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O português é o idioma oficial, mas a maior parte da população fala suas línguas
nativas: dos idiomas bundos, só o ovimbundo conta com mais de dois milhões de
usuários. As religiões tribais, animistas, congregam a maioria dos angolanos,
embora haja missões católicas e protestantes. O animismo angolano, de tradições
milenares, envolve cultos que, no Brasil, deram origem ao candomblé ou
umbanda. Sua mitologia e seus ritos são de imensa riqueza humana e
etnográfica.
Na área de saúde, Angola conta com alguns bons hospitais, ativas enfermarias de
aldeia e, embora sofra de grande carência de médicos e outros profissionais do
setor, tem conseguido progressos contra a doença do sono (atacada com
campanhas de vacinação), a hanseníase, o bócio e a malária. Os serviços
médicos das missões protestantes têm alta reputação.
Economia de Angola
A agricultura e a mineração constituem os principais esteios econômicos de
Angola. O sisal, o café, a cana-de-açúcar e o algodão destinam-se à exportação. O
milho, a mandioca e outras culturas tropicais completam a produção agrícola do
país, combinada com uma importante atividade pecuária no sul e no sudeste
(bovinos, ovinos, caprinos e suínos). No setor primário destaca-se ainda a
produção de mel e cera de abelha, o extrativismo florestal e a pesca.
Ex-colônia portuguesa, Angola viveu em guerra por 40 anos, com mais de 1 milhão
de mortes. Primeiro foi a luta pela independência, desde 1961. Em 1975 começa a
guerra civil, cujo fim só ocorre em 2002. A economia, baseada na exploração de
petróleo – mais de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) – e diamantes, fica
seriamente prejudicada. O país tem baixos indicadores sociais: os angolanos
vivem em média 46 anos e mais da metade não é alfabetizada. Terra de origem da
maioria dos escravos trazidos para o Brasil, Angola situa-se no sudoeste da África.
História de Angola
Dentre os grupos banto que ocupam a região no primeiro milênio da Era Cristã,
destaca-se o reino do Congo, que recolhe tributos das províncias sob sua
soberania, incluindo parte da atual Angola. Próspero, esse Estado assiste à
chegada do navegador português Diogo Cão, que aporta em 1482 na foz do rio
Congo. A colonização portuguesa funda cidades que servem de base para o
comércio de escravos, como Luanda (1575) e Benguela (1617). As fronteiras
oficiais de Angola são estabelecidas em 1891, seguindo o estabelecido na
Conferência de Berlim (1884-1885), que partilha a África entre as potências
europeias.
Angola foi uma antiga colônia portuguesa e uma das regiões africanas mais
agredidas pelos traficantes de escravos durante os séculos XVII, XVIII e começos
do XIX, é um país rico em recursos naturais, mas seu desenvolvimento tem sido
obstado pelas contínuas guerras civis ocorridas desde a independência, em 1975.
Eleições e impasse - A FNLA dissolve-se no fim dos anos 1970, mas a Unita
mantém sua guerrilha com o apoio da África do Sul e dos EUA. Tropas cubanas
ajudam a sustentar o governo. Em 1988, um acordo entre Angola, Cuba e África do
Sul define a retirada das tropas cubanas e sul-africanas. Em seguida, o governo e
a Unita assinam acordo de paz e convocam eleições para 1992. Observadores
internacionais atestam a vitória do candidato do MPLA à Presidência, José
Eduardo dos Santos, com 49,57% dos votos. Jonas Savimbi, líder da Unita, com
40%, não aceita a derrota e recomeça a guerra.
Xá-Muteba
Xá-Muteba, também designada por Xá-Mateba, Xa-Mateba ou Cha Muteba é um
município de Angola, pertencente à província de Lunda Norte. Faz parte da região
da Baixa de Cassange.
Agostinho Neto
Antônio Agostinho Neto nasceu em 17 de setembro de 1922 em Icolo-e-Bengo, a
cem quilômetros de Luanda. Aluno brilhante da Faculdade Salvador Correia, em
Luanda, ganhou uma bolsa para aperfeiçoar-se em medicina em Lisboa e
Coimbra. Durante sua estada em Lisboa ligou-se ao movimento nacionalista
angolano e revelou-se poeta de valor, com um livro de poemas de protesto que
provocou a primeira de suas prisões. De volta a Angola, em junho de 1960
Agostinho Neto foi novamente detido por oposição ao regime. Alguns pacientes
seus, que assistiram à prisão, organizaram um protesto dissolvido a tiros pela
polícia. Morreram várias pessoas e cerca de 200 ficaram feridas.
Personalidade decisiva no processo de independência de sua terra, o médico e
poeta Agostinho Neto foi o primeiro presidente de Angola.
Nos dois anos seguintes, Agostinho Neto cumpriu pena em Portugal e, a seguir, foi
deportado para Cabo Verde. Nesse período, escreveu novo livro de poemas e, em
1962, conseguiu fugir para o Marrocos, onde se uniu ao Movimento Popular pela
Libertação de Angola (MPLA), de que foi eleito presidente. Com a independência
de Angola, em 1975, foi proclamado presidente. Morreu em Moscou, em 10 de
setembro de 197
CULTURA ANGOLANA
ANGOLA, como a grande maioria dos países independentes da África é um estado multi e
transcultural. Isto quer dizer que abriga em seu território diversas culturas, com línguas,
costumes e origens diferentes, que muitas vezes extrapolam as fronteiras políticas
estabelecidas pelos europeus no século XIX. País socialista desde sua independência até
o início dos anos 90, e assolado por décadas de guerra de independência e civil, Angola
hoje vive um período de prosperidade trazido pela exploração do petróleo.
O perfeito exemplo disso são os extremos norte e sul. A norte, temos Cabinda, hoje um
enclave de Angola entre o Congo-Kinshasa e o Congo-Brazzaville, e antigamente
conhecida como Congo Português. Sua população é da etnia Kongo, que utiliza uma
língua do mesmo nome. Os Kongo estão presentes ainda na região litoral dos dois Congos
e nas províncias angolanas de Uíge e Zaire. Cabinda, por ter uma história em parte
diferente da de Angola (foi ocupada pelos portugueses só em 1885, enquanto que o litoral
de Angola já era colonizado desde o século XVII), convive com um movimento separatista,
o FLEC (Frente de Libertação do Enclave de Cabinda), que luta desde os anos 60 pela
independência.
No sul de Angola, em diversos bolsões estão os povos khoisan (ou coissã), que formam
um grupo à parte dos povos bantu e do restante dos povos africanos. Seu nome é a
junção do nome de dois grupos, os Khoi e os San, conhecidos também como
bosquímanos ou hotentotes.
Acredita-se que os khoisan sejam descendentes dos povos nômades que habitavam a
África há milhares de anos atrás, e foram deslocados com a ocupação bantu. As línguas
khoisan são únicas, conhecidas como "línguas do clique", caracterizada por diversos sons
inexistentes em outros idiomas, e que tem o som característico de um clique. O filme "Os
Deuses devem estar loucos" tem como protagonistas integrantes desse grupo étnico.
Além do português, língua oficial do estado, Angola possui outros 42 idiomas regionais. O
país é uma exceção dentro do continente africano, pois a língua europeia vem
conquistando cada vez mais espaço no meio cotidiano em detrimento das línguas
nacionais, o oposto do que ocorre no restante do continente.
Na literatura, o nome de Agostinho Neto é tradicionalmente citado como exemplo, mas
Angola produziu outros importantes escritores, entre eles Pepetela, Luandino Vieira e
Viriato da Cruz. A União dos Escritores Angolanos foi um importante grupo entre os anos
70 e 80, ajudando vários autores novos a editarem seus livros.
A música angolana foi importante na composição de vários ritmos em Cuba e no sudeste
do Brasil. Dentro do continente africano, porém, demorou a ser editada em discos,
destacando-seos artistas dos anos 60 e 70, que desenvolveram o semba, a rumba
congolesa e o merengue angolano, utilizando guitarras elétricas e uma percussão intensa.
Na religião, a santeria cubana e a macumba brasileira são em boa parte baseados nas
crenças tradicionais religiosas de povos angolanos.