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Martin Heidegger e analítica existencial:

Resumo
A abordagem da analítica existencial de Martin Heidegger é uma proposta de
superação da metafísica tradicional e a forma como seus conceitos são elaborados. Partindo
de um pressuposto não essencialista, mas existencialista, Heidegger confronta o caráter
universal e totalizador do discurso metafísico. Sua analítica leva a uma nova compreensão do
homem, graças à reformulação da questão do Ser. A partir da essência que é a própria
existência do homem, presente no mundo, que é possibilidade de ser, ante ao tempo, como
singular, único e finito.
Neste trabalho pretendo abordar a analítica existencial em Martin Heidegger, seu
desenvolvimento e influência na ruptura com o paradigma tradicional da metafisica clássica.
Pretendo mostrar os caminhos, como a partir da construção de uma fenomenologia
transcendental de Husserl, surge o existencialismo heideggeriano e como os fundamentos de
uma analise fenomenológica da intencionalidade, juntamente com o historicismo de Dilthey
são o fundamento que promove a hermenêutica da facticidade, criando assim, um novo
modelo ontológico.
O conceito de facticidade pressupõe na filosofia de Heidegger, uma interpretação do
tempo, do mundo e do homem a partir dos fatos, os quais são na verdade uma representação,
o que irrompe com o modelo de consciência objetual que a tradição metafisica clássica
propõe.
Pretende-se abordar a partir de sua obra Ontologia: Hermenêutica da Facticidade os
passos para uma nova hermenêutica que interprete o Ser-aí como ocasionalidade, nisto se
evidencia a facticidade, a facticidade é o modo de ser da nossa existência, maneira que se
expressa enquanto ser no mundo, uma possibilidade ocasional.
Inicialmente uma compreensão da hermenêutica da facticidade de Heidegger requer
que retornemos as origens dos fundamentos os quais estabelecem as bases para a analítica
existencial de Heidegger e sua nova conceituação da Ontologia com uma filosofia da
existência que critica a tradição metafisica ocidental.
Assim a ontologia fundamental em Heidegger é uma resposta a toda metafisica
clássica, elaborada a partir da hermenêutica da facticidade, que desconstrói toda objetividade
da ontologia tradicional. Heidegger conhecedor de toda a estrutura que se sustenta a tradição
metafisica, procura evitar que recaía, no desenvolver de sua ontologia, nos mesmos sistemas
que ele procura desconstruir.
Toda essa filosofia existencial heideggeriana se tornou hoje uma das maiores
contribuições do estudo sobre metafisica e determina a situação da nossa filosofia atual.
Um conflito se torna evidente no desenvolver da analítica que é a quebra com a
ontologia tradicional. As grandes questões metafisicas foram remodeladas, reformuladas e
reescritas. A partir de Heidegger os magníficos temas que geravam duradouras e imensas
disputas filosóficas sobre as questões do Ser, de Deus e da Alma, deram agora espaço para
questões cotidianas, pertinentes ao dia a dia da Existência Humana.
Os problemas metafísicos agora estão palpáveis, as questões da alma, de Deus, do
espírito, do tempo, do princípio e da ordem do mundo não se resolvem, ou melhor, não se
explicam na elaboração lógico-argumentativa do discurso filosófico, mas são agora
perceptíveis em exemplos simples do nosso modo de ser dentro de nosso próprio contexto. O
Homem se vê no limite daquilo que antes se imaginava serem questões misteriosas. A partir
de uma abordagem analítico-existencial, o homem é a resposta dessas questões.

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