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SAÚDE COLETIVA

1. Histórico do Sistema de Saúde no Brasil e Princípios e Legislação Regulamentadora do Sistema de Saúde no Brasil

1.1. Histórico –SUS

1.1.1. 1920-1930
 1923: Lei Eloy Chaves – início da Previdência Social no Brasil
 1923-30: Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs) –organizado por empresas
 Assistência médica = atribuição fundamental do sistema
 1920: Criação do Depto Nacional de Saúde Pública
 Sanitarismo campanhista –combate às doenças de massa (Reforma Carlos Chagas)

1.1.2. 1930-1945
 1930 –Getúlio Vargas: preocupação com o novo operariado urbano. Período de crise política (1930-35)
 Criação do Ministério do Trabalho e da CLT
 Previdência = definida como seguro, privilegiando os benefícios e reduzindo a prestação dos serviços à saúde
 Criação dos IAPs (Instituto de Aposentadorias e Pensões) –organizados por categorias profissionais, dependente do governo
federal
 Auge do Sanitarismo campanhista

 1937 criado o 1º. órgão de saúde de dimensão nacional: Serviço Nacional de Febre Amarela

 1938-45: reestruturação do Depto Nacional de Saúde –

1.1.3. 1945-1966
 Crise do regime de capitalização e nascimento do sanitarismo desenvolvimentista
 Fim da política de contenção de gastos –déficits orçamentários
 Constituição de 1946: assistência sanitária incorporada à Previdência Social
 1953: Regulamento Geral dos IAPs: formaliza a responsabilidade dos mesmos

 1960: Lei Orgânica da Previdência Social (Lops): uniformiza direitos dos segurados de diferentes institutos –agrava dificuldades
financeiras
 Crescimento do setor privado da saúde
 1964: Golpe militar –fusão dos IAPs –criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) em 1966 –marca a perda da
representatividade dos trabalhadores na gestão do sistema

1.1.4. 1966-1973
 Crescente papel do Estado como regulador da sociedade
 Gastos com assist médica –30% dos gastos do INPS
 Ênfase dada à atenção individual, assistencialista e especializada
 Medicina de grupo: convênios entre INPS e empresas

1.1.5. 1974-1979
 1974: criação do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) e Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social (FAS) –
fortalecimento das ações da Previdência no interior do aparelho estatal
 Remodelação e ampliação dos hospitais da rede privada
 Altos níveis de corrupção pela falta de controle entre serviços contratados INPS/particulares
 Criação do Sist. Nacional de Prev. Social (Sinpas), Instituto Nacional de Assistência Médica da Prev Social (INAMPS) e Instituto
de Arrecadação da Prev Social (IAPAS)
 1978: Alma-Ata: “Saúde para todos no ano 2000”

1.1.6. Década de 80
 Brasil vive quadro político/econômico instável –processo inflacionário e crise fiscal sem controle
 Influência de Alma-Ata: reconhecimento da Atenção Primária e participação comunitária como estratégias fundamentais da
saúde –Projeto Prev-Saúde: pressupostos de hierarquização, participação comunitária, integração dos serviços, regionalização e

 1981: criação do Conasp (Conselho Consultivo da Administração de Saúde Previdenciária) –tentativa de reformar a saúde,
consolidada pelas AIS (Ações Integradas de Saúde)
 AIS: aumento do orçamento total do INAMPS para a saúde de 4% (1984) para 12% (1986)
 Governo da Nova República: fortalecimento da proposta das AIS
 1986: VII Conferência Nacional de Saúde (CNS): marco na formulação das propostas de mudança do setor saúde, consolidadas
na Reforma Sanitária Brasileira –embrião do SUS
 SUDS (Sist Unificado e Descentralizado da Saúde): propunha a transferência dos serviços do Inamps para Estados e municípios,
criado durante os trâmites para a Constituição Federal de 1988
 1988: criação do Sistema Único de Saúde (SUS)

1.2. Legislação do SUS

 Constituiçãodá as diretrizes
 Leisdão a operacionalização
 Decretos, portarias e resoluções
 explicam com detalhes o que faltou na Lei.

Prefeito
Depois que foi aprovada pelo poder legislativo, o presidente, o governador
ou o prefeito precisa sancionar a lei, sem a qual ela não tem validade. Sancionar é declarar sua aprovação. Nesse momento, ele pode
vetar artigos e aprovar a lei sem eles.
1.2.1. Constituição Federal de 1988
Art.196.AsaúdeédireitodetodosedeverdoEstado,garantidomediantepolíticassociaiseeconômicasquevisemàreduçãodoriscodedoençae
deoutrosagravoseaoacessouniversaleigualitárioàsaçõeseserviçosparasuapromoção,proteçãoerecuperação.

Art.198.Asaçõeseserviçospúblicosdesaúdeintegramumarederegionalizadaehierarquizadaeconstituemumsistemaúnico,organizadodeac
ordocomasseguintesdiretrizes:

I -descentralização, com direção única em cada esfera de governo;


II-atendimentointegral,comprioridadeparaasatividadespreventivas,semprejuízodosserviçosassistenciais;
III -participação da comunidade.

Nível de Atenção Terciária


CHS: recebereferênciadaAtençãoSecundáriade Sorocabae daAtençãoPrimáriade municípiossemredede AtençãoSecundária, daDRS-
XVI
1.2.2. Lei 8080/90
Dispõe sobre as condições para a promoção,

1.2.3. Lei 8142/90


Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros
na área da saúde.

Conferências de Saúde/Conselhos de Saúde


Conass/Conasems

1.2.4. Normas Operacionais


Instrumento jurídico institucional, editado periodicamente por portarias do MS, após amplo processo de discussão com gestores e
segmentos da sociedade, para:
•Aprofundar e reorientar a implementação do SUS;
•Definir novos objetivos estratégicos, prioridades e movimentos táticos-operacionais;
•Regular as relações entre gestores;

NOB-91

NOB-93

NOB-96

NOAS-2001/02

8080/90 -disciplina a descentralização político / administrativa e o funcionamento do SUS -promoção, proteção e recuperação da
saúde;
8142/90 -participação da comunidade na gestão do SUS e transferências inter-governamentaisde recursos financeiros, criação
CONASS e CONASEMS
NOB 91 -regulamenta o Conasse Conasems, criação da AIH e SIH
NOB 93 -03 formas de gestão: incipiente, parcial e semiplena
NOB 96 -02 formas de gestão: plena da atenção básica e plena do sistema
NOAS 01/ 02 -Regulamentam a operacionalização da descentralização, pactuação entre os gestores, reforça o papel do Estado como
regulador do sistema –PPI
Decreto 7.508/11 -regulamenta a Lei 8080/90.
Regulamentam a Constituição
Diz como deve ser o SUS (inicialmente)
Fortalece a municipalização
(passo a passo)
Fortalece o papel do Estado
Fortalece a Gestão das 3 esferas

2. Atenção Primária e Estratégia Saúde da Família

2.1. Atenção Primária


1940/50: Reformas integrativistas: discussão de formação –Generalistas X Especialistas
Medicina Integral Medicina de Família e Comunitária
General Practioner(GP) Home Doctor
2.2. Medicina na Atenção Primária no Brasil
Medicina Geral e Comunitária: nome melhor aceito
1976: início dos primeiros programas de Residência Médica em MGC (RJ e RS), reconhecida pela CNRM em 1981.
SUS (1988):
-Saúde como direito de todos e dever do Estado
-Descentralização c/ comando único em cada esfera de governo
-Organização baseada na universalização, na equidade e na integralidade
-Participação da população no controle social do sistema

Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS)


-Primeiras experiências com ACS na década de 80
-1991: oficializado como política nacional

2.3. Programa Saúde da Família (PSF)


-1993: propostas iniciais do Programa que vinculava o ACS a uma equipe de atuação na Atenção Primária
-1994: oficializado como política nacional, objetivando reorganizar o modelo de Atenção Primária à Saúde no Brasil e reorientar as
práticas para o trabalho em equipe
-2001: mudança de nome da especialidade para Medicina de Família e Comunidade (MFC)
-2006: mudança do nome de Programa para Estratégia (ESF)
Características básicas –UBS Tradicional
Má definição da área de abrangência
Modelo vertical de atenção à saúde
Não existe cadastro ou prontuário familiar
Não existe a figura do Ag. Comunitário
Planejamento de ações baseado na realidade municipal
ESF
Adscrição da clientela e Territorialização
Modelo horizontal de atenção à saúde
Prontuário familiar
Ag. Comunitário de Saúde
Planejamento de ações baseado na
PNAB de 2011
Equipe mínima:

-1 MFC
-1 Enfermeiro
-1 a 2 Aux. Enfermagem
-4 a 6 ACS
Área de Abrangência:

-4000 hab. (max),


-Ideal até 3000 hab. (600 a 1000 famílias)
Jornada de trabalho: *40hs/semanais

* 20/30/40hs semanais (MFC)


Cada ACS é responsável:

-1 microárea
-750 hab. ou 200 famílias.
PNAB de 2017
Lei 12871 de 22/10/2013
Institui o Programa Mais Médicos e estabelece o Programa de Residência Obrigatória em Medicina Geral de Família e Comunidade
–regulação estatal das especialidades médicas
A partir de Janeiro/2019: Residência em MGFC será pré-requisito para a grande maioria dos programas de outras especialidades
médicas
2.4. Financiamento do SUS
Financiamento da Atenção Básica
Composição tripartite: federal, estadual e municipal
Piso de Atenção Básica (PAB): componente federal para o financiamento da At. Básica, composto de:

-PAB FIXO: recebido por todos os municípios (valor per capita X população do município)
-PAB VARIÁVEL: oferecido para municípios que aderem às estratégias nacionais:
Saúde da Família;
Agentes Comunitários de Saúde;
Saúde Bucal;
Saúde Indígena;
* Saúde no Sistema Penitenciários

3. Política Nacional de Atenção Básica à Saúde (Portaria 2436 de 21/09/2017)

3.1. atenção Básica


Funções da At. Primária nas Redes de Atenção à Saúde
a) Ser base
b) Ser resolutiva
c) Coordenar o cuidado
d) Ordenar as redes
Princípios e Diretrizes do SUS e da RAS para a APS
Princípios
•Universalidade
•Equidade
•Integralidade

Diretrizes
•Regionalização e Hierarquização
•Territorialização
•População adscrita
•Cuidado centrado na pessoa
•Resolutividade
•Longitudinalidadedo cuidado
•Coordenação do cuidado
•Ordenação da rede
•Participação da comunidade

ESF como estratégia prioritária para expansão e qualificação da APS


Infra-estruturada Atenção Básica
Tiposde Unidades:

-UnidadeBásicade Saúde

-UnidadeBásicade SaúdeFluvial

-UnidadeOdontológicaMóvel

Funcionamento: cargahoráriaminima de 40hs semanaisno mínimo5 diasporsemanae 12 mesesdo ano


Infra-estruturarecomendada na Atenção Básica –Tipos de Equipes
Equipede Saúdeda Família(eSF)

Equipede AtençãoBásica(eAB)

Equipede SaúdeBucal(eSB)

NúcleoAmpliadode Saúdeda Famíliae AtençãoBásica(Nasf-AB)

Estratégiade AgentesComunitáriosde Saúde(EACS)

4. Decreto 7508 de 28/06/2011

Cap. I –Disposições preliminares


Regulamentaa Lei 8080 de 19/09/1990 paradisporsobrea organizaçãodo SUS no quedizrespeitoa:

-Planejamentodasaúde
-Assistênciaà saúde
–Articulaçãointerfederativa

Cap. II –Da Organização do SUS


Região de Saúde: espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de municípios limítrofes, e determinada pelo Estado

A Região de Saúde deve conter, no mínimo, ações e serviços de:

-Atenção Primária
-Urgência e Emergência
-Atenção Psicossocial
-Atenção Ambulatorial Especializada e Hospitalar
-Vigilância em Saúde

Cap. II –Da Organização do SUS


Hierarquização: o acessouniversal, igualitárioe ordenadoàsaçõese serviçosde saúdese iniciapelasPortasde Entrada do SUS e se
completanarederegionalizadae hierarquizada, de acordocom a complexidadedo serviço.

São Portasde Entrada do SUS osserviços:

-De AtençãoPrimária(ordenadordo acesso)


-De Atençãode Urgênciae Emergência
-De AtençãoPsicossocial
-Especiaisde AcessoAberto

Cap. III –Do Planejamento da Saúde


O processode planejamentodasaúdeseráascendentee integrado, do nívellocal atéo federal, ouvidososrespectivosConselhosde
Saúde, compatibilizando-se as necessidadesdas políticasde saúdecom a disponibilidadede recursosfinanceiros
O planejamentodasaúdeé obrigatórioparaosentespúblicose seráindutorde políticasparaa iniciativaprivada
O ConselhoNacionalde Saúde(CNS) estabeleceráas diretrizesa seremobservadasnaelaboraçãodo planejamentodasaúde
Cap. IV –Da Assistência à Saúde
RENASES (Relação Nacional de Serviços de Saúde): compreende todas as ações e serviços que o SUS oferece ao usuário para
atendimento da integralidade da assistência à saúde, sendo atualizada a cada 2 anos

RENAME (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais): compreende a seleção e a padronização de medicamentos indicados
para tratamento de doenças e agravos no âmbito do SUS, sendo atualizada a cada 2 anos
Cap. V –Da Articulação Interfederativa
As ComissõesIntergestoraspactuarãoa organizaçãoe o funcionamentodas açõese serviçosde saúdeintegradosemredesde atençãoà
saúde, sendo:
-a CIT (Tripartite): no âmbitodaUnião, vinculadaaoMinistériodaSaúdeparaefeitosadministrativose operacionais;
-A CIB (Bipartite): no âmbitodo Estado, vinculadaà SecretariaEstadualde Saúdeparaefeitosadministrativose operacionais;
-A CIR (Regional): no âmbitoregional, vinculadaà SecretariaEstadualde Saúdeparaefeitosadministrativose operacionais,
devendoobservaras diretrizesdaCIB. Cap. V –Da Articulação Interfederativa
As ComissõesIntergestoraspactuarão:

-Aspectosoperacionais, financeirose administrativosdagestãocompartilhadado SUS


-Diretrizesgeraissobreas Regiõesde Saúde
-Diretrizesa respeitodaorganizaçãodas redesde atençãoà saúde
-Responsabilidadesdos entesfederativosnaRedede Atençãoà Saúde
-Referênciasdas regiõesintra e interestaduaisparao atendimentodaintegralidadedaassistência

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