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FACULDADE DE PATO BRANCO - FADEP

O CULTO A BELEZA.

Pato Branco – PR
Setembro/2018
ÁGATA PEREIRA.

O CULTO A BELEZA: ESTÉTICA X PSICOLOGIA.

Trabalho apresentado à disciplina


de Psicologia Aplicada a Estética
do 4°período do curso de Estética
e Cosmética da Faculdade de
Pato Branco – FADEP.

Professora: Russélia Godoy.

Pato Branco – PR.


Setembro/2018.
“Uma mulher bonita não é aquela de quem se
elogiam as pernas ou os braços, mas aquela
cuja inteira aparência é de tal beleza que não
deixa possibilidades para admirar as partes
isoladas”
Séneca.
INTRODUÇÃO.
Neste trabalho será abordado o culto a beleza, a supervalorização do corpo, os
padrões de beleza adotados pela mídia dentro da nossa sociedade atual. A
necessidade com que isto vem tomando cada vez mais pessoas, em busca do
corpo perfeito. Mas afinal, qual o corpo perfeito? Qual o estereotipo de corpo
perfeito? O que podemos fazer para mudar ou aliar eles?
CORPO X MENTE.
O culto exacerbado ao corpo vem se tornando cada vez mais presente em nosso
meio, definitivamente desde o século XXI, quando a indústria da moda deu um
salto gigantesco na vida das pessoas, que foram estimuladas a seguirem um
padrão que era instigado pela mídia. Mas seguir um padrão vai muito mais além
de apenas deixar sua individualidade de lado, tem que ir além de seus limites
físicos e muitas vezes psicológicos; gerando assim uma sobrecarga, uma
cobrança exacerbada do homem, testando seus limites, desafiando-o para ir
além, para estar dentro dos quadrados que mídia impõem. A mídia é responsável
pela carreação de ideia, induzindo um modo de agir e pensar de uma população.
Tal fato pode ser observado desde pequeno, quando personagens de desenhos
animados, são representados por mulheres altas, magras, com cabelos
compridos e superpoderes. E sendo os homens altos, másculos, fortes e repletos
de superpoderes. Mas a mídia não tem total parcela de culpa, uma vez que a
indústria da moda e beleza dirige formatos e rígidos critérios a produção de
mercadorias que atenda exclusivamente um padrão, fazendo assim com que os
demais excluídos, se sintam pressionados também a irem atrás desse corpo
perfeito. Que muitas vezes não é perfeito. As mulheres em gerais são instigadas
a seguirem dietas mirabolantes, se submeterem a cirurgias evasivas para
emagrecimento e adesão de próteses tanto mamarias quanto para glúteo, muitas
vezes sem nem pensar nos riscos como é o caso da ex top model Andressa
Urach, que fez aplicações de hidrogel e outros preenchedores para deixar as
pernas e glúteos mais volumosos.

De acordo com o cirurgião plástico TAZAKI, Felipe (2015) “A modelo


que já passou por inúmeras intervenções cirúrgicas no rosto e no
corpo, teve complicações sérias após a rejeição ao produto aplicado
há cerca de 5 anos em suas coxas. Como o produto se espalha
internamente pelo corpo em meio aos tecidos, ossos e músculos, no
caso de uma rejeição e consequente infecção, a retirada de uma
quantidade muito grande (cerca de 400ml) do produto se torna
praticamente impossível. A infecção, no entanto, pode passar para
o sangue e se tornar uma infecção generalizada, atingindo órgãos
como rins e pulmões, podendo levar à morte”.

O hidrogel é composto por 98% de água e 2% de poliamida, cujo aprovado pela


ANVISA, pode ser usado em:
- Eliminação de alterações faciais, rejuvenescedoras.
- Eliminação/Diminuição de assimetrias faciais.
- Correção de contorno de várias partes do corpo.
- Aumento dos volumes de tecidos moles.

Após o caso da modelo, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP)


emitiu nota em que proibiu o uso de hidrogel em procedimentos estéticos para
aumento de nádegas, pernas e seios. Sendo usado apenas para procedimento
minimamente invasivos, apenas de reparação estética, no qual a bioplastia se
encaixa, pois é usado apenas em locais e quantidades adequadas.
A repercussão de um padrão estético faz com que cada vez mais pessoas se
sintam insatisfeitas com seu aspecto corporal. A maioria, entretanto, não
relaciona a mudança corporal à saúde, apenas com um melhor perfil corporal,
assim como os das estrelas dos cinemas e das passarelas. Vale ressaltar que o
fenótipo humano é consequência de hábitos, sendo assim indubitável o fato de
que o mais importante é ser saudável. A exposição exagerada do que é
considerado um “padrão de beleza” pela mídia não interfere apenas na saúde
corporal das pessoas, interferindo também no funcionamento mental. São
milhares os casos de depressão ligados à má aceitação do corpo.

Um estudo, inquérito epidemiológico, em 1.183 alunos, faixa etária de 6 a 18


anos, em escolas públicas e particulares de Belo Horizonte - Minas Gerais,
mostrou que a maioria dos alunos (62,6%) estava insatisfeita com seu corpo. Do
total, 33,7% gostariam de ser mais magros, 28,9% gostariam de ser mais gordos
e 37,4% sentiam-se bem com o corpo. Os resultados mostraram percentual
elevado de alunos com insatisfação corporal, iniciando numa idade precoce e
sujeita a riscos pela associação possível com transtornos alimentares, baixa
autoestima, limitações no desenvolvimento psicossocial, depressão,
manutenção de obesidade e outros riscos. Importante seria estimular novas
pesquisas e estudos sobre insatisfação corporal em crianças e adolescentes,
aprofundando as causas e consequências, para que se possam estabelecer
estratégias preventivas, evitando-se, assim, possíveis riscos à saúde física e
mental de nossas crianças e jovens. Vive-se um momento do culto exagerado
ao corpo e à estética: as cirurgias plásticas triplicaram no país, observa-se um
aumento dos frequentadores de academias físicas e nunca venderam tanto
cosméticos e produtos para emagrecer, apesar da crise econômica. É imperativo
ser bonito, musculoso, magro e saudável como resultado do grande consumo da
imagem.
Grandes doenças psíquicas como o TDC – Transtorno Dismórfico Corporal, vem
acometendo homens e mulheres em nosso meio, que se preocupam
excessivamente com a aparência, além de criar defeitos imaginários, a pessoa
acredita ter mesmo aquele problema estético, mesmo não sendo parte de sua
realidade, passa a tentar esconder esse “defeito” com boné, roupas largas,
maquiagem. Esses distúrbios podem se dar por desequilíbrio de hormônios, tal
como a serotonina – o hormônio da felicidade, e outros neurotransmissores, além
de fatores como abuso físico e sexual, depressão, ansiedade, timidez, T.O.C. e
entre outros.
Ainda hoje é encontrado um tabu enorme em relação a doenças psicológicas,
pouco se fala, pouco se ajuda. A depressão está intimamente ligada nesse
descontentamento físico, estético. Números expressivos foram divulgados pela
OMS, alertando que até 2020 a doença será a mais incapacitante do mundo.
Uma doença silenciosa, que chega de mansinho, com tendência a achar que ela
também vai embora de mansinho, mas não ocorre, porque ela deixa rastros e
pode voltar mais forte. A muitas funções estereotipadas na internet onde
camuflam uma vida na qual não se leva verdadeiramente. A ex miss Brasil 2004,
Fabianne Tesche Niclotti, já falecida, diagnosticada com depressão reflete muito
bem o fato de que, aos olhos da sociedade estava “bem” resolvida, nem o que é
considerado belo está livre da doença.
CONCLUSÃO:
O trabalho citado acima aborda a prática do culto ao corpo, que hoje coloca-se
como preocupação geral, que atravessa todos os setores, classes sociais e
faixas etárias, que são apoiadas num discurso que ora lança a mão da
preocupação da estética corporal e ora preocupação com a saúde. Desníveis
assim geram um desequilíbrio psíquico sendo propícios a doenças tanto do trato
psicológico quanto físico. Tais como Anemia, Anorexia, Ansiedade, Bulimia
nervosa, Depressão, T.C.D, T.O.C. e entre outras. Sendo necessário uma
conscientização global e uma quebra de preconceitos de que não adianta
apenas cuidar do físico, buscando contentamentos que não podem ser supridos
se a saúde psíquica não está em homeostase.
BIBLIOGRAFIA:

https://saude.ig.com.br/minhasaude/2014-12-03/caso-andressa-urach-usar-
400-ml-de-hidrogel-e-como-implantar-bomba-relogio.html

http://www2.cirurgiaplastica.org.br/sbcp/estatuto/

http://www2.cirurgiaplastica.org.br/sbcp/capitulos-e-comissoes/

http://www.agencia.fapesp.br/arquivos/dissertacao_ufmg.pdf

http://books.scielo.org/id/tdj4g/pdf/alves-9788575412763-09.pdf

https://pt.scribd.com/presentation/225055021/Culto-Ao-Corpo

https://pt.scribd.com/document/321287442/A-Influencia-Da-Midia-Sobre-a-Auto-
Imagem-Corporal

Boltanski L. As classes sociais e o corpo. Rio de Janeiro: Edições Graal; 1989

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