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Resumo
O objetivo deste trabalho foi fazer uma revisão bibliográfica sobre os benefícios do
treinamento funcional na melhora da qualidade de vida das pessoas e após aplicar as
buscas no banco de dados da Scielo e no Google Acadêmico, os trabalhos analisados
provaram que o treinamento funcional por trabalhar várias capacidades físicas favorecem
as pessoas a ter uma melhor qualidade de vida principalmente os idosos fatores como a
má alimentação e o sedentarismo levam ao aumento da dependência física e
consequentemente uma maior dependência funcional das pessoas acarretando uma má
qualidade de vida. O sedentarismo é um dos fatores que influenciam diretamente na
qualidade de vida da população, manter-se ativo pode retardar o processo natural de
envelhecimento como a perda de massa muscular e massa óssea, diminuição do
metabolismo, fraqueza muscular, doenças articulares, diabetes, cardiopatias dentre outros
problemas. O treinamento funcional tem a característica de trabalhar movimentos que
simulam as atividades de área e trabalham várias capacidades físicas ao mesmo tempo
pode ser uma grande ferramenta para as pessoas para não entrar na falta de atividade
física consequentemente mantendo ou melhorando a qualidade de vida.
Introdução
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O termo funcional refere-se às funções básicas do movimento (WIKIPÉDIA
ONLINE), encontrando-se embasado na melhoria dos aspectos neurológicos que afetam
a capacidade funcional do corpo humano, utilizando exercícios que desafiam os diferentes
componentes do sistema nervoso, e que, assim, estimulam sua adaptação.
Em outras palavras, tem como objetivo a melhoria das principais qualidades físicas,
tanto no dia-a-dia quanto em gestos esportivos (CAMPOS; NETO, 2004), através de
movimentos integrados, em vários planos, que envolvem aceleração, estabilização e
desaceleração articular; bem como força e eficiência neuromuscular. O praticante utiliza
seu domínio corporal para que execute os movimentos. Justamente por isso, é que o
treinamento funcional atende tanto os indivíduos mais condicionados, como os menos
condicionados, propiciando dinamismo nas aulas de educação física, além de torna-las
mais democráticas, sem mencionar a socialização dos estudantes.
Um sistema de treinamento funcional baseado nos movimentos fundamentais do
homem primitivo, e que são executados também no cotidiano do homem moderno, tais
como as ações de agachar, avançar, abaixar, puxar, levantar e girar.
O treinamento funcional envolve movimentos que são específicos em termos de
mecânica, coordenação e/ou sistema energético, para as atividades diárias do indivíduo
(PLISK, 2002).
No mesmo sentido, Carvalho ensina que: “As exigências escolares, como:
considerável volume de trabalho e conteúdos a apreender, também, são outros motivos
que levam os jovens a deixarem de lado a atividade física habitual com base regular que
os mantenham com níveis ótimos saúde” (CARVALHO, 1996).
Muitos benefícios são proporcionados às crianças que participam destes
programas de treinamento.
Portanto, o ideal seria que a escola incluísse em seu currículo a quantidade
necessária de atividades que permitissem às crianças e jovens se manterem ativas em
tempo suficiente para permanecerem saudáveis, visto que para muitos estudantes a
escola é a única oportunidade para o incremento da aptidão física relacionada à saúde
(GAYA e MARQUES, 1999).
Todavia, deve-se distinguir o termo treinamento funcional, com a utilização da força
para melhorar o equilíbrio (CORE), de termos como fisiculturismo e levantamento
olímpicos.Esses termos são, equivocadamente, identificados no seio do conhecimento
popular, como métodos de treinamento de força para crianças (KRAEMER, 2001). Esse
equívoco é um dos motivos de professores, pais e médicos ter extremo cuidado e receio
quanto ao treinamento com pesos para crianças (CARVALHO, 2004); o qual se revela
absolutamente injustificado, pois o fisiculturismo e o levantamento olímpico são esportes
desenvolvidos com cargas máximas e tem por objetivo levantar o maior peso possível.
São esportes nos quais, geralmente, os participantes já desenvolveram as características
sexuais secundárias e apresentam idade acima de 15 anos.
Por sua vez, programas de treinamento de força e equilíbrio (CORE) na escola têm
entre alguns de seus objetivos: melhorar o condicionamento muscular, evitar lesão
esportiva e melhorar o desempenho esportivo (AAP, 2001).
Em outras palavras, o treinamento do core tem como objetivo beneficiar a posição
e o controle do tronco sobre a pelve e as pernas, permitindo a produção, transferência e
controle da força, em uma cadeia de atividades, gerando, assim, a estabilidade do centro
corporal.
Ainda, na aplicação do treinamento de força nas aulas de educação física, visando
o condicionamento muscular, jamais se deve usar carga máxima. Dessa forma,
programas de treinamento funcional, quando bem planejados e supervisionados, são
seguros, eficazes, aumentam a força, melhoram as habilidades de aptidão, melhoram o
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desempenho esportivo, previnem e auxiliam na recuperação de lesões, e melhoram o
bem-estar psicossocial do indivíduo (NSCA, 2005).
Mesmo porque, a força muscular é uma capacidade física solicitada na maioria das
atividades físicas. É a base para toda atividade corporal, não existindo movimento que
não use força (CUNHA, 1996).
Atividades esportivas e recreativas são, indiscutivelmente, caracterizadas pelo
movimento e são modelos de atividades físicas que fazem parte das aulas ministradas na
disciplina de Educação Física. No entanto, as mesmas, geralmente, não possuem
magnitude suficiente para melhorar a aptidão física relacionada à saúde (GUEDES,
2001).
Assim, tendo em vista a importância da força para crianças e jovens, os programas
de treinamento funcional, indiscutivelmente, devem integrar o planejamento das aulas de
educação física, mesmo diante das várias limitações apresentadas pelas escolas (tempo
efetivo de aula, recursos materiais, instalações, números de alunos por turma, entre
outros), haja vista os inúmeros benefícios advindos do treinamento funcional.
Ora, sem dúvida, essas limitações não devem ser impeditivas, uma vez que
existem meios alternativos pelos quais a força pode ser desenvolvida na escola, tais como
os exercícios pliométricos e calistênicos (CUNHA, 1996).
O treinamento gera uma não democratização da prática das atividades físicas, visto
que prestigia os alunos mais fortes, mais preparados e mais habilidosos. Não por acaso
há uma resistência ao uso da terminologia/conceito de treinamento nos espaços
escolares.
O treinamento funcional visa o bom condicionamento físico, e para que um bom
condicionamento físico possa ser mantido, para Campos e Neto (2004), é imprescindível
treinar as seguintes habilidades físicas, intimamente ligadas à saúde:
a) velocidade (entendida como um atributo muscular, e das coordenações
neuromusculares, que possibilitam a sucessão de gestos em cadeia, em uma mesma
ação, com intensidade máxima e duração breve);
b) força (entendida como uma qualidade física que permite a um músculo ou um
grupo muscular gerar uma tensão, dando origem à oposição a uma resistência);
c) potência (compreendida como uma qualidade que permite produzir força ou
energia na menor unidade de tempo possível);
d) flexibilidade (responsável por um movimento voluntário, de magnitude angular
máxima, através das articulações, sem o perigo de lesões);
e) equilíbrio (entendida como uma característica física obtida através de ações
musculares, para o fim de sustentar a posição corporal);
f) coordenação (se constitui em um atributo que controla e executam os
movimentos, por intermédio de cooperações intra e intermusculares, favorecendo uma
ação com a máxima eficácia e contenção de energia);
g) agilidade (compreendida como uma qualidade física que permite mudar a
posição e/ou trajetória do corpo no menor tempo possível);
h) resistência (considerada como uma qualidade física que permite um continuado
esforço durante o menor tempo).
É de extrema importância o progresso da força para a melhora da saúde e
desempenho esportivo, sendo fundamental que nas aulas de educação física essa
capacidade motora seja desenvolvida. Contudo, o treinamento de força não deve ser a
única atividade ou o foco principal das aulas de educação física, mas deve fazer parte de
um programa de condicionamento total (KRAEMER, 2001).
Segundo Monteiro e Carneiro (2010) o intuito do treinamento funcional é uma volta
aos padrões essenciais do movimento humano como: empurrar, puxar, agarrar, girar e
lançar, envolvendo a integração do corpo todo para criar um gesto motor específico em
diferentes planos de movimento.
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O treinamento funcional estimula o corpo humano de maneira adapta-lo para as
atividades normais da vida cotidiana sendo que um aspecto essencial desse tipo de
treinamento a ser bem explorado são os exercícios que estimulam a propriocepção a
força, a resistência muscular a flexibilidade a coordenação motora e o equilíbrio e
condicionamento físico. (CAMPUS, CORAUCCI, 2008)
Atualmente muitos estudos vêm sendo feito em relação aos idosos, hoje em dia ,
esse processo está cada vez mais comum no Brasil devido ao crescimento dessa
população como diz os dados do IBGE, a população idosa vai mais do que triplicar
passando de 11,34% para 39,2% nos próximos 20 anos e ao mesmo tempo a expectativa
de vida aumentará de 75 para 81 anos.
Concorda-se com os estudos de Brandão e Mercadante (2009) em que falam que
o envelhecimento é causado por um fenômeno biopsicossocial e ainda de acordo com o
Neri (1999) que afirma que a cultura em que o indivíduo está inserido, influenciará
diretamente no seu envelhecimento.
Nessa fase da vida existem alguns fatores que são universais e irreversíveis e
inevitáveis como: a perda muscular e óssea, a diminuição do metabolismo dentre várias
outras. A perda da massa muscular inicia-se aos 30 anos, mas aumenta ao redor dos 50
anos ocorrendo o mesmo no indivíduo atleta, em relação a perda óssea os homens e
mulheres entre 60 e 80 anos e a taxa média de diminuição da altura é cerca de 2 cm por
década até atingir 12cm em casos mais extremos de perda óssea.
Juntando tudo isso leva a pensar que um envelhecimento para ser bem sucedido
não depende apenas do indivíduo, mas sim depende do Estado do Governo, pois o
mesmo não dá condições ao indivíduo de uma boa educação. Por exemplo, haverá estas
outras preocupações maiores sobrecarregando sua vida enquanto os jovens levando
como consequência um envelhecimento precário e até às vezes nem chegando nesta
fase.
Quanto mais o indivíduo é bem instruído educado consciente dos seus atos a
tendência que terá envelhecimento bem sucedido será bem maior, pois saberá o que
precisar para fazer e chegar nessa fase da vida promovendo sua saúde.
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Sair do sedentarismo não é fácil, mas é possível, é necessário substituir hábitos
para que se possa resistir ao realizar atividades físicas. O estilo de vida que as pessoas
vivem na atualidade muito contribui para o sedentarismo. Estar sempre com pressa e
optar por “fast food” é a realidade de muitos.
Para se ter resultados efetivos há de se adaptar os treinos físicos à rotina do
sedentário, obedecendo um programa de treinamento pré-elaborado pelo profissional
para evitar excesso de treinamento que acarreta o desânimo e consequentemente a
desistência. O desafio do professor é manter o aluno motivado para o treino, sempre.
A cada ano, e no mundo todo, mais de dois milhões de mortes estão ligadas à
inatividade física. Essas mortes integram o aumento de enfermidades, e incapacidades
causadas pelas doenças crônicas não transmissíveis, como doenças cardiovasculares,
cânceres e diabetes.
O aumento do sedentarismo na atualidade revelou-se um problema para a
civilização moderna, e um dos principais desafios para a saúde pública; sendo tal fato
demonstrado pela predominância atual de esforço físico de muito leve intensidade, na
maioria das atividades humanas, o que demanda um gasto energético inferior a 500 kcal
por dia, valor este 15 vezes menor se comparado ao dos ancestrais que viveram há 100
mil anos, que, por serem nômades, andarilhos, caçadores e coletores de alimentos,
necessitavam gastar em torno de oito mil kcal diárias com atividades de sobrevivência
(CARDAIN et al., 1998).
O sedentarismo vem sendo estudado cientificamente desde os anos 50, a partir
dos estudos pioneiros de MORRIS et al (1953a, 1953b) com grupos de trabalhadores
ingleses de empresas públicas, que relacionaram o baixo nível de atividade física no
trabalho e a morbimortalidade por doenças cardiovasculares, mais precisamente o infarto
e o derrame.
Naquela época, o Dr. Morris, verificou que o risco de doença cardíaca era duas
vezes maior entre os motoristas de ônibus e os balconistas dos correios, cujas atividades
laborais quotidianas eram sedentárias, do que entre os cobradores e carteiros, cujas
atividades laborais demandavam esforço físico regular.
Nos Estados Unidos, cerca de 60% da população adulta, e 50% dos adolescentes,
são avaliados como sedentários, segundo o “National Center for Chronic Disease
Prevention and Health Promotion”. No Brasil, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística indicam 80,8% de adultos sedentários. O levantamento realizado neste ano
pela Sociedade Brasileira de Cardiologia afirma que 83% da população é sedentária
(REVISTA SAÚDE PÚBLICA,2011).
A falta de exercícios e prática da atividade física sempre foi associada com um fator
de perigo para a saúde, mas, a partir de 1994, na elaboração de um documento conjunto
entre “American Heart Association”, a Organização Mundial de Saúde e a “International
Society and Federation of Cardiology” classificou o sedentarismo em uma escala superior
de risco à saúde, nos Estados Unidos.
A Estratégia Global para Dieta, Atividade Física e Saúde da OMS recomenda, pelo
menos, 30 minutos de atividade moderada, na maioria dos dias de semana, para reduzir
os riscos de doenças crônicas.
O sedentarismo é um fator de risco importante para o desenvolvimento de doenças
crônicas. Estudos mostram que a inatividade física é prevalente em mulheres, idosos e
pessoas de baixo nível social; daí a importância de se implantar, com a afetividade e o
método de ensino ideal, novas opções didáticas para a ministração dos conteúdos da
disciplina da Educação Física (a exemplo do treinamento funcional, por intermédio do qual
se apresenta possível a observação das necessidades e limitações de cada estudante,
ante seu histórico de vida), criando nas crianças e jovens o hábito da prática regular de
uma atividade física, e prevenindo que os mesmos, futuramente, transformem-se em
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indivíduos sedentários, circunstância esta que, inclusive, beneficiaria a ordem pública de
nosso país, mediante a drástica redução de gastos com o Sistema Público de Saúde.
Considerações Finais
Referências
CARDAIN, L.; et al. Physical activity, energy expenditure and fitness: an evolutionary
perspective. International Journal Sports Medicine, v.19, p.328-335, 1998.
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CARVALHO, C. Treino da força em crianças e jovens: Questões, controvérsias e
orientações metodológicas. In: Gaya, A; Marques, A; Tani, G (Ed). Desporto Para
Crianças e Jovens: Razões e Finalidades. UFRGS, p.353-412, 2004.
GUEDES, DP; GUEDES, JERP. Esforços Físicos nos programas de educação física
escolar. Rev. Bras. Ed. Fis. 15(1), p.33-44, 2001 Jan/Jun.
KRAEMER, WJ. Treinamento de força para jovens atletas. São Paulo: Manole, 2001
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Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas. São Paulo, 2006.