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CRIMINOLOGIA
O crime é algo muito antigo, tão antigo que traz suas primeiras previsões na Bíblia com a morte de
Abel por Caim. Acompanhando o homem através dos tempos, passou por alguns períodos no decorrer
da história, os quais serão indicados a seguir:
CONCEITO
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Garófalo em 1885 para designar “ciência do crime”. O marco científico da criminologia se deve a
Lombroso. Para aqueles que defendem que criminologia se resume no estudo dos fenômenos sociais, a
gênese se dá com os trabalhos de Quetelet. Para aqueles que entendem que criminologia abarca
política criminal, sua origem ocorre com Beccaria.
João Faria Junior conceitua criminologia:
Criminologia é a ciência humano-social que estuda: a) O homem criminoso, a natureza de sua
personalidade, e os fatores criminógenes; b) A criminalidade, suas geratrizes, o grau de sua nocividade
social, a insegurança e a intranquilidade que ela traz a sociedade e aos seus membros; c) A solução do
problema da criminalidade e da violência através do emprego dos meios capazes de prevenir as
incidências e a reincidência do crime, evitando ou eliminando suas causas.
Antônio García-Pablos de Molina e Luiz Flávio Gomes elucida que:
Cabe definir criminologia como ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do
crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo, e que trata de
subministrar uma informação válida, contrastada, sobre a gênese, dinâmica e variáveis principais do
Criminologia
crime – contemplado este como problema individual e como problema social -, assim como sobre os
programas de prevenção eficaz do mesmo e técnicas de intervenção positiva no homem delinquente e
nos diversos modelos ou sistemas de respostas ao delito.
Conforme consoante entendimento de Roberto Lyra ressalta que:
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CLASSIFICAÇÕES
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objetivando sua ressocialização e com a finalidade de evitar a reincidência).
CRIMINOLOGIA CIENTÍFICA: cuida dos conceitos e métodos sobre a criminalidade, o crime,
o criminoso, a vítima e a justiça penal.
CRIMINOLOGIA ACADÊMICA: consiste no estudo criminológico com fins pedagógicos e
didáticos, fins de ensino (estudo da criminologia para o concurso / faculdade / palestra
sobre violência doméstica etc).
CRIMINOLOGIA ANALÍTICA: verificação do cumprimento do papel das ciências criminais e
da política criminal.
CRIMINOLOGIA RADICAL: é o trabalho criminológico desempenhado pela escola crítica ou
radical (teoria do conflito), a qual atribui ao capitalismo o fator gerador da delinquência
(inspiração em Karl Marx).
CRIMINOLOGIA DA REAÇÃO SOCIAL: consiste na atividade intelectual que estuda os
processos de criação das normas penais e sociais que estão relacionadas com
comportamento desviante.
Criminologia
OBJETO
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através de métodos paliativos (programas), evitar a reincidência do criminoso.
VÍTIMA – Sem dúvida alguma a vítima é o objeto de estudo da criminologia que mais destaque
tem tido nos últimos anos, encontrando na doutrina vasto material de pesquisa. Mas nem sempre esta
foi a posição da vítima, eis que nos últimos dois séculos estava praticamente esquecida pelo direito
penal, resgatando sua importância no cenário jurídico apenas com os estudos criminológicos. Aliás, a
VÍTIMA passou por três períodos:
1 – Protagonismo (idade de ouro) – período da justiça privada onde imperava a Lei de Talião –
“olho por olho dente por dente”, razão pela qual competia única e exclusivamente à vítima defender-se
na mesma proporção e intensidade da ofensa sofrida.
2 – Neutralização – com o advento do Estado Liberal, a vítima foi substituída pelos poderes
públicos nas relações processuais, diminuindo assim sua importância no conflito em virtude da pena
Criminologia
passar a ser uma garantia da ordem coletiva e não vitimaria. Reproduzindo o mestre “Lélio Braga
Calhau”, neste período era tratada com uma “testemunha de segundo escalão”, pois aparentemente
possuía interesse direto na condenação dos acusados.
jurídico penal não mais de forma autoritária e arbitrária, fazendo “justiça com as próprias mãos”, mas
sim, sob um enfoque mais humanista, respeitando não só sua integridade física como também a
ressarcindo dos danos patrimoniais havidos pelo crime contra si praticado. Surge nesta fase o estudo da
VITIMOLOGIA, tema a ser tratado oportunamente na apostila.
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POSSUEM QUALQUER COERCIBILIDADE UM SEMINÁRIO, ETC. AS REGRAS SOCIAIS DE CADA SITUAÇÃO.
- NEGATIVOS – APLICAÇÕES DE QUANDO FALHA, A PESSOA PODE SER
SANÇÕES, COMO POR EXEMPLO – COMPELIDA A AGIR POR MEIO DO
REPROVAÇÃO. CONTROLE EXTERNO, QUE PODE SE
OS DOIS – AVALIADOS EM DAR PELA AÇÃO DA SOCIEDADE OU ATÉ
EDUCAÇÃO! MESMO DO ESTADO, COMO POR
EXEMPLO NO CASO DA APLICAÇÃO DE
MULTAS NO TRÂNSITO
A criminologia é considerada ciência, pois apresenta função, método, e objeto próprios. Reúne
Criminologia
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preparatória da criminalidade, suas manifestações e seus efeitos.
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A criminologia pode auxiliar o legislador, pois é a ciência que cuida da causa (etiologia) do
comportamento criminoso, e de seus meios preventivos.
O direito penal é ciência normativa, visualizando o crime como conduta anormal para a qual fixa
uma punição. O direito penal conceitua crime como conduta (ação ou omissão) típica, antijurídica e
culpável (corrente causalista).
Por seu turno, a criminologia vê o crime como um problema social, um verdadeiro fenômeno
comunitário, abrangendo quatro elementos constitutivos, a saber: incidência massiva na população (não
se pode tipificar como crime um fato isolado); incidência aflitiva do fato praticado (o crime deve causar
dor à vítima e à comunidade); persistência espaço-temporal do fato delituoso (é preciso que o delito
ocorra reiteradamente por um período significativo de tempo no mesmo território) e consenso
inequívoco acerca de sua etiologia e técnicas de intervenção eficazes (a criminalização de condutas
depende de uma análise minuciosa desses elementos e sua repercussão na sociedade).
INTERDISCIPLINAR
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crime (dolo/culpa/periculosidade do agente, etc...)
Psiquiatria criminal – Examina a capacidade de entendimento e determinação do delinquente
frente ao delito com vistas a lhe submeter ao tratamento adequado.
Endocrinologia Criminal – Ciência que tem como objeto o estudo das glândulas endócrinas
(tireóide/suprarrenal, etc) e uma possível relação ou influência no comportamento delitivo.
Economia - Entender a influência da economia na tomada de determinadas políticas criminais; no
estudo dos crimes econômicos e transnacionais, como de lavagem de dinheiro e ambientais; na
influência das diferenças sociais como fator criminógeno.
Direito - Nos critérios utilizados pelo legislador no momento de legislar matéria criminal; o papel
do judiciário na seletividade do sistema penal; o uso do direito como instrumento de poder.
As informações dadas pela criminologia não são neutras, mas contribuem para a compreensão do
delito.
Criminologia
FINALIDADE
Indicar um diagnóstico qualificado e conjuntural sobre o crime (não preocupa apenas com o crime
e criminoso, mas também com a vítima e controle social), entretanto convém esclarecer que ela não é
uma ciência exata, capaz de traçar regras precisas e indiscutíveis sobre as causas e efeitos do ilícito
criminal.
A criminologia não é causalista com leis universais exatas.
A criminologia não é mera fonte de dados ou de estatísticas.
A criminologia é uma ciência prática, com problemas e conflitos concretos (luta contra a
criminalidade, o controle e a prevenção do delito).
O papel da criminologia no cenário social é a constante luta contra a criminalidade, o controle e a
prevenção do delito.
EXERCÍCIOS VUNESP
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03 – (EPCCONCURSOS – 2014 Atendente de Necrotério PC-SP) São fins básicos da Criminologia, dentre
outros,
a) os valores do ressarcimento e da indenização da vítima pelos danos sofridos.
b) a prevenção e o controle do fenômeno criminal.
c) o processo e o julgamento judicial do criminoso.
d) o diagnóstico e a profilaxia das enfermidades mentais, mediante tratamento ambulatorial e
internação hospitalar.
e) a vingança e o castigo públicos do criminoso.
07 – (EPCCONCURSOS – Investigador de Polícia 2014) - Entende-se por Etiologia Criminal a ciência que
estuda e investiga
(A) a criminalística, isto é, o processo de desenvolvimento do crime.
(B) a transmissão congênita de fatores psicológicos, propensos ao desenvolvimento da criminalidade.
(C) a criminogênese, que objetiva explicar quais são as causas do crime.
(D) o fenômeno do delito e as formas de prevenção secundária.
(E) a transmissão genética de fatores biológicos, propensos ao desenvolvimento da criminalidade.
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comportamento delitivo.
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13 – (EPCCONCURSOS – Atendente de necrotério 2013) Assinale a alternativa que aponta o ente que
exerce ou fomenta, concomitantemente, os controles formal e informal sobre a vida em sociedade.
(A) Poder Judiciário.
(B) Família.
(C) Policiamento Comunitário.
(D) Clubes de Serviço.
(E) Forças Armadas.
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d) na relação sistemática do poder público quanto à elaboração de leis que procuram evitar o crime e
sua reincidência ... análise e estudos da vítima e sua participação no delito
e) na sistematização, comparação e classificação dos resultados obtidos no âmbito das ciências
criminais acerca de seus objetos ... aplicação dos conhecimentos teóricos daquela para o tratamento
dos criminosos
16 – (EPCCONCURSOS - Investigador de Polícia 2014) A criminologia pode ser conceituada como uma
ciência ______, baseada na observação e na experiência, e ________ que tem por objeto de análise o
crime, o criminoso, a vítima e o controle social.
a) exata … multidisciplinar
b) objetiva … monodisciplinar
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c) humana … unidisciplinar
d) biológica … transdisciplinar
e) empírica … interdisciplinar
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(B) ciência empírica e interdisciplinar, a qual estuda os fatores que contribuem para a ocorrência do
crime, dentre outros temas correlatos.
(C) disciplina auxiliar das ciências jurídicas, voltada às técnicas de realização de perícia e exames
laboratoriais.
(D) disciplina auxiliar das ciências criminais, voltada às investigações por meio de perícia e exames
laboratoriais.
(E) ciência dogmático-normativa, fundada na ética e na filosofia, a qual estuda a personalidade do preso,
dentre outros temas correlatos.
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c) ela ocupa-se do estudo do delito e do delinquente, mas não se ocupa do estudo da vítima e do
controle social, uma vez que tal assunto constitui objeto de interesse da Sociologia.
d) ela ocupa-se do estudo do delito e do controle social, mas não se ocupa do estudo do delinquente e
da vítima, uma vez que tal assunto constitui objeto de estudo da Psicologia.
e) ela constitui um campo fértil de pesquisas para psiquiatras, psicólogos, sociólogos, antropólogos e
juristas.
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25 – (EPCCONCURSOS – Escrivão 2013) A microcriminologia, também conhecida por criminologia
a) do desenvolvimento, dedica-se ao estudo, centrado no comportamento criminoso do indivíduo, ao
longo de sua vida.
b) geral, dedica-se ao estudo sociológico do crime.
c) aplicada, dedica-se às pesquisas de cunho acadêmico.
d) clínica, estuda a pessoa do criminoso, em busca de sua ressocialização.
e) analítica, estuda as relações entre as ciências sociais e as políticas de segurança pública.
EXTRAS
para sua ressocialização. A política criminal, ao contrário, tem funções mais relacionadas à prevenção do
crime.
b) A finalidade da criminologia em face do direito penal é de promover a eliminação do crime.
c) A determinação da etimologia do crime é uma das finalidades da criminologia.
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28 - (EPCCONCURSOS – Delegado de Polícia - CESPE PCGO 2017) Com relação ao objeto, às funções, às
características e aos métodos da criminologia, assinale a opção correta.
a) A criminologia caracteriza-se por ser uma ciência normativa e unidisciplinar.
b) O direito penal estabelece condutas vedadas, sob a cominação abstrata de uma pena; a
criminologia, por sua vez, busca observar cada conduta de infração da lei penal como fenômeno
humano, biopsicossocial.
c) A criminologia é disciplina que alimenta o direito penal, mas dele não depende.
d) Para que a vítima seja considerada como tal pela criminologia, é necessário que ela não tenha
qualquer tipo de responsabilidade em relação ao crime.
e) Os objetos da criminologia incluem: o delinquente, a vítima, o Poder Judiciário e o controle social.
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mulheres.
C. A criminologia deverá analisar a conduta de João, subsidiando o juiz quanto ao arbitramento da pena.
D. A política criminal tem a função de propor medidas para a redução das condições que facilitaram o
cometimento do crime por João, como a urbanização e a iluminação de ruas.
E. A criminologia deverá indicar os trajetos que precisam de rondas policiais ou os locais para se
instalarem postos policiais.
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31. (EPCCONCURSOS 2017 Banca: FAPEMS Órgão: PC-MS Prova: Delegado de Polícia) A atividade
policial dentre suas finalidades deve prevenir e reprimir o crime. Em particular, à polícia judiciária
cabe investigar, com o fim de esclarecer fatos delitivos que causaram danos a bens jurídicos
relevantes tutelados pelo direito penal. A criminologia dada a sua interdisciplinaridade constitui
ciência de suma importância na atividade policial por socorrer-se de outras ciências para
compreender a prática delitiva, o infrator e a vítima, possuindo métodos de investigação que visam a
atender sua finalidade. Diante do exposto, assinale a alternativa correta sobre a criminologia como
ciência e seus métodos.
a) Como ciência dedutiva; a criminologia se vale de métodos científicos, humanos e sociais, abstratos,
próprios do Direito Penal.
b) A criminologia, ciência lógica e normativa, busca determinar o homem delinquente utilizando para
isso métodos físicos, psicológicos e sociológicos.
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c) A criminologia é baseada principalmente em métodos físicos, individuais e coletivos, advindos das
demais ciências jurídico-penais, caracterizando-a como dogmática.
d) Os métodos experimental e lógico auxiliam a investigação da criminologia, integrando várias áreas,
dada sua natureza de ciência disciplinar.
e) Os métodos biológico e sociológico são utilizados pela criminologia, que, por meio do empirismo e
da experimentação, estuda a motivação criminosa do sujeito.
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E A B E E D C D A B
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E E C E C E D C B B
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
E E D D D D A * D B E
Criminologia
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SOCIOLÓGICOS
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Sociedade sujeita a mudanças contínuas, sendo ubíquas, de modo que
todo elemento coopera para sua dissolução. São exemplos de teorias de
conflito o labelling approach e a teoria crítica ou radical.
a) ESCOLA DE CHICAGO (1920 – 1940) – Teve seu início nas décadas de 20 e 30, à luz do
Criminologia
Criada por jornalistas, não por juristas nem sociólogos, trata da sociologia da grande cidade,
analisando o desenvolvimento urbano, a civilização industrial e a criminalidade ali existente. Com o
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A cidade produz a delinquência, vez que existem áreas bastante definidas onde a criminalidade se
concentra e outras com índices bem reduzidos. Priorizava a ação preventiva, minimizando a atuação
repressiva do Estado. Passaram a usar os inquéritos sociais (social surveys) na investigação da
criminalidade como instrumento de conhecimento do índice real da criminalidade de uma cidade ou
bairro.
a.1 – Teoria Ecológica (1915-1940) – vê a grande cidade como uma unidade ecológica responsável
pela delinquência, chamando atenção para o impacto criminógeno do desenvolvimento urbano.
Robert Park (1925) publicou a principal obra da teoria ecológica – The City: Suggestion for the
Investigation of Human Bahavior in the City Environment
a.2 – Teoria Espacial (1940) – trata da reestruturação arquitetônica e urbanística das grandes
cidades como medida preventiva da criminalidade. Oscar Newman publicou a obra Defensible Space,
onde defendeu os modelos adequados de construção como maneira de prevenção situacional do crime
em que o espaço defensável seria aquele que permite uma maior vigilância pelas pessoas.
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NEORRETRIBUCIONISMO: LEI E ORDEM
Teoria das Janelas Quebradas – está intimamente atrelada a Escola de Chicago, onde dois
criminologistas da Universidade de Harvard, James Wilson e George Kelling, apresentaram esta teoria,
em março de 1982, após publicarem na revista Atlantic Monthly um estudo em que, pela primeira vez,
estabelecia-se relação de causalidade entre desordem e criminalidade, cujo título era The Police and
Neiborghood Safety (A POLÍCIA E A SEGURANÇA DA COMUNIDADE). Baseia-se num experimento realizado por
Philip Zimbardo, psicólogo da Universidade de Stanford, com um automóvel deixado em um bairro de
classe alta de Palo Alto, Califórnia.
Durante a primeira semana de teste, o carro não foi danificado. Porém, após o pesquisador
quebrar uma das janelas, o carro foi completamente destroçado e roubado por grupos vândalos, em
poucas horas.
Essa teoria defende a repressão dos menores delitos para inibir os mais graves, incutindo assim a
Criminologia
política da tolerância zero implementada em Nova Iorque pelo ex-prefeito Rudolph Giuliani. O seu
objetivo é promover a redução dos índices de criminalidade e evitar que um determinado local se torne
uma zona de concentração da criminalidade.
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É uma estratégia indireta de combate ao crime, baseada na teoria das janelas quebradas.
Manutenção da ordem pública, da segurança dos espaços de convivência social e da adequada
prevenção de fatores criminógenos.
O Estado tem a necessidade de cumprir seus deveres legais para com a população, oferecendo-lhe
condições adequadas de desenvolvimento psicossocial e acesso aos serviços do Estado, depurando suas
fileiras da corrupção e da venalidade, reconquistando a confiança da população e estabelecendo com
ela a aliança de que sempre deveria haver entre o Estado e seus cidadãos.
A tolerância zero tem como objetivo principal incutir o hábito à legalidade, o que produziria a
médio prazo uma redução nos índices de microcriminalidade, bem como uma diminuição dos delitos
mais graves.
No final dos anos 30, SUTHERLAND apresentava a expressão “white collar crimes” (crime de
colarinho branco) identificando os autores de crimes diferenciados que apresentavam pontos
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acentuados de dessemelhança com os criminosos denominados como comuns. O crime não pode ser
definido simplesmente como disfunção ou inadaptação das pessoas de classes menos favorecidas, pois
isso não é de exclusividade destas. Não fixa o seu postulado apenas no perfil biológico do criminoso,
mas sim dentro de uma perspectiva social.
Ninguém nasce criminoso, mas sim a delinquência é o resultado da socialização inadequada. Não
há herança biológica e sim um processo de aprendizagem que conduz o homem à prática dos atos
socialmente reprováveis. Postulados:
- a aprendizagem sofre influências das relações mais íntimas do indivíduo com seus
familiares ou pessoas do seu meio;
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c) ANOMIA – ROBERT KING MERTON (1938) foi o precursor desta teoria, que apresenta
explicações de cunho sociológico acerca da criminalidade, isto é, o comportamento desviado pode ser
considerado como um sintoma de dissociação entre as aspirações socioculturais e os meios
desenvolvidos para alcançar tais aspirações.
O seu maior expoente é DURKHEIN, que defende que em qualquer tipo de sociedade bem como
em qualquer momento histórico haverá um volume constante da criminalidade e, por conseqüência, do
nível de delinquência.
Admite o delito como comportamento normal que pode ser cometido por qualquer pessoa de
qualquer das castas sociais, derivando não de anomalias do indivíduo, mas sim de uma situação social
onde falta coesão e ordem no tocante às normas e valores daquele local, as quais foram implantadas de
forma ambígua ou ainda de maneira causal ou arbitrária, gerando uma situação de caos onde a
criminalidade encontra terreno propício para atuar. Conforme Durkhein, a anomia seria uma crise moral
da sociedade, uma patologia gerada por regras falhas de conduta.
É uma teoria que invoca a ausência de leis para melhor convivência em sociedade, pois para ela as
leis não resolvem o problema da criminalidade. NO BRASIL NUNCA FOI ADOTADA.
Surge sempre em decorrência de uma situação de caos ou de crise institucional local, onde os
índices de criminalidade encontram terreno propício para se desenvolver. O indivíduo passa a não
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respeitar as regras de comportamento que indicam os meios de ação socialmente aceitos, surgindo
assim o desvio, isto é, o comportamento desviante. Instaura-se um conflito entre meios culturais
(riqueza), sucesso, status profissional e meio institucionalizado (trabalho, Estado). Modos de adaptações
apresentadas por MERTON:
- Ritualismo – o indivíduo foge das metas culturais, acredita que jamais serão alcançadas.
Criminologia
d) SUBCULTURA DO DELIQUENTE – Foi desenvolvida por ALBERT K. COHEN, que teve como marco
o lançamento de seu livro DELINQUENT BOYS, em 1955, onde explicou que todo agrupamento humano
possui subculturas, oriundas de seu gueto, filosofia de vida, onde cada um se comporta de acordo com
as regras do GRUPO, as quais não correspondem com a regral de “cultura geral”.
A sociedade, como um todo, é formada por diversos sistemas de normas e valores dentro de si,
sendo que tais grupos se organizam com seus próprios valores e normas de condutas aceitas como
corretas em seu meio, criando-se aquilo que se chama de subculturas. Assim, como bem explica Garcia-
Pablos em sua obra “a conduta delitiva” não seria produto de desorganização ou ausência de valores
sociais, mas o reflexo e a expressão de outros sistemas de normas e de valores distintos: os
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SUBCULTURAIS, tendo assim um respaldo normativo onde tanto a conduta normal, regular e adequada
ao Direito como a irregular, desviada e delitiva seriam definidas de acordo com o sistema de normas e
valores destas subculturais.
Para essa escola o crime geralmente é sinônimo de protesto ou ainda uma forma de aparecer, ter
status e adquirir respeito na comunidade. Fundam-se no caráter pluralista da ordem social devido a
desigualdade social latente. Os valores da classe medida divergem dos valores da classe menos
abastecida financeiramente. Exemplo: o fato de adentrar no quintal do vizinho é conduta reprovável
socialmente na alta sociedade, caracterizando violação de domicílio; fumar maconha nas grandes
periferias, favelas, casas de veraneio é conduta aceita por estes grupos.
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Tem raízes na obra de Emile Durkhein, que se referiu aos processos de construção da delinquência
e a normalidade dela. Os principais precursores da teoria da rotulação foram ERVING GOFFMAN,
EDWIM LEMERT e HOWARD BECKER, considerados como autores da Nova Escola de Chicago. Adotam a
metodologia da observação direta e o trabalho de campo.
Um fato só é considerado criminoso a partir do momento em que adquire esse status por meio de
uma norma criada de forma a selecionar certos comportamentos com desviantes no interesse de um
sistema social.
A teoria de rotulação cria um processo de estigma aos condenados, funcionando a pena como
geradora de desigualdades. O sujeito acaba sofrendo reação da família, amigos, conhecidos, colegas,
acarretando a marginalização no trabalho e na escola.
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experiência de ser considerado delinquente e a publicidade que isso comporta culminam num processo
no qual o próprio indivíduo se concebe como tal.
Para ZAFFARONI, a tese central desta teoria pode ser definida em termos gerais, pela afirmação
de que cada um de nós se torna aquilo que os outros vêem em nós e, de acordo com essa mecânica, a
prisão cumpre função reprodutora, ou seja, a pessoa rotulada como delinquente assume o papel que
lhe é consignado, comportando-se de acordo com o mesmo.
Assim, crime e reação social são por esta teoria, manifestações de uma só realidade, onde o
criminoso apenas se distingue do homem normal devido à rotulação que recebe de “criminoso, ladrão,
mala, etc.” pelas instâncias formais e informais de controle. É a estigmatização do indivíduo.
b) TEORIA CRÍTICA, RADICAL, MARXISTA ou NOVA CRIMINOLOGIA – Seu marco inicial foi a obra
de I. TAYLOR – Nova Criminologia, publicada em 1973. Ao indagar as causas do crime, pesquisa e reação
Criminologia
social, ampliando assim o campo da investigação para abranger as instâncias formais de controle como
fator criminógeno (leis, polícia, ministério público e os tribunais)
Busca resposta sobre as causas do crime, sob o ângulo de uma problemática maior; defende que
não há outra solução para o problema criminal senão a construção de uma nova sociedade mais justa,
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igualitária e fraterna, e menos consumista e submissa às vicissitudes dos poderosos. A coesão e a ordem
na sociedade são fundadas na força e na coerção, na dominação por alguns e sujeitos de outros, em que
ignora-se a existência de acordos em torno de valores de que depende o próprio estabelecimento da
força.
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1) TEORIAS DE CONSENSO
- ESCOLA DE CHICAGO:
TEORIA ECOLÓGICA / TEORIA ESPACIAL / JANELA QUEBRADA / TOLERÂNCIA ZERO
- TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL
- TEORIA DA SUBCULTURA DO DELINQUENTE
- TEORIA DA ANOMIA
2) TEORIAS DO CONFLITO
- TEORIA DA ROTULAÇÃO - LABELLING APROACH
- TEORIA CRÍTICA, RADICAL, MARXISTA OU NOVA CRIMINOLOGIA:
ABOLICIONISTA, MINIMALISTA E NEORREALISTA
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delitiva não ocorre pela interação ou comunicação, mas sim pela identificação com uma pessoa ou
grupo, real ou fictício, com o qual sua perspectiva delinquencial se assemelha.
Corrente de pensamento criminológico que critica a exibição de cenas em televisão e cinema, de
abuso de drogas ilícitas, prática de roubos, sequestros, bem como outras condutas delituosas, alçando
seus protagonistas a status de “heróis” ou “justiceiros”, fomentando sua imitação pelas pessoas,
principalmente jovens.
Teoria da Nova Defesa Social: O período da Defesa Social teve início em 1945 com Filippo
Gramática ao fundar o Centro de Estudos da Defesa Social que visava o estudo dos diversos tipos de
delinquentes, suas causas e responsabilidade penal. Contempla a ideia de que a pena serve de proteção
à sociedade e, também, de reeducação do delinquente através de um processo e um tratamento penal
mais humano e menos arbitrário.
A corrente do pensamento criminológico, que teve por precursor Filippo Gramatica e fundador
Marc Ancel, apregoa que o delinquente deve ser educado para assumir sua responsabilidade para com a
sociedade, a fim de possibilitar saudável convívio de todos (pedagogia da responsabilidade)
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Teoria da Neutralização: A teoria da neutralização consiste num método psicológico por meio do
qual o criminoso sucumbe (neutraliza), temporariamente, alguns valores éticos e morais que possui, os
quais normalmente o impediria de praticar o crime, adotando uma postura negativa de
responsabilidade para justificar sua conduta nas circunstâncias imposta por terceiros que motivaram
sua ação criminosa se autodenominando “vítima das circunstâncias”.
Aponta, como técnica utilizada pelo criminoso para sua autojustificação, um procedimento
racional em que atribui a culpa pelos seus atos antissociais aos agentes públicos encarregados de sua
punição (policiais, membros do ministério público, magistrados), os quais seriam corruptos, parciais e
inescrupulosos.
Criminologia
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EXERCÍCIOS VUNESP
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05 - (EPCCONCURSOS – Escrivão – 2014) Dentre os modelos sociológicos, as teorias da criminologia
crítica, da rotulação e da criminologia radical são exemplos da teoria
(A) do consenso. (B) da aparência. (C) do descaso. (D) da falsidade. (E) do conflito.
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08 - (EPCCONCURSOS – Investigador de Polícia – 2014). A teoria do labelling approach é uma das mais
importantes teorias do conflito. Surgiu na década de 60 nos Estados Unidos da América e tem, como
um de seus principais autores, Howard Becker. Essa teoria também é conhecida como teoria
(A) cultural ou de modismo. (B) da associação diferencial ou white colar crimes. (C) do estudo ou da
pesquisa. (D) do etiquetamento ou da rotulação. (E) da anomia ou da subcultura delinquente.
09 - (EPCCONCURSOS – Defensoria pública – 2017). Assinale a alternativa que contém somente teorias
consagradas na Sociologia Criminal.
a) Teoria do recolhimento e Teoria da reação típica.
b) Teorias Multifatoriais e Teoria “ecológica da escola de Chicago”.
c) Labelling Aproach e Teoria “escatológica da escola de Boston”.
d) Teoria do Processo Crime e Teoria do Processo Penal.
e) Teoria do Livre Arbítrio e Teoria da reação cultural.
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c) aumento das penas para o cometimento de delitos simples; criação de zonas de exclusão para
isolamento das áreas mais perigosas; disseminação de atividades recreativas como escotismo e viagens
culturais.
d) mudança efetiva nas condições econômicas e sociais das crianças; reconstrução da “solidariedade
social” por meio do fortalecimento das forças construtivas da sociedade (igrejas, escolas, associações de
bairros); apoio estatal para redução e diminuição da pobreza e desemprego.
e) controle individualizado, ou seja, controle específico e rígido sobre cada indivíduo; políticas
uniformes em toda a cidade, diante do fracasso das estratégias “por vizinhança”; implantação de escolas
e postos de saúde.
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d) A Teoria Estrutural-Funcionalista explica o efeito criminógeno das grandes cidades, valendo-se dos
conceitos de desorganização e contágio inerentes aos modernos núcleos urbanos e, sobretudo,
invocando o debilitamento do controle social nestes núcleos.
e) Teorias do Conflito, tradição na Sociologia Criminal norte-americana, pressupõem a existência, na
sociedade, de uma pluralidade de grupos e subgrupos que, eventualmente, apresentam discrepâncias
em suas pautas valorativas.
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critica a exibição de cenas em televisão e cinema, de abuso de drogas ilícitas, prática de roubos,
sequestros, bem como outras condutas delituosas, alçando seus protagonistas a status de “heróis” ou
“justiceiros”, fomentando sua imitação pelas pessoas, principalmente jovens, é a Teoria
a) da Identificação Diferencial.
b) da Reação Social
c) da Criminologia Radical.
d) da Associação Diferencial.
e) da Criminologia Crítica.
EXTRAS
B. por pessoas de baixa renda, exatamente em razão de sua condição socioeconômica desprivilegiada.
C. em razão do comportamento delinquente herdado, ou seja, de origem biológica.
D. por pessoas que sofrem de sociopatias ou psicopatias.
E. por pessoas que convivem em grupos que realizam e legitimam ações criminosas.
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telejornais. Diante do caso narrado, identifique dentre as Teorias abaixo, a que melhor analisa
(estuda/explica) o caso.
a Escola de Chicago.
b Teoria da associação diferencial.
c Teoria da anomia.
d Teoria do labeling approach.
e Teoria crítica.
21 – (EPCCONCURSOS Ano: 2017 Banca: FAPEMS Órgão: PC-MS Prova: Delegado de Polícia) Tendo
como premissa o estudo da Teoria Criminológica da Anomia, analise o problema a seguir.
O senhor X, 55 anos, bancário desempregado, encontrou, como forma de subsistência própria e da
família, trabalho na contravenção (apontador do jogo do bicho em frente à rodoviária da cidade). Por
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lá permaneceu vários meses, sempre assustado com a presença da polícia, mas como nunca sofreu
qualquer repreensão, inclusive tendo alguns agentes como clientes dentre outras autoridades da
cidade, continuou sua labuta diária. Y, delegado de polícia, recém-chegado à cidade, ao perceber a
prática contravencional, a despeito da tolerância de seus colegas, prende X em flagrante. No entanto,
apenas algumas horas após sua soltura, X retornou ao antigo ponto continuando a receber apostas
diárias de centenas de pessoas da comunidade.
Assinale a alternativa correta correspondente a esse caso.
a) A teoria da anomia advém do funcionalismo penal, que defende a pertinência da norma enquanto
reconhecida pela sociedade como necessária para a solução dos conflitos sociais, tendo sido arbitrária a
conduta do delegado.
b) A anomia, no contexto do problema, dá-se pelo enfraquecimento da norma, que já não influencia o
comportamento social de reprovação da conduta, quando a sociedade passa a aceitá-la como normal.
c) A atitude dos demais policiais caracteriza o poder de discricionariedade legítimo do agente de
segurança pública, diante da anomia social caracterizada da norma que perde vigência pela ausência de
funcionalidade.
d) A atitude do delegado expressa a representação da teoria da anomia, em que a norma não perde
sua força de coerção social, pois, somente revogada por outra norma, independente do comportamento
do infrator.
e) A teoria da anomia não tem aplicação no caso em análise, pois sob o aspecto criminológico é
necessário que estejam presentes no estudo do fenômeno o delinquente, a vítima e a sociedade.
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
A C B C E B B D B D
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
D E C C A E D E C E B
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VITIMOLOGIA
Muitos são os conceitos de vitimologia, variando desde a concepção simplista que a determina
como o mero estudo da vítima até concepções mais abrangentes e complexas como a do mestre
Guglielmo Gulotta que em sua obra “La Vítima” a define como uma disciplina que tem por objeto o
estudo da vítima, de sua personalidade, de suas características, de suas relações com o delinquente e do
papel que assumiu na gênese do delito.
Hans Von Hentig, em 1948, nos Estados Unidos, publicou o livro “The Criminal and his Victim”,
onde defendia uma abordagem dinâmica, interacionista e desafiando a concepção de vítima como ator
passivo. Destacou que algumas características das vítimas podem antecipar os fatos ou condutas
delituosas, bem como a necessidade de na analisar as relações existentes entre vítima e agressor.
VÍTIMA é a pessoa que, individual ou coletivamente, tenha sofrido danos – inclusive lesões físicas
Criminologia
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Perplexo com tais fatos, o professor de Criminologia e advogado em Jerusalém – Dr. Benjamin
Mendelson realizou na Universidade de Bucareste a conferência “Um novo horizonte na ciência
biopsicossocial – a Vitimologia”, onde deixou registrado seu posicionamento de que a vítima não
poderia mais ser considerada mera coadjuvante de uma infração penal limitada à condição de simples
sujeito passivo do crime, eis ser impossível fazer justiça esquecendo-se de sua pessoa, lançando após
em 1956, o trabalho A Vitimologia publicado na Revista Internacional de Criminologia e de Polícia
Técnica além de outras revistas renomadas no mundo todo.
A vitimologia é a ciência que se ocupa da vítima e da vitimização, cujo objeto é a existência de
menos vítimas na sociedade, quando esta tiver real interesse nisso. (Benjamim Mendelsohn)
Embora MENDELSON seja considerado o patrono e fundador da Vitimologia, antes dele outros
estudiosos foram pioneiros no estudo.
EDWIN SUTHERLAND em 1920 com a pesquisa sobre vítimas dos escroques, KARL MENNINGER
que pesquisou suicida e HANS VON HENTIG considerado por muitos o verdadeiro fundador da
vitimologia quando classificou como vítima nata aquela que possui um comportamento agressivo, de
personalidade insuportável que com seu modo de agir e viver culmina em gerar um fato criminógeno.
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= Vítimas inocentes – sendo aquelas que não contribuem de qualquer modo para o fato
delituoso. Ex: vítima de maus tratos, extorsão mediante seqüestro, assédio moral, ataque de
animal, preconceito, etc.
= Vítimas natas – as que contribuem para a ocorrência de uma infração penal em decorrência de
sua personalidade agressiva que acaba por instigar seu acontecimento. São também denominadas
vítimas provocadoras ou menos culpada que o delinquente, pois em muitos casos dotam
comportamentos inadequados que levam o criminoso a praticar o ato lesivo desencadeando o
que se denomina perigosidade vitimal, considerada a etapa inicial da vitimização. Ex: crimes de
trânsito (agressão por conta da batida), estupro (jovem exibindo o corpo com poucos trajes ao
praticar esporte em um parque público), roubo a transeunte (que, ostentando jóias ou celulares
de alta tecnologia caminha pela via pública) ou em interior de veículos (GPS ou DVD no painel do
veículo com vidros abertos).
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= Vítimas omissas – são aquelas que permanecem silentes, não comunicando a prática delitiva
sofrida à autoridade pública competente, fazendo que não se tome ciência dos fatos estimulando
assim os delinquentes em suas práticas criminosas. Ex: pequenos furtos, crimes e abusos sexuais,
violência doméstica.
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Vale também trazer a classificação de Abdel Ezzat Fattah apud Jorge Núñez de Arco[10], vejamos:
1. Vítima não participante, aquela que rejeita o ofensor e a ofensa, não contribuindo de
nenhuma maneira com o a agressão;
2. Vítima latente o predisposta, a que pode encontrar certa inclinação a ser vítima, por
defeitos de caráter ou outros fatores;
3. Vítima provocativa, aquela que incita o infrator a cometer o delito;
4. Vítima participante, a que intervém no crime adotando uma atitude passiva ou facilitando a
ação;
5. Vítima falsa, aquela que alega ser vítima de um crime cometido por outra pessoa, ou que
tenha sido vítima de suas próprias ações.
Para MENDELSON:
Uma primeira classificação importante das vítimas é atribuída a Benjamim Mendelsohn, que leva
em conta a participação ou provocação da vítima:
= Vítima completamente inocente – é a vítima ideal, que não tem participação alguma no crime.
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= Vítima menos culpada que o delinquente – é a vítima descuidada, que de alguma forma
contribui para o evento criminoso, seja frequentando locais perigosos, seja falando para estranhos
sobre seu patrimônio, etc.
= Vítima tão culpada quanto o delinquente – é aquela onde sem sua contribuição o crime não
teria ocorrido, como nos casos de corrupção, aborto consentido ou não.
= Vítima mais culpada que o delinquente nos casos dos crimes praticados após injusta
provocação da vítima, tornando-se crimes privilegiados tendo sua pena reduzida.
= Vítima como única culpada - sempre que houver revide a injusta agressão, ou seja, quando o
agressor agir em legítima defesa. Neste caso a vítima sofre a influência de seu próprio ato. Há
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a) vítima inocente, que não concorre de forma alguma para o injusto típico;
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As pesquisas de vitimização visam ajudar a segurança pública, fornecendo dados realistas sobre a
criminalidade e a violência. Neste sentido são instrumentos importantes do planejamento estratégico da
polícia, indicando tipos de crime e áreas, e pessoas mais expostas. Servem também como base de
estudos sociais que permitem uma atuação mais eficaz das políticas públicas sobre a violência.
Assim, concluímos a existência de diversas modalidades de vítimas, quais sejam:
= vítimização primária – Na definição de Sandro Carvalho Lobato de Carvalho e Joaquim
Henrique de Carvalho Lobato, a vitimização primária pode ser entendida como aquela que acontece na
prática do crime, através da conduta delituosa do agente que viola os direitos da vítima. O professor de
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Criminologia Lélio Braga Calhau afirma que a vitimização primária é o sofrimento que a vítima tem com
o crime. Define Rodrigo Castello que a “vítima primária é o sujeito atingido diretamente pela prática do
ato delituoso” e cita como exemplo a anunciação de um assalto por um infrator que,
consequentemente, gera a subtração da carteira da vítima.
= vítimização secundária (sobrevitimização) – Logo após a prática do fato delitivo, inicia-
se o drama da vítima. Além da dor física, psicológica, material e moral decorrente do crime, a vítima é
posta diante de uma crucial questão: expor o fato ao judiciário ou deixá-lo de lado? O “deixá-lo de lado”
caracteriza as cifras negras, que serão explicadas mais à frente.
Também chamada de sobrevitimização, a vitimização secundária pode ser entendida como aquela
causada pelas instâncias formais que detêm o controle sobre o âmbito social (delegacias, Ministério
Público etc.) abrangendo os custos pessoais derivados da intervenção do sistema legal que incrementam
os padecimentos da vítima. É, portanto, o desrespeito às garantias e aos direitos fundamentais das
vítimas de crime no curso do processo penal.
Ao procurar amparo da polícia, muitas vezes a vítima não é tratada como deveria, isto é, como um
Criminologia
sujeito de direito, mas sim como mero objeto de investigação, já que se importará unicamente com o
suspeito do crime. Diante disto, verifica-se que as autoridades policiais tratam as vítimas todas de
maneira semelhante como se um crime fosse igual aos outros.
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VÍTIMA E LEI – Embora ao jus puniendi pertença ao Estado, alguns crimes determina nosso
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diploma penal vigente que caberá a VITIMA manifestar seu desejo em ver o criminoso processado para
que o inquérito policial e a ação penal sejam instaurados, ao que denominamos de representação ou
oferecimento de queixa-crime, conforme o caso.
Nos crimes contra a honra (calúnia, difamação e injúria), por exemplo, dispõe o artigo 145 do C. P.
que tais crimes somente se procedem mediante QUEIXA da vítima a qual deve ser oferecida dentro do
prazo de 06 MESES a partir do conhecimento da autoria, tornando a ação penal privada.
Já o crime de lesão corporal culposa, materializada por uma lesão decorrente de colisão de
veículos, por exemplo, requer a legislação uma “autorização” denominada juridicamente de
representação da vítima ou seu representante legal para que se dê início ao procedimento penal.
Isto ocorre porque muitas vezes os efeitos do inquérito policial e do processo penal, são, aos olhos
da vítima, muito piores que a própria ação delituosa sofrida. O fato de vivenciarem novamente a
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situação delitiva ao narrar à autoridade policial os fatos; a estigmatização sofrida pelos membros de seu
convívio social ou os rumores e escândalos decorrentes da pluralidade do crime são elementos que
obrigaram o legislador a transferir a decisão da instauração do processo ao ofendido.
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Assim, por questões de política criminal, reza o artigo 16 do CP que nos crimes cometidos sem
violência ou grave ameaça a pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa até o recebimento da
denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de 1 a 2/3.
Igualmente, o artigo 74 e parágrafo único da Lei nº 9.099/95 que instituiu os Juizados Especiais
Criminais assegura que a composição dos danos civis, isto é, a reparação do dano quando reduzida a
escrito homologando o acordo, acarretará renúncia da vítima ao direito de queixa ou representação.
Já o Código de Defesa do Consumidor, Lei nº 8.078/90 assegura que havendo danos causados aos
consumidores, o fornecedor deve indenizá-lo em sua integralidade entre outras previsões em prol do
consumidor hipossuficiente-vítima.
Há ainda a Lei 9.807/09, que dispõe sobre a proteção de vítimas e testemunhas de crime, a Lei
9.503/95 que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro que em seu artigo 297 faz previsão de multa
reparatória, consistindo esta no pagamento à vítima sempre que houver prejuízo demonstrado no
processo, a Lei nº 9.605/98 prevendo no âmbito dos crimes contra o meio ambiente a pena pecuniária
através de pagamento em dinheiro à vítima ou entidade pública ou privada de acordo com o artigo 45, §
1º do Código Penal a serem fixados pelo Juiz.
Nomenclatura Definições
- Também conhecida como “Cifra ou Zona Escura – dark number ou ciffre
noir”.
- Representa a diferença entre a criminalidade real e a criminalidade
registrada pelos órgãos públicos.
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- Trata-se do número de delitos que por alguma razão não são levados ao
CIFRA NEGRA conhecimento das autoridades públicas, contribuindo para uma estatística
distorcida da realidade.
- A criminalidade real é muito maior do que a registrada oficialmente;
- Crimes menos graves são maiores do que os mais graves
- Varia segundo o tipo de delito para estabelecer a magnitude
- Na delinquência juvenil ocorre a maior % de crimes com penas menores
- A possibilidade de ser enquadrado na cifra negra depende da classe social a
que pertence o delinquente
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04 - (EPCCONCURSOS – Auxiliar de Necropsia – 2014) Buscam incansavelmente a reparação judicial
pelos danos sofridos ou a punição dos autores, comunicando o fato criminoso às autoridades públicas.
Trata-se de vítimas
(A) incansáveis.
(B) desatentas.
(C) conscientes.
(D) persistentes.
(E) atuantes
índices de subnotificação, que são os crimes que não chegam ao conhecimento das autoridades públicas, é
chamado de vitimização
(A) terciária. (B) primária. (C) precoce. (D) secundária. (E) indireta.
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08 - (EPCCONCURSOS – Escrivão – 2014). Uma vítima que, ao querer registrar uma ocorrência, encontra
resistência ou desamparo da família, dos colegas de trabalho e dos amigos, resultando num desestímulo
para a formalização do registro, ocasiona o que é chamado de “cifra negra”. Neste caso, estamos diante da
vitimização
(A) primária. (B) secundária. (C) quaternária. (D) quintenária. (E) terciária.
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(A) Francesco Carrara.
(B) Giovanni Carmignani.
(C) Cesare Lombroso.
(D) Benjamim Mendelsohn.
(E) Cesare Beccaria.
11 - (EPCCONCURSOS Ano: 2015 Banca: VUNESP PC-CE Delegado de Polícia Civil de 1a Classe) Quando
a vítima, em decorrência do crime sofrido, não encontra amparo adequado por parte dos órgãos
oficiais do Estado, durante o processo de registro e apuração do crime, como, por exemplo, o mau
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atendimento por um policial, levando a vítima a se sentir como um “objeto” do direito e não como
sujeito de direitos, caracteriza
a) vitimização estatal ou oficial.
b) vitimização secundária.
c) vitimização terciária.
d) vitimização quaternária.
e) vitimização primária.
EXTRAS
12) (EPCCONCURSOS Ano: 2017 Banca: FAPEMS Órgão: PC-MS Delegado de Polícia)
Dentro da criminologia, tem-se a vertente da vitimologia, que estuda de forma ampla os aspectos da
vítima na criminalidade, e é dividida em primária, segundária e terciária. Da análise dessa divisão,
pode-se afirmar que a vitimização terciária ocorre, quando
a) a vítima tem três ou mais antecedentes.
b) a vítima é parente em terceiro grau do ofensor.
c) um terceiro participa da ação criminosa.
d) a vítima é abandonada pelo estado e estigmatizada pela sociedade.
e) duas ou mais pessoas cometem o crime.
13) (EPCCONCURSOS Ano: 2015 Banca: CEFET-BA Órgão: MPE-BA Prova: Promotor de Justiça
Substituto) Analise as seguintes assertivas acerca da criminologia:
I – A criminologia tem como objeto de estudo o delito, o delinquente, a vítima e a
interdisciplinaridade.
II – A teoria da desorganização social defende que a interação frequente do sujeito com semelhantes
que praticam atos delituosos faz com que o mesmo passe a praticar, também, atos delituosos.
III – A teoria do etiquetamento, idealizada por Howard Becker, defende que o sistema penal é seletivo
quanto ao estabelecimento da população criminosa, proporcionando que a lei penal recaia com maior
ênfase apenas sobre determinadas camadas da população, geralmente camadas marginalizadas pela
sociedade.
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IV – A vitimização secundária é levada a cabo no âmbito dos controles sociais, mediante o contato da
vítima com o grupo familiar ou em seu meio ambiente social, como no trabalho, na escola, nas
associações comunitárias, na igreja ou no convívio social.
V – Lombroso desenvolveu a teoria do criminoso nato, indivíduo que seria predisposto à práti ca
delituosa em razão de características antropológicas. Ferri fundamentava a responsabilidade penal na
convivência social, afastando a tese do livre arbítrio. Garofalo idealizou a teoria da seleção natural,
segundo a qual os criminosos irrecuperáveis deveriam ser afastados do convívio social pela
deportação ou pela morte.
Estão CORRETAS as assertivas:
a) I e IV. b) I e V. c) II e III.
d) II e IV e) III e V.
a) Hans Gross.
b) Enrico Ferri.
c) Francesco Carrara.
d) Adolphe Quetelet.
e) Cesare Bonesana.
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e) síndrome de Estocolmo.
18 - (EPCCONCURSOS Ano: 2013 Banca: VUNESP: PC-SP: Atendente de Necrotério Policial) Para a
Vitimologia, a vítima agressora, simuladora ou imaginária também é conhecida por:
a) vítima inocente.
b) vítima menos culpada que o criminoso.
c) vítima tão culpada quanto o criminoso.
d) pseudovítima ou vítima totalmente culpada.
e) vítima ideal
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B D E A D C E D E
PROGNÓSTICO CRIMINOLÓGICO
Entende-se por prevenção delitiva o conjunto de ações que visam evitar a ocorrência do delito.
Para que possa alcançar esse verdadeiro objetivo do Estado de Direito, que é a prevenção de atos
nocivos e consequentemente a manutenção da paz e harmonia sociais, mostra-se irrefutável a
necessidade de dois tipos de medidas: a primeira delas atingindo indiretamente o delito e a segunda,
diretamente.
Em regra, as medidas indiretas visam as causas do crime, sem atingi-lo de imediato. O crime só
seria alcançado porque, cessada a causa, cessam os efeitos (sublata causa tolitur efectus). Trata-se de
excelente ação profilática, que demanda um campo de atuação intenso e extenso, buscando todas as
causas possíveis da criminalidade, próximas ou remotas, genéricas ou específicas.
Tais ações indiretas devem focar dois caminhos básicos: o indivíduo e o meio em que ele vive. Em
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relação ao indivíduo, devem as ações observar seu aspecto personalíssimo, contornando seu caráter e
seu temperamento, com vistas a moldar e motivar sua conduta. O meio social deve ser analisado sob
seu múltiplo estilo de ser, adquirindo tal atividade um raio de ação muito extenso, visando uma redução
de criminalidade e prevenção; até porque seria utopia zerar a criminalidade. Todavia, a conjugação de
medidas sociais, políticas, econômicas etc. pode proporcionar uma sensível melhoria de vida ao ser
humano.
A criminalidade transnacional, a importação de culturas e valores, a globalização econômica, a
desorganização dos meios de comunicação em massa, o desequilíbrio social, a proliferação da miséria, a
reiteração de medidas criminais pífias e outros impelem o homem ao delito.
Porém, da mesma forma que o meio pode levar o homem à criminalidade, também pode ser um
fator estimulante de alteração comportamental, até para aqueles indivíduos com carga genético-
biológica favorável ao crime. Nesse aspecto, a urbanização das cidades, a desfavelização, o fomento de
empregos e reciclagem profissional, a educação pública, gratuita e acessível a todos etc. podem
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Por sua vez, as medidas diretas de prevenção criminal direcionam-se para a infração penal in
itinere ou em formação (iter criminis). Grande valia possuem as medidas de ordem jurídica, dentre as
quais se destacam aquelas atinentes à efetiva punição de crimes graves, incluindo os de colarinho
branco; repressão implacável às infrações penais de todos os matizes (tolerância zero), substituindo o
direito penal nas pequenas infrações pela adoção de medidas de cunho administrativo (police acts);
atuação da polícia ostensiva 1 em seu papel de prevenção, manutenção da ordem e vigilância; aparelhar
e treinar as polícias judiciárias para a repressão delitiva em todos os segmentos da criminalidade;
repressão jurídico-processual, além de medidas de cunho administrativo, contra o jogo, a prostituição, a
pornografia generalizada etc.; elevação de valores morais, com o culto à família, religião, costumes e
ética, além da reconstrução do sentimento de civismo, estranhamente ausente entre os brasileiros.
Trata-se de uma ciência humana e social que tem como objeto de estudo o homem criminoso e as
causas que contribuem para a formação de seu caráter perigoso ou antissocial, bem como a
criminalidade, tratando-se como um conjunto de criminosos e seus respectivos crimes praticados numa
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determinada região e num determinado tempo.
- existencialismo absoluto da relação causa-efeito: nada existe sem uma causa geradora;
- a prevenção é a única responsável pela neutralização das causas criminógenas: evitada,
minimizada ou eliminada a causa, não há que se falar em efeito;
- a solução para o problema criminal está na transformação do mau caráter em bom caráter: a
vontade está vinculada ao caráter, o qual empresta à vontade a disposição para os atos. A vontade não
age por si só, mas de acordo com o caráter. Logo, se o caráter é o bom, a vontade não agirá para a
consecução de maus fins.
ABORDAGENS DA PREVENÇÃO DO DELITO NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO:
- CRIME COMO ENFRENTAMENTO DA SOCIEDADE PELO - DELITO ASSUME PAPEL MAIS COMPLEXO, CONFORME A
Criminologia
FATO DELITUOSO
- AUSÊNCIA DA PREOCUPAÇÃO COM A REPARAÇÃO DO - A PENA COMO INTERVENÇÃO POSITIVA NO INFRATOR
DANO, A RESSOCIALIZAÇÃO DO INFRATOR E A
PREVENÇÃO DO DELITO;
- OS OBJETIVOS ESSENCIAIS SÃO RESSOCIALIZAÇÃO DO
DELINQUENTE, REPARAÇÃO DANO E A PREVENÇÃO DO
CRIME.
PARADIGMAS CRIMINOLÓGICOS
Novos paradigmas da criminologia moderna:
- a repressão do crime foi substituída pela prevenção, visto o fracasso do modelo repressivo
clássico;
- os custos elevados na execução da pena;
- a intervenção tardia do Estado
- a falta de efetividade real;
- o avança da criminologia, atualmente vista como ciência;
- os estudos e pesquisas do crime;
- a compreensão do fenômeno criminal com todas as suas variáveis.
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Outrossim, corroborando com Garcia-Pablos, deve haver uma mobilização de todos os setores
comunitários para enfrentar solidariamente esse problema social, não interessando a prevenção
exclusivamente aos Poderes Públicos, ao sistema jurídico, senão a todos – comunidade inteira.
PREVENÇÃO PRIMÁRIA
Caracteriza-se pelo trabalho de conscientização social por meio de prestações sociais e
intervenção comunitária, capacitando e fortalecendo socialmente os cidadãos para que saibam
superar eventuais tentações que possam levá-lo a uma vida desregrada. Tem relação com os
programas político-sociais – que valorizam a cidadania, dando atendimento às necessidades
básicas dos indivíduos. Ataca as origens da criminalidade, isto é, neutralizando o delito antes de
sua ocorrência.
Ataca a raiz do conflito (educação, emprego, moradia, segurança etc.); aqui desponta a inelutável
necessidade de o Estado, de forma célere, implantar os direitos sociais progressiva e
Criminologia
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
Consiste no conjunto de ações policiais e políticas legislativas dirigidas aos setores específicos da
sociedade que podem vir a sofrer do problema da criminalidade e não da maneira específica ao
indivíduo, manifestando-se a curto e médio prazo de maneira seletiva, ligando-se à ação policial,
programas de apoio, controle das comunicações etc Atua no momento posterior ao crime ou na
sua iminência.
Características:
- atua posteriormente, apenas quando já ocorrido o conflito criminal;
- opera a curto e médio prazo
- engloba a política legislativa penal assim como a ação policial, pois é composta por ações
dirigidas a pessoas e grupos mais suscetíveis de praticar ou sofrer crimes e violências e aos fatores
que contribuem para sua vulnerabilidade e/ou resistência, visando evitar o seu envolvimento com
o crime e a violência.
- suas ações preventivas são geralmente dirigidas aos jovens e adolescentes, e a membros de
grupos vulneráveis e/ou em situação de risco, inclusive crianças, mulheres e idosos em casos de
violência doméstica ou intrafamiliar, mulheres ou casos de violência de gênero, e afro
descendentes em casos de violência contra minorias.
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PREVENÇÃO TERCIÁRIA
Está voltada à população carcerária, com caráter punitivo e busca a recuperação do recluso, tendo
como objetivo evitar a sua reincidência através da ressocialização.
Características:
- é a única das formas de prevenção que possui destinatário identificável – o recluso bem como
objetivo certo – evitar reincidências.
- possui forte caráter punitivo
- composta por ações dirigidas a pessoas que já praticaram crimes e violências, visando evitar a
reincidência e a promover o seu tratamento, reabilitação e reintegração familiar, profissional e
social.
- visa evitar a repetição da vitimização e a promover o seu tratamento, reabilitação e reintegração
familiar.
Criminologia
- a prevenção do crime e da violência pode ser realizada por distribuição de ações em algumas
áreas temáticas específicas, como comunidade, família, escola, trabalho e geração de renda,
polícia, justiça criminal, sistema prisional e saúde.
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Salienta-se que todo projeto de prevenção situacional compreende várias etapas, onde num
primeiro momento se obtém informações sobre a natureza e dimensão do problema delitivo.
Posteriormente, analisam-se as condições que permitem ou facilitam a prática de delitos no âmbito
examinado, em seguida leva-se a cabo um estudo sistemático dos meios, estratégias e iniciativas
capazes de bloquear as oportunidades existentes, optando-se pelas mais promissoras, econômicas e
simples. Finalmente, avalia-se a experiência, introduzindo-se mudanças necessárias em função de
resultados obtidos.
TEORIA DA REAÇÃO SOCIAL: A ocorrência de ação criminosa gera uma reação social (estatal) em
sentido contrário, no mínimo proporcional àquela. Da evolução das reações sociais ao crime prevalecem
hodiernamente três modelos: dissuasório, ressocializador e restaurador (integrador).
1. Modelo dissuasório (direito penal clássico): repressão por meio da punição ao agente
criminoso, mostrando a todos que o crime não compensa e gera castigo. Aplica-se a pena somente aos
imputáveis e semi-imputáveis, pois aos inimputáveis se dispensa tratamento psiquiátrico.
2. Modelo ressocializador: intervém na vida e na pessoa do infrator, não apenas lhe aplicando
uma punição, mas também lhe possibilitando a reinserção social. Aqui a participação da sociedade é
relevante para a ressocialização do infrator, prevenindo a ocorrência de estigmas.
3. Modelo restaurador (integrador): recebe também a denominação de “justiça restaurativa” e
procura restabelecer, da melhor maneira possível, o status quo ante, visando a reeducação do infrator,
a assistência à vítima e o controle social afetado pelo crime. Gera sua restauração, mediante a
reparação do dano causado.
Inobstante, há numerosas técnicas de prevenção situacional, cujos quatro principais grupos são:
ESFORÇO: por esta técnica, pretende-se dificultar a prática do delito pelo infrator. Isto pode ser
alcançado, alternando-se o cenário criminal, por exemplo, mediante instalação de barreiras físicas como
cadeados, cercas elétricas, alarmes, por meios de obstáculos materiais como muros, portas, ou ainda
por meios pessoais com porteiros, vigilantes, recepcionistas, etc.
RISCO: através do controle de entradas e saídas, cuja finalidade não é excluir pessoas não
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desejadas, mas sim incrementar o risco de detenção daqueles que não cumprem os requisitos para
acessar ou abandonar um determinado espaço. São exemplos, os dispositivos de segurança utilizados
por estabelecimentos comerciais nos produtos expostos à venda, procedimentos convencionais de
alfândega e imigração, a vídeo-vigilância, boa iluminação nas ruas do bairro.
condenação moral da conduta do infrator, como é o caso das campanhas de sensibilização em matéria
ecológica, condução de veículo embriagado, combate ao fumo e entorpecentes, campanhas
antirracismo, ou seja, medidas que reforcem positivamente o comportamento conforme as regras e
normas de condutas, incentivando assim o comportamento pró-social.
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Urge a ponderação das justas expectativas da vítima (reparação do dano) do próprio infrator
(ressocialização), da comunidade (pacificação das relações sociais). Assim, voltamos a afirmar que,
reparação do dano causado, ressocialização do infrator e pacificação das relações sociais são metas
irrenunciáveis de qualquer sistema de resposta ao delito e devem ser levadas em conta no momento de
se avaliar a qualidade da intervenção neste complexo problema social.
A) Teoria absoluta
Como o próprio nome sugere, a teoria absoluta traz como ponto principal das penas a retribuição,
vale dizer, ao Estado caberá impor a pena como uma forma de retribuir ao agente o mal praticado.
Ao que se vê, por essa teoria, a pena configura mais um instrumento de vingança do que de
justiça efetiva.
B) Teoria relativa
Diversamente da outra, a teoria relativa tem por escopo prevenir a ocorrência de novas infrações
penais. Para ela, pouco importa a punição (retribuição).
Trata-se de uma síntese das duas teorias anteriormente referidas. Busca, a um só tempo, que a
pena seja capaz de retribuir ao condenado o mal por ele praticado (retribuição), sem prejuízo de
desestimular a prática de novos ilícitos penais (prevenção).
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Prevenção Geral Prevenção Especial
- PODE SER NEGATIVA – A PENA APLICADA REPERCUTE NA - PODE SER NEGATIVA – CONSISTE NA RETIRADA
SOCIEDADE, CONSCIENTIZANDO ASSIM OUTROS INDIVÍDUOS PROVISÓRIA DO AUTOR DO CRIME DO CONVÍVIO SOCIAL E,
DAS CONSEQUÊNCIAS DA PRÁTICA DE UMA AÇÃO COM ISSO, INIBINDO-O DA PRÁTICA DE NOVOS DELITOS.
DELITUOSA;
Criminologia
- PODE SER POSITIVA – VOLTADA À CONSCIENTIZAÇÃO - PODE SER POSITIVA – CONSISTE EM FAZER COM QUE O
GERAL, INCUTINDO A NECESSIDADE DE RESPEITO AOS AUTOR, POR MEIO DA PENA, DESISTA DE COMETER NOVOS
VALORES E PRINCÍPIOS MAIS IMPORTANTES DA SOCIEDADE. CRIMES, ASSUMINDO CARÁTER RESSOCIALIZADOR E
PEDAGÓGICO.
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Os estudos da criminologia acreditam que por meio de estatísticas criminais pode-se identificar o
liame causal entre os fatores de criminalidade e os ilícitos criminais praticados. Porém, há necessidade
de ter cautela na análise desses dados oficiais, pois muitas infrações penais não são comunicadas aos
órgãos do Poder Público, ora por inércia ou desinteresse das vítimas, ora por outras causas. É daí que
algumas denominações foram desenvolvidas para tais situações:
Para estabelecer a ocorrência de cifra negra e da impunidade, ARNO PILGRAN afirma que isso
resulta de um mecanismo de filtragem que envolve o legislador, as vítimas, as testemunhas, a polícia, o
Ministério Público e os Tribunais, que elegem as ocorrências que devem ser definidas como crimes e as
pessoas que devem ser identificadas como delinquentes e fazem com que o sistema penal se
movimente apenas em determinados casos.
EXERCÍCIOS VUNESP
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(A) secundária. (B) primária. (C) terciária. (D) quaternária. (E) quintenária
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07 - (EPCCONCURSOS – Escrivão – 2014). Uma das formas que o Estado Brasileiro adota como controle
e inibição criminal é a pena prevista para cada crime, cuja teoria adotada pelo Código Penal Brasileiro
é a mista, de acordo com o artigo 59 do Código Penal, que tem como finalidade a
(A) prevenção e a retribuição.
(B) indenização e a repreensão.
(C) punição e a reparação.
(D) inibição e a reeducação.
(E) conciliação e o exemplo.
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09 - (EPCCONCURSOS – Técnico de Laboratório – 2014). A prevenção terciária possui um destinatário
perfeitamente identificável, além de um objetivo certo e determinado. São eles, respectivamente:
(A) a comunidade e a implantação dos direitos sociais.
(B) a vítima e a reparação dos danos a ela causados.
(C) o recluso e o desestímulo à reincidência.
(D) o Estado e a garantia da incolumidade pública.
(E) a sociedade e o desestímulo à delinquência
(E) aquela que age em momento posterior ao crime ou na iminência de seu acontecimento.
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13 - (EPCCONCURSOS – Papiloscopista Policial – 2013) Umas das formas que o Estado Democrático de
Direito possui para prevenir o crime é a pena. De acordo com a teoria mista que estuda as penas,
estas têm a finalidade de
a) punir o delinquente de forma proporcional ao mal praticado.
b) trazer mais tranquilidade para a sociedade, uma vez que o criminoso não estará mais nas ruas.
c) retomar a tranquilidade e a paz pública.
d) prevenção geral e prevenção especial.
e) afastar o delinquente da sociedade, para evitar novos crimes.
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(B) buscar a recuperação do delinquente, proporcionar assistência à vítima e restabelecer o controle
social abalado pela prática do delito.
(C) punir o delinquente, como meio de castigá-lo e retribuir-lhe o mal pelo delito praticado.
(D) proteger os bens jurídicos violados pela prática delitiva.
(E) reinserir o condenado à sociedade por meio da religião e da laborterapia
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EXTRAS
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18 - (EPCCONCURSOS Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: Defensor Público)
A teoria da prevenção
a) geral positiva remonta aos ideais da criminologia crítica de resistência ao poder punitivo estatal.
b) especial negativa tem como exemplo concreto as saídas temporárias na execução penal.
c) geral negativa é utilizada como discurso legitimador de novas incriminações, a despeito de
dificuldades empíricas de sua comprovação na realidade brasileira.
d) da pena em suas múltiplas correntes possui efetividade real na sociedade brasileira diante da
previsão legal e das estatísticas oficiais.
e) geral negativa foi criada pelo pensamento funcionalista contemporâneo e tem previsão expressa na
legislação brasileira.
Criminologia
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19 - (EPCCONCURSOS Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: PC-GO Prova: Delegado de Polícia Substituto)
Considerando que, para a criminologia, o delito é um grave problema social, que deve ser enfrentado
por meio de medidas preventivas, assinale a opção correta acerca da prevenção do delito sob o
aspecto criminológico.
a) A transferência da administração das escolas públicas para organizações sociais sem fins lucrativos,
com a finalidade de melhorar o ensino público do Estado, é uma das formas de prevenção terciária do
delito.
b) O aumento do desemprego no Brasil incrementa o risco das atividades delitivas, uma vez que o
trabalho, como prevenção secundária do crime, é um elemento dissuasório, que opera no processo
motivacional do infrator.
c) A prevenção primária do delito é a menos eficaz no combate à criminalidade, uma vez que opera,
etiologicamente, sobre pessoas determinadas por meio de medidas dissuasórias e a curto prazo,
dispensando prestações sociais.
d) Em caso de a Força Nacional de Segurança Pública apoiar e supervisionar as atividades policiais de
investigação de determinado estado, devido ao grande número de homicídios não solucionados na
capital do referido estado, essa iniciativa consistirá diretamente na prevenção terciária do delito.
e) A prevenção terciária do crime consiste no conjunto de ações reabilitadoras e dissuasórias atuantes
sobre o apenado encarcerado, na tentativa de se evitar a reincidência.
20 - (EPCCONCURSOS Ano: 2017Banca: CESPE Órgão: PC-GO Prova: Delegado de Polícia Substituto)
Em busca do melhor sistema de enfrentamento à criminalidade, a criminologia estuda os diversos
modelos de reação ao delito. A respeito desses modelos, assinale a opção correta.
a) De acordo com o modelo clássico de reação ao crime, os envolvidos devem resolver o conflito entre
si, ainda que haja necessidade de inobservância das regras técnicas estatais de resolução da
criminalidade, flexibilizando-se leis para se chegar ao consenso.
b) Conforme o modelo ressocializador de reação ao delito, a existência de leis que recrudescem o
sistema penal faz que se previna a reincidência, uma vez que o infrator racional irá sopesar o castigo
com o eventual proveito obtido.
c) Para a criminologia, as medidas despenalizadoras, com o viés reparador à vítima, condizem com o
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modelo integrador de reação ao delito, de modo a inserir os interessados como protagonistas na
solução do conflito.
d) A fim de facilitar o retorno do infrator à sociedade, por meio de instrumentos de reabilitação aptos a
retirar o caráter aflitivo da pena, o modelo dissuasório de reação ao crime propõe uma inserção positiva
do apenado no seio social.
e) O modelo integrador de reação ao delito visa prevenir a criminalidade, conferindo especial
relevância ao ius puniendi estatal, ao justo, rápido e necessário castigo ao criminoso, como forma de
intimidação e prevenção do crime na sociedade.
21 - (EPCCONCURSOS Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Delegado de Polícia)
A criminologia reconhece que não basta reprimir o crime, deve-se atuar de forma imperiosa na
prevenção dos fatores criminais. Considerando essa informação, assinale a opção correta acerca de
prevenção de infração penal.
a) Para a moderna criminologia, a alteração do cenário do crime não previne o delito: a falta das
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22 - (EPCCONCURSOS Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Delegado de Polícia)
No que se refere aos métodos de combate à criminalidade, a criminologia analisa os controles formais
e informais do fenômeno delitivo e busca descrever e apresentar os meios necessários e eficientes
contra o mal causado pelo crime. A esse respeito, assinale a opção correta.
a) A criminologia distingue os paradigmas de respostas conforme a finalidade pretendida,
apresentando, entre os modelos de reação ao delito, o modelo dissuasório, o ressocializador e o
integrador como formas de enfrentamento à criminalidade. Em determinado nível, admitem-se como
conciliáveis esses modelos de enfrentamento ao crime.
b) Como modelo de enfrentamento do crime, a justiça restaurativa é altamente repudiada pela
criminologia por ser método benevolente ao infrator, sem cunho ressocializador e pedagógico.
c) O modelo dissuasório de reação ao delito, no qual o infrator é objeto central da análise científica,
busca mecanismos e instrumentos necessários à rápida e rigorosa efetivação do castigo ao criminoso,
sendo desnecessário o aparelhamento estatal para esse fim.
d) O modelo ressocializador de enfrentamento do crime propõe legitimar a vítima, a comunidade e o
infrator na busca de soluções pacíficas, sem que haja a necessidade de lidar com a ira e a humilhação do
infrator ou de utilizar o ius puniendi estatal.
e) A doutrina admite pacificamente o modelo integrador na solução de conflitos havidos em razão do
crime, independentemente da gravidade ou natureza, uma vez que o controle formal das instâncias não
se abdica do poder punitivo estatal.
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23 - (EPCCONCURSOS Ano: 2015 Banca: VUNESP PC-CE Prova: Delegado de Polícia Civil de 1a Classe)
Assinale a alternativa correta em relação aos modelos teóricos de reação social ao delito.
a) São três os modelos: o dissuasório, o ressocializador e o integrador; o primeiro, também conhecido
como modelo clássico, tem o foco na punição do criminoso, procurando mostrar que o crime não
compensa; o segundo tem o foco no criminoso e sua ressocialização, procurando reeducá-lo para
reintegrá-lo à sociedade; e o terceiro, conhecido como justiça restaurativa, que defende uma
intervenção mínima estatal em que o sistema carcerário só atuará em último caso.
b) Apresentam dois modelos bem distintos: o tradicional e o moderno, por entender que um tem foco
na punição e recuperação do delinquente, e o outro tem foco na reparação do delito; o primeiro olha
para o delinquente e o segundo, somente para a vítima, não importando a recuperação do delinquente.
c) Estão divididos em dois modelos: o concreto e o abstrato, nos quais os objetivos são comuns, ou
seja, ambos estão focados no sujeito ativo do delito e em como fazer com que ele não volte a delinquir;
o primeiro visa aplicar uma pena privativa de liberdade e o segundo, uma pena pecuniária.
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criminal (Polícia, Ministério Público, Poder Judiciário e Sistema Penitenciário) a efetividade para a
prevenção do delito.
e) São caracterizados por três modelos, também conhecido como as três velocidades do direito penal,
um direito penal mais “duro” para os crimes mais violentos, um direito penal mais brando, como, por
exemplo, para os crimes de menor potencial ofensivo e um direito penal intermediário, um meio termo,
para os demais crimes.
24 - (EPCCONCURSOS Ano: 2014 Banca: NC-UFPR Órgão: DPE-PR Prova: Defensor Público)
Na Criminologia, é frequente o debate a respeito das funções da pena. Segundo a ideia de prevenção
especial negativa, a pena teria a função de:
a) ressocializar o condenado, promovendo sua harmônica integração social.
b) retribuir proporcionalmente o mal causado pelo delito.
c) neutralizar ou segregar o condenado do meio social, impedindoo de cometer novas infrações penais.
d) reforçar a confiança da coletividade na vigência da norma, estimulando a fidelidade ao Direito.
e) intimidar e dissuadir a coletividade, de modo que todos se abstenham da prática de infrações
penais.
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D B D A E E A A C D
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C C D B B E B C E C
21 22 23 24
D A A C
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Nesse panorama, a Polícia Ostensiva desenvolve atividade de cunho preventivo, visando preservar a
ordem pública, impedindo a prática de infrações penais (exs: Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal,
Guarda Municipal).
Já a Polícia Investigativa realiza função de caráter repressivo, apurando crimes e auxiliando o
Poder Judiciário. Sua atuação ocorre depois da prática de uma infração penal e tem como objetivo
precípuo colher evidências da materialidade e autoria do delito (exs: Polícia Civil e Polícia Federal).
Compete às polícias civis dos Estados da federação, segundo a norma constitucional do artigo
144, parágrafo quarto, a atribuição de polícia judiciária através da apuração de infrações penais, as quais
implicam investigação. Nesses termos, dentre as funções relativas ao inquérito policial – procedimento
administrativo imprescindível da primeira fase da persecução criminal – está a investigação de boa
qualidade, isto é, realizada de forma minuciosa, com maior riqueza de detalhes de modo a
circunstanciar a contribuição ou participação da vítima na dinâmica dos fatos, inclusive, por figurar
aludido instrumento persecutório como a espinha dorsal da atividade jurisdicional em sede de ação
Criminologia
penal.
A tarefa de investigar infrações penais exercida pela Polícia Judiciária possibilita que a
materialidade e autoria do crime sejam desvendadas (art. 2º da Lei 12.830/13). Evidencia as
circunstâncias delitivas, demonstrando o crime e o criminoso, e desse modo protegendo a vítima.
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Investigar, por muitas vezes, envolve capacidade subjetiva, iniciativa, tirocínio e perspicácia; qualidades
exploradas individualmente no agente estatal que influenciam no adequado desenvolvimento da
persecução penal.
De forma, o perfil do investigador (delegado e demais agentes) envolve a formação de um corpo
de profissionais hábeis em manusear o fenômeno criminal, suas particularidades no tocante à
materialidade ou a apresentação de autoria delitiva. Daí, portanto, a existência dos necessários
conhecimentos de criminalística, sexologia forense, vitimologia, sociologia, antropologia dentre outras
ciências e disciplinas presentes no estudo criminológico.
Ademais, no tocante às delegacias especializadas assim como em alguns departamentos
específicos da instituição policial civil, faz-se necessário a existência de um contingente de homens
treinados e preparados para o desempenho de tal mister, uma polícia dotada de notório conhecimento
acerca da visualização do local do crime, do perfil de criminosos e das possibilidades múltiplas de
circunstâncias apuráveis no decorrer da atividade diante do fenômeno criminal.
A polícia tem como característica exclusiva o uso da força física, entretanto, nem sempre nos
valemos da mesma para regular relações interpessoais na comunidade.
Como bem explica o professor Fernando Antonio da Silva Alves, destaca-se dentre as atribuições
conferidas pelo Estado à polícia, o papel de investigação proativa e reativa. “A primeira consiste na
iniciativa de investigação desenvolvida pela própria polícia, enquanto que a última corresponde ao início
da investigação, por iniciativa do público em geral. Enquanto que determinadas atividades demandam
uma iniciativa proativa, como o controle de organizações criminosas, o monitoramento por
interceptação telefônica ou infiltração, outras atividades podem ser facilmente produzidas pelo próprio
cidadão interessado ou pela vítima, que recorrem à polícia quando eles próprios já desenvolveram
práticas de investigação que visaram elucidar a autoria de delitos”.
Dessa forma, além de desenvolver suas funções precípuas e geral, compete incutir na ideologia
policial conceitos básicos de criminologia para melhor compreensão do fenômeno delitivo – desprovida
do rigor repressivo imposto pelo direito penal – sem prejuízo para a vítima e, quiça para o estado.
No mesmo diapasão, há de iniciarmos a cultura da prevenção delitiva como medida de conscientização a
longo prazo em busca reeducação social e penal.
Nesse sentido, a Polícia Judiciária faz parte do chamado controle social formal, mais
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especificamente na primeira seleção, responsável pela investigação criminal do crime que não foi
evitado pelo controle social informal. Dessa maneira possibilita a acusação e o julgamento pelo
Ministério Público e Judiciário, respectivamente, somando esforços para submeter os indivíduos às
normas de convivência em sociedade.
Instâncias de Controle
Num primeiro plano tem-se o controle social informal, que se reflete nos órgãos da sociedade
civil: família, escola, ciclo profissional, opinião pública, clubes de serviço, igrejas etc.
De outro lado, destaca-se o controle social formal, representado pelas instâncias políticas do
Estado, isto é, a Polícia (1ª seleção), o Ministério Público (2ª seleção), a Justiça (3ª seleção), as Forças
Armadas, a Administração Penitenciária etc.
Quando os meios informais de controle da sociedade falham, entra em cena o controle formal,
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representado pela ameaça de punição (sanção), impondo-se coercitivamente.
O controle social formal é seletivo e discriminatório, pois o status prima sobre o merecimento,
mas também é estigmatizante, porque acaba por desenvolver carreiras criminais e desvios secundários.
O controle social jurídico-penal fixa por escrito e publicamente, com todas as minúcias possíveis
(lex certa et scripta) e antes do fato (anterioridade), qual comportamento se entende por desviado, qual
a penalidade cabível, qual a forma de sua imposição (due process of law) e por meio de quais
autoridades (Polícia e Judiciário).
Assiste razão, portanto, a Hassemer quando anuncia que “O controle social jurídico-penal
restabelece a ordem jurídica perturbada, indeniza as vítimas, ainda que não exclua definitivamente o
autor do delito do grupo social, impõe uma pena que, ao mesmo tempo em que um castigo, expressa
uma desaprovação do fato que tenha realizado”.
Não se deve esperar demais do controle formal penal, pois este somente deve entrar em cena em
última instância (ultima ratio), até porque o direito penal não pode perder seu papel fragmentário e
Criminologia
subsidiário (executor de reserva). Isso quer dizer que nem todas as condutas podem ser tidas como
incriminadas, mas apenas aquelas que ofendem com certa gravidade os bens jurídicos mais relevantes;
o direito penal somente deve atuar quando os demais ramos do direito e instrumentos do controle
social se mostrarem impotentes para a manutenção da paz social.
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Primeira Seleção
Fala-se em primeira seleção do controle social formal em face da atuação de seus órgãos de
repressão jurídica, isto é, da atuação da polícia judiciária.
Pode-se afirmar que, quando ocorre um crime, surge para o Estado o poder dever de exercitar o
ius puniendi em desfavor do criminoso.
A premissa da monopolização da jurisdição e a finalidade de realização do bem comum, com a
indispensável necessidade da garantia da ordem pública, exigem tal comportamento estatal, pois o
direito existe exatamente para manter a harmonia social.
Só que o ius puniendi não pode ser exercitado de forma atrabiliária. Ele é exercido por meio de
um caminho, de um iter, que é a persecução penal (persecutio criminis), onde, por força constitucional,
deve-se estabelecer a “paridade de armas” entre acusação e defesa. Assim, a persecução criminal põe
cara a cara a pretensão punitiva estatal e o direito de liberdade do autor do delito.
O vigente sistema processual penal pátrio (acusatório) tem uma etapa preliminar, destinada à
apuração da infração penal e respectiva autoria, a que a doutrina denomina “investigação policial”,
formalizada no inquérito policial; este é ultimado pela Polícia Civil ou Federal (Judiciária).
Apesar do nome “polícia judiciária”, é incontroversa a sua atividade eminentemente
administrativa, atividade esta decorrente do poder de polícia do Estado. Evidente está que as atividades
policiais encontram-se enfeixadas no Poder Executivo, isto é, na Administração Pública, representada
pelo delegado de polícia. Daí se pode concluir que temos, na realidade, administração a serviço do
direito penal.
Lembra-nos Frederico Marques (1959): “O Estado, quando pratica atos de investigação, após a
prática de um fato delituoso, está exercendo seu poder de polícia. A investigação não passa do exercício
do poder cautelar que o Estado exerce, através da polícia, na luta contra o crime, para preparar a ação
penal e impedir que se percam os elementos de convicção sobre o delito cometido”.
No Brasil, a polícia civil (judiciária) prepara a ação penal, não apenas praticando os atos essenciais
da investigação, mas também organizando uma instrução provisória a que se dá o nome de inquérito
policial.
Importante frisar que o inquérito policial, verdadeiro procedimento que é, não pode ser rotulado
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de “simples peça informativa”, como precipitada e preconceituosamente fazem alguns autores, até
mesmo diante da impactante atuação sobre o investigado, mormente quando recaem sobre ele os
indícios formais de autoria delitiva (indiciamento) estabelece-se aí a primeira seleção de controle social.
Desde o instante em que se registra um boletim de ocorrência na delegacia de polícia, passando
pela instauração de inquérito em desfavor de algum suspeito ou de seu indiciamento formal, e até na
situação extremada de prisão em flagrante, a polícia age, por vezes discricionariamente, fazendo a
primeira etapa de filtragem social, inclusive instruindo na apuração as provas definitivas necessárias à
comprovação subjetiva e material do delito. Na esfera das infrações penais de menor potencial ofensivo
(Lei n. 9.099/95), à polícia judiciária incumbe exclusivamente a lavratura dos termos circunstanciados de
ocorrência (art. 69), que recebem expressiva conotação de controle formal. Daí a expressão popular que
macula: “Fulano é ficha suja na Polícia”, relembrando a teoria da etiquetagem social (labelling
approach).
Na esteira do professor Sérgio Pitombo, “no procedimento de inquérito, encontra-se, portanto,
Criminologia
conjunto de atos de instrução; transitório uns de relativo efeito probatório e definitivos outros, de efeito
judiciário absoluto” (Inquérito policial – novas tendências, Cejup, 1986, p. 22).
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Segunda Seleção
Na segunda seleção insere-se a atuação do Ministério Público, não apenas com a propositura da
ação penal e consequente instauração da instância judicial, mas também por meio de outros
instrumentais de sua alçada, como o inquérito civil, a ação civil pública e o termo de ajustamento de
conduta.
É claro que a denúncia criminal, como proposta de estabelecimento de pena ao autor de um fato
delituoso, imprime o caráter estigmatizante com maior intensidade.
Terceira Seleção
Da Polícia Judiciária
A Polícia Judiciária realiza a investigação criminal por meio de procedimentos informais e também
por meio da instrução cartorária do Inquérito Policial fazendo uma espécie de “formação de culpa” pré-
processual. Trata-se de uma ação inquisitorial de política pública criminal que interfere na intimidade e
na liberdade das pessoas com um grau de seletividade e discricionariedade que deve ser demonstrado
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por meio de um referencial de criminologia crítica. O objetivo desta pesquisa é verificar como se
constrói a agenda desse programa de segurança pública e se essa atuação policial combate ou induz a
criminalidade. Buscando uma alternativa compatível com o referencial utilizado, sugere-se a abolição do
atual modelo concentrado na União e nos Estados e oferece como hipótese um modelo municipalizado.
Para essa conclusão, analisa-se a cultura e o campo policial, o habitus jurídico, o discurso existente entre
seus atores, as práticas investigativas herdadas de um paradigma etiológico de criminologia, a forma de
controle (accountability) que é exercido sobre as etapas do procedimento investigativo e o método
utilizado para investigação dos crimes.
diálogo de uma série de ciências e disciplinas. São complementares, pois enquanto a criminologia
estuda formas de prevenção a polícia judiciária estuda formas de investigação e repressão.
A realização da atividade de polícia judiciária sob o prisma de que o fato criminoso é um
fenômeno inerente à convivência em sociedade, conforme preconiza a criminologia, é importante para
que seus atores mudem a visão de agência policial-penal ainda impregnada pelas correntes biologicista
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do criminoso por tendência, do criminoso nato, dos traços em raças propensas ao crime, da condição de
pobreza, etc. Visão ressuscitada pela investigação atuarial baseada na identificação e classificação de
grupos de riscos e pelo direito penal do inimigo, baseado no alijamento dos direitos daqueles que
representam o perigo.
Essa nuance do paradigma também já surge em crise, pois a anomalia da ciência criminológica
demonstra que não há como estudar o fato criminoso sem questionar o poder e os critérios de
separação em grupos de risco e de não risco. A agência policial é uma estrutura de poder a ser
questionada, ou seja, é preciso incorporar aos estudos criminológicos o questionamento do papel
exercido pela polícia como elemento condicionante do crime. Dessa forma, neste tópico trabalha-se
com algumas das concepções entre a atuação da agência policial e a Criminologia, a depender das
diferentes escolas criminológicas e os paradigmas e teorias que fundamentem o debate, considerando
que a percepção dessas teorias auxilia na compreensão geral do tema, e principalmente no
entendimento da resposta desse processo de política pública.
O Paradigma Clássico
A criminologia clássica surge em razão da atuação dos pensadores que contestavam as ideias
absolutistas.
A Escola Clássica enraíza suas ideias exclusivamente na razão iluminista. Caracterizava-se como
uma reação à arbitrariedade da administração da justiça penal e o caráter atroz das penas, pois as leis
que vigoravam na época inspiravam-se nas ideias de excessivo rigor e crueldade, apoiadas em conceitos
de castigos corporais e penas capitais. O direito servia de instrumento de privilégio, delegando aos juízes
a possibilidade de julgar o infrator de acordo com a sua condição social.
O paradigma da escola clássica tinha como conhecimentos básicos as ideias de que o delito era
uma escolha baseada no livre arbítrio, ou seja, no dogma da liberdade de escolha, quando o criminoso é
comparado a um pecador. Ele erra porque escolhe errar. O delito para a escola é um ente jurídico onde
o criminoso fez uma escolha contrária a lei. A pena tinha o caráter apenas retributivo, mas deveria ser
proporcional ao delito e prevista de forma certa na lei. Portanto já trazia as premissas dos princípios da
proporcionalidade, da legalidade e da irretroatividade.
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Vigorava na época do iluminismo o pensamento utilitarista de que a pena era um mal justo, diante
de um mal não justo e deveria ser aplicada como uma forma de curar uma enfermidade moral e
restabelecer a ordem. O Crime era uma violação da lei e da ordem do Estado. A lei era fundada no
contratualismo de uma burguesia em ascensão e pena teria que ser a reparação do dano causado pela
violação desse contrato social.
Apesar de vários escritos terem contribuído para o paradigma clássico, talvez, o principal tenha
sido a publicação da obra “Dos Delitos e Das Penas” de Cesare Beccaria, em 1764. Não só esse, mas
também outros iluministas como Montesquieu, Voltaire, Rosseau e D’Alembert foram de suma
importância para o paradigma, uma vez que construíram o próprio alicerce do período humanitário e o
início da radical transformação liberal e humanista do Direito Penal.
A concepção filosófico-penal de Beccaria foi a maior expressão da hegemonia da burguesia no
plano das ideias penais, motivada pelas necessidades de transformações políticas e econômicas, pois foi
com base em sua obra que foi possível instituir uma racionalidade por meio da existência de leis
Criminologia
simples, conhecidas pelo povo e obedecidas por todos os cidadãos, iniciando assim uma criminologia
ainda sem um suporte científico, mas já com questionamentos humanitários do poder.
Esses primeiros estudos criminológicos protagonizaram inovações tais como as premissas do
princípio da reserva legal em relação às punições, estabelecendo que só as leis pudessem fixar as penas,
não sendo permitido ao juiz aplicar sanções arbitrariamente, defendendo o fim dos confiscos e das
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penas infames que recaiam sobre a família do condenado, bem como o fim das penas cruéis e da
capital.
Uma forma de política publica policial instituicionalizada até essa época era a Santa Inquisição, a
qual já ultrapassava as fronteiras da idade média, chegava à idade moderna e era o poder de polícia a
ser questionado pela incipiente criminologia clássica. O termo inquisitio, também significa inquérito,
investigação ou interrogatório e tornou-se sinônimo dos Tribunais do Santo Ofício. Um exemplo de sua
atuação repressiva foi a inclusão da obra de Beccaria no Index de livros proibidos, em razão de suas
ideias liberais.
O Paradigma Etiológico
Diferentemente do paradigma clássico que tinha suas ideias enraizadas na razão iluminista
dogmática e sem qualquer comprovação científica, o novo paradigma apresentava suas ideias baseadas
na ciência, confirmadas por meio das experiências por meio do método empírico e indutivo e
aproveitando a novidade da cientifização do controle social no final do século XIX. Começava o período
científico. O Crime agora era o fenômeno natural e social, produto dos fatores físicos, sociais e
biológicos. A criminologia então estava preocupada em explicar as causas, os efeitos, os fatores e
determinismos biológicos da antropologia criminal de Cesare Lombroso e sociológicos de Enrico Ferri. O
crime era visto como uma patologia intolerável e os criminosos como indivíduos diferentes dos
“normais”, ou seja, a criminalidade era um meio natural de comportamentos de indivíduos diferentes de
todos os outros comportamentos e de todos os outros indivíduos.
Os fatores endógenos da biologia e os fatores exógenos da sociologia, atrelados aos estudos
jurídicos de Rafael Garófalo, o primeiro a usar a denominação de criminologia, ao serem partilhados na
demonstração das causas e efeitos do crime, constituíram as matrizes fundamentais para conferir à
disciplina o patamar de uma ciência. Esse patamar de ciência criminológica foi alcançado segundo os
pressupostos epistemológicos do positivismo, cujos resultados culminaram na formação do chamado
paradigma etiológico.
O paradigma etiológico foi construído inicialmente com a contribuição de Lombroso, um
antropólogo Italiano que trouxe cientificidade para criminologia. Ele foi responsável pela teoria do
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criminoso nato que era conhecido por meio de disfunções que se exteriorizavam na aparência, os
indivíduos de cabelos negros ou castanhos, por exemplo, são mais frequentes entre os criminosos,
enquanto os louros raramente se envolvem na criminalidade. Podiam ser identificados também por
meio de características peculiares, tais como: protuberância occipital, órbitas grandes, testa fugida,
arcos superciliares excessivos, zigomas salientes, prognatismo inferior, nariz torcido, lábios grossos,
arcada dentária defeituosa, braços excessivamente longos, mãos grandes, anomalias dos órgãos sexuais,
orelhas grandes e separadas, polidactia.
A contribuição principal de Lombroso para a Criminologia não reside tanto em sua famosa
tipologia, mas no método que ele utilizou em suas investigações: O método empírico-indutivo. Sua
teoria do delinquente nato foi formulada com base em resultados de mais de quatrocentas autópsias de
delinquentes e seis mil análises de delinquentes vivos; e o atavismo que, conforme o seu ponto de vista,
caracteriza o tipo criminoso — ao que parece — contou com o estudo minucioso de vinte e cinco mil
reclusos de prisões europeias. Sua conclusão era de os delinquentes deveriam viver isolados da
Criminologia
sociedade, como se fosse uma prisão perpétua, ou seja, ele parte da ideia da completa desigualdade
fundamental do criminoso e do homem honesto. Para ele as penas deveriam ser por tempo
indeterminado para os corrigíveis e perpétuas para os incorrigíveis.
Desenvolvendo a Antropologia lombrosiana numa perspectiva sociológica, Ferri, que era discípulo
de Lombroso, ressaltou, por sua vez, a importância de um trinômio causal do delito ligado a fatores
antropológicos, sociais e físicos e, com essa série triplice de causas, ampliou a originária tipificação
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lombrosiana da criminalidade. Seus estudos apresentaram a visão sociológica de que o crime não é
decorrência do livre arbítrio, mas o resultado previsível determinado por essa tríplice ordem de fatores.
Ferri auxiliou Lombroso na construção da tese do criminoso nato, mas sua contribuição sociológica foi
denominada pela Criminologia positiva de determinismo, ou seja, o livre arbítrio é mera ficção, para
cada fato criminal existem razões de ordem físicas, sociais e biológicas que o determinaram. E essas
razões se enquadram na personalidade de uma minoria de indivíduos caracterizados como perigosos. A
sociedade deveria “ver o crime no criminoso” porque ele é sintoma revelador da personalidade perigosa
de seu autor, para a qual se deve dirigir uma adequada “defesa social”.
Tais estudos confirmaram a tese de que ser criminoso constitui a característica de uma minoria
diferente por completo dos indivíduos normais e, numa visão maniqueísta, essa minoria foi identificada
com o mal e o restante da sociedade representaria o bem. Estabeleceu-se então uma repressão
desigual, erigindo o criminoso em destinatário de uma política criminal de base científica utilizada como
estratégia de combate contra a criminalidade. A possibilidade de uma explicação “cientificamente”
fundamentada das causas enseja, por extensão, uma luta científica contra a criminalidade.
A visão arbitrária dessa política criminal utiliza, é claro, o poder de polícia institucional vigente na
época, por meio da investigação policial e de uma justiça criminal ainda impregnada pela violência
arbitrária, com a novidade de que esse sistema contava agora com o subsídio de uma primeira espécie
de polícia científica, realizando suas investigações com os resultados das pesquisas desenvolvidas dentro
do paradigma etiológico, estereotipando as representações da criminalidade ontológica, do
determinismo e da periculosidade de forma até hoje profundamente enraizada nas agências do sistema
penal e no senso comum.
A criminologia não deve mais se voltar para o delinquente e as causas de seu comportamento,
conforme preconiza o paradigma etiológico, mas deve desviar o seu foco para o controle social formal,
estudando os organismos de controle social que tem como função controlar e reprimir a desviação.
Deve buscar explicações sobre o motivo pelos quais determinadas pessoas são estigmatizadas como
delinquente, qual a fonte de legitimidade e as consequências da punição imposta a essas pessoas.
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O paradigma da reação social veio como uma revolução científica depois do longo tempo de
dominação do que se denominou paradigma causal, paradigma etiológico ou criminologia positivista. A
revolução foi com o surgimento da teoria do etiquetamento, labelling approach, preconizando que o
funcionamento do sistema penal se guia por “estereótipos” provenientes das agências policiais e da
sociedade. Seus estudiosos afirmavam que a busca da explicação do comportamento delitivo não devia
partir do porque as pessoas cometem delitos, e sim do porque essa atividade é etiquetada como
delitiva. O foco de suas preocupações desviava para as estruturas de poder e para o sistema em si, e não
para o criminoso ou o crime. Nesse sentido, as estatísticas vão demonstrar que é o controle social penal
que se exerce de forma seletiva, porque a criminalidade está presente em todas as camadas da
população. O funcionamento do sistema penal pode, no limite, constituir-se em fator de aumento da
criminalidade e da violência, justo o oposto daquilo que o mesmo, em teoria, tem como objetivo.
O sistema penal, estudado com as lentes do paradigma da reação social e de acordo com a teoria
do etiquetamento, funciona como um processo de políticas públicas para retroalimentação da
Criminologia
criminalização ao qual concorrem todas as agências do controle social formal, desde o Legislador com
sua atividade legiferante (criminalização primária), passando pela Polícia e a Justiça, com uma atuação
seletiva e estigmatizada (criminalização secundária) até o sistema penitenciário, com a punição dos
pobres (criminalização terciária).
Uma forma do uso do poder de polícia investigativa e repressiva de forma discricionária e seletiva
é a criminalização da pobreza. Várias pesquisas demonstram a atuação da polícia judiciária no Brasil nos
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mesmos moldes da polícia nos Estados Unidos, revelada na obra “Punir os pobres” de Loic Wacquant. O
autor demonstra que no decorrer das três últimas décadas do sec. XX, o processo de políticas públicas
na América do Norte, pelo menos nos guetos, passou de Estado-providência para Estado penal e policial.
O sistema penal funciona seletivamente criminalizando os pobres ou os excluídos por algum tipo
de estereótipo social, criando mais problemas do que aqueles que se propõem a resolver, “sendo
produtor de sofrimentos desnecessários (estéreis) que são distribuídos socialmente de modo injusto”,
com o agravante dos seus altos custos sociais e do autêntico mercado do controle do crime que, em
torno de si, se estrutura.
O método utilizado para a investigação da criminalidade é o Inquérito Policial, um procedimento
inquisitivo e objeto de muitas controvérsias.
EXERCÍCIOS
a) Como ciência dedutiva; a criminologia se vale de métodos científicos, humanos e sociais, abstratos,
próprios do Direito Penal.
b) A criminologia, ciência lógica e normativa, busca determinar o homem delinquente utilizando para
isso métodos físicos, psicológicos e sociológicos.
c) A criminologia é baseada principalmente em métodos físicos, individuais e coletivos, advindos das
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demais ciências jurídico-penais, caracterizando-a como dogmática.
d) Os métodos experimental e lógico auxiliam a investigação da criminologia, integrando várias áreas,
dada sua natureza de ciência disciplinar.
e) Os métodos biológico e sociológico são utilizados pela criminologia, que, por meio do empirismo e da
experimentação, estuda a motivação criminosa do sujeito.
02 - (EPCCONCURSOS Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Prova: Delegado de Polícia Civil) O
paradigma da reação social
a) surgiu na Europa a partir do enfoque do interacionismo simbólico.
b) afirma que os grupos sociais criam o desvio, o qual é uma qualidade do ato infracional cometido pela
pessoa.
c) indica que é mais apropriado falar em criminalização e criminalizado que falar em criminalidade e
criminoso.
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03 - (EPCCONCURSOS Aplicada em: 2017 Banca: FCC Órgão: DPE-PR Prova: Defensor Público
A criminologia da reação social
a concentra seus estudos nos processos de criminalização.
b corresponde a uma teoria do consenso.
c explica o comportamento criminoso como fruto de um aprendizado.
d identificou as subculturas delinquentes.
e explica a existência do homem criminoso pelo atavismo.
01 E 02 C 03 A
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Criminologia
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