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Relação entre Treinamento Funcional e Qualidade de Vida

Resumo

O objetivo deste trabalho foi fazer uma revisão bibliográfica sobre os benefícios do
treinamento funcional na melhora da qualidade de vida das pessoas e após aplicar as
buscas no banco de dados da Scielo e no Google Acadêmico, os trabalhos analisados
provaram que o treinamento funcional por trabalhar várias capacidades físicas favorecem
as pessoas a ter uma melhor qualidade de vida principalmente os idosos fatores como a
má alimentação e o sedentarismo levam ao aumento da dependência física e
consequentemente uma maior dependência funcional das pessoas acarretando uma má
qualidade de vida. O sedentarismo é um dos fatores que influenciam diretamente na
qualidade de vida da população, manter-se ativo pode retardar o processo natural de
envelhecimento como a perda de massa muscular e massa óssea, diminuição do
metabolismo, fraqueza muscular, doenças articulares, diabetes, cardiopatias dentre outros
problemas. O treinamento funcional tem a característica de trabalhar movimentos que
simulam as atividades de área e trabalham várias capacidades físicas ao mesmo tempo
pode ser uma grande ferramenta para as pessoas para não entrar na falta de atividade
física consequentemente mantendo ou melhorando a qualidade de vida.

Palavras-chave: Qualidade de vida, treinamento funcional, vida ativa.

Introdução

O treinamento funcional, por sua vez, objetiva o bom adestramento na prática de


exercícios, e, para isso, é imprescindível treinar os elementos das capacidades físicas
ligadas à saúde. O local em que a aprendizagem se dá pode colaborar para que haja
alcance dos objetivos propostos, e para que a pessoa que está aprendendo se satisfaça.
O objetivo geral deste trabalho é revisar e aprofundar os conhecimentos sobre
treinamento funcional e sua relação com a qualidade de vida. A metodologia adotada foi a
pesquisa exploratória de cunho bibliográfico através da qual foram coletados os dados
necessários ao embasamento teórico para o alcance do objetivo proposto.
Considera-se como qualidade de vida boa ou excelente aquela que ofereça um
mínimo de condições para que os indivíduos nela inseridos possam desenvolver o
máximo de suas potencialidades sejam estas: viver, sentir, amar, trabalhar, produzindo
bens e serviços, fazendo ciências ou artes.
O treinamento funcional vem ganhando muito espaço em todos os ambientes de
praticas de atividades físicas e com uma grande aceitação dos praticantes, estudos
mostram que vem sendo usado há muito tempo.
O treinamento funcional originou-se com os profissionais da área de fisioterapia já
que estes foram os pioneiros no uso de exercícios que simulavam o que os pacientes
faziam no seu dia a dia no decorrer da terapia, permitindo assim um breve retorno à sua
vida normal e suas funções habituais após uma lesão ou cirurgia.
O treinamento funcional pode ser trabalhado em qualquer ambiente como: parques,
rua, academias, na areia e na praia e utiliza materiais diversificados como; corda,
elásticos, bolas, médici balls, barra, halteres, caneleiras, dentre outros, os exercícios são
feitos em sua grande parte com pesos livres ou peso do próprio corpo, os pesos livres
também exigem equilíbrio e estabilização do corpo podendo ser executados
unilateralmente ou bilateralmente
1. Qualidade de vida

De acordo com a Organização Mundial de Saúde a qualidade de vida é definida


como percepção do individuo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de
valores nos quais vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e
preocupações.
Para Nahas (2001, p.5) qualidade de vida é a condição humana definição e
conceitos resultantes de um conjunto de parâmetros individuais e socioambientais
modificáveis ou não que caracterizam as condições em que vive o ser humano.
Gonçalves (2004 p. 13) define qualidade de vida como a percepção subjetiva do
processo de produção, circulação e consumo de bens e riquezas a forma pela qual cada
um vive seu dia a dia. Isso é uma discussão muito ampla devido a vários conceitos
existentes sobre o tema e estes são muito subjetivos a autora que diz o que é boa
qualidade para alguém não é necessariamente para outra pessoa. (BETTI, 2002)
Um dos instrumentos que a ONU utiliza para verificar a qualidade de vida de uma
população mundial e o IDH melhor é a qualidade de vida dessa população assim como
conceituar qualidade de vida é difícil devido à sua subjetividade a aferição dela é
complicada, mas a maioria deriva do instrumento criado pela OMS a partir desse
instrumento os pesquisadores ficam livres para criar os seus critérios para avaliação da
qualidade de vida desde que não fuja dos conceitos principais criados pelo grupo.
Nos artigos estudados a qualidade de vida foi aferida na sua maioria levando em
consideração os fatores de saúde relacionados ao bem-estar físico, psicológico e social,
pois assim pode se relacionar os resultados e saber se melhoraram ou não a qualidade
de vida das pessoas sobre a grande variedade de métodos de avaliação de qualidade de
vida.
Foram usados critérios de avaliação funcional como testes de força (dinamometria
analógica manual) que ao se aplicar uma força externa no aparelho uma mola é
tensionada e ocorre à movimentação de um ponteiro sabendo-se quanto de força é
necessário para tensionar à mola o ponteiro irá determinar com exatidão a força estática
externa aplicada ao aparelho (SANDOVAL, CANTO, BARAÚNA, 2004)
Assim como a forca de membros superiores e membros inferiores é avaliada por
teste de flexão do cotovelo descrito por Rickli e Jones (1999) e também a força dos
membros inferiores com teste de levantar da cadeira em 30 segundos e também o teste
proposto de sentar e levantar de Dantas e Vale (2004), onde esse estudo de Dantas
avaliou 337 mulheres que corresponde a 4 tarefas de caminhar 10 e me levantar da
posição sentada levantar da posição decúbito ventral levantar-se da cadeira e locomover-
se pela casa ainda adicionado o teste de vestir e tirar a camiseta e provou que era um
protocolo bastante eficaz para utilização em pessoas.
Ainda foram utilizados testes de equilíbrio estático pela escala de Lawton usada
para verificar o desempenho de atividades instrumentais do dia-a-dia: como preparar uma
refeição, realizar tarefas domésticas, tomar remédios, subir e descer escadas, caminhar,
controlar Finanças, fazer compras, utilizar transportes coletivos. Marra et al verificou que
a confiabilidade deste protocolo foi de 0,91 inter examinator e o coeficiente de
reprodutibilidade foi de 0,96.
Para completar ainda for usada outras formas de verificação como o índice de
massa corporal (IMC),frequência cardíaca e pressão arterial que embora não são objetos
principais do estudo são importantes para se mensurar a qualidade de saúde em geral.
Todos os testes aplicados em estudos consegue mensurar bem várias capacidades
físicas e com isso servem ao propósito de se avaliar a qualidade de vida.

1.1 Treinamento Funcional

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O termo funcional refere-se às funções básicas do movimento (WIKIPÉDIA
ONLINE), encontrando-se embasado na melhoria dos aspectos neurológicos que afetam
a capacidade funcional do corpo humano, utilizando exercícios que desafiam os diferentes
componentes do sistema nervoso, e que, assim, estimulam sua adaptação.
Em outras palavras, tem como objetivo a melhoria das principais qualidades físicas,
tanto no dia-a-dia quanto em gestos esportivos (CAMPOS; NETO, 2004), através de
movimentos integrados, em vários planos, que envolvem aceleração, estabilização e
desaceleração articular; bem como força e eficiência neuromuscular. O praticante utiliza
seu domínio corporal para que execute os movimentos. Justamente por isso, é que o
treinamento funcional atende tanto os indivíduos mais condicionados, como os menos
condicionados, propiciando dinamismo nas aulas de educação física, além de torna-las
mais democráticas, sem mencionar a socialização dos estudantes.
Um sistema de treinamento funcional baseado nos movimentos fundamentais do
homem primitivo, e que são executados também no cotidiano do homem moderno, tais
como as ações de agachar, avançar, abaixar, puxar, levantar e girar.
O treinamento funcional envolve movimentos que são específicos em termos de
mecânica, coordenação e/ou sistema energético, para as atividades diárias do indivíduo
(PLISK, 2002).
No mesmo sentido, Carvalho ensina que: “As exigências escolares, como:
considerável volume de trabalho e conteúdos a apreender, também, são outros motivos
que levam os jovens a deixarem de lado a atividade física habitual com base regular que
os mantenham com níveis ótimos saúde” (CARVALHO, 1996).
Muitos benefícios são proporcionados às crianças que participam destes
programas de treinamento.
Portanto, o ideal seria que a escola incluísse em seu currículo a quantidade
necessária de atividades que permitissem às crianças e jovens se manterem ativas em
tempo suficiente para permanecerem saudáveis, visto que para muitos estudantes a
escola é a única oportunidade para o incremento da aptidão física relacionada à saúde
(GAYA e MARQUES, 1999).
Todavia, deve-se distinguir o termo treinamento funcional, com a utilização da força
para melhorar o equilíbrio (CORE), de termos como fisiculturismo e levantamento
olímpicos.Esses termos são, equivocadamente, identificados no seio do conhecimento
popular, como métodos de treinamento de força para crianças (KRAEMER, 2001). Esse
equívoco é um dos motivos de professores, pais e médicos ter extremo cuidado e receio
quanto ao treinamento com pesos para crianças (CARVALHO, 2004); o qual se revela
absolutamente injustificado, pois o fisiculturismo e o levantamento olímpico são esportes
desenvolvidos com cargas máximas e tem por objetivo levantar o maior peso possível.
São esportes nos quais, geralmente, os participantes já desenvolveram as características
sexuais secundárias e apresentam idade acima de 15 anos.
Por sua vez, programas de treinamento de força e equilíbrio (CORE) na escola têm
entre alguns de seus objetivos: melhorar o condicionamento muscular, evitar lesão
esportiva e melhorar o desempenho esportivo (AAP, 2001).
Em outras palavras, o treinamento do core tem como objetivo beneficiar a posição
e o controle do tronco sobre a pelve e as pernas, permitindo a produção, transferência e
controle da força, em uma cadeia de atividades, gerando, assim, a estabilidade do centro
corporal.
Ainda, na aplicação do treinamento de força nas aulas de educação física, visando
o condicionamento muscular, jamais se deve usar carga máxima. Dessa forma,
programas de treinamento funcional, quando bem planejados e supervisionados, são
seguros, eficazes, aumentam a força, melhoram as habilidades de aptidão, melhoram o

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desempenho esportivo, previnem e auxiliam na recuperação de lesões, e melhoram o
bem-estar psicossocial do indivíduo (NSCA, 2005).
Mesmo porque, a força muscular é uma capacidade física solicitada na maioria das
atividades físicas. É a base para toda atividade corporal, não existindo movimento que
não use força (CUNHA, 1996).
Atividades esportivas e recreativas são, indiscutivelmente, caracterizadas pelo
movimento e são modelos de atividades físicas que fazem parte das aulas ministradas na
disciplina de Educação Física. No entanto, as mesmas, geralmente, não possuem
magnitude suficiente para melhorar a aptidão física relacionada à saúde (GUEDES,
2001).
Assim, tendo em vista a importância da força para crianças e jovens, os programas
de treinamento funcional, indiscutivelmente, devem integrar o planejamento das aulas de
educação física, mesmo diante das várias limitações apresentadas pelas escolas (tempo
efetivo de aula, recursos materiais, instalações, números de alunos por turma, entre
outros), haja vista os inúmeros benefícios advindos do treinamento funcional.
Ora, sem dúvida, essas limitações não devem ser impeditivas, uma vez que
existem meios alternativos pelos quais a força pode ser desenvolvida na escola, tais como
os exercícios pliométricos e calistênicos (CUNHA, 1996).
O treinamento gera uma não democratização da prática das atividades físicas, visto
que prestigia os alunos mais fortes, mais preparados e mais habilidosos. Não por acaso
há uma resistência ao uso da terminologia/conceito de treinamento nos espaços
escolares.
O treinamento funcional visa o bom condicionamento físico, e para que um bom
condicionamento físico possa ser mantido, para Campos e Neto (2004), é imprescindível
treinar as seguintes habilidades físicas, intimamente ligadas à saúde:
a) velocidade (entendida como um atributo muscular, e das coordenações
neuromusculares, que possibilitam a sucessão de gestos em cadeia, em uma mesma
ação, com intensidade máxima e duração breve);
b) força (entendida como uma qualidade física que permite a um músculo ou um
grupo muscular gerar uma tensão, dando origem à oposição a uma resistência);
c) potência (compreendida como uma qualidade que permite produzir força ou
energia na menor unidade de tempo possível);
d) flexibilidade (responsável por um movimento voluntário, de magnitude angular
máxima, através das articulações, sem o perigo de lesões);
e) equilíbrio (entendida como uma característica física obtida através de ações
musculares, para o fim de sustentar a posição corporal);
f) coordenação (se constitui em um atributo que controla e executam os
movimentos, por intermédio de cooperações intra e intermusculares, favorecendo uma
ação com a máxima eficácia e contenção de energia);
g) agilidade (compreendida como uma qualidade física que permite mudar a
posição e/ou trajetória do corpo no menor tempo possível);
h) resistência (considerada como uma qualidade física que permite um continuado
esforço durante o menor tempo).
É de extrema importância o progresso da força para a melhora da saúde e
desempenho esportivo, sendo fundamental que nas aulas de educação física essa
capacidade motora seja desenvolvida. Contudo, o treinamento de força não deve ser a
única atividade ou o foco principal das aulas de educação física, mas deve fazer parte de
um programa de condicionamento total (KRAEMER, 2001).
Segundo Monteiro e Carneiro (2010) o intuito do treinamento funcional é uma volta
aos padrões essenciais do movimento humano como: empurrar, puxar, agarrar, girar e
lançar, envolvendo a integração do corpo todo para criar um gesto motor específico em
diferentes planos de movimento.

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O treinamento funcional estimula o corpo humano de maneira adapta-lo para as
atividades normais da vida cotidiana sendo que um aspecto essencial desse tipo de
treinamento a ser bem explorado são os exercícios que estimulam a propriocepção a
força, a resistência muscular a flexibilidade a coordenação motora e o equilíbrio e
condicionamento físico. (CAMPUS, CORAUCCI, 2008)

Os exercícios funcionais referem-se a movimentos que mobilizam mais de um


segmento corporal e ao mesmo tempo em que envolvem diferentes ações
musculares as atividades funcionais ocorrem nos três planos anatômicos apesar
dos movimentos parecerem predominantes em um plano específico os outros dois
planos precisam ser estabilizados dinamicamente para permitir uma boa eficiência
neuromuscular. (MONTEIRO, EVANGELISTA APUD PRANDI 2011, p. 8)

Uma metodologia bastante utilizada no treinamento funcional em forma de circuito


como foi visto em todos os artigos estudados onde se pode trabalhar várias capacidades
físicas ao mesmo tempo e várias pessoas no mesmo treino, esse tipo de treino em grupo
é bastante estimulante e a tendência de abandono é muito menor por parte dos
praticantes, pensando nisso por ser um treinamento de movimentos na sua essência e
segundo Ribeiro (2006) o treinamento funcional como uma nova tendência segundo as
leis básicas do treinamento físico,assim,o treinamento funcional é o que mais se aproxima
dos movimentos realizados na vida diária.
Portanto pode-se definir que ter treinamento funcional é um treinamento de
movimento com propósito feito com uma infinidade de métodos baseados nos princípios
do treinamento com o objetivo de deixar o corpo mais inteligente. (D’ELIA, 2015)

1.2. Envelhecimento e Sedentarismo

Atualmente muitos estudos vêm sendo feito em relação aos idosos, hoje em dia ,
esse processo está cada vez mais comum no Brasil devido ao crescimento dessa
população como diz os dados do IBGE, a população idosa vai mais do que triplicar
passando de 11,34% para 39,2% nos próximos 20 anos e ao mesmo tempo a expectativa
de vida aumentará de 75 para 81 anos.
Concorda-se com os estudos de Brandão e Mercadante (2009) em que falam que
o envelhecimento é causado por um fenômeno biopsicossocial e ainda de acordo com o
Neri (1999) que afirma que a cultura em que o indivíduo está inserido, influenciará
diretamente no seu envelhecimento.
Nessa fase da vida existem alguns fatores que são universais e irreversíveis e
inevitáveis como: a perda muscular e óssea, a diminuição do metabolismo dentre várias
outras. A perda da massa muscular inicia-se aos 30 anos, mas aumenta ao redor dos 50
anos ocorrendo o mesmo no indivíduo atleta, em relação a perda óssea os homens e
mulheres entre 60 e 80 anos e a taxa média de diminuição da altura é cerca de 2 cm por
década até atingir 12cm em casos mais extremos de perda óssea.
Juntando tudo isso leva a pensar que um envelhecimento para ser bem sucedido
não depende apenas do indivíduo, mas sim depende do Estado do Governo, pois o
mesmo não dá condições ao indivíduo de uma boa educação. Por exemplo, haverá estas
outras preocupações maiores sobrecarregando sua vida enquanto os jovens levando
como consequência um envelhecimento precário e até às vezes nem chegando nesta
fase.
Quanto mais o indivíduo é bem instruído educado consciente dos seus atos a
tendência que terá envelhecimento bem sucedido será bem maior, pois saberá o que
precisar para fazer e chegar nessa fase da vida promovendo sua saúde.

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Sair do sedentarismo não é fácil, mas é possível, é necessário substituir hábitos
para que se possa resistir ao realizar atividades físicas. O estilo de vida que as pessoas
vivem na atualidade muito contribui para o sedentarismo. Estar sempre com pressa e
optar por “fast food” é a realidade de muitos.
Para se ter resultados efetivos há de se adaptar os treinos físicos à rotina do
sedentário, obedecendo um programa de treinamento pré-elaborado pelo profissional
para evitar excesso de treinamento que acarreta o desânimo e consequentemente a
desistência. O desafio do professor é manter o aluno motivado para o treino, sempre.
A cada ano, e no mundo todo, mais de dois milhões de mortes estão ligadas à
inatividade física. Essas mortes integram o aumento de enfermidades, e incapacidades
causadas pelas doenças crônicas não transmissíveis, como doenças cardiovasculares,
cânceres e diabetes.
O aumento do sedentarismo na atualidade revelou-se um problema para a
civilização moderna, e um dos principais desafios para a saúde pública; sendo tal fato
demonstrado pela predominância atual de esforço físico de muito leve intensidade, na
maioria das atividades humanas, o que demanda um gasto energético inferior a 500 kcal
por dia, valor este 15 vezes menor se comparado ao dos ancestrais que viveram há 100
mil anos, que, por serem nômades, andarilhos, caçadores e coletores de alimentos,
necessitavam gastar em torno de oito mil kcal diárias com atividades de sobrevivência
(CARDAIN et al., 1998).
O sedentarismo vem sendo estudado cientificamente desde os anos 50, a partir
dos estudos pioneiros de MORRIS et al (1953a, 1953b) com grupos de trabalhadores
ingleses de empresas públicas, que relacionaram o baixo nível de atividade física no
trabalho e a morbimortalidade por doenças cardiovasculares, mais precisamente o infarto
e o derrame.
Naquela época, o Dr. Morris, verificou que o risco de doença cardíaca era duas
vezes maior entre os motoristas de ônibus e os balconistas dos correios, cujas atividades
laborais quotidianas eram sedentárias, do que entre os cobradores e carteiros, cujas
atividades laborais demandavam esforço físico regular.
Nos Estados Unidos, cerca de 60% da população adulta, e 50% dos adolescentes,
são avaliados como sedentários, segundo o “National Center for Chronic Disease
Prevention and Health Promotion”. No Brasil, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística indicam 80,8% de adultos sedentários. O levantamento realizado neste ano
pela Sociedade Brasileira de Cardiologia afirma que 83% da população é sedentária
(REVISTA SAÚDE PÚBLICA,2011).
A falta de exercícios e prática da atividade física sempre foi associada com um fator
de perigo para a saúde, mas, a partir de 1994, na elaboração de um documento conjunto
entre “American Heart Association”, a Organização Mundial de Saúde e a “International
Society and Federation of Cardiology” classificou o sedentarismo em uma escala superior
de risco à saúde, nos Estados Unidos.
A Estratégia Global para Dieta, Atividade Física e Saúde da OMS recomenda, pelo
menos, 30 minutos de atividade moderada, na maioria dos dias de semana, para reduzir
os riscos de doenças crônicas.
O sedentarismo é um fator de risco importante para o desenvolvimento de doenças
crônicas. Estudos mostram que a inatividade física é prevalente em mulheres, idosos e
pessoas de baixo nível social; daí a importância de se implantar, com a afetividade e o
método de ensino ideal, novas opções didáticas para a ministração dos conteúdos da
disciplina da Educação Física (a exemplo do treinamento funcional, por intermédio do qual
se apresenta possível a observação das necessidades e limitações de cada estudante,
ante seu histórico de vida), criando nas crianças e jovens o hábito da prática regular de
uma atividade física, e prevenindo que os mesmos, futuramente, transformem-se em

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indivíduos sedentários, circunstância esta que, inclusive, beneficiaria a ordem pública de
nosso país, mediante a drástica redução de gastos com o Sistema Público de Saúde.

Considerações Finais

Levando em consideração todo o exposto vê-se que o treinamento funcional é uma


grande ferramenta para melhora da qualidade de vida das pessoas, fez-se uma revisão
de alguns estudos que versavam sobre o treinamento funcional e observou-se que nos
artigos trabalhados a principal característica física eram a força muscular e o equilíbrio
que são duas importantes valências físicas para a manutenção da saúde física e evitar as
quedas principalmente nos idosos que é uma das principais causas da morte e ou
dependência. Trauma é a quinta causa de mortalidade da faixa etária é maior que 85 anos
sendo que a queda responsável por 70% das mortes acidentais em pessoas acima de 70
anos tiveram grandes ganhos na mobilidade, agilidade, coordenação motora que também
são de grande importância para a manutenção da autonomia funcional do idoso.
O formato do modelo de treinamento foi muito importante, pois em todos os
estudos tiveram a metodologia de intervenção o formato do circuito, modelo este que tem
grande aceitação por parte dos praticantes e que se podem trabalhar em várias
capacidades físicas ao mesmo tempo, portanto conclui-se que o treinamento funcional
contribui enormemente para melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas.
Logo, conclui-se que embora o termo treinamento funcional não se apresente
devidamente incluído o mesmo já vem sendo praticado por pessoas de várias idades,
através de atividades físicas que envolvem aceleração, estabilização e desaceleração
articular, força e eficiência neuromuscular.

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