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2016
ii
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Representação dos movimentos numa interseção controladas por regras de prioridade (DENATRAN,
1984a). 7
Figura 2 - Capacidade de interseções com prioridade (DENATRAN, 1984a). ..................................................... 11
Figura 3 - Distribuição dos conflitos em vias interceptantes operando em mão única e em mão dupla
(DENATRAN, 1984a). ................................................................................................................................................ 12
Figura 4 - Efeito da proibição de giro à esquerda no número e na severidade dos conflitos para uma dada
situação (DENATRAN, 1984a). ..................................................................................................................................13
Figura 5 - Alguns exemplos de separação dos conflitos em potencial numa interseção com prioridade
(DENATRAN, 1984a) ................................................................................................................................................. 14
Figura 6 - Tipos de configurações de interseções de 03 ligações (DENATRAN, 1984a) ..................................... 17
Figura 7 - Tipos de configurações de 04 ligações (DENATRAN, 1984a). ........................................................... 18
Figura 8 - Tipos de interseções deslocadas (DENATRAN, 1984a)....................................................................... 19
Figura 9 - Tipos de interseções deslocadas (DENATRAN, 1984a)....................................................................... 20
Figura 10 - Parâmetros usados no cálculo de capacidade de rotatórias (DENATRAN, 1984a) .............................. 25
Figura 11 - Determinação do ângulo para rotatórias com grandes ilhas centrais (DENATRAN, 1984a)............. 26
Figura 12 - Determinação do ângulo para outros tipos de rotatórias (DENATRAN, 1984a) ............................... 26
Figura 13 - Interseção Urbana – Via de mão única sem estacionamento – Volume de serviço por aproximação e
por hora de nível verde (CET/SP,2002). ...................................................................................................................... 36
Figura 14 - Interseção urbana – Via de mão única com estacionamento de um lado – Volume de serviço por
aproximação e por hora de sinal verde (CET/SP,2002). .............................................................................................. 37
Figura 15 - Interseção urbana – Via de mão única com estacionamento de ambos os lados – Volume de serviço
por aproximação e por hora de sinal verde (CET/SP,2002). ........................................................................................ 38
Figura 16 - Interseção urbana – Via de duas mãos sem estacionamento – Volume de serviço por aproximação e
por hora de sinal verde (CET/SP,2002). ...................................................................................................................... 39
Figura 17 - Interseção urbana – Via de duas mãos com estacionamento – Volume de serviço por aproximação e
por hora de sinal verde (CET/SP,2002). ...................................................................................................................... 40
Figura 18 - Fator ônibus local para ruas com estacionamento e parada do lado contíguo (CET/SP, 2002). ........... 45
Figura 19 - Fator ônibus local para ruas com estacionamento e parada do lado oposto (CET/SP, 2002) ................ 46
Figura 20 - Fator ônibus local para ruas sem estacionamento e parada do lado contíguo (CET/SP, 2002) ............. 46
Figura 21 - Fator ônibus local para ruas sem estacionamento e parada do lado oposto (CET/SP, 2002) ................ 47
Figura 22 - Interseções analisadas (VIA URBANA, 2004) ..................................................................................... 54
Figura 23 - Classificação das interseções segundo o modelo atual (VIA URBANA, 2004). ..................................55
Figura 24 - Classificação das interseções segundo o modelo proposto (VIA URBANA, 2004) ............................. 56
Figura 25 - Capacidade x Taxa de Saturação – Situação atual (VIA URBANA, 2004) .......................................... 58
Figura 26 - Capacidade x Taxa de Saturação – Cenário Projetado (VIA URBANA, 2004).................................... 59
Figura 27 - Parâmetros viários da interseção 01 – situação atual (VIA URBANA, 2004) ...................................... 61
Figura 28 - Situação Proposta para requalificação geométrica e operacional – interseção 01 (VIA URBANA,
2004) 61
Figura 29 - Parâmetros viários da interseção 02 – situação atual (VIA URBANA, 2004) ...................................... 62
Figura 30 - Situação proposta para requalificação geométrica e operacional – Interseção 02 (VIA URBANA,
2004) 62
Figura 31 - Parâmetros viários da interseção 03 – situação atual (VIA URBANA, 2004) ...................................... 63
v
Figura 32 - Situação proposta para requalificação geométrica e operacional – Interseção 03 (VIA URBANA,
2004) 63
Figura 33 - Parâmetros viários da interseção 04 – situação atual (VIA URBANA, 2004) ...................................... 64
Figura 34 - Situação proposta para requalificação geométrica e operacional – Interseção 04 (VIA URBANA,
2004) 64
Figura 35 - Parâmetros viários da interseção 05 – situação atual (VIA URBANA, 2004) ...................................... 65
Figura 36 - Situação proposta para requalificação geométrica e operacional – Interseção 05 (VIA URBANA,
2004) 65
Figura 37 - Parâmetros viários da interseção 06 – situação atual (VIA URBANA, 2004) ...................................... 66
Figura 38 - Situação proposta para requalificação geométrica e operacional – Interseção 06 (VIA URBANA,
2004) 66
Figura 39 - Parâmetros viários da interseção 07 – situação atual (VIA URBANA, 2004) ...................................... 67
Figura 40 - Parâmetros viários da interseção 08 – situação atual (VIA URBANA, 2004) ...................................... 68
Figura 41 - Situação proposta para requalificação geométrica e operacional – Interseção 08 (VIA URBANA,
2004) 68
Figura 42 - Parâmetros viários da interseção 09 – situação atual (VIA URBANA, 2004) ...................................... 69
Figura 43 - Parâmetros viários das interseções 10 e 11 – situação atual (VIA URBANA, 2004) ........................... 70
Figura 44 - Situação proposta para requalificação geométrica e operacional – Interseções 10 e 11 (VIA URBANA,
2004) 70
Figura 45 - Parâmetros viários da interseção 12 – situação atual (VIA URBANA, 2004) ...................................... 71
Figura 46 - Parâmetros viários da interseção 13 – situação atual (VIA URBANA, 2004) ...................................... 72
Figura 47 - Situação proposta para requalificação geométrica e operacional – Interseção 13 (VIA URBANA,
2004) 72
Figura 48 - Parâmetros viários da interseção 14 – situação atual (VIA URBANA, 2004) ...................................... 73
Figura 49 - Situação proposta para requalificação geométrica e operacional – Interseção 14 (VIA URBANA,
2004) 73
Figura 50 - Parâmetros viários da interseção 15 – situação atual (VIA URBANA, 2004) ...................................... 74
Figura 51 - Situação proposta para requalificação geométrica e operacional – Interseção 15 (VIA URBANA,
2004) 74
Figura 52 - Parâmetros viários da interseção 16 – situação atual (VIA URBANA, 2004) ...................................... 75
Figura 53 - Situação proposta para requalificação geométrica e operacional – Interseção 16 (VIA URBANA,
2004) 75
Figura 54 - Parâmetros viários da interseção 17 – situação atual (VIA URBANA, 2004) ...................................... 76
Figura 55 - Situação proposta para requalificação geométrica e operacional – Interseção 17 (VIA URBAN, 2004)
76
Figura 56 - Parâmetros viários da interseção 18 – situação atual (VIA URBANA, 2004) ...................................... 77
Figura 57 - Parâmetros viários da interseção 19 – situação atual (VIA URBANA, 2004) ...................................... 78
Figura 58 - Parâmetros viários da interseção 20 – situação atual (VIA URBANA, 2004) ...................................... 79
Figura 59 - Situação proposta para requalificação geométrica e operacional – Interseção 20 (VIA URBANA,
2004) 79
Figura 60 - Parâmetros viários da interseção 21 – situação atual (VIA URBANA, 2004) ...................................... 80
Figura 61 - Situação proposta para requalificação geométrica e operacional – Interseção 21 (VIA URBANA,
2004) 80
Figura 62 - Cadastro fotográfico – Praça Oeste (VIA URBANA, 2004) ................................................................ 82
vi
Figura 63 - Cadastro Fotográfico – Av. Contorno x Av. Universitária x Av. Pres. Kennedy (VIA URBANA, 2004)
83
Figura 64 - Cadastro fotográfico – Rua Gal. J. Buta (VIA URBANA, 2004) ......................................................... 84
vii
LISTA DE TABELAS
Seleção das principais interseções viárias que compõem a rede a ser avaliada/projetada,
conforme observação in loco e hierarquização do sistema viário em análise.
No Brasil, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, instituído pela Lei nº 9503, de
23/09/97 (BRASIL, 1997), pode-se citar, dentre elas, as seguintes regras:
Art. 29, § III – quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se aproximarem de
local não sinalizado, terá preferência de passagem:
no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que estiver circulando por
ela;
2
1.1.4. Interseções com todos os acessos controlados por placas “PARE” ou “DÊ A
PREFERÊNCIA”
1.1.6. Semáforos
Fluxo (ou volume) – Entende-se por fluxo (ou volume) o número total de veículos que
passa num determinado ponto ou seção de uma faixa ou via durante um dado intervalo de
tempo. O fluxo pode ser expresso em termos de períodos anuais, diários, horários ou de
frações de hora.
Taxa de fluxo – Taxa de fluxo é a taxa horária equivalente ao fluxo dos veículos que
passam por um dado ponto ou seção de uma faixa ou via durante um dado intervalo de
tempo menor que uma hora, normalmente quinze minutos, que é considerado o menor
intervalo durante o qual o fluxo se mantém estável.
Fator de hora pico (FPH) – É a razão entre o volume horário total e a taxa de fluxo
máxima dentro da hora de pico.
Nível de serviço – É uma medida qualitativa que expressa as condições de uma corrente
de tráfego e a forma como são percebidas por usuários. São estabelecidos seis níveis de
serviço, caracterizados para as condições operacionais de uma via, variando do nível A
(fluxo livre), ao nível F (fluxo forçado ou congestionado). A capacidade é caracterizada
no nível de serviço E (HCM – Highway Capacity Manual, 2000).
As interseções com prioridade se caracterizam por estabelecer que o tráfego da via principal
tem prioridade ao uso da interseção em relação ao tráfego da via secundária, constituindo-se
em mecanismos simples e de baixo custo de controle dos movimentos potencialmente
conflitantes (DENATRAN,1984a).
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Uma parcela expressiva dos cruzamentos urbanos é representada por interseções com
prioridade, que podem se constituir em pontos de estrangulamento da malha viária onde as
características geométricas e operacionais do cruzamento não são compatíveis com as
necessidades do tráfego.
Nas áreas urbanas a condição mais comumente encontrada é a de visibilidade restrita, o que
torna as interseções com prioridade do tipo “PARE” mais numerosas. A adoção da sinalização
“DÊ A PREFERÊNCIA” é feita para condições favoráveis de visibilidade.
1.3.1.1. Headway
O Headway pode ser definido como uma representação do intervalo temporal ou espacial
entre a frente de dois veículos consecutivos de uma mesma corrente de tráfego, obtendo-se
assim a distribuição dos “headways temporais” e “headways espaciais”, sendo o primeiro
obtido por um equipamento que registra os instantes de chegadas consecutivas dos veículos
em um certo ponto da via e o segundo através de fotografias aéreas que registram em um
instante de tempo o espaçamento entre veículos.
Neste trabalho, entretanto, será adotado o critério estabelecido pelo manual de projeto do
Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN, 1984a) que considera apenas o “headway
temporal” ou simplesmente headway que tem sido mais pesquisado e utilizado em estudos de
tráfego devido a sua fácil obtenção e pelo fato de ser menos dependente das condições da via
e da velocidade dos veículos.
Chama-se de brecha, também aqui no sentido temporal, o intervalo entre o final da passagem
de um veículo e o início da passagem do veículo seguinte de uma corrente de tráfego numa
determinada seção da via. A brecha difere do headway apenas pelo tempo consumido durante
a passagem do veículo pela seção de via considerada.
Este conceito é usado no caso de interseções controladas por regras de prioridade, gerando
outras três definições:
Brechas aceitáveis – são as brechas disponíveis suficientemente grandes para que possam
ser usadas para as manobras na interseção pelos veículos da corrente de tráfego
secundário.
1.3.1.3. Atrasos
O atraso pode ser relacionado aos veículos e/ou aos pedestres, sendo que, nas interseções com
prioridade a ocorrência do atraso somente se dá para pedestres e para o tráfego de veículos
provenientes da via secundária.
Pode ser considerada a existência de vários tipos de atraso. O atraso veicular engloba o tempo
que o veículo fica parado durante o seu percurso e/ou o tempo perdido devido a diminuição da
velocidade normal. Este tipo de atraso é o mesmo sofrido por cada uma das pessoas que se
encontra no interior dos veículos e deve ser, sempre que possível, acompanhado de
considerações sobre o atraso global dos passageiros.
Para as interseções com prioridade controladas pela sinalização “PARE”, o atraso de parada
representa uma parcela significativa do atraso global veicular, enquanto que, para as
interseções controladas pela sinalização “DÊ A PREFERÊNCIA”, a principal componente do
atraso global veicular refere-se aos atrasos de aceleração e desaceleração.
Para uma análise mais criteriosa no projeto de interseções, devem ser também considerados os
atrasos dos pedestres, para que se possa ter uma base referente aos diferentes usuários que
solicitam a interseção.
Os atrasos podem ser obtidos através de métodos tradicionais de levantamento de dados nas
interseções já existentes. Para as novas interseções ou para simular possíveis alterações nas
interseções existentes, o atraso deve ser estimado.
Assim, para qualquer tipo de atraso, deve ser estimado ou medido o seu valor, afim de se
estabelecer o projeto compatível com os padrões aceitáveis em termos de atraso.
Normalmente assume-se que, em condições típicas, atrasos médios de até 30 a 60 segundos
são satisfatórios e refletem um desempenho adequado da interseção.
movimento secundário
movimento prioritário em relação ao considerado
Figura 1 - Representação dos movimentos numa interseção controladas por regras de prioridade
(DENATRAN, 1984a).
1.3.1.5. Capacidade
Conforme o volume de tráfego de uma via aumenta, a velocidade média dos veículos que a
utilizam se reduz, ou seja, a qualidade do serviço de transporte oferecido, conhecido como o
nível de serviço da via, é reduzida. Denomina-se capacidade de uma via o maior volume de
tráfego que ela pode suportar sem que o nível de serviço fique abaixo de um padrão pré-
determinado.
A definição da capacidade da via é dada pelos seus pontos de estrangulamento que geralmente
correspondem aos pontos de interseções com prioridade. Para que a capacidade não provoque
uma descontinuidade na fluidez do tráfego ocasionando atrasos excessivos e interferência no
desempenho global da rede viária, é de extrema importância a concepção de um projeto bem
elaborado, que leve em consideração uma capacidade suficiente para acomodar o futuro
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volume horário de pico que vai solicitar a rede, procurando-se um balanceamento com a
capacidade requerida para as seções viárias entre interseções.
Os fatores que influenciam na capacidade de uma interseção com prioridade são basicamente
o volume de tráfego que a solicita, a proporção de movimentos de conversão relativa as
diferentes aproximações e as facilidades físicas e operacionais disponíveis para a realização
das manobras existentes.
Existem vários métodos para se determinar a capacidade de uma interseção com prioridade. O
método selecionado pelo Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN, 1984a) e,
portanto, apresentado neste trabalho é um método desenvolvido na Inglaterra que se
caracteriza por sua simplicidade e facilidade de uso.
Segundo este método atribui-se um valor para a brecha aceitável de acordo com a manobra a
ser realizada e a velocidade na via principal. Com a brecha aceitável, que reflete as
necessidades do tráfego não prioritário, e o volume de tráfego da via principal, que reflete o
grau de oportunidades oferecidas ao tráfego não prioritário, é determinado o número de
veículos provenientes da via secundária que pode entrar na interseção, representando a
capacidade teórica.
A capacidade prática corresponde a 85% da capacidade teórica, o que assegura uma folga e
níveis aceitáveis de atraso e, ainda, evita que a interseção opere próximo das condições de
instabilidade.
O projeto das interseções deve ser capaz de atender às várias condições que podem ocorrer ao
longo de sua vida útil e também deve possuir uma configuração inicial que possibilite
alterações em seus aspectos físicos e/ou de controle operacional, de acordo com as
necessidades futuras.
Cruzamento: esta manobra engloba o cruzamento na via principal do fluxo oposto pelo
movimento de giro à esquerda ou simplesmente uma travessia direta. O fator que
influencia na realização desta manobra e que deve ser considerado nos cálculos de
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capacidade é o volume da via principal que varia de acordo com o número de pistas e
faixas/pistas na via principal, assim como o tipo de movimento efetuado.
Observações:
- Em locais em que se utiliza uma única faixa para as manobras de giro à direita e à esquerda,
geralmente em interseções pouco solicitadas, determina-se a sua capacidade através da
expressão 1, apresentada a seguir:
Cd . Ce
C
1 p C d p . C e (1)
onde:
II ) Escolher, de acordo com o tipo de interseção (03 ligações, 04 ligações ou deslocada) a ser
adotada, a configuração mais simples dentre as disponíveis.
III ) Determinar a capacidade ( teórica e depois a prática ) de cada uma das manobras da via
secundária e, onde necessário, dos movimentos de giro à esquerda da via principal, através da
utilização da Tabela 2 e da Figura 2, apresentadas logo adiante.
Se o volume for significativamente menor que a capacidade, verificar se uma única faixa
na aproximação é suficiente.
10
Se o volume de uma das manobras consideradas for superior a 85% da capacidade teórica,
escolher uma configuração mais completa e repetir a operação.
(*) No caso do tráfego à esquerda da via principal conflitar com as manobras da via secundária, deve-se
adicionar ao fluxo da via principal “Q” o produto de 1,667 pelo volume de veículos girando à esquerda.
(*) No caso do tráfego à esquerda da via principal conflitar com as manobras da via secundária, deve-se
adicionar ao fluxo da via principal “Q” o produto de 1,667 pelo volume de veículos girando à esquerda.
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Capacidade (veic/h/faixa)
1.3.2.1. Configuração
Com a operação em mão única o risco de colisões frontais entre correntes de tráfego veicular
oposto é minimizado e ainda, a travessia do pedestre é facilitada, já que ele tem que tomar
conta apenas de um sentido de tráfego.
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Figura 3 - Distribuição dos conflitos em vias interceptantes operando em mão única e em mão dupla
(DENATRAN, 1984a).
Esta é uma técnica considerada altamente flexível, bem como de rápida e fácil implantação.
Entretanto, segundo o Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN, 1984a) deve-se
considerar se tal operação:
Não transfere o problema para um outro local em condições ainda mais críticas que o
estudado;
Não restringe usuários sem outra opção razoável de satisfazer suas necessidades; e
Figura 4 - Efeito da proibição de giro à esquerda no número e na severidade dos conflitos para uma
dada situação (DENATRAN, 1984a).
Existe também a técnica de proibir a passagem de parte do tráfego de veículos (por exemplo
ônibus e/ou semi-reboques) que podem ser desviados para outros locais que lhes ofereçam
melhores condições, deixando a via com uma característica mais uniforme e
conseqüentemente com um melhor desempenho operacional.
Se após o estudo das diversas técnicas de remanejamento do tráfego houver alguns conflitos
que não possam ser eliminados em uma interseção, estes devem ser tratados localmente, de
forma a se alcançar uma convivência harmoniosa entre eles.
No caso dos conflitos entre veículos, esta separação espacial pode se dar, por exemplo,
através da introdução de ilhas de canalização e/ou de faixas de conversão, bem como pelo
alargamento do canteiro central para permitir a realização das manobras de cruzamento e de
giro em duas etapas (DENATRAN, 1984a).
A Figura 5 ilustra alguns exemplos de separação dos conflitos em potencial numa interseção
com prioridade.
ACNS ACS
Ilhas de canalização
faixa de armazenamento
canteiro central
- conflitos ACNS - arranjo com conflito não separado ACS - arranjo com conflito separado
Figura 5 - Alguns exemplos de separação dos conflitos em potencial numa interseção com prioridade
(DENATRAN, 1984a)
Configuração 02 (03 ligações) - Interseção com pista separada para a conversão à direita.
É usualmente aplicada em melhoramentos de interseções existentes. As marcações no
pavimento utilizadas na configuração 04 também podem ser usadas nesta configuração.
Configuração 03 (03 ligações) - Interseção com pista separada operando em mão dupla
para atender as manobras de conversão à direita da via principal e as de conversão à
esquerda para a via principal. É usualmente aplicada em melhoramentos de interseções.
As marcações no pavimento utilizadas na configuração 04 também podem ser usadas
nesta configuração.
Configuração 04 (03 ligações) - Interseção com uma ilha pintada no pavimento, a fim de
facilitar o giro à esquerda.Para o fornecimento desta ilha, é necessário alargar localmente
a via principal.
Configuração 05 (03 ligações) - Interseção também com uma ilha pintada no pavimento, a
fim de facilitar o giro à esquerda, entretanto, neste caso, a via já tem uma largura
suficiente para o fornecimento da ilha, não sendo então requerido o seu alargamento.
Configuração 06 (03 ligações) - Interseção com uma faixa auxiliar para o giro à esquerda,
tendo um canteiro central com uma largura superior a das configurações anteriores,
suficiente para armazenar um veículo e permitir que as conversões à esquerda da via
secundária possam ocorrer em duas etapas. Esta configuração tem uma faixa para cada
sentido de tráfego e normalmente requer um alargamento local da via principal.
Configuração 07 (03 ligações) - Interseção com uma faixa auxiliar para o giro à esquerda,
tendo um canteiro central com uma largura suficiente para armazenar um veículo e
permitir que as conversões à esquerda da via secundária possam ocorrer em duas etapas.
Neste caso, a via principal tem pista dupla com duas faixas por sentido.
Configuração 09 (04 ligações) - Interseção com ilhas nas aproximações da via secundária.
Configuração 10 (04 ligações) - Interseção com faixa de giro à esquerda. Desejável para
atender as necessidades de conversão para baixos volumes de giro, minimizando os
atrasos na via principal. No caso de volumes maiores de tráfego, é mais apropriado o uso
de outras formas de controle.
Configuração 13 (deslocada) - Interseção com uma pista simples de duas faixas em ambos
os sentidos que precisa sofrer um alargamento para se fornecer uma ilha que facilite os
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movimentos de giro à esquerda. Uma configuração similar pode ser usada para as pistas
mais largas.
Configuração 01 Configuração 02
Configuração 03 Configuração 04
Configuração 05
Configuração 06
Configuração 07
Figura 6 - Tipos de configurações de interseções de 03 ligações (DENATRAN, 1984a)
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Configuração 08
Configuração 09
Configuração 10
Configuração 11
Figura 7 - Tipos de configurações de 04 ligações (DENATRAN, 1984a).
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Configuração 12
Configuração 13
Configuração 14
Configuração 15
Figura 8 - Tipos de interseções deslocadas (DENATRAN, 1984a)
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Configuração 16
Configuração 17
Configuração 18
Figura 9 - Tipos de interseções deslocadas (DENATRAN, 1984a).
1.4. ROTATÓRIAS
Algumas das principais vantagens das rotatórias são o baixo custo de manutenção;
fluxo ininterrupto; redução dos retardamentos; e maior segurança. Entretanto, este tipo de
interseção como todos os outros, também apresenta desvantagens, como dificuldades maiores
para circulação dos pedestres; custo mais alto de implantação; e grande área necessária.
Assim, quanto mais intenso for o fluxo circulatório, maior será o atraso para os
veículos esperando para entrar e maior será a fila formada por estes veículos.
Este tipo de operação permite que se tenha a máxima utilização das brechas no fluxo
circulatório e, portanto, maior capacidade e menor atraso total.
Por questões de segurança, a boa visibilidade deve ser garantida tanto em relação aos
elementos físicos da interseção, quanto em relação ao tráfego de veículos e de pedestres.
No que diz respeito aos elementos físicos, a grande preocupação deve ser com as ilhas
(ilha central ou de deflexão do tráfego). Estas são obstáculos na via pública e, como tal,
devem ser visíveis aos motoristas, em qualquer condição. Neste sentido, a sinalização
adequada garante a devida visibilidade que pode ser aumentada com o uso de material
refletivo e de tachões.
A visibilidade que os motoristas devem ter dos demais veículos e dos pedestres
também é fundamental. Não pode existir obstrução, de qualquer tipo, que impeça um
motorista, que se aproxima da entrada, de ver os veículos em movimento no fluxo
circulatório, de modo a ceder a vez a eles.
Para garantir essa visibilidade, não podem existir elementos do mobiliário urbano,
árvores ou vegetação, próximos das esquinas, que encubram os elementos do tráfego.
Também deve ser proibida a parada e estacionamento de veículos na interseção propriamente
dita e nas suas entradas e saídas (aqui se inclui também os táxis e os ônibus). Neste último
caso, além de interferir na visibilidade, os veículos estacionados ainda diminuem a capacidade
das aproximações, o que pode ser altamente crítico tendo em vista os princípios operacionais
já citados.
Nos cruzamentos deste tipo onde se tem posto de gasolina na esquina, deve-se permitir
o acesso e a saída do posto apenas através das aproximações e jamais diretamente na pista de
circulação em torno da ilha central. Para tanto, o meio-fio só deverá ser rebaixado em trechos
pré-determinados ao longo das aproximações e distante um mínimo de 3 metros da linha de
“DÊ A PREFERÊNCIA”, nas entradas, ou da ilha correspondente ao alargamento máximo,
nas saídas.
Por outro lado, como os pedestres não podem atravessar a área da rotatória em
diagonal, as distâncias percorridas a pé aumentam.
Nas aproximações onde existirem ilhas de deflexão, estas podem assumir a finalidade
do refúgio desde que tenham a largura adequada.
As faixas para travessia servem para tentar canalizar as travessias de pedestres para
locais mais apropriados. Assim, pode-se usar a pintura da faixa para concentrar as travessias
em locais onde, por exemplo, a largura de via a transpor seja menor, diminuindo os riscos
para os pedestres. Recomenda-se, nesses casos, que a faixa de pedestre seja situada afastada
da linha de “DÊ A PREFERÊNCIA” de uma distância que permita a parada de três veículos
em fila.
Assim, estimar a capacidade das rotatórias é definir como a relação entre o fluxo já
circulando na rotatória pode ser prevista, a partir do conhecimento da geometria da interseção.
Q e K F f c .Q c se f c .Q c F (2)
Coeficiente K
1
K 1 0,00374 30 0,978 0,05 (4)
R
Onde:
Este ângulo é uma aproximação geométrica do ângulo de conflito entre o fluxo entrando e o
fluxo já circulando. Existem três casos diferentes para definição do ângulo . A Figura 11
mostra a determinação de no caso de rotatórias com grandes ilhas centrais. No croquis (a), a
rotatória apresenta uma seção de entrelaçamento praticamente reta, onde a linha paralela à
essa seção é a linha AD.
(a) (b)
Figura 11 - Determinação do ângulo para rotatórias com grandes ilhas centrais (DENATRAN, 1984a)
90
1
2
BL̂G se
1
2
BL̂G 0 (5)
ou
A diferença entre as rotatórias com grandes ilhas centrais e as demais é devido ao fato de
haver pouca distância entre duas entradas ou saídas consecutivas. A trajetória dos veículos
entrando e saindo é dependente desta distância que também se reflete no ângulo de conflito.
Raio da curva de entrada (R)
O raio da curva de entrada é o raio mínimo de curvatura do meio-fio mais próximo da faixa de
entrada.
Constante F
27
Onde:
Constante fc
S = Equação 08
No caso de rotatórias duplas, deve ser considerado o diâmetro do círculo referente à entrada
em questão.
Fluxo Qc
As expressões determinadas para o cálculo dos diversos parâmetros foram obtidas a partir de
pesquisas realizadas. Portanto, elas podem ser usadas respeitando-se a faixa de valores para os
quais os diversos parâmetros são válidos.
A Tabela 4 apresenta a faixa de valores para os quais os diversos parâmetros são válidos.
A capacidade Qe determinada segundo o método descrito pode ser usada para locais
chamados “típicos”, onde 30º e R 20m. Quando estes parâmetros apresentarem valores
distintos, a capacidade Qe anteriormente determinada deve ser corrigida.
As tarefas que podem ser realizadas com o controle de tráfego utilizando semáforos, quando
convenientemente justificados e corretamente projetados são:
Providenciar o fluxo progressivo (onda verde) para o fluxo de tráfego de uma determinada
rota;
Interromper o fluxo de tráfego da via principal, para permitir a travessia de pedestres e/ou
o acesso ou cruzamento por parte dos veículos das vias secundárias;
Para que haja uma melhor compreensão da metodologia descrita neste trabalho, serão
apresentadas algumas definições básicas de termos que serão utilizados no desenvolvimento
do mesmo.
Semáforos de tráfego: este termo pode ser usado com dois significados:
30
- Instalação completa: conjunto formado pelos grupos focais luminosos, os fios elétricos, o
controlador semafórico etc. Normalmente usado nas discussões gerais, referindo-se ao
dispositivo de controle (método de controle que, através de indicações luminosas transmitidas
para motoristas e pedestres, alterna o direito de passagem de veículos e pedestres)
- Grupo focal: dispositivo composto de sinais luminosos normalmente usado nas discussões
mais específicas (referir a um grupo focal instalado na interseção, etc.)
Estágio (ou intervalo): períodos de tempo dentro do ciclo, durante o qual as indicações
luminosas do cruzamento como um todo não mudam de aspecto, e uma ou mais correntes
de tráfego e/ou pedestres têm direito de passagem.
Fluxo de saturação: é o número máximo de veículos que poderiam passar através de uma
aproximação (ou faixa de trânsito da aproximação), obtido como se houvesse fila de
veículos na aproximação e a ela fossem dados 100% de tempo de verde (fluxo
ininterrupto). Normalmente é expresso em unidades de veículos/hora de tempo verde
(vphv).
Neste tipo de controle não existe a preocupação com o sincronismo entre os semáforos de
interseções adjacentes através da determinação de defasagens. O controle dos movimentos de
31
tráfego baseia-se apenas nos volumes de veículos existentes no cruzamento, não sendo
consideradas as eventuais influências exercidas pela operação de interseções sinalizadas
adjacentes.
Define-se uma rede de tráfego como sendo um conjunto de interseções interagindo e/ou
interdependentes que formam um único sistema (corpo), com a finalidade de atender a um
propósito. Este sistema de controle de tráfego inclui os métodos, equipamentos e técnicas
requeridas para a coordenação dos semáforos, operando na forma de redes abertas ou
fechadas.
O fluxo dos veículos, ao longo da rede, é controlado através da defasagem entre os tempos
dos semáforos. Assim, para que os valores de defasagem se mantenham constantes, a duração
do ciclo deverá ser sempre a mesma através de todo o sistema (ou, pelo menos, em múltiplos
exatos).
Operação semi-atuada – Nesta operação o semáforo fica sempre indicando verde para a
via principal, até que um ou mais veículos sejam acusados pelo detector na via secundária.
O semáforo, então, provem um intervalo de mudança e um tempo de verde para a via
secundária, o qual dura até que todos os veículos sejam servidos, ou até que um valor
máximo preestabelecido para a duração deste verde tenha sido atingido. Neste tipo de
operação a duração dos tempos de ciclo e de verde podem variar de ciclo para ciclo, em
resposta à demanda.
Operação totalmente atuada – Todas as fases do semáforo são controladas pela atuação
de detectores de tráfego. Em geral, tempos verdes máximos e mínimos são especificados
para cada fase, assim como a seqüência de fases. Nesta forma de controle, tempos de ciclo
e de verdes podem variar consideravelmente em resposta à demanda.
32
Desde que não seja possível transformar a interseção numa outra equivalente de quatro
aproximações, a implantação de semáforos justifica-se quando há tráfego de volume
equivalente ao total de, no mínimo, 800 veículos por hora.
Q = 600 veículos/hora (nos dois sentidos), quando a via é de mão dupla e não há canteiro
central ou o canteiro central tem menos que 1m de largura;
Onde:
P = volume de pedestres;
todas as tentativas para diminuí-los, através de soluções menos custosas e menos radicais,
não atingiram o objetivo;
Nas vias com sistemas coordenados de semáforo, a implantação de um novo semáforo pode
justificar-se quando contribuir para o ajuste da velocidade de progressão.
Nas áreas onde o congestionamento é constante e inevitável por outros meios, a implantação
de um semáforo pode justificar-se.
A escolha destes processos se deve ao fato de que fornecem uma melhor estimativa geral da
capacidade e volume de serviço das interseções, dentre as possíveis de serem desenvolvidas
atualmente. Entretanto, não se pode exigir uma concordância total entre os valores observados
e os cálculos em todos os casos.
Uma determinação preliminar dos volumes de serviço e capacidade na base de hora verde é
obtida através das Figuras 13 a 17 que serão apresentadas a seguir. De posse desses dados é
possível obter os volumes básicos que podem ser representados conforme a expressão 11
abaixo:
Onde:
A largura de acesso usada nas figuras supracitadas é a largura total do pavimento do acesso,
incluindo todas as faixas de estacionamento, mas excluindo quaisquer faixas separadas para
conversão à esquerda ou à direita, sejam elas dotadas ou não de fases separadas de
sinalização.
Para outros valores do fator de pico horário e/ou população da área metropolitana e para
classificação de locações que não sejam no centro comercial da cidade, as tabelas
incorporadas a cada gráfico dão os fatores de ajuste pelos quais o volume obtido do gráfico
deve ser multiplicado.
Área central (AC) – É a parte de uma cidade na qual o uso predominante da área é de
intensa atividade comercial. Esta área é caracterizada por grande número de pedestres,
veículos comerciais carregados de bens ou pessoas, uma elevada demanda de área de
estacionamento e elevada freqüência de veículos que estacionam.
Área intermediária (AI) – A área de uma cidade situada imediatamente externa à área
central, onde há uma grande variedade de tipos de atividades comerciais, geralmente
incluindo atividades comerciais pequenas, de indústrias leves, de armazenamento, de
serviços de automóveis, assim como de algumas área residenciais concentradas. A maior
parte do tráfego nesta área compreende viagens que não têm origem nem destino na área.
Área comercial de bairro (ACB) – A área de uma cidade ou sob influência de uma cidade,
normalmente separada geograficamente por uma certa distância da área central e sua
respectiva faixa intermediária, onde o principal uso da terra é destinado a atividades
comerciais.
Área residencial (AR) – A parte de cidade que sofre influência da cidade, onde o uso
dominante da terra é para desenvolvimento residencial, mas pode incluir também
pequenas áreas comerciais. Esta área é caracterizada por poucos pedestres e uma
freqüência moderada de veículos que estacionam.
O método aqui utilizado é bastante simples, uma vez que todas as condições locais tenham
sido estabelecidas.
No caso básico de uma dada largura de acesso, com volume requerido, entra-se com esta
largura no eixo horizontal dos gráficos mostrados nas figuras 13 a 17 e projeta-se uma linha
vertical até a curva de fator de carga apropriado. Deste ponto lança-se uma linha horizontal
até o eixo vertical e o valor do volume assim obtido é ajustado conforme o necessário, por
meio de fatores apropriados às condições do local fornecidos pelas Tabelas 10 a 14 que serão
apresentadas a seguir.
36
Tabela 11 - Fatores de ajuste para via de mão única com estacionamento de um lado
AJUSTE PARA O FATOR PICO HORÁRIO E POPULAÇÃO
Área Metropolitana Fator de Pico Horário (FPH)
Pop. (em milhares) 0,70 0,75 0,80 0,85 0,90 0,95 1,00
>1.000 0,99 1,04 1,09 1,14 1,19 1,24 1,29
1.000 0,96 1,01 1,06 1,11 1,17 1,22 1,27
750 0,93 0,99 1,04 1,09 1,14 1,19 1,24
500 0,91 0,96 1,01 1,06 1,11 1,16 1,21
375 0,88 0,93 0,98 1,03 1,08 1,13 1,18
250 0,85 0,90 0,95 1,00 1,05 1,10 1,15
175 0,82 0,87 0,92 0,97 1,02 1,07 1,12
100 0,79 0,84 0,89 0,94 0,99 1,04 1,09
75 0,76 0,81 0,86 0,91 0,97 1,02 1,07
AJUSTE PARA A LOCAÇÃO NA ÁREA METROPOLITANA
Área Central 1,00
Área Intermediária 1,10 Fonte :
Área Comercial Bairro 1,20 CET/SP,2
Área Residencial 1,20
002
38
Tabela 12 - Fatores de ajuste para via de mão única com estacionamento de ambos os lados
AJUSTE PARA O FATOR PICO HORÁRIO E POPULAÇÃO
Área Metropolitana Fator de Pico Horário (FPH)
Pop. (em milhares) 0,70 0,75 0,80 0,85 0,90 0,95 1,00
>1.000 1,00 1,05 1,09 1,14 1,19 1,24 1,29
1.000 0,97 1,02 1,07 1,11 1,16 1,21 1,26
750 0,94 0,99 1,04 1,09 1,14 1,18 1,23
500 0,91 0,96 1,01 1,06 1,11 1,16 1,21
375 0,88 0,93 0,98 1,03 1,08 1,13 1,18
250 0,85 0,90 0,95 1,00 1,05 1,10 1,15
175 0,82 0,87 0,92 0,97 1,02 1,07 1,12
100 0,80 0,85 0,89 0,94 0,99 1,04 1,09
75 0,77 0,82 0,87 0,92 0,96 1,01 1,06
AJUSTE PARA A LOCAÇÃO NA ÁREA METROPOLITANA
Área Central 1,00
Área Intermediária 1,00
Área Comercial Bairro 1,15
Área Residencial 1,25
Fonte: CET/SP,2002
39
Fonte: CET/SP,2002
40
Para a obtenção da capacidade e níveis de serviço das interseções, outros fatores deverão ser
considerados, ainda e que influenciarão sobre o volume básico.
O valor da capacidade ou dos máximos volumes de serviço são obtidos após a aplicação das
expressões 12 e 13 a seguir:
MVSn Vb.FG (12)
Onde:
Vb = Volume básico
FG = Fator Global
tv
FG .Ce.Cd.Vc. OL (13)
tc
tv = tempo da fase verde
Relação tv/tc
O quociente tv/tc é a razão entre o tempo de sinal verde e o tempo de ciclo total. Seu uso é
obrigatório em todos os problemas que envolvem tráfego direto num acesso de interseção
sinalizada, já que somente em casos especiais (tais como uma faixa de conversão com seta
contínua) poderá ocorrer 100% de tempo verde.
O tempo verde representa somente o tempo de passagem, não incluindo o tempo amarelo,
independentemente de o tempo amarelo aparecer sozinho (como deve) ou junto com o verde,
não obstante reconhecer-se que apenas uma pequena porção do fluxo mover-se-á durante este
período.
Quando a interseção completa estiver sendo analisada, deve-se tomar cuidado para assegurar
que não ocorram sobreposições não intencionais de tempo.
Movimento de conversão
a) Sem fase própria para conversão
42
Ajuste para porcentagens de movimento de conversão feitos em acesso simples sem faixas de
conversão especiais ou indicação de sinal para conversões são dados na Tabela 15, que serve
principalmente para conversão à direita, mas é também aplicável às conversões à esquerda de
ruas de mão única, e na Tabela 16, que serve para conversões à esquerda de ruas de mão
dupla.
Tabela 15 - Fatores de ajuste para as conversões à direita nas vias de uma e duas mãos e conversões à
esquerda nas vias de mão única.
Fatores de ajuste
Com estacionamento Sem estacionamento
Conversões %
Largura da pista de aproximação (m) Largura da pista de aproximação (m)
≤ 6,00 6,10 a 8,80 8,90 a 12,00 ≤ 4,50 4,60 a 7,30 7,40 a 10,50
0 1,20 1,059 1,025 1,20 1,059 1,025
1 1,18 1,045 1,020 1,18 1,045 1,020
2 1,16 1,040 1,020 1,16 1,040 1,020
3 1,14 1,035 1,015 1,14 1,035 1,015
4 1,12 1,030 1,015 1,12 1,030 1,015
5 1,10 1,025 1,010 1,10 1,025 1,010
6 1,08 1,020 1,010 1,08 1,020 1,010
7 1,06 1,015 1,005 1,06 1,015 1,005
8 1,04 1,010 1,005 1,04 1,010 1,005
9 1,02 1,005 1,000 1,02 1,005 1,000
10 1,00 1,000 1,000 1,00 1,000 1,000
11 0,99 0,995 1,000 0,99 0,995 1,000
12 0,98 0,990 0,995 0,98 0,990 0,995
13 0,97 0,985 0,995 0,97 0,985 0,995
14 0,96 0,980 0,990 0,96 0,980 0,990
15 0,95 0,975 0,990 0,95 0,975 0,990
16 0,94 0,970 0,985 0,94 0,970 0,985
17 0,93 0,965 0,985 0,93 0,965 0,985
18 0,92 0,960 0,980 0,92 0,960 0,980
19 0,91 0,955 0,980 0,91 0,955 0,980
20 0,90 0,950 0,975 0,90 0,950 0,975
22 0,89 0,940 0,980 0,89 0,940 0,980
24 0,88 0,930 0,985 0,88 0,930 0,985
26 0,87 0,920 0,990 0,87 0,920 0,990
28 0,86 0,910 0,995 0,86 0,910 0,995
30 + 0,85 0,900 1,000 0,85 0,900 1,000
Fonte: CET/SP, 2002
Este é o caso mais comum. O processo que segue presume que nenhum tráfego direto usa as
faixas adicionais, que pedestres são controlados de modo a não interferirem de maneira
significativa e que nos casos de faixas de conversões à direita sejam providos de raios
adequados. Sob estas condições, o processo é igualmente válido para faixas adicionais.
1) Subtrair a largura da faixa ou faixas reservadas para conversão da largura total do acesso.
Calcular o volume de serviço da largura remanescente por meio do processo básico para
acessos de interseções, com 0% de movimentos de conversão.
2) Considerar cada faixa de conversão especial como tendo os volumes de serviço por 3.000
metros de largura conforme a Tabela 17:
Tabela 17 - Volumes de serviço por 3.000 metros de largura para faixa de conversão especial
Obs: Este cálculo dá a capacidade física do local, quando são conhecidos os dados de
cronometragem dos sinais. No entanto, em muitas aplicações típicas, o quociente tc/tv não é
conhecido com antecedência. Nesse caso, dados os volumes e distribuição do tráfego dos
veículos no acesso, o processo invertido deve ser aplicado para determinar a quantidade de
tempo verde exigidas nas faixas de conversão.
2) Para uma faixa de conversão à direita: para qualquer nível usar 600.tv/tc por hora,
pressupondo 5% de caminhões, se as conversões devem ser feitas junto com a travessia dos
pedestres.
Se os pedestres não estiverem presentes, usar os valores dados para o caso b. Em qualquer
caso, fazer o ajuste para veículos comerciais por meio da Tabela 18.
Para uma faixa de conversão à esquerda: para qualquer nível considerar o volume de serviço
em carros passageiros como a diferença entre 1.200 veículos e o volume de tráfego total
oponente em termos de carros passageiros por hora de verde, mas não menos de 02 veículos
por ciclo de sinalização.
3) Somar os volumes de serviço obtidos nos passos 1 e 2, para se obter o volume de serviço
do acesso.
Esta situação se encontra quando determinados movimento de conversão são permitidos por
tempos diferentes do tempo básico de fase para tráfego direto, por meio de indicações de seta
verde, embora não existam faixas reservadas para estes movimentos. È também encontrada
onde fluxos em duas direções opostas numa dada rua não tenham períodos verdes totalmente
simultâneos.
2) Onde conversões à esquerda não tiverem oposições, calcular cada aumento destes pelos
métodos básicos, mas considerar as conversões à esquerda como conversões se ruas de mão
única.
3) Juntar os resultados dos vários passos adicionais para obter o volume de serviço do acesso.
Os veículos por hora verde devem ser em seguida ajustados para levar em consideração o
efeito de caminhões e ônibus diretos que não façam paradas locais no percurso. As curvas da
capacidade básica da interseção representam as condições médias urbanas da hora de pico no
que se refere aos volumes de veículos comerciais, que se determinou como sendo 5%.
f) Ônibus Locais
45
Ônibus locais, isto é, aqueles que pegam e descarregam passageiros em pontos regularmente
espaçados ao longo de uma rua, tem uma influência muito maior sobre a capacidade, do que
os ônibus e caminhões diretos. O efeito é bastante variável dependendo do tipo da área, da
largura das ruas, das considerações de estacionamento, da locação do ponto e do número de
ônibus.
Dado o número de ônibus por hora, entra-se no ponto apropriado na escala vertical, na parte
de cima à esquerda, uma linha horizontal é projetada até a linha limite que representa o tipo
apropriado de área, e uma linha vertical é então projetada para baixo, até um dado número de
faixas, se conhecido, ou largura do acesso, se os veículos não formarem consistentemente o
mesmo número de faixa.
Uma linha horizontal é então traçada até a última linha limite, representando a porcentagem
de movimentos de conversão, e em seguida o fator de ajuste apropriado é lido na escala
abaixo. Como os fatores anteriores, o fator ônibus local é aplicado como um multiplicador.
Figura 18 - Fator ônibus local para ruas com estacionamento e parada do lado contíguo (CET/SP, 2002).
46
Figura 19 - Fator ônibus local para ruas com estacionamento e parada do lado oposto (CET/SP, 2002)
Figura 20 - Fator ônibus local para ruas sem estacionamento e parada do lado contíguo (CET/SP, 2002)
47
Figura 21 - Fator ônibus local para ruas sem estacionamento e parada do lado oposto (CET/SP, 2002)
48
A metodologia de coleta e tabulação de dados, assim como a apresentação dos resultados logo
a seguir, foi totalmente baseada no Relatório de Impacto no Trânsito de Anápolis (RIT –
Anápolis), elaborado pela empresa VIA URBANA por encomenda da empresa de transportes
coletivos de Anápolis (TCA).
Os estudos realizados para a elaboração do RIT seguiram a mesma metodologia proposta por
este trabalho, o que tornou possível a utilização dos dados apresentados a seguir.
Produção das cadernetas de campo e adequação dos programas de cálculo para o estudo
em tela; segundo as diretrizes do Highway Capacity Manual (2000) e manuais de projeto
oficiais do DENATRAN;
A pesquisa foi realizada entre os dias 10 e 19 de agosto de 2004 – dias típicos de tráfego,
segundo diretrizes da CMTT (Companhia Municipal de Trânsito e Transportes), e livres da
influência de feriados ou eventos interferentes no sistema viário, nas rotas pesquisadas (VIA
URBANA, 2004).
A unidade mínima de pesquisa, de acordo com o RIT, proposta por volume de processo é:
Interseção, subdividida em:
49
a) aproximações e
b) movimentos
As diretrizes de seleção dos dias típicos de pesquisa volumétrica atenderam todas as diretrizes
técnicas na forma adotada pela CMTT Anápolis, tendo sido realizadas entre as 07:00 e as
19:00 h, nos horários-referência de:
Todos os dados coletados referentes a pesquisa cadastral, bem como aqueles referentes a
volumetria classificada de veículos nas interseções selecionadas foram conferidos quanto ao
correto preenchimento dos relatórios de campo e acuidade das informações levantadas (VIA
URBANA, 2004).
O “veículo de projeto” para cada classe principal de veículos, estabelecido pela AASHTO
(American Association of State Highways Officials), fornece alguns dos critérios e bases para
projetos de interseções viárias urbanas.
Para facilitar a aplicação das características de curvatura dos veículos de projeto, foram
introduzidas trajetórias das curvas hipotéticas, graficamente, nas rotatórias analisadas,
segundo os gabaritos de giro de veículos de projeto mais críticos para cada situação, segundo
a tabela de utilização constante no manual Turning Vehicle Templates para o padrão métrico
AASHTO (1997).
No trabalho desenvolvido pela empresa VIA URBANA, para cada uma das interseções foram
realizados cálculos de capacidade e saturação, segundo a metodologia mais indicada para a
conformação geométrica característica – interseção controlada, interseção tipo “PARE” e
interseção em rotatória – segundo o Highway Capacity Manual (HCM, 2000), na forma
adotada no Brasil.
Para a plena realização deste trabalho, as bases cartográficas de referência tiveram que ser
restituídas por medições de campo, de forma que se pudesse aplicar, aos conceitos revisionais
de raios de giro e restrições geométricas, os veículos de projeto tipo WB e SU, conforme
indicados pelo Green Book – A policy on geometric design of highways and streets
(AASHTO 2001). Essa medida foi necessária, em virtude da falta de material cartográfico
atualizado sobre a região do polígono central do município de Anápolis, que pudesse
subsidiar os cálculos de capacidade e saturação.
Para a amostragem de planos semafóricos, foram realizadas duas verificações em cada um dos
controles de acesso, em horários diferentes, amostradas as partições de tempo em não menos
que quatro ciclos consecutivos, para garantia de máxima acuidade (VIA URBANA, 2004).
51
Segundo o trabalho elaborado pela empresa VIA URBANA, a análise de interseções viárias
na cidade de Anápolis prendeu-se a dois aspectos bastante distintos: a diagnose da situação
atual e a projeção de medidas mitigadoras de impacto, para acomodação e otimização dos
fluxos de saturação ocorrentes.
Av. Barão do Rio Branco, Rua Engenheiro Portela, Rua Manoel D’Abadia e Avenida
Federal;
Ao poder público, cumpre preparar as revisões físicas e adequar a gestão operacional das
interseções que já se apresentam com elevada taxa de saturação, previamente à ocorrência do
incremento de demanda. (VIA URBANA, 2004)
A Figura 22 a seguir, é uma foto de satélite da região central do município de Anápolis, onde
são identificadas as interseções analisadas. Para melhor localização é destacado o Terminal
Urbano na figura apresentada.
54
Figura 23 - Classificação das interseções segundo o modelo atual (VIA URBANA, 2004).
Interseção com controle de acesso Interseção com prioridade tipo “PARE” Rotatória Convencional Movimento permitido de entrada direta
Figura 24 - Classificação das interseções segundo o modelo proposto (VIA URBANA, 2004)
A Tabela 22, a seguir, apresenta os resultados dos cálculos feitos, conforme a metodologia
descrita anteriormente, para obtenção da capacidade e saturação de interseções. Através dela é
possível verificar o quão saturada se encontra a interseção analisada, bem como prever a taxa
de saturação para a situação proposta.
A partir dos resultados obtidos com a Tabela 22 foi possível a criação de infográficos que
mostram a relação entre capacidade e taxa de saturação das interseções analisadas, que estão
representados nas Figuras 25 e 26, a seguir.
.
61
Figura 43 - Parâmetros viários das interseções 10 e 11 – situação atual (VIA URBANA, 2004)
Apresenta-se a seguir as principais intervenções sugeridas com base na análise dos estudos
realizados e as conclusões gerais sobre o trabalho.
Este capítulo apresenta a justificativa das principais intervenções sugeridas para as interseções
analisadas, assim como para a revisão da planificação semafórica. Foram consideradas as
principais intervenções as realizadas nas interseções 14 – Praça Oeste, 17 – R. Gal. J. Buta e
interseção 20 – Av. Contorno x Av. Universitária x Av. Pres. Kennedy.
É importante salientar que os textos apresentados neste capítulo foram extraídos do Relatório
de Impacto no Trânsito de Anápolis.
No caso da Praça Oeste, em sua conformação atual (Figura 62), verifica-se a existência de 6
aproximações, sendo que apenas a mais carregada apresenta taxas de fluxo em pico superiores
a 1200 veículos equivalentes/hora.
Na busca de uma melhor solução de requalificação, optou-se por “não reiventar a roda”, ou
seja, recomendar a adoção de uma concepção-tipo já amplamente discutida, divulgada e
adequadamente simulada (VIA URBANA, 2004).
A exemplo da Praça Oeste, verifica-se nesta interseção complexa, uma rotatória ovóide
deslocada, que compromete a realização de giros, transposições, entrelaçamentos e travessias,
principalmente devido a problemas de visibilidade (topografia e cobertura vegetal),
estacionamento irregular, falta de sinalização indicativa – que provoca retardamentos – e a
prática de excesso de velocidade nos procedimentos de inserção (VIA URBANA, 2004).
A fase de inserção dos ônibus deve ser acionada por laço de demanda, atuando sobre o ciclo
seguinte do plano, com retenção da fase extendida de conversão à direita, a partir da Av.
Contorno.
A atual situação desta interseção pode ser observada através da Figura 63 a seguir.
Figura 63 - Cadastro Fotográfico – Av. Contorno x Av. Universitária x Av. Pres. Kennedy (VIA
URBANA, 2004)
O segmento da via Gal. J. Buta, de acesso ao Terminal Urbano, requer uma combinação de
solução física e operacional, de forma a garantir que o acesso exclusivo de ônibus ao TRU
seja feito em situação de conformidade geométrica – eliminando retardamentos e manobras –
e ainda de forma a disciplinar e delimitar definitivamente as áreas de estacionamento (VIA
URBANA, 2004).
Esse segmento analisado apresenta uma situação insólita, visto que, apesar da proibição de
acesso de veículos particulares, essa inserção ocorre à taxa de 14 veículos equivalentes por
hora pico.
Essa medida, na prática, consolida a “regularidade” do movimento proibido – visto que não
possuem qualquer caráter associativo com a prática do deslocamento do transporte coletivo,
que as justifique naquela posição.
Segundo a pesquisa realizada pela empresa VIA URBANA, os passos seguintes à etapa de
requalificação dos controladores foram definidos a partir de critérios de funcionalidade,
complexidade e requisitos de investimentos, nessa ordem:
85
Esse sistema pode ser ativado a partir de transponders de R/F implantados nos veículos do
transporte coletivo, que se comunicam com ativadores instalados nas colunas e postes
situados próximos aos abrigos.
Nota-se que a realização de estudos dessa natureza no Brasil ainda é incipiente, resumindo-se
à simples aplicação ou adaptação de metodologias já consagradas em outros países. A
bibliografia nacional de engenharia de tráfego resume-se aos manuais do DENATRAN e
órgãos gestores do setor de trânsito das grandes cidades (CET-SP, por exemplo).
Alguns critérios recomendados por essas metodologias são específicos para determinadas
situações operacionais ou geométricas (de projeto), não atendendo a todas as necessidades
reais. Entretanto, para os estudos realizados em Anápolis, as metodologias do DENATRAN,
HCM e CET-SP, mostraram-se suficientes.
Embora se possa pensar que algumas interseções em nível tenham sido devidamente
projetadas desde a sua primeira implantação ou como parte de um projeto de melhorias do
sistema viário, na realidade muitas delas simplesmente surgiram como um processo natural,
resultante da expansão urbana.
Elas foram incorporadas à rede viária sem muita preocupação quanto à sua forma e à sua
configuração (“lay-out”). Infelizmente, em alguns casos, torna-se evidente que algumas
interseções foram projetadas sem levar em conta os princípios e as técnicas a serem aplicadas.
O estudo leva ainda à conclusão de que o projeto das interseções viárias e demais estudos de
tráfego são assuntos altamente técnicos e, portanto, devem ser tratados por profissionais com
qualificação adequada.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS