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Índice

1. Introdução ............................................................................................................................. 2
2. Capital.................................................................................................................................... 3
2.1. Conceito ........................................................................................................................ 3
2.2. Capital próprio............................................................................................................... 3
2.3. Capital de terceiro ......................................................................................................... 3
2.4. Capital realizado ............................................................................................................ 3
2.5. Capital a realizar ............................................................................................................ 3
2.6. Capital total a disposição da empresa .......................................................................... 3
2.7. Diferença entre capital e património ............................................................................ 3
2.7.1. Exemplo ................................................................................................................. 4
3. Reservas ................................................................................................................................ 5
3.1. Conceito ........................................................................................................................ 5
3.2. Reservas de capital ........................................................................................................ 5
3.2.1. Tipos de reservas de capital .................................................................................. 5
3.2.2. Utilização das reservas de capital ......................................................................... 8
3.3. Reserva de reavaliação .................................................................................................. 8
3.4. Reservas e retenção de lucros..................................................................................... 10
3.4.1. Reserva Legal ....................................................................................................... 10
3.4.2. Reservas estatuárias............................................................................................ 10
3.4.3. Reserva para contingência .................................................................................. 11
3.4.4. Reservas de lucros a realizar ............................................................................... 13
3.4.5. Retenção de lucros .............................................................................................. 13
3.4.5.1. Limite do saldo das reservas e retenção de lucros ......................................... 14
3.4.6. Reserva especial .................................................................................................. 14
3.5. Diferença básica entre provisão e reservas e Retenção de lucros .............................. 15
4. Conclusão ............................................................................................................................ 16
5. Bibliografia .......................................................................................................................... 17
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1. Introdução

Hoje em dia, uma boa gestão organizacional, caracteriza-se pela eficiência e eficácia
demonstrados pelos gestores, directores ou mesmo dirigentes na implementarão dos
seus planos de acção, visando o alcance das metas pré-definidas e concretização dos
objectivos definidos. Neste sentido, a falta de organização nas empresas por parte dos
gestores, não pode atrapalhar o funcionamento contínuo da empresa, o
acompanhamento do capital deve ser algo permanentemente contínuo, fato que nos
levar colocar a importância de planos de contingências, caracterizado por reservas de
valores para fazer face a possíveis incidentes inesperados.

No presente trabalho, abordaremos acerca de um dos temas muito importante no


funcionamento das organizações, Capital e Reservas, sendo estes dois itens basicamente
importantes, analisaremos o seu conceito, sua aplicabilidade sem se esquecer do seu
surgimento e alguns aspectos de âmbito legal.
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2. Capital

2.1.Conceito
Capital, é a obrigação da empresa para com os sócios originários da entrega de recursos
para a formação do capita da entidade. Corresponde ao património líquido.

2.2.Capital próprio
São os recursos originários dos sócios ou accionistas da entidade ou decorrente das suas
operações sociais.

2.3.Capital de terceiro
Representam recursos originários de terceiros utilizados para aquisição de activos de
propriedade da entidade. Corresponde ao passivo exigível.

2.4.Capital realizado
Corresponde ao valor dos recursos entregues pelos sócios e a disposição da entidade
(em caixa, nos bancos, em imóveis, etc.).

2.5.Capital a realizar
É o capital com que a entidade foi registada mas que por algum motivo ainda não foi
colocado totalmente a disposição da entidade. Com o desenrolar das actividades dos
negócios, este capital será colocado a disposição da entidade, seja através de dinheiro ou
outros bens.

2.6.Capital total a disposição da empresa


Corresponde a soma do capital próprio com o capital de terceiros. É também igual a
total do activo das entidades

2.7.Diferença entre capital e património


Capital é o conjunto de elementos que o proprietário da empresa ou os sócios em caso
de sociedades possuem para iniciar suas actividades.
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2.7.1. Exemplo
Lúcia vai abrir uma papelaria. Ela possuiu para efeito, 10.000,00Mts em dinheiro, um
estante avaliada em 2.000,00mts, vários cadernos e livros para a venda avaliados em
5.000,00mts. Logo, esse património, constitui o seu capital inicial.

1.7.1.1 Contabilização
Debita-se todas as contas considerados com bens para inicio da sua actividade e
contrapartida a crédito da conta capital, que corresponde ao valor líquido pelo qual ele
realmente aplica.

Demonstração:

1.1 Caixa 3.2.3 Imóvel 2.2 Mercadoria 5.1 Capital

10.000,00 2.000,00 5.000,00 17.000,00

O capital inicial pode ser composto por dinheiro, moveis, imóveis, veículos, promissória
a receber etc.,

Enquanto património É o conjunto de bens da empresa (dinheiro em caixa ou bancos,


moveis veículos etc), direitos (contas a receber) e suas obrigações (contas a pagar).
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3. Reservas

3.1.Conceito
Reserva, consiste em um acréscimo ao património líquido, consistindo a diferença entre
o este e o capital. GOUVEIA expõem que ´´ as reservas representam a retenção de
parcelas provenientes de ganhos, com objectivo de representar o património.

Neste sentido, abordaremos os principais tipos de reservas por cada espécie Assim
sendo temos:

3.2.Reservas de capital
Genericamente, reservas de capital representam acréscimo do património liquido
(ganhos) que não transitam pela conta de resultados da empresa, nem são provenientes
da realização de activos.

3.2.1. Tipos de reservas de capital


Valor excedente, na colocação de novas acções, daqueles destinados a formação do
capital social.

Dois aspectos devem ser considerados na constituição de reserva de capital proveniente


dessa fonte, com base no facto de que o capital de sociedades anónimas é constituído de
acções:

a. Acções com valor nominal; o capital da companhia é formado por acções de valor
nominal pré-estabelecidos compor por exemplo: 50 (quantidade das acções) acções de
100,00mt cada (valor nominal), neste caso, o capital social é de 5.000,00mt. Supondo
que a companhia faca uma emissão de 10 acções, a serem colocadas (vendidas) por
110,00mt cada. Teríamos:
 Valor destinado a formação do capital 1.000,00mts
 Valor excedente daquele destinado a formação do capital social 100,00mts.
 Valor das acções emitidas 1.100,00mts.

Contabilização

1.2 Bancos 5.1 Capital Social 5.5 Reservas

1.100,00 1.000,00 100,00


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b. Acções sem valor nominal; quando uma empresa tem acções sem valor nominal, o
valor de cada acção é encontrado apenas pela divisão do total do capital social pelo
número de acções em circulação. A princípio pode parecer que é o mesmo sistema de
acções com valor nominal. A diferença entretanto consiste em que estas ultimas tem o
valor fixo, estabelecido pelo estatuto social, enquanto para as primeiras, o valor de cada
acção é flutuante.

Exemplo: Uma empresa constituída com um capital social de 100.000mts, representado


por 10.000 acções sem o valor nominal, (o valor nominal seria, portanto 10.00mts
cada). Suponhamos que há um aumento de capital, através de incorporação de reservas
na ordem de 200.000,00mts. Porem não houve emissão de novas acções. Assim o valor
flutuante de cada acção passará a ser automaticamente 20,00mts.

No caso de acções com valor nominal, teria que haver uma emissão de 10.000 novos
acções, ou então a alteração do valor nominal da acção de 10,00 para 20,00 meticais.

Assim, o valor excedente neste caso é estabelecido pelos accionistas ou pela


administração da companhia. Supondo o caso de aumento de capital, em que os
accionistas decidem estabelecer 20% do aumento como valor excedente, a
contabilização seria:

1.2 Bancos 5.1 Capital Social 5.5 Reservas

1000,00 80.000,00 20.000,00

c. Produto da alienação de partes beneficiárias – partes beneficiarias representam


títulos negociáveis, sem valor nominal, não relacionado com o capital social, criados a
qualquer tempo por uma companhia, e que concedem aos seus possuidores direitos de
participação mos eventuais lucros anuais dessa companhia.
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Embora as partes beneficiárias geralmente sejam atribuídas gratuitamente a fundadores,


accionistas ou terceiros, como remuneração de serviços prestados a companhia, elas
podem também ser alienadas, caso em que o valor recebido é considerado
obrigatoriamente como uma reserva de capital.

d. Produtos de alienação de bónus de subscritas – bónus de subscrição representam


títulos negociáveis, alienados ou atribuídos gratuitamente que conferem aos seus
possuidores, obedecidas determinadas condições, direito de subscrever acções de capital
social de uma empresa mediante o pagamento do preço de emissão das acções.

a contabilização de alienação de bónus de subscrição é simples, consistindo em: debitar


a contas bancos pelo numerário recebido e creditar uma conta de reserva de capital -
alienação de bónus de subscrição.

1.2 Bancos 5.5 Reservas

xxxx xxxx

e. Premio recebido na emissão de debentures – Debentures representam títulos que


conferem a seus possuidores o direito a crédito (na sua forma principal, juros,
participação nos lucros, correcção monetária) contra a companhia que os emite,
podendo ser considerados uma espécie de ´´ empréstimo ´´ ao emitente.

Algumas vezes essas debentures se revestem de características tão atraentes para o


investidor que estes aceitam pagar um prémio pelo direito de adquirir esses títulos, ou
seja, um ágio sobre o valor de resgate. Esse premio ao ser recebido, é contabilizado
como reserva de capital, não se confundindo entretanto com o valor nominal de resgate
da debenture, que representa uma obrigação para a companhia.

f. Doações e subvenções para investimentos recebidas


 Doações - representam o recebimento sem ónus de activo (bens e direitos). O
valor da doação deve ser contabilizado a crédito de reserva de capital, sendo
debitada a conta de activo apropriada para registar o bem ou o direito recebido.
 Subvenções – representam ajudas recebidas do Estado, de acordo com a
legislação vigente, por motivos de prestação de serviços ou realização de obras
de interesse público.
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Existem dois tipos de subvenções concedidas pelo Estado: Subvenções para


investimento (relativas a aplicações em imobilizados, etc.) e as subvenções para
custeio ou operação (destinados a auxiliar o beneficiário nas suas operações).

As subvenções de custeio ou operações são considerados receitas e, como tais, devem


ser apropriadas ao resultado do exercício.

As subvenções para investimento, entretanto, são obrigatoriamente contabilizadas como


reservas de capital.

g. Correcção monetária da conta de capital realizado - Representa o valor da correcção


monetária do Capital Social Realizado até o momento de sua capitalização
(transformação da reserva em Capital Social efectivamente) por decisão dos sócios ou
accionistas.

A Correcção monetária da conta de capital realizado é a única conta que não é agregada
a própria conta corrigida a uma conta específica, na ocasião da contabilização da
correcção monetária do balanço patrimonial, chamado de reserva de capital – correcção
monetária de capital realizado.

3.2.2. Utilização das reservas de capital


Com excepção da reserva proveniente da correcção monetária das contas de capital
realizado, que só é utilizável para aumento do capital social, os demais tipos de reservas
de capital, podem ser utilizados para qualquer das seguintes finalidades:

 Aumento de capital;
 Absorção de prejuízos que ultrapassam os lucros acumulados e as reservas de
lucros;
 Resgate de partes beneficiárias;
 Resgate, reembolso ou compra de acções;
 Pagamento de dividendo às acções preferenciais, quando essa vantagem lhes for
assegurada.

3.3.Reserva de reavaliação
Na legislação moçambicana, permite a reavaliação espontânea de activos, mediante
avaliações efectuadas por peritos ou empresas especializadas nessa função. Os peritos
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ou empresas avaliadoras devem apresentar resultados fundamentados, com indicação


dos critérios e dos elementos de comparação adoptados.

O valor de reavaliação a ser contabilizado como reserva consiste na diferença entre o


valor encontrado na avaliação (ou reavaliação) e o valor liquido pelo qual o bem
(geralmente activo imobilizado) esta registado contabilisticamente nos livros da
empresa.

Exemplo

Suponhamos que um prédio depois de 5 anos cujo valor total pelo qual esta registado na
contabilidade da empresa é de 100.000,00mts. Mas o resultado proveniente da
reavaliação feita pelos peritos, indicam que o valor real do bem é de 130.000,00mts.

 Neste caso, o valor líquido do imóvel é 100.000,00mts


 Reavaliação e 130.000,00mts e
 Diferença é 30.000,00mts.

Dessa forma, o montante de 30.000,00mts, deve ser acrescentado ao valor do prédio nos
registos contabilísticos em contrapartida a uma reserva de reavaliação.

Demonstração:

3.2.1.1 Edifício 5.5 Reservas

30.000,00 30.000,00

Deliberação nº 13

IV. A reserva de reavaliação somente poderá ser na proporção em que se realizarem os


aumentos dos valores dos bens constantes do resultado da avaliação dos peritos.

V. Para os efeitos desta deliberação, consideram-se realizados os montantes dos


aumentos do valor dos bens constantes do resultado da avaliação dos peritos.

 Na proporção das quotas de depreciação, amortização ou exaustão, computadas


como custo ou despesas operacionais no períodos.
 Na baixa dos respectivos bens em virtude de alienação.
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VI. o valor da reserva de reavaliação deverá ser transferido para resultado liquido do
período, constituindo renda operacional, ou renda não operacional, na proporcao em que
forem sendo realizados os aumentos de valor dos bens, na forma de item V, alíneas a e
b, respectivamente.

VII. O valor da reserva de reavaliação decorrentes de avaliação de bens procedido por


sociedades coligadas e controladas, dera ser aplicado se for o caso na amortização do
ágio pago na aquisição do investimento.

3.4.Reservas e retenção de lucros


Conforme se deduz do próprio titulo, reservas de lucros são aquelas constituídas pela
apropriação dos lucros da companhia. Consoante a Decreto nº 70/2009 de 22 de
Dezembro, as reservas de lucros são classificados em:

1. Reserva legal
2. Reservas estatuárias
3. Reservas para contingências
4. Reservas de lucros a realizar
5. Retenção de lucros
6. Retenção de pagamentos de dividendos (reserva especial).

3.4.1. Reserva Legal


Esta reserva tem por finalidade assegurar a integridade do capital social. É constituída
anualmente pela apropriação de 5% do lucro liquido do período, calculado antes de
qualquer outra destinação, e até que o saldo da reserva atinja o montante correspondente
a 20% do capital social.

Deve ser observado que a reserva legal é instituída por lei, independentemente da
administração da companhia.

3.4.2. Reservas estatuárias


O termo ´´ estatuárias ´´ diz respeito ao estatuto social da companhia, ou seja, as normas
pelas quais a companhia é regida e que são estabelecidas pelos accionistas (obedecidos
todos os requisitos).

O estatuto poderá criar reservas, desde que, para cada uma:


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 Indique de modo preciso e completo, a sua finalidade;


 Fixo os critérios para determinar a parcela anual do lucro liquido que será
destinada à sua constituição; e
 Estabeleça o limite máximo da reserva.

Nota: A constituição da reserva estatuária provê do estatuto social, sendo por este
imposto. No caso da reserva legal, a imposição de origem externa, ou seja, a lei.

3.4.3. Reserva para contingência


Quando falamos de despesas e perdas prováveis, ou contingência, definimos uma
contingência como uma situação, condição ou conjunto de circunstância que surgem
para uma empresa, envolvendo incerteza quanto a possibilidade de determinadas
despesas ou perdas incomuns possam efectivar no futuro, quando um ou mais eventos
ocorrem ou deixam de ocorrer.

Por outra, quando uma despesa ou perda for provável, a companhia deve constituir uma
provisão para contingência. Agora no nosso caso, o foco é reserva para contingência, a
diferença reside no tratamento contabilístico a ser dado a uma contingência (provisão vs
reserva) tem efeito no resultado do exercício provisão – tem um débito no resultado do
exercício, enquanto reserva - +e debitada a resultados lucros acumulados).

Consoante a Decreto nº 70/2009 de 22 de Dezembro, dependendo da assembleia-geral, a


companhia poderá destinar parte do seu lucro à formação de reserva para compensar,
em exercício futuro, a diminuição de lucro decorrente de perdas julgada provável, cujo
valor possa ser estimado.

Resta-nos utilizar a técnica contabilística para podermos distinguir quando devemos


constituir uma reserva ou uma provisão para contingência.

Quando falamos de provisão para contingência, mencionamos as condições básicas a


serem preenchidas, para que a constituição da provisão se torne necessária.

Se as referidas condições não forem preenchidas, então a contingência será apenas um


risco, não havendo necessidade sequer de formar uma reserva, falando sob o ponto de
vista técnico – contabilístico. Entretanto, a administração da companhia poderá achar
prudente constituir uma reserva para contingência em certas ocasiões (nas quais as
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referidas condições básicas não foram preenchidas), desde que esse procedimento
impedirá a distribuição de dividendos quando houver riscos de uma perda.

3.4.3.1. Exemplo:
Uma empresa agrícola, sujeita a fenómenos climáticos (seca, ciclones, inundações etc.).
O risco de ocorrer um desses fenómenos da natureza sempre existe. Comparando - o
com as condições básicas para constituir uma provisão para contingências, temos
(supondo-se que não ocorreu qualquer fenómeno climático até a data das demonstrações
financeiras):

i. O valor da despesa ou perda provável (se ocorrer o fenómeno) é passível de


estimativas (os custos de plantio).
ii. Existem indícios de que a empresa poderá incorrer numa perda incomum (a
ocorrência do mesmo fenómeno no passado), indícios esses que são conhecidos
antes da elaboração das demonstrações financeiras.
iii. Os fatos geradores da possibilidade de perdas ou despesas incomuns, entretanto,
não ocorreram até a data das demonstrações financeiras.
iv. Desde que não existem fatos geradores de possibilidade de perda incomum, não
existe a dependência, neste caso, de eventos futuros ocorrerem ou deixarem de
ocorrer para confirmar ou não a concretização da perda.

Como conclusão: Temos, portanto, que o risco de ocorrer um fenómeno da natureza


não é causa para constituir uma provisão para contingência. Entretanto, a administração
da companhia pode concluir que seria prudente constituir uma reserva para
contingência e assim, apropriar uma parcela do lucro líquido apurado no exercício da
conta de lucros acumulados para a de reserva para contingência.

Em suma: Quando uma empresa, por prudência, constitui uma reserva para
contingência, e o risco provável vem a se concretizar (em outro exercício), o montante
da perda tem que ser reconhecido no resultado do exercício em que o prejuízo incomum
ocorrer. Dessa forma, o procedimento contabilístico consiste em:

a) Apropriar ao resultado do exercício o montante da perda; e


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b) Reverter, transferindo para lucros acumulados, o valor da reserva para


contingência constituída em anos anteriores.

Dessa forma, o lucro do exercício será menor e, por conseguinte, também o montante
dos dividendos, os quais, por outro lado serão aumentados com a liberação da reserva
que havia sido constituída exactamente para a finalidade de evitar distribuir lucros
quando havia riscos.

3.4.4. Reservas de lucros a realizar


Determinados ganhos ou receitas de uma empresa são reconhecidos contabilisticamente
em função da aplicação de certos conceitos e princípios contabilísticos, ou imposições
legais, mas não representam ganhos efectivos, realizados, expressos financeiramente.
Dessa forma, se, em função disso, uma empresa considerou como receita um
determinado valor que depende de realização futura, não é justo que esse montante que
aumentou o resultado do exercício, seja considerado para fins de cálculo de dividendo
obrigatório.

Assim, mesmo embutido no lucro do exercício, ele é excluído do cálculo dos


dividendos, até que seja efectivamente realizado.

Supondo-se que o valor encontrado como lucros a realizar seja de $ 50.000, e que no
exercício foram constituídas:

Reserva legal $11.000


Reservas estatutárias $22.000
Total $33.000

O montante a ser levado para a reserva de lucros a realizar fica limitado a $ 17.000
($ 50.000 − $33.000).

A realização de reserva de lucros a realizar originadas de vendas a longo prazo ocorre


no exercício em que é previsto o recebimento das mesmas.

3.4.5. Retenção de lucros


Além do dividendo obrigatório, os accionistas podem deliberar a distribuição de
dividendos adicionais em cada exercício. Entretanto, havendo planos de investimentos e
expansão da companhia, sua administração poderá propor aos accionistas a retenção de
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parcela do lucro líquido do exercício, justificando, através de orçamento bem


fundamentado, a razão para a retenção de lucros proposta. Esses lucros podem ficar
retidos pelo prazo de 5 anos.

Contabilisticamente, a retenção é registada a débito da conta de lucros acumulados e a


crédito da conta de retenção de lucros. Ou seja:

Retenção Lucros acumulados

xxxx xxxx

Note que: É necessário observar que, da mesma forma que para as reservas
estatutárias, a reserva formada como retenção de lucros não pode interferir no
cálculo do dividendo mínimo obrigatório que deve ser calculado antes da mesma.

3.4.5.1. Limite do saldo das reservas e retenção de lucros


Além dos limites individuais para constituição dos diversos tipos de reservas de lucros,
existe também um limite global, estabelecido pela Decreto nº 70/2009 de 22 de
Dezembro, que é:

i. O montante total dessas reservas não poderá exceder o valor do capital social,
excluindo se, desse total, as reservas para contingência e de lucros a realizar.

Atingindo-se esse limite, os accionistas deverão decidir entre: utilizar o montante do


excesso para integrar o capital social ainda por realizar (se existir); utilizar esse excesso
para aumentar o capital social ou ainda aplicar o excesso na distribuição de dividendos

3.4.6. Reserva especial


Retenção de pagamento de dividendo obrigatório. O pagamento de dividendo
obrigatório, conforme explicado, foi estabelecido pela Lei para garantia da remuneração
do investimento dos accionistas.

Existem ocasiões, entretanto, em que uma companhia vem a ter lucro em um exercício,
mas sua situação financeira não é boa.
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Nos casos em que a situação financeira da companhia não permitir o pagamento do


dividendo obrigatório em um exercício (situação que necessita ser comprovada pela
administração da empresa), este não deixará de ser calculado, mas seu pagamento será
adiado.

O montante destinado ao pagamento é debitado a lucros acumulados e creditado a conta


de reserva especial. Se nos exercícios futuros a companhia incorrer em prejuízos, estes
poderão ser absorvidos pela reserva especial (débito de reserva, crédito de prejuízos
acumulados).

Caso contrário, o pagamento será efectuado assim que a situação financeira da


companhia o permita. Quando isso ocorrer, o procedimento contabilístico consistirá em
reverter a reserva para lucros acumulados e, em lançamento imediato, transferir o valor
para dividendos a pagar (passivo circulante) até o pagamento.

3.5.Diferença básica entre provisão e reservas e Retenção de lucros


Já mencionamos que o lançamento de construção de uma provisão tem o débito sempre
em uma conta de despesa. Isso equivale a dizer que, quando o lucro do exercício é
apurado, a conta de resultado já considerou todas as despesas (inclusive as registadas
pelas provisões) e todas as receitas.

No caso das reservas de lucros, o débito da constituição das mesmas é sempre efectuado
na conta de lucros acumulados.

Assim, a diferença básica entre provisões e as reservas de lucros consiste no fato de que
o débito das provisões entra na apurarão do lucro do exercício, enquanto o débito das
reservas representa uma destinação do lucro do exercício já apurado.
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4. Conclusão

Após uma vasta explanação sobre os temas capital e reservas, conseguimos perceber
neste trabalho que a gestão de uma empresa requer o uso de muitos instrumentos, entre
eles, a capacidade de pensar no futuro da empresa, nos possíveis riscos e imprevistos,
facto que exige a criação de reservas para fazer face a essas situações. Contudo, ainda
neste trabalho falamos de capital, definimos como sendo, o valor momenta rio que um
indivíduo, uma organização ou mesmo uma companhia usa para dar inicio a sua
actividade e no mesmo trabalho, conseguimos ver diferentes tipos de capital e suas
aplicações. Sobre o tena reservas, também abordamos sobre a sua importância e bem
como a sua aplicabilidade em cada tipo de reserva.
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5. Bibliografia

Artigos:

1. NASCIMENTO Flávio (Graduado em Administração de Empresas e Bacharelando em


Direito pela Faculdades Toledo de Araçatuba – SP)

2. SILVA, B., Gonçalves. Contabilidade Geral para Concursos. São Paulo, 1992.

3. RIBEIRO, O. Moura. Contabilidade Geral. Saraiva. São Paulo , 1997.

Decreto nº 70/2009 de 22 de Dezembro. Plano Geral de Contabilidade. Moçambique,


2009.

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