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Cubo Mágico
A febre
Após ser lançado, o cubo mágico se tornou uma verdadeira febre. Nas décadas
de 70 e 80, não incomum encontrar pessoas de todas as idades entretidas com seus
cubos em restaurantes, pontos de ônibus e até mesmo salões de beleza, tentando
resolver o cubo. Afinal, um quebra-cabeça destinado a “maiores de três anos”, como se
lia na caixa, não podia ser tão difícil assim.
No entanto, pouquíssimas pessoas eram capazes de resolvê-lo. Até hoje, muitas
pessoas morrem de curiosidade sobre como seria possível resolver um desafio tão
complicado. Caso você seja uma dessas pessoas, leia atentamente o texto a seguir.
Inicialmente, mostro as diversas seqüencias de movimentos necessárias para resolver o
cubo. Posteriormente, ensino como utilizar da mnemônica para memorizar todos eles.
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Resolvendo o cubo mágico
Em informática, chamamos de algoritmo ao conjunto de etapas bem definidas
necessárias para chegar à resolução de um problema. Para resolver o cubo mágico, será
necessário que você memorize uma seqüência de movimentos – um algoritmo de
resolução. Ainda que à cada tentativa o cubo esteja embaralhado de uma maneira
diferente, essa seqüência será capaz de envolver todas as possibilidades de
embaralhamento. Assim, não existirá um embaralhamento capaz de deixar a solução do
cubo impossível – sempre será possível analisar o padrão de disposição das cores e
escolher a seqüência de movimentos mais adequada.
Após apresentar os algoritmos para a resolução do cubo, apresentarei meus
métodos para memorizar todos os algoritmo de maneira rápida e eficaz.
F F’ F2
B B’ B2
2
R R´ R2
L L’ L2
U U’ U2
D D’ D2
M M’ M2
Estrutura do cubo
Não é preciso ser nenhum mestre em matemática para entender que o cubo mágico
tradicional possui 27 adesivos (3x3x3 = 27). No entanto, o cubo não é composto por 27
cubinhos. Na verdade, ele é composto por 6 centros, 8 cantos e 12 meios.
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Centros (centers) Cantos (corners) Edges (meios)
Como você pode observar, os cantos são fixos. Por mais que você embaralhe o
cubo, jamais conseguirá mudá-los de lugar. Desse modo, cada cor deve ser resolvida em
torno de seu próprio centro. Assim, se o centro for vermelho, você deverá trazer todos
os cantos e meios vermelhos para o seu redor e não o contrário.
Outra estratégia importante é observar que cantos não podem ocupar as posições
dos meios e vice-versa. Para evitar maiores confusões, lembre-se que os cantos sempre
possuem três adesivos e os meios apenas dois.
O algoritmo
Existem diversos algoritmos para a resolução do cubo mágico. O método que
iremos utilizar é o método das camadas. Cada uma das três linhas que compõe o cubo é
uma camada. Ele é composto por três etapas:
Resolução da cruz da primeira camada.
Posicionando os cantos da primeira camada.
Resolução da segunda camada inteira.
Resolução da cruz da última camada.
Posicionando os cantos da última camada.
Orientação dos cantos da última camada.
Posicionando os meios da última camada.
Essa é uma cruz formada corretamente. Observe Essa é uma cruz formada incorretamente. Observe
que o meio branco/vermelho é que o meio branco/vermelho não é compatível
concomitantemente compatível com os centros com o centro vermelho – ainda que o centro
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vermelho e branco. Da mesma forma, o meio branco esteja correto. Da mesma maneira, o meio
branco/azul também é compatível com os branco/azul não é compatível com o centro azul.
centros branco e azul. Ainda que você consiga montar toda a face branca
“corretamente”, a incompatibilidade dos meios e
centros tornará a resolução do cubo impossível (os
centros não se mexem).
Primeiro caso: meio da primeira camada no local errado, mas orientado corretamente.
Nesse caso, observe como é fácil posicionar o meio branco/azul corretamente. Para
isso, basta mover o meio branco/azul em direção ao centro azul.
Segundo caso: meio da primeira, segunda ou terceira camada no local errado.
Referências:
Frente = azul
Cima = branco
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Faça R’ para levar o meio Faça D’ para levar o meio Faça F2 para levar o meio
branco/azul para a última branco/azul em encontro branco/azul em encontro
camada. ao centro azul. ao centro branco.
Faça F2 para levar o meio Faça D’ para levar o meio Observe que os adesivos
branco/laranja para a branco/laranja em laranja (meio
última camada. encontro ao centro laranja. branco/laranja e centro
laranja) não se encontram.
Nesses casos, tome como frente o centro laranja e faça o seguinte ajuste: D,R,F’.
O meio branco/laranja se posicionará perfeitamente entre os centros branco e laranja.
D R F’ Meio
branco/laranja
posicionado
corretamente
Observe que toda ação ocorre principalmente na última camada. Desse modo,
você não atrapalha os meios já colocados corretamente. Se você observar que alguma
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peça já posicionada corretamente mudou sua posição, possivelmente ela poderá ser
reposicionada com movimentos simples como F ou R.
Observe que nós dois exemplos abaixo nós temos um canto branco na última
camada, com o adesivo branco posicionado em alguma face que não é a face de baixo
(amarela em nosso exemplo).
Posicione o canto de forma que o adesivo ao lado do branco fique de frente ao
centro de mesma cor. Em seguida, basta fazer a seguinte série de movimentos: R’, D’,
R. Veja o exemplo abaixo:
Referências:
Frente: Vermelho
Cima: Branco
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Nesse caso, posicionamos um canto que estava no canto direito. Se ele estivesse
no canto esquerdo, o movimento seria o mesmo, porém espelhado: L, D, L’.
Segundo caso: Posicionando os demais cantos que contém adesivos brancos
(referentes à face Cima).
Nesses casos, você deverá realizar os mesmos movimentos aprendidos
anteriormente. Após realizá-lo algumas vezes, você cairá no primeiro caso. Assim, basta
repetir os passos anteriores para finalizar a etapa.
Atenção: ao realizar o movimento R’, D’, R para reposicionar os cantos,
cuidado para não atrapalhar os cantos já posicionados corretamente. Observe que esses
movimentos sempre trocam o canto Frente/Direita/Cima e Frente/Direita/Baixo. Desse
modo, nunca posicione o cubo de maneira que os cantos já posicionados corretamente
estejam na Frente/Direita/Cima se for utiliza essa seqüência de movimentos. De maneira
análoga, o movimento L, D, L’ sempre troca o canto Frente/Esquerda/Cima e o canto
Frente/Esquerda/Baixo. Assim, nunca posicione o cubo de maneira que os cantos já
posicionados corretamente estejam na Frente/Esquerda/Cima se for utilizar esse
seqüência de movimentos.
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nesse caso) de forma que o centro azul se encontrasse com o adesivo de mesma cor. No
entanto, como desejamos levar a peça para a direita, faremos o movimento simétrico.
Referências:
Frente: Azul
Cima: Branco
Referências:
Frente: Vermelho
Cima: Branco
Nesse caso, utilizaremos a seqüência D’, R’, D’, R, D, F, D’, F’ para trocar esse
meio com qualquer meio que esteja na última camada. Em seguida, basta utilizar um
dos casos vistos anteriormente. Se você desejasse tomar como referência de frente a
face azul, o movimento seria o simétrico: D, L, D, L’, D’, F’, D, F. Em seguida, bastaria
utilizar um dos casos vistos anteriormente.
A última camada
A última camada, conhecida por Last Layer (“LL”), é resolvida em quatro
passos:
Orientação dos meios.
Permutação dos cantos.
Orientação dos cantos.
Permutação dos meios.
Orientando os meios
Após ter completado as duas primeiras camadas – first two layers (“F2L”),
segure o cubo de forma que a face branca (primeira a ser resolvida) esteja voltada
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para baixo. Isso significa que a face branca será considerada “D” por todo o resto
da resolução do cubo.
Nessa etapa, nosso objetivo é criar uma cruz amarela (estágio 4). No entanto, ao
contrário da cruz da primeira camada, não precisamos nos preocupar com a orientação
dos meios. Ou seja, não existe problema se essa cruz estiver formada com os meios
orientados incorretamente.
(a não ser que a face já esteja toda amarela, os adesivos nas posições cinzas não
são relevantes nessa etapa)
Execute: F, R, U, R',
U', F' ou F, U, R, U',
R', F', para alcançar
um dos próximos
estágios.
Estágio 1
Execute: F, R, U, R',
U', F', para obter um
dos próximos
estágios.
Estágio 2
Execute: F, U, R, U',
R', F', para alcançar o
estágio 4.
Estágio 3
Pronto, você já pode
orientar os cantos.
Estágio 4
Nessa etapa, seu objetivo é tornar a última face toda amarela (caso seja essa a
cor da última face a ser resolvida). No entanto, ao contrário da primeira etapa, você não
precisa se preocupar com a orientação das peças formadoras da face amarela. O
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importante é que a face de Cima (amarela) esteja com todos os adesivos amarelos. Veja
a figura abaixo:
Nessa etapa, nosso objetivo é tornar a face de cima (amarela no exemplo) com
todos os adesivos de mesma cor, não importando a orientação de todas as peças – isso
será resolvido no próximo passo.
Referências:
Frente: Azul
Cima: Amarelo
Nesse caso, bastaria um movimento do tipo “U” para que a dupla de cantos azuis
fique na posição correta.
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Existem apenas duas possibilidades:
Você precisa trocar dois cantos adjacentes (ambos localizados na frente – “F”).
Você precisa trocar dois cantos diagonais.
Só existem essas duas possibilidades. Se por um acaso você não identificar uma
dessas possibilidades, provavelmente:
a) Você ainda não finalizou as duas primeiras camadas (“F2L”).
b) Alguém arrancou algum dos adesivos e os recolocou nos locais errados – já me
deparei com essa situação!
c) Você não procurou atentamente.
Segure o cubo com a face branca virada para baixo e com os dois cantos a serem
trocados nas posições CIMA/FRENTE/ESQUERDA e CIMA/FRENTE/DIREITA. Para
trocar os cantos, basta que você execute o seguinte algoritmo: R’, D2, R, U2, R’, D2, R,
U’, R’, D2, R, U’, R’, D2, R, U’.
Nesse caso, basta que você execute o algoritmo anterior duas vezes seguidas.
Após executá-lo duas vezes seguidas, você cairá no caso anterior (trocando a posição de
dois cantos adjacentes).
Nosso cubo mágico já está quase todo resolvido. O nosso próximo algoritmo
permutará os meios de acordo com a figura abaixo:
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mnemônico destinado a esse fim, imaginei que fosse possível, pois a maior dificuldade
em se aprender a resolver o cubo mágico residia no desafio de conseguir memorizar
todos os algoritmos envolvidos em sua resolução. Assim, cabia ao homem-memória
resolver essa questão. Após pensar um pouco sobre o tema, desenvolvi o meu método
para memorizar qualquer algoritmo relacionado ao cubo mágico.
Imagens:
R’, D2 – RoDa
R, U2 – RéU
R, U’ – RUi
Assim, bastaria utilizar uma jornada com oito locais e imaginar cada uma dessas
imagens interagindo em seus ambientes.
Local 1 – Roda Local 5 – Roda
Local 2 – Réu Local 6 – Rui
Local 3 – Roda Local 7 – Roda
Local 4 – Rui Local 8 – Rui
Ainda que essa abordagem seja eficaz para memorizar alguns algoritmos, ela pecava em
alguns aspectos. O primeiro, é o trabalho que dá criar imagens para cada dois movimentos do
cubo. Queria criar um método que ajudasse principalmente ao público leigo. Como convencer um
leigo de que memorizar uma lista com dezenas de palavras seria uma boa estratégia para resolver
o cubo? Outro problema que encontrei nessa estratégia foi o número de imagens repetidas. Ainda
que o método funcionasse bem com o campeão de memória, certamente os iniciantes se
confundiriam com repetição dos mesmos objetos em tantos locais diferentes. Outro grande
problema dessa abordagem: nao havia como diferenciar os movimentos horários e anti-horários.
Desse modo, precisaria memorizar “na marra” quais os algoritmos referentes ao sentido horário,
ao anti-horário e aqueles que misturavam os dois. Assim, um novo método precisava surgir.
Frases do Edmo
Enquanto ainda procurava uma maneira para memorizar os algoritmos do cubo mágico,
encontro com meu grande amigo Edmo Magalhães, do site www.macetesdodireito.com.br, e
relatei minha busca por um método para memorizar os movimentos corretamente. Por
coincidência, Edmo havia acabado de gravar um vídeo no youtube onde ele ensinava seu método
para resolver o cubo.
Em sua abordagem, Edmo também criou imagens para simbolizar cada movimento. No
entanto, ele criou frases que envolviam todas essas imagens. Desse modo, “o Rei Traía a Rainha”,
referente ao movimento R, T, R’ era bem mais fácil de memorizar. No entanto, percebi que o
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método de Edmo poderia ser aperfeiçoado. Ainda que as frases criadas por ele funcionassem
muito bem para o algoritmo que ele utilizava, não era possível extender esse método para outros
algoritmos. No entanto, a idéia de Edmo foi o suficiente para eu desenvolver o método que
tornaria possível a memorização de qualquer algoritmo.
Método Dell’Isola-Magalhães
R RA
R’ RE
R2 RI
L LA
L’ LE
L2 LI
F FA
F’ FE
F2 FI
B BA
B’ BE
B2 BI
U TA
U’ TE
U2 TI
D DA
D’ DE
D2 DI
M MA
M’ ME
M2 MI
Para criar cada sílaba, simplesmente utilizei a inicial de cada face associada a uma vogal:
“A” para sentido horário, “E” para sentido anti-horário e “I” para os movimentos duplos. A única
excessão foram os movimentos da face “U”. Como essa face inicia por vogal, achei melhor
substituir sua inicial por T, referente à “Topo”.
Assim, basta criar frases quaisquer utilizando palavras que respeitem esse critério.
Exemplo 1) D, U', D',U, F',U, F, U'.
Utilizando o método acima, cada um desses movimentos pode ser traduzido nas seguintes
palavras:
D = DAvi
U' = TE
D' = DEu
U = TApa
F' = FEriu
U = TAmpa
F = FAntástica
U' = Tesouro
Assim, a frase mnemônica seria: “Davi te deu um tapa e se feriu com a tampa fantástica
do tesouro”.
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Exemplo 2) F2, U, M’, F2, M, U, F2.
Usando o mesmo método, cada um desses movimentos pode ser traduzido nas seguintes
palavras:
F2 = FIlho
U = TRAbalhou*
M' = MEnos
F2 = FIcou
M = MAis
U = TApado
F2 = FIm
* Observe que não necessariamente a primeira sílaba deve conter apenas as letras
referentes a inicial da face e a orientação do movimento. Nesse caso, a letra R não faz qualquer
diferença no entendimento da face a ser movimentada (“U” – Topo) e sua orientação (“A” –
sentido horário).
Assim, a frase mnemônica seria: “O filho trabalhou menos e ficou mais tapado no fim”.
Considerações finais.
É óbvio que, ao repetir de maneira intensa qualquer algoritmo, você inevitavelmente irá
memorizá-lo. No entanto, as técnicas de memorização descritas acima certamente pode facilitar
seu aprendizado no início.
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Caso você se interesse em se tornar um verdadeiro cuber, recomendo que visite os
seguintes sites da internet:
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