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Revista Ciências do Ambiente On-Line Março, 2012 Volume 8, Número 1

ANÁLISE DA QUALIDADE DO ASFALTO NO DISTRITO DE


BARÃO GERALDO E DANOS A SUSPENSÃO AUTOMOTIVA

GUSTAVO CESAR DA SILVA CAMPOS1*, LUCAS BERTOLINO RAGAZZO1, RAFAEL


PILOTTO1 & WALTER ROBERTO PEREIRA DE MEDEIROS FILHO1

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Curso de Graduação – Faculdade de Engenharia Mecânica/UNICAMP
*E-mail do autor correspondente: g095757@dac.unicamp.br

RESUMO: Este artigo tem o objetivo de analisar a condição do asfalto dentro da área de Barão Geraldo
as relações com os principais danos encontrados nos componentes das suspensões de automóveis. O
trabalho consistiu em utilizar um equipamento semelhante a um sismógrafo para avaliar a condição de
algumas ruas (escolhidas pelo grupo) na região de Barão Geraldo. Após isso utilizou-se conhecimentos
de mecânica automotiva para determinar quais peças de sistemas de suspensão comum são mais
susceptíveis as danos críticos
Existem vários tipos de asfalto, o CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo (Ex. CAP-20, CAP-70)); o
ADP (Asfalto Diluído de Petróleo (Ex. CM-30, CR-250)) e a Emulsão Asfáltica (Ex. RR-2C, RM-1C);
entre outros. Dentro da engenharia rodoviária, cada tipo de asfalto se destina a um fim. Por exemplo: o
ADP é utilizado para a imprimação (impermeabilização) da base dos pavimentos. Por outro lado, o CAP
e as emulsões asfálticas são constituintes das camadas de rolamento das rodovias, de maneira que o CAP
entra como constituinte dos revestimentos asfálticos de alto padrão como o CBUQ - Concreto
Betuminoso Usinado a Quente - ao passo que as emulsões asfálticas são constituintes dos revestimentos
de médio e baixo padrão, como os pré-misturados a frio e a quente (PMF e PMQ) e os tratamentos
superficiais, as lamas asfálticas e micro asfalto (BERNUCCI et al 2008). Cabe ressaltar que a adoção de
um revestimento de alto, médio ou baixo padrão leva em conta aspectos como: número e tipo
de veículos pesados que transitam/ transitarão na rodovia; vida útil adotada para o pavimento;
disponibilidade de material; composição das camadas inferiores do pavimento, entre outros.
Para a realização da parte experimental, foi montado um sismógrafo simples adaptado, que foi
direcionado para o uso em movimento, instalado em um automóvel. Com o movimento do veículo, seria
registrada em um gráfico a oscilação vertical do pavimento, ou seja, seriam registradas as irregularidades
da via. O sismógrafo foi fixado no painel de um modelo Chevrolet Astra Sedan ano 2007 (configuração
original). Foram realizadas as medições, em uma via em bom estado (Avenida Dr. Romeu Tórtima) e
algumas ruas em estado de conservação visivelmente precário, com a ocorrência de buracos, valas,
trincas e remendos mal dimensionados. O veículo trafegou por 100m em cada via, à uma velocidade
aproximadamente constante de 30km/h (limite da via: 40km/h). A Figura 1 apresenta os resultados para
a Avenida.
Os gráficos possuem uma escala de 1:500, por isso até a via de controle, Avenida Romeu Tórtima,
apresenta várias oscilações (Figura 1). As ruas escolhidas foram R. Catharina Signori Vicentin (Figura 2)
e R. Doutor Luciano Venere Decourt (Figura 3), ambas localizadas próximas à via de controle (Av.
Romeu Tórtima). Nota-se que a discrepância entre as duas ruas e a via de controle é enorme, e a
velocidade ainda foi muito baixa, se comparada à velocidade usual.

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Revista Ciências do Ambiente On-Line Março, 2012 Volume 8, Número 1

Figura 1: Oscilação da via de controle,


Avenida Romeu Tórtima.

Figura 2. Oscilação da via Rua Catharina


Signori Vicentin

Figura 3. Oscilação da via Rua Doutor


Luciano Venere Decourt
A suspensão é um sistema muito
sensível ao uso em condições severas,
sendo muito comum a ocorrência de
falhas após uma ou mais situações de uso
extremo. Ocorre a quebra das juntas
esféricas, quando há uma carga excessiva
que ultrapassa o curso, e em casos mais
extremos até mesmo o Coxim Superior do
Amortecedor e trolhas podem ser afetados,
causando um grande dano não somente ao
sistema de suspensão como também ao
chassi do veículo, visto que é passível que o coxim atravesse o chassi causando uma falha catastrófica.
Outro dano possível com o uso extremo é a perda de carga dos amortecedores, que é acelerada se eles
operarem em condições acima do recomendado. Com isso, o carro fica “mais mole”, e reduz a capacidade
de fazer curvas gradativamente. Apesar da conservação da suspensão ser altamente influenciada pela
maneira de condução, uma via em bom estado de conservação minimiza grandemente possíveis danos que
possam ocorrer ao carro como um todo, não só a suspensão. As vias de Barão Geraldo, com a exceção das
vias principais de ligação a UNICAMP, possuem uma pavimentação extremamente prejudicada.

REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS
RAO, Singiresu, Vibrações Mecânicas. 4a Ed. Editora Pearson: Prentice Hall, 2009, 424p.

BERNUCCI, Liedi B; DA MOTTA, Laura M. G.; CERATTI, JORGE A. P.; SOARES, Jorge B.
Pavimentação Asfáltica: Formação Básica para Engenheiros. Rio de Janeiro, 2008.
JUNIOR, Charles C. Roberts. Automotive Suspension Failures. Disponivel em
http://www.croberts.com/susp.htm acessado em 28 nov. 2011

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