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GRADUAÇÃO EAD

AV2 2018.2A
20/10/2018
LINGUÍSTICA APLICADA AO ENSINO DO PORTUGUÊS

QUESTÃO 1.
As contribuições da Linguística, aliadas às teorias
pedagógicas recentes, modificaram a forma de Considere os trechos transcritos abaixo, adaptados
conceber a linguagem e também de ensiná-la. de Pérez Gómez (“A função e a formação do
Atualmente, deve-se conceber a linguagem como: professor/a no ensino para a compreensão:
diferentes perspectivas”), e analise as afirmativas
R: Forma ou processo de interação ou “inter-ação”, em abaixo:
que sujeitos sociais realizam ações, agem sobre o
interlocutor. Segundo essa concepção de língua, deve- I. Perspectiva enciclopédica: de acordo com a
se priorizar, no ensino, a gramática do concepção de ensino como transmissão de
texto/discurso,abordando o texto de acordo com seu conteúdos da cultura e da aprendizagem como
contexto, seu uso, como atividade sociocomunicativa. acumulação de conhecimentos; propõe a formação
do professor como especialista num ou vários
QUESTÃO 2. ramos do conhecimento, quanto mais
Leia o seguinte relato. conhecimento ele possua melhor poderá
-Silêncio, 2a B! É aula de leitura e escrita.Os alunos desenvolver sua função de transmissão.
quietos nas carteiras defrontam-se com os livros. II. Perspectiva técnica: a qualidade do ensino é
Acabaram de ouvir a ordem para ler e, quando for o evidenciada na qualidade dos produtos e na
tempo indicado pela professora, hão de escrever, eficácia e economia de sua realização; forma-se o
reproduzindo o que foi lido. (...) Todos devem ficar professor como um técnico que domina as
quietos, ler com atenção e escrever corretamente, aplicações do conhecimento científico produzido
sem perturbar a professora que precisa corrigir o por outros e transformado em regras de atuação.
“dever” do dia anterior. III. Perspectiva de reconstrução social: o professor
(Mary Julia Martins Dietzsch e Maria Alice Setúbal reflete criticamente sobre a prática cotidiana para
S. e Silva, “Itinerantes e itinerários na busca da compreender tanto as características dos
palavra”) processos de ensino-aprendizagem quanto as do
contexto em que o ensino ocorre; a formação do
No relato, o processo de aprendizagem de leitura professor pressupõe o ensino como uma prática
se caracteriza: social saturada de opções de caráter ético cujos
valores se traduzem coerentemente em
R: Pela prática de decodificação da língua escrita, procedimentos que facilitem o desenvolvimento
sustentada pela legitimidade atribuída ao texto, tomado emancipador dos que participam do processo.
como base para a reprodução.
Contempla a prática pedagógica recomendada por
QUESTÃO 3. Paulo Freire – o que evitaria a crítica feita pelo
Leia a seguinte proposta de Paulo Freire (A pedagogo – APENAS o que se afirma em:
importância do ato de ler) sobre a função do
professor. R: III.
A questão da coerência entre a opção proclamada e
a prática é uma das exigências que educadores QUESTÃO 4.
críticos se fazem a si mesmos. É que sabem muito Leia o texto abaixo:
bem que não é o discurso que ajuíza a prática, mas
a prática que ajuíza o discurso. Nem sempre, TEXTO I
infelizmente, muitos de nós, educadoras e A dicotomia conceitual básica entre povos que têm
educadores que proclamamos uma opção e povos que não têm um sistema de escrita –
democrática, temos uma prática em coerência com dicotomia que está na base da distinção entre
nosso discurso avançado. Daí que o nosso história e pré-história – foi a única contraposição
discurso, incoerente com a prática, vire puro conceitual que o pensamento europeu produziu
palavreado. com relação à escrita, quando não eram

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conhecidas na Europa alternativas ao sistema de III. Na perspectiva de língua como forma de
escrita do tipo alfabético.Durante o século XVI interação, o sentido é determinado pelo autor, que
alguns europeus estudaram os sistemas reconhece o leitor como participante do processo
hieroglíficos elaborados pelas culturas Nahuatl e de interlocução.
Maya,mas certamente tais trabalhos não surtiram
um efeito decisivo na mentalidade europeia, por Está(ão) CORRETA(S) apenas:
existir uma dúvida profunda sobre a possibilidade
de incluir os povos do México, considerados R: I.
idólatras que praticavam sacrifícios humanos, entre
os povos “racionais” civilizados.A partir do século QUESTÃO 6.
XVII, o conhecimento da escrita e da cultura Observa-se em “inúmeras reorganizações por que
chinesa foi um fator decisivo para o já passou a Gramática como disciplina” uma
estabelecimento de um continuum conceitual: referência às mudanças nos estudos gramaticais, o
ausência de escrita / escrita não alfabética / escrita que pode remeter o leitor para uma reflexão sobre a
alfabética, com todos os possíveis estágios presença da gramática nas aulas de Língua
intermediários. A posição mais alta desse Portuguesa. Os Parâmetros Curriculares Nacionais
continuum conceitual era ocupada pelas elites (v. 2, 1997, p. 31), sobre isso, afirmam:
cultas da Europa. Estas também ocupavam a O ensino de Língua Portuguesa, pelo que se pode
posição mais alta de um outro continuum: observar em suas práticas habituais, tende a tratar
essa fala da e sobre a linguagem como se fosse um
aquele interno às sociedades europeias, que tinha, conteúdo em si, não como um meio para melhorar
na base, as massas de analfabetos, para chegar, no a qualidade da produção linguística. É o caso, por
topo, às pessoas letradas e “cultas”. Tanto o exemplo, da gramática que, ensinada de forma
primeiro continuum conceitual, aquele que descontextualizada, tornou-se emblemática de um
ordenava, de alguma forma, diferentes tipos de conteúdo estritamente escolar, do tipo que só
escrita, quanto o segundo tipo de continuum serve para ir bem na prova e passar de ano — uma
conceitual, aquele que classificava através da prática pedagógica que vai da metalíngua para a
capacidade de ler e escrever os indivíduos de uma língua por meio de exemplificação, exercícios de
mesma sociedade, passaram por uma história reconhecimento e memorização de nomenclatura.
complexa. Em função disso, tem-se discutido se há ou não
necessidade de ensinar gramática. Mas essa é uma
(Maurizio Gnerre. Linguagem, escrita e poder. São falsa questão: a questão verdadeira é para que e
Paulo: Martins Fontes, 2009, p. 35-6.) como ensiná-la.

Para dialogar com esse texto de Gnerre, com o Conclui-se então que, se ensinar gramática em
intuito de reforçar o mesmo ponto de vista, pode-se suas aulas, o professor:
recorrer ao seguinte trecho, extraído de um livro
referencial nos estudos linguísticos: R: Precisará adotar métodos que produzam nos
alunos um melhor domínio da produção linguística.
R: É um homem falando que encontramos no mundo,
um homem falando com outro homem, e a linguagem QUESTÃO 7.
ensina a própria definição de homem. O linguista brasileiro e professor da UNB, Marcos
Bagno, utiliza um termo para nomear a tradição
QUESTÃO 5. gramatical composta por um conjunto fechado de
A noção de leitura varia conforme a perspectiva de princípios e regras que devem ser transmitidos
língua adotada. A partir dessa afirmação, analise as intactos de uma geração à outra e obedecido de
proposições abaixo, quanto às implicações das modo dogmático.
concepções de leitura.
Estamos falando do termo:
I. Sob o olhar da língua como representação do
pensamento, o foco do processo da leitura se R: Doutrina.
concentra no autor do texto, que tem suas ideias e
intenções captadas pelo leitor. QUESTÃO 8.
II. Em um viés de língua como estrutura/código, a Analise as proposições a seguir:
leitura acontece a partir das intenções do autor em
considerar a interação com o seu interlocutor.

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I. A interação social é o único aspecto que
diferencia a linguística formal da linguística
aplicada (LA).
II. A linguagem, na LA, é entendida como uma
maneira de interação social.
III. A interação social, estudada pela LA, é definida
por diversos fatores: pelos sujeitos que interagem,
pela situação comunicativa que vivem e pela
posição sócio-histórica a que pertencem.

Está correto o que se declara:

R: Apenas em II e III.

QUESTÃO 9.
O linguista Macos Bagno utiliza o termo “doutrina”
para nomear a tradição gramatical. Sobre essa
tradição gramatical e suas características,
podemos citar:

I. Valorização das normas lusitanas em detrimento


às brasileiras.
II. Emprego de uma taxionomia gramatical fixa.
III. Comprometimento ideológico explícito com as
camadas dominantes da sociedade.

São características de uma gramática normativa:

R: I, II e III.

QUESTÃO 10.
A respeito do que defendem os linguistas
aplicados, analise as proposições a seguir:

I. Defendem que os estudos gramaticais não devem


ser excluídos do ensino e da aprendizagem de
línguas.
II. Não há como usar a língua sem que haja uma
gramática.
III. Nossa língua é organizada em um sistema
gramatical.
IV. A gramática deve ser passiva e não operativa.
V. A gramática não deve servir para deixar seus
falantes mais confiantes para atuar por meio da
linguagem, já que não tem em vista os propósitos
de cada interação social.

Conforme os preceitos dos linguistas aplicados,


está correto o que se declara em:

R: Apenas em I, II e III.

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