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fECATA - FEDERAÇÃO CATARINENSE DE TEATRO AMADOR

FUNOAOA Elo! 02/04/1976
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Uma nota no "Kolonie Zeitung"7, entre outras notícias, referindose ao
teatro, comentava o grande sucesso obtido durante a última apresentação. O
autor da nota, Pastor Hesse, comentava: "as dificuldades do Grupo Teatral,
considerando os integrantes disponíveis numa Colônia que estava galgando
os primeiros degraus, e que não poderia satisfazer de imediato, ou
apresentar bons espetáculos ao público, apesar de envidar todos os
esforços possívels, na última apresentação çareou para o espetáculo
numeroso público, que lotou todo o espaço. E que o Grupo Teatral, além do
trivial "Humoristische Studien" (Estudos Humorísticos), apresentou de
Kotzebue, "Der gerade Weg ist das beste" (O Caminho Reto é o Melhor). Na
primeira peça o trabalho de conjunto dos atores foi um sucesso notável, o
que também aconteceu com a segunda peça, considerando ainda o
excelente conteúdo da mesma. Foi um bom espetáculo A crítica sobre estas
fI.
peças feitas pelo Pastor Hesse dizia ainda o seguinte: "Notava-se durante toda
a apresentação nada de debu:' tantes de braços e pernas rígidas e sim Ulna
notável naturalidade, onde cada ator mostrou sua capacidade, principalmente
na comédia. Após o espetáculo, o baile prendeu associados e convidados até ao
amanhecer".
É evidente que o sucesso obtido foi obra de Rosália Gaertner, ou Roese,
corno era carinhosamente tratada. Roese era apaixonada pelo teatro, fato que a
levou a fundar o Grupo Teatral que dirigiu com carinho e dedicação até a data
da sua morte. Corno os primeiros encontros do Grupo Teatral foram na casa de
Johann Thomas Reinhardt, o primeiro palco também foi improvisado na casa
de Reinhardt, passando posterionnente para a Sociedade de Atiradores, )lma
construção simples com um palco rudimentar, onde eram encenadas peças
teatrais que atraíam a população total da Colônia, bem como das vizinhanças.
As peças sob a direção de Roese eram bem representadas e Roese e Gustav
Salinger quase sempre faziam os principais papéis. Também a Rudolpf Krause
foram atribuídos papéis de responsabilidade, quando ingressou na Sociedade
Teatral Blumenau.
Rudolph Krause fundou uma fábrica de caixinhas de madeira para
charutos na Barra do Rio, em Itajaí, e viajava duas vezes por semana com o
vapor "Progresso" para participar dos ensaios. Os nossos amadores venceram
muitos obstáculos, e mais tarde, quando representaram pa-
péis de maior gabarito e responsabilidade, se portaram como verdadeiros
artistas. Roese não gostava de se apresentar para uma platéia heterogênea, não
era discriminação, era o medo da crítica negativa a que não gostaria de ser
submetida. Viktor Gaertner, marido de Roese, era filho de uma irmã do Doutor
Blumenau e veio com o tio em 1863 para auxiliá-lo na administração da
Colônia. Algum tempo depois, estabeleceu-se com uma casa comercial num
prédio ao lado de sua residência na Alameda das Palmeiras. Viktor Gaertner foi
Vice-Cônsul da Alemanha em Blumenau, desde julho de 1867 até 1888, quando
faleceu. A sua casa foi o centro intelectual da Colônia. Roese, ao ficar viúva,
assumiu a família, sendo auxiliada pela filha mais velha que era adjunta da
escola de primeiras letras, regida por Apolônia von Buettner. Os três filhos mais
velho~ foram para outros centros, o quarto filho auxiliou-a nos negócios, dOIS
freqüentavam a escola e a mais moça, Edith, não havia completado idade para
freqüentar a escola. Além de dirigir o pequeno negócio ao lado de sua casa,
agenciava ainda os pequenos vapores "Progresso" e "Blumenau", da Cia.
Fluvial. As grandes responsabilidades não a tizeram esquecer o "seu teatro", e
mesmo confiando aos mais jovens os principais papéis nas peças teatrais, ela
cuidava para que nada faltasse no palco; selecionava e ensaiava as peças,
caracterizava atores, servindo de ponto quando Karl Wilhelm Friedenreich era
obrigado a faltar.
Roese era excelente amazona e não havia obstáculo que não saltasse.
Segundo o relato de uma parente, Roese era muito corajosa e o provou quando
teve que viajar para o interior da Colônia e o cocheiro embriagou-se. Roese
puxou o cocheiro para o banco de trás, tomou as rédeas e voltou para casa
guiando os cavalos. Preocupada com o cocheiro que poderia cair, dirigiu o carro
lentamente, chegando à Vila à meisnoite. Foi até a esquina onde morava Franz
Lungershausen, proprietário do carro, tirou-o da cama, entregou o carro e o
conteúdo dizendo com raiva: "Tome, devolvo-lhe o seu belo cocheiro ".
Rosalie Julie Auguste Sametzki nasceu em Neder-Gerlachsheim bei
Lauban-Schlesien - Alemanha, filha do Alferes Julius Sametzki, Voluntário da
Guerra do Paraguai e Auguste Becker Sametzki. A família veio para Blumenau
em 24 de julho de 1859 e Roese tinha 17 anos de idade. Em 30 de junho de 1861,
o Pastor Hesse casou-a com o oficial prussiano von Leppepr, do qual foi
separada judicialmente no dia 23 de junho de 1865, pelo Juiz de Direito Dr.
Joaquim Antônio da Silva Barata. No dia 29 de junho de 1865, casou-se com
Viktor Gaertner, natural de Hasselfelde - Braunschweig - Alemanha, nascido
no dia 14 de maio de 1832 e falecido no dia 6 de novembro de 1888. Roese
faleceu no dia
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26 de dezembro de 1900 de decor~ç.ões de ambiente. Principalmente no ramo teatral, foi incansá-
moléstia no estômago, e foi vel atlv~dade e talento, dedicando todo o seu tempo disponfvel no de-
uma lamentável perda para senvo!vlmento da ~ultura artfstica e atividade teatral, conquistando
a família e amigos, tam.bem. ?r~ndes t~~unfos, quando atuava em peças, interpretando os
principalmente para a maIs difíceIS papels com muito bom desempenho. O Teatro "Frohsinn
Sociedade Teatral ", muito lhe deve, pois foi ela a mais ativa orientadora e eficaz
"Frohsinn" , que teve sustentáculo dessa sociedade cultural. "
dificuldades em encontrar
Roese gostava de pássaros, flores e da nossa mata ;i.irgem, pois numa
uma substituta.
carta que escreveu aos avós que residiam em Dresden-Sachsen Alemanha, ela
Inicialmente assumiu as
funções, a filha Else, que externa toda a sua sensibilidade às belezas e às coisas simples que adotou em
além de dirigir os sua nova Pátria. O conteúdo da carta datada de 15 de agosto de 1860 é o
espetáculos, tinha outros seguinte:
encargos sociais. Else foi "Queridos avós!
auxiliada por Gustav Espero que esta carta os encontre bem de saúde. Fico contente em saber
Salinger, que com a morte que agora estão bem de saúde. Aqui vivemos no meio da natureza e tu
de Roese foi eleito meu avô, certamente gostarias de viver aqui. O nosso lar, a casa onde
presidente, cargo que moramos é coberta de folhas de palmiteiras, sem janelas e sem assoalho,
ocupou até 1917, quando se e a uns trin~a passos da mesma está a mata virgem e a mais trinta, passa
retirou devido à avançada o rio. E uma delfcia passear no meio da mata virgem entre as mais belas
idade. Atualmente o Teatro flores e em volta das mesmas ver o beija-flor voando. O chão está
"Carlos coberto de baraços, nos quais muitas vezes corre-se o perigo de cair. Do
Gomes" remanescente Roese Gaertner topo das árvores, os baraços enviam seus cipós até o chão, sendo que
do "Frohsinn" não mais possui um Grupo Teatral que tàça jus às glórias do alguns deles são finos e outros chegam a ter a grossura de um braço.
passado. Deste cipó fazemos cordas que são mais fortes do que o sisal. Com estes
. O "Blume~uer Zeitung" nO 52, de 29 de dezembro de 1900, pu- cipós amarramos as paredes das casas. Que passarinhos de cores e
bhcou o necrológlco de Roese Gaertner, falecida no dia 26 de dezembro: formas inimagináveis! Tangerinas, pêssegos, mamões e outras frutai
para nos deleitannos no verão, que chega a 30 e 32°. Naturalmente para
"Dam~ inteligente, de coração generoso, exerceu importante papel na os que gostam de folgue dos, estes faltam. Mas também os ternos aqui.
s~cledade blumenauense; era muito estimada, respeitada e venerada Eu danço ao som de um violino e um harmônio, enquanto na Alemanha
amda por mui~as fa~nflias que de~~ sempre tiveram amparo e ajuda em se ouvem orquestras e coros. Cada terra com seus costumes. Nossos
todas a~ sztuaçoes, quer auxllzando-as pecuniariamente, quer trajes são muito simples: os homens usam camisa azul e a calça segura
dando-lhes sábl~S c?nselh~s e orientação certa na solução de proble- por um cinto no qual penduram um facão de dois palmos. Nós, mulheres,
mas com o~ quazs vm!Ulln a sua presença. Por muitos anos foi diretora vestimos saia e blusa e em geral andamos descalças ou calçamos
da A~ênc~a da C~mpanhia Fluvial, em cujo encargo demonstrou tamancos, e naturalmente somos alegres. Nos dias de festa vestimos
ex:rao~dmána c~paclda~e pelo que grangeou a gratidão e o respeito nossas roupas trazidas da Alemanha com as quais também vamos à
nao .so rU: refenda SocIedade Anônima, como também de todos os Igreja. Em nosso pasto ternos duas vacas, dois terneiros e meu cavalo
fun~lOn~nos ,e ~mpregados. da empresa. Por ocasião de realizações de Alazão que vale uma fortuna para mim, pois me leva nos domingos à
fest~J~~ publz.cos ou partIculares, sempre foi consultada e ouvida a Igreja que fica a uma hora de distância, ou quando vou até o Salto e não
sua oplnzao, pOIS demonstrava bom gosto nos arranjos destas festas e posso
ir de canoa até lá. Com o cavalo passo apenas por uma picada, ele é
muito seguro e me leva sem perigo. Os bugres, aqui ninguém precisa
temer, pois um tiro de espingarda os assusta logo. Porém, o que falta
aqui é a mão-de-obra qualificada ou pessoas que trabalhem. Um homem
recebe por mês dez a vinte mil réis. Uma empregada doméstica de oito a
quatorze mil réis e além disso, difícil de conseguir alguém. Nós
trouxemos uma de lá, porém dois meses depois ela se casou e agora
estou sozinha. Minha mãe não pode trabalhar e o serviço, no início,
principalmente a roupa me custava muito, mas agora já estou
acostumada, sou jovem e tenho força. Há cerca de duas semanas a
garganta da mamãe ficou inflamada e saiu muito pus. O médico disse
que passará com o tempo, ela precisa descansar. Da c!imatização os
sinais são: pés inchados e coceira na pele que é muito irritante e eu sinto
o mesmo que meus pais. Agora já temos carpinteiro, fazendo urna casa
bonita para nós. Eu estou contente porque ela tem janelas de vidro,
porta e assoalho. A comida é em geral feijão preto, farinha e carne seca.
Nós já procuramos modificá-Ia. Fabricamos açúcar e cachaça. A
maioria dos colonos fazem o mesmo, farinha e cachaça.' O nosso pão é
de milho e é muito gostoso. Ah! si vocês pudessem viver aqui conosco
para ver e provar do mesmo. Não se pode descrever como tudo é. Eu já
podia ter casado várias vezes, mas ainda não tenho vontade. Aqui os
moços são como pão fresco, logo têm saída. A morte do bom tio Bastos
me doeu tanto quanto para vocês, pobre da tia Alice, pena que eu não a
conheça, rnas apesar de não conhecê-la gosto muito dos meus tios,
primos e vocês em primeiro lugar. Muitas vezes, por exemplo, penso e
sonho com a vinda do tio e família para cá e como isto seria bonito!
Lembranças em primeiro lugar à tia Lothe, que eu procuro sempre
imaginar como ela é, e também o tio Louis, tio Karl e todos eles. Se eu
voltasse para Dresden. iria pajear os filhos da tia Bertha e os filhos da
tia Nillna. As crianças gostam de mim e trabalhar eu posso. Lembranças
ao tio Hermann e sua jovem esposa lá em Lawenburg onde eu gostaria
de estar, porque lá existem florestas. A vocês meus bons avós desejo que
fiquem com saúde e que Deus vos guarde durante uma longa vida.
Adeus.
Deus guarde vocês, escrevam-me em breve.
Queiram bem a vossa neta que muito vos ama
Roese Sametzki
Lembranças de vosso neto Georg. "
Roese e Viktor tiveram os seguintes filhos: Erich, Arnold, Felix,
Helmuth, EIsa, Victor, Harry e Edith.8
Edith, a filha mais moça, ao visitar a innã casada Else G. Seypel, em
Rosário (Argentina), foi visitar também um médico que estivera em Blumenau
e se tornara amigo da família. Na casa deste médico Edith chegou a conhecer a
grande Eleonora Duse no auge de sua carrei;a, tendo se impressionado tanto
que resolveu dedicar-se ao teatro. Os innãos de Edith resolveram financiar seus
estudos na Escola de Arte Dramática de Berlin, escola de grande conceito no
mundo. Tenninado o curso de quatro anos, Edith passou a integrar elencos de
vários grupos teatrais, representando nos mais afamados palcos alemães,
inclusive nos teatros de Mainz e de Leipzig. Atuou nos palcos alemães por uns
vinte anos, colhendo louros da crítica especializada. Entre os autores famosos
representou obras de Ibsen, Tolstoi, Goethe, Schiller, Shakespeare, Moliere e
outros. Representou "Ofélia" no Harnlet, "Julieta" no Romeu e Julieta, de
Shakespeare, "Margarida" no Fausto, de Goethe, "Inês" em J ohannisfeuer, de
Sudermam1 e muitos outros, sendo muito aplaudida. Regressou a Blumenau em
1924 para auxiliar seus innãos Erich e Arnold, sacrificando sua carreira. Edith
voltou para a Alemanha em 1928 para rever cidades e teatros onde colhera
tantos louros. Passou o inverno em Bedin assistindo a diversos concertos
sinfônicos sob a regência de Furtwengler. Visitou sua irmã Else em Rosário, e
ao voltar isolou-se no seu jardim com os gatos e uns poucos amigos até o dia 15
de setembro de 1967, quando íàleceu.
A necessidade de um curso de "ballet" se fez sentir em 1936, quando da
apresentação da ópera "Preciosa", de Cad Maria von Weber. Na ocasião, a
coreografia foi feita com as alunas da Associação Ginástica Blumenau, dirigida
por Mathilde Frischknecht, sendo solista a senhorita Leder. Apesar do interesse
do Maestro Geyer no funcionamento de um curso de "ballet", somente em 1945
o íàto se concretizou, quando foi realizada uma "Noitada de Bailados" , no dia
30 de junho, com coreografia idealizada por Lisel Klostennann e orquestra, sob
a regência do Maestro Heinz Geyer. Participaram da apresentação as alunas
Ellen
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Renaux, Renate Wemer, Ivone Niemeyer e Suzana Horeyseck, que
dançaram a "Valsa Romântica" e "Pizzicato", de L. Delibes, "Danças
Medievais" (Minuito Burlesco), de Johann S. Bach-Martini-Couperin,
"Valsa do Imperador", de Johann Strauss, "Bonecas Levianas", de O.
Programa Lorenzo Fernândez e Savino Benedictis, "Modista da Viena Antiga", de
Johann Strauss, "Namoro em Viena", de Josef Lmmer, "Mazurka Clássica",
L PA.RTE «A~f1e~» de F. Chopin, "Tarantela", de St. Heller, "Dança Holandeza", de A. Lortzig,
Um dto cômico 'Com a pdrticiPdÇ~O de RitdScnddract Ruthc ~(un'1:Lr" MH:rJo Kid\>\'dgen, Caewno "Ióta", de L. Sopenna e "Dança Slava", de C. Friedemann. Os arrajos
Deeke FJsuein:do, Wje~~nd Siebert e iJ;f<OS til;: '. orno musicais para "ballet" estavam a cargo do Maestro Geyer e o guarda-roupa e
lI. PARTE cenários de Duja Gross. Com a criação do Conservatório de Música "Curt
Hering", o "ballet" passou a fazer parte do Conservatório. Gertrud Smolka
Suite de Ballet "i. _ •
-. •.••.• "
t1A,(,,(JV~» :Mwdctt d.
T&cha!kow$ky. substituiu aLiseI Klostermann, fazendo a coreografia e desenhando os
~ em um eUo' '" . costumes para as programações do Teatro "Carlos Gomes", até o dia 21 de
Orqueaira do Teatro -Cados Gomea-. sob a r.gencla do maestro HEÚml Geyer.
Coret>grafia: Mme. G. Smolka. abril de 1951, quando apresentou o seu último trabalho com os temas das
Dansada pelall alunall do ColUlerll'alQno -Curt Herlng-. músicas: "Suíte Oriental", de Popy, "Variação da Fada Açucarada",
Bailadoa pela ordem: "Mirlitons" e "Trepak", de Tschaikowsky, "Clair de Lune", de Debussy,
- T R Df!. DOr;; CONVfDr1DOS: Bailarinas c(lr de I, MARCHA "Sílvia Ballet", de L. Delibes, "Improp'u", Sinfonia Op. 66, de Chopin,
- Ei\T ~o;o: Bal~lurinas cór 'azul, Cltillesa~" Bail(!ti1!(l~
crir brtmca, Damas de H01lra, PrulÇ{'zas da" "Blanche et Noir", de Czibulka, "Borboletas" , de S. Translateur e a "Dança
l-lôres, PrÜ1C('Stl. . ." , das Horas", de Ponchielli.
2. V4.RItç,/Io DA FADA ASSUCARAOA, '.' .. Rulh I.Vmklcl'. No dia 18 de dezembro de 1951, o Conservatório de Música "Curt Hering"
TI?EjAK (Dallsa RIt,~saj - Rell!lfe OUe, ]:,,"1)' Abdú. ,!faria CfInstme Sceite,
S. J/aryaifl ,A b,tu, apresentou "Bailados", com coreografia e desenhos dos costumes de Inês
4 f) 4. .v •... ,A llRAHE - Maria Aldlta. Brmuftlo (/11 j'dga, Alzira ScJlIwider, Liam Poller, e a orquestra do Teatro "Carlos Gomes", sob a regência do Maestro
, •. Ofte Presa ,\ebeltmg. Geyer. A programação em duas partes apresentou na primeira, "Danças
SOLISTA: J/ilTgd !)()"i/ l1oops, ., '. ,
,~), LJ "',""S',A CH IN ESil - lhma RafJe, Milrliese Selta'''!,E, Slliulra n~1{ke~'t'c'~f1pt"tt' ,1" " Clássicas", com músicas de F. Kreisler e F. Chopino Na segunda parte,
MI'W" raM" BtJ1'ba, Kal'ill rristhkJtiJcht, NlttlC'j am os, Rúth ' p"itz$clte. "Danças do Mundo": a) Brasil - tillltasia do Brasil, de Ary Barroso; b)
l/ANDARIJ/: 1tka Roepck.e. . "
, lfll' Lf[ON5, . . Cmúl" ffass, Eldrítil fio//"", MOf'Íil Luis" S~heJlmg, Ailrttl América do Norte - Step de G. Boulanger; c) Espanha - minueto e
,)., . \ l'etersl1t,
farandolo, de G. Bizet; d) Itália - tarantela, de St. Heller; e) Holanda - dança
7, GRANDJ:.: V([L5íA D-1S FI;O!?!!~ÓR DE ROSA' Vera Deeke, N/mil,! Ta. holandeza, de A. Lortzing; t) Alemanha _ laendler, de O. Fetras; g) Áustria -
~;;·tf:·"k~{i;:~;;d Sei/er, Edit' Reinert, Veru Strattch, l.irsul" valsa vienense, de J. Strauss; h) Rússia - gopak, de M. Mussorgski; i) China
J\i'f?;d C. T
li !ll'ARI,VAS DE AZUL: ilfm·itIllScl"'titlt(J"~m" CClJ" ll;'"ç:és - pequena chinesa, de F. Lehar; j) Hungria - danças húngaras, de Brahms.
Coelho, Mar!;";! JJislt'l, Elkf' llering, [)Itrt$ lú;mra t,
I"'nrz J/oellmmm. . . II 11 k 1~4ILARJNAS DE BRANCO: [so/dl'
No dia 13 de novembro de 1952, o "ballet" marcou sua presença
jJ~Sel! ,':e S ."j/1..
f "loUe !'ra\'mt l/arita Dake. V"s/da 'ft!otileck, com uma programação de alto nível. Da ópera "Fausto", de Charles
Dons 01' 'I~:;II
Doris ·Std,.;'cn
ANCY JfoeUmmtll. ilJarlil'w
5clm'ar:: ~).4.\f:.jS DE HONR;l: Gtllti/a J~IlSS, gari" PeterwlI, El·. Gounod, foram apresentadas danças do Bailado (Margarethe) e Canção. O
àriia Koffke, Maria Luisll S,hâlmg.
Fl.ORE;S SOLISTAS: Cuda GÜrfuN', fita Prayon, PR
terceiro número foi "Capricho Italiano", de Tschaikowsky. Na segunda
hVCESA: Rulh li iltkler, parte, foi apresentada a pantomima de JosefBayer "A Fada das Bonecas" .
Rothschild, Eleonore Knoop, Ruth M. da Silva (que interpretaram No dia 17 de dezembro de 1953, o tema dos bailados foi "O Livro de
bailarinas de 1860), Helge Herrmann, Use M. da Silva, Uka e Ruth Contos". Com música de Franz Schubert foram apresentados: "A
Branca de Neve", "A Bela Adormecida", "Joãozinho e Ritinha" e "Final";
"Chapeuzinho Vermelho", com música de Bocherini, "c? Gato de Botas" com
música de A. Dvorak, "João Felpudo", com mÚSIca de Fr. Pracanlco,
"Cinderela", com música de Fritz Kreisler e "Juca e Chico", com música de
Smetana. Na segunda parte foram apresentadas: a) Valsa _ Capriccio, com
música de Bosco; b) Grande Valsa Vi~nense, de J. Strauss; c) Step, de Samy
Fain; d) Rapsódia Slava, de Fnedmaill1, Nos dias 16 e 17 de outubro de 1954,
foram apresentados: a) "Festa Galante à Noite" com música de Mozart; b)
"Dança ao Luar", com música de Lorenzo 'Fernandez; c) "Suite Egípcia", com
música de A. Luigini; d) "Polca", fantasia, com música de G. Merkling; d)
"Casório Camponês", com música de Franz Schubert. Bailados sob a direção de
Inês Poller, orquestra sob a regência do Maestro Geyer e perucas históricas a
cargo
de Ruth Koschel.
Pelo 750 aniversário da Cia. Hering, o "ballet" apresentou uma
programação especia} enfocando o p~río?o 185~-1955 em Blumenau, ~m oito
quadros: a) O Indio; b) Os Prlffierros ImIgrantes na Floresta V~gem"; c) A
Primeira Colheita; d) A Primeira Tecelagem (1880);. e) O Casalzinho da
Cidade; t) A Jovem Grã-Fina de 1900; g) As Cnan?as Veraneando à Margem
do Itajaí-Açu em 1910; h) Valsa Comemorativa
ao Jubileu,
Ainda em 1955, o programa "Bailado" apresentou, em ,~uatro
quadros, o tema "Um Passarinho Vive as Quatro Es~ções d~ Ano, com música
de Berlioz e Mendelssohn, com apresentaçao no dia 18 de dezembro para
adultos e dia 19, às 17 horas, para crianças.
O "ballet" do Conservatório de Músuca "Curt Hering" também
participou das apresentações da ópera "Anita Garibaldi" , pelo. Centenário de
Blumenau nos dias 2 4 e 6 de setembro de 1950, e nos dIas 7 e 9 de dezembro
de' 1956, cor;' a participação dos alunos Karin Frischknecht, Ludwig
Eschenbach, Gudrum Kalvelage, Mara Probst, Carmen Schroeder e Ely
Wachholz. Em 1957, na apresentação. e~ São P~ulo, atuaram cantores coral e
corpo de baile do Teatro MumcIpal de Sao Paulo, porém nos' dias 10, 3 e 6 de
junho de 1963, na reapresentação da ópera, sob a regência de Bruno Roccella,
participou o "ballet" do Conservató-
rio.
Em 1958, o tema dos "Bailados" das alunas do Conservatório, dirigidos
por Inês Poller, foi na primeira parte: "~lássico Divertissement", com músicas
de Delibes, Gounod e PonchIelh, apresentando. as cen~s "Ao Despertar da
Primavera", "Dança do Sol", "Dança da Prlffiavera , "Dança Alegre", "Sonho
na Primavera", "Rendez-vous", "Passatempo
Prima~eril" e ."Dan?a ao P?r do Sol> .Na segunda parte foram apresenta~s
RapsódIas Hungaras , com mUSIca de Franz Liszt. O tema da primeIra parte
do programa "Bailados", apresentado nos dias 4 e 5 de julho, no Teatro "Carlos
Gomes", foi "Suite de L'Arlisieme" com música de Bizet e as cenas "Prélude",
"Minuet" "Adagietto" "Carillon" e "Faran~ole". Na segunda parte foi
apresentada "A Fada das Bonecas", pantomlffia de Josef Bayer. Nos dias 17 e
18 de setembro de 1960 os alunos de "ballet" apresentaram os temas "Concerto
Clássico" com ~úsica de Johaill1 S. Bach; "A Moldávia", com músicas de
Sm~tana e "O Pequeno Bosque ?e Mara", com músicas de
Mendelssohn-Bartholdy (Sonho de uma NOIte de Verão).
Inês Poller apresentou o seu espetáculo de despedida no dia 9 de
setembro de 1962, com músicas de W. A. Mozart (Pequena Serenata Noturna)
e Pablo M. Sarasate (Festa das Flores). Foram ainda apresentados solos para
piano, CÍtara e violino, com a participação da orquestra sob a regência do
Maestro Geyer e cenários de Victor Hausmaill1.
Em "Viva o Ministro", opereta apresentada nos dias 5 e 6 de nove~bro
d~ 1965, o Corpo de Baile esteve a cargo de Zuleika Lauterjung e Ins Colmo
Mara Probst, ex-aluna de "ballet" do Conservatório de Música "Curt Hering" ,
foi para o Teatro Municipal de São Paulo para aperfeiçoar-se. Depois de dois
anos, Mara voltou para Blumenau como professora de "ballet" do
Conservatório e coreógrafa do teatro "Carlos Gomes", apresentando seu
primeiro espetáculo no dia 7 de dezembro de 1966 (Quadros Históricos do
Desenvolvimento do Brasil). A última apresentação de "ballet" coreografado
por Mara com a participação da batuta do Maestro Geyer foi no dia 20 de
dezembro de 1970, entretanto, o espetáculo de "ballet" coreografada por Mara,
tendo como regente o nosso saudoso Maestro Geyer, apresentado no dia 12 de
dezembro de 1969 (um ano antes), foi um espetáculo de alto nível e um dos
melhores espetáculos de "ballet" apresentados no Teatro "Carlos Gomes". Da
programação constava uma homenagem a J. S. Bach, interpretada pelas alunas
Estela Camargo, Eva M. Flesch, Jeane M. Probst, Lilian Ramers, Maria de F.
Honório, Siegrid Wamser, Úrsula Jonen e Mara Probst. De Gounod foram
apresentados Moderato-Maestoso e Valsa (allegretto). De A. Luigini foram
apresentados os quatro movimentos da Suite Egípcia.
Em agosto de 1972, Pauline Springer assumiu o "ballet", e Mara
continuou trabalhando até junho de 1973, quando foi dispensada, apesar da
longa folha de ótimos espetáculos artísticos apresentados. Pauline Springer,
primeira professora credenciada no Brasil pela "Royal Academy of Dancing",
de Londres, após desentendimentos com os dirigentes
do Teatro "Carlos Gomes" foi forçada a demitir-se em 1~76, ficando o teatro
alguns anos sem coreógrafo. Em 1979, Ingo Henng esteve e~ Augsburg -
Alemanha, quando foi apresentado a Pedro Da~t~~ ROdrlgues, entrando em
entendimentos com o mesmo sobre a. posslbllldade de trabalho no teatro
"Carlos Gomes" de Blumenau. Sohsta do teatro de Augsburg, o último trabalho
de Pedro em Augsburg fo~ em setembro ~e 1979, quando foi contratado pela
direção ?O Teatro Carlos Gomes , com vantagens e regalias, porém
desentendlffientos levaram Pedro a de-
mitir-se.
Pedro artista nato, não esmoreceu fundando o CIDAI (Centro In-
ternacional de Danças e Artes Integradas), que foi inaugurado em 10 de agosto
de 1982. Pedro, além de coreógrafo, é .artista plástico de grande sensibilidade
comprovada pelas belas obras eXistentes no CIDAI. Pedro fez três anos 'de
especialização de pintura acadêmica, escultura e modelagem em Veneza.
Artista internacional, Pedro, além de atuar no Teatro Municipal de São Paulo,
atuou também no Teatro Comunal de Bologna, Teatro Máximo de Palermo,
Teatro Lafenice de Veneza, Teatro de We~tfália, Teatro de Oldenburg e
Augsburg. Em Augsburg to~ regente ?e classes de alunos excepcionais.
Apresentou-se na IugosláVIa, TurqUla, Grécia, Japão, Israel, Rússia, África do
Sul, Inglaterra, Portugal, Espanha e toda a América. Entre as coreografias
criadas por Pedro, destacam-se "Dom Quixote", "Chariot of Fire",
"Movimentos de Mozart" e
"Raça Brasileira" . ,
Em 1978 Beatriz Niemeyer e Ursula Jonen fundaram o Corpo de
Dança "Maria de Caro", que sediado no Centro, C~1tural "25 de ,!ulho",
apresentou ao público blumenauense nas dependenclas do Teatro Carlos
Gomes", em 1980, de Prokofiev" "O Amor por Três Laranjas" e em 1982 de
Haendel, "O Messias". Ursula Jonen, ex-aluna de Mara Prob~t e ~bém de
Pauline Springer, que a profissionalizou em 1974 como pnmeira bailarina no
estado, conseguiu, com a demissão de Pedro Dantas Rodrigues, a direção do
"ballet" do Teatro "Carlos Gomes" de Blume-
nau que assumiu em julho de 1982.
, Com Úrsula Jonen a escola de "ballet" do Teatro "Carlos Gomes"
foi registrada no MEC, credenciaI).do-a a fornecer certificados. Do s~~
trabalho frente ao "ballet" do Teatro "Carlos Gomes", em 1985, fOI montado o
espetáculo "O Quebra-Nozes", de Tschaikowsky e em 1987, "Gisele", de
Adolph Adam, com coreografia de Jena Coralli e Jules Per-
roL
Em setembro de 1987, Úrsula Jonen publicou na revivsta "Blumenau
em Cadernos" um artigo sobre "ballet", destituído de fundamento e
baseado em depoimentos falhos, pois o "ballet" de Blumenau não tem suas
raízes na Associação Ginástica Blumenau. Esta, ministrava através de
professores especializados em Educação Física, a Ginástica Rítmica, método
de educação muscular criado por Jaques Dalcroze "cuja finalidade é harmonizar
os movimentos do corpo com os cornandos do cérebro", enqua~lto o "ballet" é um
gênero independente de espetáculo, é dança cláSSIca com passos
elaborados em sistema, e empregados no ensino coreográfico.
A Associação Ginástica Blumenau nunca funcionou como "Academia
de Ginástica e Dança" .
Na década de sessenta, paralelamente ao "ballet" que funcionava no
Teatro "Carlos Gomes", Valentina von Rogoschin lecionava "ballet" no salão
do Grande Hotel Blumenau. Na gestão do professor José Ferreira da Silva,
como presidente da Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes" , muitas
vezes o teatro foi reservado para V alentina von Rogoschin apresentar seus
belos espetáculos.
Em 1986, surgiu o "ballet" de Câmara de Blumenau, que conta com um
grupo de bailarinos profissionais, tem seu registro no MEC e é de Utilidade
Pública Municipal e Estadual. É cadastrado no MINC.
Com a demissão de Úrsula Jonen, em 1988, a Escola de "ballet"
dirigida por Beatriz Niemeyer passou a ser apoiada pela Pró-Dança.
O Club Germânia foi fundado, segundo seus Estatutos, que foram
registrados em 27 de fevereiro de 1911, "para contribuir para a vida sociável de
seus sócios". Os associados, logo após a fundação, adquiriram no dia 18
de março de 1911, o imóvel de Paul Hering com uma casa de alvenaria
por trinta e cinco mil réis e o terreno por quinze mil réis, localizado à
Rua 15 de Novembro. A área era de mais ou menos 400 m2 e foi
registrada no Registro de hnóveis do 10 Ofício, livro nO 3-A, fls. 108, sob nO
5.643. O Club Germânia foi palco de grandes acontecimentos culturais,
artísticos e sociais. Entre os destaques, a apresentação, no dia 27 de setembro
de 1923, de "Uma Noite de Poesias", com Charlotte Schenke, que recitou
poesias de H. Lõns, C. F. Meyer, Rainer M. Milke, Goethe, Josef Winkler,
Gerret Engelke, Cristoph Wieprecht, Franz Werfel, Theodor Fontane, Lube
von Strauss e Torney.
Apesar da bandeira alemã ainda ter a listra amarela, no dia 18 de
18)
janeiro de 1924, o "Tag der Reichsgrundung" foi festejado no Club Ger-
mânia. Em Blumenau como no Rio de Janeiro, os festejos foram realizados
com a bandeira com as cores vermelha, preta e branca sem a listra amarela,
por isso a data não foi festejada publicamente. Na história do povo alemão,
os dias 9 de novembro e 11 de agosto são datas negativas, porém o dia 18 de
janeiro, instituído por Bismark, era de elevação para um futuro melhor.
Participou da programação o Pastor Neumann, que falou sobre os
Habsburgos e H ohenzollern, esclarecendo pontos escuros sobre a dinastia.
Foram proferidos outros discursos e cantada a canção de Erhardt "Wir
tragen am Arme das Wickingerschiff, âm Kragen die Gardesterne. Wir
tragen im Herzen die Heimat mit in der Zukunft dunkele Ferne". Além de
festejos, eram apresentadas noites literárias. Entre elas, no dia 27 de julho de
1925, com o professor Leonhardt. No dia 9 de abril de 1929, sobre Schiller e
no mesmo ano, no dia 22 de junho, noite de entretenimento com danças,
sapateadores e a banda Gauche. A escritora Anni Brumler convidou, através
do "Der UIWaldsbote", no dia 17 de julho de 1930, uma noite literária. As
noites de arte eram freqüentes e no dia 1 ° de fevereiro de 1928, o cantor de
ópera e câmara, Hans Edgar Oberstetter cantou árias, baladas e canções.
Ano após ano, o Club Germânia, ao lado do Teatro "Frohsinn",
Sociedade de Atiradores, Associação Ginástica Blumenau e Josephhaus
(Casa São José), promovia o entretenimento e a confraternização não só
entre os blumenauenses, pois mantinha intercâmbio com quase todas as
sociedades congêneres do Estado de Santa Catarina e do Brasil.
O desaparecimento do Club Germânia foi anunciado pelo "Der
UIWalsbote" nO 39, de 19 de maio de 1939, com a publicação de que estava
à venda o prédio do Clube e que as propostas poderiam ser encaminhadas
para Rudolph (Rudi) Klein, em Itoupava Seca, ou Paul Koch, no "Der
UIWalsbote". No dia 7 de agosto de 1946, o Club Germânia, representado
por Rudolph Klein e Paul Koch, foi vendido para Franz Hering, confonne
registro no Cartório de Títulos e Documentos Otto A bry, sob nO 217, livro
A, nO 5, fls. 72 a 73V, no dia 29 de junho de 1946, por Cr$ 50.000,00
(cinqüenta mil cruzeiros). Este dinheiro foi aplicado na formação do
patrimônio da Sociedade Dramático-Musical "Cartos Gomes" .
A sede do Club Germânia se localizava ao lado do Edificio "Edel-
weiss". O prédio teve suas estruturas abaladas e desmoronou. No local, foi
construído novo prédio sob nO 828 (na Rua 15 de Novembro).
I~ canto faz parte da vida do. blumenauense desde os primórdios, como
'fator de progresso da Comumdade e harmonia social".
O ca~to coral, como arte, teve início com o Pastor Hesse, quando em
1863 ~Ol fundada a Sociedade de Canto Germânia De 1863 até 1872,
funCIOnavam em Blumenau quatro corais; em 1892 onze, e no dia 28 d~
outubro de 1900, quando foi realizada a I Festa de Cantores doze
coraIS. '
Em 1865, funcionava no Garcia o "Gesangverein Sãngerbund
~arcia".' ~ue apesa: de . dirigido, inicialmente, por I!ermann Ruediger,
nao partIcIpa~a dos festejOs das sociedades de canto. E provável que
esse I coral, postenormente, se tenha transfonnado no "Mãnner Chor
Garcia \ I", com a participação ativa em todos os festivais de canto.
_ .Em 1915, as sociedades de canto cogitaram uma grande festa com ~
fmalIdade de fundar a "Sangerbund ltajahytal" (Liga Cultural e Recrea-
tI:,a Vale d? Itajaí), porém a Primeira Guerra Mundial impediu a realizaçao
do fest~val que, no entanto, foi concretizado no dia 7 de março de 1920,
reunmdo em concurso 16 sociedades de cantores em Itoupava Seca. A
"Sangerbund Itajahytal" influenciou o desenvolvimento cultural da região.
Em pouco tempo contava com mais de 20 sociedades inscritas com 426.
cantores. Além das festas realizadas em Blumenau, outras foram realIzadas
em Indaial, Nova Berlin, Timbó, Gaspar, Taquaras e Brusque. A Liga, que
tolhida em suas manifestações (1915) atuava em silêncio sob a presidência
de Peter Christian Feddersen tendo como vice-presidente o cantor Otto
Baumeier, e dirigente do cor~l o professor Max Hmnpl (Coral Masculino
Teot6nia, de Itoupava Seca), culminou em 1920, com a Grande Festa de
Cantores sob a presidência de Otto Abry.
A partir de 1920, os festivais de canto realizavam-se todos os anos
congraçando cantores de todo o Grande Vale do Itajaí, inclusive Brusque,
Itajaí e da distante cidade de Rio do Sul, até que a Segunda Guerra Mundial
os silenciou.
Para avaliar a imponência com que se realizavam os íestivais ci-
tamos o realizado no dia 19 de março de 1922, nas dependências da' So-
ciedade de Atiradores. No dia da festa, a EFSC colocou trens especiais que
partiram de Hansa às 6 horas da manhã, com regresso às 10 horas da noite.
Os cantores, ao chegarem a Blumenau, eram festivamente recepcionados e
às 9 horas da manhã, marchavam com suas honrarias e bandeiras (bandeiras
confeccionadas e bordadas lindamente por Maria,
~posa do professor Max Humpl), da estação da EFSC até a Sociedade
e Atiradores, local da festa, onde, às 10 horas, além de apresentada a
rogramação, foi realizada uma grande reunião festiva, com a participaão
de todos os corais. Nessa festa foi realizado um concurso, sendo os úmeros
de canto sorteados de acordo com a capacidade de cada socieda-
e de canto. As sociedades da Colônia cantaram "Sah ein Knab ein Rõs~in
stelm", e às do centro (cidade) coube a melodia de F. Abt "Die lbendglocken
klingen", e para os corais em conjunto, "Brueder reicht ie Hand zum Bunde"
e a canção em uIÚssono de Kõsporer "Sanger Ged'. Às 11 horas, foi
realizado o Concurso de Canções e às 3 horas da ude Canções de Concerto e
música de coreto, com a participação da land~ Musical Lyra. Às 6 horas da
tarde, entrega dos prêmios e às 8 hoas baile festivo na Sociedade de
Atiradores e Teatro "Frohsinn". O anitrião foi o "Liederkranz", que preparou
no salão da Sociedade de \tiradores tudo o que fosse necessário para agradar
os participantes. No lia da festa, os bares funcionaram das 9 horas da manhã
às 12 horas da loite, com comida, churrasco, bebidas, "chopp", etc. A
entrada para .0 . ocal da festa era grátis para os associados da Liga, enquanto
os demaIS ~stavam sujeitos às taxas de 300 Rs. e para o baile 1$000 Rs .. Da
quinta 'esta de cantores realizada em Neu Berlin, no dia 11 de maio de 1924,
Jarticiparam ·13 corais. Nessa festa foram instituído~ prêI~ios para os c~-ais
masculinos: Kolonienvereine, Gehobene Koloruevereme, StadtvereIle e
corais mistos. Foram premiados a Sociedade de Canto Ribeirão Ferro; seção
de canto da Sociedade de Atiradores Eintracht do Ribeirão ja Areia; Teotônia
de Timbó e Liederkranz de Blumenau, que quase empatou com o número de
pontos dos corais de Brus~ue e Eintrac~t, ~e Altona. Um fato sensacional
para a época e que abnlhantou os festejOs de 14 de maio de 1933, foi o avião
da "Aero'Loyd" que sobrevoou o local da festa com faixas de saudação aos
participantes do evento. Na festa de 1934, Max Humpl, regente oticial de
corais, foi substituído por Heinz Geyer que no dia 22 de julho de 1936,
formulou convite à Sociedade ~e Canto do Club Germânia, M. G. V.
Liederkranz, M. G. V. ConcórdIa, M. G. V. Eintracht de Altona, M. G. V.
Garcia I e seção de canto da Sociedade de Atiradores Neue Velha, para uma
prova de canto para a qual deveriam levar notas. Com a Segunda Guerra, o
"Sangerbund Itajahytal" emudeceu, voltando em 1952.
Com o palco artisticamente adornado, o Coral Misto de Blumenau
apresentou no Teatro "Frohsinn", no dia 11 de maio de 1923, primeiro dia
de Pentecostes, "V 01kstÜl1l1icher", constando da programação: I Gevatter
Tod (conto de fadas), com prólogo e três atos. II - Volkslieds-
zenen: a) Es zogen drei Burschen; b) Zu Mantua in Banden. III - Schat-
tenspiele; a) Di~ Za~berpillen em três quadros; b) Die zwei beiden Quit-
zow. A promoçao fOI encerrada com baile.
Motivados, talvez, pelos festejos do "Sangerbund Itajahytal", um
grupo de pessoas fundou em 1927, a Sociedade de Canto "Eintracht" que
apesar de curta duração, elegeu em 19 de julho de 1932 sua nova di~ retoria
integrada por Franz Nietsche - Presidente, Christian Thomsen _
Vice-Presidente, Willy Lõhr - Secretário, Karl Fischer - 2 ° Secretário Fritz
Kretzschrnar - 1 ° Tesoureiro, Paul Frischknecht - 2° Tesoureiro ~ Hans
Schõps - Encarregado do patrimônio. Nesse mesmo ano, a Sociedade de
Canto "Eintracht" festejou, no Teatro "Frohsilm" o seu 5° aniversário, com
a participação de outros corais que apresentaram "Dur Junges Grüne" e
"Tanzlied", enquanto que Willy Lõhr apresentou uma m~s~ca do ~turo,
com o nome de "ANO 1.999". M. Merten, Niemeyer, Korug e HeInzle
apresentaram um "Quarteto Humorístico". Com a banda Breitkopf,
promoveram, no dia 25 de fevereiro de 1933, no Teatro "Frohsilm", "O
Encontro Cigano". No dia 15 de julho do mesmo ano festejou seu 6°
aniversário no Teatro "Frohsinn", apresentando, entr~ outros números, a
valsa "Contos dos Bosques de Viena", com orquestra, encerrando com a
peça cantada "Die Lore am Tore", em um ato. No dia 29 de julho do mesmo
ano foi apresentada "A Noite de Canções Populares", sob a regência de W.
Kuhn. Do programa constaram "Die Waldquelle", "Steirischer Wullaza"
(Valsa Pomerana), "Contos dos Bosques de Viena", com orquestra e a peça
cantada de C. Sieler, "Die Lore am Tore". Nos dias 20 e 21 de outubro de
1934, a Sociedade de Canto "Eintracht" , com grandes festejos, inaugurou
sua bandeira com a participação do Coral Masculino "Garcia I" e Sociedade
de Canto "Sãngerbund", de Joinville, no Teatro "Frohsinn". No dia 21, na
Sociedade de Atiradores, o Pastor Scheerer inaugurou a bandeira,
ressaltando as atividades dos cantores na nova pátria, o Brasil. No local da
festa, abrilhantaram as festividades o "Musikklub Garcia" e Sociedade
Musical Lyra, enquanto que o baile foi animado pela orquestra Breitkopf.
Em 1935, além dos festejos de aniversário realizados no dia 27 de julho, no
dia 23 de novembro, a Sociedade de Canto "Eintracht" apresentou, entre
outros números, a peça cantada "Die schõne Postmeisterin". Emudeceu
com a nacionalização.
Outra sociedade de curta duração e que chegou a lançar a pedra
fundamental da sua sede no "Vorstadt", no dia 26 de dezembro de 1928, foi
o Coral Masculino "Sãngerlust", primeira sede para atender a sociedade
alemã. Essa sociedade promoveu, no dia 16 de junho de 1928,
no salão "Zwõlfer", a festa de aniversário com números de ~anto coral, solos
números musicais, tercetos, duetos e a peça teatral "Dle Musterehe". No dia 15 de
novembro de 1929, às 8,30 da noite, no Teatro. "Frohsinn" Ano do Centenário da
Imigração Alemã em Santa Catarma, em beneficio do Museu a ser fundado, o Coral
Masculino "Sangerlust" apresentou um programa variado de cançõe.s com
acompanhamel~to m~,slcal, sendo o primeiro número" Stolz weht dle Flagge
schwarz-welss-ro~ (Altaneira tremula a bandeira preta-branca-vermelha). Nesta
festa, fOI apresentada a poesia "Auswanderer", de Am~ Bru~~r. O interessante. da
programação foi a saudação ao Brasil (HeI1 Brasl1len) ao so.m do Hl~~ Nacional
da Alemanha. Também Rio do Sul, apesar de distante e Ja emancipada, participava
dos eventos culturais de Blumenau, mantendo as tradições da velha pátria, pois em
1934, o P~stor Leonhard~ Grau fundou a Sociedade de Canto Masculino que mais
tarde transformou-se em
"Doppelquartett" - Rio do Sul. . (Verbo Amar), Gerson Pimentel Filho (Suprema Ilusão), Joel Gonçalves (Boêmio
Com a Segunda Guerra Mundial, a maior parte das socle?ades ~e canto
emudeceram, entretanto, o Maestro Heinz Geyer c~nsegulU reun~~ músicos e
cantores, apresentando espetáculos que não fenam a s~~cep~lbilidade de
"nacionalizadores" e uma das alternativas foi a partIclpaçao do grande coral com
alunos do então G~násio e Escola ~ormal Pedro 11. Com o fim da Segunda Guerra
MundIal, Geyer reU?lU remanesc,el?tes dos antigos corais, formando o Grande
C?ral da Sociedade Dramatlco:
Musical "Carlos Gomes", que tantas glónas trouxe para Blumenau ate que em
1971, foi dissolvido com.a dem~ssã~ ~e Geyer, após as ho~.~na~ gens aos seus
cinqüenta anos dedicados a muslca em Blumenau. Muslcos e cantores
remanescentes passaram a atuar no Centro Cultural "25 de
Julho" .
1968, numa promoção da "Spot TV Show Ltda", c~m a coordena-
ção de Donato Ramos, foi realizado nas dependências da COEB
(PROEB) o I Festival da Canção do Vale. . , Rufino Régis, Werner Amold, Capitão Rutíno, Maestro Baumgart, Dário
"0 I Festival da Canção do Vale, InalS que tudo, e prova de arro-
'o é marco glorioso de uma nova era, é afirmação daquilo que já é urna
J
, I~
constante irretorquível em Blumenau - Progresso.
No dia 6 de julho de 1968, às 15 horas, no Pavilhão da COEB,
teve início o I Festival da Canção do Vale. A promoção da "Spot TY
Show Ltda."
teve a coordenação publicitária e jomalística da AgênCia Blumenauens~ de
Notícias (ABN), o apoio do Prefeito Municipal, Dr. Carlos Curt Zadrozny,
imprensa falada, escrita e televisionada, e do co-
mércio e indústria de Blumenau, numa demonstração da importância do evento que
envolveu música, canto e a comunidade blumenauense. Inscreveram-se
compositores de todas as idades e categorias sociais e dos mais diversos locais da
nossa região. Após a seleção foram apresentadas 45 canções, sendo algumas
defendidas pelos próprios autores, outras acompanhadas por conjuntos musicais e
ainda outras interpretadas por cantores. Foram apresentadas canções dos seguintes
autores: Horácio Braun (Revolução e Aqui jaz em paz Carlos da Silva Vaz), Vera
Maria Paladini (Aquele Olhar e Solidão), Juarez P. Araújo (Lamentos de Amor,
Volta Amor e Se eu fosse um passarinho), Dalma de Oliveira (Sonhei, Um dia
encontrarás e Minha Oração), Mercides Pacheco (Canção de Amor), J. Eugenio
Uriarte (Marcha junina(, Ari Nagel (Resignação, Vivo só para lhe amar e
Esperança, esperança), Irold Weigmann (Apaixonado estou há tanto tempo),
Raymundo N. Figueiredo (Minha desilusão e Versos Tristes), WidmalU1 Müller
Errante), Eduardo de Souza (Lágrimas Luminosas), Abelardo de Souza (Inspiração
e Mentirosa), Tânia Magnani (Por que ontem choveu), Antônio Castellain
(Espere-me meu amor naquela praça, Quero dançar contigo e Eu fiz tudo pra você),
Miguel A. Mello (A Garota dos meus Sonhos), A. Carlos Herédia (Vidraça), Micles
Júnior (Raquel), José S. Camargo (Saudades da Favela e Pare de Falar), Raul
Hartke (Sonho e Angústia e A Maria Voltou), Joacir Penaforte (Ó Maria e Em teu
Louvor), Dionei J. de Souza (Triste Solidão), Helmuth Kulm (Festival da Cerveja
da GB), Áurea Hech (Canção a Blumenau), José Santa Rita (Seu Nome Nunca
Direi), Nilo Imhof (Recordação), Fernando Silva (Casinha Bela), Souza Filho (Zé
de Nada) e Mercides Pacheco (pensando em Amor).
Para classificar as quatro melhores canções, foi convidado um júri
integrado por militantes nas artes em geral, discotecários e imprensa falada e
escrita da região. Foram convidados para julgar as músicas:
Maestro Heinz Geyer, Leopoldo Kohlbach, José Acácio Santana, Maestro Krieger,
Deschamps, Edith Kormann, Karin Zadrozny e Mauro J. Amorim. Para julgar a
qualidade das letras foram convidados: Gervásio Luz, André Luiz Sada, Walmor
Siemann, Jair de Brito, Didier Deslands, Érico Max Müller, João Vieira, Professor
José Ferreira da Silva, Dr. Vinicius de Oliveira, Orlando Ferreira de Mello, David
Coelho, Erickson J. Maes, Flávio de Almeida Coelho e Amilton Cordeito.
Como convidados especiais prestigiaram o I Festival da Canção do Vale,
Jair de Brito (membro do júri da Grande Chauseé do Paraná),
 lidier Deslands (produtor e diretor de TV do Canal 6 do Paraná) e Anmes
Severo, o Mestre de Cerimônias. O Maestro José Acácio Santana li Diretor
Musical da promoção, que juntamente com José Balhu de ouza, de Itajaí,
acompanharam musicalmente diversos concorrentes, lclusive nos ensaios que
antecederam as apresentações.
0
Foram vencedores do Festival: 1 lugar - Helmuth Kuhn e sua ,anda
0
Araújo Brusque; 2 lugar - Ary Nagel. A melodia foi defendida or Normélia
Maria Lentz e o Regional de Pedrinho, que foram a grande ~nsação do Festival;
0
3 o lugar - Antônio C. Herédia e 4 lugar - Vera 1aria Paladini. O melhor
conjunto intérprete do Festival foi "Os Robinons", de Brusque. Aos
classificados foram atribuídos, além do prêmio na época) de meio milhão de
cruzeiros, oferta do Prefeito Municipal )r. Carlos Curt Zadrozny ao 1 0 colocado,
os troféus: Dr. Carlos Curt :adrozny, Prefeito Municipal de Blumenau; Antônio
Heil, Prefeito MuiÍcipal de Brusque; Deputado Evelásio Vieira; Oswaldo'
Olinger; Cia. :atarinense - Crédito e Financiamento; Ipiranga - Crédito e
Financiaaento; Simplex do Brasil; D. Quixote (em fio de ouro); Pontinho; Spot
. 'V Show Ltda.; Jornal Cidade de Blumenau; Casa Husadel (dois jogos le
cristal) e outros. Os espectadores também concorreram a vários prêaios, entre
eles uma Pianola Hering, oferta da Fábrica de Gaitas Alfre[o Hering S. A.
Além da Banda Araújo Brusque, Regional Pedrinho, Os Robin,ons e os
cantores Antônio Carlos Herédia, Vera Maria Paladini e Nornélia Maria Lentz,
também foram intérpretes os conjuntos musicais The )anger, Os Furacões e os
cantores Gerson P. Filho, Paulo P. Pires, ;liana dos Santos, Vitório Pfiffer,
Sebastião Lamim, Joel de Almeida, :Jilberto Neves, Jacira Forbici, Juarez
Araújo, Micles Junior e Herédia 2elso Quarteto.
Os festejos de encerramento e premiação estavam previstos para o fia
13 de julho no Teatro "Carlos Gomes", porém, motivada pela imposübilidade
0 Em março de 1975, o "Universitário", órgão de divulgação da As-
de comparecer, a Banda Araújo Brusque, detentora do 1 lugar no Festival,
careou para Brusque grande caravana integrada por compositores, intérpretes e
Comissão Organizadora, onde, com o apoio do Prefeito Murncipal Antôrno
Heil e Comissão Municipal de Turismo de Brusque, a Spot TV Show Ltda.
realizou o Baile da Canção, no dia 3 de agosto de 1968, na Sociedade Caça e
Tiro Carlos Araújo Brusque, sendo os prêmios entregues no dia 4
(segunda-feira). Marcaram presença a Banda Araújo Brusque, Ary Nagel,
Normélia Maria Lentz, Vera Maria Paladini e Antônio Carlos Herédia. "Os
Robinsons" e "Os Bolas" abrilhantaram os festejos tocando ritmos para dançar,
apresentando tam-
bém um show com as canções vencedoras do I Festival da Canção do Vale.
A promoção que polarizou a atenção do mundo musical do Vale do
Itajaí, impressionou Dirceu Graezer, Mestre de Cerimônias, cantor, produtor e
apresentador de diversos programas da TV Paraná - Canal 6 que colocou à
disposição da Agência Spot TV Show Ltda. promotora d~
evento, os horários da sua programação. '
A caravana musícal chefiada pelos jornalistas Donato Ramos e Souza
Filho, proprietários da Agência Spot TV Show Ltda, acompanharam os
vencedores do I Festival da Canção do Vale (Helmuth Kulm e a Banda Araújo
Brusque, Ary Nagel e o Regional de Pedrinho de Itajaí Antônio Carlos Herédia
e Vera Maria Paladini de Blumenau), que saí~ ram de Brusque, Itajaí e
Blumenau às 17 horas de sábado para se apresentarem no dia 18 de agosto, às
10 horas da manhã, na TV Paraná Canal 6, em Curitiba. Ao chegarem a
Joinville foram recepcionados pelas Emissoras e Jornais locais, Clube Floresta,
onde se apresentaram, sendo homenageados com um jantar totalmente às
expensas do Prefeito Municipal de Joinville, Dr. Nilson Bender, provando seu
interesse pelo desenvolvimento cultural, social e musical de nossa terra. A
caravana musical se apresentou por conta da Antarctica Paulista (filial de
Joinville), no Baile da Cerveja, realizado no Clube Floresta.
Em Curitiba, na TV Paraná Canal 6, a convite do Diretor e Produtor de
TV, Didier Deslandes, os vencedores do Festival apresentaram um programa
especial, de duas horas consecutivas, apresentado por Dirceu Graezer, Donato
Ramos, Souza Filho, Maurício Nascimento e Cláudio Luiz. No programa
foram divulgadas mensagens dos prefeitos Dr. Carlos Curt Zadrozny, de
Blumenau, Antônio Heil, de Brusque, Dr. Nilson Bender, de Joinville e Carlos
de Paula Seára, de Itajaí. O I Festival da Canção do Vale, criado por Spot TV
Show Ltda., consagrou-se através do Canal 6 de Curitiba.
sociação dos Diretórios Acadêmicos da FURB, lançou as bases do I Festival
Universitário da Canção.
O I Festival Universitário da Canção nasceu em 1974, na mesa de um
bar, onde se reuniam para conversar Oldemar Olsen Jr, Acari Amorim, Fred
Richter, Domingos Sávio Nunes e José Luiz Dias de Souza. Em 1975, com
Acari Amorim na presidência da Associação dos Diretórios Acadêmicos da
FURB, Fred Richter, Marilu Ribas, José Roberto Fernandes, Oldemar Olsen
Jr., José Luiz Dias de Souza e Domingos Sávio Nunes, foi realizado o I Festival
Universitário da Canção,
 e apesar das dificuldades inerentes a eventos de tal m~nta, ele ch~gou aos dias
atuais. O primeiro festival contou com o apoiO da PrefeItura Municipal de
Blumenau, TV Coligadas Canal 3, Jornal de Santa Catarina e empresas locais.
Para maior brilho do festival, foi convidado o compositor e cantor Ivan Lins,
que cantou três números e foi embora, desapontando não só os organizadores e
sim todos os presentes.
O festival foi realizado nos dias 30 e 31 de maio de 1975, em duas
etapas, nas dependências do Ginásio "Sebastião Cruz" (Galegão), com ilÚcio
às 20 horas.
Cada autor inscreveu, no máximo, duas canções que deveriam ser
inéditas tanto na música como na letra. Da inscrição deveriam constar o nome
dos autores, endereço e nome dos intérpretes. Os autores deveriam estar
cursando escola superior, enquanto os intérpretes poderiam ser não univers
itários.
Foram inscritas 63 canções, altamente criativas, numa demonstra-
ção de quanto o Festival repercutiu no meio universitári~ do nosso estado, pois
contou com uma platéia de cerca de duas mIl pessoas, qu~ pagaram pelo
ingresso Cr$ 10,00 (estudantes) e Cr$ 15,00 (geral). Na divulgação do Festival
foi solicitado ao público levar almofada para sentar.
Com a ficha de inscrição, que era gratuita e que foram aceitas até
o dia 15 de maio, deveria ser remetida uma fita cassete contendo a música e
cinco cópias da letra de cada canção. O material foi devolvido após o Festival.
Para a fase final, a Comissão Julgadora selecionou 15 canções,
cinco das quais receberam o "Troféu Universitário". Além do troféu, as três
canções que alcançaram o maior número de pontos receberam, pela ordem, Cr$
5.000,00; Cr$ 3.000,00 e Cr$ 2.000,00.
A ordem de execução das composições foi estabelecida pela Comissão
Organizadora do festival, através de sorteio e que também marcou a data e local
para os ensaios.
Das quinze composições apresentadas, a primeira colocação coube a
"Zezé Coisa Nossa", de Rubens Monteiro Jr, da UFSC; a segunda, "Minha
Terra", de Ana Nilce Schiocchet, da FURE; a terceria "Quem Foi Que Disse",
de Nelson Russi Wagner, da UFSC e "Uma Canção Para Seguir", de Juraci
Carlini e "Pra Não Dizer Que Eu Falei", de Heloisa Soter Correia, da FUNC,
obtiveram, respectivamente, a quarta e quinta colocação.
Foram apresentadores da grande festa final, Liane Wirth e Osmar
Laschewitz.
. Os p~r:icipantes foram alojados no prédio de alojamento da Pre-
feltu~a ~~clpal de B~~enau,. durante os dois dias de espetáculo, sendo
dlstnbmdas c~edenClalS p.ara intérpretes, autores e imprensa.
Esse Festival, o maiOr evento musical realizado em Blumenau desde
1968, mostrou a garra e a capacidade da nossa gente. Senões existem em
qualquer promoção, mormente de vulto, como foi o Festival, que envolveu toda
a comunidade. No II Festival, as responsabilidades foram divididas, .forma~s
.c?missões, criado o logotipo e outras inovações que deram maiOr
credlbllldade ao evento, o que incentivou uma maior disputa pela premiação,
atraindo universitários dos mais diversos pontos do país.
O III Festival, que deveria ser o melhor, não foi realizado, apesar da
estrutura econômica implantada. O compromisso com o FUC da empre~a
prom~tora do evento (TV Coligadas e Jornal de Santa Catarina), foi feIto
atraves de um contrato, assinado por estudantes, no qual a empresa impunha
exclusividade no III FUC.
Na época, foi importante a participação de Roberto Schneider (Bebeto),
que havia projetado o palco do II FUC e se encarregado de toda a parte
artística. Lamentavelmente Roberto Scl1l1eider faleceu, sendo substituído por
GiancarIo Sartorelo (da empresa), inexperiente pois, apesar de ter mandado
imprimir cartazes com o slogan "Música, a Nova Força" e faltando imprimir
apenas uma cor para a conclusão do mesmo a empresa se desinteressou pelo III
FUC. A empresa que através do co~trato vinculou o DCE à TV Coligadas .não
possibilitou ao DCE outra promotora. Apesar da denúncia de Oldemar
OlsenJr., o III FUC (1977) não se realizou. O Festival Universitário da Canção
chega aos dias atuais, não mais com o entusiasmo dos primeiros.
O Camerata Vocale, fundado em março de 1977 pelo Maestro Teimo
Locatelli, é formado por amadores apreciadores do canto coral de Blumenau e
região, partindo de um trabalho de pesquisa do folclore alemão, italiano,
brasileiro e outros. Em janeiro de 1978, o Coral gravou um LP de músicas
italianas para a "Festa Nacional da Uva", em Caxias do Sul/RS, e no final do
mesmo ano, após uma série de apresentações, o segundo LP com canções
folclóricas alemãs da região. Em 1979, gravou o terceiro LP com canções
folclóricas brasileiras, e em fins de 1980, sob os auspícios da Prefeitura
Municipal de Blumenau e Casa Moellmann, o quarto LP com músicas natalinas
de várias nações e do folclore internacional. Em setembro do mesmo ano,
excursionou para Montevidéu e Buenos Aires, e em novembro de 1983,
realizou quatro apresentações em São Paulo numa promoção da Secretaria de
Turismo de Blumenau e
.... Arte Surya. No final do ano de 1984, apresentou um con~e~o ~:~olistas Locais, o pastor Hesse teceu comentários sobre as palavras de Karl WI-
cantores da Orquestra Sinfônica de Porto ~legre, com ~le;eslieder", de helm Friedentreich "sobre a necessidade de ressuscitar as sociedades de
Brahms, para piano a quatro mãos, solistas ,e cor? misto. ) Camerata V ocale cantores como um fator de progresso da Comunidade e harmonia social".
conta com sopranos, contralt~s, tel:o~es e baixos.. , O "Kolonie Zeitung" (Joinville), que começou a circular no dia 20 de
Natural de Caxias do Sul, Telmo Locatelli pa~lclpoU d.e Semma'ios de dezembro de 1862, tornou-se até a data da circulação do "Blumenauer
Música de Blumenau como professor e concertlsta de plano e. cra. L' na Escola Zeitung", em 1 o de janeiro de 1881, o órgão de divulgação dos eventos
de Música de Blumenau nos cursos de plano, '10. eClOI~o~ de camA ara Em culturais, sociais e artísticos da Colônia B1umenau, para onde o Pastor Hesse
1974 ministrou aulas no Curso Interna-
'ravo e mUSlca ., - IL. mandava os seus artigos assinados com as iniciais "ROH".
;ional de Cravo de Marguerite Dreyfuss, no MASP de Sao Pau o. eclO- A nota do Pastor Hesse no "Kolonie Zeitung" de 3 de outubro de 1863
!lOU folclore na FURB. C . lnf; diz o seguinte: "o espiritual e a vida social já deram um passo em conjunto:
N á a infantil é digno de registro o I Encontro de orais an- uma sociedade de cantores, um grupo teatral, e umajá importante Sociedade
tis real~a;~ em novembro de 1980, no Teatro "Carlos Gomes" ,.com a de Atiradores. S6 a maçonaria ainda não encontrou ambiente para fixar-se. A
, .. - is de Curitiba/PR São Bento do Sul e Blumenau. Sociedade dos Cantores da Colônia Blumenau está por enquanto com mais ou
partlcl~;:~a~~ ~~:~oso ocorria nos idos de 1930, quando as ~l?SSaS esco- menos vinte associados. Os amantes de teatro, sob o apoio da firma Meyer &
- d' unham de material para ensinar canto, sendo utilIZados veras nao ISp - I C', Spierling, satisfazem também o público através dos seus espetáculos,
LUm exemplo sos em vernáculo adaptados à música de cançoes a e~~as. '.' . d H'
são os versos de autoria de Ferdinand Knoll, adaptados a mUSlca o 1ll? 'Principalmente por apresentarem reminiscências alemãs".
da Alemanha (1 a estrofe): No "Ko10nie Zeitung" de 2 de abril de 1864, o artigo assinado por
"ROH" diz o seguinte: "A vida em sociedade está cada vez mais fortificada.
"Bela Santa Catarina Além da Sociedade dos Cantores da Colônia Blumenau, ulna outra sociedade
terra minha és natal. surgiu no Alto [tajar, e como o nome já diz, "Geselliger Verein ", trata-se de
Entre 21 estrelas urna sociedade com tendências mais amplas. Segundo informações, a mesma
a mais linda, sem igual. sociedade sob a direção do Senhor Scheidemantel, já deu amplos resultados".
Uma jóia apreciada No dia 3 de agosto de 1864, a Sociedade dos Cantores da Colônia B1umenau
desta Confederação. festejou seu primeiro aniversário, e segundo "ROH", no "Kolonie Zeitung" de
Sua beleza eu canto 24 de setembro de 1864, foram feitas homenagens aos associados que dirigiam
a sociedade, entre eles Wilhelm Scheeffer, e aos jovens que ajudaram a
ama-te meu coração. "
mantê-Ia, principalmente Viktor Gaertner, secretário da sociedade.
O local da festa foi a sala de Karl Wilhelm Friedenreich, que foi
decorada com muito bom gosto. Tudo parecia feito por mãos de íàda que
SOCIEDADE DE CANTO maravilhosamente teceram dentro da sala uma gigantesca trepadeira.
"GERMÂNIA" DE BLUMENAU Medalhões com os nomes dos maiores compositores de canções alemãs
estavam pendurados em todas as partes. Logo na entrada, a frase do nosso
velho amigo Luthero: "Wer nicht liebt Weib, Wein und Gesang, der bleibt ein
No dia 3 de agosto de 1863, o Pastor Rudolph Os",Vald Hesse fun- Narr sein Leben lang" (Quem não ama mulher, vinho e canto, será um idiota
.' . dade de cantores com o nome de Sociedade dos Can- toda a vida). Estava escrito em letras garraíàis, e por detrás uma lira gigantesca.
dou a pnmerra SOCle . T ai d
tores da Colônia Blumenau. Esta sociedade e a Sociedade eatr. e Tudo foi elaborado para tocar o coração dos presentes. A sociedade, com
Blumenau, fundada no dia 24 de junh? de 1860, foram responsáveis pe- apenas um ano de existência, não poderia apresentar um coral grandemente
los grandes evento.s cult~rais"da Colôma. b d 1863 em Notícias artístico. Fez-se o possível, e isto os
No "Kolome Zeltung de 26 de setem ro e, .
~sociados terão que relevar em face dos esforços e dedicação dos interantes.
O programa foi o seguinte:
- A Charis, de Chr. Schulz ,.
_ Ah, como isto é possível (Canção popular da TunngIa)
_ Saudação do estudante, de Werner
- A Capela, de Kreuzer
_ Pairam altos louros, de Blurn ,-
Serenata, de Schaeffer
, _ Festa de sábado, de autor desconhecido
, _ Irmãos deixe que sejamos alegres, de Marschner.
Os associados num total de mais ou menos 150 pessoas, depOIs le urna
discreta cei~ com música pelo quarteto de W~elm Sc~eeffer, :ntremeadas com
canções improvisadas e discursos, Já ab?rreCIam os ,resentes, cujos pés
começaram a exigir Terpsichor~. O baile encerrou lS festividades. Foi uma
festa que satisfez a todos, umndo todos.
A Sociedade dos Cantores da Colônia Blurnenau elaborou os seus
~statutos, cujo texto original contém .três capítulos, e treze ~arágra~os., e
latado de 3 de agosto de 1863, aSSInado por W Ilhelm FnedenreIch )residente
Viktor Gaertner - secretário e Pastor Rudolph Oswald Re~se _ dirigent~
musical. Seguem-se ainda vinte e sete assinaturas de SÓCIOS ltiVOS. Como
sócios passivos assinaram: Karl Rerm~ml Wendeburg, 3eorg Repsold, Gustav
Spierling, Rans Breithaupt, Emil Odebrecht, Os~ald Zwicker Viktor von
Gilsa, Karl Meyer, Dr. Bernhard Knoblauch, fulius Baumg~rten, Friedrich
Loeschke, Rermann Willerding, Karl Sasse
~ Otto Kluge. C
A •
Nas margens dos Estatutos da Sociedade dos Cantores da oloma
Blurnenau, várias averbações provenientes das decisões t~madas P?ste-
riormente em Assembléias Gerais. Uma das averbações dIZ o segumte:
"Por resolução unânime da Assembléia Geral de 10 de agosto de 1.865, a
Sociedade de Canto da Colônia Blumenau recebeu o nome ,d~ So.c~e~de
de Canto "Germânia"." A Sociedade de Canto "Germâma , dlr~gIda pelo
Pastor Resse, conforme o "Kolonie Zeitung" de 20 de abril de 1865 estava
de parabéns, pois o Dr. Blumenau, segundo a nota, doara para 'a Sociedade
de Canto "G~~ânia".' um harmô~o. A mesma ~ota cita ainda a
"Freundschaftsverem (SocIedade da AmIZade), sob a drreção do professor
Julius Scheidemantel, da escola de Ito~p~va, onde se canta e que também
solicitou ao Dr. Blumenau um ~armomo para, o seu coral, justamente
quando o Dr. Blumenau concretIZava a sua viagem
para a Alemanha há muito tempo projetada." . . " ocupado por nós. Sempre alimentamos esperanças de estarmos de volta para a
ROR não esquecia de remeter para o Kolome ZeItung as suas
críticas sobre os espetáculos apresentados pela Sociedade Teatral de Blumenau,
e a n?~ d? dia 27 de maio de 1865 diz o seguinte: "depois de um prolongado
sllenclO, em março, o nosso Grupo Teatral, Grupo de Teatro Amador, Amantes
do Teatro ou Sociedade Teatral?" foi a pergunta de ROR através do "Kolonie
Zeitung", o que confirma que a Sociedade Teatral de Blumenau e a Sociedade
de Canto "Germânia" não eram vinculadas. A nota de ROR ainda continua:
"nos proporcionou uma noite divertida, na qual nos foi apresentada a peça "0
Príncipe Amaldiçoado", peça conhecida, e que nos foi apresentada
literalmente ". Entre outros comentários, ROR diz ainda ser a peça baseada nas
Fábulas das "Mil e Uma Noites", aparecendo também num atrama feliz de
.
Shakespeare, "A Princesa Subjugada". ROR encerra a nota com o seguinte co-
mentário: "recomendo a alguns dos senhores atores um pouco mais de
interesse na memorização do texto". Enquanto o Pastor Resse tecia críticas ao
Grupo Teatral, elogiava o trabalho persistente da Sociedade de Canto
"Germânia" para se apresentarem condignamente nos festejos do segundo
aniversário da Sociedade.
Os festejos do segundo aniversário da Sociedade foram realizados,
segundo o "Kolonie Zeitung", no dia 3 de agosto de 1865, no salão de Karl
Wilhelm Friedenreich, que estava superlotado e que foi ricamente decorado
pelo incansável Viktor Gaertner,
O Pastor Resse não media esforços em divulgar o progresso do
espiritual e social da novel Colônia, dando ênfase especial aos acontecimentos
artísticas.
No "Kolonie Zeitung" de 18 de novembro de 1865, o Pastor Resse
publicou um resumo dos quatro atos e do prólogo da peça dos anos 100,
intitulada "Lustiges Trauerspiel" (Drama Alegre). Este foi o primeiro programa
publicado em jornal da Sociedade Teatral Blumenau.
Em 1866, a Sociedade de Canto "Germânia" recebeu uma carta do
Paraguai. Viktor Gaertner desdobrou a carta e leu: "Paraguai em 13 de junho
de 1866", antes porém de continuar a leitura da carta, foi feita uma saudação
para a festa de fundação da sociedade. Em seguida, as notícias da carta - "Para
todos os associados da Sociedade de Canto "Germânia", as saudações dos
sócios distantes que desejam os melhores e alegres votos para afesta da
sociedade. Algum tempo atrás, houve entre os alemães, principalmente entre
os blumenauenses, um mau humor conseqüente da divisão da turma em dois
navios. Felizmente estamos novamente juntos sobre uma ilha no meio do rio
Paraguai, onde será construído pela marinha, um grande hospital que será
festa de
19) 21) Hermann Willerding, Karl Hinze e Friedrich Riemer.
fundaçãO da nossa sociedade, porém esta espera.nça se evap~ra. cada v:z A ca~ foi lida no dia 10 de agosto, no salão de Johann Schreepp, l~cal
mais quando se observa que a coisa não progrzde. Os braszlezros estao há que fOI decocrado com muito bom gosto para os associados da Soc1e~de de
três léguas de Humaitá. Entre os alemães grassou há algum tempo a febre Canto "Germânia" festejar com amigos o seu terceiro aniversáno de fundação.
fria e alguns sofreram muito, porém agora, graças.. a Deus, todos estão bem. O presidente da Sociedade de Canto "Germânia" afirmou no seu discurso
De Blumenau, até agora faleceram Chr. Multer, Lobeda,!, Kurz, público, os agradecimentos e o reconhecimento pelo esforço e dedicação dos
Küchendahl, W Kremer e Wilhelm Fischer10 do Garcia. Gostarza de escrever cantores. Na ocasião, segundo a nota os cantores apresentaram peças mais
ainda algumas linhas sobre o nosso ~ntigo comandante. e ainda sobre o seu difíceis, mostrando o grande progr~sso do c?ral. Os números apresentados
péssimo procedimento, porém tena que escr~ver ':lUltO mais assim também depois do "Bom Camarada" foram os segumtes : 12
chegará satisfatoriamente a Blumenau. Fntz Rzemer solicita dar lembranças 1 - Canção festiva de Methfessel: "O que soa e murmura"
aos seus pais, dizendo que na Diretoria da Colônia Blumenau se acha 2 - Canção popular: "Um jovem viu uma rosinha", de Werner 3 -
depositada a quantia de 20$000 réis. Também solicitamos saudar a todos os Canção noturna: "Sob ~odos os topos" , de Kuhlau; ,
nossos conhecidos. Ass. H. Willerding, F. 4 - "O fiel coração alemão", de Otto; .
Riemer e K. Hinzell." 5 - Dança, "Gesellenfahrten", de Otto;
Profundo silêncio reinou na sala durante a leitura. A carta foi ar- 6 - Canção popular: "Caçador e seu amor", de Poluenz; 7 -
quivada com os documentos da sociedade. . " "As nuvens noturnas", de R. Müller;
Então o dirigente ergueu a batuta dIZendo: . agora vamos sau&:r 8 - "O louvor das mulheres", de compositor desconhecido.
os nossos irmãos cantores que lutam no Paraguaz e aos que lá tombaram a O quarto aniversário da Sociedade de Canto "Germânia" realizado no
bonita canção do poeta alemão Ludwig Uhland e musicada por dia 7 de agosto de 1867, apesar da participação reduzida do público, apresentou
, Friedrich Silcher,
seu bem elaborado programa do qual constavam os números seguintes:
a canção do 'Bom Camarada '. " O Pastor Hesse tocou um suave prelúdio com o
1 - "Liberdade de Canto", poesia de Schnabel e música de M.
seu violino e a um
Marschner;
sinal entram as vo-
2 - "A Canção do Rei", de A. E. Marschner; 3 -
zes. E na calada da
"Saudade", de C. Berthold;
noite, a mata virgem
ouviu a comovente e 4 - "Desejos de Caçador", de C. S. Astholz; 5 -
harmoniosa canção a "Oração", de C. Hauer;
quatro vozes, can- 6 - "Sempre Mais" , de R. Seifert; 7 -
tada pel0 coral "O ABC" , de Zoellner;
masculino "Ger- 8 - "O Guarda Noturno" , de F. Müller.
mânia", a canção do Segundo o "Kolonie Zeitung" de 19 de outubro de 1867, o programa e a
"Bom Camara- apresentação da Sociedade de Canto "Germânia", agradaram até aos mais
20) Christian Müller,
exigentes. Os festejos foram realizados no dia 7 de agosto e, pela segunda vez,
Otto Lobedan,
no agradável e bem ornamentado salão de Johann Schreepp. A falta do público
Eugen Kurz, costumeiro motivou em setembro do mesmo ano uma Assembléia Geral, onde
Herrnann todos os assuntos fervilhavam em torno do salão de Karl Wilhelm
Küchendahl, Friedenreich. Discutido o assunto, foi vaticinado que para o progresso da
Wendelin Sociedade de Canto "Gennânia" não
Kraemer e
Wilhelm Fischer. 12) "Kolonie Zeitung" de 29/09/1866. \
deveriam interferir desavenças pessoais. . cultivo do mesmo não devia ser negligenciado por nenhuma Colônia Alemã.
A Assembléia Geral realizada em setembro de 1867, pratIcamente
eliminou as desavenças pendentes, e os associados da Sociedade de C~n,~ to
"Germânia", juntamente com os associados do "Freun~schaftsver~m
(Sociedade da Amizade), de Itoupava, resolveram ex~urslOnar no. dIa 6 de
maio de 1868 até o Morro dos Coqueiros. Os assocIados d~ SocIeda?e de Canto
Germânia" reuniram-se em frente à casa de Karl WI1~elm Fnedenreich,
cantaram uma canção, e às oito horas em ponto, segu.Iram p~ra Itoupava ao
som de uma banda n:usical. ~m frente à hosped~r~~ de R~chard Stein
reuniram-se aos assocIados da Freundschaftsverem , segumdo até a base do
morro dos Coqueiros, na taberna "Thueringer Hof" (mais tarde Hotel Sprengel),
em frent~ da :stação da E.F.S.C., em. ~alto Weissbach. O fato pitoresco, nessas
diversoes, eram os carros enfelta?OS e as bandeiras do Brasil e da Alemanha,
que faziam parte dos corteJ,o~. Escalaram o morro dos Coqueiros, e no cimo
cantaram, tocaram m~sIcas, comeram e beberam e em segui~ desceram ..
Houve uma desp,;d~da geral entre os dois grupos, e os assocIad~s da
Soc~edade ~e Canto Ge~mânia" rumaram para a casa de Karl WI1helm
FnedenreIch pa~a termInarem a festa com um baile. O mesmo fIZeram os
associados da "Freundschaftsverein", no salão Gustav Menche, em Bad~I~rt.
Segundo Hermann Sachtleben, que participou da excursão, os partIcIpan,tes
ente~raram no topo do morro uma garrafa com uma mensagem escnta e aSSI-
nada por todos os participantes, saudando a quem futuramente
encontrasse a garrafa. ." A
O quinto aniversário de fundação da SOCIedade de _Canto Germ.ania"
foi festejado no dia 3 de setembro de 1868 13, no salao de ~arl_WI1helm
Friedenreich, que foi maravilhosamente decorado, s.ob a dIreçao de Viktor
Gaertner. Os números apresentados foram os segumtes:
1 - "Elevai em alegres acordes" , de Maurer;
2 - "Cabaninha", de Voigt;
3 - "Quanto estou bem sereno" , de Adam;
4 - "Como o coração fica feliz na floresta", de Riccius; 5 -
"Ouves tu o poderoso tilintar", de A. E. Marschner; 6 -
"Integer vitae", de Flemming;
7 - "Como ele brilha no copo" , de Spazier; 8 -
"Amanhã nós marcharemos" , de Stern;
9 - "A senhorita na porta do céu" , de Schaeffer. .
A apresentação foi um verdadeiro sucesso, e mUltas peças foram
As associações corais das Colônias vizinhas deve?am ~~r-se numa grande
apresentação de canto coral, pois a apresentaçao umna todos os alemães no
exterior, o que muito faz falta.
"No dia 8 de agosto de 186914, a Sociedade de Canto "Germânia"
festejaria seu aniversário de fundação, porém a enchente obrigou a trans-
ferên~ia das festividades. Apesar dos problemas causados pela enchente, a
SocIeda~: de Canto "Germânia" elaborou um bom programa, que em face das
dIfIculdades de certos números foi dividido em duas partes:
I PARTE
1 - "Canção dos Alemães em Blumenau", de Mendelssolm-Bartholdy
(o texto foi adaptado pelo Pastor Hesse);
2 - "Bem Ave ntu rança " , de C. F. Adam;
3 - "Despedida", de H. Schaeffer;
4 - "Segunda-Feira Azul", de H. Schaeffer.
11
PARTE 5 - "Volta à Pátria", de H.
Schaeffer;
6 - "Olhos da Primavera", de H. Schaeffer; 7 -
"Commerce", de J. Otto;
8 - "Coral para 'Ballet', de J. Otto.
. A Sociedade de Atiradores, onde foi festejado o evento, estava mUlto
bem ornamentada sob a direção de Viktor Gaertner. Só o baile teve ~lgU1lS
1?roblemas. É o caso de se perguntar: "como se comporta o assoczado? E melhor
não fazermos comentários ".
"Como todos os anos, também no dia 3 de setembro de 1870, a
Sociedade de Canto 'Germânia' festejou com brilhantismo a data da fundação
com um bom programa, sob a regência do Pastor Hesse" .
14) "Kolonie Zeitung" de 09/10/1869

alvo dos .maiore~ aplausos de todos. Depois da apresentação de canto, houve

baile. O~ mtervalos foram preenchidos com canções e cenas burlescas.
Os.festeJos se prolongaram até ao amanhecer. Segundo os presentes, a
SOCIedade de Canto "Germânia", sob a direção do Pastor Hesse, teve.
realmente ~ notável progresso. Esperamos que o Pastor Hesse contmue por
mUltos anos na direção do nosso coral. A mesma referência foi feita aos
participantes do coral, que não se omitiram aos ensaios e partici~avam dos
mesmos, com tempo chuvoso e noites escuras. O coral masculIno, segundo a
nota no "Kolonie Zeitung", é um pedaço da vida alemã, da velha pátria, e o
 "O oitavo aniversário da sociedade foi festejado no dia 3 de setembro de
1871, no salão Baumgarten. Foram executados oito números de canto, sendo o
último "Die Wacht am Rhein" (Vigília no Rena). Hermann Ruediger preparou para
as festividades, variações para ílauta com acompanhamento do quarteto, números
muito aplaudidos e bem executados. Depois houve baile que durou, como sempre,
até o amanhecer. Todos cantaram e dançaram, não faltando os Bacos para
acompanharem a música e declamar. "
Enquanto o nono aniverário da Sociedade de Canto "Gennânia" foi
festejado no dia 11 de agosto de 1872 como de costume, para o décimo aniversário,
as festividades foram muito superiores.
"Um céu cinzento, chuvoso e ameaçador saudou o dia 2 de se-
tembro de 187315, dia da memória do massacre de Sedan, e dia em que a
Sociedade de Canto Germânia festejou seu décimo aniversário de funda-
ção. Durante semanas, o tempo primaveril preconizou um belo dia para os
dez anos do "Germânia ", porém o mau tempo atrapalhou de certa forrna as
festividades, apesar de "Pluvius" não abrir suas I'nangue·iras sobre a tão
esperada e grande festa popular, estava fresco e a garoa abateu a poeira
para receber as sociedades de cando: "Freundschaftsverein" (Amizade),
Garcia, Concórdia e Hannonie. Os preparativos estavam sendo feitos
durante semanas, esperando-se a participação efetiva das sociedades
convidadas, porém a Hannonie, de !ndaial, desculpou-se no último
momento, o que foi lamentável, considerando as poucas festividades da
Colônia e a harmonia reinante entre as sociedades de canto. Às 13 horas,
os associados da Sociedade de Canto "Germânia" reuniram-se no salão
Joliann Schreepp com as del'nais sociedades convidadas. Do oeste,
introdu.zida com música veio a Sociedade de Canto Garcia; do norte,
vieram as sociedades de canto Amizade e Concórdia. As sociedades
convidadas apareceram com suas bandeiras, organizaram-se com a
Sociedade de Canto "Germânia" e, cantando, se dirigiram para a casa do
presidente Viktor Gaertner, onde fonnaram um semi-GÍrculo. Em seguida,
apareceu o presidente com a nova bandeira da sociedade para ser
inaugurada. Neste momento, os corais cantaram "Uma Sólida Fortaleza ".
O presidente pronunciou um discurso para os cantores, explicando o duplo
significado das festividades e o sentido do § 10 dos Estatutos da Sociedade:
"Der Verein ist gegruendet um durch den Gesang erheiternd und veredelnd
auf das gesellige Leben einzuwirken" (A Sociedade foi fundada para,
através do canto, introduzir a cultura e o divertimento na
vida social). O presidente solicitou aos presentes colaborarem na inau-
guração da bandeira. Em seguida, foram feitas saudações pela grandeza
da ~ociedade de Can~o "G~rmânia", pela velha pátria e pelas pequenas
socledades. A bandelra fOl entregue ao porta-bandeira, tendo ao lado dois
dos I'nais antigos sócios da Sociedade de Canto "Gennânia" como
acompanhantes e, ao som da canção de Mozart "Herbei, herbei, du Trauter
Saengerkreis" (Por aqUl, por aqui, querido drculo de cantores), e com a
música na frente, marcharam até a Sociedade de Atiradores. Toda a
Sociedade de Atiradores, inclusive o salão, estavam décorados com
parreiras, guirlandas suspensas sobre o caminho, bandeirolas com as
cores da Alemanha em toda parte e também do Brasil. Sobre quatro dos
I'nais altos mastros, estavam os nomes das sociedades participantes. Duas
das mais antigas sociedades foram solicitadas para ficarem' ao lado do
palanque todo decorado, onde os cantores colocaram suas bandeiras. Em
seguida, começaram as canções em conjunto. Dois cada sociedade
apresentou o seu repertório. Os números foram muito aplaudi-
os, pOlS ca sociedade apresentou o que tinha de melhor, e até o mais jovem
cora(jJ 'concórdia, que tinha menos de um ano, agradou a todos. O Pastor
Hesse q!!!i ãúrante dez anos diriifu o coral com carinho e dedicação como se
fosse mais um filho, apresentou ao público, numa pausa das apresentações, o
histórico dos dez anos da Sociedade de Canto "Germânia ", tecendo também
comentários elogiosos sobre a atuação de Viktor Gaertner, presidente, que
durante longos anos se dedicou e até com sacrifício para o bom
funcionamento da sociedade. As palavras do Pastor Hesse foram aplaudidas
por todos. Assim se passou a tarde com canções, músicas, barracas de jogos
diversos, jogos de dados-:GãnUSse/,Dalanços, balões coloridos, foguetes,
fogos-:etc., qu.e-dáVam a dimensão exata de ul'na grande festa popular.
Quando anoiteceu, apareceram os dançarinos de perto e de longe que
ficaram encantados com a maravilhosa decoração do salão e palco da
Sociedade de Atiradores. As plantas ornamentais, flores, palmeiras e
bambus foram fornecidas pelo jardim do Dr. Blumenau e de Viktor Gaertner.
O salão estava ainda decorado com uma lira gigantesca, transparente,
medalhões pendurados com nomes de compositores e humoristas. No palco,
num lado do proscénio uma homenagem: as fotografias (busto) dos
imperadores do Brasil e da Alemanha. O baile começou às oito horas, com
uma "polonaise ", e todos os pares dmiÇãvam hU/lflU1Ílosamente.CJ
repentino pipocar dos fogos
e foguetes levou todos para fora para verificarem o que estava aconte-
cendo. É que a Sociedade de Canto "Germânia" entendeu que nada de-
veria faltar para abrilhantar os festejos, e através de Karl Wilhelm
Friedenreich havia encomendado fogos de artiftcio que iluminaram o céu
escuro. Depois dos fogos, todos voltaram ao salão para dançar, e os
cantores que durante a tarde mostraram afinação das vozes, mostraram
também na dança a afinação dos pés. Também um bom copo de cerveja e
vinho, bem como um gostoso petisco, colaboraram para um bom saldo para
a sociedade, o que tranqüilizou os homens que financiaram a festa e que
continuaram se divertindo. Na festa, até os associados passivos se
tornaram ativos, e as damas que não dançavam mantinham os pés em
constante atividade e conforme a música, o que foi compreens(vel". Na
época, muitos dos sócios passivos não participavam dos ensaios e outras
reuniões, porque as esposas não o permitiam, alegando que as mesmas
reuniões e os ensaios eram pretextos para os maridos saírem sem as esposas,
principalmente à noite. A festa terminou ao amanhecer e todos se
despediram com as palavras: "Wiedersehn beim naechsten jubel feste" (Até
a vista no próximo jubileu).
Esta festa foi o primeiro encontro de corais em Blumenau.
Os festejos da Sociedade de Canto "Germânia" continuaram ano após
ano, até quando a notícia no "Kolonie Zeitung" de 17 de maio de 1879,
justificou a ausência dos costumeiros artigos do Pastor Hesse, dizendo que a
falta de notícias não era falta de assunto e sim dos muitos encargos e trabalhos
na Colônia. Sabe-se, entretanto, que a falta dos artigos do Pastor Hesse foram
motivados pela sua enfermidade, e que o levou à morte no dia 25 de novembro
de 1879, enlutando a Colônia e principalmente a Comunidade Evangélica. A
nota do falecimento do Pastor Hesse foi publicada no "Kolonie Zeitung" nO 3,
de 17 de janeiro de 1880. Apesar da morte do Pastor Hesse, as atividades da
Sociedade de Canto "Germânia" não pararam, e no dia 10 de maio de 1882,
conferiu ao Dr. Alfredo d 'Escaragnole Taunay, o diploma de sócio honorário16.
No dia 3 de agosto de 1888, a Sociedade de Canto "Germânia" festejou
seus 25 anos de fundação, e foi a programação mais importante do ano. A festa
foi comemorada com torneio de canto, do qual participaram a Sociedade de
Canto "Frohsinn", de Itoupava Norte, "Hannonie", de Encano, "Teutônia", de
Timbó, "Liederkranz", de Weissbach e "Concórdia", de Badenfurt. Os cantores
das sociedades cantaram cada uma por si e também em conjunto. Ao todo
foram quinze números de canto, com início às 19,30 horas, depois baile. Em
1888, a Sociedade de Canto "Germânia" perdeu também seu grande
incentivador Viktor Gaertner. A Sociedade de Canto Germânia" continuou por
muitos anos, e de
vez em quando participava de promoções especiais como no dia 15 de
novem~ro de 1902, ~o concerto organizado em beneficio da Igreja da
Comul1l~a~e EvangélIca, sendo o coral dirigido pelo professor Karl Herte!.
PartICIpOU também das comemorações com as demais sociedades
blumenauenses da inauguração do monumento ao Doutor Blumenau no dia 31
de maio de 1903, às 15 horas, domingo de Pentecostes. A Sociedade de Canto
"Gennânia" não mais festejou a data de fundação do seu coral, como no tempo
do Pastor Hesse e Viktor Gaertner. Mais tarde a Sociedade de Canto
"Germânia" foi incorporada ao "Liederkkranz".
SOCIEDADE DE CANTO
"LIEDERKRANZ" DE BLUMENAU
Há uns bons anos atrás, os bailes de máscaras eram comuns nos salões
durante o Carnaval, e os integrantes do futuro "Klub Unter Uns" também
promoveram o seu baile de máscaras no salão de Richard Holetz, animado pela
"Musikkapelle Werner", premiando as melhores fantasias para homens e
mulheres e ainda para a originalidade. O ponto alto do baile foi a entrada de
Morno, que entrou no salão exatamente às 11 horas e 11 minutos. Foi logo após
este baile, em 1909, que um grupo de amantes do canto e da música se reuniram
para formarem o "Klub Unter Uns". Em seguida, no salão de festas do então
Hotel de Samuel Katz, foi fundada a sociedade, sendo lavrada a ata no dia 26 de
maio de 1909, por Rudolph Damm, conllecido poeta blumenauense. Foram
eleitos na ocasião, Richard Max Grothe como primeiro presidente da sociedade
e como dirigente do coro Carl Flesch.
No "Blumenauer Zeitung" de 5 de junho de 1909, apareceu pela
primeira vez no jornal uma referência ao "Klub Unter Uns", que apresentou a
sua primeira "Unterhaltungsabend" (Noite de Entretenimento) no dia 9 de
junho de 1909, no salão de Richard Holetz. Os números musicais foram
executados por uma banda musical composta de 30 homens. Do programa
constava ainda o seguinte:
1 - Saudação aos hóspedes
2 - Repare, isto ele não faz (cançoneta) 3 -
Histórias podres (cançoneta)
4 - Sub Oficial Schnuppe (soloszene) 5 -
Guitarra brasileira (trio)
6 - A primeira viagem de trem de Bemmchen (soloszene)
7 - Cantores oscilantes (apresentação pelos associados) 8
- Os Jesuítas (dueto satírico)
9 - Guitarra brasileira (trio)
10 - Versos alegres sobre cerveja.
Modificações poderão ser feitas. Início às 8 horas e o baile às 10.
Entrada 1$000. Venda de ingressos com os associados e Gerspach.
A partir deste programa, a sociedade esteve sempre em atividade,
pois no dia 24 de novembro do mesmo ano, o segundo concerto foi apre-
sentado, e no dia 12 de março de 1910, já tinha realizado seis reuniões e
onze concertos públicos.
No dia 10 de janeiro de 1910, o "K1ub Unter Uns", através do
"B1umenauer Zeitung", deu uma chamada oficial nos associados da So-
ciedade de Atiradores de Itoupava, que também eram associados do "Klub
Unter Uns" e que não propugnavam para o bem do clube dizendo que "se
não pagassem suas ações e mensalidades, os nomes dos devedores seriam
publicados". Além das apresentações e bailes, os associados do "Klub Unte
r Uns" também promoviam excursões, e o "Blumenauet Zeitung" de 16 de
abril de 1910, noticiou uma excursão de carro, com música, até Gaspar
Pequeno, no salto de Frederico G. Busch, solicitando aos interessados que
entrassem em contato com Gerspach, se desejassem participar da mesma.
As conseqüências da primeira guerra, também se fizeram sentir na atuação
do "K1ub Unter Uns", que cessou suas atividades, sendo reativado 1~0 dia 19
de março de 1916, data em que foi reestruturado com o nome de
"Liederkranz", pois além do seu coral masculino, possuía há algum tempo
em funcionamento um coral feminino. Os associados, na ocasião,
reuniram-se na casa de Gustav Otte. Os trabalhos para escolha dos
dirigentes ficou a critério do competente professor Josef Teichmann, de
Itoupava Norte, que dirigiu os trabalhos de acordo com os moldes de outras
sociedades de canto. Foram eleitos, para presidente, Richard Max Grothe,
Herbert Bier para secretário e Félix Landgraf para tesoureiro. Para
vice-presidente e segundo secretário foram eleitos Richard Meyer e Alfred
Brattig, respectivamente. Participaram da reunião: Josef Janesch, Oswald
Otte, Gustav Otte, Paul Forbici, Valentin Fischer, Felix Landgraf, Karl
Frischknecht, Franz Gestwiki, Richard Max Grothe, Richard Meyer,
Rudolph Kausch, Richard Michel, Herbert Bier, Sebastian Fischer, Alfred
Brattig, Max Riedl, Jolmill Gelhardt e Josef Wiederkehr. Ficou decidido
que os sócios ativos contribuiriam com 500 réis e os passivos com 1$000
por mês. Os novos associados pagariam a jóia de 5$000 réis. Os dirigentes
perceberiam inicialmente 6$000 réis e mais tarde 8$000 réis. As reuniões
eram feitas no
último dia de ensaio de cada mês. Também os Estatutos deveriam ser
elaborados e apresentados na próxima reunião. Essa reunião foi encerrada
às 11 horas e 15 minutos e foi assinada por Herbert Bier, secretário.
O "Liederkranz", que cantou no grande espetáculo da Associação
Ginástica Blumenau no dia 12 de novembro de 1916 e que promovia
apresentações e bailes, apesar de ter adotado o nome de "Liederkranz", vez
por outra, aparecia com o nome de "K1ub Unter Uns", como no dia 10 de
dezembro de 1921, quando promoveu teatro e baile no salão Koschel.
Heinz Geyer, que veio para Blumenau em janeiro de 1921, a pas-
seio, e encontrando ambiente próprio começou a reger coros, bandas,
conjuntos musicais e ensinar música, assumiu, além da Sociedade Musical
Lyra e do Club Musical, a regência do "Liederkranz", que promoveu
apresentações nos mais diversos locais, entre eles, a "Noite de Entreteni-
mento", na Associação Ginástica Blumenau17 e o "Lieder Abend" (Noite
das Canções) onde, além do coral masculino, apresentou-se também o coral
misto. Geyer regeu o coral masculino que segundo a crítica "esteve muito
bem, porém o coral misto, mais jovem, necessitava de mais escolaridade "19.
Presença constante em todos os grandes eventos, participou da "Noite
Colorida", em honra da presença alemã em Blumenau, no dia 26 de
setembro de 1925, que se realizou no Teatro "Frohsinn".
Em 1931, o "Liederkranz", em apresentação no Teatro "Frohsinn" ,
contou com a colaboração do Club Musical e Ginastas Femininas. Da
programação constaram peças musicais de A. Thomas; F. Flemming; G.
Verdi; B. Godard; F. Hegar; O. Fetrás; F. Schubert; C. Kreutzer; S1, Seidl e
números de ginástica. Depois da programação foi realizado um grande
baile.
(Tendo como solistas Hermann Goennemann e Franz Brack, e com o
repertório que incluiu peças musicais de F. Schubert, F. FlemmingGeyer;
C. Loewe; J. Rietz; R. Wagner; J. Braluns; J. Duerrner; Schumann e
Zoellner, o coral masculino "Liederkranz" apresentou-se no Teatro
"Frohsinn", no dia 8 de outubro de 1932. No mesmo ano, o coral
apresentou-se no salão Bock, de Neu Breslau (atual Presidente Getúlio), no
dia 5 de novembro.
No dia 23 de setembro de 1933, foi apresentada no Teatro "Froh-
sinn" uma grande programação, da qual participaram o "Liederkranz" e o
Club Musical, sob a regência de Geyer; o coral feminino sob a regênciãCle
. FuChs e S. Enders, e ainda o qua eto de solos c.om Franz Brack, Willy
Lõhr, H. GÕlillemann e G. Bleicher. Foram apresentadas,
 2.
1. entre outras peças musicais, R. Wagner, F. Schubert, F. Flemming, E.
Künecke e Fucik. "O Wandergesell", de Künecke, foi adaptado para o coral
masculino por Geyer e o texto por Feodor Axthelm.
O "Liederkranz", integrado por elementos alegres, promovia ainda
rl outros eventos, principalmente pelo Carnaval, sendo que no dia 10 de
l fevereiro de 1934, O tema abordado foi - "Todos precisam casar", quando a
bcltrllnuilt; 1909. partir das três l\oras da madrugada, foram teitos os divórcios previstos. O
Utl't r baile foi animado pela banda Breitkopf. Em 1935, o tema carnavalesco foi
"1\!l1"'" """'J"I"1r'lrl,,,.<l0lJlIl)"yUl <úl4~. }N>tlt<.lI ••• ~~"". "Auf der Reeperbalm". Em 1936, o "Liederkranz" assumiu o jorna1zinho
carnavalesco "Die Schnauze", que cessou suas publicações a partir desse
ano, com o número 17.
Sa.tXl~tag, den 8. Oktober 1932 Os eventos do "Liederkranz" eram constantes e os programas ava-
liam o ruve1 cultural da associação, entretanto, o maior evento ocorreu nos
abL;~:tlg 2.01/z l.Jnttím Theafêí' Frohsinn: dias 28,29 e 30 de abril de 1934, quando o "Liederkranz" festejou o seu 25 o
aniversário de fundação, com inauguração da bandeira confeccionada pela

\JokaI- und esposa de um dos cantores, concerto e grande festa popular.

No dia 29, às 9 horas da manhã, os convidados foram recepcionados
na E.F.S.C. e com suas bandeiras marcharam pela cidade até a Sociedade de

stmeRJal .. Atiradores, com a participação das bandas Lyra e Garcia. Às 10,30, pela
manhã começaram as solenidades de inauguração das bandeiras com a
seguinte programação: 1 - Apresentação da orquestra; 2 _ Saudação; 3 -

l{on Oração festiva; 4 - Inauguração; 5 - Honra e jubileu; 6 _ Apresentação das

bandeiras. À tarde, às três horas, concerto com a participação dos corais da
Liga Cultural e Recreativa Vale do Itajahy. A grande festa popular se

alI estendeu por todo o dia, encerrando com um grande baile festivo.

Seifert.
No dia 30, foi oferecido aos participantes uma chopada na varanda

Participaram do 25 o aniversário do "Liederkranz": Frohsinn, de Neu

Breslau; Teotônia, de Timbó; Pomerode, Eisenbach; Rio do Sul, Harmonie
A l"ende: e Coral Misto de Hammonia, Sociedade de Canto de Brusque, Seção de
.M.ãnnerl'~ang- Verebl;',1Íti~der~xH Canto da N.S.D.A.P. de Neu Bremen, Concórdia de B1umenau, Klub
Orçhester desTbeater.. mtd .M.usiknreJ;n "Frobsinnü Germânia, Neue Velha e Liedertafel da Velha, Garcia I, Gaspar e Eintracht

~:~~ ;=;ra~:nne$ •• , ~:~:::} de Altona. Além dessas sociedades de canto, participaram ainda a
Associação Ginástica Blumenau, o F.B.C. Blumenauense, o
Handwerkervereinigung de B1umenau, a Sociedade de Atiradores de
aalltnüS1:~lilllpeUe s ••. Blumenau, a Sociedade de Atiradores Hindenburg, a Sociedade
Gemütlichkeit, o Einigkeit da Velha, os clubes de futebol Brasil e Bom
Retiro, a Associação Frontkãmfer e o Clube Náutico América. As bandas
Lyra e Garcia foram regidas pelo Maestro Geyer. Pelo "Liederk-
3.
'anz", saudou os convidados o DI. Kasparek, e a oração oficial foi p:o'erida por
Peter Christian Feddersen, que saudou a. todos COI~ um VIva 10 Brasil. Coube
a Ameli Becker ser a porta-bandeIra e ao Consul Otto R.ohkohlo ato de
inauguração. Foram homenageados os senhores Landg:af, Gestwicki,
Winterberg, Brattig, Grothe, Axthelm, St~nge e .~. Geyer. Felix Landgraf
recebeu uma placa de ~rata por sua ativa partIcIpação na diretoria. Após ter
sido canta~o o hm? da Ale~a~a com um viva por Franz Becker, foi ca~tado o
H~~l~. NaciOnal Br~sl1mo,; Em se~ida, o Dr. Hans Pape, presIdente do
Sangerbund ItaJahytal , conc7deu à primeira das novas bandeiras, um prego de
honra, honrar~a ~xtensiva às demais bandeiras. Ao "Liederkranz",. coube 28
pre~os. DIrigiram os corais: Rio do Sul - Dreer, Hammoma - Pott e SpI~",:eck,
Concórdia e Garcia I - Kuhn, Klub Germânia - H. Geyer, Teotorua de Timbó -
Wollinger, Altona - Max Humpl, Neu Breslau - A. Geyer,
Neue Velha - Baumgart e Neu Bremen - Junker. . corais reativaram suas atividades' e outros surgiram no Vale do Itajaí. O coral
No dia 19 de outubro de 1935, com a participação do Club MUSIcal, o
"Liederkranz" apresentou, no Teatro "Frol:sinn", um conc~rto músico-vocal,
no qual, além de outros números, fOI apresentado o CIclo Alemanha para coral
masculino e orquestra com texto de L. Srodka, mu-
sicada por H. GeyeI. . . ,.
No dia 16 de agosto de 1936, fOi realiZada .urna Asse~blela <!er~l para
eleger nova diretoria e tratar da venda ~o antIgo Teatro FrohsInn,
para construir o atual Teatro" Carlos Gomes . " .". " Kemmelmaier, Marmein, Zirnnlermann e outros. Aos participantes foi
Durante o período de "Klub Unter Uns e depOis . LIederkranz , foram
presidentes pela ordem: Richard Max. Grothe, RIC?~rd Me~e.r, Ludwig
Reinhardt e Franz Becker. C~~o SocIe.dad~, Dramatlco-M~~I~al "Frohsinn" e
depois Sociedade Dramatlco-MuslCal Carlos Gomes foram dirigentes: Carl
Flesch, Josef Schwarz, Josef Teichmalill, Ernst
Drawin, Kurt Boettner e Heinz Geyer. ..
O "Liederkranz", que registrou seus Estatutos no dIa 29 de Julho de
1909, no livro A-I, fls. 3, com o nome de "~lub Unter Un~,", em 1936 como
"Liederkranz", foi incorporado à SocIedade Teatral Froh-
sinn". Em 1971, quando o Maestro Heinz Geyer ,f~i dispe~ad~, ~ re~ gência
do coral e orquestra da Sociedade Dramatlco-MuSlcal Carlos Gomes" o grande
coral e orquestra foi dispersado, entretanto, o Centro Cultural' "25 de Julho",
fundado em 1951, convidou os rerr;an~scentes para continuarem suas
atividades artísticas .~m s~s de~eI:dencIas! e o "Liederkranz" ressurgiu como
uma das marufestaçoes artistlcas maiS autênticas e tradicionais de Blumenau.
SOCIEDADE RECREnv A E
CULTURAL LYRA
Em 1949, formou-se um quarteto de cantores regido por Karl
Schuetzler, tendo como primeiro cantor inscrito, Oswald Buerger. Mais tarde, o
quarteto foi acrescido de mais quatro integrantes e em algumas semanas estava
no palco um bom coral masculino, que funcionava como seção da Sociedade de
Atiradores Concórdia - Velha. No fInal do ano de 1949, o coral participou da
festa de Natal no salão Duggen e pela primeira vez foram ali cantadas as velhas
canções de Natal. Os músicos Max e Wilhelm Rabitz, Karl Schuetzler e Karl
Lindemann tocaram um potpourri de canções natalinas. Herma e Ruth, filhas de
Karl Lindemann, cantaram em dueto "Noite Feliz" e Gertrud Scheltzke recitou a
poesia "Uma vez por ano, as árvores de Natal vagam". A partir de então, vários
Lyra cresceu e os primeiros ensaios foram realizados na casa de Karl
Lindemann.
Apesar da proibição das apresentações teatrais e canto em língua
estrangeira, todos aguardavam a volta da Liga Cultural e Recreativa Vale do
Itajaí. Correspondências foram expedidas a todos os corais do Vale do Itajaí e,
num domingo pela manhã, na casa de Karl Lindemann, compareceram para um
primeiro encontro os regentes de corais: Wollinger, Schmoelz, Bruehl,
oferecida uma churrascada na casa de Karl Lindemann e o cantor Alfons
Schreiber foi encarregado de assá-Ia. Nessa reunião, todos os fatos importantes
foram discutidos, inclusive a reativação da Liga Cultural e Recreativa Vale do
Itajaí, bem como a prinieira festa dos cantores que foi realizada no dia 18 de
maio de 1952, no salão da Sociedade Desportiva Vasto Verde da Velha, com a
participação dos grupos de cantores filiados à Liga Cultural e Recreativa Vale
do Itajaí, sob o patrocínio dos cantores do Clube de Caça e Tiro Concórdia.
O coral Lyra, que na ocasião ainda fazia parte da Sociedade de
Atiradores Concórdia, da Velha, foi muito aplaudido com a canção "Caçador
dos Alpes", resolveu tornar-se uma associação independente, o que ocorreu no
dia 17 de junho de 1952, quando no salão e bar "Paraíso", de Paulo Fischer,
situado à Rua João Pessoa - Velha, reuniram-se Guilherme Max Rabitz,
Alfonso Eger, José Buerger, Carlos Guilherme Rabitz, Bertholdo Buerger,
Alfons Schreiber, Harry Müller, Horst Álvaro Schlupp, Ralf Lindemann e Rolf
Penzlien,
4.
para fundar a Sociedade Recr~a~iva e Cultural Ly~a, ~ue t~nha ~or fi~lidade a
prática do canto, mUSIca e teatro. A pnmeIra dIretona e.lelta foi a seguinte:
Alfonso Eger - preside~te; Guilherme Max RabItz secretário' Bertholdo Buerger
- tesoureIro. Os Estatutos foram aprovados no dia 28 de julho de 1952. No dia 23
de janeiro de 1953, ~m Assembléia Extraordinária, foram admitidos os sócios: .
Af0n:' o Slevert, Helmuth Pie, Arthur Meldola, Bertoldo Garbe, Hemz GI~seler,
Oswaldo Fiedler, Carlos Kreuzer, Rodolfo Buerger, P~ulo FIscher, Harry
Schumacher e Henrique Fischer. Nesta assembléIa, for~~ designados, além da
nova diretoria eleita, Franz Baumg~~ para ding~nte técnico para canto, música e
teatro. O se~undo dmgente técmco para canto e teatro da juventude e orador fOl
Karl Schuetzler. para guarda-músico foi indicado J osef Doerr e mestre de palco
~ugust Woestehoff. Para a diretoria foram eleitos: Alfonso Eger - pre~ldente~
Wilhelm F. August Wille - vice-presidente; Guilherme Max RabItz -- 1
0
secretário' Alfredo Scheltzke - 2 o secretário; Karl Lindemallil - 1 tesoureiro;
0
Nfons Schreiber - 2 tesoureiro. Nesta assembléia foi ~ropos- . ta a nomeação de
Ingo Hering para presidente de honra da SOCIedade. Franz Baumgart e Karl
Schuetzler eram remunera?os. O nú~ero ~e associados da Lyra crescia, tendo
entre eles o prefeIto Fr~denco Guilherme Í3usch Junior e outras pessoas de
destaque da Comumdade.
A bandeira da Sociedade Recreativa e Cultural Lyra é uma lyra dourada
sobre fundo branco e como símbolo da amizade uma coroa de louros com laço
vermelho. O símbolo foi idealizado e confeccionado por Else Schreiber, Cilly
Lindemallil, Irmgart Globig e Grete Scheltzke.
No dia 26 de setembro de 1953, a Sociedade Recreativa e Cultural Lyra
já havia adquirido o seu hannônio, que foi .~estiv~ente .inaugurado, porém, a
pedido de Franz Baumgart, em reumao ?a dIreton~ de 2 de agosto de 1954, o
mesmo foi alugado por cem c~eIros mens~ls para o "Studio Universal", com a
condição de que devena ser devolVIdo para a sociedade assim que ela
0
necessitasse do mesmo, e em bom estado. Em reunião de 1 de fevereiro de
1954, foi eleita uma comissão para se encarregar das diversões da sociedade,
integrada por Alfred Kinderma~, Josef Doerr, Valentim Osowski, Henrique
Lizette e Wal~emar Felski. Também foi eleita Iris Ramers para dirigir o coro
infantIl, entretan~o, ainda em 1954, foram indicados para substituir Iris Ramers
no coro mfantil Carlos Guilherme Rabitz e Karl Lindemallil.
, Na gestão da diretoria integrada por Oswaldo Fiedler - presidente'
0
Wilhelm F. August Wille - vice-presidente; Waldemar Felski - 1 se~retário;
0
Heinz Fuchs - 2 secretário; Karl Lindemallil - tesoureiro
0 0
geral; Alfons Schreiber - 1 tesoureiro e Paulo Nascimento - 2 tesoureiro, na
festa popular realizada no dia 30 de abril de 1955, foi incluído pela primeira vez
o tiro ao alvo para senhoras com eleição de uma rainha cada ano.
A festa das atiradoras era realizada em maio e não com um "rei" dos
atiradores e sim com uma "rainha de maio", que com pompa é conduzida da sua
casa para o local da festa. Uma banda puxa o cortejo, tendo à frente a bandeira
brasileira e a bandeira da sociedade. Moças vestidas de branco acompanham as
bandeiras até a casa da "rainha". Com música festiva e fogos de artifício o
cortejo chega até a decorada casa, onde são recepcionados pela "rainha", com
suas vestes festivas e manto real. O mestre de cerimônias assume o comando.
Os dois cavalheiros ou princesas vão ao encontro da "rainha", a ladeiam
continuando a festa protocolar que termina com convite para o "chopp",
sanduíches, etc. Em seguida, as canções, e entre elas, "Um maravilhoso dia
como hoje", "A pequena maravilha do grande barril", "Para você eu canto uma
canção", "Nenhuma terra mais bela", etc. Rikobert Koering, com seu acordeon
acompanhava com freqüência os cantores. Da casa particular todos iam para a
sede da sociedade, onde era realizado o novo concurso de tiro. Às 22 horas, na
sede da sociedade era realizado o baile, ocasião em que o manto real era
transferido para a outra "rainha". A "polonaise" dava início ao baile, que se
estendia até a madrugada.
Como em todas as sociedades, a Lyra também angariou recursos através
de tômbolas. A extração da primeira tômbola da Lyra foi realizada no dia 23 de
julho de 1955. Também em 1955, a Lyra realizou o seu primeiro baile de
Carnaval, que foi abrilhantado pelo" Quinteto Catarinense". Oswaldo Fiedler,
que na ocasião integrava o "Quinteto Catarinense" e era também o presidente
da Lyra, em reunião da diretoria de 8 de setembro de 1955, ventilou a
possibilidade da aquisição de uma sede própria para a sociedade. Na
oportunidade, Oswald Metzker doou um lote de terra na praia de Camboriú
para ser aproveitado numa tômbola. Metzker foi muito aplaudido pelo gesto,
porém, em reunião de 5 de dezembro do mesmo ano, a sociedade resolveu
conservar a casa em Camboriú. Oswaldo Fiedler e Alfonso Eger foram
encarregados de providenciar as necessárias reformas.
Para melhor funcionamento da sociedade, em reunIão de 4 de outubro
de 1955, foi aprovada a indicação de um conselho deliberativo e teatral. O
Conselho Deliberativo funcionaria até o término de cada gestão da diretoria ou
quando sua ação fosse ineficiente. Por motivos imprevistos, a sociedade que
funcionava no salão e bar "Paraíso", foi forçada
5.
a transferir sua sede, para a sede também provisória, no salão Duggen, na
Velha, onde foram feitas as refonnas necessárias, a cargo de Guilherme Max
Rabitz. Em setembro de 1957, a diretoria, devido aos constantes transtornos,
resolveu mais uma vez adquirir uma propriedade. As propostas de Oswaldo
Fied1er e Paulo Fischer em vender áreas de terra de quatrocentos mil e
trezentos e setenta mil cruzeiros, respectivamente, em troca da propriedade
em Camboriú, por cento e trinta mil cruzeiros, não foi aceita, porquanto o
saldo a ser pago pela sociedade era elevado, e as áreas muito pequenas,
principalmente a de Paulo Fischer. No dia 2 de abril de 1958, com Amoldo
Seibel na presidência, a reunião da diretoria da Lyra foi realizada na
Sociedade Desportiva Vasto Verde. Nesta ocasião, foi elaborado um
contrato particular entre o Vasto Verde e a Lyra para cessão de suas
dependências. No ato, a Lyra foi representada por Amoldo Seibel e o Vasto
Verde por Rodolfo Buerger. No contrato, foram acertados todos os detalhes
para dotar a Sociedade Desportiva Vasto Verde de instalações necessárias
para o desenvolvimento da parte cultural, social e recreativa dos associados
da Lyra. No dia 8 de julho de . 1958, em reunião da diretoria, foi elaborado
um programa onde foi incluído a inauguração do palco. O programa
apresentado em agosto, em três partes, teve como primeiro número a
inauguração solene do palco; em seguida foram apresentados números
musicais e canto coral a cargo de Franz Baumgart. O encerramento foi com
baile social. Em 1964, a Lyra adquiriu seu próprio terreno e em 1965
inaugurou sua sede. A sede não possui local apropriado para a prática do tiro,
e o mesmo é praticado num alvo dentro da sede com arma de pressão. Para
participar do Torneio Municipal dos Atiradores, praticavam em "stands" de
outras sociedades.
Apesar dos contratempos por falta de uma sede definitiva, as ativi-
dades sociais e culturais da Lyra funcionavam ativamente. Na parte artís-
tica, além da música e coral, no dia 29 de setembro de 1956 foi apresentada
a peça teatral "Noite Santa em Blumenau de 1856 e 20 Anos Depois".
Também foi apresentada a peça teatral, que foi reprisada em português, "Os
Apuros de Lulu". A partir dessas apresentações, o teatro foi incentivado,
tendo a diretoria em reunião de 1 o de outubro de 1956, atribuído a Heinz
Fuchs e Waldemar Felski a responsabilidade dos ensaios. Em 10 de abril de
1957, a Lyra foi convidada para participar das festividades da "Liga
Cultural e Recreativa Vale do Itajaí", e durante a festa promovida pela Lyra,
no dia 20 de agosto de 1961, esta inaugurou a sua bandeira, sendo a
saudação proferida por Frei Brás Reuter, Vigário da Paróquia de Blumenau.
Uma comissão integrada por Karl Lindemann,
Hennann Globig, Alfons Schreiber, Grete Scheltzke, Heinz Hartmann
Oswaldo Buerger e Arnold Seibel foi responsável pela organização & festa
e também do livreto.
Entre as atividades sociais, além da festa da "Rainha de Maio" a
L~r~ promovia bailes em ocasiões festivas e no encerramento anual das
atiVIdades.
. . Ruth. Eskelsen foi a primeira "Rainha de Maio", e Dirce Rabitz a
p~~elra rall1h~ da so.ciedade, ocasião (12/01157) em que o Prefeito Mu-
rnclpal Fredenco GUilherme Busch Jr. prestigiou as festividades de co-
roa?ão. Abrilhantavam as festividades da Lyra o "Studio Musical" regIdo
por Franz Baumgart.' o "Quinteto Catarinense", "Jazz Society" ~ o~tros. E~
1957, os assocIados receberam carteira de identificação soCIal e em Julho
do mesmo ano, pelo aniversário da sociedade foi tam-
bém incluído o jogo de boIão como atividade esportiva. '
A parte artística que esteve sob a direção de Franz Baumgart até 1960,
passou para Hans Kuhnov, porém a substituição não funcionou e Rikobert
Doering foi encarregado de entrar em entendimentos com Franz Baumgart
para que ele prestigiasse a Noite de Natal com músicos do "Studio
Universal", ficando ao seu encargo a partir de 6 de dezembro de 1961, a
música e o canto nas festas natalinas. No decorrer do ano a Lyra oferecia aos
associados: tiro ao alvo para senhoras, festa no dia das mães, ani:ersário da
sociedade, baile caipira em homenagem ao colono, festa natalIna e outras
promoções artísticas e sociais.
No dia 30 de junho de 1960, na gestão de Waldemar Felski a So-
ciedade Recreativa e Cultural Lyra recebeu a quitação da sua dívida para
com a Cia. Hering.
A Sociedade Recreativa e Cultural Lyra, nos seus tempos áureos,
era concorrente da Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes" e
embora alguns não queiram admitir, muitas festas não eram programada~
no Teatro "Carlos Gomes" se houvesse festa na Lyra. Fundadores da Lyra
afinnam que os bons tempos da Lyra terminaram com a morte de Manfred
~ugenstein e o afastamento, por motivos particulares, de Rikobert Doenng.
A Sociedade Recreativa e Cultural Lyra situa-se na Rua Benjamin
Constante, 2469 - Vila Nova. Apesar da sua finalidade ser cultutal (canto,
teatro e música) e recreativa, nos últimos anos nada mais resta do seu antigo
esplendor, pois até o tiro ao alvo para senhoras não mais é praticado.
Atualmente funcionam a bocha e o futebol de salão.
6.
LIGA CULTURAL E RECREATIVA
VALE DO IT AJ AÍ (Siingerbund
Itajahytal)
Desde os primórdios da Colônia até os nosso dias é impossível a
realização de qualquer manifestação sócio-cultural-artística em Blumenau,
sem canto. Mesmo que o canto não esteja incluído na programação, ele
surge espontaneamente em grupo ou isoladamente, principalmente quando
essas manifestações incluem música, dança e ... "chopp". O instinto natural
dos nossos colonizadores em associar-se, dotaram Blumenau com inúmeras
associações de canto coral, sendo a primeira a Sociedade de Canto
Germânia, fundada pelo Pastor Hesse. Em 1864, o professor
~cheidemanteP8, de Itoupava, fundou a segunda sociedade de canto, ini-
cialmente chamada de "Geselliger Verein", e segundo o Pastor Hesse, por
ter atividades mais amplas. Esta sociedade, mais tarde, mudou o nome para
"Freundschaftsverein" (Sociedade da Amizade).
Depois de 1870, as sociedades de canto se multiplicaram pelo in-
Jerior da Colônia e algumas tiveram vida longa e muito ativa como a So-
ciedade de Canto Teutônia, de Timbó, fundada em 1879 pelo professor
Julius Scheidemante1, que foi transferido da escola de Itoupava para a de
Timbó em 1873. Em 187219, funcionavam ativamente em Blumenau quatro
corais masculinos. Em 1871, foi fundada a Sociedade de Canto "Har-
monie", de Indaial. Em 1873, a Sociedade de Canto "Eintracht"
(Concórdia), de Badenfurt e Coral Masculino Garcia. As sociedades de
canto "Freundschaftsverein", "Harmonie", "Eintracht" e Garcia foram
convidadas para participar, em 1873, do décimo aniversário de fundação da
Sociedade de Canto "Gennânia". Em maio de 1874, foi acrescentada mais
uma sociedade de canto às já existentes na Colônia de uma forma
interessante, pois a mesma só apareceu quando foram feitas coletas para
auxiliar os flagelados das enchentes no Rio Grande do Sul. Nesta coleta
aparecbu a contribuição de mna sociedade de canto da região de Itoupava
que atJlava há algmn tempo silenciosamente, era a Sociedade de Canto
"Frohsinn", de Itoupava Norte20, sob a regência de Karl Lingner. O ano de
1875, marcou a fundação do "Gemischter Chor Urânia" (Coral Misto
Urânia) em que, pela primeira vez, num coral em B1umenau, participaram
mulheres.
18) "Kolonie Zeitung" de 02/04/1864.
19) "Kolonie Zeitung" de 16/11/1872.
20) "Kolonie Zeitung" de 13/06/1874.
. Fundado por Hermann Ruediger, funcionou ativamente, pois no
dia 11 de setembro de 1883, com muita alegria, festejou seus oito anos de
existência. Mais tarde este coral mudou o nome para "Harmonie" e
geralmente, funcionava no salão de Johann Schreepp. '
O "Sãngerbund" de Pomerode, fundado em 1890, festejou a data da
sua fundação no dia 4 de outuQro do mesmo ano, com o seu primeiro
"Krãnzchen" (Pequeno círculo) no salão de Louis Abry com uma "polo-
naise", num salão maravilhosamente decorado. Depois de vários números
de canto, Louis Abry discursou, solicitando aos presentes para se manterem
unidos, pois "a união faz a força ". Em seguida, elogiou Deodoro da
Fonseca, e todos brindaram à República. Apresentaram números de canto e
no final um viva aos cantores. Com a Sociedade de Canto "Sãngerkreis"
(Círculo de Cantores), de Alto Rio do Testo, que formulou convite para a
festa de Páscoa21, Blumenau contava em 1892 com onze associações de
canto: Sociedade de Canto Germânia (1863); "Freundschaftsverein"
(Sociedade da Amizade - 1864); "Hannonie", de Indaial (1871); "Eintracht"
(Concórdia) de Badenfurt (1873); Garcia I (1873); "Frohsinn", de Itoupava
Norte (1875); "Urânia", depois "Harmonie", de Blumenau (1875);
"Teutônia", de Timbó (1879); "Liederkranz" (Círculo de Canções) de
Weissbach (1883)'''Sangerbund'', de Pomerode (1890); e "Sãngerkreis", de
Alto Rio do Testo (1892).
No dia 19 de maio de 1897, o Doutor Kraue1, embaixador alemão,
visitou Blmnenau, sendo homenageado pela "Freundschaftsverein" de
Itoupava, com o Hino Nacional da Alemanha, e em Warnow (Indaial), pela
Sociedade de Canto "Harmonie".
Quando o embaixador alemão, Conde de Arco Valley, visitou ra-
pidamente Blumenau, chegando de surpresa no dia 17 de março de 1900, foi
homenageado pela Sociedade de Canto Harmonie de Blumenau, que na
ocasião festejava o aniversário de sua fundação com a apresentação de uma
peça teatral, canções e baile. O embaixador foi convidado de honra,
seguindo depois para Hansa e J oinville.
Além das Sociedades de Canto citadas, também funcionava em
Blumenau o Coral Misto da Comunidade Evangélica, que cantou com
outros corais especialmente convidados, em homenagem ao casal Peter
Lukas pelas Bodas de Ferro (65 anos de casamento), no dia 19 de outubro de
1899. Na ocasião, o Pastor Faulhaber realizou um culto solene para o qual
convidou parentes e amigos do casal, que foi um dos primeiros
colonizadores do Vale do Itajaí.
 Um dos eventos importantes do ano de 1900, foi a festa de cantores
realizada no dia 28 de outubro para a qual foram convidadas as sociedades de
canto: Germânia e Harmonie de Blwnenau, Coral Masculino Garcia I, Coral
Misto de Weissbach, Ribeirão da Cana, Indaial, Warnow, Timbó, Itoupava,
Encano do Norte, Tatutiba e Vale do Selke. Serviu de "podium" para a grande
festa, a cervejaria de Otto Jennrich. A anfitriã da festa foi a Sociedade de Canto
"FrohsiIm", que com Karl Lingner, fundador e dirigente do coral desde 1875,
festejava seus vinte e cinco anos. Na ocasião, Karl Lingner dirigiu o grande
coral, que cantou o Hino Nacional da Alemanha.
As festas de cantores continuaram ano após ano, em diversos locais.
Muitos corais se fonnaram, outros se reestruturaram como o Coral Masculino
Garcia, que apesar de funcionar desde 1873, só registrou os Estatutos no dia 8
de março de 1913, como "Mãlmer Chor Garcia I".
Quando, em 1915, se aventou de fundar a "Sãngerbund Itajahytal" (Liga
de Cantores Vale do Itajaí), O Vale do Itajaí contava com aproximadamente
vinte associações de canto. Para fundar a Liga, no dia 20 de novembro de 1915,
reuniram-se no salão Teutôlúa de Altona (Itoupava), G. Arthur Koehler, Dr.
Hans Pape, Louis Abry e delegados de dezesseis sociedades de canto, inclusive
Brusque e Itajaí, para discutir sobre a planejada festa de cantores e também a
fundação da Liga. Com palavras eloqüentes, Louis Abry, que foi o primeiro
presidente, falou sobre o sentido da festa, financiamento da mesma e sobre os
Estatutos da futura Liga. Tudo ficou resolvido, prevendo-se a festa com certeza,
porém a Primeira Guerra Mundial interrompeu a programação. A festa só foi
realizada no dia 7 de março de 1920, data que passou para a história das So-
ciedades de Canto com o nome de "Dia dos Cantores de Altona" .
Nos quase dois anos em que o Brasil entrou na guerra, o canto alemão
emudeceu. Em alguns lugares era proibido faIar o alemão, havendo sérias
restrições se isto ocorresse. Não em Blwnenau! Falava-se o alemão, porém, o
canto emudeceu. Sabiam todos de antemão das exigências.
Só em Colônias distantes, onde ninguém aparecia que pudesse ser
ofendido, cantava-se uma canção. Foi muito penoso para os alemães o canto
emudecido, já que através do mesmo extravasavam suas alegrias e tristezas,
enfim tudo o que o coração sentia. Na época, uma rede de sociedades de canto
estendia-se sobre toda a Côlonia, e era gratificante depois de cada dia de árduo
trabalho encontrarem-se os velhos e os novos para juntos elevarem o espírito
através do canto. Quando as barreiras do estado de guerra caíram, em toda a
parte os ensaios recomeçaram com grande vitalidade e a Sociedade de Canto
"Eintracht" de Itoupava, convi-
dou todas as sociedades innãs para a festa de cantores e também para
concretizar a "Sãngerbund Itajallytal". Vinte sociedades com aproximada-
mente trezentos cantores participaram, e a alegria e a vida voltaram, pois "onde
o machado alemão ressoa, a canção alemã não deve emudecer".
Todos os preparativos foram feitos para a Primeira Festa de Cantores
em Altona. Os locais foram preparados para abrigar todos, inclusive em caso
de mau tempo. Diversos pratos frios e quentes, e bebidas sem álcool, também
foram preparados com antecedência. Pela manhã, bem cedo, afluíam os
cantores, e quando os organizadores chegaram ao local da festa, também
chegou pontualmente o trem especial colocado pela E.F.S.C .. Com cartões de
ida e volta, com saída de Hansa às 6 horas da manhã e volta às 11 horas da
noite, a E.F.S.C. atendeu às sociedades de canto, colocando ainda na
segunda-feira, dia 8, o trem especial nos mesmos horários. O trem trouxe
grande número de cantores, entre eles os da Sociedade Cruzeiro do Sul de
"Südarm" (Rio do Sul), os que talvez percorreram o maior trajeto, mais de cem
quilômetros. Com música e bandeiras, os cantores se dirigiram para o salão
Teutôlúa, onde Abry saudou os irmãos cantores com o coral "Eintracht", que
cantou a canção de boas vindas "Gast grüsse dich" (Hóspede te saúdo). Em
seguida apresentaram-se os nove corais que disputavam a premiação. Todos se
apresentaram muito bem, apesar das interpretações diferirem, o que era muito
natural. Para surpresa geral, apresentaram-se nos corais, bons tenores, uma
raridade, ao lado de bons baixos. Com a animada participação do público,
decorreram as apresentações pela disputa da premiação.
Um pouco antes das 12 horas (meio-dia), foi fundada com êxito a
"Sãngerbund Itajahytal".
Depois do almoço, continuaram as apresentações, sendo constatado que
os corais simples agradaram mais do que os que se inscreveram para concorrer
aos prêmios. Foi bonita a apresentação dos brusquenses, dos "Neuberlinenses"
(Ibirama), das sociedades "Eintracht" de Altona e "Liederkranz" de Blumenau
e também das muitas pequenas sociedades que vieram da Colônia para
confraternizar com alegria.
Ao anoitecer, Abry retomou a palavra para agradecer oficialmente os
convidados. Em resposta, o Delegado de Polícia, na ocasião Dr. Freitas Melro,
com suas palavras simpáticas, deu um viva ao Brasil e ao Governador do
Estado, que ecoou forte em Blumenau. Com grande ansiedade, à noite, todos
aguardavam as palavras da Comissão Julgadora integrada pelos dezesseis
dirigentes de corais. O prêmio de honra, oferta da Sociedade de Canto
"Eintracht", um "Trinkhorn" (corno para beber), trabalhado em prata, coube à
Sociedade de Canto "Liederkranz", de Blu-
7.
menau, sob a regência do professor Boettner. O primeiro prêmio coube à
Sociedade de Canto de Brusque, regida por Luepke; o segundo, à seção de
canto da Sociedade Ginástica "Neu Berlin" (Ibirama), regida por Berthold;
o terceiro, à Sociedade Lyra de Indaial, regida por Koch e o quarto prêmio
coube ao Coral Masculino Garcia I, regido pelo professor Hollenweger.
Até tarde da noite entoava canto no local da festa, e somente ao
amanhecer os convidados rumaram para suas casas. O carinho pelas can-
ções alemãs estimulou todos e o saldo do dia foi positivo.
Na ocasião, a Liga de Cantores Vale do Itajaí recebeu do Gover-
nador do Estado, Dr. Hercílio Luz, a quem a Liga enviara um convite, o
seguinte telegrama: "Eu agradeço à Liga de Cantores Vale do !tajaí, a saúdo
desejando prosperidade. Cordiais Saudações. Hercílio Luz, governador".
Altona não esperava tantos participantes, a expectativa foi ultra-
passada. No final, Abry, presidente da Liga, agradeceu a todos pelo bom
andamento dos festejos e pela maravilhosa festa.
Para o dia da festa, um poeta escreveu:
"Harmonia nos leva unidos, Harmonia nos une em sociedade
Harmonia no canto e na vida, Harmonia nos une em sociedade
E que em todo maio floresça, a felicidade do homem, a Hannonia!"
A partir da grande festa de cantores realizada no dia 7 de março de
1920, promovida pelo Coral Masculino "Eintracht" de Altona, a diretoria
da "Sãngerbund Itajahytal" e os delegados das sociedades de canto do Vale
do Itajaí se reuniam para promover o bom andamento da Liga. As reuniões
eram realizadas no salão do Teutônia de Itoupava Seca, Hotel Franke -e
também nos lugares onde eram realizadas as festas de cantores. No dia 29
de setembro de 1920, Louis Abry, presidente da Liga, convocou os
delegados das sociedades de canto para uma reunião no Teutônia, para
discutir os assuntos pendentes da Liga, inclusive a elaboração dos
Estatutos.
As festas continuaram, e em maio de 1926, com um bom tempo, a
"Sãngerbund Itajahytal" promoveu a sua festa em Gaspar. O ponto inte-
ressante na programação foi a divisão das sociedades de canto, em cate-
gorias, para efeito de premiação: colônia, arredores e centro., Nesta festa
foram premiadas na categoria colônia a Sociedade de Canto Indios - Ri-
beirão Ferro; arredores, Coral Masculino Garcia I, e centro, o Coral
Masculino "Eintracht" de Altona.
A atuação da "Sãngerbund Itajahytal" foi tão eficiente que no dia 11
de setembro de 1929, quando foi realizada no Teutônia uma reunião
da qual pa~iciparam seten~ pessoas, a "Sãngerbund Itajahytal" já contava
~o~ trmta e duas SOCIedades de canto sob a presidência de Peter Chnstmn
Feddersen. Para atender melhor a todas as sociedades de canto q~e eram
m~itas, resolveram na reunião, promover apresentações pre~ mIadas nos
dias 15, 16 e 17 de novembro em toda a região, e as sete melh~re~ se
apresentariam q~torze dias dep?is em Blumenau, fazendo jus a premlOS de
honra. O bornto desses festeJOs, além das apresentações de canto, é o
desfile das sociedades com suas suntuosas bandeiras, bem como a
cerimônia de inauguração das mesmas.
No dia 17 de maio de 1931, no Teutônia (Altona), foi realizada a festa de
inauguração das bandeiras da "Sãngerbund Itajahytal". Elas deveriam ter
sido inauguradas na décima festa de cantores, porém por circunstsâncias
diversas, algumas sociedades não puderam comparecer solicitaram então
permissão para participar da inauguração na festa d~ dia 17 de maio. Eram
então quinze as associadas no desfile com suas bandeiras e dez que se
dirigiram para a casa do primeiro presidente para receberem suas bandeiras,
traz idas por damas de honra ao local da festa. Após a mensagem festiva de
Viktor S chIe iff, Max Humpl discorreu sobre a história da bandeira e em
seguida a Sociedade de Canto "Liederkranz" de Blumenau, sob a regência
de Heinz Geyer, cantou maravilhosamente bem a canção de Mozart
"Bênção das Canções". Na ocasião, o Pastor Scheerer discorreu sobre a
concepção cultural das canções alemãs na nova pátria. Após a inauguração
das bandeiras, o Coral Masculino "Eintracht" de Altona, regido por Max
Humpl, saudou as bandeiras inauguracias com a canção de Abt "Weh auf du
Banner". Às palavras inflamáveis do presidente Peter Christian Feddersen,
seguiu-se a "Canção da Pátria". Como representante da Alemanha falou o
Doutor Pamperrien, secretário da legação alemã no Rio de Janeiro, que
trouxe às festividades um "Viva" ao Brasil e Alemanha. Em seguida, o
grande coral cantou em uníssono "Irmãos estendam a mão para a Liga".
Com palavras a ca~ sociedade participante, foram distribuídos pregos para
as bandeiras. A apresentadora das bandeiras, senhora Max Humpl, foram
dirigidas palavras de agradecimento pelo presidente da "Sãngerbund". Na
parte da tarde, todos foram premiados com os concertos apresentados pelas
sociedades: "Liederkranz" de Blumenau, Coral Misto de Altona, e Coral
Masculino "Eintracht" de Altona, Coral Misto de Itoupava Norte, Coral
Misto "Liedetafel" Velha, Seção de Canto da Sociedade dos Atiradores
"Neue Velha", Coral Masculino Garcia I, Coral Masculino "Eintracht -
Lyra", de Indaial, Sociedade de Canto Brusque, Coral Masculino de Rio do
Sul e Coral Masculino de Gaspar. Os corais, Teutônia de
8.
Timbó e Concórdia de Blumenau, estavam presentes através de representantes.
Ao todo estavam presentes aproximadamente duzentos e oitenta cantores e
cantoras. As apresentações atestaram o elevado Iúvel das sociedades de canto.
Com animado baile festivo, foram encerradas as
festividades.
Ano de 1932, ano em que a sociedade blumenauense homenageou
a memória de JohaIID Wolfgang von Goethe pelo centenário de sua morte, a
"Sangerbund Itajahytal" homenageou o grande poeta alemão, incluindo na
programação, para avaliar o ruvel de interpretação de cada coral a canção "Sall
ein Knab ein Roslein stehn" ou "Heidenroslein" (Rosi~ha Silvestre). Ainda foi
cantada a canção de Fle~ing "Ein~racht und Liebe" e uma canção de livre
escolha de cada socIedade para Julgar
o ruvel dos corais.
Idealizada em 1915, por Louis Abry, G. Arthur Koehler e o DI.
Hans Pape, e concretizada em 1920, a "Sangerbund Itajallytal", apesar dos seus
integrantes silenciarem durante as duas guerras mundiais, chegou até os nossos
dias com suas marav~lhosas festas de cantores. .,
As atividades que estavam paralIsadas em todo o Vale do ItaJaI foram
reativadas a partir do Natal de 1949, quando pela primeira vez depois da
Segunda Guerra foram cantadas as velhas canç~es de N~ta~ na festa realizada
pela seção de canto do Clube de Caça e TIro ConcordIa Velha, no salão Duggen.
A partir dessa festa, vários corais reativaram suas atividades e outros surgiram,
porém, o que todos aguardavam era a reativação da "Sangerbund Itajahytal".
Correspondências foram enviadas, e num domingo pela manhã, na casa de Karl
Lindemaml, reuniramse os regentes de corais, Joseph (Seppl) Wollinger, Martin
Schmoelz, Fritz Kemmelmaier Richard Marmein, Bruehl, Zin1mermann,
Schreiber e outros mais, para' reativar a "Sangerbund Itajahytal" e promover a
primeira festa de cantores depois da Segunda Guerra Mundial. A "Sangerbund
Itajahytal" foi reativada com o nome. de "Liga Cultural .e Recreativa Vale do
Itajaí" no dia 17 de fevereIro de 1952, sendo a PrImeira diretoria integrada por
Oswald Buerger - presidente; Arno Metzger - secretário, Karl Lindemann -
tesoureiro; Richard Marmein conselheiro e Francisco Baumgart - dirigente. Para
a primeira festa de cantores realizada no dia 18 de maio de 1952, foi elaborado
um livreto com toda a programação dividida em três partes:
I PARTE
Às 8 horas: depósito de coroas nos túmulos dos ex-presidentes da "Sangerbund
Itajallytal", DI. Hans Pape, Peter Christian Feddersen e G. Art-
hur Koehler.
9 horas: recepção na estação da Estrada de Ferro.
9,30 horas: desfile festivo, partindo do negócio Enúlio Fischer, para o Estádio
"Curt Hering".
10 horas: homenagem à memória de todos os cantores falecidos.
Prólogo.
Saudação pelo Coro Misto Warnow.
Discurso de saudação proferido por João Durval MülleI.
Homenagem aos Jubilares.
lrucio do Canto dos Coros Religiosos (língua portuguesa e estrangeiras).
"Gott zum Gruss" - encerramento pelo Coro Concórdia.
12 horas: almoço no local da festa.
11 PARTE
Às 13 horas: iIúcio dos coros em geral. Execução de canções populares de
autores e compositores brasileiros. A seguir, canções em línguas estrangeiras.
111 PARTE
Às 20 horas: baile, abrilhantado pelo Conjunto Musical "WolliIlger".
O interessante é que a programação conserva até hoje as características
dos primeiros programas. A partir dessa data, anualmente se realizam as festas,
que já foram sediadas em diversos lugares como: Nova Bremen, Timbó,
Presidente Getúlio, Ibirama, Vila Itoupava, Taquaras, Massaranduba e Indaial.
Antes da Segunda Guerra participavam também das festas de cantores da
"Sangerbund Itajallytal", as cidades de Gaspar e Brusque.
A ação da Liga Cultural e Recreativa Vale do Itajaí é também
muito eficiente, pois em 1965 contava com as seguintes filiadas:
9. Coro Masculino do Clube de Caça e Tiro Concórdia, Blumenau
10. Centro Cultural e Recreativo "25 de Julho", Blumenau
11. Clube de Caça e Tiro Testo Salto, Testo Salto
12. Sociedade de Canto de Itoupava Central, Itoupava Central
13. Sociedade Cultural "25 de Julho" de Massaranduba, Massaranduba
14. Sociedade Cultural e Recreativa Serrinha, Vila Itoupava
15. Sociedade Cultural e Recreativa IndaiaL, Indaial
16. Coro Misto de Warnow, Warnow
17. Sociedade Recreativa Cultural de TiInbó, Timbó
18. Sociedade Cultural de Ibirama, Ibirama
11. Coro Misto de Uru, Presidente Getúlio
12. Sociedade Cultural Carajá, Rafae1 11, Ibirama
13. Coro Orfeônico "Cruzeiro", Presidente Getúlio
14. Coro Misto da Igreja Protestante, Presidente Getúlio
15. Grupo de Cantores "Orfeônico Bela Aliança", Rio do Sul
16. Sociedade Recreativa e Cultural Ribeirão da Onça, Presidente Getúlio
17. Sociedade Cultural e Recreativa Salto do Norte, Blumenau
18. Sociedade Esportiva e Recreativa "Guarany", "Neu-Bremen", Ibirama
19. Sociedade Cultural "25 de Julho" de Itajaí, Itajaí
20. Sociedade Recreativa e Cultural "Lyra", Blumenau
21. Coro Misto Recreativo Mirador, Mirador, Presidente Getúlio
22. Sociedade Cultural Mario Pinto Serva, Braço Trombudo, Trombudo
Central
23. Coro Misto de Dona Emma, Dona Emma, Presidente Getúlio
24. Coro Misto da Comunidade Luterana de Guaramirim, Guaramirim
25. Coro da Igreja Evangélica de Itoupava Central.
À Liga estão afetas as festas regionais de cantores, que se realizam às
expensas das sociedades de canto, dos próprios cantores e às vezes, com o
apoio do Governo de Santa Catarina, Secretaria de Esporte, Turismo e Cultura
e Fundação Catarinense de Cultura. Com o tempo, mais difícil se torna
sediá-Ias nos diversos municípios e geralmente quem as sedia é o Centro
Cultural "25 de Julho" de Blumenau.
A partir de 1971, a sensibilidade do Prefeito Evelásio Vieira em apoiar
as nossas tradições, culminou com o I Encontro Internacional de Cantores, sob
o patrocínio da Comissão Municipal de Turismo. No governo de Antônio
Cados Konder Reis, os encontros receberam patrocínio do Governo do Estado.
Participam também do Calendário Turístico do Estado e do Município.
O primeiro encontro foi realizado nos dias 17 e 18 de julho de 1971, e
esteve a cargo do Centro Cultural "25 de Julho", cujo presidente Emil
Rossmark, com a colaboração do coral masculino "Liederkranz", diretoria e
demais colaboradores, tornaram possível um encontro de tal monta. Esse
evento cultural contou com a presença do Governador de Santa Catarina,
Co10mbo Machado Salles, e Evelásio Vieira, Prefeito Municipal de Blumenau.
Os corais participantes foram recepcionados no dia 17, dirigindo-se em seguida
para os alojamentos. Às oito horas da noite, estavam todos no decorado salão
do Centro Cultural "25 de Julho" para a confraternização. Após a canção de
boas vindas pelo Coral Masculino "Liederkranz" do Centro Cultural "25 de
Julho" de Blumenau, o orador da Liga Cultural e Recreativa Vale do Itajaí,
Josef Prachthãuser,
saudou os visitantes em alemão e português, falando inclusive do significado
do encontro de cantores. Para encerrar, os corais participantes prestaram sua
homenagem aos anfitriões, principalmente ao presidente Ernil Ro~sm~k. O
espírito festivo e a camaradagem se estenderam até quase meIa-nOIte, ~uando
resolvera~ se recolher, pois deveriam estar dispostos para o torneIO de canto no
dia seguinte às oito horas da manhã. No dia dezoito, às oito horas, formou-se o
grande desfIle das Sociedades de Canto com suas bandeiras, tendo à frente a
Banda de Música. Participaram do desfile as seguintes sociedades de canto:
República Argentina
- Coro Misto de "Monte Cada" - Missiones
República do Paraguai
- Coro Masculino de "Independência"
São Paulo
- Coro Misto da Sociedade Filarmônica "Lyra"
Rio Grande do Sul
- Coral Misto da Prefeitura de Porto Alegre
- Coro Misto "Cruzeiro do Sul", de Porto Alegre
- Coro Misto "Elsenau", de Panambí
Santa Catarina
- Coral da Sociedade Cultural e Artística de Joaçaba
- Coral da Sociedade Lyrica de Joinville
do Vale do Itajaí
- Ribeirão Uru, Presidente Getúlio, Ibirama, Pomerode, Benedito Novo, Timbó,
Warnow, Testo Salto
de Blumenau
- Salto do Norte, Balança, DI. Blumenau, Lyra e o Coral Masculino
"Liederkranz", do Centro Cultural "25 de Julho".
O desfile partiu da Praça DI. Blumenau, e pela Rua 15 de Novembro
chegou até o Centro Cultural "25 de Julho", onde os integrantes foram
recepcionados com foguetes e aplausos. As bandeiras foram colocadas no
decorado salão, colaborando para maior beleza do mesmo. Todos se
acomodaram no salão, aguardando a chegada do Governador do Estado,
Colombo Machado Salles, que havia confIrmado a sua presença. O Coral
Masculino "Liederkranz", do Centro Cultural "25 de Julho", estava no palco
aguardando a chegado do Governador para saudá-Ia com uma canção. Pouco
depois das nove horas, o espoucar dos foguetes anunciava a chegada do
Governador, que foi saudado pelas mil e quinhentas pessoas presentes. Assim
que o Governador, acompanhado do Prefeito Eve1ásio Vieira, ocuparam os
seus lugares, o "Liederkranz", di-
:igido por Eugen Seelbach, cantou "Cid,ade Pal.ácio", ~ino da ci?~de de
Blumenau com texto do professor Jose Ferrelra da Silva e muslca de Francisco'
Correia. O Governador ficou comovido com a acolhida. Na )portunidade, o
professor José Ferreira da ~ilva, g:-ande conhecedor da :listória de Blumenau,
fez uso da palavra citando fatos, entre eles, que desde os primórdios da
colonização, Blumenau ama a música e canto ;omo um fator de progresso da
ComUlúdade e harmonia social, resultando a satisfação da Comunidade no
trabalho e o progresso cultural do Estado e da Nação. Voltou aos idos de 1863,
quando o grande Vale do [tajaí não tinha mais de quinhentos moradores e já
tinha a sua Sociedade de Canto. Os colOlúzadores que vieram com o Doutor
Blumenau trouxeram da sua velha pátria a tradição da música e do canto não só
para relaxar das suas árduas tarefas diárias e sim para criar ânimo e
perseverança neste lado do Atlântico, onde edificaram uma nova civilização.
Uma c~vilização que colocou Santa Catarina como potência em trabalho,
moral1dade e prestígio cultural entre os demais estados. 9uando em 1880 a
independência política coroou o traball:o dos colon~~a~ore~, e quando
surgiram as muitas cidades neste maraVilhoso Vale,.Ja ~nClOnaVal~ ,d~zenas
de Sociedades de Canto instaladas por todo o ll1tenor do terntono
blumenauense. Para encerrar, o professor José Ferreira da Silva disse para o
Governador que todos depositavalu es~eranças no seu projeto de
desenvolvimento para o Estado de Santa Catarnm. .'
Pouco antes de se retirar, o governador, apesar das mUltas obnga-
ções, não se furtou de ir ao palco e agradecer as manifes~ações de ap~eço
recebidas bem como agradecer especialmente aos corais da Argentll1a,
Paraguai: Rio Grande do Sul, São Paulo e demais cor~i.s ~ela participação em
evento cultural tão importante. O Governador fOI vlvament~ ovacionado e todos
agradeceram a sua presença. Pouco depOIS, o governador despediu-se,
enquanto que Evelásio Vieira, Prefeito Mmúci-
paI, penuaneceu no local. .' ._
O júri encarregado de julgar os corais teve mUltas dlÍlculdades,
pois todos se apresentaram muito bem. Pelas cinco horas da tarde, com palavras
do Prefeito Evelásio Vieira, foram distribuídos os. p~êmios. Após o café, todos
se reuniralu no salão. su~er .lotado. A COllllssao p~ra os visitantes tomou lugar
no palco para dlstnbUlr entre os mesmos, alem do prêmio, um belo ramalhete de
flores. O Prefeito Evelásio Vieira subiu ao palco e falou sobre os laços culturais
que envolv~n: esse~ encontros. Em seguida, foralu distribuídos os prêmios. As
~ehssllllas ll1te~r~tações a presença do Governador, o interesse da Prefeitura e
da COllllssao para ~s visitantes, a organização do Centro Cultural "25 de Julho",
lide-
rada ~or, Emil Rossmark, seu presidente, e principalmente o bom tempo,
contnbUlram para que esse Encontro Cultural ficasse na lústória de Blumenau.
Outros encontros se sucederalu, porém, o segundo encontro realizado
nos dias 12 e 13 de agosto de 1972, marcou, porque além de contar com a
participação dos corais "Villa Ballester", da Província de Buenos Aires -:- Rep.
Ar~~ntina; Co~al, "~nião e Desportivo Eldorado" - Rep. Argentllla; Coral
Club de G1l1astlca Guatambu" de Monte CarJo - Rep. Argentina; Grupo Vocal
"Mocana" de Posadas - Rep. Argentina; Coral de "Hohenau" - Rep. do
Paraguai; e os corais do Rio Grande do Sul:
Coro da Juventude da Sociedade "25 de Julho", de Porto Alegre; Coro da
Sociedade "Aliança" de Hamburgo Velho e Coro Masculino de "Igrejinha". De
Curitiba, Param!, apresentou-se o coro do Círculo Brasil-Germânico. De Santa
Catarina apresentaram-se o Coro da Sociedade Artística Cultural de Joaçaba;
Coro da Associação Coral de Florianópolis e demais coros do Vale do Itajaí e
cidade de Blumenau, contou talUbém com a participação de duas mulheres
regentes: a maestrina Ruth Ferreira Gebler, que regeu o Coro da Associação
Coral de Florianópolis, com cinqüenta figuras e a senhora Rettich, que regeu o
pequeno coral de Warnow. Muito aplaudido foi o grande coral de "Hohenau",
da Rep. do Paraguai, regido por um jovem de dezoito anos de idade. Na
ocasião, o Coral Masculino "Liederkranz", do Centro Cultural "25 de Julho",
cantou a composição do Maestro Heinz Geyer, "Frau Musika". O coral que na
época funcionava sob a regência de Eugen Seelbach com a colaboração do
Maestro Heinz Geyer foi muito aplaudido pela belíssima atuação.
O I Encontro Internacional de Cantores foi realizado em 1971, o
segundo em 1972, o terceiro em 1973, quando passaram a ser realizados
bienalmente. Esses encontros reúnem em média setecentas pessoas, entre
cantores e cantoras. Os encontros são promovidos pelo Centro Cultural "25 de
Julho" de Blumenau e se realizalll nas dependências do mesmo. Os encontros
também contam com a colaboração do Governo do Estado de Santa Catarina e
Prefeitura Municipal de Blumenau. O encontro de 1983 não se realizou devido
à grande enchente em Blumenau.
Entre os participantes de Encontros Internacionais de cantores,
Blumenau contou com a presença dos corais: "Bodensee-Madrigal-Chor" da
Alemanha; Asociacion Coral "Alemana" de Montevideo - Rep. do Uruguai;
Centro Regional de Educacion de Encarnacion - Paraguai; Coral Cultura
Artística de Nova Friburgo - RI; Sociedade de Cantores "Aliança" de Marechal
Cândido Rondon - PR; Sociedade "Harmonia"
de Campinas - SP; Universidade Católica de Campinas - SP; Sociedade "Rio
Branco" de Curitiba - PR; Coral "lcotron" de Gravataí - RS; Coral Municipal
de Montenegro - RS; "Cocal" Coral de Canoas - RS; Sociedade de Canto
"Lyra" de Estância Velha - RS; Associação Coral de CriciÚIlla - SC;
Sociedade Coral "Harmonia" de Piratuba - SC; Associação Coral de São Bento
do Sul - SC e outros.
A Liga Cultural e Recreativa Vale do Itajaí, promoveu no dia 17 de
junho de 1984, no Centro Cultural "25 de Julho" de Blumenau, 033° Encontro
Regional de Corais, do qual participaram treze corais. De Blumenau
participaram: o Coral Masculino "Liederkranz", Coral Misto e Coral Infantil do
Centro Cultural "25 de Julho"; o Coral da Igreja Martin Luther o Coral Misto
Texto Salto;, Camerata Vocale; Coral ARS Sa-
cra e Coral da Sociedade Cultural Salto do Norte.
De outros municípios compareceram os corais: Associação Coral "VilaLobos",
de Itajaí; "São Ludgero" de Ituporanga'Coral Masculino "Cruzeiro" e Coral
Misto "Cruzeiro" de Presidente Getúlio; Coral da Sociedade Recreativa é
Cultural de Timbó; Coral da Sociedade Cultural de Ibirama. O evento contou
com a presença do maestro José Acácio Santana coordenador de corais em
Santa Catarina. O encontro teve o apoio d~ Governo do Estado de Santa
Catarina, Secretaria de Esporte, Turismo e Cultura e Fundação Catarinense de
Cultura.
A "Sangerbund Itajahytal" teve como primeiro presidente Louis Abry,
seguindo-se, Peter Christian Feddersen, Dr. Hans Pape e Ralph Gross. Fritz
Kretzschmar foi por muitos anos, o tesoureiro. O secretário, por muitos anos,
foi G. Arthur Koehler, que colocou o "Der Urwaldsbote" à disposição dos
eventos culturais. Aliás, no dia 18 de maio de 1958, foi publicado o programa
da Festa de Cantores realizada na sede social do "Cruzeiro" F. C., de Presidente
Getúlio, num jornal totalmente dedicado à Liga Cultural e Recreativa Vale do
Itajaí.
A "Sangerbund Itajahytal" teve por duas vezes suas atividades sustadas,
ou seja, durante as duas guerras mundiais. Voltou a funcionar em 1952, com o
nome de Liga Cultural e Recreativa Vale do Itajaí e teve os seguintes
presidentes: Oswald Buerger, Emil Rossmark e Manfredo Bubeck.
Honrarias - Desde 1913 já se atribuíam honrarias a corais jubilados. Ao
cantor ou cantora que participar ativamente durante 25 anos, em coral, será
atribuído diploma de honra, broche ou agulha trabalhada em prata. Para os 50
anos de participação ativa, o cantor ou cantora fará juz à agulha com coroa de
ouro. Para os cantores que atuarem 60 ou mais anos como ativos, será
atribubída a agulha com coroa de ouro e laço. A
instituição da agulha data de 1926 e é preferida. Essa honraria é atribuída aos
cantores por decisão da diretoria ou associação numa ocasião especial ou
durante os ensaios. Além dessas honrarias,' os jubilados terão seus nomes
publicados em jornal ou revista especializada. A diretoria da sociedade ou
associação coral poderá também dispor de outras alternativas de premiação.
Tam~ém os dirigentes de corais que tiverem comprovados os seus 25 ou maiS
anos de atuação farão jus à agulha com coroa de prata trabalhada em ouro. Para
auferir esta honraria, o regente deverá comprovar que ainda está em atividade.
Esta honraria foi instituída em 1954. Os pregos de ouro e prata nas bandeiras
das Sociedades de Canto têm a mesma conotação honrosa. '
Uma honraria diferente - uma Pokal de prata brasileira, foi atribuída a
Paul Hering no dia 12 de dezembro de 1933, por sua participação ativa em
corais durante cinqüenta anos. A honraria foi entregue pelas mãos do Dr. Hans
Pape, presidente da "Sangerbund Itaj allY tal " .
A maior das honrarias coube a Oswald Buerger, que recebeu pelos seus
cinqüenta anos de dedicação às Sociedades de Canto, a agulha de ouro da
D.S.B. da Alemanha, um Diploma de Honra, bem como uma passagem para
assistir à festa estadual de cantores na Alemanha. A homenagem foi realizada
na festa organizada pela Sociedade Recreativa e Cultural Lyra, nas
dependências do Centro Cultural "25 de Julho", nos dias 17 e 18 de maio de
1969.
O Grande Vale do Itajaí cresceu embalado pelas valsas, polcas,
marchas, schottisch, laendler, executadas pelas "Musikkapellen" (Conjuntos ou
Bandas Musicais), que caracterizam a música do Vale do Itajaí.
A bandinha é uma das manifestações mais autênticas e culturais do Vale
do Itajaí.
Desde os primórdios da colonização, os professores que vinham
contratados para lecionar Letras às crianças traziam conhecimentos em nível
elevado e eram aptos para lecionar música, formar e reger bandas e corais, pois
na Alemanha a música tàz parte do currículo escolar, desde as primeiras letras.
Além dos professores, aportaram também em Blumenau colonizadores com
grandes conhecimentos musicais e músicos for-
l mados em famosas escolas de música e que haviam atuado na Alemanha.
A partir de 1864, se apresentavam em Blumenau quartetos, solistas e bandinhas
musicais. A primeira bandinha de Blumenau foi fundada por Hermann
Ruediger e se caracterizava pelo estilo fanfarra. O contexto musical do Vale do
Itajaí inclui dezenas de bandinhas e centenas de músicos. As bandinhas
sofreram restrições durante as duas guerras mundiais, pois os músicos
geralmente acompanhavam as músicas cantando em alemão.
Também marcam a música do Vale do Itajaí os tocadores de Ban-
donion, sempre requisitados para festas.
A música clássica em Blumenau atingiu o seu apogeu com o compositor
e Maestro Heinz Geyer, entretanto, em 1918, sob a orientação do professor Max
Humpl, um concerto de grande gabarito realizado no salão Holetz, no dia 20 de
fevereiro, marcou a cidade quando foram apresentados:
1 - Abertura de Kéler Bela (orquestra);
2 - Le Reveil du Printemps de Bach (solo de violino, por Max Humpl); 3 -
Concerto Fantasia de Ernst Koehler (solo de flauta, por Colin);
4 - L' Addio a N apoli de T. Coltra (canto, por Max Humpl);
5 - Rapsódia Húngara de Liszt (solo de piano, por Garbe);
6 - Melodia de Chiostri (solo de violino, por Max Humpl);
7 - Abertura de Cyrill Kistler (orquestra);
8 - Abertura de Bodas de Fígaro, de Mozart (solo de flauta, por Colin); 9 -
Sou Solo Soletto, de Victor Avoni (canto, por Max Humpl);
10 - Concerto de Violino, de Beriot, Op. 100 (solo de violino, por Max
Humpl);
11 - Marcha de Lohengrin, de R. Wagner (orquestra).
Em 1921, chegou a Blumenau Heinz Geyer, músico formado, que sem
interferir na beleza e tradição musical das bandinhas, é o ponto culminante na
música, principalmente a clássica, no Vale do Itajaí. Heinz Geyer regeu, no dia
15 de setembro de 1923, um concerto com a seguinte programação:
1 - Canções Populares, potpourri de Roedel; 2 -
Die -diebische Elster, Abertura de Rossini; 3 -
Andante da I a Sinfonia de Beethoven;
4 - Intermezzo da Op. Cavalleria Rusticana de Mascaglú;
5 - Weltvergessen (valsa) de Alletter (incluída a pedido na programação); 6 -
Martha, Abertura de Flotow;
7 - Herzen und Blumen de Czibulka;
8 - Dynamiden (valsa) de Josef Strauss;
9 - Aparecimento dos Espíritos (marcha) de Heinz Geyer.
No dia 11 de julho de 1936, foi festejado em Blumenau o Centenário de
Nascinemtno de Antônio Carlos Gomes, com marcha dos escolares, pela
manhã, até a Praça "Carlos Gomes" hasteamento da Bandeira e Hino Nacional.
Às doze horas, Brasilino d~ Carvalho pronunciou discurso, atra~és da R.ád~o
CI?be de Blumenau, traçando a biografia do grande compOSItor brasIleIro. A
tarqe, foram projetados filmes sobre a natureza e retreta na Praça Pública. A
noite, foi apresentado um concerto de gala no Theater und Musikverein
"Frohsinn", sob a batuta do Maestro Heinz Geyer, com o seguinte programa:
Hino Nacional Saudação pelo Dr. Hans Gaertner, com comentário sobre a vida
de Ca~los Gomes, Hino a Carlos Gomes com texto do Dr. Oliveira e Silva e
música de Heinz Geyer para coro, orquestra e solo. Na segunda parte, o Presi-
dente da Câmara de Vereadores, José Ferreira da Silva, falou sobre a data. De
autoria de Carlos Gomes, foram executadas as seguintes peças musicais:
Fantasia da ópera "Escravo", "Senza tetto e cenza cuna" e a Abertura da ópera
"O Guarani". O concerto foi o ponto alto das comemorações.
Com a dispensa do Maestro Geyer em 1971, rompeu-se a tradicional
estrutura do grande coral e orquestra sinfônica formada por amadores. Em
1981, formou-se a Orquestra de Câmara de Blumenau, com 70% de
profissionais importados, e os nossos músicos passaram a atuar no Centro
Cultural "25 de Julho" e outros locais. A Orquestra de Câmara de Blumenau é
uma das melhores no gênero no país, com LPs gravados e apresentações nos
maiores centros urbanos do Brasil e exterior.
Em 1949, foi fundado o Conservatório de Música "Curt Hering", atual
Escola Superior de Música.
No dia 4 de novembro de 1955, foi apresentado no Teatro" Carlos
Gomes" uma "Grande Conferência-Concerto" sobre o tema, Nascimento e a
Evolução da Música, com narração do escritor L. Romanowski e a participação
do tenor Felippo Baroni e o chansOlmier Roberval, que interpretaram, entre
outros números, Madrigal (século XVI), de Caccini; Sento dei Core (Séc.
XVII), de Scarlati; Bergerete (Séc. XVIII); M'Endormir Pres de Toi, de
Baquete-Mailet; O DeI Mio Dolce Ardor de Gluck; Femmes de France de
Alstone; Serenata de Schubert; La Chanson de Paria de Jean Drejàc; Romansa
di Tarssilo de Kalmann; Pigalle de Ulmer, com acompanhamento ao piano pelo
professor Oleh Gabrussewycz, sob o patrocínio do Prefeito Municipal de
Blumenau, Dr. Gerhard Neufert, comércio e indústrias de Blumenau.
Na década de cinqüenta, e durante muitos anos, funcionou em
Blumenau a Escola de Aperfeiçoamento e Interpretação de Acordeon
fundada por Rudy Beckhauser, que apresentou no dia 5 de setembro de 1959,
no Teatro "Carlos Gomes", como parte da programação da Semana da Pátria,
um grande festival infantil, no qual se apresentaram duzentos acordionistas. Na
época, o acordeon e as gaitas eram destaque e Rudy Beckhauser inaugurou no
dia 2 de novembro de 1960, no andar térreo do Edifício Beckhauser, a "Casa
das Gaitas e Palácio das Músicas". Compareceram à inauguração o Prefeito
Municipal, autoridades e pessoas de projeção da sociedade local, sendo
oferecido um coquetel e show com números musicais a cargo de Rudy
Beckhauser. Além dessas apresentações eram comuns as "Noitadas de Arte",
com alunos de Beckhauser.
Na mesma época, o músico Werner Arnold mantinha uma Academia de
Música no primeiro andar do Magazin Paulista (esquina da rua XV de
Novembro com Padre Jacobs), com grande número de alunos.
Na década de setenta, com o advento da televisão em Blumenau,
programas musicais eram realizados ao vivo, principalmente no CÍne Busch,
onde o Canal 3, atual RBS, oportunizou a revelação de valores locais e
formação de vários conjuntos musicais.
Em 1974, numa promoção dos Diretórios Acadêmicos e Departamento
de Cultura da FURB, foi realizado no Teatro "Carlos Gomes" o show "Brasil,
suas raízes musicais" .
Em setembro de 1979, foi fundada em B1umenau a Pró-Música, sendo
a primeira diretoria integrada por Eutraclínio dos Santos - Presidente; Gertrud
Schroetter - Vice-Presidente, Comado Odebrecht - Secretário Geral, Ernesto
de Souza - 1 ° Secretário, Osmar da Silva - 2° Secretário, Rui Moreira da Costa
- Tesoureiro Geral, Lolita Mello - 1 ° Tesoureiro, Rui Willecke - 2° Tesoureiro
e Neide Coelho - Diretora Artística.
O Departamento de Cultura da Prefeitura Municipal de Blumenau,
promoveu em 1979 o show "Blumenália", um espetáculo de variedades,
reunindo artistas locais nas áreas da música, poesia, canto, dança, teatro e
mágica.
O show Blumenália, além de apresentado no Teatro de Bolso e FURB,
também foi apresentado na rua, e em 1982, numa promoção de Guido Heuer e
Horácio Braun, num palco montado no meio do rio ItajaíAçu. Participaram dos
primeiros shows o Corpo de Dança "Maria de Caro", o poeta Lindolf Bell, o
grupo teatral "Ribalta" (mímica e humor), Roland Zwicker (mágica), Eduardo
Vidossich (piano), Roi Kellennann (canto), Camerata Vocale (coral) sob a
regência de TeImo Locatelli e outros. O show Blumenália contou com os
grupos musicais: Grifo ou Se-
mentes da Terra, Vlad V, Holocausto, A Folha, Q. G. da Paz, Blackout,
Miragem, Rallo e Nirvana, que também se apresentavam em boates e festas
particulares. O show Blumenália contou também com música sertanej.a
~Zezinho e Valdoninho) e som de MPB, com Dorvalino, professor de vlOlao
no Centro de Cultura, e outros artistas.
Em 1980, Blumenau contou com o Projeto Pixinguinha, com apre-
sentações no Teatro "Carlos Gomes" de grandes nomes da nossa Música
Popular Brasileira.
. A~ ~presentações musicais visando arrecadar fundos para obras
~sslstenclals sempre mereceram destaque em Blumenau, e uma das mais
1lllportantes foi realizada no dia 23 de setembro de 1987, quando foi realizada
a Noite de Arte do pianista Angelin Loro e seu filho Rafael Loro de 11 anos, ao
violino. O concerto foi promovido pela Associação d~ Cegos do Vale do Itajaí,
com apoio das Lojas Maçônicas de Blumenau liderada pela Loja Obreiros de
Salomão N° 39. Na ocasião, proferiu pa~ lestra Frei Anselmo, defíciente visual.
O espetáculo também contou com a participação do coral "Camerata Vocale".
A arrecadação foi em benefício da construção da sede, visando a habilitação do
cego no ensino profissional, inclusive uma escola de alfabetização pelo métido
Braille.
Além da Escola de Música do Teatro "Carlos Gomes", funcionam cursos
de música, dos mais diversos instrumentos, ministrados por particulares e
também no Conservatório de Música e Arte Sol Maior, onde são ministrados
cursos de violão, pistão, sanfona e outros instrumentos.
"MU8IKKAPELLEN',
(Bandas de Música)
As "Musikkapellen" (conjuntos ou bandas musicais) tinham um papel
importante na vida artística, social e cultural da Colônia. Abrilhantavam as
festas e alegravam os bailes, principalmente os bailes públicos. Hermann
Ruediger fundou e dirigiu a primeira "Musikkapelle" da Colônia Blumenau.
Ruediger regeu concertos no Teatro "Frohsinn", salão dos Atiradores, salão
Holetz, praças, salões e outros locais, durante as festas de Páscoa, Natal,
Pentecosstes, aniversário das sociedades, carnaval, comemorações e outras
festividades. Em 1864, formou-se também o quarteto de Wilhelm Scheeffer,
que tocou no primeiro aniversário da Sociedade de Canto "Germânia", porém
após essa apresentação nada mais consta sobre o referido quarteto. A
"Musikkapelle Ruediger" atuou em
19.
Blumenau e adjacências por mais de cinqüenta anos, participando ativamente
da vida da Comunidade. Quando a memória do Chanceler Otto von Bismark foi
homenageada no dia 14 de agosto de 1898, a "Musikkapelle Ruediger", ao lado
do coral misto "Hannonie", abrilhantou as homenagens. Para angariar fundos
para a construção do monumento ao Doutor Blumenau a Comunidade
blumenauense promoveu no Teatro "Frohsinn", no pr~neiro dia de Pentecostes
de 1900, um cocnerto público regido por Ruediger. Também em benefício da
Comunidade Evangélica o concerto da "Liebhaber Kapelle Ruediger" ,
realizado no dia 15 de novembro de 1902, apresentou belíssimos números
musicais.
Depois de Ruediger, outros conjuntos musicais foram surgindo, bem
como verdadeiras bandas musicais, inclusive no interior da Colônia,
destacando-se a "Musikkapelle", de Karl Lingner ou "Lingnerkapelle".
Ruediger e Lingner tocavam muitas vezes em conjunto, princ~p~lmente nos
bailes comemorativos (11 de novembro de 1883), quanfo 1m homenageado
Martin Luther. Todos os anos, no dia 2 de setembro, o Imperador do Brasil era
homenageado com um concerto, porém em 1883, a homenagem incluiu um
concerto às três horas da tarde. No segundo dia de Natal do mesmo ano, à tarde
e também à noite, no baile, a banda Ruediger se apresentou como Ruediger &
Lingner. No concerto de Natal, apresentado no dia 20 de dezembro de 1884, a
Lingnerkapelle apare-
ce como Ruediger & Lingnerschen Kapelle. . com entrada de Momo pontUalmente às 11 horas e 11 minutos.
Famosa na época foi a banda de Gustav Werner, barbeiro, Ofi-
cial de Justiça e grande pistonista que fundou, com seus filhos, o C~njunto
Werner. As bandas de Ruediger e Werner tocav~ em e~tllo "fanfarra". A banda
Werner participou das festividades dos vmte e cmco anos do vapor "Progresso",
entre Blumenau e o porto de Itajaí, no dia ~9 de dezembro de 1904.
Participavam da Banda Werner, além dos seus fIlhos, Oswald, Otto, August e
August Werner Júnior, E~nst Kaestne~, Eugen Krepski, Otto Kaestner,
Hermaml Baumgarten, .Rlchard S~hnelder, Ernst Haupt, Ernúnio Moser,
Hermann Schnelder e WIlhelm
Schneider.
As bandas musicais e os bailes promovidos pelas sociedades, esti-
mularam a construção de salões de bailes públicos na Colônia, geralmente por
iniciativ~ de comerciantes. Eram democráticos, pois, confraternizavam ricos e
pobres, moços e velhos, patrões e empregados, com grande alegria e muita
cerveja fabricada na Colônia. No início todos os bailes eram públicos, mais
tarde as sociedades promoviam bailes sociais além dos bailes públicos. Os
nossos colonizadores se divertiam muit~, e os bailes de máscaras não eram
esquecidos durante os festejos
de Momo. A Sociedade de Atiradores, que era o centro social artístico e
cultural da Colônia, foi palco de centenas de bailes de másca;as. No salão de
Karl Wilhelm Friedenreich também eram realizados os bailes isto quando o
salão da Sociedade de Atiradores era muito pequeno. O ':B1um~nauer
Zeitung" de 7 de fever~iro de 1885, publica convite para um baile de máscaras
na Casa dos AtIradores a ser realizado no dia 15 de fevereiro de 1885. A nota
diz o seguinte: "Será realizado o baile de móscaras no qual todos terão acesso. O
preço para as máscaras, inclusive o baile, é de 500 réis; os não mascarados
pagarão 300 réis e mais uma taxa para a música. Ninguém poderá dançar
antes de tirar a máscara, e os mascarados não deverão ser molestados.
ATENÇÃO: caso haja desfile, os cavalos e carros estarão à disposição. O
baile terá início às 8 horas e trinta minutos. As móscaras já chegaram e
poderão ser adquiridas com o senhor Franz Lungershausen ". O convite
comprova que mesmo na Sociedade de Atiradores também se
promoviam bailes públicos.
Em 1897, foi fundado o Clube Carnavalesco "Filhos do Inferno"
que festejava Momo com muita alegria, baile e desfile. '
Em 1909, foi fundado o "Club Unter Uns", que promoveu o seu baile de
máscaras no salão Holetz, animado pela banda Werner, com prêmios para as
melhores fantasias para homens e mulheres e também para a originalidade,
. Os festejos carnavalescos eram animadíssimos com cortejo que, a partir
das 4 horas da tarde, desfilava pela então Avenida Doutor Blumenau, onde era
feita uma batalha de flores e um baile a fantasia no último dia de Carnaval no
salão do Teatro "Frohsinn"22. Também eram comuns pelo Carnaval os
"Lumpenball" (Baile dos Andrajosos), que geralmente eram realizados no
salão dos Atiradores e também em outros locais como no Restaurante
Zwoelfer, que além dos "Lumpenball", promovia também "concertos
familiares com a banda Baumgart até às 12 horas da noite na parreira, sem
dança "23. Os nossos colonizadores marcaram presença com sua musicaJidade
desde o alvorecer da Colônia em tudo, pois até nos banquetes, principalmente
para visitantes ilustres, as bandinhas davam o seu toque mágico. No dia 18 de
maio de 1901, Blumenau recebeu a visita do Dr. Felipe Schmidt e o ilustre
visitante foi homenageado também pelas bandas Lingner e Graupner. Em
1903, o Coronel Vidal
22) "Blumenauer Zeitung" de 02/03/1919.
23) "Blumenauer Zeitung" de 12/12/1926.
20.
Ramos visitou Blumenau e a bandinha "Freitheit" (Liberdade) abrilhantou a
homenagem tocando no banquete. Também a Varanda Seifert programava às
sextas-feiras, a noite alegre musical com a banda "Bávara", de Walter Seifert24•
Um acontecimento que marcou Blumenau em 1909, e que continua
marcando com sua presença todos os acontecimentos importantes da
Comunidade, foi o 55° Batalhão de Caçadores, hoje 23° B.1.. No dia 29 de abril
de 1909, pouco depois das 20 horas, o vapor "Blumenau" apontou na curva do
rio, e em seguida atracou no porto do Jardim "Hercílio Luz", trazendo para
Blumenau o 55° B.C., com 30 músicos e 18 oficiais, ao todo 125 homens, entre
soldados e graduados. A banda Werner tocou o Hino Nacional e a banda do
batalhão, tendo como comandante Crispim Ferreira, ainda a bordo, tocou o
Hino da Prússia. No dia 8 de maio, portanto oito dias após o desembarque em
Blumenau, a banda de música do 55° B.C. tocou no Jardim Público das 4 às 6
horas da tarde de domingo as seguintes peças musicais:
13 Parte: 1
- Minerva (marcha)
2 - Fausto (ária de pistão)
3 - Saudades de Nenem (valsa) 4
- 2 ° Regimento (dobrado)
5 - Quando o amor morre (valsa)
23 Parte:
6 - Stella Confidente (romanza) 7
- Saudosa (valsa)
8 - Maxixe de ferro (tango) 9
- La Marine (dobrado)
10 - Gaúcho (tango)
Esta foi a primeira retreta da banda de música do 55° B.C. em
Blumenau, e que a partir dessa data passou a integrar a vida artística, social e
cultural da Comunidade. Segundo o jornal "Der Urwaldsbote" de 5 de junho de
1909, a banda de música do 55° Batalhão de Caçadores participou do desflle da
festa dos Atiradores nos dias 31 de maio e 1 ° de junho de 1909, festa de
Pentecostes. Os músicos militares tiveram atuação importante na Orquestra
Sinfônica do Teatro "Carlos Gomes", sob a batuta do Maestro Heinz Geyer.
A banda de Ernst Bernhardt ficou famosa por ser formada por onze
membros de sua família. Bernhardt percorreu vários estados brasileiros, deu
concertos na Argentina, para onde mudou-se posteriormente com toda a
família. Bernhardt obteve grande sucesso, principalmente no exterior. O
"Blumenauer Zeitung" de 4 de outubro de 1913, em Notícias Locais, teceu
comentários sobre a vinda da família Bernhardt e, segundo a nota, ele era um
grande dirigente que, na Argentina, Uruguai e Chile, fez nome com o conjunto
musical fonnado somente por integrantes de sua família. Em Blumenau, a
família Bernhardt apresentou o seu primeiro concerto no dia 7 de outubro de
1913, concerto que lotou o Teatro "Frohsinn". Segundo a crítica, a
Comunidade blumenauense "teve uma noite inesquecível que deve ter
agradado a todos os espectadores. O mais jovem dos integrantes, Udo, foi
sublime ao xilofone ". O primeiro concerto do "Damen Orchester"
(Orquestra de Damas), da família Bernhardt foi realizado no dia 16 de
outubro de 1913, no Teatro "Frohsinn", e a crítica elogiou a interpretação
da "Orquestra de Damas", dizendo que "as partituras tiveram uma
excelente interpretação, e que além de trechos de operetas famosas,
apresentaram peças musicais bem mais difíceis. A primeira violinista
tocou com suavidade e maestria. Todos esperam que concertos dessa
natureza se repitam ". Do programa do dia 16 de outubro constaram
números como: Cavalaria Ligeira (ouverture), de Suppé; Serenata de
Schubert; O Trovador, de Verdi; a Sinfonia do Guarani, de Carlos Gomes;
O Barão dos Ciganos (potpourri) da Op. de J. Strauss; Cavalaria Rusticana
(fantasia) da Op. de Mascagni; Tannhaeuser' (marcha), de R. Wagner;
Huguenotes (fantasia) da Op. de Meyerbeer, entre outros. A família
Bernhardt apresentou-se no Teatro "FrohsiIm", Hotel Holetz, Teutónia,
hoje Ipiranga e também no salão Lueders, de Indaial. No dia 9 de
novembro, o concerto da "Orquestra de Damas" da família Bernhardt foi
em benefício da Escola Nova, e do programa constaram números como: As
Bodas de Fígaro (ouverture) de Mozart; Sonho de Valsa, de Strauss;
Operetten Revue (potpourri(, de Fetras; Preciosa (fantasia), de Carl M. V.
Weber; O Vendedor de Pássaros (potpourri), de Zeller; N onna (fantasia), da
Op. de Bellini; Orfeu no Inferno (abertura), de Offenbach; Rapsódia Húngara
nO 2, de Liszt; O Estudante Mendigo, da Op. de Milloecker; Dança Húngara
nO 5, de Brahms e outros. No dia 16 de novembro, no salão Holetz, a
"Orquestra de Damas" colaborou com a Sociedade de Canto Hannonie, com a
peça musical "O Califa de Bagdad" (abertura), de Boeldieu e "Martha" (tanta-
sia), de Flotow. No dia 24 de dezembro de 1913, no primeiro e segundo dia de
Natal, a "Orquestra de Damas" da família Bernhardt apresentou o
seu último concerto com números musicais de Flotow, Offenbach, Lehar,
Jeffel Suppé, Donizetti, Schubert, Mydleton, Hérold, Gounod, Bizet, Thomas,
C. Gomes, Lincke, Leoncavallo, Verdi e outros. Foi uma verdadeira
consagração,
Ernst Bernhardt ficou no Uruguai, quando a sua "Musikkapelle" visitou
Blumenau, porém em 1919 veio visitar Blumenau, ocasião em que convidou os
blumenauenses interessados em formar uma banda, para no Teatro "Frohsinn"
participarem da reunião, que resultou na fundação da Sociedade Musical Lyra,
que reunida posteriormente ao Club Musical, sob a batuta do Maestro Heinz
Geyer, formou mais tarde a grande Orquestra Sinfônica do Teatro "Carlos
Gomes" .
Havia no bairro da Velha, por volta de 1915, uma Sociedade de
Quadrilha, que promoveu no dia 15 de maio de 1915, no salão Ehrhardt, um
"Kraenzchen", para o qual foram convidados, além dos associados do salão
Michels, todos os amantes de quadrilha para participarem da promoção. O
convite foi fonnulado pelo professor de quadrilha Hermann Schneider, tendo
na parte musical a banda Sclmeider e seus fIlhos. Quanto aos ingressos, os
cavalheiros pagaram 1$000 réis e as damas 200 réis.
A "Zigeunerkapelle" (Conjunto Musical Cigano), não foi esquecida, e
na grande festa realizada no dia 22 de outubro de 1916, na Sociedade de
Atiradores, com barraquinhas, café, rifas, etc., com música no local, aparece
pela primeira v..ez no salão, a "Zigeunerkapelle" com suas alegres "Weisen"
(canções). A noite, na sala do Teatro, música, quadros vivos, números de
ginástica, baile e canções. O trem da E.F.S.C. fez horário especial. A
"Zigeunerkapelle" se apresentou por longos anos em Blumenau, participando
também da grande festa da Sociedade de Atiradores, no dia 5 de maio de 1929.
Para esta festa foram programadas todas as diversões costumeiras. Do
concerto, à tarde, participaram a Sociedade Musical Lyra, sob a regência do
Maestro Heinz Geyer, a banda Wollinger, a Orquestra de Cordas da banda Boa
Vista e a banda de Músicas Ciganas. Tudo foi organizado em beneficio do
fundo para o órgão da Igreja Evangélica e Sociedade de Senhoras Evangélicas
de Blumenau.
As bandas tinham sempre o seu lugar de destaque e até nos piqueniques
eram solicitadas. A banda Werner animou o piquenique organizado por Emil
Marx na propriedade de Heinrich Reif, em Salto Weissbach, no dia 9 de março
de 1919. A propriedade de Heinrich Reif, inaugurada no dia 9 de fevereiro de
1919, era um local de recreio para as farrúlias, com churrasco, música, dança
dentro de um alpendre de pal-
mitos e bosque sombreado com muitos bancos. A cachoeira de Dittrich e o
"Wolfsschlucht" (Vale do Lobo) em Altona, também eram locais muito
procurados para excursões, e os blumenauenses as programavam com
freqüência com banda de música, cantos, cenas cômicas e danças. Os as-
sociados da Sociedade Musical Lyra excursionavam com freqüência até a
cachoeira de Dittrich e também até o "Wolfsschlucht". Os convites para
excursões continham sempre a observação: "se não chover "25.
O "Jazzband Kapelle" apareceu sob a regência do Maestro Heinz Geyer,
e se apresentou pela primeira vez no baile a íàntasia, realizado no Teatro
"Frohsirm", no dia 27 de fevereiro de 1927.
As músicas de dança foram tacadas por dezenas de bandinhas e em
outros tantos salões, e as danças mais solicitadas eram as polcas, schottisch,
rheinlaender, laendler, quadrilha sueca, valsas. Os grandes bailes, geralmente,
começavam com a "polonaise" e eram os instrumentos de sopro,
principalmente a trombeta, que a marcava. Apesar do grande número de
bandinhas e conjuntos musicais, as festas e os bailes também eram animados
com o som bonito do "bandônion", que às vezes, também fazia parte do
conjunto musical. Os "bandônions" eram muito requisitados, principalmente
nas festas de casamento.
Os bailes eram muito concorridos e os amantes de "Terpsícore" faziam
longas caminhadas e viagens para participar dos mesmos. Depois do baile, era
comum muitos dos participantes acompanharem os músicos pelas ruas da
cidade, cantando. Alguns bailes eram divertidíssimos, principalmente quando
eram intercaladas certas brincadeiras como a dança da vassoura: um dançarino
ou dançarina dançava com a vassoura, porém ao som da batida forte da
vassoura no assoalho, os dançarinos trocavam de par, e aquele que ficasse sem
par era obrigado a dançar com a vassoura. Nos convites formulados para os
bailes, tanto sociais como públicos, sempre eram anunciadas as bandinhas e os
respectivos salões onde os bailes eram realizados, através dos jornais da época.
Além do salão dos Atiradores, Teatro "Frohsirm" e Hotel Holetz, inúmeros
foram os salões, as bandinhas e as respectivas localidades que realizavam
regularmente os bailes, principalmente os bailes públicos, que marcaram a vida
social de Blumenau. As bandinhas se revezavam entre os diversos salões das
mais diversas localidades. Além das bandas Ruediger, Lingner, Werner,
Freiheit, Lyra, Zigeunerkapelle, Boa Vista, Wollinger, Schl1eider, já citadas,
funcionaram ainda em Blumenau (Vale do Itajaí) as bandiIlhas: Sperber,
Geloscheck, Stadnik, Weingaertner, Ritzke, Bohmalli1,
Geyer & Gutz, Bork, Froehlich, Jensen & Bruch, Penzlien, Zandere, Gessner &
Gelouscheck, Ladwig, SelbmaIm, A. Gauche, Bávara, Deutsche Kapelle (banda
alemã), Radloff, Liskow, Klueger, Engelmann, Koester, Novasky, Kuersten,
Hauskapelle (banda da casa), Persuhn.& Irmãos, Blum & Werner, Walter Baumgart,
Franz Baumgart, Harmome, Seiler, Seelbach, Knaesel, Alegria, Ideal, Ramos,
Avahy, Corrêa, Prada e Concórdia. A banda da Empresa Industrial Garcia, que
festejou seus vinte e cinco anos nos dias 5 e 6 de setembro de 1931, no Club Garcia,
ainda funcionava ativamente em 1940, quando se apresentou no salão Persulm, de
Itoupava Seca, como "Jazzband Garcia". A banda fundada por Karl Lingner festejou
seus 60 anos no dia 28 de julho de 1934,. sob a regência do filho Karl, que atuava na
banda 48 anos, sendo WIlhelm Reif o mais velho integrante da banda (54 anos).
Os salões, que geralmente funcionava.m junto às casas com~rciai~, bem
como as sedes dos Clubes de Caça e Tiro, estavam sempre dIspomveis para
qualquer manifestação social, artística, cultural e .até polí.tica, pois além dos bailes
serviam para apresentar peç.as teatraIs.' ~ágICOS, cantores, músicos, corais,
sessões de cinema e reumões as maIS dIversas.
O elevado número de salões existentes em Blumenau e arredores nos dá
uma visão do alegre espírito da nossa gente.
Os filmes levados para os arredores de Blumenau eram exibidos nos salões
Hardt, de Indaial, Koehler, de Encano, Hofsess, de Warnow, Ralm, de Timbó, DoeU,
de Passo Manso, Kirsten, de Salto Weissbach, Jensen de Itoupava, Heidorn, de
Pomerode, Wehmuth, de Gaspar, Müller d; Timbó e outros. Geralmente os filmes,
apesar do "Cinemaropho~" ter aparecido em Blumenau em julho de 1908, eram
mudos e animados por conjuntos musicais ou bandônions até 1930 quando do ad-
vento do cinema falado em Blumenau. No salão Teutônia (Itoupava Seca), tanto as
exibições ci~1ema:ográficas como ,o~tros festejo~ eram animados pelo conjunto
musIcal fonnado pelos mUSICOS Kurt W111ckler ao piano e os irmãos Walter e
Eugen Seelbach, violino. No salão Hinkeldey, onde funcionava o Cine Garcia, Harry
Gauche animava as sessões
cinematográficas com o seu bandônion. .'
Por volta de 1940, apesar da Segunda Guerra Mundial, cont111ua-
vam em plena atividade os restaurantes com pista de dança e música. ao vivo,
principalmente por conjuntos musicais, como a Varanda Toenjes,
famosa pela sua confeitaria e churrascadas. .'
Nas cidades do Vale do Itajaí, sempre se promoviam e amda se promovem
bailes sociais e públicos animados por bandinh~s ou conjuntos musicais que têm
sua origem no alvorecer da Colônia. E evidente que
dos antigos salões, são raros os atuantes, talvez alguns salões de sociedades como
dos Clubes de Caça e Tiro, porém, outros surgiram e, mesmo durante as duas
guerras mundiais, apesar das restrições impostas pela nacionalização e do
policiamento, os salões funcionavam e os dançarinos se divertiam.
Os Clubes de Caça e Tiro que com a nacionalização se retraíram e estavam
em fase de extinção, com o apoio do governo municipal, na década de setenta, por
iniciativa do então Prefeito Municipal Evelásio V ieira, muitos reativaram as suas
atividades. Os Clubes de Caça e Tiro desfilam na Semana de Blumenau, tendo à
frente as bandinhas, e se reúnem anualmente no "Grande Baile" das sociedades
realizado sob os auspícios da municipalidade.
As "Musikkapellen", que sempre alegravam as festividades desde os
primórdios da Colônia, durante a Segunda Guerra Mundial sofreram uma série de
restrições, principalmente no interior, onde os músico, quando "meio altos",
cantavam em alemão. Sabe-se que muitas festas particulares, inclusive de
casamentos, sofreram incursões de "nacionalizadores", e que muitos noivos (a
noiva em traje de noiva) e todos os convivas do casamento foram levados para a
cadeia pública do município, que funcionava no andar térreo da antiga Prefeitura
Municipal. Da ponte "Desembargador Pedra Silva", sobre o ribeirão Garcia,
podia-se ouvir os noivos e convivas presos tocanto e cantando em alemão com a
maior naturalidade.
Entre todos os festejos, os de casamento eram os mais importantes e
divertidos da Comunidade, e como as festas dos Atiradores, geralmente duravam
três dias. Os preparativos para essas festas eram feitos com muita antecedência e
tanto o noivo como a noiva faziam a sua tradicional despedida de solteiro ("Polter
Abend"). Quando os noivos não promoviam o "Polter Abend", era comum os
vizinhos jogarem os cacos de vidro, ou louça, dentro da casa da noiva. O bonito
dessas festas era o cortejo nupcial que em lugares sem estradas era feito a cavalo,
especialmente ajaezado para a ocasião. Quando o cortejo era feito com carroças, ou
carros de mola ("Kutsche"), tanto as carroças como os carros de mola eram
enfeitados com palmitos e flores. O assento para os noivos era forrado com uma
toalha ou colcha branca, geralmente rendada ou bordada e até os cavalos eram
enfeitados. Não faltavam os tradicionais·foguetes, os músicos e os cantores que
exibiam o seu talento e alegria com muita cerveja, tanto na ida para a Igreja como
na volta ao local da festa que, às vezes, de acordo com a posse dos noivos, era
festejada no salão dos Atiradores ou em outro salão. Além do banquete havia
também o tradicional
 lile que geralmente se prolongava até o sol nascer. Nos bailes de ~asalento o
momento aguardado com ansiedade pelas moças casadOlras, :>s p;imórdios
da Colônia, era o tradicional. "!~ngfern~anz" (Coroa 'upcial), e mais tarde
outras danças que pOSSIbIlItavam as mesmas de
~anharem o buquê da noiva, ou um pedaço do véu. " a~r~vés do Decreto nO 412, de 21 de março de 1962 cnou a Banda MUlllcIpal
No "Jungfernkranz", à meia-noite, as m~ças casadOIras tonnava:n ma
roda com a noiva no centro. Com a roda gIrando cantavam a cançao
Jungfernkranz" e a noiva, de olhos vendados, es~olhia uma das moça~,
olocando sobre a cabeça da mesma a coroa nupcIal, e segundo a tradIão seria a
próxima a casar-se. Outro costwne er~ a noiva .dançar com os apazes e o
noivo dançar com as moças, em seg~.1lda .era feIta uma gran?e oda com os
noivos no centro, cantavam e o nOIVO tlrava a coroa nupcIal ia noiva. A
noiva jogava bem alto o seu buquê, que era muito disputado
leias solteiras. . . Em. setembro de 1962, começou a funcionar em Biumenau a Delag~cI.a
Dançar com a noiva, cortar um pedaço do ~éu, da!lç~r com ~ no~'o,
cortar um pedaço da gravata, colocando certa llnportancIa em dlll~leI'0 numa
caixinha para que os noivos tivessem wn bom começo de vIda, ,ão, entre
outros, alguns costumes que ainda hoje persistem em alguns ocais bem como o
hábito entre os pomeranos de os noivos, ao chega'em e~ casa, encontrarem pão
e sal sobre a mesa, para que, segundo a radição, nunca lhes tàltasse.
Esses costumes ou tradições pouco a pouco estão desaparecendo. E as
serenatas? Entre os amantes da serenata, além dos músicos :J.ue ao tenninar o
baile continuavam toca~do pelas ruas saudando ~ amanhecer era muito
conhecido Arthur RuedIger que tocava flauta e tlllha o hábito de reunir em sua
casa músicos e amigos para a serenata. Entre outros, participavam da reunião
José Martins, Vando, ~ri~o, e Chiquito.
O que fascina nesses cOI~untos ou bandas mUSIcaIS e, o fato de que
quase todos os nossos músicos tocavam e tocam por ~nor.a arte. Segundo o
Maestro Geyer - "não há diferença entre profiSSIOnaiS ~ amadore~, a diferença está
entre bons e maus músicos ". Os noss~s :onjuntos mUSIcais ou bandas contam
com elementos de todas as proflssoes. Para exemplificar, procuramos o
dirigente do Grupo Musical Cruz:iro, de Itoupa~a Alta. Esperamos horas
defronte a sua bela casa de enxa~:l que pareCIa deserta, entretanto, às 12 horas
em ponto, apareceu Helllflch Rohtbarth acompanhado de familiares, todos
enlame~dos, estaVAal,? col~lendo ~rroz. Engelbert Seiler, dirigente do Grupo
MUSIcal Gennamco, e. pedreIro, e pelas suas mãos foi construída a sede do
Sindicato. dos MÚSICOS de ~lumenau. Essa garra vem da primeva Biumenau,
pOIS os nossos ~Ol?lll~adores trouxeraln em sua bagagem os conhecimentos
mUSIcaIS lll-
disp~nsáveis à s~ f~nnação cultural, ministrados nas escolas da velha pátna
desde as pnmeIras letras.
Em 1962, o ilustre Prefeito Municipal de Blumenau H T ?eeke, cultor das
nossas tradições, cônscio da necessidade de ~s m~:%~~ se:em preservadas,
de Biumenau, sendo seu primeiro t ' Fra~ Baumgart. Pela Lei nO 1352, de 16 de
dezembro de 1965, ~f~so~~ cedIdo aos compo-?-entes da Banda Municipal,
por ensaio a que comparecess~~ .uma gratIfica.ç~o de meio salário mínimo
diário vigente no ~Ull1:I~IO, e uma gratIfIcação mensal ao maestro da banda
de meio saláno llllrumO. A banda é dirigida pelo músico Marc.íIio Pereira.
Anos se passaram e ~ :spírito das "MusikkapeIlen", apesar dos rev:zes e
.duas ?~rras mundIaIs, continua vivo como uma das manifestaçoes maIS
autentIcas e culturais da nossa Comunidade.
RegIOnal da Ordem dos Músicos do Brasil, sendo o professor de vIOIlllO
Leopoldo Kohl.bach, o pru.neiro Delegado, que a dirigiu até maio de 1979. U~a
das ~~IOres conqUlstas dos músicos, através do professor Koh1bach, ~Ol o
hora~IO de cinco horas de trabalho e o registro dos músicos no InstItuto
.NacIO~al de Previdência Social (INPS), como autônomos. A DelegacIa
~egIOnal da Ordem dos Músicos de Blwnenau atende a todo o. Vale do Itajaí.
Estão inscritos na Ordem dos Músicos os seguilltes C011Juntos e bandas
musicais: "Banda Musical Cavalllho Branco Ltda., O~ Montanari, Erinho e sua
Orquestra, Conjunto de Ritmo Society, Amen~a~ Band, Bandinha ~andeirantes,
Os Vilanenses, Grupo Musical ~ermall1co, .Grupo MU~Ical Cruzeiro,
Conjunto Os PistOlústas, MoaCIr e seu C011Junto, Bandínha Estrela do Vale,
os Azes, e outros.
. Em geral: os músic~s que integram as bandas ou co~untos musi-
caIs~ tocam ~aIs de um lllstrumento. Gustav Froehlich, fundador do ~o11Junto
MUSIcal "OS AZES", toca há cinqüenta e cinco anos todos os lllStrumentos de
sopro e também bandÔnion. Seu conjunto musical foi fundado em 1929. Gustav
Froehlich tocou sob a batura de Geyer e foi c?lega de Fra~ Baumgart, que o
auxiliou na formação do co~unto muSIcal. Pelas maos de Gustav FroehIich
passaram uma centena de músicos, aos quais ele. ensinou a tocar os
illstrumentos musicais que domina. ~~lmente o cO~junto é fonnado por sete
elementos: Gustav Froehlich, dingente, toca o llls~rumento ~usical, requisitado
pela partitura, para entrosar com os demaIS do c011Junto. Gustav Froehlich
Filho toca sax-tenor;. Hélio N?vaski, acordeon; Elmo Benner, pistão'Helmu;h
Schwanke, clanneta; Relllwald Hausmanll, bateria e João Alves Rodrigues,
contra-
baixo e guitarra. O repertório é de músicas típicas e regionais. O Conjunto
Musical "OS AZES" se apresentou em todo o Vale .do Itaja~ e cidades
vizinhas em bailes, festas dos Clubes de Caça e Tiro, socIedades,
casamentos, etc.
"Erinho e sua Orquestra" foi fundada em agosto de 1951, e desde essa
data com sua excelente orquestra, tocando sempre os sucessos da atualidad~,
tornou-se famosa não só em todo o estado de Santa Catarina onde abrilhanta
bailes de gala, formaturas, aniversários, carnavais, et~. mas também em
vários estados do Brasil. No R.io de Janeiro, tocou no Hotel Glória, na sede
do Fluminense Futebol Clube e Clube Sírio Libanês. Tocou em Curitiba, Foz
do Iguaçu, Ponta Grossa, Cascavel e em quase todas as cidades do norte e
sudoeste do ~araná. Tam?ém tocou em Passo Fundo, Vacaria, Carazinho e
outras CIdades do RIO Grande do Sul. Tocou ainda em São Paulo, Mato
Grosso do Sul e outros estados do Brasil. O dirigente da orquestra é Erich
Riedel, e a base da orquestra está nos músicos: Werner Arnold, Lupércio
Lobo, Paulo Aristides de Oliveira, Rogério Ângelo, Aristides Pedro da Silva,
Eurídice de Souza, José Sidnei Novaes, Cláudio Renato Baumann, Clóvis
Leopoldino de . Souza e Odinei Cunha. Participam também do conjunto as
cantoras Susana Riedel e Vera Lúcia Garcia.
O "Conjunto de Ritmo Society" foi fundado no dia 14 de junho de
1958 com o nome de Bandinha Jazz Society. Além do dirigente Max
Lindner: participam do cOl1iunto os músicos: Heinz Liermann, Ethenir
Nascimento, José Oliveira Dias, Norberto Schmidt, Flávio Leite, Osni
Erhard e Almir Lindner. Com bom a variado repertório musical, o conjunto
tocou em quase todas as cidades do estado de Santa Ca~arina, no Rio de
Janeiro Curitiba e diversas cidades do Paraná. O Conjunto tem duas faixas
gra'vadas no disco "Salve a Banda" e duas no disco "Antigamente era
assim".
O "American Band" tem sua sede em Itoupava Central e foi fundado
em janeiro de 1980. O conjunto é dirigido por Efron Harbs, que com os
demais integrantes: Edemar Coelho, Orlando Loes, Almirio dos Santos,
Suetonio Finardi, Jair Guedes e Rodolfo Rocsher, tocam boa música
variada, atuando em quase todas as cidades do estado de Santa Catarina, e
em diversas cidades do Paraná e Rio Grande do Sul.
A "Bandinha Bandeirantes" foi fundada no dia 4 de agosto de 1945.
Integram a bandinha, Wilhelm Knaesel - dirigente, Udo Kuehnen, Fides
Maul Walter Otto, Guido Piske, Robert Lelm, Amo Pylarate e Getúlio
Je~en. Com clarineta, saxofone, trombone, tuba, gaita, bateria e dois
pistões, alegram os locais onde tocam, principalmetne músicas
alemãs, em todo o Vale do Itajaí e outras cidades do nosso estado. Gra-
varam. quatr,? LPs e tem sua sede em Itoupava Central. (Knaesel integrou o
Coruunto Kameratschaft" até 1944).
".Banda Musical Cavalinho Branco Ltda." foi fundada em 1976 por
eX-llltegrantes d~ Estúdio Mu~ical 1!~versal e Rigo e seu Conjunto.
I~tegram ~ banda: RIkobert D~enng (~ITlgente), Marcos Doering, Marclel
poenng, Marcos Novaski, PerfeIto de Aguiar e Luiz Carlos de AguIar. PO:
ser banda típica é muito requisitada. Toca todos os anos durante dez dIas no
Othon Palace Hotel de Belo Horizonte/MG. Tocou ain~a no Pampulha Iate
.Clube na "N?ite na Baviera" e "Noite nos Alpes", t~mbém em Belo
Honzonte. No RIO de Janeiro, tocou no Hotel Intercontlllental, na "Festa do
Queijo e Vinho" e no Clube Gennânia na "Oktoberfest". Em Volta
Redonda/RI, na "Festa da Primavera" nos salões da Cas~ da Amizade. Em
São Paulo, na "Festa da Colônia Helvethia". Em IndaIatuba, no Pavilhão de
Esportes Cândido Mota e na "Noite de Munique", no Clube dos Oficiais da
Polícia Militar. No Rio Grande do Sul em Giruá, Agudo e Vila Sírio Santo
Cristo. Em Salvador, na Bahia to~ cou no Iate Clube da Bahia. Em Pousada
do Rio Quente - Caldas No~as Goiás, na "Semana Germânica". Em
Laranjeiras do Sul Paraná no Clu~ be Pinheiros. A banda já se apresentou
em quase tod~s as cidades de Santa Catarina, em bailes, festas típicas e onde
se fizer necessária a banda típica para abrilhantar festejos. A banda já lançou
quatro LPs. É contratada da Gravadora "Chantecler", de São Paulo.
A Orquestra "Os Montanari" foi fundada em 1958 em Conc6r-
d.ia/SC, por. Bruno. Montanari, que dirige a orquestra e é taI~bém compo-
s~tor de maIS de. clllqüenta peças musicais que fazem parte dos dezenove
dISCOS gravados. O título do décimo nono disco é "Os Montanari - 25
Anos". A orquestra veio para Blumenau em 1977, e além da extensa folha
de apresentações em Santa Catarina e também pelo Brasil, inclui
apre~entaç_ões I~O exterior como na Argentina e Paraguai. As gravações
elétncas sao feItas em São Paulo, com vários selos: Continental, Chantecler,
Musicolor e Alvorada. O repertório inclui cinqüenta por cento de músicas
germânicas e o restante música variada. A orquestra é formada pelos
músicos: Darci, Genésio, Nadir Antônio e Moacir José, fIlhos de BrUl~o
Montanari e ainda, Henrique Jacó Bento, Hélio Ricardo Som1tag, Rem
Saptkamp, Mercy Adelar Falk e Valdique Wilson dos Santos. Vivem da
música e com o 19° disco lançado, festejaram em 1983 o seu 25° aniversário
de fundação.
O "Grupo Musical Cruzeiro" foi fundado no dia 7 de setembro de
1939, como "Jazz Cruzeiro", por Heinrich Rohtbarth, Haroldo Bruch
e Walter Fritzke. O conjunto foi aumentado com a admissão, inicialmente, de
Amo Fritzke, irmão de Walter, depois ~artin Mahnke, que t?cava trombone,
Jacob Froehlich, pistão e AMor Teske, c~.ntrabalxo. Alguns desses não mais
vivem, entretanto, transformaram o . Jazz C/~zeiro" em "Grupo Musical
Cruzeiro", que conta com os s~gumtes rr.'-USIcos: Heinrich Rohtbarth
(bandônion), Bemhard Otto (clanneta), Wil~on Schaade (gaita e órgão), Renato
Rohtbarth (sax-tenor), N~rbert Behl1~g (sax-alto), Osnir Karl (pistão), Sido
Li~ (trombone), Ren~l~o Correa (contrabaixo e canto) e Ivo Hass (batena). O
grupo toca prmclpalmente músicas alemãs, e além de tocar em Blumenau,
apresentou-se em quase todas as cidades de Santa Catarina. É um dos mais
antigos conjuntos musicais de Blumenau e tem sua sede em Itoupava Alta.
O conjunto "Os Pistonistas" foi fundado no dia. ~ de outub.ro de 1981
no bairro de Salto do Norte, em Blumenau. Dmge o conjunto, Milt~n Bennertz
que toca pistão, Gerson Beck (pistão), Carlos Beck (trombone), Nelson Beck
(acordeon), Raul.Doeringer .(sax-alto), .Max Ricardo Duwe (bateria) e Odílio
Sílvio LenOlr (contrabalxo) .. ~ ~onJu~t.o toca na maioria músicas típicas.
Tocam em Blumenau e mUl1lClplOS VIZl-
nhos.
O conjunto "Os Vilanenses" foi fundado no dia 26 ~e out~bro de
1974, por Valdemar Dix, Udo Ueckert, Ar~o Ueckert, Alcldo Milbratz, Renato
J ensen, Charles Ulrich e Eduard Ulnch. Em .1978, entrou ~ara o conjunto
Valfrido Loes. Em 1980, Udo Ueckert des~lgou-se ~o conJ~?to, sendo
substituído por Osmar Kaestner. O repertóno é. vanado e Ja se apresentaram em
quase todo o Estado de Santa Catanna ~ Paraná. O conjunto tem sua sede em
Vila Itoupava, Blumenau. O conjunto lançou um LP com o nome de "So Sind
Wir" (Assim Somos Nós).
O Grupo Musical "Germânico" de Testo Sal~o foi .~ndado no dia 6 de
janeiro de 1979 pelos músicos Engelberrt Seller (dmgel~e qU(~ toca
contrabaixo, tuba e corda), Amo Kellermallli (acordeon e órgao) e e o
encarregado dos ensaios, Reno Voigt (sax-alto),. Eralf Ittner (~ax:tenor) , Harri
Voigt (primeiro pistão), Heinz Hinschl~g (segul~do plstao), Walfrido Voigt
(trombone e clarineta) e Adelino Stelck (batena): Em ~utubro de 1981, Reinaldo
Tiedt substituiu o baterista. O repertóno é pr1l1cipalmente de músicas alemãs.
Apresent~ran~-se, alé~~ de Blumenau, em diversas cidades de Santa Catarina.
O pnmerro LP fOl gravado em fe~ereiro de 1980, com o nome de "Unser lieber
Blumenau" (Noss~ que~lda Blumenau), e o segundo gravado em 1981, c0rr.'- o
nome. de Lust:g~r Bass" (O Baixo Alegre). Alguns músicos do Conjunto
MU~lcal ~erm~11lco são oriundos de outros conjuntos musicais, como Hemz
H1l1sch1l1g,
que tocou no Conjunto Oriental, dezoito anos. Engelbert Seiler tocou no Jazz
Guarani, quinze anos. Walfrid e Harri Voigt também tocaram no Jazz Guarani.
Reno Voigt tocou no Conjunto Guanabara de Indaial e Reinaldo Tiedt, doze
anos no Conjunto Estrela do Vale.
"Moacir e seu Conjunto" - Moacir Coutinho começou em 1958, no
Conjunto "Jazz Society", com Max Lindner. Na ocasião, o conjunto era
formado por oito elementos. No LP "Antigamente era assim", o conjunto
gravou duas faixas: "Em Forma", dobrado de Franz Baumgart e o maxixe
"Havanera", de R. Rockstroh, antigo compositor nascido em Brusque. Os
arranjos para o LP foram feitos por Rikobert Doering. No dia 15 de janeiro de
1966, Moacir Coutinho fundou o seu próprio conjunto com sete elementos:
Moacir Coutinho (guitarra, bateria e contrabaixo), Osni Coutinho (órgão,
acordeon, piano e bateria), Pedro Paulo Silva (bateria), Nelson Ewald
(sax-tenor), Oswaldo Hostins e Efron Harbs (pistão), e Vilmar Degan
(contrabaixo). Em 1977, "Moacir e seu Conjunto" tocou na abertura do
"Fantástico, o Show da Vida", a música "Blumenau", que foi gravada quando a
Sociedade de Caça e Tiro Ribeirão Itoupava festejou seu centenário .. No LP
"Salve a Banda", Moacir e seu Conjunto participa, interpretando, com arranjos
de sua autoria as faixas "No Céu Azul de Blumenau" e "Lembranças de
Pirabeiraba".
"Bandinha Estrela do Vale" - O "Conjunto Passo Manso", com os
componentes Rolf Nass (violão), Harald Nass (bateria) e Heliodor Wellwok
(acordeon) tocavam em festinhas, casamentos, aniversários, etc.
Posteriormente Rolf Nass passou a ser baterista do "Busch e seu Conjunto",
que se compunha ainda de Alex Busch (bandônion), Alfred Busch (sax-tenor),
Egon Schwanz (acordeon), Heinz Busch e Harri Schwanz (clarineta). Em
1964, Harri Schwanz, Egon Schwanz e Rolf Nass passaram a integrar o "Jazz
Guarani", ao qual se juntaram os músicos Fridolino Schwanz, Harri Glatz,
Udimar Resner e Arani Boeringer. Com a admissão de mais alguns músicos,
formou-se a bandinha "Guarani", integrada por Harri Glatz, Reno Voigt,
Walfried Voigt, Harri Voigt, Engelberto Seiler, Harri Schwanz, Egon Schwanz
e Rolf Nass. Da bandinha "Guarani" formaram-se o "Grupo Musical
Germânico" e o "Grupo Musical Guarani". Rolf Nass, Egon Schwanz e Harri
Schwanz formaram a "Bandinha Estrela do Vale", no dia 14 de fevereiro de
1981, com mais os seguintes integrantes: Harri Schwanz (sax-tenor e maestro),
Egon Schwanz (acordeon), Rolf Nass (guitarra, baixo e empresário),
Claudemir Machado da Silva (guitarra), Hélcio Fritzke (trombone de vara),
Helmuth Schwanke (clarineta), Udo Otto (pistão) e Osni Mathes (bateria).
Tocam em bailes, casamentos, festas nos Clubes de Caça e
Tiro e outros locais. Tocaram em quase todo o estado de Santa Catarina e
também no Paraná.
Os músicos, para se associarem à Ordem dos Músicos do Brasil e
receberem a Carteira Profissional, devem se submeter a exame e muitos
músicos das nossas bandas e conjuntos musicais tiveram que estudar para
preencher os requisitos, entre eles, Rolf Nass, que estudou alguns meses com o
Sargento João Tizotte Penteado (1969).
Além das bandas e conjuntos musicais filiados à Ordem, muitos outros
funcionaram e ainda funcionam no Vale do Itajaí. As bandas ou conjuntos
musicais não têm uma estrutura fixa. Muitos começam, tocam um determinado
tempo, se desintegram, e os músicos geralmente participam de outros
conjuntos, ou fonnam novos. Do antigo "Jazz Catarinense" e "Jazz Aurora"
formou-se o "Quinteto Catarinense", do qual participaram: Carlos M. Rabitz
(contrabaixo), Lindolfo Erdmann (bateria), Gennano Kreutzfeld (bandônion),
Guilherme M. Rabitz (violino e regente), e Oswald Fiedler (pistão, acordeon e
trombone). Este quinteto deu origem à famosa "Erinho e sua Orquestra" e
também de "Lindolfo e seu Conjunto". De "Baumgart e seu Conjunto" (Studio
Universal) e "Rigo e seu Conjunto" originou-se a "Banda Musical Cavalinho
Branco Ltda.", que tanto alegra a nossa cidade e outros locais com seu alegre
repertório. Outros conjuntos ou bandas ainda hoje são lembrados, como
"Nandinho e seu Conjunto", com cinco componentes: Nandinho na guitarra,
José Martins na bateria, Mário Santos no acordeon, Vando Cunha no
contrabaixo e Dalmo Juarez, cantor. Tocavam música variada em todo o
estado, e no Rio de Janeiro tocaram no Fluminense. O conjunto que iniciou
suas atividades por volta de 1951, desintegrou-se depois de dez anos de grande
sucesso. Também foi grande sucesso o "Jazz Garda", com Afonso Moreira no
sax, Marcelino de Aguiar no trombone, Chiquito no sax-tenor, Franz Baumgart
no contrabaixo, Lauro Pereira (Lalinho) na bateria, Abílio Coelho no pistão e
Eugen Seelbach (participava da Orquestra do Teatro "Carlos Gomes") no
violino.
Um conjunto que marcou época em Blumenau por ser integrado por
jovens com idade que variava entre 7 e 16 anos e que foram um grande sucesso,
foi o conjunto "Os Brasileirinhos", que foi fundado no dia 1 o de novembro de
1961 pelos innãos Krause. Sérgio (11 anos) no acordeon, Sílvio (9 anos) no
violino e Silvério (7 anos) na flauta doce. Após um ano mais ou menos,
Silvério passou a tocar sax-alto. Tocavam mais por amor à arte do que pelos
contratos remunerados. Em 1963, o número de componentes passou para
cinco, com a inclusão dos irmãos Kienolt. Álvaro (9 anos) no acordeon e Flávio
(7 anos) no violino. Em
1964 ingressou no conjunto o baterista Reno Fischer e logo após o saxt~nor
Celito Kienolt. Sérgio Krause se revezava no acordeon trombone e pIstão. Lo?o
_depois o c?~unto passou a contar com Hans' José Lindemann no pIsta~
e.b~ndohm. !ratando-se de um conjunto fonnado por jovens, as substItUlçoes
?COrrIam com freqüência, e as desistências também. Em 19~8,_ o cO~lJ~nto
compunh~-se de Sérgio Krause (acordeon, trombone ~ plstao), SIlvIO Krause
(guItarra-base), Silvério Krause (sax~lto), ~érglO Passo~d (sax-tenor), Hans José
Lindemann (pistão e bandolu:n), Alvaro ~. Klenolt (contrabaixo), Flávio Kienolt
(violino) e Reno Ftscher (batena). Pelo conjunto passaram vários músicos e, em
1978 compunha-se ?e ,S~rgio Krause (pistão e trombone), Sílvio Krause (gui~
tar~a-base), Sl1veno Krause (sax-tenor e sax-alto), Pituia (bateria), Joel
(guItarra-solo), Sarnmy (contrabaixo) e Cluser (órgão). Tinham sua sede na Rua
Gustavo Budag nO 187, no bairro da Velha. "Os Brasileirinhos" eram convidados
com freqüência para ahrilhantar festividades. No dia 9 de outubro de 1965, "Os
Brasileirinhos" se apresentaram em Curitiba, na promoção da Associação
Prosdócimo, "Uma Noite de Primavera". Os cinco garotos: Sérgio, Sílvio,
Silvério, Flávio e Álvaro, conforme a nota Il;0 jornal, foram impecáveis na "Valsa
da Primavera". A orquestra minm de B1wnenau foi muito aplaudida. No dia 25
de outubro de 1968 "Os Brasileirinhos" tocaram na festa da Igreja "Cristo Rei",
da Velha e ~ inclusão de um bandolim elétrico no conjunto e também o novo
unif~rme foi notícia. Tocaram ainda, entre outros locais, no Salão Paroquial de
Ascurra, em Clubes de Caça e Tiro do Vale do Itajaí, na inauguração do Centro da
Juventude "Porta Aberta", de Blumenau, no dia 17 de agosto de 1969' na festa do
Imigrante, nos dias 26 e 27 de julho de 1969, em Presidente Getú~ lio; no 20
Festival da Juventude, em Timb6; no 30 Festival da Juventude realizado em
Brusque, e muitas outras apresentações que marcaram a passagem dos garotos
com sua maravilhosa música. "Os Brasileirinhos" receberam vários troféus e
também homenagens, entre elas a do Grêmio Esportivo Dr. Blumenau, que
conferiu ao conjunto, pela sua "capacidade e exemplar apresentação", o título de
"Honra ao Mérito", relacionado no mesmo título os nomes, idade e instrumentos
tocados por cada componente. "Atualidades Show" conferiu ao conjunto, em 1 o
de dezembro de 1968, um belíssimo troféu, o de melhor conjunto de 1968. a
"Revista do Rádio" conferiu ao co~unto o troféu de "Conjunto mais Popular"- 1 o
lugar em 1970. A Câmara Municipal de Blumenau homenageou o conjunto com
uma placa de prata com os seguintes dizeres: "Esta homenagem é oferecida ao
conjunto 'Os Brasileirinhos' que por 15 anos traz alegria à população através da
música. 10 de novembro de 1961 -10 de novembro de 1976. Câmara
Municipal de Blumenau". "Os Brasileirinhos" tocaram ainda por algum
tempo, depois o grupo se desfez.
Os instrumentos musicais tocados pelos componentes das bandas,
variam de um para outro grupo. Enquanto que "Os Alucinantes", grupo
formado no dia 3 de março de 1983, com sede em Badenfurt, integrado por José
Neri Weber (bateria), Osmar Walzeit (guitarra), Udo Otto (pistão), Harry
Benjamim Alves (contrabaixo), Afonso Oeschler (acordeon), Herbert Lach
(trombone), Conrado Will (sax-tenor), Roland Lach (saxalto), a bandinha
"Penzlien", integrada por Heinrich Penzlien Sênior (bumbo), Wilhelm Penzlien
(trombone), Amoldo Penzlien (bombardino) e Heinrich Wilhelm Bernhardt
(pistão), alegrava os moradores das margens do rio Itajaí-Açu, quando subiam
pelo vapor Blumenau I, comandado por Hacklaender, que em certa ocasião
disse: "Nunca tive a bordo uma famaia tão alegre". Heinrich Penzl ien era
natural da Alemanha, da região de Badenstadt, distrito de Zeven.
Acompanhado da família, em 1923, estava em Blumenau, alegrando a todos
com sua música, apresentando-se em festas de casamento, bailes, paradas e em
diversos locais como Timbó, Baú, Gaspar (Hotel Silva), Belchior, Velha (Salão
Wolfram e Salão Brueckheimer), Fidelis, Salão Gresser, Salão ZimmermaIll,
Fortaleza (Salão Tribess) e outros mais.
Muitas das nossas bandinhas têm as suas bonitas interpretações
gravadas em disco. O primeiro LP foi "Antigamente era assim", e dela
paraticiparam, entre outros conjuntos musicais, o "Jazz Society", fundado por
Max Lindner e Moacir Coutinho, com as faixas "Em Forma", dobrado de F.
Baumgart e o maxixe "Havanera", de R. Rockstroh (antigo maestro de
Brusque). A banda da Sociedade Recreativa e Cultural Timbó, com as faixas
"Sete de Setembro", de autoria do maestro João Müller e a marcha dobrado
"Recordação", de Niel Niel.. A banda do Club Musical São Pedro, de Gaspar,
com a valsa "Neide", de Francisco Prada e a marcha dobrado "N° 12", de antigo
compositor catarinense. O conjunto Real Catarinense, de Blumenau, formado
na ocasião por sete músicos, sob a regência de Egon Kaestner, gravou no LP a
polka "Brisa" e a valsa "Trivali", ambas de Niel Niel. O conjunto musical
Alvorada, de Blumenau, fundado em fins de 1961, regido por Amo Metzger,
formado por seis músicos (acordeon, bombardino, pistão, trombone,
contrabaixo e bateria), participa do LP com as composições de Johann Brussig,
"Mensageiros do Amor" e "Concórdia".
Do LP "Salve a Banda" participaram as seguintes bandinhas do Vale do
Itajaí: "Os Bandeirantes", de Lontras, regida por Amário Pokrewiecki,
partidipa do LP com a "Valsa dos Bandeirantes" e "Chorema",
arranjo de Amário Pokrewiecki. A "Banda Cavalinho Branco" de Blumenau,
com os arranjos de Rikobert Doering, "Liechtensteiner 'Polka" e o potpourri
sobre as músicas "Salzkarnrnergut", "Waldeslust" e "O Du Liebe Augustin".
Bandinha "Verde Vale", de Pomerode, regida por Wolfgang M. Krueger, com
"16 de Agosto", de Wolfgang M. Krueger e "Luar sobre Pomerode", de Alwin
Porath. O Conjunto de "Ritmo Society", com os arranjos de Max Lindner,
"Contos dos Bosques de Viena" e "Férias na Suíça".
Também gravaram LP as bandas: Cavalinho Branco, Bandinha
Bandeirantes, Os Montanari, Os vilanenses, Grupo Musical Germânico e
outras. Uma gravação muito bonita é o LP "Blumenau Bandoneon Duo", de
Radloff e Weise.
No dia 7 de janeiro de 1980, foi fundada a Associação Profissional dos
Músicos Profissionais do Vale do Itajaí - Blumenau/SC, que tinha sua sede na
Rua Luiz Altemburg Sênior, nO 37 e que foi registrada na Delegacia Regional
do Trabalho do Estado de Santa Catarina sob nO 421, no livro nO 4, fls. 10, em
17 de dezembro de 1980, conforme o artigo 558 e seus parágrafos, da
Consolidação das Leis do Trabalho.
Max Lindner, responsável pela Associação, conseguiu com dedicação e
trabalho que a mesma fosse reconhecida sob a denominação de Sindicato dos
Músicos Profissionais de Blumenau, conforme Carta do Ministro do Trabalho,
Doutor Murillo Macedo, datada de 3 de outubro de 1983 e publicada no Diário
Oficial de 6 de outubro de 1983 - Seção I, 17119 - Brasília/DF. A Carta
continha os seguintes dizeres: "O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO -
FAZ SABER a quantos esta CARTA virem que, atendendo ao que requereu a
'Associação Profissional dos Músicos Profissionais do Vale do itajaf', com
sede em Blumenau, no Estado de Santa Catarina, resolve aprovar o respectivo
Estatuto, e reconhecê-la, sob a denominaçdo de SINDICATO dos Músicos
Profissionais de Blumenau, código 010.185.0/705-0 como sindicato repre-
sentativo da Categoria Profissional - Músicos Profissionais - Integrante do 2 o
Grupo - Trabalhadores em Empresas de Difusão Cultural e Artística - do
Plano da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos
de Educação e Cultura, na base territorial dos municípios de Blumenau,
Itajaí, Gaspar, Brusque, Botuverá, Guabiruba, Rodeio, Ascurra, Timbó,
Benedito Novo, Rio dos Cedros, Massaranduba, Pomerode, Indaial,
Jaraguá do Sul, Navegantes, Penha, Piçarras, Luiz Alves, Ilhota,
Balneário de Camboriú, Itapema, Porto Belo, Camboriú, Rio do Sul,
Lontras, Presidente Getúlio, Ibirarna, Dona Emma, Witrnarsum, Salete,
Rio do Oeste, Pouso Redondo, Agrolândia, Agronômica, Aurora,
21.
Atalanta, Presidente Nereu, Vidal Ramos, Imbuia, Ituporanga, Rio do Campo, conquista do reconhecimento oficial do Sindicato dos Músicos Profissionais de
Tai6, Laurentino e Trombudo Central, com sede em Blumenau no Estado de Blumenau.
Santa Catarina de acordo com disposições da CONSOLIDAÇÃO'DAS LEIS O Sindicato possui sede própria à Rua Luiza Lukas, 172, em Salto do
DO TRABALHO. - Brasília, 03 de outubro de 1983. Ass. Murillo Macedo ". Norte.
Com despacho da Carta, veio a eleição (Cédula Única) da primeira
diretoria, que ficou assim constituída:
Diretoria
Efetivos: Max Lindner, Oswaldo Hostins, Alibert Rausch
Suplentes: Efrom Harbs, Charles Félix Ullrich e Paulo Henrique Techentin
Conselho Fiscal
Efetivos: Rikobert Doering, Heins Hinsching, Raul Deringer
Suplentes: Valdir dos Santos, Milton Bernhardt, Ivo Altamiro Espindola
Delegados Representantes
Efetivos: Max Lindner e Alibert Rausch
Suplentes: Oswaldo Hostins e Efrom Harbs.
Com "chopp" e muita música, no dia 20 de fevereiro de 1984, foi empossada
a primeira diretoria do Sindicato, com a presença de Yedo Albino Jaques,
representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação e Cultura;
Hardy Zedana, presidente do Sindicato dos Músicos Profissionais de Porto Alegre;
Jaime Luiz Coelho, representante do SIPEDECA; Carlos Antonio Gerlach,
presidente do Conselho da Ordem dos Músicos do Brasil - Seção de Santa Catarina.
Estavam ainda presentes, entre outros, o prefeito Dalto dos Reis, o vereador Ivo
Hadlich, o assessor jurídico do Sindicato, Dr. Sílvio Borges de Jesus e a professora
Edith KOrmaIU1. Max Lindner, pelo trabalho realizado, recebeu muitas
congratulações, entre elas, da Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina,
da qual recebeu o seguinte telegrama: "Ao tornar conhecimento Senhor Ministro
do Trabalho assinou Carta Sindical vg reconhecendo et aprovando Sindicato
dos Músicos Profissionais Blumenau vg pioneiro em Santa Catarina nessa
categoria vg Assembléia Legislativa vg por proposição deputado Álvaro
Correia vg tem a honra et a satisfàção cumprimentar intermédio V. sa
diretoria e associados novel entidade pelo significativo evento pt Ao destacar
trabalho et esforço Vossa Senhoria pelo objetivo alcançado vg manifestamos
certeza doravante músicos 45 municípios filiados novo Sindicato terão devido
amparo et garantia em sua nobre atividade pt Saudações - Deputado Lauro Hermann Ruediger, filho de Friedrich e Magdalene Rau Ruediger, nasceu
André da Silva, 10 Secretário - Sala das Sessões em 10 de setembro de 1983 - no dia 19 de dezembro de 1843, na Saxônia - Alemanha. Veio para o Brasil em
asso Álvaro Correia -Deputado". 1862 e no dia 30 de outubro de 1864, casou-se com Frederike filha de Caroline
Também a Câmara Municipal de Blumenau enviou correspondência datada Malmke e David Seibe.
de 17110/1983, com o conteúdo do requerimento nO 308/83, de autoria do Músico 'notável tocava mais de seis instrumentos musicais. Fundou e
vereador Vitório Pfiffer, aprovado opor unanimidade pelos Edis, no qual apresenta dirigiu o primei~o conjunto musical da Colônia Blumenau (Musikkapelle),
as congratulações do Poder Legislativo a Max Lindner, pelo seu trabalho na conjunto que tomou parte na festa e na procissão de São Paulo
em 1865. A procissão fez o trajeto entre a Igreja e o porto de Blumenau.
Ruediger foi músico e dirigente de corais na Alemanha e com sua ex-
traordinária versatilidade e capacidade musical alegrou o alvorecer da Colônia,
ensinando música e regendo corais.
N o dia 3 de setembro de 1871, quando a Sociedade de Canto
"Germânia" festejou seu aniversário no salão Baumgarten, além dos oito
números de canto executados pela sociedade de canto, Ruediger preparou para
as festividades variações para flauta com acompanhamento de quarteto,
números que foram muito bem executados e aplaudidos. Em seguida, o baile
que durou até o amanhecer.
Ruediger fundou em 1875, a "Urânia", primeira sociedade mista de
cantores (homens e mulheres), depois chamada de "Hannonie", que no dia 11
de setembro de 1883, no salão Baumgarten, festejou com muita alegria os seus
oito anos de existência. A mais importante e primeira banda musical da época
foi a "Musikkapelle Ruediger". Os concertos de Ruediger eram realizados pelo
Natal, Páscoa, Pentecostes e em todas as comemorações importantes da
Comunidade. O conjunto Ruediger estava sempre a postos e nos bailes dos
Atiradores, às 19,30 horas em ponto, convidava com fortíssimo toque de
trombeta os presentes para formarem para a "polonaise". Depois de Ruediger,
outros conjuntos musicais foram surgindo, bem como verdadeiras bandas
musicais, inclusive no interior da Colônia. Das bandas destacou-se a de Karl
Lingner, ou Lingner Kapelle, que se uniu a Ruediger, formando a Banda
Ruediger & Lingner, que estava sempre presente nas comemorações mais
importantes da Comunidade. O terceiro concerto da Banda Ruediger &
Lingner, conforme o "Blumenauer Zeitung" de 27 de setembro de 1884, foi
realizado à noite, alegrando muito os presentes que solicitaram outros
concertos a noite. As peças foram muito aplaudidas, principalmente a fantasia
para flauta e os "echo scherzo". O concerto de Natal foi noticiado no "Blume-
nauer Zeitung" de 20 de dezembro de 1884, como "Konzert der Ruediger &
Lingnerschen Kapelle". O convite formulado foi o seguinte: "Am ersten
Weinachtsfeiertage 3 112 Uhr, Konzert der Ruediger & Lingnerschen Kapelle
bei dem Unterzeichneten und wird dazu mit dem Bemerken eingeladen dass das
Konzert im Freien auf einem dezu besonders mit Zelten Baenken und Tischen
und hergerichteten Platze stattfindet. Fuer gute Getraenke, gute Bedienung und
wuerd bestens gesorgt. Blumenau den 17 december 1884. Theodor Lueders ".
Era um convite para um concerto ao ar livre com bancos, mesas, boas
bebidas e bom atendimento. A "Ruediger & Lingnerschen Kapelle"
espalhava alegria onde atuava.
Para o IV Centenário do Descobrimento do Brasil, festejado no
dia 3 de maio de 1900, a comissão dos festejos em Blumenau, integrada pelos
deputados estaduais, Peter Christian Feddersen, Francisco Margarida, Louis
Abry, coletor Francisco da Cunha Silveira, superintendente José Bonifácio da
Cunha e do comerciante Rudolph Altenburg, incluiu um concerto no Teatro
"Frohsinn", regido pelo Maestro Ruediger. Na ocasião, foram realizados bailes
no Teatro "Frohsinn", Sociedade de Atiradores e salão de Richard Holetz. No
dia 18 de maio de 1901, Ruediger apresentou um concerto em homenagem ao
Dr. Felippe Schmidt, que visitava Blumenau. Ruediger também apresentava o
seu aplaudido Coral "Harmonie" em festas beneficentes, participando
inclusive de extensa programação no dia 15 de dezembro de 1902, no Teatro
"Frohsinn", para angariar fundos para a Igreja Evangélica. As apresentações
conjuntas com a Sociedade Teatral que funcionava no salão de Johann
Schreepp desde 1872, eram freqüentes. Ruediger fundou em 1898 o "Club
Musical" , que realizou no dia 25 de abril de 1903 uma grande festa no jardim
do Teatro "Frohsinn". O concerto apresentado das 6 às 8 horas da tarde teve a
participação do Coral "Harmonie". Em seguida começaram as apresentações e
entre elas "Os Dois Vagabundos", valsa humorísticadueto de A. Knoche, e
ainda "Guilherme, Por Que Não?", quarteto duplo, de C. Kuntze e muitos
outros números divertidíssimos. O "Gesangverein Harmonie" fazia suas
apresentações no Teatro "Frohsmn" .
Em 1905, Ruediger programou uma apresentação da Sociedade de
Canto "Harmonie", no dia 8 de julho, quando apresentou números de canto
pelo coral misto e também feminino. Como último número da primeira parte
foi apresentado um sexteto com cenas humorísticas acompanhado de um
terceto, "O Aniversário do Rei (Kaiser) na Caserna". Depois de uma pausa de
15 minutos, foi apresentado o número de canto "Zigeunerlager"
(Acampamento Cigano), da ópera "Preciosa" de Carl M. von Weber. A
Sociedade de Canto "Harmonie", que fazia suas apresentações no Teatro
"Frohsinn", no primeiro dia de Pentecostes de 1912, apresentou uma grande
programação no salão de Richard Holetz. Foram apresentados: "A Vingança do
Mímico", peça em dois atos com canto de A. Guenther; "O Rato", comédia em
um ato de Paul R. Lehnhard, para seis damas; "Adeus", canção para coral misto
de J. Klein; "Hans Taps com o Professor de Dança", de Emil Winter, cena
humorística com canto e dança para dois cavalheiros e uma dama; "A Noiva
Ginasta" , de Robert Hertwig, cena humorística com canto para três damas. Na
mesma noite, a Sociedade de Canto "Harmonie" convidou os presentes para, no
dia 12 de julho de 1912, assistirem nova programação com "Kraenz-
chen". As apresentações continuam e no dia 25 de agosto de 1912, a
apresentação constava dos seguintes números: "Golpe Pitoresco", comédia
em um ato; "Papai consentiu", musical em um ato de G. Moser e A.
L'Arronge; "Quem carregará a Frigideira?", de Ernst Simon, segundo uma
poesia de Fritz Reuter, terceto humorístico para três vozes (dois cavalheiros
e uma dama); "Na Armada, uma Hora de Instrução para Mulheres", de M.
Boehm, jogo dramático em um ato para três cavalheiros e seis damas. Para
o Natal, Ruediger apresentou no salão de Richard Holetz um programa em
suas partes. Na primeira para o coro misto cantou de J. C. Willi "Quem
Descobriu a Primeira Canção". Em seguida, em um ato, de L. Berthold, foi
apresentada a cena "Ele Esqueceu Algo" e "O Míope", uma divertida
cançoneta. Na segunda parte, o coro misto cantou "Na montanha não há
inundação", de C. Simon. Foi ainda apresentado o jogo dramático em um
ato de W. Lorenz "Um Criado Formado" e a cena humorística "Rommel e o
Grande Tambor".
19[3, Ruediger chega à casa dos setenta anos de idade, porém
continua dirigindo a Sociedade de Canto "Harmonie" que ele fundara,
apresentando noites de arte com a inclusão de peças teatrais. No dia 22 de
junho de 1913, apresentou com o coral misto "Despedida Amarga" e a peça
teatral "Anos de Servidão", comédia em um ato, de C. Milchert e ainda,
"Em Maios" , de Brambach, pelo coral feminino. Na segunda parte foram
apresentadas a peça cômica de Paul Perron "Eu e Minha Sogra" e "Meu
Maior Desejo é Cantar", de C. Willi, com o coral misto. Para o dia 17 de
novembro de 1913, Ruediger elaborou a programação da noite artística da
qual faziam parte: "Primavera", de P. Trautenfels; "No Quarto das
Crianças", comédia em um ato, de Oscar Justinus; "O Fiel Coração
Alemão", de J. Otto e "A Chave da Casa", comédia em um ato, de E.
Hirthe.
Ruediger não esmorecia, apresentava concertos, teatros, etc., porém
no dia 17 de novembro de 1913, a Sociedade de Canto "Hannonie", contou
com a colaboração de Ernst Bernhardt na parte musical. Bernhardt
apresentou a abertura de Boeldieu "O Calità de Bagdad" , pela sua banda
musical, apresentou ainda a fantasia da ópera "Martha", de Flotow. A
Sociedade de Canto "Harmonie" apresentou a comédia em um ato de E.
Hirthe "A Chave da Casa" e de Trautenfels, "Primavera". Da programação
fazia ainda parte a apresentação dos patinadores Ericino Berdino e sua
esposa Eulália, que promoveram uma corrida de patins. Ruediger
continuava em atividade pois no dia 31 de outubro de 1919, aos setenta e
seis anos de idade, convocou a Sociedade de Canto "Harmonie" para uma
assembléia geral em sua residência. Com idade avançada, Rue-
diger presenteou o Maestro Geyer com a sua batuta.
Ruediger, além de músico, regente de bandas, corais e dirigente de
teatro, também era negociante e, no dia 10 de julho de 1883 instalou um
negócio de secos e molhados, relojoaria, fábrica de objetos de ouro e prata e
venda de instrumentos musicais, à Rua 15 de Novembro, esquina com
Amadeu da Luz. O negócio girava sob a firma comercial Hermann
Ruediger & Filhos. Em 10 de março de 1906, a firma passou a chamarse
Hermann Ruediger & Cia., fazendo parte o pai Hermann Ruediger Senhor e
seu filho Oskar. Com o falecimento de Oskar, assumiu os negócios, Arthur
que faleceu moço. O prédio que pertencia à família Ruediger foi demolido
em 1962 para dar espaço ao Edifício Impala. Toda a quadra pertencia à
família Ruediger. No jornal "Der Urwaldsbote" nO 38, do dia 9 de
novembro de 1926, está inserida a nota de falecimento de Hermann
Ruediger Senhor, que faleceu de derrame cerebral no dia 4 de novembro de
1926, às 4 horas da manhã, aos 83 anos de idade.
Ruediger foi atendido ainda em vida pelo Dr. Küebel e pelo Pastor
Schroeder que o homenageou na sepultura com cantos e orações.
Teve quatorze filhos, dos quais sete já haviam falecido. Deixou
ainda quarenta e oito netos e trinta e dois bisnetos. Entre os bisnetos está
Ramiro Ruediger, que foi vice-prefeito e prefeito de Blumenau, presidindo,
também, por muitos anos, a CME (Comissão Municipal de Esportes) de
Blumenau.
Franz Baumagart, o músico, o regente, o improvisador que, sem
formação acadêmica, ensinou tudo o que sabia e o que era necessário para
formar conjuntos ou bandas musicais. Que com o seu surrado terno preto, a
gravata borboleta mal afixada, que deixava de comer para comprar papel
pautado para escrever músicas para seus alunos, amigos músicos e
dirigentes de "Musikkapellen", se transfigurava quando regia e, quando à
frente da Banda Musical, desfilava com um garbo indescritível, alegrando o
Vale do Itajaí com suas apresentações, faleceu pobre, sem alarde, e sua
passagem pelo nosso Verde Vale foi brilhante como se pode constatar pelo
elevado número de músicos que passaram pelas suas mãos. Temperamental
como todo artista, CHICO, como alguns o chamavam carinhosamente, foi o
músico do povo.
Francisco Baumgart nasceu na Alemanha (Berlin), no dia 6 de no-
22.
vembro de 1887. Estudou no "Conservatório de Música Petersen" até os 12 anos
de idade. Aos 16 anos, acompanhado de seus pais Errúlio e Pauline Baumgart e
do irmão Otto, embarcou no vapor "Argentin~", que aportou no Brasil no dia 19
de fevereiro de 1904, sendo encaminhados para a ilha das "Flores". Um ano
depois, seu ir,rnãO ~tto volt.ou para.a Alemanha e Franz, com seus pais, foi
para Arutápohs. DepOIS de dOIS anos resolveram ir para Ibirama (Hammonia),
onde adquiriram, em Rio Rafa~l terras. Trabalhavam na lavoura e fabricavam
tamancos. Rio Rafael, na época era um lugar tão desolado que os colonos ~ue .lá
se fixaram o batizaram com o nome de "Neu Elend" (Nova Mlséna). Franz, que
estudara música na Alemanha, além de trabalhar na lavoura teve oportunidade
de participar do Conjunto Musical Sperber e SeltmmID. No dia 11 de dezembro
de 1918, Francisco Baumgart casou-se com Anna Koglin, nascida em Rio Sellin
(Ibirama), no dia 24 de março de 1898. O casal teve quatro filhos: Edith,
Marcolino Alfredo, Werner e Use q~e faleceu em Ribeirão Ferro. Mais tarde,
Franz exerceu o cargo de professor de uma escola particular em "Eisenbach"
(Ribeirão Ferro). Na époc~, ~s candidatos ao cargo de professor tinha que se
submeter a exame, pnncIpalmente de português, e Franz submeteu-se, o que não
foi fácil para quem só falava o alemão, e ele não conseguiu cont.inuar no carg?
Franz prestou exame em Blumenau com Carlos Techentm, que era. drretor de
Grupo Escolar. Em Ribeirão Ferro, Franz formou uma bandlnha e uma
sociedade de cantores, que tirou o primeiro lugar, por três vezes, em festa de
cantores. A bandinha participava também de festas de Atiradores, casamentos e que formara o "Jazz Garcia" o convidou para participar do mesmo. Franz t1cou
outras festividades. Franz participou do conjunto musical que tocou na apreensivo, pois era alemão e não tinha salvo-conduto, caso surgissem
inauguração do Salão dos Atiradores de Dona Emma. apresentações em outras cidades. Afonso Moreira resolveu deixar tudo e ir para
Em 1925 mudou-se para Blumenau, no bairro da Velha, onde trabalhou o Rio de Janeiro, onde a remuneração era melhor. De 1945 até 1946, Franz
como sa~ateiro e também como músico. Alguns meses depois, foi trabalhar na tocou no conjunto de Carl Zechner, até que este caiu do palco quebrando todas
Empresa Industria Garcia, e como era músico, foi indicad.o para dirigir a banda as costelas, incapacitando-o para tocar bandônion. Franz tocou violino com
da Empresa Industrial .Garcial, que f?i. fundada e dlrígida por Heinrich Manoel C. S. Krieger e com Eugen Seelbach tocou trombone. Tocou sob a
Schreiber (Koester fOI o segundo dmgente). Franz fonnou também um batuta do Maestro Heinz Geyer na Orquestra do Teatro "Carlos Gomes" e deu
conjunto com Curt Winkler e Eugen Seelbach e tocavam no antigo Teatro aulas de música no Conservatório de Música "Curt Hering". No dia 23 de
"Frohsinn", e quando este foi demolido, foram tocar no Hotel Seifert (onde hoje janeiro de 1953, foi indicado para dirigente técnico para canto, música e teatro
se localiza o Edifício Catarinense). Um pouco antes da segunda guerra, Franz da Sociedade Recreativa e Cultural Lyra. Fundou o Studio Musical Universal e
era dono de um bar na R~ São Paulo (hoje Bar Rainha), quando foi convidado com os alunos do mesmo formou inicialmente a Orquestra da Juventude. Em
por Gustav Froehllch, de Itoupava, para auxiliá-lo na banda. Os ensaios eram 1955, o Conjunto do Studio Musical do qual participaram, Rikobert Doering,
realizados no bar, porém com o rompimento das relações entre Brasil e Domenico Junkes, Heinrich SchlingmalID, Alfred Bawngart (filho de Franz),
Alemanha, Franz fechou o bar. Ficou em grandes dificuldades financeiras, até Claudionor Lorenzo, A. Karsten e Kaltenbach, funcionava numa velha casa na
que Afonso Moreira, que tocara com Franz na banda da Empresa Industrial Rua Paraíba, onde Franz reunia amigos para assistirem às apresentações,
Garcia e principalmente os pais dos alunos. O Conjunto do Studio Musical Universal e a
Orquestra da Juventude, regidos
por Baumgart, se apresentaram ~a cidade .de Blu~enau ~ adjacências. Mais
tarde participaram do Conjunto Studio MUSIcal Um~ersal, Penzlien Struck
e Waldemar Felski. Franz também era composItor e uma de sua~
composições "Em Forma" faz parte do LP "Antigamente era. assim ... ". Em
1962, o então Prefeito Municipal Hercílio Deeke conVIdou Franz
Baumgart para formar e dirigir a Banda Municipal de Blumenau.
Franz Baumgart faleceu no dia 28 de agosto de 1977.
Manoel Carios Samuel Krieger nasceu no dia 4 de fevereiro de 1918,
em Ribeirão Máximo - Luiz Alves/SC. Trabalhou como agricultor e aos 16
anos já trabalhava numa serraria, época em que aprendeu a tocar violino e
também as primeiras notas musicais com Heinrich Luedke, que esteve
alguns anos em São Paulo, onde aprendeu música. Aos 18 anos, Krieger
comprou um bandônion e começou a estudar, sem professor no livro "Aulas
de Bandônion", que lhe foi emprestado por Otto Daclcer consertador de
bandônions.
, Inicialmente Krieger tocou muito
em casamentos, aniversários, festas de Atiradores, etc. Em 1 ° de setembro
de 1941 veio para Blumenau, onde trabalhou 11 meses na ElectroAço
Altona e 6 anos na Cremer. Krieger, músico capacitado e sensível, pois
apesar das poucas aulas de música que teve, deixou um acervo respeitável
de composições que são tocadas por bandas e conjuntos musicais, inclusive
a Banda Municipal de Blumenau. Krieger transpôs as suas músicas para
instrumentos musicais de acordo com as necessidades das bandas ou
conjuntos. Krieger era carpinteiro, o que não o impediu de fabricar um
perfeito violino.
Durante a Segunda Guerra, os músicos eram pouco solicitados,
porém em 1946, Krieger recomeçou, fazendo parte de um conjunto musical
do qual participavam, além de Krieger, Heinrich, Arno1d e Bernhard
Penzlien; Reinhold e Ernst Espig. Por volta de 1959, fez parte do Conjunto
de Ritmos Elite com sete figuras: Anselmo Witte, Ewald Metzner, Ernst
Espig, Werner Boehm, Lindolfo Erdmann e Aparício A. Bento. Em 1960,
começou a trabalhar por conta própria, aposentando-se como carpinteiro
em 1978. Depois de aposentado, Krieger dedicou-se mais a compor do que
participar de festividades. Por volta de 1976, Krieger participou do Jazz
Típico Bavária, substituindo Alfredo Kormann, que adoecera, falecendo
em seguida. Do Jazz participaram ainda, entre outros, Ingo Padaratz,
Walter Kaucher e Berthold Wollinger.
N o decorrer dos seus quase cinqüenta anos como compositor e to-
cador de bandônion, Krieger recebeu três medalhas:
a) 13° Festival de Conjuntos e Bandinhas de Pomerode (16/05/1982);
b) 7° Aniversário de Salve a Banda, em Timbó (16/07/1978);
c)Bandônion - 1 a FEMURB (1 a Feira Musical de Rio Bonito) - Joinvil1e
(14/08/1977.
Recebeu diploma de "Honra ao Mérito" como participante do Jazz
Elite, no dia 7 de setembro de 1959, outorgado pelo 23° B.I. e Prefeitura
Municipal de B1umenau. Krieger também recebeu o "Alfinete de Ouro",
que lhe foi presenteado pelo relojoeiro Arlindo Galz (05/02/1961),
A primeira composição de Krieger, a valsa "Sobre os Montes", foi
composta em 1940. Antes desta valsa, Krieger já compunha pequenas peças
musicais. Entre 1960/1969, Krieger compôs a valsa "Vozes do Bandônion",
e em 1974, a valsa "No Tempo da Alegria".
A "Banda Cavalinho Branco", de Blumenau, e a "Bandinha Ale-
gria", de Vila Itoupava, gravaram algumas músicas de Manoel C. S.
Krieger.
A "Banda Cavalinho Branco" gravou: "Um Passeio em Blume-
23.
nau", marcha composta em 25/11/1979; "Nas Colinas de Santa Catarina",
rancheira composta em 17/0111980; "Noites no Cavalinho Branco", marcha
composta em 31/01/1981, no LP número três. "Festa Alegre", marcha
composta em 03/0411979 e a valsa "Saudades da Típica Blumenau", no dia
30/05/1981, no LP número quatro.
A "Bandinha Alegria", de Vila Itoupava, gravou a valsa "Lembranças
dos Bons Tempos", composta em 30/03/1979; "Na Festa das Bandinhas",
mazurca, composta em 20/05/1979; "Lembranças de Luiz Alves", marcha
composta em 10/05/1980, no LP "Festa das Bandinhas". "O Viajante Alegre",
composta em 04/0711981, foi gravado no LP "Sob as Palmeiras" .
Além dessas músicas gravadas, Krieger compôs ainda as marchas:
"Bonecas de Neve" (31/05/1979), "No Dia do Papai" (12/0811979), "Festa dos
Atiradores" (25/07/1981), "Reconstruir" (16/0711983); "Despertar"
(15/09/1983). As valsas "Lembranças de Vila Itoupava" (23/09/1979),
"Pomerode, Verde Vale de Paz e de Encanto" (11/11/1979); "Tudo Bom"
(2611211980), "Piquenique no Morro Azul" (28/0611981), "Noite Alegre"
(09/0811981), "A Visita Chegou" (08/08/1982), "Valsa da Felicidade"
(23/09/1983). As polcas "Bom Dia, Gente Alegre" (1611111979), "Os Alegres
Clarinetistas" (2311111979), "Flores de Aniversário" (25/01/1981). As
mazurcas "No Tempo dos Avós" (14110/1979), "O Alegre Namorado" O disco "Blumenau Bandoneon Duo" , mostra a capacidade e sen-
(27/0511981). No dia 14/06/1979, Krieger compôs "O Tango". No dia sibilidade artística de Alfredo Radloff, que desde os 7 anos de idade inte-
14/0311979, o sambamaxixe "Alô Maxixe". Compôs os Reinlaendler "Dançar ressou-se pelo bandônion. Seu pai, August Radloff, desbravador do Vale do
Alegre" (20/04/1979) e "Quando Amigos se Reencontram" (12/02/1980). Os Itajaí, além de colono era professor de bandônion que ministrava as aulas aos
sambas "Já Vem o Samba" (16/0511979) e "Samba Alegre" (07/0811979). O seus alunos pela manhã, ao meio-dia e à noite, em troca do auxílio dos mesmos
baião "Na Praia de Armação" (21/0611979). O fox "Nós em Blumenau" em sua lavoura. Alfredo observava as aulas ministradas pelo pai aos alunos, e
(07/06/1979) e "Quando Estou Solitário Faço a Minha Música", fox compostso quando os mesmos se dirigiam para a lavoura, repetia as aulas no bandônion. O
0 0
em 13/0911979. No dia 1 de julho de 1979, o calipso "1 de julho" . seu talento para a música fez com que ele, em pouco tempo, executasse as
Anos se passaram desde a participação de Krieger em conjuntos como o primeiras valsas e marchas. e aos 12 anos já colaborasse com o pai nas aulas e
"Conjunto de Ritmos Elite", a bandinha da Sociedade Recreativa e Cultural também nos bailes. Alfredo comprou também um violino e como não sabia
Lyra e outras mais. Nos últimos anos, Krieger tocou pouco, dedicou-se mais a afiná-lo, comprou um método para violino. Um violinista que ouviu Alfredo,
compor músicas para bandônion. A grande mágoa de Krieger foi ter enviado, ficou admirado do seu aprendizado sem mestre.
através do músico Marcílio Pereira, composição de sua autoria para um Alfredo transpôs músicas para acordeon, bandônion e violão.
concurso nacional de música de banda, sem nunca ter sido informado do Compôs, entre outras músicas, a "Marcha de Abertura" ou "Marcha do Clube
resultado oficial do concurso. de Caça e Tiro Passo Manso", escrita para 1 o, 2 o e 3 o acordeons;
Casado com Selma Krieger desde 2 de janeiro de 1943, o casal teve três
filhas: Ingrid, Iris e Imilda. Faleceu no dia 13 de dezembro de 1990.
Conjunto de Ritmos Elite (o 29 à esquerda da foto _ Manoel C. S.
Krleger)
a valsa" Ao Pôr do Sol" e a marcha "Cidade Jardim". August Radlof!', pai de
Alfredo, fundou a "Bandinha R~dloff".' co~ cinco e às veze.s seIS
elementos, da qual participavam seus filhos, mcluslve Alfredo. MaIs tarde a
"Bandinha Radloff" passou a ser dirigida por Alfredo e compunhase' dos
músicos: Max Eckardt (baterista), Rudolfo Radloff (baixo), Alfredo Radloff
(acordeon e bandônion), Walter Weise (bandônion) e Max Fischer (pistão).
Alfredo Radloffparticipou em Pomerode, onde recebeu medalhas, nos
festivais de bandinhas dos anos 1979, 1982, .19~3 e 1984. Participou
também da J3 FEMURB _ Rio Bonito, em Jomville. Possui também várias
medalhas conseguidas em festas de Atiradores, nas quais foi rei quatro
vezes. Formou o C::h~b~ do Acor~eon, em Salto Weissbach, e no dia 24 de
abril de 1956, ImClOU os ensalOs no Clube de Caça e Tiro .Passo Manso.
Eram estudantes do Clube de Acordeon: Geraldo Bauler Heliodor Vellwock,
Raul Henschel, llton Wagenknecht, Senhora Else' Maas, Amo Stark,
Eleonore Kluge, Mario Maul, Helio Isleb, Edwin Weigmann e Reinaldo
Scharf. No dia 11 dê ago~to ~e 195.6, foi realizada, no Clube de Caça e Tiro
Passo Manso, a pnmerra nOIte cultural-artística com grande número de
visitantes. A segunda apresentação foi em Ribeirão Itoupava (Campo da
Aviação), no dia 25 de agosto de 1956 e ainda no Salão Müller, no dia 24 de
agosto de 1957. "Uma Noite de Natal" foi realizada no Clube de Caça e Tiro
Passo Manso no dia 22 de dezembro de 1956. O Clube de Acordeon
funcionou até 1958. Apesar de no Clube de Caça e Tiro Passo Manso
funcionarem a~~lmente só festas de tiro, bocha e futebol de salão, a parte
cultural Ja esteve bem desenvolvida, tendo inclusive um Grupo Teatral que
de quando em vez montava espetáculos, entre elas as peças "Só Dez
Centímetros" e "O Genro Mudo". O primeiro prefeito que participou dos
festejos do Clube de Caça e Tiro Passo Manso foi Evelásio Vieira. Alfredo
Radloff nasceu em Blumenau, no dia 15 de setembro de 1910, filho de
August Radloff e Paulo Koehler Radloff. Foi casado com Sidônia Sprengel
Radloff. Está inscrito na Ordem dos Músicos do Brasil. Aposentado, ainda
leciona acordeon. No sétimo aniversário do programa "Salve a Banda", em
16
de julho de 1978, Radloff foi premiado com uma medalha. . 'Frohsinn'''cessou suas apresentações no restaurante no dia 30 de março de
Walter Weise, que tocava na bandinha Radloff, também era fllho de
colonos e aos 12 anos começou a estudar bandônion com seu próprio pai.
Aos 19 anos conheceu Alfredo Radloff, que já era famoso tocador de
bandônion. Em 1933, com mais três músicos, Alfredo e Walter formaram
uma bandinha que abrilhantou bailes, festas e outros eventos. Em 1941, a
bandinha se desfez por motivos os mais diversos.
RIKOBERT DOERlNG
(Rigo)
Rikobert Doering nasceu em Mulde Central - Timbó/SC no dia 5 de
julho de 1932, filho de Hermann e Ida Doering. Rigo manifestou seu
interesse pela música quando, aos dezesseis anos, trocou uma bicicleta por
um acordeon. Estudou música com Franz Baumgart no Conservatório de
Música "Curt Hering", que funcionava no teatro "Cartos Gomes" de
Blumenau. Franz Baumgart saiu do Conservatório, fundando o Studio
Universal que funcionava no sobrado da Casa Willy Sievert. Do Studio
Universal formou-se o Conjunto Musical do Studio Universal, que fez a
sua primeira apresentação no dia 8 de janeiro de 1955, no baile da Socie-
dade Recreativa e Cultural Lyra, no Salão Paulo Fischer. Rigo começou
tocando num acordeon marca "Scandalli" (1955) e em 1961, participou,
entre outros músicos, do conjunto musical formado por Baumgart. No dia
18 de abril de 1965, Rigo estreou com o conjunto musical "Rigo e seu
Conjunto" (Baumgart já havia saído do conjunto). Na ocasião, faziam parte
do conjunto Sérgio Max Rabitz, Domenicos Junkes, Esnard Oliveira, Abel
Evaristo, Luiz Berti Neto e Perfeito de Aguiar. Em 10 de maio de 1967,
Rigo comprou um acordeon com 120 baixos, marca "Frascatti", que na
época custou 300,00 cruzeiros novos, em dez pagamentos, de Osni Sievert.
Em março de 1969, "Rigo e seu Conjunto" adquiriram um tremendão
Gianini e a partir de 2 de julho de 1969 passaram a tocar no Restaurante
"Frohsinn", e das tocatas no mesmo originou-se o Quarteto "Frohsinn",
integrado por Rigo, Franz Baumgart (que voltara), Sérgio Rabitz e Perfeito
de Aguiar. Em agosto de 1969, Franz Baumgart se afastou definitivamente,
sendo substituído por Luiz Berti Neto. Em fevereiro de 1971, o Restaurante
"Frohsinn" contratou o cantor Vilmar, que também era seresteiro e
violonista e que se integrou ao "quarteto". Nessa época, cada figura do
conjunto recebia, por apresentação, 450,00 cruzeiros. O "Quarteto
1973 . Entre as apresentações de Rigo com o quarteto no Restaurante
"Frohsinn", era famoso o "Show do Cachorro". Neste show, os músicos
entravam no recinto com as luzes apagadas tocando "El Silêncio" e, por
incrível que pareça, um cachorro preto peludo, ao ouvir a música, subia no
palco e aguardava a sua vez. Quando terminava "El Silêncio" e os músicos
tocavam "Curro Cuchare", de Metallo, o cachorro colocava as patas sobre o
corrimão e na hora do "Alegro", dava o seu "show", que era muito aplaudido.
No dia 1 o de abril de 1973, o conjunto passou a tocar no "Restaurante
Cavalinho Branco", e no dia 1 O de julho de 1978, lançou o LP "No Cavalinho
Branco". A partir de 3 de novembro de 1979, a banda começou a tocar na Casa
Moellmann. No dia 21 de março de 1981, apesar de cessarem as apresentações
no "Restaurante Cavalinho Branco", o conjunto adotou o nome de "Banda
Musical Cavalinho Branco Ltda", com a participação, entre outros, de Marcos
Novaski, que saíra do conjunto em 1979. Participam da "Banda Musical
Cavalinho Branco Ltda", Rigo, Marcos Doering, Marciel Doering, Marcos
Novaski e Luiz C. de Aguiar, que participava do conjunto desde agosto de
1978, e que em outubro de 1983 foi substituído por Silvio Luiz Capelani. A
banda gravou quatro LPs: "No Cavalinho Branco", "Conjunto típico Cavalinho
Branco" e dois com o título de "Banda Cavalinho Branco". Nesses LPs, além de
interpretar músicas de outros compositores, o conjunto incluiu no primeiro LP
o baião de autoria de Rigo, "5 de Julho" e os arranjos sobre "See Rosen"; no
segundo, incluiu a marcha "Rigo's Marsch" e o arrajo "Mus I Denn" e "Auch
wieder Zeenn"; no terceiro, a marcha de autoria de Rigo "A Banda já Chegou";
no quarto LP, "Eu Sou de Blumenau" e "Cheguei", ritmo jovem e os arranjos de
Rigo sobre a valsa "São Paulo" e "Não V amos para Casa". No disco
"Antigamente era assim ... ", lançado em 1958, Rigo fez os arranjos das
músicas "Em Forma", de Franz Baumgart, e "Havanera", de Rockstroh, para o
Jazz Society. No disco "Salve a Banda", Rigo com sua banda tocou
"Lichtensteiner Polka" e um potpourri de músicas alemãs. Rigo dirigiu o Coro
Misto da Sociedade Recreativa e Cultural Lyra, o Coral Masculino e Infantil do
Clube de Caça e Tiro Concórdia e o Coral Misto da Água Verde. Todos
deixaram de funcionar com a saída de Rigo e, apesar das tentativas de
contiuidade com outros dirigentes, os grupos se dispersaram. Quando dirigente
de corais, Rigo fez um curso de regência de corais em Linha Brasil - Nova
Petrópolis/RS, patrocinado e promovido pelos "Centros Culturais '25 de
Julho'''. Rigo também foi contra-mestre da Banda Musical Municipal de
Blumenau, fundada por Franz Baumgart. Rigo ensina música, menos piano
(instrumentos musicais necessários para tocar música popular) em sua casa,
tendo em determinada época até 65 alunos por mês.
Com "Inspiração", fox com letra de Grete Scheltzke, Rigo foi ho-
menageado pelas suas Bodas de Prata.
Rigo é Delegado da Ordem dos Músicos do Brasil, em Blumenau, com
jurisdição de Ilhota até Subida. É também presidente do Conselho Fiscal do
Sindicato dos Músicos Profissionais de Blumenau.
O Club Musical foi fundado em 1898, por Hermann Ruediger, e que no
dia 21 de outubro de 1899, festejou seu primeiro aniversário com uma festa e
bom repertório, no salão de Ernst Bernhardt.
O Club Musical se apresentava regularmente, e na grande festa
realizada no Teatro "Frohsinn", no dia 25 de abril de 1903, apresentou um
concerto no jardim do teatro das 6 às 8 horas da noite. Também no salão de
Max Schoenau, onde funcionava um carrosse1, churrascaria e salão de baile, o
Club Musical apresentou-se, de tarde, no concerto com churrascada e de noite,
no baile (20104/1913).
O nível artístico e o bom gosto na escolha do repertório era evidente, e
para documentá-10, transcrevemos o conteúdo de alguns programas com data e
local da apresentação. No dia 14 de setembro de 1919, no Teatro "Frohsinn",
foi programada uma grande noite de entretenimento musical com baile para
encerrar a noitada. O programa apresentado constava de quatro partes, sendo
que na primeira parte foram apresentados os seguintes números musicais:
I PARTE
1 - Freikugeln - marcha - de O. Fetrás
2 - Pique- Dame - abertura - de F. von Suppé 3 -
Luna Walzer - de Paul Linke
4 - Mumb1in-Moss- Two-Step - de Thurban
11 PARTE
5 - Czardas - solo de violino com piano
6 - Tam1l1auser - marcha - de Richard Wagner 7 -
Blumelllied - de G. Lange
8 - Trovador - potpourri de Verdi
111 PARTE
9 - Solo de xilofone com acompanhamento de orquestra
IV PARTE
10 - Blumenauer Marsch
11 - Guarani - de Carlos Gomes
12 - Serenata dos Anjos - de Braga
13 - Fox-Trot de Ias Campanas - de Pastallé 14 -
Música humorística da Bauermusik.
 Os ingressos podiam ser adquiridos com Rudolph Klein por 2$000 as
numeradas, e 1$000 bancos ou em pé.
No dia 3 de novembro de 1919, o Club Musical deslocou-se para a
Sociedade Teutônia, onde apresentou um concerto em quatro partes.
I PARTE
1 - Freikugeln - marcha de O. Fetrás
2 - Pique-Dame - abertura de F. von Suppé 3 -
Despedida - serenata mexicana de Tellier
4 - Canção do assovio, da obra "Ares da Primavera" - de Strauss
11 PARTE
5 - Potpourri da Filha do Regimento - quarteto escolar 6 -
Solo de xilofone com acompanhamento de orquestra
111 PARTE
7 - Guarani - abertura de Carlos Gomes
8 - Sonho de amor depois do baile - valsa de Czibulka 9 -
Pilgerchor de Tannhãuser - de Wagner
10 - The Brooklyn - de Thurban
IV PARTE
11 - Poeta e Camponês - abertura de F. von Suppé 12 -
Ganz allerliebst - valsa de Waldteufel
13 - Serenata - de B. Umlauf
14 - San Lorenzo - marcha de A. Silva.
Ainda em 1919, no dia 18 de dezembro, o "Musikalischen Klub" (Club
Musical) apresentou no Teatro "Frohsinn" um grande concerto e o programa
em três partes apresentou os seguintes números musicais:
I PARTE
1 - O Mestre Alemão do Regimento - de Ertl 2 -
A Dama Branca - abertura de Boildieu
3 - O Trem Rosa do Casamento - de Fessel
4 - Fantasia da Ópera de Wagner - amu~o de Ernst Bernhardt
11 PARTE
5 - Xilofone e Música de Sinos - solo 6 -
Quarteto e Solo de Violino
7 - Einlage - canto
lU PARTE
8 - Guarani de Carlos Gomes - abertura 9 -
Chuva de Ouro - valsa de Waldteufel
10 - Potpourri da ópera "Martha" - de Flotow
11 - Cavalaria Ligeira - abertura de F. von Suppé 12 -
Despedida - serenata mexicana de Tellier.
Em janeiro de 192p6, Heinz Geyer, jovem músico, formado na
Alemanha, chegou ao Brasil e sete meses depois já regia o Club Musical no
concerto do dia 20 de agosto de 1921, no Teatro "Frohsinn".
A essa orquestra, posteriormente; juntaram-se bons músicos como
Abelardo Bezerra, João Meirelles Jr., Gustav Thomsen, Erwin Schneider e
Franz Runze.
O segundo concerto do Club Musical, sob a regência de Geyer, foi no
primeiro dia de Natal de 1921, no Teatro "Frohsinn", quando o professor
Heinrich Koehler se prontificou a enriquecer o programa com dois números de
piano. Do programa constaram músicas de F. V. Blon, Flotow, Ischpold,
Czibulka, S. Jones, Aletter e Eilenberg. No dia 20 de junho de 1922, o Club
Musical apresentou no Teatro "Frohsinn" um concerto com instsrumentos de
corda para a aquisição de um harmônio e, segundo a crítica, o sucesso foi algo
de novo. O sucesso da orquestra de cordas fez com que a mesma se
apresentasse novamente no dia 25 de novembro de 1922, ocasião em que Geyer
incluiu na programação a marcha de sua autoria "Rio de Janeiro". O Club
Musical, sob a regência de Geyer, se apresentou ininterruptamente sempre com
programa selecionado não só em Blumenau e sim em diversas cidades do nosso
Estado.
É evidente que o Club Musical sob a regência de Geyer deu um
novo impulso à vida artísstica de Blumenau e cidades vizinhas, sendo
elogiado pelo "Der Urwalsdbote" após o concerto do dia 21 de abril de
1924, por "enaltecer a vida artística de Blumenau". O "Der
Urwaldsbote" em julho de 1924, publicou ainda a seguinte nota: "0
Club Musical sob a regência do maestro Geyer, através dos seus
concertos, tem desempenhado papel importante na vida da
Comunidade, apesar dos participantes da orquestra serem apenas
arnadores, aliás, de grande gabarito, pois até visitantes louvam a
atuação do maestro Geyer à frente da orquestra de cordas. A
orquestra uniu todos os músicos. A nota continua dizendo 'que para
formar uma grande orquestra há necessidade de
instrumentos musicais de sopro, madeira, bateria, etc. e também um
harmônio e notas musicais que custam caro". Como a jovem Sociedade
Musical não tem os recursos necessários, as esposas dos músicos visitarão
as farmlias com listas a fim de conseguirem os necessários recursos".
No dia 4 de maio de 1924, o Club Musical apresentou-se em Brusque. E
no dia 16 de agosto do mesmo ano, apresentou um grande concerto na
Sociedade de Atiradores, quando também foram apresentadas as peças
musicais de Geyer "Intermezzo" e "Aparecimento dos Espíritos" .
Paulatinamente Geyer foi reunindo os músicos até formar uma só
orquestra. No dia 13 de abril de 1925, após o concerto apresentado no Teatro
"Frohsinn", a crítica foi unânime, "sob a regência de Geyer, o Club Musical
está realmente apresentando boa música".
O dia primeiro de agosto de 1925 foi um dia de festa para o Club
Musical. No Teatro "Frohsinn", com um grande concerto, foi inaugurado o
novo harmônio. Sob a batuta de Geyer, foram apresentadas músicas de W. A.
Mozart, A. Schreiner, E. Nevin, Fr. Liszt, Carl Friedemann, Zeller, Ischpold e
E. Urbach. O Club Musical também participou da "Noite Colorida", no Teatro
"Frohsinn", no dia 26 de setembro de 1925, em honra da presença da Colônia
Alemã em Blumenau. No dia 14 de abril de 1926, à frente do Club Musical,
Geyer dirigiu um grande concerto no Teatro "Frohsinn", concerto que foi
reprisado com algumas alterações no dia 13 de maio também no Teatro
"Frohsinn", em beneficio da Igreja Matriz. Do programa constaram os
seguintes números musicais:
1 - Hino Nacional Brasileiro, de Francisco Manoel da
Silva; 2 - Abertura Solene, de Chr. Bach;
3 - Fantasia sobre o Rigolleto, de Verdi;
4 - Air Varie Par, de Henri Vieuxtemps (solo de violino por Abelardo
Bezerra);
5 - Abertura "Uma Manhã, Uma Tarde, Uma Noite em Viena" ,
de F. v. Suppé;
6 - Potpourri "O Estudante Mendigo" , de C. Millocker; 7 -
"Intermezzo, de H. Geyer;
8 - Comédia Húngara, de Kéler Béla.
Os ingressos foram vendidos no Teatro. Depois desse concerto não
houve baile. Também o concerto do dia 13 de novembro, no Teatro "Frohsinn",
foi muito bem executado pelo Club Musical, dirigido por Geyer, merecendo do
"Der Urwaldsbote a seguinte crítica: "Com o con-
certo instrumental apresentado no Teatro "Frohsinn", o Club Musical
conseguiu, com o bom programa sob a regência de Geyer, um belo sucesso.
Uma das composições de Geyer, 'Serenata', foi calorosamente aplaudida e
reprisada a pedido. Heinz Geyer é um excelente compositor e ótimo
regente. Os concertos do Club Musical são sempre o ponto alto para os
apreciadores da boa Música". Na Escola Nova (Neue Schule), eram
freqüentes as festas culturais artísticas que muitas vezes incluiam a
colaboração do Club Musical, gentilmente.
Nos festejos do cinqüentenário do Colégio Santo Antônio de Blumenau,
nos dias 13, 14 e 15 de agosto de 1927, além das festividades próprias em tais
eventos, participou também a "excelente orquestra do Club Musical", sob a
regência de Geyer. O ingresso para as festividades era uma medalha
comemorativa ao cinqüentenário pelo preço de 1$000 réis.
N o dia primeiro de outubro de 1927, na festa em homenagem a
Hindenburg, realizada no salão dos Atiradores, participaram, além do Club
Musical, o Club Germânia e o Liederkranz. A direção artística esteve a cargo do
Maestro Geyer. A programação dividida em duas partes foi muito bem
executada por todas as entidades participantes. O lucro foi em beneficio do
"Hindenburgspende". O convite foi formulado pelo cônsul alemão Otto
Rohkohl e pelo presidente da Sociedade de Atiradores, G. Arthur Koehler.
Quando S. M. o Rei da Saxônia, Friedrich August, visitou Blumenau no dia 14
de julho de 1928, o Club Musical participou das homenagens, bem como a
Sociedade de Canto Masculino "Eintracht" , a Associação Ginástica Blumenau
e a secção de cantores do Club Germânia. Na ocasião, os cantores do Club
Germânia e os músicos do Club Musical foram regidos pelo Maestro Geyer. A
segunda parte, a lmmorística, esteve sob a direção de OUo Arendt, que foi
muito aplaudido. Os números de ginástica rítmica foram apresentados pelas
moças, e os de ginástica em barras pelos ginastas da Associação Ginástica
Blumenau. Foi cantado o Hino Nacional Brasileiro e depois uma canção da
velha pátria, "Aus blauen Wogen steigt ein Land" (Das Vagas Azuis asc~n~e
um País). Com o concerto de 7 de julho de 1928 e os números mUSIcaIS
apresentados: Beethoven, Tschaikowski, Bizet, O. Nicolai, Fr. Popry, e a
pedido, "Em Memória de TamIDãuser de Richard Wagner", de O. Hohmaml,
Geyer foi muito aplaudido consolidando a sua atuação co.mo regente em
Blumenau. Pela morte de Franz Schubert, o Club MUSIcal prestou significativa
homenagem ao maior compositor de "~ieder": da Alemal1ha. O Club Musical
também teve participação espeCial na festa natalina de 15 de dezembro de
1928, promovida pela Escola Nova. A
festa envolvia, além do concerto, a apresentação da peça teatral "Rotkopf
Jorge", conto de fadas de Natal para gente grande e pequena, segundo o convite
formulado pela escola. Em 1929, o Club Musical deslocou-se duas vezes para
Hansa - Hammonia, apresentando um concerto na Igreja, e de noite durante os
festejos, no salão Becker (07/09/1929) .
No dia 26 de dezembro de 1929, a grande novidade do concerto foi a
apresentação do Club Musical em conjunto com o "Liederkranz", que desde
1922 já atuava frequentemente sob a regência de Geyer, possibilitando as
grandes programações músico-vocais. O Club Musical, que sob a batuta de
Geyer funcionava no Teatro "Frohsilm", passou a chamar-se Orquestra da
Sociedade Teatral "Frohsinn".
Sob a batuta de Geyer, foi apresentado na Igreja da Comunidade
Evangélica de Blumenau um belíssimo concerto em memória dos mortos da
Primeira Guerra Mundial, no dia 21 de fevereiro de 1932.
Com o tema "Nordischer Abend", tendo como primeiro número do
programa a palestra do Dr. Ludwig Sroka sobre música escandinava, foi
apresentado no Teatro "FrohsiIm", no dia 6 de outubro de 1934, um concerto
com músicas de F. Pacino, E. Grieg, Johann Svendson, Kurt Atterberg e Jean
Sibelius.
Faziam parte do repertório da Orquestra da Sociedade Teatral
"Frohsüm": La Tosca (fantasia) de Puccini; Dança Macabra de C. Saint Saens;
Semiramis de G. Rossini; Liebesgruss (intermezzo) de E. EIgar; Die
Fledennaus (potpourri) de J. Strauss, Marinarella (ouverture) de 1. Fucik;
Bryllupsdaag para Troldhanger de E. Grieg; Margarethe (fantasia da ópera de
Fausto) de Charles Gounod-Artok; Dança da Ondina (da ópera Loreley) de A.
Catalani; Rapsódia nO 1 em C de Friedmann. Também faziam parte do
repertório duas figuras de dança de Heinz Geyer:
Gavotte a Ia Fantasia e Menuett.
Compunham a orquestra do Club Musical em 1929 os músicos:
Udo Schadrack, Walter Meyer, Edith Pawlowsky, Richard Gross, Kurt
Boettner, Ludwig Reinhardt, Franz Runze, Rudolph Klein, Julius Baumgarten,
Felix Hering, Bruno Hidlmeyer, Heinrich Weber, Franz Hering, Frida
Baumgarten, Meyer Degen, Gertrud Boettner, Hildegard Gross, Hertha Meyer
Altenburg e Senhora Doutor Capella, sob a regência do Maestro Geyer.
Em 1936, a Orquestra da Sociedade Teatral "FrohsiIm" incorporou a
Sociedade de Canto "Liederkranz", possibilitando assim a encenação da ópera
"Preciosa", de Carl Maria von Weber.
SOCIEDADE MUSICAL "L YRA"
DEBLUMENAU
A Sociedade Musical "Lyra" foi fundada por Ernst Bernhardt no dia 23.
e™!evereiro de 1919. Bernhardt, que fez sucesso no Brasil e que
post~rlOrmente mu.dou-s~ para a Argentina, onde o sucesso se repetiu in-
clusIve no UruguaI e ChIle, ficou no Uruguai quando em 1913 a orquestra
formada por membros de sua família apresentou-se em Blumenau. Bernhardt
só voltou a Blumenau em 1919, e o "Jornal do Commercio" de Blumenau
comentou que Ernst Bernhardt fundara uma Sociedade Musical em B1umen~u
qu~ realizou concertos públicos. A nota no jornal, ?~~da. de 18 de. fevereIrO
de 1919, desejou êxito a Ernst Bernhardt pela mlcIatlVa, convIdando os
blumenauenses interessados para uma reunião no Teatro "Frohsinn" no dia 23
de fevereiro, às três horas da tarde. A "Gazeta de Blumenau" de 19 de fevereiro
de 1919, também teceu comentários elogiosos a Ernst Bernhardt pela grande
iniciatao fundar a Sociedade Musical "Lyra", e também pelo bom gosto do seu
repertório. Da programação apresentada no primeiro concerto da Sociedade
Musical "Lyra" no jardim público, no dia 15 de novembro de 1919, além da
alvorada às seis horas da manhã com o Hino Nacional, às quatro horas da tarde
foi apresentado o concerto com os seguintes números musicais:
1 - Hino Nacional;
2 - Saudades da minha terra (dobrado); 3 -
Parademarsch, de Schwenke;
4 - Nabucodonosor, de Verdi (abertura) 5 -
San Lorenzo, de Silva (marcha);
6 - Chuva de ouro, de Waldteufel (valsa); 7 -
Die Wachtparade kommt, de Eilenberg;
8 - Das haben die Maedchen so gerne, de Gilbert; 9 -
Velhos Camaradas, de Zelke (marcha.
Bernhardt, além de músico e regente, fazia arraqjos, entre eles, da
fantasia da ópera de Richard Wagner, que foi muito tacada. No dia 28 de
24.
fevereiro de 1920, a Sociedade Musical "Lyra" festejou o seu primeiro
aniversário com a publicação do jornal "Die Schnauze" (focinho ou boca
grande). A Sociedade Musical "Lyra" não se limitava a dar concertos só em
Blumenau. De quando em vez a banda fazia suas apresentações na periferia da
cidade e também nas cidades vizinhas. No dia 25 de julho de 1920, a banda
"Lyra" participou da festa realizada no salão Krause, de Nova Bremen,
apresentando um concerto com bem escolhido repertório. Na ocasião, o grupo
teatral local apresentou a peça teatral "Branca de Neve", Também companhias
ou artistas famosos que prestigiavam Blumenau com seus espetáculos
encontravam na "Lyra" uma banda capaz para se entras ar com os mais variados
espetáculos. O artista Heinrich Heinz, do Teatro Municipal de Viena,
apresentou-se em Blumenau nos dias 28 de agosto e 8 de setembro de 1920, no
Teatro "Frohsinn", com números alegres e sérios, de diversos autores, entre
eles "Judith Simon" , de Risz, "Os Cavadores de Ouro", de Seibel, "Guilherme
Tell", de Shiller e ainda números de Baumbach, Goethe, Wildgans e
Wildenbruch. Entre as cenas humorísticas apresentou: A Herança, Uma Carta
Comercial do Céu, Caridade, Uma Paródia Operística (musical), A Prédica de
Madalena, Dor de Pai, A Dor de Dente, O Cabaret Grazer, Lord Spleen e
"Dus-Spiel" em um ato, de Gruendbaum. Heinrich Heinz se apresentou em
esquerda, o Maestro Geyer de batuta na mão
todo o Vale do Itajaí, e em 9 de outubro, se apresentou no Teatro "Frohsinn",
em caráter beneficente, para as crianças mineiras e carentes de Viena. Em todos Hin.dlm~yer, ~einz Sachtleben, Lorenz BOl1l1emaSSou, Phillip Brandes,
os espetáculos a banda "Lyra" estava presente. EmI1 ~elbt, Julms Bawngarten. Waldemar Gropp, Edward Gropp, Erwin
Em 29 de outubro de 1921, a banda "Lyra" se apresentou no salão Otto Schnelder, Feodor Axthelm e Karl Franz Geyer, irmão do maestro Geyer.
Jensen, de Itoupava, em concerto e depois baile. A "Noite Familiar" era promovida com freqüência pela Sociedade
Em 1922, pelo Centenário da Independência do Brasil, a Sociedade Musical "Lyra". Constava de concertos, às vezes peças teatrais, tinalizando
Musical "Lyra" já atuava sob a batuta de Geyer, que reuniu todos os bons sempre com animado baile. Geralmente era realizado nas dependências do
músicos de Blumenau para atuarem na "Musikkapelle Lyra", que desfilou no Teatro "Frohsinn" e Sociedade de Atiradores. A Sociedade Musical "Lyra",
dia 7 de setembro de 1822, em homenagem à Independência do Brasil. Foi realizava também os seus bailes sociais, principalmente para festejar a data da
durante os ensaios da banda da Sociedade Musical "Lyra" que Geyer, na falta sua fundação, e no dia 15 de março de 1924, três bandas abrilhantaram o baile,
de uma batuta, recorreu a um pedaço de vegetação. O Capitão Antônio Brício onde o traje exigido era o de contos de fadas. No dia 21 de setembro de 1924, a
Guilhon, vendo o fato, presenteou Geyer com uma batuta. Foi a primeira batuta Sociedade Musical "Lyra" apresentou um concerto de despedida em praça
de Geyer. pública ao seu fundador, Ernst Bernhardt, que se radicara detinitivamente na
No dia 16 de setembro de 1923, a banda "Lyra" excursionou até Argentina.
Warnow, onde apresentou um concerto e depois abrilhantou o baile. As festas de fundação da Sociedade Musical "Lyra" sempre tinham um
A nota interessante sobre essa excursão é a menção feita ao horário e toque de magia. No dia 14 de fevereiro de 1925, além da exigência do uso de
preço do trem: ida 7,10 e volta às 4,33 pelo preço de 2$400 réis. trajes exóticos para as testividades, foi apresentada antes do baile a peça teatral
A foto mostra integrantes da banda "Lyra", no dia 7 de setembro de "Na Sala de Espera 43 Classe". Ano após ano, as festas se repetiam sempre
1923, numa manifestação patriótica. À esquerda, de batuta na mão, está Geyer. animadas e com um toque diterente.
Entre outros integrantes da Lyra, na foto, estão: Bruno
A Banda Lyra em 7 de setembro de 1923. À
No dia 11 de fevereiro de 1928, o baile à fantasia foi animado pela banda de
damas do Rio de Janeiro, "The Modero Girls". Já no dia 22 de fevereiro de
1930, o cenário para festejos da fundação da Sociedade Musical "Lyra" foi
uma "Noite Turca", com trajes, damas do harém, pachás, eunucos, etc. A
festa foi realizada no Teatro "Frohsinn". No dia 7 de fevereiro de 1931,
animada com três bandas, a Sociedade Musical "Lyra" promoveu, no
Teatro "Frohsinn", a noite "Japonesa-Chinesa". Em 1932 além do seu baile
carnavalesco, a Sociedade Musical "Lyra" promove~ com o "Liederkranz",
no dia 8 de maio, uma excursão a pé, com saída de Blumenau às nove horas
da manhã, até Gaspar, voltando, com saída às cinco horas da tarde, com o
vapor Blumenau. Com o tema "Uma Noite na Floresta" , no dia 18 de
fevereiro de 1933, realizou o seu baile à fantasia.
Com a incorporação dos músicos ao Club Musical pela batuta do
Maestro Geyer, a Sociedade Musical "Lyra" desapareceu.
Ernst Bernhardt, fundador da Sociedade Musical "Lyra", era casado
com Luiza filha do músico e regente de banda (na Alemanha) Carl Gottlieb
Schn~ider, que veio para o Brasil em 1854. Era avô do músico Hermann
Schneider, participante da banda Werner, fundador e professor da
Sociedade de Quadrilha que funcionava no bairro da Velha.
CONSERVATÓRIO DE MÚSICA
"CURT HERING"
Em 1949, para suprir as necessidades da Orquestra Sinfônica, foi
fundado o Conservatório de Música "Curt Hering" , idealizado por Heinz
Geyer e Curt Hering. Para que o mesmo funcionasse, a Sociedade Dra-
mático-Musical "Carlos Gomes", na época, pôs à disposição do Con-
servatório algumas dependências do Teatro "Carlos Gomes" , funcionando,
portanto, graciosamente, nas dependências do Teatro desde 1949. O
Conservatório de Música "Curt Hering" era mantido pela Comunidade, ou
seja, por finnas comerciais, verbas municipais, indústrias e alguns
particulares, através de um fundo chamado "Fundo Pró-Manutenção
Orquestra Sinfônica". Havia também algumas ações da Fábrica de Papel
Itajaí, que Curt Hering doou para o Conservatório, porém, el? nada
contribuíram, para a autonomia do mesmo. Os professores que mr-
nistravam aulas para os futuros integrantes da Orquestra Sinfônica da So-
ciedade eram pagos através do "Fundo", e quando o "Fundo" era insufi-
ciente para pagar os professores, entravam em jogo as contribuições
mensais dos associados. Os professores de piano e a professora de "ballet"
recebiam as importâncias pagas pelos alunos pelas aulas ministradas, com
exceção da professora Maria Eugênia Tavares (Dona Geninha), que recebia
como funcionária da Cia. Hering. O Maestro Geyer, professor catedrático
de música e canto orfeônico da então Escola Normal Pedro 11, pelo Decreto
de 21 de julho de 1962, foi posto à disposição do Conservatório de Música
"Curt Hering" de Blumenau, que já dirigia desde 1949, data da sua
fundação. Os Certificados de Freqüência eram fornecidos em nome do
Professor Guilhenne Halfeld Fontainha. A eficiência dos professores, entre
eles, Lubo Maciuk, Heinrich Webel, Ludwig Seyer, foi comprovada com a
audição dos alunos: Doris Gropp, V. Bona, G. Keunecke, M. Schneider, F.
Lutzenberger (canto); H. Geyer, FI. Franzke, H. Deeke, A. Butzke, V.
KottmarID e I. Muetze (violino); G. Meyer, I. Colin, L. Busch (piano); A.
Butzke (viola) e J. P. Brueckheimer (cello), realizada no dia 24 de
novembro de 1950. A avaliação dos alunos era feita anualmente e no dia 28
de novembro de 1952, foi realizada, com a colaboração da Sociedade
Dramático-Musical "Carlos Gomes", no salão de concertos da sociedade.
Em 1953, o curso de canto não mais foi oferecido, em compensação foi
oferecido composição. Apesar de oferecer várias opções na área da música,
a finalidade principal era fonnar músicos para a Orquestra Sinfônica. No
decorrer dos anos em que funcionou, o Conservatório contou com diversos
professores, entre eles: Use Oberstetter, Max Demmleitner, Maria Eugênia
Tavares, Franz Runze, Gertrud Petz1, Oleh Gabrussewycz, Louri
Kahrbeck, Leopoldo Kohlbach, Hubert Geyer, Jorge Hartke, Karin Testoni,
EUi Schwartz, Elisabeth Kaestner, Christa Grempel, Iris Colin Ramers. O
Conservatório contou também com a eficiência e dedicação da secretária
Edazima Onken Gaertner (Dona Eda), que caminhou lado a lado do mesmo,
e apesar das pressões para dispensá-Ia, quando o Conservatório passou a
funcionar com o nome de Escola Superior de Música, com secretária e
professores importados, pois dos antigos e dedicados mestres somente
continuaram a lecionar Leopoldo Kohlbach e Hubert Geyer, Dona Eda
continuou trabalhando até ser obrigada a afastar-se por motivos de saúde,
falecendo em seguida.
- Coordenado por Oscar Zander, no período de 25 de julho a 3 de agosto
de 1969, foi realizado no Teatro "Carlos Gomes" o Primeiro Seminário de
Música. Oscar Zander substituiu o Maestro Geyer, quando
25.
este foi dispensado da direção do Conservatório de Música e da regência da
orquestra e coral da Sociedade.
Sucederam a Oscar Zander o Maestro Roberto Schnorrenberg e a
pianista Lina Maria Lobo Kubala, que posterionnente foram substituídos por
Neide Coelho e Noemi Kellennann.
A Escola de Música, além de ministrar regularmente aulas de música,
promoveu entre outras atividades, um curso de Técnica Vocal e Regência, do
qual participaram professores e alunos de diversos locais do nosso Estado.
Promoveu também um "Ciclo de Violão", o projeto "Vila Lobos para Jovens",
Concertos Matinais, Música para as Escolas e outros.
Em 1981, foi fundada a Orquestra de Câmara de Blumenau, da qual
participam alguns alunos e proíessores da Escola Superior de Música
(ex-Conservatório de Música). A maioria dos músicos da Orquestra de Câmara
de Blwnenau são profissionais de outros estados. Desde sua fundação, a
0
Orquestra foi regida por Norton Morozowicz, natural de Curitiba e 1 t1autista
da Orquestra Sinfônica Brasileira.
A Orquestra de Câmara de Blumenau é considerada um dos melhores
conjuntos do gênero no país, e a única Orquestra de Câmara profissional de
Santa Catarina.
A música é uma das tradições mais antigas traz idas pelos imigrantes
alemães que após o teatro (1860) e o canto (1863) se manifestou em concertos
Strauss, Geyer percOrreu todas as cidades da Alemanha. foram contem-
(quarteto) a partir de 1864.
porâneos de Geyer, Richard Strauss, Arthur Nikisch, Thomas Moeller e
grandes expressões musicais da época. Com esta formação musical, Geyer
poderia ter sido uma das maiores expressões musicais do mundo e ter
HEINZ GEYER concretizado o augúrio dos seus mestres: "Umfuturo brilhante e promissor",
(Maestro Geyer) conforme o Certificado de Maturidade Musical que obteve aos 16 anos de
idade. Mas adotou Blumenau, dedicando toda a sua vida à formação musical de
amadores para atuarem na sua maravilhosa orquestra sinfônica e no seu coral.
Heinz Heinrich Geyer, filho de Karl Heimich G. Geyer e Gertrud Geyer, Geyer participou ativamente da Primeira Guerra Mundial servindo na
natural de Muehlheim, Ruhr, Alemanha, nasceu aos 27 de junho de 1897. Po1ônia. Voltou para a Alemanha por ter sido ferido em combate, recebendo a
Fonnou-se no Conservatório Estadual de Música de Duisburg, Cruz de Ferro, condecoração por bravura.
Alemanha, aos 16 anos de idade, sendo sua principal formação a flauta Conseqüência do longo tempo nas trincheiras, exposto às intempéries,
transversal, porém, como artista capacitado que era, aprendeu também violino Geyer contraiu reumatismo, sendo aconselhado por seu médico a emigrar para
e piano, sendo respeitado e considerado pelos seus mestres e pela direção do um clima tropical para curar-se. Por essa época, Geyer conheceu em
Conservatório que lhe desejaram um futuro brilhante e promissor. Mais tarde, Hamburgo, Alemanha, Paul Gresser, tornando-se amigos e Gresser insistiu
Geyer ingressou na Escola de Composição do Professor Poalid e na do para que Geyer viesse para o Brasil. Geyer chegou ao Brasil no dia 27 de
Professor Moeller. Geyer era excelente solista de t1auta, atuando na orquestra janeiro de 1921, desembarcando em São Francisco do Sul. Geyer não pretendia
de Duisburg. Sob a batuta de Richard ficar no Brasil, os seus planos incluíam a
Maestro Geyer
viagem para a Argentina, onde tinha amigos. Ficou, porém, em Blumenau,
onde todos faziam música, teatro, cantavam, dançavam e viviam como uma
grande família. Geyer fez muitos amigos, que ao descobrirem a sua formação
musical envidaram todos os esforços para que o jovem e simpático músico
pennanecesse em Blumenau e, no dia 20 de agosto de 1921, o "Der
Urwaldsbote" publicou um programa onde destaca a marcha "Ernesto
Czerniewicz", de autoria de H. Geyer. Em 1921, ano de sua chegada a
Blumenau, Geyer já tinha sob sua batuta wna orquestra que se compunha dos
seguintes músicos:
Violinos:
Frieda Baumgarten, Ernst Czerniewicz, Jorge Ternes e Frieda
Hindlmeyer
Violas:
Richard Gross, Rudolph KIein
Violoncelos:
Kurt Boettner, Karl Otto Schlenun
Piano:
Gertrud Boettner
Flauta:
Hennann Ruediger (fundador da 1 a banda de Blumenau)
Contrabaixos:
Felix Hering, Hermann Hering (não pertence à família da Cia. Hering)
Trombone:
Julius Baumgarten
Clarineta:
Franz Hering
Trompete:
Ernst Bernhardt (fundador da Lyra).
A partir de 20 de agosto de 1921, Geyer passou a reger todos os
concertos da orquestra de cordas do Club Musical. Os concertos se sucediam e
Geyer participava ativamente de tudo, regendo orquestra de cordas, bandas,
conjuntos musicais, corais e acompanhando artistas de passagem por
Blumenau. Em pouco tempo, Geyer conseguiu preparar e capacitar músicos
amadores de Blumenau, principalmente da banda Lyra, para destilarem no dia
7 setembro de 1922, dia do Centenário da Independência do Brasil. Consultado
se também usaria no destile o uniforme do então Tiro de Guerra 475, Geyer
respondeu: "Sentir-me-ei honrado em vestir o unifonne de soldado brasileiro".
Os concertos de
Geyer abrilhantaram efemérides que marcaram a vida social, artística e
cultural da Comunidade blumenauense.
As primeiras músicas de Geyer foram compostas na Alemanha, ele não
as trouxe porque pretendia retornar. Na Alemanha, em Blumenau e até em
viagem, Geyer compôs músicas para amigos graciosamente. Geyer musicava
tudo o que lhe vinha às mãos, e segundo o protessor José Ferreira da Silva, seu
amigo pessoal, "Geyer era dotado de capacidade mental criadora excepcional,
o seu admirável e harmonioso estilo, o doce encantamento dos seus arranjos, e
elevado padrão artístico de toda a sua música, tornaram Geyer uma das
expressões máximas dessa arte ". Geyer compôs: "Ernst Czerniewicz", marcha
em homenagem ao seu grande amigo e violonista (20/0811921); "Rio de
Janeiro", marcha (25111/1922); "Aparecimento dos Espíritos", marcha
(12/05/1923); "Intermezzo" (16/0811924); "Despedida", marcha romântica
(19/03/1927). No dia 13 de novembro de 1937, em homenagem à filha do Dr.
Blumenau, fundador da Colônia, foi apresentado o ciclo musical "25 de Julho",
mais tarde apresentado com o nome de "O Imigrante". "Suite Brasil", poema
sinfônico, foi composto em 1936. Também em 1936, Geyer compôs o hino a
"Carlos Gomes", por ocasião dos festejos alusivos ao centenário de nascimento
do grande compositor brasileiro (letra do Dr. Oliveira e Silva). Geyer musicou,
de Casimiro de Abreu, "Minha Mãe", e fez arranjos para grande coral a oito
vozes e orquestra do Hino Nacional Brasileiro. "Despedida", marcha
romântica, deu origem à "Suite Romântique", com peças musicais: "Serenata",
"Valsa" e "Despedida". Geyer escreveu e compilou uma série de ciclos
musicais:
"Meu Brasil", pelo centenário de nascimento de Ruy Barbosa (05/11/1949);
"MilUlesang" (07/1211955); "Reminiscências da Infância" (ciclo nO 7 - 1
%7/1962); "Alma Brasileira" (ciclo nO 8 - 23/05/1964); "Acordai Vós
Pastores" (ciclo natalino - 08/1011967); "Canções dos Mestres Alemães"
(13/12/1970). Geyer também musicou "Quadros da Vida de Jesus"
(10/04/1963); "Quadros Históricos do Desenvolvimento do Brasil"
(07/12/1966). Geyer compôs a ópera "Tilo", inédita, com tema amoroso
baseado na Primeira Guerra Mundial. O texto foi escrito por Feodor Axthelm.
Da opere ta "O Mundo Distante", inédita, só foi a público a Canção da Lamita,
"Sempre Ansiei por Ti", do 1 ° ato, interpretada por Elisa Lindholm, em 24 de
abril de 1948. A opereta "Valéria", com texto e música de H. Geyer, também
está inédita. Além das composições, Geyer fez arranjos para a orquestra,
suprindo a falta de instrwnentos musicais e arranjos especiais para o "ballet".
Os arranjos para órgão foram fantásticos, entre eles o "Largo", de Haendel,
para o
qual ele escreveu o texto, e ainda fez o arranjo para o coro a 5 vozes. T~bé~ Canta", "Nossos ~ais Cantavam ~ss~" e "Natal". Geyer tambem fOI
Apesar das belíssimas composições musicais de Geyer, algumas de presenteado com tres batutas: a pnmelra lhe foi presenteada pelo Ca~itão
sucesso, a sua obra prima é "Anita Garibaldi", baseada na heroína de Laguna. A Antônio Brício Guilhon, a segunda por HermalUl Ruediger, primelrO regente
ópera saiu graças aos incentivos do professor José Ferreira da Silva, de de Blrunenau e a terceira, runa batuta de honra com uma placa de ouro, que lhe
temperamento artístico, que escrevia os poemas para a genialidade de Geyer foi presenteada pelo Comandante do 23 o B. L. Quando da apresentação do
musicar. O professor José Ferreira da Silva, que na época era prefeito concerto em Florianópolis em homenagem à Semana da Marinha, Geyer foi
municipal de Blumenau, não foi só o libretista, e sim o homem de pr~senteado com uma "pokal" pelo vicepresidente da República Rademacker.
extraordinária cultura que possibilitou por todos os meios facilitar o trabalho de Geyer viveu um momento de grande emoção quando, durante um ensaio, dia
Geyer. Em fins de 1939, a ópera estava pronta e trechos esparsos são cantados e do seu aniversário, o coral e orquestra o homenagearam devolvendo-lhe a
ílauta de prata que havia vendido.
tocados em vários concertos com sucesso, porém, somente em 1950, ano do
Entre as muitas homenagens recebidas, a que marcou os últimos anos
centenário de Blumenau, a ópera estreou e foi um sucesso. Blumenau aplaudiu
de Geyer foi a do seu "Jubileu de Ouro", no dia 8 de maio de 1971 data em que
de pé os autores, solistas, orquestra e coro, bem como a equipe técnica, nos dias
também sofreu a maior injustiça da sua vida ao ser informa~ do de que
2, 4 e 6 de setembro. A ópera foi reapresentada nos dias 7 e 9 de dezembro de
apresentara o seu último concert027• Aposentado compulsoriamente, para
1956 e nos dias 10 e 6 de junho de 1963, em Blumenau, no Teatro "Carlos
receber sua minguada aposentadoria fazia diversas viagens, por mês, de
Gomes". N o dia 25 de novembro de 1957, a ópera foi apresentada no Teatro
Navegantes a Blumenau, fato que muito contribuiu para o seu declínio quando
Municipal de São Paulo, onde o púlbico aplaudiu demoradamente o talentoso
ainda podia reger, compor e dar muito de si para a Comunidade blumenauense,
maestro "catarinense". Pelo requerimento nO 3-100-57, da Câmara Municipal
a quem se dedicou durante cinqüenta longos anos.
de São Paulo, foi consignado um voto de congratulações e de aplausos os mais
A festa do seu "Jubileu de Ouro" transformou-se em concerto da
efusivos e entusiásticos, ao Maestro Heinz Geyer, autor da ópera "Anita
'Despedida". Destituído das funções, Geyer afastou-se e praticamente
Garibaldi", apresentada em São Paulo com largo e merecido êxito. Com as
enclausurou-se em sua casa de Navegantes, onde construiu runa oficina,
apresentações em São Paulo, Geyer chegou ao topo da fama e da glória e nada
continuando com o seu passatempo favorito: a mecâ,úca e a eletricidade28.
mais, pois financeiramente as apresentações e~ São Paulo não lhe
Geyer inventou e construiu: máquina para endereçar correspondência, fazer
proporcionaram nem o dinheiro necessário para a Viagem de volta. Geyer,
envelopes, escrever vários tipos de notas musicais, dispositivo para virar as
desgostoso resolveu vender a sua obra prima, que foi adquirida pelo seu grande
páginas das partituras, acionado pelo pé, dispositivo na máquina de cortar
admirador, amigo e antigo participante da Orquestra Sinfônica do Teatro
grama para enrolar e desenrolar o cabo elétrico automaticamente. Inventou um
"Carlos Gomes", Fred Hering, no dia 31 de dezembro de 1957. Geyer também
interruptor para evitar o vazamento das caixas d'água, máquina para afiar
compôs a opereta "Viva o Minist.ro", que fez muito sucesso e que foi
objetos cortantes e muitas outras pequenas invenções, segundo Geyer, de
apresentada nos dias 14,15 e 17 de Julho de 1965. A opere ta foi reapresentada
menos importância.
no dia 24 de outubro de 1965.
Alguns fatos dignos de nota marcaram a vida artística de Geyer.
Além de compositor e regente da Orquestra Sinfônica e Coral da
Um deles foi durante um concerto em homenagem ao Governador do Estado
Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes", desde 7 de março de 1947,
Irineu Bornhausen, quando o músico Jorge Ternes tombou para o lado.
data da sua nomeação, Geyer foi professor catedrático de música e canto
Retiraram-no do palco sem alarde e só após o concerto é que os demais
orfeônico da então Escola Normal "Pedro lI", tendo assumido as funções no dia
souberam que Jorge Ternes tinha sido levado para o hospital e que falecera no
11 de março de 1947. Pelo decreto de 21 de julho de 1962, foi posto à
palco. A excursão para São Paulo e Rio de Janeiro, em 1941, foi marcada pela
disposição do Conservatório de Música "Curt Hering" de Blumenau, que já
morte de Willy Lõhr, integrante do coral, de colapso
dirigia desde 1949, data da sua fundação.
A Orquestra e Coral da Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes", 27) "O Maestro Geyer" - Edith Korma1U1 ~ Imprensa Acadêmica - 1985.
28) "O Maestro Geyer" - Edith Korma1U1 - Imprensa Acadêmica - 1985, pág. 49.
sob a regência de Geyer, gravaram três discos: "Blumenau
cardíaco, sendo sepultado no Rio de janeiro. Nessa excursão, os componentes Menino Jesus, montado num burrinho, trazendo
da Orquestra e Coral apresentaram-se na Rádio Tupi de São Paulo, e por presentes para as crianças", que eram colocados em
incrível que pareça, quando a orquestra tocava mais baixo, dois locutores da pratinhos dispostos na soleira da casa, onde
rádio aproveitavam para fazer propaganda da Cerveja Tirolesa. Geyer, ao previamente se colocara sal para o burrinho comer.
perceber, olhou exatamente no momento em que um deles ia fazer novamente a Os homens e as mulheres passavam a noite rezando.
propaganda e eles se calaram. Na ocasião, os componentes da orquestra e coral A festa se prolongava por três dias, sendo um em
foram convidados para um "cocktail" na Cervejaria Tirolesa. Um fato que casa e dois em visitas a parentes e amigos. A árvore
irritou Geyer, foi o solo de tlauta tocado pelo regente da banda do 32 o B. C., de Natal era iluminada com lamparina a óleo e sobre
que num dia de concerto havia bebido demais. Geyer, preocupado, tirou as a mesa a comida italiana e cerveja espumante feita
partituras musicais da estante para impedir que ele tocasse, foi quando ele, sem em casa. Cantando "La Santa Notte", à entrada
as paltituras, improvisou um solo de flauta que nada tÍnha a ver com o principal da casa, os cantores levavam uma grande
concerto. Muitos fatos devem ter ocorrido durante os concertos, considerando estrela iluminada e um pequeno presépio portátil. A
ser a orquestra e coral a soma de todas as classes sociais. canção conta com a saudação, narração histórica e
Geyer casou-se com Hedwig Hindlmeyer no dia 10 de fevereiro de
despedida:
1923, e no dia 14 de setembro de 1928, nasceu o seu único filho Heinz. PRIMEIRA PARTE
Geyer faleceu no dia 13 de junho de 1982, às 18,30 horas, no Hospital Ó lá di casa, signori patroni
Santa Isabel, deixando a esposa Hedwig, o tílho Heinz Geyer Júnior, nora il cielo vi doni la pace e la sanità.
Eunice e os três netos: Gilson, Gerson e Heinz Geyer Neto.
SEGUNDA PARTE
[n questa santa notte dell'Oriente e
OS ITALIANOS NO CANTO, comparso una lucenta stella.
MÚSICA E TEATRO [tre Ree Maggi di continuamente
dodici giorni seguitando quella,
Senza saper ne di uno ne di l' altro niente si
Em 1875, quando Blumenau testejava suas bodas de prata, apartaram ritrovarono in una strada bella.
em Blumenau os primeiros imigrantes italianos que deram origem à Colônia
Italiana (Rio dos Cedros, Ascurra, Apiúna e Rodeio) no Vale do Itajaí. Segundo
[n una strada bela e grande signoria se
ne andarono tutti tre in compagnia.
o Protessor José Ferreira da Silva, na História de Blumenau, "Os colonos
[n compagnia cosi se ne andarono
italianos eram bem diferentes dos alemães, eram menos pacientes, mais exigentes" ...
a Gerusaleme furono arrivati, finche
"Criaram muitos problemas para () Doutor Blumenau, porém, era gente ativa e
trabalhadora". Portadores de pendores musicais e belas vozes, trouxeram em Dentro di un bel palazzo si alogiarono
sua bagagem cultural um rico cancioneiro, pois cantavam, e cantavam muito, e come signori declemensionati.
segundo o Padre Vicenzi, em "Melodias Trentinas", ao som do machado, do
Após terminar as vinte e sete esstrofes da segunda parte da história do
serrote e onde estavam. O seu folclore é rico em melodias trentinas. No Cancio-
Natal, o coral era convidado a entrar na casa, onde eram servidas bebidas
neiro do Imigrante Italiano, compilado por Victorino Ledra, encontramos
próprias para a ocasião, como o "bonecamp". Augurando um Feliz Natal, o
canções marcadas de tristeza, alegria, mar, campo, céu, amor e principalmente
coro se retirava cantando a terceira parte:
nostalgia.
o Natal é festejado no meio italiano desde a TERCEIRA PARTE
colonização com cantos, inclusive sacros litúrgicos a Buona sera che l'e il natale
mais vozes. Nos estábulos muito limpos ardem velas che l' e il natale di nostro Signor.
e o caminho público até a casa de cada um era
iluminado, pois era o caminho por onde "passaria o

Em junho de 1885, chegou à Colônia Blumenau, Giuseppe De-
march, sapateiro, natural de Belluno - Itália, que possuía pendores espe-
ciais· para a música e que na Itália, quando jovem, estudou música,
ingressando no coral Di Belluno, sobressaindo-se pela voz de tenor-baixo.
Após várias tentativas, Demarch conseguiu organizar um grupo de cantores
que ficou conhecido como "I Cantore". Os "I Cantore" cantavam nas
missas e nos enterros de "corpo presente", sendo mais tarde contratados
para abrilhantar festas de casamento e outras, com cantos profanos ou
canções italianas dos "paeselli", de onde provinham os integrantes do coral
(as músicas sacras incluiam missas solenes para as festas religiosas e o
Réquiem para enterros). O primeiro coral era constituído de oito cantores"
Giuseppe Demarch - tenor-baixo e maestro, Giovamli Poltronieri - baixo,
Luiz Isolani - tenor, Giovanni Demarch - tenor, Felice Fachini - tenor,
Nicola Badalotti - 2 o tenor, Gotardo Possamai - 2 o tenor e Alessandro
Zonta - baixo. Com o falecimento de Giuseppe Demarch em 1929, e outros
que lhe seguiram, o coral passou a ser dirigido por Gregório Demarch, filho
do fundador do coral que integrava ainda Giovarnli Demarch, Ambrosio
Fachini, Júlio Bertelli, Ennínio Poffo, Alessandro Passero, Arcângelo
Poffo, Paulo Maiola e Graciano Demarcho Com o falecimento de uns e
outros, o coral dissolveu-se e as belas canções italianas: Lieto Giorno,
Santa Lucia, La Rosa é un bel Fiore, Nineta, Ciau Morentina, Là in mezzo
aI mare, I Chiuchetoni e outras, não mais são executadas como o foram nos
tempos iniciais da Colônia. Giuseppe Demarch, inicialmente radicado em
Guaricanas, posteriormente mudou-se para Ascurra.
O Colégio São Paulo, de Ascurra, da Congregação Salesiana hllldada
por Dom Bosco, iniciou suas atividades em Santa Catarina em dezembro de
1916. Nesse colégio, os alunos estudam música, pois segundo Dom Bosco,
"Casa sem música é corpo sem alma". Em 1925 foi fundada em Ascurra a
banda do colégio. Cultivam o canto coral e o teatro, pois educam os dotes
vocais e a declamação, além de divertir e educar o bom gosto. O público
tem acesso aos espetáculos que também são apresentados em outras
cidades. Da programação constam declamações, mú-
sica instrumental, cantos, operetas, comédias, dramas, etc. Com música do
Padre Vicente Cimatti e letra do Padre A. Burlando, no dia 7 de outubro de
1967, foi encenada em Ascurra a opereta em três atos "Raios de Sol" .
Em Rodeio, em 1892, Frei Lucinius Korte, além de administrar a
Paróquia, traçar plantas para capelas e conventos, compunha músicas, regia
a banda de música, tocava órgão e traduzia peças de teatro. Prestou, durante
cinqüenta anos, inestimáveis serviços à Comunidade de Rodeio
(15/0311892 - 19/0611942).
Em 1906, o DI. Flesch, formado em Filosofia, que tinha um filho
sacerdote franciscano, doou um órgão para a Matriz de Rodeio. Para
montá-lo, veio da Alemanha o fIlho do doador, Karl Flesch, que foi au-
xiliado por seu irmão José Maria Flesch, que posteriormente se estabeleceu
em Blumenau.
Referindo-se aos italianos de Rodeio, disse o Professor José Ferreira
da Silva que lá exercera as funções de Juiz de Paz, "Com que entusiasmo,
com que encantamento, com que singular e santa unção aqueles velhos
devotos cantavam, com toda a força dos seus pulmões, as glórias de Deus,
num tom de voz maravilhoso, que só os italianos sabem achar".
A religiosidade do povo de Rodeio se expressa através do teatro nas
encenações de "O Milagre do Calvário" , escrita por Eduardo de Castro e
apresentada tradicionalmente na Semana Santa desde 1952. São realizadas
anualmente com a colaboração de mais ou menos 65 pessoas das mais
diversas profissões da Comunidade rodeiense.
Segundo o Padre Victor Vicenzi, o canto "Noi siam partiti" foi
composto com a participação dos riocedrenses e do músico Batista Ra-
faelli.
Os italianos não fonnavam associações c.omo os alemães, entre-
tanto, em Ascurra, funcionou em 1915, a Sociedade Helvetia.
CARV ALHO, Brasilino de. Blumenau suas raízes e sua fama - São Paulo, BIPA
Editora, 1979.
KORMANN, Edith. O Maestro Geyer - BImnenau, Impressora Acadêmica Uda.,
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PETRY, Sueli M. V. Os Clubes de Caça e Tiro da região de BImnenau Fundação
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10 Centenário da Commúdade Evangélica de Blumenau (1859-1959).

10 Centenário da Comunidade Evangélica de Badenfurt, Blmnenau (18841984).
800 Aniversário da Associação Evangélica de Senhoras, BIumenau (1907-
1987).
Festas de Cantores em Blumenau (1952-1981). Estatutos
da S. D. M. "Carlos Gomes" de Blumenau. Cremer S/A
Produtos Têxteis e Cirúrgicos, BJmnenau. Companhia
Hemmer Indústria e Comércio, Blumenau.
Relatório do Colégio das Innãs da Divina Providência de Blwnenau. Relatórios
da Escola Nova de Blumenau: 1910, 1911, 1912, 1913 e 1929. Relatórios de
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Der Urwaldsbote Kalender - Blumenau, 1900.
KolOlúe Zeitung (1862-1880) -Joinville, SC.
Blumenauer Zeitung (1881-1938) - Blmnenau, SC. Der
Urwaldsbote (1893-1941) - Blumenau, SC.
A Cidade e Cidade de Blumenau (1924-1962).
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A Nação (1943-1965) - Blumenau, SC.
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Jornal de Ibirama (12.02.1955) - Ibirama, SC.
O Universitário (março de 1975) - FURB de Blumenau, SC. O
Colored (1962-1963) - Blumenau, SC.
Jornal de Santa Catarina (1971-1983) - Blumenau, SC.
Arquivo Histórico de Joinville - Joinville, SC.
Arquivo Histórico Prof. José Ferreira da Silva - Blumenau, SC.
ABART - Associação Blumenauense de Artesãos.
ABT A - Associação Blumenauense de Teatro Anlador.
ARTEX SI A - Fábrica de Artefatos Têxteis - Blumenau, SC. BEC
- Blumenau Esporte Clube.
BLUAP - Associação dos Artistas Plásticos de Blumenau, SC.
Cristais Hering SI A - Blmnenau, SC.
Escola Auxiliar de Enfermagem - Blumenau, SC. Foto
Clube de Santa Catarina - Blumenau, SC.
FURB (Relação de Faculdades e Reitores) - Blumenau, SC.
Histórico do Spitzkopf (folhetos e entrevistas com J. Itten - março de 1980)
no Garcia - Blumenau, SC.
Liga Cultural e Recreativa Vale do Itajaí - Blumenau, SC. Obra
Kolping do Brasil - Cartilha do Sócio.
Programas e Infonnações fornecidas por empresas blumenauenses.
SENAI e SENAC.
SESC e SESI.
Sindicato dos Músicos Profissionais de Blumenau, SC.
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itoupava Central - Blumenau, SC.
Sociedade Dramático Musical "Carlos Gomes" - Blumenau, SC. Sociedade
Recreativa e Cultural Lyra - Blumenau, SC.
BUDAG, Alex - Aero Clube de Blumenau, fevereiro de 1982.
DANKER, Helhnuth - Arte e Cultura de Vila Itoupava - março de 1982.
GAERTNER, Edazima - Conservatório de Música Curt Hering - Blmne-
nau, maio de 1978.
GARNI, Werner - Tabajara TêlÚS Clube - Blumenau, março de 1983.
Hering, Carlos (C ao) - Cartunista - Blumenau, abril de 1985.
JENSEN, Use - Arte e Cultura de Vila Itoupava - Blumenau, março de
1982.
ODEBRECHT, Marlore - SESI - Blumenau, novembro de 1985.
PETRY, Inês - SESC - Blumenau, dezembro de 1985.
POKRYWIECKI, Eduardo - Colégio Santo Antônio - Blmnenau, novembro
de 1984.
RABE, Afonso - Hospital Santo Antônio e Saúde Pública, outubro de 1979.
RIGHETTO, Ivan - Blmnenau Esporte Clube, agosto de 1984. STRASSBURGER,
Frederico - Hospital Misericórdia de Vila Itoupava -
Blumenau, setembro de 1985.
SCHOENING, Almiro - SESI - Blmnenau, novembro de 1985. CINEASTAS e
Cinegrafistas: .Willy Sievert, Johatm E. W. Mogk, familiares de José Julianelli,
Alfred Baumgarten, Innãos Holzwarth e Hinkeldey, Herbert Holetz e Reinaldo
Olegário - Blumenau, fevereiro a abril de 1979.
REGENTES E BANDINHAS: familiares de Hermann Ruediger e Franz Baumgart,
Manoel C. S. Krieger, Alfredo Radloff, Rikobert Doering, Max Lindner e
outros - Blumenau, setembro a novembro de 1980.

INFORMAÇÕES
(obtidas através de entrevistas telefônicas, cartas e livros de atas)

BELA VISTA COUNTRY CLUB - Gaspar, 1983.

CASA SÃO JOSÉ de Vila Itoupava - Blumenau, 1981.
CENTRO CULTURAL "25 DE JULHO" -Blumenau, 1979. ENFERMEIRA IRMÃ
LETÍCIA - Hospital Santa Isabel - Blumenau, junho
de 1985.
ENFERMEIRA SOLANGE - Hospital Santa Catarina - Blwnenau, junho de 1985.
FOTÓGRAFOS: Hehna Axthelm (Hoeschl), familiares de Wilhelm Scholz, Fritz
Schmurr e Hugo Schrikte, Alfredo Wilhelm, Hans Raun, Rubens Heusi,
Mário Ho1etz, Günther Schroeder, Sidney Luiz Saut, Walter R. Momm,
Guilherme J. Bauer e Jorge Holetz - Blumenau, maio a julho de 1981.
SACERDOTES, pastores, dirigentes de entidades religiosas e assistenciais -
Blumenau, abril a junho de 1983.

PROGRAMAS
(de atividades culturais, altísticas e sociais)
ARTES PLÁSTICAS, Artesanato, Cartuns e Fotos.
LANÇAMENTOS de livros, Concertos Musicais, Peças Teatrais, Balé e outros.

CARTÓRIOS: Roberto Bayer, Benjamim Margarida e Getúlio Vi eira Braga . -

B1umenau.

Adquiridas de: Guilherme Jensen Bauer, Arquivo Histórico de Blumenau e

particulares.
27.
26.
28.

EDITH KORMANN, (20-03-1921),

nntural de Brusque-SC, professora de
letras, diretora de estabelecimentos
de ensino, inspetora escolar,
professora de educação física e
professora utliversitária (FURE).
Bacharel em Direção Teatral, Licen-
ciada em Arte Dramática pela
URG8.. Fez curso de Técnica Vocal
(Charlote Kahle - Alemanha),
Técnicas Dramá': ticas Aplicadas ao Ensino,
Cultura . Cinematográfica, O Barroco no
Bra- . sil, O Homem e a Arte Medieval, Ten-
dência do Espetáculo Contemporâneo, Canto, Mfmica (Rolf Charre - Alemanha),
Expressão Corporal (Maria Fux. -Buenos Aires) e outros.
Participou e promoveu festivais de teatro, seminários e encontros de arte. Participou
ainda de diversos congressos no Estado, Brasil e exterior. Foi atriz e dirigiu
espetáculos teatrais. Com estudantes da FURE, fundou o Grupo Teatral PHOENIX
(06-03-1974). Fundou com os grupos teatrais do Estado a Federação Catarinense de
Teatro Amador (FECATA) que presidiu por dois anos· (1978-1980). Atualmente é
Presidente de Honra.
Foi homenngeada pelos alunos do Curso de Educação Artfstica da FURE com uma
placa de prata (1982); no mesmo ano foi homenngeada pela SEE de Santa Catarina
com a seleção do livro "Teatro na Educação Artfstica", distribufdo na rede estadual
de ensino.
Premida em 1978, no Concurso de Contos da FURE, é autora dos liw :
"Teatro na Educação Artfstica" (esgotado), "0 Maestro Geyer" e "Destinos (contos).
I

Participa de várias Antologias. Colaborou com a revista "Blumenau em Cadernos".

Escreve desde os 15 anos e em 1949 o soneto "0 cego de nascimento" foi premiado.
Faz parte da União Brasileira de Escritores.
Participou do Conselho Municipal de Cultura (1981-1983). De sua autoria possui
quadros a lápis, crayon, aquarela e trabalhos de tapeçar.ia. Eshu/ry' teoria, solfejo e
composição com o Maestro Geyer, sendo solista sob (
ta do mesmo no Teatro "Carlos Gomes". Desenho, aquarela e cr{l"
Professor Humberto Hoffmann e Ludwig Emmerich. Pesqui
do Itajaf desde 1978.
No dia 28 de outubro de 1993, a Câmara Municipal de BlumL riu o
tftulo de "Cidadã Blumenauense".
 2.
1.
4.
3.

BLUMENAU
arte, cultura e as histórias de sua gente
(1850 - 1985)
EDITH KORMANN
6.
5.
 8.
7.

BLUMENAU
:arte, cultura e as histórias de sua gente
(1850 - 1985)
EDITH KORMANN

Blumenau axtE, cul~ura e aE hi

stor ias de sua gente ( 18.50-198 .
5)
981 .• E42/K84br/CG
 10.
9.
"Somente é feliz um povo que sabe perpetuar na posteridade as
tradições e os costumes recebidos dos seus antepassados!"
Pedra Calmon

Capa;
Telomar Florêncio 13 03/ q 5 C Os colonizadores do Vale do Itajaí, além das esperanças de um futura melhor
Digitação/Editoração Eletrônica: .
na pátria adotiva, trouxeram em sua bagagem o instinto natural de associar-se, sua
Celina Helena dos Santós )
1f '! cultura e seus maravilhosos pendores artísticos. Blumenau e todo o Vale do Itajaí
,(>{I,)
cresceram embalados pelas saudosas canções da pátria distante, pelas alegres peças
A/r~Jh} (;:, Revisão:
Alfredo Scottini e Vilson Nascimento
teatrais, seu folclore, poesias e cenas burlescas e ao sabor dos concertos dos
conjuntos musicais (bandinhas) que alegravam os eventos da Comunidade.
!

No decorrer do histórico é comum apareceram nomes alemães

alterados e também abrasileirados: Louis - Luiz - Luis; Karl - Carl -
981.642 Kormann, Edith Carlos; Wilhelm - Guilherme; Ku'1- - Curt; Hermann - Germano e muitos
K84b Blumenau: arte, cultura e as histórias de sua gente outros, fato oriundo, geralmente, do envolvimento das pessoas com cargos
(1850-1985) / Edith Kormann. --
públicos, e a nacionalização/Blumenau.

1. Blumenau-História 2. Cultura Blumenauense 3. Arte

Blumenauense L Título 11. Série.

APOIO:
FUNDAÇÃO CATARINENSE DE CULTURA Av.
Rio Branco, 387 -4°,5° e 6° andar CEP 88015-201 -
Florianópolis - SC
 SUMÁRIO
VOLUME I
Doutor Blumenau ....................................................................................... 13
Histórico de Blumenau ............................................................................... 31
- O Vale do Garcia ..........................................................................................160
- O Grande Vale das Itoupavas ...................•••......................... 191
- O Vale da Velha ............................................................................................ 242
- O Vale do Testo e Outros .............................................................................. 252
- Bom Retiro ................................................................................................... 261

Os Templos de Oração ............................................................................... 13

Os Nosocômios (Saúde Pública) ................................................................ 75
O Ensino em Blumenau ........................................................................... 100
- Colégio Franciscano Santo Antônio ............................................................. 115
- Conjunto Educacional Pedro 11 .................................................................. 133
- Colégio das Irmãs da Divina Providência ..................................................... 153
- SEN AI ......................................................................................................... 159
- SENAC ......................................................................................................... 161
- Pontinho Estudantil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . .. 162
- Cursos "Dr. Blurnenau" ................................................................................163
- Festas Escolares.... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . .. 165
- Festa das Crianças ........................................................................................ 171
- Escotismo ..................................................................................................... 175
Navegação Fluvial. .................................................................................... 176
- Estrada de Ferro Santa Catarina ................................................................... 190
- A Tenacidade dos Constmtores das Rodovias .............................................. 205
- Aviação e o Aero Clube de Blumenau .......................................................... 211

Literatura
Teatro
- S.D.M. Carlos Gomes. Balé. Clube Germânia
-Canto
11.
Sociedade de Canto Germânia
Sociedade de Canto Liederkranz de Blumenau
Sociedade Recreativa e Cultural Lyra
Liga Cultural e Recreativa Vale do Itajaí
-Música
"Musikkapellen" (bandas de música) O
Club Musical
Sociedade Musical Lyra de Blumenau
Conservatório de Música "Curt Hering"
- Os Italianos no Canto, Música e Teatro

Artes Plásticas
- Artesanato
- Fotografia
- Cinema
- Folclore
- Os nossos Indígenas
- As Cartas dos Imigrantes (Filatelia)
- As Edificações no Contexto Histórico
- Centro Cultural "25 de Julho"
- Praça Governador "Hercílio Luz"
- Fundação Casa "Dr. Blumenau"
Esportes
- Tabajara Tênis Clube
- Sk:at
- Associação Ginástica Blumenau
- O Futebol
- Clube Náutico América
- Clube de Aviação sem Motor Blumenau
- Bela Vista "Country Club"
- SESC e SESI
Guarnições Militares -
Nacionalização
12.

13.
14.

A literatura em Blumenau, desde os primórdios, contou com obras

escritas por visitantes e viajantes, abordando, principalmente, aspectos da
colonização, e obras escritas pelos colonizadores que na realidade eram
"Colonos sábios e sábios Colonos", considerando sua formação cultural, a
começar pelo Doutor Blumenau, o fundador, que deixou várias obras, quase
todas vinculadas à vida da Colônia Blumenau.
A primeira obra do Doutor Blumenau, "Emigração e Colonização
Alemãs", foi editada em 1846 e publicada pelo geógrafo J. E. Wappaus em
Leipzig - Alemanha, pouco antes de emigrar para o Brasil. A tese de sua
doutoração sobre o tema, "Os alcalóides e as bases salinas afIns em suas
relações e correlações gerais", não foi publicada. Foram impressos nas
oficinas de G. Froebel-Rudollstadt - Alemanha, em 1851, "Leitende
Anweisungen fur Auswanderer nach der Provinz Santa Catharina in
Südbrasilien" (Diretrizes e Instruções para Emigrantes para a Província de
Santa Catarina no Sul do Brasil), e em 1856, "Deutsche Kolonie Blumenau in
der Provinz Santa Catharina in Südbrasilien" (Blumenau, a Colônia Alemã na
Província de Santa Catarina no Sul do Brasil). Este último, conta com 60
páginas e um mapa, e o conteúdo abrange: "A Colônia Blumenau, sua
fundação e o seu desenvolvimento; O Brasil e os seus inimigos; O progresso
do Brasil nos seus primeiros anos; Interesse do Governo Brasileiro nos
problemas da colonização; O contrato de colonização entre o Governo
Brasileiro e o autor; Estatutos da Colônia Blumenau; Conselhos práticos aos
que quiserem emigrar para Blumenau". Além de dados estatísticos e outras
informações, o livro é uma defesa do Brasil contra a difamação de agentes
interessados em desviar emigrantes destinados ao Brasil para outros locais.
Em 1857, Robert Kittler, de Hamburgo, editou "Jahresbericht über die
Ereignisse und Fortschritte der Deutschen Kolonie Blumenau In Jahre 1856"
(Anuário sobre os Acontecimentos e o Progresso da Colônia Blumenau, no
ano de 1856), com 16 páginas, trazendo interessantes subsídios para a história
de Blumenau. Nesta obra, o Doutor Blumenau anexou cartas de Colonos e
moradores às margens do rio Itajaí que as mandaram aos parentes na
Alemanha. As cartas enaltecem o trabalho do Doutor Blumenau. Para divulgar
a sua obra colonizadora, o Doutor Blumenau escreveu vários relatórios, cartas
e informações diversas, inclusive sobre clima, solo e fatos interessantes
ocorridos com os imigrantes nos primeiros anos na mata virgem. As
publicações do Doutor Blumenau eram em idioma alemão,
 pois, apesar de dominar o português, empregava termos inadequados
principalmente verbos.
De autoria da tilha do Doutor Blumenau, Christine, foi publicado o
artigo "Um colonizador alemão no Brasil", no livro "Auswanderer"
(Emigrantes), de Hermann von Freeden e Georg Smolka. Christine também
descreveu a casa da sua falIÚlia no artigo datilografado "Das Heim in
Blumenau" (O lar em Blumenau), que se encontra no Arquivo Histórico
Professor "José Ferreira da Silva", em Blumenau.
~' radicou-se em li!umenau o Dr. Fritz Müller, que apesar das suas
descobertas e observações no campo das ciências naturais e os seus
trabalhos esparsos em jornais, revistas e cartas a grande número de parentes
e amigos e a diversos cientistas da Europa da América do Norte, deixou um
único livro publicado, o célebre "Für Darwin", no qual apóia teorias
expostas por Charles Darwin que revolucionaram o mundo científico. O
livro foi mandado traduzir para o inglês pelo sábio Charles Darwin, autor da
obra "Origem das Espécies", que a distribuiu entre os maiores cientistas do
mundo. O DI. Fritz MüIler foi grande amigo de Charles Darwin, com quem
se correspondia, sendo suas cartas repletas de ensinamentos muito
interessantes. O Dr. Fritz MüIler, além de sábio, "naturalista honesto e
profundo, foi emérito desenhista", autor da maior parte das muitas ilustrações e
gravuras que constam nos cinco volumes da obra "Fritz MüIler's Werke,
Briefe und Leben" (Obras de Fritz MüIler, Cartas e Vida), coletadas pelo DI.
Alfred MõIler, sobrinho do Dr. Fritz MüIleI. Contém trabalhos do sábio,
esparsos por revistas e jornais, quase todos escritos no Vale do Itajaí. Como
professor, o DI. Fritz Müller procurava incutir nos seus alunos o interesse
pela natureza, e com a falta de livros didáticos, escreveu algumas poesias
relacionadas com suas observações, entre elas "Jararaca". Em 1892, foi
publicada por Sie~d Guenther-Stuttgart a autobiografia. do Dr:--nilzMüIler,
intitulada "Aus demLeben eines Deutschen Ko10nisators und
Naturforschers" (Da Vida de um Colono e Botânico Alemão). Faleceu em
1897.
) Muito importantes para o conhecimento dos Colonos, foram as
iraduções do português para o alemão dos dois volumes, "Consolidação das
Leis Civis do Império do Brasil" e o "Código Criminal", além de outras
leis, por August Müller, que antes de emigrar (1852) para o Bra-
""--sil, se dedicara a estudos teológicos e posteriormente à agricultura, ad-
quirindo com seu innão, o DI. Fritz Müller, um dos primeiros lotes de terra
vendidos pelo Doutor Blumenau às margens do ribeirão Garcia. Além de
ativo agricultor, participou de empreendimentos importantes para o
desenvolvimento da Comunidade. Exerceu o cargo de professor
por mais de 25. anos na escola particular de Salto Weissbach. Faleceu em
' 1904, aos 78 anos de idade.
Entre os colonos escritores, destaca-se Karl KIeine, nascido na Silésia
j (Alemanha) em fevereiro de 1849, e que emigrou para o Brasil em 1856.
O pai, Theodor, trabalhou inicialmente numa olaria e depois como auxiliar
no escritório da direção da Colônia. Os filhos mais velhos, Theodor e Karl,
começaram a trabalhar numa fábrica de cigarrilhos e depois sob as ordens
do engenheiro Emil Odebrecht, Theodor como agrimensor e Karl como
chefe de turma. Karl tornou-se mais tarde professor primário, destacando-se
pelo grande número de novelas, contos e crônicas que deixou espalhados
por jornais e almanaques do tempo. Os ro_mances, que devido ao alto custo,
o autor não pôde publicar,
desapareceram~
A "Federação dos Centros Culturais 25 de Julho" tomou a iniciativa
de publicar, em folheto de 24 páginas, com ilustrações de Theo Kleine,
sobrinho-neto de Karl Kleine, impresso na tipografia de Rotermund & Cia.,
de São Leopoldo/RS, o conto "O sino de prata de Vila Rica", onde o autor
narra a aventura de dois Colonos em busca de um tesouro escondido no
meio da floresta, guardado pelos indígenas' desconfiados e astuciosos. Karl
KIeine tem um estilo simples e claro e suas narrativas prendem o leitor do
princípio ao fim pela fértil imaginação e elegante estilo. Karl KIeine
faleceu em 1922, aos 73 anos de idade e solteiro.
) Em 1857, com a vinda do Pastor Hesse, Blumenau contou com ~ um dos
maiores intelectuais da Colônia, pois além dos sermões, escrevia para o
"Ko1onie Zeitung", de Joinville, e também para periódicos alemães.
'-Com a assinatura ROH, o Pastor Hesse escrevia crônicas sobre a vida da
Colônia e suas críticas sobre artes, principalmente teatro, eram sagazes.
Segundo o Professor José Ferreira da Silva, o Pastor Hesse escrevia " ...
sempre, num estilo bem humorado, enérgico às vezes e constitui verdadeiras
peças literárias pela clareza e pureza da linguagem". No dia 8 de agosto de
1869, quando a Sociedade de Canto Germânia festejou aniversário, o
Pastor Hesse incluiu, de sua autoria, como primeiro número do programa a
ser executado pelo seu coral, a "Canção dos alemães em Blumenau", com
música de Mende1sso1m-Bertho1dy. Entre as crônicas, destaca-se a
publicada no dia 2 de abril de 1864, no "Kolonie Zeitung", pelas
importantes informações sobre a Colônia B1umenau - "Um retros-. pecto do
ano de 1863 demonstra a situação da nossa Colónia em lento e constante
progresso. As tabelas estatísticas o provam pelo menos em relação à
Comunidade Evangélica, pois, para 78 nascimentos, apresenta
 apenas 27 falecimentos. A principal deficiência, constitufda pela falta de
meios de comunicação, tende a desaparecer com a construção contfnua de
pontes e estradas. Sobretudo podemos, enfim, nos alegrar com o término da
majestosa ponte sobre o Garcia e dentro em breve se poderá ir comodamente
de carro, do centro até o Rio do Testo e mais além. Do mesmo modo, a
comunicação do Interior com a Barra progride tão rapidamente quanto o
permitem os meios disponfveis ".
Johann August Preslien, proprietário de um sítio em FortalezaCarolina,
publicou em 1859, "Das Ansiedlerleben in der Kolonie Blumenau". O livro
traça um esboço da vida dos colonizadores de Blumenau, contendo
recomendações e informações a futuros emigrantes sobre plantas cultivadas e
outros assuntos, elogiando ainda a atuação do Doutor Blumenau na direção da
Colônia. O livro foi impresso em 1859 em Rudollstadt - Alemanha. Em 15 de
dezembro de 1866, quando o Doutor Blumenau ainda estava na Alemanha,
Preslien escreveu uma longa carta comunicando os revezes que estavam
passando os colonos com as fortes geadas de 23 de junho, que destruíram toda
a plantação, prejudicando a colheita do café. Finalizou a carta dizendo estarem
com saudades do Doutor Blumenau e que aguardavam a sua volta com alegria,
desejando feliz travessia pelo Atlântico.
É evidente que numa Colônia que galgava os primeiros degraus,
~ue quase toda literatura se voltasse para as ocorrências locais. Muitas opiniões
e artigos publicados em livros e jornais, deve-se a viajantes e visitantes, entre
eles, Van Lede, que em 1845 cita o Vale do Itajaí em seu livro "De Ia
Coloci"Sãfiõn-au Brésil", publicado em Bruxelas. Josef Hoermeyer, que em
1857 publicou" Südbrasilien", com mapa, após ter viajado por todo o sul do
Brasil, fornecendo importantes infonnações para emigrantes. Dr. Robert Avé
Lallement, médico alemão, que viajou pelo sul do Brasil passando vários dias
em Blumenau, publicou em 1859, "Reise durch Südbrasilien im Jahre 1858".
A obra traz interessantes informações sobre Santa Catarina e o Vale do Itajaí
em 1858, tendo no 11 volwne narrado sua visita a Blumenau. A obra é tão
importante quanto a de Saint 'Hilaire sobre Santa Catarina no início e meados
do século XIX.
Em 1860, o ilustre viajante Johann Jakob von Tschudi, em sua obra, em
cinco volumes, "Reisen durch Südamerika", ricamente ilustrada com
xilogravuras e mapa, impresso por F. A. Brockhaus-Leipzig em 1867, no
terceiro volume narra sua viagem a Santa Catarina e às Colônias Alemãs com
referências sobre a vida blumenauense em 1861 e ilustrações de Josef
Brüggemanl1.
r Duas décadas após a fundação, livros e trabalhos jornalísticos de brasileiros e
alemães apareceram no Brasil e Alemanha sobre a colonização do Vale do
Itajaí e, apesar da pouca literatura dos blumenauenses na época, as querelas
entre Johann Jakob Sturtz, Henry Lange e o Dou-
tor Blumenau, muito contribuíram para esclarecer a situação dos colonos no
Vale do Itajaí e, também, para a história da emigração alemã para o Brasil.
"Blumenau não tinha imprensa própria. "(1) Os acontecimentos im-
portantes da Colônia eram publicados no "Kolonie Zeitung" de Joinville, ou
nos jornais do Desterro. Como eventos marcantes da Comunidade
J deixassem de ser registrados, reuniram-se alguns homens que depois de vários
contratempos publicaram o "Blumenauer Zeitung" (Gazeta Blume-
nauense), cujo primeiro número surgiu no dia 1 0 de janeiro de 1881. A
/
partir dessa data, as atividades literárias de Blumenau tiveram grande impulso.
Seu diretor, Hermann Baumgarten, conservador, prestou enormes serviços à
\cultura e ao desenvolvimento de Blumenau.
Em 1880, Blwnenau passou a município, porém só foi instalado em 1883, devido
aos prejuízos causados pela grande enchente de 1880, cujos detalhes foram
publicados por um jornal do Desterro, e que trouxeram para Blumenau wna
comissão de engenheiros chetiada pelo Dr. J oaquim Rodrigues Antunes. Os
incidentes desagradáveis provocados por essa comissão e que deram origem a
vários inquéritos policiais, fez com que o "Blumenauer Zeitung" atuasse em
favor dos Colonos prejudicados com a colaboração de intelectuais
importantes da Comunidade. O Dr. Joaquim Rodrigues Antunes, que se
casara com uma tilha de Karl Wilhelm Friedenreich, reuniu os membros da
sua comissão e alguns funcionários nomeados em conseqüência da criação do
município, e conseguiu que Bernhard Scheidemantel, fotógrafo, e que em
1876 montou uma litografia com tipogratia anexa, publicasse outro semanário
para defender o governo e a comissão chetiada pelo Dr. Joaquim Rodrigues
Antunes, partidário dos liberais que tinham assumido há pouco tempo o
governo federal. O jornal, para defender esses interesses foi o "Immigrant",
publicado no dia 5 de abril de 1883, tendo como principais colaboradores
Karl Wilhelm Friedenreich e Paul Schwartzer. Os dois jornais entraram em
discussões políticas acirradas e o Dr. Fritz Müller teve grande participação
nessa batalha jornalística. Da política os dois jornais passaram a ataques
pessoais, descambando para a área religiosa, e a adaptação dos Estatutos às
novas diretrizes do Conselho Supremo da Igreja da Prússia, originaram
discussões que envolveram Wilhelm Scheeffer e o Dr. Fritz
Milller, este carregava as suas dIscussões de ironia e ceticismo. Apesar das
discussões primarem pela educação e seriedade, quando intrigas políticas
locais ameaçaram a independência do "Immigrant", Scheidemantel publicou
no dia 6 de abril de 1891 a "Nota de falecimento do Immigrant", com o
seguinte necrológio" - "Para poupá-Ia (jornal) da iminente ignomfnia, eu mesmo lhe
dou o tiro de misericórdia, não obstante dos grandes sacriftcios pessoais e pecuniários
que não poupei para o criar e manter. Quem tiver vontade, que o ressuscite".
Scheidemantel, de humor imperturbável, agradeceu aos colaboradores dizendo
ainda que os leitores o guardassem em boa memória, pois o "Immigrant"
jamais serviria a interesses pessoais ou particulares e nem a manobras escusas.
O mais importante dessas discussões foram as revelações que contribuíram
para a história do município. Scheidemantel faleceu em 20 de outubro de 1908.
Numa Comunidade fundada por elementos germânicos e mesmo que o
Doutor Blumenau, dirigente da Colônia, tivesse envidado todos os esforços
para implantar o vernáculo, é evidente que na literatura predominasse o idioma
germânico, entretanto em 1887, o "Blumenauer Zeitung" publicava sonetos e
poesias em português de A. Ferraz. No dia 2 de janeiro de 1887, o
"Blumenauer Zeitung" publicou em três quadras a poesia:
"Convite à Dulacia
Vem, e verás dos bosques a suave tranqüilidade
Doce paz surgir por entre verdes ramagens! Vem e
verás fontes e regatos cristalinos
- Por toda a parte deslumbrantes paisagens -!
Vem, e verás as aves em traços amorosos
Beijarem-se e romperem em terna melodia!
Verás agrestes jardins de flores variadas
E ao vê-Ias sentirás logo estranha alegria!
Vem, e verás as árvores de flores ornadas
E por baixo de suas copas os leitos das fadas!
Vem, Deusa de meus anelos e agrados
- Vamos admirar, os bosques e os prados!"
Presume-se que o autor tenha sido Antônio Ferraz da Motta Pedreira,
Juiz da Comarca de Itajaí, que em 1886 escolheu a vila de Blumenau para
residir.
Além do jornal, o "Blumenauer Zeitung" imprimia livros, revistas, etc.
Em 1914, publicou em edição única o "Blumenau's Illustrierte Familien -
Kalender". O almanaque traz, além de informações cronológicas sobre o tempo
e informações úteis à agricultura, indicações sobre o sistema métrico, câmbio,
tarifas postais e artigos como "Etwas von Doktor "Fritz Müller", "Die Kolonie
Hansa", "Blumenau und seine Zukunft", além de anedotas, contos, poesias e
curiosidades. Em 1 o de janeiro de 1918, o "Blumenauer Zeitung" imprimiu
também, inicialmente, "O Nacional", portador de ódio indiscriminado contra a
Alemanha e naturalmente contra alemães e seus descendentes. Gerido por
Ildefonso Teixeira, o jornal ofendia a raça germânica e teve que ser impresso
na tipografia "Novidades", de ltajaí, de propriedade dos irmãos Konder. (O
afundamento do navio mercante "Macau", no golfo de Biscaia, e o apri-
sionamento do seu Comandante foram as causas da declaração de guerra do
Brasil contra a Alemanha. Leia Nacionalização - 4 o volume).
Em outubro de 1892, apareceu "O Município", em português e alemão,
órgão oficial da municipalidade, de curta duração, que foi substituído pelo
"Immigrant 11".
Em 1889, chegou a Blumenau o Pastor Hermann Faulhaber, que pouco
depois assumiu a direção da Escola Nova. Homem de vasta cultura,
personalidade marcante, grandes iniciativas e amor à Comunidade em que se
integrou pelo casamento com uma b1umenauense, adquiriu a tipografia do "11
Immigrant", que substituiu o jornal "O Município" e servira à causa dos
federalistas, para divulgar os interesses da Comunidade Evangélica e negócios
administrativos e sociais do município. O semanário, com o nome de "Der
Urwaldsbote", foi fundado pela Conferência Pastoral Evangélica para Santa
Catarina, sendo redator responsável o Pastor Hennann Faulhaber, e o seu pri-
meiro número que veio à luz no dia 16 de julho de 1893, foi o mensageiro das
aspirações e sentimentos dos elementos de origem germânica não só de Santa
Catarina e sim também do Brasil. Com o Pastor Faulhaber, a literatura
blumenauense ganhou um grande impulso. Como diretor da Escola Nova,
Goethe e Schiller e outros grandes nomes da literatura eram estudados e, nas
festas, os recitais de poesias faziam parte obrigatória dos programas.
Maria Faulhaber, esposa do Pastor Faulhaber, escreveu "Aschenbrõdel"
(Gata Borralheira); "Weinachtsmãrchen" (Contos de Natal); "Ein Schlechter
Tausch" (Uma troca ruim) e outros para as crianças da Comunidade.
No dia 1 o de novembro de 1898, o Pastor Faulhaber afastou-se do
 cargo de redator e o jornal afastou-se também da feição confessional, porém, o
semanário continuou nas mãos da Conferência Pastoral Evangélica até 1900.
Adquirido por políticos e empresários que entregaram a edição a G. A.
Koehler, que se tornou proprietário do jornal, e a redação a Eugen Fouquet,
intelectual de grande gabarito, o jornal tornou-se um dos mais importantes e
discutidos periódicos de Santa Catarina e do Brasil. O jornal, que em maio de
1914 transferiu suas instalações para uma casa própria e em 3 de julho de 1917
festejou seus vinte e cinco anos, tornouse também o mensageiro da
"Volksverein" (Associação Popular), fundada para resguardar os interesses
dos colonos, e que em maio de 1901 constituiu-se em "Volkspartei" (Partido
Popular).
O "Der Urwaldsbote", além de sua publicação normal, publicava
também suplementos de grande valor, alguns impressos em oficina própria,
outros em editoras diferentes, inclusive na Alemanha. Foram publicados
"Kolonie, Haus und Hof", dedicado exclusivamente a problemas
agropecuários. Com o número trinta e oito do "Der Urwaldsbote" foi
distribuído "Der Paraguay Krieg", uma transcrição do artigo que o Pastor
Strothmann publicara no "Mitteilungen des Deutschen Schulvereins Für Santa
Catharina". De janeiro de 1911 até meados de 1914, circulou o suplemento
"Der Jugendfreund", impresso em Berlin. O "Pfingsbeilage", que começou a
ap;;lrecer em 1913, era distribuído pelas festas de Pentecostes. A partir de
1906, o número de Natal do "Der Urwaldsbote" tinha como suplemento o
"Christnacht", fartamente ilustrado. Anexo aos números das quartas-feiras,
apareceu em 1909 com muitas ilustrações o suplemento literário "Welt und
Haus", que foi substituídl' por "Zur Unterhaltung und Belehrung", que fazia
parte da terceira pagina do "Der Urwaldsbote". Também acompanhou às
quartas-feiras o "Der Urwaldsbote", durante vários anos, "Feier Stunden", e no
período de 1912 a 1914, o "I11ustrierte Familien Freund".
Paralelamente ao "Der Urwaldsbote" redigido em alemão, a partir do
dia 5 de setembro de 1909, aparecia uma vez por sémana um suplemento
totalmente redigido em português redatoriado pelo Professor G. A. Buechler.
Influência lógica da Guarnição Militar que se sediara em Blumenau, o
primeiro número apareceu com a poesia "Sete de Setembro", de Casimiro de
Abreu, na primeira página, seguida de explicações dos motivos da edição em
português. O primeiro trabalho em vernáculo foi "A Cadeia de Ouro Preto",
excerto de "Por Montes e Vales" de Coelho Neto. Nos primeiros números
aparecem colaborações de oficiais do 55° B.C., entre os quais o
Tenente-Coronel Crispim Ferreira (Coman-
dante), que publicou um artigo sob o título "O Jogo da Guerra", baseado num
trabalho de H. Seligmarnl, do exército francês. Também colaboraram Itacotiara
de Sellila, Alcebíades Brasil e Jonathas Rocha. Suspendeu a publicação no dia
30 de agosto de 1914.
Em 1900, foi organizado pelo Pastor Faulhaber o primeiro almanaque
blumenauense, com o título "Der Urwaldsbote Kalender Für die Deutschen in
Südbrasilien", editado pelo cinqüentenário da Colônia Blumenau e impresso
pelo Christlichen Zeitschriftverein de Berlin. É obra rara. Publica em suas
páginas, além de passagens sobre a fundação de Blumenau, Comunidade
Evangélica e fundação da Escola Nova, poesias de sua autoria e também de
outros escritores. Transcreveu também para o almanaque a ata de grande valor
histórico datada de 1868, e que está encerrada na pedra fundamental da Igreja
Evangélica de Blumenau (centro), colaborou com o Pastor Faulhaber, Richard
Hinsch. Depois de fundar o Christenbote, jornal sectário de pequeno formato,
em 1903 o Pastor Faulhaber escreveu "Leitfaden für den Unterricht der
Geschichte von Brasilien" (Compêndio para as aulas de História do Brasil). O
livro, impresso em Bremen, Alemanha, muito contribuiu para o ensino da nossa
história às crianças das escolas teuto-brasileiras. Traduziu, de Afonso Celso,
"Por que me orgulho do meu País" (Warum bin ich stolz auf mein Vaterland),
com 200 páginas.
O Pastor Faulhaber tinha um carinho especial pelo Brasil e o seu
pronunciamento na abertura do Congresso realizado em Berlin, no dia 6 de
setembro de 1912, pela Sociedade Alemã Sul Americana, quando foi
vice-presidente do congresso, pois foi um dos seus idealizadores, foi um
verdadeiro hino ao Brasil. O congresso presidido pelo Dr. Itibirê da Cunha,
Ministro Plenipotenciário do Brasil na Alemanha, visava, através de
pronunciamentos de cada participante, a demonstrar a vida dos alemães no
Brasil. O Pastor Faulhaber relembrou sua estada em Blumenau, onde
constituíra família e onde passara os melhores dias de sua vida. Na ocasião,
foram executadas músicas do Dr. Itibirê da Cunha pelas senhoras Vitalina de
Queirós e Eppstein. No palco, em local de honra, estavam entre flores as
bandeiras do Brasil e Alemanha e os bustos do Kaiser Wilhelm e Marechal
Hennes. No dia 7 de setembro foi realizada pelo Ministro Dr. Itibirê da Cunha
uma recepção de gala na sede da Representação Brasileira em Berlin.
A poesia a seguir, com rima e métrica perfeita, no original alemão, é
realmente um hino ao Brasil.

O Brasilien, mein Brasilien, Sch6ner Teil
von Gottes Welt; Durch des reichen
SchOpfers Walten Paradiesich hingestellt.
Heiter w61bet sich der Himmel
Über dir im reinsten Blau, Doch
zur rechten Stunde trãnket Milder
Regen Wald und Au.
Prãchtig fliessen deine Str6me
Breit und tief ins weite Meer
SchifJe ziehn auf ihren Fluten
Froh nach deinen Schãtzen her!
An der Str6me kühlem Ufer Prangt
des Waldes hehre Pracht, Und das
Leben tausendfiiltig Waltet dort in
stiller Nacht.
Apfelsinen auch die Fülle,
Trauben, Feigen gross und klein,
Und die Ananás, die edle,
Reifet dort im Sonnenschein.
Liblich duftets aus dem Dunkel Zãrt
und würzig, stark und fein Von den
Büschen, von der Bãumen Von den
Blumen gross und klein!
Lustig brüllt der Chor der Affen
Lieblich singt der Sabiá.
Zum Geschrei der Papagaien,
Pfeift der bunte Juruguá!
An dem silberhellen Bache
1st mein Hüttschen aufgestellt Und
da find ich es am schoensten Und
am besten auf der Welt.
Weiden auch nicht grosse Herden
Auf der Weide um mich her. Konnt
ich doch nicht froher leben, Wenn
ich auch ein Kaiser wãr!
Wenn
der
Tag des Herrn, der stille Ruhe senk
auf Feld und Wald, Dann der ater mit
den Seinen Feierlich zur Kirche
Wallt!
Da erst schwillt das Herz uns allen ln
der Luft so frísch und rein,
Wenn durch Palmenkronen flimmert
Goldner Morgensonnenschein.
Neu getrãnkt aus Gottes Brunnen,
Neu gestãrkt von seiner Hand, Zie
ich froh nach meinen trauten
Hüttchen an des Waldes Rand.
Führ ich nicht ein glücklich Leben
Hier an stiller Einsamkeit
Fern von Hassen, fern von Neiden,
Fern von wilden kampfund Streit?
O Brasilien, mein Brasilien,
Edler Teil von Gottes Welt; Wo
es in dem stillen Walde lmmer
besser mir gefãllt.
Com o Pastor Faulhaber, que assumiu a direção da Escola Nova em 19
de janeiro de 1890, o IÚvel da escola elevou-se, considerando os professores
de alto gabarito enviados da Alemanha, entre os quais, alguns que tiveram
grande destaque na literatura e na formação de muitos catarinenses.
Rudolph Damm, um dos maiores nomes da literatura teuto-brasi!eira,
nasceu em Dresden - Alemanha, em 1858. Estudou Filosofia em München,
porém, teve que interromper os estudos tornando-se professor primário. Em
1888, emigrou para o Brasil, tendo lecionado em Joinville e Desterro, fixando
residência em Blumenau, onde faleceu em 18 de janeiro de 1915. Lente da
Escola Nova era aprimorado nos idiomas alemão e português, tendo publicado
o livro "Lehrbuch der Portugiesischen Sprache" (Livro Didático da Língua
Portuguesa), destinado ao ensino da língua portuguesa nas escolas da Colônia,
cujos professores não eram firmes no manejo do nosso vernáculo,
principalmente a pronúncia, apesar de conhecerem a ortografia e regras
gramaticais. Foi publicado em 1901 pela Tipografia de H. Baumgarten. Além
de contos e novelas, es~reveu muitas poesias, exaltando, principalmente, as
belezas do Brasil,
 entre elas "Mein Vaterhaus" (Minha Casa Paterna), publicada em jornais da belde" de Ingles de Souza e muitos outros, publicando-os em folhetos e jornais.
época e no "Brasilianischer Heimat-Kalender" em 1966. A poesia foi musicada Na poesia, traduziu para o alemão, Casimiro de Abreu, Castro Alves, Olavo
pelo Maestro Heinz Geyer. Bilac, Pagundes Varella, Guerra Junqueira, e sua tradução da "A Canção do
Exílio", de Gonçalves Dias, é uma obra de arte, tendo sido destaque em livros
"MEIN VATERHAUS" didáticos na Alemanha e em periódicos de língua alemã publicados no Brasil.
Aus blauen Wogen steigt ein Land,
An SchOnheil, Glanz und Anmut reich;
Der Urwald ist sein Prachtgewand; Auf
Erden ist kein Land ihm gle,ich, Aus dern Minha terra tem palmeiras Meiner Heimat Schmuck sind Palmen
Orangenhain heraus Onde canta o sabiá, Wo in Hain die Drossel singt; SchOner
Schut hier rnein liebes Vaterhaus. As aves que aqui gorjeiam singt, als alie V6gel,
Hier fand des Nordens blonder Sohn Não gorjeiam como lá. Deren Stimme hier erklingt.
Ein neues Heirn auf grüner Flud. Hier Nosso céu tem mais estrelas Heller funkeln unsre Sterne,
spelldet ihm verdienten Lohn Die ewig Nossas várzeas têm mais flores Blumiger ist unsre Flur;
schaffende Natur. Nossos bosques têm mais vida, Reicher unser Wald an Leben,
Und vie in einen Blütenstrauss Nossa vida mais amores. Und an Liebe die Natur.
Versteckt liegt hier mein Vaterhaus.
Em cismar sozinho à noite, Glücklich bin ich, wenn in stiller Nacht
Früh bei der Sonne ersten Strahl Mais prazer encontro eu lá; mein Geist ins Weite dringt; Meiner
Grüsst Vogelsang denjungen Tag. Minha terra tem palmeiras Heimat Schmuck sind Palmen, Wo im
Weithin schon durch das stille Tal Onde canta o sabiá. Hain die Drossel singt.
Erklingt von Wald der AXte Schlag. Kann die Frelnde mir ersetzen,
Minha terra tem primores,
Und in die Morgenpracht hinaus Was das Heirnatland mir bringt?
Que tais não encontro eu cá;
Tret'ich aus meinem Vaterhaus. Em cismar, sozinho à noite Glücklich bin ich, wenn in stiller
Flink regt die Hiinde jung und alt Mais prazer encontro eu lá; Nacht mein Geist ins Weite dringt;
Und schafft rnil nirnrnerrnüden Fleiss Minha terra tem palmeiras Meiner Heimat Schmuck sind Palmen,
In Flur und Feld, in Wies und Wald Und Onde canta o sabiá. Wo im Hain die Drossel singt
wohlgernut, trotz saurem Schweiss, Bis Não permita Deus que eu morra, Lass, Herr, noch den Tag mich Schauen,
abends süsser Ruhe Glück Sem que volte para lá. Der mich in die Heimat bringt.
Sie winkt ins Vaterhaus zuTÜck.
Sem que desfrute os primores In die Heimat, deren ZLluber
Klar weht der Bach, lind weht die Luft
Que não encontro por cá; In des Herzens Tieje dringtf
Und Früchte reifen ohne Zahl. Lass mich schaun das Land der Palmen.
Minha terra tem palmeiras
Rings Sonnenschein, rings Blumenduft Hier Onde canta o sabiá. Wo im Hain die Drossel singt.
kennt das Herz nicht Sorg und Qual. Wo ist
ein Heirn, landein, landaus, Escreveu ainda os poemas "Os Pioneiros" e "Palavras Alemãs,
So sch6n wie hier mein Vaferhaus? Melodias Alemãs" .
Rudolph Damm viveu modestamente como professor e serventuário da
Rudolph Damm foi um dos melhores tradutores dos nossos escritores
justiça. Colaborou intensamente com o "Blumenauer Zeitung" e o "Der
românticos. Entre os romances traduziu para o alemão "Inocência", de Taunay;
"Ubirajara", "Iracema" e outros de José de Alencar; "O Re- Urwaldsbote". Adaptam-se a Rudolph Damm as palavras do Professor José
Perreira da Silva: " ... todos trazem do berço, a habilidade
com que se distinguem nos empregos e nas artes, e o poeta não escapa à
regra. Há muita gente que faz versos e muito mais gente ainda que faz
versos modernos, em que não há necessidade, nem de inspiração, nem de
métrica, nem de rima, e muitas vezes, nem de gramática. Mas, poetas
mesmo, de verdade, há poucos. Raros e, geralmente, vivem por af, es-
quecidos e modestos. São os tangarás artistas, de que nos fala Crispim
Mira, arredios, singelos, obscuros, mas magníficos na sua arte. E o
mundo, infelizmente, é dos pardais. Prosas, fanfarrões, chochos e meti-
diços".
Também deixou obra impressa o professor da Escola Nova, Carl
Juergens, autor de "Bilder aus dem Naturleben" (Imagens da Natureza),
publicada em 1906, para ser adotada nas escolas; foi muito criticada, apesar
do seu valor.
Entre os professores da Escola Nova merece destaque Georg August
Buechler, que em 1914 publicou "Portugiesisches Sprachbuch rur
Ko10nieschulen". Ilustrado por Erich Zimmermann, foi publicado pela
Sociedade Escolar Alemã para Santa Catarina e impresso por G. A.
Koehler. O manual foi de grande valia para o ensino da língua portuguesa,
porquanto a maioria das crianças das escolas primárias da Colônia
desconhecia o idioma nacional. Publicou ainda "O Melhor Método de
Desenvolver o Ensino Primário no Brasil", em colaboração com Pedro D.
Morais, em 1923, e "Guia de Conjugação", em 1924, ambos pela
Melhoramentos Pamista. "Quadros da Conjugação", em 1935, pela Lito-
grafia Nietsche & Hoemke - Blumenau, e a "Conjugação em Português",
em 1935, pela tipografia de G. A. Koehler. Georg August Buechler, que era
grande matemático, publicou em três volumes, "Aritmética Elementar" e o
opúsculo "Das Grosse Fermatesche Problem". Em 1917 foi para São Paulo
trabalhar na Editora "Weissflog" (Melhoramentos - Paulista), sendo
substituído pelo Dr. Herbert Koch, de Jena Alemanha, que atuou na Escola
Nova até 1919, e publicou "Ein Urteil über die Kolonie Blumenau aus dem
Jahre 1852", que foi publicado na revista trimestral "Südamerica", de
Buenos Aires - Argentina, em idioma alemão, nos números de janeiro e
março de 1963. O Dr. Herbert Koch, posteriormente, foi diretor da Escola
Alemã de São Paulo e cofundador da "Sociedade rur Wissenschaft und
Kunst", antecessora do Instituto Hans Staden.
A Literatura Teuto-Brasileira é fundamental no contexto literário
universal, considerando que na primeira década de 1900, Oskar Constatt
publicou uma crítica sobre a Literatura Teuto-Brasileira em Berlin, pois em
1863, August Wunderwald escreveu a "Descrição da viagem
de exploração do Vale do Testo e Benedito" (O manuscrito faz parte do
Arquivo Histórico de Blumenau). Em 1864, além dos jornais (em língua
alemã), apareceu em Santa Catarina o "Volkskalender" e em 1867 o Baron
du Penedo publicou em Paris, "Bresil - La Colonie Blumenau" (Biblioteca
Nacional do Rio de Janeiro). Em Blumenau, a partir de 1886, o
"B1umenauer Zeitung" trazia semanalmente o Suplemento Literário "Der
Erzãhler" (O Narrador).
Georg Knoll, nascido na Alemanha em 1861, em 1880 está em Blumenau e
em 1884 colabora com jornais. Traduz para o alemão obras de Alencar e
Monteiro Lobato. Escreve contos e poesias que publica no "Kalender für die
Deutschen in Brasilien" - São Leopoldo/RS. Escreveu: "Eine Begegnung im
Urwald" (Um encontro na Mata Virgem), conto, em 1887. "Am Lagerfeuer
im Urwald" (A Fogueira na Mata Virgem), conto, em 1889. "Gesucht"
(Procurado) conto, em 1893. "Die Beiden Nachbar" (Os dois vizinhos),
conto, em 1896. "Fernando de Noronha", um conto sobre a escravatura no
Brasil. "Das Hochland von Lajes" ( O Planalto de Lages), em 1904, e ainda
"Der Pfarrer von S. Ângelo" ( O Se'nhor Vigário de Santo Ângelo).
"Erinnerung" (Recordação). "Am Rande Wasserfall" (À Beira da Catarata).
"Gesühnt" (Expiação) foi publicado na Südamericanischelitteratur", São
Leopoldo/RS, Em 1903 atua como advogado.
Na época foram publicadas obras de real valor, inclusive na área
da economia, quando Karl von Kaerger, em 1889, publicou "Brasilianische
Wirtschaftsbilder" (Aspectos da Economia Brasileira), principalmente das
Colôlúas alemãs de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, com
referências a Blumenau e Brusque. Em ciências, é importante a obra de
Alfred Müller, que esteve em Blumenau em 1892, onde realizou suas
pesquisas escrevendo o livro "Die Pilzgarten einiger Südamerikanischer
Ameisen" (Jardins de Fungos (cogumelos) de algumas
formigas sul-americanas).
Fritz Müller é assunto vasto por parte de cientistas e escritores.
Em março de 1891, o Dr. W. Wettecamp escreveu na revista "Die Natur",
de Halle - Alemanha, "Fritz Müller", e Hermann von Ihering publicou na
revista do Museu Paulista (volume 3, São Paulo), em 1893, "Fritz Müller -
Necrológico". Karl von der Steinen publicou em 1894, em Berlin, notas
sobre Fritz Müller e Blumenau em "Unter den Naturvõlkern Zentral
Brasiliens" (2a expedição ao Xingú, 18887/1888). Na revista
"Naturwissenschaftliche" - Alemanha, Alfred Mõller publicou em 1895,
"Aus Santa Catharina" (De Santa Catarina). Em maio de 1897, Carus Sterne
publicou "Erinnerung an Fritz Müller" (Recordações de
 Fritz Müller), suplemento dominical do Vossischen Zeitung - Alemanha. No
mesmo ano, na revista "Botanisches Zentral - Blatt de Gratz - Alemanha, H.
Ludwic publica "Fritz Müller aIs Botaniker".
Karl von Koseritz publicou, em 1897, "RatschUige für Auswanderer
nach Südbrasilien".
Gustav Stutzer, que adquiriu as terras do Doutor Blumenau da Ponta Aguda e
da Velha, era pastor protestante e culto. Publicou várias obras, entre elas "Das
Itajahytal und das Municipimn Blmnenau in SüdBrasilien" (O Vale do Itajaí e o
Município de Blumenau no Sul do Brasil), com 144 páginas e um mapa,
publicado em 1891, em Gos1ar-Harz, Alemanha. "Meine Therese" (Minha
Thereza) que até 1929, na Alemanha, atingiu 26 edições. "In Deutschland und
Brasilien", com fotos do autor publicado em 1930, em Braunschweig,
Alemanha. "Reiseeril1l1erung eines Altes Mannes", de 1909 até 1914, com
referências sobre Blumenau. "Segredos da vida psíquica" em 1925. "Segredos
do sonho" em 1917. "A Igreja Otícial Anglicana e sua significação para o
poderio mundial da Inglaterra", em 1918, e entre os contos, "A Mão Suave", em
1921.
Do livro "In Deutschland und Brasilien", Christiana Deeke Barreto traduziu sob
o título "Dois homens e duas ideologias", o encontro do Pastor Stutzer com o
Dr. Fritz Müller, onde este aconselha o Pastor Stutzer a ter medo do Doutor
Blmnenau e que devia ter ficado na Alemanha, dizendo ainda não gostar de
ortodoxos, que tudo é matéria e que os sacerdotes são inimigos do povo. Apesar
do ateísmo do Dr. Fritz Müller, wna de suas filhas, que nascera aleijada, após a
morte da mãe, foi confiada às Innãs da Divina Providência, convertendo-se ao
catolicismo. Viveu e foi tratada pelas Irmãs até a morte. A outra passagem
refere-se à visita recebida pelo Pastor Stutzer, do Padre Jacobs, que lhe fez
revelações sobre suas convicções religiosas e sua solidão. Ao regressar para a
Alemanha, o Pastor Stutzer presenteou o Padre Jacobs com uma caixa de livros,
onde no fundo colocou mna seleção de obras de Martin Luther.
Lamentavelmente, o Pastor Stutzer (1875-1931) se indispôs com o Doutor
Blumenau, por questões de terras, retirando-se magoado de Blwnenau.
Therese Stutzer (1841-1916), esposa do Pastor Stutzer, escreveu "Ein
Jahr in der Heide" (Um ano na Mata), publicado na Alemanha em 1925 e, com
cinco contos, com enredos passados no Vale do Itajaí, "Am Rande des
Brasilianischen Urwaldes" (Na orla da mata virgem brasileira), publicado em
Braunschweig - Alemanha, em 1924.
Therese Stutzer baseou um deu seus contos no fato verídico do ca-
sal Wendlingen, pois os restos mortais da Baronesa Wendlingen jaziam no
antigo cemitério católico sob a lápide de mármore branco, que trazia a
inscrição em letras góticas douradas: "Aqui descansa no Senhor, Leontina
Baronesa de Wendlingen, nata Condessa Palackzy". Therese descreve o amor de
Leontina e o jovem Tenente de Wendlingen, que acompanharam após o
casamento, o Duque Maximiliano da Áustria escolhido por Napoleão para
Imperador do México. A-coragem de Leontina, ante a revolta e a catástrofe, a
fez arrojar-se em prantos aos pés de Juarez para salvar seu marido e o
Imperador. O Imperador Maximiliano foi fuzilado, Leontina, Wendlingen e o
filhinho viajaram para o Rio de Janeiro, onde o Tenente Wendlingen tinha
esperanças de ser admitido como Oficial. Jóias e objetos foram vendidos até
que resolveram vir para Blwnenau, porém Leontina, com a saúde abalado, pois
não lhe saía da mente a cena em Quaretaro, no México, definhava e pouco
depois falecia. Wendlingen embarcou o filho para a Áustria para ser educado
por familiares, enquanto ele permaneceu em Blumenau lecionando para alunos
de primeiro grau. Saudoso, visitava todas as tardes o tÚillulo da esposa.
Robert Gernhard, que na primeira década de 1900 viajou pelo Brasil,
publicou em 1900, "Reise Bilder aus Brasilien" (Impressões de uma viagem
pelo Brasil), com informações sobre Blumenau a partir da página 259. Com
416 páginas, foi impresso em Breslau - Alemanha. Também foi impresso em
1901 em Breslau, "Dona Francisca, Ransa e Blwnenau", e pelo jubileu de ouro
da colonização alemã em Santa Catarina, Robert Gernhard publicou, com
ilustrações, em 1903, no jornal alemão "Vom Fels zwn Meer, Fünfzigjãhriges
Jubilãum Deutscher Siedlungen im Süd- Brasilianischen State Santa
Catharina", referindo-se a Blwnenau e J oinville.
Em 1900, era Superintendente Municipal o Dr. Bonifácio Cunha, com
quem começaram os relatórios administrativos municipais com informações
muito importantes sobre a vida do município. O Dr. Bonitacio Cunha não era
afeto à literatura, pois só escrevera alguns artigos de cunho político. A sua
participação na literatura blumenauense é devido à orgalUzação da poliantéia
pelo 50° aniversário da fundação de Blumenau, que deveria ser publicada em
setembro de 1900, o que não ocorreu devido ao atraso do serviço tipográfico e
da clicheria. A poliantéia, em formato grande, ótimo papel, com muitas e belas
ilustrações, e com textos em três idiomas: português, alemão e italiano, teve
como colaboradores o Dr. Hugo Gensch, Dr. Giovanni Rossi, Dr. Bonifácio
Cunha, Santos Lostada e os professores que trabalhavam na zona de colOlUza-
 ção italiana Pedro Trentini e Giuseppi Zanluca. A edição custou, na época,
6:263$050 Rs., tendo a Câmara pago a metade e a outra metade foi paga pelo Dr.
Bonifácio Cunha, do seu bolso. O exemplar da brochura custava 5$000 Rs. e 7$000
Rs. Entre os textQs publicados, é muito interessante a poesia do professor Trentini,
intituiada "Ai botocudi", que traduz os sentimentos de um professor da Colônia,
chegado com as levas de italianos no período de 1875/1876. Trentini era
inteligente, católico e de regular cultura, o que expressa no soneto a seguir:
"AI BOTOCUDI"
Autentici selvaggi, oh botocudi
Che andate errando nei vicini monti
Quanti potremmo far strani confronti Fra
noi, vestiti, e voi selvaggi nudi!
Sfruttati e sfruttatori, iloti e arconti,
Traficante di donne a suon di scudi, Di
Mercurio e di Marte sacri iludi Questa Ia
civiltá, in fin dei cOllti.
Qual vostra, non so. Ma fin che um giorno
Giustizia e Libertá non siam palesi,
Oh botocudi, non andate attorno
Per questi civilissimi paesi,
Dove Ia veritá non vale um corno, E
dove impera sol Ia catechesi.
O Dr. Hugo Gensch, médico, que colaborou com a poliantéia em 1900, publicando
"Zur Kolonisationsfrage in Santa Catharina" (pelo Problema da Colonização em
Santa Catarina) e "Dem Andenken des Dr. Fritz MüIler" (À Memória do Dr. Fritz
MüIler), escreveu muito no "Blumenauer Zeitung" sobre os métodos usados na
defesa dos Colonos contra os indígenas. Em 1908, publicou com fotografias "Die
Erziehung eines Indianerkindes" (A Educação de uma Criança Indígena), tese
apresentafla em Viena ao Congresso Internacional Americanista. O livro fala sobre
a educação de uma menina indígena sob seus cuidados, que adotou como filha e
com a qual elaborou um vocabulário Kaigang. Publicou no "Der Volksbote
Kalender", de Joinville, em 1902, "Skizzen aus Südamerika" (Esboços da América
do Sul) e na revista "Zeitschrift für Ethnologie", publicou em separata
"Woerterverzeichnis der Bugres von Santa Catharina" (Dicionário dos Bugres de
Santa Catarina). Publicou ainda em
jornais e revistas trabalhos literários e científicos.
Eugen Fouquet, natural da Pomerânia, filho de um médico abastado,
estudou Direito na Universidade de Tübingen e de Berlin, cursou Filosofia,
História e Literatura, porém, não conseguiu atuar no serviço público prussiano por
ter aderido à doutrina socialista. Veio para Blumenau em 1893, onde residia
Richard Hinsch, seu ex-colega de estudos, estabelecido com uma fábrica de
vinagre de frutas para quem Fouquet tornou-se vendedor. Numa dessas viagens,
Fouquet conheceu, em Brusque, G. A. Koehler, que durante toda a sua vida foi seu
colega de imprensa. Redator do "Der Urwaldsbote", além de publicações que
geraram grande celeuma em todo o país, principalmente na questão indígena, pois
Fouquet defendia veladamente os colonos, apesar dos fatos demonstrarem que os
assaltos aos colonos, na maior parte, eram praticados por índios "coroados",
semi-civilizados e caboclos disfarçados de indígenas, vindos do Paraná. Grande
celeuma foi travada na época, quando o médico Dr. Hugo Gensch denunciou,
através do "Blumenauer Zeitung", a maneira vergonhosa, brutal e desumana
empregada pelos "bugreiros", quando expunham, mediante pagamento, mulheres
indígenas nuas para servirem de chacota. Fatos como este depuseram contra o "Der
Urwaldsbote" e principalmente contra Fouquet, que apesar de jornalista sincero e
corajoso, sofreu violentas campanhas.
Cabe a Fouquet a iniciativa de fundar a "Volksverein", através de reunião
convocada em 16 de junho de 1898, em Passo Manso, incentivando, através do
"Der Urwaldsbote", a fundação de sociedades idênticas em todo o Estado que
carearam grande massa de eleitores para as eleições de deputado estadual em 2 de
dezembro de 1900. Imitaram Blumenau: Brusque, Joinville, São Pedro de
Alcântara, Palhoça, São Bento do Sul, Imaruí, Tubarão, Laguna e Araranguá. A
"Volksverein" constituiu-se em "Volkspartei", após as reuniões de 26 e 27 de maio
de 1901, em Passo Manso, com representantes de todas as "Volksverein". Nessa
reunião, Fouquet criticou os órgãos da república com sua oligarquia,
apadrinhamento nos empregos públicos e fraudes eleitorais. O "Volkspartei"
elegeu Alwin Schrader para Superintendente em 1902, reelegendo-o em 1906 e
1910, porém em 1914 perdeu as eleições, porque Alwin Schrader desistiu de
candidatar-se.
Eugen Fouquet, o maior jornalista teuto-brasileiro, que recebeu do Ministro
Epitácio Pessoa a sua carta de cidadania brasileira em 1901, foi secretário da
Câmara Municipal e Conselheiro. Apesar de combatido por nativistas por pugnar
pela conservação do idioma e tradições nas famílias germânicas, seus filhos
aprenderam corretamente o vernáculo, por consi-
derar tais conhecimentos uma vantagem e enriquecimento cultural. O mais
polêmico jornalista da época publicou: "Dr. Fritz Müller zu seinem
Hundertsten Geburtstage", publicado no "Der Urwaldsbote" de 31 de março e 4
de abril de 1922; "Die Konferenz in Roten" em 28 de abril de 1922; "Die
Konferenz in Stadium der Versumpfung" em 5 de maio de 1922. Fouquet
faleceu em 9 de janeiro de 1937, aos 71 anos de idade, tendo seu companheiro
G. A. Koehler publicado em 12 de janeiro extenso necrológio e o poeta Victor
Schleiff lhe dedicado o poema" A luta terminou".
Os dois jornais que marcaram presença na literatura blumenauense
durante a Primeira Guerra Mundial, para poderem circular apareceram em
português no período de 1917 a 1919. O "Blumenauer Zeitung" como "Gazeta
Blumenauense" e o "Der Urwaldsbote" como "Commercio de Blumenau".
Durante a Segunda Guerra Mundial, o "Blumenauer Zeitung", em 2 de
dezembro de 1938, encerrou suas atividades, enquanto o "Der Urwaldsbote",
que publicou no seu primeiro número a quadra:
"Gerader Weg, gerades Wort
So will's dem Mann gebühren Wer
Ehre sich erwahZt zum Rort, Den
kann kein SchaZk ver.führen. 1/
(Caminho reto, palavras certas
Deve ser de um homem a meta.
Para quem a honestidade é bem supremo
Não há mau conselheiro que seduza.),
encerrou suas atividades com o número 18, em 29 de agosto de 1941, apesar de
ainda aparecerem os números 19 a 27, como ex-"Der Urwaldsbote", "Correio
da Mata" e "Mensageiro da Mata".
Rudolf Hollenweger, professor da escola Garcia Alto, colaborou com os
jornais de Blumenau, tratando de temas os mais diversos, principalmente
educação e história. O jornal "Mitteilungen", lançado em 1906 como órgão
oficial da Federação das Escolas Alemãs de Santa Catarina e editado até 1916,
teve a colaboração ativa de Hollenweger, que assinava artigos sobre Pedagogia
e Ciências Naturais, publicando ainda o artigo "Aus dem Kolonistenleben".
Com a colaboração de Frei Stanislau Schaette, publicou, em 1930, um Manual
para as escolas particulares e públicas de Blumenau, no qual, além de dar
noções de aritmética, gramática, etc., registra passagens importantes sobre a
história de Blumenau.
As escolas e comunidades escolares do sul do Brasil encontraram em
Robert Jannasch a sua divulgação, através da obra "Deutsche Schulen und
Schulgemeinden in Südbrasilien", publicado em Berlin em 1903. Enquanto
isso, continuavam publicações as mais diversas sobre Blumenau, inclusive no
Calendário "Der Volksbote", publicado por Hermann Leyser, de Joinville, em
1903, impresso na Tipografia de C. W. Boehme.
Com importantes obras sobre Blumenau, o Dr. Paul Aldinger, pastor,
professor e inspetor de escolas particulares da região de Hansa, publicou em
"Südamerikanische Rundschau", de setembro e outubro de 1904, "Die
Methode der Bãuerlichen Waldgebirgskolonisation in Süd-Brasilien"
(Métodos de colonização da mata virgem no sul do Brasil); "Das Itajahytal" ( O
Vale do Itajaí) em 1909 em Hamburg; "Die Kolonie Hansa" (A Colônia Hansa)
em Potsdam; "Die Kolonieschule" (A escola da Colônia) em "Kalender für die
Deutschen in Brasilien", São Leopoldo/RS em 1915; "Dr. Lauro Müller" der
deutschbuertige Staatsmann Brasiliens, no "Kalender für die Deutschen in
Brasilien" (reproduzido no "Der Urwaldsbote", em 1938. No Instituto Hans
Staden, em São Paulo, encontra-se o manuscrito "Kirchen und Schulbericht" e
trata do distrito Itajaí-Hercílio do ano de 1914. Em Hammonia (Ibirama), o Dr.
Aldinger escreveu o livro "Deutsche Mitarbeit in Brasilien" (Colaboração do
trabalho dos alemães no Brasil), editado em Curitiba por Theodoro Locher, em
1923. No livro de leitura "In Heimat", publicado em São Leopoldo/RS e
também no "Kalender für die Deutschen in Brasilien", publicou "Wie die
Kaigangs den Mais Erhielten" (Como os Kaigangs conservavam o milho), em
1915. No "Blumenauer Zeitung" de janeiro de 1923, publicou "Zur Geschichte
der Kolonisation mit Deutschen am Unteren Itajahy" (Para o histórico da
colonização dos alemães no Baixo-Itajaí). Escreveu ainda artigos sobre os
festejos do Centenário da Independência do Brasil em 1922. E no mesmo ano:
"Die Serra aIs Hõhenkurort" (Uma estação de repouso nas montanhas); "Die
Bedeutung der Kolonie Hansa in der Geschichte der Deutschen Auswanderung
nach Brasilien" (O significado da Colônia Hansa na história da emigração
alemã para o Brasil); "Unterstütze Einwanderung nach Brasilien" (Emigração
subvencionada para o Brasil). Pelo 25 o aniversário de Hammonia publicou a
poesia "8 de Novembro".
O Dr. Paul Aldinger é destaque, principalmente pelo conceito e o amor
à nova pátria que louva através da poesia no original alemão:

"Num singt dem neuen Heimatland "Nun
singt dem neuen Heimatland
Brasilien zu Ehren,
Wir wolIen ilun mit herz und Hand In
Zukunft angehOren.
Du alte Heimat lebe wohl!
Wir denken dein in Treu!
Und bringen Ul1Sres Fleisses Zoll
Brasilien, dir du neue!
O mochte doch ein freundlich Band Un
beide stets sich schlingen!
Dem Alt und neuen Vaterland
Ein Lebehoch wir bringen. "
Conta-se que durante suas andanças diárias, o Dr. Paul Aldinger, para
atravessar um córrego, utilizou-se de um bambu para servir de alavanca e que ao
alcançar o lado oposto, estava com uma jararaca presa nas suas vestes.
Giácomo Vicenzi, Cônego do Cabido Metropolitano do Rio de Janeiro,
escreveu e publicou em 1905 "Uma viagem ao Estado de Santa Catarina". Foi o
primeiro livrinho escrito em português sobre Blumenau no começo deste século.
Suscitou controvérsias, pois fazia referência~ quanto ao espírito de brasilidade dos
padres franciscanos.
Uma obra que suscitou a revolta dos blumenauenses foi "Brasilien und die
Deutsch-Brasilianische Kolonie Blumenau". escrita pelo Tenente Karl Alexander
von Wettstein, em 1909. O livro, act'ito pelo "Der Urwaldsbote" foi severamente
criticado pelo "Blumenauer Zeitung", pois além de conter muitas tolices sobre
Blumenau e os blumenauel1Ses, contém ainda verdadeiros disparates. No seu
trabalho, o Rio de Janeiro não é porto brasileiro, e sim Assunção, Montevidéu e
Corrientes. Wettstein reagiu através de uma circular, porém o "Blumenauer
Zeitung" de novembro de 1909, advertiu-o de que sua descol1Sideração por
Blumenau e blumenauel1Ses seria resolvida por um tribunal alemão, dando o caso
por encerrado. Wettstein também publicou "Mit Jungen Deutschen Kolonisten
durch den Brasilianischen Urwald" (Com jovel1S colonos alemães através da mata
virgem brasileira), onde conta as aventuras vividas com seus amigos de excursão
pelas florestas entre o rio Negro e rio Hercílio, contendo ilustrações e um mapa.
Em 1904, Wettstein participou com o Dr. Paul Aldinger e Fritz Kühne dos estudos
para implantação de uma
.ferrovia elétrica, e em fevereiro de 1905, das homenagens ao Kaiser Wilhelm, onde
também estavam presentes o Senador Hercílio Luz e o Embaixador da Alemanha,
Barão von Wangenheim e outras personalidades da época. Voltando para servir na
Alemanha, foi ferido e aprisionado pelos francesas durante a Primeira Guerra
Mundial.
Em 1912, veio para Blumenau, a pedido de Peter Christian Feddersen e
Louis Abry, o Professor Max Humpl, 'para lecionar na escola de Altona. Era
músico, artista plástico e fazia teatro. Foi um dos fundadores da Liga Cultural e
Recreativa Vale do Itajaí (2011111915). A Sociedade de Canto Coral Masculino
"Eintracht", de Altona, sob sua regência, foi um dos melhores corais da época.
Lecionou durante 24 anos para as crianças blumenauenses, ministrando ainda aulas
particulares de piano, violino e canto. Escreveu crônicas sobre a cidade de Blu-
menau, ilustradas com belíssimos desenhos de sua autoria (Spitzkopt). Max Humpl
elaborou a "Crônica de Altona", que as chamas destruíram em 1958, no grande
incêndio da Prefeitura Municipal. O livro, com capa de pano grosso e enfeitado de
taxas decorativas de altas cabeças quadradas, foi confeccionado em ótimo papel
importado e adquirido por Peter Christian Feddersen, personagem de grande
destaque em Altona. Foi escrito por Max Humpl com a colaboração e relatos de
moradores antigos e também de Theodor Lueders, funcionário do arquivo da
Prefeitura Municipal e historiador. A transcrição do livro foi feita pela Professora
Maria Wehmuth, que se tornou esposa de Max Humpl, à mão, em caligrafia
clássica, com as letras iniciais dos capítulos pintados à aquarela, simbolizando o
assunto. Abrangia todos os setores da vida de Altona de 1850 até 1918. Por motivos
de saúde, Max Humpl, natural da Alemanha, regressou à sua terra natal, onde
faleceu em 15 de abril de 1964, aos 87 anos de idade.
Max Humpl, como Paul Schwartzer que elaborou seu Diário entre
1862/1864, também elaborou seu Diário, ambos contendo, em épocas diversas,
importantes informações para a história de Blumenau.
A história do Vale do Itajaí deve e muito aos nossos pastores e sacerdotes.
Além dos já citados, surge a personalidade inconfundível de Frei Stanislau
Schaette, principalmente na área educacional, quando dispensou atenção especial,
sem distinção de credo, aos professores da Associação de Professores das Escolas
Particulares Alemãs de Santa Catarina, desarvorados com as medidas de
nacionalização impostas durante a Primeira Guerra Mundial. Frei Stanislau
Schaette, que atuou durante as primeiras décadas de 1900 no Colégio Franciscano
Santo Antônio, de Blumenau, colaborou com importantes artigos não só na área
religiosa
como também fornecendo subsídios para a história de Blumenau. Para o
livro "Centenário de Blumenau" - 1950, escreveu "Vida Católica em
Blumenau".
Frei Lucinius Korte, fundador e dirigente do jornal L'Amico
(190411917) de Rodeio, escreveu sobre a vida dos povoadores da região,
em língua italiana.
Frei Solanus Schmitt, publicou em 1913 no "Der Familienfreund"
(Anuário Católico), "Die Überschwemmung in Blumenau" (A enchente de
1911 em Blumenau). Também publicou suas reminiscências dos sertões do
Paraná e Santa Catarina. "Lose Blãtter aus der Mappe eines
Missionsveteranen" (Folhetos de Arquivo de um Veterano Missionário),
em 1937.
Frei Petrus Sinzig escreveu "Nach 30 Jahren" - Viene Chronik
(1915/1921). Informes sobre a atuação dos franciscanos nos conventos do
Vale do Itajaí.
Walther Mummelthey, pastor evangélico, escreveu "Die Kultur-
bedeutung der Deutschen Evangelischen Kirche in Brasilien", publicado
em Leipzig, em 1921. E o Pastor Fritz von Dietz, missionário em Blu-
menau, publicou "Zaun am Abgrund" - Ein Ruf an die Mannesjugend
(Cerca no Abismo). O seu trabalho trata de problemas sexuais entre ra-
pazes.
Otto Werner teve o seu conto "Auf einer Holzschneidemüh1e im
Brasilianischen Urwald" (Numa serraria na mata virgem do Brasil), pu-
blicado em Kosmos e reproduzido em Mitteilungen, órgão de Deutschen
Schulvereins fUr Santa Catharina em 1916.
O Vale do ltajaí, durante a Primeira Guerra Mundial, foi tema fa-
vorito de muitos escritores e jornalistas, e Manuel Duarte publicou uma
série de artigos sobre os imigrantes tedescos no Jornal do Comércio do Rio
de Janeiro, que foram divulgados em nosso Estado. Também Crispim Mira
citou Blumenau, quando escreveu sobre "Os Alemães no Brasil", com
referências especiais sobre as virtudes do colono alemão, publicado em
1916 no Rio de Janeiro.
Feodor Axthelm, poeta e chefe das oficinas do "Der Urwaldsbote",
deixou, além de trabalhos esparsos, um livro de poesias retratando homens
e fatos da vida blumenauense nas primeiras décadas deste século. Escreveu
peças teatrais, entre elas o texto da ópera "Tilo", que foi parcialmente
musicada pelo Maestro Geyer. "Tilo" se refere a fatos ocorridos durante a
Primeira Guerra Mundial, e está incompleta e inédita. Axthelm participou
de um divertido "Prólogo", por ocasião do baile de máscaras, no dia 14 de
janeiro de 1914, interpretado, além de Axthelm,
por Gustav Salinger, senhoras Lungershausen, Poethig e Mililer, e ainda
Bruno Hering, Paul Hering, Herbert Bier e Otto Rohkohl.
Muitas poesias e prólogos apresentados nas festas do "Frohsinn",
apesar de aparecerem sem assinatura, têm todas as caraterísticas da obra
literária de Feodor Axthelm, que foi o redator do mais temido jornal car-
navalesco, "Die Schnauze". Tecia críticas com humor, comentando
acontecimentos sociais, sempre mexendo com alguém, sem atacar as
pessoas diretamente, o que, entretanto, não poupou o editor de processos
judiciais e intervenções da polícia. "Die Schnauze" também criticava os
poderes constituídos e a administração municipal: - "Estat(stica. No Mu-
nidpio de Blumenau são fabricados anualmente, 1.485.923 tijolos. Sobre a
cabeça de cada blumenauense caem exatamente, 23 e meio tijolos por
ano". O jornalzinho também atacava grandes e pequenas indústrias:
"Se eu soubesse, disse um fabricante de cerveja aos seus amigos em redor
de uma cervejada, que aqui em Blumenau se bebia urna porcaria como
esta, eu teria vindo para cá há dez anos atrás". Parou de circular em 17 de
fevereiro de 1936. Feodor Axthelm escreveu "Uhland's Ballade" -
Schwãbische Kunde" (Baladas de Uhland - Notícias da Suábia). Contém
poesias e acontecimentos relacionados com pessoas de Blumenau.
José Deeke, o engenheiro que foi, por muitos anos diretor das
Colônias Hanseáticas, deixou importantes obras sobre o Vale do Itajaí.
Escreveu "Das Munizip Blumenau und seine Entwicklungsgeschichte" (O
Município Blumenau e a história do seu desenvolvimento), em três
volumes. No primeiro, aborda "Das Heutige Blumenau"; no segundo "Die
Emanzipation der Kolonie Blumenau"; e no terceiro "Nach der Re-
volution". Com muitas ilustrações, mapas e gráficos, foi impresso em 1917
pela Editora Rotermund & Cia., de São Leopoldo/RS. A obra é de grande
valor por conter informações colhidas pelo próprio Deeke em entrevistas
com pessoas que participaram pessoalmente dos fatos, principalmente os
relacionados com a revolução de 1893 ea pacificação dos indígenas no vale
do Itajaí. Nessa obra, José Deeke reproduziu o artigo publicado em 1903,
no "Der Volksbote", - "Plaudereien eines Alten Blumenauer Kolonisten".
No artigo, o velho colono fornece informes interessantes sobre a vida de
Blumenau nos primeiros anos da Colônia. Escreveu "Em defesa do
Patrimônio Brasileiro" e pelo 25° aniversário de fundação de Hammonia
(Ibirama), escreveu "Die Kolonie Hammonia", com dados históricos e
estatísticos de Hammonia, e impresso na Tipografia Baumgarten, de
Blumenau, em 1922. Publicou no "Blumenauer Zeitung" nO 8, de 26 de
janeiro de 1922, "Zur Geschichte der Kolonisa-
tion mit Deutschen am Unteren Itajaí" (Para a história da colonização alemã no
Baixo-Itajaí). Na Poliantéia do Colégio Santo Antônio, de Blumenau, "Aus
meinet Schulzeit" (Do meu tempo escolar). Publicou as novelas "Auf dem
Wege der Politik" (No caminho da política); "Die Freundschaft" ( A amizade);
"Albert Kornfeld", publicadas no "Kalender für Deutschen in Brasilien".
Publicou ainda pequenas histórias no "Hausfreund" (Amigo do Lar) e "Neue
Heimat" (Nova Pátria). Escreveu para vários jornais, artigos sobre
agropecuária. Participou da organização do "Zur Jahrhundert-Feier" (A Festa
do Centenário) em 1929, com G. A. Koehler e Victor Schleiff.
Emma Deeke, esposa de José Deeke, além de escrever o romance
"Liebe und Ptlicht" (Amor e Dever), publicado no "Kalender für Deutschen in
Brasilien", editado por Rotermund, de São Leopoldo/RS, publicou poesias e
contos no "Der Urwaldsbote", de B1umenau.
A romancista alemã, Anni Brunner, veio para Blumenau em 1918, onde
fundou a Editora "Krystall-Verlag", na qual publicou trabalhos literários.
Publicou mais de doze romances, contos, peças teatrais, etc. Fundou a revista
"Deutsch Brasilianische Jugend Zeitung" , impressa na Tipografia
Baumgarten, sendo redatora a escritora e professora Alice von Moers. O
primeiro número apareceu em agosto de 1935, trazendo muitas poesias,
contos, conselhos, anedotas e variedades. Foi editada mensalmente até julho
de 1936. Entre suas obras escritas em Blwnenau destacam-se: "Der Fluch einer
Unseligen Stunde" (A maldição de uma hora infeliz), publicado e impresso em
B1umenau por G. A. Koehler, "Heimaterde" (Terra Natal), publicado em
Würzburg - Alemanha; "Der Edelfalke - Welterneuerung" (O Falcão nobre -
Renovação do mundo), contos reunidos em volwne. Impresso na tipografia
Baumgarten; "Der Weisse Palast" (O Palácio Branco). Impresso por G. A.
Koehler; "Wir wollen Vertrauen zueinander haben" (Nós queremos ter
confiança mútua) publicado em Würzburg - Alemanha. Através de convites
promovia em Blumenau "Noites Literárias".
Richard Hinsch, colega de estudos de Eugen Fouquet na Alemanha,
dono de uma fazenda em Salto Weissbach, publicou na imprensa artigos
políticos e técnicos agropecuários, enquanto Eugen Kieser publicou
"Zukunftsfragen für die Molkereimaschinen Industrie und Zugehorige
Gewerbe in Süd-Brasilien" (Indagações de futuro a respeito de máquinas para
laticínios, indústrias e ofícios inerentes, no sul do Brasil). O autor dividiu o
trabalho em três partes: a primeira trata do histórico, fundação e fracasso da
Companhia Blumenauense de Laticínios; a segunda, sobre a proteção da
Indústria de Laticínios no sul do Brasil e a terceira
sobre a terra e gente de Santa Catarina. Foi impresso no "Blumenauer
Zeitung", em 1918.
1914/1918, Primeira Guerra Mundial e o afundamento do navio
mercante Macau, provocou em alguns nativistas um ódio violento contra
alemães e descendentes, ódio esse expresso no jornal "O Nacional", gerido por
IIdefonso Teixeira. Felizmente "O Nacional", impresso inicialmente nas
oficinas do "Blumenauer Zeitung", depois nas oficinas do jornal "Novidades",
em Itajaí. e posteriormente em pequena oficina própria, em Blumenau,
adquirida pelo advogado Alfredo Luz, circulou até 13 de abril de 1919, quando
a Gazeta Blumenauense ("Blumenauer Zeitung") lhe dedicou o seguinte
necrológio:
"O Nacional" morreu. E no transe de moribundo colocou, mais uma vez, o seu
canhão de grosso calibre, carregado com munição "patriotismo" contra a
"Gazeta". Mas essa munição da marca "O Nacional" já é muito estragada e a
explosão não tem nenhum efeito, se não significa uma "declaração de honra
". O patriotismo dos nossos adversários é bem conhecido; cada um pode
comprá-lo, até mesmo o pan-germanista. As provas não são raras. Adeus. "
Entretanto, "O Nacional" foi substituído pelo "Brazil", a partir do dia 7
de junho de 1919, sob a orientação de Alfredo Luz, Edgar Barreto e o ferrenho
inimigo dos alemães e descendentes, IIdefonso Teixeira. Destacam-se no
"Brazil" os eruditos artigos escritos por Edgar Barreto, sobre Filosofia e
Lingüística, criticando gramáticas para o ensino do português e as biogratIas
de vultos nacionais assinadas por Antônio Gomes Winter. Depois de polêmicas
violentas e ataques pessoais, o "Brazil" saiu de circulação em 26 de fevereiro
de 1922.
Na época, funcionava em Blumenau o Centro de Propaganda para
Assuntos Brasileiros, que lançou no dia 19 de novembro de 1923, a revista "O
Brasiliense", publicada pela Tipografia Baumgarten. Publicava contos, poesias
e notícias diversas, 'contando ainda com a colaboração de Autran Dourado,
chefe da fiscalização da Estrada de Ferro Santa Catari na.
Apesar de todas as represálias durante a Primeira Guerra, Alfred W.
Sellin publicou em Berlin, em 1918, "2ur Geschichte der Deutschtum in
Brasilien" .
As poesias nem sempre primavam pela perfeição, bom gosto e su-
tilidade, principalmente as que se publicavam em jornaizinhos carnavalescos
como o "Kiriri", que publicou no dia 14 de fevereiro de 1920 os seguintes
versos:
 "Olhando sempre pro chão Do cativeiro em que a penar vivia,
No meu passo vagaroso Batendo as asas, num revoar incerto,
Tropeço às vezes em vão Em gorjeios traduz sua alegria
Pensando no bem ditoso. Também tu, pobre coração desperto
Ó que graça, que delícia Do silêncio mortal que te angustia,
Naquele olhar piedoso! Ergue-te e deixa o cárcere deserto, Foge
Que palidez tão sublime a essa estância lóbrega sombria!
No seu rosto tão sedoso." Faz-te senhor em vez de ser cativo!
Desfere e aos céus altíssimos levanta,
Entretanto, Octaviano Ramos, agente postal-telegráfico, natural de São Um canto varonil, claro e festivo!
José, porém blumenauense por adoção, pois constituíra família ~m Blumenau, O vôo alça, num místico transporte,
era um poeta cheio de entusiasmo, ternura e alegria pela vida. Com José E no afago da luz unge-te e canta! Canta a
Ferreira da Silva fundou o jornal "A Cidade", utilizando-se do material glória e a alegria de ser farteI"
tipográfico que fora do jornal "O Nacional" e o "Brazil". No primeiro número
que apareceu no dia 21 de setembro de 1926, na primeira página foi impresso Publicou, também, poesias no Calendário Blumenauense organizado
cercado de vinhetas, o soneto de Octaviano Ramos, "Fatal Sorriso": em 1934 por seu amigo José Ferreira da Silva.
José Ferreira da Silva nasceu em 1897, em Tijucas. Foi professor em
Como aranha que estende a leve teia Canoinhas, onde também exerceu o cargo de Tabelião Interino. Colaborou
Com cautela e artifícios inauditos com o jornal "Timoneiro do Norte", com artigos sobre a história do município
E logo nela, insidiosa, enleia e do movimento dos fanáticos. De Canoinhas, onde trabalhou até 1919, foi
Os vis insetos, pávidos e aflitos transferido, a pedido, para Bom Retiro (Luzerna). Em 1920, após concurso,
O teu sorriso, pérfida sereia Armas assumiu o cargo de Escrivão de Paz e Tabelião no então 7° Distrito de
aos sonhadores imperitos Para Blumenau, atual Rodeio, onde fundou o semanário "O Escudo", que dirigiu até
inferná-los em sutil cadeia De 1924, quando foi transferido como titular do Cartório do Crime, Civil e
promessas e encantos infinitos. Comercial, sendo Juiz de Direito o Dr. Amadeu Felipe da Luz. Em 1926
fundou, com o poeta Octaviano Ramos, o jornal "A Cidade", passando a
Quando afinal os tens no rude acume desenvolver intensa atividade intelectual. Montou escritório de advocacia
Do sofrimento, loucos de ciúme como solicitador após concurso perante o Tribunal de Justiça do Estado,
De insatisfeito amor, nessa hora, então associando-se ao Desembargador Pedro e Silva, aposentado, e a Max Mayr,
Ris das ânsias que os vão tantalizando advogado provisionado. Foi Inspetor de Ensino Secundário e Prefeito
Como rirá Satã decerto quando Municipal de Blumenau no período de 1938/1941, dotando Blumenau de
As almas leva à eterna danação. vários melhoramentos. Permaneceu vários anos fora de Blumenau (Rio de
Janeiro, Curitiba e Goiás), e quando residia em Curitiba, fundou a revista "Blu-
Desde então, a poesia de Octaviano Ramos fazia parte semanalmente de menau em Cadernos". Em 1962, voltou a Blumenau a convite do Prefeito
cada número de "A Cidade", até agosto de 1930, quando o jornal passou para as Hercílio Deeke para organizar e dirigir a Biblioteca "Dr. Fritz Müller",
mãos de Comado Balsini. É de autoria de Octaviano Ramos, "Ascensão": oficializada por lei que na sua gestão passou a contar com 50 mil volumes, a
"Como o canoro pássaro liberto maior do Estado. Com o apoio dos prefeitos que se se-
guiram, dotou a Biblioteca de encadernação, tipografia, seção Braille,
discoteca e outros setores inerentes a uma biblioteca de grande porte. Nessa
época, recebeu o título de Cidadão Blumenauense, concedido pela Câmara
Municipal de Blumenau. Pelos serviços prestados em prol do estreitamento das
relações entre Blumenau e Alemanha, José Ferreira da Silva foi convidado para
visitar a Alemanha; também lhe foi conferido por decreto de 15 de abril de
1970, a Comenda da Ordem de Mérito no grau de Grande Oficial, que lhe foi
entregue em grande solenidade por Roland Zimmennann, Cônsul Geral da
República Federal da Alemanha em Curitiba. Foi eleito para o Instituto
Histórico e Geográfico de Santa Catarina, e em 1970, com merecimento, para a
cadeira nO 4 da Academia Catarinense de Letras. Pelo seu trabalho com a
publicação da revista "Blumenau em Cadernos", a Secretaria do Governo,
Departamento de Cultura, lhe conferiu Diploma de Reconhecimento.
José Ferreira da Silva foi sócio honorário da Sociedade Dramáti-
co-Musical "CarIos Gomes", de Blumenau, Círculo de Orquidófilos e outras
associações. Foi o primeiro locutor da PRC-4, Rádio Clube de Blumenau, a
pioneira em Rádio-Difusão em Santa Catarina.
Escreveu e publicou contos, poesias, crônicas, comentários, críticas
esparsas, estudos históricos, biografias e traduções (" Dança Macabra" e
"Viagens pelas Colônias Alemãs da Província de Santa Catarina").
Obras: "O Padre Jacobs" (Blumenau, Tipografia CarI Wahle, 1928); "A
Colonização do Vale do Itajaí" (Tipografia do "Correio de Blumenau" , 1931);
"Fritz Müller" (Editora Alba, Rio de Janeiro, 1931); "Entre a Enxada e o
Microscópio". "O Colono Fritz Müller" (Ed. do autor, Blumenau, 1971); "O
Doutor Blumenau" (Editora L. Fernandes e Irmão, Rio de Janeiro, 1933), sendo
a 23 edição impressa pela Casa Dr. Blumenau em 1978. Também publicou
"Doktor Blumenau", em alemão, pela Tipografia Blumenauense; "Calendário
Blumenauense" 1934/1935; "Blumenau, Notícia Estatístico-Descritiva do
Município (Florianópolis, Departamento Estadual de Estatística, 1939); "O
Catolicismo em Blumenau", in Primeiro Congresso Católico de Blwnenau,
1933; "Anita Garibaldi", libreto da ópera musicada pelo Maestro Heinz Geyer,
1940; "História de Blwnenau", in Livro do Centenário de Blumenau, com se-
parata impressa na Tipografia Blumenauense, 1950; "História do Município da
Penha" (Curitiba, A Imprensa, 1959); "As Terras do Itajaí e VasconcelIos
Drwnmond", in Blumenau em Cadernos, 1963; "Terra Catarinense, Anuários
relativos a 1967 e 1968"; "Itajaí, a Fundação e o Fundador", in Blwnenau em
Cadernos, 1967; "Cronografia do Doutor Blumenau" (Tipografia
Blumenauense, 1964 e a 23 edição em 1971; "A
Bandeira do Brasil" (Tipografia Blumenauense, 1967); "Blumenau"- pe-
queno guia turístico, 1968 (cinco edições); "Octaviano Ramos", biografia de
um poeta (Ed. do autor, Blumenau, 1971); "História de Blumenau"
(Florianópolis, Edeme, 1972).
Ao falecer em 30 de dezembro de 1973, deixou inéditos: Descendo o
São Francisco, Os Monumentos de B1umenau, Chega de Enchentes e a
Imprensa em Blumenau, que foi publicada pelo Governo do Estado em 1977.
Escreveu a letra do "Hino a Blumenau", musicada pelo Professor Francisco C.
Corrêa, em 1957.
Fundou e dirigiu os seguintes órgãos de Imprensa: "O Escudo", em
Rodeio, 1920; "A Cidade", de parceria com J. Octaviano Ramos, 1926;
"Correio de Blumenau" , de parceria com Geysa Bôscoli e Abelardo Fonseca,
1932; "Alvorada" - semanário, Blumenau, 1936. Fundou a revista
"BLUMENAU EM CADERNOS".
Victor Schleiff, nasceu na Alemanha em 1869. Colaborador assíduo do "Der
Urwaldsbote", tornou-se depois redator do mesmo, deixando grande
colaboração à literatura regional, principalmente nas poesias tecnicamente
perfeitas, inspiradas, algumas carregadas de humor e sobre os mais diversos
temas, que enfeixadas dariam apreciável volume. Durante os festejos do
Centenário da lmigra;ão Alemã em Santa Catarina. realizados no dia 17 de
novembro de 1929, apresentou no pátio da escola de Neu Breslau, a peça teatral
de sua autoria "1m Urwald" (Na Floresta). Com 16 páginas, publicou em 1929,
pela TipografIa do "Der Urwaldsbote", "Festschrift zum 25 Jahrigen Bestehen
des Stadtplatzes und der Schule Neu Breslau" (Publicação do 25° aniversário de
fundação da cidade e da escola de Nova Breslau). Colaboração em poesia e
prosa, comemorativa do evento, de Victor Schleiff, Heinrich Blaul, Ernst
Auringer e ainda dados históricos. No mesmo suplemento foi publicado ainda:
"Neu Breslau, 1904/1929"; "Alte und Neue Heimat"; "Letzer Wunsch" (poesias)
e :'Aus dem Kolonisten Leben". Publicou ainda "Die SchuetzengeselIschaft
Blumenau feiert ihr 75 Jabriges Bestehen" (A Sociedade de Atiradores de
Blumenau festeja seus 75 anos de fundação), no Almanaque "Volk und Heimat"
- São Paulo; "Unser ist lleute der Tag" (O dia de hoje é nosso), livrinho
comemorativo do Dia do Colono, em julho de 1937, foi impresso pela
Tipografia G. A. Koehler de Blumenau; "Zur Geschichte Neu Breslau",
publicado no "Blumenauer Volkskalender, em 1933. No livro do Centenário de
Blumenau, publicou a poesia "Die ersten Einwanderer" (Os primeiros
imigrantes). Traduziu, entre outros, os poemas "O Ipiranga" e "Sete de
Setembro", de Bernardo Guimarães. No dia 22 de março de 1932, em
homenagem ao centenário da
 morte de Goethe, apresentou uma de suas poesias no Teatro "Carlos Gomes".
Colaborou com G. A. Koehler e José Deeke na elaboração do "Zur Jahrhundert
Feier" (Festa do Centenário, 1900), onde vários autores registraram fatos
importantes sobre Blumenau e blumenauenses. É de autoria de Victor Schleiff
a quadra seguinte:
"Nicht soUt ihr faulend behaglich am Herd ruhn auf der Biirenhaut!
SeM, Enkel, der Viiter, der Ahnen wert, in dem ihr GriJsseres baut! Und
was wià selber nicht haben geschajft,
was unsrem Arm sich entwand,
den Weihet dem witmet die ganze Kraft des Herzens
des Hirnes, der Handl".
Faleceu em Blumenau, em 1953.
Marcos Konder nasceu em Itajaí, em 1882. Atuou inicialmente no comércio, foi
vereador, prefeito e deputado estadual. Autor do livro "Minha Pequena Pátria"
(História de Itajaí), 1920. A partir da 23 edição, em 1957, o título do livro foi
alterado para "A Pequena Pátria". Publicou em 1935 "Demokratie,
Integralismus, Kommunismus" (Democracia, Integralismo, Comunismo), pela
Tipografia de G. A. Koehler, de Blumenau, Em 1954, publicou em Porto
Alegre/RS "Der Nationalismus aIs Falscher Patriotismus" (O nacionalismo
como falso patriotismo). O livro enfeixa conferências sobre imigração e
colonização alemã no sul do Brasil. Escreveu, em alemão, em 1955, "A
colonização em Santa Catarina". "Colonização e Nacionalização", pela
Tipografia Blumenauense. "O nacionalismo não criaria Lauro Mililer". Com
"Lauro Mül1er", impresso em 1926 pela Imprensa Oficial de Florianópolis,
recebeu o prêmio "Hélio Lobo", da Academia Brasileira de Letras - Rio de
3
Janeiro. A 23 edição foi publicada em 1953 e a 3 em 1957, pela Imprensa
Oficial de Florianópolis. Apesar de responsável pelo projeto que obrigava o
ensino da língua portuguesa nas escolas particulares, condenava a maneira
drástica e vergonhosa como era imposta a nacionalização. Fazia parte da
Academia Catarinense de Letras (1927). Faleceu em Blumenau em 1962.
O Ministro Victor Konder, que passou sobre Blumenau em 1927, no
hidroplano "Atlântico", e que fazia parte da Academia Catarinense de Letras
(1924), escreveu em 1935 "O Municipal Nacionalismo na Palavra de um
Idealizador - Blumenau" .
Gertrud H. Gross, nasceu na Alemanha em 1879. Em 1922, publicou
"Durch Irrtum zur Wahrheit" (Do Erro à Verdade), pela Tipografia de G. A.
Koehler; "Aus Kindern werden Leute" (Crianças Tornam-se Adultos), em
1934, e "Frauenschiksale" (Destinos de Mulheres), coletâ-
nea de quatro contos: "Elise Lingnen", "Ein Stiefkind der Natur, Mutter
Wantken" e "Das Krõnlein", pela Tipografia de G. A. Koehler; "Der Weg der
Frau Agnes Bach" (A Caminhada da Senhora Agnes Bach), em 1954, em
Curitiba; "Der Sonnenhof" (A Fazenda do Sol), Tipografia Blumenauense, em
1967; "Neue Wege" (Caminhos Novos), baseado na emigração, Tipografia
Blumenauense; "Gratwanderer" e "Wenn der Wind darüber geht. .. "
(Peregrinação pela Cumieira e Quando o Vento Passa por Cima), baseado
numa família blumenauense, pela Tipografia Blumenauense, em 1957; "Und
dann kam die Lõsung" (E então veio a solução), Tipografia Blumenauense, em
1961. Publicou no "Der Urwaldsbote" e na revista alemã "Deutsche Welt" _ "A
União Faz a Força". Publicou outros contos e a peça teatral "Die Verbammng
des Mãrschens" (O Exílio da Lenda), apresentada no Teatro "Frohsim1", em
1936. Faleceu em Blumenau em 1968.
Francisco de Oliveira e Silva, nasceu em Recife, em 1897. Em 1921,
estava em Santa Catarina e no período de 1925/1928 foi Promotor Público em
Florianópolis. De 1928 a 1938, exerceu a advocacia em Blumenau. Durante
sua estada em Blwnenau, publicou entre outras a poesia " O Vôo Interrompido"
em 1930, e na prosa "Gota d'Água", pensamentos, em 1932, e em 1935 o conto
"A Máquina da Felicidade", além de outros.
Frei Cletus Espey, veio para Blumenau em 1895, para atuar no Colégio
Franciscano Santo Antônio. Publicou em 1929 wn folheto comemorativo do
Jubileu de Prata dos Franciscanos de Blumenau, Rodeio e no sul do Brasil. Em
1938 (Apud - Vita Franciscana), publicou "Unter den Botokuden in
Südbrasilien", onde narra fatos interessantes sobre assaltos de indígenas aos
colonos de Blumenau. Também Hermann UIlmann referiu-se ao Posto Duque
de Caxias e Vale do Itajaí, na sua obra "Brasilianischer Sommer" (Verão
brasileiro), publicada em Berlin e Stuttgart. Günther Pliischow, que esteve em
Blumenau no Posto Duque de Caxias em 1936, além de publicar "Silberkondor
über Feuerland", pois esteve na Terra do Fogo, publicou "Bei den Botokuden"
(Com os botocudos), enquanto os indígenas Kaigangs serviram de tema para o
livro de Henry Jules, "Os índios Kaigangs de Santa Catarina".
C. W. Grothe, dono de uma tipografia em Indaial, publicou em 1926, no
"Landwirtschaftliche Zeitung rur Deutschen Kolonisten in Brasilien" (Jornal
Agrícola para Colonos Alemães no Brasil), "Ecos do 75° aniversário da
fundação de Blumenau", além de uma poesia de M. J. Ganswridt "Der
Glücklichste" (O mais teliz), que fala sobre as belezas da vida do colono. C. W.
Grothe também publicou em 1926 o "Land-
wirtschaftlicher Kalender fur Brasilien" (Anuário Agrícola para o Brasil). No
mesmo ano, earl Wahle, proprietário da Tipografia Carl Wahle de Blumenau,
publicou no "Kalender rur die Deutschen in Brasilien", "Das Munizip
Blumenau". Alfred Funke, no seu livro sobre "Brasilien im 20 Jahrhundert" (O
Brasil no século XX), publicado em Berlin em 1927, faz referências à
Blumenau e Vale do Itajaí. Wilhelm von Steiner publicou em MÜllchen, em
1928, "Brasilianisches Bilderbuch" (Livro Ilustrado Brasileiro), no qual
descreve uma viagem ao Brasil, inclusive a Blumenau, e ao Vale do Itajaí.
Theodor Breithaupt publicou em 1929 "Chronik der Familie Breithaupt". F.
Lange, em 1930, publicou pela Tipografia Carl Wahle, de Blumenau, "Eine
Ratschlage zur Ansiedlung der Deutschrussenf1üchtlinge in der Hansa"
(Alguns conselhos aos núcleos dos fugitivos teuto-russos na Hansa).
Enquanto em Weimar - Alemanha foi publicado em 1930, "Deutsches
Volkstum in der Welt" (Peculiaridades étnicas alemãs no mundo), com fotos e
referências a Blumenau e ao Vale do Itajaí, também publicaram obras sobre
Blumenau, Rudolf Kraft, "Kolonisator in Brasilien - Hermarm Blmnenau - In
diener einer Idee", compilado por Curt Sclmeider em Muenster - Alemanha.
Hans Gehse, "Die Deutsche Presse in Brasilien, 1852/1931" (A Imprensa
Alemã no Brasil); W. Scheerer, em 1932, "Festschrift der Evangelischen
Kirchengemeinde"; Albert Ax, em 1933, no "Volkskalender" - "Die
Entwicklung der Kolonie Dona Emma in 12 Jahren"; G. A. Koehler, em 1937,
"Dr. Hennalm Blumenau" - Eine Würdigung, separata VDA - Jahrbuch -
Berlin; Siegfried Endress, em 1938, "Blmnenau Werden und Wesen einer
Deutschbrasilianischen Landschaft" (Desenvolvimento e sistema de uma
região teuto-brasileira), com 3 mapas e 16 fotos, pelo Instituto Stuttgart - livro
nO 5. E no mesmo ano, "Geschichte der Besiedlung des Itajahygebirtes"
(História da colonização da região do Itajaí), pela Tipografia do "Der
Urwaldsbote", de Blumenau. Hugo Grothe, em 1935, em Berlin, após visitar as
Colônias alemãs do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, publicou mn
livro com informações interessantes sobre Blumenau, Hammonia, Witmarsun e
outras, intitulado "1m Kamp und Urwald Südbrasiliens" (No campo e na mata
virgem do sul do Brasil), com 82 fotos, 11 mapas e gráficos. Georg Smolka
publicou em Leipzig, em 1937, "Auswanderer" (Emigrante).
Como conseqüência da nacionalização, que teve início durante a
Primeira Guerra Mundial, surgiram algumas obras em português e bilíngües,
um pouco tímidas, considerando o elevado número de obras escritas em
alemão.
Em 1929, estava em Blumenau o Professor Orestes Guimarães, natural
de São Paulo (1870), contratado pelo Governo do Estado para tratar da reforma
do ensino em Santa Catarina. Durante sua estada em Blumenau, publicou pela
Tipografia de Carl Wahle, "Nacionalizaçãu do Ensino Primário". Faleceu em
Florianópolis, em 1931.
Em 1930, G. Eilers publicou o livro didático "Brasileiro", para o ensino
do português, no qual uma das lições faz referências ao Vale do Itajaí e
Blumenau. Entretanto, a nacionalização foi mesmo implantada em 1938,
através do Decreto-Lei nO 88, de 31 de março de 1938, proibindo o idioma
alemão, discursos, etc. A lei propugnava também que somente brasileiros natos
poderiam responder por jornais e outros, fazendo com que muitas publicações,
apesar de tentarem sobreviver em idioma nacional, soçobrassem. Entre eles, o
"Der Christenbote", que passou, a partir de 1938, a ser redatoriado por Emma
Deeke.
O "Der Christenbote", que iniciou em 1 o de janeiro com 1.200
exemplares chegando a 3.700 entre a Comunidade Evangélica, foi extinto em
fevereiro de 1942. O "Christenbote" manteve também, a partir de 1935, o
suplemento mensal "Der Bote".
Com a Segunda Guerra Mundial (1939/1945), a nacionalização passou
a ser agressiva, principalmente por parte de pessoas inescrupulo.'Ias e o
blumenauense foi desrespeitado apesar da sua longa folha de bons serviços
prestados à nação brasileira.
A contribuição alemã para a edificação da nação brasileira está impressa
no livro de Karl Heinrich Oberacker Jr., publicado em 1955 pela Herder
Editora de São Paulo com o título de "Der Deutschebeitrag zum aufbau der
Brasilianischen Nation" (traz referências ao Vale do Itajaí, Doutor Blumenau,
innãos Konder, Fritz Müller e outros). O mesmo autor publicou em 1939, em
Stuttgart - Alemanha, "Hennann Blumenau" .
Curioso é que em 1906, alguns nativistas odiavam a colonização alemã
no sul do Brasil, entre eles Sílvio Romero, que na época publicou o livro "O
alemanismo no sul do Brasil, seus perigos e meios de os conjurar". O fato é que
as colonizações alemãs só engrandecem o Brasil, e seus descendentes pugnam
através do trabalho e honestidade o seu engrandecimento.
A nacionalização e o nazismo suscitaram o aparecimento de algumas
obras, entre as quais: "A obra nacionalizadora do Estado Novo" , escrita pelo
Dr. Nereu Ramos e publicada pela Imprensa Oficial de Florianópolis em 1939.
Aurélio da Silva Py publicou, em 1942, pela Editora Globo de Porto Alegre, "A
5a Coluna no Brasil". De autoria de
Antonio Lara Ribas, "O Punhal Nazista no Coração do Brasil", baseado na
campanha contra o nazismo, foi publicado pela Imprensa Oficial de
FlorianópoIis em 1 a edição em 1943, e em 2a edição em 1944. Militares
sediados em zonas de nacionalização também escreveram sobre a situação
social, política e econômica de Blumenau, entre eles Rui de Alencar
Nogueira, que publicou no Rio de Janeiro, em 1947, "A Nacionalização do
Vale do Itajaí". Também escreveram sobre o mesmo tema, Hugo Bethlem,
Celso Bayma e outros.
Theobaldo Costa Jamundá nasceu em Recife, em 1914. Em 1939
está no Vale do Itajaí e mais tarde em Florianópolis. Estudioso dos assuntos
históricos e etnográficos destacam-se: "Recensão crítica de Emílio
Willems: A aculturação dos alemães no Brasil" (1950); "Presença do
palmito na sociedade teuto-brasileira" (1951); "História Econômica do
Vale do Itajaí" (1951); "Cigarro, cachimbo, cigarro de palha e cerveja na
sociedade teuto-brasileira" (1952); "Notas sobre a sociedade da Bacia do
Itajaí" (1958); "Bibliografia do Padre João Alfredo Rohr" (1977). Obras
publicadas: "Indaial" (1943); "O Itajaí e outras águas" (1945);
"Interpretação Regional do Município de Rodeio" (1948); "Anotação da
paisagem rural" (1953); "Sobre associativismo rural" (1964); Professor,
aqui está seu quadro para giz" (1966); "Um alemão brasileiríssimo - o Dr.
Blumenau" (1966); "Nereu Ramos - o da hora da integração nacional"
(1968). Colaborou com a História de Santa Catarina, publicada pela
Grafipar, de Curitiba, em 1970, escrevendo "Catarinenses Ilustres e Pes-
soas ilustres ligadas a Santa Catarina". Em colaboração com Jali Meirinho,
publicado pela Edeme - Florianópolis, em 1972, "Nomes que ajudaram a
fazer Santa Catarina". Catarinensismos", escrito e publicado em
Florianópolis pela Edeme/UDESC, em 1974. "Theagá", pela Editora
Signo/ACL - Florianópolis, em 1977. Em 1980, organizou Contos e
Poemas, publicado pela FCC. Estudos biográficos sobre Altino Flores e
Carlos da Costa Pereira, edição do autor em 1985. Foi presidente do
Conselho Estadual de Cultura no período de 1974/1978, quando incentivou
a divulgação do livro catarinense.
Karl Fouquet nasceu em Blumenau em 1897. Estudou e lecionou em
Hamburgo - Alemanha. Apesar de residir em São Paulo, escreveu várias
obras sobre imigração e colonização. Descendente do jornalista Eugen
Fouquet, tem seu lugar de destaque na literatura blumenauense como autor
de várias obras de valor, inclusive em português, entre elas:
"A Família Lindenberg na Alemanha e no Brasil" (1940); "Hans Staden,
duas viagens ao Brasil" (1942); "Origem da Família A vé Lallement e sua
Expansão no Brasil" (1941); "O cerco de Igaraçu, 1549" (1943); "Bibli-
ografia da verdadeira história de Hans Staden" (1945); "O prisioneiro de
Ubatuba" (1948); "A família Stutzer no Brasil" (1948); "O ramo brasileiro
da Família do Dr. Fritz Müller - sábio decifrador da natureza no Brasil"
(1947); "Hermaml Blumenau - Eine Erinnerung, 1850-1950", publicado
em edição especial no "Sena-Post Kalenders", de Ijuí, em 1950 (artigo
comemorativo do Centenário de Blumenau); "Doctor Blumenau", separata
do "Jahrweiser rur die Evangelischen Gemeinden in Brasilien", 1950.
Impresso em São Leopolso/RS; "Die grosse und kleine Kolonisation Dr.
BIumenau", 1846/50, publicado no "Deutsche Nachrichten Brasil
Almanach", 1957, de São Paulo; "Deutsch-Brasilianische Bibliographie",
vários artigos em Staden - Jahrbuch - São Paulo. Nessa mesma revista foi
publicado, em 1966, "Der von der Heydt'sche erlass vom Jahre 1859" e
"Wappaus und seine Mitarbeiter 1846: BIumenau? Phillipi? BrOlnme? em
1970". O artigo também foi publicado em "Conder", de Santiago do Chile;
"Deutscher Sprachunterricht an Brasilianischen Schulen" (Aula de alemão
nas escolas brasileiras), publicado no "Auslands Kurier", em 1967, em
Frankfurt a/M; "Dr. BIumenau, erste Reise nach Brasilien", publicado no
"Brazil Post" de São Paulo em 1969. Em 1969 pronunciou a conferência
"Kulturelle Vereinigungen im Brasilianisch-Deutsch-Bereich", em
Rolândia/PR, publicada pelo Instituto Hans Staden. Publicou na "Folha
Dominical de São Leopoldo/RS, no "Deutsche Nachrichten" e no "Brazil
Post", de São Paulo, em 1971, "Pastor Begrich zum Gedachtniss" (À
memória do Pastor Begrich).
Em 1959, Karl Fouquet teve publicado pelo Instituto Hans Staden,
São Paulo, "Alexander von Humbolt", e em 1974, "O imigrante alemão e
seus descendentes no Brasil, 1808/1824". No livro do Centenário de
Blumenau, publicado em 1950, Karl Fouquet escreveu um dos estudos
mais completos sobre a vida do fundador de Blumenau. Sobre Karl Fou-
quet, o Professor José Ferreira da Silva escreveu: "sua atuação no campo
histórico é assinalada por trabalhos verdadeiramente magistrais ".
José E. Finardi nasceu em Ascurra, em 1913. É professor e jor-
nalista. Além de poeta, novelista e contista, é pesquisador da colonização
italiana. Publicou "Enquanto houver Saudade" (novela), em 1945; "E a
Vida Continua" (crônica), em 1946; e "Angústia Infinita" (poesia), em
1947. Em 1976 publicou "Colonização Italiana de Ascurra", 1876/1976.
Todos publicados em BIumenau - edição do autor. Colabora com a revista
"Blumenau em Cadernos".
Henrique Hacker, engenheiro, publicou pela Tipografia e Livraria
Blumenauense, em 1948, "Mehr Licht" (Mais Luz), tendo como subtítulo
"Worte rur denkende Menschen" (palavras para gente que pensa) e
 e assuntos religiosos e filosóficos. Celso Liberato publicou, em 1948, no Vale
do Itajaí, "Coronel Pedro C. Feddersen" (peter Christian Feddersen).
Paulo Malta Ferraz nasceu em Maceió em 1916. Advogado, jornalista e
professor, escreveu em 1949 "Pequena História da Colonização de Blumenau",
publicado pela Casa Dr. Blumenau. Um resumo desse trabalho com uma foto
do Dr. Blumenau foi publicado no "Kalender für Südamerika" , de Buenos
Aires, em 1950. Publicou ainda "Apontamentos para a História da Colonização
de Blumenau, 1850/1860", pelo Instituto Hans Staden, de São Paulo, em 1949.
"Anais do Primeiro Congresso de História Catarinense", impresso na Imprensa
Oficial do Estado de Santa Catarina em 1950. "A Contribuição do Governo e do
Elemento Nacional na Colonização de Blumenau" e "Como Viveram os
Primeiros Colonos", publicado no álbum do Centenário de Blumenau em 1950.
Christiana Elisa Deeke Barreto (Dona Crista), nasceu em Blumenau em
1905, filha de José e Emma Deeke. Pesquisadora, trabalhou ao lado do arquivista
municipal Theodor Lüders. Em 1948, passou a . exercer atividades na secretaria
da Câmara Municipal, da qual Hercílio Deeke, seu irmão, era presidente. A
aproximação do Centenário de Blumenau careou Dona Crista, pelo então
Prefeito Municipal Frederico G. Busch Jr., para organizar o Arquivo Histórico'de
Blumenau com a colaboração de Frei Ernesto Emmendoerfer OFM, professor
José Ferreira da Silva, Dr. Malta Ferraz e Frederico Kilian, cultores da história de
Blumenau que preparavam o livro do "Centenário de Blumenau". Escreveu
durante anos a coluna "Aconteceu", na revista "Blumenau em Cadernos", que
continua a ser publicada na mesma concepção. Correspondiase com Karl
Fouquet, do Instituto Hans Staden, de São Paulo, através do qual conheceu o
Coronel Salvador de Moya, diretor-chefe da Revista de Genealogia Latina,
editada no Rio de Janeiro, colaborando com os mesmos, fornecendo subsídios
genealógicos para a Revista de Subsídios Genealógicos editada em São Paulo.
Nessa revista, o nome de Dona Crista encontra-se adulterado, falha que foi
corrigida após o falecimento do Coronel Moya, em 1973, quando o seu lugar foi
ocupado por Ely e Rosa Herkenhoff, para dar continuidade às edições. Como
colaboradora assídua da revista "Blumenau em Cadernos", onde escreveu
passagens históricas, contos e muitos artigos de importância relevante para a
história de Blumenau. Escreveu: "Imprudência ou Destino?"; "O Caminho
ve Velho"; "Por um Tiro de Sal"; "Excentricidades de um Sábio" (sobre o Dr. Fritz
rs Müller); "A Grande Enchente deste Ano" (1961); "Memorável Jubileu"
a (Hospital Santa Isabel), e outros. Segundo sua filha Aiga, Dona Crista só
so
deixou para trás uma ou duas histórias a serem contadas: "A primeira se refere a
br
uma vaga "Serra dos Martírios", de que tropeiros ambulantes e passantes sem
pouso falaram a seu pai nos acampamentos de Lages e Campos Novos, em fins
do século passado, e que ela julgava, agora, possível identificar com Serra
Pelada. A outra, a que mais a toca, é a Korikrah - ou Coricrá - adulta; a
história de Maria Gensch, a menina índia criada pelo casal Dr. Hugo Gensch, e
seus dilemas depois de moça feita, pela qual Eduardo de Lima e Silva
Hoerhann se apaixonou, em vão, perdidamente ". Em 1972, o professor José
Ferreira da Silva, na dedicatória que formulou (lara Dona Crista no seu livro
"História de Blumenau", escreveu: " ... A Da Christiana Deeke Barreto, com
quem muito aprendi da história de Blumenau ". Dona Crista, com sua cultura,
poderia ter publicado livros, porém preferiu continuar como os tangarás artistas,
de que nos fala Crispim Mira: "arredios, singelos, obscuros, rnas magníficos na
sua arte. E o mundo, infelizmente, é dos pardais. Prosas, fanfarrões, chôchos e
metidiços ".
1950, Centenário de Blumenau.
Para o Centenário de Blumenau, foi impresso e composto na Tipografia
e Livraria Blumenauense S.A., de Blumenau, com revisão de Frei Capistrano
Binder, o "LIVRO DO CENTENÁRIO". Participaram do livro:
José Ferreira da Silva - (O Escudo d' Armas do Município de Blumenau;
História de Blumenau; Alguns aspectos do Sistema de Colonização do Dr.
Blumenau; Fritz Müller, o sábio colono);
Karl Fouquet - (Vida e Obra do Dr. Blumenau; Bibliografia sobre o Vale do
Itajaí);
Vitor Antonio Peluso - (A Bacia do Itajaí);
Aiga Deeke Barreto - (Enchentes no Vale do Itajaí); Carl
Wahle - (Povoamento da Colônia de Blumenau);
Paulo Malta Ferraz - (A Contribuição do Governo e do Elemento Nacional na
Colonização de Blumenau, Como Viveram os Primeiros Colonos); Theobaldo
C. Jamundá - (Agricultura e Pecuário em Terras do Itajaí); Theo Kleine -
(Desenvolvimento do Comércio em Blumenau);
Arthur Fouquet - (O Desenvolvimento do Crédito em Blumenau);
Luis de Freitas Melro - (Empresa Força e Luz de Santa Catharina S.A.);
Guilherme Jensen, Pedro J. Zimmermann e Frei Ernesto Emmendoerfer -
(Exportação e Importação);
Eduardo Neitzel, Carl Wahle e Frei Ernesto Emmendoerfer - (Meios de
Comunicação);
Frei Stanislau Schaette - (Os Primórdios do Catolicismo em Blumenau);
Frei Ernesto Emmendoerfer - (Blumenau na Força Expedicionária Brasileira;
Voluntários da Pátria de Blumenau; O Ensino Particular em Blumenau; Dados
Referentes a Paróquias no Território do Antigo Município de Blumenau; O
Colégio Santo Antônio);
Pastor Hans Methner - (A Comunidade Evangélica de Blumenau);
Frederico Kilian - (Sociedades e Associações de Blumenau; Afonso
Balsini - (Obras Assistenciais);
Frei Capistrano Binder - (Imprensa e Publicidade);
Nanny Poethig - (A Sociedade Teatral "Frohsinn");
Max Tavares d' Amaral - (Assimilação e Aculturação dos Estrangeiros e seus
Descendentes no Vale do Itajaí);
Raul Deeke - (Folclore em Blumenau);
Custódio F. de Campos - (Falares Blumenauenses); Curt
Hering - (O 28 de julho de 1893).
Do livro consta ainda o nome de logo Hering, que escreveu sobre o
desenvolvimento da Indústria Blumenauense e Rolf Gutz, sobre as indústrias
de Itoupava Norte. O livro contém o histórico da Electro-Aço Altona, Cia.
Hering, Porcelana Schmidt, Fábrica de Gaitas "Alfredo Hering", Fábrica de
Artefatos Têxteis Artex, Fábrica de Gazes Medicinais Cremer, Indústrias
Lorenz, Empresa Industrial Garcia, Ginásio Sagrada Família, Aeroclube,
Spitzkopf, Caça e Pesca do Município de Blumenau, Jardim Zoológico de Rio
do Texto e Biografias de Blumenauenses Ilustres.
Max Tavares d' Amaral nasceu em Itajaí, em 1906. Foi Deputado
Federal e Constituinte de 1946. Defendeu a reintegração do oeste (Iguaçu) ao
território de Santa Catarina. Publicou" Assimilação e Aculturação dos
Estrangeiros e seus Descendentes ao Vale do Itajaí" (livro do Centenário de
B1umenau, 1950); "Contribuição à História da Colonização no Vale do Itajaí"
(Florianópolis - Anais do I Congresso de História Catarinense, 1950).
Frederico Kilian nasceu em Palhoça em 1898. Em 1920, sua tàmília
transferiu-se para Florianópolis. Entretanto, em 1911, Kilian veio para
Blumenau para continuar os estudos na Escola Nova, onde concluiu O curso
"Selecta". Foi professor em Indaial até o fechamento da escola durante a
Primeira Guerra Mundial. Após concurso em Florianópolis, foi nomeado para
Salto Weissbach, passando a trabalhar posteriormente como escrevente no
cartório de Frederico Müller, no qual permaneceu até 1922, quando foi
convidado por Victor Konder para o cargo de escri-
vão em Massaranduba. Com a aposentadoria de Francisco Margarida, foi
nomeado por concurso para o cargo, onde permaneceu até 1953, quando foi
aposentado. Em Massaranduba dedicou-se ao jornalismo e pesquisas
históricas, sendo correspondente do "Der UIWaldsbote". Colaborou com a
revista "B1umenau em Cadernos" desde a sua fundação, em 1957, pelo
professor José Ferreira da Silva, que residia em Curitiba, onde foram impressos
os primeiros números. Publicou traduções e artigos sobre Blumenau, inclusive
no "Brazil Post". Em 1956, participou do corpo redatorial do jornal "Lume".
Com Frei Ernesto Emmendoerfer, era responsável pelo periódico
"Correspondência", da Sociedade dos Amigos de Blumenau, que apareceu em
julho de 1953, cessando em 1956. Continha valiosas informações sobre
Blumenau. Publicou pela Fundação Casa Dr. Blumenau, em 1978, a tradução
de "Paul Hering Memórias, Anotações e Aventuras". Em 1980, "Genealogia da
Família Hering" .
Carl Buechele Jr. publicou em 1952 "A Bacia do Itajaí", pelo Conselho
Regional de Geografia. A obra analisa o aspecto físico, povoamento e
atividades econômicas, concluindo que as mudanças se processam em face do
trabalho do elemento povoador.
Orlando Ferreira de Mello, no seu trabalho "A Educação em Santa
Catarina" (Blumenau - edição do autor em 1955), refuta as conclusões de João
R. Moreira, pois a Escola Nova em Santa Catarinajá estava em funcionamento
desde 1944. Escreveu ainda "A Alfabetização no curso primário e outros
estudos" (Florianópolis - Centro de Estudos Pedagógicos).
W. Butzke escreveu no "Brazil Post", em 1954, "Ein Alter Pom-
merscher Kolonist erzãhlt aus seinem Leben" .
G. A. Koehler, que em 1900 abriu uma livraria ao lado de sua ti-
pografia, a mais importante do município de Blumenau, publicou em 1957 uma
interessante biografia do "Dr. Blumenau".
Hermann Stoer publicou, para comemorar os cinqüenta anos da
Comunidade Evangélica de Rio do Sul, "Crônica da Paróquia Evangélica de
Rio do Sul" (Rio do Sul, 1958), e também a "Crônica da Comunidade
Evangélica de Timbó" (Blumenau, Gráfica 43, 1969). O livro que foi
publicado pelo centenário de Timbó contém, em ordem cronológica, fatos
religiosos e depoimentos dos primeiros imigrantes da Comunidade.
Até a Segunda Guerra Mundial, a literatura dos blumenauenses e dos
visitantes quando se referiam a Blumenau, era totalmente voltada aos
problemas sociológicos. Na década de vinte, após a Primeira Guerra Mundial,
iniciou-se a nacionalização, aparecendo algumas obras em por-
tuguês. Nas décadas de quarenta e cinqüenta, os temas envolviam nazismo e
nacionalização, desaparecendo paulatinamente as obras escritas em alemão,
consolidando-se na década de sessenta a literatura em português através da
poesia, romance, contos e obras de ficção. Também apareceram algumas
obras sobre os temas das primeiras décadas, porém em português ou
bilíngüe, raramente em alemão.
Pastor Max H. Fios, sob o patrocínio do Sínodo Evangélico de Santa
Catarina e ParaDá, publicou em São Leopo1do/RS o livro "Unsere Vãter"
(Nossos Pais). Contém artigos sobre a colonização alemã no ParaDá, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul, com destaque para o Vale do Itajaí e
Blumenau em 1961. Redigido em alemão e português, a capa reproduz um
desenho de J. J. Tschudi datado de 1861 e feito no Vale do Itajaí. Foi
editado em comemoração dos cinqüenta anos do Sínodo Evangélico de
Santa Catarina, que foi fundado em 1911. Consta do mesmo o documento
(cópia) que foi colocado na pedra fundamental da Igreja Evangélica.
Lindolf Bell nasceu em Timbó em 1938. Cursou Ciências Sociais no
Rio de Janeiro e Dramaturgia em São Paulo. Publicou seus primeiros poemas
em Blumenau. Com o livro "Os Póstumos e as Profecias", lançado em 1962,
Lindolf faz parte da geração dos "Poetas Novíssimos". Em 1963 recebeu o
prêmio Governador do Estado de São Paulo. Durante a exposição de Novos
Poetas na Biblioteca de São Paulo, expôs Poemas Murais. Em maio de 1964, na
boite "Ela, Cravo e Canela", em São Paulo, Lindolf, acompanhado por uma
coreógrafa e uma declamadora, recita os versos de "Os Convites". Continua
com suas apresentações no Teatro Oficina e Arena, faz conferências~ recitais,
etc. Em janeiro de 1965, apresentou na Guanabara declamação e dança,
valorizando o poema e a comunicação. Em 1968/1969, está nos Estados Unidos
participando do International Writing Programo Em 1970 está em Blumenau e
funda, com Elke Hering, Péricles Prade e Arminda Prade, a Galeria Açu-Açu
para divulgar as artes plásticas catarinenses. Em 1973 apareceu o "corpoema" e
a "camiseta-poema". Em 1978, vence o concurso "Luis Delfino" de poesia em
Santa Catarina. Pela União Brasileira de Escritores, conquistou Menção
Especial "Fernando Chinaglia" de Poesia. Na década de oitenta, aparece com
"poema exposto", criando a Praça do Poema em Blumenau, que foi inaugurada
na Avenida Castelo Branco (Beira Rio) pelo prefeito Renato Vianna em 3 de
setembro de 1981. Com sua obra "Código das Águas", foi escolhido pela
Associação Paulista de Críticos de Artes como o "Melhor Poeta do País". Como
membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte, em 1978 foi indicado
para o Conselho Es-
tadual de Cultura.
Publicou: "Os Póstumos e as Profecias" (1962) e "Os Ciclos"
(1964), ambos pela Editora Massao Ohno, de São Paulo; "Convocação"
(SP, Brasil Editora, 1965). Em 1966, escreveu a narrativa "Curta Prima-
vera" (SP, Editora Brusco, 1960); "A Tarefa" (SP, Papyrus, 1966);
"Antologia Poética de Lindo1fo Bell" (SP, Dif. e Distribuidora União,
1967); "As Annamárias" (SP, Papyrus, 1971), sendo a 2a edição publicada
em São Paulo, por Massao Ohno, em 1979, com ilustrações de Elke Hering;
"Incorporação" (SP, Quiron, 1974); "As Vivências Elementares" (SP,
Massao Ohno - Roswitha Kempf, 1980); "O Código das Águas" (SP,
Global, 1984). Em 1981, obteve o prêmio "Miguel de Cervantes" em São
Paulo. Em 1982, o prêmio "Cidade de Ribeirão Preto", e em 1984, no Rio
de Janeiro, recebeu o prêmio "Raimundo Correia" de poesia. Em
Florianópolis, publicou "Setenário" (Edições Sanfona, 1985). Participou da
"A Novíssima Poesia Brasileira", organizada por Walmir Ayala (RJ,
Cadernos Brasileiros, 1965); "Antologia da Catequese Poética" (SP,
Editora Italo-Latino-Americana, 1968); "Poetas do Modernismo" (vol. 6),
apresentação e organização de Leodegário A. de Azevedo Filho (Brasília,
INL, 1972); "Círculo 17" (SP, Editora do Escritor, 1975). Participou da
"Antologia de Autores Catarinenses"; "Assim Escrevem os Catarinenses";
"Contos e Poemas" e "Presença da Poesia em Santa Catarina". Tem poemas
traduzidos na Alemanha, França, Itália, Bélgica, Hungria, Estados Unidos e
Angola.
É considerado pela crítica um dos ativadores culturais no país;
luta pela "descentralização e integração cultural brasileira". Lindolf
Bell preocupa-se em não perder suas raízes. Do livro "O Código das
Águas", é o poema seguinte:
"Este rio tem nome secreto e
não
E corpo de rio
onde outros rios se vão
Porque o rio
é como o homem:
sem nome
mora no esquecimento,
sem corpo
é árvore cortada. é
menos que nada
 Ah! Não fosse o amor sempre e de novo a
estação sem fim
Esta eterna duração
onde, quem passa, não passa,
floresce fácil,
flui
Ah! Não fosse este rio chamado amor de
peso feito, medida e saudade infinita Não
teria o homem medida
de sua própria medida finita. "
Carlos Braga Müller, nasceu em Blumenau em 1939. Convidado
pelo professor José Ferreira da Silva para escrever a coluna "Estante Ca-
tarinense" na revista "Blumenau em Cadernos", deu continuidade ao tra-
balho iniciado pelo professor José Ferreira da Silva até a década de oitenta.
Participa das antologias: "Contistas e Cronistas Catarinenses" e "Contistas
de Blumenau".
Em 1962, com Alvacyr Ávila dos Santos, iniciou suas atividades
cinematográficas no "Vasto Verde" (bairro da Velha), continuando com
cinema ambulante pela periferia, cujas salas de projeção foram desativadas
com o advento da TV. Reativaram o cinema em Ilhota, e na residência de
Alvacyr instalaram o Cine Carlitos, que funcionou no Teatro Carlos
Gomes, enquanto o Cine Carlitos II funcionou na Rua Nereu Ramos. Carlos
Braga Müller foi Assessor de Imprensa do Teatro Carlos Gomes. Escrevia
sobre cinema, em dias alternados, no Jornal de Santa Catarina.
Henrique Oscar Wiederspahn escreveu "Blumenau na História
Militar do Brasil", publicado em separata na revista "Blumenau em Ca-
dernos" de 1962.
Adolf Weidmann, natural da Alemanha, um dos fundadores de Nova
Esperança, escreveu aos 87 anos de idade a bela obra "Bericht von den
Kaukasischen Flüchtlingen in Brasilien" (Relato sobre os Refugiados
Caucasianos no Brasil). O livro abrange também o histórico de Dona
Emma. Foi impresso na Gráfica Elite Ltda. de Curitiba/PR em 1968.
Péricles de Medeiros Prade nasceu em Timbó em 1942. Formado.
em Direito, foi professor universitário em Blumenau e Florianópolis. JUIZ
Federal em Santa Catarina, foi posteriormente transferido para São Paulo,
onde advogou. Em 1980, presidiu a UBE. É poeta, contista, autor de ensaios
sobre Artes Plásticas, Crítica Literária, Sociologia, Filosofia e Cultura.
Entre suas poesias, destacam-se "A Lâmina" (SP, Editora Li-
teratura Contemporânea, 1963); "Este Interior de Serpentes Alegres"
(Florianópolis, Editora Roteiro, 1963); "Sereia e Castiçal" (F10rianópolis,
Editora Roteiro, 1964); "Nos Limites do Fogo"; pela Editora do Escritor,
em 1967, e a 23 edição pela Massao Olmo, em 1979, ambas em São Paulo.
"Os Faróis Invisíveis" (SP, Massao 0000, 1980). Como contista publicou
"Os Milagres do Cão Jerônimo", em Porto Alegre, pela Editora Flama, em
1970; a 23 e a 33 edição pela Editora do Escritor, em 1972 e 1976,
respectivamente, e a 43 edição pela Global Editora, em 1986. No exterior,
foram publicadas: "I Miracoli deI Cani Geronimo" (Salvator d' Am1a,
LL.A., Palma, Palenno - Itália); "Miracles of the Dog Jeronimo" (Alexis
Levitin, Mundus Artium, International Short Fiction, Dallas, Texas, USA);
"Devil Dog Doings" (Joe F. Randolf, New Yord, USA). "Alçapão para
Gigantes" (SP, Alta Ômega, 1980). Participou das antologias "Novíssima
Poesia Brasileira", organizada e apresentada por Walmir Aya1a (RI,
Cadernos Brasileiros, 1965); "A Poesia Pede Passagem" (SP, Editora do
Escritor, 1972); "Círculo 17" - Contos (SP, Editora do Escritor, 1975);
"Sopoesia" (SP, Editora do Escritor, 1976); "Contos Solidários" (SP,
Editora do Escritor, 1980); "Panorama do Conto Catarinense" e "Presença
da Literatura em Santa Catarina". Faz parte da Academia Catarinense de
Letras. Em 1961, participou da fundação do Grupo dos Novos Poetas de
Santa Catarina, com Lindolf Bell, Rodrigo de Haro, Osmar Pisani e Edson
N. Ubaldo. Em Literatura Jurídica publicou "Ação Popular"; "Teoria da
Solidariedade Social de Dugnit". "Os poemas de Péricles Prade desestruturam
o real, penetrando no emaranhado do homem e as parábolas bíblicas são
arquétipos de um mundo onde tudo é válido".
José Curi nasceu em Rio dos Cedros em 1931. Professor de Lin-
güística e de Filologia Romântica na UFSC. Realizou estudos em Bolonha
e Pádua. Foi premiado no III Concurso de Contos da FURB. Escreveu os
livros de poemas "Um Sol Maior" (Florianópolis, edição do autor, 1963);
"Traze-me o Girassol" (UFSC, 1982) e "Juca Jacu e Cia." (Florianópolis,
Lunardelli/UDESC, 1979); "Cassoga, Capital Cassoga" (Florianópolis,
FCC, 1982). Participa da Antologia Contistas e Cronistas Catarinenses. Faz
parte da Academia Catarinense de Letras. Escreveu a letra do hino do
Centenário de Rio dos Cedros, musicada por Olivo Pedron.
Ottomar Garbrecht escreveu e publicou em Horizontina, em 1963,
"Impressões de uma Viagem ao Vale do Itajaí". E no mesmo ano, Hubert
Krõning escreveu "Kontinent Brasiliens". O livro contém notas e recorda-
ções de viagem; refere-se a Blumenau. Contém críticas irônicas e até ofen-
sivas de cunho comunista. Foi publicado em Leipzig, Alemanha.
Erico Max Müller, que com um grupo de poetas jovens de Blumenau
utilizou-se do Acadêmico para divulgar seus poemas, nasceu em Santa Cruz do
Rio Pardo, em São Paulo, em 1943. Terminou seu curso de Direito em Santa
Catarina. Cultor do realismo mágico, expôs e leu poemas em colégios e clubes
em Blumenau e Florianópolis. Escreveu a trilogia, porém incompleta, "Os
guardiões e os Guardados", que teve início com "Um Anjo Morto na Encosta",
e deveria completar-se com "Anotações de Daniel, o Primogênito". O
interessante é que os guardiões são árvores, rios, os mais fortes, enquanto os
guardados são os mais fracos, como os animais e plantas, sendo sua relação
cíclica e alternada; publicada em Blumenau pela Editora Ultra, em 1964.
Publicou "Ao Corpo Circunscrito" (Florianópolis, Livros da Ilha, 1966).
Participa da antologia, "A Novíssima Poesia Brasileira", organizada por
Walmir Ayala (RJ, Cadernos Brasileiros, 1965); "Antologia da Catequese
Poética" (SP, ILA - Palma, 1968). É tradutor de Rainer e Maria Rilke, e sua
obra é marcada por vibrações rilkeanas.
Sílvio Back nasceu em Blumenau em 1937. Jornalista, crítico e
cineasta, realizou inicialmente alguns curta-metragens (As Moradas, 1964 e
Os bnigrantes) e documentários, estreando em 1968 com "Lance Maior". Em
1970, adaptou a obra de Guido Wilmar Sasse "Geração do Deserto", com o
título de "A Guerra dos Pelados", tema sobre o Contestado. Em 1977, o tema
"nazismo" apareceu no filme "Aleluia, Gretchen". Filmou também "Vida e
Sangue de Polaco" e a "Revolução de 30". O tema Índio-Igreja fllmado em
1983 é o tema de "República Guarani". Publicou os roteiros de "Lance Maior"
e "Aleluia, Gretchen", Fundação Cultural de Curitiba, 1976 e Editora
Movimento, Porto Alegre/RS, 1978, respectivamente. O roteiro de "República
Guarani" foi publicado em 1983, pela Editora Paz e Terra, Rio de Janeiro. É
co-autor do livro de contos publicado em 1964 "7 Anos de Violência".
Geraldo Luz, professor de História, que em 1965 participou da
fundação do jornalzinho "A Opinião", que publicava poesias, contos e
noticiário do movimento literário e jornalístico catarinense, nasceu em Gaspar
em 1935. Foi jornalista, diretor proprietário do jornal "Blumenau Hoje" e
colunista do jornal "A Cidade", no qual criticava ocorrências comunitárias. Em
1975, publicou pela Fundação Casa "Dr. Blumenau", "Os Pecados Imortais"
(19 poemas). Publicou poemas na Antologia "Poetas de Blumenau", edição da
Fundação Casa "Dr. Blumenau". Foi incluído no livro "Presença da Poesia em
Santa Catarina", em 1980. Em 1988, publicou "A Liberdade Oculta". Segundo
o crítico Lauro Junkes,
Geraldo Luz "Dilui as fronteiras entre o concreto e o abstrato, ressaltando o
mistério indefinido".
Percy Ernst Schramm publicou, em 1967, em Kéiln-Grass, "Hermann
Blumenau, der Gruender der SiedlungskolOIúe Blumenau" (Hermann
Blumenau, o Fundador da Colônia Blumenau) seine anfange in Brasilien nach
Briefen an Seine Famílie 184611850, no "Jahrsbuch für Geschichte von Staat -
Wirtschaft und Gesellschaft Lateinamerikas" _ Livro 4.
Afonso Rabe nasceu em Blumenau em 1906. Foi médico, prefeito
municipal de Blumenau (1941/1944) e em 1949 nomeado lente catedrático de
Higiene, Educação Sanitária e Puericultura da Escola Normal Pedro 11. Em
1968, publicou "Noções de Higiene, Educação Sanitária e Puericultura",
impresso pela hnprensa da UFSC (2.500 exemplares). Colaborou com a revista
"Blumenau em Cadernos", onde publicou artigo sobre o Hospital Santo
Antôlúo, poesias e outros.
Nestor Seara Heusi nasceu em ltajaí, em 1903. Além de publicar pela
Casa "Dr. Blumenau", em 1983, "Blumenau de Ontem e de Hoje" e "Cabine
B-73", diário de um turista (Blumenau, edição do autor, 1968), publicou
poesias, entre elas: "Dia da Criança"; "Mãe", "Pátria"; "Felicidade";
Reminiscências"; "Filosofando"; "Ode ao Amor e à Paz", e outras. Em edição
do autor, publicou em 1979 "Um Pouco de Mim da Minha Vida e do Meu
Trabalho", no qual dedicou o último capítulo às suas atividades na EFSC e Cia.
Hering. Na revista "Blumenau em Cadernos", de novembro de 1976, publicou
"Comunicações, Blumenau:
Pioneirismo e Liderança" .
Um trabalho sobre "Arqueologia do V ale do Itajaí" foi publicado por
Walter F. Piazza, com a colaboração de Alroino Eble, em 1968, na revista
"Blumenau em Cadernos" .
Frederico Gembala escreveu "E a Felicidade Voltará", publicada em
Trombudo Central, em edição do autor, em 1969, e versa sobre os valores
morais da família. No mesmo ano, Gelindo Buzzi publicou pela Gráfica 43, de
Blumenau, "Centenário de Timbó", enquanto Benvindo Destefani escreveu
"Notícias sobre a História de Rodeio".
A movimentação literária itúciada na década de sessenta eclodiu na
década de setenta, quando foram publicadas antologias, livros (nas mais
variadas áreas do conhecimento humano) e realizados lançamentos que
colocaram o escritor da "Grande Blumenau" em destaque.
Maria Odete Onório Olsen nasceu em Indaial, em 1953. Jornalista de
televisão, publicou seus primeiros poemas no jornal "Acadêmico", em 1970.
Em 1975 foi premiada no I Concurso de Contos para
Universitários Catarinenses. Em 1979, recebeu Menção Honrosa no II Salão de
Poesia Luso-Brasileira de Minas Gerais. Participa das Antologias "Contistas de
Blumenau 11"; "Contistas e Cronistas Catarinenses"; "Os Contos da FURB";
"Contos e Poemas"; "A Literatura de Santa Catarina"; "Outros Catarinenses
Escrevem Assim" e "Poetas de Blumenau". Em 1974, foi premiada no
Concurso de Contos da FURB com o conto "Sem Rima e Sem Razão" e "O
Elo", no Concurso Virgílio Várzea, em 1979.
Artur José Poerner nasceu em B1umenau em 1940. Jornalista, escritor,
prestou serviços entre 1970/1979 na "A Voz da Alemanha". Escreveu "O Poder
Jovem" (RJ, Civilização Brasileira, 1970), baseado na participação política dos
estudantes brasileiros, tendo publicado a 23 edição em 1979. O romance "Nas
Profundas do Inferno" foi publicado no Rio de Janeiro, pela CODECRI -
Pasquim, em 1979, e premiado em Lorenzon - Itália, com o prêmio Verrina.
Também foi publicado na Espanha.
A bacia do Itajaí foi tema para os trabalhos de Francisco K. Takeda,
"Esboço Geológico da Bacia do Itajaí"; Luiz F. Scheibe e Victor H. Teixeira,
em recursos naturais, "As Rochas dos Municípios do Vale Médio do Itajaí" e
Hélio Romito de Almeida, "Notas sobre a Geomorfo10gia da Mediana e Baixa
Bacia do Itajaí-Açu" (UFSC, 1971).
Beatriz Niemeyer nasceu em Blumenau em 1957. Advogada e
professora de dança e inglês. Escreve poesias desde 1972. Em 1977, com
Lindo1f Bell, integrou a Catequese Poética. Escreveu "Conjugação"- Poemas
(B1umenau, Edição do autor, 1973), com apresentação de Lindolf Bell.
Participa das Antologias, Outros Catarinenses Escrevem Assim; A Literatura
em Santa Catarina, Poetas de Blumenau e Presença da Poesia em Santa
Catarina.
Arcângelo R. Buzzi nasceu em Rodeio em 1930. É doutor em Filosofia
e professor no Instituto Filosófico e Teológico de Petrópolis. Atua na Editora
Vozes e na revista do Serviço de Documentação Católica. Publicou pela
Editora Vozes - Petrópolis, em 1972, "Introdução ao Pensar" (O Ser, o
Conhecer, a Linguagem) e "Clínica do Humano".
Dona Emma faz parte da "Grande Blumenau", e foi em Dona Emma que
Alexander Lenard escreveu "Die Kuh auf den Bast" , publicado em Stuttgart,
em 1963. Também escreveu "Ein Tag im Unsichtbaren Haus" (Um Dia na Casa
Invisível), publicado em 1972, em München - Alemanha. Alexander Lenard
nasceu em Budapest - Hungria, em 1910, e faleceu em 1972, em Dona Emma,
onde repousam seus restos mortais. Exímio pianista, dava um toque mágico à
enluaradas noites de
inverno em Dona Emma.
Enéas Athanázio, que segundo Nereu Corrêa "é um escritor que recria o
dialeto regional ao n{vel da linguagem literária sem incidir nos exageros do léxico
nativo e no excesso de esti/ização" - nasceu em Campos Novos, em 1935.
Promotor Público em várias comarcas do estado, em Blumenau fixou-se até a
sua aposentadoria. Coordena o núcleo de escritores do Vale do Itajaí. Em 23 de
setembro de 1982, trouxe para Blumenau a "Mostra Iconográfica de Lima
Barreto", com material de Nelson Bravo, que no dia 22 do mesmo mês realizou
uma palestra na FURB sobre "Lima Barreto e o Teatro" e "Aspectos da Vida e
Obra de Lima Barreto", integrando a Semana de Letras da FURB. Com a publi-
cação de "3 Dimensões de Lobato" (1975), "Monteiro Lobato", "Promotor
Público" (1976) e "O Advogado Monteiro Lobato" (1977), Enéas Athanázio
tornou-se a maior autoridade em "Monteiro Lobato". Publicou: "O Peão
Negro"- contos (1973); "O Azul da Montanha" - contos (1976); "Godofredo
Rangel" - biografia (1977); "O Promotor Público na Justiça Eleitoral" - jurídico
(1978); "Meu Chão" - contos (1980); "O Mulato de Todos os Santos" - ensaios
(1982); "Tapete Verde" - contos (1983); "Figuras e Lugares" - ensaios (1983);
"A Pátina do Tempo" ensaios (1984); "Falando de Gilberto Amado" - ensaios
(1985); "Presença de Inojosa" - ensaios (1985); "Erva Mãe" - contos (1986);
"Meu Amigo Hélio Bruma" - ensaios (1987); "Tempo Frio" - contos (1988);
"Joaquim Inojosa e a Pregação Modernista" - separata (1983); "Martinho
Bugreiro, Criminoso ou Herói?" - separata (1984) e "Sete Causos Nanicos" -
sanfona (1985). Participa com 18 números de "Em Revista" (1976/1988); 12
Coletâneas de Contos (1975/1988) e trabalhos publicados na imprensa de
diversos estados e no exterior. Do Governo do estado recebeu a Medalha do
Mérito "Anita Garibaldi", pelos serviços prestados à cultura.
Lauro Junkes, referindo-se ao trabalho de Enéas Athanázio sobre
Monteiro Lobato e Lima Barreto, escreveu em "Blumenau em Cadernos", de
novembro/dezembro de 1984: "Quem dera pudéssemos encontrar entre nossos
professores universitários ou entre os cr{ticos literários alguma parcela desse
entusiasmo e dessa dedicação que Enéas devota a esses escritores brasileiros, bem
como a tantos autores catarinenses, que constantemente comenta e divulga.
Arrogo-me, pois, o direito de instituir uma "Medalha de Mérito Limano-Lobatiana", e
confer{-la a Enéas Athanázio, pelos incontáveis benef{cios que seus estudos têm
proporcionado ". Disse ainda Lauro Junlces: "Enéas é um autêntico leitor-mar, um
lúcido mediador, uma inteligência privilegiada a serviço da causa alheia. É
esse o mérito". As críticas sobre a obra de Enéas Athanázio, publicadas
nos mais importantes jornais do país, o prestigiam pelo discernimento
com que trata da obra literária de escritos alheios". Escreve a coluna
"Autores Catarinenses", na revista "Blumenau em Cadernos".
Hilário Cristofolini nasceu em Rio do Sul em 1936. Vítima de acidente
automobilístico, atua na comunidade em cadeira de rodas, realizando
conferências e atendendo doentes e marginalizados. Publicou "Cartão
Amarelo" (SP, Editora Shalon, 1975); "Seqüestro e Resgate de um Cão" (SP,
Editora Shalon); "Deus Mora na Contra-Mão" (SP, Edições Paulinas, 2a edição
em 1984); "Eu fiz Treze Pontos" (SP, Edições Paulinas); "Não há Vaga para
um Outro Cristo" (SP, Edições Paulinas); e "Meu Cristo tem 4.000 Anos" (SP,
O Recado, 1979), foi publicada 2a edição. É sacerdote da Congregação Instituto
Missões Consolata.
Vilson do Nascimento nasceu em Blumenau em 1943. Poeta e contista
surreal, iniciou suas atividades publicando trabalhos no "Lume" e "A Cidade de
Blumenau". Em 1963, com Bráulio M. Schloegel, criou o movimento
zendualista. Aliados ao professor José Ferreira da Silva, os dois zendualistas
fundaram o I Salão Blumenauense de Belas Artes. Vilson foi Diretor do
Departamento de Cultura e Assessor de Imprensa da FURB. Escreveu a coluna
"Arte/Painel", no Jornal de Santa Catarina, como crítico de Artes Plásticas e
Literatura. Participa das Antologias:
"Vôo Vetor" (SP, Editora do Escritor, 1974); "Antologia de Autores Ca-
tarinenses"; "Contistas e Cronistas Catarinenses"; "Contistas de Blumenau I e
n" ; "Outros Catarinenses Escrevem Assim"; "Poetas de Blumenau" e
"Presença da Poesia em Santa Catarina. O conto de sua autoria, "A
Surda-Muda", foi publicado em cadernos especiais da revista "Planeta",
denominado "Contos Fantásticos Brasileiros". Possui contos, poemas e críticas
publicadas no "Caderno de Sábado" do "Correio do Povo". Usa o pseudônimo
Karo H. Torres. Da poesia "As Freiras Lúbricas", da Antologia "Vôo Vetor", é
o terceto seguinte:
"Nos labirintos encurvados de meus dedos
algumas freiras divertem-se
jogando delicadas criancinhas no rio"
Bráulio Maria Schloegel nasceu em Blumenau em 1943. Fonnado em
Direito, cursou Biblioteconomia e Museologia, sendo Diretor da Biblioteca
Central da FURB. Foi Vice-Reitor da FURB no período de 198211986. Com
Vilson do Nascimento, criou o movimento zendualista. Colaborou com jornais
de Blumenau e Florianópolis. Participou de salões de Artes Plásticas e das
Antologias: "Vôo Vetor" (SP, Editora do Es-
critor, 1974); "Antologia de Autores Catarinenses"; "Outros Catarinenses
Escrevem Assim" e "Presença da Poesia em Santa Catarina". Usa o
pseudônimo de Cícero Ramalho. Do "Poema", da antologia "Vôo Vetor", são
os versos seguintes:
"Que guardas das plantas
sem orvalho e
da infância vã?"
Oldemar Olsen Jr nasceu em Chapecó em 1955. Fundou e dirigiu o
jornal "Acadêmico" e a Editora Acadêmica em Blumenau. Atua na Imprensa,
Artes Gráficas, Literatura, Artes Plásticas e Cultura em geral. Integra a
antologia de Literatura Contemporânea do Brasil, organizada pela Editora Mud
Born, de Santa Bárbara, Califórnia, USA. Recebeu Menção Honrosa - Prêmio
Parker de Jornalismo Universitário em 1975. Em 1977, foi premiado no
concurso "Luiz Delfino", de poesia. Participa das antologias: "Os Contos da
FURB"; "O Canto Ainda Existe"; "Contistas de Blumenau n"; "Contistas e
Cronistas Catarinenses"; "Outros Catarinenses Escrevem Assim"; "Poetas de
Blumenau"; "Poetas e Poemas" e "21 Dedos de Prosa".
Hausi Thiede publicou em 1975, em Blumenau, "Solo em Nó Maior".
José Gonçalves nasceu em Indaial em 1919. Em 1951 participou, com
Evelásio Vieira, do Esporte Jornal e da seção esportiva do "Lume". Como
diretor Executivo da Fundação Casa "DI. Blumenau", foi responsável pela
edição da revista "Blumenau em Cadernos". Publicou "Ele Sobreviveu"
(Edição do autor, 1976); "Dico, o Sertanejo Herói" (Editora Lunardelli,
Florianópolis, 1978); "O Cidadão de Três Pátrias" (1982); "Espelhos da Alma"
(1983) e "O Piloto e a Rainha", editados pela Fundação Casa "DI. Blumenau".
Participa das antologias: "Contistas e Cronistas Catarinenses"; "Contistas de
Blumenau I e 11".
Márcio Tavares d' Amaral nasceu em Blumenau em 1947. Formado em
Direito, Doutor em Filosofia e Mestre em Comunicação. Publicou artigos em
revistas nacionais sobre Comunicação, Linguagem e Filosofia Geral. Publicou
"Filosofia da Comunicação e da Linguagem" (RJ, Civilização Brasileiro/MEC,
1977); "O Barro e a Nuvem" (RI, Tempo Brasileiro, 1980); "Filosofia e
História", "Tarefas do Pensamento no Século XX" (RI, Tempo Brasileiro,
1982); "Arte e Sociedade" (RJ, Antares/Pró-Memória/INL, 1984). Escreveu
ainda a "Vida de Rui Barbosa"; "Vida do Marechal Deodoro"; "Vida do Barão
do Rio Branco" e "Vida de Rodrigues Alves", todos pela Editora Três, São
Paulo,
 1974. Aparece na poesia com "A Casa" (RI, Artenova, 1977).
Moacir Gadotti nasceu em Rodeio em 1941. Doutorou-se em 1977 em
Educação pela Universidade de Genebra. É professor na USP e em Campinas.
Escreveu em três volumes, "Textos Básicos de História da Educação" (SP,
Publicações Universitárias Leonel Franca, 1971); "Comunicação Docente"
(SP, Editora Loyola, 1975). A tese de doutorado em Genebra em 1977, versou
sobre "L'éducation contre l'éducation"; Educação do Poder - Introdução à
Pedagogia do Contlito (SP, Cortez Editora Autores Associados, 1980).
Mário Bonatti, natural de Rio dos Cedros, escreveu "A Vida tem a Cor
que Você Pinta" (SP, Editora Dom Bosco, 1978). Sacerdote salesiano com
larga experiência junto aos jovens. Enquanto Antônio Moser, natural de
Gaspar, sacerdote franciscano, aborda os temas "A Maternidade Responsável
Face a uma Mentalidade Contraceptiva"; "Mudanças na Moral do Povo
Brasileiro" e "O Problema Ecológico e suas Implicações Éticas" .
Roberto M. Klein, doutor em Ciências, botânico e ecólogo, escreveu
sobre a "Preservação do Meio Ambiente e sua Importância sobre a
Minimização das Enchentes" (Blumenau, Secretaria do Meio Ambiente,
1978). Colaborou com o Padre Raulino Reitz em 1963, na obra "O Reino
Vegetal de Rio do Sul" .
Urda Alice Klueger nasceu em Blumenau em 1952. Publicou seu
primeiro romance "Verde Vale" em 1979 (Editora Lunardelli, Florianópolis) e
a 23 edição em 1984. Seguem "As Brumas Dançam sobre o Espelho do Rio"
(Editora LunardellilTV Eldorado, 1982) e "No Tempo das Tangerinas" (1 3
edição em 1983 e a 23 em 1984, pela Editora Lunardelli), que formam uma
trilogia onde o Cosmos, a Natureza e o Homem se integram. Publicou ainda
"Te Levanta e Voa" e "Vem, Vamos Remar". Em 1988, publicou o álbum
"Blumenau - A Loira Cidade do Sul", edição trilingüe (português, alemão e
inglês), pela Livraria Alemã Ltda., com ilustrações fotográficas. Participa de
"Contistas de Blumenau I e 11 e Contistas e Cronistas Catarinenses".
Roberto Gomes nasceu em Blumenau em 1944. Publicou os romances
"Alegres Memórias de um Cadáver" e "Antes que o Teto Desabe". Publicou
ainda "Sabrina de Trotoir e de Tacape" (contos) e "O Demolidor de Miragens"
(crônicas). Na literatura infanto-juvenil, escreveu "O Menino que Descobriu o
3 com a revista "Blumenau em Cadernos" .
Sol" em 1982 e a 2 Edição em 1983, como parte da coleção" Ciranda de
Livros". Escreveu o ensaio filosófico "Crítica da Razão Tupiniquim" em 1977
(Editora Movimento e URGS). Participou da Antologia "Assim Escrevem os
Paranaenses", 1977. Os
contos premiados no Concurso Unibanco de Literatura (1978). Os melhores
contos do I Concurso Nacional de Contos Infantis (Santo Alberto Editora -
1979, SP).
Martinho Brunning, formado em Filosofia, nasceu em Tubarão em
1921. Radicado em Blwnenau, publicou "O Mesmo Canto Natural e Outros
Poemas" (1980); "Folha e Flor do Campo" (hai-kais - 1981); "Novos Poemas e
Outros Hai-Kais" (1982); "Meditações quase Poemas" (1983); "Um Tempo
para o Coração" (1984); "Flor e o Cosmos" (1985); "Hai-Kais Escolhidos"
(1985); Micropoemas" (1986); "Verso e Reverso" e "Rastreamento" (1988).
Seus micropoemas são pensamentos carregados de filosofia:
"se o absoluto existe
ele aparecerá. "
José Roberto Rodrigues nasceu em Blumenau em 1953. Seu livro
"Poliedro", editado em Florianópolis em 1980, pela FCC, consta de quatro
blocos com os temas: "Poemas para Caty" - o amor; "Os Noturnos" - a solidão;
"As Memórias" - a descoberta do ser; "Poemas do Ofício" - o poeta. Participa
das Antologias: Contistas de Blumenau I e 11; Contistas e Cronistas
Catarinenses; Os Contos da FURB; Contos e Poemas; A Literatura de Santa
Catarina; Poetas de Blumenau e Presença da Poesia em Santa Catarina. Foi
editor do Suplemento Literário do Jornal de Santa Catarina.
Marita Deeke Sasse nasceu em Florianópolis. Em 1980, publicou
"Blumenau, sua História", pela Editora Lunardelli. Ensaísta e contista,
publicou trabalhos de pesquisa e crítica na Revista da FURB. Professora da
FURB, sua tese de mestrado versou sobre Virgílio Várzea. Sua tese de
doutorado na UFRJ, sobre Literatura, envolve autores nacionais (Lindolf Bell,
Guido W. Sassi e Werner Zotz).
Nemésio Heusi nasceu em Itajaí em 1909. Fundou o jornal "O
Futurista", colaborando durante anos com o jornal "Povo". Escreveu a
"História Romanceada de Blwnenau e do seu Fundador" (1981) e "A Fundação
de Itajaí, sua História, seu Romance" (1983), ambos publicados pela Fundação
Casa Dr. Blwnenau. Nemésio Heusi recebeu, em 1954, a insígnia da "Ordem da
Árvore", no grau de Comendador, do Instituto Nacional do Pinho. Colabora
Eulália Radtke nasceu em Gaspar em 1949. Em 1977, participou da
Catequese Poética de Lindolf Bell. Em 1979, realizou, na FURB, a exposição
Foto-Poemas, com o fotógrafo Ingo Penz. Escreveu "Espiral"
_ poemas (Florianópolis, FCC, 1981). Participa das Antologias: Contistas de
Blumenau lI; Contistas e Cronistas Catarinenses; Contos e Poemas; A
Literatura de Santa Catarina; Outros Catarinenses Escrevem Assim; Poetas de
Blumenau e Presença da Poesia em Santa Catarina. Eulália, lavradora e
fiandeira, foi considerada a revelação da poesia catarinense em 1980.
Roberto Diniz Saut nasceu em Indaial, em 1946. Advogado e jornalista,
colabora com vários jornais do Estado. Em 1968, foi premiado no concurso de
contos promovido pelo jornal "Imprensa Nova", de Florianópolis, com o conto
"O Negrinho". Escreveu "Resistência" poemas (1982) e "Ao Silêncio da Luz"
(1987), ambos pela Fundação Casa Dr. Blumenau. Participa das Antologias:
Contistas de Blumenau I e II; Contistas e Cronistas Catarinenses; Poetas de
Blumenau e Poetas da FURB. É diretor da Câmara Municipal de Vereadores.
Em fins de 1988, publicou "Circo Aparente da Vida Real", pela Gráfica 43 S/A.
Em "Resistência" , Saut escreveu os versos:
"Por que corrompes a pureza da democracia de manifestação e
sufocas teus filhos ao trilho da submissão,
oh, gente pequena brasileira!?
Oh, elitismo crasso de algibeiras!"
Sueli Maria Vanzuita Petry nasceu em Indaial em 1949. Fonnada em
História pela FEPEVI, defendeu tese em História pela UFSC. É responsável
pelo Arquivo Histórico "Professor José Ferreira da Silva" e sócia do Instituto
Histórico e Geográfico de Santa Catarina. Participa e colabora no Encontro
Municipal de Atiradores. Publicou "Os Clubes de Caça e Tiro na Re~ião de
Blumenau - 1859-1981" (Fundação Casa Dr. Blumenau, 1982). E professora de
História na FURB.
Altair Carlos Pimpão nasceu em Curitiba em 1939. Além de trabalhar
com Evelásio Vieira na Rádio Nereu Ramos, em Blumenau, escrevia para os
jornais "Ronda", "A Nação", e para o Jornal de Santa Catarina, onde exerceu a
função de Superintendente. Em 1964, foi convidado para atuar na "Voz da
Alemanha" , atuando também como correspondente do Correio da Manhã e
posteriormente da Folha de São Paulo e outros jornais brasileiros. É membro da
Associação Mundial de Imprensa. Publicou, por ocasião do Sesquicentenário
da Imigração Alemã em 1974 "Vieram em Busca da Felicidade" e em 1982 pela
Fundação Casa Dr. Blumenau, "A Alemanha que eu Vivi".
Para levar ao questionamento os mais variados temas, Álvaro Luiz de
Aguiar, nascido em Blumenau em 1964, publicou em 1982
"Um Livro sem Nome e Cem Frases". Nelo Osti publicou a "História de
Blumenau em Quadrinhos" e Lúcia H. Pereira (cega) lançou em 1983 o seu livro
de poesias" Arauto à Moda Antiga".
Anamaria Ková~s, natural do Rio de Janeiro (1948), reside em
Blumenau desde 1976. E doutora em Lingüística e Mestre em Comunicação.
Jornalista e professora na FURB, é responsável pela edição da revista
"Abertura". Escreveu "Entre a Terra e o Infmito" - contos de ficção científica
(RJ, Shogun Editora e Artes, 1985). Participa das Antologias editadas pela
Fundação Casa Dr. Blumenau, Poetas de Blumenau (1982) e "Contistas de
Blumenau lI".
Harry Wiese nasceu em Presidente Getúlio em 1948, e em 1984
publicou "Meu Canto Amar" e "Girata de Espanto" (contos), pela Fundação
Casa Dr. Blumenau.
Em 1985, o Padre Victor Vicenzi publicou, pela Fundação Casa Dr.
Blumenau, a "História e Imigração Italiana de Rio dos Cedros".
Beatriz Pellizzetti, livre docente em História do Brasil, Museóloga e
bolsista do CNPq, publicou em 1986, pela Fundação Casa Dr. Blumenau e
Gráfica 43 S/A, "Um Banco de Imigrantes em Santa Catarina".
Haroldo Pabst nasceu em Presidente Getúlio em 1942. Como Juiz da 1 a
Vara Civil de Blumenau, aposentou-se em 1985. Exerce a advocacia junto a
empresas. É professor de Direito Processual Civil na Faculdade de Direito da
FURB. É membro da Sociedade de Estudos Jurídicos Brasil-Alemanha. Fez
estágio na Ederhard-Karls Universitãt, em Tübingen, Alemanha. Publicou
"Natureza Jurídica dos Embargos do Devedor" (Editora dos Tribunais, SP,
1986), baseado em pesquisas. Publicou também a monografia "O Crédito
Hipotecário na Execução Movida por Terceiros" , pela mesma editora.
José Endoença Martins nasceu em Blumenau em 1948. Além de
professor e escritor, colabora com diversos jornais do estado. Fugindo da
composição poética tradicional, José Endoença Martins publicou "Me Pagam
pra Kaput", que foi lançado em 1986, precedido de recital, leitura dramatizada
e poemas coreografados. Em 1987, "Me Tomam pra Doril" e em 1988 "Me
Vestem pra Dujon". José Endoença Martins, que desde 1'974 publica poemas,
contos, ensaios e artigos na imprensa, participa das antologias Contistas e
Cronistas Catarinenses, Outros Catarinenses Escrevem Assim e Poetas de
Blumenau.
Apolônia Gastaldi, nascida em Indaial, possui cursos de Psicologia,
Metodologia do Ensino, Sociologia e Administração. Lecionou na FURJ,
FURB e ACE. Com a poesia "Símbolos", conquistou prêmio nacional. Em
1987 publicou o romance "A Força do Berço".
 Edeltraud Zimmermann Fonseca nasceu em Ilhota. Fixou residência
em Indaial após regressar de São Paulo. Em 1981, publicou a novela "Jornada
de Amor"; em 1982, "Quando o Outono Chegar" (contos e poemas). Em 1983,
com apoio das Edições Paulinas, SP, publicou "Portas que se Abrem" e em
1988, "Quero Estar com Você Agora" (poemas), este último pela Fundação
Casa Dr. Blumenau.
Heinz Schiitz nasceu em Timbó em 1933. Médico, publicou trabalhos
literários, entre eles "Acamed, Senecta". Em 1988, publicou "Esses Homens ...
e suas Histórias" (contos).
Ivo Hadlich, blumenauense, publicou contos e poemas nas antologias
Contistas de Blumenau 11; Poetas de Blumenau e Antologia Editsul. Escreveu
textos teatrais para o Grupo Teatral Ribalta, sob sua direção.
Dinaê dos Santos Gelhardt, blumenauense, professora, pós-graduada
em Literatura Brasileira, participa da Coletânea Poetas de Blwnenau. Possui
poemas publicados em jornais e revistas.
Sérgio Antônio do Nascimento nasceu em Blumenau em 1963.
Em 1982, participou da Antologia Poetas de Blumenau. É desenhista
profissional.
Irineu Voigtlaender, natural de Pomerode, fonnado em Letras pela
FURB, publicou o livro "Dementes e de Mitos".
Carlos de Freitas, jornalista, publicou "Quarenta Dias e Quarenta
Noites" .
Evaldo Trierweiler escreveu e publicou, em 1988, pela Grática 43,
"Odisséia no Contestado".
Funcionários do Banco do Brasil de Santa Catarina (Nelson Nones -
Antonio Juraci Carlini e outros), publicaram em 1988 a antologia "Poesia:
Lucidez ou Fantasia?".
Wilmar Marcos Harbs, natural de Indaial, publicou em 1987 "Meu
Mundo está em paz" (poemas), pela Fundação Casa Dr. Blwnenau.
Ralf Kraft, estudante, natural de Seára, publicou em 1988 " Ave de
Rapina" (contos e poemas), pela fundação Casa Dr. Blumenau.
Tânia Rodriglles, nascida em B lume nau , cursou a Faculdade de
Direito da FURB. Foi premiada no "Concurso de Poesias" para universitários
em 1982. Participa da antologia Poetas de Blwnenau. Foi jornalista do Jornal
de Santa Catarina.
Rosane Magaly Martins, blumenauense, foi jornalista do Jornal de
Santa Catarina. Fundadora e Presidente da APEI - Associação dos Poetas e
Escritores Independentes de Blumenau, organizou em 1987 a Antologia
"Poetas Independentes", publicada pela Fundação Casa Dr.
Blumenau.
No dia 11 de fevereiro de 1988, foi lançado na Bibl ioteca Dr.
Fritz Müller o livro dos Poetas Independentes, com poesias de Ana Bacca,
Carlos Alberto Peixer Vinci, Carlos Crescêncio, Eliana Wobeto, Raquel
Furtado, Salete Delourdes, Tânia Rodrigues e Rosane Magaly Martins.
Os grandes eventos literários blumenauenses aconteceram a partir da
década de setenta, quando além de lançamentos de livros e outras promoções,
foram lançadas as antologias "Os Contos da FURB", que engloba os contos
premiados nos anos de 1975, 1976 e 1978, e "Outros Catarinenses Escreveram
Assim", em 1979, atnbas pela Editora Acadêmica. Em co-edição, a Lunardelli e
Fundação Casa Dr. Blumenau publicaram "Contistas de Blwnenau I (1979) e
"Contistas de Blumenau 11" (1980). Em 1982, foi publicada pela Fundação
Casa Df. Blumenau, "Poetas de Blumenau". Além destas, foi publicada pela
Editora Lunardelli de Florianópolis "Contistas e Cronistas Catarinenses"
(1979), da qual participam grande número de escritores blumenauenses.
Sobre a Antologia "Contistas de Blwnenau 1'; o "Jomal do Piauí", de
Teresina, na coluna Caderno de Anotações, assinada pelo crítico A. Tito Filho,
publicou um extenso comentário, finalizando com o seguinte parágrafo:
"Blumenau está de parabéns. Ganhou de presente uma coleção de arte ver-
dadeira, em que a tragicidade dos casos se harmoniza com o aplaudido critério
narrativo de cada um. Livro de talentos novos para incorporação à Santa
Catarina, e especialmente à comunidade blwnenauense de bonitas páginas
literárias vestidas da boa língua portuguesa".
Participaram da Antologia "Contistas de Blllmenall I": Enéas
Athanázio, Herculano Domício, Otto Jaime Ferreira, José Gonçalves, Urda
Alice Klueger, Edith Konnann, CarJos Braga Müller, Vilson Nascimento, José
Roberto Rodrigues, Roberto Diniz Saut e Rogério Neri de Souza.
No dia 26 de setembro de 1986, foi instalada no plenário da Câmara
Municipal de Blumenau, a "Delegacia Regional da Associação Profissional de
Escritores de Santa Catarina", sendo indicado por unanimidade para a
presidência o escritor Df. Enéas Athanázio.
Blumenau também contou com a literatura de cronistas esportivos,
músicos, cantores, religiosos e outros.
Entre os cronistas esportivos destaca-se João Vieira, nascido em
Tijucas em 1917 e que em 1934 fixou residência em Blumenau como
funcionário da EFSC. Entrou para o jornalismo escrevendo a crônica
"Espiando a Maré". Enfocando aspectos da comunidade, criou os tipos
Indulgência Plenária, Fócrates, Tijuquino, Epaminondas, o austero, e Fócrino,
o garoto metidiço. Participou do primeiro jornal blumenauense dedicado aos
esportes, "Cidade de Blumenau" - Edição Esportiva. Sob o pseudônimo de
"Mano Jango", assinava a crônica com o nome de "Bolas Quadradas".
Referindo-se a Artur Laux, do Brasil F. C., João Vieira publicou:
"Reúmatismo no Pimenta Não
maltrata nem um pingo Na
segunda se apresenta
E se some no domingo".
No dia 4 de setembro de 1980, o "Mano Jango" foi homenageado com a
denominação de uma praça na rua Pedro Krauss - "Praça Jornalista João
Vieira". Faleceu em março de 1980.
Entre os músicos e cantores, Heinz Geyer escreveu, entre outros
textos, o "Largo" , de Haendel.
Franz Runze (Francisco Alberto Victar Runze) , músico de banda na
Alemanha, nasceu em 1888, em Schlemmin, Alemanha. Chegou ao Brasil em
1912. Trabalhou na EFSC e em 1923 era integrante da Orquestra regida pelo
Maestro Geyer. Escreveu peças teatrais, entre elas "Viva o Ministro" , opereta
de grande sucesso musicada pelo Maestro Geyer. Entre suas poesias publicou
"Die Chorstunde" (A Hora do Coral):
"Wenn im Morgentau gltinzen Feld und Au,
früh das ernste Tagewerk beginnt,
Wenn der Tag sich neigt,
Wenn die Arbeit schweigt
und ihr Abendlied die Drossel singt".
Estes versos mostram a sensibilidade de Franz Runze, que no dia 19 de
junho de 1973, ao completar 50 anos de atividades na Orquestra do Teatro
"Carlos Gomes" e como professor de flauta na Escola de Música do Teatro
Carlos Gomes, escreveu as seguintes palavras, que seriam lidas no dia da
homenagem se, emocionado, ele não falecesse na véspera:
"Profundamente emocionado pela homenagem dedicada a mim
por ter completado 50 anos de atividades na Orquestra "Carlos
Gomes" corno Flautista - Muito agradeço.
Quem vê 50 anos na sua frente, acha que é uma imensidade de
tempo, quem os olha de trás, nota corno voaram os dias, os
meses, os anos, o tempo passou voando. Mas o que fica e sempre
viverá é o amor, o amor à Divina Música ".
Willy Lõhr nasceu em 1896 em Bielefeld, Alemanha. Aparece em toda
programação musical do Teatro Carlos Gomes até 1941, quando
faleceu no Rio de Janeiro e onde está sepultado. Participou da excursão "Torrão
e Pátria" para o Rio de Janeiro e São Paulo e não mais voltou. No programa de
31 de outubro de 1932 - "V on J ohann Sebastian Bach bis Richard Wagner"
consta o seguinte: "Em memória aos nossos maiores mestres em música e poesia,
trabalho e texto de Willy LOhr e música de Heinz Geyer". Faleceu aos 45 anos de
idade.
Erika Martins Flesch nasceu na Ucrânia - Rússia, em 1925, filha do
professor Heinrich Martins e esposa Alma. Chegou ao Brasil em fevereiro de
1930. Viveu 4 anos em Witmarsun/SC, fundada por imigrantes teuto-russos e
em 1935 veio para Blumenau. Estudou violino desde os 9 anos de idade, atuou
sob a batuta do Maestro Geyer até 1950, quando casou com Alfonso Maria
Flesch. Fez incursões pela música, desenho e poesia. Escreveu "Viver é Lutar",
publicado em 1945. Tem livros infantis publicados pelo Moravia Verlag de
Viena - Áustria. Traduziu e adaptou poesias e textos, entre eles "O hnigrante",
"Viva o Ministro" e "Valéria" obra inacabada de Heinz Geyer, e ainda várias
composições isoladas. Colaborou até 1956 com o "Luzeiro Mariano" e
programa radiofônico "Os Sinos Anunciam", com crônicas semanais.
Co-fundadora do Movimento Social e Educacional Feminino de Blumenau,
que deu origem à implantação dos Centros Sociais do Município. Integra o
Coral Misto do Centro Cultural "25 de Julho". Participa da Associação
Feminina de Blumenau (AFEBLU). Possui medalhas conquistadas em diversas
modalidades esportivas. (Heinrich Martins foi pastor, menonita e um dos
fundadores de Witmarsum).
Margarete Gertrud Busse Scheltzke (Grete Scheltzke) escreveu ... "Elas
voavam pelo imenso vão da igreja para cá e para lá, para cá e para lá, e a sonoridade
das suas vozes ecoava como música. De repente fez-se silêncio. O sacerdote ergueu as
mãos abençoando o casal. Profunda vigflia. O órgão tocou suavemente "Então
torna as minhas mãos ", e como se participassem, nenhuma andorinha se
moveu, porém quando a música do órgão ficou rnais forte elas estavam
presentes, e o seu canto se misturou como júbilo na sonoridade turbulenta da
canção do órgão ... ".
Este excerto do artigo "Schwalben" (Andorinhas), publicado no "Brazil
Post" de 2 de outubro de 1976, mostra a sensibilidade artística de Grete
Scheltzke, que nasceu em Joinville em 1913. A família Scheltzke veio para
Blumenau em 1949. Grete Scheltzke ensaiou e escreveu peças teatrais sobre
temas natalinos, odisséia sobre a imigração, festas juninas e outras que foram
apresentadas na Sociedade Desportiva Vasto Verde, Sociedade Recreativa e
Cultural Lyra e outras. Embora sua deficiência visual não lhe permitisse
escrever notas, não deixou de compor inúmeras
15.
menau Cidade Jardim", em homenagem aos 125 anos de Blumenau. Em 1980, saudade, muita saudade.
compôs o hino "Blumenau Cidade Jardim", que foi entregue ao prefeito de Grete leciona o idioma alemão desde 1954, mantendo ainda um curso
Blumenau, dr. Renato de Mello Vianna, no dia 3 de maio de 1980, para de datilografia, que já formou centenas de alunos. Com os mesmos organizou
16. homenagear os 130 anos de Blumenau. O hino foi lançado na casa de Grete com passeios, apresentações e festas.
a presença do prefeito e a banda do 23 o Batalhão de Infantaria, que executou o Entre os anos sessenta e setenta, enquanto o filho Claus Dieter, que
hino. O hino faz parte do repertório do "Camerata Vocale", que além de também sofre de cegueira, escrevia a crônica "No Jardim do Pai Celeste",
cantá-Io nas solenidades de 2 de setembro de 1983, no Mausoléu "Doutor Grete, apoiada pelo marido e filhos, por muitos anos apresentou na Sociedade
Blumenau", inclui o mesmo em solenidades as mais diversas. Foi executado no Difusora Vale do Itajaí um programa de rádio chamado "Saudação Dominical",
Teatro "Carlos Gomes" e no calçadão da Igreja Matriz, e faz parte do repertório em idioma alemão, tendo na locução a filha Gertrudes e o sobrinho Peter
da Banca Municipal de Blumenau. Grete acha que o hino deveria ser cantado HermalID na resenha dos acontecimentos semanais.
pela juventude blumenauense. Toda a sensibilidade artística e criativa de Grete está impressa nas suas
A "Marcha dos Atiradores", de autoria de Grete, foi gravada em LP pela poesias, contos, crônicas, peças teatrais e música. Ela, que vive há anos sem ver
Banda Musical "Cavalinho Branco". Das suas composições foram feitos vários a luz, ilumina tudo que a cerca. Um exemplo de perseverança e indescritível
arranjos. força de luta e vida.
Muitas reportagens sobre acontecimentos da cidade e trabalhos li- Emil Rossmark, Hermann Globig, Curt Latzke e Grete Scheltzke
terários de sua lavra foram publicados no jornal "Brazil Post", editado em escreveram poesias e vários artigos nas revistas das Festas de Cantores. Do
língua alemã, em São Paulo, e para o qual Grete manda sua colaboração há mais poema "Es zogen die Ahnen", de Emil Rossmark, é a quadra seguinte:
de quinze anos. "Es zogen die Ahnen einst weit übers Meer, zu
Em homenagem ao dia 2 de novembro, Grete escreveu: suchen eine Heimat, die fallden sie hier im
Itajahytal auf sonnigen Hohn.
No Jardim da Saudade De Es fand sich die Bleibe me machten sie schOn. "
lágrimas feito, um belo colar
Juraci Carlini (Antônio Juraci Carlini) nasceu em Benedito Novo em
canç. envolve a rosa mais linda. 1952. Formado em Direito e licenciado em Letras Anglo-Latinas pela FURB,
ões. Duas mãos pequeninas a emoldurar pós-graduou-se em Lingüística pela UFSC. Com diversos cursos de
Em um mais belo quadro ainda. aperfeiçoamento e especialização, Carlini marca sua participação em diversos
1975, Algumas lindas mimosas em flor jornais e revistas do país e exterior. Participa das Antologias: Os Contos da
escre e saudade, muita saudade. FURB; Outros Catarinenses Escrevem Assim; Contistas e Cronistas
veu a Rósea, branca, multicor, Catarinenses; Contos e Poemas; O Canto Ainda Existe; I Concurso de Contos
cançã saudade, muita saudade. de São Bernardo do Campo (SP); Destaques Literários Brasileiros de 1987 -
o em Bauru (SP) e a poesia "Lucidez ou Fantasia" (Fundação Casa DI. Blumenau).
Senti ao ver a jovem assim,
temp Foi professor de Canto Orfeônico e Iniciação Musical. Compôs o hino do
o de que existe algo mais forte.
Grêmio Literário "Ruy Barbosa", de Timbó. Adaptou trechos de música
valsa Maior que a vida, eterno, sem fim,
clássica para canto na escola, compondo letras de fácil assimilação. Dirigiu
"Blu que não morre nem com a morte!
corais, chegando a apresentar-se na televisão (1978/1980). Presidente e
Falou-me seu pranto, de um grande amor, de sócio-fundador da Juventude "Mensageiros da Esperança", grupo destinado a
saudade, muita saudade. divulgar o folclore, teatro amador e valores culturais em Benedito Novo. Foi
N os olhos trazia tristeza e dor e 0
classificado em 4 lugar no I Festival Universitário da Canção, com a compo-
18.
17.
sição "Uma Canção para Seguir". Tem mais de dez composições inéditas.
Victor Vicenzi e Venício Bona publicaram, em 1974, a coleção de
Canções Populares Tradicionais da Imigração Italiana em Rio dos Cedros, e em
1975, Vitório Ledra publicou o Cancioneiro do Imigrante Italiano.
Eduardo Vidossich nasceu na Itália. Estudou em vários países da
Europa, aperfeiçoando-se em Letras Francesas na Universidade de Grenoble,
França. Durante a Segunda Guerra Mundial exerceu funções burocráticas.
Emigrou em 1953, estabelecendo-se inicialmente em São Paulo, onde
participou de exibições e programas culturais com vários cqjuntos de Jazz de
São Paulo (1955-1976). Reside em Blumenau desde 1976, tendo participado
como pianista e ~onferencista em espetáculos os mais diversos. Apresentou em
Curitiba, em 1977, um ciclo de palestras e recital de piano sobre o tema "O Jazz
através dos Tempos". Publicou artigos em revistas e jornais nacionais e
estrangeiros (São Paulo, Rio de Janeiro, Milano (Itália), Lugano (Suíça), etc.), e
quatro livros sobre a música afro-americana, sendo o último "Sincretismos na
Música AfroAmericana", em co-edição com o Ministério da Educação e Cultura
do Brasil. Possui obras inéditas, entre elas um vocabulário prático em seis
idiomas.
Na literatura religiosa, é destaque especial Ismael dos Santos, nascido em
Blumenau em 1965. Bacharel em Administração de Empresas e formado em
Letras (FURB). Redator do jornal evangélico "Sha10m" (Boletim informativo
bimensal das Assembléias de Deus em Blumenau). Ismael dos Santos publicou,
em 1986, pela Editora Casa Publicadora das Assembléias de Deus (RI), o livro
"Adoração em Chamas", uma abordagem sobre o conhecimento dinâmico de
Deus, com 146 páginas e tiragem de quinze mil exemplares. Escreveu também,
com 130 páginas, o devocional sobre as relações fraternas nas comunidades cristãs
"Para que Todos Sejam Um" .
Desde os primórdios, Blumenau conta com intelectuais de mérito que
marcam jornais e revistas. Colégios que mantém academias literárias, cujos
participantes produzem poesias, contos, peças teatrais e participam de debates,
recitais, concursos, etc.
Entre os jornais merece destaque especial o "Mitteilungen des Deutschen
Schulvereins Für Santa Catharina", cujo primeiro número apareceu em janeiro
de 1906, editado pela Tipografia "Der Urwaldsbote". Apareceu regularmente
até 1917. quando encerrou suas atividades em face da Primeira Guerra
Mundial. Publicava matéria especial em
Educação e tinha como redatores o reitor Strothmann, Georg A. Buechler e
Herbert Koch, professores da Escola Nova, professor Fuhrmann, de Itoupava
Central, Rudolf Damm, Rudolpg Hollenweger e outr~s. O número de 10 de
setembro de 1912, data da reunião geral da ASSOCiação dos Professores
apareceu com uma paisagem banhada de sol nascente, sobrevoada por ~a águia
e a inscrição "Bildung macht Frei" (Instrução
Torna Livre).
Nesse número foram homenageados com seus retratos publicados
os mais antigos professores: Ferdinand Hackbarth, Carl Günther, Conrad Glau
Friedrich Schümann e Alwin Uimmel.
O' "Correio de Blumenau" veio à luz em maio de 1932, tendo como diretores e
redatores o Dr. Geysa Bôscoli, então Promotor Público de Blumenau e José
Ferreira da Silva, que informava aos leitores da sua imparcialidade
independência e honestidade. Colaboraram o Dr. Am~deu da Luz Àfonso Rabe,
Edgar Barreto, Oliveira e Silva, Dom PlO Freitas Ha~s Gaertner e outros. Geysa
Bôscoli, hábil no manejo do lápis, n; primeiro número apresentou as caricaturas
de Get~lio Varg~s, Oswaldo Aranha, José Américo, Arthur Bernardes,
Washll1gto~ ~u.lZ, Borges de Medeiros e Assis Brasil. O jornal atuou dentro.
dos prll1CIP~OS e Geysa Bôscoli foi removido para Mafra, quando pe~lU
exoneraça~, voltando tempos depois para o Rio de Janeiro, onde contll1UOU
como bnlhante intelectual e homem de teatro de grande conceito. Ao lado de
José Ferreira da Silva, assumiu o Dr. Abelardo Schneider da Fonseca. Em maio
de 1933, o jornal fundiu-se com o jornal "A Cida?e", co~. o nome de "Cidade de
Blumenau', que foi uma das folhas maIs prestl~iadas do estado. Distribuía todas
as semanas um Suplementos Ilustrado, 1ffipresso
no Rio de Janeiro.
Adquirido por Aquiles Balsini, a diretoria do jornal "~idade ~e
Blumenau" não esmoreceu por ter tomado partido contra a desmtegraçao de
Blumenau, lançando em pequeno formato o jornal "Por Blumenau Unido", cujo
único número apareceu em 3 de março de 1934;, ~?~o. ~m seguida, apareceu
"O Tinhoso", com o título em ven~:lho, o. O lmclal com cara de diabo,
encimado por um forcado em poslçao)10rlZo~tal, ~endo como diretor Anibal
Sonso. Do expediente consta: "Orgão dzabóllco, brincalhão. Só sai aos
domingos. A responsabilidade vai por conta do
diabo". Foi proibido pela polícia. .
"A Nação", fundada por Honorato Tome~i~1,. aparece~ em ma~o. d.e
1943 e em 1944 passou a integrar a rede ?os Dlano~ ASSOCiados, dmglda por
Assis Chateaubriand, tendo com dlretor-presldent~ Alfredo C~:npos e
Honorato Tomelin como diretor-gerente. Em malO de 1953, A
Nação" passa a tlgurar com o subtítulo "O Mensageiro das Selvas", para manter
a tradição do velho "Der Urwaldsbote", de quem havia adquirido a impressora.
Honorato Tomelin também fundou, em 1949, o "Lume", que teve como
dirigentes Aléssio Tomelin e Manoel Pereira Júnior, tendo como
colaboradores, a partir de 1956, Frei Odorico Durieux e Frederico Kilian. O
jornal também teve a colaboração do intelectual Enéas M. de Barros. Em 1969,
Bráulio M. Schloegel e Vilson do Nascimento escreveram no "Lume" sobre
Arte e Literatura.
Entre as revistas, merece destaque especial por publicar documentos e
fatos, ligados principalmente ao passado blumenauense: "Blumenau em
Cadernos", fundada em novembro de 195'/ pelo professor José Ferreira da
Silva. Muitos documentos originais, inclusive relatórios do Doutor Blumenau
que se perderam no incêndio da Prefeitura Municipal foram preservados
devido a sua publicação em "Blumenau em Cadernos", e hoje servem como
fonte de pesquisa sobre a colonização do Vale do Itajaí. A revista publica
documentos inéditos de posse de particulares e existentes no Arquivo Histórico
de Blumenau, entrevistas, a coluna "Autores Catarinenses" e outros.
Dos artigos publicados em "Blumenau em Cadernos", entre outros,
merece destaque especial o escrito em alemão por Otto Stange e traduzido por
Frederico Kilian, publicado em 1960, sob o título "A Vida de Blumenau há 60
Anos" .
"Blwnenau em Cadernos" também publicou no Tomo VI, nO 1, o artigo
escrito por Virgílio Várzea, publicado em 1919 no "Correio Paulistano" (SP):
"Através da Terra Catarinense", que transcrevemos a seguir por tratar-se de
tàto importante e de grande repercussão na época relacionado com a história de
Blumenau:
"Vive-se de lembranças e recordações, sejam elas alegres, tristes, funerárias.
Mas vive-se. Tôda a humanidade, desde o homem mais culto e mundano ao
mineiro e camponês mais simples e rude, vive dessas notações, cenas, quadros,
.filmes, que se vão acumulando em séries várias e infindas, na sua alma e no seu
cérebro, pelo desenrolar sensitivo e emotivo da sua existência.
Sobretudo os artistas das letras, do pincel e do buril, màximamente os
primeiros, vivem os dias, meses e anos, desde a puerícia à mais extrema
longevidade, inteira, profunda e imutàvelmente assim.
John Stuart Mill, o grande .filósofo inglês, disse que lia vida é llma série de
preocupações, assentes sobre as impressões do passado, relembradas nítida e
ininterruptwnente a todo instante e sempre "; Joseph Méry, o delicado idealista,
impressionista e verboso escritor da mais bela e fecunda fase do Romantismo, o
encantador e sútil psicólogo das "Scénes
de Ia vie italienne", "Heva" e "La F/oride" disse que lia vida é llma longa saudade da
véspera".
Quanta verdade e experiência luminosa nessas frases ou pensamentos de
grande profundidade, .fina psicologia e tessitura feliz!
Eu vinha desde Blumenau com o espírito a tumultuar de recordações íntimas,
gratas e suaves da minha meninice venturosa, passada, durante três anos, sôbre
as águas e entre as paisagens do 1tajaí, na parte do seu curso que vai da fóz
àquela cidade, mas especialmente no pitoresco trecho de Blumenau a Caspar,
onde mais vivi e me expandi, por esse tempo, em folganças e arteirices sem.tim,
volvendo ainda ali a minha adolescência e começos da mocidade, e por ali
passando penultimamente - fazia dez anos - acompanhado de Diniz Júnior,
camarada querido e excelente colega de há um lustro para cá, na inspeção de
ensino do Distrito Federal. De sorte que, nesta nova excursão, ao deixar, ao
apartar-me - talvez para sempre, quem sabe! - das sugestivas e amadas ribas do
1tajaí, exploradas e devassadas inicialmente pela "bandeira" do Vicentista José
1
Pires Monteiro , que fora, em 1653, atrás das antigas jazidas de ouro do morro
do Taió às cabeceiras desse rio - eu recordava ou evocova ainda,
emocionalmente, a cada instante, outras cenas indeléveis dessas estâncias de
toda a minha vida.
E dentre tais cenas, esta destacava vivamente:
Era num dia remoto do ano de 1875, a bordo do "São Lourenço" ao an-
coradouro do Caspar.
Chovera torrencialmente tôda a semana até a antevéspera. O rio ia
ameaçadora e medonhamente correntoso e avolumara extraordinàriamente as
suas águas, subindo do nível cerw de dez metros.
Toda a sua supeifície comumente escura, mas de uma transparência cristalina
aos baixíos e coroas, apresentava-se toldada, turva, barrenta, de uma cor de
ocre sujo. A graciosa ilhota da Figueira Crande desaparecera sob a
entumescida e sinuosa faixa fluvial, deixando, apenas, de fora o imenso
simbório rendilhado de sua velhn árvore, que eu vira dantes basílica soberba de
verdura! - elevando triuntalmente, festivamente, ao Azul os cânticos e hinos
arrebatadores dos passarinhos felizes, mas ainda assim náufraga semi-morta,
sem assistência e socorro possíveis, mas ainda assim amada e beijada
marulhos({/nente pelas espumantes e ro/adoras ondinhas do rio. As barrancas
de um e outro lado pareciam sumidas, enterradas, afogadas na longa toalha
líquida, como um vasto e pel.feito
curso de planície. .
A água, felizmente, para de subir a noite anterior, tranqüilizando assim as
pobres populações ribeirinhas, já em sobressalto e angústia no terror de uma
daquelas inundações que de longe em longe, flagelam e devastam
aniquiladoramente vida\" e plantações, em todo esse rico e fecundo vale
do 1tajaí.
Aproveitando uma tal circunstância, que só sucedia de anos a anos, ra-
rissimamente, Luis Altenburg e outros negociantes, de combinação com o
comandante, resolveram subir, ao alvorecer daquele dia, até Blumenau,
onde jamais fora e se vira navio de tamanho porte e lotação.
Por isso, expedira-se muito cedo, para aquela cidade, um emissário a
comunicar a boa nova.
E às 6 horas da manhã êle e seus companheiros chegavam a bordo, onde já
tudo e todos estavam preparados e a postos, com barco pronto a suspender.
Como se sabe, o único impasse ou obstáculo à navegação de grandes navios
até Blumenau - essa pequenina Colônia ou Strassburgo catarinense - é o
estreiro e raso canal de Belchior, acessível apenas a iates, lanchões, lanchas
e canoas. Mas agora, com aquela cheia excepcional do rio, podia bem
passar ali um transatlântico ou um grande couraçado. Pelo que o
comandante, João Esteves Várzea2 não vacilara em prolongar o seu
itinerário para fazer aquela recreativa e curiosa viagem. E também porque
a barra do Itajaí, embravecida e revoltada pela lestada dominante e as
grossas águas do monte, não dava saída, nem entrada, nesse dia, a nenhuma
embarcação.
O "S. Lourenço" arrancou rio acima, com as suas oito milhas horárias, às 6
horas e um quarto. Ia todo embandeirado em arco, porque a excursão era de
júbilo e se estava a 24 de dezembro, véspera de Natal, a grande festa da
cristandade.
Quase todos os excursionistas tinham-se feito acompanhar das respectivas
famílias, de uma pequena charanga e de uma boa provisão de foguetes ao
ar. Assim pela câmara, convés e tolda do paquete havia uma verdadeira
festa vivamente animada pela algazarra alegre dos homens, mulheres e
crianças, pelas variadas e contínuas execuções musicais e pelo espoucar
espaçado e ruidodo dos foguetes manchando de flocos de fumo o céu azul
imaculado de onde o sol, surgindo a leste, envolvia águas e campos num
polvilhamento de ouro.
De vez em quando sUbitamente, a "sereia" de bordo rompia em prolongados
e aglidíssimos silvos, a cada volta do rio, e o gado, que a um lado e outro
pastava serenamente, colhido de chofre por semelhante estridência e pelo
"schlôp-schlôp" das rodas do "S. Lourenço ", deitava a fugir loucamente, em
debandada de pânico, para as matas interiores.
Ambas as margens e àfrente das habitações rurais que as povoam de espaço
a espaço, os habitantes se aglomeravam, em atitudes de surprêsa e pasmo,
ante o singrar do vapor. Os de bordo acenavam-lhes então alegremente da
tolda, adeuses e saudações, e êles correspondiam de mãos ao ar, abanando.
No Belchior, onde a maior parte da população, já sabedora da viagem,
acudira alvoroçada e curiosa à aventura do rio e ao pequeno embarca-
douro, houve como um festivo e entusiástico desafio e despique de cum-
primentos e foguetes, partindo de um lado e de outro.
E o "S. Lourenço" passou rápido e intrepidamente êsse ponto perigoso, onde
o rio ocultava então sob a sua enorme cheia, os baixíos arenosos e os
escuros cachopos, bem assim o lindo ilhéo das palmeiras - tristes náufragos
fluviais! - cujas frondes mal se viam esfrolando à correnteza. Duas horas
depois Blumenau surgia à proa, tôda embaideirada e garrida como o
próprio "S. Lourenço", e tendo a ampla e longa aléa de pôrto literalmente
coalhada de povo. O vapor desmanchava-se em foguetes, a charanga
tocava efusivamente e a gente do Gaspar como a maruja entusiástica do
paquete expandia-se numa gritaria a êsses "vivas" e "hurrahs", enquanto
pelas antenas e cordoalhas de suas embarcações as bandeiras e
galhardetes multicolôres palpitavam vitoriosamente no ar, à margem
fresca e aromal do rio.
Em terra, por sua vez, os foguetes subiam ao céu seguidamente, profusa-
mente, em estouros de alegria e triunfo, e bandas alemãs estrugiam so-
noramente nos seus repertórios clássicos, em que tinham primazia os
trechos de Wagner e Kulach, explodindo em sinfonias j7amantes, guerrei-
ras, atroadoras.
Daí a instantes, o vapor atracava ao cais e o presidente da municipalidade
com seus vereadores, seguido das autoridades e dos notáveis da cidade,
assim como, famílias e pessoas do povo, invadiam o navio por bombordo e
subiam ao passadiço e à tolda a cumprimentar e abraçar o comandante
como a Luiz Altenburg, por aquêle acontecimento que tanto honrava
Blumenau.
Já a êsse tempo a Sociedade dos Atiradores composta talvez de dois mil
homens estendia em linha pela aléa do cais e dava várias descargas de
saudação ao "S. Lourenço", ao som do hino catarinense e hino nacional. O
imediato de bordo, que já estava preparado para isso, fêz disparar diversas
vêzes o pequeno canhão do paquete, chamado "cachorro" e destinado a
sinal de socorro em caso de naufrágio na costa, correspondendo às salvas e
boas-vindas dos garbosos atiradores blumenauenses.
Em seguida todos desembarcaram com o comandante Várzea àfrente, no
meio do imenso e febril movimento de júbilo em que se agitava à plenitude a
formosa Blumenau.
E enquanto Altenburg e os demais de Gaspar seguiam com suas famílias, os
numerosos amigos que os tinham ido receber, o comandante com os seus
oficiais - em cuja companhia eu me achava também - a convite do chefe da
municipalidade, subiram para dois belos carros de passeio, a percorrer a
cidade e seus arrabaldes.
Foi a primeira vez que visitei Blumenau e, se não conhecesse então per-
feitamente Joinville, onde estivera já muitas vêzes e fizera até então "se-
jours" demoradas, a minha impressão teria sido verdadeiramente
surpreendente, extraodrinária. Ainda assim ela foi excelente e por isso eu a
registro aqui com satisfação, como procedera em 1887, no "Mercantil"
(primitivamente "Diário Mercantil") de São Paulo, nessa época o
jornal mais literário e brilhante de todo o Brasil, dirigido pelo grande e
admirável espírito de Eduardo SaIam onde, jornal onde publiquei um longo
trabalho intitulado "Um grande pensador", trabalho em que estudava, e
estudo, a ínclica personalidade do dr. Cama Rosa, como ,filósofo, so-
ciólogo, estadista e político.
Percorrida a cidade, o presidente da Sociedade dos Atiradores ofereceu um
almôço ao comandante Várzea, na sede dessa associação, ao qual se seguiu
um torneio de tiro ao alvo, a mil e poucos metros de distância com fuzis
"Mauser" do exército alemão, no torneio aquêle comandante que era um
peifeito "shooter" manteve-se à linha dos militares germânicos então ali a
passeio e que lhe deram um pequeno mino, como lembrança.
Após essa e outras ligeiras recepções em clubes e casas importantes, os
maiorais de Blumenau instaram com o velho chefe marujo para que se
passasse ali a noite, regressando ao Caspar no dia seguinte.
E o comandante, encantado pela cidade como por tudo que o cercava, já se
dispunha a isso, quando, pelas 3 hora~ da tarde, apareceu o "prático" a
dizer-lhe, apreensivamente, que, segundo observara, as águas do rio
baixavam mais de um centímetro por hora.
O velho nauta ficou alarmado e subitamente tomou o caminho de bordo,
acompanhado sempre dos principais cavalheiros de Blumenau, a quem
prometeu voltar, apenas passa~se o Belchior e aí fundeasse o vapor, pois nesse
instante a sua única preocupação era livrar o "S. Lourenço" de uma prisão,
senão eterna, pelo menos de anos e anos no pôrto de Blwnenau, pois o navio só
poderia safar com uma nova enchente.
Efetivamente, ao chegarmos a bordo, verificou-se pelas margens do rio,
que as águas tinham baixado quase dois metros.
Como o vapor estava apenas de fogos abafados, o comandante mandou de
pronto "puxá-los" e, daí a instante, ferro a pique, punha mftquinas adiante.
Mas como a correnteza era ainda de quase três milhas por hora, quando o
paquete, para "virar ", meteu a proa à foz do Carcia, que atravessa a
cidade, a mesma correnteza, engrossada consideràvelmente pelas águas
dêsse ribeirão, creando um remanso contra a margem direita, impeliu para
aí o navio, que "mentiu" a virar.
Foi então uma rascada de mil demônios, em que a~ vozes de comando
(transmitida pelo antigo porta-voz, pois não havia ainda o telégrafo das
máquinas), eram repetidas freneticamente, num lufar de manobra~:
- Adiante! Atrás! Carrega o leme a bombordo! Carrega todo ... mais ...
mais! Larga a bujarrona para ajudar a virar! Caça! Caça a beijar ...
E o "S. Lourenço ", nada! Parecia não querer deixar Blumenau.
Mas para êsse consumado mestre de mar que era o comandante, a arte
náutica não tinha segredos, nem esgotavam jamais seus recursos.
E, alto, forte, de ossatura e músculos desmesurados, olhando um instante
em tôrno, ,com o rosto rapado, em brasa, muito queimado pelo sol,
gritou estentoricamente:
- Imediato! Mande dar uma espia àquela árvore e, feita a volta ao tronco,
mande virar o molinete, e alar! Alar afio, e de vez! ...
A manobra realizou-se como fôra ordenada. O paquete "fêz cabeça", virou
de pronto e suavemente como um pássaro. E voou, rio abaixo, agora a 12
milhas de marcha pela fôrça da corrente.
A população de Blumenau, que assistira do cais a manobra, aplaudiu o
safamento do vapor com uma salva de palmas.
Em resposta, o pavilhão nacional à popa do "S. Lourenço" subia e descia
na haste, em saudação de despedida.
Em minutos alcançamos o Belchior onde dois carros nos esperavam para a
volta a Blumenau.
Mas o comandante não estava mais por isso, escarmentado com a "enta-
ladela" do Carcia, e tocou-se para o Caspar.
Altenburg e seus companheiros, com as respectivas famílias, regressaram
aos lares por terra, pela madrugada.
E o extraordinário caso da ida do "S. Lourenço" a Blumenaufoi celebrado
com grande admiração não só pelas fôlhas locais, como pelas da capital
catarinense e as do Rio e São Paulo, sendo também noticiado com
entusiasmo pelos jornais de Berlin e principais cidades da Alemanha.
1) Filho de Francisco Dias Velho Monteiro, primeiro povoador e civilizador da Ilha <!e
Santa Catarina e que para ela se transferiu, vindo de São Vicente, em 1851. Este grande
paulista foi o fundador do povoado do Destêrro, depois capital da antiga província e hoje
do Estado, com o nome de Florianópolis.
2) Pai de Virgílio Várzea."
Em agosto de 1986, sob a gestão do Reitor Professor Arlindo Ber-
nart, começou a funcionar oficialmente a Editora da FURB sob a res-
ponsabilidade de um Conselho Editorial e uma Diretoria Executiva.
Integram o Conselho Editorial desde a fundação os professores Olivo
Pedron, Aloir Amo Spengler, Bráulio Maria Schloegel, Anamaria Kovács
e, posterionnente, José Endoença Martins. O primeiro diretor executivo foi
Oldemar Olsen Jr., seguido do professor Sálvio Alexandre Müller, e
Sandra Heck.
N o decorrer de quatro anos, a Editora da FURB publicou vinte e duas
obras, entre elas, algumas de renomados professores. Foram publicadas:
"Algebra - Brincando- Redescobrindo-Compreendendo" de Vilmar
19.
Zermiani; "0 Cancioneiro do Imigrante Italiano" de Victario Ledra; respectiva Câmara Municipal,
"Colonização e Indústria no V ale do Itajaí" de Maria Luiz Renaux Hering; que se acha reunida em Sessão
"Comércio Interamericano" e "Negociações em Mercados Internacionais" de Extraordinária, e presidida
Dalton Dalmon; "Como Ensinar e Aprender Inglês" de José Ricardo; "Os pelo seu Presidente o Cidadão
Contos da FURB" - Maria Odete Olsen et alii; "Os Contos Premiados da Tenente Coronel José Maria do
FURB" - Roberto C. Belli et alii; "Controle de Produção Unificado e o Valle, sendo presente o Doutor
Computador" e "Engenharia de Custos" de Franz Allora; "O Controle dos Atos Frederico Müller, estabelecido
Administrativos pelo Ministério Público" de Raulino Jaco Bruning; "Ficção e na Colônia Blumenau, pedindo
Realidade em São Bernardo" de Godofredo de Oliveira Neto; "Opressão e no Requerimento retro que por
Depredação" de Sálvio Alexandre Müller; "Pacto Social" de Ricardo L. virtude do Decreto nO 808 de
Hoffinann; "Os Pecados Imortais Batizados e Novamente Modulados" de 16 de junho de 1855, eu lhe
Geraldo Luz; "Pedagogia do Silêncio" de Victor Tomelin (esgotado); "Peixes tomasse por termo a seguinte
do Estado de Santa Catarina" de M. P. Godoy; "Quanto Vale uma Semente de Declaração, que sendo aceita
Árvore Nativa?" de Wigold Schaeffer; "Receitas: Peixe e Marreco", resolve a mesma Câmara, pelo
selecionadas por Peter Garadi e P. Bertelli; "A Sociedade Colonizadora Dispacho que se vê proferido
Hanseática de 1897" de Klaus Richter; "Sonhos de Criança" de Anamaria no mesmo Requerimento, que
Kovács; e "Um Deus sem Dogma" de Tadeu Mikowski. se lavra P. tenno no respectivo
A FURB publica também a "Revista de Divulgação Cultural da FURB", livro, do qual se extrahisse
coordenada pelo professor José Endoença Martins. copia para servir ao
peticionario na sua pretenção -
Declaração - Que o
Supplicante
quer ser cidadão brasileiro, e
fixar seu domicílio neste Imperio deixando de pertencer à Alemanha, isto é,
Johann Friedrich Theodor Müller, o "Príncipe dos Observadores deixando de ser cidadão alemão. Que a sua religião é a protestante. Que é
iã Natureiado Brasil"~o foi chamado por Chailes DarWÍn, nasceu em casado com Alemã e de seu matrimonio tem trez filhos. Que o lugar do seu
Windischolzhausen, perto de Erfurt, no dia 31 de n1ãrçode 1822, filho nascimento na Alemanha é Saxonia, e que é filho ligitimo de João Müller e de
do Pastor Johann Friedrich MülleI. Em 1828, mudou-se com áS pais Carolina Premmdorff - E desta maneira tendo feito a sua Declaração como se
para Mueh1berg, e em 1852 veio para o Brasil com3_eJo<;posa~e uma vê do Requerimento retro, se lavrou o presente Termo que assignou a mesma
filhil1ha. Em 1856, naturalizou-se brasileiro •.. conforme a seguinte Carta Câmara e o peticionário - E eu Manoei Joaquim de Almeida Coelho,
de Naturalização: (ortografia da1poca): Secretario da Câmara que o escrevi." asso O Presidente Tte. Coronel José
Maria do Valle -1856; Dr. Frederico Müller. ".
Termo de Declaração que faz o Dr. Frederico Müller, com o Professor por vários anos no Liceu Provincial de Desterro (Floria-
fim de obter Carta de Naturalização como abaixo se nÔpolis), emBlumenau, no seu lar, o DI. Fritz Muller, alem _e se Cíeêficar ao
declara: ensino das primeiras letras e demais matérias às suas filhas, 'procuravâ
despertar nas mesmas 0_ interesse para ~s belezas natt!!'ais _e faJ1lbém..os
"Aos nove dias do mez de Agosto do anno do Nascimento de Nosso perigos do ambiente em que viviam. Com~ falta de livros did~ticos,
Senhor Jezus Christo de mil oito centos e cincoenta e seis, nesta Cidade do experimentou escrever algumas poesias baseadas em fatos e o -
Desterro Capital da Província de Santa Catharina em o Paço da
servações daí'rópria natureza. Através da poesia "JARARACA", o Dr. Fritz
Müller transmitiu às fIlhas o que deveriam saber sobre a jararaca.
"Wie ist es doch im Hause so schwüll,
In der Laube, da ist es schattig und kühl,
Und süsse Früchte bietet mir da
Zur Labe die koestliche Maracujá
Gesagt, getan, mit leichtem Sinn
Eilet der Knabe zur Laube hin;
Und wie er geht, dafolgt ihm sclmell
Sein Hündchen mit Springen und munderm Gebell!
Und sieh, am Weg in guter Ruh
liegt eine Jararacassu,
und sonnt sich - nach ihrer Weise -
Geringelt in dichte Kreise.
"Nicht ungereizt", der Vater spricht,
"Die boese Jararaca sticht",
"Drum will ich still vorübergehn,
So wírd mir ja kein Leid geschehn". Und
stille bleibt die Schlange liegen, Kaum
faengt sie an ihr Haupt zu wiegen Und
züngelt, ais wollte sie sagen:
"Zu nah darfst Du Dich nicht wagen!"
O Hündchen, folgtest Du deinem Herm!
Doch der Vorwitz laesst das Necken nicht gem, Er
bellt nach der Schlange mit Ungestüm:
"Gehfort, Du garstiges Ungetüm".
Umsonst ruft das Hündchen der Junge, Schon
hebt sich die Schlange zum Sprunge,
Und oeffnet den Rachen undfaehrt nach dem Hunde,
Und schlaegt ihm die toetliche Wunde.
"A.qui dentro de casa, oh que calor sufocante, NIJ
caramanchão há sombra refrescante
lk deliciosos frutos me oferece lá,
Para meu deleite, o pé de maracujá!"
Dito e feito, e sem muita reflexão,
Corre o menino ao abrigo do caramanchão; E
assim que vai, lhe segue sem tardar
Seu cãolinho, aos pulos e vivo ladrar!
E veja lá, no caminho espreguiçada
Umajararacuçu está deitada
Ao sol - de seu modo acostumado -
Anelada em círculo apertado.
"Meu pai diz: "Só quando irritada A
má jararaca dá sua picada ".
"Por isso vou passar quieto sem a molestar,
Assim nenhum mal ela me vai causar".
E imóvel ajararaca continua a balançar, Mal
levantando a cabeça a balançar,
Só sibilando, como que quisesse alertar:
"Muito perto de mim não deves tu chegar!"
Oh, cãozinho, terias tu seguido o teu patrão!
Porém o intrometido não deixa a provocação,
Late contra a cobra muito valente:
"Sai daqui, tu monstro indecente ".
E o menino chama seu cachorrinho em vão; Já
se prepara para o bote a serpente
E abre a boca e se lança contra o cão,
Abrindo a ferida mortal com picada peçonhente.
O Dr. Fritz Müller era modesto e de hábitos simples, trajava-se sem
preocupação e geralmente andava descalço, bem diferente do cidadão de botas
e indumentária, retratado na estátua da praça que tem o seu nome. Lecionou
Matemática e Ciências Naturais, no Liceu Provincial de Desterro durante 11
anos, época em que realizou importantes pesquisas &:Qbre mo1uscos e
crustáceos nos costões e praias da ilha de Santa Catarina.
Pela sua maneira de "ser", certa ocasião foi alvo de chacota de uma
moça quando descalço passava pela estrada principal da então Colônia (atual
Rua XV). Pessoas revoltadas com a falta de respeito publicaram no jornal
"Immigrant" a seguinte nota:
"Besser ist's barfuss in Ehren,
Ais gestiefelt in Schande zu gehen. "
(Mais vale andar descalço e honrado que desonesto e de botinas.)
Em outra ocasião, o Dr. Fritz Müller foi vítima de outra grosseria
por um elemento masculino da juventude brasileira do século passado. Após
dias de chuva, na primeira estiagem e numa noite escura, o Dr.
Fritz Müller saiu para realizar suas pesquisas munido de uma lanterna. Dois
irmãos, aborrecidos da monotonia dos dias de chuva, ao divisarem a luz de uma
lanterna na esquina da Igreja Católica e reconhecerem o Dr. Fritz Müller,
comentaram que ele talvez iria observar os fonnigueiros para estudar a reação
das formigas à infiltração das chuvas prolongadas nos seus ninhos. Um dos
irmãos comentou ainda o trabalho delicado do sábio, porém o outro respondeu
que achava o Dr. Fritz Müller um idiota e que iria mostrar como o faria ficar
desorientado. a rapaz sumiu nos fundos da casa e reapareceu na rua em direção
ao Dr. Fritz Müller, esbarrando no mesmo que, assustado, estatelou-se na lama.
Todos da casa acorreram ao grito do sábio ajudando-o e tentando convencê-l o
a não expor-se às intempéries. a Dr. Fritz Müller contou que alguém o
derrubara ou escorregara, ofuscado talvez pela luz da lanterna e que saíra
correndo após o acidente. a Dr. Fritz Müller agradeceu a ajuda e o causador do
acidente, que fora repreendido pelo irmão, envergonhado, nunca mais jogou
alguém na lama.
_Entre outras funções, o Dr. Fritz Müller também exerceu a d~ Inspetor
Escolar da Colônia Blumenau, sendo substituído pór Cesar dos Reis Pereira
Cardoso no dia 5 de março de 1881.
Em 1883, o Dr. Fritz Müller foi acusado pelo jornal "Immigrant" de
"transformar o paraíso que era a Colónia num inferno". Ele defendia os
colonos contra as arbitrariedades da Comissão Joaquim Antunes, acusada pelos
colonos de lográ-los nos salários, indenizações, etc. a que tinham direito
durante a reconstrução de Blumenau, após a enchente de 1880. Joaquim
Rodrigues Antunes, que se casara com a filha de Karl Wilhelm Friedenreich,
conseguiu adeptos através do sogro, porém o Dr. Fritz Müller foi apoiado por
elementos de destaque da Comunidade, que publicaram no "Blumenauer
Zeitung" de 2 de junho de 1883, a seguinte declaração:
"A fim de esclarecer os que pela leitura dos jornais acompanham a vida
local, declaramos que é uma irifustiça atribuir ao nosso respeitável con-
cidadão, Dr. Fritz Müller, a perturbação da paz da família blumenauense.
Os perturbadores do "eden blumenauense" devem ser procurados em outra
direção. Blumenau, 31 de maio de 1883. (ass) H. Probst, Viktor Gaertner,
Dr. W Eberhard, Julius Baumgarten, Louis Sachtleben, H. Avé Lallement,
Dr. Herrnann Blumenau, Sametzki, F. Schrader, Friedrich Deeke,
Friedrich van Ockel, Bernhard Hoeppner, Hermann Baumgarten, Peter
Hartmann, F. Faust, Heinrich Froehner, Guid.o von Seckendorf, Dr.
Francisco Volloton, H. Watson.".
a Dr. Fritz Müller mantinha farta
correspondência, principalmen-
te com Charles DalWin, pois em carta datada de 9 de setembro de 1868
escreveu para DalWin dizendo que o inverno de 1866 no Vale do Itajaf foi tão
rigoroso que as jacutingas (penelope pipile) desceram das serras e queem poucas
semanas foram abatidas cerca de cinqüenta mil.
Simples e modesto, o Dr. Fritz Müller chamava pouco a atenção da
população. Entretanto, devido à sua capacidade de observação e contribuição à
ciência, ocupou lugar de destaque entre os maiores pesquisadores da época. Do
seu círculo de amizades faziam parte os que se interessavam por suas pesquisas,
portanto, era pouco visto em sociedade. Não se envolvia em política, entretanto
interferiu na polêmica sobre a Comissão Joaquim Antunes e também quando
defendeu a monarquia. A falta de apoio no lar o levou a desfazer-se da sua casa
e ir morar com a filha (Senhora Brockes), fato que muito o abalou por não poder
dedicarse às ocupações habituais. Com o ânimo abalado, o Dr. Fritz Müller veio
a falecer no dia 21 de maio de 1897, às 10 horas da manhã. Na beira do túmulo,
os sócios da Sociedade de Canto "Germânia" o homenagearam com canto
fúnebre e seu amigo Paul Schwartzer proferiu o seguinte necrológio:
"Encontramo-nos hoje à beira dum túmulo em que teve seu remate uma vida
tão rica em trabalho, sucesso, honra e fama, como rarissimas vezes terá
sid.o concedida a qualquer mortal. A notícia consternadora do passamento
do amigo tão reverenciado corre hoje por todas as partes habitadas da
terra, até onde chega a faísca elétrica, pois seu nome é conhecido em todos
os lugares em que viceja a ciência, onde quer que exista um representante
da mesma. Quanta gente, meus caros ouvintes, nos inveja pela felicidade
de, por tantos anos, termos tido em nosso meio um homem no qual tudo era
digno de admiração, a começar pelos conhecimentos extensos e pelo êxito
notável de suas pesquisas, que o habilitaram a transfonnar-se no
colaborador e conselheiro das maiores sumidades da ciência. Mas, o que
sem dúvida o torna mais digno de admiração foi sua infinita modéstia, que
não lhe permitiu tornar conhecidos seus sucessos, a fim de colher a fama
bem merecida. Só mesmo homens como Agassis, Darwin e outros deixaram
claro em suas obras quanto devem à colaboração do Dr. Fritz Müller, que
através de suas pesquisas, por exemplo, já havia elaborado parte das
teorias de Darwin, antes que este mesmo tivesse fixado seus contornos. Foi
principalmente o reconhecimento e a gratidão de Darwin, manifestadas
com toda a franqueza e lealdade em suas obras, que na época constituíram
um acontecimento de repercussão mundial, que fizeram com que, de
repente, todo o mundo cientfjico tivesse suas atenções despertadas para um
homem que,
juntamente com seu irmão, senhor August Müller, se fixou aqui, em 1852,
no início da colonização, para escapar às perseguições políticas que na
pátria alemã atingiam todos aqueles que já então se entusiasmaram por
uma Alemanha grande e unida. "
Nosso finado amigo obteve o grau de doutor em 1844, na Univer-
sidade de Berlin.
Depois de urna permanência de dois anos em nossa Colónia, então
recém fundada, mudou-se para Desterro, juntamente com a esposa, que já o
precedeu na morte, e lá exerceu durante cerca de doze anos a função de
professor nos estabelecimentos de ensino mais graduados. Nesses anos,
gastava quase todas as horas livres em observar, na mata ou à beira-mar, a
atuação maravilhosa da natureza e de seus entes e em investigar a origem
da evolução dos mesmos.
No ano de 1876, foi nomeado para o cargo de Naturalista Viajante,
do Museu do Rio de Janeiro, para o qual trabalhou por muitos anos. Nesse
estabelecimento estão guardados até hoje os fmtos de sua longa atividade, à
espera talvez de uma mão predestinada, capaz de colher os. tesouros
científicos ali escondidos e dar-lhes o merecido valor. A pátria adotiva não
lhe dedicou a gratidão a que fazia jus pela ação meritória, mas esta gratidão
lhe foi dispensada pela pátria de origem. Já no ano de 1868, obteve uma
honraria que só costurna ser dispensada às maiores sumidades do mundo
das ciências ou a pessoas beneméritas de elevada categoria. A Universidade
de Bonn concedeu-lhe, juntamente com o príncipe herdeiro da Prússia, que
posteriormente viria a ser o Imperador Frederico 111, e o célebre médico e
cientista Pasteur, o título de "Doutor Honoris Causa". A Universidade de
Tübingen e a Academia LeopoldinoCarolfngia enviaram-lhe diplomas de
"Doutor Honoris Causa", e por ocasião do seu jubileu dos cinqüenta anos, a
Universidade de Berlin o nomeou "Doutor Honoris Causa" em Filosofia e
Artes Liberais. Foi nomeado Membro Honorário da Sociedade Botânica da
Provfncia de Brandenburg e da Sociedade de Ciências Naturais de
Hamburg - Altona, e sócio correspondente da Sociedade de Pesquisas
Naturais de Senckenberg e da Academia de Ciências da Argentina. Muitas
foram as honras e dignidades derramadas sobre ele, rnas até mesmo seus
amigos mais chegados mal tiveram conhecimento disso, pois sua modéstia
irifínita não permitiu que tais distinções se tornassem conhecidas. No seu
septuagésimo aniversário, transcorrido no dia 31 de rnarço, há cinco anos,
teve uma grande alegria. Em Berlin, foi constitu{do um comitê formado
pelas maiores sumidades da Ciência, que doaram um gigantesco álbum
artisticamente trabalhado, para o qual os sábios e pesquisadores de quase
to-
dos os pa{ses do mundo enviaram suas fotografias. Essa distinção, em-
bufda de um sentimento profundo e acompanhado de muitas outras felici-
tações, contribuiu bastante para embelezar os últimos anos de sua vida.
Assim acabamos de apresentar, diante dos olhos do espfrito, o
amigo tão estimado, cujo corpo acaba de baixar ao túmulo. Mas o mesmo
continuará a viver na memória de todos, da mesma forrna que tantas vezes
o vimos, nas singelas vestes do trabalho do colono, de pés descalços e
segurando um bastão tal qual foi perpetuado há alguns anos pela revista
"GARTENLA UBE" - a imagem da maior simplicidade e modéstia
imagináveis, aliada à nobreza principesca do esp{rito. Já agora, depois
duma longa e laboriosa vida de setenta e cinco anos, havemos de reco-
nhecer-lhe o direito ao repouso tão merecido.
Durma em paz, querido amigo, que a imortalidade é sua. " (O ne-
crológio foi traduzido pelo Dr. Richard Paul Neto, bisneto do Dr. Fritz Müller)
Três décadas após o Dr. José Bonifácio da Cunha ter sugerido uma
subscrição popular e solicitado auxílio governamental através de deputados
estaduais para perpetuar a memória do "Príncipe dos Observadores" num
monumento, no dia 20 de maio de 1929, às 9 horas, foi inaugurada a estátua do Dr.
Fritz Müller. A escultura, de autoria de AIberto Freyhoffer, só foi possível após
anos de campanha. Idealizada por José Boiteux, liderada por Victor Konder,
Eugênio Fouquet, Dr. Amadeu da Luz e outros, foi inaugurada envolta na bandeira
nacional e descerrada por uma filha do prefeito em exercício, Otto Hennings,
sobrinho do Dr. Fritz Müller. Pela ordem, foram oradores o Dr. Amadeu da Luz,
presidente da Comissão Promotora do Monumento; Otto Hennings, prefeito;
Francisco Weber, da comissão que discursou em alemão; Dr. Roquette Pinto,
diretor do Museu Nacional e o Desembargador José Boiteux, presidente de honra
da comissão.
O discurdo do Dr. Roquette Pinto, mais tarde enfeixado em folheto sob o
título "Uma Glória sem Rumor", foi o mais aplaudido e, segundo o jornal "A
Cidade", foi "freneticamente ovacionado", o que se justifica, pois o discurso é uma
das mais belas páginas escritas sobre o sábio Dr. Fritz Müller. A inauguração
repercutiu em todo o Brasil, mormente na capital da República, através dos jornais.
No Senado, o Senador Celso Bayma falou sobre a ocorrência em Blumenau,
pedindo a inclusão do discurso de Roquette Pinto nos Anais da casa, sendo
aprovado por unanimidade. O discurso também foi publicado em alemão no "Der
Urwaldsbote" e no jornal" A Cidade", em português.
Em 1979, no cinqüentenário da inauguração do monumento, o
 Departamento de Ciências Naturais da FURB depositou no pedestal da estátua
uma coroa de flores.
No dia 21 de maio de 1987, foi prestada homenagem póstuma pela
Fundação Casa "Dr. Bluemenau", no tÚInulo do Dr. Fritz Müller, com
deposição de flores e presença de descendentes, representantes do Governo
Municipal, estudantes e admiradores de sua obra. Após as palavras do Dr.
Affonso Rabe, Presidente do Conselho Curador da Fundação, e discursos dos
dirigentes da ACAPRENA e AEMA, da Prefeitura Municipal, o historiador
Frederico Kilian distribuiu aos presentes exemplares do fascículo "Dr. Fritz
Müller - Desterro", contendo o necro~ógio publicado na Alemanha, no
"Jenaische Zeitschrift", pelo seu amigo contemporâneo e conterrâneo, Dr. Ernst
Haeckel. Consta também do fascículo a notícia de seu falecimento, publicada
no "Blumenauer Zei~ng" de 22 de maio de 1897, ambos traduzidos para o
vernáculo pelo bisneto do Dr. Fritz Müller, Dr. Richard Paul Neto.
O tàlecimento do Dr. Fritz Müller foi noticiado pela imprensa alemã da
cidade de Greifswald, onde o professor G. W. Müller, irmão do Dr. Fritz
Müller, era professor. O texto publicado no original é o seguinte: "Am 21 Mai
starb in Blumenau, Brasilien, mein teurer Bruder Dr. Fritz Müller im Alter von
75 Jahren - Prof G. W Müller - Greifswald im Mai 1897".
Na casa onde nasceu o Dr. Fritz Müller, em Windischholzhausen
(Alemanha), está afixada uma placa de bronze com os dizeres: "In diesem
Hause wurde am 31 Maerz 1822 geboren der Zoologe Dr. Friedrich Müller -
Prof in Desterro, Brasilien". A casa está situada no tinal da rua "Dr. Müller -
Desterro Strasse.
Apesar das suas pesquisas e tàrta correspondência, o Dr. Fritz Müller
publicou somente um livro - "Fuer Darwin", no qual abona as teori~s de
Darwin sobre a Evolução das Espécies pela Seleção, e que foi publIcado em
1864, na Alemanha. Os argumentos do Dr. Fritz Müller eram tão importantes
para Charles Darwin, que este mandou traduzi-Ia para o inglês por M. Dallas,
sob o título, sugerido por Sir C. Lyell, de "Facts and Arguments for Darwin" e
que foi publicado em 1869, colocando o Brasil como o primeiro país do mundo
a se manitestar, através do Dr. Fritz Müller, sobre a Evolução das espécies.
Um fato curioso na vida do Dr. Fritz Müller foi a sua adesão ao
"Volapuk", inventado em 1879 pelo sábio alemão, Abade Johann Martin
Schleyer. A língua artiticial "Volapuk", fonnada de "World" e "Speack", teve
em Blumenau os representantes: Dr. Fritz Müller, Dr. Wiegand Engelke, Padre
José Maria Jacobs e Benjamin Carvalho de Oliveira.
Como todo sábio, o Dr. Fritz Müller valorizava tudo o que contribuísse
para a ciência, e quando o Engenheiro Odebrecht, nas suas andanças, descobriu
uma espécie de caranguejo que habitava os regatos afluentes do Marombas de
Lages, o Dr. Fritz Müller, após verificar tratar-se de uma espécie nova do
gênero Aeglea, só encontrada nas costas sul-americanas do Pacífico, batizou-a
de Aeglea Odebrecht lI.
A primeira manifestação artística em Blumenau foi o TEA TRü, pois
no dia 24 de junho de 1860, na festa da Sociedade de Atiradores, um grupo de
amadores apresentou pela primeira vez "teatro". Este teatro deu origem à
Sociedade Teatral Blumenau, posterionnente Sociedade Teatral "Frohsinn" e,
atualmente, Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes" Porém, o teatro
não se limitava às apresentações da Sociedade Teatral de Blumenau ou
"Frohsinn", tàzia-se teatro nas escolas, salões, sociedades, bairros e em todo o
Vale do Itajaí e locais onde era apreciada a "MARAVILHOSA ARTE DE
FAZER RIR E CHORAR JUNTO OS HOMENS".
Enquanto que a Sociedade Teatral "Frohsinn", escolas e outras so-
ciedades montavam espetáculos em idioma alemão, a Sociedade Teatral União
de S. José, em 1906, apresentou, pela primeira vez, espetáculos teatrais em
português e alemã02. A Sociedade Teatral União de S. José tinha sua sede no
"Josephshaus" (Casa S. José), que funcionava também como rodoviária e hotel.
O hotel tinha um grande salão com palco, onde se apresentavam cinegrafistas,
corais, cantores, concertos, espetáculos teatrais, mágicos, etc.
A "CASA SÃO JOSÉ", que marcou a vida social religiosa e artística de
Blumenau, teve sua origem na "S. Joseph Manner-Verein" (Sociedade de
Homens S. José), que foi fundada no dia 7 de setembro de 1884, data em que o
vigário de São Paulo Apóstolo de Blumenau reuniu um grupo de cidadãos e leu
os Estatutos da Sociedade Beneficente que se destinava a "auxiliar os sócios
nas suas dificuldades e enfermidades, proporcionando-lhes pensão na velhice
e montepio aos herdeiros e auxílio funeral". Na ocasião, com 29 votos, foi
eleito presidente Michel Sc1unitz. Jacob Sc1unidt obteve 15 votos. Augusto
Sutter e Henrique Reuter foram eleitos vice-presidentes; Jacob Weiss e José
Wamser, se-
cretários; João Kluge e H. Zimmermann, tesoureiros. Do conselho que era
permamente, faziam parte Carl Weege, Adão Heckmann, Alex Tarnowslcy,
João Hostert, Valentim Vogel, Miguel Anesi, Sebastião Treis e Jacob Theis. Na
segunda reunião, realizada no dia 5 de outubro do mesmo ano, foi eleita uma
diretoria definitiva com Jacob Schmidt para presidente; Augusto Sutter para
vice-presidente; João Schmitz e José Wamser como primeiro e segundo
secretários; H. Zimmermann como tesoureiro e, como conselheiros, Valentim
Vogel, Henrique Reuter, Adão Heckmann e João Hostert. Na ocasião, foram
realizadas grandes modificações, sendo estipulada a mensalidade de 200Rs. e o
auxílio funeral 20$000. Era uma sociedade religiosa de caráter beneficente, que
entre outras punições cobrava dos seus associados, arbitrariamente, a não
participação na procissão de 25 de janeiro, festa de São Paulo Apóstolo e
comunhões mensais. Fiscalizava ainda o comportamento dos associados,
punindo com multa os que atrasassem as contribuições. Em janeiro de 1885,
em Assembléia Geral, a diretoria foi confirmada para mais um período e re-
solvido confeccionar uma bandeira para a sociedade, nomeando-se porta-
estandarte Carl Weege e assistentes Alexandre Tarnowsky e Francisco Reuter.
Como em todas as associações, a "S. Joseph Manner-Verein", também, foi alvo
de críticas e que resultaram na expulsão do associado Mathias Gotselig, que
falou mal da sociedade e da religião. No dia 2 de maio de 1886, o presidente
exonerou-se a pedido, sendo substituído por João Kluge. Apesar das
dificuldades, o movimento financeiro não devia ser dos piores, pois a proposta
de alguns sócios de emprestar dinheiro da sociedade a juros módicos para
pessoas de confiança que o devolvessem, quando solicitado, foi aprovado pela
diretoria. O Padre Jacobs comparecia com freqüência às reuniões, para tratar de
assuntos religiosos, e na reunião de 2 de outubro de 1887, fez um relato sobre
as atividades da maçonaria contra a igreja católica e, em julho de 1890, chamou
a atenção dos associados para o perigo das leis republicanas à religião. As
inovações do regime político o preocupavam e ele se insurgiu contra as
mesmas desde o começo, fato que lhe causou mais tarde sérios dissabores, pois
incitava os paroquianos a repelir a nova ordem, lendo o manifesto dos católicos
do Rio Grande do Sul, através do "Deutsches Volksblat" (Folha Alemã). Em
fins de 1892, os associados resolveram fazer quatro reuniões por ano, sendo a
primeira no dia 25 de janeiro, festa de São Paulo; a segunda no dia da
comunhão geral; a terceira no dia da Ascensão e a última no dia 1 o de
novembro, dia de Todos os Santos. Nesta época, o Padre Jacobs já havia
transferido a Paróquia aos Padres Franciscanos e falecido de febre amarela no
Hospital da Gamboa, no Rio
de Janeiro. Frei Zeno Wallbrodl1, novo vigário, propôs a fusão da sociedade
com outra da Paróquia, porém, em reunião de 18 de março de 1894, foi
resolvido dissolver a Sociedade e, dos fundos existentes em caixa, 50$000
foram destinados a rezar uma missa anual durante cinqüenta anos seguidos em
intenção dos sócios vivos e falecidos; 18$000 para nove missas em nove dias
consecutivos no altar de São José, em intenção dos sócios e os restantes
122$000 foram destinados à construção da Igreja de Indaial. O armário da
sociedade foi doado à Escola São Paulo e a banderia social ficaria na Igreja
Matriz. A sociedade que nasceu com tanto entusiasmo e esperanças,
desapareceu, e alguém escreveu, à guisa de crítica, no final da última ata:
"Moral da História: Todo o começo éfácil".
O trabalho dos franciscanos se desenvolvia em todo o município e
aos domingos compareciam pessoas de todas as partes da Colônia, de
carroça, a cavalo e com dificuldades para estacionar seus veículos e
alimentar-se, surgindo a idéia de reerguer a Sociedade com finalidades
mais amplas e atuais, incluindo, além do lado beneticente, uma sede
para hospedar os colonos católicos que vinham assistir aos atos
religiosos.
Em 1905, com Frei Crisólogo Kampmann, a Associação foi estruturada,
sendo eleito presidente o Dr. Wiegand Engelke, médico, que residia em Salto
Weissbach. Na época ainda existia, no começo da Rua das Palmeiras (atual
Duque de Caxias) o velho Barracão de Imigrantes, desativado, depois de ter
servido por anos e anos de abrigo provisório aos imigrandes recém-chegados.
O Barracão pertencia ao Estado, que pretendia desfazer-se do mesmo e, apesar
da Comunidade Evangélica ter entrado em concorrência para adquiri-Ia, Frei
Beda Koch, amigo pessoal do Coronel Vidal Ramos, Governador do Estado,
interferiu para que o Barracão fosse vendido para a Associação de São José,
que o demoliu, aproveitando o material na construção dà sua sede em terreno
cedi~o pela Paróquia, em frente ao convento franciscano, com fundos para o no
Itajaí-Açu. A Associação pagou ao Estado, através da Coletona local, a
importância de 1 :220$000 pelo barracão. . .
No dia 31 de agosto de 1905, foi aproveitada a visita do bISpO ?~o-
cesano de Curitiba, D. Duarte Leopoldo e Silva, que estava em VISIta pastoral
pelo estado para lançar a pedra fundamental da ':Casa S. José". Do ato,
realizado com solenidade, foi lavrada ata que fOI encerrada nos alicerces: "No
ano da graça de 1905, no dia 8 de dezembro, na data da Natividade de Nossa
Senhora, no pontificado do Papa Pio X, gloriosamente reinante, sendo Bispo da
Diocese de Curitiba Dom Duarte Leopolso e Silva, sendo Presidente da República
dos Estados Unidos do Brasil
o Conselheiro Rodrigues Alves, sendo Governador do Estado de Santa
Catarina o Coronel Vidal Ramos Junior, sendo Guardião do Convento de
Santo Antônio em Blumenau e Vigário da Paróquia de São Paulo Ap6stolo
e diretor da Associação de São José o Padre Cris6logo Kampmann OFM,
sendo Juiz de Direito desta Comarca o Dr. Aires d'Albuquerque Gama e
Superintendente Municipal Alwin Schrader, presentes a Diretoria e
membros da Associação de São José, foi lançada a primeira pedra e benta
pelo Exmo. e Revmo. Dr. Bispo desta Diocese de Curitiba, Dom Duarte
Leopoldo e Silva, do edifício destinado aos fins da Associação de São José.
Em fé do que se lavrou esta, na presença das pessoas abaixo assinadas.
(Assinados) Dom Duarte, Bispo Diocesano, Frei Cris6logo Kampmann
OFM, Frei Herculano Limpinsel OFM, exMinister Provo Frei Marcelus
Baumeister OFM, Dr. Wiegand Engelke, presidente, Jacob Schmidt,
vice-presidente, Rodolfo Bogado, 10 secretário, o coletor Francisco da
Cunha Silveira, Pedro Kieser, 20 secretário, Rodolfo Ferraz, José M.
Marsch, Henrique Herkenhoff, Johann Koehler, Karl Ostmann e duas
outras ilegfveis ".
O prédio foi inaugurado no dia 1 o de novembro de 1906, e o
"Blumenauer Zeitung", na ocasião, publicou o seguinte anúncio:
"União de São José - Quinta-feira, 1° de novembro de 1906.
Às 11 hjoras, inauguração da sede da Sociedade e às 19 horas, no mesmo
local, Teatro, com peças em alemão e português. Entrada 1$000 e para os
s6cios 500$s ".
A cerimônia constou de missa solene, bênção do prédio e comes e
bebes. Às sete horas da noite, a Sociedade Teatral União de São José
apresentou "Der Turmgeist von Graunburg" (O Espírito da Torre de
Graunburg), em cinco atos, de Heinrich Hoube. Complementando a pro-
gramação, foram apresentadas as cenas cômicas de rua "Das geprelkte
Marktwei" (A Inauguração do Mercado dos Sonhos); foi também apre-
sentada a peça "Eine fidele Schulpruefung" (Um Divertido Exame Escolar).
Esta última, representando uma escola pública no começo do Século XIX.
As apresentações foram feitas em alemão e em seguida em português e
também reprisadas. Ainda no ano de 1906, ou seja, no dia 25 de novembro,
Heinrich Wallbroehl apresentou uma noite teatral pública, com a seguinte
programação: 1) "Die Zigeunerin" (A Cigana); 2) "Dorf und Stadt" (Vila e
Cidade), dueto humorístico; 3) "Von Gottes Gnaden" (A Graça de Deus),
apresentação com canto. Entre os espetáculos, a Sociedade Teatral União de
São José apresentou, no dia 12 de maio de 1907, domingo, duas peças
teatrais, sendo a primeira "Dein Sohn wird mein Racher seih" (Teu Filho me
Vingará), em três atos, de Richard
Bertram, e a segunda "Wurst wider Wurst" (Lingüiça, outra vez Lingüiça),
em cinco atos, de Josef Becks, com início às 8,30 horas da noite. No dia 9
de agosto de 1908, às 7,30 horas da noite, foi apresentado o drama com
canto em sete quadros de Ch. von Schmid, "Rosa von Tannenburg". No dia
2 de maio de 1909, às 8 horas da noite, a peça em oito quadros "Nichts aIs
Hindernisse" (Nada mais que Impedimentos). Foi no salão do "J
osephshaus" que José Julianelli estreou no dia 28 de agosto de 1909, o seu
cinema com o convite formulado em alemão e português:
"Todos ao Teatro São José"! "Ver para Crer!". No dia 27 de novembro de
1920, foi apresentado o drama "O Filho Generoso" e ainda as comédias "O
Aniversário da Noiva" e "Ladrões de Albergue". Já no dia 8 de julho de
1922, sábado, foi apresentado o drama em três atos "A Cruz de Madeira" e
a comédia "Nho Manduca". Estes espetáculos foram apresentados em
português por um grupo de amadores de Blumenau.
1922, ano do Centenário da Independência do Brasil, e o salão da
Casa São José serviu de palco para o "Sangerbund Itajahytal" homenagear
a data com apresentações que estavam a cargo das Sociedades de Canto,
"Eintracht" de Altona e "Liederkranz" de Blumenau, com üúcio às oito
horas da noite. O convite para as apresentações foi publicado no
"Blumenauer Zeitung" de 17 de agosto de 1922, e dizia no final: "Convi-
da-se todos ". Com o decorrer do tempo, os programas não mencionavam
mais o nome de Sociedade Teatral União de São José, concluindo-se que,
apesar dos espetáculos serem apresentados em português que o grupo
teatral se tenha dispersado. No dia 29 de junho de 1929, o espetáculo,
apresentado na Casa São José, foi em benefício da colônia de férias para
crianças estrangeiras por um grupo de amadores de Blumenau. A peça
apresentada "Fé e Pátria", de autoria de Carl Schoenherr, é também co-
nhecida como "A Tragédia de um Povo" .
Após inaugurada, a Casa São José passou a ser administrada por um
ecônomo que atendia os associados do interior. O ecônomo pagava aluguel
e recebia parte dos lucros. O primeiro ecônomo foi Henrique Wallbroehl;
José M. Flesch foi ecônomo até 1909; Wloch até 1911; Scharff até 1912;
Jean Michel até 1917 e por últüno, Richard Buerger até 1927.
Com o progresso da cidade e a decadência da Sociedade, esta foi
dissolvida e a Casa São José foi vendida para Henrique Michels, que a
dirigiu até 1952, quando a Lei Municipal nO 318, de 19 de março, a de-
clarou de utilidade pública para fins de desapropriação parte do terreno e
prédio. Pela Lei nO 386, de 21 de outubro de 1952, a desapropriação foi
autorizada por 500 mil cruzeiros, sendo o pagamento feito em partes de
200 mil em apólices da Dívida Pública Municipal e os restantes 300 mil em três
prestações, sendo demolido, naquele mesmo ano, para dar lugar ao acesso à ponte
Governador "Adolpho Konder", que liga a cidade à Ponta Aguda.
Em 1931, na gestão do prefeito provisósio Antônio Cândido de Figueiredo,
foram instituídas taxas sobre as apresentações de espetáculos, contribuindo para
diminuir o interesse pelas montagens teatrais.
As apresentações teatrais não se restringiam à Casa São José e ao antigo
Teatro "Frohsinn" (onde funciona a CELESC), pois eram apresentadas também em
escolas, sociedades, salões, etc., geralmente com programação especial como a da
"Handwerkerverein", que no dia 9 de fevereiro de 1935, realizou uma noite teatral
pública em benefício da "Gewerbeschule", da "Handwerkerverein" (Sociedade de
Formação de Mão-de-Obra - H.W.V.). Participaram da promoção a Sociedade de
Cítaras "Gut Klang", a "Gewerbeschule" e o grupo teatral da H. W. V .. Da
programação constaram números musicais, saudações e a peça teatral "Das Fest der
Handwerker", pelo grupo da H. W. V .. Após as apresentações, foi realizado o baile.
A programação foi realizada no Teatro "Frohsinn" .
Excetuando a Sociedade Teatral União de São José, os demais espetáculos
teatrais em Blumenau eram apresentados em língua alemã, que silenciaram durante
a Primeira Guerra Mundial, na Segunda Guerra e com a nacionalização até que,
através do microfone da PRC-4 de Blumenau, em 1940, começaram a atuar
amadores teatrais em língua vernácuIa, que se organizaram fundando a
"Associação de Amadores Teatrais de Blumenau", em abril de 1942. Através do
jornal "Cidade de Blumenau, de 14 de agosto de 1943, ~ Associação fez um apelo à
comunidade, solicitando apoio, não só comprando ingressos mas também
colaborando com elementos para o elenco. A Associação tinha sua sede na
Travessa 4 de fereveiro, nO 7.
A Associação de Amadores Teatrais de Blumenau, fundada em 4 de abril de
1942, e que publicou seus Estatutos no jornal "Cidade de Blumenau" no dia 18 de
setembro de 1943, foram assinados por José Schubert Júnior, Ayres Carlos de
Souza, Osmar Garrosi, Álvaro Martins da Silveira, I1ca Struck, Milda Luz, Ventina
Schubert, Manoel Pereira Júnior, Emílio Alcântara Viana e Capitão Euclides de
Castro. Eram objetivos da Associação, "constituída para fins de recreio de seus
associados e especialmente para o desenvolvimento cultural dos amadores
teatrais que a ela se incorporarem, bem como a difusão da arte de
representar".
No dia 16 de janeiro de 1943, com a manchete "Apertem o li-
mão!! !", o jornal "Cidade de Blumenau" comentou o espetáculo "Feitiço", comédia
em sete quadros, de Oduvaldo Vianna, encenada pela Associação, que fez todos
rirem a valer, e segundo a nota - "os amadores, verdadeiros artistas, que apesar
de pisarem em palco pela primeira vez, parecem já estarem ambientados com o
palco e público" . Participaram do espetáculo: Almeida Lara, Yara Otero, Márcia
Miranda, Raquel de Azevedo, Heleninha Silveira, Mauro Magalhães, Célio Vidal,
Paulo Camargo e Lili Junqueira. A apresentação foi realizada no Teatro "Carlos
Gomes", que esteve totalmente lotado. O espetáculo, segundo a nota, seria o iIúcio
de uma série de outros que serviriam à campanha de "nacionalização". A
Associação teve o apoio do Governador Nereu Ramos, por intermédio do
Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda, que aprovou as apresentações,
apoiou as excursões artísticas e o direito de usar em seus programas a frase: "sob os
auspícios do D.E.I.P.A. ". A Associação, que nasceu nos estúdios da PRC-4,
cumpria a sua missão de difundir a arte nacional não só na região e sim em todo o
estado de Santa Catarina. Nos primeiros dias de abril, a Associação excursionou
para JoinvilIe, apresentando-se duas vezes na Sociedade Harmonia Lyra e, em
Itajaí, na Sociedade Guarany, sempre com êxito. No dia 11 de junho, o grupo
apresentou com estrondoso sucesso a comédia de Armando Gonzaga, "Cala a Boca
Etelvina", mais luxuosa do que "Feitiço". O grupo se apresentou em várias cidades
do estado, inclusive Florianópolis e São Francisco do Sul. No dia 7 de julho de
1943, o grupo anunciou a peça de Armando Gonzaga "O Maluco nO 4", e no dia 18
de setembro do mesmo ano, a peça de Aristides Abranches, "Que Trapalhada". Os
ensaios estavam a cargo de Francisco W eber. A peça "A Voz do Sangue", comédia
de Eduardo Garrido, em benefício do Hospital Municipal, foi apresentada no dia 11
de dezembro de 1943. Nos intervalos desse espetáculo foram apresentados números
de canto por Ivone Silveira e Roberto Henrique, e ainda gravações selecionadas por
Willy Sievert. Em dezembro de 1943, a Associação foi elogiada por Tito Carvalho,
diretor do D.E.I.P., pelo magnífico trabalho de brasilidade.
Em 1945, houve uma tentativa de fundar uma Escola de Arte Dramática em
Blumenau, que foi apoiada pelo Dr. José Ribeiro de Carvalho, Promotor Público,
que estava à testa da Sociedade Dramático- Musical "Carlos Gomes", e que pôs à
disposição da escola as dependências do teatro. O grupo, interessado em fundar a
escola, apresentou as comédias "Aventuras de um Rapaz Feio", "Simplício Pacato"
e "A Feia", todas de autoria de Paulo Magalhães. A peça "A Feia" foi apresentada
no dia 6 de julho de 1945.
 Em 1945, um grupo de associados da Sociedade Dramático-Musical
"Carlos Gomes", integrado por Mário Kielwagen, Carlos L. Horn, Werner
Júlio Klein, Egon C. Wojeikiewicz, Wiegand Siebert, Herbert Berndt, Hélio
Vieira, Ludwig Carl, Heddy Zschiedrich, Ruth Grmmer, Zenor Vieira, Waldir
Estevão e Gerold Eltennann, fez voltar ao palco do teatro espetáculos com
bons textos em português e a Associação des integrou-se.
Com o espetáculo "Os Filhos de Eduardo", montado com a colaboração
de Berta Slemer, e apresentado no Teatro" Carlos Gomes" no dia 3 de
novembro ele 1956 e reprisado em 24 de novembro elo mesmo ano, voltaram
os espetáculos em ielioma alemão ao palco do Teatro "Carlos Gomes" e que
cessaram, em 1971, com a posse da nova diretoria, em 2 de janeiro de 1969.
A partir de 1976, com a peça "Minha Sobrinha, tua Sobrinha", o Centro
Cultural "25 de Julho", local onde os amadores teatrais em língua alemã
passaram a atuar, revive as glórias do teatro em Blumenau, montanelo
espetáculos no idioma de Goethe e Schil1er.
Em 1967, o Grupo Teatral da S. D. M. "Carlos Gomes" montou a peça
"Grande Marido", de Eurico Silva, e a convite, participou do III Festival de
Teatro Amador realizado em CriciÚIna, no período ele 3 a 9 de dezembro de
1967, c1ass ificando-se em primeiro lugar, trouxe para Blumenau o IV
Festival de Teatro Amador de Santa Catarina, que foi realizado no período de 8
a 29 de setembro de 1968, em dias alternados, conforme disponibilidade do
teatro.
No relatório elaboraelo sobre o Festival, consta que a Diretoria da S. D.
M. "Carlos Gomes", em reunião, nomeou uma comissão para organizar e
realizar o Festival, integrada por José Ferreira da Silva - presidente; Bonifácio
M. Espíndola - vice-presidente; Edith Kormann secretária e tesoureira; Luiz A.
Quintanilha - representante da S. D. M. "Carlos Gomes"; André L. Sada -
representante da Prefeitura Municipal; Etevaldo da Silva - representante da
Comissão Municipal de Turismo; Luiz Adão Quintanilha e Mara Probst -
comissão de propaganda; Antônio Pacheco - comissão de recepção e Antônio
Reinert - diretor social. Essa comissão ficou reduzida a Bonifácio M.
Espíndola e Edith Kormann, respaldados pelo presidente José Ferreira da Silva
que, também, era presielente da S. D. M. "Carlos Gomes".
No dia 21 de julho de 1968, o jornal "Cidade de Blumenau" publicou
uma carta de Edith Kormann, informando que ... "A fim de dissipar algumas
dúvidas, queremos esclarecer que o Festival, apesar de ser patrocinado pelo
Departamento Teatral da Sociedade Dramático-Musical
"Carlos Gomes", tem uma comissão organizadora independente da so-
ciedade, e que todo e qualquer auxílio concedido pelo povo blumenauense,
será empregado exclusivamente para prestigiar os participantes do IV
Festival, pois, como já é do conhecimento de todos, os espetáculos que serão
apresentados são franqueados ao público. É objetivo da comissão incentivar a
arte cênica em nossa cidade. Vamos prestigiar o IV Festival de Teatro
Amador! Vamos ao Teatro!".
Após dirigir correspondência e fichas de inscrição às Preteituras do
nosso Estado, solicitando a colaboração elos senhores prefeitos, indicando
grupos de sua cidade para participarem do Festival, foi remetida correspon-
dência às tinnas de Blumenau solicitando colaboração tínanceira.
Inscreveram-se: Brusque: Teatro Amador de Brusque, com a comédia
de Jorge Andrade, "Os Ossos do Barão", Centro de Artes "Honório Miranda",
com a sátira de Carlo Goldoni, "Mirandolina". Joinville:
Teatro Jovem Joinvillense, com o melodrama de Aurimar Rocha, "Os
elegantes". Conjunto Teatral Joinvillense com o drama de Álvaro Peres, "O
Mundo não me Quis"; Grupo Renascença de Teatro Amador, com o espetáculo
sócio-tragi-cômico de Miraci Deretti, "Os Palhaços"; Florianópolis: Grupo de
Teatro Universitário de Santa Catarina, com a comédia de Joaquim Manoel de
Macedo "O Macaco da Vizinha", o Grupo Experimental de Teatro com a
comédia de Pedro Bloch "Os Inimigos não Mandam Flores"; Grupo elos Sete
com a comédia de Jules Renard "Pega Fogo"; Rio Negrinho: Sociedade Teatral
Rio Negrinho com o drama de João Diniz "O Louco da Aldeia" ou "Um Erro
Judiciário"; Gaspar: Grupo Colegial ele Gaspar, com o monólogo de Pedro
Bloch "Esta Noite Choveu Prata". São Francisco do Sul: Grupo Experimental
do "Teatro do Negro", com a peça "O Emparedado", que cancelou a inscrição.
Blumenau: Teatro Amador Santa Cecília, com o drama de Romano Coutinho
"Honrarás tua Mãe"; Grupo Revolução com o monólogo de Apolinário Temes
"A Última Esperança;Grupo Teatral II do Teatro "CarJos Gomes", com o
drama de Jean Jacques Bernard, "Fogo sem Chama"; Grêmio Estudantil José
Vieira Côrte, com o drama de Aparecida Cesal' e Guiomar Pimenta "Maria
Helena": Grupo Os Corujões da Faculdade de Filosofia de Blumenau, com o
monólogo de Nelson Rodrigues "Valsa N° 6"; Grêmio Juventude Artex, com a
comédia de Gastão Tojeiro "Se o Anacleto Soubesse", que obteve entre outros
troteus, o de melhor grupo.
Não se apresentaram o Grupo Colegial de Gaspar, Grupo dos Sete de
Florianópolis e o Grupo Teatral li do Teatro "Carlos Gomes".
Para liberar o Festival, Edith Konnann viajou para o Rio de Janeiro,
pagando para a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais NCr$ 20,00
por espetáculo. Na ocasião, comentou com Eurico Silva, autor da peça teatral
"Grande Marido", o III Festival de Teatro Amador realizado em Criciúma.
Edith Kormann também foi a Fiorianópolis liberar o Festival junto à Censura
Federal. Das peças inscritas, "Os Palhaços", de Miraci Deretti, exigiu
autorização especial, por ser inédita, sendo liberada pelo Dr. Péricles Prade,
Juiz Federal, que também prestigiou o Festival com sua presença.
Para custear as despesas com alojamento, refeições e outras despesas do
Festival, a comissão recebeu da Comissão Municipal de Turismo e Relações
Públicas da Prefeitura Municipal de Blumenau a importância de NCr$ 500,00;
a Indústria e Comércio local colaboraram com NCr$ 1.400,00 e o
Departamento de Cultura do Estado colaborou com NCr$ 400,00, importância
que foi entregue pessoalmente à comissão pelo professor Humberto Bragaglia,
Diretor do Departamento de Cultura do Estado e que também prestigiou o
Festival com sua presença. Para pagar o saldo das despesas do Festival, foi
solicitado auxílio ao Governo do Estado, que colaborou com a importância de
NCr$ 1.000,00. A comissão pagou as despesas com limpeza aos funcionários
do Teatro, pagou também o cenografista, ilwninador e todas as despesas
decorrentes do Festival.
A freqüência aos espetáculos ultrapassou todas as expectativas,
tornando-se necessária a proibição do ingresso de menores de 16 anos, bem
como a colaboração de comissários de menores e elementos da Companhia de
Policiamento Urbano da Polícia Militar do Estado, para evitar o excesso de
lotação.
Com os mestres de cerimônia Donato Ramos e Lauro Lara, foi
encerrado o N Festival com programação especial, constando da primeira
parte:
20. Rondó KV 311 - Volfgang A. Mozart, com Jorge Hartke ao piano;
21. Romance de Amor - Antônio Rovira, com Rufino Régis ao violão;
22. Perpétuo Móbile - C. Bohn, com Hubert Geyer ao violino e Christa
Grempel ao piano;
23. Béla Bartók - Dança em Ritmo Búlgaro, com Jorge Hartke ao piano;
24. BaIlet - Valsa de Chopin, com Adélia de Almeida, Eva Flesch, Lilian
Ramers, Heloisa Schaefer e Jeane Probst; ao piano C. Grempel;
25. Dança Brasileira - C. Guarnieri, com Mara Probst.
Segunda parte:
7. Ave Maria - Bach Gounod, com Rufino Régis ao violão e Hubert Geyer ao
violino;
8. Marenariello - S. GambardeIla (canto);
9.Se Ela Perguntar - Dilermando Reis, com Rufino Régis ao violão;
1O.Senza Nessuno - Curtiss (canto);
I1.Marcha dos Marinheiros - Américo Jacomino, com Rufino Régis ao violão.
Aos melhores participantes foram atribuídos troféus, medalhas e
brindes. Cada grupo levou como lembrança um caneco especialmente
confeccionado para o Festival. A comissão organizadora também atribuiu
medalha de prata aos autores catarinenses Apolinário Temes e Miraci Deretti,
como incentivo à dramaturgia catarinense. Coube a Victor Hausmann a
cenografia e os cenários.
Pelo sucesso do Festival, a Comissão Organizadora recebeu con-
gratulações de vários setores da comunidade blumenauense e do Estado.
Após a realização do Festival, Souza Filho escreveu no jornal "Cidade
de Blumenau", de 15 de novembro de 1968, " ... nós vimos - o que foi o árduo
trabalho encetado pela comissão responsável pela organização daquele festival.
Trabalho que, para nossa alegria, foi coroado do mais pleno êxito, sem nenhum
senão a embaçar-lhe o brilho".
A churrascada de confraternização foi realizada na Churrascaria
Palmital (Rua Nereu Ramos, ao lado da Casa Meyer).
Com a implantação do Curso de Educação Artística na Fundação
Universidade Regional de Blwnenau em 1973, as Artes Cênicas tiveram grande
destaque, pois todas as aulas (de Artes Cênicas) tinham como base a encenação
de uma peça teatral que era apresentada ao público na formatura de cada tunna.
Foram encenadas: "Josefina e o Ladrão" (1974) e "O Casaco Encantado"
(1976), ambas de Lúc ia Benedetti; "Putz, a Menina que Buscava o Sol" (1977),
"O Jogo da Caça ao Pássaro" (1980), "As Aventuras de um Diabo Malandro"
(1981), "Joãozinho Petleco" (1983), de Maria H. Kuehner; "O Cavalino Azul"
(1978) e "A Volta do Camaleão Alface" (1979), de Maria C. Machado e "O
Que é o Que é" (1982), de Maria F. S. Aguiar. As apresentações careavam para
os espetáculos não só escolares e sim toda a comunidade local, entretanto, O
mais gratificante nessas apresentações era a participação ativa das crianças. Às
vezes, a tunna era surpreendida com wn gostoso lanche oferecido pela escola
ou comunidade. As encenações cessaram, quando a professora Edith Konnann
se afastou por motivos de saúde.
No dia 6 de março de 1974, com os estudantes Sérgio Ivan WoIlstein,
Reynaldo Wilmar Pfau, Renato Fenilli, Cláudio Viebrantz, Griseldis Metzger,
Carmen Coimbra, Ana Use Michels, Ingelore Liesenberg, Dorival UIler,
Roberto Severiano Felsk.i, Eliane Wiederkehr, Plinio Ve-
rani Jr., Norma Schrickte e a professora de Artes Cênicas da FURB, Edith
Konl\ann, foi fundado o Grupo Teatral "Phoenix", da FURB, que em
Assembléia Geral de 15 de maio do mesmo ano, elaborou seu Regimento
Interno. Os Estatutos elaborados e aprovados em 20 de agosto de 1974, estão
registrados no Cartório de Registro de Títulos e Documentos de Getúlio Vieira
Braga, sob o nO 001, livro A-7 e 11s. 290V, de 11 de fevereiro de 1976. O
Grupo está registrado na Fundação Catarinense de Culitura sob o nO 79, de 7 de
dezembro de 1977, e na FECATA, sob o nO 01, de 8 de abril de 1978.
Em 10 de março de 1978, a Fundação Educacional da Região de
Blumenau firmou um convênio com o Grupo Teatral "Phoellix", da FURB, no
qual se compromete, conforme Cláusula Primeira, a cooperar dentro das
possibilidades:
a) nas despesas de transporte do Grupo Teatral "Phoenix", quando da
realização de espetáculos;
b) na divulgação dos espetáculos e promoções do Grupo;
c) no pagamento da taxa de Direitos Autorais, quando a receita do espe- . táculo
for insuficiente;
d) para intercâmbio com outras instituições de ensino, que tenham atividades
análogas às do Grupo;
e) junto às autoridades competentes e outras entidades, reivindicando verbas
para financiamento dos espetáculos e outras promoções teatrais.
Confonne Cláusula Segunda, compete ao Grupo Teatral "Phoenix" :
a) apresentar espetáculos teatrais, divulgando artística e culturalmente o nome
da FURB;
b) efetuar a escrituração contábil, fornecendo no final do exercício uma cópia
do balanço e relatório anual de atividades à FURB;
c) colaborar, dentro das possibilidades, com todas as promoções artísticas e
culturais que a FURB realizar;
d) reivindicar junto às autoridades competentes e outras entidades, verbas para
financiamento dos espetáculos e outras promoções teatrais.
O convênio em três vias foi assinado pelo professor Ignácio Ricken,
reitor da FURB, e pela professora Edith Konnann, presidente do Grupo Teatral
"Phoenix", sendo testemunhas o professor José Tafner e o vice-presidente do
Grupo Teatral "Phoenix", Sérgio lvan Wollstein.
Pela Lei nO 2.364, de 14 de junho de 1978, a Câmara Municipal de
Blumenau aprovou o projeto de lei do vereador Almerindo Brancher,
declarando de Utilidade Pública o Grupo Teatral "Phoelúx", da FURB.
O primeiro espetáculo apresentado pelo Grupo foi "Quem Casa Quer
Casa", de Martins Penna, no dia 27 de maio de 1974, durante o VIII Festival de
Teatro Amador de Santa Catarina, classificando-se em primeiro lugar (troféu
Senadinho). A partir de então, foram montados os seguintes espetáculos
(estréias):
25/0811974 -- "Comuna de Bravos", do professor José Ferreira da Silva;
19/12/1974 - "Prólogo de "O Homem do Princípio ao Fim", de Millôr
Fernandes (as apresentações continuaram durante todo o ano de
1975);
15/05/1976 -- "Viúva, porém Honesta", de Nelson Rodrigues;
12/08/1977 - "Os Loucos", de Roberto S. Felski;
26/05/1978 -- "Os Sete Gatinhos", de Nelson Rodri!"rues;
1811111979 - "A Menina e o Vento" , de Maria C. Machado; 07/07/1980 --
"Comuna de Bravos", do professor José Ferreira da Silva
(120 anos de Teatro em Blumenau);
19/0611981 -- "Prólogo de "O Homem do Princípio ao Fim", de Millôr
Fernandes (montagem musical);
30110/1982 -- "A Mulher sem Pecado", de Nelson Rodrigues;
25110/1983 -- "Mestre Pedro Pathelin", autor desconhecido;
031111]984 -- "As Aventuras de um Diabo Malandro", de Maria H.
Kuelmer;
0411111985 - "Putz, a Melúna que Buscava o Sol", de Maria H. Kuehner. Essa
peça, além de ser apresentada em teatros, praças e escolas,
continuou a ser encenada até 1986, quando foi apresentada nos
trinta centros sociais da Prefeitura Municipal de Blumenau;
15110/1987 -- "Uma Boneca sem Cabeça", de Nilson Mello.
O Grupo "Phoenix" tem apresentado seus espetáculos em Blumenau e
todo o Vale do Itajaí, e ainda nos mais distantes rincões do nosso estado
(Concórdia, Coronel Freitas, Joaçaba, FlorianópoJis, Lages, JoinviIJe, Lauro
MüIJer, Jtajaí, Brusque e outras cidades).
O ano de 1984 marcou o Grupo Teatral "Phoenix" com o falecimento de
Antôlúo Dubiel, que participava do Grupo desde 1978, e fazia parte do elenco
da peça "Mestre Pedro Pathelin", com apresentações marcadas em várias
cidades do estado e em Blumenau, e que tiveram que ser canceladas. No
mesmo ano, o Grupo montou a peça "As Aventuras de um Diabo Malandro",
que além de apresentada em teatros, escolas, salões, calçadão, apresentou-se no
tablado armado defronte ao Centro de Cultura no grande espetáculo "Encontros
na Praça", onde no dia 7 de dezembro de 1984, recebeu o troféu de participação
no X EMOBRESC,
realizado em Criciúma, sendo vivamente aplaudido. A peça "As Aventuras de
um Diabo Malandro" foi encenada em homenagem a Antônio Dubiel, que
sempre desejou participar de uma montagem infantil e que na ocasião do seu
falecimento participava dos ensaios da peça "Tambores dentro da Noite", de
Bertold Brecht (o Grupo decidiu não completar a montagem).
Em 1986, o Grur!) recebeu convite para se apresentar no XV Festival de
Arte, a ser realizado na cidade histórica de São Cristóvão, em Sergipe, porém o
custo com transporte inviabiblizou o convite formulado pela Universidade
Federal de Sergipe.
Ao iniciar suas atividades, o Grupo Teatral "Phoenix" contou com a
eficiente e dedicada colaboração de Sérgio I. Wollstein, vice-presidente do
Grupo, que foi incansável e responsável pelo bom funcionamento do Grupo
durante longos anos. O Grupo com;m também com a colaboração do D.C.E. da
FURB e do jornal "O Acadêmico", quando este era dirigido por Acari Amorim.
Na época, o Grupo recebeu do D.C.E. o auxílio de cem cruzeiros, que retribuiu
em fonna de aval na documentação enviada ao MEC para o D.C.E. receber
verba para a realização do I Festival Universitário da Canção. O D.C.E., atuante
na área cultural, pôs à disposição do Grupo uma sala anexa à cantina para
guardar o material cênico, sala esta que foi posteriormente ocupada por alunos
da Faculdade de Engenharia, após ter sido arrombada e o material do Grupo
jogado às intempéries. O Grupo reuniu o material aproveitável, levando-o para
o Edifício Kander, onde funcionava o Curso de Educação Artística. Nesse
local, a sala também foi arrombada, sendo roubado o annário doado pelo
D.C.E., o gravador, uma máscara de macaco (planeta dos macacos importada),
maquiagem e outros pertences do Grupo. Com o funcionamento da área de
Artes Cênicas do Curso de Educação Artística no Centro de Cultura, onde a
FURB refonnou uma sala que foi acarpetada e própria para exercícios teatrais
(técnica vocal, expressão corporal, etc.), o Grupo passou a desenvolver suas
atividades no local, pois recebeu do Executivo Municipal (Renato Vianna e
Ramiro Ruediger) wna sala para guardar o material. Entretanto, com a nova
administração municipal e as constantes incursões de terceiros, principalmente
na sala onde guardava o material, o Grupo foi obrigado a providenciar outro
local.
Apesar do Grupo, geralmente, não cobrar ingressos e o deslocamento
implicar em condução e refeições, o Grupo cumpria seus compromissos.
Geralmente os interessados nas apresentações forneciam condução e refeições.
Nas apresentações nos Centros Sociais da Prefeitura Municipal de Blumenau, a
eficiência da Assistente Social Nina Wolff,
após elaborado o roteiro das apresentações, colocou à disposição do Grupo
uma Kombi, fornecendo almoço quando as apresentações envolviam os
domingos pela manhã e à tarde, e um lanche aos sábados à tarde. Numa das
apresentações de "Putz, a Menina que Buscava o Sol" as crianças interpeladas
se Putz encontrara o sol que buscava uma pequ~nina cabeça loura, olhou
pensativa para a professora Edith Konnarul dizendo: " ... O Sol é a senhora, que
trouxe um teatro tão lindo para nós!".
O que marcou o Grupo, alguns anos atrás, foi o FURBÃO, um velho
ônibus da FURB, que geralmente estava em conserto, ou quebrava durante a
viagem, pois nwna apresentação marcada para as 8 horas da noite em Içara, o
Grupo chegou de madrugada. Numa viagem para Joaçaba, a Polícia Rodoviária
interceptou o ônibus sob a alegação de que o mesmo não estava mais em
condições de trafegar nwna BR, sendo liberado porque levava o Grupo Teatral
para uma apresentação. Em certa ocasião, o professor Ignácio Ricken, reitor da
FURB, fretou um ônibus da Auto Viação Catarinense, em cima da hora, porque
o FURBÃO estava no conserto. Passagens como estas eram comuns na vida do
Grupo Teatral "Phoenix".
As montagens do Grupo Teatral Phoenix geravam polêmica, prin-
cipalmente pelo uso de malhas pretas (Comuna de Bravos). As malhas cor da
pele, tendo como acessórios folhas de parreira, na peça "Prólogo de O Homem
do Princípio ao Fim" e a montagem brechtiana de "Os Loucos", taxaram a
professora Edith Konnann de louca. Cabe ao Phoenix a introdução de trainéis
dobráveis e revestidos de tecido preto para uso em locais desprovidos de palco.
O forte do Phoenix era a comédia. Herculano Domício, wn dos integrandes do
Phoenix, disse nwna entrevista ao jornal universitário da FUBR, em setembro
de 1975, que "Fazer teatro é uma loucura! ".
O Grupo Teatral "Phoenix", integrado por estudantes e ex-estudantes
(formados) da FURB, sofria restrições por parte de terceiros, pois até nos
Festivais Universitários de Teatro de Blwnenau os organizadores boicotaram
de todas as formas a participação do Grupo Teatral "Phoenix". Para esclarecer
a comunidade da ocorrência, foi distribuída para a imprensa, participantes e
público a seguinte mensagem: "Amigo Universitário! Qual seria sua reação se o seu
Grupo Teatral montasse, durante 15 anos, dois espetáculos por ano (infantil e adulto),
e no Festival Universitário de Teatro, a Comissão Organizadora selecionasse um
grupo que nada tem a ver com a sua Universidade? Gente, "Há algo podre no reino da
Dinarnarca ", sim, há, algo de podre - é a Comissão Organizadora do Festival, que
selecionou para representar a FURB, o Grupo Te-
26.
bas, dirigido por um dos membros da Comissão e que, sob pressão, conseguiu reprisadas: "Lição para Gazeadores" e "Profissão Palhaço". Também
o credenciamento, usurpando os direitos adquiridos do Grupo Teatral a peça "Se o AnacIeto Soubesse", de Gastão Tojeiro, foi remontada
"Phoenix"da FURB que, desde março de 1974, funciona com excelente ficha sob a direção de Ivanildo João de Souza.
de apresentações em todo o Estado, tendo montado para o Festival o 1988 - "O Coati Papa Ovo", de Jorge Amado da Silva, apresentada no T
monólogo "Uma Boneca sem Cabeça ", de Nilson Mello, autor catarinense. O Encontro de Teatro Amador de Timbó (ENTEATI), realizado no
Festival deixa de ser universitário quando outros grupos se infiltram. A período de 8 a 10 de julho. Os espetáculos, além de apresentados em
sujeição nos bastidores do Festival remonta ao ano de 1987, onde o Grupo BIumenau, foram também em Brusque, Florianópolis, Taió, Lages,
Teatral "Phoenix" também não participou por ser dirigido, evidentemente, Navegantes e outros locais.
pela professora Edith Korrnann, que moveu céus e terras para impedir que o O Grupo Teatral Ribalta representou BIwnenau em diversos encontros
Teatro "Carlos Gomes" fosse transforrnado em clube vulgar para urna do EMOBRESC, careando para a nossa cidade, do quinto encontro, realizado
0
minoria elitizada, brigando pela preservação do pouco que nos resta de em Xanxerê, o troféu de 1 lugar em mágica (Charadin Roland); 3 o lugar em
patrimônio histórico ". hwnorismo (Ribalta) e oratória (Ivo Hadlich) e o 40 lugar em teatro. NO VI
Com Teresinha HeimarID, coordenadora de eventos culturais da FURE, EMOBRESC, realizado em Brusque nos dias 26, 27 e 28 de setembro de 1980,
e o professor de Artes Cênicas da FURE, Mallet, o Phoenix passou a participar o Ribalda participou com a peça de Eurico Silva, "Grande Marido".
do Festival Universitário de Teatro.
No dia 13 de setembro de 1978, foi fundado o Grupo Teatral Ribalta,
resultado do idealismo de um grupo de funcionários da Prefeitura Municipal de N o dia 10 de maio de 1980, o Ribalta apresentou no Teatro de Bolso o
Blumenau, que já se apresentava com freqüência em shows nas Escolas
Municipais. Incentivados pelo prefeito Renato ViarIDa, o Grupo elegou sua
primeira diretoria integrada por Augustinho Lang, presidente; leso Cava,
vice-presidente; Vera Lúcia Gonçalves, 1 a secretária; Emília Inês de Oliveira,
2a secretária, Eliane Raquel Gastaldi, 1 a tesoureira; Osmar Borges, 20
tesoureiro; Paris Leonardo Ramos e Denise de Souza, relações públicas; Ivo
Hadlich e Mirtes Macedo, diretores artísticos. A Diretoria tomou posse no dia 6
de outubro, com um coquetel oferecido a convidados especiais na Galeria
Municipal de Artes.
A primeira peça teatral encenada pelo Grupo foi a comédia de Gastão
Tojeiro, "Se o Anacleto Soubesse", que foi apresentada no Teatro de Bolso, no
dia 22 de setembro de 1979, quando foi realizada a I Mostra de Teatro Amador
de BIumenau. Seguiram-se:
1980 - "Grande Marido", de Eurico Silva. Espetáculo de Variedades (20
quadros) e as peças iníàntis "Lição para Gazeadores" e "Profissão
Palhaço", de autoria de Ivo Hadlich.
1981 - "Santa Albertina", de autoria de Ivo Hadlich, baseada em pesquisas
realizadas em S. Martinho sobre um fato verídico. Foi apresentada "Espetáculo Variedades", escrito por Ivo Hadlich, em homenagem ao Dia das
nos dias 28 e 29 de agosto, no Teatro de Bolso "Prof. Rudolfo Mães. Também participou com mímicas, cenas humorísticas, etc do
Gerlach" , na Rua Itajaí. "BIwnenália lI", que foi apresentado no Teatro de Bolso nos
1985 - "Piquenique no Front", de Arrabal (Projeto nas Escolas). Com a peça de
autoria de Ivo Hadlich "Alegria do Circo", no dia 12 de outubro
foram homenageadas as crianças blumenauenses na
sede da Associação Atlética Banco do Brasil. Em 1985 foram
dias 13 e 14 de maio de 1980, e reprisado no dia 16 de junho para os alunos da
FURB. Colaborou com a "Semana do Sentenciado", apresentando-se no dia 26
de julho de 1980, na Penitenciária Estadual de F1orianópolis com um
espetáculo de mágicas, declamações, piadas, etc. O Ribalta, além dos
espetáculos apresentados em palco, leva o teatro às praças, ruas e pátios
escolares (3 a Coletiva Nacional de Arte de Rua). Enquanto Ivo Hadlich,
vereador e autor da maior parte dos textos apresentados é diretor artístico do
Ribalta, a auxiliar de direção Neuma Zinke promove a participação dos
integrantes do Grupo em cursos, eventos e realizações em Artes Cênicas. O
Ribalta, apesar de congregar funcionários da Preteitura Municipal de
Blumenau, sobrevive pela persistência e idealismo dos seus componentes.
No "Jornal de Santa Catarina" de 27 de agosto de i980, Gervásio Luz
escreveu: " ... Luzes Pro Ribalta. Com as peças "Se o Anacleto Soubesse", de
Gastão Tojeiro, "Mestiça", de Gilda de Abreu e."Lição para Gazeadores ",
peça infantil de Ivo Hadlich, diretor artístico do Grupo, o Grupo Teatral
Ribalta composto por funcionários da Prefeitura,Municipal de Blumenau, fez,
está fazendo e está pronto pra fàzer ainda mais sucesso".
Grupos teatrais se formam nas indústrias, escolas, sociedades, etc.,
visando somente a arte e a cultura, porém a rotatividade dos seus integrantes,
devido às suas profissões, esses grupos geralmente são efêmeros. Marcaram
presença o TADAC, RAÇA, TU VÃO, SOL, ARTEX, PAZ E BEM, TEBAS,
TEATRHERING, GATE, EQUIPE DE MÍMICA e outros. Destes, o Grupo
GATE e a Equipe de Mímica, ambos da Associação Desportiva e Recreativa
Sul Fabril, funcionam desde que foram fundados.
O Grupo de Artes Teatrais da Sul Fabril, cujo histórico remonta aos idos
de 1967 com pequenas cenas teatrais e a montagem da peça "Maria Cachucha",
dirigida por Carlos Jardim, premiada na Mostra de Teatro Amador, realizada
em Joinville, funcionou até 1969, quando se desfez. Em 1977, por iniciativa de
alguns funcionários, inclusive Carlos Jardim, que juntamente com a diretoria
da ADR levaram ao conhecimento da empresa a importância de um Grupo
Teatral, o Grupo de Artes Teatrais foi reativado com a colaboração de
funcionários, fazendo sucesso que surpreendeu a classe teatral. Desde então, o
Grupo continua em constantes atividades. Em 1983, Elias Gomes filiou o
Grupo à Federação Catarinense de Teatro Amador (FECATA) e em 1984, à
Associação Blumenauense de Teatro Amador (ABT A).
Seguiram-se a "Maria Cachucha" as peças de autoria de Maria
Clara Machado, "Tribobó Cíty" e "A Bruxinha que era Boa", dirigidas por
Carlos Jardim e "Chapeuzinho Vermelho" e "Pluft, o Fantasminha", dirigas por
Valém Rodrigo. A partir de 1984, as peças encenadas pelo GATE são dirigidas
por S. Elias Gomes. Com a peça "Joãozinho andapra-trás", de Lúcia Benedetti,
o GATE classificou-se em 2° lugar na Mostra de Teatro Amador de Blumenau,
realizada em 1984. Em 1985, foi encenada "Maria Minhoca" (musical), de
Maria Clara Machado. Com a peça teatral "2 - 1 são 3, Sonhei Outra Vez", de
autoria de S. Elias Gomes, o GATE representou Blumenau no I Festival
Catarinense de Teatro Infantil, realizado em Florianópolis em 1986,
classificando-se com o melhor figurino. Em 1987, foi encenada "FEEL", de
autoria de Roberto C. Murffi.
A Equipe de Mímica iniciou suas atividades em maio de 1982, após
entendimentos entre o Presidente da Associação Desportiva e Recreativa Sul
Fabril, Luiz Cesar de Souza e Wilfried Krambeck. Participaram da primeira
equipe Martinha Moresco, Noeli Peixer, Iraci Potrikus, Zenaide Andrade,
Eliana Pinheiro, Rute Blasius, Maurício Marti da Rita, Moacir Curbani e
Wilfried Krambeck. Na ocasião, Wilfried Krambeck preparou uma equipe para
apresentar a mímica "Deixe Viver", que não chegou a ser apresentada. Em abril
de 1983, Wilfried Krambeck escreveu no Radar Sul Fabril o primeiro artigo
sobre a Equipe de Mímica e em agosto apresentou a mímica "De Louco Todos
Temos um Pouco" , que foi reprisada no Colégio Santo Antônio, de Blumenau,
e em Rio do Sul. Em novembro a Equipe de Mímica transformou-se em
atividade regular da ADR, e em dezembro de 1983, com integrantes do GATE,
foram realizadas apresentações em Ascurra, Blumenau e arredores, sendo
notícia no Radar Sul Fabril de abril de 1984. A apresentação do espetáculo "De
Louco Todos Temos um Pouco" careou para o Grupo simpatizantes não
funcionários da Sul Fabril, e no dia 4 de setembro do mesmo ano, Wilfried
Krambeck inscreveu seis quadros da mímica "De Louco Todos Temos um
Pouco", na SBAT. Em 1984, foi apresentado o texto em duas partes, de autoria
de Wilfried Krambeck, "Viva a Vida". A segunda parte do texto "O Circo", foi
apresentado em outubro no 11 Salão Catarinense da Criança e III Salão
Blumenauense da Criança. O texto integral de "Viva a Vida" ("Os Antigos e
Modernos Jogos Olímpicos" e "O Circo") foi apresentado em 28 de outubro em
Rio do Sul, em 3 de novembro em Ascurra, em 11 de novembro em Joinville e
em 18 de novembro, duas apresentações no Teatro "Carlos Gomes", em
Blumenau. A equipe participou, diariamente, do projeto "Hoje tem Teatro",
realizado no Teatro "Carlos Gomes" , no período de 1 O a 14 de dezembro
de 1984, com três quadros: "Goma de Mascar", com Wilfried Krambeck, "O
Cão", com Diogo F. Junkes e "O Restaurante", com Cesar Reis e Wilfried
Krambeck. Além das apresentações realizadas no bairro da Água Verde e no
Bude, participou do espetáculo "Blumenália", realizado na FURB, numa
promoção do Departamento de Cultura da Prefeitura Municipal de BlwIJenau.
Em dezembro, Wilfried Krambeck montou um curso de mímica, através do
Nute (Núcleo de Teatro). Nos dias 10 e 17 de junho de 1986, a equipe
participou elo projero "3 Terças tem Teatro" , do Núcleo de Teatro do Teatro"
Carlos Gomes", apresentando Pantomimas e Comunicação Gestual com o
Público, criação de Wilfried Krambeck. Em agosto, o espetáculo "Dia de Zé
Brasil" foi indicado pela ABT A para representar Blumenau no II Festival
Catarinen.se de Teatro Amador, realizado em Florianópolis (na realidade, foi o
XIX Festival). "Dia de Zé Brasil", além de apresentado em Blumenau, foi
apresentado também em Ascurra, Gaspar e Rio do Sul. Em outubro de 1986, a
Equipe de Mímica apresentou Comunicação e Improvisação no espetáculo
"Classe Glacê", montado pelo NUTE. O XIX Festival de Teatro Amador foi
realizado em Florianópolis, no período de 31 de outubro a 2 de novembro, e a
Equipe de Mímica apresentou o espetáculo "Dia de Zé Brasil" , considerado de
nivel médio pela critica especializada.
A Artex S.A. marcou presença no IV Festival de Teatro Amador
realizado em 1968, através do Grêmio Juventude Artex, com o premiado
espetáculo "Se o Anacleto Soubesse ... ". A Associação Atlética Cultural Têxtil
Hering marcou com o Grupo Vale do Sol, que apresentou "O Circo Rataplan"
na I Mostra de Teatro Infantil realizada no período de 4 a 7 de setembro de
1980, no Teatro "Carl os Gomes", e em 23 de novembro de 1981, na Praça Dr.
Blumenau, com a peça" O Consertador de Brinquedos". Na Mostra de 1987, a
Associação Atlética Cultural Têxtil Hering foi representada pelo Grupo
Teatrhering, com a peça "Comunismo / Filho / A Doença do Papagaio /
Aposta".
O Grupo Teatral "paz e Bem", sob a direção de Sebastião Pereira,
apresentou no dia 22 de setembro de 1979, no Centro Social Urbano do Garcia,
a peça "Caim e Abel", que com a peça "Dois é Bom, Três é Muito e Quatro é
Demais" participou em 1979 da I Mostra de Teatro Amador de Blumenau. Em
1981, o Grupo Teatral "Paz e Bem" encenou "A Farsa do Advogado Pathelin".
Os Grupos TADAC e TEBAS, apareceram na Mostra de Teatro
realizada de 23 a 28 de novembro de 1981. O TADAC com a peça "A Gatinha
Detetive", na Praça DI. Blumenau, e o TEBAS com a peça "Sho-Cante" no
Teatro de Bolso.
Nas dependências do Teatro "Carlos Gomes" sediam-se a Equipe Vira
Lata e o NUTE.
Com o espetáculo "Ripão ... Pão ... Pão ... e a Bolota", em julho de 1978,
foi fundada a Equipe Vira Lata. Em 1979, a Equipe montou o "Rapto das
Cebolinhas", que foi apresentado em 89 municipios ele Santa Catarina.
Seguiram-se, em 1980, "O Menino e o Palhaço", que participou da I Mostra de
Teatro Infantil de Blumenau. Em 1981, "Camaleão e as Batatas Mágicas" e
com o Vira Lata Júnior, a peça "O Assalto", que participou da Mostra de Teatro
Amador de Blumenau. Em 1982, "Rei Solimão e a Rainha de Jabá"; 1983, "A
Bruxinha que era Boa"; 1984, "A Revolta dos Brinquedos". Em 1985, a Equipe
remontou o espetáculo "Camaleão e as Batatas Mágicas". Seguiram-se, em
1986, "Leão Epaminondas e o Palhaço Lagartixa"; 1987, "A Cantora Rufina";
1988, ,"O Sapo Zolhudo". Os espetáculos acima citados foram apresentados em
diversas cidades do estado. A Equipe montou ainda "O Aprendiz de Feiticeiro"
e "O Boi e o Burro a Caminho de Belém", apresentadas somente em Blumenau.
Os integrantes da Equipe, caracterizados de palhaços se apresentam em festas
infantis e também nas testas de Natal vestidos de Papai Noel. Como todos os
Grupos Teatrais que se propõem a levar o teatro aos mais distantes locais do
nosso estado, é natural que a Equipe Vira Lata também sofre os dissabores
inerentes à difícil arte de representar.
Criado e dirigido por Alexandre Venera dos Santos, o NUTE começou a
funcionar no Teatro "Carlos Gomes", a partir de 4 de setembro de 1984, com o
nome de Núcleo de Teatro Experimental, que no período de 10 a 14 de
dezembro de 1984, apresentou seu primeiro espetáculo como parte do projeto
"Hoje tem Teatro", com a encenação de peças curtas apresentadas num só
programa. Foram encenadas: "Nariz Novo", de Robert Thomas (tradução de
Caminha Junqueira); "Reencontro", de Rubem Fonseca e "A Dama de Copas e
o Rei de Cuba", de Timochenco Wehbi. Para encerrar a programação,
apresentou-se como convidada, a Equipe de Mímica da ADR da Sul Fabril,
dirigida por Wilfried Krambeck. Após esta experiência foram programados
para ocupar os espaços ociosos do Teatro "Carlos Gomes": "Pantomirnas", "3
Terças tem Teatro"; "Classe Glacê", "O Mendigo e o Cão Morto", "Veias
Cativas", "21 Cadeiras" e o "Túnel"; entretanto, o mais polêmico dos
espetáculos, "O Homem do Capote e Outros Seres" , e que foi apresentado no
Festival Catarinense de Teatro Amador em 1987, foi apontado como
"desrespeitoso" pela crítica especializada.
O NUTE pretende ser uma escola e formar atores sem pretensões
 lcadêmicas, entretanto, objetiva uma didática para encenação de textos ;em a
p~rticipação de professores especializados nas diversas áreas qu~ ;aractenzam
uma Escola de Teatro. A iniciativa de Alexandre Venera ios Santos à frente do
NUTE é meritória, principalmente na encenação ie peças curtas, nas quais o
espectador capta o climax das peças através ios seus criativos cenários.
Em, 1979, Guido Heuer, quando Diretor do Departamento de 2ultura da
Prefeitura Municipal de Blumenau, promoveu a I Mostra de featro Amador de
Blumenau, com a apresentação de nove espetáculos teatrais. Foram apresentados
"Se o Anacleto Soubesse ... " e "Lição para Gazeadores", pelo Grupo Teatral
Ribalta; "Caim e Abel" e "Dois é Bom, Três é Muito e Quatro é Demais" , pelo
Grupo Teatral paz e Bem; "Os Sete Gatinhos" e "A Menina e o Vento", pelo Grupo
Teatral Phoenix da FURB; "A Dama da Madrugada" e "Joãozinho Peteleco" pelo
Grupo Teatral do Colégio Franciscano Santo Antônio. Em 1980, foi realizada a I
Mostra Blumenauense de Teatro Infantil, com os seguintes espetáculos:
"Profissão: Palhaço", pelo Grupo Teatral Ribalta; "O Circo Rataplan", pelo Grupo
Vale do Sol; "A Bruxinha que era Boa", pelo Gate da Sul Fabril; "O Menino e o
Palhaço", pela Equipe Vira Lata e "O Jogo da Caça ao Pássaro", pelo Curso de
Educação Artística da FURB.
Em 1985, Guido Heuer reuniu representantes de Grupos Teatrais com a
finalidade de implantar o projeto "Teatro nas Escolas", que teve ilúcio em abril de
1985, estendendo-se até o fim do ano. Também foi aventada a possibilidade de
estender o projeto ao 2° grau, com a participação da 4a UCRE, entretanto, a falta de
entrosamento inviabilizou o projeto. Os alunos do Curso de Educação Artística da
FURB, sem participar de projetos, apresentavam "Teatro nas Escolas", desde 1974,
além de encenar com os alunos de diversos estabelecimentos de ensino, pequenos
textos com as técnicas dramáticas aplicadas ao ensino.
No dia 21 de janeiro de 1982, foi novamente fundada uma Associação
Blumenauense de Teatro Amador. Da reunião de constituição participaram os
Grupos Teatrais: Vira Lata, C.C. 25 de Julho Ribalta Tebas, Paz e Bem e Tadac. A
prilneira diretoria integrava A'ntôIúo d~ Souza Coutinho (Tebas), - presidente;
Sebastião Pereira (Paz e Bem) vice-presidente; Friedrich Idecker (C.e. 25 de Julho)
- secretário geral; Noêmia Bolm (Ribalta) - secretária, Ângela W. Westphal (Vira
Lata) tesoureira. Para completar o quadro da diretoria da Associação, foi realizada
nova reurúão no dia 28 do mesmo mês, sendo eleitos para 2 a tesoureira - Elisiane
Cunha (Tadac); 2a secretária Teresinha Simon (Tebas). Para o Conselho Fiscal
foram eleitos membros efetivos: Aldo Serpa
(Vira Lata); Ce~ar Corr~a (Paz e .Bem) e Valentim Schmoeller (GATE). Para
suplentes í5)fam eleItos ClÓVIS Back (Ribalta); Paulo Koelúg (C. C. 25 de Julho) e
Alvaro A. Andrade (TADAC). Nessa reunião foi discutido o. problema das salas do
Teatro "Carlos Gomes" para ensaios. Em reumões subseqüentes foram debatidos
assuntos referentes aos Estatutos da Associa?ão, rr:ensalidades, carteirinhas para
associados e arrecadação de verbas Junto as empresas. Os Estatutos que seriam
elaborados mediante modelo da FECAT A foram discutidos em Assembléia Geral
de mar~o de 1982, porém, foram substituídos pelos Estatutos da Federação 'SantIsta
de Teatro para serem aprovados em reunião de 17 de março de 1982. Os Estatutos
que foram publicados no D. O. do Estado do dia 4 de agosto de 1982, foram
reformulados de acordo com os da FECATA, em 1986. Apesar de constarem em
ata, o pagamento da mensalidade de cem cruzeiros por integrante de Grupo Teatral,
a confecção de carteirinhas para o abatimento de 50% nos ingressos de
espetácuclos e a formação de uma biblioteca teatral, não foram concretizados. No
dia 25 de m~io de 1982, foi realizada uma reunião para tratar da I Mostra de Teatro
na PROEB, para selecionar o Grupo que representaria Blumenau na M~stra
Estadual. Nessa reunião foi discutida a confecção do emblema da ABT A,
elaborado por Edson Müller, que inicialmente tinha as seguintes características:
sobre um retângulo branco, três máscaras, sendo a da surpresa em vermelho e as da
comédia e drama em cor preta. A disposição das máscaras no retângulo seria de um
triângulo com a vennelha sobre as duas pretas e logo abaixo, em posição horizontal,
dois retângulos separados em cor preta, contendo as letras em vennelho da
Associação (ABTA). Posterionnente o emblema foi modificado, sendo que as três
másc.aras seriam de cor preta e somente um retângulo seria posicionado debaIXO
das máscaras com as letras da associação. Na reurúão de 19 de junho de 1982, foi
aventada a possibilidade da realização de um baile para a escolha da rainha da ABT
A, e que se realizou no dia 25 de setembro do mesmo ano, nas dependências do C. e.
"25 de julho". Após o baile, a ABTA reuniu-se para a prestação de contas no dia 12
de março de 1983, voltando a se reunir somente no dia 18 de março de 1985 quando
,foi eleita uma diretoria integrada por Rosane Wersd6rfer - presi~ dente; Alvaro
Andrade - vice-presidente; Alcino Cesar da Silva - secretário geral; Carlos A.
Rodrigues - 1 ° secretário e Tânia Gallindo tesoureira. Antes da eleição dessa
diretoria, Antôlúo Coutinho fez constar em ata de 8 de janeiro de 1985 - "A partir
desta data, a ABT A deixou de reunir os seus diretores para atividades e planos de
ação devido à falta de interesse dos mesmos. Diante disso, o Presidente levou
avante a
finalidade da ABT A, mantendo contato pennanente com os Grupos de Teatro
de Blumenau, Centro de Cultura e Federação Catarinense de Teatro Amador -
FECAT A. De julho de 1983, desde a época das enchentes até dezembro de
1984, a ABTA, sem ter respaldo da Comunidade Teatral, foi representada pelo
1 ° Presidente, articulando com os grupos a necessidade de unificação da classe.
Ainda em 1984, no mês de novembro, o seu Presidente, juntamente com a
FECATA e o Centro de Cultura de Blumenau, organizou a realização da I
Mostra de Teatro do Vale do Itajaí nos dias 02, 03 e 04 de novembro de 1984,
no Pavilhão A da PROEB. Após longo trabalho de conscientização, o
Presidente convoca os Grupos de Teatro para uma reunião no dia 9 de janeiro
de 1985, para tomada de decisão, onde deverá esclarecer a atual situação da
ABTA, além de passar a todos todas as informações da última Assembléia da
FECATA realizada nos dias 5 e 6 de janeiro, no CIC, em Florianópolis, além
dos informes sobre o IV Congresso Brasileiro de Teatro da CONFENATA, a
ser realizado em Vitória/ES, e sobre o III Seminário Nacional de Artes Cênicas,
a realizar-se, respectivamente, de 17 a 20 e de 21 a 28 de janeiro, sendo o último
na cidade do Rio de Janeiro. Blumenau, 08 de Janeiro de 1985. (ass.) A.
Coutinho." A partir do dia 31 de outubro de 1985, as Assembléias e reuniões
passaram a ser realizadas nas dependências do Centro Integrado de Cultura;
nesta data, também foi realizada uma reunião conjunta da FECA T A (setor
Vale do Itajaí) e ABTA, da qual participaram os Grupos Teatrais: TADAC,
GATE, Teatrhering, Ribalta, Vira Lata, Phoenix, da FURB e representantes do
Grupo Tu Vão. Na ocasião, foram tratados de assuntos referentes ao Festival de
Teatro Amador de Santa Catarina, do qual não participaram os grupos Phoenix
e Ribalta, por terem compromisso com o EMOBRESC.
Em 1985, o Vale do Itajaí tornou-se sub-sede da FECAT A. Em 1986,
foi lançado pela FECATA um edital sobre a realização do 11 Congresso
Catarinense de Teatro Amador, e a sub-sede do Vale do Itajaí seria
representada por dois elementos de cada grupo, dois representantes da ABT A
e dois da sub-sede regional da FECAT A (Edital de abril de 1986 da FECATA).
No dia 8 de maio de 1986, em Assembléia Geral, foi eleita a nova diretoria da
ABT A, que ficou assim constituída: RosaJ1(~ Wersdorfer - presidente, Neuma
Zink:e - vice-presidente, Alcino Cesar Filho - secretário geral, Vinícius Wolff -
1 ° secretário. Alexamdre V. dos Santos - tesoureiro e os suplentes Gabriel
Corrêa, Sandra Cardoso e Raulino Ferreira como 1°, 2° e 3°, respectivamente.
A partir de 1986, as reuniões da ABT A eram feiras conjuntamente com a
sub-sede do Vale do Itajaí da FECATA. Na reunião de 22 de setembro de 1986,
reuniram-
se os grupos Vira Lata, GATE, Ribalta, Equipe de Mímica da Sul Fabril,
Phoenix e Teatrhering, para deliberarem sobre a participação de grupos na
Mostra de Teatro Amador de Santa Catarina, ficando acertado que Blumenau
seria representada pelos dois grupos da Sul Fabril. No dia 5 de junho de 1987,
em Assembléia Geral Ordinária, foi eleita a nova diretoria da ABT A, sendo
eleito presidente Wilfried Krambeckl; vice-presidente Otto MüIler Alexandre;
Rosane M. Martins, secretária e Luiz M. A. Mendes, tesoureiro. Com Wilfried
Krambeck na presidência da ABTA, foram realizados cursos de teatro e a
Mostra de Teatro para classificar o grupo que provavelmente se apresentaria no
I Festival Universitário de Teatro de Blumenau, entretanto, ninguém se
apresentou por ficar estabelecido que grupos locais não concorreriam com os
visitantes.
SOCIEDADE DRAMÁTICO-MUSICAL
"CARLOS GOMES" ("Sociedade Teatral
Frohsinn")
As cenas humorísticas, os "couplets" e pequenas cenas teatrais que no
início da colonização eram apresentadas nas reuniões familiares e festas da
comunidade deram origem a um pequeno grupo que se dedicou ao teatro e ao
canto. Os primeiros encontros do grupo teatral forarnJla casa de Johann
Thomas Reinhardt (Rua 15 de Novembro, imediações das Lojas Alfred).
Posteriormente, o grupo teatral passou a fazer parte da Sociedade de Atiradores
(Schuetzenverein), que foi fundada no dia 2 de dezembro de 1859, feriado
nacional, data do aniversário de S. M. o Imperador do Brasil, D. Pedro 11.
Foram fundadores da Sociedade de Atiradores o Pastor Rudolph Oswald Hesse,
Karl Wilhelm Friedenreich, Vilctor von Gilsa, Viktor Gaertner, Jayme
Dettmer, Jacob Louis Zimmermann e Heinrich Petennann. O primeiro
presidente da Sociedade de j\tiradores foi Karl Wilhelm Friedenreich.
As festas dos Atiradores eram acontecimentos marcantes na vida da
Colônia e realizavam-se pela Páscoa, Pentecostes e data natalícia de S. M. o
Imperador D. Pedro 11.
Em 1862, os associados da Sociedade de Atiradores elaboraram os
Estatutos Sociais, que foram aprovados, com algumas recomendações, pelo
presidente da Província de Santa Catarina, Pedro Leitão da Cunha, no dia 13 de
julho de 1863.
27.
No dia 24 de junho de 1860, um ano depois da fundação da Sociedade de
Atiradores, após uma apresentação teatral, foi fundado o "Theater-Verein
Blumenau" (Sociedade Teatral Blumenau), que funcionava anexo à Sociedade de
Atiradores e era dirigido por Roese Gaertner, esposa do negociante e cônsul alemão
Viktor Gaertner. A Sociedade Teatral Blumenau era apoiada financeiramente pela
firma comercial Meyer & Spierling. Acre_dita-se não ter sido fácil a montagem de
uma peça teatral com elementos "disponíveis numa Colônia que estava galgando os
primeiros degraus". Presume-se, entretanto, que as cenas humorísticas
(Humoristische Studien) foram o caminho para as primeiras montagens, pois em
1864, além das triviais cenas humorísticas, o grupo teatral apresentou o seu
primneiro espetáculo "Der gerade Weg ist das beste" (O Caminho Certo é o
Melhor), de Kotzebue. Nesta primeira peça, o trabalho de conjunto dos atores,
segundo o Pastor Hesse, "foi um sucesso".
Os atores não pareciam debutantes, todos trabalharam com uma notável
naturalidade, mostrando sua capacidade, principalmente para a comédia. Em março
de 1865, o grupo teatral apresentou "Verwunschenen Prinzen" (Príncipe
Amildiçoado). Nesta peça, o Pastor Hesse criticou alguns atores que não estavam
firmes no texto, aconselhando que o memorizassem melhor. Em novembro de
1865, o grupo teatral apresentou a peça medieval "Lustiges Trauerspiel" (Drama
Alegre), em quatro atos e um prólogo. O programa da peça foi pela primeira vez Schra~ der, Helene Hosang, Peter Hartmatm, Peter Cardoso Heinrich Clasen
publicado no "Kolonie Zeitung" de 18 de novembro de 1865. Fernan~ Hackradt, ~arl Meyer e esposa, August MüÚer, Cristoph Bau~ che,
No dia 2 de dezembro de 1869, a Sociedade de Atiradores festejou seus dez WJ1helm Schr~lber, P~ul Stahl, Gustav Spierling e esposa, Heinrich Prob~t., AI~ed
anos de fundação e a diretoria, na ocasião, elaborou uma programação especial. Beuns, Wilhelm Tiedt, Wilhelmine Brandes Friedrich Gottfned Rlchter, Ernst Wahl,
Desta programação, além da banda, canto, etc., foram apresentadas cenas cômicas Felix Gustav Emil Kirchbacll Mathias BrandI, ~rnold Gustav ,E?er:t, L~dwig
que arrancaram gargalhadas da platéia. Em 1870, os associados da Sociedade de
August Beyer, Ballehr ~ Kumml~hn. O aurr:ento no predlo mclUIu local destinado ao
Atiradores e a Sociedade Teatral Blumenau construíram um prédio dotado de um
palco e ao vestiáno. ~ ~ocledade Teatral Blumenau, que vinha apresentando cenas
palco. Com o decorrer dos anos, houve necessidade de ampliar o prédio da
humonstlcas, em 1874, na festa dos Atiradores, para alegria de todos apresentou uma
Sociedade de Atiradores de Blumenau, o que aconteceu em 1872. Os fundos
n0.va peça teatral e em 1876, no dia 9 de julho com u~ programa t;I~n~scnto de
necessários para a ampliação foram levantados com a venda de ações a 500 réis
cada, e Roese Gaertner foi de casa em casa levantar os fundos. Foram acionistas: número 21, divulgou os espetáculos: ,,'Cem thalers de Salano , peça com canto e um
Hermann Otto Bruno Blumenau (fundador da Colônia), Karl Wilhelm ato de H. Salingre e "A Espada de
Damocles" também em t d G Pu . .
Friedenreich, Charlotte Kegel, Louis Altenburg, Franz Lungershausen, Hans . ' ~m a o, e . thtz, CUJos personagens foram
Breithaupt, Franz Faust, João Marques da Silva, Wilhelm Scheeffer, Wilhelm lllterp~etados por Karl Wllhelm Friedenreich, Hennann Ruediger, Anton
Eberhard, Viktor Gaertner e esposa Roese, Hermmm Wendeburg, August Gloeden, Hart~lg c~n ~artent~hl e esposa, Rudolph Krause, Otto Meyer, A. Kretzsclunar ~
Karl Rischbieter, Heinrich Avé Lallement, Karl Külps, Gustav Persuhn, Emil s~nhont~s Kumlelm, Bertha Brandes e Clara Breithaupt.
Odebrecht, Gotthilf Grahl, Wilhelm Roedl, Bruno Hindlmeyer, Gustav Bichels, Para o~ vmte e ClllCO anos de Blumenau, a Sociedade Teatral preparou o
Heinrich Krohber- espetaculo "Preciosa", que foi apresentado no dia 31 de dezembro de 1877, tendo
Antigo Teatro Frohsinn ge~, ~einric.? Grewsmue!ll, Julius Sametzky, Bernhard sido prestigiado pela filha Luize e esposa do
Scheidemantel Fnednch Muller (Dr. Fntz Müller), Rudolph Krause, Ferdinand
professor August Müller (irmão do Dr. Johann Friedrich Theodor Müller ou Dr.
Fritz Müller), que moravam em Salto Weissbach e que foram a cavalo assistir à
apresentação. A peça "Preciosa" também foi assistida pelo Presidente da
Província de Santa Catarina, Dr. Lourenço Cavalcanti de Albuquerque, quando
este visitou a Colônia no dia 14 de junho de 1878.
Em 1880, a enchente do dia 22 para 23 de setembro destruiu_grande
parte dos cenários e livros pertencentes à Sociedade Teatral Blumenau, porém, a
sociedade se refez e no dia 3 de abril de 1881 apresentou a comédia em quatro
atos "Der beste Ton" (O Melhor Tom). No ano de 1883, a Sociedade Teatral
Blumenau encenou sete peças, as duas primeiras nos festejos da Sociedade de
Atiradores, nos dias 14 e 15 de maio, sendo a primeira, "Die Kaffeesiederin" (A
Coadora de Café) e a segunda "Das erste Weinachtsgeschenk" (O Primeiro
Presente de Natal), ambas em um ato, de C. TalU1enhofer, com ilúcio às sete
horas da noite. As demais apresentações do ano de 1883 foram: dia 29 de julho,
a comédia em cinco atos de Louis Angely "Die Reise" (A Viagem); dia 21 de
outubro as duas comédias em um ato "Der Weg durchs Fenster" (O Caminho
Através da Janela), de Scribe-Lemoine e "Das Ganschen von Buchenau" (A
GallSinha de Buchenau), de W. Friedrich; dia 31 de dezembro as peças "Junge
Manner Uild alte Weiber" (HomellS Jovens e Mulheres Vell1as), comédia em
dois atos, de Theodor Apel e "Wie man sich irren kann" (Como a Gente Pode
Enganar-se), em um ato, de Ernst Schonfeld. Em 1884, no dia 14 de abril, o
blumenauense foi convidado para a apre· sentação da comédia em três atos "Ein
Schlechter Mensch" (Um Mau Sujeito), de Julius Rosen, e logo em seguida, no
dia 24 de maio, durante os festejos de Pentecostes, as comédias, em um ato, de
Giovan Moser "Crise Hipoteka" (Hipoteca em Crise) e "Das war ich" (Isto Fui
Eu), de 1. Hutt. As comédias apresentadas no dia 19 de outubro "Ein moderner
Barbar" (Um Bárbaro Moderno), de Giovan Moser e "Eigensinn" (Obstinação),
de R. Benedix, ambas em um ato, foram também apresentadas durante os
festejos dos vinte e cinco anos da Sociedade de Atiradores nos dias 10, 2 e 3 de
dezembro de 1884.
Em 1885, o "Blumenauer Zeitung" de 10 de janeiro convidou para uma
reunião geral no dia 18 de janeiro, às 15 horas, na Sociedade de Atiradores, onde
entre outros itens da ordem do dia constava o item nO 5 - "A posição da
Sociedade de Atiradores para com o teatro". Não se tem notícias sobre o
questionamento do "item 5", sabe-se, entretanto, que o corpo cênico contava
com os seguintes amadores: Viktor Gaertner e esposa Roese, Anton von
Hartentahl e esposa, senhoras Karl Meyer e Au-
gu~t Gloe.den; senhoritas Wendeburg, Clara e Marie Breithaupt, Meta
Fnedenrelch, Bertha Brandes, Clara Schreepp e Ida Peters; Rudolph Kra~~~,
Henn~ill1 R~ediger~ Heinrich FroelU1er, August Blomeyer, Chnstlan
Sc1llntdt, Altred Bellns, Otto Freygang, Ernst Hertel e esposa ~eopold Hoeschl,
Theodor Lueders, Schott, Paul Schwarzer, Gustav Sa~ lmger, Karl Wilhelm
Friedentreich, Willlelm Roedel e Franz Lungershause~l; Este grupo t:~balhava
em equipe (ensaios, roupas, cenários, luz, ~aqU11agem e. aces~onos), sendo os
maiC2!:.es animadores de tudaS-..as ativI~des teatrals,-y!ktor Gaertner e
esposa Roese. Da primeira diretoria eleita constavam .os nomes de Gustav
Salinger - presidente, Viktor Gaertner - tesourelfO e Roese Gaertner - diretora.
" No .d~a 1~ de abril de 1885, depois dos espetáculos "Der Gefangene (O
Pr~slOnelro), de Kotzebue e "Heimlich" (Secreto), peças em um ato, a
SOCiedade Teatral B!U1nenau resolveu adotar o nome de "Sociedade Teatral
~r04sitU1", funcionando como padrinhos a senhora Emil Odebrec~lt e Vlktor
Gaertner.' A Sociedade Teatral "FrohsiniL' apresentou, no dia 12 d~, setembro
de 1866, a peça popular em cinco atos, de S. H. Mosenthal,. ~er SOlU1wendhof"
(O Pátio do Solstício). Neste espetácu10~ pela pnmelr~ vez, foram cobrados
ingressos, pois até esta data, no roâapé dos conVites, constava o seguinte:
"entrada com os conhecidos ". Aco~tece aue ~ espetáculo do dia 12 de setembro foi
apresentado em beneficlO d.a Igreja Evangélica para aquisição do relógio da
mesma. Os ingressos foram c.obrados à razão de 1$000 para cavalheiros, 500
réis para as ~amas, e cnanças at~ 12 anos 320 réis. Para aquisição do relógio,
mais uma peça teatral fOI apresentada, e desta vez foi a comédia em três a~os, de
C. A. Gorner, "Tantchen Unverzagt" (Tiazinha Intrépida), no dia 26 de
dezembro de 1887. A diretoria pediu o comparecimento de todos ao espetáculo,
con~iderando os objetivos do mesmo. Os preços foram. os mes~os do dia 12 de
setembro de 188ó. O espetáculo foi repnsado no dJa 15 de janeiro de 1888.
No dia 28 de março de 1891, segundo dia de Páscoa, foi realizado na
Sociedade de Atiradores um concerto de tarde e à noite .haile, entretanto, no
mesmo ano, nos dias 18 e 19 de maio, além das atrações como a busca do rei,
tiro ao pássaro, música de concerto e outras festividades ho~ve uma
apresentação teatral em beneficio da "caixa" da Sociedade d~ Atlfadores. A
peça apresentada foi "Der Herrgottschnitzer von Ammergau" ~O Esculto~
Sacro de Anllnergau); peça popular em cinco atos, de ~udwIg Ganghofer e
Hans Neuert. Os festejos continuaram no dia 19 e foram encerrados com o
grande Baile dos Atiradores.
Em 1894, os associados da Sociedade Teatral "Frohsinn" e Socie-
28.
dade de Atiradores lançaram a idéia de construir um Clube para funcionar em conjunto as sociedades
"Frohsiml" e Atiradores. Desentendimentos impediram que a idéia se concretizasse. É que durante as
apresentações de teatro quase sempre havia tumulto por parte de alguns associados dos Atiradores, que
se excediam na bebida. A Sociedade Teatral "Frohsinn" resolveu, então, construir o seu próprio teatro,
adquirindo o terreno da finna Meyer & Spierling, onde funcionou a fábrica de conservas Asseburg e
que, pouco antes, fora destruída por um incêndio. O terreno adquirido localiza-se onde hoje está a
CELESC, na antiga Rua das Palmeiras, atual Alameda Duque de Caxias, e foi um grande passo para a
construção do próprio teatro. A última apresentação da Sociedade Teatral "Frohsinn" no palco da
Sociedade de Atiradores, foi no dia 16 de fevereiro de 1895, com a comédia em cinco atos de Giovan
Moser, "ÚLTIMO" e o programa alusivo à última apresentação define bem o espírito dos nossos atores
da época. A Sociedade Teatral "Frohsiml" construiu o seu próprio teatro com dinheiro emprestado e no
dia 26 de outubro de 1895, o inauguraram com a peça de Karl Laufs, em quatro atos, "Ein toller
Einfall" (Uma Idéia Maluca). A peça foi reprisada no dia 10 de novembro do mesmo ano, com
ingressos a 1$000. Depois' do espetáculo, o tradicional baile. O horário, com raras exceções, era
sempre às oito horas da noite. Quanto aos ingressos, subiam de acordo com a inflação.
O teatro foi concluído em princípios de 1896 e André Roenicke foi o construtor do mesmo. No
dia 12 de setembro de 1897, foi apresentada no "THEATER FROHSINN" a peça popular em cinco
atos, de A. Larronge, "Mein Leopold" (Meu Leopoldo).
A morte de Roese Gaertner, ocorrida no dia 26 de dezembro de 1900, não só enlutou a
Sociedade Teatral "FrohsiIm", e sim toda a Comunidade Blumenauense. Roese foi a fundadora e
principal impulsionadora da arte teatral em Blumenau e, apesar do seu faleciInento, a Sociedade
Teatral "Frohsinn" não esmoreceu, encenando anualmente de duas a cinco peças teatrais, colocando o
Teatro "FrohsiIm" como centro irradiador da arte teatral na região, atraindo grupos e companhias de
outros pontos do país e até do exterior. Com o falecimento de Roese, foi eleito dirigente da sociedade
Gustav Sal inger , que ocupou o cargo até 1917, quando se retirou devido à avançada idade. Else, filha
de Roese, substituiu a mãe em tudo o que se referisse à encenação teatral. Quando Gustav Salinger foi
para a Europa, Nanny Poethig assumiu a direção dos espetáculos. No dia 26 de maio de 1901,
primeiro dia de Pentecostes, exatamente cinco meses após o falecimento de Roese, a Sociedade Tea-
tral "Frohsinn" apresentou a comédia em três atos, de Oskar BlumentaJl1
e Gustav K.adelburg, "1m Weissen Rõssl" (No Cavalinho branco). Os in-
gressos subiram, cavalheiros 2$000 e damas 1$000. Para o primeiro dia de
Pentecostes de 1902, dia 18 de maio, foi apresentado o espetáculo cantado em
três atos, de Rudolph Hahn "Er ist Baron" (Ele é Barão), e os ingressos
voltaram a ser cobrados à razão de 1$000. Os espetáculos eram sempre
apresentados para associados e convidados, porém no dia 14 de dezembro de
1902, houve uma apresentação pública e a peça apresentada foi "Die
WunderquelIe" (A Fonte Milagrosa), em três atos, de Felix Philippi. A partir
desse espetáculo, havia sempre apresentações públicas e a peça "Frau Müller",
em três atos, de Giovan Moser, foi apresentada ao público, a pedido, no dia 3 de
abril de 1904. Pela seqüência com que eram apresentadas as peças teatrais,
deduz-se a intensa atividade dos nossos amadores, pois logo após "Senhora
MulIer", no dia 10 de julho, apresentaram "Wenn man in Dunkeln Küst"
(Quando se Beija no Escuro), em três atos, de E. Mallachow e D. Elsner. E
ainda em 1904, precisamente no dia 25 de dezembro, foram apresentadas duas
peças em um ato, "Lord BeumaIm in Behandlung" (Lord Neumann em
Tratamento), de M. Kominski-Weiss e "Ein Don Juan aus
Familienruecksichten" (Um Dom Juan de Respeitável Família), ele R. Hahn.
Em 1903, toda a Comunidaele blumenauense estava voltada para uma
grande solenidaele - "inauguração do monumento ao Doutor Blumenau", no dia
31 de maio de 1903, e a Sociedade Teatral "Frohsinn" colaborou apresentando
um grande espetáculo teatral, "O Rapto das Sabinas" , em quatro atos, de Paul e
Franz Schoentahn.
Em 1905, a equipe teatral elo Teatro "Frohsirm" reprisou um grande
sucesso de setembro ele 1886, "O Pátio do Solstício", que foi apresentado no
dia 11 de junho, 10 dia de Pentecostes.
Em 1906, foram apresentadas duas peças teatrais de Giovan V.
Moser. No dia 10 de abril, em três atos, "Eine Kranke FaInílie" (Uma Família
Doente), e no dia 25 ele dezembro "A Amazona". Em 1907, no dia 19 ele maio,
foi apresentada a comédia, em três quaelros, ele Roelerich Benedix, "Der
Vetter" (O Primo).
O Teatro "Frohsinn"-,-que fazia suas apresentações a lampião d~
querose11e, no dia 26..de julho de 1908, foi beneficiado com luz elétrica
fornecida por Frederico .. :.G. Busch. O evento foi comemorado com a
apresentação ele duas peças teatrais em um ato, sendo a primeira "Der Mann
mit den drei Frauen" (O Homem com as Três Mulheres), de M. Reichardt, e a
se.!:,l1Jinte "Ein Berliner in Wien" (Um Berlinense em Viena), de A. Langer e
D. Kalisch, com música de A. Konradi. A partir desses espetáculos, a luz
elétrica participou de todos os eventos realiza-
dos no Teatro "Frohsinn". Ainda em 1908, a peça "Der Hochzeitstag" (O dia do
CasaInento), em quatro atos, de Wilhelm Wolters e Koenigsbrun-Schaup, foi
apresentada no dia 8 de novembro.
Em 1909, foram apresentados os seguintes espetáculos: dia 18 de abril
as pe.ças em um ato, "Es spukt" (Andam Duendes), de KominskiWeiss, e "Die
'Schulreiterin" (A Amazona da Escola), de Emile PohI. Dia 15 de agosto, a peça
"Die Reise auf gemeinschaftliche Kosten" (A Viagem ·sob Expensas da
Comunidade), quadros cômicos em cinco atos, de L. Angely.
Pelos éinqüenta anos da Sociedade de Atiradores de Blumenau, a
Sociedade Teatral "Frohsinn" apresentou, no dia 2 de dezembro de 1909, duas
peças em um ato, sendo a primeira "Das schwache Geschlecht" (O Sexo Fraco),
de Gustav Kadelburg, e a segunda "Onkel Bollinger" (Tio Bollinger), de Ernst
Hallenstein.
Em 1910 a Sociedade Teatral "Frohsirm" deveria testejar o seu Jubileu
de Prata: o que não ocorreu devido a morte de Paul Schwarzer e Mllllla Hering,
e também devido à ausência de Gustav Salinger, que viajara para a Europa, em
1904, em tratamento de saúde. Com o afastamento de Gustav Salinger, assumiu
a presidência da sociedade, no dia 3 de 'junho de 1907, Nanny Poethig, que
convocou uma assembléia, na qual foi eleito August Zittlow para presidente e
que exerceu o cargo por vinte e três anos, A diretoria contava ainda com OUo
Rohkohl como secretário; Rudolph Klein como tesoureiro; Narmy Poethig,
diretora e Maria Lungershausen, decoradora. Em 1910, o grupo teatral encenou
quatro peças teatrais, e no dia 9 de abril de 1910, o "Blumenauer Zeitung"
notic,iou a apresentação do dia 24 de abril, que constava de d~s peças em wn
ato, a primeira, comédia de Giovan Moser "Er soll dem Herr sein" (Ele será teu
Senhor), a segunda, uma farsa de Louis Noetel "Der Herr Hofschauspieler" (O
Senhor Ator de Pátio). Dia 19 de junho foi apresentada a peça em três atos, de
Blumentahl e Kadelburg "Hans Huck.ebein". No "Blumenauer Zeitung" de 27
de agosto de 1910, pela primeira vez, a Sociedade Teatral "Frohsim1" não
fonnulou convite para o espetáculo em letras góticas. O espetáculo foi
anunciado para o dia 11 de setembro do mesmo ano, com a peça popular em
cinco atos, de Ganghofer e Neuert, "Der Herrgottschnitzer von Armnergau" (O
Escultor Sacro de Almnergau).
No dia 14 de maio de 1911, foi realizado um grande espetáculo no
Teatro "Frohsirm", constando da programação uma apresentação cinema-
tográfica e a peça teatral em três atos de Sudennal1l1, "Die Ehre" (A Honra).
 Em 1912, foram apresentadas as peças "Gut gibt Mut" (Bom dá ânimo),
comédia em três atos, no dia 28 de abril. No dia 13 de julho, foi apresentada a
peça "Die Verrãterin" (A Delatora), em três atos, de Nordisk.
Em 1913 foram apresentados dois espetáculos, o primeiro no dia 20 de
abril com a peça em cinco quadros de Hermann v. Sclnnid "Die Z'widerwurs'n"
(O Espírito de Contradição). Os quadros apresentaram características rurais. No
dia 19 de outubro, duas peças em um ato foram apresentadas, a primeira, um
espetáculo musicado de D. Richter, "Am Brullllen vor dem Tore" (Na Fonte
Defronte o Portal) e a segunda também de D. Richter, "Wir brauchen keine
Mãlmer mehr" (Nós não precisamos mais de homens).
Em 1914 começaram os concertos, festas e apresentações teatrais em
beneficio da Cruz Vermelha, e no dia 14 de novembro, a equipe do Teatro
"Frohsinn" apresentou a comédia em quatro atos, de Heinrich Stobitzer, "Die
Barbaren" (Os Bárbaros). A peça tem como cenário a França de 1870.
Em Notícias Locais do "Blumenauer Zeitung" de 22 de janeiro de 1915,
o consulado alemão, através do Cônsul Otto Rohkohl, comunicou que o
aniversário do Kaiser, no dia 27 de janeiro, só fosse lembrado nas escolas e
igrejas, dizendo ainda que os festejos comumente realizados no Teatro
"Frohsillll" estavam suspensos. E, em 1915, não houve apresentações teatrais,
entretanto, em 1916 e 1917, foram apresentados quatro espetáculos teatrais.
Nos dias 10 e 11 de junho de 1916, foram apresentadas as peças em um
ato de Wilhelm Lange "Einquartierung" (No Alojamento), e de Alex Hoffmallll
"Onkel Schoenleins Vermãchtnis" (O Testamento do Tio Schoenleins). No dia
25 de dezembro foi apresentada ao público a peça em três atos, com canto, de A.
L'Arronge e Giovan Moser, "Der Registrator auf Reisen" (O Registrador em
Viagem).
Em benefício do Hospital "Elisabeth", foram apresentadas 110 dia 11 de
fevereiro de 1917 duas peças teatrais, "Elisabeth, Landgrafin von Thüringen"
(Elisabeth, Condessa da Turíngia) e "Stadt und Dorf" (Aldeia e Cidade), em
cinco atos, de Charlotte Birch-Pfeiffer. Ainda em 1917, no dia 14 de outubro, a
equipe do Teatro "Frohsinn" apresentou a peça popular com canto, em três atos,
de Ludwig Anzengruber, "Der Meineidbauer" (O Aldeão Perjuro). Apesar das
apresentações de 1916 e 1917, durante a Primeira Guerra, em 1918 e 1919, as
mesmas foram novamente suspensas.
Em 1920, faleceu Gustav Salinger, que durante duas décadas esteve à
testa de todos os eventos importantes da Sociedade Teatral "Froh-
Em 1920, os espetáculos foram reativados e o apresentado no dia 8 de
maio, a divertida comédia em quatro atos, de Franz Schoentahn e Gustav
Kadelburg "Zwei Glückliche Tage" (Dois Dias Felizes), beneficiou os
necessitados do "Erzgebirge", com a metade do lucro líquido. O espetáculo foi
reprisado no dia 4 de setembro, e as críticas foram as mais elogiosas. As peças
em um ato "Tante Dalles" (Tia Dalles), de D. Richter e "Das war ich" (Isto fui
eu), de J. Hutt, foram apresentadas ao público no dia 26 de dezembro.
Com a chegada do Maestro Heinz Geyer, em 1921, as programações
musicais eram freqüentes e o Teatro "Frohsillll" serviu também para os ensaios
dos músicos da Sociedade MusicaLLyrª-, que Geyer assumiu quando Ernst
Bernhardt regressou para a Argentina, onde fixara residência. A competência
de Geyer levou-o também a dirigir G. Club Musical, e sob a sua batuta, os
músicos do Club Musical, que faziam seus ensaios no Hotel Gross, passaram
também a utilizar o Teatro "Frohsillll". A Sociedade Musical Lyra e o Club
Musical formaram, no Teatro "Frohsillll" , a Orquestra da Sociedade Teatral
"Frohsinn".
Apesar de acolher a orquestra, a equipe teatral do Teatro "Frohsillll"
continuou com suas atividades normais e no ano de 1921, apresentou cinco
peças teatrais, em quatro espetáculos. No dia 27 de março apresentou a
comédia em três atos de Heinrich Heinemallll "Der Schriftstellertag" (O Dia do
Escritor). No dia 8 de maio, duas peças em um ato foram apresentadas, a
primeira de R. Halm "1m Vorzinnner seiner Excellenz" (Na Antecâmara de
Sua Exceleência) e "Suschen Tagebuch" (O Diário de Susaninha), de G.
Braune. No dia 29 de outubro, foi apresentada a comédia em cinco atos de
Giovan Moser, "Die Leibrente" (O Foro da Gleba). O espetáculo foi reprisado
no dia 30 do mesmo mês. Ainda em 1921, foram apresentados, no dia 30 de
julho, "DI. Claus" e no dia 4 de dezembro, "Othelos Erfolg" (O Sucesso de
Othelo).
Em 1922, a equipe teatral do Teatro "FrohsÍlm", ~resentou dez peças
teatrais. A primeira, no dia 11 de fevereiro, "Die Silberne Hochzeit" (As Bodas
de Prata), em um ato, e ainda no dia 11, "Das Schwache Geschlecht" (O Sexo
Fraco), também em um ato. Dia 16 de abril, primeiro dia de Páscoa, foi
apresentada a comédia em quatro atos de Oskar Blurnentahl e Gustav
Kadelburg "Die Grosstadtluft" (Ares da Metrópole). Dia 9 de julho, a peça
baseada no romande de Ganghofer "Der Dorfapostel" (O Apóstolo da Aldeia).
Dia 13 de agosto, "Der Schwarze Ritter" (O Cavaleiro Negro), em cinco atos.
Dia 26 de setembro, duas peças em um ato "Seine einzige Tochter" (Sua Única
Filha) e "ln der
Kinderstube" (Na Sala das Crianças). No dia 4 de novembro, "Die Goldene
Eva~' (A Eva Dourada), peça em três atos de Franz Schoenthan e Kopel Ellfeld.
No dia 26 de dezembro foram apresentadas duas peças teatrais em um ato,
"Maedel sei schlau" (Menina Seja Esperta), de Julius Keller e "Der Bergfex" (O
Gnomo da Floresta), de A. Dreher.
Em 1923 foram apresentadas, de Oskar Blumentahl e Gustav Ka-
delburg, no dia 24 de março, a peça em quatro atos, "Zwei Wappen" (Dois
Escudos). Dia 8 de julho, a comédia em quatro atos "Die Zeisige" (Os
Pintassilgos), história de um fabricante de sabão. Dia 2 de setembro, grande
apresentação com o prólogo "Der Rosenkranzwirt" (O Taberneiro do Rosário)
e depois "Die Ammergauer Lise" (Lise de Ammergau), que se passa 15 anos
após o prólogo. No dia 3 de novembro, "Die Kinder seiner ExcelIenz" (Os
Filhos de Sua Excelêp.cia) e no dia 25 de dezembro, em cinco atos, de
Charlotte Birch-Pfeiffer, "Dorf und Stadt" (Aldeia e Cidade).
Em 1924, foram apresentadas "Die Wilde Jags" (A Caça Selvagem), no
dia 8 de março. "Ais ich noch im Fluegelk1eide" (Quando eu ainda era melúna)
de Albert Kehme e Martin Frehse, em quatro atos, peça divertida e segundo a
crítica, muito bem apresentada. No dia 8 de junho, "Die Z'widerwurz'n" (O
Espírito de Contradição), em cinco quadros. Segundo a crítica, quadros de
costumes da terra, mesmo com bons atores, esse tipo de espetáculo perde
muito, quando os atores não dominal o dialeto usado pelo povo da terra. No dia
30 de agosto foi apresentada a comédia de Francis Stahl, em quatro atos,
"Tilli". A comédia "O Foro da Gleba", de G. Moser, apresentada em outubro de
1921, voltou à cena no dia 5 de outubro. No dia 29 de novembro, a equipe
teatral do Teatro "FrohsÍlm" apresentou wna extensa programação em três
partes. Na primeira parte foi apresentada a peça em um ato "Ein Testament mit
HÍlldernissen" (Um Testamento com Impedimentos); de P. Hubner. Na
segunda parte foram apresentadas: a) "Der Luftballon" (O Balão de Gás); b)
"Pieske auf der Kohlensuche" (Pieske procurando carvão); c) "In 500 Jahr, ist
alIes vorbei" (Em 500 anos, tudo passou). Na terceira parte foi apresentada a
peça "Nach Brasilien" (para o Brasil), de Paul Jescheck. Em 1924, a Sociedade
Teatral "FrohsiIm" encerrou suas atividades no dia 25 de dezembro com a peça
teatral "Die Anne Liese", comédia histórica com o enredo baseado na
possibilidade de casamento de Leopoldo I. A peça foi muito bem apresentada.
O interessante das apresentações eram as datas diferentes para as-
sociados e público em geral, e algumas apresentações somente para associados.
Em. 1925, foram feitas seis montageDS. No dia 28 de março, foi
apresentada a peça em quatro atos, de Ludwig Anzengruber, "Der ledige Hof"
(O Pátio Livre), somente para associados. No dia 12 de abril foram
apresentadas, em um ato, "Der Kassenschluessel" (A Chave do Cofre),
comédia de Roderich Benedix e o musical de D. Richter "1m Krug zum
gruenen Kranze" (Na Taberna da Coroa Verde). No dia 31 de maio, o
espetáculo foi público, e a peça apresentada foi "Pension Schoeller", em três
atos, de Karl Laufs. No dia 29 de agosto foi apresentada para os associados a
comédia de Max Reimann e Otto Schwartz, em três atos, "WilIy's Frau" (A
Mulher de WilIy), e para o público em geral, no dia 5 de setembro. No dia 26 de
dezembro, a peça em três atos de F. Impekoven e C. Mathern
"Junggesellendaemmerung" (Crepúsculo dos Solteirões) foi apresentada para o
público em geral, e no dia 27 de dezembro para associados.
Em 1926, foram feitas cinco montagens. No dia 15 de maio, a peça em
três atos de Blumentahl e Kadelburg, "Ais ich wiederkam ... " (Quando eu
voltei ... ); dia 23, foi apresentada ao público em geral. No dia 11 de setembro
foi apresentada para associados, em três atos, a comédia de Max Dreyer, "1m
Behandlung" (Em Tratamento). A comédia em um ato, baseada em Haus
Arnold'schen, dramatização humorítsica de Constantin BelIa, "Ein neuer
Hausartz" (Um Novo Médico da Família) e "Das alte Lied" (A Velha Canção),
uma comédia Biedenneier de Helene e Erich Fischer, com música de W. A.
Mozart, foram apresentadas no dia 27 de novembro. No dia 25 de dezembro,
uma comédia de Max Reimann e Otto Schwartz "Der Sprung in die Ehe" (O
Casamento), foi apresentada para o público em geral.
No dia 27 de fevereiro de 1927, a Sociedade Teatral "Frohsirnl"
apresentou um "FastnachtspieJ" (peça sobre Carnaval), de Elis Trenk1erSieler,
"Karnevalzauber" (Magia do Carnaval).
No final de todos os espetáculos havia sempre o tradicional baile com
aS"Musikkapellen" Ruediger, Werner, Schneider e outras, nesse dia porém, o
baile à fantasia para sócios, foi abrilhantado pelo "JazzbandkapelJe", sob a
regência do Maestro Heinz Geyer. Dia 9 de abril para sócios e dia 17 de abril
para o público foi apresentada a peça em três atos, de Wilhelm Wolters, "Sein
Alibi" (Seu Álibi). A peça, em cinco atos, de Oskar von Redwitz-Elbe, "Der
Zunftmeister von Nuernberg" (O Mestre Sindical de Nurenberg), peça
histórica, lotou as dependências do Teatro "Frohsinn" nos dias 5 de junho para
o público em geral, e dia 11 de junho para associados. Os atores foram muito
aplaudidos pelo seu desempenho. Houve reprise no dia 26 de junho para
crianças que até 12
anos pagaram meio ingresso. A Estrada de Ferro Santa Catarina pôs trem
especial para escolares da Colônia. Ainda em 1927, foi apresentada a peça "1m
Foersterhause" (Na Casa da Floresta), de R. SkowrOlmek, em comemoração ao
dia de Natal, no dia 25 de dezembro.
Em 1928, a comédia em três atos de Gustav Davis "Maedel von Heute"
(Moças de Hoje), apresentada no dia 21 de janeiro, foi dirigida por Hans
Starkmalm, que esteve visitando Blumenau. "Alt Heidelberg" (Velha
Heidelberg) foi apresentada nos dias 8, 15 e 21 de abril. "Der Weg zur Hoelle"
(O Caminho para o Inferno), em três atos, de G. Kadelburg, foi apresentada no
dia 27 de maio. A peça em três atos, de Max Reimann e Otto Schwartz "Der
Sprung in die Ehe" (O Casamento) foi apresentada no dia 22 de setembro.
"Asra", de Felix Philippi, em três atos, foi apresentada no dia 3 de novembro.
"Die Frau Kaffeesiederin" (As Coadoras de Café), histórico da época de
Schubert, passado em Viena, e "Die drei Wuensche" (Os três desejos), peça
cantada, foram apresentadas no dia 26 de dezembro.
Em 1929, foram apresentadas, no dia 1 o de abril, a comédia em três atos
de Schoenthan e Kadelburg "Herr Senator" (Senhor Senador)." Dia 19 de maio
foi apresentada a peça em três atos, de Brandon Thomas "Charley's Tante" (Tia
de Charles). Esses dois espetáculos foram dirigidos por Willy Jungmichel, que
esteve em Blumenau. "Glaube und Heimat" (Pátria e Fé) foi apresentada no dia
29 de junho. Foram ainda apresentadas em 1928, as peças "Die Orientreise" (A
Viagem ao Oriente) em três atos, de Blumenthal e Kadelburg, no dia 6 de
junho; "Weinacht in der Pecherhuette" (Natal na Cabana do Fabricante de
Piche), em dois atos, de Peter Rosegger e dramatizada por Heinrich Lindau, no
dia 25 de dezembro; e na mesma noite, o conto alegre com música e dança
escrito por A. Holst e composição de G. Winter "Heinzelmaennlein". No dia 26
de dezembro, Heinz Geyer acompanhou o "Liederkranz" com a orquestra no
concerto de Natal. Inovação que lhe valeu os maiores aplausos.
Em 1930, foram apresentados os espetáculos "Wer fuehrt die Braut
Heim?" (Quem vai casar com a noiva?), comédia em dois atos, de Julia Jobst,
no dia 22 de março; "Er ist Baron" (Ele é Barão), em três atos, de Rudolph
Hahn e música de L. Hauptner, no dia 20 de abril; "Der Jubilaeumsbrunnen" (O
Poço do Jubileu), drama em quatro atos, de Wa1ter Bloem, no dia 23 de agosto.
Em 1931, a Sociedade Teatral "Frohsum", montou o espetáculo "Der
Sturm un Wasserglase" (Tempestade num copo d'água), comédia em três atos,
de Bruno Frank, no dia 19 de dezembro, te'ndo sido reprisada várias vezes.
Além desse espetáculo, o NSDAP-Blumenau apresen-
t~u no dia 15 de agosto, n~ pa~co do Teatro "Frohsinn", urna programaçao em
duas partes. Na pnmerra parte foi apresentada a peça teatral de Hermann
Streiter, em três atos, "Deutschland erwache" (Alemanha desperta), e na
segunda parte, conferência e apresentações musicais,
!?a atuação do Maestro Heinz Geyer como dirigente do Club Musical, da
realização dos ensaios e apresentações no Teatro "Frohsilm" foi convocada uma
Assembléia Geral Extraordinária, realizada no dia 15 de março de 1932, para
tratar da junção da Sociedade Teatral "Frohsinn" e Club Musical. Na
oportunidade foi eleita a nova diretoria e elaborados os Estatutos do "Musik und
Theaterverein 'Frohsinn'" (Sociedade Musical e Teatral "Frohsiml"), A diretoria
eleita e responsável pela elaboração dos Estatutos foi a seguinte: August
Zittlow, presidente; Walter Werner, vice-presidente; Otto Rohkohl, secretário;
Julius Baumgarten, 2 o .secretário; Rudolph Klein, tesoureiro; Franz Hering, 2 o
tesoureiro; Helnz Geyer, dirigente da orquestra; Heinrich Webel, substituto do
dirigente; Nalmy Poetl1ig, diretor de cena; Franz Nietsche, 20 diretor de cena;
Arthur Lindholm e Heinrich Sachtleben, consultores. Nos Estatudos datados de
13 de junho de 1932, a sociedade tinha por objetivo _ ''proporcionar aos seus
associados entretenimento e diversões, notadamente por via da arte teatral e
0
musical". O artigo 2 dos mesmos Estatutos diz o seguinte: "Para a consecução
desses fins, anualmente, dever-se-ão realizar, no mínimo, 6 (seis)
representações teatrais ou musicais, reuniões dançantes ou outros espetáculos,
aos quais poderão assistir os sócios, com direito de introduzir membros de suas
famílias ", No Capítulo lI, Secção I, o artigo 4 o diz ainda que "0 Conselho
Administrativo será eleito pela Assembléia Geral da seguinte forrna: seis
membros dentre sócios afeiçoados da arte musical ou efetivamente militantes, e
outros seis dentre os sócios ativamente dados à arte teatral". Os Estatutos
foram registrados no dia 16 de junho de 1932, no Livro nO 4, fls. 1, no
Cartório Getúlio Vieira Braga, como "Sociedade Dramático-Musical
"Frohsinn" .
No dia 22 de março de 1932, às 8,30 horas da noite, no Teatro
"Frohsinn", o blumenauense prestou significativa homenagem à memória de
Johalm Wol{gang von Goethe pelo centenário de sua morte. Do programa
elaborado em três partes, constava da prilneira parte, sob a regência de Heinz
Geyer, uma peça musical e a "ouverture" de "Egmont". As cenas de "Egmont" e
o monólogo "ltigênia de Taurus", foram apresentadas pelos alunos da Escola
Nova. A cOlú'erência sobre Goethe foi proferida pelo professor e diretor da
Escola Nova, Hans Saettler. Na segunda parte foi apresentada a peça teatral de
Goethe, "Os Irmãos", tendo como
participantes na encenação os blu~enauenses Franz N~etsche, He~a Meyer,
Victor Hering, Hubert WeIe!S e"Werner .S~he1l1l1g. Na terceIra parte foram
apresentadas ~s can~oes ~rlkoemg , de ~ch~~ert, P?r Felix Hering, e as canções
As V101etas , de Mozart, Rosml:a S.llvestre" e "Canção do Viajante Noturno",
de Schubert, por Addl KheSchlei. Também foi apresentada uma poesia escrita e
declamada por
V~S~~ " montando quatro peças teatrais, promovendo ainda no dia 11 de março de 1933,
No dia 9 de abril, a Sociedade Teatral "Frohsinn" apresentou Er
und Sie" (Ele e Ela). No dia 15 de maio, 1 0 dia de Pentecostes, a orquestra da
Sociedade Dramático-Musical "Frohsinn" ~presentou um grande concerto com
o seguinte programa:, 1 - 9". Verdl - ab~rt~~.a da ópera Traviata; 2 - J. Bruell -
abertura da opera A Cruz Dourada , 3 :
Gounod-Artok - tantas ia de Fausto; 4 - Johann Strauss - No Belo Danubio Azul
- valsa. PAUSA 5 - Fr. Popy - Suite Oriental: a) Les Bayadéres; b) Au bord du
Gange; c) Les Almeês; d) Patronille; 6 - M. Schmeling - Uma noite em Toledo:
a) Serenata; b) pan~a espanho~a; 7 Antônio C. Gomes - abertura do Guarany.
DepOiS baIle. A SocIedad~ Teatral "Frohsinn" e o Club Musical apresentaram
no dia 9 de julho, a peça musicada de H. Sohnrey "Die Dorfmusikanten" (Os
Músicos da ~deia). Peça popular e alegre, com canto e mús.ica dirigi?a por Hemz
0
Geyer. Foi reprisada várias vezes e muito aplaudld~. No dia 1 de outubro, foi
apresentada a peça de Albert Kehm e Mart.m Frebse, e~ quatro atos, "Ais ich
noch im Fluegelkleide" (Quando e~ amda e~a l~~el11na). No dia 31 de outubro,
foi apresentada a programaçao especial De Johann Sebastian Bach até Richard
Wagner", em memória dos maiores me,st~es da música e poesia da Alemanha. A
programação em ordem cronologIca abrangeu Bach de 1685/1750 e Bach -
Friedemann de 171011784, passando por Haydn de 1732/1809; Mozart de
1756/1791; Beethoven de 177011827; Carl Maria v. Weber de 1786/1826; Franz
Schubert de 1797/1828; Schumann de 1810/1850; Brahms de 183311897 e
W~~ner de 1813/1883. Participaram da programação, Heinz Geyer como
dIrIgente, o coral masculino, o coral misto e os solistas Margarethe Schumann-
Hoeppner, Friedrich Sclunidt e Franz Brack. Os textos f~ram apresentados por
Heribert Müller. Ainda em 1932, a Socledade~, T~atral "Frohsilm" apresentou
nos dias 25 e 26 de dezembro a o~e~eta WInzerliesel" (Liesel da vindilna),
opereta em três atos, com muslc.a e. t~xto de Georg Mielte. Participaram da
encenação, August Noch, SIe~tned .~ndress, Kaethe Werner, Lorenz
Broderesen, Amely Be~ker~ WI1ly. Lohr, Lore Müller-Hering, Walter Werner,
Franz Brack. Dlreçao musI~al d.e HeilIz Geyer e teatral de NaImy Poethig.
Depois baile. No dia 3 de JaneI-
ro de 1933, "Winzerliesel" foi apresentada pela terceira vez e foi muito
elogiada, principalmente a atuação de Heinz Geyer, integrantes do Club
Musical, do coral e os duetos interpretados pela senhorita Amely Becker e
Siegfried Endress, e a comicidade de Willy L6hr.
Em 1933, apesar da difusão da ideologia nazista, a Sociedade
Dramático-Musical "FrohsiI111" continuou com sua programação nonnal
a noite clássica de "Helge Hofstadt", nova peça vienense e teatro berlinense,
com a participação de Emmi Isebarn, Else Nietsche, Jutty Baumgarten, Amely
Becker, Heinz Geyer, Willy Lühr e Franz Brack. Foram apresentados: 1 -
Fausto: a) o grande monólogo; b) cena do envenenamento; 2 - Hamlet -
0 0
monólogo, 2a cena do 1 ato; b) 5a cena do 1 ato; c) 2a cena do 2 o ato; d) "Ser
ou não ser" e a cena entre Hamlet e Ophélia. PAUSA 3 - Iphigenia - 30 ato
inteiro. Foram encenadas ainda as peças teatrais "Die Journalisten", comédia
em quatro atos, de Gustav Freytag, nos dias 16 e 17 de abril, sob a direção de
Franz Nietsche; "Junggesellendaemerung" (Crepúsculo dos Solteirões), de
0
Toni Impekoven e K. Mathern, em três atos, no dia 1 de julho; e no dia 8 de
julho, em beneficio da Escola Evangélica Feminina; "Die Herren Eltern" (Os
Senhores Pais), mn retrato da vida em três atos, de HermaIm Herschel, no dia
16 de setembro. "Meine Herzenskoenigin" (Rainha do meu Coração), opereta
em três atos, com texto e música de G. Mielke, nos dias 10 e 2 de dezembro.
Essa opereta foi reprisada no dia 30 de dezembro em beneficio do Maestro
Heinz Geyer. Para encerrar o ano de 1933, nos dias 25 e 26 de dezembro foram
encenadas "Maerchenbilder" (Contos da Carochinha) .
Em 1934, foi remontada a comédia em três atos de Franz Schoenthan e
Koppel Ellfeld, "Die Goldene Eva" (A Eva Dourada), nos dias 10 e 14 de abril.
A apresentação, em beneficio da "Caixa de Auxílio aos Enfennos e Morte" dos
associados trabalhadores de B1umenau, foi dirigida por Willy Lühr; a peça, em
três atos, "Der Meister boxer" (O Mestre Pugilista), foi apresentada no dia 20
de maio para o público e no dia 9 de junho para associados. O baile do dia 20,
foi abrilhantado pela Banda Breithaupt. "Schlageter", de Hans Johst, em quatro
atos e mn prólogo, foi apresentado no dia 22 de setembro para o público em
geral, e no dia 23 para crianças e adolescentes. Para recepcionar o Dr. Sclunidt-
Elskop, em Blumenau foi promovida uma noite colorida no Teatro "FrohsiIm",
no dia 16 de novembro. Ao Maestro Geyer coube a parte artística, e ele incluiu
entre as peças para coral e orquestra, "Amor e Concórdia", Ouverture de "O
Guarany" e a Op. 31 de Grieg. Participa-
ram o coral masculino e orquestra, o "Liederkranz" e Club Musical. Foram
apresentados números de ginástica pela Associação Ginástica Blumenau,
encerrando com "Das Vagas Azuis Ascende um País". O ano de 1934 marcou
também os 25 anos do Maenner Gesang Verein "Liederkranz", que foram
festejados nos dias 28, 29 e 30 de abril, com a participação do Club Musical,
Sociedade Musical "Lyra" e outras sociedades, com um grande concerto,
inauguração da bandeira e grande festa popular para angariar fundos para a
construção do novo teatro. Na ocasião, a orquestra da Sociedade
Dramático-Musical "Frohsinn", o coral feminino, a cantora Margarethe
Schumann-Hoeppner e o barítono Franz Brack, sob a regência de Heinz Geyer,
homenagearam o "Liederkranz" pelo evento.
Em 1935, a primeira apresentação da Sociedade Teatral "Frohsinn" foi
"Um Pai de Família Feliz", peça em três atos, de Gerhard Schaetzler Perasini, dia
23 de março para associados, e dia 9 de junho para o público em geral. Apesar de
ser fundada no dia 24 d~jtmho de 1860, a Sociedade Teatral BJumenau adotou o
nome de Socied~de Teatral "Frohsinn", no dia 18 de abril de 1885, festejando no
ano de 1935, o . seu quinquagésimo aniversário no dia 2 de junho, no terreno
onde está atualmente o Teatro "Carlos Gomes". Na ocasião também foi colocada
à venda uma tômbola para possibilitar a aquisição de verba para a construção do
teatro. Também a apresentação teatral realiz.ada no dia 3 de agosto, "Minna de
Barnhelm", de G. B. Lessing, comédia em cinco atos, foi apresentada em
homenagem aos 50 anos do "Frohsinn". Após o espetáculo foi realizado um
baile, abrilhantado pelo Quinteto Riograndense; este quinteto tocou no baile do
dia 6 de setembro, no Teatro "Frohsinn". Com o <»'resciment da C(}ffiunidade, o
tradicional T~ro "Frohsinn" tornou-se acanhado, o que le\'ou os associados e
outros a idealizarem um novo tea ro. No itúcio houve divergências quanto ao
local, pois NaImy Poethig defendia o seu ponto de vista de que o novo teatro
deveria ser construído no mesmo local (onde hoje se localiza a CELESC), porém
a maioria venceu.
Dia 10 de novembro de 1935, lançamento festivo da pedra fundamental
do novo teatro.
No dia 9 de novembro, teve lugar um concerto onde foram apresentadas
músicas de Haendel e Wagner, sob a regência de Heinz Geyer e solos de Franz
Brack. Também foi apresentada a peça teatral "Sob quatro olhos". Depois o
tradicional baile. Na oportunidade foram distribuídas listas para aquisição de
donativos par~ a construção do novo teatro que estavam dispOlúveis no teatro e
também com Rudolph Klein, Heinrich Webel e Cia. Salitlger S.A .. Para o dia
10, lançamento da pedra
fundamental, a programação foi a seguinte: 1 - Hino Nacional Brasileiro; 2 -
~presentação do coral; 3 - Saudação; 4 - Amor e concórdia, pela SocI~dade de
Ca~to; 5 - Oração festiva; 6 - Das vagas azuis ascende um paIS, pel~ SocIedade
de Canto; 7 - Lançamento da pedra fundamental; 8 - Hmo da. ~Iema~a .. No dia
do lançamento da pedra fundamental, na AssocIaçao Gmá.stlca Blumenau, o
Blumenau -Eworte Cl~be. romoveu um grande tornelO d~futebol CQm~~ela
pnmerra vez em Blumenau. A metade da renda- foi em benefício cia construção
do nov.o teat~o. O resultado da tômbola, lançada no dia 2 de junho (de 1935),
fOI publIcado no Teatro "Frohsüm", no dia 13 de novembro O conto de fadas de
Grimm, "Branca de Neve e Rosa Vermelha", foi apresentado no Teatro
"Frohsinn" no dia 21 de dezembro, encerrando o ano de 1935.
O ano de 1936 marcou a Sociedade Dramático-Musical "Frohsinn", com a
encenação, nos dias 30 e 31 de maio~-àa--épera-"Preciosa" de Carll\1aria v.
Weber, fato que suscitou grande repercussão nos meio~ artísticos .e sociais do
Vale do Itajaí e também do Estado, principalmente por ter SIdo encenada com
amadores. Heinz Geyere foi o responsável pelo sucesso do espetáculo, tendo ao
lado, como auxiliares, Willy L6hr e Lorenz Kreuzer, responsáveis pela
"mise-en-scene". O perfeito funcionamento do espetáculo atribuiu-se à grande
capacidade de Willy L6hr e ~o talento do pintor Hans Wirth. O espetáculo foi
reprisado no dia 13 de junho para o público em geral.
Referindo-se à atuação do regente e componentes da seção musical do Teatro
"Frohsinn", Frei Ernesto Emmendoerfer escreveu "o regente e os componentes
da seção musical do Teatro 'Frohsinn' são cônscios de que são continuadores
de uma tradição cultural. Os músicos e cantores não podem ficar parados, não
se conformariam, dariam um último concerto .que tenninaria ~01l1 o 'canto do
cisne' e urna marcha fúnebre, procuranam Ulna sombna margem do rio, e
como os israelitas no cativeiro da Babilônia, suspenderiam seus alaúdes
nos salgueiros chorões, e cantariam a sua tristeza para as águas dn ftaja[,
que as levaria ao mar, para o mar... Há perigo que tal aconteça. Olhai a
turma de veteranos do Teatro 'Frohsinn", Franz Runze, Erwin Lemke,
Hertha Deeke, Alfredo Lohr, Franz Becker, fngo Hering, Fritz Wohlgemuth,
Rudolph Wuensch, Rudolph Klein, frene Fuchs, Heddy Geyer, Sibilla e
Wally Gropp, Annemarie Asseburg. A causa é de Blumenau. É nossa!"
Além do grande espetáculo "Preciosa", ainda foram apresentados no
teatro "Frohsinn", a comédia em três atos, "Schweine schlachten" (Matar
porcos), no dia 8 de agosto. No dia 10 de outubro, grande con-
29.
certo, quando foi apresentado, entre outros números, o canto coral do "Die
Schoepfung", do Oratorium de Josef Haydn, e no dia 20 de dezembro, um
concerto para angariar fundos para minorar o inverno dos necessitados na
Alemanha. O programa incluiu, além do Hino Nacional Brasileiro, músicas
de Georg Fuerst, Mozart, Haydn, Sibelius, C. M. v. Weber, Schubert,
Schumann, Brahms e Wagner.
O ue muito contribuiu para concretizaLQ.Ji.9nho que a Sociedade
Dramático-Musical "Frohsinn" vinha acalentando desde 1928 (a construção
do novo teatro), foi a incorporação do Coral Masculino "Liederkranz", no dia
30 de maio de 1936. No dia 16 de agosto de 1936, foi eleita a nova diretoria
da sociedade, que ticou assim constituída: Curt Hering, presidente; Rudolph
Klein, tesoureiro; Paul Koch, secretário; Narmy Poethig, diretora teatral e
Heinz Geyer, maestro. Representaram o Grupo Teatral: Franz Nietsche,
Walter Werner, Richard Kaulich, Willy L6hr e Lorenz Kreuzer.
Representantes do coral: Franz Becker, Plinio Lenz, Wilhelm Froeshlin,
Heinrich Webel, Franz Hering e Julius Baumgarten. Reuniões e assembléias
foram realizadas. Venderam o imóvel da . Sociedade Teatral
"Frohsim~egund~ Maestro Geyer, po~ta contos de réis, para adquirirem o
terreno para a construção do novo teatro. Entraram em entendimentos com
Adhur Rabe, que solicitou~do o Maestro Geyer, 160 contos de réis pelo
terreno. Geyer intercedeu e Arthur Rabe cedeu o terreno por 145 contos de
réis. Os assocjados da Sociedade Dramático-MusicaL "Prohsinn" resolveram
arrecadaL0S-145 contos de réis, e por outro lado, a Cia. Hering deveria
arrecadar idêntica importância.
No dia 23 de março.ill0937, a Empresa Força e Luz de S~tarina S.A.
adquiriu o teatro "Frohsinn", conforme registro no tabelionafo João Gomes
da N6brega, no Livro na 22, tls. 60 V, e registro no 1 ° Ofício de Registro de
Imóveis de Blumenau, no Livro na 3, tls. 186, sob na 11.065, em 7 de abril
de 1937. Henrique Probst foi procurador dos outorgantes vendedores
Guilhenne Asseburg e sua mulher Aninha Asseburg. Como presidente da
Sociedade Dramático-Musical "Frohsinn", assinou Gustav Salinger. Os
terrenos para a construção do novo teatro foram adquiridos de Arthur Rabe
e esposa, Frederico Rabe, Leopoldo Weise e esposa, Ernesto Nienstaedt,
Clara Nienstaedt e Use Weise. A documentação se concretizou através do
Tabelionato Otto Abry no dia 3 de abril de 1937, e registro no Livro na 59,
folhas 290 V à 293 e registro no 1 ° Ofício de Registro de Imóveis de
Blumenau, no Livro na 3-L, folhas 187, sob na 11.080, em 12 de abril de
1937. Segundo as escrituras, os terrenos foram adquiridos por cinqüenta
contos de réis. A pedra
fundamental foi lançada dois anos antes de receberem a escritura
definitiva do terreno.
A última a resentação no velho Teatro "Frohsinn" foi realizada em
27 de ma.rç.o...ile 1937, para associados, e dia 28 para o público em geral.
A-.pe.ç<Lap.resentada foi "Die Dorfmusikanten" (Os músicos da aldeia),
grande espetáculo popular com música, canto e dança, em três
~e H. Solmrey.
No dia 25 de maio de 1937, a Sociedade Dramático-Musical
"Frohsiml" publicou no "Blumenauer Zeitung", concorrência para aqui-
~ição de madeira para o novo teatro. As propostas deviam ser encami-
nhadas ao Senhor Heinrich, na Casa Hoepcke.
Após a venda do Teatro "Frohsinn", os espetáculos teatrais, con-
certos, bailes e outras promoções da sociedade, passaram a ser realizadas
nas. dependências da Sociedade de Atiradores. No dia 27 de junho de 1937,
foi realizado um grande espetáculo músico-vocal, sob a regênda do
Maestro Geyer, e no dia 6 de novembro, foi apresentada a comédia, em três
atos, "Die Logenbrueder" (Os Maçons). Reprisada no dia 25 de dezembro,
foi o último espetáculo apresentado pelo Grupo Teatral "FrohsÍlUl", pois
c.om as leis de nacionalização proibindo o idioma de Goethe, cessaram as
atividades teatrais.
Com a nacionalização continuaram os concertos, porém, a cultura
teatral desapareceu por alguns anos. Após o baile de S. Silvestre, os as-
sociados da S. D. M. "Frohsinn", voltaram-se com afinco à construção da
sua nova sede, sem descurar da parte artística, pois no dia 12 de março de
1938, a orquestra da S. D. M. "Frohsinn", sob a regência de Geyer,
apresentou um concerto no jardim da Sociedade de Atiradores.
O "Der Urwaldsbote" na 89, de 6 de maio de 1938, publicou com
data de 12 de abril de 1937, os Estatutos da S. D. M. "Frohsinn" (fundada
em 24 de junho de 1860 como Sociedade Teatral Blumenau, e em 18 de
abril de 1885, passou a chamar-se Sociedade Teatral "Frohsinn"), fundada
em 15 de março de 1932, pela fusão da Sociedade Teatral "FrohsiIm" e o
Club Musical. Os Estatutos foram registrados no dia 16 de junho de 1932,
no L-4, folhas 01. No dia 16 de agosto de 1938, a Sociedade de Cantores
"Liederkranz" (fundada em 26 de maio de 1909), associou-se à S. D. M.
"Frohsinn". Os Estatutos foram registrados no 1 ° Tabelionato Otto Abry,
no dia 2 de junho de 1938, no L-4. folhas 63V, com a denominação de
Sociedade Teatral e Musical "Froli::-Í1m". Os Estatutos foram assinados
por Curt Hering, Narmy Poethig, Franz Gestwiky, Wilhelm Froeshlin,
Arthur Lindholm, Heinz Geyer, Willy L6hr, Richard Kaulich, Walter
Werner, Heinrich Webel, Hans Niemeyer,
 Franz Runze, Franz Hering, Lorenz Kreuzer, Franz Becker, Emil Rossmark,
Paul Scheidemantel, Paul Koch e Rudolph Klein. Para atender às leis de
nacionalização, a S. D. M. "Frohsinn" convocou uma Assembléia Geral
Extraordinária, no dia 24 de julho de 1938, para reformar os Estatutos (a
convocação foi publicada em português e alemão), que foram registrados no
Tabelionato Abry em 3 de agosto de 1938, no L-4, folhas 68V, e publicados no
"Der Urwaldsbote" nO 12, de 9 de agosto de 1938.
A nacionalização se fazia presente em todos os setores da vida
b1umenauense, principalmente na área cultural artística. O teatro emudeceu, e a
programação musical, que sempre incluía as maiores expressões da música
alemã, na programação Noite Musical Literária, promovida pela S. D. M.
"Frohsinn", e apresentada no dia 2 de julho de 1937, no palco da Sociedade de
Atiradores, excetuando a peça musical "Entrada dos Hóspedes no Wartburg",
da ópera Tannhauser, de R. Wagner, que foi executada a pedido, foram
apresentadas as músicas, abertura da ópera "Ruslan e LudmilIa", de M. J.
Glinka; "O Sarafan Vermelho", canção russa de Warlamoff; "Suite
Caucasiana", de M. Ipolitow-Iwanow; "Suite. Oriental" , de Francis Popy.
Foram executados o Hino Nacional Brasileiro de Francisco Manuel da Silva e o
Hino da Bandeira, de Francisco Braga. Foram também apresentadas as poesias,
de Olavo Bilac, "Brasil", e "As Índias", e ainda a novela caucasiana de Grigo1
Robakidse.
No dia 12 de fevereiro de 1939, aS. D. M. "Frohsinn", convocou uma
Assembléia Geral Extraordinária, assinada pelo Dr. Afonso Rabe, que foi
realizada às 10 horas da manhã, nas dependências do Club Germânia, para
mudar o nome da Sociedade, que foi reestruturada sob a denominação de
Sociedade Dramático-Musical "CarIos Gomes" .
1939. Com grande euforia, a Comunidade blumenauense viu seus
esforços coroados de êxito, quando no dia 1 ° de julho de 1939, com grande
concerto e baile festivo, foi inaugurada a nova sede da Sociedade
Dramático-Musical "CarIos Gomes". Na época, apesar de concluída somente a
parte externa, o grande salão de festas e o restaurante, a maravilhosa fachada
falava por si, com suas linhas arquitetônicas subindo silenciosas para o infinito,
mostrando o que seria futuramente o teatro um grande empreendimento que
demonstrava a força artística de uma Comunidade, onde música, teatro e canto
eram culUvadus com carinho e que, apesar da nacionalização, tinham
esperanças de que um dia a palavra falada voltasse (teatro), como nos gloriosos
tempos do velho Teatro "Frohsinn".
Com suas janelas e portas enormes, os terraços, as escadarias, o grande
salão de festas, a sala de ensaios da orquestra e canto, o "garde-
robe", as instalações para o ecônomo e o restaurante, já mostravam a
imponência do novo teatro. Faltava concluir a 'parte interna e a mai', importante
de.J.odas, o g~e audit no e o palco~ ... e também o jardim, para que o belo
templo cultural de Blumenau se-apresentasse com a distinção que lhe era
devida.
Construído em betom, foi edificado para servir às gerações futuras por
uns cem anos, evitan~o assim futuros acréscimos na cOflStrução original. Na
ocasião, segundo projeto registrado na Diretoria d.e.Obras da Prefeitura
Municipal de BIumenau, sob nO 8, no dia 19 de fevereiro de 1937 a área
2
edificada seria de 2.090 m , tntretanta, em-outro documento, nos ~rquivos da
sociedade, consta a área construída com 2.321,70 m2. Na gestão da diretoria sob
a presidência do professor José Perreira da Silva, as atividades sócio-culturais
artísticas ocupavam toda a agenda do teatro. e para evitar choques com ensaios
da Orquestra Sinfônica, coral, teatro, "baIlet" e demais atividades artísticas,
houve necessidade de ser construído o pequeno auditório que,
lamentavelmente, o professor José Ferreira da'Silva não conseguiu concluir,
por terminar o seu mandato. Cama construção do pequeno audit6l:ia....a atual
2
área edificada é de 2.582,15 m , num terreno de 9.960,50 m2, pois da antiga
área (terreno) de 10.630 m , foram doados 669,50 m2 para a abertura da Rua
2
Presidente Kennedy.
O prQiet~~trução do Teatro "Carlos Gomes", registrado na Diretoria de
Obras da Prefeitura Municipal de BIumenau, está assinado por E. Brunner, que
também construiu o teatro, porém docUl~os comprovam que o projeto,
inclusive o palco giratório, foi concebido por Franz von Knoblauch, engenheiro
fonnado pela Escola Superior de Engenharia de Rendsburg, Alemanha. O
projeto de Franz von Knoblauch foi levado para a Alemanha por Max Hering,
para ser testado quanto à acústi,ca e outras adaptações necessárias para o bom
funcionamento do teatro. Por motivos internos da então comissão responsável
pela construção do teatro, Knoblauch vendeu seu projeto original para a
Sociedade Dramático-Musical "Frohsinn" (atual S. D. M. "CarIos Gomes~'). E.
Brunner era construtor lit:enciado pela 8a Região.
O concerto de inauguração da sede social do Teatro "Carlos Gomes" foi
realizado no grande salão de festas, que foi adaptado para a ocasião, mostrando
que a tradição artística não sofrera solução de continuidade, apesar do auditório
e palco não estarem concluídos. Ensaios foram realizados para o concerto
inaugural e convites foram distribuídos aos mais distantes locais. A noite
festiva reuniu uma ilustre platéia, pois contou com a presença do Dr. N~reu
Ramos, Interventor Federal em Santa Catarina, e os secretários de Estado, Dr.
Altamiro Guimarães, Dr.
Ivo d' Aquino e Dr. Ivens de Araújo, acompanhados de suas esposas; o 30. 33.
32.
31.
Comandante Major Nilo Guerreiro e oficiais do 32° B. C.; o Tenente Coronel
Niemeyer, Comandante do 13° B. C. de Joinville; representantes das três Forças
Armadas sediadas em Florianópolis e outras pessoas ilustres e importantes do Soeiedade Dramatioo-Musicat "Carlos Gomes"
nosso Estado. BLLMEN:\U rI
A abertura do concerto foi com o Hino da Independência, regido pelo Maestro
Geyer, que naquela noite festiva contou também com a participação de músicos da
Sociedade Harmonie-Lyra de Joinville. Os músicos, solistas e o coral, brindaram a
platéia com uma noite artística de alto lúvel. Na ocasião, o Dr. Edgar Barreto,
usando da palavra, saudou os presentes, enaltecendo a participação de todos num
evento tão importante, dizendo ainda da honra em ter a sociedade adotado o nome da nova séde, em 10 de Julho de 1030 as 20.'°
do grande compositor brasileiro Carlos Gomes. Como orador oficial da sociedade, o
Dr. Freitas Melro discorreu sobre o histórico da sociedade, destacando a atuação do hOf.ls
velho "FrohsÍlm", que seria sempre lembrado, e que somente o nome de um grande
compositor como Carlos Gomes, o substituiria na sua grandeza. Mais de mil
espectadores ouviram as palavras do orador, que também elogiou o trabalho Programa
incansável do Maestro Geyer e do então presidente Curt Hering. Após a Sinfonia do
"lI Guarany", de Carlos Gomes, usou da palavra o Comandante do 32° B. C., Major
Nilo Guerreiro, que falou rapidamente sobre o Presidente Getúlio Vargas, cuja foto J:1i.no da Iudepeudeucia - por D. Pedro 1. - Orquestra. A Bandeira
foi inaugurada. Em seguida, o coral da S. D. M. "Carlos Gomes", cantou o Hino - 3J parte d.l "Suíte BraSI!". Solos, .:oro cor· questra, por HeinL
Nacioual a oito vozes, arranjo do Maestro Geyer, que foi o ponto alto. O concerto no Gever.
grande salão de festas terminou dando lugar ao espaço para o baile de gala, que se Saudação. (Or. E. Barreto).
prolongou até altas horas da madrugada. O concerto de inauguração foi reprisado no
Hino a C~r1?S G01~es - Solos, côro e orquestra. Letra de
dia 15 de julho, para o qual at1uíram amantes das artes de Brusque, ltajaí, Rio do OltvCH:t e SIlva, musíca de HCll17. Gever.
Sul e outros locais. O coral de Badenfurt esteve presente, bem como Karl Discurso ohcial. (Dr. FreltilS Melro) ..
Schuetzler, que solicitou a presença de todos para o evento cultural. Após a
inauguraçõa, o grande salão de festas era palco constante de grandes eventos Finale da 9" Sinfonia - Córo e orquestra por L. van
Beethoven.
sociais. Durante a Semana de Caxias, de 21 a 28 de agosto de 1939, além das várias :.llu. parte
modalidades esportivas e horas cívicas realizadas, o Comandante do 32° B. C., "Fosca" - r;1l1tasla para orquestra. Carlos Gomes.
Major Nilo Guerreiro, ofereceu à sociedade blurnenauense no salão de festas do
"U Guarany" - Fautas!.} para orquestra. Car!os Gomes. "TI
Teatro "Carlos Gomes", no dia 26, wn baile de gala. O alto nível artístico da S. D.
Guarauy" - Sinfonia para orquestra. CHIos Gomes. Brinde de
M. "Carlos Gomes" fez com que o Dr. Nereu Ramos, Interventor Federal em Santa
Catarina, a convidasse frequentemente para apresentar-se no Teatro "Álvaro de honra e inauguração do retrato de S. Exia.
Carvalho", em Florianópolis. Entre outras apresentações, o programa para o dia 6 de o Sur. Presidente da Republica.
Hino Nacional de Fr. hIanoel par.} grilnde coro e orques
setembro de 1939, elaborado em três partes pelo Maestro Geyer, constou dos tra, arranjo de Heinz Geyer. '
seguintes números: I parte: a)
- Baile -
Hino da Independência; b) Suite Brasil, dividida em três partes: Minha Terra, A
Bandeira e O :rropeiro. Na segunda e terceira parte do programa, foram
~presentados a Reverie de Burmester, Serenata de G. Braga, Sanctus de
Schubert, Minha Mãe (arranjo de H. Geyer), Abertura de Semiramis
de'Rossini, Fantasia do "Il Guarany" de Carlos Gomes, a Marcha 'Pannhauser
de R. Wagner e o Hin9 Nacional.
As Qromoções artísticas ~ontinu~ a ser realizadas no grande salão de
festas, porém iJo dia 29 de Qutubro de 1939, foi realizada uma Assembléia
Geral Extraordinária para discutir a conclusão do prédio e a aprovação de um
plano de financiamento apresentado pela diretoria. Entre a~ propostas
apresentadas pela diretoria foi resolvido autorizar a amortização das dívidas
ainda pendentes e pôr à disposição das obras do teatro a necessár'ia verba para a
conclusão do prédio. Foram discutidas várias propostas, entre elas, a de
empréstimo sob hipoteca da quantia de cento e cinqüenta contos de réis, com
juros de 7,5 % ou o empréstimo de até duzentos contos de réis, cotas com juros
de 6% e que possivelmente seriam colocadas entre os associados.
Posterionnente, a diretoria emitiu cautelas inalienáveis, sem juros, não
0
reembolsáveis, e aumentou a mensalidade a partir de 1 de novembro, de
3$000 para 5$000. Reuniões e mais reuniões foram realizadas, para angariar
verba para dotar Blumeaau do atual Teatro "Carlos Gomes". No dia 19 de
novembro, um quarto de folha do "Der Urwaldsbote", com letreiros enonnes,
trazia uma propa-
ganda da festa popular para auxiliar a caixa da sociedade. Foram realizadas
toda a sorte de diversões para adultos e crianças. Tômbola, dança com
"Schrammelmusik", etc. A festa popular rendeu vir\te e quatro con· tos de réis,
entretanto, a sociedade, até o dia da Assembléia Geral Ordinária de 16 de março
de 1940, já empregara setecentos e cinqüenta contos de réis na construção,
havendo ainda em caixa trinta e sete contos de réis à disposição. A caixa do
bazar dispunha aineÍa de treze .contos de réis para aplicar na construção do
jardim e melhoramentos interno~. Na Assembléia Geral Ordinária de 16 de
março de 1940, entre outros assuntos relevantes, por propostsa da diretoria, foi
resolvido baixar a jóia para jovens solteiros, fixar a taxa e estipular prazo para a
emissão de bilhetes transitórios. também foram reeleitos, por unanimidade,
para a Diretorja Técnica do Teatro, Walter Werner, José Ferreira da Silva,'
Heinrich Webel e Franz Becker.
AS. D. M. "Carlos Gomes", além de promover festas populares e
promoções artísticas para angariar fundos, também abria suas portas para que
outras entidades o fizessem e assim, no dia 20 de novembro de 1939, foi
realizado, em benefício do Preventório para os filhos dos Lázaros, e em
comemoração ao Cinqüentenário da República, um concerto, que além do Hino
da Proclamação da República, contou com peças selecionadas de Bach,
Gounod, Sibelius, Schubert, Haydn, Carlos Gomes e Heinz Geyer (Mãe -letra
de Casimira de Abreu e música de H. Geyer). Na ocasião, saudou os presentes o
então Prefeito Municipal José Ferreira da Silva, e a alocução à data foi feita
pelo Dr. Edgar Barreto. O encerramento foi com o Hino Nacional.
O fato mais importante ocorrido em Blumenau em 1940 foi, sem
dúvida, a visita de Getúlio Vargas, no dia 10 de março, e a quem foram
prestadas homenagens no grande salão de festas do Teatro "Carlos Gomes".
Getúlio Vargas, em visita oficial a Blumenau, passando por Pomerode, foi
saudado por uma menina. Na ponte do Salto, Getúlio Vargas foi recepcionado
por uma caravana de motociclistas que o introduziu até o centro. Na Praça
"Carlos Gomes", uma multidão o aguardava, e um representante do Partido
Trabalhista saudou o ilustre visitante. Sob o toque de sinos, a grande comitiva
seguiu a pé até o Teatro "Carlos Gomes", ornamentado com bandeiras. Getúlio
0
Vargas subiu ao palanque de honra e assistiu à parada do 32 B. C. da juventude
e povo em geral. Ao entrar no "hall" do Teatro "Carlos Gomes", uma
homenagem especial foi prestada ao insigne hóspede; o Maestro Heir1Z Geyer
havia reunido em torno de si os seus fiéis, apresentando ao chefe da nação o
Hino Nacional num coro a capela, em forma que por certo ainda não lhe fora
apresentado; também aqui a reprodução a oito vozes não falhou o seu efeito. O
Interventor Federal do Estado, Dr. Nereu Ramos, apresentou pessoalmente o
Maestro Heinz Geyer ao distinto visitante, honrando dest'arte também seus
colaboradores, os músicos, cantores e cantoras.
Poucos minutos depois, o ilustre hóspede e sua comitiva foram ao salão
de festas, enfeitado de flores, no primeiro andar. Estava preparada a mesa para
600 pessoas. As fileiras de mesas pareciam não ter fIm. Para o chefe do
governo federal, preparara-se uma mesa redonda de cinco metros de diâmetro
em lugar destacado do salão. Mãos femininas de senso artístico
transfonnaram-na em grandioso adorno. Rivalizaram aqui originalidade e fino
gosto, e em quaisquer lugares esta mesa sempre seria uma atração. Sem igual,
se apresentava uma espécie de concha gigantesca no meio da mesa redonda,
contendo uma coleção de "labiatas" gigantes, que se rivalizavam na beleza das
fonnas e na riqueza das cores. Um morador da Barra do Rio, oriundo de
Blumenau, colhera para este fim todas as flores do seu orquidiário. Durante o
almoço, tocou a banda do 32° B. C .. Terminado o banquete, usou da palavra o
professor José Ferreira da Silva, Prefeito Municipal, como único orador oficial
que falou da importância da visita, sendo muito aplaudido. Em seguida,
levantou-se Getúlio Vargas, que improvisou um discurso vibrante, enaltecendo
Blumenau e sua gente, sendo muito aplaudido. Na ocasião, Getúlio Vargas foi
presenteado com um bronze que simboliza a indústria e o comércio e onde foi
gravada, em ouro, uma dedicatória. Também foi instituído um livro de
hóspedes, que foi aberto pelo chefe da Nação, seguido do Dr. Nereu Ramos.
Getúlio Vargas era aplaudido por onde passava e desde sua entrada em
Blumenau pelo Vale do Testo, não lhe escapou a grande "sinfonia do trabalho
humano", realizado pelos agricultores, única classe trabalhadora não
representada na grande parada em sua homenagem. Também não lhe deve ter
passado despercebido os olhos azuis, os cabelos loiros, o progresso e trabalho
da gente ordeira de Blumenau e também da responsabilidade do governo se o
português não foi ensinado nas escolas, pois desde o início da colonização, o
Dr. Blumenau pedia escolas e estradas, não sendo atendido, porque não
careava impostos para os cofres públicos. Na época, todos achavam que
Blumenau teria o apoio que merecia, porém a nacionalização provou o
contrário.
No seu grande salão de festas, a S. D. M. "Carlos Gomes" promoveu
bailes de carnaval, domingueiras com bebidas, doces e café; bab les
benefIcent~s, como o grande baile do Champanha, realizado no dia 19 de
outubro, em benefício do Preventório para os fIlhos dos Lázaros,
com orquestra do Lira Tênis Clube de Florianópolis; baile onde foi feita a
distribuição dos prêmios da grande tômbola, no dia 15 de novembro' ba~le d~ S.
Silvestre e também promoções artísticas, entre elas, log~ apos a mau~ração, ?
Coro Russo Ukraino "Zaporo Jez", que se apresentou no dIa 29 de Julho de
1939, com um programa variado em três partes, com canções russas e ukrainas,
coro, solo de violino, danças, enc~rr~ndo cOI~ ~aile abrill~antado pela
orquestra de balalaikas. Qgrallde. pmmsta brasIleIro Ernam Braga,
apresentou-se no dia 11 de maio de T92J1í," tendo como colaboradores o Orfeão da
Escola Pedro II e·~ Curso Comercia1 anexo. Nessa época, os estudantes
participavam ativamente das promoções culturais. Neste concerto, além dos
compositores Chopin, Schumaml, Lizst, Villa Lobos, executados ao piano por
Ernani Braga, foram apresentadas as canções brasileiras para coros, Viva a
Nossa Terra (2 vozes); Ogundê-Xangodê (3 vozes - canto religioso africano);
São João da-ra-rão (4 vozes - folclore do Piauí); Desafio (3 vozes); Luar do
Sertão (4 vozes - Catulo da Paixão Cearense); e Engenho Novo (3 vozes -
folclore do Rio Grande do Norte).
A nacionalização imposta é evidente no grande concerto músicovocal
realizado no dia 26 de abril de 1941, onde aparecem no programa o Hino da
Independência, de D. Pedro II; À Bandeira, da Suite Brasil, de Heinz Geyer;
Hino a Carlos Gomes, de Heinz Geyer e letra de Oliveira e Silva; Adeus, de
Carlos Gomes e o ciclo" Aluta Garibaldi" (trechos da ópera) de autoria de José
Ferreira da Silva e música de Heinz Geyer, ,sendo solistas Gussy Delitsch (de
Curitiba), Heddy Geyer e Franz Brack, tendo como locutor José Brack. A
programação foi encerrada com o Hino Nacional Brasileiro. A mesma
programação foi reprisada em Florianópolis, pelos seis anos de governo de
Nereu Ramos, no dia 30 de abril de 1941, no Teatro Álvaro de Carvalho.
Em 1941, os integsantes do coral e orquestra da S. D. M. "Carlos
Gomes" foram convidados por Assis Chateaubriand para se apresenta li em São
Paulo e Rio de Janeiro durante a Semãilã da átria. Chateaubriand ofe;eceu, na
época, vinte e cinco contos de réis e todas as despesas pagas. Sob o lema
"Torrão e Pátria", os músicos e cantores, em quatro grandes ônibus partiram
para São Paulo. Uma das exigências de Chateaubriand, ao convidar o coral e
orquestra para apresentar-se em São Paulo, foi a apresentação na Hora do
Brasil. A primeira audição, no Estúdio da Rádio Tupi de São Paulo, foi às 8
horas da noite, tendo como solistas Gussy Delitsch e Franz Brack. Em virtude
de problemas técnicos, o concerto que deveria ser apresentado no Teatro
Municipal foi apresentado no Teatro Sant' Ana, no dia 3 de setembro, em
homenagem
!lO Interventorde São Paulo, Fernando Costa, ex-Ministro da Agricultura. No Segundo o jornal "Cidade de Blwnenau", de julho de 1942 "A majestosa
Teatro Sant'Ana, quando o pano de boca subiu, uma salva de palmas saudou o sede da Sociedade Dramático-Musical 'Carlos Gomes' é, ~ela sua
coral e orquestra e se tornou vibrante quando entrou o Maestro Heinz Geyer. grandiosidade e pela sua imponência, um dos edifícios mais deslumbrantes
Assistiram às audições altas autoridades. A Rádio Tupi também transmitiu a de Santa Catarina. Local de atração para todos os que nos visitam, é para
taceira audição, às 10,30 horas da noite, realizada na Feira de Amostras do Blumenau e particulannente para a sociedade que o edificou, motivo de
Parque Água Branca com os maiores aplausos. A imprensa de São Paulo grande orgulho e imensa satisfação. A sala de teatro, verdadeira jóia
divulgou amplamente o acontecimento, e o Diário de São Paulo de 4 de incrustada no magnífico edifício. Blumenau apresenta ao estado. e ao
setembro deu ênfase especial ao evento - "Empolgante noite de arte brasileira Brasil um dos mais extraordinários edifícios culturais que poSSUI. O palco,
significou a audição de gala de ontem do grande conjunto coral de Blwnenau. com 17 metros de largura, 17 metros de comprimento e 16 metros de altura.
Foram destaques as peças musicais de Geyer 'não só pela sua fina O palco giratório com 12 metros de diâmetro. Além disso, tem a parte atrás,
musicâliZlãde, como pelo sentidiJ eminentemente patriótico '. Vibrantes com 7 metros de comprimento e 17 metros de largura, para cenários
paltnas para a -Suite Brasil" e trechos da ópera 'Anita Garibaldi', e especiais. Salas ao lado do palco são com paredes estofadas à prova de som
principalmente o Hino Nacional, a oito vozes, que foi bisado ". Receberam para os ensaios, salas para artistas e demais dependências. Até 1942, as
corbelhas de tI ores que se misturavam aos aplausos. Na ocasião, Geyer foi obras custaram um milhão e trezentos mil cruzeiros. De doações foram
apresentado a Ary Barroso pelo Dr. Rizzini, e Ary Barroso disse para Geyer: recebidos cerca de oitocentos mil cruzeiros ".
"que na Alemanha havia urna sociedade de canto coral em quase toda Contribuíram famílias e tirmas importantes do nosso Estado, entre elas,
cidade, por menor que fosse ", concluindo: "é nisso que reside o segredo da Renaux, Hoepcke, Konder, Stolz, VilJer, Truppel e outras. A família Renaux foi
dis: ciplina alemã, que não é uma disciplina militar, mas uma disciplina a que mais contribuiu para a fonnação do nosso patrimônio. Na época, somente
conseguida pela música ". De São Paulo para o Rio de Janeiro, viajaram em o Cônsul Car10s Renaux doou setenta e cinco
carros da E. F. Central do Brasil (no dia 5 de setembro), excursionando de
·ônibus através da Avenida Niemeyer para Cascatinha, assistiram ao destIle
em homenagem ao Dia da Independência do Brasil. No Rio de Janeiro,
apresentaram-se na Rádio Tupi, no Tijuca Tênis Clube e no Automóvel
Clube, onde cantaram na recepção aos cadetes paraguaios. Infelizmente, a
alegria foi quebrada pela morte de Willy Lohr, vítima de um ataque
cardíaco aos 45 anos de idade. Foi sepultado no Rio de Janeiro.
Despediram-se do Rio de Janeiro no dia 11 de setembro e de São Paulo no
dia 12.
No dia 10 de julho de 1939, estavam concluídas as obras externas, o
grande salão de festas e o restaurante, e no dia 5 de dezembro de 1942, após três
anos, estavam concluídas as obras da sala de espetáculos, palco e coxias. Para
que essas obras fossem concluídas, muitas assembléias gerais extraordinárias
foram real izadas e wna das mais importantes foi a realizada no dia 25 de
outubro de 1942, para aprovação dos gastos ordenados pela diretoria para
conclusão das obras da sede social, e a autorização à diretoria para promover
uma operação de crédito garantida por uma terceira hipoteca dos bens sociais
(imóveis), a fim de poder fazer face a compromissos oriundos da construção da
sede e dos seus melhoramentos.
contos de réis, fora as importâncias doadas pelos demais membros da família tando três can
Renaux. As importâncias doadas pela família Renaux foram tão vultosas que a ções, e às 22 horas
diretoria da sociedade homenageou o Cônsul Carlos Rennaux com um busto, Sociedade Dlamãtlco-Musical .. Carlos Gomes foi realizado um
que está no Teatro "Carlos Gomes", ao lado do busto de Curt Hering, que SLUM€IIIAV grande baile de gala.
também não mediu esforços para que a construção do novo teatro se ~~ No dia 6, com início
concretizasse. Também as grandes finnas alemãs da época doaram somas Concerto às 16 horas, foi
vultosas para a construção do nosso teatro, entre elas: Otto Ernst Meyer ;Jr~aHtttrc<'$f'SAhJ do. 5 d r O {~ 1, l;~ tIl b ) d{l l ~q po, realizado um jantar
(fundador da Varig) e Renner do Rio Grande do Sul, Soensken de São Paulo e nta,râo ,tn dançante (traje de
outras, pois não houve firma alemã que não colaborasse. Foram utilizados todos Inauguração passeio). Para a
os meios para angariar fundos para a construção do atual patrimônio, e uma do seu novo Teatro inauguração foram
assembléia geral foi realizada, onde Curt Hering e Rudolph Klein sentaram-se à expedidos convites
uma mesa inquirindo os presentes sobre suas posses, atribuindo a cada um, especiais para
determinada importância, com que deveria colaborar. Alguns dos presentes não Nino Nadonal - I", .. v.", , Nereu Ramos, lu-
La rfJr) ~ }< Hm wd
concordaram, porém, Curt Hering não, ponderou, respondendo que poderiam terventor Federal
OUI'f'rflll'a "ErlIlWtd" - I 1"J t •• !
pagar em prestações. O patrimônio, segundo Geyer, foi adquirido e construído f';'1rn dal~"'inrofti..rr
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em Santa Catarina
pela comunidade e, apesar de as escrituras rezarem que os terrenos foram (que por motivos
doados pela Companhia Hering, na realidade eles fóram adquiridos com imperiosos não
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dinheiro da Comunidade, e a palavra "doação" foi empregada para facilitar a ti) OW"I/m'fI . .,1'ilu8"
compareceu), e
tramitação dos documentos. No dia 7 de agosto de 1946, o Club Germânia, !Jj J/ctllff'fo da 8illlOlli,( em Jl1 v} todo o seu secreta-
representado por Rudolph Klein e Paul Koch, foi vendido para Franz Hering, e Jlarelw afia Ti/ri'a riado. Para os Co-
o produto da venda foi incorporado ao patrimônio da S. D. M. "Carlos Gomes". mandantes da 5 a
Além das doações, foram feitas rifas, quermesses, bingos, etc., para angariar Região Militar, do
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fundos para construir e equipar o novo teatro, e cada um dos cantores, músicos 14 o B. C. de Flo-
b} .'>CI'('lUlltt (O filar ua mil h" lerr~1 ,,", ,
e atores, foram forçados a doarem uma ou mais poltronas para o grande audi- (') QUem. sahe P J rui
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rianópolis; 130 B.
tório. O Maestro Heinz Geyer colaborou com dez poltronas. O teatro possui C. de Joinville;
excelente sala de espetáculos, com capacidade para quase mil espectadores, Base Naval de
porém, a construção do poço para a orquestra (no proscênio) exigiu a retirada de Florianópolis; Ca-
algumas tilas de poltronas e esta medida afetou também a utilização do palco pitão dos Portos de
giratório. A excelente caixa de teatro possui, além do palco e coxias, seis Florianópolis;
camarins, sendo quatro pequenos para os artistas, e dois maiores para o coral, Diretor do D.I.P.
corpo de baile e músicos, inclusive instalações sanitárias. As coxias permitem Estadual e muitos
amplo movimento de cenários devido à sua altura e profundidade. A construção outros. Na ocasião, falou em nome da sociedade o Dr. José Ribeiro de
é sólida, possuindo ainda várias salas destinadas aos ensaios individuais, C~rval:lO .. O baile foi abrilhantado por dois conjuntos musicais (Jazz) do
guarda-roupa de teatro, oficina de costura, confecção de cenários, etc. L~ra Tel11s .Clube de Florianópolis. O teatro contou com a colaboração de
O teatro foi inaugurado no dia 5 de dezembro de 1252, às 20 horas, com Vlctor Henng na sua organização.
um grande concerto dirigido pelo Maestro Heinz Geyer, tendo participado do As constantes insinuações de que o Teatro "Carlos Gomes" foi
mesmo, a soprano Gussi Delitsch, de Curitiba, can- const~ído para abrigar a Juventude Hitlerista são infundadas. Em 1933, o
nazismo estava em Blumenau, definido como Instituição Cultural (1936),
infiltrado nas Associações chamadas Teuto-Brasileiras, que em
1937 pretenderam criar uma Liga de Sociedades para filiá-la à Liga das
Sociedades Alemãs no Exterior. Sendo a Sociedade Dnunático-Musical
"FrohsÍlm" a mais poderosa no seu gênero em todo o Estado de Santa Catarina,
foi pressionada até os associados sentirem receio das represálias drásticas do
Partido Nazista. Houve atritos, dissenções que provocaram várias negociações e
entendimentos com o chefe nazista, e após várias sessões realizadas por
representantes de quatorze sociedades blumenauenses, foi proposto ao chete
nazista do Círculo, Otto Schinke, um armistício com a finalidade de hannonizar
a situação e pôr wn tim à luta que se esboçara. O Maestro Geyer afinnava ser a
arte universal, não pennitindo que lhe impuzessem os conteúdos progrmnáticos,
incluindo peças brasileiras nos concertos por ele dirigidos, apesar de ser
remunerado pela Sociedade Dramático-Musical "Frohsinn", o que ticou
patenteado, quando foi convidado pelo presidente do Lnstituto Goethe para reger
um concerto com a finalidade de arrecadar fundos para os tlagelados da gWlerra
(o Brasil ainda não rompera relações com o Eixo). Apesar da in~lstência do
presidente do Instituto Goethe em elaborar o progrmna do· concerto, Geyer o
rejeitou e elaborou o seu próprio progrmna, que após a apresentação foi muito
aplaudido e, principalmente pelo próprio presidente do Instituto Goethe. Esses
fatos, à primeira vista levariam a crer que o atual Teatro "CarJos Gomes" teria
sido construído para abrigar a Juventude Hitlerista, possibilidade remota,
porquanto todas as dependências do teatro foram concebidas e são necessárias
para o bom funcionamento de wn teatro de primeira categoria, portanto, o
conceito de ser construído para o nazismo é descabíveJ. Para evitar que durante a
Segunda Guerra Mundial, a Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes" so-
fresse represálias, devido o armistício com os nazistas, o Dr. José Ribeiro de
Carvalho, Promotor Público em Blwnenau, associado da Sociedade
Dramático-Musical "Carlos Gomes", asswniu a presidência da sociedade,
destituindo Curt Hering no dia 17 de maio de 1942. O Dr. José Ribeiro de
Carvalho foi assessorado por João Gomes da Nóbrega e Curt Hering até 7 de
outubro de 1945. De 13 de outubro de 1945 até 18 de abril de 1950, a sociedade
foi presidida pelo Dr. José Ribeiro de Carvalho.
Com o majestoso teatro inaubrurado, as apresentações do coral e
orquestra se sucediam, e a "palavra falada", como nos tempos do \Lelho
"Frohsinn", em 1945, voltou ao palco do nosso teatro, através do grupo de
associados: Mário Kielwagen, Carlos Luiz Horn, Werner Júlio Klein, Egon
CarJos Wojeikiewicz, Wiegand Siebert, Herbert Berndt, Hélio Vieira, Ludwig
Carl, Heddy Zschiedrich, Ruth Grunner, Zenor Vieira,
'Yaldir Este~ão e Gerol? Eltermann, que montaram e apresentaram espetaculos
em ll11~ vernacula por longo tempo, participando inclusive de ~randes
promoçoes. O programa "Festividades", apresentado no dia 2 de Julh~ d~ 1948,
em duas partes, teve na primeira parte, orquestra e solos de pIstao executados
por Curt Hohenberger, de fama mundial, e na segunda part~, ~ peç.a teatral
"Apuros de wn Coronel", comédia em dois atos, de TelxeIra Pll1to, pelo grupo
teatral da sociedade.
Os concer:t0s da orquestra da Sociedade Dramático-Musical "Carlos
.Gomes.", regI?o.s por Geyer, abrilhantaram etemérides que marcaram a VIda
SOCIal, artIstlca e cultural da Comunidade blumenauense. Concertos fo.ram
r~alizados em benetIcio dos flagelados da Segunda Guerra MundIal, Asl10 dos
Velhos, Hospital Municipal e muitas outras entidades, visando angariar fundos
necessários para a continuidade de funcioname~to. Foram homenageados com
concertos: Nereu Ramos, no dia 3 de maIO de 1945; Luiz GaIlotti, no dia 26 de
janeiro de 1946 e Udo Deeke, no dia 28 de setembro de 1946, sendo que Udo
Deeke teve sua homeI~ag~m acresc!da. das homenagens especiais da Preteitura
MunicipaL e Industna e. Co~nerclO de Blwnenau, e o concerto constou de duas
partes, sendo a ~r~neIra.a cargo do Maestro Geyer e a segunda a cargo da can-
tora ~atncla NazIra Mansur, acompanhada ao piano por Ludwig Seyer. Os tres
homenageados formn Interventores Federais de Santa Catarina. A presenç~ do
Interventor FederaL Nereu Ramos era freqüente em BJumenau, pOIS como
homem culto, não regateava aplausos aos concertos, e que comwnente eram
apresentados em sua homenagem.
. _ Em 1948, o TeatrQ "CarJos Gomes" tez uma campanha para aquisIçao de
novos cenários e móveis, e a campanha contou com a colaboração do concerto
realizado no dia 26 de junho de 1948, e os preços cobrados para o mesmo
foram elevados para a época, sendo Cr$ 10 00
para os sócios, e para os não sócios Cr$ 20,00. '
Como hlzia desde os primórdios o Teatro "FrohsÍlm", o Teatro "Carlos
Gomes" abriu suas portas aos espetáculos visitantes, que o blumenauense
prestigiava com carinho, e assim, no dia 25 de junho de 1947, se apresentaram
no Teatro "Carlos Gomes" os célebres "Meninos Cantores de Viena", em
"tournée" pela América do Sul. Outros espetáculos e artistas de sucesso,
inclusive de renome internacional, tmnbém se apresentaram no Teatro "Carlos
Gomes".
A orquestra da Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes" era
composta normalmente de trinta homens, a sonoridade, porém, parecia s~r de
cem homens, devido aos arranjos teitos pelo Maestro Geyer, prinCIpalmente
para órgão. O órgão da Sociedade Dramático-Musical "Car-
los Gomes" foi importado dos Estados Unidos, através de uma firma de São
Paulo, cujo dono era brusquense e tocava muito bem violino. Para angariar
fundos para comprar o órgão, também foram realizadas várias apresentações,
entretanto, foi Nanny Poethig, sócia benemérida da sociedade, que doou vultosa
soma em dinheiro, possibilitando assim a compra do mesmo. O órgão foi
inaugurado no dia 6 de dezembro de 194}, por Ângelo Camin, um dos maiores
organistas do Brasil. Em 1950, Angelo Camin retomou a Blumenau para
participar do concerto no dia 10 de abril, concerto este em duas partes, sendo a
primeira sob a regênciaA de Geyer, com músicas de Grieg e Beetboven, e a
segunda a cargo de Angelo Camin, com números de Bach, Rameau, Couperjn,
Haendel, Pierné, Remondi, Debussy, Tschaikowsky e Gershwin. Angelo Camin
não participava de óperas, tocava mais em concertos de Bach e outros temas
musicais, onde o órgão tem um papel preponderante. A orquestra da Sociedade
Dramático-Musical "Carlos Gomes" tinha orquestra de câmara, quarteto e
quinteto; estes conjuntos eram formados por elementos da grande orquestra.
Grandes peças musicais foram apresentadas com o . quarteto e também com o
quinteto, como a "Truta" (Forellenquintett), de Schubert, que teve como solista o
renomado pianista Henry Jolles. Participavam da orquestra da Sociedade
Dramático-Musical "Carlos Gomes", músicos militares; Geyer os tinha em
grande conceito, porque eram bons músicos e indispensáveis à orquestra da
sociedade, pois os alunos do Conservatório de Música não supriam as
necessidades de uma orquestra. Todos os integrantes da orquestra, coral, teatro e
"baIlet" viviam como uma grande família.
Em-romemoração -aiuetorno dp Brasil ao regime-demo.c.rátic.<4-Q
Governo Municipal de Blumenau, com a colaboração das autoridades civis e
militares e Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes" elaboraram urna
programação com o nome de "Semana da Democracia", com orquestra,
declamações e orações alusivas ao evento no dia 29 de outubro de 1948.
No dia 14 de maio de 1949, a Sociedade Dramático-Musical "Carlos
Gomes" prestou significativa homenagem à memória de Curt Hering, grande
benfeitor da sociedade, com o "Coro dos Peregrinos", de Richard Wagner,
falando na oportunidade em nome da sociedade o Dr. Oscar Leitão.
Em 1949, para suprir as necessidades da Orquestra Sinfônica, foi
fundado o Conservatório de Música "Curt Hering".
O bicenteDário de nascimento de J ohann W olfgang von Goethe foi
comemorado solenemente no Teatro "Carlos Gomes", no dia 27 de agos-
to de 1949, com um concerto pela Orquestra Sinfônica da Sociedade
Dramático-Musical "Carlos Gomes", que contou com elementos da Orquestra
Sinfônica de Joinville. A alocução sobre a data foi feira pelo Dr. Max Tavares
d' Amaral, e as poesias de Goetbe traduzidas para o português pelo Dr. Paulo
Malta Ferraz foram declamadas por Dilma Dutra, e as demais declamações
foram feitas por Lisi Gulach Schneider. A soprano Leonor Lydia Fuchs cantou
"Margarida na Roca de Fiar", de Schubert, e "Zuleika", de Mendelssolm. Na
segunda parte do programa foi executada a Quinta Sinfonia de Ludwig van
Beethoven.
Pelo centenário de nascimento de Ruy Barbosa, foi realizada sessão
solene no dia 5 de novembro de 1949, promovida pela Sociedade
Dramático-Musical "Carlos Gomes", com a participação do Orfeão da Escola
Normal Pedro n. Foram apresentadas as músicas "Intermezzo", de Mascagni e
"Abertura", de Suppée, e o ciclo de peças folclóricas para coro, solos, duetos,
legendas e orquestra: a) Meu Brasil e b) Apoteose. As legendas estavam a
cargo da professora Déspina Nicolau Spyrides e os solos, Editb Kormann,
Maria Ellen Blum, Wanda Maria Brandão da Veiga e Mercedes Bértoli.
1950, Blumenau engalanou-se para festejar -o-seu-centenário, e o
Teatro_ "Carlos Gomes" encenou a obra prima do Maestro Heinz Geyer, com
libreto de JosLEerreira da_Silva, "Anita Garibaldi". A premiêre da ópera foi
um sucesso. Blumenau aplaudiu de pé os autores, solistas, orquestra, coro e
equipe técnica3. Na programação de natal de 1950, Geraldo Keunecke cantou
"Eu Penso em Ti, Minha Bela" e Mercedes Schneider "Quão Distante Estás" ,
árias da ópera "Anita Garibaldi" .
Em 1951, a S. D. M. "Carlos Gomes" reformou seus Estatutos, que
foram registrados no Cartório de Getúlio Vieira Braga no dia 31 de agosto de
1951, no Livro A -6, folhas 51.
Irineu Bornhausen, Governador de Santa Catarina, visitou Blumenau
em 21 de setembro de 1951, quando foi homenageado com urna programação
especial, da qual participaram a Orquestra Sinfônica do Teatro "Carlos Gomes"
e o Orfeão da Escola Normal PedrQ fi, sendo a saudação proferida pelo
professor Orlando Ferreira de Mello, representando a S. D. M. "Carlos
Gomes".
/ N o dia 16 de agosto de 1952, Lubo Maciuk (interpretou Garibaldi
em 1950) e a esposa Ya, reviveram as mais belas árias da ópera "Anita
Garibaldi" , com a participação do coral e orquestra, quando foram apre-
sentadas "Quão distante Estás" (Canção da Laguna) e "Nunca te Esque-
 cerei", solo para soprano; "Anita, oh Doce Anita" e "Dar à Pátria Imensa", para
solo e dueto; "Este Luar tão Doce" e "Salve Regina", para solo e coro; "Remar
os Mares" , para coro (marinheiros e povo). E no dia 25 de setembro de 1952, o
grupo teatral da sociedade apresentou o espetáculo "Um Galã que não faz
Fitas".
A memória dos grandes compositores era reverenciada pela orquestra e
coral da S. D. M. "Carlos Gomes" com concertos, entre eles, Ludwig van
Beethoven, no dia 31 de maio de 1952, pelos 125 anos de falecimento; Antônio
Carlos Gomes, no dia 11 de julho de 1953, pelo 117° aniversário de nascimento;
Franz Schubert, no dia 27 de novembro de 1953, pelos 125 anos de falecimento.
No concerto em memória a Franz Schubert, a programação em três partes teve,
na primeira parte, as músicas "Sanctus" e "Sinfonia Inacabada", e na segunda e
terceira, a participação do pianista Henry Jolles; no dia 27 de janeiro de 1956, o
bicentenário de nascimento de Woltgang A. Mozart; no dia 29 de julho de 1956,
o centenário da morte de Robert Schumann.
No dia 13 de junho de 1953, o programa apresentado em duas partes,
teve na primeira parte a orquestra do Teatro "Carlos Gomes", e na segunda a
apresentação do grupo teatral da sociedade, com a comédia em um ato, de
Oswaldo Rosas, "Inimigo das Mulheres". Participaram da apresentação Nonna
WoestehOff, Carlos Luiz Horn, Ruth Grulllier, Mário Kielwagen, Egon Carlos
Wojeikiewicz e Zenor Vieira. A direção esteve a cargo de Mário Kielwagen,
com supervisão de Carlos Horn, tendo como contra-regra Werner Júlio Klein. O
ponto que na época ainda era usado esteve a cargo de A. F. Fischer. A peça foi
um sucesso. Voltou novamente à cena no dia 28 de maio de 1955.
No dia 10 de julho de 1954, além de outros concertos, a Orquestra
Sinfônica do Teatro" Carlos Gomes" acompanhou o solista de bandolim, Jacob
Tomas, de renome internacional.
As apresentações, com a participação da banda musical do 23 ° R. 1.,
eram freqüentes, entre elas a apresentação do dia 11 de setembro de 1954, onde
a primeira parte esteve a cargo do coral e orquestra da S. D. M. "Carlos Gomes",
sob a regência do Maestro Heinz Geyer e a segunda, a cargo da banda do 23 °
R.!., sob a regência do Maestro José Coutinho de Almeida.
Os setenta e cinco anos da Cia. Hering foram testejados no dia 1 ° de
julho de 1955, com um concerto no Teatro "Carlos Gomes". Foram
apresentados pela orquestra e coral da sociedade o "Largo", de Haendel, e o
ciclo sinfônico "O Imigrante". O ciclo sinfônico "O 1m igrante" foi encenado
pela primeira vez como peça musicada em 1926, com o nome
"25 de Julho", compunha-se de quatro partes: a) despedida da velha pátria
(Alemanha); b) em alto mar; c) nova pátria (no Brasil, testa da colheita); d)
graças. Este ciclo compilado por Heinz Geyer e Willy Lõhr foi apresentado no
dia 13 de novembro de 1937, em homenagem à filha do Doutor Blumenau,
fundador da Colônia. Além do ciclo "25 de Julho", também foi apresentada a
peça musical "Suite Brasil" para solo, orquestra e coral com "Saudades", "O
Tropeiro" e "A Bandeira", tendo como solistas Irene Fuchs e Franz Brack. A
"Suite Brasil" foi incluída no concerto do dia 5 de abril de 1952, com
comentário de Orlando Ferreira de Mello. O ciclo "24 de Julho" foi apresentado
diversas vezes, porém na programação da "Caravana Governador Jorge
Lacerda" de 21 a 28 de julho de 1956, o ciclo foi apresentado com o nome de
"O Imigrante", sendo apresentado em Lages no dia 21; em Novo Hamburgo no
dia 23; em São Leopoldo no dia 24; nos dias 25 e 26 em Porto Alegre, na
Pontificia Universidade Católica, prestando homenagem ao Governador do
Estado lido Meneghetti; dia 28 em Caxias do Sul. Foi apresentado no Teatro
"Carlos Gomes" no dia 22 de julho de 1961 como "O Imigrante" em nova
versão ou "Uma Epopéia dos Imigrantes", obra dramático-musical em três
quadros, de Heinz Geyer, com letra ampliada de Franz Runze. O primeiro e o
segundo quadro passam-se em 1850 e o terceiro alguns anos depois. 1 ° quadro:
Despedida; 2° quadro: No Navio (tempestade); 3° quadro: No Brasil (folclore).
No dia 18 de outubro de 1961, o terceiro quadro do "O Imigrante", em forma de
ciclo musical, foi apresentado em homenagem à Embaixada da Escola Superior
de Guerra do Rio de Janeiro. Também foi apresentado em homenagem aos
rotarianos que visitaram Blumenau, no dia 30 de março de 1962, com as
músicas: Despertar do Bosque, O Café, Balaio, Valsinha, Chimarrão e
Cantochão.
Atendendo ao-convite de Kiranda Lacerda, o coral e orquestra se
apresentaram no Teatro Álvaro de Carvalho, na "Campanha do Cobertor", no
dia 20 de maio de 1956. Os integrantes do coral e orquestra sempre foram
calorosamente aplaudidos em todas as cidades onde se apresentaram, inclusive
através da imprensa.
Em 1956..- a Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes" refor/ mau seus
Estatutos, que foram registrados no Cartório de Getúlio Vieira Braga, no dia 26 de
maio de 1956, no Livro A-6, folhas 321.
No dia 3 de novembro de 1956, o grupo teatral da sociedade, com a
colaboração de Berta Slemer, encenou a peça teatral "Os Filhos de Eduardo", e
no dia 24 de novembro, o espetáculo foi reprisado em idioma alemão.
 "Anita Garibaldi", a obra prima do Maestro Heinz Geyer, sobe
novamente à cena no Teatro "Carlos Gomes", sob a regência do compo-
sitor-maestro nos dias 7 e 9 de dezembro de 1956 com os seguintes intérpretes:
Maria Sá Earp (Anita), Manrico Patassini (Garibaldi), José Perrota (Cel.
Albuquerque), Diva Allegrucci (Maria da Glória), Victor Bona (João), José
Perrota (Rosetti), Ernesto Wassermann (Pedro), HercHio Jaeger (Vicente),
Victor Bona (Horácio). Bailados com Karin Frischknecht, Ludwig Eschenbach,
Gudrum Kalwelage, Mara Probst, Carmen Schroeder e Ely Wachholz.
Orquestra ~infônica e Coral da Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes".
Solistas do Teatro Municipal de São Paulo e do Rio de Janeiro. Na temporada
lírica de 1957 em São Paulo, foi incluída a ópera "Anita Garibaldi", do Maestro
Geyer, cuja estréia, no dia 25 de novembro, foi vivamente aguardada pelos pau-
listas, isto, por tratar-se de uma ópera nova. Os principais intérpretes de "Anita
Garibaldi" em São Paulo foram a soprano Maria Sá Earp, o tenor Manrico
Patassini, o barítono Paulo Fortes, o baixo José Perrota, soprano Glória Queiroz
e Marino Terranova. Coro e corpo de baile do Teatro Municipal, Maestro do
coro, Sisto Mechetti; Regisseur Rugero Jacobi; Coreografia, Vaslav Veltchek;
Cenário, Francisco Giaccheri; Coordenador Geral, Mário Sávio; Regente,
Heinz Geyer; libreto, José Ferreira da Silva. Segundo a crítica, "o público
aplaudiu demoradamente o talentoso maestro catarinense, Heinz Geyer, que
dirigiu a orquestra, e os principais intérpretes, muito em especial a cantora
patrícia Maria Sá Earp ". Ainda em 1957, foi encenada pelo grupo teatral da
sociedade a peça teatral infantil "Pluft, o Fantasminha", no dia 16 de junho, sob
a direção de Berta Slemer.
"Jedennann" (Cada Qual), a famosa peça ou auto da "Morte do Homem
Rico", de Hugo von Hoffmannstahl, foi encenada no Teatro "Carlos Gomes",
sob a direção de Berta Slemer, que contou com a colaboração de Inês Poller,
dirigente do "ballet" do Conservatório de Música "Curt Hering" e do corpo
cênico do teatro. Inês Poller fez o papel da cortesã do homem rico, executando
com seu parceiro Ludwig Eschenbach os bailados na casa do mesmo. O
espetáculo foi apresentado no dia 14 de agosto de 1958, e reprisado no dia 13 de
setembro. No mesmo ano, o grupo teatral da sociedade apresentou a peça teatral
"Parkstrasse 13" (Rua do Parque 13), no dia 26 de dezembro. Os dois
espetáculos foram reprisados várias vezes com sucesso.
O Teat~o "Carlos Gomes" também possuía o seu coral infantil que se
apresentou na programação organizada para a III Concentração de Rádio
Amadores da 5a Região. Na apresentação, foi cantada pela primeira
vez a peça musical para coral infantil "Vamos Cantar", um arranjo do
Maestro Geyer. O concerto, apresentado no dia 11 de agosto de 1958, contou
com a participação da orquestra e grande coral da Sociedade Dra-
mático-Musical "Carlos Gomes".
N o dia 30 de maio de 1959, Blumenau prestou homenagem a D.
Gregório Warmeling, no Teatro "Carlos Gomes", com um concerto mú-
sico-vocal ao qual compareceu numerosa assistência. O concerto teve início
com o Hino a Carlos Gomes para solo, coro e orquestra de Heinz Geyer; foram
também apresentadas músicas de Haydn, Beethoven e Haendel, atuando como
solistas Rita Schwabe e Antônio Van Dall. Na mesma noite, a diretoria da
Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes" fez entrega de diplomas aos
sócios honorários que colaboraram por mais de vinte e cinco anos no coro
orfeônico: Franz Becker, Fritz Vohlmuth, Julius Will, Alfred Wuensch,
Rudolph Klein, Max Schlereth, Heddy Geyer, Irene Fuchs, Sibila e Wally
Gropp, Anamaria Flesch, Annemarie Asseburg; na orquestra sinfônica: Herta
Deeke, Ingo Hering, Franz Runze, Arthur Lindholm e Alfred Lõhr.
O bicentenário de nascimento de Friedrich von Schiller foi comemorado
no Teatro "Carlos Gomes", no dia 10 de novembro de 1959, com o grupo teatral
da sociedade, alunas de "balle!" do Conservatório de Música "Curt Hering",
sob a direção de Inês Poller e coral e orquestra da sociedade sob a direção do
Maestro Geyer. A apresentação foi feita por Willy Unger, os cenários por Paul
Scheeffer e o guarda-roupa por Lili ZimmeI. O coral e orquestra apresentaram
músicas de Mozart, Chr. W. Gluck e Ludwig van Beethoven. Foram recitadas
poesias e apresentadas cenas de "Guilherme Tell", "Intriga e Amor", "Maria
Stuart", "Wallenstein" e "Don Carlos", de autoria do maior poeta alemão,
dirigidas por Berta Slemer.
A Sociedade "Amigos de B1umenau" prestigiava todos os eventos
culturais de Blumenau, principalmente as artísticas que se realizavam no Teatro
"Carlos Gomes". No concerto músico-vocal do dia 20 de agosto de 1960,
quando foram apresentadas as peças musicais, abertura de "Sonho de Uma
Noite de Verão", Op. 21, de Mendelssohn; "Dança Macabra" e "O Cisne", de C.
Saint Saens; "Moto Perpétuo", de Mayseder-Helmesberger; "Der
Lindenbaum", de FI. Schubert; Marcha
\ "Tannhauser", de Richard Wagner, encerrando com o Hino Nacional.
Frei Ernesto, OFM, presidente da Sociedade "Amigos de Blumenau", proferiu
discurso enaltecendo a orquestra, corais e Maestro Geyer. Em 1961, além das
homenagens prestadas a Dom Armando Lombardi, Núncio Apostólico e Dom
Quirino Schmitz, bispo de Teófilo Otoni, de Mi-
nas Gerais, no dia 26 de abril, a P..reftútura Municipal de Blumenau, SDciedade
Dramático-Musical "Carlos Gomes" e o Conservatório de Música "Curt Hering"
homenagearam o Governador Celso Ramos, no diâz de setembro do mesmo ano,
com a "Noite de Arte". O programa, em duas partes, apresentou na primeira parte
a Saudação, pelo DI. João de Borba, o Hino Nacional pelo coral e orquestra e os
bailados: A Vida, o Amor e a Morte, com músicas de FI. Schubert, FI. Liszt e C.
Saint Saens, coreografados por Inês Poller e interpretados por Nadja Scussel,
Ivete Laux, Carmen Metzger, Christa Riebau, Tamara Greuel, Vera Fischer,
Gudrun Kalvelage, Ludwig Eschenbach, Rosa Mosimann, Uta Kalvelage, Mara
Probst, Célia Fausto de Souza, Neda São Thiago Mel10. Na segunda parte, foi
apresentada a obra dramático-musical em três quadros, de Heinz Geyer, e letra
ampliada de Franz Runze "O Imigrante", com três quadros: a) Despedida, b) No
Navio (tempestade) e no Brasil (folclore). Colaboraram na apresentação, Inês
Poller como "regisseur", Rita Schwabe e Antônio Van Dall como solistas, locutor
Ewaldo Ouriques e os atores: Hans Raun, Gerda Hofschulte, Hermann Hofsch~l-
. te, Gunter Zinkhahn, Toni Terhardt, Franz Pult, Hugo Petersen, Helnz Ramers,
Willy Unger, Karl Marschhofer, Janina Schulz, Ingomar Schulz, Hans
Spethmann, Georg Kahrbeck, Benno Hofschulte, Orquestra Sinfônica, coro, coro
juvenil, povo, etc. O coro juvenil que se apresentou pela primeira vez no concerto
músico-vocal de 20 de dezembro de 1958 com as canções: a) Velha Gaita; b) A
Gaivota; c) Meu Boi Barroso' d) Nesta Rua tem um Bosque; apresentou-se
também no dia 1 ° de ju~ho de 1962, no concerto que homenageou o Embaixador
da República Federal da Alemanha, Gerhard Seelos, em visita ofícial a
Blumenau. O programa em duas partes, teve como abertur.a o J:I~no Nacional da
fto'lemanha e o Hino Nacional do Brasil. Em seguIda, fOI apresentado o CIclo
Musical nO 7 para coro juvenil e orquestra "Música, oh! Eterna Música! " de
Heinz Geyer. Também foram apresentadas músicas do folclore
port~guêS-brasileiro e ainda músicas de Mozart, Haydn, Boieldieu e Sarasate.
Um concerto músico-vocal foi apresentado para homenagear o Governador
Celso Ramos e esposa e também prestar homenagem póstuma ao grande
estadista Nereu Ramos, no dia 27 de julho de 1962. Neste concerto, foi
apresentada, entre outras músicas, "Salve Regina", da ópera "Anita Garibaldi",
com solo, orquestra e coro. A alocução foi feita por José Ferreira da Silva e a
saudação otícial ao Governador pelo Dr. João de Borba.
O grupo teatral da sociedade apresentou, no dia 9 de junho de 1962,
"Der Lampenschirm" (O Abajur), e no dia 25 de julho do mesmo
ano "DI. Blumenau". O quarteto e o quinteto de cordas do Teatro "Carlos
Gomes" se apresentavam com freqüência, e diversas vezes contaram com a
participação de Henry J olles nos anos de 1962 e 1963.
As apresentações de cunho eminentemente religioso também faziam
parte das apresentações no Teatro "Carlos Gomes", e no dia 10 de abril de
1963, com reprise no dia 14, foi apresentado o espetáculo "Jesus", quadros
vivos sobre o Antigo e Novo Testamento com o coral e orquestra, solos e corpo
cênico do teatro, sob a regência do Maestro Geyer. No mesmo ano, no dia 30 de
novembro, as bodas de prata sacerdotais de Frei Brás Reuter e Frei Fulgêncio
Kaup, foram comemoradas no Teatro "Carlos Gomes", onde receberam várias
manifestações de carinho e o título de "Cidadão Honorário". Participaram o
coral e orquestra da Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes".
Sob a regência de Bruno Roccella, a Sociedade Dramático-Musical
"Carlos Gomes" apresentou um concerto no dia 22 de maio de 1963, com as
sopranos Hercília Block e Rita Schwabe, o tenor Felippo Barani e o baixo José
Perrota. Logo a seguir, nos dias 1 0, 3 e 6 de junho do mesmo ano, Bruno
Roccella regeu a ópera heróica, em três atos e quatro quadros, "Anita
Garibaldi", com libreto de José Ferreira da Silva e música do Maestro Heinz
GeyeI. Participaram nestas apresentações, além de Hercília Block, Felippo
Barani, José Perrota, Rita Schwabe, Victor Bona, Heitor Müller, Wigand
Siebert e Antônio Van Dall, a orquestra e coral da Sociedade
Dramático-Musical "Carlos Gomes" e o corpo de baile do Conservatório de
Música "Curt Hering". A coordenação esteve a cargo de Felippo Barani, que já
se apresentara num recital de canto no Teatro "Carlos Gomes" no dia 30 de
março de 1963.
No dia 8 de dezembro de 1963, a Sociedade Dramático-Musical "Carlos
Gomes" engalanou-se para o lançamento do LP "Blumenau Também Canta".
Com a presença do Governador do Estado, Celso Ramos, do Prefeit~
Municipal, Hercílio Deeke e Secretário da Educação e Cultura do Estado,
Elpídio Barbosa, foi apresentado o grande concerto músico-vocal com músicas
de Suppé, C. Saint Saens, Helmsberger-Maysed~r, Sarasate, Liszt e Heinz
Geyer. O Governador e comiti,::a foram saudados pelo Dr. João de Borba,
orador oficial da sociedade. As 20,30 horas, foi oferecido o primeiro disco
autografado pelo Maestro Geyer,
\ componentes da orquestra e coro da sociedade ao Governador do Estado,
Prefeito Municipal e Secretário da Educação e Cul~ura. ,.
A Prefeitura Municipal de Blumenau e SocIedade Dramatlco-M~sical
"Carlos Gomes" formularam convite à população de Blumenau e CIdades
vizinhas para prestigiarem o concerto músico-vocal em
homena~em ao Emb~ixador dos Estados Unidos, Lincoln Gordon e esposa, no
dIa 29 de abnl de 1964, no Teatro "C<lrlOS Gomes". Na ocasião, for~m
executados o Hino Americano e o Hino Nacional Brasileiro e profenda a
saudação aos homenageados. No concerto, foram executadas músicas de Bach,
Schubert, Brahms, Haendel e a canção de Foster, "Old Folks at Home", e ainda
três peças populares brasileiras.
Ney Braga, Governador do Paraná, assessorado pelo Secretário de
Educação e Cultura, Véspero Mendes, desenvolveu no seu estado um excelente
programa de cultura popular, e deste programa participou a Orquestra
Sinfônica e Coral da Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes", no dia 6
de junho de 1964, no grande auditório do Teatro "Guaíra" .
AngeliILLoro, o pianista cego, marcou presença em Blumenau,
apresentando-se como solista no concerto músico-vocal regido pelo Maestro
Geyer no dia 5 de dezembro de 1964, numa promoção do Rotary Club
B1umenau Norte e Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes". Angelin
Loro apresentou-se também no concerto músico-vocal de 24 de outubro de
1965, quando tocou o concerto para piano nO 3 em Dó Maior, de Beethoven,
sendo vivamente aplaudid04•
No dia 8 de agosto de 1964, o grupo teatral da sociedade apresentou a
peça "Krach und Jolanthe" e em 1965, mais uma vez sobe à cena o teatro
cantado, com a apresentação da comédia musicada "Viva o Ministro" .
Nos dias 14, 15 e 17 de julho de 1965, Blwnenau mais uma vez, através
da orquestra e coral, sob a regência do Maestro Geyer, cenas teatrais sob a
direção artística de Hans Raun, bailados do Conservatório de Música "Curt
Hering" e equipe técnica do Teatro "Carlos Gomes", mostrou magistralmente
encenada, em três atos, a comédia musicada "Viva o Ministro". Participaram da
encenação: Luiz Adão Quintanilha Rita Schwabe, Herbert Berndt, Benito
Maresca, Heitor Müller, Alfons~ M. Flesch, Otília Kohlbach, Valmor Estevão,
Hedy Zschiedrich, Carlos M. Flesch, Augustinho Schramm, Franz Pult. Martin
Schwertel, Hans Lenz e Alfred Wuensch. Os cenários foram elaborados por
Luiz Adão Quintanilha e Victor Hausmaml e o "ponto" a cargo de Lurdes
Wiederkehr. Prestigiaram o evento destacadas personalidades do mundo social
e político do nosso município e estado, inclusive do clero, na pessoa do Bispo
Diocesano de Joinville. O espetáculo foi reprisado nos dias 5 e 6 de novembro
do mesmo anos.
4) "O Maestro Geyer" - Edith Konnann - Imprensa Acadêmi ~a - 1985, Blumenau.
5) "O Maestro Geyer" - Edith Kormann - Imprensa Acadêmi ca - 1985, Blumenau.
Enquanto a equipe ~e teatr~, que encenava em idioma alemão, ap-
resentou com sucesso no dIa 9 de Julho de 1966, a peça "Der Keuche Le-
bemann" (O Galã Pudico), a equipe de teatro em português ensaiava com
afinco a comédia "Grande Marido" , para estrear no dia 25 de novembro. A
~eça foi apres~ntada nos dias 25 e 26 de novembro, participando inclusiVe do
III Festlval de Teatro Amador de Santa Catarina realizado em CriciÚlTIa, no
período de 3 a 9 de dezembro de 1967, classificando-se em
~ lugar, trazendo para Blumenau o IV Festival de T~ue foi realizado no
pimodõ1te8-a 2~ 1968, sendo considerado o festival de maior sucesso já
realizado em Blumenau. O festival foi realizado nas dependências do Teatro
"Carlos Gomes". Para o V Festival de Teatro realizado em Joinville, em
1969, o grupo teatral da sociedade encenou a peça "C! Cupim". Nos dias 16 e
18 de junho de 1967, a equipe de teatro da socledade, em língua alemã,
encenou a peça "Die Spanische Fliege" (A Mariposa Espanhola).
No dia 14 de novembro de 1967, autoridades do MEC visitaram
Blumenau para estudarem a implantação de novas Escolas Superiores. A
Prefeitura Municipal de Blumenau, através do Prefeito Evelásio Vieira e
assessores, programou um coquetel nos salões da Sociedade Dramático-
Musical "Carlos Gomes". Após a saudação aos visitantes pelo protessor José
Ferreira da Silva, presidente da Sociedade, seguiu programa elaborado para a
ocasião com a Orquestra Sinfônica e coral, sob a batuta do Maestro Geyer, e o
corpo de baile dirigido por Mara Probst Schloegel. O espetáculo mereceu
calorosos aplausos de todos os presentes.
~ Em 19~V Caoa16 d~ritiba, a Orquestra Sinfc)nica e Coral se
0
apresentar~ .... korrh~ucesso no dia 1 de setembro, com programa
-especialmente elaborado; apresentaram-se tarnbéJ11nã'V Feira de Amostras de
Santa Catarina, na Noite de Arte, realizada no dia 10 de novembro. Quando o
Governo do Estado promoveu a "Semana Catarinense", no período de 18 a
25 de novembro de 1968, a Orquestra Sinfônica, coral e "ballet"
participaram das comemorações, a convite do Departamento de Intercâmbio
e Cultura, órgão f.iliado à Secretaria de Educação do Governo de Santa
Catarina, apresentando-se no Teatro Álvaro de Carvalho, de Florianópolis.
Johann S. Bach foi homenageado no dia 12 de dezembro de 1969, pela
orquestra, coral e corpo de baile da Sociedade Dramático-
\ Musical "Carlos Gomes". Foram interpretadas danças com as músicas Moderato
Maestoso e Valsa (allegretto), de Gounod, e a Suite Egípcia, de A. Luigini. A
coreografia foi de Mara Probst Schloegel e a orquestra sob a regência do
Maestro Geyer. Em 1969, o aniversário da Sociedade Dramático-Musical
"Carlos Gomes" foi comemorado com wna progra-
mação especial em três partes, sendo a primeira com a orquestra, coral e
solistas; a segunda com o corpo de baile e a terceira com a comédia em um ato,
de Silveira Sampaio "Treco nos Cabos", com Raulino Buzarello, Tereza
Schreiber e Sílvio Schaeffer, atuando como contra-regra Valentino Caresia e na
direção Georg N. R. Kalrrbeck. Nessa noite, atuaram como solistas Franz
Brack, Antônio Van Dall, Rita Schwabe e Willibert Scheidemantel. Além da
programação citada, Geyer, sua orquestra e coral, estavam sempre presentes.
Centenas de concertos foram realizados, entre eles os Concertos de Natal,
Semana da Pátria, Estagiários da Escola Superior de Guerra, quando visitavam
B1umenau, Centro Cultural "25 de Julho", etc., inclusive em outras cidades
como Joinville, Itajaí, Indaial, Florianópolis, Brusque, Gaspar, Rio do Sul, e
ainda em outros estados, levando seus maravilhosos concertos. A orquest~e o
c.Q!:~da Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes", sob a -.regência do
Maestro Geyer, gravaram três discos: "B1urriel1aí.iTambém Canta", "Nossos
Pais Cantavam A 'sim" e "NAtal".
O teatro, paraleJamenteaos concertos músico-vocais e o "ballet",
colocaram B1umenau em destaque a Iúvel nacional. Do nazismo e nacio-
nalização, de triste memória para os blumenauenses, o povo se refez, e as mais
nobres tradições artísticas da Comunidade voltaram em todo o seu esplendor.
Com Berta Slemer e a peça teatral "Os Filhos de Eduardo", voltou à cena o
teatro no idioma de Goethe e Schiller, teatro este que, com a diretoria eleita em
1968, cessou dentro do nosso teatro, porém, continna até hoje no Centro
Cultural "25 de Julho", tendo sido laureado não só no Brasil como também no
exterior.
Na gestão do escritor e professor José Ferreira da Silva, em Assembléia
Geral Extraordinária realizada em 5 de dezembro de 1968, foram aprovados os
Estatutos da S.D.M. "Carlos Gomes", que foram registrados no Cartório de
Getúlio Vieira Braga, no dia 13 de fevereiro de 1969, no Livro A-7, folhas
138V, sob na 642. No Capítulo I, o Art. 50 dos Estatutos tem a seguinte
redação: "A Sociedade tem por objetivo incentivar, por todos os meios, a
prática e o desenvolvimento da Cultura e das Artes em todas as suas formas de
expressão, podendo estender suas atividades a todo território nacional.
§ 1 ° - A Sociedade também prestará serviços gratuitos de assistência
cultural ou de arte dramática às pessoas estranhas ao seu quadro social.
§ 2° - Para a consecução destes objetivos, manterá a Sociedade, entre
outros, especialmente: a) Cursos teóricos e práticos de música, canto, bailado
clássico e folclórico e de teatro; b) Orquestra Sinfônica e
Coro.Orjeônico;. c) Grupos Teatrais; d) Academia de Escultura, Anes
Plástlcas e de Pmtura; e) Cursos de Literatura, Oratória, Poesia e Dec-
lamação.
A. § 3.° - A ASoc~edade também manterá,
sempre que possfvel, con-
venl?s de mterca.mblO cultural com entidades congêneres, públicas ou
partlculares, naclOnais ou estrangeirias. "
CQl1l-ª.Eeiç;!a..da nova diretoria, a Sociedade Dramático-Musical
"Carlos Gomes" sofreu alterações prº-fun~m suas estruturas.
O Maestro Geyer, responsável pelos maiores eventos musicais da
Sociedade, foi o primeiro a s~er-ªs conseqüências pois, no dia 8 de maio de
191.l, data em que regeu o concerto do seu "Jubileu de Ouro", foi apose!!!..ado
compulsoriamente. Sem a batuta do Maestro Ge:~r, o Coral e Orquestra
Sinfônica encerraram suas atividades. MUSICO.S ~ cantores com mais de
trinta anos de colaboração gratuita foram mtnnados a pagar mensalidades, sob
pena de serem excluídos da Sociedade.6
Apesar de, na época, não pertencer ao quadro de associados da
Soci~dade Dram~tico-M~sical ."Carlos Gomes", Dieter HeriggJoi eleito
preSIdente da SOCIedade, mcluslve por procurações. Filiou-se à Sociedade
Dramático-Musical "Carlos Gom~s" o dia 2 de janeiro de 1969 e a quem coube
o mérito do projeto de transformação do Teatro "Carlos Gomes".
A divulgação do projeto de transformação através do Jornal de Santa
Catarina de 21 e 22 de dezembro de 1980, foi o alerta que levou segmentos da
Comunidade a contestarem a atuação do presidente da sociedade.
Edith Kormann expediu correspondência para os-órgãos culturais mais
importantes do país e no V C_ongresso Nacional de Escritores, realizado em
Florianópolis, os participantes do mesmo assinaram no dia 23 de outubro de
1981, um documento solicitando a preservação do teatro. Os participantes da
XV Mostra de Teatro Amador de Santa Catarina no dia 12 de dezembro de
1981, também assinaram docmnento no me~mo sentido.
A polêmica em torno do assunto foi grande e o presidente da Sociedade
Dramático-Musical "Carlos Gomes", tentou justificar através da imprensa
falada e escrita o "verdadeiro sentido das transformações do ~Carlos Gomes"
(JSC de 02/07/1981)". Na justificativa foram abordados cinco pontos que,
analisados à luz da história, mostram a omissão da di-
retoria com relação à preservação do patrimônio histórico. . N o dia 27 de abril de 1982, Edith Kormann encaminhou documentação
Desde 1974, o j)atrimônio histórico estava correndo ~eng~, o que foi
confirmado com a publicação do artigo assinado pela diretona, confinnando a
venda de parte do imóvel para saldar compromissos.
Segundo o Art. 15 dos Estatutos Sociais, "Será eliminad~ do quadro social
o sócio que: a) por seu c?mportamento, provocar escanda,10 ou ofender os hons
costumes; h) prejudicar de qualquer forma, o Patrlmânio Social; c) interromper
ou prejudicar de qualquer forma as providências relacionadas com os ohjetivos
sociais ".
\ reira da Silva (04/04/1964 até 01/01/1969) e Dieter Hering a partir de 2 de
Na ocasião, foram distribuídas notas através da imprensa, panfletos e cartazes
em defesa do teatro, patrimônio histórico da cidade.
para o Conselho Municipal de Cultura para que o mesmo estudasse a
possibilidade de tombá-l o como patrimônio histórico. A análise dos
documentos e a discussão sobre o valor histórico do teatro se prolongaram até o
dia 10 de agosto de 1982, quando o pedido de tombamento foi posto em
votação. Dos doze conselheiros presentes, cinco votaram a favor, e sete contra.
Estavam presentes: DI. Enéas Athanázio, Sueli V. Petry, Oldemar Olsen Jr.,
Vilson Nascimento, Lauro Bacca, Frei Odoricp Durieux, Dr. Clotar Schroetter,
Gervásio Luz, Dr. Carlos Goffergé, Ursula Jonen, Neide Coelho e Edith
Konnaiill. Apesar do resultado da votação, o Conselho Municipal de Cultura
considerou o Teatro "Carlos Gomes" de inegável valor histórico, que deve ser
preservado. O Teatro "Carlos Gomes" sempre acolheu todos os grandes
eventos da Comunidade, sem necessidade de transformações, pois com as
mesmas, o imponente e belo teatro perderia suas características. É
completamente destituída de lógica a afirmação de que a administração do
Teatro "Carlos Gomes" pretende preservar o patrimônio histórico e cultural se
ao mesmo tempo afirma que o teatro precisa adequar-se aos dias atuais, tor-
nando-se entidade contemporânea.
Atualmente nada mais resta do esplendor dos espetáculos que deram
origem ao Teatro" Carlos Gomes" .
Apesar das ocorrências negativas, funcionou por algum tempQ..no
Teatro "Carlos Gomes", sob a direção de Jorge Preis, um bom conjunto de
música antiga. Funciona também a Orquesstra de Câmara, que conta com 70%
(setenta porcento) de músicos profissionais importados pagos e que
apresentam, como é natural, excelentes concertos.
Com o decorrer dos anos, houve uma conscientização e parte dos
projetos de transformação (piscina térmica, sauna, instituto de beleza, etc)
foram abandonados. Visando ao cinqüentenário (1989) da-sede da Sociedade
Dramático-Musical "Carlos Gomes", foram realizadas obras de reformas com
investimento cultural de diversas empres-as.
Presidiram a Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes" após o
ténnino do mandato do Dr. José Ribeiro de Carvalho, Leopoldo Colin
(18/04/1950 até 15/05/1956), Willy Sievert (16/05/1956 até 17/04/1962),
Wilmar B. da Luz (17/04/1962 até 04/04/1964), José Fer-
janeiro de 1969.
O imóvel da Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes" está
registrado no Cartório de Roberto Baier (Registro de Imóveis), 1 ° Ofício, Livro
3-L, folhas 187, sob nO 11080.
34.
É de Utilidade Pública, Municipal pela Lei nO 888, de 31 de c, a"aixo s;sllinados, ;~t'ticixmntM en 1[ç Congresso Xnci<.>na1
de realizMo em l"1o:-i~nól:'olill.$t>1icitalll aos poderes PlÍ.
maio fe 1959; Lei Estadual nO 2728, de 16 de junho de 1961 e Lei
1:111<:·0:; > e:;{;a(l\<ai:; & rntnb::il:'ll:t$ ao povo em geral,
Federal nO envidat os :;sfor~os para a pves Teatro Carlos Go-
70602, de 23 de maio de 1972. llles de como catJll. d~ c1D.t,,:ra j pat:l'1mónl0 histérico e •. rtíg
Registro no Conselho Estadual de Cultura nO 01/69 e no Conselho tiCO,_ '" ~ sua histeria, que remonta aos pdmó!'dlo~ da ec1-ll
nizaçnc,,(ia regiao;'! ou :;e.la •• l21 anes de tradição eultul'al e ll.l'tíst1ca.
Nacional do Serviço Social sob nO 276759/69.
As insinuações de que o Teatro "Carlos Gomes" foi construído
para abrigar o nazismo são destituídas de fundamento.
Todos os povos constroem seus teatros, procuram preservá-Ios e
restaurá-Ios, e o Teatro "Carlos Gomes", com história que remonta aos
primórdios da colonização, estava na iminência de transformar-se em clube
vulgar, contrariando o teor do Art. 180 da Constituição Federal e Art. 169 da
Constituição do Estado de Santa Catarina:
"_ ter como prioridade, a preservação dos bens históricos-cultu-
rais do municfpio;
_ procurar reconhecer, no passado histórico e presente as mani-
festações culturais, em forma de fole lore regional;
_ atender aos anseias art(sticos culturais, promovendo criação .de
órgãos de cultura, tais corno grupos folclóricos, teatrais, corais, musi-
cais e literários". '
• Teatros não se reformam, se restauram, entretanto, entre as refor-
mas do Teatro "Carlos Gomes", o grande pãiliêl do salão Centenário foi
coberto com tinta branca, sob a alegação de estar manchado devido à
umidade!
A Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes" sempre foi a
mais importante sociedade catarinense, principalmente pela sua imponente sede,
que abriga, além do seu teatro, amplos salões, que se engalanavam para os
bailes das debutantes, com repercussão estadual pelo alto nível e que
alcançaram o apogeu com o diretor social Antônio Reinert. A sociedade
promovia pelo carnaval o baile e a domingueira infantil, ambos à fantasia.
Festejava a passagem do ano com o baile de S. Silvestre e o aniversário da
sede com apresentações do coral, orquestra, balé e baile. Os bailes da
Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes" marcaram a sociedade
blumenauense até 1981 , principalmente os de debutantes, introduzidos por
Antônio Reinert em 1952, abrilhantados por boas orquestras (Valdir Calmon,
do Rio de Janeiro, Erinho e sua Orquestra, de Blumenau, e outras), e
apresentadores de renome (Herval
Rossano, Sérgio Chapelin e outros).
36.
35.
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fECATA - FEDERAÇÃO CATARINENSE DE TEATRO AMADOR

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Uma nota no "Kolonie Zeitung"7, entre outras notícias, referindose ao
teatro, comentava o grande sucesso obtido durante a última apresentação. O
autor da nota, Pastor Hesse, comentava: "as dificuldades do Grupo Teatral,
considerando os integrantes disponíveis numa Colônia que estava galgando
os primeiros degraus, e que não poderia satisfazer de imediato, ou
apresentar bons espetáculos ao público, apesar de envidar todos os
esforços possívels, na última apresentação çareou para o espetáculo
numeroso público, que lotou todo o espaço. E que o Grupo Teatral, além do
trivial "Humoristische Studien" (Estudos Humorísticos), apresentou de
Kotzebue, "Der gerade Weg ist das beste" (O Caminho Reto é o Melhor). Na
primeira peça o trabalho de conjunto dos atores foi um sucesso notável, o
que também aconteceu com a segunda peça, considerando ainda o
excelente conteúdo da mesma. Foi um bom espetáculo A crítica sobre estas
fI.
peças feitas pelo Pastor Hesse dizia ainda o seguinte: "Notava-se durante toda
a apresentação nada de debu:' tantes de braços e pernas rígidas e sim Ulna
notável naturalidade, onde cada ator mostrou sua capacidade, principalmente
na comédia. Após o espetáculo, o baile prendeu associados e convidados até ao
amanhecer".
É evidente que o sucesso obtido foi obra de Rosália Gaertner, ou Roese,
corno era carinhosamente tratada. Roese era apaixonada pelo teatro, fato que a
levou a fundar o Grupo Teatral que dirigiu com carinho e dedicação até a data
da sua morte. Corno os primeiros encontros do Grupo Teatral foram na casa de
Johann Thomas Reinhardt, o primeiro palco também foi improvisado na casa
de Reinhardt, passando posterionnente para a Sociedade de Atiradores, )lma
construção simples com um palco rudimentar, onde eram encenadas peças
teatrais que atraíam a população total da Colônia, bem como das vizinhanças.
As peças sob a direção de Roese eram bem representadas e Roese e Gustav
Salinger quase sempre faziam os principais papéis. Também a Rudolpf Krause
foram atribuídos papéis de responsabilidade, quando ingressou na Sociedade
Teatral Blumenau.
Rudolph Krause fundou uma fábrica de caixinhas de madeira para
charutos na Barra do Rio, em Itajaí, e viajava duas vezes por semana com o
vapor "Progresso" para participar dos ensaios. Os nossos amadores venceram
muitos obstáculos, e mais tarde, quando representaram pa-
péis de maior gabarito e responsabilidade, se portaram como verdadeiros
artistas. Roese não gostava de se apresentar para uma platéia heterogênea, não
era discriminação, era o medo da crítica negativa a que não gostaria de ser
submetida. Viktor Gaertner, marido de Roese, era filho de uma irmã do Doutor
Blumenau e veio com o tio em 1863 para auxiliá-lo na administração da
Colônia. Algum tempo depois, estabeleceu-se com uma casa comercial num
prédio ao lado de sua residência na Alameda das Palmeiras. Viktor Gaertner foi
Vice-Cônsul da Alemanha em Blumenau, desde julho de 1867 até 1888, quando
faleceu. A sua casa foi o centro intelectual da Colônia. Roese, ao ficar viúva,
assumiu a família, sendo auxiliada pela filha mais velha que era adjunta da
escola de primeiras letras, regida por Apolônia von Buettner. Os três filhos mais
velho~ foram para outros centros, o quarto filho auxiliou-a nos negócios, dOIS
freqüentavam a escola e a mais moça, Edith, não havia completado idade para
freqüentar a escola. Além de dirigir o pequeno negócio ao lado de sua casa,
agenciava ainda os pequenos vapores "Progresso" e "Blumenau", da Cia.
Fluvial. As grandes responsabilidades não a tizeram esquecer o "seu teatro", e
mesmo confiando aos mais jovens os principais papéis nas peças teatrais, ela
cuidava para que nada faltasse no palco; selecionava e ensaiava as peças,
caracterizava atores, servindo de ponto quando Karl Wilhelm Friedenreich era
obrigado a faltar.
Roese era excelente amazona e não havia obstáculo que não saltasse.
Segundo o relato de uma parente, Roese era muito corajosa e o provou quando
teve que viajar para o interior da Colônia e o cocheiro embriagou-se. Roese
puxou o cocheiro para o banco de trás, tomou as rédeas e voltou para casa
guiando os cavalos. Preocupada com o cocheiro que poderia cair, dirigiu o carro
lentamente, chegando à Vila à meisnoite. Foi até a esquina onde morava Franz
Lungershausen, proprietário do carro, tirou-o da cama, entregou o carro e o
conteúdo dizendo com raiva: "Tome, devolvo-lhe o seu belo cocheiro ".
Rosalie Julie Auguste Sametzki nasceu em Neder-Gerlachsheim bei
Lauban-Schlesien - Alemanha, filha do Alferes Julius Sametzki, Voluntário da
Guerra do Paraguai e Auguste Becker Sametzki. A família veio para Blumenau
em 24 de julho de 1859 e Roese tinha 17 anos de idade. Em 30 de junho de 1861,
o Pastor Hesse casou-a com o oficial prussiano von Leppepr, do qual foi
separada judicialmente no dia 23 de junho de 1865, pelo Juiz de Direito Dr.
Joaquim Antônio da Silva Barata. No dia 29 de junho de 1865, casou-se com
Viktor Gaertner, natural de Hasselfelde - Braunschweig - Alemanha, nascido
no dia 14 de maio de 1832 e falecido no dia 6 de novembro de 1888. Roese
faleceu no dia
16)
26 de dezembro de 1900 de decor~ç.ões de ambiente. Principalmente no ramo teatral, foi incansá-
moléstia no estômago, e foi vel atlv~dade e talento, dedicando todo o seu tempo disponfvel no de-
uma lamentável perda para senvo!vlmento da ~ultura artfstica e atividade teatral, conquistando
a família e amigos, tam.bem. ?r~ndes t~~unfos, quando atuava em peças, interpretando os
principalmente para a maIs difíceIS papels com muito bom desempenho. O Teatro "Frohsinn
Sociedade Teatral ", muito lhe deve, pois foi ela a mais ativa orientadora e eficaz
"Frohsinn" , que teve sustentáculo dessa sociedade cultural. "
dificuldades em encontrar
Roese gostava de pássaros, flores e da nossa mata ;i.irgem, pois numa
uma substituta.
carta que escreveu aos avós que residiam em Dresden-Sachsen Alemanha, ela
Inicialmente assumiu as
funções, a filha Else, que externa toda a sua sensibilidade às belezas e às coisas simples que adotou em
além de dirigir os sua nova Pátria. O conteúdo da carta datada de 15 de agosto de 1860 é o
espetáculos, tinha outros seguinte:
encargos sociais. Else foi "Queridos avós!
auxiliada por Gustav Espero que esta carta os encontre bem de saúde. Fico contente em saber
Salinger, que com a morte que agora estão bem de saúde. Aqui vivemos no meio da natureza e tu
de Roese foi eleito meu avô, certamente gostarias de viver aqui. O nosso lar, a casa onde
presidente, cargo que moramos é coberta de folhas de palmiteiras, sem janelas e sem assoalho,
ocupou até 1917, quando se e a uns trin~a passos da mesma está a mata virgem e a mais trinta, passa
retirou devido à avançada o rio. E uma delfcia passear no meio da mata virgem entre as mais belas
idade. Atualmente o Teatro flores e em volta das mesmas ver o beija-flor voando. O chão está
"Carlos coberto de baraços, nos quais muitas vezes corre-se o perigo de cair. Do
Gomes" remanescente Roese Gaertner topo das árvores, os baraços enviam seus cipós até o chão, sendo que
do "Frohsinn" não mais possui um Grupo Teatral que tàça jus às glórias do alguns deles são finos e outros chegam a ter a grossura de um braço.
passado. Deste cipó fazemos cordas que são mais fortes do que o sisal. Com estes
. O "Blume~uer Zeitung" nO 52, de 29 de dezembro de 1900, pu- cipós amarramos as paredes das casas. Que passarinhos de cores e
bhcou o necrológlco de Roese Gaertner, falecida no dia 26 de dezembro: formas inimagináveis! Tangerinas, pêssegos, mamões e outras frutai
para nos deleitannos no verão, que chega a 30 e 32°. Naturalmente para
"Dam~ inteligente, de coração generoso, exerceu importante papel na os que gostam de folgue dos, estes faltam. Mas também os ternos aqui.
s~cledade blumenauense; era muito estimada, respeitada e venerada Eu danço ao som de um violino e um harmônio, enquanto na Alemanha
amda por mui~as fa~nflias que de~~ sempre tiveram amparo e ajuda em se ouvem orquestras e coros. Cada terra com seus costumes. Nossos
todas a~ sztuaçoes, quer auxllzando-as pecuniariamente, quer trajes são muito simples: os homens usam camisa azul e a calça segura
dando-lhes sábl~S c?nselh~s e orientação certa na solução de proble- por um cinto no qual penduram um facão de dois palmos. Nós, mulheres,
mas com o~ quazs vm!Ulln a sua presença. Por muitos anos foi diretora vestimos saia e blusa e em geral andamos descalças ou calçamos
da A~ênc~a da C~mpanhia Fluvial, em cujo encargo demonstrou tamancos, e naturalmente somos alegres. Nos dias de festa vestimos
ex:rao~dmána c~paclda~e pelo que grangeou a gratidão e o respeito nossas roupas trazidas da Alemanha com as quais também vamos à
nao .so rU: refenda SocIedade Anônima, como também de todos os Igreja. Em nosso pasto ternos duas vacas, dois terneiros e meu cavalo
fun~lOn~nos ,e ~mpregados. da empresa. Por ocasião de realizações de Alazão que vale uma fortuna para mim, pois me leva nos domingos à
fest~J~~ publz.cos ou partIculares, sempre foi consultada e ouvida a Igreja que fica a uma hora de distância, ou quando vou até o Salto e não
sua oplnzao, pOIS demonstrava bom gosto nos arranjos destas festas e posso
ir de canoa até lá. Com o cavalo passo apenas por uma picada, ele é
muito seguro e me leva sem perigo. Os bugres, aqui ninguém precisa
temer, pois um tiro de espingarda os assusta logo. Porém, o que falta
aqui é a mão-de-obra qualificada ou pessoas que trabalhem. Um homem
recebe por mês dez a vinte mil réis. Uma empregada doméstica de oito a
quatorze mil réis e além disso, difícil de conseguir alguém. Nós
trouxemos uma de lá, porém dois meses depois ela se casou e agora
estou sozinha. Minha mãe não pode trabalhar e o serviço, no início,
principalmente a roupa me custava muito, mas agora já estou
acostumada, sou jovem e tenho força. Há cerca de duas semanas a
garganta da mamãe ficou inflamada e saiu muito pus. O médico disse
que passará com o tempo, ela precisa descansar. Da c!imatização os
sinais são: pés inchados e coceira na pele que é muito irritante e eu sinto
o mesmo que meus pais. Agora já temos carpinteiro, fazendo urna casa
bonita para nós. Eu estou contente porque ela tem janelas de vidro,
porta e assoalho. A comida é em geral feijão preto, farinha e carne seca.
Nós já procuramos modificá-Ia. Fabricamos açúcar e cachaça. A
maioria dos colonos fazem o mesmo, farinha e cachaça.' O nosso pão é
de milho e é muito gostoso. Ah! si vocês pudessem viver aqui conosco
para ver e provar do mesmo. Não se pode descrever como tudo é. Eu já
podia ter casado várias vezes, mas ainda não tenho vontade. Aqui os
moços são como pão fresco, logo têm saída. A morte do bom tio Bastos
me doeu tanto quanto para vocês, pobre da tia Alice, pena que eu não a
conheça, rnas apesar de não conhecê-la gosto muito dos meus tios,
primos e vocês em primeiro lugar. Muitas vezes, por exemplo, penso e
sonho com a vinda do tio e família para cá e como isto seria bonito!
Lembranças em primeiro lugar à tia Lothe, que eu procuro sempre
imaginar como ela é, e também o tio Louis, tio Karl e todos eles. Se eu
voltasse para Dresden. iria pajear os filhos da tia Bertha e os filhos da
tia Nillna. As crianças gostam de mim e trabalhar eu posso. Lembranças
ao tio Hermann e sua jovem esposa lá em Lawenburg onde eu gostaria
de estar, porque lá existem florestas. A vocês meus bons avós desejo que
fiquem com saúde e que Deus vos guarde durante uma longa vida.
Adeus.
Deus guarde vocês, escrevam-me em breve.
Queiram bem a vossa neta que muito vos ama
Roese Sametzki
Lembranças de vosso neto Georg. "
Roese e Viktor tiveram os seguintes filhos: Erich, Arnold, Felix,
Helmuth, EIsa, Victor, Harry e Edith.8
Edith, a filha mais moça, ao visitar a innã casada Else G. Seypel, em
Rosário (Argentina), foi visitar também um médico que estivera em Blumenau
e se tornara amigo da família. Na casa deste médico Edith chegou a conhecer a
grande Eleonora Duse no auge de sua carrei;a, tendo se impressionado tanto
que resolveu dedicar-se ao teatro. Os innãos de Edith resolveram financiar seus
estudos na Escola de Arte Dramática de Berlin, escola de grande conceito no
mundo. Tenninado o curso de quatro anos, Edith passou a integrar elencos de
vários grupos teatrais, representando nos mais afamados palcos alemães,
inclusive nos teatros de Mainz e de Leipzig. Atuou nos palcos alemães por uns
vinte anos, colhendo louros da crítica especializada. Entre os autores famosos
representou obras de Ibsen, Tolstoi, Goethe, Schiller, Shakespeare, Moliere e
outros. Representou "Ofélia" no Harnlet, "Julieta" no Romeu e Julieta, de
Shakespeare, "Margarida" no Fausto, de Goethe, "Inês" em J ohannisfeuer, de
Sudermam1 e muitos outros, sendo muito aplaudida. Regressou a Blumenau em
1924 para auxiliar seus innãos Erich e Arnold, sacrificando sua carreira. Edith
voltou para a Alemanha em 1928 para rever cidades e teatros onde colhera
tantos louros. Passou o inverno em Bedin assistindo a diversos concertos
sinfônicos sob a regência de Furtwengler. Visitou sua irmã Else em Rosário, e
ao voltar isolou-se no seu jardim com os gatos e uns poucos amigos até o dia 15
de setembro de 1967, quando íàleceu.
A necessidade de um curso de "ballet" se fez sentir em 1936, quando da
apresentação da ópera "Preciosa", de Cad Maria von Weber. Na ocasião, a
coreografia foi feita com as alunas da Associação Ginástica Blumenau, dirigida
por Mathilde Frischknecht, sendo solista a senhorita Leder. Apesar do interesse
do Maestro Geyer no funcionamento de um curso de "ballet", somente em 1945
o íàto se concretizou, quando foi realizada uma "Noitada de Bailados" , no dia
30 de junho, com coreografia idealizada por Lisel Klostennann e orquestra, sob
a regência do Maestro Heinz Geyer. Participaram da apresentação as alunas
Ellen
17)
Renaux, Renate Wemer, Ivone Niemeyer e Suzana Horeyseck, que
dançaram a "Valsa Romântica" e "Pizzicato", de L. Delibes, "Danças
Medievais" (Minuito Burlesco), de Johann S. Bach-Martini-Couperin,
"Valsa do Imperador", de Johann Strauss, "Bonecas Levianas", de O.
Programa Lorenzo Fernândez e Savino Benedictis, "Modista da Viena Antiga", de
Johann Strauss, "Namoro em Viena", de Josef Lmmer, "Mazurka Clássica",
L PA.RTE «A~f1e~» de F. Chopin, "Tarantela", de St. Heller, "Dança Holandeza", de A. Lortzig,
Um dto cômico 'Com a pdrticiPdÇ~O de RitdScnddract Ruthc ~(un'1:Lr" MH:rJo Kid\>\'dgen, Caewno "Ióta", de L. Sopenna e "Dança Slava", de C. Friedemann. Os arrajos
Deeke FJsuein:do, Wje~~nd Siebert e iJ;f<OS til;: '. orno musicais para "ballet" estavam a cargo do Maestro Geyer e o guarda-roupa e
lI. PARTE cenários de Duja Gross. Com a criação do Conservatório de Música "Curt
Hering", o "ballet" passou a fazer parte do Conservatório. Gertrud Smolka
Suite de Ballet "i. _ •
-. •.••.• "
t1A,(,,(JV~» :Mwdctt d.
T&cha!kow$ky. substituiu aLiseI Klostermann, fazendo a coreografia e desenhando os
~ em um eUo' '" . costumes para as programações do Teatro "Carlos Gomes", até o dia 21 de
Orqueaira do Teatro -Cados Gomea-. sob a r.gencla do maestro HEÚml Geyer.
Coret>grafia: Mme. G. Smolka. abril de 1951, quando apresentou o seu último trabalho com os temas das
Dansada pelall alunall do ColUlerll'alQno -Curt Herlng-. músicas: "Suíte Oriental", de Popy, "Variação da Fada Açucarada",
Bailadoa pela ordem: "Mirlitons" e "Trepak", de Tschaikowsky, "Clair de Lune", de Debussy,
- T R Df!. DOr;; CONVfDr1DOS: Bailarinas c(lr de I, MARCHA "Sílvia Ballet", de L. Delibes, "Improp'u", Sinfonia Op. 66, de Chopin,
- Ei\T ~o;o: Bal~lurinas cór 'azul, Cltillesa~" Bail(!ti1!(l~
crir brtmca, Damas de H01lra, PrulÇ{'zas da" "Blanche et Noir", de Czibulka, "Borboletas" , de S. Translateur e a "Dança
l-lôres, PrÜ1C('Stl. . ." , das Horas", de Ponchielli.
2. V4.RItç,/Io DA FADA ASSUCARAOA, '.' .. Rulh I.Vmklcl'. No dia 18 de dezembro de 1951, o Conservatório de Música "Curt Hering"
TI?EjAK (Dallsa RIt,~saj - Rell!lfe OUe, ]:,,"1)' Abdú. ,!faria CfInstme Sceite,
S. J/aryaifl ,A b,tu, apresentou "Bailados", com coreografia e desenhos dos costumes de Inês
4 f) 4. .v •... ,A llRAHE - Maria Aldlta. Brmuftlo (/11 j'dga, Alzira ScJlIwider, Liam Poller, e a orquestra do Teatro "Carlos Gomes", sob a regência do Maestro
, •. Ofte Presa ,\ebeltmg. Geyer. A programação em duas partes apresentou na primeira, "Danças
SOLISTA: J/ilTgd !)()"i/ l1oops, ., '. ,
,~), LJ "',""S',A CH IN ESil - lhma RafJe, Milrliese Selta'''!,E, Slliulra n~1{ke~'t'c'~f1pt"tt' ,1" " Clássicas", com músicas de F. Kreisler e F. Chopino Na segunda parte,
MI'W" raM" BtJ1'ba, Kal'ill rristhkJtiJcht, NlttlC'j am os, Rúth ' p"itz$clte. "Danças do Mundo": a) Brasil - tillltasia do Brasil, de Ary Barroso; b)
l/ANDARIJ/: 1tka Roepck.e. . "
, lfll' Lf[ON5, . . Cmúl" ffass, Eldrítil fio//"", MOf'Íil Luis" S~heJlmg, Ailrttl América do Norte - Step de G. Boulanger; c) Espanha - minueto e
,)., . \ l'etersl1t,
farandolo, de G. Bizet; d) Itália - tarantela, de St. Heller; e) Holanda - dança
7, GRANDJ:.: V([L5íA D-1S FI;O!?!!~ÓR DE ROSA' Vera Deeke, N/mil,! Ta. holandeza, de A. Lortzing; t) Alemanha _ laendler, de O. Fetras; g) Áustria -
~;;·tf:·"k~{i;:~;;d Sei/er, Edit' Reinert, Veru Strattch, l.irsul" valsa vienense, de J. Strauss; h) Rússia - gopak, de M. Mussorgski; i) China
J\i'f?;d C. T
li !ll'ARI,VAS DE AZUL: ilfm·itIllScl"'titlt(J"~m" CClJ" ll;'"ç:és - pequena chinesa, de F. Lehar; j) Hungria - danças húngaras, de Brahms.
Coelho, Mar!;";! JJislt'l, Elkf' llering, [)Itrt$ lú;mra t,
I"'nrz J/oellmmm. . . II 11 k 1~4ILARJNAS DE BRANCO: [so/dl'
No dia 13 de novembro de 1952, o "ballet" marcou sua presença
jJ~Sel! ,':e S ."j/1..
f "loUe !'ra\'mt l/arita Dake. V"s/da 'ft!otileck, com uma programação de alto nível. Da ópera "Fausto", de Charles
Dons 01' 'I~:;II
Doris ·Std,.;'cn
ANCY JfoeUmmtll. ilJarlil'w
5clm'ar:: ~).4.\f:.jS DE HONR;l: Gtllti/a J~IlSS, gari" PeterwlI, El·. Gounod, foram apresentadas danças do Bailado (Margarethe) e Canção. O
àriia Koffke, Maria Luisll S,hâlmg.
Fl.ORE;S SOLISTAS: Cuda GÜrfuN', fita Prayon, PR
terceiro número foi "Capricho Italiano", de Tschaikowsky. Na segunda
hVCESA: Rulh li iltkler, parte, foi apresentada a pantomima de JosefBayer "A Fada das Bonecas" .
Rothschild, Eleonore Knoop, Ruth M. da Silva (que interpretaram No dia 17 de dezembro de 1953, o tema dos bailados foi "O Livro de
bailarinas de 1860), Helge Herrmann, Use M. da Silva, Uka e Ruth Contos". Com música de Franz Schubert foram apresentados: "A
Branca de Neve", "A Bela Adormecida", "Joãozinho e Ritinha" e "Final";
"Chapeuzinho Vermelho", com música de Bocherini, "c? Gato de Botas" com
música de A. Dvorak, "João Felpudo", com mÚSIca de Fr. Pracanlco,
"Cinderela", com música de Fritz Kreisler e "Juca e Chico", com música de
Smetana. Na segunda parte foram apresentadas: a) Valsa _ Capriccio, com
música de Bosco; b) Grande Valsa Vi~nense, de J. Strauss; c) Step, de Samy
Fain; d) Rapsódia Slava, de Fnedmaill1, Nos dias 16 e 17 de outubro de 1954,
foram apresentados: a) "Festa Galante à Noite" com música de Mozart; b)
"Dança ao Luar", com música de Lorenzo 'Fernandez; c) "Suite Egípcia", com
música de A. Luigini; d) "Polca", fantasia, com música de G. Merkling; d)
"Casório Camponês", com música de Franz Schubert. Bailados sob a direção de
Inês Poller, orquestra sob a regência do Maestro Geyer e perucas históricas a
cargo
de Ruth Koschel.
Pelo 750 aniversário da Cia. Hering, o "ballet" apresentou uma
programação especia} enfocando o p~río?o 185~-1955 em Blumenau, ~m oito
quadros: a) O Indio; b) Os Prlffierros ImIgrantes na Floresta V~gem"; c) A
Primeira Colheita; d) A Primeira Tecelagem (1880);. e) O Casalzinho da
Cidade; t) A Jovem Grã-Fina de 1900; g) As Cnan?as Veraneando à Margem
do Itajaí-Açu em 1910; h) Valsa Comemorativa
ao Jubileu,
Ainda em 1955, o programa "Bailado" apresentou, em ,~uatro
quadros, o tema "Um Passarinho Vive as Quatro Es~ções d~ Ano, com música
de Berlioz e Mendelssohn, com apresentaçao no dia 18 de dezembro para
adultos e dia 19, às 17 horas, para crianças.
O "ballet" do Conservatório de Músuca "Curt Hering" também
participou das apresentações da ópera "Anita Garibaldi" , pelo. Centenário de
Blumenau nos dias 2 4 e 6 de setembro de 1950, e nos dIas 7 e 9 de dezembro
de' 1956, cor;' a participação dos alunos Karin Frischknecht, Ludwig
Eschenbach, Gudrum Kalvelage, Mara Probst, Carmen Schroeder e Ely
Wachholz. Em 1957, na apresentação. e~ São P~ulo, atuaram cantores coral e
corpo de baile do Teatro MumcIpal de Sao Paulo, porém nos' dias 10, 3 e 6 de
junho de 1963, na reapresentação da ópera, sob a regência de Bruno Roccella,
participou o "ballet" do Conservató-
rio.
Em 1958, o tema dos "Bailados" das alunas do Conservatório, dirigidos
por Inês Poller, foi na primeira parte: "~lássico Divertissement", com músicas
de Delibes, Gounod e PonchIelh, apresentando. as cen~s "Ao Despertar da
Primavera", "Dança do Sol", "Dança da Prlffiavera , "Dança Alegre", "Sonho
na Primavera", "Rendez-vous", "Passatempo
Prima~eril" e ."Dan?a ao P?r do Sol> .Na segunda parte foram apresenta~s
RapsódIas Hungaras , com mUSIca de Franz Liszt. O tema da primeIra parte
do programa "Bailados", apresentado nos dias 4 e 5 de julho, no Teatro "Carlos
Gomes", foi "Suite de L'Arlisieme" com música de Bizet e as cenas "Prélude",
"Minuet" "Adagietto" "Carillon" e "Faran~ole". Na segunda parte foi
apresentada "A Fada das Bonecas", pantomlffia de Josef Bayer. Nos dias 17 e
18 de setembro de 1960 os alunos de "ballet" apresentaram os temas "Concerto
Clássico" com ~úsica de Johaill1 S. Bach; "A Moldávia", com músicas de
Sm~tana e "O Pequeno Bosque ?e Mara", com músicas de
Mendelssohn-Bartholdy (Sonho de uma NOIte de Verão).
Inês Poller apresentou o seu espetáculo de despedida no dia 9 de
setembro de 1962, com músicas de W. A. Mozart (Pequena Serenata Noturna)
e Pablo M. Sarasate (Festa das Flores). Foram ainda apresentados solos para
piano, CÍtara e violino, com a participação da orquestra sob a regência do
Maestro Geyer e cenários de Victor Hausmaill1.
Em "Viva o Ministro", opereta apresentada nos dias 5 e 6 de nove~bro
d~ 1965, o Corpo de Baile esteve a cargo de Zuleika Lauterjung e Ins Colmo
Mara Probst, ex-aluna de "ballet" do Conservatório de Música "Curt Hering" ,
foi para o Teatro Municipal de São Paulo para aperfeiçoar-se. Depois de dois
anos, Mara voltou para Blumenau como professora de "ballet" do
Conservatório e coreógrafa do teatro "Carlos Gomes", apresentando seu
primeiro espetáculo no dia 7 de dezembro de 1966 (Quadros Históricos do
Desenvolvimento do Brasil). A última apresentação de "ballet" coreografado
por Mara com a participação da batuta do Maestro Geyer foi no dia 20 de
dezembro de 1970, entretanto, o espetáculo de "ballet" coreografada por Mara,
tendo como regente o nosso saudoso Maestro Geyer, apresentado no dia 12 de
dezembro de 1969 (um ano antes), foi um espetáculo de alto nível e um dos
melhores espetáculos de "ballet" apresentados no Teatro "Carlos Gomes". Da
programação constava uma homenagem a J. S. Bach, interpretada pelas alunas
Estela Camargo, Eva M. Flesch, Jeane M. Probst, Lilian Ramers, Maria de F.
Honório, Siegrid Wamser, Úrsula Jonen e Mara Probst. De Gounod foram
apresentados Moderato-Maestoso e Valsa (allegretto). De A. Luigini foram
apresentados os quatro movimentos da Suite Egípcia.
Em agosto de 1972, Pauline Springer assumiu o "ballet", e Mara
continuou trabalhando até junho de 1973, quando foi dispensada, apesar da
longa folha de ótimos espetáculos artísticos apresentados. Pauline Springer,
primeira professora credenciada no Brasil pela "Royal Academy of Dancing",
de Londres, após desentendimentos com os dirigentes
do Teatro "Carlos Gomes" foi forçada a demitir-se em 1~76, ficando o teatro
alguns anos sem coreógrafo. Em 1979, Ingo Henng esteve e~ Augsburg -
Alemanha, quando foi apresentado a Pedro Da~t~~ ROdrlgues, entrando em
entendimentos com o mesmo sobre a. posslbllldade de trabalho no teatro
"Carlos Gomes" de Blumenau. Sohsta do teatro de Augsburg, o último trabalho
de Pedro em Augsburg fo~ em setembro ~e 1979, quando foi contratado pela
direção ?O Teatro Carlos Gomes , com vantagens e regalias, porém
desentendlffientos levaram Pedro a de-
mitir-se.
Pedro artista nato, não esmoreceu fundando o CIDAI (Centro In-
ternacional de Danças e Artes Integradas), que foi inaugurado em 10 de agosto
de 1982. Pedro, além de coreógrafo, é .artista plástico de grande sensibilidade
comprovada pelas belas obras eXistentes no CIDAI. Pedro fez três anos 'de
especialização de pintura acadêmica, escultura e modelagem em Veneza.
Artista internacional, Pedro, além de atuar no Teatro Municipal de São Paulo,
atuou também no Teatro Comunal de Bologna, Teatro Máximo de Palermo,
Teatro Lafenice de Veneza, Teatro de We~tfália, Teatro de Oldenburg e
Augsburg. Em Augsburg to~ regente ?e classes de alunos excepcionais.
Apresentou-se na IugosláVIa, TurqUla, Grécia, Japão, Israel, Rússia, África do
Sul, Inglaterra, Portugal, Espanha e toda a América. Entre as coreografias
criadas por Pedro, destacam-se "Dom Quixote", "Chariot of Fire",
"Movimentos de Mozart" e
"Raça Brasileira" . ,
Em 1978 Beatriz Niemeyer e Ursula Jonen fundaram o Corpo de
Dança "Maria de Caro", que sediado no Centro, C~1tural "25 de ,!ulho",
apresentou ao público blumenauense nas dependenclas do Teatro Carlos
Gomes", em 1980, de Prokofiev" "O Amor por Três Laranjas" e em 1982 de
Haendel, "O Messias". Ursula Jonen, ex-aluna de Mara Prob~t e ~bém de
Pauline Springer, que a profissionalizou em 1974 como pnmeira bailarina no
estado, conseguiu, com a demissão de Pedro Dantas Rodrigues, a direção do
"ballet" do Teatro "Carlos Gomes" de Blume-
nau que assumiu em julho de 1982.
, Com Úrsula Jonen a escola de "ballet" do Teatro "Carlos Gomes"
foi registrada no MEC, credenciaI).do-a a fornecer certificados. Do s~~
trabalho frente ao "ballet" do Teatro "Carlos Gomes", em 1985, fOI montado o
espetáculo "O Quebra-Nozes", de Tschaikowsky e em 1987, "Gisele", de
Adolph Adam, com coreografia de Jena Coralli e Jules Per-
roL
Em setembro de 1987, Úrsula Jonen publicou na revivsta "Blumenau
em Cadernos" um artigo sobre "ballet", destituído de fundamento e
baseado em depoimentos falhos, pois o "ballet" de Blumenau não tem suas
raízes na Associação Ginástica Blumenau. Esta, ministrava através de
professores especializados em Educação Física, a Ginástica Rítmica, método
de educação muscular criado por Jaques Dalcroze "cuja finalidade é harmonizar
os movimentos do corpo com os cornandos do cérebro", enqua~lto o "ballet" é um
gênero independente de espetáculo, é dança cláSSIca com passos
elaborados em sistema, e empregados no ensino coreográfico.
A Associação Ginástica Blumenau nunca funcionou como "Academia
de Ginástica e Dança" .
Na década de sessenta, paralelamente ao "ballet" que funcionava no
Teatro "Carlos Gomes", Valentina von Rogoschin lecionava "ballet" no salão
do Grande Hotel Blumenau. Na gestão do professor José Ferreira da Silva,
como presidente da Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes" , muitas
vezes o teatro foi reservado para V alentina von Rogoschin apresentar seus
belos espetáculos.
Em 1986, surgiu o "ballet" de Câmara de Blumenau, que conta com um
grupo de bailarinos profissionais, tem seu registro no MEC e é de Utilidade
Pública Municipal e Estadual. É cadastrado no MINC.
Com a demissão de Úrsula Jonen, em 1988, a Escola de "ballet"
dirigida por Beatriz Niemeyer passou a ser apoiada pela Pró-Dança.
O Club Germânia foi fundado, segundo seus Estatutos, que foram
registrados em 27 de fevereiro de 1911, "para contribuir para a vida sociável de
seus sócios". Os associados, logo após a fundação, adquiriram no dia 18
de março de 1911, o imóvel de Paul Hering com uma casa de alvenaria
por trinta e cinco mil réis e o terreno por quinze mil réis, localizado à
Rua 15 de Novembro. A área era de mais ou menos 400 m2 e foi
registrada no Registro de hnóveis do 10 Ofício, livro nO 3-A, fls. 108, sob nO
5.643. O Club Germânia foi palco de grandes acontecimentos culturais,
artísticos e sociais. Entre os destaques, a apresentação, no dia 27 de setembro
de 1923, de "Uma Noite de Poesias", com Charlotte Schenke, que recitou
poesias de H. Lõns, C. F. Meyer, Rainer M. Milke, Goethe, Josef Winkler,
Gerret Engelke, Cristoph Wieprecht, Franz Werfel, Theodor Fontane, Lube
von Strauss e Torney.
Apesar da bandeira alemã ainda ter a listra amarela, no dia 18 de
18)
janeiro de 1924, o "Tag der Reichsgrundung" foi festejado no Club Ger-
mânia. Em Blumenau como no Rio de Janeiro, os festejos foram realizados
com a bandeira com as cores vermelha, preta e branca sem a listra amarela,
por isso a data não foi festejada publicamente. Na história do povo alemão,
os dias 9 de novembro e 11 de agosto são datas negativas, porém o dia 18 de
janeiro, instituído por Bismark, era de elevação para um futuro melhor.
Participou da programação o Pastor Neumann, que falou sobre os
Habsburgos e H ohenzollern, esclarecendo pontos escuros sobre a dinastia.
Foram proferidos outros discursos e cantada a canção de Erhardt "Wir
tragen am Arme das Wickingerschiff, âm Kragen die Gardesterne. Wir
tragen im Herzen die Heimat mit in der Zukunft dunkele Ferne". Além de
festejos, eram apresentadas noites literárias. Entre elas, no dia 27 de julho de
1925, com o professor Leonhardt. No dia 9 de abril de 1929, sobre Schiller e
no mesmo ano, no dia 22 de junho, noite de entretenimento com danças,
sapateadores e a banda Gauche. A escritora Anni Brumler convidou, através
do "Der UIWaldsbote", no dia 17 de julho de 1930, uma noite literária. As
noites de arte eram freqüentes e no dia 1 ° de fevereiro de 1928, o cantor de
ópera e câmara, Hans Edgar Oberstetter cantou árias, baladas e canções.
Ano após ano, o Club Germânia, ao lado do Teatro "Frohsinn",
Sociedade de Atiradores, Associação Ginástica Blumenau e Josephhaus
(Casa São José), promovia o entretenimento e a confraternização não só
entre os blumenauenses, pois mantinha intercâmbio com quase todas as
sociedades congêneres do Estado de Santa Catarina e do Brasil.
O desaparecimento do Club Germânia foi anunciado pelo "Der
UIWalsbote" nO 39, de 19 de maio de 1939, com a publicação de que estava
à venda o prédio do Clube e que as propostas poderiam ser encaminhadas
para Rudolph (Rudi) Klein, em Itoupava Seca, ou Paul Koch, no "Der
UIWalsbote". No dia 7 de agosto de 1946, o Club Germânia, representado
por Rudolph Klein e Paul Koch, foi vendido para Franz Hering, confonne
registro no Cartório de Títulos e Documentos Otto A bry, sob nO 217, livro
A, nO 5, fls. 72 a 73V, no dia 29 de junho de 1946, por Cr$ 50.000,00
(cinqüenta mil cruzeiros). Este dinheiro foi aplicado na formação do
patrimônio da Sociedade Dramático-Musical "Cartos Gomes" .
A sede do Club Germânia se localizava ao lado do Edificio "Edel-
weiss". O prédio teve suas estruturas abaladas e desmoronou. No local, foi
construído novo prédio sob nO 828 (na Rua 15 de Novembro).
I~ canto faz parte da vida do. blumenauense desde os primórdios, como
'fator de progresso da Comumdade e harmonia social".
O ca~to coral, como arte, teve início com o Pastor Hesse, quando em
1863 ~Ol fundada a Sociedade de Canto Germânia De 1863 até 1872,
funCIOnavam em Blumenau quatro corais; em 1892 onze, e no dia 28 d~
outubro de 1900, quando foi realizada a I Festa de Cantores doze
coraIS. '
Em 1865, funcionava no Garcia o "Gesangverein Sãngerbund
~arcia".' ~ue apesa: de . dirigido, inicialmente, por I!ermann Ruediger,
nao partIcIpa~a dos festejOs das sociedades de canto. E provável que
esse I coral, postenormente, se tenha transfonnado no "Mãnner Chor
Garcia \ I", com a participação ativa em todos os festivais de canto.
_ .Em 1915, as sociedades de canto cogitaram uma grande festa com ~
fmalIdade de fundar a "Sangerbund ltajahytal" (Liga Cultural e Recrea-
tI:,a Vale d? Itajaí), porém a Primeira Guerra Mundial impediu a realizaçao
do fest~val que, no entanto, foi concretizado no dia 7 de março de 1920,
reunmdo em concurso 16 sociedades de cantores em Itoupava Seca. A
"Sangerbund Itajahytal" influenciou o desenvolvimento cultural da região.
Em pouco tempo contava com mais de 20 sociedades inscritas com 426.
cantores. Além das festas realizadas em Blumenau, outras foram realIzadas
em Indaial, Nova Berlin, Timbó, Gaspar, Taquaras e Brusque. A Liga, que
tolhida em suas manifestações (1915) atuava em silêncio sob a presidência
de Peter Christian Feddersen tendo como vice-presidente o cantor Otto
Baumeier, e dirigente do cor~l o professor Max Hmnpl (Coral Masculino
Teot6nia, de Itoupava Seca), culminou em 1920, com a Grande Festa de
Cantores sob a presidência de Otto Abry.
A partir de 1920, os festivais de canto realizavam-se todos os anos
congraçando cantores de todo o Grande Vale do Itajaí, inclusive Brusque,
Itajaí e da distante cidade de Rio do Sul, até que a Segunda Guerra Mundial
os silenciou.
Para avaliar a imponência com que se realizavam os íestivais ci-
tamos o realizado no dia 19 de março de 1922, nas dependências da' So-
ciedade de Atiradores. No dia da festa, a EFSC colocou trens especiais que
partiram de Hansa às 6 horas da manhã, com regresso às 10 horas da noite.
Os cantores, ao chegarem a Blumenau, eram festivamente recepcionados e
às 9 horas da manhã, marchavam com suas honrarias e bandeiras (bandeiras
confeccionadas e bordadas lindamente por Maria,
~posa do professor Max Humpl), da estação da EFSC até a Sociedade
e Atiradores, local da festa, onde, às 10 horas, além de apresentada a
rogramação, foi realizada uma grande reunião festiva, com a participaão
de todos os corais. Nessa festa foi realizado um concurso, sendo os úmeros
de canto sorteados de acordo com a capacidade de cada socieda-
e de canto. As sociedades da Colônia cantaram "Sah ein Knab ein Rõs~in
stelm", e às do centro (cidade) coube a melodia de F. Abt "Die lbendglocken
klingen", e para os corais em conjunto, "Brueder reicht ie Hand zum Bunde"
e a canção em uIÚssono de Kõsporer "Sanger Ged'. Às 11 horas, foi
realizado o Concurso de Canções e às 3 horas da ude Canções de Concerto e
música de coreto, com a participação da land~ Musical Lyra. Às 6 horas da
tarde, entrega dos prêmios e às 8 hoas baile festivo na Sociedade de
Atiradores e Teatro "Frohsinn". O anitrião foi o "Liederkranz", que preparou
no salão da Sociedade de \tiradores tudo o que fosse necessário para agradar
os participantes. No lia da festa, os bares funcionaram das 9 horas da manhã
às 12 horas da loite, com comida, churrasco, bebidas, "chopp", etc. A
entrada para .0 . ocal da festa era grátis para os associados da Liga, enquanto
os demaIS ~stavam sujeitos às taxas de 300 Rs. e para o baile 1$000 Rs .. Da
quinta 'esta de cantores realizada em Neu Berlin, no dia 11 de maio de 1924,
Jarticiparam ·13 corais. Nessa festa foram instituído~ prêI~ios para os c~-ais
masculinos: Kolonienvereine, Gehobene Koloruevereme, StadtvereIle e
corais mistos. Foram premiados a Sociedade de Canto Ribeirão Ferro; seção
de canto da Sociedade de Atiradores Eintracht do Ribeirão ja Areia; Teotônia
de Timbó e Liederkranz de Blumenau, que quase empatou com o número de
pontos dos corais de Brus~ue e Eintrac~t, ~e Altona. Um fato sensacional
para a época e que abnlhantou os festejOs de 14 de maio de 1933, foi o avião
da "Aero'Loyd" que sobrevoou o local da festa com faixas de saudação aos
participantes do evento. Na festa de 1934, Max Humpl, regente oticial de
corais, foi substituído por Heinz Geyer que no dia 22 de julho de 1936,
formulou convite à Sociedade ~e Canto do Club Germânia, M. G. V.
Liederkranz, M. G. V. ConcórdIa, M. G. V. Eintracht de Altona, M. G. V.
Garcia I e seção de canto da Sociedade de Atiradores Neue Velha, para uma
prova de canto para a qual deveriam levar notas. Com a Segunda Guerra, o
"Sangerbund Itajahytal" emudeceu, voltando em 1952.
Com o palco artisticamente adornado, o Coral Misto de Blumenau
apresentou no Teatro "Frohsinn", no dia 11 de maio de 1923, primeiro dia
de Pentecostes, "V 01kstÜl1l1icher", constando da programação: I Gevatter
Tod (conto de fadas), com prólogo e três atos. II - Volkslieds-
zenen: a) Es zogen drei Burschen; b) Zu Mantua in Banden. III - Schat-
tenspiele; a) Di~ Za~berpillen em três quadros; b) Die zwei beiden Quit-
zow. A promoçao fOI encerrada com baile.
Motivados, talvez, pelos festejos do "Sangerbund Itajahytal", um
grupo de pessoas fundou em 1927, a Sociedade de Canto "Eintracht" que
apesar de curta duração, elegeu em 19 de julho de 1932 sua nova di~ retoria
integrada por Franz Nietsche - Presidente, Christian Thomsen _
Vice-Presidente, Willy Lõhr - Secretário, Karl Fischer - 2 ° Secretário Fritz
Kretzschrnar - 1 ° Tesoureiro, Paul Frischknecht - 2° Tesoureiro ~ Hans
Schõps - Encarregado do patrimônio. Nesse mesmo ano, a Sociedade de
Canto "Eintracht" festejou, no Teatro "Frohsilm" o seu 5° aniversário, com
a participação de outros corais que apresentaram "Dur Junges Grüne" e
"Tanzlied", enquanto que Willy Lõhr apresentou uma m~s~ca do ~turo,
com o nome de "ANO 1.999". M. Merten, Niemeyer, Korug e HeInzle
apresentaram um "Quarteto Humorístico". Com a banda Breitkopf,
promoveram, no dia 25 de fevereiro de 1933, no Teatro "Frohsilm", "O
Encontro Cigano". No dia 15 de julho do mesmo ano festejou seu 6°
aniversário no Teatro "Frohsinn", apresentando, entr~ outros números, a
valsa "Contos dos Bosques de Viena", com orquestra, encerrando com a
peça cantada "Die Lore am Tore", em um ato. No dia 29 de julho do mesmo
ano foi apresentada "A Noite de Canções Populares", sob a regência de W.
Kuhn. Do programa constaram "Die Waldquelle", "Steirischer Wullaza"
(Valsa Pomerana), "Contos dos Bosques de Viena", com orquestra e a peça
cantada de C. Sieler, "Die Lore am Tore". Nos dias 20 e 21 de outubro de
1934, a Sociedade de Canto "Eintracht" , com grandes festejos, inaugurou
sua bandeira com a participação do Coral Masculino "Garcia I" e Sociedade
de Canto "Sãngerbund", de Joinville, no Teatro "Frohsinn". No dia 21, na
Sociedade de Atiradores, o Pastor Scheerer inaugurou a bandeira,
ressaltando as atividades dos cantores na nova pátria, o Brasil. No local da
festa, abrilhantaram as festividades o "Musikklub Garcia" e Sociedade
Musical Lyra, enquanto que o baile foi animado pela orquestra Breitkopf.
Em 1935, além dos festejos de aniversário realizados no dia 27 de julho, no
dia 23 de novembro, a Sociedade de Canto "Eintracht" apresentou, entre
outros números, a peça cantada "Die schõne Postmeisterin". Emudeceu
com a nacionalização.
Outra sociedade de curta duração e que chegou a lançar a pedra
fundamental da sua sede no "Vorstadt", no dia 26 de dezembro de 1928, foi
o Coral Masculino "Sãngerlust", primeira sede para atender a sociedade
alemã. Essa sociedade promoveu, no dia 16 de junho de 1928,
no salão "Zwõlfer", a festa de aniversário com números de ~anto coral, solos
números musicais, tercetos, duetos e a peça teatral "Dle Musterehe". No dia 15 de
novembro de 1929, às 8,30 da noite, no Teatro. "Frohsinn" Ano do Centenário da
Imigração Alemã em Santa Catarma, em beneficio do Museu a ser fundado, o Coral
Masculino "Sangerlust" apresentou um programa variado de cançõe.s com
acompanhamel~to m~,slcal, sendo o primeiro número" Stolz weht dle Flagge
schwarz-welss-ro~ (Altaneira tremula a bandeira preta-branca-vermelha). Nesta
festa, fOI apresentada a poesia "Auswanderer", de Am~ Bru~~r. O interessante. da
programação foi a saudação ao Brasil (HeI1 Brasl1len) ao so.m do Hl~~ Nacional
da Alemanha. Também Rio do Sul, apesar de distante e Ja emancipada, participava
dos eventos culturais de Blumenau, mantendo as tradições da velha pátria, pois em
1934, o P~stor Leonhard~ Grau fundou a Sociedade de Canto Masculino que mais
tarde transformou-se em
"Doppelquartett" - Rio do Sul. . (Verbo Amar), Gerson Pimentel Filho (Suprema Ilusão), Joel Gonçalves (Boêmio
Com a Segunda Guerra Mundial, a maior parte das socle?ades ~e canto
emudeceram, entretanto, o Maestro Heinz Geyer c~nsegulU reun~~ músicos e
cantores, apresentando espetáculos que não fenam a s~~cep~lbilidade de
"nacionalizadores" e uma das alternativas foi a partIclpaçao do grande coral com
alunos do então G~násio e Escola ~ormal Pedro 11. Com o fim da Segunda Guerra
MundIal, Geyer reU?lU remanesc,el?tes dos antigos corais, formando o Grande
C?ral da Sociedade Dramatlco:
Musical "Carlos Gomes", que tantas glónas trouxe para Blumenau ate que em
1971, foi dissolvido com.a dem~ssã~ ~e Geyer, após as ho~.~na~ gens aos seus
cinqüenta anos dedicados a muslca em Blumenau. Muslcos e cantores
remanescentes passaram a atuar no Centro Cultural "25 de
Julho" .
1968, numa promoção da "Spot TV Show Ltda", c~m a coordena-
ção de Donato Ramos, foi realizado nas dependências da COEB
(PROEB) o I Festival da Canção do Vale. . , Rufino Régis, Werner Amold, Capitão Rutíno, Maestro Baumgart, Dário
"0 I Festival da Canção do Vale, InalS que tudo, e prova de arro-
'o é marco glorioso de uma nova era, é afirmação daquilo que já é urna
J
, I~
constante irretorquível em Blumenau - Progresso.
No dia 6 de julho de 1968, às 15 horas, no Pavilhão da COEB,
teve início o I Festival da Canção do Vale. A promoção da "Spot TY
Show Ltda."
teve a coordenação publicitária e jomalística da AgênCia Blumenauens~ de
Notícias (ABN), o apoio do Prefeito Municipal, Dr. Carlos Curt Zadrozny,
imprensa falada, escrita e televisionada, e do co-
mércio e indústria de Blumenau, numa demonstração da importância do evento que
envolveu música, canto e a comunidade blumenauense. Inscreveram-se
compositores de todas as idades e categorias sociais e dos mais diversos locais da
nossa região. Após a seleção foram apresentadas 45 canções, sendo algumas
defendidas pelos próprios autores, outras acompanhadas por conjuntos musicais e
ainda outras interpretadas por cantores. Foram apresentadas canções dos seguintes
autores: Horácio Braun (Revolução e Aqui jaz em paz Carlos da Silva Vaz), Vera
Maria Paladini (Aquele Olhar e Solidão), Juarez P. Araújo (Lamentos de Amor,
Volta Amor e Se eu fosse um passarinho), Dalma de Oliveira (Sonhei, Um dia
encontrarás e Minha Oração), Mercides Pacheco (Canção de Amor), J. Eugenio
Uriarte (Marcha junina(, Ari Nagel (Resignação, Vivo só para lhe amar e
Esperança, esperança), Irold Weigmann (Apaixonado estou há tanto tempo),
Raymundo N. Figueiredo (Minha desilusão e Versos Tristes), WidmalU1 Müller
Errante), Eduardo de Souza (Lágrimas Luminosas), Abelardo de Souza (Inspiração
e Mentirosa), Tânia Magnani (Por que ontem choveu), Antônio Castellain
(Espere-me meu amor naquela praça, Quero dançar contigo e Eu fiz tudo pra você),
Miguel A. Mello (A Garota dos meus Sonhos), A. Carlos Herédia (Vidraça), Micles
Júnior (Raquel), José S. Camargo (Saudades da Favela e Pare de Falar), Raul
Hartke (Sonho e Angústia e A Maria Voltou), Joacir Penaforte (Ó Maria e Em teu
Louvor), Dionei J. de Souza (Triste Solidão), Helmuth Kulm (Festival da Cerveja
da GB), Áurea Hech (Canção a Blumenau), José Santa Rita (Seu Nome Nunca
Direi), Nilo Imhof (Recordação), Fernando Silva (Casinha Bela), Souza Filho (Zé
de Nada) e Mercides Pacheco (pensando em Amor).
Para classificar as quatro melhores canções, foi convidado um júri
integrado por militantes nas artes em geral, discotecários e imprensa falada e
escrita da região. Foram convidados para julgar as músicas:
Maestro Heinz Geyer, Leopoldo Kohlbach, José Acácio Santana, Maestro Krieger,
Deschamps, Edith Kormann, Karin Zadrozny e Mauro J. Amorim. Para julgar a
qualidade das letras foram convidados: Gervásio Luz, André Luiz Sada, Walmor
Siemann, Jair de Brito, Didier Deslands, Érico Max Müller, João Vieira, Professor
José Ferreira da Silva, Dr. Vinicius de Oliveira, Orlando Ferreira de Mello, David
Coelho, Erickson J. Maes, Flávio de Almeida Coelho e Amilton Cordeito.
Como convidados especiais prestigiaram o I Festival da Canção do Vale,
Jair de Brito (membro do júri da Grande Chauseé do Paraná),
 lidier Deslands (produtor e diretor de TV do Canal 6 do Paraná) e Anmes
Severo, o Mestre de Cerimônias. O Maestro José Acácio Santana li Diretor
Musical da promoção, que juntamente com José Balhu de ouza, de Itajaí,
acompanharam musicalmente diversos concorrentes, lclusive nos ensaios que
antecederam as apresentações.
0
Foram vencedores do Festival: 1 lugar - Helmuth Kuhn e sua ,anda
0
Araújo Brusque; 2 lugar - Ary Nagel. A melodia foi defendida or Normélia
Maria Lentz e o Regional de Pedrinho, que foram a grande ~nsação do Festival;
0
3 o lugar - Antônio C. Herédia e 4 lugar - Vera 1aria Paladini. O melhor
conjunto intérprete do Festival foi "Os Robinons", de Brusque. Aos
classificados foram atribuídos, além do prêmio na época) de meio milhão de
cruzeiros, oferta do Prefeito Municipal )r. Carlos Curt Zadrozny ao 1 0 colocado,
os troféus: Dr. Carlos Curt :adrozny, Prefeito Municipal de Blumenau; Antônio
Heil, Prefeito MuiÍcipal de Brusque; Deputado Evelásio Vieira; Oswaldo'
Olinger; Cia. :atarinense - Crédito e Financiamento; Ipiranga - Crédito e
Financiaaento; Simplex do Brasil; D. Quixote (em fio de ouro); Pontinho; Spot
. 'V Show Ltda.; Jornal Cidade de Blumenau; Casa Husadel (dois jogos le
cristal) e outros. Os espectadores também concorreram a vários prêaios, entre
eles uma Pianola Hering, oferta da Fábrica de Gaitas Alfre[o Hering S. A.
Além da Banda Araújo Brusque, Regional Pedrinho, Os Robin,ons e os
cantores Antônio Carlos Herédia, Vera Maria Paladini e Nornélia Maria Lentz,
também foram intérpretes os conjuntos musicais The )anger, Os Furacões e os
cantores Gerson P. Filho, Paulo P. Pires, ;liana dos Santos, Vitório Pfiffer,
Sebastião Lamim, Joel de Almeida, :Jilberto Neves, Jacira Forbici, Juarez
Araújo, Micles Junior e Herédia 2elso Quarteto.
Os festejos de encerramento e premiação estavam previstos para o fia
13 de julho no Teatro "Carlos Gomes", porém, motivada pela imposübilidade
0 Em março de 1975, o "Universitário", órgão de divulgação da As-
de comparecer, a Banda Araújo Brusque, detentora do 1 lugar no Festival,
careou para Brusque grande caravana integrada por compositores, intérpretes e
Comissão Organizadora, onde, com o apoio do Prefeito Murncipal Antôrno
Heil e Comissão Municipal de Turismo de Brusque, a Spot TV Show Ltda.
realizou o Baile da Canção, no dia 3 de agosto de 1968, na Sociedade Caça e
Tiro Carlos Araújo Brusque, sendo os prêmios entregues no dia 4
(segunda-feira). Marcaram presença a Banda Araújo Brusque, Ary Nagel,
Normélia Maria Lentz, Vera Maria Paladini e Antônio Carlos Herédia. "Os
Robinsons" e "Os Bolas" abrilhantaram os festejos tocando ritmos para dançar,
apresentando tam-
bém um show com as canções vencedoras do I Festival da Canção do Vale.
A promoção que polarizou a atenção do mundo musical do Vale do
Itajaí, impressionou Dirceu Graezer, Mestre de Cerimônias, cantor, produtor e
apresentador de diversos programas da TV Paraná - Canal 6 que colocou à
disposição da Agência Spot TV Show Ltda. promotora d~
evento, os horários da sua programação. '
A caravana musícal chefiada pelos jornalistas Donato Ramos e Souza
Filho, proprietários da Agência Spot TV Show Ltda, acompanharam os
vencedores do I Festival da Canção do Vale (Helmuth Kulm e a Banda Araújo
Brusque, Ary Nagel e o Regional de Pedrinho de Itajaí Antônio Carlos Herédia
e Vera Maria Paladini de Blumenau), que saí~ ram de Brusque, Itajaí e
Blumenau às 17 horas de sábado para se apresentarem no dia 18 de agosto, às
10 horas da manhã, na TV Paraná Canal 6, em Curitiba. Ao chegarem a
Joinville foram recepcionados pelas Emissoras e Jornais locais, Clube Floresta,
onde se apresentaram, sendo homenageados com um jantar totalmente às
expensas do Prefeito Municipal de Joinville, Dr. Nilson Bender, provando seu
interesse pelo desenvolvimento cultural, social e musical de nossa terra. A
caravana musical se apresentou por conta da Antarctica Paulista (filial de
Joinville), no Baile da Cerveja, realizado no Clube Floresta.
Em Curitiba, na TV Paraná Canal 6, a convite do Diretor e Produtor de
TV, Didier Deslandes, os vencedores do Festival apresentaram um programa
especial, de duas horas consecutivas, apresentado por Dirceu Graezer, Donato
Ramos, Souza Filho, Maurício Nascimento e Cláudio Luiz. No programa
foram divulgadas mensagens dos prefeitos Dr. Carlos Curt Zadrozny, de
Blumenau, Antônio Heil, de Brusque, Dr. Nilson Bender, de Joinville e Carlos
de Paula Seára, de Itajaí. O I Festival da Canção do Vale, criado por Spot TV
Show Ltda., consagrou-se através do Canal 6 de Curitiba.
sociação dos Diretórios Acadêmicos da FURB, lançou as bases do I Festival
Universitário da Canção.
O I Festival Universitário da Canção nasceu em 1974, na mesa de um
bar, onde se reuniam para conversar Oldemar Olsen Jr, Acari Amorim, Fred
Richter, Domingos Sávio Nunes e José Luiz Dias de Souza. Em 1975, com
Acari Amorim na presidência da Associação dos Diretórios Acadêmicos da
FURB, Fred Richter, Marilu Ribas, José Roberto Fernandes, Oldemar Olsen
Jr., José Luiz Dias de Souza e Domingos Sávio Nunes, foi realizado o I Festival
Universitário da Canção,
 e apesar das dificuldades inerentes a eventos de tal m~nta, ele ch~gou aos dias
atuais. O primeiro festival contou com o apoiO da PrefeItura Municipal de
Blumenau, TV Coligadas Canal 3, Jornal de Santa Catarina e empresas locais.
Para maior brilho do festival, foi convidado o compositor e cantor Ivan Lins,
que cantou três números e foi embora, desapontando não só os organizadores e
sim todos os presentes.
O festival foi realizado nos dias 30 e 31 de maio de 1975, em duas
etapas, nas dependências do Ginásio "Sebastião Cruz" (Galegão), com ilÚcio
às 20 horas.
Cada autor inscreveu, no máximo, duas canções que deveriam ser
inéditas tanto na música como na letra. Da inscrição deveriam constar o nome
dos autores, endereço e nome dos intérpretes. Os autores deveriam estar
cursando escola superior, enquanto os intérpretes poderiam ser não univers
itários.
Foram inscritas 63 canções, altamente criativas, numa demonstra-
ção de quanto o Festival repercutiu no meio universitári~ do nosso estado, pois
contou com uma platéia de cerca de duas mIl pessoas, qu~ pagaram pelo
ingresso Cr$ 10,00 (estudantes) e Cr$ 15,00 (geral). Na divulgação do Festival
foi solicitado ao público levar almofada para sentar.
Com a ficha de inscrição, que era gratuita e que foram aceitas até
o dia 15 de maio, deveria ser remetida uma fita cassete contendo a música e
cinco cópias da letra de cada canção. O material foi devolvido após o Festival.
Para a fase final, a Comissão Julgadora selecionou 15 canções,
cinco das quais receberam o "Troféu Universitário". Além do troféu, as três
canções que alcançaram o maior número de pontos receberam, pela ordem, Cr$
5.000,00; Cr$ 3.000,00 e Cr$ 2.000,00.
A ordem de execução das composições foi estabelecida pela Comissão
Organizadora do festival, através de sorteio e que também marcou a data e local
para os ensaios.
Das quinze composições apresentadas, a primeira colocação coube a
"Zezé Coisa Nossa", de Rubens Monteiro Jr, da UFSC; a segunda, "Minha
Terra", de Ana Nilce Schiocchet, da FURE; a terceria "Quem Foi Que Disse",
de Nelson Russi Wagner, da UFSC e "Uma Canção Para Seguir", de Juraci
Carlini e "Pra Não Dizer Que Eu Falei", de Heloisa Soter Correia, da FUNC,
obtiveram, respectivamente, a quarta e quinta colocação.
Foram apresentadores da grande festa final, Liane Wirth e Osmar
Laschewitz.
. Os p~r:icipantes foram alojados no prédio de alojamento da Pre-
feltu~a ~~clpal de B~~enau,. durante os dois dias de espetáculo, sendo
dlstnbmdas c~edenClalS p.ara intérpretes, autores e imprensa.
Esse Festival, o maiOr evento musical realizado em Blumenau desde
1968, mostrou a garra e a capacidade da nossa gente. Senões existem em
qualquer promoção, mormente de vulto, como foi o Festival, que envolveu toda
a comunidade. No II Festival, as responsabilidades foram divididas, .forma~s
.c?missões, criado o logotipo e outras inovações que deram maiOr
credlbllldade ao evento, o que incentivou uma maior disputa pela premiação,
atraindo universitários dos mais diversos pontos do país.
O III Festival, que deveria ser o melhor, não foi realizado, apesar da
estrutura econômica implantada. O compromisso com o FUC da empre~a
prom~tora do evento (TV Coligadas e Jornal de Santa Catarina), foi feIto
atraves de um contrato, assinado por estudantes, no qual a empresa impunha
exclusividade no III FUC.
Na época, foi importante a participação de Roberto Schneider (Bebeto),
que havia projetado o palco do II FUC e se encarregado de toda a parte
artística. Lamentavelmente Roberto Scl1l1eider faleceu, sendo substituído por
GiancarIo Sartorelo (da empresa), inexperiente pois, apesar de ter mandado
imprimir cartazes com o slogan "Música, a Nova Força" e faltando imprimir
apenas uma cor para a conclusão do mesmo a empresa se desinteressou pelo III
FUC. A empresa que através do co~trato vinculou o DCE à TV Coligadas .não
possibilitou ao DCE outra promotora. Apesar da denúncia de Oldemar
OlsenJr., o III FUC (1977) não se realizou. O Festival Universitário da Canção
chega aos dias atuais, não mais com o entusiasmo dos primeiros.
O Camerata Vocale, fundado em março de 1977 pelo Maestro Teimo
Locatelli, é formado por amadores apreciadores do canto coral de Blumenau e
região, partindo de um trabalho de pesquisa do folclore alemão, italiano,
brasileiro e outros. Em janeiro de 1978, o Coral gravou um LP de músicas
italianas para a "Festa Nacional da Uva", em Caxias do Sul/RS, e no final do
mesmo ano, após uma série de apresentações, o segundo LP com canções
folclóricas alemãs da região. Em 1979, gravou o terceiro LP com canções
folclóricas brasileiras, e em fins de 1980, sob os auspícios da Prefeitura
Municipal de Blumenau e Casa Moellmann, o quarto LP com músicas natalinas
de várias nações e do folclore internacional. Em setembro do mesmo ano,
excursionou para Montevidéu e Buenos Aires, e em novembro de 1983,
realizou quatro apresentações em São Paulo numa promoção da Secretaria de
Turismo de Blumenau e
.... Arte Surya. No final do ano de 1984, apresentou um con~e~o ~:~olistas Locais, o pastor Hesse teceu comentários sobre as palavras de Karl WI-
cantores da Orquestra Sinfônica de Porto ~legre, com ~le;eslieder", de helm Friedentreich "sobre a necessidade de ressuscitar as sociedades de
Brahms, para piano a quatro mãos, solistas ,e cor? misto. ) Camerata V ocale cantores como um fator de progresso da Comunidade e harmonia social".
conta com sopranos, contralt~s, tel:o~es e baixos.. , O "Kolonie Zeitung" (Joinville), que começou a circular no dia 20 de
Natural de Caxias do Sul, Telmo Locatelli pa~lclpoU d.e Semma'ios de dezembro de 1862, tornou-se até a data da circulação do "Blumenauer
Música de Blumenau como professor e concertlsta de plano e. cra. L' na Escola Zeitung", em 1 o de janeiro de 1881, o órgão de divulgação dos eventos
de Música de Blumenau nos cursos de plano, '10. eClOI~o~ de camA ara Em culturais, sociais e artísticos da Colônia B1umenau, para onde o Pastor Hesse
1974 ministrou aulas no Curso Interna-
'ravo e mUSlca ., - IL. mandava os seus artigos assinados com as iniciais "ROH".
;ional de Cravo de Marguerite Dreyfuss, no MASP de Sao Pau o. eclO- A nota do Pastor Hesse no "Kolonie Zeitung" de 3 de outubro de 1863
!lOU folclore na FURB. C . lnf; diz o seguinte: "o espiritual e a vida social já deram um passo em conjunto:
N á a infantil é digno de registro o I Encontro de orais an- uma sociedade de cantores, um grupo teatral, e umajá importante Sociedade
tis real~a;~ em novembro de 1980, no Teatro "Carlos Gomes" ,.com a de Atiradores. S6 a maçonaria ainda não encontrou ambiente para fixar-se. A
, .. - is de Curitiba/PR São Bento do Sul e Blumenau. Sociedade dos Cantores da Colônia Blumenau está por enquanto com mais ou
partlcl~;:~a~~ ~~:~oso ocorria nos idos de 1930, quando as ~l?SSaS esco- menos vinte associados. Os amantes de teatro, sob o apoio da firma Meyer &
- d' unham de material para ensinar canto, sendo utilIZados veras nao ISp - I C', Spierling, satisfazem também o público através dos seus espetáculos,
LUm exemplo sos em vernáculo adaptados à música de cançoes a e~~as. '.' . d H'
são os versos de autoria de Ferdinand Knoll, adaptados a mUSlca o 1ll? 'Principalmente por apresentarem reminiscências alemãs".
da Alemanha (1 a estrofe): No "Ko10nie Zeitung" de 2 de abril de 1864, o artigo assinado por
"ROH" diz o seguinte: "A vida em sociedade está cada vez mais fortificada.
"Bela Santa Catarina Além da Sociedade dos Cantores da Colônia Blumenau, ulna outra sociedade
terra minha és natal. surgiu no Alto [tajar, e como o nome já diz, "Geselliger Verein ", trata-se de
Entre 21 estrelas urna sociedade com tendências mais amplas. Segundo informações, a mesma
a mais linda, sem igual. sociedade sob a direção do Senhor Scheidemantel, já deu amplos resultados".
Uma jóia apreciada No dia 3 de agosto de 1864, a Sociedade dos Cantores da Colônia B1umenau
desta Confederação. festejou seu primeiro aniversário, e segundo "ROH", no "Kolonie Zeitung" de
Sua beleza eu canto 24 de setembro de 1864, foram feitas homenagens aos associados que dirigiam
a sociedade, entre eles Wilhelm Scheeffer, e aos jovens que ajudaram a
ama-te meu coração. "
mantê-Ia, principalmente Viktor Gaertner, secretário da sociedade.
O local da festa foi a sala de Karl Wilhelm Friedenreich, que foi
decorada com muito bom gosto. Tudo parecia feito por mãos de íàda que
SOCIEDADE DE CANTO maravilhosamente teceram dentro da sala uma gigantesca trepadeira.
"GERMÂNIA" DE BLUMENAU Medalhões com os nomes dos maiores compositores de canções alemãs
estavam pendurados em todas as partes. Logo na entrada, a frase do nosso
velho amigo Luthero: "Wer nicht liebt Weib, Wein und Gesang, der bleibt ein
No dia 3 de agosto de 1863, o Pastor Rudolph Os",Vald Hesse fun- Narr sein Leben lang" (Quem não ama mulher, vinho e canto, será um idiota
.' . dade de cantores com o nome de Sociedade dos Can- toda a vida). Estava escrito em letras garraíàis, e por detrás uma lira gigantesca.
dou a pnmerra SOCle . T ai d
tores da Colônia Blumenau. Esta sociedade e a Sociedade eatr. e Tudo foi elaborado para tocar o coração dos presentes. A sociedade, com
Blumenau, fundada no dia 24 de junh? de 1860, foram responsáveis pe- apenas um ano de existência, não poderia apresentar um coral grandemente
los grandes evento.s cult~rais"da Colôma. b d 1863 em Notícias artístico. Fez-se o possível, e isto os
No "Kolome Zeltung de 26 de setem ro e, .
~sociados terão que relevar em face dos esforços e dedicação dos interantes.
O programa foi o seguinte:
- A Charis, de Chr. Schulz ,.
_ Ah, como isto é possível (Canção popular da TunngIa)
_ Saudação do estudante, de Werner
- A Capela, de Kreuzer
_ Pairam altos louros, de Blurn ,-
Serenata, de Schaeffer
, _ Festa de sábado, de autor desconhecido
, _ Irmãos deixe que sejamos alegres, de Marschner.
Os associados num total de mais ou menos 150 pessoas, depOIs le urna
discreta cei~ com música pelo quarteto de W~elm Sc~eeffer, :ntremeadas com
canções improvisadas e discursos, Já ab?rreCIam os ,resentes, cujos pés
começaram a exigir Terpsichor~. O baile encerrou lS festividades. Foi uma
festa que satisfez a todos, umndo todos.
A Sociedade dos Cantores da Colônia Blurnenau elaborou os seus
~statutos, cujo texto original contém .três capítulos, e treze ~arágra~os., e
latado de 3 de agosto de 1863, aSSInado por W Ilhelm FnedenreIch )residente
Viktor Gaertner - secretário e Pastor Rudolph Oswald Re~se _ dirigent~
musical. Seguem-se ainda vinte e sete assinaturas de SÓCIOS ltiVOS. Como
sócios passivos assinaram: Karl Rerm~ml Wendeburg, 3eorg Repsold, Gustav
Spierling, Rans Breithaupt, Emil Odebrecht, Os~ald Zwicker Viktor von
Gilsa, Karl Meyer, Dr. Bernhard Knoblauch, fulius Baumg~rten, Friedrich
Loeschke, Rermann Willerding, Karl Sasse
~ Otto Kluge. C
A •
Nas margens dos Estatutos da Sociedade dos Cantores da oloma
Blurnenau, várias averbações provenientes das decisões t~madas P?ste-
riormente em Assembléias Gerais. Uma das averbações dIZ o segumte:
"Por resolução unânime da Assembléia Geral de 10 de agosto de 1.865, a
Sociedade de Canto da Colônia Blumenau recebeu o nome ,d~ So.c~e~de
de Canto "Germânia"." A Sociedade de Canto "Germâma , dlr~gIda pelo
Pastor Resse, conforme o "Kolonie Zeitung" de 20 de abril de 1865 estava
de parabéns, pois o Dr. Blumenau, segundo a nota, doara para 'a Sociedade
de Canto "G~~ânia".' um harmô~o. A mesma ~ota cita ainda a
"Freundschaftsverem (SocIedade da AmIZade), sob a drreção do professor
Julius Scheidemantel, da escola de Ito~p~va, onde se canta e que também
solicitou ao Dr. Blumenau um ~armomo para, o seu coral, justamente
quando o Dr. Blumenau concretIZava a sua viagem
para a Alemanha há muito tempo projetada." . . " ocupado por nós. Sempre alimentamos esperanças de estarmos de volta para a
ROR não esquecia de remeter para o Kolome ZeItung as suas
críticas sobre os espetáculos apresentados pela Sociedade Teatral de Blumenau,
e a n?~ d? dia 27 de maio de 1865 diz o seguinte: "depois de um prolongado
sllenclO, em março, o nosso Grupo Teatral, Grupo de Teatro Amador, Amantes
do Teatro ou Sociedade Teatral?" foi a pergunta de ROR através do "Kolonie
Zeitung", o que confirma que a Sociedade Teatral de Blumenau e a Sociedade
de Canto "Germânia" não eram vinculadas. A nota de ROR ainda continua:
"nos proporcionou uma noite divertida, na qual nos foi apresentada a peça "0
Príncipe Amaldiçoado", peça conhecida, e que nos foi apresentada
literalmente ". Entre outros comentários, ROR diz ainda ser a peça baseada nas
Fábulas das "Mil e Uma Noites", aparecendo também num atrama feliz de
.
Shakespeare, "A Princesa Subjugada". ROR encerra a nota com o seguinte co-
mentário: "recomendo a alguns dos senhores atores um pouco mais de
interesse na memorização do texto". Enquanto o Pastor Resse tecia críticas ao
Grupo Teatral, elogiava o trabalho persistente da Sociedade de Canto
"Germânia" para se apresentarem condignamente nos festejos do segundo
aniversário da Sociedade.
Os festejos do segundo aniversário da Sociedade foram realizados,
segundo o "Kolonie Zeitung", no dia 3 de agosto de 1865, no salão de Karl
Wilhelm Friedenreich, que estava superlotado e que foi ricamente decorado
pelo incansável Viktor Gaertner,
O Pastor Resse não media esforços em divulgar o progresso do
espiritual e social da novel Colônia, dando ênfase especial aos acontecimentos
artísticas.
No "Kolonie Zeitung" de 18 de novembro de 1865, o Pastor Resse
publicou um resumo dos quatro atos e do prólogo da peça dos anos 100,
intitulada "Lustiges Trauerspiel" (Drama Alegre). Este foi o primeiro programa
publicado em jornal da Sociedade Teatral Blumenau.
Em 1866, a Sociedade de Canto "Germânia" recebeu uma carta do
Paraguai. Viktor Gaertner desdobrou a carta e leu: "Paraguai em 13 de junho
de 1866", antes porém de continuar a leitura da carta, foi feita uma saudação
para a festa de fundação da sociedade. Em seguida, as notícias da carta - "Para
todos os associados da Sociedade de Canto "Germânia", as saudações dos
sócios distantes que desejam os melhores e alegres votos para afesta da
sociedade. Algum tempo atrás, houve entre os alemães, principalmente entre
os blumenauenses, um mau humor conseqüente da divisão da turma em dois
navios. Felizmente estamos novamente juntos sobre uma ilha no meio do rio
Paraguai, onde será construído pela marinha, um grande hospital que será
festa de
19) 11) Hermann Willerding, Karl Hinze e Friedrich Riemer.
fundaçãO da nossa sociedade, porém esta espera.nça se evap~ra. cada v:z A ca~ foi lida no dia 10 de agosto, no salão de Johann Schreepp, l~cal
mais quando se observa que a coisa não progrzde. Os braszlezros estao há que fOI decocrado com muito bom gosto para os associados da Soc1e~de de
três léguas de Humaitá. Entre os alemães grassou há algum tempo a febre Canto "Germânia" festejar com amigos o seu terceiro aniversáno de fundação.
fria e alguns sofreram muito, porém agora, graças.. a Deus, todos estão bem. O presidente da Sociedade de Canto "Germânia" afirmou no seu discurso
De Blumenau, até agora faleceram Chr. Multer, Lobeda,!, Kurz, público, os agradecimentos e o reconhecimento pelo esforço e dedicação dos
Küchendahl, W Kremer e Wilhelm Fischer10 do Garcia. Gostarza de escrever cantores. Na ocasião, segundo a nota os cantores apresentaram peças mais
ainda algumas linhas sobre o nosso ~ntigo comandante. e ainda sobre o seu difíceis, mostrando o grande progr~sso do c?ral. Os números apresentados
péssimo procedimento, porém tena que escr~ver ':lUltO mais assim também depois do "Bom Camarada" foram os segumtes : 12
chegará satisfatoriamente a Blumenau. Fntz Rzemer solicita dar lembranças 1 - Canção festiva de Methfessel: "O que soa e murmura"
aos seus pais, dizendo que na Diretoria da Colônia Blumenau se acha 2 - Canção popular: "Um jovem viu uma rosinha", de Werner 3 -
depositada a quantia de 20$000 réis. Também solicitamos saudar a todos os Canção noturna: "Sob ~odos os topos" , de Kuhlau; ,
nossos conhecidos. Ass. H. Willerding, F. 4 - "O fiel coração alemão", de Otto; .
Riemer e K. Hinzell." 5 - Dança, "Gesellenfahrten", de Otto;
Profundo silêncio reinou na sala durante a leitura. A carta foi ar- 6 - Canção popular: "Caçador e seu amor", de Poluenz; 7 -
quivada com os documentos da sociedade. . " "As nuvens noturnas", de R. Müller;
Então o dirigente ergueu a batuta dIZendo: . agora vamos sau&:r 8 - "O louvor das mulheres", de compositor desconhecido.
os nossos irmãos cantores que lutam no Paraguaz e aos que lá tombaram a O quarto aniversário da Sociedade de Canto "Germânia" realizado no
bonita canção do poeta alemão Ludwig Uhland e musicada por dia 7 de agosto de 1867, apesar da participação reduzida do público, apresentou
, Friedrich Silcher,
seu bem elaborado programa do qual constavam os números seguintes:
a canção do 'Bom Camarada '. " O Pastor Hesse tocou um suave prelúdio com o
1 - "Liberdade de Canto", poesia de Schnabel e música de M.
seu violino e a um
Marschner;
sinal entram as vo-
2 - "A Canção do Rei", de A. E. Marschner; 3 -
zes. E na calada da
"Saudade", de C. Berthold;
noite, a mata virgem
ouviu a comovente e 4 - "Desejos de Caçador", de C. S. Astholz; 5 -
harmoniosa canção a "Oração", de C. Hauer;
quatro vozes, can- 6 - "Sempre Mais" , de R. Seifert; 7 -
tada pel0 coral "O ABC" , de Zoellner;
masculino "Ger- 8 - "O Guarda Noturno" , de F. Müller.
mânia", a canção do Segundo o "Kolonie Zeitung" de 19 de outubro de 1867, o programa e a
"Bom Camara- apresentação da Sociedade de Canto "Germânia", agradaram até aos mais
10) Christian Müller,
exigentes. Os festejos foram realizados no dia 7 de agosto e, pela segunda vez,
Otto Lobedan,
no agradável e bem ornamentado salão de Johann Schreepp. A falta do público
Eugen Kurz, costumeiro motivou em setembro do mesmo ano uma Assembléia Geral, onde
Herrnann todos os assuntos fervilhavam em torno do salão de Karl Wilhelm
Küchendahl, Friedenreich. Discutido o assunto, foi vaticinado que para o progresso da
Wendelin Sociedade de Canto "Gennânia" não
Kraemer e
Wilhelm Fischer. 12) "Kolonie Zeitung" de 29/09/1866. \
deveriam interferir desavenças pessoais. . houve baile. O~ mtervalos foram preenchidos com canções e cenas burlescas.
A Assembléia Geral realizada em setembro de 1867, pratIcamente
eliminou as desavenças pendentes, e os associados da Sociedade de C~n,~ to
"Germânia", juntamente com os associados do "Freun~schaftsver~m
(Sociedade da Amizade), de Itoupava, resolveram ex~urslOnar no. dIa 6 de
maio de 1868 até o Morro dos Coqueiros. Os assocIados d~ SocIeda?e de
Canto Germânia" reuniram-se em frente à casa de Karl WI1~elm Fnedenreich,
cantaram uma canção, e às oito horas em ponto, segu.Iram p~ra Itoupava ao
som de uma banda n:usical. ~m frente à hosped~r~~ de R~chard Stein
reuniram-se aos assocIados da Freundschaftsverem , segumdo até a base do
morro dos Coqueiros, na taberna "Thueringer Hof" (mais tarde Hotel
Sprengel), em frent~ da :stação da E.F.S.C., em. ~alto Weissbach. O fato
pitoresco, nessas diversoes, eram os carros enfelta?OS e as bandeiras do Brasil
e da Alemanha, que faziam parte dos corteJ,o~. Escalaram o morro dos
Coqueiros, e no cimo cantaram, tocaram m~sIcas, comeram e beberam e em
segui~ desceram .. Houve uma desp,;d~da geral entre os dois grupos, e os
assocIad~s da Soc~edade ~e Canto Ge~mânia" rumaram para a casa de Karl
WI1helm FnedenreIch pa~a termInarem a festa com um baile. O mesmo
fIZeram os associados da "Freundschaftsverein", no salão Gustav Menche, em
Bad~I~rt. Segundo Hermann Sachtleben, que participou da excursão, os
partIcIpan,tes ente~raram no topo do morro uma garrafa com uma mensagem
escnta e aSSInada por todos os participantes, saudando a quem futuramente
encontrasse a garrafa. ."
Os.festeJos se prolongaram até ao amanhecer. Segundo os presentes, a
SOCIedade de Canto "Germânia", sob a direção do Pastor Hesse, teve.
realmente ~ notável progresso. Esperamos que o Pastor Hesse contmue por
mUltos anos na direção do nosso coral. A mesma referência foi feita aos
participantes do coral, que não se omitiram aos ensaios e partici~avam dos
mesmos, com tempo chuvoso e noites escuras. O coral masculIno, segundo a
nota no "Kolonie Zeitung", é um pedaço da vida alemã, da velha pátria, e o
cultivo do mesmo não devia ser negligenciado por nenhuma Colônia Alemã. As
associações corais das Colônias vizinhas deve?am ~~r-se numa grande
apresentação de canto coral, pois a apresentaçao umna todos os alemães no
exterior, o que muito faz falta.
"No dia 8 de agosto de 186914, a Sociedade de Canto "Germânia"
festejaria seu aniversário de fundação, porém a enchente obrigou a trans-
ferên~ia das festividades. Apesar dos problemas causados pela enchente, a
SocIeda~: de Canto "Germânia" elaborou um bom programa, que em face das
dIfIculdades de certos números foi dividido em duas partes:
I PARTE
1 - "Canção dos Alemães em Blumenau", de Mendelssolm-Bartholdy
(o texto foi adaptado pelo Pastor Hesse); 2 -
"Bem Ave ntu rança " , de C. F. Adam;
3 - "Despedida", de H. Schaeffer;
A

4 - "Segunda-Feira Azul", de H. Schaeffer.

O quinto aniversário de fundação da SOCIedade de _Canto Germ.ania"
foi festejado no dia 3 de setembro de 1868 13, no salao de ~arl_WI1helm
Friedenreich, que foi maravilhosamente decorado, s.ob a dIreçao de Viktor
Gaertner. Os números apresentados foram os segumtes:
1 - "Elevai em alegres acordes" , de Maurer;
2 - "Cabaninha", de Voigt;
3 - "Quanto estou bem sereno" , de Adam;
4 - "Como o coração fica feliz na floresta", de Riccius; 5 -
"Ouves tu o poderoso tilintar", de A. E. Marschner; 6 -
"Integer vitae", de Flemming;
7 - "Como ele brilha no copo" , de Spazier; 8 -
"Amanhã nós marcharemos" , de Stern;
9 - "A senhorita na porta do céu" , de Schaeffer. .
A apresentação foi um verdadeiro sucesso, e mUltas peças foram
alvo dos .maiore~ aplausos de todos. Depois da apresentação de canto,
"O oitavo aniversário da sociedade foi festejado no dia 3 de setembro de
1871, no salão Baumgarten. Foram executados oito números de canto, sendo o
último "Die Wacht am Rhein" (Vigília no Rena). Hermann Ruediger preparou para
as festividades, variações para ílauta com acompanhamento do quarteto, números
muito aplaudidos e bem executados. Depois houve baile que durou, como sempre,
até o amanhecer. Todos cantaram e dançaram, não faltando os Bacos para
acompanharem a música e declamar. "
Enquanto o nono aniverário da Sociedade de Canto "Gennânia" foi
11 PARTE
5 - "Volta à Pátria", de H. Schaeffer;
6 - "Olhos da Primavera", de H. Schaeffer; 7 -
"Commerce", de J. Otto;
8 - "Coral para 'Ballet', de J. Otto.
. A Sociedade de Atiradores, onde foi festejado o evento, estava mUlto bem
ornamentada sob a direção de Viktor Gaertner. Só o baile teve ~lgU1lS
1?roblemas. É o caso de se perguntar: "como se comporta o assoczado? E melhor
não fazermos comentários ".
"Como todos os anos, também no dia 3 de setembro de 1870, a
Sociedade de Canto 'Germânia' festejou com brilhantismo a data da fundação
com um bom programa, sob a regência do Pastor Hesse" .
14) "Kolonie Zeitung" de 09/10/1869. \
festejado no dia 11 de agosto de 1872 como de costume, para o décimo aniversário,
as festividades foram muito superiores.
"Um céu cinzento, chuvoso e ameaçador saudou o dia 2 de setembro
de 187315, dia da memória do massacre de Sedan, e dia em que a Sociedade
de Canto Germânia festejou seu décimo aniversário de fundação. Durante
semanas, o tempo primaveril preconizou um belo dia para os dez anos do
"Germânia ", porém o mau tempo atrapalhou de certa forrna as festividades,
apesar de "Pluvius" não abrir suas I'nangue·iras sobre a tão esperada e
grande festa popular, estava fresco e a garoa abateu a poeira para receber
as sociedades de cando: "Freundschaftsverein" (Amizade), Garcia,
Concórdia e Hannonie. Os preparativos estavam sendo feitos durante
semanas, esperando-se a participação efetiva das sociedades convidadas,
porém a Hannonie, de !ndaial, desculpou-se no último momento, o que foi
lamentável, considerando as poucas festividades da Colônia e a harmonia
reinante entre as sociedades de canto. Às 13 horas, os associados da
Sociedade de Canto "Germânia" reuniram-se no salão Joliann Schreepp
com as del'nais sociedades convidadas. Do oeste, introdu.zida com música
veio a Sociedade de Canto Garcia; do norte, vieram as sociedades de canto
Amizade e Concórdia. As sociedades convidadas apareceram com suas
bandeiras, organizaram-se com a Sociedade de Canto "Germânia" e,
cantando, se dirigiram para a casa do presidente Viktor Gaertner, onde
fonnaram um semi-GÍrculo. Em seguida, apareceu o presidente com a nova
bandeira da sociedade para ser inaugurada. Neste momento, os corais
cantaram "Uma Sólida Fortaleza ". O presidente pronunciou um discurso
para os cantores, explicando o duplo significado das festividades e o
sentido do § 10 dos Estatutos da Sociedade: "Der Verein ist gegruendet um
durch den Gesang erheiternd und veredelnd auf das gesellige Leben
einzuwirken" (A Sociedade foi fundada para, através do canto, introduzir a
cultura e o divertimento na
vida social). O presidente solicitou aos presentes colaborarem na inau-
guração da bandeira. Em seguida, foram feitas saudações pela grandeza
da ~ociedade de Can~o "G~rmânia", pela velha pátria e pelas pequenas
socledades. A bandelra fOl entregue ao porta-bandeira, tendo ao lado
dois dos I'nais antigos sócios da Sociedade de Canto "Gennânia" como
acompanhantes e, ao som da canção de Mozart "Herbei, herbei, du
Trauter Saengerkreis" (Por aqUl, por aqui, querido drculo de cantores), e
com a música na frente, marcharam até a Sociedade de Atiradores. Toda
a Sociedade de Atiradores, inclusive o salão, estavam décorados com
parreiras, guirlandas suspensas sobre o caminho, bandeirolas com as
cores da Alemanha em toda parte e também do Brasil. Sobre quatro dos
I'nais altos mastros, estavam os nomes das sociedades participantes. Duas
das mais antigas sociedades foram solicitadas para ficarem' ao lado do
palanque todo decorado, onde os cantores colocaram suas bandeiras. Em
seguida, começaram as canções em conjunto. Dois cada sociedade
apresentou o seu repertório. Os números foram muito aplaudi-
os, pOlS ca sociedade apresentou o que tinha de melhor, e até o mais jovem
cora(jJ 'concórdia, que tinha menos de um ano, agradou a todos. O Pastor
Hesse q!!!i ãúrante dez anos diriifu o coral com carinho e dedicação como se
fosse mais um filho, apresentou ao público, numa pausa das apresentações, o
histórico dos dez anos da Sociedade de Canto "Germânia ", tecendo também
comentários elogiosos sobre a atuação de Viktor Gaertner, presidente, que
durante longos anos se dedicou e até com sacrifício para o bom
funcionamento da sociedade. As palavras do Pastor Hesse foram aplaudidas
por todos. Assim se passou a tarde com canções, músicas, barracas de jogos
diversos, jogos de dados-:GãnUSse/,Dalanços, balões coloridos, foguetes,
fogos-:etc., qu.e-dáVam a dimensão exata de ul'na grande festa popular.
Quando anoiteceu, apareceram os dançarinos de perto e de longe que
ficaram encantados com a maravilhosa decoração do salão e palco da
Sociedade de Atiradores. As plantas ornamentais, flores, palmeiras e
bambus foram fornecidas pelo jardim do Dr. Blumenau e de Viktor Gaertner.
O salão estava ainda decorado com uma lira gigantesca, transparente,
medalhões pendurados com nomes de compositores e humoristas. No palco,
num lado do proscénio uma homenagem: as fotografias (busto) dos
imperadores do Brasil e da Alemanha. O baile começou às oito horas, com
uma "polonaise ", e todos os pares dmiÇãvam hU/lflU1Ílosamente.CJ
repentino pipocar dos fogos
e foguetes levou todos para fora para verificarem o que estava aconte-
cendo. É que a Sociedade de Canto "Germânia" entendeu que nada de-
veria faltar para abrilhantar os festejos, e através de Karl Wilhelm
Friedenreich havia encomendado fogos de artiftcio que iluminaram o céu
escuro. Depois dos fogos, todos voltaram ao salão para dançar, e os
cantores que durante a tarde mostraram afinação das vozes, mostraram
também na dança a afinação dos pés. Também um bom copo de cerveja e
vinho, bem como um gostoso petisco, colaboraram para um bom saldo para
a sociedade, o que tranqüilizou os homens que financiaram a festa e que
continuaram se divertindo. Na festa, até os associados passivos se
tornaram ativos, e as damas que não dançavam mantinham os pés em
constante atividade e conforme a música, o que foi compreens(vel". Na
época, muitos dos sócios passivos não participavam dos ensaios e outras
reuniões, porque as esposas não o permitiam, alegando que as mesmas
reuniões e os ensaios eram pretextos para os maridos saírem sem as esposas,
principalmente à noite. A festa terminou ao amanhecer e todos se
despediram com as palavras: "Wiedersehn beim naechsten jubel feste" (Até
a vista no próximo jubileu).
Esta festa foi o primeiro encontro de corais em Blumenau.
Os festejos da Sociedade de Canto "Germânia" continuaram ano após
ano, até quando a notícia no "Kolonie Zeitung" de 17 de maio de 1879,
justificou a ausência dos costumeiros artigos do Pastor Hesse, dizendo que a
falta de notícias não era falta de assunto e sim dos muitos encargos e trabalhos
na Colônia. Sabe-se, entretanto, que a falta dos artigos do Pastor Hesse foram
motivados pela sua enfermidade, e que o levou à morte no dia 25 de novembro
de 1879, enlutando a Colônia e principalmente a Comunidade Evangélica. A
nota do falecimento do Pastor Hesse foi publicada no "Kolonie Zeitung" nO 3,
de 17 de janeiro de 1880. Apesar da morte do Pastor Hesse, as atividades da
Sociedade de Canto "Germânia" não pararam, e no dia 10 de maio de 1882,
conferiu ao Dr. Alfredo d 'Escaragnole Taunay, o diploma de sócio honorário16.
No dia 3 de agosto de 1888, a Sociedade de Canto "Germânia" festejou
seus 25 anos de fundação, e foi a programação mais importante do ano. A festa
foi comemorada com torneio de canto, do qual participaram a Sociedade de
Canto "Frohsinn", de Itoupava Norte, "Hannonie", de Encano, "Teutônia", de
Timbó, "Liederkranz", de Weissbach e "Concórdia", de Badenfurt. Os cantores
das sociedades cantaram cada uma por si e também em conjunto. Ao todo
foram quinze números de canto, com início às 19,30 horas, depois baile. Em
1888, a Sociedade de Canto "Germânia" perdeu também seu grande
incentivador Viktor Gaertner. A Sociedade de Canto Germânia" continuou por
muitos anos, e de
vez em quando participava de promoções especiais como no dia 15 de
novem~ro de 1902, ~o concerto organizado em beneficio da Igreja da
Comul1l~a~e EvangélIca, sendo o coral dirigido pelo professor Karl Herte!.
PartICIpOU também das comemorações com as demais sociedades
blumenauenses da inauguração do monumento ao Doutor Blumenau no dia 31
de maio de 1903, às 15 horas, domingo de Pentecostes. A Sociedade de Canto
"Gennânia" não mais festejou a data de fundação do seu coral, como no tempo
do Pastor Hesse e Viktor Gaertner. Mais tarde a Sociedade de Canto
"Germânia" foi incorporada ao "Liederkkranz".
SOCIEDADE DE CANTO
"LIEDERKRANZ" DE BLUMENAU
Há uns bons anos atrás, os bailes de máscaras eram comuns nos salões
durante o Carnaval, e os integrantes do futuro "Klub Unter Uns" também
promoveram o seu baile de máscaras no salão de Richard Holetz, animado pela
"Musikkapelle Werner", premiando as melhores fantasias para homens e
mulheres e ainda para a originalidade. O ponto alto do baile foi a entrada de
Morno, que entrou no salão exatamente às 11 horas e 11 minutos. Foi logo após
este baile, em 1909, que um grupo de amantes do canto e da música se reuniram
para formarem o "Klub Unter Uns". Em seguida, no salão de festas do então
Hotel de Samuel Katz, foi fundada a sociedade, sendo lavrada a ata no dia 26 de
maio de 1909, por Rudolph Damm, conllecido poeta blumenauense. Foram
eleitos na ocasião, Richard Max Grothe como primeiro presidente da sociedade
e como dirigente do coro Carl Flesch.
No "Blumenauer Zeitung" de 5 de junho de 1909, apareceu pela
primeira vez no jornal uma referência ao "Klub Unter Uns", que apresentou a
sua primeira "Unterhaltungsabend" (Noite de Entretenimento) no dia 9 de
junho de 1909, no salão de Richard Holetz. Os números musicais foram
executados por uma banda musical composta de 30 homens. Do programa
constava ainda o seguinte:
1 - Saudação aos hóspedes
2 - Repare, isto ele não faz (cançoneta) 3 -
Histórias podres (cançoneta)
4 - Sub Oficial Schnuppe (soloszene) 5 -
Guitarra brasileira (trio)
6 - A primeira viagem de trem de Bemmchen (soloszene)
7 - Cantores oscilantes (apresentação pelos associados) 8
- Os Jesuítas (dueto satírico)
9 - Guitarra brasileira (trio)
10 - Versos alegres sobre cerveja.
Modificações poderão ser feitas. Início às 8 horas e o baile às 10.
Entrada 1$000. Venda de ingressos com os associados e Gerspach.
A partir deste programa, a sociedade esteve sempre em atividade,
pois no dia 24 de novembro do mesmo ano, o segundo concerto foi apre-
sentado, e no dia 12 de março de 1910, já tinha realizado seis reuniões e
onze concertos públicos.
No dia 10 de janeiro de 1910, o "K1ub Unter Uns", através do
"B1umenauer Zeitung", deu uma chamada oficial nos associados da So-
ciedade de Atiradores de Itoupava, que também eram associados do "Klub
Unter Uns" e que não propugnavam para o bem do clube dizendo que "se
não pagassem suas ações e mensalidades, os nomes dos devedores seriam
publicados". Além das apresentações e bailes, os associados do "Klub Unte
r Uns" também promoviam excursões, e o "Blumenauet Zeitung" de 16 de
abril de 1910, noticiou uma excursão de carro, com música, até Gaspar
Pequeno, no salto de Frederico G. Busch, solicitando aos interessados que
entrassem em contato com Gerspach, se desejassem participar da mesma.
As conseqüências da primeira guerra, também se fizeram sentir na atuação
do "K1ub Unter Uns", que cessou suas atividades, sendo reativado 1~0 dia 19
de março de 1916, data em que foi reestruturado com o nome de
"Liederkranz", pois além do seu coral masculino, possuía há algum tempo
em funcionamento um coral feminino. Os associados, na ocasião,
reuniram-se na casa de Gustav Otte. Os trabalhos para escolha dos
dirigentes ficou a critério do competente professor Josef Teichmann, de
Itoupava Norte, que dirigiu os trabalhos de acordo com os moldes de outras
sociedades de canto. Foram eleitos, para presidente, Richard Max Grothe,
Herbert Bier para secretário e Félix Landgraf para tesoureiro. Para
vice-presidente e segundo secretário foram eleitos Richard Meyer e Alfred
Brattig, respectivamente. Participaram da reunião: Josef Janesch, Oswald
Otte, Gustav Otte, Paul Forbici, Valentin Fischer, Felix Landgraf, Karl
Frischknecht, Franz Gestwiki, Richard Max Grothe, Richard Meyer,
Rudolph Kausch, Richard Michel, Herbert Bier, Sebastian Fischer, Alfred
Brattig, Max Riedl, Jolmill Gelhardt e Josef Wiederkehr. Ficou decidido
que os sócios ativos contribuiriam com 500 réis e os passivos com 1$000
por mês. Os novos associados pagariam a jóia de 5$000 réis. Os dirigentes
perceberiam inicialmente 6$000 réis e mais tarde 8$000 réis. As reuniões
eram feitas no último dia de ensaio de cada mês. Também os Estatutos
deveriam ser elaborados e apresentados na próxima reunião. Essa reunião
foi encerrada às 11 horas e 15 minutos e foi assinada por Herbert Bier,
secretário.
O "Liederkranz", que cantou no grande espetáculo da Associação
Ginástica Blumenau no dia 12 de novembro de 1916 e que promovia
apresentações e bailes, apesar de ter adotado o nome de "Liederkranz", vez
por outra, aparecia com o nome de "K1ub Unter Uns", como no dia 10 de
dezembro de 1921, quando promoveu teatro e baile no salão Koschel.
Heinz Geyer, que veio para Blumenau em janeiro de 1921, a pas-
seio, e encontrando ambiente próprio começou a reger coros, bandas,
conjuntos musicais e ensinar música, assumiu, além da Sociedade Musical
Lyra e do Club Musical, a regência do "Liederkranz", que promoveu
apresentações nos mais diversos locais, entre eles, a "Noite de Entreteni-
mento", na Associação Ginástica Blumenau17 e o "Lieder Abend" (Noite
das Canções) onde, além do coral masculino, apresentou-se também o coral
misto. Geyer regeu o coral masculino que segundo a crítica "esteve muito
bem, porém o coral misto, mais jovem, necessitava de mais escolaridade "19.
Presença constante em todos os grandes eventos, participou da "Noite
Colorida", em honra da presença alemã em Blumenau, no dia 26 de
setembro de 1925, que se realizou no Teatro "Frohsinn".
Em 1931, o "Liederkranz", em apresentação no Teatro "Frohsinn" ,
contou com a colaboração do Club Musical e Ginastas Femininas. Da
programação constaram peças musicais de A. Thomas; F. Flemming; G.
Verdi; B. Godard; F. Hegar; O. Fetrás; F. Schubert; C. Kreutzer; S1, Seidl e
números de ginástica. Depois da programação foi realizado um grande
baile.
(Tendo como solistas Hermann Goennemann e Franz Brack, e com o
repertório que incluiu peças musicais de F. Schubert, F. FlemmingGeyer;
C. Loewe; J. Rietz; R. Wagner; J. Braluns; J. Duerrner; Schumann e
Zoellner, o coral masculino "Liederkranz" apresentou-se no Teatro
"Frohsinn", no dia 8 de outubro de 1932. No mesmo ano, o coral
apresentou-se no salão Bock, de Neu Breslau (atual Presidente Getúlio), no
dia 5 de novembro.
No dia 23 de setembro de 1933, foi apresentada no Teatro "Froh-
sinn" uma grande programação, da qual participaram o "Liederkranz" e o
Club Musical, sob a regência de Geyer; o coral feminino sob a regênciãCle
. FuChs e S. Enders, e ainda o qua eto de solos c.om Franz Brack, Willy
Lõhr, H. GÕlillemann e G. Bleicher. Foram apresentadas,
 2.
1. entre outras peças musicais, R. Wagner, F. Schubert, F. Flemming, E.
Künecke e Fucik. "O Wandergesell", de Künecke, foi adaptado para o coral
masculino por Geyer e o texto por Feodor Axthelm.
O "Liederkranz", integrado por elementos alegres, promovia ainda
rl outros eventos, principalmente pelo Carnaval, sendo que no dia 10 de
l fevereiro de 1934, O tema abordado foi - "Todos precisam casar", quando a
bcltrllnuilt; 1909. partir das três l\oras da madrugada, foram teitos os divórcios previstos. O
Utl't r baile foi animado pela banda Breitkopf. Em 1935, o tema carnavalesco foi
"1\!l1"'" """'J"I"1r'lrl,,,.<l0lJlIl)"yUl <úl4~. }N>tlt<.lI ••• ~~"". "Auf der Reeperbalm". Em 1936, o "Liederkranz" assumiu o jorna1zinho
carnavalesco "Die Schnauze", que cessou suas publicações a partir desse
ano, com o número 17.
Sa.tXl~tag, den 8. Oktober 1932 Os eventos do "Liederkranz" eram constantes e os programas ava-
liam o ruve1 cultural da associação, entretanto, o maior evento ocorreu nos
abL;~:tlg 2.01/z l.Jnttím Theafêí' Frohsinn: dias 28,29 e 30 de abril de 1934, quando o "Liederkranz" festejou o seu 25 o
aniversário de fundação, com inauguração da bandeira confeccionada pela

\JokaI- und esposa de um dos cantores, concerto e grande festa popular.

No dia 29, às 9 horas da manhã, os convidados foram recepcionados
na E.F.S.C. e com suas bandeiras marcharam pela cidade até a Sociedade de

stmeRJal .. Atiradores, com a participação das bandas Lyra e Garcia. Às 10,30, pela
manhã começaram as solenidades de inauguração das bandeiras com a
seguinte programação: 1 - Apresentação da orquestra; 2 _ Saudação; 3 -

l{on Oração festiva; 4 - Inauguração; 5 - Honra e jubileu; 6 _ Apresentação das

bandeiras. À tarde, às três horas, concerto com a participação dos corais da
Liga Cultural e Recreativa Vale do Itajahy. A grande festa popular se

alI estendeu por todo o dia, encerrando com um grande baile festivo.

Seifert.
No dia 30, foi oferecido aos participantes uma chopada na varanda

Participaram do 25 o aniversário do "Liederkranz": Frohsinn, de Neu

Breslau; Teotônia, de Timbó; Pomerode, Eisenbach; Rio do Sul, Harmonie
A l"ende: e Coral Misto de Hammonia, Sociedade de Canto de Brusque, Seção de
.M.ãnnerl'~ang- Verebl;',1Íti~der~xH Canto da N.S.D.A.P. de Neu Bremen, Concórdia de B1umenau, Klub
Orçhester desTbeater.. mtd .M.usiknreJ;n "Frobsinnü Germânia, Neue Velha e Liedertafel da Velha, Garcia I, Gaspar e Eintracht

~:~~ ;=;ra~:nne$ •• , ~:~:::} de Altona. Além dessas sociedades de canto, participaram ainda a
Associação Ginástica Blumenau, o F.B.C. Blumenauense, o
Handwerkervereinigung de B1umenau, a Sociedade de Atiradores de
aalltnüS1:~lilllpeUe s ••. Blumenau, a Sociedade de Atiradores Hindenburg, a Sociedade
Gemütlichkeit, o Einigkeit da Velha, os clubes de futebol Brasil e Bom
Retiro, a Associação Frontkãmfer e o Clube Náutico América. As bandas
Lyra e Garcia foram regidas pelo Maestro Geyer. Pelo "Liederk-
3.
'anz", saudou os convidados o DI. Kasparek, e a oração oficial foi p:o'erida por
Peter Christian Feddersen, que saudou a. todos COI~ um VIva 10 Brasil. Coube
a Ameli Becker ser a porta-bandeIra e ao Consul Otto R.ohkohlo ato de
inauguração. Foram homenageados os senhores Landg:af, Gestwicki,
Winterberg, Brattig, Grothe, Axthelm, St~nge e .~. Geyer. Felix Landgraf
recebeu uma placa de ~rata por sua ativa partIcIpação na diretoria. Após ter
sido canta~o o hm? da Ale~a~a com um viva por Franz Becker, foi ca~tado o
H~~l~. NaciOnal Br~sl1mo,; Em se~ida, o Dr. Hans Pape, presIdente do
Sangerbund ItaJahytal , conc7deu à primeira das novas bandeiras, um prego de
honra, honrar~a ~xtensiva às demais bandeiras. Ao "Liederkranz",. coube 28
pre~os. DIrigiram os corais: Rio do Sul - Dreer, Hammoma - Pott e SpI~",:eck,
Concórdia e Garcia I - Kuhn, Klub Germânia - H. Geyer, Teotorua de Timbó -
Wollinger, Altona - Max Humpl, Neu Breslau - A. Geyer,
Neue Velha - Baumgart e Neu Bremen - Junker. . corais reativaram suas atividades' e outros surgiram no Vale do Itajaí. O coral
No dia 19 de outubro de 1935, com a participação do Club MUSIcal, o
"Liederkranz" apresentou, no Teatro "Frol:sinn", um conc~rto músico-vocal,
no qual, além de outros números, fOI apresentado o CIclo Alemanha para coral
masculino e orquestra com texto de L. Srodka, mu-
sicada por H. GeyeI. . . ,.
No dia 16 de agosto de 1936, fOi realiZada .urna Asse~blela <!er~l para
eleger nova diretoria e tratar da venda ~o antIgo Teatro FrohsInn,
para construir o atual Teatro" Carlos Gomes . " .". " Kemmelmaier, Marmein, Zirnnlermann e outros. Aos participantes foi
Durante o período de "Klub Unter Uns e depOis . LIederkranz , foram
presidentes pela ordem: Richard Max. Grothe, RIC?~rd Me~e.r, Ludwig
Reinhardt e Franz Becker. C~~o SocIe.dad~, Dramatlco-M~~I~al "Frohsinn" e
depois Sociedade Dramatlco-MuslCal Carlos Gomes foram dirigentes: Carl
Flesch, Josef Schwarz, Josef Teichmalill, Ernst
Drawin, Kurt Boettner e Heinz Geyer. ..
O "Liederkranz", que registrou seus Estatutos no dIa 29 de Julho de
1909, no livro A-I, fls. 3, com o nome de "~lub Unter Un~,", em 1936 como
"Liederkranz", foi incorporado à SocIedade Teatral Froh-
sinn". Em 1971, quando o Maestro Heinz Geyer ,f~i dispe~ad~, ~ re~ gência
do coral e orquestra da Sociedade Dramatlco-MuSlcal Carlos Gomes" o grande
coral e orquestra foi dispersado, entretanto, o Centro Cultural' "25 de Julho",
fundado em 1951, convidou os rerr;an~scentes para continuarem suas
atividades artísticas .~m s~s de~eI:dencIas! e o "Liederkranz" ressurgiu como
uma das marufestaçoes artistlcas maiS autênticas e tradicionais de Blumenau.
SOCIEDADE RECREnv A E
CULTURAL LYRA
Em 1949, formou-se um quarteto de cantores regido por Karl
Schuetzler, tendo como primeiro cantor inscrito, Oswald Buerger. Mais tarde, o
quarteto foi acrescido de mais quatro integrantes e em algumas semanas estava
no palco um bom coral masculino, que funcionava como seção da Sociedade de
Atiradores Concórdia - Velha. No fInal do ano de 1949, o coral participou da
festa de Natal no salão Duggen e pela primeira vez foram ali cantadas as velhas
canções de Natal. Os músicos Max e Wilhelm Rabitz, Karl Schuetzler e Karl
Lindemann tocaram um potpourri de canções natalinas. Herma e Ruth, filhas de
Karl Lindemann, cantaram em dueto "Noite Feliz" e Gertrud Scheltzke recitou a
poesia "Uma vez por ano, as árvores de Natal vagam". A partir de então, vários
Lyra cresceu e os primeiros ensaios foram realizados na casa de Karl
Lindemann.
Apesar da proibição das apresentações teatrais e canto em língua
estrangeira, todos aguardavam a volta da Liga Cultural e Recreativa Vale do
Itajaí. Correspondências foram expedidas a todos os corais do Vale do Itajaí e,
num domingo pela manhã, na casa de Karl Lindemann, compareceram para um
primeiro encontro os regentes de corais: Wollinger, Schmoelz, Bruehl,
oferecida uma churrascada na casa de Karl Lindemann e o cantor Alfons
Schreiber foi encarregado de assá-Ia. Nessa reunião, todos os fatos importantes
foram discutidos, inclusive a reativação da Liga Cultural e Recreativa Vale do
Itajaí, bem como a prinieira festa dos cantores que foi realizada no dia 18 de
maio de 1952, no salão da Sociedade Desportiva Vasto Verde da Velha, com a
participação dos grupos de cantores filiados à Liga Cultural e Recreativa Vale
do Itajaí, sob o patrocínio dos cantores do Clube de Caça e Tiro Concórdia.
O coral Lyra, que na ocasião ainda fazia parte da Sociedade de
Atiradores Concórdia, da Velha, foi muito aplaudido com a canção "Caçador
dos Alpes", resolveu tornar-se uma associação independente, o que ocorreu no
dia 17 de junho de 1952, quando no salão e bar "Paraíso", de Paulo Fischer,
situado à Rua João Pessoa - Velha, reuniram-se Guilherme Max Rabitz,
Alfonso Eger, José Buerger, Carlos Guilherme Rabitz, Bertholdo Buerger,
Alfons Schreiber, Harry Müller, Horst Álvaro Schlupp, Ralf Lindemann e Rolf
Penzlien,
4.
para fundar a Sociedade Recr~a~iva e Cultural Ly~a, ~ue t~nha ~or fi~lidade a
prática do canto, mUSIca e teatro. A pnmeIra dIretona e.lelta foi a seguinte:
Alfonso Eger - preside~te; Guilherme Max RabItz secretário' Bertholdo Buerger
- tesoureIro. Os Estatutos foram aprovados no dia 28 de julho de 1952. No dia 23
de janeiro de 1953, ~m Assembléia Extraordinária, foram admitidos os sócios: .
Af0n:' o Slevert, Helmuth Pie, Arthur Meldola, Bertoldo Garbe, Hemz GI~seler,
Oswaldo Fiedler, Carlos Kreuzer, Rodolfo Buerger, P~ulo FIscher, Harry
Schumacher e Henrique Fischer. Nesta assembléIa, for~~ designados, além da
nova diretoria eleita, Franz Baumg~~ para ding~nte técnico para canto, música e
teatro. O se~undo dmgente técmco para canto e teatro da juventude e orador fOl
Karl Schuetzler. para guarda-músico foi indicado J osef Doerr e mestre de palco
~ugust Woestehoff. Para a diretoria foram eleitos: Alfonso Eger - pre~ldente~
Wilhelm F. August Wille - vice-presidente; Guilherme Max RabItz -- 1
0
secretário' Alfredo Scheltzke - 2 o secretário; Karl Lindemallil - 1 tesoureiro;
0
Nfons Schreiber - 2 tesoureiro. Nesta assembléia foi ~ropos- . ta a nomeação de
Ingo Hering para presidente de honra da SOCIedade. Franz Baumgart e Karl
Schuetzler eram remunera?os. O nú~ero ~e associados da Lyra crescia, tendo
entre eles o prefeIto Fr~denco Guilherme Í3usch Junior e outras pessoas de
destaque da Comumdade.
A bandeira da Sociedade Recreativa e Cultural Lyra é uma lyra dourada
sobre fundo branco e como símbolo da amizade uma coroa de louros com laço
vermelho. O símbolo foi idealizado e confeccionado por Else Schreiber, Cilly
Lindemallil, Irmgart Globig e Grete Scheltzke.
No dia 26 de setembro de 1953, a Sociedade Recreativa e Cultural Lyra
já havia adquirido o seu hannônio, que foi .~estiv~ente .inaugurado, porém, a
pedido de Franz Baumgart, em reumao ?a dIreton~ de 2 de agosto de 1954, o
mesmo foi alugado por cem c~eIros mens~ls para o "Studio Universal", com a
condição de que devena ser devolVIdo para a sociedade assim que ela
0
necessitasse do mesmo, e em bom estado. Em reunião de 1 de fevereiro de
1954, foi eleita uma comissão para se encarregar das diversões da sociedade,
integrada por Alfred Kinderma~, Josef Doerr, Valentim Osowski, Henrique
Lizette e Wal~emar Felski. Também foi eleita Iris Ramers para dirigir o coro
infantIl, entretan~o, ainda em 1954, foram indicados para substituir Iris Ramers
no coro mfantil Carlos Guilherme Rabitz e Karl Lindemallil.
, Na gestão da diretoria integrada por Oswaldo Fiedler - presidente'
0
Wilhelm F. August Wille - vice-presidente; Waldemar Felski - 1 se~retário;
0
Heinz Fuchs - 2 secretário; Karl Lindemallil - tesoureiro
0 0
geral; Alfons Schreiber - 1 tesoureiro e Paulo Nascimento - 2 tesoureiro, na
festa popular realizada no dia 30 de abril de 1955, foi incluído pela primeira vez
o tiro ao alvo para senhoras com eleição de uma rainha cada ano.
A festa das atiradoras era realizada em maio e não com um "rei" dos
atiradores e sim com uma "rainha de maio", que com pompa é conduzida da sua
casa para o local da festa. Uma banda puxa o cortejo, tendo à frente a bandeira
brasileira e a bandeira da sociedade. Moças vestidas de branco acompanham as
bandeiras até a casa da "rainha". Com música festiva e fogos de artifício o
cortejo chega até a decorada casa, onde são recepcionados pela "rainha", com
suas vestes festivas e manto real. O mestre de cerimônias assume o comando.
Os dois cavalheiros ou princesas vão ao encontro da "rainha", a ladeiam
continuando a festa protocolar que termina com convite para o "chopp",
sanduíches, etc. Em seguida, as canções, e entre elas, "Um maravilhoso dia
como hoje", "A pequena maravilha do grande barril", "Para você eu canto uma
canção", "Nenhuma terra mais bela", etc. Rikobert Koering, com seu acordeon
acompanhava com freqüência os cantores. Da casa particular todos iam para a
sede da sociedade, onde era realizado o novo concurso de tiro. Às 22 horas, na
sede da sociedade era realizado o baile, ocasião em que o manto real era
transferido para a outra "rainha". A "polonaise" dava início ao baile, que se
estendia até a madrugada.
Como em todas as sociedades, a Lyra também angariou recursos através
de tômbolas. A extração da primeira tômbola da Lyra foi realizada no dia 23 de
julho de 1955. Também em 1955, a Lyra realizou o seu primeiro baile de
Carnaval, que foi abrilhantado pelo" Quinteto Catarinense". Oswaldo Fiedler,
que na ocasião integrava o "Quinteto Catarinense" e era também o presidente
da Lyra, em reunião da diretoria de 8 de setembro de 1955, ventilou a
possibilidade da aquisição de uma sede própria para a sociedade. Na
oportunidade, Oswald Metzker doou um lote de terra na praia de Camboriú
para ser aproveitado numa tômbola. Metzker foi muito aplaudido pelo gesto,
porém, em reunião de 5 de dezembro do mesmo ano, a sociedade resolveu
conservar a casa em Camboriú. Oswaldo Fiedler e Alfonso Eger foram
encarregados de providenciar as necessárias reformas.
Para melhor funcionamento da sociedade, em reunIão de 4 de outubro
de 1955, foi aprovada a indicação de um conselho deliberativo e teatral. O
Conselho Deliberativo funcionaria até o término de cada gestão da diretoria ou
quando sua ação fosse ineficiente. Por motivos imprevistos, a sociedade que
funcionava no salão e bar "Paraíso", foi forçada
5.
a transferir sua sede, para a sede também provisória, no salão Duggen, na
Velha, onde foram feitas as refonnas necessárias, a cargo de Guilherme Max
Rabitz. Em setembro de 1957, a diretoria, devido aos constantes transtornos,
resolveu mais uma vez adquirir uma propriedade. As propostas de Oswaldo
Fied1er e Paulo Fischer em vender áreas de terra de quatrocentos mil e
trezentos e setenta mil cruzeiros, respectivamente, em troca da propriedade
em Camboriú, por cento e trinta mil cruzeiros, não foi aceita, porquanto o
saldo a ser pago pela sociedade era elevado, e as áreas muito pequenas,
principalmente a de Paulo Fischer. No dia 2 de abril de 1958, com Amoldo
Seibel na presidência, a reunião da diretoria da Lyra foi realizada na
Sociedade Desportiva Vasto Verde. Nesta ocasião, foi elaborado um
contrato particular entre o Vasto Verde e a Lyra para cessão de suas
dependências. No ato, a Lyra foi representada por Amoldo Seibel e o Vasto
Verde por Rodolfo Buerger. No contrato, foram acertados todos os detalhes
para dotar a Sociedade Desportiva Vasto Verde de instalações necessárias
para o desenvolvimento da parte cultural, social e recreativa dos associados
da Lyra. No dia 8 de julho de . 1958, em reunião da diretoria, foi elaborado
um programa onde foi incluído a inauguração do palco. O programa
apresentado em agosto, em três partes, teve como primeiro número a
inauguração solene do palco; em seguida foram apresentados números
musicais e canto coral a cargo de Franz Baumgart. O encerramento foi com
baile social. Em 1964, a Lyra adquiriu seu próprio terreno e em 1965
inaugurou sua sede. A sede não possui local apropriado para a prática do tiro,
e o mesmo é praticado num alvo dentro da sede com arma de pressão. Para
participar do Torneio Municipal dos Atiradores, praticavam em "stands" de
outras sociedades.
Apesar dos contratempos por falta de uma sede definitiva, as ativi-
dades sociais e culturais da Lyra funcionavam ativamente. Na parte artís-
tica, além da música e coral, no dia 29 de setembro de 1956 foi apresentada
a peça teatral "Noite Santa em Blumenau de 1856 e 20 Anos Depois".
Também foi apresentada a peça teatral, que foi reprisada em português, "Os
Apuros de Lulu". A partir dessas apresentações, o teatro foi incentivado,
tendo a diretoria em reunião de 1 o de outubro de 1956, atribuído a Heinz
Fuchs e Waldemar Felski a responsabilidade dos ensaios. Em 10 de abril de
1957, a Lyra foi convidada para participar das festividades da "Liga
Cultural e Recreativa Vale do Itajaí", e durante a festa promovida pela Lyra,
no dia 20 de agosto de 1961, esta inaugurou a sua bandeira, sendo a
saudação proferida por Frei Brás Reuter, Vigário da Paróquia de Blumenau.
Uma comissão integrada por Karl Lindemann,
Hennann Globig, Alfons Schreiber, Grete Scheltzke, Heinz Hartmann
Oswaldo Buerger e Arnold Seibel foi responsável pela organização & festa
e também do livreto.
Entre as atividades sociais, além da festa da "Rainha de Maio" a
L~r~ promovia bailes em ocasiões festivas e no encerramento anual das
atiVIdades.
. . Ruth. Eskelsen foi a primeira "Rainha de Maio", e Dirce Rabitz a
p~~elra rall1h~ da so.ciedade, ocasião (12/01157) em que o Prefeito Mu-
rnclpal Fredenco GUilherme Busch Jr. prestigiou as festividades de co-
roa?ão. Abrilhantavam as festividades da Lyra o "Studio Musical" regIdo
por Franz Baumgart.' o "Quinteto Catarinense", "Jazz Society" ~ o~tros. E~
1957, os assocIados receberam carteira de identificação soCIal e em Julho
do mesmo ano, pelo aniversário da sociedade foi tam-
bém incluído o jogo de boIão como atividade esportiva. '
A parte artística que esteve sob a direção de Franz Baumgart até 1960,
passou para Hans Kuhnov, porém a substituição não funcionou e Rikobert
Doering foi encarregado de entrar em entendimentos com Franz Baumgart
para que ele prestigiasse a Noite de Natal com músicos do "Studio
Universal", ficando ao seu encargo a partir de 6 de dezembro de 1961, a
música e o canto nas festas natalinas. No decorrer do ano a Lyra oferecia aos
associados: tiro ao alvo para senhoras, festa no dia das mães, ani:ersário da
sociedade, baile caipira em homenagem ao colono, festa natalIna e outras
promoções artísticas e sociais.
No dia 30 de junho de 1960, na gestão de Waldemar Felski a So-
ciedade Recreativa e Cultural Lyra recebeu a quitação da sua dívida para
com a Cia. Hering.
A Sociedade Recreativa e Cultural Lyra, nos seus tempos áureos,
era concorrente da Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes" e
embora alguns não queiram admitir, muitas festas não eram programada~
no Teatro "Carlos Gomes" se houvesse festa na Lyra. Fundadores da Lyra
afinnam que os bons tempos da Lyra terminaram com a morte de Manfred
~ugenstein e o afastamento, por motivos particulares, de Rikobert Doenng.
A Sociedade Recreativa e Cultural Lyra situa-se na Rua Benjamin
Constante, 2469 - Vila Nova. Apesar da sua finalidade ser cultutal (canto,
teatro e música) e recreativa, nos últimos anos nada mais resta do seu antigo
esplendor, pois até o tiro ao alvo para senhoras não mais é praticado.
Atualmente funcionam a bocha e o futebol de salão.
6.
LIGA CULTURAL E RECREATIVA
VALE DO IT AJ AÍ (Siingerbund
Itajahytal)
Desde os primórdios da Colônia até os nosso dias é impossível a
realização de qualquer manifestação sócio-cultural-artística em Blumenau,
sem canto. Mesmo que o canto não esteja incluído na programação, ele
surge espontaneamente em grupo ou isoladamente, principalmente quando
essas manifestações incluem música, dança e ... "chopp". O instinto natural
dos nossos colonizadores em associar-se, dotaram Blumenau com inúmeras
associações de canto coral, sendo a primeira a Sociedade de Canto
Germânia, fundada pelo Pastor Hesse. Em 1864, o professor
~cheidemanteP8, de Itoupava, fundou a segunda sociedade de canto, ini-
cialmente chamada de "Geselliger Verein", e segundo o Pastor Hesse, por
ter atividades mais amplas. Esta sociedade, mais tarde, mudou o nome para
"Freundschaftsverein" (Sociedade da Amizade).
Depois de 1870, as sociedades de canto se multiplicaram pelo in-
Jerior da Colônia e algumas tiveram vida longa e muito ativa como a So-
ciedade de Canto Teutônia, de Timbó, fundada em 1879 pelo professor
Julius Scheidemante1, que foi transferido da escola de Itoupava para a de
Timbó em 1873. Em 187219, funcionavam ativamente em Blumenau quatro
corais masculinos. Em 1871, foi fundada a Sociedade de Canto "Har-
monie", de Indaial. Em 1873, a Sociedade de Canto "Eintracht"
(Concórdia), de Badenfurt e Coral Masculino Garcia. As sociedades de
canto "Freundschaftsverein", "Harmonie", "Eintracht" e Garcia foram
convidadas para participar, em 1873, do décimo aniversário de fundação da
Sociedade de Canto "Gennânia". Em maio de 1874, foi acrescentada mais
uma sociedade de canto às já existentes na Colônia de uma forma
interessante, pois a mesma só apareceu quando foram feitas coletas para
auxiliar os flagelados das enchentes no Rio Grande do Sul. Nesta coleta
aparecbu a contribuição de mna sociedade de canto da região de Itoupava
que atJlava há algmn tempo silenciosamente, era a Sociedade de Canto
"Frohsinn", de Itoupava Norte20, sob a regência de Karl Lingner. O ano de
1875, marcou a fundação do "Gemischter Chor Urânia" (Coral Misto
Urânia) em que, pela primeira vez, num coral em B1umenau, participaram
mulheres.
18) "Kolonie Zeitung" de 02/04/1864.
19) "Kolonie Zeitung" de 16/11/1872.
20) "Kolonie Zeitung" de 13/06/1874.
. Fundado por Hermann Ruediger, funcionou ativamente, pois no
dia 11 de setembro de 1883, com muita alegria, festejou seus oito anos de
existência. Mais tarde este coral mudou o nome para "Harmonie" e
geralmente, funcionava no salão de Johann Schreepp. '
O "Sãngerbund" de Pomerode, fundado em 1890, festejou a data da
sua fundação no dia 4 de outuQro do mesmo ano, com o seu primeiro
"Krãnzchen" (Pequeno círculo) no salão de Louis Abry com uma "polo-
naise", num salão maravilhosamente decorado. Depois de vários números
de canto, Louis Abry discursou, solicitando aos presentes para se manterem
unidos, pois "a união faz a força ". Em seguida, elogiou Deodoro da
Fonseca, e todos brindaram à República. Apresentaram números de canto e
no final um viva aos cantores. Com a Sociedade de Canto "Sãngerkreis"
(Círculo de Cantores), de Alto Rio do Testo, que formulou convite para a
festa de Páscoa21, Blumenau contava em 1892 com onze associações de
canto: Sociedade de Canto Germânia (1863); "Freundschaftsverein"
(Sociedade da Amizade - 1864); "Hannonie", de Indaial (1871); "Eintracht"
(Concórdia) de Badenfurt (1873); Garcia I (1873); "Frohsinn", de Itoupava
Norte (1875); "Urânia", depois "Harmonie", de Blumenau (1875);
"Teutônia", de Timbó (1879); "Liederkranz" (Círculo de Canções) de
Weissbach (1883)'''Sangerbund'', de Pomerode (1890); e "Sãngerkreis", de
Alto Rio do Testo (1892).
No dia 19 de maio de 1897, o Doutor Kraue1, embaixador alemão,
visitou Blmnenau, sendo homenageado pela "Freundschaftsverein" de
Itoupava, com o Hino Nacional da Alemanha, e em Warnow (Indaial), pela
Sociedade de Canto "Harmonie".
Quando o embaixador alemão, Conde de Arco Valley, visitou ra-
pidamente Blumenau, chegando de surpresa no dia 17 de março de 1900, foi
homenageado pela Sociedade de Canto Harmonie de Blumenau, que na
ocasião festejava o aniversário de sua fundação com a apresentação de uma
peça teatral, canções e baile. O embaixador foi convidado de honra,
seguindo depois para Hansa e J oinville.
Além das Sociedades de Canto citadas, também funcionava em
Blumenau o Coral Misto da Comunidade Evangélica, que cantou com
outros corais especialmente convidados, em homenagem ao casal Peter
Lukas pelas Bodas de Ferro (65 anos de casamento), no dia 19 de outubro de
1899. Na ocasião, o Pastor Faulhaber realizou um culto solene para o qual
convidou parentes e amigos do casal, que foi um dos primeiros
colonizadores do Vale do Itajaí.
 Um dos eventos importantes do ano de 1900, foi a festa de cantores
realizada no dia 28 de outubro para a qual foram convidadas as sociedades de
canto: Germânia e Harmonie de Blwnenau, Coral Masculino Garcia I, Coral
Misto de Weissbach, Ribeirão da Cana, Indaial, Warnow, Timbó, Itoupava,
Encano do Norte, Tatutiba e Vale do Selke. Serviu de "podium" para a grande
festa, a cervejaria de Otto Jennrich. A anfitriã da festa foi a Sociedade de Canto
"FrohsiIm", que com Karl Lingner, fundador e dirigente do coral desde 1875,
festejava seus vinte e cinco anos. Na ocasião, Karl Lingner dirigiu o grande
coral, que cantou o Hino Nacional da Alemanha.
As festas de cantores continuaram ano após ano, em diversos locais.
Muitos corais se fonnaram, outros se reestruturaram como o Coral Masculino
Garcia, que apesar de funcionar desde 1873, só registrou os Estatutos no dia 8
de março de 1913, como "Mãlmer Chor Garcia I".
Quando, em 1915, se aventou de fundar a "Sãngerbund Itajahytal" (Liga
de Cantores Vale do Itajaí), O Vale do Itajaí contava com aproximadamente
vinte associações de canto. Para fundar a Liga, no dia 20 de novembro de 1915,
reuniram-se no salão Teutôlúa de Altona (Itoupava), G. Arthur Koehler, Dr.
Hans Pape, Louis Abry e delegados de dezesseis sociedades de canto, inclusive
Brusque e Itajaí, para discutir sobre a planejada festa de cantores e também a
fundação da Liga. Com palavras eloqüentes, Louis Abry, que foi o primeiro
presidente, falou sobre o sentido da festa, financiamento da mesma e sobre os
Estatutos da futura Liga. Tudo ficou resolvido, prevendo-se a festa com certeza,
porém a Primeira Guerra Mundial interrompeu a programação. A festa só foi
realizada no dia 7 de março de 1920, data que passou para a história das So-
ciedades de Canto com o nome de "Dia dos Cantores de Altona" .
Nos quase dois anos em que o Brasil entrou na guerra, o canto alemão
emudeceu. Em alguns lugares era proibido faIar o alemão, havendo sérias
restrições se isto ocorresse. Não em Blwnenau! Falava-se o alemão, porém, o
canto emudeceu. Sabiam todos de antemão das exigências.
Só em Colônias distantes, onde ninguém aparecia que pudesse ser
ofendido, cantava-se uma canção. Foi muito penoso para os alemães o canto
emudecido, já que através do mesmo extravasavam suas alegrias e tristezas,
enfim tudo o que o coração sentia. Na época, uma rede de sociedades de canto
estendia-se sobre toda a Côlonia, e era gratificante depois de cada dia de árduo
trabalho encontrarem-se os velhos e os novos para juntos elevarem o espírito
através do canto. Quando as barreiras do estado de guerra caíram, em toda a
parte os ensaios recomeçaram com grande vitalidade e a Sociedade de Canto
"Eintracht" de Itoupava, convi-
dou todas as sociedades innãs para a festa de cantores e também para
concretizar a "Sãngerbund Itajallytal". Vinte sociedades com aproximada-
mente trezentos cantores participaram, e a alegria e a vida voltaram, pois "onde
o machado alemão ressoa, a canção alemã não deve emudecer".
Todos os preparativos foram feitos para a Primeira Festa de Cantores
em Altona. Os locais foram preparados para abrigar todos, inclusive em caso
de mau tempo. Diversos pratos frios e quentes, e bebidas sem álcool, também
foram preparados com antecedência. Pela manhã, bem cedo, afluíam os
cantores, e quando os organizadores chegaram ao local da festa, também
chegou pontualmente o trem especial colocado pela E.F.S.C .. Com cartões de
ida e volta, com saída de Hansa às 6 horas da manhã e volta às 11 horas da
noite, a E.F.S.C. atendeu às sociedades de canto, colocando ainda na
segunda-feira, dia 8, o trem especial nos mesmos horários. O trem trouxe
grande número de cantores, entre eles os da Sociedade Cruzeiro do Sul de
"Südarm" (Rio do Sul), os que talvez percorreram o maior trajeto, mais de cem
quilômetros. Com música e bandeiras, os cantores se dirigiram para o salão
Teutôlúa, onde Abry saudou os irmãos cantores com o coral "Eintracht", que
cantou a canção de boas vindas "Gast grüsse dich" (Hóspede te saúdo). Em
seguida apresentaram-se os nove corais que disputavam a premiação. Todos se
apresentaram muito bem, apesar das interpretações diferirem, o que era muito
natural. Para surpresa geral, apresentaram-se nos corais, bons tenores, uma
raridade, ao lado de bons baixos. Com a animada participação do público,
decorreram as apresentações pela disputa da premiação.
Um pouco antes das 12 horas (meio-dia), foi fundada com êxito a
"Sãngerbund Itajahytal".
Depois do almoço, continuaram as apresentações, sendo constatado que
os corais simples agradaram mais do que os que se inscreveram para concorrer
aos prêmios. Foi bonita a apresentação dos brusquenses, dos "Neuberlinenses"
(Ibirama), das sociedades "Eintracht" de Altona e "Liederkranz" de Blumenau
e também das muitas pequenas sociedades que vieram da Colônia para
confraternizar com alegria.
Ao anoitecer, Abry retomou a palavra para agradecer oficialmente os
convidados. Em resposta, o Delegado de Polícia, na ocasião Dr. Freitas Melro,
com suas palavras simpáticas, deu um viva ao Brasil e ao Governador do
Estado, que ecoou forte em Blumenau. Com grande ansiedade, à noite, todos
aguardavam as palavras da Comissão Julgadora integrada pelos dezesseis
dirigentes de corais. O prêmio de honra, oferta da Sociedade de Canto
"Eintracht", um "Trinkhorn" (corno para beber), trabalhado em prata, coube à
Sociedade de Canto "Liederkranz", de Blu-
7.
menau, sob a regência do professor Boettner. O primeiro prêmio coube à
Sociedade de Canto de Brusque, regida por Luepke; o segundo, à seção de
canto da Sociedade Ginástica "Neu Berlin" (Ibirama), regida por Berthold;
o terceiro, à Sociedade Lyra de Indaial, regida por Koch e o quarto prêmio
coube ao Coral Masculino Garcia I, regido pelo professor Hollenweger.
Até tarde da noite entoava canto no local da festa, e somente ao
amanhecer os convidados rumaram para suas casas. O carinho pelas can-
ções alemãs estimulou todos e o saldo do dia foi positivo.
Na ocasião, a Liga de Cantores Vale do Itajaí recebeu do Gover-
nador do Estado, Dr. Hercílio Luz, a quem a Liga enviara um convite, o
seguinte telegrama: "Eu agradeço à Liga de Cantores Vale do !tajaí, a saúdo
desejando prosperidade. Cordiais Saudações. Hercílio Luz, governador".
Altona não esperava tantos participantes, a expectativa foi ultra-
passada. No final, Abry, presidente da Liga, agradeceu a todos pelo bom
andamento dos festejos e pela maravilhosa festa.
Para o dia da festa, um poeta escreveu:
"Harmonia nos leva unidos, Harmonia nos une em sociedade
Harmonia no canto e na vida, Harmonia nos une em sociedade
E que em todo maio floresça, a felicidade do homem, a Hannonia!"
A partir da grande festa de cantores realizada no dia 7 de março de
1920, promovida pelo Coral Masculino "Eintracht" de Altona, a diretoria
da "Sãngerbund Itajahytal" e os delegados das sociedades de canto do Vale
do Itajaí se reuniam para promover o bom andamento da Liga. As reuniões
eram realizadas no salão do Teutônia de Itoupava Seca, Hotel Franke -e
também nos lugares onde eram realizadas as festas de cantores. No dia 29
de setembro de 1920, Louis Abry, presidente da Liga, convocou os
delegados das sociedades de canto para uma reunião no Teutônia, para
discutir os assuntos pendentes da Liga, inclusive a elaboração dos
Estatutos.
As festas continuaram, e em maio de 1926, com um bom tempo, a
"Sãngerbund Itajahytal" promoveu a sua festa em Gaspar. O ponto inte-
ressante na programação foi a divisão das sociedades de canto, em cate-
gorias, para efeito de premiação: colônia, arredores e centro., Nesta festa
foram premiadas na categoria colônia a Sociedade de Canto Indios - Ri-
beirão Ferro; arredores, Coral Masculino Garcia I, e centro, o Coral
Masculino "Eintracht" de Altona.
A atuação da "Sãngerbund Itajahytal" foi tão eficiente que no dia 11
de setembro de 1929, quando foi realizada no Teutônia uma reunião
da qual pa~iciparam seten~ pessoas, a "Sãngerbund Itajahytal" já contava
~o~ trmta e duas SOCIedades de canto sob a presidência de Peter Chnstmn
Feddersen. Para atender melhor a todas as sociedades de canto q~e eram
m~itas, resolveram na reunião, promover apresentações pre~ mIadas nos
dias 15, 16 e 17 de novembro em toda a região, e as sete melh~re~ se
apresentariam q~torze dias dep?is em Blumenau, fazendo jus a premlOS de
honra. O bornto desses festeJOs, além das apresentações de canto, é o
desfile das sociedades com suas suntuosas bandeiras, bem como a
cerimônia de inauguração das mesmas.
No dia 17 de maio de 1931, no Teutônia (Altona), foi realizada a festa de
inauguração das bandeiras da "Sãngerbund Itajahytal". Elas deveriam ter
sido inauguradas na décima festa de cantores, porém por circunstsâncias
diversas, algumas sociedades não puderam comparecer solicitaram então
permissão para participar da inauguração na festa d~ dia 17 de maio. Eram
então quinze as associadas no desfile com suas bandeiras e dez que se
dirigiram para a casa do primeiro presidente para receberem suas bandeiras,
traz idas por damas de honra ao local da festa. Após a mensagem festiva de
Viktor S chIe iff, Max Humpl discorreu sobre a história da bandeira e em
seguida a Sociedade de Canto "Liederkranz" de Blumenau, sob a regência
de Heinz Geyer, cantou maravilhosamente bem a canção de Mozart
"Bênção das Canções". Na ocasião, o Pastor Scheerer discorreu sobre a
concepção cultural das canções alemãs na nova pátria. Após a inauguração
das bandeiras, o Coral Masculino "Eintracht" de Altona, regido por Max
Humpl, saudou as bandeiras inauguracias com a canção de Abt "Weh auf du
Banner". Às palavras inflamáveis do presidente Peter Christian Feddersen,
seguiu-se a "Canção da Pátria". Como representante da Alemanha falou o
Doutor Pamperrien, secretário da legação alemã no Rio de Janeiro, que
trouxe às festividades um "Viva" ao Brasil e Alemanha. Em seguida, o
grande coral cantou em uníssono "Irmãos estendam a mão para a Liga".
Com palavras a ca~ sociedade participante, foram distribuídos pregos para
as bandeiras. A apresentadora das bandeiras, senhora Max Humpl, foram
dirigidas palavras de agradecimento pelo presidente da "Sãngerbund". Na
parte da tarde, todos foram premiados com os concertos apresentados pelas
sociedades: "Liederkranz" de Blumenau, Coral Misto de Altona, e Coral
Masculino "Eintracht" de Altona, Coral Misto de Itoupava Norte, Coral
Misto "Liedetafel" Velha, Seção de Canto da Sociedade dos Atiradores
"Neue Velha", Coral Masculino Garcia I, Coral Masculino "Eintracht -
Lyra", de Indaial, Sociedade de Canto Brusque, Coral Masculino de Rio do
Sul e Coral Masculino de Gaspar. Os corais, Teutônia de
8.
Timbó e Concórdia de Blumenau, estavam presentes através de representantes.
Ao todo estavam presentes aproximadamente duzentos e oitenta cantores e
cantoras. As apresentações atestaram o elevado Iúvel das sociedades de canto.
Com animado baile festivo, foram encerradas as
festividades.
Ano de 1932, ano em que a sociedade blumenauense homenageou
a memória de JohaIID Wolfgang von Goethe pelo centenário de sua morte, a
"Sangerbund Itajahytal" homenageou o grande poeta alemão, incluindo na
programação, para avaliar o ruvel de interpretação de cada coral a canção "Sall
ein Knab ein Roslein stehn" ou "Heidenroslein" (Rosi~ha Silvestre). Ainda foi
cantada a canção de Fle~ing "Ein~racht und Liebe" e uma canção de livre
escolha de cada socIedade para Julgar
o ruvel dos corais.
Idealizada em 1915, por Louis Abry, G. Arthur Koehler e o DI.
Hans Pape, e concretizada em 1920, a "Sangerbund Itajallytal", apesar dos seus
integrantes silenciarem durante as duas guerras mundiais, chegou até os nossos
dias com suas marav~lhosas festas de cantores. .,
As atividades que estavam paralIsadas em todo o Vale do ItaJaI foram
reativadas a partir do Natal de 1949, quando pela primeira vez depois da
Segunda Guerra foram cantadas as velhas canç~es de N~ta~ na festa realizada
pela seção de canto do Clube de Caça e TIro ConcordIa Velha, no salão Duggen.
A partir dessa festa, vários corais reativaram suas atividades e outros surgiram,
porém, o que todos aguardavam era a reativação da "Sangerbund Itajahytal".
Correspondências foram enviadas, e num domingo pela manhã, na casa de Karl
Lindemaml, reuniramse os regentes de corais, Joseph (Seppl) Wollinger, Martin
Schmoelz, Fritz Kemmelmaier Richard Marmein, Bruehl, Zin1mermann,
Schreiber e outros mais, para' reativar a "Sangerbund Itajahytal" e promover a
primeira festa de cantores depois da Segunda Guerra Mundial. A "Sangerbund
Itajahytal" foi reativada com o nome. de "Liga Cultural .e Recreativa Vale do
Itajaí" no dia 17 de fevereIro de 1952, sendo a PrImeira diretoria integrada por
Oswald Buerger - presidente; Arno Metzger - secretário, Karl Lindemann -
tesoureiro; Richard Marmein conselheiro e Francisco Baumgart - dirigente. Para
a primeira festa de cantores realizada no dia 18 de maio de 1952, foi elaborado
um livreto com toda a programação dividida em três partes:
I PARTE
Às 8 horas: depósito de coroas nos túmulos dos ex-presidentes da "Sangerbund
Itajallytal", DI. Hans Pape, Peter Christian Feddersen e G. Art-
hur Koehler.
9 horas: recepção na estação da Estrada de Ferro.
9,30 horas: desfile festivo, partindo do negócio Enúlio Fischer, para o Estádio
"Curt Hering".
10 horas: homenagem à memória de todos os cantores falecidos.
Prólogo.
Saudação pelo Coro Misto Warnow.
Discurso de saudação proferido por João Durval MülleI.
Homenagem aos Jubilares.
lrucio do Canto dos Coros Religiosos (língua portuguesa e estrangeiras).
"Gott zum Gruss" - encerramento pelo Coro Concórdia.
12 horas: almoço no local da festa.
11 PARTE
Às 13 horas: iIúcio dos coros em geral. Execução de canções populares de
autores e compositores brasileiros. A seguir, canções em línguas estrangeiras.
111 PARTE
Às 20 horas: baile, abrilhantado pelo Conjunto Musical "WolliIlger".
O interessante é que a programação conserva até hoje as características
dos primeiros programas. A partir dessa data, anualmente se realizam as festas,
que já foram sediadas em diversos lugares como: Nova Bremen, Timbó,
Presidente Getúlio, Ibirama, Vila Itoupava, Taquaras, Massaranduba e Indaial.
Antes da Segunda Guerra participavam também das festas de cantores da
"Sangerbund Itajallytal", as cidades de Gaspar e Brusque.
A ação da Liga Cultural e Recreativa Vale do Itajaí é também
muito eficiente, pois em 1965 contava com as seguintes filiadas:
1. Coro Masculino do Clube de Caça e Tiro Concórdia, Blumenau
2. Centro Cultural e Recreativo "25 de Julho", Blumenau
3. Clube de Caça e Tiro Testo Salto, Testo Salto
4. Sociedade de Canto de Itoupava Central, Itoupava Central
5. Sociedade Cultural "25 de Julho" de Massaranduba, Massaranduba
6. Sociedade Cultural e Recreativa Serrinha, Vila Itoupava
7. Sociedade Cultural e Recreativa IndaiaL, Indaial
8. Coro Misto de Warnow, Warnow
9. Sociedade Recreativa Cultural de TiInbó, Timbó
10. Sociedade Cultural de Ibirama, Ibirama
11. Coro Misto de Uru, Presidente Getúlio
12. Sociedade Cultural Carajá, Rafae1 11, Ibirama
13. Coro Orfeônico "Cruzeiro", Presidente Getúlio
14. Coro Misto da Igreja Protestante, Presidente Getúlio
15. Grupo de Cantores "Orfeônico Bela Aliança", Rio do Sul
16. Sociedade Recreativa e Cultural Ribeirão da Onça, Presidente Getúlio
17. Sociedade Cultural e Recreativa Salto do Norte, Blumenau
18. Sociedade Esportiva e Recreativa "Guarany", "Neu-Bremen", Ibirama
19. Sociedade Cultural "25 de Julho" de Itajaí, Itajaí
20. Sociedade Recreativa e Cultural "Lyra", Blumenau
21. Coro Misto Recreativo Mirador, Mirador, Presidente Getúlio
22. Sociedade Cultural Mario Pinto Serva, Braço Trombudo, Trombudo
Central
23. Coro Misto de Dona Emma, Dona Emma, Presidente Getúlio
24. Coro Misto da Comunidade Luterana de Guaramirim, Guaramirim
25. Coro da Igreja Evangélica de Itoupava Central.
À Liga estão afetas as festas regionais de cantores, que se realizam às
expensas das sociedades de canto, dos próprios cantores e às vezes, com o
apoio do Governo de Santa Catarina, Secretaria de Esporte, Turismo e Cultura
e Fundação Catarinense de Cultura. Com o tempo, mais difícil se torna
sediá-Ias nos diversos municípios e geralmente quem as sedia é o Centro
Cultural "25 de Julho" de Blumenau.
A partir de 1971, a sensibilidade do Prefeito Evelásio Vieira em apoiar
as nossas tradições, culminou com o I Encontro Internacional de Cantores, sob
o patrocínio da Comissão Municipal de Turismo. No governo de Antônio
Cados Konder Reis, os encontros receberam patrocínio do Governo do Estado.
Participam também do Calendário Turístico do Estado e do Município.
O primeiro encontro foi realizado nos dias 17 e 18 de julho de 1971, e
esteve a cargo do Centro Cultural "25 de Julho", cujo presidente Emil
Rossmark, com a colaboração do coral masculino "Liederkranz", diretoria e
demais colaboradores, tornaram possível um encontro de tal monta. Esse
evento cultural contou com a presença do Governador de Santa Catarina,
Co10mbo Machado Salles, e Evelásio Vieira, Prefeito Municipal de Blumenau.
Os corais participantes foram recepcionados no dia 17, dirigindo-se em seguida
para os alojamentos. Às oito horas da noite, estavam todos no decorado salão
do Centro Cultural "25 de Julho" para a confraternização. Após a canção de
boas vindas pelo Coral Masculino "Liederkranz" do Centro Cultural "25 de
Julho" de Blumenau, o orador da Liga Cultural e Recreativa Vale do Itajaí,
Josef Prachthãuser,
saudou os visitantes em alemão e português, falando inclusive do significado
do encontro de cantores. Para encerrar, os corais participantes prestaram sua
homenagem aos anfitriões, principalmente ao presidente Ernil Ro~sm~k. O
espírito festivo e a camaradagem se estenderam até quase meIa-nOIte, ~uando
resolvera~ se recolher, pois deveriam estar dispostos para o torneIO de canto no
dia seguinte às oito horas da manhã. No dia dezoito, às oito horas, formou-se o
grande desfIle das Sociedades de Canto com suas bandeiras, tendo à frente a
Banda de Música. Participaram do desfile as seguintes sociedades de canto:
República Argentina
- Coro Misto de "Monte Cada" - Missiones
República do Paraguai
- Coro Masculino de "Independência"
São Paulo
- Coro Misto da Sociedade Filarmônica "Lyra"
Rio Grande do Sul
- Coral Misto da Prefeitura de Porto Alegre
- Coro Misto "Cruzeiro do Sul", de Porto Alegre
- Coro Misto "Elsenau", de Panambí
Santa Catarina
- Coral da Sociedade Cultural e Artística de Joaçaba
- Coral da Sociedade Lyrica de Joinville
do Vale do Itajaí
- Ribeirão Uru, Presidente Getúlio, Ibirama, Pomerode, Benedito Novo, Timbó,
Warnow, Testo Salto
de Blumenau
- Salto do Norte, Balança, DI. Blumenau, Lyra e o Coral Masculino
"Liederkranz", do Centro Cultural "25 de Julho".
O desfile partiu da Praça DI. Blumenau, e pela Rua 15 de Novembro
chegou até o Centro Cultural "25 de Julho", onde os integrantes foram
recepcionados com foguetes e aplausos. As bandeiras foram colocadas no
decorado salão, colaborando para maior beleza do mesmo. Todos se
acomodaram no salão, aguardando a chegada do Governador do Estado,
Colombo Machado Salles, que havia confIrmado a sua presença. O Coral
Masculino "Liederkranz", do Centro Cultural "25 de Julho", estava no palco
aguardando a chegado do Governador para saudá-Ia com uma canção. Pouco
depois das nove horas, o espoucar dos foguetes anunciava a chegada do
Governador, que foi saudado pelas mil e quinhentas pessoas presentes. Assim
que o Governador, acompanhado do Prefeito Eve1ásio Vieira, ocuparam os
seus lugares, o "Liederkranz", di-
:igido por Eugen Seelbach, cantou "Cid,ade Pal.ácio", ~ino da ci?~de de
Blumenau com texto do professor Jose Ferrelra da Silva e muslca de Francisco'
Correia. O Governador ficou comovido com a acolhida. Na )portunidade, o
professor José Ferreira da ~ilva, g:-ande conhecedor da :listória de Blumenau,
fez uso da palavra citando fatos, entre eles, que desde os primórdios da
colonização, Blumenau ama a música e canto ;omo um fator de progresso da
ComUlúdade e harmonia social, resultando a satisfação da Comunidade no
trabalho e o progresso cultural do Estado e da Nação. Voltou aos idos de 1863,
quando o grande Vale do [tajaí não tinha mais de quinhentos moradores e já
tinha a sua Sociedade de Canto. Os colOlúzadores que vieram com o Doutor
Blumenau trouxeram da sua velha pátria a tradição da música e do canto não só
para relaxar das suas árduas tarefas diárias e sim para criar ânimo e
perseverança neste lado do Atlântico, onde edificaram uma nova civilização.
Uma c~vilização que colocou Santa Catarina como potência em trabalho,
moral1dade e prestígio cultural entre os demais estados. 9uando em 1880 a
independência política coroou o traball:o dos colon~~a~ore~, e quando
surgiram as muitas cidades neste maraVilhoso Vale,.Ja ~nClOnaVal~ ,d~zenas
de Sociedades de Canto instaladas por todo o ll1tenor do terntono
blumenauense. Para encerrar, o professor José Ferreira da Silva disse para o
Governador que todos depositavalu es~eranças no seu projeto de
desenvolvimento para o Estado de Santa Catarnm. .'
Pouco antes de se retirar, o governador, apesar das mUltas obnga-
ções, não se furtou de ir ao palco e agradecer as manifes~ações de ap~eço
recebidas bem como agradecer especialmente aos corais da Argentll1a,
Paraguai: Rio Grande do Sul, São Paulo e demais cor~i.s ~ela participação em
evento cultural tão importante. O Governador fOI vlvament~ ovacionado e todos
agradeceram a sua presença. Pouco depOIS, o governador despediu-se,
enquanto que Evelásio Vieira, Prefeito Mmúci-
paI, penuaneceu no local. .' ._
O júri encarregado de julgar os corais teve mUltas dlÍlculdades,
pois todos se apresentaram muito bem. Pelas cinco horas da tarde, com palavras
do Prefeito Evelásio Vieira, foram distribuídos os. p~êmios. Após o café, todos
se reuniralu no salão. su~er .lotado. A COllllssao p~ra os visitantes tomou lugar
no palco para dlstnbUlr entre os mesmos, alem do prêmio, um belo ramalhete de
flores. O Prefeito Evelásio Vieira subiu ao palco e falou sobre os laços culturais
que envolv~n: esse~ encontros. Em seguida, foralu distribuídos os prêmios. As
~ehssllllas ll1te~r~tações a presença do Governador, o interesse da Prefeitura e
da COllllssao para ~s visitantes, a organização do Centro Cultural "25 de Julho",
lide-
rada ~or, Emil Rossmark, seu presidente, e principalmente o bom tempo,
contnbUlram para que esse Encontro Cultural ficasse na lústória de Blumenau.
Outros encontros se sucederalu, porém, o segundo encontro realizado
nos dias 12 e 13 de agosto de 1972, marcou, porque além de contar com a
participação dos corais "Villa Ballester", da Província de Buenos Aires -:- Rep.
Ar~~ntina; Co~al, "~nião e Desportivo Eldorado" - Rep. Argentllla; Coral
Club de G1l1astlca Guatambu" de Monte CarJo - Rep. Argentina; Grupo Vocal
"Mocana" de Posadas - Rep. Argentina; Coral de "Hohenau" - Rep. do
Paraguai; e os corais do Rio Grande do Sul:
Coro da Juventude da Sociedade "25 de Julho", de Porto Alegre; Coro da
Sociedade "Aliança" de Hamburgo Velho e Coro Masculino de "Igrejinha". De
Curitiba, Param!, apresentou-se o coro do Círculo Brasil-Germânico. De Santa
Catarina apresentaram-se o Coro da Sociedade Artística Cultural de Joaçaba;
Coro da Associação Coral de Florianópolis e demais coros do Vale do Itajaí e
cidade de Blumenau, contou talUbém com a participação de duas mulheres
regentes: a maestrina Ruth Ferreira Gebler, que regeu o Coro da Associação
Coral de Florianópolis, com cinqüenta figuras e a senhora Rettich, que regeu o
pequeno coral de Warnow. Muito aplaudido foi o grande coral de "Hohenau",
da Rep. do Paraguai, regido por um jovem de dezoito anos de idade. Na
ocasião, o Coral Masculino "Liederkranz", do Centro Cultural "25 de Julho",
cantou a composição do Maestro Heinz Geyer, "Frau Musika". O coral que na
época funcionava sob a regência de Eugen Seelbach com a colaboração do
Maestro Heinz Geyer foi muito aplaudido pela belíssima atuação.
O I Encontro Internacional de Cantores foi realizado em 1971, o
segundo em 1972, o terceiro em 1973, quando passaram a ser realizados
bienalmente. Esses encontros reúnem em média setecentas pessoas, entre
cantores e cantoras. Os encontros são promovidos pelo Centro Cultural "25 de
Julho" de Blumenau e se realizalll nas dependências do mesmo. Os encontros
também contam com a colaboração do Governo do Estado de Santa Catarina e
Prefeitura Municipal de Blumenau. O encontro de 1983 não se realizou devido
à grande enchente em Blumenau.
Entre os participantes de Encontros Internacionais de cantores,
Blumenau contou com a presença dos corais: "Bodensee-Madrigal-Chor" da
Alemanha; Asociacion Coral "Alemana" de Montevideo - Rep. do Uruguai;
Centro Regional de Educacion de Encarnacion - Paraguai; Coral Cultura
Artística de Nova Friburgo - RI; Sociedade de Cantores "Aliança" de Marechal
Cândido Rondon - PR; Sociedade "Harmonia"
de Campinas - SP; Universidade Católica de Campinas - SP; Sociedade "Rio
Branco" de Curitiba - PR; Coral "lcotron" de Gravataí - RS; Coral Municipal
de Montenegro - RS; "Cocal" Coral de Canoas - RS; Sociedade de Canto
"Lyra" de Estância Velha - RS; Associação Coral de CriciÚIlla - SC;
Sociedade Coral "Harmonia" de Piratuba - SC; Associação Coral de São Bento
do Sul - SC e outros.
A Liga Cultural e Recreativa Vale do Itajaí, promoveu no dia 17 de
junho de 1984, no Centro Cultural "25 de Julho" de Blumenau, 033° Encontro
Regional de Corais, do qual participaram treze corais. De Blumenau
participaram: o Coral Masculino "Liederkranz", Coral Misto e Coral Infantil do
Centro Cultural "25 de Julho"; o Coral da Igreja Martin Luther o Coral Misto
Texto Salto;, Camerata Vocale; Coral ARS Sa-
cra e Coral da Sociedade Cultural Salto do Norte.
De outros municípios compareceram os corais: Associação Coral "VilaLobos",
de Itajaí; "São Ludgero" de Ituporanga'Coral Masculino "Cruzeiro" e Coral
Misto "Cruzeiro" de Presidente Getúlio; Coral da Sociedade Recreativa é
Cultural de Timbó; Coral da Sociedade Cultural de Ibirama. O evento contou
com a presença do maestro José Acácio Santana coordenador de corais em
Santa Catarina. O encontro teve o apoio d~ Governo do Estado de Santa
Catarina, Secretaria de Esporte, Turismo e Cultura e Fundação Catarinense de
Cultura.
A "Sangerbund Itajahytal" teve como primeiro presidente Louis Abry,
seguindo-se, Peter Christian Feddersen, Dr. Hans Pape e Ralph Gross. Fritz
Kretzschmar foi por muitos anos, o tesoureiro. O secretário, por muitos anos,
foi G. Arthur Koehler, que colocou o "Der Urwaldsbote" à disposição dos
eventos culturais. Aliás, no dia 18 de maio de 1958, foi publicado o programa
da Festa de Cantores realizada na sede social do "Cruzeiro" F. C., de Presidente
Getúlio, num jornal totalmente dedicado à Liga Cultural e Recreativa Vale do
Itajaí.
A "Sangerbund Itajahytal" teve por duas vezes suas atividades sustadas,
ou seja, durante as duas guerras mundiais. Voltou a funcionar em 1952, com o
nome de Liga Cultural e Recreativa Vale do Itajaí e teve os seguintes
presidentes: Oswald Buerger, Emil Rossmark e Manfredo Bubeck.
Honrarias - Desde 1913 já se atribuíam honrarias a corais jubilados. Ao
cantor ou cantora que participar ativamente durante 25 anos, em coral, será
atribuído diploma de honra, broche ou agulha trabalhada em prata. Para os 50
anos de participação ativa, o cantor ou cantora fará juz à agulha com coroa de
ouro. Para os cantores que atuarem 60 ou mais anos como ativos, será
atribubída a agulha com coroa de ouro e laço. A
instituição da agulha data de 1926 e é preferida. Essa honraria é atribuída aos
cantores por decisão da diretoria ou associação numa ocasião especial ou
durante os ensaios. Além dessas honrarias,' os jubilados terão seus nomes
publicados em jornal ou revista especializada. A diretoria da sociedade ou
associação coral poderá também dispor de outras alternativas de premiação.
Tam~ém os dirigentes de corais que tiverem comprovados os seus 25 ou maiS
anos de atuação farão jus à agulha com coroa de prata trabalhada em ouro. Para
auferir esta honraria, o regente deverá comprovar que ainda está em atividade.
Esta honraria foi instituída em 1954. Os pregos de ouro e prata nas bandeiras
das Sociedades de Canto têm a mesma conotação honrosa. '
Uma honraria diferente - uma Pokal de prata brasileira, foi atribuída a
Paul Hering no dia 12 de dezembro de 1933, por sua participação ativa em
corais durante cinqüenta anos. A honraria foi entregue pelas mãos do Dr. Hans
Pape, presidente da "Sangerbund Itaj allY tal " .
A maior das honrarias coube a Oswald Buerger, que recebeu pelos seus
cinqüenta anos de dedicação às Sociedades de Canto, a agulha de ouro da
D.S.B. da Alemanha, um Diploma de Honra, bem como uma passagem para
assistir à festa estadual de cantores na Alemanha. A homenagem foi realizada
na festa organizada pela Sociedade Recreativa e Cultural Lyra, nas
dependências do Centro Cultural "25 de Julho", nos dias 17 e 18 de maio de
1969.
O Grande Vale do Itajaí cresceu embalado pelas valsas, polcas,
marchas, schottisch, laendler, executadas pelas "Musikkapellen" (Conjuntos ou
Bandas Musicais), que caracterizam a música do Vale do Itajaí.
A bandinha é uma das manifestações mais autênticas e culturais do Vale
do Itajaí.
Desde os primórdios da colonização, os professores que vinham
contratados para lecionar Letras às crianças traziam conhecimentos em nível
elevado e eram aptos para lecionar música, formar e reger bandas e corais, pois
na Alemanha a música tàz parte do currículo escolar, desde as primeiras letras.
Além dos professores, aportaram também em Blumenau colonizadores com
grandes conhecimentos musicais e músicos for-
l mados em famosas escolas de música e que haviam atuado na Alemanha.
A partir de 1864, se apresentavam em Blumenau quartetos, solistas e bandinhas
musicais. A primeira bandinha de Blumenau foi fundada por Hermann
Ruediger e se caracterizava pelo estilo fanfarra. O contexto musical do Vale do
Itajaí inclui dezenas de bandinhas e centenas de músicos. As bandinhas
sofreram restrições durante as duas guerras mundiais, pois os músicos
geralmente acompanhavam as músicas cantando em alemão.
Também marcam a música do Vale do Itajaí os tocadores de Ban-
donion, sempre requisitados para festas.
A música clássica em Blumenau atingiu o seu apogeu com o compositor
e Maestro Heinz Geyer, entretanto, em 1918, sob a orientação do professor Max
Humpl, um concerto de grande gabarito realizado no salão Holetz, no dia 20 de
fevereiro, marcou a cidade quando foram apresentados:
1 - Abertura de Kéler Bela (orquestra);
2 - Le Reveil du Printemps de Bach (solo de violino, por Max Humpl); 3 -
Concerto Fantasia de Ernst Koehler (solo de flauta, por Colin);
4 - L' Addio a N apoli de T. Coltra (canto, por Max Humpl);
5 - Rapsódia Húngara de Liszt (solo de piano, por Garbe);
6 - Melodia de Chiostri (solo de violino, por Max Humpl);
7 - Abertura de Cyrill Kistler (orquestra);
8 - Abertura de Bodas de Fígaro, de Mozart (solo de flauta, por Colin); 9 -
Sou Solo Soletto, de Victor Avoni (canto, por Max Humpl);
10 - Concerto de Violino, de Beriot, Op. 100 (solo de violino, por Max
Humpl);
11 - Marcha de Lohengrin, de R. Wagner (orquestra).
Em 1921, chegou a Blumenau Heinz Geyer, músico formado, que sem
interferir na beleza e tradição musical das bandinhas, é o ponto culminante na
música, principalmente a clássica, no Vale do Itajaí. Heinz Geyer regeu, no dia
15 de setembro de 1923, um concerto com a seguinte programação:
1 - Canções Populares, potpourri de Roedel; 2 -
Die -diebische Elster, Abertura de Rossini; 3 -
Andante da I a Sinfonia de Beethoven;
4 - Intermezzo da Op. Cavalleria Rusticana de Mascaglú;
5 - Weltvergessen (valsa) de Alletter (incluída a pedido na programação); 6 -
Martha, Abertura de Flotow;
7 - Herzen und Blumen de Czibulka;
8 - Dynamiden (valsa) de Josef Strauss;
9 - Aparecimento dos Espíritos (marcha) de Heinz Geyer.
No dia 11 de julho de 1936, foi festejado em Blumenau o Centenário de
Nascinemtno de Antônio Carlos Gomes, com marcha dos escolares, pela
manhã, até a Praça "Carlos Gomes" hasteamento da Bandeira e Hino Nacional.
Às doze horas, Brasilino d~ Carvalho pronunciou discurso, atra~és da R.ád~o
CI?be de Blumenau, traçando a biografia do grande compOSItor brasIleIro. A
tarqe, foram projetados filmes sobre a natureza e retreta na Praça Pública. A
noite, foi apresentado um concerto de gala no Theater und Musikverein
"Frohsinn", sob a batuta do Maestro Heinz Geyer, com o seguinte programa:
Hino Nacional Saudação pelo Dr. Hans Gaertner, com comentário sobre a vida
de Ca~los Gomes, Hino a Carlos Gomes com texto do Dr. Oliveira e Silva e
música de Heinz Geyer para coro, orquestra e solo. Na segunda parte, o Presi-
dente da Câmara de Vereadores, José Ferreira da Silva, falou sobre a data. De
autoria de Carlos Gomes, foram executadas as seguintes peças musicais:
Fantasia da ópera "Escravo", "Senza tetto e cenza cuna" e a Abertura da ópera
"O Guarani". O concerto foi o ponto alto das comemorações.
Com a dispensa do Maestro Geyer em 1971, rompeu-se a tradicional
estrutura do grande coral e orquestra sinfônica formada por amadores. Em
1981, formou-se a Orquestra de Câmara de Blumenau, com 70% de
profissionais importados, e os nossos músicos passaram a atuar no Centro
Cultural "25 de Julho" e outros locais. A Orquestra de Câmara de Blumenau é
uma das melhores no gênero no país, com LPs gravados e apresentações nos
maiores centros urbanos do Brasil e exterior.
Em 1949, foi fundado o Conservatório de Música "Curt Hering", atual
Escola Superior de Música.
No dia 4 de novembro de 1955, foi apresentado no Teatro" Carlos
Gomes" uma "Grande Conferência-Concerto" sobre o tema, Nascimento e a
Evolução da Música, com narração do escritor L. Romanowski e a participação
do tenor Felippo Baroni e o chansOlmier Roberval, que interpretaram, entre
outros números, Madrigal (século XVI), de Caccini; Sento dei Core (Séc.
XVII), de Scarlati; Bergerete (Séc. XVIII); M'Endormir Pres de Toi, de
Baquete-Mailet; O DeI Mio Dolce Ardor de Gluck; Femmes de France de
Alstone; Serenata de Schubert; La Chanson de Paria de Jean Drejàc; Romansa
di Tarssilo de Kalmann; Pigalle de Ulmer, com acompanhamento ao piano pelo
professor Oleh Gabrussewycz, sob o patrocínio do Prefeito Municipal de
Blumenau, Dr. Gerhard Neufert, comércio e indústrias de Blumenau.
Na década de cinqüenta, e durante muitos anos, funcionou em
Blumenau a Escola de Aperfeiçoamento e Interpretação de Acordeon
fundada por Rudy Beckhauser, que apresentou no dia 5 de setembro de 1959,
no Teatro "Carlos Gomes", como parte da programação da Semana da Pátria,
um grande festival infantil, no qual se apresentaram duzentos acordionistas. Na
época, o acordeon e as gaitas eram destaque e Rudy Beckhauser inaugurou no
dia 2 de novembro de 1960, no andar térreo do Edifício Beckhauser, a "Casa
das Gaitas e Palácio das Músicas". Compareceram à inauguração o Prefeito
Municipal, autoridades e pessoas de projeção da sociedade local, sendo
oferecido um coquetel e show com números musicais a cargo de Rudy
Beckhauser. Além dessas apresentações eram comuns as "Noitadas de Arte",
com alunos de Beckhauser.
Na mesma época, o músico Werner Arnold mantinha uma Academia de
Música no primeiro andar do Magazin Paulista (esquina da rua XV de
Novembro com Padre Jacobs), com grande número de alunos.
Na década de setenta, com o advento da televisão em Blumenau,
programas musicais eram realizados ao vivo, principalmente no CÍne Busch,
onde o Canal 3, atual RBS, oportunizou a revelação de valores locais e
formação de vários conjuntos musicais.
Em 1974, numa promoção dos Diretórios Acadêmicos e Departamento
de Cultura da FURB, foi realizado no Teatro "Carlos Gomes" o show "Brasil,
suas raízes musicais" .
Em setembro de 1979, foi fundada em B1umenau a Pró-Música, sendo
a primeira diretoria integrada por Eutraclínio dos Santos - Presidente; Gertrud
Schroetter - Vice-Presidente, Comado Odebrecht - Secretário Geral, Ernesto
de Souza - 1 ° Secretário, Osmar da Silva - 2° Secretário, Rui Moreira da Costa
- Tesoureiro Geral, Lolita Mello - 1 ° Tesoureiro, Rui Willecke - 2° Tesoureiro
e Neide Coelho - Diretora Artística.
O Departamento de Cultura da Prefeitura Municipal de Blumenau,
promoveu em 1979 o show "Blumenália", um espetáculo de variedades,
reunindo artistas locais nas áreas da música, poesia, canto, dança, teatro e
mágica.
O show Blumenália, além de apresentado no Teatro de Bolso e FURB,
também foi apresentado na rua, e em 1982, numa promoção de Guido Heuer e
Horácio Braun, num palco montado no meio do rio ItajaíAçu. Participaram dos
primeiros shows o Corpo de Dança "Maria de Caro", o poeta Lindolf Bell, o
grupo teatral "Ribalta" (mímica e humor), Roland Zwicker (mágica), Eduardo
Vidossich (piano), Roi Kellennann (canto), Camerata Vocale (coral) sob a
regência de TeImo Locatelli e outros. O show Blumenália contou com os
grupos musicais: Grifo ou Se-
mentes da Terra, Vlad V, Holocausto, A Folha, Q. G. da Paz, Blackout,
Miragem, Rallo e Nirvana, que também se apresentavam em boates e festas
particulares. O show Blumenália contou também com música sertanej.a
~Zezinho e Valdoninho) e som de MPB, com Dorvalino, professor de vlOlao
no Centro de Cultura, e outros artistas.
Em 1980, Blumenau contou com o Projeto Pixinguinha, com apre-
sentações no Teatro "Carlos Gomes" de grandes nomes da nossa Música
Popular Brasileira.
. A~ ~presentações musicais visando arrecadar fundos para obras
~sslstenclals sempre mereceram destaque em Blumenau, e uma das mais
1lllportantes foi realizada no dia 23 de setembro de 1987, quando foi realizada
a Noite de Arte do pianista Angelin Loro e seu filho Rafael Loro de 11 anos, ao
violino. O concerto foi promovido pela Associação d~ Cegos do Vale do Itajaí,
com apoio das Lojas Maçônicas de Blumenau liderada pela Loja Obreiros de
Salomão N° 39. Na ocasião, proferiu pa~ lestra Frei Anselmo, defíciente visual.
O espetáculo também contou com a participação do coral "Camerata Vocale".
A arrecadação foi em benefício da construção da sede, visando a habilitação do
cego no ensino profissional, inclusive uma escola de alfabetização pelo métido
Braille.
Além da Escola de Música do Teatro "Carlos Gomes", funcionam cursos
de música, dos mais diversos instrumentos, ministrados por particulares e
também no Conservatório de Música e Arte Sol Maior, onde são ministrados
cursos de violão, pistão, sanfona e outros instrumentos.
"MU8IKKAPELLEN',
(Bandas de Música)
As "Musikkapellen" (conjuntos ou bandas musicais) tinham um papel
importante na vida artística, social e cultural da Colônia. Abrilhantavam as
festas e alegravam os bailes, principalmente os bailes públicos. Hermann
Ruediger fundou e dirigiu a primeira "Musikkapelle" da Colônia Blumenau.
Ruediger regeu concertos no Teatro "Frohsinn", salão dos Atiradores, salão
Holetz, praças, salões e outros locais, durante as festas de Páscoa, Natal,
Pentecosstes, aniversário das sociedades, carnaval, comemorações e outras
festividades. Em 1864, formou-se também o quarteto de Wilhelm Scheeffer,
que tocou no primeiro aniversário da Sociedade de Canto "Germânia", porém
após essa apresentação nada mais consta sobre o referido quarteto. A
"Musikkapelle Ruediger" atuou em
9.
Blumenau e adjacências por mais de cinqüenta anos, participando ativamente
da vida da Comunidade. Quando a memória do Chanceler Otto von Bismark foi
homenageada no dia 14 de agosto de 1898, a "Musikkapelle Ruediger", ao lado
do coral misto "Hannonie", abrilhantou as homenagens. Para angariar fundos
para a construção do monumento ao Doutor Blumenau a Comunidade
blumenauense promoveu no Teatro "Frohsinn", no pr~neiro dia de Pentecostes
de 1900, um cocnerto público regido por Ruediger. Também em benefício da
Comunidade Evangélica o concerto da "Liebhaber Kapelle Ruediger" ,
realizado no dia 15 de novembro de 1902, apresentou belíssimos números
musicais.
Depois de Ruediger, outros conjuntos musicais foram surgindo, bem
como verdadeiras bandas musicais, inclusive no interior da Colônia,
destacando-se a "Musikkapelle", de Karl Lingner ou "Lingnerkapelle".
Ruediger e Lingner tocavam muitas vezes em conjunto, princ~p~lmente nos
bailes comemorativos (11 de novembro de 1883), quanfo 1m homenageado
Martin Luther. Todos os anos, no dia 2 de setembro, o Imperador do Brasil era
homenageado com um concerto, porém em 1883, a homenagem incluiu um
concerto às três horas da tarde. No segundo dia de Natal do mesmo ano, à tarde
e também à noite, no baile, a banda Ruediger se apresentou como Ruediger &
Lingner. No concerto de Natal, apresentado no dia 20 de dezembro de 1884, a
Lingnerkapelle apare-
ce como Ruediger & Lingnerschen Kapelle. . com entrada de Momo pontUalmente às 11 horas e 11 minutos.
Famosa na época foi a banda de Gustav Werner, barbeiro, Ofi-
cial de Justiça e grande pistonista que fundou, com seus filhos, o C~njunto
Werner. As bandas de Ruediger e Werner tocav~ em e~tllo "fanfarra". A banda
Werner participou das festividades dos vmte e cmco anos do vapor "Progresso",
entre Blumenau e o porto de Itajaí, no dia ~9 de dezembro de 1904.
Participavam da Banda Werner, além dos seus fIlhos, Oswald, Otto, August e
August Werner Júnior, E~nst Kaestne~, Eugen Krepski, Otto Kaestner,
Hermaml Baumgarten, .Rlchard S~hnelder, Ernst Haupt, Ernúnio Moser,
Hermann Schnelder e WIlhelm
Schneider.
As bandas musicais e os bailes promovidos pelas sociedades, esti-
mularam a construção de salões de bailes públicos na Colônia, geralmente por
iniciativ~ de comerciantes. Eram democráticos, pois, confraternizavam ricos e
pobres, moços e velhos, patrões e empregados, com grande alegria e muita
cerveja fabricada na Colônia. No início todos os bailes eram públicos, mais
tarde as sociedades promoviam bailes sociais além dos bailes públicos. Os
nossos colonizadores se divertiam muit~, e os bailes de máscaras não eram
esquecidos durante os festejos
de Momo. A Sociedade de Atiradores, que era o centro social artístico e
cultural da Colônia, foi palco de centenas de bailes de másca;as. No salão de
Karl Wilhelm Friedenreich também eram realizados os bailes isto quando o
salão da Sociedade de Atiradores era muito pequeno. O ':B1um~nauer
Zeitung" de 7 de fever~iro de 1885, publica convite para um baile de máscaras
na Casa dos AtIradores a ser realizado no dia 15 de fevereiro de 1885. A nota
diz o seguinte: "Será realizado o baile de móscaras no qual todos terão acesso. O
preço para as máscaras, inclusive o baile, é de 500 réis; os não mascarados
pagarão 300 réis e mais uma taxa para a música. Ninguém poderá dançar
antes de tirar a máscara, e os mascarados não deverão ser molestados.
ATENÇÃO: caso haja desfile, os cavalos e carros estarão à disposição. O
baile terá início às 8 horas e trinta minutos. As móscaras já chegaram e
poderão ser adquiridas com o senhor Franz Lungershausen ". O convite
comprova que mesmo na Sociedade de Atiradores também se
promoviam bailes públicos.
Em 1897, foi fundado o Clube Carnavalesco "Filhos do Inferno"
que festejava Momo com muita alegria, baile e desfile. '
Em 1909, foi fundado o "Club Unter Uns", que promoveu o seu baile de
máscaras no salão Holetz, animado pela banda Werner, com prêmios para as
melhores fantasias para homens e mulheres e também para a originalidade,
. Os festejos carnavalescos eram animadíssimos com cortejo que, a partir
das 4 horas da tarde, desfilava pela então Avenida Doutor Blumenau, onde era
feita uma batalha de flores e um baile a fantasia no último dia de Carnaval no
salão do Teatro "Frohsinn"22. Também eram comuns pelo Carnaval os
"Lumpenball" (Baile dos Andrajosos), que geralmente eram realizados no
salão dos Atiradores e também em outros locais como no Restaurante
Zwoelfer, que além dos "Lumpenball", promovia também "concertos
familiares com a banda Baumgart até às 12 horas da noite na parreira, sem
dança "23. Os nossos colonizadores marcaram presença com sua musicaJidade
desde o alvorecer da Colônia em tudo, pois até nos banquetes, principalmente
para visitantes ilustres, as bandinhas davam o seu toque mágico. No dia 18 de
maio de 1901, Blumenau recebeu a visita do Dr. Felipe Schmidt e o ilustre
visitante foi homenageado também pelas bandas Lingner e Graupner. Em
1903, o Coronel Vidal
22) "Blumenauer Zeitung" de 02/03/1919.
23) "Blumenauer Zeitung" de 12/12/1926.
10.
Ramos visitou Blumenau e a bandinha "Freitheit" (Liberdade) abrilhantou a
homenagem tocando no banquete. Também a Varanda Seifert programava às
sextas-feiras, a noite alegre musical com a banda "Bávara", de Walter Seifert24•
Um acontecimento que marcou Blumenau em 1909, e que continua
marcando com sua presença todos os acontecimentos importantes da
Comunidade, foi o 55° Batalhão de Caçadores, hoje 23° B.1.. No dia 29 de abril
de 1909, pouco depois das 20 horas, o vapor "Blumenau" apontou na curva do
rio, e em seguida atracou no porto do Jardim "Hercílio Luz", trazendo para
Blumenau o 55° B.C., com 30 músicos e 18 oficiais, ao todo 125 homens, entre
soldados e graduados. A banda Werner tocou o Hino Nacional e a banda do
batalhão, tendo como comandante Crispim Ferreira, ainda a bordo, tocou o
Hino da Prússia. No dia 8 de maio, portanto oito dias após o desembarque em
Blumenau, a banda de música do 55° B.C. tocou no Jardim Público das 4 às 6
horas da tarde de domingo as seguintes peças musicais:
13 Parte: 1
- Minerva (marcha)
2 - Fausto (ária de pistão)
3 - Saudades de Nenem (valsa) 4
- 2 ° Regimento (dobrado)
5 - Quando o amor morre (valsa)
23 Parte:
6 - Stella Confidente (romanza) 7
- Saudosa (valsa)
8 - Maxixe de ferro (tango) 9
- La Marine (dobrado)
10 - Gaúcho (tango)
Esta foi a primeira retreta da banda de música do 55° B.C. em
Blumenau, e que a partir dessa data passou a integrar a vida artística, social e
cultural da Comunidade. Segundo o jornal "Der Urwaldsbote" de 5 de junho de
1909, a banda de música do 55° Batalhão de Caçadores participou do desflle da
festa dos Atiradores nos dias 31 de maio e 1 ° de junho de 1909, festa de
Pentecostes. Os músicos militares tiveram atuação importante na Orquestra
Sinfônica do Teatro "Carlos Gomes", sob a batuta do Maestro Heinz Geyer.
A banda de Ernst Bernhardt ficou famosa por ser formada por onze
membros de sua família. Bernhardt percorreu vários estados brasileiros, deu
concertos na Argentina, para onde mudou-se posteriormente com toda a
família. Bernhardt obteve grande sucesso, principalmente no exterior. O
"Blumenauer Zeitung" de 4 de outubro de 1913, em Notícias Locais, teceu
comentários sobre a vinda da família Bernhardt e, segundo a nota, ele era um
grande dirigente que, na Argentina, Uruguai e Chile, fez nome com o conjunto
musical fonnado somente por integrantes de sua família. Em Blumenau, a
família Bernhardt apresentou o seu primeiro concerto no dia 7 de outubro de
1913, concerto que lotou o Teatro "Frohsinn". Segundo a crítica, a
Comunidade blumenauense "teve uma noite inesquecível que deve ter
agradado a todos os espectadores. O mais jovem dos integrantes, Udo, foi
sublime ao xilofone ". O primeiro concerto do "Damen Orchester"
(Orquestra de Damas), da família Bernhardt foi realizado no dia 16 de
outubro de 1913, no Teatro "Frohsinn", e a crítica elogiou a interpretação
da "Orquestra de Damas", dizendo que "as partituras tiveram uma
excelente interpretação, e que além de trechos de operetas famosas,
apresentaram peças musicais bem mais difíceis. A primeira violinista
tocou com suavidade e maestria. Todos esperam que concertos dessa
natureza se repitam ". Do programa do dia 16 de outubro constaram
números como: Cavalaria Ligeira (ouverture), de Suppé; Serenata de
Schubert; O Trovador, de Verdi; a Sinfonia do Guarani, de Carlos Gomes;
O Barão dos Ciganos (potpourri) da Op. de J. Strauss; Cavalaria Rusticana
(fantasia) da Op. de Mascagni; Tannhaeuser' (marcha), de R. Wagner;
Huguenotes (fantasia) da Op. de Meyerbeer, entre outros. A família
Bernhardt apresentou-se no Teatro "FrohsiIm", Hotel Holetz, Teutónia,
hoje Ipiranga e também no salão Lueders, de Indaial. No dia 9 de
novembro, o concerto da "Orquestra de Damas" da família Bernhardt foi
em benefício da Escola Nova, e do programa constaram números como: As
Bodas de Fígaro (ouverture) de Mozart; Sonho de Valsa, de Strauss;
Operetten Revue (potpourri(, de Fetras; Preciosa (fantasia), de Carl M. V.
Weber; O Vendedor de Pássaros (potpourri), de Zeller; N onna (fantasia), da
Op. de Bellini; Orfeu no Inferno (abertura), de Offenbach; Rapsódia Húngara
nO 2, de Liszt; O Estudante Mendigo, da Op. de Milloecker; Dança Húngara
nO 5, de Brahms e outros. No dia 16 de novembro, no salão Holetz, a
"Orquestra de Damas" colaborou com a Sociedade de Canto Hannonie, com a
peça musical "O Califa de Bagdad" (abertura), de Boeldieu e "Martha" (tanta-
sia), de Flotow. No dia 24 de dezembro de 1913, no primeiro e segundo dia de
Natal, a "Orquestra de Damas" da família Bernhardt apresentou o
seu último concerto com números musicais de Flotow, Offenbach, Lehar,
Jeffel Suppé, Donizetti, Schubert, Mydleton, Hérold, Gounod, Bizet, Thomas,
C. Gomes, Lincke, Leoncavallo, Verdi e outros. Foi uma verdadeira
consagração,
Ernst Bernhardt ficou no Uruguai, quando a sua "Musikkapelle" visitou
Blumenau, porém em 1919 veio visitar Blumenau, ocasião em que convidou os
blumenauenses interessados em formar uma banda, para no Teatro "Frohsinn"
participarem da reunião, que resultou na fundação da Sociedade Musical Lyra,
que reunida posteriormente ao Club Musical, sob a batuta do Maestro Heinz
Geyer, formou mais tarde a grande Orquestra Sinfônica do Teatro "Carlos
Gomes" .
Havia no bairro da Velha, por volta de 1915, uma Sociedade de
Quadrilha, que promoveu no dia 15 de maio de 1915, no salão Ehrhardt, um
"Kraenzchen", para o qual foram convidados, além dos associados do salão
Michels, todos os amantes de quadrilha para participarem da promoção. O
convite foi fonnulado pelo professor de quadrilha Hermann Schneider, tendo
na parte musical a banda Sclmeider e seus fIlhos. Quanto aos ingressos, os
cavalheiros pagaram 1$000 réis e as damas 200 réis.
A "Zigeunerkapelle" (Conjunto Musical Cigano), não foi esquecida, e
na grande festa realizada no dia 22 de outubro de 1916, na Sociedade de
Atiradores, com barraquinhas, café, rifas, etc., com música no local, aparece
pela primeira v..ez no salão, a "Zigeunerkapelle" com suas alegres "Weisen"
(canções). A noite, na sala do Teatro, música, quadros vivos, números de
ginástica, baile e canções. O trem da E.F.S.C. fez horário especial. A
"Zigeunerkapelle" se apresentou por longos anos em Blumenau, participando
também da grande festa da Sociedade de Atiradores, no dia 5 de maio de 1929.
Para esta festa foram programadas todas as diversões costumeiras. Do
concerto, à tarde, participaram a Sociedade Musical Lyra, sob a regência do
Maestro Heinz Geyer, a banda Wollinger, a Orquestra de Cordas da banda Boa
Vista e a banda de Músicas Ciganas. Tudo foi organizado em beneficio do
fundo para o órgão da Igreja Evangélica e Sociedade de Senhoras Evangélicas
de Blumenau.
As bandas tinham sempre o seu lugar de destaque e até nos piqueniques
eram solicitadas. A banda Werner animou o piquenique organizado por Emil
Marx na propriedade de Heinrich Reif, em Salto Weissbach, no dia 9 de março
de 1919. A propriedade de Heinrich Reif, inaugurada no dia 9 de fevereiro de
1919, era um local de recreio para as farrúlias, com churrasco, música, dança
dentro de um alpendre de pal-
mitos e bosque sombreado com muitos bancos. A cachoeira de Dittrich e o
"Wolfsschlucht" (Vale do Lobo) em Altona, também eram locais muito
procurados para excursões, e os blumenauenses as programavam com
freqüência com banda de música, cantos, cenas cômicas e danças. Os as-
sociados da Sociedade Musical Lyra excursionavam com freqüência até a
cachoeira de Dittrich e também até o "Wolfsschlucht". Os convites para
excursões continham sempre a observação: "se não chover "25.
O "Jazzband Kapelle" apareceu sob a regência do Maestro Heinz Geyer,
e se apresentou pela primeira vez no baile a íàntasia, realizado no Teatro
"Frohsirm", no dia 27 de fevereiro de 1927.
As músicas de dança foram tacadas por dezenas de bandinhas e em
outros tantos salões, e as danças mais solicitadas eram as polcas, schottisch,
rheinlaender, laendler, quadrilha sueca, valsas. Os grandes bailes, geralmente,
começavam com a "polonaise" e eram os instrumentos de sopro,
principalmente a trombeta, que a marcava. Apesar do grande número de
bandinhas e conjuntos musicais, as festas e os bailes também eram animados
com o som bonito do "bandônion", que às vezes, também fazia parte do
conjunto musical. Os "bandônions" eram muito requisitados, principalmente
nas festas de casamento.
Os bailes eram muito concorridos e os amantes de "Terpsícore" faziam
longas caminhadas e viagens para participar dos mesmos. Depois do baile, era
comum muitos dos participantes acompanharem os músicos pelas ruas da
cidade, cantando. Alguns bailes eram divertidíssimos, principalmente quando
eram intercaladas certas brincadeiras como a dança da vassoura: um dançarino
ou dançarina dançava com a vassoura, porém ao som da batida forte da
vassoura no assoalho, os dançarinos trocavam de par, e aquele que ficasse sem
par era obrigado a dançar com a vassoura. Nos convites formulados para os
bailes, tanto sociais como públicos, sempre eram anunciadas as bandinhas e os
respectivos salões onde os bailes eram realizados, através dos jornais da época.
Além do salão dos Atiradores, Teatro "Frohsirm" e Hotel Holetz, inúmeros
foram os salões, as bandinhas e as respectivas localidades que realizavam
regularmente os bailes, principalmente os bailes públicos, que marcaram a vida
social de Blumenau. As bandinhas se revezavam entre os diversos salões das
mais diversas localidades. Além das bandas Ruediger, Lingner, Werner,
Freiheit, Lyra, Zigeunerkapelle, Boa Vista, Wollinger, Schl1eider, já citadas,
funcionaram ainda em Blumenau (Vale do Itajaí) as bandiIlhas: Sperber,
Geloscheck, Stadnik, Weingaertner, Ritzke, Bohmalli1,
Geyer & Gutz, Bork, Froehlich, Jensen & Bruch, Penzlien, Zandere, Gessner &
Gelouscheck, Ladwig, SelbmaIm, A. Gauche, Bávara, Deutsche Kapelle (banda
alemã), Radloff, Liskow, Klueger, Engelmann, Koester, Novasky, Kuersten,
Hauskapelle (banda da casa), Persuhn.& Irmãos, Blum & Werner, Walter Baumgart,
Franz Baumgart, Harmome, Seiler, Seelbach, Knaesel, Alegria, Ideal, Ramos,
Avahy, Corrêa, Prada e Concórdia. A banda da Empresa Industrial Garcia, que
festejou seus vinte e cinco anos nos dias 5 e 6 de setembro de 1931, no Club Garcia,
ainda funcionava ativamente em 1940, quando se apresentou no salão Persulm, de
Itoupava Seca, como "Jazzband Garcia". A banda fundada por Karl Lingner festejou
seus 60 anos no dia 28 de julho de 1934,. sob a regência do filho Karl, que atuava na
banda 48 anos, sendo WIlhelm Reif o mais velho integrante da banda (54 anos).
Os salões, que geralmente funcionava.m junto às casas com~rciai~, bem
como as sedes dos Clubes de Caça e Tiro, estavam sempre dIspomveis para
qualquer manifestação social, artística, cultural e .até polí.tica, pois além dos bailes
serviam para apresentar peç.as teatraIs.' ~ágICOS, cantores, músicos, corais,
sessões de cinema e reumões as maIS dIversas.
O elevado número de salões existentes em Blumenau e arredores nos dá
uma visão do alegre espírito da nossa gente.
Os filmes levados para os arredores de Blumenau eram exibidos nos salões
Hardt, de Indaial, Koehler, de Encano, Hofsess, de Warnow, Ralm, de Timbó, DoeU,
de Passo Manso, Kirsten, de Salto Weissbach, Jensen de Itoupava, Heidorn, de
Pomerode, Wehmuth, de Gaspar, Müller d; Timbó e outros. Geralmente os filmes,
apesar do "Cinemaropho~" ter aparecido em Blumenau em julho de 1908, eram
mudos e animados por conjuntos musicais ou bandônions até 1930 quando do ad-
vento do cinema falado em Blumenau. No salão Teutônia (Itoupava Seca), tanto as
exibições ci~1ema:ográficas como ,o~tros festejo~ eram animados pelo conjunto
musIcal fonnado pelos mUSICOS Kurt W111ckler ao piano e os irmãos Walter e
Eugen Seelbach, violino. No salão Hinkeldey, onde funcionava o Cine Garcia, Harry
Gauche animava as sessões
cinematográficas com o seu bandônion. .'
Por volta de 1940, apesar da Segunda Guerra Mundial, cont111ua-
vam em plena atividade os restaurantes com pista de dança e música. ao vivo,
principalmente por conjuntos musicais, como a Varanda Toenjes,
famosa pela sua confeitaria e churrascadas. .'
Nas cidades do Vale do Itajaí, sempre se promoviam e amda se promovem
bailes sociais e públicos animados por bandinh~s ou conjuntos musicais que têm
sua origem no alvorecer da Colônia. E evidente que
dos antigos salões, são raros os atuantes, talvez alguns salões de sociedades como
dos Clubes de Caça e Tiro, porém, outros surgiram e, mesmo durante as duas
guerras mundiais, apesar das restrições impostas pela nacionalização e do
policiamento, os salões funcionavam e os dançarinos se divertiam.
Os Clubes de Caça e Tiro que com a nacionalização se retraíram e estavam
em fase de extinção, com o apoio do governo municipal, na década de setenta, por
iniciativa do então Prefeito Municipal Evelásio V ieira, muitos reativaram as suas
atividades. Os Clubes de Caça e Tiro desfilam na Semana de Blumenau, tendo à
frente as bandinhas, e se reúnem anualmente no "Grande Baile" das sociedades
realizado sob os auspícios da municipalidade.
As "Musikkapellen", que sempre alegravam as festividades desde os
primórdios da Colônia, durante a Segunda Guerra Mundial sofreram uma série de
restrições, principalmente no interior, onde os músico, quando "meio altos",
cantavam em alemão. Sabe-se que muitas festas particulares, inclusive de
casamentos, sofreram incursões de "nacionalizadores", e que muitos noivos (a
noiva em traje de noiva) e todos os convivas do casamento foram levados para a
cadeia pública do município, que funcionava no andar térreo da antiga Prefeitura
Municipal. Da ponte "Desembargador Pedra Silva", sobre o ribeirão Garcia,
podia-se ouvir os noivos e convivas presos tocanto e cantando em alemão com a
maior naturalidade.
Entre todos os festejos, os de casamento eram os mais importantes e
divertidos da Comunidade, e como as festas dos Atiradores, geralmente duravam
três dias. Os preparativos para essas festas eram feitos com muita antecedência e
tanto o noivo como a noiva faziam a sua tradicional despedida de solteiro ("Polter
Abend"). Quando os noivos não promoviam o "Polter Abend", era comum os
vizinhos jogarem os cacos de vidro, ou louça, dentro da casa da noiva. O bonito
dessas festas era o cortejo nupcial que em lugares sem estradas era feito a cavalo,
especialmente ajaezado para a ocasião. Quando o cortejo era feito com carroças, ou
carros de mola ("Kutsche"), tanto as carroças como os carros de mola eram
enfeitados com palmitos e flores. O assento para os noivos era forrado com uma
toalha ou colcha branca, geralmente rendada ou bordada e até os cavalos eram
enfeitados. Não faltavam os tradicionais·foguetes, os músicos e os cantores que
exibiam o seu talento e alegria com muita cerveja, tanto na ida para a Igreja como
na volta ao local da festa que, às vezes, de acordo com a posse dos noivos, era
festejada no salão dos Atiradores ou em outro salão. Além do banquete havia
também o tradicional
 lile que geralmente se prolongava até o sol nascer. Nos bailes de ~asalento o
momento aguardado com ansiedade pelas moças casadOlras, :>s p;imórdios
da Colônia, era o tradicional. "!~ngfern~anz" (Coroa 'upcial), e mais tarde
outras danças que pOSSIbIlItavam as mesmas de
~anharem o buquê da noiva, ou um pedaço do véu. " a~r~vés do Decreto nO 412, de 21 de março de 1962 cnou a Banda MUlllcIpal
No "Jungfernkranz", à meia-noite, as m~ças casadOIras tonnava:n ma
roda com a noiva no centro. Com a roda gIrando cantavam a cançao
Jungfernkranz" e a noiva, de olhos vendados, es~olhia uma das moça~,
olocando sobre a cabeça da mesma a coroa nupcIal, e segundo a tradIão seria a
próxima a casar-se. Outro costwne er~ a noiva .dançar com os apazes e o
noivo dançar com as moças, em seg~.1lda .era feIta uma gran?e oda com os
noivos no centro, cantavam e o nOIVO tlrava a coroa nupcIal ia noiva. A
noiva jogava bem alto o seu buquê, que era muito disputado
leias solteiras. . . Em. setembro de 1962, começou a funcionar em Biumenau a Delag~cI.a
Dançar com a noiva, cortar um pedaço do ~éu, da!lç~r com ~ no~'o,
cortar um pedaço da gravata, colocando certa llnportancIa em dlll~leI'0 numa
caixinha para que os noivos tivessem wn bom começo de vIda, ,ão, entre
outros, alguns costumes que ainda hoje persistem em alguns ocais bem como o
hábito entre os pomeranos de os noivos, ao chega'em e~ casa, encontrarem pão
e sal sobre a mesa, para que, segundo a radição, nunca lhes tàltasse.
Esses costumes ou tradições pouco a pouco estão desaparecendo. E as
serenatas? Entre os amantes da serenata, além dos músicos :J.ue ao tenninar o
baile continuavam toca~do pelas ruas saudando ~ amanhecer era muito
conhecido Arthur RuedIger que tocava flauta e tlllha o hábito de reunir em sua
casa músicos e amigos para a serenata. Entre outros, participavam da reunião
José Martins, Vando, ~ri~o, e Chiquito.
O que fascina nesses cOI~untos ou bandas mUSIcaIS e, o fato de que
quase todos os nossos músicos tocavam e tocam por ~nor.a arte. Segundo o
Maestro Geyer - "não há diferença entre profiSSIOnaiS ~ amadore~, a diferença está
entre bons e maus músicos ". Os noss~s :onjuntos mUSIcais ou bandas contam
com elementos de todas as proflssoes. Para exemplificar, procuramos o
dirigente do Grupo Musical Cruz:iro, de Itoupa~a Alta. Esperamos horas
defronte a sua bela casa de enxa~:l que pareCIa deserta, entretanto, às 12 horas
em ponto, apareceu Helllflch Rohtbarth acompanhado de familiares, todos
enlame~dos, estaVAal,? col~lendo ~rroz. Engelbert Seiler, dirigente do Grupo
MUSIcal Gennamco, e. pedreIro, e pelas suas mãos foi construída a sede do
Sindicato. dos MÚSICOS de ~lumenau. Essa garra vem da primeva Biumenau,
pOIS os nossos ~Ol?lll~adores trouxeraln em sua bagagem os conhecimentos
mUSIcaIS lll-
disp~nsáveis à s~ f~nnação cultural, ministrados nas escolas da velha pátna
desde as pnmeIras letras.
Em 1962, o ilustre Prefeito Municipal de Blumenau H T ?eeke, cultor das
nossas tradições, cônscio da necessidade de ~s m~:%~~ se:em preservadas,
de Biumenau, sendo seu primeiro t ' Fra~ Baumgart. Pela Lei nO 1352, de 16 de
dezembro de 1965, ~f~so~~ cedIdo aos compo-?-entes da Banda Municipal,
por ensaio a que comparecess~~ .uma gratIfica.ç~o de meio salário mínimo
diário vigente no ~Ull1:I~IO, e uma gratIfIcação mensal ao maestro da banda
de meio saláno llllrumO. A banda é dirigida pelo músico Marc.íIio Pereira.
Anos se passaram e ~ :spírito das "MusikkapeIlen", apesar dos rev:zes e
.duas ?~rras mundIaIs, continua vivo como uma das manifestaçoes maIS
autentIcas e culturais da nossa Comunidade.
RegIOnal da Ordem dos Músicos do Brasil, sendo o professor de vIOIlllO
Leopoldo Kohl.bach, o pru.neiro Delegado, que a dirigiu até maio de 1979. U~a
das ~~IOres conqUlstas dos músicos, através do professor Koh1bach, ~Ol o
hora~IO de cinco horas de trabalho e o registro dos músicos no InstItuto
.NacIO~al de Previdência Social (INPS), como autônomos. A DelegacIa
~egIOnal da Ordem dos Músicos de Blwnenau atende a todo o. Vale do Itajaí.
Estão inscritos na Ordem dos Músicos os seguilltes C011Juntos e bandas
musicais: "Banda Musical Cavalllho Branco Ltda., O~ Montanari, Erinho e sua
Orquestra, Conjunto de Ritmo Society, Amen~a~ Band, Bandinha ~andeirantes,
Os Vilanenses, Grupo Musical ~ermall1co, .Grupo MU~Ical Cruzeiro,
Conjunto Os PistOlústas, MoaCIr e seu C011Junto, Bandínha Estrela do Vale,
os Azes, e outros.
. Em geral: os músic~s que integram as bandas ou co~untos musi-
caIs~ tocam ~aIs de um lllstrumento. Gustav Froehlich, fundador do ~o11Junto
MUSIcal "OS AZES", toca há cinqüenta e cinco anos todos os lllStrumentos de
sopro e também bandÔnion. Seu conjunto musical foi fundado em 1929. Gustav
Froehlich tocou sob a batura de Geyer e foi c?lega de Fra~ Baumgart, que o
auxiliou na formação do co~unto muSIcal. Pelas maos de Gustav FroehIich
passaram uma centena de músicos, aos quais ele. ensinou a tocar os
illstrumentos musicais que domina. ~~lmente o cO~junto é fonnado por sete
elementos: Gustav Froehlich, dingente, toca o llls~rumento ~usical, requisitado
pela partitura, para entrosar com os demaIS do c011Junto. Gustav Froehlich
Filho toca sax-tenor;. Hélio N?vaski, acordeon; Elmo Benner, pistão'Helmu;h
Schwanke, clanneta; Relllwald Hausmanll, bateria e João Alves Rodrigues,
contra-
baixo e guitarra. O repertório é de músicas típicas e regionais. O Conjunto
Musical "OS AZES" se apresentou em todo o Vale .do Itaja~ e cidades
vizinhas em bailes, festas dos Clubes de Caça e Tiro, socIedades,
casamentos, etc.
"Erinho e sua Orquestra" foi fundada em agosto de 1951, e desde essa
data com sua excelente orquestra, tocando sempre os sucessos da atualidad~,
tornou-se famosa não só em todo o estado de Santa Catarina onde abrilhanta
bailes de gala, formaturas, aniversários, carnavais, et~. mas também em
vários estados do Brasil. No R.io de Janeiro, tocou no Hotel Glória, na sede
do Fluminense Futebol Clube e Clube Sírio Libanês. Tocou em Curitiba, Foz
do Iguaçu, Ponta Grossa, Cascavel e em quase todas as cidades do norte e
sudoeste do ~araná. Tam?ém tocou em Passo Fundo, Vacaria, Carazinho e
outras CIdades do RIO Grande do Sul. Tocou ainda em São Paulo, Mato
Grosso do Sul e outros estados do Brasil. O dirigente da orquestra é Erich
Riedel, e a base da orquestra está nos músicos: Werner Arnold, Lupércio
Lobo, Paulo Aristides de Oliveira, Rogério Ângelo, Aristides Pedro da Silva,
Eurídice de Souza, José Sidnei Novaes, Cláudio Renato Baumann, Clóvis
Leopoldino de . Souza e Odinei Cunha. Participam também do conjunto as
cantoras Susana Riedel e Vera Lúcia Garcia.
O "Conjunto de Ritmo Society" foi fundado no dia 14 de junho de
1958 com o nome de Bandinha Jazz Society. Além do dirigente Max
Lindner: participam do cOl1iunto os músicos: Heinz Liermann, Ethenir
Nascimento, José Oliveira Dias, Norberto Schmidt, Flávio Leite, Osni
Erhard e Almir Lindner. Com bom a variado repertório musical, o conjunto
tocou em quase todas as cidades do estado de Santa Ca~arina, no Rio de
Janeiro Curitiba e diversas cidades do Paraná. O Conjunto tem duas faixas
gra'vadas no disco "Salve a Banda" e duas no disco "Antigamente era
assim".
O "American Band" tem sua sede em Itoupava Central e foi fundado
em janeiro de 1980. O conjunto é dirigido por Efron Harbs, que com os
demais integrantes: Edemar Coelho, Orlando Loes, Almirio dos Santos,
Suetonio Finardi, Jair Guedes e Rodolfo Rocsher, tocam boa música
variada, atuando em quase todas as cidades do estado de Santa Catarina, e
em diversas cidades do Paraná e Rio Grande do Sul.
A "Bandinha Bandeirantes" foi fundada no dia 4 de agosto de 1945.
Integram a bandinha, Wilhelm Knaesel - dirigente, Udo Kuehnen, Fides
Maul Walter Otto, Guido Piske, Robert Lelm, Amo Pylarate e Getúlio
Je~en. Com clarineta, saxofone, trombone, tuba, gaita, bateria e dois
pistões, alegram os locais onde tocam, principalmetne músicas
alemãs, em todo o Vale do Itajaí e outras cidades do nosso estado. Gra-
varam. quatr,? LPs e tem sua sede em Itoupava Central. (Knaesel integrou o
Coruunto Kameratschaft" até 1944).
".Banda Musical Cavalinho Branco Ltda." foi fundada em 1976 por
eX-llltegrantes d~ Estúdio Mu~ical 1!~versal e Rigo e seu Conjunto.
I~tegram ~ banda: RIkobert D~enng (~ITlgente), Marcos Doering, Marclel
poenng, Marcos Novaski, PerfeIto de Aguiar e Luiz Carlos de AguIar. PO:
ser banda típica é muito requisitada. Toca todos os anos durante dez dIas no
Othon Palace Hotel de Belo Horizonte/MG. Tocou ain~a no Pampulha Iate
.Clube na "N?ite na Baviera" e "Noite nos Alpes", t~mbém em Belo
Honzonte. No RIO de Janeiro, tocou no Hotel Intercontlllental, na "Festa do
Queijo e Vinho" e no Clube Gennânia na "Oktoberfest". Em Volta
Redonda/RI, na "Festa da Primavera" nos salões da Cas~ da Amizade. Em
São Paulo, na "Festa da Colônia Helvethia". Em IndaIatuba, no Pavilhão de
Esportes Cândido Mota e na "Noite de Munique", no Clube dos Oficiais da
Polícia Militar. No Rio Grande do Sul em Giruá, Agudo e Vila Sírio Santo
Cristo. Em Salvador, na Bahia to~ cou no Iate Clube da Bahia. Em Pousada
do Rio Quente - Caldas No~as Goiás, na "Semana Germânica". Em
Laranjeiras do Sul Paraná no Clu~ be Pinheiros. A banda já se apresentou
em quase tod~s as cidades de Santa Catarina, em bailes, festas típicas e onde
se fizer necessária a banda típica para abrilhantar festejos. A banda já lançou
quatro LPs. É contratada da Gravadora "Chantecler", de São Paulo.
A Orquestra "Os Montanari" foi fundada em 1958 em Conc6r-
d.ia/SC, por. Bruno. Montanari, que dirige a orquestra e é taI~bém compo-
s~tor de maIS de. clllqüenta peças musicais que fazem parte dos dezenove
dISCOS gravados. O título do décimo nono disco é "Os Montanari - 25
Anos". A orquestra veio para Blumenau em 1977, e além da extensa folha
de apresentações em Santa Catarina e também pelo Brasil, inclui
apre~entaç_ões I~O exterior como na Argentina e Paraguai. As gravações
elétncas sao feItas em São Paulo, com vários selos: Continental, Chantecler,
Musicolor e Alvorada. O repertório inclui cinqüenta por cento de músicas
germânicas e o restante música variada. A orquestra é formada pelos
músicos: Darci, Genésio, Nadir Antônio e Moacir José, fIlhos de BrUl~o
Montanari e ainda, Henrique Jacó Bento, Hélio Ricardo Som1tag, Rem
Saptkamp, Mercy Adelar Falk e Valdique Wilson dos Santos. Vivem da
música e com o 19° disco lançado, festejaram em 1983 o seu 25° aniversário
de fundação.
O "Grupo Musical Cruzeiro" foi fundado no dia 7 de setembro de
1939, como "Jazz Cruzeiro", por Heinrich Rohtbarth, Haroldo Bruch
e Walter Fritzke. O conjunto foi aumentado com a admissão, inicialmente, de
Amo Fritzke, irmão de Walter, depois ~artin Mahnke, que t?cava trombone,
Jacob Froehlich, pistão e AMor Teske, c~.ntrabalxo. Alguns desses não mais
vivem, entretanto, transformaram o . Jazz C/~zeiro" em "Grupo Musical
Cruzeiro", que conta com os s~gumtes rr.'-USIcos: Heinrich Rohtbarth
(bandônion), Bemhard Otto (clanneta), Wil~on Schaade (gaita e órgão), Renato
Rohtbarth (sax-tenor), N~rbert Behl1~g (sax-alto), Osnir Karl (pistão), Sido
Li~ (trombone), Ren~l~o Correa (contrabaixo e canto) e Ivo Hass (batena). O
grupo toca prmclpalmente músicas alemãs, e além de tocar em Blumenau,
apresentou-se em quase todas as cidades de Santa Catarina. É um dos mais
antigos conjuntos musicais de Blumenau e tem sua sede em Itoupava Alta.
O conjunto "Os Pistonistas" foi fundado no dia. ~ de outub.ro de 1981
no bairro de Salto do Norte, em Blumenau. Dmge o conjunto, Milt~n Bennertz
que toca pistão, Gerson Beck (pistão), Carlos Beck (trombone), Nelson Beck
(acordeon), Raul.Doeringer .(sax-alto), .Max Ricardo Duwe (bateria) e Odílio
Sílvio LenOlr (contrabalxo) .. ~ ~onJu~t.o toca na maioria músicas típicas.
Tocam em Blumenau e mUl1lClplOS VIZl-
nhos.
O conjunto "Os Vilanenses" foi fundado no dia 26 ~e out~bro de
1974, por Valdemar Dix, Udo Ueckert, Ar~o Ueckert, Alcldo Milbratz, Renato
J ensen, Charles Ulrich e Eduard Ulnch. Em .1978, entrou ~ara o conjunto
Valfrido Loes. Em 1980, Udo Ueckert des~lgou-se ~o conJ~?to, sendo
substituído por Osmar Kaestner. O repertóno é. vanado e Ja se apresentaram em
quase todo o Estado de Santa Catanna ~ Paraná. O conjunto tem sua sede em
Vila Itoupava, Blumenau. O conjunto lançou um LP com o nome de "So Sind
Wir" (Assim Somos Nós).
O Grupo Musical "Germânico" de Testo Sal~o foi .~ndado no dia 6 de
janeiro de 1979 pelos músicos Engelberrt Seller (dmgel~e qU(~ toca
contrabaixo, tuba e corda), Amo Kellermallli (acordeon e órgao) e e o
encarregado dos ensaios, Reno Voigt (sax-alto),. Eralf Ittner (~ax:tenor) , Harri
Voigt (primeiro pistão), Heinz Hinschl~g (segul~do plstao), Walfrido Voigt
(trombone e clarineta) e Adelino Stelck (batena): Em ~utubro de 1981, Reinaldo
Tiedt substituiu o baterista. O repertóno é pr1l1cipalmente de músicas alemãs.
Apresent~ran~-se, alé~~ de Blumenau, em diversas cidades de Santa Catarina.
O pnmerro LP fOl gravado em fe~ereiro de 1980, com o nome de "Unser lieber
Blumenau" (Noss~ que~lda Blumenau), e o segundo gravado em 1981, c0rr.'- o
nome. de Lust:g~r Bass" (O Baixo Alegre). Alguns músicos do Conjunto
MU~lcal ~erm~11lco são oriundos de outros conjuntos musicais, como Hemz
H1l1sch1l1g,
que tocou no Conjunto Oriental, dezoito anos. Engelbert Seiler tocou no Jazz
Guarani, quinze anos. Walfrid e Harri Voigt também tocaram no Jazz Guarani.
Reno Voigt tocou no Conjunto Guanabara de Indaial e Reinaldo Tiedt, doze
anos no Conjunto Estrela do Vale.
"Moacir e seu Conjunto" - Moacir Coutinho começou em 1958, no
Conjunto "Jazz Society", com Max Lindner. Na ocasião, o conjunto era
formado por oito elementos. No LP "Antigamente era assim", o conjunto
gravou duas faixas: "Em Forma", dobrado de Franz Baumgart e o maxixe
"Havanera", de R. Rockstroh, antigo compositor nascido em Brusque. Os
arranjos para o LP foram feitos por Rikobert Doering. No dia 15 de janeiro de
1966, Moacir Coutinho fundou o seu próprio conjunto com sete elementos:
Moacir Coutinho (guitarra, bateria e contrabaixo), Osni Coutinho (órgão,
acordeon, piano e bateria), Pedro Paulo Silva (bateria), Nelson Ewald
(sax-tenor), Oswaldo Hostins e Efron Harbs (pistão), e Vilmar Degan
(contrabaixo). Em 1977, "Moacir e seu Conjunto" tocou na abertura do
"Fantástico, o Show da Vida", a música "Blumenau", que foi gravada quando a
Sociedade de Caça e Tiro Ribeirão Itoupava festejou seu centenário .. No LP
"Salve a Banda", Moacir e seu Conjunto participa, interpretando, com arranjos
de sua autoria as faixas "No Céu Azul de Blumenau" e "Lembranças de
Pirabeiraba".
"Bandinha Estrela do Vale" - O "Conjunto Passo Manso", com os
componentes Rolf Nass (violão), Harald Nass (bateria) e Heliodor Wellwok
(acordeon) tocavam em festinhas, casamentos, aniversários, etc.
Posteriormente Rolf Nass passou a ser baterista do "Busch e seu Conjunto",
que se compunha ainda de Alex Busch (bandônion), Alfred Busch (sax-tenor),
Egon Schwanz (acordeon), Heinz Busch e Harri Schwanz (clarineta). Em
1964, Harri Schwanz, Egon Schwanz e Rolf Nass passaram a integrar o "Jazz
Guarani", ao qual se juntaram os músicos Fridolino Schwanz, Harri Glatz,
Udimar Resner e Arani Boeringer. Com a admissão de mais alguns músicos,
formou-se a bandinha "Guarani", integrada por Harri Glatz, Reno Voigt,
Walfried Voigt, Harri Voigt, Engelberto Seiler, Harri Schwanz, Egon Schwanz
e Rolf Nass. Da bandinha "Guarani" formaram-se o "Grupo Musical
Germânico" e o "Grupo Musical Guarani". Rolf Nass, Egon Schwanz e Harri
Schwanz formaram a "Bandinha Estrela do Vale", no dia 14 de fevereiro de
1981, com mais os seguintes integrantes: Harri Schwanz (sax-tenor e maestro),
Egon Schwanz (acordeon), Rolf Nass (guitarra, baixo e empresário),
Claudemir Machado da Silva (guitarra), Hélcio Fritzke (trombone de vara),
Helmuth Schwanke (clarineta), Udo Otto (pistão) e Osni Mathes (bateria).
Tocam em bailes, casamentos, festas nos Clubes de Caça e
Tiro e outros locais. Tocaram em quase todo o estado de Santa Catarina e
também no Paraná.
Os músicos, para se associarem à Ordem dos Músicos do Brasil e
receberem a Carteira Profissional, devem se submeter a exame e muitos
músicos das nossas bandas e conjuntos musicais tiveram que estudar para
preencher os requisitos, entre eles, Rolf Nass, que estudou alguns meses com o
Sargento João Tizotte Penteado (1969).
Além das bandas e conjuntos musicais filiados à Ordem, muitos outros
funcionaram e ainda funcionam no Vale do Itajaí. As bandas ou conjuntos
musicais não têm uma estrutura fixa. Muitos começam, tocam um determinado
tempo, se desintegram, e os músicos geralmente participam de outros
conjuntos, ou fonnam novos. Do antigo "Jazz Catarinense" e "Jazz Aurora"
formou-se o "Quinteto Catarinense", do qual participaram: Carlos M. Rabitz
(contrabaixo), Lindolfo Erdmann (bateria), Gennano Kreutzfeld (bandônion),
Guilherme M. Rabitz (violino e regente), e Oswald Fiedler (pistão, acordeon e
trombone). Este quinteto deu origem à famosa "Erinho e sua Orquestra" e
também de "Lindolfo e seu Conjunto". De "Baumgart e seu Conjunto" (Studio
Universal) e "Rigo e seu Conjunto" originou-se a "Banda Musical Cavalinho
Branco Ltda.", que tanto alegra a nossa cidade e outros locais com seu alegre
repertório. Outros conjuntos ou bandas ainda hoje são lembrados, como
"Nandinho e seu Conjunto", com cinco componentes: Nandinho na guitarra,
José Martins na bateria, Mário Santos no acordeon, Vando Cunha no
contrabaixo e Dalmo Juarez, cantor. Tocavam música variada em todo o
estado, e no Rio de Janeiro tocaram no Fluminense. O conjunto que iniciou
suas atividades por volta de 1951, desintegrou-se depois de dez anos de grande
sucesso. Também foi grande sucesso o "Jazz Garda", com Afonso Moreira no
sax, Marcelino de Aguiar no trombone, Chiquito no sax-tenor, Franz Baumgart
no contrabaixo, Lauro Pereira (Lalinho) na bateria, Abílio Coelho no pistão e
Eugen Seelbach (participava da Orquestra do Teatro "Carlos Gomes") no
violino.
Um conjunto que marcou época em Blumenau por ser integrado por
jovens com idade que variava entre 7 e 16 anos e que foram um grande sucesso,
foi o conjunto "Os Brasileirinhos", que foi fundado no dia 1 o de novembro de
1961 pelos innãos Krause. Sérgio (11 anos) no acordeon, Sílvio (9 anos) no
violino e Silvério (7 anos) na flauta doce. Após um ano mais ou menos,
Silvério passou a tocar sax-alto. Tocavam mais por amor à arte do que pelos
contratos remunerados. Em 1963, o número de componentes passou para
cinco, com a inclusão dos irmãos Kienolt. Álvaro (9 anos) no acordeon e Flávio
(7 anos) no violino. Em
1964 ingressou no conjunto o baterista Reno Fischer e logo após o saxt~nor
Celito Kienolt. Sérgio Krause se revezava no acordeon trombone e pIstão. Lo?o
_depois o c?~unto passou a contar com Hans' José Lindemann no pIsta~
e.b~ndohm. !ratando-se de um conjunto fonnado por jovens, as substItUlçoes
?COrrIam com freqüência, e as desistências também. Em 19~8,_ o cO~lJ~nto
compunh~-se de Sérgio Krause (acordeon, trombone ~ plstao), SIlvIO Krause
(guItarra-base), Silvério Krause (sax~lto), ~érglO Passo~d (sax-tenor), Hans José
Lindemann (pistão e bandolu:n), Alvaro ~. Klenolt (contrabaixo), Flávio Kienolt
(violino) e Reno Ftscher (batena). Pelo conjunto passaram vários músicos e, em
1978 compunha-se ?e ,S~rgio Krause (pistão e trombone), Sílvio Krause (gui~
tar~a-base), Sl1veno Krause (sax-tenor e sax-alto), Pituia (bateria), Joel
(guItarra-solo), Sarnmy (contrabaixo) e Cluser (órgão). Tinham sua sede na Rua
Gustavo Budag nO 187, no bairro da Velha. "Os Brasileirinhos" eram convidados
com freqüência para ahrilhantar festividades. No dia 9 de outubro de 1965, "Os
Brasileirinhos" se apresentaram em Curitiba, na promoção da Associação
Prosdócimo, "Uma Noite de Primavera". Os cinco garotos: Sérgio, Sílvio,
Silvério, Flávio e Álvaro, conforme a nota Il;0 jornal, foram impecáveis na "Valsa
da Primavera". A orquestra minm de B1wnenau foi muito aplaudida. No dia 25
de outubro de 1968 "Os Brasileirinhos" tocaram na festa da Igreja "Cristo Rei",
da Velha e ~ inclusão de um bandolim elétrico no conjunto e também o novo
unif~rme foi notícia. Tocaram ainda, entre outros locais, no Salão Paroquial de
Ascurra, em Clubes de Caça e Tiro do Vale do Itajaí, na inauguração do Centro da
Juventude "Porta Aberta", de Blumenau, no dia 17 de agosto de 1969' na festa do
Imigrante, nos dias 26 e 27 de julho de 1969, em Presidente Getú~ lio; no 20
Festival da Juventude, em Timb6; no 30 Festival da Juventude realizado em
Brusque, e muitas outras apresentações que marcaram a passagem dos garotos
com sua maravilhosa música. "Os Brasileirinhos" receberam vários troféus e
também homenagens, entre elas a do Grêmio Esportivo Dr. Blumenau, que
conferiu ao conjunto, pela sua "capacidade e exemplar apresentação", o título de
"Honra ao Mérito", relacionado no mesmo título os nomes, idade e instrumentos
tocados por cada componente. "Atualidades Show" conferiu ao conjunto, em 1 o
de dezembro de 1968, um belíssimo troféu, o de melhor conjunto de 1968. a
"Revista do Rádio" conferiu ao co~unto o troféu de "Conjunto mais Popular"- 1 o
lugar em 1970. A Câmara Municipal de Blumenau homenageou o conjunto com
uma placa de prata com os seguintes dizeres: "Esta homenagem é oferecida ao
conjunto 'Os Brasileirinhos' que por 15 anos traz alegria à população através da
música. 10 de novembro de 1961 -10 de novembro de 1976. Câmara
Municipal de Blumenau". "Os Brasileirinhos" tocaram ainda por algum
tempo, depois o grupo se desfez.
Os instrumentos musicais tocados pelos componentes das bandas,
variam de um para outro grupo. Enquanto que "Os Alucinantes", grupo
formado no dia 3 de março de 1983, com sede em Badenfurt, integrado por José
Neri Weber (bateria), Osmar Walzeit (guitarra), Udo Otto (pistão), Harry
Benjamim Alves (contrabaixo), Afonso Oeschler (acordeon), Herbert Lach
(trombone), Conrado Will (sax-tenor), Roland Lach (saxalto), a bandinha
"Penzlien", integrada por Heinrich Penzlien Sênior (bumbo), Wilhelm Penzlien
(trombone), Amoldo Penzlien (bombardino) e Heinrich Wilhelm Bernhardt
(pistão), alegrava os moradores das margens do rio Itajaí-Açu, quando subiam
pelo vapor Blumenau I, comandado por Hacklaender, que em certa ocasião
disse: "Nunca tive a bordo uma famaia tão alegre". Heinrich Penzl ien era
natural da Alemanha, da região de Badenstadt, distrito de Zeven.
Acompanhado da família, em 1923, estava em Blumenau, alegrando a todos
com sua música, apresentando-se em festas de casamento, bailes, paradas e em
diversos locais como Timbó, Baú, Gaspar (Hotel Silva), Belchior, Velha (Salão
Wolfram e Salão Brueckheimer), Fidelis, Salão Gresser, Salão ZimmermaIll,
Fortaleza (Salão Tribess) e outros mais.
Muitas das nossas bandinhas têm as suas bonitas interpretações
gravadas em disco. O primeiro LP foi "Antigamente era assim", e dela
paraticiparam, entre outros conjuntos musicais, o "Jazz Society", fundado por
Max Lindner e Moacir Coutinho, com as faixas "Em Forma", dobrado de F.
Baumgart e o maxixe "Havanera", de R. Rockstroh (antigo maestro de
Brusque). A banda da Sociedade Recreativa e Cultural Timbó, com as faixas
"Sete de Setembro", de autoria do maestro João Müller e a marcha dobrado
"Recordação", de Niel Niel.. A banda do Club Musical São Pedro, de Gaspar,
com a valsa "Neide", de Francisco Prada e a marcha dobrado "N° 12", de antigo
compositor catarinense. O conjunto Real Catarinense, de Blumenau, formado
na ocasião por sete músicos, sob a regência de Egon Kaestner, gravou no LP a
polka "Brisa" e a valsa "Trivali", ambas de Niel Niel. O conjunto musical
Alvorada, de Blumenau, fundado em fins de 1961, regido por Amo Metzger,
formado por seis músicos (acordeon, bombardino, pistão, trombone,
contrabaixo e bateria), participa do LP com as composições de Johann Brussig,
"Mensageiros do Amor" e "Concórdia".
Do LP "Salve a Banda" participaram as seguintes bandinhas do Vale do
Itajaí: "Os Bandeirantes", de Lontras, regida por Amário Pokrewiecki,
partidipa do LP com a "Valsa dos Bandeirantes" e "Chorema",
arranjo de Amário Pokrewiecki. A "Banda Cavalinho Branco" de Blumenau,
com os arranjos de Rikobert Doering, "Liechtensteiner 'Polka" e o potpourri
sobre as músicas "Salzkarnrnergut", "Waldeslust" e "O Du Liebe Augustin".
Bandinha "Verde Vale", de Pomerode, regida por Wolfgang M. Krueger, com
"16 de Agosto", de Wolfgang M. Krueger e "Luar sobre Pomerode", de Alwin
Porath. O Conjunto de "Ritmo Society", com os arranjos de Max Lindner,
"Contos dos Bosques de Viena" e "Férias na Suíça".
Também gravaram LP as bandas: Cavalinho Branco, Bandinha
Bandeirantes, Os Montanari, Os vilanenses, Grupo Musical Germânico e
outras. Uma gravação muito bonita é o LP "Blumenau Bandoneon Duo", de
Radloff e Weise.
No dia 7 de janeiro de 1980, foi fundada a Associação Profissional dos
Músicos Profissionais do Vale do Itajaí - Blumenau/SC, que tinha sua sede na
Rua Luiz Altemburg Sênior, nO 37 e que foi registrada na Delegacia Regional
do Trabalho do Estado de Santa Catarina sob nO 421, no livro nO 4, fls. 10, em
17 de dezembro de 1980, conforme o artigo 558 e seus parágrafos, da
Consolidação das Leis do Trabalho.
Max Lindner, responsável pela Associação, conseguiu com dedicação e
trabalho que a mesma fosse reconhecida sob a denominação de Sindicato dos
Músicos Profissionais de Blumenau, conforme Carta do Ministro do Trabalho,
Doutor Murillo Macedo, datada de 3 de outubro de 1983 e publicada no Diário
Oficial de 6 de outubro de 1983 - Seção I, 17119 - Brasília/DF. A Carta
continha os seguintes dizeres: "O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO -
FAZ SABER a quantos esta CARTA virem que, atendendo ao que requereu a
'Associação Profissional dos Músicos Profissionais do Vale do itajaf', com
sede em Blumenau, no Estado de Santa Catarina, resolve aprovar o respectivo
Estatuto, e reconhecê-la, sob a denominaçdo de SINDICATO dos Músicos
Profissionais de Blumenau, código 010.185.0/705-0 como sindicato repre-
sentativo da Categoria Profissional - Músicos Profissionais - Integrante do 2 o
Grupo - Trabalhadores em Empresas de Difusão Cultural e Artística - do
Plano da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos
de Educação e Cultura, na base territorial dos municípios de Blumenau,
Itajaí, Gaspar, Brusque, Botuverá, Guabiruba, Rodeio, Ascurra, Timbó,
Benedito Novo, Rio dos Cedros, Massaranduba, Pomerode, Indaial,
Jaraguá do Sul, Navegantes, Penha, Piçarras, Luiz Alves, Ilhota,
Balneário de Camboriú, Itapema, Porto Belo, Camboriú, Rio do Sul,
Lontras, Presidente Getúlio, Ibirarna, Dona Emma, Witrnarsum, Salete,
Rio do Oeste, Pouso Redondo, Agrolândia, Agronômica, Aurora,
11.
Atalanta, Presidente Nereu, Vidal Ramos, Imbuia, Ituporanga, Rio do Campo, conquista do reconhecimento oficial do Sindicato dos Músicos Profissionais de
Tai6, Laurentino e Trombudo Central, com sede em Blumenau no Estado de Blumenau.
Santa Catarina de acordo com disposições da CONSOLIDAÇÃO'DAS LEIS O Sindicato possui sede própria à Rua Luiza Lukas, 172, em Salto do
DO TRABALHO. - Brasília, 03 de outubro de 1983. Ass. Murillo Macedo ". Norte.
Com despacho da Carta, veio a eleição (Cédula Única) da primeira
diretoria, que ficou assim constituída:
Diretoria
Efetivos: Max Lindner, Oswaldo Hostins, Alibert Rausch
Suplentes: Efrom Harbs, Charles Félix Ullrich e Paulo Henrique Techentin
Conselho Fiscal
Efetivos: Rikobert Doering, Heins Hinsching, Raul Deringer
Suplentes: Valdir dos Santos, Milton Bernhardt, Ivo Altamiro Espindola
Delegados Representantes
Efetivos: Max Lindner e Alibert Rausch
Suplentes: Oswaldo Hostins e Efrom Harbs.
Com "chopp" e muita música, no dia 20 de fevereiro de 1984, foi empossada
a primeira diretoria do Sindicato, com a presença de Yedo Albino Jaques,
representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação e Cultura;
Hardy Zedana, presidente do Sindicato dos Músicos Profissionais de Porto Alegre;
Jaime Luiz Coelho, representante do SIPEDECA; Carlos Antonio Gerlach,
presidente do Conselho da Ordem dos Músicos do Brasil - Seção de Santa Catarina.
Estavam ainda presentes, entre outros, o prefeito Dalto dos Reis, o vereador Ivo
Hadlich, o assessor jurídico do Sindicato, Dr. Sílvio Borges de Jesus e a professora
Edith KOrmaIU1. Max Lindner, pelo trabalho realizado, recebeu muitas
congratulações, entre elas, da Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina,
da qual recebeu o seguinte telegrama: "Ao tornar conhecimento Senhor Ministro
do Trabalho assinou Carta Sindical vg reconhecendo et aprovando Sindicato
dos Músicos Profissionais Blumenau vg pioneiro em Santa Catarina nessa
categoria vg Assembléia Legislativa vg por proposição deputado Álvaro
Correia vg tem a honra et a satisfàção cumprimentar intermédio V. sa
diretoria e associados novel entidade pelo significativo evento pt Ao destacar
trabalho et esforço Vossa Senhoria pelo objetivo alcançado vg manifestamos
certeza doravante músicos 45 municípios filiados novo Sindicato terão devido
amparo et garantia em sua nobre atividade pt Saudações - Deputado Lauro Hermann Ruediger, filho de Friedrich e Magdalene Rau Ruediger, nasceu
André da Silva, 10 Secretário - Sala das Sessões em 10 de setembro de 1983 - no dia 19 de dezembro de 1843, na Saxônia - Alemanha. Veio para o Brasil em
asso Álvaro Correia -Deputado". 1862 e no dia 30 de outubro de 1864, casou-se com Frederike filha de Caroline
Também a Câmara Municipal de Blumenau enviou correspondência datada Malmke e David Seibe.
de 17110/1983, com o conteúdo do requerimento nO 308/83, de autoria do Músico 'notável tocava mais de seis instrumentos musicais. Fundou e
vereador Vitório Pfiffer, aprovado opor unanimidade pelos Edis, no qual apresenta dirigiu o primei~o conjunto musical da Colônia Blumenau (Musikkapelle),
as congratulações do Poder Legislativo a Max Lindner, pelo seu trabalho na conjunto que tomou parte na festa e na procissão de São Paulo
em 1865. A procissão fez o trajeto entre a Igreja e o porto de Blumenau.
Ruediger foi músico e dirigente de corais na Alemanha e com sua ex-
traordinária versatilidade e capacidade musical alegrou o alvorecer da Colônia,
ensinando música e regendo corais.
N o dia 3 de setembro de 1871, quando a Sociedade de Canto
"Germânia" festejou seu aniversário no salão Baumgarten, além dos oito
números de canto executados pela sociedade de canto, Ruediger preparou para
as festividades variações para flauta com acompanhamento de quarteto,
números que foram muito bem executados e aplaudidos. Em seguida, o baile
que durou até o amanhecer.
Ruediger fundou em 1875, a "Urânia", primeira sociedade mista de
cantores (homens e mulheres), depois chamada de "Hannonie", que no dia 11
de setembro de 1883, no salão Baumgarten, festejou com muita alegria os seus
oito anos de existência. A mais importante e primeira banda musical da época
foi a "Musikkapelle Ruediger". Os concertos de Ruediger eram realizados pelo
Natal, Páscoa, Pentecostes e em todas as comemorações importantes da
Comunidade. O conjunto Ruediger estava sempre a postos e nos bailes dos
Atiradores, às 19,30 horas em ponto, convidava com fortíssimo toque de
trombeta os presentes para formarem para a "polonaise". Depois de Ruediger,
outros conjuntos musicais foram surgindo, bem como verdadeiras bandas
musicais, inclusive no interior da Colônia. Das bandas destacou-se a de Karl
Lingner, ou Lingner Kapelle, que se uniu a Ruediger, formando a Banda
Ruediger & Lingner, que estava sempre presente nas comemorações mais
importantes da Comunidade. O terceiro concerto da Banda Ruediger &
Lingner, conforme o "Blumenauer Zeitung" de 27 de setembro de 1884, foi
realizado à noite, alegrando muito os presentes que solicitaram outros
concertos a noite. As peças foram muito aplaudidas, principalmente a fantasia
para flauta e os "echo scherzo". O concerto de Natal foi noticiado no "Blume-
nauer Zeitung" de 20 de dezembro de 1884, como "Konzert der Ruediger &
Lingnerschen Kapelle". O convite formulado foi o seguinte: "Am ersten
Weinachtsfeiertage 3 112 Uhr, Konzert der Ruediger & Lingnerschen Kapelle
bei dem Unterzeichneten und wird dazu mit dem Bemerken eingeladen dass das
Konzert im Freien auf einem dezu besonders mit Zelten Baenken und Tischen
und hergerichteten Platze stattfindet. Fuer gute Getraenke, gute Bedienung und
wuerd bestens gesorgt. Blumenau den 17 december 1884. Theodor Lueders ".
Era um convite para um concerto ao ar livre com bancos, mesas, boas
bebidas e bom atendimento. A "Ruediger & Lingnerschen Kapelle"
espalhava alegria onde atuava.
Para o IV Centenário do Descobrimento do Brasil, festejado no
dia 3 de maio de 1900, a comissão dos festejos em Blumenau, integrada pelos
deputados estaduais, Peter Christian Feddersen, Francisco Margarida, Louis
Abry, coletor Francisco da Cunha Silveira, superintendente José Bonifácio da
Cunha e do comerciante Rudolph Altenburg, incluiu um concerto no Teatro
"Frohsinn", regido pelo Maestro Ruediger. Na ocasião, foram realizados bailes
no Teatro "Frohsinn", Sociedade de Atiradores e salão de Richard Holetz. No
dia 18 de maio de 1901, Ruediger apresentou um concerto em homenagem ao
Dr. Felippe Schmidt, que visitava Blumenau. Ruediger também apresentava o
seu aplaudido Coral "Harmonie" em festas beneficentes, participando
inclusive de extensa programação no dia 15 de dezembro de 1902, no Teatro
"Frohsinn", para angariar fundos para a Igreja Evangélica. As apresentações
conjuntas com a Sociedade Teatral que funcionava no salão de Johann
Schreepp desde 1872, eram freqüentes. Ruediger fundou em 1898 o "Club
Musical" , que realizou no dia 25 de abril de 1903 uma grande festa no jardim
do Teatro "Frohsinn". O concerto apresentado das 6 às 8 horas da tarde teve a
participação do Coral "Harmonie". Em seguida começaram as apresentações e
entre elas "Os Dois Vagabundos", valsa humorísticadueto de A. Knoche, e
ainda "Guilherme, Por Que Não?", quarteto duplo, de C. Kuntze e muitos
outros números divertidíssimos. O "Gesangverein Harmonie" fazia suas
apresentações no Teatro "Frohsmn" .
Em 1905, Ruediger programou uma apresentação da Sociedade de
Canto "Harmonie", no dia 8 de julho, quando apresentou números de canto
pelo coral misto e também feminino. Como último número da primeira parte
foi apresentado um sexteto com cenas humorísticas acompanhado de um
terceto, "O Aniversário do Rei (Kaiser) na Caserna". Depois de uma pausa de
15 minutos, foi apresentado o número de canto "Zigeunerlager"
(Acampamento Cigano), da ópera "Preciosa" de Carl M. von Weber. A
Sociedade de Canto "Harmonie", que fazia suas apresentações no Teatro
"Frohsinn", no primeiro dia de Pentecostes de 1912, apresentou uma grande
programação no salão de Richard Holetz. Foram apresentados: "A Vingança do
Mímico", peça em dois atos com canto de A. Guenther; "O Rato", comédia em
um ato de Paul R. Lehnhard, para seis damas; "Adeus", canção para coral misto
de J. Klein; "Hans Taps com o Professor de Dança", de Emil Winter, cena
humorística com canto e dança para dois cavalheiros e uma dama; "A Noiva
Ginasta" , de Robert Hertwig, cena humorística com canto para três damas. Na
mesma noite, a Sociedade de Canto "Harmonie" convidou os presentes para, no
dia 12 de julho de 1912, assistirem nova programação com "Kraenz-
chen". As apresentações continuam e no dia 25 de agosto de 1912, a
apresentação constava dos seguintes números: "Golpe Pitoresco", comédia
em um ato; "Papai consentiu", musical em um ato de G. Moser e A.
L'Arronge; "Quem carregará a Frigideira?", de Ernst Simon, segundo uma
poesia de Fritz Reuter, terceto humorístico para três vozes (dois cavalheiros
e uma dama); "Na Armada, uma Hora de Instrução para Mulheres", de M.
Boehm, jogo dramático em um ato para três cavalheiros e seis damas. Para
o Natal, Ruediger apresentou no salão de Richard Holetz um programa em
suas partes. Na primeira para o coro misto cantou de J. C. Willi "Quem
Descobriu a Primeira Canção". Em seguida, em um ato, de L. Berthold, foi
apresentada a cena "Ele Esqueceu Algo" e "O Míope", uma divertida
cançoneta. Na segunda parte, o coro misto cantou "Na montanha não há
inundação", de C. Simon. Foi ainda apresentado o jogo dramático em um
ato de W. Lorenz "Um Criado Formado" e a cena humorística "Rommel e o
Grande Tambor".
19[3, Ruediger chega à casa dos setenta anos de idade, porém
continua dirigindo a Sociedade de Canto "Harmonie" que ele fundara,
apresentando noites de arte com a inclusão de peças teatrais. No dia 22 de
junho de 1913, apresentou com o coral misto "Despedida Amarga" e a peça
teatral "Anos de Servidão", comédia em um ato, de C. Milchert e ainda,
"Em Maios" , de Brambach, pelo coral feminino. Na segunda parte foram
apresentadas a peça cômica de Paul Perron "Eu e Minha Sogra" e "Meu
Maior Desejo é Cantar", de C. Willi, com o coral misto. Para o dia 17 de
novembro de 1913, Ruediger elaborou a programação da noite artística da
qual faziam parte: "Primavera", de P. Trautenfels; "No Quarto das
Crianças", comédia em um ato, de Oscar Justinus; "O Fiel Coração
Alemão", de J. Otto e "A Chave da Casa", comédia em um ato, de E.
Hirthe.
Ruediger não esmorecia, apresentava concertos, teatros, etc., porém
no dia 17 de novembro de 1913, a Sociedade de Canto "Hannonie", contou
com a colaboração de Ernst Bernhardt na parte musical. Bernhardt
apresentou a abertura de Boeldieu "O Calità de Bagdad" , pela sua banda
musical, apresentou ainda a fantasia da ópera "Martha", de Flotow. A
Sociedade de Canto "Harmonie" apresentou a comédia em um ato de E.
Hirthe "A Chave da Casa" e de Trautenfels, "Primavera". Da programação
fazia ainda parte a apresentação dos patinadores Ericino Berdino e sua
esposa Eulália, que promoveram uma corrida de patins. Ruediger
continuava em atividade pois no dia 31 de outubro de 1919, aos setenta e
seis anos de idade, convocou a Sociedade de Canto "Harmonie" para uma
assembléia geral em sua residência. Com idade avançada, Rue-
diger presenteou o Maestro Geyer com a sua batuta.
Ruediger, além de músico, regente de bandas, corais e dirigente de
teatro, também era negociante e, no dia 10 de julho de 1883 instalou um
negócio de secos e molhados, relojoaria, fábrica de objetos de ouro e prata e
venda de instrumentos musicais, à Rua 15 de Novembro, esquina com
Amadeu da Luz. O negócio girava sob a firma comercial Hermann
Ruediger & Filhos. Em 10 de março de 1906, a firma passou a chamarse
Hermann Ruediger & Cia., fazendo parte o pai Hermann Ruediger Senhor e
seu filho Oskar. Com o falecimento de Oskar, assumiu os negócios, Arthur
que faleceu moço. O prédio que pertencia à família Ruediger foi demolido
em 1962 para dar espaço ao Edifício Impala. Toda a quadra pertencia à
família Ruediger. No jornal "Der Urwaldsbote" nO 38, do dia 9 de
novembro de 1926, está inserida a nota de falecimento de Hermann
Ruediger Senhor, que faleceu de derrame cerebral no dia 4 de novembro de
1926, às 4 horas da manhã, aos 83 anos de idade.
Ruediger foi atendido ainda em vida pelo Dr. Küebel e pelo Pastor
Schroeder que o homenageou na sepultura com cantos e orações.
Teve quatorze filhos, dos quais sete já haviam falecido. Deixou
ainda quarenta e oito netos e trinta e dois bisnetos. Entre os bisnetos está
Ramiro Ruediger, que foi vice-prefeito e prefeito de Blumenau, presidindo,
também, por muitos anos, a CME (Comissão Municipal de Esportes) de
Blumenau.
Franz Baumagart, o músico, o regente, o improvisador que, sem
formação acadêmica, ensinou tudo o que sabia e o que era necessário para
formar conjuntos ou bandas musicais. Que com o seu surrado terno preto, a
gravata borboleta mal afixada, que deixava de comer para comprar papel
pautado para escrever músicas para seus alunos, amigos músicos e
dirigentes de "Musikkapellen", se transfigurava quando regia e, quando à
frente da Banda Musical, desfilava com um garbo indescritível, alegrando o
Vale do Itajaí com suas apresentações, faleceu pobre, sem alarde, e sua
passagem pelo nosso Verde Vale foi brilhante como se pode constatar pelo
elevado número de músicos que passaram pelas suas mãos. Temperamental
como todo artista, CHICO, como alguns o chamavam carinhosamente, foi o
músico do povo.
Francisco Baumgart nasceu na Alemanha (Berlin), no dia 6 de no-
12.
vembro de 1887. Estudou no "Conservatório de Música Petersen" até os 12 anos
de idade. Aos 16 anos, acompanhado de seus pais Errúlio e Pauline Baumgart e
do irmão Otto, embarcou no vapor "Argentin~", que aportou no Brasil no dia 19
de fevereiro de 1904, sendo encaminhados para a ilha das "Flores". Um ano
depois, seu ir,rnãO ~tto volt.ou para.a Alemanha e Franz, com seus pais, foi
para Arutápohs. DepOIS de dOIS anos resolveram ir para Ibirama (Hammonia),
onde adquiriram, em Rio Rafa~l terras. Trabalhavam na lavoura e fabricavam
tamancos. Rio Rafael, na época era um lugar tão desolado que os colonos ~ue .lá
se fixaram o batizaram com o nome de "Neu Elend" (Nova Mlséna). Franz, que
estudara música na Alemanha, além de trabalhar na lavoura teve oportunidade
de participar do Conjunto Musical Sperber e SeltmmID. No dia 11 de dezembro
de 1918, Francisco Baumgart casou-se com Anna Koglin, nascida em Rio Sellin
(Ibirama), no dia 24 de março de 1898. O casal teve quatro filhos: Edith,
Marcolino Alfredo, Werner e Use q~e faleceu em Ribeirão Ferro. Mais tarde,
Franz exerceu o cargo de professor de uma escola particular em "Eisenbach"
(Ribeirão Ferro). Na époc~, ~s candidatos ao cargo de professor tinha que se
submeter a exame, pnncIpalmente de português, e Franz submeteu-se, o que não
foi fácil para quem só falava o alemão, e ele não conseguiu cont.inuar no carg?
Franz prestou exame em Blumenau com Carlos Techentm, que era. drretor de
Grupo Escolar. Em Ribeirão Ferro, Franz formou uma bandlnha e uma
sociedade de cantores, que tirou o primeiro lugar, por três vezes, em festa de
cantores. A bandinha participava também de festas de Atiradores, casamentos e que formara o "Jazz Garcia" o convidou para participar do mesmo. Franz t1cou
outras festividades. Franz participou do conjunto musical que tocou na apreensivo, pois era alemão e não tinha salvo-conduto, caso surgissem
inauguração do Salão dos Atiradores de Dona Emma. apresentações em outras cidades. Afonso Moreira resolveu deixar tudo e ir para
Em 1925 mudou-se para Blumenau, no bairro da Velha, onde trabalhou o Rio de Janeiro, onde a remuneração era melhor. De 1945 até 1946, Franz
como sa~ateiro e também como músico. Alguns meses depois, foi trabalhar na tocou no conjunto de Carl Zechner, até que este caiu do palco quebrando todas
Empresa Industria Garcia, e como era músico, foi indicad.o para dirigir a banda as costelas, incapacitando-o para tocar bandônion. Franz tocou violino com
da Empresa Industrial .Garcial, que f?i. fundada e dlrígida por Heinrich Manoel C. S. Krieger e com Eugen Seelbach tocou trombone. Tocou sob a
Schreiber (Koester fOI o segundo dmgente). Franz fonnou também um batuta do Maestro Heinz Geyer na Orquestra do Teatro "Carlos Gomes" e deu
conjunto com Curt Winkler e Eugen Seelbach e tocavam no antigo Teatro aulas de música no Conservatório de Música "Curt Hering". No dia 23 de
"Frohsinn", e quando este foi demolido, foram tocar no Hotel Seifert (onde hoje janeiro de 1953, foi indicado para dirigente técnico para canto, música e teatro
se localiza o Edifício Catarinense). Um pouco antes da segunda guerra, Franz da Sociedade Recreativa e Cultural Lyra. Fundou o Studio Musical Universal e
era dono de um bar na R~ São Paulo (hoje Bar Rainha), quando foi convidado com os alunos do mesmo formou inicialmente a Orquestra da Juventude. Em
por Gustav Froehllch, de Itoupava, para auxiliá-lo na banda. Os ensaios eram 1955, o Conjunto do Studio Musical do qual participaram, Rikobert Doering,
realizados no bar, porém com o rompimento das relações entre Brasil e Domenico Junkes, Heinrich SchlingmalID, Alfred Bawngart (filho de Franz),
Alemanha, Franz fechou o bar. Ficou em grandes dificuldades financeiras, até Claudionor Lorenzo, A. Karsten e Kaltenbach, funcionava numa velha casa na
que Afonso Moreira, que tocara com Franz na banda da Empresa Industrial Rua Paraíba, onde Franz reunia amigos para assistirem às apresentações,
Garcia e principalmente os pais dos alunos. O Conjunto do Studio Musical Universal e a
Orquestra da Juventude, regidos
por Baumgart, se apresentaram ~a cidade .de Blu~enau ~ adjacências. Mais
tarde participaram do Conjunto Studio MUSIcal Um~ersal, Penzlien Struck
e Waldemar Felski. Franz também era composItor e uma de sua~
composições "Em Forma" faz parte do LP "Antigamente era. assim ... ". Em
1962, o então Prefeito Municipal Hercílio Deeke conVIdou Franz
Baumgart para formar e dirigir a Banda Municipal de Blumenau.
Franz Baumgart faleceu no dia 28 de agosto de 1977.
Manoel Carios Samuel Krieger nasceu no dia 4 de fevereiro de 1918,
em Ribeirão Máximo - Luiz Alves/SC. Trabalhou como agricultor e aos 16
anos já trabalhava numa serraria, época em que aprendeu a tocar violino e
também as primeiras notas musicais com Heinrich Luedke, que esteve
alguns anos em São Paulo, onde aprendeu música. Aos 18 anos, Krieger
comprou um bandônion e começou a estudar, sem professor no livro "Aulas
de Bandônion", que lhe foi emprestado por Otto Daclcer consertador de
bandônions.
, Inicialmente Krieger tocou muito
em casamentos, aniversários, festas de Atiradores, etc. Em 1 ° de setembro
de 1941 veio para Blumenau, onde trabalhou 11 meses na ElectroAço
Altona e 6 anos na Cremer. Krieger, músico capacitado e sensível, pois
apesar das poucas aulas de música que teve, deixou um acervo respeitável
de composições que são tocadas por bandas e conjuntos musicais, inclusive
a Banda Municipal de Blumenau. Krieger transpôs as suas músicas para
instrumentos musicais de acordo com as necessidades das bandas ou
conjuntos. Krieger era carpinteiro, o que não o impediu de fabricar um
perfeito violino.
Durante a Segunda Guerra, os músicos eram pouco solicitados,
porém em 1946, Krieger recomeçou, fazendo parte de um conjunto musical
do qual participavam, além de Krieger, Heinrich, Arno1d e Bernhard
Penzlien; Reinhold e Ernst Espig. Por volta de 1959, fez parte do Conjunto
de Ritmos Elite com sete figuras: Anselmo Witte, Ewald Metzner, Ernst
Espig, Werner Boehm, Lindolfo Erdmann e Aparício A. Bento. Em 1960,
começou a trabalhar por conta própria, aposentando-se como carpinteiro
em 1978. Depois de aposentado, Krieger dedicou-se mais a compor do que
participar de festividades. Por volta de 1976, Krieger participou do Jazz
Típico Bavária, substituindo Alfredo Kormann, que adoecera, falecendo
em seguida. Do Jazz participaram ainda, entre outros, Ingo Padaratz,
Walter Kaucher e Berthold Wollinger.
N o decorrer dos seus quase cinqüenta anos como compositor e to-
cador de bandônion, Krieger recebeu três medalhas:
a) 13° Festival de Conjuntos e Bandinhas de Pomerode (16/05/1982);
b) 7° Aniversário de Salve a Banda, em Timbó (16/07/1978);
c)Bandônion - 1 a FEMURB (1 a Feira Musical de Rio Bonito) - Joinvil1e
(14/08/1977.
Recebeu diploma de "Honra ao Mérito" como participante do Jazz
Elite, no dia 7 de setembro de 1959, outorgado pelo 23° B.I. e Prefeitura
Municipal de B1umenau. Krieger também recebeu o "Alfinete de Ouro",
que lhe foi presenteado pelo relojoeiro Arlindo Galz (05/02/1961),
A primeira composição de Krieger, a valsa "Sobre os Montes", foi
composta em 1940. Antes desta valsa, Krieger já compunha pequenas peças
musicais. Entre 1960/1969, Krieger compôs a valsa "Vozes do Bandônion",
e em 1974, a valsa "No Tempo da Alegria".
A "Banda Cavalinho Branco", de Blumenau, e a "Bandinha Ale-
gria", de Vila Itoupava, gravaram algumas músicas de Manoel C. S.
Krieger.
A "Banda Cavalinho Branco" gravou: "Um Passeio em Blume-
13.
nau", marcha composta em 25/11/1979; "Nas Colinas de Santa Catarina",
rancheira composta em 17/0111980; "Noites no Cavalinho Branco", marcha
composta em 31/01/1981, no LP número três. "Festa Alegre", marcha
composta em 03/0411979 e a valsa "Saudades da Típica Blumenau", no dia
30/05/1981, no LP número quatro.
A "Bandinha Alegria", de Vila Itoupava, gravou a valsa "Lembranças
dos Bons Tempos", composta em 30/03/1979; "Na Festa das Bandinhas",
mazurca, composta em 20/05/1979; "Lembranças de Luiz Alves", marcha
composta em 10/05/1980, no LP "Festa das Bandinhas". "O Viajante Alegre",
composta em 04/0711981, foi gravado no LP "Sob as Palmeiras" .
Além dessas músicas gravadas, Krieger compôs ainda as marchas:
"Bonecas de Neve" (31/05/1979), "No Dia do Papai" (12/0811979), "Festa dos
Atiradores" (25/07/1981), "Reconstruir" (16/0711983); "Despertar"
(15/09/1983). As valsas "Lembranças de Vila Itoupava" (23/09/1979),
"Pomerode, Verde Vale de Paz e de Encanto" (11/11/1979); "Tudo Bom"
(2611211980), "Piquenique no Morro Azul" (28/0611981), "Noite Alegre"
(09/0811981), "A Visita Chegou" (08/08/1982), "Valsa da Felicidade"
(23/09/1983). As polcas "Bom Dia, Gente Alegre" (1611111979), "Os Alegres
Clarinetistas" (2311111979), "Flores de Aniversário" (25/01/1981). As
mazurcas "No Tempo dos Avós" (14110/1979), "O Alegre Namorado" O disco "Blumenau Bandoneon Duo" , mostra a capacidade e sen-
(27/0511981). No dia 14/06/1979, Krieger compôs "O Tango". No dia sibilidade artística de Alfredo Radloff, que desde os 7 anos de idade inte-
14/0311979, o sambamaxixe "Alô Maxixe". Compôs os Reinlaendler "Dançar ressou-se pelo bandônion. Seu pai, August Radloff, desbravador do Vale do
Alegre" (20/04/1979) e "Quando Amigos se Reencontram" (12/02/1980). Os Itajaí, além de colono era professor de bandônion que ministrava as aulas aos
sambas "Já Vem o Samba" (16/0511979) e "Samba Alegre" (07/0811979). O seus alunos pela manhã, ao meio-dia e à noite, em troca do auxílio dos mesmos
baião "Na Praia de Armação" (21/0611979). O fox "Nós em Blumenau" em sua lavoura. Alfredo observava as aulas ministradas pelo pai aos alunos, e
(07/06/1979) e "Quando Estou Solitário Faço a Minha Música", fox compostso quando os mesmos se dirigiam para a lavoura, repetia as aulas no bandônion. O
0 0
em 13/0911979. No dia 1 de julho de 1979, o calipso "1 de julho" . seu talento para a música fez com que ele, em pouco tempo, executasse as
Anos se passaram desde a participação de Krieger em conjuntos como o primeiras valsas e marchas. e aos 12 anos já colaborasse com o pai nas aulas e
"Conjunto de Ritmos Elite", a bandinha da Sociedade Recreativa e Cultural também nos bailes. Alfredo comprou também um violino e como não sabia
Lyra e outras mais. Nos últimos anos, Krieger tocou pouco, dedicou-se mais a afiná-lo, comprou um método para violino. Um violinista que ouviu Alfredo,
compor músicas para bandônion. A grande mágoa de Krieger foi ter enviado, ficou admirado do seu aprendizado sem mestre.
através do músico Marcílio Pereira, composição de sua autoria para um Alfredo transpôs músicas para acordeon, bandônion e violão.
concurso nacional de música de banda, sem nunca ter sido informado do Compôs, entre outras músicas, a "Marcha de Abertura" ou "Marcha do Clube
resultado oficial do concurso. de Caça e Tiro Passo Manso", escrita para 1 o, 2 o e 3 o acordeons;
Casado com Selma Krieger desde 2 de janeiro de 1943, o casal teve três
filhas: Ingrid, Iris e Imilda. Faleceu no dia 13 de dezembro de 1990.
Conjunto de Ritmos Elite (o 29 à esquerda da foto _ Manoel C. S.
Krleger)
a valsa" Ao Pôr do Sol" e a marcha "Cidade Jardim". August Radlof!', pai de
Alfredo, fundou a "Bandinha R~dloff".' co~ cinco e às veze.s seIS
elementos, da qual participavam seus filhos, mcluslve Alfredo. MaIs tarde a
"Bandinha Radloff" passou a ser dirigida por Alfredo e compunhase' dos
músicos: Max Eckardt (baterista), Rudolfo Radloff (baixo), Alfredo Radloff
(acordeon e bandônion), Walter Weise (bandônion) e Max Fischer (pistão).
Alfredo Radloffparticipou em Pomerode, onde recebeu medalhas, nos
festivais de bandinhas dos anos 1979, 1982, .19~3 e 1984. Participou
também da J3 FEMURB _ Rio Bonito, em Jomville. Possui também várias
medalhas conseguidas em festas de Atiradores, nas quais foi rei quatro
vezes. Formou o C::h~b~ do Acor~eon, em Salto Weissbach, e no dia 24 de
abril de 1956, ImClOU os ensalOs no Clube de Caça e Tiro .Passo Manso.
Eram estudantes do Clube de Acordeon: Geraldo Bauler Heliodor Vellwock,
Raul Henschel, llton Wagenknecht, Senhora Else' Maas, Amo Stark,
Eleonore Kluge, Mario Maul, Helio Isleb, Edwin Weigmann e Reinaldo
Scharf. No dia 11 dê ago~to ~e 195.6, foi realizada, no Clube de Caça e Tiro
Passo Manso, a pnmerra nOIte cultural-artística com grande número de
visitantes. A segunda apresentação foi em Ribeirão Itoupava (Campo da
Aviação), no dia 25 de agosto de 1956 e ainda no Salão Müller, no dia 24 de
agosto de 1957. "Uma Noite de Natal" foi realizada no Clube de Caça e Tiro
Passo Manso no dia 22 de dezembro de 1956. O Clube de Acordeon
funcionou até 1958. Apesar de no Clube de Caça e Tiro Passo Manso
funcionarem a~~lmente só festas de tiro, bocha e futebol de salão, a parte
cultural Ja esteve bem desenvolvida, tendo inclusive um Grupo Teatral que
de quando em vez montava espetáculos, entre elas as peças "Só Dez
Centímetros" e "O Genro Mudo". O primeiro prefeito que participou dos
festejos do Clube de Caça e Tiro Passo Manso foi Evelásio Vieira. Alfredo
Radloff nasceu em Blumenau, no dia 15 de setembro de 1910, filho de
August Radloff e Paulo Koehler Radloff. Foi casado com Sidônia Sprengel
Radloff. Está inscrito na Ordem dos Músicos do Brasil. Aposentado, ainda
leciona acordeon. No sétimo aniversário do programa "Salve a Banda", em
16
de julho de 1978, Radloff foi premiado com uma medalha. . 'Frohsinn'''cessou suas apresentações no restaurante no dia 30 de março de
Walter Weise, que tocava na bandinha Radloff, também era fllho de
colonos e aos 12 anos começou a estudar bandônion com seu próprio pai.
Aos 19 anos conheceu Alfredo Radloff, que já era famoso tocador de
bandônion. Em 1933, com mais três músicos, Alfredo e Walter formaram
uma bandinha que abrilhantou bailes, festas e outros eventos. Em 1941, a
bandinha se desfez por motivos os mais diversos.
RIKOBERT DOERlNG
(Rigo)
Rikobert Doering nasceu em Mulde Central - Timbó/SC no dia 5 de
julho de 1932, filho de Hermann e Ida Doering. Rigo manifestou seu
interesse pela música quando, aos dezesseis anos, trocou uma bicicleta por
um acordeon. Estudou música com Franz Baumgart no Conservatório de
Música "Curt Hering", que funcionava no teatro "Cartos Gomes" de
Blumenau. Franz Baumgart saiu do Conservatório, fundando o Studio
Universal que funcionava no sobrado da Casa Willy Sievert. Do Studio
Universal formou-se o Conjunto Musical do Studio Universal, que fez a
sua primeira apresentação no dia 8 de janeiro de 1955, no baile da Socie-
dade Recreativa e Cultural Lyra, no Salão Paulo Fischer. Rigo começou
tocando num acordeon marca "Scandalli" (1955) e em 1961, participou,
entre outros músicos, do conjunto musical formado por Baumgart. No dia
18 de abril de 1965, Rigo estreou com o conjunto musical "Rigo e seu
Conjunto" (Baumgart já havia saído do conjunto). Na ocasião, faziam parte
do conjunto Sérgio Max Rabitz, Domenicos Junkes, Esnard Oliveira, Abel
Evaristo, Luiz Berti Neto e Perfeito de Aguiar. Em 10 de maio de 1967,
Rigo comprou um acordeon com 120 baixos, marca "Frascatti", que na
época custou 300,00 cruzeiros novos, em dez pagamentos, de Osni Sievert.
Em março de 1969, "Rigo e seu Conjunto" adquiriram um tremendão
Gianini e a partir de 2 de julho de 1969 passaram a tocar no Restaurante
"Frohsinn", e das tocatas no mesmo originou-se o Quarteto "Frohsinn",
integrado por Rigo, Franz Baumgart (que voltara), Sérgio Rabitz e Perfeito
de Aguiar. Em agosto de 1969, Franz Baumgart se afastou definitivamente,
sendo substituído por Luiz Berti Neto. Em fevereiro de 1971, o Restaurante
"Frohsinn" contratou o cantor Vilmar, que também era seresteiro e
violonista e que se integrou ao "quarteto". Nessa época, cada figura do
conjunto recebia, por apresentação, 450,00 cruzeiros. O "Quarteto
1973 . Entre as apresentações de Rigo com o quarteto no Restaurante
"Frohsinn", era famoso o "Show do Cachorro". Neste show, os músicos
entravam no recinto com as luzes apagadas tocando "El Silêncio" e, por
incrível que pareça, um cachorro preto peludo, ao ouvir a música, subia no
palco e aguardava a sua vez. Quando terminava "El Silêncio" e os músicos
tocavam "Curro Cuchare", de Metallo, o cachorro colocava as patas sobre o
corrimão e na hora do "Alegro", dava o seu "show", que era muito aplaudido.
No dia 1 o de abril de 1973, o conjunto passou a tocar no "Restaurante
Cavalinho Branco", e no dia 1 O de julho de 1978, lançou o LP "No Cavalinho
Branco". A partir de 3 de novembro de 1979, a banda começou a tocar na Casa
Moellmann. No dia 21 de março de 1981, apesar de cessarem as apresentações
no "Restaurante Cavalinho Branco", o conjunto adotou o nome de "Banda
Musical Cavalinho Branco Ltda", com a participação, entre outros, de Marcos
Novaski, que saíra do conjunto em 1979. Participam da "Banda Musical
Cavalinho Branco Ltda", Rigo, Marcos Doering, Marciel Doering, Marcos
Novaski e Luiz C. de Aguiar, que participava do conjunto desde agosto de
1978, e que em outubro de 1983 foi substituído por Silvio Luiz Capelani. A
banda gravou quatro LPs: "No Cavalinho Branco", "Conjunto típico Cavalinho
Branco" e dois com o título de "Banda Cavalinho Branco". Nesses LPs, além de
interpretar músicas de outros compositores, o conjunto incluiu no primeiro LP
o baião de autoria de Rigo, "5 de Julho" e os arranjos sobre "See Rosen"; no
segundo, incluiu a marcha "Rigo's Marsch" e o arrajo "Mus I Denn" e "Auch
wieder Zeenn"; no terceiro, a marcha de autoria de Rigo "A Banda já Chegou";
no quarto LP, "Eu Sou de Blumenau" e "Cheguei", ritmo jovem e os arranjos de
Rigo sobre a valsa "São Paulo" e "Não V amos para Casa". No disco
"Antigamente era assim ... ", lançado em 1958, Rigo fez os arranjos das
músicas "Em Forma", de Franz Baumgart, e "Havanera", de Rockstroh, para o
Jazz Society. No disco "Salve a Banda", Rigo com sua banda tocou
"Lichtensteiner Polka" e um potpourri de músicas alemãs. Rigo dirigiu o Coro
Misto da Sociedade Recreativa e Cultural Lyra, o Coral Masculino e Infantil do
Clube de Caça e Tiro Concórdia e o Coral Misto da Água Verde. Todos
deixaram de funcionar com a saída de Rigo e, apesar das tentativas de
contiuidade com outros dirigentes, os grupos se dispersaram. Quando dirigente
de corais, Rigo fez um curso de regência de corais em Linha Brasil - Nova
Petrópolis/RS, patrocinado e promovido pelos "Centros Culturais '25 de
Julho'''. Rigo também foi contra-mestre da Banda Musical Municipal de
Blumenau, fundada por Franz Baumgart. Rigo ensina música, menos piano
(instrumentos musicais necessários para tocar música popular) em sua casa,
tendo em determinada época até 65 alunos por mês.
Com "Inspiração", fox com letra de Grete Scheltzke, Rigo foi ho-
menageado pelas suas Bodas de Prata.
Rigo é Delegado da Ordem dos Músicos do Brasil, em Blumenau, com
jurisdição de Ilhota até Subida. É também presidente do Conselho Fiscal do
Sindicato dos Músicos Profissionais de Blumenau.
O Club Musical foi fundado em 1898, por Hermann Ruediger, e que no
dia 21 de outubro de 1899, festejou seu primeiro aniversário com uma festa e
bom repertório, no salão de Ernst Bernhardt.
O Club Musical se apresentava regularmente, e na grande festa
realizada no Teatro "Frohsinn", no dia 25 de abril de 1903, apresentou um
concerto no jardim do teatro das 6 às 8 horas da noite. Também no salão de
Max Schoenau, onde funcionava um carrosse1, churrascaria e salão de baile, o
Club Musical apresentou-se, de tarde, no concerto com churrascada e de noite,
no baile (20104/1913).
O nível artístico e o bom gosto na escolha do repertório era evidente, e
para documentá-10, transcrevemos o conteúdo de alguns programas com data e
local da apresentação. No dia 14 de setembro de 1919, no Teatro "Frohsinn",
foi programada uma grande noite de entretenimento musical com baile para
encerrar a noitada. O programa apresentado constava de quatro partes, sendo
que na primeira parte foram apresentados os seguintes números musicais:
I PARTE
1 - Freikugeln - marcha - de O. Fetrás
2 - Pique- Dame - abertura - de F. von Suppé 3 -
Luna Walzer - de Paul Linke
4 - Mumb1in-Moss- Two-Step - de Thurban
11 PARTE
5 - Czardas - solo de violino com piano
6 - Tam1l1auser - marcha - de Richard Wagner 7 -
Blumelllied - de G. Lange
8 - Trovador - potpourri de Verdi
111 PARTE
9 - Solo de xilofone com acompanhamento de orquestra
IV PARTE
10 - Blumenauer Marsch
11 - Guarani - de Carlos Gomes
12 - Serenata dos Anjos - de Braga
13 - Fox-Trot de Ias Campanas - de Pastallé 14 -
Música humorística da Bauermusik.
 Os ingressos podiam ser adquiridos com Rudolph Klein por 2$000 as
numeradas, e 1$000 bancos ou em pé.
No dia 3 de novembro de 1919, o Club Musical deslocou-se para a
Sociedade Teutônia, onde apresentou um concerto em quatro partes.
I PARTE
1 - Freikugeln - marcha de O. Fetrás
2 - Pique-Dame - abertura de F. von Suppé 3 -
Despedida - serenata mexicana de Tellier
4 - Canção do assovio, da obra "Ares da Primavera" - de Strauss
11 PARTE
5 - Potpourri da Filha do Regimento - quarteto escolar 6 -
Solo de xilofone com acompanhamento de orquestra
111 PARTE
7 - Guarani - abertura de Carlos Gomes
8 - Sonho de amor depois do baile - valsa de Czibulka 9 -
Pilgerchor de Tannhãuser - de Wagner
10 - The Brooklyn - de Thurban
IV PARTE
11 - Poeta e Camponês - abertura de F. von Suppé 12 -
Ganz allerliebst - valsa de Waldteufel
13 - Serenata - de B. Umlauf
14 - San Lorenzo - marcha de A. Silva.
Ainda em 1919, no dia 18 de dezembro, o "Musikalischen Klub" (Club
Musical) apresentou no Teatro "Frohsinn" um grande concerto e o programa
em três partes apresentou os seguintes números musicais:
I PARTE
1 - O Mestre Alemão do Regimento - de Ertl 2 -
A Dama Branca - abertura de Boildieu
3 - O Trem Rosa do Casamento - de Fessel
4 - Fantasia da Ópera de Wagner - amu~o de Ernst Bernhardt
11 PARTE
5 - Xilofone e Música de Sinos - solo 6 -
Quarteto e Solo de Violino
7 - Einlage - canto
lU PARTE
8 - Guarani de Carlos Gomes - abertura 9 -
Chuva de Ouro - valsa de Waldteufel
10 - Potpourri da ópera "Martha" - de Flotow
11 - Cavalaria Ligeira - abertura de F. von Suppé 12 -
Despedida - serenata mexicana de Tellier.
Em janeiro de 192p6, Heinz Geyer, jovem músico, formado na
Alemanha, chegou ao Brasil e sete meses depois já regia o Club Musical no
concerto do dia 20 de agosto de 1921, no Teatro "Frohsinn".
A essa orquestra, posteriormente; juntaram-se bons músicos como
Abelardo Bezerra, João Meirelles Jr., Gustav Thomsen, Erwin Schneider e
Franz Runze.
O segundo concerto do Club Musical, sob a regência de Geyer, foi no
primeiro dia de Natal de 1921, no Teatro "Frohsinn", quando o professor
Heinrich Koehler se prontificou a enriquecer o programa com dois números de
piano. Do programa constaram músicas de F. V. Blon, Flotow, Ischpold,
Czibulka, S. Jones, Aletter e Eilenberg. No dia 20 de junho de 1922, o Club
Musical apresentou no Teatro "Frohsinn" um concerto com instsrumentos de
corda para a aquisição de um harmônio e, segundo a crítica, o sucesso foi algo
de novo. O sucesso da orquestra de cordas fez com que a mesma se
apresentasse novamente no dia 25 de novembro de 1922, ocasião em que Geyer
incluiu na programação a marcha de sua autoria "Rio de Janeiro". O Club
Musical, sob a regência de Geyer, se apresentou ininterruptamente sempre com
programa selecionado não só em Blumenau e sim em diversas cidades do nosso
Estado.
É evidente que o Club Musical sob a regência de Geyer deu um
novo impulso à vida artísstica de Blumenau e cidades vizinhas, sendo
elogiado pelo "Der Urwalsdbote" após o concerto do dia 21 de abril de
1924, por "enaltecer a vida artística de Blumenau". O "Der
Urwaldsbote" em julho de 1924, publicou ainda a seguinte nota: "0
Club Musical sob a regência do maestro Geyer, através dos seus
concertos, tem desempenhado papel importante na vida da
Comunidade, apesar dos participantes da orquestra serem apenas
arnadores, aliás, de grande gabarito, pois até visitantes louvam a
atuação do maestro Geyer à frente da orquestra de cordas. A
orquestra uniu todos os músicos. A nota continua dizendo 'que para
formar uma grande orquestra há necessidade de
instrumentos musicais de sopro, madeira, bateria, etc. e também um
harmônio e notas musicais que custam caro". Como a jovem Sociedade
Musical não tem os recursos necessários, as esposas dos músicos visitarão
as farmlias com listas a fim de conseguirem os necessários recursos".
No dia 4 de maio de 1924, o Club Musical apresentou-se em Brusque. E
no dia 16 de agosto do mesmo ano, apresentou um grande concerto na
Sociedade de Atiradores, quando também foram apresentadas as peças
musicais de Geyer "Intermezzo" e "Aparecimento dos Espíritos" .
Paulatinamente Geyer foi reunindo os músicos até formar uma só
orquestra. No dia 13 de abril de 1925, após o concerto apresentado no Teatro
"Frohsinn", a crítica foi unânime, "sob a regência de Geyer, o Club Musical
está realmente apresentando boa música".
O dia primeiro de agosto de 1925 foi um dia de festa para o Club
Musical. No Teatro "Frohsinn", com um grande concerto, foi inaugurado o
novo harmônio. Sob a batuta de Geyer, foram apresentadas músicas de W. A.
Mozart, A. Schreiner, E. Nevin, Fr. Liszt, Carl Friedemann, Zeller, Ischpold e
E. Urbach. O Club Musical também participou da "Noite Colorida", no Teatro
"Frohsinn", no dia 26 de setembro de 1925, em honra da presença da Colônia
Alemã em Blumenau. No dia 14 de abril de 1926, à frente do Club Musical,
Geyer dirigiu um grande concerto no Teatro "Frohsinn", concerto que foi
reprisado com algumas alterações no dia 13 de maio também no Teatro
"Frohsinn", em beneficio da Igreja Matriz. Do programa constaram os
seguintes números musicais:
1 - Hino Nacional Brasileiro, de Francisco Manoel da
Silva; 2 - Abertura Solene, de Chr. Bach;
3 - Fantasia sobre o Rigolleto, de Verdi;
4 - Air Varie Par, de Henri Vieuxtemps (solo de violino por Abelardo
Bezerra);
5 - Abertura "Uma Manhã, Uma Tarde, Uma Noite em Viena" ,
de F. v. Suppé;
6 - Potpourri "O Estudante Mendigo" , de C. Millocker; 7 -
"Intermezzo, de H. Geyer;
8 - Comédia Húngara, de Kéler Béla.
Os ingressos foram vendidos no Teatro. Depois desse concerto não
houve baile. Também o concerto do dia 13 de novembro, no Teatro "Frohsinn",
foi muito bem executado pelo Club Musical, dirigido por Geyer, merecendo do
"Der Urwaldsbote a seguinte crítica: "Com o con-
certo instrumental apresentado no Teatro "Frohsinn", o Club Musical
conseguiu, com o bom programa sob a regência de Geyer, um belo sucesso.
Uma das composições de Geyer, 'Serenata', foi calorosamente aplaudida e
reprisada a pedido. Heinz Geyer é um excelente compositor e ótimo
regente. Os concertos do Club Musical são sempre o ponto alto para os
apreciadores da boa Música". Na Escola Nova (Neue Schule), eram
freqüentes as festas culturais artísticas que muitas vezes incluiam a
colaboração do Club Musical, gentilmente.
Nos festejos do cinqüentenário do Colégio Santo Antônio de Blumenau,
nos dias 13, 14 e 15 de agosto de 1927, além das festividades próprias em tais
eventos, participou também a "excelente orquestra do Club Musical", sob a
regência de Geyer. O ingresso para as festividades era uma medalha
comemorativa ao cinqüentenário pelo preço de 1$000 réis.
N o dia primeiro de outubro de 1927, na festa em homenagem a
Hindenburg, realizada no salão dos Atiradores, participaram, além do Club
Musical, o Club Germânia e o Liederkranz. A direção artística esteve a cargo do
Maestro Geyer. A programação dividida em duas partes foi muito bem
executada por todas as entidades participantes. O lucro foi em beneficio do
"Hindenburgspende". O convite foi formulado pelo cônsul alemão Otto
Rohkohl e pelo presidente da Sociedade de Atiradores, G. Arthur Koehler.
Quando S. M. o Rei da Saxônia, Friedrich August, visitou Blumenau no dia 14
de julho de 1928, o Club Musical participou das homenagens, bem como a
Sociedade de Canto Masculino "Eintracht" , a Associação Ginástica Blumenau
e a secção de cantores do Club Germânia. Na ocasião, os cantores do Club
Germânia e os músicos do Club Musical foram regidos pelo Maestro Geyer. A
segunda parte, a lmmorística, esteve sob a direção de OUo Arendt, que foi
muito aplaudido. Os números de ginástica rítmica foram apresentados pelas
moças, e os de ginástica em barras pelos ginastas da Associação Ginástica
Blumenau. Foi cantado o Hino Nacional Brasileiro e depois uma canção da
velha pátria, "Aus blauen Wogen steigt ein Land" (Das Vagas Azuis asc~n~e
um País). Com o concerto de 7 de julho de 1928 e os números mUSIcaIS
apresentados: Beethoven, Tschaikowski, Bizet, O. Nicolai, Fr. Popry, e a
pedido, "Em Memória de TamIDãuser de Richard Wagner", de O. Hohmaml,
Geyer foi muito aplaudido consolidando a sua atuação co.mo regente em
Blumenau. Pela morte de Franz Schubert, o Club MUSIcal prestou significativa
homenagem ao maior compositor de "~ieder": da Alemal1ha. O Club Musical
também teve participação espeCial na festa natalina de 15 de dezembro de
1928, promovida pela Escola Nova. A
festa envolvia, além do concerto, a apresentação da peça teatral "Rotkopf
Jorge", conto de fadas de Natal para gente grande e pequena, segundo o convite
formulado pela escola. Em 1929, o Club Musical deslocou-se duas vezes para
Hansa - Hammonia, apresentando um concerto na Igreja, e de noite durante os
festejos, no salão Becker (07/09/1929) .
No dia 26 de dezembro de 1929, a grande novidade do concerto foi a
apresentação do Club Musical em conjunto com o "Liederkranz", que desde
1922 já atuava frequentemente sob a regência de Geyer, possibilitando as
grandes programações músico-vocais. O Club Musical, que sob a batuta de
Geyer funcionava no Teatro "Frohsilm", passou a chamar-se Orquestra da
Sociedade Teatral "Frohsinn".
Sob a batuta de Geyer, foi apresentado na Igreja da Comunidade
Evangélica de Blumenau um belíssimo concerto em memória dos mortos da
Primeira Guerra Mundial, no dia 21 de fevereiro de 1932.
Com o tema "Nordischer Abend", tendo como primeiro número do
programa a palestra do Dr. Ludwig Sroka sobre música escandinava, foi
apresentado no Teatro "FrohsiIm", no dia 6 de outubro de 1934, um concerto
com músicas de F. Pacino, E. Grieg, Johann Svendson, Kurt Atterberg e Jean
Sibelius.
Faziam parte do repertório da Orquestra da Sociedade Teatral
"Frohsüm": La Tosca (fantasia) de Puccini; Dança Macabra de C. Saint Saens;
Semiramis de G. Rossini; Liebesgruss (intermezzo) de E. EIgar; Die
Fledennaus (potpourri) de J. Strauss, Marinarella (ouverture) de 1. Fucik;
Bryllupsdaag para Troldhanger de E. Grieg; Margarethe (fantasia da ópera de
Fausto) de Charles Gounod-Artok; Dança da Ondina (da ópera Loreley) de A.
Catalani; Rapsódia nO 1 em C de Friedmann. Também faziam parte do
repertório duas figuras de dança de Heinz Geyer:
Gavotte a Ia Fantasia e Menuett.
Compunham a orquestra do Club Musical em 1929 os músicos:
Udo Schadrack, Walter Meyer, Edith Pawlowsky, Richard Gross, Kurt
Boettner, Ludwig Reinhardt, Franz Runze, Rudolph Klein, Julius Baumgarten,
Felix Hering, Bruno Hidlmeyer, Heinrich Weber, Franz Hering, Frida
Baumgarten, Meyer Degen, Gertrud Boettner, Hildegard Gross, Hertha Meyer
Altenburg e Senhora Doutor Capella, sob a regência do Maestro Geyer.
Em 1936, a Orquestra da Sociedade Teatral "FrohsiIm" incorporou a
Sociedade de Canto "Liederkranz", possibilitando assim a encenação da ópera
"Preciosa", de Carl Maria von Weber.
SOCIEDADE MUSICAL "L YRA"
DEBLUMENAU
A Sociedade Musical "Lyra" foi fundada por Ernst Bernhardt no dia 23.
e™!evereiro de 1919. Bernhardt, que fez sucesso no Brasil e que
post~rlOrmente mu.dou-s~ para a Argentina, onde o sucesso se repetiu in-
clusIve no UruguaI e ChIle, ficou no Uruguai quando em 1913 a orquestra
formada por membros de sua família apresentou-se em Blumenau. Bernhardt
só voltou a Blumenau em 1919, e o "Jornal do Commercio" de Blumenau
comentou que Ernst Bernhardt fundara uma Sociedade Musical em B1umen~u
qu~ realizou concertos públicos. A nota no jornal, ?~~da. de 18 de. fevereIrO
de 1919, desejou êxito a Ernst Bernhardt pela mlcIatlVa, convIdando os
blumenauenses interessados para uma reunião no Teatro "Frohsinn" no dia 23
de fevereiro, às três horas da tarde. A "Gazeta de Blumenau" de 19 de fevereiro
de 1919, também teceu comentários elogiosos a Ernst Bernhardt pela grande
iniciatao fundar a Sociedade Musical "Lyra", e também pelo bom gosto do seu
repertório. Da programação apresentada no primeiro concerto da Sociedade
Musical "Lyra" no jardim público, no dia 15 de novembro de 1919, além da
alvorada às seis horas da manhã com o Hino Nacional, às quatro horas da tarde
foi apresentado o concerto com os seguintes números musicais:
1 - Hino Nacional;
2 - Saudades da minha terra (dobrado); 3 -
Parademarsch, de Schwenke;
4 - Nabucodonosor, de Verdi (abertura) 5 -
San Lorenzo, de Silva (marcha);
6 - Chuva de ouro, de Waldteufel (valsa); 7 -
Die Wachtparade kommt, de Eilenberg;
8 - Das haben die Maedchen so gerne, de Gilbert; 9 -
Velhos Camaradas, de Zelke (marcha.
Bernhardt, além de músico e regente, fazia arraqjos, entre eles, da
fantasia da ópera de Richard Wagner, que foi muito tacada. No dia 28 de
14.
fevereiro de 1920, a Sociedade Musical "Lyra" festejou o seu primeiro
aniversário com a publicação do jornal "Die Schnauze" (focinho ou boca
grande). A Sociedade Musical "Lyra" não se limitava a dar concertos só em
Blumenau. De quando em vez a banda fazia suas apresentações na periferia da
cidade e também nas cidades vizinhas. No dia 25 de julho de 1920, a banda
"Lyra" participou da festa realizada no salão Krause, de Nova Bremen,
apresentando um concerto com bem escolhido repertório. Na ocasião, o grupo
teatral local apresentou a peça teatral "Branca de Neve", Também companhias
ou artistas famosos que prestigiavam Blumenau com seus espetáculos
encontravam na "Lyra" uma banda capaz para se entras ar com os mais variados
espetáculos. O artista Heinrich Heinz, do Teatro Municipal de Viena,
apresentou-se em Blumenau nos dias 28 de agosto e 8 de setembro de 1920, no
Teatro "Frohsinn", com números alegres e sérios, de diversos autores, entre
eles "Judith Simon" , de Risz, "Os Cavadores de Ouro", de Seibel, "Guilherme
Tell", de Shiller e ainda números de Baumbach, Goethe, Wildgans e
Wildenbruch. Entre as cenas humorísticas apresentou: A Herança, Uma Carta
Comercial do Céu, Caridade, Uma Paródia Operística (musical), A Prédica de
Madalena, Dor de Pai, A Dor de Dente, O Cabaret Grazer, Lord Spleen e
"Dus-Spiel" em um ato, de Gruendbaum. Heinrich Heinz se apresentou em
esquerda, o Maestro Geyer de batuta na mão
todo o Vale do Itajaí, e em 9 de outubro, se apresentou no Teatro "Frohsinn",
em caráter beneficente, para as crianças mineiras e carentes de Viena. Em todos Hin.dlm~yer, ~einz Sachtleben, Lorenz BOl1l1emaSSou, Phillip Brandes,
os espetáculos a banda "Lyra" estava presente. EmI1 ~elbt, Julms Bawngarten. Waldemar Gropp, Edward Gropp, Erwin
Em 29 de outubro de 1921, a banda "Lyra" se apresentou no salão Otto Schnelder, Feodor Axthelm e Karl Franz Geyer, irmão do maestro Geyer.
Jensen, de Itoupava, em concerto e depois baile. A "Noite Familiar" era promovida com freqüência pela Sociedade
Em 1922, pelo Centenário da Independência do Brasil, a Sociedade Musical "Lyra". Constava de concertos, às vezes peças teatrais, tinalizando
Musical "Lyra" já atuava sob a batuta de Geyer, que reuniu todos os bons sempre com animado baile. Geralmente era realizado nas dependências do
músicos de Blumenau para atuarem na "Musikkapelle Lyra", que desfilou no Teatro "Frohsinn" e Sociedade de Atiradores. A Sociedade Musical "Lyra",
dia 7 de setembro de 1822, em homenagem à Independência do Brasil. Foi realizava também os seus bailes sociais, principalmente para festejar a data da
durante os ensaios da banda da Sociedade Musical "Lyra" que Geyer, na falta sua fundação, e no dia 15 de março de 1924, três bandas abrilhantaram o baile,
de uma batuta, recorreu a um pedaço de vegetação. O Capitão Antônio Brício onde o traje exigido era o de contos de fadas. No dia 21 de setembro de 1924, a
Guilhon, vendo o fato, presenteou Geyer com uma batuta. Foi a primeira batuta Sociedade Musical "Lyra" apresentou um concerto de despedida em praça
de Geyer. pública ao seu fundador, Ernst Bernhardt, que se radicara detinitivamente na
No dia 16 de setembro de 1923, a banda "Lyra" excursionou até Argentina.
Warnow, onde apresentou um concerto e depois abrilhantou o baile. As festas de fundação da Sociedade Musical "Lyra" sempre tinham um
A nota interessante sobre essa excursão é a menção feita ao horário e toque de magia. No dia 14 de fevereiro de 1925, além da exigência do uso de
preço do trem: ida 7,10 e volta às 4,33 pelo preço de 2$400 réis. trajes exóticos para as testividades, foi apresentada antes do baile a peça teatral
A foto mostra integrantes da banda "Lyra", no dia 7 de setembro de "Na Sala de Espera 43 Classe". Ano após ano, as festas se repetiam sempre
1923, numa manifestação patriótica. À esquerda, de batuta na mão, está Geyer. animadas e com um toque diterente.
Entre outros integrantes da Lyra, na foto, estão: Bruno
A Banda Lyra em 7 de setembro de 1923. À
No dia 11 de fevereiro de 1928, o baile à fantasia foi animado pela banda de
damas do Rio de Janeiro, "The Modero Girls". Já no dia 22 de fevereiro de
1930, o cenário para festejos da fundação da Sociedade Musical "Lyra" foi
uma "Noite Turca", com trajes, damas do harém, pachás, eunucos, etc. A
festa foi realizada no Teatro "Frohsinn". No dia 7 de fevereiro de 1931,
animada com três bandas, a Sociedade Musical "Lyra" promoveu, no
Teatro "Frohsinn", a noite "Japonesa-Chinesa". Em 1932 além do seu baile
carnavalesco, a Sociedade Musical "Lyra" promove~ com o "Liederkranz",
no dia 8 de maio, uma excursão a pé, com saída de Blumenau às nove horas
da manhã, até Gaspar, voltando, com saída às cinco horas da tarde, com o
vapor Blumenau. Com o tema "Uma Noite na Floresta" , no dia 18 de
fevereiro de 1933, realizou o seu baile à fantasia.
Com a incorporação dos músicos ao Club Musical pela batuta do
Maestro Geyer, a Sociedade Musical "Lyra" desapareceu.
Ernst Bernhardt, fundador da Sociedade Musical "Lyra", era casado
com Luiza filha do músico e regente de banda (na Alemanha) Carl Gottlieb
Schn~ider, que veio para o Brasil em 1854. Era avô do músico Hermann
Schneider, participante da banda Werner, fundador e professor da
Sociedade de Quadrilha que funcionava no bairro da Velha.
CONSERVATÓRIO DE MÚSICA
"CURT HERING"
Em 1949, para suprir as necessidades da Orquestra Sinfônica, foi
fundado o Conservatório de Música "Curt Hering" , idealizado por Heinz
Geyer e Curt Hering. Para que o mesmo funcionasse, a Sociedade Dra-
mático-Musical "Carlos Gomes", na época, pôs à disposição do Con-
servatório algumas dependências do Teatro "Carlos Gomes" , funcionando,
portanto, graciosamente, nas dependências do Teatro desde 1949. O
Conservatório de Música "Curt Hering" era mantido pela Comunidade, ou
seja, por finnas comerciais, verbas municipais, indústrias e alguns
particulares, através de um fundo chamado "Fundo Pró-Manutenção
Orquestra Sinfônica". Havia também algumas ações da Fábrica de Papel
Itajaí, que Curt Hering doou para o Conservatório, porém, el? nada
contribuíram, para a autonomia do mesmo. Os professores que mr-
nistravam aulas para os futuros integrantes da Orquestra Sinfônica da So-
ciedade eram pagos através do "Fundo", e quando o "Fundo" era insufi-
ciente para pagar os professores, entravam em jogo as contribuições
mensais dos associados. Os professores de piano e a professora de "ballet"
recebiam as importâncias pagas pelos alunos pelas aulas ministradas, com
exceção da professora Maria Eugênia Tavares (Dona Geninha), que recebia
como funcionária da Cia. Hering. O Maestro Geyer, professor catedrático
de música e canto orfeônico da então Escola Normal Pedro 11, pelo Decreto
de 21 de julho de 1962, foi posto à disposição do Conservatório de Música
"Curt Hering" de Blumenau, que já dirigia desde 1949, data da sua
fundação. Os Certificados de Freqüência eram fornecidos em nome do
Professor Guilhenne Halfeld Fontainha. A eficiência dos professores, entre
eles, Lubo Maciuk, Heinrich Webel, Ludwig Seyer, foi comprovada com a
audição dos alunos: Doris Gropp, V. Bona, G. Keunecke, M. Schneider, F.
Lutzenberger (canto); H. Geyer, FI. Franzke, H. Deeke, A. Butzke, V.
KottmarID e I. Muetze (violino); G. Meyer, I. Colin, L. Busch (piano); A.
Butzke (viola) e J. P. Brueckheimer (cello), realizada no dia 24 de
novembro de 1950. A avaliação dos alunos era feita anualmente e no dia 28
de novembro de 1952, foi realizada, com a colaboração da Sociedade
Dramático-Musical "Carlos Gomes", no salão de concertos da sociedade.
Em 1953, o curso de canto não mais foi oferecido, em compensação foi
oferecido composição. Apesar de oferecer várias opções na área da música,
a finalidade principal era fonnar músicos para a Orquestra Sinfônica. No
decorrer dos anos em que funcionou, o Conservatório contou com diversos
professores, entre eles: Use Oberstetter, Max Demmleitner, Maria Eugênia
Tavares, Franz Runze, Gertrud Petz1, Oleh Gabrussewycz, Louri
Kahrbeck, Leopoldo Kohlbach, Hubert Geyer, Jorge Hartke, Karin Testoni,
EUi Schwartz, Elisabeth Kaestner, Christa Grempel, Iris Colin Ramers. O
Conservatório contou também com a eficiência e dedicação da secretária
Edazima Onken Gaertner (Dona Eda), que caminhou lado a lado do mesmo,
e apesar das pressões para dispensá-Ia, quando o Conservatório passou a
funcionar com o nome de Escola Superior de Música, com secretária e
professores importados, pois dos antigos e dedicados mestres somente
continuaram a lecionar Leopoldo Kohlbach e Hubert Geyer, Dona Eda
continuou trabalhando até ser obrigada a afastar-se por motivos de saúde,
falecendo em seguida.
- Coordenado por Oscar Zander, no período de 25 de julho a 3 de agosto
de 1969, foi realizado no Teatro "Carlos Gomes" o Primeiro Seminário de
Música. Oscar Zander substituiu o Maestro Geyer, quando
15.
este foi dispensado da direção do Conservatório de Música e da regência da
orquestra e coral da Sociedade.
Sucederam a Oscar Zander o Maestro Roberto Schnorrenberg e a
pianista Lina Maria Lobo Kubala, que posterionnente foram substituídos por
Neide Coelho e Noemi Kellennann.
A Escola de Música, além de ministrar regularmente aulas de música,
promoveu entre outras atividades, um curso de Técnica Vocal e Regência, do
qual participaram professores e alunos de diversos locais do nosso Estado.
Promoveu também um "Ciclo de Violão", o projeto "Vila Lobos para Jovens",
Concertos Matinais, Música para as Escolas e outros.
Em 1981, foi fundada a Orquestra de Câmara de Blumenau, da qual
participam alguns alunos e proíessores da Escola Superior de Música
(ex-Conservatório de Música). A maioria dos músicos da Orquestra de Câmara
de Blwnenau são profissionais de outros estados. Desde sua fundação, a
0
Orquestra foi regida por Norton Morozowicz, natural de Curitiba e 1 t1autista
da Orquestra Sinfônica Brasileira.
A Orquestra de Câmara de Blumenau é considerada um dos melhores
conjuntos do gênero no país, e a única Orquestra de Câmara profissional de
Santa Catarina.
A música é uma das tradições mais antigas traz idas pelos imigrantes
alemães que após o teatro (1860) e o canto (1863) se manifestou em concertos
Strauss, Geyer percOrreu todas as cidades da Alemanha. foram contem-
(quarteto) a partir de 1864.
porâneos de Geyer, Richard Strauss, Arthur Nikisch, Thomas Moeller e
grandes expressões musicais da época. Com esta formação musical, Geyer
poderia ter sido uma das maiores expressões musicais do mundo e ter
HEINZ GEYER concretizado o augúrio dos seus mestres: "Umfuturo brilhante e promissor",
(Maestro Geyer) conforme o Certificado de Maturidade Musical que obteve aos 16 anos de
idade. Mas adotou Blumenau, dedicando toda a sua vida à formação musical de
amadores para atuarem na sua maravilhosa orquestra sinfônica e no seu coral.
Heinz Heinrich Geyer, filho de Karl Heimich G. Geyer e Gertrud Geyer, Geyer participou ativamente da Primeira Guerra Mundial servindo na
natural de Muehlheim, Ruhr, Alemanha, nasceu aos 27 de junho de 1897. Po1ônia. Voltou para a Alemanha por ter sido ferido em combate, recebendo a
Fonnou-se no Conservatório Estadual de Música de Duisburg, Cruz de Ferro, condecoração por bravura.
Alemanha, aos 16 anos de idade, sendo sua principal formação a flauta Conseqüência do longo tempo nas trincheiras, exposto às intempéries,
transversal, porém, como artista capacitado que era, aprendeu também violino Geyer contraiu reumatismo, sendo aconselhado por seu médico a emigrar para
e piano, sendo respeitado e considerado pelos seus mestres e pela direção do um clima tropical para curar-se. Por essa época, Geyer conheceu em
Conservatório que lhe desejaram um futuro brilhante e promissor. Mais tarde, Hamburgo, Alemanha, Paul Gresser, tornando-se amigos e Gresser insistiu
Geyer ingressou na Escola de Composição do Professor Poalid e na do para que Geyer viesse para o Brasil. Geyer chegou ao Brasil no dia 27 de
Professor Moeller. Geyer era excelente solista de t1auta, atuando na orquestra janeiro de 1921, desembarcando em São Francisco do Sul. Geyer não pretendia
de Duisburg. Sob a batuta de Richard ficar no Brasil, os seus planos incluíam a
Maestro Geyer
viagem para a Argentina, onde tinha amigos. Ficou, porém, em Blumenau,
onde todos faziam música, teatro, cantavam, dançavam e viviam como uma
grande família. Geyer fez muitos amigos, que ao descobrirem a sua formação
musical envidaram todos os esforços para que o jovem e simpático músico
pennanecesse em Blumenau e, no dia 20 de agosto de 1921, o "Der
Urwaldsbote" publicou um programa onde destaca a marcha "Ernesto
Czerniewicz", de autoria de H. Geyer. Em 1921, ano de sua chegada a
Blumenau, Geyer já tinha sob sua batuta wna orquestra que se compunha dos
seguintes músicos:
Violinos:
Frieda Baumgarten, Ernst Czerniewicz, Jorge Ternes e Frieda
Hindlmeyer
Violas:
Richard Gross, Rudolph KIein
Violoncelos:
Kurt Boettner, Karl Otto Schlenun
Piano:
Gertrud Boettner
Flauta:
Hennann Ruediger (fundador da 1 a banda de Blumenau)
Contrabaixos:
Felix Hering, Hermann Hering (não pertence à família da Cia. Hering)
Trombone:
Julius Baumgarten
Clarineta:
Franz Hering
Trompete:
Ernst Bernhardt (fundador da Lyra).
A partir de 20 de agosto de 1921, Geyer passou a reger todos os
concertos da orquestra de cordas do Club Musical. Os concertos se sucediam e
Geyer participava ativamente de tudo, regendo orquestra de cordas, bandas,
conjuntos musicais, corais e acompanhando artistas de passagem por
Blumenau. Em pouco tempo, Geyer conseguiu preparar e capacitar músicos
amadores de Blumenau, principalmente da banda Lyra, para destilarem no dia
7 setembro de 1922, dia do Centenário da Independência do Brasil. Consultado
se também usaria no destile o uniforme do então Tiro de Guerra 475, Geyer
respondeu: "Sentir-me-ei honrado em vestir o unifonne de soldado brasileiro".
Os concertos de
Geyer abrilhantaram efemérides que marcaram a vida social, artística e
cultural da Comunidade blumenauense.
As primeiras músicas de Geyer foram compostas na Alemanha, ele não
as trouxe porque pretendia retornar. Na Alemanha, em Blumenau e até em
viagem, Geyer compôs músicas para amigos graciosamente. Geyer musicava
tudo o que lhe vinha às mãos, e segundo o protessor José Ferreira da Silva, seu
amigo pessoal, "Geyer era dotado de capacidade mental criadora excepcional,
o seu admirável e harmonioso estilo, o doce encantamento dos seus arranjos, e
elevado padrão artístico de toda a sua música, tornaram Geyer uma das
expressões máximas dessa arte ". Geyer compôs: "Ernst Czerniewicz", marcha
em homenagem ao seu grande amigo e violonista (20/0811921); "Rio de
Janeiro", marcha (25111/1922); "Aparecimento dos Espíritos", marcha
(12/05/1923); "Intermezzo" (16/0811924); "Despedida", marcha romântica
(19/03/1927). No dia 13 de novembro de 1937, em homenagem à filha do Dr.
Blumenau, fundador da Colônia, foi apresentado o ciclo musical "25 de Julho",
mais tarde apresentado com o nome de "O Imigrante". "Suite Brasil", poema
sinfônico, foi composto em 1936. Também em 1936, Geyer compôs o hino a
"Carlos Gomes", por ocasião dos festejos alusivos ao centenário de nascimento
do grande compositor brasileiro (letra do Dr. Oliveira e Silva). Geyer musicou,
de Casimiro de Abreu, "Minha Mãe", e fez arranjos para grande coral a oito
vozes e orquestra do Hino Nacional Brasileiro. "Despedida", marcha
romântica, deu origem à "Suite Romântique", com peças musicais: "Serenata",
"Valsa" e "Despedida". Geyer escreveu e compilou uma série de ciclos
musicais:
"Meu Brasil", pelo centenário de nascimento de Ruy Barbosa (05/11/1949);
"MilUlesang" (07/1211955); "Reminiscências da Infância" (ciclo nO 7 - 1
%7/1962); "Alma Brasileira" (ciclo nO 8 - 23/05/1964); "Acordai Vós
Pastores" (ciclo natalino - 08/1011967); "Canções dos Mestres Alemães"
(13/12/1970). Geyer também musicou "Quadros da Vida de Jesus"
(10/04/1963); "Quadros Históricos do Desenvolvimento do Brasil"
(07/12/1966). Geyer compôs a ópera "Tilo", inédita, com tema amoroso
baseado na Primeira Guerra Mundial. O texto foi escrito por Feodor Axthelm.
Da opere ta "O Mundo Distante", inédita, só foi a público a Canção da Lamita,
"Sempre Ansiei por Ti", do 1 ° ato, interpretada por Elisa Lindholm, em 24 de
abril de 1948. A opereta "Valéria", com texto e música de H. Geyer, também
está inédita. Além das composições, Geyer fez arranjos para a orquestra,
suprindo a falta de instrwnentos musicais e arranjos especiais para o "ballet".
Os arranjos para órgão foram fantásticos, entre eles o "Largo", de Haendel,
para o
qual ele escreveu o texto, e ainda fez o arranjo para o coro a 5 vozes. T~bé~ Canta", "Nossos ~ais Cantavam ~ss~" e "Natal". Geyer tambem fOI
Apesar das belíssimas composições musicais de Geyer, algumas de presenteado com tres batutas: a pnmelra lhe foi presenteada pelo Ca~itão
sucesso, a sua obra prima é "Anita Garibaldi", baseada na heroína de Laguna. A Antônio Brício Guilhon, a segunda por HermalUl Ruediger, primelrO regente
ópera saiu graças aos incentivos do professor José Ferreira da Silva, de de Blrunenau e a terceira, runa batuta de honra com uma placa de ouro, que lhe
temperamento artístico, que escrevia os poemas para a genialidade de Geyer foi presenteada pelo Comandante do 23 o B. L. Quando da apresentação do
musicar. O professor José Ferreira da Silva, que na época era prefeito concerto em Florianópolis em homenagem à Semana da Marinha, Geyer foi
municipal de Blumenau, não foi só o libretista, e sim o homem de pr~senteado com uma "pokal" pelo vicepresidente da República Rademacker.
extraordinária cultura que possibilitou por todos os meios facilitar o trabalho de Geyer viveu um momento de grande emoção quando, durante um ensaio, dia
Geyer. Em fins de 1939, a ópera estava pronta e trechos esparsos são cantados e do seu aniversário, o coral e orquestra o homenagearam devolvendo-lhe a
ílauta de prata que havia vendido.
tocados em vários concertos com sucesso, porém, somente em 1950, ano do
Entre as muitas homenagens recebidas, a que marcou os últimos anos
centenário de Blumenau, a ópera estreou e foi um sucesso. Blumenau aplaudiu
de Geyer foi a do seu "Jubileu de Ouro", no dia 8 de maio de 1971 data em que
de pé os autores, solistas, orquestra e coro, bem como a equipe técnica, nos dias
também sofreu a maior injustiça da sua vida ao ser informa~ do de que
2, 4 e 6 de setembro. A ópera foi reapresentada nos dias 7 e 9 de dezembro de
apresentara o seu último concert027• Aposentado compulsoriamente, para
1956 e nos dias 10 e 6 de junho de 1963, em Blumenau, no Teatro "Carlos
receber sua minguada aposentadoria fazia diversas viagens, por mês, de
Gomes". N o dia 25 de novembro de 1957, a ópera foi apresentada no Teatro
Navegantes a Blumenau, fato que muito contribuiu para o seu declínio quando
Municipal de São Paulo, onde o púlbico aplaudiu demoradamente o talentoso
ainda podia reger, compor e dar muito de si para a Comunidade blumenauense,
maestro "catarinense". Pelo requerimento nO 3-100-57, da Câmara Municipal
a quem se dedicou durante cinqüenta longos anos.
de São Paulo, foi consignado um voto de congratulações e de aplausos os mais
A festa do seu "Jubileu de Ouro" transformou-se em concerto da
efusivos e entusiásticos, ao Maestro Heinz Geyer, autor da ópera "Anita
'Despedida". Destituído das funções, Geyer afastou-se e praticamente
Garibaldi", apresentada em São Paulo com largo e merecido êxito. Com as
enclausurou-se em sua casa de Navegantes, onde construiu runa oficina,
apresentações em São Paulo, Geyer chegou ao topo da fama e da glória e nada
continuando com o seu passatempo favorito: a mecâ,úca e a eletricidade28.
mais, pois financeiramente as apresentações e~ São Paulo não lhe
Geyer inventou e construiu: máquina para endereçar correspondência, fazer
proporcionaram nem o dinheiro necessário para a Viagem de volta. Geyer,
envelopes, escrever vários tipos de notas musicais, dispositivo para virar as
desgostoso resolveu vender a sua obra prima, que foi adquirida pelo seu grande
páginas das partituras, acionado pelo pé, dispositivo na máquina de cortar
admirador, amigo e antigo participante da Orquestra Sinfônica do Teatro
grama para enrolar e desenrolar o cabo elétrico automaticamente. Inventou um
"Carlos Gomes", Fred Hering, no dia 31 de dezembro de 1957. Geyer também
interruptor para evitar o vazamento das caixas d'água, máquina para afiar
compôs a opereta "Viva o Minist.ro", que fez muito sucesso e que foi
objetos cortantes e muitas outras pequenas invenções, segundo Geyer, de
apresentada nos dias 14,15 e 17 de Julho de 1965. A opere ta foi reapresentada
menos importância.
no dia 24 de outubro de 1965.
Alguns fatos dignos de nota marcaram a vida artística de Geyer.
Além de compositor e regente da Orquestra Sinfônica e Coral da
Um deles foi durante um concerto em homenagem ao Governador do Estado
Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes", desde 7 de março de 1947,
Irineu Bornhausen, quando o músico Jorge Ternes tombou para o lado.
data da sua nomeação, Geyer foi professor catedrático de música e canto
Retiraram-no do palco sem alarde e só após o concerto é que os demais
orfeônico da então Escola Normal "Pedro lI", tendo assumido as funções no dia
souberam que Jorge Ternes tinha sido levado para o hospital e que falecera no
11 de março de 1947. Pelo decreto de 21 de julho de 1962, foi posto à
palco. A excursão para São Paulo e Rio de Janeiro, em 1941, foi marcada pela
disposição do Conservatório de Música "Curt Hering" de Blumenau, que já
morte de Willy Lõhr, integrante do coral, de colapso
dirigia desde 1949, data da sua fundação.
A Orquestra e Coral da Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes", 27) "O Maestro Geyer" - Edith Korma1U1 ~ Imprensa Acadêmica - 1985.
28) "O Maestro Geyer" - Edith Korma1U1 - Imprensa Acadêmica - 1985, pág. 49.
sob a regência de Geyer, gravaram três discos: "Blumenau
cardíaco, sendo sepultado no Rio de janeiro. Nessa excursão, os componentes Menino Jesus, montado num burrinho, trazendo
da Orquestra e Coral apresentaram-se na Rádio Tupi de São Paulo, e por presentes para as crianças", que eram colocados em
incrível que pareça, quando a orquestra tocava mais baixo, dois locutores da pratinhos dispostos na soleira da casa, onde
rádio aproveitavam para fazer propaganda da Cerveja Tirolesa. Geyer, ao previamente se colocara sal para o burrinho comer.
perceber, olhou exatamente no momento em que um deles ia fazer novamente a Os homens e as mulheres passavam a noite rezando.
propaganda e eles se calaram. Na ocasião, os componentes da orquestra e coral A festa se prolongava por três dias, sendo um em
foram convidados para um "cocktail" na Cervejaria Tirolesa. Um fato que casa e dois em visitas a parentes e amigos. A árvore
irritou Geyer, foi o solo de tlauta tocado pelo regente da banda do 32 o B. C., de Natal era iluminada com lamparina a óleo e sobre
que num dia de concerto havia bebido demais. Geyer, preocupado, tirou as a mesa a comida italiana e cerveja espumante feita
partituras musicais da estante para impedir que ele tocasse, foi quando ele, sem em casa. Cantando "La Santa Notte", à entrada
as paltituras, improvisou um solo de flauta que nada tÍnha a ver com o principal da casa, os cantores levavam uma grande
concerto. Muitos fatos devem ter ocorrido durante os concertos, considerando estrela iluminada e um pequeno presépio portátil. A
ser a orquestra e coral a soma de todas as classes sociais. canção conta com a saudação, narração histórica e
Geyer casou-se com Hedwig Hindlmeyer no dia 10 de fevereiro de
despedida:
1923, e no dia 14 de setembro de 1928, nasceu o seu único filho Heinz. PRIMEIRA PARTE
Geyer faleceu no dia 13 de junho de 1982, às 18,30 horas, no Hospital Ó lá di casa, signori patroni
Santa Isabel, deixando a esposa Hedwig, o tílho Heinz Geyer Júnior, nora il cielo vi doni la pace e la sanità.
Eunice e os três netos: Gilson, Gerson e Heinz Geyer Neto.
SEGUNDA PARTE
[n questa santa notte dell'Oriente e
OS ITALIANOS NO CANTO, comparso una lucenta stella.
MÚSICA E TEATRO [tre Ree Maggi di continuamente
dodici giorni seguitando quella,
Senza saper ne di uno ne di l' altro niente si
Em 1875, quando Blumenau testejava suas bodas de prata, apartaram ritrovarono in una strada bella.
em Blumenau os primeiros imigrantes italianos que deram origem à Colônia
Italiana (Rio dos Cedros, Ascurra, Apiúna e Rodeio) no Vale do Itajaí. Segundo
[n una strada bela e grande signoria se
ne andarono tutti tre in compagnia.
o Protessor José Ferreira da Silva, na História de Blumenau, "Os colonos
[n compagnia cosi se ne andarono
italianos eram bem diferentes dos alemães, eram menos pacientes, mais exigentes" ...
a Gerusaleme furono arrivati, finche
"Criaram muitos problemas para () Doutor Blumenau, porém, era gente ativa e
trabalhadora". Portadores de pendores musicais e belas vozes, trouxeram em Dentro di un bel palazzo si alogiarono
sua bagagem cultural um rico cancioneiro, pois cantavam, e cantavam muito, e come signori declemensionati.
segundo o Padre Vicenzi, em "Melodias Trentinas", ao som do machado, do
Após terminar as vinte e sete esstrofes da segunda parte da história do
serrote e onde estavam. O seu folclore é rico em melodias trentinas. No Cancio-
Natal, o coral era convidado a entrar na casa, onde eram servidas bebidas
neiro do Imigrante Italiano, compilado por Victorino Ledra, encontramos
próprias para a ocasião, como o "bonecamp". Augurando um Feliz Natal, o
canções marcadas de tristeza, alegria, mar, campo, céu, amor e principalmente
coro se retirava cantando a terceira parte:
nostalgia.
o Natal é festejado no meio italiano desde a TERCEIRA PARTE
colonização com cantos, inclusive sacros litúrgicos a Buona sera che l'e il natale
mais vozes. Nos estábulos muito limpos ardem velas che l' e il natale di nostro Signor.
e o caminho público até a casa de cada um era
iluminado, pois era o caminho por onde "passaria o

Em junho de 1885, chegou à Colônia Blumenau, Giuseppe De-
march, sapateiro, natural de Belluno - Itália, que possuía pendores espe-
ciais· para a música e que na Itália, quando jovem, estudou música,
ingressando no coral Di Belluno, sobressaindo-se pela voz de tenor-baixo.
Após várias tentativas, Demarch conseguiu organizar um grupo de cantores
que ficou conhecido como "I Cantore". Os "I Cantore" cantavam nas
missas e nos enterros de "corpo presente", sendo mais tarde contratados
para abrilhantar festas de casamento e outras, com cantos profanos ou
canções italianas dos "paeselli", de onde provinham os integrantes do coral
(as músicas sacras incluiam missas solenes para as festas religiosas e o
Réquiem para enterros). O primeiro coral era constituído de oito cantores"
Giuseppe Demarch - tenor-baixo e maestro, Giovamli Poltronieri - baixo,
Luiz Isolani - tenor, Giovanni Demarch - tenor, Felice Fachini - tenor,
Nicola Badalotti - 2 o tenor, Gotardo Possamai - 2 o tenor e Alessandro
Zonta - baixo. Com o falecimento de Giuseppe Demarch em 1929, e outros
que lhe seguiram, o coral passou a ser dirigido por Gregório Demarch, filho
do fundador do coral que integrava ainda Giovarnli Demarch, Ambrosio
Fachini, Júlio Bertelli, Ennínio Poffo, Alessandro Passero, Arcângelo
Poffo, Paulo Maiola e Graciano Demarcho Com o falecimento de uns e
outros, o coral dissolveu-se e as belas canções italianas: Lieto Giorno,
Santa Lucia, La Rosa é un bel Fiore, Nineta, Ciau Morentina, Là in mezzo
aI mare, I Chiuchetoni e outras, não mais são executadas como o foram nos
tempos iniciais da Colônia. Giuseppe Demarch, inicialmente radicado em
Guaricanas, posteriormente mudou-se para Ascurra.
O Colégio São Paulo, de Ascurra, da Congregação Salesiana hllldada
por Dom Bosco, iniciou suas atividades em Santa Catarina em dezembro de
1916. Nesse colégio, os alunos estudam música, pois segundo Dom Bosco,
"Casa sem música é corpo sem alma". Em 1925 foi fundada em Ascurra a
banda do colégio. Cultivam o canto coral e o teatro, pois educam os dotes
vocais e a declamação, além de divertir e educar o bom gosto. O público
tem acesso aos espetáculos que também são apresentados em outras
cidades. Da programação constam declamações, mú-
sica instrumental, cantos, operetas, comédias, dramas, etc. Com música do
Padre Vicente Cimatti e letra do Padre A. Burlando, no dia 7 de outubro de
1967, foi encenada em Ascurra a opereta em três atos "Raios de Sol" .
Em Rodeio, em 1892, Frei Lucinius Korte, além de administrar a
Paróquia, traçar plantas para capelas e conventos, compunha músicas, regia
a banda de música, tocava órgão e traduzia peças de teatro. Prestou, durante
cinqüenta anos, inestimáveis serviços à Comunidade de Rodeio
(15/0311892 - 19/0611942).
Em 1906, o DI. Flesch, formado em Filosofia, que tinha um filho
sacerdote franciscano, doou um órgão para a Matriz de Rodeio. Para
montá-lo, veio da Alemanha o fIlho do doador, Karl Flesch, que foi au-
xiliado por seu irmão José Maria Flesch, que posteriormente se estabeleceu
em Blumenau.
Referindo-se aos italianos de Rodeio, disse o Professor José Ferreira
da Silva que lá exercera as funções de Juiz de Paz, "Com que entusiasmo,
com que encantamento, com que singular e santa unção aqueles velhos
devotos cantavam, com toda a força dos seus pulmões, as glórias de Deus,
num tom de voz maravilhoso, que só os italianos sabem achar".
A religiosidade do povo de Rodeio se expressa através do teatro nas
encenações de "O Milagre do Calvário" , escrita por Eduardo de Castro e
apresentada tradicionalmente na Semana Santa desde 1952. São realizadas
anualmente com a colaboração de mais ou menos 65 pessoas das mais
diversas profissões da Comunidade rodeiense.
Segundo o Padre Victor Vicenzi, o canto "Noi siam partiti" foi
composto com a participação dos riocedrenses e do músico Batista Ra-
faelli.
Os italianos não fonnavam associações c.omo os alemães, entre-
tanto, em Ascurra, funcionou em 1915, a Sociedade Helvetia.
CARV ALHO, Brasilino de. Blumenau suas raízes e sua fama - São Paulo, BIPA
Editora, 1979.
KORMANN, Edith. O Maestro Geyer - BImnenau, Impressora Acadêmica Uda.,
1985.
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RIBAS, Antônio Lara. O punhal nazista no coração do Brasil - Florianópolis,
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Oficial do Estado de Santa Catarina, 1977.
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SILVA, José Feneira da.O Doutor Blumenau - Rio de Janeiro, Apollo, 1933.
SILV A, José Feneira da. Fritz Müller - Rio de Janeiro, Alba, 1931.

10 Centenário da Commúdade Evangélica de Blumenau (1859-1959).

10 Centenário da Comunidade Evangélica de Badenfurt, Blmnenau (18841984).
800 Aniversário da Associação Evangélica de Senhoras, BIumenau (1907-
1987).
Festas de Cantores em Blumenau (1952-1981). Estatutos
da S. D. M. "Carlos Gomes" de Blumenau. Cremer S/A
Produtos Têxteis e Cirúrgicos, BJmnenau. Companhia
Hemmer Indústria e Comércio, Blumenau.
Relatório do Colégio das Innãs da Divina Providência de Blwnenau. Relatórios
da Escola Nova de Blumenau: 1910, 1911, 1912, 1913 e 1929. Relatórios de
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(1985) e Walmor Belz (1968).
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KolOlúe Zeitung (1862-1880) -Joinville, SC.
Blumenauer Zeitung (1881-1938) - Blmnenau, SC. Der
Urwaldsbote (1893-1941) - Blumenau, SC.
A Cidade e Cidade de Blumenau (1924-1962).
Volkszeitung (1930-1931) - Blumenau, SC.
A Nação (1943-1965) - Blumenau, SC.
O Lume (1942-1970) - Blumenau, SC.
Jornal de Ibirama (12.02.1955) - Ibirama, SC.
O Universitário (março de 1975) - FURB de Blumenau, SC. O
Colored (1962-1963) - Blumenau, SC.
Jornal de Santa Catarina (1971-1983) - Blumenau, SC.
Arquivo Histórico de Joinville - Joinville, SC.
Arquivo Histórico Prof. José Ferreira da Silva - Blumenau, SC.
ABART - Associação Blumenauense de Artesãos.
ABT A - Associação Blumenauense de Teatro Anlador.
ARTEX SI A - Fábrica de Artefatos Têxteis - Blumenau, SC. BEC
- Blumenau Esporte Clube.
BLUAP - Associação dos Artistas Plásticos de Blumenau, SC.
Cristais Hering SI A - Blmnenau, SC.
Escola Auxiliar de Enfermagem - Blumenau, SC. Foto
Clube de Santa Catarina - Blumenau, SC.
FURB (Relação de Faculdades e Reitores) - Blumenau, SC.
Histórico do Spitzkopf (folhetos e entrevistas com J. Itten - março de 1980)
no Garcia - Blumenau, SC.
Liga Cultural e Recreativa Vale do Itajaí - Blumenau, SC. Obra
Kolping do Brasil - Cartilha do Sócio.
Programas e Infonnações fornecidas por empresas blumenauenses.
SENAI e SENAC.
SESC e SESI.
Sindicato dos Músicos Profissionais de Blumenau, SC.
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itoupava Central - Blumenau, SC.
Sociedade Dramático Musical "Carlos Gomes" - Blumenau, SC. Sociedade
Recreativa e Cultural Lyra - Blumenau, SC.
BUDAG, Alex - Aero Clube de Blumenau, fevereiro de 1982.
DANKER, Helhnuth - Arte e Cultura de Vila Itoupava - março de 1982.
GAERTNER, Edazima - Conservatório de Música Curt Hering - Blmne-
nau, maio de 1978.
GARNI, Werner - Tabajara TêlÚS Clube - Blumenau, março de 1983.
Hering, Carlos (C ao) - Cartunista - Blumenau, abril de 1985.
JENSEN, Use - Arte e Cultura de Vila Itoupava - Blumenau, março de
1982.
ODEBRECHT, Marlore - SESI - Blumenau, novembro de 1985.
PETRY, Inês - SESC - Blumenau, dezembro de 1985.
POKRYWIECKI, Eduardo - Colégio Santo Antônio - Blmnenau, novembro
de 1984.
RABE, Afonso - Hospital Santo Antônio e Saúde Pública, outubro de 1979.
RIGHETTO, Ivan - Blmnenau Esporte Clube, agosto de 1984. STRASSBURGER,
Frederico - Hospital Misericórdia de Vila Itoupava -
Blumenau, setembro de 1985.
SCHOENING, Almiro - SESI - Blmnenau, novembro de 1985. CINEASTAS e
Cinegrafistas: .Willy Sievert, Johatm E. W. Mogk, familiares de José Julianelli,
Alfred Baumgarten, Innãos Holzwarth e Hinkeldey, Herbert Holetz e Reinaldo
Olegário - Blumenau, fevereiro a abril de 1979.
REGENTES E BANDINHAS: familiares de Hermann Ruediger e Franz Baumgart,
Manoel C. S. Krieger, Alfredo Radloff, Rikobert Doering, Max Lindner e
outros - Blumenau, setembro a novembro de 1980.

INFORMAÇÕES
(obtidas através de entrevistas telefônicas, cartas e livros de atas)

BELA VISTA COUNTRY CLUB - Gaspar, 1983.

CASA SÃO JOSÉ de Vila Itoupava - Blumenau, 1981.
CENTRO CULTURAL "25 DE JULHO" -Blumenau, 1979. ENFERMEIRA IRMÃ
LETÍCIA - Hospital Santa Isabel - Blumenau, junho
de 1985.
ENFERMEIRA SOLANGE - Hospital Santa Catarina - Blwnenau, junho de 1985.
FOTÓGRAFOS: Hehna Axthelm (Hoeschl), familiares de Wilhelm Scholz, Fritz
Schmurr e Hugo Schrikte, Alfredo Wilhelm, Hans Raun, Rubens Heusi,
Mário Ho1etz, Günther Schroeder, Sidney Luiz Saut, Walter R. Momm,
Guilherme J. Bauer e Jorge Holetz - Blumenau, maio a julho de 1981.
SACERDOTES, pastores, dirigentes de entidades religiosas e assistenciais -
Blumenau, abril a junho de 1983.

PROGRAMAS
(de atividades culturais, altísticas e sociais)
ARTES PLÁSTICAS, Artesanato, Cartuns e Fotos.
LANÇAMENTOS de livros, Concertos Musicais, Peças Teatrais, Balé e outros.

CARTÓRIOS: Roberto Bayer, Benjamim Margarida e Getúlio Vi eira Braga . -

B1umenau.

Adquiridas de: Guilherme Jensen Bauer, Arquivo Histórico de Blumenau e

particulares.
16.
18.
17.

EDITH KORMANN,
(20-03-1921), nntural de
Brusque-SC, professora de letras,
diretora de estabelecimentos de
ensino, inspetora escolar,
professora de educação física e
professora utliversitária (FURE).
Bacharel em Direção Teatral,
Licenciada em Arte Dramática
pela URG8.. Fez curso de Técnica
Vocal (Charlote Kahle - Alemanha),
Técnicas Dramá': ticas Aplicadas ao
Ensino, Cultura . Cinematográfica,
O Barroco no Bra- . sil, O Homem e a Arte Medieval, Tendência do
Espetáculo Contemporâneo, Canto, Mfmica (Rolf Charre - Alemanha),
Expressão Corporal (Maria Fux. -Buenos Aires) e outros.
Participou e promoveu festivais de teatro, seminários e encontros de arte.
Participou ainda de diversos congressos no Estado, Brasil e exterior. Foi
atriz e dirigiu espetáculos teatrais. Com estudantes da FURE, fundou o
Grupo Teatral PHOENIX (06-03-1974). Fundou com os grupos teatrais do
Estado a Federação Catarinense de Teatro Amador (FECATA) que presidiu
por dois anos· (1978-1980). Atualmente é Presidente de Honra.
Foi homenngeada pelos alunos do Curso de Educação Artfstica da FURE
com uma placa de prata (1982); no mesmo ano foi homenngeada pela SEE de
Santa Catarina com a seleção do livro "Teatro na Educação Artfstica",
distribufdo na rede estadual de ensino.
Premida em 1978, no Concurso de Contos da FURE, é autora dos liw :
"Teatro na Educação Artfstica" (esgotado), "0 Maestro Geyer" e "Destinos I

(contos). Participa de várias Antologias. Colaborou com a revista "Blume-

nau em Cadernos". Escreve desde os 15 anos e em 1949 o soneto "0 cego de
nascimento" foi premiado. Faz parte da União Brasileira de Escritores.
Participou do Conselho Municipal de Cultura (1981-1983). De sua autoria
possui quadros a lápis, crayon, aquarela e trabalhos de tapeçar.ia. Eshu/ry'
teoria, solfejo e composição com o Maestro Geyer, sendo solista sob (
ta do mesmo no Teatro "Carlos Gomes". Desenho, aquarela e
cr{l" Professor Humberto Hoffmann e Ludwig Emmerich. Pesqui
do Itajaf desde 1978.
No dia 28 de outubro de 1993, a Câmara Municipal de
BlumL riu o tftulo de "Cidadã Blumenauense".
 10)
12)
11)
15)
14)
13)

/
fECATA - FEDERAÇÃO CATARINENSE DE TEATRO AMADOR
 FUNOAOA Elo! 02/04/1976
fli"'\iI""!t~~. -f'I() -CU',Ó:l'W ~ lf~\fl'{} 4l-. 'tituk,,!: • O~w. h ~llIl ~ eflt~ - !lil~.~" ' 'SC. Il~> $ij, lWt\l ~...oo< 'lw. .;t"' •••• OS'OS/UV"
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Uma nota no "Kolonie Zeitung"7, entre outras notícias, referindose ao
teatro, comentava o grande sucesso obtido durante a última apresentação. O
autor da nota, Pastor Hesse, comentava: "as dificuldades do Grupo Teatral,
considerando os integrantes disponíveis numa Colônia que estava galgando
os primeiros degraus, e que não poderia satisfazer de imediato, ou
apresentar bons espetáculos ao público, apesar de envidar todos os
esforços possívels, na última apresentação çareou para o espetáculo
numeroso público, que lotou todo o espaço. E que o Grupo Teatral, além do
trivial "Humoristische Studien" (Estudos Humorísticos), apresentou de
Kotzebue, "Der gerade Weg ist das beste" (O Caminho Reto é o Melhor). Na
primeira peça o trabalho de conjunto dos atores foi um sucesso notável, o
que também aconteceu com a segunda peça, considerando ainda o
excelente conteúdo da mesma. Foi um bom espetáculo A crítica sobre estas
fI.
peças feitas pelo Pastor Hesse dizia ainda o seguinte: "Notava-se durante toda
a apresentação nada de debu:' tantes de braços e pernas rígidas e sim Ulna
notável naturalidade, onde cada ator mostrou sua capacidade, principalmente
na comédia. Após o espetáculo, o baile prendeu associados e convidados até ao
amanhecer".
É evidente que o sucesso obtido foi obra de Rosália Gaertner, ou Roese,
corno era carinhosamente tratada. Roese era apaixonada pelo teatro, fato que a
levou a fundar o Grupo Teatral que dirigiu com carinho e dedicação até a data
da sua morte. Corno os primeiros encontros do Grupo Teatral foram na casa de
Johann Thomas Reinhardt, o primeiro palco também foi improvisado na casa
de Reinhardt, passando posterionnente para a Sociedade de Atiradores, )lma
construção simples com um palco rudimentar, onde eram encenadas peças
teatrais que atraíam a população total da Colônia, bem como das vizinhanças.
As peças sob a direção de Roese eram bem representadas e Roese e Gustav
Salinger quase sempre faziam os principais papéis. Também a Rudolpf Krause
foram atribuídos papéis de responsabilidade, quando ingressou na Sociedade
Teatral Blumenau.
Rudolph Krause fundou uma fábrica de caixinhas de madeira para
charutos na Barra do Rio, em Itajaí, e viajava duas vezes por semana com o
vapor "Progresso" para participar dos ensaios. Os nossos amadores venceram
muitos obstáculos, e mais tarde, quando representaram pa-
péis de maior gabarito e responsabilidade, se portaram como verdadeiros
artistas. Roese não gostava de se apresentar para uma platéia heterogênea, não
era discriminação, era o medo da crítica negativa a que não gostaria de ser
submetida. Viktor Gaertner, marido de Roese, era filho de uma irmã do Doutor
Blumenau e veio com o tio em 1863 para auxiliá-lo na administração da
Colônia. Algum tempo depois, estabeleceu-se com uma casa comercial num
prédio ao lado de sua residência na Alameda das Palmeiras. Viktor Gaertner foi
Vice-Cônsul da Alemanha em Blumenau, desde julho de 1867 até 1888, quando
faleceu. A sua casa foi o centro intelectual da Colônia. Roese, ao ficar viúva,
assumiu a família, sendo auxiliada pela filha mais velha que era adjunta da
escola de primeiras letras, regida por Apolônia von Buettner. Os três filhos mais
velho~ foram para outros centros, o quarto filho auxiliou-a nos negócios, dOIS
freqüentavam a escola e a mais moça, Edith, não havia completado idade para
freqüentar a escola. Além de dirigir o pequeno negócio ao lado de sua casa,
agenciava ainda os pequenos vapores "Progresso" e "Blumenau", da Cia.
Fluvial. As grandes responsabilidades não a tizeram esquecer o "seu teatro", e
mesmo confiando aos mais jovens os principais papéis nas peças teatrais, ela
cuidava para que nada faltasse no palco; selecionava e ensaiava as peças,
caracterizava atores, servindo de ponto quando Karl Wilhelm Friedenreich era
obrigado a faltar.
Roese era excelente amazona e não havia obstáculo que não saltasse.
Segundo o relato de uma parente, Roese era muito corajosa e o provou quando
teve que viajar para o interior da Colônia e o cocheiro embriagou-se. Roese
puxou o cocheiro para o banco de trás, tomou as rédeas e voltou para casa
guiando os cavalos. Preocupada com o cocheiro que poderia cair, dirigiu o carro
lentamente, chegando à Vila à meisnoite. Foi até a esquina onde morava Franz
Lungershausen, proprietário do carro, tirou-o da cama, entregou o carro e o
conteúdo dizendo com raiva: "Tome, devolvo-lhe o seu belo cocheiro ".
Rosalie Julie Auguste Sametzki nasceu em Neder-Gerlachsheim bei
Lauban-Schlesien - Alemanha, filha do Alferes Julius Sametzki, Voluntário da
Guerra do Paraguai e Auguste Becker Sametzki. A família veio para Blumenau
em 24 de julho de 1859 e Roese tinha 17 anos de idade. Em 30 de junho de 1861,
o Pastor Hesse casou-a com o oficial prussiano von Leppepr, do qual foi
separada judicialmente no dia 23 de junho de 1865, pelo Juiz de Direito Dr.
Joaquim Antônio da Silva Barata. No dia 29 de junho de 1865, casou-se com
Viktor Gaertner, natural de Hasselfelde - Braunschweig - Alemanha, nascido
no dia 14 de maio de 1832 e falecido no dia 6 de novembro de 1888. Roese
faleceu no dia
16)
26 de dezembro de 1900 de decor~ç.ões de ambiente. Principalmente no ramo teatral, foi incansá-
moléstia no estômago, e foi vel atlv~dade e talento, dedicando todo o seu tempo disponfvel no de-
uma lamentável perda para senvo!vlmento da ~ultura artfstica e atividade teatral, conquistando
a família e amigos, tam.bem. ?r~ndes t~~unfos, quando atuava em peças, interpretando os
principalmente para a maIs difíceIS papels com muito bom desempenho. O Teatro "Frohsinn
Sociedade Teatral ", muito lhe deve, pois foi ela a mais ativa orientadora e eficaz
"Frohsinn" , que teve sustentáculo dessa sociedade cultural. "
dificuldades em encontrar
Roese gostava de pássaros, flores e da nossa mata ;i.irgem, pois numa
uma substituta.
carta que escreveu aos avós que residiam em Dresden-Sachsen Alemanha, ela
Inicialmente assumiu as
funções, a filha Else, que externa toda a sua sensibilidade às belezas e às coisas simples que adotou em
além de dirigir os sua nova Pátria. O conteúdo da carta datada de 15 de agosto de 1860 é o
espetáculos, tinha outros seguinte:
encargos sociais. Else foi "Queridos avós!
auxiliada por Gustav Espero que esta carta os encontre bem de saúde. Fico contente em saber
Salinger, que com a morte que agora estão bem de saúde. Aqui vivemos no meio da natureza e tu
de Roese foi eleito meu avô, certamente gostarias de viver aqui. O nosso lar, a casa onde
presidente, cargo que moramos é coberta de folhas de palmiteiras, sem janelas e sem assoalho,
ocupou até 1917, quando se e a uns trin~a passos da mesma está a mata virgem e a mais trinta, passa
retirou devido à avançada o rio. E uma delfcia passear no meio da mata virgem entre as mais belas
idade. Atualmente o Teatro flores e em volta das mesmas ver o beija-flor voando. O chão está
"Carlos coberto de baraços, nos quais muitas vezes corre-se o perigo de cair. Do
Gomes" remanescente Roese Gaertner topo das árvores, os baraços enviam seus cipós até o chão, sendo que
do "Frohsinn" não mais possui um Grupo Teatral que tàça jus às glórias do alguns deles são finos e outros chegam a ter a grossura de um braço.
passado. Deste cipó fazemos cordas que são mais fortes do que o sisal. Com estes
. O "Blume~uer Zeitung" nO 52, de 29 de dezembro de 1900, pu- cipós amarramos as paredes das casas. Que passarinhos de cores e
bhcou o necrológlco de Roese Gaertner, falecida no dia 26 de dezembro: formas inimagináveis! Tangerinas, pêssegos, mamões e outras frutai
para nos deleitannos no verão, que chega a 30 e 32°. Naturalmente para
"Dam~ inteligente, de coração generoso, exerceu importante papel na os que gostam de folgue dos, estes faltam. Mas também os ternos aqui.
s~cledade blumenauense; era muito estimada, respeitada e venerada Eu danço ao som de um violino e um harmônio, enquanto na Alemanha
amda por mui~as fa~nflias que de~~ sempre tiveram amparo e ajuda em se ouvem orquestras e coros. Cada terra com seus costumes. Nossos
todas a~ sztuaçoes, quer auxllzando-as pecuniariamente, quer trajes são muito simples: os homens usam camisa azul e a calça segura
dando-lhes sábl~S c?nselh~s e orientação certa na solução de proble- por um cinto no qual penduram um facão de dois palmos. Nós, mulheres,
mas com o~ quazs vm!Ulln a sua presença. Por muitos anos foi diretora vestimos saia e blusa e em geral andamos descalças ou calçamos
da A~ênc~a da C~mpanhia Fluvial, em cujo encargo demonstrou tamancos, e naturalmente somos alegres. Nos dias de festa vestimos
ex:rao~dmána c~paclda~e pelo que grangeou a gratidão e o respeito nossas roupas trazidas da Alemanha com as quais também vamos à
nao .so rU: refenda SocIedade Anônima, como também de todos os Igreja. Em nosso pasto ternos duas vacas, dois terneiros e meu cavalo
fun~lOn~nos ,e ~mpregados. da empresa. Por ocasião de realizações de Alazão que vale uma fortuna para mim, pois me leva nos domingos à
fest~J~~ publz.cos ou partIculares, sempre foi consultada e ouvida a Igreja que fica a uma hora de distância, ou quando vou até o Salto e não
sua oplnzao, pOIS demonstrava bom gosto nos arranjos destas festas e posso
ir de canoa até lá. Com o cavalo passo apenas por uma picada, ele é
muito seguro e me leva sem perigo. Os bugres, aqui ninguém precisa
temer, pois um tiro de espingarda os assusta logo. Porém, o que falta
aqui é a mão-de-obra qualificada ou pessoas que trabalhem. Um homem
recebe por mês dez a vinte mil réis. Uma empregada doméstica de oito a
quatorze mil réis e além disso, difícil de conseguir alguém. Nós
trouxemos uma de lá, porém dois meses depois ela se casou e agora
estou sozinha. Minha mãe não pode trabalhar e o serviço, no início,
principalmente a roupa me custava muito, mas agora já estou
acostumada, sou jovem e tenho força. Há cerca de duas semanas a
garganta da mamãe ficou inflamada e saiu muito pus. O médico disse
que passará com o tempo, ela precisa descansar. Da c!imatização os
sinais são: pés inchados e coceira na pele que é muito irritante e eu sinto
o mesmo que meus pais. Agora já temos carpinteiro, fazendo urna casa
bonita para nós. Eu estou contente porque ela tem janelas de vidro,
porta e assoalho. A comida é em geral feijão preto, farinha e carne seca.
Nós já procuramos modificá-Ia. Fabricamos açúcar e cachaça. A
maioria dos colonos fazem o mesmo, farinha e cachaça.' O nosso pão é
de milho e é muito gostoso. Ah! si vocês pudessem viver aqui conosco
para ver e provar do mesmo. Não se pode descrever como tudo é. Eu já
podia ter casado várias vezes, mas ainda não tenho vontade. Aqui os
moços são como pão fresco, logo têm saída. A morte do bom tio Bastos
me doeu tanto quanto para vocês, pobre da tia Alice, pena que eu não a
conheça, rnas apesar de não conhecê-la gosto muito dos meus tios,
primos e vocês em primeiro lugar. Muitas vezes, por exemplo, penso e
sonho com a vinda do tio e família para cá e como isto seria bonito!
Lembranças em primeiro lugar à tia Lothe, que eu procuro sempre
imaginar como ela é, e também o tio Louis, tio Karl e todos eles. Se eu
voltasse para Dresden. iria pajear os filhos da tia Bertha e os filhos da
tia Nillna. As crianças gostam de mim e trabalhar eu posso. Lembranças
ao tio Hermann e sua jovem esposa lá em Lawenburg onde eu gostaria
de estar, porque lá existem florestas. A vocês meus bons avós desejo que
fiquem com saúde e que Deus vos guarde durante uma longa vida.
Adeus.
Deus guarde vocês, escrevam-me em breve.
Queiram bem a vossa neta que muito vos ama
Roese Sametzki
Lembranças de vosso neto Georg. "
Roese e Viktor tiveram os seguintes filhos: Erich, Arnold, Felix,
Helmuth, EIsa, Victor, Harry e Edith.8
Edith, a filha mais moça, ao visitar a innã casada Else G. Seypel, em
Rosário (Argentina), foi visitar também um médico que estivera em Blumenau
e se tornara amigo da família. Na casa deste médico Edith chegou a conhecer a
grande Eleonora Duse no auge de sua carrei;a, tendo se impressionado tanto
que resolveu dedicar-se ao teatro. Os innãos de Edith resolveram financiar seus
estudos na Escola de Arte Dramática de Berlin, escola de grande conceito no
mundo. Tenninado o curso de quatro anos, Edith passou a integrar elencos de
vários grupos teatrais, representando nos mais afamados palcos alemães,
inclusive nos teatros de Mainz e de Leipzig. Atuou nos palcos alemães por uns
vinte anos, colhendo louros da crítica especializada. Entre os autores famosos
representou obras de Ibsen, Tolstoi, Goethe, Schiller, Shakespeare, Moliere e
outros. Representou "Ofélia" no Harnlet, "Julieta" no Romeu e Julieta, de
Shakespeare, "Margarida" no Fausto, de Goethe, "Inês" em J ohannisfeuer, de
Sudermam1 e muitos outros, sendo muito aplaudida. Regressou a Blumenau em
1924 para auxiliar seus innãos Erich e Arnold, sacrificando sua carreira. Edith
voltou para a Alemanha em 1928 para rever cidades e teatros onde colhera
tantos louros. Passou o inverno em Bedin assistindo a diversos concertos
sinfônicos sob a regência de Furtwengler. Visitou sua irmã Else em Rosário, e
ao voltar isolou-se no seu jardim com os gatos e uns poucos amigos até o dia 15
de setembro de 1967, quando íàleceu.
A necessidade de um curso de "ballet" se fez sentir em 1936, quando da
apresentação da ópera "Preciosa", de Cad Maria von Weber. Na ocasião, a
coreografia foi feita com as alunas da Associação Ginástica Blumenau, dirigida
por Mathilde Frischknecht, sendo solista a senhorita Leder. Apesar do interesse
do Maestro Geyer no funcionamento de um curso de "ballet", somente em 1945
o íàto se concretizou, quando foi realizada uma "Noitada de Bailados" , no dia
30 de junho, com coreografia idealizada por Lisel Klostennann e orquestra, sob
a regência do Maestro Heinz Geyer. Participaram da apresentação as alunas
Ellen
17)
Renaux, Renate Wemer, Ivone Niemeyer e Suzana Horeyseck, que
dançaram a "Valsa Romântica" e "Pizzicato", de L. Delibes, "Danças
Medievais" (Minuito Burlesco), de Johann S. Bach-Martini-Couperin,
"Valsa do Imperador", de Johann Strauss, "Bonecas Levianas", de O.
Programa Lorenzo Fernândez e Savino Benedictis, "Modista da Viena Antiga", de
Johann Strauss, "Namoro em Viena", de Josef Lmmer, "Mazurka Clássica",
L PA.RTE «A~f1e~» de F. Chopin, "Tarantela", de St. Heller, "Dança Holandeza", de A. Lortzig,
Um dto cômico 'Com a pdrticiPdÇ~O de RitdScnddract Ruthc ~(un'1:Lr" MH:rJo Kid\>\'dgen, Caewno "Ióta", de L. Sopenna e "Dança Slava", de C. Friedemann. Os arrajos
Deeke FJsuein:do, Wje~~nd Siebert e iJ;f<OS til;: '. orno musicais para "ballet" estavam a cargo do Maestro Geyer e o guarda-roupa e
lI. PARTE cenários de Duja Gross. Com a criação do Conservatório de Música "Curt
Hering", o "ballet" passou a fazer parte do Conservatório. Gertrud Smolka
Suite de Ballet "i. _ •
-. •.••.• "
t1A,(,,(JV~» :Mwdctt d.
T&cha!kow$ky. substituiu aLiseI Klostermann, fazendo a coreografia e desenhando os
~ em um eUo' '" . costumes para as programações do Teatro "Carlos Gomes", até o dia 21 de
Orqueaira do Teatro -Cados Gomea-. sob a r.gencla do maestro HEÚml Geyer.
Coret>grafia: Mme. G. Smolka. abril de 1951, quando apresentou o seu último trabalho com os temas das
Dansada pelall alunall do ColUlerll'alQno -Curt Herlng-. músicas: "Suíte Oriental", de Popy, "Variação da Fada Açucarada",
Bailadoa pela ordem: "Mirlitons" e "Trepak", de Tschaikowsky, "Clair de Lune", de Debussy,
- T R Df!. DOr;; CONVfDr1DOS: Bailarinas c(lr de I, MARCHA "Sílvia Ballet", de L. Delibes, "Improp'u", Sinfonia Op. 66, de Chopin,
- Ei\T ~o;o: Bal~lurinas cór 'azul, Cltillesa~" Bail(!ti1!(l~
crir brtmca, Damas de H01lra, PrulÇ{'zas da" "Blanche et Noir", de Czibulka, "Borboletas" , de S. Translateur e a "Dança
l-lôres, PrÜ1C('Stl. . ." , das Horas", de Ponchielli.
2. V4.RItç,/Io DA FADA ASSUCARAOA, '.' .. Rulh I.Vmklcl'. No dia 18 de dezembro de 1951, o Conservatório de Música "Curt Hering"
TI?EjAK (Dallsa RIt,~saj - Rell!lfe OUe, ]:,,"1)' Abdú. ,!faria CfInstme Sceite,
S. J/aryaifl ,A b,tu, apresentou "Bailados", com coreografia e desenhos dos costumes de Inês
4 f) 4. .v •... ,A llRAHE - Maria Aldlta. Brmuftlo (/11 j'dga, Alzira ScJlIwider, Liam Poller, e a orquestra do Teatro "Carlos Gomes", sob a regência do Maestro
, •. Ofte Presa ,\ebeltmg. Geyer. A programação em duas partes apresentou na primeira, "Danças
SOLISTA: J/ilTgd !)()"i/ l1oops, ., '. ,
,~), LJ "',""S',A CH IN ESil - lhma RafJe, Milrliese Selta'''!,E, Slliulra n~1{ke~'t'c'~f1pt"tt' ,1" " Clássicas", com músicas de F. Kreisler e F. Chopino Na segunda parte,
MI'W" raM" BtJ1'ba, Kal'ill rristhkJtiJcht, NlttlC'j am os, Rúth ' p"itz$clte. "Danças do Mundo": a) Brasil - tillltasia do Brasil, de Ary Barroso; b)
l/ANDARIJ/: 1tka Roepck.e. . "
, lfll' Lf[ON5, . . Cmúl" ffass, Eldrítil fio//"", MOf'Íil Luis" S~heJlmg, Ailrttl América do Norte - Step de G. Boulanger; c) Espanha - minueto e
,)., . \ l'etersl1t,
farandolo, de G. Bizet; d) Itália - tarantela, de St. Heller; e) Holanda - dança
7, GRANDJ:.: V([L5íA D-1S FI;O!?!!~ÓR DE ROSA' Vera Deeke, N/mil,! Ta. holandeza, de A. Lortzing; t) Alemanha _ laendler, de O. Fetras; g) Áustria -
~;;·tf:·"k~{i;:~;;d Sei/er, Edit' Reinert, Veru Strattch, l.irsul" valsa vienense, de J. Strauss; h) Rússia - gopak, de M. Mussorgski; i) China
J\i'f?;d C. T
li !ll'ARI,VAS DE AZUL: ilfm·itIllScl"'titlt(J"~m" CClJ" ll;'"ç:és - pequena chinesa, de F. Lehar; j) Hungria - danças húngaras, de Brahms.
Coelho, Mar!;";! JJislt'l, Elkf' llering, [)Itrt$ lú;mra t,
I"'nrz J/oellmmm. . . II 11 k 1~4ILARJNAS DE BRANCO: [so/dl'
No dia 13 de novembro de 1952, o "ballet" marcou sua presença
jJ~Sel! ,':e S ."j/1..
f "loUe !'ra\'mt l/arita Dake. V"s/da 'ft!otileck, com uma programação de alto nível. Da ópera "Fausto", de Charles
Dons 01' 'I~:;II
Doris ·Std,.;'cn
ANCY JfoeUmmtll. ilJarlil'w
5clm'ar:: ~).4.\f:.jS DE HONR;l: Gtllti/a J~IlSS, gari" PeterwlI, El·. Gounod, foram apresentadas danças do Bailado (Margarethe) e Canção. O
àriia Koffke, Maria Luisll S,hâlmg.
Fl.ORE;S SOLISTAS: Cuda GÜrfuN', fita Prayon, PR
terceiro número foi "Capricho Italiano", de Tschaikowsky. Na segunda
hVCESA: Rulh li iltkler, parte, foi apresentada a pantomima de JosefBayer "A Fada das Bonecas" .
Rothschild, Eleonore Knoop, Ruth M. da Silva (que interpretaram No dia 17 de dezembro de 1953, o tema dos bailados foi "O Livro de
bailarinas de 1860), Helge Herrmann, Use M. da Silva, Uka e Ruth Contos". Com música de Franz Schubert foram apresentados: "A
Branca de Neve", "A Bela Adormecida", "Joãozinho e Ritinha" e "Final";
"Chapeuzinho Vermelho", com música de Bocherini, "c? Gato de Botas" com
música de A. Dvorak, "João Felpudo", com mÚSIca de Fr. Pracanlco,
"Cinderela", com música de Fritz Kreisler e "Juca e Chico", com música de
Smetana. Na segunda parte foram apresentadas: a) Valsa _ Capriccio, com
música de Bosco; b) Grande Valsa Vi~nense, de J. Strauss; c) Step, de Samy
Fain; d) Rapsódia Slava, de Fnedmaill1, Nos dias 16 e 17 de outubro de 1954,
foram apresentados: a) "Festa Galante à Noite" com música de Mozart; b)
"Dança ao Luar", com música de Lorenzo 'Fernandez; c) "Suite Egípcia", com
música de A. Luigini; d) "Polca", fantasia, com música de G. Merkling; d)
"Casório Camponês", com música de Franz Schubert. Bailados sob a direção de
Inês Poller, orquestra sob a regência do Maestro Geyer e perucas históricas a
cargo
de Ruth Koschel.
Pelo 750 aniversário da Cia. Hering, o "ballet" apresentou uma
programação especia} enfocando o p~río?o 185~-1955 em Blumenau, ~m oito
quadros: a) O Indio; b) Os Prlffierros ImIgrantes na Floresta V~gem"; c) A
Primeira Colheita; d) A Primeira Tecelagem (1880);. e) O Casalzinho da
Cidade; t) A Jovem Grã-Fina de 1900; g) As Cnan?as Veraneando à Margem
do Itajaí-Açu em 1910; h) Valsa Comemorativa
ao Jubileu,
Ainda em 1955, o programa "Bailado" apresentou, em ,~uatro
quadros, o tema "Um Passarinho Vive as Quatro Es~ções d~ Ano, com música
de Berlioz e Mendelssohn, com apresentaçao no dia 18 de dezembro para
adultos e dia 19, às 17 horas, para crianças.
O "ballet" do Conservatório de Músuca "Curt Hering" também
participou das apresentações da ópera "Anita Garibaldi" , pelo. Centenário de
Blumenau nos dias 2 4 e 6 de setembro de 1950, e nos dIas 7 e 9 de dezembro
de' 1956, cor;' a participação dos alunos Karin Frischknecht, Ludwig
Eschenbach, Gudrum Kalvelage, Mara Probst, Carmen Schroeder e Ely
Wachholz. Em 1957, na apresentação. e~ São P~ulo, atuaram cantores coral e
corpo de baile do Teatro MumcIpal de Sao Paulo, porém nos' dias 10, 3 e 6 de
junho de 1963, na reapresentação da ópera, sob a regência de Bruno Roccella,
participou o "ballet" do Conservató-
rio.
Em 1958, o tema dos "Bailados" das alunas do Conservatório, dirigidos
por Inês Poller, foi na primeira parte: "~lássico Divertissement", com músicas
de Delibes, Gounod e PonchIelh, apresentando. as cen~s "Ao Despertar da
Primavera", "Dança do Sol", "Dança da Prlffiavera , "Dança Alegre", "Sonho
na Primavera", "Rendez-vous", "Passatempo
Prima~eril" e ."Dan?a ao P?r do Sol> .Na segunda parte foram apresenta~s
RapsódIas Hungaras , com mUSIca de Franz Liszt. O tema da primeIra parte
do programa "Bailados", apresentado nos dias 4 e 5 de julho, no Teatro "Carlos
Gomes", foi "Suite de L'Arlisieme" com música de Bizet e as cenas "Prélude",
"Minuet" "Adagietto" "Carillon" e "Faran~ole". Na segunda parte foi
apresentada "A Fada das Bonecas", pantomlffia de Josef Bayer. Nos dias 17 e
18 de setembro de 1960 os alunos de "ballet" apresentaram os temas "Concerto
Clássico" com ~úsica de Johaill1 S. Bach; "A Moldávia", com músicas de
Sm~tana e "O Pequeno Bosque ?e Mara", com músicas de
Mendelssohn-Bartholdy (Sonho de uma NOIte de Verão).
Inês Poller apresentou o seu espetáculo de despedida no dia 9 de
setembro de 1962, com músicas de W. A. Mozart (Pequena Serenata Noturna)
e Pablo M. Sarasate (Festa das Flores). Foram ainda apresentados solos para
piano, CÍtara e violino, com a participação da orquestra sob a regência do
Maestro Geyer e cenários de Victor Hausmaill1.
Em "Viva o Ministro", opereta apresentada nos dias 5 e 6 de nove~bro
d~ 1965, o Corpo de Baile esteve a cargo de Zuleika Lauterjung e Ins Colmo
Mara Probst, ex-aluna de "ballet" do Conservatório de Música "Curt Hering" ,
foi para o Teatro Municipal de São Paulo para aperfeiçoar-se. Depois de dois
anos, Mara voltou para Blumenau como professora de "ballet" do
Conservatório e coreógrafa do teatro "Carlos Gomes", apresentando seu
primeiro espetáculo no dia 7 de dezembro de 1966 (Quadros Históricos do
Desenvolvimento do Brasil). A última apresentação de "ballet" coreografado
por Mara com a participação da batuta do Maestro Geyer foi no dia 20 de
dezembro de 1970, entretanto, o espetáculo de "ballet" coreografada por Mara,
tendo como regente o nosso saudoso Maestro Geyer, apresentado no dia 12 de
dezembro de 1969 (um ano antes), foi um espetáculo de alto nível e um dos
melhores espetáculos de "ballet" apresentados no Teatro "Carlos Gomes". Da
programação constava uma homenagem a J. S. Bach, interpretada pelas alunas
Estela Camargo, Eva M. Flesch, Jeane M. Probst, Lilian Ramers, Maria de F.
Honório, Siegrid Wamser, Úrsula Jonen e Mara Probst. De Gounod foram
apresentados Moderato-Maestoso e Valsa (allegretto). De A. Luigini foram
apresentados os quatro movimentos da Suite Egípcia.
Em agosto de 1972, Pauline Springer assumiu o "ballet", e Mara
continuou trabalhando até junho de 1973, quando foi dispensada, apesar da
longa folha de ótimos espetáculos artísticos apresentados. Pauline Springer,
primeira professora credenciada no Brasil pela "Royal Academy of Dancing",
de Londres, após desentendimentos com os dirigentes
do Teatro "Carlos Gomes" foi forçada a demitir-se em 1~76, ficando o teatro
alguns anos sem coreógrafo. Em 1979, Ingo Henng esteve e~ Augsburg -
Alemanha, quando foi apresentado a Pedro Da~t~~ ROdrlgues, entrando em
entendimentos com o mesmo sobre a. posslbllldade de trabalho no teatro
"Carlos Gomes" de Blumenau. Sohsta do teatro de Augsburg, o último trabalho
de Pedro em Augsburg fo~ em setembro ~e 1979, quando foi contratado pela
direção ?O Teatro Carlos Gomes , com vantagens e regalias, porém
desentendlffientos levaram Pedro a de-
mitir-se.
Pedro artista nato, não esmoreceu fundando o CIDAI (Centro In-
ternacional de Danças e Artes Integradas), que foi inaugurado em 10 de agosto
de 1982. Pedro, além de coreógrafo, é .artista plástico de grande sensibilidade
comprovada pelas belas obras eXistentes no CIDAI. Pedro fez três anos 'de
especialização de pintura acadêmica, escultura e modelagem em Veneza.
Artista internacional, Pedro, além de atuar no Teatro Municipal de São Paulo,
atuou também no Teatro Comunal de Bologna, Teatro Máximo de Palermo,
Teatro Lafenice de Veneza, Teatro de We~tfália, Teatro de Oldenburg e
Augsburg. Em Augsburg to~ regente ?e classes de alunos excepcionais.
Apresentou-se na IugosláVIa, TurqUla, Grécia, Japão, Israel, Rússia, África do
Sul, Inglaterra, Portugal, Espanha e toda a América. Entre as coreografias
criadas por Pedro, destacam-se "Dom Quixote", "Chariot of Fire",
"Movimentos de Mozart" e
"Raça Brasileira" . ,
Em 1978 Beatriz Niemeyer e Ursula Jonen fundaram o Corpo de
Dança "Maria de Caro", que sediado no Centro, C~1tural "25 de ,!ulho",
apresentou ao público blumenauense nas dependenclas do Teatro Carlos
Gomes", em 1980, de Prokofiev" "O Amor por Três Laranjas" e em 1982 de
Haendel, "O Messias". Ursula Jonen, ex-aluna de Mara Prob~t e ~bém de
Pauline Springer, que a profissionalizou em 1974 como pnmeira bailarina no
estado, conseguiu, com a demissão de Pedro Dantas Rodrigues, a direção do
"ballet" do Teatro "Carlos Gomes" de Blume-
nau que assumiu em julho de 1982.
, Com Úrsula Jonen a escola de "ballet" do Teatro "Carlos Gomes"
foi registrada no MEC, credenciaI).do-a a fornecer certificados. Do s~~
trabalho frente ao "ballet" do Teatro "Carlos Gomes", em 1985, fOI montado o
espetáculo "O Quebra-Nozes", de Tschaikowsky e em 1987, "Gisele", de
Adolph Adam, com coreografia de Jena Coralli e Jules Per-
roL
Em setembro de 1987, Úrsula Jonen publicou na revivsta "Blumenau
em Cadernos" um artigo sobre "ballet", destituído de fundamento e
baseado em depoimentos falhos, pois o "ballet" de Blumenau não tem suas
raízes na Associação Ginástica Blumenau. Esta, ministrava através de
professores especializados em Educação Física, a Ginástica Rítmica, método
de educação muscular criado por Jaques Dalcroze "cuja finalidade é harmonizar
os movimentos do corpo com os cornandos do cérebro", enqua~lto o "ballet" é um
gênero independente de espetáculo, é dança cláSSIca com passos
elaborados em sistema, e empregados no ensino coreográfico.
A Associação Ginástica Blumenau nunca funcionou como "Academia
de Ginástica e Dança" .
Na década de sessenta, paralelamente ao "ballet" que funcionava no
Teatro "Carlos Gomes", Valentina von Rogoschin lecionava "ballet" no salão
do Grande Hotel Blumenau. Na gestão do professor José Ferreira da Silva,
como presidente da Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes" , muitas
vezes o teatro foi reservado para V alentina von Rogoschin apresentar seus
belos espetáculos.
Em 1986, surgiu o "ballet" de Câmara de Blumenau, que conta com um
grupo de bailarinos profissionais, tem seu registro no MEC e é de Utilidade
Pública Municipal e Estadual. É cadastrado no MINC.
Com a demissão de Úrsula Jonen, em 1988, a Escola de "ballet"
dirigida por Beatriz Niemeyer passou a ser apoiada pela Pró-Dança.
O Club Germânia foi fundado, segundo seus Estatutos, que foram
registrados em 27 de fevereiro de 1911, "para contribuir para a vida sociável de
seus sócios". Os associados, logo após a fundação, adquiriram no dia 18
de março de 1911, o imóvel de Paul Hering com uma casa de alvenaria
por trinta e cinco mil réis e o terreno por quinze mil réis, localizado à
Rua 15 de Novembro. A área era de mais ou menos 400 m2 e foi
registrada no Registro de hnóveis do 10 Ofício, livro nO 3-A, fls. 108, sob nO
5.643. O Club Germânia foi palco de grandes acontecimentos culturais,
artísticos e sociais. Entre os destaques, a apresentação, no dia 27 de setembro
de 1923, de "Uma Noite de Poesias", com Charlotte Schenke, que recitou
poesias de H. Lõns, C. F. Meyer, Rainer M. Milke, Goethe, Josef Winkler,
Gerret Engelke, Cristoph Wieprecht, Franz Werfel, Theodor Fontane, Lube
von Strauss e Torney.
Apesar da bandeira alemã ainda ter a listra amarela, no dia 18 de
18)
janeiro de 1924, o "Tag der Reichsgrundung" foi festejado no Club Ger-
mânia. Em Blumenau como no Rio de Janeiro, os festejos foram realizados
com a bandeira com as cores vermelha, preta e branca sem a listra amarela,
por isso a data não foi festejada publicamente. Na história do povo alemão,
os dias 9 de novembro e 11 de agosto são datas negativas, porém o dia 18 de
janeiro, instituído por Bismark, era de elevação para um futuro melhor.
Participou da programação o Pastor Neumann, que falou sobre os
Habsburgos e H ohenzollern, esclarecendo pontos escuros sobre a dinastia.
Foram proferidos outros discursos e cantada a canção de Erhardt "Wir
tragen am Arme das Wickingerschiff, âm Kragen die Gardesterne. Wir
tragen im Herzen die Heimat mit in der Zukunft dunkele Ferne". Além de
festejos, eram apresentadas noites literárias. Entre elas, no dia 27 de julho de
1925, com o professor Leonhardt. No dia 9 de abril de 1929, sobre Schiller e
no mesmo ano, no dia 22 de junho, noite de entretenimento com danças,
sapateadores e a banda Gauche. A escritora Anni Brumler convidou, através
do "Der UIWaldsbote", no dia 17 de julho de 1930, uma noite literária. As
noites de arte eram freqüentes e no dia 1 ° de fevereiro de 1928, o cantor de
ópera e câmara, Hans Edgar Oberstetter cantou árias, baladas e canções.
Ano após ano, o Club Germânia, ao lado do Teatro "Frohsinn",
Sociedade de Atiradores, Associação Ginástica Blumenau e Josephhaus
(Casa São José), promovia o entretenimento e a confraternização não só
entre os blumenauenses, pois mantinha intercâmbio com quase todas as
sociedades congêneres do Estado de Santa Catarina e do Brasil.
O desaparecimento do Club Germânia foi anunciado pelo "Der
UIWalsbote" nO 39, de 19 de maio de 1939, com a publicação de que estava
à venda o prédio do Clube e que as propostas poderiam ser encaminhadas
para Rudolph (Rudi) Klein, em Itoupava Seca, ou Paul Koch, no "Der
UIWalsbote". No dia 7 de agosto de 1946, o Club Germânia, representado
por Rudolph Klein e Paul Koch, foi vendido para Franz Hering, confonne
registro no Cartório de Títulos e Documentos Otto A bry, sob nO 217, livro
A, nO 5, fls. 72 a 73V, no dia 29 de junho de 1946, por Cr$ 50.000,00
(cinqüenta mil cruzeiros). Este dinheiro foi aplicado na formação do
patrimônio da Sociedade Dramático-Musical "Cartos Gomes" .
A sede do Club Germânia se localizava ao lado do Edificio "Edel-
weiss". O prédio teve suas estruturas abaladas e desmoronou. No local, foi
construído novo prédio sob nO 828 (na Rua 15 de Novembro).
I~ canto faz parte da vida do. blumenauense desde os primórdios, como
'fator de progresso da Comumdade e harmonia social".
O ca~to coral, como arte, teve início com o Pastor Hesse, quando em
1863 ~Ol fundada a Sociedade de Canto Germânia De 1863 até 1872,
funCIOnavam em Blumenau quatro corais; em 1892 onze, e no dia 28 d~
outubro de 1900, quando foi realizada a I Festa de Cantores doze
coraIS. '
Em 1865, funcionava no Garcia o "Gesangverein Sãngerbund
~arcia".' ~ue apesa: de . dirigido, inicialmente, por I!ermann Ruediger,
nao partIcIpa~a dos festejOs das sociedades de canto. E provável que
esse I coral, postenormente, se tenha transfonnado no "Mãnner Chor
Garcia \ I", com a participação ativa em todos os festivais de canto.
_ .Em 1915, as sociedades de canto cogitaram uma grande festa com ~
fmalIdade de fundar a "Sangerbund ltajahytal" (Liga Cultural e Recrea-
tI:,a Vale d? Itajaí), porém a Primeira Guerra Mundial impediu a realizaçao
do fest~val que, no entanto, foi concretizado no dia 7 de março de 1920,
reunmdo em concurso 16 sociedades de cantores em Itoupava Seca. A
"Sangerbund Itajahytal" influenciou o desenvolvimento cultural da região.
Em pouco tempo contava com mais de 20 sociedades inscritas com 426.
cantores. Além das festas realizadas em Blumenau, outras foram realIzadas
em Indaial, Nova Berlin, Timbó, Gaspar, Taquaras e Brusque. A Liga, que
tolhida em suas manifestações (1915) atuava em silêncio sob a presidência
de Peter Christian Feddersen tendo como vice-presidente o cantor Otto
Baumeier, e dirigente do cor~l o professor Max Hmnpl (Coral Masculino
Teot6nia, de Itoupava Seca), culminou em 1920, com a Grande Festa de
Cantores sob a presidência de Otto Abry.
A partir de 1920, os festivais de canto realizavam-se todos os anos
congraçando cantores de todo o Grande Vale do Itajaí, inclusive Brusque,
Itajaí e da distante cidade de Rio do Sul, até que a Segunda Guerra Mundial
os silenciou.
Para avaliar a imponência com que se realizavam os íestivais ci-
tamos o realizado no dia 19 de março de 1922, nas dependências da' So-
ciedade de Atiradores. No dia da festa, a EFSC colocou trens especiais que
partiram de Hansa às 6 horas da manhã, com regresso às 10 horas da noite.
Os cantores, ao chegarem a Blumenau, eram festivamente recepcionados e
às 9 horas da manhã, marchavam com suas honrarias e bandeiras (bandeiras
confeccionadas e bordadas lindamente por Maria,
~posa do professor Max Humpl), da estação da EFSC até a Sociedade
e Atiradores, local da festa, onde, às 10 horas, além de apresentada a
rogramação, foi realizada uma grande reunião festiva, com a participaão
de todos os corais. Nessa festa foi realizado um concurso, sendo os úmeros
de canto sorteados de acordo com a capacidade de cada socieda-
e de canto. As sociedades da Colônia cantaram "Sah ein Knab ein Rõs~in
stelm", e às do centro (cidade) coube a melodia de F. Abt "Die lbendglocken
klingen", e para os corais em conjunto, "Brueder reicht ie Hand zum Bunde"
e a canção em uIÚssono de Kõsporer "Sanger Ged'. Às 11 horas, foi
realizado o Concurso de Canções e às 3 horas da ude Canções de Concerto e
música de coreto, com a participação da land~ Musical Lyra. Às 6 horas da
tarde, entrega dos prêmios e às 8 hoas baile festivo na Sociedade de
Atiradores e Teatro "Frohsinn". O anitrião foi o "Liederkranz", que preparou
no salão da Sociedade de \tiradores tudo o que fosse necessário para agradar
os participantes. No lia da festa, os bares funcionaram das 9 horas da manhã
às 12 horas da loite, com comida, churrasco, bebidas, "chopp", etc. A
entrada para .0 . ocal da festa era grátis para os associados da Liga, enquanto
os demaIS ~stavam sujeitos às taxas de 300 Rs. e para o baile 1$000 Rs .. Da
quinta 'esta de cantores realizada em Neu Berlin, no dia 11 de maio de 1924,
Jarticiparam ·13 corais. Nessa festa foram instituído~ prêI~ios para os c~-ais
masculinos: Kolonienvereine, Gehobene Koloruevereme, StadtvereIle e
corais mistos. Foram premiados a Sociedade de Canto Ribeirão Ferro; seção
de canto da Sociedade de Atiradores Eintracht do Ribeirão ja Areia; Teotônia
de Timbó e Liederkranz de Blumenau, que quase empatou com o número de
pontos dos corais de Brus~ue e Eintrac~t, ~e Altona. Um fato sensacional
para a época e que abnlhantou os festejOs de 14 de maio de 1933, foi o avião
da "Aero'Loyd" que sobrevoou o local da festa com faixas de saudação aos
participantes do evento. Na festa de 1934, Max Humpl, regente oticial de
corais, foi substituído por Heinz Geyer que no dia 22 de julho de 1936,
formulou convite à Sociedade ~e Canto do Club Germânia, M. G. V.
Liederkranz, M. G. V. ConcórdIa, M. G. V. Eintracht de Altona, M. G. V.
Garcia I e seção de canto da Sociedade de Atiradores Neue Velha, para uma
prova de canto para a qual deveriam levar notas. Com a Segunda Guerra, o
"Sangerbund Itajahytal" emudeceu, voltando em 1952.
Com o palco artisticamente adornado, o Coral Misto de Blumenau
apresentou no Teatro "Frohsinn", no dia 11 de maio de 1923, primeiro dia
de Pentecostes, "V 01kstÜl1l1icher", constando da programação: I Gevatter
Tod (conto de fadas), com prólogo e três atos. II - Volkslieds-
zenen: a) Es zogen drei Burschen; b) Zu Mantua in Banden. III - Schat-
tenspiele; a) Di~ Za~berpillen em três quadros; b) Die zwei beiden Quit-
zow. A promoçao fOI encerrada com baile.
Motivados, talvez, pelos festejos do "Sangerbund Itajahytal", um
grupo de pessoas fundou em 1927, a Sociedade de Canto "Eintracht" que
apesar de curta duração, elegeu em 19 de julho de 1932 sua nova di~ retoria
integrada por Franz Nietsche - Presidente, Christian Thomsen _
Vice-Presidente, Willy Lõhr - Secretário, Karl Fischer - 2 ° Secretário Fritz
Kretzschrnar - 1 ° Tesoureiro, Paul Frischknecht - 2° Tesoureiro ~ Hans
Schõps - Encarregado do patrimônio. Nesse mesmo ano, a Sociedade de
Canto "Eintracht" festejou, no Teatro "Frohsilm" o seu 5° aniversário, com
a participação de outros corais que apresentaram "Dur Junges Grüne" e
"Tanzlied", enquanto que Willy Lõhr apresentou uma m~s~ca do ~turo,
com o nome de "ANO 1.999". M. Merten, Niemeyer, Korug e HeInzle
apresentaram um "Quarteto Humorístico". Com a banda Breitkopf,
promoveram, no dia 25 de fevereiro de 1933, no Teatro "Frohsilm", "O
Encontro Cigano". No dia 15 de julho do mesmo ano festejou seu 6°
aniversário no Teatro "Frohsinn", apresentando, entr~ outros números, a
valsa "Contos dos Bosques de Viena", com orquestra, encerrando com a
peça cantada "Die Lore am Tore", em um ato. No dia 29 de julho do mesmo
ano foi apresentada "A Noite de Canções Populares", sob a regência de W.
Kuhn. Do programa constaram "Die Waldquelle", "Steirischer Wullaza"
(Valsa Pomerana), "Contos dos Bosques de Viena", com orquestra e a peça
cantada de C. Sieler, "Die Lore am Tore". Nos dias 20 e 21 de outubro de
1934, a Sociedade de Canto "Eintracht" , com grandes festejos, inaugurou
sua bandeira com a participação do Coral Masculino "Garcia I" e Sociedade
de Canto "Sãngerbund", de Joinville, no Teatro "Frohsinn". No dia 21, na
Sociedade de Atiradores, o Pastor Scheerer inaugurou a bandeira,
ressaltando as atividades dos cantores na nova pátria, o Brasil. No local da
festa, abrilhantaram as festividades o "Musikklub Garcia" e Sociedade
Musical Lyra, enquanto que o baile foi animado pela orquestra Breitkopf.
Em 1935, além dos festejos de aniversário realizados no dia 27 de julho, no
dia 23 de novembro, a Sociedade de Canto "Eintracht" apresentou, entre
outros números, a peça cantada "Die schõne Postmeisterin". Emudeceu
com a nacionalização.
Outra sociedade de curta duração e que chegou a lançar a pedra
fundamental da sua sede no "Vorstadt", no dia 26 de dezembro de 1928, foi
o Coral Masculino "Sãngerlust", primeira sede para atender a sociedade
alemã. Essa sociedade promoveu, no dia 16 de junho de 1928,
no salão "Zwõlfer", a festa de aniversário com números de ~anto coral, solos
números musicais, tercetos, duetos e a peça teatral "Dle Musterehe". No dia 15 de
novembro de 1929, às 8,30 da noite, no Teatro. "Frohsinn" Ano do Centenário da
Imigração Alemã em Santa Catarma, em beneficio do Museu a ser fundado, o Coral
Masculino "Sangerlust" apresentou um programa variado de cançõe.s com
acompanhamel~to m~,slcal, sendo o primeiro número" Stolz weht dle Flagge
schwarz-welss-ro~ (Altaneira tremula a bandeira preta-branca-vermelha). Nesta
festa, fOI apresentada a poesia "Auswanderer", de Am~ Bru~~r. O interessante. da
programação foi a saudação ao Brasil (HeI1 Brasl1len) ao so.m do Hl~~ Nacional
da Alemanha. Também Rio do Sul, apesar de distante e Ja emancipada, participava
dos eventos culturais de Blumenau, mantendo as tradições da velha pátria, pois em
1934, o P~stor Leonhard~ Grau fundou a Sociedade de Canto Masculino que mais
tarde transformou-se em
"Doppelquartett" - Rio do Sul. . (Verbo Amar), Gerson Pimentel Filho (Suprema Ilusão), Joel Gonçalves (Boêmio
Com a Segunda Guerra Mundial, a maior parte das socle?ades ~e canto
emudeceram, entretanto, o Maestro Heinz Geyer c~nsegulU reun~~ músicos e
cantores, apresentando espetáculos que não fenam a s~~cep~lbilidade de
"nacionalizadores" e uma das alternativas foi a partIclpaçao do grande coral com
alunos do então G~násio e Escola ~ormal Pedro 11. Com o fim da Segunda Guerra
MundIal, Geyer reU?lU remanesc,el?tes dos antigos corais, formando o Grande
C?ral da Sociedade Dramatlco:
Musical "Carlos Gomes", que tantas glónas trouxe para Blumenau ate que em
1971, foi dissolvido com.a dem~ssã~ ~e Geyer, após as ho~.~na~ gens aos seus
cinqüenta anos dedicados a muslca em Blumenau. Muslcos e cantores
remanescentes passaram a atuar no Centro Cultural "25 de
Julho" .
1968, numa promoção da "Spot TV Show Ltda", c~m a coordena-
ção de Donato Ramos, foi realizado nas dependências da COEB
(PROEB) o I Festival da Canção do Vale. . , Rufino Régis, Werner Amold, Capitão Rutíno, Maestro Baumgart, Dário
"0 I Festival da Canção do Vale, InalS que tudo, e prova de arro-
'o é marco glorioso de uma nova era, é afirmação daquilo que já é urna
J
, I~
constante irretorquível em Blumenau - Progresso.
No dia 6 de julho de 1968, às 15 horas, no Pavilhão da COEB,
teve início o I Festival da Canção do Vale. A promoção da "Spot TY
Show Ltda."
teve a coordenação publicitária e jomalística da AgênCia Blumenauens~ de
Notícias (ABN), o apoio do Prefeito Municipal, Dr. Carlos Curt Zadrozny,
imprensa falada, escrita e televisionada, e do co-
mércio e indústria de Blumenau, numa demonstração da importância do evento que
envolveu música, canto e a comunidade blumenauense. Inscreveram-se
compositores de todas as idades e categorias sociais e dos mais diversos locais da
nossa região. Após a seleção foram apresentadas 45 canções, sendo algumas
defendidas pelos próprios autores, outras acompanhadas por conjuntos musicais e
ainda outras interpretadas por cantores. Foram apresentadas canções dos seguintes
autores: Horácio Braun (Revolução e Aqui jaz em paz Carlos da Silva Vaz), Vera
Maria Paladini (Aquele Olhar e Solidão), Juarez P. Araújo (Lamentos de Amor,
Volta Amor e Se eu fosse um passarinho), Dalma de Oliveira (Sonhei, Um dia
encontrarás e Minha Oração), Mercides Pacheco (Canção de Amor), J. Eugenio
Uriarte (Marcha junina(, Ari Nagel (Resignação, Vivo só para lhe amar e
Esperança, esperança), Irold Weigmann (Apaixonado estou há tanto tempo),
Raymundo N. Figueiredo (Minha desilusão e Versos Tristes), WidmalU1 Müller
Errante), Eduardo de Souza (Lágrimas Luminosas), Abelardo de Souza (Inspiração
e Mentirosa), Tânia Magnani (Por que ontem choveu), Antônio Castellain
(Espere-me meu amor naquela praça, Quero dançar contigo e Eu fiz tudo pra você),
Miguel A. Mello (A Garota dos meus Sonhos), A. Carlos Herédia (Vidraça), Micles
Júnior (Raquel), José S. Camargo (Saudades da Favela e Pare de Falar), Raul
Hartke (Sonho e Angústia e A Maria Voltou), Joacir Penaforte (Ó Maria e Em teu
Louvor), Dionei J. de Souza (Triste Solidão), Helmuth Kulm (Festival da Cerveja
da GB), Áurea Hech (Canção a Blumenau), José Santa Rita (Seu Nome Nunca
Direi), Nilo Imhof (Recordação), Fernando Silva (Casinha Bela), Souza Filho (Zé
de Nada) e Mercides Pacheco (pensando em Amor).
Para classificar as quatro melhores canções, foi convidado um júri
integrado por militantes nas artes em geral, discotecários e imprensa falada e
escrita da região. Foram convidados para julgar as músicas:
Maestro Heinz Geyer, Leopoldo Kohlbach, José Acácio Santana, Maestro Krieger,
Deschamps, Edith Kormann, Karin Zadrozny e Mauro J. Amorim. Para julgar a
qualidade das letras foram convidados: Gervásio Luz, André Luiz Sada, Walmor
Siemann, Jair de Brito, Didier Deslands, Érico Max Müller, João Vieira, Professor
José Ferreira da Silva, Dr. Vinicius de Oliveira, Orlando Ferreira de Mello, David
Coelho, Erickson J. Maes, Flávio de Almeida Coelho e Amilton Cordeito.
Como convidados especiais prestigiaram o I Festival da Canção do Vale,
Jair de Brito (membro do júri da Grande Chauseé do Paraná),
 lidier Deslands (produtor e diretor de TV do Canal 6 do Paraná) e Anmes
Severo, o Mestre de Cerimônias. O Maestro José Acácio Santana li Diretor
Musical da promoção, que juntamente com José Balhu de ouza, de Itajaí,
acompanharam musicalmente diversos concorrentes, lclusive nos ensaios que
antecederam as apresentações.
0
Foram vencedores do Festival: 1 lugar - Helmuth Kuhn e sua ,anda
0
Araújo Brusque; 2 lugar - Ary Nagel. A melodia foi defendida or Normélia
Maria Lentz e o Regional de Pedrinho, que foram a grande ~nsação do Festival;
0
3 o lugar - Antônio C. Herédia e 4 lugar - Vera 1aria Paladini. O melhor
conjunto intérprete do Festival foi "Os Robinons", de Brusque. Aos
classificados foram atribuídos, além do prêmio na época) de meio milhão de
cruzeiros, oferta do Prefeito Municipal )r. Carlos Curt Zadrozny ao 1 0 colocado,
os troféus: Dr. Carlos Curt :adrozny, Prefeito Municipal de Blumenau; Antônio
Heil, Prefeito MuiÍcipal de Brusque; Deputado Evelásio Vieira; Oswaldo'
Olinger; Cia. :atarinense - Crédito e Financiamento; Ipiranga - Crédito e
Financiaaento; Simplex do Brasil; D. Quixote (em fio de ouro); Pontinho; Spot
. 'V Show Ltda.; Jornal Cidade de Blumenau; Casa Husadel (dois jogos le
cristal) e outros. Os espectadores também concorreram a vários prêaios, entre
eles uma Pianola Hering, oferta da Fábrica de Gaitas Alfre[o Hering S. A.
Além da Banda Araújo Brusque, Regional Pedrinho, Os Robin,ons e os
cantores Antônio Carlos Herédia, Vera Maria Paladini e Nornélia Maria Lentz,
também foram intérpretes os conjuntos musicais The )anger, Os Furacões e os
cantores Gerson P. Filho, Paulo P. Pires, ;liana dos Santos, Vitório Pfiffer,
Sebastião Lamim, Joel de Almeida, :Jilberto Neves, Jacira Forbici, Juarez
Araújo, Micles Junior e Herédia 2elso Quarteto.
Os festejos de encerramento e premiação estavam previstos para o fia
13 de julho no Teatro "Carlos Gomes", porém, motivada pela imposübilidade
0 Em março de 1975, o "Universitário", órgão de divulgação da As-
de comparecer, a Banda Araújo Brusque, detentora do 1 lugar no Festival,
careou para Brusque grande caravana integrada por compositores, intérpretes e
Comissão Organizadora, onde, com o apoio do Prefeito Murncipal Antôrno
Heil e Comissão Municipal de Turismo de Brusque, a Spot TV Show Ltda.
realizou o Baile da Canção, no dia 3 de agosto de 1968, na Sociedade Caça e
Tiro Carlos Araújo Brusque, sendo os prêmios entregues no dia 4
(segunda-feira). Marcaram presença a Banda Araújo Brusque, Ary Nagel,
Normélia Maria Lentz, Vera Maria Paladini e Antônio Carlos Herédia. "Os
Robinsons" e "Os Bolas" abrilhantaram os festejos tocando ritmos para dançar,
apresentando tam-
bém um show com as canções vencedoras do I Festival da Canção do Vale.
A promoção que polarizou a atenção do mundo musical do Vale do
Itajaí, impressionou Dirceu Graezer, Mestre de Cerimônias, cantor, produtor e
apresentador de diversos programas da TV Paraná - Canal 6 que colocou à
disposição da Agência Spot TV Show Ltda. promotora d~
evento, os horários da sua programação. '
A caravana musícal chefiada pelos jornalistas Donato Ramos e Souza
Filho, proprietários da Agência Spot TV Show Ltda, acompanharam os
vencedores do I Festival da Canção do Vale (Helmuth Kulm e a Banda Araújo
Brusque, Ary Nagel e o Regional de Pedrinho de Itajaí Antônio Carlos Herédia
e Vera Maria Paladini de Blumenau), que saí~ ram de Brusque, Itajaí e
Blumenau às 17 horas de sábado para se apresentarem no dia 18 de agosto, às
10 horas da manhã, na TV Paraná Canal 6, em Curitiba. Ao chegarem a
Joinville foram recepcionados pelas Emissoras e Jornais locais, Clube Floresta,
onde se apresentaram, sendo homenageados com um jantar totalmente às
expensas do Prefeito Municipal de Joinville, Dr. Nilson Bender, provando seu
interesse pelo desenvolvimento cultural, social e musical de nossa terra. A
caravana musical se apresentou por conta da Antarctica Paulista (filial de
Joinville), no Baile da Cerveja, realizado no Clube Floresta.
Em Curitiba, na TV Paraná Canal 6, a convite do Diretor e Produtor de
TV, Didier Deslandes, os vencedores do Festival apresentaram um programa
especial, de duas horas consecutivas, apresentado por Dirceu Graezer, Donato
Ramos, Souza Filho, Maurício Nascimento e Cláudio Luiz. No programa
foram divulgadas mensagens dos prefeitos Dr. Carlos Curt Zadrozny, de
Blumenau, Antônio Heil, de Brusque, Dr. Nilson Bender, de Joinville e Carlos
de Paula Seára, de Itajaí. O I Festival da Canção do Vale, criado por Spot TV
Show Ltda., consagrou-se através do Canal 6 de Curitiba.
sociação dos Diretórios Acadêmicos da FURB, lançou as bases do I Festival
Universitário da Canção.
O I Festival Universitário da Canção nasceu em 1974, na mesa de um
bar, onde se reuniam para conversar Oldemar Olsen Jr, Acari Amorim, Fred
Richter, Domingos Sávio Nunes e José Luiz Dias de Souza. Em 1975, com
Acari Amorim na presidência da Associação dos Diretórios Acadêmicos da
FURB, Fred Richter, Marilu Ribas, José Roberto Fernandes, Oldemar Olsen
Jr., José Luiz Dias de Souza e Domingos Sávio Nunes, foi realizado o I Festival
Universitário da Canção,
 e apesar das dificuldades inerentes a eventos de tal m~nta, ele ch~gou aos dias
atuais. O primeiro festival contou com o apoiO da PrefeItura Municipal de
Blumenau, TV Coligadas Canal 3, Jornal de Santa Catarina e empresas locais.
Para maior brilho do festival, foi convidado o compositor e cantor Ivan Lins,
que cantou três números e foi embora, desapontando não só os organizadores e
sim todos os presentes.
O festival foi realizado nos dias 30 e 31 de maio de 1975, em duas
etapas, nas dependências do Ginásio "Sebastião Cruz" (Galegão), com ilÚcio
às 20 horas.
Cada autor inscreveu, no máximo, duas canções que deveriam ser
inéditas tanto na música como na letra. Da inscrição deveriam constar o nome
dos autores, endereço e nome dos intérpretes. Os autores deveriam estar
cursando escola superior, enquanto os intérpretes poderiam ser não univers
itários.
Foram inscritas 63 canções, altamente criativas, numa demonstra-
ção de quanto o Festival repercutiu no meio universitári~ do nosso estado, pois
contou com uma platéia de cerca de duas mIl pessoas, qu~ pagaram pelo
ingresso Cr$ 10,00 (estudantes) e Cr$ 15,00 (geral). Na divulgação do Festival
foi solicitado ao público levar almofada para sentar.
Com a ficha de inscrição, que era gratuita e que foram aceitas até
o dia 15 de maio, deveria ser remetida uma fita cassete contendo a música e
cinco cópias da letra de cada canção. O material foi devolvido após o Festival.
Para a fase final, a Comissão Julgadora selecionou 15 canções,
cinco das quais receberam o "Troféu Universitário". Além do troféu, as três
canções que alcançaram o maior número de pontos receberam, pela ordem, Cr$
5.000,00; Cr$ 3.000,00 e Cr$ 2.000,00.
A ordem de execução das composições foi estabelecida pela Comissão
Organizadora do festival, através de sorteio e que também marcou a data e local
para os ensaios.
Das quinze composições apresentadas, a primeira colocação coube a
"Zezé Coisa Nossa", de Rubens Monteiro Jr, da UFSC; a segunda, "Minha
Terra", de Ana Nilce Schiocchet, da FURE; a terceria "Quem Foi Que Disse",
de Nelson Russi Wagner, da UFSC e "Uma Canção Para Seguir", de Juraci
Carlini e "Pra Não Dizer Que Eu Falei", de Heloisa Soter Correia, da FUNC,
obtiveram, respectivamente, a quarta e quinta colocação.
Foram apresentadores da grande festa final, Liane Wirth e Osmar
Laschewitz.
. Os p~r:icipantes foram alojados no prédio de alojamento da Pre-
feltu~a ~~clpal de B~~enau,. durante os dois dias de espetáculo, sendo
dlstnbmdas c~edenClalS p.ara intérpretes, autores e imprensa.
Esse Festival, o maiOr evento musical realizado em Blumenau desde
1968, mostrou a garra e a capacidade da nossa gente. Senões existem em
qualquer promoção, mormente de vulto, como foi o Festival, que envolveu toda
a comunidade. No II Festival, as responsabilidades foram divididas, .forma~s
.c?missões, criado o logotipo e outras inovações que deram maiOr
credlbllldade ao evento, o que incentivou uma maior disputa pela premiação,
atraindo universitários dos mais diversos pontos do país.
O III Festival, que deveria ser o melhor, não foi realizado, apesar da
estrutura econômica implantada. O compromisso com o FUC da empre~a
prom~tora do evento (TV Coligadas e Jornal de Santa Catarina), foi feIto
atraves de um contrato, assinado por estudantes, no qual a empresa impunha
exclusividade no III FUC.
Na época, foi importante a participação de Roberto Schneider (Bebeto),
que havia projetado o palco do II FUC e se encarregado de toda a parte
artística. Lamentavelmente Roberto Scl1l1eider faleceu, sendo substituído por
GiancarIo Sartorelo (da empresa), inexperiente pois, apesar de ter mandado
imprimir cartazes com o slogan "Música, a Nova Força" e faltando imprimir
apenas uma cor para a conclusão do mesmo a empresa se desinteressou pelo III
FUC. A empresa que através do co~trato vinculou o DCE à TV Coligadas .não
possibilitou ao DCE outra promotora. Apesar da denúncia de Oldemar
OlsenJr., o III FUC (1977) não se realizou. O Festival Universitário da Canção
chega aos dias atuais, não mais com o entusiasmo dos primeiros.
O Camerata Vocale, fundado em março de 1977 pelo Maestro Teimo
Locatelli, é formado por amadores apreciadores do canto coral de Blumenau e
região, partindo de um trabalho de pesquisa do folclore alemão, italiano,
brasileiro e outros. Em janeiro de 1978, o Coral gravou um LP de músicas
italianas para a "Festa Nacional da Uva", em Caxias do Sul/RS, e no final do
mesmo ano, após uma série de apresentações, o segundo LP com canções
folclóricas alemãs da região. Em 1979, gravou o terceiro LP com canções
folclóricas brasileiras, e em fins de 1980, sob os auspícios da Prefeitura
Municipal de Blumenau e Casa Moellmann, o quarto LP com músicas natalinas
de várias nações e do folclore internacional. Em setembro do mesmo ano,
excursionou para Montevidéu e Buenos Aires, e em novembro de 1983,
realizou quatro apresentações em São Paulo numa promoção da Secretaria de
Turismo de Blumenau e
.... Arte Surya. No final do ano de 1984, apresentou um con~e~o ~:~olistas Locais, o pastor Hesse teceu comentários sobre as palavras de Karl WI-
cantores da Orquestra Sinfônica de Porto ~legre, com ~le;eslieder", de helm Friedentreich "sobre a necessidade de ressuscitar as sociedades de
Brahms, para piano a quatro mãos, solistas ,e cor? misto. ) Camerata V ocale cantores como um fator de progresso da Comunidade e harmonia social".
conta com sopranos, contralt~s, tel:o~es e baixos.. , O "Kolonie Zeitung" (Joinville), que começou a circular no dia 20 de
Natural de Caxias do Sul, Telmo Locatelli pa~lclpoU d.e Semma'ios de dezembro de 1862, tornou-se até a data da circulação do "Blumenauer
Música de Blumenau como professor e concertlsta de plano e. cra. L' na Escola Zeitung", em 1 o de janeiro de 1881, o órgão de divulgação dos eventos
de Música de Blumenau nos cursos de plano, '10. eClOI~o~ de camA ara Em culturais, sociais e artísticos da Colônia B1umenau, para onde o Pastor Hesse
1974 ministrou aulas no Curso Interna-
'ravo e mUSlca ., - IL. mandava os seus artigos assinados com as iniciais "ROH".
;ional de Cravo de Marguerite Dreyfuss, no MASP de Sao Pau o. eclO- A nota do Pastor Hesse no "Kolonie Zeitung" de 3 de outubro de 1863
!lOU folclore na FURB. C . lnf; diz o seguinte: "o espiritual e a vida social já deram um passo em conjunto:
N á a infantil é digno de registro o I Encontro de orais an- uma sociedade de cantores, um grupo teatral, e umajá importante Sociedade
tis real~a;~ em novembro de 1980, no Teatro "Carlos Gomes" ,.com a de Atiradores. S6 a maçonaria ainda não encontrou ambiente para fixar-se. A
, .. - is de Curitiba/PR São Bento do Sul e Blumenau. Sociedade dos Cantores da Colônia Blumenau está por enquanto com mais ou
partlcl~;:~a~~ ~~:~oso ocorria nos idos de 1930, quando as ~l?SSaS esco- menos vinte associados. Os amantes de teatro, sob o apoio da firma Meyer &
- d' unham de material para ensinar canto, sendo utilIZados veras nao ISp - I C', Spierling, satisfazem também o público através dos seus espetáculos,
LUm exemplo sos em vernáculo adaptados à música de cançoes a e~~as. '.' . d H'
são os versos de autoria de Ferdinand Knoll, adaptados a mUSlca o 1ll? 'Principalmente por apresentarem reminiscências alemãs".
da Alemanha (1 a estrofe): No "Ko10nie Zeitung" de 2 de abril de 1864, o artigo assinado por
"ROH" diz o seguinte: "A vida em sociedade está cada vez mais fortificada.
"Bela Santa Catarina Além da Sociedade dos Cantores da Colônia Blumenau, ulna outra sociedade
terra minha és natal. surgiu no Alto [tajar, e como o nome já diz, "Geselliger Verein ", trata-se de
Entre 21 estrelas urna sociedade com tendências mais amplas. Segundo informações, a mesma
a mais linda, sem igual. sociedade sob a direção do Senhor Scheidemantel, já deu amplos resultados".
Uma jóia apreciada No dia 3 de agosto de 1864, a Sociedade dos Cantores da Colônia B1umenau
desta Confederação. festejou seu primeiro aniversário, e segundo "ROH", no "Kolonie Zeitung" de
Sua beleza eu canto 24 de setembro de 1864, foram feitas homenagens aos associados que dirigiam
a sociedade, entre eles Wilhelm Scheeffer, e aos jovens que ajudaram a
ama-te meu coração. "
mantê-Ia, principalmente Viktor Gaertner, secretário da sociedade.
O local da festa foi a sala de Karl Wilhelm Friedenreich, que foi
decorada com muito bom gosto. Tudo parecia feito por mãos de íàda que
SOCIEDADE DE CANTO maravilhosamente teceram dentro da sala uma gigantesca trepadeira.
"GERMÂNIA" DE BLUMENAU Medalhões com os nomes dos maiores compositores de canções alemãs
estavam pendurados em todas as partes. Logo na entrada, a frase do nosso
velho amigo Luthero: "Wer nicht liebt Weib, Wein und Gesang, der bleibt ein
No dia 3 de agosto de 1863, o Pastor Rudolph Os",Vald Hesse fun- Narr sein Leben lang" (Quem não ama mulher, vinho e canto, será um idiota
.' . dade de cantores com o nome de Sociedade dos Can- toda a vida). Estava escrito em letras garraíàis, e por detrás uma lira gigantesca.
dou a pnmerra SOCle . T ai d
tores da Colônia Blumenau. Esta sociedade e a Sociedade eatr. e Tudo foi elaborado para tocar o coração dos presentes. A sociedade, com
Blumenau, fundada no dia 24 de junh? de 1860, foram responsáveis pe- apenas um ano de existência, não poderia apresentar um coral grandemente
los grandes evento.s cult~rais"da Colôma. b d 1863 em Notícias artístico. Fez-se o possível, e isto os
No "Kolome Zeltung de 26 de setem ro e, .
~sociados terão que relevar em face dos esforços e dedicação dos interantes.
O programa foi o seguinte:
- A Charis, de Chr. Schulz ,.
_ Ah, como isto é possível (Canção popular da TunngIa)
_ Saudação do estudante, de Werner
- A Capela, de Kreuzer
_ Pairam altos louros, de Blurn ,-
Serenata, de Schaeffer
, _ Festa de sábado, de autor desconhecido
, _ Irmãos deixe que sejamos alegres, de Marschner.
Os associados num total de mais ou menos 150 pessoas, depOIs le urna
discreta cei~ com música pelo quarteto de W~elm Sc~eeffer, :ntremeadas com
canções improvisadas e discursos, Já ab?rreCIam os ,resentes, cujos pés
começaram a exigir Terpsichor~. O baile encerrou lS festividades. Foi uma
festa que satisfez a todos, umndo todos.
A Sociedade dos Cantores da Colônia Blurnenau elaborou os seus
~statutos, cujo texto original contém .três capítulos, e treze ~arágra~os., e
latado de 3 de agosto de 1863, aSSInado por W Ilhelm FnedenreIch )residente
Viktor Gaertner - secretário e Pastor Rudolph Oswald Re~se _ dirigent~
musical. Seguem-se ainda vinte e sete assinaturas de SÓCIOS ltiVOS. Como
sócios passivos assinaram: Karl Rerm~ml Wendeburg, 3eorg Repsold, Gustav
Spierling, Rans Breithaupt, Emil Odebrecht, Os~ald Zwicker Viktor von
Gilsa, Karl Meyer, Dr. Bernhard Knoblauch, fulius Baumg~rten, Friedrich
Loeschke, Rermann Willerding, Karl Sasse
~ Otto Kluge. C
A •
Nas margens dos Estatutos da Sociedade dos Cantores da oloma
Blurnenau, várias averbações provenientes das decisões t~madas P?ste-
riormente em Assembléias Gerais. Uma das averbações dIZ o segumte:
"Por resolução unânime da Assembléia Geral de 10 de agosto de 1.865, a
Sociedade de Canto da Colônia Blumenau recebeu o nome ,d~ So.c~e~de
de Canto "Germânia"." A Sociedade de Canto "Germâma , dlr~gIda pelo
Pastor Resse, conforme o "Kolonie Zeitung" de 20 de abril de 1865 estava
de parabéns, pois o Dr. Blumenau, segundo a nota, doara para 'a Sociedade
de Canto "G~~ânia".' um harmô~o. A mesma ~ota cita ainda a
"Freundschaftsverem (SocIedade da AmIZade), sob a drreção do professor
Julius Scheidemantel, da escola de Ito~p~va, onde se canta e que também
solicitou ao Dr. Blumenau um ~armomo para, o seu coral, justamente
quando o Dr. Blumenau concretIZava a sua viagem
para a Alemanha há muito tempo projetada." . . " ocupado por nós. Sempre alimentamos esperanças de estarmos de volta para a
ROR não esquecia de remeter para o Kolome ZeItung as suas
críticas sobre os espetáculos apresentados pela Sociedade Teatral de Blumenau,
e a n?~ d? dia 27 de maio de 1865 diz o seguinte: "depois de um prolongado
sllenclO, em março, o nosso Grupo Teatral, Grupo de Teatro Amador, Amantes
do Teatro ou Sociedade Teatral?" foi a pergunta de ROR através do "Kolonie
Zeitung", o que confirma que a Sociedade Teatral de Blumenau e a Sociedade
de Canto "Germânia" não eram vinculadas. A nota de ROR ainda continua:
"nos proporcionou uma noite divertida, na qual nos foi apresentada a peça "0
Príncipe Amaldiçoado", peça conhecida, e que nos foi apresentada
literalmente ". Entre outros comentários, ROR diz ainda ser a peça baseada nas
Fábulas das "Mil e Uma Noites", aparecendo também num atrama feliz de
.
Shakespeare, "A Princesa Subjugada". ROR encerra a nota com o seguinte co-
mentário: "recomendo a alguns dos senhores atores um pouco mais de
interesse na memorização do texto". Enquanto o Pastor Resse tecia críticas ao
Grupo Teatral, elogiava o trabalho persistente da Sociedade de Canto
"Germânia" para se apresentarem condignamente nos festejos do segundo
aniversário da Sociedade.
Os festejos do segundo aniversário da Sociedade foram realizados,
segundo o "Kolonie Zeitung", no dia 3 de agosto de 1865, no salão de Karl
Wilhelm Friedenreich, que estava superlotado e que foi ricamente decorado
pelo incansável Viktor Gaertner,
O Pastor Resse não media esforços em divulgar o progresso do
espiritual e social da novel Colônia, dando ênfase especial aos acontecimentos
artísticas.
No "Kolonie Zeitung" de 18 de novembro de 1865, o Pastor Resse
publicou um resumo dos quatro atos e do prólogo da peça dos anos 100,
intitulada "Lustiges Trauerspiel" (Drama Alegre). Este foi o primeiro programa
publicado em jornal da Sociedade Teatral Blumenau.
Em 1866, a Sociedade de Canto "Germânia" recebeu uma carta do
Paraguai. Viktor Gaertner desdobrou a carta e leu: "Paraguai em 13 de junho
de 1866", antes porém de continuar a leitura da carta, foi feita uma saudação
para a festa de fundação da sociedade. Em seguida, as notícias da carta - "Para
todos os associados da Sociedade de Canto "Germânia", as saudações dos
sócios distantes que desejam os melhores e alegres votos para afesta da
sociedade. Algum tempo atrás, houve entre os alemães, principalmente entre
os blumenauenses, um mau humor conseqüente da divisão da turma em dois
navios. Felizmente estamos novamente juntos sobre uma ilha no meio do rio
Paraguai, onde será construído pela marinha, um grande hospital que será
festa de
19) 11) Hermann Willerding, Karl Hinze e Friedrich Riemer.
fundaçãO da nossa sociedade, porém esta espera.nça se evap~ra. cada v:z A ca~ foi lida no dia 10 de agosto, no salão de Johann Schreepp, l~cal
mais quando se observa que a coisa não progrzde. Os braszlezros estao há que fOI decocrado com muito bom gosto para os associados da Soc1e~de de
três léguas de Humaitá. Entre os alemães grassou há algum tempo a febre Canto "Germânia" festejar com amigos o seu terceiro aniversáno de fundação.
fria e alguns sofreram muito, porém agora, graças.. a Deus, todos estão bem. O presidente da Sociedade de Canto "Germânia" afirmou no seu discurso
De Blumenau, até agora faleceram Chr. Multer, Lobeda,!, Kurz, público, os agradecimentos e o reconhecimento pelo esforço e dedicação dos
Küchendahl, W Kremer e Wilhelm Fischer10 do Garcia. Gostarza de escrever cantores. Na ocasião, segundo a nota os cantores apresentaram peças mais
ainda algumas linhas sobre o nosso ~ntigo comandante. e ainda sobre o seu difíceis, mostrando o grande progr~sso do c?ral. Os números apresentados
péssimo procedimento, porém tena que escr~ver ':lUltO mais assim também depois do "Bom Camarada" foram os segumtes : 12
chegará satisfatoriamente a Blumenau. Fntz Rzemer solicita dar lembranças 1 - Canção festiva de Methfessel: "O que soa e murmura"
aos seus pais, dizendo que na Diretoria da Colônia Blumenau se acha 2 - Canção popular: "Um jovem viu uma rosinha", de Werner 3 -
depositada a quantia de 20$000 réis. Também solicitamos saudar a todos os Canção noturna: "Sob ~odos os topos" , de Kuhlau; ,
nossos conhecidos. Ass. H. Willerding, F. 4 - "O fiel coração alemão", de Otto; .
Riemer e K. Hinzell." 5 - Dança, "Gesellenfahrten", de Otto;
Profundo silêncio reinou na sala durante a leitura. A carta foi ar- 6 - Canção popular: "Caçador e seu amor", de Poluenz; 7 -
quivada com os documentos da sociedade. . " "As nuvens noturnas", de R. Müller;
Então o dirigente ergueu a batuta dIZendo: . agora vamos sau&:r 8 - "O louvor das mulheres", de compositor desconhecido.
os nossos irmãos cantores que lutam no Paraguaz e aos que lá tombaram a O quarto aniversário da Sociedade de Canto "Germânia" realizado no
bonita canção do poeta alemão Ludwig Uhland e musicada por dia 7 de agosto de 1867, apesar da participação reduzida do público, apresentou
, Friedrich Silcher,
seu bem elaborado programa do qual constavam os números seguintes:
a canção do 'Bom Camarada '. " O Pastor Hesse tocou um suave prelúdio com o
1 - "Liberdade de Canto", poesia de Schnabel e música de M.
seu violino e a um
Marschner;
sinal entram as vo-
2 - "A Canção do Rei", de A. E. Marschner; 3 -
zes. E na calada da
"Saudade", de C. Berthold;
noite, a mata virgem
ouviu a comovente e 4 - "Desejos de Caçador", de C. S. Astholz; 5 -
harmoniosa canção a "Oração", de C. Hauer;
quatro vozes, can- 6 - "Sempre Mais" , de R. Seifert; 7 -
tada pel0 coral "O ABC" , de Zoellner;
masculino "Ger- 8 - "O Guarda Noturno" , de F. Müller.
mânia", a canção do Segundo o "Kolonie Zeitung" de 19 de outubro de 1867, o programa e a
"Bom Camara- apresentação da Sociedade de Canto "Germânia", agradaram até aos mais
10) Christian Müller,
exigentes. Os festejos foram realizados no dia 7 de agosto e, pela segunda vez,
Otto Lobedan,
no agradável e bem ornamentado salão de Johann Schreepp. A falta do público
Eugen Kurz, costumeiro motivou em setembro do mesmo ano uma Assembléia Geral, onde
Herrnann todos os assuntos fervilhavam em torno do salão de Karl Wilhelm
Küchendahl, Friedenreich. Discutido o assunto, foi vaticinado que para o progresso da
Wendelin Sociedade de Canto "Gennânia" não
Kraemer e
Wilhelm Fischer. 12) "Kolonie Zeitung" de 29/09/1866. \
deveriam interferir desavenças pessoais. . houve baile. O~ mtervalos foram preenchidos com canções e cenas burlescas.
A Assembléia Geral realizada em setembro de 1867, pratIcamente
eliminou as desavenças pendentes, e os associados da Sociedade de C~n,~ to
"Germânia", juntamente com os associados do "Freun~schaftsver~m
(Sociedade da Amizade), de Itoupava, resolveram ex~urslOnar no. dIa 6 de
maio de 1868 até o Morro dos Coqueiros. Os assocIados d~ SocIeda?e de
Canto Germânia" reuniram-se em frente à casa de Karl WI1~elm Fnedenreich,
cantaram uma canção, e às oito horas em ponto, segu.Iram p~ra Itoupava ao
som de uma banda n:usical. ~m frente à hosped~r~~ de R~chard Stein
reuniram-se aos assocIados da Freundschaftsverem , segumdo até a base do
morro dos Coqueiros, na taberna "Thueringer Hof" (mais tarde Hotel
Sprengel), em frent~ da :stação da E.F.S.C., em. ~alto Weissbach. O fato
pitoresco, nessas diversoes, eram os carros enfelta?OS e as bandeiras do Brasil
e da Alemanha, que faziam parte dos corteJ,o~. Escalaram o morro dos
Coqueiros, e no cimo cantaram, tocaram m~sIcas, comeram e beberam e em
segui~ desceram .. Houve uma desp,;d~da geral entre os dois grupos, e os
assocIad~s da Soc~edade ~e Canto Ge~mânia" rumaram para a casa de Karl
WI1helm FnedenreIch pa~a termInarem a festa com um baile. O mesmo
fIZeram os associados da "Freundschaftsverein", no salão Gustav Menche, em
Bad~I~rt. Segundo Hermann Sachtleben, que participou da excursão, os
partIcIpan,tes ente~raram no topo do morro uma garrafa com uma mensagem
escnta e aSSInada por todos os participantes, saudando a quem futuramente
encontrasse a garrafa. ."
Os.festeJos se prolongaram até ao amanhecer. Segundo os presentes, a
SOCIedade de Canto "Germânia", sob a direção do Pastor Hesse, teve.
realmente ~ notável progresso. Esperamos que o Pastor Hesse contmue por
mUltos anos na direção do nosso coral. A mesma referência foi feita aos
participantes do coral, que não se omitiram aos ensaios e partici~avam dos
mesmos, com tempo chuvoso e noites escuras. O coral masculIno, segundo a
nota no "Kolonie Zeitung", é um pedaço da vida alemã, da velha pátria, e o
cultivo do mesmo não devia ser negligenciado por nenhuma Colônia Alemã. As
associações corais das Colônias vizinhas deve?am ~~r-se numa grande
apresentação de canto coral, pois a apresentaçao umna todos os alemães no
exterior, o que muito faz falta.
"No dia 8 de agosto de 186914, a Sociedade de Canto "Germânia"
festejaria seu aniversário de fundação, porém a enchente obrigou a trans-
ferên~ia das festividades. Apesar dos problemas causados pela enchente, a
SocIeda~: de Canto "Germânia" elaborou um bom programa, que em face das
dIfIculdades de certos números foi dividido em duas partes:
I PARTE
1 - "Canção dos Alemães em Blumenau", de Mendelssolm-Bartholdy
(o texto foi adaptado pelo Pastor Hesse); 2 -
"Bem Ave ntu rança " , de C. F. Adam;
3 - "Despedida", de H. Schaeffer;
A

4 - "Segunda-Feira Azul", de H. Schaeffer.

O quinto aniversário de fundação da SOCIedade de _Canto Germ.ania"
foi festejado no dia 3 de setembro de 1868 13, no salao de ~arl_WI1helm
Friedenreich, que foi maravilhosamente decorado, s.ob a dIreçao de Viktor
Gaertner. Os números apresentados foram os segumtes:
1 - "Elevai em alegres acordes" , de Maurer;
2 - "Cabaninha", de Voigt;
3 - "Quanto estou bem sereno" , de Adam;
4 - "Como o coração fica feliz na floresta", de Riccius; 5 -
"Ouves tu o poderoso tilintar", de A. E. Marschner; 6 -
"Integer vitae", de Flemming;
7 - "Como ele brilha no copo" , de Spazier; 8 -
"Amanhã nós marcharemos" , de Stern;
9 - "A senhorita na porta do céu" , de Schaeffer. .
A apresentação foi um verdadeiro sucesso, e mUltas peças foram
alvo dos .maiore~ aplausos de todos. Depois da apresentação de canto,
"O oitavo aniversário da sociedade foi festejado no dia 3 de setembro de
1871, no salão Baumgarten. Foram executados oito números de canto, sendo o
último "Die Wacht am Rhein" (Vigília no Rena). Hermann Ruediger preparou para
as festividades, variações para ílauta com acompanhamento do quarteto, números
muito aplaudidos e bem executados. Depois houve baile que durou, como sempre,
até o amanhecer. Todos cantaram e dançaram, não faltando os Bacos para
acompanharem a música e declamar. "
11 PARTE
5 - "Volta à Pátria", de H. Schaeffer;
6 - "Olhos da Primavera", de H. Schaeffer; 7 -
"Commerce", de J. Otto;
8 - "Coral para 'Ballet', de J. Otto.
. A Sociedade de Atiradores, onde foi festejado o evento, estava mUlto bem
ornamentada sob a direção de Viktor Gaertner. Só o baile teve ~lgU1lS
1?roblemas. É o caso de se perguntar: "como se comporta o assoczado? E melhor
não fazermos comentários ".
"Como todos os anos, também no dia 3 de setembro de 1870, a
Sociedade de Canto 'Germânia' festejou com brilhantismo a data da fundação
com um bom programa, sob a regência do Pastor Hesse" .
14) "Kolonie Zeitung" de 09/10/1869. \
Enquanto o nono aniverário da Sociedade de Canto "Gennânia" foi festejado
no dia 11 de agosto de 1872 como de costume, para o décimo aniversário, as
festividades foram muito superiores.
"Um céu cinzento, chuvoso e ameaçador saudou o dia 2 de setembro
de 187315, dia da memória do massacre de Sedan, e dia em que a Sociedade
de Canto Germânia festejou seu décimo aniversário de fundação. Durante
semanas, o tempo primaveril preconizou um belo dia para os dez anos do
"Germânia ", porém o mau tempo atrapalhou de certa forrna as festividades,
apesar de "Pluvius" não abrir suas I'nangue·iras sobre a tão esperada e
grande festa popular, estava fresco e a garoa abateu a poeira para receber
as sociedades de cando: "Freundschaftsverein" (Amizade), Garcia,
Concórdia e Hannonie. Os preparativos estavam sendo feitos durante
semanas, esperando-se a participação efetiva das sociedades convidadas,
porém a Hannonie, de !ndaial, desculpou-se no último momento, o que foi
lamentável, considerando as poucas festividades da Colônia e a harmonia
reinante entre as sociedades de canto. Às 13 horas, os associados da
Sociedade de Canto "Germânia" reuniram-se no salão Joliann Schreepp
com as del'nais sociedades convidadas. Do oeste, introdu.zida com música
veio a Sociedade de Canto Garcia; do norte, vieram as sociedades de canto
Amizade e Concórdia. As sociedades convidadas apareceram com suas
bandeiras, organizaram-se com a Sociedade de Canto "Germânia" e,
cantando, se dirigiram para a casa do presidente Viktor Gaertner, onde
fonnaram um semi-GÍrculo. Em seguida, apareceu o presidente com a nova
bandeira da sociedade para ser inaugurada. Neste momento, os corais
cantaram "Uma Sólida Fortaleza ". O presidente pronunciou um discurso
para os cantores, explicando o duplo significado das festividades e o
sentido do § 10 dos Estatutos da Sociedade: "Der Verein ist gegruendet um
durch den Gesang erheiternd und veredelnd auf das gesellige Leben
einzuwirken" (A Sociedade foi fundada para, através do canto, introduzir a
cultura e o divertimento na
vida social). O presidente solicitou aos presentes colaborarem na inau-
guração da bandeira. Em seguida, foram feitas saudações pela grandeza
da ~ociedade de Can~o "G~rmânia", pela velha pátria e pelas pequenas
socledades. A bandelra fOl entregue ao porta-bandeira, tendo ao lado
dois dos I'nais antigos sócios da Sociedade de Canto "Gennânia" como
acompanhantes e, ao som da canção de Mozart "Herbei, herbei, du
Trauter Saengerkreis" (Por aqUl, por aqui, querido drculo de cantores), e
com a música na frente, marcharam até a Sociedade de Atiradores. Toda
a Sociedade de Atiradores, inclusive o salão, estavam décorados com
parreiras, guirlandas suspensas sobre o caminho, bandeirolas com as
cores da Alemanha em toda parte e também do Brasil. Sobre quatro dos
I'nais altos mastros, estavam os nomes das sociedades participantes. Duas
das mais antigas sociedades foram solicitadas para ficarem' ao lado do
palanque todo decorado, onde os cantores colocaram suas bandeiras. Em
seguida, começaram as canções em conjunto. Dois cada sociedade
apresentou o seu repertório. Os números foram muito aplaudi-
os, pOlS ca sociedade apresentou o que tinha de melhor, e até o mais jovem
cora(jJ 'concórdia, que tinha menos de um ano, agradou a todos. O Pastor
Hesse q!!!i ãúrante dez anos diriifu o coral com carinho e dedicação como se
fosse mais um filho, apresentou ao público, numa pausa das apresentações, o
histórico dos dez anos da Sociedade de Canto "Germânia ", tecendo também
comentários elogiosos sobre a atuação de Viktor Gaertner, presidente, que
durante longos anos se dedicou e até com sacrifício para o bom
funcionamento da sociedade. As palavras do Pastor Hesse foram aplaudidas
por todos. Assim se passou a tarde com canções, músicas, barracas de jogos
diversos, jogos de dados-:GãnUSse/,Dalanços, balões coloridos, foguetes,
fogos-:etc., qu.e-dáVam a dimensão exata de ul'na grande festa popular.
Quando anoiteceu, apareceram os dançarinos de perto e de longe que
ficaram encantados com a maravilhosa decoração do salão e palco da
Sociedade de Atiradores. As plantas ornamentais, flores, palmeiras e
bambus foram fornecidas pelo jardim do Dr. Blumenau e de Viktor Gaertner.
O salão estava ainda decorado com uma lira gigantesca, transparente,
medalhões pendurados com nomes de compositores e humoristas. No palco,
num lado do proscénio uma homenagem: as fotografias (busto) dos
imperadores do Brasil e da Alemanha. O baile começou às oito horas, com
uma "polonaise ", e todos os pares dmiÇãvam hU/lflU1Ílosamente.CJ
repentino pipocar dos fogos
e foguetes levou todos para fora para verificarem o que estava aconte-
cendo. É que a Sociedade de Canto "Germânia" entendeu que nada de-
veria faltar para abrilhantar os festejos, e através de Karl Wilhelm
Friedenreich havia encomendado fogos de artiftcio que iluminaram o céu
escuro. Depois dos fogos, todos voltaram ao salão para dançar, e os
cantores que durante a tarde mostraram afinação das vozes, mostraram
também na dança a afinação dos pés. Também um bom copo de cerveja e
vinho, bem como um gostoso petisco, colaboraram para um bom saldo para
a sociedade, o que tranqüilizou os homens que financiaram a festa e que
continuaram se divertindo. Na festa, até os associados passivos se
tornaram ativos, e as damas que não dançavam mantinham os pés em
constante atividade e conforme a música, o que foi compreens(vel". Na
época, muitos dos sócios passivos não participavam dos ensaios e outras
reuniões, porque as esposas não o permitiam, alegando que as mesmas
reuniões e os ensaios eram pretextos para os maridos saírem sem as esposas,
principalmente à noite. A festa terminou ao amanhecer e todos se
despediram com as palavras: "Wiedersehn beim naechsten jubel feste" (Até
a vista no próximo jubileu).
Esta festa foi o primeiro encontro de corais em Blumenau.
Os festejos da Sociedade de Canto "Germânia" continuaram ano após
ano, até quando a notícia no "Kolonie Zeitung" de 17 de maio de 1879,
justificou a ausência dos costumeiros artigos do Pastor Hesse, dizendo que a
falta de notícias não era falta de assunto e sim dos muitos encargos e trabalhos
na Colônia. Sabe-se, entretanto, que a falta dos artigos do Pastor Hesse foram
motivados pela sua enfermidade, e que o levou à morte no dia 25 de novembro
de 1879, enlutando a Colônia e principalmente a Comunidade Evangélica. A
nota do falecimento do Pastor Hesse foi publicada no "Kolonie Zeitung" nO 3,
de 17 de janeiro de 1880. Apesar da morte do Pastor Hesse, as atividades da
Sociedade de Canto "Germânia" não pararam, e no dia 10 de maio de 1882,
conferiu ao Dr. Alfredo d 'Escaragnole Taunay, o diploma de sócio honorário16.
No dia 3 de agosto de 1888, a Sociedade de Canto "Germânia" festejou
seus 25 anos de fundação, e foi a programação mais importante do ano. A festa
foi comemorada com torneio de canto, do qual participaram a Sociedade de
Canto "Frohsinn", de Itoupava Norte, "Hannonie", de Encano, "Teutônia", de
Timbó, "Liederkranz", de Weissbach e "Concórdia", de Badenfurt. Os cantores
das sociedades cantaram cada uma por si e também em conjunto. Ao todo
foram quinze números de canto, com início às 19,30 horas, depois baile. Em
1888, a Sociedade de Canto "Germânia" perdeu também seu grande
incentivador Viktor Gaertner. A Sociedade de Canto Germânia" continuou por
muitos anos, e de
vez em quando participava de promoções especiais como no dia 15 de
novem~ro de 1902, ~o concerto organizado em beneficio da Igreja da
Comul1l~a~e EvangélIca, sendo o coral dirigido pelo professor Karl Herte!.
PartICIpOU também das comemorações com as demais sociedades
blumenauenses da inauguração do monumento ao Doutor Blumenau no dia 31
de maio de 1903, às 15 horas, domingo de Pentecostes. A Sociedade de Canto
"Gennânia" não mais festejou a data de fundação do seu coral, como no tempo
do Pastor Hesse e Viktor Gaertner. Mais tarde a Sociedade de Canto
"Germânia" foi incorporada ao "Liederkkranz".
SOCIEDADE DE CANTO
"LIEDERKRANZ" DE BLUMENAU
Há uns bons anos atrás, os bailes de máscaras eram comuns nos salões
durante o Carnaval, e os integrantes do futuro "Klub Unter Uns" também
promoveram o seu baile de máscaras no salão de Richard Holetz, animado pela
"Musikkapelle Werner", premiando as melhores fantasias para homens e
mulheres e ainda para a originalidade. O ponto alto do baile foi a entrada de
Morno, que entrou no salão exatamente às 11 horas e 11 minutos. Foi logo após
este baile, em 1909, que um grupo de amantes do canto e da música se reuniram
para formarem o "Klub Unter Uns". Em seguida, no salão de festas do então
Hotel de Samuel Katz, foi fundada a sociedade, sendo lavrada a ata no dia 26 de
maio de 1909, por Rudolph Damm, conllecido poeta blumenauense. Foram
eleitos na ocasião, Richard Max Grothe como primeiro presidente da sociedade
e como dirigente do coro Carl Flesch.
No "Blumenauer Zeitung" de 5 de junho de 1909, apareceu pela
primeira vez no jornal uma referência ao "Klub Unter Uns", que apresentou a
sua primeira "Unterhaltungsabend" (Noite de Entretenimento) no dia 9 de
junho de 1909, no salão de Richard Holetz. Os números musicais foram
executados por uma banda musical composta de 30 homens. Do programa
constava ainda o seguinte:
1 - Saudação aos hóspedes
2 - Repare, isto ele não faz (cançoneta) 3 -
Histórias podres (cançoneta)
4 - Sub Oficial Schnuppe (soloszene) 5 -
Guitarra brasileira (trio)
6 - A primeira viagem de trem de Bemmchen (soloszene)
7 - Cantores oscilantes (apresentação pelos associados) 8
- Os Jesuítas (dueto satírico)
9 - Guitarra brasileira (trio)
10 - Versos alegres sobre cerveja.
Modificações poderão ser feitas. Início às 8 horas e o baile às 10.
Entrada 1$000. Venda de ingressos com os associados e Gerspach.
A partir deste programa, a sociedade esteve sempre em atividade,
pois no dia 24 de novembro do mesmo ano, o segundo concerto foi apre-
sentado, e no dia 12 de março de 1910, já tinha realizado seis reuniões e
onze concertos públicos.
No dia 10 de janeiro de 1910, o "K1ub Unter Uns", através do
"B1umenauer Zeitung", deu uma chamada oficial nos associados da So-
ciedade de Atiradores de Itoupava, que também eram associados do "Klub
Unter Uns" e que não propugnavam para o bem do clube dizendo que "se
não pagassem suas ações e mensalidades, os nomes dos devedores seriam
publicados". Além das apresentações e bailes, os associados do "Klub Unte
r Uns" também promoviam excursões, e o "Blumenauet Zeitung" de 16 de
abril de 1910, noticiou uma excursão de carro, com música, até Gaspar
Pequeno, no salto de Frederico G. Busch, solicitando aos interessados que
entrassem em contato com Gerspach, se desejassem participar da mesma.
As conseqüências da primeira guerra, também se fizeram sentir na atuação
do "K1ub Unter Uns", que cessou suas atividades, sendo reativado 1~0 dia 19
de março de 1916, data em que foi reestruturado com o nome de
"Liederkranz", pois além do seu coral masculino, possuía há algum tempo
em funcionamento um coral feminino. Os associados, na ocasião,
reuniram-se na casa de Gustav Otte. Os trabalhos para escolha dos
dirigentes ficou a critério do competente professor Josef Teichmann, de
Itoupava Norte, que dirigiu os trabalhos de acordo com os moldes de outras
sociedades de canto. Foram eleitos, para presidente, Richard Max Grothe,
Herbert Bier para secretário e Félix Landgraf para tesoureiro. Para
vice-presidente e segundo secretário foram eleitos Richard Meyer e Alfred
Brattig, respectivamente. Participaram da reunião: Josef Janesch, Oswald
Otte, Gustav Otte, Paul Forbici, Valentin Fischer, Felix Landgraf, Karl
Frischknecht, Franz Gestwiki, Richard Max Grothe, Richard Meyer,
Rudolph Kausch, Richard Michel, Herbert Bier, Sebastian Fischer, Alfred
Brattig, Max Riedl, Jolmill Gelhardt e Josef Wiederkehr. Ficou decidido
que os sócios ativos contribuiriam com 500 réis e os passivos com 1$000
por mês. Os novos associados pagariam a jóia de 5$000 réis. Os dirigentes
perceberiam inicialmente 6$000 réis e mais tarde 8$000 réis. As reuniões
eram feitas no
último dia de ensaio de cada mês. Também os Estatutos deveriam ser
elaborados e apresentados na próxima reunião. Essa reunião foi encerrada
às 11 horas e 15 minutos e foi assinada por Herbert Bier, secretário.
O "Liederkranz", que cantou no grande espetáculo da Associação
Ginástica Blumenau no dia 12 de novembro de 1916 e que promovia
apresentações e bailes, apesar de ter adotado o nome de "Liederkranz", vez
por outra, aparecia com o nome de "K1ub Unter Uns", como no dia 10 de
dezembro de 1921, quando promoveu teatro e baile no salão Koschel.
Heinz Geyer, que veio para Blumenau em janeiro de 1921, a pas-
seio, e encontrando ambiente próprio começou a reger coros, bandas,
conjuntos musicais e ensinar música, assumiu, além da Sociedade Musical
Lyra e do Club Musical, a regência do "Liederkranz", que promoveu
apresentações nos mais diversos locais, entre eles, a "Noite de Entreteni-
mento", na Associação Ginástica Blumenau17 e o "Lieder Abend" (Noite
das Canções) onde, além do coral masculino, apresentou-se também o coral
misto. Geyer regeu o coral masculino que segundo a crítica "esteve muito
bem, porém o coral misto, mais jovem, necessitava de mais escolaridade "19.
Presença constante em todos os grandes eventos, participou da "Noite
Colorida", em honra da presença alemã em Blumenau, no dia 26 de
setembro de 1925, que se realizou no Teatro "Frohsinn".
Em 1931, o "Liederkranz", em apresentação no Teatro "Frohsinn" ,
contou com a colaboração do Club Musical e Ginastas Femininas. Da
programação constaram peças musicais de A. Thomas; F. Flemming; G.
Verdi; B. Godard; F. Hegar; O. Fetrás; F. Schubert; C. Kreutzer; S1, Seidl e
números de ginástica. Depois da programação foi realizado um grande
baile.
(Tendo como solistas Hermann Goennemann e Franz Brack, e com o
repertório que incluiu peças musicais de F. Schubert, F. FlemmingGeyer;
C. Loewe; J. Rietz; R. Wagner; J. Braluns; J. Duerrner; Schumann e
Zoellner, o coral masculino "Liederkranz" apresentou-se no Teatro
"Frohsinn", no dia 8 de outubro de 1932. No mesmo ano, o coral
apresentou-se no salão Bock, de Neu Breslau (atual Presidente Getúlio), no
dia 5 de novembro.
No dia 23 de setembro de 1933, foi apresentada no Teatro "Froh-
sinn" uma grande programação, da qual participaram o "Liederkranz" e o
Club Musical, sob a regência de Geyer; o coral feminino sob a regênciãCle
. FuChs e S. Enders, e ainda o qua eto de solos c.om Franz Brack, Willy
Lõhr, H. GÕlillemann e G. Bleicher. Foram apresentadas,
 2.
1. entre outras peças musicais, R. Wagner, F. Schubert, F. Flemming, E.
Künecke e Fucik. "O Wandergesell", de Künecke, foi adaptado para o coral
masculino por Geyer e o texto por Feodor Axthelm.
O "Liederkranz", integrado por elementos alegres, promovia ainda
rl outros eventos, principalmente pelo Carnaval, sendo que no dia 10 de
l fevereiro de 1934, O tema abordado foi - "Todos precisam casar", quando a
bcltrllnuilt; 1909. partir das três l\oras da madrugada, foram teitos os divórcios previstos. O
Utl't r baile foi animado pela banda Breitkopf. Em 1935, o tema carnavalesco foi
"1\!l1"'" """'J"I"1r'lrl,,,.<l0lJlIl)"yUl <úl4~. }N>tlt<.lI ••• ~~"". "Auf der Reeperbalm". Em 1936, o "Liederkranz" assumiu o jorna1zinho
carnavalesco "Die Schnauze", que cessou suas publicações a partir desse
ano, com o número 17.
Sa.tXl~tag, den 8. Oktober 1932 Os eventos do "Liederkranz" eram constantes e os programas ava-
liam o ruve1 cultural da associação, entretanto, o maior evento ocorreu nos
abL;~:tlg 2.01/z l.Jnttím Theafêí' Frohsinn: dias 28,29 e 30 de abril de 1934, quando o "Liederkranz" festejou o seu 25 o
aniversário de fundação, com inauguração da bandeira confeccionada pela

\JokaI- und esposa de um dos cantores, concerto e grande festa popular.

No dia 29, às 9 horas da manhã, os convidados foram recepcionados
na E.F.S.C. e com suas bandeiras marcharam pela cidade até a Sociedade de

stmeRJal .. Atiradores, com a participação das bandas Lyra e Garcia. Às 10,30, pela
manhã começaram as solenidades de inauguração das bandeiras com a
seguinte programação: 1 - Apresentação da orquestra; 2 _ Saudação; 3 -

l{on Oração festiva; 4 - Inauguração; 5 - Honra e jubileu; 6 _ Apresentação das

bandeiras. À tarde, às três horas, concerto com a participação dos corais da
Liga Cultural e Recreativa Vale do Itajahy. A grande festa popular se

alI estendeu por todo o dia, encerrando com um grande baile festivo.

Seifert.
No dia 30, foi oferecido aos participantes uma chopada na varanda

Participaram do 25 o aniversário do "Liederkranz": Frohsinn, de Neu

Breslau; Teotônia, de Timbó; Pomerode, Eisenbach; Rio do Sul, Harmonie
A l"ende: e Coral Misto de Hammonia, Sociedade de Canto de Brusque, Seção de
.M.ãnnerl'~ang- Verebl;',1Íti~der~xH Canto da N.S.D.A.P. de Neu Bremen, Concórdia de B1umenau, Klub
Orçhester desTbeater.. mtd .M.usiknreJ;n "Frobsinnü Germânia, Neue Velha e Liedertafel da Velha, Garcia I, Gaspar e Eintracht

~:~~ ;=;ra~:nne$ •• , ~:~:::} de Altona. Além dessas sociedades de canto, participaram ainda a
Associação Ginástica Blumenau, o F.B.C. Blumenauense, o
Handwerkervereinigung de B1umenau, a Sociedade de Atiradores de
aalltnüS1:~lilllpeUe s ••. Blumenau, a Sociedade de Atiradores Hindenburg, a Sociedade
Gemütlichkeit, o Einigkeit da Velha, os clubes de futebol Brasil e Bom
Retiro, a Associação Frontkãmfer e o Clube Náutico América. As bandas
Lyra e Garcia foram regidas pelo Maestro Geyer. Pelo "Liederk-
3.
'anz", saudou os convidados o DI. Kasparek, e a oração oficial foi p:o'erida por
Peter Christian Feddersen, que saudou a. todos COI~ um VIva 10 Brasil. Coube
a Ameli Becker ser a porta-bandeIra e ao Consul Otto R.ohkohlo ato de
inauguração. Foram homenageados os senhores Landg:af, Gestwicki,
Winterberg, Brattig, Grothe, Axthelm, St~nge e .~. Geyer. Felix Landgraf
recebeu uma placa de ~rata por sua ativa partIcIpação na diretoria. Após ter
sido canta~o o hm? da Ale~a~a com um viva por Franz Becker, foi ca~tado o
H~~l~. NaciOnal Br~sl1mo,; Em se~ida, o Dr. Hans Pape, presIdente do
Sangerbund ItaJahytal , conc7deu à primeira das novas bandeiras, um prego de
honra, honrar~a ~xtensiva às demais bandeiras. Ao "Liederkranz",. coube 28
pre~os. DIrigiram os corais: Rio do Sul - Dreer, Hammoma - Pott e SpI~",:eck,
Concórdia e Garcia I - Kuhn, Klub Germânia - H. Geyer, Teotorua de Timbó -
Wollinger, Altona - Max Humpl, Neu Breslau - A. Geyer,
Neue Velha - Baumgart e Neu Bremen - Junker. . corais reativaram suas atividades' e outros surgiram no Vale do Itajaí. O coral
No dia 19 de outubro de 1935, com a participação do Club MUSIcal, o
"Liederkranz" apresentou, no Teatro "Frol:sinn", um conc~rto músico-vocal,
no qual, além de outros números, fOI apresentado o CIclo Alemanha para coral
masculino e orquestra com texto de L. Srodka, mu-
sicada por H. GeyeI. . . ,.
No dia 16 de agosto de 1936, fOi realiZada .urna Asse~blela <!er~l para
eleger nova diretoria e tratar da venda ~o antIgo Teatro FrohsInn,
para construir o atual Teatro" Carlos Gomes . " .". " Kemmelmaier, Marmein, Zirnnlermann e outros. Aos participantes foi
Durante o período de "Klub Unter Uns e depOis . LIederkranz , foram
presidentes pela ordem: Richard Max. Grothe, RIC?~rd Me~e.r, Ludwig
Reinhardt e Franz Becker. C~~o SocIe.dad~, Dramatlco-M~~I~al "Frohsinn" e
depois Sociedade Dramatlco-MuslCal Carlos Gomes foram dirigentes: Carl
Flesch, Josef Schwarz, Josef Teichmalill, Ernst
Drawin, Kurt Boettner e Heinz Geyer. ..
O "Liederkranz", que registrou seus Estatutos no dIa 29 de Julho de
1909, no livro A-I, fls. 3, com o nome de "~lub Unter Un~,", em 1936 como
"Liederkranz", foi incorporado à SocIedade Teatral Froh-
sinn". Em 1971, quando o Maestro Heinz Geyer ,f~i dispe~ad~, ~ re~ gência
do coral e orquestra da Sociedade Dramatlco-MuSlcal Carlos Gomes" o grande
coral e orquestra foi dispersado, entretanto, o Centro Cultural' "25 de Julho",
fundado em 1951, convidou os rerr;an~scentes para continuarem suas
atividades artísticas .~m s~s de~eI:dencIas! e o "Liederkranz" ressurgiu como
uma das marufestaçoes artistlcas maiS autênticas e tradicionais de Blumenau.
SOCIEDADE RECREnv A E
CULTURAL LYRA
Em 1949, formou-se um quarteto de cantores regido por Karl
Schuetzler, tendo como primeiro cantor inscrito, Oswald Buerger. Mais tarde, o
quarteto foi acrescido de mais quatro integrantes e em algumas semanas estava
no palco um bom coral masculino, que funcionava como seção da Sociedade de
Atiradores Concórdia - Velha. No fInal do ano de 1949, o coral participou da
festa de Natal no salão Duggen e pela primeira vez foram ali cantadas as velhas
canções de Natal. Os músicos Max e Wilhelm Rabitz, Karl Schuetzler e Karl
Lindemann tocaram um potpourri de canções natalinas. Herma e Ruth, filhas de
Karl Lindemann, cantaram em dueto "Noite Feliz" e Gertrud Scheltzke recitou a
poesia "Uma vez por ano, as árvores de Natal vagam". A partir de então, vários
Lyra cresceu e os primeiros ensaios foram realizados na casa de Karl
Lindemann.
Apesar da proibição das apresentações teatrais e canto em língua
estrangeira, todos aguardavam a volta da Liga Cultural e Recreativa Vale do
Itajaí. Correspondências foram expedidas a todos os corais do Vale do Itajaí e,
num domingo pela manhã, na casa de Karl Lindemann, compareceram para um
primeiro encontro os regentes de corais: Wollinger, Schmoelz, Bruehl,
oferecida uma churrascada na casa de Karl Lindemann e o cantor Alfons
Schreiber foi encarregado de assá-Ia. Nessa reunião, todos os fatos importantes
foram discutidos, inclusive a reativação da Liga Cultural e Recreativa Vale do
Itajaí, bem como a prinieira festa dos cantores que foi realizada no dia 18 de
maio de 1952, no salão da Sociedade Desportiva Vasto Verde da Velha, com a
participação dos grupos de cantores filiados à Liga Cultural e Recreativa Vale
do Itajaí, sob o patrocínio dos cantores do Clube de Caça e Tiro Concórdia.
O coral Lyra, que na ocasião ainda fazia parte da Sociedade de
Atiradores Concórdia, da Velha, foi muito aplaudido com a canção "Caçador
dos Alpes", resolveu tornar-se uma associação independente, o que ocorreu no
dia 17 de junho de 1952, quando no salão e bar "Paraíso", de Paulo Fischer,
situado à Rua João Pessoa - Velha, reuniram-se Guilherme Max Rabitz,
Alfonso Eger, José Buerger, Carlos Guilherme Rabitz, Bertholdo Buerger,
Alfons Schreiber, Harry Müller, Horst Álvaro Schlupp, Ralf Lindemann e Rolf
Penzlien,
4.
para fundar a Sociedade Recr~a~iva e Cultural Ly~a, ~ue t~nha ~or fi~lidade a
prática do canto, mUSIca e teatro. A pnmeIra dIretona e.lelta foi a seguinte:
Alfonso Eger - preside~te; Guilherme Max RabItz secretário' Bertholdo Buerger
- tesoureIro. Os Estatutos foram aprovados no dia 28 de julho de 1952. No dia 23
de janeiro de 1953, ~m Assembléia Extraordinária, foram admitidos os sócios: .
Af0n:' o Slevert, Helmuth Pie, Arthur Meldola, Bertoldo Garbe, Hemz GI~seler,
Oswaldo Fiedler, Carlos Kreuzer, Rodolfo Buerger, P~ulo FIscher, Harry
Schumacher e Henrique Fischer. Nesta assembléIa, for~~ designados, além da
nova diretoria eleita, Franz Baumg~~ para ding~nte técnico para canto, música e
teatro. O se~undo dmgente técmco para canto e teatro da juventude e orador fOl
Karl Schuetzler. para guarda-músico foi indicado J osef Doerr e mestre de palco
~ugust Woestehoff. Para a diretoria foram eleitos: Alfonso Eger - pre~ldente~
Wilhelm F. August Wille - vice-presidente; Guilherme Max RabItz -- 1
0
secretário' Alfredo Scheltzke - 2 o secretário; Karl Lindemallil - 1 tesoureiro;
0
Nfons Schreiber - 2 tesoureiro. Nesta assembléia foi ~ropos- . ta a nomeação de
Ingo Hering para presidente de honra da SOCIedade. Franz Baumgart e Karl
Schuetzler eram remunera?os. O nú~ero ~e associados da Lyra crescia, tendo
entre eles o prefeIto Fr~denco Guilherme Í3usch Junior e outras pessoas de
destaque da Comumdade.
A bandeira da Sociedade Recreativa e Cultural Lyra é uma lyra dourada
sobre fundo branco e como símbolo da amizade uma coroa de louros com laço
vermelho. O símbolo foi idealizado e confeccionado por Else Schreiber, Cilly
Lindemallil, Irmgart Globig e Grete Scheltzke.
No dia 26 de setembro de 1953, a Sociedade Recreativa e Cultural Lyra
já havia adquirido o seu hannônio, que foi .~estiv~ente .inaugurado, porém, a
pedido de Franz Baumgart, em reumao ?a dIreton~ de 2 de agosto de 1954, o
mesmo foi alugado por cem c~eIros mens~ls para o "Studio Universal", com a
condição de que devena ser devolVIdo para a sociedade assim que ela
0
necessitasse do mesmo, e em bom estado. Em reunião de 1 de fevereiro de
1954, foi eleita uma comissão para se encarregar das diversões da sociedade,
integrada por Alfred Kinderma~, Josef Doerr, Valentim Osowski, Henrique
Lizette e Wal~emar Felski. Também foi eleita Iris Ramers para dirigir o coro
infantIl, entretan~o, ainda em 1954, foram indicados para substituir Iris Ramers
no coro mfantil Carlos Guilherme Rabitz e Karl Lindemallil.
, Na gestão da diretoria integrada por Oswaldo Fiedler - presidente'
0
Wilhelm F. August Wille - vice-presidente; Waldemar Felski - 1 se~retário;
0
Heinz Fuchs - 2 secretário; Karl Lindemallil - tesoureiro
0 0
geral; Alfons Schreiber - 1 tesoureiro e Paulo Nascimento - 2 tesoureiro, na
festa popular realizada no dia 30 de abril de 1955, foi incluído pela primeira vez
o tiro ao alvo para senhoras com eleição de uma rainha cada ano.
A festa das atiradoras era realizada em maio e não com um "rei" dos
atiradores e sim com uma "rainha de maio", que com pompa é conduzida da sua
casa para o local da festa. Uma banda puxa o cortejo, tendo à frente a bandeira
brasileira e a bandeira da sociedade. Moças vestidas de branco acompanham as
bandeiras até a casa da "rainha". Com música festiva e fogos de artifício o
cortejo chega até a decorada casa, onde são recepcionados pela "rainha", com
suas vestes festivas e manto real. O mestre de cerimônias assume o comando.
Os dois cavalheiros ou princesas vão ao encontro da "rainha", a ladeiam
continuando a festa protocolar que termina com convite para o "chopp",
sanduíches, etc. Em seguida, as canções, e entre elas, "Um maravilhoso dia
como hoje", "A pequena maravilha do grande barril", "Para você eu canto uma
canção", "Nenhuma terra mais bela", etc. Rikobert Koering, com seu acordeon
acompanhava com freqüência os cantores. Da casa particular todos iam para a
sede da sociedade, onde era realizado o novo concurso de tiro. Às 22 horas, na
sede da sociedade era realizado o baile, ocasião em que o manto real era
transferido para a outra "rainha". A "polonaise" dava início ao baile, que se
estendia até a madrugada.
Como em todas as sociedades, a Lyra também angariou recursos através
de tômbolas. A extração da primeira tômbola da Lyra foi realizada no dia 23 de
julho de 1955. Também em 1955, a Lyra realizou o seu primeiro baile de
Carnaval, que foi abrilhantado pelo" Quinteto Catarinense". Oswaldo Fiedler,
que na ocasião integrava o "Quinteto Catarinense" e era também o presidente
da Lyra, em reunião da diretoria de 8 de setembro de 1955, ventilou a
possibilidade da aquisição de uma sede própria para a sociedade. Na
oportunidade, Oswald Metzker doou um lote de terra na praia de Camboriú
para ser aproveitado numa tômbola. Metzker foi muito aplaudido pelo gesto,
porém, em reunião de 5 de dezembro do mesmo ano, a sociedade resolveu
conservar a casa em Camboriú. Oswaldo Fiedler e Alfonso Eger foram
encarregados de providenciar as necessárias reformas.
Para melhor funcionamento da sociedade, em reunIão de 4 de outubro
de 1955, foi aprovada a indicação de um conselho deliberativo e teatral. O
Conselho Deliberativo funcionaria até o término de cada gestão da diretoria ou
quando sua ação fosse ineficiente. Por motivos imprevistos, a sociedade que
funcionava no salão e bar "Paraíso", foi forçada
5.
a transferir sua sede, para a sede também provisória, no salão Duggen, na
Velha, onde foram feitas as refonnas necessárias, a cargo de Guilherme Max
Rabitz. Em setembro de 1957, a diretoria, devido aos constantes transtornos,
resolveu mais uma vez adquirir uma propriedade. As propostas de Oswaldo
Fied1er e Paulo Fischer em vender áreas de terra de quatrocentos mil e
trezentos e setenta mil cruzeiros, respectivamente, em troca da propriedade
em Camboriú, por cento e trinta mil cruzeiros, não foi aceita, porquanto o
saldo a ser pago pela sociedade era elevado, e as áreas muito pequenas,
principalmente a de Paulo Fischer. No dia 2 de abril de 1958, com Amoldo
Seibel na presidência, a reunião da diretoria da Lyra foi realizada na
Sociedade Desportiva Vasto Verde. Nesta ocasião, foi elaborado um
contrato particular entre o Vasto Verde e a Lyra para cessão de suas
dependências. No ato, a Lyra foi representada por Amoldo Seibel e o Vasto
Verde por Rodolfo Buerger. No contrato, foram acertados todos os detalhes
para dotar a Sociedade Desportiva Vasto Verde de instalações necessárias
para o desenvolvimento da parte cultural, social e recreativa dos associados
da Lyra. No dia 8 de julho de . 1958, em reunião da diretoria, foi elaborado
um programa onde foi incluído a inauguração do palco. O programa
apresentado em agosto, em três partes, teve como primeiro número a
inauguração solene do palco; em seguida foram apresentados números
musicais e canto coral a cargo de Franz Baumgart. O encerramento foi com
baile social. Em 1964, a Lyra adquiriu seu próprio terreno e em 1965
inaugurou sua sede. A sede não possui local apropriado para a prática do tiro,
e o mesmo é praticado num alvo dentro da sede com arma de pressão. Para
participar do Torneio Municipal dos Atiradores, praticavam em "stands" de
outras sociedades.
Apesar dos contratempos por falta de uma sede definitiva, as ativi-
dades sociais e culturais da Lyra funcionavam ativamente. Na parte artís-
tica, além da música e coral, no dia 29 de setembro de 1956 foi apresentada
a peça teatral "Noite Santa em Blumenau de 1856 e 20 Anos Depois".
Também foi apresentada a peça teatral, que foi reprisada em português, "Os
Apuros de Lulu". A partir dessas apresentações, o teatro foi incentivado,
tendo a diretoria em reunião de 1 o de outubro de 1956, atribuído a Heinz
Fuchs e Waldemar Felski a responsabilidade dos ensaios. Em 10 de abril de
1957, a Lyra foi convidada para participar das festividades da "Liga
Cultural e Recreativa Vale do Itajaí", e durante a festa promovida pela Lyra,
no dia 20 de agosto de 1961, esta inaugurou a sua bandeira, sendo a
saudação proferida por Frei Brás Reuter, Vigário da Paróquia de Blumenau.
Uma comissão integrada por Karl Lindemann,
Hennann Globig, Alfons Schreiber, Grete Scheltzke, Heinz Hartmann
Oswaldo Buerger e Arnold Seibel foi responsável pela organização & festa
e também do livreto.
Entre as atividades sociais, além da festa da "Rainha de Maio" a
L~r~ promovia bailes em ocasiões festivas e no encerramento anual das
atiVIdades.
. . Ruth. Eskelsen foi a primeira "Rainha de Maio", e Dirce Rabitz a
p~~elra rall1h~ da so.ciedade, ocasião (12/01157) em que o Prefeito Mu-
rnclpal Fredenco GUilherme Busch Jr. prestigiou as festividades de co-
roa?ão. Abrilhantavam as festividades da Lyra o "Studio Musical" regIdo
por Franz Baumgart.' o "Quinteto Catarinense", "Jazz Society" ~ o~tros. E~
1957, os assocIados receberam carteira de identificação soCIal e em Julho
do mesmo ano, pelo aniversário da sociedade foi tam-
bém incluído o jogo de boIão como atividade esportiva. '
A parte artística que esteve sob a direção de Franz Baumgart até 1960,
passou para Hans Kuhnov, porém a substituição não funcionou e Rikobert
Doering foi encarregado de entrar em entendimentos com Franz Baumgart
para que ele prestigiasse a Noite de Natal com músicos do "Studio
Universal", ficando ao seu encargo a partir de 6 de dezembro de 1961, a
música e o canto nas festas natalinas. No decorrer do ano a Lyra oferecia aos
associados: tiro ao alvo para senhoras, festa no dia das mães, ani:ersário da
sociedade, baile caipira em homenagem ao colono, festa natalIna e outras
promoções artísticas e sociais.
No dia 30 de junho de 1960, na gestão de Waldemar Felski a So-
ciedade Recreativa e Cultural Lyra recebeu a quitação da sua dívida para
com a Cia. Hering.
A Sociedade Recreativa e Cultural Lyra, nos seus tempos áureos,
era concorrente da Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes" e
embora alguns não queiram admitir, muitas festas não eram programada~
no Teatro "Carlos Gomes" se houvesse festa na Lyra. Fundadores da Lyra
afinnam que os bons tempos da Lyra terminaram com a morte de Manfred
~ugenstein e o afastamento, por motivos particulares, de Rikobert Doenng.
A Sociedade Recreativa e Cultural Lyra situa-se na Rua Benjamin
Constante, 2469 - Vila Nova. Apesar da sua finalidade ser cultutal (canto,
teatro e música) e recreativa, nos últimos anos nada mais resta do seu antigo
esplendor, pois até o tiro ao alvo para senhoras não mais é praticado.
Atualmente funcionam a bocha e o futebol de salão.
6.
LIGA CULTURAL E RECREATIVA
VALE DO IT AJ AÍ (Siingerbund
Itajahytal)
Desde os primórdios da Colônia até os nosso dias é impossível a
realização de qualquer manifestação sócio-cultural-artística em Blumenau,
sem canto. Mesmo que o canto não esteja incluído na programação, ele
surge espontaneamente em grupo ou isoladamente, principalmente quando
essas manifestações incluem música, dança e ... "chopp". O instinto natural
dos nossos colonizadores em associar-se, dotaram Blumenau com inúmeras
associações de canto coral, sendo a primeira a Sociedade de Canto
Germânia, fundada pelo Pastor Hesse. Em 1864, o professor
~cheidemanteP8, de Itoupava, fundou a segunda sociedade de canto, ini-
cialmente chamada de "Geselliger Verein", e segundo o Pastor Hesse, por
ter atividades mais amplas. Esta sociedade, mais tarde, mudou o nome para
"Freundschaftsverein" (Sociedade da Amizade).
Depois de 1870, as sociedades de canto se multiplicaram pelo in-
Jerior da Colônia e algumas tiveram vida longa e muito ativa como a So-
ciedade de Canto Teutônia, de Timbó, fundada em 1879 pelo professor
Julius Scheidemante1, que foi transferido da escola de Itoupava para a de
Timbó em 1873. Em 187219, funcionavam ativamente em Blumenau quatro
corais masculinos. Em 1871, foi fundada a Sociedade de Canto "Har-
monie", de Indaial. Em 1873, a Sociedade de Canto "Eintracht"
(Concórdia), de Badenfurt e Coral Masculino Garcia. As sociedades de
canto "Freundschaftsverein", "Harmonie", "Eintracht" e Garcia foram
convidadas para participar, em 1873, do décimo aniversário de fundação da
Sociedade de Canto "Gennânia". Em maio de 1874, foi acrescentada mais
uma sociedade de canto às já existentes na Colônia de uma forma
interessante, pois a mesma só apareceu quando foram feitas coletas para
auxiliar os flagelados das enchentes no Rio Grande do Sul. Nesta coleta
aparecbu a contribuição de mna sociedade de canto da região de Itoupava
que atJlava há algmn tempo silenciosamente, era a Sociedade de Canto
"Frohsinn", de Itoupava Norte20, sob a regência de Karl Lingner. O ano de
1875, marcou a fundação do "Gemischter Chor Urânia" (Coral Misto
Urânia) em que, pela primeira vez, num coral em B1umenau, participaram
mulheres.
18) "Kolonie Zeitung" de 02/04/1864.
19) "Kolonie Zeitung" de 16/11/1872.
20) "Kolonie Zeitung" de 13/06/1874.
. Fundado por Hermann Ruediger, funcionou ativamente, pois no
dia 11 de setembro de 1883, com muita alegria, festejou seus oito anos de
existência. Mais tarde este coral mudou o nome para "Harmonie" e
geralmente, funcionava no salão de Johann Schreepp. '
O "Sãngerbund" de Pomerode, fundado em 1890, festejou a data da
sua fundação no dia 4 de outuQro do mesmo ano, com o seu primeiro
"Krãnzchen" (Pequeno círculo) no salão de Louis Abry com uma "polo-
naise", num salão maravilhosamente decorado. Depois de vários números
de canto, Louis Abry discursou, solicitando aos presentes para se manterem
unidos, pois "a união faz a força ". Em seguida, elogiou Deodoro da
Fonseca, e todos brindaram à República. Apresentaram números de canto e
no final um viva aos cantores. Com a Sociedade de Canto "Sãngerkreis"
(Círculo de Cantores), de Alto Rio do Testo, que formulou convite para a
festa de Páscoa21, Blumenau contava em 1892 com onze associações de
canto: Sociedade de Canto Germânia (1863); "Freundschaftsverein"
(Sociedade da Amizade - 1864); "Hannonie", de Indaial (1871); "Eintracht"
(Concórdia) de Badenfurt (1873); Garcia I (1873); "Frohsinn", de Itoupava
Norte (1875); "Urânia", depois "Harmonie", de Blumenau (1875);
"Teutônia", de Timbó (1879); "Liederkranz" (Círculo de Canções) de
Weissbach (1883)'''Sangerbund'', de Pomerode (1890); e "Sãngerkreis", de
Alto Rio do Testo (1892).
No dia 19 de maio de 1897, o Doutor Kraue1, embaixador alemão,
visitou Blmnenau, sendo homenageado pela "Freundschaftsverein" de
Itoupava, com o Hino Nacional da Alemanha, e em Warnow (Indaial), pela
Sociedade de Canto "Harmonie".
Quando o embaixador alemão, Conde de Arco Valley, visitou ra-
pidamente Blumenau, chegando de surpresa no dia 17 de março de 1900, foi
homenageado pela Sociedade de Canto Harmonie de Blumenau, que na
ocasião festejava o aniversário de sua fundação com a apresentação de uma
peça teatral, canções e baile. O embaixador foi convidado de honra,
seguindo depois para Hansa e J oinville.
Além das Sociedades de Canto citadas, também funcionava em
Blumenau o Coral Misto da Comunidade Evangélica, que cantou com
outros corais especialmente convidados, em homenagem ao casal Peter
Lukas pelas Bodas de Ferro (65 anos de casamento), no dia 19 de outubro de
1899. Na ocasião, o Pastor Faulhaber realizou um culto solene para o qual
convidou parentes e amigos do casal, que foi um dos primeiros
colonizadores do Vale do Itajaí.
 Um dos eventos importantes do ano de 1900, foi a festa de cantores
realizada no dia 28 de outubro para a qual foram convidadas as sociedades de
canto: Germânia e Harmonie de Blwnenau, Coral Masculino Garcia I, Coral
Misto de Weissbach, Ribeirão da Cana, Indaial, Warnow, Timbó, Itoupava,
Encano do Norte, Tatutiba e Vale do Selke. Serviu de "podium" para a grande
festa, a cervejaria de Otto Jennrich. A anfitriã da festa foi a Sociedade de Canto
"FrohsiIm", que com Karl Lingner, fundador e dirigente do coral desde 1875,
festejava seus vinte e cinco anos. Na ocasião, Karl Lingner dirigiu o grande
coral, que cantou o Hino Nacional da Alemanha.
As festas de cantores continuaram ano após ano, em diversos locais.
Muitos corais se fonnaram, outros se reestruturaram como o Coral Masculino
Garcia, que apesar de funcionar desde 1873, só registrou os Estatutos no dia 8
de março de 1913, como "Mãlmer Chor Garcia I".
Quando, em 1915, se aventou de fundar a "Sãngerbund Itajahytal" (Liga
de Cantores Vale do Itajaí), O Vale do Itajaí contava com aproximadamente
vinte associações de canto. Para fundar a Liga, no dia 20 de novembro de 1915,
reuniram-se no salão Teutôlúa de Altona (Itoupava), G. Arthur Koehler, Dr.
Hans Pape, Louis Abry e delegados de dezesseis sociedades de canto, inclusive
Brusque e Itajaí, para discutir sobre a planejada festa de cantores e também a
fundação da Liga. Com palavras eloqüentes, Louis Abry, que foi o primeiro
presidente, falou sobre o sentido da festa, financiamento da mesma e sobre os
Estatutos da futura Liga. Tudo ficou resolvido, prevendo-se a festa com certeza,
porém a Primeira Guerra Mundial interrompeu a programação. A festa só foi
realizada no dia 7 de março de 1920, data que passou para a história das So-
ciedades de Canto com o nome de "Dia dos Cantores de Altona" .
Nos quase dois anos em que o Brasil entrou na guerra, o canto alemão
emudeceu. Em alguns lugares era proibido faIar o alemão, havendo sérias
restrições se isto ocorresse. Não em Blwnenau! Falava-se o alemão, porém, o
canto emudeceu. Sabiam todos de antemão das exigências.
Só em Colônias distantes, onde ninguém aparecia que pudesse ser
ofendido, cantava-se uma canção. Foi muito penoso para os alemães o canto
emudecido, já que através do mesmo extravasavam suas alegrias e tristezas,
enfim tudo o que o coração sentia. Na época, uma rede de sociedades de canto
estendia-se sobre toda a Côlonia, e era gratificante depois de cada dia de árduo
trabalho encontrarem-se os velhos e os novos para juntos elevarem o espírito
através do canto. Quando as barreiras do estado de guerra caíram, em toda a
parte os ensaios recomeçaram com grande vitalidade e a Sociedade de Canto
"Eintracht" de Itoupava, convi-
dou todas as sociedades innãs para a festa de cantores e também para
concretizar a "Sãngerbund Itajallytal". Vinte sociedades com aproximada-
mente trezentos cantores participaram, e a alegria e a vida voltaram, pois "onde
o machado alemão ressoa, a canção alemã não deve emudecer".
Todos os preparativos foram feitos para a Primeira Festa de Cantores
em Altona. Os locais foram preparados para abrigar todos, inclusive em caso
de mau tempo. Diversos pratos frios e quentes, e bebidas sem álcool, também
foram preparados com antecedência. Pela manhã, bem cedo, afluíam os
cantores, e quando os organizadores chegaram ao local da festa, também
chegou pontualmente o trem especial colocado pela E.F.S.C .. Com cartões de
ida e volta, com saída de Hansa às 6 horas da manhã e volta às 11 horas da
noite, a E.F.S.C. atendeu às sociedades de canto, colocando ainda na
segunda-feira, dia 8, o trem especial nos mesmos horários. O trem trouxe
grande número de cantores, entre eles os da Sociedade Cruzeiro do Sul de
"Südarm" (Rio do Sul), os que talvez percorreram o maior trajeto, mais de cem
quilômetros. Com música e bandeiras, os cantores se dirigiram para o salão
Teutôlúa, onde Abry saudou os irmãos cantores com o coral "Eintracht", que
cantou a canção de boas vindas "Gast grüsse dich" (Hóspede te saúdo). Em
seguida apresentaram-se os nove corais que disputavam a premiação. Todos se
apresentaram muito bem, apesar das interpretações diferirem, o que era muito
natural. Para surpresa geral, apresentaram-se nos corais, bons tenores, uma
raridade, ao lado de bons baixos. Com a animada participação do público,
decorreram as apresentações pela disputa da premiação.
Um pouco antes das 12 horas (meio-dia), foi fundada com êxito a
"Sãngerbund Itajahytal".
Depois do almoço, continuaram as apresentações, sendo constatado que
os corais simples agradaram mais do que os que se inscreveram para concorrer
aos prêmios. Foi bonita a apresentação dos brusquenses, dos "Neuberlinenses"
(Ibirama), das sociedades "Eintracht" de Altona e "Liederkranz" de Blumenau
e também das muitas pequenas sociedades que vieram da Colônia para
confraternizar com alegria.
Ao anoitecer, Abry retomou a palavra para agradecer oficialmente os
convidados. Em resposta, o Delegado de Polícia, na ocasião Dr. Freitas Melro,
com suas palavras simpáticas, deu um viva ao Brasil e ao Governador do
Estado, que ecoou forte em Blumenau. Com grande ansiedade, à noite, todos
aguardavam as palavras da Comissão Julgadora integrada pelos dezesseis
dirigentes de corais. O prêmio de honra, oferta da Sociedade de Canto
"Eintracht", um "Trinkhorn" (corno para beber), trabalhado em prata, coube à
Sociedade de Canto "Liederkranz", de Blu-
7.
menau, sob a regência do professor Boettner. O primeiro prêmio coube à
Sociedade de Canto de Brusque, regida por Luepke; o segundo, à seção de
canto da Sociedade Ginástica "Neu Berlin" (Ibirama), regida por Berthold;
o terceiro, à Sociedade Lyra de Indaial, regida por Koch e o quarto prêmio
coube ao Coral Masculino Garcia I, regido pelo professor Hollenweger.
Até tarde da noite entoava canto no local da festa, e somente ao
amanhecer os convidados rumaram para suas casas. O carinho pelas can-
ções alemãs estimulou todos e o saldo do dia foi positivo.
Na ocasião, a Liga de Cantores Vale do Itajaí recebeu do Gover-
nador do Estado, Dr. Hercílio Luz, a quem a Liga enviara um convite, o
seguinte telegrama: "Eu agradeço à Liga de Cantores Vale do !tajaí, a saúdo
desejando prosperidade. Cordiais Saudações. Hercílio Luz, governador".
Altona não esperava tantos participantes, a expectativa foi ultra-
passada. No final, Abry, presidente da Liga, agradeceu a todos pelo bom
andamento dos festejos e pela maravilhosa festa.
Para o dia da festa, um poeta escreveu:
"Harmonia nos leva unidos, Harmonia nos une em sociedade
Harmonia no canto e na vida, Harmonia nos une em sociedade
E que em todo maio floresça, a felicidade do homem, a Hannonia!"
A partir da grande festa de cantores realizada no dia 7 de março de
1920, promovida pelo Coral Masculino "Eintracht" de Altona, a diretoria
da "Sãngerbund Itajahytal" e os delegados das sociedades de canto do Vale
do Itajaí se reuniam para promover o bom andamento da Liga. As reuniões
eram realizadas no salão do Teutônia de Itoupava Seca, Hotel Franke -e
também nos lugares onde eram realizadas as festas de cantores. No dia 29
de setembro de 1920, Louis Abry, presidente da Liga, convocou os
delegados das sociedades de canto para uma reunião no Teutônia, para
discutir os assuntos pendentes da Liga, inclusive a elaboração dos
Estatutos.
As festas continuaram, e em maio de 1926, com um bom tempo, a
"Sãngerbund Itajahytal" promoveu a sua festa em Gaspar. O ponto inte-
ressante na programação foi a divisão das sociedades de canto, em cate-
gorias, para efeito de premiação: colônia, arredores e centro., Nesta festa
foram premiadas na categoria colônia a Sociedade de Canto Indios - Ri-
beirão Ferro; arredores, Coral Masculino Garcia I, e centro, o Coral
Masculino "Eintracht" de Altona.
A atuação da "Sãngerbund Itajahytal" foi tão eficiente que no dia 11
de setembro de 1929, quando foi realizada no Teutônia uma reunião
da qual pa~iciparam seten~ pessoas, a "Sãngerbund Itajahytal" já contava
~o~ trmta e duas SOCIedades de canto sob a presidência de Peter Chnstmn
Feddersen. Para atender melhor a todas as sociedades de canto q~e eram
m~itas, resolveram na reunião, promover apresentações pre~ mIadas nos
dias 15, 16 e 17 de novembro em toda a região, e as sete melh~re~ se
apresentariam q~torze dias dep?is em Blumenau, fazendo jus a premlOS de
honra. O bornto desses festeJOs, além das apresentações de canto, é o
desfile das sociedades com suas suntuosas bandeiras, bem como a
cerimônia de inauguração das mesmas.
No dia 17 de maio de 1931, no Teutônia (Altona), foi realizada a festa de
inauguração das bandeiras da "Sãngerbund Itajahytal". Elas deveriam ter
sido inauguradas na décima festa de cantores, porém por circunstsâncias
diversas, algumas sociedades não puderam comparecer solicitaram então
permissão para participar da inauguração na festa d~ dia 17 de maio. Eram
então quinze as associadas no desfile com suas bandeiras e dez que se
dirigiram para a casa do primeiro presidente para receberem suas bandeiras,
traz idas por damas de honra ao local da festa. Após a mensagem festiva de
Viktor S chIe iff, Max Humpl discorreu sobre a história da bandeira e em
seguida a Sociedade de Canto "Liederkranz" de Blumenau, sob a regência
de Heinz Geyer, cantou maravilhosamente bem a canção de Mozart
"Bênção das Canções". Na ocasião, o Pastor Scheerer discorreu sobre a
concepção cultural das canções alemãs na nova pátria. Após a inauguração
das bandeiras, o Coral Masculino "Eintracht" de Altona, regido por Max
Humpl, saudou as bandeiras inauguracias com a canção de Abt "Weh auf du
Banner". Às palavras inflamáveis do presidente Peter Christian Feddersen,
seguiu-se a "Canção da Pátria". Como representante da Alemanha falou o
Doutor Pamperrien, secretário da legação alemã no Rio de Janeiro, que
trouxe às festividades um "Viva" ao Brasil e Alemanha. Em seguida, o
grande coral cantou em uníssono "Irmãos estendam a mão para a Liga".
Com palavras a ca~ sociedade participante, foram distribuídos pregos para
as bandeiras. A apresentadora das bandeiras, senhora Max Humpl, foram
dirigidas palavras de agradecimento pelo presidente da "Sãngerbund". Na
parte da tarde, todos foram premiados com os concertos apresentados pelas
sociedades: "Liederkranz" de Blumenau, Coral Misto de Altona, e Coral
Masculino "Eintracht" de Altona, Coral Misto de Itoupava Norte, Coral
Misto "Liedetafel" Velha, Seção de Canto da Sociedade dos Atiradores
"Neue Velha", Coral Masculino Garcia I, Coral Masculino "Eintracht -
Lyra", de Indaial, Sociedade de Canto Brusque, Coral Masculino de Rio do
Sul e Coral Masculino de Gaspar. Os corais, Teutônia de
8.
Timbó e Concórdia de Blumenau, estavam presentes através de representantes.
Ao todo estavam presentes aproximadamente duzentos e oitenta cantores e
cantoras. As apresentações atestaram o elevado Iúvel das sociedades de canto.
Com animado baile festivo, foram encerradas as
festividades.
Ano de 1932, ano em que a sociedade blumenauense homenageou
a memória de JohaIID Wolfgang von Goethe pelo centenário de sua morte, a
"Sangerbund Itajahytal" homenageou o grande poeta alemão, incluindo na
programação, para avaliar o ruvel de interpretação de cada coral a canção "Sall
ein Knab ein Roslein stehn" ou "Heidenroslein" (Rosi~ha Silvestre). Ainda foi
cantada a canção de Fle~ing "Ein~racht und Liebe" e uma canção de livre
escolha de cada socIedade para Julgar
o ruvel dos corais.
Idealizada em 1915, por Louis Abry, G. Arthur Koehler e o DI.
Hans Pape, e concretizada em 1920, a "Sangerbund Itajallytal", apesar dos seus
integrantes silenciarem durante as duas guerras mundiais, chegou até os nossos
dias com suas marav~lhosas festas de cantores. .,
As atividades que estavam paralIsadas em todo o Vale do ItaJaI foram
reativadas a partir do Natal de 1949, quando pela primeira vez depois da
Segunda Guerra foram cantadas as velhas canç~es de N~ta~ na festa realizada
pela seção de canto do Clube de Caça e TIro ConcordIa Velha, no salão Duggen.
A partir dessa festa, vários corais reativaram suas atividades e outros surgiram,
porém, o que todos aguardavam era a reativação da "Sangerbund Itajahytal".
Correspondências foram enviadas, e num domingo pela manhã, na casa de Karl
Lindemaml, reuniramse os regentes de corais, Joseph (Seppl) Wollinger, Martin
Schmoelz, Fritz Kemmelmaier Richard Marmein, Bruehl, Zin1mermann,
Schreiber e outros mais, para' reativar a "Sangerbund Itajahytal" e promover a
primeira festa de cantores depois da Segunda Guerra Mundial. A "Sangerbund
Itajahytal" foi reativada com o nome. de "Liga Cultural .e Recreativa Vale do
Itajaí" no dia 17 de fevereIro de 1952, sendo a PrImeira diretoria integrada por
Oswald Buerger - presidente; Arno Metzger - secretário, Karl Lindemann -
tesoureiro; Richard Marmein conselheiro e Francisco Baumgart - dirigente. Para
a primeira festa de cantores realizada no dia 18 de maio de 1952, foi elaborado
um livreto com toda a programação dividida em três partes:
I PARTE
Às 8 horas: depósito de coroas nos túmulos dos ex-presidentes da "Sangerbund
Itajallytal", DI. Hans Pape, Peter Christian Feddersen e G. Art-
hur Koehler.
9 horas: recepção na estação da Estrada de Ferro.
9,30 horas: desfile festivo, partindo do negócio Enúlio Fischer, para o Estádio
"Curt Hering".
10 horas: homenagem à memória de todos os cantores falecidos.
Prólogo.
Saudação pelo Coro Misto Warnow.
Discurso de saudação proferido por João Durval MülleI.
Homenagem aos Jubilares.
lrucio do Canto dos Coros Religiosos (língua portuguesa e estrangeiras).
"Gott zum Gruss" - encerramento pelo Coro Concórdia.
12 horas: almoço no local da festa.
11 PARTE
Às 13 horas: iIúcio dos coros em geral. Execução de canções populares de
autores e compositores brasileiros. A seguir, canções em línguas estrangeiras.
111 PARTE
Às 20 horas: baile, abrilhantado pelo Conjunto Musical "WolliIlger".
O interessante é que a programação conserva até hoje as características
dos primeiros programas. A partir dessa data, anualmente se realizam as festas,
que já foram sediadas em diversos lugares como: Nova Bremen, Timbó,
Presidente Getúlio, Ibirama, Vila Itoupava, Taquaras, Massaranduba e Indaial.
Antes da Segunda Guerra participavam também das festas de cantores da
"Sangerbund Itajallytal", as cidades de Gaspar e Brusque.
A ação da Liga Cultural e Recreativa Vale do Itajaí é também
muito eficiente, pois em 1965 contava com as seguintes filiadas:
9. Coro Masculino do Clube de Caça e Tiro Concórdia, Blumenau
10. Centro Cultural e Recreativo "25 de Julho", Blumenau
11. Clube de Caça e Tiro Testo Salto, Testo Salto
12. Sociedade de Canto de Itoupava Central, Itoupava Central
13. Sociedade Cultural "25 de Julho" de Massaranduba, Massaranduba
14. Sociedade Cultural e Recreativa Serrinha, Vila Itoupava
15. Sociedade Cultural e Recreativa IndaiaL, Indaial
16. Coro Misto de Warnow, Warnow
17. Sociedade Recreativa Cultural de TiInbó, Timbó
18. Sociedade Cultural de Ibirama, Ibirama
11. Coro Misto de Uru, Presidente Getúlio
12. Sociedade Cultural Carajá, Rafae1 11, Ibirama
13. Coro Orfeônico "Cruzeiro", Presidente Getúlio
14. Coro Misto da Igreja Protestante, Presidente Getúlio
15. Grupo de Cantores "Orfeônico Bela Aliança", Rio do Sul
16. Sociedade Recreativa e Cultural Ribeirão da Onça, Presidente Getúlio
17. Sociedade Cultural e Recreativa Salto do Norte, Blumenau
18. Sociedade Esportiva e Recreativa "Guarany", "Neu-Bremen", Ibirama
19. Sociedade Cultural "25 de Julho" de Itajaí, Itajaí
20. Sociedade Recreativa e Cultural "Lyra", Blumenau
21. Coro Misto Recreativo Mirador, Mirador, Presidente Getúlio
22. Sociedade Cultural Mario Pinto Serva, Braço Trombudo, Trombudo
Central
23. Coro Misto de Dona Emma, Dona Emma, Presidente Getúlio
24. Coro Misto da Comunidade Luterana de Guaramirim, Guaramirim
25. Coro da Igreja Evangélica de Itoupava Central.
À Liga estão afetas as festas regionais de cantores, que se realizam às
expensas das sociedades de canto, dos próprios cantores e às vezes, com o
apoio do Governo de Santa Catarina, Secretaria de Esporte, Turismo e Cultura
e Fundação Catarinense de Cultura. Com o tempo, mais difícil se torna
sediá-Ias nos diversos municípios e geralmente quem as sedia é o Centro
Cultural "25 de Julho" de Blumenau.
A partir de 1971, a sensibilidade do Prefeito Evelásio Vieira em apoiar
as nossas tradições, culminou com o I Encontro Internacional de Cantores, sob
o patrocínio da Comissão Municipal de Turismo. No governo de Antônio
Cados Konder Reis, os encontros receberam patrocínio do Governo do Estado.
Participam também do Calendário Turístico do Estado e do Município.
O primeiro encontro foi realizado nos dias 17 e 18 de julho de 1971, e
esteve a cargo do Centro Cultural "25 de Julho", cujo presidente Emil
Rossmark, com a colaboração do coral masculino "Liederkranz", diretoria e
demais colaboradores, tornaram possível um encontro de tal monta. Esse
evento cultural contou com a presença do Governador de Santa Catarina,
Co10mbo Machado Salles, e Evelásio Vieira, Prefeito Municipal de Blumenau.
Os corais participantes foram recepcionados no dia 17, dirigindo-se em seguida
para os alojamentos. Às oito horas da noite, estavam todos no decorado salão
do Centro Cultural "25 de Julho" para a confraternização. Após a canção de
boas vindas pelo Coral Masculino "Liederkranz" do Centro Cultural "25 de
Julho" de Blumenau, o orador da Liga Cultural e Recreativa Vale do Itajaí,
Josef Prachthãuser,
saudou os visitantes em alemão e português, falando inclusive do significado
do encontro de cantores. Para encerrar, os corais participantes prestaram sua
homenagem aos anfitriões, principalmente ao presidente Ernil Ro~sm~k. O
espírito festivo e a camaradagem se estenderam até quase meIa-nOIte, ~uando
resolvera~ se recolher, pois deveriam estar dispostos para o torneIO de canto no
dia seguinte às oito horas da manhã. No dia dezoito, às oito horas, formou-se o
grande desfIle das Sociedades de Canto com suas bandeiras, tendo à frente a
Banda de Música. Participaram do desfile as seguintes sociedades de canto:
República Argentina
- Coro Misto de "Monte Cada" - Missiones
República do Paraguai
- Coro Masculino de "Independência"
São Paulo
- Coro Misto da Sociedade Filarmônica "Lyra"
Rio Grande do Sul
- Coral Misto da Prefeitura de Porto Alegre
- Coro Misto "Cruzeiro do Sul", de Porto Alegre
- Coro Misto "Elsenau", de Panambí
Santa Catarina
- Coral da Sociedade Cultural e Artística de Joaçaba
- Coral da Sociedade Lyrica de Joinville
do Vale do Itajaí
- Ribeirão Uru, Presidente Getúlio, Ibirama, Pomerode, Benedito Novo, Timbó,
Warnow, Testo Salto
de Blumenau
- Salto do Norte, Balança, DI. Blumenau, Lyra e o Coral Masculino
"Liederkranz", do Centro Cultural "25 de Julho".
O desfile partiu da Praça DI. Blumenau, e pela Rua 15 de Novembro
chegou até o Centro Cultural "25 de Julho", onde os integrantes foram
recepcionados com foguetes e aplausos. As bandeiras foram colocadas no
decorado salão, colaborando para maior beleza do mesmo. Todos se
acomodaram no salão, aguardando a chegada do Governador do Estado,
Colombo Machado Salles, que havia confIrmado a sua presença. O Coral
Masculino "Liederkranz", do Centro Cultural "25 de Julho", estava no palco
aguardando a chegado do Governador para saudá-Ia com uma canção. Pouco
depois das nove horas, o espoucar dos foguetes anunciava a chegada do
Governador, que foi saudado pelas mil e quinhentas pessoas presentes. Assim
que o Governador, acompanhado do Prefeito Eve1ásio Vieira, ocuparam os
seus lugares, o "Liederkranz", di-
:igido por Eugen Seelbach, cantou "Cid,ade Pal.ácio", ~ino da ci?~de de
Blumenau com texto do professor Jose Ferrelra da Silva e muslca de Francisco'
Correia. O Governador ficou comovido com a acolhida. Na )portunidade, o
professor José Ferreira da ~ilva, g:-ande conhecedor da :listória de Blumenau,
fez uso da palavra citando fatos, entre eles, que desde os primórdios da
colonização, Blumenau ama a música e canto ;omo um fator de progresso da
ComUlúdade e harmonia social, resultando a satisfação da Comunidade no
trabalho e o progresso cultural do Estado e da Nação. Voltou aos idos de 1863,
quando o grande Vale do [tajaí não tinha mais de quinhentos moradores e já
tinha a sua Sociedade de Canto. Os colOlúzadores que vieram com o Doutor
Blumenau trouxeram da sua velha pátria a tradição da música e do canto não só
para relaxar das suas árduas tarefas diárias e sim para criar ânimo e
perseverança neste lado do Atlântico, onde edificaram uma nova civilização.
Uma c~vilização que colocou Santa Catarina como potência em trabalho,
moral1dade e prestígio cultural entre os demais estados. 9uando em 1880 a
independência política coroou o traball:o dos colon~~a~ore~, e quando
surgiram as muitas cidades neste maraVilhoso Vale,.Ja ~nClOnaVal~ ,d~zenas
de Sociedades de Canto instaladas por todo o ll1tenor do terntono
blumenauense. Para encerrar, o professor José Ferreira da Silva disse para o
Governador que todos depositavalu es~eranças no seu projeto de
desenvolvimento para o Estado de Santa Catarnm. .'
Pouco antes de se retirar, o governador, apesar das mUltas obnga-
ções, não se furtou de ir ao palco e agradecer as manifes~ações de ap~eço
recebidas bem como agradecer especialmente aos corais da Argentll1a,
Paraguai: Rio Grande do Sul, São Paulo e demais cor~i.s ~ela participação em
evento cultural tão importante. O Governador fOI vlvament~ ovacionado e todos
agradeceram a sua presença. Pouco depOIS, o governador despediu-se,
enquanto que Evelásio Vieira, Prefeito Mmúci-
paI, penuaneceu no local. .' ._
O júri encarregado de julgar os corais teve mUltas dlÍlculdades,
pois todos se apresentaram muito bem. Pelas cinco horas da tarde, com palavras
do Prefeito Evelásio Vieira, foram distribuídos os. p~êmios. Após o café, todos
se reuniralu no salão. su~er .lotado. A COllllssao p~ra os visitantes tomou lugar
no palco para dlstnbUlr entre os mesmos, alem do prêmio, um belo ramalhete de
flores. O Prefeito Evelásio Vieira subiu ao palco e falou sobre os laços culturais
que envolv~n: esse~ encontros. Em seguida, foralu distribuídos os prêmios. As
~ehssllllas ll1te~r~tações a presença do Governador, o interesse da Prefeitura e
da COllllssao para ~s visitantes, a organização do Centro Cultural "25 de Julho",
lide-
rada ~or, Emil Rossmark, seu presidente, e principalmente o bom tempo,
contnbUlram para que esse Encontro Cultural ficasse na lústória de Blumenau.
Outros encontros se sucederalu, porém, o segundo encontro realizado
nos dias 12 e 13 de agosto de 1972, marcou, porque além de contar com a
participação dos corais "Villa Ballester", da Província de Buenos Aires -:- Rep.
Ar~~ntina; Co~al, "~nião e Desportivo Eldorado" - Rep. Argentllla; Coral
Club de G1l1astlca Guatambu" de Monte CarJo - Rep. Argentina; Grupo Vocal
"Mocana" de Posadas - Rep. Argentina; Coral de "Hohenau" - Rep. do
Paraguai; e os corais do Rio Grande do Sul:
Coro da Juventude da Sociedade "25 de Julho", de Porto Alegre; Coro da
Sociedade "Aliança" de Hamburgo Velho e Coro Masculino de "Igrejinha". De
Curitiba, Param!, apresentou-se o coro do Círculo Brasil-Germânico. De Santa
Catarina apresentaram-se o Coro da Sociedade Artística Cultural de Joaçaba;
Coro da Associação Coral de Florianópolis e demais coros do Vale do Itajaí e
cidade de Blumenau, contou talUbém com a participação de duas mulheres
regentes: a maestrina Ruth Ferreira Gebler, que regeu o Coro da Associação
Coral de Florianópolis, com cinqüenta figuras e a senhora Rettich, que regeu o
pequeno coral de Warnow. Muito aplaudido foi o grande coral de "Hohenau",
da Rep. do Paraguai, regido por um jovem de dezoito anos de idade. Na
ocasião, o Coral Masculino "Liederkranz", do Centro Cultural "25 de Julho",
cantou a composição do Maestro Heinz Geyer, "Frau Musika". O coral que na
época funcionava sob a regência de Eugen Seelbach com a colaboração do
Maestro Heinz Geyer foi muito aplaudido pela belíssima atuação.
O I Encontro Internacional de Cantores foi realizado em 1971, o
segundo em 1972, o terceiro em 1973, quando passaram a ser realizados
bienalmente. Esses encontros reúnem em média setecentas pessoas, entre
cantores e cantoras. Os encontros são promovidos pelo Centro Cultural "25 de
Julho" de Blumenau e se realizalll nas dependências do mesmo. Os encontros
também contam com a colaboração do Governo do Estado de Santa Catarina e
Prefeitura Municipal de Blumenau. O encontro de 1983 não se realizou devido
à grande enchente em Blumenau.
Entre os participantes de Encontros Internacionais de cantores,
Blumenau contou com a presença dos corais: "Bodensee-Madrigal-Chor" da
Alemanha; Asociacion Coral "Alemana" de Montevideo - Rep. do Uruguai;
Centro Regional de Educacion de Encarnacion - Paraguai; Coral Cultura
Artística de Nova Friburgo - RI; Sociedade de Cantores "Aliança" de Marechal
Cândido Rondon - PR; Sociedade "Harmonia"
de Campinas - SP; Universidade Católica de Campinas - SP; Sociedade "Rio
Branco" de Curitiba - PR; Coral "lcotron" de Gravataí - RS; Coral Municipal
de Montenegro - RS; "Cocal" Coral de Canoas - RS; Sociedade de Canto
"Lyra" de Estância Velha - RS; Associação Coral de CriciÚIlla - SC;
Sociedade Coral "Harmonia" de Piratuba - SC; Associação Coral de São Bento
do Sul - SC e outros.
A Liga Cultural e Recreativa Vale do Itajaí, promoveu no dia 17 de
junho de 1984, no Centro Cultural "25 de Julho" de Blumenau, 033° Encontro
Regional de Corais, do qual participaram treze corais. De Blumenau
participaram: o Coral Masculino "Liederkranz", Coral Misto e Coral Infantil do
Centro Cultural "25 de Julho"; o Coral da Igreja Martin Luther o Coral Misto
Texto Salto;, Camerata Vocale; Coral ARS Sa-
cra e Coral da Sociedade Cultural Salto do Norte.
De outros municípios compareceram os corais: Associação Coral "VilaLobos",
de Itajaí; "São Ludgero" de Ituporanga'Coral Masculino "Cruzeiro" e Coral
Misto "Cruzeiro" de Presidente Getúlio; Coral da Sociedade Recreativa é
Cultural de Timbó; Coral da Sociedade Cultural de Ibirama. O evento contou
com a presença do maestro José Acácio Santana coordenador de corais em
Santa Catarina. O encontro teve o apoio d~ Governo do Estado de Santa
Catarina, Secretaria de Esporte, Turismo e Cultura e Fundação Catarinense de
Cultura.
A "Sangerbund Itajahytal" teve como primeiro presidente Louis Abry,
seguindo-se, Peter Christian Feddersen, Dr. Hans Pape e Ralph Gross. Fritz
Kretzschmar foi por muitos anos, o tesoureiro. O secretário, por muitos anos,
foi G. Arthur Koehler, que colocou o "Der Urwaldsbote" à disposição dos
eventos culturais. Aliás, no dia 18 de maio de 1958, foi publicado o programa
da Festa de Cantores realizada na sede social do "Cruzeiro" F. C., de Presidente
Getúlio, num jornal totalmente dedicado à Liga Cultural e Recreativa Vale do
Itajaí.
A "Sangerbund Itajahytal" teve por duas vezes suas atividades sustadas,
ou seja, durante as duas guerras mundiais. Voltou a funcionar em 1952, com o
nome de Liga Cultural e Recreativa Vale do Itajaí e teve os seguintes
presidentes: Oswald Buerger, Emil Rossmark e Manfredo Bubeck.
Honrarias - Desde 1913 já se atribuíam honrarias a corais jubilados. Ao
cantor ou cantora que participar ativamente durante 25 anos, em coral, será
atribuído diploma de honra, broche ou agulha trabalhada em prata. Para os 50
anos de participação ativa, o cantor ou cantora fará juz à agulha com coroa de
ouro. Para os cantores que atuarem 60 ou mais anos como ativos, será
atribubída a agulha com coroa de ouro e laço. A
instituição da agulha data de 1926 e é preferida. Essa honraria é atribuída aos
cantores por decisão da diretoria ou associação numa ocasião especial ou
durante os ensaios. Além dessas honrarias,' os jubilados terão seus nomes
publicados em jornal ou revista especializada. A diretoria da sociedade ou
associação coral poderá também dispor de outras alternativas de premiação.
Tam~ém os dirigentes de corais que tiverem comprovados os seus 25 ou maiS
anos de atuação farão jus à agulha com coroa de prata trabalhada em ouro. Para
auferir esta honraria, o regente deverá comprovar que ainda está em atividade.
Esta honraria foi instituída em 1954. Os pregos de ouro e prata nas bandeiras
das Sociedades de Canto têm a mesma conotação honrosa. '
Uma honraria diferente - uma Pokal de prata brasileira, foi atribuída a
Paul Hering no dia 12 de dezembro de 1933, por sua participação ativa em
corais durante cinqüenta anos. A honraria foi entregue pelas mãos do Dr. Hans
Pape, presidente da "Sangerbund Itaj allY tal " .
A maior das honrarias coube a Oswald Buerger, que recebeu pelos seus
cinqüenta anos de dedicação às Sociedades de Canto, a agulha de ouro da
D.S.B. da Alemanha, um Diploma de Honra, bem como uma passagem para
assistir à festa estadual de cantores na Alemanha. A homenagem foi realizada
na festa organizada pela Sociedade Recreativa e Cultural Lyra, nas
dependências do Centro Cultural "25 de Julho", nos dias 17 e 18 de maio de
1969.
O Grande Vale do Itajaí cresceu embalado pelas valsas, polcas,
marchas, schottisch, laendler, executadas pelas "Musikkapellen" (Conjuntos ou
Bandas Musicais), que caracterizam a música do Vale do Itajaí.
A bandinha é uma das manifestações mais autênticas e culturais do Vale
do Itajaí.
Desde os primórdios da colonização, os professores que vinham
contratados para lecionar Letras às crianças traziam conhecimentos em nível
elevado e eram aptos para lecionar música, formar e reger bandas e corais, pois
na Alemanha a música tàz parte do currículo escolar, desde as primeiras letras.
Além dos professores, aportaram também em Blumenau colonizadores com
grandes conhecimentos musicais e músicos for-
l mados em famosas escolas de música e que haviam atuado na Alemanha.
A partir de 1864, se apresentavam em Blumenau quartetos, solistas e bandinhas
musicais. A primeira bandinha de Blumenau foi fundada por Hermann
Ruediger e se caracterizava pelo estilo fanfarra. O contexto musical do Vale do
Itajaí inclui dezenas de bandinhas e centenas de músicos. As bandinhas
sofreram restrições durante as duas guerras mundiais, pois os músicos
geralmente acompanhavam as músicas cantando em alemão.
Também marcam a música do Vale do Itajaí os tocadores de Ban-
donion, sempre requisitados para festas.
A música clássica em Blumenau atingiu o seu apogeu com o compositor
e Maestro Heinz Geyer, entretanto, em 1918, sob a orientação do professor Max
Humpl, um concerto de grande gabarito realizado no salão Holetz, no dia 20 de
fevereiro, marcou a cidade quando foram apresentados:
1 - Abertura de Kéler Bela (orquestra);
2 - Le Reveil du Printemps de Bach (solo de violino, por Max Humpl); 3 -
Concerto Fantasia de Ernst Koehler (solo de flauta, por Colin);
4 - L' Addio a N apoli de T. Coltra (canto, por Max Humpl);
5 - Rapsódia Húngara de Liszt (solo de piano, por Garbe);
6 - Melodia de Chiostri (solo de violino, por Max Humpl);
7 - Abertura de Cyrill Kistler (orquestra);
8 - Abertura de Bodas de Fígaro, de Mozart (solo de flauta, por Colin); 9 -
Sou Solo Soletto, de Victor Avoni (canto, por Max Humpl);
10 - Concerto de Violino, de Beriot, Op. 100 (solo de violino, por Max
Humpl);
11 - Marcha de Lohengrin, de R. Wagner (orquestra).
Em 1921, chegou a Blumenau Heinz Geyer, músico formado, que sem
interferir na beleza e tradição musical das bandinhas, é o ponto culminante na
música, principalmente a clássica, no Vale do Itajaí. Heinz Geyer regeu, no dia
15 de setembro de 1923, um concerto com a seguinte programação:
1 - Canções Populares, potpourri de Roedel; 2 -
Die -diebische Elster, Abertura de Rossini; 3 -
Andante da I a Sinfonia de Beethoven;
4 - Intermezzo da Op. Cavalleria Rusticana de Mascaglú;
5 - Weltvergessen (valsa) de Alletter (incluída a pedido na programação); 6 -
Martha, Abertura de Flotow;
7 - Herzen und Blumen de Czibulka;
8 - Dynamiden (valsa) de Josef Strauss;
9 - Aparecimento dos Espíritos (marcha) de Heinz Geyer.
No dia 11 de julho de 1936, foi festejado em Blumenau o Centenário de
Nascinemtno de Antônio Carlos Gomes, com marcha dos escolares, pela
manhã, até a Praça "Carlos Gomes" hasteamento da Bandeira e Hino Nacional.
Às doze horas, Brasilino d~ Carvalho pronunciou discurso, atra~és da R.ád~o
CI?be de Blumenau, traçando a biografia do grande compOSItor brasIleIro. A
tarqe, foram projetados filmes sobre a natureza e retreta na Praça Pública. A
noite, foi apresentado um concerto de gala no Theater und Musikverein
"Frohsinn", sob a batuta do Maestro Heinz Geyer, com o seguinte programa:
Hino Nacional Saudação pelo Dr. Hans Gaertner, com comentário sobre a vida
de Ca~los Gomes, Hino a Carlos Gomes com texto do Dr. Oliveira e Silva e
música de Heinz Geyer para coro, orquestra e solo. Na segunda parte, o Presi-
dente da Câmara de Vereadores, José Ferreira da Silva, falou sobre a data. De
autoria de Carlos Gomes, foram executadas as seguintes peças musicais:
Fantasia da ópera "Escravo", "Senza tetto e cenza cuna" e a Abertura da ópera
"O Guarani". O concerto foi o ponto alto das comemorações.
Com a dispensa do Maestro Geyer em 1971, rompeu-se a tradicional
estrutura do grande coral e orquestra sinfônica formada por amadores. Em
1981, formou-se a Orquestra de Câmara de Blumenau, com 70% de
profissionais importados, e os nossos músicos passaram a atuar no Centro
Cultural "25 de Julho" e outros locais. A Orquestra de Câmara de Blumenau é
uma das melhores no gênero no país, com LPs gravados e apresentações nos
maiores centros urbanos do Brasil e exterior.
Em 1949, foi fundado o Conservatório de Música "Curt Hering", atual
Escola Superior de Música.
No dia 4 de novembro de 1955, foi apresentado no Teatro" Carlos
Gomes" uma "Grande Conferência-Concerto" sobre o tema, Nascimento e a
Evolução da Música, com narração do escritor L. Romanowski e a participação
do tenor Felippo Baroni e o chansOlmier Roberval, que interpretaram, entre
outros números, Madrigal (século XVI), de Caccini; Sento dei Core (Séc.
XVII), de Scarlati; Bergerete (Séc. XVIII); M'Endormir Pres de Toi, de
Baquete-Mailet; O DeI Mio Dolce Ardor de Gluck; Femmes de France de
Alstone; Serenata de Schubert; La Chanson de Paria de Jean Drejàc; Romansa
di Tarssilo de Kalmann; Pigalle de Ulmer, com acompanhamento ao piano pelo
professor Oleh Gabrussewycz, sob o patrocínio do Prefeito Municipal de
Blumenau, Dr. Gerhard Neufert, comércio e indústrias de Blumenau.
Na década de cinqüenta, e durante muitos anos, funcionou em
Blumenau a Escola de Aperfeiçoamento e Interpretação de Acordeon
fundada por Rudy Beckhauser, que apresentou no dia 5 de setembro de 1959,
no Teatro "Carlos Gomes", como parte da programação da Semana da Pátria,
um grande festival infantil, no qual se apresentaram duzentos acordionistas. Na
época, o acordeon e as gaitas eram destaque e Rudy Beckhauser inaugurou no
dia 2 de novembro de 1960, no andar térreo do Edifício Beckhauser, a "Casa
das Gaitas e Palácio das Músicas". Compareceram à inauguração o Prefeito
Municipal, autoridades e pessoas de projeção da sociedade local, sendo
oferecido um coquetel e show com números musicais a cargo de Rudy
Beckhauser. Além dessas apresentações eram comuns as "Noitadas de Arte",
com alunos de Beckhauser.
Na mesma época, o músico Werner Arnold mantinha uma Academia de
Música no primeiro andar do Magazin Paulista (esquina da rua XV de
Novembro com Padre Jacobs), com grande número de alunos.
Na década de setenta, com o advento da televisão em Blumenau,
programas musicais eram realizados ao vivo, principalmente no CÍne Busch,
onde o Canal 3, atual RBS, oportunizou a revelação de valores locais e
formação de vários conjuntos musicais.
Em 1974, numa promoção dos Diretórios Acadêmicos e Departamento
de Cultura da FURB, foi realizado no Teatro "Carlos Gomes" o show "Brasil,
suas raízes musicais" .
Em setembro de 1979, foi fundada em B1umenau a Pró-Música, sendo
a primeira diretoria integrada por Eutraclínio dos Santos - Presidente; Gertrud
Schroetter - Vice-Presidente, Comado Odebrecht - Secretário Geral, Ernesto
de Souza - 1 ° Secretário, Osmar da Silva - 2° Secretário, Rui Moreira da Costa
- Tesoureiro Geral, Lolita Mello - 1 ° Tesoureiro, Rui Willecke - 2° Tesoureiro
e Neide Coelho - Diretora Artística.
O Departamento de Cultura da Prefeitura Municipal de Blumenau,
promoveu em 1979 o show "Blumenália", um espetáculo de variedades,
reunindo artistas locais nas áreas da música, poesia, canto, dança, teatro e
mágica.
O show Blumenália, além de apresentado no Teatro de Bolso e FURB,
também foi apresentado na rua, e em 1982, numa promoção de Guido Heuer e
Horácio Braun, num palco montado no meio do rio ItajaíAçu. Participaram dos
primeiros shows o Corpo de Dança "Maria de Caro", o poeta Lindolf Bell, o
grupo teatral "Ribalta" (mímica e humor), Roland Zwicker (mágica), Eduardo
Vidossich (piano), Roi Kellennann (canto), Camerata Vocale (coral) sob a
regência de TeImo Locatelli e outros. O show Blumenália contou com os
grupos musicais: Grifo ou Se-
mentes da Terra, Vlad V, Holocausto, A Folha, Q. G. da Paz, Blackout,
Miragem, Rallo e Nirvana, que também se apresentavam em boates e festas
particulares. O show Blumenália contou também com música sertanej.a
~Zezinho e Valdoninho) e som de MPB, com Dorvalino, professor de vlOlao
no Centro de Cultura, e outros artistas.
Em 1980, Blumenau contou com o Projeto Pixinguinha, com apre-
sentações no Teatro "Carlos Gomes" de grandes nomes da nossa Música
Popular Brasileira.
. A~ ~presentações musicais visando arrecadar fundos para obras
~sslstenclals sempre mereceram destaque em Blumenau, e uma das mais
1lllportantes foi realizada no dia 23 de setembro de 1987, quando foi realizada
a Noite de Arte do pianista Angelin Loro e seu filho Rafael Loro de 11 anos, ao
violino. O concerto foi promovido pela Associação d~ Cegos do Vale do Itajaí,
com apoio das Lojas Maçônicas de Blumenau liderada pela Loja Obreiros de
Salomão N° 39. Na ocasião, proferiu pa~ lestra Frei Anselmo, defíciente visual.
O espetáculo também contou com a participação do coral "Camerata Vocale".
A arrecadação foi em benefício da construção da sede, visando a habilitação do
cego no ensino profissional, inclusive uma escola de alfabetização pelo métido
Braille.
Além da Escola de Música do Teatro "Carlos Gomes", funcionam cursos
de música, dos mais diversos instrumentos, ministrados por particulares e
também no Conservatório de Música e Arte Sol Maior, onde são ministrados
cursos de violão, pistão, sanfona e outros instrumentos.
"MU8IKKAPELLEN',
(Bandas de Música)
As "Musikkapellen" (conjuntos ou bandas musicais) tinham um papel
importante na vida artística, social e cultural da Colônia. Abrilhantavam as
festas e alegravam os bailes, principalmente os bailes públicos. Hermann
Ruediger fundou e dirigiu a primeira "Musikkapelle" da Colônia Blumenau.
Ruediger regeu concertos no Teatro "Frohsinn", salão dos Atiradores, salão
Holetz, praças, salões e outros locais, durante as festas de Páscoa, Natal,
Pentecosstes, aniversário das sociedades, carnaval, comemorações e outras
festividades. Em 1864, formou-se também o quarteto de Wilhelm Scheeffer,
que tocou no primeiro aniversário da Sociedade de Canto "Germânia", porém
após essa apresentação nada mais consta sobre o referido quarteto. A
"Musikkapelle Ruediger" atuou em
19.
Blumenau e adjacências por mais de cinqüenta anos, participando ativamente
da vida da Comunidade. Quando a memória do Chanceler Otto von Bismark foi
homenageada no dia 14 de agosto de 1898, a "Musikkapelle Ruediger", ao lado
do coral misto "Hannonie", abrilhantou as homenagens. Para angariar fundos
para a construção do monumento ao Doutor Blumenau a Comunidade
blumenauense promoveu no Teatro "Frohsinn", no pr~neiro dia de Pentecostes
de 1900, um cocnerto público regido por Ruediger. Também em benefício da
Comunidade Evangélica o concerto da "Liebhaber Kapelle Ruediger" ,
realizado no dia 15 de novembro de 1902, apresentou belíssimos números
musicais.
Depois de Ruediger, outros conjuntos musicais foram surgindo, bem
como verdadeiras bandas musicais, inclusive no interior da Colônia,
destacando-se a "Musikkapelle", de Karl Lingner ou "Lingnerkapelle".
Ruediger e Lingner tocavam muitas vezes em conjunto, princ~p~lmente nos
bailes comemorativos (11 de novembro de 1883), quanfo 1m homenageado
Martin Luther. Todos os anos, no dia 2 de setembro, o Imperador do Brasil era
homenageado com um concerto, porém em 1883, a homenagem incluiu um
concerto às três horas da tarde. No segundo dia de Natal do mesmo ano, à tarde
e também à noite, no baile, a banda Ruediger se apresentou como Ruediger &
Lingner. No concerto de Natal, apresentado no dia 20 de dezembro de 1884, a
Lingnerkapelle apare-
ce como Ruediger & Lingnerschen Kapelle. . com entrada de Momo pontUalmente às 11 horas e 11 minutos.
Famosa na época foi a banda de Gustav Werner, barbeiro, Ofi-
cial de Justiça e grande pistonista que fundou, com seus filhos, o C~njunto
Werner. As bandas de Ruediger e Werner tocav~ em e~tllo "fanfarra". A banda
Werner participou das festividades dos vmte e cmco anos do vapor "Progresso",
entre Blumenau e o porto de Itajaí, no dia ~9 de dezembro de 1904.
Participavam da Banda Werner, além dos seus fIlhos, Oswald, Otto, August e
August Werner Júnior, E~nst Kaestne~, Eugen Krepski, Otto Kaestner,
Hermaml Baumgarten, .Rlchard S~hnelder, Ernst Haupt, Ernúnio Moser,
Hermann Schnelder e WIlhelm
Schneider.
As bandas musicais e os bailes promovidos pelas sociedades, esti-
mularam a construção de salões de bailes públicos na Colônia, geralmente por
iniciativ~ de comerciantes. Eram democráticos, pois, confraternizavam ricos e
pobres, moços e velhos, patrões e empregados, com grande alegria e muita
cerveja fabricada na Colônia. No início todos os bailes eram públicos, mais
tarde as sociedades promoviam bailes sociais além dos bailes públicos. Os
nossos colonizadores se divertiam muit~, e os bailes de máscaras não eram
esquecidos durante os festejos
de Momo. A Sociedade de Atiradores, que era o centro social artístico e
cultural da Colônia, foi palco de centenas de bailes de másca;as. No salão de
Karl Wilhelm Friedenreich também eram realizados os bailes isto quando o
salão da Sociedade de Atiradores era muito pequeno. O ':B1um~nauer
Zeitung" de 7 de fever~iro de 1885, publica convite para um baile de máscaras
na Casa dos AtIradores a ser realizado no dia 15 de fevereiro de 1885. A nota
diz o seguinte: "Será realizado o baile de móscaras no qual todos terão acesso. O
preço para as máscaras, inclusive o baile, é de 500 réis; os não mascarados
pagarão 300 réis e mais uma taxa para a música. Ninguém poderá dançar
antes de tirar a máscara, e os mascarados não deverão ser molestados.
ATENÇÃO: caso haja desfile, os cavalos e carros estarão à disposição. O
baile terá início às 8 horas e trinta minutos. As móscaras já chegaram e
poderão ser adquiridas com o senhor Franz Lungershausen ". O convite
comprova que mesmo na Sociedade de Atiradores também se
promoviam bailes públicos.
Em 1897, foi fundado o Clube Carnavalesco "Filhos do Inferno"
que festejava Momo com muita alegria, baile e desfile. '
Em 1909, foi fundado o "Club Unter Uns", que promoveu o seu baile de
máscaras no salão Holetz, animado pela banda Werner, com prêmios para as
melhores fantasias para homens e mulheres e também para a originalidade,
. Os festejos carnavalescos eram animadíssimos com cortejo que, a partir
das 4 horas da tarde, desfilava pela então Avenida Doutor Blumenau, onde era
feita uma batalha de flores e um baile a fantasia no último dia de Carnaval no
salão do Teatro "Frohsinn"22. Também eram comuns pelo Carnaval os
"Lumpenball" (Baile dos Andrajosos), que geralmente eram realizados no
salão dos Atiradores e também em outros locais como no Restaurante
Zwoelfer, que além dos "Lumpenball", promovia também "concertos
familiares com a banda Baumgart até às 12 horas da noite na parreira, sem
dança "23. Os nossos colonizadores marcaram presença com sua musicaJidade
desde o alvorecer da Colônia em tudo, pois até nos banquetes, principalmente
para visitantes ilustres, as bandinhas davam o seu toque mágico. No dia 18 de
maio de 1901, Blumenau recebeu a visita do Dr. Felipe Schmidt e o ilustre
visitante foi homenageado também pelas bandas Lingner e Graupner. Em
1903, o Coronel Vidal
22) "Blumenauer Zeitung" de 02/03/1919.
23) "Blumenauer Zeitung" de 12/12/1926.
20.
Ramos visitou Blumenau e a bandinha "Freitheit" (Liberdade) abrilhantou a
homenagem tocando no banquete. Também a Varanda Seifert programava às
sextas-feiras, a noite alegre musical com a banda "Bávara", de Walter Seifert24•
Um acontecimento que marcou Blumenau em 1909, e que continua
marcando com sua presença todos os acontecimentos importantes da
Comunidade, foi o 55° Batalhão de Caçadores, hoje 23° B.1.. No dia 29 de abril
de 1909, pouco depois das 20 horas, o vapor "Blumenau" apontou na curva do
rio, e em seguida atracou no porto do Jardim "Hercílio Luz", trazendo para
Blumenau o 55° B.C., com 30 músicos e 18 oficiais, ao todo 125 homens, entre
soldados e graduados. A banda Werner tocou o Hino Nacional e a banda do
batalhão, tendo como comandante Crispim Ferreira, ainda a bordo, tocou o
Hino da Prússia. No dia 8 de maio, portanto oito dias após o desembarque em
Blumenau, a banda de música do 55° B.C. tocou no Jardim Público das 4 às 6
horas da tarde de domingo as seguintes peças musicais:
13 Parte: 1
- Minerva (marcha)
2 - Fausto (ária de pistão)
3 - Saudades de Nenem (valsa) 4
- 2 ° Regimento (dobrado)
5 - Quando o amor morre (valsa)
23 Parte:
6 - Stella Confidente (romanza) 7
- Saudosa (valsa)
8 - Maxixe de ferro (tango) 9
- La Marine (dobrado)
10 - Gaúcho (tango)
Esta foi a primeira retreta da banda de música do 55° B.C. em
Blumenau, e que a partir dessa data passou a integrar a vida artística, social e
cultural da Comunidade. Segundo o jornal "Der Urwaldsbote" de 5 de junho de
1909, a banda de música do 55° Batalhão de Caçadores participou do desflle da
festa dos Atiradores nos dias 31 de maio e 1 ° de junho de 1909, festa de
Pentecostes. Os músicos militares tiveram atuação importante na Orquestra
Sinfônica do Teatro "Carlos Gomes", sob a batuta do Maestro Heinz Geyer.
A banda de Ernst Bernhardt ficou famosa por ser formada por onze
membros de sua família. Bernhardt percorreu vários estados brasileiros, deu
concertos na Argentina, para onde mudou-se posteriormente com toda a
família. Bernhardt obteve grande sucesso, principalmente no exterior. O
"Blumenauer Zeitung" de 4 de outubro de 1913, em Notícias Locais, teceu
comentários sobre a vinda da família Bernhardt e, segundo a nota, ele era um
grande dirigente que, na Argentina, Uruguai e Chile, fez nome com o conjunto
musical fonnado somente por integrantes de sua família. Em Blumenau, a
família Bernhardt apresentou o seu primeiro concerto no dia 7 de outubro de
1913, concerto que lotou o Teatro "Frohsinn". Segundo a crítica, a
Comunidade blumenauense "teve uma noite inesquecível que deve ter
agradado a todos os espectadores. O mais jovem dos integrantes, Udo, foi
sublime ao xilofone ". O primeiro concerto do "Damen Orchester"
(Orquestra de Damas), da família Bernhardt foi realizado no dia 16 de
outubro de 1913, no Teatro "Frohsinn", e a crítica elogiou a interpretação
da "Orquestra de Damas", dizendo que "as partituras tiveram uma
excelente interpretação, e que além de trechos de operetas famosas,
apresentaram peças musicais bem mais difíceis. A primeira violinista
tocou com suavidade e maestria. Todos esperam que concertos dessa
natureza se repitam ". Do programa do dia 16 de outubro constaram
números como: Cavalaria Ligeira (ouverture), de Suppé; Serenata de
Schubert; O Trovador, de Verdi; a Sinfonia do Guarani, de Carlos Gomes;
O Barão dos Ciganos (potpourri) da Op. de J. Strauss; Cavalaria Rusticana
(fantasia) da Op. de Mascagni; Tannhaeuser' (marcha), de R. Wagner;
Huguenotes (fantasia) da Op. de Meyerbeer, entre outros. A família
Bernhardt apresentou-se no Teatro "FrohsiIm", Hotel Holetz, Teutónia,
hoje Ipiranga e também no salão Lueders, de Indaial. No dia 9 de
novembro, o concerto da "Orquestra de Damas" da família Bernhardt foi
em benefício da Escola Nova, e do programa constaram números como: As
Bodas de Fígaro (ouverture) de Mozart; Sonho de Valsa, de Strauss;
Operetten Revue (potpourri(, de Fetras; Preciosa (fantasia), de Carl M. V.
Weber; O Vendedor de Pássaros (potpourri), de Zeller; N onna (fantasia), da
Op. de Bellini; Orfeu no Inferno (abertura), de Offenbach; Rapsódia Húngara
nO 2, de Liszt; O Estudante Mendigo, da Op. de Milloecker; Dança Húngara
nO 5, de Brahms e outros. No dia 16 de novembro, no salão Holetz, a
"Orquestra de Damas" colaborou com a Sociedade de Canto Hannonie, com a
peça musical "O Califa de Bagdad" (abertura), de Boeldieu e "Martha" (tanta-
sia), de Flotow. No dia 24 de dezembro de 1913, no primeiro e segundo dia de
Natal, a "Orquestra de Damas" da família Bernhardt apresentou o
seu último concerto com números musicais de Flotow, Offenbach, Lehar,
Jeffel Suppé, Donizetti, Schubert, Mydleton, Hérold, Gounod, Bizet, Thomas,
C. Gomes, Lincke, Leoncavallo, Verdi e outros. Foi uma verdadeira
consagração,
Ernst Bernhardt ficou no Uruguai, quando a sua "Musikkapelle" visitou
Blumenau, porém em 1919 veio visitar Blumenau, ocasião em que convidou os
blumenauenses interessados em formar uma banda, para no Teatro "Frohsinn"
participarem da reunião, que resultou na fundação da Sociedade Musical Lyra,
que reunida posteriormente ao Club Musical, sob a batuta do Maestro Heinz
Geyer, formou mais tarde a grande Orquestra Sinfônica do Teatro "Carlos
Gomes" .
Havia no bairro da Velha, por volta de 1915, uma Sociedade de
Quadrilha, que promoveu no dia 15 de maio de 1915, no salão Ehrhardt, um
"Kraenzchen", para o qual foram convidados, além dos associados do salão
Michels, todos os amantes de quadrilha para participarem da promoção. O
convite foi fonnulado pelo professor de quadrilha Hermann Schneider, tendo
na parte musical a banda Sclmeider e seus fIlhos. Quanto aos ingressos, os
cavalheiros pagaram 1$000 réis e as damas 200 réis.
A "Zigeunerkapelle" (Conjunto Musical Cigano), não foi esquecida, e
na grande festa realizada no dia 22 de outubro de 1916, na Sociedade de
Atiradores, com barraquinhas, café, rifas, etc., com música no local, aparece
pela primeira v..ez no salão, a "Zigeunerkapelle" com suas alegres "Weisen"
(canções). A noite, na sala do Teatro, música, quadros vivos, números de
ginástica, baile e canções. O trem da E.F.S.C. fez horário especial. A
"Zigeunerkapelle" se apresentou por longos anos em Blumenau, participando
também da grande festa da Sociedade de Atiradores, no dia 5 de maio de 1929.
Para esta festa foram programadas todas as diversões costumeiras. Do
concerto, à tarde, participaram a Sociedade Musical Lyra, sob a regência do
Maestro Heinz Geyer, a banda Wollinger, a Orquestra de Cordas da banda Boa
Vista e a banda de Músicas Ciganas. Tudo foi organizado em beneficio do
fundo para o órgão da Igreja Evangélica e Sociedade de Senhoras Evangélicas
de Blumenau.
As bandas tinham sempre o seu lugar de destaque e até nos piqueniques
eram solicitadas. A banda Werner animou o piquenique organizado por Emil
Marx na propriedade de Heinrich Reif, em Salto Weissbach, no dia 9 de março
de 1919. A propriedade de Heinrich Reif, inaugurada no dia 9 de fevereiro de
1919, era um local de recreio para as farrúlias, com churrasco, música, dança
dentro de um alpendre de pal-
mitos e bosque sombreado com muitos bancos. A cachoeira de Dittrich e o
"Wolfsschlucht" (Vale do Lobo) em Altona, também eram locais muito
procurados para excursões, e os blumenauenses as programavam com
freqüência com banda de música, cantos, cenas cômicas e danças. Os as-
sociados da Sociedade Musical Lyra excursionavam com freqüência até a
cachoeira de Dittrich e também até o "Wolfsschlucht". Os convites para
excursões continham sempre a observação: "se não chover "25.
O "Jazzband Kapelle" apareceu sob a regência do Maestro Heinz Geyer,
e se apresentou pela primeira vez no baile a íàntasia, realizado no Teatro
"Frohsirm", no dia 27 de fevereiro de 1927.
As músicas de dança foram tacadas por dezenas de bandinhas e em
outros tantos salões, e as danças mais solicitadas eram as polcas, schottisch,
rheinlaender, laendler, quadrilha sueca, valsas. Os grandes bailes, geralmente,
começavam com a "polonaise" e eram os instrumentos de sopro,
principalmente a trombeta, que a marcava. Apesar do grande número de
bandinhas e conjuntos musicais, as festas e os bailes também eram animados
com o som bonito do "bandônion", que às vezes, também fazia parte do
conjunto musical. Os "bandônions" eram muito requisitados, principalmente
nas festas de casamento.
Os bailes eram muito concorridos e os amantes de "Terpsícore" faziam
longas caminhadas e viagens para participar dos mesmos. Depois do baile, era
comum muitos dos participantes acompanharem os músicos pelas ruas da
cidade, cantando. Alguns bailes eram divertidíssimos, principalmente quando
eram intercaladas certas brincadeiras como a dança da vassoura: um dançarino
ou dançarina dançava com a vassoura, porém ao som da batida forte da
vassoura no assoalho, os dançarinos trocavam de par, e aquele que ficasse sem
par era obrigado a dançar com a vassoura. Nos convites formulados para os
bailes, tanto sociais como públicos, sempre eram anunciadas as bandinhas e os
respectivos salões onde os bailes eram realizados, através dos jornais da época.
Além do salão dos Atiradores, Teatro "Frohsirm" e Hotel Holetz, inúmeros
foram os salões, as bandinhas e as respectivas localidades que realizavam
regularmente os bailes, principalmente os bailes públicos, que marcaram a vida
social de Blumenau. As bandinhas se revezavam entre os diversos salões das
mais diversas localidades. Além das bandas Ruediger, Lingner, Werner,
Freiheit, Lyra, Zigeunerkapelle, Boa Vista, Wollinger, Schl1eider, já citadas,
funcionaram ainda em Blumenau (Vale do Itajaí) as bandiIlhas: Sperber,
Geloscheck, Stadnik, Weingaertner, Ritzke, Bohmalli1,
Geyer & Gutz, Bork, Froehlich, Jensen & Bruch, Penzlien, Zandere, Gessner &
Gelouscheck, Ladwig, SelbmaIm, A. Gauche, Bávara, Deutsche Kapelle (banda
alemã), Radloff, Liskow, Klueger, Engelmann, Koester, Novasky, Kuersten,
Hauskapelle (banda da casa), Persuhn.& Irmãos, Blum & Werner, Walter Baumgart,
Franz Baumgart, Harmome, Seiler, Seelbach, Knaesel, Alegria, Ideal, Ramos,
Avahy, Corrêa, Prada e Concórdia. A banda da Empresa Industrial Garcia, que
festejou seus vinte e cinco anos nos dias 5 e 6 de setembro de 1931, no Club Garcia,
ainda funcionava ativamente em 1940, quando se apresentou no salão Persulm, de
Itoupava Seca, como "Jazzband Garcia". A banda fundada por Karl Lingner festejou
seus 60 anos no dia 28 de julho de 1934,. sob a regência do filho Karl, que atuava na
banda 48 anos, sendo WIlhelm Reif o mais velho integrante da banda (54 anos).
Os salões, que geralmente funcionava.m junto às casas com~rciai~, bem
como as sedes dos Clubes de Caça e Tiro, estavam sempre dIspomveis para
qualquer manifestação social, artística, cultural e .até polí.tica, pois além dos bailes
serviam para apresentar peç.as teatraIs.' ~ágICOS, cantores, músicos, corais,
sessões de cinema e reumões as maIS dIversas.
O elevado número de salões existentes em Blumenau e arredores nos dá
uma visão do alegre espírito da nossa gente.
Os filmes levados para os arredores de Blumenau eram exibidos nos salões
Hardt, de Indaial, Koehler, de Encano, Hofsess, de Warnow, Ralm, de Timbó, DoeU,
de Passo Manso, Kirsten, de Salto Weissbach, Jensen de Itoupava, Heidorn, de
Pomerode, Wehmuth, de Gaspar, Müller d; Timbó e outros. Geralmente os filmes,
apesar do "Cinemaropho~" ter aparecido em Blumenau em julho de 1908, eram
mudos e animados por conjuntos musicais ou bandônions até 1930 quando do ad-
vento do cinema falado em Blumenau. No salão Teutônia (Itoupava Seca), tanto as
exibições ci~1ema:ográficas como ,o~tros festejo~ eram animados pelo conjunto
musIcal fonnado pelos mUSICOS Kurt W111ckler ao piano e os irmãos Walter e
Eugen Seelbach, violino. No salão Hinkeldey, onde funcionava o Cine Garcia, Harry
Gauche animava as sessões
cinematográficas com o seu bandônion. .'
Por volta de 1940, apesar da Segunda Guerra Mundial, cont111ua-
vam em plena atividade os restaurantes com pista de dança e música. ao vivo,
principalmente por conjuntos musicais, como a Varanda Toenjes,
famosa pela sua confeitaria e churrascadas. .'
Nas cidades do Vale do Itajaí, sempre se promoviam e amda se promovem
bailes sociais e públicos animados por bandinh~s ou conjuntos musicais que têm
sua origem no alvorecer da Colônia. E evidente que
dos antigos salões, são raros os atuantes, talvez alguns salões de sociedades como
dos Clubes de Caça e Tiro, porém, outros surgiram e, mesmo durante as duas
guerras mundiais, apesar das restrições impostas pela nacionalização e do
policiamento, os salões funcionavam e os dançarinos se divertiam.
Os Clubes de Caça e Tiro que com a nacionalização se retraíram e estavam
em fase de extinção, com o apoio do governo municipal, na década de setenta, por
iniciativa do então Prefeito Municipal Evelásio V ieira, muitos reativaram as suas
atividades. Os Clubes de Caça e Tiro desfilam na Semana de Blumenau, tendo à
frente as bandinhas, e se reúnem anualmente no "Grande Baile" das sociedades
realizado sob os auspícios da municipalidade.
As "Musikkapellen", que sempre alegravam as festividades desde os
primórdios da Colônia, durante a Segunda Guerra Mundial sofreram uma série de
restrições, principalmente no interior, onde os músico, quando "meio altos",
cantavam em alemão. Sabe-se que muitas festas particulares, inclusive de
casamentos, sofreram incursões de "nacionalizadores", e que muitos noivos (a
noiva em traje de noiva) e todos os convivas do casamento foram levados para a
cadeia pública do município, que funcionava no andar térreo da antiga Prefeitura
Municipal. Da ponte "Desembargador Pedra Silva", sobre o ribeirão Garcia,
podia-se ouvir os noivos e convivas presos tocanto e cantando em alemão com a
maior naturalidade.
Entre todos os festejos, os de casamento eram os mais importantes e
divertidos da Comunidade, e como as festas dos Atiradores, geralmente duravam
três dias. Os preparativos para essas festas eram feitos com muita antecedência e
tanto o noivo como a noiva faziam a sua tradicional despedida de solteiro ("Polter
Abend"). Quando os noivos não promoviam o "Polter Abend", era comum os
vizinhos jogarem os cacos de vidro, ou louça, dentro da casa da noiva. O bonito
dessas festas era o cortejo nupcial que em lugares sem estradas era feito a cavalo,
especialmente ajaezado para a ocasião. Quando o cortejo era feito com carroças, ou
carros de mola ("Kutsche"), tanto as carroças como os carros de mola eram
enfeitados com palmitos e flores. O assento para os noivos era forrado com uma
toalha ou colcha branca, geralmente rendada ou bordada e até os cavalos eram
enfeitados. Não faltavam os tradicionais·foguetes, os músicos e os cantores que
exibiam o seu talento e alegria com muita cerveja, tanto na ida para a Igreja como
na volta ao local da festa que, às vezes, de acordo com a posse dos noivos, era
festejada no salão dos Atiradores ou em outro salão. Além do banquete havia
também o tradicional
 lile que geralmente se prolongava até o sol nascer. Nos bailes de ~asalento o
momento aguardado com ansiedade pelas moças casadOlras, :>s p;imórdios
da Colônia, era o tradicional. "!~ngfern~anz" (Coroa 'upcial), e mais tarde
outras danças que pOSSIbIlItavam as mesmas de
~anharem o buquê da noiva, ou um pedaço do véu. " a~r~vés do Decreto nO 412, de 21 de março de 1962 cnou a Banda MUlllcIpal
No "Jungfernkranz", à meia-noite, as m~ças casadOIras tonnava:n ma
roda com a noiva no centro. Com a roda gIrando cantavam a cançao
Jungfernkranz" e a noiva, de olhos vendados, es~olhia uma das moça~,
olocando sobre a cabeça da mesma a coroa nupcIal, e segundo a tradIão seria a
próxima a casar-se. Outro costwne er~ a noiva .dançar com os apazes e o
noivo dançar com as moças, em seg~.1lda .era feIta uma gran?e oda com os
noivos no centro, cantavam e o nOIVO tlrava a coroa nupcIal ia noiva. A
noiva jogava bem alto o seu buquê, que era muito disputado
leias solteiras. . . Em. setembro de 1962, começou a funcionar em Biumenau a Delag~cI.a
Dançar com a noiva, cortar um pedaço do ~éu, da!lç~r com ~ no~'o,
cortar um pedaço da gravata, colocando certa llnportancIa em dlll~leI'0 numa
caixinha para que os noivos tivessem wn bom começo de vIda, ,ão, entre
outros, alguns costumes que ainda hoje persistem em alguns ocais bem como o
hábito entre os pomeranos de os noivos, ao chega'em e~ casa, encontrarem pão
e sal sobre a mesa, para que, segundo a radição, nunca lhes tàltasse.
Esses costumes ou tradições pouco a pouco estão desaparecendo. E as
serenatas? Entre os amantes da serenata, além dos músicos :J.ue ao tenninar o
baile continuavam toca~do pelas ruas saudando ~ amanhecer era muito
conhecido Arthur RuedIger que tocava flauta e tlllha o hábito de reunir em sua
casa músicos e amigos para a serenata. Entre outros, participavam da reunião
José Martins, Vando, ~ri~o, e Chiquito.
O que fascina nesses cOI~untos ou bandas mUSIcaIS e, o fato de que
quase todos os nossos músicos tocavam e tocam por ~nor.a arte. Segundo o
Maestro Geyer - "não há diferença entre profiSSIOnaiS ~ amadore~, a diferença está
entre bons e maus músicos ". Os noss~s :onjuntos mUSIcais ou bandas contam
com elementos de todas as proflssoes. Para exemplificar, procuramos o
dirigente do Grupo Musical Cruz:iro, de Itoupa~a Alta. Esperamos horas
defronte a sua bela casa de enxa~:l que pareCIa deserta, entretanto, às 12 horas
em ponto, apareceu Helllflch Rohtbarth acompanhado de familiares, todos
enlame~dos, estaVAal,? col~lendo ~rroz. Engelbert Seiler, dirigente do Grupo
MUSIcal Gennamco, e. pedreIro, e pelas suas mãos foi construída a sede do
Sindicato. dos MÚSICOS de ~lumenau. Essa garra vem da primeva Biumenau,
pOIS os nossos ~Ol?lll~adores trouxeraln em sua bagagem os conhecimentos
mUSIcaIS lll-
disp~nsáveis à s~ f~nnação cultural, ministrados nas escolas da velha pátna
desde as pnmeIras letras.
Em 1962, o ilustre Prefeito Municipal de Blumenau H T ?eeke, cultor das
nossas tradições, cônscio da necessidade de ~s m~:%~~ se:em preservadas,
de Biumenau, sendo seu primeiro t ' Fra~ Baumgart. Pela Lei nO 1352, de 16 de
dezembro de 1965, ~f~so~~ cedIdo aos compo-?-entes da Banda Municipal,
por ensaio a que comparecess~~ .uma gratIfica.ç~o de meio salário mínimo
diário vigente no ~Ull1:I~IO, e uma gratIfIcação mensal ao maestro da banda
de meio saláno llllrumO. A banda é dirigida pelo músico Marc.íIio Pereira.
Anos se passaram e ~ :spírito das "MusikkapeIlen", apesar dos rev:zes e
.duas ?~rras mundIaIs, continua vivo como uma das manifestaçoes maIS
autentIcas e culturais da nossa Comunidade.
RegIOnal da Ordem dos Músicos do Brasil, sendo o professor de vIOIlllO
Leopoldo Kohl.bach, o pru.neiro Delegado, que a dirigiu até maio de 1979. U~a
das ~~IOres conqUlstas dos músicos, através do professor Koh1bach, ~Ol o
hora~IO de cinco horas de trabalho e o registro dos músicos no InstItuto
.NacIO~al de Previdência Social (INPS), como autônomos. A DelegacIa
~egIOnal da Ordem dos Músicos de Blwnenau atende a todo o. Vale do Itajaí.
Estão inscritos na Ordem dos Músicos os seguilltes C011Juntos e bandas
musicais: "Banda Musical Cavalllho Branco Ltda., O~ Montanari, Erinho e sua
Orquestra, Conjunto de Ritmo Society, Amen~a~ Band, Bandinha ~andeirantes,
Os Vilanenses, Grupo Musical ~ermall1co, .Grupo MU~Ical Cruzeiro,
Conjunto Os PistOlústas, MoaCIr e seu C011Junto, Bandínha Estrela do Vale,
os Azes, e outros.
. Em geral: os músic~s que integram as bandas ou co~untos musi-
caIs~ tocam ~aIs de um lllstrumento. Gustav Froehlich, fundador do ~o11Junto
MUSIcal "OS AZES", toca há cinqüenta e cinco anos todos os lllStrumentos de
sopro e também bandÔnion. Seu conjunto musical foi fundado em 1929. Gustav
Froehlich tocou sob a batura de Geyer e foi c?lega de Fra~ Baumgart, que o
auxiliou na formação do co~unto muSIcal. Pelas maos de Gustav FroehIich
passaram uma centena de músicos, aos quais ele. ensinou a tocar os
illstrumentos musicais que domina. ~~lmente o cO~junto é fonnado por sete
elementos: Gustav Froehlich, dingente, toca o llls~rumento ~usical, requisitado
pela partitura, para entrosar com os demaIS do c011Junto. Gustav Froehlich
Filho toca sax-tenor;. Hélio N?vaski, acordeon; Elmo Benner, pistão'Helmu;h
Schwanke, clanneta; Relllwald Hausmanll, bateria e João Alves Rodrigues,
contra-
baixo e guitarra. O repertório é de músicas típicas e regionais. O Conjunto
Musical "OS AZES" se apresentou em todo o Vale .do Itaja~ e cidades
vizinhas em bailes, festas dos Clubes de Caça e Tiro, socIedades,
casamentos, etc.
"Erinho e sua Orquestra" foi fundada em agosto de 1951, e desde essa
data com sua excelente orquestra, tocando sempre os sucessos da atualidad~,
tornou-se famosa não só em todo o estado de Santa Catarina onde abrilhanta
bailes de gala, formaturas, aniversários, carnavais, et~. mas também em
vários estados do Brasil. No R.io de Janeiro, tocou no Hotel Glória, na sede
do Fluminense Futebol Clube e Clube Sírio Libanês. Tocou em Curitiba, Foz
do Iguaçu, Ponta Grossa, Cascavel e em quase todas as cidades do norte e
sudoeste do ~araná. Tam?ém tocou em Passo Fundo, Vacaria, Carazinho e
outras CIdades do RIO Grande do Sul. Tocou ainda em São Paulo, Mato
Grosso do Sul e outros estados do Brasil. O dirigente da orquestra é Erich
Riedel, e a base da orquestra está nos músicos: Werner Arnold, Lupércio
Lobo, Paulo Aristides de Oliveira, Rogério Ângelo, Aristides Pedro da Silva,
Eurídice de Souza, José Sidnei Novaes, Cláudio Renato Baumann, Clóvis
Leopoldino de . Souza e Odinei Cunha. Participam também do conjunto as
cantoras Susana Riedel e Vera Lúcia Garcia.
O "Conjunto de Ritmo Society" foi fundado no dia 14 de junho de
1958 com o nome de Bandinha Jazz Society. Além do dirigente Max
Lindner: participam do cOl1iunto os músicos: Heinz Liermann, Ethenir
Nascimento, José Oliveira Dias, Norberto Schmidt, Flávio Leite, Osni
Erhard e Almir Lindner. Com bom a variado repertório musical, o conjunto
tocou em quase todas as cidades do estado de Santa Ca~arina, no Rio de
Janeiro Curitiba e diversas cidades do Paraná. O Conjunto tem duas faixas
gra'vadas no disco "Salve a Banda" e duas no disco "Antigamente era
assim".
O "American Band" tem sua sede em Itoupava Central e foi fundado
em janeiro de 1980. O conjunto é dirigido por Efron Harbs, que com os
demais integrantes: Edemar Coelho, Orlando Loes, Almirio dos Santos,
Suetonio Finardi, Jair Guedes e Rodolfo Rocsher, tocam boa música
variada, atuando em quase todas as cidades do estado de Santa Catarina, e
em diversas cidades do Paraná e Rio Grande do Sul.
A "Bandinha Bandeirantes" foi fundada no dia 4 de agosto de 1945.
Integram a bandinha, Wilhelm Knaesel - dirigente, Udo Kuehnen, Fides
Maul Walter Otto, Guido Piske, Robert Lelm, Amo Pylarate e Getúlio
Je~en. Com clarineta, saxofone, trombone, tuba, gaita, bateria e dois
pistões, alegram os locais onde tocam, principalmetne músicas
alemãs, em todo o Vale do Itajaí e outras cidades do nosso estado. Gra-
varam. quatr,? LPs e tem sua sede em Itoupava Central. (Knaesel integrou o
Coruunto Kameratschaft" até 1944).
".Banda Musical Cavalinho Branco Ltda." foi fundada em 1976 por
eX-llltegrantes d~ Estúdio Mu~ical 1!~versal e Rigo e seu Conjunto.
I~tegram ~ banda: RIkobert D~enng (~ITlgente), Marcos Doering, Marclel
poenng, Marcos Novaski, PerfeIto de Aguiar e Luiz Carlos de AguIar. PO:
ser banda típica é muito requisitada. Toca todos os anos durante dez dIas no
Othon Palace Hotel de Belo Horizonte/MG. Tocou ain~a no Pampulha Iate
.Clube na "N?ite na Baviera" e "Noite nos Alpes", t~mbém em Belo
Honzonte. No RIO de Janeiro, tocou no Hotel Intercontlllental, na "Festa do
Queijo e Vinho" e no Clube Gennânia na "Oktoberfest". Em Volta
Redonda/RI, na "Festa da Primavera" nos salões da Cas~ da Amizade. Em
São Paulo, na "Festa da Colônia Helvethia". Em IndaIatuba, no Pavilhão de
Esportes Cândido Mota e na "Noite de Munique", no Clube dos Oficiais da
Polícia Militar. No Rio Grande do Sul em Giruá, Agudo e Vila Sírio Santo
Cristo. Em Salvador, na Bahia to~ cou no Iate Clube da Bahia. Em Pousada
do Rio Quente - Caldas No~as Goiás, na "Semana Germânica". Em
Laranjeiras do Sul Paraná no Clu~ be Pinheiros. A banda já se apresentou
em quase tod~s as cidades de Santa Catarina, em bailes, festas típicas e onde
se fizer necessária a banda típica para abrilhantar festejos. A banda já lançou
quatro LPs. É contratada da Gravadora "Chantecler", de São Paulo.
A Orquestra "Os Montanari" foi fundada em 1958 em Conc6r-
d.ia/SC, por. Bruno. Montanari, que dirige a orquestra e é taI~bém compo-
s~tor de maIS de. clllqüenta peças musicais que fazem parte dos dezenove
dISCOS gravados. O título do décimo nono disco é "Os Montanari - 25
Anos". A orquestra veio para Blumenau em 1977, e além da extensa folha
de apresentações em Santa Catarina e também pelo Brasil, inclui
apre~entaç_ões I~O exterior como na Argentina e Paraguai. As gravações
elétncas sao feItas em São Paulo, com vários selos: Continental, Chantecler,
Musicolor e Alvorada. O repertório inclui cinqüenta por cento de músicas
germânicas e o restante música variada. A orquestra é formada pelos
músicos: Darci, Genésio, Nadir Antônio e Moacir José, fIlhos de BrUl~o
Montanari e ainda, Henrique Jacó Bento, Hélio Ricardo Som1tag, Rem
Saptkamp, Mercy Adelar Falk e Valdique Wilson dos Santos. Vivem da
música e com o 19° disco lançado, festejaram em 1983 o seu 25° aniversário
de fundação.
O "Grupo Musical Cruzeiro" foi fundado no dia 7 de setembro de
1939, como "Jazz Cruzeiro", por Heinrich Rohtbarth, Haroldo Bruch
e Walter Fritzke. O conjunto foi aumentado com a admissão, inicialmente, de
Amo Fritzke, irmão de Walter, depois ~artin Mahnke, que t?cava trombone,
Jacob Froehlich, pistão e AMor Teske, c~.ntrabalxo. Alguns desses não mais
vivem, entretanto, transformaram o . Jazz C/~zeiro" em "Grupo Musical
Cruzeiro", que conta com os s~gumtes rr.'-USIcos: Heinrich Rohtbarth
(bandônion), Bemhard Otto (clanneta), Wil~on Schaade (gaita e órgão), Renato
Rohtbarth (sax-tenor), N~rbert Behl1~g (sax-alto), Osnir Karl (pistão), Sido
Li~ (trombone), Ren~l~o Correa (contrabaixo e canto) e Ivo Hass (batena). O
grupo toca prmclpalmente músicas alemãs, e além de tocar em Blumenau,
apresentou-se em quase todas as cidades de Santa Catarina. É um dos mais
antigos conjuntos musicais de Blumenau e tem sua sede em Itoupava Alta.
O conjunto "Os Pistonistas" foi fundado no dia. ~ de outub.ro de 1981
no bairro de Salto do Norte, em Blumenau. Dmge o conjunto, Milt~n Bennertz
que toca pistão, Gerson Beck (pistão), Carlos Beck (trombone), Nelson Beck
(acordeon), Raul.Doeringer .(sax-alto), .Max Ricardo Duwe (bateria) e Odílio
Sílvio LenOlr (contrabalxo) .. ~ ~onJu~t.o toca na maioria músicas típicas.
Tocam em Blumenau e mUl1lClplOS VIZl-
nhos.
O conjunto "Os Vilanenses" foi fundado no dia 26 ~e out~bro de
1974, por Valdemar Dix, Udo Ueckert, Ar~o Ueckert, Alcldo Milbratz, Renato
J ensen, Charles Ulrich e Eduard Ulnch. Em .1978, entrou ~ara o conjunto
Valfrido Loes. Em 1980, Udo Ueckert des~lgou-se ~o conJ~?to, sendo
substituído por Osmar Kaestner. O repertóno é. vanado e Ja se apresentaram em
quase todo o Estado de Santa Catanna ~ Paraná. O conjunto tem sua sede em
Vila Itoupava, Blumenau. O conjunto lançou um LP com o nome de "So Sind
Wir" (Assim Somos Nós).
O Grupo Musical "Germânico" de Testo Sal~o foi .~ndado no dia 6 de
janeiro de 1979 pelos músicos Engelberrt Seller (dmgel~e qU(~ toca
contrabaixo, tuba e corda), Amo Kellermallli (acordeon e órgao) e e o
encarregado dos ensaios, Reno Voigt (sax-alto),. Eralf Ittner (~ax:tenor) , Harri
Voigt (primeiro pistão), Heinz Hinschl~g (segul~do plstao), Walfrido Voigt
(trombone e clarineta) e Adelino Stelck (batena): Em ~utubro de 1981, Reinaldo
Tiedt substituiu o baterista. O repertóno é pr1l1cipalmente de músicas alemãs.
Apresent~ran~-se, alé~~ de Blumenau, em diversas cidades de Santa Catarina.
O pnmerro LP fOl gravado em fe~ereiro de 1980, com o nome de "Unser lieber
Blumenau" (Noss~ que~lda Blumenau), e o segundo gravado em 1981, c0rr.'- o
nome. de Lust:g~r Bass" (O Baixo Alegre). Alguns músicos do Conjunto
MU~lcal ~erm~11lco são oriundos de outros conjuntos musicais, como Hemz
H1l1sch1l1g,
que tocou no Conjunto Oriental, dezoito anos. Engelbert Seiler tocou no Jazz
Guarani, quinze anos. Walfrid e Harri Voigt também tocaram no Jazz Guarani.
Reno Voigt tocou no Conjunto Guanabara de Indaial e Reinaldo Tiedt, doze
anos no Conjunto Estrela do Vale.
"Moacir e seu Conjunto" - Moacir Coutinho começou em 1958, no
Conjunto "Jazz Society", com Max Lindner. Na ocasião, o conjunto era
formado por oito elementos. No LP "Antigamente era assim", o conjunto
gravou duas faixas: "Em Forma", dobrado de Franz Baumgart e o maxixe
"Havanera", de R. Rockstroh, antigo compositor nascido em Brusque. Os
arranjos para o LP foram feitos por Rikobert Doering. No dia 15 de janeiro de
1966, Moacir Coutinho fundou o seu próprio conjunto com sete elementos:
Moacir Coutinho (guitarra, bateria e contrabaixo), Osni Coutinho (órgão,
acordeon, piano e bateria), Pedro Paulo Silva (bateria), Nelson Ewald
(sax-tenor), Oswaldo Hostins e Efron Harbs (pistão), e Vilmar Degan
(contrabaixo). Em 1977, "Moacir e seu Conjunto" tocou na abertura do
"Fantástico, o Show da Vida", a música "Blumenau", que foi gravada quando a
Sociedade de Caça e Tiro Ribeirão Itoupava festejou seu centenário .. No LP
"Salve a Banda", Moacir e seu Conjunto participa, interpretando, com arranjos
de sua autoria as faixas "No Céu Azul de Blumenau" e "Lembranças de
Pirabeiraba".
"Bandinha Estrela do Vale" - O "Conjunto Passo Manso", com os
componentes Rolf Nass (violão), Harald Nass (bateria) e Heliodor Wellwok
(acordeon) tocavam em festinhas, casamentos, aniversários, etc.
Posteriormente Rolf Nass passou a ser baterista do "Busch e seu Conjunto",
que se compunha ainda de Alex Busch (bandônion), Alfred Busch (sax-tenor),
Egon Schwanz (acordeon), Heinz Busch e Harri Schwanz (clarineta). Em
1964, Harri Schwanz, Egon Schwanz e Rolf Nass passaram a integrar o "Jazz
Guarani", ao qual se juntaram os músicos Fridolino Schwanz, Harri Glatz,
Udimar Resner e Arani Boeringer. Com a admissão de mais alguns músicos,
formou-se a bandinha "Guarani", integrada por Harri Glatz, Reno Voigt,
Walfried Voigt, Harri Voigt, Engelberto Seiler, Harri Schwanz, Egon Schwanz
e Rolf Nass. Da bandinha "Guarani" formaram-se o "Grupo Musical
Germânico" e o "Grupo Musical Guarani". Rolf Nass, Egon Schwanz e Harri
Schwanz formaram a "Bandinha Estrela do Vale", no dia 14 de fevereiro de
1981, com mais os seguintes integrantes: Harri Schwanz (sax-tenor e maestro),
Egon Schwanz (acordeon), Rolf Nass (guitarra, baixo e empresário),
Claudemir Machado da Silva (guitarra), Hélcio Fritzke (trombone de vara),
Helmuth Schwanke (clarineta), Udo Otto (pistão) e Osni Mathes (bateria).
Tocam em bailes, casamentos, festas nos Clubes de Caça e
Tiro e outros locais. Tocaram em quase todo o estado de Santa Catarina e
também no Paraná.
Os músicos, para se associarem à Ordem dos Músicos do Brasil e
receberem a Carteira Profissional, devem se submeter a exame e muitos
músicos das nossas bandas e conjuntos musicais tiveram que estudar para
preencher os requisitos, entre eles, Rolf Nass, que estudou alguns meses com o
Sargento João Tizotte Penteado (1969).
Além das bandas e conjuntos musicais filiados à Ordem, muitos outros
funcionaram e ainda funcionam no Vale do Itajaí. As bandas ou conjuntos
musicais não têm uma estrutura fixa. Muitos começam, tocam um determinado
tempo, se desintegram, e os músicos geralmente participam de outros
conjuntos, ou fonnam novos. Do antigo "Jazz Catarinense" e "Jazz Aurora"
formou-se o "Quinteto Catarinense", do qual participaram: Carlos M. Rabitz
(contrabaixo), Lindolfo Erdmann (bateria), Gennano Kreutzfeld (bandônion),
Guilherme M. Rabitz (violino e regente), e Oswald Fiedler (pistão, acordeon e
trombone). Este quinteto deu origem à famosa "Erinho e sua Orquestra" e
também de "Lindolfo e seu Conjunto". De "Baumgart e seu Conjunto" (Studio
Universal) e "Rigo e seu Conjunto" originou-se a "Banda Musical Cavalinho
Branco Ltda.", que tanto alegra a nossa cidade e outros locais com seu alegre
repertório. Outros conjuntos ou bandas ainda hoje são lembrados, como
"Nandinho e seu Conjunto", com cinco componentes: Nandinho na guitarra,
José Martins na bateria, Mário Santos no acordeon, Vando Cunha no
contrabaixo e Dalmo Juarez, cantor. Tocavam música variada em todo o
estado, e no Rio de Janeiro tocaram no Fluminense. O conjunto que iniciou
suas atividades por volta de 1951, desintegrou-se depois de dez anos de grande
sucesso. Também foi grande sucesso o "Jazz Garda", com Afonso Moreira no
sax, Marcelino de Aguiar no trombone, Chiquito no sax-tenor, Franz Baumgart
no contrabaixo, Lauro Pereira (Lalinho) na bateria, Abílio Coelho no pistão e
Eugen Seelbach (participava da Orquestra do Teatro "Carlos Gomes") no
violino.
Um conjunto que marcou época em Blumenau por ser integrado por
jovens com idade que variava entre 7 e 16 anos e que foram um grande sucesso,
foi o conjunto "Os Brasileirinhos", que foi fundado no dia 1 o de novembro de
1961 pelos innãos Krause. Sérgio (11 anos) no acordeon, Sílvio (9 anos) no
violino e Silvério (7 anos) na flauta doce. Após um ano mais ou menos,
Silvério passou a tocar sax-alto. Tocavam mais por amor à arte do que pelos
contratos remunerados. Em 1963, o número de componentes passou para
cinco, com a inclusão dos irmãos Kienolt. Álvaro (9 anos) no acordeon e Flávio
(7 anos) no violino. Em
1964 ingressou no conjunto o baterista Reno Fischer e logo após o saxt~nor
Celito Kienolt. Sérgio Krause se revezava no acordeon trombone e pIstão. Lo?o
_depois o c?~unto passou a contar com Hans' José Lindemann no pIsta~
e.b~ndohm. !ratando-se de um conjunto fonnado por jovens, as substItUlçoes
?COrrIam com freqüência, e as desistências também. Em 19~8,_ o cO~lJ~nto
compunh~-se de Sérgio Krause (acordeon, trombone ~ plstao), SIlvIO Krause
(guItarra-base), Silvério Krause (sax~lto), ~érglO Passo~d (sax-tenor), Hans José
Lindemann (pistão e bandolu:n), Alvaro ~. Klenolt (contrabaixo), Flávio Kienolt
(violino) e Reno Ftscher (batena). Pelo conjunto passaram vários músicos e, em
1978 compunha-se ?e ,S~rgio Krause (pistão e trombone), Sílvio Krause (gui~
tar~a-base), Sl1veno Krause (sax-tenor e sax-alto), Pituia (bateria), Joel
(guItarra-solo), Sarnmy (contrabaixo) e Cluser (órgão). Tinham sua sede na Rua
Gustavo Budag nO 187, no bairro da Velha. "Os Brasileirinhos" eram convidados
com freqüência para ahrilhantar festividades. No dia 9 de outubro de 1965, "Os
Brasileirinhos" se apresentaram em Curitiba, na promoção da Associação
Prosdócimo, "Uma Noite de Primavera". Os cinco garotos: Sérgio, Sílvio,
Silvério, Flávio e Álvaro, conforme a nota Il;0 jornal, foram impecáveis na "Valsa
da Primavera". A orquestra minm de B1wnenau foi muito aplaudida. No dia 25
de outubro de 1968 "Os Brasileirinhos" tocaram na festa da Igreja "Cristo Rei",
da Velha e ~ inclusão de um bandolim elétrico no conjunto e também o novo
unif~rme foi notícia. Tocaram ainda, entre outros locais, no Salão Paroquial de
Ascurra, em Clubes de Caça e Tiro do Vale do Itajaí, na inauguração do Centro da
Juventude "Porta Aberta", de Blumenau, no dia 17 de agosto de 1969' na festa do
Imigrante, nos dias 26 e 27 de julho de 1969, em Presidente Getú~ lio; no 20
Festival da Juventude, em Timb6; no 30 Festival da Juventude realizado em
Brusque, e muitas outras apresentações que marcaram a passagem dos garotos
com sua maravilhosa música. "Os Brasileirinhos" receberam vários troféus e
também homenagens, entre elas a do Grêmio Esportivo Dr. Blumenau, que
conferiu ao conjunto, pela sua "capacidade e exemplar apresentação", o título de
"Honra ao Mérito", relacionado no mesmo título os nomes, idade e instrumentos
tocados por cada componente. "Atualidades Show" conferiu ao conjunto, em 1 o
de dezembro de 1968, um belíssimo troféu, o de melhor conjunto de 1968. a
"Revista do Rádio" conferiu ao co~unto o troféu de "Conjunto mais Popular"- 1 o
lugar em 1970. A Câmara Municipal de Blumenau homenageou o conjunto com
uma placa de prata com os seguintes dizeres: "Esta homenagem é oferecida ao
conjunto 'Os Brasileirinhos' que por 15 anos traz alegria à população através da
música. 10 de novembro de 1961 -10 de novembro de 1976. Câmara
Municipal de Blumenau". "Os Brasileirinhos" tocaram ainda por algum
tempo, depois o grupo se desfez.
Os instrumentos musicais tocados pelos componentes das bandas,
variam de um para outro grupo. Enquanto que "Os Alucinantes", grupo
formado no dia 3 de março de 1983, com sede em Badenfurt, integrado por José
Neri Weber (bateria), Osmar Walzeit (guitarra), Udo Otto (pistão), Harry
Benjamim Alves (contrabaixo), Afonso Oeschler (acordeon), Herbert Lach
(trombone), Conrado Will (sax-tenor), Roland Lach (saxalto), a bandinha
"Penzlien", integrada por Heinrich Penzlien Sênior (bumbo), Wilhelm Penzlien
(trombone), Amoldo Penzlien (bombardino) e Heinrich Wilhelm Bernhardt
(pistão), alegrava os moradores das margens do rio Itajaí-Açu, quando subiam
pelo vapor Blumenau I, comandado por Hacklaender, que em certa ocasião
disse: "Nunca tive a bordo uma famaia tão alegre". Heinrich Penzl ien era
natural da Alemanha, da região de Badenstadt, distrito de Zeven.
Acompanhado da família, em 1923, estava em Blumenau, alegrando a todos
com sua música, apresentando-se em festas de casamento, bailes, paradas e em
diversos locais como Timbó, Baú, Gaspar (Hotel Silva), Belchior, Velha (Salão
Wolfram e Salão Brueckheimer), Fidelis, Salão Gresser, Salão ZimmermaIll,
Fortaleza (Salão Tribess) e outros mais.
Muitas das nossas bandinhas têm as suas bonitas interpretações
gravadas em disco. O primeiro LP foi "Antigamente era assim", e dela
paraticiparam, entre outros conjuntos musicais, o "Jazz Society", fundado por
Max Lindner e Moacir Coutinho, com as faixas "Em Forma", dobrado de F.
Baumgart e o maxixe "Havanera", de R. Rockstroh (antigo maestro de
Brusque). A banda da Sociedade Recreativa e Cultural Timbó, com as faixas
"Sete de Setembro", de autoria do maestro João Müller e a marcha dobrado
"Recordação", de Niel Niel.. A banda do Club Musical São Pedro, de Gaspar,
com a valsa "Neide", de Francisco Prada e a marcha dobrado "N° 12", de antigo
compositor catarinense. O conjunto Real Catarinense, de Blumenau, formado
na ocasião por sete músicos, sob a regência de Egon Kaestner, gravou no LP a
polka "Brisa" e a valsa "Trivali", ambas de Niel Niel. O conjunto musical
Alvorada, de Blumenau, fundado em fins de 1961, regido por Amo Metzger,
formado por seis músicos (acordeon, bombardino, pistão, trombone,
contrabaixo e bateria), participa do LP com as composições de Johann Brussig,
"Mensageiros do Amor" e "Concórdia".
Do LP "Salve a Banda" participaram as seguintes bandinhas do Vale do
Itajaí: "Os Bandeirantes", de Lontras, regida por Amário Pokrewiecki,
partidipa do LP com a "Valsa dos Bandeirantes" e "Chorema",
arranjo de Amário Pokrewiecki. A "Banda Cavalinho Branco" de Blumenau,
com os arranjos de Rikobert Doering, "Liechtensteiner 'Polka" e o potpourri
sobre as músicas "Salzkarnrnergut", "Waldeslust" e "O Du Liebe Augustin".
Bandinha "Verde Vale", de Pomerode, regida por Wolfgang M. Krueger, com
"16 de Agosto", de Wolfgang M. Krueger e "Luar sobre Pomerode", de Alwin
Porath. O Conjunto de "Ritmo Society", com os arranjos de Max Lindner,
"Contos dos Bosques de Viena" e "Férias na Suíça".
Também gravaram LP as bandas: Cavalinho Branco, Bandinha
Bandeirantes, Os Montanari, Os vilanenses, Grupo Musical Germânico e
outras. Uma gravação muito bonita é o LP "Blumenau Bandoneon Duo", de
Radloff e Weise.
No dia 7 de janeiro de 1980, foi fundada a Associação Profissional dos
Músicos Profissionais do Vale do Itajaí - Blumenau/SC, que tinha sua sede na
Rua Luiz Altemburg Sênior, nO 37 e que foi registrada na Delegacia Regional
do Trabalho do Estado de Santa Catarina sob nO 421, no livro nO 4, fls. 10, em
17 de dezembro de 1980, conforme o artigo 558 e seus parágrafos, da
Consolidação das Leis do Trabalho.
Max Lindner, responsável pela Associação, conseguiu com dedicação e
trabalho que a mesma fosse reconhecida sob a denominação de Sindicato dos
Músicos Profissionais de Blumenau, conforme Carta do Ministro do Trabalho,
Doutor Murillo Macedo, datada de 3 de outubro de 1983 e publicada no Diário
Oficial de 6 de outubro de 1983 - Seção I, 17119 - Brasília/DF. A Carta
continha os seguintes dizeres: "O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO -
FAZ SABER a quantos esta CARTA virem que, atendendo ao que requereu a
'Associação Profissional dos Músicos Profissionais do Vale do itajaf', com
sede em Blumenau, no Estado de Santa Catarina, resolve aprovar o respectivo
Estatuto, e reconhecê-la, sob a denominaçdo de SINDICATO dos Músicos
Profissionais de Blumenau, código 010.185.0/705-0 como sindicato repre-
sentativo da Categoria Profissional - Músicos Profissionais - Integrante do 2 o
Grupo - Trabalhadores em Empresas de Difusão Cultural e Artística - do
Plano da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos
de Educação e Cultura, na base territorial dos municípios de Blumenau,
Itajaí, Gaspar, Brusque, Botuverá, Guabiruba, Rodeio, Ascurra, Timbó,
Benedito Novo, Rio dos Cedros, Massaranduba, Pomerode, Indaial,
Jaraguá do Sul, Navegantes, Penha, Piçarras, Luiz Alves, Ilhota,
Balneário de Camboriú, Itapema, Porto Belo, Camboriú, Rio do Sul,
Lontras, Presidente Getúlio, Ibirarna, Dona Emma, Witrnarsum, Salete,
Rio do Oeste, Pouso Redondo, Agrolândia, Agronômica, Aurora,
21.
Atalanta, Presidente Nereu, Vidal Ramos, Imbuia, Ituporanga, Rio do Campo, conquista do reconhecimento oficial do Sindicato dos Músicos Profissionais de
Tai6, Laurentino e Trombudo Central, com sede em Blumenau no Estado de Blumenau.
Santa Catarina de acordo com disposições da CONSOLIDAÇÃO'DAS LEIS O Sindicato possui sede própria à Rua Luiza Lukas, 172, em Salto do
DO TRABALHO. - Brasília, 03 de outubro de 1983. Ass. Murillo Macedo ". Norte.
Com despacho da Carta, veio a eleição (Cédula Única) da primeira
diretoria, que ficou assim constituída:
Diretoria
Efetivos: Max Lindner, Oswaldo Hostins, Alibert Rausch
Suplentes: Efrom Harbs, Charles Félix Ullrich e Paulo Henrique Techentin
Conselho Fiscal
Efetivos: Rikobert Doering, Heins Hinsching, Raul Deringer
Suplentes: Valdir dos Santos, Milton Bernhardt, Ivo Altamiro Espindola
Delegados Representantes
Efetivos: Max Lindner e Alibert Rausch
Suplentes: Oswaldo Hostins e Efrom Harbs.
Com "chopp" e muita música, no dia 20 de fevereiro de 1984, foi empossada
a primeira diretoria do Sindicato, com a presença de Yedo Albino Jaques,
representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação e Cultura;
Hardy Zedana, presidente do Sindicato dos Músicos Profissionais de Porto Alegre;
Jaime Luiz Coelho, representante do SIPEDECA; Carlos Antonio Gerlach,
presidente do Conselho da Ordem dos Músicos do Brasil - Seção de Santa Catarina.
Estavam ainda presentes, entre outros, o prefeito Dalto dos Reis, o vereador Ivo
Hadlich, o assessor jurídico do Sindicato, Dr. Sílvio Borges de Jesus e a professora
Edith KOrmaIU1. Max Lindner, pelo trabalho realizado, recebeu muitas
congratulações, entre elas, da Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina,
da qual recebeu o seguinte telegrama: "Ao tornar conhecimento Senhor Ministro
do Trabalho assinou Carta Sindical vg reconhecendo et aprovando Sindicato
dos Músicos Profissionais Blumenau vg pioneiro em Santa Catarina nessa
categoria vg Assembléia Legislativa vg por proposição deputado Álvaro
Correia vg tem a honra et a satisfàção cumprimentar intermédio V. sa
diretoria e associados novel entidade pelo significativo evento pt Ao destacar
trabalho et esforço Vossa Senhoria pelo objetivo alcançado vg manifestamos
certeza doravante músicos 45 municípios filiados novo Sindicato terão devido
amparo et garantia em sua nobre atividade pt Saudações - Deputado Lauro Hermann Ruediger, filho de Friedrich e Magdalene Rau Ruediger, nasceu
André da Silva, 10 Secretário - Sala das Sessões em 10 de setembro de 1983 - no dia 19 de dezembro de 1843, na Saxônia - Alemanha. Veio para o Brasil em
asso Álvaro Correia -Deputado". 1862 e no dia 30 de outubro de 1864, casou-se com Frederike filha de Caroline
Também a Câmara Municipal de Blumenau enviou correspondência datada Malmke e David Seibe.
de 17110/1983, com o conteúdo do requerimento nO 308/83, de autoria do Músico 'notável tocava mais de seis instrumentos musicais. Fundou e
vereador Vitório Pfiffer, aprovado opor unanimidade pelos Edis, no qual apresenta dirigiu o primei~o conjunto musical da Colônia Blumenau (Musikkapelle),
as congratulações do Poder Legislativo a Max Lindner, pelo seu trabalho na conjunto que tomou parte na festa e na procissão de São Paulo
em 1865. A procissão fez o trajeto entre a Igreja e o porto de Blumenau.
Ruediger foi músico e dirigente de corais na Alemanha e com sua ex-
traordinária versatilidade e capacidade musical alegrou o alvorecer da Colônia,
ensinando música e regendo corais.
N o dia 3 de setembro de 1871, quando a Sociedade de Canto
"Germânia" festejou seu aniversário no salão Baumgarten, além dos oito
números de canto executados pela sociedade de canto, Ruediger preparou para
as festividades variações para flauta com acompanhamento de quarteto,
números que foram muito bem executados e aplaudidos. Em seguida, o baile
que durou até o amanhecer.
Ruediger fundou em 1875, a "Urânia", primeira sociedade mista de
cantores (homens e mulheres), depois chamada de "Hannonie", que no dia 11
de setembro de 1883, no salão Baumgarten, festejou com muita alegria os seus
oito anos de existência. A mais importante e primeira banda musical da época
foi a "Musikkapelle Ruediger". Os concertos de Ruediger eram realizados pelo
Natal, Páscoa, Pentecostes e em todas as comemorações importantes da
Comunidade. O conjunto Ruediger estava sempre a postos e nos bailes dos
Atiradores, às 19,30 horas em ponto, convidava com fortíssimo toque de
trombeta os presentes para formarem para a "polonaise". Depois de Ruediger,
outros conjuntos musicais foram surgindo, bem como verdadeiras bandas
musicais, inclusive no interior da Colônia. Das bandas destacou-se a de Karl
Lingner, ou Lingner Kapelle, que se uniu a Ruediger, formando a Banda
Ruediger & Lingner, que estava sempre presente nas comemorações mais
importantes da Comunidade. O terceiro concerto da Banda Ruediger &
Lingner, conforme o "Blumenauer Zeitung" de 27 de setembro de 1884, foi
realizado à noite, alegrando muito os presentes que solicitaram outros
concertos a noite. As peças foram muito aplaudidas, principalmente a fantasia
para flauta e os "echo scherzo". O concerto de Natal foi noticiado no "Blume-
nauer Zeitung" de 20 de dezembro de 1884, como "Konzert der Ruediger &
Lingnerschen Kapelle". O convite formulado foi o seguinte: "Am ersten
Weinachtsfeiertage 3 112 Uhr, Konzert der Ruediger & Lingnerschen Kapelle
bei dem Unterzeichneten und wird dazu mit dem Bemerken eingeladen dass das
Konzert im Freien auf einem dezu besonders mit Zelten Baenken und Tischen
und hergerichteten Platze stattfindet. Fuer gute Getraenke, gute Bedienung und
wuerd bestens gesorgt. Blumenau den 17 december 1884. Theodor Lueders ".
Era um convite para um concerto ao ar livre com bancos, mesas, boas
bebidas e bom atendimento. A "Ruediger & Lingnerschen Kapelle"
espalhava alegria onde atuava.
Para o IV Centenário do Descobrimento do Brasil, festejado no
dia 3 de maio de 1900, a comissão dos festejos em Blumenau, integrada pelos
deputados estaduais, Peter Christian Feddersen, Francisco Margarida, Louis
Abry, coletor Francisco da Cunha Silveira, superintendente José Bonifácio da
Cunha e do comerciante Rudolph Altenburg, incluiu um concerto no Teatro
"Frohsinn", regido pelo Maestro Ruediger. Na ocasião, foram realizados bailes
no Teatro "Frohsinn", Sociedade de Atiradores e salão de Richard Holetz. No
dia 18 de maio de 1901, Ruediger apresentou um concerto em homenagem ao
Dr. Felippe Schmidt, que visitava Blumenau. Ruediger também apresentava o
seu aplaudido Coral "Harmonie" em festas beneficentes, participando
inclusive de extensa programação no dia 15 de dezembro de 1902, no Teatro
"Frohsinn", para angariar fundos para a Igreja Evangélica. As apresentações
conjuntas com a Sociedade Teatral que funcionava no salão de Johann
Schreepp desde 1872, eram freqüentes. Ruediger fundou em 1898 o "Club
Musical" , que realizou no dia 25 de abril de 1903 uma grande festa no jardim
do Teatro "Frohsinn". O concerto apresentado das 6 às 8 horas da tarde teve a
participação do Coral "Harmonie". Em seguida começaram as apresentações e
entre elas "Os Dois Vagabundos", valsa humorísticadueto de A. Knoche, e
ainda "Guilherme, Por Que Não?", quarteto duplo, de C. Kuntze e muitos
outros números divertidíssimos. O "Gesangverein Harmonie" fazia suas
apresentações no Teatro "Frohsmn" .
Em 1905, Ruediger programou uma apresentação da Sociedade de
Canto "Harmonie", no dia 8 de julho, quando apresentou números de canto
pelo coral misto e também feminino. Como último número da primeira parte
foi apresentado um sexteto com cenas humorísticas acompanhado de um
terceto, "O Aniversário do Rei (Kaiser) na Caserna". Depois de uma pausa de
15 minutos, foi apresentado o número de canto "Zigeunerlager"
(Acampamento Cigano), da ópera "Preciosa" de Carl M. von Weber. A
Sociedade de Canto "Harmonie", que fazia suas apresentações no Teatro
"Frohsinn", no primeiro dia de Pentecostes de 1912, apresentou uma grande
programação no salão de Richard Holetz. Foram apresentados: "A Vingança do
Mímico", peça em dois atos com canto de A. Guenther; "O Rato", comédia em
um ato de Paul R. Lehnhard, para seis damas; "Adeus", canção para coral misto
de J. Klein; "Hans Taps com o Professor de Dança", de Emil Winter, cena
humorística com canto e dança para dois cavalheiros e uma dama; "A Noiva
Ginasta" , de Robert Hertwig, cena humorística com canto para três damas. Na
mesma noite, a Sociedade de Canto "Harmonie" convidou os presentes para, no
dia 12 de julho de 1912, assistirem nova programação com "Kraenz-
chen". As apresentações continuam e no dia 25 de agosto de 1912, a
apresentação constava dos seguintes números: "Golpe Pitoresco", comédia
em um ato; "Papai consentiu", musical em um ato de G. Moser e A.
L'Arronge; "Quem carregará a Frigideira?", de Ernst Simon, segundo uma
poesia de Fritz Reuter, terceto humorístico para três vozes (dois cavalheiros
e uma dama); "Na Armada, uma Hora de Instrução para Mulheres", de M.
Boehm, jogo dramático em um ato para três cavalheiros e seis damas. Para
o Natal, Ruediger apresentou no salão de Richard Holetz um programa em
suas partes. Na primeira para o coro misto cantou de J. C. Willi "Quem
Descobriu a Primeira Canção". Em seguida, em um ato, de L. Berthold, foi
apresentada a cena "Ele Esqueceu Algo" e "O Míope", uma divertida
cançoneta. Na segunda parte, o coro misto cantou "Na montanha não há
inundação", de C. Simon. Foi ainda apresentado o jogo dramático em um
ato de W. Lorenz "Um Criado Formado" e a cena humorística "Rommel e o
Grande Tambor".
19[3, Ruediger chega à casa dos setenta anos de idade, porém
continua dirigindo a Sociedade de Canto "Harmonie" que ele fundara,
apresentando noites de arte com a inclusão de peças teatrais. No dia 22 de
junho de 1913, apresentou com o coral misto "Despedida Amarga" e a peça
teatral "Anos de Servidão", comédia em um ato, de C. Milchert e ainda,
"Em Maios" , de Brambach, pelo coral feminino. Na segunda parte foram
apresentadas a peça cômica de Paul Perron "Eu e Minha Sogra" e "Meu
Maior Desejo é Cantar", de C. Willi, com o coral misto. Para o dia 17 de
novembro de 1913, Ruediger elaborou a programação da noite artística da
qual faziam parte: "Primavera", de P. Trautenfels; "No Quarto das
Crianças", comédia em um ato, de Oscar Justinus; "O Fiel Coração
Alemão", de J. Otto e "A Chave da Casa", comédia em um ato, de E.
Hirthe.
Ruediger não esmorecia, apresentava concertos, teatros, etc., porém
no dia 17 de novembro de 1913, a Sociedade de Canto "Hannonie", contou
com a colaboração de Ernst Bernhardt na parte musical. Bernhardt
apresentou a abertura de Boeldieu "O Calità de Bagdad" , pela sua banda
musical, apresentou ainda a fantasia da ópera "Martha", de Flotow. A
Sociedade de Canto "Harmonie" apresentou a comédia em um ato de E.
Hirthe "A Chave da Casa" e de Trautenfels, "Primavera". Da programação
fazia ainda parte a apresentação dos patinadores Ericino Berdino e sua
esposa Eulália, que promoveram uma corrida de patins. Ruediger
continuava em atividade pois no dia 31 de outubro de 1919, aos setenta e
seis anos de idade, convocou a Sociedade de Canto "Harmonie" para uma
assembléia geral em sua residência. Com idade avançada, Rue-
diger presenteou o Maestro Geyer com a sua batuta.
Ruediger, além de músico, regente de bandas, corais e dirigente de
teatro, também era negociante e, no dia 10 de julho de 1883 instalou um
negócio de secos e molhados, relojoaria, fábrica de objetos de ouro e prata e
venda de instrumentos musicais, à Rua 15 de Novembro, esquina com
Amadeu da Luz. O negócio girava sob a firma comercial Hermann
Ruediger & Filhos. Em 10 de março de 1906, a firma passou a chamarse
Hermann Ruediger & Cia., fazendo parte o pai Hermann Ruediger Senhor e
seu filho Oskar. Com o falecimento de Oskar, assumiu os negócios, Arthur
que faleceu moço. O prédio que pertencia à família Ruediger foi demolido
em 1962 para dar espaço ao Edifício Impala. Toda a quadra pertencia à
família Ruediger. No jornal "Der Urwaldsbote" nO 38, do dia 9 de
novembro de 1926, está inserida a nota de falecimento de Hermann
Ruediger Senhor, que faleceu de derrame cerebral no dia 4 de novembro de
1926, às 4 horas da manhã, aos 83 anos de idade.
Ruediger foi atendido ainda em vida pelo Dr. Küebel e pelo Pastor
Schroeder que o homenageou na sepultura com cantos e orações.
Teve quatorze filhos, dos quais sete já haviam falecido. Deixou
ainda quarenta e oito netos e trinta e dois bisnetos. Entre os bisnetos está
Ramiro Ruediger, que foi vice-prefeito e prefeito de Blumenau, presidindo,
também, por muitos anos, a CME (Comissão Municipal de Esportes) de
Blumenau.
Franz Baumagart, o músico, o regente, o improvisador que, sem
formação acadêmica, ensinou tudo o que sabia e o que era necessário para
formar conjuntos ou bandas musicais. Que com o seu surrado terno preto, a
gravata borboleta mal afixada, que deixava de comer para comprar papel
pautado para escrever músicas para seus alunos, amigos músicos e
dirigentes de "Musikkapellen", se transfigurava quando regia e, quando à
frente da Banda Musical, desfilava com um garbo indescritível, alegrando o
Vale do Itajaí com suas apresentações, faleceu pobre, sem alarde, e sua
passagem pelo nosso Verde Vale foi brilhante como se pode constatar pelo
elevado número de músicos que passaram pelas suas mãos. Temperamental
como todo artista, CHICO, como alguns o chamavam carinhosamente, foi o
músico do povo.
Francisco Baumgart nasceu na Alemanha (Berlin), no dia 6 de no-
22.
vembro de 1887. Estudou no "Conservatório de Música Petersen" até os 12 anos
de idade. Aos 16 anos, acompanhado de seus pais Errúlio e Pauline Baumgart e
do irmão Otto, embarcou no vapor "Argentin~", que aportou no Brasil no dia 19
de fevereiro de 1904, sendo encaminhados para a ilha das "Flores". Um ano
depois, seu ir,rnãO ~tto volt.ou para.a Alemanha e Franz, com seus pais, foi
para Arutápohs. DepOIS de dOIS anos resolveram ir para Ibirama (Hammonia),
onde adquiriram, em Rio Rafa~l terras. Trabalhavam na lavoura e fabricavam
tamancos. Rio Rafael, na época era um lugar tão desolado que os colonos ~ue .lá
se fixaram o batizaram com o nome de "Neu Elend" (Nova Mlséna). Franz, que
estudara música na Alemanha, além de trabalhar na lavoura teve oportunidade
de participar do Conjunto Musical Sperber e SeltmmID. No dia 11 de dezembro
de 1918, Francisco Baumgart casou-se com Anna Koglin, nascida em Rio Sellin
(Ibirama), no dia 24 de março de 1898. O casal teve quatro filhos: Edith,
Marcolino Alfredo, Werner e Use q~e faleceu em Ribeirão Ferro. Mais tarde,
Franz exerceu o cargo de professor de uma escola particular em "Eisenbach"
(Ribeirão Ferro). Na époc~, ~s candidatos ao cargo de professor tinha que se
submeter a exame, pnncIpalmente de português, e Franz submeteu-se, o que não
foi fácil para quem só falava o alemão, e ele não conseguiu cont.inuar no carg?
Franz prestou exame em Blumenau com Carlos Techentm, que era. drretor de
Grupo Escolar. Em Ribeirão Ferro, Franz formou uma bandlnha e uma
sociedade de cantores, que tirou o primeiro lugar, por três vezes, em festa de
cantores. A bandinha participava também de festas de Atiradores, casamentos e que formara o "Jazz Garcia" o convidou para participar do mesmo. Franz t1cou
outras festividades. Franz participou do conjunto musical que tocou na apreensivo, pois era alemão e não tinha salvo-conduto, caso surgissem
inauguração do Salão dos Atiradores de Dona Emma. apresentações em outras cidades. Afonso Moreira resolveu deixar tudo e ir para
Em 1925 mudou-se para Blumenau, no bairro da Velha, onde trabalhou o Rio de Janeiro, onde a remuneração era melhor. De 1945 até 1946, Franz
como sa~ateiro e também como músico. Alguns meses depois, foi trabalhar na tocou no conjunto de Carl Zechner, até que este caiu do palco quebrando todas
Empresa Industria Garcia, e como era músico, foi indicad.o para dirigir a banda as costelas, incapacitando-o para tocar bandônion. Franz tocou violino com
da Empresa Industrial .Garcial, que f?i. fundada e dlrígida por Heinrich Manoel C. S. Krieger e com Eugen Seelbach tocou trombone. Tocou sob a
Schreiber (Koester fOI o segundo dmgente). Franz fonnou também um batuta do Maestro Heinz Geyer na Orquestra do Teatro "Carlos Gomes" e deu
conjunto com Curt Winkler e Eugen Seelbach e tocavam no antigo Teatro aulas de música no Conservatório de Música "Curt Hering". No dia 23 de
"Frohsinn", e quando este foi demolido, foram tocar no Hotel Seifert (onde hoje janeiro de 1953, foi indicado para dirigente técnico para canto, música e teatro
se localiza o Edifício Catarinense). Um pouco antes da segunda guerra, Franz da Sociedade Recreativa e Cultural Lyra. Fundou o Studio Musical Universal e
era dono de um bar na R~ São Paulo (hoje Bar Rainha), quando foi convidado com os alunos do mesmo formou inicialmente a Orquestra da Juventude. Em
por Gustav Froehllch, de Itoupava, para auxiliá-lo na banda. Os ensaios eram 1955, o Conjunto do Studio Musical do qual participaram, Rikobert Doering,
realizados no bar, porém com o rompimento das relações entre Brasil e Domenico Junkes, Heinrich SchlingmalID, Alfred Bawngart (filho de Franz),
Alemanha, Franz fechou o bar. Ficou em grandes dificuldades financeiras, até Claudionor Lorenzo, A. Karsten e Kaltenbach, funcionava numa velha casa na
que Afonso Moreira, que tocara com Franz na banda da Empresa Industrial Rua Paraíba, onde Franz reunia amigos para assistirem às apresentações,
Garcia e principalmente os pais dos alunos. O Conjunto do Studio Musical Universal e a
Orquestra da Juventude, regidos
por Baumgart, se apresentaram ~a cidade .de Blu~enau ~ adjacências. Mais
tarde participaram do Conjunto Studio MUSIcal Um~ersal, Penzlien Struck
e Waldemar Felski. Franz também era composItor e uma de sua~
composições "Em Forma" faz parte do LP "Antigamente era. assim ... ". Em
1962, o então Prefeito Municipal Hercílio Deeke conVIdou Franz
Baumgart para formar e dirigir a Banda Municipal de Blumenau.
Franz Baumgart faleceu no dia 28 de agosto de 1977.
Manoel Carios Samuel Krieger nasceu no dia 4 de fevereiro de 1918,
em Ribeirão Máximo - Luiz Alves/SC. Trabalhou como agricultor e aos 16
anos já trabalhava numa serraria, época em que aprendeu a tocar violino e
também as primeiras notas musicais com Heinrich Luedke, que esteve
alguns anos em São Paulo, onde aprendeu música. Aos 18 anos, Krieger
comprou um bandônion e começou a estudar, sem professor no livro "Aulas
de Bandônion", que lhe foi emprestado por Otto Daclcer consertador de
bandônions.
, Inicialmente Krieger tocou muito
em casamentos, aniversários, festas de Atiradores, etc. Em 1 ° de setembro
de 1941 veio para Blumenau, onde trabalhou 11 meses na ElectroAço
Altona e 6 anos na Cremer. Krieger, músico capacitado e sensível, pois
apesar das poucas aulas de música que teve, deixou um acervo respeitável
de composições que são tocadas por bandas e conjuntos musicais, inclusive
a Banda Municipal de Blumenau. Krieger transpôs as suas músicas para
instrumentos musicais de acordo com as necessidades das bandas ou
conjuntos. Krieger era carpinteiro, o que não o impediu de fabricar um
perfeito violino.
Durante a Segunda Guerra, os músicos eram pouco solicitados,
porém em 1946, Krieger recomeçou, fazendo parte de um conjunto musical
do qual participavam, além de Krieger, Heinrich, Arno1d e Bernhard
Penzlien; Reinhold e Ernst Espig. Por volta de 1959, fez parte do Conjunto
de Ritmos Elite com sete figuras: Anselmo Witte, Ewald Metzner, Ernst
Espig, Werner Boehm, Lindolfo Erdmann e Aparício A. Bento. Em 1960,
começou a trabalhar por conta própria, aposentando-se como carpinteiro
em 1978. Depois de aposentado, Krieger dedicou-se mais a compor do que
participar de festividades. Por volta de 1976, Krieger participou do Jazz
Típico Bavária, substituindo Alfredo Kormann, que adoecera, falecendo
em seguida. Do Jazz participaram ainda, entre outros, Ingo Padaratz,
Walter Kaucher e Berthold Wollinger.
N o decorrer dos seus quase cinqüenta anos como compositor e to-
cador de bandônion, Krieger recebeu três medalhas:
a) 13° Festival de Conjuntos e Bandinhas de Pomerode (16/05/1982);
b) 7° Aniversário de Salve a Banda, em Timbó (16/07/1978);
c)Bandônion - 1 a FEMURB (1 a Feira Musical de Rio Bonito) - Joinvil1e
(14/08/1977.
Recebeu diploma de "Honra ao Mérito" como participante do Jazz
Elite, no dia 7 de setembro de 1959, outorgado pelo 23° B.I. e Prefeitura
Municipal de B1umenau. Krieger também recebeu o "Alfinete de Ouro",
que lhe foi presenteado pelo relojoeiro Arlindo Galz (05/02/1961),
A primeira composição de Krieger, a valsa "Sobre os Montes", foi
composta em 1940. Antes desta valsa, Krieger já compunha pequenas peças
musicais. Entre 1960/1969, Krieger compôs a valsa "Vozes do Bandônion",
e em 1974, a valsa "No Tempo da Alegria".
A "Banda Cavalinho Branco", de Blumenau, e a "Bandinha Ale-
gria", de Vila Itoupava, gravaram algumas músicas de Manoel C. S.
Krieger.
A "Banda Cavalinho Branco" gravou: "Um Passeio em Blume-
23.
nau", marcha composta em 25/11/1979; "Nas Colinas de Santa Catarina",
rancheira composta em 17/0111980; "Noites no Cavalinho Branco", marcha
composta em 31/01/1981, no LP número três. "Festa Alegre", marcha
composta em 03/0411979 e a valsa "Saudades da Típica Blumenau", no dia
30/05/1981, no LP número quatro.
A "Bandinha Alegria", de Vila Itoupava, gravou a valsa "Lembranças
dos Bons Tempos", composta em 30/03/1979; "Na Festa das Bandinhas",
mazurca, composta em 20/05/1979; "Lembranças de Luiz Alves", marcha
composta em 10/05/1980, no LP "Festa das Bandinhas". "O Viajante Alegre",
composta em 04/0711981, foi gravado no LP "Sob as Palmeiras" .
Além dessas músicas gravadas, Krieger compôs ainda as marchas:
"Bonecas de Neve" (31/05/1979), "No Dia do Papai" (12/0811979), "Festa dos
Atiradores" (25/07/1981), "Reconstruir" (16/0711983); "Despertar"
(15/09/1983). As valsas "Lembranças de Vila Itoupava" (23/09/1979),
"Pomerode, Verde Vale de Paz e de Encanto" (11/11/1979); "Tudo Bom"
(2611211980), "Piquenique no Morro Azul" (28/0611981), "Noite Alegre"
(09/0811981), "A Visita Chegou" (08/08/1982), "Valsa da Felicidade"
(23/09/1983). As polcas "Bom Dia, Gente Alegre" (1611111979), "Os Alegres
Clarinetistas" (2311111979), "Flores de Aniversário" (25/01/1981). As
mazurcas "No Tempo dos Avós" (14110/1979), "O Alegre Namorado" O disco "Blumenau Bandoneon Duo" , mostra a capacidade e sen-
(27/0511981). No dia 14/06/1979, Krieger compôs "O Tango". No dia sibilidade artística de Alfredo Radloff, que desde os 7 anos de idade inte-
14/0311979, o sambamaxixe "Alô Maxixe". Compôs os Reinlaendler "Dançar ressou-se pelo bandônion. Seu pai, August Radloff, desbravador do Vale do
Alegre" (20/04/1979) e "Quando Amigos se Reencontram" (12/02/1980). Os Itajaí, além de colono era professor de bandônion que ministrava as aulas aos
sambas "Já Vem o Samba" (16/0511979) e "Samba Alegre" (07/0811979). O seus alunos pela manhã, ao meio-dia e à noite, em troca do auxílio dos mesmos
baião "Na Praia de Armação" (21/0611979). O fox "Nós em Blumenau" em sua lavoura. Alfredo observava as aulas ministradas pelo pai aos alunos, e
(07/06/1979) e "Quando Estou Solitário Faço a Minha Música", fox compostso quando os mesmos se dirigiam para a lavoura, repetia as aulas no bandônion. O
0 0
em 13/0911979. No dia 1 de julho de 1979, o calipso "1 de julho" . seu talento para a música fez com que ele, em pouco tempo, executasse as
Anos se passaram desde a participação de Krieger em conjuntos como o primeiras valsas e marchas. e aos 12 anos já colaborasse com o pai nas aulas e
"Conjunto de Ritmos Elite", a bandinha da Sociedade Recreativa e Cultural também nos bailes. Alfredo comprou também um violino e como não sabia
Lyra e outras mais. Nos últimos anos, Krieger tocou pouco, dedicou-se mais a afiná-lo, comprou um método para violino. Um violinista que ouviu Alfredo,
compor músicas para bandônion. A grande mágoa de Krieger foi ter enviado, ficou admirado do seu aprendizado sem mestre.
através do músico Marcílio Pereira, composição de sua autoria para um Alfredo transpôs músicas para acordeon, bandônion e violão.
concurso nacional de música de banda, sem nunca ter sido informado do Compôs, entre outras músicas, a "Marcha de Abertura" ou "Marcha do Clube
resultado oficial do concurso. de Caça e Tiro Passo Manso", escrita para 1 o, 2 o e 3 o acordeons;
Casado com Selma Krieger desde 2 de janeiro de 1943, o casal teve três
filhas: Ingrid, Iris e Imilda. Faleceu no dia 13 de dezembro de 1990.
Conjunto de Ritmos Elite (o 29 à esquerda da foto _ Manoel C. S.
Krleger)
a valsa" Ao Pôr do Sol" e a marcha "Cidade Jardim". August Radlof!', pai de
Alfredo, fundou a "Bandinha R~dloff".' co~ cinco e às veze.s seIS
elementos, da qual participavam seus filhos, mcluslve Alfredo. MaIs tarde a
"Bandinha Radloff" passou a ser dirigida por Alfredo e compunhase' dos
músicos: Max Eckardt (baterista), Rudolfo Radloff (baixo), Alfredo Radloff
(acordeon e bandônion), Walter Weise (bandônion) e Max Fischer (pistão).
Alfredo Radloffparticipou em Pomerode, onde recebeu medalhas, nos
festivais de bandinhas dos anos 1979, 1982, .19~3 e 1984. Participou
também da J3 FEMURB _ Rio Bonito, em Jomville. Possui também várias
medalhas conseguidas em festas de Atiradores, nas quais foi rei quatro
vezes. Formou o C::h~b~ do Acor~eon, em Salto Weissbach, e no dia 24 de
abril de 1956, ImClOU os ensalOs no Clube de Caça e Tiro .Passo Manso.
Eram estudantes do Clube de Acordeon: Geraldo Bauler Heliodor Vellwock,
Raul Henschel, llton Wagenknecht, Senhora Else' Maas, Amo Stark,
Eleonore Kluge, Mario Maul, Helio Isleb, Edwin Weigmann e Reinaldo
Scharf. No dia 11 dê ago~to ~e 195.6, foi realizada, no Clube de Caça e Tiro
Passo Manso, a pnmerra nOIte cultural-artística com grande número de
visitantes. A segunda apresentação foi em Ribeirão Itoupava (Campo da
Aviação), no dia 25 de agosto de 1956 e ainda no Salão Müller, no dia 24 de
agosto de 1957. "Uma Noite de Natal" foi realizada no Clube de Caça e Tiro
Passo Manso no dia 22 de dezembro de 1956. O Clube de Acordeon
funcionou até 1958. Apesar de no Clube de Caça e Tiro Passo Manso
funcionarem a~~lmente só festas de tiro, bocha e futebol de salão, a parte
cultural Ja esteve bem desenvolvida, tendo inclusive um Grupo Teatral que
de quando em vez montava espetáculos, entre elas as peças "Só Dez
Centímetros" e "O Genro Mudo". O primeiro prefeito que participou dos
festejos do Clube de Caça e Tiro Passo Manso foi Evelásio Vieira. Alfredo
Radloff nasceu em Blumenau, no dia 15 de setembro de 1910, filho de
August Radloff e Paulo Koehler Radloff. Foi casado com Sidônia Sprengel
Radloff. Está inscrito na Ordem dos Músicos do Brasil. Aposentado, ainda
leciona acordeon. No sétimo aniversário do programa "Salve a Banda", em
16
de julho de 1978, Radloff foi premiado com uma medalha. . 'Frohsinn'''cessou suas apresentações no restaurante no dia 30 de março de
Walter Weise, que tocava na bandinha Radloff, também era fllho de
colonos e aos 12 anos começou a estudar bandônion com seu próprio pai.
Aos 19 anos conheceu Alfredo Radloff, que já era famoso tocador de
bandônion. Em 1933, com mais três músicos, Alfredo e Walter formaram
uma bandinha que abrilhantou bailes, festas e outros eventos. Em 1941, a
bandinha se desfez por motivos os mais diversos.
RIKOBERT DOERlNG
(Rigo)
Rikobert Doering nasceu em Mulde Central - Timbó/SC no dia 5 de
julho de 1932, filho de Hermann e Ida Doering. Rigo manifestou seu
interesse pela música quando, aos dezesseis anos, trocou uma bicicleta por
um acordeon. Estudou música com Franz Baumgart no Conservatório de
Música "Curt Hering", que funcionava no teatro "Cartos Gomes" de
Blumenau. Franz Baumgart saiu do Conservatório, fundando o Studio
Universal que funcionava no sobrado da Casa Willy Sievert. Do Studio
Universal formou-se o Conjunto Musical do Studio Universal, que fez a
sua primeira apresentação no dia 8 de janeiro de 1955, no baile da Socie-
dade Recreativa e Cultural Lyra, no Salão Paulo Fischer. Rigo começou
tocando num acordeon marca "Scandalli" (1955) e em 1961, participou,
entre outros músicos, do conjunto musical formado por Baumgart. No dia
18 de abril de 1965, Rigo estreou com o conjunto musical "Rigo e seu
Conjunto" (Baumgart já havia saído do conjunto). Na ocasião, faziam parte
do conjunto Sérgio Max Rabitz, Domenicos Junkes, Esnard Oliveira, Abel
Evaristo, Luiz Berti Neto e Perfeito de Aguiar. Em 10 de maio de 1967,
Rigo comprou um acordeon com 120 baixos, marca "Frascatti", que na
época custou 300,00 cruzeiros novos, em dez pagamentos, de Osni Sievert.
Em março de 1969, "Rigo e seu Conjunto" adquiriram um tremendão
Gianini e a partir de 2 de julho de 1969 passaram a tocar no Restaurante
"Frohsinn", e das tocatas no mesmo originou-se o Quarteto "Frohsinn",
integrado por Rigo, Franz Baumgart (que voltara), Sérgio Rabitz e Perfeito
de Aguiar. Em agosto de 1969, Franz Baumgart se afastou definitivamente,
sendo substituído por Luiz Berti Neto. Em fevereiro de 1971, o Restaurante
"Frohsinn" contratou o cantor Vilmar, que também era seresteiro e
violonista e que se integrou ao "quarteto". Nessa época, cada figura do
conjunto recebia, por apresentação, 450,00 cruzeiros. O "Quarteto
1973 . Entre as apresentações de Rigo com o quarteto no Restaurante
"Frohsinn", era famoso o "Show do Cachorro". Neste show, os músicos
entravam no recinto com as luzes apagadas tocando "El Silêncio" e, por
incrível que pareça, um cachorro preto peludo, ao ouvir a música, subia no
palco e aguardava a sua vez. Quando terminava "El Silêncio" e os músicos
tocavam "Curro Cuchare", de Metallo, o cachorro colocava as patas sobre o
corrimão e na hora do "Alegro", dava o seu "show", que era muito aplaudido.
No dia 1 o de abril de 1973, o conjunto passou a tocar no "Restaurante
Cavalinho Branco", e no dia 1 O de julho de 1978, lançou o LP "No Cavalinho
Branco". A partir de 3 de novembro de 1979, a banda começou a tocar na Casa
Moellmann. No dia 21 de março de 1981, apesar de cessarem as apresentações
no "Restaurante Cavalinho Branco", o conjunto adotou o nome de "Banda
Musical Cavalinho Branco Ltda", com a participação, entre outros, de Marcos
Novaski, que saíra do conjunto em 1979. Participam da "Banda Musical
Cavalinho Branco Ltda", Rigo, Marcos Doering, Marciel Doering, Marcos
Novaski e Luiz C. de Aguiar, que participava do conjunto desde agosto de
1978, e que em outubro de 1983 foi substituído por Silvio Luiz Capelani. A
banda gravou quatro LPs: "No Cavalinho Branco", "Conjunto típico Cavalinho
Branco" e dois com o título de "Banda Cavalinho Branco". Nesses LPs, além de
interpretar músicas de outros compositores, o conjunto incluiu no primeiro LP
o baião de autoria de Rigo, "5 de Julho" e os arranjos sobre "See Rosen"; no
segundo, incluiu a marcha "Rigo's Marsch" e o arrajo "Mus I Denn" e "Auch
wieder Zeenn"; no terceiro, a marcha de autoria de Rigo "A Banda já Chegou";
no quarto LP, "Eu Sou de Blumenau" e "Cheguei", ritmo jovem e os arranjos de
Rigo sobre a valsa "São Paulo" e "Não V amos para Casa". No disco
"Antigamente era assim ... ", lançado em 1958, Rigo fez os arranjos das
músicas "Em Forma", de Franz Baumgart, e "Havanera", de Rockstroh, para o
Jazz Society. No disco "Salve a Banda", Rigo com sua banda tocou
"Lichtensteiner Polka" e um potpourri de músicas alemãs. Rigo dirigiu o Coro
Misto da Sociedade Recreativa e Cultural Lyra, o Coral Masculino e Infantil do
Clube de Caça e Tiro Concórdia e o Coral Misto da Água Verde. Todos
deixaram de funcionar com a saída de Rigo e, apesar das tentativas de
contiuidade com outros dirigentes, os grupos se dispersaram. Quando dirigente
de corais, Rigo fez um curso de regência de corais em Linha Brasil - Nova
Petrópolis/RS, patrocinado e promovido pelos "Centros Culturais '25 de
Julho'''. Rigo também foi contra-mestre da Banda Musical Municipal de
Blumenau, fundada por Franz Baumgart. Rigo ensina música, menos piano
(instrumentos musicais necessários para tocar música popular) em sua casa,
tendo em determinada época até 65 alunos por mês.
Com "Inspiração", fox com letra de Grete Scheltzke, Rigo foi ho-
menageado pelas suas Bodas de Prata.
Rigo é Delegado da Ordem dos Músicos do Brasil, em Blumenau, com
jurisdição de Ilhota até Subida. É também presidente do Conselho Fiscal do
Sindicato dos Músicos Profissionais de Blumenau.
O Club Musical foi fundado em 1898, por Hermann Ruediger, e que no
dia 21 de outubro de 1899, festejou seu primeiro aniversário com uma festa e
bom repertório, no salão de Ernst Bernhardt.
O Club Musical se apresentava regularmente, e na grande festa
realizada no Teatro "Frohsinn", no dia 25 de abril de 1903, apresentou um
concerto no jardim do teatro das 6 às 8 horas da noite. Também no salão de
Max Schoenau, onde funcionava um carrosse1, churrascaria e salão de baile, o
Club Musical apresentou-se, de tarde, no concerto com churrascada e de noite,
no baile (20104/1913).
O nível artístico e o bom gosto na escolha do repertório era evidente, e
para documentá-10, transcrevemos o conteúdo de alguns programas com data e
local da apresentação. No dia 14 de setembro de 1919, no Teatro "Frohsinn",
foi programada uma grande noite de entretenimento musical com baile para
encerrar a noitada. O programa apresentado constava de quatro partes, sendo
que na primeira parte foram apresentados os seguintes números musicais:
I PARTE
1 - Freikugeln - marcha - de O. Fetrás
2 - Pique- Dame - abertura - de F. von Suppé 3 -
Luna Walzer - de Paul Linke
4 - Mumb1in-Moss- Two-Step - de Thurban
11 PARTE
5 - Czardas - solo de violino com piano
6 - Tam1l1auser - marcha - de Richard Wagner 7 -
Blumelllied - de G. Lange
8 - Trovador - potpourri de Verdi
111 PARTE
9 - Solo de xilofone com acompanhamento de orquestra
IV PARTE
10 - Blumenauer Marsch
11 - Guarani - de Carlos Gomes
12 - Serenata dos Anjos - de Braga
13 - Fox-Trot de Ias Campanas - de Pastallé 14 -
Música humorística da Bauermusik.
 Os ingressos podiam ser adquiridos com Rudolph Klein por 2$000 as
numeradas, e 1$000 bancos ou em pé.
No dia 3 de novembro de 1919, o Club Musical deslocou-se para a
Sociedade Teutônia, onde apresentou um concerto em quatro partes.
I PARTE
1 - Freikugeln - marcha de O. Fetrás
2 - Pique-Dame - abertura de F. von Suppé 3 -
Despedida - serenata mexicana de Tellier
4 - Canção do assovio, da obra "Ares da Primavera" - de Strauss
11 PARTE
5 - Potpourri da Filha do Regimento - quarteto escolar 6 -
Solo de xilofone com acompanhamento de orquestra
111 PARTE
7 - Guarani - abertura de Carlos Gomes
8 - Sonho de amor depois do baile - valsa de Czibulka 9 -
Pilgerchor de Tannhãuser - de Wagner
10 - The Brooklyn - de Thurban
IV PARTE
11 - Poeta e Camponês - abertura de F. von Suppé 12 -
Ganz allerliebst - valsa de Waldteufel
13 - Serenata - de B. Umlauf
14 - San Lorenzo - marcha de A. Silva.
Ainda em 1919, no dia 18 de dezembro, o "Musikalischen Klub" (Club
Musical) apresentou no Teatro "Frohsinn" um grande concerto e o programa
em três partes apresentou os seguintes números musicais:
I PARTE
1 - O Mestre Alemão do Regimento - de Ertl 2 -
A Dama Branca - abertura de Boildieu
3 - O Trem Rosa do Casamento - de Fessel
4 - Fantasia da Ópera de Wagner - amu~o de Ernst Bernhardt
11 PARTE
5 - Xilofone e Música de Sinos - solo 6 -
Quarteto e Solo de Violino
7 - Einlage - canto
lU PARTE
8 - Guarani de Carlos Gomes - abertura 9 -
Chuva de Ouro - valsa de Waldteufel
10 - Potpourri da ópera "Martha" - de Flotow
11 - Cavalaria Ligeira - abertura de F. von Suppé 12 -
Despedida - serenata mexicana de Tellier.
Em janeiro de 192p6, Heinz Geyer, jovem músico, formado na
Alemanha, chegou ao Brasil e sete meses depois já regia o Club Musical no
concerto do dia 20 de agosto de 1921, no Teatro "Frohsinn".
A essa orquestra, posteriormente; juntaram-se bons músicos como
Abelardo Bezerra, João Meirelles Jr., Gustav Thomsen, Erwin Schneider e
Franz Runze.
O segundo concerto do Club Musical, sob a regência de Geyer, foi no
primeiro dia de Natal de 1921, no Teatro "Frohsinn", quando o professor
Heinrich Koehler se prontificou a enriquecer o programa com dois números de
piano. Do programa constaram músicas de F. V. Blon, Flotow, Ischpold,
Czibulka, S. Jones, Aletter e Eilenberg. No dia 20 de junho de 1922, o Club
Musical apresentou no Teatro "Frohsinn" um concerto com instsrumentos de
corda para a aquisição de um harmônio e, segundo a crítica, o sucesso foi algo
de novo. O sucesso da orquestra de cordas fez com que a mesma se
apresentasse novamente no dia 25 de novembro de 1922, ocasião em que Geyer
incluiu na programação a marcha de sua autoria "Rio de Janeiro". O Club
Musical, sob a regência de Geyer, se apresentou ininterruptamente sempre com
programa selecionado não só em Blumenau e sim em diversas cidades do nosso
Estado.
É evidente que o Club Musical sob a regência de Geyer deu um
novo impulso à vida artísstica de Blumenau e cidades vizinhas, sendo
elogiado pelo "Der Urwalsdbote" após o concerto do dia 21 de abril de
1924, por "enaltecer a vida artística de Blumenau". O "Der
Urwaldsbote" em julho de 1924, publicou ainda a seguinte nota: "0
Club Musical sob a regência do maestro Geyer, através dos seus
concertos, tem desempenhado papel importante na vida da
Comunidade, apesar dos participantes da orquestra serem apenas
arnadores, aliás, de grande gabarito, pois até visitantes louvam a
atuação do maestro Geyer à frente da orquestra de cordas. A
orquestra uniu todos os músicos. A nota continua dizendo 'que para
formar uma grande orquestra há necessidade de
instrumentos musicais de sopro, madeira, bateria, etc. e também um
harmônio e notas musicais que custam caro". Como a jovem Sociedade
Musical não tem os recursos necessários, as esposas dos músicos visitarão
as farmlias com listas a fim de conseguirem os necessários recursos".
No dia 4 de maio de 1924, o Club Musical apresentou-se em Brusque. E
no dia 16 de agosto do mesmo ano, apresentou um grande concerto na
Sociedade de Atiradores, quando também foram apresentadas as peças
musicais de Geyer "Intermezzo" e "Aparecimento dos Espíritos" .
Paulatinamente Geyer foi reunindo os músicos até formar uma só
orquestra. No dia 13 de abril de 1925, após o concerto apresentado no Teatro
"Frohsinn", a crítica foi unânime, "sob a regência de Geyer, o Club Musical
está realmente apresentando boa música".
O dia primeiro de agosto de 1925 foi um dia de festa para o Club
Musical. No Teatro "Frohsinn", com um grande concerto, foi inaugurado o
novo harmônio. Sob a batuta de Geyer, foram apresentadas músicas de W. A.
Mozart, A. Schreiner, E. Nevin, Fr. Liszt, Carl Friedemann, Zeller, Ischpold e
E. Urbach. O Club Musical também participou da "Noite Colorida", no Teatro
"Frohsinn", no dia 26 de setembro de 1925, em honra da presença da Colônia
Alemã em Blumenau. No dia 14 de abril de 1926, à frente do Club Musical,
Geyer dirigiu um grande concerto no Teatro "Frohsinn", concerto que foi
reprisado com algumas alterações no dia 13 de maio também no Teatro
"Frohsinn", em beneficio da Igreja Matriz. Do programa constaram os
seguintes números musicais:
1 - Hino Nacional Brasileiro, de Francisco Manoel da
Silva; 2 - Abertura Solene, de Chr. Bach;
3 - Fantasia sobre o Rigolleto, de Verdi;
4 - Air Varie Par, de Henri Vieuxtemps (solo de violino por Abelardo
Bezerra);
5 - Abertura "Uma Manhã, Uma Tarde, Uma Noite em Viena" ,
de F. v. Suppé;
6 - Potpourri "O Estudante Mendigo" , de C. Millocker; 7 -
"Intermezzo, de H. Geyer;
8 - Comédia Húngara, de Kéler Béla.
Os ingressos foram vendidos no Teatro. Depois desse concerto não
houve baile. Também o concerto do dia 13 de novembro, no Teatro "Frohsinn",
foi muito bem executado pelo Club Musical, dirigido por Geyer, merecendo do
"Der Urwaldsbote a seguinte crítica: "Com o con-
certo instrumental apresentado no Teatro "Frohsinn", o Club Musical
conseguiu, com o bom programa sob a regência de Geyer, um belo sucesso.
Uma das composições de Geyer, 'Serenata', foi calorosamente aplaudida e
reprisada a pedido. Heinz Geyer é um excelente compositor e ótimo
regente. Os concertos do Club Musical são sempre o ponto alto para os
apreciadores da boa Música". Na Escola Nova (Neue Schule), eram
freqüentes as festas culturais artísticas que muitas vezes incluiam a
colaboração do Club Musical, gentilmente.
Nos festejos do cinqüentenário do Colégio Santo Antônio de Blumenau,
nos dias 13, 14 e 15 de agosto de 1927, além das festividades próprias em tais
eventos, participou também a "excelente orquestra do Club Musical", sob a
regência de Geyer. O ingresso para as festividades era uma medalha
comemorativa ao cinqüentenário pelo preço de 1$000 réis.
N o dia primeiro de outubro de 1927, na festa em homenagem a
Hindenburg, realizada no salão dos Atiradores, participaram, além do Club
Musical, o Club Germânia e o Liederkranz. A direção artística esteve a cargo do
Maestro Geyer. A programação dividida em duas partes foi muito bem
executada por todas as entidades participantes. O lucro foi em beneficio do
"Hindenburgspende". O convite foi formulado pelo cônsul alemão Otto
Rohkohl e pelo presidente da Sociedade de Atiradores, G. Arthur Koehler.
Quando S. M. o Rei da Saxônia, Friedrich August, visitou Blumenau no dia 14
de julho de 1928, o Club Musical participou das homenagens, bem como a
Sociedade de Canto Masculino "Eintracht" , a Associação Ginástica Blumenau
e a secção de cantores do Club Germânia. Na ocasião, os cantores do Club
Germânia e os músicos do Club Musical foram regidos pelo Maestro Geyer. A
segunda parte, a lmmorística, esteve sob a direção de OUo Arendt, que foi
muito aplaudido. Os números de ginástica rítmica foram apresentados pelas
moças, e os de ginástica em barras pelos ginastas da Associação Ginástica
Blumenau. Foi cantado o Hino Nacional Brasileiro e depois uma canção da
velha pátria, "Aus blauen Wogen steigt ein Land" (Das Vagas Azuis asc~n~e
um País). Com o concerto de 7 de julho de 1928 e os números mUSIcaIS
apresentados: Beethoven, Tschaikowski, Bizet, O. Nicolai, Fr. Popry, e a
pedido, "Em Memória de TamIDãuser de Richard Wagner", de O. Hohmaml,
Geyer foi muito aplaudido consolidando a sua atuação co.mo regente em
Blumenau. Pela morte de Franz Schubert, o Club MUSIcal prestou significativa
homenagem ao maior compositor de "~ieder": da Alemal1ha. O Club Musical
também teve participação espeCial na festa natalina de 15 de dezembro de
1928, promovida pela Escola Nova. A
festa envolvia, além do concerto, a apresentação da peça teatral "Rotkopf
Jorge", conto de fadas de Natal para gente grande e pequena, segundo o convite
formulado pela escola. Em 1929, o Club Musical deslocou-se duas vezes para
Hansa - Hammonia, apresentando um concerto na Igreja, e de noite durante os
festejos, no salão Becker (07/09/1929) .
No dia 26 de dezembro de 1929, a grande novidade do concerto foi a
apresentação do Club Musical em conjunto com o "Liederkranz", que desde
1922 já atuava frequentemente sob a regência de Geyer, possibilitando as
grandes programações músico-vocais. O Club Musical, que sob a batuta de
Geyer funcionava no Teatro "Frohsilm", passou a chamar-se Orquestra da
Sociedade Teatral "Frohsinn".
Sob a batuta de Geyer, foi apresentado na Igreja da Comunidade
Evangélica de Blumenau um belíssimo concerto em memória dos mortos da
Primeira Guerra Mundial, no dia 21 de fevereiro de 1932.
Com o tema "Nordischer Abend", tendo como primeiro número do
programa a palestra do Dr. Ludwig Sroka sobre música escandinava, foi
apresentado no Teatro "FrohsiIm", no dia 6 de outubro de 1934, um concerto
com músicas de F. Pacino, E. Grieg, Johann Svendson, Kurt Atterberg e Jean
Sibelius.
Faziam parte do repertório da Orquestra da Sociedade Teatral
"Frohsüm": La Tosca (fantasia) de Puccini; Dança Macabra de C. Saint Saens;
Semiramis de G. Rossini; Liebesgruss (intermezzo) de E. EIgar; Die
Fledennaus (potpourri) de J. Strauss, Marinarella (ouverture) de 1. Fucik;
Bryllupsdaag para Troldhanger de E. Grieg; Margarethe (fantasia da ópera de
Fausto) de Charles Gounod-Artok; Dança da Ondina (da ópera Loreley) de A.
Catalani; Rapsódia nO 1 em C de Friedmann. Também faziam parte do
repertório duas figuras de dança de Heinz Geyer:
Gavotte a Ia Fantasia e Menuett.
Compunham a orquestra do Club Musical em 1929 os músicos:
Udo Schadrack, Walter Meyer, Edith Pawlowsky, Richard Gross, Kurt
Boettner, Ludwig Reinhardt, Franz Runze, Rudolph Klein, Julius Baumgarten,
Felix Hering, Bruno Hidlmeyer, Heinrich Weber, Franz Hering, Frida
Baumgarten, Meyer Degen, Gertrud Boettner, Hildegard Gross, Hertha Meyer
Altenburg e Senhora Doutor Capella, sob a regência do Maestro Geyer.
Em 1936, a Orquestra da Sociedade Teatral "FrohsiIm" incorporou a
Sociedade de Canto "Liederkranz", possibilitando assim a encenação da ópera
"Preciosa", de Carl Maria von Weber.
SOCIEDADE MUSICAL "L YRA"
DEBLUMENAU
A Sociedade Musical "Lyra" foi fundada por Ernst Bernhardt no dia 23.
e™!evereiro de 1919. Bernhardt, que fez sucesso no Brasil e que
post~rlOrmente mu.dou-s~ para a Argentina, onde o sucesso se repetiu in-
clusIve no UruguaI e ChIle, ficou no Uruguai quando em 1913 a orquestra
formada por membros de sua família apresentou-se em Blumenau. Bernhardt
só voltou a Blumenau em 1919, e o "Jornal do Commercio" de Blumenau
comentou que Ernst Bernhardt fundara uma Sociedade Musical em B1umen~u
qu~ realizou concertos públicos. A nota no jornal, ?~~da. de 18 de. fevereIrO
de 1919, desejou êxito a Ernst Bernhardt pela mlcIatlVa, convIdando os
blumenauenses interessados para uma reunião no Teatro "Frohsinn" no dia 23
de fevereiro, às três horas da tarde. A "Gazeta de Blumenau" de 19 de fevereiro
de 1919, também teceu comentários elogiosos a Ernst Bernhardt pela grande
iniciatao fundar a Sociedade Musical "Lyra", e também pelo bom gosto do seu
repertório. Da programação apresentada no primeiro concerto da Sociedade
Musical "Lyra" no jardim público, no dia 15 de novembro de 1919, além da
alvorada às seis horas da manhã com o Hino Nacional, às quatro horas da tarde
foi apresentado o concerto com os seguintes números musicais:
1 - Hino Nacional;
2 - Saudades da minha terra (dobrado); 3 -
Parademarsch, de Schwenke;
4 - Nabucodonosor, de Verdi (abertura) 5 -
San Lorenzo, de Silva (marcha);
6 - Chuva de ouro, de Waldteufel (valsa); 7 -
Die Wachtparade kommt, de Eilenberg;
8 - Das haben die Maedchen so gerne, de Gilbert; 9 -
Velhos Camaradas, de Zelke (marcha.
Bernhardt, além de músico e regente, fazia arraqjos, entre eles, da
fantasia da ópera de Richard Wagner, que foi muito tacada. No dia 28 de
24.
fevereiro de 1920, a Sociedade Musical "Lyra" festejou o seu primeiro
aniversário com a publicação do jornal "Die Schnauze" (focinho ou boca
grande). A Sociedade Musical "Lyra" não se limitava a dar concertos só em
Blumenau. De quando em vez a banda fazia suas apresentações na periferia da
cidade e também nas cidades vizinhas. No dia 25 de julho de 1920, a banda
"Lyra" participou da festa realizada no salão Krause, de Nova Bremen,
apresentando um concerto com bem escolhido repertório. Na ocasião, o grupo
teatral local apresentou a peça teatral "Branca de Neve", Também companhias
ou artistas famosos que prestigiavam Blumenau com seus espetáculos
encontravam na "Lyra" uma banda capaz para se entras ar com os mais variados
espetáculos. O artista Heinrich Heinz, do Teatro Municipal de Viena,
apresentou-se em Blumenau nos dias 28 de agosto e 8 de setembro de 1920, no
Teatro "Frohsinn", com números alegres e sérios, de diversos autores, entre
eles "Judith Simon" , de Risz, "Os Cavadores de Ouro", de Seibel, "Guilherme
Tell", de Shiller e ainda números de Baumbach, Goethe, Wildgans e
Wildenbruch. Entre as cenas humorísticas apresentou: A Herança, Uma Carta
Comercial do Céu, Caridade, Uma Paródia Operística (musical), A Prédica de
Madalena, Dor de Pai, A Dor de Dente, O Cabaret Grazer, Lord Spleen e
"Dus-Spiel" em um ato, de Gruendbaum. Heinrich Heinz se apresentou em
esquerda, o Maestro Geyer de batuta na mão
todo o Vale do Itajaí, e em 9 de outubro, se apresentou no Teatro "Frohsinn",
em caráter beneficente, para as crianças mineiras e carentes de Viena. Em todos Hin.dlm~yer, ~einz Sachtleben, Lorenz BOl1l1emaSSou, Phillip Brandes,
os espetáculos a banda "Lyra" estava presente. EmI1 ~elbt, Julms Bawngarten. Waldemar Gropp, Edward Gropp, Erwin
Em 29 de outubro de 1921, a banda "Lyra" se apresentou no salão Otto Schnelder, Feodor Axthelm e Karl Franz Geyer, irmão do maestro Geyer.
Jensen, de Itoupava, em concerto e depois baile. A "Noite Familiar" era promovida com freqüência pela Sociedade
Em 1922, pelo Centenário da Independência do Brasil, a Sociedade Musical "Lyra". Constava de concertos, às vezes peças teatrais, tinalizando
Musical "Lyra" já atuava sob a batuta de Geyer, que reuniu todos os bons sempre com animado baile. Geralmente era realizado nas dependências do
músicos de Blumenau para atuarem na "Musikkapelle Lyra", que desfilou no Teatro "Frohsinn" e Sociedade de Atiradores. A Sociedade Musical "Lyra",
dia 7 de setembro de 1822, em homenagem à Independência do Brasil. Foi realizava também os seus bailes sociais, principalmente para festejar a data da
durante os ensaios da banda da Sociedade Musical "Lyra" que Geyer, na falta sua fundação, e no dia 15 de março de 1924, três bandas abrilhantaram o baile,
de uma batuta, recorreu a um pedaço de vegetação. O Capitão Antônio Brício onde o traje exigido era o de contos de fadas. No dia 21 de setembro de 1924, a
Guilhon, vendo o fato, presenteou Geyer com uma batuta. Foi a primeira batuta Sociedade Musical "Lyra" apresentou um concerto de despedida em praça
de Geyer. pública ao seu fundador, Ernst Bernhardt, que se radicara detinitivamente na
No dia 16 de setembro de 1923, a banda "Lyra" excursionou até Argentina.
Warnow, onde apresentou um concerto e depois abrilhantou o baile. As festas de fundação da Sociedade Musical "Lyra" sempre tinham um
A nota interessante sobre essa excursão é a menção feita ao horário e toque de magia. No dia 14 de fevereiro de 1925, além da exigência do uso de
preço do trem: ida 7,10 e volta às 4,33 pelo preço de 2$400 réis. trajes exóticos para as testividades, foi apresentada antes do baile a peça teatral
A foto mostra integrantes da banda "Lyra", no dia 7 de setembro de "Na Sala de Espera 43 Classe". Ano após ano, as festas se repetiam sempre
1923, numa manifestação patriótica. À esquerda, de batuta na mão, está Geyer. animadas e com um toque diterente.
Entre outros integrantes da Lyra, na foto, estão: Bruno
A Banda Lyra em 7 de setembro de 1923. À
No dia 11 de fevereiro de 1928, o baile à fantasia foi animado pela banda de
damas do Rio de Janeiro, "The Modero Girls". Já no dia 22 de fevereiro de
1930, o cenário para festejos da fundação da Sociedade Musical "Lyra" foi
uma "Noite Turca", com trajes, damas do harém, pachás, eunucos, etc. A
festa foi realizada no Teatro "Frohsinn". No dia 7 de fevereiro de 1931,
animada com três bandas, a Sociedade Musical "Lyra" promoveu, no
Teatro "Frohsinn", a noite "Japonesa-Chinesa". Em 1932 além do seu baile
carnavalesco, a Sociedade Musical "Lyra" promove~ com o "Liederkranz",
no dia 8 de maio, uma excursão a pé, com saída de Blumenau às nove horas
da manhã, até Gaspar, voltando, com saída às cinco horas da tarde, com o
vapor Blumenau. Com o tema "Uma Noite na Floresta" , no dia 18 de
fevereiro de 1933, realizou o seu baile à fantasia.
Com a incorporação dos músicos ao Club Musical pela batuta do
Maestro Geyer, a Sociedade Musical "Lyra" desapareceu.
Ernst Bernhardt, fundador da Sociedade Musical "Lyra", era casado
com Luiza filha do músico e regente de banda (na Alemanha) Carl Gottlieb
Schn~ider, que veio para o Brasil em 1854. Era avô do músico Hermann
Schneider, participante da banda Werner, fundador e professor da
Sociedade de Quadrilha que funcionava no bairro da Velha.
CONSERVATÓRIO DE MÚSICA
"CURT HERING"
Em 1949, para suprir as necessidades da Orquestra Sinfônica, foi
fundado o Conservatório de Música "Curt Hering" , idealizado por Heinz
Geyer e Curt Hering. Para que o mesmo funcionasse, a Sociedade Dra-
mático-Musical "Carlos Gomes", na época, pôs à disposição do Con-
servatório algumas dependências do Teatro "Carlos Gomes" , funcionando,
portanto, graciosamente, nas dependências do Teatro desde 1949. O
Conservatório de Música "Curt Hering" era mantido pela Comunidade, ou
seja, por finnas comerciais, verbas municipais, indústrias e alguns
particulares, através de um fundo chamado "Fundo Pró-Manutenção
Orquestra Sinfônica". Havia também algumas ações da Fábrica de Papel
Itajaí, que Curt Hering doou para o Conservatório, porém, el? nada
contribuíram, para a autonomia do mesmo. Os professores que mr-
nistravam aulas para os futuros integrantes da Orquestra Sinfônica da So-
ciedade eram pagos através do "Fundo", e quando o "Fundo" era insufi-
ciente para pagar os professores, entravam em jogo as contribuições
mensais dos associados. Os professores de piano e a professora de "ballet"
recebiam as importâncias pagas pelos alunos pelas aulas ministradas, com
exceção da professora Maria Eugênia Tavares (Dona Geninha), que recebia
como funcionária da Cia. Hering. O Maestro Geyer, professor catedrático
de música e canto orfeônico da então Escola Normal Pedro 11, pelo Decreto
de 21 de julho de 1962, foi posto à disposição do Conservatório de Música
"Curt Hering" de Blumenau, que já dirigia desde 1949, data da sua
fundação. Os Certificados de Freqüência eram fornecidos em nome do
Professor Guilhenne Halfeld Fontainha. A eficiência dos professores, entre
eles, Lubo Maciuk, Heinrich Webel, Ludwig Seyer, foi comprovada com a
audição dos alunos: Doris Gropp, V. Bona, G. Keunecke, M. Schneider, F.
Lutzenberger (canto); H. Geyer, FI. Franzke, H. Deeke, A. Butzke, V.
KottmarID e I. Muetze (violino); G. Meyer, I. Colin, L. Busch (piano); A.
Butzke (viola) e J. P. Brueckheimer (cello), realizada no dia 24 de
novembro de 1950. A avaliação dos alunos era feita anualmente e no dia 28
de novembro de 1952, foi realizada, com a colaboração da Sociedade
Dramático-Musical "Carlos Gomes", no salão de concertos da sociedade.
Em 1953, o curso de canto não mais foi oferecido, em compensação foi
oferecido composição. Apesar de oferecer várias opções na área da música,
a finalidade principal era fonnar músicos para a Orquestra Sinfônica. No
decorrer dos anos em que funcionou, o Conservatório contou com diversos
professores, entre eles: Use Oberstetter, Max Demmleitner, Maria Eugênia
Tavares, Franz Runze, Gertrud Petz1, Oleh Gabrussewycz, Louri
Kahrbeck, Leopoldo Kohlbach, Hubert Geyer, Jorge Hartke, Karin Testoni,
EUi Schwartz, Elisabeth Kaestner, Christa Grempel, Iris Colin Ramers. O
Conservatório contou também com a eficiência e dedicação da secretária
Edazima Onken Gaertner (Dona Eda), que caminhou lado a lado do mesmo,
e apesar das pressões para dispensá-Ia, quando o Conservatório passou a
funcionar com o nome de Escola Superior de Música, com secretária e
professores importados, pois dos antigos e dedicados mestres somente
continuaram a lecionar Leopoldo Kohlbach e Hubert Geyer, Dona Eda
continuou trabalhando até ser obrigada a afastar-se por motivos de saúde,
falecendo em seguida.
- Coordenado por Oscar Zander, no período de 25 de julho a 3 de agosto
de 1969, foi realizado no Teatro "Carlos Gomes" o Primeiro Seminário de
Música. Oscar Zander substituiu o Maestro Geyer, quando
25.
este foi dispensado da direção do Conservatório de Música e da regência da
orquestra e coral da Sociedade.
Sucederam a Oscar Zander o Maestro Roberto Schnorrenberg e a
pianista Lina Maria Lobo Kubala, que posterionnente foram substituídos por
Neide Coelho e Noemi Kellennann.
A Escola de Música, além de ministrar regularmente aulas de música,
promoveu entre outras atividades, um curso de Técnica Vocal e Regência, do
qual participaram professores e alunos de diversos locais do nosso Estado.
Promoveu também um "Ciclo de Violão", o projeto "Vila Lobos para Jovens",
Concertos Matinais, Música para as Escolas e outros.
Em 1981, foi fundada a Orquestra de Câmara de Blumenau, da qual
participam alguns alunos e proíessores da Escola Superior de Música
(ex-Conservatório de Música). A maioria dos músicos da Orquestra de Câmara
de Blwnenau são profissionais de outros estados. Desde sua fundação, a
0
Orquestra foi regida por Norton Morozowicz, natural de Curitiba e 1 t1autista
da Orquestra Sinfônica Brasileira.
A Orquestra de Câmara de Blumenau é considerada um dos melhores
conjuntos do gênero no país, e a única Orquestra de Câmara profissional de
Santa Catarina.
A música é uma das tradições mais antigas traz idas pelos imigrantes
alemães que após o teatro (1860) e o canto (1863) se manifestou em concertos
Strauss, Geyer percOrreu todas as cidades da Alemanha. foram contem-
(quarteto) a partir de 1864.
porâneos de Geyer, Richard Strauss, Arthur Nikisch, Thomas Moeller e
grandes expressões musicais da época. Com esta formação musical, Geyer
poderia ter sido uma das maiores expressões musicais do mundo e ter
HEINZ GEYER concretizado o augúrio dos seus mestres: "Umfuturo brilhante e promissor",
(Maestro Geyer) conforme o Certificado de Maturidade Musical que obteve aos 16 anos de
idade. Mas adotou Blumenau, dedicando toda a sua vida à formação musical de
amadores para atuarem na sua maravilhosa orquestra sinfônica e no seu coral.
Heinz Heinrich Geyer, filho de Karl Heimich G. Geyer e Gertrud Geyer, Geyer participou ativamente da Primeira Guerra Mundial servindo na
natural de Muehlheim, Ruhr, Alemanha, nasceu aos 27 de junho de 1897. Po1ônia. Voltou para a Alemanha por ter sido ferido em combate, recebendo a
Fonnou-se no Conservatório Estadual de Música de Duisburg, Cruz de Ferro, condecoração por bravura.
Alemanha, aos 16 anos de idade, sendo sua principal formação a flauta Conseqüência do longo tempo nas trincheiras, exposto às intempéries,
transversal, porém, como artista capacitado que era, aprendeu também violino Geyer contraiu reumatismo, sendo aconselhado por seu médico a emigrar para
e piano, sendo respeitado e considerado pelos seus mestres e pela direção do um clima tropical para curar-se. Por essa época, Geyer conheceu em
Conservatório que lhe desejaram um futuro brilhante e promissor. Mais tarde, Hamburgo, Alemanha, Paul Gresser, tornando-se amigos e Gresser insistiu
Geyer ingressou na Escola de Composição do Professor Poalid e na do para que Geyer viesse para o Brasil. Geyer chegou ao Brasil no dia 27 de
Professor Moeller. Geyer era excelente solista de t1auta, atuando na orquestra janeiro de 1921, desembarcando em São Francisco do Sul. Geyer não pretendia
de Duisburg. Sob a batuta de Richard ficar no Brasil, os seus planos incluíam a
Maestro Geyer
viagem para a Argentina, onde tinha amigos. Ficou, porém, em Blumenau,
onde todos faziam música, teatro, cantavam, dançavam e viviam como uma
grande família. Geyer fez muitos amigos, que ao descobrirem a sua formação
musical envidaram todos os esforços para que o jovem e simpático músico
pennanecesse em Blumenau e, no dia 20 de agosto de 1921, o "Der
Urwaldsbote" publicou um programa onde destaca a marcha "Ernesto
Czerniewicz", de autoria de H. Geyer. Em 1921, ano de sua chegada a
Blumenau, Geyer já tinha sob sua batuta wna orquestra que se compunha dos
seguintes músicos:
Violinos:
Frieda Baumgarten, Ernst Czerniewicz, Jorge Ternes e Frieda
Hindlmeyer
Violas:
Richard Gross, Rudolph KIein
Violoncelos:
Kurt Boettner, Karl Otto Schlenun
Piano:
Gertrud Boettner
Flauta:
Hennann Ruediger (fundador da 1 a banda de Blumenau)
Contrabaixos:
Felix Hering, Hermann Hering (não pertence à família da Cia. Hering)
Trombone:
Julius Baumgarten
Clarineta:
Franz Hering
Trompete:
Ernst Bernhardt (fundador da Lyra).
A partir de 20 de agosto de 1921, Geyer passou a reger todos os
concertos da orquestra de cordas do Club Musical. Os concertos se sucediam e
Geyer participava ativamente de tudo, regendo orquestra de cordas, bandas,
conjuntos musicais, corais e acompanhando artistas de passagem por
Blumenau. Em pouco tempo, Geyer conseguiu preparar e capacitar músicos
amadores de Blumenau, principalmente da banda Lyra, para destilarem no dia
7 setembro de 1922, dia do Centenário da Independência do Brasil. Consultado
se também usaria no destile o uniforme do então Tiro de Guerra 475, Geyer
respondeu: "Sentir-me-ei honrado em vestir o unifonne de soldado brasileiro".
Os concertos de
Geyer abrilhantaram efemérides que marcaram a vida social, artística e
cultural da Comunidade blumenauense.
As primeiras músicas de Geyer foram compostas na Alemanha, ele não
as trouxe porque pretendia retornar. Na Alemanha, em Blumenau e até em
viagem, Geyer compôs músicas para amigos graciosamente. Geyer musicava
tudo o que lhe vinha às mãos, e segundo o protessor José Ferreira da Silva, seu
amigo pessoal, "Geyer era dotado de capacidade mental criadora excepcional,
o seu admirável e harmonioso estilo, o doce encantamento dos seus arranjos, e
elevado padrão artístico de toda a sua música, tornaram Geyer uma das
expressões máximas dessa arte ". Geyer compôs: "Ernst Czerniewicz", marcha
em homenagem ao seu grande amigo e violonista (20/0811921); "Rio de
Janeiro", marcha (25111/1922); "Aparecimento dos Espíritos", marcha
(12/05/1923); "Intermezzo" (16/0811924); "Despedida", marcha romântica
(19/03/1927). No dia 13 de novembro de 1937, em homenagem à filha do Dr.
Blumenau, fundador da Colônia, foi apresentado o ciclo musical "25 de Julho",
mais tarde apresentado com o nome de "O Imigrante". "Suite Brasil", poema
sinfônico, foi composto em 1936. Também em 1936, Geyer compôs o hino a
"Carlos Gomes", por ocasião dos festejos alusivos ao centenário de nascimento
do grande compositor brasileiro (letra do Dr. Oliveira e Silva). Geyer musicou,
de Casimiro de Abreu, "Minha Mãe", e fez arranjos para grande coral a oito
vozes e orquestra do Hino Nacional Brasileiro. "Despedida", marcha
romântica, deu origem à "Suite Romântique", com peças musicais: "Serenata",
"Valsa" e "Despedida". Geyer escreveu e compilou uma série de ciclos
musicais:
"Meu Brasil", pelo centenário de nascimento de Ruy Barbosa (05/11/1949);
"MilUlesang" (07/1211955); "Reminiscências da Infância" (ciclo nO 7 - 1
%7/1962); "Alma Brasileira" (ciclo nO 8 - 23/05/1964); "Acordai Vós
Pastores" (ciclo natalino - 08/1011967); "Canções dos Mestres Alemães"
(13/12/1970). Geyer também musicou "Quadros da Vida de Jesus"
(10/04/1963); "Quadros Históricos do Desenvolvimento do Brasil"
(07/12/1966). Geyer compôs a ópera "Tilo", inédita, com tema amoroso
baseado na Primeira Guerra Mundial. O texto foi escrito por Feodor Axthelm.
Da opere ta "O Mundo Distante", inédita, só foi a público a Canção da Lamita,
"Sempre Ansiei por Ti", do 1 ° ato, interpretada por Elisa Lindholm, em 24 de
abril de 1948. A opereta "Valéria", com texto e música de H. Geyer, também
está inédita. Além das composições, Geyer fez arranjos para a orquestra,
suprindo a falta de instrwnentos musicais e arranjos especiais para o "ballet".
Os arranjos para órgão foram fantásticos, entre eles o "Largo", de Haendel,
para o
qual ele escreveu o texto, e ainda fez o arranjo para o coro a 5 vozes. T~bé~ Canta", "Nossos ~ais Cantavam ~ss~" e "Natal". Geyer tambem fOI
Apesar das belíssimas composições musicais de Geyer, algumas de presenteado com tres batutas: a pnmelra lhe foi presenteada pelo Ca~itão
sucesso, a sua obra prima é "Anita Garibaldi", baseada na heroína de Laguna. A Antônio Brício Guilhon, a segunda por HermalUl Ruediger, primelrO regente
ópera saiu graças aos incentivos do professor José Ferreira da Silva, de de Blrunenau e a terceira, runa batuta de honra com uma placa de ouro, que lhe
temperamento artístico, que escrevia os poemas para a genialidade de Geyer foi presenteada pelo Comandante do 23 o B. L. Quando da apresentação do
musicar. O professor José Ferreira da Silva, que na época era prefeito concerto em Florianópolis em homenagem à Semana da Marinha, Geyer foi
municipal de Blumenau, não foi só o libretista, e sim o homem de pr~senteado com uma "pokal" pelo vicepresidente da República Rademacker.
extraordinária cultura que possibilitou por todos os meios facilitar o trabalho de Geyer viveu um momento de grande emoção quando, durante um ensaio, dia
Geyer. Em fins de 1939, a ópera estava pronta e trechos esparsos são cantados e do seu aniversário, o coral e orquestra o homenagearam devolvendo-lhe a
ílauta de prata que havia vendido.
tocados em vários concertos com sucesso, porém, somente em 1950, ano do
Entre as muitas homenagens recebidas, a que marcou os últimos anos
centenário de Blumenau, a ópera estreou e foi um sucesso. Blumenau aplaudiu
de Geyer foi a do seu "Jubileu de Ouro", no dia 8 de maio de 1971 data em que
de pé os autores, solistas, orquestra e coro, bem como a equipe técnica, nos dias
também sofreu a maior injustiça da sua vida ao ser informa~ do de que
2, 4 e 6 de setembro. A ópera foi reapresentada nos dias 7 e 9 de dezembro de
apresentara o seu último concert027• Aposentado compulsoriamente, para
1956 e nos dias 10 e 6 de junho de 1963, em Blumenau, no Teatro "Carlos
receber sua minguada aposentadoria fazia diversas viagens, por mês, de
Gomes". N o dia 25 de novembro de 1957, a ópera foi apresentada no Teatro
Navegantes a Blumenau, fato que muito contribuiu para o seu declínio quando
Municipal de São Paulo, onde o púlbico aplaudiu demoradamente o talentoso
ainda podia reger, compor e dar muito de si para a Comunidade blumenauense,
maestro "catarinense". Pelo requerimento nO 3-100-57, da Câmara Municipal
a quem se dedicou durante cinqüenta longos anos.
de São Paulo, foi consignado um voto de congratulações e de aplausos os mais
A festa do seu "Jubileu de Ouro" transformou-se em concerto da
efusivos e entusiásticos, ao Maestro Heinz Geyer, autor da ópera "Anita
'Despedida". Destituído das funções, Geyer afastou-se e praticamente
Garibaldi", apresentada em São Paulo com largo e merecido êxito. Com as
enclausurou-se em sua casa de Navegantes, onde construiu runa oficina,
apresentações em São Paulo, Geyer chegou ao topo da fama e da glória e nada
continuando com o seu passatempo favorito: a mecâ,úca e a eletricidade28.
mais, pois financeiramente as apresentações e~ São Paulo não lhe
Geyer inventou e construiu: máquina para endereçar correspondência, fazer
proporcionaram nem o dinheiro necessário para a Viagem de volta. Geyer,
envelopes, escrever vários tipos de notas musicais, dispositivo para virar as
desgostoso resolveu vender a sua obra prima, que foi adquirida pelo seu grande
páginas das partituras, acionado pelo pé, dispositivo na máquina de cortar
admirador, amigo e antigo participante da Orquestra Sinfônica do Teatro
grama para enrolar e desenrolar o cabo elétrico automaticamente. Inventou um
"Carlos Gomes", Fred Hering, no dia 31 de dezembro de 1957. Geyer também
interruptor para evitar o vazamento das caixas d'água, máquina para afiar
compôs a opereta "Viva o Minist.ro", que fez muito sucesso e que foi
objetos cortantes e muitas outras pequenas invenções, segundo Geyer, de
apresentada nos dias 14,15 e 17 de Julho de 1965. A opere ta foi reapresentada
menos importância.
no dia 24 de outubro de 1965.
Alguns fatos dignos de nota marcaram a vida artística de Geyer.
Além de compositor e regente da Orquestra Sinfônica e Coral da
Um deles foi durante um concerto em homenagem ao Governador do Estado
Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes", desde 7 de março de 1947,
Irineu Bornhausen, quando o músico Jorge Ternes tombou para o lado.
data da sua nomeação, Geyer foi professor catedrático de música e canto
Retiraram-no do palco sem alarde e só após o concerto é que os demais
orfeônico da então Escola Normal "Pedro lI", tendo assumido as funções no dia
souberam que Jorge Ternes tinha sido levado para o hospital e que falecera no
11 de março de 1947. Pelo decreto de 21 de julho de 1962, foi posto à
palco. A excursão para São Paulo e Rio de Janeiro, em 1941, foi marcada pela
disposição do Conservatório de Música "Curt Hering" de Blumenau, que já
morte de Willy Lõhr, integrante do coral, de colapso
dirigia desde 1949, data da sua fundação.
A Orquestra e Coral da Sociedade Dramático-Musical "Carlos Gomes", 27) "O Maestro Geyer" - Edith Korma1U1 ~ Imprensa Acadêmica - 1985.
28) "O Maestro Geyer" - Edith Korma1U1 - Imprensa Acadêmica - 1985, pág. 49.
sob a regência de Geyer, gravaram três discos: "Blumenau
cardíaco, sendo sepultado no Rio de janeiro. Nessa excursão, os componentes Menino Jesus, montado num burrinho, trazendo
da Orquestra e Coral apresentaram-se na Rádio Tupi de São Paulo, e por presentes para as crianças", que eram colocados em
incrível que pareça, quando a orquestra tocava mais baixo, dois locutores da pratinhos dispostos na soleira da casa, onde
rádio aproveitavam para fazer propaganda da Cerveja Tirolesa. Geyer, ao previamente se colocara sal para o burrinho comer.
perceber, olhou exatamente no momento em que um deles ia fazer novamente a Os homens e as mulheres passavam a noite rezando.
propaganda e eles se calaram. Na ocasião, os componentes da orquestra e coral A festa se prolongava por três dias, sendo um em
foram convidados para um "cocktail" na Cervejaria Tirolesa. Um fato que casa e dois em visitas a parentes e amigos. A árvore
irritou Geyer, foi o solo de tlauta tocado pelo regente da banda do 32 o B. C., de Natal era iluminada com lamparina a óleo e sobre
que num dia de concerto havia bebido demais. Geyer, preocupado, tirou as a mesa a comida italiana e cerveja espumante feita
partituras musicais da estante para impedir que ele tocasse, foi quando ele, sem em casa. Cantando "La Santa Notte", à entrada
as paltituras, improvisou um solo de flauta que nada tÍnha a ver com o principal da casa, os cantores levavam uma grande
concerto. Muitos fatos devem ter ocorrido durante os concertos, considerando estrela iluminada e um pequeno presépio portátil. A
ser a orquestra e coral a soma de todas as classes sociais. canção conta com a saudação, narração histórica e
Geyer casou-se com Hedwig Hindlmeyer no dia 10 de fevereiro de
despedida:
1923, e no dia 14 de setembro de 1928, nasceu o seu único filho Heinz. PRIMEIRA PARTE
Geyer faleceu no dia 13 de junho de 1982, às 18,30 horas, no Hospital Ó lá di casa, signori patroni
Santa Isabel, deixando a esposa Hedwig, o tílho Heinz Geyer Júnior, nora il cielo vi doni la pace e la sanità.
Eunice e os três netos: Gilson, Gerson e Heinz Geyer Neto.
SEGUNDA PARTE
[n questa santa notte dell'Oriente e
OS ITALIANOS NO CANTO, comparso una lucenta stella.
MÚSICA E TEATRO [tre Ree Maggi di continuamente
dodici giorni seguitando quella,
Senza saper ne di uno ne di l' altro niente si
Em 1875, quando Blumenau testejava suas bodas de prata, apartaram ritrovarono in una strada bella.
em Blumenau os primeiros imigrantes italianos que deram origem à Colônia
Italiana (Rio dos Cedros, Ascurra, Apiúna e Rodeio) no Vale do Itajaí. Segundo
[n una strada bela e grande signoria se
ne andarono tutti tre in compagnia.
o Protessor José Ferreira da Silva, na História de Blumenau, "Os colonos
[n compagnia cosi se ne andarono
italianos eram bem diferentes dos alemães, eram menos pacientes, mais exigentes" ...
a Gerusaleme furono arrivati, finche
"Criaram muitos problemas para () Doutor Blumenau, porém, era gente ativa e
trabalhadora". Portadores de pendores musicais e belas vozes, trouxeram em Dentro di un bel palazzo si alogiarono
sua bagagem cultural um rico cancioneiro, pois cantavam, e cantavam muito, e come signori declemensionati.
segundo o Padre Vicenzi, em "Melodias Trentinas", ao som do machado, do
Após terminar as vinte e sete esstrofes da segunda parte da história do
serrote e onde estavam. O seu folclore é rico em melodias trentinas. No Cancio-
Natal, o coral era convidado a entrar na casa, onde eram servidas bebidas
neiro do Imigrante Italiano, compilado por Victorino Ledra, encontramos
próprias para a ocasião, como o "bonecamp". Augurando um Feliz Natal, o
canções marcadas de tristeza, alegria, mar, campo, céu, amor e principalmente
coro se retirava cantando a terceira parte:
nostalgia.
o Natal é festejado no meio italiano desde a TERCEIRA PARTE
colonização com cantos, inclusive sacros litúrgicos a Buona sera che l'e il natale
mais vozes. Nos estábulos muito limpos ardem velas che l' e il natale di nostro Signor.
e o caminho público até a casa de cada um era
iluminado, pois era o caminho por onde "passaria o

Em junho de 1885, chegou à Colônia Blumenau, Giuseppe De-
march, sapateiro, natural de Belluno - Itália, que possuía pendores espe-
ciais· para a música e que na Itália, quando jovem, estudou música,
ingressando no coral Di Belluno, sobressaindo-se pela voz de tenor-baixo.
Após várias tentativas, Demarch conseguiu organizar um grupo de cantores
que ficou conhecido como "I Cantore". Os "I Cantore" cantavam nas
missas e nos enterros de "corpo presente", sendo mais tarde contratados
para abrilhantar festas de casamento e outras, com cantos profanos ou
canções italianas dos "paeselli", de onde provinham os integrantes do coral
(as músicas sacras incluiam missas solenes para as festas religiosas e o
Réquiem para enterros). O primeiro coral era constituído de oito cantores"
Giuseppe Demarch - tenor-baixo e maestro, Giovamli Poltronieri - baixo,
Luiz Isolani - tenor, Giovanni Demarch - tenor, Felice Fachini - tenor,
Nicola Badalotti - 2 o tenor, Gotardo Possamai - 2 o tenor e Alessandro
Zonta - baixo. Com o falecimento de Giuseppe Demarch em 1929, e outros
que lhe seguiram, o coral passou a ser dirigido por Gregório Demarch, filho
do fundador do coral que integrava ainda Giovarnli Demarch, Ambrosio
Fachini, Júlio Bertelli, Ennínio Poffo, Alessandro Passero, Arcângelo
Poffo, Paulo Maiola e Graciano Demarcho Com o falecimento de uns e
outros, o coral dissolveu-se e as belas canções italianas: Lieto Giorno,
Santa Lucia, La Rosa é un bel Fiore, Nineta, Ciau Morentina, Là in mezzo
aI mare, I Chiuchetoni e outras, não mais são executadas como o foram nos
tempos iniciais da Colônia. Giuseppe Demarch, inicialmente radicado em
Guaricanas, posteriormente mudou-se para Ascurra.
O Colégio São Paulo, de Ascurra, da Congregação Salesiana hllldada
por Dom Bosco, iniciou suas atividades em Santa Catarina em dezembro de
1916. Nesse colégio, os alunos estudam música, pois segundo Dom Bosco,
"Casa sem música é corpo sem alma". Em 1925 foi fundada em Ascurra a
banda do colégio. Cultivam o canto coral e o teatro, pois educam os dotes
vocais e a declamação, além de divertir e educar o bom gosto. O público
tem acesso aos espetáculos que também são apresentados em outras
cidades. Da programação constam declamações, mú-
sica instrumental, cantos, operetas, comédias, dramas, etc. Com música do
Padre Vicente Cimatti e letra do Padre A. Burlando, no dia 7 de outubro de
1967, foi encenada em Ascurra a opereta em três atos "Raios de Sol" .
Em Rodeio, em 1892, Frei Lucinius Korte, além de administrar a
Paróquia, traçar plantas para capelas e conventos, compunha músicas, regia
a banda de música, tocava órgão e traduzia peças de teatro. Prestou, durante
cinqüenta anos, inestimáveis serviços à Comunidade de Rodeio
(15/0311892 - 19/0611942).
Em 1906, o DI. Flesch, formado em Filosofia, que tinha um filho
sacerdote franciscano, doou um órgão para a Matriz de Rodeio. Para
montá-lo, veio da Alemanha o fIlho do doador, Karl Flesch, que foi au-
xiliado por seu irmão José Maria Flesch, que posteriormente se estabeleceu
em Blumenau.
Referindo-se aos italianos de Rodeio, disse o Professor José Ferreira
da Silva que lá exercera as funções de Juiz de Paz, "Com que entusiasmo,
com que encantamento, com que singular e santa unção aqueles velhos
devotos cantavam, com toda a força dos seus pulmões, as glórias de Deus,
num tom de voz maravilhoso, que só os italianos sabem achar".
A religiosidade do povo de Rodeio se expressa através do teatro nas
encenações de "O Milagre do Calvário" , escrita por Eduardo de Castro e
apresentada tradicionalmente na Semana Santa desde 1952. São realizadas
anualmente com a colaboração de mais ou menos 65 pessoas das mais
diversas profissões da Comunidade rodeiense.
Segundo o Padre Victor Vicenzi, o canto "Noi siam partiti" foi
composto com a participação dos riocedrenses e do músico Batista Ra-
faelli.
Os italianos não fonnavam associações c.omo os alemães, entre-
tanto, em Ascurra, funcionou em 1915, a Sociedade Helvetia.
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ARTEX SI A - Fábrica de Artefatos Têxteis - Blumenau, SC. BEC
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BLUAP - Associação dos Artistas Plásticos de Blumenau, SC.
Cristais Hering SI A - Blmnenau, SC.
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Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itoupava Central - Blumenau, SC.
Sociedade Dramático Musical "Carlos Gomes" - Blumenau, SC. Sociedade
Recreativa e Cultural Lyra - Blumenau, SC.
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DANKER, Helhnuth - Arte e Cultura de Vila Itoupava - março de 1982.
GAERTNER, Edazima - Conservatório de Música Curt Hering - Blmne-
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GARNI, Werner - Tabajara TêlÚS Clube - Blumenau, março de 1983.
Hering, Carlos (C ao) - Cartunista - Blumenau, abril de 1985.
JENSEN, Use - Arte e Cultura de Vila Itoupava - Blumenau, março de
1982.
ODEBRECHT, Marlore - SESI - Blumenau, novembro de 1985.
PETRY, Inês - SESC - Blumenau, dezembro de 1985.
POKRYWIECKI, Eduardo - Colégio Santo Antônio - Blmnenau, novembro
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RABE, Afonso - Hospital Santo Antônio e Saúde Pública, outubro de 1979.
RIGHETTO, Ivan - Blmnenau Esporte Clube, agosto de 1984. STRASSBURGER,
Frederico - Hospital Misericórdia de Vila Itoupava -
Blumenau, setembro de 1985.
SCHOENING, Almiro - SESI - Blmnenau, novembro de 1985. CINEASTAS e
Cinegrafistas: .Willy Sievert, Johatm E. W. Mogk, familiares de José Julianelli,
Alfred Baumgarten, Innãos Holzwarth e Hinkeldey, Herbert Holetz e Reinaldo
Olegário - Blumenau, fevereiro a abril de 1979.
REGENTES E BANDINHAS: familiares de Hermann Ruediger e Franz Baumgart,
Manoel C. S. Krieger, Alfredo Radloff, Rikobert Doering, Max Lindner e
outros - Blumenau, setembro a novembro de 1980.

INFORMAÇÕES
(obtidas através de entrevistas telefônicas, cartas e livros de atas)

BELA VISTA COUNTRY CLUB - Gaspar, 1983.

CASA SÃO JOSÉ de Vila Itoupava - Blumenau, 1981.
CENTRO CULTURAL "25 DE JULHO" -Blumenau, 1979. ENFERMEIRA IRMÃ
LETÍCIA - Hospital Santa Isabel - Blumenau, junho
de 1985.
ENFERMEIRA SOLANGE - Hospital Santa Catarina - Blwnenau, junho de 1985.
FOTÓGRAFOS: Hehna Axthelm (Hoeschl), familiares de Wilhelm Scholz, Fritz
Schmurr e Hugo Schrikte, Alfredo Wilhelm, Hans Raun, Rubens Heusi,
Mário Ho1etz, Günther Schroeder, Sidney Luiz Saut, Walter R. Momm,
Guilherme J. Bauer e Jorge Holetz - Blumenau, maio a julho de 1981.
SACERDOTES, pastores, dirigentes de entidades religiosas e assistenciais -
Blumenau, abril a junho de 1983.

PROGRAMAS
(de atividades culturais, altísticas e sociais)
ARTES PLÁSTICAS, Artesanato, Cartuns e Fotos.
LANÇAMENTOS de livros, Concertos Musicais, Peças Teatrais, Balé e outros.

CARTÓRIOS: Roberto Bayer, Benjamim Margarida e Getúlio Vi eira Braga . -

B1umenau.

Adquiridas de: Guilherme Jensen Bauer, Arquivo Histórico de Blumenau e

particulares.
27.
26.
28.
EDITH KORMANN, (20-03-1921),
nntural de Brusque-SC, professora
de letras, diretora de
estabelecimentos de ensino,
inspetora escolar, professora de
educação física e professora utli-
versitária (FURE).
Bacharel em Direção Teatral,
Licenciada em Arte Dramática pela
URG8.. Fez curso de Técnica Vocal
(Charlote Kahle - Alemanha), Técnicas
Dramá': ticas Aplicadas ao Ensino,
Cultura . Cinematográfica, O Barroco
no Bra- . sil, O Homem e a Arte Medieval, Tendência do Espetáculo
Contemporâneo, Canto, Mfmica (Rolf Charre - Alemanha), Expressão Corporal
(Maria Fux. -Buenos Aires) e outros.
Participou e promoveu festivais de teatro, seminários e encontros de arte.
Participou ainda de diversos congressos no Estado, Brasil e exterior. Foi atriz
e dirigiu espetáculos teatrais. Com estudantes da FURE, fundou o Grupo
Teatral PHOENIX (06-03-1974). Fundou com os grupos teatrais do Estado a
Federação Catarinense de Teatro Amador (FECATA) que presidiu por dois
anos· (1978-1980). Atualmente é Presidente de Honra.
Foi homenngeada pelos alunos do Curso de Educação Artfstica da FURE com uma
placa de prata (1982); no mesmo ano foi homenngeada pela SEE de Santa Catarina
com a seleção do livro "Teatro na Educação Artfstica", distribufdo na rede
estadual de ensino.
Premida em 1978, no Concurso de Contos da FURE, é autora dos liw :
"Teatro na Educação Artfstica" (esgotado), "0 Maestro Geyer" e "Destinos I
(contos). Participa de várias Antologias. Colaborou com a revista "Blumenau em
Cadernos". Escreve desde os 15 anos e em 1949 o soneto "0 cego de nascimento"
foi premiado. Faz parte da União Brasileira de Escritores.
Participou do Conselho Municipal de Cultura (1981-1983). De sua autoria possui
quadros a lápis, crayon, aquarela e trabalhos de tapeçar.ia. Eshu/ry' teoria, solfejo
e composição com o Maestro Geyer, sendo solista sob (
ta do mesmo no Teatro "Carlos Gomes". Desenho, aquarela e cr{l"
Professor Humberto Hoffmann e Ludwig Emmerich. Pesqui
do Itajaf desde 1978.
No dia 28 de outubro de 1993, a Câmara Municipal de BlumL riu o
tftulo de "Cidadã Blumenauense".
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