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508 Diário da República, 1.ª série — N.

º 19 — 26 de janeiro de 2017

B — Polícia Municipal do Porto construção de trajetórias de formação mais adequadas


às necessidades de cada indivíduo, de entre as diferentes
Número
Designação dos cargos dirigentes
de lugares trajetórias possíveis.
É também criado o Sistema Nacional de Créditos
Comandante da Polícia Municipal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
do Ensino e Formação Profissionais que vem permitir
2.º Comandante da Polícia Municipal . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 a atribuição de pontos de crédito às qualificações que
Diretores de Departamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 integram o CNQ, bem como a outra formação certifi-
Chefes de Divisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 cada não integrada no Catálogo, desde que esta esteja
registada no Sistema de Informação e Gestão da Oferta
Educativa e Formativa e cumpra os critérios de garantia
da qualidade em vigor.
TRABALHO, SOLIDARIEDADE É acomodada a norma que cria o instrumento de
E SEGURANÇA SOCIAL orientação e registo individual de qualificações e com-
petências, permitindo o registo de todas as qualificações
Decreto-Lei n.º 14/2017 e competências que o indivíduo adquire ou desenvolve
ao longo da vida, referidas no CNQ, bem como as
de 26 de janeiro restantes ações de formação concluídas, distintas das
O Sistema Nacional de Qualificações (SNQ), estabele- que deram origem a qualificações e competências re-
cido pelo Decreto-Lei n.º 396/2007, de 31 de dezembro, gistadas.
veio concretizar uma resposta estratégica aos baixos ní- É ainda adaptada a norma relativa aos centros especia-
veis de qualificação da população, adotando os princípios lizados em qualificação de adultos, enquanto instrumen-
consagrados no acordo sobre a Reforma da Formação tos essenciais na estratégia de qualificação de adultos,
Profissional, celebrado pelo Governo com a generalidade tendo como premissa fundamental não só a valorização
dos parceiros sociais em 14 de março de 2007. O SNQ das aprendizagens que foram adquirindo ao longo da
assumiu como objetivo primordial a generalização do ní- vida, mas também a possibilidade efetiva de aumenta-
vel secundário como qualificação mínima da população, rem e desenvolverem competências através de formação
tendo sido criados, nesse âmbito, instrumentos estruturan- qualificante.
tes para a organização das qualificações, como o Quadro Por fim, por força da determinação da extinção do
Nacional de Qualificações (QNQ) e o Catálogo Nacional Conselho Nacional da Formação Profissional expressa
de Qualificações (CNQ), assegurando-se a relevância da nos Decretos-Leis n.os 126-C/2011, de 29 de dezembro, e
formação e das aprendizagens para o desenvolvimento 167-C/2013, de 31 de dezembro, que aprovaram sucessi-
pessoal e para a modernização das empresas e da economia, vamente a lei orgânica do, agora, Ministério do Trabalho,
e valorizando-se, ao mesmo tempo, todo o investimento
Solidariedade e Segurança Social, e na medida em que o
em formação.
Decreto-Lei n.º 396/2007, de 31 de dezembro, contempla
Passados quase dez anos sobre a criação do SNQ, e não
obstante as melhorias verificadas, subsiste ainda um sig- um conjunto de competências a realizar pelo referido con-
nificativo défice estrutural de qualificações na população selho verifica-se a necessidade de materializar a extinção
portuguesa, tendo-se verificado, nos últimos anos, uma do conselho, procedendo-se à revogação do Decreto-Lei
quebra na aposta anteriormente feita na qualificação de n.º 39/2006, de 20 de fevereiro que o criou. Acresce que
adultos, com redução significativa quer da educação e for- o Conselho se encontrava efetivamente desativado há
mação qualificante para adultos, quer do reconhecimento, já algum tempo, o que pode resultar do facto de as suas
validação e certificação de competências. competências concorrerem com a de outros serviços e
Face a este quadro, o atual Governo estabeleceu como organismos que entretanto vieram a integrar a estrutura
prioridade política de âmbito nacional a revitalização da do SNQ.
educação e formação de adultos, enquanto pilar central O projeto correspondente ao presente decreto-lei foi
do sistema de qualificações. Foi, precisamente, com o publicado, para apreciação pública, na separata do Boletim
objetivo de relançar esta prioridade que o Governo criou o do Trabalho e Emprego n.º 6, de 9 de novembro de 2016,
Programa Qualifica, apostando em percursos de formação tendo sido ponderados os comentários recebidos, nomea-
que conduzam a uma qualificação efetiva, por oposição damente os de associações de empregadores e associações
a uma formação avulsa, com fraco valor acrescentado do sindicais.
ponto de vista da qualificação e da melhoria da emprega- Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Re-
bilidade dos adultos. giões Autónomas.
Tendo em conta esse quadro, nomeadamente a cria- Assim:
ção do Programa Qualifica, com o presente decreto-lei Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Cons-
o Governo propõe, agora, a criação de um sistema de tituição, o Governo aprova o seguinte:
créditos que possibilite a capitalização coerente de uni-
dades de formação e maior mobilidade e flexibilidade
nos percursos formativos, bem como de um instrumento Artigo 1.º
de orientação e registo individual de qualificações e Objeto
competências (Passaporte Qualifica), que vem permitir
não só registar as qualificações obtidas (numa lógica O presente decreto-lei procede à primeira alteração ao
de currículo ou de caderneta), mas também identificar Decreto-Lei n.º 396/2007, de 31 de dezembro, que regula
as competências em falta para completar um determi- o Sistema Nacional de Qualificações (SNQ) e as estruturas
nado percurso de formação, por forma a possibilitar a que asseguram o seu funcionamento.
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Artigo 2.º m) Promover a eficácia e eficiência do ensino e for-


Alteração ao Decreto-Lei n.º 396/2007, de 31 de dezembro
mação profissionais, nomeadamente através da anteci-
pação de necessidades de qualificação e de mecanismos
Os artigos 1.º, 2.º, 3.º, 5.º, 6.º, 7.º, 8.º, 9.º, 12.º, 14.º, 15.º, que concorrem para a garantia da qualidade;
16.º, 18.º, 19.º, 20.º e 21.º do Decreto-Lei n.º 396/2007, de n) [...]
29 de dezembro, passam a ter a seguinte redação: o) [...].

«Artigo 1.º 2 — [...].


[...]
Artigo 3.º
1 — O presente decreto-lei estabelece o regime ju-
Definições
rídico do Sistema Nacional de Qualificações (SNQ) e
define as estruturas que asseguram o seu funcionamento. [...]:
2 — [...]: a) ‘Aprendizagem’ o processo que se desenvolve ao
a) A Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino longo da vida mediante o qual se adquirem conhecimen-
Profissional, I. P. (ANQEP, I. P.), que coordena; tos, aptidões e atitudes, no âmbito do sistema educativo,
b) A Direção-Geral da Educação; de formação e dos contextos profissional e pessoal;
c) A Direção-Geral do Emprego e das Relações de b) [...]
Trabalho (DGERT); c) ‘Crédito de aprendizagem’ o conjunto de resul-
d) O Instituto do Emprego e da Formação tados de aprendizagem que foram avaliados e que po-
Profissional, I. P. (IEFP, I. P.); dem ser acumulados para obter uma qualificação ou ser
e) Os organismos e as estruturas com competências transferidos para outros programas de aprendizagem ou
no domínio do financiamento das políticas de educação qualificações;
e formação profissional; d) [Anterior alínea c).]
f) Os conselhos setoriais para a qualificação; e) [Anterior alínea d).]
g) Os centros especializados em qualificação de f) [Anterior alínea e).]
adultos; g) [Anterior alínea f).]
h) [Anterior alínea d).] h) [Anterior alínea g).]
i) [Anterior alínea e).] i) ‘Formação contínua certificada’ a formação con-
j) [Anterior alínea f).] tínua desenvolvida por entidade formadora certificada
k) [Anterior alínea g).] para o efeito ou por estabelecimento de ensino reco-
nhecido pelos ministérios competentes, sem prejuízo
3 — [...]. do disposto no n.º 3 do artigo 131.º da Lei n.º 7/2009,
4 — [...]. de 12 de fevereiro, na sua atual redação, para os efeitos
5 — O presente decreto-lei cria o Quadro Nacio- aí previstos;
nal de Qualificações (QNQ), o Catálogo Nacional de j) ‘Formação contínua de dupla certificação’ a for-
Qualificações (CNQ), o Sistema Nacional de Créditos mação contínua desenvolvida através da frequência
do Ensino e Formação Profissionais e o instrumento de quaisquer unidades de formação de curta duração
de orientação e registo individual de qualificações e integradas no CNQ e desenvolvida por entidade forma-
competências. dora certificada para o efeito ou por estabelecimento de
6 — [...]. ensino reconhecido pelos ministérios competentes;
k) [Anterior alínea j).]
Artigo 2.º l) [...]
m) [...]
[...] n) [Revogada];
1 — [...]: o) ‘Perfil profissional’ o conjunto de atividades as-
sociadas às qualificações, bem como os conhecimen-
a) [...] tos, aptidões e atitudes necessários para exercer essas
b) [...] atividades;
c) [...] p) ‘Pontos de crédito’ a expressão numérica do peso
d) [...] global dos resultados de aprendizagem associados a
e) Promover uma oferta formativa diversificada, no uma qualificação e do peso específico de cada unidade
contexto da promoção da aprendizagem ao longo da de qualificação;
vida, geradora de qualificações baseadas em compe- q) [Anterior alínea p).]
tências e resultados de aprendizagem; r) [Anterior alínea q).]
f) [...] s) [Anterior alínea r).]
g) [...] t) ‘Referencial de formação’ o conjunto da informa-
h) [...] ção que define os conteúdos e outros elementos rele-
i) [...] vantes para o desenvolvimento da formação, devendo
j) [...] adequar-se ao referencial de competências definido para
k) Promover a inclusão, por via das qualificações e a respetiva qualificação;
da aprendizagem ao longo da vida, das pessoas com u) ‘Resultados de aprendizagem’ o enunciado do que
deficiência ou incapacidade; um aprendente conhece, compreende e é capaz de fazer
l) [...] aquando da conclusão de um processo de aprendiza-
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gem, descrito em termos de conhecimentos, aptidões 9 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a
e atitudes; entidade formadora dispõe de um período de três meses,
v) ‘Unidade de competência’ a combinatória coerente após a data de publicação referida no n.º 7, para imple-
de resultados de aprendizagem, passível de avaliação e mentar as referidas atualizações nas ações de formação
validação autónoma; com início previsto após essa data.
w) ‘Unidade de formação de curta duração’ a unidade 10 — Para efeitos do disposto no n.º 8, todos os re-
de aprendizagem, passível de certificação autónoma ferenciais que integram uma qualificação objeto de
e de integração em um ou mais percursos formativos alteração devem ser revistos aquando da revisão dessa
referidos no CNQ, permitindo o desenvolvimento de qualificação.
competências certificadas; 11 — O CNQ é regulado por portaria dos membros
x) ‘Unidade de qualificação’ a unidade de formação do Governo responsáveis pelas áreas do ensino superior,
de curta duração e a unidade de competência que inte- da educação e da formação profissional.
gram uma qualificação.
Artigo 7.º
Artigo 5.º [...]
[...] 1 — [...].
1 — [...]. 2 — [...].
3 — [...].
2 — O QNQ visa integrar os subsistemas nacionais
4 — [...].
de qualificação e melhorar o acesso, a progressão e a 5 — Os modelos de diploma e certificado referidos
qualidade das qualificações em relação ao mercado de nos números anteriores são definidos por portaria dos
trabalho e à sociedade em geral. membros do Governo responsáveis pelas áreas da educa-
3 — [...]. ção e da formação profissional de acordo com o previsto,
4 — A estrutura referida no n.º 1 é regulada por respetivamente, nos artigos 9.º e 12.º e disponibilizados
portaria dos membros do Governo responsáveis pelas no Sistema Integrado de Informação e Gestão da Oferta
áreas do ensino superior, da educação e da formação Educativa e Formativa (SIGO).
profissional. 6 — [...].
7 — [...].
Artigo 6.º 8 — A conclusão com aproveitamento de uma ação
[...] de formação contínua realizada por entidade formadora
não certificada é comprovada por certificado emitido
1 — [...]. por esta, nomeadamente de acordo com o certificado
2 — O CNQ integra as qualificações baseadas em previsto no n.º 6, devendo essa formação ser registada
competências e resultados de aprendizagem, identi- no instrumento de orientação e registo individual de
ficando para cada uma os respetivos referenciais de qualificações e competências.
competências, de formação, bem como o nível de qua-
lificação de acordo com o QNQ e pontos de crédito. Artigo 8.º
3 — A formação de dupla certificação desenvolvida Instrumento de orientação e registo individual
com base nos referenciais de formação integrados no de qualificações e competências
CNQ é, na sua componente tecnológica e na componente
de formação de base, estruturada em unidades de com- 1 — O instrumento de orientação e registo indivi-
petência e/ou unidades de formação de curta duração, dual de qualificações e competências regista todas as
capitalizáveis e certificáveis autonomamente. qualificações e competências que um indivíduo adquire
4 — O CNQ é organizado de acordo com a Classi- ou desenvolve ao longo da vida, referidas no CNQ,
ficação Nacional das Áreas de Educação e Formação, bem como as restantes ações de formação concluídas,
aprovada por portaria dos membros do Governo res- distintas das que deram origem a qualificações e com-
petências registadas.
ponsáveis pelas áreas do ensino superior, da educação
2 — O instrumento de orientação e registo individual
e da formação profissional. de qualificações e competências identifica as competên-
5 — Compete à ANQEP, I. P., elaborar, avaliar e cias em falta para completar um determinado percurso de
atualizar em permanência o CNQ, mediante a inclusão, qualificação, de forma a facilitar a construção de trajetó-
exclusão ou alteração de qualificações, tendo em conta rias de formação mais adequadas às necessidades de cada
as necessidades atuais e emergentes das empresas, dos indivíduo, de entre as diferentes trajetórias possíveis.
setores económicos e dos indivíduos, em colaboração 3 — A definição da estrutura do instrumento de orien-
com os conselhos setoriais para a qualificação, nos ter- tação e registo individual de qualificações e competên-
mos do disposto no artigo 17.º cias é regulado por portaria dos membros do Governo
6 — [Revogado]. responsáveis pelas áreas da educação e da formação
7 — A atualização do CNQ referida no n.º 5 é pu- profissional.
blicada em separata do Boletim do Trabalho e Em-
prego, bem como publicitada no sítio na Internet da Artigo 9.º
ANQEP, I. P. [...]
8 — A inclusão, exclusão ou alteração de qualifi-
cações no CNQ entra imediatamente em vigor após a 1 — [...]:
publicação referida no número anterior, sem prejuízo a) [...]
das ações de formação que se encontrem em curso. b) [...]
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c) [...] Artigo 15.º


d) [...] Centros especializados em qualificação de adultos
e) [...]
f) Formações modulares certificadas inseridas no 1 — Os centros especializados em qualificação
CNQ, no quadro da formação contínua; de adultos asseguram a informação, a orientação e o
g) Cursos artísticos especializados orientados na du- encaminhamento de candidatos para modalidades de
pla perspetiva da inserção no mundo do trabalho e do formação, o reconhecimento e validação e certificação
prosseguimento de estudos. de competências para efeitos de posicionamento em
percursos de educação e formação, bem como o reco-
2 — [...]. nhecimento, validação e certificação das competências
3 — As modalidades de formação referidas nas adquiridas ao longo da vida.
alíneas a) a d) e f) do n.º 1 são reguladas por portaria 2 — Cabe à ANQEP, I. P., a autorização da criação de
dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da centros especializados em qualificação de adultos, tendo
educação e da formação profissional. nomeadamente em conta o grau de cobertura assegurada
4 — Podem ainda ser criadas outras modalidades pela rede de centros, em função das necessidades de
de formação de dupla certificação, nomeadamente de qualificação da população adulta.
âmbito setorial, reguladas por portaria dos membros 3 — Cabe ainda à ANQEP, I. P., a gestão da rede
do Governo responsáveis pelas áreas da educação e de centros especializados em qualificação de adul-
da formação profissional e, quando aplicável, do setor tos, regulando as condições do seu funcionamento,
respetivo. procedendo à sua avaliação e acompanhamento,
5 — [...]. com vista à manutenção de elevados padrões de
6 — [...]: qualidade.
4 — Os centros especializados em qualificação de
a) A formação-ação, dirigida a empresas e assente adultos são regulados por portaria dos membros do
na prestação de serviços integrados de formação e Governo responsáveis pelas áreas da educação e da
consultoria, regulada por portaria do membro do formação profissional, de acordo com o n.º 3 do ar-
Governo responsável pela área da formação profis- tigo 12.º
sional;
b) Ações de formação inicial e contínua, nomea- Artigo 16.º
damente as realizadas por empresas e inseridas em
processos de inovação, modernização e reconversão [...]
empresarial, bem como as dirigidas à modernização da 1 — Constituem a rede de entidades formadoras do
Administração Pública. SNQ os estabelecimentos de ensino básico e secun-
dário, os centros de formação profissional e de rea-
7 — [...]. bilitação profissional de gestão direta e protocolares
do IEFP, I. P., no âmbito dos ministérios responsáveis
Artigo 12.º pelas áreas da educação e da formação profissional,
as entidades formadoras integradas noutros ministé-
[...] rios ou noutras pessoas coletivas de direito público,
1 — [...]. bem como os estabelecimentos de ensino particular
2 — O processo de reconhecimento, validação e e cooperativo, as escolas profissionais, os centros
certificação de competências compete aos centros es- especializados em qualificação de adultos e as enti-
pecializados em qualificação de adultos. dades com estruturas formativas certificadas do setor
3 — O reconhecimento, validação e certificação de privado, sem prejuízo no disposto nos n.os 2, 3 e 4 do
competências é regulado por portaria dos membros do artigo 1.º
Governo responsáveis pelas áreas da educação e da 2 — A certificação das entidades formadoras é reali-
formação profissional. zada pelo serviço competente do ministério responsável
pela área da formação profissional envolvendo a parti-
Artigo 14.º cipação dos parceiros sociais e outras entidades repre-
sentativas do setor, nos termos de portaria dos membros
[...]
do Governo responsáveis pelas áreas da educação e da
1 — [...]. formação profissional.
2 — [...]. 3 — [...].
3 — A informação e orientação para a qualificação e
o emprego são desenvolvidas pelos serviços públicos de Artigo 18.º
emprego e formação, centros especializados em quali- [...]
ficação de adultos, serviços de psicologia e orientação
dos estabelecimentos de ensino e outras entidades que 1 — O SNQ é coordenado pelos membros do Go-
desenvolvam atividades de informação reconhecidas verno responsáveis pelas áreas da educação e da for-
pelo Estado. mação profissional.
4 — [...]. 2 — Os parceiros sociais intervêm na coordenação
5 — A informação e orientação para a qualificação do SNQ através da sua participação no conselho ge-
e o emprego são reguladas por portaria dos membros ral da ANQEP, I. P., no conselho de administração do
do Governo responsáveis pelas áreas da educação e da IEFP, I. P., e no conselho de acompanhamento da certi-
formação profissional. ficação das entidades formadoras da DGERT.
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Artigo 19.º garantia da qualidade em vigor, a regular por portaria


[...] dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da
educação e da formação profissional.»
1 — [...].
2 — Os serviços com competências na conceção das
políticas de educação e formação profissional promo- Artigo 4.º
vem a avaliação da execução das mesmas, designada- Normas transitórias
mente a avaliação global do SNQ.
3 — A participação dos parceiros sociais no âmbito 1 — O CNQ deve ser atualizado para integrar as alte-
da avaliação do SNQ decorre da sua intervenção nos rações decorrentes da introdução do Sistema Nacional de
conselhos referidos no n.º 2 do artigo anterior. Créditos do Ensino e Formação Profissionais.
Artigo 20.º 2 — O instrumento de orientação e registo individual de
qualificações e competências sucede à caderneta individual
[...] de competências.
1 — O SNQ deve promover a qualidade do ensino 3 — As referências em diplomas legais à caderneta
e formação profissionais, designadamente através do individual de competências devem ser entendidas como
CNQ, da adoção de sistemas de garantia da qualidade efetuadas ao instrumento de orientação e registo individual
alinhados com os princípios do Quadro de Referência
de qualificações e competências.
Europeu de Garantia da Qualidade para o Ensino e a
Formação Profissionais, da certificação das entidades
formadoras, da qualificação dos formadores e outros Artigo 5.º
técnicos de formação, bem como da avaliação periódica
Norma revogatória
dos seus resultados.
2 — [...]. São revogados:
Artigo 21.º a) O Decreto-Lei n.º 39/2006, de 20 de fevereiro;
[...]
b) A alínea n) do artigo 3.º, o n.º 6 do artigo 6.º e os
artigos 10.º, 23.º, 24.º e os n.os 1, 2, 3 e 5 do artigo 26.º do
1 — [...]. Decreto-Lei n.º 396/2007, de 31 de dezembro.
2 — [...].
3 — O financiamento público da formação profis-
sional inicial de jovens destina-se preferencialmente Artigo 6.º
às formações de dupla certificação. Republicação
4 — [...].
5 — [...]. 1 — É republicado, em anexo, ao presente decreto-lei,
6 — [...].» do qual faz parte integrante, o Decreto-Lei n.º 396/2007,
de 31 de dezembro, com a redação atual.
Artigo 3.º
2 — Para efeitos de republicação onde se lê «Sistema
Aditamento ao Decreto-Lei n.º 396/2007, de 31 de dezembro Nacional de Qualificações», «Agência Nacional para a
É aditado ao Decreto-Lei n.º 396/2007, de 31 de dezem- Qualificação, I. P.», «Quadro Nacional de Qualificações»,
bro, o artigo 6.º-A, com a seguinte redação: «Catálogo Nacional de Qualificações» e «portaria conjunta»
deve ler-se, respetivamente, «SNQ», «ANQEP, I. P.»,
«Artigo 6.º-A «QNQ», «CNQ» e «portaria».
Sistema Nacional de Créditos do Ensino
e Formação Profissionais
Artigo 7.º
1 — O Sistema Nacional de Créditos do Ensino
e Formação Profissionais concretiza-se na atribui- Entrada em vigor
ção de pontos de crédito às qualificações de dupla O presente decreto-lei entra em vigor no dia seguinte
certificação do QNQ, integradas no CNQ, nos ter- ao da sua publicação.
mos a regular por portaria dos membros do Governo
responsáveis pelas áreas da educação e da formação Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 22 de de-
profissional. zembro de 2016. — António Luís Santos da Costa — Ma-
2 — Para efeito do disposto no número anterior, é nuel Frederico Tojal de Valsassina Heitor — Tiago Bran-
permitida a acumulação e transferência de pontos de
crédito, em linha com os princípios do Sistema Europeu dão Rodrigues — José António Fonseca Vieira da Silva.
de Créditos para o Ensino e Formação Profissionais, Promulgado em 23 de janeiro de 2017.
favorecendo, nomeadamente, a mobilidade no espaço
europeu, nos termos a regular na portaria prevista no Publique-se.
número anterior.
3 — O Sistema Nacional de Créditos do Ensino e O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA.
Formação Profissionais aplica-se, ainda, a outra for- Referendado em 24 de janeiro de 2017.
mação certificada não integrada no CNQ, desde que
registada no SIGO, e desde que cumpra os critérios de O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa.
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ANEXO c) Garantir que os cursos profissionalizantes de jovens


confiram a dupla certificação, escolar e profissional;
(a que se refere o artigo 6.º) d) Estruturar uma oferta relevante de formação inicial
e contínua, ajustada às necessidades das empresas e do
Republicação do Decreto-Lei n.º 396/2007, mercado de trabalho, tendo por base as necessidades atuais
de 31 de dezembro
e emergentes das empresas e dos setores económicos;
e) Promover uma oferta formativa diversificada, no
CAPÍTULO I contexto da promoção da aprendizagem ao longo da vida,
geradora de qualificações baseadas em competências e
Disposições gerais resultados de aprendizagem;
f) Desenvolver as competências necessárias ao desen-
Artigo 1.º volvimento dos indivíduos, à promoção da coesão social
Objeto e âmbito e ao exercício dos direitos de cidadania;
g) Reforçar e consolidar o processo de reconhecimento,
1 — O presente decreto-lei estabelece o regime jurídico validação e certificação de competências;
do Sistema Nacional de Qualificações (SNQ) e define as h) Promover a efetividade do direito individual dos
estruturas que asseguram o seu funcionamento. trabalhadores à formação anual certificada;
2 — Integram o SNQ, nos termos da legislação especí- i) Promover a qualificação e integração socioprofissio-
fica que lhes é aplicável: nal de grupos com particulares dificuldades de inserção;
j) Promover a coerência, a transparência e a compara-
a) A Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino bilidade das qualificações a nível nacional e internacional;
Profissional, I. P. (ANQEP, I. P.), que coordena; k) Promover a inclusão, por via das qualificações e da
b) A Direção-Geral da Educação; aprendizagem ao longo da vida, das pessoas com deficiên-
c) A Direção-Geral do Emprego e das Relações de Tra- cia ou incapacidade;
balho (DGERT); l) Assegurar a informação e orientação escolar e pro-
d) O Instituto do Emprego e da Formação fissional e a articulação e gestão partilhada dos respetivos
Profissional, I. P. (IEFP, I. P.); recursos e instrumentos;
e) Os organismos e as estruturas com competências m) Promover a eficácia e eficiência do ensino e forma-
no domínio do financiamento das políticas de educação e ção profissionais, nomeadamente através da antecipação
formação profissional; de necessidades de qualificação e de mecanismos que
f) Os conselhos setoriais para a qualificação; concorrem para a garantia da qualidade;
g) Os centros especializados em qualificação de adultos; n) Garantir a gestão de financiamento público orientada
h) Os estabelecimentos de ensino básico e secundário; para as prioridades das políticas de educação e formação
i) Os centros de formação e reabilitação profissional de profissional;
gestão direta e protocolares; o) Contribuir para a igualdade de oportunidades no
j) Os polos de excelência que sejam criados a partir de acesso às profissões, bem como para a empregabilidade
operadores de formação que se distingam pela qualidade e para o empreendedorismo com superação das discrimi-
das suas intervenções formativas, designadamente a partir nações de género.
dos centros protocolares de formação profissional.
k) Outras entidades com estruturas formativas certifi- 2 — Os objetivos do SNQ são promovidos com a parti-
cadas. cipação dos parceiros sociais em vários níveis, nos termos
do presente decreto-lei.
3 — Integram ainda o SNQ, as empresas que promo-
vam a formação dos seus trabalhadores, bem como outras Artigo 3.º
entidades que concorram para o mesmo fim.
Definições
4 — As instituições do ensino superior integram tam-
bém o SNQ, nos termos da legislação específica que lhes Para efeitos do presente decreto-lei, entende-se por:
é aplicável.
a) «Aprendizagem» o processo que se desenvolve ao
5 — O presente decreto-lei cria o Quadro Nacional de
longo da vida mediante o qual se adquirem conhecimentos,
Qualificações (QNQ), o Catálogo Nacional de Qualifica-
aptidões e atitudes, no âmbito do sistema educativo, de
ções (CNQ), o Sistema Nacional de Créditos do Ensino
formação e dos contextos profissional e pessoal;
e Formação Profissionais e o instrumento de orientação e
b) «Competência» a capacidade reconhecida para mo-
registo individual de qualificações e competências.
bilizar os conhecimentos, as aptidões e as atitudes em
6 — O presente decreto-lei é aplicável em todo o ter-
contextos de trabalho, de desenvolvimento profissional,
ritório nacional.
de educação e de desenvolvimento pessoal;
c) «Crédito de aprendizagem» o conjunto de resultados
Artigo 2.º
de aprendizagem que foram avaliados e que podem ser
Objetivos acumulados para obter uma qualificação ou ser transferidos
para outros programas de aprendizagem ou qualificações;
1 — São objetivos do SNQ, nomeadamente:
d) «Dupla certificação» o reconhecimento de compe-
a) Promover a generalização do nível secundário como tências para exercer uma ou mais atividades profissionais
qualificação mínima da população; e de uma habilitação escolar, através de um diploma;
b) Elevar a formação de base da população ativa, pos- e) «Educação e formação profissional» ou «formação
sibilitando a sua progressão escolar e profissional; profissional» a formação com objetivo de dotar o indivíduo
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de competências com vista ao exercício de uma ou mais ao referencial de competências definido para a respetiva
atividades profissionais; qualificação;
f) «Entidade formadora certificada» a entidade com u) «Resultados de aprendizagem» o enunciado do que
personalidade jurídica, dotada de recursos e capacidade um aprendente conhece, compreende e é capaz de fazer
técnica e organizativa para desenvolver processos asso- aquando da conclusão de um processo de aprendizagem,
ciados à formação, objeto de avaliação e reconhecimento descrito em termos de conhecimentos, aptidões e atitudes;
oficiais de acordo com o referencial de qualidade estabe- v) «Unidade de competência» a combinatória coerente
lecido para o efeito; de resultados de aprendizagem, passível de avaliação e
g) «Formação certificada» a formação desenvolvida validação autónoma;
por entidade formadora certificada para o efeito ou por w) «Unidade de formação de curta duração» a unidade
estabelecimento de ensino reconhecido pelos ministérios de aprendizagem, passível de certificação autónoma e de
competentes; integração em um ou mais percursos formativos referidos
h) «Formação contínua» a atividade de educação e for- no CNQ, permitindo o desenvolvimento de competências
mação empreendida após a saída do sistema de ensino ou certificadas;
após o ingresso no mercado de trabalho, que permita ao x) «Unidade de qualificação» a unidade de formação de
indivíduo aprofundar competências profissionais e relacio- curta duração e a unidade de competência que integram
nais, tendo em vista o exercício de uma ou mais atividades uma qualificação.
profissionais, uma melhor adaptação às mutações tecnoló-
gicas e organizacionais e o reforço da sua empregabilidade;
i) «Formação contínua certificada» a formação contínua CAPÍTULO II
desenvolvida por entidade formadora certificada para o Qualificação, formação e reconhecimento
efeito ou por estabelecimento de ensino reconhecido pelos de competências
ministérios competentes, sem prejuízo do disposto no n.º 3
do artigo 131.º da Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, na Artigo 4.º
sua atual redação, para os efeitos aí previstos;
j) «Formação contínua de dupla certificação» a formação Qualificação
contínua desenvolvida através da frequência de quaisquer 1 — A qualificação pode ser obtida através de formação
unidades de formação de curta duração integradas no CNQ inserida no CNQ, desenvolvida no âmbito do sistema de
e desenvolvida por entidade formadora certificada para o educação e formação.
efeito ou por estabelecimento de ensino reconhecido pelos 2 — A qualificação pode resultar do reconhecimento,
ministérios competentes; validação e certificação de competências adquiridas nou-
k) «Formação inicial» a atividade de educação e forma- tras formações e noutros contextos da vida profissional
ção certificada que visa a aquisição de saberes, competên- e pessoal.
cias e capacidades indispensáveis para poder iniciar o exer- 3 — A qualificação pode ainda resultar do reconheci-
cício qualificado de uma ou mais atividades profissionais; mento de títulos adquiridos noutros países.
l) «Formação inicial de dupla certificação» a formação
inicial integrada no CNQ e desenvolvida por entidade Artigo 5.º
formadora certificada para o efeito ou por estabelecimento
Quadro Nacional de Qualificações
de ensino reconhecido pelos ministérios competentes;
m) «Modalidade de formação» a organização da forma- 1 — O QNQ define a estrutura de níveis de qualificação,
ção definida em função de características específicas, no- incluindo requisitos de acesso e a habilitação escolar a que
meadamente objetivos, destinatários, estrutura curricular, corresponde, tendo em conta o quadro europeu de quali-
metodologia e duração. ficações, com vista a permitir a comparação dos níveis de
n) [Revogada]; qualificação dos diferentes sistemas dos Estados-membros.
o) «Perfil profissional» o conjunto de atividades associa- 2 — O QNQ visa integrar os subsistemas nacionais de
das às qualificações, bem como os conhecimentos, aptidões qualificação e melhorar o acesso, a progressão e a quali-
e atitudes necessários para exercer essas atividades; dade das qualificações em relação ao mercado de trabalho
p) «Pontos de crédito» a expressão numérica do peso e à sociedade em geral.
global dos resultados de aprendizagem associados a uma 3 — De acordo com o disposto no n.º 1, são adotados
qualificação e do peso específico de cada unidade de qua- os princípios do quadro europeu de qualificações no que
lificação; diz respeito à descrição das qualificações nacionais em
q) «Qualificação» o resultado formal de um processo de termos de resultados de aprendizagem, de acordo com os
avaliação e validação comprovado por um órgão compe- descritores associados a cada nível de qualificação.
tente, reconhecendo que um indivíduo adquiriu competên- 4 — A estrutura referida no n.º 1 é regulada por portaria
cias, em conformidade com os referenciais estabelecidos; dos membros do Governo responsáveis pelas áreas do
r) «Reconhecimento, validação e certificação de com- ensino superior, da educação e da formação profissional.
petências» o processo que permite a indivíduo com, pelo
menos, 18 anos de idade o reconhecimento, a validação e Artigo 6.º
a certificação de competências adquiridas e desenvolvidas
Catálogo Nacional de Qualificações
ao longo da vida;
s) «Referencial de competências» o conjunto de compe- 1 — O CNQ é um instrumento dinâmico, de gestão
tências exigidas para a obtenção de uma qualificação; estratégica das qualificações de nível não superior, essen-
t) «Referencial de formação» o conjunto da informação ciais para a competitividade e modernização das empresas
que define os conteúdos e outros elementos relevantes e do tecido produtivo e para o desenvolvimento pessoal e
para o desenvolvimento da formação, devendo adequar-se social do indivíduo.
Diário da República, 1.ª série — N.º 19 — 26 de janeiro de 2017 515

2 — O CNQ integra as qualificações baseadas em com- Artigo 7.º


petências e resultados de aprendizagem, identificando para Diplomas e certificados
cada uma os respetivos referenciais de competências, de
formação, bem como o nível de qualificação de acordo 1 — A obtenção de uma qualificação prevista no CNQ
com o QNQ e pontos de crédito. é comprovada por diploma de qualificação.
3 — A formação de dupla certificação desenvolvida com 2 — O diploma de qualificação deve referenciar o nível
base nos referenciais de formação integrados no CNQ é, de qualificação correspondente, de acordo com o QNQ e,
na sua componente tecnológica e na componente de for- quando aplicável, a atividade profissional para a qual foi
mação de base, estruturada em unidades de competência obtida qualificação, de acordo com o CNQ.
e/ou unidades de formação de curta duração, capitalizáveis 3 — A conclusão com aproveitamento de uma ou
e certificáveis autonomamente. mais unidades de formação desenvolvidas com base
4 — O CNQ é organizado de acordo com a Classificação nos referenciais do CNQ, que não permita de imediato
Nacional das Áreas de Educação e Formação, aprovada por a obtenção de qualificação ou a conclusão de um pro-
portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas cesso de reconhecimento, validação e certificação de
do ensino superior, da educação e da formação profissional. competências, é comprovada por um certificado de
5 — Compete à ANQEP, I. P., elaborar, avaliar e qualificações.
atualizar em permanência o CNQ, mediante a inclusão, 4 — O certificado referido no número anterior é também
exclusão ou alteração de qualificações, tendo em conta emitido no caso da obtenção de uma qualificação prevista
as necessidades atuais e emergentes das empresas, dos no CNQ.
setores económicos e dos indivíduos, em colaboração com 5 — Os modelos de diploma e certificado referidos
os conselhos setoriais para a qualificação, nos termos do nos números anteriores são definidos por portaria dos
disposto no artigo 17.º membros do Governo responsáveis pelas áreas da educa-
6 — [Revogado]. ção e da formação profissional de acordo com o previsto,
7 — A atualização do CNQ referida no n.º 5 é publicada respetivamente, nos artigos 9.º e 12.º e disponibilizados
em separata do Boletim do Trabalho e Emprego, bem como no Sistema Integrado de Informação e Gestão da Oferta
publicitada no sítio na Internet da ANQEP, I. P. Educativa e Formativa (SIGO).
8 — A inclusão, exclusão ou alteração de qualificações 6 — A conclusão com aproveitamento de uma ação de
no CNQ entra imediatamente em vigor após a publicação formação certificada não inserida no CNQ é comprovada
referida no número anterior, sem prejuízo das ações de por certificado de formação profissional, regulado por
formação que se encontrem em curso. portaria do membro do Governo responsável pela área da
9 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a formação profissional.
entidade formadora dispõe de um período de três meses,
7 — Os diplomas e certificados referidos nos números
após a data de publicação referida no n.º 7, para imple-
anteriores são emitidos pelas entidades que integram a rede
mentar as referidas atualizações nas ações de formação
de entidades formadoras do SNQ.
com início previsto após essa data.
10 — Para efeitos do disposto no n.º 8, todos os refe- 8 — A conclusão com aproveitamento de uma ação
renciais que integram uma qualificação objeto de alteração de formação contínua realizada por entidade formadora
devem ser revistos aquando da revisão dessa qualificação. não certificada é comprovada por certificado emitido por
11 — O CNQ é regulado por portaria dos membros do esta, nomeadamente de acordo com o certificado previsto
Governo responsáveis pelas áreas do ensino superior, da no n.º 6, devendo essa formação ser registada no instru-
educação e da formação profissional. mento de orientação e registo individual de qualificações
e competências.
Artigo 6.º-A
Artigo 8.º
Sistema Nacional de Créditos do Ensino
e Formação Profissionais Instrumento de orientação e registo individual
de qualificações e competências
1 — O Sistema Nacional de Créditos do Ensino e For-
mação Profissionais concretiza-se na atribuição de pontos 1 — O instrumento de orientação e registo individual
de crédito às qualificações de dupla certificação do QNQ, de qualificações e competências regista todas as quali-
integradas no CNQ, nos termos a regular por portaria dos ficações e competências que um indivíduo adquire ou
membros do Governo responsáveis pelas áreas da educação desenvolve ao longo da vida, referidas no CNQ, bem
e da formação profissional. como as restantes ações de formação concluídas, distintas
2 — Para efeito do disposto no número anterior, é per- das que deram origem a qualificações e competências
mitida a acumulação e transferência de pontos de crédito, registadas.
em linha com os princípios do Sistema Europeu de Créditos 2 — O instrumento de orientação e registo individual
para o Ensino e Formação Profissionais, favorecendo, no- de qualificações e competências identifica as competên-
meadamente, a mobilidade no espaço europeu, nos termos cias em falta para completar um determinado percurso
a regular na portaria prevista no número anterior. de qualificação, de forma a facilitar a construção de
3 — O Sistema Nacional de Créditos do Ensino e For- trajetórias de formação mais adequadas às necessida-
mação Profissionais aplica-se, ainda, a outra formação des de cada indivíduo, de entre as diferentes trajetórias
certificada não integrada no CNQ, desde que registada possíveis.
no SIGO, e desde que cumpra os critérios de garantia da 3 — A definição da estrutura do instrumento de orienta-
qualidade em vigor, a regular por portaria dos membros ção e registo individual de qualificações e competências é
do Governo responsáveis pelas áreas da educação e da regulado por portaria dos membros do Governo responsá-
formação profissional. veis pelas áreas da educação e da formação profissional.
516 Diário da República, 1.ª série — N.º 19 — 26 de janeiro de 2017

Artigo 9.º dupla certificação no âmbito do processo de reconheci-


Modalidades de formação
mento, validação e certificação de competências.

1 — Constituem modalidades de formação de dupla Artigo 10.º


certificação, em função do perfil e condições de acesso
Referenciais de formação
de cada indivíduo, as seguintes:
[Revogado].
a) Cursos profissionais, entendendo-se como tais os
cursos de nível secundário de educação, vocacionados para
Artigo 11.º
a formação inicial de jovens, privilegiando a sua inserção
na vida ativa e permitindo o prosseguimento de estudos; Rede de oferta formativa
b) Cursos de aprendizagem, entendendo-se como tais
1 — Compete à ANQEP, I. P., definir e publicitar os
os cursos de formação profissional inicial de jovens, em
critérios de ordenamento da rede de oferta de formação
alternância, privilegiando a sua inserção na vida ativa e
inicial a aplicar pelas entidades competentes pela promoção
permitindo o prosseguimento de estudos;
e apreciação de cursos e em articulação com estas.
c) Cursos de educação e formação para jovens,
2 — As ações de formação a desenvolver no âmbito do
entendendo-se como tais os cursos de formação profissio-
CNQ são inscritas no SIGO.
nal inicial para jovens que abandonaram ou estão em risco
de abandonar o sistema regular de ensino, privilegiando a
Artigo 12.º
sua inserção na vida ativa e permitindo o prosseguimento
de estudos; Reconhecimento, validação e certificação de competências
d) Cursos de educação e formação para adultos,
1 — A qualificação pode ser obtida através do reconhe-
entendendo-se como tais os cursos que se destinam a in-
cimento, validação e certificação de competências adqui-
divíduos com idade igual ou superior a 18 anos, não qua-
ridas e desenvolvidas ao longo da vida.
lificados ou sem qualificação adequada, para efeitos de
2 — O processo de reconhecimento, validação e certifi-
inserção, reinserção e progressão no mercado de trabalho e
cação de competências compete aos centros especializados
que não tenham concluído o ensino básico ou o secundário;
em qualificação de adultos.
e) Cursos de especialização tecnológica, entendendo-se
3 — O reconhecimento, validação e certificação de
como tais os cursos de nível pós-secundário não superior
competências é regulado por portaria dos membros do
que visam conferir uma qualificação com base em forma-
Governo responsáveis pelas áreas da educação e da for-
ção técnica especializada;
mação profissional.
f) Formações modulares certificadas inseridas no CNQ,
no quadro da formação contínua;
Artigo 13.º
g) Cursos artísticos especializados orientados na dupla
perspetiva da inserção no mundo do trabalho e do prosse- Reconhecimento das qualificações adquiridas noutros países
guimento de estudos.
1 — A qualificação pode ser obtida através do reconhe-
cimento de títulos adquiridos noutros países, nos termos
2 — As modalidades referidas no número anterior
de legislação especial.
aplicam-se, com as devidas adaptações, a grupos com
2 — O reconhecimento de títulos, quando não abrangido
particulares dificuldades de inserção e no respeito pela
pela legislação especial referida no número anterior, é da
igualdade de género.
competência da ANQEP, I. P.
3 — As modalidades de formação referidas nas alí-
neas a) a d) e f) do n.º 1 são reguladas por portaria dos
Artigo 14.º
membros do Governo responsáveis pelas áreas da educação
e da formação profissional. Informação e orientação para a qualificação e o emprego
4 — Podem ainda ser criadas outras modalidades de 1 — A informação e a orientação para a qualificação
formação de dupla certificação, nomeadamente de âmbito e o emprego visam facilitar a articulação entre a orien-
setorial, reguladas por portaria dos membros do Governo tação escolar e profissional, a inserção em percursos de
responsáveis pelas áreas da educação e da formação pro- aprendizagem e de trabalho e contribuir para aumentar a
fissional e, quando aplicável, do setor respetivo. eficiência do investimento em educação e formação pro-
5 — A modalidade referida na alínea e) do n.º 1 é regu- fissional, respondendo às expectativas e necessidades de
lada por diploma próprio.
desenvolvimento dos indivíduos e das empresas.
6 — Constituem também modalidades de formação:
2 — No âmbito da informação e orientação para a qua-
a) A formação-ação, dirigida a empresas e assente na lificação e o emprego deve ser disponibilizada informação
prestação de serviços integrados de formação e consultoria, específica relevante para a decisão por parte das organi-
regulada por portaria do membro do Governo responsável zações e dos indivíduos, no que respeita à satisfação das
pela área da formação profissional; suas necessidades, nomeadamente informação sobre oferta
b) Ações de formação inicial e contínua, nomeadamente de formação profissional e de emprego.
as realizadas por empresas e inseridas em processos de ino- 3 — A informação e orientação para a qualificação e o
vação, modernização e reconversão empresarial, bem como emprego são desenvolvidas pelos serviços públicos de em-
as dirigidas à modernização da Administração Pública. prego e formação, centros especializados em qualificação
de adultos, serviços de psicologia e orientação dos estabe-
7 — As competências adquiridas através das modalida- lecimentos de ensino e outras entidades que desenvolvam
des de formação referidas no número anterior podem ter atividades de informação reconhecidas pelo Estado.
Diário da República, 1.ª série — N.º 19 — 26 de janeiro de 2017 517

4 — No âmbito da informação e orientação para a quali- 3 — A certificação está sujeita a taxas nos termos de
ficação e o emprego, compete à ANQEP, I. P., promover a portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas
partilha de instrumentos técnicos produzidos no âmbito das das finanças e da formação profissional.
atividades de informação e orientação para a qualificação
e o emprego, dinamizar ações de formação conjuntas para Artigo 17.º
os profissionais de orientação, bem como proporcionar a Conselhos setoriais para a qualificação
divulgação de diagnósticos de base territorial e setorial de
suporte a estas atividades. 1 — Os conselhos setoriais para a qualificação iden-
5 — A informação e orientação para a qualificação e tificam em permanência as necessidades de atualização
o emprego são reguladas por portaria dos membros do do CNQ e colaboram com a ANQEP, I. P., nos trabalhos
Governo responsáveis pelas áreas da educação e da for- conducentes a essa atualização.
mação profissional. 2 — Os conselhos setoriais para a qualificação inte-
gram, entre outros, especialistas indicados pelo ministério
que tutele o respetivo setor de atividade, por associações
CAPÍTULO III sindicais e associações de empregadores representativas
Estruturas do Sistema Nacional de Qualificações dos correspondentes setores de atividade, empresas de
referência, entidades formadoras com maior especialização
setorial ou regional e peritos independentes, não devendo
Artigo 15.º
em princípio exceder os 10 membros.
Centros especializados em qualificação de adultos 3 — Os conselhos setoriais para a qualificação são cons-
tituídos e regulamentados por despacho do presidente da
1 — Os centros especializados em qualificação de adul-
ANQEP, I. P., e presididos por um representante desta
tos asseguram a informação, a orientação e o encaminha-
entidade, que tem voto de qualidade.
mento de candidatos para modalidades de formação, o
reconhecimento e validação e certificação de competências
Artigo 18.º
para efeitos de posicionamento em percursos de educação
e formação, bem como o reconhecimento, validação e Coordenação do Sistema Nacional de Qualificações
certificação das competências adquiridas ao longo da vida. 1 — O SNQ é coordenado pelos membros do Governo
2 — Cabe à ANQEP, I. P., a autorização da criação de responsáveis pelas áreas da educação e da formação pro-
centros especializados em qualificação de adultos, tendo fissional.
nomeadamente em conta o grau de cobertura assegurada 2 — Os parceiros sociais intervêm na coordenação do
pela rede de centros, em função das necessidades de qua- SNQ através da sua participação no conselho geral da
lificação da população adulta. ANQEP, I. P., no conselho de administração do IEFP, I. P.,
3 — Cabe ainda à ANQEP, I. P., a gestão da rede de e no conselho de acompanhamento da certificação das
centros especializados em qualificação de adultos, regu- entidades formadoras da DGERT.
lando as condições do seu funcionamento, procedendo à
sua avaliação e acompanhamento, com vista à manutenção
de elevados padrões de qualidade. CAPÍTULO IV
4 — Os centros especializados em qualificação de adul-
Qualidade
tos são regulados por portaria dos membros do Governo
responsáveis pelas áreas da educação e da formação pro-
Artigo 19.º
fissional, de acordo com o n.º 3 do artigo 12.º
Acompanhamento e avaliação
Artigo 16.º 1 — Os serviços responsáveis pela execução das po-
Entidades formadoras líticas de educação e formação profissional procedem ao
acompanhamento das mesmas, nomeadamente, recolhendo
1 — Constituem a rede de entidades formadoras do SNQ informação relevante para a sua avaliação.
os estabelecimentos de ensino básico e secundário, os cen- 2 — Os serviços com competências na conceção das
tros de formação profissional e de reabilitação profissional políticas de educação e formação profissional promovem
de gestão direta e protocolares do IEFP, I. P., no âmbito a avaliação da execução das mesmas, designadamente a
dos ministérios responsáveis pelas áreas da educação e da avaliação global do SNQ.
formação profissional, as entidades formadoras integradas 3 — A participação dos parceiros sociais no âmbito da
noutros ministérios ou noutras pessoas coletivas de direito avaliação do SNQ decorre da sua intervenção nos conse-
público, bem como os estabelecimentos de ensino parti- lhos referidos no n.º 2 do artigo anterior.
cular e cooperativo, as escolas profissionais, os centros
especializados em qualificação de adultos e as entidades Artigo 20.º
com estruturas formativas certificadas do setor privado,
sem prejuízo no disposto nos n.os 2, 3 e 4 do artigo 1.º Princípios para a qualidade do Sistema
Nacional de Qualificações
2 — A certificação das entidades formadoras é realizada
pelo serviço competente do ministério responsável pela 1 — O SNQ deve promover a qualidade do ensino e for-
área da formação profissional envolvendo a participação mação profissionais, designadamente através do CNQ, da
dos parceiros sociais e outras entidades representativas adoção de sistemas de garantia da qualidade alinhados com
do setor, nos termos de portaria dos membros do Governo os princípios do Quadro de Referência Europeu de Garantia
responsáveis pelas áreas da educação e da formação pro- da Qualidade para o Ensino e a Formação Profissionais,
fissional. da certificação das entidades formadoras, da qualificação
518 Diário da República, 1.ª série — N.º 19 — 26 de janeiro de 2017

dos formadores e outros técnicos de formação, bem como Artigo 24.º


da avaliação periódica dos seus resultados. Alteração do Decreto-Lei n.º 6/2001, de 18 de janeiro
2 — Concorrem também para a qualidade do SNQ a
informação e orientação escolar e profissional, bem como [Revogado].
o financiamento público da formação profissional.
Artigo 25.º
Norma revogatória
CAPÍTULO V
1 — São revogados os Decretos-Leis n.os 401/91 e
Disposições finais e transitórias 405/91, ambos de 16 de outubro, e o Decreto-Lei n.º 205/96,
de 25 de outubro, este último a partir da entrada em vigor da
Artigo 21.º portaria que regula esta modalidade de formação referida
Prioridades e outras situações de financiamento da formação nos termos no n.º 3 do artigo 9.º
2 — É revogado o Decreto-Lei n.º 59/92, de 13 de abril,
1 — O financiamento público de qualquer modalidade com efeitos a partir da entrada em vigor da portaria que regule
de formação profissional privilegia ações que correspon- a informação e orientação para a qualificação e o emprego
dam a referenciais de formação previstos no CNQ, e tem em matéria de educação, formação profissional e emprego.
em conta a adequação da oferta formativa às necessidades 3 — É revogado o Decreto Regulamentar n.º 35/2002,
de qualificação ao nível setorial e territorial. de 23 de abril, com efeito a partir da entrada em vigor da
2 — Sem prejuízo do número anterior, o financiamento portaria que aprove o modelo de certificado de formação
público privilegia ainda: profissional.
a) Ações de formação-ação, enquanto instrumentos Artigo 26.º
privilegiados de formação em micro, pequenas e médias Normas transitórias
empresas, a serem implementadas prioritariamente por
entidades formadoras com estreita ligação a essas empresas 1 — [Revogado].
e trabalhadores; 2 — [Revogado].
b) Ações de formação contínua para empresas que se 3 — [Revogado].
encontram em processos de inovação, modernização e 4 — Mantêm-se válidos os certificados de formação
reconversão empresarial, nomeadamente para as micro, profissional emitidos ao abrigo de legislação específica
pequenas e médias empresas. revogada pelo presente decreto-lei.
5 — [Revogado].
3 — O financiamento público da formação profissional
inicial de jovens destina-se preferencialmente às formações
de dupla certificação. SAÚDE
4 — O financiamento público à formação profissio-
nal tem em consideração a avaliação dos resultados da
mesma, nomeadamente através de critérios de seletivi- Portaria n.º 38/2017
dade de entidades formadoras em função da qualidade de 26 de janeiro
e da eficácia da formação ministrada, nos termos de
legislação especial. O XXI Governo Constitucional, no seu programa para a
5 — Tem prioridade o financiamento público da saúde, estabelece como prioridade defender o Serviço Na-
procura individual de formação profissional inserida cional de Saúde (SNS) e promover a saúde dos Portugueses.
no CNQ, designadamente a mediada por processos de A hidradenite supurativa (hidrosadenite supurativa ou
reconhecimento, validação e certificação de compe- acne inversa) é uma doença inflamatória cutânea, crónica,
tências e a que contribua para a efetivação do direito caracterizada pelo aparecimento de áreas inflamadas de
individual à formação não realizada por iniciativa do lesões dolorosas, nódulos inflamatórios, abcessos ou fu-
empregador. rúnculos que surgem normalmente no local onde se en-
6 — O financiamento público referido no número an- contram determinadas glândulas sudoríparas (denominadas
terior pode ser concedido através de cheque-formação, glândulas apócrinas).
regulado por portaria do membro do Governo responsável Através da presente Portaria, o Governo garante o acesso
pela área da formação profissional. aos doentes com hidradenite supurativa (hidrosadenite
supurativa ou acne inversa), a medicamentos que visam
melhorar a sua qualidade de vida e integração social, con-
Artigo 22.º siderando existir interesse público na atribuição da com-
Regiões Autónomas participação a 100 % a esses medicamentos.
Assim:
Na aplicação do presente decreto-lei às Regiões Autóno- Ao abrigo do disposto no artigo 22.º do Decreto-Lei
mas são tidas em conta as competências legais atribuídas n.º 97/2015, de 1 de junho, manda o Governo, pelo Se-
aos respetivos órgãos e serviços, devendo aquelas criar as cretário de Estado da Saúde, o seguinte:
condições necessárias para a sua execução.
Artigo 1.º
Artigo 23.º
Medicamentos abrangidos
Alteração do Decreto-Lei n.º 39/2006, de 20 de fevereiro
Os medicamentos destinados ao tratamento de doentes
[Revogado]. com hidradenite supurativa (hidrosadenite supurativa ou

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