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julho de 2018
Universidade Federal de Itajubá
Instituto de Engenharia de Sistemas e Tecnologia da Informação
Sumário 2
1) A história da Eletrônica .............................................................................................................................. 4
2) Conceitos básicos de eletricidade .............................................................................................................. 6
2.1) Tensão e corrente ................................................................................................................................... 6
2.2) Resistividade dos Materiais .................................................................................................................... 7
2.3) Lei de Ohm .............................................................................................................................................. 9
2.4) Potência ................................................................................................................................................ 10
3) Materiais semicondutores ....................................................................................................................... 11
3.1) Estrutura cristalina ........................................................................................................................... 11
3.2) O cristal de germânio e o cristal de silício ........................................................................................ 11
3.3) O cristal de silício utilizado na eletrônica ......................................................................................... 12
3.4) O cristal com impurezas ................................................................................................................... 13
4) O diodo ..................................................................................................................................................... 15
4.1) Formação da Junção PN ........................................................................................................................ 15
4.2) A junção PN diretamente polarizada .................................................................................................... 16
4.3) A junção PN polarizada reversamente .................................................................................................. 16
4.4) O diodo ideal ......................................................................................................................................... 17
4.5) A curva de reposta aproximada de um diodo ...................................................................................... 19
4.6) Curva de tensão do diodo real .............................................................................................................. 19
4.7) Os portadores minoritários ................................................................................................................... 21
4.8) Cargas positivas, negativas e a corrente no diodo................................................................................ 23
4.9) Tensão de pico reversa (TPR) ................................................................................................................ 24
4.10) O tempo de recuperação reverso ....................................................................................................... 27
4.11) A construção de um diodo real ........................................................................................................... 28
4.12) A resistência apresentada pelo diodo ................................................................................................. 30
4.12.1) Resistência DC .............................................................................................................................. 30
4.12.2) Resistência Dinâmica ................................................................................................................... 30
4.12.3) Resistência Dinâmica Média ........................................................................................................ 32
4.12.4) Resistência total de um diodo...................................................................................................... 33
5) Circuitos com diodos ................................................................................................................................ 33
5.1) Circuito série com entrada DC ........................................................................................................... 33
5.2) Circuito paralelo com entrada DC (análise teórica) ......................................................................... 36
5.3) Circuito paralelo com entrada DC (situação prática) ............................................................................ 37
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1) A história da Eletrônica 4
A grande inovação de Le de Forest foi a colocação de uma grade metálica que permitia
controlar o fluxo de elétrons da válvula. Esta nova configuração passou a se chamar válvula tríodo. 5
Como demonstrado por Le de Forest este dispositivo amplificava os sinais que chegavam à
grade de controle.
Porém, a eletrônica que temos hoje nada se parece com a eletrônica das válvulas. A válvula
eletrônica apresentava uma série de inconvenientes: Com o tempo perdia a capacidade de emissão,
ocupava muito espaço, consumia energia para aquecimento, seu filamento queimava e outros. Em
1947 algo extremamente novo foi criado, uma nova tecnologia foi desenvolvida pelos físicos
Bardeen, Brattain e Shockley: A tecnologia dos semicondutores. Este novo dispositivo não
funcionava com aquecimento, não se desgastava com o uso e era pequeno a ponto de caber no bolso
de sua roupa.
Atualmente a tecnologia dos semicondutores utiliza o silício como seu principal elemento e
esta nova tecnologia substituiu totalmente a tecnologia da válvula havendo poucas exceções. Pode-
se dizer que estamos vivendo na era do silício. Ele está presente em todos dispositivos eletrônicos:
computadores, rádios, televisores, celulares e etc, sendo este a base de nosso curso.
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Todos nós sabemos que as partículas eletricamente carregadas sofrem um efeito de atração e
repulsão. Este fenômeno é descrito pela Lei de Coulomb que basicamente afirma o seguinte:
Onde:
Esta é a força responsável pela corrente elétrica (movimento dos elétrons) e todos os
fenômenos associados à eletricidade.
Vamos considerar agora um material que possua elétrons (cargas negativas) que possam ser
facilmente deslocados. Se aplicarmos um potencial positivo em um dos lados e fornecermos
elétrons do outro, teremos uma circulação destes elétrons pelo material.
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Essa movimentação é chamada de corrente elétrica e é medida em amperes (A). A força com
que a fonte provoca a circulação da corrente é chamada de diferença de potencial, ou tensão elétrica
e é medida em volts (V).
Todos os condutores, na temperatura ambiente (25ºC), até o momento, não são condutores
perfeitos e oferecem uma certa dificuldade à passagem da corrente elétrica. Esta dificuldade, ou
resistência à passagem da corrente é a resistividade do material. O germânio e o silício não são bons
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condutores e também não são isolantes, eles são classificados como “Semicondutores”. Abaixo,
temos uma tabela com os principais condutores, semicondutores e isolantes. 8
Prata 1,6.10-6
Cobre 1,7.10-6
Ouro 2,3.10-6
Alumínio 2,8.10-6
Germânio (puro) 47
Silício (puro) 21,4.104
Vidro 1012 à 1013
Âmbar 5.1016
Mica 9.1016
Quartzo (fundido) 75.1018
Para sabermos a resistência total de um condutor, representada pela letra R, devemos saber
a área e o comprimento deste condutor.
A fórmula utilizada é:
Onde:
R = Resistência em Ohms
ρ = Resistividade do material
L = Comprimento do condutor
A = Área em cm2
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V=R.I
Analisando no aspecto matemático, se, por exemplo, a tensão V dobra de valor a corrente
também dobra, podemos ver também que, se a resistência R dobra de valor a corrente cai pela
metade. Ou seja, estes valores estão relacionados de forma linear.
Exemplo prático:
1) A unidade de resistência padrão é Ohm representada pela letra grega ômega ( Ω ), porém é
comum encontrar esquemas com valores 30R, que equivale à 30Ω.
2) O lado maior da fonte de alimentação é o lado positivo.
3) O sentido da corrente real é o sentido dos elétrons, ou seja, do negativo para o positivo da
fonte. Porém, o sentido utilizado na prática é sempre do positivo para o negativo.
Resolvendo:
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2.4) Potência 10
A resistência à passagem da corrente elétrica em um material provoca uma dissipação de
energia que na maioria das vezes ocorre na forma de calor (efeito Joule). No caso de lâmpadas,
essas dissipam boa parte da potência em forma de luz através da resistência do filamento.
𝑃=V.I
𝑉
𝑃
𝑅
𝑃 𝑅 𝐼
Exemplo: Qual a potência de um chuveiro elétrico com resistência de 2,9Ω alimentado em 127V?
Resposta:
Assim:
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3) Materiais semicondutores 11
Como pode ser visualizado na ilustração acima, os átomos de germânio e os átomos de silício
possuem 4 elétrons na sua última camada (camada de valência).
A teoria dos octetos expõe que os átomos dos elementos ligam-se uns aos outros na tentativa
de completar a sua última camada com 8 elétrons. Assim, o átomo é considerado estável quando
possuir oito elétrons na última camada da eletrosfera. No cristal de silício, que possui 4 elétrons na
última camada, uma rede cristalina é formada através de ligações covalentes, onde cada átomo
compartilha seus elétrons com os átomos da vizinhança.
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12
Esta estrutura não permite com facilidade a passagem da corrente elétrica, ao mesmo tempo,
está longe de ser um isolante. Por essa característica, recebe o nome de semicondutor.
O resultado final desse processo é um bloco de silício puro, chamado de tarugo, que após
esfriamento é fatiado formando as lâminas de silício. O grau de pureza atingido é de 99,9999% ou
seja, existe um átomo de impureza à cada 10 bilhões de átomos de silício na estrutura.
valentes), como fósforo ou antimônio, teremos uma estrutura cristalina com mais elétrons que o
necessário para o compartilhamento. 14
Podemos imaginar que se trata de um elétron livre, porém isso não é verdade. O átomo de
fósforo possui 5 elétrons na última camada, e este elétron está na estrutura cristalina por esse
motivo. Porém, como pela teoria dos octetos são necessários 8 elétrons para ligação entre os
elementos, este elétron excede o número de elétrons compartilhados na ligação.
Um cristal com impurezas pentavalentes é chamado de cristal N, pois, como sabemos o
elétron possui carga negativa.
O processo de inserção de elétrons na estrutura cristalina é chamado de “dopagem”. A grande
maioria dos componentes semicondutores são dopados.
Seguindo o mesmo raciocínio, um cristal puro pode ser dopado com impurezas que possuem
somente 3 elétrons na última camada, como por exemplo, boro, alumínio e gálio. Neste caso faltará
um elétron para ser compartilhado e chamaremos de cristal P.
Por estarem com elétrons faltando ou sobrando os cristais dopados são melhores condutores
se comparados ao cristal sem impurezas.
Os cristais puros são chamados cristais intrínsecos e os cristais com impurezas cristais
extrínsecos. O grau de impureza típica é de 1 átomo de impureza para cada 1 milhão de átomos de
silício, um valor bem maior comparado à 1 bilhão de impurezas do silício puro.
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4) O diodo 15
Este deslocamento de cargas produz uma região chamada região de depleção, onde os elétrons
que sobram na ligação do cristal N preenchem os espaços vazios do cristal P.
Neste momento uma pergunta pode ser feita: Por quê este deslocamento de cargas só ocorre
próximo da junção?
A resposta é que no centro o átomo se desiquilibrou, o número de prótons não é mais igual
ao número de elétrons, assim estas cargas formam uma barreira (campo elétrico) que impede o
deslocamento de mais cargas e a estrutura se equilibra.
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Aplicando uma tensão positiva no cristal P e negativa no cristal N estaremos injetando mais
elétrons que poderão passar pela região de depleção em direção ao cristal P, chegando ao cristal P
estes elétrons serão atraídos pelo potencial positivo. Com isso, a junção PN funciona como um
condutor de corrente elétrica.
17
4.4) O diodo ideal
Na eletrônica dos semicondutores, o diodo é um componente formado de uma única junção
PN tendo como principal característica a condução da corrente elétrica em um único sentido.
Fisicamente, no caso mais comum, possui dois terminais. O lado do cristal P é denominado
anodo e o lado do cristal N chamado de catodo, nos esquemas este componente é representado pelo
símbolo:
No sentido convencional da corrente, esta circula do anodo para catodo. Neste modo
dizemos que o diodo está diretamente polarizado. 18
Perceba que a tensão positiva está no anodo. Uma vez que a tensão no anodo é maior que a
do catodo o diodo está polarizado diretamente e conduz como se fosse uma chave fechada.
Invertendo o sentido da fonte, a tensão mais positiva será aplicada no catodo. Nesta
condição o diodo estará polarizado reversamente e não haverá circulação de corrente.
VT = 0,7V (Sílicio)
VT = 0,3V (Germânio)
( )
Onde:
Obs.: Para correntes mais altas (longe do início da curva) o valor de ɳ é 1 para o germânio e para o
silício.
Abaixo podemos ver a curva real do diodo de silício 1N4148 fabricado pela NXP.
Observe que, as curvas 1 e 2 mostram os valores típicos porém com temperaturas diferentes.
É importante salientar que IS também varia, dobrando seu valor à cada aumento de 10ºC.
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A estrutura cristalina com suas ligações covalentes e seus átomos com um número de elétrons
igual ao número de prótons só existe à temperaturas muito baixas.
Um átomo de silício é composto de 14 elétrons. Pelo modelo atômico idealizado por Niels
Bohr, os elétrons com carga negativa giram em torno de um núcleo com carga positiva. De acordo
com Ervin Schröndinger existem níveis energéticos que definem a posição das orbitas possíveis.
Para o silício temos a seguinte configuração:
Dois elétrons giram em torno do núcleo com uma energia de 0,3eV, 8 elétrons giram em uma
camada mais externa com 0,6eV e na camada de valência 4 elétrons orbitam com uma energia de
1eV. Mas o que ocorre à temperatura ambiente?
Nos metais, não é necessário uma energia extra para deixar o elétron livre, as bandas de
condução e de valência se misturam e um campo elétrico fraco já é suficiente para retirar o elétron
do átomo. O efeito da geração de Pares Elétron-Lacuna nos metais produz uma desordem (agitação
térmica) que dificulta a movimentação dos elétrons. Por esse motivo a resistividade do metal
aumenta com a temperatura.
No semicondutor, estes elétrons livres facilitam a condução de corrente. Quanto maior a
temperatura melhor condutor ele fica. Por esse motivo o semicondutor possui um coeficiente de
temperatura negativo. Na temperatura de zero absoluto (-273,150C) o semicondutor se comporta
como um isolante pois não existe a geração de pares Elétron-Lacuna.
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No instante seguinte o átomo que perdeu o elétron ficará com uma lacuna.
Tudo ocorre como se a lacuna tivesse se deslocado. Esse movimento de lacunas ou “cargas
positivas” também é corrente elétrica. Em um semicondutor temos dois tipos de corrente elétrica: a
corrente elétrica do movimento dos elétrons e a corrente elétrica do movimento das lacunas.
O campo elétrico estudado em física pode ser entendido como um campo de força de atração
ou repulsão que atua sobre as cargas elétricas negativas ou positivas.
Em duas placas condutoras planas separadas por um dielétrico o campo elétrico pode ser
calculado considerando a tensão aplicada e a distância entre as placas:
Fig. 4.18 – Campo elétrico entre duas placas com um potencial V entre elas.
Como visto, um diodo polarizado reversamente possui uma região condutora formada pelos
cristais N e P e uma região sem portadores de cargas (isolante) que é a região de depleção.
Fig. 4.19 – A região de depleção vista como um isolante entre dois condutores.
Com uma tensão aplicada entre os terminais o campo elétrico dentro da região de depleção é
muito grande mesmo para pequenas tensões, pois a largura da região de depleção é da ordem de
micrometros. Como exemplo, uma tensão de 1V provoca um campo de 100.000V/m em duas placas
separadas por uma isolante de 10 m de espessura. Quando este campo atinge uma intensidade
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capaz de atrair um elétron com força maior que o átomo pode segurar, o elétron é arrancado do
átomo. Este efeito é chamado de Efeito Zener. 25
Além do efeito zener, um outro efeito pode “arrancar” o elétron do átomo de silício. Um
elétron livre acelerado em alta velocidade pelo campo elétrico dentro do cristal pode colidir com o
átomo arrancando um elétron.
Depois da colisão existirão dois elétrons livres sendo acelerados pelo campo elétrico. Estes
dois elétrons podem colidir com mais dois átomos liberando mais elétrons. Este efeito é similar ao
que ocorre em montanhas e é chamado de efeito avalanche.
Abaixo temos a curva de corrente em função da tensão do diodo, em destaque a região zener
que se inicia próxima a tensão Vz. 26
A tensão Vz é a tensão reversa que produz um campo intenso suficiente para iniciar o efeito
zener ou efeito avalanche. Na prática é dificil separar o efeito zener do efeito avalanche pois quando
o efeito zener ocorre um efeito avalanche é desencadeado. A região da curva onde o feito zener
ocorre é chamada de região zener ou região de breakdown.
ATENÇÂO
Devemos tomar muito cuidado para não ultrapassar esse limite de tensão reversa,
principalmente quando substituímos componentes danificados. Os fabricantes denominam este
valor limite como TPI (tensão de pico inversa), TPR (tensão de pico reversa) entre outros.
Uma exceção à essa regra é a utilização de um diodo especial chamado diodo zener que será
estudado mais adiante.
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Vimos que na polarização direta elétrons “passam” pela região de depleção formando a
corrente direta. Vamos supor que um diodo está polarizado diretamente e por ele está passando
muitos elétrons como sugere a figura abaixo:
Vamos imaginar agora que ocorra uma inversão rápida de polarização. Os elétrons na região
de depleção serão atraídos pela fonte (que agora está invertida) até que a região de depleção se
reconstitua.
Fig. 4.25 – Retorno dos elétrons quando ocorre uma inversão de polarização.
A corrente no instante da inversão é uma corrente reversa e o tempo que o diodo leva para se
estabilizar reversamente após uma inversão é chamado de “tempo de recuperação reverso”.
Fig. 4.27 – Modelo utilizado para análise de circuitos com tensões variáveis.
Em frequências altas os efeitos capacitivos são tão intensos que o diodo se comporta como um
curto circuito para os sinais.
Este efeito é utilizada na fabricação dos chamados “diodos Schottky” que serão estudados
posteriormente. Para evitar a formação de uma região de depleção entre um metal e um cristal
dopado, o número de impurezas do tipo N ou do tipo P deve ser aumentado deixando o cristal mais
condutivo. Um cristal fortemente dopado se aproxima muito de um condutor. Vamos representar
este cristal fortemente dopado como cristal N+ e cristal P+.
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Quando este cristal fortemente dopado se une à um metal a região de depleção não é criada e 29
a corrente pode fluir em ambos os sentidos. Este tipo de contato é chamado de “contato ôhmico”.
A região de contato ôhmico recebe esse nome pois se comporta como uma resistência de
baixo valor, e obedece a lei de ohm.
Baseado nesses conceitos podemos agora representar de forma mais completa a estrutura
interna básica de um diodo real.
4.12.1) Resistência DC
Sabemos que a resistência é uma dificuldade à passagem da corrente elétrica e que, pela lei de
Ohm a resistência pode ser calculada por uma relação entre a tensão e a corrente.
Para sinais que variam no tempo, a corrente possui um valor máximo e um valor mínimo. O
mesmo ocorre para a tensão sobre o diodo. Neste caso a resistência pode ser calculada da seguinte
forma:
Porém não é necessário a utilização da curva do diodo para calcular a resistência AC. Como
estudado no item 4.6, para todo diodo temos a seguinte equação: 31
( )
( )
( )
K = 11.600/
Assim temos:
( )
Porém:
Substituindo:
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Como a resistência é definida pela lei de Ohm como uma tensão dividida pela corrente
podemos inverter esta equação para obter a resistência: 32
Que é a resistência dinâmica apresentada por todos os diodos à temperatura de 300K. O valor
de ID a ser utilizado é o valor médio da corrente (ID médio como indicado na fig. 4.32).
OBS: Para o silício devemos multiplicar por 2 o valor encontrado se a corrente estiver no
joelho da curva (início da curva) pois o valor = 1 utilizado é válido para correntes mais elevadas.
Quando a variação da corrente é muito grande podemos calcular a resistência baseada nos
valores máximos e míninos como ilustra a figura abaixo:
Neste circuito, claramente o diodo está polarizado diretamente, pois o lado positivo da fonte
está ligado no anodo, assim o “anodo está mais positivo que o catodo”, condição essa que
caracteriza a polarização direta.
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A princípio podemos pensar que, como o diodo está conduzindo, a tensão em cima da
resistência é de 3V, porém isso não é verdade. Como o diodo de silício conduz somente à partir de 34
0,7V, sempre existirá uma queda de tensão de 0,7V sobre ele. Assim, teremos:
VD = 0,7V
VR = 3 – 0,7 = 2,3V
Ou seja, apesar da fonte fornecer 3V, devido à queda de tensão de 0,7V no diodo, teremos
uma tensão de somente 2,3V sobre a resistência.
VD = 0,3V
VR = 3 - 0,3V = 2,7V
Considere agora o mesmo circuito com diodo invertido. Qual é a tensão VD sobre o diodo e
qual é a tensão VR sobre a resistência?
Resposta:
Como o diodo está polarizado reversamente (a tensão no anodo é menor que a tensão no
catodo) não existe corrente, assim não existe tensão sobre a resistência e a tensão está totalmente
sobre o diodo que não conduz.
VD = 3V
VR = 0V
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Exemplo 2:
Exemplo 3:
Exemplo 4:
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Se fosse utilizado somente um diodo, com certeza diríamos que a tensão é 0,7V. Como
existem dois caminhos iguais a corrente se divide entre os dois diodos. Porém, ao contrário do
circuito com resistências, a queda de tensão não é alterada. No circuito com resistências, o que
provoca a queda de tensão é a dificuldade que essa oferece à passagem da corrente elétrica,
colocando duas resistências em paralelo você diminui essa dificuldade. No circuito com diodos, a
queda de tensão se deve às propriedades já estudadas da junção PN. Assim, os dois diodos só
começam a conduzir quando a tensão atinge 0,7V. Neste circuito, VAB = 0,7V.
No circuito acima temos um diodo de germânio, que começa a conduzir em 0,3V e um diodo
de silício que começa a conduzir em 0,7V.
Sabemos que, teoricamente, após iniciar a condução, o diodo permanece com uma tensão fixa
(0,3V para o germânio e 0,7V para o silício) sobre ele. Como o diodo de germânio inicia a
condução antes, esta tensão permanece em 0,3V e nunca atinge a tensão necessária para que o diodo
de silício conduza.
Assim, a corrente circula somente pelo diodo de germânio e a tensão VAB permanece em
0,3V.
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Fig. 5.1 – Tensão sobre o diodo de silício para diferentes valores de tensão.
Fig. 5.2 – Tensão sobre o diodo de germânio para diferentes valores de tensão.
Como pode ser visto, o diodo de germânio real não consegue manter os 0,3V teóricos. Isso é
verdade para os diodos encontrados no mercado, pois os mesmos são diodos de sinal e não
suportam valores de corrente elevados.
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Com o aumento da tensão o diodo de silício começa a conduzir. Abaixo, podemos ver a curva
dos dois diodos e a queda de tensão sobre eles quando estão em paralelo. 38
Fig. 5.3 – Queda de tensão sobre diodos de germânio em paralelo com diodos de silício na prática.
Uma alternativa para encontrar o ponto de operação em um circuito sem cálculos extensivos e
trabalhosos é a utilização da reta de carga. Para entender como funciona considere o seguinte
circuito:
Pela lei de Kirchhoff para tensões a soma das tensões em todos os componentes deste circuito
deve ser igual a tensão da fonte:
Isolando ID temos:
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39
Sabemos que para traçar uma reta precisamos de somente dois pontos. Fazendo VD = 0 na
equação de ID teremos:
ID = VTH/RTH
VD = VTH
Quando essa reta é traçada no mesmo gráfico da curva do diodo, o ponto de cruzamento entre
elas determina o ponto de operação do circuito ou seja, o valor de ID e VD no circuito. Essa reta é
chamada de reta de carga e o ponto de cruzamento entre a reta de carga e o gráfico é chamado de
ponto quiescente.
Fig. 5.4 – Utilização da reta de carga para determinação do ponto de operação do circuito.
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Perceba que, neste exemplo, o valor máximo da tensão é de 10V positivo e o valor mínimo é
de 10V negativo. Para diferenciá-la da fonte de tensão contínua, neste curso vamos usar a seguinte
representação:
Antes de prosseguirmos vamos definir um novo valor de tensão chamado tensão eficaz que é
mais utilizado que a tensão de pico. Considere o seguinte circuito:
Onde: ( )
Como a tensão senoidal é uma tensão variável, para feito de cálculo não podemos utilizar o
valor máximo, 10V, como se fosse constante. Utilizar a tensão média, que neste caso é zero volt 41
também não faz sentido. A solução é encontrar um valor de tensão contínua que provoque o mesmo
efeito desta tensão alternada sobre a resistência.
O esquema da fig. 5.7 acima ilustra essa situação. A resistência R é utilizada para aquecer a
água. Devemos encontrar um valor para a fonte de corrente contínua que provoque o mesmo
aquecimento que a fonte de corrente alternada. Ou seja, o aquecimento será o mesmo se ligarmos a
chave CH1 ou a chave CH2.
O valor que devemos encontrar é chamado de “Valor Eficaz” ou valor RMS e é calculado da
seguinte forma:
( )
√∫
𝑉𝑝𝑖𝑐𝑜
𝑉𝑒𝑓
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Para diferenciar um valor de pico de um valor eficaz, vamos convencionar que: Um valor de
tensão alternada quando não indicado com o índice „p‟ representa seu valor eficaz (RMS). 42
O circuito abaixo apresenta uma configuração que é chamada de circuito retificador de meia
onda:
Inicialmente observe que a fonte é alternada senoidal, desta forma, metade do tempo a tensão
está positiva e metade do tempo está negativa. Durante o ciclo positivo (parte positiva da onda) o
diodo está polarizado diretamente e conduz fornecendo tensão ao resistor e à saída Vo.
Durante o ciclo negativo o diodo fica polarizado reversamente, e nenhuma tensão aparece na
saída. Este tipo de circuito é muito utilizado em fontes de alimentação, pois é o primeiro passo que
permite a transformação da tensão alternada em tensão contínua.
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Para o retificador de meia onda, podemos calcular a tensão média de saída (soma das áreas
acima e abaixo do eixo em um período ) da seguinte forma: 43
∫ ( )
Ou
Exemplo:
Uma tensão alternada de 22V de pico é retificada em meia onda. Calcular a tensão média na
saída do retificador desprezando a queda no diodo.
Resposta:
Um valor importante a ser observado é a tensão de pico reversa (TPR) máxima que o diodo
pode suportar. No retificador de meia onda o valor de pico máximo (Vp) ocorre no ciclo negativo
da onda.
Quando conduzindo, ou seja polarizado diretamente, temos sobre o diodo uma tensão próxima
de 0,7V. Neste caso o importante é verificar se a corrente não ultrapassa os limites definidos pelo
fabricante do diodo.
Na imagem abaixo podemos ver uma parte do datasheet do diodo 1N4007 da Fairchild onde
o fabricante especifica como 1000V de tensão máxima de pico reversa. Observe também no mesmo
datasheet os valores de corrente máxima de pico e máximo valor de corrente média.
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44
No exemplo acima a tensão senoidal alternada de 127V existente entre os dois terminais da
entrada é transformada em uma tensão senoidal alternada de 10V entre os dois terminais da saída.
Se o transformador possuir um terminal ligado ao centro do enrolamento de saída (center tap),
teremos metade da tensão de saída entre o centro e qualquer uma das pontas.
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45
Como mencionado, o retificador de meia onda é um circuito que pode ser utilizado como
parte de um circuito para transformar a tensão alternada em tensão contínua. Porém, ele tem uma
grande desvantagem: durante o ciclo negativo da tensão alternada, nenhuma tensão é fornecida à
saída. Em circuitos de baixo consumo e circuitos que não necessitam de uma tensão contínua sem
variações, os retificadores de meia onda podem ser utilizados. Porém, a grande maioria dos
circuitos utiliza o retificador de onda completa em sua fonte de alimentação.
Como pode ser visto na fig. 5.13, quando a tensão em D1 está positiva em D2 a tensão está
negativa.
46
Durante o ciclo negativo no anodo de D1, temos o ciclo positivo no anodo de D2:
A tensão média neste circuito é o dobro da tensão média fornecida pelo circuito de meia
onda:
Um problema da retificação em onda completa com center tap é a tensão reversa de pico
(TRP), que como pode ser observada na figura 5.17 corresponde ao dobro da tensão de pico
fornecida à resistência de carga.
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47
Observando o destaque na fig. 5.17 podemos ver que no momento de pico, a tensão reversa
em D1 é o dobro da tensão de pico da onda senoidal, ou seja, 10V ( -5V no anodo e 5V no catodo ).
Assim, para o retificador em onda completa com center tap:
( )
Com relação à corrente nos diodos, estes terão somente a metade da corrente média da carga
uma vez que estão polarizados diretamente e conduzem somente durante meio ciclo cada.
48
5.7) Retificador de onda completa em ponte
Uma das desvantagens do retificador em onda completa com center tap é a necessidade de se
utilizar um transformador com uma saída de dois enrolamentos. Na prática utiliza-se o dobro de fio
e um transformador fisicamente maior para o center tap e as tensões desejadas.
Podemos utilizar um transformador mais simples, sem o center tap e obter os mesmos
benefícios do retificador com center tap utilizando um circuito chamado de retificador em ponte.
Inicialmente vamos considerar o ciclo positivo com uma tensão positiva no anodo de D1:
A corrente circula somente pelos diodos polarizados diretamente, assim a corrente passa por
D1, em seguida passa pela resistência R no sentido de cima para baixo e finalmente passa por D3
fechando o circuito.
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Analisando agora o ciclo negativo. Com uma tensão negativa no anodo de D1:
49
Agora, a corrente passa por D2, em seguida passa pela resistência R no sentido de cima para
baixo e finalmente passa por D4 fechando o circuito.
Perceba que, da mesma forma que no retificador com center tap, a corrente passa no mesmo
sentido sobre a resistência. O valor da tensão média é obviamente o mesmo que do center tap, qual
seja:
Ou
Com relação ao valor da TPR nos diodos, o retificador em onda completa em ponte mais
uma vez leva vantagem com relação ao retificador com center tap.
A TPR mínima exigida dos diodos é de:
Para o retificador em ponte, temos dois diodos conduzindo em série. Assim temos uma
queda de:
6) Fontes de alimentação 50
Os circuitos eletrônicos, para funcionarem corretamente, necessitam de uma tensão que,
normalmente não é a tensão alternada fornecida pelas companhias de energia. Nesses casos
utilizamos as chamadas fontes de alimentação.
De uma forma geral, uma fonte de alimentação é um circuito que converte a tensão alternada
da rede elétrica em uma tensão contínua com capacidade de corrente suficiente para “alimentar” os
circuitos eletrônicos.
Fig. 6.2 – Tensão fornecida à uma carga após a retificação em onda completa.
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O capacitor é capaz de armazenar uma tensão e fornece-la como se fosse uma bateria
carregada.
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Neste circuito, o capacitor carrega com a tensão fornecida pelo retificador. Quando a tensão
cai, o capacitor continua carregado e começa a descarregar fornecendo corrente à carga
(representada pelo resistor R). Com capacitor, temos um sinal quase contínuo próximo de 10V.
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O fator de ripple é uma relação que permite avaliar a qualidade de uma fonte de alimentação
DC (tensão contínua) com relação a tensão de ripple (VR).
( )
Assim, para determinação do fator de ripple devemos medir o valor da tensão alterna (tensão
de ripple) em rms e dividir pela tensão contínua.
54
Atualmente, os modelos matemáticos dos componentes (modelos spice) permitem calcular
com exatidão o comportamento e a resposta de um circuito antes da montagem física. Estes
modelos são utilizados por programas como Proteus, Cadence, Tanner, HSpice entre outros.
A simulação com modelos SPICE oferece resultados muito precisos e é amplamente utilizada
em projetos amadores e profissionais em todo o mundo.
É importante salientar ainda que, a maioria dos fabricantes fornece o modelo Spice do
componente fabricado. Desta forma, é altamente recomendável utilizar o modelo fornecido pelo
fabricante quando se deseja uma maior precisão nas respostas do simulador.
Onde:
r = fator de ripple.
Vrpp = tensão de ripple pico à pico.
VL = tensão DC médio em RL.
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55
Fig. 6.10 – Saída de uma fonte de tensão DC com alto valor de ripple.
Como pode ser visto na figura acima, o valor de pico da tensão na carga é VRPP/2 acima do
valor médio.
( )
Se a tensão de ripple for considerada como uma aproximação de uma onda triangular,
podemos utilizar a seguinte equação:
Onde:
Na figura acima podemos ver a corrente em um capacitor utilizado como filtro. Sem
filtragem a corrente nos diodos acompanharia a tensão, porém com o uso de capacitores temos picos
mais elevados quando a fonte é ligada. Os valores positivos de corrente indicam que o capacitor
está sendo carregado, os valores negativos de corrente indicam a descarga do capacitor. Perceba que
no momento inicial o capacitor consome uma corrente muito maior por estar descarregado.
O valor médio da corrente é zero pois a carga que ele recebe é a mesma que ele fornece. É
importante salientar que todas as resistências do circuito, principalmente do enrolamento do
transformador, do diodo e da fiação, bem como a indutância do enrolamento tendem à minimizar os
efeitos do surto de corrente provocada pela carga dos capacitores.
Como referência de projeto podemos utilizar a seguinte equação que determina a corrente de
surto do circuito:
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57
Exemplo de projeto
Projetar uma fonte com retificador em ponte e de 10V capaz de fornecer 1,5A com 5% de
ripple.
Solução:
Primeiramente vamos calcular o valor da resistência de carga que produz uma corrente de 1,5A.
( )
( )
( )
( ) ( )
( )
( )
Para um valor de pico de 12,27 devemos usar um transformador com uma tensão eficaz de
secundário de:
( )
A potência total do circuito é a soma da potência da carga com a potência dissipada nos diodos:
( )
( )
( )
Como cada diodo conduz somente na metade do ciclo, o valor de corrente considerado foi
dividido por 2. Abaixo podemos ver uma simulação com esses resultados no simulador Orcad.
Com essas características podemos utilizar este componente para minimizar ou praticamente
eliminar o ruído de ripple como mostrado no circuito abaixo:
7) Diodo Zener 60
Como pode ser visualizado, existe um valor de tensão reversa limite, onde, a partir deste valor
o diodo conduz reversamente. Podemos ver que, antes de atingir o valor negativo de tensão Vz, a
corrente permanece praticamente em zero, como se o diodo fosse uma chave aberta. Após este
valor, o diodo conduz como se fosse um curto circuito, ou chave fechada.
A tensão onde a transição ocorre é chamada de “tensão zener”. Como este valor depende
somente das características do diodo, ele pode ser usado como referência de tensão em circuitos
estabilizadores. Como é utilizado de forma especial (reverso) possui uma simbologia para
diferenciar dos diodos comuns.
Considerando um valor de Vi bem maior que Vz, devemos observar que, como a fonte de
tensão é contínua, o diodo estará polarizado reversamente.
- Quando o valor da resistência RL for muito baixo, a corrente em Rs será alta provocando uma
queda de tensão, assim, a tensão que chega ao catodo do diodo não será suficiente para faze-lo
conduzir reversamente.
- Quando o valor da resistência RL for alto, não teremos queda em Rs provocada por R L e
consequentemente a tensão da fonte chegará alta no catodo do diodo fazendo conduzi-lo
reversamente.
𝑅𝐿 𝑉𝑖
𝑉𝐿
𝑅𝑠 𝑅𝐿
Quando o diodo zener estiver conduzindo, a corrente sobre ele pode ser calculada da
seguinte forma. 62
Analisando o circuito podemos ver que, a corrente que passa pelo zener é:
A potência dissipada pelo diodo é muito importante e deve ser observada e calculada. Para calcular
usamos a seguinte fórmula:
𝑃𝑧 𝑉𝑧 𝐼𝑧
Exemplo 1:
Como a tensão está abaixo da tensão zener a tensão em R1,2K é 8,72V e a corrente no diodo é zero.
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Exemplo 2:
63
Recalcular o circuito acima trocando a resistência de carga de 1,2K para 3K.
Como VL > VZ a tensão sobre a resistência de 3K será 10V que é a tensão do zener.
Como o valor de RL varia, existe um valor mínimo deste para que a tensão fique
estabilizada, este valor mínimo de RL é aquele onde o divisor de tensão formado por Rs e RL produz
uma tensão em RL igual à tensão Vz. Ou seja:
𝑹 𝒔 𝑽𝒛
𝑹𝑳𝒎𝒊𝒏
𝑽𝒊 𝑽𝒛
Nesta condição (RLmin) temos a maior corrente possível em RL com a tensão fixa Vz.
Perceba que a queda de tensão sobre Rs é constante quando o diodo zener estiver conduzindo.
O valor máximo de corrente e potência no zener ocorre quando a carga tem resistência infinita
(circuito aberto) e valem:
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Temos:
Invertendo:
𝑽𝒁 (𝑹𝒔 𝑹𝑳 )
𝑽𝒊𝒎𝒊𝒏
𝑹𝑳
Vimos que a corrente que passa pela resistência Rs é a soma das correntes do diodo e da carga:
Ou seja:
VMIN = 15V
VMAX = 20V
ILmin = 5mA.
ILmax = 20mA
Vz = 6,8V
IZmax = 40mA
Com todos essas informações qual é o valor de Rs que coloca o circuito em operação? Na
verdade não existe um único valor. Vamos calcular o valor mínimo e o valor máximo:
𝑽𝑴𝑰𝑵 𝑽𝒁
𝑹𝒔𝒎𝒂𝒙
𝑰𝑳𝒎𝒂𝒙 𝑰𝒁𝒎𝒊𝒏
Para garantir que o diodo sempre esteja conduzindo, vamos definir uma corrente mínima
IZmin = 4mA (10 vezes menor que o valor máximo). Assim:
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𝑽𝑴𝑨𝑿 𝑽𝒁
𝑹𝒔𝒎𝒊𝒏
𝑰𝑳𝒎𝒊𝒏 𝑰𝒁𝒎𝒂𝒙
Assim, a resistência Rs deve ter valor entre 293Ω e 342Ω. Como 330Ω é um valor de resistor
comum na indústria este é o valor ideal para o circuito.
Podemos facilmente perceber que, quando a corrente aumenta, a tensão Vz muda de valor.
Por exemplo, para o diodo zener de 2,7V, a tensão ultrapassa 3V quando a corrente chega à 10mA.
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Na verdade, os 2,7V só ocorre quando a corrente está em 5mA. Além disso, o processo de
fabricação não garante curvas tão exatas: 68
Portanto, pense sempre no valor da tensão zener como um valor de referência e nunca como
um valor absoluto no circuito.
No primeiro ciclo, o capacitor está descarregado, assim a tensão na saída é a própria tensão do
sinal de entrada. Durante o ciclo negativo o capacitor é carregado pelo diodo D1.
No próximo ciclo o sinal senoidal da entrada é somado à tensão do capacitor. Perceba que a
tensão na saída é quase o dobro da tensão da entrada. A pequena queda de tensão de 1,4V 69
corresponde à queda de tensão nos dois diodos.
70
Vamos analisar como este circuito funciona:
2) No segundo ciclo o capacitor C1 já está carregado com a tensão VP, desta forma o capacitor
C2 é carregado com 2 vezes o valor de VP.
3) Poderíamos pensar que o próximo capacitor é carregado com uma tensão de 3VP, porém isso
não ocorre, pois o capacitor C1 que está em série possui uma tensão de VP invertida no
caminho e o capacitor C3 carrega com uma tensão de 2VP.
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4) Os próximos capacitores também não recebem tensão maior que 2VP como pode ser visto no
esquema abaixo: 71
9) Diodos especiais
9.1) Varicap
Vimos que um diodo polarizado reversamente se comporta como um capacitor.
( )
Onde:
72
O símbolo do varicap é o de um diodo com um capacitor. Ele pode ser utilizado como
capacitor de sintonia em circuitos de rádio através da seguinte configuração:
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Como o próprio nome diz, o LED é um diodo que emite luz. Em junções PN de silício e de
germânio a maior parte da energia é dissipada na forma de calor. Porém nas regiões de depleção dos 74
LEDs a quantidade de luz emitida na junção é bem elevada.
O consumo de corrente ideal depende do tamanho, da cor e outros parâmetros. Quando não
se tem a informação do fabricante é comum adotar valores entre 15 e 20mA para os leds de 5mm
e entre 20mA e 25mA para os leds de 10mm, com queda de tensão entre 2,2 e 3V.
Atualmente existem leds de potência e leds Laser, com aplicação em redes de fibra ótica,
impressoras, leitores de disco DVD, CD e Blu- Ray.
Fig. 9.7 - Cabo de fibra ótica por onde caminha a luz emitida por um LED laser.
Atenção
Um LED sempre deve estar ligado em série com uma
resistência para limitar sua corrente.
Calcular o valor da resistência no circuito abaixo sabendo que o LED utilizado trabalha com
20mA e 2,5V.
Solução:
Sabendo que a fonte fornece 12V e a queda de tensão no LED é de 2,5V, temos sobre a
resistência
VR = 12V - 2,5V
VR = 9,5V
Como a corrente que passa pela resistência é igual à corrente do LED temos IR = 20mA, pela
lei de Ohms podemos calcular o valor da resistência.
R = 475Ω
O valor mais próximo utilizado na indústria é de 470Ω, sendo este o valor recomendado.
Existem também conjunto de LEDs montado em blocos, painéis, fitas e outros arranjos. A teoria e
calculo utilizado nestes dispositivos é o mesmo utilizado para o LED simples.
9.3) Fotodiodo 76
O fotodiodo é um componente com junção PN fabricado para funcionar com polarização
reversa. Ao contrário do diodo comum, ele conduz na polarização reversa quando luz incide sobre
ele.
Podemos perceber pela imagem acima que, o fotodiodo é fisicamente muito parecido com o
diodo emissor de luz (LED). É muito utilizado em receptores de sinais de controle remoto, sensores
de presença, sensores de barreira ótica, detectores de intensidade luminosa entre outros. O circuito
básico de ligação é:
Perceba que o diodo está polarizado reversamente. A corrente que passa reversamente pelo
diodo é baixa e varia com a luz incidente.
Na curva da fig. 9.10 podemos ver que a luz provoca uma variação de 1uA à 80uA
aproximadamente. Se utilizada uma resistência de 100KΩ, teremos na saída: 77
VR = 100K.1u
VR = 0,1V
VR = 100K.80u
VR = 8,0V
Estes são os valores previstos para o circuito com luz e sem a incidência de luz. Também é
possível visualizar o ângulo de resposta do componente. A luz incidente quando chega com mais de
30º não provoca variações significativas no circuito. Isso pode ser melhorado com lentes.
A região fortemente dopada N+ evita que uma segunda região de depleção seja criada no
terminal. Como os níveis energéticos do metal e do semicondutor são diferentes ocorre difusão de
elétrons do metal para o semicondutor da mesma forma que na junção PN.
A grande vantagem destes diodos é o tempo de recuperação reversa muita baixa, ou seja,
podem ser utilizados em circuitos com frequências elevadas e com correntes elevadas. Além disso
produz uma queda de aproximadamente 0,2V e não 0,7V como nos diodos convencionais.
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Diodo Shottky 78
Estes diodos estão presentes em todas as fontes chaveadas modernas que trabalham em
frequências da ordem de 20KHz à 50KHz. Apesar de parecerem vantajosos a ponto de deixarem
obsoletos os diodos de silício tradicionais, estes diodos não substituem os diodos de silício
convencionais, pois trabalham somente com baixas tensões e possuem uma corrente de saturação
reversa alta se comparado com os diodos convencionais.
Fig. 10.1 – Circuito com duas fontes de tensão, uma contínua e uma alternada.
O sinal de entrada é uma superposição das fontes como mostra o gráfico abaixo:
Neste circuito, considerando uma queda de tensão de 0,7V no diodo temos a seguinte corrente
média no circuito: 79
(como esperado)
Finalmente sobrepondo os valores de tensão alternada e tensão contínua temos sobre o diodo
os seguinte resultado:
Perceba que nesta página a Failchild fornece além das tensões máximas reversas a corrente
máxima suportada pelos componentes.
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Porém, nem toda informação é direta. Por exemplo, neste mesmo datasheet temos os
seguintes gráficos: 82