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CURSO ON-LINE – ECONOMIA PARA AFRFB Aula 02

TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS


PROFESSOR HEBER CARVALHO
AULA 02: Balanço de pagamentos. Regimes
cambiais.

Olá caros(as) amigos(as),

Prosseguindo com o nosso curso de Economia para AFRFB, hoje,


veremos o 2º assunto mais importante do curso: o Balanço de
Pagamentos, em um contexto da Macroeconomia aberta, onde
consideramos as operações de um país com o resto do mundo.

A probabilidade de uma questão sobre BP cair na sua prova é


bastante grande e este assunto só perde em importância para o tema
“Contas Nacionais”. Em praticamente todos os concursos para AFRFB,
tivemos questões sobre BP. Portanto, fique atento! Dê o gás nessa aula,
até porque o assunto não é tão difícil, de tal forma que você não deverá
deixar escapar esse(s) ponto(s)!

Aproveitando que estudaremos o BP, veremos ainda outro assunto


que também guarda íntima relação com a Macroeconomia aberta, que é o
estudo da política cambial, ou dos regimes cambiais.

E aí, todos prontos?! Então, aos estudos!

1. O BALANÇO DE PAGAMENTOS

1.1. Conceito e Generalidades

No contexto da globalização e da integração dos mercados, em que


os países cada vez mais realizam transações com o resto do mundo,
torna-se importante a mensuração destas atividades econômicas
internacionais. Nesse sentido, surge o Balanço de Pagamentos (BP) que,
de modo geral, tem o objetivo de registrar as operações econômicas entre
um país e o resto do mundo.

Assim, quando alguém compra um produto importado, faz uma


viagem internacional, ou envia dinheiro para um parente que reside no
exterior, temos exemplos de operações que serão registradas no BP, pois
envolvem transações econômicas entre um país e o resto do mundo.

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Segundo Simonsen & Cysne, “define-se Balanço de Pagamentos
como sendo o registro sistemático das transações entre residentes e não
residentes de um país durante determinado período de tempo.” Da forma
como está posto o conceito, podemos inferir inicialmente três importantes
observações.

Primeiro, ele é o registro sistemático de transações. Apesar da


denominação Balanço de Pagamentos, o BP, em sua essência, é um
balanço de transações e não de pagamentos. Isto significa que as
operações contabilizadas no BP podem envolver ou não pagamentos, de
fato, muitas delas não envolvem pagamentos diretos em moeda, como é
o caso, por exemplo, de doações de mercadorias a título de ajuda
humanitária. Outro ponto é a forma de registro sistemático, que segue o
método das partidas dobradas: a um débito em determinada conta deve
corresponder um crédito em outra conta, e vice-versa. Tal mecanismo
segue a mesma lógica que se estuda na disciplina Contabilidade Geral.

Segundo, as transações que devem registradas são aquelas


envolvendo residentes e não residentes. O referencial para se distinguir o
residente do não residente é o lugar onde esteja localizado seu “centro de
interesse”.

É considerado residente no Brasil todo aquele que tem o “centro de


interesse” neste país, ou seja, onde se espera que ocorra de modo
permanente a sua participação na produção e consumo de bens e
serviços. Caso um brasileiro esteja no exterior temporariamente,
exercendo atividade de duração prevista, será considerado residente (no
Brasil). Por outro lado, se estiver morando permanentemente no exterior,
será considerado não residente.

Podemos listar como exemplo de residentes no Brasil aqueles que


aqui vivem permanentemente (incluindo os estrangeiros com residência
fixa), os brasileiros em serviço no exterior (diplomatas, funcionários de
embaixadas, militares em missões de paz, etc), os turistas brasileiros que
se encontram em viagem no exterior, estudantes temporariamente
fazendo cursos no exterior, e as empresas sediadas no país, inclusive se
forem filiais de empresas estrangeiras.

São considerados não residentes aqueles com centro de interesse


em qualquer outro lugar que não seja o Brasil. Podemos citar como
exemplo de não residentes os turistas estrangeiros em passagem no país,
as empresas nacionais instaladas no exterior, as embaixadas estrangeiras
no Brasil (o centro de interesse de tais embaixadas é o seu país de
origem), os estrangeiros em serviço pelos seus países de origem, os
estudantes estrangeiros temporariamente realizando cursos no Brasil, os
jogadores de futebol brasileiros que atuam no exterior, etc.

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Apesar do conceito dado por Simonsen & Cysne indicar a regra


geral (o registro de transações entre residentes e não residentes),
segundo o Manual do Balanço de Pagamentos do FMI, 5ª. edição, pode
haver situações em que transações apenas entre residentes ou apenas
entre não residentes serão contabilizadas1. Para fins de concursos, ao
avaliar uma assertiva como certa ou errada, considere a regra geral. Caso
a assertiva faça menção a palavras sempre, somente, em todos os casos,
avalie levando em conta os critérios do Manual do FMI, que é adotado
pelo Brasil. Como exemplo, considere as seguintes afirmações:

 São registradas no BP as transações entre residentes e não


residentes. CERTO, por indicar o conceito, a regra geral.

 São registradas no BP somente as transações entre residentes e


não residentes. ERRADO, pelo uso da palavra “somente”.

Terceiro, são registradas as transações ocorridas durante


determinado período de tempo, o que nos indica a ideia de fluxo, ao
contrário da ideia de estoque (vimos as diferenças entre “fluxo” e
“estoque” na página 14 da aula 00). Ou seja, o objetivo é mensurar as
transações que ocorreram durante certo tempo. A periodicidade, em
geral, é de um ano (segundo o ano civil do país), todavia, é bastante
comum a apresentação de balanços trimestrais e/ou até mesmo mensais
de modo a haver melhor acompanhamento da situação das contas
externas do país.

Ainda que não conste expressamente no conceito, julgo importante


ressaltar que as transações são expressas em dólares americanos. Como
elas são efetuadas entre residentes e não residentes de diversos países,
há a necessidade de converter os valores, que inicialmente estão em
várias moedas, em apenas uma moeda que seja de aceitação
internacional (dólar americano). Logo, se uma transação é efetuada em
uma moeda qualquer, o valor inicial será convertido em dólar por ocasião
do registro no BP.

1
Para o FMI, a transferência de obrigações e ativos financeiros estrangeiros pode não permitir a
identificação das duas partes envolvidas na transação. Assim, não é possível para essas operações
determinar a pessoa que transmite ou recebe o ativo ou a obrigação estrangeira. Por este motivo,
tais transferências podem ocorrer apenas entre residentes ou entre não residentes e, mesmo assim,
serem contabilizadas no BP (Manual do Balanço de Pagamentos do FMI, 5ª. Edição, parágrafos 13 e
318).

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1.2. Contabilização

A contabilização segue o método das partidas dobradas, isto é, a


cada débito em determinada conta deve corresponder um crédito em
alguma outra e vice-versa. A fim de facilitar a contabilização, nós
podemos dividir as contas do BP em dois grandes grupos, a saber:

a) as contas operacionais
b) as contas de reservas (ou conta de caixa)

As contas operacionais correspondem efetivamente à transação


realizada. Nas palavras de Simonsen & Cysne: correspondem ao fato
gerador do recebimento ou da transferência de recursos ao exterior.
Temos como exemplo as contas de: exportações, importações,
empréstimos, financiamentos, transferências unilaterais, etc.

Quando o fato gerador de uma transação provoca entrada de


recursos no país (uma exportação, por exemplo), a conta do fato gerador
é creditada e o recurso que entrou no país é lançado com sinal positivo.
Por outro lado, quando o fato gerador provoca saída de recursos do país
(uma importação, por exemplo), a conta do fato gerador é debitada e o
recurso que saiu do país é lançado com sinal negativo.

Assim, podemos estatuir que a entrada de recursos (de meios de


pagamento internacionais) é considerada um crédito e é lançada com
sinal positivo na conta operacional (conta correspondente ao fato
gerador). Por outro lado, a saída de recursos é considerada um débito e é
lançada com sinal negativo na conta operacional.

Como a contabilização segue o método das partidas dobradas, a


cada transação registrada em qualquer conta operacional corresponderá
uma contrapartida de sinal oposto na conta de reservas (ou conta caixa).
Assim, quando temos entrada de recursos (exportação, por exemplo),
haverá um lançamento a crédito (positivo) na conta operacional (conta de
exportação) e um lançamento a débito (negativo) na conta de reservas
(conta caixa), semelhante ao que acontece na Contabilidade das
empresas.

Por exemplo, imagine a importação de uma mercadoria no valor de


US$ 100. Como saíram recursos do país (saem dólares/divisas do país), a
conta Importações será debitada em 100. A contrapartida será um
crédito, em igual valor, na conta de Reservas. Segue o lançamento:

D Importações 100
C Reservas ou conta Haveres ou conta Caixa 100

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Imagine agora que uma empresa brasileira tenha exportado
mercadorias no valor de US$ 300. Como entraram recursos (provenientes
da venda), a conta Exportações será creditada em 100. A contrapartida
será um débito, em igual valor, na conta Caixa. Segue o lançamento:

D Conta caixa ou haveres 300


C Exportações 300

Nota  no item 1.4, mostraremos exemplos de contabilização


envolvendo praticamente toda a estrutura do BP.

O fato da conta de reservas ser a contrapartida das contas


operacionais faz com que nela seja registrada toda a movimentação dos
meios de pagamento internacionais à disposição do país. Ou seja, tal
conta registra a movimentação dos meios de pagamento que a Autoridade
Monetária (no caso do Brasil, o Banco Central) pode utilizar para
pagamento de qualquer dívida ou aquisição de direitos junto a não
residentes.
Assim, podemos concluir que estes meios de pagamento são os
ativos que a autoridade monetária dispõe em seu caixa. Tais ativos
incluem não somente dinheiro (que são as divisas2), mas também
qualquer meio de pagamento que torne possível à Autoridade Monetária
realizar pagamentos ao exterior (a não residentes). São estes os meios de
pagamento internacionais: haveres no exterior, ouro monetário, direitos
especiais de saque (DES) e reservas no FMI. Eles serão explicados no
próximo item, onde veremos a estrutura do balanço de pagamentos.

Ainda julgo importante mencionar o fato de que a regra de


contabilização acima explicada é apenas a regra geral. Há determinadas
operações em que a contrapartida do lançamento realizado na conta
operacional nem sempre será a conta caixa ou reservas. Exemplificando o
caso mais comum: uma doação de bens.

Quando um bem é doado de um país estrangeiro para o nosso país,


haverá um lançamento a crédito na conta Transferências Unilaterais
(recebimento de recursos), mas o lançamento a débito não ocorrerá na
conta caixa, pois não houve ingresso de meios de pagamento mas sim de
bens. Então, a saída encontrada é debitar a conta Importações, tendo em
vista ter se tratado da entrada de um bem. Segue o lançamento, supondo
a doação para o Brasil de um bem no valor de US$ 150.

D Importações 150
C Transferências unilaterais 150

2
Divisas é o mesmo que moeda estrangeira.

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1.3. ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS

A instituição responsável pela elaboração e divulgação do BP é o


Banco Central do Brasil (BACEN). A partir de 2001, o BP passou a ser
divulgado de acordo com a metodologia contida no Manual do Balanço
Pagamentos do Fundo Monetário Internacional, 5ª. Edição, de 1993. Vale
ressaltar que as mudanças propostas nessa edição não foram impositivas,
de tal forma que o Manual é apenas uma recomendação. Nesse sentido, o
Brasil só veio a implementar tais mudanças 8 anos depois, em 2001.

Para fins de concursos públicos, mesmo após a adoção pelo BACEN


da nova metodologia, em 2001, muitas questões de provas mantiveram a
metodologia antiga como ponto de partida para a cobrança dos conceitos
e cálculo dos diversos saldos exigidos em provas. Para isso, as questões
não afirmavam expressamente em seus enunciados que se tratava do BP
do Brasil, mas sim do BP de algum país hipotético, o que teoricamente as
desobrigava de utilizar a nova metodologia.

Desta forma, estudaremos a metodologia velha e, após isso,


veremos a metodologia atual. Assim, estaremos familiarizados com
qualquer tipo de questão de BP que se apresente. Outro motivo para que
seja necessário o estudo das duas estruturas é a possibilidade de
cobrança acerca das diferenças entre as metodologias, o que nos obriga a
estudar as duas.

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1.3.1. Metodologia velha

Segue abaixo a estrutura da metodologia antiga, que será o nosso


ponto de partida:

DISCRIMINAÇÃO
A) BALANÇA COMERCIAL
 Exportações (FOB)
 Importações (FOB)
B) BALANÇA DE SERVIÇOS
B.1 – Serviços não fatores
 Viagens internacionais
 Fretes (transporte de mercadorias)
 Seguros
 Serviços governamentais
B.2 – Serviços fatores (RENDAS)
 Rendas do fator de produção capital (juros, lucros,
dividendos)
 Rendas do fator de produção trabalho (salários)
 Rendas do fator de produção tecnologia (royalties, assistência
técnica)
C) TRANSFERÊNCIAS UNILATERIAS
Movimento de donativos do país com o exterior (doações de
mercadorias ou dinheiro).
D) SALDO EM CONTA CORRENTE (SALDO DE TRANSAÇÕES
CORRENTES)
TC = A + B + C
E) BALANÇO (MOVIMENTO) DE CAPITAIS AUTÔNOMOS
Investimentos e reinvestimentos
Empréstimos e financiamentos
Amortizações
Entrada/saída de outros capitais (aplicações no mercado financeiro)
F) ERROS E OMISSÕES
G) SALDO TOTAL DO BALANÇO DE PAGAMENTOS
BP = D + E + F
H) BALANÇO (MOVIMENTO) DE CAPITAIS COMPENSATÓRIOS
Variação das reservas internacionais (haveres no exterior)
Ouro monetário
Operações (empréstimos) de regularização
Atrasados comerciais

Apresentarei, de forma resumida, o que significa cada item do BP. O


maior detalhamento será visto depois que apresentarmos a metodologia
nova e os exemplos de contabilização.

A) Balança Comercial

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Nesta conta, são classificadas as exportações e importações de
bens. As duas transações são registradas no critério FOB (free on
board3), isto é, pelo preço de venda subtraído (líquido) dos
custos de frete e seguros, que são contabilizados no Balanço de
Serviços.

O saldo líquido entre as receitas das exportações e as despesas


de importação representa o saldo da balança comercial. Quando
as exportações superam as importações, temos superávit da
balança comercial. No caso contrário, temos déficit da balança
comercial.

Vale ressaltar que receitas significam entrada de recursos


enquanto despesas de residentes significam saída de recursos.

B) Balança de Serviços
São classificadas as transações envolvendo compra e venda de
serviços. Na metodologia antiga, o balanço de serviços é dividido
em: serviços não fatores e serviços fatores4 (rendas).

Nos serviços não fatores, temos os serviços de frete e de


seguros, gastos com viagens, serviços governamentais (gastos
com embaixadas, consulados, missões diversas). Quando um
residente brasileiro presta/vende serviços a não residentes,
temos receitas de serviços (exemplo: turista estrangeiro em
viagem ao Brasil). Por outro lado, quando residentes brasileiros
tomam/compram serviço de não residentes, temos despesas de
receitas (exemplo: brasileiro em viagem ao exterior).

Nos serviços de fatores (rendas), como o próprio nome sugere,


são classificadas as transações que envolvem remuneração dos
fatores de produção5, como juros, lucros, rendas do trabalho,
royalties, etc. Quando um residente envia remuneração de um
fator de produção a um não residente, temos despesa de
serviços (exemplo: uma filial de empresa estrangeira instalada
no Brasil – residente – envia lucros à matriz sediada no exterior

3
Existe o critério FOB (free on board) e o critério CIF (cost, insurance and freight). O primeiro
representa o bem a preço “livre a bordo”, isto é, o preço líquido dos custos com seguros e fretes. O
segundo representa o bem com o preço incluindo os custos com frete e seguros. No balanço de
pagamentos, os custos com frete e seguros são registrados na balança de serviços e não na balança
comercial.
4
Na aula 01, de Contas Nacionais, explicamos o que são fatores de produção. Para relembrar, veja
naquela aula o item 1.2.

5
Lembre que rendas significam remunerações dos fatores de produção (juros + lucros + aluguéis +
royalties + dividendos + salários).

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– não residente). Por outro lado, quando um residente recebe de
um não residente remuneração de um fator de produção, temos
receita de serviços (exemplo: uma filial de empresa brasileira
instalada no exterior – não residente – envia lucros à sua matriz,
instalada no Brasil – residente).

O saldo líquido entre as receitas e despesas de serviços


representa o saldo da balança de serviços. Caso as receitas
superem as despesas, teremos superávit, caso contrário, déficit.

C) Transferências Unilaterais
São classificados os donativos recebidos e enviados ao exterior.
Os donativos recebidos são considerados receitas, enquanto os
donativos enviados são considerados despesas para fins de
contabilização.

D) SALDO DE TRANSAÇÕES CORRENTES


É a soma dos saldos da balança comercial, da balança de
serviços e das transferências unilaterais. Também é denominado
saldo em conta corrente. O déficit em transações correntes
significa que o resto do mundo fez poupança realizando
transações com Brasil. Assim, o déficit em TC é o mesmo que
dizer que houve poupança externa6 (SEXT). Assim, temos:

SEXT = - TC = - (BC + BSv +/- TU)

Como o balanço de serviços inclui remunerações de serviços de


fatores (que são as rendas) e não fatores (serviços comuns).
Podemos definir assim também:

SEXT = - TC = - (XNF – MNF – RLEE +/-TU)

Onde XNF e MNF significam exportações e importações de bens e


serviços (ou seja, exclui as remunerações dos fatores de
produção, daí a nomenclatura XNÃO FATORES); RLEE significa as
rendas que foram enviadas (REE) menos as rendas que foram
recebidas (RRE); e TU significam as transferências unilaterais.

Nota outra nomenclatura para poupança externa ou déficit no


balanço de pagamentos em transações correntes é: passivo
externo líquido. Se houver despoupança externa ou superávit em
conta corrente, teremos passivo externo líquido negativo ou, em
outras palavras, ativo externo líquido.

6
O assunto foi tratado com maior riqueza de detalhes na aula 00, item 1.4.3.

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E) Balanço de Capitais Autônomos
Também chamado de movimento de capitais autônomos ou
simplesmente de balanço ou movimento de capitais, contém os
capitais que entram e saem do país. Os capitais que entram são
considerados receitas, enquanto os capitais que saem são
considerados despesas.

Os capitais entram e saem de um país através de investimentos


diretos, empréstimos, financiamentos, capitais especulativos de
curto prazo, etc.

Exemplos: quando uma empresa multinacional decide abrir uma


filial no Brasil, o investimento é contabilizado neste balanço. O
mesmo ocorre quando um especulador estrangeiro decide
comprar ações de empresas brasileiras ou títulos do nosso
governo. Ao fazer esta operação de compra de ações, por
exemplo, estarão entrando divisas (crédito) que aumentarão o
saldo de nossas reservas (são as aplicações no mercado
financeiro). Quando algum estrangeiro compra participações em
empresas brasileiras ou quando um brasileiro compra
participação em empresas estrangeiras, temos outros exemplos
de transações que deverão ser contabilizadas neste balanço.
 Cuidado: pagamento/recebimento de juros em decorrência de
empréstimos não são contabilizados no balanço de capitais
autônomos, mas sim no balanço de serviços fatores (rendas),
pois juro é uma remuneração de fator de produção. A
amortização de um empréstimo, por outro lado, é contabilizada
no balanço de capitais autônomos.

F) Erros e Omissões
Na prática, sempre haverá transações que, por motivos diversos,
não serão contabilizadas pelos órgãos/instituições oficiais
(transações ilícitas, ocultas, etc). Nesse sentido, ao final da
contabilização haverá ajustes a serem realizados, que são
justamente os erros e omissões. Na grande maioria das questões
de prova, este saldo é omitido, situação em que devemos
considerá-lo nulo.

G) SALDO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS


É dado pela soma do saldo em conta corrente MAIS capitais
autônomos MAIS erros e omissões.

H) MOVIMENTO DE CAPITAIS COMPENSATÓRIOS

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O saldo do balanço de capitais compensatórios sempre iguala,
com o sinal trocado, o saldo do balanço de pagamentos 7. Quando
o saldo do BP é negativo, esse déficit deve ser compensado (daí
o nome capitais compensatórios) com a entrada de meios de
pagamento internacionais, que são estes:

Haveres no exterior: aqui temos a liquidez imediata à disposição


da Autoridade Monetária. São compostos pelo estoque de divisas
(moedas internacionais) e títulos externos de curto prazo, ou
seja, títulos aplicados no mercado internacional que podem ser
resgatados imediatamente para realizar pagamentos do país
(possuem liquidez praticamente igual àquela do estoque de
divisas).

Ouro monetário: é o ouro em poder da Autoridade Monetária e


que é aceito como meio de pagamento entre os países. Vale
destacar que esse é um ouro em poder da Autoridade Monetária.
Por tal motivo, dizemos que é um ouro monetizado (tem função
de moeda), sendo diferente do ouro encontrado em joalherias,
por exemplo, utilizado para fins comerciais. Nesse caso, temos
um ouro não monetário, que não possui função de moeda e não
é e nem pode ser utilizado como meio de pagamento oficial.

Direitos especiais de saque (DES): é uma moeda escritural criada


pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para fazer pagamentos
ou recebimentos entre as Autoridades Monetárias dos países.
Góes & Gadelha8 exemplificam o seu funcionamento como sendo
semelhante a um “cheque especial”. Em outras palavras, quando
um país necessita fazer pagamentos a outro país, ele pode
utilizar os créditos (se houver) constantes em sua conta de
saque no FMI, em vez de pagar em divisas. Esses créditos são
aceitos como decorrência da concordância dos países-membros
do FMI em utilizá-la como meio de pagamento e o fator que
motivou sua criação foi dar maior liquidez ao mercado
internacional.

Reservas no FMI: os recursos disponíveis no caixa do FMI são


oriundos de vários países. Desta forma, a quantidade de dinheiro
que cada país deixa depositado naquele fundo corresponde às
suas reservas no FMI. Vale ressaltar que o dinheiro que fica
depositado no FMI integra os recursos disponíveis do país

7
Quando isto não ocorre, é indicação que houve erro na contabilização das transações, que será
lançado na conta ERROS E OMISSÕES para que os saldos do BP e do Balanço de Capitais
Compensatórios sejam iguais com o sinal trocado.
8
Geraldo Góes e Sérgio Gadelha, Macroeconomia vol. I para concursos e exames da ANPEC.

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depositante. O dinheiro está no caixa do fundo para que este
empreste para qualquer país do mundo, mas se o país
depositante precisar do dinheiro, ele poderá sacar sem incorrer
em empréstimos (não pagará juros). Nesse sentido, se, por
exemplo, o Brasil deposita alguma quantidade de divisas e
depois decide sacar o valor, tal saque não é considerado
empréstimo, pois os recursos pertenciam ao Brasil. Por outro
lado, se o Brasil decide sacar um valor acima da quantidade
inicial que ele havia depositado, o valor a maior é considerado
um empréstimo, denominado empréstimo de regularização, que
geralmente é realizado quando há déficits no saldo total do BP.

Os atrasados comerciais compreendem situações em que o país


tinha divisas a receber, mas não recebeu. Tal insolvência, apesar
de indicar que o país não recebeu divisas a que tinha direito,
deve ser contabilizada para que o balanço “feche”.

Por fim, quando o saldo do BP é positivo, esse superávit provoca


aumenta na quantidade de meios de pagamento internacionais
disponíveis ao país. Quando o saldo é negativo, há redução de
meios disponíveis.

 Transferências líquidas de recursos e hiato de recursos

Transferências líquidas de recursos (TLR) representam o


excesso de exportações (X) sobre as importações (M) de bens e serviços.
Assim, TLR = X – M.

Se o país exportou 100 e importou 30, significa que houve


transferência líquida de recursos no valor de 70. Ou seja, o país teve um
excedente de produção (produção que não foi consumida internamente)
que foi transferido para o resto do mundo. Note que, neste conceito,
quando falamos em recursos, estamos falando, na verdade, de bens e
serviços transferidos e não em dinheiro/moeda transferido(a).

Hiato de recursos é a situação em que a TLR é negativa. Por


exemplo, se o país importou 100 e exportou 80, isto significa que a
produção interna foi insuficiente, sendo necessário importar bens e
serviços. Isto é, houve hiato de recursos no valor de 20 (100 – 80).
Assim, hiato de recursos = M – X.

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1.3.2. Metodologia nova

Agora, segue a nova metodologia, utilizada atualmente no


Brasil:

DISCRIMINAÇÃO
A) BALANÇA COMERCIAL
 Exportações (FOB)
 Importações (FOB)
B) SERVIÇOS
 Transportes
 Viagens internacionais
 Seguros
 Serviços governamentais
 Royalties e licenças
 Aluguel de equipamentos
 Computação e informações
 Outros
C) RENDAS
 Remuneração do fator trabalho (salários e ordenados)
 Rendas de investimentos
 Rendas de investimentos diretos (lucros e dividendos)
 Rendas de investimentos em carteira (juros)
 Rendas de outros investimentos (juros)
D) TRANSFERÊNCIAS UNILATERIAS CORRENTES
Movimento de transferências unilaterais na forma de bens e moeda.
E) SALDO EM CONTA CORRENTE/TRANSAÇÕES CORRENTES
TC = A + B + C + D
F) CONTA CAPITAL E FINANCEIRA (CAPITAIS AUTÔNOMOS)
F.1) CONTA CAPITAL
F.2) CONTA FINANCEIRA
 Investimentos diretos
- Participação no Capital
- Empréstimos e amortizações
 Investimentos em carteira (ou de Portfólio)
 Derivativos
 Outros investimentos
- Empréstimos de regularização
- Direitos especiais de saques
- Atrasados comerciais
- Outros investimentos
G) ERROS E OMISSÕES
H) SALDO TOTAL DO BALANÇO DE PAGAMENTOS
BP = E + F + G
I) VARIAÇÃO DAS RESERVAS INTERNACIONAIS OU HAVERES
VRI ou HAVERES = - H

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Vejamos as principais diferenças entre esta metodologia e a antiga:

1) Introdução de uma conta denominada conta de capital. Nesta


conta, são alocadas apenas as transferências unilaterais
relacionadas com o patrimônio de migrantes e a aquisição de
bens financeiros não produzidos, tais como cessão de
patentes e marcas (bens intangíveis). Esta transferência de
patrimônio de migrante ocorre quando um migrante vai morar
em outro país e leva consigo seu patrimônio ou o transfere a
outra pessoa. Assim, se, por exemplo, eu vou morar nos EUA
e levo comigo meu carro, a transferência deste patrimônio
será registrada nesta conta.
O caso de doações feitas de um governo para outro e
remessas de dinheiro realizadas por migrantes que estão
trabalhando em outros países são contabilizadas no item D
(transferências unilaterais correntes).

2) Como decorrência, na conta Transferências Unilaterais


Correntes do BP, deixaram de ser alocadas as transferências
relacionadas com o patrimônio de migrantes.

3) Criação da conta financeira em substituição ao balanço de


capitais autônomos. Nessa conta, são registradas
basicamente as mesmas contas do antigo balanço de capitais
autônomos.

4) Em vez de balanço de capitais compensatórios, temos agora a


variação das reservas internacionais, que contabiliza somente
o estoque de divisas e haveres no exterior (meios de
pagamento de liquidez imediata). Os outros itens do antigo
balanço de capitais compensatórios (empréstimo de
regularização, atrasados comerciais, DES, etc), na nova
metodologia, ficam contabilizados na rubrica outros
investimentos da conta financeira. Vale ainda destacar que na
conta variação das reservas internacionais (variável fluxo) se
contabiliza a variação e não a quantidade de reservas
internacionais do país (variável estoque).

1.4. Exemplos de lançamentos

Seguem agora alguns exemplos de lançamentos para que você se


familiarize com a sistemática, que é a mesma adotada na contabilidade
geral. Seguiremos a ordem apresentada na explanação da estrutura do
BP.

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Atente para o fato de que fazemos inicialmente o lançamento na


conta do fato gerador (conta operacional) e a respectiva contrapartida
será, na maioria dos casos, na conta caixa (reservas ou haveres).
Pedimos ao aluno que tenha atenção nos lançamentos em que a
contrapartida não se dá na conta caixa/reservas/haveres. Por tal motivo,
são lançamentos com maior probabilidade de caírem em prova.

Ademais, não decore nada, pois tal esforço geralmente é infrutífero.


Prefira raciocinar logicamente, de modo que você aprenda como proceder
aos lançamentos. Sugiro que, antes de ver qual o lançamento correto,
tente você mesmo fazê-lo e, depois, veja se você estava ou não correto.

1) Balança comercial - Exportação de mercadorias

Uma empresa brasileira exporta mercadorias no valor de 50 e


recebe em moeda estrangeira. Em primeiro lugar, houve transação entre
residente e não residente, devendo, portanto, impactar o BP. Sempre que
há exportação, a empresa brasileira (residente) receberá receita. Desta
forma, entrará recursos no Brasil. Essa entrada de recursos será lançada
a crédito na conta do fato gerador (que é conta operacional –
Exportações). Ao mesmo tempo, haverá uma contrapartida na conta
caixa: ela será debitada9 no mesmo valor. Segue o lançamento:

C Balança comercial (exportações) 50


D Reservas 50

O débito no valor de 50 na conta caixa/reservas indica que houve


aumento das reservas internacionais do Brasil neste mesmo valor

2) Balança comercial - Importação de mercadorias

Uma empresa brasileira importa equipamentos no valor de 5,


recebendo o pagamento em dinheiro. Como a importação gera uma saída
de dinheiro, temos que debitar a conta Importações. A contrapartida será
o crédito na conta Reservas. Veja que, igualmente ao que ocorre na
contabilidade geral, quando temos saída de dinheiro do caixa, o
lançamento é a crédito da conta caixa. Segue o lançamento:

D Balança comercial (importações) 5


C Reservas 5

9
Lembre, mais uma vez, que quando há entrada de dinheiro, a conta caixa/reservas/haveres é
debitada, seguindo o mesmo raciocínio da contabilidade geral.

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O crédito no valor de 5 indica que houve redução do saldo das
reservas internacionais do país no mesmo valor.

3) Balança de serviços

Um turista brasileiro paga a diária de um hotel em Nova York no


valor de 1. Neste caso, devemos debitar o balanço de serviços (pois
representou saída de divisa) e, em contrapartida, creditar a conta caixa
(quando sai dinheiro da conta caixa, a mesma é creditada). Veja o
lançamento:

D Serviços (viagens internacionais) 1


C Reservas 1

4) Balança comercial e de serviços

Uma empresa brasileira importou uma máquina no valor de 10,


sendo que, além disso, deve pagar 1 de frete e 1 de seguros. Neste caso,
registramos o valor da máquina na balança comercial e os valores de
fretes e seguros na balança de serviços, uma vez que na balança
comercial registramos o bem pelo critério FOB, isto é, sem considerar
custos com fretes e seguros. Veja o lançamento:

D Balança comercial (importações) 10


D Balança de serviços (frete) 1
D Balança de serviços (seguro) 1
C Reservas 12

Veja que esta operação alterou os saldos da balança comercial


(redução de 10), da balança de serviços (redução de 2) e das reservas
internacionais (redução de 12).

5) Balanço de rendas10

Uma empresa brasileira contraiu empréstimos junto a um banco


estrangeiro e, nesta operação, está pagando juros no valor de 5. Em
primeiro lugar, já sabemos que juro é remuneração de um fator de
produção, logo, é uma renda. Assim, tal operação deve ser contabilizada
no balanço de rendas. Como houve pagamento de juros (envio de
divisas), haverá débito no balanço de rendas e crédito na conta caixa
(crédito em reservas). Veja:

D Balanço de rendas (juros) 5


C Reservas 5
10
Estamos utilizando a metodologia nova nos exemplos de lançamentos.

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6) Balanço de rendas

Uma empresa brasileira, com várias filiais ao redor do mundo,


recebe lucros de uma de suas filiais no exterior no valor de 3. Lucro é
remuneração de fator de produção, logo, é uma renda. Assim, tal
operação deve ser contabilizada no balanço de rendas. Como houve
recebimento de lucros (recebimento de divisas), haverá crédito no
balanço de rendas e débito na conta caixa (crédito em reservas). Veja:

C Rendas (lucros) 3
D Reservas 3

7) Balanço de rendas

Uma empregada doméstica que trabalha na embaixada do Iraque lá


em Brasília recebe o seu salário no valor de 2. Em primeiro lugar, há uma
transação entre residente (empregada doméstica) e não residente
(embaixada do Iraque, tendo em vista seu centro de interesse não ser o
Brasil), logo, deve ser contabilizada no BP. Segundo, salário é
remuneração de fator de produção (é uma renda), com efeito, é
contabilizada no balanço de rendas. Assim, segue o lançamento:

C Balanço de rendas (salários) 2


D Reservas 2

8) Transferências unilaterais

Um dekassegui11 envia dinheiro para sua família que reside no


Brasil, no valor de 1.

C Transferências unilaterais correntes 1


D Reservas 1

9) Transferências unilaterais

Um dekassegui envia, via correio, aparelhos IPODs para sua família


que reside no Brasil, no valor de 3. Aqui, temos uma situação especial. O
recebimento de IPODs será registrado normalmente, isto é,
contabilizaremos um crédito em transferências unilaterais correntes. No
entanto, a contrapartida não será na conta caixa/reservas, tendo em vista
o país não ter recebido meios de pagamento internacionais (divisas,
haveres no exterior, ouro monetário, direitos especiais de saques – ver
letra H do item 1.3.1). Como o recebimento foi na forma de bens, a

11
Brasileiro com descendência japonesa que trabalha no Japão.

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contrapartida será um débito na conta importações. Assim, segue o
lançamento:

C Transferências unilaterais correntes (IPODs) 3


D Balança comercial (importações) 3

Veja que esse lançamento tem regramento diferente daquilo que


vimos até aqui. Isso ocorre pelo fato da transferência ter sido realizada na
forma de bens, e não na forma de meios de pagamento internacionais.
Desta feita, podemos inferir duas importantes conclusões acerca desta
operação.

Primeiro, ela não altera o saldo de transações correntes (há uma


redução na BC e um aumento, no mesmo valor, nas TU). Por conseguinte,
não há alteração no saldo total do BP, nem na variação das reservas
internacionais.

Segundo, a operação, apesar de originariamente não ser uma


importação ou exportação, reduz o saldo da balança comercial. Fique
atento a este tipo de lançamento.

10) Conta capital

Um estrangeiro decide se mudar para o Brasil e traz consigo divisas


no valor de 3, bens no valor de 2, participações em empresas
estrangeiras no valor de 5. Agora complicou, hein?! Veja que não:

C Conta capital (transf. patrimônio migrantes) 10


D Reservas 3
D Balança comercial (importações) 2
D Conta financeira (investimentos em carteira) 5

As transferências de patrimônio de migrantes (metodologia nova)


devem ser contabilizadas na conta capital. Como o migrante trouxe o
patrimônio para o Brasil, devemos creditar a referida conta. As
contrapartidas dependerão do que ele trouxe. No caso de meios de
pagamento internacionais (divisas, haveres, ouro monetário, etc), a
contrapartida é a débito na conta reservas; no caso de bens, será a
débito na conta da balança comercial (importações); no caso de direitos
ou investimentos, será a débito na conta financeira.

Caso houvesse emigração (saída do migrante), os lançamentos


seriam invertidos (os créditos seriam débitos e vice-versa).

11) Conta financeira

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Um brasileiro decide comprar uma casa de veraneio em Miami, no
valor de 8, pagando em divisas.

D Conta financeira (investimento direto) 8


C Reservas 8

Veja que a compra de imóvel é considerada um investimento direto.


Se a compra fosse de algum bem móvel, de consumo, o débito seria na
conta importações.

12) Conta financeira

Um brasileiro decide comprar uma casa de veraneio em Miami, no


valor de 8, pagando o imóvel com ações da Microsoft negociadas na bolsa
de valores de Nova York.

D Conta financeira (investimento direto) 8


C Conta financeira (investimentos em carteira) 8

Neste caso, o pagamento não foi realizado com meios de


pagamento internacionais, logo, a contrapartida não será na conta
reservas.

13) Conta financeira

Um empresário europeu decide comprar ações da Petrobrás no


valor de 10.

C Conta financeira (investimentos em carteira) 10


D Reservas 10

14) Conta financeira

A Hyundai Motors decide abrir uma fábrica no Brasil. Tal fábrica


consumirá um investimento de 20.

C Conta financeira (investimento direto) 20


D Reservas 20

15) Conta financeira

Uma empresa brasileira, em dificuldades financeiras, decide contrair


um empréstimo junto a um banco da Suíça, no valor de 6.

C Conta financeira (empréstimos) 6


D Reservas 6

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16) Conta financeira

Uma empresa brasileira decide, em uma operação, amortizar parte


do empréstimo tomado no passado e pagar juros nos valores,
respectivamente, de 4 e 1.

D Conta financeira (amortizações) 4


D Balanço de rendas (juros) 1
C Reservas 5

Veja que as operações de amortização e pagamento de juros são


contabilizadas em contas distintas. O pagamento de juros é contabilizado
no balanço de rendas, uma vez que juro é renda ou remuneração de fator
de produção. Já a amortização é contabilizada na conta financeira.

17) Conta financeira

O Brasil está com dificuldades de “fechar” no positivo o saldo do BP.


Aí, as autoridades monetárias decidem aumentar as taxas de juros a fim
de atrair capital externo. Após o aumento das taxas de juros internas, os
investidores internacionais decidem adquirir títulos no Brasil no valor de
10.

C Conta financeira (outros investimentos) 10


D Reservas 10

18) Conta financeira

Uma filial da Pirelli no Brasil aufere lucros no valor de 5. No


entanto, em vez de enviar tais lucros à matriz, localizada na Itália, decide
reinvestir os lucros aqui no Brasil.

C Conta financeira (reinvestimento) 5


D Balanço de rendas (lucros reinvestidos) 5

Caso os lucros fossem simplesmente enviados, teríamos lançamento


semelhante ao do exemplo 6 (com contrapartida na conta reservas). Mas,
nesse caso, como o lucro foi reinvestido, a contrapartida não será na
conta reservas, mas sim na conta financeira (reinvestimento). Por fim,
note que a operação não alterou o saldo total do BP, nem a variação das
reservas internacionais.

19) Conta financeira

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O Brasil, possuidor de excelente nível de reservas internacionais,
decide emprestar dinheiro ao governo dos EUA, em dificuldades
financeiras. O empréstimo foi no valor de 20.

C Reservas 20
D Conta financeira (outros investimentos – empréstimos) 20

Bem, acredito que, com estes exemplos, você já tenha entendido a


sistemática dos lançamentos, certo?! Então, prossigamos com a matéria.

1.5. Entendendo a dívida externa

A dívida externa bruta é o mesmo que o passivo externo bruto.


Esse passivo externo bruto ou dívida externa bruta representa as
obrigações dos residentes em relação aos não residentes. Assim, qualquer
investimento de não residente no Brasil (direito de um não residente 12) e
qualquer obrigação de algum residente em relação a um não residente
(obrigação de um residente13) aumentará a dívida externa bruta. Assim:

dívida externa bruta/passivo externo bruto = direitos/investimentos de


não residentes no país + obrigações de residentes no exterior

Nota  quando é falado somente em passivo externo, deve-se entender


como sendo o passivo externo bruto ou dívida externa bruta. Ademais,
quando a dívida externa bruta é negativa, temos ativo externo (bruto).

Quando nós subtraímos do conceito de dívida externa bruta os


direitos de residentes no exterior e as obrigações de não residentes no
país, nós temos a dívida externa líquida ou o passivo externo líquido.
Assim:

dívida externa líquida/passivo externo líquido = dívida externa bruta –


direitos/investimentos de residentes no exterior – obrigações de não
residentes no país

Nota  Caso o passivo externo líquido seja negativo, teremos ativo


externo líquido.

Observe que essas obrigações e direitos são todas enquadradas


dentro da conta de capitais autônomos e da conta reservas internacionais.
Por exemplo, os meios de pagamento internacionais na conta de reservas

12
Exemplo: um não residente concede um empréstimo a um residente.
13
Exemplo: um residente contrai um empréstimo junto a um não residente.

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internacionais representam direitos do Brasil junto ao exterior (reduzem a
dívida externa líquida). Outro exemplo: os empréstimos tomados por
empresas brasileiras no exterior representam direitos de residentes no
exterior (aumentam a dívida externa líquida).

Enfim, como todos direitos e obrigações de residentes e não


residentes no país e no exterior estão registrados nas contas de capitais
autônomos e na conta de reservas, então, a dívida externa líquida (ou
passivo externo líquido) será a soma do saldo da conta de capitais
autônomos e do saldo das reservas internacionais:

Passivo/ativo externo líquido = conta financeira + saldo das


reservas internacionais

Se o saldo for negativo, teremos passivo externo líquido (ou dívida


externa líquida). Se for positivo, teremos ativo externo líquido.

Curiosidade: em Novembro de 2010, segundo o Banco Central, a


dívida externa bruta do Brasil (as obrigações de residentes no exterior)
equivalia a aproximadamente US$ 247 bilhões. Por outro lado, o saldo
das reservas internacionais equivalia a US$ 285 bilhões. Ou seja, no
conceito líquido, o Brasil não possui dívida externa, mas, no conceito
bruto, possui. É lógico que o governo divulga na mídia o conceito que
mais lhe favorece, o líquido. Inclusive, foi propagado até que o Brasil
pagou a dívida externa, o que é, tecnicamente, incorreto, uma vez que
ainda há obrigações de residentes no exterior. De fato, em um mundo
globalizado como o nosso, não deve haver sequer um país que não
possua dívida externa (no conceito bruto).

1.6. Crise cambial

Crise cambial é uma situação tal em que um país não possui meios
de pagamento internacionais para pagar seus compromissos junto aos
não residentes (mercado externo).

Por exemplo, quando importamos uma mercadoria dos EUA, em


teoria, ocorre o seguinte: nós pagamos a mercadoria em R$, esses R$
são entregues ao Banco Central; este, por sua vez, deve entregar US$
para a autoridade monetária dos EUA, para que esta entregue os US$ à
empresa que vendeu a mercadoria ao brasileiro (pessoal, em teoria, é
assim que funciona, ok?!).

Outro exemplo: quando uma empresa brasileira tem que pagar um


empréstimo contraído ou enviar pagamentos de juros, ocorre o seguinte
(na teoria!): a empresa brasileira deve adquirir US$ para realizar os

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pagamentos (o credor não receberá os pagamentos em R$), então, ela
entrega R$ ao Banco Central e recebe US$, para que estes sejam
entregues aos credores no mercado externo.

Pois bem, se o Banco Central dispuser de US$ (que é uma divisa,


isto é, um meio de pagamento internacional) em caixa, ele poderá honrar
estas operações sem problemas. Caso não possua US$ em caixa, aí,
temos uma crise cambial. Nestes casos, o país deve dar “o seu jeito” para
honrar os compromissos. Ele poderá pedir empréstimos à comunidade
internacional (ao FMI, por exemplo), poderá declarar moratória14 ou
adotar medidas que visam atrair a entrada de divisas.

Para atrair a entrada de divisas, o país poderá adotar


principalmente, por exemplo:

 Política de estímulo às exportações: quando uma empresa brasileira


exporta, ela recebe em divisas (moeda estrangeira). Assim, deverá
entregar essa divisa ao Banco Central para receber R$ (afinal, a
empresa brasileira, estando no Brasil, precisa de R$ e não de
divisas). Veja que, deste modo, haverá elevação das reservas
internacionais.

 Aumento das taxas de juros: este foi e vem sendo o expediente


preto das autoridades brasileiras. Quando a taxa de juros
interna é alta, os investidores são estimulados a investir no Brasil
(uma vez que os retornos para eles serão maiores). Desta feita,
entrarão divisas na economia brasileira e isso aumentará as
reservas internacionais. O ponto negativo de tal medida é que, no
futuro, tais investimentos estrangeiros aumentam o endividamento
que deverá ser pago no futuro (o endividamento gera impactos
negativos sobre o balanço de rendas no futuro, devido aos
pagamentos de juros que deverão ser realizados). Enfim, o
aumento da taxa de juros visa a soluções de curto prazo.

.........

14
Moratória é a suspensão do pagamento dos compromissos. As consequências de tal medida
geralmente não são boas, pois o país fica com a “ficha suja” no mercado internacional. Será difícil,
no futuro, arrumar investidores ou até mesmo realizar acordos financeiros ou comerciais.

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2. A TAXA E OS REGIMES DE CÂMBIO

2.1. Conceito e generalidades

A taxa de câmbio é o preço, em moeda nacional 15, de uma unidade


de moeda estrangeira. Em outras palavras, a taxa de câmbio é o preço de
uma moeda em termos de outra. Obviamente, há pelo menos tantas
taxas de câmbio quanto moedas estrangeiras. Contudo, a expressão taxa
de câmbio geralmente indica o preço de uma moeda internacional de
referência que, no caso brasileiro, é o dólar norte-americano. Assim,
quando falamos que um dólar norte-americano vale R$ 2,00, já estamos
expressando a taxa de câmbio entre as duas moedas:

US$ 1,00 = R$ 2,00

Antes de falarmos do comportamento da taxa de câmbio, devemos


aprender algumas noções bem rudimentares de demanda (procura) e
oferta de um bem. Demanda é a procura de um bem qualquer. Oferta é o
quantum do bem que está disponível no mercado.

O que precisamos guardar mais especificamente é o seguinte:


sempre quando a demanda (procura) de um bem aumenta, o preço
deste bem também aumenta (isso é algo que qualquer um sabe,
mesmo sem estudar economia!). Sempre quando a oferta de um bem
aumenta, o preço deste bem diminui.

Sendo a taxa de câmbio um preço de um bem (preço da divisa, ou


preço da moeda estrangeira), ela será influenciada pela oferta e demanda
de divisas (moeda estrangeira). Assim, ela segue o mesmo
comportamento de qualquer bem: se aumentar a demanda (procura)
dessa divisa, aumenta o valor dessa divisa (=aumento da taxa de
câmbio). Ao mesmo tempo, o aumento do valor da divisa é o mesmo que
dizer que há desvalorização da moeda nacional16. Por outro lado, se
aumenta a oferta da divisa, diminui o valor dessa divisa (=redução da
taxa de câmbio=valorização da moeda nacional17).

15
Este é o conceito utilizado no Brasil, conhecido por cotação do incerto, onde se precifica 01
unidade da moeda internacional em valores da moeda nacional. Exemplo de cotação do incerto: US$
1,00 = R$ 1,80. Exemplo de cotação do certo, que não é utilizada no Brasil: R$ 1,00 = US$ 0,56. Para
questões de prova, utilize a cotação do incerto, mesmo que nada seja dito.
16
Se a taxa de câmbio aumenta (por exemplo, vai de US$ 1,00 = R$ 2,00 para US$ 1,00 = R$ 3,00),
precisamos de mais R$ para comprar US$ 1,00. Desta feita: aumento da taxa de câmbio =
desvalorização da moeda nacional = valorização da moeda estrangeira.
17
Se a taxa de câmbio diminui (por exemplo, vai de US$ 1,00 = R$ 2,00 para US$ 1,00 = R$ 1,00),
precisamos de menos R$ para comprar US$ 1,00. Desta feita: redução da taxa de câmbio =
valorização da moeda nacional = desvalorização da moeda estrangeira.

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Nota: normalmente, quando nos referimos à moeda, utilizamos os


termos “valorização/apreciação” ou “desvalorização/depreciação”. Quando
nos referimos à taxa de câmbio, utilizamos os termos “aumento” ou
“redução”. No entanto, embora não seja comum, ainda podem aparecer
os seguintes termos: desvalorização/valorização da taxa de câmbio. Neste
caso, entenda que estamos falando em desvalorização/valorização da
moeda. Assim:

Aumento da taxa de câmbio = desvalorização da moeda nacional =


desvalorização da taxa de câmbio

Redução da taxa de câmbio = valorização da moeda nacional =


valorização da moeda nacional

......

Bem, já entendemos que o que determina a taxa de câmbio (preço


da moeda estrangeira ou divisa) é a demanda e a oferta de divisas. Agora
vamos ver os determinantes da demanda e da oferta de divisas.

2.2. Oferta de divisas

A oferta de divisas depende basicamente:

 Do volume de exportações, uma vez que as moedas estrangeiras


recebidas pelas vendas externas têm que ser trocadas por moeda
nacional; e

 Da entrada de capitais externos18, que também precisam ser


trocados por moeda nacional.

Nestas operações, haverá entrada de divisas. Quando um


exportador vende sua mercadoria no mercado internacional, o importador
estrangeiro dessa mercadoria, ao pagar pelo produto, remete divisas ao
Brasil, que fica com os dólares. Percebe-se que a venda externa gerou
oferta de divisas (chegaram dólares ao país exportador). Quando há
entrada de capitais externos, também temos entrada de divisas,
aumentando a oferta das mesmas. Vejamos agora o que determina o
nível das exportações e da entrada de capitais externos:

18
Quando um capital externo entra no país, ele deve ser trocado por moeda nacional, a fim de que
seja possível ao agente externo realizar transações (comprar títulos, aplicar no mercado financeiro,
realizar investimentos, etc).

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As exportações serão função da renda do resto do mundo e do nível
de preços internos e externos:

a) Quanto maior a renda do resto do mundo, maior tende a


ser o nível das exportações e da oferta de divisas. Assim,
caso o resto do mundo esteja com a economia aquecida (com
crescimento econômico), a tendência é que o nível das
exportações aumente, aumentando, portanto, a oferta de divisas
(provocando desvalorização da moeda estrangeira19, valorização
da moeda nacional, redução da taxa de câmbio).

b) Quando os preços externos são maiores que os preços internos


(PEXT > PINT), as empresas nacionais preferirão vender seus
produtos no mercado externo, onde auferirão maiores lucros.
Assim, quando PEXT > PINT, então, o nível de exportações
tende a ser maior, aumentando, por conseguinte, a oferta
de divisas.

A entrada de capitais externos será função do comparativo entre as


taxas de juros internas e externas:

a) Quando as taxas de juros internas são maiores que as taxas


externas (JINT > JEXT), os investidores internacionais preferirão
colocar seu dinheiro no mercado interno, onde auferirão maiores
lucros. Assim, quando JINT > JEXT, então, haverá entrada de
capitais externos, aumentando, por conseguinte, a oferta
de divisas.

2.3. A demanda de divisas

A demanda de divisas, por sua vez, depende:

 Do volume de importações, uma vez que os importadores


nacionais necessitam de moeda estrangeira para pagar suas
compras realizadas em outros países; e

 Da saída de capitais externos, sob a forma de amortizações de


empréstimos, pagamento de juros da dívida externa, fuga de
investidores estrangeiros, investidores nacionais querendo investir
em outros países, etc.

Nestas operações, haverá saída de divisas. Quando um importador


compra uma mercadoria no mercado internacional, ele, obrigatoriamente,
19
Lembre que o aumento da oferta de um bem provoca redução no valor deste bem. Pense na divisa
(moeda estrangeira) como um bem qualquer.

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necessitará de divisas para pagar pelo produto. Percebe-se, então, que
essa operação aumenta a demanda de divisas. Também, quando há saída
de capitais externos, temos aumento da demanda de divisas, uma vez
que os investidores necessitarão trocar seus investimentos por moeda
estrangeira e sair com o dinheiro do Brasil (afinal, eles querem sair do
Brasil com US$ na mão, e não com R$; de tal forma que a saída de
capitais externas aumenta a demanda por US$). Vejamos agora o que
determina o nível das importações e da saída de capitais externos:

As importações serão função da renda interna e do nível de preços


internos e externos:

a) Quanto maior a renda interna, maior tende a ser o nível


das importações e da demanda de divisas. Assim, caso o
país esteja com a economia aquecida (com crescimento
econômico), a tendência é que o nível das importações aumente,
aumentando, portanto, a demanda de divisas (provocando
valorização da moeda estrangeira20, desvalorização da moeda
nacional, aumento da taxa de câmbio). Por isso, podemos dizer
que o crescimento econômico de um país tende a deteriorar o
saldo da balança comercial (pois há aumento das importações).
Medidas que provoquem recessão na economia (redução da
renda interna) melhoram o saldo da balança comercial.

b) Quando os preços internos são maiores que os preços externos


(PINT > PEXT), os consumidores nacionais preferirão comprar seus
produtos do mercado externo. Em outras palavras, preferirão
importar os produtos, tendo em vista os preços menores no
exterior. Assim, quando PINT>PEXT, então, o nível de
importações tende a ser maior, aumentando, por
conseguinte, a demanda de divisas.

A saída de capitais externos será função do comparativo entre as


taxas de juros internas e externas:

a) Quando as taxas de juros externas são maiores que as taxas


internas (JEXT>JINT), os investidores internacionais preferirão
manter seu dinheiro no mercado externo e, ao mesmo tempo, os
investidores que estão no Brasil preferirão colocar seu capital no
exterior, onde auferirão maiores lucros. Para realizar
investimentos no exterior, esses investidores precisam trocar
seus R$ por divisas. Assim, quando JEXT>JINT, então, haverá
saída de capitais externos, aumentando, por conseguinte,
a demanda de divisas.

20
Lembre que o aumento da demanda de um bem provoca aumento no valor deste bem.

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2.4. REGIMES CAMBIAIS

2.4.1. Regime de câmbio fixo

No regime de câmbio fixo, a taxa cambial é determinada pelo


BACEN. Ou seja, o BACEN se compromete a comprar e a vender divisas a
um preço fixado por ele. Veja que a taxa não é fixada por uma “canetada”
do BACEN, isso não existe! Na verdade, o BACEN atuará no mercado
comprando e vendendo moeda estrangeira (alterando a oferta e a
demanda), de forma que o preço da divisa (taxa de câmbio) seja aquele
que ele determinou.

Veja que, neste caso, onde a taxa é fixa, o BACEN representa uma
importante força demandante ou ofertante de divisas, além daquelas que
vimos nos itens 2.2 e 2.3.

Vale destacar que taxa fixa não é sinônimo de taxa permanente.


Um país pode adotar regime fixo e alterar a taxa diariamente, semelhante
ao que ocorreu com o Brasil na véspera do Plano Real (a taxa do cruzeiro
real era fixa, porém a moeda era desvalorizada constantemente – quase
diariamente – pelo BACEN).

A vantagem desse sistema é facilitar a tomada de decisões dos


agentes financeiros. Devemos notar, entretanto, que, nesse regime
cambial, o BACEN deve possuir moeda estrangeira em volume suficiente
para fazer face a uma situação de excesso de demanda pela moeda
estrangeira à taxa estabelecida – quando houver déficit no BP. Deve
também estar preparado para adquirir qualquer excesso de moeda
estrangeira – superávit no BP -, aceitando, assim, a perda de graus de
liberdade na condução da política monetária.

Quando a taxa é fixa, quando o BACEN desvaloriza a moeda


nacional (aumentar a taxa de câmbio), há significativa contribuição para o
ajuste do BP. Ao desvalorizar a moeda nacional, há estímulo para as
empresas venderem os produtos no exterior e há desestímulo para os
consumidores domésticos comparem os produtos do exterior. Assim, ao
desvalorizar a moeda nacional, a autoridade monetária incentiva as
exportações e desincentiva as importações21, melhorando o saldo da BC
e, por conseguinte, do BP.

21
Imagine que um bem custe US$ 1,00. Se a taxa de câmbio for US$ 1,00 = R$ 1,00, ao comprar este
produto de uma empresa estrangeira, o brasileiro desembolsará R$ 1,00. Se o produtor brasileiro
vender este mesmo produto no exterior, auferirá com a venda R$ 1,00. Entretanto, se a moeda for
desvalorizada com a taxa de câmbio passando, por exemplo, para US$ 1,00 = R$ 2,00, a compra do
mesmo bem implicará para o consumidor um aumento de 100% no preço (o consumidor brasileiro

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Quando há inflação interna maior que a externa, nós teremos


incentivo às importações e desincentivo às exportações, uma vez que os
preços internos são maiores que os preços externos. Logo, os
consumidores preferirão comprar os produtores estrangeiros, que estão
mais baratos, e os produtores também não quererão exportar, pois os
produtos estão mais baratos no mercado externo. Para evitar crises
cambiais, o BACEN deve desvalorizar periodicamente a moeda nacional,
pois, como nós vimos, essa desvalorização contribui para o ajuste do BP.

Um exemplo desta situação ocorreu no Brasil às vésperas da


implantação do Plano Real. O Brasil possuía inflação interna (muito) maior
que a inflação externa, assim, o BACEN desvalorizava (quase)
diariamente a moeda nacional (aumentava a taxa de câmbio) para evitar
uma crise cambial.

Ademais, ao adotar taxas fixas, o BACEN precisa manter a taxa de


câmbio no nível que ele quer por intermédio da compra e venda de
divisas no mercado cambial. Neste caso, para prosseguir com esse tipo de
regime cambial, a autoridade monetária abdica do controle da oferta
monetária como instrumento de política econômica22.

A oferta monetária (quantidade de dinheiro circulando na economia)


é um importante instrumento de política econômica, por meio do qual o
BACEN pode estimular/desestimular o emprego, aumentar/reduzir as
taxas de juros, etc. Em regimes cambiais fixos, o BACEN perde esse
instrumento de política econômica, pois terá que se preocupar em manter
a taxa de câmbio fixa.

Assim, podemos apresentar, resumidamente, uma vantagem e duas


desvantagens dos regimes cambiais fixos:

o Vantagem: segurança aos agentes econômicos;

pagava R$ 1,00; agora paga R$ 2,00). Ao mesmo tempo, o produtor receberá pelo mesmo bem o
dobro (o produtor recebia R$ 1,00, agora receberá R$ 2,00). Ou seja, a desvalorização inibiu as
importações e incentivou as exportações, melhorando o saldo da BC e, por conseguinte, do BP.
22
Quando o BACEN compra e vende moeda estrangeira no mercado cambial, ele também altera a
quantidade de moeda (M1) na economia. Ao comprar moeda estrangeira, ele faz política monetária
expansiva, pois recebe moeda estrangeira e entrega R$ à economia, aumentando a quantidade de
moeda (M1). Ao vender moeda estrangeira, ocorrerá o contrário: o BACEN entrega US$ à economia
e recebe R$, reduzindo a quantidade de moeda na economia (política monetária restritiva). Adotado
o câmbio fixo, o BACEN está a todo o momento comprando e vendendo moeda estrangeira; logo, a
quantidade de M1 também estará variando. Desta forma, ele perde o controle da oferta monetária,
uma vez que esta estará variando toda vez que o BACEN atua no mercado de câmbio a fim de
manter a cotação desejada. Se isto ficou um pouco confuso, aguarde, pois maiores detalhes serão
vistos na aula sobre política monetária.

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o Desvantagem: necessidade de desvalorizações constantes quando a


inflação interna é maior que a externa (isto praticamente anula a
vantagem da segurança que proporciona aos agentes);

o Desvantagem: perda do controle da oferta monetária como


instrumento de política econômica.

Por fim, em regimes fixos, a nomenclatura utilizada para mudanças


no valor da moeda é valorização e desvalorização.

2.4.2. Regime de taxas flutuantes (ou flexíveis)

A taxa de câmbio é determinada livremente no mercado de divisas,


mediante a oferta e a demanda por divisas, sem nenhuma intervenção do
BACEN. Assim, o preço da divisa será determinado exatamente onde a
oferta de divisas iguala a demanda de divisas (como se fosse um bem
qualquer, onde o equilíbrio é atingido quando a oferta iguala a demanda).

A vantagem deste sistema é que, como a taxa flutua até o ponto


onde a demanda de divisas é igual à oferta de divisas, o BP estará sempre
em equilíbrio, uma vez que o saldo do BP é a diferença entre a entrada de
divisas23 e a saída de divisas24. Se no regime flutuante, a demanda por
divisas iguala a oferta de divisas (entrada=saída ou demanda=oferta),
automaticamente, o saldo do BP será sempre ZERO, ou seja, estará
sempre equilibrado, não exigindo qualquer ação do governo para tal.

A desvantagem é a incerteza que provoca em relação ao futuro. A


taxa de câmbio pode ficar sujeito ao movimento de capitais especulativos
ou demais ações de agentes privados. Assim, os agentes podem se sentir
inseguros e isso pode desestimular a produção e os investimentos.
Havendo flutuação excessiva da taxa de câmbio, as transações
internacionais podem ser dificultadas.

Podemos, então, apresentar uma vantagem e uma desvantagem da


adoção de regime flutuante:

o Vantagem: equilíbrio automático do BP;

23
A entrada de divisas (por exemplo, operação de exportação) representa as situações onde entram
moeda estrangeira no mercado brasileiro. Ao mesmo tempo, essa entrada de divisas representa a
oferta.
24
A saída de divisas (por exemplo, operação de importação) representa as situações onde saem
moeda estrangeira do mercado brasileiro. Ao mesmo tempo, essa entrada de divisas representa a
demanda.

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o Desvantagem: instabilidade da taxa de câmbio pode desincentivar


algumas transações econômicas.

Por fim, em regimes flutuantes, a nomenclatura utilizada para


mudanças no valor da moeda é apreciação e depreciação.

2.4.3. Flutuação suja (dirty floating)

Esse sistema difere do flutuante por estar sujeito a intervenções


pontuais do BACEN, com o objetivo de diminuir a volatilidade associada
ao sistema de câmbio flutuante. Se o mercado estiver estável, ele
funciona como flutuante; já se estiver muito oscilante ou o patamar da
taxa de câmbio estiver atrapalhando o desempenho econômico, o BACEN
intervém ou para estabilizar ou para direcionar a taxa para o patamar
desejável. Em alguns textos, é também chamada de managed floating –
flutuação administrada.

2.4.4. Sistema de bandas

Tem a seguinte lógica: definem-se valores limites que a taxa de


câmbio pode assumir; dentro desses limites, o sistema funciona como se
fosse flutuante, e nos limites, como câmbio fixo, evitando rompê-los.
Assim, no sistema de bandas, define-se uma taxa central e um intervalo
de variação, por exemplo, mais ou menos x%. Quando existe uma
pressão pela desvalorização da moeda nacional, levando o sistema ao
limite superior, o BACEN intervém, vendendo moeda estrangeira e
comprando moeda nacional25. No caso oposto, quando ameaça romper o
limite inferior, o BACEN age em sentido oposto.

2.5. Relação entre taxas de juros e câmbio

Considerando um regime flutuante de câmbio, um aumento da taxa


de juros provocará entrada de capital externo (entrada de divisas). A
maior oferta de divisas provocará redução do valor da moeda estrangeira,
o que significa que a moeda nacional será apreciada (depreciação da
moeda estrangeira = apreciação da moeda nacional). Isto, por sua vez,
prejudicará o saldo da BC (para ver o porquê, leia nota de rodapé 22).

25
Ao vender moeda estrangeira, o BACEN está depreciando a moeda estrangeira e apreciando a
moeda nacional (reduzindo a taxa de câmbio), de forma que a cotação da taxa de câmbio não
continue a subir, rompendo o limite superior.

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Por outro lado, o aumento dos juros internos provocará aumento no
saldo da conta financeira do BP, uma vez que provocará entrada de
capital externo na forma de investimentos e capitais especulativos. O
resultado final sobre o BP, no curto prazo, é melhorar o saldo do BP (pela
entrada de capitais que ocorre mais rapidamente que a piora do saldo da
BC). Mas, em longo prazo, a tendência é haver uma piora do saldo do BP,
tendo em vista os juros do capital externo, que deverão ser pagos no
futuro, e a piora do saldo da BC.

A redução nas taxas de juros internas provocará fuga de capital


externo (saída de divisas = demanda de divisas). Isso provocará
apreciação da moeda estrangeira e depreciação da moeda nacional,
melhorando o saldo da BC. Ao mesmo tempo, a fuga de capitais
provocará redação no saldo da conta financeira do BP. Aqui, o resultado
final, a curto prazo, será a piora no saldo do BP e, a longo prazo, a
melhora do saldo (a saída de capitais ocorre mais rapidamente que a
melhora no saldo da BC).

2.6. Relação entre inflação e câmbio

É amplamente aceito pela melhor doutrina (e pelas bancas de


concurso) que desvalorizações/depreciações da moeda nacional
(=aumento da taxa de câmbio) tendem a aumentar a inflação. Quando a
moeda nacional é desvalorizada, os produtos importados ficam mais
caros. Como tais produtos, em inúmeros casos, são insumos de
fabricação (o petróleo é um exemplo) de vários produtos nacionais,
então, podemos dizer que a desvalorização cambial, ao provocar o
aumento de preços dos produtos importados, tende a aumentar também
os preços internos, provocando inflação.

Por outro lado, quando há valorização/apreciação da moeda


nacional, haverá desincentivo à inflação, uma vez que os produtos
importados tendem a ficar mais baratos. Além do fato de vários desses
produtos serem insumos, há também a questão da âncora cambial.
Deixe-me explicar o que é isso. Quando a moeda nacional é valorizada e,
portanto, podemos comprar os produtos importados a preços baixos, isso,
naturalmente, cria uma competitividade com o setor produtivo nacional.
Afinal, as empresas nacionais não poderão aumentar muito os preços dos
produtos nacionais, caso contrário a população somente comprará os
importados, que estarão mais baratos devido à taxa de câmbio. Assim, os
produtos importados baratos (devido à moeda nacional estar valorizada)
impõem uma “trava” ou servem como uma “âncora” ao aumento de
preços dos produtos internos. Isso (moeda nacional valorizada)
certamente contribui para o controle da inflação.

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O expediente da âncora cambial foi importantíssimo para garantir o
controle da inflação após a implantação do Plano Real. Vocês lembram
que, nos primeiros anos do R$, com menos de R$ 1,00, podíamos
comprar US$ 1,00. Ou seja, a moeda nacional estava super valorizada e
isso “travava” os preços internos, auxiliando no controle da inflação. A
contrapartida maléfica eram os constantes saldos negativos na BC, uma
vez que as importações superavam as exportações. Mas isso já é outra
história (é tópico de Economia Brasileira). Para este tópico, é importante
apenas que você saiba que desvalorização cambial provoca inflação, ok?!

2.7. AJUSTES DO BALANÇO DE PAGAMENTOS

Inicialmente, minha ideia era abordar este tópico no próprio item 1,


onde vimos o BP. No entanto, tendo em vista necessitarmos de alguns
entendimentos sobre câmbio para entendermos os ajustes no BP, decidi
falar sobre eles só ao final da aula.

Salvo no regime de taxas cambiais totalmente flutuantes, o BP só


se equilibra por coincidência. O país poderá incorrer em superávits
(entraram mais divisas do que saíram) ou em déficits (saíram mais
divisas do que entraram). Nada impede que o país registre superávits.
Neste caso, estará aumentando as reservas internacionais. Os déficits,
entretanto, só podem continuar a existir enquanto houver reservas ou
outros capitais compensatórios (empréstimos, ouro, DES, etc) que os
financiem. Assim, déficits permanentes têm que ser corrigidos. Seguem
algumas medidas para isso:

a) Desvalorizações cambiais;
b) Redução do nível de atividade econômica;
c) Restrições tarifárias ou quotas às importações;
d) Subsídios às exportações;
e) Aumento da taxa interna de juros;
f) Controle da saída de capitais e de rendimentos para o exterior.

A desvalorização cambial desincentiva as importações (os produtos


importados ficam mais caros) e incentiva as exportações (os exportadores
recebem, em moeda nacional, um montante maior pelas vendas).

A redução do nível de atividade econômica contribui para a redução


do déficit em TC (e também do BP conseqüentemente) porque, com
menor renda interna, haverá menor nível de importações (lembre que nós
vimos que o nível de importações é dependente da renda interna; existe
uma relação direta entre importações e renda interna). Ao mesmo tempo,
o desaquecimento do mercado interno incentivará as empresas nacionais
a buscarem novos mercados no exterior, o que aumentará o nível de

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exportações e renda recebida do exterior na forma de lucros. Esta medida
de ajuste do BP deve ser utilizada em último caso, já que representa uma
antieconomia (afinal, o objetivo da política econômica é gerar
prosperidade, e não provocar recessões ou redução da renda interna).

As restrições tarifárias ou quantitativas às importações e os


subsídios às exportações têm o objetivo de melhorar o saldo da balança
comercial, restringindo ao máximo o nível de importações e incentivando
as exportações. Estes instrumentos são considerados inferiores
tecnicamente às desvalorizações cambiais, pois distorcem a alocação de
recursos, restringem o comércio internacional e desestimulam o ingresso
de capitais externos no país.

Os dois últimos expedientes (letras e e f) procuram melhorar o


balanço de pagamentos, ou atraindo, ou evitando a fuga de capitais
autônomos. O aumento da taxa de juros interna atrai o capital dos
investidores estrangeiros, que vêm em busca de maior rentabilidade. Este
recurso tem o efeito negativo de aumentar o endividamento no longo
prazo (estes juros prometidos deverão ser pagos no futuro). O controle
da saída de capitais, embora possa ser utilizado em um curtíssimo prazo,
prejudica o ingresso de capitais externos no futuro (em longo prazo), já
que ninguém gosta de investir num país onde seus recursos possam ficar
bloqueados.

................

Apresento agora o que eu considero como a parte mais difícil da


aula. São temas bem técnicos. A probabilidade de cair isso na prova é
baixa, mas pode acontecer (e já aconteceu!). Como estamos estudando
com antecedência, vale a pena dar uma estudada, afinal, vai que cai bem
na sua prova...

Adendo 1: taxa real X taxa nominal de câmbio

A taxa de câmbio que nos aprendemos na aula é a taxa de câmbio


nominal, que representa os termos pelos quais são trocadas duas moedas
de países diferentes. No entanto, quando comparamos diferentes moedas
em diferentes países, devemos prestar atenção aos índices de preços
(inflação) dos países, pois isto provocará impactos na relação do poder de
compra das duas moedas.

Imagine uma situação em que a taxa nominal de câmbio entre o R$


e o US$ seja e=1, onde “e” é a taxa de câmbio. Ou seja, US$ 1,00=R$
1,00. Agora, suponha que ocorra uma depreciação da moeda nacional e a
taxa de câmbio passe para e=1,5 (US$ 1,00=R$ 1,50). Baseado nisto, o

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que aconteceria com a competitividade das exportações brasileiras, ou
com o nível das importações de mercadorias americanas?

Na análise anterior, nós aprendemos que o aumento da taxa de


câmbio (depreciação da moeda nacional) provoca aumento do nível de
exportações e redução do nível de importações, melhorando o saldo
comercial. No entanto, tal conclusão repousa na suposição de que todos
os preços permanecem constantes. Mas qual seria a resposta se os preços
nos EUA ou no Brasil também tivessem se alterado?

Quando os preços internos e externos se alteram, a taxa nominal de


câmbio nem sempre se mostra um parâmetro correto para medir a
competitividade dos produtos domésticos no mercado externo, bem como
dos produtos estrangeiros no mercado interno. Isso ocorre porque a
competitividade depende dos preços relativos das mercadorias domésticas
e estrangeiras, quando avaliadas em termos de uma mesma moeda.

Para evitar este problema, elaboramos uma expressão que mede a


taxa real de câmbio (E), com a seguinte fórmula:

Onde “E” é a taxa real de câmbio, “e” é a taxa nominal de câmbio,


“PEXT” é o índice de preços externos, “PINT” é o índice de preços interno.

Usando os dados do exemplo anterior, se a taxa de câmbio


aumentasse em 50% (“e” aumenta de 1 para 1,50), e o índice de preços
no Brasil fosse 60% e nos EUA fosse 2%, qual seria a taxa de câmbio
real?

Substituindo os valores na expressão (e=1,5; PEXT=1,02 e


PINT=1,6), teríamos E = 1,5.(1,02/1,6)  E = 0,95. Observe que, em
razão dos índices de preços externo e interno, uma taxa nominal de
câmbio e=1,5, na verdade, equivale a uma taxa real de câmbio E=0,95.

Nesta situação especial, o aumento da taxa nominal de câmbio em


50%, associado aos índices de preços externo e interno, indica uma
redução da taxa real de câmbio. Isto indica que haverá aumento das
importações e redução das exportações, piorando o saldo comercial do
país. Veja que a explicação é intuitiva: se os preços internos são maiores
que os externos, haverá estímulo a comprar produtos importados, que
estão relativamente mais baratos, o que aumentará o nível de
importações. Ao mesmo tempo, os produtos internos mais caros estarão
menos competitivos no exterior, reduzindo o nível de exportações.

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Em uma questão de prova, se for falado nos índices de preços
externo e interno, você deve utilizar a taxa real de câmbio para saber
possíveis impactos da mesma sobre a balança comercial. Se nada for
falado sobre os índices de preços, utilize o raciocínio convencional:
aumento da taxa  depreciação da moeda nacional  aumenta
exportações e reduz importações.

Adendo 2: A paridade do poder de compra (PPC)

A teoria da paridade do poder de compra (PPC) nos diz que o valor


real de uma moeda qualquer deve ser igual em todas as partes do
mundo. A PPC é fundada na hipótese conhecida como lei do preço único.

Essa hipótese estabelece que o mesmo bem não pode ser vendido
por preços diferentes, em lugares diferentes, ao mesmo tempo. É claro
que isto é apenas uma hipótese teórica, de difícil aplicação prática. No
entanto, ela pode ser facilmente embasada e explicada pela teoria
econômica.

Suponha que o quilo da carne seja vendido a um preço mais baixo


no Mato Grosso do que em São Paulo. Se isto é verdade, é lucrativo
comprar carne no MT e vendê-la em SP. Essa oportunidade de lucro é
explorada por negociantes chamados de arbitragistas – pessoas que
compram barato em um lugar, e vendem caro em outro lugar.

Acontece que à medida que os arbitragistas vão tirando proveito


desta situação, eles aumentam a demanda por carne em MT e também
fazem aumentar a oferta de carne em SP. O aumento da demanda de
carne em MT faz seu preço aumentar, e o aumento da oferta de carne em
SP faz seu preço diminuir. A situação perdura até que os preços fiquem
iguais nos dois locais. Essa é a hipótese da lei do preço único, a qual
serve de fundamento para a PPC.

A lei do preço único diz que US$ 1,00 deve ter o mesmo poder de
compra em todos os países. Se US$ 1,00 tiver maior poder de compra em
um país do que em outro, os arbitragistas, inicialmente, realizariam suas
operações visando lucros de compra/venda de moeda estrangeira. No
entanto, a situação perduraria por um tempo limitado, obedecendo ao
mesmo princípio que foi exposto no exemplo da carne em MT e em SP.

Ou seja, em essência, o que a PPC nos diz é que a taxa de câmbio


real deve ser constante, de modo a garantir o poder de compra da moeda
em qualquer lugar do mundo.

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Existe uma fórmula que é utilizada para calcular as desvalorizações
nominais que corrigem as alterações dos níveis de preço interno e
externo, de tal forma que a taxa de câmbio real se mantenha constante.
Em outras palavras: a fórmula calcula as desvalorizações nominais que
corrigem as valorizações reais causadas pela inflação de maneira a se
manter a paridade do poder de compra. A expressão é chamada de
fórmula de Cassel da PPC:

Onde e´=nova taxa nominal de câmbio a fim de manter a PPC,


e=taxa nominal de câmbio antiga, PINT é o índice de preços interno e PEXT
é o índice de preços externo.

Por exemplo, suponha que a inflação no Brasil, em determinado


período, foi de 10% (PINT=1,1), enquanto a inflação nos EUA, para o
mesmo período, foi de 5% (PEXT=1,05). Segundo o que aprendemos no
adendo 1, pela fórmula da taxa real de câmbio, haverá redução da taxa
real de câmbio.

Caso queiramos saber o quanto devemos aumentar a taxa nominal


de câmbio a fim de manter a PPC (manter constante a taxa real de
câmbio), devemos utilizar a fórmula de Cassel da PPC:

Ou seja, para este exemplo, a nova taxa nominal de câmbio a fim


de manter a PPC deverá ser igual à antiga mais um acréscimo de 4,7% (a
taxa nominal de câmbio deverá aumentar – ser desvalorizada – em
4,7%).

É claro que essa doutrina da paridade do poder de compra não é


100% realista. Embora possamos explicá-la de modo lógico, ela não se
aplica de modo perfeito na prática. Alguns bens, por exemplo, não são
facilmente comercializados, o que invalida de certo modo o comércio dos
arbitragistas, sendo que este comércio é uma hipótese que fundamenta a
lei do preço único e a própria PPC. Por exemplo, um aluguel que é
cobrado em SP não pode ser transportado para o MT. O mesmo acontece
com vários outros serviços. Outros bens demandam custos de transporte

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relativamente altos, o que limita bastante a ação dos arbitragistas nas
ações de comprar barato e vender caro em diferentes locais.

Para questões de prova, se isto cair, o importante é que você saiba


decorada a fórmula de Cassel (ela é diferente da fórmula da taxa real de
câmbio, aprendida no adendo 1) e tenha a noção que a PPC significa
manter a taxa real de câmbio constante.

Adendo 3: Paridade da taxa de juros

Nós vimos no estudo do BP que um país pode receber dinheiro do


exterior, assim como pode enviar também. Os investimentos recebidos
são contabilizados na conta financeira (capitais autônomos). Quando um
investidor “põe” dinheiro em um país, o que ele busca é a remuneração
através dos juros. Nós até vimos no estudo do BP que essa remuneração
de juros é contabilizada no balanço de rendas (item das transações
correntes).

Pois bem, quando um investidor decide em qual país investir, ele


levará em conta não somente a taxa de juros, mas também a taxa de
câmbio. Afinal, para investir no Brasil, por exemplo, ele deve converter
US$ em R$. Pois ele precisará em R$ para comprar os títulos nacionais.
Para sair com o dinheiro do Brasil, por sua vez, ele deve converter
novamente R$ em US$, pois, no exterior, ele não precisa de R$, mas sim
de US$. Desta maneira, o investidor, ao tomar sua decisão de
investimento, não observa somente a taxa de juros, mas também a
questão do câmbio, especialmente o câmbio futuro, ou o câmbio que o
investidor espera no momento futuro em que ele retirar o dinheiro do
Brasil.

Se houver uma desvalorização do R$ (aumento da taxa de câmbio)


no momento em que o investidor for retirar o dinheiro do Brasil, ele
perderá parte de seu investimento, pois conseguirá comprar menos US$
com a quantidade de R$ que possui.

Desse modo, o que importa para o investidor é o quanto, em


porcentagem, a taxa de câmbio vai aumentar pela sua
estimativa/expectativa. Esse aumento percentual da taxa de câmbio nos
dá uma expressão que podemos chamar de expectativa do câmbio:

Onde et é a taxa de câmbio no período atual (período “t”), e et+1 é a


taxa de câmbio no período futuro (período “t+1”). A expressão acima nos

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dá a variação percentual da taxa de câmbio entre dois períodos. Por
exemplo, se a taxa de câmbio em “t” é e=1 (US$ 1,00 = R$ 1,00) e, em
“t+1”, é estimada em e=1,5 (US$ 1,00 = R$ 1,50), a expectativa de
câmbio (aumento percentual da taxa de câmbio) é de 0,50, ou 50%.

No exemplo acima, a expectativa de câmbio diz que o investidor


será prejudicado, pois, no momento, de trocar R$ por US$ e sair do país,
seus R$ valerão menos e ele comprará bem menos US$ em “t+1” do que
poderia comprar no período “t”.

Para esta situação, o investidor só colocará o dinheiro no Brasil se a


taxa de juros interna for maior que a taxa de juros externa e, ao mesmo
tempo, compensar essa desvalorização cambial que é esperada para o
R$. Assim, temos o seguinte:

iINT = iEXT + Expectativa de câmbio

iINT = iEXT + (et+1 – et)/et

A expressão em negrito nos diz que a taxa de juros interna deve


ser, no mínimo, igual à taxa de juros externa mais a expectativa de
desvalorização do câmbio. Quanto maior for a expectativa de
desvalorização do câmbio, maior deve ser a taxa de juros interna, para
que o investidor decida investir no Brasil. Por outro lado, se houver a
expectativa de valorização do câmbio, a taxa de juros interna exigida será
menor em razão desta expectativa de valorização do R$.

Se pegarmos a expressão em negrito, e isolarmos a taxa de câmbio


no período atual (et), encontraremos o seguinte depois das manipulações
algébricas:

A expressão, que nos diz a condição da paridade da taxa de juros,


nos mostra que um aumento da taxa de juros interna faz reduzir a taxa
de câmbio atual, et (lembre que os juros internos estão no denominador).
Intuitivamente, isto pode ser facilmente explicado. Se os juros internos
são altos, isto deve atrair capitais externos, aumentando a oferta de
divisas estrangeiras. O aumento da oferta de moeda estrangeira provoca
a desvalorização da divisa, por consequência, a moeda nacional é
valorizada, o que significa dizer que haverá redução da taxa de câmbio.
Ou seja, se iINT aumenta, et diminui.

.............

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Esses adendos 1, 2 e 3, realmente, não são nada simples, não é
verdade?! Pensando nisso, decidi montar esse quadro, no intuito de
reduzir um pouco a confusão que pode surgir a partir dos conceitos
abordados:

Assunto/teoria Ideia principal Fórmula principal


As diferenças nos índices de
Taxa real de preços provocam impactos
câmbio na relação de poder de
compra entre 02 moedas.
Paridade do A taxa de câmbio real se
poder de mantém constante, devido à
compra (PPC) hipótese lei do preço único.
A taxa de juros interna deve
ser, no mínimo, igual à taxa
Paridade da
de juros externa mais a
taxa de juros
expectativa de
desvalorização do câmbio.

Bem pessoal, por hoje é só!

Seguem agora alguns exercícios adicionais a fim de que a fixação


dos conteúdos seja a melhor possível. Para essa aula, em especial, não
senti a necessidade de complementar a lista com exercícios de outras
bancas, de tal modo que teremos somente questões da ESAF na aula de
hoje. Espero que gostem, afinal, a prova p/ AFRFB sempre é aplicada pela
ESAF.

Na próxima aula, estudaremos os interessantes assuntos inerentes


à MOEDA e à política monetária.

Abraços e bons estudos!

Heber Carvalho
hebercarvalho@pontodosconcursos.com.br

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TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS
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EXERCÍCIOS COMENTADOS
01. (ESAF - ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO – MPOG
– 2010) - Quanto ao balanço de pagamentos de um país, sabe-se
que:
a) o saldo total do balanço de pagamentos é igual à soma da balança
comercial com o balanço de serviços e rendas e as transferências
unilaterais correntes, salvo erros e omissões.
b) o saldo das transações correntes, se positivo (superávit), implica
redução em igual medida do endividamento externo bruto, no período.
c) o saldo total do balanço de pagamentos é igual à soma da balança
comercial com a conta de serviços e rendas, salvo erros e omissões.
d) a conta Capital e Financeira iguala (com sinal trocado) o saldo total do
balanço de pagamentos.
e) a conta Capital e Financeira iguala (com o sinal trocado) o saldo de
transações correntes, salvo erros e omissões.

COMENTÁRIOS:
Segue abaixo a estrutura do Balanço de Pagamentos atualmente utilizada
no Brasil:
DISCRIMINAÇÃO
J) BALANÇA COMERCIAL (BC)
K) BALANÇO DE SERVIÇOS (BS)
L) BALANÇO DE RENDAS (BR)
M) TRANSFERÊNCIAS UNILATERIAS CORRENTES
SALDO EM CONTA CORRENTE/TRANSAÇÕES CORRENTES
TC = A + B + C + D
N) CONTA CAPITAL E FINANCEIRA (CAPITAIS AUTÔNOMOS - KA)
O) ERROS E OMISSÕES (EO)
SALDO TOTAL DO BALANÇO DE PAGAMENTOS
BP = D + E + F
VARIAÇÃO DAS RESERVAS INTERNACIONAIS OU HAVERES
P) (ΔRI) ou HAVERES = - SALDO DO BP

Incorreta a assertiva A, pois o saldo em conta corrente é a soma da


balança comercial com o balanço de serviços e rendas e as transferências
unilaterais correntes.

Incorreta a assertiva B, pois o superávit do saldo em transações


correntes implica redução, em igual medida, do endividamento externo
líquido (déficit em transações correntes=passivo externo líquido). O
endividamento externo bruto corresponde ao saldo dos empréstimos
feitos pelo exterior ao país (obrigações de residentes ao exterior). Já o
endividamento líquido corresponde ao endividamento bruto menos os
direitos dos residentes junto aos não residentes (como, por exemplo, as
reservas internacionais). Assim, como um saldo positivo em transações

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correntes (TC) aumentam as reservas internacionais, haverá,
conseqüentemente, redução do endividamento externo líquido. Vale ainda
ressaltar que para o superávit em TC implicar redução do endividamento
externo bruto, ele deveria necessariamente ser usado na amortização dos
empréstimos tomados pelo país, o que não foi mencionado pela assertiva.

Incorreta a assertiva C, pois o saldo do BP é a soma do saldo em conta


corrente com o saldo da conta de capital e financeira, salvo erros e
omissões.

Incorreta a assertiva D, pois a variação das reservas interncionais


(ΔRI) iguala, com sinal trocado, o saldo do BP.

A assertiva E, inicialmente, foi considerada o item correto pela banca. No


entanto, houve um equívoco, já que o saldo de transações correntes,
salvo erros e omissoes, somente iguala o saldo da conta de capital e
financeira quando o saldo do BP é igual a ZERO. No entanto, esta é uma
situação que dificilmente ocorre e não pode, portanto, ser considerada
como regra geral. Logo, para a assertiva ser correta, deveria ter ficado
exposto que era suposto que o saldo do BP era igual a ZERO. Corrigindo a
omissão da questão, a banca resolveu ANULAR A QUESTÃO.

GABARITO: ANULADA

02. (ESAF - AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL - 2009) -


Considere a seguinte identidade macroeconômica básica:
Y = C + I + G + (X - M)
onde C = consumo agregado;
I = investimento agregado; e
G = gastos do governo.
Para que Y represente a Renda Nacional, (X - M) deverá
representar o saldo:
a) da balança comercial.
b) total do balanço de pagamentos.
c) da balança comercial mais o saldo da conta de turismo.
d) da balança comercial mais o saldo da conta de serviços.
e) do balanço de pagamentos em transações correntes.

COMENTÁRIOS:

Pelo estudo de Contas Nacionais, sabemos que o Y da equação


apresentada no enunciado refere-se ao Produto Interno Bruto (a preços
de mercado). Ao mesmo tempo, sabe-se que Produto=Renda. Assim,
para resolver a questão, devemos encontrar o termo que transforme Y
(PIB) em Renda Nacional (Produto Nacional, já que Renda=Produto).
Sabemos que:

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PIB = PNB + RLEE  PNB=Renda nacional = PIB - RLEE
Renda Nacional = PIB – RLEE
Renda Nacional = C + I + G + (X – M – RLEE)

X = exportação de bens e serviços não fatores


M = importação de bens e serviços não fatores
RLEE = saldo deficitário do balanço de rendas26
(X – M) = saldo da balança comercial e da balança de serviços
RLEE = saldo do balanço de rendas

Assim, teríamos que procurar alguma alternativa que informasse que (X –


M) representa o saldo da balança comercial, de serviços e de rendas (X –
M – RLEE). Esta alternativa não existe, sendo assim, a que mais se
aproxima desse resultado é a assertiva E, que fala que X – M deve ser
igual ao saldo em transações correntes.
No entanto, para que (X – M – RLEE) represente o saldo em transações
correntes, necessariamente, devemos supor que o saldo das
transferências unilaterais correntes seja igual a ZERO. Feita esta
suposição, temos que, caso X – M represente o saldo em transações
correntes, Y (PIB) será igual à Renda Nacional, tornando correta a
assertiva E.

Nota: em questões de prova, quando não for dito o saldo das contas de
Transferências Unilaterais e Erros e Omissões, devemos considerá-los
com saldo NULO.

GABARITO: E

03. (ESAF - EPPGG - MPOG - 2009) - Considere os seguintes


saldos, em unidades monetárias, para as contas dos Balanços de
Pagamentos:
Balanço comercial: - 700;
Balanço de serviços: - 7.000;
Balanço de rendas: - 18.000;
Transferências unilaterais: + 1.500;
Conta Capital: + 300;
Investimento Direto: + 30.500;
Investimento em Carteira: + 7.000;
Derivativos: - 200;
Outros investimentos na conta financeira = -18.000;
Erros e omissões: + 2.500.
Considerando esses lançamentos, é correto afirmar que a conta
Haveres da Autoridade Monetária apresentou saldo de:
a) + 2.000
b) - 2.100
26
Quando o saldo do balanço de rendas é superavitário, temos Renda Líquida Recebida do Exterior (RLRE).

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c) - 2.900
d) zero
e) + 2.100

COMENTÁRIOS:

Na contabilização do BP, devemos registrar a crédito (sinal positivo) as


transações que geram entrada de divisas (moeda estrangeira). Por outro
lado, regristramos a débito (sinal negativo) as transações que geram
saída de divisas.

A questão facilitou o nosso trabalho pois já nos informou se houve


entrada ou saída de divisas. Assim, para saber o saldo do BP, basta
somar o que é positivo e subtrair o que é negativo. Seguem as operações,
já separadas em suas respectivas contas/balanços na estrutura do BP:

TC = BC + BS + BR +/- TU = -700 -7000 -18000 + 1500 = -24200


Conta Capital (CC) = +300
Conta financeira (CF) = +30500 +7000 -200 -18000 = +19300
EO = +2500
Saldo do BP = -24200 + 300 + 19300 +2500 = -2100

Sabemos que:
ΔRI (conta haveres) = -BP
Conta haveres = -(-2100) = +2100

GABARITO: E

04. (ESAF - APOFP - SEFAZ/SP - 2009) - As contas do Balanço de


Pagamentos contêm os fluxos de moeda para dentro e para fora
de um país e fornecem informações sobre as relações comerciais
entre os países. Com relação ao Balanço de Pagamentos, indique a
opção falsa.
a) O Balanço Comercial corresponde ao saldo das exportações sobre as
importações.
b) O Balanço de Transações Correntes, quando superavitário, indica que o
aís está recebendo recursos que podem ser utilizados no pagamento de
compromissos assumidos anteriormente.
c) O Balanço de Serviços e Rendas representa as negociações
internacionais dos chamados bens invisíveis e os rendimentos de
investimentos e do trabalho.
d) Os principais fatores que determinam o saldo do Balanço Comercial
são: o nível de renda da economia e do resto do mundo, a taxa de câmbio
e os termos de troca.
e) As transações do Balanço de Serviços e Rendas são as transações que
afetam diretamente a Renda Nacional.

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COMENTÁRIOS:

Apesar de incompleta, está correta a assertiva A. Ela está incompleta


pois deveria ter falado que o saldo do balanço comercial é o saldo das
exportações sobre as importações de bens. Todavia, o estilo de
elaboração de questões da ESAF não considera incorreta assertivas que
sejam incompletas e isso é algo que o candidato deve ter em mente ao
realizar provas desta banca.

A assertiva B está correta, pois o saldo em TC, quando superavitário,


indica que o país está recebendo recursos que podem ser utilizados para
 pagar compromissos assumidos anteriormente,
 realizar investimentos do país no exterior,
 aumentar as reservas internacionais do país.

A assertiva C está correta. No balanço de serviços são registradas as


transações de bens invisíveis, que são os serviços. No balanço de rendas,
são registradas as transações que envolvem remunerações dos fatores de
produção27, entre as quais temos os rendimentos de investimento
(remuneração do fator de produção capital) e os rendimentos de trabalho
(remuneração do fator de produção mão-de-obra).

A assertiva D está correta. A renda interna determina o nível de


importações. A renda externa, o nível de exportações. Ao mesmo tempo,
a taxa de câmbio e a relação de troca (relação entre os preços internos e
externos) também servem como incentivo/desincentivo às
importações/exportações. As relações que existem são as seguintes:
 Quanto maior a renda do país, maior a demanda por produtos
importados;
 Quanto maior a renda externa, maior a demanda por produtos
exportados;
 Quanto mais desvalorizada a moeda nacional, maior é o estímulo às
exportações e o desestímulo às importações;
 Quanto melhores os termos de troca, melhor será o saldo da
balança comercial. Bons termos de troca significam que os produtos
que exportamos são mais caros que aqueles que importamos (por
exemplo, se exportamos automóveis e importamos produtos
agrícolas, há termos de troca favoráveis para o saldo da BC).

A assertiva E está incorreta, pois ela diz que as transações que afetam
diretamente a Renda Nacional são aquelas registradas nos Balanços de
Serviços e Rendas. Na verdade, as transações da balança de

27
Os fatores de produção são: trabalho/mão de obra, capital, terra, tecnologia. Suas remunerações são,
respectivamente: salários, juros (capital de empréstimos), lucros (capital de risco), aluguéis e royalties. Estes
dois últimos, entretanto, são contabilizados no balanço de serviços, conforme a nova estrutura do BP.

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transações correntes são as que afetam diretamente a Renda
Nacional. Veja que a assertiva não disse que as transações da BS e BR
eram algumas das transações que afetavam diretamente a Renda
Nacional, ela disse que eram as transações que afetavam diretamente, o
que nos dá a idéia que eram as únicas transações que tinham o poder de
afetar diretamente a Renda Nacional. Veja as assertivas abaixo, uma
certa, outra errada:
 As transações do Balanço de Serviços e Rendas são as transações
que afetam diretamente a Renda Nacional. (INCORRETO)
 As transações do Balanço de Serviços e Rendas são transações que
afetam diretamente a Renda Nacional. (CORRETO)
Na segunda frase, foi apenas dito que as transações do BR e BS são
algumas das transações que afetam a Renda Nacional, o que é certo.

GABARITO: E

05. (ESAF - APO - MPOG - 2008) - Pode-se afirmar que o Balanço


de Pagamentos de um país é um resumo contábil das transações
econômicas que este país faz com o resto do mundo, durante
certo período de tempo. No que tange a Balanço de Pagamentos,
assinale a única opção falsa.
a) Na contabilização dos registros das transações efetuadas, adota-se o
método das partidas dobradas.
b) Sob a ótica do Balanço de Pagamentos, as transações internacionais
podem ser de duas espécies: as transações autônomas e as transações
compensatórias.
c) O Brasil, ao longo de muitos anos, apresentou déficit na conta de
transações correntes, que tinha que ser financiada por meio da entrada
de capitais, levando ao aumento da dívida externa do país.
d) O déficit em conta corrente do Balanço de Pagamentos corresponde à
poupança interna da economia, isto é, à diferença entre investimento e
poupança interna na conta de capital do sistema de Contas Nacionais.
e) Os fluxos do Balanço de Pagamentos afetam a posição internacional de
investimentos do país.

COMENTÁRIOS:

A assertiva A está correta, pois toda transação registrada no BP gera


um lançamento em que há um débito (quanto saem divisas) e um
correspondente crédito (quando entram divisas).

A assertiva B está correta. Como própria decorrência do sistema de


partidas dobradas, as transações registradas no BP são divididas em:
 Transações autônomas: são aquelas realizadas normalmente e
acontecem por si mesmas (exemplo: importação de mercadoria);

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 Transações compensatórias: são aquelas destinadas a financiar o
saldo final das transações autônomas (exemplo: redução das
reservas internacionais para “pagar” em moeda estrangeira a
importação de mercadoria).

A assertiva C está correta. Na década de 90, por ocasião dos primeiros


anos do Plano Real, o Brasil apresentou sucessivos déficits na conta
corrente. Para contrabalancear este déficit, foram adotadas taxas de juros
elevadas visando atrair capital estrangeiro e, assim, garantir superávits
na conta financeira. A sistemática é esta: o governo lança títulos públicos
no mercado com taxas de juros atrativas (altas) com o objetivo de atrair
capital estrangeiro (divisas). No entanto, à medida que estes títulos são
vendidos e o governo arrecada divisas, ao mesmo tempo, cresce o
endividamento externo, pois o governo assume o compromisso de pagar
os juros desses títulos no futuro.

A assertiva D está incorreta, pois o déficit em conta corrente


corresponde à poupança externa. Assim, temos que:
Poupança externa = déficit em conta corrente.

A assertiva E está correta. A posição internacional de investimentos


(PII) é o balanço contábil do estoque de ativos e passivos externos de
uma economia. Assim, a PII é diferente do BP, pois reflete a posição dos
estoques financeiros, enquanto no BP (na conta financeira), temos a
posição dos fluxos. Apesar dos conceitos serem diferentes, os fluxos que
acontecem, e são registrados no BP, alteram o estoque, que é registrado
na PII. Por exemplo, a amortização de parte da dívida externa, realizada
em 2011 é registrada no BP de 2011. Ao mesmo tempo, altera o estoque
da dívida externa e, por conseguinte, é registrada (afeta) também na PII.

GABARITO: D

06. (ESAF - EPPGG - MPOG - 2008) Conforme consta nas notas


metodológicas do Banco Central do Brasil sobre o Balanço de
Pagamentos, a conta que inclui os "serviços financeiros, que
compreende serviços bancários tais como corretagens, comissões,
tarifas por prestações de garantias e fianças, comissões e outros
encargos acessórios sobre o endividamento externo" é a conta:
a) transferências unilaterais correntes.
b) de rendas.
c) de serviços.
d) de capital.
e) financeira.

COMENTÁRIOS:

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Na balança de serviços registramos serviços, mesmo que sejam serviços
financeiros. Neste sentido não deve haver confusão: embora haja a
palavra “financeiros”, não devemos registrar a transação na conta
financeira do BP. Por exemplo, verifiquemos a seguinte situação: um
empréstimo externo foi tomado e, após isso, foi feitas uma amortização
do principal da dívida, um pagamento de juros e um pagamento de custos
administrativos (tarifas).

Veja como ficarão as contabilizações:


 A entrada do dinheiro proveniente do empréstimo é registrada a
crédito na conta financeira do BP.
 A amortização é registrada a débito na conta financeira do BP. O
pagamento de juros é registrado a débito no balanço de rendas,
pois juros é remuneração de fator de produção28.
 O pagamento de custos administrativos, por sua vez, por constituir
pagamento de serviços, é registrado a débito no balanço de
serviços.

GABARITO: C

07. (ESAF – EPPGG/MPOG - 2008) A partir do início deste século,


o Banco Central do Brasil passou a divulgar o balanço de
pagamentos com nova metodologia. Pode-se considerar as
seguintes alterações em relação à metodologia anterior, exceto a
a) exclusão, no item investimentos diretos, dos empréstimos
intercompanhias, de qualquer prazo, nas modalidades de empréstimos
diretos e colocação de títulos.
b) introdução, na conta corrente, de clara distinção entre bens, serviços,
renda e transferências correntes, com ênfase no maior detalhamento na
classificação de serviços.
c) estruturação da conta de rendas de forma a evidenciar as receitas e
despesas geradas por cada uma das modalidades de ativos e passivos
externos contidas na conta financeira.
d) inclusão da "conta financeira", em substituição à antiga conta de
capitais.
e) reclassificação de todos os instrumentos de portfolio, inclusive bônus,
notes e commercial papers, para a conta de investimento em carteira.

COMENTÁRIOS:

A partir de 2001, o Banco Central (BACEN) passou a divulgar o BP


segundo a metodologia contida na 5ª.edição do Manual do Balanço de
Pagamentos do Fundo Monetário Internacional (FMI). É baseado neste

28
Juros é remuneração do fator de produção capital. Como, no balanço de rendas, registramos as
remunerações dos fatores de produção são registradas neste balanço.

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manual que o BACEN elabora as notas técnicas referentes ao BP
brasileiro.

Segue abaixo um quadro comparativo entre as metodologias:


Antes de 2001 Após 2001
Balança comercial Balança comercial
Balança de Serviços
Balança de serviços e rendas
Balança de rendas
Transferências unilaterais correntes
Transferências unilaterais
Conta de capital
Movimento de capitais autônomos Conta financeira
Erros e omissões Erros e omissões
Saldo do BP Saldo do BP
Balanço de capitais compensatórios
 Empréstimos do FMI
Variação das reservas
 Atrasados comerciais
internacionais
 Operações de regularização
 Variação das reservas

Por esta simples comparação, depreendem-se as seguintes conclusões:


 Na nova metodologia, foi introduzida uma conta denominada conta
de capital. Nela, registram-se as transferências unilaterais de
capital relacionadas com o patrimônio de migrantes e a
aquisição/alienação de bens não financeiros não produzidos, tais
como cessão de patentes e marcas. Assim, fica claro que somente
nestes dois casos, haverá contabilização na conta de capital.
Ademais, vale ainda salientar que estas transações não guardam
nenhuma relação com o fluxo de empréstimos entre o país e o
exterior, que ainda é contabilizado na conta financeira;
 Nas transferências unilaterais correntes (nova metodologia), são
registradas todas as transferências unilaterais, na forma de bens e
dinheiro, com exceção das transferências relativas a patrimônio de
migrantes, alocadas na conta de capital;
 Criação da conta financeira em substituição ao balanço de
movimento de capitais autônomos, que passou a ser dividida em
quatro grandes grupos, desdobrados em subcontas mais
específicas:
1. Investimento direto: participação no capital, empréstimos
intercompanhias;
2. Investimento em carteira: ações em bolsas, títulos de renda
variável, títulos de renda fixa, ações negociadas no exterior (DR
- depositary receipts, notes e commercial papers);
3. Derivativos: títulos decorrentes de operações de swap, opções e
futuros.

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4. Outros investimentos: empréstimos entre residentes e não
residentes, com exceção dos empréstimos intercompanhias
classificados na subconta investimentos diretos.
 Após o saldo do BP, na nova metodologia, há apenas a variação das
reservas internacionais. As outras operações compensatórias
(empréstimos do FMI, regularização, etc) são agora classificadas na
conta financeira.

Diante do exposto, vê-se que a alternativa incorreta é a letra A, pois


os empréstimos intercompanhias são classificados na rubrica investimento
direto, conta financeira do BP.

GABARITO: A

08. (ESAF - AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL - 2005)


Considere as seguintes informações para uma economia hipotética
(em unidades monetárias):
Exportações de bens e serviços não fatores: 200
Importações de bens e serviços não fatores: 300
Renda líquida enviada ao exterior: 100
Com base nessas informações e considerando as identidades
macroeconômicas básicas decorrentes de um sistema de contas
nacionais, é correto afirmar que essa economia hipotética
apresentou:
a) déficit no balanço de pagamentos em transações correntes de 100.
b) déficit no balanço de pagamentos em transações correntes de 200.
c) superávit no balanço de pagamentos de 200.
d) saldo nulo no balanço de pagamentos em transações correntes.
e) superávit no balanço de pagamentos de 100.

COMENTÁRIOS:

O saldo líquido entre exportações e importações de bens e serviços não


fatores significa a soma dos saldos das balanças comercial e de serviços.
Assim:
BC + BS = 200 – 300 = -100

Ao mesmo tempo, a renda líquida enviada ao exterior (RLEE) significa o


saldo da balança de rendas. Assim:
BR = -100  (como tivemos renda líquida enviada, o saldo é deficitário)

Logo,
Saldo em transações correntes (TC) = BC + BS + BR
TC = 200 – 300 – 100
TC = -200

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Nota: como não foi mencionado o saldo de transferências unilaterais
correntes, consideramo-lo igual a ZERO.

GABARITO: B

09. (ESAF - ANALISTA - MPU - 2004) No balanço de pagamentos,


os lucros reinvestidos têm como lançamento
a) débito na conta rendas de capital e crédito na conta caixa.
b) débito na conta rendas de capital e crédito na mesma conta.
c) crédito na conta reinvestimentos e débito na mesma conta.
d) débito na conta rendas de capital e crédito na conta reinvestimentos.
e) crédito na conta rendas de capital e débito na conta caixa.

COMENTÁRIOS:

O lucro reinvestido apresenta duas operações embutidas:


 O envio de lucros: remuneração do fator de produção capital, que é
enviada ao exterior, devendo, portanto, ser registrada no balanço
de rendas, a débito, pois significa saída de divisas;
 O investimento direto: o dinheiro que vai, referente ao envio de
lucros, tecnicamente, é o mesmo que volta na forma de
reinvestimento. Como volta na forma de investimento, deve ser
contabilizado na conta de investimento/reinvestimento, a crédito,
pois significa entrada de divisas.

Logo, o lançamento é:
D – Rendas de capital (pois lucro é remuneração do capital)
C – Reinvestimentos

GABARITO: D

10. (ESAF - ANALISTA - MPU - 2004) Um déficit em transações


correntes pode ser considerado como
a) poupança interna.
b) despoupança externa.
c) poupança externa.
d) despoupança interna.
e) despoupança do governo.

COMENTÁRIOS:

Um déficit em transações correntes significa que o resto do mundo


incorreu em superávits em relação a transações com o nosso país. Este
superávit do resto do mundo significa que ele obteve poupança com estas
operações. Essa poupança do resto do mundo é denominada poupança

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externa. De forma análoga, um superávit em transações correntes
significa uma despoupança externa.

GABARITO: C

11. (ESAF – Analista - MPU - 2004) – Supondo:


BP = saldo do balanço de pagamentos
RE = resultados das transações compensatórias
TC = transações correntes
MC = movimento de capitais autônomos
Com base nessas informações e na ausência de erros e omissões,
é correto afirmar que, necessariamente,
a) BP = RE e TC = MC - RE.
b) BP = 0.
c) BP = - RE e BP = 0.
d) BP = MC + RE.
e) BP = - RE e TC = MC + RE.

COMENTÁRIOS:

Em primeiro lugar, vale destacar que, apesar do concurso ter sido


realizado em 2004, ainda foi utilizada como referência a estrutura da
metodologia antiga do BP. Outro ponto a destacar é que devemos
considerar erros e omissoes igual a ZERO.

Nós sabemos que:


BP = TC + MC (1) e
BP = -RE (2)

Substituindo (2) em (1):


-RE = TC + MC
TC = -RE –MC

Também sabemos que o saldo do BP não é necessariamente ZERO.


De fato, a regra geral é que ele não seja ZERO, é muito raro (quase
impossível) de acontecer tal situação de nulidade no saldo do BP. Todavia,
para concursos, devemos guardar em mente que o saldo do BP pode ser
qualquer valor (acima, abaixo ou igual a ZERO).

GABARITO: A QUESTÃO FOI ANULADA (não há alternativa correta)

12. (ESAF - ANALISTA - MPU - 2004) Não é registrado no balanço


de serviços o/a:
a) remessa de lucros.
b) amortização de empréstimos.
c) pagamento de fretes.

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d) pagamento de seguro de transportes de mercadorias.
e) recebimento de juros de empréstimos.

COMENTÁRIOS:

Mais uma vez, apesar do concurso ser de 2004, a banca utilizou a


metodologia antiga, em que as contas de serviços e rendas eram
denominadas genericamente de balanço de serviços.
Assim, devemos procurar entre as alternativas aquela transação que não
significa prestação de serviço nem remuneração de fator de produção
(rendas). Vejamos:

a) Lucros é remuneração do fator de produção capital. Todas as


remunarações de fatores de produção são contabilizadas na rubrica
Rendas, dentro do balanço de serviços e rendas.
b) Amortizacao de empréstimos é contabilizado na balanço de
movimento de capitais autônomos. Esta assertiva é, portanto, o
gabarito da questão.
c) Frete é um tipo de serviço, logo, contabilizado no balanço de serviços e
rendas.
d) Seguro também é um tipo de serviço.
e) Juros é remuneração do fator de produção capital.

GABARITO: B

13. (ESAF - AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL - 2003)


Considere os seguintes saldos do balanço de pagamentos para
uma determinada economia hipotética, em unidades monetárias:
saldo da balança comercial: superávit de 100; saldo em
transações correntes: déficit de 50; saldo total do balanço de
pagamentos: superávit 10. Com base nestas informações e
considerando que não ocorreram lançamentos na conta "erros e
omissões", é correto afirmar que:
a) o saldo da conta "transferências unilaterais" foi necessariamente
superavitário.
b) independente do saldo da conta "transferências unilaterais", podemos
afirmar com certeza que o saldo da balança de serviços foi superavitário.
c) o saldo dos movimentos de capitais autônomos foi negativo.
d) se a conta "transferências unilaterais" foi superavitária, podemos
afirmar com certeza que a balança de serviços apresentou saldo positivo.
e) se a conta "transferências unilaterais" foi superavitária, podemos
afirmar com certeza que a balança de serviços apresentou saldo negativo.

COMENTÁRIOS:

Sabemos que:

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BC = +100
TC = BC + BS + BR +/- TU = -50
BP = 0

Nota  na metodologia antiga, que foi a utilizada pela questão, o balanço


de serviços e de rendas era denominado somente de balanço de serviços.
Assim, BS + BR é o mesmo que somente BS, logo:
TC = BC + BS +/- TU = -50

Vamos à análise das assertivas:

A assertiva A está incorreta, pois não podemos afirmar com certeza o


saldo de TU sem saber o saldo de BS.

A assertiva B está incorreta, pois não podemos afirmar com certeza o


saldo de BS sem saber o saldo de TU.

A assertiva C está incorreta. Temos: BP = 0 e TC = -50. Ao mesmo


tempo: BP = TC + MC, logo: 0 = -50 + MC  MC = +50.

A assertiva D está incorreta. Como o saldo da BC é positivo e o saldo


de TC é negativo, obrigatoriamente, o saldo de TU e/ou o saldo de BS
deve ser negativo. É impossível que tanto o saldo de TU quanto o saldo
BS sejam positivos. Se assim fosse, como a BC tem saldo positivo,
teríamos saldo em TC positivo, o que não pode, já que sabemos que ele é
igual a -50.

A assertiva E está correta. Como o saldo de BC é positivo, o de TU é


positivo e o de TC é negativo, obrigatoriamente, o saldo de BS tem que
ser negativo, já que TC = BC + BS + TU.

GABARITO: E

14. (ESAF - APO - MPOG - 2003) Considere os seguintes dados


para uma economia hipotética:
exportações de bens e serviços não fatores = 100
importações de bens e serviços não fatores = 50
déficit no balanço de pagamentos em transações correntes = 10
Com base nas identidades macroeconômicas básicas para uma
economia aberta e com governo, podemos afirmar que esta
economia apresentou:
a) renda líquida enviada ao exterior igual a 60
b) renda líquida recebida do exterior igual a 60
c) renda líquida enviada ao exterior igual a 40
d) renda líquida recebida do exterior igual a 40
e) renda líquida enviada ao exterior igual a 50

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COMENTÁRIOS:

O saldo líquido entre exportações e importações de bens e serviços não


fatores (X – M) significa o saldo da conta de bens (saldo comercial) e de
serviços. A partir deste resultado, para chegarmos ao valor do saldo em
TC, necessitamos do valor das remunerações dos fatores de produção
(RENDAS) e das TU. Como não foi falado o saldo de TU, consideramo-lo
igual a ZERO. Assim:
X – M = exportações MENOS importações de bens e serviços não fatores
TC = (X – M) + RENDAS +/- TU
-10 = 100 – 50 + RENDAS + 0
RENDAS = -60

Como o saldo das (balança de) rendas foi deficitário, tivemos renda
líquida enviada ao exterior (RLEE). Logo: RLEE = 60
Caso o saldo fosse supervitário, teríamos renda líquida recebida do
exterior (RLRE).

Nota  há outras maneiras de resolver a questão por meio das


identidades aprendidas no assunto Contas Nacionais.

GABARITO: A

15. (ESAF - APO - MPOG - 2003) Considere os seguintes dados:


saldo da balança comercial: déficit de 50
saldo do balanço de serviços: déficit de 50
saldo do movimento de capitais autônomos: superávit de 150
Na ausência de lançamento nas contas "transferências
unilaterais" e "erros e omissões", pode-se afirmar que os saldos
em transações correntes e total do balanço de pagamentos foram,
respectivamente:
a) + 150 e zero
b) - 100 e - 50
c) - 100 e zero
d) - 100 e + 50
e) - 150 e zero

COMENTÁRIOS:
BC = -50
BS = -50 (foi considerado BS como sendo o balanço de serviços e
rendas)
MC = +150
EO e TU = 0
TC = ?
BP = ?

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Sabe-se que:
TC = BC + BS +/- TU (1)
TC = -50 -50
TC = -100

BP = TC + MC (2)
BP = -100 + 150
BP = +50

GABARITO: D

16. (ESAF - APO - MPOG - 2003) Com base no balanço de


pagamentos, é incorreto afirmar que:
a) os investimentos diretos fazem parte dos denominados movimentos de
capitais autônomos
b) o saldo total do balanço de pagamentos é sempre igual a zero
c) os empréstimos do Fundo Monetário Internacional fazem parte das
denominadas transações compensatórias
d) os chamados capitais de curto prazo fazem parte dos denominados
movimentos de capitais autônomos
e) despesas com turismo fazem parte da balança de serviços "não
fatores"

COMENTÁRIOS:

O saldo do BP não é necessariamente igual a ZERO, logo, incorreta a


assertiva B. O saldo que é obrigatoriamente igual a ZERO é a soma do
saldo do BP e do movimento de capitais compensatórios:
BP = - saldo do movimento de capitais compensatórios
BP + saldo do movimento de capitais compensatórios = 0

GABARITO: B

17. (ESAF - APO - MPOG - 2003) Considere os seguintes


lançamentos realizados entre residentes e não residentes de um
país, num determinado período de tempo, em unidades
monetárias:
 o país exporta mercadorias no valor de 100, recebendo a
vista
 o país importa mercadorias no valor de 50, pagando a vista
 o país realiza pagamentos à vista referente a juros, lucros e
aluguéis, no valor de 50
 ingressam no país, sob a forma de investimentos diretos, 20
sob a forma de máquinas e equipamentos
 o país paga 50 referente a despesas com transportes

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 o país recebe empréstimos no valor de 100
Com base nestas informações, o país apresentou:
a) saldo total nulo no balanço de pagamentos
b) déficit no balanço de pagamentos de 100
c) superávit em transações correntes de 70
d) superávit na balança comercial de 50
e) superávit no balanço de pagamentos de 50

COMENTÁRIOS:

A maior dificuldade desta questão está em observar a transação em que


ingressam no país, como investimento direto, 20, sob a forma de
máquinas e equipamentos. Vejamos o porquê:

O saldo do BP reflete, em última instância, a quantidade de divisas


(moeda estrangeira) que entrou e saiu do país. Como o investimento
citado acima se deu mediante a entrada de máquinas e equipamentos,
não haverá mudança no saldo do BP. Veja o lançamento a ser realizado:

D – Importações 20
C – Investimento direto (máquinas e equipamentos) 20

Por outro lado, quando há algum investimento direto mediante a entrada


de dinheiro (moeda estrangeira), creditamos a conta de investimento
direto e debitamos a conta caixa da autoridade monetária (conta haveres
ou conta reservas internacionais). Assim, se o investimento direto é em
moeda estrangeira, o lançamento é este:

D – Haveres (ou conta caixa da autoridade monetária)


C – Investimento direto

No entanto, como, no caso da nossa questão, o investimento ocorreu via


envio de máquinas e equipamentos, a contrapartida do crédito na conta
investimento direto não pode ser um débito na conta caixa, pois não
entrou moeda no caixa. Neste caso, a contrapartida é realizada na conta
Importações, pois significa que entrou um bem ou uma mercadoria no
país. Como há um crédito no balanço de capitais autônomos e um débito
no balanço de transações correntes (balança comercial), não haverá
alteração no saldo do BP.

Com exceção desta operação, todas as outras apresentadas no enunciado


da questão alteram o saldo do BP, pois implicaram pagamentos ou
recebimentos em moeda. Assim:

Saldo do BP = +100 – 50 – 50 – 50 + 100


Saldo do BP = +50

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GABARITO: E

18. (ESAF - EPPGG - MPOG - 2003) A partir de janeiro de 2001, o


Banco Central do Brasil passou a divulgar o balanço de
pagamentos de acordo com a metodologia contida no Manual de
Balanço de Pagamentos do Fundo Monetário Internacional. Não
faz parte das alterações introduzidas na nova apresentação:
a) introdução, na conta corrente, de clara distinção entre bens, serviços,
renda e transferências correntes, com ênfase no maior detalhamento na
classificação dos serviços.
b) introdução da "conta de capitais" em substituição à antiga "conta
financeira".
c) estruturação da "conta de rendas" de forma a evidenciar as receitas e
despesas geradas por cada uma das modalidades de ativos e passivos
externos contidas na conta financeira.
d) inclusão, no item investimentos diretos, dos empréstimos
intercompanhias.
e) reclassificação de todos os instrumentos de portfolio, inclusive bônus,
notes e commercial papers, para a conta de investimentos em carteira.

COMENTÁRIOS:

Veja que essa questão foi bastante semelhante à questão 07 de nossa


lista, em que a ESAF usou praticamente as mesmas assertivas utilizadas
neste concurso, realizado em 2003, para elaborar uma questão de prova
aplicada 05 anos depois, para o mesmo cargo e mesmo órgão.

A assertiva B está incorreta, pois a conta de capitais não foi introduzida


em substituição à antiga conta financeira. Na verdade, esta substituiu a
antiga conta de movimento de capitais autônomos.

GABARITO: B

19. (ESAF - AUDITOR FISCAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL- INSS -


2003) Considere os seguintes lançamentos entre residentes e
não-residentes de um país, num determinado período de tempo
(em unidades monetárias):
- o país exporta 500, recebendo a vista;
- o país importa 300, pagando a vista;
- ingressam no país, sob a forma de investimentos diretos, 100 em
equipamentos;
- o país paga 50 de juros e lucros;
- o país paga amortizações no valor de 100;
- ingressam no país 350, sob a forma de capitais de curto prazo;
- o país paga fretes no valor de 70.

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Com base nessas informações e supondo a ausência de erros e
omissões, os saldos em transações correntes e do balanço de
pagamentos são, respectivamente:
a) - 20 e + 150
b) - 20 e + 20
c) - 20 e + 330
d) - 40 e + 330
e) - 40 e + 40

COMENTÁRIOS:

Assim como na questão 16 de nossa lista, devemos ter em mente que a


operação de investimento direto por meio do envio de máquinas não
altera o saldo do BP. Haverá um lançamento a crédito na rubrica
investimento direto e um lançamento a débito na rubrica importações:
D – Importações 100
C – Investimento direto (máquinas e equipamentos) 100

Todas as outras operações restantes colocadas no enunciado da questão


apresentam mudanças no saldo do BP, já que são transações que
envolvem pagamentos (entrada ou saída de divisas), logo:

Saldo do BP = +500 – 300 – 50 – 100 + 350 – 70


Saldo do BP = +330

Saldo em TC = BC + BS + BR +/- TU

A princípio, pode parecer que o saldo da BC é (500 – 300)=200. No


entanto, conforme explicado acima, o investimento direto por meio de
envio de máquinas provocou um lançamento a débito na conta
importações. Logo, o saldo da BC será:
BC = 500 – 300 – 100
BC = 100
Ao mesmo tempo, BS = -70 (fretes pagos), BR = -50 (rendas de juros
pagas), TU = 0.

Assim,
TC = 100 – 70 – 50
TC = -20

GABARITO: C

20. (ESAF - AUDITOR FISCAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – INSS -


2003) - Considere as seguintes informações:
Saldo da balança comercial: déficit de 100;
Saldo da balança de serviços: déficit de 200;

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Saldo em transações correntes: déficit de 250;
Saldo total do balanço de pagamentos: superávit de 50.
Com base nessas informações, o saldo das “transferências
unilaterais” e do “movimento de capitais autônomos” foram,
respectivamente:
a) + 50 e + 300
b) - 50 e - 300
c) + 30 e - 330
d) - 30 e + 330
e) - 30 e - 300

COMENTÁRIOS:

BC = -100
BS = -200 (segundo a metodologia antiga, em que BS continha o saldo
de serviços e rendas)
TC = -250
BP = +50

Sabemos que:
TC = BC + BS +/- TU  substituindo os dados:
-250 = -100 -200 +/- TU
TU = +50

BP = TC + MC (movimento de capitais autônomos)  substituindo:


+50 = -250 + MC
MC = +300

GABARITO: A

21. (ESAF - AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL - 2002) - Com


relação ao balanço de pagamentos, é incorreto afirmar que:
a) as exportações de empresas multinacionais instaladas no Brasil são
computadas na balança comercial do país.
b) os investimentos diretos fazem parte dos chamados movimentos de
capitais autônomos.
c) o saldo da conta "transferências unilaterais" faz parte do saldo do
balanço de pagamentos em transações correntes.
d) o saldo total do balanço de pagamentos não é necessariamente nulo.
e) as chamadas rendas de capital fazem parte do denominado balanço de
serviços não fatores.

COMENTÁRIOS:

A assertiva A está correta, pois o BP registra as transações que


envolvem residentes e não residentes. Empresas multinacionais

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instaladas no Brasil são consideradas residentes, pois seu centro de
interesse (lugar onde realiza com caráter permanente as suas atividades)
está no Brasil. Assim, quando exportam seus produtos para o exterior, há
um operação entre residente (multinacional instalada no Brasil) e não
residente (exterior). Ademais, o mesmo raciocínio vale para uma empresa
brasileira que esteja instalada em outro país. Ela será considerada não
residente, pois seu centro de interesse (lugar onde desenvolve as
atividades) não é o Brasil.

As assertivas B, C e D estão corretas, e já foram objeto de


comentários em questóes anteriores.

A assertiva E está incorreta. As rendas de capital significam


remunerações pelo uso do fator de produção capital. Logo, fazem parte
do denominado balanço de serviços fatores, pois é remuneração de fator
de produção.

GABARITO: E

22. (ESAF - ANALISTA DE COMÉRCIO EXTERIOR – MDIC - 2002) -


Considere os seguintes dados (em unidades monetárias, em um
determinado período de tempo):
• Saldo da balança comercial: déficit de 100
• Saldo em transações correntes: déficit de 300
• Saldo total do balanço de pagamentos: superávit de 500
Considerando a ausência de lançamento nas contas de
"transferências unilaterais" e "erros e omissões”, pode-se
concluir que o saldo do balanço de serviços e o saldo do
movimento de capitais autônomos foram, respectivamente:
a) - 100 e + 800
b) + 100 e + 800
c) - 200 e + 500
d) + 200 e + 500
e) - 200 e + 800

COMENTÁRIOS:

BC = -100
TC = -300
BP = +500
TU e EO = 0

Sabemos que:
TC = BC + BS +/- TU
-300 = -100 + BS
BS = -200

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Também sabe-se que:


BP = TC + MC
+500 = -300 + MC
MC = +800

GABARITO: E

23. (ESAF - ANALISTA DE COMÉRCIO EXTERIOR – MDIC - 2002)


Tomando como caso o Brasil, não é considerado como residente
para efeito de pagamento no balanço de pagamentos:
a) embaixadas brasileiras no exterior.
b) empresas multinacionais instaladas no Brasil.
c) turistas brasileiros no exterior.
d) instituições norte-americanas de ensino instaladas no Brasil.
e) filiais de empresas brasileiras no exterior.

COMENTÁRIOS:

As transações que devem ser registradas no BP, regra geral, são aquelas
envolvendo residentes e não residentes. O referencial para se distinguir o
residente do não residente é o lugar onde esteja localizado seu “centro de
interesse”.

É considerado residente no Brasil todo aquele que tem o “centro de


interesse” neste país, ou seja, onde se espera que ocorra de modo
permanente a sua participação na produção e consumo de bens e
serviços. Caso um brasileiro esteja no exterior temporariamente,
exercendo atividade de duração prevista, será considerado residente (no
Brasil). Por outro lado, se estiver morando permanentemente no exterior,
será considerado não residente.

Podemos listar como exemplo de residentes no Brasil aqueles que aqui


vivem permanentemente (incluindo os estrangeiros com residência fixa),
os brasileiros em serviço29 no exterior (diplomatas, funcionários de
embaixadas, militares em missões de paz, etc), os turistas brasileiros que
se encontram em viagem no exterior, estudantes temporariamente
fazendo cursos no exterior, e as empresas sediadas no país, inclusive se
forem filiais de empresas estrangeiras.

São considerados não residentes aqueles com centro de interesse em


qualquer outro lugar que não seja o Brasil. Podemos citar como exemplo
de não residentes os turistas estrangeiros em passagem no país, as
empresas nacionais instaladas no exterior, as embaixadas estrangeiras no
29
Apesar de viverem no exterior, o centro de interesse continua sendo o Brasil, pois estão morando no
exterior apenas por estarem prestando serviço ao Brasil.

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Brasil (o centro de interesse de tais embaixadas é o seu país de origem),
os estrangeiros em serviço pelos seus países de origem, os estudantes
estrangeiros temporariamente realizando cursos no Brasil, os jogadores
de futebol brasileiros que atuam no exterior, etc.

Pelo exposto, percebe-se que a alternativa que apresenta um


exemplo de não residente é a alternativa E, pois a empresa brasileira
instalada no exterior tem seu centro de interesse no exterior, pois é lá
que ocorre de modo permanente a sua participação na produção e
consumo de bens e serviços.

GABARITO:E

24. (ESAF - ANALISTA DE COMÉRCIO EXTERIOR – MDIC - 2002) -


Com relação ao balanço de pagamentos, é incorreto afirmar que:
a) um déficit na balança de serviços não necessariamente implica um
déficit em transações correntes.
b) entradas de mercadorias no país são, necessariamente, consideradas
como importações.
c) se o país não possui reservas, um déficit em transações correntes tem
que ser necessariamente financiado com movimentos de capitais
autônomos.
d) os investimentos diretos são considerados como item dos movimentos
de capitais autônomos.
e) se, em valor absoluto, o déficit em transações correntes é igual ao
superávit no movimento de capitais autônomos, então, na ausência de
erros e omissões, o saldo total do balanço de pagamentos será nulo.

COMENTÁRIOS:

A assertiva A está correta, pois um déficit na BS pode ser em menor


grau que, por exemplo, um superávit na BC e/ou em TU, o que nos daria
um superávit em TC, apesar do déficit na BS.

A assertiva B está correta, pois qualquer entrada no país de bens ou


mercadorias será obrigatoriamente registrada a débito na conta
importações, sem exceção.

A assertiva C está incorreta, pois um déficit em TC não necessita


obrigatoriamente ser financiado com movimento de capitais autônomos.
Poderá também ser financiado com capitais compensatórios (empréstimos
do FMI, por exemplo).
Nota  a questão utilizou a metodologia antiga do BP.

A assertiva D está correta, conforme exposto nos comentários da


questão 07.

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A assertiva E está correta. Sabemos que: BP = BC + MC +/- EO


Se EO = 0 , então BP = BC + MC
Se BC + MC = 0 (o déficit em TC é igual ao superávit em MC), então
BP = 0

GABARITO: C

25. (ESAF - ANALISTA DE COMÉRCIO EXTERIOR – MDIC - 2002) -


Considere que tenham ocorrido apenas as seguintes operações
nas contas de transações correntes, operações essas realizadas
entre residentes e não-residentes de um país, em um determinado
período de tempo, em unidades monetárias:
• o país exporta mercadorias no valor de 500, recebendo a vista;
• o país importa mercadorias no valor de 400, pagando a vista;
• o país realiza doação de medicamentos no valor de 150;
• o país paga 300 à vista referente a juros e lucros;
• o país paga 50 à vista referente a fretes.
Com base nessas informações e supondo que a conta de erros e
omissões tenha saldo nulo, é incorreto afirmar que, no período
considerado:
a) o balanço de serviços apresentou déficit de 350.
b) o saldo da balança comercial apresentou superávit de 100.
c) o saldo do item “transferências unilaterais” foi deficitário em 150.
d) o país apresentou déficit em transações correntes.
e) para que o país apresente um saldo nulo do balanço de pagamentos, o
ingresso líquido de recursos na conta de movimento de capitais deverá
ser de 250.

COMENTÁRIOS:

Para facilitar a resolução da questão, façamos os lançamentos das


transações:

(1) Exporta mercadorias no valor de 500, recebendo à vista:


D – Haveres (conta caixa/reservas) 500
C – Exportações 500

(2) Importa mercadorias no valor 400, pagando à vista:


D – Importações 400
C – Haveres 400

(3) Doação no valor de 150, em medicamentos:


D – Transferências Unilaterais 150
C – Exportações 150
Nota  se a doação fosse em dinheiro, o crédito seria na conta Haveres

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(4) Pagamento de juros e lucros, no valor de 300:


D – Balança de serviços (BP antigo) 300
C – Haveres 300

(5) Pagamento de fretes, no valor de 50:


D – Balança de serviços 50
C – Haveres 50

Verificando os débitos (–) e os créditos (+) realizados, podemos calcular


os saldos:
BC = +500 – 400 + 150
BC = 250  (assertiva B incorreta)

BS = -300 – 50
BS = -350  (assertiva A correta)

TU = -150  (assertiva C correta)

TC = BC + BS – TU
TC = 250 – 350 – 150
TC = -250  (assertiva D correta)

BP = MC + TC
Se BP = 0 , então:
0 = MC – 250
MC = +250  (assertiva E correta)
Como o saldo de MC foi superavitário, há entrada líquida de recursos.

GABARITO: B

26. (ESAF - ACE – TCU - 2002) Com base no balanço de


pagamentos, é incorreto afirmar que:
a) o saldo positivo no balanço de pagamentos num determinado período é
necessariamente igual ao volume de reservas em moeda estrangeira do
país nesse período.
b) os serviços de fatores correspondem aos pagamentos ou recebimentos
em função da utilização dos fatores de produção.
c) as amortizações de empréstimos fazem parte dos movimentos de
capitais autônomos.
d) o pagamento de juros sobre empréstimos são registrados na balança
de serviços.
e) uma transferência unilateral realizada em mercadoria tem
necessariamente como contrapartida lançamento na balança comercial.

COMENTÁRIOS:

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A assertiva A está incorreta, pois o saldo positivo no BP significa um


aumento no volume de reservas em moeda estrangeira. Assim, tal saldo
superavitário não implica o volume de reservas, mas a sua variação para
maior. Exemplo: suponha que um país inicie o ano de 2011 com US$ 100
bilhões de reservas internacionais. Ao final do ano, imagine que haja um
superávit de US$ 10 bilhões no saldo do BP. Logo, esse saldo do BP
significará o quantum em que aumentará as reservas internacionais (10
bilhões). Observe que o saldo positivo do BP não será, portanto, igual ao
volume de reservas (110 bilhões). De modo mais técnico, podemos
verificar por meio desta assertiva que o saldo do BP é uma variável fluxo,
enquanto o volume de reservas internacionais é uma variável estoque.

A assertiva B está correta, pois as remunerações dos fatores de


produção correspondem aos serviços de fatores. Na nova metodologia,
estas remunerações são contabilizadas no Balanço de Rendas.

A assertiva C está correta, pois a amortização de empréstimos é


contabilizada no movimento de capitais autônomos (é como se fosse uma
operação inversa ao empréstimo).

A assertiva D está correta, pois o pagamento de juros é remuneração


de fator de produção. Na nova metodologia, é registrado no balanço de
rendas. Na metologia velha, utilizada pela questão, é registrado no
balanço de serviços.

A assertiva E está correta. A transferência unilateral realizada em


mercadoria tem o seguinte lançamento:
D – Transferência unilateral
C – Exportação (item da balança comercial)
Vale ainda ressaltar que se a transferência unilateral for realizada via
doação/recebimento de moeda, a contrapartida do lançamento será a
conta Haveres da autoridade monetária.

GABARITO: A

27. (ESAF - AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL - 2002)


Considere as seguintes informações:
A = saldo da balança comercial
B = saldo da balança de serviços
C = saldo das operações de transferências unilaterais
D = saldo em transações correntes
E = movimento de capitais autônomos
F = movimento de capitais compensatórios
G = saldo total do balanço de pagamentos
Com base nestas informações, pode-se afirmar com certeza que

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a) A + B + C = D + E + F + G
b) A + B + C + D + E + F + G = 0
c) A + B + C + E + F = 0
d) G = 0
e) A + B + C = D = G = 0

COMENTÁRIOS:

Sabe-se que BP (G) = - Capitais compensatórios (F) (0)


Ao mesmo tempo: BP (G) = TC (D) + MC (E) (1)
Também que: TC (D) = BC (A) + BS (B) + TU (C) (2)

Substituindo (2) em (1):


G=A+B+C+D+E

Substituindo (1) em (0):


A+B+C+D+E=-F
A+B+C+D+E+F=0

GABARITO: C

28. (ESAF - APO – MPOG - 2002) Com base no balanço de


pagamentos, é correto afirmar que:
a) o saldo dos movimentos de capitais autônomos tem que ser
necessariamente igual ao saldo do balanço de pagamentos em
transações correntes.
b) as transferências unilaterais têm como única contrapartida de
lançamento a balança comercial.
c) o saldo total do balanço de pagamentos é necessariamente igual a
zero.
d) os lucros reinvestidos são lançados com sinal positivo nos movimentos
de capitais e com sinal negativo no balanço de serviços.
e) as amortizações fazem parte do balanço de serviço.

COMENTÁRIOS:

A assertiva A está incorreta, pois não é necessário que MC seja igual


ao saldo de TC. O saldo do BP pode ser qualquer valor (menor, maior ou
igual a ZERO). A única obrigação que existe, em termos de “fechar o
balanço” é termos: BP = - Movimento de capitais compensatórios

A assertiva B está incorreta, pois, caso a transferência unilateral seja


realizada em moeda, a contrapartida será a conta Haveres.

A assertiva C está incorreta, pois o saldo do BP pode ser qualquer


valor, logo, não é necessariamente igual a ZERO.

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A assertiva D está correta. Conforme comentado na questão 09 de


nossa lista, o lançamento referente à transação em que os lucros são
reinvestidos é:
D – Balança de serviços (lucros é remuneração do fator de produção
capital)
C – Reinvestimentos (faz parte do movimento de capitais autônomos)
Nota  estamos considerando a metodologia antiga, em que as rendas
(remunerações dos fatores de produção) eram contabilizadas no balanço
de serviços.

A assertiva E está incorreta, pois as amortizações são registradas no


movimento de capitais autônomos. Não confunda com o pagamento de
juros, que é registrado na balança de serviços (metodologia velha) ou
balança de rendas (metodologia nova).

GABARITO: D

29. (ESAF - APO – MPOG - 2002) Considere os seguintes dados


para uma economia hipotética, em unidades monetárias e num
determinado período de tempo:
déficit comercial = 100;
transferências unilaterais recebidas = 10;
saldo líquido positivo do movimento de capitais autônomos =
100.
Considerando que o saldo total do balanço de pagamentos foi
nulo e supondo a ausência de erros e omissões, é correto afirmar
que:
a) o balanço de serviços apresentou saldo negativo de 110 e o saldo em
transações correntes foi deficitário em 110.
b) o saldo do balanço de serviços foi nulo e o saldo em transações
correntes foi deficitário em 90.
c) o balanço de serviços apresentou saldo negativo de 10 e o saldo em
transações correntes foi deficitário em 100.
d) o saldo do balanço de serviços foi nulo e o saldo em transações
correntes foi deficitário em 110.
e) o saldo do balanço de serviços foi igual ao saldo em transações
correntes.

COMENTÁRIOS:

Foram dados:
BC = -100
TU = +10 (como são transferências recebidas, o saldo é positivo)
MC = +100
BP = 0

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EO = 0

Sabemos que:
BP = MC + TC + EO
0 = +100 + TC
TC = -100

TC = BC + BS + TU
-100 = -100 + BS + 10
BS = -10  (incorretas as assertivas A, B e D)

Como TC = -100 e BS = -10, está correta a assertiva C e incorreta a


assertiva E.

GABARITO: C

30. (ESAF - ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE - 2005)


Considere um regime de câmbio fixo. Seja a taxa de câmbio
representada pela letra “e” e considere o conceito de taxa de
câmbio utilizada no Brasil. Suponha que o Banco Central fixe a
taxa de câmbio em “e1”. Com base nessas informações, é correto
afirmar que:
a) o Banco Central é obrigado a comprar qualquer demanda por moeda
estrangeira no mercado à taxa e1, mas pode vender moeda estrangeira a
uma taxa menor do que e1.
b) não é possível utilizar a política fiscal.
c) se existem pressões no mercado de câmbio para uma taxa maior do
que e1, o Banco Central deverá vender a moeda estrangeira à taxa e1.
d) o Banco Central não precisa intervir no mercado cambial uma vez que
o regime de câmbio fixo é determinado por lei.
e) se o mercado sinaliza para uma taxa maior do que e1, o Banco Central
deve emitir moeda para manter a taxa fixa.

COMENTÁRIOS:
Como o BACEN fixa a taxa de câmbio em e1, isto quer dizer que o regime
cambial adotado é o regime fixo. Se existem pressões para uma taxa
maior que e1, isto quer dizer que moeda estrangeira quer se valorizar,
pois a demanda por divisas é alta. Neste caso, o BACEN, a fim de manter
a taxa fixa, deve suprir esta demanda VENDENDO moeda estrangeira no
mercado. Correta, portanto, a letra C.

GABARITO: C

31. (ESAF - GESTOR MPOG - 2000) Se a taxa de câmbio estiver


sendo estabelecida pelo que se chama de flutuação suja, isto
significa que o Banco Central:

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a) Intervém naquele mercado eventualmente;
b) Perdeu o controle da situação cambial;
c) Permite que o mercado paralelo seja o único atuante;
d) Descobriu que os exportadores fizeram conluio com os importadores
para fixar a taxa;
e) Identificou a perda, pelo balanço de transações correntes, dos recursos
das transações unilaterais.

COMENTÁRIOS:
A flutuação suja é tipo de sistema de taxas flutuante. O sistema flutuante
possui alguns inconvenientes (muita volatilidade da taxa de câmbio). Para
evitá-los, a maioria dos países, inclusive o Brasil, utiliza um sistema misto
conhecido como flutuação suja. O BACEN deixa que as taxas de câmbio
flutuem dentro de um intervalo com limite mínimo e máximo (bandas
cambiais). Se ocorrer excesso de divisas (diminuição da taxa de câmbio
 apreciação da moeda nacional), o BACEN entra comprando divisas. Se
ocorrer escassez de divisas (aumento da taxa de câmbio e depreciação da
moeda nacional), o BACEN entra vendendo divisas.

GABARITO: A

32. (ESAF - AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL - 2003) A


formação de taxas cambiais leva em conta, a um tempo, as
expectativas do mercado em relação ao equilíbrio de longo prazo
das economias e fatores conjunturais que condicionam, no curto
prazo, a oferta e demanda no mercado de moedas. A esse
respeito, é correto afirmar:
a) os regimes de câmbio fixo, mas ajustável, também conhecidos como
"flutuação suja", proporcionaram grande estabilidade ao sistema
financeiro internacional no período entre as duas guerras mundiais.
b) regimes de câmbio fixo implicam o compromisso do governo de
converter sua moeda em outra a um preço pré-determinado. Nesse caso,
o volume de reservas e o fluxo líquido de divisas são os principais
responsáveis pela confiança que possa ter o mercado na estabilidade da
moeda em questão.
c) regimes de câmbio flutuante implicam a atribuição aos governos da
responsabilidade de intervir no mercado de moedas, por meio da venda
de títulos públicos e operações de mercado aberto, sempre que a variação
de sua moeda em relação a outras aproximar-se de valores previamente
estabelecidos.
d) regimes de câmbio fixo implicam o compromisso de pelo menos dois
governos de converter suas respectivas moedas, uma na outra, a um
preço determinado pelas condições de mercado. Nesse caso, o volume de
trocas e o influxo líquido de divisas são os principais responsáveis pela
confiança que possa ter o mercado na estabilidade da moeda em questão.

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e) No sistema conhecido por currency board, o governo estabelece um
órgão responsável por conduzir as desvalorizações programadas,
correspondentes às necessidades de financiamento do setor público e à
evolução das taxas de inflação.

COMENTÁRIOS:
Vamos às alternativas,

a) o regime de flutuação suja é tipo de regime flutuante, em que a


flutuação ocorre dentro de limites máximo e mínimo (bandas cambiais). A
flutuação suja não tem relação com câmbio fixo ajustável. Incorreta.

b) Correta.

c) no regime flutuante (totalmente flutuante), o governo não intervém no


mercado de divisas. Ou seja, a taxa de câmbio é determinada
integralmente pela oferta e demanda de divisas. Incorreta.

d) no câmbio fixo, basta um governo (uma autoridade monetária) assumir


o compromisso de fixar a taxa de câmbio. Pode haver casos em que dois
governos possam assumir o compromisso de fixar a taxa, no entanto, a
regra geral é que somente um governo o faça. Incorreta.

e) no currency board o governo fixa a taxa de câmbio e fixa também a


quantidade de divisas em circulação na economia. Hoje, devido ao
comércio e sistema financeiro internacional, é inviável fixar a quantidade
de divisas em circulação, por isso, não temos mais o sistema currency
board. Incorreta.

GABARITO: B

33. (ESAF – AFRF – 2000) – Considere que tenha ocorrido uma


desvalorização nominal da taxa de câmbio de 10% num
determinado. Considerando o conceito de taxa de câmbio utilizada
no Brasil e o conceito de câmbio real que leva em conta a inflação
interna e externa, pode-se afirmar que:
a) se a inflação externa foi de 10% no período e a inflação interna foi de
25% no período, houve uma desvalorização real da taxa de câmbio;
b) se a inflação externa foi de 20% no período e a inflação interna foi de
5% no período, houve uma valorização real da taxa de câmbio;
c) se tanto a inflação interna quanto a externa foram de 5% no período,
não houve alteração na taxa de câmbio real;
d) se a inflação externa foi de 15% no período e a inflação interna foi de
30% no período, houve uma desvalorização real da taxa de câmbio;
e) se a inflação externa foi de 5% no período e a inflação interna foi de
20% no período, houve uma valorização real da taxa de câmbio.

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COMENTÁRIOS:

As alternativas falam em valorização ou desvalorização da taxa real de


câmbio. Assim, para resolver a questão, utilizaremos a fórmula que
relaciona a taxa real de câmbio com a taxa nominal e os índices de
preços:

Onde “E” é a taxa real de câmbio, e “e” é a taxa nominal de câmbio.

As alternativas falam em valorização e desvalorização. Desta forma,


devemos comparar uma situação final com uma situação inicial. A
situação inicial é que foi descrita acima. Nesta situação inicial, se
supusermos que a inflação interna é igual à externa, as taxas real e
nominal de câmbio serão iguais (E=1e). Assim, inicialmente, E=1e.

Vejamos agora as alternativas:

a) Incorreta.

Pelo enunciado da questão temos que se houver desvalorização nominal


de 10% da taxa de câmbio (ou seja, desvalorização da moeda nacional,
que é igual a um aumento da taxa de câmbio), o valor de “e” deverá
aumentar já que a desvalorização da taxa de câmbio implica um aumento
da taxa de câmbio. Assim, o valor de “e” passará de 1e para 1,1e
(aumento de 10%).

Se a inflação externa é 10% e a inflação interna é 25%, então, PEXT=1,1 e


PINT=1,25. Assim:

Como a taxa de câmbio real diminui (inicialmente, tínhamos E=1e  em


um segundo momento, temos E=0,968e), podemos concluir que houve
valorização real do câmbio (em 3,2%, pois o câmbio foi reduzido de 1e
para 0,968e, ou seja, redução de 0,032, que é o mesmo que 3,2%).

b) Incorreta.

Se houver desvalorização nominal de 10% da taxa de câmbio, o valor de


“e” deverá aumentar de 1e para 1,1e (aumento de 10%).

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Se a inflação externa é 20% e a inflação interna é 5%, então, P EXT=1,2 e
PINT=1,05. Assim:

Como a taxa de câmbio real aumentou (inicialmente, tínhamos E=1e 


em um segundo momento, temos E=1,257e), podemos concluir que
houve desvalorização real do câmbio (desvalorização de 25,7%).

c) Incorreta.

Se houver desvalorização nominal de 10% da taxa de câmbio, o valor de


“e” deverá aumentar de 1e para 1,1e (aumento de 10%).

Se a inflação externa é 5% e a inflação interna também é 5%, então,


PEXT=1,05 e PINT=1,05. Assim:

Como a taxa de câmbio real aumentou (inicialmente, tínhamos E=1e 


em um segundo momento, temos E=1,1e), podemos concluir que houve
desvalorização real do câmbio (desvalorização de 10%).

d) Incorreta.

Se a inflação externa é 15% e a inflação interna é 30%, então, P EXT=1,15


e PINT=1,30. Assim:

Como a taxa de câmbio real diminui (inicialmente, tínhamos E=1e  em


um segundo momento, temos E=0,97e), podemos concluir que houve
valorização real do câmbio (valorização de aprox. 3%).

e) Correta.

Se a inflação externa é 5% e a inflação interna é 20%, então, PEXT=1,05 e


PINT=1,20. Assim:

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Como a taxa de câmbio real diminui (inicialmente, tínhamos E=1e  em
um segundo momento, temos E=0,96e), podemos concluir que houve
valorização real do câmbio (valorização de aprox. 4%).

GABARITO: E

34 – (ESAF – EPPGG – MPOG – 2005) – O mercado cambial pode


ser avaliado a partir do que é denominada na literatura como
“condição da paridade de juros”. Considerando et=taxa de câmbio
no período t; et+1=taxa de câmbio esperada para o período t+1;
i=taxa de juros interna; e i*=taxa de juros externa, a condição de
paridade de juros pode ser escrita como:
a) et = (1 – i + i*)/(et+1);
b) et = (et+1)/(1 – i + i*);
c) et = (et+1)/(1 – i + i*);
d) et = (et+1)/(1 + i – i*);
e) et = (et+1)/(1 + i – i*);

COMENTÁRIOS:

Esta questão está demonstrada no adendo 3 da aula, página 39. A banca


pisou na bola, pois colocou assertivas repetidas (B=C e D=E). No caso, as
respostas podem ser letras D ou E.

GABARITO: E

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LISTA DE QUESTÕES

1 – (ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO – MPOG –


2010) - Quanto ao balanço de pagamentos de um país, sabe-se
que:
a) o saldo total do balanço de pagamentos é igual à soma da balança
comercial com o balanço de serviços e rendas e as transferências
unilaterais correntes, salvo erros e omissões.
b) o saldo das transações correntes, se positivo (superávit), implica
redução em igual medida do endividamento externo bruto, no período.
c) o saldo total do balanço de pagamentos é igual à soma da balança
comercial com a conta de serviços e rendas, salvo erros e omissões.
d) a conta Capital e Financeira iguala (com sinal trocado) o saldo total do
balanço de pagamentos.
e) a conta Capital e Financeira iguala (com o sinal trocado) o saldo de
transações correntes, salvo erros e omissões.

2 - (AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL - 2009) - Considere a


seguinte identidade macroeconômica básica:
Y = C + I + G + (X - M)
onde C = consumo agregado;
I = investimento agregado; e
G = gastos do governo.
Para que Y represente a Renda Nacional, (X - M) deverá
representar o saldo:
a) da balança comercial.
b) total do balanço de pagamentos.
c) da balança comercial mais o saldo da conta de turismo.
d) da balança comercial mais o saldo da conta de serviços.
e) do balanço de pagamentos em transações correntes.

3 - (EPPGG - MPOG - 2009) - Considere os seguintes saldos, em


unidades monetárias, para as contas dos Balanços de
Pagamentos:
Balanço comercial: - 700;
Balanço de serviços: - 7.000;
Balanço de rendas: - 18.000;
Transferências unilaterais: + 1.500;
Conta Capital: + 300;
Investimento Direto: + 30.500;
Investimento em Carteira: + 7.000;
Derivativos: - 200;
Outros investimentos na conta financeira = -18.000;
Erros e omissões: + 2.500.
Considerando esses lançamentos, é correto afirmar que a conta
Haveres da Autoridade Monetária apresentou saldo de:

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a) + 2.000
b) - 2.100
c) - 2.900
d) zero
e) + 2.100

4 - (APOFP - SEFAZ/SP - 2009) - As contas do Balanço de


Pagamentos contêm os fluxos de moeda para dentro e para fora
de um país e fornecem informações sobre as relações comerciais
entre os países. Com relação ao Balanço de Pagamentos, indique a
opção falsa.
a) O Balanço Comercial corresponde ao saldo das exportações sobre as
importações.
b) O Balanço de Transações Correntes, quando superavitário, indica que o
aís está recebendo recursos que podem ser utilizados no pagamento de
compromissos assumidos anteriormente.
c) O Balanço de Serviços e Rendas representa as negociações
internacionais dos chamados bens invisíveis e os rendimentos de
investimentos e do trabalho.
d) Os principais fatores que determinam o saldo do Balanço Comercial
são: o nível de renda da economia e do resto do mundo, a taxa de câmbio
e os termos de troca.
e) As transações do Balanço de Serviços e Rendas são as transações que
afetam diretamente a Renda Nacional.

5 - (APO - MPOG - 2008) Pode-se afirmar que o Balanço de


Pagamentos de um país é um resumo contábil das transações
econômicas que este país faz com o resto do mundo, durante
certo período de tempo. No que tange a Balanço de Pagamentos,
assinale a única opção falsa.
a) Na contabilização dos registros das transações efetuadas, adota-se o
método das partidas dobradas.
b) Sob a ótica do Balanço de Pagamentos, as transações internacionais
podem ser de duas espécies: as transações autônomas e as transações
compensatórias.
c) O Brasil, ao longo de muitos anos, apresentou déficit na conta de
transações correntes, que tinha que ser financiada por meio da entrada
de capitais, levando ao aumento da dívida externa do país.
d) O déficit em conta corrente do Balanço de Pagamentos corresponde à
poupança interna da economia, isto é, à diferença entre investimento e
poupança interna na conta de capital do sistema de Contas Nacionais.
e) Os fluxos do Balanço de Pagamentos afetam a posição internacional de
investimentos do país.

6 - (EPPGG - MPOG - 2008) Conforme consta nas notas


metodológicas do Banco Central do Brasil sobre o Balanço de

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Pagamentos, a conta que inclui os "serviços financeiros, que
compreende serviços bancários tais como corretagens, comissões,
tarifas por prestações de garantias e fianças, comissões e outros
encargos acessórios sobre o endividamento externo" é a conta:
a) transferências unilaterais correntes.
b) de rendas.
c) de serviços.
d) de capital.
e) financeira.

7 - (EPPGG-MPOG - 2008) A partir do início deste século, o Banco


Central do Brasil passou a divulgar o balanço de pagamentos com
nova metodologia. Pode-se considerar as seguintes alterações em
relação à metodologia anterior, exceto a
a) exclusão, no item investimentos diretos, dos empréstimos
intercompanhias, de qualquer prazo, nas modalidades de empréstimos
diretos e colocação de títulos.
b) introdução, na conta corrente, de clara distinção entre bens, serviços,
renda e transferências correntes, com ênfase no maior detalhamento na
classificação de serviços.
c) estruturação da conta de rendas de forma a evidenciar as receitas e
despesas geradas por cada uma das modalidades de ativos e passivos
externos contidas na conta financeira.
d) inclusão da "conta financeira", em substituição à antiga conta de
capitais.
e) reclassificação de todos os instrumentos de portfolio, inclusive bônus,
notes e commercial papers, para a conta de investimento em carteira.

8 - (AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL - 2005) Considere as


seguintes informações para uma economia hipotética (em
unidades monetárias):
Exportações de bens e serviços não fatores: 200
Importações de bens e serviços não fatores: 300
Renda líquida enviada ao exterior: 100
Com base nessas informações e considerando as identidades
macroeconômicas básicas decorrentes de um sistema de contas
nacionais, é correto afirmar que essa economia hipotética
apresentou:
a) déficit no balanço de pagamentos em transações correntes de 100.
b) déficit no balanço de pagamentos em transações correntes de 200.
c) superávit no balanço de pagamentos de 200.
d) saldo nulo no balanço de pagamentos em transações correntes.
e) superávit no balanço de pagamentos de 100.

9 - (ANALISTA - MPU - 2004) No balanço de pagamentos, os


lucros reinvestidos têm como lançamento

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a) débito na conta rendas de capital e crédito na conta caixa.
b) débito na conta rendas de capital e crédito na mesma conta.
c) crédito na conta reinvestimentos e débito na mesma conta.
d) débito na conta rendas de capital e crédito na conta reinvestimentos.
e) crédito na conta rendas de capital e débito na conta caixa.

10 - (ANALISTA - MPU - 2004) Um déficit em transações correntes


pode ser considerado como
a) poupança interna.
b) despoupança externa.
c) poupança externa.
d) despoupança interna.
e) despoupança do governo.

11 - (Analista-MPU-2004-ESAF) Supondo
BP = saldo do balanço de pagamentos
RE = resultados das transações compensatórias
TC = transações correntes
MC = movimento de capitais autônomos
Com base nessas informações e na ausência de erros e omissões,
é correto afirmar que, necessariamente,
a) BP = RE e TC = MC - RE.
b) BP = 0.
c) BP = - RE e BP = 0.
d) BP = MC + RE.
e) BP = - RE e TC = MC + RE.

12 - (ANALISTA - MPU - 2004) Não é registrado no balanço de


serviços o/a:
a) remessa de lucros.
b) amortização de empréstimos.
c) pagamento de fretes.
d) pagamento de seguro de transportes de mercadorias.
e) recebimento de juros de empréstimos.

13 - (AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL - 2003) Considere os


seguintes saldos do balanço de pagamentos para uma
determinada economia hipotética, em unidades monetárias:
saldo da balança comercial: superávit de 100; saldo em
transações correntes: déficit de 50; saldo total do balanço de
pagamentos: superávit 10. Com base nestas informações e
considerando que não ocorreram lançamentos na conta "erros e
omissões", é correto afirmar que:
a) o saldo da conta "transferências unilaterais" foi necessariamente
superavitário.

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b) independente do saldo da conta "transferências unilaterais", podemos
afirmar com certeza que o saldo da balança de serviços foi superavitário.
c) o saldo dos movimentos de capitais autônomos foi negativo.
d) se a conta "transferências unilaterais" foi superavitária, podemos
afirmar com certeza que a balança de serviços apresentou saldo positivo.
e) se a conta "transferências unilaterais" foi superavitária, podemos
afirmar com certeza que a balança de serviços apresentou saldo negativo.

14 - (APO - MPOG - 2003) Considere os seguintes dados para uma


economia hipotética:
exportações de bens e serviços não fatores = 100
importações de bens e serviços não fatores = 50
déficit no balanço de pagamentos em transações correntes = 10
Com base nas identidades macroeconômicas básicas para uma
economia aberta e com governo, podemos afirmar que esta
economia apresentou:
a) renda líquida enviada ao exterior igual a 60
b) renda líquida recebida do exterior igual a 60
c) renda líquida enviada ao exterior igual a 40
d) renda líquida recebida do exterior igual a 40
e) renda líquida enviada ao exterior igual a 50

15 - (APO - MPOG - 2003) Considere os seguintes dados:


saldo da balança comercial: déficit de 50
saldo do balanço de serviços: déficit de 50
saldo do movimento de capitais autônomos: superávit de 150
Na ausência de lançamento nas contas "transferências
unilaterais" e "erros e omissões", pode-se afirmar que os saldos
em transações correntes e total do balanço de pagamentos foram,
respectivamente:
a) + 150 e zero
b) - 100 e - 50
c) - 100 e zero
d) - 100 e + 50
e) - 150 e zero

16 - (APO - MPOG - 2003) Com base no balanço de pagamentos, é


incorreto afirmar que:
a) os investimentos diretos fazem parte dos denominados movimentos de
capitais autônomos
b) o saldo total do balanço de pagamentos é sempre igual a zero
c) os empréstimos do Fundo Monetário Internacional fazem parte das
denominadas transações compensatórias
d) os chamados capitais de curto prazo fazem parte dos denominados
movimentos de capitais autônomos

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e) despesas com turismo fazem parte da balança de serviços "não
fatores"

17 - (APO - MPOG - 2003) Considere os seguintes lançamentos


realizados entre residentes e não residentes de um país, num
determinado período de tempo, em unidades monetárias:
 o país exporta mercadorias no valor de 100, recebendo a
vista
 o país importa mercadorias no valor de 50, pagando a vista
 o país realiza pagamentos à vista referente a juros, lucros e
aluguéis, no valor de 50
 ingressam no país, sob a forma de investimentos diretos, 20
sob a forma de máquinas e equipamentos
 o país paga 50 referente a despesas com transportes
 o país recebe empréstimos no valor de 100
Com base nestas informações, o país apresentou:
a) saldo total nulo no balanço de pagamentos
b) déficit no balanço de pagamentos de 100
c) superávit em transações correntes de 70
d) superávit na balança comercial de 50
e) superávit no balanço de pagamentos de 50

18 - (EPPGG - MPOG - 2003) A partir de janeiro de 2001, o Banco


Central do Brasil passou a divulgar o balanço de pagamentos de
acordo com a metodologia contida no Manual de Balanço de
Pagamentos do Fundo Monetário Internacional. Não faz parte das
alterações introduzidas na nova apresentação:
a) introdução, na conta corrente, de clara distinção entre bens, serviços,
renda e transferências correntes, com ênfase no maior detalhamento na
classificação dos serviços.
b) introdução da "conta de capitais" em substituição à antiga "conta
financeira".
c) estruturação da "conta de rendas" de forma a evidenciar as receitas e
despesas geradas por cada uma das modalidades de ativos e passivos
externos contidas na conta financeira.
d) inclusão, no item investimentos diretos, dos empréstimos
intercompanhias.
e) reclassificação de todos os instrumentos de portfolio, inclusive bônus,
notes e commercial papers, para a conta de investimentos em carteira.

19 - (AUDITOR FISCAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL- INSS - 2003)


Considere os seguintes lançamentos entre residentes e não-
residentes de um país, num determinado período de tempo (em
unidades monetárias):
- o país exporta 500, recebendo a vista;
- o país importa 300, pagando a vista;

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- ingressam no país, sob a forma de investimentos diretos, 100 em
equipamentos;
- o país paga 50 de juros e lucros;
- o país paga amortizações no valor de 100;
- ingressam no país 350, sob a forma de capitais de curto prazo;
- o país paga fretes no valor de 70.
Com base nessas informações e supondo a ausência de erros e
omissões, os saldos em transações correntes e do balanço de
pagamentos são, respectivamente:
a) - 20 e + 150
b) - 20 e + 20
c) - 20 e + 330
d) - 40 e + 330
e) - 40 e + 40

20 - (AUDITOR FISCAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – INSS - 2003)


Considere as seguintes informações:
Saldo da balança comercial: déficit de 100;
Saldo da balança de serviços: déficit de 200;
Saldo em transações correntes: déficit de 250;
Saldo total do balanço de pagamentos: superávit de 50.
Com base nessas informações, o saldo das “transferências
unilaterais” e do “movimento de capitais autônomos” foram,
respectivamente:
a) + 50 e + 300
b) - 50 e - 300
c) + 30 e - 330
d) - 30 e + 330
e) - 30 e - 300

21 - (AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL - 2002) Com relação


ao balanço de pagamentos, é incorreto afirmar que:
a) as exportações de empresas multinacionais instaladas no Brasil são
computadas na balança comercial do país.
b) os investimentos diretos fazem parte dos chamados movimentos de
capitais autônomos.
c) o saldo da conta "transferências unilaterais" faz parte do saldo do
balanço de pagamentos em transações correntes.
d) o saldo total do balanço de pagamentos não é necessariamente nulo.
e) as chamadas rendas de capital fazem parte do denominado balanço de
serviços não fatores.

22 - (ANALISTA DE COMÉRCIO EXTERIOR – MDIC -


2002)Considere os seguintes dados (em unidades monetárias, em
um determinado período de tempo):
• Saldo da balança comercial: déficit de 100

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• Saldo em transações correntes: déficit de 300
• Saldo total do balanço de pagamentos: superávit de 500
Considerando a ausência de lançamento nas contas de
"transferências unilaterais" e "erros e omissões”, pode-se
concluir que o saldo do balanço de serviços e o saldo do
movimento de capitais autônomos foram, respectivamente:
a) - 100 e + 800
b) + 100 e + 800
c) - 200 e + 500
d) + 200 e + 500
e) - 200 e + 800

23 - (ANALISTA DE COMÉRCIO EXTERIOR – MDIC - 2002)


Tomando como caso o Brasil, não é considerado como residente
para efeito de pagamento no balanço de pagamentos:
a) embaixadas brasileiras no exterior.
b) empresas multinacionais instaladas no Brasil.
c) turistas brasileiros no exterior.
d) instituições norte-americanas de ensino instaladas no Brasil.
e) filiais de empresas brasileiras no exterior.

24 - (ANALISTA DE COMÉRCIO EXTERIOR – MDIC - 2002) Com


relação ao balanço de pagamentos, é incorreto afirmar que:
a) um déficit na balança de serviços não necessariamente implica um
déficit em transações correntes.
b) entradas de mercadorias no país são, necessariamente, consideradas
como importações.
c) se o país não possui reservas, um déficit em transações correntes tem
que ser necessariamente financiado com movimentos de capitais
autônomos.
d) os investimentos diretos são considerados como item dos movimentos
de capitais autônomos.
e) se, em valor absoluto, o déficit em transações correntes é igual ao
superávit no movimento de capitais autônomos, então, na ausência de
erros e omissões, o saldo total do balanço de pagamentos será nulo.

25 - (ANALISTA DE COMÉRCIO EXTERIOR – MDIC - 2002)


Considere que tenham ocorrido apenas as seguintes operações
nas contas de transações correntes, operações essas realizadas
entre residentes e não-residentes de um país, em um determinado
período de tempo, em unidades monetárias:
• o país exporta mercadorias no valor de 500, recebendo a vista;
• o país importa mercadorias no valor de 400, pagando a vista;
• o país realiza doação de medicamentos no valor de 150;
• o país paga 300 à vista referente a juros e lucros;
• o país paga 50 à vista referente a fretes.

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Com base nessas informações e supondo que a conta de erros e
omissões tenha saldo nulo, é incorreto afirmar que, no período
considerado:
a) o balanço de serviços apresentou déficit de 350.
b) o saldo da balança comercial apresentou superávit de 100.
c) o saldo do item “transferências unilaterais” foi deficitário em 150.
d) o país apresentou déficit em transações correntes.
e) para que o país apresente um saldo nulo do balanço de pagamentos, o
ingresso líquido de recursos na conta de movimento de capitais deverá
ser de 250.

26 - (ACE – TCU - 2002) Com base no balanço de pagamentos, é


incorreto afirmar que:
a) o saldo positivo no balanço de pagamentos num determinado período é
necessariamente igual ao volume de reservas em moeda estrangeira do
país nesse período.
b) os serviços de fatores correspondem aos pagamentos ou recebimentos
em função da utilização dos fatores de produção.
c) as amortizações de empréstimos fazem parte dos movimentos de
capitais autônomos.
d) o pagamento de juros sobre empréstimos são registrados na balança
de serviços.
e) uma transferência unilateral realizada em mercadoria tem
necessariamente como contrapartida lançamento na balança comercial.

27 - (AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL - 2002) Considere as


seguintes informações:
A = saldo da balança comercial
B = saldo da balança de serviços
C = saldo das operações de transferências unilaterais
D = saldo em transações correntes
E = movimento de capitais autônomos
F = movimento de capitais compensatórios
G = saldo total do balanço de pagamentos
Com base nestas informações, pode-se afirmar com certeza que
a) A + B + C = D + E + F + G
b) A + B + C + D + E + F + G = 0
c) A + B + C + E + F = 0
d) G = 0
e) A + B + C = D = G = 0

28 - (APO – MPOG - 2002) Com base no balanço de pagamentos, é


correto afirmar que:
a) o saldo dos movimentos de capitais autônomos tem que ser
necessariamente igual ao saldo do balanço de pagamentos em
transações correntes.

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b) as transferências unilaterais têm como única contrapartida de
lançamento a balança comercial.
c) o saldo total do balanço de pagamentos é necessariamente igual a
zero.
d) os lucros reinvestidos são lançados com sinal positivo nos movimentos
de capitais e com sinal negativo no balanço de serviços.
e) as amortizações fazem parte do balanço de serviço.

29 - (APO – MPOG - 2002) Considere os seguintes dados para uma


economia hipotética, em unidades monetárias e num
determinado período de tempo:
déficit comercial = 100;
transferências unilaterais recebidas = 10;
saldo líquido positivo do movimento de capitais autônomos =
100.
Considerando que o saldo total do balanço de pagamentos foi
nulo e supondo a ausência de erros e omissões, é correto afirmar
que:
a) o balanço de serviços apresentou saldo negativo de 110 e o saldo em
transações correntes foi deficitário em 110.
b) o saldo do balanço de serviços foi nulo e o saldo em transações
correntes foi deficitário em 90.
c) o balanço de serviços apresentou saldo negativo de 10 e o saldo em
transações correntes foi deficitário em 100.
d) o saldo do balanço de serviços foi nulo e o saldo em transações
correntes foi deficitário em 110.
e) o saldo do balanço de serviços foi igual ao saldo em transações
correntes.

30 - (ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE - 2005) Considere um


regime de câmbio fixo. Seja a taxa de câmbio representada pela
letra “e” e considere o conceito de taxa de câmbio utilizada no
Brasil. Suponha que o Banco Central fixe a taxa de câmbio em
“e1”. Com base nessas informações, é correto afirmar que:
a) o Banco Central é obrigado a comprar qualquer demanda por moeda
estrangeira no mercado à taxa e1, mas pode vender moeda estrangeira a
uma taxa menor do que e1.
b) não é possível utilizar a política fiscal.
c) se existem pressões no mercado de câmbio para uma taxa maior do
que e1, o Banco Central deverá vender a moeda estrangeira à taxa e1.
d) o Banco Central não precisa intervir no mercado cambial uma vez que
o regime de câmbio fixo é determinado por lei.
e) se o mercado sinaliza para uma taxa maior do que e1, o Banco Central
deve emitir moeda para manter a taxa fixa.

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31 - (GESTOR ECONOMIA - 2000) Se a taxa de câmbio estiver
sendo estabelecida pelo que se chama de flutuação suja, isto
significa que o Banco Central:
a) Intervém naquele mercado eventualmente;
b) Perdeu o controle da situação cambial;
c) Permite que o mercado paralelo seja o único atuante;
d) Descobriu que os exportadores fizeram conluio com os importadores
para fixar a taxa;
e) Identificou a perda, pelo balanço de transações correntes, dos recursos
das transações unilaterais.

32 - (AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL - 2003) A formação


de taxas cambiais leva em conta, a um tempo, as expectativas do
mercado em relação ao equilíbrio de longo prazo das economias e
fatores conjunturais que condicionam, no curto prazo, a oferta e
demanda no mercado de moedas. A esse respeito, é correto
afirmar:
a) os regimes de câmbio fixo, mas ajustável, também conhecidos como
"flutuação suja", proporcionaram grande estabilidade ao sistema
financeiro internacional no período entre as duas guerras mundiais.
b) regimes de câmbio fixo implicam o compromisso do governo de
converter sua moeda em outra a um preço pré-determinado. Nesse caso,
o volume de reservas e o fluxo líquido de divisas são os principais
responsáveis pela confiança que possa ter o mercado na estabilidade da
moeda em questão.
c) regimes de câmbio flutuante implicam a atribuição aos governos da
responsabilidade de intervir no mercado de moedas, por meio da venda
de títulos públicos e operações de mercado aberto, sempre que a variação
de sua moeda em relação a outras aproximar-se de valores previamente
estabelecidos.
d) regimes de câmbio fixo implicam o compromisso de pelo menos dois
governos de converter suas respectivas moedas, uma na outra, a um
preço determinado pelas condições de mercado. Nesse caso, o volume de
trocas e o influxo líquido de divisas são os principais responsáveis pela
confiança que possa ter o mercado na estabilidade da moeda em questão.
e) No sistema conhecido por currency board, o governo estabelece um
órgão responsável por conduzir as desvalorizações programadas,
correspondentes às necessidades de financiamento do setor público e à
evolução das taxas de inflação.

33. (ESAF – AFRF – 2000) – Considere que tenha ocorrido uma


desvalorização nominal da taxa de câmbio de 10% num
determinado. Considerando o conceito de taxa de câmbio utilizada
no Brasil e o conceito de câmbio real que leva em conta a inflação
interna e externa, pode-se afirmar que:

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a) se a inflação externa foi de 10% no período e a inflação interna foi de
25% no período, houve uma desvalorização real da taxa de câmbio;
b) se a inflação externa foi de 20% no período e a inflação interna foi de
5% no período, houve uma valorização real da taxa de câmbio;
c) se tanto a inflação interna quanto a externa foram de 5% no período,
não houve alteração na taxa de câmbio real;
d) se a inflação externa foi de 15% no período e a inflação interna foi de
30% no período, houve uma desvalorização real da taxa de câmbio;
e) se a inflação externa foi de 5% no período e a inflação interna foi de
20% no período, houve uma valorização real da taxa de câmbio.

34 – (ESAF – EPPGG – MPOG – 2005) – O mercado cambial pode


ser avaliado a partir do que é denominada na literatura como
“condição da paridade de juros”. Considerando et=taxa de câmbio
no período t; et+1=taxa de câmbio esperada para o período t+1;
i=taxa de juros interna; e i*=taxa de juros externa, a condição de
paridade de juros pode ser escrita como:
a) et = (1 – i + i*)/(et+1);
b) et = (et+1)/(1 – i + i*);
c) et = (et+1)/(1 – i + i*);
d) et = (et+1)/(1 + i – i*);
e) et = (et+1)/(1 + i – i*);

GABARITO
01 An 02 E 03 E 04 E 05 D 06 C 07 A
08 B 09 D 10 C 11 An 12 B 13 E 14 A
15 D 16 B 17 E 18 B 19 C 20 A 21 E
22 E 23 E 24 C 25 B 26 A 27 C 28 D
29 C 30 C 31 A 32 B 33 E 34 E

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