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total de 9.704 mortes até junho, sendo que esses óricos permitindo construir um tipo de análise
dados não incluem registros completos de al- que incorpora os estudos sobre percepção de
guns estados. “No Brasil, cerca de dois terços dos riscos como um dos insumos que influenciam o
leitos hospitalares dos setores de ortopedia e trau- comportamento de dirigir.
matologia são ocupados por vítimas de aciden- Em relação aos riscos, duas vertentes de aná-
tes de trânsito” (Pires et al., 1997, apud Marín & lise podem ser identificadas: de um lado, a avalia-
Queiroz 2, p. 8), revelando uma escala gigantesca ção de risco, desenvolvida pelas ciências naturais
de mutilações evitáveis. com utilização de instrumentos e modelos de de-
Essas constatações transformam o trânsito terminação de riscos objetivos; de outro lado, a
em uma questão de Saúde Pública 2 e em um dos percepção de risco, estudada pelas ciências hu-
principais problemas dos ambientes urbanos. manas 5,15,16,17,18,19.
Estudos apontam para o excesso de velocidade A avaliação de riscos foi considerada uma
como uma das maiores causas dos acidentes de atividade objetiva com enfoque predominante-
trânsito e dos índices de morbi-mortalidade de mente quantitativo, focalizando as causas dos fe-
pedestres 4, ao lado da ingestão de álcool. nômenos 16. As análises técnicas e quantitativas
na temática dos riscos desconsideram que tanto
causas como conseqüências dos danos são me-
Perspectiva de análise diadas por experiências e interações sociais 20.
Nessa abordagem, o risco é definido: “como
Este estudo aborda o excesso de velocidade no evento adverso, uma atividade, um atributo fí-
trânsito a partir do referencial da percepção dos sico, com determinadas probabilidades objetivas
riscos estudada pela Psicologia, mas destacar de provocar danos, e pode ser estimado através de
alguns marcos da teoria social sobre riscos é im- cálculos de níveis de aceitabilidade que permitem
portante. Segundo Guivant 5, é com Giddens 6 e estabelecer standards, através de diversos méto-
Beck 7 que essa temática emerge no centro da dos (predições estatísticas, estimação probabilís-
teoria social. Para esses sociólogos, a sociedade tica do risco, comparações risco/benefício, análi-
industrializada enfrenta riscos ambientais e tec- ses psicométricas). O conceito de ‘risco aceitável’,
nológicos que são centrais e constitutivos des- decisivo nesta abordagem técnica, foi inicialmen-
sa sociedade, promovendo ameaça constante e te formulado em 1969 por Starr” 5 (p. 3).
sendo fonte potencial de autodestruição. Por- Uma outra vertente se contrapõe a essa su-
tanto, a confiança nos peritos, na tecnologia, no posta objetividade e compreende que a estima-
progresso, na racionalidade do homem moderno tiva de riscos se dá num contexto de incertezas
e em sua capacidade de gerenciar as ameaças foi e ambigüidades. Constata-se a própria subje-
abalada. O medo, a desconfiança e a incerteza fa- tividade dos peritos, já que diferentes sistemas
zem parte do cotidiano na contemporaneidade. e referenciais são utilizados para avaliar riscos
Os riscos são inerentes à modernidade. A análise e, portanto, há divergências no que se refere a
da trajetória das análises de risco abordada por métodos de estimativa de riscos, de determi-
Guivant 5 indica a extensão, a multiplicidade de nação de níveis de tolerância e aceitação de
enfoques e a complexidade do tema. Embora riscos, além da comunicação e administração
reconhecendo a importância dos estudos sobre de riscos. Isso corrói a idéia de objetividade, en-
riscos na vertente sociológica e as contribuições fatizando a necessidade de se incluir outros ní-
pioneiras de Douglas 8 e Wildavsky 9, não será veis de análise 15, já que a percepção dos leigos
esse o referencial privilegiado neste estudo para foi vista em oposição à avaliação de riscos feita
a análise do comportamento dos motoristas em pelos técnicos, e que ambas estão permeadas
relação ao excesso de velocidade. de pressupostos morais e sociais advindos das
Este estudo compartilha a idéia de que ou- experiências de cada um e que respondem a ra-
tras teorias podem ser úteis na compreensão do cionalidades diferentes 21.
comportamento humano no trânsito 10,11, co- Embora a perspectiva cognitiva (conheci-
mo é o caso da Teoria Geral dos de Sistemas 12, mento e controle) esteja presente no conceito de
cujo alcance, já há muito, extrapola a vertente risco percebido, Lima 16 (p. 16) destaca “os esfor-
biológica na qual foi concebida. O trânsito pode ços individuais de gestão da ameaça, que levam
ser analisado como um sistema composto por freqüentemente a estratégias de minimização do
três subsistemas: a via, o veículo e o homem. São risco” e afirma que “a percepção de riscos tem
identificados diferentes níveis de complexidade muito mais a ver com medo do que com uma es-
13, e alguns autores 12,14 salientam a existência de timativa correta de probabilidades”. A percepção
propriedades emergentes não acessíveis aos pro- dos leigos estudada pela Psicologia cognitiva teve
cessos analíticos. Dessa forma, a Psicologia pode grande influência a partir dos estudos conduzi-
apropriar-se desse conjunto de pressupostos te- dos por Fischhoff et al. 22.
do estabelecido pela norma, e os motoristas ar- da listagem contendo 441 motoristas, foi possível
gumentam que exceder moderadamente o limite localizar, fazer as triagens e entrevistar 20 deles.
de velocidade não representa perigo. A ausência Caracterização dos motoristas: são 20 moto-
de razão aparente para a determinação de limites ristas multados, sendo 3 mulheres e 17 homens,
de velocidade é um fator que leva à infração 26. todos com idade acima de 30 anos; 11 com curso
superior, 8 com o ensino médio e 1 completou o
ensino fundamental. Dos 16 motoristas não mul-
Objetivo e procedimentos tados: 2 com mestrado, 6 com curso superior, 3
com o curso médio, 3 com o ensino fundamental
Este artigo identifica e analisa os fatores envol- e 2 não completaram o ensino fundamental. A
vidos na percepção de risco dos motoristas em maioria dos motoristas dirige a maior parte do
relação ao excesso de velocidade. tempo só, em ambos os grupos.
O roteiro de entrevista continha 25 questões
Participantes abordando: conceituação de excesso de veloci-
dade, significado, riscos, sentimentos, fatores
Foram entrevistados 20 motoristas com mais responsáveis pelo comportamento de exceder
de nove multas por excesso de velocidade e 16 a velocidade, impacto das multas em relação à
motoristas sem multas, da cidade de Curitiba, prevenção (somente para multados), mudança
Paraná, Brasil. O primeiro contato foi telefônico, de comportamento (idem), fiscalização eletrô-
com a apresentação da pesquisadora, dos objeti- nica, conhecimento de distâncias de frenagem
vos e da forma de obtenção dos dados pessoais e percepção do comportamento do outro grupo
sobre as multas, quando então era solicitada a pesquisado.
informação sobre a autoria das infrações, con- A análise qualitativa indicou as convergên-
dição para integrar o grupo de multados a ser cias e divergências entre os dois grupos de entre-
pesquisado. Foi solicitado o consentimento para vistados, com base nos fatores que afetam a per-
participação na pesquisa, bem como foi assumi- cepção de risco, tais como: controle; confiança;
do o compromisso de sigilo de todas as informa- consciência do risco; confronto entre risco obje-
ções que pudessem identificar os participantes. tivo e risco percebido; grau de familiaridade com
As entrevistas foram realizadas na residência ou o risco; gravidade do risco; extensão dos danos; e
local de trabalho dos participantes, conforme responsabilidade pela prevenção 15,16,27,28,29,30. A
sua escolha. Para os motoristas não multados, o partir das respostas dos motoristas, foi possível
procedimento foi semelhante. construir agrupamentos que se consolidaram em
Os motoristas multados entrevistados foram categorias, cuja base se encontra nos fatores que
identificados por sexo e idade, e as mesmas va- afetam a percepção de riscos.
riáveis foram consideradas para selecionar e en-
trevistar motoristas sem infrações, significando
que essa amostra foi dirigida a partir de listagem Análise dos depoimentos
específica emitida pelo DETRAN-PR (Departa-
mento de Trânsito do Paraná). No entanto, a co- Para ilustrar a análise, alguns depoimentos foram
leta de dados restringiu-se a 16 motoristas, em transcritos em itálico, com indicação de multado
função da impossibilidade de manter contato ou (M) ou não multado (N).
de se efetivar as entrevistas. Quando os motoristas responderam “o que é
Composição da amostra: para localizar os excesso de velocidade?”, permitiram identificar
motoristas infratores, foi analisada uma listagem três categorias de respostas: (1) definições que
fornecida pelo DETRAN-PR, emitida em 29 de ja- fazem referência à via; (2) definições que fazem
neiro de 2001, que identifica 441 motoristas com referência à lei ou à via, mas apresentam distor-
nove ou mais multas por excesso de velocidade. ções pessoais; e (3) definições pessoais.
No entanto, ainda não era possível afirmar que A primeira categoria inclui definições de ex-
esses motoristas multados fossem os responsá- cesso de velocidade que fazem referência à via
veis pelas infrações. Desse total de 441 motoris- como determinante do limite de velocidade. É
tas, foram excluídos 406 [sem possibilidade de exemplo a seguinte resposta: “Existe um ideal de
localização (217), telefone incorreto ou desligado velocidade para cada lugar, cada região, em fun-
(54), várias tentativas de contato (80), recado sem ção da estrutura. As velocidades estão fixadas ade-
retorno (14), participaram de reciclagem (10), de- quadamente. Existem normas técnicas que esta-
clararam-se não autores das infrações (30), não belecem isso. Acho-me incapaz de julgar se as ruas
quis participar (1)], e 35 motoristas declararam- estão com velocidades adequadas ou não” (M).
se autores das infrações, sendo que, com 15 de- A segunda categoria inclui definições de ex-
les, não foi possível realizar as entrevistas. Enfim, cesso de velocidade que fazem referência à lei ou
à via, mas apresentam ambivalências demons- local. A placa é só um referencial” (M). “Velocida-
trando uma visão particularizada que distorce o de superior à velocidade necessária para ter ple-
que a lei prevê. Ou seja, sempre há uma ponde- no controle do veículo” (M). “É transitar numa
ração que perverte o sentido expresso em lei e velocidade não compatível com as condições de
que particulariza o excesso. Na percepção desses segurança da pista. Com carros em bom estado,
motoristas, a velocidade na qual eles transitam o limite deve ser pelo menos de 80/90, nas vias rá-
não deve ser considerada como excesso. Essa pidas. O ideal seria deixar por conta do motorista
distorção a partir de uma análise estritamente (a definição de excesso)” (M). “Dirigir o veículo de
pessoal confirma a idéia de reinterpretação do uma forma que não tenha controle. Tem que ter
conhecimento perito pelos leigos, ou seja, os mo- bom senso, além das velocidades liberadas, tem
toristas levam em consideração o fator indicado que sentir” (M). “Não ter controle numa emergên-
na própria lei (tipo de via), porém com caracte- cia em desviar ou parar o veículo” (M). “Conceitos
rísticas pessoais. Para compreender alguns de- de velocidade mudam tanto com o tempo. Não
poimentos, é importante registrar que, em Curi- me senti multado por excesso de velocidade” (M).
tiba, a população denomina incorretamente de “Ultrapassar o limite seu, do carro. Não é neces-
“via rápida” algumas vias, e nelas a velocidade sariamente a velocidade da placa. Concepção de
máxima determinada pelos órgãos oficiais é de alta velocidade tem várias” (M). “É aquela que
60km/h. foge do controle, de domínio do veículo. Na chuva
“Acho que depende das vias. Numa via rápi- pode ser 60, 70. Numa estrada ir a 120, 130, num
da, excesso é acima de 80” (M). “Ultrapassar os belo dum carro não é excesso” (M). “Além do que a
limites, conforme a sinalização. Eu estava a 62, pessoa sente seguro dirigir. Não é só o radar” (N).
70, quando fui multado. Qual a diferença entre “Não conseguir mais controlar o veículo. Na
60 e 70? É muito pouco. Antigamente era 80 na periferia 80 já não é tanto” (N). “Mais de 70, 80
estrada, hoje é 110. Isto prova que nem sempre a na cidade” (N). “É estar acima da velocidade da
sinalização está correta” (M). “Ultrapassar os li- maioria dos carros. O meio ambiente dita a regra
mites de cada um. Cada um define. Mas tem que de como tem que agir” (N). “Exceder o limite segu-
ter as normas. [E após reflexão.] Ultrapassar os li- ro de trânsito numa via” (N).
mites estabelecidos pelo código/órgão competente. É importante destacar, em cada uma dessas
As minhas multas são entre 67, 69, 72 e 75, nada definições de excesso de velocidade, as variáveis
de 80, 90, 100” (M). “É a velocidade incompatível presentes: a sinalização, o controle alocado no
com o local. Andar a 70/80 na via rápida não é próprio motorista, o controle exercido sobre o
excesso” (M). “É andar acima da placa. Se está li- motorista e a confiança.
vre, pode passar, sem abusar muito” (N). “Se é na Os motoristas infratores pesquisados igno-
cidade, se está acima de 100 já é um excessozinho. ram a indicação das placas de sinalização de velo-
Na estrada nunca ando mais de 120. Até 80 não cidade por diversas razões. Uma delas é a falta de
é excesso. Se bem que depende onde está, depen- credibilidade das instâncias responsáveis pela de-
de das placas. Depende da velocidade permitida. terminação da velocidade máxima permitida 26,
Procuro obedecer o que o local permite” (N). “Isto bem como o desconhecimento dos parâmetros
é muito relativo. Legal é infringir, exceder o que é que norteiam essa determinação, expressa por
previsto para cada via. Mas entendo também que um motorista ao afirmar que “antigamente era
tem a ver com a condição do veículo. Se as pessoas 80 na estrada, hoje é 110, isto prova que nem sem-
tivessem noção dos tipos de vias controlariam me- pre a sinalização está correta” (M). Isso atesta
lhor essas informações” (N). que a confiança nos órgãos que devem definir
A terceira categoria, a mais preponderante, as velocidades foi abalada, e, em decorrência,
inclui definições de excesso de velocidade com a percepção dos riscos fica comprometida por
caráter pessoal, que contrariam o texto da lei. esse descrédito fazendo com que o motorista se
Essas definições propiciam a identificação dos balize por critérios internos, pessoais, sem levar
fatores internos que são levados em conta pelo em conta parâmetros técnicos ou legais como
motorista quando ele adota uma determinada norteadores de seu comportamento.
velocidade. Dentre esses fatores, destacam-se o Um motorista infrator afirmou que “menos
controle e a confiança, alocados principalmente de 60 não é excesso no perímetro urbano” (M).
no próprio motorista ou mesmo no carro, como Na percepção desse motorista, há uma confiança
relevantes na definição do que é excesso de velo- no limite de velocidade de 60km/h no perímetro
cidade. Os depoimentos, a seguir, ilustram essa urbano que imprime certas garantias ou imu-
terceira categoria. niza contra riscos. Nesse caso, identificam-se o
“É ultrapassar o limite em local onde não há controle, a minimização do risco, a confiança e
possibilidade do uso do veículo no seu potencial. a baixa credibilidade nas instâncias que devem
Não é dito por uma placa. É um momento e um gerenciar as ameaças 16 como alguns dos fatores
Considerações finais
rência do sentido público expresso no trânsito e multado”. A fiscalização faz a mediação entre a
não como contestação a liberdades individuais, norma e o comportamento, na medida em que
é possível adotar comportamentos compatíveis sua presença sinaliza a potencialidade de riscos
com as normas. e o benefício público advindo da submissão a
A partir deste estudo, constata-se que o pa- ela. A partir dos depoimentos dos motoristas
pel da fiscalização eletrônica como instrumen- infratores, essa mediação foi identificada atra-
to para coibir o excesso de velocidade se mos- vés da preocupação voltada para a presença
trou útil: (a) nas percepções dos motoristas in- dos mecanismos de fiscalização eletrônica da
fratores, por imposição; (b) nas percepções dos velocidade e não para a velocidade, indicando
motoristas não multados, por aceitação de um que o estímulo discriminativo para obediência
mecanismo regulador que orienta o trânsito; (c) à norma se deslocou da sinalização para a fis-
na análise técnica dos órgãos responsáveis pelo calização.
gerenciamento da fiscalização, pela constata- Em suma, este estudo sobre o excesso de ve-
ção da redução de acidentes e da velocidade. locidade evidencia a percepção individualista de
Dessa forma, o insumo “placas de sinali- um fenômeno que é coletivo (trânsito), anali-
zação e de excesso de velocidade” é mediado sando alguns fatores que contribuem para essa
pela fiscalização. E sua aceitação ou rejeição distorção de percepção dos riscos identificada
modifica o processamento das informações, tanto entre motoristas infratores como entre
resultando em comportamentos “ser ou não motoristas sem multas.
Resumo Colaboradores
Este trabalho discute percepção de riscos no trânsito, I. P. Thielen desenvolveu a pesquisa e elaborou o ma-
comparando um grupo de motoristas infratores a um nuscrito. R. C. Hartmann participou da criação, redação
grupo de motoristas sem multas por excesso de veloci- e revisão final do texto para publicação. D. P. Soares par-
dade. O objetivo da pesquisa foi explicitar a interação ticipou das etapas de seleção de conteúdos e criação do
entre a norma de velocidade e o comportamento de texto, além da redação de explicações complementares
excesso de velocidade. Nas justificativas para o exces- às Figuras 1 e 2 e conteúdos específicos da Teoria Geral
so de velocidade, foram identificados importantes fa- dos Sistemas.
tores na determinação da percepção de risco: controle
(centralizado no motorista), minimização do risco (a
velocidade na qual eles transitam não oferece riscos), Agredecimentos
confiança (eles se julgam hábeis motoristas e podem
definir o que é excesso de velocidade) e falta de credibi- A Coodenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
lidade nas instâncias que devem gerenciar as ameaças. Superior (CAPES) pelo financiamento da pesquisa.
Os infratores revelam uma construção cognitiva de in-
vulnerabilidade pessoal, associada a um otimismo ir-
realista e autopercepção superavaliada, aliadas a uma
exagerada percepção de controle sobre o ambiente,
centralizado em sua perícia e habilidade. Não há di-
ferença de percepção de riscos entre os motoristas dos
dois grupos. Não há correspondência entre riscos ob-
jetivos e riscos percebidos, pois os motoristas dos dois
grupos percebem riscos objetivos genericamente consi-
derados, porém descontextualizados da potencialida-
de para acidentes embutida em diferentes velocidades.
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Recebido em 10/Nov/2006
Versão final reapresentada em 24/Mai/2007
Aprovado em 05/Jun/2007