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Aula 03

Formas Organizacionais da
Manutenção

Luiz Fernando Mourão Soares

Goiânia/GO
14 de setembro de 2018
Planejamento e Organização da Manutenção

• Antigamente, a organização da Manutenção era conceituada como


planejamento e administração de recursos (pessoal, insumos e
equipamentos), adequando à carga de trabalho.

• Esta conceituação se tornou mais ampla:


a) A organização da Manutenção deve estar voltada para a gerência e a
solução dos problemas na produção (a empresa se torna mais
competitiva).

b) Manutenção é uma atividade estruturada da empresa (fornece


soluções buscando maximizar os resultados).
Planejamento e Organização da Manutenção

• Verifica-se uma mudança no perfil estrutural das empresas.

• Mudanças, também, devido à forte automação do processo de


produção (redução de operadores), e mudanças no perfil funcional
dos colaboradores.

• Tendência de aumento de mantenedores, além de sua maior


especialização: aumento da quantidade e complexidade dos
equipamentos.

• Maior participação do pessoal contratado na manutenção, e


formação de equipes enxutas e mais qualificada.
Planejamento e Organização da Manutenção

(Fonte: ABRAMAN)
Custos

• Antigamente, o pensamento relacionado a custos era:

• Não havia meios de controlar a manutenção;


• A manutenção, em si, tinha um custo muito alto;
• Os custos com manutenção aumentavam, em muito, o custo do
produto final.

• Por estes motivos, pouco se investia na Manutenção: vista como


fonte de despesas.

• Hoje, a Manutenção é vista como forma de minimizar custos com


perda de produtividade.
Custos

• No Brasil:
• Afirmações eram disseminadas.
• Mensuração dos custos era meramente contábil (quantificava-se
apenas o dinheiro gasto, sem olhar os benefícios para empresa).

• O desempenho da Manutenção deixava a desejar:


• A gerência julgava que as atividades da manutenção não eram
tão importantes (poucos e baixos investimentos).
• A manutenção, na qual não se investia, não tinha
representatividade, nem competência para mudar a situação.
Custos

• Indicadores comumente utilizados para analisar o custo da


Manutenção (em nível empresarial):

1. Custo da Manutenção em relação ao faturamento bruto (%);

2. Custo da Manutenção em relação ao patrimônio (ou Valor


Estimado dos Ativos) (%).

• No Brasil é mais utilizado o 1° indicador.

• Faturamento bruto: valor global, sem descontar taxas nem


impostos.
Custos

(Fonte: ABRAMAN)
Custos

• Curvas produzidas com dados informados por empresas que


respondem ao questionário da ABRAMAN.

• Predominam empresas de grande porte:


• Petrobras;
• Empresas de transporte ferroviário;
• Empresas do setor energético/elétrico;
• Empresas siderúrgicas (ferrosos/não ferrosos).
Custos

(Fonte: ABRAMAN)
Custos

(Fonte: ABRAMAN)
Custos

• Custo de Manutenção em relação ao patrimônio:

• Largamente utilizado pelos EUA;


• Conhecido como Custo de Manutenção em relação ao PRV (Plant
Replacement Value).

• Os resultados para este indicador variam entre 2% e 5%.

• Melhores práticas significam menores custos: 2%.


Custos

• Os custos da Manutenção são compostos por:

• Custo da mão-de-obra própria;


• Custo de serviços de terceiros;
• Custo com materiais.
Custos

• Os custos da Manutenção são compostos por:

• Custo da mão-de-obra própria;


• Custo de serviços de terceiros;
• Custo com materiais.

• É comum encontrar “outros custos” ou “Melhorias”:

• Envolvem pequenos projetos e obras para melhoria da produção


ou da manutenabilidade, e custos com Manutenção de
ferramentas e instrumentos (?).
Custos

• Custos com serviços de terceiros:

1. Contratação de empresas para prestação de serviço de


manutenção na planta do contratante;

2. Serviços de recuperação de peças, balanceamento, cromagem,


entre outros, prestados por empresas externas;

3. Contratação de serviços de consultoria, assessoria,


planejamento ou administrativos.
Custos

• Para fins de controle, os custos são divididos em três grandes famílias:

a) Custos Diretos;
b) Custos de Perda de Produção;
c) Custos Indiretos;

a) Custos Diretos:

• Necessários para manter os equipamentos em operação


(combustíveis, consumíveis, lubrificantes, entre outros).
Custos

• Para fins de controle, os custos são divididos em três grandes famílias:

a) Custos Diretos;
b) Custos de Perda de Produção;
c) Custos Indiretos;

b) Custos de Perda de Produção:

• Oriundos da perda de produção, causada por:


• Falha do equipamento principal sem equipamento reserva
para substituição;
• Falha do equipamento por ação imprópria.
Custos

• Para fins de controle, os custos são divididos em três grandes famílias:

a) Custos Diretos;
b) Custos de Perda de Produção;
c) Custos Indiretos;

c) Custos Indiretos:

• Relacionados com estrutura gerencial e administrativa, custos


com análises e estudos para melhoria, engenharia de
manutenção e supervisão;
Custos

• Para fins de controle, os custos são divididos em três grandes famílias:

a) Custos Diretos;
b) Custos de Perda de Produção;
c) Custos Indiretos;

c) Custos Indiretos:

• Aquisição de equipamentos, ferramentas e instrumentos de


manutenção.
• Custos de amortização, depreciação, iluminação, energia
elétrica, e outras utilidades.
Custos

• Componentes dos Custos Diretos:

• Custos de mão-de-obra direta (para uma dada função):


• Mão-de-obra própria;

• Custos com materiais:


• Custo de sobressalentes (substituição de peças: mancais,
rolamentos, entre outros);
• Custo de materiais de consumo (óleo, graxa, produtos
químicos, lixas, rebolos e similares).
Custos

• Componentes dos Custos Diretos:

• Custo de serviço de terceiros:


• Serviços executados externamente (executados nas
instalações do contratado: recuperação, balanceamento,
usinagens especiais, e demais serviços);

• Serviços executados internamente (executados nas


instalações do contratante: limpeza, instalações, pintura,
entre outros).
Custos

• Acompanhamento de custos:

• Os custos devem ser apresentados na forma de gráficos para


melhor visualização;

• Os gráficos devem mostrar:


1. Previsão de custos (mês a mês);
2. Realização (quanto foi efetivamente gasto em cada mês);
3. Realizado no mês anterior (ou meses anteriores);
4. Referência ou benchmark (qual a referência nacional ou
mundial).
Custos

• É necessário fazer um controle de custo para cada especialidade de


manutenção:

• Mecânica (insumos, elementos e componentes estruturais de


equipamentos);
• Elétrica (componentes eletroeletrônicos, cablagem, quadros de
controle);
• Instrumentação/automação (válvulas, sensores, medidores);
• Serviços diretos (limpeza, pintura, conservação).

MAIS MANUTENÇÃO NÃO SIGNIFICA MELHOR MANUTENÇÃO!


Custos
(Otimização)

• Custo de manutenção alto: intervalos frequentes e reparos


desnecessários.
Custos
(Otimização)

• Custo de manutenção baixo: falta de manutenção provoca paradas


mais longas e perdas na produção.
Custos
(Otimização)
Estrutura Organizacional da Manutenção

• Estruturação e subordinação da manutenção podem variar de


empresa a empresa, devido à diversificação das atividades da
empresa, do seu porte e característica dos serviços e/ou produtos.

• Diferentes aspectos envolvem a manutenção em um hospital, numa


usina siderúrgica ou a bordo de um grande navio.

• A filosofia básica é a mesma: algumas relações estruturais (ou


organizacionais) são semelhantes entre si.
Estrutura Organizacional da Manutenção

Subordinação

• Varia de acordo com:

• O tamanho da empresa;
• A política organizacional;
• O impacto das atividades de manutenção nos resultados.

• Empresas pequenas: as funções técnicas ficam reunidas (engenharia,


manutenção, inspeção e serviços gerais).
Estrutura Organizacional da Manutenção

Subordinação

• Varia de acordo com:

• O tamanho da empresa;
• A política organizacional;
• O impacto das atividades de manutenção nos resultados.

• Suprimentos: pode ficar a cargo do setor de Manutenção, porém é


(normalmente) função do setor Administrativo.
Estrutura Organizacional da Manutenção

(Fonte: ABRAMAN)
Estrutura Organizacional da Manutenção

Formas de atuação da Manutenção

• Depende do aspecto estrutural da empresa (tamanho da planta e


produtos produzidos);

• Pode ser:

• Centralizada;
• Descentralizada;
• Mista.
Estrutura Organizacional da Manutenção

Formas de atuação da Manutenção

Exemplos: manutenção centralizada.

• Pequenas e médias empresas, grandes edifícios, hospitais:


manutenção centralizada, devido ao pequeno espaço físico;

• Indústrias de processamento (fábricas de cimento, refinarias, plantas


petroquímicas): manutenção centralizada, devido ao layout da planta.

• Grande concentração de equipamentos numa área


relativamente pequena.
Estrutura Organizacional da Manutenção

Formas de atuação da Manutenção

Exemplos: manutenção centralizada.


Estrutura Organizacional da Manutenção

Formas de atuação da Manutenção

Exemplos: manutenção descentralizada.

• Empresas de grande porte:

• Usinas siderúrgicas: diversos setores com processos distintos, e


grandes distâncias entre linhas de processo;

• Indústrias do setor alimentício.


Estrutura Organizacional da Manutenção

Formas de atuação da Manutenção

Exemplos: manutenção descentralizada.


Estrutura Organizacional da Manutenção

Formas de atuação da Manutenção

Exemplos: manutenção mista (combina as vantagens da manutenção


centralizada com as da descentralizada).

• Empresas de grande ou muito grande porte:

• Fábricas de grande porte, ou com alta variabilidade de produtos;

• Montadoras (carros, aeronaves, locomotivas/trens, navios, etc.).


Estrutura Organizacional da Manutenção

Formas de atuação da Manutenção

Exemplos: manutenção mista (combina as vantagens da manutenção


centralizada com as da descentralizada).
Estrutura Organizacional da Manutenção

Formas de atuação da Manutenção

Quarta forma: manutenção multifuncional

• Tendência de formação de times multifuncionais por unidade de


atendimento, em plantas mais complexas;

• Aplicadas em poucas empresas brasileiras de alta


competitividade.
Estrutura Organizacional da Manutenção

(Fonte: ABRAMAN)
Estrutura Organizacional da Manutenção

Formas de atuação da Manutenção

Vantagens da manutenção centralizada:

• Eficiência global é maior do que a da manutenção


descentralizada, pela maior flexibilidade na alocação da mão-de-
obra em vários locais da planta;
• O efetivo de manutenção tende a ser menor;
• A utilização de instrumentos e equipamentos é maior e
normalmente podem ser adquiridos em menor número do que
na manutenção descentralizada.
Estrutura Organizacional da Manutenção

Formas de atuação da Manutenção

Desvantagens da manutenção centralizada:

• A supervisão dos trabalhos costuma ser mais difícil pela


necessidade de deslocamentos a várias frente de serviço,
distantes umas das outras;
• O desenvolvimento de especialistas com profundo
conhecimento demanda mais tempo que a descentralizada;
• Maiores custos para facilitar transporte em plantas de maiores
áreas;
• Menor cooperação entre operação e manutenção.
EXERCÍCIOS PARA ENTREGAR EM SALA

1. Antigamente, práticas de manutenção eram consideradas como fontes de despesa. Você


concorda com esta afirmação? Justifique sua resposta. Qual a importância da manutenção?

2. O que explica a especialização de profissionais de manutenção?

3. Os custos podem ser classificados como diretos e indiretos. Considerando o Laboratório de


Processos de Fabricação como um centro de usinagem, quais seriam os custos diretos
envolvidos? Dê exemplos.

4. Práticas de manutenção ajudam a preservar os equipamentos e manter a produção


uniforme. Quais os problemas associados com manutenção excessiva e com falta de
manutenção?

5. A forma da manutenção depende do tamanho do tamanho da planta e dos produtos que ela
fabrica, e podem ser centralizada, descentralizada ou mista. Explique o que significa cada uma,
e dê exemplos de aplicações.

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