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ESTUDO COMPARATIVO DA
PERCEPÇÃO DE ESTUDANTES DE
ENGENHARIA SOBRE
SUSTENTABILIDADE DE CAMPUS DA
UFPB
Claudio Ruy Portela de Vasconcelos (DEP/CT/UFPB )
claudioruy@yahoo.com
Samanda Costa do Nascimento (CEA/CT/UFPB )
samandacosta93@gmail.com
Vanine Elane Menezes de Farias (CEA/CT/UFPB )
vaninemenezesf@gmail.com
Jonas Figueredo Silva (DEP/CT/UFPB )
jonasfigueredo49@gmail.com
josefa camila araujo da silva (CEA/CT/UFPB )
camilinhaprudencio@hotmail.com
1. Introdução
Nas últimas décadas, a discussão em torno dos significativos impactos causados ao ambiente
tem ganhado cada vez mais espaço na academia. As inúmeras transformações no mesmo, em
sua maioria originada por meio dos modelos de produção adotados pela comunidade
industrial, tem sido foco de significativos estudos, que por sua vez, tem contribuído com
novas metodologias que visam reorientar as organizações ao modelo de produção sustentável.
Nas últimas décadas, as IES tem se comprometido mais intensamente com as questões
ambientais em seus campi. O compromisso ambiental das IES tem sido concretizado a partir
do desenvolvimento de ações relacionadas ao ensino, pesquisa e extensão. Segundo Viegas e
Cabral (2015, apud WEBER; MACHADO, 2015) “as IES estão na vanguarda da construção
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A instituição objeto deste estudo, para além de incluir em seus currículos conteúdos
relacionados com a temática ambiental, de criar cursos específicos de graduação e pós-
graduação para lidar com essa questão, de formar, entre seu corpo de servidores técnico
administrativos competências e habilidades para o gerenciamento de seus impactos
ambientais através da oferta de curso modular em gestão ambiental de campus universitário,
criou desde o início de 2013 uma comissão para gerir seu passivo ambiental. Tendo em
consideração o crescimento da discussão das questões ambientais nas instituições públicas, e
de forma mais específica o papel das IES, esse trabalho teve com objetivo verificar a
percepção de alunos dos cursos de engenharia, por meio de uma análise comparativa
longitudinal entre dois estudos para acompanhar a evolução da percepção de sustentabilidade
constituída pelo segmento discente.
A Conferência de Estocolmo sobre o ambiente humano, em seu princípio 19, manifesta que é
indispensável a educação ambiental dirigida à geração jovem e adulta para fundamentar as
bases de uma opinião pública bem informada, e de uma conduta dos indivíduos, das empresas
e das coletividades inspirada no sentido de sua responsabilidade sobre a proteção e
melhoramento do meio ambiente em toda sua dimensão humana.
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considera como uma ferramenta para um processo educativo com uma nova visão
socioambiental, que trabalha na relação entre o homem e o ambiente ao qual pertence;
possibilidade de auxiliar diversas disciplinas e em conformidade com a área de conhecimento
da mesma, permite desenvolver habilidades para formação integral de profissionais. Essas
contribuições, por sua vez, poderão refletir na formação de discentes, futuros profissionais e
pesquisadores, auxiliando-os no crescimento das discussões em volta dos benefícios da
inserção da educação ambiental pela IES, na melhoria nos aspectos não só ambientais, mas
também sociais.
3. Materiais e métodos
Quanto aos fins esta pesquisa pode ser classificada como descritiva e explicativa. É
explicativa porque possibilita o conhecimento sobre a percepção de sustentabilidade de alunos
de instituições de ensino superior, identificando seus fatores determinantes e o efeito que as
práticas de sustentabilidade, empreendidas pela instituição surtem nesta percepção.
Quanto aos meios, a pesquisa pode ser classificada em pesquisa documental, bibliográfica e
de campo. Considera-se de campo por ter dados coletados através da aplicação de um
questionário para alunos dos cursos de engenharia, em vista de medir a percepção de
sustentabilidade.
A análise fatorial exploratória é uma técnica que permite analisar a estrutura de correlações
entre um grande número de variáveis, definindo um conjunto de dimensões latentes. O
objetivo da análise fatorial é detectar a existência de certos padrões subjacentes nos dados, de
maneira que eles possam ser reagrupados em conjuntos de menor dimensão (CORRAR,
PAULO E DIAS FILHO, 2007; HAIR et al., 2005).
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Para a realização da análise comparativa entre os dois estudos, com o intuito de dimensionar a
escala de avaliação da percepção de alunos de ensino superior dos cursos de engenharia sobre
a sustentabilidade da IES, foram utilizados os seguintes passos sugeridos na revisão da
literatura:
c) Análise dos dados: suportada pelo software estatístico IBM SPSS Statistics 19, para
análise exploratória dos dados, fazendo o uso de técnicas de estatística descritiva e análise
fatorial exploratória a fim de identificar as variáveis latentes do modelo por meio da
segmentação dos indicadores em fatores;
e) Verificação do desempenho das variáveis por meio da análise das das médias dos
itens e dos construtos;
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Para uma melhor explicação dos fatores utilizou-se o método de rotação ortogonal do tipo
Varimax, que tem o objetivo de melhorar a distribuição das cargas fatorais. Desta forma, a
solução rotacionada distribuiu melhor a variância explicada por cada fator, como mostra o
quadro 1 abaixo. A variância dos fatores 1 e 2 obtiveram os maiores valores da variância total,
no qual juntos explicaram 30,29% da variância total, enquanto os outros fatores (3, 4, 5 e 6)
explicaram respectivamente 10,303%, 9,911%, 4,974%, 9,003%, somando 38,590% da
variância total explicada (68,883%). O critério de percentagem de variância é uma abordagem
baseada na conquista de um percentual cumulativo especificado a variância total extraída por
fatores sucessivos, no qual seu objetivo é garantir a significância prática para os fatores
determinados, garantindo que expliquem pelo menos um montante especificado de variância.
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A primeira dimensão, recebeu o nome de “Eficiência Energética”. Esta por sua vez descreve a
percepção dos respondentes diante a eficiência no uso de recursos energéticos, redução das
fontes de energia poluidoras, além do reaproveitamento dos recursos hídricos. A exceção da
variável ENERG1, o desempenho percebido pelos respondentes foi melhor no primeiro
estudo. A maioria das variáveis possuem média menor que 2,5 o que indica baixa avaliação
por parte dos respondentes.
Nesta dimensão teve como objetivo analisar a percepção dos respondentes sobre as políticas
de sustentabilidade e o compromisso da gestão com as questões ambientais. É composto por 7
variáveis, as quais apresentaram carga fatorial entre 0,502 e 798. A variável melhor avaliada
foi “A universidade possui um setor específico para tratar as questões ambientais no campus”,
com média igual a 3,09. A instituição desde 2013 criou a Comissão de Gestão Ambiental
atuante no desenvolvimento de políticas de educação ambiental, consumo consciente, gestão
de resíduos, fauna e flora, entre outros. Este setor com o apoio da prefeitura da Universidade
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Esta dimensão, por sua vez, objetivou avaliar as práticas de sustentabilidade instituídas pela
universidade. Todas as variáveis apresentaram média maior que 2,5, o que as deixam dentro
da zona de concordância. A avaliação média dos respondentes para este construto foi de 3,27,
sendo a melhor média do modelo. O envolvimento da instituição voltada para as práticas de
sustentabilidade é um fator essencial para a percepção dos alunos perante a IES, em razão do
envolvimento dos alunos com as atividades ambientais. Entretanto, na comparação as médias
das variáveis com as do estudo anterior, observa-se um decréscimo nas médias das variáveis
de 0,01 a 0,15.
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Por fim, a sexta dimensão designada de “Fauna e Flora”. Este é o único fator que não surgiu
da escada adotada por Emanuel e Adams (2011), sendo assim a única original. Avalia a
percepção dos respondentes sobre as políticas de manejo de fauna e flora presentes na
instituição. Este construto apresentou o segundo melhor valor das médias, correspondendo a
3,09. A variável melhor avaliada neste construto foi “A UFPB cuida de sua área de mata
atlântica.”, com média de 3,25. A UFPB está inserida num fragmento de Mata atlântica,
possuindo programas de manejo da área de mata que prevê a catalogação e o replantio de
espécies de nativas, além de programas de gestão de fauna, permitindo que animais de
pequeno e médio porte desloquem-se entre os fragmentos de mata. No entanto, comparando
as variáveis do estudo anterior com este, observa-se que todas as variáveis sofreram uma
redução na média.
Desta forma, a inclusão das discussões sobre educação ambiental em ensino superior tem se
tornado indispensável nas ultimas décadas, e mais precisamente no atual cenário das
organizações. A necessidade e observar os aspectos ambientais, sociais e econômicos estão
entrelaçados em qualquer questionamento da engenharia.
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média de 3.27, no qual indica a preocupação da Instituição com as questões ambientais, tendo
como foco, políticas de educação ambiental.
Comparando a médias das variáveis de cada construto com o estudo feito anteriormente
detectou-se que apenas 8 das 26 variáveis superaram a pesquisa anterior, e duas variáveis
foram implementadas nesta nova análise, melhorando assim do KMO do modelo (0,898). A
contribuição dessas variáveis, permite demostrar que a IES em estudo tem compromisso
social e ambiental, almejando uma instituição sustentável.
O desempenho das variáveis, ainda pode ser justificado diante o público alvo, pois para este
estudo foram avaliados a percepção de alunos de períodos aleatórios, percebendo a instituição
de forma mais crítica, diferente da primeira análise, que o universo da pesquisa se restringiu a
alunos calouros.
Por fim, tendo por base crescente discussão na atual literatura sobre o papel das IES na
evolução da educação ambiental, este estudo contribui para avaliar as atividades
desenvolvidas na IES diante os aspectos ambientais, usando como referencia para estudos
voltados para sustentabilidade de campus, uma vez que, discute iniciativas de sustentabilidade
já existentes, que futuramente poderão servir de base para outras instituições.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de Abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional
de Educação Ambiental e dá outras providências. Diário Oficial [da] Republica Federativa do Brasil. Brasília,
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VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatório de Pesquisa em Administração. 12.ed. São Paulo: Atlaas,
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<http://engemausp.submissao.com.br/17/anais/arquivos/340.pdf>. Acesso: 20/04/2016.
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