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Deficiência e Família

Resenha sobre o filme: Vermelho como o céu

Beatriz de Oliveira Fernandes


beatrizoli.fernandes@gmail.com

O filme passa-se em 1970 períodos em que o sistema educacional conservava


um modelo segregacionista, as escolas não tinham preparo para trabalhar com os
portadores de necessidades especiais, e as poucas que existiam não estavam ao
alcance dos menos favorecidos. Mirco personagem do filme perdeu a visão em um
acidente com um rifle ainda criança, teve que se adequar fora das escolas
regulares, pois o diagnóstico médico o segregou à uma especial para cegos.
Não sendo de todo ruim, pois vale ressaltar épocas como a idade média em que os
nascidos deficientes não tinham direito à vida, no século XIII período
segregacionista em que o direito à vida não servia para muita coisa, uma vez que o
indivíduo não tinha direito a escola e era separado do convívio social. Assim posso
dizer que Mirco teve sorte em encontrar uma escola para estudar, por mais que esta
fosse de cunho excludente e limitado, pois não existia relação escola-família, a visita
era uma vez por mês, sendo que os pais não podiam opinar no trabalho realizado
pela instituição.
A força de vontade que levou Mirco a continuar sua vida depois do acidente, foi
a mesma que ajudou seu professor a descobrir uma potencialidade nos alunos, de
criar, imaginar e serem capazes de realizar coisas além do limite imposto pela
escola; dessa maneira abrindo caminho para uma nova visão de educação que era
conhecido como modelo integracionista em 1975, passando os alunos com
deficiência a estudar nas classes de ensino regular.
O grande problema do processo da educação especial é a falta de oportunidade
para que os alunos portadores de necessidades especiais mostrem suas
capacidades de interagir com a sociedade sem serem rotulados de incapazes. Os
sistemas escolares também estão montados a partir de um pensamento que recorta
a realidade, que permite dividir os alunos em normais e deficientes, as modalidades
de ensino em regular e especial. Ela também entende a inclusão como uma
mudança de perspectiva educacional que não atinja somente alunos com
deficiência, mas todos os demais, para que possam atingir um nível de educação
significativo numa corrente geral de ensino.
Por tanto a educação especial tem ganhado uma repercussão muito boa, mas
não o ideal. Sonho com uma educação sem privações capaz de ver o outro com
dignidade e fazer com que a sociedade também veja dessa forma. Não é por
deficiência que medimos o caráter ou capacidade de uma pessoa, mas é ela que
define seus próprios limites, se é que existem.

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