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Pelotas, 2009.
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Pelotas, 2009.
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Robert Shuller
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Resumo
Lista de Figuras
Lista de Tabelas
Sumário
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1 Introdução....................................................................................................... 9
2 Atividade de água (aw)................................................................................... 11
3 Liofilização...................................................................................................... 13
3.1 Fundamentos físicos da liofilização.......................................................... 13
3.2 Mecanismos da liofilização........................................................................ 14
3.2.1 Transferência de energia e massa.......................................................... 14
3.2.1.1 Taxa de transferência de calor............................................................. 16
3.2.1.1.1 Transferência de calor através de camada congelada.................. 16
3.2.1.1.2 Transferência de calor através de camada seca............................. 17
3.2.1.1.3 Aquecimento por microondas........................................................... 17
3.2.1.2 Taxa de transferência de massa.......................................................... 18
4 Equipamentos................................................................................................. 21
4.1 Liofilizadores de contato............................................................................ 22
4.2 Liofilizadores acelerados............................................................................ 23
4.3 Lioflizadores por radiação.......................................................................... 23
4.4 Liofilizadores de microondas e dielétricos............................................... 24
5 Etapas da liofilização..................................................................................... 25
5.1 Congelamento.............................................................................................. 25
5.1.1 Congelamento com formação de eutético............................................. 26
5.1.2 Congelamento sem formação de eutético............................................. 26
5.1.3 Textura do material congelado............................................................... 27
5.1.4 Colapso estrutural da matriz sólida liofilizada...................................... 28
5.1.5 Retenção de voláteis durante a liofilização........................................... 29
5.2 Desidratação primária................................................................................. 31
5.3 Desidratação secundária............................................................................ 33
6 Efeitos nos alimentos.................................................................................... 34
7 Conservação de alimentos desidratados..................................................... 38
8 Reconstituição de alimentos desidratados..................................................
39
9 Custo do processo de liofilização................................................................. 41
10 Conclusão...................................................................................................... 42
11 Referências.................................................................................................... 44
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1 Introdução
Existe uma relação entre o conteúdo de água dos alimentos e sua capacidade
de sofrer alterações, e é justamente nesse fator que a liofilização visa atuar:
reduzindo o conteúdo de água do alimento e simultaneamente concentrando os
solutos, dessa maneira diminuindo o risco de alterações. Mas o conteúdo de água
não é um indicador isolado, o restante da composição do alimento deve ser levado
em consideração ao prever a susceptibilidade de alteração de um alimento, fatores
como concentração de oxigênio, pH, mobilidade da água, tipo de soluto presente,
também devem ser considerados. Percebe-se, observando-se alimentos com igual
conteúdo de água, que estes podem sofrer alterações de forma distinta, devido ao
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fato da água estar ligada com diferentes intensidades às moléculas dos constituintes
não aquosos (água constitucional – mais fortemente ligada; água vicinal – próxima
aos grupos hidrofílicos; água multicamadas – ligada de forma mais fraca); quando à
água apresenta-se ligada mais fortemente aos componentes não aquosos, torna-se
menos disponível para o crescimento de microrganismos e reações químicas
hidrolitícas.
A atividade de água é definida pela relação entre a pressão de vapor da água em
um alimento ou solução e a pressão de vapor da água pura, na mesma temperatura.
Então, de uma forma genérica, a atividade de água indica a intensidade das forças
que ligam a água aos componentes não aquosos. Porém a atividade de água em
temperaturas baixas (abaixo de 0°C) é independente da composição da amostra e
depende somente da temperatura, a exemplo disso pode-se citar um alimento a
-15°C com aw=0,86, neste produto os microrganismos não crescerão e as reações
químicas se processam de uma forma muito lenta, mas em uma temperatura de
20°C alguns microrganismos já crescem de forma moderada e algumas reações se
processam rapidamente (FENNEMA, 1996).
A Fig.1 mostra a relação existente entre a atividade de água e susceptibilidade de
deterioração de alimentos por ação de microrganismos, reações químicas ou
enzimáticas.
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3 Liofilização
Segundo Ordóñez (2005) o ponto triplo da água é definido por uma temperatura
de 0,0099 °C e pressão 610,5 Pa (4,58 mmHg). Então a temperatura e pressão mais
baixas que a característica do ponto triplo a fase líquida não ocorre, portanto todo o
processo de liofilização ocorre em pressão inferior a 4,58 mmHg, para que não
exista água em estado líquido durante o processo o que acabaria causando danos
estruturais ao produto.
Ao observar a Figura 1, conclui-se que a uma pressão superior a 4,58 mmHg, ao
fornecer calor a um material congelado, a água contida neste se fundirá tornando-se
líquida, e se o fornecimento de calor for continuado ela se evaporará. Portanto,
fornecendo-se calor a um material congelado a uma pressão menor que 4,58 mmHg,
a água presente neste material passará para o estado de vapor, ou seja, sublimará.
Usualmente na prática da liofilização, a temperatura do produto congelado deve ser
mantida bem abaixo de 0 °C (BARUFFALDI; OLIVEIRA, 1998).
onde dw/dt é a velocidade de fluxo mássico do vapor pela camada seca; A, é a área
da superfície efetiva de sublimação; b, permeabilidade da camada seca; P vi, pressão
parcial de vapor e Pvs é pressão parcial de vapor de água na superfície da camada
seca; x, espessura da camada seca. E caso o calor seja transferido ao gelo somente
pela camada seca, a velocidade de transferência de calor é calculada por:
4 Equipamentos
longo das zonas de aquecimento de uma longa câmara de vácuo (Fig. 4). As
temperaturas dos aquecedores e os tempos de permanência do produto em cada
zona são pré-programados de acordo com o tipo e o volume do alimento, sendo
utilizados microprocessadores para este monitoramente e controle do tempo do
processo, temperatura, pressão da câmara e a temperatura na superfície do
alimento. Atualmente já existem outros equipamentos onde se dispensa a utilização
de bandejas e o alimento move-se no liofilizador por meio de esteiras rolantes,
bases fluidizadas ou por atomização.
5 Etapas da liofilização
5.1 Congelamento
Ao se congelar uma solução a água transforma-se em gelo, num grau variado,
porém de alta pureza. Logo, os constituintes não aquosos são concentrados em uma
pequena quantidade de água. Como resultado do congelamento pode ocorrer a
formação de misturas eutéticas (temperatura de fusão dos componentes da mistura
se torna a mesma e não ocorre modificações na composição) ou precipitados
amorfos, ainda pode acontecer a desidratação do material insolúvel, assim como a
coalescência de gotas de líquidos imiscíveis. A intensidade das alterações varia
conforme o alimento e a taxa de congelamento (BARUFFALDI; OLIVEIRA, 1998).
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Também chamada de dessorção, ocorre depois que todo gelo já foi eliminado do
alimento, mas o alimento continua retendo certa quantidade de água líquida e para
obtenção de um produto estável o conteúdo de umidade deve ser reduzido a cerca
de 2 a 8 %, que corresponde a água fortemente ligada, por evaporação ou
dessoração. Este resultado pode ser obtido se o alimento parcialmente seco
permanecer no liofilizador por cerca de 2 a 6 horas e for aquecido até sua
temperatura se igualar a da placa (20 a 60 °C), mantendo-se o vácuo, assim ocorre
a evaporação de grande parte da água residual, outra possibilidade é a finalização
através de outro método de secagem, em decorrência dos elevados custos do
processo de liofilização. Ao término da secagem antes da retirada do alimento da
câmara, deve haver a introdução de um gás inerte, em geral utiliza-se o nitrogênio,
para rompimento do vácuo, pois se ocorrer à entrada de ar na câmara os produtos
imediatamente absorveriam umidade. O tempo desta etapa é cerca de 30 a 50 % do
tempo gasto com a etapa anterior (ORDÓÑEZ, 2005).
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A qualidade e a vida útil dos alimentos liofilizados são excelentes por várias
razões, a temperatura máxima que o alimento alcança é moderada, logo as reações
químicas e enzimáticas são limitadas, como a desidratação ocorre no estado sólido
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hora. Portanto, este custo elevado só pode ser aceito em matérias-primas de alto
valor comercial ou muito sensíveis ao calor, sendo mais adequadas para alimentos
particulados. Entre os produtos que são conservados por liofilização destacam-se
café em pó, mariscos, carne, peixe, ervas aromáticas, frutas e hortaliças (morangos,
framboesas, aspargos), cogumelos, alimentos infantis, preparações (café com leite,
sopas), leite, queijo, iogurte, ovo, condimentos e extratos solúveis. Também são
submetidas ao processo dietas completas (também chamadas de rações) onde
podem se incluir refeições pré-cozidas para o uso militar, viagens espaciais,
expedições, esportes específicos. O café é o produto liofilizado mais consumido, e o
emprego da liofilização se dá pelo alto valor da matéria prima, altas taxas de
extração e preservação de componentes voláteis. Para a redução de custo do
processo de liofilização utiliza-se a pré-concentração do alimento, porém deve-se ter
atenção para que esta concentração seja suave e não altere as características
originais do alimento, comumente feita em café e suco de frutas, por
crioconcentração até 38 % (p/p) de sólidos antes de serem liofilizados. É um método
empregado também na conservação de produtos biológicos, medicamentos
injetáveis, vacinas, plasma sanguíneo, tecidos humanos para transplantes, cultivos
de bactérias e vírus (EVANGELISTA, 2005; OETTERER, 2006; ORDÓÑEZ, 2005).
10 Conclusão
11 Referências
FENNEMA, Owen R. Water and ice. In: Food chemistry. 3ed. New York: Marcel
Dekker, 1996. p.17-94.
KROKIDA, M. K. Volatility of apples during air and freeze drying. Journal of Food
Engineering, n.73, p.135–141, 2006.