You are on page 1of 4

18/10/2018 Psicopedagogi@ Educação: Os desenhos das crianças: análise e interpretação

Love Text Live ‑ http://www.lovetextlive.com


doctor reviews

HOME TEMPLATE GALLERY FREE ICON LOGIN

artigos escrita' tcc termos pp downloads matemática entrevistas dislexia afetividade aprendizagem pequeninos conceitos

Os desenhos das crianças: análise e Sua visita é


interpretação importante!!!
Author: Ana Michelle | Posted at: 12:38 | Filed Under: Interpretação de desenhos infantis

Autora: Georgette Silene Aparecida de SouzaOficina Caçapava ‑ SP

Os desenhos das crianças: análise e interpretação

O relato que vou apresentar é sobre o trabalho realizado junto a


educadores numa oficina livre de artes visuais sobre a observação e análise
de desenhos infantis. Com a utilização de textos e artigos de renomados
educadores da área a proposta era a de observar os desenhos e através de
debates e discussões em grupo, seguindo a orientação dos textos, procurar
entender mensagens e códigos implícitos nos desenhos infantis.

Sem perceber, no momento de desenhar a criança transporta para o papel


seu estado anímico, em todos os detalhes. Refletem seu mundo físico e
psíquico, suas relações mais fortes, desejadas e indesejadas, fatos do
passado e do presente e podem nos apontar direções futuras. É por isso
que os desenhos das crianças permitem‑nos incrementar
consideravelmente nossos dados sobre seu temperamento, caráter,
personalidade e necessidades.

Os desenhos ajudam‑nos também a descobrir (e por que não re‑


descobrir?) e reconhecer as diferentes etapas pelas quais a criança está
atravessando, os seus problemas e dificuldades, assim como seus pontos
fortes. Como introdução ao trabalho deve‑se explicar os principais tópicos
http://psicopedagogiaeducacao.blogspot.com/2009/09/os-desenhos-das-criancas-analise-e.html 1/4
18/10/2018 Psicopedagogi@ Educação: Os desenhos das crianças: análise e interpretação
das artes visuais relacionadas com o desenho: o ponto, o traço, a linha, a
textura, a forma, as cores, entre outros.

Analisar um desenho não é o mesmo que interpreta‑lo, pois existe uma


diferença real e concreta em ambos os conceitos:

A análise responde a um enfoque técnico e racional.

A interpretação dos desenhos é o resultado ou a síntese da análise.

Assim que esses pontos foram expostos aos participantes os exercícios da


primeira parte tinham como objetivo trabalhar a questão da análise. Havia
sido pedido aos professores que trouxessem desenhos produzidos por
seus alunos e que passaram a ser observados primeiramente sobre um
enfoque mais técnico, seguindo os dados fornecidos anteriormente.

Nessa análise é importante que o educador faça um reconhecimento


exaustivo dos elementos mais e menos presentes nos desenhos de seus
alunos, compare‑os com outros desenhos da mesma criança em produções
anteriores para verificar se houve ou não uma evolução de linguagem e
reconheça símbolos e sinais repetitivos. Todos os detalhes importam: a
utilização das cores preferidas pelas crianças, o posicionamento desses
desenhos dentro do perímetro da folha, sua divisão nos quatro planos,
quais as personagens mais freqüentes em seus desenhos e a importância
dada a cada um deles. Uma criança tímida e retraída costuma utilizar
menos espaço para desenhar em uma folha, uma criança mais "agitada"
tende a não observar os limites do papel e a não concluir o que inicia,
forçando demais o lápis ou utilizando mais as cores quentes do espectro.
Tudo pode ser utilizado e trabalhado dentro de sala de aula. Pedir aos
alunos que desenhem escolhendo apenas uma cor ou o lado direito ou
esquerdo da folha é um bom início de análise de um desenho.

É um trabalho rigoroso e difícil, pois nem sempre estamos abertos a


conhecer ou respeitar esse universo, pensamos no desenho como uma
atividade “livre” e que não tem a mesma importância da escrita. Entretanto,
a escrita pictórica é a primeira forma de comunicação do ser humano com
o mundo. Foi assim com nossos antepassados e suas pinturas e desenhos
rupestres, foram assim com antigas civilizações que fizeram dos desenhos
uma forma de comunicação que, com a evolução, adquiriu sons e fonemas,
tornando‑se o que hoje conhecemos como a escrita e a oralidade desses
alfabetos.

Ainda hoje nosso primeiro contato com o mundo da escrita se dá através


dos traços ingênuos e desprentesiosos que realizamos desajeitadamente
em folhas de papel, quando um lápis é colocado em nossa mão, e
percebemos que rola‑lo por essa superfície provoca algo: uma apropriação
de nossas idéias, uma maneira de expressa‑las do nosso modo e a
compreensão dela por parte de “outros” que estão ao nosso redor. É nesse
momento que o desenho deixa de ser uma mera distração para tornar‑se
um poderoso meio de comunicação e interação entre crianças e adultos,
educandos e educadores, pais e filhos.

Após a fase exaustiva de análise, que pode durar pouco ou muito tempo
dependendo do público alvo, o educador terá em mãos materiais
suficientes para realizar as primeiras interpretações dos desenhos de seus
alunos. Primeiras porque durante a infância a criança cresce, seus modelos
mudam, sua convivência se altera, sua consciência se expande, a visão de
mundo se amplia e tudo isso se refletirá naquilo que ela representar. O que
a princípio pode ser uma liberação espontânea de idéias irá se revelar
como algo prazeroso ampliando os potenciais artísticos e de aprendizagem
http://psicopedagogiaeducacao.blogspot.com/2009/09/os-desenhos-das-criancas-analise-e.html 2/4
18/10/2018 Psicopedagogi@ Educação: Os desenhos das crianças: análise e interpretação
nas artes visuais. Para ilustrar melhor esse é o momento do trabalho em
que os educadores são estimulados a produzirem desenhos. Após essa
produção os desenhos são trocados entre os grupos e todos fazem a
síntese dos elementos presentes e discutem qual as fases pelas quais os
participantes estão passando em relação ao seu trabalho. Vale lembrar que
o desenho adulto é bem diferente do da criança e que nesse caso essa
parte do exercìcio é ilustrativo para que o participante compreenda como
se dá o processo e incremente‑o com seus próprios saberes.

Por esse motivo é importante que o educador tenha sempre várias


produções da mesma criança, que as compare, que ofereça materiais
diferentes para novas experiências que estimulem o desejo da criança em
expor as idéias que estão na cabeça. Uma folha de formato diferente, um
lápis que tem uma cor nova, uma história contada, tudo isso pode gerar o
insight que vai liberar a criança em sua produção, e com isso gerarem mais
dados analíticos para o educador.

Para os educadores o momento do “desenho livre”, tão criticado como


sendo uma desculpa para não fazer nada, deve ser aproveitado como um
momento de pesquisa e compreensão. O educador deve saber, através de
sua prática e formação, quando o desenho livre é uma arma a seu favor e
quando ele deve interferir com o desenho mais direcionado, no sentido de
obter o maior número de dados possível de seu público alvo e também de
incrementar a aprendizagem dessa criança no campo das artes visuais.

Quando se pensa em educação, principalmente a educação no Brasil, com


todos os problemas que ela enfrenta, os educadores devem aproveitar todo
o conhecimento adquirido para ampliar sua prática de forma positiva. Para
isso, entretanto é necessário o compromisso de todos os envolvidos no
processo educativo: o compromisso do educador em ensinar, o
compromisso do aluno em aprender, o compromisso do poder público em
fornecer recursos necessários, o compromisso da sociedade (pais, famílias,
entidades, etc.) em acompanhar e apoiar iniciativas que venham a favorecer
a educação.

Analisando o desenho de uma criança podemos ver nele suas


necessidades, sonhos, problemas, vínculos, seu universo íntimo e
periférico. O desenho de uma criança reflete a sociedade. Por que então
não analisar e interpretar essa sociedade, no sentido de conhecê‑la
melhor, para se traçar as estratégias que possam ampliar e melhorar sua
condição enquanto grupo de indivíduos que convivem juntos?

Bibliografia de referência:

A imagem no ensino da Arte, Ana Mae Barbosa, editora Perspectiva.

Formas de Pensar o desenho, Edith Derdyk, editora Scipione.

Como Interpretar os Desenhos das Crianças, Nicole Bédard, editora Isis.


A
b
o
u
t
T
h
e
A
u
t
http://psicopedagogiaeducacao.blogspot.com/2009/09/os-desenhos-das-criancas-analise-e.html 3/4
18/10/2018 Psicopedagogi@ Educação: Os desenhos das crianças: análise e interpretação
h
o
r

Share This

0 comentários:

Postar um comentário

Comente usando sua Conta do Google se você quiser gerenciar os comentários
no futuro. Caso você comente anonimamente, não será possível editar nem
excluir o comentário. Saiba mais

Digite seu comentário...  

Comentar como:  Sair

  Visualizar
Publicar   Notifique­me

Postagem mais recente Página inicial Postagem mais antiga

Super Interessante!!!
2leep.com

http://psicopedagogiaeducacao.blogspot.com/2009/09/os-desenhos-das-criancas-analise-e.html 4/4

You might also like