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º 19 — 26 de janeiro de 2017
gem, descrito em termos de conhecimentos, aptidões 9 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a
e atitudes; entidade formadora dispõe de um período de três meses,
v) ‘Unidade de competência’ a combinatória coerente após a data de publicação referida no n.º 7, para imple-
de resultados de aprendizagem, passível de avaliação e mentar as referidas atualizações nas ações de formação
validação autónoma; com início previsto após essa data.
w) ‘Unidade de formação de curta duração’ a unidade 10 — Para efeitos do disposto no n.º 8, todos os re-
de aprendizagem, passível de certificação autónoma ferenciais que integram uma qualificação objeto de
e de integração em um ou mais percursos formativos alteração devem ser revistos aquando da revisão dessa
referidos no CNQ, permitindo o desenvolvimento de qualificação.
competências certificadas; 11 — O CNQ é regulado por portaria dos membros
x) ‘Unidade de qualificação’ a unidade de formação do Governo responsáveis pelas áreas do ensino superior,
de curta duração e a unidade de competência que inte- da educação e da formação profissional.
gram uma qualificação.
Artigo 7.º
Artigo 5.º [...]
[...] 1 — [...].
1 — [...]. 2 — [...].
3 — [...].
2 — O QNQ visa integrar os subsistemas nacionais
4 — [...].
de qualificação e melhorar o acesso, a progressão e a 5 — Os modelos de diploma e certificado referidos
qualidade das qualificações em relação ao mercado de nos números anteriores são definidos por portaria dos
trabalho e à sociedade em geral. membros do Governo responsáveis pelas áreas da educa-
3 — [...]. ção e da formação profissional de acordo com o previsto,
4 — A estrutura referida no n.º 1 é regulada por respetivamente, nos artigos 9.º e 12.º e disponibilizados
portaria dos membros do Governo responsáveis pelas no Sistema Integrado de Informação e Gestão da Oferta
áreas do ensino superior, da educação e da formação Educativa e Formativa (SIGO).
profissional. 6 — [...].
7 — [...].
Artigo 6.º 8 — A conclusão com aproveitamento de uma ação
[...] de formação contínua realizada por entidade formadora
não certificada é comprovada por certificado emitido
1 — [...]. por esta, nomeadamente de acordo com o certificado
2 — O CNQ integra as qualificações baseadas em previsto no n.º 6, devendo essa formação ser registada
competências e resultados de aprendizagem, identi- no instrumento de orientação e registo individual de
ficando para cada uma os respetivos referenciais de qualificações e competências.
competências, de formação, bem como o nível de qua-
lificação de acordo com o QNQ e pontos de crédito. Artigo 8.º
3 — A formação de dupla certificação desenvolvida Instrumento de orientação e registo individual
com base nos referenciais de formação integrados no de qualificações e competências
CNQ é, na sua componente tecnológica e na componente
de formação de base, estruturada em unidades de com- 1 — O instrumento de orientação e registo indivi-
petência e/ou unidades de formação de curta duração, dual de qualificações e competências regista todas as
capitalizáveis e certificáveis autonomamente. qualificações e competências que um indivíduo adquire
4 — O CNQ é organizado de acordo com a Classi- ou desenvolve ao longo da vida, referidas no CNQ,
ficação Nacional das Áreas de Educação e Formação, bem como as restantes ações de formação concluídas,
aprovada por portaria dos membros do Governo res- distintas das que deram origem a qualificações e com-
petências registadas.
ponsáveis pelas áreas do ensino superior, da educação
2 — O instrumento de orientação e registo individual
e da formação profissional. de qualificações e competências identifica as competên-
5 — Compete à ANQEP, I. P., elaborar, avaliar e cias em falta para completar um determinado percurso de
atualizar em permanência o CNQ, mediante a inclusão, qualificação, de forma a facilitar a construção de trajetó-
exclusão ou alteração de qualificações, tendo em conta rias de formação mais adequadas às necessidades de cada
as necessidades atuais e emergentes das empresas, dos indivíduo, de entre as diferentes trajetórias possíveis.
setores económicos e dos indivíduos, em colaboração 3 — A definição da estrutura do instrumento de orien-
com os conselhos setoriais para a qualificação, nos ter- tação e registo individual de qualificações e competên-
mos do disposto no artigo 17.º cias é regulado por portaria dos membros do Governo
6 — [Revogado]. responsáveis pelas áreas da educação e da formação
7 — A atualização do CNQ referida no n.º 5 é pu- profissional.
blicada em separata do Boletim do Trabalho e Em-
prego, bem como publicitada no sítio na Internet da Artigo 9.º
ANQEP, I. P. [...]
8 — A inclusão, exclusão ou alteração de qualifi-
cações no CNQ entra imediatamente em vigor após a 1 — [...]:
publicação referida no número anterior, sem prejuízo a) [...]
das ações de formação que se encontrem em curso. b) [...]
Diário da República, 1.ª série — N.º 19 — 26 de janeiro de 2017 511
de competências com vista ao exercício de uma ou mais ao referencial de competências definido para a respetiva
atividades profissionais; qualificação;
f) «Entidade formadora certificada» a entidade com u) «Resultados de aprendizagem» o enunciado do que
personalidade jurídica, dotada de recursos e capacidade um aprendente conhece, compreende e é capaz de fazer
técnica e organizativa para desenvolver processos asso- aquando da conclusão de um processo de aprendizagem,
ciados à formação, objeto de avaliação e reconhecimento descrito em termos de conhecimentos, aptidões e atitudes;
oficiais de acordo com o referencial de qualidade estabe- v) «Unidade de competência» a combinatória coerente
lecido para o efeito; de resultados de aprendizagem, passível de avaliação e
g) «Formação certificada» a formação desenvolvida validação autónoma;
por entidade formadora certificada para o efeito ou por w) «Unidade de formação de curta duração» a unidade
estabelecimento de ensino reconhecido pelos ministérios de aprendizagem, passível de certificação autónoma e de
competentes; integração em um ou mais percursos formativos referidos
h) «Formação contínua» a atividade de educação e for- no CNQ, permitindo o desenvolvimento de competências
mação empreendida após a saída do sistema de ensino ou certificadas;
após o ingresso no mercado de trabalho, que permita ao x) «Unidade de qualificação» a unidade de formação de
indivíduo aprofundar competências profissionais e relacio- curta duração e a unidade de competência que integram
nais, tendo em vista o exercício de uma ou mais atividades uma qualificação.
profissionais, uma melhor adaptação às mutações tecnoló-
gicas e organizacionais e o reforço da sua empregabilidade;
i) «Formação contínua certificada» a formação contínua CAPÍTULO II
desenvolvida por entidade formadora certificada para o Qualificação, formação e reconhecimento
efeito ou por estabelecimento de ensino reconhecido pelos de competências
ministérios competentes, sem prejuízo do disposto no n.º 3
do artigo 131.º da Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, na Artigo 4.º
sua atual redação, para os efeitos aí previstos;
j) «Formação contínua de dupla certificação» a formação Qualificação
contínua desenvolvida através da frequência de quaisquer 1 — A qualificação pode ser obtida através de formação
unidades de formação de curta duração integradas no CNQ inserida no CNQ, desenvolvida no âmbito do sistema de
e desenvolvida por entidade formadora certificada para o educação e formação.
efeito ou por estabelecimento de ensino reconhecido pelos 2 — A qualificação pode resultar do reconhecimento,
ministérios competentes; validação e certificação de competências adquiridas nou-
k) «Formação inicial» a atividade de educação e forma- tras formações e noutros contextos da vida profissional
ção certificada que visa a aquisição de saberes, competên- e pessoal.
cias e capacidades indispensáveis para poder iniciar o exer- 3 — A qualificação pode ainda resultar do reconheci-
cício qualificado de uma ou mais atividades profissionais; mento de títulos adquiridos noutros países.
l) «Formação inicial de dupla certificação» a formação
inicial integrada no CNQ e desenvolvida por entidade Artigo 5.º
formadora certificada para o efeito ou por estabelecimento
Quadro Nacional de Qualificações
de ensino reconhecido pelos ministérios competentes;
m) «Modalidade de formação» a organização da forma- 1 — O QNQ define a estrutura de níveis de qualificação,
ção definida em função de características específicas, no- incluindo requisitos de acesso e a habilitação escolar a que
meadamente objetivos, destinatários, estrutura curricular, corresponde, tendo em conta o quadro europeu de quali-
metodologia e duração. ficações, com vista a permitir a comparação dos níveis de
n) [Revogada]; qualificação dos diferentes sistemas dos Estados-membros.
o) «Perfil profissional» o conjunto de atividades associa- 2 — O QNQ visa integrar os subsistemas nacionais de
das às qualificações, bem como os conhecimentos, aptidões qualificação e melhorar o acesso, a progressão e a quali-
e atitudes necessários para exercer essas atividades; dade das qualificações em relação ao mercado de trabalho
p) «Pontos de crédito» a expressão numérica do peso e à sociedade em geral.
global dos resultados de aprendizagem associados a uma 3 — De acordo com o disposto no n.º 1, são adotados
qualificação e do peso específico de cada unidade de qua- os princípios do quadro europeu de qualificações no que
lificação; diz respeito à descrição das qualificações nacionais em
q) «Qualificação» o resultado formal de um processo de termos de resultados de aprendizagem, de acordo com os
avaliação e validação comprovado por um órgão compe- descritores associados a cada nível de qualificação.
tente, reconhecendo que um indivíduo adquiriu competên- 4 — A estrutura referida no n.º 1 é regulada por portaria
cias, em conformidade com os referenciais estabelecidos; dos membros do Governo responsáveis pelas áreas do
r) «Reconhecimento, validação e certificação de com- ensino superior, da educação e da formação profissional.
petências» o processo que permite a indivíduo com, pelo
menos, 18 anos de idade o reconhecimento, a validação e Artigo 6.º
a certificação de competências adquiridas e desenvolvidas
Catálogo Nacional de Qualificações
ao longo da vida;
s) «Referencial de competências» o conjunto de compe- 1 — O CNQ é um instrumento dinâmico, de gestão
tências exigidas para a obtenção de uma qualificação; estratégica das qualificações de nível não superior, essen-
t) «Referencial de formação» o conjunto da informação ciais para a competitividade e modernização das empresas
que define os conteúdos e outros elementos relevantes e do tecido produtivo e para o desenvolvimento pessoal e
para o desenvolvimento da formação, devendo adequar-se social do indivíduo.
Diário da República, 1.ª série — N.º 19 — 26 de janeiro de 2017 515
4 — No âmbito da informação e orientação para a quali- 3 — A certificação está sujeita a taxas nos termos de
ficação e o emprego, compete à ANQEP, I. P., promover a portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas
partilha de instrumentos técnicos produzidos no âmbito das das finanças e da formação profissional.
atividades de informação e orientação para a qualificação
e o emprego, dinamizar ações de formação conjuntas para Artigo 17.º
os profissionais de orientação, bem como proporcionar a Conselhos setoriais para a qualificação
divulgação de diagnósticos de base territorial e setorial de
suporte a estas atividades. 1 — Os conselhos setoriais para a qualificação iden-
5 — A informação e orientação para a qualificação e tificam em permanência as necessidades de atualização
o emprego são reguladas por portaria dos membros do do CNQ e colaboram com a ANQEP, I. P., nos trabalhos
Governo responsáveis pelas áreas da educação e da for- conducentes a essa atualização.
mação profissional. 2 — Os conselhos setoriais para a qualificação inte-
gram, entre outros, especialistas indicados pelo ministério
que tutele o respetivo setor de atividade, por associações
CAPÍTULO III sindicais e associações de empregadores representativas
Estruturas do Sistema Nacional de Qualificações dos correspondentes setores de atividade, empresas de
referência, entidades formadoras com maior especialização
setorial ou regional e peritos independentes, não devendo
Artigo 15.º
em princípio exceder os 10 membros.
Centros especializados em qualificação de adultos 3 — Os conselhos setoriais para a qualificação são cons-
tituídos e regulamentados por despacho do presidente da
1 — Os centros especializados em qualificação de adul-
ANQEP, I. P., e presididos por um representante desta
tos asseguram a informação, a orientação e o encaminha-
entidade, que tem voto de qualidade.
mento de candidatos para modalidades de formação, o
reconhecimento e validação e certificação de competências
Artigo 18.º
para efeitos de posicionamento em percursos de educação
e formação, bem como o reconhecimento, validação e Coordenação do Sistema Nacional de Qualificações
certificação das competências adquiridas ao longo da vida. 1 — O SNQ é coordenado pelos membros do Governo
2 — Cabe à ANQEP, I. P., a autorização da criação de responsáveis pelas áreas da educação e da formação pro-
centros especializados em qualificação de adultos, tendo fissional.
nomeadamente em conta o grau de cobertura assegurada 2 — Os parceiros sociais intervêm na coordenação do
pela rede de centros, em função das necessidades de qua- SNQ através da sua participação no conselho geral da
lificação da população adulta. ANQEP, I. P., no conselho de administração do IEFP, I. P.,
3 — Cabe ainda à ANQEP, I. P., a gestão da rede de e no conselho de acompanhamento da certificação das
centros especializados em qualificação de adultos, regu- entidades formadoras da DGERT.
lando as condições do seu funcionamento, procedendo à
sua avaliação e acompanhamento, com vista à manutenção
de elevados padrões de qualidade. CAPÍTULO IV
4 — Os centros especializados em qualificação de adul-
Qualidade
tos são regulados por portaria dos membros do Governo
responsáveis pelas áreas da educação e da formação pro-
Artigo 19.º
fissional, de acordo com o n.º 3 do artigo 12.º
Acompanhamento e avaliação
Artigo 16.º 1 — Os serviços responsáveis pela execução das po-
Entidades formadoras líticas de educação e formação profissional procedem ao
acompanhamento das mesmas, nomeadamente, recolhendo
1 — Constituem a rede de entidades formadoras do SNQ informação relevante para a sua avaliação.
os estabelecimentos de ensino básico e secundário, os cen- 2 — Os serviços com competências na conceção das
tros de formação profissional e de reabilitação profissional políticas de educação e formação profissional promovem
de gestão direta e protocolares do IEFP, I. P., no âmbito a avaliação da execução das mesmas, designadamente a
dos ministérios responsáveis pelas áreas da educação e da avaliação global do SNQ.
formação profissional, as entidades formadoras integradas 3 — A participação dos parceiros sociais no âmbito da
noutros ministérios ou noutras pessoas coletivas de direito avaliação do SNQ decorre da sua intervenção nos conse-
público, bem como os estabelecimentos de ensino parti- lhos referidos no n.º 2 do artigo anterior.
cular e cooperativo, as escolas profissionais, os centros
especializados em qualificação de adultos e as entidades Artigo 20.º
com estruturas formativas certificadas do setor privado,
sem prejuízo no disposto nos n.os 2, 3 e 4 do artigo 1.º Princípios para a qualidade do Sistema
Nacional de Qualificações
2 — A certificação das entidades formadoras é realizada
pelo serviço competente do ministério responsável pela 1 — O SNQ deve promover a qualidade do ensino e for-
área da formação profissional envolvendo a participação mação profissionais, designadamente através do CNQ, da
dos parceiros sociais e outras entidades representativas adoção de sistemas de garantia da qualidade alinhados com
do setor, nos termos de portaria dos membros do Governo os princípios do Quadro de Referência Europeu de Garantia
responsáveis pelas áreas da educação e da formação pro- da Qualidade para o Ensino e a Formação Profissionais,
fissional. da certificação das entidades formadoras, da qualificação
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