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BENEFICIAMENTO
Agitação Mecânica
1. INTRODUÇÃO
Em muitas indústrias, a garantia de seus produtos está diretamente ligada ao sucesso dos
seus processos de fabricação e produção.
Estes procedimentos e práticas são tão difundidos que podemos afirmar que raramente a
AGITAÇÃO E MISTURA estão ausentes dos processos industriais.
A palavra MISTURA deve ser aplicada às operações onde temos componentes com
distribuição aleatória, operações estas que procuram apenas reduzir não uniformidades ou
grandes gradientes de composição, propriedades ou temperatura.
A MISTURA vista nestes termos, pode ser alcançada pela simples movimentação do
material.
A ação de misturar pode ser realizada de várias formas. Uma melhor compreensão, pode
ser dada pelos seguintes exemplos:
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Agitação Mecânica
Nestes dois exemplos o produto final é dito MISTURADO, embora uma amostra dos
gases seja mais homogênea que uma amostra de concreto.
Um material homogêneo como, por exemplo, um tanque com água fria, pode ser
agitado, mas não poderá ser misturado até que acrescentemos a ele outro material com
características diferentes, tais como:
• Água quente
• Óleo
A agitação mecânica definida dentro dos conceitos anteriormente expostos pode ser
encontrada em processos com uma, duas ou mesmo três fases distintas dos seus
componentes.
A natureza destas fases são aquelas definidas na Tabela I, a saber; sólida, líquida ou
gasosa, salientando-se que de modo geral, nunca se utiliza a agitação mecânica nos
processos onde a fase principal é um gás.
Embora tais tabelas não pretendam ser definitivas e categóricas, sua análise, mesmo
que rápida dos diversos casos expostos permite a classificação do tipo de agitação
indicada para os mais diversos problemas existentes.
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Agitação Mecânica
Os meios chamados miscíveis são em geral, a grande maioria dos casos encontrados
quando da aplicação da agitação mecânica. Neles, os fenômenos da difusão são mais
eficazes e facilmente obtidos.
Nos meios imiscíveis, a agitação mecânica é caracterizada por operações tais como:
dispersão de líquidos, obtenção de emulsões grosseiras e estáveis, etc.
Nos meios onde temos sistemas bifásicos sólido/líquido, a agitação mecânica tem como
principal variável, a velocidade de sedimentação das partículas da fase sólida, e serão
exigidos níveis de agitação mais elevados, quanto maiores forem estas velocidades de
sedimentação e suas concentrações na fase líquida.
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TABELA I
PRINCIPAIS OPERAÇÕES FÍSICO-QUÍMICAS
ONDE OS FENÔMENOS DA AGITAÇÃO INTERVEM
Dispersão líquido/líquido
Reação em fase heterogênea
LÍQUIDOS Emulsões estáveis Extração líquido/líquido
IMISCÍVEIS Transferência térmica
Emulsificação
Iniciar suspensão Dissolução
Manter suspensão Cristalização
Redução de tamanho de
LÍQUIDO/SÓLIDO partícula
Lavagem de partícula
Floculação
Transferência térmica
Dispersão de gás em Absorção de gases em
líquido líquidos
LÍQUIDO/GÁS Dispersão de gases em
líquidos
Lavagem de gases
Transferência térmica
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TABELA II
ESCOLHA DE IMPELIDORES
-Estocagem -0,3~0,65
-Transferência -Aquecimento -Impelidor naval
térmica -Resfriamento -0,3~0,65
-Reação Química -Impelidor perfilado
-0,2~0,65
-Dispersão -Reação química -Turbina radial tipo
-Extração líq/líq Flat Blade (FBT) -0,1~0,5
-Lavagem
LÍQ/LÍQ -Emulsificação -Pré-emulsificação -Turbina radial tipo
(IMISCÍVEIS) -Emulsificação Flat Blade (FBT) -0,1~0,5
grosseira
-Emulsificação
estável
-Dispersão -Reação química -Turbina radial tipo
-Absorção de gases Flat Blade (FBT) -0,1~0,5
LÍQ/GÁS -Dispersão de gases
-Lavagem de gases
-Oxigenação/Aeração
-Hidrogenação
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TABELA II
ESCOLHA DE IMPELIDORES
Continuação
-Iniciar e -Manter suspensão -Impelidor naval
manter -Estocagem -Impelidor pás -0,3~0,65
Fracas suspensào -Cristalização planas inclinadas
Concen- -Transporte (PBT)
trações de -Impelidor perfilado
sólido -Dissolução -Impelidor naval
SÓL -0,3~0,65
-Impelidor PBT
/ -Impelidor perfilado
LÍQ -Iniciar e -Manter suspensão -Impelidor naval
Altas Concen- manter -Estocagem -Impelidor PBT -0,4~0,6
trações suspensões -Transporte -Impelidor perfilado
(meios não -Dissoluções -Impelidor naval
Newtoniamos) -Impelidor PBT -0,3~0,65
-Impelidor perfilado
-Dispersão -Incorporar sólidos -Impelidor
em meios líquidos denteados tipo -0,3~0,60
Cowles
Este trabalho abordará tão somente os sistemas onde há a AGITAÇÃO nos termos
descritos anteriormente, em recipientes cilíndricos verticais, e possuindo como meio de
movimentação do fluído nele contido, impelidores fixados a eixos verticais.
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• Misturadores de Braços Duplos (Sigma), para massas extremamente viscosas e
pesadas (Fig. 1.1)
• Agitação de meios líquidos através de bicos ejetores, bocais injetores, etc. (Fig. 1.6)
• Misturadores do tipo “Duplo Cone”, com a mesma função anterior (Fig. 1.8).
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EQUIPAMENTOS NÃO CONVENCIONAIS
DE AGITAÇÃO E MISTURA
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Fig. 2 – Misturador Estático
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EQUIPAMENTOS NÃO CONVENCIONAIS
DE AGITAÇÃO E MISTURA
Fig. 1.6
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EQUIPAMENTOS NÃO CONVENCIONAIS
DE AGITAÇÃO E MISTURA
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EQUIPAMENTOS NÃO CONVENCIONAIS
DE AGITAÇÃO E MISTURA
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Emulsão estável – uma dispersão de bolhas de gás em líquidos com uma alta
fração de gás, que permanece estável por um longo período mesmo na ausência
de agitação ou geração de bolhas.
2.1.2 – GEOMETRIA
Turbina tipo disco – turbina com lâminas (retas, inclinadas, etc.) montadas em
torno de um disco horizontal, projetando-se acima e abaixo deste disco.
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Draft tube – tubo vertical, D < Diâm. Tubo > T, montado concentricamente com o
agitador, para promover circulação.
Fitas helicoidas (Helical ribbon) – fitas helicóidas montadas em eixo que pode
ser vertical ou horizontal, para produzir fluxo próximo das paredes do vaso. Pode
ter um segundo conjunto de fitas para fluxo oposto próximo ao eixo central.
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Pitched blade turbine (impelidor de pás retas inclinadas) – impelidor com
lâminas em ângulo com a vertical.
2.1.2.1 – NOMENCLATURA
A Área m2 L2
B Largura do defletor m L
c Folga entre impelidor e a parede do vaso m L
cB Folga entre defletor e a parede do vaso m L
D Diâmetro do impelidor m L
DC Diâmetro da bobina m L
DSH Diâmetro do eixo m L
Z Altura do líquido a partir do fundo do tanque m L
H Altura total do tanque ou vaso m L
LSH Comprimento do eixo m L
L Comprimento da pá do impelidor (⊥ ao eixo) m L
n. Número de impelidores -
nb Número de pás do impelidor -
p Passo de rosca, fita ou impelidor m L
T Diâmetro do vaso/tanque m L
VL Volume de líquido no vaso tanque m3 L3
V Volume total do tanque/vaso m3 L3
W largura da pá do impelidor (paralela ao eixo) m L
α Ângulo da pá do impelidor em relação à vertical graus
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2.1.3 – PROPRIEDADES DOS FLUÍDOS
2.1.3.1 – NOMENCLATURA
Símbolo Descrição Unidade Dimensão
μ Viscosidade dinâmica M/LT (FT/L2)
μa Viscosidade aparente M/LT (FT/L2)
ν Viscosidade cinemática L2/T
ρ Densidade M/L3 (F/L3)
ρM Densidade da mistura M/L3 (F/L3)
τy Tensão de escoamento N/m2 M/LT2 (F/L2)
Ď Difusibilidade molecular m2/s L2/T
ĎH Difusibilidade térmica L3/T
λ Temperatura
k ou λ Condutividade térmica
2.1.4 – DINÂMICA
Coagulação – união de várias gotículas (ou seja, emulsão) por forças atrativas.
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Tempo de residência – tempo consumido por um elemento de fluído entre a sua
entrada e a saída de um agitador, vaso, tanque, etc.
2.1.4.1 – NOMENCLATURA
P potência HP ML2/T3(FL/T)
Q razão volumétrica de fluxo m3/s L3/T
QP capacidade de bombeamento m3/s L3/T
t tempo s T
tc tempo de circulação s T
tM tempo de mistura s T
tR tempo de residência s T
v velocidade linear m/s L3/T
vS velocidade superficial m/s L3/T
vT velocidade terminal de queda m/s L3/T
τ Tensão de cisalhamento N/m2 M/LT2 (F/L2)
σ Tensão normal de flexão N/m2 M/LT2 (F/L2)
ω Velocidade angular rad/s
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2.1.5 – ESTATÍSTICA E MEDIÇÕES NA AGITAÇÃO
2.1.5.1 – NOMENCLATURA
IS Intensidade de segregação -
Ls Escala de segregação m L
S ou σ Desvio padrão -
S2 ou σ2 Variância -
δ Espessura de estratificação m L
L.3 g .Δρ
NAr Número de Arquimedes
v 2 .ρ
Q
NQ Número de Bombeamento N .D3
N 2 .D v2
NFr Número de Froude ou
g g.H
Ver número
Ne Número de Newton potência
h.d
Nu Número de Nusselt k
P
Npo Número de Potência ρ . N 3 .D 5
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μ.CP
NPr Número de Prandt k
N .D 2 .ρ
Nrey Número de Reynolds
μ
NSh Número de Sherwood Ď
we N 2 .D 3 . ρ
Número de Weber σ .GL
Subscritos Sobrescritos
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2.2 – DEFINIÇÃO DE FLUÍDO
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Fig. 2.1 – Comportamento de (a) sólido e (b) fluído, ambos sob ação de uma força de
cisalhamento constante.
2.3 – VISCOSIDADE
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As duas lâminas se movem na mesma direção, com velocidades diferentes, V1 e V2.
Decorrido um tempo t, a distribuição de velocidades na distância dy, será linear,
conforme indicada na Fig. 2.3.
Também a força por unidade de área, F/A, pode ser simplificada e denominada de “força
de cisalhamento” ou mais apropriadamente “tensão de cisalhamento” τ.
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Água, óleos leves, gasolina, etc., são bons exemplos de fluídos newtonianos.
Os chamados fluídos não Newtonianos são aqueles em que a viscosidade a uma dada
temperatura é dependente da “razão de deformação”, podendo crescer ou decrescer,
dependendo do tipo de fluído.
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Os fluídos não Newtonianos podem ser classificados como:
• Independentes do tempo
• Dependentes do tempo
• Viscoelásticos
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Exemplos de fluídos que exibem o comportamento de plástico de Bingham
são: certas suspensões de rocha em água, de grãos em água, ketchup,
lodo, esgoto, etc.
2.5.2.1 – TIXOTRÓPICOS
• Asfalto
• Maionene
• Certas tintas e vernizes
• Colas
• Melaço
• Lamas para sondagem e perfuração
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2.5.2.2 – REOPÉTICOS
2.6 – ESCOAMENTOS
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2.7 – TURBULÊNCIA
Num sistema mecanicamente agitado, o tipo de escoamento que nele ocorre depende
de uma série de fatores inerentes a esse mesmo sistema. De qualquer modo, podemos
estabelecer que o tipo de escoamento que ocorrerá é função das características do
fluído, bem como da geometria do impelidor e sua velocidade de movimentação dentro
do fluído.
Em qualquer escoamento viscoso, o fluído em contato direto com uma superfície limite
sólida, possuirá a mesma velocidade que a própria superfície, ou seja, não ocorrerá
deslizamento de fluído nesta superfície.
Como a velocidade do fluído numa superfície sólida estacionária em uma corrente fluída
é nula, mas o fluído como um todo está se movendo, gradientes de velocidade, e
consequentemente, tensões de cisalhamento, devem estar presentes no escoamento.
Imaginemos uma placa lisa, fixa, no meio de um escoamento conforme indicado na
Fig.2.9. Estamos interessados em fornecer uma imagem em vários locais ao longo da
placa.
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Fig. 2.9 – Escoamento laminar, viscoso e incompressível sobre uma placa fina
Sabe-se que a velocidade no ponto A é nula, e assim, temos um ponto do perfil de velocidades.
Sendo a placa estacionária, ela exerce, portanto, uma força retardante no escoamento que
desacelera o fluído na sua vizinhaça.
Desta forma podemos imaginar que a velocidade desde o ponto A até B, aumente
suavemente, nos dando o perfil de velocidade semelhante ao da Fig. 2.9 em x1
Desta forma, é possível observar que o escoamento pode ser dividido em duas regiões
principais. Uma, a região adjacente à superfície limite, onde as tensões cisalhantes se fazem
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presentes, sendo denominada de camada limite. A outra região fora da “camada limite”, onde
o gradiente de velocidades é zero, e, portanto, sem tensões cisalhantes.
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Fig. 2.10ª - Ampliação do local onde ocorre a separação da camada limite. Na zona de
separação ocorre turbulência que provoca o destacamento.
Uma vista na fig. 2.10, indica que as linhas de fluxo são simétricas em relação ao eixo X. O
fluído ao longo da linha de fluxo central atinge o cilindro no ponto A, divide-se, e escoa ao redor
do cilindro. O ponto A no cilindro é chamado de ponto de estagnação.
Como acontece no escoamento sobre uma placa fina, uma camada limite desenvolve-se na
vizinhança da superfície sólida. A velocidade ao redor do cilindro aumenta até atingir um
máximo no ponto B, com consequente decréscimo da pressão. Um elemento de fluído dentro
da camada limite sofre uma força de pressão resultante na direção do escoamento.
Na região entre A e B, esta força de pressão resultante é suficiente para vencer a força de
cisalhamento oponente, e o movimento do elemento na direção do escoamento é mantido.
Analisemos um elemento de fluído dentro da camada limite, no lado de trás do cilindro, além do
ponto B.
Como a pressão aumenta no sentido do escoamento, o elemento de fluído sofre uma força de
pressão resultante, oposta ao seu sentido de movimento. Em certo ponto ao redor do cilindro, o
momentum (quantidade de movimento) do fluído na camada limite, não é mais suficiente para
carregar o elemento na região de pressão crescente, e o escoamento separar-se-á da
superfície do cilindro.
O ponto na qual isto acontece, é chamado de ponto de separação, na figura 2.10 indicada por
C. O destacamento da camada limite pode ser mais bem exemplificado na fig. 2.10ª. A
separação da camada limite resulta na formação de uma região de relativa baixa pressão atrás
do cilindro, a qual chamamos de esteira.
Assim, para o escoamento separado sobre o cilindro, haverá um desequilíbrio resultante das
forças de pressão no sentido do escoamento, tendo como consequência uma força de arrasto,
FD, sobre o corpo. Quanto maior a esteira atrás do corpo, tanto maior será a força de arrasto.
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Fig.2.11 - Escoamento sobre um objeto cuja forma foi moldada de acordo com as linhas de fluxo
Na Fig. 2.12 e 2.13, temos representado o escoamento que ocorre ao redor de uma pá, à
medida que alteramos o ângulo de inclinação da mesma em relação à corrente fluída.
Observar que mesmo pá com perfil aerodinâmico, provoca turbulência se inclinada em relação
ao fluxo.
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2.8 – CAVITAÇÃO
A cavitação definida de maneira prática é a formação e colapso de bolhas de vapor num líquido
em escoamento. Estas bolhas se formam em qualquer ponto da corrente líquida onde a
pressão total seja reduzida e iguale a pressão de vapor a temperatura do líquido
Em zona de baixa pressão as bolhas podem ser produzidas por um acréscimo local na
velocidade da corrente fluída, que no caso de agitadores mecânicos, pode ser a parte mais
externa das pás dos impelidores, mais precisamente a sua borda de ataque, que possuem uma
maior velocidade periférica.
Uma vez formadas, quando as bolhas atingem uma região onde a pressão for novamente
superior a pressão de vapor do líquido (a temperatura do mesmo), haverá o colapso das
mesmas, com o seu retorno a fase líquida.
Sendo o volume específico do líquido menor que o volume específico do vapor, o colapso das
bolhas implicará na existência de um vazio, que por sua vez produzirá uma onda de choque
(microjato) conforme ilustrado na figura 2.14.
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Na realidade, conforme pode ser observado na Fig. 2.14, o que ocorre é a penetração de
líquido na depressão originada pela deformação da bolha, produzindo um microjato na ocasião
do colapso.
O efeito deste colapso torna-se mais severo quando ocorre em local próximo a uma superfície
sólida metálica. Neste caso o microjato incide diretamente sobre a superfície.
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Salienta-se que a deterioração do material devido à cavitação nada tem a ver com os
desgastes provenientes de erosão ou corrosão, dois fenômenos muito comuns aos processos
da indústria de mineração e química.
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2.9 – DINÂMICA DE PARTÍCULAS
Sempre que houver movimento relativo entre uma partícula e um fluído circundante, esta
partícula experimenta a ação de uma força resultante F, devido à ação do fluído.
Podemos decompor esta resultante F em duas componentes, sendo uma paralela, FD (Força
de Arraste) e outra, FL ( Força de Ascensão ), perpendicular a direção do movimento, conforme
indicado na Fig. 2. 16.
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Considerando-se uma esfera polida, com diâmetro “d”, movendo-se com velocidade “V”,
através de um fluído viscoso e incompressível que possui uma densidade ρ e viscosidade μ·.
A força de arraste, FD que é a componente em que estamos interessados, pode ser expressa
como forma da seguinte função:
FD = f ( d ,V , ρ , μ )
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V d μ ρ
M 1 0 0 1 1
L 1 1 1 -1 -3
T -2 -1 0 -1 0
TABELA II
ρ (M L-3)
V (L1 T-1)
D (L)
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Agitação Mecânica
α1+1=0
-3α1+α2+α3+1=0
-α3-2=0
FD
∏1FD = [2.2]
ρ .D 2 .V 2
β1+1=0
-3β1+β2+β3-1=0
-β3-1=0
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Agitação Mecânica
Resolvendo:
β1= -1 ; β2=-1 ; β3=-1
μ
∏ 2μ =
ρ . V.D
V (L1 T-1)
D (L1)
α1+1=0
-4α1+α2+α3=0
2α1-α3=0
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Agitação Mecânica
Resolvendo o sistema de equações, temos que:
FD
∏1FD =
ρ .D 2 .V 2
Π2(μ) = (F L-4 T2) β1. (L) β2. (L.T-1) β3. (F L-2 T1)1
β1+1=0
-4β1+β2+β3-2=0
2β1-β3+1=0
Resolvendo;
β1= -1 ; β2=-1 ; β3=-1
μ
∏ 2μ =
ρ . V .D
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A relação expressa pela função é:
Π1 =f (Π2)
ou
FD μ
= f( )
ρ .D .V
2 2
ρ .V .D
C D = f ( N Re y P )
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Agitação Mecânica
Do ponto A aos pontos B e C, o fluído acelera, ganhando mais velocidade e consequentemente
perda de pressão. Se o fluído fosse ideal, a passagem do mesmo dos pontos B e C para o
ponto D, permitiria a recuperação integral da pressão inicial, e consequentemente os pontos A
e D teriam a mesma pressão.
Num caso real, haverá a separação da camada limite antes de ser atingido o ponto D e as
turbulências que se formam daí para diante, dissiparão energia em forma de calor de atrito,
impedindo a recuperação da pressão inicial.
Desta forma teremos que, a pressão no ponto A será maior que a pressão no ponto B o que
caracteriza o que se chama de Resistência de Forma ou Pressão, ou ainda Coeficiente de
Arraste CD. A resistência de forma produzirá esteiras de turbulências à jusante do corpo, que
será maior ou menor, conforme a forma geométrica do corpo.
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De forma geral, o escoamento em torno de formas afiladas, produz esteira estreita, sendo a
resistência de forma ou pressão muito pequena. Em condições normais não há separação da
camada limite ou, se houver, acontecerá este destacamento longe do corpo.
E escoamentos livres em torno de objetos de forma rombuda arredondada, tais como esferas e
cilindros, o deslocamento do fluxo depende muito das características do fluído, da camada
limite e das dimensões do corpo, o que pode ser descrito como uma dependência do Número
de Reynolds, da turbulência do fluxo e do estado da superfície deste corpo.
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Agitação Mecânica
NRey < 2 Regime Laminar
O fluxo tem a forma de escoamento teórico, laminar. Não ocorre formação
de esteira, e as linhas de fluxo se fecham atrás da esfera. A resistência é
predominantemente de atrito devido as forças viscosas. Este regime é
chamado de Regime de Stokes.
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Agitação Mecânica
ρ .DP .V
Número de Reynolds da Partícula N Re y P =
μ
AP. .ρ .V 2
Força de Arraste FD = CD .
2.g
Onde:
ρ= Densidade do fluído
g= Aceleração gravidade local
DP= Diâmetro partícula
μ= Viscosidade do fluído
Lei Faixa b1
Stokes K < 3,3 24,0 1,0
Intermediária 3,3 ≤ K ≤ 43,6 18,5 0,6
Newton K > 43,6 0,44 0
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Agitação Mecânica
Sendo que K é dado por:
1
⎡ ρf ( ρp − ρf ) ⎤ 3
K = 0,214.DP .⎢ ⎥
⎣ μ2 ⎦
Onde:
DP =diâmetro da partícula, mm
ρf =densidade da fluído, kg/m3
ρp =densidade da partícula, kg/m3
μ =viscosidade fluído, CP
b1 =constante tabelada
n =constante tabelada
Vt =velocidade terminal para partículas esféricas simples , m/s
K =constante dada pela equação [2.10]
Grandezas Escalares: aquelas que ficam completamente determinadas por um único valor
numérico, tais como temperatura, energia, volume, massa, densidade, tempo, etc. Os
escalares são representados por letras do alfabeto, tais como a, b, c e assim por diante.
Grandezas Vetoriais: são aquelas quantidades físicas que exigem, para sua completa
especificação, além do valor numérico, o conhecimento de uma direção orientada. Aceleração,
velocidade, momentum e força, são exemplos de grandezasr vetorias. Tais grandezas são
r r
chamadas de vetores. Os vetores são denotados por a , b , v , etc. Eventualmente, sua
representação se dá através de letras em negrito, tais como a , b , c , etc.
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r
a
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Agitação Mecânica
Adição e Subtração de vetores
(ar • b ) = a.b.cosφ
r
ab
r r
Onde ∅ab é o ângulo (menor que 180º) entre os vetores a e b .
r
O produto escalar é então a magnitude do vetor b multiplicada pela projeção do
r
vetor a, ou vice-versa, ver Fig. 2.21. Observar que o produto escalar de um vetor
por ele mesmo é o quadrado da magnitude do vetor.
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Agitação Mecânica
r r
O produto vetorial de dois vetores a e b é o vetor definido por:
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Agitação Mecânica
r
a = a = ax + a y + az
2 2 2
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r
Fig. 2.20 – Magnitude do vetor a em um sistema ortogonal de coordenadas
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Sendo,
r
a = axiˆ + a y ˆj + az kˆ
r
b = bxiˆ + by ˆj + bz kˆ
r r
( )(
a • b = axiˆ + a y ˆj + az kˆ • bxiˆ + by ˆj + bz kˆ )
r r
a • b = axbx + a yby + azbz
r r r r
O produto vetorial de dois vetores a e b , denotado por a × b , consiste num
vetor com as seguintes propriedades:
r r r r
• a × b É um vetor perpendicular a ambos a e b
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r r
• O sentido de a × b é dado pela regra de mão direita, ou seja, identificando
r r
o indicador e o médio da mão direita com, a e b , respectivamente, o
r r
sentido de a × b será o do polegar direito. Ver Fig. 2.24.
r r
O produto vetorial, a × b , é calculado através do determinante.
iˆ ˆj kˆ
r r
a × b = ax ay az
bx by bz
Expandindo
r r
a × b = iˆa ybz + ˆjazbx + kˆaxby − kˆa ybx − ˆjaxbz − iˆazby
r r
a × b = iˆ(a ybz − azby ) + ˆj (azbx − axbz ) + kˆ(axby − a ybx )
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2.11.3 – OPERAÇÕES DIFERENCIAIS COM VETORES
A definição de uma derivada pode ser utilizada para diferenciar um vetor. Considere-se
r r
um vetor como função do tempo, a = a (t ) , que em coordenadas retangulares pode ser
decomposto em ax = ax (t ) , a y = a y (t ) , , az = az (t ) . A derivada temporal do vetor a é
r
dada por:
r r r
da lim a (t + Δt ) − a (t )
=
dt Δt → 0 Δt
r
da
ˆ [ ]
lim [ax (t + Δt ) − ax (t )]i + a y (t + Δt ) − a y (t ) j + [az (t + Δt ) − az (t )]k
ˆ ˆ
= Δt
dt Δt → 0
r
da da x ˆ da y ˆ da z ˆ
= i+ j+ k
dt dt dt dt
r
∂ a ∂ a x ˆ ∂ a y ˆ ∂a z ˆ
= i+ j+ k
∂z ∂z ∂z ∂z
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∂ ˆ ∂ ˆ ∂ ˆ
∇= i+ j+ k
∂x ∂y ∂z
Onde iˆ, ˆj , kˆ são os vetores unitários e ∂x, ∂y, ∂z são as variáveis associadas aos eixos
de coordenadas x, y e z. O símbolo ∇ é um “vetor operador”, e possui componente como
um vetor qualquer, e não pode existir sozinho, mas deve operar sobre uma função
escalar, uma função vetorial ou uma função tensorial. Uma vez que ∇ é um operador
vetorial, algumas operações podem ser realizadas com outras funções, como visto a
seguir.
∂φ ˆ ∂φ ˆ ∂φ ˆ
∇φ = gradienteφ = gradφ = i+ j+ k
∂x ∂y ∂z
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A pressão como função das coordenadas espaciais é um campo escalar, p=p(x,y,z), e
seu gradiente denotado por ∇p representa um vetor decorrente das suas derivadas
parciais .
Quando temos um produto escalar (•) formado entre ∇ e uma função vetorial (ou
r
campo), o resultado é chamado de Divergente de um Campo Vetorial. Se um vetor V é
r r
função de variáveis espaciais, x, y e z, ou seja, V = V ( x, y , z ) , então um produto escalar
poderá ser formado com o operador ∇, obtendo-se:
r r r ⎛∂
∇ • V = divergenteV = divV = ⎜⎜ iˆ +
∂
∂ ˆ ∂ ˆ⎞
∂
(
j + k ⎟⎟ • Vxiˆ + Vy ˆj + Vz kˆ
∂z ⎠
)
⎝ x y
Efetuando-se o produto escalar teremos:
r ∂V ∂Vy ∂Vz
∇ •V = x + +
∂x ∂y ∂z
Quando temos um produto vetorial (×) entre ∇ e um campo vetorial, um vetor que é
função das coordenadas espaciais, o resultado é chamado de Rotacional. Se o campo
r r
vetorial é V = V ( x, y , z ) , então em coordenadas ortogonais,
iˆ ˆj kˆ
r r ∂ ∂ ∂
∇ × V = rotacional V =
∂x ∂y ∂z
Vx Vy Vz
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2.11.3.5 – DEFINIÇÃO DE OPERADOR LAPLACIANO, ∇2
Outro operador que ocorre frequentemente é obtido efetuando-se o produto escalar ∇•∇.
Este operador é chamado de Laplaciano, e a ele é atribuído o símbolo ∇2. Em
coordenadas cartesianas, denotamos como:
∂ ˆ ∂ ˆ ∂ ˆ ∂ ∂ ˆ ∂ ˆ
∇2 = ∇ • ∇ = ( i+ j + k ) • ( iˆ + j + k)
∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂z
∂2 ∂2 ∂2
∇2 = ∇ • ∇ = + +
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2
Se nos fizermos o divergente do gradiente de uma função escalar φ, nos obtemos o que
se chama laplaciano de um campo escalar, denotado por ∇×∇φ ou ∇2φ.
⎛ ∂φ ∂φ ˆ ∂φ ˆ ⎞
∇ × ∇φ = ∇ × ⎜⎜ iˆ + j+ k ⎟⎟
⎝ ∂x ∂y ∂z ⎠
iˆ ˆj kˆ
∂ ∂ ∂
∇ × ∇φ =
∂x ∂y ∂z
∂φ ∂φ ∂φ
∂x ∂y ∂z
⎛ ∂ 2φ ∂ 2φ ⎞ ˆ ⎛ ∂ 2φ ∂ 2φ ⎞ ˆ ⎛ ∂ 2φ ∂ 2φ ⎞
∇ × ∇φ = ⎜⎜ − ⎟⎟i + ⎜⎜ − ⎟⎟ j + ⎜⎜ − ⎟⎟
⎝ ∂y∂z ∂z∂y ⎠ ⎝ ∂z∂x ∂x∂z ⎠ ⎝ ∂x∂y ∂y∂x ⎠
Visto que φ=φ(x,y,z) deve ser uma função contínua diferenciável, então a ordem da
diferenciação repetitiva será irrelevante, nos permitindo escrever:
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∂ 2φ ∂ 2φ ∂ 2φ ∂ 2φ ∂ 2φ ∂ 2φ
= ,· = e =
∂x∂y ∂y∂x ∂x ∂z ∂ z ∂x ∂y∂z ∂z∂y
Conseqüentemente ∇×∇φ = 0
2.12 – CONTINUUM
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A densidade é definida como sendo a massa por unidade de volume.
m
ρ=
V
A equação [2.23] não poderá ser generalizada para representar a densidade no ponto C.
Para determinarmos corretamente a densidade em C, escolhamos um pequeno volume
δm, o menor possível ao redor do ponto C, e determinemos o quociente da massa δm,
contida no volume em relação a este volume.
O volume dito tão pequeno quanto possível só será satisfeito quando tender ao
infinitamente pequeno, de modo que permita definir a densidade de um fluído como
sendo o limite do quociente da massa contida no volume em relação ao próprio volume,
fazendo o volume tão pequeno que tenda a zero, que pode ser escrito como:
δm
ρ = limδV →0
δV
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Desta forma, se determinações da densidade fossem feitas simultaneamente para um
número infinito de pontos no fluído, obteríamos uma expressão para a distribuição da
densidade como sendo uma função das coordenadas espaciais, ou seja, ρ = ρ (x, y, z)
em um dado instante de tempo. Uma vez que a densidade em um ponto pode variar com
o tempo como resultado de trabalho executado sobre ou pelo fluído ou mesmo de calor
transferido, deveríamos caracterizar a densidade como sendo função das coordenadas
espaciais e também do tempo.
Uma vez que a massa é uma quantidade escalar, a equação acima representa o que
denominamos de campo escalar.
Como a velocidade num dado ponto do escoamento pode variar de um instante para outro,
temos que o campo de velocidades também é função do tempo, de modo que:
r r
v = v ( x, y , z , t ) Campo de velocidades
Campo vetorial
∂ρ
=0 ⇒ ρ = ρ ( x, y , z ) Campo escalar
∂t
r
∂v r r
=0 ⇒ v = v ( x, y , z ) Campo vetorial
∂t
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As tensões em um meio resultam de forças agindo em alguma parte deste meio. O conceito de
tensão fornece uma maneira conveniente de descrever o modo pelas quais as forças agindo
sobre os limites do meio, são transmitidas através do meio.
Mesmo sendo a área e força quantidades vetorias, o campo de tensões não é um campo
vetorial. Via de regra, são necessárias nove quantidades para especificar um estado de tensão
em um fluído. Conforme visto anteriormente, tensão consiste numa quantidade tensorial de
segunda ordem.
No estudo da mecânica dos fluídos do continuum encontramos dois tipos de força que são
denominadas de forças de superfície e forças de corpo. Forças de superfície são aquelas de
contato direto. Já as forças de corpo, são aquelas desenvolvidas sem contato físíco. As forças
gravitacionais e eletromagnéticas são exemplos de forças de corpo que ocorrem em um fluído.
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A definição de tensão requer o calculo da razão entre o vetor força e vetor área.
r
• vetor área δA pode ser decomposto em três componentes, de modo que:
r
δA = îδAx + ˆjδAy + kˆδAz
r
Fig. 2.26 – Decomposição do vetor Área, δA
r
A área do elemento δA , é o elemento de área limitado por ABC. O componente δAx, é o
r r
componente do vetor δA no eixo X, ou seja, a projeção de δA no eixo X.
A magnitude de δAx é a projeção de ABC no plano yz, ou seja, a área OCB que é perpendicular
ao eixo X ver Fig 2.27.
r
Da mesma forma, δAy é o componente em Y de δA , e sua magnitude é a projeção de ABC no
plano xz (área OCA), isto é, sobre o plano perpendicular ao eixo dos Y.
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r
δAz é o componente em Z do vetor δA , e sua magnitude é a projeção de ABC sobre o plano xy
(área OAB), isto é, sobre o plano perpendicular ao eixo dos Z.
r
Fig. 2.27 – Projeções das componentes do vetor Área δA
r
- Vetor Força δ F : agindo no ponto C da Fig. 2.25, analogamente pode ser decomposto em
três componentes, nos dando a seguinte equação:
r
δF = îδFx + ˆjδFy + kˆδFz
Ao definir a tensão em um ponto, podemos considerar os componentes δFx, δFy , δFz da força
r r
δ F no ponto C agindo sobre os componentes δAx, δAy, δAz da área δA no ponto C. Visto desta
maneira, estamos definindo efetivamente os componentes da tensão no ponto C. Desta forma
a equação 2.27 pode ser substituída por nove equações, pois temos três componentes da
tensão (resultando de cada um dos três componentes da Força, δFx, δFy , δFz) agindo sobre
cada um dos componentes de área δAx, δAy, δAz.
Para facilitar o entendimento é vantajoso usar uma notação que nos permita delinear ambos os
planos nos quais a tensão está agindo, e na direção na qual a tensão esta atuando. Uma
notação de subscritos duplos fornece uma descrição conveniente. Assim Tij denota a tensão
atuando sobre um plano i. na direção j., onde i. e j. cada qual pode representar os eixos x, y e
z.
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Usando esta notação, podemos expressar a definição de tensão (equação 2.27) em termos de
componentes:
r
δFj
Tij = limδAr i →0 r
δAi
Esta equação representa nove equações escalares, já que os subscritos i. e j. podem assumir
os valores de x , y e z. A tensão em um ponto é especificada pelos seus noves componentes, a
saber:
As tensões normais são denotadas por σ e as tensões cisalhantes denotadas pelo símbolo τ,
ver Fig. 2. 28
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Verificamos desta forma que a suposição do CONTINUUM, ou seja, a suposição de que um
fluído poderia ser tratado como uma distribuição contínua de matéria, levou diretamente à
representação de campo de propriedades de um fluído.
Os campos de propriedades são definidos por funções contínuas das coordenadas espaciais e
do tempo. Podemos falar de um campo escalar [ρ = ρ ( x, y , z , t )] como, por exemplo, o campo
[r r
]
de densidade já visto anteriormente. Um campo vetorial V = V ( x, y , z , t ) como o campo de
velocidades e um campo de tensões como visto anteriormente. Logicamente um campo de
tensões (campo tensorial) é muito mais complexo que um campo escalar e um campo vetorial.
A revisão anterior foi dedicada à Análise Vetorial, que por sua vez está profundamente
relacionada com o material objeto deste trabalho. O equacionamento de Navier – Stokes que
se seguirá, servirá de base para o desenvolvimento das equações que serão utilizadas na
análise dimensional de um sistema mecânicamente agitado.
Antes de prosseguirmos, cabe agora utilizarmos os exemplos citados por Bird para evidenciar
o significado dos três tipos de derivadas do tempo que serão utilizadas neste trabalho.
Bird utiliza a analogia do problema que um homem tem ao reportar a concentração c de peixes
em um determinado rio. Uma vez que os peixes estão se movendo continuamente, a
concentração c dos mesmos será uma função da sua posição ( x , y , z ) e do tempo (t).
∂c
Derivada Parcial do Tempo ,
∂t
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Supomos que estamos parados numa ponte sobre o rio, e observamos como a concentração
de peixes, fixamente sob nós, varia com o tempo. Nós estamos observando então como a
concentração varia com o tempo em uma posição fixada no espaço. Consequentemente
∂c
interpretamos que , significa a derivada parcial de c com relação a t, permanecendo as
∂t
coordenadas x , y e z constantes.
dc
Derivada Total do Tempo,
dt
Supomos agora que em vez de estarmos parados na ponte, nós pegamos um barco
motorizado e nos deslocamos pelo rio, nos dirigindo algumas vezes à montante, algumas vezes
a juzante e algumas vezes cruzando o rio transversalmente. Se formos relatar a mudança de
concentração de peixes com relação ao tempo, os números que apresentarmos deverá refletir
também o movimento do barco. Isto nos dá o que chamamos de derivada total, denotada por
dc ∂c ∂c dx ∂c dy ∂c dz
= + + +
dt ∂t ∂x dt ∂y dt ∂z dt
Dc
Derivada Substancial do Tempo,
Dt
Supomos agora que utilizamos uma canoa sem motorização e simplesmente navegamos à
deriva contando peixes. Agora a velocidade do observador é a mesma que a velocidade do
r
fluxo v . Quando relatamos a mudança na concentração de peixes com relação ao tempo, os
números dependerão da velocidade local do fluxo do rio.
Esta derivada é um tipo especial de derivada total do tempo e é chamada de derivada
substancial, ou algumas vezes (e mais logicamente) de derivada seguindo um movimento.
Dc ∂c ∂c ∂c ∂c
= + vx + v y + vz
Dt ∂t ∂x ∂y ∂z
r
Onde vx , vy e vz , são os componentes da velocidade local do fluído v
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2.15.1 – EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE (Conservação da massa)
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⎡ ∂ρ .u ∂ρ .v ∂ρ .w ⎤ ⎡ ∂ρ ⎤
⎢ + + ⎥ dx.dy.dz + ⎢ .dx.dy.dz ⎥ = 0
⎣ ∂x ∂y ∂z ⎦ ⎣ ∂t ⎦
∂ρ .u ∂ρ .v ∂ρ .w ∂ρ
+ + + =0
∂x ∂y ∂z ∂t
∂ ˆ ∂ ˆ ∂ ˆ
Como: i+ j+ k =∇ (operador vetorial )
∂x ∂y ∂z
r
e u.iˆ + v. ˆj + w.kˆ = V ( vetor velocidade)
r ∂ρ
∴ ∇.ρ .V + =0 Princípio de Conservação de Massa
∂t
Escoamento Incompressível
Escoamento Permanente
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2.15.2 – EQUAÇÃO DO MOVIMENTO (Conservação Do Momentum )
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r r s
Vp = V ( x, y, z, t ) Vp =velocidade partícula
t
No tempo subseqüente t+dt, a partícula terá se movido para uma posição com
coordenadas ( x + dx, y + dy , z + dz ) , e possuirá uma velocidade dada por:
r r
Vp = V ( x + dx, y + dy, z + dz, t + dt )
t + dt
r r r
A velocidade da partícula no tempo t (posição r ) é dada por VP = V ( x, y , z , t ) . A variação
r r r r
na velocidade da partícula, dVP , movimentando-se da posição r para a posição r + dr ,
é dada por:
r r r r
r ∂V ∂V ∂V ∂V
dVP = dxP + dyP + dzP + dt [2.35]
∂x ∂y ∂z ∂t
r
A aceleração é a variação temporal de dVP (derivada em relação ao tempo )
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r r r r r
r dVP ∂V dx P ∂V dy P ∂V dz P ∂V dt
aP = = + + + [2.36]
dt ∂t dt ∂t dt ∂t dt ∂t dt
dxP dyP dz P
Como ; =u , =v , =w
dt dt dt
De forma
r querpodemos
r escrever
r ar equação[2.36] na forma,
r d V P ∂V ∂V ∂V ∂V
aP = = u+ v+ w+ [2.37]
dt ∂t ∂t ∂t ∂t
Du r ∂u ∂u ∂u ∂u
= a xP = u+ v+ w+ [2.39a]
Dt ∂x ∂y ∂z ∂t
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Dv r ∂v ∂v ∂v ∂v
= ayP = u + v + w + [2.39b]
Dt ∂x ∂y ∂z ∂t
Dw r ∂w ∂w ∂w ∂w
= az P = u+ v+ w+ [2.39c]
Dt ∂x ∂y ∂z ∂t
Tendo obtido uma expressão para a aceleração de um elemento de fluído de massa dm,
movendo-se em um campo de velocidades, podemos escrever a Segunda Lei de
Newton na forma de equação vetorial.
r r
r dV r DV
dF = dm dF = dm
dt Dt
r r r r
r ⎡ ∂V ∂V ∂V ∂V ⎤
dF = dm ⎢ u + v+ w+ ⎥ [2.40]
⎣ ∂x ∂y ∂z ∂t ⎦
r Du ⎡ ∂u ∂u ∂u ∂u ⎤
dFx = dm = dm ⎢ u + v + w+ ⎥ [2.41a]
Dt ⎣ ∂x ∂ ∂ ∂⎦
r Dv ⎡ ∂v ∂v ∂v ∂v ⎤
dFy = dm = dm ⎢ u + v + w + ⎥ [2.41b]
Dt ⎣ ∂x ∂ ∂ ∂⎦
r Dw ⎡ ∂w ∂w ∂w ∂w ⎤
dFz = dm = dm ⎢ u + v+ w+ [2.41c]
Dt ⎣ ∂x ∂ ∂ ∂ ⎥⎦
r
É necessário obter formulação adequada para a d F ou suas componentes escalares
r r r
dFx , dFy e dFz atuando sobre o elemento considerado.
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As forças sobre o elemento de fluído podem ser classificadas como forças de corpo e
forças de superfície, deduzidas como se segue.
• Forças de superfície
Se as tensões no centro do elemento diferencial forem tomadas como σxx, τyx , τzx , então
as tensões atuando na direção x em cada face do elemento são conforme mostrado na
Fig. 2.32
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⎛ ∂σ xx dx ⎞ ⎛ ∂σ xx dx ⎞
dFs X = ⎜ σ xx + ⎟dydz − ⎜ σ xx − ⎟dydz +
⎝ ∂x 2 ⎠ ⎝ ∂x 2 ⎠
⎛ ∂τ yx dy ⎞ ⎛ ∂τ dy ⎞
+ ⎜⎜τ yx + ⎟⎟dxdz − ⎜⎜τ yx − yx ⎟dxdz +
⎝ ∂y 2 ⎠ ⎝ ∂y 2 ⎟⎠
⎛ ∂τ dz ⎞ ⎛ ∂τ dz ⎞
+ ⎜τ zx + zx ⎟dxdy − ⎜τ zx − zx ⎟dxdy
⎝ ∂z 2 ⎠ ⎝ ∂z 2 ⎠
⎛ ∂σ ∂τ yx ∂τ zx ⎞
dFsx = ⎜⎜ xx + + ⎟dxdydz Força de superfície em x
⎝ ∂x ∂y ∂z ⎟⎠
• Força de corpo
r
g = g xiˆ + g y ˆj + g z kˆ Força de corpo
• Resultante
⎛ ∂σ ∂τ yx ∂τ zx ⎞ r
dFx = ⎜⎜ xx + + ⎟⎟dxdydz + ( g x ρ )dxdydz
⎝ ∂x ∂y ∂z ⎠
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⎛ ∂σ ∂τ yx ∂τ zx r ⎞
dFx = ⎜⎜ xx + + + ρg x ⎟⎟dxdydz [2.42a]
⎝ ∂x ∂y ∂z ⎠
⎛ ∂τ xy ∂σ yy ∂τ zy r ⎞
dFy = ⎜ + + + ρg y ⎟dxdydz [2.42b]
⎜ ∂x ∂y ∂z ⎟
⎝ ⎠
⎛ ∂τ ∂τ yz ∂σ zz r ⎞
dFz = ⎜⎜ xz + + + ρg z ⎟⎟dxdydz [2.42c]
⎝ ∂x ∂y ∂z ⎠
Dv Dv
dFy = dm → dm = dFs y + dFg y [2.43b]
Dt Dt
Dw Dw
dFz = dm → dm = dFsz + dFg z [2.43c]
Dt Dt
Ou
⎡ ∂u ∂u ∂u ∂u ⎤ ⎡ ⎛ ∂σ ∂τ yx ∂τ zx ⎞⎤
dm ⎢ u + v + w + ⎥ = ⎢( ρg x ) + ⎜⎜ xx + + ⎟⎥ dxdydz [2.44a]
⎣ ∂x ∂y ∂z ∂t ⎦ ⎣ ⎝ ∂x ∂y ∂z ⎟⎠⎦
⎡ ∂v ∂v ∂v ∂v ⎤ ⎡ ⎛ ∂τ xy ∂σ yy ∂τ zy ⎞⎤
dm⎢ u + v + w + ⎥ = ⎢(ρg y ) + ⎜⎜ + + ⎟⎥ dxdydz [2.44b]
⎣ ∂x ∂y ∂z ∂t ⎦ ⎣ ⎝ ∂x ∂y ∂z ⎟⎠⎦
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⎡ ∂w ∂w ∂w ∂w ⎤ ⎡ ⎛ ∂τ ∂τ yz ∂σ zz ⎞⎤
dm⎢ u + v+ w + ⎥ = ⎢( ρg z ) + ⎜⎜ xz + + ⎟⎥ dxdydz [2.44c]
⎣ ∂x ∂y ∂z ∂t ⎦ ⎣ ⎝ ∂x ∂y ∂z ⎟⎠⎦
Uma vez que dm = ρdV = ρdxdydz, podemos eliminar dxdydz dos dois membros
permanendo somente a densidade ρ, de forma que as Equações Diferenciais do
Momentum ficam.
⎛ ∂u ∂u ∂u ∂u ⎞ ∂σ xx ∂τ yx ∂τ zx
ρ ⎜⎜ u+ v+ + ⎟⎟ = ρg x + + + [2.45a]
⎝ ∂x ∂y ∂z ∂t ⎠ ∂x ∂y ∂z
⎛ ∂v ∂v ∂v ∂v ⎞ ∂τ xy ∂σ yy ∂τ zy
ρ ⎜⎜ u + v + + ⎟⎟ = ρg y + + + [2.45b]
⎝ ∂x ∂y ∂z ∂t ⎠ ∂x ∂y ∂z
⎛ ∂w ∂w ∂w ∂w ⎞ ∂τ ∂τ ∂σ zz
ρ ⎜⎜ u+ v+ + ⎟⎟ = ρg z + xz + yz + [2.45c]
⎝ ∂x ∂y ∂z ∂t ⎠ ∂x ∂y ∂z
Simplificando:
Du r ∂σ ∂τ yx ∂τ zx
ρ = ρg x + xx + + [2.46a]
Dt ∂x ∂y ∂z
Dv r ∂τ xy ∂σ yy ∂τ zy
ρ = ρg y + + + [2.46b]
Dt ∂x ∂y ∂z
Dw r ∂τ ∂τ yz ∂σ zz
ρ = ρg z + xz + + [2.46c]
Dt ∂x ∂y ∂z
As equações [2.46] são as equações diferenciais do movimento para qualquer fluído que
satisfaça a suposição do continuum. Estas equações de qualquer modo, são equações
que representam a Segunda Lei de Newton na forma que a soma das forças = massa
x aceleração.
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Para que se possa utilizar estas equações devemos introduzir expressões mais
adequadas para as tensões. Para fluídos Newtonianos, as tensões podem ser
expressadas em termos de gradiente de velocidade (tensões nas camadas de fluído) e
propriedades de fluído.
⎛ ∂v ∂u ⎞
τ xy = τ yx = μ ⎜⎜ + ⎟⎟ [2.47a]
⎝ ∂x ∂y ⎠
⎛ ∂w ∂v ⎞
τ yz = τ zy = μ ⎜⎜ + ⎟⎟ [2.47b]
⎝ ∂y ∂z ⎠
⎛ ∂u ∂w ⎞
τ zx = τ xz = μ ⎜ + ⎟ [2.47c]
⎝ ∂z ∂x ⎠
2 r ∂u
σ xx = − p − μ∇ • V + 2μ [2.47d]
3 ∂x
2 r ∂v
σ yy = − p − μ∇ • V + 2 μ [2.47e]
3 ∂y
2 r ∂w
σ zz = − p − μ∇ • V + 2μ [2.47f]
3 ∂z
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Fazendo as substituições das equações [2.47] nas equações diferenciais [2.46]
Du r ∂p ∂ ⎡ ⎛ ∂u 2 r ⎞⎤ ∂ ⎡ ⎛ ∂u ∂v ⎞⎤ ∂ ⎡ ⎛ ∂w ∂u ⎞⎤
ρ = ρg x − + ⎢ μ ⎜ 2 − ∇ • V ⎟⎥ + ⎢ μ ⎜⎜ + ⎟⎟⎥ + ⎢μ ⎜ + ⎟⎥ [2.48a]
Dt ∂x ∂x ⎣ ⎝ ∂x 3 ⎠⎦ ∂y ⎣ ⎝ ∂y ∂x ⎠⎦ ∂z ⎣ ⎝ ∂x ∂z ⎠⎦
Dv r ∂p ∂ ⎡ ⎛ ∂u ∂v ⎞⎤ ∂ ⎡ ⎛ ∂u 2 r ⎞⎤ ∂ ⎡ ⎛ ∂v ∂w ⎞⎤
ρ = ρg y − + ⎢μ ⎜⎜ + ⎟⎟⎥ + ⎢μ ⎜⎜ 2 − ∇ • V ⎟⎟⎥ + ⎢ μ ⎜⎜ + ⎟⎟⎥ [2.48b]
Dt ∂y ∂x ⎣ ⎝ ∂y ∂x ⎠⎦ ∂y ⎣ ⎝ ∂y 3 ⎠⎦ ∂z ⎣ ⎝ ∂z ∂y ⎠⎦
Dw r ∂p ∂ ⎡ ⎛ ∂w ∂u ⎞⎤ ∂ ⎡ ⎛ ∂v ∂w ⎞⎤ ∂ ⎡ ⎛ ∂w 2 r ⎞⎤
ρ = ρg z − + ⎢μ ⎜ + ⎟⎥ + ⎢ μ ⎜⎜ + ⎟⎟⎥ + ⎢ μ ⎜ 2 − ∇ • V ⎟⎥ [2.48c]
Dt ∂z ∂x ⎣ ⎝ ∂x ∂z ⎠⎦ ∂y ⎣ ⎝ ∂z ∂y ⎠⎦ ∂z ⎣ ⎝ ∂z 3 ⎠⎦
⎛ ∂u ∂u ∂u ∂u ⎞ r ∂p ⎛ ∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u ⎞
ρ ⎜⎜ u + v + w + ⎟⎟ = ρg x − + μ ⎜⎜ 2 + 2 + 2 ⎟⎟ [2.49a]
⎝ ∂x ∂y ∂z ∂t ⎠ ∂x ⎝ ∂x ∂y ∂z ⎠
⎛ ∂v ∂v ∂v ∂v ⎞ r ∂p ⎛ ∂ 2v ∂ 2 v ∂ 2 v ⎞
ρ ⎜⎜ u + v + w + ⎟⎟ = ρg y − + μ ⎜⎜ 2 + 2 + 2 ⎟⎟ [2.49b]
⎝ ∂x ∂y ∂z ∂t ⎠ ∂y ⎝ ∂x ∂y ∂z ⎠
Du r ∂p ⎛ ∂ 2u ∂ 2 u ∂ 2u ⎞
ρ = ρg x − + μ ⎜⎜ 2 + 2 + 2 ⎟⎟ [2.50a]
Dt ∂x ⎝ ∂x ∂y ∂z ⎠
Dv r ∂p ⎛ ∂ 2v ∂ 2 v ∂ 2v ⎞
ρ = ρg y − + μ ⎜⎜ 2 + 2 + 2 ⎟⎟ [2.50b]
Dt ∂y ⎝ ∂x ∂y ∂z ⎠
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ρ Densidade
r
DV
- derivada substancial
Dt
r
g - gravidade (força de corpo)
p- pressão local
μ- viscosidade
3.1 – INTRODUÇÃO
O desenvolvimento da Teoria de Potência que se seguirá, esta embasada na ferramenta
da Mecânica dos Fluídos denominada Análise Dimensional. A Análise Dimensional
quando aplicada em um problema de escoamento, permite simplificar sobremodo sua
resolução, possibilitando converter um grande número de variáveis, sejam elas
geométricas, operacionais e físicas, em um pequeno número de grupos adimensionais
passíveis de um tratamento experimental e analítico.
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O desenvolvimento da Mecânica dos Fluídos sempre dependeu de resultados
experimentais obtidos em laboratórios. São poucos os fenômenos que ocorrem nesta
área que podem ser resolvidos somente através de métodos analíticos.
Que experimentos precisariam ser feitos para se determinar a potência absorvida num
sistema fluído agitado? Para responder esta pergunta, precisaríamos determinar os
parâmetros que são importantes e influenciam na determinação desta potência
absorvida.
P = ψ( D , N , μ , ρ ) [3.1a]
Nesta função, podemos ter desprezado alguns parâmetros dos quais a potência
dependa, ou mesmo incluído parâmetros dos quais a mesma não dependa. De qualquer
modo, formulou-se uma equação preliminar para determinação da potência absorvida
em termos controláveis e mensuráveis num laboratório.
Imaginemos que série de experimentos precisaria ser feitos para se determinar a forma
de dependência de P, das variáveis, D, N, μ e ρ. Após a construção de uma
aparelhagem experimental adequada, o trabalho pode ser realizado.
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Para obtermos a curva de P versus N, para valores fixos de D, μ e ρ, poderemos vir a
necessitar de testes em 10 valores de N. Para concluirmos sobre o efeito do diâmetro D
do impelidor, cada teste seria repetido para impelidores de 10 diâmetros diferentes.
Todo este trabalho complexo e dispendioso pode ser substituído pela Análise
Dimensional citado, permitindo obter resultados significativos com considerável
economia de esforço e tempo.
P = ψ( D , N , μ , ρ ,Q) = [3.1b]
Onde:
P = Potência absorvida
N = Rotação do impelidor (velocidade periférica )
D = Diâmetrio do impelidor
ρ = Densidade do fluído
μ = Viscosidade do fluído
Q = Vazão
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Admitindo que um recipiente esteja preenchido com um líquido de nível definido, com
viscosidade e densidade conhecidas e constantes. Temos um agitador com impelidor de
pás retas inclinadas a 450, com suas dimensões indicadas na Fig. 3.1, impulsionado a
uma rotação de N rotações por minuto. Admitimos também que as dimensões do tanque
são conhecidas e indicadas por:
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A potência absorvida num sistema fluído agitado depende da geometria e dimensões do
tanque onde o fluído está contido, bem como das características deste fluído e do seu
comportamento.
Como veremos mais adiante, vórtices, na maioria das vezes são prejudiciais aos
sistemas mecânicos, e são invariavelmente eliminados através de montagem de
dispositivos tais como defletores nas paredes do tanque.
P = ψ( D , N , μ , ρ ,g,Q) = [3.1.c]
Estas dimensões podem ser classificadas em dois grupos. Um é aquele definido pelo
Sistema Absoluto (SI) que compreende as entidades (dimensões) Massa (M),
Comprimento (L) e Tempo (T), e o outro é o Sistema Gravitacional Britânico que
compreende Força (F), Comprimento (L) e Tempo (T).
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Desta forma, podemos expressar todas as variáveis envolvidas no fenômeno estudado,
em termos destas dimensões básicas. A tabela I a seguir lista algumas variáveis usadas
neste trabalho e sua composição em dimensões básicas. As Quantidades assinaladas
com sombreamento são aquelas utilizadas como variáveis do nosso fenômeno, sendo a
Potência uma função das mesmas
Quantidade Símbolo
Dimensões
Massa M M ou FT2/L
Comprimento L L
Tempo T T
Velocidade v L/T
Aceleração a L/T2
Força ML/T2 ou F
F
Tensão ou Pressão
σ,τ ou p M/LT2 ou F/L2
Módulo de Elasticidade M/LT2 ou F/L2
E
Densidade M/L3 ou FT2/L4
ρ
Viscosidade Dinâmica M/LT ou FT/L2
μ
Viscosidade Cinemática L2/T
ν
Vazão L3/T
Q
Energia ou Trabalho ML2/T2 ou FL
W
Potência ML2/T3 ou FL/T
P
TABELA I
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momentum, chamada de Equação de Navier-Stokes escrita convenientemente com os
operadores vetoriais, é dada por:
r
DV r r
ρ = ρg − ∇ p + μ∇ 2V [3.2]
Dt
Onde:
ρ -densidade do líquido
μ -viscosidade do líquido
DV
-derivada substancial
Dt
r
g -gravidade (força de corpo)
p -pressão local
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As variáveis adimensionais são definidas como sendo a relação entre a variável atual
(tipo comprimento x, y, z, tempo t, ou massa m) e a quantidade característica
(conforme visto anteriormente, D p/ o comprimento, 1/N para o tempo, ρ.D3 para a
massa, etc.) Deste modo teremos as seguintes variáveis adimensionais:
Comprimento Adimensional, x∗ , y∗ e z∗
x
x∗ =
D
y
y∗ = [3.3]
D
z
z∗ =
D
Tempo Adimensional, t∗
t t
t∗ = = −1 = tN [3.4]
1 N
N
Massa Adimensional, m∗
A masssa característica é o produto da densidade, ρ e o cubo do diâmetro do impelidor,
D3, ou seja ρ D3, deduzida da seguinte forma:
F
F = m.a ⇒ m = Onde: m = ρD3
a
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L D D D
a= 2
= 2 = 2
= − 2 = DN 2
T T ⎛1⎞ N
⎜ ⎟
⎝N⎠
F = ρD3.DN 2 = ρD4 N 2
∴
F ρD 4 N 2
m= = 2
= ρD 3
a DN
m
m∗ = [3.5]
ρD 3
Velocidade adimensional, v∗
A velocidade característica pode ser derivada a partir do comprimento e do tempo,
utilizando-se o produto do diâmetro D e da rotação N, DN que é deduzida da seguinte
forma:
L D D
v= = = −1 = DN
T 1 N
N
v
v∗ = [3.6]
DN
v
g= Onde: v=DN
t
t=1/N
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∴
DN
g= = DN 2
1
N
g
g∗ = [3.7]
DN 2
Potência adimensional, P∗
A potência característica é dada por ρD5N3, deduzida da seguinte forma:
P = ρD 4 N 2 .DN = ρD5 N 3
De modo que a potência adimensional é dada pela relação entre a variável atual e
quantidade característica e é dada conforme abaixo:
P
P∗ = [3.8]
ρD 5 N 3
Pressão adimensional, p∗
A pressão característica é definida por ρN2D2, deduzida da seguinte forma:
F v
p= Onde: F = m.a ⇒ F = m.
A t
(ρD ).(DN ) = ρD N
3
F=
( N)
4 2
1
A = D2
∴
ρD 4 N 2
p= 2
= ρD 2 N 2
D
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Desta forma a pressão adimensional é dada pela relação entre a variável atual e
quantidade pressão característica, deduzida anteriormente. A variável pressão atual é
utilizada como sendo, ( p − po )gc , onde po é uma pressão de referência e gc é o fator de
conversão gravitacional.
p∗ =
( p − po )g c [3.9]
ρN 2 D 2
⎛ ∂ ˆ ∂ ˆ ∂ ˆ⎞
∇∗ = D∇ = ⎜⎜ i+ j+ k⎟ [3.10]
⎝ ∂x ∗ ∂y ∗ ∂z ∗ ⎟⎠
⎛ ∂2 ˆ ∂2 ˆ ∂2 ˆ ⎞
∇ ∗2 = D 2∇ 2 = ⎜⎜ i + j + k⎟ [3.11]
⎝ ∂x ∗
2
∂y ∗2 ∂z ∗2 ⎟⎠
x
x∗ =
D
y comprimentos adimensionais
y∗ =
D
z
z∗ =
D
t ∗ = tN tempo adimensional
m
m∗ = massa adimensional
ρD 3
r
r v
v∗ = velocidade adimensional
DN
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r
r g
g∗ = aceleração gravidade adim.
DN 2
P
P∗ = potência adimensional
ρD 5 N 3
p∗ =
( p − p0 )g c
pressão adimensional
ρN 2 D 2
⎛ ∂ ˆ ∂ ˆ ∂ ˆ⎞
∇∗ = D∇ = ⎜⎜ i+ j+ k⎟ operador vetorial adimensional
⎝ ∂x ∗ ∂y ∗ ∂z ∗ ⎟⎠
⎛ ∂2 ˆ ∂2 ˆ ∂2 ˆ ⎞
∇∗ = D ∇ = ⎜
2 2 2
⎜ i+ j+ k ⎟⎟ operador laplaciano adimensional
⎝ ∂x ∗2
∂y ∗2
∂ z ∗2
⎠
Tabela II – Quantidades adimensionais
p∗ =
( p − p0 )gc è ( p − p0 ) = p ∗ ρN 2 D 2
ρN D 2 2
r
r g r r
g∗ = è g = g ∗ DN 2
DN 2
∇∗
∇ ∗ = D∇ è ∇=
D
∇ 2∗
∇ 2 ∗ = D 2∇ 2 è ∇2 = 2
D
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∇∗ ∇∗ r ∗
2
( )
r∗ p ∗ ρN D
2 2
μ 2 V ND
D V ND r
= g ∗ DN 2 − D + D [3.2b]
⎛ t ∗⎞ ρ ρ
D⎜ ⎟
⎝N⎠
( )
r r
D V ∗ ND r∗ ∗ ∗ 2 μ∇∗2V ∗ ND−1
= g DN − ∇ p N D +
2
[3.2.c]
( )
D t ∗ N −1 ρ
( )
r
⎡ μN ⎤ ∗ 2 r ∗
D V ∗N 2D
=
r∗
g DN 2
− N [
2
D ∇ ]
∗ ∗
p + ⎢ ⎥∇ V [3.2d]
Dt ∗ ⎣ ρD ⎦
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r
r g r
Uma vez que g ∗ = 2
, ou seja, a gravidade adimensional g∗ pode ser escrita como
DN
r
sendo a relação entre a variável atual g e a quantidade característica da aceleração,
DN2 podemos substituir e obter a sequinte equação:
r r
DV ∗ ⎛ μ ⎞ ∗2 r ∗ ⎛ g ⎞
= −∇ ∗ ∗
p + ⎜ ⎟
⎜ D 2 Nρ ⎟∇ V + ⎜ 2 ⎟
[3.12a]
Dt ∗ ⎝ ⎠ ⎝ DN ⎠
N Rey N Froude
⎛ DN 2 ⎞
• O segundo grupo é do Número de Froude ⎜⎜ ⎟⎟ , que representa a relação entre
⎝ g ⎠
forças inerciais e forças gravitacionais.
Num sistema agitado onde aparecem vórtices, ou seja, é influenciado pela gravidade, a
velocidade e a distribuição de pressão é função de NRey e de Nfroude.
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r
( )
V ∗ x∗ , y , z ∗ , t ∗ = f ( N Re y, NFroude)
∗
[3.13]
p (x , y , z , t ) = f (Nrey, NFroude)
∗
∗ ∗ ∗ ∗
[3.14]
P = F .V
T = F .L
P = F .DN
T
T = F .D è F=
D
Substituindo,
T
P= .DN è P = TN
D
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P = TN [3.17]
Distribuiçã
o de
pressão
T = F .x x=D
T = FD
Substituindo,
T = F .D = p.D2 .D
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P
Sendo P = TN Ô T =
N
P
= p.D3
N
P
p= [3.18]
N .D 3
( p − p0 )pá α
P
[3.19]
ND3
p∗ α
( p − p0 )g c
ρN 2 D 2
P
gc PN 1D −3 g c
p∗ α ND 3 =
ρN 2 D 2 ρN 2 D 2
Pg c
p∗ α [3.20]
ρN 3 D 5
Uma vez que a distribuição de pressão foi expressa em [3.14] e [3.16] como
função do NRey e NFroude, ou seja:
( )
p∗ x∗ , y ∗ , z , t ∗ = f (Nrey, NFroude)
∗
[3.14]
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= f (N Re y, NFroude )
P.g c
[3.21]
ρN 3 D 5
= f (N Re y )
P.g c
[3.22]
ρN 3 D 5
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r r
DV ∗ ⎛ μ ⎞ ∗2 r ∗ ⎛ g ⎞ g
= −∇ p + ⎜⎜ 2
∗ ∗
⎟⎟∇ V + ⎜ 2 ⎟
[3.12]
Dt ∗ ⎝ D Nρ ⎠ ⎝ DN ⎠ g
r r
DV ∗ ∗ ∗ ⎛ g ⎞g
= −∇ p + ⎜ 2 ⎟
[3.23]
Dt ∗ ⎝ DN ⎠ g
P.g c
= cte [3.25]
ρN 3 D 5
P α ρN 3 D5 [3.26]
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Resulta desta forma a igualdade entre distribuição de pressão e as forças
viscosas, permitindo escrever a equação da seguinte forma.
⎛ μ ⎞ ∗2 r ∗
∇∗ p∗ = ⎜⎜ 2 ⎟⎟∇ V [3.28]
⎝ D Nρ ⎠
p∗ α
( p − p0 )g c
ρN 2 D 2
∇∗
( p − po )gc=
⎛ μ ⎞ ∗2 r ∗
⎜⎜ 2 ⎟⎟∇ V [3.28a]
ρN 2 D 2 ⎝ D Nρ ⎠
∇∗
( p − po )gc = μ∇∗2Vr ∗ [3.28b]
N
∇∗
( p − po )g c r
= ∇ ∗ 2V ∗ [3.28c]
Nμ
O termo
( p − po )g c , é chamado de pressão característica e é relacionada à força
Nμ
viscosa por unidade de área, sendo representada por p**.
p∗∗ =
( p − po )gc [3.29]
Nμ
∇∗
( p − po )g c r
= ∇ ∗ 2V ∗ [3.28c]
Nμ
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Conforme visto anteriormente em [3.19], a relação entre a pressão do fluído nas
pás do impelidor e a potência absorvida, é dada por:
( p − p0 )pá α
P
[3.19]
ND3
P
g
∗∗ ND 3 c PN −1D − 3 g c
p = =
Nμ Nμ
Pg c
p ∗∗ = [3.31]
μN 2 D 3
Pg c
= cte
μN 2 D 3
P α μN2D3 [3.32]
r r V
A velocidade adimensional, V , dada em [3.6], como sendo V = , pode ser
DN
expressa como função do NRey e NFr.
r
( )
V ∗ x∗ , y , z ∗ , t ∗ = f ( N Re y, NFroude)
∗
[3.13]
Como visto, quando a superfície do líquido é plana e calma, como o que ocorre
em tanques com defletores, os efeitos gravitacionais que provocam ondas e
vórtices, podem ser desprezados, passando a velocidade ser função apenas do
NRey.
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r
( )
V ∗ x∗ , y , z ∗ , t ∗ = f (N Re y )
∗
[3.15]
Desta forma:
r V
V∗ = = f (Re y )
DN
Vmed
V ∗med = = f (Re y )
DN
Q Q
Vmed = =
A D2
Q
−2
D 2 = QD = Q = f (Re y )
DN DN D3 N
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variáveis. As equações finais resultantes serão as mesmas obtidas em [3.2]. Conforme
visto na equação [3.1c], a potência absorvida em um sistema fluído agitado é função das
seguintes variáveis.
P = ψ (N , D, Q, ρ , μ , g ) [3.1.c]
O número de dimensões será designado por ‘r’, sendo r=3, conforme tabela
abaixo.
Tabela II
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Como usaremos inicialmente o Sistema absoluto:
P V D μ ρ g Q
1 0 0 1 1 0 0
M
L 2 1 1 -1 -3 1 3
T -3 -1 0 -1 0 -2 -1
Tabela III
m=r=3
ρ = ML-3
V = L1T-1
D=L
Π1(P)=ρα1.Vα2.Dα3.P1
Π1(P)=(ML-3)α1.(LT-1)α2.(L)α3.(ML2T-3)1
Π1(P)=(Mα1L-3α1).(Lα2T-1α2).(Lα3).(ML2T-3)
Π1(P)=(Mα1+1).(L-3α1 +α2 +α3 +2).( T-1α2-3)
α1+1=0
-3α1 +α2 +α3 +2=0
-1α2-3=0
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Portanto: Π1(P)=ρα1.Vα2.Dα3.P1
Π1(P)=ρ-1.V-3.D-2.P1
P
Π1( P ) = [3.33]
ρ .V 3 .D 2
Π2(μ)=ρβ1.Vβ2.Dβ3.μ1
Π2(μ)=(ML-3) β1.(LT-1) β2.(L) β3.(ML-1T-1)1
Π2(μ)=(Mβ1L-3β1).(Lβ2T-1β2).(Lβ3).(M1L-1T-1)1
Π2(μ)=(Mβ1+1).(L-3β1 +β2 +β3 1).( T-1β2-1)
β1+1=0
-3β1 +β2 +β3 -1=0
-1β2-1=0
Resolvendo,
Portanto: Π2(μ)=ρβ1.Vβ2.Dβ3.μ1
Π2(μ)=ρ-1.V-1.D-1.μ1
μ
Π 2( μ ) = [3.34]
ρ .V .D
Π3(g)=ργ1.Vγ2.Dγ3.g1
Π3(g)=(ML-3) γ1.(LT-1) γ2.(L) γ3.(L1T-2)1
Π3(g)=(Mγ1L-3γ1).(Lγ2T-1γ2).(Lγ3).(L1T-2)1
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Π3(g)=(Mγ1).(L-3γ1 +γ2 +γ3+1).( T-1γ2-2)
γ1=0
-3γ1 +γ2 +γ3+1=0
-1γ2-2=0
Resolvendo,
Portanto: Π3(g)=ργ1.Vγ2.Dγ3.g1
Π3(g)=ρ0.V-2.D1.g-1
D.g
Π3( g ) = [3.35]
V2
Π4(Q)=ρδ1.Vδ2.Dδ3.Q1
Π4(Q)=(ML-3) δ1.(LT-1) δ2.(L) δ3.(L3T-1)1
Π4(Q)=(Mδ1L-3δ1).(Lδ2T-1δ2).(Lδ3).(L3T-1)1
Π4(Q)=(Mδ1).(L-3δ1 +δ2 +δ3+3).( T-1δ2-1)
δ1=0
-3δ1 +δ2 +δ3+3=0
-1δ2-1=0
Resolvendo,
Portanto: Π4(Q)=ρδ1.Vδ2.Dδ3.Q1
Π4(Q)=ρ0.V-1.D-2.Q1
Q
Π 4 (Q ) = [3.36]
V .D 2
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Π1(P)=ρα1.Vα2.Dα3.P1
Π1(P)=(FL-4T2)α1.(LT-1)α2.(L)α3.(FL1T-1)1
Π1(P)=(Fα1-4α1T2α1).(Lα2T-1α2).(Lα3).(FL1T-1)
Π1(P)=(Fα1+1).(L-4α1 +α2 +α3 +1).( T2α1-α2-1)
α1+1=0
-4α1 +α2 +α3 +1=0
2α1-α2-1=0
Portanto: Π1(P)=ρα1.Vα2.Dα3.P1
Π1(P)=ρ-1.V-3.D-2.P1
P
Π1( P ) = [3.33’]
ρ .V 3 .D 2
Π2(μ)=ρβ1.Vβ2.Dβ3.μ1
Π2(μ)=(FL-4T2) β1.(LT-1) β2.(L) β3.(FL-2T1)1
Π2(μ)=(Fβ1L-4β1T2β1).(Lβ2T-1β2).(Lβ3).(F1L-2T1)
Π2(μ)=(Fβ1+1).(L-4β1 +β2 +β3 2).( T2β1-β2+1)
β1+1=0
-4β1 +β2 +β3 -2=0
2β1-β2+1=0
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Portanto: Π2(μ)=ρβ1.Vβ2.Dβ3.μ1
Π2(μ)=ρ-1.V-1.D-1.μ1
μ
Π 2( μ ) = [3.34’]
ρ .V .D
Π3(g)=ργ1.Vγ2.Dγ3.g1
Π3(g)=(FL-4T2) γ1.(LT-1) γ2.(L) γ3.(L1T-2)1
Π3(g)=(Fγ1L-4γ1T2γ1).(Lγ2T-1γ2).(Lγ3).(L1T-2)
Π3(g)=(Fγ1).(L-4γ1 +γ2 +γ3+1).( T2γ1-1γ2-2)
γ1=0
-4γ1 +γ2 +γ3+1=0
2γ1-γ2-2=0
Portanto: Π3(g)=ργ1.Vγ2.Dγ3.g1
Π3(g)=ρ0.V-2.D1.g-1
D.g
Π3( g ) = [3.35’]
V2
Π4(Q)=ρδ1.Vδ2.Dδ3.Q1
Π4(Q)=(FL-4T2) δ1.(LT-1) δ2.(L) δ3.(L3T-1)1
Π4(Q)=(Fδ1L-4δ1 T2 δ1).(Lδ2T-1δ2).(Lδ3).(L3T-1)
Π4(Q)=(Fδ1).(L-4δ1 +δ2 +δ3+3).( T2δ1-1δ2-1)
δ1=0
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-4δ1 +δ2 +δ3+3=0
2δ1-δ2-1=0
Portanto: Π4(Q)=ρδ1.Vδ2.Dδ3.Q1
Π4(Q)=ρ0.V-1.D-2.Q1
Q
Π 4 (Q ) = [3.36’]
V .D 2
Π1 = f (Π 2 , Π3 , Π 4 )
Ou
P ⎛ μ D.g Q ⎞
= f ⎜⎜ , 2 , ⎟
2 ⎟
[3.37]
ρ .V .D
3 2
⎝ ρ .V .D V V .D ⎠
P ⎛ N .D 2 .ρ D.N 2 Q ⎞
= f ⎜⎜ , , ⎟ [3.38]
ρ .N 3 .D5 ⎝ μ g N .D3 ⎟⎠
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O terceiro, N2.D/g, ë o Número de Froude, NFroude.
O quarto, Q/D3.N, é o Número de Bombeamento, NQ.
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r
Sua importância é acentuada pelo conceito de força F que dela deriva. Força vem
a ser a variação temporal (derivação) da quantidade de movimento.
dP d (mv ) dP dv
= Sendo m=cte =m
dt dt dt dt
A variação temporal da velocidade vem a ser a aceleração a=dv/dt.
Desta forma temos a força como: F=m.a
Já as forças viscosas, aparecem quando uma camada de fluído se move mais
rápida ou mais vagarosamente que outra camada vizinha de fluído, ou mesmo
uma superficie sólida, onde ocorrem então tensões de cisalhamento.
O grupo adimensional “μ / ρ.V.D”, não é todavia, utilizado na forma como foi
deduzido pela Análise Dimensional. Estudos e testes práticos indicam que o seu
recíproco é mais conveniente de ser trabalhado.
Desta forma, temos:
ρ .V .D ρ .N .D 2
N Re y = = [3.40]
μ μ
Que pode ser expresso dimensionalmente por:
NRey ~ Forças de Inércia
Forças Viscosas
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Q
NQ =
V .D 2
Conforme visto, a velocidade característica foi dada pelo produto da rotação pelo
diâmetro do impelidor, ND.
Q Q
NQ = 2
= [3.41]
ND.D ND3
Onde: Q – Capacidade de bombeamento do sistema
NQ – Número de Bombeamento, adimensional, (pode ser encontrado em literatura
especializada sobre agitação)
O significado físico para o Número de Bombeamento pode ser dado, fazendo um
estudo vetorial do fluxo de líquido que percorre o impelidor.
Um impelidor de um agitador pode ser considerado como um rotor de bomba
operando em aberto, ou seja, sem a carcaça e sem entrada e saída definidas.
Para melhor compreender os vetores velocidade do fluxo que ocorre no impelidor
do agitador, iniciamos com um estudo preliminar em um impelidor de uma bomba
centrífuga.
No esquema de uma bomba centrífuga dada na Fig. 3.3, pode-se verificar como o
líquido fluí através da mesma.
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O líquido entra axialmente na sucção (a). Com a rotação do rotor, o líquido se
desloca radialmente pelas palhetas do mesmo (1), fluindo para a periferia em (2),
onde é coletado pela voluta e deixa a bomba em (b).
O desempenho de uma bomba deve ser analisado considerando-se todos os
estágios indicados. Entretanto o estágio (1) → (2) pode ser considerado o
“coração” de uma bomba, sendo justamente onde necessitamos de uma análise
vetorial das velocidades do fluxo.
As figuras 3.4 e 3.5 mostram as velocidades do fluxo se deslocando do ponto (1)
(2) e o diagrama de vetores na saída do impelidor da bomba.
Para efeito de simplificação utilizamos um sistema bi-dimensional de coordenadas
espaciais, indicando somente uma pá das muitas que um rotor de bomba possui.
Fig. 3.4 – Composição de vetores velocidades do fluxo na entrada e saída das pás de um
impelidor centrífugo
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Agitação Mecânica
De posse da composição vetorial na extremidade do impelidor de uma bomba,
podemos dar sequência ao estudo do Número de Bombeamento NQ de um
impelidor de agitador em meio líquido. Conforme visto, um impelidor de agitador
pode ser considerado um rotor de bomba operando em aberto. Iremos considerar
um impelidor do tipo disco com pás retas conforme Fig 3.6.
Assumindo que a velocidade tangencial do líquido, vtg, é uma fração, digamos “k”
da velocidade periférica das pás do impelidor, Vp , de modo que podemos
escrever:
vtg = k .VP Sendo Vp = π.D.N
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vtg = k .π .D.N [3.43]
Onde:
vr – Componente radial da velocidade abs, V
Ap=πDW - Área de seção da altura das pás em todo o perímetro do impelidor, ver
Fig 3.7
W = Altura da pá
Uma análise da geometria dos vetores na Fig. 3.6, permite que possamos
escrever a velocidade radial vr da seguinte forma:
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Agitação Mecânica
vr = (v p − vtg )tgβ [3.45]
Substituindo em [3.44]
Q = (v p − vtg )tgβ .πDW
Q = π 2 D2 NW .(1 − k )tgβ
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3.4.3 – NÚMERO DE POTÊNCIA OU NEWTON, NPo
O grupo adimensional, P/ρV3D2, obtido na Análise Dimensional, pode ser definido
como sendo a relação existente entre as forças de arraste nas pás do impelidor e
as forças de inércia do sistema.
A Força de Arraste é a resistência que um corpo sólido experimenta quando se
encontra imerso num meio fluído e existe movimento relativo entre este corpo e o
meio.
A Força de Inércia, como definido anteriormente, são aquelas desenvolvidas
quando da mudança de direção ou velocidade do fluído, ao encontrar algum
obstáculo.
Esta relação pode ser expressa dimensionalmente como:
P P P
NPo = = = [3.50]
ρ .V .D
3 2
ρ (DN ) D
3 2
ρ .D 5 . N 3
Npo ~ Forças de arraste
Forças de inércia
O significado físico para a relação entre forças de arraste e forças de inércia pode
ser deduzido do seguinte:
Consideremos o movimento relativo (rotação) de um impelidor em um meio
líquido. Os deslocamentos das pás deste impelidor sofrerão uma resistência
devido a Força de Arraste, FD, que está distribuída sobre todo o impelidor.
Imaginemos esta força FD, concentrada nas extremidades das pás, conforme
indicado em Fig. 3.4.
Pela definição de Força de Arraste dada em [2.8], temos que;
A.V 2 .ρ
FD = C D [3.51]
2
Onde:
FD – Força de arraste nas pás do impelidor
CD – Coeficiente de arraste
V – Velocidade do fluxo
A – Área projetada das pás do impelidor
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ρ - Densidade do meio líquido
A ∼ D2
V ∼ DN
∴
FD α [ CD . D2 . (DN)2 . ρ ]
FD α [ CD . D4 . N2 . ρ ]
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Sendo que Potência pode ser definida como o produto da Força pela velocidade,
P=F.V
∴
P = FD.VP
P ∼ CD.D4.N2.(DN)
P ∼ CD.D5.N3.ρ
NFr =
( DN )
2
=
D 2 .N 2
D.g D.g
D .N 2
NFr = [3.53]
g
A interpretação física deste grupo adimensional pode ser dada da seguinte forma:
Consideremos um meio líquido agitado mecanicamente, onde o recipiente seja
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Agitação Mecânica
cilíndrico e não possua defletores laterais. Ocorrerá desta forma a formação de
um vórtice (Fig. 3.5)
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Agitação Mecânica
Consideremos o volume de líquido que está acima do plano b-b e que passa pelo
fundo do vórtice (Fig. 3.5). A formação deste vórtice representa o balanceamento
das Forças de Inércia FI e as Forças Gravitacionais Fg. Podemos dizer então que
as Forças de Gravidade são proporcionais à massa de líquido influenciada pelo
vórtice.
Fg m.g AZρ .g
α =
A A A
Fg
α ρ.Z.g
A
Fg
τg = α ρ.Z.g
A
Fg
τg = α ρ.D.g [3.54]
A
P m.v
F m.a
τ i = dt = dt = =
A A A A
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Agitação Mecânica
A massa é dada por m=AZρ
A aceleração característica é dada por DN2 conforme visto em [3.7]
AZ ρ ..DN 2
τi = = Zρ .DN 2
A
Uma vez que a similitude nos permite escrever que Z=D, então temos que a
tensão inercial é dada por:
F
τi = = ρD2 N 2 [3.55]
A
τ i = ρ.Vp 2 [3.56]
τ i/τg α
N 2 D2 ρ N 2 D
= = NFR [3.57]
ρDg g
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Agitação Mecânica
P ⎛ N .D 2 .ρ D.N 2 Q ⎞
= f ⎜⎜ , , ⎟
3 ⎟
[3.38]
ρ .N 3 .D5 ⎝ μ g N .D ⎠
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Agitação Mecânica
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As curvas foram empiricamente levantadas para os impelidores identificados nos quadros
acima. A inclinação A-B das curvas é típica para a maioria dos impelidores, e indica que o
sistema agitado é grandemente dependente da viscosidade do fluído. Os efeitos das forças
inerciais são negligíveis se comparado aos efeitos das forças viscosas, sendo o fluxo
predominantemente tangencial. Observar que o Npo é comparativamente elevado em relação
com outras seções das curvas
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3.5.1.2 – REGIME DE TRANSIÇÃO
À medida que o Número de Reynolds aumenta, o comportamento do líquido
muda gradualmente de regime laminar para o regime turbulento. Valores de
Nrey compreendidos entre 20 e 2000 indicam regimes dentro de uma região
de transição. Como sua própria denominação, sistemas agitados onde o
Número de Reynolds encontra-se na Zona de Transição, é indefinida no
tocante as predominâncias dos efeitos viscosos ou inerciais. Os fluxos serão
uma combinação de velocidade tangencial, axial e radial. Esta região
encontra-se na seção “B-C” das curvas.
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Agitação Mecânica
Conforme exposto, a potência absorvida em um sistema fluído agitado está
diretamente ligada ao chamado Número de Potência, que por sua vez está
correlacionado com o regime de escoamento em que o sistema se encontra.
Ao se dimensionar um agitador mecânico, instalam-se motores compatíveis com as
potências requeridas, sem fatores de serviço exagerados, permitindo sua operação
somente dentro de condições definidas de rotação, densidade e viscosidade do fluído,
bem como geometria do impelidor. Alterações numa destas variáveis, implica em
alterações do sistema fluído, podendo o Npo deslocar-se para regiões onde o seu
valor aumenta, tendo como resultado um aumento na potência absorvida do sistema.
Visto que este trabalho está sendo apresentado com as unidades no sistema
britânico, operaremos algumas modificações nas fórmulas.
N .D 2
N Re y = 10,7.ρ [3.39]
μ
P.g c NPo.ρ.D5 N 3
NPo = P=
ρ .D 5 N 3 gc
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Agitação Mecânica
lbm. ft
gc = 32,17
lbf .sec 2
Vp=π.D.N → N=Vp/πD → N=V/D
Portanto:
ρ ⎛V ⎞
3
P= ⎜ ⎟ D
5
gc ⎝ D ⎠
lbm ft 3
ft 3 3 lbm. ft −3 ft 3 .s −3 5
P= . s 3 . ft 5 → P= . . ft
lbm. ft ft lbm. ft.lbf −1.sec− 2 ft 3
lbf .sec2
ft
P = lbf Ou seja: P=F.v (potência=força x velocidade)
sec
⎛ ft ⎞ ρ .D5 N 3
P⎜ lbf ⎟ = NPo
⎝ sec ⎠ gc
Sendo: P= lbf.ft/sec
N=rps
D=ft
gc=32,17 lbm.ft/lbf.sec2
ρ=62,30 lbm/ft3 ( água )
3 5
62.3 ⎛ 1 ⎞ 3 ⎛ 1 ⎞ 5
P= ⎜ ⎟ N ⎜ ⎟ D .NPo
32,17 ⎝ 60 ⎠ ⎝ 12 ⎠
P = 1,9365.N D NPo.1,8605E − 11
3 5
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P = (6,5506E − 14).N 3 D5 NPo [3.40]
Sendo: P= HP
N=rpm
D=pol
ρ=1 ton/m3
Como a fórmula deve abranger sistemas onde a densidade seja diferente ao da água
e agitadores com número de impelidores diferentes de um.
NPo .N 3 .D 5 .ρ .n
P= [3.41]
1,524 E13
EXEMPLO:
Um sistema fluído agitado mecanicamente foi dimensionado para operar com as
seguintes variáveis.
• Impelidor tipo 6PBT-45 conforme Fig.3.6 curva 4
• Diâmetro impelidor: D=20”
• Rotação: N=130 rpm
• Viscosidade líquido: μ = 1500 cP
• Densidade líquido: ρ = 1,0
• Acionador: motor elétrico ¾ HP
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Agitação Mecânica
Plotado na curva #4 da figura 3.6, o Npo =1,4 é invariante
Pabs = NPo.
N 3 D5 ρ
= 1,4
(130)3.(20)5.1,0 = 0,64bhp
1,524E13 1,524E13
Pabs=0,64< Pmotor=0,75 hp OK
Modificação #1
Na eventualidade de termos as condições de operação alteradas como, por exemplo,
para um fluído com viscosidade de fluído de 5000 cP e densidade de 1,2.
Pabs = 1,9
(130) .(20) .1,2
3 5
= 1,05bhp
1,524E13
Pabs=1,05> Pmotor=0,75 hp
Modificação #2
Alterando-se a rotação para 145 rpm e diâmetro do impelidor para 22”:
1,2.145 .22 2
N Re y = 10,7 = 600 Regime de transição – Npo=1.6
1500
Pabs = 1,6
(145) .(22) .1,0
3 5
= 1,64bhp
1,524E13
Pabs=1,64> Pmotor=0,75 hp
Descobriremos de maneira quase que imediata que o motor não está dimensionado
para trabalhar nestas novas condições e provavelmente ele também terá problemas
mecânicos.
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Agitação Mecânica
3.5.2 –No. DE BOMBEAMENTO versus No. DE REYNOLDS
Conforme visto na seção 3.2.3, podemos associar a velocidade do fluxo com o
regime de escoamento do sistema, ou seja, o seu Número de Reynolds. Muitos
trabalhos têm demonstrado esta correlação.
O gráfico apresentado em Fig. 3.9, nos mostra esta correlação para um impelidor
do tipo turbina de pás retas inclinadas a 45º com Número de Potência invariante
de 1,37 e contém curvas para várias relações entre o seu diâmetro e o diâmetro
do tanque. Inúmeras correlações para os mais variados tipos de impelidores
podem ser encontradas em literatura especializada.
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Agitação Mecânica
Fig. 3.9 Número de Bombeamento como função do Nrey para impelidor de pás retas
inclinadas a 45o (Npo= 1,37)
VB = Q/A
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Agitação Mecânica
Superfície
do líquido
Eixo
Defleto
Impelidor
Parede
do
Redemoinho
Fig. 3.40 – Perfil de velocidades de fluxo de um impelidor tipo turbina de 6 pás retas a 90 graus
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Agitação Mecânica
A velocidade aparente representativa de todo o sistema é considerada como
sendo a velocidade do fluxo a 2/3 da altura do líquido, conforme indicado na Fig.
3.41. Destes conceitos, surge o que se chama grau de agitação do sistema fluído
agitado que como veremos mais adiante é fundamental para especificação de um
agitador.
O estado hidrodinâmico do fluxo num vaso cilíndrico agitado mecanicamente por um impelidor
é algo complexo, particularmente nas vizinhanças do impelidor onde ocorrem regimes
violentamente turbulentos. De qualquer forma fazendo as devidas simplificações, podemos
afirmar que o tipo de fluxo num vaso agitado depende das características do fluído, da
geometria e proporções do tanque e do próprio impelidor que produz o fluxo.
A velocidade do fluído em qualquer ponto do tanque possuI três componentes distintos e o
perfil global do fluxo vai depender das variações que estes componentes apresentarem ponto a
ponto no sistema.
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Agitação Mecânica
O primeiro componente de velocidade é a radial, Vr. Este componente age numa direção
perpendicular ao eixo do impelidor. O segundo componente age numa direção paralela ao eixo
do impelidor. Ela é chamada de componente axial, Vz. A terceira componente é a tangencial ou
rotacional, Vg. Ela age numa direção tangencial à círculos concêntricos a linha do eixo.
Se considerarmos um tanque cilíndrico sem defletores e eixo centrado, o vórtice formado pelo
componente tangencial tende a perpetuar-se e em altas velocidades este pode chegar até a
região do impelidor arrastando grande quantidade de ar para o meio líquido (ver Fig. 4.3 e 4.4).
Nesta situação o impelidor poderá operar parcialmente descoberto.
Deste modo podemos definir o estado hidrodinâmico do fluxo num vaso cilíndrico agitado
mecanicamente por um impelidor, como sendo função do Número de Reynolds do sistema,
conforme já demonstrado quando indicamos a interdependência entre o Número de Reynolds e
a Capacidade de Bombeamento e Número de Reynolds e Potência. Isto permite descrever os
regimes dos fluxos da seguinte forma:
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Agitação Mecânica
Este comportamento deve-se a predominância das forças viscosas e o sistema não
aceita modificações bruscas do movimento. Nestes sistemas os efeitos centrífugos
devido à rotação do impelidor são neglicíveis e a circulação é pobre. Das componentes
existentes da velocidade, predomina no sistema a componente de velocidade tangencial
e ela é observada em todos os níveis do fluído, sendo, porém mais acentuada na região
do impelidor, diminuindo à medida que se afasta do mesmo até todo o sistema se
estagnar.
A figura 4.1A1 mostra um sistema laminar onde operamos com um impelidor de pás
verticais retas e pequena dimensão. A região onde há circulação esta tracejada e
somente próximo ao impelidor ela se faz presente. A figura 4.1A2 mostra o mesmo
sistema operado com um impelidor do tipo ribbon (fitas helicoidais) com a circulação
presente em todo o tanque.
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Agitação Mecânica
modo não necessita da instalação de defletores. Nestes sistemas a instalação de
defletores pode provocar também o surgimento de zonas mortas e estagnadas
imediatamente atrás dos mesmos.
Figura 4.1 – Regimes de fluxo que ocorrem num sistema agitado em função do Número de
Reynolds
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Agitação Mecânica
Visto que o nosso trabalho centra-se basicamente no regime de fluxo turbulento e
francamente turbulento, naquela região do gráfico, Nrey versus Npo (Fig. 3.6, 3.7) em
que o regime torna-se invariante após atingir determinado Número de Reynolds, vamos
tomar somente o comportamento hidrodinâmico da figura 4.1D para mostrar as
componentes típicas de velocidades encontradas em um sistema de agitação e como
elas se distribuem nele.
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Agitação Mecânica
Na figura 4.2A observar-se no tanque sem defletor que a velocidade tangencial é muito
maior do que quando o tanque está equipado com defletores na parede do mesmo. As
forças inerciais prevalecem sobre as forças viscosas e todo o conjunto líquido passa a
acompanhar atrasadamente o movimento rotatório do impelidor. O fenômeno devido ao
chamado Número de Froude visto em [3.4.4] surge como efeito devido ao
desbalanceamento das forças de inércia e das forças gravitacionais e ocorrerá então o
aparecimento de um vórtice no centro da massa líquida.
Verifica-se que sua atuação mais significativa encontra-se mais ou menos confinada na
região próxima do impelidor. As linhas tracejadas da figura 4.2B indicam este
confinamento. Exceto pelo início de vórtice, parece não haver grandes diferenças nas
velocidades dos fluxos produzidos em tanques com ou sem defletores.
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Agitação Mecânica
A distribuição de velocidades para a componente axial é mostrada na figura anterior 4.2C, tanto
para o tanque sem defletor e devidamente equipado com defletores laterais. Conforme
mostrado na figura 4.2C, na região imediatamente acima do impelidor, o líquido move-se para
cima na região próxima do impelidor e também bem próximo da parede do tanque.
O líquido retorna então através do através do “annulus” indicado entre as duas linhas
tracejadas da figura considerada. A combinação das três componentes mostradas
anteriormente, nos dá a circulação total do fluxo. A figura 4.2D indica as linhas de fluxo
resultante dos três componentes. A figura à esquerda de 4.2D mostra as linhas de fluxo
ocorrendo em um tanque sem defletores e à direita em um tanque com quatro defletores
integrais, ou seja, desde o fundo até a superfície do líquido.
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Agitação Mecânica
circulação que é a princípio o objetivo que se deseja dos sistemas mecanicamente agitados por
impelidores.
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Agitação Mecânica
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Agitação Mecânica
Vórtices e redemoinhos podem ser evitados pelos seguintes métodos:
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Agitação Mecânica
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Agitação Mecânica
Em tanques de maiores dimensões e montados com agitadores verticais, o método preferível
de redução e eliminação de vórtices é a instalação de defletores que interceptem a
componente tangencial do fluxo sem interferir com o fluxo axial e radial. Existem vários tipos de
montagem destes defletores conforme indicado na Fig. 4.8, entretanto a maneira mais
convencional para eliminação da componente tangencial do fluxo é utilizar 4 (quatro) defletores
do tipo integral ao longo de toda parede dos tanques espaçados de 90º. Em tanques de
grandes dimensões é recomendável a utilização de um número maior de defletores.
Nestes casos os modelos de fluxo assumem comportamento hidrodinâminco semelhante aos
dos indicados nas figuras Fig 4.8 e Fig. 4.9
O defletor do tipo integral indicado deve seguir uma proporcionalidade geométrica em relação a
uma variável dimensional do sistema, que como veremos mais adiante é o diâmetro do tanque
designado por “T”.
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Agitação Mecânica
Visto os mecanismos normalmente utilizados para eliminar as ocorrências de vórtices, o fluxo
produzido por um impelidor dentro de um tanque cilíndrico então passa a depender somente do
tipo, geometria e proporcionalidade do impelidor utilizado. Os impelidores de indução de fluxo
predominantemente axial são utilizados quando se deseja produzir dentro do tanque, circuitos
de fluxos de cima para baixo ou vice-versa. Na figura Fig. 4.9 podemos ver claramente o
comportamento da componente de velocidade predominante no sistema, direcionando o fluxo
para o fundo do tanque. O impelidor utilizado no caso é do tipo de pás retas inclinadas
denominado PBT (Pitched Blade Turbine).
O fluxo ao deixar o impelidor desloca-se para baixo e para a periferia do tanque onde
encontram os defletores, sendo então direcionados naturalmente para cima. Desde modo os
defletores, além de eliminar os redemoinhos, atuam de modo muito importante no
direcionamento do fluxo. Quando o fluxo atinge as regiões superiores, próximo da superfície, o
fluxo é forçado a retornar para a região central do sistema onde existe uma zona de baixa
pressão produzida pelo fluxo em movimento. Isto produz então um eficiente modo de circulação
e transporte de massa. Nas camadas superiores podemos afirmar com certeza que o fluxo é
totalmente horizontal e como veremos mais adiante o comportamento desta superfície pode ser
adotada como meio de definir graus de agitação.
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Agitação Mecânica
Impelidores de fluxo radial tem como principal característica induzir correntes de fluxo
predominantemente radiais. Podemos observar na figura Fig. 4.10 que as correntes de fluxo
estão mais ou menos confinadas nas proximidades do impelidor, tanto acima como abaixo do
mesmo. O impelidor é do tipo pás retas verticais, denominado FBT (Flat Blade Turbine).
O fluxo que próximo ao eixo imediatamente acima do impelidor é axial, toma gradualmente um
perfil radial, até atingir as paredes do tanque, onde é redirecionado tanto para cima como para
baixo.
Fig. 4.10 – Modelo de Fluxo Radial (tanque com defletores do tipo integral).
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Fig. 4.11 – Modelos de Fluxo em tanques com mais de um impelidor; a) Dois impelidores de
fluxo axial; b) Dois impelidores de fluxo radial; c) Múltiplos impelidores radiais
Algumas situações podem ocorrer que determinado tanque tenha que ter por questões de
processo ou espaço, a altura muito maior do que o diâmetro. Nestes casos, dois ou mais
impelidores podem ser montados no mesmo eixo, e cada impelidor agirá isoladamente como
indutor de fluxo. Duas ou mais correntes de circulação são geradas então. Ver figura Fig.
4.1.1.
5 - RELAÇÕES GEOMÉTRICAS
Comumente, quando precisamos descrever os efeitos produzidos pela agitação de líquidos em
tanques cilíndricos verticais, adotamos uma relação considerada ideal entre a altura do líquido,
Z e o diâmetro interno do tanque T, como sendo Z/T=1. A partir desta relação primária ideal,
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podemos descrever as relações geométricas e proporções dos diversos componentes de um
sistema agitado mecanicamente. A relação Z/T é chamada de razão de preenchimento e pode
variar de acordo com as necessidades de processo, espaço, etc. Usualmente esta relação
pode variar entre 0,5 e 1,5, sendo que nestes valores limites o sistema não apresenta
diferenças consideráveis em relação à chamada relação ideal.
Quando se utiliza múltiplos impelidores de fluxo axial, particular cuidado deve ser tomado ao se
definir a distância entre eles. Se os impelidores forem localizados muito próximos um do outro
(por exemplo menor que um diâmetro de impelidor), seu comportamento hidrodinâmico na
indução de fluxo pode ser considerado como sendo de um só impelidor de maior dimensão.
Múltiplos impelidores de fluxo axial possuem menor tendência de produzir fluxo separado do
que múltiplos impelidores de fluxo predominantemente radial, por isto eles devem ser
posicionados sempre a uma distância mínima de um diâmetro de impelidor.
Se um impelidor de indução de fluxo axial ou radial for posicionado muito próximo da superfície
do líquido, as correntes de fluxo podem desenvolver pequenos redemoinhos responsáveis pela
incorporação de ar no meio líquido, mesmo com defletores instalados. Em tanques cilíndricos
verticais os defletores são montados na parede do tanque e obedecem à uma relação
considerada ideal que é fixada como sendo 1/10~1/12 do diâmetro do tanque.
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1 1,4
Z/3
< 25000 2 (2/3) Z 2,1
T/3 0,3<T<O,5T
1 0,8 T/12 T/12
Z/3
> 25000 2 (2/3) Z 1,6
T/3
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5.2 – SISTEMAS BIFÁSICOS SÓLIDO-LÍQUIDO
Folga Defletores
No. Imp/Fundo Diâmetro do Impelidor
Impelidores Z/T
Máx. Tanque Tanque Tanque
H1 H2 Bc B Fundo Fundo Fundo
Plano Abaulado Esférico
1 Z/4 1,2
D=0,4T D=0,35T
6. EQUIPAMENTOS E COMPONENTES
Usualmente a agitação em meios líquidos é feita em recipientes cilíndricos verticais, tais como
vasos e tanques. Um sistema de agitação considerado como padrão é composto normalmente
das seguintes partes: acionador que normalmente é elétrico, mas pode ser pneumático ou
hidráulico, redutor de velocidades que pode ser por redutor de engrenagens ou sistema de
transmissão por polias e correis, eixo, acoplamentos, vaso/tanque, impelidor e acessórios tais
como selo mecânico, caixa de gaxetas, mancais de escora-guia, estabilizadores e partes
internas tais como: defletores, serpentinas, camisas, draft tube, revestimentos, etc.
O recipiente cilíndrico para o sistema de agitação pode ter uma configuração de um tanque
aberto atmosférico ou um vaso de pressão fechado. Tanques atmosféricos geralmente
obedecem a normas de construção do tipo API 650, tanques fechados sob baixa pressão a API
620 e os fechados sob pressão, a norma ASME Seção XIII.
Os tanques fechados são utilizados, por exemplo, nas condições de processo onde se
requerem operação sob pressão para se obter uma reação ou impedir o desprendimento de
substâncias tóxicas proveniente do líquido agitado. A vedação dos mesmos se faz por meio de
dispositivos do tipo selo hidráulico, caixa de gaxetas ou selos mecânicos.
A configuração básica do vaso e do tanque vertical pode ser vista na figura Fig. 6.1 e Fig. 6.2
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Fig. 6.1 – Padrão de tanque atmosférico com fundo plano agitado mecanicamente.
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6.1 TANQUES E VASOS
Tanques e vasos cilíndricos verticais com fundo plano ou arredondado são geralmente
os mais utilizados em sistemas mecanicamente agitados. Outros tipos de recipientes
também são utilizados para estes sistemas dependendo então de variáveis como
espaço, processo, disponibilidade de tanques, etc., podendo ser do tipo cilíndrico
horizontal, quadrados ou retangulares (ver Fig 6.6). Os padrões de fabricação e projeto
destes tanques/vasos obedecem a normas tais como API 650 para tanques
atmosféricos, API 620 para tanques de estocagem com baixa pressão, ou ASME Seção
XVIII para vasos pressurizados. No caso de recipientes cilíndricos verticais (onde nosso
trabalho está apoiado) devemos relevar alguns fatores importantes quando do projeto do
tanque/vaso.
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Fig. 6.8 – Tanques/Vasos “quadrados” são mais adequados para sistemas agitados
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Outros tipos de fundo têm sido estudados, particularmente para suspensões de sólidos.
Estes estudos indicam tanques com fundo perfilado permitem especificar sistemas de
agitação mais eficientes, tanto hidrodinâmicamente, visto que o tanque tem perfil que
facilita as correntes de fluxo, tanto quanto mecanicamente, visto que menor potência
será despendida.
Nos tanques de fundo plano, existe a ocorrência de cantos mortos que se situam no
fundo do tanque imediatamente abaixo do impelidor e na intersecção entre o fundo e o
costado. Estas zonas mortas são naturais em todos os sistemas que utilizam fundos
planos, elas ocorrem devido à tendência do fluxo percorrer o caminho de menor
consumo de energia, ver Fig 6.10
Fig. 6.10 – Correntes de fluxo em um tanque com defletores (não mostrado), indicando
zonas mortas abaixo do impelidor e nas paredes do tanque junto ao fundo
Chudacek estudou formatos de fundo de tanques cilíndricos e concluiu nos seus estudos
que o formato de fundo ideal para um tanque cilíndrico vertical é o chamado de fundo
totalmente perfilado. Nele a configuração do fundo estaria bem próxima do formato
hidrodinâmico do fluxo que ocorre durante a agitação produzida por impelidores, eliminando
desta forma os pontos mortos, ver Fig. 6.11
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Visto que este formato implica em produzir tanques complexos na sua forma tornando-os de
difícil fabricação e de alto custo, podemos pensar em introduzir no fundo do tanque um perfil
que se aproxime do perfil ideal, mas que seja de fácil fabricação.
A figura 6.12 mostra um tanque cilíndrico vertical onde os cantos retos são substituídos por
cantos inclinados de fácil fabricação. O centro onde ocorre uma zona morta possui um cone
invertido. Um tanque de fundo reto pode ser facilmente transformado para possuir um perfil
próximo do chamado ideal.
6.2 – IMPELIDORES
A seleção de um impelidor está intimamente ligada às condições requeridas de processo
e ao tipo de atuação requerida do mesmo no sistema hidrodinâmico a ser produzido. As
funções básicas do impelidor é produzir; bombeamento, circulação, turbulência ou
cisalhamento que resultar em operações hidrodinâmicas globais de homogeneização,
dispersão, suspensões, etc.
Na maioria das aplicações, o efeito mais desejado de um impelidor, é o transporte do
líquido através do tanque. Nestes casos o impelidor deve ser capaz de induzir correntes
de fluxo que atinjam todo o líquido a ser agitado, mesmo que com níveis diferentes de
energia de agitação.
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Nas operações de bombeamento e circulação, temos como principais objetivos as
condições de homogeneização e mistura de líquidos, a suspensão de sólidos, promover
a transferência de calor, etc. Já o cisalhamento, é um efeito produzido quando temos um
diferencial de velocidades elevado em dois pontos do líquido. Este efeito é desejado
quando temos, por exemplo, que dispersar aglomerados de partículas sólidas em meios
líquidos, produzir a mistura de materiais extremamente viscosos com materiais pouco
viscosos ou dispersar um produto de fase gasosa em outro de fase líquida, neste caso
bolhas grandes são transformadas em pequenas e bombeadas pelo meio líquido.
A turbulência é produzida pelo movimento irregular do fluído em todas as direções. Para
que ela ocorra, os efeitos de circulação e cisalhamento devem estar presentes. Os
impelidores que produzem estas operações hidrodinâmicas podem ser divididos em três
classes: aqueles em que as correntes de fluxo induzidas são predominantemente axiais
à linha de centro do eixo, aqueles em que o fluxo induzido é predominantemente radial,
sendo transversal à linha de centro do eixo e os impelidores que produzem movimento
predominantemente tangencial que acompanham o movimento de rotação do mesmo
sendo geralmente utilizados em fluídos de alta viscosidade.
Os tipos que nos interessam são dos de fluxo axial e radial, que englobam a maioria dos
problemas de agitação. Aos primeiros dá-se o nome de Impelidores de Fluxo Axial e aos
segundos de Impelidores de Fluxo Radial. Ver figura Fig. 6.13 para os efeitos globais
produzidos por estes impelidores.
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O passo da maioria dos impelidores aplicados na agitação situa-se entre 0,5 a 1,5 vezes
o diâmetro do mesmo. A relação passo/diâmetro mais usual é de valor igual a 1,0
denominada de square pitch. Nela o passo da hélice é igual ao diâmetro do impelidor.
Em líquidos de baixa viscosidade e sistemas de agitação de pequeno porte utilizam
estes tipos de impelidores que podem operar em altas rotações e geralmente são
acoplados diretamente aos motores. A utilização mais comum destes impelidores é nos
agitadores chamados de portáteis.
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IMPELIDOR DE ALTA EFICIÊNCIA COM PÁS DE ÂNGULO VARIÁVEL E PASSO
QUASE CONSTANTE
Este tipo de impelidor foi desenvolvido para promover um fluxo predominantemente axial
com um menor consumo de potência. Não é sua melhor característica promover uma
alta capacidade de bombeamento, mas mesmo assim o impelidor pode ser classificado
como sendo de alta eficiência. Sua construção é simples sendo suas pás perfiladas ou
dobradas em perfil próximo ao perfil helicoidal.
Fig. 6.15 – Impelidor de pás perfiladas Npo=0,53 (com estabilizador) e Npo=0,45 (sem
estabilizador)
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IMPELIDOR TIPO “SABRE”
O impelidor tipo “Sabre” foi desenvolvido pela Cia francesa SEM. Sua principal
característica é possuir um formato das pás, onde a parte próxima ao cubo é mais larga
do que nas extremidades. Esta configuração permite uma distribuição mais intensa
particularmente imediatamente abaixo do eixo central do agitador, onde normalmente é
uma zona morta. Impelidores comuns, geralmente possuem baixa eficiência de bombeio
na região próxima ao eixo. Este tipo de impelidor minimiza a formação de depósitos na
parte central do fundo do tanque devido a sua capacidade de induzir linhas de fluxo
eficientes nesta região. Convém salientar que outros impelidores podem fornecer estas
características ao sistema, apenas que, comparativamente com um impelidor tipo sabre,
eles precisariam trabalhar em condições de rotação e potência um pouco acima
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Estes impelidores possuem um alto custo, pois sendo fundido exigem usinagens
extremamente sofisticadas e sendo fabricados, sua construção complexa exigem pás
ocas reforçadas semelhantemente às asas de avião. Houve posteriormente uma
assimilação desta conceituação hidrodinamizada na fabricação de impelidores pelos
fabricantes de agitadores. Procurou-se produzir impelidores denominados hidrofólio que
não fossem onerosos. As pás foram perfiladas em perfil helicoidal e sofriam curvaturas
que simulavam o perfil aerodinamizado das curvas NACA. São componentes geralmente
utilizados em grandes agitadores, com tanques de até 10m de diâmetro, permitindo
encontrar uma boa relação na eficiência na agitação e potência absorvida.
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IMPELIDOR TIPO TURBINA DE PÁS VERTICAIS CURVADAS (Curved-Blade Turbine)
Além das características principais do impelidor tipo FBT, este impelidor tem a vantagem
de produzir pouco cisalhamento devido a curvatura de suas pás. Sua capacidade de
bombeamento é elevada, sendo utilizado para suspensões e na agitação contendo
materiais fibrosos tais como na estocagem de polpa de papel. Devido ao formato de
suas pás é menos sensível à abrasão.
Fig. 6.23 – Impelidor Tipo Disco com Pás Retas - Rushton ( Npo=5,6)
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IMPELIDOR DE BARRAS
É um impelidor utilizado quando se deseja no processo, elevados níveis de turbulência e
cisalhamento.
A largura das suas pás varia numa relação com o diâmetro do impelidor (D) entre D/8 e
D12, o que não produz alterações sensíveis no Npo.
Este tipo de impelidor é usado com frequência na mistura de líquidos viscosos que
trocam calor com a parede do vaso ou também nas aplicações onde é preciso raspar
produtos aderentes da parede do vaso. Não são recomendados quando se requer
homogeneidades uniformes.
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6.3 – DRAF TUBE
O retorno das correntes de fluxo a um impelidor ocorre em todas as direções. Podem-se
comparar com o que ocorre a um ventilador num quarto fechado, as correntes de ar
retornam porque é um único local de baixa pressão.
Na maioria das aplicações, esta ocorrência não é uma limitação, porém, quando se
deseja que o fluxo que chega ao impelidor seja direcionado e tenha velocidade
controlada, é necessária a utilização de draft tubes.
Estes componentes são tubos ou camisa em volta do eixo podendo ou não conter o
impelidor. O fluxo produzido pelo impelidor somente retornará a sua zona de baixa
pressão, passando pelo draft tube.
Uma aplicação típica de draft tube é sua utilização nas aplicações líquido-sólido onde o
sólido tende a flutuar na superfície. O fluxo nestas condições arrasta as partículas por
todo o tanque, passando inicialmente pelo draft.
Os impelidores de fluxo axial podem ser montados dentro ou fora do draft tube
(imediatamente abaixo), e os de fluxo radial são montados fora do draft tube.
Deve-se considerar que este acessório aumenta a potência absorvida do sistema,
devido ao atrito do líquido com as paredes do tubo e principalmente quando o impelidor
está montado dentro do mesmo.
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A utilização do draft tube em um tanque deve ser estudada adequadamente. Ë um
componente que requer um projeto hidrodinâmico adequado, tomando-se os devidos
cuidados com as velocidades que serão impostas ao fluxo dentro e fora do draft tube,
particularmente quando trabalhamos com suspensões de sólidos.
Sua montagem também apresenta dificuldades tanto na sua fixação como na sua
regulagem de altura e centragem. Este componente será submetido a esforços maiores
principalmente na parte superior por onde todo o fluxo retornará com um aumento
sensível na sua velocidade e com uma forte tendência de produzir vórtices. Isto exigirá
um projeto mecânico adequado.
De qualquer forma, a sua utilização num sistema agitado possibilita ao mesmo usufruir
das seguintes vantagens:
• Definir um caminho específico para o fluxo produzido pelo impelidor, evitando-se
o “curto-circuito” entre a entrada e saída do líquido no tanque;
• Promover, nas aplicações de troca de calor, uma melhor eficiência, pois o fluxo é
forçado a passar pelas serpentinas;
• Promover, nas aplicações gás-líquido, uma melhor recirculação do gás não
reagido;
• Minimizar áreas de turbulências inadequadas no tanque;
• Acentuar a ação de cisalhamento do impelidor sobre o fluído;
• Reduzir o comprimento do eixo;
APLICAÇÕES
• Em sistemas de processo contínuo, pode-se evitar o curto-circuito entre o fluxo de
entrada e fluxo de saída (Fig. 6.29).
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Fig. 6.29
Fig. 6.30
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• Sólidos sedimentados no fundo do tanque podem ser rapidamente disperso sob a
ação do fluxo dirigido do draft tube (Fig. 6.31).
Fig. 6.31
Fig. 6.32
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• Problemas mecânicos podem ser solucionados usando-se draft tube. Eixos mais
esbeltos e menores são permitidos de utilização. (Fig. 6.33)
Fig. 6.33
6.4 – DEFLETOR
Defletores devem ser instalados nos tanques quando o agitador é vertical centrado
de entrada pelo topo e o regime em que o líquido se encontra é turbulento.
Utilizamos o defletor para eliminar a componente tangencial de velocidades e
também para redirecionamento do fluxo produzido.
O projeto adequado para o defletor é de extrema importância para o sistema de
agitação. O tipo de defletor mais indicado é o chamado integral montado nas paredes
do tanque. Este tipo de defletor deve utilizar uma proporcionalidade entre sua largura
e o diâmetro do tanque de 10 a 12%. Quando da utilização de defletor do tipo integral
cuidados devem ser tomados para evitar largura excessiva do defletor ou o seu
posicionamento muito avançado para dentro do tanque.
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Normalmente é indicada a utilização de quatro defletores espaçados a 90 graus.
Outros projetos de defletores são utilizados conforme indicado na Fig. 6.34, e
algumas configurações podem ser permitir uma diminuição da potência absorvida.
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7 – AGITAÇÃO EM SISTEMAS MONOFÁSICOS
Este capítulo tratará das características da movimentação de fluídos na Agitação, seus níveis
de Agitação no sistema e apresentará também a forma de se calcular a potência absorvida, tipo
de regime e capacidade de bombeamento do sistema. O sistema que servirá de base para o
desenvolvimento deste capítulo será o monofásico, apresentando um comportamento único
para parâmetros tais como viscosidade, densidade, temperatura, pressão e demais
características.
A teoria aqui apresentada poderá ser aplicada também para alguns sistemas bifásicos, desde
que possa ser enquadrado dentro de um comportamento monofásico, tal como sistemas com
pequena concentração de sólidos que tenham baixas velocidades de sedimentação. Os
padrões de escoamento válidos para o desenvolvimento deste capítulo são escoamentos de
líquidos Newtonianos com baixas ou moderadas viscosidades em regimes turbulentos e
francamente turbulentos.
Esta escala é bastante subjetiva, pois podemos ter interpretações errôneas se não soubermos
a localização correta do impelidor. Se posicionarmos um impelidor bem próximo da superfície,
teremos obtido os efeitos de superfície com formação de ondas ou mesmo redemoinhos, o que
poderia ser interpretado como um nível de agitação, digamos médio ou forte, sendo que o
líquido na sua parte inferior poderia estar estagnado ou com pouca movimentação. O oposto
também poderia ocorrer, se o impelidor fosse posicionado muito baixo num tanque com relação
Z/T alta, mesmo que com nível de agitação forte, talvez as correntes de fluxo não fossem
suficientes fortes para encrespar a superfície.
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Agitação Mecânica
Este método visual é passível de muitos erros, mas quando conhecemos a geometria dos
equipamentos ela passa a ter relevância na avaliação de um nível de agitação ocorrendo em
um tanque. Outro modo de definir níveis de agitação é feito através da avaliação da velocidade
periférica do impelidor. Nível de agitação baseado na velocidade periférica do impelidor tem
sido adotado desde os primórdios da utilização de agitadores mecânicos para produzir agitação
de fluídos.
Trabalhos como o de Garrison, Holland e Advani e outros, têm adotado velocidade periférica
para estabelecer níveis de agitação. Quando estudamos a análise dimensional da agitação,
verificou-se que as equações deduzidas continham o parâmetro velocidade periférica do
impelidor. Esta velocidade que por comodidade de cálculo era transformada em revoluções por
minuto, pode servir para estabelecer níveis de agitação como:
Ao se adotar tal método de avaliação do grau de agitação, estamos também fazendo uma
avaliação que pode ser subjetiva. Se desconhecermos o diâmetro exato do impelidor pode
acreditar que um pequeno impelidor girando a alta velocidade periférica produz um nível de
agitação forte, o que pode não ocorrer se as suas dimensões forem muito pequenas em
relação ao diâmetro do tanque.
Mais recentemente toda literatura produzida para agitação mecânica tem adotado de maneira
sistemática os trabalhos desenvolvidos por Hicks e Fenic e Gates, Morton e Fondy, onde se
propõem uma escala de agitação e critérios analíticos para o cálculo da rotação necessária
para se produzir um determinado tipo de agitação em meios monofásicos líquido-líquido, que
recebe níveis que vão de 1 a 10.
Nesses trabalhos adota-se um conceito chamado de velocidade aparente do fluxo que procura
ser uma velocidade representativa das velocidades fluxo por todo o tanque. Ela é adotada
como existente a 2/3 da altura do líquido no tanque e vem a ser a capacidade de
bombeamento, Q que o impelidor produz dividido pela área transversal do tanque.
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A maioria das aplicações nos sistemas líquido-líquido utiliza velocidade aparente, Vb entre 6 a
60 pés/min (0,03 – 0,3 m/s). A tabela que se segue estabelece níveis de 1 a 10 como
parâmetros a serem adotados na agitação de sistemas monofásicos líquidos.
ESCALA DE VELOCIDADE
AGITAÇÃO APARENTE DESCRIÇÃO
FT/MIN
Agitação nos níveis 1 e 2 são usadas nas aplicações onde se
requer velocidades mínimas do fluído para se obter;
1 6
- Misturar líquidos miscíveis até a uniformidade, se a diferença
entre suas densidades for menor que 0,1
- Misturar líquidos miscíveis até a uniformidade, se a diferença
entre suas viscosidades não ultrapassar 100
2 12
- Produzir superfície do líquido plana e com pouco movimento
10 60
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Iremos agora, aplicar a teoria desenvolvida no capítulo 3, sendo que as fórmulas básicas para
o cálculo de um agitador são:
Q
Número de Bombeamento, NQ NQ =
D3 .N
Q
Rotação, N N=
N Q .D 3
Q
Velocidade Aparente, VB VB =
A
1,524 E13.P
Número de Newton, Npo Npo =
N 3 . D 5. . ρ
CASO #1 - Um tanque cilíndrico vertical com diâmetro T=2,0 metros e altura total, H de 2,3
metros, será utilizado para produzir agitação de um fluído monofásico que possui densidade de
1,1 ton/m3 e viscosidade de 1 cP. Qual deve ser a potência e a rotação que um agitador deve
ter para que tenhamos no sistema um nível de agitação médio com uma velocidade aparente
de 36 fpm. Deseja-se também um agitador que tenha fluxo predominantemente axial, com uma
turbina de 6 pás inclinadas a 45 graus. As dimensões do nosso tanque são:
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Como o volume está definido, podemos calcular a altura Z do líquido no tanque;
π .T 2
Vol = .Z
4
4.Vol 4(6,3)
Z= Z=
π .T 2 π .22
Z=2,01 metros
De acordo 6.1.1 a razão de enchimento (relação entre a altura do líquido e diâmetro do tanque)
deve situar-se entre 0,5 e 1,5 como preferência para aproximar-se de 1,0. No nosso caso,
temos;
Z 2,01
= ≈ 1,0
T 2
Q=VB.A
π .T 2 π .(6,56) 2
A= = = 33,8 ft 2
4 4
Substituindo:
Q=VB.A = 36.(33,8)
Q=1216,8 ft3/min
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Passemos agora para a determinação da rotação, N que é dada por:
Q
N= =
NQ .D3
Como não temos o valor da rotação para calcular o NRey, adotamos o regime inicialmente
como francamente turbulento ( NRey > 104 ). Para o impelidor 6PBT45 com relação D/T=0,3
temos NQ= 0,78
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Podemos calcular a rotação N:
Q 1216,8CFM
N= =
⎛ 23,62′′ ⎞
3 3
N Q .D
0,78.⎜ ⎟
⎝ 12 ⎠
N=204,6 rpm
ρ .N .D 2 (1,1).(204,6).(23,62′′) 2
N Re y = 10,7. = 10,7.
μ 1,0
NRey= 1,3435E6
Com a rotação definida, podemos passar para o cálculo da potência absorvida pelo impelidor:
N 3 .D 5 . ρ .
Pabs = Npo .
1,524 E13
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Visto estarmos com o agitador trabalhando num regime francamente turbulento: Npo = 1,3
Portanto a potência absorvida pelo impelidor será determinada por:
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n=Z/T ´ Z=T
π .T 2 π .T 2 .T
Vol = .Z =
4 4
1
4.Vol ⎛ 4.( 2,0) ⎞ 3
T3 = =⎜ ⎟ = 1,37
π ⎝ π ⎠
T=Z=1,37 metros
Sendo o volume útil de 2000 litros (2 m3) e considerando um acréscimo de 10% para obtermos
o volume total do tanque.
Vol. total = 1,1 x 2000 = 2 200 litros
π .T 2
Vtotal = .H
4
4.Vtotal 4.(2.2)
H = = = 1,49m
π .T 2
π (1,37) 2
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D/T= 0,3 (conforme capítulo 5)
D=0,3. (1,37)
D=0,41m (16,14”)
-Tipo de impelidor
Como é necessário um impelidor de fluxo predominantemente axial, escolhemos um impelidor
do tipo pitched blade, ver em Anexos a Tabela 1 para impelidor 6PBT45 com W/D= 1/5.
- Capacidade de Bombeamento, Q
Q= VB. A
Área seção transversal do tanque em pés quadrados, A=15,87 ft2
Q= 20. 15,87 = 317,34 ft3/min
Q
- Rotação N=
NQ .(D)3
NQ=0,78
317,34
-N = = 167,2rpm ( Vp=706 fpm)
16,14 3
0,78.( )
12
N .D 2 .ρ 167,2.(16,14)2 .(1,0)
N Re y = 10,7. = 10,7
μ 2000
NRey=233
Do gráfico 1, em Anexos, verificamos que este valor para NRey, encontra-se em uma zona de
transição entre laminar e turbulento, não correspondendo ao NQ=0,78 adotado.
É necessário proceder à nova correção:
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Agitação Mecânica
A rotação corrigida será:
317,34
N= = 181,1rpm ( Vp=765 fpm)
16,14 3
0,72( )
12
Verificando o NRey
181,1.(16,14) 2. .(1,0)
N Re y = 10,7 = 252 ,4
2000
317,34
N= 3
= 176,2rpm (Vp=744 fpm)
⎛ 16,14 ⎞
0,74⎜ ⎟
⎝ 12 ⎠
176,2.(16,14) 2 .1,0
N Re y = 10,7. = 245
2000
Este valor pode ser considerado compatível com NQ=0,74, de modo que paramos as
aproximações
N 3 .D 5 . ρ
-Potência absorvida pelo impelidor Pabs = Npo .
1,524 E13
Para o Impelidor adotado 6PBT45 da tabela 1 em anexos, temos que Npo= 1,7
Npo=1,7
Pabs = 1,7.
(176,2) .(16,14) .1,0
3 5
1,524E13
Pabs=0,67 bhp
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Agitação Mecânica
As dimensões do tanque serão:
Motor 5 cv
Rotação eixo=400 rpm
Impelidor tipo naval (propeller) com 3 pás, relação P/D=1,0 e diâmetro de 400 mm
Verificar a possibilidade de utilizar este agitador num tanque com um produto que tenha as
seguintes características: Densidade=1,4 / Viscosidade=10 cP
Dimensões do tanque, T=1,0m; Z=1,0m e H=1,3m, com quatro defletores montados na parede
do tanque espaçados a 90 graus e com 100 mm de largura
- Relação D/T;
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Agitação Mecânica
D/T= 400/1000=0,4
A relação está compatível com as relações geométricas para agitação líquido-líquido.
De acordo com o Gráfico 3 de ANEXOS, temos para a curva #2 um Npo=0,4 para o regime
invariante (Nrey francamente turbulento)
N 3 .D 5 . ρ
Pabs = NPo .
1,524 E13
Pabs = 0,4.
(400) .(15,75) .1,4
3 5
= 2,28bhp
1,524E13
N .D 2 .ρ 400(15,75) 2 .(1,4)
N Re y = 10,7. = 10,7. = 148639
μ 10
Não podemos definir analiticamente por meio de equações exatas o movimento de uma
partícula sólida em um meio líquido próximo a um impelidor em movimento. Desta forma
recorremos aos métodos de aproximações tais como ao da Análise Dimensional
complementada por experimentações e medições reais de velocidade por meio de aparelhos
do tipo Doppler e simulações de dinâmica de fluídos computadorizados (CFD), ambos
devidamente tratados em literatura especializada.
Quando os sólidos presentes no meio líquido são de pequena granulometria e/ou baixa
concentração ou sua densidade real é aproximadamente igual a do líquido, as partículas se
movem como parte integrante do líquido, e a mistura se comporta como um líquido de fase
única.
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Agitação Mecânica
Em face de toda esta dificuldade, o cálculo da Velocidade Terminal, Vt, é feito adotando-se
formas esféricas da partícula de maior tamanho presente no meio líquido. Também é
necessário ajuste nestes cálculos, pois a partir de uma determinada concentração de sólidos
presentes, e quando existe diferença acentuada entre a densidade do meio líquido e do sólido,
as partículas apresentam o comportamento que se denomina Velocidade de Sedimentação
Dificultada, Vd, ou seja, num campo de velocidade de um meio líquido, as partículas presentes
se chocam uma com as outras perdendo energia neste choque, o que torna mais difícil o seu
movimento e apenas a velocidade terminal não é suficiente para aplicar as correlações para
partículas isoladas.
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Agitação Mecânica
Quanto maior é a concentração de sólidos, quanto maior for à diferença de densidades e
quanto maior é a força de arraste devido a sua forma, mais energia será necessária para que
as correntes de fluxo induzidas carreguem os sólidos em seu movimento.
Por razões praticas admite-se que se alcança uma “quase completa uniformidade”, algo em
torno de 98% que é definida como sendo a condição de agitação existente onde um aumento
de rotação do impelidor, não mais produzirá mudanças significativas na uniformidade da
concentração de sólidos nas regiões próximas da superfície da suspensão. Um grande número
de investigadores tem pesquisado e proposto formulações para se calcular as rotações ideais
para produzir determinado tipo de nível de agitação em meios bifásicos sólido-líquido.
Devido ao fato de estarmos tratando com fluídos não newtonianos, em que o tratamento
analítico não é totalmente aceitável, os resultados obtidos no cálculo da rotação crítica ou ideal
para se produzir certo nível de agitação varia de pesquisador para pesquisador. Mesmo
usando a mesma concentração, a mesma distribuição granulométrica, propriedades físicas e
geometria do tanque, os resultados produzidos não são os mesmos, conforme assinala Uhl e
Gray [21] e Oldshoe.
Oldshoe cita um trabalho de Bohnet e Niesmak e transcreve uma tabela de ambos onde são
compilados inúmeros autores e suas equações para cálculo de rotações críticas necessárias
para atender determinados tipos de agitação, enfatizando que os resultados são diferentes
mesmo calculados para as mesmas condições.
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Agitação Mecânica
Níveis de agitação baseados na velocidade periféricos do impelidor têm sido adotados desde
os primórdios da utilização de agitadores mecânicos para produzir agitação de fluídos.
Trabalhos como o de Garrison e Advani tem adotado velocidade periférica para estabelecer
níveis de agitação. Até o tipo de superfície produzida na agitação às vezes serve de parâmetro
para definirmos escala de agitação. Superfícies calmas e pouco agitadas representam níveis
de agitação fracos e superfícies encapeladas e produzindo pequenos redemoinhos podem
representar níveis de agitação elevados.
Mais recentemente toda literatura produzida para agitação mecânica tem adotado de maneira
sistemática os trabalhos desenvolvidos por Gates, Morton e Fondy, onde se propõem uma
escala de agitação e critérios analíticos e empíricos para o cálculo da rotação necessária para
se produzir um determinado tipo de agitação em meios bifásicos sólido-líquido, que recebe
níveis que vão de 1 a 10.
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Agitação Mecânica
todo necessita de circulação e bombeamento em altas taxas que devem ser induzidos por
impelidores em maiores velocidades.
Podemos também definir alguns critérios para desempenho de uma suspensão sólido-
líquido, critérios estes que podem ser adotados para caracterização de um processo. Estes
critérios podem ser tanto visuais como físico por meio da medição da concentração de
partículas.
Deste modo a maneira como os sólidos são suspensos em meio líquido por meio do
movimento do fluído por todo o tanque pode ter métodos de julgamento que depende então
de critérios de observação visual do comportamento das partículas ou na medição da
concentração destas partículas em várias partes da suspensão contida no tanque.
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Agitação Mecânica
visual, isto é feito observando-se o sistema em um tanque com paredes transparentes
ou uma janela instalada no tanque.
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Agitação Mecânica
A – Percentual de Suspensão
O percentual de sólidos de uma amostra dividido pela concentração de sólidos em
todo o tanque nos dá o que se chama de Percentual de Suspensão. Por exemplo, se
uma amostra contém 35% de sólidos em um tanque onde a concentração total é de
40%, o percentual de suspensão será dado por 35/40 ou 87,5%, que significa que
naquele local amostrado a amostra está com 87,5% da concentração total do tanque.
B – Perfis de Concentração
Perfis de concentração para cada uma das várias frações de tamanho de partículas
podem tomados para determinar o desempenho que um equipamento produz num
sistema. Um percentual para cada uma das várias faixas de partículas sólidas
presentes é determinado tomando-se amostras em elevações selecionadas ao longo
da altura do tanque.
C – Uniformidade Completa
De acordo com Vincent Uhl e Joseph Gray, a uniformidade completa de concentração
de sólidos em um tanque agitado mecanicamente, não pode ser alcançada na prática.
A uniformidade completa de concentração de sólidos em um tanque agitado pode ser
definida se todas as amostras retiradas desde sistema tiverem 100% da suspensão
de sólidos. Se todas as amostras possuírem a mesma distribuição granulométrica e
concentração de sólidos igual à de todo o tanque, então teremos a uniformidade total.
Na pratica, tal condição de uniformidade nunca é alcançada, e, em um sistema
agitado mecanicamente, mesmo em escala de agitação máxima, ele nunca alcançará
a completa uniformidade.
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Agitação Mecânica
Nesta escala, os valores de 1 a 2 representam agitação que movimenta os sólidos no
fundo do tanque. Níveis de 3 a 5 a suspensão destes sólidos do fundo do tanque, até os
níveis de 6 a 10 que representa níveis de agitação para a quase completa uniformidade
da suspensão.
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Agitação Mecânica
Escalas de agitação de nível 9 e 10 caracterizam as Uniformidade quase
aplicações onde a homogeneidade da suspensão completa da suspensão.
deve ser uniforme na concentração até 98% da
9 a10 altura do liquido.
Estes agitadores devem promover;
• Uniformidade de distribuição de concentração
desde o fundo do tanque até uma altura de 98%
do líquido.
• Permitir a retirada de polpa uniforme por
transbordamento.
Um tanque cilíndrico vertical com 6,0 metros de diâmetro, altura de 7,5 metros e fundo
plano, será utilizado para promover a suspensão completa do fundo do tanque ate 1/3
da altura da polpa, correspondendo ao nível # 5 na escala de agitação de Gates.
A polpa atingirá 7,0 m de altura e sua concentração de sólidos será de 50% em peso. Os
sólidos a serem suspensos possuem tamanhos máximos de 150 micra, com densidade
real de 2,7 ton/m3. A suspensão será feita em água à temperatura ambiente e pressão
atmosférica sendo a densidade final da polpa de 1,47 ton/m3. O impelidor utilizado será
do tipo 4PBT45 com 4 pás retas inclinadas a 45 graus e altura projetada das pás
W/D=1/5. Dos Anexos Tabela #1 podemos tirar o Npo= 1,37 e do gráfico #1, o NQ=0,65.
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Agitação Mecânica
No capitulo 2 - Conceituação, temos o desenvolvimento dos cálculos que envolvem a
velocidade terminal de uma partícula em meio líquido (ver 2.12). A figura 8.1, abaixo,
também apresenta um gráfico simplificado para estimativa bem aproximada desta
velocidade terminal.
- Fator K
O fator K é calculado conforme equação [2.9]
205/285
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Agitação Mecânica
1
⎡ ρ (ρ − ρ )⎤ 3
k = 0,214.Dp.⎢ L S 2 L ⎥
⎣ μ ⎦
1
⎡1000(2700 − 1000 ) ⎤ 3
k = 0,214.(0,150).⎢ ⎥ = 3,83
⎣ 12 ⎦
1
⎡ (0,150)1+ 0, 6 .(2700 − 1000) ⎤ 2 − 0, 6
Vt = ⎢0,013067. ⎥ = 3,54 fpm
⎣ 18,5.(1)0, 6 .(1000)1− 0,6 ⎦
Tabela I
% Sólidos Fator Correção, Fw
2 0,80
5 0,84
10 0,91
15 1,00
20 1,10
25 1,20
30 1,30
35 1,42
40 1,55
45 1,70
50 1,85
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Agitação Mecânica
VTcorrig=Fw . VT
VTcorrig=1,85 . 3,54
VTcorrig=6,55
-Relação D/T
Conforme capítulo (Relações Geométricas), temos como recomendação para tanques
cilíndricos verticais de fundo plano uma relação D/T de 0,4~0,5.
Adotaremos D/T=0,45
D/T=0,45 D=0,45.(6,0m)
D=2,70m (106,3”)
-Rotação
Gates apresenta um gráfico que permite determinar a rotação de impelidor do tipo PBT,
relacionado com o nível de agitação e a velocidade terminal dificultada, VTC .
Fig. 8.3 – Gráfico de Gates para determinação da rotação crítica para suspensão de sólidos
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Agitação Mecânica
Φ.VT corrig .
N = 3, 75
D 2 ,81
Ф=2,4E10
Portanto:
1
2,4 E10.(6,55) ⎛ 2,4 E10.(6,55) ⎞ 3,75
N = 3, 75 = ⎜⎜ ⎟⎟ = 29,3
(106,3)2,81 ⎝ (106,3)
2 ,81
⎠
N=29,3 rpm
VP=π.D.N=700 pés/min
D 5 .N 3 .ρ polpa
Pabs = Npo.
1,524 E13
Pabs=45,11bhp]
CASO # 2 - Um tanque de 8,0m de diâmetro por 8 metros de altura será utilizado para
homogeneizar minério de ferro deslamado e espessado para alimentação da flotação. O
material a ser agitado possui densidade real de 4,63 ton/m3 e na sua distribuição
granulométrica um top size de 0,21 mm e uma concentração de sólidos em peso de 60%.
208/285
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Agitação Mecânica
Dados:
Top size=0,21 mm
Densidade real solidos=4,63
Viscosidade da água=1 cP
Concentração em peso=60%
1
⎡ ρ (ρ − ρ )⎤ 3
k = 0,214.Dp.⎢ L S 2 L ⎥
⎣ μ ⎦
1
⎡1000(4630 − 1000 ) ⎤ 3
k = 0,214.(0,210).⎢ ⎥ = 6,9
⎣ 12 ⎦
1
⎡ (0,210)1+ 0,6 .(4630 − 1000) ⎤ 2 − 0,6
Vt = ⎢0,013067. ⎥ = 8,96 fpm
⎣ 18,5.(1)0,6 .(1000)1− 0, 6 ⎦
VTcorrig=Fw.VT
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BENEFICIAMENTO
Agitação Mecânica
• A aplicação é de concentração média para alta de sólidos com o comportamento
reológico da polpa próximos de sistemas Newtonianos com NRey>104 em sistemas
onde a velocidade terminal encontra-se entre 2,5mm/s a 100mm/s.
• O sistema tem a tendência de formação de cantos mortos na intersecção entre o fundo e
a parede do tanque.
• O equipamento deverá ser capaz de promover uniformidade de distribuição de
concentração dos sólidos até aproximadamente 50 a 70% da altura do nível da polpa
permitindo retirada por baixo por meio de bombeamento
• A escala de agitação de Gates deve situar o equipamento em torno de 5 a 6.
• Relação D/T=0,4
• O impelidor deve ser do tipo alta eficiência e grande capacidade de bombeamento.
• Eixo e impelidor devem ser revestidos com borracha antiabrasiva.
Geometria do agitador
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Agitação Mecânica
-rotação
Φ.VT corrig .
N = 3, 75
D 2 ,81
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BENEFICIAMENTO
Agitação Mecânica
4,9115E10.(19,76)
N = 3,75 = 41,95rpm
125,982,81
N=42rpm
VP=1384 fpm
D 5 .N 3 .ρ polpa
Pabs = Npo.
1,524 E13
(125,98)5 .( 42 ) 3 .1,89
Pabs = 0,54 . = 157 ,47 bhp
1,524 E13
Pabs=157,47bhp
Rendimento=0,7
Prequerida=224,96
Pmotor=250cv
- capacidade de bombeamento
Q = vb. A
3= 3
⎛D⎞ ⎛ 125,98 ⎞
Q = NQ .N .⎜ ⎟ = 0,66.42.⎜ ⎟ = 32077CFM
⎝ 12 ⎠ ⎝ 12 ⎠
Q=32077cfm (908 m3/min)
A=540,78 ft2
Q 32077
Vb = = = 59,32 fpm
A 540,78
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Agitação Mecânica
Dimensionar um agitador capaz de produzir o condicionamento da totalidade do minério dentro
deste tempo de residência estabelecido, permitindo a retirado da polpa por transbordo.
Vol
tr = Vol = tr.Q = 8.(4,36) = 34,88m3
Q
O nosso tanque deve possuir um volume de 34,88m3 para obedecer às condições requeridas
de processo De acordo com os capítulos 5 e 6 a relação ideal para um tanque agitado é aquela
onde o diâmetro do tanque é igual a altura do líquido, chamada de relação Z/T quadrada. Desta
forma adotando esta relação Z/T=1,0 para o nosso condicionador teremos.
π .T 2 π .T 2 .T
Vol = .Z =
4 4
1
4.Vol ⎛ 4.(34,88) ⎞ 3
T3 = =⎜ ⎟ = 3,54m
π ⎝ π ⎠
T=Z=3,54 metros
Uma vez que a descarga deverá ser por transbordo a altura H do tanque deverá também ser
igual Z. Arredondando estas dimensões, obtemos que poderá ser T=Z=H=3,6metros
Dados:
Top size=0,21 mm
Densidade real sólido=4,63
Viscosidade da água=1 cP
Concentração em peso=60%
213/285
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BENEFICIAMENTO
Agitação Mecânica
1
⎡ ρ (ρ − ρ )⎤ 3
k = 0,214.Dp.⎢ L S 2 L ⎥
⎣ μ ⎦
1
⎡1000(4630 − 1000 ) ⎤ 3
k = 0,214.(0,210).⎢ ⎥ = 6,9
⎣ 12 ⎦
1
⎡ (0,210)1+ 0, 6 .(4660 − 1000) ⎤ 2 − 0, 6
Vt = ⎢0,013067. ⎥ = 9,01 fpm
⎣ 18,5.(1)0, 6 .(1000)1− 0,6 ⎦
VTcorrig=Fw.VT
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BENEFICIAMENTO
Agitação Mecânica
• O equipamento deverá ser capaz de promover uniformidade quase completa de
distribuição de concentração dos sólidos até aproximadamente 98% da altura do nível
da polpa permitindo retirada por transbordamento.
• A escala de agitação de Gates deve situar o equipamento em torno de 8 ou acima.
• O agitador deve promover uma grande circulação da polpa caracterizando a utilização
de um impelidor de alta capacidade de bombeamento.
• Relação D/T=0,4
• O sistema agitado deve prevenir curtos circuitos entre a entrada e a saída de polpa e
reagentes.
• Eixo e impelidor devem ser revestidos com borracha antiabrasiva.
Geometria do condicionador
- rotação
Φ.VT corrig .
N = 3, 75
D 2 ,81
Φ=1,8349E11
1,8349E11.(17,58)
N = 3,75 .K = 86,2rpm
56,692,81
215/285
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Agitação Mecânica
N=86rpm
VP=1275 fpm
- capacidade de bombeamento
Q = vb. A
3= 3
⎛D⎞ ⎛ 56,69 ⎞
Q = NQ .N .⎜ ⎟ = 0,66.86.⎜ ⎟ = 5985CFM
⎝ 12 ⎠ ⎝ 12 ⎠
Q=5985cfm (169 m3/min)
A=109,51 ft2
Q 5985
Vb = = = 54,66 fpm
A 109,51
Incluiremos neste capitulo uma introdução aos aspectos mecânicos de cada componente do
agitador e os seus requisitos de projeto, construção e instalação. Introduziremos também os
aspectos limitantes de um projeto de agitador tais como: forças agindo sobre o impelidor e eixo,
deflexões e rotação crítica.
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Agitação Mecânica
A figura 10.1 mostra um vaso agitado que podemos apresentar como exemplo de um
mecanismo completo para a operação de agitação; eles contem a maioria dos componentes
mecânicos que podem estar presentes num tanque/vaso agitado. Os impelidores que podem
ser qualquer um dos apresentados anteriormente dependendo da aplicação que se requeira; o
eixo que transmite a potência e torque do conjunto acionador para o impelidor; acoplamentos
que permitem a interligação de várias partes que possa ter o eixo permitindo facilidades de
montagem e desmontagem; estabilizadores montados nos impelidores que produzem
estabilidade e diminuição da deflexão lateral e elevam a freqüência natural de vibração para
rotações maiores; sistemas de vedação que isolam o conteúdo do vaso da atmosfera externa
que podem ser selos hidráulicos ou retentores, caixa de gaxetas para baixa pressão ou selo
mecânico quando as pressões são maiores; acionador que pode ser elétrico, hidráulico ou
pneumático, redutor de velocidades; acoplamentos flexíveis; defletores para prevenir
redemoinhos; serpentinas para troca térmica, camisa externa envoltória ao vaso para troca
térmica, etc.
Os mecanismos que produzem tensões, torções e flexões sobre o sistema são as chamadas
forças inerciais, as forças viscosas e também as forças de arraste vistas no capitulo 3 deste
trabalho.
As forças inerciais são aquelas desenvolvidas quando o fluído muda de direção ou velocidade,
as forças viscosas são desenvolvidas quando uma camada de fluído se move mais rápida ou
vagarosamente que outra camada vizinha, ou mesmo uma superfície sólida produzindo
tensões de cisalhamento. Já as forças de arraste são decorrentes da resistência que um
corpo sólido experimenta quando ele se encontra imerso em meio fluído e existe movimento
relativo entre ele e o meio.
Numa análise preliminar podemos considerar que as tensões decorrentes destas chamadas
forças hidráulicas bastem para dimensionar um agitador, entretanto existem outros
mecanismos que induzem tensões no sistema e que devem ser levados em conta no
dimensionamento e projeto do mesmo. Forças hidráulicas menos conhecidas tais como as
produzidas por localizações assimétricas do impelidor no tanque, ou mesmo um projeto
assimétrico do impelidor ou dos defletores, induzem desbalanceamentos e vibrações no
sistema.
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BENEFICIAMENTO
Agitação Mecânica
218/285
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Agitação Mecânica
As forças centrífugas desenvolvidas devidas desbalanceamento estático ou dinâmico nas
partes girantes do sistema são indutoras de tensões que devem ser eliminadas ou controladas
a níveis aceitáveis. Elas ocorrem quando o centro de massa do conjunto eixo/impelidor não
coincide com eixo de rotação e podem levar o sistema ao colapso se condições de ressonância
forem produzidas.
Conhecendo-se a extensão destas forças, podemos projetar um equipamento que atenda aos
requisitos hidrodinâmicos exigidos, permitindo dimensionar cada componente do agitador de
modo que resista as tensões desenvolvidas quando em funcionamento.
Somam-se às estas tensões, aquelas produzidas de forma aleatória pela chamada força
hidráulica vista anteriormente como a combinação das forças inerciais, viscosas e de
arraste. Esta sem sombra de dúvidas produz os maiores níveis de tensão normal no
eixo, decorrentes do momento fletor desenvolvido quando a força hidráulica age contra o
impelidor em balanço.
Para conhecer melhor esta força hidráulica precisamos do grupo adimensional chamado
de Número de Newton ou Potência desenvolvida no capitulo 3. Este grupo adimensional
que tem como significado físico a relação entre as forças de arraste nas pás do impelidor
e as forças de inércia do sistema servem de ponto de partida para desenvolvermos a
equação que determinará a força hidráulica, FH.
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Agitação Mecânica
P P P
NPo = = =
ρ .V .D ρ (DN ) D ρ .D 5 . N 3
3 2 3 2
P = F .v
sendo v=w.r
v- velocidade linear
w- velocidade angular
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Agitação Mecânica
P = F .wr
P = ( F .r ). w
P = T .w
Sendo o torque, T dado por
P
T=
w
Portanto;
P Npo.N 3 .D 5 .ρ Npo.N 2 .D 5 .ρ
T = = = [11.2]
2πN 2.π .N 2.π
Se a força tangencial, Ft está agindo sobre uma fração do raio da pá, podemos escrever;
T
Ft =
⎛D⎞
l.⎜ ⎟.Nb
⎝2⎠
Onde: Ft=Força tangencial
l= raio efetivo %/100 ( no nosso caso ¾=0,75)
Nb=Número de pás
Portanto;
Npo.ρ .N 2 .D 5
2.π Npo.ρ .N 2 .D 5 .2−1.π −1 Npo.ρ .N 2 .D 4 .
Ft = = = [11.3]
⎛D⎞ l.D.21.Nb (0,75).π .Nb
l.⎜ ⎟.Nb
⎝2⎠
Esta força tangencial vem a ser a força hidráulica que produzirá momentos fletores e
momentos torsoniais no eixo.
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Agitação Mecânica
Uma vez que o impelidor confinado no vaso/tanque não produz um fluxo simétrico,
podemos afirmar que as velocidades deste fluxo (magnitude e direção) são diferentes
para todas as pás individualmente.
O resultado final em cada instante é que serão induzidas forças desiguais e sob cada
pá, produzindo variações nos momentos fletor e torsor. Dizemos que a força hidráulica é
aleatória. Deste modo a expressão final para cálculo da força hidráulica é dada por;
N 2 .D 4 .ρ
Fh = Npo.
(0,75).π .Nb
N 2 .D 4 .ρ
Fh = Npo. [11.4]
(0,75).π .Nb.(3,8467E 7)
D=polegadas
N=rpm
11.2 – EIXO
A seleção da configuração do eixo requer uma análise das limitações e requisitos que o
projeto como um todo impõe ao mesmo, sejam os requisitos de processo como, por
exemplo, pressão e temperatura, geometria do tanque e tipo de montagem do agitador
se vertical, inclinado ou lateral e o tipo de suportação e acoplamento entre o conjunto
acionador/redutor de velocidades e o eixo. A análise deve iniciar pelo tipo de
sustentação e acoplamento que o eixo deve ter no agitador, pois a especificação do
mesmo deve determinar como as forças e momentos serão transferidos entre o
acionador e o eixo.
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Neste caso, não existe nenhum mancal guia na extremidade inferior do eixo o que
resulta em cálculos mais precisos e rigorosos do eixo, particularmente no tocante
as suas deflexões estáticas e rotações críticas.
Adotaremos este tipo clássico de montagem por ser ela a única recomendada
quando temos sólidos presentes em meio líquido.
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11.2.1 – REQUISITOS DE PROJETO
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material utilizado seja excedida. OBS - Estas condições são aquelas definidas em
requisitos de projeto onde a condição de travamento do impelidor a 75% do raio
do impelidor ocorre.
(2)- O eixo não poderá trabalhar em rotação na chamada zona crítica. Ou seja,
sua rotação de trabalho deverá estar distante no mínimo 30% da primeira
frequência natural de vibração, se o mesmo tiver sido balanceado estaticamente,
ou no mínimo 15% da primeira freqüência natural de vibração se o mesmo tiver
sido balanceado dinamicamente.
(3)- A deflexão do eixo em operação com carga ou vazio ou mesmo quando
travado conforme (1), não poderá elevada a ponto de permitir que o impelidor
atinja as paredes do vaso ou tanque ou atinja componente interno tais como
defletores, serpentinas, etc.
(4)- As pás do impelidor não deverão colapsar na condição de travamento citada
em (1).
(5)- Metodologia: A figura Fig.11.4 e 11.5 nos mostra o diagrama para as cargas
envolvidas em eixos em balanço apoiados em dois suportes na outra
extremidade.
Fig. 11.4 - Momento fletor, torque e distribuição de carga axial em várias seções de um
eixo de agitador indutor de fluxo axial
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Fig. 11.5 – Diagrama de cargas e fórmulas para cálculo de forças cortantes, momento e
deflexões que ocorrem em um eixo de agitador (
11.2.2.1- Momentos
(a)-Momento Torsor,Mt
63025 . Pot . FS
Mt = [1.5]
N
Pot.- Hp
N- rpm
Mt- lbf.pol
FS- fator de serviço
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Mt
Mf = .L.FS [11.7]
D
(0,75). .nb
2
D- diâmetro impelidor
Nb- número de pás
[
⎧⎪16. Mf + Mf 2 + Mt 2
dt = ⎨
]⎫⎪⎬ 1/ 3
[11.8]
⎪⎩ π .σ adm ⎪⎭
( )
1/ 3
⎡ 16 ⎤
ds = ⎢ . Mf 2 + Mt 2 ⎥ [11.9]
⎣ π .τ adm ⎦
16.Mt
τ max = [11.10]
π .d 3
32 Mf
σ mas = [11.11]
π .d 3
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⎛ l + Sb ⎞
Mancal Inferior = Fh ⎜ ⎟ [11.13]
⎝ Sb ⎠
Sob estas condições e considerando que o nosso eixo esta engastado somente
de um lado e deve ser considerando como uma viga cantilever, o agitador tenderá
a sofrer uma deflexão logo abaixo do mancal inferior que irá aumentando até o
máximo na sua extremidade inferior. Esta deflexão será maior ou menor em
função do grau de rigidez do eixo.
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Este grau de rigidez do eixo por sua vez, é governado por características tais
como diâmetro e momentos de inércia.
F . L3
Δ max = [11.14]
3EI
Onde:
E – modulo de elasticidade (Young)
E=2,98E7 ,psi
I– momento de inércia
π .d 4 sh
,I = ,pol4
64
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Temos a proporcionalidade:
Δmax ⎯ 0,75r
x ⎯ 1,75r
F . L3 π .d 4 sh
Δ max = e I=
3EI 64
⎛ ⎞
⎜ ⎟
⎛ F .L ⎞
x = (7 / 3).⎜⎜
3
⎜
⎟⎟ = (7 / 3).⎜
F .L3 ⎟ (7 / 3).F .L3 7.3−1.F .L3 .64
⎟= = =
⎝ 3EI ⎠ ⎜ 3E.⎛⎜ π .d sh
4
⎞ ⎟ 3E.π .d 4 sh .64 −1 3.E.π .d 4 sh
⎜ ⎜ 64 ⎟⎟ ⎟ [11.15]
⎝ ⎝ ⎠⎠
7.64.F .L3 448.F .L3 4
x= = .d sh
3.3.E.π .d 4 sh 9.E.π
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Fig.11.7
63025.Pot.FS
Mt =
N
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(b)- Forças aplicadas no impelidor
Mt
F= D=3200mm(126”)
⎛D⎞
0,75.⎜ ⎟.nb
⎝2⎠
Mf = F . L. FS
• Devido Força Hidráulica
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• Devido força oriunda do torque em condições
severas(emperramento do impelidor).
Mt 675262
Mf = .L = .252 = 720216lbf . pol
⎛D⎞ 0,75.(63).5
0,75.⎜ ⎟.nb
⎝2⎠
[
⎧⎪16. Mf + Mf 2 + Mt 2
dt = ⎨
]⎫⎪⎬ 1/ 3
⎪⎩ π .σ adm ⎪⎭
[
⎧⎪16. 720216 + 7202162 + 675267 2
dt = ⎨
]⎫⎪⎬ 1/ 3
⎪⎩ π .10000 ⎪⎭
dt=9,5 polegadas
( )
1/ 3
⎡ 16 ⎤
ds = ⎢ . Mf 2 + Mt 2 ⎥
⎣ π .τ adm ⎦
( )
1/ 3
⎡ 16 ⎤
ds = ⎢ . 7202162 + 6752672 ⎥
⎣⎢ π .6000 ⎦⎥
ds=9,42 polegadas
dsh=10 polegadas
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(f)-Tensões no eixo sob condições severas
⎛ l − Sb ⎞ ⎛ 252 − 14,5 ⎞
R1(Mancal Superior) = Fh⎜ ⎟ = 695⎜ ⎟ = 11383lbf
⎝ Sb ⎠ ⎝ 14,5 ⎠
⎛ l + Sb ⎞ ⎛ 252 + 14,5 ⎞
R2(Mancal Inferior) = Fh⎜ ⎟ = 695⎜ ⎟ = 12773lbf
⎝ Sb ⎠ ⎝ 14,5 ⎠
Fig.11.8
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ΣVi = 0 ⇒ V1 + 695lbf = V 2
ΣMi = 0 ⇒ MV1 + MV2 + MFh = 0
Usando o ponto 1 como referencia
⇒ 0.V1 + 14,5.V 2 − (14,5 + 252 ).695 = 0
⇒ 14,5V2 − (266,5).695 = 0
⇒ 14,5V2 = 185217,5
⇒ V2 = 12773lbf
V1 + 695lbf = V2
V1 = V2 − 695
V1 = 12773 − 695
V1 = 12078lbf
• Deflexão do eixo
F .L3 F .L3 64.F .L3
Δ max = = =
3.E.. I ⎛ π .d sh4 ⎞ 3.E.π .d sh4
3.E.⎜⎜ ⎟⎟
⎝ 64 ⎠
64.(695).(252) 3
Δ max = = 0,25 pol
3.(29,8E 6).π .10 4
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(g)-Deflexão no eixo em condições severas de emperramento do
impelidor(FS=2,5)
• Deflexão do eixo
F .L3 F .L3 64.F .L3
Δ max = = =
3.E.. I ⎛ π .d sh4 ⎞ 3.E.π .d sh4
3.E.⎜⎜ ⎟⎟
⎝ 64 ⎠
64.(2858).(252) 3
Δ max = = 1,04 pol
3.(29,8E 6).π .104
O caso de falha por fadiga apesar de ser complexo, pode ser definido em última
instância como sendo a situação onde as tensões a que é submetido o eixo são
altas o suficiente para iniciar uma pequena trinca no material, que devido à
alternância e continuidade da aplicação destas tensões, produzirá o crescimento
desta trinca até a ocorrência da fratura do eixo. A figura 11.9 nos dá uma visão do
tipo de tensão flutuante provocadora de falha por fadiga.
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Esta teoria é importante para fins de comparação somente, sendo que as suas
previsões nem sempre concordam com a experiência e pode até conduzir a
resultados que estão na faixa de insegurança. Deste modo temos as falhas por
escoamento e rupturas ocorrerão sempre que;
σ esc σ rupt
σ= E σ = [11.17]
n n
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Observar que esta teoria prevê que o limite de escoamento ao cisalhamento seja
metade de limite de escoamento à tração do corpo de prova. Podemos também
definir a segurança, como sendo:
σ esc
τ máx = [11.19]
2.n
Nesta teoria a falha ocorre quando a energia total de deformação atinge um valor
igual à energia total de deformação de um elemento de um corpo de prova
submetido a um teste de tração na ocasião do escoamento. A tensão equivalente
ou tensão de Von Mises é dada por;
σ mises = σ 2 + 3τ 2 [11.20]
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À medida que a área tensionada diminui de tamanho devido ao aumento da
fissura, a tensão aumenta de intensidade até finalmente ocorrer à ruptura da
peça. Conhecendo-se este mecanismo de falha, é possível estabelecer requisitos
de projeto para um elemento de máquina que impeça que sua falha por fadiga. É
de extrema importância quando do projeto de um eixo, que sejam observados os
fatores modificadores de resistência à fadiga e os fatores concentradores de
tensões.
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Para se determinar o limite de resistência à fadiga, um corpo de prova é colocado
em uma máquina, carregada com uma carga de flexão e posto a girar. Esta carga
produz esforços de tração nas fibras do material de um lado e compressão no
outro, de modo que ao girar o tipo de esforço é invertido para cada fibra do corpo.
Observa-se que existe uma relação entre o limite de fadiga de um elemento de
máquina e as resistências dos materiais obtidas a partir de testes de tração e
rotativos em corpos de prova.
σ n = σ n' .k a .k b .k c .k d .k e .k f [11.21]
Onde:
σn=limite resistência à fadiga da peça
σ’n=limite resistência à fadiga do corpo de prova no teste de
flexão rotativa
ka=fator de acabamento superficial
kb=fator de tamanho da peça
kc=fator de confiabilidade
kd=fator de temperatura
ke=fator concentrador de tensões
kf=fatores diversos
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Fig. 11.10 – Fatores concentradores de tensão para eixos submetidos à flexão e carga axial
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11.6 - ACIONADOR
Ao selecionar um acionador para um agitador, deve ser considerado que a potência do
mesmo será sempre maior do que aquela obtida durante os cálculos anteriores que nos
determinava as potências absorvidas pelos impelidores.
Devemos considerar que a potência instalada de um acionador sofre perdas através dos
diversos mecanismos de transmissão até atingir o impelidor, perdas estas que são
geradas pelo sistema de transmissão que pode ser um redutor de velocidades ou
sistema polias e correias, uma caixa de gaxetas, defletores, draft tube, serpentinas e
outros acessórios.
Pabs
Pacionador =
η total
Onde ηtotal é o valor representativo das perdas geradas pelos diversos componentes
citados anteriormente. Adota-se com freqüência um rendimento total do sistema
variando de 0,7 a 0,8, que são distribuídos da seguinte maneira:
η total = η polias / correias .η redutor .η selagem .η acessórios
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11.7 – SISTEMAS DE TRANSMISSÃO
Quase que na totalidade das aplicações de agitadores mecânicos, é necessário reduzir-
se a rotação do acionador. Esta redução é possível de ser feita através de redutores de
velocidades de engrenagens e sistemas de polias e correias.
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Estas vantagens são obtidas quando selecionamos o tipo correto de redutor e o
tamanho mais apropriado para determinada aplicação. Temos no mercado uma
vasta gama de marcas, tipos, preços, qualidade, etc. permitindo a escolha ideal
do redutor para cada aplicação de agitador. Na seleção de um redutor, além do
mesmo ter que atender a potência consumida pelo agitador e os diversos
componentes existentes, leva-se em conta um fator de segurança que permitirá
ao redutor trabalhar por longo tempo. As maiorias dos fabricantes apresentam
nos seus catálogos, procedimentos de seleção, com tabelas que classificam os
tipos de cargas, fatores de serviço, etc.
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11.7.3.4 – VARIADOR DE POLIAS VARÍAVEIS
São componentes muito utilizados em agitadores por se tratar de um
componente simples, robusto e com possibilidade de acoplar no redutor de
engrenagens. É constituído de duas polias variáveis ligadas por uma
correia plana. Tanto a polia motora quanto a acionada é constituída de dois
discos cônicos pressionados um contra o outro através de molas na polia
acionada e por um regulador de afastamento na motora, ver Fig. 11.13.
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11.7.3.5 – VARIADOR DE POLIAS TIPO REEVES
São variadores semelhantes aos anteriores com a diferença da polia
acionada ser plana. A variação é feita acionando o fuso da base porta-
motor que altera a distância do conjunto motor-polia expansiva em relação
à polia conduzida, sendo que este movimento deverá ser efetuado com o
conjunto em funcionamento (Fig. 11.14). Sua capacidade de variação
máxima é de 1:3 podendo ser aplicada até potências de 10cv.
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GRAFICO 4
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