You are on page 1of 2

menu search Assine

COLUNA

Augusto Nunes
Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera
deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este
conteúdo é exclusivo para assinantes.

SIGA   

Política

A derrota desmascarou os democratas de galinheiro


Condenado ao desaparecimento pelo eleitorado que tapeou por tanto tempo, o partido que virou
bando vai morrer de sem-vergonhice
Por Augusto Nunes
access_time 29 out 2018, 10h16

    more_horiz
menu search Assine

O PLANO C - Haddad, ao reconhecer a derrota: ele sai da disputa maior do que entrou (Nelson Almeida/AFP)

O discurso lido por Jair Bolsonaro revogou o destempero da primeira fala improvisada pelo
presidente eleito e desconcertou adversários que esperavam ansiosamente algum escorregão
autoritário. O candidato vitorioso transformou num “juramento a Deus” a promessa de respeitar
a Constituição, as leis, os direitos humanos, as múltiplas liberdades. Louvou o Estado
Democrático de Direito e reiterou o compromisso de esforçar-se pela pacificação do Brasil.

O discurso de Fernando Haddad, declamado minutos depois, deixou em frangalhos a fantasia do


estadista que Lula escolheu para impedir que a democracia brasileira fosse assassinada por
uma versão piorada de Adolf Hitler. Alheio aos 10 milhões de votos que escavaram um abismo
entre ele e Bolsonaro, Haddad transformou o que deveria ser um civilizado reconhecimento da
derrota no primeiro comício do terceiro turno de uma eleição que acabou.

Em vez de desejar boa sorte ao vencedor, o democrata de galinheiro tentou desqualificar a


decisão da maioria do eleitorado, exigiu a libertação do corrupto engaiolado pela Justiça e
avisou que a luta continua. A seu lado no palanque, Gleisi Hoffmann confirmou que o partido
não perdeu para Bolsonaro: foi vítima das fraudes, da enxurrada de fake news, das injustiças
praticadas contra Lula e de outras perversidades engendradas por fascistas e neonazistas.

Guilherme Boulos aproveitou o clima beligerante e convocou para esta terça-feira atos de
protesto contra o governo que nem começou. Não esclareceu se vai convidar para as
manifestações Joaquim Barbosa, Rodrigo Janot, Marina Silva e outros parceiros recentes da
“frente democrática” simulada pela tribo que sonha fazer do Brasil uma Venezuela tamanho
família. Tampouco revelou se vai aproveitar o ajuntamento para invadir algum imóvel.

O palavrório dos companheiros de naufrágio destoou pateticamente da cara de velório. Fiascos


do gênero confundem seus protagonistas, sobretudo se portadores de cabeças muito avariadas.
Mas o surto de alucinações não dura muito. Sacerdotes ou meros devotos, os integrantes da
seita logo descobrirão que Lula vai continuar na cadeia, que a Lava Jato venceu a quadrilha, que
Bolsonaro nocauteou Haddad, que os brasileiros não são um ajuntamento de otários.

O comportamento dos vencidos informa: o PT pode até sobreviver por alguns anos, mas a
agonia é irreversível. Condenado ao desaparecimento pelo eleitorado que tapeou por tanto
tempo, o partido que virou bando vai morrer de sem-vergonhice.

NOTÍCIAS SOBRE
DEMOCRACIA FERNANDO HADDAD GLEISI HOFFMANN JAIR BOLSONARO LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

PT - PARTIDO DOS TRABALHADORES

You might also like