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O Brasil religioso que emerge do censo de 2010: consolidações, tendências e

perplexidades

Resumo

Os percentuais mais expressivos do censo de 2010, no que se refere às religiões no país,


indicam a continuidade da queda do catolicismo 73,8% em 2000 para 64,6% em 2010,
ao lado da também continuidade do crescimento evangélico de 15,4% para 22,2%, e,
por fim um também crescimento, mas em ritmo menor, dos sem-religião, de 7,28% para
8%.

Os católicos tiveram redução em todas as regiões do brasil. Destaque para essa redução
dos fiéis estão nas regiões: Norte, Centro-Oeste e no Sudeste.

Na Região Norte, registra-se o maior ritmo da queda. O Acre, com redução de 16%,
chegou a 51,9% em 2010 e Roraima, onde a queda foi de 26,1%. Ainda assim é o
Sudeste a região de menor numero de católico, puxado pelo Rio de Janeiro com 45%.

Mas, o agravante dentro desta tendência declinante é que pela primeira vez a queda
percentual católica se dá de forma de forma absoluta. A população do país cresceu e o
número dos católicos diminuiu. A hegemonia católica vem caindo ao longo dos anos. de
99,7% em 1872 para 64,6% 2010. O estado brasileiro com maior percentual de católicos
continua sendo o Piauí, com 85,1% de declarantes. Os dados indicam que o Brasil
permanece majoritariamente católico, com mais de 123 milhões de adeptos.

As pesquisas apontam que mantendo esse ritmo de diminuição entre os adeptos católicos
romanos em 2040 será menor que 50% da população e os brasileiros estarão dividido
entre católicos e evangélicos. Com uma vantagem mínima para os evangélicos com 42%
e católicos com 40%.

Explicações para o decréscimo católico romano


1. Consequências da modernidade - com sua transformações na concepções sociais,
morais, estéticas, científicas e religiosas. Percebe-se uma redução acelerada através
dos anos moderno.

perda da capacidade convencitiva. menos poder de critica cognitiva.

2. Estrutura eclesial centralizada e burocrática centrada nas paroquias (estrutura da


igreja pesada) - Não consegue acompanhar a mobilidade dos deslocamento
populacionais como as ágeis redes evangélicas.
Exemplo: Não tem ocupação marcante nas periferias, ou não tem presença nas regiões
de periferia metropolitanas com paróquias católicas. Onde os pentecostais e sem-religião
mais cresceram é onde os católicos mais diminuíram.

A Igreja Católica realizou iniciativas e estímulos na tentativa de reverter a saída dos fiéis.
1. Tentou sintonia com os estilos e tecnologia e cultura (pós-) modernos. -
2. Estimulou a missão e o carismatismo.

Secularização - para mudanizaçao = a religião perdeu seu sentido. não preciso da


religião para minha ordenar a ética e moral. Perda da referencia do sobre natural.
Movimento Evangélico

Quanto aos evangélicos estes aumentaram 22,2% em 2010. Crescimento alavancado


pelo pelos pentecostais 13,3%. Os pentecostais são 60% de todos os evangélicos do
país. Com destaque que cresceram em todas as regiões do país. Com presença
marcante nas periferias das grandes reges metropolitanas e fronteiras agrícola e mineral
do norte.

O crescimento pentecostal é desigual com destaque para a Assembléia de Deus como


maior igreja pentecostal do Brasil 12,3% de adeptos. Vale dizer que os evangélicos de
missão/protestante histórico também acompanharam esse crescimento 4,3%, porém de
modo tímido, mas sofreram redução regionais. O censo de 2010 registrou um fenômeno
expressivo entre os evangélicos. Chamado de evangélico não determinados 4,8%.

O evangélico não determinado - Não vai dizer eu sou de tal igreja. Ele comunga de um
tipo de crença que existe no universo evangélico, mas não quer vínculo institucional.

Os “sem religião”, que no censo de 2000 representavam a terceira maior declaração de


crença no Brasil mantiveram o seu crescimento, ainda que em ritmo menor do que o
ocorrido na década anterior. Subiram agora para 8% (um índice que comporta mais de 15
milhões de pessoas), e o seu registro mais significativo continua sendo no Sudeste. Esse
crescimento não indica, necessariamente, um crescimento do ateísmo, mas uma
desfiliação religiosa, um certo desencanto das pessoas com as instituições
religiosas tradicionais de afirmação do sentido.

Os espíritas também seguem crescendo. Os dados do censo de 2010 indicam um


crescimento importante, com respeito ao censo anterior: de 1,3% para 2%. São agora
cerca de 3,8 milhões de adeptos declarantes. Trata-se do núcleo que tem os melhores
indicadores de educação, renda acima de cinco salários mínimos, envolvendo o maior
número de pessoas com nível superior completo (31,5%). Presença marcante em São
Paulo, RJ e MG.

Quanto às religiões afro-brasileiras, tanto a umbanda como o candomblé mantiveram-


se no eixo de 0,3% de declaração de crença. Umbanda no Rio Grande do Sul, Rj e SP.
Candomblé na Bahia e RJ.
O Dossel Sagrado

Resumo - Capítulo I Religião e Construção do Mundo (Pág. 15-41).

“A sociedade é um fenômeno dialético por ser um produto humano” (BERGER, 1985, p.


15). Não pode haver realidade sem a presença do homem, é dentro da sociedade que ele
se torna pessoa, que atinge uma personalidade e que realiza seus projetos de vida.
Estabelece-se, então, o caráter dialético, a sociedade é um produto do homem e o
homem é um produto da sociedade.

Esse processo dialético consiste em 3 momentos:


Na exteriorização, na objetivação e na interiorização

Na exteriorização, ação do homem no mundo;  quer na atividade física quer na mental. É


através da exteriorização que a sociedade é produto do homem.

A exteriorização é uma necessidade antropológica - o ser humano não pode ser


concebido como algo isolado si mesmo. E de fundamentação biológica no processo de
“Tornar-se homem” – interação da criança com um ambiente exterior para desenvolver
personalidade e assimilar cultura. O homem precisa fazer um mundo para si. Ele se
produz a si mesmo no mundo.

Na objetivação - A conquista de uma realidade através da atividade física e mental. A


sociedade é um produto da atividade humana objetivada que atingiu o status de realidade
objetiva.

Como realidade objetiva, a sociedade pode oferecer ao homem um mundo para habitar,
conferindo-lhe uma identidade e como ação que forma a sua consciência.

Na interiorização - transformação das estrutura do mundo objetivo em estruturas de


consciência subjetiva; -

Cultura - Consiste na totalidade dos produtos do homem. Alguns são matérias outros
não.

Sociedade - A sociedade é constituída e mantida por seres humanos em ação.A


sociedade aparece como um aspecto da cultura, mas faz parte da formação humana,
tendo em vista que o homem é um ser social. O homem perde a sua humanidade quando
se afasta do convívio dos outros homens.

A separação do mundo social é uma ameaça ao indivíduo, quando perde os laços


emocionais , perde a sua orientação na experiência, chegando a perder também o senso
da realidade e da sua identidade. A estabilidade vem de fontes mais poderosas do que os
esforços do próprio homem. Aqui, surge a religião.

Através da religião se estabelece um cosmos sagrado. Por sagrado, entende-se uma


qualidade de poder misterioso e temeroso, relacionado com o homem. Pode se dizer,
portanto, que a religião desempenhou uma parte estratégica no empreendimento humano
da construção do mundo. A religião representa o ponto máximo de auto-exteriorização do
homem.
Pluralismo Religioso

A religião sempre deve está a altura do seu momento histórico. Fica claro que as religiões
não devem fazer uso dos instrumentos políticos e econômicos para interferir no estatuto
dos direitos humanos. Sim, se faz necessário uma conduta de respeito e dialogo inter-
religioso, considerando o momento religioso plural do nosso país. Nenhuma religião deve-
se colocar como sendo individualista, personalista e detentor de poder hegemônico para
interferir na democracia. Somos uma país laico e essa laicidade precisar de ser
internalizada pelas religiões. Fica evidente que o capitalismo é fonte de alienação dos
direitos humanos. - Os direitos humanos se fundem na solidariedade social que se
expressa no agir da ação comunicativa de Habermas.

Estatuto Epistemológico da Ciência da Religião

Primeiro, as perguntas epistemológicas 

Antes de tudo, nossa tarefa aqui é esclarecer o que se tem em mente quando se usa a
expressão algo ambiciosa “Estatuto Epistemológico da Ciência da Religião”. Não falamos
aqui tanto em “epistemologia” como disciplina e teoria geral do conhecimento, mas mais
propriamente como “teoria da ciência”, pois muito do que está em jogo diz respeito ao
como praticar uma Ciência da Religião.

Basicamente procura-se uma resposta para questões tais como: O que permite dizer-se
que a Ciência da Religião é uma ciência? Trata-se de uma ciência, ou de várias ciências
coligadas? Ela é uma disciplina autônoma, que merece seu lugar na academia? E, seu
objeto, “religião”, também é único e original, ou é múltiplo e derivado? E como a Ciência
da Religião se diferencia de outras disciplinas, principalmente a Antropologia da Religião e
a Teologia? É parte das “humanidades”, ou é uma ciência em sentido mais estrito,
seguindo alguns padrões das Ciências Naturais?

A Ciência da Religião é uma pesquisa empírica, histórica e sistemática da religião e de


religiões. Abrange uma diversidade de disciplinas que analisam e apresentam religiões e
fenômenos religiosos sob aspetos específicos.Tradicionalmente distinguem-se: Ciência da
Religião Histórica (História da Religião) de Ciência da Religião Sistemática (Sistemática
da Religião).

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