J
ePar = l. 0 - -
J.:g <>C
't/ l .000 X 49 X 303 __ 3
= lOl.
300
= 1.-189. o 1 m T. = 32 ~ C

T, = -12 °C
2omo o volume resultante da ex"J)ansão da amônia resu lto u muito maior <lo que
J \•olwne da sala de 111nq11inas. admite-se que a runônio ex"J) ulsará lodo o a r da
g = 9, l m/.s2
Ven tilação geral d iluidora (VGD) 81
80 Ventilaçã o I ndustrial

DETER.\IINAR: a vazão de ar necessária para a remoção do calor sensível. Qs = Qe X Pe = 9.900 X l. l~ = 102535 m 3 / h


P11 l , l_
RESOLUÇAO:
Equações básicas: OBSERVAÇÃO: Este e..\':emplo mostra que. quando utilizadas para remoção de
calor sensível. as mzões req ueridas para a ventilação são bastante altas. Além
p ilisso. não devemos esq uecer também que as ,·azões de entrada e de saída não são
p= - - (2.3)
Rar T iguais.
Q - <iT (-!.9)
e - Pe . Cp . D.T
Exemplo -!.10 ..t
Jt ·u
T/gtr = ll ºm (-1.26)
Para permitir a acomodação de -!O pessoas. tuu a uditório com um volume de
300 m 3 de,·e ser ,·entilado. Admitindo-se que o cálculo de ,·entilação solicitado
seja especificamente para conforto. onde os contaminantes oferecem baixos níveis
a) Cálculo da potência necessária no ei.'l:o dos motores: de risco para a saúde humana. pede-se determinar a rnzão de ar a ser insuflada no
interior do a udi tório.
n·.m -- -
ll'u- - - = l .O _k
1.000
r/g er - O. 92
, ·llº Solução:

b) Carga térmica gerada pelos motores e geradores DADOS: Apesar de o cálculo da vazão de ar necessária à ventilação. baseada no
número de trocas, ser empírico e pouco rigoroso. este exemplo será feito utilizando-
1. Calor produzido pelos geradores se tanto a a bordagem citada acima como aquela baseada na ração de ar por -pessoa.

Qger = (ü·m- li·u) X 2= (1.08í - l.000) X 2 = 87 X 2 = 17-!kff \::/ = 300m3


n = .!O pessoas
2. Calor gerado pelos motores (2%): RESOLUÇÃO:
Equações básicas:
Í/mol =
IT"m X 0. 02 X
2 = 1.087 X 0. 02
O 30
X
2 = l-15 k l~·
T/moL • Q~ =.V.\::/ (-1.18)

3. Calor total gerado no interior da sala:


Qe = Qp · (nº de pessoas) (.t..19)

a) Cálculo baseado no número de trocas.


IÍtotol = Qger + Qmot = 17-! -r 1-15 = 319 k ll°
Na Tabela -!.3. para a uilitórios e salas de reuniões. admitindo-se ser proibida a
presença de fuma ntes durante a sua utilização. N varia de quatro a seis trocas de
c) Cálculo da massa especí.fica e a ,-azão de ar na entrada:
ar por hora. Assim sendo. adota ndo-se o ,·a lor quatro trocas por hora, resulta:
101.300 = l 16 kg/ m 3 Qe = 300 X -l = 1200 m 3 / h
Pe = 2 7 X (32 + 273) '
b) Cálculo baseado na ração de a r por pessoa.
319
Q.,_ = = 27. 5 m3 /.s = 99000 m3 /h
1.16 X l. 0 X (-1 2 - 32)
:\a Tabela -!.2. pa ra a udi tórios. admitindo-se ser vetada a presença de fuma ntes.
d) Cálculo da massa específica e a vazão de ar na saída: Qp = 13 m 3 / (h ·pessoa). Assim sendo.

101.300 = l . 1._) k / m3 Q e = 13 X -!O = 520m3 / h


P11 = ·JR-
- U 1 X ( ...•?_ + -r3)
_, g
82 Vent ilação I nd ustrial

OBSERVAÇ' ÃO: Este exemplo mostra que o cálculo da rnz~o de ~r. necess~ia
parn confo rto. baseada no número de Lrocas, é mui to conserrnt1~·0. ex1grndo rnzoes
omito maiores do que aq uela obtida pelo método b;iseado ua raçao de ar por pessoa.

Capítulo 5

Ventilação natural

5.1 Introdução
A 11entilação natural tem seu campo de aplicação em edifícios industriais,
edifícios públicos, habitações e garagens.
Os diferenciais de pressão disponíveis para movimentação do ar na ventilação
natural são decorrenles do vento e das diferenças de temperatura entre o ar exterior
e o ar interior. Estes dois mecanismos podem agir de maneira separada ou de forma
combinada. dependendo das condições atmosféricas. do projeto e da localização
do edifício. para produzir diferenciais de pressão alravés das aberturas de entrada.
6.Pe e de saída, 6.Ps . como mostra a Figura 5.1.

Figura 5.1: Diferenciais de pressão causados pela ação do ,·ento e da temperatura

Os resul tados obtidos da rnntilação natural poderão rnriar consideraYelmente.


devido a a lt erações na intensidade e direção do vento. bem como a mudanças de
temperatura.
No projeto de um sistema de ventilação na t ural. o arranjo. a localização e o
8-1 Ve ntilação Indus tria l VentiJação natural 85

controle das abert uras <le venl ilação de,·em ser tais que os dois d ifere nciais de relação à superfície sobre a qual ele está incidindo. Aplicando-se a equação de
pressão atuem cooperatirnrnente. Tendo-se em mente a ação das d iferenças de Bernoulli para o escoamento não per t urbado e um ponto sobre a s uperfície. cor-
temperatura. as aberturas ele entrada de ar deverão estar situadas em nível inferior respondente à j-ésima Uuba de corrente na Fig ura 5.3. temos:
às de saída. ~o q ue tange à ação do Yento. as aberturas de ent rada para o ar
deverão estar sil uadas nas paredes m ltadas para o venLo dominante e as de saída
deverão ser protegidas da ação do ,-ento. A Figura 5.2 apresenta a situação quando
os dois d iíerenciais atuam de forma cooperati,·a.

Ação da temperatura Ação do vento Ação combinada

pint H! plnt H Pint


fluxo
fluxo nuxo sai
nuxo Pext
sai sal entra \ na face
co Pext Pext a Figura 5.3: Definição cio coeficiente d e pressão
~
montante
2 na face na face 3
<(
interior
<( a interior a
jusante montante Pext
na face
a 1 i -? l .·)
fluxo fluxo
sai
fluxo
entra
jusante
fluxo
entra
2· ~ · Par = 2 · l f · Par + Pj (5.1)
entra
Pressão Pressão Pressão
onde:
Figura 5.2: Distribuição de pressões internas e e::-..-ternas ao longo da alt ura de um Par = massa específica do ar, kgj m 3;
ed ifício i~ = velocidade do vento distante da superfície. m/s:
l ~ = velocidade d o vento tangente à s uperfície na j-ésima linha de corrente. m/s;
P; = pressão efeti va sobre a superfície na j-ésima linha d e corrente. P a.
5.2 Ação do vento Assim.

Os fatores decorrentes da ação do vento que influenciam na ventilação natural 1 2


· - . Vx ·par (5.2)
são: 2
• \'elocidade média do veulo: diz respeito à intens idade média do ,·ento domi-
nante no local. ou
• Direção predominante do ,·enlo: diz respeilo ao â ngulo de incidência do ,·ento (5.3)
em relação às paredes do edifício. onde:
• Interferência local no vento devido à proximidade de edifícios. colinas e ou tras
obstruções de natm eza similar: diz respeito tanto à intensidade qua11lo ao 2

ângulo de incidência do ,·ento em relação às paredes do ediíício. CP.;= 1- ( V~


V ) (5..!)
l\o caso de se querer tirar pro,•eito da ação do Ye nto. como medida de segurança. 1 .•)
(p)
ti oc = 2 · V~ · Par (5.5)
sugere-se dimensionar o sistPma. utilizando--:e uma velocidade igual a 50% do ,·ator
da ,·elocidade média do Yent o domi nante.
sendo:
5.2.1 Coefici ente d e pressão
Cm parãmeLro important<' 110 cálculo da ve nt ilação natural é o coeficiente de CP.j = coeficiente de pressão do vento na posição ·y;
pressão. C p. Este coeficieute está relacionado com a od entação do vento em ( Pv)oo = pressão de velocidade do vento distante da superfície.
86 Ve ntilação Industrial Ventilação n atural
87

Na Eq. (5..1). quando:

vi = o ___. eP. 1 = 1 ar
Vi= V00 Cp,i= O
___,.~
.-fi b
-.
vj >Voo ~ CP.j< o

..,
A Figura 5.4 a presenta um desenho esquemático de um típico edifício industrial.
onde são fornecidos os coeficientes de pressão do vento nas posições das aberturas
indicadas:
Figura 5.5: Vazão da abertura para D..P especificado
Cp1 = 0.5
Cp2 = -0,7
Cp3 = -0,5
Q = K .A · 12 .D.P
Par
(5.6)
onde:
Q = vazão de ar. mª / s:
[{ = :oeficiente de \-azão referido à área frontal da abertura;
A = ar ea frontal da a bertura. m2;
ôP-dili
- erenc1' a l d e pressa.o
- através da a bertura. Pa:
Par = massa específica do ar. kg/ mª .
VenlO ..
dominan te A Tabela 5. 1. compilada a partir de Idel'cik ( 1969) ~ -ai
ficiente de vazão para algumas aberturas típicas: ' ornece os \ ores do coe-
1J)
Tabela 5. 1: Coeficiente de vazão
Figura 5..1: Especificação dos coeficientes de pressão
Abertura
Venesiru1as com
50% de área livre 0.-10
Uma. fonte interessante de cp é a p ublicação: Liddament (1986). Basculante com
chapa a 60º 0.58
Abertura com
5.3 Vazão de ar através de uma abertura bordos vivos 0.62
Aberturas com
A vazão de a r através de uma. abert ura pode ser determinada quando se conhece o bordos arredondados o. 5
diferencial de pressão. D.P. através desta. pela equação que fo rnece a vazão através
de orifícios (Figura 5.5):
88 Ventilação I ndustrial
Ve ntilação n at ural
89

5.4 Algoritmos de cálculo


5.4.1 Algori tmo p ara o cálculo da vazão
A seauil serão apresentadas as seqüências de cálculos para se determjnar a Neste tipo de problema são conhecidos a intensidade e a direção do \·ento. a
vazão obtida em função de aberturas existentes ou as áreas das aberturas ne- temperatura e a pressão externa do ar. e conseqüentem ente s ua massa específica
cessárias. para resultar em uma dada vazão de ventilação natura l. os coeficientes de pressão. as áreas e as cotas de cada abert ura. Considera-s~
O passo irucial consis te em se estabelecerem as bipótes~ simpli~~tivas, de- também conhecida a temperatura média do ar interno ou a car""a 0
térmica sensível
marcar as cotas das aberturas. bem como caracterizar os pa ra metros físicos para o do ambiente. A seguir é a presentada a seqüência dos cálculos:
ar. Isto é apresentado na Figura 5.6. para uma situação simples. envolvendo ape-
nas t rês aberturas. Todavia, o algoritmo a ser apresentado aplica-se a q ualquer l. No caso de não ser conl;ecida a temperatura médja interna. calcular a massa
número e distribuição de a berturas. específica Pi· a partir de um \·alor estimado desta temperatura.
2. Calcular as pressões externas, (vento + des1úv·el), junto a cada abertura.
cons idera ndo os desníveis em relação a um nível de referência. onde a pressão
efetiw1 externa ela a tmosfera será nula. Assim. as pressões externas em cada
abert ura serão obtidas pela expressão abai..-xo.

Pe.J = CP.J · ~Pe · \ ~ - Pe. · g · Zj


V
CD ...
3. ~xpressar as pressões internas j unto a cada abertura, em função da pressão
111terna no nível de referência. P0 .
1 P. = p Pe.3
' i.3 .~3
o---...::..
-- -- -- l

·-'.'Jfi;eJ de Referência 4. Estabelecer o~ ó.Pi= (PJ.i - P ;.j). para cada abertura.

Figura 5.6: Cotas e parâmetros físicos para o ar 5. Determinar Po pela aplicação da equação da continuidade.

n
L rhi=O
Na Figura 5.6. Pe e p; representam as massas es pecíficas do ar, corr~sponden~es J=l
às temperaturas médias externas e internas. respecti vamente. A ?ressao Po ~er~ a onde .. u .. represeuta o número tot.al ele aberturas. Introduzindo-se a Eq.
pressão efetiva do ar interno no nível estabelecido coroo sendo o mvel de referenc ia. (5.6}. obtém-se:
As pressões Pe.j e P,.i são as pressões efetivas junto à .abertura 'T. na cota Z1 •
correspondendentes aos lados externo e interno. respectJvamente.
(5 .T)
Hipóteses simplificativas:

• Regi.roe permanente: com esta hlpótese. ig nora-se qualquer _flu t~ação na in- :\a Eq. (5. T), o !:::.Pi foi considerado em módulo para se e\·itar o sur<Timento
0

tensidade e na direção do vento, desconsidera-se qualquer osc1laçao de tempe- de um sinal negativo no radicando. Além disso. nesta equação,
ratma externa e interna e não se leva em conta. ta mbém, possíveis alterações
decorrentes do fechamento de a lgumas abe rturas.
Par -
_{P·. se~Pi >O.
p,, se ~ Pi <O.
• Perda de caraa no escoamento interno des prezível: esta hlpótese é basta nte
razoável, tendo-se em vista a grande magnitude da seção transversal. impli- e o cociente 6Pi/ ID.P1 1foi introd uzido para se levar em couta os sinais das
cando em uma baixa velocidade do escoamento nestes ambientes. parcelas do balanço de massa.
90 Ve ntilação Industria l Ve ntilação natural
91

6. Calcular as vazões por: Como AT é diferente de zero, resulta:

2 · 16.Pil . 6.Pi
(5. ) (5. 9)
Par 16.Pj l

7. No caso de a tempera tura interna ter sido estimada. torna-se necessano sendo
verifica r se o ó.T resultante da estimativa confere. com uma certa tolerância.
com aquele obtido com o empr ego da Eq. (4.9). Em caso negati vo. de,·e-se
continuar o processo itera tivo. volta ndo-se ao passo (1). (5.10)

5.4.2 Algoritmo para o cálculo das áreas (5.11)


Nonun ente neste tipo de problema são conhecidos a intensidade e a direção do
vento. a temperatura e a pressão externa do ar. e conseqüentemente s ua massa
específica . os coeficientes de pressão. a vazão requerida para ventilação. a qual
iguala o somatório das vazões de entrada, bem como as cotas de cada a bertura.
estipulando-se. para cada posição. a fração. ,.\1 • da área total requerida. Considera-
se ta mbém conhecida a temperatura média do ar interno e. conseqüentemente, sua 5. Atentando-se para o fato de q ue o lado esquerdo da Eq. (5.7). sem a razão
massa esp ecílica. A seguir é apresenta da a seqüência dos cálculos: ó.Pi/ lõ.Pil. representa o dobro da vazão mássica de ventilação p . Q
pode-se escrever: · " e·
1. Calcular as pressões externas, (vento + desnível). junto a cada a bert ura.
n
cons iderando os desníveis em relação a um nível de referência. onde a pressão
efeti va e:-.i:erna ela atmos fera será nula. Assim, as pressões externas em cada {;J(i · À j · Ar· / 2 · Par · ló.Pil =!mel+ lm$1 = 2 · Q., · Pe (5. 12)
a bert ura serão dadas pela eq uação a baixo.

P.e.J· = Cp .J · ~ ,.rie · ~ •2
:xi - pe · g · ZJ 1\ [as ª área total pode se~ representada em função das áreas individuais de
2
cada abertura pela equaçao,
2. Calcular as pressões internas junto a cada abert ura, em função da pressão
interna no nh·el de referência. Po. (5 .13)

P,.J = P0 - p, · g · Z1
a qua.l . quando s ubstitLúda na Eq. (5.12) acima. permite isolar 4
det · · · c1· .d · k · para se
3. Esta belecer os ó.Pi= {P c.J - P ,,J). para cada abertura; enmnar as areas lll 1v 1 uais requeridas para cada posição "k" .

-!. Determinar P0 pela aplicação da equação da coalinuidade. -1 - 2 · Q e · Pe · >.1;


• k - L:;=l J(J · Àj · .,/2 · Par · ldP1 j (
5 .l 4 )
n
I:mi =O 5.4. 3 Regras ger ais
J=l
onde .. n" representa o número total de a bert uras. Últroduzi udo-se a Eq. A seguir são a~r:sentadas algumas recomendações para se obter uma ventilação
(5.6). a fração de área das a berturas. ,\ 1 e colocando-se a cons tante Ar em na tural com o ma"Gmo de eficiência:
evidência, obtém-se:
• E vitar projetos de pavilhões com grandes vãos entre as paredes que contém
:lP1 as ~~erturas de entrada de ar. pois. no caso de grandes vãos. a ventilação da
.4r
n
· "\"'
L..,
J=l
""' I<]· · >.1 · J? · - par · 16.P·I
J · - -j
l ~P
J
=o reg1ao central poderá ficar prejudicada por curto-circuitos entre a bert uras
de entradas e de saídas do ar.
92 Ventilação Industrial Ventilação n at ural 93

• :\la.x:imizar as distâncias verticais entre as abert uras de ,-entilação, para tirar


maior proveito da ação da di ferença de temperatura.

• Orientar o prédio de ma neira conveniente, para otimizar a ação dos ventos


predominantes. I
,z./
• Proteger da ação contrá ria dos ventos. por meio ele anleparos. as aberturas
=: g§- - - -
de saída do ar.
Figura 5.u: VLE como complemento da \"GD

• Recomenda-se que a área de entrada, rle, seja aproximadamente o dobro ela


área de saída . As. pois nessas condições <1 vazão será aumentada em cerca
de 25% em relação ao valor obtido para Ae ::::: A8 . como mostrado na Figura 5.5 Exemplo
5.7.

Este procedimento garante a manutenção da vazão desejada. mesmo nos dias E.""<emplo 5.5.1
ma is desfavoráveis, quando parte das aber turas de entrada poderá estar em
de pres~ão, devido à ação do vento ser diferente daquela adotada no projeto. Calcule o coeficiente de pressão ao longo da su perfície de um cilindro ele raio R ,
disposto transYersalmente a um escoamen to de ar com ,-elocidade uniforme. Ux..

,,........
o~
'-'
o
l ctl
N
/
«!
>
CI)
'O 20
o
......
e
,...
(!)

e
:J .
<:

2 3 4 5 6
Figura 5.!1: Liuhas dP corrente em um escoamento de Hele-Shaw - C'reeping Flow
Relação Ae /Asou As / Ae
Solução:
F igm a 5. 7: Efeito de aber tu ras desiguais
HlPÓTESE SI:\IPLIFIC.-\TI\.A
O escoamento de ar será tralildo corno ideal. ou seja. uto escoamento inviscido .
...\ solução deste escoamento pode ser obtida pela superpo::.ição ele um escoamento
uJtiforme com wn par fonte-sum idouro. É expressa em coordenadas polares por:
• L"ma instalação de venti lação local exaustora latobém produz a ventilação
gera l diluidora do recinto e pode complementar a ventilação natural em !orais
com deficiimcia de movimentação do ar. como mostrado na f'igura 5.8.
94 Ventilação Indus tria l Ventilação natural 95

apresenrado pelo escoamento real. apresentando as mesmas posições angulares de


\!~ = U00 (1- R2) cos fJ
r2
1.:oefi cicntes positi vos e negativos ..

\.9 = - Ux (1 + R2) sin IJ


r'l
Exemplo 5 .5 .2
As lin.has de corrente deste escoamento se apresentam como a vis ua liação apre-
>entada na Figura 5.0. Na s uperfície do cilindro, em r = R, as equações acima O pavi lhão industrial esquematizado a seguir de,·e ser Yentilado através de
:ornecem l ~ = Oe l0= - 2Ux sin IJ. sendo que \lo "/= O viola a condição de não aberturas localizadas 11os túveis ( 1) e (2). com coeficientes de pressão iguais a 0.5 e
~scorregamento imposta pelas forças moleculares entre o fluido e o sólido. -0. 7. respectirnmente. Os coeficientes de vazão referidos às áreas frontais são iguais
A distribuição de pressão junto à superfície do cilindro pode ser d eterminada a 0.6. A velocidade do ,·ento incid indo perpendicularmente à parede esquerda é
i. partir da aplicação da equação de Bernoulli: de 3 m/ s. A árl:'a coberta com tellws de fibrocimenlo de 8 mm de espessw-a é de
1.500 m 2 . O coeficiente de condutibilidade térmica da telha é de O. ·1 W /( m · K ) .
e o coeficiente de absorth;dade para a radiação solar é igual a O. . O coeficieute
combinado de troca de calor para as paredes externas é igual 25 lr/ (m 2 ·A·) e
1 ., . ., i u" para as paredes internas ,-ale 6 ll"/ (m2 · !\). A rad iação solar incidente sobre o
p., + ?_P · -1 · U- oc Slll - 1} = Poc + ?_P -oc telhado é de 00 ff/ m2 . O calor gerado no interior do paviU1ão é de 300 kfL As
coucüções do ar atmosférico externo são 101. 3 kPa de pressão at mosférica. 30 º C
de temperatura de bulbo seco e 60 % de unlidade relati,-a. Considerando que a
temperatura interna não de,·erá ultrapassar os .!QcC. determinar:

C = p,, - P'Xl =l- -l sin 2 8 (a) as áreas das abert uras de Yentilação:
P ~pU 2 oo
(b) a umidade relatirn 110 interior do pm·illião.
2
1 R•- •6.7' 1~ -,.--,
R* - • 136 •·o· ./
):-.
~1 2\
1
,... ,,......
~-

r~
'
e.
I >- i. . .~_L Ú. -----.. .i~ - . ,.
'e; 1 -Bri
,'! S..llCfwr.i \ i
2 - • - , • , -S.,~cr•tC.I \ 'l -,- P.
\. /' 1._,•.,c;,1 '· /
1 Fx
-3 -
C
- >-L-
,o 60 JO '.ti 150 t l!O
- ....._.
~ t D ~· n l'O
-
J00 J :-O Jr>•1
(t-=---

F igura 5.11: Pm·ilhão industrial


Figw-a 5.10: Distribuição de presão ao longo da superfície do cili ndro

Solu ção:
A Figw-a 5.10, publicada em \\"hite (199 1). apresenta a distribuição de pressão
'º longo da superfície do cilindro em função do ângulo IJ. No caso do escoamento DADOS:
eal. para ambos os valores de Reynolds críticos, esta distribuição de pressão cor- T, )mar = -lO º C
esp onde às posições na borda d a camad a limite. T. = 30 º C
P5at lre = -1. 2-16 Pa (água.)
)BSERVAÇ'AO: Apesar das equações empregadas se restringirem à solução do P5 at}i·, = 1.38-IPn (á.g11a)
scoamento inviscido, os resultados reproduzem a tendência de comportameuto P..tm = 101. 3 kPa
V e ntilação n atural 97
Ven t ilação Ind ustrial

• Cálculo da temperatura equivalente do ar externo:


Re = 60%
ir= 287 k:K _ a· Ítot
T.eq - - -
1l e
+
T. _ 0.8x800
e - ?-
_ ;)
+ 30
· -
_ __ 6 0 C
i><.> .
•r = 1.000 Jj(kg · J()
0 = 3m/s • Cálculo do fiu..,o de calor através da cobertura:
, 1 = O. 5
,2 = -0. 7 iJcob = Ucob · Acob · (Teq - T;) = -1. -11 X 1.500 X (55, 6 - -lO) = 103.19-1H"
=0,6
~ = 0, 6
• Cálculo do calor total a ser removido do pavilhão:
lha= 0.-1 W/(m · !()
QT = q, + QCDb = 300.000 + 103.19-l = -!03.19-lll"
.lira= 0,8
lha =Bmm • Cálculo da massa específica do ar que adentra o pavilhão:
2
t = 800ff/ m
,b= 1.500 m2 Patm 101.300 J 3
Pe = - R
"' = ?g- (r 3 30 ) = l , 16kg m
= 300 k\r ar .l. e - 1 X - ' T
= 25 ff/(m 2 · K)
• Cálculo da vazão de ar externo necessária:
= 6 WJ(m 2 · I< )
= 8m Qe = iJT = -103.19-1 = 3-1. 76 m3 s
SOL ·çAo: Pe · Cp · (T; - Te) l. 16 X 1.000 X l 40 - 30) J
Jações básicas: • Pressões externas junto a cada a bertura de ventilação:
p
(2.3) .
p=--
R ar T Pe1 = GPl · 21 · \ ·?
1; , • p" =O. 5 X 2l x 32 X l. 16 = 2, 61 Pa
iJT = iJe + Qi (-l.7)
. 1 ?
irr
Q e = _ __;:..;___ (-L9) Pe.2 = (CPi · 2 · V~ · Pe) - (Pe · g · .:)
Pe · Cp · t::..T
q = U · ri · (Teq - T,) (-1. 10) Pe2 = (-0. Í X ~ X 32 X 1, 16) - (l. 16 X 9. 81 X 8)
1 (-1.11) Pe2 = - 9..t. i Pa
U= 1 e 1
-he + 2:::-k +-
h,
• Cálculo da massa específica do ar no interior do pavi lhão:
_
T.eq -
a · Ít ot T. (-l.15) Patm 101.300 J 3
he + e p, = Rar T, = 287 X (273 + -lO) = 1. 13 kg m
~p
LI\.). >.r J2 ·p · lê:.Pjl · l~~I =o
n
(5.12) • Pressões iI1ternas junto a cada abertura de ventilação.
;=l
2 · Qe · Pe · )..k P;1 = Po
(5. 1-l)
P12 = Po - (p, · g · z) = Po - ( 1. 13 x 9.81 x 8)
Pi'1 = Po - 8. T
eterminação das áreas das aberturas: • Diferenciais de pressão junto a cada abertura de ventilação:
Jculo do coeficiente global de trans11ússão de calor para a cobertura:
6.P1 = P e1 - P ,1 = 2, 61 - Po
Uc00 = -1 - - ---
Ítelha l
1
1 o.~08 1 = -l. -IJ H"/(m
2
· K) 6.P2 = Pe2 - P;2 = - 9-1. T - Po + 8. 7 = - 6 - Po
-he + - - +-
ktellaa h, 25 + o:T + 6
98 V e ntilação Industrial Ventilação n at ural 99

• Cálculo da pressão interna no 1ú,·el de referência (Po):


Considerando-se a hipótese de áreas iguais nos nh·eis (1) e (2). ~fl = 1 2 . Além OBSERVAÇÃO: Deve ser observado que só não houve a necessidade de wua
djsso. como já conhecemos o sentido do escoamento nestas <1berturas. torna m-se solução numérica da Eq. {5.l-1) deYido ao fato de existirem apenas duas aber-
desnecessárias as relações l~~~I · Assim. simplificando-se a Eq. (5.12) , resulta: turas. DeYe ser enfatizado ainda que. no caso de o problema envolver um cálculo
de vazão, a solução de,·erá ser obrigatoria mente iterat iva. uma vez que a tempe-
ratura interna será também uma incógnita.
VPe · l.6.Pd - Vp, · l~'.d = O
v'i. 16 x (2. 61 - ? 0 ) - v' L 13 x 1- (- 6 - Po)J = O
v'l . 16 x (2. 61 - P 0 ) = .jl.13 x (6 + ?0 )
Po = - 1. 6.J.Pa
e. conseqüentemente:

l~ Pil = 2, 61 - (- 1, 6-l) = -1, 25 Pa e

j.6.P2 I = - (- 6 - Po) = 6 + Po = 6 - 1. 6-1 = -1. 36 Pa


Finalmente, aplicando-se a Eq. (5. 1-1) e nota ndo-se que os Xs se cancela m no
numerador e denominador. obtém-se:
2 · Qe · Pe
.:l i = _.i., = -----;======----:----;:::== = =
- J,·1 ·J2 ·
Pe · l.6.Pt l + I<2 · .j2 · p, · l ~P2I

_..l = .:l., = 2 X 3-1. 76 X 1, 16


l - Q, 6 X J2 X l. 16 X .J. 25 + 0. 6 X J2 X 1. 13 X -1. 36
2
A1 = .·b = 21.-11 m
b) Cálcttlo da umidade relativa do ar no interior do pavilhão:

Admitindo-se que não exista geração de vapor no interior do pavilhão, a 1mtidade


a bsoluta do ar interno deve permanecer a mesma que a do a r externo. Corno
conseqüência. a pressão parcial de ,·apor no interior do pa,·ilhão resul ta a mesma
que a do ar e::-..-terior. Por out ro lado. temos:

URe = Ps )
Psat Te

e
CR, = Ps) Psat T•

Elimina ndo-se P5 das duas equações. resulta:


Capítulo 6

Ventilação local exaustora


(VLE)

l· 6 .1 Introdução
Enquanto na t•enlÜação gemi diluidora o controle do poluente é feito para
todo o interior do recinto de trabalho. implicando. portanto. movimentações de
quantidades de ar 111uito ma iores. na uenlilação local exaustora o contaminante
é removido junto ao ponto onde ele é gerado. evitando que se espa llie no a r do
recinto, necessitando, normalmente. de quantidades menores de ar. Assim este
tipo de ventilação é uma solução mais eficiente. porém nem sempre possh·el de
ser aplicada. [sto acontece quando, por exemplo. o número de fontes de ger ação
de contaminantes se torna muito grande. ou qua ndo. por alguma razão. não se
consegue uma aproximação adequada da fonte de contaminante.

6.2 Componentes de uma instalação VLE


A Figura 6.1 apresenta os principais componentes de uma instalação \"L E.
cujas funções são descritas a seguir:

a) Capt01: é o ponto de entrada do contaminante a ser exaurido pelo sistema.


e sua geometria pode variar desde um a entrada abrupta na extremidade de
um duto até um complexo sistema de enclausuramento de todo o processo de
geração do contaminante. O sucesso 0 11 a falha de qualq uer sistema VLE está
intimo.mente ligado com a qualidade do projeto do captor.
02 Ventilação Industrial
Ve ntilação lo cal exaustora (VLE)
103

b
a b

\
d (a) Problema inicial
\
'-....___./
)

r
e

Figura 6.1: Componentes de uma instalação VLE

(b) Solução pobre


•) Dutos: são os componentes responsáveis pela condução do ar com o contami-
nante. interligando os di versos componentes do sistema.

·) Ventilador: é responsável pelo fornecimento da energia necessária ao escoa-


mento do ar.

1) Coletor: destina-se a remover, com uma eficiência adequada, os contaminantes


do a r. Este componente também é conhecido como equipamento de controle
Ui
'--~~~~'--~~_J~
(c) Solução final
de poluição e freqüentemente é utilizado para evitar a poluição da atmosfera
circum,; zinha, como é apresentado de modo esquemá tico na Figura 6.2. P ode-
se obser var a partir da figura que. para o caso (a), o conta minante gerado no Figura 6.2: O problema e as soluções
interior do pavilhão se espalha por todo o ambiente interno. podendo ainda
provocar alguma poluição externa. Na situação (b). foi adotado um sistema
VLE sem o compone.nte coletor. resolvendo-se o problema da poluição interna,
porém agravando-se a poltúção externa. F inalmente. na s ituação (c). o pro-
blema é corretamente solucionado com a adoção de um equipamento de controle
de poluição. 6.3. 1 Sistemas centrais de VLE

6.3 Sistemas centrais e coletores unitários :\os s~stemas centrais de VLE. diversos captores que atendem a di\·ersos pontos
de geraçao de contaminantes são conectados por meio de dutos a uma única uni-
~a ventilação local exaustora. dependendo do tipo de processo a que se destina, ~ade exaustora (vPntilador e equipamento de coleta). Um esquema deste sistema
dos custos envoh-idos. da flexibilidade desejada. da confiabilidade exigida. pode- e apresentado na F igw·a 6.3. Estes sistemas se caracterizam por serem lixos e de
se optar entre duas possibilidades de instalação: grao.~e_porte. apre~eot8:'1do, em função disso. pequena flexibilidade de operação e
a lt_e1c1çoes de a rra nJo físico. Quando bem projetados, estes sistemas proporcionam
• sistemas centrais de VLE;
bru.:os_ custos de operação e ma nutenção, bem como pequena área no interior do
• coletores unitários. pavilhao industrial. já que os equipamentos de grande porte. como os ventiladores
e os equipamentos coletores, podem ser instalados externamente.
Ventila ção lo cal exa ustora (VLE) 105
V en t ilação Indus trial

após uma adequada dep uração d este. Assim sendo. ua escoUm de equipamentos
unitários. de,·e-se ter especial atenção no sentido de o colelor ser suficientemente
eficiente. tanto com relação ao processo quanto.;;\, qualidade do ar que se deseja 110
ambiente.

A Ta bela 6.1 apresenta uma comparação entre os dois tipos de sistemas de


Yent ilação local exaustora.

Tabela 6. 1: Comparação entre coletores unitá rios e sistemas centrais


Colet or es U nitários S is t e m as Cen trais
Flex:ibi üdade máxima mínima
Projeto de engenharia dispensa· neces.5ita
Confiabilidade grande pequena
Custo de ma nu tenção maior menor
Custo de operação maior menor
Area ocupada maior*" menor"*·
Escolha em catálogo
Afoito ditlidida
••• P ouco dividida
Figura 6.3: Sistema central

6.3.2 Cole tores unitários


Os coletores unitários apresentam os mesmos componente~ ? ºs sistemas cen- 6.4 Princípios gerais d e VLE
trais. porém são caracterizados pelo seu peq~e~~ porte e i~ob1hdade. c~mo pode
ser visto na Figm a 6.4 . Esta mobilidade possibilita o atend imento a m~1s de u~na
fonte de geração de contaminante. dependendo da demanda do processo md ustn al. As figmas a sf'guir ilustram os princípios básicos que permhem a lllllentar u
eficiência de captação e dimil1uir as vazões de trabalho.

Figura 6.-l: Coletor unitário

:'formalmente estes sistemas trabalham com recirculação de ar. isto é, su~cio­ Fig ura 6.5: Encla us urar ao máx:i mo ~L fo nte de conta mi nante
nam 0 ar j unto à fonte de geração de contaminante, d evolvendo-o para o ambiente
Ventilação Industrial Ventilação local exaustora (VLE) 101
106

Vazão Q Vazão :: 4Q
,,. / ~ /
/ /

Fonte
~fi'
......_,__ V Fonte
~y .
• X • 2X Figura 6.10: Repartir de maneira uniforme a velocidade de aspiração

Figura 6 .6 : lnsalar 0 captor 0 mais próximo possível da fonte de contaminante

o Figw·a 6.11: Compensar as saídas de ar por entradas correspondentes

tl Ce rto Err ado

Figura 6.7: Inv


-otalar 0 si·stema de aspiração de modo que o trabalbador não fique , ___
no fluxo de contaminante Corrente de ar Corrente de a r

Figura 6.12: Evitar correntes de ar adversas

.......--...
(, ~ t./·;-f -:- . ~~
' I
- ~ . - ..._~ ..1-l• 1.0 H
~

.- .
1 '
\ <1.3 '!~ . 1 - . :·.
--:::;.... '. H • r . 1 •

. . ~~~~-----~-

Figura 6.13: E'itar a tomada de ar contaminado


. 6 8· Tirar vantaaem do movimento natura l do contaminante
F 1gura . . º
6.5 Captores
6.5.1 C lassificação dos captor es
O ideal seria que a fo nte geradora de contaminantes ficasse num a mbiente es-
pecífico confinado. onde. por meio de um duto de sucção, o ar contanúnado fosse
removido. Infelizmente. para um grande número de processos, tal procedimento
é inviável. quer seja em função do acesso. quer seja em função do fiLL'i:O de mate-
rial relativo ao processo industrial. Assim. na prática. é usual os captores serem
. 9· Induzir uma velocidade de captura suficie11te
6.. apresentados em três grupos clássicos. descritos a seguir:
F 1gura
108 Ve ntilação Industr ial Ventilação local ex a us tora (VLE) 109

Captor enclausurante: este tipo de captor pode ser visto na Figm a 6. 1-l. onde se con:io ponto mais desfavorável (ponto crítico) o p onto de geração de con tamina nte
pode perceber q ue ele contempla o conceito e::-..-posto acima. \;sto q ue te m todos mais afastado da face de entrada do captor. No caso de o contami nante ser aerado
os lados fechados. com exceção de pequenas abert uras (frestas) para a entrada de c?m velocidade considerável. o ponto de velocidade nula mais afastado se.'.á con-
ar. A \·elocida<le recomendada para o ar nas frestas deve variar de 0.5 a LO m/ s. siderado como ?onto críti~o. O captor é classificado corno sendo do tipo recept or,
q ~ando aproveita a velocidade de geração do conta mina nte. como mostrado na
F igura G. 17.
~/ Exaustão
Frestas Frestas
1 ••

F igura 6.1-l: Captor enclausurante

Cabine: ti po semelhante ao anterior , porém apresenta uma das faces aberta. corno
Exaustão
mostra a Figura 6.15. para permitir o acesso ao processo ind ustrial. A velocidade
média do ar na face aberta depende do processo e da toxidade do contaminante.
podendo V"ariar de 0.5 a l. O m/ s. Figura 6. 17: Captor receptor

Exaustão Ka Tabela 6.2 estão inrucados alguns valores típicos de velocidades de captura.
E m cada uma das categorias listadas na Tabela 6.2, uma fa ixa de velocidades de

' - - - ' - --
r
-'---...C

Figura 6.15: Cabine


captura é apresentada. A escolha adequada dos valores depende de vários fatores.
Alguns deles são a presentados a seguir:

• Extremidade inferior da faixa de velocidade.

l. Correntes de ar ambiente mui to bab.;:as ou favoráveis á capt ura;

Captor externo: é um dispositivo de captação de contaminantes que não enrnlve 2. contamina ntes de bab.::a toxidade ou que apenas causem incômodo;
a fonte. conforme mostra a Figura 6.16. Só deve ser utilizado quando não for
possível adotar os tipos anteriores. 3. produção baixa. intermitente;

-l. captores grandes. movimentando grandes massas de ar.


==:~Exaustão
==~
Fonte • Extremidade superior da faixa de velocidade.

1. correntes de ar ambiente muito fortes:


Fig ura 6.16: Captor externo
2. contamina ntes de al ta toxidade:
O critério a ser r espeitado é o da Yelocidade do ar. induzida no ponto mais
Jesfavorável em relação à posição do captor , denominaJa velocidade de captura. 3. alta produção. uso forçado;
a qual deverá ser suficiente para arrastar o contaminante e opor-se ªº" efeHos <lis-
persi\·os das correntes de ar e ao movimento inicial adverso. De\'e-se considerar 4. captores pequenos para somente controle loca l.
110 Ventilação Ind
Ventilação local exaustora (VLE)
111

Tabela 6.2: Velocidades de captura recomendadas obter a \·elocidade de captura por meio da correlação apropriada para o tipo do
captor explorador utilizado.
Baixo fator A lto fato
Movime ntação de segurança de segu rai:
do ar Poeiras tóxicas ou P oeiras tóx
no espaço não tóxicas a baixas não tóxicas a
taxas d e e missão taxas de em:
velocidades de captura {m/s)
muito fraca 0.20 - 0.25 0.25 - 0.31
moderada 0.25 - 0.30 0.30 - 0,3(
muito forte 0.36 - 0,-il 0,38 - 0.5:
Fonte: Hemeon (1963)

Condição de velocidad•
dispersão do exemplos de
contaminante captura {m
Gerado com velocidade Evaporação em tanques.
0,25 - 0,5(
nula em ar calmo remoção de gra.xas.
cabines de pintura.
enchimento internú- Figura 6.18: Captor e.xplorador
Lançado com velocidade tente de containers.
moderada em ar tra nsferência em 0,5 - 1.0
com movimento moderado t ransportadores a 6.5.3 Estimativa da vazão d e ar
baixas velocidades,
soldagem, chapeamento.
Para os captores enclausurantes e as cabines. a vazão é obtida aplicando-se a
Pint ura com pistola
equação da continuidade. Q = i · · A . ~esta equação. a velocidade V é uma veloci-
Geração ativa em cabines baixas,
dade recomendada. e a área A é a área de fresta para as captores enclausurantes ou
em zonas de ar com carregamento de ci lindro~ 1.0 - 2.5
a área da face aberta para as cabines.Já para os captores externos, a vazão deve ser
movimento intenso e de transpor tadores.
suficiente para induzir no ponto crítico a velocidade de captura necessária. Assim.
esmagadores.
nestes casos. é preciso utilizar uma correlação entre vazão. velocidade de captura
Lançado com alta velocidade Moinhos.
e distância do captor ao ponto crítico. Tais correlações. para a lguns captores sim-
inicial em zona5 de ar desbastamento a brasivo. 2.5 - 10,0
ples. estão a presentadas na Tabela 6.3. A técnica da imagem especular, il ustrada
com mO\;mento intenso. tombamento.
na Figura 6.19. e a técnica da superposição de escoamentos. il ustrada na Figura
Fonte: ALDEN e KANE (1970)
6.20. permitem uma ampliação das situações previstas na Tabela 6.3. Uma outra
maneira de se determinar a vazão de ar para os captores e>.'ternos é através da
utilização dos conceitos. idea is. de ponto sorvedouro e linha sorvedouro. O ponto
6.5.2 D eterminação exp erimental da velocidade de cai sorvedouro é um ponto que s ucciona o ar, uniformemente. de todo o espaço circun-
A velocidade de captura necessária para uma operação específica pode dante. A vazão de s ucção pode então ser deternúnada aplicando-se a equação da
terminada. experimentalmente. por meio do aparato simples. descrito em A continuidade para uma superfície esférica. com centro no ponto son·edouro e raio
e KANE (1970). apresentado na F igura 6.18. denominado Captor explorad igual à distância crítica X. com velocidade igual à velocidade ele captura. A linha
leitura da pressão estática e de posse de uma curva de calibração. pode-st sorvedouro é uma linha que succioua o ar. uniformemente. de todo o espaço cir-
a vazão de ar induzida 110 captor. Uma vez conhecida a vazão, a proximi cundante. A vazão de sucção pode então ser determinada aplicando-se a equação
captor explorador do processo de geração. pode-se medir a distância "X" . da continuidade para uma superfície cilíndrica. com eixo coincidente com a linha
qual ocorre a captura do conta minante. De posse desta distância '-X" , P sorvedouro e raio igual à distância crítica X. com velocidade igual à velocidade de
captura.
12 Ventilação Industrial
Ventilação local exaustor a (VLE)
113

Tabela 6.3: Vazões de captura

Tipo de captor Descrição


Razão de
aspecto (W/ L)
Vazão
volumétrica (Q) p ~ptor
~~:-.
~ ~ i
~/ Fresta .$0.2 Q = 3, TLV X
Mesa
\
> real
Captor
"' j
\e \

--L. - - -t-..! _
J
- J'!lagem !
!
'
--- ,

~ Fresta flangeada .$ 0,2 Q = 2,BLV X


Figura 6. 19: Técnjca da imagem especular

n ... . wt . . )
Abertura plana ~ O, 2 ou circular Q=V (IOX 2 +A)

R;f Abertura flangeada ~ O, 2 ou circular Q =O. 75 V (10x2 +A)

QIJ Cabines conforme a aplicaçãc Q=VA=VWH


Figura 6.20: Técnica da s uperposição

~~
~_,_"
Coifa conforme a aplicaçãc Q=I.-!PDV Desta maneira resulta, para estes dois conceitos. as seguintes correlações entre
vazão. velocidade de captura e distância crítica:

V é a velocidade de captura na distancia X


Fonte: ACGIH. American Conference of Governmental Industrial Hygienists {1995) l Ponto: Q = -l · íi . x 2 . \,.
(6. l )
Linha: Q=2·rr·X· e · 1· (6.2)

Sendo f O Comprimento da linha SOrYedoura.


A Fig w·a 6.21 apresenta dois exemplos de aplicação destes conceitos, onde o
ponto sorvedouro está succiona ndo de um oitavo do espaço circunda nte e a linha
sorvedouro de um quarto do referido espaço. ·
Ventilação Ind ustrial Ventilação local exaustora (VLE) 115
11-1

A vazão real pode ser expressa a partir da equação Eq. (6.-1). isolando-se a
velocidade e multiplicando-a pela área A da seção transversal do duto de ligação:

~ Superflcle eslerica 2 Pc
Qr=A · , - · -- (6.6)
Par 1 +K.

~ Por sua vez a vez a vazão ideal pode ser obtida da Eq. (6.6) , impondo-se K. igual
a zero:

F· 1.gura 6 ·-'> l : Ponlo e linha sorvedouros parciais Q, = A . J 2 . Pc


Par l
(6. 7)

6.5.4 Perda de carga e coeficiente ele entrad a


Vena contracta
A queda de pressão total de um captor é calculada pela conhecida e.-xpressão
para a perda de carga em acessórios: .....
6.P = IC · Pv l6.3)
- -- -------~ ..
onde:
õ.P =perda de carga no captor. Pa:
p11 = pressão de velocidade no duto de ligação. Pa:
IC = coeficiente de perda de carga do captor.
Por outro lado, a pressão estática (depressão) a jusante de um captor (Figura Figura 6.22: Vena contracta
6.22) é calculada aplicando-se a equação de Bernoulli entre um pont_o ~~asLado da
face de entrada deste (onde a \·elocidade é nula) e um ponto logo no m1c10 do duto O coeficiente de perda de carga de um captor pode ser obtido a partir do seu
de ligação: coeficiente de entrada. Ce. o qual é definido por:
P. v2 P. v2 ee --
~ + 2?. + =f = _ e + T + =~ + ha Qr (6.8)
'lar 29 lar -9 Q,
P. \,'2 K \ ·2 onde:
o+o+o = _ c + - +o+ -')-
1'ar 29 -9 Qr = vazão real. escoamento viscoso. m 3 / s:
P.
_ e =(l+ K)·T '·2 Q, = vazão ideal, escoamento sem atri to. m3 /s.
lar -9
?.Iulliplicando-se a mbos os lados da equação por ~far· obtém-se a pressão estática .. Qr .-! P:r
0

(i:1~) 1
na saída do captor: Ce = - = --;:::==== = - - -
Q, .-i I i . (!:::.n..) J1+ K
.....) l
P., = (1 + "- · }_PrJr \'2 (6..!) V Por 1

onde 8 parcela ~Par \ ·2 corresponde à pressão de '-elocidade ou a pressão dinâmica e- i


e - Jl+K
do escoamento ~o interior do duto de ligação.
c2 = _ 1_
Pe = (1 + KJ · Pu (6.5) e 1 + IC
116 Ventilação Industrial Ventilação local exaustora (VLE) 117

Continuação da Tabela 6 4
(6.9)
Tipo Descrição Cc T ipo Descrição e.,

As Tabelas 6.-1. e 6.5 e a Figura 6.23. compiladas de i\lESQLTIA. G(jThlAR..\ES


e 1 EF(jSSI (1917), apresentam os coeficientes de entrada e os coeficientes de perda
LP- Orifício ruais
duto flangeado 0.55
-i=r· . CâLnara de
sedimentação 0.63
de carga para alguns captores simples.

Tabela 6.-1.: Coeficientes de entrada para captores


Á
1
C'oifa com
cone duplo 0.10 Y- Cabine. saída
direta O. 2

T ipo D escrição Coefic ie nte C., Coeficiente K,


(:)'@' y~ Cabine. saída 4 j

Abertw·as planas 0,72 0.93 0.9i r p~ =• circular 0.9


@ arredondada

?'~~
Aberturas flangeadas 0.82 O...l!J ::::~ J
~
Fla ngeada. 13" Tubulação
~ de inclinação 0.9-1 """'·p tla ngeada 0.90

~4 Transições • Ver Tabela 6.5


~
~ ·~··
- :J
13" de
O.H "
~
- Sem indinaçã..:
0.72
inclinação sem flange
~ Forma de cone 0.98 0.0·1

Abertura Orifício
~ ~
~
o.se
~
• Variá\·el com o ângulo - Figura 6.23 f'langea<la . de bordo 0.60
Cônicos ou afun iladm
t ubulação ~ 2c 'T delgado
Saída em linha reta. sem a funi lamento
dl.,.;;::;..

€l_ Captor para


reboios abrasivos
0.78 0,65
Saída em lin11a reta. com afunilamento
0.85 0.-10
_,.-:- r
.........,;_
Tu lmJação
5' 2d 0.5~

e. - ..
coebc1entre de entrada

Ta bela ti.5: Coeficientes de entrada e perda.. d entrada

....s. •I> Coeficiente K, Coeâ ciente C.,


- (graus) Redondo Re lau~tlar Redo ndo Retangular
15 U.15 U.25 0.03 0. 89
r--
3U 0.08 o. 1ti 0.9G 0.93
lO ..... ...!__
-15 0.06 o. 15 0.97 0. 93
GU O.Oi::. 0.17 0.96 0. 92
1 1 1
90 0.15 0.'25 0.9:3 0. 89
120 0.26 u. ;j;) o .~a 0.86
150 o. -10 U. lU o. l U. 82
118 Ventilação Industrial Ventilação local exaustora (VLE) 119

6.5.6 Projeto de captores


A seguir é apresentado um roteiro para se obter a forma e a posição ideais de
~
um captor:
Q« Retangular ou qv;a\t.radov'
vv
vy 1) ~Ientalmente enclausure a operação. processo ou eqtúpamento gerado r de con-
- J
"\ 1
taminante: nesse enclausura mento coloque a tubnlação de exaustão.
Q1
1'- - " I/ R"i'<>nfº
- -~
20 "° O(~lo)
60 IOO 20140 lt!IO
2) Retire desse captor enclausurante as partes necessárias para permi tir o acesso
ao processo. à operação ou aos eqtúpamentos.
Figura 6.23: Perda de entrada e ângulo do cone
3) Se necessário. afaste o mínimo possível o restante do captor da operação. pro-
cesso ou eqtúpamento.
6.5.5 Supressão da contração
A Fig ura 6.2-l ilustra o fenômeno Eísico denomi11ado supressão de contração, -1) Estime a vazão necessária.
que ocorre quando se elimina um dos senú-espaços de entrada de um captor por
meio de planos adjacentes.
5) Faça modificações na forma e nas dimensões do captor para reduzir a vazão ao
Este fenômeno físico tem por efeito um acréscimo no coeficiente de entrada do mínjmo possh·el.
captor. que é justificado por um decréscimo no efeito da ·uena contracta. O valor
do coeficiente aumentado é dado por:

A ACGIH, A.merican Conference of Governmental Industrial Hygienists (1995)


(6.10) apresenta uma coletâ nea de captores para operações específicas. sendo obrigatória
uma consulta a esta refer ência bibliográfica. antes do início do projeto de um
captor.

:j 6.6 Processos quentes


:Jo dimensionamento de captores parn os processos quenles. com considerável
./" Mesa dissipação de calor por convecção, não se pode esquecer que existe o efeito do
empuxo. que impõe ao conta minante uma corrente ID>Censional de ar. Como pode
- Supressão da contração ser observado esquemaLicamente na Figura 6.25. esta corrente. por efeito da troca
de quantidade de movimento. induz no ar circunvizinho um llu."\':O de ar adicional.
a umentando a \·azão a ser aspirada pelo captor. Assim. a vazão de projeto do
Figura 6.2-1: Supressão da contração captor. Q}-. deverá ser calculada por:

onde: Qy = Qo T Q, (6. 11)

e; = coeficiente de entrada sem a supressão: onde:


Ce = coeficiente de entrada com a s upressão:
C = comprimento do lado onde ocorreu a s upressão. m: Qo = vazão nos lünites da fonte quente. m3 / s ;
p = perímetro da boca de entrada do captor. m. Q, = rnzão de ar induzida. m3 / s.
Ventilação local exaustora (VLE) 121
120 Ventilação Industrial

• Coifas que de\·erão trabal har em cotas ma is elevadas com relação à fonte
• Oy quente. para possibilitar o deslocamento de materiais. carga e descarga au-
l tomatizada de tanques, passagem de pontes rólantes etc. Nestes casos. elas
1
/~ ..
são denominadas coifas altas (Figura 6.27) e o seu dimensionamento deverá
levar em consideração os efeitos de emplL' º já expostos anteriormente. Para
fontes de seção circular, a \-azão, em l/ s. será calculada por:
..,.. , Q
Q - · ..__ i
o~ ' ,......_
[Fonte!

Figura 6.25: Processos quentes

.-\lém rljsso. para satisfazer as equações ele conservação da massa e da quanti-


dade de movimento. este ar adicional produzirá uma certa di vergência nas fron-
teiras do flu."\'.o ascendente. o que exigirá wn acréscimo nas dimensões de face da
boca de captação em relaçãoJ àquelas da s uperfície de geração do contaminante. '~ Fonte pontual
Tendo-se em vista o aproveitamento do efeito do emptL"\'.O. o captor mais ade-
quado para os processos quentes é a coifa. e o seu dimensionamento pode ser divido
Figura 6.27: Coifas altas
em du as situºaçôes:

• Coifas que poderão trabalhar a uma pequena altura da fonte quente, deno- (6. 13)
minadas coifas baixas (Figura 6.26). nas quais. em decorrência da pequena
altw-a de montagem (Y ~ 1 m). o a umento de vazão correspondente ao ar in- sendo L. em m. a distância da coifa até uma fonte pontual hipotética. expressa
duzido e a divergência do flu.xo podem ser desprezados. Para estas situações. por:
a vazão Q)· sen\ aproximadamente igual à vazão Q 0 . Pa ra fontes de seção
circular. a vazão. em l/s. será calculada por:
L = Y + 2D (6.1-l)

(6.12) Outras correlações podem ser encontradas na literatw-a, como aquela proposta
por Goodfellow (1985).
:mele:
O tamanho da coifa é função do ra io da correnLe ascensional de ar na altura de
.4 0 = área transversal do fluxo ascensional nos limites da fonte quente. m 2 : montagem '·y· , dado. em m. por:
D = di âmetro da fonte. m:
7c =calor dissipado por convecção pela fonte quente. 1\1.
r =O. 215 · Lº·5 {6.15)

• Estas equações para o cálculo da \'azão poderão. de uma forma aproximada.


ser aplicadas para fo ntes de seção transversal retangular. Nestes casos. a
seção transversal será dividida em um número adeq uado de fontes circulares.
inscritas em quadrados com lado igual à menor dimensão da seção retangular.

Figura 6.26: Coifas bai."Xas


122 Ventilação Industrial Ventilação local exaustora (VLE) 123

• ~a presença de correntes tra nsversais de ar. que poderão defletir a coITente


ascensio nal com contaminantes e fazer com q ue parte do flu.xo não seja cap-
Lurado pela coifa. recomenda-se incrementar a área de face da mesma. como
mostrado de modo esquemáLico na Figura 6.28. _ L-----;r
Qo - - -::::::.:
CFª~=======
Tanque

F igura 6.29: Ventilação sopro-exaustão


~.....__,. t:. - ,__.. . . .
. . .__. ./ '.. 'ªº:.
1 ) '
01 Uma outra apü ··ação. não menos importante. dos jatos planos são as chamadas
cortinas de ar. P odem ser usadas. nos processos quentes. para evitar a deflexão do
~
- "~
.1 Fonte
~--...-1. ....__
fiu.xo ascensional. como a presentado na Figura 6.30, para a separação de ambientes
com diferentes concentrações de contaminantes do ar. como mostra. a Figura 6.31.
entre outras aplicações.
Figura 6.28: Coifas com incremento de área de face
- Corrente de ar - Cortina de ar
Para est as situações, a vazão de projeto deverá ser calculada por:

(6.16) ~r .:Á: 'e. .i


Q~
sendo: /Ili) :_ /lll\
11·1 "' ~ :i1.1
;1 1::-\__'"Fooie[_F_on_l•~--f!I ' ~
(6. 17)
onde: Figura 6.30: Aplicação da cortina de ar
Vi = velocidade prática recomendada entre O. 5 e O. 8 m/s
A1 = incremento de área de face m 2
Em situações onde o contaminante não seja muito tóxico, o incremento de área
pode ser obtido através de um incremento uo ra io. ilr = O, 2D. Nos problemas
de maior responsabilidade, com contaminantes muito tóxicos, deve-se fazer uma
......' ..
,; r. Sala limpa
verificação e.'Cperimental com o intui to de se verificar se esse incremento de área é
suliciente.
..
.,
,, .
1

·: •:

6.7 Jatos planos de ar Figura 6.31: Separação de a mbientes com cortina de ar


6 .7.1 Introdução
6.7.2 Equações para j atos planos
Os jatos planos de ar têm sua origem em saídas tipo frestas. com im portantes
aplicações na Yentilação industrial. Uma aplicação freqüente na VLE é a ventilação A seguir serão apresentadas as equações necessárias para o cálculo da vazão.
sopro-exaustão, também conhecida como sistema push-pulL apresentada na Figura envolvendo as a plicações de jatos pla nos (Figura 6.32). apLicáveis à região compre-
6.29 endida entre x = 5z e .r = 6t.
124 Ventilação Industrial
Ventilação local exaustora (VLE) 125

/. ~' 1
6.7.3 Ventilação sopro-exaustão

i (l,_J_,
:'" ~ A ,-e ntilação ropro-exausl ão é utilizada em tanques com superfície a berta de
gi·~nd_e la rgurli. para os quais a ,-e11ti1<1ção por meio de frestas la terais de sucção
1 l ___,. sen~ madequa~a para a capt tLra do a r co11taminado na região central do tanque.
Assim, a sol uçao sopro-exaus tãu consiste em se soprar nr e m uma das laterais do
ta nque. enquanto a oposta pt>rmanece »uh sucção.
Para a ,·entilação sopro-exaustão apresentada na F1'0a ura. 6 ·-'>g. ou d e .r L.
Figura 6.32: J ato plano de ar temos as :.eguintes orientações prática,.:

sendo:
• A velocidade média \ õ de,-e estar co mpreendida entre 5 e 10 m/s.
:: = altura da á·esta. m
e= la rgwa da fresta. m • A ,·elucidarle média 1 I. deve ser maior ou no mfoimo ig ua l a 1. 5 m/ s .

• A rnzão QL de,·e estar compreendida entre 0.51aO.16 m3 / s. por m2 de


• Conservação da quamidade de movimento. área da seção lranswrsa l do tanque. •
Aplicando-se a eqnação da conserrnção da quantidttde d e movimento para o
escoamento do jato e nt re a seção de saída e uma certa posição ·-x·· a jusante da
mesma. e alé m disso. desconsiderando-se as variações de massa específica. resulta: 6.8 Exemplos
(6. 18)

onde: Exemplo 6.8.1

Q0 = vazão na seção de saída da fresta. m 3 / s: Determinar a vazão necessária para wu captor llpo aberlura circ ular flan11eada.
Qx = \"aZão na posição ..x .. , m 3 / s: com diâmetro de 15 cm. E::.te raptor se destina a exauri r fumos de solda. A
\ 0 = velocidade média na seção de saída da fresta. m/s: distância de montagem é de -W r·m. Estimar ainda a perda de caraa 0
a rra,·és do
i -;, =velocidade média na posição ··x... m/s. raptor e a pressão estática necessária a moutante do mPsmo.
Solução:
• Razão de \etzões para ex'Pansão bila teral.

:\os casos em que a di vergência do jato pode ocorrer em ambos os semi-espaços. DADOS: PàrÕmPtro::. geométricos e de fundonameuto do captor .
com relação ao p lano de sime tria da fresta. a expansão é denominada bilateral e a D =0. 25m
razão de vazões é calc ulada por: X=O.-lm
Par= 1. 2 ky1 m 3 (ar-padrão)
(6.19) \ ~ = O. 15 m i (\·alor obtido a part ir da Tabela 6.21
IC = O. -19 (valor o blido a partir da Taloela fl . J)
DETER..\11\:\.R: a vazão necessárin. Q. a perda J e carga atra\·és do captor. _j,,,p
• Razão de ,·azões para PXpansão unilateral. ea pre~i\o P:,.llÍtica necessária. fl,,.

:'-ios casos eru que existe uma superfície pla na imped indo a <l.i vergência do ja to
e ru uni dos semi-espaços. a expansão é denomiuada unilateral. Para estes casos a
razão de vazões é calculada por:

(6.20)


126 Ventilação Industrial Ve nt ila çã o local exaustora (VLE) 127

RESOLUÇ'AO: E xemplo 6 .8 .2
Equações básicas: Compare as vazões. as perdas de carga e as p ressões estáticas necessárias. para
um captor externo com entrada quadrada. com 25 cm de lado. operando:
Q= l . A (2.9)
a) uão apoiado:
b.P = K. - Pi: = K. · ~ · p · \ ·2 (6.3) b) apoiado sobre uma bancada .
2
Suponha que este captor esteja ligado a um duto de seção circular de 20cm de
Pc = {l + K.) · ~ · p · \ •2 (6.5)
diâmetro. Em ambos os casos. p retende-se atingir uma velocidade de captur a de
Q= O. 75 \I~ (10X2 + .--\) (Tabela 6.3) l m/s a uma distância de 25 cm da boca de sucção. Considere ar padrão.
(6.21) Solução:

a) Cálculo da vazão necess<íria.


/ DADOS: Parâmetros geométricos e de fn néionamento do caplor,
\!~ (10X 0. 1511~ (10x 1í~ )
2

Q = O. 75 2
+A.)=
2
+ P.. r = L 2 kg/ m 3 (Ar Padrão)
A = O. 2;J m x O. 25 m = 6. 25 x 10- 2 m 2
2
X= 0.25 m •
Q= o. 75 X O, 15 X
(
10 X o. 4- + 1í X 0.
?
4
25 )
=O. 928 l ~ = L. Om/s
K, =O. 2 (Coeficiente de Perda de Carga - Figura 6.23)
Q = 0.928m3 / s DETER.\IL'AR: a vazão necessária. Q. a perda de carga alra,·és do captor. _.:::. p
b) Cálculo da perda de carga através do captor . Pelas Equações. (6.3) e (2.9), e a pressão estática necessária. Pe.

resulta:
RESOLl "Ç..i.O:
b.P = K, . ]_ . p . v2= K. . ~ . p . ( 4
2 2 rr D-
Q,) 2
Equações básicas:

2
Q = L --1 (2.9)
b.P = O, cl.9 x -1 x 1, 2 (..J x ü.928_., ) :::: 105 P a :::,.p = K,. p i! (6.3)
2 1T X 0. 2o-

c) Determinação da pressão está tica a jusante do captor. Pela Eq. (6.5) e pela
P0 = (1+ K.) · ~? · p · V 2 (6.5)
t e.,
K, = --=-i. (6.9)
Eq. (2.9) . resulta: C?
Ce =C; (1-0.12~) l6. 10)

Q= 1 ~ (10.\ 2 -r .-l) (Tabela6.3)


1
Pc = (l + 0, 49)x :) x l. 2
(4_
X O. 92 )
Q ?
52
2
=319,5 P a a) Céílculos para o capror não apoiado: A Yazão será calculada por:
- " X .-

OBSERVAÇ' ÃO : Oe\·e-se ressaltar que este p roblema foi resolvido utilizando-se Q = l ~ (10.\2 -...l) = 1.0 X (10 X 0.25'.! +6. 25 X 10-2 )
um valor médio da faixa ele velocidades de captw-a indicada na Ta bela 6.2 . .\"a
prática. a utilização d e um n uor correto para a velocidad e de captura se torna urn Q = 0.6 8m3 / s
fator preponderante para que a instruação funcione co111 a eficiência desejada. Succionando e::;ta vazão. a perc!a de carga será obtida pela Eq. (6.3):

.:::,p = K.. P,.


Ventilação local exaustoi·a (VLE) 129
1 28 Ventilação Industrial

Ce =O. 9-1
onde:
O norn valor do coeficiente de perda. K. será dado pela Eq. (6.9). ou seja.
l .? 1 ( ·lQ ) '.! 1 (-1 X 0.688 ) '.!
Pv = -2 . P . i - = ~:.:: . p . l7 D?- = -•2 X l. 2 X -, , x O. ·_", 2

P 11 = 2..: 7. 76 Pa
Assim. é:>P resulta: K = 0. 1-l
D.P = }(. P11 = O, 2 X 2 7. 76 Assim. a perda de carga no captor resulta:
t:,.p = 57.56 Pa
D.P = K . P,, = O. l...l X 85. -19
e. finalmente. a pressão está tica a jusante do captor será:

Pe = (l +K) Pv = (1 +0.2} x 287. lo t:i.P = 11. 07 Pa


e. finalme nte. a pressão está tica a jusante do captor será:
Pe = 3-15. 31 P a
b) Cálculos para o captor apoiado sobre a ba ncada. A vazão será calculada Pe = (1 + K) P11 = (1 T O,1-l) X 85 . ...l9
uti liza ndo-se a técnica da imagem especular: conseqüe nte me nte a área e a ,·azão
Pe = 97.46Pa
consideradas serão o dobro das reais. ou seja .

2 X Q = \ ~. (lOX'.! + 2 · .-l)
OBSERVAÇ'.Â.O: Deve-se salientar que apesar de não estarem explícitas. as pressões
Q = \ ~ (5X2 + .-l) estáticas calculadas representam depressões. Comparando-se as vazões s uccio na-
das, verifica-se que o valor obtido para o captor apoiado res ulta 54. 5o/c do valor
Q = 1. 0 X (5 X 0. 252 + 6. 25 X 10-'.!) obtido para aqu ele 'não a poiado.
3
Q =O. 315 m /s
A pressão de velocidade no duto resultará portanto.
Exemplo 6.8.3

p" = 21 . p . \ · -'> = 2l . p . (-lQD2)'.! = 21


ír X
.
l. l X
(-l X
ií X
0. 375)'.!
0. 22 Um cadinho contendo metal e m fusão a 870 ºC. com 50 cm de d iâ metro e 100 cm
de altura. repousa sobre o piso. Os fumos me tálicos formados são carregados pela
P11 = 5. -lDPa corrente de ar convect.iva asce nsional. Projete uma coifa para ventila r o processo.
considerando que a altura de instalação não poderá ser inferior a 3 m.
Como o captor está apoiado sobre a bancada. ocorre a s upressão da r ontração e m
um lado. com alteração do coeficie nte de perda. P ela Eq. (6.9}. obtemos o valor Solu ção:
de Ce sem a supressão. que será designado co mo e; . cujo cálculo res11lta:
DADOS: Pa râ me tros definidores do processo quente.

e;= J~ K
1
1= J O.2 - 1 Tar = 30 "'C
Ts = 870 ºC
e;= o.91 D = 50cm (dià metro do cilindro aquecido)
Y =3m
O norn valor (aumentado) do coeficiente de rnzão será dado pela Eq. (6. 10) . onde
pa ra o captor e m questão. C=O. 25 m e p = 1 m . Assim. DETER.l"\[]J'JAR: a rnzão de exaustão e as dimensões da coifa.

Ce=C; (l + 0.12pe) =0.9 1 (1 +0. Lo.-125)


- ? RESOLUÇ ÃO:
130 Venti lação Industrial Ventilação local exaus tora (VLE) 131

Equações bc'LSicas: 9= _..!:_ = l


T1 (-150 + 273)
Q}· = 1. 7 . q~13 . L 1.-16 (6. 13) J = l. 383 X 10- 3 /( -l
L = Y +2D (6. 1-1)
v1 =3 1. 71 x 10-6 m 2 /s
r = O. 215 · r 0 · 38 (6. 15)
Q = Q}· + Q, = Q}· - \ i . .-t, (6.16)
g = 9.81 m/s2
C ri= 9. 8 1 X 1. 383 x 10- 3 x (870 - 30) x O. 53
(31. 71 X 10-6) 2
a) Determi nação das dimensões da coifa.
G r1 =1. -117 x 109
• Cálculo da a lt w-a L da coifa até a fonte pontua l hipo tética. Gr1· Pr1 = 1.-117 X 109 x O. 683 = 9, 676 x 108

L = y + 2D = 3 + 2 X O, 5 • Como G r f · Pr1 < 109 . o regim e é lamina r e a correlação a ser utilizada é:

L = -l m ó.T) l/ 4 ( 8-10 ) 1/4


h = 1.32 ( D = 1,32 X D.5 =8, 45
• Cálculo do raio da coLTente ascensional na altura de montagem, Y . da coifa.
h = 8,-15 Tr/( m2 J\)
r =O. 2 15 · L0 ·88 = O. 215 x -1º·88
• Cálculo da quantidade de calor dissipado. cic·
r =O. 73m
~ ) (T., -
2
'Íc = h A (T8 - Tar) = h ( íT T ar)
• Admiti ndo-se um incremento de O. 5 m no diâ wetro da coifa para se evitar
o escape de contaminantes devido à presença de correntes transversais de 2

ar. as qua is poderão defletir a corrente ascensional, o diâmetro fi na l da coifa = 8. 4.:>- ( "x -l0. 5 ) X (870 - 30) = 1393. 69
resultará:
d = 2 · r + !::!.d = 2 x O, 73 -,.- O, 5 cic = 1.393. 69 W

• Cálculo da vazão teórica ele exa us tão na cota "Y ' . Q».

Q }· = ' . 7 . q~l
3
b) Determinação da V"dZào de exaustão. • L 1.-16 = 7. 7 X 1393, 59l / 3 X -l. 01.-1 6 = 650. 95 l/ s

• Cálculo do coeficiente de transferência de çalor. h. para a com·ecção na tural


Q}· = 0, 651m3 /s
a partir da super fície do cilindro (placa plana horizontal aquecida na parte • Cálculo do incremento de área, A 1 .
superior).

• Verificação do regime de escoamento.


A1= 1.-l7m 2
T _ Ts - Tar
,_ 2 = 870 2- 30

• Adota ndo-se uma velocidade de O. 5 m/ s no incremento de área A 1 . a vazão


T 1 = 15U "C' de projeto resulta:
Pr1=0,683 Q = Q}· + \ j · A1 =0. G51 + 0.5x 1. 47 = 0. 651 + 0. 735
9 · J · (Ts - Tar) · D 3
G r1 = - - - - - , , - - - - - Q = 1. 386m3 /s
v2
Ventilação local exaustora (VLE) 133
1 32 Ventilação Industrial

Verificação se a velocidade \1õ está compreendida na faixa recomendada na Lite-


OBSERVAÇÃO: Os parámetro~ necessários para o cálculo da quantidade de calor ratura.
dissipado por conYecção nnl nral foram obtidos do li\To do Holman ( 198:~). Co1m5m
ainda salirntar que a sobremedida a ser adotada no diâmetro da coifa depende de Da Eq. (2.9). obtém-se:
11111 estudo cuidadoso da mO\'iment.ação do ar no ambiente. ~o exemplo em q11rstão
foi adotado o valor de O. 5 m. O valor uti.üzado para\ í seg uiu as recomendações Vo = Qo = O. 518 = 8 _6-1
sugeri das ua teoria. Ao 0, 03 x 2

\1õ = 8. 6.J.. m/s


Exemplo 6.8.4
que está compreendida entre as velocidades recomendadas.
Forneça as principais características de projeto de um sistema sopm-e:raustã.o.
a ser usa<lo para ventilar um tanque com dimensões 2m x 1 m (C x L) para tra-
Pela Eq. (6. 18) calcula-se a velocidade média no final do sopro, o u seja:
tamento de chapas.
Solução: V = Q0 · Vo = O. 518 x 8. 6-1 = 2 9..i.
L QL l -? .O- ,

DA.DOS: Dimensões do tanque e valores recomendados: VL = 2. 9-1 m/s


L = lm
(=2m
QL = 0 ..76 m/s de área de tanque =? recomendação prática cujo valor é maior que o mini mo recomendado. ou seja. 1. 5 m/ s .
.-1
DETERf\ill\AR: a vazão de exaustão e a vazão de sopro do sistema. bem como As dimensões da boca de sucção são determinadas utilizando-se a Eq. (2.9).
as dimensões das respectivas abert.uras. resultando:
QL 1. 52
RESOLCÇ'..i..O: .-lL = -\ i. = - - = Ü. 5?-
2. 9-1
Equações básicas:
.-lL = 0. 52 m 2
Q = \ ...-\ (2.9) Assim. a ali.m a dit abertura de sucção será:
Qo · \ Õ = Qx · \ -;, (6. 1 )
H = .4L = O, 52 = O ? 6
Qx = O. 83 . (:::_ )0.36 (6.20)
e 2 ·-
Qo ::
H =0.26m
• Determinação da vazão de exaustão.
OBSERVAÇ.ÃO: O leitor dew estar atento para o fato de o problema ter sido
QL = O. 76. ( l X{)= o. 76 (1 X 2)=1. 52 resoh;do fixando-se uma \-azão por m'J de área do tauque ig ual ao ei.."tremo superior
do i.ntervalo recomendado. Todavia esta escolha deve ter como base o risco que o
Ql = 1.52m;i/s vapor liberado pode causar ao ~rabalhador .

Faze udo-sP :r = L na Eq (6.20) e adutilnrlo-se :; = O. 03 m. resulta: Exemplo 6.8.5


). .):1 - Projetar wna cabine de pint ura com seção traus,·ersal de 2 m x 2 m. A ca-
- - ----,U-.J=ti = O. 0 1 1.:
bine deve ser do tipo fechada. equipada com sistema de fi ltragem na admissão e
0. ~3 X ( o.~:i) exaustão do aJ". Para este projeto. utilizar como fonte adicional ele dados o manual
da ACGIH. America n Conference of Governmental Industrial Hygienists (1995).
Ventilação local exaustora (VLE) 135
Ventilação Industrial
134
Assim a velocidade média real nos fil t ros será:
Supor ainda que os filtros. quando sujos, apresentem um coeficiente de perda de
2
carga igual a 10. Admitir ar-padrão. Vr = 6 {O .::>- O.O- ) = 1. 33
X X
Solução:
Vr = l, 33m/ s

DADOS: Parâmetros de funcionamento da cabine. c) Cálculo do diâmetro do duto de exaustão. l\Iais uma vez pela Eq. ('.2.9). resulta:

Par = 1, 2 kg/ m3 Q
C=2m Ad = - . = -2 = 0. l3m-
?

1d 15
H=2 m
x:, 1 = 10 (coeficiente de perda para os filtros) Assim.
Do manual da ACGIH obtemos:
Vs t = O, 5 m/ s (velocidade roérua na seção l.ransYersal)
D= [Pi)= J-1. x (°·: 3
) =0.~m
Ke =O, 5 (coeficiente de perda na entrada do duto de sucção) Será adotado por conveniência D = -10 cm. Isto implicará uma velocidade média
vd = 15m/s (velocidade média no duto de sucção) real de:
v = l. 4m/s (velocidade média de face nos filtros)
1 1d = ( -1
1í X
~ ,2-1?)
-
= 15. g
DETEfilIINAR: a vazão de ar de ventilação, a área de filtragem , o ruâmetro do
duto de sucção e a perda de carga da cabine. vd = 15. 9m/s
d) Cálculo da perda de carga da cabine. P ela Eq. (6.3) e considerando-se as
RESOLUÇAO:
resistências em série existentes. resulta:
Equações básicas:
(2.9) t::i.P = ó.P1• + ó.Pr. + ó.PeJ
1 (6.3) ó.P _ K, v2 1
?
ó.P = /(. P 11 = K, · - · p ·V-
2 -
.,.. , -2 1 .? 1 ( .?
f' f ·2·Par+l\..f' 1 f ·2·Par+Ke·vci-.2·Par = Kr - 1 j +Ke · Ve
2
· iI) ·Par
a) Cálculo da vazão de ar necessária. Pela equação da continuidade, Eq. (2.9).
l::i.P = ( 10 X 1. 33
2
+ 0. 5 X 15. 92 X ~) X l. 2 = 97
obtém-se:
Q= v.,t . (e x H) = o. 5 x (2 x 2) = 2 t::i.P = 97 Pa
3
Q = 2m /s
OBSERVAÇ.Ó..O: \"ão deve ser esquecido que os 6 filtros resultantes dos cálculos
b) Cálculo da área de filtragem na seção de entrada e seção
serão u~ iLizados tanto na entrada como na exaustão. sendo empregados portanto
de exaustão. Nonunente pela Eq. (2.9). obtém-se: um total de 12 unidades. Além disso. deve ser enfatizado também que. no cálculo
da perda de carga dos filtros. os mesmos foram considerados na condição-limite de
Q 2
A.r = .-::- = 14: = 1.-l utilização. ou seja. saturados de tinta.
Yf '

Ar= 1. -13 m 2
Utilizando filtros clisponirnis comercial mente. no tamanho 50 cm x 50 cm. o número
de filtros necessários $erá dado por:
3
Número de fiJtros = !-·
-1 _
(O. ox O. ;:i)
= 5. 72 (6 filtros)
Capítulo 7

Equipamentos coletores de
contaminantes

7.1 Introdução
Os equipamentos coletores de contaminantes, também conhecidos como equi-
pamentos de controle de poluição. ECP, destinados a reter o contaminante após
ser capturado junto à fo nte geradora. têm a s ua utilização justificada por vários
motivos, destacando-se:
• Evitar a poluição da atmosfera próxima às indústrias q ue geram ou trans-
portam materiais particulados. gases ou vapores.
• Evitar o risco de fogo. no caso de o contaminante ser inflamá vel. ou conta-
minação. no caso de o contaminante ser tóxico.
• Recuperação do material particulado. gás ou vapor. no caso de a presentarem
valor econômico.
• Separação e classificação granulométrica do material particulado gerado. com
o int uito de se dimimúr custos de transporte. como. por exemplo. no trans-
porte peneumático. correias transportadoras. elevadores de caneca etc.
• Reutilização de ar previa mente tratado, como. por e.-xemplo. em salas limpas,
transporte pneumático de materiais higroscópicos etc.
• Evitar o desgaste do sistema por abrasão pela retenção de particulados gran-
des.

7. 2 Mecanismos de coleta
A separação e a coleta dos contaminantes da corrente de ar podem ser obtidas
por ações físicas. químicas ou ainda pela combinação de ambas. dependendo do
Ventilação Industria l Equipame ntos .coletores de contaminantes 139
138
7.3 Fatores determinantes na escolha do ECP
. .
t rocesso de coleta possa envolver mais de urna
proce~o e1woh·1do. Ain?a q~e o da a se ...lúr uma relação de ações indh-idua is
ação s1multaneame11le. e ap1esen ª ' : 0 A seleção de um coletor para um dado processo indus trial nem sempre é uma
mais relevantes no processo de separaçao. tarefa fácil, tendo em vista o grande número de parâmetros que influenciam nos
f o da ação de filLraaem, a separação mecanjsmos de coleta. bem como o grau de importância relativa destes parâmetros
• Filtragem: nos coletores qu~ azem. ~
0
-· para um mesmo tipo de coletor. A.ssim. para facilita r o proce..."So de seleção do ECP,
pode ocorrer por t res mecarusmos d1stmto::.. é fornecido a seguir um rol de parâmetros e propriedades q ue p odem influenciar
Jmpactação inercial: de,·ido a sua massa. as partículas tê1~ movin~e;1to nesta decisão. A importância relativa dos parâmetros fica na dependência do rigor
l. inercial suficiente para se mo,·er contra a estrutura fibrosa do coe or. da legislação pertinente às questões ambientais da poütica energética. bem como
sendo então capturadas. . da experiência profissional do projetista.
2. Interceptação: este mecanismo de~ende apenas ~~ ~m~i:l~~1~: ~7;t~~~~as. 1. Grau de purificação desejado: está relacio nado com as normas q ue regula-
se·a. somente aquelas que estwerem numa m a . . ' - mentam os níveis de poluição do ar em indústrias de processamento. com a
~~ u~1a fibra a menos da metade do diâmet ro da part1cula. serao cap- qualidade do ar em salas limpas etc.
turadas pela estru tura fibrosa do coletor. ..
b · as partículas com d1ametro 2. Concentração. tamanho e distribuição granulométrica das partículas: identifi-
3. Difusão: devido ao movimento rowruano. .
inferior a 1 µm incidirão sobre a estrutura fibrosa do coleto1. cam os tipos de coletores para se atingir uma dada eficiência de coleta.

3. Propriedades físicas do contaminate:


São exemplos de coletores que ut.ilizam a ação de filtragem. os filtros de
mangas e os filtros planos. • Viscosidade: influencia a potência requerida e provoca alterações na
eficiência de coleta.

OBSER\'AÇÃ.0: a ação de filtragem não deve ser confundida com a .ª~ão ~e • Umidade: contribui para o empastamento das partículas sobre o coletor.
peneirom~t~. a qual consiste numa interceptação em escala macroscop1ca o acarreta problemas de corrosão e influencia a resisfr.;dade elétrica das
par tíc u la15.
material particulado.
• Densidade: é determinante na identificação do tipo. eficiência e tamanho
do coletor.
J , . a separação ocorre devido à \•ariação brusca da quantidade de movi-
• ;:~~a;inear das partículas de conta minantes._ Como ~xem_Plos de coletores -!. Propriedades químicas do contaminate: são impor tantes quando existe a pos-
. .ai·s . podem ser citados os ciclo11es e as camaras inerciais.
merc1 sibilidade de reação q uímica entre o a r de transporte. o material coletado e os
- d .·do ao peso das partículas materiais de fabricação do coletor.
• Gratrida.de: a separação ocorre por sedi mentaçao :\ t • • . ·t cio-
de contaminante. Este é o mecanismo de se?araçao ~as camm as gmm a . 5. Condições do ar de transporte:
nais. também denominadas câmaras de sedimentaçao.
• Temperatura: influencia o volume do ar de transporte. a especificação dos
. f1 do ou aasoso é (orçado materiais de construção e o tamanho do coletor. Também está relacionada
• Laragem: o ar carregando o conta mmante. par icu a º 1· .d· f ido
. ! d , a ou de um o utro iqm o. aze1 com as propriedades f1Sicas (\·iscosidade. densidade) e químicas (adsorção,
atra\·és de uma nu vem de goticu as e agu . . • .
ontami uante fique relido nas gotículas. Os lavadores ciclom~os e solubilidade) do ar de trans porte.
:~a~~~o~e~ ve11turi são e.>::emplos de coletores que utilizam este mecarnsmo • Pressão: influencia a escoU1a do tipo e tamanho do coletor, agindo.
de captura. também. sobre a perda de carga admissíYel a tra,·és do mesmo.
, . li - de lllna alta diferença de potencial elétrico no ar • Umidade: observar as mesmas considerações feitas pa ra o contami na nte.
• Eletrostat1ca: a a p caçao .
. . e Os íons depositam-se nas par t ir
' u las-
de transporte faz com que este se iomz . .
. aminante carreaando-as eletricamente. faze ndo com que migrem e1'.1 6. Facilidade de limpe::a e man11.1enção: influencia a esc-olha do tipo de coletor e
d e Cont
.. :- o po'lo de caraa
d 11 eçao a
º elétrica contraria.
, oude sao
- capturadas
' º"'
. - prcc1- a freqüência de interrupção <lo processo.
0
d t" li ão deste meca-
pitadores eletrostáticos caracterizam um exemp1o e u 1 zaçc 7. Fator económico: tem influência na especificação do tipo e efi ciência do coletor.
nismo ele sepa ração.
Ventilação ln Equipamentos coletor es d e contaminantes 1 -U
1-!0

8. Método de eliminação do material coletado: influencia a escolha do Tabela T.l : Coletores indicados para operações industriais
capacidade do coletor. T teor
Operações ele poeira uso po~o
freqüente us o
carga
A Tabela 7.1 apresenta coletores recomendados para d iversas operações in1 Pro dutos qu1m1cos
' em gr a- o s
permitindo uma rápida escolha preliminar. Nesta tabela é adotada a ma nipulação leve a forte fina a grossa ~I. f e
convenção: moagem moderada a forte fina a grossa ~l. L. F e
pesagem/ peneiramento leve a moderada fina a média L. F
Calcmadores
e - ciclones. secadores/resfriadores fo rte média a grossa H L. F e
mutilação de silos !em fina a média F ~l. L
i'vlinas de carvão e ceat r ais d e ~orça
F - fil tros ele mangas.
manipulação moderada média L C. ~I. F
ventilação de
forte fina L ~r. F
L - Ja,·adores. car voeiras
serra moderada média a grossa L C. ~L F
~[ - multiciclones.
secagem forte fina L e. ~l. p
Caldeiras
carvão em grelha leve fina ~r e
P - precipitadores eletrostáticos. can ·ão pulrnrizado forte fina p C, HF
madeira m riárnl
. grossa e .\1
Ceram1ca
ma nipulação leve fina F. L e. ~1
rebarbação/ moagem moderada a forte fina a média L F
Cer eais
7.4 Eficiência de um coletor ma nipulação
de leve média C. F \1
:\ necessidade de se estabelecer parâmetros para a seleção e a comp1 farináceos
coletores exigiu o estabelecimento cio conceito de eficiência de coleta de u1
mento J e controle de poluição. Tendo-se em d sta que di,·ersas abordage1
rcrodutos
armacêuticos moderada média F e
ser utilizadas na definição da eficiência de um coletor. o parâmetro eficiê.11 mistura.
leta deve ser baseado em normas adequadas. Cm critério de eficiência nori moagem e leve média F. L. ~l e
muito utilizado na ventilação industrial. é o conceito de eficiência gra1 pesagem
definido por: prensagem média fina F. L

massa de contaminante coletado


ryc= ~~~~~~~~~~~~~~~~~~
massa ele contaminante que entra no coletor

onde a eficiência gra,·imérrica pode ser co11vertida para sPr e),.--pressa em 1

concemração:

Q · Ct -Q · Cs =c.---Cs-
ryc = e.,
Q. e,
142 Ventilação Industrial Equipame ntos coletores de contamina ntes 143

Continuação d a Tabela 7.1 Continuação da Tabela 7 .1


teor teor
de pPoeira uso POl1JO Operações de poeira uso pol1JO
Operações carga freqüente usa o carga freqüente usa o
-
Fund1çao , s1derurg1a e trabalhos em metais Diver sas
limpeza por abrasão moderada fina a média L.F M vapores ácidos leve L
reboios moderada média a grossa e M. L.F decapagem ácida leve L
desmoldagern leve a média fina L M.F fabricação
fina a média L M de lonas forte média C, i\I, F. L
limpeza corn areia moderada de freio
tambores
giratórios forte média a grossa L M.F algodão leve média L F
para limpeza acumuladores elétricos leve fina a média F.L
forno elétrico leve fina F L ,P tratamento
variável 11, L. F p superficial moderada média G. F. L
forno cubilot moderada de couro
fusão
de não variável fina F L corte de papel moderada média e M.F
ferrosos P lásticos
conversores moderada muito fina F. p L manipulação moderada média F.L C.M
acabamento leve fina a média C. F L
fuorno
iemeris-Martin leve média F. P
açúcar:
. L pesagem, Leve fina a média L, F
decapagem moderada
- a ceu
, empacotamento
Minas e extraçao a b e rto
fina a grossa M.L.F e granulador
manipulação
moagem / peneiramento
moderada
forte média i\L L. F e de
açúcar
. moderada fina a média L
secadores moderada a forte média a grossa l\11, L e
Fonte: i\ rESQUTT:\ . GUI\IARAES e NEFGSSI (1977)
dispositivos
de moderada grossa M, F C.L
resfriamento
Dois outros critérios de eficiência normalizados são: aquele baseado na com-
C une n tan a paração de manchas deixadas em filtros-padrões. por amostras do a r sujo e limpo,
trituração forte fina a média F e aquele defiJlido pela razão entre o número de partículas coletadas para o número
tratamento moderada média L e de partículas do fluxo de ar que adentra o coletor. Deve-se sa lientar que, depen-
dispositivos dendo do critério adotado, os valores obtidos para a eficiêi1cia de um dado coletor.
ele moderada média a grossa M
trabalhando numa dada condição. podem resultar bastante diferentes. tendo-se
res friamento em vista o fator dispersão de tama n110 do particulado. Assim. a legitimidade do
secadores forte fina a média F. p e critério de eficiência é fortemente dependente do grau de dispersão de tamanho do
,
Industria de bor1 ach a contaminante. Desta maneira. a eficiência está sempre associada a um deten:ni-
misturadores banbury moderada média F L nado tipo e tamanho de partícula. No caso de se especificar uma eficiência total.
talcagem moderada média F L esta está associada a uma dada dispersão, ou seja. a uma dada distribuição de
moagem moderada grossa C. L F freqüência ele tamanho das partículas. dp, . A eficiência gravimétrica total. '7ct .
forno de carvão moderada grossa F L pode ser expressa em termos das eficiências gravimétricas individuais para cada
T r a balho em madeira tamanho de partícula. TJc(dp.). como deduzido a seguir:
serra moderada rnriável e F
lixamento moderada fina L C.F L i [(rhi)e - (rii;) .. ]
resíduos forte variável e F me
Equipamentos coletores de contaminantes
14-1 Ventilação Industrial 145

• A ssociação de "n~ coletores idênticos em paralelo.


T/ct = L [(m,). ~ (m,) .. x (~;).] =L [(1~,)e x _
(m_
i)~~_-_(_
m,~).. ]
1
me (mi)e 1
me (m,)., , ~a associação d~ coletores em pa ralelo, novamente a ana logia com circui tos
elet~1cos pode ser fe_ita.:. mas, neste caso. a associação de resistores é em paralelo.
T/ct = L IÍJ; · TJc(dp,) (7.3) A5:5,tm. para a assoc1açao de .. n" coletores idênticos em pa ralelo, a perda de carga
seia a mesma para t~dos os coletores. sendo a vazão tota l ig ualmente distribuída
onde: em cada coletor. Assim sendo,

m, = descarga de massa de contaminante correspondente a um djâmetro dp, . kg/ s Q = n · Q; (7.6)


LJi = fração mássica de conta minante correspondente a um diâmetro dp,
A eficiê,ncia resultai1te da associação. 11cp· de ·'n·· coletores idênticos, de rendj-
mento T/c· e a mesma de cada coletor trabalhando individualmente.
7.5 Associação d e coletores
Existe a pos.c:iibilitlade de se associar coletores. ta nto em série como em para-
lelo. Nomalmente se utiLiza a associação de coletores em série para alcançar uma 7.6 Câmaras gravitacionais
eficiência maior . podendo ser coletores do mesmo tipo e/ou de tipos diferentes.
:"io caso de serem de tipos diferentes. os coletores de menor eficiência precedem ~ câmaras gravitacionais fazem uso da ação da g ravidade atuando sobre as
aqueles de maior eficiência. Por outro lado, emprega-se a assOl:iação de coletores part1cttlas carregadas pelo f:ltL'\'.O de ar. P ara tanto, a velocidade do escoamento
em paralelo quando se almeja aumentar a capacidade de coleta para uma eficiência de ar de,·e ser substancialmente reduzida a fim de se ter um tempo de residência
especificada. Na associação em paralelo, os coletores também podem ser do mesmo a~equado dentro da câmara, possibilitando assim a deposição do particulado. A
t ipo·e/ou de tipos di ferentes, sendo porém a opção ma is comum a associação em Figura 7.1 apresenta os parâmetros envolvidos no dimensionamento de uma câmara
para lelo de coletores do mesmo tipo. gravitacional.

• A ssociação de ..n·1 coletores idênticos em série. L


Ar Ar
:\o caso da associação em série. a saída de um coletor é ligada na entrada do suj~-----......
-:..,_,==---'~y'..::~
~~- limpo
seguinte. de modo que as perdas de carga indjviduais de cada coletor são somadas o, - va - O
- "............ Vt ..... z
e as vazões que chegam a cada coletor são iguais. É um processo a nálogo à asso-
ciação de resistores elétricos em série. Nesta situação, a pressão total disponível
• J ·.1
do ventilador. nos extremos da associação, deve-se igualar à. soma das "n·• perdas ~ ~ "-===
de carga indi viduais. 6.P1 • de cada coletor. Assim sendo,
Figura 7.1: Câma ra gra\i tacio11al
(7..!)
A eficiência resulta nte da associação, 1Jc..· de .. n•· coletores idênticos, de ren- O critério de dim.ensionamento a ser utilizado é o da eficiência de 1003 para a
dimento fJc· pode ser obtida a través da expressão abaixo. cuja dedução é deixada coleta de um determmado tama nho de partícula. Assim. utilizando-se os conceitos
como exercício para o leitor: de ,·elocidade terminal e do tempo de residência . t.. pode-se escrever:

T/cs = 1 - (1 - l}c )" (7.5)


L = \ ~·t (7. 7)
Z= Vi · t (T. )

resultando:
l z
ç = it ( T.9)
146 Ventilação Industrial Equipamentos coletores de contam inantes 147

onde: A Figura 7.2 apresenta. de modo esquemático, o funciona mento de um ciclone.


O escoamento de ar com o contamillante. ao entrar tangenciaJmente pela parte
Va = velocidade média do ar na seção transversal da câmara. normalmente ,·ari-
superior do corpo cilíndrico do ciclone. é forçado a mudar de direção, adquirindo
a ndo entre 1.5 a 3,0 m / s; um movimento espiralado descendente pela parte mais externa do corpo e da seção
Vi = velocidade terminal da partícula. cônica. Este movimento espiralado induz sobre as partículas de contaminante a
Para partículas com diâmetro, dp , menores do que aquele utilizado para eficiência força centrífuga referida. acima. fazendo com que est as se dirijam contra as paredes
100%. a eficiência de coleta da câmara gravitacional será dada por: do coletor. Ao se chocarem com as paredes do ciclone. as partícttlas se separam do
fluxo principal, sendo então recolhidas pela ação da gravidade. na boca de saída da
L· Vi (7.10) parte cônica inferior. O ar de transporte do contamina nte bem como as partículas
'T/c(d,,) = Va · Z
de diâmetro muito pequeno seguem o movimento por uma espiral ascendente,
Deve-se salientar também que alguns parâmetros devem ser arbitrados no di- saindo por uma extremidade de tubulação na parte superior, concênt rica ao corpo
mensiona mento. Por exemplo. se o comprimento "'L.. da câmara é arbitrado, a do ciclone. O escoamento é bastante complexo e não existe um modelo ana lítico
alt ura ,.Z" fica definida pela Eq. (7.9). e a outra dimensão, ·'Y" . fica determinada para projeto. Assim, recorre-se a modelos exp erimenta is que se encontram dis-
poníveis na literat;ura. Os parâ metros determinantes na seleção de um ciclone são
pela equação da continuidade.
a eficiência e a perda de carga. A eficiência está. diretamente relacionada com a
Este tipo de coletor não é recomendado para separar particulados com dp < força centrífuga induzida na partícula de conta minante. Pode-se verificar pela Eq.
100 µm. Na realidade, quando se tem uma dispersão muito grande no tamanho do (7.11) que a eficiência deste tipo de coletor a umenta com o quadrado da velocidade
pa rticulado. a câmara gravitacional deve ser usada como um pré-coletor. tangencia! na ent.rada e com o inverso do raio do corpo do ciclone. ~I as a utilização
Este coletor tem como vantagens a facilidade e o baix o custo construtivo. re- de velocidades de entrada mui to altas ou ciclones de raio mui to pequeno dão ori-
querend.o apenas serviços de funilaria ou de alvenaria. bem como o baixo custo gem a perdas de carga elevadas. Assim sendo. existe uma solução de compromisso
de ma nutenção. Apresenta. porém. como desvantagem, a ocupação de um grande entre a eficiência e a perda de carga na seleção de um ciclone.
espaço físico. É prática comum, na especificação de ciclones. fixar a perda de carga admissível
e obter a eficiência como conseqüência. A perda de carga produzida por um ciclone
Com relação às perdas de carga produzidas por este tipo de coletor, elas se é dada por:
resumem às perdas na entrada e na saída da câmara.
D.P = K, · Pl! = K, · ~Par· l/ (6.3)
7.7 Ciclones onde:
Os ciclones são equipamentos de controle de poluição. também conhecidos como Ve = velocidade média do ar na seção de entrada do ciclone. m/ s ;
coletores cent1·ifugos, cujo mecanismo de funciona mento se baseia na atuação da K,, = coeficiente obtido a pa rtir de modelos experimentais. E ntre as mui tas cor-
força. centrífuga. Fc. sobre as partículas de conta minante. calculada por: relações disponíveis, podemos destacar a que segue:

·'> (7.12)
mp tg (7.11)
Fc = - '--
r onde:
onde: A e = área da seção transversal de entrada de ar do ciclone, m 2 :
ntp = massa da. partícula de contaminante. kg; A s = área da seção tra ns versal de saída de ar do ciclone, m2 •
''ia = velocidade ta.nge11cia l da partícula de contaminante. m/ s; Velocidades dP entrada recomendadas. que satisfaçan_i a relação de compromisso
r = raio de curvatura da trajetória circular. m. entre perda de carga e eficiência. devem estar compreendidas entre 5 e 20 m/ s.
Velocidades de entrada maiores do que 20 m/ s resultariam cm perdas de carga
muito elevadas. enqua nto rnlocidades de entrada inferiores a 5 m/s proporciona-
ria m eficiências lão baixas que não valeriam a pena.
Tendo-se em conta a complexidade do escoamento no interior dos ciclones, o
projeto para se atingir uma determinada eficiência de coleta é extrema mente dHícil.
148 Ve ntilação Industr ial Equipamentos cole to r es de contaminantes 14 9

Isto provocou o aparecimento na literatura dos perfis padronizados, desenhados a ·diâmetro de corte é obLido pela expressão:
partir do diâmetro do corpo, d, para os q uais estão disponíveis correlações para a
determinação de suas eficiências.
Jlar ·d
dpc =O, 21 (7.13)

onde:

Par = massa específica do ar, kg/m 3

Pp = massa específica da partícula. kg/ m 3


µ ar= \iscosidade absoluta do a r. kg/( m.s)
', \ ' j :' I Saída de ar \ ~ = ,·elocidade de entrada do ar, m/s
~~trada
ar
yr ----...... ;---._
~ ----'"---
- Corpo cilíndrico
_'::.-=.-=.'------Espiral interna
d = d iâ metro do ciclone. m

:~ -/_ _ Es piral externa A eficiência de coleta para pa rtículas com d iâ metros, dp, diferentes do cliàmetro

1 7~ /
de corte. dpc. será calculada por:

\~ ><' -
~~
/ - Cone
1 (7.1-1)

T s afda de partículas
'" '

F igura T.2: Ciclone


Tabela 7.2: Ciclones de perfis padronizados
Dos cliversos perfis padronizados de ciclones existentes. dois se destacam por Dimensão r H s L Lº
dd db d
sua freqüente utilização na Yentilação industria l. (Figura T.3 e Tabela 7.2): Ciclones-padrão A
Ciacor
• Ciclones-padrão A , de alta eficiência: multiplicarivo 0.2 0.5 0.5 0.5 1.5
·) -
_ _;>
0.2 LO
do uiàmerro
• Ciclones-padrão B. de média eficiência: Ciclones-padrão B
• Estimativa da eficiência de um ciclone atra'Ué.s do diâmetro de corte. Fator
1mdtipli-.:ariYO 0.3í 5 0.í 5 U. 75 0.75 1.5 2.5 0.2 LO
É uma estimatiYa baseada em dados experimentais. O diâmetro de c01·te cio diâmetro
de partícula. dpc· é o diâ met ro da partícula coletada com 50% de eficiência . O Fonte: ~ ! ESQUITA. GUú\ lARA- ES e NEFLºSSI ( 1977)
V e ntilação Industrial E quipame ntos co letor es d e con t aminantes 151
15 0
Do ponto de vista construtivo. os ciclones apresentam as mesmas partes cons-
tituintes descri tas na Figura 7.2, diferenciando-se apenas na maneira com que o
fllL"<O adentra cada unidade. No caso do multiciclone mostrado na vista (a) da
Figura 7.-l, a entrada do AtL'\'.O de ar com os contaminantes é feita pela parte su-
perior do corpo de cada ciclone, sendo o movimento espiralado imposto por meio
de ale.tas fixas, como pode ser observado na Fig ura 7.5. Este deta lhe construtivo
permite que se dimi nua o volume ocupado por cada ciclone dentro da unidade do
mul ticiclone.

,.,
S.1da
-- de

Figura 7.3: Ciclones-padrão

7.8 Multiciclones
Do exposto anteriormente sobre associação de coletores idênticos, ~m s~rie ou
Salda __ ,,
dt

em paralelo. pode-se ded uzir que a associação ?e ciclones :.m


paralelo ~ mais van-

tajosa do q ue a associação em série. tendo em VlSta que o diametro dos ciclones fica
Figura 7.5: Ciclone de um multiciclone
sensivelmente reduzido à medida que seu número é aum~ntado. .Isto representa n:e-
nores custos de fabricação. Assim é q ue. na venti lação industrial, tornou-~e ~w to
freqüente 0 emprego de baterias de ciclones interligados em paralelo. ~oust1twndo­
se nas unidades denominadas m·ulticiclones. coroo mostrado pela F igura 7.-! nas 7.9 F iltros de mangas
vistas (a) e (b).
O processo de filtragem é um dos mais antigos métodos de remoç-ão de partículas
1Salda de um flLLxo gasoso. apresentando altas eficiências para uma ampla gama de ta-
man hos de partículas. A Figw-a 7.6 apresent.a um coletor típico para este método
de filtragem mui to empregado na ventilação industrial. Neste coletor. o fluxo ga-
soso com os contaminantes é forçado a passar por Wl1 1ueio fibroso confeccionado
em tecido. denominado ··ma11ga... pelo fato de seu formato lembrar uma manga
de vestuário. Embora o tipo de tecido possa variar de fabricante para fabricante
e de acordo com a aplicação. é comum o emprego do tecido denominado "feltro
agulhado". que apresenta grande eficiência de coleta.
(a) Nos filtros de mangas mais antigos. estas são posicionadas com a extremidade
(b)
aberta na parte inferior, e o fluxo de ar com o conta minante se dá. no sentido da
parte interna para a parte externa da manga. A extremidade aberta das mangas é
Fig ura 7...l: ~ lul t i ciclones fixada em urna chapa perfurada. enquanto a o utra extremidade é amarrada numa
est.rutura s uperior, como mostra csquemalicrunente a Figura í.6.
152 Ventilação Indust rial
Equipamentos coletores d e contaminantes
153

(i .15)
Motor onde:
para
Sacucfv
ICo = coeficiente de resistência do tecido acrescido da . -· • . .
culado remanescente. kg/(m'l s): 1e:s1stenc1a denda ao parti-

JC_d = coeficiente de resistência da camada de particulado de "t d - 1.
\, - veloc·d d ' d· d pos1 a o. s
~ . i a e m_e ia o ar atra\"és do tecido. (O. 01 a O. 02m/ s) : .
e,- carga de part1culado no tecido. em kg/ m '1. conhecida ta b'
po. dada por: ' m em como carga de

mpó
Pó C = - = c -{: . t
A (7.16)
Figura 7.6: Filtros de mangas mais antigos onde:

mpó =:- massa de particulado que se deposita sobre o fil tro. kg:
>Ios filtros mais modernos, a extremidade aberta da manga é posicionada na A. = area de fil tragem. m2:
parte ~ uperior, e o fllLxo de ar com o contamina nte se dá da parte externa pa ra
e= concentração de part iculado que chega no filt ro. kg/ m3·
a parte interna. sendo a ma nga ma ntida inílada com o ML\'.11io de uma armação
t = tempo decorrido desde a última lirupeza. s. .
metálica. do tipo gaiola, inserida interna mente a esta .
A eficiência de retenção de particulados nos filtros de tecido a umenta com
o acúmulo de ma teria l coletado. a tingindo valores da ordem de 903 ou mais.
Simultaneamente com o aumento na eficiência ocorre um a umento na perda de
carga. fazendo com que. de tempos em tempos. seja necessário proceder uma
limpeza das mangas. que será efetuada por meio de vibração das mangas. fazendo
com que o pa rticulado se desprenda do tecido. Nos fiJ tros mais a ntigos, este
mecanismo é acionado por um sistema de excêntrico e alavancas, fazendo sacudir
a estrutura que sustenta o conju11to de ma ngas. Deve-se r essaltar que este sistema
de limpeza requer a interrupção da operação do processo fa bril. J á uos filtros
mais modernos. como aquele apresentado na Figura 7. 7. o processo de lim peza
é feito por meio de um jato de ar comprimido. soprado no interior da manga.
prorncando um pulso de pressão ao longo desta. como pode ser visto na Fig ura
7. . Esta onda de pressão percorre rodo o comprimento da ma nga. fazendo com
que o particulado se desprenda desta. Como j á salientado. à medida que a poeira
vai depositando-se no filtro. a perda de carga ,·ai a wnentando grada ti vamente. a té
atingir um rnlor má.ximo. para o qua l foi especificado o ventilador. Neste mo mento
o sistema de Limpeza é acio nado e grande par te da ramada de pa rticulado coletado
a monta nte é remO\-ida. Uma vez q ue nem todas as partículas são remo..,i das. após
a limpeza o fil tro a presenta tm1a perda de carga residual. de,-ido ao par t,iculado
remanescente. Assim. num dado instante de f1111cionameoto. como mostrado na
Figura 7.9. a perda de carga total do filtro de ma ngas é deterruiuada po r duas
resistencias em série: a do tecido e a da camada de part iculado depositaJ o. a qual
pode :;ei· ex pressa por:
Figura i . 7: Filtros de mangas ettua is
Equipamentos cole tores d e contaminantes 155
Ventilação Industrial
15-1

- - -o - - 0 - "-- Placa coletora


ar + contaminante
----e- - - -<> - ' - Fio ionizador
~~_:;'--~~~,--~-

Figura 7.10: ~[ecani smo de atuação

sopro
de
Ar

Etetrodos

Figura í.8: S
·15lema de limpeza com ar comprimido
• Oe~rga

ElalTcdos
ColelDres

ar Figma 7. 11: Precipita.dor elelrostárico


a. - - o
o
.j Existem diversas formas construti vas para o estabelecimento da diferença de
potencial ionizante. Como exemplos típicos podem ser citados: por meio de placas
planas e fios ionizantes igualmente espaçados. como já. apresentado na F igura í.10,
- Pó ou na forma de cili ndros coletores e fios inonizantes ao longo da linha de centro
dos cilindros.
Figura T.9: Deposição de pós nos filtros
Os precipita.dores são comumente classificados em função da diferença de po-
tencial aplicada para a ionização do ar:

• Precipitadores de baixa tensão utilizam tensões varia ndo entre 10 e 30kV, e


7.10 Precipitadores eletrostáticos são empregados em aplicações comerciais e a té mesmo residencias.
. . submetido a uma alta diferença de poten-
Nestes coletores o ar se 10ruza ao sder 1 ca coleto1·a Os íons formados • Precipitadores de alta tensão operam com tensões acima de 30 k V , indicados
. li · · or e uma p a · para aplicações ind ustriais.
cial estabelecida entre um io 10ruza . t carreo-ando-as eletricamente. Pa ra
. _ art'c las de contamrnan e, º
depositam-se nas P 1 u __ . cala industrial, os contaminantes deYem
que isto aconteça com efic1enc1a. eml es d C111a ·vez carreaadas. as par tíc ulru; Os precipita.dores eletrostáticos são apropriados para a retenção de particulados
· d d I "t ·icas a< equa as. 0
muito finos. com diâmetros inferiores a 100 µm. apresenta ndo eficiência acima de
a presenta r propne .ª es e e I . - , lacas coletoras. como mostTado esquema-
de contamina nte ougram em dir~çao as_p 903.
ticamente na Fig ura í .10 e na Figura ' .11.
156 Ventilação Industrial E quipamentos coletores d e contaminantes
157

Com relação à forma construLi va. cabe observar que o espaçameulo entr e as Gás l.Jmpo
placas coletoras é da ordem de 20 a 30cm. fazendo com que os precipitadores
eletrostáticos ocupem grande espaço físico. A velocid 1rle do ar entre as placas
varia entre l. 5 a 3. O111/ s. apresentando como conseqüência pequenas magnitudes
de perda de carga. Em aplicações normais, ,·alores da ordem de 98 a 1-l'i Pa
("'- 10 a 15 mmH20) podem ser esperados. o que representa . portanto. cerca de
um décimo daqueles u1contrados para os filtros de ma ngas.
Os precipitadores l'letrostátirns, além de produzirem pequena perda de carga.
apresentam ,·antageu:- adicion i." tais como: facilidade de li mpeza por meio de
,·ihn1ção das placas r•1l•·1' n1s r ação rlP marteletes mecânicos e vida úUI Lastaute
1 além de .:.PP • ·I nauos para operarem com processos quentes .

. ~pesar de o 1• IJ 1• le operação ser muito simples. os precipitadores ele-


trostáticos são equ1p ,,, 1 0 <0 de construção bastante complexa. exigi ndo, como é
de esperar. o conber iut•fütL• tecnológico por parte dos fabricantes.

7 .11 Lavador es
São equipamentos coletores que utilizam a ação de lavagem. 0 11 seja. o gás
com o contaminante deve entrar em contato íntimo com o líquido lavador. sendo
o contaminante agregado ao liquido por impactação inercia l ou pelo processo de
absorção. no caso de contaminantes gasosos. F ig ura 7.12: Lavador de gás
Este contato íntimo é conseguido fazendo-se o füc<0 gasoso passar em contra-
corrente atra\'és das gotículas de Líquido. obtidas por processo de neb ulização. ou
ainda por meio do incremento da superfície de contato do líquido com o a uxilio cle
material de enchimemo. Alguns tipos são mosLrados uas Figuras 7.12 e 7.13.
Os Ja\·adores. assim como os precipiladores eletrostáticos. apresentam elevados
índices de eficicncia. e também são apropriados para a retenção de particulados
bastante finos. ~o caso de contaminantes gasosos. é a (mica a lternaLiva disponível
para processos industriais. Também como os precipitadores eletrosláticos. os la- TellErette
Anéis de Rasching
,·adores são equipamentos que exigem conhecimentos tecnológicos especí.ficos para

~
a sua construção. apesar de o princípio de funcionamento ser mtuto simples.

~
~
Sela de lnmlax
Aneis de Pall

F igw-a / .13: ~ [ateriais de enchimento


158 · Ventilação Ind ustrial Equipamentos coletores de contaminantes 159

7 .12 E xerriplos RESOLUÇÃO:


Equações básicas:

Exemplo 7.12. 1
Dimensionar uma câmara gravitacional para tratar, por hora, 10.000 m 3 de a r, V::::: (13+ º:1 T) X 10- 6 (2.1)
p
contendo partículas de sílica. Um tes te revelou a existência de partículas num
intervalo de 30 µ ma 130 µm d e diâmetro. Foi decidido que a câmara gravitacional P= Rar ·T (2.3)
deverá remover todas as partículas acima de 100 µm. O particulado tem massa µ=v ·p (2.4)
específica de 2.650kg/ m 3 • O ar adentra a câmara a 30 ºC e a pressão atmosférica 1n _V· dp
reinante no local é de 101, 3 kPa. Determinar a eficiê ncia total de coleta e traçar :lle - - - (2.5)
v
a curva de eficiência de coleta.
Q = 1" - A = 1"0 (Y·Z) (2.9)
Solução: 13
CR= - - (3.3)
ffe
DADOS: Pa râmetros d e funcionamento da câmara gravitacional.
Vi = . ~ . <Íp · 9 · (pp - Par)
T/c (100) = 1 (3.9)
3 CR ·Par
Pai.m = 101. 3 kPa
Tar = 30 °C = 303!( Vi = <Íf, · 9 · (pp - Par)
(3.10)
Pp = 2.650 kg/m 3 18. µar
R ar ~ 287 k:K T/ct = L 1Pi · T/c (<Íp,) (7.3)
Q = 10.000m3 / h
A fração mássica, 'l/J1 (%), de particulado para cada intervalo de diâ metro de L=V,, -t (7.7)
partícula é fornecida na Tabela 7.3, apresentada a seguir: , Z=Ví·t (7.8)
a) Determinação das propriedades físicas do ar.
Tabela 7.3: Disp ersão de tamanhos do partícula.do
Patm 101.300
dp (Jim) l/J1 (%) Par = = - --
Rar · Tar 287 · 303
30 - 40 1
40 - 50
Par = 1.16 kg/m 3
4
50 - 60 10 Var ~ (13+O, 1 Tar) X 10- 5
= (13+0,1 X 30) X 10-6
60 - TO 15 Var = 16 X 10- m 6 2
/s
70 - 80 40
80 - 90 10
µ ar = Vai· • Par = 16 X 10-6 X 1. 16
kg
90 - 100 8 µar = 18. 79 X 10- 6 - -
100 - 110 6 m ·s
110 - 120 4
120 - 130 2
b) Determinação da w locidade terminal (dp = IOOµm ).

DETERMINAR : as dimensões físicas da câmara g ravitac ional. a eficiência total Fazendo-se a hipótese de escoamento laminar. pela Eq. (3.10). res ul ta:
de coleta e a cw-va de eficiência de coleta.
Vi= d~. 9 . (pp - Par)= (100 X IQ-6 )'2 X 9.8 X (2.650 - l.16)
18 . ~r 18 X 18. 79 X lQ-6

Vi= O, 77m/s
Ventilação Industrial Equipamentos cole tores d e contaminantes 161
160

d) Determinação da eficiência. total de coleta.

Verificação do regime de escoamento: pela Eq. (2.5) tem-se: A eficiência de coleta para um dado tamanho de partícula pode ser expressa
pela relação entre o espaço percorrido pela mesma na vertical, durante o tempo
5
_ 0. 77 X 100 X 10- = -1,8 de permanência dentro da câmara, e a a lt ura 'W' da câmara, ou sej a.
lRe - 16 X 10 6
(7.18)
.. E (3 3) ual s ubstituída na Eq. (3.9) e
Como lRe > -i, devemos utilizar a q. · · ª q '
tendo em conta a definição de lRe, resul ta: Como o tempo de permanência no interior d a câmara é fornecido pelo cociente
213 entre a dimensão horizontal -r· da câmara e a velocidade .. i ~ ·· adotada. t = L/ V4 ,
-i
V, = ( - · 9 ·
(pp - Po.r)1 d,,
· vl/3
(7.17)
substituindo-se na. Eq. (7.18) acima. resulta:
39 Po.r

-! (2650 - 1, 16)12/3 X 100 X 10-6 (7.19)


\."t = ( 39 X 9.8 X 1.16 (16 X 10-6) 1/3

Vi = O, 69 m/ s, correspondendo a lRe = -!. 3 Assim. para cada diâmelro médio de partícula. correspondente a cada intervalo
c) Determinação das dimensões da cãmara. dado. será calculada uma velocidade terminal de queda através da Eq. (3.10) e da
Eq. (7.11) e uma eficiência d ad a pela Eq. (7.19). permitindo-se montar a Tabela
.As dimensões d a câmara serão determin:das supond~:eq=~~~:ê:i;~retí~~~~ 7.4 e traçar o gráfico da Figura 7.1-!.
para partículas de 100 µm. Desta for~ ca ~egura Utilizando-se a Eq. (7.3). resulta para o rend imento total da câmara gravita-
de diâmetro maior do que 100 µm serao coletadas. cional:
D a Eq. (7.7) e da Eq. (7.8). tem-se: T/ct = o. 6-108 (6-1%)

L Va
z =Vi
Tabela IA: Eficiências para diâ metros médios da dispersão
Adotando-se \1~ = L 5 m/ s. resulta: d,, (µm) IL•, (%) d,,,,, (µ m) Vi (m/.s) T/c (d,,)
30 - -!O 1 35 0.094 0.136
!:.z = ~
0. 69
= 2,17 -10 - 50 -! 4.5 0.156 0.226
50 - 60 10 55 0.232 0.336
60 - 70 15 65 0.325 0..!70
Assumindo-se z = 1 m. resulta para a outra dimensão: 70 - 80 -!O 75 0.-132 0.625
80 - 90 10 85 0.555 0,803
L = 2. 17 x 1 = 2. 17 m 90 - 100 8 95 0.660 0,950
100 - 110 6 105 - 1.000
110 - 120 -1 115 - 1.000
Pela Eq. (2.9). a largura da câmara resul ta: 120 - 130 2 125 - 1.000

Q (10.000/3.600)
y =-
.a X\
Z = 15 X 1
= 1. 5m
'...J •
162 Ven tilação Industrial Equipamentos coletores de contaminantes
163

100 RESOLUÇÃO:

/~
Equações básicas:
~80
,,;
ãi 60
8., V~ (13 +O. l T) X 10-6
.
"'O

·o
40
P=-
p (2.1)
e
~ 20
/ R ar ·T
/ (2.3)
i:ii µ=v ·p
0
20 40 60 80 100 120 140 (2.4)
Diâmetro da partlcula, dp (Jo.m)
d,,c:::::: 0, 27 X
(7. 13)
Figura 7.1-l: C urva <le eficiência d e coleta
(7.1-!)
OBSERVAÇÃO: Este exercício mostra o dimensionamento de uma câmara para
uma eficiência de 1003, para partículas com diâmetros acima de 100 µm. bem
como a eficiência de coleta total atingida para uma dada distribuição de Lamanbo
de partículas.
a) Determinação das propriedades físicas do ar .

Po.r = Po.tm = 101.300


E xemplo 7.12.2 Rar · Tar 287 X 323
Po.r = 1, 09 kg/m 3
Projetar um ciclone para coletar 873 das partículas de 50 /.tm (pp = 1.200 kg/m3 )
em suspensão em uma corrente de ar com vazão de 180 m 3 /min. Supor pressão Var .~ (13 + 0. 1 To.r) X 10-6 = (13 + 0.1 X 50) X 10-6
atmosférica normal e 50 "C para a temperatura do ar. Vo.r = 18 x 10- 6 m 2 /s
Solução: µar = V · p = 18 X 10-6 X 1. 09

µar = 19. 62 X 10-6 ~


DADOS: Condições de íuncionamento do ciclone. m·s
'lc (50) =O, ST
Po.r = 101. 30 kPa = 101. 30 x 103 Pa
Tar = 50 ªC :::::: (50 + 273) J( =::: 323 K Rar = 287 k:f( b) Cálculo do diâ metro do ciclone.

Q = 180m3 /min = 3m3 /s Da Eq. (-1 13) d


dp = 50 µm = 50 x 10-6 m
· e ª
Eq. (7. 14). podemos escrever:
Pp = 1.200 l.:g/m 3
cíi,c = (~
'lc
- 1) ·d O 2 ::::::
P
·)-2 .
'- '
µar · d
-;-,:--7'-----
DETERMDlAR: as dimensões do ciclone. \ie· (pp - Par)

d= ( r};- j) ·d~· ir.· (pp - Par)


O. Üí29 ·µar

Por outro lado. para ciclones adr- B


P ao · podemos escrever ainda:
i.~ = Q = Q Q
(CxH) (0.375dxO.T5d) =0.28l xd2
164 Ve ntilação Industrial Equipame ntos cole tores d e contamina ntes
165

Par= l.2kg/ m 3 ;
Subst.ituindo-se a ,·elocidade de entrada ca lculada pela equação acima na equação µ ar = ,
1 oR X 10-5 ;;-
k<1 · s :

aulerior. obtém-se: Pp = l .l 00kg/ m 3 :


dp = -l.5µm.
Uc- 1) ' · ~ Q · (pp - Par)
d::::: - ' - -- ' - - - - - - = - - - - DETE&\llNAR: a eficiência de coleta. com:
(O, 0729 X O. 2u 1) · cI'- ·µar
(a) um ciclone;

d3 ~ -l8. 82
U - l) · d~· Q · (pp -
X - ' - - - - ' - -- ----
Pur)
(b) cinco ciclones ig ua is em série:
µ ar
(c) cinco ciclones iguais em paralelo.

RESOLUÇAO·
Eq uações básicas:
~ (~ - 1) X (50 X 1Q- 6
1
fX 3 X (l.200 - l. 09)
d::::: 3 · 65 X 19, 62 X lQ-6
Q = \,- · A
(2.9)
portanto.
d::::: 1.-19 m 6P = K.. · P•.. = K... ~2 . p ar . v2
e {6.3)
.!lP, = 6Pt
n (7.-l)
OBSER\ 'AÇAO: As relações geométricas l / d e H/ d utilizadas no exemplo estão
Listadas ua Tabela 7.2 Ciclones de perfis padronizados. 77<:.5 = 1 - (1 - TJc )n (7.5)
Q
Q,= - (7.6)
n

Exemplo 7.12.3
K.. = 21. 16 (_..\e) 1.21
A ,. (7.12)
Ciclones devem ser 11tilizados para remO\·er panículas com massa específica
de I.100kg/m 3 de uma corrente de ar de 0. -10 m 3 /s. com massa específica de dpc = O. 27 (7. 13)
l , 2kg/ m 3 e viscosidade absoluta de l. x 10- 5 kg/ (m.s). A perda de carga ~~ (Pp - Par)
máxima admitida é de l30 mmH2 0. As partículas têm um diàmetro de -l. 5 µm . 1
TJc(dp ) = - - - - (7.1-l)
(~/
Determinar a eficiência de coleta. com:
1 -L
(a) um ciclone;
(b) cinco ciclones iguais em série:
Determinação da equação q ue explicita o d iâ metro de ciclones ··padrão B'' em
função da perda de carga:
(c) cinco ciclones iguais em paralelo.
Da Tabela 7.2. o btemos:
Solução:
A e = O. 375 d x O. 75 ri= O. 2812 d 2
DADOS: Parâ metros de funcionamento do ciclone ou de suas associações.
1
_ ..-(O. 75d)2 _ _
~p = 130 mm H2 0 = 1.21-l Pa: -"1& - -1 - O. +.l.11 d2
Q = O.-l m 3 /s:
166 Ventilação Industrial
Equipamentos coletores d e con taminantes
167

Substituindo-se os valores dados p elas equações acima na Eq. (7.12), considerando-


. da que v·e -- Q/ -4.e -- Q/ (O• 281?- d2 ) • e substituindo-se finalmente na Eq.
se run
(6.3). resulta:

d =?
-,
97
x
1 Q2 . Par
6.P (7.20)
Cada ciclone irá trabalhar com uma velocidade de entrada de:

Q 0.4 ~ /
íf,, = Ae = (O, 2812 x O, 492 ) =o, 9 m s
(a) Eficiência de coleta utilizando-se um ciclone.
Neste caso. o diâmetro da partícula de corte, dado pela Eq. (7.13), resulta:
Neste caso, com Q = 0.-1m3 /s e 6.P = l.274Pa, pela Eq. (7.20), o diâmetro
do ciclone a ser usado resulta:
d pc =O, 27 X 1,8 X lQ-5 X 0. 49 = 9,96 X 10- 6m
4 4 1 2 5, 9 X (1.100 - 1, 2)
d= 2. 97 X O. ; ; • :::::: 0 , 33 m
2 4
4c = 9,96µm

A velocidade de entrada correspondente resulta:


4 Assim, pela Eq. (7. 14), a eficiência de um ciclo ne da associação res ulta:
V_ Q - 0, = 13. 06 m/s
e - Ae - (O. 2812 X O. 33 2 ) 1
'7c = ., = O, 17
1+ (9.96)-
-1 .5
Cálculo do diâmetro da partícula de corte: P ela Eq. (7.~3). resulta:
IJc = 17% .

CÍpc = 0, 27 X l, 8 X 10- 5 X o, 33 = 5, 49 X 10-6 m = 5,-t9 µm A eficiência resul tante da associação pode ser obtida pela Eq. (7.5). resul-
13. 06 X (1.100 - l , 2) tando:
1Jcs = 1 - (1 - O, 17) 5 =O. 61
Finalmente, pela Eq. (7. 1-1), obtemos para a eficiência do ciclone para uma 1Jcs = 61%
partícula de -!, 5 µm de diâmetro
(c) Eficiência de coleta utilizando-se cinco ciclones em paralelo.
1
77c (-l,5)= 2 = 0,4
1+ (5·-l9)
4,5
Neste caso a perda d e carga de cada ciclone deverá ser de l.27-1 Pa e a vazão
será distribuída nos cinco ciclones. resul tando, segundo 'i. Eq. (7.6) , uma
vazão por ciclone de:
7Jc (-!, 5) = -10%
0.4
Q;=-~-=0.08m s
3/
o

(b) Eficiência de coleta utilizando-se cinco ciclones em série. Neste caso, Q = Obtendo-se um diâmetro para os ciclones, segundo a Eq. (7.20):
0 , 4m3 / s, a perda de carga se distribui segundo a Eq. (7.-1). resultando:
1.27-l 082 2 = Q 14 7 m
6.P, = -~- = 254,BPa d = 2, 97 X , Q. X 1.
;) 1. 274 .

.
Obtendo-se um diâmetro para os ciclones, segundo a Eq. (7.20): Cada ciclone irá t rabalhar com uma velocidade d e entrada de:

O•..p X l,2 O ,, \ ._Q


e - -
_
- .
0. 08 - 131- /
? ' - ' 1m s
? g~, X . -.9 m At (O. 2812 X 0.147-)
d=
-· V 25-!,8
=
168 Ventilação Industrial Equipa m ent os coletores de contaminantes
169

Neste caso o diâmetro da pa rtícula de corte. d ado pela Eq. (7.13), resulta: RESOLUÇÃO:
Equação Básica:
1, 8 X 10- 5 X 0 , 1-17 _ _ l0-6
dpc = 0, 27 X - - -- - - - - - - - . , - - 31 6O X m
13, 17 X (1.100 - 1, 2)
óP = K.o . V + K.d . V . e (7. 15)
dpc = 3, 65 µ m C=c · V·t (7. 16)

P ara a associação de ciclones em paralelo. a eficiência resultante é ig ual à Substituindo na Eq. (7.15) e isolando t. resulta:
eficiência de um dos componen tes. Assim, pela Eq. (7.l-1), a eficiência da
associação. resulta: t = (óP - K.o ·V) = 500 - (10.000 x {ik))
1 2
T/c = - - -----...
., = O. 60 K,d . V . C 80.000 X ( 61 ) 2 X 0. 005
1+(3·65)- ~.5
t ~ 3.000 s = 50mi n
0

T/c = 603

OBSERVAÇÃO: Este exemplo mostra que, para uma mesma perda de carga da OBSERVAÇÃO: A relação "ar/ pa no". usada freqüentemente no meio industrial
é uma forma de se expressar a equação da continuidade. ou sej a. a vazão de ar n~
associação. a eficiência é praticamente a mesma para as associações de ciclones
entrada da unidade dividida pela á rea de pa no de todas as manaas ou ainda a
idênticos, quer sej a em série ou em paralelo. Entretanto. deve ser ressaltado que a
velocidade média do ar através do tecido. o ' '
associação em paralelo, pelo fato de se trabalhar com ciclones de diâmetros bem
menores. é wna solução mais econômica.

Exemplo 7.12.5

Exemplo 7.12.4 Dimensionar 'um filtro de ma ngas pa ra Ümpeza de O. 28 m 3 / s de ar que carrega


10 kg de pó de pedra por hora. O ciclo de funcionamento é de -! h. A perda de
Desej a-se instalar um fil tro de mangas para remover particulados numa fundição. carga admissível é de 125 mmH 2 0. O fabricante informa ainda que a resistência
O fabricante das ma ngas afirma que a resistência do tecido com o qual são con-
do tecido é de 3. 700 mmH 2 0 / (m/ s) e estima que o fator de resistência da camada
feccionad as as ma ngas é de 10.000 N s / m 3 , e estim a que o fator de resistência da de pó é de 5...10 mmH2 0 / (kg/ m 2 . m /s)
camada de pó é de 80.000 s- 1• A concentração de pó na entrada da unidade é de
5 g/ m3. A relação .. ar/ pano" recomendada é de 1 m / min. Se o filtro deverá operar Solução:
com a perda. de carga má.xi ma de 500 Pa. qual deverá ser a freqüência de limpeza
das mangas? DADOS: Parâmetros de funcionamento do filtro de ma ngas.
Solução: 125 mmH20 = 1.226, 25 Pa
óPrrw.:r =
mpó= -!h x lOkg/ h=-Wkg
DADOS: Parâmetros de funcionamento do filtro de mangas. Ko = 3.700 mmHoO = 36.297 P a = 36.297 ~
m/ s rnJ$ m· X s
K.0 = L0.000 ~ = 10.000 ~ K, _ MO mm H . o
d-
_
5 ')97 -!
kg/ mº x m/ s - ·-
Pa
· kg/ m' x m/s
K.d = 0.000 s- 1 K,d = 5.297. -l s- 1
V = 1 m / min = tfõ m /s . que é a relação "ar/ pano" Q = O. 28m3 /s
c = 5g/ m 3 = 0, 005kg/ m 3
DETERi\IIN AR: a área de pano e a velocidade média do ar.
DETERMIN AR: a freqüência de ümpeza das mangas para uma perda de carga
máxima de 500 Pa
Ventilação Industrial
170

RESOLUÇÃO:
Equação Básica:
- Q (2.9)
V=A
D.P = >Co · V + >Cd · V · C (7.15)

C= mpó
A
(7.16) Capítulo 8

Substituindo a Eq. (2.9) e a Eq. (7. 16) na Eq. (7. 15), resulta:
Dutos
tlP = Ko · ~ +>ed · (~) · (ml 6
)

Substituindo-se os dados na equação acima, obtemos:


8.1 Introdução
o 28 o. 28 40
1.226, 25 = 36.297 X -T + 5.297, 4 X A X } \_
Este capítulo é dedicado a alguns comentários quanto aos aspectos constru-
A2 - 8. 288 A - 48, 384 =O tivos e recomendações de caráter prático sobre dutos empregados na ventilação
industrial.
Tom~ndo-se a raiz positiva, temos como solução do problema,
Como primeira recomendação, deve-se sempre consultar a publicação Industrial
A= 12, 24m 2 Ventilation da ACGIH. antes de se iniciar o projeto de sistema de dutos para
interligação de equipamentos utilizados na ventilação industrial.
resultando então para a velocidade média do ar através do pano,

V =Q = O.
28
= O. 023 m/ s 8.2 Dimensionamento dos dutos
.4 12, 2-!
Ao contrário do que ocorre nas instalações de condicionamento de ar para
conforto, as velocidades utilizadas na ventilação industrial não sofrem resh·ições
OBSERVAÇÃO: Este problema enfatiza o cálculo da área de pano em função da
no que tange ao nível de ruído. podendo portanto ser de magnitudes bem mais
perda de carga admissível. elevadas. Além disso. tendo-se em mente que o ar deve transportar o contaminante.
as velocidades devem ser compatíveis com os tipos de contaminantes presentes
no escoamento. A Tabela 8.1 apresenta velocidades recomendadas para alguns
tipos de contaminantes presentes no escoamento. Apesar de as velocidades serem
relativamente altas. o escoamento é tratado como incompressível e as perdas de
carga são calculadas não se Levando em conta a presença dos contaminantes.
:'lio projeto do sistema de dutos. deve-se ter em mente que as vazões utilizadas
na ventilação industrial são sempre muito elevadas, justificando mais uma vez o
uso de magnitudes de velocidades mais altas. pois do contrário ter-se-iam dutos de
diâmetros exageradamente grandes. Uma vez especificada a velocidade. o diâmetro
dos dutos é calculado por meio da equação da continuidade. como segue:

OBSERVAÇÃO: no caso de se ter mais de um tipo de contaminante, deve-se adotar


a maior velocidade recomendada.
172 V e ntilação Industrial
Dutos 173

Tabela 8.1: Velocidades recomendadas para o dimensionamento de dutos A Tabela 8.3 apresenta as espessuras aproximadas em (mm), correspondenles
às bitolas ""U.S.S.G ... ( U.S. Standard Gauge).
Contaminante Velocidades recomendadas (m/s)
Gases e vapores 5a6
Fumos 7 a 10 Tabela 8.3: Espessura das chapas de aço
Poeira fina 10 a 13
18 a 20 Bitola ( l".S.S. G.) Espessura (mm)
Poeira média
2-l 0.6·1
P oeira grossa 20 a 23
22 0.79
Partículas grandes.
> 23 20 0.95
J\lateriais úmidos
l8 1.27
16 1.59
7r D2 l.t 1.98
Q=V·A= l ' · - (2.9)
4
portanto.
8.3 D etalhes construtivos de acessórios
(8.1)
.-\ Figura .1 aprese nta algumas recomendações para n geometria de alguns
onde: acessórios empregados em sistemas de dutos para ,·entilação ind ustrial. Estas
Q = vazão de ar a ser transportada, m 3 / s: recomendações de,·em ser ob er vadas com o intuito de se reduzir as perdas de
V = velocidade média recomendada parn o tipo de contamina nte. m/ s: carga.
D = diâmetro interno que deverá ter o duto. m. Para auferir aos acessórios uma maior rigidez estrutw·al e prolongar a sua ,-ida
1ítil. te11do-se em vista os desgastes decorrentes da erosão, as chapas de aço com
Na ventilação industrial os dutos são norma lmente confeccionados a partir de as q uais são confeccionados os acessórios de,·erão ser de espessm-a maior do que
chapas de aço calandradas. A Tabela 8.2 apresenta as bitolas das chapas de aço aquelas dos dutos. Assim, o Yalor das bitolas das chapas de aço. recomendadas
recomendadas para a construção dos dutos, em função do diâmetro destes e da para a confecção dos acessórios. deve ser uma ordem de magnitude menor do que
categoria de serviço. aquelas listadas ua Tabela .2. inuicadas para a confecção dos dutos nos quais os
acessórios serão inseridos.
Tabela 8.2: Bitolas U.S. Standard Gauge (U.S.S.G.) recomendadas para as chapas
de aço em função do diâmetro
8.4 Dutos de d escarga
D (cm) A B e
< 20 2-1 22 20 A Figura 8.2 apresenta algwnas formas de projeto para os d utos de descarga
20 a -16 22 20 18 (chaminés). com o intuito de se evitar a entrada ele água de chuva. Os detalhes
-16 a 76 20 18 16 apresentados nu figura evitam a instalação de chapéus, os quais sempre prejudicam
> T6 18 16 l.J a dispersão dos polue111es na atmosfera.

onde: 8.5 Portas de inspeção


A - contaminante não abrasivo. sen ·iço normal:
Caso o escoamento contenha contamina nte na forma de particulado. nos pontos
B - contaminante abrasivo, concentração fraca. serviço seYero: de obstrução ou de muda nça de direção. a tendência é de este particulado se
acu mular nestes lomis. Assim. periodicamente. dPve-se proceder à. limpeza deste
C - contaminante abrasivo. concentração alta. sen ·iço muito se,·ero. paniculudo retido. a fim de eiriLar o entupimento ou o aumento da perda de carga.
Para lunto. no projeto de d utos paro. wntilação industrial. deve-se prever aberturas
próximas u estes loc·ais. designadas por portas de inspeção. ~ormalmente são
174 Ve ntilação Industrial Dutos 175

constituídas por simples chapas calandradas com o mesmo raio de curvatura dos
_l_T
dutos, a.Ji.xadas de modo a fechar a abertura quando o sistema de dutos estiver em
operação. A Figura 8.3 apresenta algumas formas construtivas para as portas de 1 o ~ín l12m
inspeção. 1
1
,1 Chapa de dreno
40 ' \ / ~.s, Seção A-A
\, ( A~
8.6 Balanceamento do sistema de dutos ' ) '> /
«(
/ Ay , ._
Diz-se que um sistema de dutos de ventilação está balanceado quando o esco-
amento de ar em cada ramal iguala a vazão de projeto.
~
l'
~
''ÓÓ.
" ·, \
Os projetistas de sistemas de ventilação industrial adotam duas abordagens ao
se proceder ao balanceamento do sistema:
~'" ,z 1,750
1
Dreno
3
3
t = 25,4m ~

(a) (b) (e)


r ~ 2d
Figura 8.2: Detalhes construtivos de dutos de descarga

(a) Balanceamento com registros: neste tipo de abordagem, dimensionam-se to-


dos os dutos po'r arbitragem da velocidade de acordo com a Tabela 8.1. O
_,( , balanceamento é obtido através da regulagem de registros dos tipos apresen-
e
tados na Figura 8.-1, os quais são ajustados em cada ramal até que a vazão
{ desejada seja obtida.

• Vantagens:

~?~I(j- &max=30º - facilidade de projeto:

--~· - flexibilidade de modificações.

• Desvantagens:

- a vazão de projeto pode ser a lterada pelo trabalhador;


- o ajuste do sistema é trabalhoso;
- ocorrência de abrasão nos registros;
Figura 8.1: Detalhes construtivos de alguns acessórios - possibiJidade de entupimento.
176 Ventilação I ndustria l Dutos 177

percentual

m-
Ê!.Pmaior - êi..Pramal X lOO .
1
6 P ma1or
4. alterar o diâ metro do ramal ou introduzir uma pe rda de carga localizada,
como por exemplo a través da inserção de um cone d e equilíbrio. quando
i houver uma diferença superior a 20%:
Tampão Removivel
5. a umentar a vazão quando a diíerença na pe rda de carga ficar situada na
faixa de 5 a 203. A ,·azão corrigida é igual à vazão inicial x ..). P.., ••ºr ·
~ Pramol ·

6. se a diferença n a perda de carga for inferior a 5%. considerar o sistema


balanceado.
Corrediça

• Vantagens:
- o elemento humano fica impedido de variar. facilmente, a vazão em

-e-
cada ramal;
Tampão lipo Dobradiça - menor possibilidade de entupimento.

..• '
! --=-=-=--'----
º,~~~~~~~-
• Desvantagens:
.
1.•

b~---=-=-==-=~=-=
---1---
.- ~-..~ f _,,__,/ _~ maior dificuldade no desenvolvimento do proj eto:
- pequena flexibilidade de a lteração de vazões.
Braçadeira Deslizante

!'.\
\- ~ --)
~

Tampão Removível

Figura 8.3: P ortas de ins peção

(b ) Balanceamento pelo cálculo ou balanceamento estático: para este tipo de ba-


la nceamento. as vazões são determinadas pa ra cada ramal. em função do
ajuste da perda de carga deste. A seguir é apresentado um roteiro para se
proceder ao balanreamento:

l. estabelecer os diâmetros p0r arbitragem da velocidade de conformidade


com a Tabela .1:
2. calcula r a p erda de carga para cada ramal:
3. cotUpara r as perdas de carga de cada ra mal que chega a um mesmo nó. Figura 8.-1: Registros para balaucemnento das rnzões
com a maior perda de carga para este nó. de te rmina ndo-se a cüfe re nça
178 Ventilação Indus trial
Dutos
179
8.7 Exemplo RESOLUÇ ÃO:
Equações bá.5icas:
Exe mplo 8 .7.1
V-D
Determinar os diâmetros, o comprimento da transformação e a bitola da chapa lRe = -- (2.5)
v
de aço-carbono, para o sistema de dutos de ventilação apresentado abai.xo. onde as Q = V·A
condições de funcionamento e o comprimen to dos tr echos de dutos são fornecidos (2.9)
a seguir. Além disso proceder ao balanceamento do referido sistema para que o Pv = !2 ·p· V 2
(2.12)
mesmo forneça as vazões especificadas. Considerar ar atmosférico-padrão.
6.Pc = f . L . ! . P . v2 = J . L . P,11 (2.17)
D 2 D
r º1 --- { -::::o---. f = a+b·lRe-c (2.19)
~ ~f --lfi--­
ar
+
poeira
TI
, • L1
:----+--6]º'-2' I
6.Pa = K. · Pv = K. · ! . p
2
.V2 (6.3)
(Figura 8.1)

média i
2 onde:
90º a = O, 53 · ( ÍJ) + O, 094 . ( Í5) 0 · 225 :
b = 88 . (-5)º'\.I;
e= 1 62 · (.!.)0 •13.J.
' D '
e = rugosidade das paredes do duto.
ar t
fu~os 02 a) Determinação dos diâ metros.
Pela equação da contin uidade. Eq. (2.9), resulta:
Figura 8.5: Balanceamento de um sistema de dutos

Solução: .
Q=V·A=V· ( -tr· D-
4
2
) =? D= J4tr ·Q
.V

DADOS: Parâmetros de funcionamento do sistema de dutos.


Ad mi tindo-se Vi= 20 m/s, tem-se:
L1 =30m:
L2 = 5m~ -l X O. 694
e:= 150µm; - - - =0.210
3 3 7i X 20
Q1 = 2.500m /h = 0, 69-lm /s:
Q2= 1.000m /h= 0,278m 3 /s:
3 D1=0.21Õm
3
Par = 1, 2 kg/m :
D1 = 20cm (adotado)
Tar = 21 ºC:
5 2
Var = 1. 51x 10- m /s. Admitindo-se V2 = lOm/s, tem-se:

DETER.1\lli'iAR: os diâmetros dos dutos. a bitola da chapa de aço e proceder ao 4 X O, 278


balanceamento do sistema de dutos. 1í X 10 = O, 188

D2=O, 188m
D2 = 20 cm (adotado)
180 Ventilação I nd ustrial Dutos 181

Admitindo-se V3 = 20 m/s. tem-se: !Rei ~ 2, 91 x 105 =? Regime turbulento


Assim. os coeficientes a. b e e. resul tam:
-1. (Q1 + Q2) -1 x 0, 912 =O. 2-1
9
7i . \'3 ;r X 20

a = O, 53 · ( DE: ) + O, 094 · ( ;r:- ) 0,225


D3 = O, 2-l9 m
D 3 = 25cm (adotado) - (O,00015)
= O, ;:i3 X .,. O. 094 X
(O. 00015) º· 225

0. 2 0, 2
b) Determinação do comprimento da transformação.
a= 0. 019

20cm
(
b = 88. ( ~) 0.-14
D
= 88 X (º· 00015) 0,-1-1
0,2
[ ~1-lE b = 3, 711
o

N
e = 1. 62 · ( D
ê)0,13-1
= 1. 62 x (0,00015)º'13-I
0. 2
c=0,6 18

Figura 8.6: Transformação Substituindo-se os coeficientes calculados acima na Eq. (2.19) . obtém-se:

Tendo-se em conta a recomendação feita na Figura 8.1. obtém-se: li = a+ b. !Re} c =O. 019 + 3. 711 . (2. 91 X 105 ) - 0 •618
Ít = 0,02

lmin =5x {25 - '20) = 25 cm


Cálculo da perda de carga unitária para o trecho l.
e= 50 cm (adotado)
D.P) = fi · -D1 · -\!i2 ·Par =
L O. 02 X -
1 222
? X -? X 1. 2 = 29. 04
1 l 2 0. - -
c) Balanceamento.
Correção da velocidade i ·1 em função do diàmetro final D t- 6{) 1
~ 29 Pa/ m
, .. _ -l·Q1 _ -1 X 0.69..J. _ •J·) Assim. a perda contínua para o rama l l será:
09
;r X o. 2 ~
I' \ - ? - > - --·
pi . Dí

i j = 22 m/s ~Pc1 = L~p) ·Li= 29 X 30 = 8TO


1
Cálculo da pressão dinâm ica do escoamento no ramal 1. Me,= 870Pa
pl'L -- 2
1 . Par . 1 -2 1. ?- •Jgo -1 A perda de carga de entrada do ramal 1 é dada por:
l
-
- 2l X •)')2 -
X -- - - .
~Pe 1 = IC1 · Pc, = O. 93 X 290. -1 = 270
P1:1 = 290 . ..J.Pa
!).Pe1 = 270 Pa
Verificação do regime do ei;coarnento.
A perda total no ramal 1 resulta:
1i . D1 22 X o. 2 -
1Re1 = --- = _ = 201.390, 13
llur l. :.> 1 X 10-5
182 Ve ntilação Industrial Dutos
183

óPc2 = 26Pa
A perda de carga de entrada do ra mal 2 é dada por:

Correção da velocidade V2 em função do diâmetro 1inal D2. óPe, = K.2 · P,,'2 = O, 93 X -!7 = 43, 7
_ -! · Q2 _ 4 X 0. 278 _
V2- - D
1í .
,, -
2 1í X
,, - 8 , 85
O, 2-
óPe, = -!3, 7 Pa
A perda de carga localizada nà curva de 60 °, com r /d = 2. será:
V2 = 8.85m/s
Cálculo da pressão dinâ mica do escoamento no ramal 2.

P,~
., = -12 · Par ·V,,-- = -21 ?
X 1, 2 X 8, 85-
?
= 46, 99 óPcurva2 = 12. 7 Pa
A perda de carga localizada devido à entrada de ramal será:
P,,,:::::: 47 Pa
Verificação do regime do escoamento. óPramaJ2 = K.2 • Pu2 = O, 18 X -!7 = 8. 46

V2 · D'J 22 x O. 2 _ óPrama/1 = 8, 5 Pa
!Re., = - - - = 5
= 111 .218, 54
- Var 1,5 1 X 10-
Assim. a perda total no ramal 2 será:
!Re2 :::::: 1, 17 x 105 =? Regime turbulento.
·Os coeficientes a, b e e resultam os mesmos do trecho l. uma vez que a rugo-
óPr, = óPc2 + óPe, + óPcurva + D.Prama/3 2 = 26 + -1.3, 7 + 12. 7 + 8. 5 = 90, 9
sidade e o diâmetro desses trechos são iguais. Assim. i:::;.Pr, = 90. 9 Pa
a=0,019 Cálculo da diferença percentual entre as perdas de carga do ramal 1 e ramal 2:
b = 3. 111 .
D(%) 1.1-!0 - 90. 9)
c= 0.618 O = ( l.l-!O X 100 = 92. 033

Deter mjnação da perd a de carga que o cone de eqwlíbrio a ser inserido no


Substituindo-se os coeficientes calculados aci ma na Eq. (2.19). resulta: ramal 2 deve apresenta r:
618
h =a+ b · !Re2 c = O, 019 + 3, 711 ·(1, 17 x 105 )-º' óPce = 1.1-10 - 90. 9 = l.0-19, 10 Pa
h = 0. 022
Determinação do coeficiente de perda de carga que este cone de eqwlíbrio deve
apresentar:
Cálculo da perda de carga unitária para o trecho 2: K. _ ~Pce _ 1.0~~· 10 = n .32
ce - Pv, -
óP) 1 l ~2 1 . 52 _ _
--
L
= Í2 · -
D2 -
· -;) · Par = 0. 022 X ?O. _ X - ?-
_
X l. 2 = ;>. 11 K.ce = 22. 32 ~ i\Iui to grande !!!
2
Diminwção do diàme!.ro do ramal 2 para a tunentar a sua perda de carga.
i:::;.:) ::::::5,2Pa/ m Adotando-se D2 = 15 cm. res ulta:
2
Assim. a perda continua para o ra mal 2 será: 1';, - -! . Q - -! X O. 27 - - -
- - 1íD.,2 - 7r X
O l_., - l a, i3
, ;:i-

C;.Pc-i = ~) 2 . L2 = 5. 2 X 5 = 26
%=l5.73m/s
184 Ve ntilação Industrial
Dutos
185
Cálculo da pressão dinâmica do escoamento no ramal 2:
Para este valor do coeficiente de perda a rela - .•
Pu, =~ ·Par · V2
2
= O. 5 X 1, 2 X 15, 73 = 2
148, 46
maior do cone de equilíbrio deve ser: ' çao entre os d1arnetros menor e

di
Pv2 = 148, 5 Pa d2
= O. 55 =>- d
l = o. 55 X d2 = 0, 55 X Ü. 15 = Ü, 0825
Cálculo do número de Reynolds para este novo diâmetro:
di = 8, 25cm
!Re = V2 • D 2 = 15,_73 x O,
2
Var l , ;:>l x
i;
io-
=
156 _258 _28 Consideraudo o cone de equilíbrio mostrado na Figura 8 -, t -
. , emos.

!Re2 :::::: 1, 56 x 105 ~ Regime turbulento


Calculando-se o fator de atrito de maneira análoga ao método já apresentado
acima, resulta para a perda de carga uni tária:

lRe2 = 156.258} ~ t::.P)


L =22, 12Pa/ m
- -
!J, =O, 00 1 ?

Assim , as perdas para o ramal 2 resultam: Figura 8. 7: Cone de equilíbrio

E ntrada ==} O. 93 x 1-18. 5 = 138, l


Duto reto ~ 22. 12 x 5 = 110. 6 tau (15 º) = d2 - d1 = 15 - 8, 25
2. e 2 -[
Curva ~ O. 27 x O. 67 x 148. 5 = 26, 9
e= 12. 6:::::: 13cm
Entrada de ramal ==} 0.18 x 1-18. 5 = 26. 7
OBSERVA ÇÃO· p .d b
2. ou seja do r~m~I e-se o ser var neste exemplo que o diâ metro final D2 do ramal
· que apresentou a menor perd d . .
A perda de carga no ramal 2 resulta: processo de tentativa e erro. ª
e carga. e obtido por um

Cálculo da diferença percentual entre as perdas de carga do ra mal 1 e ramal 2:

D (%)= ( 1.140 - 302. 3) X 100 = 73.-1 3


1.1-10

Determinação da perda de carga que o cone de equihbrio a ser inserido no


ramal 2 deve apresentar:

6.Pce = 1.1-10 - 302, 3 = 837, 7 Pa

Determinação do coeficiente de perda de carga que este cone de equil íbrio deve
apresentar.
óPce 837. 7 = - 6'
Kce = t v2 2X
2 ·Par· 2
l
1.2X 15, -13-? ;). "

Kce = 5, 64 = Valor razoável !!!


Capítulo 9

Ventiladores

9.1 Definições e terminologia


Ventiladores são estruturas mecânicas utilizadas para converter energia mecânica
de rotação. aplicada em seus eixos, em aumento de pressão do ar. A American
Society o/ Mechanical Engineers. AS.ME. Limita o campo correspondente aos ven-
t iladores. fixando para estes um acréscimo máximo de 7% na massa específica do
ar em s uas saídas.
A vazão. Q, de um ventilador é o volume de ar deslocado na unidade de tempo.
A pressão total do uentilador, PT\ ·. é a diferença entre a pressão total do ar na
saída e na entrada do ventiJador. Seu valor pode ser medido por meio do arranjo
apresentado de forma esquemática na Figura 9.1.
A pressão de velocidade do ventilado1·. P VV, é a pressão de velocidade corres-
pondente à velocidade média do ar na saída do ventilador.
A pressão estática do 'l!entilador. PEV, é a pressão total do ventilador. PTV,
menos a pressão de velocidade do ventilador. PV\ '. Assim

PEV = PT\ " -PVV (9.1)


onde:

PTt · = Ptsaída - Ptentrada (9.2)

e
PT\:= P esafda + pi·i · - Pten.trada (9.3)

substit uindo-se a Eq. (9.3) na Eq. (9.1). resul ta:

PEV = Pe,.aida - Ptentrada (9.4)


A determinação da pressão estática do ventilador, PEV, pode ser medida por
meio do arra njo mostrado de forma esquemática na Figura 9.2, onde a tomada de
Ventilação Industrial Ventiladores 189
188

ou ainda
pressão est á tica do tubo de Pitot-Pra ndt l na saída do ventilador é ligada contra a
saída do tubo de impacto na ent rada deste. Q · PEV
P eazo = - - - - (9.6)
77ue
~_11 :uxo de _,..,,_<_ _ onde:

!f ~"")'~\
1

(
1

:-=
\\\
1
y! Tu~o
lmpocto
de -
P eixo = p otência no ei.xo. 11 ' :
Q = vazão, m 3 / s:
., ~-; P'IT = pressão total do vent ilador, Pa;
-....____: - Venl1lador PEV = pressão está tica do ventilador, P a:
'7ut = eficiência total do ve ntilador:
77ue = eficiência está t ica do ventilador.
Tubo de
hnpact .:> A potência sonom do ventilador, II"&. é a potência sonora lotai, irradiada por
este. expressa e m IV.
O nível de potência sonora do ventilador. N Jl."5 • é expresso em dB por:

NW" = 10 · log (
1 ~~: 2 ) (9.7)
fi![Ufa
o
9. l : Pressão tot al do vent ilador sendo 10- 12 a potê nci a d e referê ncia que gera uma pressão sonora de 20 µPa. numa
esfera de 1 m 2 .
As cu1'Vas características de um ventilador expressam o seu desempenho para
uma dada massa específica do a r. Est as curvas são determinadas em la boratório
(l e obedecem a normas regulamentadoras apropriadas. A Fig ura 9.3 mostra um
r-
1-, - arranjo t ípico par~ o leva n tamento destas curvas características.
T obo de \
Pitot-Prandtl - Expnnsiio IOd
Válvula
~ 8.5d 1 ;- cônica

'D-*~
L_"t .
-Ventilador "'-....
1
_J
I :~.'__,,,:...J....L-_,,,,..___--'11_-~1-;c,___

l~
'-...._Tubo de
impacto 1.- " ----;·, .~I _Tubode
\ .....__.. ' , 1 1 Pi1ot-Prand1l
"~: ' Homogenizador 1
....._____,.. - de flu xo L_Seção trans~crsal

[?V dc amosr:rn gem

Figura 9.3: Arra njo par a testes de vent iladores


Figm a 9.2: Pressão estática do vent ilado r
Para uma dada rotação. de terminações de PT V (ou PEV) , Peixo: T/ut (ou T/ve) e
Q são efetuadas para di versas posições da válvula cônica. Os resultados são a pre-
A potência no eixo do ventilador. P eu:o· é a potência necessária e m seu eixo sentados em gráficos. onde são plotados os valores de PTV (ou PE V), Pefa:o e T/ut
par~ impor ao escoamento os pa râ metros PTl'. PE\I e Q, sendo expressa por: (ou '7uc) e m função de Q. As c urvas assim obtidas são den ominadas curvas carac-
terísticas do t•entilador. sendo que um conjunto típico d essas curvas é a present ado
Q· PT1' (9.5) na Figura 9.-!.
P eaxo = ...c----
T/vt
190 Ve ntilação Indus trial Ventiladores 191

1 1

I
llP I
llO
1 1 1 1
1 1 1 /I I
00
1 "EV 1 1 1 ....... 1
....... ~
1 1 i-- 1 1 1 ./ 1 /

'l
1 ~ 1 1 / 1 V
Ef,c:!ncta
1
/iT r---~
' ',..,, v_,"' .... .r
V

"° / /
50
~ I
1/' 1 1
1 ./
.....
' ~
_./"'

.... Vazão (CJ

'° ""
I 1 /
~
. 1/ / 1 j 1\.
w
o 1 Á~nc;a 1
30
I .r 1 '\. Fig w·a 9.5: C urva do sistema
:3CI
:o
à: l/v '\
ll
"'/ I'\.
I 1 ~

1
sentados os principais t ipos d e ventiladores centrífugos e axiais. bem como suas
J
Vazão características de funcionamento.

Figurn 9A: C urvas características de venti ladores A Figura 9.6 esquematiza o ·ventilador centrífugo de pás radiais. É um ven-
tilador robusto, indicado para movimentar ar com grande carga de particulado;
entretanto. s ua eficiê ncia é baixa.

A perda de carga de um sistema de ventilação industrial pode ser expressa em /


,,--"'-......
_..
função da vazão do ventilador. Q. por meio da seguinte expressão: PEV
I{ * / ' \\
(9.8) \ o 1
\ 1 -~ .§
o nde ICs~· é o coefi cie nte de perda do sistema de ventilação. A equação aci ma repre- r..J / ·ro
-o
Q)

senta tuna famfüa de curvas parabólicas e são referidas como curvas características 1 / Xl e:
/ o.!!!
do sistema. A Figura 9.5 mostra um exemplo. 1
L _ _ _ _ _ ........ / ""
Ili o
e:
Ili<(])
....
Q) -o
Deve ser salientado que a resistência apresentada ao escoamento por um sis- a_ a_
tema não é obrigatoriamente fi..xa. A adição de novos componentes, a variação da Vazão rr?!s
abertura de ,·áfrulas reguladoras, a deposição de material particulado em meios
fil trantes. bem como outros fatores , modificam esta resistência. a lterando portanto Figura 9.6: Ventilador centrífugo de pás radiais
o coeficiente IC,.v.

9.2 Tipos d e ventiladores >la Figma 9.7 é apresentado de modo esquemático o ventilador centrífugo de
pás inclinadas fXJ.Ta frente. Apesar de ter uma eficiê ncia mais elevada que o de
Dentro de wna classificação mais a bra ngente. há praticamente dois tipos de pás retas. não é adequado para trabalhar com a r contendo material partic ulado.
,·entiladores: Os uentiladores centrífugos e os t•entiladores axiais. Apresenta porém a vantagem de ocupar pouco espaço. Este ventilador é bastante
utilizado na ventilação geral diluidora e na ventilação para conforto. uma vez que
Nos venUladores centrífugos o escoamento é s ubstancialmente radial, enquanto nestes casos o ar insuflado para dentro do a mbiente está praticamente isento de
nos ventiladores u:tiais este é praticamente pa ralelo ao eixo. A seguir são apre- particulados.
Ventiladores 193
192 Ventilação Industrial

/- - . ,
,,,,,,,.-- .........
aerodinâmico do que o a nterior e também com a presença do tubo axial. Para
aumentar ainda mais a eficiência deste tipo de ventilador, aletas endireitadoras do
escoamento poderão ser afixadas internamente ao tubo axial.

0
De uma maneira geral, os ventiladores a.xiais são menos eficientes e mais rui-
f \ dosos do que os ventiladores centrífugos.
r @ \
'
1 I
I
1
1
L ____ .-""'
/
/
-
Vazão nils

Figura 9.7: Ventilador centrífugo de pás inclinadas para a frente


@
A Firura 9.8 mostra de maneira esquemática um ventilador centrífugo de pás Vazão mYs
inclinad':i.s para trás. Este ventilador. além de trabalhar com rotações maiores do
que os t ipos citados anteriormente. possui duas características importantes: é o Figura 9.9: Ventilador axial propuJsor
que apresenta a eficiência mais elevada e ~1ma a utolimitação de potência d:corre_nte
da forma de s ua curva de potência. E um ventilador para o qual nao eXJste
perigo de sobrecarga para o motor de acionamento, desde que o mesmo tenha sido
selecionado para o pico da curva de potência.

o<1J o)(
:=:; "ãi
:s:(;eo
o ..!!!
"11 o Vazão m!/s
UI C
UI <4l
w -o
....
a. a.. Figura 9.10: Ventilador tubo a.xial
Vazão mYs

F 1.gura 9. VieutiJador centrifuao de pás incli nadas para trás


0

>ia Figura 9.9 é mostrado de maneira esquemática um ventilador axial pro- 9. 3 Le is dos ventiladores
pulsor. o qual é indicado para movime11tar grandes vazões de ar com pequenos
diferenciais de pressão. Apresenta como vantagem grande simplicidade constru- As leis dos ventiladores são decorrentes da apLicação da teoria da simiJaridade
tiva e por conseguinte baixo custo. Sua instalação é feita, normalmente, sem duto. às máquinas de fluxo. Podem ser resumidas como segue:
É bastante utilizado na ,·entiJação geral diluidora.
Fina lizando. a F igura 9.10 esquematiza um uentilador tubo axial. Ele trabalha a) Ventilador trabalbando com ar com mesma massa específica. (p = ele.). porém
com diferencia is de pressão maiores do que o axial propulsor. apresentando ainda com rotações diferentes:
um maior rendimento. Isto é conseguido graças ao rotor com pás de perfil mais
Ve ntilação Indus trial Ve ntilado res 195
194

Estas leis devem ser aplicadas com um certo cuidado. uma vez que para grnndes
variações de vazão e tamanhos muito diferentes de rotor. a similaridade deixa de
(9.9) existir.

(9. 10)
9.4 Conjunto sistema-ventilador
(9. 11) Um ventilador ao ser conectado a um sistema de d utos apresenta uma vazão
proporcional à perda de carga produzida pela tubulação, de acordo com a Eq.
(9. 12) (9.8). Por conseguinte, se as curvas características do ventilador e do sistema
de dutos forem plotadas em um único diagrama. como exemplificado na F igura
9.11, a vazão de ar fornecida pelo ventilador corresponderá ao ponto de interseção
das duas curvas. Neste ponto, o acréscimo de pressão produzido pelo ventilador
Sendo n 1 , n 2 = rotações dos ventiladores. rpm equilibra a resistência ao escoamento oferecida pelo sistema de tubulações.
b) Ventilador trabalhando com mesma rotação (n = cte.), porém com massas
específicas diferentes para o ar:

(9. 13)
Q1 =Q2
P EVi Pi (9. 14)
- -=-
P EV2 P2
P esa:o PL (9. 15)
- -1 = -
P eia:o2 P2
N l-r,,1 = N1V.,1 + 10 log (P'.l) (9. 16)
Pi

Vazão de operação o
~·mdo Pl, p2 = massas específicas do ar Figura 9. 11: Ponto de equillbrio ventilador-sistema
c) \"entiladores geometricamente semelhantes. trabalhando com mesma rotação
(11 = cte.) e com massas específicas iguais (p = cte.):
Deve ser ressal tado q ue as condições reais de operação de um ventilador conec-
tado a um sistema de tubulações podem ser bem diferentes das condições de teste
em laboratório, fazendo com que. mui tas vezes. seu desempen ho na condição real
(9. 17)
resulte diferente daq uele pre\·isLo. uti lizando-se as cw-vas ou tabelas de desempe-
nho do mesmo. Tal ru\·ergência. resu lta. principalmente. da presença de acessórios.
(9.18) tais como cun-as. transformações etc.. instalados muito próximo à sucção do ven-
tilador. A presença destes acessórios próximos à descarga resulta também em
(9. 19) desvios de desempenho; porém. de meno r magnitude.

(9.20)

e •ndo D l • D?- = diâmetro dos rotores dos ventiladores. m


~ ~
Ventilação Industrial Ventiladores 197
196

A ssociação d e ventila d or es 1) variação da rotação do ventilador;


9.5
2) estrang ulamento do flu.'<o de ar por registros na s ucção do ventilador;
• Associação de ventilado1·es em série.
3) estrangulameulo do fllL'm de ar por regis tros na descarga do ventilador.
Quando dois ventiladores são ligados em série, a vazão em cada ventilador é
a mesma, sendo somadas suas pressões totais. A Figura 9.12 apresenta as curvas
características típicas de um ventilador e a resultante da associação de dois destes 9 .6 Exemplos
ventiladores. em série.

Exemplo 9.6.1
Um ventilador cent.rífugo tem wna entrada de 60 cm de d iâmetro e uma des-
carga de 50 cm x .J.O cm. Aspirando ar-padrão. a pressão estática (de pressão) na en-
<O trada do ventilador é ele 27 mmH2 0 e a pressão estática na saída é de 15 mmH?O.
~ A pressão de velocidade na descarga é de 6 mmH 2 0. J\fedições efetuadas no 1~o­
o
10: tor elétrico trifásico de acionamento. acoplado diretamente ao eixo do ventilador
"'"'...
li) indicaram uma tensão de 38011 e uma corrente de 2, 2 ...t. Determina r: '
e..
a) a vazão de trabalho;
Vazão
b) a pressão total do ventilador:
· Figura 9.12: Curvas características de dois ventiladores em série
e) a pressão estática do ventilador;
d) a eficiência total do ventilador.
• Associação de ventiladores em paralelo.
Solução:
Q uando dois ventiladores são ligados em paralelo. a pressão total proporcionada
pelos ventiladores é única. sendo somadas as suas vazões indi viduais. A Figura
9.13 apresenta as curvas características típicas de um ventilador e as resultantes DADOS: Condições de funcionamento do ventilador:
da associação de dois ventiladores idênticos. em paralelo. P ee = -27 mmH20 = -27 x 9.81 = -26-1, 7 Pa
P ea = 15 mm H20 = 15 x 9. 1 = 1-17, 15 Pa
rY>- Ventiladores Pt·a = P IT = 6mmH20 = 6 x 9. 1 =5 .c6Pa
3
~ idênticos Par = l. 2 kg/ m
E= 3 0 1·
B
1= 2,2 ...t
o
De= 60cm
""'"'
"':.> .-1., = 50 cm x -10 cm
e:
DETER~ll:\AR:
Vazão
a) a vazão. (Q):
Figura 9.13: Curvas características de dois ventiladores em paralelo b) a pressão total do ventilador. ( PTV):

c) a pressão estática do ventilaJor. (PE\.):


Finalmente, vale lembrar a inda que certas a plicações requerem uma \etzão
variável. O controle de vazão de ventiladores é usualmente feito por: d) a eficiência total do ventilador. (1JL.t).
Ventilação Industria l Ventiladores 199
198

Assim. da Eq. (9.2) . a pressão total do ventilador resul ta:


RESOLU ÇÃO:
Equações básicas: PTV = Pts - Pte = 21- ( - 24) = 45 mmH20 = 4-!l, 45 P a

(2.9) c) Cálculo da pressão estática do ventilador. PEV. Da Eq. (9.1), resulta:


Q=V·rl
1 ') ((2.12))
Pv = -pV-
2 PEV =PT\; - PV\i = -15 - 6 = 39 mmH20 = 382, 59 Pa
(2.13)
Pt = Pe +Pu
PE\i = PTV- Pl 'V (9.1) d) Cálculo da eficiência total do ventilador T/ut · Da equação que fornece a potência
PTV = Ptsaído - Ptentrado (9.2)
no eixo de um motor elétrico, obtém-se:
Q - PTV (9.5)
Peixo = T/ Peixo,,,,,. = J3 · f · E · COS </J · T/me
vt 0 ,

e tendo-se em conta que cos <? · TJme :::::: O, 8, resulta:


• Determinação da velocidade média na descarga do ventilador. Da Eq. (2.12),
P eixo..,º'º' = v'3 X 2. 2 X 380 X O. 8 = 1.158. 39 n: = 1, 158 kl\I
obtém-se:
Como o acionamento é por acoplamento clireto,

Assim. da Eq. (9.5) , obtém-se:


3
Q = Vs . A s = 9, 9 X O, 5 X O.-!= l. 98 m / s

b) Cálculo da pressão total do ventilador, PT\: . • Cálculo da pressão total na

saída do ventilador. Da Eq. (2.13), obtém-se: l]uL = Q · PTF = 1. 98 X ·lA.l. 45 = O. 754


PeiJ:o 1.158. 39
Pts = P es + P i·s = 15 + 6 = 21 mmH20 = 206, 01 P a

• Cálculo da velocidade média na entrada do ventilador: Da Eq. (2.9), resulta:

. . OBSERVAÇAO: Este exemplo procura reforçar os conceitos de pressão total,


Q -_ T1 e • 1
.-i.e
......._
-r
\r
e
= _Q1 = -
Q-X -!
-=
D"
1, 98 X 4') -;:,,
(O, 6)-
- -(.Ü ln/ S
pressão estática e p ressão de velocidade aplicados aos ventiladores, além de re-
,- e 7TX ê 1iX
cordar a equação da potência elétrica absorvida por motores lrifásicos. O exemplo
• Cálculo da pressão de velocidade na entrada do \·entilador: Da Eq. (2.12), mostra ainda como determinar as características de funcionamento de um venti-
lador. a partir de medições efetuadas em campo.
resulta:
PL• -
e -
~p , -2 = ~ x
2 ar e 2 .
1
1 2 x 72 x - - = 3mmH20 = 29 . .J.3Pa
9, 8

• Cálculo da pressão total na entrada do venLilador. Da Eq. (2.13). resulta:

Pte = P e., + Pv., = - 2í + 3 = - 2-! mmH20 = -235. 44 Pa


200 Ventilação Industrial
Ventila dores
201
Exemplo 9.6 .2
RESOLUÇAO:
Certo ventilador possui as seguintes características de operação, denominada
Equações básicas:
condição (1):
Q = 20.000m3 /h = 5, 556m3 /s
PEV= 25mmH20 = 2-15, 25 Pa
n = 400rpm (2.3)
Peixo = 4 H P = 2.982, 80 W
Par= 1. 2kg/ m 3 (9.9)
Pede-se:

a) Mantida a rotação, determinar a pressão estática e a potência do referido ven- (9.10)


tilador, operando com ar a 100 ºC e pressão atmosférica normal. Este re,,aime
de funcionamento será denominado c011dição (2}; (9. 11)
b) Qual será a rotação deste ventilador. para que a pressão estática perma neça em
25mmB 2 0, na temperat ura de lOO ºC. Nesta situação, denominada condição (9.14)
(9), qual a vazão e qual a potência absorvida no ei.xo?
(9.15)
Solução:

a) Determinação da pressão estática do ventilador e da potência a bsorvida no eixo


DADOS: Parâmetros de funcionamento do ventilador. para a condição (2):
P EV2 = P EV3 = 25 mmH 2 0 = 245. 25 Pa
P = Patm• = Patm3 = l. 013 X 105 P a • Cálculo da massa específica do ar por meio da Eq. (2.3).
Rar = 287 k JK
Patm 1 1. 013 X 10 5
T = Tar 2 = Tar 3 = 100 º C = 373 ](
Par, = Rar Tar = 287 X 373 = O, 946
n2 = .J.OOrpm
Q 1 = Q2 = 20.000 m 3 /h = 5. 556 m 3 / s Par 2 =O. 946 kg/ m 3
DETERivIINAR: a pressão estática do ventilador e a potência consumida no ei.xo • Cálculo da pressão estática cio ventilador para a condição (2). usando-se a Eq.
no item (a) e a rotação, a vazão e a potência a bsorvida no eixo no item (b). (9.1-1).

PEVi = PEVí ·(Par'


Par
.! ) = 25 x (º·1,9462 )
1
= 19. 7
PEV2 = 19, 7 mmH 2 0 = l93.26Pa
• Cálculo da potência absorvida no eixo para a condição (2), utilizando-se a Eq.
(9. 15).

Peixo, =Pei:z:o 1 ·(Par,


Par,
) =4x (º:l.9'126 ) =3, 15

Peixo, = 3. 15H P = 2.348, 95 vF


b) Determinação da rotação, rnzão e potência absorvida no ei.xo para a condição(9):

• Cálculo da nova rotação, n3, que faz produzir uma pressão estática do ventilador
de 25mmH 20. com o ar na temperatura de lOO ºC. Para tanto a rotação deverá
ser conigida pela Eq. (9.10).
Ventilação Industria l
202

E' / = -lOO
~ X
~?5
-=--= = -l50. 6
P El/2 19.'
n3 ~ 451 rpm

• Cálculo da rnzão pela Eq. (9.9). Capítulo 10


Q 3 = Q'.!. ( ::) = 20.000 X ( ~~~) = 22.550
Q3 = 22.550m3 /h = 6, 26-l m 3 /s
Avaliação e controle de
p fazendo-se uso da Eq.
• Cálculo da nova potencia absorvida pelo eixo. ~ixo:s . ambientes quentes
(9.ll).
P.eu:O;J
· =P.eci:o:i ·(n3)3
n2
=3. 15 x
(..i-1)3
·ºoo = -1. 52
..,

P e.zoa -- -1 · 5?- H P = 3.370. 56 W Introdução


10.1
• · b vida no ebm calculada Este capítulo tem por objetivo a avaliação das condições de trabalho em am-
OBSERVAÇ.:\O: Deve ser observado que a potencia a so.rd ai ma outra
. , ralura de lOO º C . Se na parti a ou em gu bientes sujeitos a temperaturas extremas. E ntende-se por temperaturas extremas
no item (b) refere-se a te~pe b Ih ar em temperatw·as menores. a
d ·entilador tra a ar com aquelas que provocam sérios riscos à saúde do trabal hador.
;~~~ci: ~~~~:~:~o, eixo dura nte estas etapas serão maiores. como prevê a Eq. Até um certo limi te de exposição, o mecanismo regulador da temperatura
(9.15). corpórea consegue manter a temperatura dos órgãos internos num nível constante,
que é vital para o homem. apesar de ha,·er urna var iação significativa nas tempera-
turas s uperficiais corpóreas. Assim sendo, a tempera&ura s uperficial corpórea não
representa um parâmetro confiável para se avaliar a tensão térmica, nas exposições
a ambientes quentes. Medidas mais confiáveis desta avaliação são a temperatura
retal e a temperatm a timpânica. as quais represe11tam uma boa aproximação da
temperatura dos órgãos internos.

10.2 Balanço energético


O nível de temperatura dos órgãos internos fica estabelecido por meio de um
ba lanço de energia. considerando-se o corpo humano como um volume de con-
trole. Qua ndo exposto a ambientes quentes, os ganhos e perdas de energia mais
significativos se resumem nos seguintes mecanismos:

• Ganhos de calor.

- por rad iação devido à insolação direta:


- por radiação entre as s uperfícies quentes próximas e a pele. quando
estas temperaturas s uper fíciais são mais elevadas q ue a da pele:
20.J Ventilação Industrial Avaliação e contr o le d e ambientes quentes
205

- por com·ecção junto à superfície da pele. quando a temperatma do ar de quinze centímetros de diâmetro, tendo sua s uperfície externa pintada de pret
fosco. o
for superior à da pele;
por produção interna de energia em nível celular. decorrente do meta- Pa ra t~abalhadores que ficam expostos à radiação solar direta 0 índice IBUTG
bolismo. envol_ve ainda a medição da temperatura de buJbo seco do i:.r indicada p 1
termometro da Figura 10.l (c) . ' eo
Assim sendo, de acordo com a NR-15 (1978). Anexo 3. tem-se:
• Perdas de calor.
• Ambientes internos o u externos sem carga solar:
- pela vaporização do suor. produzido pelas glândulas sudoriparas;
- por radiação entre as superfícies próximas e a pele. q uando estas tem- IBUTG =O, 7Tbn + 0 , 3T9
pera.tmas superfícjais são inferiores à da pele: (10.1)
por convecção junto à superfície da pele. quando a temperatura do ar
fo r inferior à da pele.

Como resultado deste baJanço energético. trés situações podem ocorrer: Se as TBN TG TBS
perdas de calor uJtrapassarem os ganhos. ocorrerá uma diminição na tempera-
tura dos órgãos iuternos. Por outro lado. se os ganhos ultrapassarem as perdas.
. ( f\
a temperatura dos órgãos internos experimentará uma elevação. Os fisiologistas
admitem uma elevação-limite para a temperatura dos órgãos internos a até. aproxi-
madamente. trin ta e oito graus centígrados. pa ra regime de trabalho in termi teute.
Temperaturas dos órgãos internos acima deste \·alor implicam sérios riscos para
. u
(a) Tcrmõmcuo
de bulbo Umido
lb) Tennõmc:ro
de globo
(e) Termômetro
de bulbo seco
a saúde física do trabal hador. Fina lmente. se os ganhos de caJor ig ualarem as runural
perdas. a temperatura dos órgãos internos permanecerá constante. em torno ele
LTinta e sete graus centígrados. F igufa 10.l: Termômetros para determinação do IBUTG

10.3 O índice IBUTG • Ambientes externos com carga solar:

O IBL-TG é um índice utilizado na indústria para a especificação de níveis de


exposição a ambientes qut>ntes. seguros para o trabalhador. Foi regulamentado IB UTG = O, 7Tbn +O, 2 T 9 + 0. 1 ns (10.2)
no País pe.la l\orma Regula mentudora du Ministério do Traball10. '.'J'R-15 (19T ).
da ABNT. e111 seu Anexo 3. atra\·és da Porta ria. nº 3.21.J.. de de julho de 19T . r -~ela N"_R-15_ (l_978), Anexo 3. as medições deverão ser efetuadas na altura da
Recentemente o procedimento de avaliação de ambientes quentes através do índice egiao mais atingida do trabalhador. Já a Norma ISO- 7?-!3 (1989) ·t b l
IBUTG foi normalizado pela ISO-T2-13 (1989). par · - - - es a e ece.
~ :xposiçoes nao uniformes. que o IBUTG deve ser a média ponderada de três
Como seu próprio nome indica, é wn índice (l ) obtido a partir da rneJida da posiçoes: na aJtura da cabeça, na aJtma do abdômem e na altura dos pés.
temperatura de bulbo úmido natmal (B U) e dê\ temperatura de globo (TC). e
representa a mPdia ponderada destas medi.La.~.
l BUTG = 1 BUTGcabeça+2 X 1 BUTGabdõmem + IBUTGpés
O termômetro de bulbo úmido natural. como pode ser \·isto na Figura 10.l (a). (10.3)
é um termômetro de bulbo úmido. diferindo daqueles utilizados nos psicró metros
pelo fato de não se impor uma rnlocidade forçada ao a r. e o bulbo não ser protegido 10.4
"'
contra a radiação térmica. Este termômetro siumla a pele do trabaJ ba<lor. molhada
Limites de tolerância
pelo suor. A
. NR-15 (197 ) · ·!\nexo 3 · cons1.dera d uas s1ºt uaçoes
- di stmtas.
· ·
ao se anaJJsar o
O termô metro de globo. que é mostrado na Figura 10.1 (b), consta de um ·IB UTG calculado pela Eq. (10. 1) e a Eq. (10.2) .
termômetro. cnjo bulbo fica posicionado no cemro de uma C1'fera 111et,álica or·a.
A valiação e controle de ambientes quentes 207
Ventilação Industrial
206

• Limites de tolerância para exposição ao calor. em regi me de trabalho inter- Tabela 10.1: Descanso no próprio local de trabalho
mitente com períodos de descanso no próprio local de prestação de sen ;, ço.
Regi me de trabalho T ipo de a tiddade
Nestas situações deve ser consultada a Tabela 10.l. Intermitente (por hora) leve moderada pesada
• Limites de tolerância para exposição ao calor . em regime de t rabalho inter- Trabalho contínuo até 30.0 até 26.7 até 25,0
mitente com períodos de descanso em out ro local termicamente mais ameno. 45 min de t rabalho
30,l a 30,6 26,8 a 28,0 25,l a 25 ,9
com o tra balhador em repouso ou executando um trabalho leve. Nestas 15 min de descanso
30 min de trabalho
situações deve ser consultada a Tabela 10.2. onde: 30,7 a 31,4 28.1 a 29..! 26,0 a 27,0
30 mi n de descanso
15 min de traballio
TI = Aft X lt + AJd X ld (10.4) 45 min de descanso
31,5 a 32,2 29.5 a 31.l 28,0 a 30,0
l 60
Não é permitido o
IBUTG = 1 BUTGt x tt + 1BUTGd x td (10.5) trabal ho sem a adoção
acima de 32.2 acima de 31,l acima de 30,0
60 de medidas adequadas
de controle
onde:
AJ = taxa de meta bolismo no local de trabalho. de acordo com a Tabela 10.3:
1
Ald = taxa de metabolismo no local de descanso, de acordo com a Tabela 10.3: 10.5 Medidas de controle
4 = soma dos tempos, em minutos. em que o trabalhador permanece no local de
As opções de controle sobre as condições de trabalho que envolve a saúde do
trabalho: trabalhador são apresentadas a seguir, na ordem dec1·escente de prioridade:
· td = sorna dos tempos. em minutos. em que o trabalhador permanece no local de
descanso. • Eliminação dos riscos que afetam a saúde do trabalhador.
As tabelas citadas acima são pertinentes ao Anexo 3. da l\"R-15. O intervalo de As soluções são muito rad icais e s ua implementação nem sempre é possível.
avaliação. tt + td. deverá ser sempre de 60min corridos e de,·erá corresponder ao Devem ser•adotadas_ quand? a saúde dos traballiadores fica seriamente ameaçada
período mais desfavorável da jornada de trabalho. ou quando se torna 1mposs1vel atuar sobre o ambiente ou sobre o próprio pes-
No caso de condições variáveis com o tempo. como a situação apresentada na soal.
Figura 10.2. a norma [S0-72-l3 (19 9) estabelece que o índice IBUTG. para a
avaUação de um ambiente quente. deYe ser a maior média ponderada pelo tempo.
de um interualo de 60 min. Tabela 10.2: Descanso fora do local de trabalho
IB UTG = L,i (t,. J BUTG ,) (10.6)
L, , t, l\l (kcal/ h) ~láximo J B UTG

sendo I;, t i = 60 min 115 30,5


200 30.0
250 28.5
300 ?- -1.;)
-

350 26.5
.JOO 26.0
-150 25,5
500 25.0

1 bom Tempo

Figura 10.2: Condição de IBUTG variável com o tempo


208 Ventilação Industrial
Avaliação e controle de ambientes q uentes
209

Tabela 10.3: Taxas de metabolismo por tipo de atividade res ultando numa excessiva troca de calor por racliação. Nestas sit ua -
nunca se deve esquecer que a penas a troca ou movimentação do a ~
Tipo de Atividade J\J (kcal/ h) r esoh·e o problema. O procedimento ad equado é a ins talação de b r ~ao
entre a a· · · d. a rre1ras
: ~ s uper c1es 1rra iantes e os trabalbaclores. iso lamento térmico das
Sentado em repouso 100 superfic1es quentes e. se for o caso. sombreamento das s. u ·fi' ·
· . d" - .
1 clireta. per c1es expostas
Trabalho leve a ia 1açao soar Out ra solução possível de ser ut 1·1 · d
· "dºfi - 1za a com s ucesso
Sentado. movimentos moderados com braços e tronco e a um1 1_ caçao. pelo lado exter?o,. de cobert uras altamente irradiantes.
(ex.: datilografia)
125 Qua ndo ~ao se pod~ a~ot~ estas tecrucas. de,ido a problemas estruturais da
Sentado, movimentos moderados com braços e pernas construçao dos panlhoes md ustriais ou em função das di·m - d
150 [í . d ensoes o espaço
(ex. : cfuigir) stco. po e-se tentar resolver o problema utilizancl"-se 0 cond· ·
d f li . · " 1c10namento
De pé, trabalho leve, em máquina 011 bancada. e a r oca zado. por meio de condicio nadores de ar tipo Spot Cooling
150 mostrado na Figura 10.3. •como
principalmente com os b raços.
T raballio moderado
Sentado, movimentos vigorosos com os braços e pernas. 180
De pé. trabalho leve em máquina ou ba ncada,
175
com a lg uma movimentação.

\-
De pé. traba lho moderado em máquina ou bancada,
220
com alguma movimentação.
Em mo,·imento, trabalho moderado de levantar ou
300
empurrar.
Trabalho pesado
Trabalho interruitenle de levantar. empurrar
-140
ou arrastar pesos (ex.: remoção com pá)
Trabalho fatigante 550

• lvfedidas sobre o ambiente de trabalho.


O controle de alg uns parâmetros térmicos ambientais. impor ta ntes nas trocas
térmicas entre o homem e o meio. possibiLi ta garanti r que a temperatura dos
órgãos internos se mantenha em ní,·eis segm os para a saúde do traballiador.
Os par"âmet ros mais importantes passíveis de controle são:

Temperatura do ar: permite o controle da t roca de calor por convecção.


Umidade cio ar: permite o controle sobre o processo evaporativo.
- Velocidade cio ar: permite o controle ta nto da parte convecLiva de calor,
bem como da par cela evaporath·n do bala nço energético.
- Temperatm a das superfícies próximas: permite o controle da troca de
calor por racliação entre as superfícies vizinhas e a superfície corpórea. Figw-a 10.3: Condiciona dor tipo Spol Cooling

É quase sempre possível. através da ventilação, atuar sobre a qualidade. nfrel • M edidas sobre o pesson.L
de temperatura ou de umidad e do ar . í:"reqüeutemente o problema de tensão
térmica é. na realidade. um problema de temperaturas superficiais elevadas, Do ponto de vista <lo pessoal. pode-se identificar os seguintes fa tores passíveis
de controle:
210 Ve ntilação Indus trial Avaliação e contro le d e ambie n tes quentes
2U
Seleção adeq uada. do ponto de vista médico, rec ruta ndo pessoal hu- RESOLUÇ.ÃO:
mano que apresente condições físicas condizentes com a ti vidades exer-
Equação básica:
cidas em ambientes ad versos.
- AcLi matação lenta e grad ua l do elemento huma no com as atividades
IBUTG =O. 7 nri + 0.3 Tg (10.I)
exercidas em temperaturas elevadas. Deve ser ressaltado que nos períodos • Determinação do índice IB UTG.
de férias, o elemento humano perde a capacidade de suportar as a tivida- P eJa Eq. (10.1), resulta:
des em ambientes ad versos. de,·endo. porta nto, no retorno ao t rabalho.
ser submetido a um nm·o processo de aclimatação. I BUTG = O 7T,b +O 3 T.
· n ' 9 = O· -( X 2 _f +O. 3 X 36 = 29, 7
- E."àgir q ue se cumpram as pausas para recuperação. previstas na le-
gislação. de modo que a temperat ura d os órgãos internos do trabalhador IBUTG = 29. 7 ºC
não uJtrapasse o valor má.~mo admissível. • Ciclo de t ra ba li10 e descanso.
- Uso de roupas com proteções adequadas. compa tíveis com as condições
do ambiente de tra balho. 3 min + 4 min + 3 min. = 10 min
Cso de óculos com filtro infravermelho. nos locais onde sejam exercidas Em l h teremos wn total de seis ciclos. com
ati,;dades reJacionadas com fund ição o u com banhos eru tempera tw-as 36 min de trabalho
mui to elevad as. 24 min de descanso
- Controle médico periódico do elemento humano q ue exerça a ti,; d ade em
a mbientes ad,·ersos. se possível. com o mo nitoramento da temperatura P~la ~abela 10.l (NR-15 - a nexo 3). o limite de tolerância é:
timpânica de cada trabal hador. l o mm de t ra ba lho
45 min de descanso

10.6 Exemplos logo ª condição é insalubre.

OBSERVA ÇÃO: D eve ser observado que nest . -


o cálculo do índice IBUT G r . e exemplo a equaçao utilizada para
E xe mplo 10.6 .1 IOI a recomendada b' ·
solar. Além disso. o reirime de t rabal l . . par~ a m ientes internos. sem carga
U m fornei ro numa (und ição gasta 3 min para carregar o forno. aguarda ..J. min local de t rabalho. ,, 10 e mtenrutente com descanso no próprio

para que a carga atinja a temperatura desejada. sem sair do local de lraba lho. e
gasta outros 3 min pn.ra descarregar o forno. Est e ciclo de t ra balho é cont inua-
mente repetido d urante o t urno de trabalho. A partir de medições efet uadas no
local foram registrados os seguintes parâmetros: Exe mplo 10.6.2
T9 = 36 ºC Determina r se há ocorrência de insal ubridade na seuLúnte sit ua -
Tbn = 27 º C wn trabalhador desenvolve suas t' "d d <> · çao de trabalho:
a 1v1 a es em um ambiente d d 30 .
Ati,·idade moderada ocorre urn derrama mento de materiaJ 'd . . on e a ca a min
5 mine d urante a me . . • aqueci o em hngoteiras; es ta operação d ura
Solução: Nestes inter valos de t::~ ° ~~l:JVJd·~~ ddesen\'olve u~n t rabalho pesad o (500kcal/ h).
0
'L :; regis ra os os segwntes parâmetros:
en1peraLura de Glo bo = 33 ºC
DADOS: Temperatura d e globo e temperatura úmida nat ural. Temperatura úmida natural = 3? ºC D t
T9 = 36 ºC . - uran e o restante do período. o indi víduo
exeGcul ta wn t rabalbo leve ( 150 kcal/ h) e as medições mostra m o seauinte· Temperatura
Tbn = 27 º C d e obo = 2 ºC "' ·
Atividade moderada
Temperat ura úmicla natu ral = 20 ºC
DETERt\ fDiAR: o índice IB UTG para verifi car se há a ocorrência de insalubridade Sol ução:
na execução do trabalho proposto.
Ventilação Industrial Avaliação e co ntrole d e ambie ntes que ntes 213
212

DADOS: Temperaturas de globo e temperaturas úmida natural.


~
~ 32,3-
• ro ro
Trabalho: 1 1 1 1
8 l 1 1 1
T9 = 33ºC 22,4- 1 1-1
nn = 32 º C 1
1
1 1
1 1
1 1 1
Descanso: 1 1 1
T 9 = 28ºC 1 1 1

I~
Tbn = 20 º C 30 5 20
Av:ilmçiio (60 mm) . 1•cmpo (min)
DETERMINAR: o índice J BUTG médio para verificar se há ocorrência de insa-
Figura 10.-1: Ciclo de trabalho e de d escanso
lubridade na execução do t rabalho proposto.

RESOLUÇÃO: • Ciclo de t rabalho e descanso.

Equações básicas: lt = 10 min td = 50min

1 BUTG = O. 7 Tbn +O. 3 T 9 (10.1) • Cálculo do índice I B UTG médio.


- Mt X lt + Afd X td (10.-l) IB UTG = IBUTG 1 x t 1 + I BUTGd x td
Aí= 60 60
lBUTGt X t1 + I BUTGd X ld (10.5)
IBUTG = IBUTG = 32.3 10 + 22.-l X 50 =.u.~ º C
60 . X
oo
Para esta situação de trabalho. a taxa de metabolismo média é dada por:
• Determinação do índice [ BUTG para o período de trabalho. Pela Eq. (10.1) , i\J = J\ft X lt + Afd X ld = 500 X 10 + 150 X 50 = ?
08 3
60 60 - ·
resulta:
J\I = 208. 3 kcal/ h
1BUTG 1 = O. 7Tbn + O. 3 T 9 = O. 1 X 32 + O. 3 X 33 = 32, 3 Pela Tabela 10.2 (NR-15 - anexo 3) , o li mite d e tolerância é:

IBUTGm= > 28. 5 º C


IBUTG 1 = :32.3 ºC
Como 1 BUTG < I BUTGmar· a atividade está liberada. não existindo portanto
• Determjnação do índice I BUTG para o período de descanso. insalubridade.

Pela Eq. (10.1). resulta: OBSERVAÇÃO: Deve ser observado que neste exemplo a equação utilizada para.
o cálculo do índice IBUTG foi a recomendada para ambientes internos, sem carga.
solar. Além disso. o regime de trabalho é intermitente com período de descanso
J BUTGd = O. 7Tbn + 0 , 3T9 =O. 7 X 20 ..L 0.3 X 2 = 22.-1 em outro local ele trabalho.

I BUTGd = 22. -l º C
Capítulo 11

Medições em ventilação
industrial

11.1 Introdução
Normalmente são efetuadas medições em instalações de ventilação industrial,
tendo-se em mente os seguintes propósitos:

• Testes de aceitação.

Os testes de-aceitação são norma lmente efetuados qua ndo da entrega ou re-
cebimento de novos equipamentos e/ou sistemas, com o intui to de se verificar
se os parâ metros de funcionamento destes conferem com os especificados no
projeto.

• Obtenção de informações para nouos projetos.

As medições em ventiJaçiio indus trial são mui to importantes na obtenção de


informações de parâmet ros de funcionamento, ta is como constantes empíricas,
fatores de perda de carga. fab::as de funcionamento, entre outros. Além disso,
os resultados das medições permitem aos projetistas a confirmação de valo-
res. bem como aqtúsição de experiência e segurança no desenvolvimento de
novos projetos.

• Implantação de planos de manutenção.

Tendo-se em vista a implantação de planos de ma nutenção. as medições


são importantes para se estabelecer os parâmetros de funcionamento " nor-
mal"" dos equipa mentos e/ou sistemas. Assim. poderão ser estabelecidos os
diferenciais máximos de queda de pressão nos coletores e dutos, os valores
de projeto das vazões em cada ramal para o sistema balanceado, o grau de
216 Ventilação Industrial Medições em ventilação industrial 217

balanceamento dos rotores de ventiladores. inferências qua nto ao estado de vis~a a ~_ção transversal deste ser perpendicular ao escoamento. Já 0 tubo de
correias e mancais dos ,·entiladores etc .. para ma nter o funcionamento-padrão maior _d~amentro mede a pressão estática do fluxo, urna vez que os furos na
do equipamento e/ou sistema . superfic1e lateral do t~b~ (ver o det~e do cor te A-A) são paralelos à direção
do .escoamento. Os sma1s de pressa.o deste dispositivo são transmitidos por
meio de mangueiras a um manô metro de coluna, como mostrado de maneira
11.2 Natureza das medições esquemática na Figura 11.2. A diferença das alturas manométricas mede a
pressão de velocidade do escoamento, dada por:
Na ventilação industrial as medições estão relacionadas basicamente à:

• .Monitoração dos contaminantes.


Pm g ó.H = P, - Pe = ~ Par l . 2 (2.12)
2

Estas medições normalmente são realizadas pelo pessoal das áreas de higiene
do trabalho e poluição ambiental e reportam-se basicamente às medições de onde:
concentração de contaminante na descarga para a atmosfem dos sistemas de
ventilação, no interior do ambiente ventilado o u mesmo nas vizinhanças de Pm = massa específica do fluido manométrico utilizado, kgj m3:
uma instalação indus trial.
Par = massa específica do ar em movimento, kg/ m3:
• Obtenção de infonnações relatii•as ao escoamento do m·. g =aceleração da gravidade local. m/s 2 :
Estas informações interessam mais de perto ao pessoal ligado à engenharia ó.E= diferença de altw·a de coluna manométrica. m:
de ventilação industrial. As medições efetuadas são basicamente:
P, = pressão total ou de impacto do escoamento. Pa:
- i\fodições da velocidade do ar: Pe = pressão estática do escoamento, P a:
- !\.{edições da vazão de ar em dutos. captores o u equipamentos:
V= velocidade local do escoamento em uma dada linha de corrente, m/s.
- Medições elas pressões do escoamento em pontos esp ecífico do sistema de
tubulações. ou da queda de pressão através de equipamentos ou dutos.
O t ubo de Pitot.-Prandtl associado a um manômetro de collllla forma um
A seguir são apresentados alguns dos dispositivos freqüentemente utiUzados dispositivo de medição de velocidade. permitindo ainda se obter os valores
para se proceder à determinação dessas grandezas. de pressão estática e pressão total. com a vantagem adicional de dispensar
calibração.

11.3 Medição da velocidade do escoamento


• Velômetro.
Os dispositivos de medição da velocidade de um escoamento se diferenciam no
efeito que a ,·elocidade causa em alguns tipos de sensores. A seguir são apresen-
tados os dispositivos mais comumente utilizados na ventilação industrial para a O princípio de funcionamento do Yelõm etro está baseado na deflexão de
medi ção da velocidade de um escoamento de ar. uma pequena lâmina dentro do aparelho. deflexão esta provocada pelo esco-
amento. A F igura 11.3 mostra. de uma maneira esquemática, a medição da
velocidade de escoamento no interior de um du to. com o uso de uma sonda
• Tubo de Pitot-Prandtl.
adequada. Sem a sonda, é um intrumento que também pode ser utilizado
O tubo de Pitot-Pra ndtl é um dispositi vo para medição da velocidade local como anemômetro. para medições do escoamento em gra ndes áreas. Com os
de um escoamento. Tem como princípio de funcionamento a contra posição de acessórios apropriados. pode ainda efetuar medições de pressão ou de dife-
duas medidas de pressão. ou seja. a pressão tot.al (ou de impacto) e a pressão rencia is de pressão. As possibilidades de aplicação deste intrumento est ão
estática do escoamento. Como pode ser observado na Figura 11.1. o tubo ilustradas na Figura 11...J. É um instrumento sofisticado e bastante caro,
interno de menor diâmetro mede a pressão total cio escoamento, tendo em porém prontamente justificável em função de s ua versatilidade.
218 Ve nt ilação Indust rial Medições em ventilação industrial 219

90t1•

-----

Scçã1' A-A
Figura 11.3: Velômetro

~- Pressão es1áúca
baixas velocidades e pouquíssima perturbação do escoamento, cuja veloci-
1 ~ Pressãototal dade se quer medir. Em contrapartida, apresentam o incoveniente de serem
extremamente frágeis.
• Anemómetro de pás.
Figura 11.l: Tubo de Pitot-Pra ndtl - ASHRAE. American Society of Heating.
Refrigerating and Air-Conditioning Engineers. Inc. (1985) e A11CA-203-90 (1990) O anemômetro de pás mostrado na Figura 11.6 é um dispositivo destinado
a medir a velocidade média de um escoamento de ar junto à entrada de
captores. bocas de insuflamento etc. Seu princípio de fwicionamento está
baseado na rotação de um sistema de um pequeno rotor em torno de um
eixo, como resultado da passagem do .fltL'\'.O. Cada freqüência de rotação do
rotor corresponderá a uma velocidade do escoamento.

11.4 Medição da vazao do escoamento


A vazão, Q. é determinada pelo produto da velocidade média, \/,com a área.
MI .4. da seção transversal de passagem , ou seja.
Q= VA (2.9)

Figura 11.2: Medição com o tubo de P ilot-Prandt


Por sua vez, a velocidade média do escoamento pode ser obtida de maneira
indireta. através da integração de medidas locais de velocidade, ou por via direta,
• Termoanemõmetro. atraYés de dispositivos específicos devidamente calibrados.
O termoanemômetro também é um instrumento destinado a medi.r velocida- • Obtenção da uelocidade média a partir de uelocidades locais.
des locais no escoamento. Uma sonda típica é apresentada na Figura 11.5.
Seu princípio de funcionamento está baseado na a lteração de sua resistência Neste tipo de medição, a velocidade média do escoamento é dada por:
elétrica provocada pela variação de temperatura. dec01Tente da troca de ca-
lor, quando exposta a um escoamento de ar. Estes instrumentos apresentam.
além do tempo de resposta extremamente curto. altíssima sensibilidade às
V=
11
A
A
VdA ~ 41 l:)V.
-
n
i= l
.4,) (11.l)
220 Ve ntilação Indus trial
Medições e m v e n t ilação in d ustrial
2 21

F igura 11.5: Terrnoanemômetro


Tratamento de chapa

Exaustão

F igura 11.6: Anemômet ro de pás

• Obtenção tia ua;:ão por meio de placa de orifício.


Sistema de exaustão Esmefj Cabine de pintura
Outra maneira de se obter a vazão em um d uto é uti lizando-se uma placa de
F ig ura 11.4: Aplicações do velômetro - ACGIH, American Conference of Govern- orifício, como mostrado esquematicamente na F igura 11.8. Neste arranjo, o
mental Industrial Hygienists (1995) escoru:nento ao passar pela p laca de orifício. com diâmetro menor do que o do
duto. experimenta wna diminuição de pressão. decorrente da formação da
vena contmcta. que faz com que o fluido se acelere. O decréscimo de pressão
será tanto maior q ua nto maior for a vazão do escoamento. Aplicando-se a
No caso de se ter áreas iguais. ou seja , A = n · A , , da expressão a nter ior equação de Bernoulli entre os dois pontos caracterizados pelas tomadas de
pressão da Figur a 11.8, a vazão pode ser expressa por:
res ul ta:
~n V
l' = 6 1=1 i (11.2)
n
Q = JC 4o /2 ( ~ª~) (11.3)
As velocidades locais. (V;) . são obtidas usando-se os instrumentos já apre- onde:
sentados.
Ao é a área do orifício:
A F igura 11.7 apresenta sugestões de posições de medi ção correspondentes J(é uma constante empíric~ fu nção do n úmero de Reynolds do escoamento;
a áreas iguais, nos casos de seções circulares e retangulares. b.P é a queda de pressão através do orifício.
Tendo-se ew mente o caráter empírico de I<. bem como os efei tos dissipativos
do escoameuto real. os medidores de placa de orifício também necessitam de cali-
bração.
222 Ventilação Industrial Medições e m ventila ção indus trial 223

- Áreus concémricas { Centro dus :ireas Motor de rolllção vnri:ivel de 500 a 3670rpm 1
iguais Cone regul;1dor de vazão, i
/ 1 • 1 • : • 8 12.Smm 279..Jmm 1778mm ' ~\
-t---t - - -
' , \
r~:;,m'"''"
• 1 • 1 •
- -t--..L __ _
• 1 • 1 • 1
- 1- - -1---- .'-..... 1 -- 1 1
• 1 • l •
j t,'1~ 7" .~ Placa de
-~ : ·--'-~-&------
1 \ ....-- Flange
.!. 16 a 64 áreas \_.cf'u bo de plástico
\\_ Centro de áreas retangulnres iguais Entrado suave
concêntricas iguais Manôme lro incl inado

(a) Duto circular (b) Duto retangular

Figura 11.7: Pontos de medições em dutos circula res e retángulares


Figura 11 .9: Ba ncada de calibração

2smm - -1- r - - 2smm


1 1 l Tomadas de 11.6 Técnica dos gases traçad or es
_ _ _ _.LYll_C pressão
É uma técnica bastante pro missora. a ser utilizada na ventilação industrial.
J__ P laca de ) ser vindo tanto para a nálises quali tativas como pa ra in ferências quant itati vas.
orificio 1, O princípio de funcionamento é mui to simples e se baseia na utilização da
1 1
\ 1
\1 ." '
(J equação da diluição. l:ma qua nt ida de conhecida de gás é libe ra da no amb iente.
sendo estabelecida por tanto a couceal ração inicia l. Est a concentração vai rnriar
, Junllls de com o tempo e. desde q ue seu decaimento pos.xl ser medido. é possível determi nar
' vedação a vazão de ventil ação por meio da Eq. (4.5).

F ig w·a 11.8: P laca de orifício Esta t écnica permite t a mbém determinar a \·elocidade do escoamento no inte-
rior de t ubulações, uma vez q ue 11. vazão pode ser determ inada pe lo procedimento
descri to a cima.
11.5 Calibração dos m edidores de velocidade P ermite ainda inferir sobre a mo \·imentação do a r em recintos (públicos e re-
Com exceção do tubo de P itot- Prandtl, por ser um instrumento de medição sidencia is) e em pavilhões ind ustria is. bem como de tectar a exis tê ncia de curto-
circuitos em ins talações de ,-ent iJnção ind ust ria l.
primária. todos os d emais medidores de velocidade necessitam de calibração. A
F igura 11.9 mostra o arra njo de uma ba ncada para calibração de uma placa de
oriHcio, ut ilizando-se um tubo de P itot-Pra ndtl em conjunto com um ma nó metro 11. 7 V isualização d e escoamentos
de colun a . O tubo de P itot-Prandtl não est á representado para proporcionar ma ior
cla reza na fig ura. É u111a t écnica a1Lxi liar mui lo utilizada em medi ções na vent ilação indus trial.
A Figura 11.10 apresenta a lgumas recomendações pa ra a ins tala ção dos ins tru- Perrni te a o bser vação e a estimativa da intensidade de movime ntação dos conta-
mentos a serem calibra dos na bancada de calibraçã o. mi na utes e também a lLxilia na indicação dos locais de medjçâo.
224 Ventilação Ind ustrial Medições e m ventilação industrial 225

$30cm
• Lâmpada de pó.
Como apenas, part ículas maiores do q ue 25 µm (aproximadamente) podem
ser vistas a olho n u, t écnicas especiais devem ser usadas para se est udar nu-
vens de partículas fi nas. Uma das mais conhecidas é a da lâmpada de pó, que
tem como princípio de funcio na mento o efeito Ty ndall como é apr esentada
- S..'Çiio de teste na F igura 11.11.

a) Vdômetro com !IOndJ! de e.uustiio ___ J_

Máxima dive rgência ~


=
do facho de luz 3° · ·
Olho ou câma ra

Poicionar a lâm pada Bancada de tra balho


- Seção de tcstc
para se obter o
me lho r r esultado
b) Sensor do tcrmoancm<imctro

1 -Tela
Trabalhador

-~==~~=:====F~~T""'.== \.
Observador

o F igura 11 .11: T écnica da lâ mpada de pó

l
1

Além de ser extremamente útil na análise da eficiência de captores, permite


~deteste ainda detectar a presença de contaminantes q ue normalmente passariam des-
percebidos.
e) Medidor para gra ndes ircJS de es<:onmcnto
• Gerador de névoa.
Figura Ll. 10: Recomendações de p osicionamentos dos inst rumentos no túnel de Esta técnica consjste na geração de uma névoa a partir de reações químicas
calibração prod uzidas em clispos:i tivos do tipo il us trado na Figura 11.12. Como a
produção de névoa é pequena . normalmente é inclicada para situações nas
quais o percurso do conta minante sej a curto. como acontece, por e.xemplo,
na verincação da distri buição de velocidade em bocas de sucção.
A Figur a 11.13 apresenta o kit comercial de wn gerador de névoa .

• Gerador de f umaça.
Nesta técnica de visualização, o elemento identificador é normalmente gerado
a pa rtir da combustão de substâncias. cujo produto é uma nuve m de fumaça
226 Ve ntilação Industrial M edições em ventilação industrial 227

minho percorrido pelo traçador em um determinado intervalo de tempo, possibili-


tando se obter uma estimativa da intensidade de movimentação do ar em recintos
(públicos e residenciais) e pavilhões industr iais.

11.8 Exemplo

Exemplo 11.8.1 Enunciado:


Figu ra 11.12: Gerador de névoa Determinar a velocidade média e a vazão de ar no interior de um duto retangu-
lar com seção transversal de 100 cm x 80 cm. Medições efetuadas registraram para
o ar em escoamento uma temperat ura de 35 ºC. Foram tomadas 16 medidas de
pressão de velocidade. em um reticulado de acordo com a F igura 11.1-1, e apresenta-
das na Tabela 11.1 a seguir. Estas medidas foram levadas a cabo utilizando-se um
manômetro de tubo inclinado. com âng ulo de inclinação, a , igual a 30 °. O líquido
manométrico usado fo i o álcool etílico com massa específica, Pm , de 800kg/m3 .

Figura 11.13: J<it comercia l de um gerador de névoa

colorida. Ao contrário dos geradores de névoas, a q11 ant;idade de fllmaça pro-


duzida é a bu11dante, sendo indicado, portanto. para sit uações com grandes Figura 11.14: ReticuJ ado para a medida de pressão de velocidade
percursos do conta minante. É uma técnica adequ ada. por exemplo. para
moni torai a u10,·imentação de ar entre uma abertura de ent rada de ar e o Solução:
lanlernim em pavilhões industriais.
DADOS: As dimensões do duto. temperatura do ar, a distribuição de pressão
de velocidade do escoamento (Tabela 11.1) e parâmelros relativos ao ma nômet ro
• Técnica das bolhas de sabão.
inclinado.
Neste t,ipo de visualização. os elementos idenLificadores são bolhas de sabão Patm = 101. 3 kPa;
de pequeno diâmetro infladas com gás hélio. a fim de que o peso das bolhas Tar = 35 ºC = 308 K :
sej a anulado pelo emptL"\:O. Como no caso do gerador de fumaça. esta técnica
Rc,,. = 28i k:K;
também é adequada para a \isualização de longos percursos do contaminante.
Pm = 800kg/m3 :
a= 30 º:
OBSERVAÇÃO: Com iluminação e contraste adequaclos. as técnicas de vis ua- g = 9,8lm/ s 2 ;
lização apresentadas podem ser filmadas. aumentando-se a sua potencialidade. L = lOOcm:
Assim . a reprodução dessas graV'ações permite um estudo ma is deLalhado do ca- H = 80 cm.
228 Ventilação Industrial Medições em ventilação ind ustrial 229

DETERMINAR: a velocidade média e a vazão de ar através do duto.


Tabela 11.2: Distribuição da pressão de velocidade

Tabela 11.1: Leituras no manômetro de tubo inclinado Leitura Pv \ ••.


Ponto
l(mm) Pa m /s
Leitura Leitura
Ponto Ponto 1 10.0 39,2 8,3
e(mm) l(mm) 2 43.2 8.7
11,0
1 10.0 9 10.5 11.5 45,1 8.9
3
2 11.0 10 1-1.0 -1 10.0 39,2 8,3
3 11.5 Ll 15.0 5 9.5 37,3 8,1
4 10.0 12 11.5 6 14.5 56,9 10,0
5 9.5 13 10.0 7 15.0 58.9 10,2
6 14.5 1-l 11.0 8 11.0 43.2 8,7
7 15.0 15 12.0 9 10.5 ·H,2 8,5
8 ll.O 16 11.0 10 1-1.0 5-l.9 9.8
11 15.0 58.9 10.2
RESOLUÇÃO: 12 11.5 -l5,l 8.9
Equações básicas: 13 10.0 39.2 8,3
1-l 11.0 -13.2 8,i
p 15 12,0 47. 1 9.1
p=-- (2.3)
R.ar T 16 11.0 ..J3.2 8.i
Q =V· A = \/m · (L X H) (2.9) Pela Eq. 11.2 \tm = 9. O
Pv = Pm · 9 ·
e·SID. O'.= 2I P! v~ (2.12)
l·~ = 9, 0m/ s
T: _
Ym -
2=:=1 Vi (11.2)
ll Esta velocidade média. quando substituída ua Eq. (2.9). fornece a vazão através
do d uto:

Pela Eq. (2.3), obtém-se a massa específica do a r: Q = i-;,. . (L X H ) = 9. o X (1 X o. 8) = 7. 2


Q = 7. 2 m 3
/s
P otm 101, 3 X 103
Par= 2 7 X 30 = l. l.J
Rar Tor
OBSERVA Ç'ÃO: Deve ser obsen -ado que. apesar do caráter bastante direto da
Por= l , l.J.kg/ m 3
solução. a obtenção das leituras com o manômetro inclinado é bastante e."Xaustiva ,
Utilizando-se a Eq. (2.12). obtém-se de imediato a equação: uma Yez que as pressões em cada ponto do retic11Jado oscilam bastante. exigindo-
se paciência e muita a tenção. ). [uito cuidado também deve ser tomado na hora
~= /2·P.,
Por
( l l.-l)
do preparo do líquido manométrico. wna vez que. sendo os valores das leituras
geralmente pequenos. um erro na a,·aliação da massa específica do referido líquido
acarretará erros apreciá,·eis nos cálc11los da pressão de velocidade.
a qual permite montar a Tabela 11.2 com a 3ª e a 4° colu nas contendo, respecti-
vamente, as pressões de velocidade, P,., e as velocidades locais. \ ~ . nos centros de
cada área do reticulado. Estas velocidades são substituídas na Eq. ( 11.2) para se
obter a velocidade média.

\/ - I:~=l \,; = 9.0


))l -
11
Capítulo 12

Diluição de contaminantes
na atmosfera

12.1 Introdução
Na ,·entilação local exaustora. é comum o lançame nto de a r contaminado na a t-
mosfera. através d e chaminés. Esta conta minação presente no a r deve-se à a usência
de equipa mentos coletores ou. ai nda. à limi tação da eficiência dos coletores em
níveis economicame nte viáveis. O conheci mento de como estes contaminantes se
disp ersam na atmosfera permite uma estimativa dos seus níveis de concent ração na
vizinha nça. e se estes níveis de concent ração n ão ult rapassa m os valores máximos
permitidos. normalmente fixados por legislação específica. Cm mod elo bastan te
difundido na literatura especia lizada é aquele baseado na equação de Pasquili-
Gifford, a presentado a segu ir.

12.2 O modelo de Pasquill-Gifford


Este modelo se baseia numa dis rribuição gaussiana para a disp ersão dos con-
tamina ntes na atmosfera. Como todo modelamento mate mático, este ta mbém
a presenta algumas hipóteses simplificativas. tais como:

• a atmosfera é uniforme e esLável:

• o vento é s uposto constanle:

• a topografia é admitida plana:

• o contamina nte é suposto estável e sua geração na fonte é constante.


Ventilação Industrial
232 Diluição de contaminantes na atmosfera 233

Este modelo é baseado na equação de Pasqttill-Gifford Bissou (1986).


Tabela 12.1: Categorias de estabilidade de Pasquill
2
Velocidade insolação (dia) nebulosid~del .. J
(noite)
c(x. y. z) = 2 à . V . e::\.-p [-21 ( -;;-
y ) ] x do ,·ento<•>
·1í·<Ty·<T· y forte moderada fraca
levemente coberto ou ~ 3/8

H(':,H)'] H(~.H)']}
~ 4/8 de nuvens baixas nuvens
(12.1) <2 A A-B B - -
{ exp + exp = 2-3 A- B B e E F
3 -5 B B-C e D E
5-6 e C-D D D D
>6 e D D D D
onde: A) mstável/ mtensa D) neutra
B) instável/ moderada E) estável/fraca
x y z = coordenadas espaciais do ponto onde se deseja estimar a concentração C) instável/ fraca F ) estável/ moderada
(;e~orte-se à Figura 12.1). m: (*) Velocidade do vento, em m/s. medida a 10 m de altura do solo
3
c(x, y, z) = concentração de contanúnante. g/ m : (**) O nivel de nebulosidade é definido como a fração do céu acima do
à= emissão de contaminante. g/s : horizonte aparente que está coberto por nuvens
V =velocidade do vento no topo da chaminé, m /s:
Notas:
H = altura efet iva de emissão, m;
u y· <J: = desvios médios da distribuição de concentração nas d ireções Y e z, m. • a insolação, l. é a taxa de radiação solar incidente por unidade de superfície
terrestre:
• insolação fo rte COlTesponde a I > 700 wm- 2 :
• insolação moderada corresponde a 350 ~ I ~ 700 Wm - 2 :
• insolação leve corresponde a I < 350 Wm- 2 :
• para A-B, B-C etc. tome a média dos valores de A e B. B e C etc. para as
variáveis que dependem desta classificação:
• noite refere-se ao período de 1 hora antes do pôr-do-sol até 1 hora antes do
alvorecer:
• indiferentemente à velocidade do vento. a categoria neutra, D, deve ser as-
sumida para condições encobertas durante o dia ou durante a noite e para
quaisquer condições de céu durante a hora precedente ou seguinte à noite.
H Os parâmetros ay eª• são obtidos da F igura 12.2 e da Figura 12.3. respecti-
vamente. Bisson (1986). em função da coordenada x. medida a partir da fonte, na
direção predominante do vento e da categoria de estabiHdade atmosférica, apre-
sentadas na Tabela 12.l Bisson (1986).

1 2.3 Altura efetiva da chaminé


A altura efetiva de ttma chaminé. correspondente à altura H na Figura 12.1,
Figura 12. l : Distribuição gaussiana horizontal e vertical leva em conta a cota adicional, ó.H. resultante dos efeitos da velocidade vertical
Ve ntilação Industrial Diluição de contaminantes n a atmosfera 235
234

1.000
1.00 0

'
1
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,,
/
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,, ,, / ,, ,,
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V
/ 1 1 /
1 V
1

1 1
1
1.000 10.000 100.000 100 1.000 10.000 100.000
100
0 1stãncia ao longo do ...ento (m)
Oislimcla ao longo do vento [m }

Fig ura 12.2: Va riação de ay com a distância Figura 12.3: Variação de a z com a distâ ncia

dos contaminantes na saída da chaminé e da ,·elocidade do vento. É calculada pela


12 .4 Vento no topo da chaminé
equação de Davidson - Bryant Barroso e Ferreira (1986):
A velocidade do vento no topo de uma chaminé pode ser deternúnada a partir
desta, medida em outra cota . pela seguinte expressão Barroso e Ferreira (1986):
H = Hc+ D.H ( 12.2)

(12.4)

!:::.H = d ( \ ~
i· ) 1.~ . [ + (T" -T.
1 T,, ar
)] (12.3)
onde:
V = velocidade do vento no topo da chaminé. m/s;
onde: Vo = velocidade do vento medida em outra cota, m / s:
Hc = altura física da chaminé. m : Hc = altura física da chaminé. m :
d = diâ metro interno do topo da chaminé. m : H0 = altura na qual a velocidade do vento foi medida ( utmza-se normalmente a
F = ,-elocidade do ve nto no wpo da cha miné. m/ s: cota de lOm);
\,~ = velocidade de saída do ar contami nado. m / s: e = constante empírica, função das categorias de estabiLidade de P asquill, obtida
Tar = tempera(,ura absoluta do ar , 1\: da Tabela 12.2.
T$ = tempera tura a bsoluta do ar contaminado. K .
236 Ventilação lndustdal Diluição d e contaminantes na atmosfera 237

Tabela 12.2: Constante empírica, e


Estabilidade Constante empírica e (12.2)
A 0.10
B 0.15 (12.3)
e 0.20
D 0,25 (12.4)
E 0.30

12.5 Exemplo
a) Caracterização da estabilidade. Tendo-se em conta que a insolação é moderada

Exemplo 12.3.1 e a velocidade do vento é de 5 m/ s a 10 m de ai tura, pode-se obter da Tabela 12.1


que a estabilidade é instável e fraca, ou sej a, pode ser caracterizada como C.
Uma 11sina emite 15.000 g/ s d e 502 numa altura de 200 m. Qual é a estimativa
de concentração em um ponto ao nível do solo. a l km na clireção do vento. com
b) Cálculo da velocidade do vento no topo da chaminé. P ela Eq. {12...l) e tirando-se
insolação moderada. com vento de 5 m/ s, medida por estação meteorológica a 10 m
de altura? o valor do e"--poente e da Tabela 12.2. obtém-se:
Solução:

DADOS: Diâmetro interno da chaminé. d. ,·elocidad e de saída dos contaminantes.


\,~. temperatura absoluta dos conta mina ntes. T 5 • temperatura absoluta d o a r. Tar
e as características da atmosfera. V=9.l m/s
d=2m:
\,~ = 20m/s:
Vii = 5 m/ s (mecUcla a 10 m de a ltura): c) Cálculo da altura efetiva da cha miné. A cota adiciona l da altura de emjssão.
Ts = 50 °C' = 32:HC: ó.E, é obtida pela Eq. (12.3):
Tar = 30 ºC = 303!(:
Hc = 200 m;
~H =d(~)
1 4
Ho = lOm; ' . [1 + (Tª ; Tar)]
x = 1 km = L.000 m: 3

y = O, Om;
==0, 0m. ~H = 2 X (~)
9. 1
1.
4
X (1 + 323 3 3
- 0 )
323
= 6 4m

DETER.\UN AR: a concentração na posição (.r, y. =) = (1.000. O, O).
RESOL UÇÃO: e pela Eq. (12.2) a altura efetiva da chaminé resulta:
Equações básicas:
H = Hc + ~H = 200 + 6, 4 = 206, 4

.·exp [-~(_]/_)
2

c(.r.y . .:)= G
2·7i-.Uy·U= ·l 2
]x
Uy
H = 206, .Jm

d) Cálculo da concentração no ponto de coordenada (1.000,0,0) . Para utilizar a

{ [ 2l(.---;;;----
: -H) l(z+ R)
2 2

exp - ] + C.\.'lJ [ - 2 ---;;;---- ]} ({ 12.1) eq uação de Pasquill-Gifford. é necessário determinar os d esvios médios d as dis-
tribuições ele concentração nas direções ay e U z . Seus valores são obtidos das
Fig uras 12.2 e 12.3 da apostila. entrando-se com a distância ao longo do vento.
238 Ventilação Industrial

Referências
x = 1.000m. subindo uma vertical até a curva correspondente à curva de estabili-
dade e. ptLxando-se daí a horizontal até o eixo das ordenadas, lendo-se o valor de
cry ou"z· Para este exemplo, obtém-se:

Cly ~ 110 } .
crz ~ Desvios
70

Assim o cálculo da concentração resulta: ACGIH, AlVIERICAN CONFERENCE OF GOVERNMENTAL IN-


DUSTRIAL HYGIENISTS. Industrial ventilation: a manual of
( ) 15.000 { [ 1
c l.OOO, O, O =rox l10 x 70 x 9,1 exp - 2
(206,
704)
2
] } recommended practice. 23rd. ed. Michigan: Lasing, 1995.
ACGIH WORLDWIDE. Theresbold limit values for Chemical
Substances and Pbysical Agents and Biological Exposure ln dices.
c(l.000, O, O) = O, 00088 g/ m 3 =O, 88 mg/m 3 Michigan: Lasing, 2000.
ALDEN, J . L.; KANE, J. M. Design of industrial exhaust systems.
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impostas, os resultados obtidos com a equação de Pasquill-Gifford são basta nte
bons, principalmente quando levamos em conta a simplicidade de sua utilização. ASHRAE, AIVIERICAN SOCIETY OF HEATING, REFRIGERATING
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