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Psicologia do Desenvolvimento:

Psicologia vem do grego Ψυχολογ?α, derivado das palavras


ψυχ?, psykhé, "alma" e λ?γος, lógos, "palavra", ou seja, palavra da alma.
(RÉGIS, 1967).
Na idade antiga a psicologia tinha uma forte influência da
filosofia, por meio de filósofos como, Sócrates, Platão e Aristóteles que
iniciaram a investigação da alma humana. Para Sócrates (469/ 399 a.
C.) a principal característica do ser humano era a razão. Para Platão
(427/ 347 a. C.), discípulo de Sócrates, o lugar da razão no corpo
humano era a cabeça, representando fisicamente a psique e a medula
tinha como função a ligação entre mente e corpo. E Aristóteles (387/322
a.C.), discípulo de Platão, compreendia o corpo e a mente de forma
integrada e a psique. Já na era cristã, quando a hegemonia do
conhecimento pertencia à igreja, Santo Agostinho e São Tomas de
Aquino partem dos posicionamentos de Platão e Aristóteles
respectivamente. Santo Agostinho partiu da ideia de que toda a
existência humana é de natureza divina. Já Tomás de Aquino parte do
postulado de acordo com a natureza racional. Todo homem é dotado de
livre-arbítrio orientado pela consciência e tem uma capacidade inata de
captar, intuitivamente, os ditames da ordem moral (GAARDER, 1995).

A partir do final do século XIX, acadêmicos da época resolvem


distanciar a Psicologia da Filosofia, dando origem ao que se chamou de
Psicologia Moderna. Os comportamentos observáveis passam a fazer
parte da investigação científica em laboratórios com o objetivo de se
controlar o comportamento humano. Nesse sentido, os teóricos
objetivam suas ações na tentativa de construir um corpo teórico
consistente, buscando o reconhecimento da Psicologia como ciência.

O objeto de estudo dessa ciência, contudo, ainda hoje é alvo de


controvérsias especialmente quanto às distinções ou necessidades de
estudo da mente em oposição ao estudo do comportamento.
Hoje, a psicologia passa a ser definida como a ciência que estuda
os processos mentais (sentimentos, pensamentos, razão) e o
comportamento humano. Ou seja, ela estuda o que motiva o
comportamento humano, passando pela sensação, emoção, percepção,
aprendizagem, inteligência entre outros (BOCK, FURTADO, TEIXEIRA,
1999).

A partir desse panorama do conceito da psicologia, podemos refletir


melhor sobre a psicologia do desenvolvimento humano.

Embora a Psicologia do Desenvolvimento tenha sido frequentemente


conjugada com a Psicologia Infantil ou da criança, alguns especialistas
indagam que o desenvolvimento não se restringe a determinada faixa
etária e que devemos estudar o desenvolvimento de comportamentos no
decorrer da vida do indivíduo (BEE, 1997).

http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/27323/conceito-de-
psicologia-do-desenvolvimento#ixzz3nKFQT9aD
Psicologia do Desenvolvimento:

A psicologia do desenvolvimento se caracteriza como um ramo que tem a


finalidade de estudar a interação dos processos físicos e psicológicos e às
etapas de crescimento, a partir da concepção até ao final da vida de um sujeito.
Nesse sentido, baseando-se nas considerações tecidas sobre essa área, esse
artigo visa fazer uma revisão bibliográfica tendo como base um recorte e
explanação da teoria proposta por Jean Piaget, bem como propor o
entendimento sobre o que fazem os psicólogos do desenvolvimento e
possibilitar discussões acerca da delimitação desse conceito. A partir desse
contexto, conhecer princípios e métodos que fomentam as teorias do
desenvolvimento humano. Assim, faz-se necessário que os estudiosos dessa
área reconheçam variáveis de crescimento da área a fim de que possam
contribuir para a solidificação do saber sobre o desenvolvimento humano e
propor estratégias de atualização teórica para a promoção e ascensão dos
modelos psicológicos.
O desenvolvimento é um processo contínuo que tem início desde a
concepção, e tem continuidade após a fecundação do óvulo, percorrendo a
partir da subdivisão celular até que milhões de células sejam formadas. À
medida que as células assumem funções especializadas, dá-se início a
formação dos sistemas que dão base para a parte física do desenvolvimento.
Porém, o desenvolvimento físico, cognitivo, social, afetivo tem continuidade
durante todas as fases da vida de um sujeito e termina com a morte.
Assim, o fenômeno do desenvolvimento, faz articulações e interfaces com
várias áreas do conhecimento como: a educação, biologia, sociologia,
antropologia, medicina, entre outros, interagindo com diversos saberes a fim de
fomentar suas explicações.
A psicologia do desenvolvimento traz uma compreensão sobre as
transformações psicológicas que ocorrem no decorrer do tempo, com auxílio de
algumas teorias e teóricos, bem como Jean Piaget, esses modelos se propõem
em explicar como as mudanças ocorrem na vida do sujeito e de que modo
podem ser compreendidas e descritas.
Tradicionalmente, os primeiros estudos referentes à psicologia do
desenvolvimento faziam menção somente ao desenvolvimento da criança e do
adolescente. Entretanto, esse foco vem mudando ao longo dos anos, e hoje,
tem-se uma idéia que o estudo sobre o desenvolvimento humano deve
abranger todo processo de ciclo vital.
Jean Piaget :

Jean Piaget foi um biólogo suíço que viveu entre os anos de 1896 e 1980.
Durante seus 84 anos de idade, interessava-lhe desvendar como acontece e
como se processa o conhecimento lógico-abstrato do homem, desde o início da
sua vida até a idade adulta. Preocupou-se com o rigor científico de seus
trabalhos, trazendo uma série de livros e artigos produzidos a fim de construir
uma teoria do conhecimento baseada na biologia e em que as especulações
filosóficas estivessem embasadas na pesquisa empírica, culminando, então, no
que hoje se conhece como uma psicologia do desenvolvimento.
Ele sustenta que o conhecimento não procede nem da experiência única
dos objetos nem de uma programação inata pré-formada no sujeito, mas de
construções sucessivas com elaborações constantes de estruturas novas
(PIAGET, 1976). Dessa forma, o processo evolutivo das características
genéticas do homem tem uma origem biológica que é ativada pela ação e
interação do organismo com o meio ambiente - físico e social - que o rodeia,
existindo uma relação de interdependência entre o sujeito conhecedor e o
objeto a conhecer. (TERRA)
As relações de troca do homem com o meio ocorrem mediante um
processo de adaptação. Piaget utiliza esse termo para designar o processo de
como o ser humano em desenvolvimento lida com novas informações que vão
de encontro com o que ele já havia esquematizado. Possui duas etapas:
acomodação e assimilação, que atuam juntas para que haja equilíbrio e
crescimento cognitivo no desenvolvimento do homem.
A acomodação refere-se às mudanças em um sistema de esquemas de
um indivíduo a fim de incluir novas informações. A estrutura se modifica em
função do meio e de suas variações. A assimilação implica uma integração de
informações novas a uma estrutura anterior, ou mesmo a constituição de uma
nova estrutura sob a forma de um esquema, num processo de adaptação ao
meio. Representa um processo contínuo, já que constantemente estamos
interpretando nossa realidade, além de complementar mutuamente o processo
de acomodação, buscando constantemente um equilíbrio.
A equilibração, tendência inata do ser humano de auto-regulação,
determina a mudança da assimilação para a acomodação. É por meio dela que
se mantém um estado de equilíbrio ou de adaptação em relação ao meio.
Segundo Terra (200-), é um “mecanismo de organização de estruturas
cognitivas em um sistema coerente que visa a levar o indivíduo a construção
de uma forma de adaptação à realidade.”
Piaget buscou designar uma teoria do conhecimento com base no estudo
da gênese psicológica do pensamento humano, que procura distinguir as
raízes das diversas variedades de conhecimento a partir de suas formas mais
elementares, e acompanhar seu desenvolvimento nos níveis subsequentes até,
inclusive, o pensamento científico. Foi o que chamou de epistemologia
genética.
Os níveis de desenvolvimento que Piaget formulou consistem em estágios
do desenvolvimento cognitivo, subdivididos em quatro estágios evolutivos e
sequenciais do crescimento humano, qualitativamente diferentes entre si, que
vão desde o nascimento à idade adulta. Em cada estágio, a criança desenvolve
um novo modo de operar, sendo variável de indivíduo para indivíduo,
obedecendo a um desenvolvimento gradual. De modo geral, os estágios de
desenvolvimento de Piaget estão assim divididos:

Estágio Sensório-Motor

Ocorre do nascimento do indivíduo aos 2 anos de idade. Nessa etapa do


desenvolvimento, o bebê gradualmente se torna capaz de organizar atividades
em relação ao ambiente por meio de atividades sensório motoras.
A criança passa do nível neonatal, marcado pelo funcionamento dos
reflexos inatos, para outro em que ela já é capaz de uma organização
perceptiva e motora dos fenômenos do meio. A consciência da criança sobre o
meio externo se expande lentamente, conforme suas ações se deslocam de
seu próprio corpo para objetos.
É dividido em 6 subestágios, e neles o bebê vai coordenando percepções
sensoriais e comportamentos motores simples a fim de conhecer o mundo que
o cerca. Em seu desenvolvimento, o bebê vai adquirindo, dentre outros, a
capacidade de perceber a permanência do objeto, desenvolve reações
circulares, e inicia suas representações simbólicas. Reconhecem o mundo
externo e o exploram deliberadamente.

Estágio do Pensamento Pré-Operatório

Vai aproximadamente dos 2 aos 6 anos de idade. A criança interioriza o


meio, sendo capaz agora de representá-lo mentalmente. O desenvolvimento da
representação cria as condições para a aquisição da linguagem, pois a
capacidade de construir símbolos possibilita a aquisição dos significados
sociais existentes no contexto em que a criança vive.
Nesse estágio, há um desenvolvimento marcante da linguagem, há o
desenvolvimento da função semiótica, onde as crianças utilizam símbolos para
representar a realidade. O egocentrismo está bastante presente nas crianças,
elas possuem uma incapacidade de pensar através das conseqüências de uma
ação e de entender noções de lógica; desenvolvem o conceito de conservação,
e ainda não desenvolveram a capacidade de manipular informações
mentalmente.
Surgem também outras características, como o animismo, a linguagem em
nível de monólogo coletivo, não há liderança em seus grupos e os pares e
colegas são constantemente trocados.

Estágio Operatório Concreto

Ocorre geralmente dos 6 aos 12 anos de idade. Após equilibrações


sucessivas, há um desenvolvimento cognitivo das operações mentais das
crianças, que vai pensando logicamente sobre eventos concretos, mas ainda
possui dificuldades de lidar com conceitos hipotéticos e abstratos. Isso implica,
dentre outros, na capacidade de combinar, separar, ordenar e transformar
objetos e ações, bem como da noção de reversibilidade e o raciocínio
silogístico.
A criança apresenta um declínio do egocentrismo, começa a se socializar
em grupos, reconhecendo uma liderança. Compreendem regras e estabelecem
compromissos. Possuem uma linguagem socializada, mas ainda têm uma
inabilidade em entender pontos de vista diferentes.
Assim, por meio das operações, os conhecimentos construídos
anteriormente pela criança vão se transformando em conceitos.

Estágio Operatório Formal

Inicia aproximadamente aos 12 de idade e prossegue em diante. Nele, são


desenvolvidas capacidades de se pensar em conceitos abstratos e no próprio
processo de pensamento. Há a presença de pensamento hipotético dedutivo,
raciocínio lógico, raciocínio dedutivo, capacidade de resolução de problemas e
de pensamento sistemático; a linguagem está desenvolvida, permitindo
discussões lógicas e que cheguem a conclusões. É o período em que há a
maturação da inteligência do indivíduo, em que há a capacidade de pensar
sobre o seu próprio pensamento, ficando cada vez mais consciente das
operações mentais que realiza ou que pode realizar diante do meio que o
cerca.
Pode-se dizer, então, que o desenvolvimento, na concepção piagetiana, é
fundamentalmente um processo de equilibrações sucessivas que conduzem a
maneiras de agir e de pensar cada vez mais complexas e elaboradas.
(FONTANA & CRUZ, 1997)
As contribuições de Piaget para os ramos do conhecimento que se
preocupam com o desenvolvimento do homem foram de grande importância,
ao frisar o papel ativo do homem no processo de aquisição e elaboração do
pensamento.

Fonte: https://psicologado.com/psicologia-geral/desenvolvimento-
humano/introducao-aos-estagios-de-desenvolvimento-de-jean-piaget ©
Psicologado.com

Lev Semenovich Vygotsky :

Lev Semenovich Vygotsky foi um psicólogo bielo-russo, descoberto nos


meios acadêmicos ocidentais depois da sua morte, aos 38 anos. Pensador
importante foi pioneiro na noção de que o desenvolvimento intelectual das
crianças ocorre em função das interações sociais e condições de vida.

Cronologia

 1896 – Nasceu em Orsha, na Bielo-Rússia;


 1917 - Quando estudante na Universidade de Moscou foi um leitor
ávido e assíduo de temas como Linguística, Ciências Sociais,
Psicologia, Filosofia e Artes;
 1917 – Conclui seus estudos em Direito e Filologia (conjunto de
conhecimentos necessários para se interpretar um texto);
 1917 – 1924 – Lecionou Literatura e Psicologia em Gomel e fundou a
revista literária Verask;
 1924 – Inicia seu trabalho sistemático com auxilio de estudantes e
colaboradores, com uma série de pesquisas em Psicologia do
Desenvolvimento, Educação e Psicopatologia.
 Participa do II Congresso de Psiconeurologia (estudo das interações
entre cérebro e mente) em Leningrado, onde expõe com uma clareza
impressionante para um jovem de 28 anos, o tema da relação entre
reflexos condicionados e comportamento consciente do homem;
 1925 – 1934 – Lecionou Psicologia e Pedagogia em Moscou e
Leningrado;
 1934 – Morre vítima de Tuberculose.

Alguns conceitos

Para Vygotsky, o desenvolvimento mental da criança é um processo


contínuo de aquisição de controle ativo sobre funções inicialmente passivas.
Desenvolvimento intelectual e linguístico da criança relacionado à
interiorização do diálogo em fala interior e pensamento.
Desenvolvimento do agrupamento conceitual das crianças, onde
inicialmente há um amontoado de conceitos, depois um complexo de conceitos,
pseudoconceitos e, finalmente, conceitos verdadeiros.
A capacidade de impor estruturas superiores no interesse de ver as coisas
de modo mais simples e profundo é tida como um dos poderosos instrumentos
da inteligência humana. Essa capacidade evita que, ao contato com novos
conceitos, a criança tenha de reestruturar os conceitos já incorporados.
Para Vygotsky o brinquedo é o mundo imaginário onde a criança pode
realizar seus desejos.
Zona de desenvolvimento proximal – é a “lacuna” entre aquilo que o
indivíduo pode realizar sozinho e aquilo em que ele vai precisar da ajuda de
alguém.

Vida

Quando Iniciou sua carreira como psicólogo após a Revolução Russa de


1917, Vygotsky já havia contribuído com vários ensaios para crítica literária.
Em 1924 proferiu uma palestra intitulada “Consciência como um Objeto da
Psicologia do Comportamento”, causando impacto nas teorias behavioristas
existentes na época.
Ele buscava uma descrição e uma explicação das funções psicológicas
superiores (pensamento, lembrança voluntária, raciocínio dedutivo, por
exemplo), contrapondo-se à teoria baseada no estímulo-resposta. Criticou a
teoria de que os processos mentais adultos estão latentes na criança, bastando
apenas sua maturação.
Foi um dos primeiros defensores da associação da psicologia cognitiva
experimental com a neurologia e a fisiologia, ao insistir que as funções
psicológicas são produtos da atividade cerebral.

 Materialismo Dialético – simultaneidade entre corpo e alma. Todo


fenômeno tem uma história, que se modifica quantitativa e
qualitativamente e essa mudança pode explicar a evolução dos
processos psicológicos elementares em processos complexos.
 Materialismo histórico – mudanças na sociedade produzem mudanças
no ser humano. Vygotsky desenvolveu a teoria de que a sociedade afeta
diretamente a evolução dos processos psicológicos superiores do
homem.

Para Vygotsky, os processos mentais devem ser entendidos


historicamente. Foi um dos fundadores do Instituto de Estudos das
Deficiências, em Moscou. Lecionou e escreveu extensamente sobre problemas
da educação. Utilizava o termo pedologia (do Gr. pais, paidós, criança + lógos,
tratado), que pode, grosseiramente, ser traduzido por psicologia educacional.
Foi acusado de chauvinista russo, por ter declarado que a população
iletrada da região não industrializada da Ásia Central, ainda não tinha a
capacidade intelectual da civilização moderna.
Escreveu sobre o método genético-experimental, que é um experimento
que, se adequadamente concebido, pode dar ao experimentador condições de
saber o curso real do desenvolvimento de uma determinada função. Uma
técnica usada por Vygotsky era a de introduzir obstáculos e dificuldades na
tarefa a fim de quebrar o método rotineiro de solução de problemas. Nesse
estudo o mais importante não era o nível de desempenho, mas os métodos
usados pela criança.

Principais contribuições de Vygotsky

Os resultados experimentais podem ser tanto quantitativos, quanto


qualitativos;
Ruptura das barreiras entre estudo de “campo” e em “laboratório”;
Método de estudo que procura traçar a história do desenvolvimento das
funções psicológicas, alinhando-as ao ambiente social, cultural e econômico de
crescimento do sujeito.
Dois anos após sua morte, o Comitê Central do Partido Comunista baixou
um decreto proibindo todos os testes psicológicos na União Soviética e todas
as revistas de Psicologia deixaram de ser publicadas durante 20 anos. Um
grande movimento de experimentação e fermentação intelectual chegava ao
fim.

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